"Queria que você estivesse aqui" TAG Inéditos - Maio/2024

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Queria que você estivesse aqui

2024
MAI

TAG — Experiências Literárias

Tv. São José, 455 – Porto Alegre, RS (51) 3095-5200 (51) 99196-8623

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Publisher Rafaela Pechansky

Edição e textos Ana Lima Cecilio Colaboradoras Laura Viola e Sophia Maia Designer Bruno Miguell Mesquita Capa Bruno Miguell Mesquita | Freepik Revisores Antônio Augusto e Liziane Kugland Impressão Impressos Portão

Olá, tagger

Uma das imensas (e muitas!) vantagens da vida de gente como você, pessoa leitora, é ter a literatura como uma espécie de filtro da vida real. Isso não significa que a literatura seja um mascaramento dos nossos problemas como seres humanos, como sociedade. Mas a literatura pode ajudar, e muito!, a gente a lidar com os obstáculos, as crises, as dores.

Todos nós, como humanos, passamos por um dos maiores traumas coletivos dos últimos séculos: a pandemia de Covid-19, que mudou nosso modo de conviver, nos lembrou da nossa fragilidade, inventou novas necessidades, nos separou, fechou fronteiras e as portas das nossas casas e, sobretudo, levou embora muitos dos que amamos.

A literatura também pode ajudar a gente a digerir esse gigantesco trauma coletivo, sem o apelo tolo de que saímos “mais fortes”. Este é um dos primeiros livros que têm como mote a pandemia. Ele ajuda a refletir sobre ela, claro, mas principalmente sobre as pessoas que a enfrentaram. É um primeiro passo para entender o que vivemos. Mas, principalmente, é um primeiro passo para superarmos o trauma, coletivamente.

Experiência do mês

MAIO 2024

Seu livro além do livro: para ouvir, guardar, expandir, crescer.

Mimo

Marcador de páginas

Um marcador de páginas é um instrumento mágico que te ajuda a não cometer o crime terrível que é dobrar as páginas de um livro. Quando ele é charmoso, então, é um estímulo a mais para você correr as páginas. A gente pensou num gatinho, esse animal amoroso e quentinho, para te observar a cada página. Faça bom uso dele!

Para quem sabe que o livro sempre rende boas conversas

Projeto gráfico

Diana, a protagonista, vem de um universo muito urbano, e grande parte do livro traz a referência de Nova York, onde ela vive. E é por isso que as paisagens naturais, a fauna e a flora de Galápagos são tão exuberantes para ela. Juliana Misumi, a designer responsável, optou por essa colagem com elementos naturais, como se formassem o mosaico de sensações de Diana.

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Para ajudar a embalar a sua leitura

PODCAST
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PLAYLIST

sumário

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Por que ler este livro

Bons motivos para você abrir as primeiras páginas e não parar mais

Universo do livro

Livros, séries, filmes que orbitam o livro do mês

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Sobre a autora

Um retrato caprichado e uma entrevista com quem está por trás da história

Vem por aí

Para você ir preparando seu coração

Da mesma estante Livros que poderiam ser guardados na mesma prateleira do livro do mês

Madame TAG responde

Dor de amor? Dúvidas na vida? Nosso consultório literosentimental responde com dicas de livros

“Jodi Picoult prova mais uma vez que é mestre em atravessar a escuridão para encontrar a luz. Queria que você estivesse aqui é uma história poderosamente evocativa da resiliência e do triunfo do espírito humano.”
Taylor Jenkins Reid
Por que ler este livro 4

Por que ler este livro

Entender um momento tão doloroso da humanidade, como foi a pandemia, como cenário de um romance que tem uma história de amor e outra de amizade, mas também de autoconhecimento, superação, avaliação da vida, e cheia de reviravoltas na narrativa, e tudo isso num cenário deslumbrante, é um presente que a leitura pode nos dar. Que a gente saiba aproveitar.

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Universo do livro

Livros, séries, filmes que orbitam o livro do mês

QUERIA QUE VOCÊ

ESTIVESSE AQUI é uma história de amor em um cenário deslumbrante como Como se fosse a primeira vez que fala do amadurecimento de uma personagem pelos caminhos mais diferentes como Comer, rezar, amar

Uma comédia romântica que é quase uma fábula passada em lugares paradisíacos, que conta com o companheirismo e com o amor para que tudo dê certo no final.

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que toca em dores profundas que precisam ser superadas como Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Filme encantador que conta com um nó narrativo para falar da dor do amor e da imensa potência de estar apaixonado.

Livro best-seller sobre a necessidade de parar a vida para experimentar o que o mundo tem a oferecer.

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que trata de um assunto sério, mas com alguma leveza como QUERIA QUE VOCÊ

ESTIVESSE AQUI, de Jodi Picoult

que tem uma personagem adolescente adoravelmente irritante como Atypical

Série sobre um adolescente autista que, enquanto se adapta ao mundo, também transforma profundamente todos os que estão em volta.

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que tem uma protagonista com uma autocrítica muito rigorosa como

A pior pessoa do mundo

Belíssimo filme sobre uma mulher que sente, sofre, se apaixona e entende que precisa, antes de tudo, se encontrar.

que é cheio de acontecimentos coadjuvantes fundamentais para a protagonista como Pequena Miss Sunshine

Um filme doce sobre uma família que precisava de uma viagem juntos para entender o imenso universo que está em sua própria casa.

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Literatura para entender o mundo

Olho atento para os temas que realmente importam e muita pesquisa são a chave do sucesso de uma das mais bem-sucedidas autoras contemporâneas

Jodi Picoult é uma máquina de produzir livros. Autora de mais de 28 romances, espalhou suas palavras pelo mundo inteiro e fez isso com maestria, ganhando prêmios prestigiosos e, talvez até mais importante, com um enorme sucesso de público: nos EUA, seus 28 romances foram best-sellers do New York Times, que você pode conferir no Brasil em edições como Um milhão de pequenas coisas, Coração de mãe e o lançamento A loucura do mel.

Picoult é conhecida por suas narrativas envolventes e temas complexos que desafiam o leitor a refletir sobre questões éticas e morais. Seus romances frequentemente exploram dilemas contemporâneos, como a justiça, a família e a identidade, e são aclamados por sua profundidade psicológica e pesquisa meticulosa. Seus livros têm uma capacidade única de nos fazer questionar nossas próprias crenças e perspectivas.

Mas o que a inspira a abordar temas tão complexos e controversos em sua escrita? Como ela equilibra a necessidade de entreter o leitor com a responsabilidade de abordar questões sérias e muitas vezes polêmicas?

É o que tentamos descobrir com esta entrevista.

Entrevista com a autora
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©Tim Llewellyn

É impossível discutir este livro sem discutir a pandemia. Em uma nota pessoal, como foi essa experiência para você? E quando você decidiu escrever sobre o que havia acontecido? Foi durante a Covid, 2020. Tenho asma e estava aterrorizada de pegar a doença. Escrever a história de Diana foi uma maneira de eu ter controle durante um tempo em que eu sentia que não tinha nenhum.

De onde veio a ideia para a parte das Galápagos — e a reviravolta seguinte? E como os personagens, especialmente Diana, ganharam vida? Eu tinha lido sobre um homem que viajou para Machu Picchu pouco antes das fronteiras serem fechadas por causa da Covid. Ele acabou vivendo na comunidade por meses, ensinando crianças locais, e finalmente os moradores pediram que o governo abrisse o local histórico apenas para ele, para que ele pudesse vê-lo finalmente. Eu queria essa situação, mas nunca estive no Peru e obviamente não estava indo a lugar nenhum em 2020! Tentei pensar em outro destino da lista de desejos que eu já tinha visitado, e as ilhas Galápagos vieram à mente. Então, encontrei um turista que estava preso lá durante a pandemia, como Diana, e entrevistei ele e os amigos que ele acabou fazendo por lá. A reviravolta na trama foi algo que eu sabia desde o início; acabei fazendo pesquisas com mais de quarenta pessoas que estiveram intubadas devido à Covid — e todas, exceto uma, tiveram uma experiência como a de Diana. Quanto a Diana em si, eu queria que ela tivesse vinte e poucos anos porque é quando você começa a fazer planos para sua vida — e eu sabia que a Covid interrompendo isso seria devastador.

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Normalmente, começo com uma pergunta que não consigo responder, e o livro é o processo para eu obter essa resposta. ”

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O que os clubes do livro significam para você pessoal e profissionalmente? Quais perguntas sobre Queria que você estivesse aqui você acha que deveriam ser discutidas em um clube do livro?

Os clubes do livro têm sido a espinha dorsal do meu público leitor há muitos anos. Sou muito grata a eles por apoiarem meu trabalho! E isso é tão importante pra mim que, no meu site, preparamos kits para guiar a leitura – e lá tem um especial só para este livro.

Como é o seu processo de escrita? Você estabelece metas ou horários antes de começar um novo romance? Que conselho você daria a um escritor aspirante?

Normalmente, começo com uma pergunta que não consigo responder, e o livro é o processo para eu obter essa resposta. Os conselhos que eu daria a um escritor iniciante são: reservar tempo para escrever diariamente quando você não faz mais nada; ler amplamente; e se juntar a um workshop ou a grupo de escritores para que você aprenda a dar e receber críticas.

Qual foi o capítulo mais difícil de escrever?

O primeiro depois da reviravolta. Eu honestamente não sabia o que ia acontecer para a segunda metade do livro.

MINHA ESTANTE

O primeiro livro que li: Onde vivem os monstros, do Maurice Sendak.

O livro que estou lendo atualmente: Sanctuary of the Shadow, de Aurora Ascher.

O livro que mudou minha vida: E o vento levou, de Margaret Mitchell.

O livro que eu gostaria de ter escrito: A vida de Pi, Yann Martel.

O último livro que me fez rir: Funny Story, de Emily Henry.

O último livro que me fez chorar: Expiration dates, de Rebecca Serle.

O livro que dou de presente: A vida invisível de Addie LaRue, de V. E. Schwab.

O livro que não consegui terminar:

A série The Shades of Magic de V. E. Schwab — mas apenas porque tem cerca de 1500 páginas no total, então eu continuo voltando a ele em pequenas doses.

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No próximo mês

Encontre as 8 PALAVRASque dão dicas do spoiler do próximo mês.

No próximo mês, um livro brasileiro de um autor promissor, que discute com verdade e força narrativa os sacrifícios e escolhas que um jovem precisa fazer quando se vê inserido em uma situação sobrenatural que vai colocar sua vida em risco

- sacrificio - amizade 13
racismo - assassinatos - juventude - violência - política - primeiro amor

Da mesma estante

Livros que poderiam ser guardados na mesma prateleira do livro do mês, para quem quiser continuar no assunto

COMER, REZAR, AMAR, Elizabeth Gilbert

Objetiva 360 pp.

Tradução de Fernanda Abreu

Uma mulher à beira dos 30 resolve dar uma guinada na vida, assumir a responsabilidade pelo próprio contentamento e parar de viver conforme os ideais da sociedade. Para qualquer um que já tenha se sentido perdido.

PRIMEIRO EU TIVE QUE MORRER, Lorena Portela

Planeta

176 pp.

Uma mulher exausta experimenta, numa viagem para recuperar-se, muito mais transformações do que poderia esperar. Sobre amizade, encontros e a necessidade de pausas para respirar.

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GARANTA

SEUS LIVROS AQUI:

Lá no site, além de aproveitar seu desconto de associado TAG, você tem mais informações sobre os livros – além de muitas outras dicas!

MEU ANO DE DESCANSO E RELAXAMENTO, Ottessa Moshfegh

Todavia 240 pp.

Tradução de Juliana Cunha

Para quem gostou do universo das artes retratado no livro, esse romance também tem como cenário galerias de arte e artistas autocentrados. Divertido e surpreendente.

MATEI UM CACHORRO NA ROMÊNIA, Claudia Ulloa Donoso

Mundaréu 360 pp.

Tradução de Bruno

Cobalchini Mattos

Como Diana, a protagonista faz uma viagem de férias que transformará para sempre a sua vida, e mostra que as paisagens que mais importam, afinal, são as humanas.

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Madame TAG responde

Madame TAG, já passei dos 30 e, ao contrário do que pregam as comédias românticas, não encontrei meu amor e não tenho nem perspectiva disso. Será que meu destino são as tragédias? Mariana

Querida Mariana, pois saiba que você está exatamente na idade de entender qual gênero vai ser o predominante na sua vida. Digo “predominante” porque a vida de ninguém tem um gênero só: todo mundo tem excelentes temporadas de comédia, outras fases de um suspense desconcertante, infelizmente um ou outro episódio de terror. Ultimamente, ficção científica anda em alta. Do drama, ninguém escapa, e, às vezes, o romance é o que mais parece demorar a chegar.

Uma primeira dica, minha querida, é para baixar a bola da idealização: leia livros em que o amor dói e a gente fica com raivinha de gente apaixonada. Dias de abandono, da Elena Ferrante, por exemplo. Mas, para não se desiludir de vez, volte de vez em quando aos finais felizes, como o clássico insuperável Orgulho e preconceito, da Jane Austen. Para evitar qualquer desilusão, vá de O amante de Lady Chatterley, de D. H. Lawrence. E, para toques de realismo incontornável, a aposta é em A felicidade conjugal, do mestre Lev Tolstói (um livrinho bem pequenininho que vale por um imenso Guerra e paz!).

Tudo isso, querida Mariana, para dizer que a literatura, como a vida, é cheia de exemplos de amores edificantes, mas também é cheia de histórias tristes. A gente tem que saber para que lado olhar. E também não podemos esquecer que a vida, ao contrário da literatura, é composta de infinitos atos e infinitos gêneros, que ficariam péssimos numa obra (imagina a confusão!), mas é essa confusão que dá o sal da nossa vida. Pelo menos, a gente se diverte no caminho.

Quer um conselho de Madame TAG?

Escreva para madametag@taglivros.com.br

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“Para ressurgir das próprias cinzas a fênix primeiro deve queimar.”
– OCTAVIA E. BUTLER

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