INSIEME: Centro de convivência entre crianças e idosos

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insieme CENTRO DE CONVIVÊNCIA ENTRE CRIANÇAS E IDOSOS



UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO SEMINÁRIO DE DIPLOMAÇÃO PROFª DRª ANA PAULA NETO DE FARIA PROF DR SYLVIO ARNOLDO DICK JANTZEN 2015|02



INSIEME: CENTRO DE CONVIVÊNCIA ENTRE CRIANÇAS E IDOSOS ACADÊMICA: TAIS MARINI BRANDELLI ORIENTADORA: ADRIANA ARAÚJO PORTELLA


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SUMÁRIO INTRODUÇÃO TEMA RELAÇÕES INTERGERACIONAIS JUSTIFICATIVA IDOSOS CRIANÇAS ANÁLISE DOS PROJETOS DO FNDE INTENÇÕES CENTRO INTERGERACIONAL LUGAR PELOTAS E AS REGIÕES ADMINISTRATIVAS DENSIDADE DEMOGRÁFICA ÁREAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL EQUIPAMENTOS PÚLICOS URBANOS ENTORNO HIERARQUIA VIÁRIA USO DO SOLO TRANSPORTE PÚBLICO INFRAESTRUTURA URBANA LOTE REFERENCIAIS FUNCÕES PROGRAMA FUNÇÕES FLUXOS CONCEITO INSPIRAÇÕES PROPOSTA PROCESSO CORTES ESQUEMAS VOLUMETRIA AMBIENTAÇÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

11 15 16 19 21 25 27 33 34 37 40 42 44 46 49 52 54 56 58 60 63 77 78 82 83 85 88 91 92 94 96 98 100 103 7


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‘‘Said the little boy, "Sometimes I drop my spoon," Said the old man, "I do too!" The little boy whispered, "I wet my pants." "I do that too," laughed the old man. Said the little boy, "I often cry." The old man nodded, "So do I." "But worst of all," said the little boy, "It seems grown-ups don't pay attention to me." And he felt the warmth of the wrinkled old hand. "I know what you mean," said the old man.’’ Shel Silverstein 9


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INTRODUÇÃO 11


INTRODUÇÃO O aumento da longevidade tem trazido desafios para a gestão das políticas públicas, principalmente no campo da saúde, dentre os quais o aumento da demanda por Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que servem como forma alternativa de suporte ao idoso. O perfil das ILPIs e do público atendido vem sendo estudado por áreas da psicologia, enfermagem e geriatria, a importância das instituições para atender pessoas em situação de pobreza e com problemas de saúde já é conhecida, porém existe uma preocupação com o suporte social necessário que deve ser oferecido a um idoso por uma ILPI, para proporcionar a ele melhor qualidade de vida. Referente a isso, estudos analisaram que relações dos idosos com crianças, relações intergeracionais, trazem benefícios não só de bem estar, aumentando as relações sociais das pessoas da terceira idade, mas também trazem benefícios a sáude do idoso. O crescente envelhecimento populacional e a necessidade de planejamento de novas instituições públicas de atendimento ao idoso junto a demanda de criação de novas creches

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no município de Pelotas, nos dá oportunidade de conceber um ambiente que favoreça a interação entre os idosos e as crianças, beneficiando ambas as partes. Creditando então, a arquitetura, o papel fundamental de proporcionar um ambiente adequado ao convívio entre as gerações. Com objetivo acadêmico, este trabalho, desenvolvido dentro da disciplina de Seminário de Diplomação do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas, busca embasamento para uma proposta de um centro de integração entre crianças e idosos. Localizado em uma área de interesse social, na cidade de Pelotas, no sul Estado do Rio Grande do Sul, habitada, em sua maioria, pela população de baixa renda, o projeto a ser desenvolvido pretende contemplar além de uma instituição de longa permanência para idosos e uma escola de educação infantil, atendendo crianças de 0 a 5 anos, espaços de vivência e integração do público atendido, crianças e idosos, junto aos idosos da comunidade. Resumidamente, o estudo se divide em três partes principais: levantamento de dados e referenciais teóricos, análise de referenciais de projeto e lançamento da proposta de projeto.

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TEMA 15


RELAÇÕES INTERGERACIONAIS Relações intergeracionais são as relações sociais entre membros de diferentes gerações. Segundo Cortellesi (2013), através do contato com as crianças, os idosos reafirmam a própria identidade e o próprio valor, começam a ver a realidade com outros olhos, se despertam, renovando suas energias. Um enriquecimento que, além de melhorar as relações sociais, interessa também aos pequenos. Visto que, de acordo com Cortellesi (2013), os idosos podem desenvolver o papel de avós, não só no enfrentamento dos novos desafios da vida das crianças mas podem também transmitir às novas gerações ensinamentos históricos e culturais da comunidade. Segundo Christine Bartsch, as crianças que se relacionam com idosos melhoram as habilidades de comunicação e autoestima e a capacidade de resolver problemas. Para os idosos, a interação com as crianças aumenta a socialização e o apoio emocional e ainda melhora a saúde. As ligações intergeracionais podem dar uma contribuição importante a saúde e bem estar de todos, além de ir contra o fenômeno cada vez mais aparente na sociedade contemporânea, o conflito entre gerações. De acordo com Gentile (2003), todo adulto com um contato mais próximo exerce um papel marcante no processo de criação de identidade da criança, se torna um estimulador. Os jovens e os idosos tem sentimentos contraditórios além das diferentes formas de 16

tratamento pessoal, costumes e valores. Pode-se observar que, em nossa sociedade, os jovens não estão sendo moldados para respeitar os idosos, apenas para tolerá-los. Atividades intergeracionais podem significar pontes sobre este abismo entre as crianças e os idosos, pois são destinadas a fortalecer as relações, respeitando o passado, e apoiar na construção de habilidades e da identidade da criança. Essas atividades devem ser do interesse de todos os envolvidos, independente da idade, podem ser atividades realizadas em ambientes internos, como costura, bordado, culinária, jogos de cartas e tabuleiros, ou em ambientes externos, como jardinagem e bocha, por exemplo. Para os idosos, essas atividades servem como uma terapia ocupacional, que conserva, restura e melhora a capacidade funcional do idoso, o mantendo ativo e independente o maior tempo possível. Nos momentos de interação com as crianças, os idosos, além de praticarem exercícios físicos leves são incentivados a fazerem movimentos que antes pareciam impossíveis, e essa convivência só é possibilitada pela facilidade com que as crianças aceitam as pessoas como elas são, de forma pura e sem preconceitos.



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JUSTIFICATIVA 19



IDOSOS Segundo o Jornal O Globo (2015), a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um relatório segundo o qual o número de pessoas idosas será duas vezes maior em 2050. O órgão contabiliza cerca de 900 milhões de idosos atualmente, ou cerca de 12,3% da população total. A expectativa é de que em 2050, esta fatia represente 21,5%, mais de um quinto do planeta. É considerado idoso o habitante de país em desenvolvimento com 60 anos ou mais e o habitante de país desenvolvido com ou acima de 65 anos. De acordo com a

OMS, os avanços na medicina ajudam a ampliar a expectativa de vida da população. O Brasil, até 2025, será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas. Em Pelotas, a população idosa também aumentou significativamente nos últimos 10 anos, de acordo com o CENSO (2000 e 2010), os 38281 residentes com mais de 60 anos em 2000 passaram para 49764 em 2010, como mostrado nas pirâmides etárias abaixo:

O envelhecimento no Brasil é resultado de fatores como a queda nas taxas de fecundidade e o aumento da expectativa de vida da população (FREITAS, 2015). Diante deste cenário é pertinente que se discutam alternativas de cuidados não-familiares com a população idosa, devido ao fato que as famílias brasileiras, responsáveis pelo cuidado dos membros dependentes, vem se transformando e passando a requerer do Estado e do mercado privado soluções de assistência. 21


De acordo com a pesquisa de Kanso (2010), as instituições de longa permanência de natureza filantrópica, sem fins lucrativos, representam 65,2% das instituições no Brasil, sendo apenas 6,6% públicas, predominantemente municipais. Pollo e Assis (2008) destacam que a predominância nas instituições é de idosos com idades mais avançadas, com perdas funcionais sérias e com demência. Porém muitos idosos são institucionalizados por doenças crônicodegenerativas e dificuldades geradas pela falta da família ou impossibilidade desta para mantê-lo, as famílias não conseguem manter o idoso em casa com os cuidados especiais necessários devido as transformações no mundo do trabalho, onde a mulher também passa o dia inteiro fora de casa trabalhando. De acordo com Leite (2007), os idosos que vivem em asilos possuem opiniões contraditórias em relação ao local onde estão internados. Apontam o abrigo como excludente, principalmente em relação as necessidades pessoais e afetivas, ao mesmo tempo apontam-o como a única possibilidade de sobrevivência digna, de estabelecer um vínculo social a partir das relações com outras pessoas. A Política Nacional do Idoso, Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994 e o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, tem como objetivo a garantia de direitos da população idosa e o cumprimento das obrigações da família, da comunidade e do poder público. A Política e o Estatuto visam garantir os direitos humanos da pessoa idosa. Entre os princípios que regem 22

ambos os documentos legais, destacam-se a obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público em assegurar à pessoa idosa o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito, a não discriminação e à convivência familiar e comunitária. O Estatuto do Idoso estabelece que as instituições deverão inscrever seus programas junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e ao Conselho Municipal da Pessoa Idosa, que zela pelo atendimento às normas deste Estatuto e da Política Nacional do Idoso. A ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, criou a Resolução da Diretoria Colegiada 283 (RDC 283), onde são estabelecidas as normas gerais de funcionamento das ILPIs. Segundo a RDC 283 de setembro de 2005, as ILPIs são classificadas em três modalidades conforme o grau de dependência dos idosos que abrigam, indicando as necessidades para cada modalidade, conforme o ítem 3.4 abaixo: “3.4 - Grau de Dependência do Idoso a) Grau de dependência I - idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de auto-ajuda; b) Grau de dependência II - idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais como: alimentação,

mobilidade,

higiene;

sem

compromentimento cognitivo ou alteração cognitiva controlada;


c) Grau de dependência III - idosos com

atendimento ao idoso, como centros de

dependência que requeiram assistência em

convivência, centros de cuidados diurnos,

todas as atividades de autocuidado para

casaslares, oficinas abrigadas de trabalho,

a vida diária e ou com compromentimento

atendimentos domiciliares e outros;”

cognitivo.

Existe, em Pelotas, somente um abrigo de atendimento a idosos público, o Abrigo do Idoso, localizado no Bairro Areal, vinculado a Secretaria de Justiça Social e Segurança, que atende somente 21 idosos, mostrando uma clara deficiência de instituições asilares públicas no município.

Segundo a Lei Municipal nº 4.963, de 9 de setembro de 2003, que regulamenta o Conselho Municipal do Idoso, atualizada em 30 de outubro de 2014 pela Lei nº 6.170, assegura ao idoso os direitos de cidadania, garantindo a sua participação na comunidade, o seu bem estar e o direito a vida. Em especial, a lei defende a integração do idoso às demais gerações e defende a criação de centros de convivência, centros de cuidados diurnos e abrigos para atendimento ao idoso, como mostrado abaixo:

“Art. 3º Constituem diretrizes da Política Municipal do Idoso: I - viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do Idoso, que proporcionem sua integração às demais gerações; (...) Art. 4º Na implementação da política municipal do idoso, são competências dos órgãos e entidades públicas: I - Na área de promoção e assistência social: a)

prestar

ações das

serviços

voltadas

para

necessidades

e

desenvolver

o

atendimento

básicas

do

idoso,

mediante a participação das famílias, da sociedade e de entidades governamentais e não – governamentais; b) estimular a criação de incentivos e de alternativas de 23



CRIANÇAS De acordo com o Jornal Zero Hora (2015), segundo o levantamento do TCE (Tribunal de Contas do Estado), o Rio Grande do Sul tem déficit de 196.507 vagas na Educação Infantil (0 a 5 anos). A cidade de Pelotas possui uma taxa de atendimento da Educação Infantil de 33,76% e se localiza em 361º lugar no ranking dos municípios gaúchos. O Regime da Previdência Social estabelece o Salário-Maternidade, compreendido em um benefício previdenciário, mais comumente conhecido como Licença-maternidade, se constitui em um período de afastamento, de quatro a seis meses, dado às gestantes ou adotantes, contribuintes da Previdência Social, com uma renumeração mensal. Ao término desta licença as mães sofrem um impasse, ou abdicam do trabalho para cuidar de seus filhos, ou precisam pagar à pessoas ou à instituições realizarem esta tarefa, visto que não encontram alternativas para deixar seus filhos bem cuidados, em segurança e sem custos. Uma escola de educação infantil é uma instituição que oferece serviço de apoio no crescimento e formação das crianças, prestando cuidados e oferecendo uma base contínua fora do contexto familiar. De acordo com a Emenda Constituicional nº 53, de 19 de dezembro de 2006, que dá nova redação aos arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,

institui que o governo tem o dever de oferecer educação e cuidados às crianças de 0 a 5 anos, através de creches e pré-escolas de forma gratuita. Essas insituições tem papel importante na construção da identidade e da autonomia de cada criança. Segundo Paola Gentile (2003), nos primeiros anos da educação infantil os bebês começam a se descobrir, identificando gostos, habilidades e limites. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente que confirma a obrigação do Estado em assegurar o atendimento à crianças de 0 a 6 anos em creches e pré-escolas. Reconhecendo como dever do Estado com a Educação, o campo da Educação Infantil vive um processo de revisão de concepções sobre educação de crianças. Essas concepções são definidas em apostilas, fornecidas pelo Ministério da Educação, elas orientam e padronizam a Educação Infantil, como, por exemplo, a Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, contribuindo para organização de propostas pedagógicas da Educação Infantil ou os Parâmetros Básicos de Infra-estrutura para Instituições de Educação Infantil, documento que auxilia na definição de padrões para os espaços físicos destinados a Educação Infantil. Para solucionar o déficit de educação infantil no Brasil, o governo federal criou o 25


Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância), para a construção de creches e pré-escolas, e para a aquisição de equipamentos para a rede física escolar desse nível educacional, no intuito de atender maior parcela da população. De acordo com a Prefeitura de Pelotas (2013), a construção das 14 novas EMEIs (Escolas Municipais de Educação Infantil) foi assegurada, em junho deste ano, à vice-prefeita Paula Mascarenhas pelo presidente do FNDE, José Carlos Freitas, atendendo à demanda da comunidade pelotense. Paula relatou que em 2013 cerca de 1.300 crianças ficaram desatendidas por falta de vagas. Os locais escolhidos para a implantação das EMEIs deramse pela análise das necessidades locais, sendo destacadas as seguintes áreas: Sítio Floresta, Vila Princesa, Dunas, Getúlio Vargas, Sanga Funda, Obelisco, Cruzeiro, Vila Governaço, Navegantes, Fragata, Loteamento Eldorado e Santa Terezinha, além das Colônias Z3 e Monte Bonito. Segundo a Arquiteta Olga Silva da SMED (Secretaria Municipal de Educação de Pelotas), 5 das 14 EMEIs estão em processo de execução de obra. As restantes, devido a falhas no processo licitatório, tiveram suas obras interrompidas e atualmente encontram-se em situações de canteiros de obras. Os projetos que estão sendo utilizados para a construção das escolas são os projetos padrão do Tipo B e C, fornecidos pelo FNDE. 26


ANÁLISE DOS PROJETOS DO FNDE O programa Proinfância foi instituído pela Resolução nº 6, de 24 de abril de 2007, e faz parte das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do Ministério da Educação (MEC). Tem como principal objetivo garantir o acesso de crianças a creches e escolas de educação infantil da rede pública. As unidades construídas são dotadas de ambientes essenciais para a aprendizagem das crianças, como: salas de aula, sala multiuso, sanitários, fraldários, recreio coberto, parque, refeitório, entre outros ambientes, que permitem a realização de atividades pedagógicas, recreativas, esportivas e de alimentação, além das administrativas e de serviço. Para habilitação na ação de construção de escolas de educação infantil, poderão ser adotados projetos-padrão, fornecidos pelo FNDE. Os municípios que compõem o Grupo 1 do PAC podem apresentar projeto próprio de escolas de educação infantil. Os projetos-padrão do FNDE são nomeados “Tipo B”, “Tipo C, Tipo 1 e Tipo 2” e os projetos elaborados pelos proponentes são nomeados projetos “Tipo A”. Ressalta-se que os projetos-padrão tem capacidade de atendimento específica para cada tipo, distribuídas em turno integral ou matutino e vespertino. No caso de projetos “Tipo A” não há limite de atendimento, nem dimensões mínimas exigidas para o terreno. O FNDE disponibiliza o projeto básico, o

executivo e a planilha orçamentária para que o município possa iniciar o processo licitatório. O fornecimento de projetos padrões facilitam na hora da burocracia e no seu acesso porém normalmente não se adequam aos locais de implantação, seja pela forma e funcionalidades do projeto, como a falta de adaptação com o lugar. O projeto, por exemplo, não considera a orientação solar ou a topografia do terreno, assim como o clima e as características da região. Afetando a qualidade da escola, a população rejeita o novo equipamento. O MEC lança critérios para um atendimento em creches que respeita os direitos fundamentais das crianças, estipulando que ela tem o direito a brincadeira, a atenção individual, a um ambiente seguro, aconchegante e estimulantes, direito a contato com a natureza e ao moevimento em espaços amplos, porém não o cumpre nos projetos das escolas, quando deixam a desejar em alguns aspectos, como a falta de grandes espaços e falta de relação com a natureza, observados a seguir, com as plantas baixas dos 4 projetos existentes e algumas observações.

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Projeto Tipo 1 O Projeto Padrão Tipo 1, desenvolvido para o Programa Proinfância, tem capacidade de atendimento de até 396 crianças, em dois turnos (matutino e vespertino), e 188 crianças em período integral. Foi considerada como ideal a implantação das escolas do Tipo 1 em terreno retangular com medidas de 40m de largura por 70m de profundidade e declividade máxima de 3%. +10.16(NA)

PINTURA ACRÍLICA COR VERMELHA PINTURA ACRÍLICA COR AZUL FRANÇA PINTURA ACRÍLICA COR BRANCO GELO PINGADEIRA PRÉ MOLDADA EM CONCRETO L=30cm E=5cm, COR CONCRETO

+4.85(NA) +4.50(NA) +4.20(NA) +3.80(NA)

+2.85(NA)

CRECHE PROINFÂNCIA

+2.50(NA)

+0.60(NA) +0.20(NA)

+0.14(NA) CHAPA DE AÇO CARBONO PERFURADA, GALVANIZADA, SOLDADA NO PERFIL METÁLICO E=1,5mm (0,90x2,15 + 0,35x2,15m) . ACABAMENTO: TINTA ESMALTE AMARELO OURO

DETALHE 01- ARQ 07

PINTURA ACRÍLICA COR CINZA

FECHAMENTO EM CHAPA DE AÇO CARBONO GALVANIZADA PERFURADA E=1,5mm. PINTURA ESMALTE NAS CORES AMARELO OURO E CINZA CLARO

FECHAMENTO EM CHAPA DE AÇO CARBONO, GALVANIZADA PERFURADA E=1,5mm. PINTURA ESMALTE COR CINZA CLARO

CORRIMÃO EM PERFIL METÁLICO

PINTURA ACRÍLICA COR CINZA CLARO

PÓRTICO EM CONCRETO PINTADO COM TINTA ACRÍLICA COR BRANCO GELO

MASTROS PARA BANDEIRAS

1

PORTA DE VIDRO TEMPERADO INCOLOR 10mm

CHAPA DE AÇO CARBONO PERFURADA, GALVANIZADA, SOLDADA NO PERFIL METÁLICO. E=1,5mm (0,40x2,15m). ACABAMENTO: TINTA ESMALTE CINZA CLARO

FACHADA 01 ESCALA 1/75

0.50

0.96

Solário

0.50

1.02

0.50

0.96

32.5

1.20

32.5

1.20

0.50 0.05

GRADIL METÁLICO EM TELA DE AÇO GALVANIZADO, PINTURA COR BRANCO GELO

PORTÃO DE ABRIR (PO2) COM GRADIL METÁLICO E TELA DE AÇO GALVANIZADO. PINTURA COR BRANCO GELO

0.05

+0.00(NA)

0.90

+0.16(NA)

0.05

+0.14(NA)

+0.00(NA)

0.35

1.20

Área externa

+10.16(NA)

A

CHAPA DE AÇO CARBONO PERFURADA, GALVANIZADA, SOLDADA NO PERFIL METÁLICO. E=1,5mm (1,10x2,65m). ACABAMENTO: TINTA ESMALTE AMARELO OURO E CINZA CLARO

0.35

+0.16(NA)

E.C

D

32.5

MURETA DE ALVENARIA h=0,50m PERFIL EM AÇO CARBONO, GALVANIZADO, PARAFUSADO NA ALVENARIA. ACABAMENTO: TINTA ESMALTE AMARELO OURO E CIINZA CLARO

PLANTA BAIXA

01 VISTA

PINTURA ACRÍLICA COR VERMELHA

Platibanda

FORRO DE GESSO ACARTONADO PINTURA ACRÍLICA COR BRANCO GELO PINGADEIRA PRÉ MOLDADA EM CONCRETO L=30cm E=5cm, COR CONCRETO

2.25

2.75

+4.85(NA)

+4.20(NA) +3.80(NA)

JA-11

JA-11

JA-10

JA-09

JA-09

Mureta de alvenaria

+2.85(NA)

JA-07

PA2

0.25

+2.50(NA) PA1

PA4

0.50

JA-11

CHAPA DE AÇO CARBONO PERFURADA, GALVANIZADA, SOLDADA NO PERFIL METÁLICO. E=1,5mm (1,10x2,65m). ACABAMENTO: TINTA ESMALTE AMARELO OURO

Varanda de serviço

REVESTIMENTO CERÂMICO 30x40cm COR BRANCO GELO

FECHAMENTO EM CHAPA DE AÇO CARBONO, GALVANIZADA PERFURADA E=1,5mm. PINTURA ESMALTE COR AMARELO OURO

ESQUADRIAS EM ALUMÍNIO NATURAL

PINTURA ACRÍLICA COR CINZA

PINTURA ACRÍLICA COR CINZA CLARO

FECHAMENTO EM CHAPA DE AÇO CARBONO, GALVANIZADA PERFURADA E=1,5mm. PINTURA ESMALTE COR CINZA CLARO

+0.14(NA)

+0.16(NA)

+0.00(NA)

Solário - 6

+0.18(NA)

+0.16(NA)

+0.20(NA) +0.00(NA)

CORRIMÃO EM PERFIL METÁLICO

PINTURA ACRÍLICA COR CINZA CLARO

PÓRTICO EM CONCRETO PINTADO COM TINTA ACRÍLICA COR BRANCO GELO

PINTURA ACRÍLICA COR BRANCO GELO

VISTA 01

CHAPA DE AÇO CARBONO PERFURADA, GALVANIZADA, SOLDADA NO PERFIL METÁLICO. E=1,5mm (0,40x2,15m). ACABAMENTO: TINTA ESMALTE CINZA CLARO

+0.60(NA) +0.18(NA)

+0.16(NA)

2

4

FACHADA 01'-SEM FECHAMENTO EM CHAPA METÁLICA ESCALA 1/75

CHAPA DE AÇO CARBONO PERFUR SOLDADA NO PERFIL METÁLICO. E= ACABAMENTO: TINTA ESMALTE CIN

CHAPA DE AÇO CARBONO PERFUR SOLDADA NO PERFIL METÁLICO. E=1,5mm (1,10x2,65m). ACABAMENTO: TINTA ESMALTE AM

CHAPA DE AÇO CARBONO PERFURADA, GALVANIZADA, SOLDADA NO PERFIL METÁLICO. E=1,5mm (1,10x2,65m). ACABAMENTO: TINTA ESMALTE CINZA CLARO

ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO

PORTA DE VIDRO TEMPERADO INCOLOR 10mm

CHAPA DE AÇO CARBONO PERFUR SOLDADA NO PERFIL METÁLICO E=1,5mm (0,90x2,15 + 0,35x2,15m) . ACABAMENTO: TINTA ESMALTE AM

DETALHE 01 - FECHAMENTO METÁ ESCALA 1/50

CASTELO D'ÁGUA METÁLICO COR AMARELO OURO PINTURA ACRÍLICA COR CINZA CLARO

PLATIBANDA EM CHAPA DE AÇO CARBONO GALVANIZADA, PERFURADA PINTADA COM TINTA ESMALTE COR AZUL FRANÇA

PINTURA ACRÍLICA COR BRANCO GELO

PINGADEIRA PRÉ MOLDADA EM CONCRETO L=30cm E=5cm, COR CONCRETO PINTURA ACRÍLICA COR CINZA CLARO

JA-14

+0.18(NA)

JA-08

JA-14

+0.16(NA)

ESQUADRIAS EM ALUMÍNIO NATURAL

PINTURA ACRÍLICA COR CINZA CLARO

JA-15

+0.16(NA)

GUARDA-CORPO EM CHAPA DE AÇO CARBONO PERFURADA E=1,5mm. ACABAMENTO COM TINTA ESMALTE NA COR AMARELO OURO

JA-09

JA-15

+0.19(NA)

+0.16(NA)

GRADIL COM PORTÃO EM ESTRUTURA METÁLICA E CHAPA METÁLICA PERFURADA COR AZUL FRANÇA

M

GRADIL METÁLICO

ESQUADRIAS EM ALUMÍNIO NATURAL

FACHADA 02

28

3


Projeto Tipo 2 O Projeto Padrão Tipo 2, desenvolvido para o Programa Proinfância, tem capacidade de atendimento de até 188 crianças, em dois turnos (matutino e vespertino), e 94 crianças em período integral. Foi considerada como ideal a implantação das escolas do Tipo 2 em terreno retangular com medidas de 45m de largura por 35m de profundidade e declividade máxima de 3%.

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Projeto Tipo B O Projeto Padrão Tipo B desenvolvido para o Programa Proinfância, tem capacidade de atendimento de até 224 crianças, em dois turnos (matutino e vespertino), e 112 crianças em período integral. Foi considerada como ideal a implantação das escolas do Tipo B em terreno retangular com medidas de 40m de largura por 70m de profundidade e declividade máxima de 3%.

30


Projeto Tipo C O Projeto Padrão Tipo C desenvolvido para o Programa Proinfância, tem capacidade de atendimento de até 120 crianças, em dois turnos (matutino e vespertino), e 60 crianças em período integral. Foi considerada como ideal a implantação das escolas do Tipo C em terreno retangular com medidas de 35m de largura por 45m de profundidade e declividade máxima de 3%.

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INTENÇÕES 33


CENTRO INTERGERACIONAL A proposta do projeto é unir as deficiências que a cidade possui na falta de espaços apropriados para crianças e idosos junto aos benefícios da integração entre ambos unidos num mesmo ambiente de convívio. A idéia é ver idosos e crianças interagindo com a arquitetura e se relacionando entre si. Com o planejamento dos espaços permite-se criar ambientes especializados para a convivência dessas duas parcelas especiais da sociedade. A escola de educação infantil atenderá as crianças da comunidade de 0 a 5 anos de idade. Nos ambientes infantil devem existir espaços que favoreçam a autonomia, exploração e descobertas da criança e que estimulem a socialização e a troca com os outros. O centro residencial e diurno para os idosos se trata de um estrutura de caráter assistencial, que oferece apoio nas atividades cotidianas e ocupações recreativas e culturais. É destinado a pessoas idosas que não tem mais capacidade de viverem independentemente e que as qual não seja possível se manter no âmbito familiar. Normalmente a velhice é vista como uma 34

doença, e confiá-la aos médicos se torna cômodo, pois não obriga a pensar que o idoso permanece sendo um ser humano que quer viver, com todos os direitos dos cidadãos. Esse centro permitirá aos idosos a inserção no contexto urbano, em ambientes projetados especialmente para o seu conforto e que prevejam soluções para as suas dificuldades de locomoção, visão ou discernimento, permitindo que a vida humana seja encarada com respeito e dignidade, propiciando lazer e saúde a população da terceira idade.


Além das relações com as crianças da comunidade, os idosos residentes compartilharão ambientes e atividades com a população idosa da comunidade, que usará o centro durante o dia. As atividades intergeracionais devem estar presentes nos ambientes de convivência externos e internos. Os espaços deverão ser pensados nos usos, correspondendo as necessidades dos usuários e fazendo com que ambos se sintam incluídos. Sabendo que a estrutura física da instituição não deve apenas atender a estes grupos específicos, porque são frequentadas por adultos que auxiliam nas tarefas e visitam estes locais. O conceito de acessibilidade universal permitirá que qualquer cidadão, independente de sua condição física possa acessar, transitar e usufruir dos ambientes com autonomia e independência. A NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) atualizada em 2015, estabelece os critérios e os parâmetros técnicos de edificações às condições de acessibilidade, visando proporcionar a utilização de maneira autônoma, independente e segura do ambiente à maior quantidade de pessoas possível, independentemente da idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção. A Norma recomenda a utilização dos sete princípios do Desenho Universal, apresentados com suas definições no Anexo A, para os equipamentos urbanos, como escolas e serviços de saúde, são eles: Utilização equitativa: permitindo ser utilizado

por qualquer grupo de pessoas; Flexibilidade de utilização: englobando uma gama extensa de preferências e capacidades individuais; Utilização simples e intuitiva: facilita a compreensão, independentemente da experiência do utilizador ou dos seus conhecimentos; Informação perceptível: fornece eficazmente ao utilizador a informação necessária, qualquer que sejam as condições ambientais/físicas existentes ou as capacidades sensoriais do utilizador; Tolerância ao erro: minimiza riscos e consequências negativas decorrentes de ações acidentais ou involuntárias; Esforço físico mínimo: pode ser utilizado de forma eficaz e confortável com um mínimo de fadiga; e Dimensão e espaço de abordagem e de utilização: espaço e dimensão adequada para a abordagem, manuseamento e utilização, independentemente da estatura, mobilidade ou postura do utilizador.

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36


LUGAR 37


LUGAR O Centro Intergeracional deve ser implantado dentro de uma estrutura urbana já consolidada e habitada, na grande maioria, por uma população de baixa renda, visando suprir a demanda de equipamentos urbanos de saúde e educação. Observou-se as zonas de maior densidade demográfica da cidade de Pelotas, de acordo com o CENSO. Também foram analisadas as áreas especiais de interesse social especificadas pelo II Plano Diretor de Pelotas, visando priorizar o atendimento a parcela mais carente da população. Para a implantação do projeto também foi levada em conta a proximidade com outros estabelecimentos de apoio social, de saúde e de âmbito recreativo e cultural. Visando facilitar o acesso da população aos equipamentos públicos, a existência de uma rota de transporte público próxima ao sítio de implantação do Centro também é de extrema importância. Analisando estes e outros dados apresentados a seguir, que auxiliam na identificação de locais com demanda não atendida, definiuse que o Centro será implantado no Loteamento Navegantes, próximo ao Loteamento Nossa Senhora de Fátima. Os loteamentos Nossa Senhora dos Navegantes e o Nossa Senhora de Fátima ficam localizados na Zona Leste da cidade, situados entre o Centro da cidade e o Bairro Areal. Ambos são microrregiões da região administrativa de 38

Pelotas denominada São Gonçalo. A Rua Dr. Mario Meneguetti junto ao seu Canal dividem os dois loteamentos. O Loteamento Navegantes é dividido em Navegantes I, II e III, os dois primeiros, junto ao Fátima, apresentam melhor infraestrutura, calçamento e ruas asfaltadas, energia elétrica e água fornecidas pelas companhias de abastecimento, bem como esgoto canalizado em grande parte das ruas. Entre o Navegantes I e o Navegantes II situa-se uma importante área institucional, onde estão localizados a Escola Municipal de Educação Infantil Érico Veríssimo, com capacidade para 106 alunos de 0 a 5 anos, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora dos Navegantes, atendendo em torno de 400 crianças a partir dos 6 anos de idade, um Posto de Saúde junto a uma Unidade Básica de Atendimento Imediato (UBAI), para o atendimento da população em casos médicos simples, que podem ser resolvidos com exame clínico, medicação ou curativos, o Centro de Convivência do Programa de Prevenção da Violência do Bairro Navegantes, que dispões de uma quadra poliesportiva, palco e vestários e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) que serve como porta de entrada para a assistência social, executando atendimentos a egressos do sistema penitenciário, a pessoas com deficiência, a beneficiários do Programa Bolsa Família e atendendo também a população idosa da


comunidade. A CRAS tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários por meio de atividades de socialização. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras). No Fátima está localizada a Escola Municipal de Educação Infantil Dyrio Gorgot, atendendo 49 crianças, de 0 a 5 anos, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Rambo atendendo crianças a partir dos 6 anos, num total em torno de 560 crianças e uma Unidade Básica de Saúde. Observa-se então carência de estrutura social mais próxima do Navegantes III, visto que atendimentos de equipamentos públicos urbanos devem ter um raio de atendimento que permita o acesso facilitado da população.

39


PELOTAS E AS REGIÕES ADMINISTRATIVAS Pelotas é a terceira cidade mais populosa do Estado do Rio Grande do Sul, com densidade demográfica de 203,89 hab./km². O município possui 328.275 habitantes em uma área territorial de 1.610,084 km². Apresenta Índice de Desenvolvimento Humano de 0,739, este indicador é composto por três variáveis, referentes aos aspectos de saúde, educação e renda das populações. (CENSO, 2010) O III Plano Diretor de Pelotas, Lei nº 5.502, de 11 de setembro de 2008, junto ao Código de Obras do município, Lei nº 5.528 de 30 de dezembro de 2008, estabelecem as diretrizes e proposições

de ordenamento e desenvolvimento territorial da cidade de Pelotas. A cidade se divide em sete regiões administrativas: Três Vendas, Barragem, Areal, Fragata, Centro, São Gonçalo e Laranjal. Estas regiões estão divididas em microrregiões facilitando a gestão, com a redução da escala admnistrativa, além de aumentar a interação das pessoas com o local, através do reconhecimento e da identificação com o espaço em que vivem (CAZZOLATO, 2005). A área de implantação localiza-se na região administrativa São Gonçalo, na microrregião Navegantes, mostrado no mapa ao lado.

LEGENDA

ESCALA 1/10000 40



DENSIDADE DEMOGRÁFICA Densidade demográfica mede o grau de concentração de uma população em uma determinada superfície do território, é geralmente expressada em habitantes por quilômetro quadrado. De acordo com o CENSO (2010), o Loteamento Navegantes e o Fátima possui alto

índice de densidade demográfica, conforme ilustrado no mapa ao lado. Observando a altura das edificações pode-se concluir que há uma grande quantidade de moradores por habitação, visto que as edificações ali presentes possuem no máximo dois pavimentos.

LEGENDA

ESCALA 1/10000 42



ÁREAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL De acordo com o III Plano Diretor de Pelotas, as Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS) são porções de território do município destinadas à recuperação urbanística e ambiental, à regularização fundiária e à produção de Habitação de Interesse Social (HIS). O Art. 88 da Lei nº 5.502 de 11 de setembro de 2008, institui como diretriz que as AEIS deverão atender a promoção de equipamentos urbanos e comunitários, como mostrado abaixo: “Art. 88 - As Áreas Especiais de Interesse Social atenderão às seguintes diretrizes: I - Adequar a propriedade do solo à sua função social; II - Evitar a expulsão dos seus moradores, mediante a utilização de instrumentos jurídicos e urbanísticos próprios; III - Integrar à cidade os assentamentos habitacionais de baixa renda, promovendo sua regularização jurídica, urbanística, técnica e ambiental; IV - Propiciar a recuperação ambiental de áreas degradadas ocupadas por população de baixa renda; V - Prover a oferta de equipamentos urbanos e comunitários, espaços públicos, serviço e comércio de caráter local;(...)”

Conforme o mapa nº U-07, anexo a Lei nº 5.502, mostrado ao lado, o Loteamento Navegantes é considerada uma Área Especial de Interesse Social, classificada pelo Art. 90 como AEIS do Tipo 2, definidas por áreas públicas ou privadas, ocupadas por população de baixa renda, em que haja interesse público em promover a regularização fundiária, produção, manutenção e recuperação de habitação de interesse social.

LEGENDA

ESCALA 1/5000 44



EQUIPAMENTOS PÚBLICOS URBANOS A NBR 9284: Equipamento Urbano, define equipamento urbano e classifica os equipamentos em categorias e subcategorias, colocando lar de idosos e uma creche em uma mesma categoria, a assistência social, como mostrado abaixo: “2.1 Equipamento urbano Todos os bens públicos e privados, de utilidade pública, destinadao a prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder publco, em espaços públicos e privados.(...)

Assistência social: a) asilo.; b) centro social, comunitário; c) centro de triagem; d) creche; e) orfanato; f)

penitenciária; g) reformatório.”

Pitts (2013) cita que a implantação de equipamentos deve respeitar critérios de acessibilidade relacionados à abrangência do auxílio social em relação aos moradores. Espaços como praças, parques, quadras, escolas, centros comunitários e postos de saúde são áreas fundamentais para a comunidade. Oferecem condições para a prática de atividades essenciais à saúde, educação, lazer e devem estar disponíveis para toda a população. Procurando identificar se a localidade é acolhida pelos equipamentos urbanos em questão, foi traçado um raio de influência de 300 metros, ideal para um equipamento onde crianças menores de 5 anos e idosos são os usuários, nas Institições de Longa Permanência para idosos e nas Creches e Escolas de Educação Infantil públicas do entorno, mostrado ao lado.

LEGENDA ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL

INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS ESCALA 1/5000 46



15

5

1

12 3

2

11 6

4

13 14 16

10

7

9 8


ENTORNO

1

Vista norte do terreno

2

Canal Mรกrio Menegueti

3

Praรงa do Fรกtima

4

Vista sul do terreno 49


5

Campo de Futebol

9

13 50

6

Unidade Básica Navegantes

de

Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora do Navegantes

10

Centro de Convivência do Programa de Prevenção a Violência

Unidade Básica de Saúde Nossa Senhora de Fátima

14

Escola Ulina Bento Lopes

Atendimento

Imediato


7

11

15

Centro de Referência em Assistência Social

Posto de Saúde Navegantes

Vista da Avenida Artur de Souza Costa

8

Escola Municipal de Ensino Fundamental Érico Veríssimo

12

Escola Municipal de Ensino Fundamental Dyrio Gorgot

16

Vista da Rua Dr. Mario Menegueti 51


HIERARQUIA VIÁRIA De acordo com o III Plano Diretor de Pelotas, o sistema viário municipal está classificado em Vias Coletoras Regionais, Vias Arteriais, Vias Coletoras e Vias Locais, propostas ou existentes, conforme o mapa nº U-03, anexo a Lei nº 5.502, mostrado ao lado. A maioria das vias do Loteamento Navegantes tem gabarito viário entre 12 e 13 metros, com exceção de algumas menores, com gabarito de 8 metros.

LEGENDA

ESCALA 1/5000 52



USO DO SOLO No levantamento dos tipos de uso do solo presentes no entorno imediato do terreno realizado e representado no mapa ao lado, foram encontrados uso residencial na grande maioria dos lotes, com exceção de alguns usos mistos, onde o lote é utilizado simultaneamente para fins de moradia e uso comercial ou de serviços, como lancherias, pizzarias, vendas ou salões de beleza,

por exemplo. O uso misto é comum e muito importante em regiões habitadas pela população de baixa renda, pois permite ao morador uma forma de atividade econômica próxima a sua moradia e possibilita maior segurança a população, com movimentação de pessoas em todos os períodos do dia.

LEGENDA

ESCALA 1/2000 54



TRANSPORTE PÚBLICO O único meio de transporte público fornecido é o ônibus. Na região existem duas linhas de ônibus, a Navegantes-Cohabpel e a NavegantesAssis Brasil, ambas da empresa Auto Viação Santa Rosa, ligando o Loteamento ao centro e a zona

norte da cidade. Seus trajetos estão representados no mapa ao lado, assim como as paradas de ônibus mais próximas ao terreno.

LEGENDA PARADA DE ÔNIBUS NAVEGANTES / COHABPEL ESCALA 1/5000 56

NAVEGANTES / ASSIS BRASIL



INFRAESTRUTURA URBANA ÁGUA A cidade é atendida pelo SANEP - Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas, que capta, trata e distribui água potável para a população. Existem três Estações de Tratamento de Água (ETA) em Pelotas, a Estação de Tratamento Moreira, a ETA Sinnott e a ETA Santa Bárbara. Esta última abastece o Navegantes e a Vila Fátima.

ESGOTO Define-se como sistema de esgotos sanitários o conjunto de obras e instalações destinadas a propiciar a coleta, condução, condicionamento e tratamento quando necessário do esgoto cloacal das edificações. O Bairro Navegantes não possui rede de coleta de esgoto cloacal, as edificações utilizam o sistema de fossa, filtro e sumidouro para coleta e tratamento do seu esgoto.

DRENAGEM URBANA Os esgotos pluviais são os que se formam pelas águas da chuva. O SANEP, desde 2002, é o responsável pela drenagem urbana da cidade. O sistema de drenagem é um sistema independente e tem cursos distintos do esgoto 58

cloacal. O sistema é composto por macro e micro drenagem. A macro drenagem é composta por canais e grandes galerias, deles, as águas são bombeadas e se dirigem para o Canal São Gonçalo. A micro drenagem se compõe por valetas, bueiros, galerias e travessias, que se dirigem para um canal. O Canal Dr. Mario Menegueti localizado no alinhamento sudoeste do terreno faz parte do sistema de macro drengem. O Loteamento Navegantes possui sistema de drenagem urbana, a micro drenagem se dá por valetas. Recentemente as valetas do terreno foram canalizadas.

COLETA DE LIXO A coleta, o tratamento e destinação final de resíduos no município de Pelotas é de responsabilidade do SANEP. A coleta de resíduos se dá por Coleta Domiciliar, coleta porta a porta, ou Coleta Conteinerizada. No Bairro Navegantes a coleta domiciliar se dá nas segundas, quartas e sextas no turno da manhã, e a Coleta Seletiva ainda não atende o Loteamento. O local de destinação final dos resíduos produzidos no município é o Aterro Sanitário da cidade de Candiota, que tem capacidade de receber 1000 toneladas/dia de resíduos, todos os dias caminhões transportam toneladas de resíduos de Pelotas para o Aterro.


ENERGIA ELÉTRICA

VIAS E CALÇADAS

A energia elétrica em Pelotas é distribuida pela CEEE - Companhia Estadual de Energia Elétrica. O local possui rede de baixa tensão e sua distribuição se dá de forma aérea através de postes de madeira.

A maioria das vias no Loteamento não são pavimentadas, praticamente inexistem meio-fios e calçadas, principalmente no Nagevantes III.

59


LOTE Com forma quase retangular, o lote possui uma área de 3592,77m², ocupando uma quadra inteira do Loteamento Navegantes III. O seu lado sudoeste se abre para o canal da Rua Dr. Mario Menegueti. O terreno possui topografia plana e não possui nenhuma vegetação de grande porte, visto que, antes de ser recentemento aterrado para as obras não concluídas da EMEI, servia como campo de futebol para a população local.

ESCALA 1/1000 60


A

43 6

,6

RU A

RU

DO

SW AL

F. O

O

PR

DE

80

DR .M AR IO NH

O

,4 9 PI

,99

43

UZ

LO

84

,1 3

PA S SE

0

IO IS

DO

M EN EG UE TI

10 20 40

AD A

DA

AV EN I

R

AR TU

DE

SO UZ

A

CO ST A


62


REFERENCIAIS 63


REFERENCIAIS

Kindergarten | 2014 ARHI-TURA d.o.o Ribnica, Slovenia

O maior jardim de infância da Slovenia. Projetado por Bojan Mrežar, Renato Rajnar e Peter Rijavec, tem capacidade de atender 400 crianças, possuindo 24 salas que somam em área 4500m². O edifício possui implantação em pente, próximo ao acesso principal se localiza o estacionamento e a ala administrativa. As salas do jardim de infância foram projetadas para abraçar o parque infantil no centro, imitando as mãos abraçando uma criança e formando um lugar seguro e caloroso em contato com o meio ambiente.

Inspirando-se nas diferentes edificações do entorno, com diferentes espaços entre elas e com diferentes alturas e tipos de cobertura, que formam uma longa rede de formas irregulares, as paredes das alas infantis foram projetadas em ziguezague. Essa movimentação do edifício e proporcia um ambiente interessante para as crianças. As partes destinadas as crianças menores são aquelas localizadas na parte mais protegida, voltada ao pátio central, enquanto as outras partes são para crianças um pouco maiores, menos fechadas o que dá maior liberdade.



66


relação exterior x interior cobertura e implantação com formas irregulares implantação em pente

67


Kindergarten | 2013 nbundm Freising, Alemanha

O jardim de infância foi um desafio para uma competição em 2010, cuja tarefa era projetar um jardim de infância para oito grupos de crianças com uma sala polivalente, uma sala de refeições e uma sala de professores. A implantação se dá em forma de estrela, onde blocos independentes estão conectados uns com os outros por meio de um salão, dedicado a prática de diversas atividades. A organização radial permite a integração entre os blocos. Cada bloco tem uma diferente

função, separando as crianças por grupos de idade, separando a administração, os funcionários e a área de alimentação. As aberturas não seguem uma ordem definida, o que movimenta os cinco blocos retangulares e duros que compõem a edificação. A fim de estar em harmonia com a localização verde natural e às árvores na propriedade, a edificação foi construída em madeira, que pode ser visível tanto do interior e do exterior.


organização radial desordem na implantação funções separadas 69


70


71


Lar de Idosos Peter Rosegger | 2014 Dietger Wissounig Architekten Graz, Áustria

O lar da terceira idade de dois pavimentos possui implantação em formato de quadrado, com alguns cortes assimétricos que auxiliam a dividir as habitações, dando maior privacidade. Os dormitórios estão agrupados em torno de um pátio que se repete quatro vezes. E essas quatro partes se agrupam em torno de um pátio central que no segunda pavimento se transforma

em terraço. Existem ainda dois jardins apenas para os residentes que seccionam o edifício. O edifício foi executado com estruturas e revestimento em madeira, que ajudam a garantir uma atmosfera aconchegante e espaçosa. As grandes janelas com um parapeito baixo que servem como banco, aumentam o contato dos idosos com o exterior.



jardins internos ambientação aconchegante grandes vãos e aberturas 74


75


76


FUNÇÕES 77


PROGRAMA

CRIANÇAS

FUNC.

SERVIÇO

ADM.

ESPAÇO

78

ATIVIDADES

DURAÇÃO N

QT

PÚBLICO FIXO

M

T

1

02 funcionários

Recepção

Acessar, atender e esperar

Secretaria

Trabalhar

1

02 secretários

Sala de reuniões Diretoria

Conversar Trabalhar

1 1

01 diretor

Almoxarifado

Armazenar

1

-

Sanitário

Higiene simples

2

-

Cozinha

Higienizar e preparar alimentos, lavar louças, distribuir refeições

1

06 funcionários

Despensa

Armazenar alimentos

1

-

Lavanderia

Lavar, secar, passar e armazenar roupas

1

-

Depósito

Armazenar equipamentos, mobiliários, materiais e produtos

1

-

Sala dos funcionários

Trabalhar, conversar e descansar

2

-

Sanitário (funcionários)

Higiene simples

2

-

Vestiário (funcionários)

Trocar de roupas

1

-

Berçários Salas brincar

Dormir Brincar

2 2

6 crianças + 01 auxiliar 10 crianças + 01 auxiliar

Banho

Dar banho

1

-

Fraldário

Trocar fraldas

1

-

Lactário

Armazenar leite

1

-

Salas multiuso

Brincar, aprender e armazenar

4

10 crianças + 01 auxiliar

Dormitórios

Repousar

2

6 crianças + 01 auxiliar

Sanitarios (salas)

Higiene simples

4

-


PÚBLICO VARIÁVEL

ÁREA m²

OBSERVAÇÕES

EQUIPAMENTOS / MOBILIÁRIO

ÁREA TOTAL m²

08 pessoas

24 Acesso principal

Balcão, 6 poltronas, 2 cadeiras

24

04 pessoas

18 -

2 mesas, 6 cadeiras

18

06 pessoas 02 pessoas

12 12 -

Mesa, 6 cadeiras Mesa, 3 cadeiras

12 12

01 funcionário

4-

Armários

06 pessoas

6 Separados por sexo

Sanitário e lavatório acessíveis

4 12 ÁREA m²

01 funcionário

48 Sala de gás anexos 6-

Fogão industrial, forno, microondas, geladeira, freezer, pia Estantes

82 48 6

02 funcionários

20 Acesso ao pátio de serviço

2 máquinas de lavar, tanque, tábua de passar, 2 máquinas de secar, armários

20

01 funcionário

10 Acesso de veículos

Estantes

10 ÁREA m²

84

15 funcionários

24 Acesso de serviço

Sofás, TV, mesa, cadeiras

48

20 funcionários

16 Separados por sexo

2 sanitários, 3 lavatórios e 1 chuveiro acessíveis

32

20 funcionários

10 Anexo ao sanitário

Armários, bancos

10 ÁREA m²

90

-

15 Anexo as salas brincar

6 berços, poltrona

30

-

24 -

Placas de tatame, poltrona, estante

48

2 crianças + 02 auxiliares

18 Anexo as salas brincar

2 banheiras, armário, lavatório, chuveiro

18

2 crianças + 02 auxiliares

12 Anexo as salas brincar

2 trocador de fraldas, armário, lavatório

12

01 funcionário

5-

-

30 -

-

15 Anexo as salas multiuso

10 crianças

6 Separados por sexo

Geladeira, estante Cadeiras e mesas infantis, estante, placas de tatame

5 120

6 camas infantis, poltrona

30

2 sanitários e 3 lavatórios infantis

24

ÁREA m²

287 79


IDOSOS

ESPAÇO

ATIVIDADES

CONV. EXT.

M

T

Salas flexíveis

Consultas de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia

Sala de Enfermagem

Consultas e atendimento ambulatorial

N

PÚBLICO FIXO

QT 2

-

1

01 enfermeiro

Dormitórios duplos

Dormir

10

02 idosos

Banhos (dormitórios)

Higiene simples, tomar banho

10

-

Salas de Estar

Assistir TV e descansar

2

10 idosos + 02 auxiliares

Salas de artesanato

Pintar, costurar, crochetar, tricotar, criar

• •

• •

3

08 idosos + 01 auxiliar

2

-

Sanitário (salas de estar) Higiene simples

80

DURAÇÃO

Sanitário (salas de artesanato)

Higiene simples

1

-

Espaço ecumênico

Orações, cultos e meditações

1

-

Refeitório

Fazer refeições

1

60 crianças + 20 idosos + 04 auxiliares

Salas de convivência

Entreter, conversar e brincar

3

10 crianças + 10 idosos + 04 auxiliares

Sanitários

Higiene simples

3

Play Ground Infantil

Brincar

2-

Estar

Repousar

2-

Estacionamento

Estacionar

5-


PÚBLICO VARIÁVEL

ÁREA m²

OBSERVAÇÕES

EQUIPAMENTOS / MOBILIÁRIO

ÁREA TOTAL m²

01 profissional + 01 idoso

12 -

Poltrona, mesa, cadeira

24

01 auxiliar + 02 idosos

16 -

2 macas, armários, mesa, cadeira

16

02 idosos

16 Separados por sexo 4 Anexo aos dormitórios

2 camas, 2 armários e 2 poltronas Sanitário, lavatório e chuveiro acessíveis

-

30 -

Sofás, TV

60

-

24 Uso da comunidade

Sofás, cadeiras, mesas, armários

72

160 40

10 idosos

8 Anexo as salas

2 sanitários, 3 lavatórios

16

24 idosos

8 Anexo as salas

2 sanitários, 3 lavatórios

8 ÁREA m²

05 pessoas 01 pessoa

10 Uso da comunidade 120 Anexo a cozinha 40 Uso da comunidade 4 Separados por sexo

Bancos, altar

10

Cadeiras e mesas

120

Sofás, poltronas, estantes

120

Sanitário, lavatório e chuveiro acessíveis

262

ÁREA TOTAL m²

1201

ÁREA TOTAL + 25 % (PAREDES E CIRCULAÇÕES) m²

1501,25 100

50 -

Brinquedos

10 idosos

50 -

Bancos, mesas, cadeiras

12,5 -

12

ÁREA m²

30 crianças 10 pessoas

396

100

Vagas

62,5 ÁREA m²

262,5

81


FUNÇÕES

82


FLUXOS

83


84


CONCEITO 85


DURABILIDADE

EXPERIÊNCIAS

CRIANÇAS LAZER BRINCAR

PÁTIO INTERNO

INTERIOR X EXTERIOR

LÚDICO ACESSIBILIDADE

SAÚDE INTEGRAÇÃO

CONVIVÊNCIA USUÁRIO X ARQUITETURA CRESCER

CANAL MENEGUETI

COMUNIDADE REPOUSAR RELAÇÕES INTERGERACIONAIS

APRENDER

IDOSOS

DORMIR

ILPI

EDUCAÇÃO INFANTIL SUSTENTABILIDADE

COMPANHIA

ENVELHECER


CONCEITO Com a vontade de criar um ambiente de integração entre crianças e idosos e entre a comunidade e os usuários do Centro se pensa em uma arquitetura que se relacione com a arquitetura do entorno, harmonizada em volumetria, altura, grão e materiais. O projeto partirá da organização do ponto de vista funcional, separando as diferentes funções do Centro, mas continuará se organizando no ponto de vista formal, adaptando a edificação de grande porte ao entorno, para depois integrar-se as técnicas de construção. A edificação se dará por formas lineares, que conformam melhor as funções previstas e facilitam os fluxos e circulações, criando áreas verdes integradas às edfiicações. Tem-se a idéia de criar uma área verde privada aos usuários do Centro, para isso, a implantação no terreno retangular deve se inspirar no modelo de quadra européia, que além de proporcionar pátios internos centrais, favorecem a articulação e relação entre a cidade e a edificação. Analisando o fluxograma apresentado anteriormente e os projetos referenciais nota-se a necessidade de uma circulação centrada ou em pente, desde que facilite a conexão entre todos os ambientes do programa de necessidades. Facilitando a circulação das crianças e idosos a implantação da edificação deve ser preferivelmente dada em um só pavimento, o que acaba também proporcionando maiores relações entre as

circulações e os ambientes com as áreas externas. O acesso principal deve encontrar-se próximo as atividades sociais e administrativas, se afastando dos lugares de aprendizagem e de repouso. O Centro deve ser acessível e funcional, mas também lúdico, para proporcionardo diferentes ambientações para os usuários.

87


INSPIRAÇÕES

88


89


90


PROPOSTA 91


PROCESSO 1 - Foi observada a orientação solar e os ventos predominantes no inverno e no verão na cidade de Pelotas no terreno. 2 - Pensando nos dois distintos usos, criou-se duas alas, uma para os idosos e outra para as crianças; 3 - O fechamento nas laterais cria um pátio central que garante a privacidade dos usuários do Centro aumentando a relação deles com os ambientes externos; 4 - A conexão entre as duas alas através de um espaço de convivência centralizado possibilita a interação entre idosos e crianças e a relação exterior-interior; 5 - A população local, principalmente crianças e adolescentes utilizam a beira do Canal para realizar atividades de lazer, como brincar e jogar bola, pensando nisso, abriu-se um dos pátios para o uso de toda a comunidade; 6 - Com o intuito de acolher essa população os blocos foram deslocados, permitindo maior permeabilidade e visibilidade do espaço público pela comunidade; 7 - Para integrar a edificação a comunidade do entorno, foram 92


9

analisadas as características das edificações ali existente e foram identificadas edificações de diferentes tamanhos, recuos, alturas, coberturas, volumetria e materiais. Adaptando a volumetria ao programa de necessidades e garantindo melhor incidência solar para os ambientes, foram feitas modificações na implantação do projeto, os grandes planos retos foram substituídos por planos seccionados, com diferentes afastamentos do alinhamento predial. 8 - Utilizando essas fragmentações, a volumetria inteira foi separada em volumes de diferentes tamanhos e alturas, criando diferentes ambientações interessantes interior e exteriormente. 9 - Para finalizar, tem-se como intenção utilizar uma cobertura ventilada, com o objetivo de melhorar o conforto térmico nos ambientes. Para isso, os diferentes volumes terão coberturas em telha metálica tipo sanduíche, com a mesma inclinação porém com declividades para lados diferentes. A edificação externamente dá continuidade ao tecido urbano circundante e se compõe com uma unidade tipológica. 93


CORTES

94

0

5

10

20


95


ESQUEMAS

O zoneamento foi realizado separando as diferentes funções do Centro e compartimentando de modo que possuam a área prevista no programa de necessidades. Observando que as áreas de convivência e integração se relacionam com todas as outras áreas e com os dois pátios, o privado e o público. 96


Existem duas áreas externas importantes, um espaço externo privativo aos usuários que se relaciona com os usuários e um espaço público que se abre a comunidade e ao Canal Dr. Mario Menegueti.

As relações entre os ambientes desejadas foram alcançadas, onde idosos e crianças tem relações com as áreas verdes e entre si, e essas áreas de convivência se relacionam com a comunidade e com as áreas verdes.

O acesso principal pode ser dar externamente ou internamente, porém fica longe das áreas de aprendizagem e de repouso. Os funcionários possuem um acesso diferenciado, assim como o serviço, para o abastecimento da despensa.

A circulação em pente facilita a distribuição de funções e proporciona melhores fluxos e circulações da população usuária. Em algumas partes as circulações são voltadas para as áreas externas outras para o pátio interno e outras são tipo galerias, com edificações nos dois lados. 97


VOLUMETRIA

98


99


AMBIENTAÇÃO Para dar movimentação a fachada, as aberturas e vãos serão distribuídos na fachada de forma aleatória, ajudando a compor diferentes ambientes. São imaginados revestimentos leves e aconchegantes, tanto no exterior quanto no interior da edificação. As áreas externas terão bastante vegetação de médio porte, possibilitando sombreamento para as atividades externas.

100



102


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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