1
2
CENTRO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA centro de tecnologia com ênfase em incubação em hardware, software e design.
Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo | TFG 2018
Aluna | Taís Amador Mascia Orientadora | Vanessa Gomes 3
AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço aos meus pais e família, por terem me apoiado e me guiado durante toda a minha formação. Agradeço à minha orientadora, Prof. Dr. Vanessa Gomes, pela paciência e por me guiar ao longo do desenvolvimento do projeto. Agradeço aos meus amigos e companheiro, que me apoiaram e estiveram sempre comigo ao longo da minha formação e desenvolvimento do trabalho. Agradeço também ao meu chefe, que ao longo do meu estágio, me ajudou a crescer e mostrar diferentes visões da arquitetura. Agradeço à minha orientadora de Iniciação Científica, por me mostrar uma área da arquitetura que me encantou. Agradeço à todos os professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP, pelas opiniões que ajudaram no desenvolvimento deste e de todos os outros trabalhos.
4
A todos que me apoiaram, meu sincero obrigada!
SUMÁRIO
5
6
INTRODUÇÃO 1.1 MOTIVAÇÃO 1.2 JUSTIFICATIVA 1.3 CAMPINAS 1.4 INOVAÇÃO DE IDEIAS E EMPREENDEDORISMO
4.5 MODULAÇÃO DE CADA EMPRESA 4.6 PROGRAMA TOTAL 4.7 FLUXOGRAMA 4.8 MATRIZ DE RELAÇÕES
pg. 11 pg. 12 pg. 13 pg. 15
pg. 71 pg. 73 pg. 76 pg. 80
PROPOSTA
LOCALIZAÇÃO
5.1 RECORTE DO TERRENO pg. 85 5.2 CONDICIONANTES DE PROJETO pg. 88 5.3 ESTUDO PRÉ-LIMINAR pg.90 5.4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS pg. 93
2.1 PASSADO: SOBRE O POLO DE ALTA TECNOLOGIA II E A UNICAMP pg. 21 2.2 PRESENTE: AS POTENCIALIDADES pg. 23 2.3 FUTURO: PROJETO URBANO PARA O PARQUE pg. 26 2.4 TERRENO ESCOLHIDO pg. 33
PROJETO 6.1 PROJETO pg. 101 6.2 DIRETRIZES AMBIENTAIS pg. 117 6.3 SETORIZAÇÃO pg.119 6.4 FLUXOS pg. 121 6.5 MATERIAIS pg. 123 6.6 ESTRUTURA pg. 126 6.7 INTERIORES E MOBILIÁRIO pg. 128
TEMÁTICA 3.1 UNIVERSIDADE pg. 39 3.2 REDE DE INTERNET EVOLUÇÃO DO MUNDO VIRTUAL pg. 41 3.3 ESPAÇOS DE INOVAÇÃO pg. 44 3.4 ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO pg. 47 3.5 O QUE É UMA INCUBADORA pg. 48 3.6 O CONCEITO pg. 51
CONCLUSÃO
7.1 CONCLUSÃO pg. 143
PROGRAMA ARQUITETÔNICO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4.1 INTRODUÇÃO pg. 57 4.2 REFERÊNCIAS PROGRAMÁTICAS pg. 57 4.3 SÍNTESE DAS REFERÊNCIAS PROGRAMÁTICAS pg. 65 4.4 DINÂMICA DE TRABALHO pg. 68
pg. 147
7
8
INTRODUÇÃO
9
IMAGEM 01: UNICAMP e Polo de Alta Tecnologia II. (fonte: LRDrone)
10
1.1 MOTIVAÇÃO
ria nesta área onde a universidade se encontra com a cidade, criando condições simbólicas e ideiais para a implementação de programas que se desenvolvem na ponte entre a universidade e a sociedade, trazendo Quando comecei a pensar no tema do meu Trabalho Final de Gra- para a cidade e para o mundo o seu potencial de desenvolvimento tecduação, no segundo semestre de 2017, eu já estava certa que queria nológico. fazer algo para o desenvolvimento da cidade de Campinas, cidade na Entre esses programas, a instalação de incubadoras, que ajudam qual eu nasci e vivi a maior parte da minha vida. a realizar essa passagem entre a geração de ideias inovadoras do âm Eu morei desde os meus 9 anos em Barão Geraldo, em específico bito universitário e a sua incorporação pela sociedade. Sendo assim, a no bairro Cidade Universitária II, o qual se localiza ao lado da Universi- proposta deste trabalho final de graduação é criar uma incubadora de dade Estadual de Campinas. Sempre soube que Barão Geraldo era um centro de desenvolvimento tecnológico, sendo este um edifício sustengrande polo de desenvolvimento científico e tecnológico, e possuía mui- tável para uma incubadora, o qual será uma ponte entre a universidade tas atividades da UNICAMP e de outras empresas privadas e públicas ao e a sociedade, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e social da cidade de Campinas. redor da mesma.
Ao norte da UNICAMP e da Cidade Universitária II, encontra-se o Parque de Alta Tecnologia de Campinas, que são grandes condomínios de empresas no ramo tecnológico ligados por uma estrada simples com priorização do automóvel e sem calçadas para os pedestres caminharem, podemos ver na imagem 01, parte da UNICAMP, algumas empresas do Polo de Alta Tecnologia e o vazio entre estes. Eu comecei a perceber que a cidade de Campinas, e em específico esta região, possui um grande potencial que ainda está pouco explorado e mal estruturado espacialmente. De acordo com o Novo Plano Diretor de Campinas, esta região é de extrema importância no quesito de ser uma região Estratégica de Desenvolvimento da cidade que deverá ser um exemplo de desenvolvimento sustentável.
Foi então assim que eu decidi a localização do meu projeto, se11
1.2 JUSTIFICATIVA
inovação é um fator importante para o desenvolvimento do país, influenciando inclusive na formulação das políticas públicas.
As empresas são a peça chave para a inovação, pois dependem No Brasil e no mundo, a tecnologia está ficando cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, no trabalho, na escola, no entreteni- dela para a sua sobrevivência e para se adaptarem constantemente às exigências e demandas do mercado, podemos ver isso em Campinas mento, na mobilidade, na construção civil, e em outros ramos. nas empresas tecnológicas que o Parque de Alta Tecnologia II comporta. Usamos o computador para trabalhar e estudar; usamos aplica- Apesar da queda da economia nos últimos anos, houve uma valotivos de transporte privado, tal como o uber; usamos softwares para representações de projetos; e usamos o celular e seus aplicativos para rização ao incentivo para as empresas inovarem, e isto é demonstrado nos comunicarmos com as pessoas instantaneamente, tanto as mais através das novas regulamentações no arcabouço jurídico sobre ciência e tecnologias que foram aprovadas em 2016. Foram criadas estratépróximas como as mais distantes. gias para auxiliar essas empresas no processo de inovação, tais como, Assim como a cidade de Campinas, o Brasil como um todo está fornecer informações de programas de fomento, criando parcerias e passando por um processo de valorização na inserção da inovação tec- orientação sobre a melhor forma de aproveitá-las. nológica nas industrias e empresas, e podemos ver isto na criação de Já em 2014, cria-se a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação diversas políticas públicas, organizações de gestão e na utilização de Industrial (Embrapii), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovaferramentas de base tecnológica no uso do cotidiano da sociedade. ções e Comunicações (MCTIC), a Embrapii é uma Organização Social pelo Conforme descrito na Revista FAPESP nº 266, nos últimos 10 Poder Público Federal, que atua ajudando a cooperação com instituições anos a Confederação Nacional da Indústria (CNI) organizou o fórum Mo- de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, para o melhor bilização Empresarial pela Inovação (MEI), a fim de incentivar a inovação, desenvolvimento da inovação na indústria brasileira. Um dos modelos orientando e coordenando o diálogo governo, setor privado e universi- oferecidos pela Embrapii é o financiamento não reembolsável, ou seja dades. Este fórum conseguiu demonstrar a relevância da inovação para as empresas ganham um parceiro para partilhar o risco da inovação a competitividade no mercado. Por abranger os diversos tipos de em- (MARQUES,2018). presas, nas reuniões sempre estão presentes autoridades de diversas Por meio destas informações, a justificativa de ampliar o meráreas, tais como da Saúde, da Indústria e Comércio, da Ciência, Tecno- logia, Inovações e Comunicações, e até o presidente da República. Esta cado de tecnologia em Campinas, através de um edifício de inovação mobilização simboliza que a diálogo entre o público e privado sobre a tecnológica, é um meio de valorização da cultura de inovação do país. 12
1.3. CAMPINAS A cidade de Campinas, fundada em 14 de julho de 1774 e situada no estado de São Paulo, sedia um dos maiores sistemas de suporte ao desenvolvimento de empresas de base tecnológica da América Latina. Campinas é ainda responsável por 15% da produção de tecnologia do país.1 Isto é possível pela existência de incentivos oriundos das inúmeras pesquisas realizadas nas universidades que são aperfeiçoadas e aplicadas pelas empresas de base tecnológica. A cidade de Campinas ocupa uma área de 797,6 km², dos quais 238,323 km² estão situados dentro do perímetro urbano (fonte: Empraba). Em 2017, foi estimada uma população de 1.182.429 habitantes, e de mais de 3 milhões de habitantes na sua Região Metropolitana, possuindo 20 municípios, e assim, é o terceiro município mais populoso de São Paulo (fonte: IBGE 2017). Juntamente com a Grande São Paulo e a Baixada Santista, Campinas forma o Complexo Metropolitano Expandadido, que contam com 75% da população total do estado de Sâo Paulo. Campinas é a décima cidade mais rica do Brasil, sendo considerada um polo industrial regional e nacional, a indústria e o comércio são as principais fontes de renda desde 1930. A cidade ficou em quinto lugar entre os 100 municípios analisados pelo Índice das Melhores e Maiores Cidades Brasileiras (BCI100), que foi baseado nos dados do Censo 2010 do IBGE e do Ideb.2 IMAGEM 02: Mapa de Localização de Campinas. (fonte: google.com)
13
A dinâmica da cidade se beneficia da presença de importantes insti- qual deverá promover um ambiente de alta qualidade urbanística e ambientuições de ensino e pesquisa, dentre estas, a Universidade Estadual de Cam- tal, graças a sua disponibilidade de áreas verdes e espaços livres, e da mescla pinas, a Pontifícia Universidade Católica de Campinas, e inúmeras instituições dos usos. de pesquisa e desenvolvimento. Campinas possui um espaço metropolitano com uma estrutura produtiva diversificada, contando com mais de 50 mil empresas instaladas¹, o que faz com que a região possua um dos maiores parques industriais do país e da América Latina. Um Parque Tecnológico tem a função de contribuir para o desenvolvimento econômico e de inovação através do oferecimento de uma base para que empresas e instituições centradas no conhecimento consigam crescer. Essa base de incentivo são as incubadoras, que consistem em ambientes tecnológicos que oferecem suporte físico e técnico para que pessoas com formações distintas possam iniciar e desenvolver novas ideias, construindo pontes de relações entre indústria, governo e academia. Devido a esse contexto, pode-se concluir que a cidade de Campinas possui um enorme potencial para os projetos de base tecnológica, o
NOTAS: 1) Retirado de Correio Popular, matéria data de junho de 2015 <http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/06/ capa/campinas_e_rmc/278156-campinas-e-apontada-como-maior-polo-de-tecnologia-da-al.html>. Acesso em 19 maio de 2018. Referente à matéria da Revista Focus, editora britânica Data Center Dynamics, realizada em junho de 2015.2 2) Retirado do Correio Popular <http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/10/capa/campinas_e_rmc/217682-campinas-e-a-5-melhor-do-pais-para-viver.html.> acessado em maio de 2018.
14
1.4 INOVAÇÃO DE IDEIAS E EMPREENDEDORISMO
que está entre ou intermediário.” (HISRICH, 1986, p.96). O empreendedorismo pode ser definido como a criação de algo novo a partir da identificação de uma oportunidade ou problema e a dedicação e a persistência para resolvê-lo e alcançar os objetivos pretendidos. “Os empreendedores inovam. A inovação é o instrumento específico do empreA tecnologia está se desenvolvendo mais a cada dia graças à criativiendedor” (DRUCKER, 1987, p. 39). O mercado está cada vez mais competitivo, e pessoas com perfil empreendedor apresentam um diferencial que pode fazer com que haja uma mudança e um desenvolvimento melhor na economia, inclusive é um fenômeno global, pois as relações e crescimento se tornam internacionais.
dade das pessoas, sem este fator, não iríamos pensar em ideias novas. A criatividade e a inovação de ideias são conceitos que andam juntos. Uma ideia criativa não necessariamente é uma invenção que começou do zero, pode ser também uma melhoria de algo que já existe de modo a torná-lo mais eficiente para o seu uso no mundo contemporâneo. A ambição de criar ideias inovadoras nasce da necessidade de resolver algum problema, que depende de um determinado escopo e das alternativas que estão disponíveis para que aquele projeto possa ser realizado. Em outras palavras: criar uma técnica, um método de pesquisa, descobrir alguma propriedade de um material, descobrir a reação de duas substâncias, criar o design de um objeto, dentre outros, pode ser entendido como empreendedorismo. Segundo Hisrich, “A palavra empreendedor origina-se da palavra
O mercado possui uma urgência em se adaptar constantemente às novas exigências dos consumidores e da economia, sendo assim, a inovação é um ponto fundamental para se desenvolver o empreendedorismo. O empreendedor, além de inovar, busca se adaptar às necessidades do mercado e gerar lucro a partir do seu produto. No final do século XX, ocorrem mudanças no conceito de empreendedor,se antes os empreendedores eram pessoas que realizavam grandes projetos para o seu país, financiados pelo governo, agora associa-se o espírito empreendedor a uma pessoa inovadora com desejo de obtenção de lucro pessoal, a partir dos riscos que serão tomados e que ao final os lucros gerados serão conquistados.
Ainda no início dos anos 90, graças a uma abertura maior da economia do país, começou a ser relevante o surgimento das pequenas empreentrepreneur que é francesa, literalmente traduzida, significa Aquele sas no Brasil, porém, faltava ainda um apoio de conhecimento tanto técnico 15
quanto de suporte, que dificultavam o crescimento eficiente destas peque- Hoje em dia, tem se falado muito sobre startups, estas têm mudado o nas empresas. Entidades como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Mi- mercado nos últimos anos, graças as suas inovações que começam a alterar cro e Pequenas Empresas), Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de o cotidiano das pessoas. Software) e outras diversas incubadoras foram criadas. Uma Startup pode ser definida como um modelo de negócio inova Visto que tinha essa demanda, houve o surgimento de institui- dor, é uma empresa composta por empreendedores, de caráter repetível, esções e programas de apoio e orientação para que estes novos empre- calável e que possui um cenário de incertezas. De acordo com Gitahy 3(2016) endedores conseguissem criar os seus conceitos, gerenciamento e ma- startups envolvem vários conceitos: nutenção dos negócios. – Um cenário de incerteza significa Os autores Albert Shapero, Karl Vesper e Robert C. Ronstadt elaque não há como afirmar se aquela ideia e projeto boraram uma sequência de conceitos que definem o modo de se orgade empresa irão realmente dar certo – ou ao menizar e de se comportar, na ordem são: nos se provarem sustentáveis. 1) Tomar iniciativa;
– O modelo de negócios é como a startup gera valor – ou seja, como transforma seu trabalho em dinheiro. Por exemplo, um dos
2) Organizar e reorganizar mecanismos sociais e econômicos a fim de transformar recursos e situações para proveito prático;
modelos de negócios do Google é cobrar por cada click nos anúncios mostrados nos resulta dos de busca – e esse modelo também é usado pelo Buscapé.com. Um outro exemplo seria o modelo de negócio de franquias: você paga royalties por uma marca, mas em acesso a uma receita de sucesso com suporte do franqueador – e por isso aumenta suas chances de gerar lucro.
3) Aceitar o risco ou o fracasso. (SHAPERO, 1975, p. 187.) Transformar uma ideia simples e mal estruturada em algo eficiente é a meta de um empreendedor, pois a sua criatividade e incentivo fazem com que persista em inovar, criando uma solução para um problema. “A inovação sistemática, portanto, consiste na busca deliberada e organizada de mudanças, e na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica ou social.” (DRUKER, 1987, p. 45).
– Ser repetível significa ser capaz de
3) Yuri Gitahy é investidor-anjo, conselheiro de empresas de tecnologia e fundador da Aceleradora, que apoia startups com gestão e capital semente).
16
entregar o mesmo produto novamente em escala potencialmente ilimitado, sem muitas customizações ou adaptações para cada cliente. Isso pode ser feito tanto ao vender a mesma unidade do produto várias vezes, ou tendo-os sempre disponíveis independente da demanda. Uma analogia simples para isso seria o modelo de venda de filmes: não é possível vender a mesmo unidade de DVD várias vezes, pois é preciso fabricar um diferente a cada cópia vendida. Por outro lado, é possível ser repetível com o modelo pay-per-view – o mesmo filme é distribuído a qualquer um que queira pagar por ele sem que isso impacte na disponibilidade do produto ou no aumento significativo do custo por cópia vendida. – Ser escalável é a chave de uma startup: significa crescer cada vez mais, sem que isso influencie no modelo de negócios. Crescer em receita, mas com custos crescendo bem mais lentamente. Isso fará com que a margem seja cada vez maior, acumulando lucros e gerando cada vez mais riqueza.
O modelo de negócios não foca necessariamente no produto, mas sim no valor da ideia e, consequentemente, na rentabilidade. Em outras palavras, como o seu negócio soluciona o problema de um cliente de forma lucrativa. O produto ou a ideia precisa ser repetível e escalável, tem que alcançar um grande número de clientes para que possa ser lucrativo, sendo assim, traz inúmeras incertezas que devem ser resolvidas ao longo do desenvolvimento da Startup. Essas Startups geram ideias que mudam nosso cotidiano e a estrutura das relações humanas. São exemplos disto o Netflix, startup que fez com que não se existissem mais as locadoras físicas, já que pagando uma mensalidade você consegue ter acesso pela internet a inúmeras séries e filmes. Outro exemplo de startup de grande sucesso mundial é o Uber, aplicativo de transporte privado pelo qual você chama um carro através de seu celular, o que gerou diversos conflitos com a estrutura existente de táxi que se sentiu ameaçada pela nova concorrência e o novo modo de se chamar um carro, que antes era pelo telefone ou pelos pontos fixos de táxi.
(GITAHY, 2013, matéria retirada d revista Exame <https://exame.abril.com.br/pme/o- A Google é uma startup poderosa no mundo atual, ela é a fer-que-e-uma-startup/ > acessa do em 10 maio de ramenta fundamental para pesquisarmos quase todas as informações 2018.) que precisamos, dispensando as antigas enciclopédias, catálogos, livros de culinária, jornais e revistas que eram guardadas em casa para pes17
quisar as informações. Existem inúmeras Startups, em todos os setores, que mudaram o nosso cotidiano e estas Startups surgiram da inspiração de construir algo novo ou melhorar algo existente, através da inovação e da ousadia de arriscar-se em criar algo novo. As startups conseguem se desenvolver em incubadoras, onde ficam os seus primeiros anos de existência da empresa, até que consigam concretizar suas ideias e transformá-las em mercadoria rentável. Foi realizado uma pesquisa pelo site da Incamp, que é a incubadora da UNICAMP para reconhecer quais eram as áreas das Startups que mais se graduavam. As empresas incubadas em maior quantidade se referem à área de consultoria, engenharias e tecnologia da informação, estas são as áreas com maior demanda. Podemos ver no gráfico 01 que consultoria é a área com maior demanda, a Incamp formou até o momento 194 startups nesta área, já na área de engenharia foram formadas 124 startups, na área de tecnologia da informação ficou em segundo lugar formando 178 empresas e telecomunicações ficou com 30 startups formadas.
GRÁFICO 1: Tabela de comparação entre startups formadas pela Incamp.
As 4 áreas descritas acima, se somadas chegam à 51 % das empresas formadas pela Incamp, enquanto as áreas restantes, que chegam a ser 9 áreas distintas, se somadas chegam à 49% das empresas incubadas pela UNICAMP. Pode-se perceber que a incubadora recebe áreas diversas, porém que a maior demanda se refere à áreas de exatas e de inovação tecnológica,
GRÁFICO 2: Tabela de comparação entre startups formadas pela Incamp.
18
LOCALIZAÇÃO
19
IMAGEM 03: UNICAMP vista noturna. (fonte: LRDrone)
20
2.1. PASSADO:
SOBRE A UNICAMP E O POLO DE ALTA TECNOLOGIA II A Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), situada em Campinas no estado de São Paulo, é uma das maiores e mais qualificadas do Brasil e possui ainda um destaque global, principalmente no setor tecnológico. A UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) foi fundada no final de 1966 por Zeferino Vaz, o seu idealizador, e mesmo sendo uma instituição jovem, ela já conquistou forte tradição no ensino e nas pesquisas, e hoje é considerada uma das melhores universidades da América Latina. A instalação da Unicamp em Campinas foi possível, pois detinha 40% da capacidade industrial do País e 24% de sua população economicamente ativa. Seu campus principal se localiza a 12 km do centro de Campinas, no distrito de Barão Geraldo.
Diferentemente da maioria das instituições brasileiras, a UNICAMP foi criada a partir de um conceito de centralidade urbanística que se expande em vários anéis. No centro, encontra-se o Ciclo Básico, responsável pelas matérias primordiais e em comum das diversas formações, e a medida em que se afasta do centro, as áreas de saber vão ficando mais específicas. No primeiro anel, logo após o Ciclo Básico, encontram-se os institutos de biologia, química, física, matemática, filosofia, ciências humanas, estudos da linguagem, artes, biblioteca e restaurante universitário. Já no segundo anel, encontram-se os institutos de geociências, economia, educação, engenharia mecânica, engenharia de alimentos, educação física e computação. Já nos outros anéis, mais distantes, estão a faculdade de engenharia civil, arquitetura e urbanismo, engenharia agrícola, engenharia química, engenharia elétrica, engenharia da computação, e mais distante ainda, o centro de saúde, com a faculdade de ciências médicas, enfermagem, fonoaudiologia, e as demais áreas relacionadas. Pode-se ver esse desenho urbano na imagem 03, foto feita com drone no período noturno.
Ao redor da UNICAMP, encontra-se o Parque Tecnológico de Campinas, referência nacional e internacional no ramo de desenvolvimento A UNICAMP segue na liderança entre as universidades brasileiras no e pesquisa em tecnologia, a imagem 04 delimita a área que pertence ao quesito de patentes e aos números de pesquisas realizadas.4 A UNICAMP tem parque. três Campi - em Campinas, Piracicaba e Limeira. Possui um complexo de saúde de referência nacional, 23 núcleos e centros interdisciplinares, dois colé O Parque de Tecnologia foi idealizado na década de 1970, por Rogios técnicos e unidades de apoio, resultando em cerca de 50 mil pessoas gério Cezar de Cerqueira Leite, professor do Instituto de Física da UNIque desenvolvem diversos projetos de pesquisas. CAMP iniciou um projeto de criação de um Parque Tecnológico. A ideia surgiu com base no Parque Tecnológico da Universidade de Stanford na Califórnia, que era uma área destinada a empresas de desenvolvimento 4) Informações retiradas no site da unicamp <http://www.unicamp.br/unicamp/node/64> acesso em 10 de maio tecnológico localizada na região da universidade, e que essa proximidade 2018.
21
de com a academia criasse uma ligação entre a pesquisa e a produção. Foi então em 1981 que o Poder Público iniciou o planejamento de uma região situada ao norte da cidade de Campinas, que seria destinada à instalação de indústrias de alta tecnologia. Para que essa iniciativa tivesse uma gestão para se desenvolver, foi criado, o CIATEC - Comissão de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia. Já em 1991, esta comissão passou a ser de economia mista após ser realizada uma parceria com a Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - com a FUNCAMP e a Prefeitura Municipal de Campinas, e seu nome mudou para Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas, A região delimitada para o Parque Tecnológico de Campinas - CIATEC II possui aproximadamente 8.000.000 m² e se situa no entroncamento de duas rodovias importantes regionais: a Rodovia Dom Pedro I e a Rodovia Governador Dr. Adhemar Pereira de Barros (SP- 340, Campinas/Mogi-Mirim). É uma região estratégica pela sua localização de acesso, e possui também grande potencial ambiental e paisagístico a ser explorado como parte de seu projeto urbano.
A área se localiza na Macrozona Macro Metropolitana de Campinas, que abrange região situada integralmente no perímetro urbano, impactada por estruturas viárias, equipamentos e atividades econômicas de abrangência regional, nacional e internacional, sofrendo influência direta e indireta pela proximidade dessas estruturas no território, que alteram dinâmicas socioeconômicas, culturais e ambientais. 22
2.2 PRESENTE: AS POTENCIALIDADES
Atualmente, a região do Polo de Alta Tecnologia II de Campinas possui muitas áreas ociosas e de uso rural, e são poucas as áreas que possuem empresas de base tecnológica instaladas, como pode-ser ver na imagem 05 ao lado, a presença de uma grande gleba com vegetação rasteiras e algumas massas arbóreas, e na imagem 06, a relação entre as áreas verdes/ ociosas e as áreas ocupadas pelas indústrais. O Polo de Alta Tecnologia II possui as seguintes empresas tecnológicas: IMAGEM 04: Mapa do CIATEC II. (fonte: google.com)
IMAGEM 05: GLEBA. (fotogradia de autoria própria).
• CTC Santander Campinas • CNPEM- CNPEM - National Center for Research in Energy and Materials • LNLS - Laboratório Nacional de Luz Síncrotron • LNBio - National Laboratory of Biosciences • CTBE - Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol • SIRIUS • Cargill Agrícula SA • Venturus - Innovation & Technology • CI&T @ GlobalTech • Padtec • Matera • Trópico Sistemas e Telecomunicações da Amazônia • BrPhotonics S/A • Sensedia • CPqD 23
SANTANDER
SANTANDER CIDADE UNIVERSITÁRIA 2
CIDADE UNIVERSITÁRIA 2
CNPEM
CI&T, MATERA, CPQD...
UNICAMP
CNPEM
UNICAMP
PUCCAMP
PUCCAMP
0
0
500
500
IMAGEM 06: USO ATUAL DO SOLO. (fonte: LERNER., 2009)
IMAGEM 07: DIRETRIZ VIÁRIA. (fonte: LERNER., 2009)
LEGENDA
LEGENDA
Área RuralRurual ouou Ociosa Área Rurual Área Ociosa ou Ociosa
CI&T, MATERA, CPQD...
Área Ocupada Área Ocupada
Via Arterial
Via Arterial
Área Ocupada
24
Via Arterial
Via Coletora
Possui ainda um clube voltado às pessoas que trabalham no parque, o Telecamp, e ainda algumas propriedades privadas, tais como a Fazenda Anhumas, Fazenda Argentina, Fazenda Pau D’Alho e Sítio Martinho. Do ponto de vista urbanístico, o parque não possui ligação física direta com as universidades, há apenas uma estrada que liga o parque entre o bairro Cidade Universitária II e a Rodovia Mogi-Campinas. Como pode-ser ver na imagem 07, o novo plano diretor de Campinas propõe algumas diretrizes viárias para fazer a ligação entre o parque tecnológico e as universidades. Com relação às condicionantes ambientais da gleba, há uma atenção nas APPs, áreas de matas, área de brejo, córrego e as massas arbóreas existentes. Com as diretrizes de preservação do patrimônio ambiental, este apresenta-se como uma forte potencialidade do ponto de vista ambiental, com a criação de um parque linear que integre toda a área. No coração da gleba, encontra-se a área de brejo, com potencialidade de criar um lago e ao seu entorno um parque de grande importância para o parque. 0
500
IMAGEM 08: CONDICIONANTES AMBIENTAIS. (fonte: LERNER., 2009) LEGENDA
A área ainda não possui uma estrutura urbana completa, está à espera de uma grande intervenção.
Limite do parque CIATEC II Linha de alta tensão Curva de nível Córrego Mata
O novo Plano Diretor de Campinas prioriza a área do CIATEC II e a UNICAMP como sendo um Polo Estratégico de Desenvolvimento da cidade de Campinas.
APP
25
D) Melhoria da infraestrutura viária existente do parque; E) Organização do uso e da ocupação - consolidação e expansão do Parque Incorporando o uso misto; F) Baixa e média densidade, áreas livres de lazer.
2.3 FUTURO:
PROJETO URBANO PARA O PARQUE
Como a região do projeto da incubadora não possui ainda uma infraestrutura urbana, foram analisados dois projetos urbanísticos realizados para a gleba em questão.
DIRETRIZES ESPECÍFICAS A) Deixar 50 m das margens da inundação, para o parque linear; B) Valorizar as Áreas de Preservação Permanente; C) Preservar as matas; D) Preservar as sedes das fazendas.
O primeiro Projeto Urbano analisado foi o realizado em 2005 pela PRATEC, escritório de urbanismo situado na própria cidade de Campinas, ver imagem 09,10 e 11. O projeto tinha como início separar o uso do solo em duas grandes porções: a primeira porção se trata das edificações públicas, os empreendimentos e atividades de base tecnológica, edificações de pré-incubação, incubação, sede da entidade gestora do empreendimento, as instalações de comércio e serviços do Parque; a segunda porção se refere aos edifícios privados, sendo este a área de Empreendimentos Imobiliários Associados, usos mistos (comércio e serviços de âmbito local, além dos usos habitacionais). A seguir,são citadas as diretrizes: DIRETRIZES GERAIS A) Articulação do planejamento do parque com a cidade; B) Valorização e preservação dos recursos naturais; C) Organização de um sistema viário que promova melhor acessibilidade, em especial entre as universidades;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS A) Definir padrão de urbanização - estimular à implantação de empresas e atividades da base tecnológica; B) Mudança do zoneamento; C) Estratégias - o núcleo central dará suporte ao funcionamento do parque; Interação entre as universidades e PD. O núcleo central possui paisagem privilegiada, pois fica junto ao parque; Conexão direta com a UNICAMP, pois possui fácil acesso pelas vias. Possui física em relação ao parque como um todo.5 5) Projeto Plano de Investimentos do Parque Científico e Tecnológico de Campinas, Convivência FINEP nº 01.04.0002.00. Plano Urbanístico Básico - PUB, PRATEC, 2005.
26
IMAGEM 09: Alternativa 01. (fonte: PRATEC, 2005.)
Legenda ZAT - Já Consolidada ZAT - Nova Núcleo Central ZRH - Zona Residencial Horizontal ZRV - Zona Residencial Vertical Área para Equipamentos Públicos Comunitários Z-18 BG ZIN - Zona Institucional Área em Processo de Tombamento
IMAGEM 10 Alternativa 02. (fonte: PRATEC, 2005.)
IMAGEM 11: Alternativa 03. (fonte: PRATEC, 2005.)
Dentro deste projeto, foram realizados 3 propostas a partir das diretrizes e objetivos apontados. A mudança que foi proposta dentre estas 3 alternativas, foi a variação do posicionamento deste núcleo central. Na primeira alternativa, ver imagem 09, o núcleo central se localiza na região central ao lado das empresas de tecnologias consolidadas e ao lado de um potencial paisagístico. Já na segunda alternativa, ver imagem 10, o núcleo se encontra ainda na região central do parque, porém ao lado do parque e da área de brejo, mais próximo à UNICAMP. Por fim na alternativa terceira, ver imagem 11, foi proposto na região norte próximo também a empresas tecnológicas consolidadas. 27
Feita a análise do projeto da PRATEC, pode-se concluir que é interessante a ideia do núcleo central como sendo uma sede gestora do Parque, porém, a setorização dos usos ao longo da gleba não é muito interessante devido à falta de interatividade do Parque com o restante da cidade, contrubuindo para um Parque que abrange atividades de ramo e porte parecidos, e assim, o dinamismo e a diversidade seriam comprometidos. O segundo projeto urbanístico analisado foi o do escritório em Curitiba do Jaime Lerner realizado em 2009.
No empreendimento, garante-se uma proporção de 60% das áreas úteis para os usos tecnológicos (industrial) e 40% aos demais usos (habitacional, comercial, serviços e institucionais). O projeto se apoia em três princípios básicos: O primeiro item é a Diversidade, que é a mescla de usos e atividades, de faixas de renda, de composição familiar, de tipologias edificadas no desenho de novos assentamentos urbanos – no caso, a multiplicidade de agentes e interesses convivendo de forma positiva com o Centro Tecnológico; O segundo item é a Sustentabilidade, sendo a relação entre as áreas a serem ocupadas e o patrimônio natural existente, como o Parque Linear do Anhumas, valorização do verde, transporte público eficiente, rede de ciclovias, utilização de padrões das edificações com certificação ‘green building’, uso racional das águas e gestão adequada dos efluentes.
Este projeto queria trazer ao Brasil as experiências internacionais de Parques da nova geração (Digital Media City, Seul; Parque Tecnológico de Adelaide, Austrália; Centennial Campus, Carolina do Norte), que são espaços que vão além da inovação e desenvolvimento tecnológico e científico. O desafio é criar um ambiente urbano onde se possa trabalhar, morar, estudar, divertir, encontrar, com qualidade de vida, que se resumem a conceitos urbanísticos contemporâneos de densidade, mobilidade, economia de energia e integração. 6 O terceiro item refere-se à Identidade, isto é, a associação física e simbólica do Parque com o restante da cidade, a criação de um projeto O programa da gleba para o Parque de Alta Tecnologia de Cam- referencial que possui marcos urbanísticos que criam um caráter único pinas contempla, além dos equipamentos industriais, ensino e pesquisa, para a área. trazem referências de centralidade, propostas de transporte coletivo, zonas residenciais diversificadas, usos múltiplos de comércio, serviços, O Eixo Tecnológico, tem como objetivo promover a ligação das hotelaria, convenções e eventos cultural, esportivo e de lazer. Resumin- indústrias com o restante da cidade, que se expande no sentido Suldo, uma tendência a se utilizar cada vez mais os usos mistos. -Norte, será a entrada da Unicamp e PUC. Ao longo do eixo é previsto a verticalização, com ocupação mista, tais como empresas de tecnologia, habitação, comércio e serviços (ver imagem 12). São as Vias Estruturais 6) Prefeitura Municipal de Campinas. SEMURB\ SEPLAMA. Documento de Apoio ao Grupo Gestor. Parque II do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas - CIATEC. Janeiro, 2009. Jaime Lerner. Sul e Norte que compõem esse eixo. 28
Legenda Industrial Outros Usos (Residencial, Comérico e Serviços, Misto) Outros Usos - Eixo de Verticalização Institucional Mata APP Limite CIATEC II
De importância paisagística ambiental, o Parque Linear do Anhumas será um importante marco que percorerá na extensão Sul-Norte, constituindo o grande eixo ambiental do parque, além de outros corredores ambientais de outros cursos d’água secundários (ver imagem 12). Atende às diretrizes viárias municipais, promove a mobilidade interna e externa, e cria ligações entre a rodovia D. Pedro I, a rodovia SP340 (rodovia Campinas-Mogi-Mirim) e o eixo urbano de Barão Geraldo. As diretrizes viárias abrangem duas principais: a via estrutural norte-sul e a via estrutural leste-oeste, como pode-se ver na imagem 13. A Via Estrutural Sul, que liga a região da Unicamp e PUC ao coração do Parque, é uma via de três faixas de rolagem em cada sentido e passeios com 6 metros de cada lado. (ver imagem 14).
IMAGEM 12: Proposta. (fonte: LERNDER, 2009.)
A Via Estrutural Norte, que liga o coração do Parque com as empresas consolidadas ao norte do Parque (Santander), possui o canteiro central com 10 metros, três faixas de rolagem em cada sentido e passeios com 6 metros de cada lado. (ver imagem 14). 29
IMAGEM 14 Proposta Viรกria. (fonte: LERNDER, 2009.) Legenda Via Estrutural - Sul Via Estrutural - Norte Via Perimetral Via Distribuidora Via Coletora IMAGEM13 Proposta Viรกria. (fonte: LERNDER, 2009.)
Limite CIATEC II
30
A Via Perimetral, com canteiro central de 6 metros, possui três faixas de rolagem em cada sentido e passeios com 6m cada em ambos os lados. (ver imagem 14). A Via Distribuidora possui canteiro central com 3m, duas faixas de rolagem em cada sentido e passeios com 4m cada em ambos os lados.(ver imagem 14). A Via Coletora possui uma faixa de rolagem em cada sentido e passeios com 4m cada em ambos os lados.(ver imagem 14). Além das vias, as redes de Ciclovias também serão elementos importantes da estrutura de mobilidade do Parque, interligando moradia, trabalho, lazer, unindo todas as partes, promovendo o incentivo ao uso deste modal. Analisado o projeto urbanístico de Jaime Lerner, foi possível concluir que a mescla de usos ao longo da gleba, pode porporcionar um uso mais intenso do Parque pelos seus usuários, possibilitando o maior uso das redes de CIclovias. A opção por dispor eixos viários, com maior estrutura de mobilidade urbano e atrelar a eles o uso misto, proporciona uma hierarquia viária com uso mais intenso. Por fim, a junção deste uso misto ao longo da gleba, com esses eixos viários importantes intercalando as massas de usos de empresas tecnológicas, com os usos mistos dos eixos, poderá criar uma dinâmica de maior interatividade das pessoas ao longo da gleba, proporcionando segurança e relações de diversidade. 31
IMAGEM 15: Terreno. (fonte: LERNDER, 2009.)
32
2.4. TERRENO ESCOLHIDO
ba que possui já o uso destinado para a indústria de desenvolvimento tecnológico; por fim, foi traçado o raio de 2,0 kilômetros, que tem uma caminhada de 20 minutos (distância máxima considerada facilmente Feita a análise dos dois projetos urbanos, foi escolhido o do Jaime caminhável), porém este raio abrangeu as vias de uso misto, ou seja, a Lerner, devido a sua mistura de usos ao longo da gleba, o que traz uma seárea destinada a outros usos e não para a indústria. gurança à área. Os usos mistos se encontram ao longo dos eixos, criando pontos de encontros entre os quarteirões, com verticalização, enquanto as Pretende-se utilizar um terreno com proximidade com o tecido áreas destinadas ao uso industrial permanecem na horizontalidade dos emurbano existente e uma proximidade andável de até 20 minutos com preendimentos existentes do parque. a centralidade da UNICAMP. Além da distância, pretende-se utilizar um lote que possua acesso direto à UNICAMP, como podemos ver traçado A área escolhida, em específico, possui uma centralidade em relação na figura XX, a via de acesso ao lote liga-se diretamente à UNICAMP. à gleba, possui um potencial visual paisagístico, por se encontrar ao lado de uma área de preservação ambiental; possui fácil acesso à UNICAMP e empre USO E LEGISLAÇÃO VIGENTE sas consolidadas do Parque Tecnológico, pois está em proximidade com o tecido urbano. Como descrito no item de distância, o uso industrial é inserido no terceiro raio. Foram levados em consideração 4 itens para a escolha do terreno: distância, uso, legislação vigente e verde urbano. DISTÂNCIA Para definir a área foi traçado quatro raios andáveis a partir do centro do ciclo básico, que foi definido como sendo a centralidade da UNICAMP. Na figura 16, observa-se que o primeiro raio possui 0,5 kilômetro que equivale a uma caminhada de aproximadamente 5 minutos; o segundo raio é de 1 kilômetro, que equivale à uma caminhada de 10 minutos; os dois primeiros raios abrangem a área da UNICAMP, sendo assim apenas a partir disto que os raios começam a abranger a região de projeto dentro da gleba. O terceiro raio é de 1,5 kilômetros, com uma
A gleba se situa na Macrozona 8 (Z18 BG CIATEC), que abrange o CIATEC. Segundo o Plano Diretor, a área é destinada basicamente ao uso industrial, porém há alguns usos de comércio, serviço e habitação. No caso dos terrenos de até 20.000,00 m², o uso pode ser exclusivamente industrial. Para o uso industrial de pequeno e médio porte, a área mínima deve ser de 2.500 m², com recuo de frente das edificações maior ou igual a 15,00, o afastamento lateral das edificações deve ser maior ou igual a 3,00 m, o afastamento de fundo das edificações maior ou igual a 10,00 m e a taxa de ocupação menor ou igual a 0,7.
caminhada de 15 minutos aproxidamente, e abrange uma borda da gle33
VERDE URBANO
A escolha por um terreno ao lado de uma área de preservação ambiental se deu pela teoria de biofilia, amor (philia) à natureza (bio) no ambiente de trabalho. Pesquisas em psicologia ambiental confirmam que quando a pessoa tem contato com elementos da natureza isto ajuda a reduzir o stress e a ter sensação de bem estar. “ Biophilic design is a response to the human need to connect with ture and works to re-establish this contact in the built environment. Ultimately, biophilic design is the theory, science and practise of creating buildings inspired by nature, with the aim to continue the individual’s connection with nature in the environments in which we live and work every day.” “ Design Biofílico é um responsável para a necessidade humana de se conectar com a natureza e trabalhos para re estabelecer esse contato no edifício. Ultimamente, o design biofílico é a teoria, ciência e prática de criar edifícios inspirados na natureza, com o foco de continuar a conexão do indivíduo com a natureza nos ambientes que vivemos e trabalhamos todos os dias” (Kellert, Heerwagen, Mador, 2011).
ração são: contato visual para o exterior, de preferência uma vista para um jardim, um parque urbano e vegetação em geral; iluminação natural, que traz benefícios à saúde reduzindo o absenteísmo; plantas e água, paredes verdes, jardins, lagos e fontes no ambiente de trabalho aumentam a produtividade e fazem com que as pessoas se sintam mais relaxadas; além das cores que impactam na criatividade. Concluindo, os benefícios para o edifício são o aumento da produtividade, melhoria da imagem da empresa, e bem estar entre as pessoas. Por fim, foi escolhido o terreno dentro do terceiro raio de distanciamento da centralidade da UNICAMP, na via de acesso direto à UNICAMP, com as áreas para indústrias de pequeno e médio porte, de acordo com a legislação, e por fim com proximidade a um patromônio ambiental, que é o verde urbano do parque linear, como destacado no imagem 15.
Esta pesquisa confirma que o contato com a natureza no ambiente de trabalho influencia na melhoria da produtividade, criatividade e motivação das pessoas. Alguns elementos arquitetônicos que são levados em conside34
0 2, 1,5
1,0 5 0,
km
km
km
ligação d
ireta
IMAGEM 16: Raios . (fonte: LERNDER, 2009.)
35
km
36
TEMÁTICA
37
IMAGEM 17: Ciclio Bรกsico da UNICAMP visto de cima. (fonte: LRDrone.)
38
3.1 A UNIVERSIDADE Educação e inovação são a base da Economia e da Sociedade do Conhecimento, são o ponto chave para o desenvolvimento do país, isso é possível ser visto através dos países mais desenvolvidos no mundo, que são aqueles que investem constantemente na educação e inovação. Sendo assim, a universidade é um ambiente de extrema importância para a sociedade, que é definida por instituições de ensino e pesquisa , destinadas a promover a formação profissional e científica pessoal e a realizar pesquisas teóricas e práticas nas diversas áreas de conhecimento, O conhecimento é amplo e diversificado, e os usuários ficam livres para desenvolver trabalhos com mais liberdade e desenvolver conceitos e ideias novas sobre temas importantes na sociedade, diferentemente do que geralmente acontece em empregos formais. Cursar uma universidade permite mais possibilidades de carreiras no mercado de trabalho e permite uma visão mais ampla do mundo, graças ao enriquecimento cultural deste universo, que a pessoa levará por toda a sua vida. Uma universidade, diferentemente dos ensino fundamental e médio, possui pessoas oriundas de outras cidades, estados e até países o que impacta em ideias, costumes, culturas diversas que se encontram e que ampliam as visões de mundo, criando um ambiente propício para a criatividade. Desse modo, a universidade é a porta para as inovações, podendo contribuir para o desenvolvimento social, através de projetos aplicados aos 39
problemas existentes em seu entorno. A universidade auxília na criação de uma rede de colaborações e relacionamentos entre pessoas, assim como a internet cria relações com pessoas distantes e contribui para uma colaboração constante na inovação.
40
3.2 REDE DE INTERNET:
verno e instituições de pesquisa para a disseminação do uso de equipamentos conectados à internet. Os setores com prioridade para investiEVOLUÇÃO DO MUNDO VIRTUAL mento são: o agronegócio, saúde, as cidades inteligentes e a indústria. Com a evolução e a acessibilidade da internet e algoritmos, vários seEstes setores já possuem uma base para utilizar a internet e tecnologia e possui oportunidades para desenvolver inovações. A maior parte da população brasileira vive em zonas urbanas e algumas iniciativas de cidades inteligentes podem facilitar a dinâmica da cidade, melhorando a qualidade de vida. Nos últimos anos, graças ao barateamento de tecnologias e à expansão da conectividade, foi possível colocar em prática a ideia de conectar objetos à internet.
tores da economia estão cada vez mais se moldando a esse perfil. É uma nova alternativa para que possamos aumentar a produtividade da economia e trazer maior qualidade de vida para as pessoas. De acordo com o artigo publicado na revista FAPESP (MARQUES, 2018, p. 18-27), foi feito um plano de ação por um consórcio de instituições sob encomenda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), sobre o potencial de utilizar a internet como base para a economia em alguns setores, chamada `”Internet das Coisas (IoT): Um plano de ação para o Brasil’’.
Segundo dados da consultoria Gartner, hoje no mundo estão 8,4 bilhões de objetos conectados à internet, tais como os celulares, smart TVs, computadores, carros, entre outros objetos. Vinícius Oliveira, da Fundação CPqD, aponta que a Internet das Coisas tende a possuir um perfil mais democrático, como disse,
São estratégias e políticas públicas que envolvem empresas, go41
“ A IoT é a terceira onda da internet. A primeira foi o advento da internet comercial e a segunda o da internet móvel. Ambas foram bastante homogêneas e deram origem a gigantes de tecnologia como a Dell, a Qualcomm ou o Facebook. Já a Internet das Coisas cria um cenário heterogêneo e muito mais democrático. Uma solução para rastrear uma frota de caminhões é
diferente de uma solução de iluminação pública inteligente e isso cria um ambiente repleto de oportunidades para as empresas. É possível haver 10 empresas brasileiras de médio porte trabalhando com IoT em iluminação pública, cada um com sua solução.“ (OLIVEIRA, 2018, pág. 19)
perfil de comportamento das pessoas no ambiente de trabalho, no ambiente de ensino e também na vida pessoal. A conectividade e o acesso às diversas informações instantâneas faz com que as pessoas realizem multitarefas e criem conexões mais facilmente com outras áreas além da sua própria. Possibilita ampla cooperação entre empresas, universidades e agências financiadoras e entre grupos de pessoas com formações distintas, de modo que cada uma possa contribuir em uma parte do processo do trabalho, resultando assim, em um projeto eficiente e É nesse ambiente que as pequenas empresas de base tecnológi- competitivo. cas começam a encontrar meios de explorar o mercado, trazendo ideias inovadoras em todos os setores e utilizando-se da internet para fazer Ainda de acordo com o artigo, é proposto um centro de compeas ligações das ideias com o cliente final, alguns desses exemplos são tência, um local para se desenvolver tecnologia, a formação de redes as startups que utilizam aplicativos para serviços de saúde, delivery, de inovação resultantes em ambientes com acesso à rede virtual que rastreamento de veículos, automatização, entre outros. possa reunir grupos de pesquisas espalhados pelo mundo. Para todos os setores possam aproveitar a internet, é preciso que haja incentivos do estado, para que essa rede seja melhor distribuída na extensão territorial do país, como diz Ailtom Nascimento, vice-presidente da Stefanini, multinacional brasileira de serviços de TI: “É possível celebrar parcerias entre empresas, mas os investimentos que à infraestrutura de serviços públicos, da mobilidade urbana ou da oferta de área rural, vão necessitar de incentivo (NASCIMENTO, 2018)
“As redes de inovação serão orientadas pela demanda de soluções de grandes problemas e os centros de competência tecnológicos irão apoiar e fortalecer as cadeias produtivas”, considera Maximiliano Martinhão, secretário de Política de Informática do MCTIC (MARQUES, 2018).
governo e se referem no campo O desenvolvimento tecnológico está mudando cada dia mais o internet na nosso mundo. As máquinas estão sendo usadas para realizar o trabalho do Estado”. das pessoas.
O computador é uma das máquinas mais avançadas e importanA nova dinâmica da utilização da internet no cotidiano mudou o tes hoje em dia, por ser multi tarefa e eficiente. O computador é usado em diversas áreas, tais como no ensino, entretenimento e, trabalho. 42
versas fontes, comunicações com pessoas distantes de diversas áreas, Na medicina, os computadores são usados para fazer os diag- que juntos, depois de processar e desenvolver o conceito, conseguem nósticos e ajudam na prevenção de doenças graves. No ramo de cons- chegar a uma ideia inovadora. trução, realizam cálculos de forma avançada que seriam muito difíceis ou até mesmo impossíveis de serem realizados à mão. Na manufatura, Diferentemente de antigamente, que as soluções eram experio computador ajuda na fabricação de produtos. No ensino, os professo- mentais, por tentativa e erro, hoje em dia, o mundo virtual consegue res e alunos utilizam para pesquisa e para resolver problemas comple- criar uma simulação de soluções de problemas, evitando-se ao máximo xos em intervalos de tempo menores, que poderiam levar horas ou até os erros e falhas das ideias. Essas simulações virtuais são factíveis grameses. No entretenimento, é usado para jogos, ver filmes e séries, ou ças ao uso dos softwares, os algoritmos que foram pensados anterioraté mesmo fazer pesquisas de interesses pessoais. mente. O computador passa a ser uma ferramenta importante, pois ele economiza tempo na realização de diversas tarefas, fazendo com que sobre tempo para investir em outras tarefas e contribuir para o crescimento de uma empresa ou pessoal O computador passa a ser uma fonte de emprego para muitas pessoas, criando novos empregos e novas faculdades dedicadas somente à área de tecnologia da computação.
Sendo assim, o modo de trabalho, ensino, pesquisa e criação de ideias, deve-se inserir-se neste contexto, se enquadrando no contexto das redes de internet, que representam uma rede de colaboração entre diversas pessoas, a fim de criar algo melhor e inovar.
Pode-se concluir que o significado de uma rede de internet, que criou essa nova dinâmica de inovação, é um fator importante que deve Graças a esse avanço, nossas vidas se tornaram cômodas em di- ser levado em consideração na arquitetura dos edifícios destinados às versos aspectos, podemos nos comunicar facilmente com pessoas que atividades tecnológicas de inovação. estão distantes, podemos trabalhar em casa, podemos pagar as contas pelo computador e fazer compras on-line sem sair de casa. Imagina o que faríamos hoje sem o computador presente no nosso cotidiano? Como visto acima, as novas formas de trabalho dos empreendedores se baseia na dinâmica de uma rede de internet, onde o usuário consegue inúmeras informações instantâneas de diversas áreas e de di-
43
3.3 ESPAÇOS DE INOVAÇÃ0
imaterial se refere à mentalidade individual, cultura da inovação e a organização.
ENTRE O USUÁRIO E A INOVAÇÃO
De acordo com a tese lida de Jennie Andersson Schaeffer, o universo da indústria criativa possui vários universos a serem explorados, tais como as organizações, pessoas envolvidas em melhorar constantemente e a inovação radical (Imai, 1986). Um bom projeto de arquitetura para um espaço de inovação deve levar em consideração esses universos e gerir essa empresa, criando ambientes que suportem os diversos tipos de inovação (TURNER, SWART, MAYLOR, 2013). IMAGEM 18: Pesquisa prévia em espaços para inovação. (J. Schaeffer.)
O objetivo da pesquisa de Schaeffer é analisar a relação dos usuários com os espaços de trabalho e a cultura de inovação. Os pensamentos, os fatores sociais e artefatos influenciam na experiência e entendimento do que é importante e relevante no espaço de trabalho, sendo assim, os usuários foram convidados a descrever estes indicativos como sendo um apoio ou um empecilho à inovação. Os espaços para inovação são importantes para apoiar a capacidade criativa e criar condições para a inovação.
Faryard e Weeks (2011) apresentaram três fatores para design de espaço de trabalho para apoiarem a inovação, são estes, privacidade, proximidade e permissão. Estes fatores se referem aos espaços em comum que as pessoas transitam e permanecem durante a sua rotina, e estes espaços precisam ter um certo nível de privacidade, para que as pessoas se sintam confiáveis e tenham abertura para falar sem serem interrompidas. Por exemplo, um nicho é um espaço que permite privacidade em espaços abertos, é um “pedaço” do espaço que se mantém fechado. Os espaços precisam encorajar e permitir o diálogo informal, e O gráfico abaixo (IMAGEM 18), desenvolvido na pesquisa, mostra para isto, os mobiliários podem criar experiências confortáveis e contria relação entre inovação e espaço físico. O espaço para inovação é o buir para as comunicações. Os espaços têm que permitir a colaboração nível macro (A), o nível micro, focando nos outros espaços, tais como e a privacidade das pessoas. as áreas em comum no edifício (D), o espaço imaterial (B) e o foco no espaço físico entre o nível micro e o nível macro (C). A pesquisa foi realizada em diversas empresas de inovação. O
O espaço físico se refere ao edifício como um todo e o espaço
método usado foi o Photo Elicitation Interview (Entrevista de Foto-Elicitação), que é fotografar e descrever com palavras as experiências es-
44
As salas de criação dos projetos são descritas como lugar de paciais no cotidiano, focando nos aspectos do ambiente que criam apoio “personalidade”, “customização”, “flexibilidade”, “familiar” e “comunie empecilho nas atividades de inovação. dade”. O lado negativo era quando a sala era compartilhada por muitas As características citadas como qualitativas (apoio) para o es- pessoas, pois isto tornava o ambiente sem personalidade. paço de trabalho são “limpeza”,“ ordem”, “redução de resíduos” e “ergonomia”. Os usuários valorizam o ambiente limpo e organizado, pois auxilia na qualidade no processo técnico e de inovação. Outras características citadas como qualitativas foram “novo pensamento”, “criar novo”, “futuro” associadas com ambientes físicos “arejados”, “leves”, “limpos”, “ordem” e “boa aparência”. Já os aspectos dentro do ambiente que foram associados como empecilhos à inovação foram descritos com as palavras “desorganizado”, “desperdício” e “sujeira”. Os espaços de trabalho que trazem novas tecnologias, foram classificados como “novo”, “técnicas surpreendentes”, “segurança”, “sem limite”, “fascinante”, “futuro” e “possibilidade de ganhar muito dinheiro”. Os espaços abertos que possibilitam as reuniões informais, tais como a cafeteria, a cozinha, a sala de descompressão, uma mesa de picnic, uma mesa aberta, lounges, e entre outros, são fundamentais para apoiar a inovação. O espaço do café é descrito como um espaço chave para a criatividade, pois é um ponto de encontro informal. Estes espaços informais são descritos como “barulhento”, “animado”,
IMAGEM 19: Espaços para explorar inovação. (J. Schaeffer e S. Andersson)
A imagem 19, mostra 6 categorias de espaço para explorar a criatividade (SEI), baseado nos motivos que indicam a inovação, a partir da pesquisa realizada por Schaeffer . As categorias são: espaço secreto, espaço da zona cinza, espaço temporário, espaço de acesso, espaço camaleão e espaço satélite. “barulhento”, “perfumado”, “convidativo”, “comunal”, “união”, “compar- Undercover Space (Espaço Secreto) : É a cafeteria, um espaço tilhamento”, “divertido”, “relaxante”, “esportivo” e “caseiro”. que pertence a todos, pois é uma necessidade em comum para todos os universos, permitindo a comunicação informal. É um ambiente para 45
relaxar, para refletir sobre o trabalho, ter uma conversa. A pausa para o café é uma parte importante da organização, sendo um espaço para criar confiança, abrir possibilidade de discussão e cooperação entre as pessoas. Grey Zone Space (Espaço da Zona Cinza) : Cria um balanço entre o estável e controlável e o que é improvisado e não seguro. Este espaço pode trazer autonomia. É um espaço que fica entre limites e as experiências na organização e a representação física. Temporary Space (Espaço Temporário) : Um espaço que pode ser configurado facilmente. Onde há mobiliários, por exemplo, cadeiras e mesas que podem ser configurados em uma sala de encontro. Faz parte do trabalho no dia-a-dia e a alternância de rotinas e usos do espaço.
plorar a cultura de inovação. Se trata do transporte entre dois espaços, entre a casa e o trabalho, podendo trazer novas ideias e comunicações não planejadas. A experiência vem do espaço em movimento. Como conclusão da tese de Schaeffer, foi possível entender que uma cultura que explora a criatividade traz ações e pensamentos que vão além da rotina, é trazendo a inclusão de diferentes espaços de inovação no cotidiano da empresa que se criam apoios instigando a inovação. Os resultados das entrevistas mostram que as relações entre os espaços e as experiências dos indivíduos podem comprometer positivamente ou negativamente para a inovação.
Accessing Space (Espaço de Acesso) : São os espaços relacionados com o externo, os corredores externos, a recepção e tudo que tem ligação direta com o externo. Estes espaços são importantes para possibilitar relacionamentos com pessoas externas à empresa. Chameleon Space (Espaço Camaleão) : Este espaço se refere à produção noturna, possui um caráter inconstante. Por exemplo, quando fica noite o espaço pode ser usado diferentemente, se tornando um lugar para pensamentos livres, reflexão, contribuindo para uma rotina noturna (fora do período de trabalho) diferentemente da rotina durante o dia. Satellite Space (Espaço Satélite) : Este espaço se mantém fora das premissas da indústria, permitindo novas possibilidades para ex46
ter um estado de equilíbrio sustentado.” Silvio Crestana Pesquisador da Embrapa Instrumentação Presidente da Embrapa no período 2005-2009 (Livro: Ecossistema de Inovação)
3.4 ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO Conforme a Revista FAPESP nº 266, em 2015 a MEI criou um programa chamado Imersão em Ecossistemas de Inovação, é uma ideia transformadora, que tem como objetivo levar empresários para centros de pesquisas inovadoras e parques tecnológicos de referência na sua área, tanto no exterior quanto no Brasil, por isso o nome, pois as pessoas entram nesses universos de inovação e ajudam a ter novos insights de como trabalhar a inovação. O conceito de ecossistema de inovação vem da comparação com o conceito de ecossistema no sentido biológico.
Enquanto em um ecossistema no sentido biológico, os organismos vivos interagem com os outros componentes vivos, químicos e físicos, através das transferências de energia, em um ecossistema de inovação, as pessoas interagem através da dinâmica de energia, com entidades, pessoas de formações distintas, recursos materiais e o capital. Resumindo, um ecossistema de inovação é uma rede de interação entre diversidade, a fim de manter uma sobrevivência e desenvolvimento maior.
“ Nesse sentido, um ecossistema pode ser definido como um conjunto formado pelas interações entre componentes bióticos, como os organismos vivos – plantas, animais e micróbios –, e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos - como o ar, a água, o solo e minerais. Esses componentes interagem através das transferências de energia dos organismos vivos entre si e das transferências de energia entre eles e os demais elementos de seu ambiente. Em resumo, um ecossistema biológico é um conjunto complexo de relacionamentos entre recursos vivos, hábitats e habitantes de uma área cuja funcionalidade é man47
3.5 O QUE É UMA INCUBADORA
lística, financeira e jurídica, além de serviços em comum com outras empresas, tais como acesso à internet, áreas em comum e salas para diversos tipos de atividades. As incubadoras podem receber empresas de diversos ramos de pesquisa e desenvolvimento, no projeto em questão, design, hardware e principalmente software, são os ramos que estão em potencial, pois são as maiores demandas, geralmente as equipes possuem integrante destes ramos e possuem também necessidades programáticas similares. Para ser uma empresa que seja incubada por uma incubadora, deve-se primeiramente pensar em um esboço de um projeto de base tecnológica, definir uma equipe inicial, para que então os profissionais da incubadora possam avaliar o projeto e então divulgarem o resultado de aprovação.
O termo incubadora é usado em referência ao aparato hospitalar, que oferece o suporte necessário ao recém-nascido, para que este tenha ajuda nas primeiras semanas de vida quando possui algum problema ou fragilidade. Em outras palavras, uma incubadora, é uma empresa que tem como finalidade a criação e desenvolvimento de pequenas empresas nas suas primeiras etapas de vida.
O processo de incubação pode ser dividido em duas etapas importantes:7 A) Pré-Incubação: com duração de até 1 ano, esta é a etapa em que a incubadora fornecerá uma base fundamental para que as ideias, produtos e tecnologias possam ser amadurecidos, além de fornecer atividades a parte para que os empreendedores possam ampliação a sua visão em relação ao projeto submetido;
Na caso de uma incubadora universitária no ramo tecnológico, B) Incubação: com duração de até 3 anos, esta é a etapa que o ela abriga empresas com ideias inovadoras que geralmente são frutos de pesquisas científicos e tecnológicas que nasceram dentro do am- projeto é desenvolvido, a incubadora faz a ponte entre a empresa e o cliente. biente universitário. Estas fornecem um ambiente instigante para que as empresas possam se desenvolver, fornecendo assessorias empresarial, contabi- 7) Retirado no site da incubadora da unicamp <https://www.incamp.unicamp.br/incubacao/> acessado em março de 2018.
48
C) Pós-Incubação: Após a incubação, o cliente e o produto já estão definidos e já possui escalabilidade, a empresa incubada se gradua e pode manter ou não relações com a incubadora. As incubadoras são as pontes de ligação entre o mundo das ideias (universidade) e o mundo da prática (sociedade). Nos próximos itens são justificados esta ponte de ligação e a contextualização do mundo atual e como a partir deste contexto, é fundamentado o papel da incubadora na sociedade.
49
IMAGEM 20: DIagrama de peças e Caminho da Inovação,
50
1
Placa de Rede: é o componente que faz a interface entre o computador e o cabo de rede; na incubadora é a conexão com o mundo externo, onde haverá as atividades abertas ao público, tais como workshops e palestras;
2
Placa Mãe: é uma placa de circuito eletrônico que é responsável pela comunicação de todos os componentes dentro do computador, como se fosse uma grande base que interliga as peças; na incubadora é o ambiente privado total de trabalho da incubadora, é a base onde haverá os módulos dos processadores e a conexão com as outras peças para que os trabalhos possam ser desenvolvidos;
3
Processador: é uma peça eletrônica que está conectado à placa mãe, tem a função de interpretar e executar os dados enviados pelos programas para gerenciar os demais componentes; na incubadora este representa o módulo de cada empresa, onde a equipe faz o processamento do trabalho;
4
O hardware presente dentro da torre é composto principalmente pelas seguintes peças: processador, cooler, placa mãe, memória RAM, hard drive, placa de rede, placa de vídeo e placa de áudio.
Memória RAM: é um componente que armazena as instruções dos programas, os programas são lidos e gravados; na incubadora são as salas de reunião, ambientes mais privativos, onde serão feitas as decisões e planejamento dos próximos passos das equipes, a partir de instruções fornecidas pela incubadora (o programa);
O diagrama traçado na figura 20, demonstra como as partes do hardware se associam com as partes físicas que são oferecidas pela incubadora :
5
Cooler: é o refrigerador, evita possíveis queimas no processador, pois o processador executa muitas ações ao mesmo tempo e pode se sobreaquecer; na incubadora, são as áreas
3.6 O CONCEITO Analisado sobre a importância da inovação no desenvolvimento da sociedade, sobre a rede de internet como sendo colaboração entre pessoas, sobre a influência dos espaços nas atividades de inovação, sobre a importância das incubadoras neste cenário atual e ainda sobre as relações internas que criam um ecossistema inovador, foi traçado o conceito para o projeto arquitetônico de uma incubadora no ramo da inovação tecnológica. O conceito do projeto arquitetônico da incubadora vem da criação de um apoio para acompanhar o caminho de inovação da empresa incubada. Esse apoio e esse caminho guiado se desdobra a partir da forma que um computador funciona e a sua relação com as conexões externas. Esta máquina é composta por hardware, que são todos os componentes da sua estrutura física, e composto também por software, que é a parte lógica que contém as instruções para que a máquina possa trabalhar o conjunto de programas, instruções e regras informáticas.
51
sociais de encontros, o café, a sala de descompressão, os jardins, enfim são os lugares que os processadores (pessoas das empresas) possam relaxar e esfriar as cabeças por um período de tempo;
6
incubação são todos os apoios que a incubadora pode oferecer para o melhor desempenho de projetos das empresas ao longo do seu desenvolvimento, são estas, a segurança das ideias, atividades externas, e todos os apoios que podem ser aproveitadas para o aprimoramento das ideias, tais como os workshops e palestras, representa a fase de incubação;
Hard Drive: peça que tem a função de armazenar todos os programas e dados; na incubadora são as salas que serão armazenados os servidores, os laboratórios de prototipagem e representa o ambiente de finalização dos projetos;
C
O software é a parte lógica da incubadora, que guia o caminho de inovação através das etapas de incubação, que se utilizam das partes físicas para se desenvolverem. O software que é presente dentro do computador é composto por três partes:
A
B
Essencial: são os programas essenciais para o funcionamento de um computador, ou seja, sem estes o computador não funciona. É o software essencial para que um computador possa ser usado, que é o Sistema Operacional e Drivers de Dispositivos ( vídeo, áudio, rede, impressão); na incubação representa a fase de Pré-Incubação, onde a empresa terá a sua base fundamental para que possa ser desenvolvida ao longo do seu processo de incubação;
Aplicativo: são os softwares que interagem diretamente com o produto final do usuário, podendo executar várias tarefas diversas. São estes os programas Office (Word, Power Point, Excel), navegadores de internet, jogos, Photoshop, Autocad, entre outros programas; na incubação representa a etapa final do processo de incubação, onde a empresa terá relação direta com o usuário final e consequentemente poderá demonstrar o seu trabalho ao mundo externo.
Associadas e incorporadas as definições de cada parte da função de um computador, para que a incubadora possa ser desenvolvida, foi possível chegar ao diagrama de caminho de inovação, demonstrado na imagem 20.
Dentro do software, existem os algoritmos, que são sistemas lógicos que sustentam os programas de computador. Os algoritmos esUtilitários: são os softwares que fazem a assistência e a ma- tão em toda parte, como exemplo, os robôs, uma simples pesquisa no nutenção do computador, não são considerados essenciais Google, aplicativos de celular. São objetos intangíveis. para o funcionamento, porém são úteis e colaboram para um melhor desempenho da máquina, tais como os compactado- Um algoritmo é uma sequência lógica de passos para solucionar res de arquivos, o antivírus e diagnóstico de disco rígido; na um problema, e é escrito em linguagem de programação de computa52
dor (PIERRO, 2018, p.18-19).
O caminho das ideias no espaço é iniciado na placa de rede, transportado para dentro da placa mãe, onde há o processamento das ideias, O primeiro passo para se fazer um algoritmo é a identificação do apoio da memória RAM, do hard drive e do cooler. Por fim, quando as problema, o segundo passo é a organização da solução, que é a sequên- ideias estão processadas, estas podem ser transportadas novamente à cia de etapas para resolver o problema, e o terceiro e último passo é a placa de rede, onde serão divulgadas e utilizadas pelas pessoas extertradução e desenvolvimento, que é convertida na linguagem de progra- nas à incubação, representando assim, a sociedade (ver imagem20). mação Concluindo, o conceito do projeto arquitetônico é utilizar-se da Os cientistas da computação são os que constroem os algorit- dinâmica de um computador e a sua relação com as redes de internet. mos e fazem a ponte com profissionais de outras áreas. Para solucionar A flexibilidade no espaço é garantida assim como em um computador, os problemas, os cientistas da computação são orientados por profis- que é montado e remodulado de acordo com a sua necessidade de desionais da área da solução do problema, como por exemplo, médicos, sempenho. O caminho e ciclo das ideias desenvolvem e percorrem ao economistas, engenheiros, entre outros. Já os programadores, desen- longo dos espaços, garantindo as interações entre as pessoas internas volvem os códigos responsáveis por pedaços específicos de um algorit- da incubadora e as pessoas externas à incubadora. O projeto pretende mo (PIERRO, 2018, p.18-19). fazer a união do conceito de software com o conceito de hardware, e resultar desta união a inovação de ideias. Tomando como partida os conceitos analisados, o conceito do projeto arquitetônico de um centro de inovação tecnológica é a utilização da combinação das definições de o que é o hardware, o software de um computador e a partir disto como é feito o caminho da inovação. Hardware é a estrutura física da incubadora, que assim como em um computador, é flexível e pode ser montada e expansível de acordo com a sua necessidade. Software é a estrutura lógica da incubadora, e sendo software as instruções para que uma empresa (máquina) possa trabalhar dentro da incubadora, este são as pessoas compartilhando as informações. IMAGEM 21: DIagrama H+S.
53
54
PROGRAMA ARQUITETÃ&#x201D;NICO
55
IMAGEM 22: Espa;os de encontro do SAP (fonte: archdaily).
56
4.1. INTRODUÇÃO O programa de necessidades do centro de inovação tecnológica consiste em abranger as áreas de desenvolvimento de ideias, as áreas de apoio ao edifício, as áreas de interações sociais e as áreas de eventos abertas ao público. Por se tratar de uma incubadora, precisa-se de controle rígido de circulação entre as áreas, principalmente entre a área privativa e a área onde acontece os eventos, pois em se tratando de espaços que possuem informações valiosas de inovações, deve-se utilizar a arquitetura como forma de proteção das ideias. Foram analisados alguns projetos de centros de tecnologias e empresas de inovação, dentre os analisados estão: o SAP de São Leopoldo, Newell Brands Design Center de Michigan, escritório da Google em Madrid, 30 The BOND na Austrália e o Ifood de Campinas.
4.2 REFERÊNCIAS PROGRAMÁTICAS 57
1) SAP Unisinos, São Leopoldo, RS, Brasil.
O SAP é um edifício construído em 2009, pelos arquitetos Eduardo de Almeida, Shundi Iwamizu Arquitetos Associados, nos padrões da certificação Leed Gold de sustentabilidade, é localizado dentro do campus da Unisinos. O SAP é um centro de referência de revolução tecnológica, é uma empresa de Tecnologia da Informação que se encontra no ramo de softwares aplicativos empresariais. A sua área total construída é de 17.639,00 m². O conceito do projeto é a integração harmônica à escala do Campus da UNISINUS, utilizando-se de soluções ambientais, técnicas e espaciais, tais como: espaços de trabalho confortáveis e estimulantes; utilização de sistemas racionais e econômicos; volumetria de natureza tecnológica; organização funcional linear do espaço; programa em 3 pavimentos; horizontalidade (ver imagem 23, 24 e 27); iluminação e ventilação natural; orientação Norte-Sul. Este projeto, apesar de ser um edifício para uma empresa, diferentemente da incubadora, que é um edifício para várias pequenas empresas, traz soluções espaciais simples que interligam todas as atividades da empresa de tecnologia. Assim como o terreno escolhido para a incubadora, o SAP também se localiza ao lado do Campus universitário da Unisinus, e se preocupa em criar esta ligação com o seu entorno.
IMAGEM 23: Fachada SAP. (fonte: archdaily)
A parte térrea, como podemos ver na imagem 25, se desdobra a parte semi-privada, onde há as atividades para pessoas externas, tais como as salas para workshop e o auditório; enquanto isso, o primeiro e segundo pavimento do edifício se desdobra a parte privada, da criação de ideias, que acontece em um espaço de Open Space Working, com apoios de salas de reunões,
IMAGEM 24: Interior SAP. (fonte: archdaily)
58
IMAGEM 25: Pavimento Térreo/ Acesso. (fonte: archdaily)
IMAGEM 26: Segundo Pavimento. (fonte: archdaily)
espaços para encontros informais, e toda a área de apoio.
O prédio traz aspectos de eficiência energética, utilizando-se da ilu-
minação e ventilação natural. Como podemos visualizar na imagem 26, há uma quebra na continuidade do edifício com a inserção de um pátio central, ao qual auxilia na manutenção da ventilação e permite uma iluminação natural indireta. Todas as fachadas são protegidas com brises de acordo com a sua orientação solar, permitindo ainda os usuários de interagirem visualmente com o entorno. Foi analisado todos esses aspectos desta referência programática, com a intenção de compor o projeto arquitetônico da incubadora utilizando-se destas áreas descritas acima. IMAGEM 27: Esquema de Iluminação e Ventilação.(fonte: archdaily)
59
2) Newell Brands Design Center, Kalamazoo, Michigan.8
O edifício se localiza em uma área de pesquisa no campus de Western
Michigan University e foi projetado para comportar equipes de designers que desenvolvem produtos de todos os tamanhos. O espaço é destinado para várias atividades de inovação que acontecem ao mesmo tempo, com os espaços para empresas novas e empresas que já estão entrando no mercado. A ideia de estar próximo à faculdade tem como objetivo criar um espaço propício de inspiração ao trabalho, através do open space working e de todas as restantes salas de apoios. A paleta de cores é neutra e traz materiais naturais, como o chão de concreto e a madeira. (ver imagem 27). IMAGEM 27: Interior do Newell Brands Design Center. (fonte: archdaily)
O edifício apesar de possuir uma metragem menor que a incubadora, possui diversos ambientes interessantes. Assim como o SAP, o ambiente de trabalho principal é o Open Space Working, amplo e com alguns espaços pequenos de conversas informais. De apoio, o ambiente traz as salas de reunião denominadas immersion room, traz salas de workshops flexíveis, e salas de prototipagem. (ver imagem 29) A circulação é linear e possui algumas sepações de ambientes bem sutis, tais como delimitar o espaço de trabalho com vasos altos de plantas, trazendo um pouco de vegetação ao ambiente construído. (ver imagem 29).
IMAGEM 28: Interior do Newell Brands Design Center. (fonte: archdaily)
O ambiente possui diversos espaços para reuniões informais, em lo-
8) Retirado do site do escritório de arquitetura Parkins+Will <https://perkinswill.com/work/newell-brands-design-center> acessado em março de 2018
60
cais mais reservados, que não são necessariamente fechados com quatro partes do programa arquitetônico descrito pelo projeto analisado, principalparedes, como podemos ver na imagem 30, um espaço pequeno com sofá, mente o Open Workshop, poltronas, mesas pequenas e uma lousa de vidro na parede, proporcionam um espaço confortável para conversas e reuniões. O edifício do Newell Brands Design Center possui duas grandes salas de workshops para atender aos usuários, estas salas possuem um mobiliário que pode ser facilmente mudado, assim, se adaptando às necessidades de dinâmica do workshop.
Pretende-se usar essas relações criadas pelos ambientes, e utilizar
IMAGEM 29: Planta do Newell Brands Design Center. (fonte: archdaily) IMAGEM 30: Espaços pequenps para reuniões informais.
61
3) Google Madrid9
A sede do escritório da google de Madrid se situa em dois pavi-
mentos dentro de uma torre corporativa. Foi projetado pelo escritório Jump Studios em 2013.
IMAGEM 31 Interior da Google Madri. (fonte: archdaily)
O projeto do ambiente de trabalho surge a partir dos conceitos de funcionalidade e de flexibilidade, criando um espaço único e acolhedor mantendo o caráter local. Estes conceitos fizeram com que houvesse um aumento na produtividade e na satisfação de todos os que trabalhavam na sede da google em Madrid. A área total construída é de 1.900 (950 cada pav)m².
9) Retirado do archdaily: <https://www.archdaily.com/452366/google-madrid-hq-jump-studios> acesso em março de 2018.
IMAGEM 32: Interior da Google Madri. (fonte: archdaily)
IMAGEM 33: Planta da Google Madri. (fonte: archdaily)
62
A planta se desdobra a partir do uso do ambiente de trabalho Open Space Working circundando as fachadas, como podemos ver na planta na imagem 33. Ao longo do ambiente de trabalho, há espaços pequenos para encontros informais, criando nichos, ver imagem 31 e 32. Na imagem 36, podemos ver o andar inferior aos dois andares da sede da Google em Madrid, a recepção, um auditório, uma cantina e uma zona multiusos, com uma cozinha equipada. O uso de arcos em madeira como elemento central, marcando a circulação, foi escolhido para se fazer uma referência às características arquitetônicas tradicionais espanholas, criando este ambiente descontraído e sofisticado (ver imagem 34 e 35). A escolha deste projeto como referência trouxe alguns conceitos parecidos com o SAP e o Newell Brands Design Center, e por se tratar de um escritório da Google, pode-se notar que há uma maior ousadia nas formas e cores, que remete muito esse caráter inovador e criativo da Google.
IMAGEM 35: Perspectiva dos arcos amadeirados da Google Madri. (fonte: archdaily)
IMAGEM 34: Perspectiva do andar superior da Google Madri. (fonte: archdaily)
IMAGEM 36: Perspectiva do andar inferior da Google Madri. (fonte: archdaily)
63
4) 30 The BOND
O edifício 30 The Bond localiza-se na região metropolitana de Sydney, é um projeto comercial projetado e construído pelo escritório de Bovis Lease com associação com o escritório PTW arquitetos. 10
IMAGEM 37: Átrio do 30 The Bond. (fonte: dynamic architecture).
Foi o primeiro prédio a possuir a certificação DEUS (SEDA) 5 estrelas na Austrália. O seu grande diferencial foi a escolha de utilizar um sistema de resfriamento mais sustentável, em relação ao sistema convencional de ar condicionado. Este se trata de um grande átrio que sobe até o final de todos os pavimentos do edifício e permite a ventilação e iluminação natural controlados, como podemos ver na imagem 37. A área total construída é de 19.000 m². A planta do edifício é linear, e possui a sua fachada virada para o átrio, conectando todos os pavimentos do prédio, como podemos ver na imagem 39. O edifício analisado possui um programa diferente dos outros projetos analisados, porém este edificio possui um diferencial no desdobramento do seu átrio aberto, o elemento principal arquitetônico e bioclimático do prédio, trazendo uma área de estar e trabalho para os funcionários. Pretende-se utilizar esta área de estar como referência para criar uma grande área de lazer e contatio visual com o prédio no projeto arquitetônico da incubadora.
IMAGEM 38: Planta do 30 The Bond. (fonte: dynamic architecture).
10) Retirado do site: <https://dynamic.architecture.com.au/gallery/cgi-bin/awardssearch?option=showaward&entryno=20052019> acessado em abril de 2018.
64
4.3 SÍNTESE
DAS REFERÊNCIAS PROGRAMÁTICAS
Depois de analisado as referências programáticas uma a uma, foi realizada uma síntese em forma de tabela, para comparar as áreas de cada parte do edifício, servindo como base para a criação do pragrama arquitetônico da incubadora. Na síntese das referências programáticas, foram indentificados o nome da empresa, a cidade, o tipo de atividade do edifício, a área total contruída, a área destinada ao trabalho, a área das salas de reunião, as áreas de apoio e as áreas destinadas para palestras e workshops. A partir destas áreas, que o programa final da incubadora foi desenvolvido. Dentro os 4 projetos, o SAP foi o que trouxe mais base para calcular as áreas, pois se trata de um grande edificio em um terreno similar ao escolhido para o projeto, porém os outros trouxeram também uma base de áreas e disposições espaciais que auxiliaram a composição final do programa arquitetônico.
65
IMAGEM 40: Síntese das Referências Programáticas.
66
IMAGEM 41 Síntese das Referências Programáticas.
67
4.4 DINÂMICA DE TRABALHO EM ESPAÇOS DE CRIAÇÃO
Foi realizada uma visita à sede do Ifood em Campinas numa terça-feira, dia que geralmente a empresa reúne pessoas da área de tecnologia da informação para dar palestras, ou até mesmo apresentações informais sobre temas relacionados à área, e oferecem um coffee break na área do bar no início e no final do evento para que as pessoas possam conversar em um ambiente informal, ver imagem 42 e 43, referente às áreas da parte semi-privada da empresa. IMAGEM 42: Espaço de descompressão, parte semi-privada. (foto de autoria).
Neste dia, tive a oportunidade de perguntar para as pessoas que trabalhavam na empresa como era a dinâmica de trabalho delas, e a partir desta conversa foi possível traçar um diagrama sobre o tema adaptando ao projeto de uma incubadora. O Ifood é a maior foodtech da América Latina, é de origem brasileira e está há 7 anos no mercado, hoje está presente também no México, na Colômbia e na Argentina. A iniciativa é reunir soluções de gestão de restaurantes e inteligência de negócios, fazendo a comunicação do fornecedor com o usuário final através de um aplicativo de smartphone, em outras palavras, utiliza-se de softwares para facilitar o contato entre o fornecedor e o consumidor. IMAGEM 43: Átrio, parte semi-privada. (foto de autoria).
68
O setor de desenvolvimento tecnológico da empresa Ifood se encontro na sede em São Paulo e em Campinas. A dinâmica de trabalho da empresa em questão, e também de outras empresas no ramo, começa quando os desenvolvedores de software chegam no trabalho com os seus laptops e escolhem uma mesa das disponíveis, de preferência junto à sua equipe de trabalho, para que possam iniciar as atividades ao longo do dia. Ao se sentarem junto à equipe, fazem uma pequena reunião sobre as tarefas que têm que desenvolver ao longo do dia e, depois disso, cada membro da equipe pode permanecer na mesma mesa ou pode transitar ao longo do prédio em outros ambientes. Um desenvolvedor pode sair do ambiente de trabalho e ir para os espaços de descanso quantas vezes quiser, podem também levar o seu computador na área de descompressão e bar e trabalhar por lá também. As pessoas são livres para transitarem no edifício nos ambientes, são livres para definirem os seus momentos de pausa, são livres para encontrarem outras pessoas e conversar informalmente nos diversos ambientes que integram o edifício, e é dessa flexibilidade e desse fluxo que podem nascer grandes ideias de inovação. Adaptando esse modelo ao edifício da incubadora, temos uma lógica parecida, porém neste caso o edifício abriga várias pequenas empresas que estão nos seus primeiros passos de vida.
IMAGEM 44: Diagrama da Dinâmica de trabalho em espaços de criação.
Chegando em um dia de trabalho, os membros de uma equipe trazem seu laptop de casa e se encontram dentro do seu módulo, este módulo é um espaço físico que é destinado para cada equipe incubada no edifício, podendo ser adaptável para equipes menores ou maiores. Os módulos fazem parte de um grande espaço de Open Space Working, 69
onde não há paredes físicas que o delimitam, mas sim aparatos menores, tais como divisórias de 1,50 m de altura de vidro incolor, armários com cadeados, e vasos com plantas. Primeiramente os membros fazem uma reunião rápida com a equipe toda para definir quais passos e atividades devem ser realizados no dia, e então depois disto estão livres para trabalharem onde quiserem. Como a equipe pode ser composta por pessoas com diversas formações, se uma parte da equipe precisa conversar sobre um tema específico e não quer conversar ao lado dos outros membros, esta parte da equipe pode transitar pelo edifício e procurar um canto com duas poltronas, por exemplo, para que possam discutir melhor a parte deles no trabalho. Decidido isto, cada membro pode se separar e desenvolver as suas atividades no seu laptop em outros ambientes, por exemplo, um ambiente mais individualizado. Se o membro está cansado ou com fome, mas ainda quer ficar focado no trabalho, ele pode levar o seu laptop para a área do café e continuar trabalhando enquanto toma um café e come um lanchinho. Depois de feito isso, ele pode transitar pelo prédio à procura de outro lugar no qual se sinta confortável, um local com mais claridade, ou um local mais escuro. Ao final do dia, todos podem retornar para o seu módulo e apresentar aos demais componentes do grupo as atividades realizadas e verificar se foram alcançadas as metas. E se a equipe necessitar de uma reunião mais privativa, para tomadas importantes de decisões, ou querem fazer uma videochamada com alguém externo e querem privacidade para isso, eles podem reservar uma das diversas salas de reunião, de acordo com o número de pessoas. (ver imagem 44) 70
4.5 A MODULAÇÃO DE CADA EMPRESA O módulo de cada empresa incubada é um espaço físico destinado somente a uma empresa específica. Este espaço não é fechado com paredes de alvenaria, é delimitado por componentes que delimitam o ambiente, tais como duas divisórias de vidro fosco com altura de aproximadamente 1,5 m, as quais poderão ser usadas como lousas, um vaso com plantas altas, trazendo um pouco da biofilia ao ambiente interno e um armário com cadeados que a empresa possa guardar cadernos, livros e alguns objetos pessoais. Dentro deste módulo é onde a equipe desenvolverá as atividades do período de incubação, para isso, o mesmo é composto por uma grande mesa com espaço confortável para 4 pessoas, 4 cadeiras e uma mesa de apoio com um monitor grande, o qual poderá ser usado para visualizar em grande extensão os seus projetos desenvolvidos. (ver imagem 45) Os módulos não possuem computadores, pois foi definido, que cada membro terá o seu computador de uso pessoal portátil, que poderá ser levado facilmente à qualquer ambiente que deseja trabalhar, e como apoio, foi definido que cada equipe terá um monitor grande.
IMAGEM 45: Modulação de cada empresa.
Cada módulo consegue comportar uma equipe de até 4, e se for o caso de uma empresa maior, é possível fazer a junção de dois ou mais 71
módulos a fim de comportar todos, como por exemplo, se for uma equipe de 12 pessoas, poderão ser usados 3 módulos, e poderão ajustar os componentes de acordo como desejam utilizar o espaço, sendo assim, para esses 3 módulos, haverá 3 monitores, 3 mesas de apoio para os monitores, 3 vasos de plantas, 3 armários, 3 mesas, 6 divisórias e 12 cadeiras (ver imagem 36). Todos os módulos estão dentro do Open Space Working, espaço com acesso restrito aos incubados, juntamente com as salas de reuniões, laboratórios de prototipagem e espaços de descompressão de descanso.
IMAGEM 46: Modulação dentro do Open Space Working.
72
4.6 PROGRAMA TOTAL
A partir das anรกlises feitas, foi traรงado o programa total da incubadora tecnolรณgica.
73
AMBIENTES ANTES DO CONTROLE (PARTE SEMI-PRIVADA) No
USO GERAL
1.0
RECEPÇÃO
1.1 2.0
USO ESPECÍFICO
ÁREA uni. UNI. ÁREA TOTAL (m²) (m²)
ATIVIDADE
No PESSOAS No PESSOAS FLUTUANTES FIXAS
120
RECEPÇÃO PESSOAS EXTERNAS E INTERNAS
120
recepcionar pessoas externas e internas/ informações
1
2
EQUIPAMENTOS
REQUISITOS DE DESEMPENHO
1 sofá/ 8 poltronas/ 1 balcão deiluminação e ventilação natural atendimento/ 2 cadei./ 2 comput.
CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS grandes aberturas com planos de vidro
210
SALAS WORSHOP
2.1
SALAS P/ 8 PESSOAS
22,5
4
ensinar
32
9 cadeiras/ 1 mesa/ 1 computador
iluminação e ventilação natural
grandes aberturas controladas
2.2
SALAS P/ 24 PESSOAS (FLEXÍVEL)
60
2
ensinar
48
24 cadeiras/ 3 mesas / 2 computador
iluminação e ventilação natural
grandes aberturas controladas
32
9 cadeiras/ 1 mesa/ 1 computador
iluminação e ventilação natural
grandes aberturas controladas
reunião
48
24 cadeiras/ 3 mesas / 2 computador
iluminação e ventilação natural
grandes aberturas controladas
apresentações / palestras
72
iluminação e ventilação contr./ isolamento acústico
pequenas aberturas controladas
4 mesas/ 4 cadeiras
iluminação e ventilação natural
aberturas controladas
4
1 mesa redonda/ 4 cadeiras
riluminação e ventilação natural/ isolamento acústico
aberturas controladas
3.0
210
SALAS PARA REUNIÃO EXTERNAS
3.1
SALAS P/ 8 PESSOAS
22,5
4
3.2
SALAS P/ 24 PESSOAS (FLEXÍVEL)
60
2
4.0
AUDITÓRIO PEQUENO
4.1 5.0
300
AUDITÓRIO 150
2 100
SALAS ADMINISTRATIVAS
5.1
SALAS P/ 4 PESSOAS
25
3
5.2
SALAS REUNIÃO P/ 4 PESSOAS
25
1
6.0
70 poltronas fixas/ 2 poltronas móveis/ retropojetor/ mesa
ÁREAS DE APOIO
administração
4
reunião da administração com pessoas externas/ internas 651,5
6.1
SANITÁRIOS
50
2
utilizar o sanitário
45
4 cabines sanitárias/ 4 lavatórios
iluminação e ventilação natural
pequenas aberturas
6.2
COPA
24
1
prepararação de refeições e bebidas
4
1 pia/ geladeira/ microondas/ fogão/ 1 mesa/ balcão
iluminação e ventilação natural
aberturas controladas
6.3
CAFÉ
120
1
realizar refeições, tomar bebidas
70
14 mesas/ 70 cadeiras/ 2 balcões/ bar
iluminação e ventilação natural
grandes aberturas/ amplo com ligação c/ externo
6.4
RESTAURANTE
350
1
sentar, descansar, encontrar
bancos/ sofás/ redes
iluminação e ventilação natural
grandes aberturas/ amplo com ligação c/ externo
6.5
CASA MÁQUINAS
57,5
3
mesas e armários
iluminação e ventilação controlada
pequenas aberturas
bancos
iluminação e ventilação natural
grandes aberturas
bancos
iluminação e ventilação natural
grandes aberturas
grandes aberturas/ amplo com ligação c/ externo
7.0
2.706,5
CIRCULAÇÃO
7.1
ÁTRIO E CORREDORES
862
1
7.2
BLOCO DE TRANSIÇÃO
1.844,5
1
8.0
ESTACIONAMENTO P/ PESSOAS EXTERNAS
armazenar máquinas
encontrar antes de entrar nas salas encontrar antes de entrar nas salas 1.850
8.1
VEÍCULOS
-
30
estacionar
delimitar as vagas
iluminação e ventilação natural
8.2
BICICLETAS
-
55
estacionar
delimitar as vagas
iluminação e ventilação natural grandes aberturas/ amplo com ligação c/ externo
ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA PARTE SEMI-PRIVADA =
5.940,5 M²
74
AMBIENTES DEPOIS DO CONTROLE (PARTE PRIVADA) No 9.0
USO GERAL
ATIVIDADE
No PESSOAS No PESSOAS FLUTUANTES FIXAS
EQUIPAMENTOS
REQUISITOS DE DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS
150 RECEPÇÃO PESSOAS INTERNAS
75
recepcionar pessoas internas/ controlar salas de reunião
2
2
2 poltronas/ 1 balcão de atendimento/ 2 iluminação e ventilação natural cadeiras/ 2 comput.
grandes aberturas com planos de vidro
5
1 impressora 3d/ 1 cortadora à laser/ 1 fresadora cnc pequeno/ 1 mesa
iluminação e ventilação controlada/ isolamento acústico
aberturas controladas
290
SALAS DE PROTOTIPAGEM
10.1 11
ÁREA uni. UNI. ÁREA TOTAL (m²) (m²)
RECEPÇÃO
9.1 10
USO ESPECÍFICO
SALA PROTOTIPAGEM
290
realizar modelos físicos para estudo e finalizar projetos
1
1
111,5
SALAS DE REUNIÃO
11.1
SALA P/ 4 PESSOAS
10,25
06
reunião com pessoas internas
40
1 mesa/ 4 cadeiras/ tv
iluminação e ventilação controlada/ isolamento acústico
aberturas controladas
11.2
SALA P/ 12 PESSOAS
25
2
reunião com pessoas internas
96
1 mesa/ 16 cadeiras/ tv
iluminação e ventilação controlada/ isolamento acústico
aberturas controladas
12
AMBIENTES DE TRABALHO
12.1 13
1.350 OPEN SPACE WORKING
450
desenvolvimento de projetos em equip
3
128
módulo: 4 cadeiras/ 2 mesas/ 1 monitor/ 2 divisórias/ 1 vaso/ 1 armário
iluminação e ventilação natural grandes aberturas/ espaço amplo
1.557,5
ÁREAS DE APOIO
13.1
SANITÁRIOS
50
6
utilizar o sanitário
45
4 cabines/ 4 lavatórios
iluminação e ventilação natural
pequenas aberturas
13.2
COPA
90
3
esquentar e realizar pequenos preparos
20
iluminação e ventilação natural
aberturas controladas
13.3
1 pia/ geladeira/ microondas/ fogão/ 1 mesa/ balcão
DESCOMPRESSÃO
950
1
15
mesa de sinuca/ video game/ 1 sofá/ puffs
CASA MÁQUINAS
12,5
3
armazenar máquinas
mesas e armários
iluminação e ventilação controlada iluminação e ventilação controlada
pequenas aberturas
13.4
jogar video game, sinuca, conversar
14
1.397,5
CIRCULAÇÃO
14.1
CORREDORES
1.397,5
-
circular
bancos/ sofás/ redes
14.2
ESCADAS
-
2
circular
3 escadas
14.3
ELEVADORES
-
2
circular
3 elevadores
guardar equipamentos de processamento de dados
2 racks de suporte para acomodar os servidores
15
pequenas aberturas
iluminação e ventilação artificial
fechado
50
CPD
15.1
iluminação e ventilação natural grandes aberturas/ espaço amplo iluminação e ventilação natural grandes aberturas
CPD
50
1
ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA PARTE PRIVADA =
4.906,5 M²
ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA =
10.847 M²
IMAGEM 47: Programa Total.
75
iluminação artificial apenas e temperatura controlada/ isolamento acústico
espaço totalmente fechado e controlado
4.7 FLUXOGRAMA
O fluxograma é um diagrama que como finalidade representar o fluxo de pessoas internas e externas ao longo dos ambientes da incubadora e é a partir disto que é demonstrado espacialmente o caminho de inovação dos incubados, descrito no item de conceito (ver imagem20). As áreas dos ambientes no diagrama estão em proporcão, e são demonstradas também as ligações entre os ambientes. Como descrito anteriormente, a incubadora é separada por duas grandes áreas, a área semi-privada (placa de rede) e a parte privada (placa mãe).
como sanitáros, copa para pequenas refeições e sala de descompressão e por fim o ambiente administrativo, onde tem as recepções. Com relação aos fluxos, na parte semi-privada, há uma intensidade maior de fluxo de pessoas externas (podendo ser de pessoas internas também) do estacionamento para a recepção, da recepção para o átrio, e do átrio para as salas de workshop e para o auditório. Um fluxo médio da recepção para o café, que ocorre geralmente depois das atividades.
Os fluxos para a parte privada ocorrem com intensidade da recepção para o átrio, do átrio para a placa mãe, entre as placas mãe e entre o estacionamento de pessoas internas e a placa mãe. Há um fluxo menor entre o Open Space Working, as salas de reunião e as áreas de A placa de rede, área semi-privada, representa o ponto inicial e apoio, pois estas são menos usadas que o ambiente destinado para o final da incubação, a parte que tem ligação com o externo, onde ocor- trabalho. rem atividades abertas para pessoas externas e reunião de pessoas internas com pessoas externas. A placa de rede abrange em sua área: as Conforme descrito no conceito, o caminho das ideias se inicia na salas para atividades, como o auditório, salas de workshop e sala para placa de rede, com a sua primeira etapa de incubação , a etapa exposições; ambientes de apoio, como o estacionamento para visitan- essencial, onde a incubadora dará a base primordial para o início da inotes, sanitários, área de estar, cafeteria, recepção; sala de reunião, sala vação, passando da parte semi-privada para a parte privada da incubapara conversação entre pessoas externas e pessoas internas e as salas dora, chegando à área processadora de ideias. administrativas. A seguir, a segunda etapa de incubação , a incubadora aju A placa mãe, área privada, é onde ocorre o processo de desen- da no constante desenvolvimento de ideias, oferecendo utilitários, os incuvolvimento das ideias, possui o acesso restrito, pois é parte secreta, que bados são convidados a participar de atividades e palestras externas, nos deve ser protegida. A placa mãe abrange em sua área: o ambiente de workshops e auditórios, além de oferecer todos os apoios dentro da placa trabalho, o Open Space Working e as salas de prototipagem; salas para mãe, as salas de reunião (memória ram), os apoios da parte privada e semireuniões com pessoas internas de diversos tamanhos; áreas de apoio, -privada, ambientes de descompressão e diversos espaços que podem ser 76
aproveitados para se pensar em inovação constantemente.
Por fim, a terceira etapa de incubação
, a etapa do aplicativo, é
a etapa final, a empresa incubada gravou e finalizou o seu projeto no Hard Drive e está no processo de sair da parte privada para a parte semi-privada (placa de rede) onde fará a demonstração da sua inovação para o mundo externo (ver imagem 50). O diagrama esquemático (imagem 49) demonstra o caminho das ideias.
A
ESSENCIAL
B
UTILITÁRIOS
C
APLICATIVO
IMAGEM 48: Diagrama Esquemático do Caminho da Ideias.
77
78
IMAGEM 50: Diagrama Fluxograma.
79
4.8 MATRIZ DE RELAÇÕES
80
IMAGEM 51: Matriz de Relações.
81
82
PROPOSTA
83
IMAGEM 52: Barรกo Geraldo e entorno. (fonte google)
84
5.1 RECORTE DO TERRENO Retomando ao terreno de projeto, escolhido a partir do plano urbanístico de Jaime Lerner (2009) (ver imagem 53). Feito o recorte do terreno, foi visto que a área era de 25.240,00 m², e como visto no item anterior do programa total arquitetônico, a área mínima ideal para se realizar o espaço da incubadora é de 5.384,4 m², a qual é muito menor que a área do terreno em questão.
A= 25.234,00 m²
Para solucionar este problema, foi realizado um recorte no terreno (ver imagem 54) foi feito um estudo de qual seria o melhor recorte. Na opção A foi realizado um corte no meio do terreno, ficando com 11.753,00 m², a parte frontal do terreno fica virada para a rotatória da via e a parte posterior do terreno fica voltada para a região do parque, Na opção B, foram feitos quatro cortes, ficando com 7.740,00 m², a parte frontal ficaria voltada para a rua, porém a parte posterior não teria ligação com o parque. Na opção C, foi feito o corte na metade do terreno, porém o terreno seria voltado para a rua e a parte posterior para o parque.
IMAGEM 53: Terreno escolhido.
Na opção D, foi feito o corte em 4 partes, porém o terreno seria voltado para a rotatório sem ligação com o parque. 85
A
B
A= 11.753,00 m²
A= 25.240,00 m²
C
A= 7.740,00 m²
Recorte Escolhido.
A= 14.513 m² IMAGEM 54: Recorte final do terreno de projeto..
Recorte Escolhido Ampliado
86
A= 13.480,00 m²
D
A= 5.340,00 m²
Por fim, o recorte escolhido foi o A, com uma ampliação, pois este consegue abranger toda a área do projeto, e possui uma ligação interessante da parte da rotatória até o nível do parque linear. Assim, o programa poderá ser desenvolvido a partir das relações externas do viário mais movimentado e utilizar a parte ambiental para desenvolver a parte do programa mais privado, que são os ambientes de trabalho.
87
5.2 CONDICIONANTES DE PROJETO Realizado o recorte do terreno, foram levadas em consideração algumas condicionantes de projeto, para se iniciar o estudo da implantação do centro de inovação tecnológico.
ciosa``, de potencial paisagístico, e ficando assim mais resguardada do público (via). (ver item C da imagem 55). Por fim, setorizado no lote, no item D e F da imagem 55, foi colocado cada categoria dos ambientes em escala real, a parte verde refere à parte semi-privada, um quadrado é a parte do edifício e o outro é o estacionamento; a parte vermelha se refere à parte do edifício privada e ao seu estacionamento privado.
A imagem 55 demonstra a relação do programa arquitetônico distribuiido no espaço do lote com os conceitos definidos, sendo assim, Primeiramente foi verificada a topografia do terreno, ver item A a parte semi-privada a placa de rede, fazendo as relações externas, e a e item E da imagem 55, trata-se de uma área com 16 metros em desníparte privada, a placa mãe e todas as outras peças de hardware que são vel, com a parte mais alta voltada para a rotatória da via, e a parte mais necessárias para que um computador processe os dados, no caso, para baixa voltada para o parque. que as empresas incubadas, criam e desenvolvam as suas ideias. Em segundo lugar, foram vistos os recuos exigidos para o zoneamento da região (Z18) no site da prefeitura de Campinas, na parte frontal do lote é necessário um recuo de no mínimo 15 metros, nas duas laterais é necessário 3 metros de recuo, e por fim na parte posterior é necessário um recuo de 10 metros. (ver item B imagem 55).
O corte esquemático, item E da imagem 55, demonstra bem a relação do terreno com o programa, devido ao desnível do terreno, é possível fazer uma conexão da parte semi-privada com a parte privada através de niveis diferentes.
Retomando ao conceito dos fluxos das ideias, descrevido no item Em terceiro lugar, foi setorizado no terreno quais grandes partes sobre o conceito, o corte mostra a parte verde, como sendo a chegada seriam alocadas no terreno, na questão da incubadora, há a parte semidas ideias (placa de rede), e logo após se deslocando para a placa mãe -privada e a parte privada. A partir das análises feitas anteriores foi se(parte vermelha), onde as ideias serão incubadas e protegidas até a sua torizado que a parte semi-privada seria melhor posicionada na parte do etapa final. lote voltada para a via principal, por conta de ter um acesso mais rápido às pessoas que vierem a eventos externos da incubadora, enquanto a parte privada da incubação, seria melhor se voltada à parte mais ``silen88
IMAGEM 55: Condicionantes de projeto..
89
5.3 PROPOSTA A partir das condicionantes de projeto apresentadas no item anterior, foram realizadas três variações da implantação. Na primeira implantação (ver imagem 56), o edifício é implantado na centralidade do lote, a área semi-privada e a área privada são continuas, ou seja, estas estão dentro de um mesmo edifício. Os estacionamentos ficam na lateral e também estão contínuos, porém, assim como no edifício, deverão ser separados por alguma barreira física. Em corte, o edifício possui um desnível na parte privada, aproveitando o desnível natural do terreno. Na segunda implantação (imagem 57), o programa é dividido em dois edifícios, que se conectam por uma passarela, e ao meio destes dois edifícios, há uma grande praça para uso interno dos usuários. A parte privada é distribuida em dois pavimentos, e há um deslocamente entre eles, criando um grande terraço no nível superior. Os estacionamentos continuam na lateral, porém há um espaçamento maior entre eles. Em corte é possível visualizar a comunicação entre os dois edifícios por meio de uma passarela, que nasce na placa de rede e chega ao primeiro pavimento da placa mãe, ao quais estão no mesmo nível. Na terceira implantação (ver imagem 58 e 59), assim como na segunda implantação, o programa é separado em dois edifícios, porém a diferença é que os pavimentos da parte privada são alinhados.
IMAGEM 56: Implntação 01.
90
IMAGEM 57: Implantação 02.
IMAGEM 58: Implantação 03.
91
IMAGEM 59: Perspectiva.
92
5.4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS
O projeto do Macquarie Bank foi realizado em 2009 em Sydney pelo escritório Clive Wilkinson Architects. Trata-se de um projeto de grande porte. O projeto abriga um grande átrio que é circundado por inúmeras áreas de trabalho. Uma escada conecta as zonas de encontro com as zonas de trabalho. No primeiro andar há uma área mais comum que comporta eventos corporativos e possui uma cafeteria e áreas para refeições. Além de conseguir trazer iluminação natural pelas aberturas zenitais, o átrio é um elemento que conecta visualmente diversos espaços, podendo ainda criar uma lógica de transição e circulação. O projeto traz ainda algumas salas de reuniões que se comportam como nichos em balanço avançando sobre o átrio, com cores vibrantes e diferentes, essas caixas criam a sensação de serem elementos soltos no espaço.
IMAGEM 60:Projeto Macquarie Bank.
93
A Biblioteca em Dockland´s em Melbourne foi construída em 2014 pelo escritório Clare Design. Foi o primeiro edifício público na Austrália construído com CLT (Madeira Laminada Cruzada), que é um material feito a partir da matéria prima de madeira, reduz o peso total do edifício para 30% e é um material mais sustentável por poder ser reposto ao meio ambiente. A estrutura é misto de aço e madeira. O CLT é um material versátil que pode ser revestido por diversos tipos de revestimentos e funciona bem em estruturas mistas.
IMAGEM 61: Biblioteca em Dockland´s.
A fachada do edifício é composta por uma grande marquise com pé direito triplo de estrutura metálica preta, a fachada é revestido com uma placa de madeira escura, e as aberturas ganham molduras de acordo com o seu uso interno.
IMAGEM 62: Biblioteca em Dockland´s.
94
O projeto do Edifício Sul do Centro Federal 1202 em Seattle foi realizado pelo escritório ZGF Architects. Neste projeto os materiais mais usados são o metal escuro e a madeira, trazendo um aspecto industrial e harmônico no ambiente de trabalho. Assim como no projeto do Macquarie Bank, há um átrio que conecta todos os pavimentos do edifício e traz iluminação natural. O pavimento térreo funciona como um jardim, ao seu entorno há espaços para encontros informais e cadeiras e poltronas para as pessoas poderem descansar e conversar.
IMAGEM 63: Edifício Sul do Centro Federal 1202 em Seattle.
95
O Núcleo de Operações de Visão Avançada foi projetado pelo escritório Raíz Arquitectura na Colômbia. A parte mais chamativa deste projeto se refere à marquise da entrada em estrutura metálica escura com brises superiores de madeiras. Essa marquise tem a intenção de envolver o entorno do edifício permitindo maiores áreas de convívio e de encontro entre os funcionários, além de ajudar no sombreamento do edifício e permitir um melhor desempenho térmico do mesmo.
IMAGEM 64: Entrada Núcleo de Operações de Visão Avançada.
IMAGEM 65: Entrada Núcleo de Operações de Visão Avançada.
96
Foram realizadas diversas pesquisas de mobiliários corporativos, tanto para áreas mais de descompressão quanto para áreas de trabalho. Para área envoltórias às áreas principais de trabalho, pretende-se usar cadeira balanço para remeter algo descontraído, como é o caso na empresa Etsy Headquarters em Nova York, onde pode ser uma cadeira para trabalho ou também uma cadeira para descansar.
IMAGEM 67: San Francisco Headquarters.
IMAGEM 66: Cadeira balanço da Etsy Headquarters.
Outro mobiliário bastante interessante para essas áreas envoltórias às áreas principais de trabalho, se refere ao nicho com banco e mesa como usado no escritório Headquarters em São Francisco. Este mobiliário permite criar um espaço semi-reservado dentro de um grande espaço corporativo, permitindo que seja mais um espaço para desenvolver ideias ou um espaço para conversas informais entre pessoas da mesma equipe ou pessoas diversas. 97
98
PROJETO
99
IMAGEM 68: Perspectiva do Projeto. IMAGEM 66: Perspectiva da Volumetria Total do Projeto.
100
6.1 O PROJETO O projeto do edifício para abrigar o Centro de Incubação e Inovação Tecnológica foi idealizado a partir de todos os assuntos abordados durante o memorial descritivo do projeto. O projeto tem como objetivo criar um edifício compondo o cenário da futura expansão do Parque de Alta Tecnologia de Campinas, auxiliando na relação das futuras empresas de base tecnológica. Respeitando o gabarito e as áreas ambientais existentes, o edifício conseguiu criar uma forma que integrasse às diversas partes de diferentes usos do mesmo, e ainda criar um ambiente que seja atrativo e convidativo para que pessoas externas possam conhecer melhor.
O uso dos materais foi pensado para criar uma relação de edifício in-
dustrial, porém permitindo que a tecnologia envolvesse as partes do edifício. Espaços para eventos internos e externos foram pensados no programa, permitindo que o edifício abrigue eventos com foodtrucks nas suas partes externas, e eventos mais reservados, como workshops e palestras que precisem de salas e auditórios. O edifício ainda possui o apoio de uma cafeteria e um restaurante aberto ao público, que podem servir como apoio à toda a região e ainda como convite para que as pessoas possam conhecer as atividades oferecidas. A imagem 69 representa um diagrama que constrói a relação do conceito com os espaços físicos do edifício. O conceito de trazer as peças de hardware de um computador, tais como a placa de rede, placa mãe, processador, 101
IMAGEM 69: Diagrama do Conceito.
102
memória ram, cooler e HD externo, para os espaços arquitetônicos, se desenvolve tomando forma. A parte privativa, localizada voltada para a Via Distribuidora, se refere à placa de rede, um local para receber o público externo para eventos do ramo, com diversos tipos de atividades, tais como palestras e workshops. O bloco de transição, parte do edifício que conecta a parte privativa e a parte pública do edifício, faz a ligação deste mundo externo com o ambiente de trabalho, acessível apenas para pessoas credenciadas. Na placa mãe, que se refere à parte do edifício privado, o ambiente se desenvolve a partir de todas as peças que são necessárias para que as pessoas consigam criar ideias inovadoras. O processador, referindo-se aos espaços de trabalhos individuas das equipes, se molda de acordo com a sua necessidade no espaço, enquanto a memória ram, referendo-se às salas de reuniões, estão disponíveis para o uso compartilhado destas equipes. Já o cooler, refere-se aos espaços de descompressão e descanso, é uma parte muito importante do sistema assim como as outras, pois é ele que renova as energias e possibilita novas interações entre diversas pessoas. Por fim, há o hard drive externo, que se refere ao espaço de finalização das ideias, onde elas são concretizadas e demonstradas para o público externo.
103
IMAGEM 70: Implantação.
104
Buscou-se na implantação do edifício tecnológico criar uma relação As árvores localizam-se pelo jardim da fachada oeste, auxiliando no de transição entre a parte pública e a parte privada dos usos a partir da rela- controle térmico das paredes orientadas nesta fachada, contemplando a ção destas com o entorno. Com acesso direto pela Via Distribuidora, implan- parte das paredes das salas de workshop, da parte administrativa e também ta-se a parte pública do edifício, e a parte privada é implantada voltada com acesso visual e acesso direto para a área verde, que é a área que foi proposta no plano urbano de Jaime Lerner como um parque linear. Entre as duas partes do edifício, cria-se um bloco de transição com característica arquitetônica distante das duas outras partes, e ainda possui usos diversos de lazer.
do bloco de transição. Neste último local, há mesas e bancos em baixo das árvores para as pessoas poderem utilizarem em dias de eventos abertos de foodtrucks.
A lógica do caminho dos ipês amarelos foi utilizada novamente na praça que faz a ligação entre o fundo do edifício e o parque linear. Os ipês A parte pública e a parte privada do edifício possuem características foram posicionados acompanhando o caminho das rampas que conectam arquitetônicas com aberturas maiores nas orientações norte e sul, mantendo todos os níveis da praça. Além dos ipês amarelos, foram utilizadas árvores as fachadas leste e oeste mais fechadas para evitar a radiação direta dentro frutíferas e árvores não frutíferas trazendo sombras aos mobiliários da praça, do edifício. Para aumentar a iluminação natural, além das aberturas norte e assim as pessoas podem utilizar bancos e mesas e aproveitarem as sombras sul, foram propostas duas grandes aberturas zenitais que ficam localizadas naturais das árvores. Os arbustos também ganham forma na mesma praça, em cima de áreas de transição e estar, criando assim um espaço de encontro. pois se posicionam nas partes de desníveis, auxiliando em uma maior segurança para os transeuntes. Ao lado oeste foi proposto acesso para veículos, inclusive com acesso à um estacionamento subterrâneo. Ao lado leste foi proposta uma ligação para acesso de veículos de serviços, tais como caminhão para abastecer os serviços dentro da incubadora. Ao redor do edifício foi proposto várias árvores, principalmente em áreas com visual direto às aberturas do edifício, para que os usuários tenham um contato constante com a natureza. A região da parte da entrada de pedestres foi tratada como praça seca porém com poucas árvores e arbustos baixos. Foram posicionadas dois ipês amarelos, marcando um eixo de ligação com a entrada principal do edifício. 105
No nível -1, que se refere ao nível 655 m, localiza-se o estacionamento subterrâneo e este possui acesso ao edifício através do bloco de transição, este estacionamento possui terra em 3 faces e uma face é aberta para este bloco de transição. Além de comunicar o fluxo das pessoas do estacionamento, o bloco de transição conecta o fluxo de quem chega do estacionamento aberto, e cria uma ligação à natureza pois possui jardim no seu centro e jardins nas duas laterais, criando assim uma barreira visual para as ruas de serviço de veículos. Ainda no estacionamento, foram previstos dutos para condicionamento do ar interno do ambiente, sendo posicionados voltados para a fachada leste, pois é a fachada para acesso técnico e de serviços, e não compromete visualmente a fachada oeste e norte. Na parte privada do edifício, os laboratórios ficam localizados estrategicamente na parte voltada aos acessos de serviços, pois é um espaço que demanda uma entrada constante de materiais para manuseio e também para manutenção das próprias máquinas. Aproveitando essa entrada de serviços pelo laboratório, foi criado um espaço para a entrada de suprimentos do restaurante, que é feita através de um elevador de carga, tendo em vista que o restaurante se localiza no andar superior a este. Ao sul do edifício, se situa o espaço de trabalho Open Space Working, que é o local aberto onde ocorrem as atividades diárias de desenvolvimento de ideias. As áreas de apoio a este trabalho se situam no centro, que são os banheiros, copa, e áreas técnicas para as máquinas de ar condicionado.
IMAGEM 71: Planta Nível -1.
Ao centro do edifício há uma abertura zenital que ilumina um espaço de transição e estar no meio deste ambiente de trabalho, há uma escada e 106
dois elevadores que conectam todos os andares do edifício pela sua centralidade. Na parte externa ao fundo, há uma ligação para a área verde de um parque linear, esta ligação é feita por rampas que conectam diversos níveis, e este espaço pode ser usado para descanso e fazer uma conexão direta com a natureza. O nível 0, que representa o nível 659 m, é o nível principal do edifício, pois é este que faz a conexão entre todas as partes e os usos do edifício. A entrada principal do edifício se localiza na fachada norte, que é marcada por uma marquise de entrada com estrutura metálica e brises de madeira. Ao entrar no edifício, o usuário consegue visualizar a totalidade do mesmo e todas as ligações. As salas de workshop se localizam na entrada para um acesso fácil aos visitantes em dias de eventos, assim como o auditório que se localiza logo depois das salas de workshop. No caminho da parte privada do edifício, encontra-se um café que é voltado para o bloco de transição, sendo uma região estratégica para pequenas reuniões informais rápidas. O restaurante é o único uso dentro da parte privativa que se abre para visitantes, também, ele se localiza voltado para o acesso do bloco de transição e abriga uma área deste espaço. Para a parte privada, há um acesso restritivo por portas que identificam o usuário por face id, porém ainda há um pequeno acesso visual das pessoas externas ao edifício, conseguindo visualizar a dinâmica e o fluxo de pessoas ao longo do mesmo. IMAGEM 72: Planta Nível 0.
107
Ao sul do edifício, com visualização para o parque linear, encontra-se novamente o ambiente Open Space Working para os usuários credenciados do prédio. O nível +1, que representa o nível 664 m, é o último nível do edifício, e este abrange o bloco de transição e a parte privativa do edifício. Neste nível o bloco de transição atua em sua maior parte como um espaço de lazer, é o terraço do edifício e possui atividades mais festivas. Há uma rede em um dos seus rasgos no chão, possui acesso direto à parte de descompressão do edifício privado, que possui mesa de sinuca, mesas para jogos de cartas, vídeo games e cadeiras mais confortáveis. Esta sala de descompressão, mesmo sendo de uso maior por pessoas credenciadas, pode ser acessada por terceiros e pessoas convidadas. O bloco de transição é fechado na sua cobertura seguindo a mesma linguagem da cobertura de entrada, que é feito com estrutura metálica e brises de madeira, compondo uma linguagem de industrial com natural. Dentro do edifício privativo, encontra-se novamente a área ao sul com Open Space Working e ainda algumas salas fechadas para alugar para equipes que desejam um espaço mais reservado. Ainda ao longo desses espaços de trabalho, a incubadora fornece algumas salas de reuniões que poderão ser alugadas através de agendamentos, neste andar há duas grandes para 12 pessoas, e quatro menores para reuniões de até 4 pessoas. O nível de cobertura mostra todos os tipos de coberturas adotados no edifício de acordo com a linguagem de cada bloco. IMAGEM 73: Planta Nível +1.
108
A entrada é marcada com uma marquise de estrutura metálica e brise
de madeira, e esta lógica se repete no bloco de transição, pois ambos representam espaços de passagem em seu princípio, porém também são espaços para pequenas pausas e pequenos encontros ao longo do dia, delimitando
trutura metálica e telhas sanduíches, pois são os espaços que devem ter um maior controle térmico e de iluminação.
assim com um espaço mais amplo de usos, porém de usos de menor permanência ao longo de um dia de atividades.
As áres de transição dentro do edifício são marcadas pelas aberturas zenitais ao centro dos dois edifícios (público e privado), que sendo também áreas de passagem, podem ter mais iluminação natural e possui um menor controle deste.
As áreas de trabalho e atividades mais intensas são cobertas por es-
IMAGEM 74: Planta Cobertura 1.
IMAGEM 75: Planta Cobertura 2.
109
FACHADA NORTE
FACHADA OESTE
FACHADA SUL
FACHADA LESTE
IMAGEM 76: Fachadas.
110
CORTE A-A
CORTE B-B
CORTE C-C
CORTE D-D
CORTE E-E
IMAGEM 77: Cortes.
111
IMAGEM 78: Perspectiva da Entrada Principal.
A imagem 78 mostra uma perspectiva da entrada principal do edifício através de uma visão à altura do olho humano, percebe-se que a cobertura em brises de madeiras cria um convite para entrar no edifício.
O paisagismo que compõe a praça de entrada tem características de massas vegetais baixas, para poder criar um acesso visual ao edifício, portanto há poucas árvores e alguns arbustos que guiam o caminho para e entrada do Centro de Incubação e Inovação Tecnológica.
112
IMAGEM 79: Perspectiva do Estacionamento aberto.
Já a imagem 79 possui um campo de visão mais alto que a imagem anterior. Percebe-se as diferentes partes do edifício através das texturas e materialidades compostas na fachada oeste.
O espaço aberto é proposto no dia-a-dia para uso de estacionamento , tanto para visitantes quanto para pessoas credenciadas, porém é proposto que ele seja utilizado em dias de eventos abertos, tais como para comportar eventos com foodtruck.
113
IMAGEM 80: Perspectiva do bloco de transição e bloco privativo.
A imagem 80 mostra o edifício a partir da vista da área de serviços. Há Ambas as fachadas recebem brises, enquanto a fachada norte possui um jardim de transição entre o edifício e a rua lateral de serviços, este jardim brises com textura de madeira, a fachada leste possui brises de textura metáfunciona como uma barreira visual entre esses usos distintos. lica, demonstrando a diferença dos usos entre essas duas partes do edifício. 114
IMAGEM 81: Perspectiva da praça de ligação entre o edifício e o parque linear.
A parte do fundo do terreno possui uma praça de ligação entre o ter- Esta praça se desenvolve em diversos níveis que se conectam por reno do Centro de Incubação e Inovação Tecnológica e o parque linear, pro- rampas, permitindo que as pessoas consigam se deslocar do nível do edifício posto por Jaime Lerner no plano urbanístico de 2009. para o nível da praça com facilidade. 115
IMAGEM 82: Massa tĂŠrmica paredes leste e oeste.
IMAGEM 83: Brises nas fachadas com aberturas
IMAGEM 84: Declive natural do terreno.
IMAGEM 85: Aberturas Zenitais.
116
6.2 DIRETRIZES AMBIENTAIS A diretriz ambiental primária adotada foi a orientação alongada norte-sul do edifício, aproveitando as maiores aberturas na fachada norte e fachada sul, enquanto a fachada oeste e leste ficam com menos aberturas e possui parede com massa térmica maior. O terreno possui um declive de 16 metros, desta forma, o edifício foi implantado de modo que acompanhasse o desnível do terreno, evitando-se o máximo possível a remoção e colocação de terreno. Foram posicionados brises de madeira nas fachadas norte, leste, oeste e sul para o controle maior da radiação direta do edifício, esses brises possuem placas fotovoltaicas.
Tendo em vista em aproveitar ao máximo a iluminação natural, fo-
ram adotadas duas grandes aberturas zenitais nos edifícios de maior permanência, e ainda essas aberturas permitem que o ar quente saia do edifício, quando estas janelas estiverem abertas. Para melhoria do conforto térmico do edifício e para aumentar o contato dos usuários com a natureza, foram posicionadas diversas árvores em regiões estratégicas de jardins de contemplação dentro do edifício, além de árvores na entrada do edifício e na parte inferior do terreno, que possui acesso direto ao parque linear da gleba. Os materias escolhidos, a madeira e a estrutura metálica, são os materiais que geram menos impacto no ambiente, além de ser uma estrutura modulada com pré-moldados, possuibilitando um tempo menor de construção.
117
IMAGEM 86: Diagrama de Setorização.
118
6.3 SETORIZAÇÃO
para lazer entre as pessoas, tanto visitantes quanto pessoas que são credenciadas.
O edifício foi separado em 3 sub-áreas com atividades distintas.
O bloco verde se refere à parte público do edifício, com as atividades abertas ao público visitante, tais como workshops, reuniões com investidores, paletras no auditório, encontros no café e possui ainda a parte administrativa do edifício. O bloco vermelho se refere à parte privativa do edifício, onde ocorrerão as atividades de trabalho e desenvolvimento de ideias das equipes, possui as áreas de Open Space Working, salas de reunião, laboratório de prototipagem. Além destas atividades privativas, no andar térreo do edifício, encontra-se um restaurante que pode ser utilizado por pessoas externas também, pois está localizado antes do controle para a entrada do edifício privativo. Entre estes dois blocos há um outro que faz a transição entre os usos, é o bloco de transição em azul. Este bloco possui características construtivas diversas dos dois outros blocos para diferenciar o seu uso, que é de passagem e lazer. Na parte térrea, o restaurante abrange um pouco da sua área, ligando ao edifício privado e fazendo a conexão entre os andares através de elevadores e escadas. Na parte inferior, este bloco faz a ligação com o estacionamento e a parte externa do edifício que possui acesso direto ao parque linear. Já na parte superior, o bloco de transição possui uma característica mais festiva e de descompressão, é o local onde podem ocorrer comemorações e espaços 119
IMAGEM 87: Diagrama de Fluxos de Acessos Externos.
IMAGEM 88: Diagrama de Fluxos.
120
6.4 FLUXOS Os fluxos externos foram separados em quatro principais: pessoas visitantes, pessoas credenciadas, veículos de serviços e veículos de visitantes e credenciados. O fluxo de serviço se localiza na lateral de acesso de serviços do edifício, a parte pública possui acesso de serviços pela área de apoio do auditório, onde recebe fornecimentos para o ediício frontal. Já ao fundo do terreno, encontra-se a doca, que recebe materiais para o laboratório de prototipagem e suprimentos para o restaurante, que possui um elevador para receber esses suprimentos no pavimento superior. O acesso principal de pessoas se localiza na fachada norte do terreno. O público visitante tem acesso ao edifício público, onde há as atividades abertas, e também possui acesso direto ao bloco de transição, onde tem acesso direto ao restaurante e aos demais níveis do bloco de transição, possuindo acesso ao estacionamento no nível inferior e à área de lazer no nível superior. O edifício privado é de acesso restrito às pessoas credenciadas, para acessar a esta parte as pessoas credenciadas podem entrar em qualquer dos três níveis através das portas que possuem um reconhecimento facial ou digital, trazendo assim um acesso visual controlado às pessoas externas para a parte interna.
121
01
Cobertura Metรกlica com Brises Superiores de Madeira
02
Fechamento CLT / Textura de madeira
03
04
IMAGEM 89: Tabela com texturas de materais.
122
Termobrise Laterais da Hunter Douglas
Piso de Cimento Queimado
05
6.5 MATERIAIS
Estrutura Metálica Cinza
Os materiais mais usados foram a madeira, metal cinza escuro, concreto e o CLT. O fechamento de cobertura da entrada e do último andar do bloco de transição é composto por estrutura metálica e brise de madeira, ambos representam espaços de passagem em seu princípio. Essa cobertura em brise possui uma altura maior que a cobertura do edifício, pois ela é contínua até cobrir totalmente as aberturas zenitais, trazendo sombra e ainda permitindo a entrada de iluminação e ventilação natural ao ambiente interno, tanto na parte do edifício privado e na parte pública.
06
Cobertura zenital com estrutura de metal e vidro
IMAGEM IMAGEM85: 84:Tabela Tabelacom comtexturas texturasdedematerais. materais.
A escolha de fechamento foi de CLT ( Madeira Laminada Cruzada), que é um material mais sustentável pois a madeira pode ser reposta ao meio ambiente, em contrapartida a materiais que são retirados do ambiente e jamais serão recompostos. Esta madeira na sua cor primária é clara, na proposta ela foi revestida externamente por resinas que deixam a cor da madeira mais escura. O revestimento interno das paredes de CLT são da cor cinza claro, para trazer uma maior claridade aos ambientes internos do edifício, que se contrasta com a estrutura metálica da cor cinza escura. Na fachada Oeste, que é a maior vista do lado externo pela Via Distribuidora, pode-se notar uma nítida diferença de texturas e materiais que compõem as multíplas funções do edifício. O edifício público e o edifício privado possuem um revestimento em madeira na fachada oeste e leste, são as fachadas com maior incidência solar direta e a madeira caracteriza a função destas duas partes com os usos de maior permanência de atividades e traba123
01
02
06
03
06
04
05
02
01
01
05
04
03
02
IMAGEM 90: Diagrama com localização da materialidade do edifício.
124
05
01
06
04
03
06
02
05
04
03
lhos. Ao centro desta, vemos o bloco de transição com a estrutura metálica aparente e muito vidro, possuindo uma permeabilidade visual maior e uma flexibilidade maior, por ser um bloco de passagem e menor permanência. Já as fachadas norte e sul, em sua predominância, são cobertas por brises, pois possuem as maiores aberturas para ventilação do edifício, e para manter a mesma linguagem da madeira, os brises são de madeira, enquanto que no bloco de transição os brises são de metálica, compondo um cenário industrial em sua visão externa e interna. Nas partes do edifício que possuem um uso com maior permanência, como é o caso das partes de uso privado e o público, foi usado no piso uma textura de cimento queimado, que juntamento com a estrutura metálica, traz um caráter industrial ao edifício. A escolha do uso de estrutura metálica foi proposital para proporcionar um aspecto de industrial tecnológico, onde a estrutura seria aparente e mostrando assim as suas ligações e a sua veracidade, tornando o ambiente mais instigante para inovações tecnológicas. As aberturas zenitais possuem uma estrutura leve de metal e vidro, o vidro possui aberturas reguláveis através de controle, permitindo assim a abertura e o fechamento dependendo da situação climática do dia.
125
6.6 ESTRUTURA Como descrito no item de materiais, a estrutura escolhida foi a metálica devido ao seu aspecto industrial e tecnológico. Foi desenhado uma grelha de 5 m por 5 m para traçar as posições dos pilares, esta grelha é rígido nas bordas do edifício, pois a fachada comporta uma modulação de abertura entre esses pilares de 5 m de distância, enquanto que no meio do edifício, devido às áreas de circulação e às áreas para atividades, foram propostas distâncias maiores entre os pilares. Os pilares na região interna do edifício foram inseridos entre as divisões de espaços internos, para aproveitar melhor o espaço restante para a circulação. Nos diagramas, pode-se perceber que há uma maior concentração de pilares nas bordas do edifício, e no meio de cada um dos três blocos principais, há um vão, este vão representa o espaço de abertura zenital, que é um espaço que demanda um grande vão livre para o aproveitamento de iluminação natural e, além disto, não pode haver muita obstrução visual, então foi inserida uma quantidade menor de pilares, aqueles essenciais para a sustentação.
IMAGEM 91: Planta da Estrutura. (sem escala)
126
IMAGEM 92: Perspectiva da Estrutura. (sem escala)
IMAGEM 93: Vista Fachada Oeste da Estrutura. (sem escala)
127
6.7 INTERIORES E MOBILIÁRIO O interior do edifício foi projetado de acordo com as necessidades de cada parte e de cada uso. Os ambientes receberam cores nos revestimentos neutras, como o cinza claro e a madeira, pois a ideia era criar um ambiente harmônico. Na parte pública do edifício, a placa de rede, optou-se pelo uso do cimento queimado nos pisos e paredes claras, e os mobiliários que compõem os espaços ganharam cores mais vivas. As cadeiras e os sofás são na cor laranja, trazendo energia para o ambiente. A madeira foi usada na marcenaria, trazendo um sentimento mais natural ao ambiente e mais vivo. A recepção possui um nicho com computadores para realizar registros das pessoas em dias de evento, além do sofá, puffs e bancada de atendimento. A cafeteria traz uma cor mais escura em sua composição, e também as mesas são brancas para harmonizar com as cadeiras laranjas. Ao lado da cafeteria há uma área com mesas e cadeiras em nichos para que as pessoas possam fazer encontros e reuniões informais, sendo um ambiente mais privativo que a parte da cafeteria. O restautante possui composição de mesas redondas com cadeiras laranjas, mesas retangulares com bancos e nichos com mesas e cadeiras mais privativos. 128
No bloco de transição há diversos bancos de praça nas laterais, acom-
panhando o alinhamento das janelas. No andar inferior, há algumas mesas para fazer rápidas refeições e descansar um pouco durante o período de redondas na parte externa embaixo das árvores, como apoio para dias de trabalho. eventos com foodtrucks. No pavimento inferior, onde há o laboratório de prototipagem, as Já no andar superior, no terraço, há diversos tipos de mobiliários que mesas e cadeiras funcionam na mesma lógica que no Open Space Working, compõem o espaço de descompressão, dentre estes há puffs, mesas, cadei- porém possui algumas salas privativas. ras, vasos com vegetação e ainda uma rede que é fixada no piso. Este bloco se refere ao cooler. Os mobiliários estão dispostos de acordo com a imagem 94, e cada mobiliário foi detalhado com um desenho em 3d em uma tabela. A sala de descompressão, dentro do edifício privado possui acesso externo para pessoas externas. É uma sala que possui mesa de bilhar, mesa para jogo de cartas, vídeo games, redes, puffs, sofás, mobiliários para as pessoas descansarem e conversarem. A parte privativa possui várias salas de reunião, e cada sala de reunião foi pensada para uma quantidade de pessoas, variando a capacidade de 4 à 16 pessoas. A sala para 4 pessoas possui um formato de cubo que se abraça ao atrium do edifício, com o revestimento de madeira. Já na parte de Open Space Working, onde funciona o processamento das ideias, as mesas e cadeiras são soltas pelo andar, e se organiza de acordo com o tamanho da equipe. Para uma divisão dos espaços, há divisórias com a base inferior de armário e a parte superior de vidro fosco, funcionando também como uma lousa para anotações. Dentro desse Open Space Working, há alguns nichos de bancos para pequenas reuniões informais, com um pouco de privacidade devido ao seu desenho. Na lateral direita, ao lado da copa e da sala de máquinas, há um pequeno espaço dedicado a uma pausa no momento do trabalho, um local 129
Nos diversos interiores do edifício, foram definidas cores que remetessem ao sentimento e sensações que o usuário poderia ter de cada ambiente.
A cor Laranja remete à alegria, energia, criatividade, comunicação e apetite. Esta cor foi escolhida para ser usada nas áreas do cooler e da placa de rede, se referindo às áreas sociais e de comunicação, pois esta cor quente traz uma energia para que as pessoas conversem e troquem ideias fora do ambiente de trabalho. A cor Azul remete à serenidade, tranquilidade e racionalidade. Esta cor foi escolhida para os ambientes de HD, que são os ambientes de finalização dos trabalhos, os Servidores e o Laboratório de Prototipagem. Esta cor se refere ao momento em que as ideias são concretizadas. A cor Marrom remete à estabilidade, conforto e serenidade. Esta cor foi escolhida para ser usada na memória do edifício, que se refere à sala de reunião, que é um ambiente que necessita de foco e discussão, o momento onde precisa organizar as ideias e discutir como deve continuar os trabalhos. A cor cinza remete ao equilíbrio e neutralidade. Esta cor foi escolhida para a placa mãe, que é todo o ambiente de trabalho, onde há o processamento das inovações. Desta forma, foi escolhido o piso de cimento queimado, e sobre este estão todas as peças do edifício que compõem esta placa. 130
02 09
16
17
08 18 13
04
23
19 15
14
01
09
10
09
02
09
11 03
06
07
12
02
07
19
08
20 21 22 19
24 24
05
25 24
28
19
23
20
05
21 22 19
IMAGEM 94: Diagrama com localização do mobiliário.
131
26
27
01
Nichos com Computador para registros
03
Balcão da Recepção
02
Sofá e 2 Puffs
04
Vaso com Plantas
IMAGEM 95: Tabela com mobiliário.
132
05
06
07
Mesa e Bancos em Nicho
08
Tela Grande
IMAGEM 96: Tabela com mobiliรกrio.
133
Cafeteria com banquetas
Mesa redonda com 4 cadeiras
09
Puffs com mesa de apoio
11
Puffs com mesa de apoio
10
Rede
12
Mesa e Bancos em Nicho
IMAGEM 97: Tabela com mobiliรกrio.
134
13
Mesa de Bilhar
15
TV para Vídeo Game
14
Mesa de Jogos
16
TV para Vídeo Game
IMAGEM 98: Tabela com mobiliário.
135
17
Divisรณrias em Ambiente de Open Space Working
19
Mesas de Trabalho
18
Sala de Reuniรฃo
20
Bancos em Nicho Retangular
IMAGEM 99: Tabela com mobiliรกrio.
136
21
Banco em Nicho Redondo
23
Sofรก
22
Mesa Redonda com 4 cadeiras
24
Banco de Praรงa
IMAGEM 100: Tabela com mobiliรกrio.
137
25
Mesa de Trabalho do Laboratรณrio
27
Banco de Praรงa com Mesas e Floreira
26
Banco de Praรงa com Floreira
28
Servidor aparente
IMAGEM 101: Tabela com mobiliรกrio.
138
IMAGEM 102: Perspectiva Interna do Átrio do bloco privativo.
A imagem 102 se refere ao interior do bloco privativo com a vista pri- Este átrio possui cubos de madeiras que abraçam o átrio, onde as pesvilegiada do átrio, que permite a entrada de iluminação natural para os am- soas podem alugar para realizar reuniões com equipes pequenas. Este átrio bientes de circulação desta parte do edifício. comporta também a circulação vertical, que são dois elevadores e escadas que conectam todos os níveis do edifício. 139
IMAGEM 103: Perspectiva Interna do Open Space Working.
A imagem 103 mostra uma perspectiva da parte interna do edifício onde ocorre o Open Space Working, é a região nobre onde os processadores ganham energia para desenvolver as ideias inovadoras.
A vista mais privilegiada do entorno se encontra na face sul do edifício, ou seja, as pessoas trabalhando conseguem complentar como vista de fundo o parque linear do Parque de Alta Tecnologia de Campinas.
140
IMAGEM 104: Perspectiva Terraço e espaço de Descompressão.
Este ambiente possui mobiliários com cores vibrantes, como os puffs, A imagem 104 mostra o terraço, que representa a parte de descom- pressão do edifício. É um local com características descontraídas, onde ocor- mesas e cadeiras. Além de lugares para sentar, o local também possui mesa de jogos, vídeo game e duas aberturas no piso para uma rede onde as pessorem festas da Incubadora ou até mesmo encontros de grupos menores. as podem sentar e deitar. 141
IMAGEM 105: Perspectiva da Cafeteria.
A imagem 105 mostra uma vista dentro do edifício voltada para a par- Este café recebe um alto fluxo de pessoas em eventos, por isso localite pública, mostrando a cafeteria, a tela atrás da cafeteria, uma área de des- za-se próximo às áreas de workshop e do auditório. canso e encontro e o átrio. 142
CONCLUSÃO
143
IMAGEM 106: Perspectiva Vista Superior.
144
7.1 CONCLUSÃO A sociedade contemporânea criou novas relações entre as pessoas com o mundo, atualmente com a tecnologia cada vez mais presente, o exercício de projeto deve acompanhar tais mudanças, se adaptando e permitindo uma maior interação entre as pessoas, e sobretudo, abrangendo e trazendo mais acesso à informação para todos. Entre as diferentes escalas do projeto, buscou-se que o edifício se ampliasse além da integração do seu entorno, mas se integrando também com o restante do Brasil e ainda com o restante do mundo, aproximando pessoas que tenham ambição de melhorar o mundo através da ousadia de propor ideias inovadoras para a sociedade. O Centro de Incubação e Inovação Tecnológica propõe ampliar e intensificar o perfil tecnológico de Campinas, auxiliando com a valorização da cultura de ideias inovadoras.
145
146
147
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PRATEC. PUB: Plano Urbanístico Básico. Projeto de Investimentos do Parque FOLZ, C. J.; CARVALHO, F. H. T. Ecossitemas de Inovação. 2014. Científico e Tecnológico de Campinas. 2005. MARQUES, C. Segurança jurídica. Revista Pesquisa FAPESP, edição 265, LERNER, J. Documento de Apoio ao Grupo Gestor. Parque II do Polo de mar 2018, p. 36-46. Alta Tecnologia de Campinas - CIATEC. Prefeitura Municipal de Campinas. SEMURB\ SEPLAMA. Janeiro, 2009. FLORESRA, C. Interiores: curvas e vazios. Revista aU, Arquitetura & Urbanismo, ano 29, edição 239, jan 2014, p. 52-58. Kellert, S. R., Heerwagen, J., & Mador, M. Biophilic design: the theory, science and practice of bringing buildings to life. 2011. SHIEH, L. Brasil: Opção à Rotina. Revista aU, Arquitetura & Urbanismo, ano 29, edição 239, jan 2014, p. 34-42. NORO, Greice de Bem; CAPELARI, Nicole; ABBADE, Eduardo Botti. Incubadoras Tecnológicas e o Apoio ao Empreendedorismo. VII SEGeT - SIMPÓSIO DE MARQUES, F. O brasil da internet das coisas. Revista Pesquisa FAPESP, EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA. Resende, 2011. edição 259, set 2017. p. 18-27. DORNELAS, J. Planejando Incubadoras de Empresas: Como desenvolver um plano de negócios para incubadoras. Ed. Campus Ltda, 2002.
PIERRO, B. O mundo mediado por algoritmos. Revista Pesquisa FAPESP, edição 266, abr 2018, p. 18-25.
BISPO, Cláudio dos Santos., SOUZA, Diego de Jesus., ARAÚJO, Felipe Pascoal., MARQUES, C. Segurança jurídica. Revista Pesquisa FAPESP, edição 265, CARDOSO, Nayara Holanda., SILVA, Paula Sousa da., JUNIOR, Valmir Rosa dos mar 2018, p. 36-46. Santos. Artigo: Empreendedorismo e Inovação. Salvador: UNICEUSA. MARQUES, F. Catalisador do debate. Revista FAPESP, edição 266, abri 2018, p. 39- 43.
HSRICH, Robert. D. et al. Entrepreneurship. 1986, p.96.
Doorley, S. and Witthoft, S. (2012) Make space: how to set the stage for MARQUES, F. Risco partilhado. Revista FAPESP, edição 260, out 2017, p. creative collaboration. Hoboken, N.J.: John Wiley & Sons 36- 40. Schaeffer, J. (2014) Tese: Spaces for innovation. Vasteras, Suécia: Malardalen University Swedwn. 148
SITES Plano Diretor e Legislações da Prefeitura Municipal de Campinas. Disponível em: < http://www.campinas.sp.gov.br> . Acesso em: março de 2018. Universidade de Campinas. Disponível em: < http://www.unicamp.br>. Acesso em : abril de 2018. Fechamentos em CLT pela Crosslam. Disponível em: < http://www.crosslam. com.br<. Acesso em: agosto de 2018.
149