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Acesso a Serviços Financeiros
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UPP (UNIDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS) Manual de Orientação Acesso a serviços financeiros
O presente manual tem o objetivo de informar e orientar os analistas e atendentes do Sistema Sebrae no atendimento dos clientes demandantes de serviços financeiros. Deve ser visto como permanente fonte de consulta e estudo. Deve respaldar a interpretação das reais necessidades do cliente para que as respostas prestadas sejam precisas e respeitem as especificidades regionais e locais. Espera-se que, a partir da padronização das informações, haja menor incidência de dúvidas e maior efetividade no apoio aos clientes.
Conselho Deliberativo | Pernambuco 2015-2018 Associação Nordestina da Agricultura e Pecuária – Anap Banco do Brasil S/A – BB Banco do Nordeste do Brasil – BNB Caixa Econômica Federal – CEF Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco – Faepe Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Pernambuco – Facep Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco – Fecomércio Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco – Fiepe Instituto Euvaldo Lodi – Núcleo Regional de Pernambuco – IEL Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco – SDEC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Pernambuco- Senac/PE Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado de Pernambuco- Senai/PE Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de Pernambuco- Senar/PE Fundação Universidade de Pernambuco – UPE Presidente do Conselho Deliberativo Estadual Josias Silva de Albuquerque Diretor-superintendente José Oswaldo de Barros Lima Ramos Diretora técnica Ana Cláudia Dias Diretora administrativo-financeira Adriana Tavares Côrte Real Kruppa Unidade RMR e Mata Norte Ana Lúcia Nasi (gerente) Supervisão editorial Unidade de Marketing e Comunicação Eduardo Maciel (gerente) Comitê de Editoração Sebrae Pernambuco Angela Miki Saito Carla Andréia Almeida Eduardo Jorge de Carvalho Maciel Fábio Lucas Pimentel de Oliveira Janete Evangelista Lopes Jussara Siqueira Leite Roberta de Melo Aguiar Correia Revisão Betânia Jerônimo Projeto gráfico Z.diZain Comunicação | www.zdizain.com.br Diagramação Z.diZain Comunicação | www.zdizain.com.br Impressão CCS Gráfica e Editora Sebrae Rua Tabaiares, 360 - Ilha do Retiro - CEP 50750-230 - Recife/PE Telefones: 0800 570.0800 / 81 2101.8400 | www.sebrae.com.br/uf/pernambuco
Sumário
Recomendações...............................................................................................................................................6 Padrão de atendimento...............................................................................................................................7 Cinco passos para um atendimento sobre serviços financeiros.................................................9 O que é crédito............................................................................................................................................. 10 Identificação da demanda....................................................................................................................... 12 Perguntas que podem auxiliar no atendimento........................................................................... 14 Cuidados ao solicitar um financiamento........................................................................................... 17 Modalidades de financiamento............................................................................................................ 19 Outras formas de financiamento.......................................................................................................... 20 Opções para obtenção de crédito........................................................................................................ 22 Análise e risco de crédito......................................................................................................................... 26 Perguntas e respostas mais frequentes.............................................................................................. 33 Obtenção de recursos e elaboração de projetos........................................................................... 34 Entidades financeiras e seus produtos............................................................................................... 38 Finalidades do financiamento................................................................................................................ 43 Garantias e exigências............................................................................................................................... 48 Renegociação e liquidação antecipada de empréstimos........................................................... 52 Outras questões............................................................................................................................................ 53 Glossário de termos técnicos.................................................................................................................. 54 Relação de parceiros em serviços financeiros................................................................................. 62
MANUAL DE ORIENTAÇÃO
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Recomendações
• O manual deverá ser lido antes da realização dos atendimentos, de modo a melhor absorver os conteúdos e conceitos propostos. • É interessante tê-lo sempre à mão para realizar as consultas necessárias. • Está dividido em duas seções. A primeira destinada a instruir e preparar o profissional para um atendimento sobre serviços financeiros. A segunda apresenta perguntas e respostas mais frequentes. • Palavras, termos e definições mais técnicas marcadas com asterisco (*) podem ser consultados no glossário, que o ajudará na melhor compreensão do manual
Atenção! O manual é uma ferramenta de consulta do atendente e não se destina à distribuiçãodireta aos clientes do Sebrae, nem mesmo parcialmente.
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Padrão de atendimento
A diferença entre oferecer um bom ou mau atendimento está no conhecimento, na atitude, no tratamento e na comunicação. Portanto, para o Sebrae manter um padrão de bom atendimento, destacamos algumas habilidades essenciais do atendente, que julgamos importantes para desempenhar a função. Desenvolver a confiança e a fidelidade dos clientes Atender às necessidades dos clientes progressivamente e fazer o que é mais sensato para preservar os seus interesses. Colocar-se no lugar dos clientes (empatia) Demonstrar sensibilidade em relação aos problemas dos clientes; preocuparse genuinamente com os mesmos, demonstrando respeito e reconhecendo os diversos tipos de personalidade, de forma a agir adequadamente. Prestar atenção Não apenas ouvir os clientes, mas esforçar-se para entender o real significado do que eles dizem. Demonstrar motivação pessoal Ser atencioso, otimista e prestativo. Mostrar interesse no autodesenvolvimento, ser confiante e independente no trabalho. Trabalhar bem em equipe Cooperar com os outros colegas e manter relacionamentos positivos e produtivos com outros grupos de funcionários, mesmo sendo de diferentes áreas da empresa.
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
Dominar a tensão Ser organizado, calmo e construtivo. Demonstrar tolerância e paciência e controlar as emoções. Manter o profissionalismo Manter uma atitude profissional para com o cliente, bem como apresentarse bem, o que inclui boa aparência e zelo na forma de se vestir e falar. Resolver problemas
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Ser capaz de resolver uma gama variada de problemas dos clientes, coletando e analisando informações para discutir soluções e chegar à mais adequada delas. Aplicar conhecimentos e habilidades técnicas Saber usar equipamentos de tecnologia de ponta, ferramentas e quaisquer outros recursos disponíveis, que facilitem a oferta de um serviço mais rápido e eficaz.
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Cinco passos para um atendimento sobre serviços financeiros Em resumo, para realizar um atendimento que vá de encontro às necessidades do cliente, é importante seguir os seguintes passos:
Identificar a demanda Buscar informações pertinentes à atividade do empreendedor, para identificar se realmente a demanda é por serviços financeiros ou de procedimentos de gestão empresarial. Qualificar a demanda sobre serviços financeiros É importante que o empreendedor responda para que precisa do empréstimo, de quanto precisa e como irá pagar. Apresentar as alternativas de crédito O atendente deve apresentar as diversas alternativas de financiamento adequadas à necessidade do cliente. Orientar sobre as condições do financiamento Orientar o empreendedor sobre as variáveis que melhoram ou dificultam as condições do empréstimo, bem como sobre documentos exigidos, e sugerir que ele verifique com os agentes financeiros as especificidades do financiamento, negociando melhores condições. Informar outros produtos e serviços do Sebrae Apresentar os produtos e serviços existentes no Sebrae que possam auxiliar na melhor gestão do negócio.
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O que é crédito
Conforme indicam as pesquisas e a experiência dos atendentes do Sistema Sebrae, uma das maiores demandas nos pontos de atendimento corresponde às informações sobre crédito. Assim, faz-se necessário compreender melhor este termo, de forma a esclarecer para o cliente o seu real significado. Ninguém confia em um desconhecido, em uma pessoa que acabou de conhecer ou com poucas informações disponíveis. Para que confiemos nas pessoas, físicas ou jurídicas, precisamos conhecê-las. E, para conhecêlas, precisamos basicamente de duas coisas: tempo e informação. A confiança é um sentimento, uma convicção que se constrói ao longo do tempo, a partir de acontecimentos e experiências reais, da pontualidade, da honestidade de propósitos, do cumprimento de regulamentos e compromissos assumidos.
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A palavra crédito tem sua origem no latim - creditu - e apresenta, além do sentido de confiança, os seguintes significados: • segurança de que alguma coisa é verdadeira, confiança; • boa reputação, boa fama, consideração; • facilidade de obter dinheiro por empréstimo ou abrir contas em casas comerciais; • facilidade de conseguir adiantamentos de dinheiro para fins comerciais, industriais, agrícolas etc; • soma posta à disposição de alguém num banco, numa casa de comércio, mediante certas vantagens; • direito de receber o que se emprestou; • troca de bens presentes por bens futuros. Conforme se percebe, o termo é empregado nas mais diversas situações cotidianas, permeando as relações estabelecidas entre as pessoas e as organizações.
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Quando uma instituição financeira negocia valores e condições com algum cliente, sob a promessa de recebimento do valor principal acrescido dos juros da operação, estabelece-se uma relação de confiança do cumprimento do acordo. Assim, um cliente pode ter crédito (boa reputação) com um determinado agente financeiro* de seu relacionamento, mas isto não implica, necessariamente, que ele consiga financiar sua atividade empresarial, por envolver outros aspectos da análise de crédito. Desse modo, a terminologia crédito, no mercado financeiro, tem um significado mais amplo, que envolve além da boa reputação, relações de empréstimos/financiamentos entre agentes financeiros e clientes. O termo serviços financeiros é mais abrangente por envolver, além do crédito (empréstimo/financiamento), outras prestações de serviços bancários como seguros, contas-correntes, poupanças, aplicações, troca de recebíveis, entre outras. O termo acesso ao crédito é utilizado no Sistema Sebrae como o acesso a serviços financeiros. CRÉDITO É... SEGURANÇA DE QUE ALGUMA COISA É VERDADEIRA; É CONFIANÇA
BOA REPUTAÇÃO, BOA FAMA E CONSIDERAÇÃO
“PARA OBTER EMPRÉSTIMO/FINANCIAMENTO É PRECISO TER CRÉDITO” IMPORTANTE: • O SEBRAE NÃO É INSTITUIÇÃO FINANCEIRA • NÃO EMPRESTA RECURSOS • NÃO ESTÁ AUTORIZADO PELO BANCO CENTRAL A EMPRESTAR
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Identificação da demanda
Para conhecer o perfil do cliente que está demandando orientações sobre crédito, torna-se importante extrair a maior quantidade de informações pertinentes à sua atividade empresarial. A identificação e o direcionamento correto da demanda são pontos-chave para que o atendimento seja eficaz. Em diversas ocasiões, o empreendedor busca o Sebrae para receber informações sobre crédito somente quando já se encontra em delicada situação. Dificilmente este processo ocorre com antecedência e de forma planejada. A obtenção dos recursos deve ocorrer de forma consciente, precedida de uma análise sobre a sua real conveniência e os impactos que trarão ao empreendimento. É o chamado “crédito orientado”, que procura indicar exatamente qual a necessidade do proponente de crédito e oferecer alternativas factíveis de financiamento.
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É imprescindível que o empreendedor saiba dimensionar corretamente a quantia a ser solicitada, sua correta utilização e, sobretudo, se há realmente necessidade de obter um empréstimo naquele momento. Ao solicitar recursos num agente financeiro, ele pode perceber que não precisaria da quantidade inicialmente demandada e até mesmo nem do próprio financiamento. Muitas vezes, os problemas de natureza financeira são decorrentes de: • equívocos nas decisões empresariais de investimento sem o devido planejamento; • escassez de registros gerenciais e de informações que acarretam descontroles financeiros; • falhas no gerenciamento do fluxo de caixa* (descasamento de prazos de recebimento e pagamento, custos totais mais elevados que receitas, excesso e inadequação de estoques).
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Esses fatores, entre outros, acabam impactando diretamente na necessidade do capital de giro do negócio. Portanto, cabe ao atendente discernir e orientar sobre o que pode ser solucionado com procedimentos de gestão e o que demanda, realmente, a necessidade de alguma fonte de financiamento. Uma boa forma de conhecer a empresa ou a intenção do empreendedor em abrir um negócio é fazer perguntas direcionadas. É necessário PERGUNTAR E OUVIR!
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Perguntas que podem auxiliar no atendimento Para que precisa de empréstimo? O atendente deverá extrair do empreendedor quais os motivos que o levam a solicitar determinado empréstimo. A necessidade do empréstimo deve ser a primeira etapa a ser definida pelo empreendedor. A partir da resposta, o atendente terá mais condições de perceber se o cliente está seguro do propósito do empréstimo e assim informar as modalidades e opções existentes no mercado financeiro.
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Caso o cliente não tenha a resposta, é interessante instruí-lo no sentido de realizar um Plano de Negócios,* de modo a orientá-lo gerencialmente na decisão do investimento, mensurando os valores dos investimentos fixos e do capital de giro, bem como os resultados decorrentes e a origem dos recursos. Outro ganho subjacente do Plano de Negócios é o fato dos gerentes das instituições financeiras sentirem-se muito mais confiantes naqueles empresários que sabem exatamente o que desejam. Entretanto, também é importante deixar claro para o cliente que um Plano de Negócios não garante a liberação de recursos pelo agente financeiro.
De quanto precisa? O atendente deve perguntar ao empreendedor sobre a quantidade de recursos necessários para viabilizar o investimento planejado. Dimensionar o valor do financiamento é imprescindível para maximizar as atividades do negócio. Uma ótima forma de saber quanto de recurso será necessário é descrever quais as máquinas, equipamentos, veículos, móveis e utensílios e seus respectivos preços de aquisição. O capital de giro também deve ser dimensionado corretamente. É importante explicar para o empreendedor que dinheiro parado representa perda. E que se não houver uma justificativa para o seu emprego, não é viável sua obtenção, pois os juros estarão incidindo sobre o valor das parcelas do empréstimo.
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Como pagar? Analisada a pertinência da obtenção de recursos e da quantia exata a ser solicitada, torna-se relevante estimular o empreendedor a avaliar como o empréstimo será pago. Para isso, é necessário estudar bem o fluxo de caixa, verificando se existem recursos suficientes para amortizar a dívida a ser contraída. No caso de financiamento para a ampliação do negócio, é necessário que se obtenha um incremento na lucratividade que seja suficiente para cobrir o pagamento das parcelas. Outra avaliação importante que o empreendedor deve fazer é sobre a sazonalidade das receitas. Se o negócio for muito sazonal, ou seja, se houver uma forte concentração de receitas em determinadas épocas, é prudente calcular se os recursos que sobram nos períodos mais abundantes serão suficientes para pagar as despesas do empréstimo nos meses de menor receita. Cabe também uma menção que o agente financeiro concentra boa parte de sua análise de crédito, identificando se o negócio possui capacidade de pagamento do empréstimo e se as premissas da evolução das vendas/faturamento* estão consistentes, daí a importância dessa avaliação detalhada por parte do empreendedor.
Há formas de se autofinanciar (fornecedores, clientes, lucros)? O autofinanciamento também se constitui em uma forma de alavancar recursos para a atividade empresarial. O atendente deve questionar o empreendedor sobre a existência de formas alternativas de obter os recursos necessários, sem ter que recorrer, necessariamente, aos agentes financeiros. Antecipar recursos de clientes, negociar prazos mais dilatados com fornecedores e mais curtos com clientes, reinvestir o lucro do negócio no lugar de retirá-lo são medidas que contribuem para o equilíbrio econômico-financeiro.
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Outra forma também bastante usual é o financiamento com recursos de terceiros pertencentes ao círculo social do empreendedor, tais como seus próprios familiares, parentes, vizinhos e amigos.
Que tipo de financiamento é mais adequado? Após a definição de todos os itens anteriores e caso a necessidade do empreendedor for realmente de recursos financeiros de terceiros, torna-se necessário definir qual o tipo de financiamento é mais adequado para o negócio. Verificar as possibilidades de crédito dos agentes financeiros é um dos fatores decisivos para um financiamento planejado, de acordo com a capacidade de pagamento do negócio, sem impactar negativamente na rotina financeira da empresa.
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Desse modo, é importante orientar o cliente para a realização de uma pesquisa sobre as alternativas de financiamento existentes (e quais se encaixam em suas necessidades). O empreendedor deve verificar se existem possibilidades interessantes em seu banco de relacionamento (se ele tiver). Caso ainda não se relacione com nenhuma instituição financeira, ele deve pesquisar, dentre as ofertas, aquele agente financeiro que melhor irá atendê-lo em curto, médio e longo prazos. É interessante que o atendente auxilie o empreendedor na identificação do tipo de financiamento mais adequado. Em algumas situações, o custo total do financiamento obtido junto aos agentes financeiros (taxa de juros acrescida das despesas de IOF,* documentação, taxas de abertura de crédito, garantias etc) pode ser maior que o financiamento direto com fornecedores. Deste modo, o atendente também deve sempre alertar o empreendedor sobre todos os custos que envolvem um financiamento.
Oriente o cliente a ver, no agente financeiro, um fornecedor de serviços e produtos, buscando aquele que ofereça os melhores benefícios e negociando as condições para o investimento e uma relação de ganhos mútuos.
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Cuidados ao solicitar um financiamento
A experiência tem indicado que muitos problemas financeiros aos quais estão expostas as MPE são decorrentes da falta de preparo do empreendedor no planejamento do negócio e no registro e organização das informações. Por isso, é muito importante estimular o empreendedor para refletir a respeito do seu negócio e sobre a sua intenção de obter recursos de terceiros para viabilizar suas atividades. Outro ponto a ser levado em consideração é que quem já tem ou pretende abrir algum negócio precisará, em um dado momento, de apoio financeiro. Quando isto ocorrer, alguns cuidados deverão ser levados em conta ao solicitar um financiamento.
Orientações indispensáveis • Crédito viabiliza oportunidades, não as cria. • Empréstimo precisa ser pago. Se não o for, a dívida aumenta e torna-se um grave problema. • Planejar bem a abertura e expansão do negócio contribui para identificar e administrar os riscos e a capacidade de pagamento do empréstimo. • Na abertura de um negócio, deve ser sempre aplicada uma boa parcela de recursos próprios. • Um empréstimo deve ser sempre aplicado na finalidade em que foi obtido: giro, investimento ou misto (giro associado a investimento). Muitas vezes, a necessidade de capital de giro se dá em função da má gestão e do descasamento entre contas a pagar e receber. • Nunca se deve contrair um empréstimo em que a taxa de juros seja maior que a rentabilidade do negócio. Esta é uma boa forma de identificar se os juros praticados são altos para o empreendimento ou estão dentro do que a empresa pode pagar.
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• Em geral, os bancos oferecem um pacote de produtos que complementam o relacionamento bancário com o cliente, tais como a compra de seguros e outros serviços financeiros. Esses produtos não devem estar condicionados à concessão do empréstimo. • Tarifas e tributos que incidem direta ou indiretamente sobre o empréstimo, entre eles o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro (IOF) e a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), devem ser computados como componentes do custo do empréstimo. • O conhecimento prévio das opções e condições das linhas e serviços financeiros reduz as dificuldades na negociação do empréstimo, permitindo uma comparação entre as alternativas disponíveis.
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• O técnico do ponto de atendimento do Sebrae poderá auxiliar o empreendedor nessa atividade, identificando qual o financiamento que melhor atende às suas necessidades.
• Demonstre ao cliente a importancia de um planejamento adequado e como isto pode melhorar a gestão do negócio. • Visite periodicamente as páginas da internet das instituições financeiras para se atualizar quanto a possiveis mudanças nas condições de financiamento. • Procure as agências bancárias da região para conhecer mais sobre as condições gerais praticadas pelos agentes financeiros.
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Modalidades de financiamento
É importante conceituar as operações de crédito e seus componentes, de modo a indicar corretamente para o cliente as modalidades de financiamento disponíveis.
Crédito para capital de giro Operação de crédito que visa a disponibilizar recursos necessários à manutenção da atividade operacional no dia a dia. Ou seja, são valores representados por itens como caixa, bancos, contas a pagar e receber, folha de pagamento, estoques e outros compromissos de curto prazo. Os empréstimos para capital de giro podem ser liberados de duas formas: • isoladamente, também chamados de capital de giro puro. Na maior parte das situações, este tipo de empréstimo não necessita comprovar a sua destinação; • associados a investimentos fixos, conhecidos como capital de giro associado. São destinados à compra de insumos e/ ou mercadorias decorrentes do investimento realizado.
Crédito para investimento fixo Operação de crédito, normalmente de longo prazo, que tem o objetivo de financiar a implantação, expansão, relocalização, modernização ou reposição de máquinas, equipamentos, móveis, utensílios e veículos, bem como o financiamento de obras civis e instalações do empreendimento. Outra forma de conceituá-lo é afirmar que essa operação financia os ativos* imobilizados das empresas, que são os itens de permanência duradoura destinados ao funcionamento das atividades da empresa.
Crédito para investimento misto Operação de crédito que financia o investimento fixo e o capital de giro associado. Esta modalidade é bastante utilizada, pois em muitos financiamentos o empreendedor, ao adquirir um ativo imobilizado, necessita de uma certa quantia de recursos para o funcionamento do negócio, tais como aquisição de matérias-primas, mercadorias e demais despesas de manutenção da atividade.
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Outras formas de financiamento
Existem outras formas de alavancar recursos para o negócio. Conhecê-las é importante, pois podem representar o aumento do acesso das micro e pequenas empresas ao crédito e a redução dos custos financeiros e da necessidade de capital de giro.
Antecipação de receita Os recebíveis*, ou seja, os valores a receber das vendas a prazo podem ser convertidos em recursos disponíveis à vista ou em garantias de empréstimos. Dentre eles, os mais usuais são: Desconto de duplicatas e promissórias
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A empresa cede esses títulos para o banco e obtém capital de giro para alavancar seus negócios, antecipando os recebimentos de suas vendas a prazo. Desconto de cheques Os cheques pré-datados são entregues e descontados antecipadamente no banco, que fornece à empresa recursos para cobrir eventuais necessidades de caixa. Faturas de cartões de crédito A empresa cede seus créditos futuros para o banco e obtém capital de giro para alavancar seus negócios, colocando as faturas como garantia da operação.
Vendor A empresa pode obter empréstimo direto do banco para seus compradores e assim receber suas vendas à vista. Esta é uma ótima forma de viabilizar as vendas e reduzir a necessidade de capital de giro do negócio.
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Compror Permite que a empresa compre à vista de seus fornecedores com redução de custos. O banco deposita o valor da compra na conta do fornecedor e a empresa paga a prazo ao banco.
Meios eletrônicos de pagamento (cartões débito/crédito) Podem ser utilizados para aquisição de bens e produtos em estabelecimentos credenciados às redes de cartões - Cielo, Rede, Hipercard etc. Esta modalidade tem crescido sistematicamente em todo o país. Um exemplo de cartão de crédito empresarial é o cartão BNDES, voltado para o segmento das micro, pequenas e médias empresas. Obtenha mais informações sobre este produto no portal www.cartaobndes.gov.br.
Leasing Opção de médio e de longo prazo para a aquisição de veículos, máquinas e equipamentos novos ou usados. Nesta modalidade, o empresário adquire um bem, pagando-o em várias prestações acrescidas de juros, tendo ao final, se desejar, a opção de compra, pagando apenas o valor residual. Se visto com rigor técnico, o leasing não é um financiamento, mas um tipo de arrendamento mercantil com a locação do bem durante o prazo de vigência do contrato e as devidas prestações decorrentes da operação.
Conta garantida Linha de crédito rotativo vinculada à conta-corrente da empresa. Os recursos são disponibilizados a qualquer momento por solicitação do cliente. A garantia pode ser constituída com cheques pré-datados, duplicatas ou notas promissórias, bem como pela previsão de faturamento. As taxas são, geralmente, superiores às das modalidades anteriores, o que revela, mais uma vez, a importância do planejamento.
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Opções para obtenção de crédito Para auxiliar os empreendedores na identificação das melhores e mais viáveis formas de financiamento, é salutar conhecer as alternativas de crédito existentes, pois o melhor agente financeiro para os micro e pequenos negócios é aquele que consegue atender às suas expectativas e necessidades.
Sistema financeiro É o conjunto das instituições que buscam propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores. O local onde ocorrem as transações, permitindo que os agentes econômicos sejam colocados em contato entre si, aplicadores e tomadores, é entendido como mercado financeiro.
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Salienta-se que a atuação do Sebrae parte do princípio que os problemas enfrentados pelas MPE de acesso a financiamento e capitalização só podem ser de fato resolvidos no âmbito do próprio sistema financeiro. Fora dele, as ações serão sempre paliativas e sem abrangência suficiente. O Sebrae não tem o papel de suprir deficiências e omissões do sistema, mas contribuir para a construção de uma estrutura adequada ao atendimento. Os micro e pequenos negócios podem obter recursos nos seguintes agentes financeiros: Bancos comerciais São instituições financeiras que executam operações de crédito de curto e médio prazos, tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Destacam-se como suas principais atividades a concessão de empréstimos, o desconto de títulos, os cheques especiais, o repasse de recursos do BNDES e a prestação dos demais serviços financeiros. Bancos múltiplos Os bancos múltiplos podem atuar com carteiras de banco comercial, banco de investimento, sociedade de crédito, financiamento e investimento ou sociedade imobiliária, de acordo com a autorização dada pelo Banco Central. Logo, são bancos mais completos que os comerciais. Ex. Bradesco, Banco do Brasil, Itaú.
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Em decorrência do volume de negócios, da sua natureza e da quantidade de informações, classificam-se em bancos de varejo, middlemarket e corporate. Os bancos de varejo são os que melhor atendem o segmento das micro e pequenas empresas. Dentre as suas características, estão o grande número de correntistas, o baixo valor dos empréstimos, as taxas de juros mais altas, o processo de atendimento descentralizado e a tomada de decisão informatizada, com níveis de alçada distintos. Não há grandes exigências de comprovação de renda ou faturamento dos clientes. Bancos de desenvolvimento e agências de fomento São instituições financeiras públicas, regidas pelas mesmas normas vigentes das demais instituições financeiras. São especializadas no fornecimento de crédito de médio e longo prazos, normalmente com repasse de recursos públicos. Podem ser de abrangência nacional (BNDES), regional (BNB, Banco da Amazônia, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) ou estadual (Investe Rio – Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro, Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais).
BNDES O BNDES é o principal órgão de execução da política de investimentos do governo federal, principalmente em financiamentos de médio e longo prazos. Opera por meio de duas formas: • direta - nos financiamentos acima de R$ 20 milhões, onde as empresas se relacionam diretamente com o banco. Destina-se às médias e grandes empresas; • indireta - nas operações até R$ 20 milhões realizadas por meio da rede de agentes financeiros credenciados (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú), que recebe uma remuneração percentual sobre o valor do financiamento para realizar a intermediação entre as empresas postulantes. As operações indiretas são utilizadas pelas MPE.
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Bancos de investimento Canalizam os recursos de médio e de longo prazo para as necessidades de capital (fixo, misto ou de giro) das empresas, objetivando ampliar a capacidade produtiva, expansão e relocalização dos empreendimentos, além de incentivar o aumento da produtividade e eficiência das empresas.
Sociedades de crédito, financiamento e investimento Conhecidas também por financeiras, são constituídas sob a forma de sociedade civil, atuando como interface entre o consumidor, o lojista e a financeira.
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Sua função principal é o financiamento de bens duráveis para pessoas físicas, por meio do Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Não podem manter contas-correntes. Factoring As companhias de factoring são empresas comerciais, de fomento mercantil,* que transacionam a venda de um direito ao crédito (cheques, duplicatas), com certo deságio sobre o valor de face do título, para as empresas que são clientes. Não são instituições financeiras, pois não emprestam recursos. É recomendável que o empresário verifique se a relação custo/benefício é positiva antes de recorrer ao fomento mercantil.
Cooperativas financeiras As cooperativas financeiras, antes denominadas cooperativas de crédito, são equiparáveis às instituições financeiras. Constituem-se como uma sociedade de pessoas, de natureza civil, sem fins lucrativos e não sujeitas à falência, com o propósito de ofertar crédito e prestar serviços exclusivamente a seus partícipes. Podem captar tanto depósitos à vista quanto a prazo, concedendo empréstimos e prestando os demais serviços financeiros.
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Instituições de microcrédito/microfinanças Oscip As instituições de microcrédito podem ser constituídas como ONG – Organização Não Governamental (qualificada como Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). SCM Na Sociedade de Crédito ao Microempreendedor (SCM), as operações de microcrédito são destinadas aos empreendedores de pequenos negócios, que se caracterizam, na maioria das vezes, como informais. Ambas atendem aos pequenos negócios por meio de financiamentos para investimentos e/ou capital de giro. Os valores, prazos e taxas de juros variam de acordo com a estratégia de cada instituição.
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Análise e risco de crédito
É fundamental o atendente compreender como os agentes financeiros analisam uma operação de crédito, de modo a preparar os clientes e adverti-los acerca de como será o processo de análise. Com o conhecimento prévio da forma de análise, o cliente poderá se antecipar às exigências bancárias, ao pleitear os recursos, evitando perda de tempo e recursos e gerando frustração. Quanto maior a quantidade de informações organizadas e disponibilizadas pelos empresários, melhores as condições de financiamento que eles poderão conseguir. Os agentes financeiros necessitam de informações qualificadas para identificar riscos nas situações de empréstimo, evidenciar as conclusões quanto à capacidade de pagamento do tomador e fazer as recomendações relativas à melhor estruturação e ao tipo de empréstimo a conceder.
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Análise de crédito: a visão do agente financeiro A concessão do crédito é balizada por alguns critérios e parâmetros previstos na Resolução 2.682* do Banco Central, de 21 de dezembro de 1999, aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). É bastante comum as instituições do mercado financeiro, ao realizarem suas análises, classificarem os chamados “Cs do crédito”, que se baseiam em metodologias objetivas e subjetivas: • caráter O caráter está atrelado à índole do tomador do empréstimo e à sua predisposição em pagar o financiamento contraído. De forma objetiva e com base nesses registros, as instituições financeiras podem verificar se o proponente correspondeu às expectativas previstas anteriormente, além de como e quando efetuou o pagamento das obrigações pactuadas. Também é possível consultar se o cliente está inscrito em órgãos de restrição ao crédito (Serasa,* SPC,* Cadin*) e cartórios, ou se existem ações judiciais contra a empresa e os sócios.
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• capacidade Consiste na capacidade do requerente de ressarcir o crédito pleiteado, tendo em vista o quanto a empresa suporta de endividamento. São analisadas suas demonstrações financeiras com ênfase na liquidez,* nos fluxos e nas projeções de caixa. As empresas que não registram contabilmente todo o seu faturamento perdem a possibilidade de comprovar fidedignamente, para os agentes financeiros, as receitas por elas auferidas, restringindo a análise da capacidade de pagamento do negócio. • capital Representa a potencialidade financeira do proponente ao crédito, refletida por sua posição patrimonial. A análise da dívida do requerente, os índices de liquidez* e as taxas de lucratividade são frequentemente utilizados para avaliar o seu capital. Caso não se realize corretamente a contabilização de seus ativos e passivos, o patrimônio das MPE pode ser reduzido, o que diminui a predisposição da concessão de crédito pelos agentes financeiros. • colateral Representa o somatório de ativos que o proponente tem disponível para oferecer como garantia ao empréstimo. Assim, quanto maior for o montante* e a qualidade dos ativos disponibilizados, maior se torna a chance da instituição financeira reaver os recursos emprestados, caso o proponente ao crédito não honre suas obrigações. Todas as formas de garantias, sejam elas pessoais ou reais, devem ser levadas em consideração na análise deste item.
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• condições Dentro do atual e imprevisível cenário econômico empresarial, existem diversas variáveis que afetam as empresas também em relação às transações de crédito. Condições econômicas e empresariais, assim como circunstâncias especiais, devem ser consideradas ao avaliar as especificidades de crédito. • coletivo
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Começa a surgir uma inovação, que é a avaliação do chamado “6º C” do crédito. Considera-se, para efeito de análise de risco do empreendimento, o seu grau de inserção e integração em um coletivo de empresas do tipo cadeia ou aglomeração produtiva, organizado ou não como Arranjo Produtivo Local (APL). As instituições financeiras já começam a perceber essas empresas com um menor diferencial de risco, alterando seus parâmetros de avaliação, reduzindo as exigências, simplificando processos e, consequentemente, custos diretos e indiretos de acesso.
Risco de crédito As análises realizadas pelos agentes financeiros procuram ter em mente a existência de dois condicionantes: o risco e o retorno da operação de crédito, tendo sempre a perspectiva de maximização dos resultados. Os ativos com maiores chances de perda são vistos como mais arriscados, exigindo para a realização de eventuais investimentos um maior prêmio de retorno. Quanto maior for o risco da operação, maior será o retorno (juros) que o agente financeiro exigirá. É importante que o atendente esclareça bem essa situação para o empreendedor, demonstrando que os agentes financeiros irão identificar os riscos, conforme a Resolução 2.682 do Banco Central, classificando-os entre o nível A (excelente) e o nível H (alto risco de inadimplência*). Isto influenciará não só a elevação das taxas de juros, mas o aumento das exigências de garantias.
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Sistemas de garantia A grande maioria das micro e pequenas empresas, mesmo formalizadas e possuindo um bom histórico de relacionamento com os agentes financeiros, não possui a totalidade das garantias exigidas como contrapartida à concessão dos empréstimos. Com o objetivo de melhorar essa situação, ampliando o acesso das MPE ao crédito, alguns mecanismos são disponibilizados para dar cobertura complementar às exigências bancárias:
Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) Objetivo Oferecer garantias complementares ao MEI, ME e EPP nas operações de crédito de investimento e capital de giro realizadas pelos agentes financeiros conveniados. Em Pernambuco, os agentes conveniados são Banco do Brasil e Agência de Fomento do Estado de Pernambuco (Agefepe). Operacionalização • Tem como base legal a Resolução CDN nº 257/14 – Regulamento Operacional Fampe. • Convênios de cooperação técnica e financeira específicos com cada instituição financeira. • Política de crédito e estratégia de atendimento da instituição financeira voltada para pequenos negócios e protocolo de informações gerenciais – Sisfampe. • A empresa deve atender a todos os pré-requisitos do banco (capital, condições, caráter, capacidade de pagamento e colateral – garantias).
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
• A empresa, não tendo as garantias suficientes, contrata o fundo, via banco, cujo custo de acesso (Taxa de Concessão de Aval – TCA) vai depender do número de prestações e da garantia que precisa, sendo TCA = 0,1% x número de meses x valor da garantia. • Pode garantir até 80% do financiamento, conforme limites por porte empresarial e modalidade de investimento, sendo:
Modalidade de investimento Giro puro
Investimento fixo e capital de giro associado
Desenvolvimento tecnológico e inovação
Exportação (fase pré-embarque)
MEI
Até R$ 10 mil
Até R$ 30 mil
Até R$ 100 mil
Até R$60 mil
ME
Até R$ 60 mil
Até R$ 200 mil
Até R$ 400 mil
Até R$300 mil
EPP
Até R$ 100 mil
Até R$ 300 mil
Até R$ 700 mil
Até R$ 500 mil
Porte
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Fundo de Garantia de Operações (FGO) Tem por finalidade garantir as operações de micro, pequenas e médias empresas tomadoras de empréstimos de capital de giro e investimento. O FGO participa na operação como garantia complementar às garantias apresentadas pelo mutuário. Essa participação do fundo não desobriga a empresa do pagamento da dívida, não se constituindo em seguro de crédito. Ao utilizar o FGO, a empresa passa a ter condições favoráveis ao crédito, podendo inclusive contar com taxas reduzidas.
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Características • Destinado a micro, pequenas e médias empresas, inclusive empreendedores individuais, com faturamento bruto anual de até R$ 15 milhões. • Cobre até 80% do valor contratado, limitado a R$ 650 mil, no caso de investimento, e R$ 250 mil, no caso de operações de capital de giro. • A garantia compreende todo o prazo do financiamento, inclusive o período de carência.
Fundo de Garantia de Investimentos (FGI) Objetivo Ampliar o acesso ao financiamento para empresas de menor porte, mitigando riscos de operações de crédito. Características • Fundo de natureza privada, não sujeito a contingenciamento orçamentário. • BNDES Administrador, inclusive com a gestão ativa dos recursos (segregados do seu patrimônio). • Possibilidade do aporte de instituições privadas. • Garantia inicial de repasses do BNDES e, no futuro, de operações originadas pelas instituições financeiras cotistas.
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
Público-alvo • MPE (sem restrições), transportador rodoviário de cargas (pessoa física) e MEI. Garantias para financiamentos de investimento e capital de giro •
Produtos atendidos inicialmente - BNDES Finame, BNDES Procaminhoneiro, BNDES Automático e BNDES Exim, inclusive BNDES PSI.
• Contratação automática dentro das linhas de repasse do BNDES. • Até 80% de cobertura com limite de R$ 20 milhões por beneficiário.
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Sociedade de âmbito local, regional ou estatal, dotada de recursos privados e públicos, com o objetivo de prestar garantia complementar (fiança*) às operações das micro e pequenas empresas associadas, bem como prestar serviços correlatos ao assessoramento financeiro. Já existe um modelo em funcionamento na região da Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. Outras iniciativas estão sendo constituídas.
Atenção! É imprescindível explicar ao cliente que: • a contratação da cobertura de aval requer o pagamento de uma taxa para a utilização da garantia; • o aval oferecido para a complementaridade das garantias não desobriga o tomador do pagamento da dívida.
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Perguntas e respostas mais frequentes
Visando a preparar os profissionais dos pontos de atendimento com um instrumento prático para constantes consultas, o Sebrae preparou uma relação com questionamentos e respostas sobre os serviços financeiros destinados aos micro e pequenos negócios. Trata-se do FAQ (Frequently Answered Questions), contendo a relação das perguntas e respostas mais frequentes nos pontos de atendimento. Foram selecionadas 41 questões de atendimento em serviços financeiros.
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
Obtenção de recursos e elaboração de projetos 1 O Sebrae faz empréstimo? Não. O Sebrae não é instituição financeira. Por força de lei, não pode conceder empréstimos e financiamentos. Porém, o Sebrae oferece soluções em capacitação e consultorias que podem auxiliar o cliente na obtenção de financiamentos. Identifique as reais necessidades do cliente e ofereça aquelas que possam auxiliá-lo.
2 O Sebrae elabora projeto de viabilidade para fins de financiamento?
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Em Pernambuco, o Sebrae não elabora projetos, porém capacita a rede de parceiros para oferecer este serviço. Hoje a maioria dos agentes financeiros não exige mais o projeto de financiamento. Todavia, recomendamos ao empreendedor dispor de um Plano de Negócios como instrumento de gestão.
3 É necessário apresentar um Plano de Negócios para a obtenção de financiamento? A elaboração de um Plano de Negócios* visa a auxiliar o próprio empresário no planejamento e na execução de um determinado investimento, visto que é uma ferramenta que contém informações de fluxo de caixa,* projeções financeiras e planejamento do negócio. O agente financeiro considera que o empresário está melhor preparado para obter o financiamento quando apresenta um Plano de Negócios qualificado, facilitando a avaliação preliminar do pleito.
4 Qual a documentação necessária para a obtenção de um financiamento? Deve-se observar a relação fornecida pelo agente financeiro. Normalmente é exigida toda a documentação legal (contrato social, CNPJ, inscrição estadual, alvará de funcionamento, certidões etc), bem como informações técnicas, econômicas e financeiras da empresa e suas projeções.
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Para a efetivação do cadastro, normalmente a documentação exigida é: Pessoa jurídica • Cadastro de todos os sócios e cônjuges e comprovação do pagamento da tarifa cadastral (em alguns casos). • CNPJ atualizado. • Alvará de funcionamento. • Contrato social, ata de constituição e estatuto ou Declaração de Empresário, devidamente registrados na Junta Comercial. • Todas as alterações contratuais, atas ou aditivos do último aumento de capital, devidamente registrados na Junta Comercial. • Ata de eleição da atual diretoria devidamente registrada na Junta Comercial. • Atas ou aditivos de outras alterações devidamente registrados na Junta Comercial e assinados pelos sócios e por um advogado. • Alteração da Declaração de Empresário. • Balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício, com assinatura do contador e do administrador da empresa, referentes aos 03 (três) últimos exercícios com indicação do número das folhas e do livro diário em que foram transcritos. • Balanço de abertura e previsão de faturamento nos primeiros 12 meses (empresa em implantação). • Relação de vendas assinada pelo contador da empresa, referente ao último exercício social, ou do período decorrido quando a empresa não houver encerrado seu primeiro exercício social.
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
• Recibo de entrega da Declaração de Imposto de Renda para empresa dispensada de apresentar balanço ao fisco federal, ou declaração de isenção, conforme o caso. • Autorização para consulta aos sistemas restritivos e à central de risco de crédito do Sisbacen, conforme anexo. • Escrituras dos bens imóveis e Certificado de Registro de Veículos (CRV). Para imóveis que venham a ser vinculados a financiamentos, será necessária a apresentação dos seguintes documentos: escritura devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis, Certidão de Inteiro Teor, Certidão Negativa de Ônus (atual), Certidão Quinzenária, Certidão de Quitação de Débitos de Tributos e Contribuições Municipais.
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Em todos os documentos, anexar cópia autenticada ou levar os originais. Pessoa física • Carteira de identidade e CPF. • Se estrangeiro, Cédula de Identidade de Estrangeiro (CIE) emitida pela Polícia Federal (verificar validade). • Título de eleitor e comprovantes de votação da última eleição. • Se casado, Certidão de Casamento. • Comprovante de residência (água e esgoto, gás, luz ou telefone) vencido há no máximo 60 dias antes da data da sua entrega ao banco; contrato de aluguel em vigor no nome do cadastrando juntamente com qualquer uma das contas de que comprove o endereço indicado no contrato; extrato ou fatura de cartão de crédito, devidamente pago, referente ao mês em que será entregue ao banco.
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• Comprovante de renda do último salário, não podendo ser posterior há 30 dias. • Declaração de Imposto de Renda (Receita Federal). • Escrituras dos bens imóveis. • Certificado de Registro de Veículos (CRV). • Autorização de consulta ao Sisbacen, devidamente datada e assinada. • Comprovação do pagamento da tarifa cadastral. Para imóveis que venham a ser vinculados aos financiamentos, será necessária a apresentação dos seguintes documentos: escritura devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis, Certidão Negativa de Ônus (atual), Certidão Quinzenária de Inteiro Teor (atual), Certidão de Quitação de Débitos de Tributos e Contribuições Municipais. Em todos os documentos, anexar cópia autenticada ou levar os originais.
5 O banco solicita do cliente as Certidões Negativas de Débito, mesmo quando a empresa encontra-se em implantação? Sim. Isto para saber se os empresários têm alguma pendência tributária, trabalhista e previdenciária.
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Entidades financeiras e seus produtos 6 Quais são os bancos que financiam as MPE? São diversas as alternativas existentes de serviços financeiros que podem atender às micro e pequenas empresas, formais e informais. Tanto os bancos públicos quanto os bancos privados têm demonstrado cada vez mais interesse pelo segmento. Além disso, as cooperativas financeiras e as instituições de microcrédito têm sistematicamente aumentado o número de operações com empreendimentos de pequeno porte. Cabe ao cliente pesquisar qual dessas instituições apresenta um portfólio de produtos e serviços mais adequado às suas necessidades. O atendente do Sebrae poderá auxiliar nesta atividade.
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Consulte o endereço eletrônico do Sebrae para conhecer algumas alternativas existentes de nossos parceiros: www.sebrae.com.br.
7 Quais as linhas de crédito existentes para MPE e como acessá-las? Existem inúmeras linhas de crédito para empréstimos de capital de giro e para financiar projetos de investimento, com ou sem capital de giro associado, em diversas instituições financeiras. Para saber qual a linha de crédito mais adequada, devem-se buscar alternativas perante os agentes financeiros, identificando suas características e condições. A primeira pesquisa deve ser realizada no banco de relacionamento do cliente, estendendo-se para outros agentes financeiros. O atendente do Sebrae poderá ajudá-lo na pesquisa de outras alternativas. Consulte o endereço eletrônico do Sebrae para conhecer algumas alternativas existentes de nossos parceiros: www.sebrae.com.br.
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8 Existe financiamento para empresas em implantação? Sim, mas não é fácil o acesso. A análise ocorre caso a caso e depende de alguns critérios estabelecidos, tais como o bom histórico de relacionamento do cliente com o banco, a apresentação de um bom projeto de viabilidade econômico-financeira, a presença de garantias, a experiência gerencial e o ramo de atividade. Em alguns casos, apesar de normativamente não haver restrições sobre financiamento para empresas em implantação, os analistas de crédito são muito conservadores, fazendo exigências que as MPE encontram dificuldades para atender.
9 Quais as linhas de crédito para capital de giro? Qual a melhor linha? O banco financia capital de giro puro para empresa em implantação? Existem diversos agentes financeiros que possuem linhas de crédito para capital de giro. A melhor linha de capital de giro (ou solução de crédito, como é conhecida em alguns bancos) é sem dúvida aquela que se consegue acessar mais facilmente, pelo menor custo e dentro das condições desejadas. Outra forma de capital de giro são os recebíveis da empresa, ou seja, os valores a receber das vendas a prazo, que podem se transformar em garantias ou recursos à vista para capital de giro, por meio de desconto de duplicatas e promissórias, desconto de cheques e até antecipação de faturas de cartões de crédito. Quanto ao capital de giro puro para empresas em implantação, esse processo pode até ocorrer, mas é bem mais difícil. Como a análise de crédito para capital de giro está fortemente ligada à verificação do faturamento e à margem disponível no Limite de Risco de Crédito (LRC) do cliente, o empréstimo tendencialmente não é realizado. Consulte o endereço eletrônico do Sebrae para conhecer algumas alternativas existentes de nossos parceiros: www.sebrae.com.br.
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10 Qual o limite de financiamento? O banco financia 100% do valor solicitado? Qual o percentual permitido para capital de giro nos investimentos mistos? Os limites mudam de acordo com cada tipo de operação. Os agentes financeiros definem o limite de crédito em função de aspectos de especificidades da linha (teto e limite financiável), valor da proposta e risco da operação.
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O agente financeiro geralmente financia 100% da operação, quando se trata de capital de giro puro. Já para os investimentos fixos e/ou mistos (com giro associado), o agente geralmente requer uma contrapartida de recursos próprios, ou seja, uma parcela de recursos da empresa/empreendedor, que varia de acordo com a característica da linha e outras exigências. Nos investimentos mistos, o percentual de capital de giro associado pode ser de até 100% do investimento fixo para microempresa. Ou seja, o capital de giro equivale a até 50% do total financiado (e não do valor total do projeto). Exemplo: Valor total ou investimento total do projeto (100%)
R$ 62.500,00
Valor financiado (80%)
R$ 50.000,00
Valor da contrapartida de recursos próprios (20%)
12.500,00
Valor do investimento fixo projetado financiado
R$ 25.000,00
Valor do capital de giro associado financiado (50%)
R$ 25.000,00
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11 Quais são os juros e correções que incidem no valor de um financiamento? E como são realizadas as amortizações? As taxas de juros variam constantemente no mercado financeiro. Podem ser prefixadas - o encargo financeiro já é determinado na contratação do crédito, ou pós-fixadas, com o encargo financeiro sendo atrelado a algum fator de correção (indexador). Nos investimentos fixos ou mistos, pela característica de longo prazo das operações, as taxas são normalmente pós-fixadas e indexadas à TJLP* ou TR.* Nada impede que as operações de longo prazo possam utilizar encargos prefixados para os investimentos. Os sistemas de amortização* mais comuns são SAC, Price e Sacre: • SAC - Sistema de Amortização Constante que consiste na amortização da dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em progressão aritmética. Como a taxa de juros incide sobre o saldo devedor, à medida que os pagamentos vão sendo realizados, o valor da prestação e o saldo devedor vão decrescendo. Consequentemente, o valor da prestação varia mês a mês; • Price – também conhecido por tabela Price, é um sistema francês de amortização constante, onde todas as prestações (pagamentos) são iguais do início ao fim do contrato. Cada prestação é composta de uma quota de amortização e outra de juros. Caso a taxa de juros seja composta com algum indexador, as prestações poderão sofrer pequenas oscilações, mas permanecem constantes em valores absolutos; • Sacre – Sistema de Amortização Crescente que foi desenvolvido com o objetivo de permitir uma maior amortização do valor emprestado, reduzindo-se simultaneamente a parcela de juros sobre o saldo devedor. É bastante utilizado para financiamento de bens com prazos muito longos, como na aquisição da casa própria.
12 Quero adquirir uma marca ou franquia de uma empresa, o banco financia? A marca não é financiada. Já a taxa de franquia* é possível. Existem programas em determinadas instituições financeiras que visam a estimular o setor de franquias.
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13 Quero comprar um “ponto comercial”, o banco financia? Observamos que o ponto comercial não deve ser confundido com o imóvel do estabelecimento. Para aquisição de imóvel, construção ou reforma, existem diversas linhas de financiamento. Já para a aquisição do ponto, do valor intangível do negócio, não existem linhas específicas.
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Finalidades do financiamento 14 Existem linhas de financiamento específicas para organizações do Terceiro Setor* (associações) e cooperativas? Sim, alguns agentes financiam associações e cooperativas com linhas bastante adequadas às necessidades de compra de máquinas e equipamentos, instalações e mesmo capital de giro.
15 Existem linhas de crédito para pessoas físicas, artesãos, autônomos? Sim. Principalmente para capital de giro, operadas por Oscip de microcrédito e cooperativas financeiras. Em Pernambuco, podemos encontrar o Instituto Nordeste Cidadania (Inec), que opera o programa Crediamigo em parceria com Banco do Nordeste, Agência de Fomento do Estado de Pernambuco (Agefepe), Credicidadania, Acreditar e cooperativas financeiras dos sistemas Sicoob e Unicred. Veja os endereços dessas entidades no final deste documento.
16 Existe financiamento para apoiar a exportação dos produtos e serviços das micro e pequenas empresas? Sim. Existem linhas de crédito e bancos especializados em operar financiamentos para exportação com vocação para pequenos negócios. São instituições que possuem carteira de operações de câmbio* e estão autorizadas pelo Banco Central a contratar financiamentos para exportação e importação. Basicamente as operações se subdividem em pré-embarque e pós-embarque. O préembarque financia capital de giro para a produção de bens e serviços para exportação. O pós-embarque financia a importação de bens e serviços. Para mais detalhes, veja o endereço eletrônico do BNDES e da sua rede de instituições financeiras credenciadas: www.bndes.gov.br/linhas/exportacao.asp.
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17 Quanto ao financiamento para veículos, quais os critérios exigidos? Os agentes financeiros podem financiar veículos utilitários e caminhões, novos ou usados, geralmente com no máximo cinco anos de uso, sendo necessário comprovar a sua utilização nas atividades do empreendimento financiado, de acordo com a especificidade da linha de crédito. Podem ser financiados veículos de passeio somente para empresas locadoras de veículos. É interessante orientar o empreendedor para também verificar as condições de financiamento que as montadoras oferecem, comparando-as com as linhas dos agentes financeiros.
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18 Por que nos casos onde o cliente pleiteia um complemento de construção civil/reforma, o banco exige que ele apresente o orçamento total? Porque o banco considera o projeto como um todo. O que já foi realizado com recursos próprios e o que vai ser financiado. É necessário que a obra esteja regular perante todos os órgãos de fiscalização, para que posteriormente não venha a sofrer nenhum impedimento para funcionar. Se o que já foi realizado for apresentado como contrapartida de recursos próprios, é necessária a devida comprovação no projeto por meio de notas fiscais e recibos.
19 O banco pode conceder financiamento para uma empresa que esteja instalada em imóvel alugado? Os bancos dificilmente fazem restrição ao fato de uma empresa estar instalada em imóvel alugado, inclusive por se tratar de uma realidade bastante presente nos pequenos negócios. Os bancos fazem restrição em conceder financiamento para uma empresa instalada em imóveis não regularizados.
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20 Quero comprar o imóvel onde a minha empresa funciona. O banco financia? Para a aquisição do imóvel devidamente regularizado, sim. Quanto à aquisição isolada do terreno, não. Uma das condições para financiar a construção é a existência do terreno devidamente regularizado em nome da empresa.
21 Quero comprar uma empresa já pronta e em funcionamento, o banco financia? Não. Pronta e em funcionamento, não. Entretanto, poderá financiar se a atividade for industrial ou nos meios de hospedagem - e estiver desativada. Podem ser adquiridos os bens de propriedade da empresa (máquinas com até cinco anos de uso e nota fiscal de origem). A aquisição do imóvel e respectivas edificações e instalações somente poderá ser financiada se cumpridas, cumulativamente, as seguintes condições, além das demais exigências normativas aplicáveis: • existência de título de domínio em nome do vendedor, lavrado e registrado na matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis, conforme a lei; • existência da averbação, à margem da matrícula do imóvel, das edificações e das instalações já construídas no terreno; • inexistência de quaisquer tipos de ônus reais ou legais, de ação judicial reipersecutória e de cláusulas restritivas como usufruto, inalienabilidade e impenhorabilidade, inclusive restrições decorrentes de o imóvel ter sido objeto de doação ou venda pelo poder público; • inexistência de quaisquer tipos de embargo por órgãos oficiais competentes como prefeituras, patrimônio histórico, Crea, órgãos ambientais, Secretaria do Patrimônio da União (SPU) etc;
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
• o empreendimento esteja desativado há mais de dois anos; • o empreendimento não seja objeto de operações de financiamento do investimento; • o financiamento não se caracterize como recuperação de capital investido; • seja o projeto considerado de interesse para o desenvolvimento da área na qual esteja localizado; • o valor relativo ao terreno onde se localiza o empreendimento seja subtraído do preço final dos bens que serão adquiridos com os recursos do crédito;
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• a unidade cuja aquisição será financiada seja previamente avaliada por técnico da Central de Apoio Operacional, ou, no caso de avaliação por terceiros, seja convalidada por técnico da Cenop.
22 O banco libera o recurso financiado diretamente na conta do cliente? Quando se tratar de empréstimo para capital de giro, normalmente o dinheiro é depositado na conta do cliente. Nos financiamentos para investimentos fixos, os bancos preferem pagar diretamente aos fornecedores, mediante a apresentação de notas fiscais. Nos casos de investimentos mistos, ocorrem as duas situações.
23 O banco exige a comprovação do recurso próprio? De que forma? Na exigência de contrapartida do financiamento, sim. A comprovação pode ser por meio de um depósito na conta do cliente do agente financiador, ou por meio da comprovação de pagamento ao fornecedor com apresentação de recibo ou nota fiscal. Em alguns casos, aceitam-se investimentos já realizados por conta do projeto, devidamente comprovados e com até seis meses de realização física e financeira.
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24 O banco dá algum prazo de carência*? Depende da linha de financiamento em questão. Para capital de giro, a carência geralmente é menor do que para financiamento de investimentos fixos e mistos. Para financiamentos de longo prazo, a carência é, em média, de seis a 12 meses, mas pode ser maior. É importante explicar que durante o período de carência, a empresa não amortiza o empréstimo, mas paga em parte ou integralmente os encargos do financiamento. Nesse período, apesar de não ser cobrada a prestação integral, o financiamento sofre a incidência normal da taxa de juros, o que faz aumentar o saldo devedor da operação.
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Garantias e exigências
25 Por que tenho que oferecer garantia? Os bancos solicitam garantia em seus financiamentos para cumprir os normativos do Banco Central, como forma de reduzir o risco da operação e para comprometer mais o empresário, seu projeto e sua empresa no cumprimento das obrigações contratuais. Quanto maior for o montante e a qualidade dos ativos disponíveis, maior a chance da instituição financeira reaver os recursos emprestados, caso o cliente falte com as obrigações.
26 Quais são as garantias exigidas pelo banco?
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Existem dois tipos de garantias exigidas pelas instituições financeiras: reais* e pessoais* (fidejussórias). As garantias reais mais comuns podem ser subdivididas em hipoteca, alienação fiduciária* e penhor.* As garantias pessoais ou fidejussórias classificam-se em aval* e fiança. Em média, as instituições financeiras solicitam algo em torno de 130% em garantias sobre o valor do financiamento. E este percentual pode ser superior. Exemplo: Valor do financiamento
R$ 100.000,00
Valor da garantia total exigida (130%)
R$ 130.000,00
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27 Os bens financiados podem ser a garantia do empréstimo? Sim. O usual termo jurídico deste tipo de garantia é alienação fiduciária. Geralmente a alienação fiduciária não é suficiente para compor as exigências de garantia de financiamento pelas instituições financeiras, requerendo muitas vezes o complemento de garantias reais ou pessoais. Este tipo de garantia é muito comum no financiamento de máquinas, equipamentos e veículos.
28 A garantia real (imóvel) está localizada em outro estado, o banco aceita? Sim, é possível. No entanto, o imóvel tem que estar de acordo com todas as exigências legais. E o empresário arca com as despesas da realização do laudo de avaliação do imóvel.
29 Em que condições um imóvel pode ser aceito como garantia de 2º grau? Um imóvel pode ser dado como garantia para vários financiamentos. Se o bem já estiver hipotecado à própria instituição financeira e ainda houver margem para comprometimento de, no mínimo, 130% do valor que vai ser financiado, este ainda poderá ser dado como garantia. Pode ser até de maior grau (3º ou 4º grau), se houver saldo remanescente de garantias para tal.
30 Como funciona a execução da garantia em um financiamento? A garantia solicitada ao tomador do financiamento é parte integrante do contrato. Caso haja inadimplemento parcial ou total da dívida, depois de esgotadas todas as alternativas de negociação extrajudicial entre o banco e o cliente devedor, a instituição financeira entra com um processo de execução da dívida junto à Justiça. Em a sentença sendo favorável à instituição financeira, esta poderá executar as garantias oferecidas no contrato. A Justiça remete o bem para leilão e, com o resultado do leilão, realiza-se a liquidação da dívida.
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
31 O banco exige que o cliente abra uma contacorrente para ter acesso ao financiamento? Sim. Mas só na hora da liberação dos recursos para poder transitá-los pela conta do cliente. No entanto, não pode exigir que a movimentação da empresa seja realizada por aquela mesma conta-corrente.
32 Tenho a obrigação de comprar outros produtos do banco para poder receber o financiamento? Não. A chamada reciprocidade bancária (“venda casada”), apesar de frequente em algumas instituições, não é obrigatória.
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33 Como o banco avalia o risco da operação do crédito? De acordo com a Norma 2.682 do Banco Central, as instituições financeiras devem avaliar suas operações de crédito com classificações que variam do nível A (excelente) ao nível H (alto risco de inadimplência). Os bancos classificam essas operações levando em conta basicamente quatro aspectos: • risco do cliente - indica a capacidade de endividamento atual do cliente, apurada com base nos elementos existentes e na avaliação retrospectiva. É usado para analisar operações de capital de giro, aquisições isoladas, crédito pessoal etc; • risco do projeto - indica a capacidade projetada do cliente, apurada com base na análise de projetos e na avaliação prospectiva. É usada para operações de investimento para implantação, expansão e modernização de empreendimentos; • risco da proposta - avalia o objetivo, a finalidade, o valor e o prazo do crédito e sua adequação; • ponderação das garantias - diz respeito à qualidade (valor e liquidez) que as garantias possuem para efeito de execução.
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34 Qual o perfil exigido para ser um avalista? E se o avalista residir em outro estado, o banco aceita? Basicamente são as mesmas condições que são impostas ao próprio tomador do financiamento: caráter idôneo, cadastro positivo e patrimônio compatível com a obrigação assumida. Também é necessário que o valor da prestação não comprometa mais de 30% da sua renda. O banco aceita avalista de outro estado, desde que ele cumpra todas as exigências bancárias. Facilita bastante se o avalista*/fiador* for cliente da instituição financeira, com o seu respectivo cadastro atualizado.
35 Numa empresa constituída como limitada (Ltda.), seus sócios podem ser avalistas da própria empresa na qualidade de pessoa física? Sim, desde que os sócios possuam bens compatíveis com as exigências. Os sócios já comparecem como avalistas em todas as operações, cabendo às instituições financeiras decidirem pela exigência de garantias adicionais.
36 Não tenho fiador ou garantia real, o banco libera o dinheiro assim mesmo? Dificilmente se consegue um financiamento para realizar investimentos na ausência de avalistas ou garantias reais. Entretanto, existem alternativas que podem viabilizar a operação, garantindo complementarmente as exigências bancárias. São exemplos desses mecanismos de garantia complementar o Fampe, o FGPC, o Funproger e as sociedades de garantia de crédito.
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Renegociação e liquidação antecipada de empréstimos 37 Existem financiamentos para pagar dívidas? E se a empresa tiver um financiamento em andamento e não estiver conseguindo pagar, é possível renegociar a dívida? O que existe é a possibilidade da renegociação de dívidas, em caso de dificuldade de pagamento das parcelas. Tem caráter negocial, visando a mudar o perfil da dívida e ajustar o cronograma de exigibilidade (prestações) das dívidas de curto e de longo prazo ao fluxo de caixa da empresa.
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Pode ocorrer, desde que o empréstimo anterior seja substituído por outro com melhores condições de pagamento (juro, prazo e montante). Também por meio da própria linha de financiamento original, com prazos de pagamento e carência mais dilatados e, consequentemente, valores de prestação mais reduzidos. Essas operações são estudadas caso a caso.
38 Minha empresa está com o nome “sujo”, posso tomar empréstimo para sanar este problema? Não. É necessário primeiro conseguir limpar o nome da empresa junto às entidades de controle cadastral do crédito, tais como Serasa, SPC e Cadin.
39 Já estou perto de terminar um empréstimo que minha empresa tomou e já preciso de outro, é possível conseguir? Sim, no entanto é necessário que a empresa tenha limite de crédito disponível para isto. E a nova proposta projete uma capacidade de pagamento que suporte a prestação do financiamento existente e a do novo financiamento. Em alguns casos, é necessário quitar antecipadamente o saldo devedor anterior por meio de recursos próprios ou de recursos oriundos do novo contrato de empréstimo.
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Outras questões 40 Quem pode ter acesso ao microcrédito? E quem são as instituições de microcrédito? As operações de microcrédito são destinadas a empreendedores de pequenos negócios que se caracterizam, na maioria das vezes, como informais. Ambas atendem os pequenos negócios por meio de financiamentos para investimento e/ou capital de giro. Os limites, prazos e taxas de juros variam de acordo com a estratégia de cada instituição, com exceção das SCM, que, por força de lei, somente podem emprestar até R$10.000,00 por cliente. As instituições de microcrédito podem ser constituídas como ONG – Organização Não Governamental (qualificada como Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) ou SCM – Sociedade de Crédito ao Microempreendedor. Procure saber quais as instituições que atendem a sua região para poder orientar, de forma específica, os clientes demandantes deste tipo de crédito.
41 O que é capital de risco? A quem se destina? Capital de risco, também conhecido como capital empreendedor, é o investimento temporário em empresas emergentes com grande potencial de crescimento e geração de caixa por meio da participação direta no seu capital social, via aquisição de ações ou debêntures conversíveis em ações, visando à rentabilidade acima das alternativas disponíveis no mercado financeiro, em função da maior exposição ao risco.
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
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Glossário de termos técnicos
Agente financeiro
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Pode ser compreendido como uma instituição, privada ou pública, que atua no mercado financeiro. Tem como objetivo a prestação de serviços financeiros e o financiamento da atividade empresarial de pessoas físicas e terceiros em geral. Alienação fiduciária É um tipo de garantia real, onde há a transmissão do título de propriedade de um ativo do devedor para a instituição financeira, como garantia do pagamento de um compromisso assumido. A utilização do bem fica sob a responsabilidade do devedor, mas sua propriedade plena fica vinculada ao credor até que a dívida seja integralmente paga. A alienação fiduciária é um dos instrumentos de garantia mais utilizados, sobretudo no financiamento de máquinas e veículos, dado a relativa facilidade de eventual recuperação. Amortização É o abatimento gradual de uma dívida por meio de pagamentos periódicos, combinados entre o credor e o devedor. Na amortização, estão embutidos os juros e o principal.
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Ativos São bens, créditos ou valores que formam o patrimônio de uma empresa. Os três principais tipos de ativos são o circulante, o fixo e o financeiro. O ativo circulante é o dinheiro que a companhia tem em caixa, ou qualquer outra coisa que possa ser transformada em dinheiro vivo imediatamente. O ativo fixo é tudo que a empresa não tem intenção de vender em curto prazo, tais como prédios, móveis, máquinas e equipamentos. Ativo financeiro são aplicações feitas no mercado financeiro como títulos de renda fixa públicos e privados, caderneta de poupança, ações, ouro, moedas estrangeiras, entre outras. Aval É um tipo de garantia pessoal (ou fidejussória) que garante o pagamento de um título de crédito, onde um terceiro, denominado avalista, se compromete a efetuar o pagamento do título de crédito, caso o contratante contrarie as obrigações de pagamento pactuadas. Se não houver a quitação do título de crédito, o avalista assume a responsabilidade solidária pelo pagamento da obrigação. A cobrança pode ocorrer diretamente com o inadimplente da dívida ou o avalista. Cadin O Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal é um banco de dados onde se encontram registrados os nomes das pessoas físicas e jurídicas em débito para com os órgãos e entidades federais. As informações contidas no Cadin permitem à administração pública federal uniformizar os procedimentos relativos à concessão de crédito, garantias, incentivos fiscais e financeiros, bem como celebrar convênios, acordos, ajustes ou contratos, de modo a favorecer a gestão seletiva dos recursos existentes.
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Carência É o período de tempo concedido pelo credor ao devedor, durante o qual não é pago o principal da dívida, mas apenas os juros e a correção monetária, se houver. Assim, a empresa terá tempo para gerar recursos e efetuar os pagamentos futuros do seu empréstimo. CPMF A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira é cobrada sobre toda movimentação financeira, com alíquota atual de 0,38%. Na prática, a cobrança acontece apenas quando há movimentação na conta-corrente. A CPMF foi criada com o objetivo de destinar recursos para a área da saúde.
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Empréstimo consignado Modalidade de empréstimo com desconto das prestações em folha de pagamento (crédito consignado). Faturamento Valor recebido com a venda de produtos ou serviços de uma empresa. Fiador Aquele que presta uma fiança. Quem se responsabiliza pelo pagamento de uma dívida contraída por outra pessoa. O credor não é obrigado a aceitar o fiador escolhido se este não for uma pessoa idônea domiciliada no município onde tenha de prestar a fiança e não possuir bens suficientes para desempenhar a obrigação. Se o fiador se tornar insolvente, ou incapaz, o credor pode exigir que ele seja substituído.
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Fiança A fiança também é um tipo de garantia onde um terceiro se incumbe do pagamento da dívida, no caso de o devedor não conseguir cumprir sua obrigação. A fiança completa a insuficiência patrimonial do devedor com o patrimônio do fiador. Fluxo de caixa Controle de entradas e saídas financeiras de uma empresa. O controle do fluxo de caixa proporciona uma visão geral sobre todas as funções da empresa - pagamentos, recebimentos, compra de matérias-primas e mercadorias, impostos, entre outras. O fluxo de caixa também possibilita prever a capacidade de pagamento de um eventual financiamento. Fomento mercantil Instituto do direito mercantil que tem por objetivos a prestação de serviços e o fornecimento de recursos para viabilizar as atividades das empresas mercantis ou prestadoras de serviços. A operação não é um empréstimo, mas uma atividade que comercializa direitos futuros de recebimento no presente. Franquia Sistema pelo qual a empresa detentora de marca registrada, processo patenteado de produção ou direitos similares concede a outras empresas (em geral de menor porte) licença para a utilização dessas marcas ou processos, sob certas condições. Funding Recursos obtidos junto a terceiros (instituições financeiras, organismos internacionais, fundos constitucionais, doações), destinados à realização de empréstimos.
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Fundo de Amparo ao Trabalhador O FAT é um fundo especial, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), destinado ao custeio do seguro-desemprego e do abono salarial e ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico. Este fundo é uma das principais fontes de funding para o financiamento de pequenos negócios no Brasil. Fundos constitucionais
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Destinados a programas de financiamento para os setores produtivos com recursos oriundos da arrecadação de 3% dos impostos sobre a renda e os produtos industrializados, para aplicação em programas de financiamento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Os fundos constitucionais de financiamento constituídos são FNO (Norte), FNE (Nordeste) e FCO (Centro-Oeste). Garantias pessoais ou fidejussórias Correspondem a um tipo de garantia nas quais pessoas físicas ou jurídicas assumem, como avalistas ou fiadores, a obrigação de honrar os compromissos referentes à operação de crédito, caso o cliente não o faça. Os avalistas e fiadores devem passar pela mesma análise creditícia que o proponente, pois, caso o cliente não honre seus compromissos, o avalista ou fiador terá que fazê-lo. Portanto, é necessário que ele tenha condições econômicas e financeiras para tal. Garantias reais As garantias reais são representadas por um bem que pertença ao devedor ou a algum terceiro, e que possua valor suficiente para um eventual ressarcimento do credor, nos casos de não pagamento da obrigação contratada. Os tipos de garantias reais mais comuns para as MPE são o penhor, a caução, a hipoteca e a alienação fiduciária. A diferença entre eles ocorrerá em função do direito de propriedade e da posse do bem ofertado em garantia durante a vigência do contrato.
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Hipoteca A hipoteca consiste na garantia de cumprimento de uma determinada obrigação contratual. Neste tipo de garantia real, também não há transferência de propriedade de um ativo, seja ele um imóvel, navio ou avião, para o credor, entretanto o devedor não pode dispor do bem sem autorização do banco. Cabe salientar que um determinado bem dado em penhor não poderá ser utilizado pelo credor. IOF O Imposto sobre Operações Financeiras é cobrado sobre toda operação de crédito, podendo haver algumas isenções. Inadimplência Situação ocorrida quando uma pessoa ou uma empresa deixa de cumprir sua parte em um contrato, particularmente no que se refere a prazos de pagamento. Liquidez Capacidade de honrar o pagamento de despesas/custos dentro do prazo pactuado. Montante É a soma do capital inicial com o juro produzido em um determinado tempo. Também é conhecido como valor total do financiamento. Operações de câmbio Uma operação de câmbio envolve a negociação da moeda estrangeira por meio da troca de moedas entre os países.
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Plano de Negócios Trata-se basicamente de um instrumento de planejamento, no qual as principais variáveis envolvidas em um empreendimento são apresentadas de forma organizada. Ponto comercial É o local onde está estabelecido o comerciante, ou onde se realiza habitualmente a sua prática comercial. Recebíveis
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São títulos de crédito originados do faturamento de bens e serviços vendidos e, usualmente, entregues. Podem ser duplicatas, notas promissórias etc. Resolução 2.682 Dispõe sobre critérios de classificação das operações de crédito e regras para a constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa. A classificação leva em conta aspectos e características do devedor e dos garantidores, bem como aspectos operacionais e eventuais atrasos de pagamento. Risco de crédito Trata-se do termo que associa um determinado título à probabilidade de o mesmo não poder ser honrado pelo emissor, no caso de um evento imprevisto – na falência de uma empresa, dificilmente suas debêntures serão honradas. Serasa É uma empresa qualificada em análises para decisões de crédito e apoio a negócios, por meio de acordos com as principais empresas de informações de todos os continentes. Ela participa da maioria das decisões de crédito e negócios tomadas no Brasil.
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SPC O Serviço de Proteção ao Crédito é uma empresa de análises cadastrais, onde seus produtos são desenvolvidos para auxiliar a tomada de decisão do crédito, apresentando também soluções que auxiliam na avaliação dos fatores de risco. Pode ser consultado de acordo com a necessidade. Taxa contratual Trata-se da taxa que é estabelecida na celebração do contrato. Terceiro Setor É uma terminologia sociológica que dá significado a todas as iniciativas privadas de utilidade pública com origem na sociedade civil. Dentro das organizações que fazem parte do Terceiro Setor estão as ONG, as entidades filantrópicas, as Oscip, as organizações e as associações civis sem fins lucrativos. TJLP A Taxa de Juros de Longo Prazo é usada para corrigir empréstimos feitos junto às instituições financeiras. É uma taxa anual que sofre alterações trimestrais. TR Taxa Referencial de juros divulgada diariamente pelo Banco Central. É um índice muito aplicado para reajustes das prestações dos contratos de financiamento. É também o indexador da poupança, dos débitos fiscais, dos contratos privados etc.
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Relação de parceiros em serviços financeiros
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Nº
ENTIDADE
PESSOA DE CONTATO
FONES
1
Banco Central
Isoláquio Mustafá Filho
isolaqui.mustafa@bcb.gov.br
(81) 2125.4143
2
BNDES
Paulo Ferraz Guimarães e Fernando Castilhos
pagui@bndes.gov.br fernando.castilhos@bndes.gov.br
(81) 2127.5800 (81) 98866.7431
3
Banco do Nordeste
Almir Alves da Silva e Russana Bezerra Melo
almiralves@bnb.gov.br russana@bnb.gov.br
(81) 3328.8400 (81) 98874.3302
4
Banco do Brasil
Marco Aurélio e Luiz Pinheiro S.Neto
marco.aurelio@bb.com.br pneto@bb.com.br
(81) 98708.2734 (81) 99928.0414
5
Caixa Econômica
Kléber Paz e Melquizedeque Leite
kleber.paz@caixa.gov.br melquizedeque.leite@caixa.gov.br
(81) 99454.8115 (81) 98844.1192
6
Agefepe
Jackson Trindade Rocha e Alberto Galvão
jackson.rocha@agefepe.pe.gov.br alberto.galvao@agefepe.pe.gov.br
(81) 99656.6818 (81) 98494.1806
7
Ceape/PE
José Ventura Sobrinho
direx@ceape-pe.org.br
(81) 99421.7444
8
Credcidadania
Andréa Januário
andreajanuario@hotmail.com
(81) 99643.6781
9
Acreditar
Lilia Prado
lilianprado.acreditar@gmail.com
(81) 99454.0198
10
Cielo
Nilce Marise Ruppel
nruppel@cielo.com.br
(81) 99183.8992
11
Rede
Maria Elaine T. Vieira
maria.vieira@userede.com.br
(81) 99600.0909
12
Sicoob NE
José Evaldo Campos e Neilson Santos
evaldo@sicoobne.com.br neilson@sicoobne.com.br
(87) 99991.6507 (83) 99925.1992
13
Sicoob PE
José Evado Campos e Hilário Patriota
evaldo@sicoobne.com.br hilariom4293@sicoobne.com.br
(87) 99991.6507 (87) 99919.2222
14
Unicred Recife
Floriano Raposo Quintas
Flfloriano.quintas@unicred. recife.com.br
(81) 99626.3535
15
Unicred - Centro Pernambucana
Antonyver C. Mendonça
16
Unicred VSF
Antônio Vinícius R. Leite
antonio.vinicius@unicredvsf. com.br
(87) 98809.4586
17
OCB/PE Sescoop/PE
Malaquias Ancelmo e Cleonice Pedrosa
malaquias.ancelmo@ pernambucocooperativo.coop.br cleonice.pedrosa@ pernambucocooperativo.coop.br
(81) 99971.5099 (81) 99989.6305
(81) 2103.8892