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O Governo de Pernambuco apresenta # 132
Um espetáculo do artista Valério Festi.
#132 ano XI • dez/11 • R$ 10,50
CONTINENTE
Magia e beleza no Natal de Gravatá.
Gravatá vai ser palco de um espetáculo de Natal único. Criado e produzido pelo Studio Festi - uma referência no mercado internacional de arte e entretenimento - especialmente para o nosso Natal, sua montagem conta a história do pastoril, unindo tradição, música, dança, luzes e efeitos especiais.
Dias
SOB A LUZ DO
16, 17, 18, 22, 23, 24 e 25/DEZ 19 horas • Pátio de Eventos Chucre Mussa Zarzar.
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VITRAL
E MAIS VIVIAN MAIER, A BABÁ FOTÓGRAFA | JARDS MACALÉ | VIAGEM A KIEV | FIGURINO DE PALCO | NINO ROTA E A MÚSICA NO CINEMA | KARINA BUHR 01/12/2011 08:43:28
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PHOTO POCHE O melhor da fotografia em formato de bolso Coleção de livros editados por Robert Delpire, que do francês original foi traduzida para sete idiomas, chega ao Brasil em cinco volumes
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man ray
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helmut newton
Mulher com cabelo longo, de 1929, integra a seleção para o volume as mulheres por ele fotografadas expressam audácia, como neste Nu descendo a escada, de 1981
texto Adriana Dória Matos
Quando pedimos aos nossos mestres
“Por favor, me diga o que devo ler”, a respeito de obras fundamentais, em geral, obtemos a resposta: “Vá aos clássicos”. Então, já sabemos para onde seguir, seja buscando os originais ou suas traduções. Assim como a literatura, a fotografia conta com seus clássicos, aos quais podemos recorrer, quando queremos captar as nuances dessa arte e de seus protagonistas. Embora muito difundida e popular, a fotografia nem sempre é compreendida como linguagem artística, quase como se mantivesse posição de subalternidade em relação a expressões como a literatura, o teatro, a arquitetura, a música, ou fosse apenas um meio a serviço do jornalismo, da publicidade, do cinema. No Brasil, isso se deve, em parte, à ausência de uma bibliografia consistente e vasta, que a coloque ao lado dos demais campos artísticos. É verdade que, nas duas últimas décadas, tem havido iniciativas editoriais no sentido de oferecer a estudiosos, profissionais, apreciadores, material concernente à arte fotográfica. Não apenas aquele exclusivamente diletante e desprovido de leitura crítica, mas de boa densidade artística, ensaística e teórica. Entre essas boas intenções, estão os cinco títulos da coleção Photo poche, que acabam de chegar ao Brasil em edição da Cosac Naify e que nos remetem aos clássicos do início desse texto. Quando passou a publicar os volumes dessa coleção, em 1982, o fotógrafo
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e editor Robert Delpire pretendia oferecer, a um público mais amplo, obras que servissem de introdução ao universo fotográfico e se prestassem à formação visual dos leitores. Não por acaso, entre os primeiros títulos constavam aqueles dos precursores Nadar, Nicèphore Niepce, Etienne Jules Marey e Eugène Atget; de fotógrafos da
escola humanista e da street photography, como Robert Doisneau e Robert Frank; grandes documentaristas e ensaístas, como W. Eugene Smith; e criadores de imagens especialíssimas, como Duane Michals e Joel-Peter Witkin. Eram escolhas editoriais que traziam um painel diversificado da fotografia, apontando sua versatilidade
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e relevância. Hoje, essa bem-sucedida coleção de livros de bolso soma mais de 150 títulos, entre monográficos e temáticos, sendo editada pela Actes Sud. É na mesma linha de raciocínio de Delpire – de relevância e de diversidade estilística e temática – que podemos entender a escolha dos cinco primeiros títulos da edição nacional da Photo poche. Todos eles são de grandes fotógrafos: Henri Cartier-Bresson, Man Ray, Helmut Newton, Elliot Erwitt e Sebastião Salgado, mas cada um tem o próprio apelo, não havendo qualquer necessidade de consonância entre eles. Possivelmente, Cartier-Bresson, Man Ray e Sebastião Salgado – sobretudo o primeiro e o último – são os mais conhecidos do público brasileiro, em geral, enquanto Erwitt (que tem sua primeira edição no país) e Newton se configurem nas “novidades”. Os livros têm tratamento equânime: trazem uma média de 64 fotografias de cada autor, com textos de apresentação e biografia, ao final. Com exceção do livro de Helmut Newton, que também traz imagens coloridas, os trabalhos são todos em preto e branco.
esses fotógrafos trazem diferentes contribuições à compreensão da arte fotográfica e de sua diversidade Do Drama À comÉDia
Certamente que, do conjunto, o mais dramático e denso é o de Sebastião Salgado. E isto em relação a tudo: à temática, à inflexão, à técnica. Os temas da morte, da dor e da miséria estão nas imagens declaradamente engajadas do fotógrafo brasileiro, que teve várias exposições e livros publicados no país. Personagens, enquadramentos, luz, complexas tonalidades de branco, cinza e preto dão às suas fotografias um caráter épico, que convoca do observador uma adesão, mesmo que esta se dê apenas no nível emocional. Os volumes dedicados a Man Ray e Helmut Newton guardam aproximações, no que diz respeito à exploração do corpo e do nu
como temas. Os portraits também interessaram a ambos, como de resto, à maioria dos fotógrafos, sendo um dos grandes gêneros da fotografia. Mas as aproximações param por aí, porque não há como comparar as inquietações e experimentalismos de Man Ray, e sua vinculação com o Surrealismo, à materialidade carnal e fetichista, ligada ao mundo da moda e do consumo, das fotografias de Helmut Newton. Em Man Ray, não é apenas o corpo que, embora também erotizado, se presta aos experimentos. No conjunto de fotografias aqui selecionadas – a maioria dos anos 1920 e 1930 –, o que se observa é o vigor de um artista que trocou a pintura pela fotografia num lance de dados curioso: quando chegou à conclusão de que preferia as reproduções de suas pinturas aos originais em si. Audácia, agressividade, erotismo, sensualidade, fisiculturismo, empáfia, deboche, independência. Essas são qualidades que se podem observar nas fotos de mulheres nuas – ou vestidas como se exibissem a nudez – desse
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divulgação
Catamisto
O RECICLADO PAPEL DA ARTE
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fotógrafo alemão que afirmava adorar o artificial e que teria dito, como escreve Karl Lagerfeld, na apresentação que faz ao livro: “Tudo que é belo é falso” e “O gramado mais bonito é o de plástico”. Não há qualquer romantismo em Newton, que ganhou dinheiro e prestígio como fotógrafo de moda. Suas mulheres são incríveis. A outra dupla que podemos formar nesse quinteto é composta por Cartier-Bresson e Elliot Erwitt. O primeiro elemento em comum entre eles chama-se Magnum, agência de fotografia criada nos anos 1940, entre outros, por Bresson e Robert Capa (que também tem título na Photo poche francesa) e que reúne nomes seminais da fotografia mundial. Foi Capa quem convidou Erwitt para compor o time da agência em 1953, na qual ele está
3 elliot erwitt Cães são personagens espetaculares no seu acervo, como nessa imagem, de 1973 4 henri cartier-bresson nesse retrato de anônimo, de 1932, o talento do fotógrafo
até hoje (sim, está vivo, um senhor octogenário). Como membros da Magnum, ambos cobriram eventos marcantes (e trágicos) do século 20. Mas é no detalhe do cotidiano e das ruas que esses dois encantadores fotógrafos revelam o melhor de si; Bresson, numa expressão mais sóbria e preciosista; Erwitt, com peculiares sensos de humor e oportunidade. São, portanto, livros que contribuem bastante para nossa compreensão sobre a riqueza da arte fotográfica e suas variadas expressões. Assim, quando alguém nos perguntar sobre clássicos da fotografia, teremos nesses autores respostas justas e acertadas.
O questionamento acerca de como o ser humano vive, produz e consome fez com que surgisse um dos principais valores sociais da pós-modernidade : o conceito de sustentabilidade. Essa preocupação com a convergência entre as necessidades da humanidade e a preservação do meio ambiente está presente em diversas esferas sociais, inclusive na artística. A produção de arte por meio de materiais que não pertencem, tradicionalmente, ao seu universo aparece em vários movimentos do século 20. Segundo a professora Madalena Zaccara, do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística da UFPE, “a utilização de materiais precários na arte passou a anunciar a possibilidade de ela se desgarrar do mercado formal, para exercer um papel social e político mais contundente”. Foi nesse contexto, no final da década de 1970, no Recife, que o artista plástico André Soares criou o movimento artístico Catamisto. À época, a ideia ficou no papel. Somente três décadas depois, com a ajuda dos produtores Hector Costa e Nelson Pontes, é que o projeto conseguiu manter uma linha de produção constante. Formada, hoje, por mais quatro artistas (Wilson Luiz, Tiana Santos, Alexandre Almeida, Charly Du Q. e Aldredo Lima), a organização pretende “reciclar sua alma” por meio da arte. O grupo trabalha com materiais oriundos do lixo industrial que podem ser reciclados, como banners, revistas, cartões-postais, portas de armário, radiografias, tampas de máquinas de lavar e peças de automóveis. O empenho do Catamisto é no sentido de que esses materiais sejam transformados em arte, palavras em favor da consciência para a preservação do meio ambiente. Para seus componentes, “antes de mudar o mundo, é preciso mudar nós mesmos”. O grupo realiza ações de educação ambiental em escolas públicas do Recife e do interior de Pernambuco. PEDRO PAZ
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