ARQUITETUR A
R$21,49
EDIÇÃO 1 | JUNHO 2015
SĂŁo Paulo exteriores [11] 3815 0632 - interiores [11] 51031019 Belo Horizonte [31] 3654 9284 | BrasĂlia [61] 3202 3922 www.moveflexmoveis.com.br
Editorial A Ímpar significa incomum, único. A revista tem como missão abordar assuntos sobre arquitetura fornecendo informações e curiosidades sobre design inovador e sustentável de forma peculiar. Ela é dividida em três eixos; inovar, viver e conhecer. No eixo inovar, abordamos construções sustentáveis, a fim de estimula-lo a melhorar seu modo de vida. Em viver, o assunto predominante é casas com design inovador e inspirador. Por último, no eixo conhecer mostramos construções curiosas e projetos e inspirados. Por ultimo no eixo conhecer mostramos construções curiosas e projetos futuros ao redor do mundo. A capa da nossa revista estampa o Lotus Building edifício localizado na China que além de ser sustentável tem uma estrutura lindíssima e original, com o formato da flor de lótus. Você pode ler e se informar sobre tudo e ficar sempre atualizado com a nossa revista Ímpar.
ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING Curso de Graduação em Design com WHabilitação em Comunicação Visual e enfâse em Marketing Projeto Integrado do 3º semestre das disciplinas Projeto III, Cultura e Informação Professora Marise de Chirico Línguagem e Comunicação II Professora Regina Ferreira da Silva Marketing II Professor Guilherme Umeda Cor e Percepção Professora Paula Csillag Produção Gráfica Professora Mara Martha Projeto Editorial Projeto Gráfico Gabriela Yoshiassu Amanda Teixeira Julie Akemi Tais Alvares Isabella Cassoli
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SU MÁ RIO
inovar
122 coluna assinada
11 cidade amiga
124 notas rápidas
20 verde
128 poema visual
30 materiais 33 entrevista 14 6 tipos de construções amigas do ambiente 24 energia gerada por algas 36 casa na árvore urbana
viver
conhecer
47 projetos
81 incomum
56 casas andante
90
incomum
66 móveis
100
o que vem por aí
50 casa flutuante
104
top 10
60 casas cúbicas
84
museu de animação na China
70 vista incrível
94
the wave
108
the water planet
116
flor de lotus
INOVAR O eixo aborda conteúdos sustentáveis, afim de mostrar diferentes formas de ter uma vida ecológica, trazendo benefícios tanto para o seu lar quanto para o mundo.
Cidade Amiga
Torre feita de bambu transforma umidade do ar em água potável
Você já sabe que a água é cerca de 70% do corpo humano. E que a população mundial cresce ano após ano, aumentando a demanda por recursos naturais. E que os efeitos do aquecimento global vêm sendo percebidos em vários locais do planeta. Isso sem contar regiões onde a água sempre foi um bem escasso. Dada essa equação, criar novas fontes de água doce é uma questão que está na ordem do dia. E o WarkaWater é prova viva daquele famoso provérbio que diz que “a necessidade é a mãe da invenção”. Criado pelo arquiteto italiano Arturo Vittori, o WarkaWater é uma torre que capta o vapor da atmosfera e o transforma em água potável. A torre é construída sobre uma base feita em bambu ou talos de junco. Na parte interna, é forrada por uma malha plástica. Fibras de nylon e polipropileno captam gotículas de orvalho e, ao escorrer, a água fica armazenada em uma bacia na parte inferior da torre. Completando o conjunto, uma coroa de pequenos espelhos ajuda a manter as aves distantes para evitar contaminações. A estrutura mede cerca de 9 metros, pesa em torno de 90 quilos e é toda modular, não sendo necessários andaimes ou equipamentos elétricos para colocá-la de pé. A estimativa é de que consiga coletar até 100 litros de água por dia.
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Pietra Roger www.impar.com.br | JUNHO 2015
Cidade Amiga Ao lado, vista de frente do WarkaWater. Embaixo, vista de cima. Ambos são ilustrações
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6 TIPOS DE CONSTRUÇÕES AMIGAS DO AMBIENTE As casas sustentáveis estão voltando a ser tendência sendo construídas com diferentes materiais, inclusive sustentáveis e ainda não prejudicam o meio ambiente por
Fernando Ribeiro Gian Janene
fotos
Cada vez mais as pessoas no mundo todo estão investindo na construção de casas sustentáveis utilizando materiais que não agridem o meio ambiente. Com diversas formas e tamanhos, as casas sustentáveis voltam a ser tendência sendo construídas com bambu, pedra, madeira, Cob, adobe e até com materiais reaproveitáveis. E ainda provam que há diversas possibilidades de criar moradias sem oferecer impacto ao meio ambiente. Para a filosofia sustentável fazer sentido, arquitetos e construtores estão se preocupando com a origem e a quantidade existente dos materiais para evitar a degradação do meio ambiente e escassez de elementos na natureza. É quase que unânime a satisfação das pessoas que investiram em bioconstrução para terem suas casas sem agredir a natureza, mas também sem abrir mão do conforto e bem-estar em um teto ecológico. Abaixo deixamos seis exemplos de casas sustentáveis construídas com materiais amigos do ambiente.
Rafael Leite
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cob Composto por terra, areia e palha, o cob é um material de construção à prova de fogo, resistente às atividades sísmicas e com custo quase nulo. Apesar de estar sendo divulgado recentemente pelos movimentos ecológicos, a construção com cob é uma técnica tradicional usada há milênios e em todos os tipos de clima. Por ser fácil de manusear, o cob é mais utilizado para construções que exigem uma arquitetura mais artística e escultural.
bambu Uma planta tropical renovável que produz o ano inteiro, o bambu é atualmente considerado um dos materiais mais sustentáveis do mundo. Sua reprodução é altamente veloz, é resistente, flexível e com qualidades múltiplas para os construtores e moradores.
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adobe Um dos materiais de construção mais antigos do mundo, o adobe é composto por terra crua, água, palha e, algumas vezes, por fibras naturais moldadas em forma artesanal. De baixo custo, o adobe é um excelente isolante térmico, suporta altas temperaturas e mantém o interior da casa bastante fresco. Ideal para cidades com calor intenso. No Brasil, as casas construídas com adobe são encontradas, principalmente, nas regiões Norte e Nordeste.
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conteiner As principais vantagens da utilização de containers em casas são a mobilidade, rapidez da obra e redução de custos, além de ser uma estrutura muito segura à intempéries e à ação do tempo.
pedra Desde a edificação da humanidade, utiliza-se pedras na construção de casas. Além de um custo baixo, as casas de pedra oferecem super resistência climática, são bonitas e o elemento é abundante no planeta.
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madeira Mesmo sendo controverso o uso em construções, a madeira é um recurso renovável que cada vez mais tem sido produzido em áreas sustentáveis que comercializam o material plantado em áreas de reflorestamento, com extração feita sem agredir o meio ambiente. Outra opção é reaproveitar madeiras que já foram utilizadas em outras obras e, assim, reduzir a necessidade de novos cortes de árvores.
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Verde
a primeira casa pré-fabricada do mundo que produz mais energia do que gasta A tecnologia e os novos recusos permitem grandes avanços na hora de poupar o meio ambiente. Para agredi-lo menos, a empresa de arquitetura verde e manufaturada ArchiBox criou um protótipo incrível para a primeira casa pré-fabricada com carbono positivo. O modelo pioneiro de teste, chamado “Archi+ Carbon Positive house”, está em exibição na principal praça pública de Melbourne, na Austrália. A casa de telhado verde, feita somente com materiais sustentáveis duráveis e de baixa manutenção, gera mais energia do que usa, não prejudicando o meio ao redor. E o melhor de tudo é: ela devolve o carbono à natureza. Para poupar eletricidade, a casa de 75 metros quadrados faz uso de alguns recursos importantes, como grandes janelas que facilitam a entrada de luz solar durante boa parte do dia, além da posição das paredes ajudar na ventilação do imóvel. Uma delas inclusive tem um espaço ideal para uma bela horta vertical, assim o morador pode plantar ervas e outros itens naturais de consumo. E mais: para propor a ideia de uma casa saudável e que atenda as necessidades do morador, os painéis internos são móveis e adaptáveis, permitindo dividir espaços e criar novos ambientes. O modelo custará 300 mil dólares australianos (mais de 680 mil reais), sendo investidos cerca de 4 mil dólares por metro quadrado.
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Parte de trรกs da casa, com grandes janelas para entrada de luz solar
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Marcos Arruda
Verde
Simplicidade. Ambiente para trabalho
Aconchego. Ambiente com uma bela vista para rua e m贸vel que pode ser facilmente transportado
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BIQ House A tendência da construção sustentável é tornar os edifícios cada vez mais verdes e agora também vivos. Para isso os arquitetos apostam nas algas por
Daniel Souza Jens Lindhe
fotos
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Em Hamburgo, na Alemanha, já está de pé o primeiro edifício do mundo movido a algas, o que o torna capaz de gerar biomassa como fonte de energia renovável. Natural, eficiente e único o BIQ House é uma colaboração entre a Spitterwerk Architects e Strategic Science Consult of Germany.
A imagem ao lado mostra as fachadas de algas que formam as paredes do BIQ house
COMO FUNCIONA As microsalgas são cultivadas nos elementos de vidro que compõem a sua pele bio. Estes são utilizados para produzir energia, e também pode controlar a luz e proporcionar sombra. No interior, um conceito de vida inovadora visa assegurar a máxima versatilidade de design para a vida cotidiana, e nos dá um vislumbre da vida urbana no futuro. Com seu conceito inovador de bem estar, futurista e inteligente, o BIQ é um dos destaques da Alemanha. Os lados do edificio que enfrentam o sol tem uma segunda camada externa que está definido na própria fachada. Microalgas — plantas pequenas, a maioria não maior do que as bactérias — são produzidos dentro das paredes. Eles permitem que a casa forneça sua própria energia. A única coisa que as algas tem a fazer é simplesmente a crescer. Eles são continuamente fornecido com nutrientes líquidos e de dióxido de carbono através de um circuito de água separado que funciona através da fachada. Com o auxílio de luz solar, as algas podem crescer e fazer fotossíntese. As algas prosperam e se multiplicam em um ciclo regular até que possam ser colhidas. Em seguida são separadas do resto das algas e transferidas como um
polpa espessa para o local técnico da BIQ, depois poderão ser fermentados em uma instalarão de biogás externa e assim re-utilizando para produção de biogás. As algas são especialmente bem adequadas para esta processo porque, em comparação com plantas crescidas no solo, que produzem até cinco vezes a quantidade de biomassa por hectare e contêm uma proporção especialmente grande de óleo, que podem ser utilizados para gerar energia. Alternativamente, as algas podem ser utilizadas para a investigação de cosméticos e indústrias de alimento. Dependendo da época e requisito, as algas podem ser usadas de diferentes maneiras de acordo com a demanda. Além disso, a fachada recolhe a energia absorvendo a luz que não é usado pelas algas e geração de calor, tal como numa unidade de energia solar térmica, que é então usado diretamente para a água quente sanitária e aquecimento, ou pode ser armazenada no solo usando calor furo — trocadores de furos 80 metros de profundidade preenchidos com água salgada. Este conceito de energia notavelmente sustentável é, portanto, capaz de criar um ciclo de energia solar térmica, energia geotérmica, uma caldeira de condensação, o calo local e a captura de biomassa usando a fachada bio-reactor. O edificio BIQ mostra que, no futuro, fachadas seram capaz de servir um número de funções diferentes, e ser muito mais do que um revestimento estético para proteção contra chuva e frio. Considerando que as fachadas norte-leste e noroeste do edifício são elegantemente comandando atenção, as fachadas sul-leste e ao sul-oeste com painéis de algas que produzem calor e de biomassa
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Franz Hans nasceu 8 de maio de 1920, Alemanha. ELe fundou Spitterwerk Architects. Anton Bernhard nasceu 17 de dezembro. Fundou Strategic Science Consult of Gemany
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para fornecer o edifício com energia proveniente de fontes renováveis. Além disso, a fachada também serve aos propósitos convencionais de isolamento do edifício de som, calor e frio, e fornece sombra em luz solar. Varandas espaçosas dão aos moradores com uma vista para o parque, bem como a chance de ver a planta natural contida nas fachadas de algas. O verde da fachada mostra que as algas estão quebrando o dióxido de carbono e de processo-lo por meio da fotossíntese. Esta forma de produção de energia renovável é, portanto, visível do exterior do edifício, e é uma parte intencional do conceito arquitetônico.
Na foto abaixo podemos ver melhor as fachadas de algas da foto anterior
A imagem abaixo é um esquema para facilitar o entendimento do edifício BIQ
EXPLICANDO MELHOR 1 Biorreatores de BIQ são parafusadas 3 Quando as algas se reproduzem, elas para os lados virados para o sul do edifí- emitem calor, significando que num dia cio e são projetados para funcionar com ensolarado, a água no bioreactor pode atinquase nenhuma intervenção humana ou gir 100º F. Os cursos de água aquecem em de limpeza. Cada biorreator é de três um segundo o abastecimento de água, que polegadas de espessura, mais de oito pés circula pelas tubulações embutidas no piso de altura, e tem cerca de seis litros de para aquecer os quatro, ou para pré aquecer água entre os painéis de vidro laminado a água utilizada nos chuveiros e cozinhas. de segurança. O excesso de água quente é armazenada em oito furos sob o edifício. Ao todo, as algas 2 Um sistema circulatório complexo man- do biorreator produzem calorias suficientes tém as algas e empurra a água, fósforo e para aquecer os quatros durante todo o ano. azoto através dos biorreactores. A comida de oferta e dióxido de carbono vem do 4 Pelo menos a cada semana, as algas são tubo de escape de um gerador de rés-do- filtradas da água e transportado três milhas -chão. Em instalações futuras, as algas a uma universidade, onde são processados pode devorar CO2 emitido a partir de ou- para o metano e hidrogênio. Se eles foram tros prédios. Explosões de ar evitam o cres- queimados, eles poderiam ser usados para cimento de algas muito grosso, enquanto gerar eletricidade, embora esta possa ser pequenas gotas raspar o vidro e manter os uma maneira dispendiosa e ineficaz para organismos de agarrados a ela. anular as emissões de carbono.
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Materiais
tudo sobre uma casa container Talvez para você um container não passe de uma caixa de aço para transporte de cargas ou de um banheiro portátil usado em grandes eventos, mas para alguns aquitetos e clientes mais ousados, podem ir muito além com esse material. Com um apelo sustentável e preços atraentes, os containers têm sido usados como moradia. E engane-se quem pensa qu eles sse restrigem a moradias populares. Fora do Brasil, as casas containers já chegaram a ocupar áreas de 6 mil metros quadrados e não por menos já foram chamadas até de mansões. Pelo fato de serem reutilizados e produzirem menos entulho do que as contruções convencionais, os containers têm sido visto com bons olhos por compradores preocupados com questões de sustentabilidade, mas que não abrem a mão de ter uma casa com ares modernos. As medidas dos containers não variam muito e existem dois tamanhos mais comuns, o primeiro é de 40 pés, que tem 29 m2 e o menos, de 20 pés que tem quase 15m2. A altura costuma a variar entre 2,60 a 2,90 metros. Para confeccionar casas superiores a essas metragens, os containers são agrupados. Eles podem ficar lado a lado, um em cima do outro ou podem ser separados e ter uma área de integração descoberta entre os dois, como um jardim. Segundo a diretora da Costa Container, o valor médio do metro quadrado das casas na empresa é de 1.500 reais, o que equivale a 150 mil reais para um casa de 100 metros quadrados. Esse valos inclui o preço do container, os recortes feitos, o acabamento, como o assentemento de pso e forro de gesso, instalações elétricas e hidráulicas e o frete. Os valores variam, principalmente de acordo com o acabamento solicitado pelo cliente e o frete, que pode ser mais caro dependendo da distância que o container deverá percorrer para chegar até o terreno do cliente.
A foto ao lado mostra um monte de containers empilhados www.impar.com.br | JUNHO 2015
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Jeff Feres
Materiais
Exemplo de casa moderna feita com containers.
Uma das principais vantagens dos containers é a resistência do material. Segundo ele, é possível fazer casas de dois ou três andares. O aço do qual ele é feito é muito resistente, um containers de 40 pés suporta cerca de 30 mil quilo. Na construção devem contar com revestimento que proporcionem isolamento térmico e acústico, alguns do materiais mais usados são; lã de rocha, lã de pet, XPS, drywall, OSB. Já os pisos podem ser os mesmos usados em construções de alvenaria, como pisos vinílicos, de alumínio, cerâmicos ou laminados. Além do preço, outra vantagem das casas de containers é o prazo de finalização da obra, uma casa com 200 metros quadrados fica pronta em três meses, e uma de 100 metros quadrados pode ser finalizada em um prazo de 45 a 60 dias. A mobilidade seria outro diferencial, mesmo com uma série de adaptações realizadas no container, se o projeto inicial contemplar a possibilidade de deslocamento, o container pode ser transferido de um lugar para o outro facilmente. As desvantagens de ter uma casa containers que por mais barato que seja dependendo da complexidade, o barato pode ficar caro. Além disso, se o projeto não for bem feito, com isolamento acústico e térmico de qualidade, o morador pode sofrer em temporadas de verão e inverno mais rigorosas e pode ficar exposto a poluição sonora. As soldagens também devem ser muito bem feitas para evitarem infiltrações.
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CARA A CARA COM MARIO CUCINELLA Mario Cucinella fala sobre o papel dos arquitetos para construir edifícios que reduzam o consumo de energia e água, e para construir cidades com melhor qualidade de vida. Mais é menos. Ao inverter a célebre frase de Mies van der Rohe, o italiano Mario Cucinella coloca em evidência a busca por soluções simples, mas eficientes - ou seja, prover mais conforto com menos energia, menos poluição e menos desperdício. O arquiteto alerta: os edifícios são os grandes vilões do planeta, gastam 50% da energia produzida no mundo e 30% da água doce. A solução tão óbvia é investir em sua performance, permitindo inclusive que, em vez de gastar energia, as edificações a produzam. Suas ideias e seus projetos construídos o colocam hoje como um dos principais nomes quando se fala em sustentabilidade. Formado em 1987 pela Universidade de Gênova, o arquiteto trabalhou de 1987 a 1992 com Renzo Piano, entre os escritórios na Itália e na França. Em 1992, abriu seu próprio escritório em Paris e, em 1999, mudou-se para Bolonha. Em 2012, fundou o Building Green Futures (BGF), uma organização não governamental que investe em projetos sustentáveis e leva o conhecimento do escritório para projetos sociais. Em Munique, fez parte de uma mesa-redonda durante a apresentação dos premiados do Archiworld, na BAU 2013, e conversou com a AU sobre o papel da sustentabilidade nos projetos de arquitetura e na construção das cidades. Com a voz tranquila, fala de assuntos urgentes e de problemas da profissão. Alerta, por exemplo, para o fato de os arquitetos terem deixado, nas últimas décadas, um papel que sempre foi deles: o do conhecimento técnico do projeto dos edifícios, deixado nas mãos dos engenheiros. Questionado sobre a moda da sustentabilidade, responde: “quando falamos de energia, de poluição, da qualidade de vida das pessoas, isso não é moda: é a realidade”. Realidade bruta que seus projetos buscam amainar. 35
Para você, o que é sustentabilidade? É, de alguma forma, desenhar edifícios melhores. A parte estética é importante, pois é a parte emocional do edifício, mas não devemos nos esquecer de que os edifícios criam os problemas mais críticos nas cidades - e podem ser melhor desenhados, em termos de performance, conforto, emissão de CO2, e também podem gerar energia. A melhor qualidade em termos estéticos combinada com transformar o edifício em solução ao problema das cidades é, para mim, uma boa definição do termo. Sustentabilidade é tecnologia ou um bom desenho? Tecnologia não é mais a solução da sustentabilidade. O problema é que, por longo tempo, os arquitetos projetaram edifícios sustentáveis em relação com o clima, conforto térmico, luz natural. Isso era normal. Após um período de revolução industrial, decidimos que não iríamos mais fazer isso, que nós arquitetos faríamos apenas formas, e deixamos esse conhecimento aos engenheiros. O que acontece quando dois conhecimentos se separam? Engenheiros consideram edifícios como máquinas, e arquitetos, como elementos estéticos. Dissociadas as duas partes, cria-se um problema. Historicamente, os arquitetos foram capazes de construir com conhecimento sustentável porque o conheciam, sabiam como utilizar materiais, como orientar os edifícios. E agora é a hora de retomar esse conhecimento e voltar a fazer o que fizemos por séculos. Arquitetos estão mais próximos da engenharia do que da arte? Artistas são diferentes de arquitetos. Se você tira uma foto e não gosta, você coloca em uma gaveta. Se não gosta de uma escultura, coloca em outro lugar. Mas um edifício não é movível. Se você faz um edifício, precisa saber quais são suas responsabilidades. Um edifício precisa funcionar, precisa lidar com o clima, com as pessoas. Seria muito bom ser um artista, mas é um pouco mais complicado do que isso. O que é a melhor parte de nosso trabalho: para ser um arquiteto, você precisa saber muitas coisas, e sua cultura deve ser fazer edifícios melhores. O problema é que às vezes arquitetos não têm conhecimento suficiente, não sabem como o edifício ou o clima funcionam.
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Como vê as escolas de arquitetura? As escolas estão paradas em uma cultura muito velha. Nos últimos dez anos, os paradigmas da educação mudaram completamente, e os alunos estão melhores do que os professores: são mais rápidos, utilizam ferramentas que os professores não conhecem. A questão agora é como e onde ensinar os arquitetos. Algumas escolas privadas são top, mas, geralmente, as universidades não estão preparadas para a mudança. Como controlar a moda da sustentabilidade para promover o que é necessário? Mudar coisas é difícil. Mas quando falamos de energia, de poluição, da qualidade de vida, isso não é moda, é a realidade. Não estamos falando de arquitetura pós-moderna que em 20 anos termina, estamos falando da vida das pessoas, de como podem viver em edifícios melhores. E todos discutem as mesmas coisas em qualquer parte do mundo. Na China, na Itália, no Japão, no Brasil, enfrentamos o mesmo problema. Estamos indo um pouco contra a ideia de globalização da arquitetura, pois é a primeira vez que cada país tem sua resposta, porque cada país tem seu clima, contextos, cultura. Falar sobre sustentabilidade em termos de performance é fácil. Mas o ponto é como o Brasil, ou a cultura brasileira, faz sustentabilidade. Esse eu acho que é o ponto-chave: criar diversidade. Acredito nas pressões das políticas, de novas regulações, de um maior diálogo entre arquitetos e pessoas, ações que evitem a ideia de alguém colocar sua marca sem se importar com o que acontece ali. Certificados de sustentabilidade são como rotular edifícios? Precisamos ser cuidadosos em relação a isso. De um lado é bom, aumenta a política sobre os edifícios porque certificados implicam que engenheiros, arquitetos e empreendedores sejam mais atentos, mais precisos na qualidade. Mas, por outro, não dá conta da parte emocional, pois não é uma forma de fazer um edifício bonito. Um edifício precisa ter mais emoção. Ninguém vai definir um edifício por sua performance, mas por sua beleza, sua emoção, pela qualidade de seus espaços, pela vida social, por sua relação com a cidade, sua capacidade de criar espaços públicos.
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25 GREEN O projeto que trouxe uma verdadeira floresta para a cidade de Turin, na Itália Fabio Fonini Peter Toscano
por fotos
Um projeto de arquitetura, um tanto inovador, chamado 25 Green, trouxe uma verdadeira floresta para a cidade de Turin, na Itália. O projeto criado pela arquiteto Luciano Pia tem uma visão muito interessante sobre uma moradia mais sustentável e proporciona a sensação de estar morando em uma casa na árvore, só que no meio da cidade. IDEIA DO PROJETO A ideia do projeto era proteger os moradores da poluição atmosférica e sonora, e ao mesmo tempo proporcionar um estilo de vida diferenciado, foi então que surgiu a ideia de replicar uma floresta e ter casas que lembrassem as casas na árvore que as crianças sempre sonham em construir.
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A estrutura é feita em metal, com lagos subterrâneos atravessando a construção e jardins suspensos pelo telhado. O projeto visa criar um filtro natural entre o ambiente externo e o interno, protegendo os moradores. Há mais de 200 árvores que produzem oxigênio, absorvem anidrido carbônico, reduzem a poluição do ar, protegem do barulho, seguem o ciclo natural das estações, crescem dia após dia e criam um microclima perfeito no interior do edifício, diminuindo a queda e aumento de temperatura no verão e inverno.
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A madeira maciça que a casa é feita filtra a luz do sol no verão, enquanto no inverno, deixam o calor da luz entrar na casa. O lambril em telhas de lariço é uma espécie de superfície suave e vibrante. As estruturas metálicas parecem árvores e “crescem” do piso térreo até o telhado enquanto segura as tábuas de madeira dos terraços, eles se tornam entrelaçados com a vegetação para formar uma única fachada. Um dos objetivos do projeto é o aumento da eficiência energética e, por isso várias soluções integradas foram adotadas: isola-
A imagem acima é o desenho do projeto 25 Green.
mento contínuo, proteção solar, sistema Nos vasos há árvores ou arbustos de de aquecimento e refrigeração, que fazem diferentes alturas de 2,5m a 8m. Espécies uso da energia geotérmica com bombas de folha caduca foram plantadas para ter de calor e reciclagem da queda chuva para irradiação solar no inverno também. A regar o verde. escolha das espécies, mesmo que se diExistem 63 unidades residenciais no versificando de acordo com as diferentes prédio, eles são todos diferentes e estão necessidades, tem sido feito para conceder equipados com amplos terraços de for- uma variedade de folhas, cores e floração. mas irregulares que cercam as árvores. Quando o verde está totalmente florescenO último piso é coberto com telhados do, da a sensação de viver em uma casa verdes privados. O verde é diversificado: na árvore. vasos grandes nos terraços, paredes e jarO condomínio é tão diversificado que dins, verde da corte e jardins em frente acaba sendo muito procurado pra quem aos sótãos no telhado. quer fugir do estresse da cidade.
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Luciano Pia nasceu em outubro de 1960 em Turin. Em 1984, se formou na Escola de Arquitetura “Turin Engineering Poli”.
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À esquerda, vista de fora do edifício. Abaixo a sacada do prédio destacando o uso dos materiais
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Quer continuar a respirar? Comece apresenvar.
VIVER O eixo aborda conteúdos e tendências de construções de casas inovadoras e funcionais, trazendo inspiração na transformação do seu lar.
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Projetos
Casa de campo na neve
Esta moderna casa de campo foi planejada por Patkau Architects e está localizada no sudoeste da Colômbia Britânica, no Canadá. Por ser um lugar de muita neve, a sua estrutura foi toda planejada para enfrentar o frio do lado de fora e manter todos aquecidos do lado de dentro. O térreo da casa tem um grande espaço e é composto por sala de estar, de jantar, cozinha e uma varanda ao ar livre que tem uma vista incrível para o vale. O 1º andar possui uma passarela que interliga o quarto principal e o escritório. No 2º andar fica o quarto de hóspedes e a segunda sala de estar. As paredes são de concreto e possuem uma massa térmica que amortece as variações de temperatura. A garagem fica na parte da frente da casa e foi toda planejada para a vida na neve, além do espaço para os carros ela conta com armários para as roupas e acessórios de esqui e um espaço para pendurar as roupas molhadas de gelo. Nem precisamos comentar muito sobre a beleza deste projeto, as fotos dizem tudo:
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Eduardo Nuergas
Foto externa da casa valorizando o seu posicionamento na terra e no cĂŠu
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Projetos A imagem ao lado mostra a planta do projeto. Abaixo, o escrit贸rio da casa. Quarto com janela fitada que traz a luz e o clima gelado para dentro da casa. Corredor que liga os quartos com o escrit贸rio. Vis茫o da varanda da sala principal
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Casa Flutuante A base da casa ĂŠ construĂda de plataforma flutuante que pode ser facilmente deslocada de um lugar para outro por
Daniel Machado Thiago Silva
fotos
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Abaixo temos a planta da casa flutuante
Acordar com a vista para o mar não é pra oferecendo maior nível de sustentabilidaqualquer um, mas imagine estar cercado de na engenharia do projeto. A base da por ele durante os 365 dias do ano nesta casa é construída de plataforma flutuante fabulosa casa flutuante, projetado pelo que pode ser facilmente deslocada de um arquiteto sediada em Cingapura Dymitr lugar para outro. Malcew para H2ORIZON, um desenvolvedor francês que se especializou em ESTRUTURA DA CASA estruturas flutuantes. Possui uma vista panorâmica, já que Dymitr Malcew é um arquiteto ta- as paredes são de vidro com painéis de lentoso, especializado em estratégias de madeira para momentos de privacidade projeto orientada experiência espacial permitindo que as imagens e sons da napara a hospitalidade, varejo, residencial tureza para colidir com o projeto arquitetônico detalhes em perfeita harmonia, o e local de trabalho. projeto padrão da casa flutuante dispõe CONCEITO de 2 quartos, 2 banheiros, sala, cozinha e O conceito da Casa Flutuante é inspira- generoso terraço. Arranjos internos, materiais e acado em pessoas que amam viver no meio da natureza de preferência com vista para bamentos podem ser personalizados um rio ou lagoa, especialmente para os de acordo com as necessidades do apaixonados por liberdade e projetos dife- cliente. A casa é acessível e sustentárenciados. O design e os acabamentos da vel, o telhado inclinado é projetado casa flutuante são luxuosos, perfeitos para com painéis solares para otimizar a atender este estilo de vida singular. Essa exposição durante o dia, essa saliênconexão com o meio ambiente e conforto cia protege do sol, recebe a energia é atingida com o mínimo de intervenções, solar e faz sombra no terraço.
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Ambiente do quarto, simples com a maravilhosa vista
Sala de estar, elegante e bem iluminada. Mostra a divis茫o dos c么modos da casa
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Este barco tem um telhado dramático. A sua forma tem origem a partir de suas funções: sua inclinação otimiza a eficiência dos painéis solares, a sua saliência sombreia o terraço e protege os quartos de luz solar excessiva. A natureza circundante é apreciado apesar da extensa janela, mas a privacidade pode ser obtido mediante a implementação da madeira, painéis situados em cada lado de deslizamento. As pessoas tem muito tempo escolhido para viver na água em barcos de casa, mas este projeto para uma casa flutuante acrescenta uma corrente totalmente novo de luxo para a vida marinha. Facilmente ancorado em um porto ou cais, a estrutura móvel pode, em teoria, ser facilmente transportado para qualquer local pitoresco que seu proprietário deseja. Arquiteto e designer, Dymitr Malcew estudou em Cingapura. Especializou-se em estratégias de design espacial para hospitalidade, varejo, residencial e local de trabalho. Sendo os projetos que mais se destacam, as casas flutuantes.
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Vista panorâmica do quarto, paredes de vidro com painÊis de madeira
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Pé na Estrada
Empresa cria mini casas sobre rodas para quem quer viajar sem sair de casa Viajar está entre as melhores coisas da vida. Se deslocar para lugares distantes, descobrir diferentes paisagens, pessoas e sabores e conhecer mais do mundo em geral. Mas também é incrível voltar para casa. Deitar no seu sofá, tomar uma ducha no seu chuveiro e encerrar o dia dormindo na sua própria cama. É para quem sonha em algum dia poder conciliar esses dois prazeres opostos que existe a Tiny Heirloom, a empresa que se especializou em fabricar pequenas e charmosas residências sobre rodas. Aonde quer que você vá, sempre terá o conforto da sua casa com uma dessas. Como diz o slogan da empresa, “Lar é onde você estaciona”. O produto também é indicado para quem vive em uma grande cidade, mas tem o sonho de algum dia se mudar para o campo ou praia. Basta encher o tanque e cair na estrada para testar a experiência. Se não der certo, siga as indicações da próxima placa de retorno. A Tiny Heirloom tem sua sede em Portland e já conta com mais de 10 anos no mercado. Um modelo básico dessas casinhas custa em torno de US$ 65 mil. O pacote inicial inclui iluminação a LED, sistema de som interno, geração de energia eólica ou solar, vaso sanitário compostável e todo o licenciamento necessário. Além disso, a empresa entrega a casa móvel em qualquer endereço nos Estados Unidos sem custos adicionais com o delivery. Em média, o prazo para uma dessas ficar pronta é de três a quatro meses. Mas cada projeto pode ser customizado ao gosto e estilo do cliente, desde a planta e design exterior até os materiais usados no acabamento. O céu é o limite quando se trata de tunar a casa para que ela se torne a companheira de viagem perfeita.
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Casal mostra a frente da sua mini casa, mostrando como ela ĂŠ aconchegante
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Rodolfo Khelf
PĂŠ na Estrada
Fotos tiradas para mostrar o interior da mini casa
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Casas cúbicas de Rotterdam É uma das cidades holandesas com uma arquitetura mais moderna, apresentando diversas construções famosas como é o caso das casas cúbicas por Carlo Bernardes Fotos Ricardo Seixas
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Rotterdam é a segunda maior cidade dos países baixos — a primeira é Amsterdam — localizada na província de Holanda do Sul. É uma cidade holandesa com arquitetura moderna e original. Na cidade, os turistas ficam sempre impressionados, pois há muito para ver em Rotterdam além do maior complexo portuário do mundo. Com mais de trinta museus para serem visitados, a arquitetura histórica da cidade contrasta com os arranha-céus e espetaculares construções ultra modernas, onde as Casas Cúbicas se destacam como curiosa atração turística.
Seu design representa uma árvore, e todas as casas juntas formam um bosque. O conceito de Blom era criar uma espécie de vila dentro da cidade, um porto seguro onde tudo pudesse acontecer. O projeto inicial era de 74 casas e um centro cultural, sendo que a versão final e definitiva ficou composta por um centro comercial, uma escola, uma torre de apartamentos e 38 casas, uma das quais podendo ser visitada como museu.
ESTRUTURA Quem teve a oportunidade de conheO PROJETO cer o interior dessas curiosas casas, diz As Casas Cúbicas foram apresentadas que a sensação é um pouco agoniante, em 1978 pelo arquiteto Piet Blom, a pois as paredes convergem para um construção começou em 1982 e ficou ponto e dão a impressão de que tudo pronta dois anos mais tarde. O desenho está somente encaixado. A única desassimétrico exclusivo surpreende pela vantagem, além da possível claustrooriginalidade e agrada os curiosos. Em- fobia, é que, apesar de uma área total bora o projeto tenha sido apresentado de 100 metros quadrados, a estrutura em 1978, a construção somente teve ini- angular significa apenas 1/4 do que o cio em 1982, ficando pronta em 1984. espaço é realmente utilizável.
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A imagem ao lado esquerdo, mostra a parte de trás das casas, onde ficam as garagens dos moradores
As casas cúbicas vista de cima, dando a sensação de que esta tudo interligado
“Arquitetura é mais que criar um espaço para viver“ segundo o arquiteto holandês Piet Blom. Nascido em 8 de Fevereiro de 1934, falescido em 8 de Junho de 1999, foi um arquiteto holandês que estudou na Amsterdam Academy of Building-Arts, mais conhecido por suas “kubuswoningen” (Casas cúbicas) contruído em Helmond e em Rotterdam.
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Estruturalmente, os cubos ficam in- dando a impressão que foi colocado a forclinados em um polo hexagonal, e são ça para encaixar nos espaços angulosos. compostos de pisos e pilares de concreto Completando o desenho inclinado, as e enquadramentos de madeira. Na parte paredes e as janelas estão todas num âninterior, as casas são divididas em três gulo de 54,7 graus, proporcionando exníveis acessados através de uma escada- celentes vistas sobre a área circundante. ria estreita. O nível inferior é uma área As casas cúbicas também tem o objetriangular utilizada como sala de estar. tivo de representar uma floresta abstrata. No nível médio ficam o quarto e ba- De acordo com Blom, o topo triangular nheiro, e o mais alto nível é uma área de de cada casa é suposto representar uma reposição usado tanto como um segundo árvore abstrata, que, quando conectada quarto ou outra área de estar. O mobiliá- com o seu vizinho, torna-se um mar de rio também causa uma sensação estranha árvores em uma floresta amarela.
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Abaixo, é possível visualizar as paredes diagonais, móveis inclinados e extensas janelas. Além de uma moradora no ambiente interno, na sua sala de estar
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Móveis
Lustre Colorful Arthur Cavanah R$ 4.600,00
Estante Triângular Giuliana Home R$ 8.600,00
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Lustre Geométrico Repeat Oppa R$ 3.070,00
Lustre Teia de Aranha Lux House R$ 3.400,00
Lustre Metal Shine Mobly R$ 3.070,00
Estante Galho de Ă rvore Sun House R$ 9.400,00
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M贸veis
Cadeira Feita para Ler Pantanar House R$ 6.070,00
Cadeira Stripes Andre Gavani R$ 8.400,00
Cadeira Onda de Madeira Alice Burl锚 R$ 5.600,00
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Mesa Geometric Flower Carina More R$ 12.070,00
Mesa de Comer e Beber Carlos Behoit R$ 10.600,00
Mesa de Canto Riacho Armando Bitte R$ 9400,00 71
POLE HOUSE Em posição de poste, na Great Ocean Road, Austrália está o icônico Pole House. Construído originalmente no final de 1970, esta casa de praia foi reconstruída, criando uma sensação de luxo em todo o estabelecimento por
James Knigthly Luís Cardoso
fotos
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A propriedade original — considerada um marco da Great Ocean Road desde 1978 — foi demolida para dar lugar a uma estrutura modernizada, que apesar de propriedade privada pode ser alugado por £ 1.480 por semana. Os proprietários Kathi e Raymond Adams compraram a casa por £ 980.000 em 2005, e começou a planejar a renovação em 2007. “Todo mundo tem sido extremamente positivo sobre a nova Pole House, ninguém veio até mim e disse: O que você fez?”, disse a Sra. Adams. “A casa tem o
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mesmo tamanho, forma e dimensões, mas a vista não tem comparação com a antiga.” “A casa estava começando a desmoronar depois de 40 anos. Foi basicamente feita de madeira e telhas, que se deterioraram por causa da maresia”, acrescentou. Foi dado a oportunidade de renovar esta casa para Franco Fiorentini, da Arquitetura F2. O briefing era para abrir o lugar e maximizar a vista do sul. Franco Fiorentini queria tirar o máximo proveito das vistas para o mar, tornando-as visíveis em toda a casa.
Fiorentini Franco nasceu em Melbourne, na Austrália, se formou na Universidade de Melbourne no curso bacharelado de arquitetura em 1983 efes mestrado em arquitetura (design), em 1989. Ele é um arquiteto registrado e membro do Instituto Australiano de Arquitetos.Antes de fundar a empresa F2 Arquitetura em 2002, Franco foi Diretor de Design em Metier3 Arquitetos 1989-2003 e é responsável pela concepção de uma série de
projetos institucionais e corporativas significativas.
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As fotos ao lado mostram o interior com os vidros duplos Low-E e o exterior, com o sistema ThermalHEART™ www.impar.com.br | JUNHO 2015
PROJETO A casa é de apenas 8m x 8m de tamanho e foi estrategicamente projetada para assegurar total segurança e conforto. O Pole House fica em uma laje de 700 milímetros que afunila em direção à borda, equilibrado sobre uma alta coluna de 15 metros. Devido à localização beira-mar e altura, a casa está exposta a todos os elementos, incluindo a maresia, chuvas fortes e ventos com velocidade de até 100 quilômetros por hora. Materiais sólidos e de confiança foram necessários para garantir longevidade e integridade estrutural desta casa. A equipe da Bradfords Glass and Aluminium (BGA) auxiliaram no processo de design para garantir que o briefing dos arquitetos e dos clientes estivessem de acordo. A BGA forneceu conselhos e experiência para garantir que todas as
portas e janelas estavam corretos em relação à aplicação incomum da casa. ThermalHEART ™ janelas e portas de alumínio comercial foram usados por toda a casa, para garantir que o projeto encontrasse as classificações de energia exigida. Devido às grandes extensões de vidros em toda esta casa, o sistema foi necessário para garantir proteção das temperaturas de inverno extremamente frio, como também do calor do sol que passa através dos vidros da casa durante todo o verão. Vidros duplos Low-E juntamente com os sistemas de alumínio ThermalHEART ™ garantiu às pessoas, desfrutarem de uma vista de 360 graus enquanto não é comprometido as necessidades energéticas. Todas as portas estão completamente retrátil para uma visão perfeita defrente para o mar.
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CONHECER O eixo aborda projetos curiosos e construções futuras com diferentes estruturas, buscando novidades e desenvolvimentos tecnológicos ao redor do mundo.
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Incomum
França constrói prédio que pareceum árvore branca
Seguindo sua linha arquitetônica complexa e inovadora, que surge a partir de um simbiose entre a natureza e o artificial, um dos mais recentes projetos de Sou Fujimoto, é uma gigantesca árvore branca a ser construída em Montpellier, no sul da França. O edifício contem 17 andares com terraços e varandas irregulares e apontando para diferentes direções, como os galhos de uma árvore, além de um restaurante e bar panorâmicos, abertos ao público, assim como uma galeria de arte e jardim.Selecionado em um concurso público promovido pela prefeitura em Montpellier com o objetivo de revitalizar a região de Port Marianne, o projeto de Fujimoto tinha como permissa as “loucuras arquitectónicas do século XXI”. A Árvore Branca combina o desenho japonês de um espaço versátil e adaptável com a cultura mediterrânea, aproveitando ao máximo a iluminação natural e fazendo uso de novas tecnologias que permitem economia de energia e baixo impacto ambiental. Veja a seguir algumas imagens:
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Gian Paulo Assis www.impar.com.br | JUNHO 2015
Incomum As fotos mostram sacadas do prĂŠdio e o interior dos apartamentos
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ESCRITÓRIO STATOIL
A estrutura icônica busca refletir o papel da Statoil como uma companhia de petróleo inovadora e pioneira a nível internacional, bem como conferir uma nova identidade e pulso ao ambiente local
por
Eduardo Souza Camila Lourenço
fotos
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Statoil é um produtor de energia da No- sociais no piso térreo. O projeto está ruega, a 57º maior empresa do mundo em enraizado no princípio democrático de receita, com cerca de 30.000 funcionários conferir a todos os usuários do edifício em 37 países. 2.500 deles agora trabalham excelentes condições de trabalho que innesse edifício único de escritório, com cluam vistas deslumbrantes e boas conuma vista espetacular sobre as áreas do dições de iluminação. parque adjacente e do fiorde de Oslo. O projeto de construção baseia-se em A área de Fornebu, o antigo terreno formas próprias e técnicas de construdo principal aeroporto de Oslo, está ção da indústria de petróleo. A superespassando por uma transformação radi- trutura de aço permite que os diferentes cal em uma área urbana, com edifícios módulos tenham um balanço de até comerciais e residenciais, além de áreas 30 metros. Escadas de fuga e serviços de recreação pública. estão concentrados em quatro núcleos Um dos principais desafios do projeto gigantes de concreto, que também esfoi o de equilibrar as dimensões e a ex- tabilizam estruturalmente. A fachada pressão arquitetônica com o seu entorno, consiste de cerca de 1.600 elementos enquanto que, ao mesmo tempo, intro- pré-fabricados com esquadrias integraduzir novos impulsos que animassem o das, isolamento térmico e sombreamenparque e a área comercial. Mas especifi- to solar, sendo uma solução altamente camente, o maior desafio foi o de como eficiente energeticamente, sem fixações fazer um projeto, um complexo de edifí- visíveis em toda a fachada. cios comerciais de 65.000 / 117.000 m² O átrio central é coberto por um telhamisturar-se com a costa idílica de For- do high-tech em “forma de hélice”, o prinebu. Uma grande parte do terreno foi meiro desse tipo na Escandinávia. A geotransformada em um parque de acesso metria pode ser descrita como uma “bolha público e um passeio ao longo do fiorde. de sabão”, encontrando a menor área de A nova edificação fica no lote do edifício superfície para fechar os volumes entre os garagem do antigo aeroporto. módulos. Considerando-se o peso extra da neve, essa construção foi um dos desaESTRUTURA fios mais complexos do projeto. A estrutura é constituída por cinco voUma torre de comunicação no átrio columes de escritório de tamanhos idênti- mum é o centro da vida social do edifício, cos, empilhados uns sobre os outros. O sendo que todos passam pelo átrio para ir conceito minimiza o impacto ambiental ao trabalho. Dessa forma, encontros esdo edifício e dá uma quantidade gene- pontâneos e trocas são promovidos, o que rosa de espaço ao parque. Cada volume é muito desejável para uma companhia possui 3 andares de altura, 140 metros baseada no conhecimento internacional, de comprimento e 23 metros de largu- como a Statoil. ra. Os módulos são orientados de forma O edifício de escritórios possui um elevadiferente para otimizar as condições de do grau de flexibilidade para assegurar que luz internos e vistas para a paisagem do ele pode ser facilmente adaptado à alterafiorde. Internamente, os módulos con- ção das necessidades futuras. Um teto espeformam um átrio comum, uma “praça cialmente desenvolvido permite espaços de urbana”, conectando muitas das funções trabalho com unidades separadas tão Vidraça do edifício com detalhes únicos. Quem passa não deixa de reparar 89
pequenas como 3x3 metros, cada um com aço e concreto, fachadas e estruturas de acesso à energia elétrica, sprinklers, ven- vidro, foi pré-fabricada industrialmente. tilação e iluminação. Um interior quase O maior guindaste móvel do norte da livre de colunas faz com que seja possível Europa foi utilizado para a montagem realizar ajustes facilmente no número e no das treliças de aço. tamanho das salas de reuniões, de acordo Graças ao planejamento completo, com algum projeto ou as necessidades de avançada modelagem BIM e um diálomudança do inquilino. go frutífero orientado à soluções proveitosas, a equipe de arquitetos, cliente PROJETO e proprietário, empresas de construção O edifício característico é altamente e todos os subcontratados foram caparentável e possui um consumo de ener- zes de completar o complexo projeto gia calculado em apenas 103 kWh/m²/ dentro do cronograma. O resultado é ano. Isso é conseguido através de vários um edifício onde o proprietário, emmétodos, incluindo o uso do aqueci- preiteiro, arquitetos, empresas de consmento da fonte de calor remota centra- trução e usuários do edifício expressalizada, reciclagem de energia em 85% ram grande satisfação. e, evidentemente, uma envoltória bem Apesar de uma edificação não-tradiisolada e hermética: Os painéis de facha- cional de escritórios, os novos escritóda de vidros triplos têm um valor-u de rios Statoil representam valores típicos 0,6 e a tensão do ar da construção atinge escandinavos, enfatizando os valores denúmeros muito baixos de consumo de mocráticos e de igualdade social. Tanto energia para o edifício. a implantação como a orientação reflete A construção do edifício foi concluída a adaptação otimizada para seu entorno. em menos de 20 meses, com um total No interior, o carvalho quente e a friede 2.500 pessoas, de 30 países, que tra- za do alumínio refletem a suave luz do balhavam no local. Devido ao período dia de maneiras diferentes, criando um curto de construção, a maior parte do contraste muito apreciado no aspecto da edifício, incluindo a superestrutura de acessibilidade e do desenho universal. Arne Naess foi o fundador da empresa Statoil, nasceu no dia 27 de Janeiro de 1912 e morreu no dia 12 de Janeiro de 2009. Estudou na Universidade de Oslo no curso de Administração e se formou com mérito.
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Ao lado estรก o interior moderno, limpo e renovado da empresa
Incomum
BALADA NO JAPÃO As arquitetas americanas Tiffany Dahlen e Virginia Melnyk desenvolveram um conceito de casa noturna para o Japão voltado diretamente para os jovens da cultura Harajuku, na cidade fashion de Omontesando. A casa noturna conta com um hall de entrada, restaurante, sake bar, pista de dança e camarotes VIP. “O projeto demorou 4 meses até ser concluído, com inúmeras modificações ao longo do processo. Não é por acaso que o projeto parece doce como Candyland” — disse Melnyk. “A nossa esperança é que este projeto desafie os limites e deixe uma impressão aos visitantes do que a arquitetura e o design são capazes de fazer quanto aos sentidos”. O projeto foi acompanhado de perto pelo professor Ali Rahim, e a ideia surgiu das jovens quando lhes foi proposto o desafio de criar uma nova experiência para uma casa noturna japonesa. As duas se formaram na Universidade da Pensilvânia e já estão bem inseridas no mercado de trabalho.
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Sheila Kors
Incomum
Interior da balada em Tokyo, as imagens acima mostram o camarote VIP, o sake bar e a faixa da entrada www.impar.com.br | JUNHO 2015
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The Wave Em formato de onda, edifĂcio altera paisagem de cidade na Dinamarca por fotos
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Fabio de Paula Thomas Molvig
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O mar, as pontes e as colinas da pequena cidade de Vejle, na Dinamarca, inspiraram os arquitetos do escritório Henning Larsen Architects a conceber, no ano de 2006, o projeto do The Wave, um conjunto de edifícios residenciais que, quando concluído, terá um total de 140 apartamentos. SOBRE O PRÉDIO Parcialmente concluída no final de 2009, a obra ocupa um terreno de 14 mil metros quadrados em Skyttehusbugten, um bairro residencial localizado em frente aos fiordes da região. A proposta original prevê a execução de cinco volumes, mas, por enquanto, apenas dois edifícios estão completos. Suas silhuetas em formato de onda já alteram significativamente o skyline de Vejle, uma cidade portuária e industrial com pouco mais de 55 mil habitantes, no sudeste dinamarquês. Apesar da presença de fiordes e de uma orla com áreas de vegetação preservada, predominam em sua paisagem urbana as construções fabris e os conjuntos residenciais construídos nas décadas de 1960 e 1970 com materiais pré-moldados.
As formas curvas do The Wave se destacam neste contexto industrial e conquistam o objetivo de seus empreendedores: reverter o padrão arquitetônico local, em que predomina a monotonia de cores e formas, e alegrar a paisagem natural, marcada pelo clima frio e chuvoso. “A presença evidente do edifício conecta a área residencial, com o mar, com a vegetação e a cidade”, opina Soren Ollgaard, um dos sócios do escritório Henning Larsen Architects. O edifício tem nove andares, sendo que a maior parte dos apartamentos é duplex. Todos têm vista para o calçadão que margeia a orla de Vejle e incluem terraços de 2,5 metros de comprimento, com piso de madeira de reflorestamento e estrutura de metal. O projeto está implantado sobre um andar térreo que conta com serviços privados, como uma grande cafeteria conectada à marina de Vejle, que está a apenas 100 metros do edifício. Na fachada, predominam do chão ao teto grandes peças de vidro transparente, cuja função é permitir a entrada de luz natural nos principais ambientes, assim, deixando-o ainda mais belo.
A foto ao lado foi tirada dentro de um barco para mostar como o aprtamento The Wave também tem suas qualidades durante a noite www.impar.com.br | JUNHO 2015
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O exterior da onda é coberto com Na fachada, predominam grandes os porcelanato durável, material que per- panos de vidro transparente, que protemite a retenção de calor e que tem uma gem a estrutura metálica. textura que impede a retenção de deÀ noite, seu perfil distingue-se na paitritos. Esse revestimento faz com que, sagem e no mar por conta da iluminação durante o dia, as ondas brancas sejam do entorno. refletidas pela água do mar, enquanto à O projeto do The Wave não apenas ganoite, seu perfil distingua-se na paisa- rantiu à equipe de arquitetos a escolha gem por conta da iluminação colorida durante concurso restrito a convidados. das estradas e dos parques do entorno. O prêmio conferido anualmente pelo LeaO edifício é coberto com porcelanato ding European Architects Forum(LEAF) branco, material que permite a retenção de melhor edifício residencial em 2010. de calor. O projeto inclui um andar de “É fantástico que um projeto como esse serviços conectado à marina de Vejle, consiga um reconhecimento internacioque está a apenas 100 metros do edifício. nal desse calibre”, acredita Ollgaard.
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As imagens mostram o ambiente interno do apartamento. Uma sala de jantar e um sala de estar
Nascimento: 20 de agosto de 1925, Dinamarca. Fundou o escrit贸rio Henning Larsen Architects, que por sinal 茅 o seu nome.
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O que vem por aí
CRESCENT MOON TOWER A maior cidade dos Emirados Árabes, Dubai, é conhecida mundialmente pela sua arquitetura conceitual, um dos lugares que mais investem em tecnologia e arquitetura. Dubai abriga as obras icônicas como o arranha-céu mais alto do mundo Burj Khalifa, o enorme centro comercial Dubai Mall, o único hotel 7 estrelas do mundo Al Arab Hotel, entre outras obras primas. A Crescent Moon Tower é o mais recente projeto desse celeiro de ideias geniais e será apresentado na 11ª edição do Thyssen Krupp Elevator Architecture Award. Este arranha-céu será construído em um parque nacional e deve ser concluído em cinco anos, abrigará uma biblioteca infantil, bares, restaurantes e salas de conferências. É um lugar atraente para os turistas, podendo, então, ser um local turístico. O projeto, que está aguardando aprovação, sua forma de lua crescente tem dois principais objetivos importantes: fortificar a associação de Dubai com o mundo islâmico e demonstrar seu alto nível de desenvolvimento tecnológico e econômico. Ele cobrirá um espaço de 220 hectares que já foi um centro de armazenamento para a indústria. Esse centro foi limpo e preparado para a construção de escritórios, hotéis, casas e serviços para 50.000 residentes de Baku e 48.000 trabalhadores. O objetivo é muito claro, o Crescent Moon Tower foi construído para mudar a cara do estado de Dubai, atrair e promover o turismo, recreação, a ciência e a cultura no país.
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Ilustração digital de como será a vista noturna no Crecent Moon Tower
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Renato Teixeira
O que vem por aí
Nas fotos acima, as formas de estrelas nas janelas fazem sombras, “desenhando” o interior da Crescent Moon Tower www.impar.com.br | JUNHO 2015
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Top 10
10 obras-primas arquitetônicas Quando sas pessoas se deparam com obras-primas arquitetônicas, devem admirar a imaginação do ser-humano por ser tão criativa, hoje com o avanço da indústria e tecnologia, é possível concretizar quase tudo que a nossa mente quer criar. As vezes as pessoas ficam olhando uma arquitetura, tentando encontrar as referências que o arquiteto buscou para escolher as formas, cores e materiais de sua obra. Se você comprou esta revista, provavelmente é fã de arquitetura moderna e contemporânea, este post é para você, que assim como muitos, fica encantado com a capacidade da imaginação do arquiteto, separamos 10 obras-primas arquitetônicas, únicas e surpreendentes para alegrar a sua semana:
1. 2802 Pico Housing por Moore Ruble
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2. District Hall, Boston Public Innovation Center by Hacin + Associates
3. Moscow School of Management por Adjaye Associates & AB Studios
4. Bendigo Art Gallery by Fender Katsalidis Architects
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Top 10 5. Contemporary Housing por Colizza Bruni Architecture
6. Wanda Movie Park por Stufish Entertainment Architects
7. PONT 9 by Malka Architecture
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8. DATRI & DASA Homes por Mavarq
9. The Han Show Theatre by Stufish Entertainment Architects
10. Sugamo Shinkin Bank by Emmanuelle Moureaux
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The Water Planet O Aquรกrio Steinhart, em San Francisco, apresenta a diversidade da vida na Terra e os variados habitats que o aquรกrio cria por
Roberto Sanchez Rafael Cordeiro
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Nunca nenhum aquário forneceu uma visão abrangente da relação entre água e vida que faz com que este planeta único. A peça central do Aquário Steinhart é O Planeta Água, uma exposição de 10.000 pés quadrados incorporando novos modos de exposição, design e tecnologia. A exposição centra-se na água e como a vida se adapta a diversas condições de água e estados - extremos de abundância e escassez; quietude e movimento; salinidade e frescura; calor e frio. Ele dá aos visitantes a oportunidade de conhecer e contemplar a relação entre a água e a vida - uma relação que a maioria das pessoas tomam para concedido. O espaço integra animais vivos e multimídia, a fim de trazer fenômenos naturais complexos em pronto alcance de visitantes jovens e famílias.
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O Planeta Água firmemente estabelece novos padrões visuais, conceituais e criativos para o projeto do aquário. Para formar as paredes de fluidos e ilhas interativas com cores chamativas que variam de acordo com os tons frios, Thinc, o designer de exposições para o Aquário como um todo, virou-se para Urban A & O, uma firma de arquitetura premiada e colaboradora freqüente. Urban A & O tem a capacidade única de criar formas extraordinárias usando software de modelagem paramétrica baseada em CATIA, que permite o controle preciso de design e fabricação. Um resultado deste processo são as superfícies ondulantes que vinculam 39 tanques da exposição de organismos com mídia interativa e projeção de vídeo vivo.
Ilha interativa, que estabelece uma forma mais dinâmica de interagir com o seres vivos, mas também com a exposição com um todo
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ESTRUTURA As paredes circundantes, pontuadas Três ilhas, ricas em mídia interativa e exposições de vida, se situam no centro da por aberturas sinuosas que revelam hagaleria. Como as paredes, as ilhas estão bitats que vivem por trás delas, também em forma fluida para acomodar uma visão criam um campo de mídia perfeita com mais perto das exposições, a interação tátil 13 projeções interligados, que transforcom a mídia, a capacidade para os visitan- mam o espaço para exposições, de hora tes sentarem e acesso técnico para a equipe. em hora, em um teatro 360˚ que pode As paredes e as ilhas de exposição do oferecer um programa educacional poPlaneta Água refletem a sensualidade da deroso e divertido. Uma meia dúzia de água através das formas intensificadas que “Estações de Mergulho” proporciona a a Urban A & O foi capaz de criar. Formas oportunidade tátil, hands-on experience, fluídas da ilha são projetados para convi- com amostras reais, como corais secos e dar os visitantes a tocá-las, que por sua vez dentes de tubarão, com mídia interativa acionam janelas de mídia que abrem mui- que contextualizam os objetos e proportas das superfícies e criam fluxos de água e cionam encontros emocionantes com os vapor através delas. organismos como criaturas vivas.
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Joe MacDonald é o principal fundador da Urban A & O em Nova York e serviu como Professor Associado do Departamento de Arquitetura da Universidade de Harvard por dez anos. Ele incorpora, muitas vezes, sua pesquisa acadêmica em prática nas exposições, construções, paisagens e planejamento mestre. Seu trabalho tem sido publicado e exposto amplamente.
Ao lado está o aquário com a parede que da a impressão de ser água. Abaixo, a dinâmica na parede, tranformando o ambiente em um teatro.
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LOTUS BUILDING Cor, luz e design combinando, cria uma atmosfera única no interior e exterior dessa íncrivel construção. E, além de tudo, ela também é sustentavel John Gollings Cláudio Teixeira
por fotos
Localizado no coração de Wujin, na China, o Edifício Lotus e Parque Popular de 3,5 hectares foram concebidos para funcionar como uma âncora cultural e marco cívico - estabelecendo um compromisso simbólico de ambições e aspirações futuras do governo local. O edifício público e o parque incorporam uma variedade única de nós cívicos e espaços públicos. O Lotus Building é um complemento para um edifício subterrâneo municipal já existente situado embaixo de um lago artificial. O edifício abriga partes do departamento de planejamento, como novas salas de exposições, salas de reuniões e centros de conferências.
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Dylan e Dirk se conheceram enquanto trabalhavam estreitamente em conjunto no projeto Federation Square em Melbourne, Austrália, respectivamente, para LAB e Atelier One. Juntos, eles projetaram as fachadas, ambientes e estruturas de vidro do sanguão durante um período de 6 anos. Desde 2003 a parceria arquitetônica desenvolvem e tem mantido uma paixão que funde espírito artístico com conhecimento técnico. Esta fusão resulta em uma fonte rica e entusiasta da inovação para seus clientes e eles mesmos nos diversos setores e projetos que studio505 teve o privilégio de trabalhar.
O PORQUE DA CONSTRUÇÃO A forma física do edifício foi determinada para criar um formulário contínuo com pela necessidade de criar uma estrutura 7 metros de altura com um lustre susque tenha uma presença distinta; uma es- penso no ápice, tornando-se o foco de trutura diferenciada em uma cidade pode atenção, dentro e fora. O projeto foi concebido para minimiser reconhecida como em tantas outras cidades chinesas com rápido desenvolvimen- zar o uso de energia com mais de 2500 to. Este marco tem como objetivo trazer pilhas geotérmicos conduzidas através longevidade e profundidade para a comu- da base do lago artificial, toda a massa nidade; para definir um novo padrão para de água do lago e terra abaixo é utilizada a ambição arquitetônica na área e estimu- para esfriar e aquecer os sistemas de ar lar ainda mais o desenvolvimento urbano. condicionado do edifício. O projeto é de modo misto e também tem ventilação natural e utiliza arrefecimento por SOBRE O EDIFÍCIO Concebido como uma forma escultu- evaporação a partir da superfície do lago ral habitada, surgindo naturalmente para conduzir uma chaminé térmica do lago; o visitante entra por baixo e é dentro do edifício. O projeto do Studio505 cria uma essaudado com uma catedral como a revelação do espaço. Cor, luz e iluminação fera pública vibrante; inédito para um combinando, cria uma atmosfera no sistema de iluminação noturna concebiinterior brilhante e única, não importa do para realizar uma série de mudança o tempo. A transição gradual da cor é de combinações de cores naturais por aplicada ao lado das nervuravs da pé- 20 segundos antes de lentamente fazer tala, criando uma tonalidade profunda a transição para a próxima cena mais apenas na borda da estrutura. Variados de 10 segundos. O Centro de Lotus e acabamentos branco, bege e telha de aço Parque do Povo tornou-se um dos marinoxidável criando um mosaico hexágo- cos mais conhecidos em Wujin com um no para cobrir todas as superfícies exter- contributo sustentado para a vida social nas e internas. Mesclando perfeitamente e cultural da cidade.
Ao lado esquerdo, interior do edifício, com o lustre suspenso no ápice, tornando-se o foco de atenção, dentro e fora 121
O edifício abriga partes do departamento de planejamento, como novas salas de exposições, reuniões e centros de conferências, como na foto acima
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Acima, a foto mostra a estrutura diferenciada do edifício, cor, iluminação e lustre único, são o que marcam a construção em Wujin
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SUSTENTabilidade na cidade Jonas Carvalho Miriam Cristovão
texto ilustração
Hoje falarei um pouco sobre a arquitetura sustentável nas edificações. Hoje os maiores responsáveis por impactos causados à natureza são os edifícios, pois consomem muita energia e produzem mais da metade de todos os gases que vêm modificando o nosso clima. Para pensarmos em um projeto visando a sustentabilidade, devemos considerar todo o ciclo de vida da edificação, incluindo seu uso, manutenção e sua reciclagem e demolição. Se isso é pensado e planejado, as vantagens acontecem naturalmente para o proprietário da edificação e principalmente para o Meio Ambiente. Quem não quer ter uma casa saudável, termicamente confortável e que gaste menos água e energia? Este seria o conjunto ideal para a pessoa que gosta de inovar, alem disso, faz bem para a saúde, para o bolso e para o planeta. Muitos cuidados são tomados pelo arquiteto, como a disposição das janelas, pensando no movimento do sol e na direção do vento. Esses cuidados são responsáveis por uma economia enorme de energia que seria gasta na iluminação e refrigeração desses lugares. Outro item considerado básico é o aproveitamento da água da chuva para jardins, áreas externas e também a ser usada nas descargas sanitárias. Essa economia pode chegar até 30% em relação a outra construção. A arquitetura sustentável também tem plena preocupação com o destino correto dos resíduos gerados na obra. Os entulhos podem ser usados em aterros; na fabricação de tijolos e também varias outras formas de reciclagem. Seguindo todos esses passos automaticamente o imóvel valoriza-se e garante uma vida melhor para todos. O que podemos levar disso tudo é que devemos procurar profissionais que se preocupem com a sustentabilidade, pois ainda essas boas práticas não são obrigatórias em nosso país.
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Agenda A edição 2015 da MostraBlack, irá acontecer no Parque Ibirapuera: Museu da Cidade – OCA, nos dias 29/05 e 14/06. De Segunda a Sexta, das 12h às 22h e fins de semana e feriados das 10h às 22h. Os ingressos desta edição, estarão disponíveis na bilheteria da MostraBlack e pelo site. Os valores são: R$ 100,00 – um dia de MostraBlack e uma edição da Revista MostraBlack Online R$ 250,00 – Todos os dias de MostraBlack, acesso a todas as palestras e uma edição impressa da Revista MostraBlack *Profissionais da área: 50% de desconto sobre o valor do ingresso. O profissional deverá apresentar a carteirinha da ABD, CREA ou I/D D&D. Dos dias 22 de maio a 24 de junho: Mostra Black na Av. Professor Fonseca Rodrigues, 664 – Alto de Pinheiros – SP. www.mostrablack.com.br Entre o período de 26 de Maio a 12 de Julho de 2015 acontecerá a amostra da Casa Cor em São Paulo. A edição de coquetel de Inauguração será no dia 24 de maio de 2015. Com o horário de funcionamento sendo de terça a sábado das 12h às 21:30h e domingo e feriados das 12h às 20h. Localizada no Jockey Club de São Paulo: Av. Lineu de Paula Machado, 875, Cidade Jardim - São Paulo. Ingresso: terça a sexta: R$ 34,00. Fins de semana e feriados: R$ 42,00.Passaporte Único (válido para todos os dias do evento): R$ 90,00. www.casacor.com www.impar.com.br | JUNHO 2015
Em Busca De Arquitetura Sustentável Revan autor: Oscar Corbella Hoje, nas grandes cidades, onde todos moram mal, àmíngua de soluções lógicas, baratas e acessíveis, busca-se insistentemente a diferenciação qualitativa e soluções imaginativas. Corbella se propõe ensinar princípios em prol de uma arquitetura sustentável nas regiões tropicais. editora:
Pequeno Manual Do Projeto Sustentável Gg Br - Gustavo Gili autor: Françoise-Helene Jourda Por meio de 69 perguntas e respostas relacionadas à implantação, ao programa de necessidades e às diferentes fases do projeto arquitetônico, o livro apresenta os aspectos essenciais para que o projeto final responda de forma eficiente aos princípios básicos da sustentabilidade. editora:
A Casa e a Cidade Um documentário em seis episódios, de 30 minutos cada um, são tratados seis temas nevrálgicos que explicam, de forma simples e direta, as implicações da arquitetura nas nossas vidas e as implicações dos nossos valores e comportamentos na arquitetura.
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S達o Paulo - Av. Otto Baumgart, 500 / Lar Center - Tel: 02049-000 / D&D Shopping - Tel: 3043-9391 www.impar.com.br | JUNHO 2015
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Poema VIsual
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