A trilogiada da margem

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a trilo∂ia da mar∂em




Pouco depois da publicação do livro Onda, recebi uma mensagem do dono de uma livraria do Reino Unido sobre a ilustração contida na página anterior deste livro. “Estamos um pouco confusos com as páginas duplas, parece faltar algumas partes da criança e das gaivotas. É assim mesmo? Verificamos com nosso fornecedor, com o distribuidor e com outra livraria e todos os exemplares são iguais a este. Será que não entendemos o sentido ou o impressor se equivocou?

… Foi um erro de impressão?”


Pouco depois da publicação do livro Onda, recebi uma mensagem do dono de uma livraria do Reino Unido sobre a ilustração contida na página anterior deste livro. “Estamos um pouco confusos com as páginas duplas, parece faltar algumas partes da criança e das gaivotas. É assim mesmo? Verificamos com nosso fornecedor, com o distribuidor e com outra livraria e todos os exemplares são iguais a este. Será que não entendemos o sentido ou o impressor se equivocou?

… Foi um erro de impressão?”


Abrimos um livro ilustrado. Olhamos o sonho “dentro” do livro. Entretanto, de uma maneira ou de outra, somos afetados pelo seu formato, a textura do papel, a direção na qual as páginas são viradas. Os aspectos físicos do livro podem limitar a imaginação do artista, mas, por outro lado, podem se tornar um novo ponto de partida para a imaginação. Após cairmos dentro de um livro e voltarmos como de um sonho, o livro como objeto nos parece totalmente diferente.

Quando duas pá∂inas de um livro são abertas,

elas se tornam um único e amplo espaço.

Na realidade, as páginas duplas são dois espaços separados por uma margem, mas, ao ler, o leitor tende a ignorar a dobra central da encadernação. Há uma regra editorial implícita de que o artista do livro ilustrado deve evitar desenhar no centro das páginas duplas para não perturbar a leitura. Mas o que será que acontece quando essa regra é ignorada?


Abrimos um livro ilustrado. Olhamos o sonho “dentro” do livro. Entretanto, de uma maneira ou de outra, somos afetados pelo seu formato, a textura do papel, a direção na qual as páginas são viradas. Os aspectos físicos do livro podem limitar a imaginação do artista, mas, por outro lado, podem se tornar um novo ponto de partida para a imaginação. Após cairmos dentro de um livro e voltarmos como de um sonho, o livro como objeto nos parece totalmente diferente.

Quando duas pá∂inas de um livro são abertas,

elas se tornam um único e amplo espaço.

Na realidade, as páginas duplas são dois espaços separados por uma margem, mas, ao ler, o leitor tende a ignorar a dobra central da encadernação. Há uma regra editorial implícita de que o artista do livro ilustrado deve evitar desenhar no centro das páginas duplas para não perturbar a leitura. Mas o que será que acontece quando essa regra é ignorada?


Acontece isto.

Mas o que aconteceria se essa regra fosse deliberadamente ignorada? E se a linha visível da encadernação não fosse censurada, mas sim aceita? E se o livro fosse criado usando efetivamente esse ponto de encadernação? E se os componentes físicos do livro se tornassem parte da história? E se o próprio livro se tornasse parte da experiência de leitura? Essa é a ideia comum que vinculava os livros Espelho, Onda e Sombra, a que chamei de A Trilogia da Margem.


Acontece isto.

Mas o que aconteceria se essa regra fosse deliberadamente ignorada? E se a linha visível da encadernação não fosse censurada, mas sim aceita? E se o livro fosse criado usando efetivamente esse ponto de encadernação? E se os componentes físicos do livro se tornassem parte da história? E se o próprio livro se tornasse parte da experiência de leitura? Essa é a ideia comum que vinculava os livros Espelho, Onda e Sombra, a que chamei de A Trilogia da Margem.


Para Heejoon, meu leitor mais lúcido e mais querido incentivador.

a trilo∂ia o livro-ima∂em da mar∂em se∂undo Suzy Lee tradução Cid Knipel


Para Heejoon, meu leitor mais lúcido e mais querido incentivador.

a trilo∂ia o livro-ima∂em da mar∂em se∂undo Suzy Lee tradução Cid Knipel


15

Notas para Espelho

39

Notas para Ondµ

63

Notas para Sombrµ

89

A mar∂em entre a fantasia e a realidade

99 Escala 102

Um livro possível porque é um “livro”

104

O formato dos livros ilustrados

110

Pá∂inas vazias

116

Espaço limitado, restrições da superfície plana

120

Narrativa, virando as pá∂inas

136

Tudo é fi∂ura: palavras e ima∂ens

143

Livro-ima∂em

159

Leitores de livros ilustrados

169

Os prazeres da criação de livros ilustrados

187

Crédito das ima∂ens

189

Sobre a autora


15

Notas para Espelho

39

Notas para Ondµ

63

Notas para Sombrµ

89

A mar∂em entre a fantasia e a realidade

99 Escala 102

Um livro possível porque é um “livro”

104

O formato dos livros ilustrados

110

Pá∂inas vazias

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Espaço limitado, restrições da superfície plana

120

Narrativa, virando as pá∂inas

136

Tudo é fi∂ura: palavras e ima∂ens

143

Livro-ima∂em

159

Leitores de livros ilustrados

169

Os prazeres da criação de livros ilustrados

187

Crédito das ima∂ens

189

Sobre a autora


Notas para Espelho


Notas para Espelho


Um de meus livros, Alice no País das Maravilhas [Corraini, 2002], foi o ponto

Dentre todas as personagens maravilhosas que figuram no País das

de partida para a primeira ideia. Nele, Alice e o Coelho Branco correm

Maravilhas de Carroll, apresentei brevemente Tweedledum e Tweedledee.

sem parar, um atrás do outro, usando o conceito de “sonho dentro do

Gêmeos, eles são imagens espelhadas um do outro. Por isso, embora pare-

sonho”, inspirado pelo original de Lewis Carroll. A distinção entre Alice e

çam a mesma personagem, agem em sentidos opostos e consequentemente

o Coelho Branco se desvanece, o sonho constantemente se retrai; a atuação

brigam o dia inteiro.

de Alice e o Coelho Branco era uma ilusão no palco da lareira, e mais uma

No mundo simétrico no qual Alice perambulava, posicionei cada um dos

vez era mera ilusão nas páginas planas de um livro. Métodos autorrefe-

gêmeos em páginas separadas com a dobra central no meio, como se uma

renciais como “sonho dentro do sonho” e “espelho dentro do espelho”

fosse o reflexo da outra. Ocorreu-me que uma página poderia ser a superfí-

potencialmente contêm regressão circular e autorreflexividade. Muitas

cie reflexiva de um espelho.

ideias derivadas desta versão de Alice podem ser encontradas com frequência na trilogia.

16

Essa ideia foi concretizada simplesmente assim – Espelho foi concluído em uma única semana.

17


Um de meus livros, Alice no País das Maravilhas [Corraini, 2002], foi o ponto

Dentre todas as personagens maravilhosas que figuram no País das

de partida para a primeira ideia. Nele, Alice e o Coelho Branco correm

Maravilhas de Carroll, apresentei brevemente Tweedledum e Tweedledee.

sem parar, um atrás do outro, usando o conceito de “sonho dentro do

Gêmeos, eles são imagens espelhadas um do outro. Por isso, embora pare-

sonho”, inspirado pelo original de Lewis Carroll. A distinção entre Alice e

çam a mesma personagem, agem em sentidos opostos e consequentemente

o Coelho Branco se desvanece, o sonho constantemente se retrai; a atuação

brigam o dia inteiro.

de Alice e o Coelho Branco era uma ilusão no palco da lareira, e mais uma

No mundo simétrico no qual Alice perambulava, posicionei cada um dos

vez era mera ilusão nas páginas planas de um livro. Métodos autorrefe-

gêmeos em páginas separadas com a dobra central no meio, como se uma

renciais como “sonho dentro do sonho” e “espelho dentro do espelho”

fosse o reflexo da outra. Ocorreu-me que uma página poderia ser a superfí-

potencialmente contêm regressão circular e autorreflexividade. Muitas

cie reflexiva de um espelho.

ideias derivadas desta versão de Alice podem ser encontradas com frequência na trilogia.

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Essa ideia foi concretizada simplesmente assim – Espelho foi concluído em uma única semana.

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18

O espelho

19


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O espelho

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compartilha a mesma base da decalcomania.

20

.ainamoclaced ad esab amsem a ahlit rapmoc

12


compartilha a mesma base da decalcomania.

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.ainamoclaced ad esab amsem a ahlit rapmoc

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Certa vez um leitor mencionou que as imagens em Espelho

parecem o Teste das Manchas de Rorschach, o teste psicológico em que

se mostram às pessoas cartões com manchas simétricas de tinta

e a elas se pede que descrevam livremente o que veem e o que pensam.

Esses aspectos existem no livro Espelho.

Os leitores veem aquilo que desejam ver.


Certa vez um leitor mencionou que as imagens em Espelho

parecem o Teste das Manchas de Rorschach, o teste psicológico em que

se mostram às pessoas cartões com manchas simétricas de tinta

e a elas se pede que descrevam livremente o que veem e o que pensam.

Esses aspectos existem no livro Espelho.

Os leitores veem aquilo que desejam ver.


capa

folha de rosto

O espelho em si é um

Para dentro, dentro, dentro

tema amplo. Decidi usar

do espelho… eu o convido.

a imagem mais estática possível, já que o título por si só despertaria a curiosidade dos leitores.

guardas iniciais Não posso esquecer a equação que li em um livro quando era jovem: “amarelo + preto = veneno”. Apenas eu fico nervosa quando se junta amarelo com preto? A decalcomania é repetida incessantemente no livro. Dizem que quando algo é repetido várias vezes, vira um feitiço mágico.

página de créditos A menina está admirada por

isso seja um espelho. Cabe ao

descobrir seu reflexo do

leitor criar o espaço do

outro lado. Embora já esteja

mesmo. As margens do livro

sugerido no título, esse é o

e a dobra central encontram

momento em que o leitor

naturalmente seu lugar

pela primeira vez encontra

como moldura desse espelho.

“o espelho que reflete tendo a dobra da encadernação como centro”. Não há nenhuma insinuação de que

24

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capa

folha de rosto

O espelho em si é um

Para dentro, dentro, dentro

tema amplo. Decidi usar

do espelho… eu o convido.

a imagem mais estática possível, já que o título por si só despertaria a curiosidade dos leitores.

guardas iniciais Não posso esquecer a equação que li em um livro quando era jovem: “amarelo + preto = veneno”. Apenas eu fico nervosa quando se junta amarelo com preto? A decalcomania é repetida incessantemente no livro. Dizem que quando algo é repetido várias vezes, vira um feitiço mágico.

página de créditos A menina está admirada por

isso seja um espelho. Cabe ao

descobrir seu reflexo do

leitor criar o espaço do

outro lado. Embora já esteja

mesmo. As margens do livro

sugerido no título, esse é o

e a dobra central encontram

momento em que o leitor

naturalmente seu lugar

pela primeira vez encontra

como moldura desse espelho.

“o espelho que reflete tendo a dobra da encadernação como centro”. Não há nenhuma insinuação de que

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No começo, pode ser

… as duas se tornam

assustador e estranho.

amigas. Seus corações

Mas ao mesmo tempo,

se conectam e se

a curiosidade não deve

abrem como flores.

ser reprimida…

Eu queria mostrar as emoções da menina nas manchas da decalcomania.

E então, de repente…

As imagens da criança foram todas copiadas das imagens nas páginas opostas e digitalmente invertidas.

Entretanto, a decalcomania do centro foi feita na prática derramando tinta e imprimindo-a. Os resultados mudavam com o volume de tinta usado e às vezes saíam irregulares. Olhando bem de perto, percebe-se que a simetria não é perfeita.

26

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No começo, pode ser

… as duas se tornam

assustador e estranho.

amigas. Seus corações

Mas ao mesmo tempo,

se conectam e se

a curiosidade não deve

abrem como flores.

ser reprimida…

Eu queria mostrar as emoções da menina nas manchas da decalcomania.

E então, de repente…

As imagens da criança foram todas copiadas das imagens nas páginas opostas e digitalmente invertidas.

Entretanto, a decalcomania do centro foi feita na prática derramando tinta e imprimindo-a. Os resultados mudavam com o volume de tinta usado e às vezes saíam irregulares. Olhando bem de perto, percebe-se que a simetria não é perfeita.

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Aqui a alegria das duas crianças alcança o auge.

A assimetria é ainda mais evidente aqui. Ao contrário das imagens invertidas do computador, eu queria dar um toque natural e expressar como o mundo em que vivemos não é simetricamente perfeito.

O carvão possibilita simultaneamente dois traços: a linearidade das fortes e precisas linhas além do sentido dinâmico de volume, graças a efeitos esfumados a dedo. Eu diria que se trata de um material tanto linear quanto volumoso. 28

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Aqui a alegria das duas crianças alcança o auge.

A assimetria é ainda mais evidente aqui. Ao contrário das imagens invertidas do computador, eu queria dar um toque natural e expressar como o mundo em que vivemos não é simetricamente perfeito.

O carvão possibilita simultaneamente dois traços: a linearidade das fortes e precisas linhas além do sentido dinâmico de volume, graças a efeitos esfumados a dedo. Eu diria que se trata de um material tanto linear quanto volumoso. 28

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As crianças em geral

As duas meninas aparecem

fazem esse jogo com

novamente. Mas o que está

espelhos, refletindo

acontecendo? Ocorre uma

somente as metades

mudança substancial

laterais, o perfil. Entretanto, do ponto

depois que elas entram na margem e voltam.

de vista do leitor, é quando elas começam a perceber que estão mais estranhando que se divertindo.

E…

Quando descobri pela primeira vez que adicionar metade de meu rosto à sua versão invertida não me deixa nada parecida comigo e que mesmo meu corpo não era simétrico, foi um choque e tanto. A simetria é outro modo de dizer “mundo perfeito”: o mundo da criança não é mais simétrico.

Ela não só é assimétrica, mas algo totalmente diferente acontece.

30

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As crianças em geral

As duas meninas aparecem

fazem esse jogo com

novamente. Mas o que está

espelhos, refletindo

acontecendo? Ocorre uma

somente as metades

mudança substancial

laterais, o perfil. Entretanto, do ponto

depois que elas entram na margem e voltam.

de vista do leitor, é quando elas começam a perceber que estão mais estranhando que se divertindo.

E…

Quando descobri pela primeira vez que adicionar metade de meu rosto à sua versão invertida não me deixa nada parecida comigo e que mesmo meu corpo não era simétrico, foi um choque e tanto. A simetria é outro modo de dizer “mundo perfeito”: o mundo da criança não é mais simétrico.

Ela não só é assimétrica, mas algo totalmente diferente acontece.

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Assim, no subconsciente, eles acham que a personagem na página esquerda é a principal. Não é fácil lembrar que a criança à direita é a original e a da esquerda, o reflexo. A essa altura, realidade

Quase as mesmas poses,

e ilusão já podem ter trocado de lugar na mente do leitor.

porém diferentes – uma das crianças abre furtivamente os olhos.

Se você olhar com atenção perceberá que a mesma imagem surge um momento depois. Em lugar de subitamente se mover

No final, uma

de modo independente,

expulsa a outra.

ela ainda está no reino do espelho.

Ambas as meninas

Voltemos ao começo.

sentem que algo

Como as páginas do

está errado. Mas a da

livro são viradas da

esquerda não era o

direita para a esquerda,

Consequentemente,

reflexo? No entanto,

os leitores são atraídos

isso significa que

ironicamente, é

primeiro para a página

a página da direita

esquerda.

era o espelho.

o reflexo que agora toma a iniciativa.

Assim, em que momento a figura à direita se torna o reflexo? Conforme já mencionado, a mudança poderia ter ocorrido quando a primeira página foi virada ou quando as crianças desapareceram no centro do livro e voltaram. Realidade e ilusão são lançadas e rebatidas e a distinção se turva.

32

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Assim, no subconsciente, eles acham que a personagem na página esquerda é a principal. Não é fácil lembrar que a criança à direita é a original e a da esquerda, o reflexo. A essa altura, realidade

Quase as mesmas poses,

e ilusão já podem ter trocado de lugar na mente do leitor.

porém diferentes – uma das crianças abre furtivamente os olhos.

Se você olhar com atenção perceberá que a mesma imagem surge um momento depois. Em lugar de subitamente se mover

No final, uma

de modo independente,

expulsa a outra.

ela ainda está no reino do espelho.

Ambas as meninas

Voltemos ao começo.

sentem que algo

Como as páginas do

está errado. Mas a da

livro são viradas da

esquerda não era o

direita para a esquerda,

Consequentemente,

reflexo? No entanto,

os leitores são atraídos

isso significa que

ironicamente, é

primeiro para a página

a página da direita

esquerda.

era o espelho.

o reflexo que agora toma a iniciativa.

Assim, em que momento a figura à direita se torna o reflexo? Conforme já mencionado, a mudança poderia ter ocorrido quando a primeira página foi virada ou quando as crianças desapareceram no centro do livro e voltaram. Realidade e ilusão são lançadas e rebatidas e a distinção se turva.

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Ops, o espelho

A criança novamente

está caindo.

está só. No começo,

Embora a primeira e a última sejam a mesma

a criança estava sentada

criança, alguns acham que

à direita; agora ela É chamado espelho, mas

a segunda parece um pouco

está à esquerda.

mais triste. Um leitor disse que é como uma criança

claro que é uma página

solitária arqueada; outro

feita de papel. Eu queria

disse que a criança está

sugerir as margens nítidas

cochilando. Então, foi

do espelho, embora

apenas o sonho da menina?

mantendo a textura das margens fendidas do papel.

guardas finais

É papel, mas também é um espelho. Os pedaços do espelho partido pela discórdia entre realidade e ilusão; caíram eles na página seguinte?

A página do livro

A escuridão desaparece,

quarta capa

é um espaço em

a página oposta volta a

Esta imagem é inspirada na obra

cuja profundidade

ser papel: branco e liso.

pode acontecer e, ao mesmo tempo, é apenas um pedaço fino de papel.

34

La Reproduction interdite [A reprodução proibida, 1937], de René Magritte. O espelho no quadro trai nosso senso comum. Faz-nos duvidar do mundo que tão bem conhecemos.

35


Ops, o espelho

A criança novamente

está caindo.

está só. No começo,

Embora a primeira e a última sejam a mesma

a criança estava sentada

criança, alguns acham que

à direita; agora ela É chamado espelho, mas

a segunda parece um pouco

está à esquerda.

mais triste. Um leitor disse que é como uma criança

claro que é uma página

solitária arqueada; outro

feita de papel. Eu queria

disse que a criança está

sugerir as margens nítidas

cochilando. Então, foi

do espelho, embora

apenas o sonho da menina?

mantendo a textura das margens fendidas do papel.

guardas finais

É papel, mas também é um espelho. Os pedaços do espelho partido pela discórdia entre realidade e ilusão; caíram eles na página seguinte?

A página do livro

A escuridão desaparece,

quarta capa

é um espaço em

a página oposta volta a

Esta imagem é inspirada na obra

cuja profundidade

ser papel: branco e liso.

pode acontecer e, ao mesmo tempo, é apenas um pedaço fino de papel.

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La Reproduction interdite [A reprodução proibida, 1937], de René Magritte. O espelho no quadro trai nosso senso comum. Faz-nos duvidar do mundo que tão bem conhecemos.

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Espelho, por Lily Zenz, sete anos, EUA


Espelho, por Lily Zenz, sete anos, EUA


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