JUMP
UMA EXPOSIÇÃO SOBRE PHILIPPE HALSMAN E A SUA TEORIA DO PULO.
“Some of my colleagues think I damage my reputation as a serious photographer by publishing “silly and tricky” manipulated photographs like the ones I did of Dali -- which mostly expressed abstract ideas. I believe they are wrong.” –P.H.
“Alguns dos meus colegaspensam que eu prejudico a minha reputação como um fotógrafo sério por publicar fotos manipuladas, bobas e complicadas como as que eu fiz de Dali - que majoritariamente expressam ideias abstratas. Eu acredito que eles estejam errados.” –P.H.
jumpology - teoria do pulo Philippe Halsman (1906-1979) nasceu em Riga, na Letônia e começou sua carreira como fotógrafo em Paris, onde abriu um estúdio de retratos. Nesse estúdio, teve a oportunidade de fotografar muitos artistas e escritores conhecidos. Por conta da Segunda Guerra Mundial, se juntou ao êxodo de artistas e intelectuais que migraram para os Estados Unidos, no começo dos anos 1940. Lá ele fotografou capas para as mais importantes revistas americanas o que o deixou em contato com renomados políticos, cientistas e artistas. “I began to become better known. Actors and writers sought me out. Magazines such as Voila, Vu, and Vogue asked me to work for them. I participated in photographic exhibits. In a review about such an exhibit, I read: “Philippe Halsman has become probably the best portraitist we have now in France.” This remark had a curious influence on me. Of course, it flattered me, but it killed forever my uncomplicated carefree attitude toward my own photographs. I felt a new responsibility. Looking at my photographs I worried: Are they really worthy of “probably the best portraitist in France”? Previously in portrait sittings I shot from two to possibly twelve plates for a particularly interesting or difficult subject. After the review, my plate consumption doubled and tripled.” - P.H. “Eu comecei a ficar mais conhecido. Atores e escritores começaram a me procurar. Revistas como Voila e Vogue me pediram para trabalhar com eles. Participei de exibições fotográficas. Em uma das críticas sobre uma exibição eu li: ‘Philippe Halsman provavelmente tornou-se o melhor retratista que conhecemos agora na França.’ Esse comentário teve uma curiosa influência em mim. Claro, me lisonjeou, porém também matou por completo minha relação despreocupada e livre diante de minhas pró-
prias fotografias. Eu senti uma nova responsabilidade. Olhando para as minhas fotografias eu me preocupava: ‘Elas realmente valem o comentário de melhor retratista da França? Antes, em uma sessão, eu fotografava de dois a doze placas fotográficas. Depois de receber a crítica, esse número duplicou e triplicou.” P.H. Halsman começou uma parceria de 37 anos com o pintor surrealista Salvador Dalí em 1941; parceria essa que resultou em uma série de “fotografias de ideias” e como “Dali’s Mustache”. No começo dos anos 1950, Halsman começou a pedir para que os seus fotografados pulassem diante da câmera no final de suas sessões. Essas imagens enérgicas e fora do comum se tornaram parte importante do seu legado fotográfico.
“When you ask a person to jump, his attention is mostly directed toward the act of jumping, and the mask falls, so that the real person appears.” - P,H. “Quando você pede para uma pessoa pular, sua atenção se direciona ao ato de pular, e a máscara cai, então a verdadeira pessoa se revela.” - P.H. Durante seis anos ele capturou fotos aéreas de figuras políticas como Richard Nixon, líderes industriais, como alguns membros da família de Henry Ford, estrelas de Hollywood, como Grace Kelly e Marilyn Monroe, entre outras celebridades. “I recognized that jumps had a therapeutic value. When my sitters were self-conscious and tense, I asked them to jump. The mask fell. They became less inhabited, more relaxed—i.e. more photogenic.” - P.H. “Eu acredito que os pulos têm um valor terapêutico. Quando meus fotografados estão autocentrados e tensos, eu peço à eles que pulem. A máscara cai. Eles se tornam menos tensos e mais relaxados – e mais fotogênicos.” - P.H.
Em 1959 Philippe Halsman lançou um livro que reuniu 197 dessas imagens. O livro, Philippe Halsman’s Jump Book, diz sobre a “Jumpology” (que pode ser traduzida como “Pulologia”), termo cunhado pelo próprio fotógrafo e explicado de maneira cômica. Embora muitos “pulantes” tenham apenas se soltado diante da câmera, ocasionalmente, um ou outro pedia algum “acessório”. Dali, por exemplo, pulou com o seu pincel e sua paleta em mãos, com três gatos e um balde de água sendo jogados em cena. Segundo o fotógrafo, foram necessárias 28 fotos para que conseguisse capturar o pulo perfeito de Dali. Halsman também disse que era raro alguém se recusar a pular para ele; estimou que 2% dos seus fotografados não gostavam muito da ideia.
” Don’t take a refusal to jump personally though, and remember that there’s a science to Jumpology. The refusal to jump is a symptom of an exaggerated fear of losing one’s dignity—one who has dignity cannot lose it in a jump. It reveals a hidden deep-seated insecurity,” - P.H. “Não leve uma recusa ao pulo como algo pessoal, e lembre-se que existe uma ciência para a Jumpology. A recusa ao pulo é um sintoma de um medo exagerado de perder a própria dignidade – quando se tem dignidade você não a perde com um pulo. Isso releva uma insegurança interna.” - P.H.
jump - a exposição -
A ideia de reunir algumas imagens de Philippe Halsman surge simultaneamente com a de proporcionar a experiência de ser fotografado enquanto pula para o visitante. São fotografias de figuras históricas de formas não usuais, inesperadas e até estranhas. Como regra, Halsman acreditava que os pulantes com braços sem movimento, colados no corpo, não gostavam muito de se comunicar; enquanto pulantes com braços soltos mostravam traços de ambição; e os que pulavam muito alto geralmente eram o suporte de sua família ou de sua empresa – chamava-os de lifters. Haviam, também, as pessoas-crianças – Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, por exemplo – que pulam com seus joelhos dobrados. Enquanto pulam com seus joelhos dobrados, segundo Halsman, voltam a ser crianças. Essas teorias a respeito das características dos pulos de cada um é chamada de Jumpology. O que cada uma das pessoas expostas quiseram dizer com seus pulos? Como o visitante pula? Como Ava Gardner, com os dois braços abaixados? Ou como Oppenheimer, mirando o céu? Quando vemos todas essas fotos reunidas buscamos tentar enxergar o que tem de mais real dentro de cada um e, além disso, nos faz querer também se soltar. A Jumpology tem esse efeito sobre nós e ela está aqui sintetizada.
“Starting in the early 1950s I asked every famous or important person I photographed to jump for me. I was motivated by a genuine curiosity. After all, life has taught us to control and disguise our facial expressions, but it has not taught us to control our jumps. I wanted to see famous people reveal in a jump their ambition or their lack of it, their self-importance or their insecurity, and many other traits.” –P.H.
“No começo dos anos 1950 eu comecei a pedir para pessoas famosas ou importantes que eu fotografava que pulassem para mim. Fui motivado por uma genuina curiosidade. Afinal de contas, a vida nos ensinou a nos controlar e disfarçar as nossas expressões faciais, mas não ensinou-nos a controlar nossos pulas. Eu queria ver essas pessoas famosas revelarem em seus pulos suas ambições, suas inseguranças, e muitas cutras características.” - P.H.
Brigitte Bardot (1934)
Atriz e ativista francesa, foi eleita como um dos nomes mais influentes da história da moda e descrita por Simone de Beauvoir como “uma locomotiva da história das mulheres“.
Anthony Perkins (1932 – 1992)
Ator e cantor estadunidense, viveu Norman Bates no filme Psycho.
Audrey Hepburn (1929 – 1993)
Atriz britânica, Foi a quinta artista, e a terceira mulher, a conseguir ganhar as quatro principais premiações do entretenimento norte-americano, o EGOT - acrônimo de Emmy, Grammy, Oscar e Tony.
Ava Gardner (1922 – 1990)
Atriz estadunidense, do cinema clĂĄssico de Hollywood.
Richard Nixon (1913 – 1994)
Trigésimo sétimo presidente norte-americano, tornou-se o único presidente a renunciar do cargo, em 1974, por conta de perda de apoio político.
Duque e Duquesa de Windsor (1894 – 1972 e 1896 – 1986)
Eduardo VIII do Reino Unido, que abdicou do trono para casar-se com Bessie Warfield. Viveram como celebridades nos E.U.A., até a morte do Duque, em 1972. A partir deste momento, a duquesa passou a viver em reclusão.
Fernandel (1903 – 1971)
Ator e cantor francês, começou sua carreira cantando para os soldados feridos da Primeira Guerra Mundial.
Grace Kelly (1929 – 1982)
Atriz estadunidense, vencedora do Oscar de melhor atriz. Casou-se com Rainier III, príncipe de Mônaco e tornou-se princesa de Mônaco.
Oppenheimer (1904 – 1967)
FĂsico estadunidense, dirigiu o projeto Manhattan, para o desenvolvimento da bomba atĂ´mica, durante a Segunda Guerra Mundial.
Harold Lloyd (1893 – 1971)
Ator e humorista estadunidense, fez grande sucesso na era do cinema mudo. Junto com Charles Chaplin foi considerado um dos maiores comediantes de sua ĂŠpoca.
Salvador Dalí (1904 – 1989)
Pintor surrealista catalão, trabalhou em conjunto durante anos com Halsman.
“For me, photography can be dead serious or great fun. Trying to capture the elusive truth with a camera is often frustrating toil. Trying to create an image that does not exist, except in one’s imagination, is often an elating game. I particularly enjoy this game when I play it with Salvador Dali. We were like two accomplices. Whenever I had an unusual idea, I would ask him to be the hero of my photograph. There was a cross-stimulation going on.” –P.H. “Para mim, a fotografia pode ser mortalmente séria ou muito divertida. Tentar capturar a verdade absoluta com a câmera fotográfica é muito frustrante na maioria das vezes. Tentar criar uma imagem que não existe além da imaginação de alguém é um jogo eufórico. Eu, particularmente, gostei muito de participar desse jogo, quando trabalhei com Salvador Dalí. Nós éramos como dois cúmplices. Sempre que tinha uma ideia diferente, pedia para ele ser o herói da minha fotografia.” –P.H.
Dorothy Dandridge (1922 – 1965)
Atriz, dançarina e cantora estadunidense, foi a primeira mulher negra a ser indicada ao Oscar de melhor atriz, em 1954. TambÊm foi a primeira mulher negra a aparecer na capa da revista Life.
Lena Horne (1917 – 2010)
Atriz estadunidense e cantora de jazz e pop. Por conta de seu ativismo pelos direitos civis, teve seu nome listado em uma lista negra que a impedia de trabalhar em Hollywood.
Maria Cristina Vettore Austin (1926 – 2008)
Socialite Italiana que ficou mais conhecida como Cristina Ford, ao se casar com Henry Ford em 1965.
Liberace (1919 – 1987)
Pianista e showman estadunidense. A partir de 1953 apresentou-se semanalmente em um programa de televisĂŁo norte-americana.
Marilyn Monroe (1926 – 1962)
Atriz e modelo estadunidense, foi um dos “sex-symbols” mais populares da década de 1950.
Martin and Lewis
Dupla estadunidenses dos anos 1940 e 1950 formada pelo cantor Dean Martin e pelo comediante Jerry Lewis. Fizeram trabalhos em rĂĄdio, televisĂŁo e tambĂŠm no cinema.
Ray Bolger (1904 – 1987)
Ator estadunidense que ficou conhecido por interpretar o Espantalho em O MĂĄgico de Oz, de 1939.
JUMP
UMA EXPOSIÇÃO SOBRE PHILIPPE HALSMAN E A SUA TEORIA DO PULO.
De 01 de dezembro de 2017 até 01 de março de 2018 salão caramelo fauusp
PHILIPPE HALSMAN | TAINÁ TOSCANI | FRANCISCO I. S. HOMEM DE MELO fauusp_2017