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A melhor informação da actualidade nacional, mundial e desportiva

Revista em-linha das comunidades portuguesas

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19 de Novembro de 2011 - Nº 4

Portugal voa em mísseis para o Euro


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Notícias

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Editorial

Optimismo… Natércia Rodrigues

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optimismo e a atitude positiva tornam a vida muito mais agradável e vibrante.

Quando assumimos tais atitudes de vida, passamos a

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aprender muito mais com cada experiência e a viver mais intensamente todas as oportunidades que o quotidiano nos apresenta. Em pouco tempo passamos a perceber que a vida

é maravilhosa. Tudo isto para vos dizer que

há já muito tempo a “grande” responsável deste semanal me falou do grande projecto pedindo a minha colaboração. Respondi-lhe que contasse comigo, pois gosto destas coisas e gosto de colaborar com todos, logo que me seja possível. Agradeço a confiança que em mim depositam. Da minha fraca colaboração até me nomearem directora desta revista vai um espadão muito grande e como Directora não sei como me vou desenrascar, pois a responsabilidade é muito maior. Asseguraram-me que não devia temer nada pois que depositavam confiança em mim! Muito lisonjeio para uma pequena pessoa como eu. Irei dar o meu melhor! Acredito que ao me levantar cada manhã, assumo uma atitude positiva e costumo observar o que de melhor existe à minha volta. Penso em quantos obstáculos encontramos na nossa vida! Alguns são resolvidos de imediato, outros exigem muito de nós. Há vezes que os enfrentamos e às vezes fugimos deles, contornando e procurando outro caminho. É verdade que este é um novo jornal on line, na esperança de poder ser publicado em papel para que todos possam ter acesso. Vamos dar-nos as mãos e trabalhar juntos!

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Português

Le journal hebdomadaire Portugais

ÉDITEUR Marie Moreira Directrice Natércia Rodrigues ADMINISTRATEUR Marie Moreira Rédacteur-en-chef Anthony Nunes Infographiste Mario Ribeiro Collaborateurs Jessica de Sá (E-U) Sofia Perpétua (E-U) Avelino Teixeira (Toronto) correspondants António Lobo Antunes Hélio Bernardo Lopes Joel Neto José Carlos de Vasconcelos Fotographe José Rodrigues

Hebdomadaire Publié tout les Samedis Fondé le 29-10-2011 Tél.: (514) 299-1593 E-mail: osemanal@videotron.ca Distribution gratuite. Tous droits réservés. Toute reproduction totale ou partielle est strictement interdite sans notre autorisation écrite. Les auteurs d’articles, photos et illustrations prennent la responsabilité de leurs écrits.

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Notícias

ACTUALIDADE

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escândalo

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Combate

à corrupção Julgamento Caso Face Oculta


Notícias

O Semanal Português Contactos | Devolver Carro

Paulo Costa disse que telefonou várias vezes a Godinho para devolver o carro. As conversas, no entanto, não foram gravadas pela Polícia Judiciária.

Contradanças | Ouvido

José António Chocolate Contranças deverá ser um dos arguidos ouvidos na quintafeira pelo colectivo de juízes. Está acusado de um crime de corrupção.

galp | código de ética

O antigo quadro da Galp (Paulo Costa) disse que considera não ter violado o código de ética da empresa e que os contactos que fez não interferiam com a sua actividade.

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economia

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Divórcio Em Maio 2009, quando se separou, Veronica denunciou as “virgem que se oferecem ao dragão”

Cascos A afectividade com o presidente françês não impediu que Sarkozy e Merkel o abanessem com uma risota após uma cimeira.

Putin O líder russo é amigo especial: Silvio tem casa em Moscovo e escutas revelam que pedia para esperarem na ‘cama Putin’ (oferecida pelo russo)

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sociedade

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Mundo

Estados unidos

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As 100 mulheres mais bonitas de 2011

Variedade

Camilla Belle Nacionalidade: Norte-americana Data de nascimento: 2 de Outubro de 1986 ProfissĂŁo: Atriz

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Opinião

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crónica

Mudar, não destruir

O relatório sobre a RTP pode ser útil: com ele fica claro o que em geral não se deve fazer - o contrário do que defende dever ser feito...

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José Carlos de Vasconcelos

As posições e opiniões conhecidas dos membros do “grupo de trabalho para a definição do conceito de serviço público de comunicação social” que de forma mais constante e militante se têm pronunciado sobre a matéria, já faziam prever o sentido geral das suas conclu-

Vejamos algumas linhas de força essenciais, na minha leitura, deste relatório: 1) Permanente preconceito, desconfiança, até hostilidade face ao serviço público (sp) na televisão e rádio, que quer reduzido ao mínimo imaginável - e porque tem de ser, dado que a Constituição o consagra. Tal se nota desde o início do preâmbulo, onde se escreve, temerária e erradamente, que “a sua associação aos ideais democráticos da Europa ocidental no pós-guerra

ajudar a diminuir os prejuízos...), e um internacional; b) acabar com um dos três canais da rádio, e dentro deles com a informação; c) acabar, já agora que estavam com a mão na massa, embora não se vislumbre a que propósito ela foi para aqui chamada, com a ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social). Dentro do que o espaço consente, vejamos: a) A proposta carnificina na RTP leva à sua destruição, impede-a em definitivo de prosse-

nipulação política é como defender que para evitar uma ferida na perna se deva... amputar a perna; c) Só também por distração, ignorância ou muita aversão à RTP/RDP e aos organismos reguladores, se podem dizer outras coisas e defender que não funcionando a autorregulação os conflitos se resolvam nos tribunais! Não poderia haver pior “solução”, antes mil vezes a ERC: o que está mal é os seus elementos serem eleitos pelo Parlamento, ou seja, escolhidos pelos partidos...

sões. Mas, afinal, o relatório agora apresentado ultrapassa tudo que se podia esperar. Para pior! Em Portugal, os integrantes de tais grupos são por via de regra escolhidos tendo em vista a maioria deles assegurar que as conclusões correspondem ao desejado por aqueles que os nomeiam. Neste caso, porém, foram mais longe. O tempo dirá se contra a vontade do ministro que os escolheu, se para servir os seus objetivos. Porque se em 2012 não será feito muito do que no relatório se propõe, por contrariar o “plano de sustentabilidade económica e financeira da RTP” entretanto já aprovado, falta saber o que acontecerá depois...

é abusiva e enganadora”. 2) Típica posição dos adoradores dos mercados, que neste momento comandam tudo com os resultados que sofremos na pele, segundo os quais, a “democracia”, ou seja, na sua ótica, o livre jogo da concorrência, assegura a independência ou pelo menos o pluralismo da comunicação social - o que é falso. 3) Em obediência a estes e outros pressupostos ideológicos, diabolização de tudo que é Estado e sua intervenção, no concreto propondo, além do mais: a) Acabar com seis dos oito canais da RTP, ficando apenas um generalista, para o País, com a informação reduzida ao mínimo (sem publicidade, para

guir o sp, em Portugal, no mundo lusófono e da diáspora. A questão não é encerrar canais, mas impor que eles cumpram a sua função específica, com conteúdos próprios que os diferenciem entre si e dos comerciais, sem lhes fazer uma inadmissível concorrência desleal - e, claro, gastando menos; b) A informação, de qualidade, em sentido amplo, é o primeiro fator de “formação”, e é a base estruturante de qualquer sp. Quando o grupo de trabalho quer terminar com ela ou reduzi-la ao mínimo mostra ou total incompetência ou que no fundo o seu intuito é liquidar o sp. Justificar tais cortes na informação com os perigos da ma-

Claro que também há coisas no documento com que estou de acordo. E claro que a RTP tem imensas coisas erradas, más, mesmo inadmissíveis, contra as quais há muito me bato, exatamente para ela cumprir o sp que a justifica (por exemplo, chega a ser escandalosa a programação da RTP Internacional e o descaso, que não é só seu, quanto às obrigações do sp face à língua e à cultura portuguesas). Há muito para mudar no serviço público e em particular na RTP. E o relatório deste grupo de trabalho pode ser útil: com ele fica claro o que em geral não se deve fazer - o contrário do que defende dever ser feito...


Opinião

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crónica

António Lobo Antunes

O vivo e puro amor de que sou feito “Nem sequer aprendi a tomar conta de mim. Desenho vogais e consoantes e demoro séculos a achar as letras certas. O que será morrer, morrer mesmo? O meu primo já sabe mas não me vai contar. Um dia aprenderei sozinho. Vi o meu pai, apenas perfil, na cama do hospital. Apenas perfil, garanto. O meu pai” O meu primo morreu com uma coragem exemplar. Fui à igreja numa tarde de muito calor e muito sol. Bebi uma água num cafezito e desci para a capela. Algumas árvores grandes. Outro defunto na capela ao lado. Eu não pensava em nada, nem sequer nele. Vazio apenas, como antes de começar um livro. Desce-se uma dúzia de degraus e encontram-se caixões, algumas flores, algumas pessoas sentadas, outras a fumarem à entrada. A mim tudo me pareceu esquisito. Caras conhecidas, caras desconhecidas. Até que ponto conheço as caras conhecidas? Desconversei um bocado, com a boca a falar sozinha porque eu em silêncio. Cada vez emito menos sons, se calhar aproximo-me do fim das pilhas: qualquer dia imobilizo-me a meio de um passo, a meio de um gesto, numa rua qualquer ou numa passadeira de peões, com os automóveis a buzinarem. Suponho que alguém há-de sair de um dos automóveis e colocar-me na berma do passeio. Então fico para ali, igual à mobília quebrada que a camioneta da Câmara levará à noite. Para onde? Sujeitos de luvas a entornarem-me no lixo. O meu primo dizia que gostava de mim. Passei anos a escrever no

atelier dele. Ia numa frase e ele a fazer-me festas no pescoço - É bom tê-lo aqui sem que eu entendesse o motivo dado que não tinha espaço para conversas e levava o tempo às voltas com os papéis. Invernos frios como o caneco, de manta nos joelhos. Punha-me um aquecedor perto, que tresandava a gás. E um candeeiro que, volta não volta, pifava. Em certas ocasiões, de tão cansado, adormecia sobre as páginas. Quase a dormir as palavras saíam melhor. O fogão, o candeeiro e um contentor a jeito, a fim de rasgar lá para dentro os parágrafos inúteis e as resenhas de jornal que me trazia quando a editora publicava um trabalho. Acontecia-me, aconteceme passar um olho vago numa ou noutra. Ainda não aprenderam a ler-me: tentam abrir a porta com a chave que trazem no bolso, pequenina, estreita. E surpreende-me que não vejam que basta empurrar a maçaneta com um dedo. O sorriso da mulher do meu primo, tão corajosa quanto ele. Nenhum vento. Regressar a casa esmagado pelo excesso de luz. A urna fechada, com um pano em cima. Uma folha para as assinaturas. Assinei na folha o nome de quem já não pode assinar sozinho, mas pode assinar com os meus dedos. Toquei no peito de um homem que mora junto ao atelier. Grande, de uma inocência de criança, cheio de bondade. Ao espalmar-lhe a palma na camisola espalmou a dele sobre a minha. Não apenas cheio de bondade: puro de coração. Disse que toquei no peito de um homem que mora perto do atelier. Tão homem

que não tem medo de ser mulher. Eu cá me entendo. E, depois, vim para casa fazer isto. Na mesa do costume, na qual aguardo o próximo livro. Começo dia 28 de novembro. Uma data completamente arbitrária a fim de obrigar-me a começar. Espreito à roda, tudo o que há neste apartamento foi o meu primo que escolheu: não tenho tempo, nem paciência, nem gosto, não faço a menor ideia de como se ocupam espaços. Não faço a menor ideia de quase nada, sou burro. Não estou a brincar, é a sério. Nem sequer aprendi a tomar conta de mim. Desenho vogais e consoantes e demoro séculos a achar as letras certas. O que será morrer, morrer mesmo? O meu primo já sabe mas não me vai contar. Um dia aprenderei sozinho. Vi o meu pai, apenas perfil, na cama do hospital. Apenas perfil, garanto. O meu pai. E a minha cabeça, de repente, cheia. Sentimentos, imagens, perguntas que diluíam os sentimentos e as imagens, um turbilhão de perguntas. No quarto da clínica um dos meus irmãos começou a chorar.

capela mortuária, as árvores, o cafezito onde bebi uma água. O dono reconheceu-me

Tão esquisito tudo, tão estranho. E mais perguntas, mais perguntas sempre. O que seria de mim se não escrevesse, povoado pelos meus cães negros? Agora, e até começar o livro, não cessam de rondar-me: sinto-lhes a respiração, o cheiro, a baba. Sinto-os roçarem-me. Vejolhes as órbitas amarelas, os dentes. Os corpos grandes, grossos. Trotam-me em torno, avançam, recuam, não me mordem ainda. Estiveram na minha cama de hospital, estão aqui agora. Tensos, à espera. Sei perfeitamente o que querem. Uma caixa com o meu primo, na

E o vivo e puro amor de que sou feito

- O senhor é o Tal e Tal? e o Tal e Tal com o perfil do pai na ideia, a lembrança dele a subir as escadas duas a duas. Depois fui para Inglaterra encontrar-me com George Steiner. Tem o piano que pertenceu a Darwin e uma data de tabuleiros de xadrez. - É uma honra muito grande recebê-lo insistia ele, enquanto os meus cães negros farejavam os cantos. Falámos sobre a culpa, sobre a importância da capacidade de perdoar. - O que você escreve está cheio de perdão, como em Tchecov mas não lhe respondi que não me perdoo a mim, enquanto na minha memória ecoava um verso de Camões

e toda a glosa a Aristóteles no final do soneto, acerca da matéria e da forma. Que forma tem o meu primo hoje, que nunca, penso eu, andou a cirandar em Aristóteles? A quarenta metros do cafezito morou um amigo do Tal e Tal e eu com saudades dele. Claro que me recordava das árvores mas pareciam-me mais pequenas nessa época. Poisa nem que seja um dedo no meu ombro, pá, tem paciência. Estou tão necessitado de um dedo no ombro.

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Saúde

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Cancro da pele


Saúde

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Cancro da pele

O cancro da pele é o tipo de cancro mais frequente nos indivíduos de raça branca (caucasiana). A exposição excessiva ao sol é considerada a causa mais frequente de cancro da pele (cerca de 90 por cento dos casos). Quais são os tipos de cancro da pele mais frequentes? Basalioma ou carcinoma baso-celular; Carcinoma espinocelular ou pavimento-celular; Melanoma maligno. O que é o basalioma ou carcinoma baso-celular? É o tipo de cancro cutâneo mais vulgar. Atinge sobretudo as pessoas de pele clara que se expõem regularmente ao sol: trabalhadores rurais, pescadores, trabalhadores da construção civil, etc. Surge habitualmente depois dos 40 anos e localiza-se preferencialmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol: face, pescoço e dorso. Pode manifestar-se sob a forma de um nódulo rosado e brilhante, de crescimento lento ou de uma ferida superficial, que surge sem causa aparente e que não revela tendência para a cura espontânea. O tratamento, nas fases iniciais, é muito simples e resulta quase sempre na cura do tumor. Todavia, se for deixado evoluir sem tratamento, pode tornar-se muito agressivo, invadindo os tecidos circundantes, e provocar grandes defeitos e mutilações, sobretudo em certas áreas anatómicas (nariz, pavilhões auriculares, pálpebras, etc.). Mesmo nestas fases é muitas vezes possível curar o tumor recorrendo à cirurgia e à radioterapia. Só que o doente pode ficar desfigurado para o resto da vida. O que é o carcinoma espinocelular? É o segundo tipo de cancro da pele mais frequente. Atinge igualmente os grupos profissionais que estão permanentemente expostos ao sol, mas de grupos etários mais avançados que no caso do basalioma. Surge nas áreas do corpo mais expostas (face, pescoço, dorso das mãos e pernas) e quase sempre sobre lesões precursoras (pré-cancerosas). Na maior parte dos casos surge sobre as chamadas queratoses solares ou actínicas, mas também pode originar-se a partir de cicatrizes, pós-queimadura, úlceras e fístulas crónicas ou em pessoas que estiveram muito tempo em contacto com agentes carcinogénicos (tabaco, raios X, arsénico, alcatrão e derivados). O carcinoma espinocelular é um tumor mais agressivo e de crescimento mais rápido que o basalioma. Manifesta-se habitualmente sob a forma de um nódulo, de crescimento rápido, com tendência para ulcerar e sangrar facilmente. Além de ser localmente invasivo pode, abandonado à sua evolução natural, dar origem a metástases à distância, que podem invadir órgãos vitais e provocar a morte. Todavia, quando diagnosticado e tratado a tempo tem elevadas probabilidades de cura. O que é o melanoma? É o cancro da pele mais perigoso e um dos tumores malignos mais agressivos da espécie humana. Origina-se a partir dos melanócitos da epiderme, células responsáveis pelo fabrico do pigmento natural (melanina) que dá a cor bronzeada à pele. Atinge grupos etários mais jovens que o basalioma e o carcinoma espinocelular. Ao contrário do basalioma ou do carcinoma espinocelular, que estão relacionados com a exposição crónica ao sol, o melanoma maligno parece estar mais associado à exposição solar intermitente, aguda e intempestiva, muitas vezes acompanhada de queimaduras solares (“escaldões”), especialmente quando ocorridos em idades jovens. O melanoma maligno pode surgir sobre pele aparentemente sã, em qualquer parte do corpo ou sobre sinais preexistentes. O aspecto inicial do melanoma é variado, mas caracteriza-se, habitualmente, pelo aparecimento de um pequeno nódulo ou mancha, de cor negra de alcatrão, sobre pele aparentemente sã ou sobre um sinal já existente. O tratamento é quase sempre cirúrgico e, quando efectuado nas fases iniciais, em que o tumor ainda é muito fino (espessura inferior a meio milímetro), atinge elevadas taxas de cura. Todavia, quando o tumor já é muito espesso (espessura superior a quatro milímetros), as probabilida-

des de cura ficam drasticamente reduzidas, existindo o risco eminente de metastização à distância. O diagnóstico precoce é, pois, fundamental. Quais são os sinais de alarme em relação ao melanoma? Surgimento recente de um sinal de cor negra em pele aparentemente sã; Modificação de um sinal já existente; Alteração do tamanho (crescimento recente); Alteração da forma (contorno irregular); Alteração da cor (negra, castanha, rosada); Aparecimento de prurido (comichão); Aparecimento de inflamação (vermelhidão); Aparecimento de ulceração (ferida); Aparecimento de hemorragia (sangra facilmente).

A que sinais se deve dar atenção? A maioria esmagadora dos sinais da pele (nevos), quer de nascença quer adquiridos, é completamente inofensiva. Porém, existem alguns, com aspecto particular (nevos atípicos) que podem indicar um maior risco de vir a ter um melanoma. Características dos nevos: Nevos atípicos: assimétricos, bordo irregular, cor não uniforme, diâmetro superior a seis milímetros; Nevos vulgares: simétricos, bordo regular, cor castanha uniforme, diâmetro inferior a seis milímetros. As pessoas com muitos sinais são aconselhadas a fazer o auto-exame da pele cerca de uma vez por mês. Em caso de dúvida, deve consultar um dermatologista. Quais são os factores de risco? Pele clara e sardenta; Cabelo ruivo ou loiro; Olhos azuis ou esverdeados; Queimadura solar fácil, bronzeamento difícil; Antecedentes de queimadura solar; Exposição irregular e intermitente ao sol; Muitos sinais espalhados pelo corpo; Antecedentes de melanoma em familiares.

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Gastronomia

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receitas

Creme de Chocolate

Ingredientes: 1lt de leite 4 colheres (sopa) de maizena 4 colheres (sopa) de açúcar (usei amarelo) 6 colheres (sopa) de chocolate em pó 1 lata de leite condensado 1 pacote de natas

Preparação: Numa panela, coloque o leite e a maizena previamente dissolvida. Junte o açúcar, o chocolate em pó e o leite condensado. Leve a lume brando e deixe cozinhar sem parar de mexer, até se soltar do fundo da panela. Transfira para um recipiente e deixe amornar. Quando estiver morno, misture as natas e bata na batedeira até ficar cremoso. Distribua entre taças individuais e coloque-as no frigorífico. Sirva bem frias. Na hora de servir, decore a gosto.

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Gastronomia

receitas

Miminhos Molotoff

Ingredientes: 5 claras 1 colher (sopa) de açúcar Caramelo q.b.

Preparação: Bata as claras em castelo com o açúcar. De seguida, envolva-as com duas colheres (sopa) de caramelo. Barre forminhas de silicone com caramelo (cerca de 12), deite o preparado de claras nas mesmas e leve a cozer no forno em banho-maria, a 180°C, por 5 minutos. Desenforme e delicie-se. Observações: Fantabulásticos!!! Come-se 1 e não se consegue parar. Um doce convencional, apresentado de uma forma versátil e original.

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Cultura

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lENDAS DE

pORTUGAL

Lenda da moura Cassina

Esta lenda passa-se em 1149, na véspera da reconquista de Loulé aos Mouros pelo Mestre D. Paio Peres Correia Loulé estava sob domínio dos mouros e seu governador tinha três belas filhas Zara, Lídia e Cassima que era a mais nova. Quando D. Peres se encontrava no exterior da muralhas da cidade pronto para conquistar a cidade, o governador levou as suas filhas até uma fonte onde as encantou, com o objectivo de as preservar de um possível do cativeiro. Contudo o governador nessa noite conseguiu fugir para Tânger deixando as suas filhas para trás. Mas este não conseguia viver feliz ao pensar na pouca sorte das suas pobres filhas. Até que num certo dia apareceu em Tânger um “carregamento” de escravos vindos de Portugal onde se encontrava um homem de Loulé, que o governador não hesitou em comprar. Já no palacete o mouro perguntou ao Carpinteiro se ele não gostaria de voltar para perto da sua família, este sem perder um segundo disse que sim. Logo o mouro pegou num alguidar cheio de água dizendo ao louletano para ele se colocar de costas para o alguidar e saltar para o outro lado, prevenindo-o que se caísse dentro da água iria-se afogar no oceano, dando-lhe 3 pães (pães esses que continham a chave para o desencantamento das mouras) diz-lhe o que fazer com eles a fim de libertar as suas lindas filhas do encantamento a que foram sujeitas. O carpinteiro salta e como num passe de mágica chega a sua casa abraçando a sua mulher, logo de seguida ele vai até um canto da casa e esconde os 3 pães dentro de um baú. Passado algum tempo mulher descobre os pães e fica desconfiada por ele estarem escondidos, então ela pega numa faca afim de ver se há alguma coisa dentro deles, espetando a faca num de imediato ela ouve um grito e as suas mãos enchem-se de sangue vindo do interior do pão. Na véspera de S. João (dia para o encantamento ser quebrado) o carpinteiro estava indiferente à animação pois só pensava em cumprir a promessa por ele feita ao ex-governador, logo que pode pegou nos pães e foi até fonte. Chegando a altura certa este atira o 1º pão para a fonte e grita por Zara, a mais velha das irmãs e uma figura feminina sobe no espaço e desaparece diante dos seus olhos. Logo de seguida atira o 2º e grita por Lídia volta a aparece-lhe outra bela rapariga que desaparece no ar diante dele. Por fim atira o 3º e grita pela filha mais nova do ex-governador, nada acontece, ele volta a grita por Cassima e uma jovem moura aparece-lhe agarrada ao gargalo da fonte, que lhe diz que não pode sair dali devido a curiosidade da sua esposa. Ele pede-lhe desculpa em nome da sua pobre mulher, esta diz que a perdôa e que tem uma coisa para a mulher deste pois jamais poderá sair daquela fonte e atira um cinto bordado a ouro para as mãos do carpinteiro, enquanto desaparece no interior da fonte... No caminho o Carpinteiro para ver melhor a beleza do cinto coloca-o em redor de um troco de um grande carvalho, mas de imediato a arvore cai por terra, cortada cerce pelo cinto fantástico. Benzendo-se e rezando o carpinteiro compreende tudo: Cassima deralhe o cinto apenas para se vingar! Sua mulher ficaria cortada ao meio, como o carvalho gigantesco!...

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Este correu para casa abraçou a mulher e nessa noite não consegui pregar olho com medo que a moura ali aparece-se, mas isso nunca aconteceu. Tal como a moura Cassima lhe dissera não mais poderia sair da fonte. Apenas por vezes, segundo se diz - principalmente nas vésperas de S. João - ela consegue agarrar-se ao gargalo da fonte, e mostrar sua beleza, e chorar a sua dor aos que se aventuram por até lá....

Lenda dos Corvos de S. Vicente

Em tempos muito antigos, quando o rei Rodrigo perdeu a batalha de Guadalete e os Mouros ocuparam a Península Ibérica e ordenaram que todas as igrejas fossem convertidas em mesquitas muçulmanas, os cristãos de Valência, entre eles um deão (decano), quiseram pôr a salvo o corpo do mártir S. Vicente que estava guardado numa igreja. Com intenção de chegarem às Astúrias por barco, fizeram-se ao mar levando consigo o corpo do santo. Cruzaram o Mediterrâneo sem perigo, mas quando chegaram ao Atlântico o mar estava mais turbulento e foram forçados a aproximar-se da costa. Perguntaram então ao mestre da embarcação qual era aquela terra tão bela e aquele cabo que avistavam. O mestre respondeu-lhes que a terra se chamava Algarve e que o cabo se chamava promontório Sacro. Foi então que os cristãos de Valência consideraram a hipótese de desembarcar, construir um templo em memória de S. Vicente e dar o nome do santo ao cabo mais ocidental, junto ao promontório de Sagres. Mas enquanto estavam nestas considerações, o barco encalhou, o que os forçou a passar ali a noite. Na manhã seguinte, quando se preparavam para retomar viagem, avistaram um navio pirata. O mestre da embarcação propôs-lhes afastar-se com o navio para evitar a abordagem dos corsários, enquanto os cristãos se escondiam na praia com a sua relíquia. Depois viria buscá-los. Mas o barco nunca mais voltou e os cristãos ficaram naquele lugar, construíram o templo em memória de S. Vicente e formaram uma pequena aldeia à sua volta, isolados naquele lugar ermo. Entretanto D. Afonso Henriques entrou em guerra com os mouros do Algarve e estes vingaram-se dos cristãos de S. Vicente, arrasando-lhes a aldeia e levando-os cativos. Passados cinquenta anos um cavaleiro veio avisar D. Afonso Henriques que existiam cativos cristãos entre os prisioneiros feitos numa batalha contra os Mouros. Chamados à presença do rei, o deão, já muito velho, contou-lhe a sua história e confidenciou-lhe que tinham enterrado o corpo de S. Vicente num local secreto. Pedia ao rei que resgatasse o corpo do mártir para um local seguro. D. Afonso Henriques aproveitou um período de tréguas na sua luta contra os Mouros e zarpou num barco com o deão a caminho de S. Vicente. Mas o deão morreu durante a viagem e sem saber o local exacto onde estava enterrado o santo, D. Afonso Henriques aproximou-se do cabo e das ruínas do antigo templo. Foi então que avistou um bando de corvos que sobrevoavam um certo lugar onde os seus homens escavaram e encontraram o sepulcro de S. Vicente, escondido na rocha. Trouxeram o corpo de S. Vicente de barco para Lisboa e durante toda a viagem foram acompanhados por dois corvos, cuja imagem ainda hoje figura nas armas de Lisboa em testemunho desta história extraordinária.


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Cultura

história DE

pORTUGAL A Reconquista Cristã

Os nobres visigodos que não tinham aceitado o pacto com o muçulmano Tarique fundaram o Reino das Astúrias (século VIII), elegendo o visigodo Pelágio como rei. Foi a partir da região das Astúrias que, em 739, o rei Afonso I iniciou o desmantelamento de cidades na região do Douro, deixando-as despovoadas. Tal marcou o princípio de um avanço inexorável para o sul e a origem do longo processo que recebeu o nome de Reconquista Cristã. Em contraste com o centralizado califado de Córdova, cujas possessões ocupavam a maior parte da Península, os estados do norte estavam fragmentados em vários pequenos reinos independentes entre si, alguns dos quais manteriam a sua autonomia até poucos anos antes da queda do último rei muçulmano peninsular. Os novos soberanos desses pequenos reinos pertenciam, na sua maioria, à antiga nobreza árabe. A desintegração do califado cordovês (1031) acelerou o avanço das tropas cristãs, para as quais era muito mais fácil derrotar as pequenas taifas do que o forte aparato militar do califado. Estas lutas frequentes, de avanços e recuos das duas forças (cristã e muçulmana), não fazem parte de uma guerra organizada para a reconquista de territórios, tratando-se, antes, de sucessivas operações de pilhagem. Só com o rei Fernando, o Magno (1037-1065) estas investidas descoordenadas se transformaram em campanhas orientadas especificamente para a conquista e dominação de territórios, deslocando-se a fronteira cristã contínua e definitivamente para o sul da península. Estas campanhas gozavam do apoio dos nobres, que, paralelamente ao rei, organizavam investidas particulares em busca de terras para ocuparem.

A conquista de Toledo, uma das grandes cidades muçulmanas da Península, por Afonso VI da Castela, em 1085, alarmou os chefes hispano-árabes, que pediram auxílio aos guerreiros almorávidas do norte de África. Estes cruzaram a península em 1086 e derrotaram o rei castelhano na batalha de Zalaca (a norte de Badajoz), com o que se estabilizou temporariamente a situação. A partir deste momento, repetia-se o ciclo. O avanço cristão intensificava-se face à desagregação muçulmana e, desta vez, eram os almorávidas que, alarmados com a conquista de Cuenca (1185), chamavam os almóadas. Estes, na batalha de Alarcos (1195), evitaram a progressão dos cristãos, não evitando, contudo, a formação de novas taifas, que significariam o avanço definitivo da reconquista cristã. O avanço dos cristãos era irreversível; no ocidente, Afonso Henriques conseguia transformar o seu condado (Condado Portucalense) em reino independente (Portugal). Em 1212, a grande vitória cristã de Navas de Tolosa (coligação dos reis de Portugal, Castela, Navarra e Aragão) e a conquista do vale do Guadalquivir marcaram o início da última fase de expansão dos reinos cristãos peninsulares. No Garb-Al-Andaluz, durante a primeira metade do século XIII, os cavaleiros da Ordem de Santiago, comandados por D. Paio Peres Correia, juntamente com os exércitos de Portugal, Leão e Castela, conquistaram todas as cidades e castelos. Tudo culminou em 1492 com a conquista de Granada, último reduto muçulmano na Península. Boabdil, último rei de Granada, entregou as chaves da cidade aos Reis Católicos (Isabel de Castela e Fernando de Aragão), marcando assim o fim do domínio muçulmano na Península.

A Idade do Cobre Quando os povos peninsulares construíram os monumentos megalíticos (antas e menires), já no Próximo Oriente existiam cidades. Essas primeiras civilizações urbanas começaram a percorrer o Mediterrâneo na procura de minérios, nos quais a Península Ibérica era bastante rica (abundavam o cobre e o estanho). É a partir deste período que se inicia, na Península Ibérica, primeiro a metalurgia do cobre e, depois, a do bronze, como consequência da influência dos povos do Mediterrâneo Oriental. Não há qualquer fronteira entre a época megalítica e o período calcolítico, caracterizado pela utilização do cobre, embora com predomínio ainda dos instrumentos de pedra ou sílex. Relacionada com estas influências e com a metalurgia do cobre está a cultura de Millares (Almeria, em Espanha) a partir do ano 2.000 a.C., que faz supor a construção das primeiras cidades. Esta cultura foi substituída pela de Argar, que surgiu entre 1700 e 1300 a.C., e que já conhece a divisão do trabalho, o aperfeiçoamento da agricultura e a manufactura do cobre e da prata. Nos povoados construídos nos cimos dos montes por colonizadores, provavelmente oriundos do mar Egeu, estão representados dois períodos da Idade do Cobre: o primeiro, de influência oriental, e o último, caracterizado pelo vaso campaniforme. No final deste período (calcolítico), surge, nos vales do Tejo e do Guadalquivir, a cultura do vaso campaniforme, encontrada com grande profusão em grutas, nos tholoi e nas povoações fortificadas. A cerâmica deste período aparece sempre acompanhada por lâminas e setas de sílex, adornos de osso, punhais de cobre e jóias de ouro. Estes vasos, de tonalidades diferentes de negro, vermelho, castanho e ocre, apresentam grande equilíbrio de linhas, de proporção e decoração geométrica. A ocupação muçulmana No quadro da guerra santa, proclamada por Maomé para a expansão e difusão do islamismo, em 711 o berbere Tarique desembarcou em Gibraltar à frente de 7.000 berberes, que obtiveram uma rotunda vitória sobre as tropas visigodas na batalha de Guadalete, também chamada da lagoa de Janda. Esta vitória foi fruto, não só da eficácia dos muçulmanos, como também da falta de uma oposição devidamente estruturada, e deu início a uma espectacular expansão pela Península. Três anos depois, em 714, a Hispânia encontrava-se controlada na sua quase totalidade e os muçulmanos converteram o Al-Andaluz (como eles denominavam a Península) numa nova província do império árabe. Podemos distinguir nesta ocupação uma situação dupla: a conquista fácil das regiões do Sul, cujas principais cidades (Beja, Mértola e Ossónoba) terão sido conquistadas por volta do ano 713, e o reconhecimento da existência de cidades (no Norte e entre Douro e Tejo) que capitularam, mantendo o seu estatuto autonómico. Este estatuto permitiu às populações conservarem os seus bens e o livre exercício do culto, mediante o pagamento de um tributo. Estas circunstâncias ajudam a perceber que, em muitos casos, a facilidade e rapidez da ocupação se ficaram a dever a uma certa conivência das populações locais com os invasores. A Localização da Península Ibérica A Península Ibérica ocupa o extremo sudoeste da Europa, entre os paralelos 36 e 44 de latitude norte e os meridianos 4 de longitude este e 10 de longitude oeste. É limitada a nordeste pela cadeia montanhosa dos Pirenéus, a noroeste, a oeste e a sul pelo oceano Atlântico, e a sudeste pelo mar Mediterrâneo. A Península Ibérica, com a forma aproximada de um rectângulo, tem uma área de 581.000 km², apresentando 4.118 km de costa, banhados a norte e a oeste pelo oceano Atlântico e a sul pelo mar Mediterrâneo (Portugal ocupará na Península Ibérica um espaço, também rectangular, com cerca de 560 Km de comprimento por 112 Km / 218 Km de largura, o que equivale a cerca de um quinto da península). Esta localização geográfica da Península Ibérica vai influenciar a fisionomia dos países que nela se formarão, não só pelas condições naturais daí resultantes, mas também pelo traço que imporá à história dos povos que nela se virão a desenvolver. Esta localização privilegiada vai permitir, ao longo dos tempos, relações e contactos com povos diversos.

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Destino: MĂŠxico

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O turismo no México é uma atividade econômica importante para o país, classificado no oitavo lugar ao nível mundial em termos de chegadas de turistas internacionais, com 21,4 milhões de visitantes em 2006, e rankea no primeiro lugar dentro da América Latina. As receitas advindas do turismo internacional alcançaram USD 12,17 bilhões em 2006, e o México abarcou 15,7% do fluxo turístico internacional no continente americano, superado só pelos Estados Unidos. Em 2005, o turismo contribuiu com 5,7% das receitas nacionais advindas da exportação de bens e serviços, responsável pela criação de 14,2% dos empregos diretos e indiretos na economia mexicana. As principais atrações turísticas do México são as ruínas arqueológicas da cultura Mesoaméricana, as cidades coloniais e os complexos turísticos de praia. O clima temperado do país, junto com sua herença histórica cultural; a fusão da cultura europea (particu-

larmente a espanola) com a cultura Mesoaméricana; fazem do México um dos principais destino turístico ao nível mundial. Quase 90% dos turistas estrangeiros que visitam o país são

e naturais, classificandose em 2008 no 25º lugar

com a cidade se expandindo para todas as direções. Antigamente, dali se podiam ver as montanhas que cercam a cidade, que fica a 2.240 metros de altitude. Num dia claro, ainda é possível, mas, na maior parte do ano, o horizonte desaparece na poeira de uma das primeiras megacidades do mundo, com todos os problemas sociais implicados. Tão antiga (construída sobre ruínas astecas) quanto futurista, vista de longe a Cidade do México pode parecer ameaçadora, cruel, esmagadora.

portante nas Américas –, o DF também é uma cidade calcada na religião, o que fica aparente em verdadeiros espetáculos coloridos, como o mercado de curandeiros Sonora ou a Paixão de Cristo encenada em Iztapalapa, um dos bairros mais populosos da cidade. No Centro, é difícil ter noção da população de quase 20 milhões de pessoas da região metropolitana, pois há muito espaço livre nele. Até recentemente, o Centro era cheio de vendedores ambulantes; mas a Prefeitura conseguiu tornar as

mundial tanto no critério de recursos naturais como no aspecto de cultura. O relatório do TTCI também aponta que as principais dificiências do setor turístico mexicano estão na infra-estrutura informática e de telecomunicações (64º lugar), na infra-estrutura do transporte terrestre (82º lugar), e na segurança pública (122º lugar). Cidade do México Mais cedo ou mais tarde, todo visitante da Cidade do México acaba indo ao Zócalo, onde é reduzido pelas dimensões da praça e

Uma vez dentro dela, você verá que não é bem assim: mergulhe de cabeça e comece a andar. Em uma cantina antiquada ou em um evento artístico de ponta; matando o tempo em um parque ou em lagos artificiais; admirando preciosidades arqueológicas ou perdido na agitação noturna... Você encontrará o DF (Distrito Federal), como a cidade é chamada por aqui, que tem a sua cara. Laica e progressista no papel – a união civil e o aborto são legalizados, além de ser um centro cultural im-

ruas muito mais tranquilas, e hoje elas nem se comparam com o que eram há alguns anos. O melhor lugar para sentir a pulsação desta metrópole é no mercado Lagunilla, que funciona aos domingos no bairro periférico de Tepito. Compre um pacote de frutas fatiadas numa barraca de rua, aceitando que joguem chile e sal nelas; depois, saia andando pela feira, que tem praticamente só produtos piratas e contrabandeados: cópias de livros, artigos de grife falsificados, blockbusters e até filmes de arte

provenientes dos Estados

e nos aspectos culturais

Unidos, principalmente dos estados vizinhos de Texas (29,4%) e Califórnia (14,0%). Os seguintes mercados de importância são visitantes do Canadá e da Europa. Um número menor dos turistas é proveniente dos países de América Latina. Na classificação do Índice de Competitividade em Viagens e Turismo (TTCI pelas siglas em inglês) de 2008, que mensura os fatores preponderantes à consolidação de negócios no setor turístico de cada país, o México alcançou o 57º lugar mundial, sendo o quinto colocado entre países da

América Latina e o nono no continente americano. As ventagens competitivas do México para desenvolver empreendimentos turísticos consolidaram-se na área de recursos humanos,

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pirateados. Famosa, criticada e eternamente mal compreendida, esta não é a cidade mais bonita do mundo; mas as aparências enganam, e a Cidade do México se torna muito mais interessante uma vez que você a explora e conhece sua gente. A maior parte dos turistas que vêm ao México mal pisam na Capital. Se você o fizer, provavelmente ficará maravilhado com seu charme e, com certeza, vai querer voltar mais vezes. Cancún Cancun é uma cidade cosmopolita. Sua recente

do Caribe, ao norte com o município de Isla Mujeres, ao oeste com o município de Lázaro Cárdenas, e ao sul com o município de Solidaridad. A extensão do município Benito Juárez é de 1664 km² e conta com 22 km de costa. Cancun se encontra localiza ao noroeste da Península de Yucatán, e pela costa se pode observar claramente Isla Mujeres, posicionada ao leste, a 7 km de distância na chamada Bahía de Mujeres, zona que cruzam diversos barcos e lanchas que transportam todo o dia os moradores da ilha até a

onde se concentra a maior parte das praias e atividades turísticas por que é reconhecido por este destino. Isla Cancún, é uma

altura. Maio de 2008. Zona urbana: A segunda é o centro da cidade, a zona urbana onde habita o grosso da população cancunense

terra na forma de “7”, com uma extensão de 23km. A

e se encontra dividido em colonias, fracionamentos, superquadras ou regiões, zonas regulares perfeitamente delimitadas por ruas e avenidas pavimentadas, que contam com os serviços básicos de eletricidade, água potável, serviço telefônico e drenagem. Aqui se localizam a maior parte das instituições políticas, educativas, culturais e de serviços da cidade. Puerto Juárez: A terceira zona, chamada anteriormente Tamtamchen, encontramos duas docas

o superbloco 86, que abriga a divisão Villas Playa Blanca e alcança as ruínas de El Meco , apenas na ponta o município de Isla Mujeres. Frente a descrita demarcação se encontra praia Del Niño, uma das 10 praias públicas de Cancun. As outras duas localidades, no superbloco 84 e 85 abrigam a maior parte da população, que atualmente se estima em cerca de 4500 habitantes. Os pescadores vivem ali, a maioria parte dos quais vivem em palapas situado ao lado de trabalhos de terraplenagem. Esta área também sugere uma infinidade de lojas que tiveram seu apogeu até o início dos anos 80, e hoje está completamente abandonada. Mesmo durante os anos 80 o governo municipal ordenou a construção de arcos de ambos os lados da avenida principal para realçar a imagem urbana. [1] Seu atual abandono urbano e social faz que tanto locais como visitantes usem este porto só para se transportarem até Isla Mujeres ou comer em algum

criação e desenvolvimento tem provocado até hoje uma mescla de habitantes de diversas regiões do México e outros países, isso devido as numerosas ofertas de trabalho que se apresenta no ramo turísticos. No entanto devido a região na que se encontra, é identificada muito com o folclore, gastronomia e costumes do vizinho estado de Yucatán e a cultura do povos Mayas. Se localiza a uma distância de uns 370 km da capital do estado Quintana Roo, a cidade de Chetumal a 70 km de Playa del Carmen e limita a leste com o Mar

parte continental. As cinco zonas de Cancún Fernando Martí Brito, cronista oficial de Cancun, inicialmente dividiu Cancun em três zonas, ou três “Cancunes”, geográfica e socialmente falando segundo (dados de 1985). Atualmente, Cancun se encontra dividida em cinco zonas principais, perfeitamente identificáveis para o governo municipal e a sociedade cancunense: Zona Hotelera ao entardecer. Isla Cancún: A primeira e mais importante é Isla Cancún ou Zona Hotelera,

ilha, que abriga a maior parte dos hotéis e praias, também de zonas residenciais e o campo de golf Pok Ta Pok, está unida ao continente por três pontes: a ponte Calinda no km 4, a ponte de Club Med no km 20 e a ponte Nizuc no km 22. A zona hoteleira rodeia no interior do “7” no sistema da Laguna Nichupté, composto de sete corpos de água: Laguna Bojórquez, Cuenca del Norte, Cuenca Central, Cuenca Sur, Río Inglés, Del Amor, e Laguneta del Mediterráneo. Vista aérea da Isla Cancún, do alto da Torre Escénica a mais de 80 m de

principal para embarcar e cruzar a Isla Mujeres, localizada a 7 km frente ao porto, que se dedica principalmente à pesca. Possui restaurantes onde se pode desfrutar frutos do mar fresco. Puerto Juarez está dividido em três locais (áreas urbanas delimitadas pelo governo municipal):

de seus restaurantes. Franja ejidal: Zona de assentamentos distribuídos de forma irregular na parte norte da cidade, nos limites municipais de Isla Mujeres. O conformam terrenos irregulares ocupados pela parte mais pobre da população, na sua maioria imigrantes de outros estados


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da república. Atualmente algumas zonas da franja ejidal estão sendo regularizados pouco a pouco com ajuda do governo, embora devido ao crescimento de Cancun, cada vez se aumenta o tamanho da zona ejidal.

Marques, construído por Jean Paul Getty na década de 1950, ao pessoal de 20 e poucos anos que gosta de parapente e esqui aquático – passando pelas crianças, que podem nadar com golfinhos, passear de bananaboat ou em um barco com

Alfredo V. Bonfil: A quinta zona, é uma das três delegações do município de Benito Juárez, o eleito Alfredo V. Bonfil, uma população que nasceu originalmente de colonos originários do norte do país, com a missão de contribuir para o aumento demográfico de Quintana Roo para alcançar a categoria de estado livre e soberano em 1974. Se localiza a 8 km do centro de Cancun, sobre a rodovia federal 307 que vai ao aeroporto internacional e Riviera Maya. Acapulco Acapulco é um dos mais antigos destinos litorâneos na América do Norte. Localizada no sudoeste do México, no Pacífico, e tendo aparecido em inúmeros filmes, músicas, propagandas e novelas, é uma lenda viva de sol, estrelas, sexo, diversão e glamour, em um cenário de praias de areia douradas, baías cheias de palmeiras e um oceano safira brilhante habitado por golfinhos, botos e, às vezes, baleias. Acapulco é sinônimo de férias ensolaradas e dias felizes, e um dos poucos destinos turísticos com poder para agradar a três gerações, de avós encantados com o Hotel Pierre

fundo de vidro, como La Roqueta. E isso funciona em dobro para os mexicanos. ‘Como

Acapulco no hay dos’, eles dizem; aliás, os turistas mexicanos ajudam o porto a manter sua autenticidade – e os preços baixos. Atrações como o Fuerte de San Diego, o ponto arqueológico de Palma Sola no Parque Nacional de Veladero, as cascatas do Jardín Botánico e o colorido Museo de la Mascara também estão começando a atrair visitantes que demandam um conteúdo mais cultural para seus feriados. Mas fique alerta: Acapulco é a cidade mais luxuriosa do México. Acredita-se que o autor Harold Robbins e outros seguidores do livre amor

organizavam aqui orgias que rivalizariam apenas com as romanas. Um famoso comercial mexicano mostra uma fila de bebês de todas as cores e tamanhos, com uma etiqueta ‘Made in Acapulco’. Procure na internet por ‘gay Acapulco’ e você verá que isso é apenas a ponta do iceberg. Acapulco é dividida em três partes. Em Acapulco Dorado, ao longo da baía principal, ficam lugares simples como Mangos, Barba Azul e Disco Beach ao luxuoso Hotel Malibu. Acapulco Tradicional é onde tudo começou e inclui as praias Caleta e La Quebrada, onde mergulhadores saltam do penhasco mundialmente famoso cinco vezes ao dia; os hotéis

Mirador e Flamingos; e o Zócalo, a praça da cidade, com catedral, engraxates, mangas e corvos. A Acapulco da moda é Acapulco Diamante, que tem esse nome por causa de Punta Diamante. Endereço do Casa do Quinta Real Hotel, fica perto do Hotel Fairmont Pierre Márquez e do Hotel Princess – além de ter o melhor campo de golfe da cidade, um novo centro de convenções, Mundo Imperial, e uma área de novos condomínios enormes, a maior parte para chilangos. Riviera Maia Com mar quente, uma paleta de cores que vai do

azul marinho ao turquesa, areia branca como talco e o tipo de clima benevolente (sem contar os furacões) com o qual milhões sonham, a costa caribenha da península mexicana de Yucatán é um dos mais bonitos lugares no mundo para se passar férias. É verde, tropical e cheia de plantas e flores no continente, com um universo similarmente multicolorido logo abaixo da superfície da água, onde o segundo maior recife de corais do mundo percorre a praia até Belize, Guatemala e Honduras, atraindo mergulhadores de todas as partes do planeta. Quase tão colorida e cheia de vida, Cancún, principal ponto de chegada da região, é ímã de turistas desde o final da década de 1960, quando um pacato vilarejo costeiro se tornou conhecido por sua animação e bebida. Mesmo assim, há boas razões pelas quais Cancún atrai dois milhões e meio de visitantes a cada ano. Sim, há uma infraestrutura turística que inclui a Zona Hotelera – uma estreita faixa de areia, com 22 km de comprimento (uma ilha,

tender: ‘Garotas despidas’; ‘Mulheres bebem grátis’; ‘Tatuagens insanas’. Mas ande um pouquinho, escolha um hotel, caminhe entre suas piscinas azuis, e as pessoas que você verá estarão felizes, relaxadas e adorando o clima. No sul de Cancún fica a Riviera Maia, uma faixa costeira de 200 km em processo de se tornar destinochave de férias, com total merecimento. A definição de ‘Riviera Maya’ é um artifício da indústria turística, assim como as double margaritas nos bares Hooters de Cancún, mas o lugar reúne desde os resorts espetacularmente cafonas da costa de Playa del Carmen – alguns deles excepcionalmente luxuosos – às peculiares cabañas de Tulúm e à reserva de Sian Ka’an, onde toda a beleza é real. Preços e pagamentos Os preços fornecidos neste guia, sempre em pesos mexicanos (MX$), devem servir apenas como referência. Se os preços encontrados forem muito discrepantes, por favor nos avise. Nosso objetivo

na verdade), em que uma legião de grandes hotéis e resorts com tudo incluído ficam parede com parede, encarando o mar. Sim, há uma abundância de bares barulhentos e restaurantes que cozinham para americanos de férias, e estabelecimentos com placas que você pode demorar um pouco para en-

é dar as melhores e mais atualizadas informações, por isso queremos saber se você foi mal-tratado ou cobrado em excesso. Nas listas, informamos quando os seguintes cartões de crédito são aceitos: American Express (AmEx), Diners Club (DC), MasterCard (MC) e Visa (V).

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estados unidos

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Toronto

Casa dos Açores do Ontário

Cantigas ao Desafio Avelino Teixeira

U

ma tarde inesquecível na companhia de cinco excelentes improvisadores de origem jorgense e micaelense. O isolamento do Arquipélago Açoriano em tempos idos criava estados depressivos aos seus habitantes. E digamos que ainda continua a causar tais sentimentos muito especialmente aos que vivem no estrangeiro e usam a Sata para visitar as “Ilhas de Bruma”. Esta companhia transportadora, que infelizmente quase é a única a voar para aquelas paragens, ignora as necessidades dos açorianos que religiosamente visitam os Açores todos os anos, cobrando preços exorbitantes, reduzindo o peso da bagagem entre ilhas e abusando da paciência dos mesmos por vezes até com a sua arrogância. É o que acontece quando se tenta entrar em contacto com o seu balcão em Toronto. Raramente se consegue contacto pessoal e se se deixa mensagem à secretária automática esta nunca a devolve. Há quem prefira o arquipélago para anualmente passar férias por este ser propício à meditação e a um revigoramento emocional que todo o ser humano carece. Segundo um depoimento do Ilustre Improvisador José Eliseu natural de S. Bartolomeu, Ilha Terceira, os primeiros povos que chegaram aos Açores e seus descendentes depararamse com várias dificuldades ao longo dos subsequentes séculos. Desbravaram matos, erupções vulcânicas e

ataques dos piratas estrangeiros. As sucessivas resistências foram moldando o carácter dos ilhéus e suas vivências de entre as quais emergiu a poesia como eco da alma insular. O cheiro das algas, o bulício das ondas, o chilrear dos pássaros, a fragrância dos bosques e o silêncio dos campos são dádivas da natureza que induzem a inspiração do poeta açoriano que possui características muito peculiares. De entre eles destacam-se os poetas populares nomeadamente os improvisadores. É o caso dos jovens que passo a referir: Bruno Oliveira nascido a 14 de Dezembro de 1987 na freguesia Norte Pequeno, Concelho da Calheta, Ilha S Jorge que começou a cantar por brincadeira a 5 de Setembro de 2009 na festa do Senhor Santo Cristo da caldeira em S. Jorge. É formado em Engenharia e Gestão do Ambiente e actualmente docente na Escola Básica e Secundária das Velas. António Izidro que começou por tocar a Viola da Terra aos 15 anos de idade mas depois desperta para o improviso iniciando-se aos 19 anos. Presentemente tira o curso de Música variante de Direcção Coral e Formação Musical. Estes dois rapazes, de uma encantadora delicadeza, amabilidade e improvisação fora de série, participaram numa cantoria no Domingo 13 de Novembro na Casa dos Açores do Ontário realizada em parceria com o grupo Três Amigos constituído por João Martins, Manuel Morgado e José Cordeiro. Para além dos jovens acima referidos, participaram

também na fenomenal cantoria mais três conhecidíssimos improvisadores que sendo menos jovens porém não deixaram de impressionar o auditório com a sua mestria, calma e ponderáveis: Paulo Botelho natural da Candelária, que canta desde os vinte anos de idade, Hildeberto Ferreira natural dos Arrifes a viver no

Arquipélago Açoriano de uma forma que indiscutivelmente marcou o evento. Para além dos momentos solenes da cantoria, aconteceram também outras instâncias em que o humor dominou por completo a assistência: as velhas da Terceira e a desgarrada final em que no palco todos os cantadores se fizeram acompa-

foram sendo sucessivamente promovidos a figuras públicas, idolatradas pelas suas flanges de apoio. E assim o cantador de improviso passou a ser a voz colectiva dos seus seguidores e alvo de reparos constantes por eventuais detractores. Isto é, os espectáculos de oesia espontânea tornaram rapidamente em fenómenos

Canadá desde 1970 e João Pinheiro natural dos Altares, Ilha Terceira a residir em Artísia, Estados Unidos da América. Estes cinco improvisadores, qual deles o melhor, deixaram os corações açorianos, presentes na sala, a pulsar de alegria, entusiasmo e amor. Todos eles, excelentes actores, ocuparam-se dos mais variados motivos de interesse para os açorianos. E se era necessário retorquir ao parceiro em tons mais azedados faziam-no discreta e respeitosamente. O último segmento da cantoria foi preenchido com António Isidro e Bruno Oliveira que cantaram as belezas das nove ilhas do

nhar de todos os tocadores: Gabriel Teves, João Carlos Silva, Januário Araújo, Délio Borba e Ryan de Sousa. Foi indubitavelmente uma cantoria para não esquecer com o som de Marco Paulo. De parabéns está a Casa dos Açores do Ontário, e o grupo Três Amigos. O nosso povo sempre se contentou com entretenimento simples e genuíno. Ao longo dos anos uma das diversões preferidas do estrato básico da sociedade são os duelos entre improvisadores de quadras poluplares. As cantigas ao desafio começaram a atrair multidões sedentas de uma sátira ou de uma reflexão consciente. Os poetas populares

sociais e até educativos. O cantador açoriano passou a destacar-se entre os homólogos lusófonos por ser correcto no rimar, versátil na entoação, profundo no pensamento, arguto no despique e púdico na linguagem. A partir do século XX surge então uma grande mudança nas cantorias açorianas tais como a harmonização melódica. Inflenciados por colegas micaelenses com quem se cruzavam nos palcos os cantadores da Terceira, que improvisavam preferencialmente na Chamarrita Velha e outras modas dos eu folclore, adoptaram o mesmo referencial rítmico e o tom de Lá Menor.

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MONTREAL

S. Martinho em Santa Cruz Natércia Rodrigues “No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebese vinho.” São Martinho é o santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, dos restauradores (hotéis, pensões, restaurantes), dos produtores de vinho e dos alcoólicos reformados, dos soldados... dos cavalos, dos gansos, e muito mais.

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O caso de o seu dia coincidir com a época do ano em que se celebra o culto dos antepassados e com a altura do calendário rural em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas (do vinho, dos frutos, dos animais) leva a que a festa deste Santo tenha toda uma componente de exuberância que actualmente tende a dominar. “No São Mar-

tinho vai à adega e prova o vinho”. Não é à toa que o santo é considerado também o protector padroeiro dos apreciadores de vinho. O mundo rural dos nossos dias já não é o mesmo de antigamente. As actividades tradicionais foram-se transformando graças às novas técnicas e formas de produção. Muita da alegria e da festa que envolvia essas actividades, desapare-

ceram. Sobretudo, o carácter colectivo que envolvia as populações das aldeias, desapareceu. E é pena que assim seja…No subsolo da Igreja Santa Cruz, puderam as trezentas e tal pessoas presentes viverem todo um serão maravilhoso à S. Martinho. Inês Gomes, que há já muitos anos tem vindo a organizar a noite de S. Martinho juntamente com a sua equipa, pode uma vez

vinho de António Monteiro que ganhou o primeiro premio, o segundo foi para António Ferreira e o terceiro para o Sr. Padre António Araújo. Rifas foram sorteadas e os prémios (garrafa de Macieira, de Porto e um bacalhau) foram oferecidos pela casa funerária Alfred Dallaire Memoria na pessoa de Eduíno Martins. O importante é a participação das pessoas e tornar esta

mais, oferecer uma gostosa refeição onde a castanha não faltou. O jantar foi servido pelo grupo de “Jovens em Acção” que como sempre têm oferecido um excelente serviço. Houve a “prova dos vinhos” e foram 13 pessoas que trouxeram a sua garrafa de vinho para esse efeito. Para a mesa dos “provadores” foram convidados: Pedro Gomes, Camilo Oliveira. Alberto Ribeiro, Osvaldo Cruz e Manuel Lima que no final, definiram ser o

oportunidade ocasião para recordar antigas tradições e convivermos uns com os outros. Houve muita animação com o Conjunto de música tradicional portuguesa Estrelas da Noite que como sempre deram o melhor de si e era ver os dançarinos na pista. A Festa de S. Martinho é já um marco no calendário, atraindo anualmente muitas centenas de pessoas. Que tenham todos passado um óptimo Dia de S. Martinho.


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A Saga Crepúsculo Isabella Swan, 17 anos, nunca havia vivido grandes emoções em sua vida. Sendo uma jovem extremamente responsável, tímida e introspectiva, decide mudar-se da calorosa cidade de Phoenix, no Ari-

zona, para a chuvosa Forks, uma pequena cidade no interior de Washington, depois que sua mãe decide casar-se novamente. É ali que Bella irá morar com seu pai, Charlie, e é em sua nova escola que conhece os Cullen, cinco intrigantes jovens de uma beleza desumana. É neste mistério que caracteriza a família, que Bella se vê atraída pelo misterioso Edward Cullen, jovem pálido e de cabelos cor de bronze que mostrará um novo universo a

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Bella, transformando completamente o rumo da sua vida. Edward trata-se de um vampiro, que acaba por se apaixonar por Bella enquanto controla e resiste a um dos seus maiores desejos - provar o sangue

de Bella que, segundo ele, exala o odor mais atrativo que já sentiu. No entanto, ao contrário dos outros vampiros, os Cullen optam por só se alimentar de sangue animal. É então que James, um vampiro obcecado por caçadas - que, juntamente com o seu grupo composto por ele, Victoria e Laurent foi o culpado de inexplicáveis homicídios -, se determina a matá-la, uma vez que não resiste ao cheiro

do seu sangue. Ela despede-se de Charlie e vai para Phoenix - tudo muito cuidadosamente para não serem rastreados por James.

quanto Bella, Alice e Jasper esperam por Edward e Carlisle. Ela vai ao encontro de James. James, que por sua vez não havia captura-

Bella vai com Alice e Jasper para Phoenix, enquanto Rosalie e Esme ficam para despistar Victoria (a vampira que acompanhava James) e Carlisle, Emmett e Edward vão atrás deste, para tentar matá-lo. Enquanto Bella está em Phoenix,

do a mãe de Bella, a tortura e por pouco não a mata. James a morde, mas Edward aparece para salvar Bella. Enquanto Edward trava uma luta mortal com James, Bella fica inconsciente e começa a se transformar em vampira. Quando ela

Alice tem uma visão com a casa da mãe de Bella e o estúdio de balé onde Bella tinha aulas com 7/8 anos. Bella, sem que eles percebam, recebe um telefonema que a faz pensar que o inimigo capturou a sua mãe, e isso faz com que ela fuja para ir ao encontro de James. A fuga acontece no aeroporto, en-

acorda, está no hospital e Edward conta que teve que sugar o veneno de seu sangue, e que se fosse um pouco mais tarde agora ela seria um deles. Porém, Bella deseja tornar-se uma vampira para viver a eternidade com Edward, mas ele se recusa a transformá-la.


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A Saga Crepúsculo: Lua Nova Volta e meia surgem filmes que geram tamanha ansiedade junto ao público que se tornam maiores do que um mero longametragem, gerando uma cultura própria em torno deles. Assim foi com Guerra nas Estrelas, Indiana Jones, Harry Potter e tantos outros. O lançamento de A Saga Crepúsculo: Lua Nova provou que a série de autoria

de Stephenie Meyer alcançou este status. Só no Brasil, foram quase 400 mil ingressos comprados em pré-venda. Milhares foram aos cinemas conferir as pré-estreias especiais, à meia noite. Um desempenho digno de, goste-se ou não, um filme que marca época. O porquê de tamanho sucesso é um tanto quanto nebuloso. A trama como um todo traz elementos batidos, como um triângulo amoroso, a dúvida entre a paixão e a razão, o amor romântico na vida adolescente... tudo já apresentado em

dezenas de outros filmes. Há a presença de elementos que povoam o imaginário coletivo, como vampiros e lobisomens, mas isto também não é novidade - nem mesmo que apareçam juntos. A resposta é uma mescla destes itens com a identificação atingida pelo seu público alvo: os adolescentes. E é aqui que entra a maior característica da sé-

rie: o romantismo idealizado. O relacionamento entre Bella e Edward segue o melhor estilo amor impossível. A comparação com Romeu & Julieta, ilustrada logo no começo de Lua Nova, não é à toa. O romance entre eles é puro em relação aos sentimentos envolvidos, daqueles típicos dos contos de fadas com príncipes encantados. É verdade que aqui a donzela não é passiva, já que Bella não se contenta em ser apenas protegida por vampiros e lobisomens. Sinal da evolução da participação da mu-

lher na sociedade contemporânea, claro. Só que o contexto emocional é o mesmo. Lua Nova é um nítido avanço em relação a Crepúsculo, que possuía problemas técnicos e de direção. Aqui há maior fluidez na história, que pode ser sintetizada pela formação do triângulo amoroso entre

ções, sendo inexpressivo em quase todo o filme. O par formado por Kristen Stewart e Taylor Lautner possui melhor química e entrosamento em cena. A grande novidade do filme, os Volturi, são pouco explorados e aparecem basicamente no terço final da história. A breve presença de seus integrantes, em

Bella, Edward e Jacob. Há também um maior cuidado no lado técnico, em especial nos efeitos especiais necessários para a transformação dos lobisomens. Nada de espetacular, mas o necessário para dar

especial a Jane de Dakota Fanning, deixa a sensação de desperdício. Entre prós e contras, A Saga Crepúsculo: Lua Nova é um filme morno. Um típico romance adolescente com pitadas de sobrenatural, bem

suporte a um filme deste quilate. Só que, mesmo com as melhorias, alguns problemas persistem. Um deles é o modo como o romantismo é apresentado, sempre através de frases feitas, o que faz com que muitas vezes o momento em que elas são ditas transpareçam artificialidade. Robert Pattinson mais uma vez demonstra limita-

feito mas sem grandes destaques. Só que não se pode reclamar disto, já que era esta a proposta desde o início. A série não tenta ser original, deseja apenas apresentar uma boa mistura de elementos que já existem e são consagrados. Neste sentido, funciona. E, ao contrário de Crepúsculo, deixa alguma esperança para os próximos filmes.

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A Saga Crepúsculo: Eclipse Uma antiga brincadeira, bem comum na era pré-internet, fazia com que algo fosse escondido e alguém tivesse que encontrá-lo. À medida que se aproximasse era dito que a pessoa estava quente ou frio, dependendo da proximidade do ob-

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jeto. Se esta mesma situação fosse aplicada em relação ao sucesso de um filme, poderia ser dito que A Saga Crepúsculo: Eclipse está fervendo. Afinal de contas, o culto em torno do universo criado pela autora Stephenie Meyer é fiel e composto por milhões de fãs, mundo afora. O sucesso já era garantido, o que não assegura que o filme seja automaticamente bom. Afinal de contas, faturar alto não é sinônimo de qualidade. Curiosamente, o trunfo da trama do terceiro filme da série é uma brincadeira bem sacada com a diferenciação entre quente e frio. A

história gira, mais uma vez, em torno do trio amoroso formado por Bella, Edward e Jacob. A animosidade anunciada em Lua Nova chega agora ao seu limite, com Edward e Jacob trocando diversas provocações. É aqui que entra a

brincadeira. É comum dizer que, quando alguém é desejável, ele é quente. O maior desejo de Bella é o vampiro Edward, cujo corpo é... frio. Não apenas isto, por ter centenas de anos Edward conserva ideais conservadores. Se por um lado podem ser considerados antiquados diante dos dias atuais, por outro trazem consigo uma aura de respeito que há muito foi esquecido. É o romantismo, a mola mestra da série, mostrando seu cartão de visitas. Por outro lado, há Jacob. Com seu lado animalesco, corpo quente, desfilando sem camisa em vários

momentos. Atração natural para boa parte das adolescentes - os gritos histéricos nas sessões não me deixam mentir -, pela atração física que proporciona. Com Bella não é diferente. Tudo bem que não se trata apenas de uma questão de pele, devido ao histórico de amizade e carinho existentes, mas ela não deve ser desconsiderada. Há

notar também um sentimento mais seguro envolvendo os protagonistas, ainda bastante intenso mas sem a empolgação exibida nos filmes anteriores. Algo de certa forma natural, já que os envolvidos agora têm uma melhor noção sobre aquilo que sentem. Eclipse é um filme de nível bastante parecido com Lua Nova.

ainda um importante fator, dentro do universo da série, que é o futuro de Bella. Entre morrer como humana e viver como vampira, caso escolha Edward, ou permanecer como está, se Jacob for o escolhido. A adolescência é época de errar, como é bem lembrado na formatura. Mas até que ponto um erro é válido para definir sua vida para sempre? A resposta a esta pergunta é o que norteia Eclipse. Todo o resto, da aparição dos recém-criados ao duelo com Victoria, serve apenas de pretexto para que as dúvidas em torno da questão sejam trabalhadas. E dá-lhe cena de ciúme envolvendo o trio, na intenção de acentuar esta questão. Algumas divertem, outras soam gratuitas e até mal explicadas. Um claro exemplo é a cena da barraca. Como foi prometido desde a contratação do diretor David Slade, Eclipse possui um clima sombrio permanente. Esta tensão auxilia as cenas de luta, brutais mas que raramente exibem sangue. Pode-se

Peca pelo excesso em algumas cenas, descartáveis dentro do que o filme se propõe, como o encontro com a mãe de Bella e a perseguição a Victoria nas margens do rio. O trio protagonista mais uma vez demonstra limitações. Kristen Stewart e Taylor Lautner estão mais à vontade em seus personagens, mas Robert Pattinson novamente está inexpressivo. Nada de novo, afinal de contas a qualidade do elenco nunca foi o forte da série. Eclipse não é ruim, mas está muito longe de merecer a consagração que tem recebido. Assim como toda a série, ao menos no cinema. Um filme mediano, com boa ambientação e trilha sonora, que entretém em alguns momentos. Fica agora a expectativa para que, nos capítulos derradeiros da saga, enfim Dakota Fanning tenha uma participação condizente com sua capacidade. Afinal de contas, aqui mais uma vez a sensação que fica é a de desperdício da atriz.


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A Saga Crepúsculo: Amanhecer Com três filmes já lançados, a base da série Crepúsculo está estabelecida, para o bem e para o mal. Há o triângulo amoroso envolvendo os protagonistas, vampiros e lobisomens vivendo às turras e ainda uma boa dose de romantismo idealizado. A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1 não traz nenhum elemento novo à fórmula criada pela autora Stephenie Meyer.

expectativa para o “eu aceito”. Um cenário feito para celebrar, não apenas os futuros marido e mulher mas também os fãs. O capricho na realização do evento muito tem a ver com ser este um dos momentos mais aguardados de toda a série – e não decepciona.

Muito pelo contrário, o filme é na verdade uma grande celebração de vários destes elementos.

Com belas cenas no Rio de Janeiro e arredores, o casal enfim tem sua noite de núpcias - com direito a exageros perdoáveis diante do lado sobrenatural da história. O sexo proibido logo volta à tona, resultando em divertidas provocações de Bella. Nada mais Crepúsculo do que a cena em que o xadrez é usado para conter a libido dos recém-casados.

A começar pelo casamento entre Bella e Edward, que abre o filme. Os detalhes da preparação dos noivos são apresentados em meio a falas bem-humoradas, que dão uma certa leveza à história. Frases feitas tipo “esperei um século para me casar com você” marcam presença, é claro. O nervosismo na caminhada ao altar e a beleza da cerimônia – requintada e ao mesmo tempo simples, graças ao cenário naturalista – aumentam a

A lua de mel mantém a impressão positiva trazida pelo casamento.

Amanhecer começa a decair quando a gravidez de Bella é descoberta. A partir de então o filme simplesmente para. A trama em si evolui pouco, apenas com breves

situações envolvendo a aproximação de Jacob com os Cullen. A segunda metade se torna arrastada e contemplativa, em um mero acompanhar dos problemas decorrentes da gravidez que apenas consegue recuperar a atenção já perto do final, com a proximidade do parto. Fora que é justamente neste trecho que as limitações do elenco, em especial Robert Pattinson, se tornam

Parte 1

próprios acontecimentos envolvendo os personagens. Se por um lado a narrativa mais lenta agrada no casamento e na lua de mel, por valorizar momentos há muito aguardados, por outro ela faz com que cerca de metade do filme fique praticamente estagnada, provocando um desnível que cansa. Iniciando bem e terminando mal, A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 é um filme morno. A presença de alguns momentos chave na história da série fará com que os fãs vibrem nas poltronas, o que não é suficiente para sustentar o filme como um todo. Destaque para a trilha sonora agradável e o nítido toque do diretor Bill Condon na breve aparição de A Noiva de Frankenstein, quando Edward vai ao cinema. Condon tem no currículo Deuses e Monstros, longa

mais explícitas. A impressão que fica é que Amanhecer – Parte 1 não tem história o suficiente para se sustentar como um longa-metragem de 117 minutos. O que leva à questão do porquê o livro de Stephenie Meyer foi dividido em dois filmes, seguindo o modelo usado em Harry Potter e as Relíquias da Morte. Ao contrário do livro de J.K. Rowling, que tinha muito a ser adaptado para as telonas, esta primeira parte deixa a sensação de que tudo poderia ser mais acelerado. Nem tanto em relação a cenas de ação, mas aos

que aborda o fim da vida de James Whale, diretor do filme visto em cena. Para os apressados, fica também o aviso: há uma importante cena após os créditos finais, que serve de gancho para Amanhecer – Parte 2.

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