“TÁXI” DE ANTÓNIO TORRADO MANUAL DE IDENTIDADE PARA ANIMAÇÃO
INSTITUTO POLITÉCNICO DO CÁVADO E DO AVE ESCOLA SUPERIOR DE DESIGN MESTRADO DE ILUSTRAÇÃO E ANIMAÇÃO UNIDADE CURRICULAR Estudo e Desenvolvimento de Personagens DOCENTE Pedro Mota Teixeira DISCENTE Susana Miguel Nº 12469
CONTO
TÁXI
ANTÓNIO TORRADO Deram ao cachorrinho o nome de “Táxi”. Com tantos nomes disponíveis, logo foram escolher este! Mas ele não se importava. — Táxi! — chamavam. E ele vinha, a dar ao rabo, sempre contente. Mas eram os donos de má qualidade. Gostavam de brincar com o cachorrinho, pois gostavam, mas quando o viram crescer e transformar-se num grande cão disseram: — O Táxi só está a estorvar. Não podemos mantê-lo cá em casa. Abandonaram-no. Há gente assim, sem coração. O Táxi viu-se no meio de uma rua, com grande movimento, e desorientou-se. Cheirou o ar e não deu com o caminho de casa. Nem valia a pena. Supomos que o Táxi suspeitava que já o não queriam. Tinha de conformar-se. Ia ser um cão vadio, um cão de rua, um Táxi sem dono nem passageiro. — Táxi — chamaram, perto. Ele acorreu ao chamamento. — Sai daqui, cão — enxotou-o uma senhora, que ia a apanhar um táxi.
— Táxi — chamaram, mais adiante. O cão não se fez esperar, mas um senhor cheio de embrulhos, que ia a entrar num táxi, deu-lhe um pontapé. Ele não percebia. Chamavam-no e logo o rejeitavam. Gente esquisita. De desilusão em desilusão, foi ter a uma praça de táxis. Mero acaso. Um motorista, que estava à espera de freguês, partilhou com ele uma bucha com queijo. — Como te chamas? — perguntou-lhe o motorista por perguntar. Se ele pudesse responder… Fosse como fosse, talvez por afinidade, foi-se deixando ficar. Os motoristas acharam graça à alegre pressa com que ele se levantava dos quartos traseiros quando alguém pedia um táxi. — É cá dos nossos — diziam. E adoptaram-no. Continuava a ser um táxi livre, sem dono, mas protegido por uma quantidade de amigos. Afinal, o nome Táxi sempre lhe valera para alguma coisa.
BACKSTORY E REFERÊNCIAS VISUAIS
TAXISTA NOME: António Raminhos ALCUNHA: Sr. Bigodes IDADE: 45 anos ALTURA: 150 cm PESO: 80 kg CARATERÍSTICAS FÍSICAS: Homem baixo, gordo, cabelo curto, possuíndo barda e mosca, elementos característicos. Utiliza todos os dias o seu pasaco verde, pussuíndo uma chapa que traz gravada o nome “TÁXI”. CARATERÍSTICAS PSICOLÓGICAS: Homem reservado e solitário. VICIOS E HÁBITOS: Exerce a profissão de taxista sem dar grande importância aquilo que faz, porque nada lhe fazia sentido. DADOS BIOGRÁFICOS: Passado difícil de encarar. Filho único, cresceu com a mãe, que nunca lhe dera a atenção necessária de uma criança órfã de pai. Mãe sempre muito ausente e distante, sem nunca atender aos sonhos e conquistas do filho, fez com que este se torna-se um homem triste e revoltado consigo mesmo, que vivia na solidão onde até a sua própria sombra conseguia mostrar a forma triste como se vê e sente a sí próprio, recusando-se admitir e reconhecer aspetos positivos na sua vida. Na sua infância, nunca tinha sido bem encarado, sempre visto de lado e gozado por aquelas crianças inocentes que passavam por ele.
TÁXI (CÃO) NOME: Táxi IDADE: 6 anos TAMANHO: 60 cm PESO: 25 kg CARATERÍSTICAS FÍSICAS: Cabeça comprida com corpo grande e gordo. Orelhas pretas compridas, olhos escuros, pêlo castanho e rabo pequeno e preto. Um elemento que sempre o acompanha é a coleira verde, onde está inserido uma chapa de um osso que trás gravado o seu nome: ”TÁXI”, fazendo relação com o Taxista. CARATERÍSTICAS PSICOLÓGICAS: Brincalhão, atrevido e extrovertido. VÍCIOS E HÁBITOS: Grande vontade de brincar com as pessoas que estão à sua volta, encontrando sempre maneira para se entreter. Quando é rejeitado pelo próximo, sente uma grande nostálgia, tristeza e incompreensão. DADOS BIOGRÁFICOS: Um pequeno cachorrinho, pequeno e fofinho, que estava mais feliz como ninguém, junto da sua mãe e dos seus 6 irmãos que tinham acabados de nascer, dentro de uma caixa de capelão, numa rua sem saída e pouco frequentada. Um dia foram encontrados por uma senhora que teve pena e os acolheu e os trouxe para casa, mas ela não podia ficar com todos os cachorrinhos, e decidiu dar a pessoas que os quisessem adotar e que sabia que os iria tratar bem. Apesar de terem sido todos separados, seria o melhor para todos porque poderiam ter melhores condições, atenção e carinho dos humanos. Parecia que tudo iria correr bem, especialmente com o “Táxi”, que tinha ficado com um casal novo que demonstrou grande afeto logo quando o viram. Mas não foi isso que aconteceu…
TAXISTA E TÁXI
RELAÇÃO ENTRE AS PERSONAGENS Sempre com a sua rotina, António Ribeiro, depois de um dia de trabalho como taxista, ao sair do seu carro, apercebe-se de algo que tinha ficado no banco de trás. Era um pequeno caderno preto, um diário, que tinha sido deixado pela última pessoa tinha levado ao seu destino, uma menina de olhos azuis. No início não deu grande importância, mas a curiosidade surgiu-lhe e decidiu abri-lo. Era um simples diário que compilava um misto de afetos que a rapariga ia conquistando ao longo da vida. O Taxista, ao ler aquilo, ficou imensamente comovido com tudo, porque sempre esteve sozinho, e nunca tinha sentido algo assim, nem pela sua mãe, nem pelas simples crianças que brincavam no recreio. Um certo dia, enquanto o taxista estava encostado ao seu carro, em redor dos seus pensamentos, esperando que alguém precisa-se de boleia, apercebe-se de um cão sozinho debaixo de um banco
a descansar. Ao aproximar-se dele, quis dar-lhe uma festinha, mas para conseguir interagir com ele, decidiu dar-lhe um pouco de comida. No início o cão ladrou e afastou-se assustado, masdepois apercebeu-se que era um simples homem bondoso. O Taxista viu que o cão, aparentava um olhar triste, de alguém que tinha sido rejeitado e andava perdido sem rumo. António sentiu um aperto no coração, um recordar do seu passado, sentindo na pele o que o cão estava a passar. Não resistiu, e entre festinhas e carícias, aquele momento tornou-se especial, fazendo com que se completassem, algo que faltava no taxista e que o Táxi veio preencher aquele vazio, tornando os dias diferentes e mais felizes. E Táxi juntou-se áquela família de taxistas, fazendo sentido o nome que lhe estava destinado.
DESENVOLVIMENTO DE PERSONAGENS
TAXISTA
TÁXI (CÃO)
CASAL
TAXISTA
ROUGT STUDY
TAXISTA
ROUGT STUDY
TAXISTA
POSES E AÇÕES
TAXISTA
POSES E AÇÕES
TAXISTA WAKLCYCLE
TAXISTA
EXPRESSÕES FACIAIS
ESPANTO
TRISTEZA
RAIVA
NOSTALGIA
ALEGRIA
DESPREZO
NOJO
FELIZ CONTENTE
TAXISTA
TURN-AROUND
TÁXI
ROUGT STUDY
TÁXI
POSE E AÇÃO
ESPANTADO
BRINCALHÃO
TRISTE MELANCÓLICO
TRISTE ABANDONADO
TÁXI
POSE E AÇÃO
DIVERTIDO
PENSATIVO OBSERVADOR
ATREVIDO
PREGUIÇA
TÁXI
EXPRESSÕES FACIAIS
TRISTE
FELIZ
MEDO
ESPANTO
DESCONFIADO
DESESPERO
SURPRESA
ABANDONO
TÁXI
TURN-AROUND
TAXISTA E TÁXI ESCALAS
150 cm
60 cm
80 kg
25 kg
TAXISTA E TÁXI
RELAÇÃO ENTRE AS PERSONAGENS
TAXISTA E TÁXI
RELAÇÃO ENTRE AS PERSONAGENS
TAXISTA E TÁXI
RELAÇÃO ENTRE AS PERSONAGENS
TAXISTA E TÁXI
RELAÇÃO ENTRE AS PERSONAGENS
TAXISTA E TÁXI
RELAÇÃO ENTRE AS PERSONAGENS
TÁXI DE ANTÓNIO TORRADO
FOLHA-MODELO
CENÁRIOS
ESPAÇO INTERIOR DA CASA DO CASAL
TRANSIÇÃO DO ESPAÇO INTERIOR PARA O EXTERIOR
ESPAÇO EXTERIOR - CONFUSÃO DA CIDADE
ESPAÇO EXTERIOR
STORYBOARD E ESTUDOS DE COR
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