Fuga da Bailarina A
Texto de Cristiane Quintas Ilustraçþes de Susana Miguel
Título: A Fuga da Bailarina Autoria: Cristiane Quintas Título: A Fuga da Bailarina Autoria: Cristiane Quintas Ilustrações: Susana Miguel Ilustrações: Susana Miguel Paginação: Susana Miguel Paginação: Susana Miguel Editora: Dente de Leão de Leão Editora: Dente 1º Impressão: Junho 2015 1º Impressão: Junho 2015
Fuga da Bailarina A
Texto de Cristiane Quintas Ilustraçþes de Susana Miguel
Numa caixa bem florida Morava a menina NINA , Que dançava nas pontas dos pés E que era bailarina . Saía, de vez em quando, quando a caixa era Uma música tocava E ela bailava esperta.
aberta ,
Por entre colares e brincos, A bailarina morava Tinha um espelho bem no meio Em que ela sempre se olhava. J贸ias de ouro e de prata, Esmeraldas e rubi Guardadas e organizadas Em saquinhos de organdi.
A caixa era bem guardada Onde não se podia ver, Lá em cima do armário, Para assim não se perder. Nina passava seus dias Inteirinhos a esperar Que a caixa fosse aberta Pra ela poder .
bailar
Ficava no escuro Ensaiando seus passinhos , Mas sentia-se muito s贸 . Precisava de carinho . Tinha segredos antigos Que Nina sabia guardar.
Mas o tempo foi passando, E ela queria ver Como era o mundo lรก fora Pra livre ela viver . Decidida ela estava Que da caixa fugiria, Queria bailar para o mundo Voltar a ter alegria .
Lembrava-se da primeira vez Em que a caixinha fora aberta. Foi no décimo aniversário Da menina Felisberta , Que ficou paralisada Qual surpresa ela sentiu! Não parou de dar risada E junto da caixa dormiu.
Nina lembrava-se em silĂŞncio Dos tempos de outrora. Felisberta envelhecera, Era agora uma senhora.
Nina estava bem atenta, Foi quando a caixa se abriu, Numa noite friorenta A bailarina fugiu. Tratou de tirar o Ăman Grudado na sapatilha E acabou derrubando no chĂŁo Uma linda gargantilha.
Correu pelo mundo afora Saltitando , a bailar, Procurando companhia Pra que pudesse danรงar.
A pequena bailarina Andou por toda cidade , AtĂŠ o dia amanhecer E ser tudo claridade . Foi quando ela adormeceu, perto do relojoeiro, um senhor bem engenhoso, e que andava bem ligeiro.
Ele apanhou-a do ch達o, levou-a para dento da loja, para perto de outra bailarina que se chamava Carlota . Juntas, elas conversaram como foram suas vidas de bailar dentro de caixas .
Foi quando Carlota acabou com a curiosidade de Nina, Dizendo-lhe que naquele lugar havia outras bailarinas . O senhor relojoeiro de longe as vislumbrava , olhou-as naquele momento, viu que n達o eram sucatas.
Danรงavam com classe e amor . Resolveu juntar todas na mesa e as quebradas, que ele consertou, juntas, elas bailavam, ensaiavam noite e dia felizes, elas nem notaram a presenรงa da fada Maria .
Maria era velha conhecida do senhor relojoeiro, consertava com magia os relĂłgios estrangeiros. O nobre senhor a chamara pra presenciar tal encanto , Mas ela logo lhe dissera:
- Magia ainda virĂĄ. Esteja pronto!
Dormiram naquele noite ansiosas por outro dia: SaĂram com o relojoeiro e a linda fada Maria . Sem saber bem o lugar que seriam levadas, ďŹ caram com muito medo de voltarem para as suas caixas .
Mas o dia amanheceu E Nina, feliz da vida, companheiras encontrou, pra bailar e ser aplaudida. Dentro de um lindo teatro E o relojoeiro arrumou todas em cima do palco.
Uma música ao longe começou logo a tocar e elas recomeçaram a bailar. Neste momento uma luz as envolveu de repente e as bailarinas das caixinhas começaram a virar gente .
Dançaram suavemente todas juntas um balé e todas ali presentes aplaudiram de pé. Como num passe de mágica, quem estava passando ali em frente daquele lindo teatro resolveu entrar de repente.
A porta daquele teatro estava agora aberta e feliz foi a surpresa de Nina ao ver na platĂŠia, Felisberta.
Uma lรกgrima rolou dos olhos daquela senhora, lembrando-se da bailarina que um dia fora embora. Lembrava-se com muita saudade dos tempos de crianรงa de quando ganhara a caixa da bailarina que danรงa .
Saiu daquele teatro para a loja do relojoeiro, que tinha as mais belas caixinhas com bailarinas e espelhos . Compraria de presente Para dar a sua filha para guardar com carinho as lembranças de família.
Nina jamais se esqueceria daquele dia feliz em que pode bailar de verdade como ela sempre quis.
Os aplausos ainda soam como um balĂŠ de magia . Viva o senhor relojoeiro! e viva a fada Maria!