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HUMANIZAÇÃO DO ESPAÇO EM HOSPITAIS-DIA CIRÚRGICOS

Talita Kumakura Longo 2015


TALITA KUMAKURA LONGO

HUMANIZAÇÃO DO ESPAÇO EM HOSPITAIS-DIA CIRÚRGICOS

Projeto

de

pesquisa

parcial

para

apresentado

aprovação

do

como

Trabalho

requisito Final

de

Graduação no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda. Orientadora: Ma. Alexandra Marinelli

RIBEIRÃO PRETO 2015


CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

HUMANIZAÇÃO DO ESPAÇO EM HOSPITAIS-DIA CIRÚRGICOS

Projeto

de

pesquisa

parcial

para

apresentado

aprovação

do

como

Trabalho

requisito Final

de

Graduação no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda.

Orientador(a):_________________________________________________ Nome:_________________________________________________

Examinador(a) 1:_________________________________________________ Nome:_________________________________________________

Examinador(a) 2:_________________________________________________ Nome:_________________________________________________

TALITA KUMAKURA LONGO RIBEIRÃO PRETO 2015


Aos meus pais com todo meu carinho.


AGRADECIMENTOS Agradeço...

A todos os amigos, pelas experiências positivas, pela dedicação e pelo afeto compartilhado;

À minha orientadora, Ma. Alexandra Marinelli, pela paciência, competência e atenção com que conduziu esse trabalho, e pela serenidade e apoio emocional que me proporcionou nos momentos em que precisei;

Aos meus professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, e em especial ao Me. Francisco Carlos Gimenes por suas imprescindíveis participações em minha trajetória acadêmica e em minha vida;

A toda a minha família por seu amor, apoio, e compreensão;

Agradeço ainda aos meus pais pelo exemplo que eles são para mim, e no qual procuro me espelhar.


RESUMO HUMANIZAÇÃO DO ESPAÇO EM HOSPITAIS-DIA CIRÚRGICOS Talita Kumakura Longo Orientadora: Ma. Alexandra Marinelli

O tema do trabalho final de graduação em Arquitetura e Urbanismo é humanização do espaço em hospitais-dia cirúrgicos. A problemática da pesquisa consiste em esclarecer como é possível se humanizar os ambientes hospitalares de modo que o bem estar dos pacientes e acompanhantes sejam assegurados. O objetivo geral da pesquisa é elaborar um projeto de arquitetura hospitalar ambulatorial tipo 3, voltado à procedimentos cirúrgicos. O diferencial do projeto recai sobre a humanização, conceito basilar para se repensar o panorama atual dos estabelecimentos de saúde, muitas vezes carentes de ambientes que ampliem a ação e expressão pessoal dos usuários. Os procedimentos metodológicos que viabilizarão a pesquisa incluem pesquisa bibliográfica e leitura projetual. Com a finalização da pesquisa espera-se evidenciar a contribuição que a Arquitetura pode trazer à saúde humana. Palavras-chave: Arquitetura hospitalar. Hospital dia. Humanização.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Prisão de La Petite Roquette, em Paris e projeto de Poyet para a reconstrução do Hôtel Dieu de Paris.........................................................................p.28 Figura 2 – Planta de uma enfermaria tipo Nightingale..........................p.29 Figura 3 – Planta de uma Enfermaria circular do final do século XIX...........p.29 Figura 4 – Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto............................p.30 Figura 5 – Planta-baixa de Unidade de Internação com racetrack plan...........p.32 Figura 6 – Esquema sobre humanização..........................................p.44 Figura 7 – Esquema sobre humanização..........................................p.45 Figura 8 – Vista externa, sala de espera, biblioteca e quarto encontrados em hospitais com ambientação residencial.........................................p.47 Figura 9 – Vista externa, átrio, recepção e quarto de hospitais exemplificando a ambientação hoteleira.........................................................p.49 Figura 10 – Distrito de saúde de Ribeirão Preto...............................p.57 Figura 11 – Fluxograma de acesso à rede de atenção SUS em Ribeirão Preto......p.58 Figura 12 – Distribuição de leitos hospitalares em Ribeirão Preto.............p.60 Figura 13 – Leitos hospitalares existentes no município de Ribeirão Preto.....p.61 Figura 14 – Relação de leitos públicos em Ribeirão Preto......................p.63 Figura 15 – Gráfico de Leitos SUS em Ribeirão Preto...........................p.63 Figura 16 – Tabela de relação de Leitos Sus e Leitos SUS por mil habitantes em Ribeirão Preto................................................................p.63 Figura 17 – Gráfico de relação de Leitos de internação e de Leitos SUS em Ribeirão......................................................................p.64 Figura 18 – Imagem externa Hospital Sarah Kubistchek Rio......................p.67 Figura 19 – Esquema ventilação natural Hospital Sarah Kubistchek Rio..........p.68 Figura 20 – Cortes Hospital Sarah Kubistchek Rio..............................p.68 Figura 21 – Planta térreo Hospital Sarah Kubistchek Rio.......................p.69 Figura 22 – Implantação Hospital Sarah Kubistchek Rio.........................p.69


Figura 23 – Imagem externa do anexo Hospital Israelita Albert Einstein........p.70 Figura 24 – Implantação do edifício anexo Hospital Israelita Albert Einstein..p.71 Figura 25 – Implantação geral do anexo Hospital Israelita Albert Einstein.....p.72 Figura 26 – Corte AA do anexo Hospital Israelita Albert Einstein..............p.72 Figura 27 – Planta clínica dia do anexo Hospital Israelita Albert Einstein....p.73 Figura 28 – Planta parte cirúrgica do anexo Hospital Israelita Albert Einstein......................................................................p.73 Figura 29 – Imagem externa do anexo do Hospital Israelita Albert Einstein mostrando o revestimento......................................................p.74 Figura 30 – Imagens externa do anexo do Hospital Israelita Albert Einstein mostrando a passarel..........................................................p.74 Figura 31 – Imagem interna do anexo do Hospital Israelita Albert Einstein mostrando a relação interior com o exterior...................................p.74 Figura 32 – Imagem externa do anexo do Hospital Israelita Albert Einstein mostrando a cobertura do edifício.............................................p.74 Figura 33 – Imagem interna do anexo do Hospital Israelita Albert Einstein mostrando a circulação interna;;;.............................................p.74 Figura 34 – Imagens externas do anexo do Hospital Israelita Albert Einstein mostrando seu entorno.........................................................p.74 Figura 35 – Imagem externa Hospital Moriah ...................................p.75 Figura 36 – Imagem externa do Hospital Moriah.................................p.76 Figura 37 – Imagem interna do Hospital Moriah.................................p.76 Figura 38 – Imagem interna do Hospital Moriah.................................p.76 Figura 39 – Imagem interna do Hospital Moriah.................................p.76 Figura 40 – Imagem interna do Hospital Moriah.................................p.76 Figura 41 – Imagem interna do Hospital Moriah.................................p.76 Figura 42 – Imagem externa do Baia Sul Hospital Dia...........................p.77 Figura 43 – Imagem interna do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 44 – Imagem externa do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 45 – Imagem interna do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 46 – Imagem interna do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 47 – Imagem interna do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 48 – Imagem interna do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 49 – Imagem interna do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 50 – Imagem interna do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 51 – Imagem interna do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 52 – Imagem interna do Baia Sul Hospital Dia...........................p.78 Figura 53 – Fachada do Hospital Villa.........................................p.79 Figura 54 – Organização espacial Hospital Villa ..............................p.80 Figura 55 – Corte esquemático do Hospital Villa ..............................p.81 Figura 56 – Maquete física do Hospital Villa .................................p.81 Figura 57 – Imagens do edifício que mostram solução externa e interna.........p.82 Figura 58 – Imagens do edifício que mostram solução externa e interna.........p.82 Figura 59 – Imagens do edifício que mostram solução externa e interna.........p.82 Figura 60 – Imagens do edifício que mostram solução externa e interna.........p.82 Figura 61 – Imagens do edifício que mostram solução externa e interna.........p.82 Figura 62 – Imagens do edifício que mostram solução externa e interna.........p.82 Figura 63 – Imagens do edifício que mostram solução externa e interna.........p.82 Figura 64 - Imagens do edifício que mostram solução externa e interna.........p.82 Figura 65 – Imagem externa Clinica Majima ....................................p.83 Figura 66 – Organização espacial térreo Clinica Majima........................p.84 Figura 67 – Organização espacial primeiro pavimento Clinica Majima............p.84 Figura 68 – Corte esquemático Clinica Majima .................................p.85 Figura 69 – Diagramação Clinica Majima .......................................p.85 Figura 70 – Imagem externa da Clinica Majima..................................p.85 Figura 71 – Imagem interna da Clinica Majima..................................p.85 Figura 72 – Imagem interna da Clinica Majima..................................p.85 Figura 73 – Imagem externa da Clinica Majima..................................p.85


Figura 74 – Mapa de Ribeirão Preto e região ..................................p.89 Figura 75 – Mapa de cidades vizinha a Ribeirão Preto..........................p.90 Figura 76 – Mapa de equipamentos ligados ao SUS que podem dar suporte ao objeto proposto......................................................................p.92 Figura 77 – Mapa de situação da área de estudo................................p.94 Figura 78 – Mapa de hierarquia física.........................................p.95 Figura 79 – Mapa de hierarquia funcional .....................................p.95 Figura 80 – Mapa de uso do solo ..............................................p.96 Figura 81 – Mapa de ocupação do solo .........................................p.97 Figura 82 – Mapa de equipamentos urbanos .....................................p.98 Figura 83 – Mapa de transporte público .......................................p.99 Figura 84 – Área de estudo ...................................................p.100 Figura 85 – Corte AA da área de estudo........................................p.100 Figura 86 – Corte BB da área de estudo........................................p.100 Figura 87 – Entorno da área de estudo ........................................p.101 Figura 88 – Entorno da área de estudo.........................................p.101 Figura 89 – Entorno da área de estudo.........................................p.101 Figura 90 – Entorno da área de estudo.........................................p.101 Figura 91 – Entorno da área de estudo.........................................p.101 Figura 92 – Área de estudo....................................................p.101 Figura 93 – Tabela programa de necessidades ..................................p.104


SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.............................................................p.17 1 PERSPECTIVA HISTÓRICA RECENTE DA ARQUITETURA HOSPITALAR................p.25 2 O HOSPITAL-DIA.........................................................p.35 3 HUMANIZAÇÃO............................................................p.41 4 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS...........................................p.51 4.1 SUS em Ribeirão Preto....................................p.57 5 REFERÊNCIAS PROJETUAIS.................................................p.65 5.1 Referências nacionais....................................p.67 5.2 Referências internacionais...............................p.79 6 LEITURA DO ENTORNO DA ÁREA DE ESTUDO...................................p.87 6.1 Ribeirão Preto...........................................p.89 6.2 Acessos e Infraestrutura.................................p.90 6.3 Levantamento do entorno..................................p.94 6.4 Levantamento da área de estudo..........................p.100 7 PROGRAMA DE NECESSIDADES..............................................p.103 8 MEMORIAL..............................................................p.109 9 PROJETO..........................................,....................p.113 REFERÊNCIAS.............................................................p.128


APRESENTAÇÃO


O

assunto

pesquisa

é

da

presente

Equipamento

Público

acompanhantes

de

forma

negativa,

tornando a experiência ruim. Marín

urbano, inserido na área de Projeto

(1995 apud

de Arquitetura e tem como tema a

afirma que “quando alguém entra em

humanização do espaço em Hospitais-

um hospital, o primeiro impacto é o

Dia Cirúrgicos.

do ambiente físico, seguido, se for

A escolha do tema se deu por interesse

profissional

juntamente

o

caso,

MEDEIROS, 2004,

da

intimidade e

falta

sua

das quais nota-se a tendência de

permanentemente

redução

das

profissionais”.

Com

hospitalares

e

arquitetura

dos

procedimentos

o

crescimento

menos

de

invasivos

de

da transformação da

com observações empíricas, a partir

internações

vida

total

p.40)

privada

em

pública,

acessível

é

um

aos

isso, meios

a que

contribui para a humanização.

ambulatorial – hospital-dia. Isto

O

Sistema

Único

de

Saúde

ocorre devido a alguns fatores como

(SUS)

redução de

da

humanização. O SUS foi criado em

mais

1988, junto à Constituição Federal

custos, otimização

infraestrutura,

atendimento

humanizado,

principalmente

e,

surgimento

de

novas

o

também

preconiza

a

Brasileira:

tecnologias.

A saúde é direito de

Como consequência, há um aumento do número de Hospitais-Dia, onde são

todos e dever do Estado,

realizados

garantido

curta

os

procedimentos

duração

permitindo

e

aos

de

permanência, usuários

que

É nesse contexto que aparece humanização,

fornecer

com

a

o

intuito

possibilidade

políticas

de aos

redução doença agravos

mais humana e ativa em um ambiente

universal

pois

geralmente

esses espaços são apenas adaptados, são

quase

que

exclusivamente

destinados ao procedimento médicos,

que do

e

usuários de terem uma experiência

multifuncional,

sociais

econômicas

retornem a noite para suas casas.

a

mediante

e e

visem risco

e à de

de

outros

ao

acesso

igualitário

às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

(BRASIL,

sem um planejamento prévio. Esses ambientes tendem

a influenciar

a

recuperação e humor dos pacientes e

2009,

p.

9

apud

CIACO,

2010, p. 57). 19


O

SUS

dos

apenas com a imagem de um ambiente

maiores sistemas públicos de saúde

agradável e ao apelo estético. Como

existente.

afirma Medeiros (2004, p. 40)

Busca

proteção e

em

a

um

promoção,

recuperação de

garantindo integral

consiste

acesso

e

gratuito

saúde,

universal, para

toda

a

humanização

hospitalar

engloba,

além

população do país. Após 15 anos da

das questões relacionadas à

implantação

do

SUS,

assistência,

HumanizaSUS,

o

qual

surge tem

o como

objetivo a humanização de todos os setores e

sujeitos envolvidos

na

aspectos

que

dizem respeito à estrutura físico-espacial

do

produção da saúde, porém, está mais

edifício, gerada a partir

ligado à gestão e atendimento que

de projetos de Arquitetura.

propriamente à arquitetura. Em 2007

Difundida

foi criado o SomaSUS – Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos ferramenta

em

que

Saúde,

oferece

uma

auxilio

através da realização de consultas online sobre a estrutura física dos estabelecimentos

de

saúde.

Com

ultimas XX,

a

a

humanização

Arquitetura busca que

dos

hospitalar também humanizada, o que

da

de

projeto

proporcionem

para o HumanizaSUS, tornando não só arquitetura

das

Hospitalar

padrões

satisfação

mas a

partir

décadas do século

isso, o SomaSUS é um complemento

o atendimento,

e

o

usuários,

artifícios

de

a

bem-estar utilizando organização

permite projetos mais adequados às

espacial e ambientação que

reais necessidades da população.

ajudam

Foucault (1979, p. 109 apud TOLEDO,

2005,

arquitetura “instrumento

p.3),

define

hospitalar de

cura

mesmo

tema

ainda

deve

ser

processo

isso,

de

a

presente

pesquisa delimita-se a abordar sobre

como

Hospitais-Dia

uma sangria ou um gesto médico”. O

Com

como

de

no

recuperação dos pacientes.

a

estatuto que um regime alimentar,

postura mais

especificamente

os

possibilitam

uma

ativa dos

usuários,

pesquisado, pois, há, desde os anos

principalmente acompanhantes, quais

80,

as atividades de seus interesses,

a

preocupação

com

humanização, mas ela se conecta

20

A

a

como proporcionar um procedimento


mais humano e digno, como melhorar

ligado ao Sistema Único de Saúde

a vivencia com o espaço, além de

(SUS), com espaços multifuncionais,

enfatizar que essas questões não se

voltado a um ambiente humanizado.

resumem apenas ao apelo estético,

Buscará refletir sobre os conceitos

mas à experiência dos usuários e

de

suas reais necessidades, obtendo um

panorama atual dos estabelecimentos

ambiente

de saúde; identificar de que forma

mais

flexível

e

de

qualidade como um todo. Segundo

TUAN

humanização

bem

como

sobre

o

são feitos os usos dos espaços em (1980

apud

hospitais; apontar sobre ambientes

ALCANTARA e RHEINGANTZ) a qualidade

que

de um

pessoal dos usuários, com foco nos

lugar está

ligada a

intrinsecamente

um sentimento complexo,

ampliem

a

acompanhantes

ação

e

e

expressão

quais

espaços

e

atemporal de difícil explicação em

equipamentos são necessários para

toda

as atividades propostas.

sua

plenitude.

Ou

seja,

o

espaço psicológico, é diferente do espaço

físico,

assunto

da

presente

adquire

pesquisa é importante pois se trata

podem

de um tema ainda recente. Apesar do

desenvolver relações de afeição ou

número crescente de hospitais-dia

A orientação e a

que têm sido implantados no país,

significado,

pois

O

as

de desprezo.

pessoas

identificação com

o

do

ambiente

conotação

homem e

pouco se sabe como deveria ser seu projeto arquitetônico de

forma a

sua

melhorar a sua humanização e uma

simbólica,

postura mais ativa dos usuários e acompanhantes através da realização

conferem lugar,

não

caráter

ao

apenas

como

simples abrigo, mas como base

existencial

(Norberg-Schulz, apud

1979

ALCANTARA

e

RHEINGANTZ). O

objetivo

de outras atividades, de distrações positivas

que

paralelamente

presente

às

ocorrer atividades

terapêuticas e cirúrgicas. Essa é uma questão ainda a ser explorada nos

projetos,

de

modo

que

seja

favorecida a vivência dos utentes – pacientes, profissionais

da

possam

acompanhantes da

saúde

e -

contribuindo para o bem estar dos

pesquisa consiste em um hospitaldia cirúrgico – ambulatorial tipo 3

21


mesmos.

Uma forma de demonstrar que A

escassez

de

informações

o tema ainda é recente é através de

sobre os hospitais-dia, já que a

uma

grande

conceituada revista AU, referência

maioria

da

literatura

disponível refere-se à normativas nacionais

e

internacionais,

complexidade

dos

e

a

projetos

arquitetônicos que caracterizam os estabelecimentos

de

saúde,

são

alguns dos aspectos que tornam a pesquisa relevante, tanto no âmbito acadêmico

quanto

no

social

e

matéria

para

muitos

urbanistas,

na

arquitetos

que

tem

como

e

título

“Humanização em pauta”, escrita por Maryana Gribola, do mês de outubro de 2014, a qual tem como foco os espaços multifuncionais e soluções arquitetônicas hospitalares

prático.

encontrada

nos que

edifícios

conferem

um

ar

de

mais acolhedor aos projetos e que

hospitais-dia ajuda a compreender o

contribuem para a recuperação dos

seu

aos

pacientes.

outros setores hospitalares, e que

Com

O

por

estudo

de

diferencial ser

unidades

em

composta

relação por

pacientes

externos, há grande potencial que ainda é pouco empreendido para se criar vínculos entre o ambiente e usuários. ganhado

Os

destaque

surgimento que

hospitais-dia

de

aprimorou

médicos,

em

razão

do

novas

tecnologias,

os

procedimentos

principalmente

cirúrgicos, procedimentos

têm

os

permitindo menos

invasivos

e

agressivos, diminuindo o tempo de internação. hospitais-dia

Além

disso,

oferecem

os

vantagens

isso,

perceber

que

é

possível

grande

questionamento sobre a qualidade de vida

no

ambiente

pesquisas na

construído

área da

e,

arquitetura

hospitalar e psicologia ambiental, vêm

olhando

humanização

atentamente e

para

para

as

a

relações

ambiente-usuários,

buscando

refletir a prática e produção da arquitetura. Portanto, implantado

o

auxiliará

arquitetura

objeto sobre

hospitalar

a e

como o custo-benefício, otimização

humanização. Além disso, benefícios

da infraestrutura hospitalar e do

poderiam

serviço prestado, redução do risco

pesquisa, como maior reflexão dos

de

contrair

entre outros.

infecção

hospitalar,

surgir

profissionais arquitetura

através

da sobre

área a

desta

de

configuração

ambiental dos estabelecimentos de saúde, a fim de auxiliar no

22


desenvolvimento

de

projetos

como são organizadas a configuração

arquitetônicos, acrescentando mais

ambiental

informações,

hospitais-dia.

apresentando

alternativas projeto

para

às

adequação

necessidades

e

do

Assim,

dos

procedimentos

operacionalidade

nos

através

dos

metodológicos

usuários, possíveis melhorias dos

selecionados, busca-se estabelecer

ambientes

parâmetros para análise e projeto

de

instituições

pré-

existentes, bem como possibilita a

de

uma

unidade

de

hospital-dia

continuidade do estudo em pesquisas

cirúrgica – ambulatorial tipo três.

futuras. E, para a sociedade, há o beneficio de usufruir de projetos hospitalares mais bem ajustados às expectativas e anseios dos usuários e

seus

acompanhantes,

desvincula

a

pois

imagem

estabelecimento

de

do

saúde

de

associações negativas, que causam medo, sofrimento e estranhamento, os

substituindo

relaxamento,

por

conforto,

comodidade

e

sofisticação. O

procedimento

metodológico trabalho

que

viabilizará

consiste

em

o

pesquisa

descritiva, que envolverá pesquisa bibliográfica e leitura projetual. Será

adotada

uma

interdisciplinar, referência através

de

a

abordagem

que

terá

percepção observação

como

ambiental direta

e

sistêmica em visitas exploratórias, a

fim

de

registrar

percepções, comportamentos relação

aos

sensações,

emoções dos

e

usuários

ambientes

e

em

rotinas

hospitalares, assim como analisar

23


PERSPECTIVA HISTÓRICA RECENTE


Os estabelecimentos de saúde têm

sua

origem

datada

na

Ainda no século XVIII, dois hospitais

contribuíram

para

a

Antiguidade, onde os procedimentos

valorização do conceito de cura e

predominantes eram relacionados à

influenciaram

religião. Pouco se sabia sobre o

posteriores. O

corpo

Naval Hospital, na Inglaterra, foi

humano,

as

patologias

e

tratamentos.

em

edificações

primeiro, o

Royal

concebido

por

um

entendimento

Assim como na Antiguidade,

inovador,

onde

foram

construídos

na Idade Média o atendimento médico

pavilhões

concentrava-se, em sua maior parte,

afastamentos

no

proporcionar o conforto ambiental,

ambiente

do

lar,

sendo

horizontais,

com

suficientes

para

restringido às pessoas de melhores

os pavilhões

condições

blocos e a quantidade de pacientes

financeiras,

procedimentos muito

porém

oferecidos

parecidos

com

o

os eram

que

se

por

eram setorizados

enfermaria

foi

diminuído.

em

O

segundo, o Hôtel Dieu de Paris, que

encontrava nos hospitais. Até mesmo

na

os

pelas suas péssimas condições, após

eram

sofrer um incêndio, profissionais

locais propícios à disseminação de

renomados como o filantropo Howard,

doenças, pois a Medicina ainda não

o

era existente nesses locais.

Tenon e o arquiteto Poyet, foram

Idade

Moderna

estabelecimentos

Com séculos

o

de

saúde

Renascimento,

XVI,

XVII

ocorreram avanços

e

nos

XVIII,

na Medicina,

o

existia

e

cientista

de sua reconstrução. realizadas

no

dos

significativas

saúde.

e

Durante o Iluminismo, a partir do

desenvolvimento

século

hospitalar,

cura

XVIII, e

dentro

foi

incorporada

valorização dos

dos

hospitais,

a

médico

As pesquisas

âmbito

funcional,

higienista

foram

para

o

da e

Arquitetura dentre

médicos

recomendações

feitas

agora

encontram-se:

gabarito

que

o

chamados para aconselhar no projeto

técnico

de

caracterizado

Lavoisier,

que contribuiu para a valorização estabelecimentos

era

Tenon,

máximo

três

tanto no processo de cura como em

enfermarias, redução do número de

sua

leitos por ambiente e individuais,

Porém,

ainda

era

e

edificação. preferível

o

registro

médico

tratamento nas casas, e a situação

organização

com

foi

invertida

séculos XVIII e XIX.

ao

longo

dos

jardins

separação

de

refletiam os avanços da Medicina,

organização

pavimentos,

por

as

do

pavilhonar entre

paciente

das

e

horizontal os

blocos,

garantindo boa condição de conforto

27


conforto ambiental, como iluminação e ventilação. Durante

a

Idade

Contemporânea, no final do século XVIII, surge a Medicina social e o Estado passa a se preocupar com a saúde coletiva. Com a evolução da

No século XIX, a enfermeira Florence

Nightingale

Teoria

dos

questiona

Miasmas,

a

onde

acreditava-se

que

infecções

ocasionadas

eram

as

pelos gases oriundos do lixo

Medicina, os hospitais puderam ter

orgânico e que elas poderiam

maior controle

ser

tornando

o

tratamento espaços dos

sobre as

local e

doenças,

propício

ao

conhecimento.

Os

evitadas

melhoria ventilação

dos e

através

da

sistemas

de

iluminação

hospitais passaram

a

ser de fácil manutenção, limpeza

e

com

o

índices de umidade e impureza

intuito de diminuir os números de

do ar (CAVALCANTI, 2011, p.

infecção hospitalar.

36).

pouca

ornamentação,

com

natural,

reduzindo-se

os

Figura 1 – A esquerda a Prisão de La Petite Roquette, em Paris e a direitao projeto de Poyet para a reconstrução do Hôtel Dieu de Paris (MIGNOT, 1983, p. 216; TOLLET, 1892, p. 210-211 apud MEDEIROS, 2008)

28


Figura 2 -

Planta de uma Enfermaria tipo Nightingale. (TAYLOR, 1997 apud CAVALCANTI, 2011)

A partir daí, salubridade e conforto

ambiental

dos

estabelecimentos de saúde passaram

funcionários, diminuição de riscos de contaminação

Em contrapartida ao modelo

tipologias hospitalares passam por

de

uma

enfermarias

mudança,

onde

Nightingale,

surgiram

circulares,

Florence Nightingale faz uma nova

custo

proposta de organização espacial:

condições

de

pavilhonar retangular e ao redor de

tornaram

esse

pátios, permitindo fácil acesso de

adoção.

Figura 3 2011)

de

assepsia e conforto ambiental.

a ser vistos com outros olhos, e as

importante

com condições

para

a

porém

execução conforto modelo

e

as o as

ambiental de

difícil

Planta de uma Enfermaria circular do final do século XIX. (TAYLOR, 1997 apud CAVALCANTI,

29


No início do século XX, o modelo pavilhonar entra em desuso e

menores

surge o monobloco vertical devido

apoio (MIQUELIN, 1992; SILVA, 1999;

aos grandes avanços da Medicina. No

FREITAS, 2005; CAVALCANTI, 2011).

começo, muito tipologias poucos,

30

Unidades de Internação com quartos

se assemelhavam às

Nightingale, as

mas,

com

mais

ambientes

de

No Movimento Moderno surge o bloco

vertical

para

internação,

foram

acompanhado por um bloco horizontal

modificando-se, diferenciando-se de

no térreo, onde se localizavam os

acordo

setores

com

enfermarias

aos

e

as

especialidades

de

administração,

médicas e compartimentando-se para

emergência,

a criação de novos setores e de

diagnóstico e terapia.

apoio,

ambulatório,


Nos

anos

50,

a

tipologia

sendo a circulação configurada em

mais utilizada foi a com circulação

dois

e

objetivo era compactar ainda mais

enfermaria

centralizados

e

os

quartos nas áreas periféricas. Nos racetrack

paralelos.

O

as Unidades de Internação.

anos

60

surge

o

plan,

o

qual

a

organização espacial

corredores

se baseava no

Também nos anos 60, surgem os

mega

hospitais

e

tipologias

circulares, triangulares, radiais e

dormitório localizado no perímetro

clusters,

porém,

muitas

dessas

do estabelecimento de saúde e na

construções,

seu

porte,

centralização dos espaços de apoio,

distanciavam-se da escala humana,

por

caracterizavam-se por ter uma baixa Figura 4 – Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, com plateau horizontal e edificação vertical (www.wikimapia.o rg)

orientabilidade,

pouca

integração

interior-exterior harmonizavam locais

e

com

a

onde

não

paisagem se

(VERDERBERER;

dos

inseriam

FINE,

2000;

VERDERBERER, 2006 apud CAVALCANTI, 2011, p.41, ). Dessa forma, foi priorizado o

desenvolvimento

estabelecimentos clínicas, que

dos de

pequenos saúde

além de

e

ofereceram

variedade de serviços e tornarem o hospital

em

tratamento beneficiavam

único de

local

doenças, a

para também

integração

do

interior do edifício com o exterior e a

flexibilidade para

possíveis

ampliações. Nos anos 70 e 80, surge a insatisfação em relação ao hospital Modernista, que foram considerados edifícios

de

pouco

valor

arquitetônico, sendo sua estética geralmente

baseada

em

aparências

institucionais, formas puras,

31


Figura 5 - Planta-baixa de Unidade de Internação com racetrack plan (VERDERBERER e FINE, 2000 apud CAVALCANTI, 2011)

(2000

Segundo Verderberer e Fine

remodelação

apud

necessária,

CAVALCANTI,

2011,

p.

41), muitas dessas novas tipologias são apenas variações da concepção da “máquina de curar” Modernista, focadas

na

funcionalidade,

na

Com redução

a de

busca

descentralização

em

Nos anos 80, o atendimento

serviços hospitalares e o surgimento

de

essa tipologia prioridade para as

tecnologias

e

seguradoras, pois buscavam redução

médicos,

custos

de

infraestrutura

e

serviços hospitalares. Juntamente a isso, a sobra de leito no hospital e

concorrência torna a remodelação

da

dos

volta-se ao paciente externo, sendo

dos

pela

custos,

tecnológicos,

isso

a

humanização dos edifícios.

humanização,

refletindo

lugares

propulsionando

assepsia e na inclusão dos avanços

sua imagem.

32

desses

segunda

novas avanços

surgiram metade

do

na século

XX, os Hospitais-Dia, onde pela primeira vez foram


realizados cirúrgicos

procedimentos sem

a

necessidade de internação. Além disso, os Hospitais-Dia surgiram resgatando o ambiente do lar

como

oferecer

tratamento, aos

pacientes

além

de

melhores

condições fisiológicas, sociais e econômicas.

33


O HOSPITAL-DIA


Para definir o conceito de

paciente; unidade ambulatorial tipo

Hospital-Dia, primeiramente se faz

II, destinado

a procedimentos de

necessário

pequeno

médio

o

esclarecimento

do

e

porte,

termo “cirurgia ambulatorial”, que

ambulatório ou

segundo a Resolução SS- 002 (2006,

não

p. 3) consiste em

unidade ambulatorial tipo

Todos

os

procedimentos cirúrgicos,

médicocom

exceção

daqueles que acompanham os partos, que pelo seu porte e

pela

ausência

necessidade

de

especiais

pernoite

pós-

dispensem

do

pernoite poderá

cuidados

paciente. do

ocorrer

em

permitido

realiza

procedimentos

ambulatorial, pernoite,

por

reduzir,

ao

mínimo

permanência

não

seja

paciente de

sua

eliminando

essencial possível,

do

maximizar

em

a no

saúde

estadia

ou

e casa,

restringindo

a

ocorrência de pernoite no hospital,

nos

quais

tempo

prescindível. paciente

no

que

haver

característica

excepcionais, sendo que o

paciente

regime

O regime de Hospital-Dia tem

O

do

em

superior a 60 horas.

especial

permanência

e

III ou

podendo

desde

em

de

pernoite

ser anexo ou não à um hospital,

estabelecimento

casos

o

e

permanência, que se caracteriza por

o

paciente

salas adequadas

unidade médico-cirúrgica de curta

de

no

operatório,

é

em

naqueles a

mesma Dessa

vai

realizar

tratamentos

à

possa

ser

maneira, unidade

procedimentos

o

para médicos

estabelecimento neste caso

durante o período da manhã ou da

não pode ser superior a 24

tarde assim

horas.

tipo

tipos: I,

unidade que

ambulatorial

corresponde

ao

consultório médico independendo do hospital,

retorna

que

corresponde

Podem ser classificados em três

e

se

procedimentos de

destina

a

pequeno porte

e

não é permitida pernoite do

os

para

o

finaliza, ao

seu

lar

o

que

conceito

de

internação parcial – sem pernoite – em substituição

ao de

internação

integral – com pernoite.

O atendimento em um Hospital-Dia

aproxima-se

do conceito de atendimento 37


diversas

ambulatorial, eliminando o pernoite

e

perfil

pressupõe

de

um

pacientes

Porém, Hospitais-Dia também

independente fornecer

como uma

de

um

uma

unidade

Hospital

extensão

tratamento

investigação

na

sequência

algumas

vantagens

em

ou

a

uma

oferecem

relação

Gastroenterologia,

Proctologia

e

Urologia, entre outros.

necessário para o preparo da

cirurgia,

para

a

cirurgia propriamente dita e para a recuperação pósanestésica. As cirurgias realizadas em

às

demais tipologias, como: diminuição

Hospitais-Dia

dos

de

estender-se além de uma hora, já

pacientes

no

que

do

de

devem

gastos

devido

permanência ambiente;

dos redução

ao

tempo

setor

se

não

pressupõe ser

costumam

que

as

mesmas

eletivas,

pouco

internação; eficácia no atendimento

invasivas, de baixa complexidade e

ao cliente; otimização dos recursos

de

financeiros e diminuição do risco

recuperação pós-cirúrgico varia de

de contrair infecção hospitalar. É

acordo com o procedimento e com a

possível verificar diferenças entre

anestesia,

os

minutos até 60 horas.

perfis

cirúrgicos

de e

pacientes. O custo

médio

inferior

Hospitais-Dia

clínicos

e

de

serviços

ao

dos na

até

procedimentos cirúrgicos para

ser

de

de

40

Hospitais-Dia

ao atendimento de doenças crônicas

dos

Os Hospitais-Dia cirúrgicos realização

os

tempo

30%

ou

de

que

requeiram

prolongados. pode

à

podendo

O

clínicos, em geral são orientados

casos.

direcionam-se

risco.

um

hospitais maioria

baixo

seus

Hospital-Dia tem

convencionais,

38

Geral,

na Unidade apenas o tempo

de ser realizada. Hospitais-Dia

Vascular,

do

consulta médica que tenha acabado

Os

Dermatologia, Plástica, Ortopedia,

O paciente permanece

a realização, com rapidez, de algum de

Ginecologia,

e

atendimento ambulatorial permitindo

procedimento

como:

Otorrinolaringologia, Oftalmologia,

externos e ambulantes. podem funcionar

médicas,

subespecialidades

Assim,

frequentar

diariamente, mensalmente,

tratamentos o

indivíduo

a

Unidade

semanalmente de

acordo

com

ou sua

necessidade. O paciente permanece


na Unidade apenas o tempo mínimo necessário para os procedimentos e recuperação.

O

perfil

pacientes Dia

de

dos

Hospitais-

cirúrgicos

corresponde

não

a

agudos,

casos

graves

ou

críticos, pois se destina

os

casos

críticos,

internação em outros tipos de unidades de saúde. Outra diferença se refere ao tempo de Dia,

utilização do

podendo

clínicos durar

o

ao

agendamento.

de

A recuperação e a

reações adversas.

e

consciente.

tratamento, hospital

virar

familiares ou amigos, pois, após o

tornando o ambulante

ou

os pacientes sejam acompanhados de

tratamento,

indivíduo

pacientes

uma extensão da casa. É costume que

alta hospitalar devem ser rápidas, paciente um

dos

anos, de acordo com sua patologia e

possibilitando

possíveis

Hospital-

semanas, meses

procedimentos, e

são para

de

risco

quais

encaminhados

protocolo

baixo

ou

os

à realização de pequenos de

agudos

A

Porém,

ficam

suscetíveis

infraestrutura

e

a

a

durante o tempo de recuperação pós-

organização espacial dos Hospitais-

cirúrgica,

se

Dia podem variar muito de acordo

de

com

encontram

os ainda

pacientes sob

o

efeito

as

especialidades

médicas

anestésicos, e durante esse tempo

atendidas. A RDC 50 (ANVISA, 2002

os

apud

acompanhantes

se

encontram

CAVALCANTI,

nacional

ambiente voltada principalmente ao

arquitetônico

conforto

assistenciais de saúde, utiliza a

condições

paciente,

para

o

criando

descanso

e

nomenclatura

orienta de

o

norma

parados, tornando a humanização do

do

que

2011),

projeto

estabelecimentos

Hospital-Dia

como

recuperação e ao entretenimento dos

equivalente à Unidade de Internação

acompanhantes, que passam parte do

de

tempo sem poder fazer nada.

Unidade Ambulatorial. No entanto,

o

perfil

de

pacientes de Hospitais-Dia clínicos, não são inclusos

Curta

poucas

Duração

associada

exigências

à

normativas

relativas aos Hospitais-Dia e estas não

tratam

exclusivamente

do

planejamento do ambiente, mas

39


regulamentam aspectos variados do funcionamento desses locais. Se

estabelecem

instalações necessárias “[...]

como

físicas para

um

sendo mínimas

Hospital-Dia

recepção,

consultórios

médicos, sala de enfermagem, sala de administração de medicamentos, instalações sala

de

serviço

sanitárias

repouso de

refeitório,

dos

completas, pacientes,

nutrição,

farmácia,

instalações

especiais

para expurgo, rouparia, instalações para

assistência

clínica

ou

cirúrgica.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998, p. 2). O dimensionamento é similar às unidades convencionais.

40


HUMANIZAÇÃO


O termo humanização se faz cada vez mais presente na área da saúde.

Basicamente

se

trata

do

compatíveis

com

dimensões

as

fisiológicas,

espaço que exerce influência sobre

psicológicas e morfológicas

o ser humano, e o que faz destes

que o indivíduo carrega em

espaços

si,

humanizados

é

estabelecimento de ligação seu

usuário.

A

o com o

origem

dos

assegurando

capacidade

que

princípios da humanização pode ser

ambiente tem

encontrada na Declaração Universal

de

dos

agradável

Direitos

dos

Seres

Humanos,

promulgada pelas Organizações das Nações

Unidas

vinculado

com

(ONU), a

área

sendo

da

saúde,

expressos

individualmente

socialmente.

(VAITSMAN;

e

ANDRADE,

2005). Os têm

a

ambientes

hospitalares

necessidade

adaptáveis

e

de

flexíveis

constante mudança

serem

devido

e evolução

a das

técnicas e equipamentos médicos, e, unir

isso

ao

humanização

é

o

com Onde

o

quer

seu que

o

ser humano esteja, em uma casa

popular,

em

um

apartamento,

em

um

escritório,

em

um

consultório

ou

em

um

hospital, qualquer que seja este

ambiente,

se

ele

de

interagir positivamente com

desafio

da

seu

poder de humanizar os espaços, e consequentemente,

influenciarão

nos

pacientes.

considerado

É

benéfica,

conceito

arquitetura, pois é ela quem tem o

estes,

este

de interagir

maneira

usuário.

alguma

funcionários um

e bom

usuário,

entendê-lo

como

ambiente

pode-se sendo

um

humanizado.

(CIACO, 2010) Ambientes

hospitalares

não

projeto de estabelecimento de saúde

são apenas imagens arquitetônicas

aquele que olha pela perspectiva do

atraentes, mas locais que respondem

paciente.

aos anseios de quem os utiliza.

O ambiente

que

torna

humanizado

um são

atributos que lhe conferem escala e características 43


Figura 6 – Esquema sobre humanização (TOLEDO, 2008)

O

organismo

ambiente

não

realidade

e

são

na

determinados

separadamente.

se faz necessário tirar partido da arquitetura para que se alcance o resultado de um ambiente saudável, higiênico,

O ambiente não é uma

estrutura

Para um ambiente humanizado

o

imposta

aos

diretamente

desses não

é

autônomo, da

O

ambiente

seres. um

processo

mas

biologia

um da

reflexo espécie.

auto-

a qualidade dos serviços oferecidos

na

criação

a

e física do indivíduo. Além disso,

pelo

uma

favoreça

estima, a melhoria da saúde mental

seres vivos de fora, mas é verdade

que

local

também à

estrutura

está

ligada

funcionalidade arquitetônica

organizacional

de

um

da e

hospital.

Segundo Dalla (2003), serviços de alta tecnologia, gerencial,

corpo clínico

ficam

e

prejudicados

quando o espaço arquitetônico não

Assim

como

não

organismo

sem

não

ambiente

ambiente, sem

organismo. (LEWONTIN, 2003 apud

ALCANTARA

RHEINGANTZ)

44

está em harmonia com os usuários.

e

O Dr. Pe Mezzomo (2012), propõe um esquema sobre humanização através onde

de mostra

complexidade.

uma

visão

sua

holística,

amplitude

e


Figura 7 – Esquema sobre humanização (MEZZOMO, 2012)

45


A Humanização da assistência hospitalar está no alto porque é uma

utopia,

algo

difícil

de

ser

atingido, mas é um ideal necessário e urgente. Humanização tem tudo a ver com pessoa/ser humano, gente. Ela está apoiada em duas colunas mestre que

partem

do

representam

ser

sua

humano

e

dignidade

A

e

pessoa

direitos. As colunas, seguradas por

considerada

vigas,

dimensão

garantem

amparadas:

solidez,

pelos

sendo

pensamentos

dos

sábios, onde afirma que os homens

atendida

biológica,

psicológica,

ser em

sua

sociológica,

filosófica

e

teológica.

como seres humanos se preocupam com o pensamento dos sábios de todos os

e

deve

“Não se

Platão advertia:

deve tratar os olhos sem

tempos, o mundo grego, romano, a Idade Média e a sociedade moderna;

tratar

pelas

deve tratar a cabeça sem

Declarações

da

Sociedade

Civil Internacional, que refletem sobre as Primeira

tragédias, sobretudo e

Segunda

da

Guerras

Mundiais, onde surgiram dezenas de

tratar deve

o

É consciência

dos

pessoa/ser

Humanos;

pelos

pronunciamentos da Igreja, a qual

condições

Mezzomo

sofrimento.

afirma

que

sempre

foi

Não

corpo.

tratar

abrangente a Declaração Universal Direitos

cabeça.

o

se

Não

corpo

se sem

tratar a alma”.

Declarações, sendo a mais famosa e

paladina da defesa da dignidade e

O

indispensável que

se

humano, de

trata

de

gente,

em

fragilidade,

Planetree,

ter

dor

e

reconhecida

direito da pessoa e pelos textos da

organização

Bíblia, que contém mensagens para

reivindica que a humanização deve

todas as circunstâncias do homem.

estar centrada no ponto de vista

Segundo trata-se

de

imprescindível

Mezzomo

(2012),

uma

condição

para

que

exista

humanização em qualquer ambiente.

46

a

dos

usuários

aconselha como

sem

a

solução

fins

como estética

lucrativos,

um

todo

e

residencial

arquitetônica,

além do aspecto visual, sugere

que


Figura 8 – Vista externa, sala de espera, biblioteca e quarto encontrados em hospitais com ambientação residencial (CAVALCANTI, 2011)

também a incorporação de atrativos

fundamenta em dados obtidos em mais

como bibliotecas, cozinhas, sala de

de 40 hospitais norte-americanos,

estar

buscando

e

disposição

de

obras

de

estabelecer

correlações

diretas entre aspectos do ambiente

arte. O Center for Health Design,

e

benefícios

como

a

redução

dos

fins

períodos de internação, da sensação

lucrativos mundialmente conhecida,

de dor, dos níveis de estresse e a

tem

menor rotatividade de funcionários.

outra

organização

sem

desenvolvido

um

trabalho à

Assim, a humanização, deve

humanização, e sugere, em algumas

estabelecer um vínculo não apenas à

de suas publicações, a ambientação

imagem do ambiente, mas também a

característica de hotéis como forma

outros aspectos

de proporcionar mais satisfação aos

vivência,

usuários sobre o espaço físico e à

significado

própria

instituição.

Embora

usuários, tanto funcionários, como

recomende

a

imagem

pacientes e seus acompanhantes.

hoteleira,

argumenta

abrangente

em

relação

adoção

da que

não

se

trata necessariamente de planejar edifícios sofisticados ou luxuosos, mas de proporcionar conforto e bem-

vinculados à

buscando dos

entender

lugares

Obviamente

para

sua o os

é

financeiramente impossível a qualquer hospital fornecer o

atributos

conforto

ambientais. Esta linha de pesquisa

Todavia,

foi denominada projeto baseado em

necessidades dos pacientes e

estar

através

de

evidências – evidence based design. Um de seus principais trabalhos é o chamado Pebble Project, que se

de

uma ignorar

casa. as

negar-lhes a oportunidade de pelo menos se aproximarem de

47


diversas

atividades

normais

pode tornar mais grave seu desconforto, o que, por sua vez,

pode

resultar

necessidade cuidados. efeitos

em

de

maiores

Assim,

quaisquer

comportamentais

projetos

de

visem

hospitais

de que

apenas

à

funcionalidade, sem levar em conta

as

necessidades

paciente,

serão

provavelmente (HEIMSTRA; p.

83,

do

deletérios.

McFARLING, apud

1978,

CAVALCANTI,

princípios

ou

padrões

organização.

de

(RHEINGANTZ,

2003). Os fatores determinantes da qualidade ambiental em Unidades de Hospital-Dia

incluem

privacidade,

que se relaciona à forma como é

2011.) A arquitetura deve ir além

permitido

o

acesso

dos

outros

a

da concepção funcional do espaço,

nós, estabelecendo limites de como

deve

e quando interagir, são exemplos de

constituir

cenários

para

a

ação humana, de forma que favoreça

atividades

uma melhor qualidade de vida.

usar computador, ler;

Qualidade de vida pode ser

definida

experiência

como

a

produzida

no

condições

o

repousar,

relaxar,

controle das

ambientais,

que

está

ligado ao gerenciamento do espaço externo ao usuário (acompanhante ou paciente)

e

a

territorialidade,

processo de interação entre

domínio

o ambiente construído e seus

multifuncionalidade, que se trata

ocupantes, os quais compõem uma

48

fundamentam em determinados

organização

de

do

oferecer

lugar;

atividades

que

e

dêem

suporte aos usuários.

social

Segundo

Hall

apud

configurada por uma rede de

(2003)

relações complexas, que se

“linguagem silenciosa” no

o

espaço

age

como

Dalla uma


Figura 9 – Vista externa, átrio, recepção e quarto de hospitais exemplificando a ambientação hoteleira (CAVALCANTI, 2011)

inconsciente do ser humano. E esta interação

espaço-comportamento-

percepção, traz maiores subsídios para a boa execução de um projeto de

arquitetura,

preocupações

com

além o

das

desempenho

físico-espacial do edifício, cujas preocupações

englobam

também

o

respeito às especificidades sóciopsico-culturais dos usuários. Desta

forma,

as

pessoas

afetam e são afetadas pelos locais que

presenciam,

porém,

ambientes

que favoreçam a expressão pessoal e que se adequem aos indivíduos são mais facilmente apropriáveis.

49


SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS


Saúde

O

SUS

-

é

pública

Sistema

o

sistema

vigente

Brasil

e

de

criado

de

e

participar no dia-a-dia do sistema,

SUS

e, para isto, devem ser criados os

contínua de

a

Conselhos Saúde,

forma

e

as

Conferências

que

visam

de

formular

estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde. Paralelamente à realização de

aos

igualitária.

consultas, exames e internações, o SUS

também

promove

campanhas

de

vacinação e ações de prevenção de

Baseado

nos

preceitos

vigilância

sanitária,

constitucionais a construção do SUS

fiscalização

de

se

registro de medicamentos.

norteia

pelos

princípios

três

a

com

saúde, garantindo atenção e

indivíduos,

os

popular, na qual a sociedade deve

recuperar

qualidade

entre

no

cabe a tarefa de promover,

proteger

responsabilidade

níveis de governo; e a participação

Ao

1988.

de

saúde

atualmente

foi

Constituição

Único

seguintes

doutrinários

de

Além

da

como

alimentos

e

democratização

da

universalidade, que garante a todo

saúde (antes acessível apenas para

cidadão

alguns

à

equidade,

atenção onde

são

a

saúde;

asseguradas

grupos

da

implementação

sociedade),

do

SUS

a

também

ações e serviços sem privilégios e

representou uma mudança do conceito

barreiras; e

sobre

integralidade e

ser

o

qual

a

saúde

era

pleno em seu atendimento, prestação

interpretada no país. Até então, a

de serviços.

saúde representava apenas um quadro

Os princípios que regem a organização

do

SUS

regionalização onde

os

e

consistem

em

hierarquização,

serviços

esforços e políticas implementadas se

reduzissem

ao

tratamento

de

ser

ocorrências de enfermidades. Com o

organizados em níveis crescentes de

SUS, a saúde passou a ser promovida

complexidade, circunscritos a uma

e a prevenção dos agravos a fazer

determinada

parte do planejamento das políticas

área

planejados a

devem

de “não-doença”, fazendo com que os

geográfica,

partir de

critérios

epidemiológicos, e com definição e conhecimento atendida;

a

da

população

a

descentralização

ser

públicas. Após

15

implementação

do

anos SUS,

surge

e

Humaniza

comando Único, onde descentralizar

Política

é redistribuir poder e

(PNH) que busca efetivar os

SUS, Nacional

conhecido de

da o

como

Humanização

53


princípios do SUS no cotidiano das

entre

práticas

usuário, dos profissionais entre si

de

atenção

qualificando Brasil

a

e

e

saúde

gestão,

pública

incentivando

solidárias

trocas

saúde

e

e do hospital com a comunidade. Ao valorizar

a

dimensão

humana

e

subjetiva, presente em todo ato de

trabalhadores e usuários. Humanizar

assistência à saúde, o PNHAH aponta

passa

para

ser

então,

inclusão

das

uma

diferenças nos processos de gestão

hospitais

e

tornar-se

de

cuidado.

Tais

mudanças

são

requalificação públicos,

dos

que

poderão

organizações

mais

construídas não por uma pessoa ou

modernas, dinâmicas e solidárias,

grupo

em

isolado,

mas

de

forma

condições

de

atender

às

coletiva e compartilhada. Incluir

expectativas de seus gestores e da

para estimular a produção de novos

comunidade.

modos de cuidar e novas formas de

Os principais objetivos do

organizar o trabalho. O PNH busca

PNHAH consistem

redução

nova cultura de humanização na rede

das

espera;

filas

e

tempo

atendimento

de

acolhedor;

hospitalar

em: difundir

pública

uma

brasileira;

garantia de direitos dos usuários;

melhorar a qualidade e a eficácia

gestão participativa e valorização

da atenção dispensada aos usuários

do trabalho na saúde.

dos hospitais públicos no Brasil;

Foi implantado em 2001, pelo Ministério

da

dos

assistência à saúde que valorize a

Assistência Hospitalar, visando a

vida humana e a cidadania, conceber

promoção

e implantar

novas iniciativas

atendimento humanizado na área da

humanização

dos

saúde.

venham a beneficiar os usuários e

conjunto de mudar

padrão de

uma

o

PNHAH

profissionais

Programa Nacional de Humanização da

de

o

os

hospitais para um novo conceito de

visam

Saúde,

capacitar

Assim,

54

de

gestores,

a

entre

no

profissional

cultura

PNHAH

de

propõe

ações integradas

um que

substancialmente

assistência ao

o

usuário

os

hospitais

profissionais

fortalecer iniciativas existentes

e

de

articular de na

que

saúde; todas

humanização rede

de

as já

hospitalar

nos hospitais públicos do Brasil,

pública; estimular a realização de

melhorando a qualidade e a eficácia

parcerias

dos

conhecimentos e experiências nesta

serviços

hoje

prestados

por

e

intercâmbio

um conjunto

de

estas instituições. É seu objetivo

área; desenvolver

de

fundamental aprimorar as relações

indicadores de resultados e sistema


de

incentivos

ao

tratamento

CNES

Cadastro

Nacional

de

humanizado e modernizar as relações

Estabelecimentos de Saúde, de 2010

de trabalho no âmbito dos hospitais

a 2014 o SUS perdeu cerca de 15 mil

públicos, tornando as instituições

leitos

mais harmônicas

corresponde

e solidárias,

de

de

internação, a

o

que

aproximadamente

10

modo a recuperar a imagem pública

leitos por dia. A região Sudeste

dessas

foi

instituições

junto

à

comunidade.

a

que

sofreu

com

essa

redução.

O SomaSUS foi criado em 2007 e

mais

constitui

num

sistema

de

Apesar da OMS – Organização Mundial

de

Saúde

e

a

OPAS

consulta online sobre os aspectos

Organização Pan-Americana da Saúde

relacionados à estrutura física dos

não estabelecerem um número ideal

Estabelecimentos

de

de leitos por habitante, é possível

Saúde, disponibilizado a qualquer

perceber que o Brasil, em relação

usuário. Tem como objetivo auxiliar

aos demais países, possui um dos

técnicos e gestores de instituições

piores indicadores. De acordo com

de Saúde na elaboração de projetos

os relatórios

e investimentos de infra-estrutura

Saúde

da

apresenta

Saúde.

Unidades

Assistenciais

Apresenta

Funcionais

lista

e

de

Ambientes,

de Estatísticas de

Mundiais

da

a

OMS,

taxa

hospitalares

o

Brasil

de

para

leitos

cada

mil

baseada na lógica das 8 Atribuições

habitantes equivalente à média das

estabelecida na RDC-50; os serviços

Américas – cerca de 2,3. Porém é um

são

indicador

organizados

por

níveis

de

inferior

que

à

média

complexidade; é possível consultar

mundial que é de 2,7 e à de taxas

as

apuradas de países como Argentina –

fichas

existentes;

de

equipamentos

apresenta

orientações técnicas e

fichas

com

4,7, Espanha – 3,1 e França 6,4.

margem de

Uma

preços; fornece lista de resíduos

Ministério

gerados por ambiente e o tipo de

redução do numero de leitos ocorre

tratamento adequado a cada um deles

pelos

e auxilia o gestor a adotar medidas

evolução

de prevenção e controle dos riscos

equipamentos,

ambientais.

necessidade

Apesar segundo

o

desses site

avanços,

Ribeirão

Preto

das da

justificativas Saúde

avanços dos

é

de

do

que

a

tecnológicos

e

medicamentos

e

diminuindo

a

de

internação

de

pacientes.

Isso

representa

uma

tendência

mundial,

é E,

a

Online e os dados da CFM – Conselho

desospitalização.

Federal de Medicina juntamente ao

queda do numero de leitos de

chamada

apesar

da

55


aproximadamente 32 mil de outubro de 2005 a julho de 2014, houve um aumento de numero de leitos de UTI e de leitos destinados ao repouso e observação de pacientes.

56


4.1 SUS em Ribeirão Preto Ribeirão implantação Saúde

do

Preto,

desde

a

instrumento integrante do processo

Sistema

Único

de

de planejamento em saúde contendo

buscado

intenções políticas, diagnóstico da

SUS,

têm

aperfeiçoar esta política visando

situação

melhorar

prioridades e metas definidas por

as condições de saúde de

sua população, e, se

um de seus meios

através

da

elaboração

Plano

Municipal

de

Saúde

2017.

Este Plano é o resultado de

discussões

realizadas

2014

saúde,

estratégias,

cada gestor para seu município com o

propósito

de

consolidar

a

implantação do SUS. Ribeirão Preto conta com 5

os

distritos de saúde, os quais são

vários atores da saúde. Tem como

distribuídos pelas cinco regiões do

objetivo o aperfeiçoamento do SUS

município:

em

Central), Norte (Distrito Simioni),

Ribeirão

Preto,

entre

do

de

trazendo

Central

(Distrito

diretrizes gerais que expressam as

Sul (Distrito

de Vila Virgínia),

linhas de ação a serem seguidas.

Leste (Distrito de Castelo Branco)

Dessa forma, traduz-se em um

e Oeste (Distrito de Sumarezinho).

Figura 10 - Distrito de saúde de Ribeirão Preto (Plano Municipal de Saúde – 2014 - 2017)

57


58


Figura 11 – Fluxograma de acesso à rede de atenção SUS em Ribeirão Preto (PMRP –

Figura 10 - Distrito de saúdedede Ribeirão Municipal de deSaúde – 2014 SMS – Departamento Vigilância em Preto Saúde e (Plano Planejamento – Divisão Planejamento em Saúde) 2017)

59


Além

disso,

o

município

Dos

leitos

hospitalares

pertence ao Departamento Regional

existentes no município, 71 % estão

de Saúde XIII (DRS XIII), que é

disponibilizados para o SUS. Dessa

composto

forma o número de leitos existentes

por

26

municípios

divididos em 3 Colegiados de Gestão

supriria

Regional

município,

(CGR):

Cachoeiras, Horizonte

Aquífero Verde.

Ribeirão

Vale

Preto

O

Guarani

e

município

de

pertence

Aquífero Guarani

das

ao

CGR

composto por

10

as

inferior, leitos

necessidades

em

seu

porém,

para

parâmetro falta

suprir

do

o

de

27

parâmetro

superior. E há também o fato do município

de

Ribeirão

referência

do

municípios do DRS XIII, para outras

de

Ribeirão

Preto

representa 75 % desta população.

DRS

e

também

Portanto, dentro do processo

determinados

de regionalização, Ribeirão Preto

dificultando

assume

leitos

a

assistencial referência

condição em

de

saúde,

para

polo sendo

determinados

de

assistência,

população de

atenção. Com isso, a desigualdade

leitos.

tamanho

ofertas

de

comparados ressaltam

dos

municípios

serviços com as

e

outros

demais

Estados

em

procedimentos, o

planejamento

de

retaguarda

na

em

função

da

dificuldade de determinar a exata

municípios em todos os níveis de

no

os

ser

municípios, sendo que a população município

para

Preto

as

abrangência a

esses

Com o tempo, alguns avanços

de

saúde

foram

Ribeirão

Preto

ordenamento do sistema, integração

dificuldades

das

conquistados

ações,

como:

participação

encontradas na gestão do SUS e a

porém

necessidade

fazem presentes com destaque para a

da

ampliação

dos

serviços de saúde na cidade polo.

alguns

integração

desafios

social, ainda

regional,

se

o

financiamento, a gestão do trabalho e da educação e a judicialização do sistema. De acordo

com o

site

Jornal a Cidade, em 2014, a cidade de Ribeirão Preto e região tem a menor proporção de leitos SUS. Os Figura 12 – Distribuição de leitos hospitalares em Ribeirão Preto ano de 2013 (ribeiraopreto.sp.gov.br)

60

dados da Fundação Seade mostram que o número de vagas em hospitais para


cada mil habitantes é o menor desde

número de leitos aumentou ou não

1995.

teve grandes quedas em relação aos

Nesse

período,

os

25

municípios da região perderam cerca

anos

anteriores.

Entretanto,

a

de 29% dos leitos, em contrapartida

reposição foi insuficiente frente

a população cresceu 39%.

ao crescimento populacional.

Segundo o Site, desde 2005 o

Figura 13 – Leitos hospitalares existentes no município de Ribeirão Preto – ano de 2013 (ribeiraopreto.sp.gov.br)

A

Secretaria

de

número de leitos do SUS, e que uma

Saúde afirma que 133 leitos foram

dela é de fato a melhora na rede

criados nos últimos cinco anos, e,

Básica de Atenção à Saúde, o que

a

diminui

Secretaria

Estadual

Municipal

de

Saúde

a

afirma que com o fortalecimento da

internações.

atenção

grande

básica,

reduz-se

a

necessidade de internações.

professor

sênior

da

de

Outra explicação é a

tendência

mundial

de

“desospitalização”, onde ocorre o

Ainda pelo Jornal A Cidade, o

necessidade

USP

e

tratamento

sem

ser

necessária

internação

dos

pacientes.

a

Porém,

especialista em saúde, Juan Stuardo

afirma Yazlle, que se há pacientes

Yazlle,

nas macas das unidades aguardando

afirma

haver

explicações para a redução de

várias

por vagas, se faz necessário uma

61


melhoria do sistema.

prestado, o que pode provocar danos

Segundo o site G1 de junho deste

ano,

atender

hospitais

acima

do

chegam triplo

irreparáveis ao paciente.

a da

A Ministério

2.048

do

da

permite

ao

Saúde

capacidade em Ribeirão Preto e o

médico

sistema vaga-zero é considerado uma

responsável pela transferência dos

da causas. Há situações em que os

pacientes ao hospital, mesmo diante

atendimentos

da

triplo

do

prestados

que

as

superam

unidades

o

estão

regulador

falta

hospital

de a

do

vagas, receber

SAMU,

forçar

o

pacientes,

aptas. Com isso, a situação também

utilizando o conceito de vaga-zero.

faz

com

que

procedimentos

e

A vaga-zero é uma medida drástica,

cirurgias

que

não

a

que

recebem

os

gestores

públicos

classificação de urgentes, muitas

responsáveis

vezes

médica empregam para transferir a

sejam

prorrogados

realizados

cancelados

na

ou

diante

unidade,

até da

mesmo demanda

Mato,

pela

assistência

sua responsabilidade aos hospitais e médicos.

enviada pelo município.

Com

isso,

a

situação

De acordo com o Dr. Fernando

provocada pela vaga-zero afronta os

presidente

princípios

Cremers

de Medicina

do

art. 1º e 3º, e viola os direitos

Estado do Rio Grande do Sul, as

fundamentais à vida e saúde, art.

instituições

Conselho Regional

uma

do

hospitalares

determinada

possuem

capacidade

operacional instalada nos serviços de

urgência

e

emergência,

constituída por estrutura física, equipamentos e Esta

equipes de

estrutura

saúde.

suporta

um

determinado número de atendimentos, capaz de

prestar uma assistência

eficaz

e

de

qualidade.

Quando esta capacidade operacional é

superada

pelo

alto

número

de

pacientes, causando a superlotação, ocorre naturalmente uma

queda da

eficácia e qualidade do atendimento

62

Portaria

e

6º,

da

da

dignidade

humana,

Constituição

República Federativa brasileira.

da


Figura 14 - Fonte: Fundação Seade com base no DataSUS.

Figura 15 - Gráfico de Leitos SUS em Ribeirão Preto (Fundação Seade)

Figura 16 - Tabela de relação de Leitos Sus e Leitos SUS por mil habitantes em Ribeirão Preto (Fundação Seade)

63


Figura 17 - Gráfico de relação de Leitos de internação e de Leitos SUS em Ribeirão (Fundação Seade)

64


REFERÊNCIAS PROJETUAIS


5.1 Referências Nacionais Hospital Rede Sarah Rio de Janeiro, Brasil Arquitetura: João Filgueiras Lima- Lelé Data do projeto: 2001 - 2008

Figura 18 Hospital Rede Sarah Rio de Janeiro (http://arcoweb.com.br/projetodesignassinantes/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-lima-lele-hospital-rede-sarah-27-10-2009)

A Sarah

do

espaços

arquitetura Rio

de

da

unidade

Kubitschek. A arquitetura de Lelé

Janeiro

oferece

revela a preocupação em humanizar a

amplos

e

favorecendo

integrados,

o

construção.

trabalho

Os

quartos

são

voltados

interdisciplinar, as discussões de

para a área central com o objetivo

casos

de proporcionar

e

a

troca

de

experiências

aos pacientes

um

entre os pacientes, configurado na

ambiente confortável, diferente dos

tipologia pavilhonar.

hospitais convencionais.

Jardins, rampas de traçado

No

projeto,

perceber

recursos

onduladas, distintas das soluções

estimulam

os

amenizam

a

pacientes

dor a

restabelecerem no Hospital Sarah

e se

grandes

possível

ondulado e paisagem são alguns dos que

as

é

convencionalmente

coberturas

adotadas

em

edificações do gênero e o formato

67


original do volume do auditório -

coberturas com pé-direito variável,

uma calota esférica que ora lembra

o

uma

imensos sheds que permitem grande

oca

indígena,

ora

evoca

uma

mais

lona de circo, abrindo para o céu

uso

qual uma flor.

natural,

O arquiteto projetou grandes

de

baixo

com

8

ventilação que

m,

e

formando

iluminação

caracteriza

a

arquitetura do Lelé.

Figura 19 – Acima o espelho d’água, jardim interno e o sistema de ventilação natural do Hospital (Trabalho Final de Graduação Alexandro Vieira)

Figura 20 – Cortes (http://arcoweb.com.br/projetodesignassinantes/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-lima-lele-hospital-rede-sarah-27-102009)

Manutenção Predial Almoxarifado e Bioengenharia

Caldeiras Cozinha e Refeitório

Circulação Internação e Alta

Primeiro Estágio Internação e Apartamentos

Espera Auditório Nos cortes, é possível verificar o traçado quase que orgânico, lembrando folhagem de

68

plantas.


Figura 21 – Planta do térreo (http://arcoweb.com.br/projetodesign-assinantes/arquitetura/arquiteto-joaofilgueiras-lima-lele-hospital-rede-sarah-27-10-2009)

Espera

Internação e Enfermaria

Ambulatório

Internação e Apartamentos

Radiologia

Solário

Laboratório Centro Cirúrgico Central de Materiais Arquivo Médico

Cozinha e Refeitório Lavanderia Almoxarifado e Bioengenharia Manutenção

Oficina Ortopédica

Administração

Internação e Alta Fisioterapia e Hidroterapia Primeiro Estágio

Vestiário Funcionários Manutenção Predial

separa

A

organização

a

área

do

Caldeiras

programa

administrativa

do

edifício do espaço hospitalar, ou seja,

a

área

operacional

aparece

como um anexo do projeto, também define o sistema de circulação.

Estacionamento Auditório Hospital Figura 22 – Implantação (http://arcoweb.com.br/projetodesignassinantes/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiras-limalele-hospital-rede-sarah-27-10-2009)

69


Anexo Hospital Israelita Albert Einstein – Pavilhão Vicky e Joseph Safra São Paulo, Brasil Arquitetura: Kahn do Brasil Data do projeto: 2005 - 2009

Figura 23 – hospitalar)

Imagem

Uma

das

do

edifício

prioridades

(http://pt.slideshare.net/apresentacao-leed-anexo-conjunto-

do

O novo bloco do Hospital é mais

projeto era o atendimento à agenda

baixo,

porém

sustentável

termos

de

desde

seus

traços.

Buscou-se

hospital

um

sustentável,

projeto

oferecer de

baixo

linguagem

contido e

em

variação

ao

cromática. Consiste em um edifício

edifício

de 10 pavimentos e aproximadamente 70 mil m², sendo sua tipologia em

operação e manutenção, e, isso só

torres. As fachadas são em mosaico

foi possível através da integração

com vidro

da

com peças que diminuem o ganho de

solução

de

primeiros

menos

de

estrutural.

70

externa

custo

arquitetônica

à

e cerâmica, ventiladas

carga térmica no interior do


edifício pela insolação direta. O

edifício

passarela,

desperdício de água e garantem uma com

seis pavimentos, faz as vezes papel de

portal

de

acesso

ao

redução de aproximadamente 30% do volume de água da chuva.

complexo

A

torre

cilíndrica

hospitalar, transpõe a vida urbana.

concentra a circulação vertical do

As passarelas sobre um vão de 45m

novo

possibilitam

revestido

o

trajeto

de

edifício, por

trânsito

estrutura metálica aparente.

pacientes

quanto

hospital

grandes

espaços

implantação

de

verdes

nas

formato

vidro,

funcionários e visitantes e possuem

A

e

em

amplia

a à

na

curvo

permite visão dimensão saída

o dos do dos

elevadores.

coberturas ajuda a evitar o

Figura 24 – Implantação do edifício (http://pt.slideshare.net/apresentacao-leed-anexo-conjunto-hospitalar)

1-Desembarque/2-Devolução de veículo/3-Estacionamento/4-Acesso de serviço/5-Praça do térreo/6-Praça do 7 andar/8-Praça do setor de diagnósticos/9-Praça externa

71


1-Pavilhão Vicky e Joseph Safra/2-Bloco A/3-Bloco B/C/4Bloco D/5-Bloco 3

Figura 25 – Implantação geral (http://pt.slideshare.net/apresentacaoleed-anexo-conjunto-hospitalar)

Figura 26 –

72

Corte AA (Trabalho Final de Graduação Alexandro Vieira)

Desembarque

Diagnósticos

Recepção e átrio

Piso técnico

Clínica-Dia

Centro Cirúrgico

Consultórios Jardim Externo Cobertura - jardim

Estacionamentos Vestiário de funcionários Circulação – Elevadores e escadas


Figura 27 –

Circulação vertical - Elevadores

Posto de enfermagem

Estar e conveniência

Acesso ao hospital

Planta Clínica-Dia (http://pt.slideshare.net/apresentacao-leed-anexo-conjunto-hospitalar)

1-Elevadores sociais/2-Elevadores de serviço/3-Estar e conveniência/4-Posto de enfermagem/5-Acesso ao hospital

Figura 28 – hospitalar)

Planta parte Cirúrgica (http://pt.slideshare.net/apresentacao-leed-anexo-conjunto-

1-Elevadores sociais/2-Elevadores de serviço/3-Endoscopia/4Oftalmologia/5-Vestiários/6-Preparo e recuperação/7-Setor de salas de cirurgia/8-Apoio logístico

Circulação vertical - Elevadores

Preparo e recuperação

Endoscopia

Salas de cirurgia

Oftalmologia

Apoio logístico

Vestiários

73


Permite o reconhecimento da dimensão Passarela transpõe a vida urbana Espaços verdes na cobertura

Integração interiorXexter ior

Figuras 29, 30, 31, 32, 33 e 34 – (http://albertkhan.com.br)

74

Imagens externas e internas do edifício


Hospital Moriah São Paulo, Brasil Arquitetura: Zanettini Arquitetura, Planejamento e Consultoria Data do projeto: 2014

Figura 35 –

estão

Imagem externa Hospital Moriah (Foto/Imagem: Divulgação Zanettini Arquitetura)

Se

para

em

estado

as

pessoas de

que

equilíbrio

premissas para

o Hospital Moriah

ser como é.

emocional um lugar acolhedor produz

A ideia é causar uma

o bem-estar imediato, para as que

ruptura, mudar a paisagem cinza e

estão vulneráveis e sensibilizadas

rígida predominante para transmitir

ele funciona como um porto seguro.

algo positivo

para os pedestres que circulam ao

muitas

qualidade

evidências do

positivamente pacientes.

ambiente na Essa

de

que

a

influencia

recuperação

dos

relação,

que

redor,

para

para a

os

vizinhança,

motoristas

que

trafegam na avenida. O hospital é um dos

inclusive é o tema desta pesquisa,

mais

novos

e

modernos

pode ser considerada uma das

médico-cirúrgicos de alta

centros

75


complexidade

do

concentra

atributos

num

Brasil. lugar

Ele

todos

necessários

os

médicos,

enfermeiros

profissionais

da

saúde,

os

recursos

tecnológicos

desenvolver o conceito de medicina

geração.

O

de

estrutura

Moriah influencia positivamente no

compacta permite que o acolhimento

processo de recuperação e de cura

e

dos pacientes e no bem estar dos

excelência.

o

Sua

atendimento

humanizado

aconteçam de fato e criem uma nova

do

seus familiares.

relação entre pacientes, familiares

Integração interior X exterior Aproveita luz natural Projeto de paisagism o para maior conforto Cores neutras de pisos e mobiliários, bem como fotografias da natureza na parede dos quartos, trazem paz e tranquilidad e para quem chega com a saúde fragilizada

Figuras 36, 37, 38, 39, 40 e 41 – Imagens externas e internas do (Foto/Imagem: Divulgação Zanettini Arquitetura)

76

com

para

ambiente

de

e

Hospital Moriah

última Hospital


Baía Sul Hospital Dia Florianópolis, Santa Catarina Arquitetura: Roberto Simon

Figura 42 –

Imagem externa do complexo Baía Sul Hospital Center (topgesto.com.br)

O Baía Sul Hospital Dia é

O

Baía

Sul

Hospital

Dia

uma unidade hospitalar idealizada

busca a desospitalização, isto é, a

dentro de modernos conceitos como

curta

alta tecnologia, corpo clínico de

hospital.

excelência,

também

eficiência

e

permanência Conforto

estão

e

comodidade

garantidos,

pois

bem

oferece

Baía Sul Medical Center, complexo

segurança e conforto. Em seu centro

de saúde com clínicas de diversas

cirúrgico

são

realizadas

especialidades,

mensalmente

mais

de

centro

600

de

localizado

o

Hospital

estrutura

está

do

humanização. A sua moderna e muito equipada

Dia

dentro

laboratórios

diagnóstico

e

no

e

imagem.

procedimentos minimamente invasivos

Desta forma, tudo o que os médicos

de baixa e média complexidade em 23

e

especialidades

resolvido dentro desse complexo de

odontológicas

médicas que

internação de até 24 horas.

e

demandam

pacientes

saúde.

A

precisam

estrutura

do

pode

Baía

ser

Sul

Hospital dia conta com mais de 3000

77


de

área

salas

enfermagem, sendo 1 para o centro

cirúrgicas, centro de recuperação

cirúrgico e 1 para a unidade de

pós-anestésica, infraestrutura para

internação, centro de

casos de urgências ou emergências,

medicamentos,

23

monitoração,

leitos

total,

sendo

individuais, 2

17

6

apartamentos

enfermarias com

leitos cada, 2 postos de

3

refeitório

infusão de

central

de

arquivo e

vestiários

médico, e

apoio

administrativo.

O sistema estrutural todo em aço modular, componível com o vidro, que fazem os fechamentos e vedações, no interiors painéis de dry wall

Recepção parece um lobby de hotel de alto padrão

Área de cirurgia e internação com muita tecnologia sem deixar de atender a questão do conforto visual nessas áraes que são muito operacionais. Piso com cores, cada pavimento tem uma cor, e essa cor avança os quartos, que também ganham cor nas suas paredes

78

Figuras 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51 52 – Baía Sul Hospital Dia (topgesto.com.br)

Imagens externas e internas do


5.1 Referências Internacionais Hospital Municipal Villa Córdoba, Argentina Arquitetura:

Santiago

Viale,

Ian

Dutari

e

Alejandro Paz Data do projeto: 2007

Figura 53 –

Fachada do edifício (Foto de Gonzalo Viramonte http://archdaily.com.br)

Hospital

de

média

norte

funciona

tijolo

foi

grande

cidade

de

escolhido por seu aspecto prático,

bairro

Villa

el

no

populoso

Libertador.

O

pela

fácil

O

um

complexidade localizado ao sul da Córdoba,

guarda-sol.

como

manutenção

e

por

projeto se expressa como uma "caixa

melhorar as condições térmicas do

mono-material" de tijolo à vista,

interior do edifício.

que

envolve

uma

estrutura

Em

independente de concreto armado sob

humanização,

a

qual

se

atividades

relação buscou-se

à a

distribuem

todas

as

distribuição do espaço de forma que

necessárias

para

as

se

obtenha

grande

ventilação

desenvolvem.

proporcionando qualidade ambiental e

iluminação

de

especialidades médicas que ali se

A fachada se apresenta como

e

quantidade

otimização

dos

natural,

recursos

uma grande "grelha de tijolos de

disponíveis, oferecendo diferentes

várias escalas", que na fachada

tipos de percepção através de

79


espaços abertos e transparências.

do

A distribuição dos espaços é organizada

funcionalmente,

buscou-se

facilitar

acessibilidade

e

onde a

conectividade

Hospital.

organização

O

propõe

transição entre

esquema uma

gradual

espaço de

relação ao acesso principal.

N

Fonte

Organização espacial (http://archdaily.com.br

80

- esquematização autoral)

Área para expansão

Área de exames

Área administrativa

UTI

Área de internação e consultórios

Área de serviços

Área de laboratórios Circulação

Área de maternidade

Acessos

acesso

público, semipúblico e técnico em

entre as distintas áreas e serviços

Figura 54 –

de

Estacionamento


As circulações principais do

O usuário é recebido pela

Hospital foram projetadas de modo a

área de acesso que por sua vez, se

não

comunica com o hall onde estão as

criar

dividindo-se pública

e

abertos

que

interferências, claramente

técnica

crescimentos,

com

possibilitam sem

entre extremos futuros

interferir

no

áreas de espera e os caminhos que levam

as

partes

reservadas

consultórios,

como

laboratório,

internação, etc.

correto funcionamento do centro.

Figura 55 –

Corte (http://archdaily.com.br)

Iluminação Zenital

Maternidade

Circulação

UTI

Clarabóias que auxiliam na iluminação e ventilação natural do edifício Figura 56 –

Aberturas zenitais Perceptível setorização do Hospital

Maquete física do Hospital (http://archdaily.com.br)

81


Qualidade do espaço com ampla ventilação e iluminação natural, espaço que acolhe e permite ampla visão e reconheciment o do espaço

Não impede a vista do entorno

Anteparo que protege a entrada do edifício e auxilia no controle de insolação sem prejudicar a ventilação natural Cobogós para iluminação e ventilação naturais

82

Figuras 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63 e 64 – Imagens do edifício que mostram solução externa e interna (Foto de Gonzalo Viramonte http://archdaily.com.br)


Clínica Majima Nagoya, Japão Arquitetura: D.I.G. Arquitetos Data do projeto: 2010

Figura 65 –

Imagem externa do edifício (Foto de Tomohiro Sakashita http://archdaily.com.br)

Este projeto se caracteriza

sala de espera e a sala de jogos

pela reinterpretação dos elementos

para crianças estão moderadamente

típicos da arquitetura de madeira,

integradas num único grande espaço

o teto de duas águas e o pavilhão,

sob

sob

exames médicos

o

conceito

da

“dobragem”

à

maneira do Origami. O cobertura

teto, se

o

bloco

as

paredes

integram

e

como

a

teto

que

dobrado.

A

zona

está disposta

funciona

como

de num

núcleo

estrutural.

uma

Paredes na diagonal

folha de papel, que se separa e se

dividem

dobra

em

diferentes

O

gradual dos espaços interiores, de

gesto

do

Origami

gerar

acordo com as operações do Origami,

aberturas inferiores por onde entra

configurando superfícies diagonais

a luz e se dispõem os acessos.

de

direções.

permite

A área de reabilitação, a

a

madeira

sequencia

e

e

a

conformando

troca

um

poliedro.

83


A humanização do espaço se dá

através

da

comunicação

fachadas, que formam recortes. Há

do

também a sala de jogos, que ocupa

interior com o exterior através de

as crianças, fazendo-as apropriar

grandes placas de vidro em todas as

do espaço.

5 7 4

6

3 2 1

Figura 66 –

Organização espacial Térreo

(http://archdaily.com.br)

Entrada

Sala de raio X

Lounge

Sala de descanso

Recepção

Escadas

Sala de reabilitação Consultório

Estacionamento

12 10

Figura 67 –

84

Organização espacial primeiro pavimento

9

11 7

8

8

10

(http://archdaily.com.br)

Sala de descanso Sala de apoio

Sala de armazenamento Despensa

Sala diretor Escadas

Terraço


Figura 69 –

Corte (http://archdaily.com.br)

Lounge Consultório Sala do diretor

Figura 70 –Diagramação (http://archdaily.com.br)

Figura 71 – Imagem externa do edifício (Foto de Tomohiro Sakashita http://archdaily.com.br)

Figuras 72, 73 e 74 – Imagens externas e internas do edifício (Foto de Tomohiro Sakashita http://archdaily.com.br)

85


LEITURA DO ENTORNO DA ÁREA DE ESTUDO


6.1 Ribeirão Preto

Figura 74 – Mapa de Ribeirão Preto e sua região (ribeiraopreto.sp.gov.br)

Ribeirão Preto é uma cidade

país, sendo o centro da região que

situada no Nordeste do Estado de

mais se desenvolve economicamente

São

da

no Brasil. Ribeirão Preto também se

capital do estado, sendo o clima

constitui num polo de atração das

tropical

atividades de agricultura (cana-de-

Paulo

inverno

e

está

com

a

verão

seco,

com

313

km

chuvoso

área

e

total

de

açúcar,

laranja,

soja

e

café);

651,4 Km² e uma população de 590593

agroindústria; comércio; pesquisa e

habitantes. Os

cidade

de prestação de serviços (destaque

são: ao sul, Guatapará; a sudeste,

para as áreas médicas, apresentando

Cravinhos; ao norte, Jardinópolis;

reconhecimento

a leste, Serrana; ao oeste, Dumont;

fornecedor

a

qualidade).

noroeste,

limites da

Sertãozinho;

e

ao

nacional de

serviços

como de

nordeste, Brodowski. A cidade localiza-se em um entroncamento possibilita

rodoviário acesso

fácil

que para

diferentes regiões do estado e do

89


6.2 Acessos e Infraestrutura Todos os municípios vizinhos estão

interligados

através de

diretamente

rodovias estaduais,

isso é fundamental para o projeto,

05

e

já que o fácil e rápido acesso é uma

das

objeto.

condicionantes

para

o


Figura 75 - Mapa de cidades vizinhas a Ribeirão Preto (Google Earth – Esquematização autoral)

91


92


Figura 76 - Mapa de equipamentos ligados ao SUS que podem dar suporte ao objeto proposto (Google Earth – Esquematização autoral)

93


6.3 Levantamento do entorno

Figura 77

Escala 1:7000

– Mapa de situação da área de estudo

Área de estudo A

área

de

estudo

para

Estadual,

para

implantação do objeto localiza-se

cirurgias

ambulatoriais

no Residencial Flórida e tem área

pelo

total de 12900m². Foi escolhida por

consideração sua estrutura viária,

se tratar de um lote institucional,

que permite fácil acesso ao local.

localizado perto do Hospital

94

SUS.

Também

dar

foi

suporte

às

tipo

III

levada

em


Figura 78 - Mapa de Hierarquia Física (Google Maps – Esquematização autoral)

Figura 79 - Mapa de Hierarquia Funcional (Google Maps – Esquematização autoral)

95


Figura 80 - Mapa de Uso do Solo

Área de estudo

Com solo

é

este

possível

mapa

de

perceber

uso que

bairro é ainda recente devido ao

do o

número

de

lotes

e

de

construções. Se trata de um lugar de uso misto, com destaque para o uso residencial.

96

vazios


Figura 81 - Mapa de Ocupação do Solo

Área de estudo

A imediato

ocupação à

área

do de

entorno estudo

é

de altura baixa, não ultrapassando 2

pavimentos.

Os

lotes

onde

se

variada, porém segue um padrão. Em

encontram 3, 4 e 12 pavimentos são

média, se destacam as edificações

referentes a prédios residenciais.

97


Figura 82 - Mapa de Equipamentos Urbanos

Área de estudo

É possível perceber que no entorno da área da implantação do objeto se encontram variados tipos

98

de equipamentos urbanos, deixando a área bem servida destes.


Figura 83 - Mapa de Transporte público

Área de estudo

A região é bem servida de pontos de

ônibus, porém,

nota-se

coletivo

passam

somente

externamente à área de estudo.

que as linhas de transporte

99


A

6.4 Levantamento da área de estudo

B

Figura 84 – Área de estudo

Escala 1:2000

Escala 1:1000

Figura 85 – Corte AA

Figura 86 – Corte BB

100

A

B

Escala 1:1000


Figura 87– Entorno da área de estudo (Google Street View) Figura 88 – Entorno da área de estudo (Google Street View)

Figura 89 – Entorno da área de estudo(Google Street View)

Figura 90 – Área de estudo (Google Earth) Figura 91 – Entorno da área de estudo (Google Street View)

Figura 92 –

Entorno da área de estudo (Google Street View)

101


A

102

área

de

estudo

se

S-5

de

loteador, se encontra na zona mista

loteamento

– uso residencial e ou comercial e

Residencial Flórida. Em relação ao

de outros serviços, tendo o lote

Zoneamento Industrial, se encontra

recuo

em local cujo uso do solo consta em

sendo que para os lotes de esquina

memorial descritivo registrado em

é de 5m na via principal e 3m na

cartório de registro de imóveis e

outra via. Os recuos laterais são

no Macrozoneamento se localiza na

dispensados e o recuo dos fundos

ZUR – Zona de Urbanização Restrita.

deve ser de 4m.

localiza

no

subsetor

Ribeirão

Preto,

no

Dentro

mínimo

das

de

restrições

testada

de

do

5m,


PROGRAMA DE NECESSIDADES


Para

a

elaboração

do

Necessidades

e

federais, estaduais e municipais,

posterior Projeto Arquitetônico, se

inclusive normas de concessionárias

faz

de

Programa

de

necessário

a

observação

de

decretos,

portarias

serviços

e

públicos.

artigo

nº50, a Resolução SS-002, RDC nº15,

normas

NBR 9050, Código Sanitário e Código

Regulamento

de

legislação sanitária federal.

da

cidade

de

Ribeirão

a

Segundo

algumas normas, dentre elas a RDC

Obras

5º,

normas

inobservância

aprovadas

por

constitui

Preto.

o das

este

infração

à

A Resolução SS-002, de A Resolução – RDC nº 50, de

6 de janeiro de 2006, é uma norma

21 de fevereiro de 2012 da Agência

técnica

Nacional de Vigilância Sanitária –

exigências para o funcionamento dos

ANVISA, dispõe sobre o Regulamento

estabelecimentos

Técnico

planejamento,

procedimentos médico-cirúrgicos de

programação, elaboração e avaliação

curta permanência institucional no

de

para

projetos

que

que

âmbito

estabelecimentos

assistenciais

de

aplicando-se a

pessoas físicas

e

saúde,

correspondem

jurídicas,

de

direito

e

de

público.

Além

de

classificar os estabelecimentos que

construções

novas

estabelecimentos

assistenciais

de

realizam

de

a

Estado

as

físicos

que

do

disciplina

São

Paulo,

privado

disso,

saúde de todo o país; as áreas a

realizam

serem ampliadas de estabelecimentos

cirúrgicos ambulatoriais e aqueles

assistenciais existentes

e

saúde

cuja permanência institucional seja

as

reformas

de

inferior a 60 (sessenta) horas de

de

internação, segundo a complexidade

os

e riscos

assistenciais

existentes

anteriormente

não

e

destinados

a

estabelecimentos de saúde. Todos

médico-

de

estabelecimentos saúde

procedimentos

busca

os

estabelecimentos

projetos assistenciais

efeito

dos procedimentos. Para

desta

considerados

Norma

Técnica,

são

estabelecimentos

que

de

realizam

procedimentos

de

cirúrgico-ambulatoriais ou de curta

saúde - EAS deverão ser elaborados

permanência

em conformidade com as disposições

médico, centro

desta norma. Devem ainda atender a

básica

todas

isolado,

outras

prescrições

de

como

médico-

consultório

de saúde, saúde,

clínica, médica,

unidade

ambulatório posto

de

pertinentes ao objeto desta norma

assistência

instituto,

estabelecidas em códigos, leis,

hospital, e outros que executem os

105


procedimentos propostos

médico-cirúrgicos pela

Tabela

urbanos.

Essa

Norma

de

estabelece critérios e parâmetros

Procedimentos do S I A e S I H /

técnicos a serem observados quando

SUS e outros.

do projeto, construção, instalação

A Resolução – RDC nº 15, de 15

de

março

de

2012

tem

como

e

adaptação

de

edificações,

mobiliário, espaços e equipamentos

objetivo estabelecer os requisitos

urbanos

de

acessibilidade. Visa proporcionar à

boas

práticas

funcionamento realizam

o

produtos

para

segurança

dos

para

o

serviços

que

processamento

de

a

do

profissionais

saúde

visando

paciente

e

à

dos

envolvidos.

Este

às

maior

condições

quantidade

pessoas, idade,

de

possível

de

independentemente estatura

mobilidade

ou

utilização de

limitação percepção,

a

maneira autônoma

e

de Material e Esterilização – CME

mobiliário, equipamentos urbanos e

dos serviços de saúde públicos e

elementos.

privados, civis e militares, e às

edificações,

empresas

equipamentos urbanos que vierem a

envolvidas

ambiente,

de

segura

processadoras

do

ou

de

regulamento se aplica aos Centros

Todos

edificações,

os

espaços,

mobiliário

ser

saúde.

montados ou implantados, bem como

Para

o

cumprimento

desta

projetados,

e

no processamento de produtos para

as

em CME Classe I e CME Classe II,

edificações e equipamentos urbanos,

onde

devem

atender

Norma

para

respectivamente realizam

o

são

aqueles

processamento

de

produtos para a saúde não-críticos, semicríticos

e

críticos

de

conformação não complexa, passíveis de

processamento

realizam

o

e

aqueles

processamento

que de

produtos para a saúde não-críticos, semicríticos

e

críticos

de

conformação complexa e não complexa passíveis de processamento. A norma brasileira ABNT NBR 9050 dispõe sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e

reformas

acessíveis.

e

construídos,

resolução, os CME são classificados

que

106

equipamentos

ao serem

ampliações

disposto

de

nessa

considerados


PROGRAMA DE NECESSIDADES ENFERMAGEM Sala de preparo do paciente Sala de enfermagem e serviços CONSULTÓRIOS Consultório de serviço social Consultório psicologia Consultório de otorrinolaringologia Consultório de proctologia com sanitário Consultório de urologia com sanitário Consultório de ginecologia com sanitário Consultório de cardiologia com sanitário Consultório de oftalmologia Consultório de dermatologia Consultório de reumatologia Consultório de endocrinologia Consultório geral Consultório de vascular Consultório de gastroenterologia Sala nutricionista Sala estudo de caso APOIO AO DIAGNÓSTICO E TERAPIA - ENDOSCOPIA E COLONOSCOPIA DIGESTIVA Consultório de gastroenterologia Sala de endoscopia Sala de colonoscopia Sala de ultrassom Sala de recuperação Sala de laudos e interpretação Sala para preparo de materiais CENTRO CIRÚRGICO Sala de guarda e preparo de anestésicos Sala de indução anestésica Sala média de cirurgia Sala pequena de cirurgia Vestiário de barreira masculino e feminino Posto de enfermagem Sala administrativa enfermagem Sala para guarda de materiais Farmácia para distribuição de medicação Sala de prescrição médica Área para conforto e descanso médico

QUANTIDADE 2 2 QUANTIDADE 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1

M² MÍNIMA 12 15 M² MÍNIMA 10 10 15 12 12 20 12 20 15 15 15 15 15 15 5 15

QUANTIDADE

M² MÍNIMA

1 1 1 1 1 1 1

15 12 12 12 30 12 4

QUANTIDADE

M² MÍNIMA

1 1 6 2 2 6 1 1 1 1 2

10 30 30 20 10 12 10 10 15 5 20

107


Sala de recuperação pós anestésica Quarto individua com banheiro Quarto 2 leitos com banheiro NUTRIÇÃO E DIETÉTICA Copa distribuição CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO Sala para recepção Sala de esterilização Vestiário de barreira feminino e masculino APOIO ADMINISTRATIVO Sala de direção Sala de reuniões Centro de Processamento de Dados Arquivos Sala administrativa Recepção - atendimento ao público Sala de espera e estar PNE Sanitários Sala de impressão CENTRAL DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

1 12 18 QUANTIDADE 2

50 15 20 M² MÍNIMA 8

QUANTIDADE

M² MÍNIMA

2 1 2 QUANTIDADE 1 1 1 1 1 2 4 4 16 1

15 15 10 M² MÍNIMA 10 15 6 6 35 15 15 4,5 3 3

QUANTIDADE

M² MÍNIMA

Almoxarifado Sala para guarda de macas LIMPEZA E ZELADORIA Depósito material de limpeza Sala de utilidades com pia de despejo Sala de roupas limpas Sala de roupas sujas Sala de resíduos SEGURANÇA E VIGILÂNCIA Garagem LAZER E DESCANSO Café - Biblioteca - Computador Área de estar e descanso para usuários Espaço apresentações/exposições Área de terapia ocupacional Quarto plantão funcionários Área de descanso para funcionários

2 5 QUANTIDADE 7 4 4 3 2 QUANTIDADE 1 vaga para ambulância QUANTIDADE 1 3 1 1 2 2

12 10 M² MÍNIMA 5 3,5 6 6 6 M² MÍNIMA 14 M² MÍNIMA 40 40 250 30 6 20

Figura 93 – Programa de Necessidades (Esquematização autoral)

108


MEMORIAL


A proposta para o projeto arquitetônico

do

Hospital-Dia

de

esconder

as

aberturas

mais

privadas do edifício, e mostrar as

cirúrgico consiste em um edifício

públicas

lâmina,

da

serem vistas pelo lado de fora. A

distribuição espacial funcional do

estrutura interna independe de onde

programa de necessidades.

são colocadas as vedações, uma vez

que

se

deu

a

partir

No projeto, foi proposto um espaço

aberto

edifício,

no

com

espaço

interior

espaços

para

exposições

e

que

não

tem

problema

que estas são temporárias.

do

verdes,

e

As

vedações

mistas:

alvenaria

externas

e

também nas

drywall

são

paredes

nas

paredes

apresentações, a fim de entreter e

internas, garantindo flexibilidade

distrair

os

ao

pacientes

quanto

usuários,

tanto

que

devido

tecnologias

os

enquanto esperam pelo atendimento.

hospitalares

demandam

Os

característica.

pavimentos

internação

acompanhantes,

edifício,

cirúrgicos

também

e

contam

de com

às

edifícios

Também

essa

conta

com

forro modular de fibra mineral, o

espaços abertos, inclusive para os

qual

funcionários.

benefícios se comparado aos forros

O projeto conta com ampla integração

com

o

edifício,

através

exterior

foi

escolhido

por

seus

de gesso. A fibra modular tem a

do

capacidade de absorvedora acústica

espaços

no interior dos ambientes além de

abertos e com um café que atende

ser esteticamente mais agradável,

não só os usuários do Hospital-Dia,

tem

mas o público em geral.

flexibilidade.

de

O acesso ao edifício se da

maior

durabilidade

As coberturas propostas para

através de cinco entradas: Acesso

o

dos

impermeabilizada

usuários

acompanhantes),

(pacientes acesso

do

e café

e

edifício

finalidade

é

de

a

verde,

laje com

proporcionar

a uma

(para o público em geral), acesso

melhor qualidade de temperatura no

de ambulância (para emergências),

interior

acesso de funcionários e acesso de

nervurada, com o objetivo de vencer

carga e descarga.

maiores vãos.

A estrutura pensada foi a mista:

metálica

na

estrutura

A artificial

do

edifício

fiação do

e

e

a

laje

ventilação

edifício

se

externa e concreto na interna. A

concentram entre o forro e a laje,

estrutura externa funciona como uma

ficando

pele, uma trama a qual faz um jogo

restante dos equipamentos como

assim

escondidos.

O

111


caixas

d’água

elevadores

e

se

pavimento

caixas

localizam

técnico,

em

dos

em

um

cima

do

segundo pavimento, o qual o acesso é feito através de escadas. A

orientação

solar

também

foi levada em conta, principalmente para

posicionar

os

quartos

da

internação. São orientados para o leste,

para

espaço

do

afim de

o

norte,

interior

e

do

para

o

edifício,

melhor aproveitamento da

luz natural. A

circulação

vertical

no

edifício acontece através de três elevadores e escadas, os quais dois são destinados aos usuários, e um aos funcionários. Os elevadores dos usuários

são

localizados

próximo

possível

do

o

mais

centro

do

edifício, afim de ter uma melhor distribuição elevador

espacial.

dos

localizado perto

o

funcionários

é

dos serviços

do

edifício. Outro aspecto é que todos possuem

transparências

onde

é

possível observar o jardim interno.

112


PROJETO


ACESSO CARGA/DESCARGA

ACESSO FUNCIONÁRIOS

ACESSO USUÁRIOS

ACESSO AMBULÂNCIA

ACESSO CAFÉ

PLANTA TÉRREO

PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO

Esquematização do programa: PÚBLICO

SEMI-PÚBLICO

PRIVADO

PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO


PLANTA TÉRREO

PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO

Setorização do programa: Estar/Lazer/Descanso Consultórios Apoio Apoio ao Diagnóstico Serviços Central de Material Esterilizado Centro Cirúrgico Internação

PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO


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RECEPÇÃO E ESTAR DO PAVIMENTO TÉRREO

RECEPÇÃO E ESTAR DO PAVIMENTO TÉRREO


RECEPÇÃO E ESTAR DO PAVIMENTO TERREO

RECEPÇÃO E ESTAR DO PAVIMENTO TERREO


RECEPÇÃO E ESTAR DO PAVIMENTO TÉRREO

RECEPÇÃO E ESTAR DO PRIMEIRO PAVIMENTO


RECEPÇÃO E ESTAR DO PRIMEIRO PAVIMENTO

RECEPÇÃO E ESTAR DO PRIMEIRO PAVIMENTO


RECEPÇÃO E ESTAR DO PRIMEIRO PAVIMENTO

ESTAR DO SEGUNDO PAVIMENTO


ESTAR DO SEGUNDO PAVIMENTO


REFERÊNCIAS ______. RDC n. 50 – Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília: ANVISA, 2002. ______. RDC n. 15 – Regulamento que dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde dá outras providências. Brasília: ANVISA, 2012. ______. Resolução SS-002 – Norma Técnica que disciplina as exigências para o funcionamento dos estabelecimentos que realizam procedimentos médico-cirúrgicos de curta permanência institucional no âmbito do Estado de São Paulo. São Paulo, 2006. A contribuição da arquitetura para humanização das unidades de terapia intensiva (U.T.I.). Especializa IPOG. Belo Horizonte, jan. 2013. Abc do SUS, doutrinas e princípios. Disponível em: http://www.pbh.gov.br/smsa/bibliografia/abc_do_sus_doutrinas_e_principios.pdf. Acesso em: 9 abril 2015. Apresentação Leed Conjunto Hospitalar. Disponível em: http://pt.slideshare.net/LuGarcia1/apresentao-leed-anexo-conjunto-hospitalar. Acesso em 10 abril 2015. Arquiteto João Filgueiras Lima Lelé – Hospital Rede Sarah. Disponível em: http://arcoweb.com.br/projetodesign-assinantes/arquitetura/arquiteto-joao-filgueiraslima-lele-hospital-rede-sarah-27-10-2009. Acesso em: 27 março 2015. Arquitetura hospitalar Kahn – Arquiteto Athur Brito. Disponível em: http://arcoweb.com.br/projetodesign-assinantes/arquitetura/arquitetura-hospitalar-kahnarquiteto-arthur-brito-23-10-2009. Acesso em 11 abril 2015. AU. São Paulo: ed. PINI. N. 247, out 2014. CAVALCANTI, P.B. A humanização de unidades clínicas de Hospitais-Dia: Vivência e apropriação pelos usuários. 2011. 357.f. Tese de doutorado – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011.

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GUELLI, Augusto. Sistema de avaliação de edifícios de saúde. São Paulo, jun. 2010. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/postfau/article/viewFile?43687/47309. HumanizaSUS. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/oministerio/principal/secretarias/231-sas-raiz/humanizasus/l1-humanizasus/12420formacao-intervencao. Acesso em: 5 abril 2015. Kahn do Brasil. Disponível em: http://kahndobrasil.com.br/. Acesso em: 11 abril 2015. MEDEIROS, L. Humanização hospitalar, ambiente físico e relações assistenciais: a percepção de arquitetos especialistas. 2004. 102.f. Dissertação de mestrado ( Programa de pós-graduação em psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2004. MIQUELIN, Lauro Carlos. Anatomia dos edifícios hospitalares. São Paulo: CEDAS, 1992. Prefeitura de Ribeirão Preto. Disponível em: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br. Acesso em: 12 abril 2015. RIBEIRO, G.P. Conforto ambiental e sustentabilidade na obra de João da Gama Filgueiras Lima (Lelé): os hospitais da rede Sarah. 2007. 13.f. Dissertação de doutorado (Doutoranda do programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2007. SomaSUS. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/palestras/somasus/sistema_apoio_elaboracao_projetos_inves timentos.pdf. Acesso em: 11 março 2015. SOUZA, Cylene. Edifício Saudável. Revista Fornecedores Hospitalares. Ed. 165, julho, 2009. Disponível em: http://issuu.com/revista_fh/docs/revistafh_165 Técnica e arte a serviço da cura. Disponível em: http://au.pini.com.br/arquiteturaurbanismo/175/tecnica-e-arte-a-servico-da-cura-104830-1.aspx. Acesso em: 12 abril 2015. TOLEDO, L. C. Feitos para curar: arquitetura hospitalar e processo projetual no Brasil. Rio de Janeiro: ABDEH, 2006. TOLEDO, L.C.M. Humanização do edifício hospitalar: Um tema em aberto. Projetar. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://mtarquitetura.com.br/conteudo/publicacoes/HUMANIZACAO_%20EDIFICIO_HOSPITALAR.pd f>. Acesso em: 08 set. 2014. Vasconcelos, R.T.B. Humanização de ambientes hospitalares: Características responsáveis pela integração interior/exterior. 2004. 177f. Dissertação pós-graduação – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. Zanettini Arquitetura. Disponível em: http:// www.facebook.com/ZanettiniArquitetura/. Acesso em: 05 de maio de 2015.

129


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