Abr2020 "Os sonhadores" - Inéditos

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Os sonhadores


abril/2020

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Redação Fernanda Grabauska Luísa Santini Januário André Luiz Costa Tatiana Bandeira produto@taglivros.com.br

Projeto Gráfico Bruno Miguell M. Mesquita Gabriela Heberle Paula Hentges Kalany Ballardin design@taglivros.com.br

Revisão Caroline Cardoso

Capa Foresti Design foresti@forestidesign.com

Impressão Gráfica Eskenazi 2


Querido leitor, Edgar Allan Poe já nos dizia que "Tudo aquilo que vemos ou nos parece / Nada mais é do que um sonho dentro de um sonho". O livro que você recebe neste mês de abril, como o título deixa claro, fala do que acontece em nossas cabeças quando adormecemos. A história transforma o sono em uma epidemia, tornando o terreno dos sonhos ainda mais misterioso. Nesta revista, preparamos um mapa da cidade universitária de Santa Lora. Nele, você vai conseguir percorrer os meandros da história e ler mais sobre os personagens. Sobre o vírus do sono, falamos com um especialista a respeito de outros males – estes reais – que podem nos afligir na hora de dormir. E como na ficção epidemia pouca é bobagem, selecionamos livros, filmes e séries que abordam vírus mortais. Para o leitor interessado no mecanismo dos sonhos, também temos indicações de bibliografias, das mais simples às mais complicadas – garantimos que, ao terminar a leitura do mês, você vai prestar muito mais atenção nos seus sonhos. Boa leitura!


Sumário 04

Sonho ou realidade?

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Surtos, pestes, epidemias e pragas

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Bem-vindo a Santa Lora

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Dormir bem é a melhor vingança

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Livros para sonhar além

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Este mês na sua caixinha O projeto gráfico de Os sonhadores faz referência à cidadezinha de Santa Lora, cenário da ação, e, ao momento em que, acometidos pelo vírus do sono, seus habitantes não conseguem mais acordar. O mimo, por sua vez, é um antídoto para o sono! A caneca que você recebe faz parte de uma série de quatro peças, todas estampadas com mensagens para valorizar ainda mais o seu momento de leitura.

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Sonho ou realidade?

"Mas todo sono não é uma espécie de isolamento? Quando é que estamos tão sozinhos?”, pergunta, em determinado momento, o narrador onisciente de Os sonhadores. Você vai notar que esse estilo de prosa, tão hipnótica e subjetiva quanto um sonho, é a marca registrada de Karen Thompson Walker. Juntos, neste mês vamos torcer pela sobrevivência de diversos protagonistas que, contaminados por um vírus desconhecido e perigoso, entram em um sono profundo e marcado por altos e estranhos níveis de atividade cerebral — sono do qual ninguém sabe, a princípio, se é possível acordar. O tom de mistério que a 4


história carrega é acentuado pela escrita quase poética e permeada por belas imagens da autora: “É assim que a doença se alastra melhor: percorrendo os mesmos canais que o carinho, a amizade e o amor”. À medida que os casos de contágio se multiplicam na cidade fictícia de Santa Lora, no sul da Califórnia, o leitor começará a se perguntar: sobre o que, afinal, estão sonhando os afetados? Pela premissa, pode-se dizer que esta é uma leitura para os aficionados por ficção científica. O teor tecnológico e distópico, porém, se dá em uma esfera mais sutil — quer dizer, não há ciborgues, carros voadores ou alienígenas no enredo. Em Os sonhadores, o cenário pós-apocalíptico, tão comum entre os livros do gênero, provém da incompreensão humana em relação à própria existência, aos mecanismos da mente e aos conceitos de tempo e espaço. Nesse sentido, Karen não subestima o leitor, preferindo deixar em aberto alguns fatos e resoluções, provocando uma reflexão sobre 5


as peças que a nossa mente nos prega, seja quando estamos acordados ou dormindo. Prepare-se, portanto, para refletir a respeito da obra a partir de um viés filosófico: será que os personagens sonham com acontecimentos do passado? Teriam eles vislumbres do futuro? Ou será que vivem realidades paralelas durante o sono? É melhor iniciar logo a leitura para descobrir — antes que adentremos, todos nós, uma crise existencial.

Inspiração portuguesa Nas páginas de abertura de Os sonhadores, Karen Thompson Walker cita um trecho de Ensaio sobre a cegueira: “Nessa noite o cego sonhou que estava cego”. Publicado originalmente em 1995, o livro de José Saramago ainda ressoa no imaginário dos leitores — e da autora do mês, que se inspirou na história para escrever não apenas o romance que você tem em mãos, mas também sua obra de estreia, A idade dos milagres (2012). Em entrevistas, Karen relatou que a linha tênue entre o que é e o que não é possível, aspecto abordado tanto por Saramago quanto por ela, parece se 6


tornar um território propício para a criação de eventos catastróficos na ficção (principalmente na ficção científica). Se você gosta da temática, é melhor preparar o fôlego antes de adormecer esta noite: Os sonhadores é capaz de aguçar os devaneios até mesmo dos mais céticos. Boa leitura!

Fotografia: Elisa Cabot

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Surtos, pestes, epidemias e pragas Livros, filmes, séries e games são pródigos em retratar cenários nos quais humanidade é arrebatada por um vírus desconhecido que toma conta da população mundial e… os finais são os mais surpreendentes. Como diz um trecho de Os sonhadores, “todo momento banal contém uma potencial calamidade, e é impossível saber quando uma delas irá acontecer”. Conheça algumas obras para quem, diferentemente dos personagens do livro, não quer dormir no ponto: 8


A peste,

de Albert Camus LIVRO Assim como a Santa Lora tomada de assalto pela doença do sono, o romance do argelino Camus mostra o cotidiano de Orã, cidade atingida por uma peste transmitida por ratos que dizima a população. Com viés político – uma analogia às consequências da Segunda Guerra Mundial –, o livro é uma metáfora potente sobre a condição humana. Camus, um dos escritores mais lidos do século XX, é autor de A queda e O estrangeiro, entre vários outros títulos, e recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957. Nas telas, o filme homônimo, de 1992 baseado na obra de Camus, contou com William Hurt, Sandrine Bonnaire, Robert Duvall e Raul Julia. 9


Ensaio sobre a cegueira,

de José Saramago LIVRO

Como em um castelo de cartas, uma “treva branca” cega os habitantes de uma cidade. O paciente zero é um motorista que perde a visão, e a praga se espalha progressiva e assustadoramente. Uma quarentena se instala. São tempos sombrios. Uma sinopse da obra alerta sobre “A responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”. Saramago, português da província do Ribatejo, autor de livros como Ensaio sobre a lucidez e O evangelho segundo Jesus Cristo, foi o primeiro autor de língua portuguesa a ganhar um Nobel de Literatura, em 1988. Em 2008, o livro virou filme com direção de Fernando Meirelles e estrelado por Julianne Moore, Mark Ruffalo, Danny Glover, Gael García Bernal e Alice Braga.

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Eu sou a lenda,

de Richard Matheson LIVRO

Campeão de adaptacões, foi levado três vezes para o cinema e conta as desventuras do único sobrevivente de uma epidemia provocada por um vírus. Nos Estados Unidos, o protagonista luta pela vida ao mesmo tempo em que é alvejado por humanos que se transformaram em criaturas vampirescas. A obra é considerada influente no desenvolvimento do gênero zumbi e na popularização do conceito literário de pragas apocalípticas. O livro é ainda tido como clássico pela sua influência sobre mestres do calibre de Stephen King, Anne Rice e George A. Romero. Mas Matheson não parou por aí: roteirizou episódios de The twilight zone e Star Trek, adaptou as obras de Edgar Allan Poe para o cinema e escreveu o primeiro trabalho de Steven Spielberg a para TV. É pouco ou quer mais? 11


The last of us GAME

Os games não poderiam ficar de fora da tríade vírus mortal, pós-apocalipse e sobrevivência. No jogo de ação e aventura da produtora Naughty Dog, lançado para a plataforma

PlayStation, uma mutação do fungo Cordyceps arrasa os Estados Unidos. Um homem, Joel, é contrabandista e vive de pequenos crimes. Ele e sua filha fogem da infecção, que transforma as pessoas em zumbis e monstros em um país devastado. Ellie, uma jovem de 14 nos, acompanha Joel pela América destruída e é a 12


esperança de uma cura. O jogo rendeu quatro edições da série de quadrinhos The last of us: American dreams, publicada pela Dark Horse Comics. Para a alegria dos fãs, o lançamento de The last of us: part II é esperado para maio.

Resident Evil

GAME/HQ/SÉRIE DE FILMES Resident evil, poderosa franquia de ficção científica que saltou dos jogos para o cinemae para as publicações de HQs e mangás tem como enredo um grupo de personagens que luta contra a Umbrella Corporation e o Vírus-T, cepa que tem a capacidade de transformar seres humanos em zumbis. O lançamento mundial do remake do game Resident evil 3 deve sair ainda este ano. No cinema, foram seis filmes. O primeiro, Resident evil: O hóspede maldito, trouxe a atriz ucraniana Milla Jovovich como protagonista. Paul W.S. Anderson, diretor do longa, também é conhecido pela adaptação do game Mortal kombat, de 1995.

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The walking dead HQ E SÉRIE

Originada nos quadrinhos, a série The walking dead teve sua história criada e escrita por Robert Kirkman e desenhada por Tony Moore e Charlie Adlard (a partir da edição sete). A narrativa envolve um grupo de sobreviventes comandados pelo ex-oficial 14


de polícia Rick Grimes, que se une na luta para superar uma infestação de zumbis. A primeira temporada da série, disponível na Netflix e na Globoplay, mostra que toda a população da terra tem o vírus “zumbi” em stand-by. Após dez temporadas, deve surgir uma série derivada de The walking dead até o final do ano – é World beyond, que terá 20 episódios. Prepare a pipoca! 15


Bem-vindo a Santa Lora Mesmo que os personagens passem muito do seu tempo dormindo, Os sonhadores é repleto de ação e enredos paralelos. Para ajudar na leitura e explicar algumas simbologias que poderiam passar despercebidas, fizemos esse guia. Ele é seu guia para percorrer a cidade de Santa Lora, imersa no caos da quarentena imposta pelo misterioso vírus do sono. 16


Santa Lora

Pequena cidade universitária localizada no sul da Califórnia, Santa Lora é o cenário de Os sonhadores. Após algumas mudanças de nome ao longo da sua história, acabou sendo assim batizada por uma incorporadora que construiu todo o centro da cidade no estilo "missão religiosa colonial", inventando a santa homônima. A localidade também tem um lago de mesmo nome e que mantém relação simbólica com os eventos da narrativa: conforme a doença do sono surge, a água do lago seca. Para quem está longe da universidade, que é o epicentro da infecção, a doença do sono é quase inexistente. As notícias são recebidas com certa apatia, comentadas na loja de ferragens e no supermercado, mas mal abalam a rotina pacata de uma cidade pequena. Conforme a região é cercada e posta em quarentena, teorias conspiratórias começam a surgir no resto do país. Através das redes sociais, pessoas afirmam que tudo não passa de uma farsa governamental, um caso criado para testes insondáveis, e que as autoridades estariam escondendo as verdadeiras intenções por trás da doença do sono. 17


A faculdade

Toda a história contada em Os sonhadores circula em torno da universidade, seja por meio da relação que os protagonistas têm com a instituição, ou seja pelo fato de a faculdade ser o centro da doença do sono – onde ela surge e se espalha. No início, é como se a universidade fosse uma ilha, separada do resto da cidade, impenetrável até mesmo para o que poderia causar doenças. Ninguém sabe o que fazer com a situação, não mais do que os alunos que estão sendo vítimas do vírus. A rotina universitária não é diferente da de qualquer outra instituição de ensino nos Estados Unidos, com alunos passando por crises e conflitos comuns a essa época da vida. No entanto, a doença força uma situação nova, e jovens imaturos precisam buscar força para resolver os desafios a eles apresentados. O fato de que uma ilustração do lago está inserida no logotipo da faculdade, juntamente com as colinas que o cercam, cria mais um ponto da aproximação entre a seca na cidade e a doença gerada na instituição de ensino. 18


Mei

A garota é uma espécie de fio condutor da narrativa. É testemunha do primeiro caso da doença do sono quando o vírus acomete Kara, sua colega de quarto. Com ascendência chinesa, mas nascida nos Estados Unidos, Mei é tímida e prefere não ser vista pelas outras colegas. Sente que as amizades se formaram sem ela e que as pessoas da faculdade não compreendem muito bem a cultura em que cresceu. No início, Mei se culpa pelo que ocorreu com Kara, mas acaba se transformando ao longo do livro. Eventualmente, ela conhece Matthew, um "estranhão" que fala muito rápido. Em meio ao caos da quarentena, surge em Mei um interesse pela esquisitice dele e , consequentemente, uma aproximação dos dois. Ele é a primeira pessoa com quem a personagem consegue estabelecer alguma intimidade e eles viverão juntos o momento de isolamento, tentando ao máximo ajudar a comunidade. 19


Sara e Libby

As irmãs Sara e Libby, de doze e onze anos respectivamente, são filhas do zelador da faculdade. Sara se sente muito mais velha do que a irmã, e de fato passa a impressão de liderança durante o romance. A mãe delas, falecida, é presença constante no imaginário das meninas, sempre em busca de elementos maternos na casa. Conforme a narrativa evolui, elas ganham maior evidência, precisando inclusive lidar com questões cruciais sem a presença de adultos. O pai das meninas se mostra paranoico desde que surge no livro. Ele acompanha o começo da doença do sono e acredita que há uma verdade não revelada, que algo muito ruim irá acontecer e que precisa proteger suas filhas a qualquer custo. É um dos personagens secundários mais marcantes porque estabelece o contexto em que Sara e Libby se desenvolverão, trancando as meninas em casa e criando regras pensadas para que não se contaminem com o mundo exterior. O pânico das irmãs ao serem deixadas sozinhas, no entanto, logo se converte em coragem. 20


Rebecca Filha de uma família religiosa, Rebecca é descrita como uma menina pequena e de cabelos vermelhos. Está vivendo as primeiras experiências sociais na faculdade, fazendo amigas que a ensinam a se maquiar e a beber coquetéis. É uma das únicas pessoas a demonstrar algum afeto por Mei no início da narrativa, consolando a colega logo que a primeira vítima é acometida pela doença do sono. Desempenhando um papel passivo durante boa parte da narrativa, pois também é vítima da doença, é por meio de Rebecca que a autora aprofunda o mistério presente em todas as páginas do livro, pontuando também a passagem do tempo a partir do fato de que a personagem gesta uma criança mesmo enquanto dorme profundamente. No romance, Rebecca simboliza a doença, sendo a única vítima a quem o narrador voltará a todo o momento, mostrando o estado da moça e a sua evolução. 21


Ben e Annie O casal de professores visitantes acaba de se mudar para Santa Lora quando a cidade é isolada. Ben, que leciona Literatura na faculdade, é o típico pai dedicado, sempre pensando no melhor para sua filha nascida há pouco tempo. Considera lastimável o que está acontecendo com a cidade, mas a princípio não demonstra preocupação. Annie ainda está se acostumando com a maternidade, tão feliz e dedicada quanto o marido. Ocupa um cargo temporário na faculdade – dois anos em um laboratório de Física – e sente alívio por ter deixado o apartamento em Nova York. 22


Apesar da aparente tranquilidade inicial de ambos, os problemas não tardam a surgir. O casal é vizinho de Sara e Libby, e, quando as irmãs não podem mais contar com o pai, batem na casa deles para buscar ajuda. Conforme a doença se espalha, a saúde do bebê vira uma obsessão para Ben, que faz de tudo para proteger a criança.

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Dormir bem é a melhor vingança Dizem que viver bem é a melhor vingança, mas só quem enfrenta algum probleminha na hora de dormir sabe a delícia que é acordar depois de uma boa noite de sono. Conversamos com o especialista Luciano Ribeiro, neurologista da Associação Brasileira do Sono (ABS), que explicou um pouco sobre alguns distúrbios do sono e deu dicas que podem ajudar os insones a, enfim, sonhar como Os sonhadores.

Privação do sono: cerca de 45% da população brasileira apresenta alguma queixa em relação à qualidade do sono, e esse fator pode trazer 24


danos à saúde física emental. Os distúrbios mais comuns são a insônia (35%) e a apneia obstrutiva do sono (de 33% a 35%). Quem nunca perdeu uma noite de sono que conte o primeiro carneirinho, não é?

As consequências: reduzir a qualidade ou a quantidade do sono pode interferir bastante no funcionamento de diversos sistemas no organismo. Há efeitos negativos na atenção, na memória e no aprendizado, bem como o comprometimento do sistema imunológico, diminuindo células de defesa, gerando alterações na regulação do apetite e do humor.

O quanto devo dormir? Cada faixa etária tem uma necessidade. O recém-nascido dorme em média catorze a dezoito horas por dia. A adolescência traz uma situação especial e passageira de mudanças no padrão de sono, necessitando de oito a dez horas. Na vida adulta, a maioria da 25


população varia de sete a nove horas, sendo a média de oito horas de sono por noite.

Um terço da vida na horizontal: pasme, passamos dormindo durante praticamente 30% de nossa existência. Entretanto, esse período não é considerado um tempo perdido. Além de tudo, o sono encia na consolidação da memória, no reconhecimento de palavras, na criatividade e na preservação das funções executivas e cognitivas.

Ir para a cama para... dormir: uma boa noite de sono depende de vários fatores. Não é recomendado ver TV ou ficar mexendo no smartphone no quarto. Comer três horas antes de deitar é o ideal, assim como evitar álcool e ambientes claros. Os grandes centros urbanos enfrentam a própria “doença do sono”, só que, diferentemente do que acontece em Os sonhadores, dorme-se mal por questões que vão desde 26


os aspectos sociais (o ruído das avenidas movimentadas, a iluminação urbana, a jornada de trabalho exaustiva) até o sedentarismo.

Durmo adequadamente, doutor? O principal método diagnóstico para os transtornos do sono é a polissonografia, feita durante uma noite de sono. O exame monitora funções como ondas cerebrais, nível de oxigênio no sangue e as frequências cardíaca e respiratória.

Do que são feitos os sonhos? O sonho é uma atividade mental (como um pensamento) que ocorre principalmente na fase REM (Rapid Eye Movement). Essa etapa representa 20% do sono e, nela, o que aprendemos durante o dia é consolidado em nossos cérebros. Também é nessa fase do sono que formamos nossas memórias. 27


Sugestões: livros para sonhar além Por que nós dormimos, de Matthew Walker O livro é um estudo sobre como o sono pode melhorar nossa saúde e nos proporcionar maior capacidade de aprendizado. Com a premissa de que, se você não sonha, então não consegue processar as informações do dia, o autor esmiúça as relações possíveis entre o período que dormimos e o período que estamos acordados. Ele também fala da ligação da capacidade criativa do ser humano ao momento do sonho. O oráculo da noite, de Sidarta Ribeiro Sidarta Ribeiro é neurocientista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O oráculo da noite liga a ciência à 28

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história do sono, fazendo uma leitura antropológica e psicanalítica do assunto, questionando a utilidade do sonho e o significado dos seus símbolos. Sidarta é uma das principais vozes contra a chamada insônia do mundo contemporâneo e reitera que, ao pararmos de prestar atenção nos sonhos, podemos estar abrindo mão de respostas para problemas complexos.

A interpretação dos sonhos, de Sigmund Freud Freud é incontornável quando falamos sobre sonhos. Em A interpretação dos sonhos, o pai da psicanálise analisa toda a bibliografia existente sobre sonhos desde a Antiguidade. Então, considerando sonhos próprios e outros relatos, concebe o seu método de interpretação, guiando o leitor para as suas conclusões. Além dessas considerações, Freud também escreve sobre a questão da simbologia nos sonhos, abordando possíveis representações sobre eles. 29


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“... quem é que sabe, afinal, o que há de verdadeiro nas coisas que a gente lembra?, e que verdade se esconde nas coisas que a gente pensa que está inventando agora?” – Maria Valéria Rezende 31


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