VER O MAR

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VER O MAR

desconstruindo barreiras

autora Tahis Teixeira



Centro Universitário 7 de Setembro Curso de Arquitetura e Urbanismo Trabalho de Conclusão de Curso Maio de 2019

VER O MAR desconstruindo barreiras Parque Urbano do Mucuripe vivência costeira acessível e plural

Tahis Teixeira Sob orientação do Prof. Me. Maximino Barreto Frota Júnior



VER O MAR desconstruindo barreiras Parque Urbano do Mucuripe vivência costeira acessível e plural.

BANCA EXAMINADORA

Professor Orientador: Maximino Barreto Frota Júnior

Professor Convidado: André Araújo Almeida

Arquiteto Convidado: Bruno Melo Braga

Maio de 2019



[...] Posso ser visto só, passeando no convés. Mas toda a tripulação e todos os aparelhos estão lá, o capitão é um fantasma. Não me atrevo a pôr a mão no leme, olhando apenas a estrela polar. E não aponto um caminho claro. Os caminhos não são claros. Álvaro Siza



AGRADECIMENTOS Agradecer. Difícil colocar no papel aquilo que pode ser expressado com um simples abraço de ‘’muito obrigada por estar aqui’’. Tento iniciar agradecendo a Deus, por sempre estar comigo e por ter me permitido acordar até agora com saúde e força pra não desistir daquilo que escolhi para mim. Ao meu pai, que tão cedo me deixou e que não poderá estar fisicamente no dia de minha apresentação, com seu abraço que conforta e sorriso que tranquiliza; à minha mãe, mulher forte, guerreira, melhor amiga, que não me deixou só nessa luta que parecia interminável que foi o tcc. Sou grata pelos amigos de infância e tempos de colégio, Weidda, Cecília, Leticia, Carolina, que em meio a momentos felizes e complicados, sempre estiveram por perto para me acolher, escutar e me ajudar a ser uma Tahis melhor. Aos amigos e companheiros de faculdade, Lara, Ricardo, Caroline, Rayssa, Beatriz, Andressa, Giovanna, Débora, Luziane, Alessandra, que sofreram e foram felizes junto, dormindo pouco, se encantando com os trabalhos já finalizados e sempre entendendo, ou não muito, a minha mania de falar mais do que o tempo permitia durante as apresentações de trabalhos. Ao meu amado Matheus, sempre me ajudando no que fosse necessário, seja procurando referências para os trabalhos, ajudando nas impressões ou simplesmente preparando um lanche nos momentos mais cansativos e me fazendo rir ao sempre me perguntar ‘‘amor, por que você não paga alguém pra fazer seu tcc?’’ Agradeço ainda aos professores Tiago Souza, Jober, Paulo Cesar, Helena, Bruno, Carlos Eduardo, Bruna, André, pelo prazer de ter sido aluna desses, de terem me inspirado como futura profissional e de terem permitido compartilhar seus ensinamentos e a paixão pela academia. Sou agradecida ainda de ter encontrado o professor Max em um situação por dizer desesperadora, na qual não sabia quem iria ser meu orientador e completamente perdida diante do que elaborar para esse trabalho final de graduação; sou feliz de ter encontrado um orientador que possui uma sensibilidade e olhar admirável perante a arquitetura, e que tanto me anima e inspira com suas conversas, opiniões e ideias. Uma página é muito pouco para agradecer tudo e todos que me acompanharam até aqui, mas vou me controlar, até porque ninguém vai querer ler um livro só de agradecimento né? Finalizo por aqui, grata por todos os momentos vividos até então, e com a certeza de que muito terei a agradecer, por tudo o que ainda há de vir. Tahis Teixeira



RESUMO Ao identificar a problemática de que o Porto do Mucuripe pode ser considerado uma barreira física para quem quer acessar parte da orla fortalezense, e de que as suas atuais atividades representam um grande conflito entre porto e cidade, surge um mar de proposições para que esse trecho de Fortaleza seja pensado de uma maneira mais coletiva, plural e acessivel, oferencendo assim uma experiência diferente para a sociedade. Ao longo do trabalho é apresentado toda uma parte teórica em que se é explanado as maneiras ideais de fazer essa transformação, visto que um dos seus objetivos é realizar proposições comprometidas com a viabilidade e respeito às histórias que já foram contadas e às pessoas que já passaram por essa região. Como proposição projetual, há a sugestão de transformar o Porto do Mucuripe e de parte do seu entorno no Parque Urbano do Mucuripe, dotado de um longo programa de necessidades que engloba desde atividades casuais do dia a dia até possibilidades culturais e de entretenimento explorando as possibilidades marítimas. Como estratégia de fazer proposições um pouco mais aprofundadas, uma região do parque foi escolhida para ser estudada mais cuidadosamente, apresentando assim propostas um pouco mais detalhadas. Palavras-chave: Parque Urbano. Conversão de uso. Acessibilidade. Passarela

ABSTRACT By identifying the issues that the Mucuripe Port could be considered a physical barrier to who may want to access part of Fortaleza’s seafront, and that the nowadays activities represent a big conflict between the port and the city, many propositions arise so that this Fortaleza´s stretch can be dealt with a more collective, plural and accessible way, and thus offering a different experience to society. Throughout the study is presented a theoretical part in which is explained the ideal ways to make this transformation, since one of its objectives is to make propositions that are committed with the feasibility and respect to the stories which have been told and to the people that have been in this region. As a projectual proposition there is the suggestion of transforming the Mucuripe Port and part of its surroundings in the Mucuripe urban park equipped with a long necessities program which encompasses from daily casual activities to the cultural and entertainment possibilities exploiting the maritime possibilities as well. As a strategy of making slightly more in-depth propositions, a park section was chosen to be studied more carefully, therefore presenting more detailed proposals. Key words: Urban Park. Usage conversion. Accessibility. Walkway.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO Problemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 2. REFERENCIAL Teórico leitura da paisagem . . . . . . . . . . . . . . . . 30 patrimônio industrial . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Projetual as piscinas de marés . . . . . . . . . . . . . . . . 42 estação das docas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 cais mauá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 parque das nações . . . . . . . . . . . . . . . . . 48


3. PROJETO Diagnóstico escala da cidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 escala do bairro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 escala do terreno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Síntese projetual programa de necessidades . . . . . . . . . 74 problemática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 etapas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 usos retirados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 mobilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 diretrizes gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Detalhamento enseada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 clube aquático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 passarela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

4. CONCLUSÃO Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Lista de Imagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 Lista de Mapas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122


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INTRODUÇÃO


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introdução

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Esse trabalho corresponde ao trabalho de conclusão de curso, arquitetura e urbanismo, do Centro Universitário 7 de Setembro. No primeiro capítulo são apresentados: problemática, justificativa, objetivos e metodologia utilizados nesse trabalho. Tendo como o Porto do Mucuripe a principal problemática, esse pode ser considerado uma barreira física para quem quer acessar parte da orla fortalezense, além de estabelecer uma relação conflituoso entre porto e cidade. A justificativa pela escolha do tema se baseia em aspectos pessoal, social e acadêmico. Os objetivos presentes se dividem em gerais e específicos, sendo esses últimos relacionados à identidade, continuidade, permeabilidade, mobilidade, acessibilidade, segurança, conforto, aprazibilidade, resistência, durabilidade, inclusão social, coesão social e sustentabilidade. Já a metodologia utilizada se baseia na perspectiva do arquiteto Carlos Augusto Niemeyer, mas que também pode ser facilmente relacionada à forma de pensar do arquiteto Álvaro Siza. Por entender que as referências que devo ter para a elaboração de qualquer projeto se encontram tanto em referencias teóricas quanto projetuais, o capítulo dois aborda

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essas questões. Como primeira referência, é apresentada a visão dos arquitetos Álvaro Siza, José Lamas, Gordon Cullen e Kevin Lynch para interpretação da paisagem antes de projetar. Posteriormente, por considerar pertinente a reutilização de espaços já construídos e suas inúmeras possibilidades de uso, é apresentada a história e a importância de valorização das questões relacionadas ao patrimônio industrial. Encerrando o tópico do referencial, quatro projetos envolvendo questões entre cidades e suas orlas marítimas e fluviais, conversão de uso e megaeventos, são apresentados; são esses: As Piscinas de Marés de Leça da Palmeira, Cais Mauá de Porto Alegre, Estação das Docas de Belém do Pará, e Parque das Nações em Lisboa. O capítulo três corresponde ao estudo realizado para entender a área trabalhada e por fim a apresentar as propostas projetuais. Inicialmente é apresentado um diagnóstico elaborado em três escalas: a da cidade, a do bairro e a do terreno. Na primeira é analisado a relação de Fortaleza com seus portos e seus recursos hídricos; a segunda estuda o uso e ocupação do solo do bairro, aponta os seus principais equipamentos, explica sobre seus aspectos socioambientais, infraestrutura viária, e destaca a área industrial que pode ser transferida para o Porto do Pecém; a última escala aponta os principais equipamentos e usos da área portuária do bairro estudado, Cais do Porto, e faz uma análise das suas Fraquezas, Oportunidades, Forças e Ameaças (Análise FOFA). Após a explanação do diagnóstico, é apresentado o programa de necessidades da proposta principal, conversão de uso do Porto do Mucuripe para o Parque Urbano do Mucuripe, baseado mais uma vez nos principios de identidade, continuidade, permeabilidade, mobilidade, acessibilidade, segurança, conforto, aprazibilidade, lazer, resistencia, durabilidade, inclusão, coesão social e sustentabilidade. Dando continuidade ainda ao capítulo três, é apresentado mapas e desenhos esquemáticos relacionados às principais problemáticas que levaram a elaboração desse estudo, às possíveis etapas de execução caso esse trabalho fosse realmente executado, aos usos que foram retirados para serem realocados ou não e aos mapas de mobilidade e diretrizes gerais. Por fim, se tratando de uma estratégia em que se foi escolhida uma região do parque para ser melhor analisada, é apresentado ainda detalhamentos básico da área de enseada, clube aquático, passarela e algumas perspectivas de forma geral dessa região. O último capítulo corresponde ao desfecho desse trabalho de conclusão de curso, em que se é apresentado as considerações finais da autora, a bibliografia utilizada, e as listas de imagens e mapas apresentados.

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PROBLEMÁTICA | Com licença que nós queremos passar Fortaleza (mapa 1) tem 2.452.185 habitantes, capital do estado do Ceará (mapa 2), no Nordeste do Brasil (mapa 3), é a quinta cidade mais populosa do país (IBGE, 2010); e segundo o Índice de Competitividade do Turismo Nacional (2015), essa lidera o ranking das cidades que mais desenvolveram o turismo no país, sendo a capital mais procurada por turistas do Nordeste brasileiro.

Mapa 1: Fortaleza / Cais do Porto

Mapa 2: Ceará / Fortaleza

Mapa 3: Brasil / Ceará

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Nos últimos anos Fortaleza vem sendo objeto de muitos estudos que visam atrair os turistas a frequentar e vivenciar os potenciais da orla fortalezense. Esse trabalho busca estudar maneiras de fazer com que uma parte dessa região, a referente ao Porto do Mucuripe, seja atrativa e acessível a todos. Um dos principais atrativos da capital cearense são as inúmeras e belíssimas praias, mas é interessante observar que apesar da sua atual fama e do destaque que recebe do meio publicitário para divulgação de Fortaleza, essas não eram consideradas opção de lazer e ocupação até meados de 1960, quando se inicia as obras da Avenida Beira Mar. De acordo com Neto e Albuquerque no livro História urbana e imobiliária de Fortaleza, antes disso a área litorânea não possuía nenhum valor imobiliário ou econômico, essa era ocupada por meretrícios, depósitos, armazéns e por famílias menos abastadas; o próprio Código de Posturas da época afirmava que os dejetos fecais e lixo deveriam ser encaminhados para a praia do Porto das Jangadas (atual Praia de Iracema), o que reforçava o desprezo pela costa fortalezense. (NETO; ALBUQUERQUE, 2014) A praia só começa a ser valorizada como um espaço de lazer algum tempo depois. A construção da Avenida Beira Mar, as descobertas de novas práticas marítimas como as serenatas realizadas sobre as dunas próximas às áreas centrais da cidade e os banhos de mar, atraiu parte da sociedade que antes desconsiderava esse lado de Fortaleza. A partir disso é que se inicia o processo de popularização das praias, lugar que atrai ricos e pobres, fortalezenses e turistas. (MATOS, 2011) Entretanto, apesar do valor que as praias possuem hoje em dia e de como essas se tornaram um símbolo para a cidade; um dos trechos potencialmente mais bonitos e simbólicos da história de Fortaleza pode ser considerado uma barreira física para quem deseja acessar a região e vivenciar o mar de possibilidades que essa poderia proporcionar. Construído no início dos anos 1940 com o objetivo de escoar as mercadorias da cidade que estava começando a se industrializar e contribuir com a expansão do seu território e o seu capital, o Porto do Mucuripe surgiu. Apesar dos pontos positivos que esse proporciona, o uso caracterizado como de alto impacto negativo na qualidade social (imagem 01), ambiental (imagem 02) e urbana (imagem 03) que o porto e seu parque industrial causam à cidade, faz com que seja necessário a mudança desse para outra região e a conversão de uso das suas estruturas existentes. Desse modo, esse trabalho visa estudar maneiras de amenizar o máximo possível as problemáticas apresentadas.

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Imagem 01: Dificuldade de acesso à Praia Mansa / Problemática social Imagem 02: Lançamento de esgoto no mar / Problemática ambiental Imagem 03: Entorno portuário com uso conflitante entre cidadãos e cidade / Problemática urbana

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JUSTIFICATIVA | Eu, eles, nós Diante da problemática apresentada e da importância de tornar a área portuária de Fortaleza acessível, surge a proposta de criação de um Parque Urbano, por meio da conversão de uso do Porto do Mucuripe.

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Imagem 04 Tahis Teixeira na Praia do Futuro Imagem 05 Jangadeiros, Aquiraz, Ceará

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Tal decisão se justifica a partir de três aspectos: pessoal, social e acadêmico. Pessoal. Um ano antes de começar as pesquisas do trabalho final de graduação, o bairro do Cais do Porto sempre esteve entre minhas opções, tendo em vista que esse é vizinho daquele em que morei até meus 12 anos, Vicente Pinzon, e que apesar de já ter vivido nos seus arredores nunca me foi possível conhecer e vivenciar mais profundamente essa região. Em um encontro estudantil logo após entrar na faculdade de arquitetura e urbanismo, uma das pautas que estavam sendo abordadas era a luta que os moradores do Serviluz, uma das comunidades presentes no bairro, estavam travando para não serem reassentados pela prefeitura por conta do Projeto Aldeia da Praia. Esse acontecimento aumentou ainda mais meu desejo de estudar a área. Recentemente também tem me encantado assuntos que envolvem o mar e a água, e posso inclusive dizer que já andei me aventurando em esportes como o stand up paddle e canoagem. O interesse pessoal de conhecer melhor a região, de ter um maior contato com aspectos marítimos e de projetar um espaço acessível e atrativo a todos, me fez escolher tal temática. Social. Ao mencionar o estado do Ceará duas imagens são rapidamente lembradas: a dos povos do mar e a dos povos do sertão, cujo principais representantes são os jangadeiros e os vaqueiros, que apesar de muitas vezes encontrarem intempéries nas paisagens que lhe circundam, conseguem extrair o que há de melhor em cada uma delas. Ao observar a paisagem litorânea cearense, percebe-se que a relação com o mar vai muito além de belas praias paradisíacas. Esse contexto marítimo, e por vezes fluvial, engloba atividades como a das rendeiras, dos pescadores, das marisqueiras, dos mestres da cultura popular, entre outras; e essas se encontram em uma conjuntura turística, histórica, gastronômica e artística que na realidade faz parte de todo uma cultura dos povos do mar e que esse trabalho se propõe a valorizar. Acadêmico. A elaboração da proposta defendida é instigante tendo em vista a potencialidade que essa temática possui ao possibilitar que a disciplina de arquitetura demonstre um olhar que passa pelas várias escalas da vida urbana. Concomitantemente, não se pode negar que trabalhar uma proposta que envolve a conversão de uso de uma área portuária a partir da leitura da paisagem que circunda todo o ambiente de interesse, juntamente com a proposição de uma estrutura que torne o local mais acessivel, é um grande desafio acadêmico. E se objetiva fazer esse trabalho da melhor forma possível, contribuindo assim para a consolidação do novo curso de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário 7 de Setembro.

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OBJETIVOS | É isso que a gente quer!

Objetivos gerais. Converter o uso do Porto do Mucuripe, transformando esse trecho em um Parque Urbano com foco na pluralidade e na acessibilidade, social e econômica; além de intervir no seu entorno com o objetivo de tornar a vizinhança mais conectada. Objetivos específicos relacionados à: o Identidade Transformar a área portuária de Fortaleza em um lugar memorável, em que essa traduza a interação equilibrada entre indivíduo e meio ambiente, exale parte da história da cidade, e faça com que as pessoas identifiquem rapidamente o seu caráter singular e próprio de área litorânea. Para tanto, se objetiva trabalhar o aspecto do novo e do velho, do antrópico e do ambiental. Relacionar sabiamente o novo (parque urbano e novas propostas de edificações) com o que já existe na região (área industrial portuária, armazéns, galpões, antigo farol) e os elementos naturais da área (mar, vento, insolação, maresia, dunas) valorizando os pontos positivos de cada aspecto o Continuidade, Permeabilidade e Mobilidade Trabalhar visando o fim da barreira física que existe atualmente no Porto do Mucuripe, contribuindo assim com a continuidade da orla fortalezense e o pleno acesso por todos os lados dessa área que atualmente se encontra inacessível para a maioria da população. Dispor de um espaço em que ruas e edifícios adjacentes se relacionem entre si, que os percursos se interliguem e os espaços se complementem é fundamental para uma plena contemplação e acesso ao local. Pensando dessa forma, objetiva-se que os acessos sejam reorganizados para que cada modal tenha possibilidade de uso, dando prioridade aos pedestres com a criação de estruturas pedonais e cicláveis. Importante também possibilitar a integração entre os dois equipamentos de grande fluxo (VLT Parangaba – Mucuripe e Terminal Marítimo de Passageiros) e o Parque Urbano que será proposto.

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o Acessibilidade Complementando a fala anterior, se objetiva transformar o futuro Parque Urbano em um local acessível fisicamente, e que esse esteja preparado para atender as necessidades de pessoas com mobilidade reduzida e assim ser um espaço receptivo a todos. o Segurança, Conforto e Aprazibilidade o Resistencia e Durabilidade Projetar um equipamento durável e resistente, tendo em vista que esses critérios são fundamentais para a criação de um espaço público e coletivo; logo é necessário considerar quais serão as funções, os usuários, a intensidade de uso, a previsão de vida útil e os materiais que serão utilizados no Parque Urbano. o Inclusão e Coesão social Algo muito importante para o Parque Urbano e talvez seja um dos objetivos principais na opinião da autora, é que esse seja um espaço de caráter público, coletivo e plural; visto que ao planejar algo com intuitos principalmente econômicos e privados, frequentemente ocorre exclusão de parcela da população e isso deve ser evitado ao máximo. Sendo assim, o livre acesso da população para a utilização do equipamento proposto deve ser independente de sexo, nível etário, social, nacionalidade, raça, etnia, etc, visto que esse objetiva ser de caráter coletivo e que alcance todos da nossa sociedade. Outra questão necessária é analisar maneiras que dificultem a ocorrência de gentrificação após a conclusão do equipamento; e assim possibilitar que as famílias que atualmente vivem na região permaneçam lá se assim desejarem. o Sustentabilidade Englobando algumas questões social, econômica e ambiental, o Parque Urbano pretende ser um lugar equilibrado em relação a esses aspectos; dessa forma o projeto visa proporcionar um ambiente justo, belo, criativo, ecológico e diverso.

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METODOLOGIA | Pule as sete ondas!

O método que será utilizado tem como referência o fluxograma que o arquiteto Carlos Augusto Niemeyer cita em seu livro ‘’Paisagismo no planejamento arquitetônico’’ para a realização de intervenções paisagísticas em áreas urbanas.

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caracterizacao geoambiental

preservar pontos de permanencia percepcao da paisagem

identificacao do sitio

percepcao do carater de lugar

leitura semiotica do espaco

perfil do usuario

estudo conceitual padroes fisico ambientais

programa de necessidades

identificar processos socioculturais

escopo definicao de uso legislacao

analise e diagnostico

proposta de intervencao

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REFERENCIAL


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Leitura da Paisagem Inicio o referencial teórico desse estudo compartilhando a forma de pensar e de trabalhar de um arquiteto que, apesar de já ter ouvido muito o seu nome no mundo da arquitetura, só agora tive a oportunidade de me aprofundar um pouco em seus pensamentos; e também de me surpreender com o descobrimento de que alguns de seus ideais já haviam brotado dentro de mim depois de um longo, porém curto, período de vida e de estudos na faculdade de arquitetura e urbanismo que agora me formo. Álvaro Siza é um profissional simplesmente admirável e poético, cujas características profissionais não possuo, mas que um dia espero alcançar. Com influências de arquitetos como Frank Lloyd Wright, Le Corbusier, Alvar Aalto e Adolf Loos; Álvaro Siza é considerado por alguns como um genuíno representante do que se ficou conhecido como a continuidade dos pensamentos e princípios da arquitetura moderna, ele seria a quinta essência desse movimento. Enquanto outros, observam em Siza o ápice de uma arquitetura comprometida com o popular, engajada com preocupações sociais e locais, que vê nas dificuldades a possibilidade de transformação em virtudes. (MONEO, 2004) Diferente de arquitetos como Aldo Rossi ou Peter Eisenman que tratavam a arquitetura como algo que deveria ser estudado como uma ciência exata, que buscava uma imagem platônica do mundo ou uma forma de sistematizar e encontrar métodos científicos para fazer arquitetura; Álvaro Siza busca a origem da arquitetura se colocando em um papel de analisar a realidade, de responder aquilo que é incerto e duvidoso. No livro ‘’Inquietação Teórica e Estratégia Projetual’’ de Rafael Moneo, o arquiteto espanhol explica que Siza parece pretender que suas obras simplesmente ‘’exalem’’ arquitetura, e sobre o trabalho do arquiteto português, Moneo (2004, p. 185) afirma:

A arquitetura em suas mãos transforma-se em algo próximo à poesia. Diante dela, sobretudo em suas primeiras obras, temos a sensação de que nos encontramos ante a realidade transcendente: uma sensação semelhante àquela experimentada na leitura de um poema. (MONEO, 2004, p.185) 30


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Imagens 07 e 08 Casa de Chรก da Boa Nova Leรงa da Palmeira, Portugal. Uma das primeiras obras de ร lvaro Siza

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Apesar de Álvaro Siza não concordar, o arquiteto português é frequentemente comparado com o escritor e poeta também português Fernando Pessoa; ambos compartilham do mesmo sentimento de não acreditarem que atuam, mas simplesmente revelam os elementos que já estavam em cena antes. Como forma de tentar esclarecer um pouco mais quem é Álvaro Siza, será apresentado dois trechos do ‘’Livro do Desassossego’’ de Fernando Pessoa no qual o crítico Rafael Moneo relaciona esses à forma de pensar de Siza. Pessoa (1913 apud MONEO, 2004, p. 186) declara:

Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrear. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidade incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie – nem sequer mental ou de sonho –, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. (1913 apud MONEO, 2004, p. 186)

Assim como o poeta que se deleita com a organização de palavras que ora aproximadas de certos vocábulos produzem sons harmoniosos, Siza faz o mesmo com sua arquitetura ao dispor no espaço elementos que faz entender o que Pessoa quis dizer com ‘’corpos tocáveis. Em suas obras o arquiteto cria a sensação dos usuários estarem diante de uma experiência fenomenológica da arquitetura, e que possibilita que esses possam ver e sentir algo antes possível apenas nos seus imaginários. (MONEO, 2004) O outro trecho do livro de Pessoa e a correlação que Moneo faz com as obras de Siza, sugere uma leitura desse trabalho compreendida como a captura do que se move, do que é incerto, e da possibilidade de desfrutar dos instantes da vida que essa arquitetura conseguiu captar e congelar no tempo. O poeta (1913 apud MONEO, 2004, p. 187) diz:

São frases sem sentido, decorrendo mórbidas, numa fluidez de água sentida, esquecer-se de ribeiro em que as ondas se misturam e indefinem, tornando-se sempre outras, sucedendo a si mesmas. Assim as ideias, as imagens, trêmulas de expressão, passam por mim em cortejos sonoros de sedas esbatidas, onde um luar de ideias bruxuleia, malhado e confuso. (1913 apud MONEO, 2004, p. 187)

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Imagens 09 e 10 Casa de Chรก da Boa Nova, Leรงa da Palmeira, Portugal. Uma das primeiras obras de ร lvaro Siza

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Após essa análise mais poética de como o trabalho de Álvaro Siza pode ser compreendido, podemos introduzir como de fato seria o processo do arquiteto ao projetar. Ao falar que ‘’Partir com a obsessão da originalidade é um processo inculto e primário’’, Siza (apud MONEO, 2004, p. 188) está querendo dizer que conhecer o lugar em que será trabalhado é o mais importante nesse primeiro momento, e que é nessa situação que a arquitetura aparece para possibilitar que enxerguemos o que já estava ali. A priori, podemos dizer então que ele trabalha reconhecendo a realidade, se atentando à paisagem, aos materiais, aos sistemas construtivos, aos usos e às pessoas que ocuparão tal espaço construído. (MONEO, 2004) Apesar de ser um arquiteto que pouco teoriza a sua forma de trabalhar e mostra como é arquitetura pelas suas obras, Rafael Moneo se volta para as poucas ‘’cinquenta páginas’’ que Álvaro Siza (apud MONEO, 2004, p. 190 – p. 192) escreveu ao longo de sua carreira e extrai de suas falas até oito considerações do que pode ser entendido como seu método de trabalho: 1. Lugar: origem de toda arquitetura ‘’Começo um projeto quando visito um sítio (programa e condicionalismos vagos, como quase sempre acontece). Outras vezes começo antes, a partir da ideia que tenho de um sítio (uma descrição, uma fotografia, alguma coisa que li, uma indiscrição) [...] Não quer dizer que muito fique do primeiro esquisso. Tudo tem um começo. Um sítio vale pelo o que é, e pelo que pode ou desejar ser – coisas talvez opostas, mas nunca sem relação. Muito do que antes desenhei (muito do que outros desenharam) flutua no interior do primeiro esquisso. Sem ordem. Tanto que pouco aparece do sítio que tudo invoca. Nenhum sítio é deserto. Posso sempre ser um de seus habitantes. A ordem é a aproximação dos opostos.’’ (apud MONEO, 2004, p. 190) 2. Distância: entendimento de que são os outros quem constrói a obra ‘’Ouço dizer que desenho nos cafés [...] O ambiente dos cafés não inspira nem transporta. É um dos poucos – aqui do Porto – a permitir anonimato e concentração. [...] Trata-se de conquistar – é o termo – bases para trabalhar com isso e para aquilo.’’ (apud MONEO, 2004, p. 190)

Imagem 11: Escala humana desenhada por Álvaro Siza

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3. Discussão: os usuários não podem ser esquecidos ‘’Alguns de meus últimos projetos passaram por longo debate com grupos organizados de moradores ou futuros moradores.’’ (apud MONEO, 2004, p. 190) 4. Contingência: a solução dos problemas se encontra nos reais conflitos ‘’Dizem-me de obras minhas, recentes e antigas: baseiam-se na arquitetura tradicional da região. [...] A tradição é um desafio à inovação. É feita de enxertos sucessivos. Sou conservador e tradicionalista, isto é: movo-me entre conflitos, compromissos, mestiçagens, transformação.’’ (apud MONEO, 2004, p. 191) 5. Incerteza: a beleza de encontrar as soluções dos problemas inesperadamente ‘’Dizem-me (alguns amigos) que não tenho teoria de suporte nem método. Que nada do que faço aponta caminhos. Que não é pedagógico. Uma espécie de barco ao sabor das ondas. Não exponho excessivamente as tábuas dos nossos barcos, pelo menos em mar alto. Por demais têm sido partidas. Estudo correntes, redemoinhos [...] Posso ser visto só, passeando no convés. Mas toda a tripulação e todos os aparelhos estão lá, o capitão é um fantasma. Não me atrevo a pôr a mão no leme, olhando apenas a estrela polar. E não aponto um caminho claro. Os caminhos não são claros.’’ (apud MONEO, 2004, p. 191) 6. Mediação: e a possibilidade do trabalho coletivo ‘’Não gostaria de executar com as próprias mãos o que desenho. Nem de desenhar sozinho’’ (apud MONEO, 2004, p. 191) 7. Insatisfação: ao constatar que o arquiteto não pode resolver todos os problemas ‘’As minhas obras inacabadas, interrompidas, alteradas, nada têm a ver com a estética do inacabado, ou com a crença na obra aberta. Têm a ver com a enervante impossibilidade de acabar, com os impedimentos que não consigo ultrapassar’’. (apud MONEO, 2004, p. 192) 8. Evidência: e o reconhecimento da singularidade das coisas ‘’E hoje: redescobri a mágica estranheza, a singularidade das coisas evidentes.’’ (apud MONEO, 2004, p. 192)

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Após a leitura da paisagem de acordo com Álvaro Siza, dou continuidade a essa temática abordando brevemente teóricos como José Lamas, Kevin Lynch e Gordon Cullen. Segundo Lamas (2014), a palavra território significa um espaço em que o indivíduo exerce ações transformadoras em relação às condições físicas do local, e que acaba configurando essas como estruturas urbanas ou rurais. José Lamas (2014) diz: ‘’Recordo ainda alguém dizer que nada há de mais difícil do que projetar num terreno plano e nu. O processo criativo utiliza sempre, a preexistência como apoio, e elemento e condicionador da forma arquitetônica’’. Ou seja, o território antecedente sempre serve de base para o que está por vir como edificação e, assim como um dos fundamentos de Álvaro Siza, esse é o próprio potencial gerador de uma obra. (LAMAS, 2014) Um fator importante a se considerar é a construção da paisagem humanizada como uma ação arquitetônica. Nos dois últimos séculos e por conta de fenômenos socioculturais, esse tipo de episódio atrelado à paisagem natural ganhou qualidades figurativas capazes de proporcionar emoções estéticas tanto quanto um quadro de Picasso, por exemplo. E a defesa dessa paisagem se deve a uma noção recente que surgiu a partir do século XX, em que o uso e exploração do território começa a se sobrepor a qualquer processo harmonioso de sua utilização, que ameaça e põe em risco a integridade desses sítios que vão se tornando um bem raro e valioso. (LAMAS, 2014) Lamas (2014) diz:

A beleza dos sítios tem justificado o próprio ordenamento do território para a defesa e preservação do ambiente e sua fruição. [...] A paisagem humanizada e o ambiente arquitetônico são patrimônios coletivos. Os cidadãos tem direito a viver em ambientes esteticamente qualificados. O direito à qualidade da paisagem e da arquitetura é um direito social e, noutro sentido, fundamento da intervenção do arquiteto. (LAMAS, 2014)

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Sobre Gordon Cullen, Lamas (2014) alega que esse não concordava com o que as cidades modernas, especialmente os seus centros históricos, haviam se transformado. A invasão dos automóveis, a falta de cuidado estético em relação às novas edificações que iam surgindo e a saturação do que Cullen (apud LAMAS, 2014) chama de ‘’elementos parasitários’’, era algo que estragava esses espaços; e por mais que o arquiteto tentasse encontrar a escala humana e acolhedora nessas regiões, ele não conseguia. (LAMAS, 2014) De acordo com a análise de José Lamas sobre Cullen apresentada no livro ‘’Morfologia Urbana e Desenhos da Cidade’’, um dos objetivos desse era demonstrar como se é possível perceber as emoções estéticas presentes no meio urbano por meio das vivências da cidade, e isso era justificado quando ele declarava que o ambiente provoca uma reação emocional no indivíduo de três maneiras: através da ótica, do lugar e do conteúdo; e como que por meio dessa manipulação de elementos urbanos, se é capaz de impactar as emoções das pessoas. De acordo com Gordon Cullen (apud JUNIOR) em seu livro ‘’Paisagem Urbana’’, uma das mensagens que se pretende é: ‘’ ... mostrar que, assim como a reunião de pessoas cria um excedente de atrações para toda a coletividade, também um conjunto de edifícios adquire um poder de atração visual a que dificilmente poderá almejar um edifício isolado’’; e essa publicação foi um manifesto contra a simplificação funcionalista e racionalista da forma, que não deve ser diminuída à simples respostas funcionais. (LAMAS, 2014; JUNIOR, s/d) Enquanto isso, Kevin Lynch e seu livro ‘’Imagem da Cidade’’ é para José Lamas um clássico provocatório e uma grande ferramenta que incita a reflexão. Nele, a análise da imagem é tratada como fundamental para entender o comportamento psicológico e social da sociedade. Seu livro aborda ainda importantes elementos para análise da paisagem da cidade (limites, bairros, nós, marcos e caminhos) que relacionados à questão da legibilidade são uma grande instrumento para captar o que o espaço pode oferecer de melhor para seus usuários. (LAMAS, 2014) Após essa contextualização e aprendizado sobre leitura da paisagem de acordo com arquitetos como Álvaro Siza, José Lamas, Gordon Cullen e Kevin Lynch; espero estar um pouco mais preparada e orientada em relação a como trabalhar a paisagem portuária do Mucuripe, considerando seu ambiente natural, construído, seus elementos e caminhos mais marcantes, buscando da melhor maneira possível extrair daquele espaço o que ele nasceu para ser e proporcionar para a cidade de Fortaleza.

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Patrimônio industrial Nesse novo momento, foco na necessidade de embasar-me teoricamente sobre um tema pertinente para esse trabalho e que, de acordo com a professora Beatriz Kühl (2006) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, infelizmente é pouco explorado pela nossa realidade brasileira. Trata-se do desejo de preservar aquilo que se encontra no espaço, mesmo que não esteja protegido pelas leis, e de prezar pelo passado, pelas histórias e pelas pessoas que já passaram por ali. Sabemos que não é viável preservar e proteger tudo, mas, se utilizando das palavras de Kühl (2006, p. 5) ‘’É ato de respeito pelo passado, interpretado no presente e voltado para o futuro, para que os bens culturais possam continuar a ser efetivos e fidedignos suportes da memória coletiva.’’ Fábricas, cais, portos, armazéns, depósitos são para alguns uma atmosfera que traz o sentimento de progresso, grandiosidade e deslumbramento, enquanto para outros não passa de um ambiente industrial que remete à sujeira, agitação, ruído e cuja edificações não possuem nenhum valor arquitetônico, sendo consideradas apenas ‘’meras construções’’ que estão ali para cumprir um papel funcional para a cidade. (VIÑUALES, 2007) Apesar das opiniões opostas em relação a esse tipo arquitetônico, a preservação do patrimônio industrial necessita ser entendida como algo que se encontra em um contexto maior e que engloba aquilo que é considerado bem cultural. Tendo seu debate iniciado na Inglaterra de 1950, quando surgiu o termo ‘’arqueologia industrial’’, a temática é relativamente recente e ganhou força e atenção da sociedade no início dos anos 60, quando alguns importantes testemunhos da arquitetura industrial foram destruídos. Com o passar dos anos, entendeu-se que o ambiente industrial – das fábricas, ferrovias e portos – deveria ser estudado de forma associada a seus diferentes tipos, e que o movimento de preservação, os esforços e os estudos para se aprofundar na questão do patrimônio industrial não era algo pontual, mas sim um acontecimento que começava a se fortalecer e a se ampliar em outros países. (VIÑUALES, 2007; KÜHL, 2006) Estudos de casos nacionais e internacionais tem aumentado cada vez mais com o passar do tempo, e o surgimento de organizações que se dedicam tão só ao aprofundamento na temática do patrimônio industrial é algo que também ganha força; como é o caso da The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage (TICCIH), associação criada em 1978 e que em 2003 elaborou a importante Carta de Nizhny Tagil, que apresenta as diretrizes sobre como proceder com o patrimônio industrial e que será melhor explanada a seguir. (KÜHL, 2006)

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Imagem 12

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Imagem 12 Cais do Porto na dĂŠcada de 60 Imagem 13 Porto de Fortaleza na dĂŠcada de 60

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A Revolução Industrial, movimento iniciado na segunda metade do século XVIII e que perdura até os dias atuais, foi um movimento histórico que trouxe a priori grandes marcos para a sociedade mundial. Os edifícios, estruturas, processos, utensílios, paisagens, manifestos tangíveis e intangíveis que fizeram parte desse movimento apresentam um valor humano universal e é de fundamental importância reconhecer, estudar e conservar os aspectos positivos desse. Foi pensando nisso que o TICCIH juntamente com o ICOMOS elaborou a Carta de Nizhny Tagil, que define o que é patrimônio industrial, apresenta seus valores, a importância de identificar e investiga-los, os meios que os protegem legalmente, como deve ser feita sua manutenção e conservação, e como tal temática deve ser abordada perante a sociedade. (CARTA DE NIZHNY TAGIL, 2003) Definição de patrimônio industrial segundo a Carta de Nizhny Tagil (2003, p. 3):

Compreende os vestígios da cultura industrial que possuem valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou cientifico. Estes vestígios englobam edifícios e maquinarias, oficinas, fábricas, minas e locais de processamento e de refinação, entrepostos e armazéns, centros de produção, transmissão e utilização de energia, meios de transporte e todas as suas estruturas e infraestruturas, assim como os locais onde se desenvolveram atividades sociais relacionadas com a indústria, tal como habitações, locais de culto ou de educação. (CARTA DE NIZHNY TAGIL, 2003)

Entretanto, mesmo com a existência de organizações como o TICCIH, o ICOMOS – International Council on Monuments and Sites, órgão de cunho internacional responsável pela fiscalização das ações sobre edifícios de interesse histórico –, com a criação de cartas que visam proteger tanto o patrimônio industrial (Carta de Nizhny Tagil) quanto o patrimônio como um todo (Carta de Veneza); há ainda em alguns países uma certa dificuldade em relação ao entendimento pleno dos critérios e princípios necessários para intervir em edificações com valor histórico industrial. O Brasil é um desses casos em que o pouco acesso a uma discussão teórica mais aprofundada e a falta de uma carta que relacione os princípios internacionais à realidade nacional brasileira, possivelmente nos faz desconhecer grandes obras da arquitetura industrial brasileira, contribuindo assim para que esses exemplares do patrimônio industrial sejam esquecidos e desvalorizados. (KÜHL, 2006)

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Imagem 14 Porto de Fortaleza em 2019

Sendo assim, diante de uma situação em que se desconhece os valores da arquitetura industrial no Brasil de uma forma aprofundada, pretende-se analisar a área portuária do Mucuripe, alvo de interesse desse trabalho, de forma atenta. Mesmo que não possua méritos suficientes para ser considerada patrimônio industrial de Fortaleza, essa deve ter sua paisagem industrial respeitada como forma de consideração pela sua importância para a cidade, pelas histórias e pessoas que passaram e ajudaram a construir esse lugar. 41


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PISCINAS DE MARÉS – LEÇA DA PALMEIRA, PORTUGAL Imagem 15

Projeto Geral: Álvaro Siza | Data: 1960 – 1966 Implementado no litoral de Leça da Palmeira, Matosinhos, o complexo de piscinas de marés consiste em vestiários, um café e duas piscinas, uma para crianças e outra para adultos. A intenção inicial era apenas de projetar um simples ‘’tanque’’ de água salgada na praia de Leça da Palmeira, mas a sensibilidade de Siza transforma o projeto em uma obra de arte em que o antrópico se relaciona com o natural sem ofusca-lo. A imagem da estrada vai se perdendo ao descer a rampa de concreto e de paredes ásperas, não se vê mais cidade ou oceano. O caminho até as piscinas é uma experiência sensorial que prepara os usuários para se deparar com a paisagem ao sair do edifício que abriga os vestiários. Esse se assemelha às rochas pela sua cor, mas o seu tom mais claro e o formato geométrico desse faz perceber o que é construído e o que é natural. O nível da água, as rochas dentro e próximas das piscinas dão mesma sensação de que essas são naturais, o que contribui para o aumento visual da extensão do espaço. O projeto das piscinas de marés é importante para o Parque Urbano do Mucuripe pela capacidade em que esse tem de se conectar com o natural sem perder a individualidade da intervenção. Além de fortalecer a identidade local, seja através dos usos que proporcionam uma maior interação da população com o espaço ou na sábia escolha da materialidade, que faz com que com antrópico quase passe despercebido diante da paisagem total.

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Imagem 15 Piscinas de marés Imagem 16 Piscinas de marés, planta baixa Imagem 17 Piscinas de marés, piscina infantil com vestiários ao fundo

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ESTAÇÃO DAS DOCAS – BELÉM, BRASIL Imagem 18

Projeto Geral: Paulo Chaves Fernandes; Rosário LimaData: 1992 – 2000 Por muito tempo a área portuária de Belém encontrou-se abandonada, fazendo com que a deterioração levasse parte da memória da cidade. Após anos nessa situação, o Estado decidiu reabilitar essa região objetivando trazer desenvolvimento urbano voltado às questões social, turística, cultural e de recuperação do patrimônio edificado. Seguindo o lema ‘’Antes adaptar a intervir’’, os arquitetos criaram o projeto que requalificou três armazéns de estrutura metálica inglesa do início do século XX para receberem atividades culturais, gastronômicas, comerciais e de serviço; o antigo Galpão fabricado em Belém na década de 1950 continua funcionando como terminal hidroviário fluvial; e o fortalecimento das fundações da antiga Fortaleza contribuiu para a criação de uma área paisagística e um anfiteatro. Dessa forma, as instalações ganharam novos usos, mas sempre preservando o seu caráter portuário e valor histórico da região. O projeto da Estação das Docas é importante pois apresenta maneiras de aproveitar um equipamento já existente, sem precisar destruir o que tinha antes e construir algo totalmente novo, mais que isso, mostra que não foi preciso destruir nada, foi necessário apenas adaptar para a chegada de novos usos. A escolha de materiais e estratégias que fortaleçam a identidade local sem agredir a história do que houve na região, também é algo a ser buscado nesse tcc.

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Imagem 19

Imagem 20

Imagem 21 Imagem 22

Imagem 18: Estação das Docas | Imagem 19: Estação das Docas, planta baixa | Imagem 20 e 21: Estação das Docas antes da requalificação | Imagem 22: Armazém 2, boulevard da gastronomia

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CAIS MAUÁ – PORTO ALEGRE, BRASIL Imagem 23

Projeto Geral: Jaime Lerner; b720 Fermím Vázquez | Data: 2010 – Atualmente Desde 1970 a área portuária de Porto Alegre se encontrava em estado de progressivo abandono e essa situação, juntamente com barreiras físicas do próprio porto, fizeram com que a cidade perdesse relação com o Rio Guaíba e seu entorno privilegiado. Após décadas de especulações sobre o futuro do cais, uma parceria público privada foi implementada visando a requalificação do centro da cidade e da área portuária. Apesar de muitas críticas, o projeto consiste em intervir na área da mobilidade, turismo, recuperação de espaços públicos e do patrimônio histórico. No Cais Mauá, a área de intervenção foi dividida em três: o Setor Gasômetro prevê a construção de um shopping center com atividades relacionadas ao comércio e serviços; o Setor Armazéns prevê a restauração de onze edificações originais da França da década de 20 e tombadas pelo IPHAN para abrigar áreas destinadas à cultura, lazer, gastronomia, educação e comércio; enquanto que no Setor Docas se pretende construir duas torres empresariais e um hotel nas duas primeiras docas; e revitalizar o conjunto da Praça Edgar Schneider e do antigo prédio do frigorífico na terceira doca para abrigar atividades culturais. Mais do que analisar as formas como o projeto se relaciona com a paisagem e a conversão de usos, o caso do Cais Mauá é importante para analisar as críticas que esse vem recebendo e a partir disso fazer uma análise de como uma proposta dessa escala pode beneficiar o máximo de grupos possíveis, sem ferir o posicionamento de cada um e o que esses defendem para a construção de um espaço público justo e acessível. 46


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Imagem 26 Imagem 23: Cais Mauรก Imagem 24: Cais Mauรก, planta baixa Imagem 25: Cais Mauรก Imagem 26: Cais Mauรก com torres empresariais e hotel ao fundo

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PARQUE DAS NAÇÕES – EXPO’98, LISBOA, PORTUGAL Imagem 27

Projeto Geral: EXPO’98 | Data: 1992 – 1998 Desde os anos 1980, se desejava uma maior relação de Lisboa com o Rio Tejo, e a EXPO’98 surgiu nesse contexto para requalificar uma área portuária degradada pelo lixo, entregando à cidade uma zona com novas infraestruturas culturais, comerciais e ferroviárias, um novo parque habitacional, e implementando a relação da cidade com o rio. O evento ocorreu em 1998, e teve como tema ‘’Os oceanos. Um Patrimônio para o futuro’’. O projeto foi implementado em uma área de 350 hectares; a primeira fase referente à Zona de Intervenção se tratou da requalificação urbana do entorno da exposição, destinou cerca de 150 hectares para a construção de habitações, fortaleceu a relação da cidade com o rio por meio da ocupação de 5km de frente fluvial, e implementou zonas verdes e equipamentos públicos buscando oferecer maior apoio à nova área que estava surgindo. A segunda fase se trata do Recinto Expositivo, em que a ‘’avenida-alameda’’ pode ser considerada como protagonista urbana da ‘’cidade-parque-monumento’’, enquanto que a arquitetura apresenta cinco pavilhões principais (Oceanário, Pavilhão da Utopia, Pavilhão de Portugal, Pavilhão do Conhecimento dos Mares, Pavilhão do Futuro), duas áreas internacionais, três edifícios para espetáculo, acompanhados ainda da estação ferroviária Gare do Oriente e o Centro Comercial Vasco da Gama. Além do poder de transformação de uma área antes menosprezada, o caso do Parque das Nações é importante pois ele apresenta a importância de cada equipamento para uma mudança urbana e social. Esse projeto será relevante para auxiliar na montagem do programa de necessidades e na forma em que a paisagem urbana e litorânea é tratada.

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Imagem 28

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Imagem 27 Área que abrange o Parque das Nações Imagem 28 Parque das Nações, planta baixa Imagem 29 Parque das Nações Imagem 30 Pavilhão de Portugal, do arquiteto Álvaro Siza

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PROJETO


PECEM

PORTO DO PECÉM

CAUCAIA


ESCALA DA CIDADE Mapa 04 Relação de Fortaleza com os Portos

1º PORTO DE FORTALEZA

MARACANAÚ

PORTO DO MUCURIPE

EUSÉBIO

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projeto

Relação de Fortaleza com os Portos Apesar das praias cearenses só terem ganhado atenção como opção de lazer por volta de 1960, bem antes disso algumas dessas áreas já atraiam o interesse de setores capitalistas de Fortaleza, que viam na criação de portos a possibilidade do desenvolvimento econômico da cidade. O primeiro porto fortalezense (imagem 31) data o ano de 1870 e situou-se na área que hoje é conhecida como Poço da Draga, Praia de Iracema. A construção de quebra-mar, trapiches e sistemas auxiliares para a atracação de navios vinham ocorrendo desde 1804, entretanto o local foi inviabilizado de exercer atividades portuárias devido à pouca profundidade para receber embarcações de grande porte e logo foi necessário a realização de novos estudos para a execução do novo Porto de Fortaleza. (NOBRE, 2009) Após uma minuciosa análise da enseada do Mucuripe, com levantamento topo hidrográficos, estudo dos ventos, marés, correntes e movimentos das areias; foi iniciada em meados de 1940 a construção do segundo porto de Fortaleza (imagem 32) que iria contribuir com o escoamento de mercadorias e expansão da cidade que começava a se industrializar. Já em 1955 foi realizada a primeira reforma de ampliação do Porto do Mucuripe que, apesar de ter contribuído para que essa estrutura portuária ganhasse novo peso competitivo no mercado internacional, também causou forte impacto ambiental para as comunidades pesqueiras, visto a erosão e acomodação de sedimentos nas praias Mansa e de Iracema consequentes desse desenvolvimento. (NOBRE, 2009) Desde a construção do Porto do Mucuripe (imagem 34), a área foi pouco a pouco se caracterizando como uma região predominantemente industrial (mapa 06), com vários equipamentos voltados a essa atividade e com alguns outros locais destinados à habitação, comércio e serviços. Ao observar esse cenário (imagem 03) é perceptível o conflito entre as atividades portuárias e as referentes aos moradores da região, que em alguns trechos acabam perdendo o direito de aproveitar o espaço público por conta dessa falta de planejamento que algumas vezes não considera a população e ocasiona um problema na relação entre indivíduo e cidade. A partir da década de 1990 o Porto do Mucuripe começou a se tornar pequeno diante do desenvolvimento que o Estado do Ceará estava alcançando, e algumas dificuldades fizeram com que fosse necessário a construção de um novo porto (imagem 33) que desse suporte ao Porto do Mucuripe. Logo, o Porto do Pecém (imagem 35), se configurou como um grande gerador de novos fluxos de escoamento da Região Nordeste.

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projeto Imagem 31

Imagem 32

Imagem 33

Imagem 34

Imagem 35

Imagem 31 Porto da Praia de Iracema em 1946 Imagem 32 Porto do Mucuripe em 1940 Imagem 33 Porto do PecĂŠm em 1997 Imagem 34 Porto do Mucuripe atualmente Imagem 35 Porto do PecĂŠm atualmente

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PECEM

CAUCAIA

OCEANO ATLÂNTICO

APP’s

LAGOAS

PASSEIO DE BARCO

PARQUES


ESCALA DA CIDADE Mapa 05 Relação de Fortaleza com seus recursos hídricos

MARACANAÚ

EUSÉBIO

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Relação de Fortaleza com seus recursos hídricos

Os principais cursos de água em Fortaleza são as Bacias do Rio Cocó (imagem 38, região leste), Rio Ceará (imagem 39, região oeste), Rio Maranguapinho (imagem 37, região sudoeste) e Rio Pacoti (imagem 36, região sudoeste). Entre esses, o predominante é o Rio Cocó que nasce na serra de Pacatuba, corta praticamente toda a capital cearense, e desagua no Oceano Atlântico após percorrer 50 km. Apesar desses recursos hídricos apresentarem uma condição regular ou ruim em relação à qualidade das suas águas, a Prefeitura de Fortaleza vê nesses a possibilidade de formar uma infraestrutura de escalas variadas que promova o usufruto desses espaços públicos, seja por meio da prática de atividades esportivas, a realização de eventos, o simples ato de encontrar as vizinhanças, ou outras práticas. Desse modo, o Plano Mestre Urbanístico e de Mobilidade (mapa 05), do Plano Fortaleza 2040, pretende criar uma rede de pequenos parques juntamente com as áreas verdes no entorno das lagoas e fozes dos rios Ceará, Cocó e Maranguapinho para se conectarem aos centros das futuras vizinhanças e promover o encontro nessas áreas verdes ainda existentes. Além disso, está previsto ainda a criação de comunicações por meio de barcos com o intuito de promover tanto uma atividade de lazer quanto uma forma de transporte. Concordando com as pretensões positivas que se tem para com os recursos hidrícos de Fortaleza, acredito ser de fundamental importância a criação de uma rede integrada de sistemas de espaços lives (SEL), objetivando assim a concepção de uma série de serviços urbano, social, cultural, recreativo, etc para a cidade.

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Imagem 36

Imagem 37

Imagem 38

Imagem 39

Imagem 38: Rio Cocรณ | Imagem 39: Rio Cearรก Imagem 37: Rio Maranguapinho | Imagem 36: Rio Pacoti

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ESCALA DO BAIRRO Mapa 06 | Uso e Ocupação do Solo

ÁREA PREDOMINANTEMENTE

Industrial

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Institucional

Residencial

Serviços

Livres

Vias Principais


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Conforme já mencionado no tópico ‘’Relação de Fortaleza com os portos’’, a criação do Porto do Mucuripe trouxe algumas consequências para o bairro Cais do Porto, entre essas as principais estão relacionadas a(o): o Surgimento de um complexo parque industrial, cujo o mesmo possui uma forte relação com as atividades portuárias, o que justifica a sua localização dentro do bairro o Origem de áreas residenciais, causada no momento em que famílias de pescadores, antes moradores da região das praias de Iracema e Beira Mar, foram removidas para locais mais distantes e menos visados por conta da criação do porto e da valorização de uma parte da orla fortalezense. É importante ressaltar que segundo o Censo 2010 do IBGE, a densidade populacional do bairro Cais do Porto é de 22.382 habitantes, sendo a renda média de cada um R$ 327,68 reais. Resumidamente, analisando esses e outros fatores, o bairro possui uma infraestrutura urbana precária e é alvo de vulnerabilidade social. Além disso, há ainda alguns trechos de áreas predominantemente institucional (abrigando atividades portuárias, educacionais ou de mobilidade urbana), livres (com a presença de vazios urbanos, áreas de proteção ambiental, praças, ou edificações abandonadas) e de serviços (possuindo estacionamentos, clubes, hotéis, ou lojas).

Imagem 40 Área institucional e portuária

Imagem 41 Área residencial

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ESCALA DO BAIRRO Mapa 07 | Principais Equipamentos

38 40 1 6 2 3 5 4 10 9 11 14 12 13

17

15

21 24 39

26

25

28 33

62

34

8

18

16

20

19

7

37

23 27 22 32 31 14 36 30 29 35


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1. Antigo Farol do Mucuripe

21. Newland Toyota

2. M. Dias Branco

22. BR Distribuidora

3. Polimix

23. Trust: Comércio Exterior

4. NewTech Blindagens

24. Capitania dos Portos do Ceará

5. Petrolusa

25. Gorduras e Margarinas Especiais

6. Instituto do Sol Escola de Surf

26. Lubnor

7. Aloha Escola de Surf

27. Votorantim Cimentos

8. Escola Beneficente de Surf Titanzinho

28. Iate Clube de Fortaleza

9. Escola Professor Álvaro Costa

29. Hidrofortal

10. Escola EEFM Helenita Mota

30. Engemix

11. Área Portuária do Mucuripe

31. Escola Godofredo de Castro Filho

12. Praça Amigos da Marinha

32. Posto de Saúde Célio Brasil Girão

13. Secretaria Executiva da Regional II

33. Escola Eleazar de Carvalho

14. Nacional Gás

34. Posto de Saúde Odorico de Moraes

15. Quartel do Corpo de Bombeiros

35. Colônia Z8 (COPEAFOR)

16. Raizen

36. Escola São Vicente de Paulo

17. Liquigás

37. Escola Maria Felício Lopes

18. Boca do Golfinho Escola de Surf

38. Terminal Marítimo de Passageiros

19. Cais Pesqueiro

39. Escola da Gastronomia Social

20. Ferrovia / VLT Parangaba Mucuripe

40. Farol do Titanzinho

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ESCALA DO BAIRRO Mapa 08 | Aspectos Socioambientais

2

1 2

1

3 3

4

5 6 7

Praias

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Comunidades

ZIA

ZPA 2

ZEIS 1

ZEIS 3

1 Mansa

2 Titanzinho

3 Serviluz

1 Titanzinho

2 Estiva

3 Serviluz

4 Botes

5 Morro do Teixeira

6 Castelo Encantado

7 Alto da Paz


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De acordo com o Plano Diretor Participativo de Fortaleza (PDPFOR, 2009) e com questões socioambientais, o Cais do Porto apresenta áreas relacionadas à Macrozona de Proteção Ambiental e às Zonas Especiais. A primeira é constituída por ecossistemas de interesse ambiental, que possuem a necessidade de proteção, preservação, recuperação e realização de atividades sustentáveis. Enquanto a segunda está relacionada a regiões que necessitam de um tratamento especial na definição de parâmetros reguladores de usos e ocupação do solo. No bairro estão presentes as: Zona de Preservação Ambiental (ZPA), Zona de Interesse Ambiental (ZIA), Zona Especial de Interesse Social 1 (ZEIS 1), Zona Especial de Interesse Social 3 (ZEIS 3). Além desses aspectos legais, é importante mencionar as praias e comunidades do bairro. Diferenciadas pelas atividades que abrigam, a Praia Mansa está restrita ao acesso portuário, sendo pouco explorada por outras possibilidades de uso que não seja as relacionadas ao atracamento de embarcações no porto; enquanto que as praias do Titanzinho e do Serviluz já possuem uma relação mais próxima das atividades físicas e pesqueiras. Já em relação às comunidades e por conta de uma situação complexa que é comum à maioria das cidades portuárias, os moradores dessa região geralmente possuem uma renda mensal baixa, enfrentam problemas sociais relacionados à violência, ao tráfico de drogas e à prostituição, além de serem alvos de uma infraestrutura urbana precária.

Imagem 42 Praia do Titanzinho

Imagem 43 Praia do Serviluz

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ESCALA DO BAIRRO Mapa 09 | Infraestrutura Viaria

Via Arterial I

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Via Coletora

Via Paisagistica

Via Local

Linha Férrea

Terminal Maritmo

Linhas Ônibus


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Segundo a LUOS, Lei de Uso e Ocupação do Solo de 2017, o bairro Cais do Porto comporta vias arteriais, coletoras, paisagísticas e locais. As vias arteriais são caracterizadas por interseções em nível, controladas por semáforos e que dão acesso aos lotes lindeiros, às vias secundárias e locais; as vias coletoras acolhe aquelas com fluxo mais intenso e redistribui o trânsito; as paisagísticas tem papel semelhante às coletoras, mas o diferencial é que essas conformam áreas de proteção ambiental e protegem os recursos naturais de ocupações indevidas; por fim, as locais não apresentam semáforos e são destinadas ao acesso local ou de áreas mais restritas. Há uma estrutura ferroviária referente à Ferrovia Transnordestina Logística (FTL) que liga os portos do Pecém (São Gonçalo do Amarante, Ceará) e do Mucuripe (Fortaleza, Ceará) e é responsável por todo o transporte de carga entre esses portos. O Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria de Infraestrutura – SEINFRA, vem aproveitando esse traçado férreo utilizado pela FTL para remodelar e duplicar parte desse trecho para a criação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o transporte de passageiros em Fortaleza. O ramal Parangaba - Mucuripe está praticamente pronto, faltando apenas as duas últimas estações, Mucuripe e Iate, que estão previstas para serem implementadas dentro do bairro Cais do Porto. No bairro circulam ainda cerca de 15 linhas de ônibus, que transportam usuários de regiões como Siqueira, Antônio Bezerra, Parangaba, Messejana, até o Cais do Porto.

Imagem 44 Avenida José Saboia, via arterial I

Imagem 45 Avenida Vicente de Castro, via arterial I

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ESCALA DO BAIRRO Mapa 10

Área Portuária do Mucuripe

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Área prevista de transferência para o Porto do Pecém


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Atualmente o Porto do Mucuripe abriga um dos maiores polos trigueiros do Brasil, e sua infraestrutura possibilita a movimentação de cargas que vão desde granéis sólidos e líquidos até cargas gerais e conteinerizadas. Os principais produtos movimentados no porto são castanha de caju, cera de carnaúba, frutas, trigo, malte, tecidos, lubrificantes, metal, combustíveis e derivados de petróleo. De acordo com o Plano Fortaleza 2040, existe um Plano de Ação que se baseia no Plano Mestre do Porto do Mucuripe (PMPM, 2015) e no Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP, 2015), que juntos pretendem: 1. Criar um modelo de gestão que possibilite que o porto fortalezense seja mais rentável, competitivo, autossustentável, menos dependente dos fundos externos e mais autônomo. 2. Estabelecer ações e metas para a expansão racional e otimização do uso das áreas e instalações portuárias; por meio da elaboração de diagnósticos que avaliem os cenários e assim possam propor mudanças nas seis principais áreas relacionadas à atividade portuária: infraestrutura, superestrutura e operações, logística e hinterlândia, economia e finanças, gestão, e meio ambiente. Entre as ações prioritárias que o PMPM estabeleceu, há uma que pode ser bem aproveitada e relacionada ao projeto de conversão de uso dessa área portuária que esse trabalho de conclusão de curso se propõe, que é a transferência das áreas de tancagem do Porto do Mucuripe para o Porto do Pecém. Imagem 46 Lubnor, área prevista de ser transferida para o Porto do Pecém

Imagem 47 Lubnor, área prevista de ser transferida para o Porto do Pecém

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ESCALA DO TERRENO Mapa 11 Principais Equipamentos

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1. Mercado dos Peixes | 2. Iate Clube | 3. Capitania dos Portos | 4. Escola de Gastonomia Social | 5. Newland | 6. Cais Pesqueiro | 7. Edificações abandonadas | 8. Pier petroleiro | 9. Armazéns | 10. Moinhos | 11. Administração do Porto | 12. Praça Amigos da Marinha | 13. Galpões | 14. CVT | 15. Correios | 16. Pátios | 17. Ministério da Fazenda | 18. Antigo Farol do Mucuripe| 19. Corpo de Bombeiros | 20. Aerogeradores | 21. Terminal Marítmo

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Entre os principais equipamentos existentes no Porto do Mucuripe, se pode citar: o Cais Pesqueiro: utilizado por embarcações de pequeno porte, possui um comprimento total de 210 metros por 20 metros de largura e 3 a 5 metros de profundidade. o Píer Petroleiro: uma ponte de 853 metros de comprimento faz a ligação entre o píer, a fábrica de margarina e as distribuidoras de petróleo que existem no entorno. o Terminal Marítimo de Passageiros: com capacidade para receber 4500 passageiros por turno, esse permite a atracação de navios cruzeiros com até 350 metros de extensão e profundidade até 13 metros. Possui ainda áreas destinadas ao embarque, desembarque, trânsito de passageiros, armazéns de bagagens, sala de órgãos fiscalizadores, estacionamento, bares, restaurantes, lojas de conveniência; a edificação tem a possibilidade ainda de ser adaptada para a realização de festas ou eventos, por exemplo. o Armazéns: os quatro que estão paralelos aos berços do porto são denominados de A1, A2, A3 e A4; possuem cerca de 150 metros de comprimento por 40 de largura e armazenam trigo, milho, fertilizantes e granéis de sólido vegetal. Há ainda mais três armazéns denominados de C5, removível e lonado; o primeiro possui aproximadamente 6000 m², o segundo possui 3000 m², enquanto o último tem 4000 m². o Galpões: existem dois galpões na área portuária do Cais do Porto, sendo um utilizado pela Receita Federal para a realização de vistoriais, enquanto o segundo abriga atividades relacionadas ao refrigeramento e armazenamento de cargas. o Pátios: com uma área maior que 100000 m², possuem uma pavimentação do tipo paralelepípedo e armazenam cargas nos pátios contêineres ou nos pátios de carga geral. o Moinhos: são propriedade das empresas M Dias Branco, Grande Cearense, e J Macedo; utilizam seus silos para armazenar grãos de trigo que chegam na área portuária. o Centro Vocacional Tecnológico Portuário (CVT): baseado na rede de Centros Vocacionais Tecnológicos existente no Ceará, esse equipamento tem como objetivo promover a capacitação tecnológica e geração de conhecimento científico tanto para os trabalhadores portuários quanto para a população local do Cais do Porto. Além dessas atividades e equipamentos listadas, existe ainda a presença de algumas edificações abandonadas, de aerogeradores, da Praça Amigos da Marinha em frente à Administração do Porto do Mucuripe, que é a entrada dessa área portuária, uma sede dos Correios, da Receita Federal/Ministério da Fazenda, e do Corpo de Bombeiros.

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ESCALA DO TERRENO Mapa 12 Anรกlise FOFA

Fraquezas

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FRAQUEZAS A falta de continuidade da maioria das vias da área portuária, que terminam sempre que chegam até o porto, reforça o fato de que essa região funciona como uma grande barreira física para quem quer acessar o lado da Praia Mansa. Assim como as vias que terminam quando chegam no Porto do Mucuripe, o calçadão da Avenida Beira Mar também não possui continuidade ao longo da orla. A acessibilidade não está presente nos espaços públicos, que são ocupados basicamente por automóveis ao longo das vias enquanto os pedestres não são atraídos a estar nesse local por conta da falta de estrutura para esses. A profundidade máxima existente na Praia Mansa atinge os 13 metros, o que é considerada insuficiente para o atracamento de alguns tipos de embarcações maiores. OPORTUNIDADES Aumentar a permeabilidade da região a partir da continuidade das vias que terminam antes do esperado, criando assim novos caminhos para serem explorados. Criar espaços públicos convidativos e agradáveis à população, fazendo com que as ruas sejam mais movimentadas e, consequentemente, menos perigosas. Concepção de áreas para ‘’espetáculos marítimos’’, em que o passo a passo de atividades aparentemente comuns possam ser contempladas pela sociedade. Proposição de mais um ponto hidroviário que possa servir de apoio tanto na escala do turismo, do transporte público e dos pescadores locais. FORÇAS Acesso aos dois lados do mar e a possibilidade de realização de diferentes atividades relacionadas às características de cada lado. Criação de novas visuais por meio da observação terra-mar e mar-terra. AMEAÇAS Lançamento de derivados de petróleo por conta das atividades portuárias, atrelado ao esgotamento sanitário deficiente do bairro, contribui com a poluição ambiental.

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PROGRAMA DE NECESSIDADES

1. Identidade o Não destruir os símbolos ou os elementos que compõe a paisagem da região o Agregar a esses um novo uso que integre o novo parque urbano 2. Continuidade e Permeabilidade o Possibilitar a continuidade do calçadão da Beira Mar até o Parque o Fazer com que as vias já existentes continuem ao longo do parque o Criar novos acessos dentro do parque 3. Mobilidade e Acessibilidade o Diversidade na oferta de meios de transporte e nas formas de deslocamento o Viabilizar a separação entre redes de circulação distintas o Possuir soluções e dispositivos de apoio às pessoas com menor mobilidade o Evitar a criação de barreiras arquitetônicas o Promover um desenho urbano baseado no alinhamento e enquadramento o Agrupar tipos de espaços e equipamentos que demandam certa necessidade em comum o Possibilitar a segurança durante a travessia de vias o Contribuir para a superação de eventuais locais com declives acentuados o Oferecer estacionamento aos diversos tipos de modais o Possibilitar o deslocamento por meio dos barcos ao longo da orla oeste 4. Segurança o Possuir boa acessibilidade ao parque o Escolher materiais que contribuam para a boa manutenção da área o Escolher materiais que possuam resistência a possíveis atos de vandalismo o Possibilitar iluminação suficiente e de qualidade nos espaços externos e internos

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o Promover a visibilidade como instrumento de segurança pública o Distribuir e escolher os usos de forma que as pessoas estejam circulando pelo parque durante todo o dia 5. Conforto, Aprazibilidade e Lazer o Controlar os fatores climáticos (temperatura, insolação, vento, precipitação) o Promover qualidade ambiental (acústica, visual, do ar) o Vegetação e água como elementos que promovam o conforto térmico e visual o Uso de materiais que contribuam com o conforto térmico e visual o Ter como foco a relação das pessoas com o mar e a água o Criação de pontos refrescantes (de apoio) ao longo da orla o Criação de banheiros públicos o Elaboração de infraestruturas que possibilitem a contemplação de atividades marítimas o Criação de piscinas marítimas o Criação de cinemas ao ar livre o Possibilitar o acesso aos ‘’dois lados’’ da Praia Mansa e relacionar isso a atividades consideradas mais calmas de um lado e agitadas do outro 6. Resistencia e durabilidade o Escolha de materiais que condigam com a realidade e história do local o Materiais resistentes às condições climáticas do local e a possíveis atos de vandalismo 7. Inclusão e coesão social o Criação de um espaço plural, coletivo e público através de usos variados no parque 8. Sustentabilidade o Oferecer atividades e usos que contribuam para a melhoria ambiental, social e econômica da região

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PROBLEMÁTICA Como explanado anteriormente, os principais problemas encontrados no bairro podem ser resumidos a questões relacionadas a um deficit ambiental, urbano e social. Se trantando do Porto do Mucuripe e as atividades que esse exerce atualmente, há um grande conflito entre porto e cidade pelo fato de que suas funções acabam impactando negativamente parte do seu entorno. Querendo ou não, o porto dificulta o acesso de quem quer acessar um trecho da orla fortalezense, polui os mares por conta de eventuais vazamento de óleos e substancias petroquímicas, congestiona boa parte das vias das redondezas com inúmeros caminhões, entre outros problemas. Tudo isso torna a cidade muito menos convidativa ao aproveitamento de seus espaços pela sociedade e das atividades variadas que poderia ter. Além do porto, a falta de uma infraestrutura adequada para os pedestres, atrelado à apropriação do trecho de orla por edificações residenciais, hoteleiras, comerciais, industriais e de serviços; faz com que o acesso ao mar seja impedido. Pra finalizar as principais questões problemáticas da região, há ainda uma área consideravelmente grande que se encontra subutilizada e abandonada; o que traz mais uma vez a sensação de perigo para esse trecho da cidade. Tendo isso em vista, buscou-se trabalhar da forma mais viável possivel para resolver esses problemas, tentando priorizar o aproveitamento das estruturas já existentes. Imagem 48

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Imagem 50 Imagem 48: Calçadas estreitas e não convidativas Imagem 49: Porto como uma barreira física Imagem 50: Áreas abandonadas e subutilizadas

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ÁREAS ABANDONADAS E SUBUTILIZADAS PORTO COMO BARREIRA FÍSICA PARA QUEM QUER ACESSAR A PRAIA MANSA

FALTA DE CONTINUIDADE DA ORLA

além da relação de confito entre porto e cidade

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ÁREA TRABALHADA e suas possíveis etapas de execução Tendo em vista que a área trabalhada nesse estudo é muito grande, optou-se por dividi-la em possíveis etapas de execução, caso o projeto fosse implementado. Essas foram propostas tendo como justificativa o grau de complexidade do projeto, optando por iniciar esse a partir das regiões menos dificeis. Tendo em vista o final do calçadão da Avenida Beira Mar (situado na zona 1), acredita-se que o hipotético inicio das obras do Parque Urbano do Mucuripe começaria a partir desse ponto, visto que já existe toda uma infraestrutura à oeste, o que tornaria o inicio das obras mais ‘‘natural’’ ou menos complexo. Baseado nisso, esse trecho foi o escolhido para ser melhor estudado e é nesse em que será apresentado proposições mais detalhadas. Seguindo o suposto processo construtivo, a segunda etapa corresponde a intervenções pontuais realizadas na região ocupada pela comunidade do Titanzinho e da Estiva, atrelado também à transferência das atuais áreas de tancagem que estão previstas, de acordo com o Plano Fortaleza 2040, para serem realocadas para o Porto do Pecém. Ocorrendo esse deslocamento, as famílias residentes no seu entorno estariam aptas a usufruirem desses terrenos, como será melhor apresentado no mapa de diretrizes. Optando por adiar o máximo possivel o momento de atuação no Porto do Mucuripe, por conta da complexidade de atividades que ele possui atualmente, a terceira etapa corresponde, ainda assim, a zona menos trabalhosa desse contexto portuário. Considerando que as propostas previstas para esse trecho causam menos impacto, como o realocamento do estacionamento do Terminal Maritmo e aumento da faixa de areia, por exemplo, se justifica assim o porquê dessa ser a terceira etapa. E por fim, as possiveis ultimas etapas de execução do Parque Urbano do Mucuripe correspondem às áreas onde o Porto funciona ativamente. O lado leste seria o escolhido para exercer a quarta etapa de implementação do projeto, visto que possui grande parte da sua área composta pelo atual pátio de conteiners e uma menor quantidade de edificações que teriam suas atividades encerradas para então receber os novos usos. Enquanto que o lado oeste, condizente à quinta etapa exige um grau maior de atenção projetual, principalmente por ser a área em que se encontra os atuais moinhos Cearense e M. Dias Branco. 78


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USOS RETIRADOS Entende-se que em algumas situações, o uso é mais importante do que a própria edificação, arquitetonicamente falando. Enquanto que em outros casos, determinado equipamento pode ser realocado para outras regiões da cidade sem grandes dificuldades. Partindo desse ponto de vista, algumas edificações foram consideradas fora do contexto cultural da região do Mucuripe por se encaixarem em uma categoria industrial, comercial ou por estarem subutilizadas. Desse modo, tais edificações foram marcadas para serem demolidas sem o compromisso de realocamento no próprio bairro, por se entender que isso não é o mais importante, mas sim, ceder espaço para promover uma cidade mais plural e acessível. Entre as edificações retiradas se pode citar a loja automotiva Newland, os prédios referentes à área de tancagem do Porto do Mucuripe, uma subestação de energia da Enel, ruínas de uma edificação abandonada, edificações com fins industriais como M Dias Branco, NewTech Blindagem e Empesca. Objetivando principalmente confirmar o traçado ‘‘natural’’ da área portuária, além de liberar espaço para as futuras proposições, foi proposto ainda a demolição de dois armazens e dois galpão do atual Porto do Mucuripe, com a justificativa de que esses foram implementados mais recentemente se comparado com a história portuária local. Já edificações como Marinha do Brasil, Capitania dos Portos do Ceará, Escola Professor Álvaro Costa, Centro Vocacional Tecnológico Portuário, Correios, Ministério da Fazenda, Corpo de Bombeiros, Sindicato dos Pescadores do Mucuripe, Sindicato dos Portuários, Sindicato dos Marinheiros; são mais suscetíveis para serem realocadas dentro do bairro, e até mesmo dentro do próprio Parque Urbano do Mucuripe. Isso se explica porque atividades como essas além de serem mais próximas da cultura local, são também mais recorrentes no dia a dia de um individuo. Por mais que não fosse o ideal, com fim de cumprir o que era necessário para a realização do projeto, foi preciso intervir em alguns trechos residenciais. A comunidade dos Botes e uma pequena parte da comunidade da Estiva precisou ser retirada do seu local de origem; entretanto, por se tratar de uma quantidade não tão grande de famílias, acredita-se que em uma hipotética execução desse projeto, seria menos dificil um acordo entre as partes interessadas e essas comunidades. Essas poderiam ser realocadas para áreas livres dentro do próprio bairro, como é o caso da área de tancagem que está prevista para ser realocada para o Porto do Pecém.

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Usos / edificações retiradas | que serão realocadas para áreas do bairro Usos / edificações retiradas | que não serão realocadas para áreas do bairro

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MOBILIDADE Ciclofaixa: o canteiro central de um metro e cinquenta antes existente, foi retirado para que em seu lugar fosse implementado uma ciclofaixa de três metros de largura. Via arterial: objetivando liberar mais espaço tanto para a implementação da ciclofaixa quanto para que os pedestres pudessem andar em uma calçada mais confortável, a largura das duas vias foram diminuidas de nove metros (cada) para sete metros; essa dimensão permite ainda o deslocamento de dois carros ao mesmo tempo em cada via. Via coletora: no final dessa via, encontra-se a entrada secundária do parque urbano. Se tratando de diretrizes, tanto essa quanto a via arterial poderiam receber um tratamento paisagístico e de sinalização que indicassem que ao final dessas, o usuário chegará a um parque com atividades variadas. Calçadão do Morro Santa Terezinha: projeto idealizado pelos órgãos públicos que está melhorando a acessibilidade da região. Entretanto, possui ainda alguns problemas relacionados a acessibilidade plena, tendo em vista que pessoas com mobilidade reduzida teriam dificuldades de subir as escadarias existentes, além de que em alguns trechos essas terminam em lugar nenhum, não havendo assim a real conexão com o outro lado da via. Passarela: criada a principio para vencer um desnível de vinte metros causada pela existência do Morro Santa Terezinha, essa estrutura objetiva ser bem mais do que uma ‘‘simples’’ via pedonal conectora, mas sim um local que possibilite os diversos encontros e histórias, e permita também levar toda o morro para ver o mar. Áreas restritas: o parque como um todo tem livre acesso para quem quiser acessar, entretanto alguns usos necessitam de um maior controle, como é o caso da área hoteleira, uma das edificações educacionais e o Terminal Marítimo de Passageiros. Optando por substituir os muros convencionais por uma barreira que além de física não fosse também visual, optou-se por implementar espelhos d’águas como elementos de barreira. Estações hidroviárias: além do atual Terminal Marítimo, duas estações a mais foram propostas, objetivando oferecer tanto opções recreativas marítimas, como também uma opção de transporte urbano. Estações ferroviárias (VLT): aproveitando a malha ferroviária existente, propõe-se a criação de uma nova estação para fazer parte da rota metropolitana da cidade, além da criação de duas novas estações que supririam as necessidades do parque.

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Inicio do parque Ciclofaixa Via arterial Via coletora Calçadão do Morro Santa Terezinha Passarela Áreas restritas Estações hidroviárias Estações ferroviárias contexto metropolitano Estações ferroviárias contexto do parque Principais acessos Fim do parque Mapa 16

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DIRETRIZES GERAIS 1 Mercado dos Peixes 2 Iate Clube 3 Calçadão do Morro Santa Terezinha 4 Proposição de uma passarela 5 Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco 6 Conversão de uso de edificação para o recebimento de atividades de caráter público, coletivo e educacional 7 Proposição de elemento de coberta 8 Proposição de arquibancadas marítimas 9 Requalificação de edificação abandonada para o recebimento das atividades da Marinha do Brasil e Capitania dos Portos do Ceará 10 Proposição de uma capela 11 Proposição do Bosque das Palmeiras e entrada do complexo aquático/marina 12 Utilização da estrutura do antigo pier petroleiro do Porto do Mucuripe para receber as atividades de uma marina 13 Utilização da estrutura do antigo pier petroleiro do porto para criar um complexo aquático, com a existência de piscinas públicas, banheiros e vestiários públicos e um restaurante 14 Conversão de uso dos antigos galpões do Porto do Mucuripe para o recebimento de atividades de caráter público, coletivo e cultural 15 Conversão de uso dos antigos moinhos Cearense e M Dias Branco para se tornar uma área hoteleira 16 Conversão de uso da antiga administração do Porto do Mucuripe para se tornar a entrada principal e administração do Parque Urbano do Mucuripe 17 Proposição de nova edificação de caráter comercial, com a presença de uma nova estação de VLT no térreo 18 Conversão de uso de um antigo galpão do Porto do Mucuripe atrelado a proposição de duas novas edificações para o recebimento de atividades de caráter público, coletivo, educacional e esportivo 19 Proposição de edifício garagem com a capacidade para 417 vagas por andar 20 Proposição de um centro empresarial 21Possibilidade de utilização da antiga área de tancagem do porto para que as comunidades da Estiva e do Titanzinho possa ser melhor assistida pelo governo, por meio da realização de ações como melhorias habitacionais, assistência técnica, regularização fundiária, oportunidade de auto construção, etc. 22 Requalificação do Antigo Farol do Mucuripe para que esse possa receber atividades de caráter público, coletivo e cultural 23 Intervenção na área rochosa da Praia do Titanzinho e da Praia Mansa para o recebimento de mobiliário urbano, afim de melhor receber quem deseja assistir eventuais espetáculos e atividades marítimas 24 Pátio para a realização de eventos ou atividades temporárias, com espaço suficiente ainda para uma possível expansão do Terminal Marítimo 25 Terminal Marítimo de Passageiros, com proposição de realocamento do seu estacionamento, agora com 360 vagas 26 Proposição de expansão da faixa de areia do local, aumentando assim o tamanho da já existente Praia Mansa e Praia do Titanzinho 27 Proposição de área favorável a realização de atividades marítimas após a saída das atividades portuárias

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ENSEADA

1 - Estruturas de coberta 2 - Edificação com uso modificado para o recebimento de atividades de caráter público, coletivo e educacional 3 - Elemento de coberta, equipado com mobiliário urbano e quiosques 4 - Arquibancadas marítimas 5 - Capela 6 - Edificações com uso convertido para o recebimento da estação de vlt restrita ao parque 7 - Requalificação de edificação antes abandonada para o receber as atividades da Marinha do Brasil e da Capitania dos Portos do Ceará 8 - Malha ferroviária ativa, utilizada pelo vlt para realizar o desloca mento restrito ao parque 9 - Bosque das Palmeiras, equipado com mobibiário urbano 10 - Estação hidroviária, ponto de chegada e partida de embarcações com finalidades recreativas e de transporte urbano 11 - Elemento de coberta, abriga a administração que controla o acesso para o clube aquático e marina 12 - Conversão de uso do antigo galpão do Porto do Mucuripe, para o recebimento de atividades de caráter público, coletivo e cultural 13 - Conversão de uso do antigo Moinho M Dias Branco para abrigar um hotel

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CLUBE AQUÁTICO nível térreo A proposta do clube aquático consiste no aproveitamento da estrutura, antes utilizada como pier petroleiro do Porto do Mucuripe, para receber agora atividades relacionadas ao lazer e entretenimento. Por se tratar da complexidade que é propor tal estrutura que seria construída em alto mar, deve-se alertar que as seguintes proposições encontram-se em um estudo inicial, necessitando assim de instruções mais aprofundados no caso de uma possivel execução. Nesse primeiro momento, vamos nos ater ao nivel térreo do clube. Pensando em aproveitar a área livre encontrada no final da estrutura, foi proposto a elaboração de um restaurante de 43m de comprimento por 11m de largura, com capacidade para o recebimento de 416 pessoas no seu limite máximo. Esse detém de uma ampla cozinha com hall de recebimento, despensa fria, despensa convencional, área de preparo dos alimentos, cozinha, área de lavagem de utensilios, dml, área de passa pratos com armários, e uma última região com armários que faz a transição para a área de refeitório. Há ainda duas baterias de banheiros, um feminino e outro masculino, que dá apoio aos clientes do restaurante. Esses podem usufruir dos serviços desse equipamento tanto na possivel área climatizada, dentro da edificação, como também aproveitando a brisa e toda a paisagem marítima na área externa, equipada de mesas com guarda-sóis.

Legenda 1 - Escada 2 - Clube aquático no nivel inferior 3 - Área externa do restaurante 4 - Área interna do restaurante

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3 ZONAS DO RESTAURANTE COM SUAS RESPECTIVAS ÁREAS

1 - Hall de recebimento | 9m² 2 - Despensa fria | 9,50m² 3 - Despensa convencional | 8,75m² 4 - Cozinha | 55,85m² 5 - Área de passa pratos com armários | 19,20m² 6 - Área de preparo de alimentos | 6,50m² 7 - Área de lavagem de utensílios | 9,50m² 8 - Dml | 2,35m² 9 - Área de transição com espaço para armários | 25,55m² 10 - Banheiros | 15,10m² cada 11 - Refeitório interno | 275,75m² 12 - Entrada do restaurante, com área de espera 13 - Refeitório externo

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CLUBE AQUÁTICO nivel do mar Em relação ao nivel inferior do clube aquático, esse seria possível a partir da construção de uma laje abaixo da já existente, utilizando parte da estrutura e pilares ali fundados para então receber os dois banheiros, vestiários, e a área destinada a uma possível expansão do restaurante do nível superior; esses equipamentos juntos dariam suporte e contribuiriam para movimentar toda a área de entretenimento vizinha. A zona delimitada para receber especificamente as atividades relacionadas ao clube, seria uma estrutura flutuante, como um barco que se aproxima de um pier e se atraca... é com esse pensamento que se é proposto essa área.

Legenda 1 - Escada 2 - Banheiros e vestiários 3 - Área delimitada para possivel expansão do restaurante do nivel superior 4 - Área equipada com mesas, cadeiras e bancos 5 - Área equipada com mesas e cadeiras com guarda-sóis 6 - Piscina para crianças pequenas 7 - Piscina para crianças maiores 8 - Piscina para adultos 9 - Estar marítimo / praça 10 - Bancos equipados com cobertas 11 - Zona com paginação especial e jatos d’água 12 - Piscina olímpica 13 - Arquibancada

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ZONAS DOS BANHEIROS E VESTIÁRIOS COM SUAS RESPECTIVAS ÁREAS

1 - Entrada e área de espera, equipada com bancos e armários área entre11,15m² e 14,35m² 2 - Bateria de vasos sanitários com ou sem mictórios, equipado com pias área de 37m² 3 - Área de vestiário, equipada com cabines com chuveiros, bancos, armários e cabides área entre 63,10m² e 65,60m² 4 - Banheiros e vestiários acessiveis área de 8,80m² 5 - Bebedouros, situado na área externa dos banheiros e vestiários

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PASSARELA Mesmo com a requalificação da encosta do Morro Santa Terezinha, cujo um dos seus principais objetivos é facilitar o deslocamento da parte alta para a parte baixa, essa questão da acessibilidade não foi plenamente alcançada, visto que em alguns trechos as escadarias terminam em cima da malha ferroviária existente ou simplesmente é apenas dificil para uma pessoa com mobilidade reduzida subir as grandes escadarias. Atrelado a isso, a existência de um importante equipamento educacional, Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, pedia uma estrutura que solucionasse não apenas o problema da mobilidade, mas que também potencializasse a oportunidade de transformar aquele local em um espaço coletivo, plural e cheio de boas histórias. É a partir disso que surge a proposição de uma passarela pensada para ser executada em sistema estrutural de concreto. Estruturalmente falando, essa pode ser classificada em três zonas: a primeira (da direita pra esquerda) corresponde a um jogo de pilares de 0,50cm de diâmetro distribuídos a cada 10m de um eixo a outro; a fim de liberar espaço para que as vias passassem no nivel térreo, a segunda zona (do meio) se trata de um sistema do tipo atirantado em que cada tirante possui 0,25 cm de diâmetro e esses se fixam nas duas torres de elevadores e escadas; após o sistema estrutural de tirantes, se tem mais uma vez o jogo de pilares convencionais até chegar na parte da passarela onde se tem um mirante, nesse ponto uma casca de concreto de 0,50 cm de espessura que lembra a ponta de um navio segura esse trecho por baixo, transportando todas suas cargas até serem descarregadas no nivel do solo (dentro do mar); após essa zona, volta-se ao jogo tradicional de pilares até o fim (ou começo) da passarela. A seguir, a indicação dos locais da passarela: 1 Bosque das Palmeiras, área sombreada com mobiliário urbano 2 Fonte dos desejos 3 Inicio ou fim da passarela 4 Escada para o mirante 5 Mirante 6 Bosque do lanche, área sombreada equipada de mobiliário onde há a proposição de duas cantinas sob a passarela 7 Bloco estrutural composto por um jogo de elevador e escada 8 Miolo do encontro, área livre e espaçosa equipada com mobiliário urbano, propicia para a realização de pequenos eventos e outras atividades 9 Jogo de escadas para o calçadão do Morro Santa Terezinha 10 Inicio ou final de quatro lances de rampa 11Bar e restaurante 12 Área equipada com mesas e cadeiras com finalidade principal de dar suporte ao restaurante 13 Banheiros públicos

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ZONA APROXIMADA DO BAR/RESTAURANTE E BANHEIROS PÚBLICOS

1 - Área equipada com mesas e cadeiras visando dar suporte ao bar e restaurante 2 - Bancão do bar e restaurante 3 - Cozinha 4 - Área de atendimento do bar e restaurante 5 - Dml 6 - Despensa fria 7 - Despensa convencional 8 - Lixeira 9 - Banheiros feminino e masculino 10 - Banheiro acessivel

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CONCLUSÃO Finalizo esse trabalho com a gratidão de tê-lo iniciado sem saber exatamente pra onde ir, pois isso me permitiu explorar e investigar as diversas possibilidades que eu poderia propor para a região do Mucuripe, local de valor sentimental tão importante para mim. É satisfotório imaginar através das minhas proposições o quão mais animado e cheios de histórias poderia ser essa região. Ao mesmo tempo, a escolha de trabalhar com uma escala urbana e, mais ainda, tão grande fez com que eu fizesse bem menos do que gostaria. Claro, um projeto nessa escala seria trabalho para uma super equipe, com várias pessoas... Mas eu não crio jeito, minha mãe já dizia ‘‘Tahis, minha filha, pare de querer abraçar o mundo com as pernas’’, mas algumas vezes parece ser impossível escolher uma só área para estudar e trabalhar, ainda mais no trabalho final da sua graduação. No final, fiquei na vontade de me aprofundar um pouco mais em cada edificação, em cada proposta, em cada espaço... Mas ainda bem que tudo isso é só o começo! Ainda terei muito caminho a trilhar. Por fim, me despeço desse dificil e gratificante trabalho com a mesma frase do arquiteto português Álvaro Siza na qual iniciei esse caderno: [...] Posso ser visto só, passeando no convés. Mas toda a tripulação e todos os aparelhos estão lá, o capitão é um fantasma. Não me atrevo a pôr a mão no leme, olhando apenas a estrela polar. E não aponto um caminho claro. Os caminhos não são claros.

Viva à arquitetura! Viva a todos que me acompanharam até aqui! Viva a tudo que há de vir! Viva!

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BIBLIOGRAFIA

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VIÑUALES, Graciela María. Olhares sobre o patrimônio industrial. Arquitextos, São Paulo, ano 08, n. 091.03, Vitruvius, dez. 2007. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.091/182. Acesso em: 8 de Dezembro de 2018

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LISTA DE IMAGENS Imagem 01: Dificuldade de acesso à Praia Mansa / Problemática social Pág. 20 Fonte: http://www.transportes.gov.br/ultimas-noticias/7301-assinada-ordem-de-servi%C3%A7o-para-dragagem-do-porto-de-mucuripe-ce.html Imagem 02: Lançamento de esgoto no mar / Problemática ambiental Pág. 21 Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2014/02/praia-de-fortaleza-tem-mancha-negra-apos-manha-de-chuva.html Imagem 03: Entorno portuário com uso conflitante entre cidadãos e cidade / Problemática urbana Pág. 21 Fonte: Google Earth Imagem 04: Tahis Teixeira na Praia do Futuro Pág. 22 Fonte: Arquivo pessoal Imagem 05: Jangadeiros, Aquiraz, Ceará Pág. 22 Fonte: https://www.revistaprosaversoearte.com/o-registro-da-cultura-popular-e-do-povo-brasileiro-por-marcel-gautherot/ Imagem 06: Metodologia Pág. 27 Fonte: Produção da autora Imagem 07: Casa de Chá da Boa Nova, Leça da Palmeira, Portugal. Uma das primeiras obras de Álvaro Siza Pág. 31 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/297800594107448047/ Imagem 08: Casa de Chá da Boa Nova, Leça da Palmeira, Portugal. Uma das primeiras obras de Álvaro Siza Pág. 31 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/297800594107447974/ Imagem 09: Casa de Chá da Boa Nova, Leça da Palmeira, Portugal. Uma das primeiras obras de Álvaro Siza Pág. 33 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/297800594107448046/ Imagem 10: Casa de Chá da Boa Nova, Leça da Palmeira, Portugal. Uma das primeiras obras de Álvaro Siza Pág. 33 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/297800594107448045/ Imagem 11: Escala humana desenhada por Álvaro Siza Pág. 34 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/297800594107448256/

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Imagem 12: Cais do Porto na década de 60 Pág. 39 Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br/fotos/bol-listas/2016/04/13/80-fotos-antigas-para-comemorar-o-aniversario-de-fortaleza-no-ceara.htm#fotoNav=30 Imagem 13: Porto de Fortaleza na década de 60 Pág. 39 Fonte: https://noticias.bol.uol.com.br/fotos/bol-listas/2016/04/13/80-fotos-antigas-para-comemorar-o-aniversario-de-fortaleza-no-ceara.htm#fotoNav=30 Imagem 14: Porto de Fortaleza em 2009 Pág. 41 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Feriado_no_Porto_do_Mucuripe_-_CE_ (3453241902).jpg Imagem 15: Piscinas de marés Pág. 42 Fonte: https://www.cultuga.com.br/2014/07/piscina-das-mares-uma-das-mais-queridas-de-portugal/ Imagem 16: Piscinas de marés, planta baixa Pág. 43 Fonte: https://www.pinterest.dk/pin/396316835935548988/ Imagem 17: Piscinas de marés, piscina infantil com vestiários ao fundo Pág. 43 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/297800594107641508/ Imagem 18: Estação das Docas Pág. 44 Fonte: http://www.orm.com.br/diversaoearte/musica/MTM3ODQ=/Programa%C3%A7ao-de-Natal-da-Esta%C3%A7ao-das-Docas-vai-do-erudito-ao-gospel Imagem 19: Estação das Docas, planta baixa Pág. 45 Fonte: Artigo Políticas públicas e planejamento do turismo: a requalificação do Porto de Belém/PA em Estação das Docas Imagem 20: Estação das Docas antes da requalificação Pág. 45 Fonte: http://www.aippyc.org/intranet/biblioteca_digital/ESTA%C7%C3O%20 DAS%20DOCAS%20%96%20Revista%20ViverCidades.doc Imagem 21: Estação das Docas antes da requalificação Pág. 45 Fonte: http://www.aippyc.org/intranet/biblioteca_digital/ESTA%C7%C3O%20 DAS%20DOCAS%20%96%20Revista%20ViverCidades.doc Imagem 22: Armazém 2, boulevard da gastronomia Pág. 45 Fonte: http://joilsonrodrigues.blogspot.com/2012/08/estacao-das-docas-por-joilson-santos.html Imagem 23: Cais Mauá Pág. 46 Fonte: http://b720.com/portfolio/frente-portuario-porto-alegre/

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Imagem 24: Cais Mauá, planta baixa Pág. 47 Fonte: http://b720.com/portfolio/frente-portuario-porto-alegre/ Imagem 25: Cais Mauá Pág. 47 Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-2142/complexo-cais-maua-b720-fermim-vazquez-e-arquitectos-e-jaime-lerner-arquitetos-associados/ Imagem 26: Cais Mauá com torres empresariais e hotel ao fundo Pág. 47 Fonte: http://b720.com/portfolio/frente-portuario-porto-alegre/ Imagem 27: Área que abrange o Parque das Nações Pág. 48 Fonte: http://memoriaexpo98.com/abc-da-expo/ Imagem 28: Parque das Nações, planta baixa Pág. 49 Fonte: http://macauantigo.blogspot.com/2018/05/expo98-foi-ha-20-anos.html Imagem 29: Parque das Nações Pág. 49 Fonte: https://www.expresshuttle.pt/index.php/locais/49-tour-de-lisboa/131-expo-98 Imagem 30: Pavilhão de Portugal, do arquiteto Álvaro Siza Pág. 49 Fonte: https://br.pinterest.com/pin/147352219032636535/ Imagem 31: Porto da Praia de Iracema em 1946 Pág. 55 Fonte: http://www.fortalezanobre.com.br/2009/05/mucuripe.html Imagem 32: Porto do Mucuripe em 1940 Pág. 55 Fonte: http://www.fortalezanobre.com.br/2017/12/a-construcao-do-porto-do-mucuripe.html Imagem 33: Porto do Pecém em 1997 Pág. 55 Fonte: https://www20.opovo.com.br/app/acervo/fotoshistoricas/2017/07/14/noticiasfotoshistoricas,3433600/construcao-do-porto-do-pecem.shtml Imagem 34: Porto do Mucuripe atualmente Pág. 55 Fonte: http://www.transportes.gov.br/ultimas-noticias/7301-assinada-ordem-de-servi%C3%A7o-para-dragagem-do-porto-de-mucuripe-ce.html Imagem 35: Porto do Pecém atualmente Pág. 55 Fonte: http://www.oestadoce.com.br/economia/movimentacao-de-cargas-cresce-38-no-porto-do-pecem Imagem 36: Rio Pacoti Pág. 59 Fonte: http://eusebio.ce.gov.br/eusebio-sera-beneficiado-com-o-reflorestamento-do-rio-pacoti/

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Imagem 37: Rio Maranguapinho Pág. 59 Fonte: http://www.verdinha.com.br/noticias/50379/nove-rios-de-fortaleza-e-regiao-metropolitana-apresentam-qualidade-regular-ou-ruim/ Imagem 38: Rio Cocó Pág. 59 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Coc%C3%B3 Imagem 39: Rio Ceará Pág. 59 Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2014/12/ponte-do-rio-ceara-em-fortaleza-completa-17-anos.html Imagem 40: Área institucional e portuária Pág. 61 Fonte: Google Earth Imagem 41: Área residencial Pág. 61 Fonte: Google Earth Imagem 42: Praia do Titanzinho Pág. 65 Fonte: https://cearacultural.com.br/turismo/praias/titanzinho.html Imagem 43: Praia do Serviluz Pág. 65 Fonte: https://www20.opovo.com.br/app/galeria/2016/03/03/interna_galeria_fotos,2434/veja-fotos-esgoto-chega-ao-mar-do-titanzinho.shtml Imagem 44: Avenida José Saboia, via arterial I Pág. 67 Fonte: Google Earth Imagem 45: Avenida Vicente de Castro, via arterial I Pág. 67 Fonte: Google Earth Imagem 46: Lubnor, área prevista de ser transferida para o Porto do Pecém Pág. 69 Fonte: http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-operacoes/refinarias/refinaria-lubrificantes-e-derivados-do-nordeste-lubnor.htm Imagem 47: Lubnor, área prevista de ser transferida para o Porto do Pecém Pág. 69 Fonte: http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/refinaria-lubrificantes-e-derivados-do-nordeste-lubnor-completa-50-anos.htm Imagem 48: Calçadas estreitas e não convidativas Pág. 76 Fonte: Google Earth Imagem 49: Porto como uma barreira física Pág. 76 Fonte: Google Earth Imagem 50: Áreas abandonadas e subutilizadas Pág. 76 Fonte: Google Earth

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LISTA DE MAPAS Mapa 01: Fortaleza / Cais do Porto Pág. 18 Fonte: Produção da autora Mapa 02: Ceará / Fortaleza Pág. 18 Fonte: Produção da autora Mapa 03: Brasil / Ceará Pág. 18 Fonte: Produção da autora Mapa 04: Relação de Fortaleza com os Portos Pág. 52 e 53 Fonte: Produção da autora Mapa 05: Relação de Fortaleza com seus recursos hídricos Pág. 56 e 57 Fonte: Produção da autora Mapa 06: Uso e ocupação do solo Pág. 60 Fonte: Produção da autora Mapa 07: Principais equipamento Pág. 62 Fonte: Produção da autora Mapa 08: Aspectos socioambientais Pág. 64 Fonte: Produção da autora Mapa 09: Infraestrutura viária Pág. 66 Fonte: Produção da autora Mapa 10: Área de transferência para o Porto do Pecém Pág. 68 Fonte: Produção da autora Mapa 11: Principais equipamentos Pág. 70 Fonte: Produção da autora Mapa 12: Análise FOFA Pág. 72 Fonte: Produção da autora Mapa 13: Problemática Pág. 77 Fonte: Produção da autora

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Mapa 14: Área trabalhada e suas possiveis etapas de execução Pág. 79 Fonte: Produção da autora Mapa 15: Usos retirados Pág. 81 Fonte: Produção da autora Mapa 16: Mobilidade Pág. 83 Fonte: Produção da autora Mapa 17: Diretrizes gerais Pág. 85 Fonte: Produção da autora Mapa 18: Enseada Pág. 87 Fonte: Produção da autora Mapa 19: Clube aquático nivel térreo Pág. 89 Fonte: Produção da autora Mapa 20: Zonas do restaurante com suas respectivas áreas Pág. 91 Fonte: Produção da autora Mapa 21: Clube aquático nivel inferior Pág. 93 Fonte: Produção da autora Mapa 22: Zonas dos banheiros e vestiários com suas respectivas áreas Pág. 95 Fonte: Produção da autora Mapa 23: Passarela Pág. 97 Fonte: Produção da autora Mapa 24: Zona aproximada do restaurante/bar e banheiros públicos Pág. 99 Fonte: Produção da autora

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Centro Universitário 7 de Setembro – UNI7 Trabalho de Conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo


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