edição
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Fev/Mar
Desafio, bom senso e austeridade Para Gilson Finkelsztain, presidente da Cetip, estas são as palavras que devem nortear o resgate da credibilidade do Brasil em 2015
Judiciário
Acrefi patrocina a publicação do Manual de Mediação de Conflitos para Advogados
Grupo mineiro Zema compra a Múltipla e ingressa na área de crédito
conteúdofinanceiro
5 Editorial 8 Entrevista do mês
Gilson Finkelsztain, presidente da Cetip, fala sobre as conquistas e o futuro da empresa, analisa a economia do País e aborda os desafios para 2015
8 14
14 Evento
Road Show Acrefi
18 Evento 2
Benefícios do Big Data
20 Evento 3
Prevenção de fraudes
22 Perfil corporativo
Grupo Zema
31 Manual
de Mediação de Conflitos
32 Agenda
Educação financeira
34 Programação ACREFI
22 fevereiro/março 2015 financeiro
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conteúdofinanceiro
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36 Painel Cetip
50
38 Carros elétricos 41 Estilo 42 Coleção Brasiliana Itaú 48 Museu da Imigração 50 Spa Med Sorocaba 52 Gastronomia: Food Hall 53 Happy hour: Douce France
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55 INEPAD Artigos 26 Roberto Macedo (FEA/USP)
28 Luciane Moessa (Banco Central)
30 Gisele de Andrade (IBCPF)
66 Nicolas Tingas (Acrefi)
Errata Segue-se a legenda correta da foto publicada na pág. 25 da edição 89: Da esq. para a dir.: Paulo César Andrade (CETIP), Fábio Mentone (FGC), Gustavo Loyola (Tendências Consultoria), Pancho (ACREFI) e Marcelo Pereira (CIP)
4 financeiro fevereiro/março 2015
editorial
O peso do petróleo
Foto: Mário Bock
P
or sua reconhecida importânestava a mais de US$ 100. Além disso, cia econômica, energética e até desaparece um forte foco de pressão geopolítica, o petróleo é a comà inflação, o que é excelente para modity que desperta maior atenção nossa economia em geral. no mercado mundial. Não é por outro Pelo lado negativo, o preço em motivo que todo o planeta acompaqueda afeta diretamente o pré-sal, nha de perto o movimento de queda que exige investimentos de bilhões abrupta do preço do produto, que de dólares. Pelos cálculos de técnidespencou de US$ 115 em junho de cos, US$ 45 é o valor mínimo para 2014 para o nível de US$ 45 por barril viabilizar os aportes no pré-sal, ou nos primeiros dias de 2015. Pior: as seja, estaríamos bem próximos de previsões de especialistas são de que um cenário alarmante, já que não o nível baixo da cotação vai continuar se pode esquecer a importância por um longo período. estratégica do projeto para o futuro Claro que a oscilação de preços é do País. Felizmente, os cálculos da natural em todos os mercados, mas maioria das consultorias especializaa situação atual do petróleo não é Érico Sodré Quirino Ferreira: das apontam para uma recuperação corriqueira. Um príncipe saudita cheparcial das cotações, que, segundo as presidente da Acrefi gou a afirmar em janeiro que os dias previsões, deve fechar o ano no nível do petróleo a US$ 100 “nunca” mais de US$ 70 por barril. voltarão – um evidente exagero, ainda mais tendo O atual nível de preço do petróleo pode trazer em vista os interesses da Arábia Saudita em relação também notícias negativas vindas do exterior. Quem ao assunto, mas sem dúvida uma indicação de que a não se lembra do terremoto causado na economia expectativa de uma retomada das cotações está cada brasileira a partir de 1973, quando começou a primeivez mais distante. ra onda de grandes altas da cotação por decisão dos Diante desse quadro, os brasileiros se perguntam: países produtores? Naquela ocasião, a alta do preço a abrupta redução dos preços do petróleo é positiva ou do produto teve entre suas consequências no País o negativa para o País? A resposta, nada animadora para começo do fim do “milagre econômico”, e dificuldades quem prefere as soluções prontas, é: depende! que se estenderam por décadas. Há um lado positivo, na medida em que a hoje Desta vez, com o preço em baixa, não há o que indicombalida Petrobras, tão afetada por inumeráveis que uma repercussão tão forte. Mas não se pode menosdenúncias de corrupção de alguns de seus graduados prezar a importância do petróleo, nem esquecer que executivos, não precisa mais quebrar a cabeça na ten- suas oscilações de preço mexem com todo o planeta. tativa de resolver a defasagem de preço do combustível Dessa forma, 2015 – que já prometia ser um ano que impactava seu caixa. de fortes emoções – ganha mais um componente de Nos tempos de altas cotações, o preço no mercado incerteza. Como todos nós pudemos sentir nos primeiinterno chegou a ser até 25% mais barato que o inter- ros dias deste ano, desafios não faltarão até dezembro. nacional, mas a situação se reverteu e, no início deste Nossa postura terá que ser, mais do que nunca, manter ano, o combustível passou a ser bem mais caro em um olho nos nossos negócios e outro nas mudanças comparação com o preço externo. Assim, a cotação do que certamente virão, sob o impacto de variáveis como petróleo em queda anima o consumidor brasileiro, já o nível do preço do petróleo. Vamos precisar, mais do que o preço dos combustíveis não precisará aumentar, que nunca, de uma leitura correta do quadro que nos como parecia inevitável no período em que o petróleo cerca, e de agilidade na tomada de decisões. f
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expediente ISSN 1809-8843 Publicação da acrefi – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento Rua Líbero Badaró, 425 – 28°andar – São Paulo – SP Tel: (11) 3107-7177 fax: (11) 3106-6082 – www.acrefi.org.br Presidente Érico Sodré Quirino Ferreira Vice-presidentes Aquiles Leonardo Diniz, Décio Carbonari de Almeida, Felicitas Renner, José Luiz Acar Pedro, Leonardo Marcondes Dadalto, Luís Fernando Staub, Mauro Roberto Vasconcellos Gouvêa e Rubens Buttion Diretor Tesoureiro José Garcia Neto Diretor Secretário Renato Oliva Diretores regionais Carlos Alberto Samogim, Edmar Casalatina, Eliseu Colman, Leonardo Bortolini, Luis Eduardo da Costa Carvalho, Marcos Rosa, Paulo Henrique P. Guimarães e Romeu Zema Neto Diretores executivos Alexandre Teixeira, Gabriel José Gama Ferreira, Hilgo Gonçalves, João dos Santos Caritá Júnior e Ronaldo Rondinelli Montadoras Edson Fróes Castilho, Edson Tadashi Ueda, Eduardo Tavares Nobre Varella, Gunnar Alejo Ramos Murillo, Joelcyr Carmello Filho e Nelson Dias de Aguiar Diretores conselheiros José Carlos Alves, Ricardo Janini e Roberto Jabali Conselho consultivo Alkindar de Toledo, Manoel de Oliveira Franco e Ricardo Malcon (membros natos); Alarico Assumpção Júnior, Décio Carbonari de Almeida, Gilson Finkelsztain, Ilídio Gonçalves dos Santos, Luiz Tavarez, Miguel José Ribeiro de Oliveira e Rogério Pinto Coelho Amato (membros) Conselho fiscal Domingos Spina e Sérgio Darcy (efetivos) e Geraldo Lima Wandalsen (suplente) Diretor superintendente Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho) Controller Carlos Alberto Marcondes Machado Consultora Jurídica Lívia Esteves Economista-chefe Nicola Tingas Assessoria contábil AG Silveira Contabilidade Auditoria Megacont - Auditoria e Assessoria Contábil Assessoria de imprensa Tamer Comunicação Empresarial
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entrevistadomês
Um otimista comedido Por Theo Carnier e Gustavo Girotto Fotos: Mário Bock
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presidente da Cetip, Gilson Finkelsztain, além de moderado com as palavras, é um otimista comedido. Com um nível de leitura afiado, além de capacidade ampla de análise econômica, ele acredita que o Brasil está vivenciando um período necessário de ajuste. Para ele, é consensual que o ano será altamente desafiador e prevalecerá o resgate da credibilidade. “É um ano de transição não só de equipe econômica, mas de resgate de credibilidade. É uma equipe econômica competente, muito técnica, muito séria e que está tentando passar credibilidade para o mercado na linha da austeridade”, enfatizou Finkelsztain. O presidente da Cetip acredita que a percepção externa em relação ao País favorece a retomada dos investimentos. “O investidor brasileiro hoje vê o copo meio vazio, mas o estrangeiro vê o copo meio cheio”, acredita. Confira, a seguir, a entrevista.
Revista Financeiro – Qual é a história e qual o campo de atuação da Cetip? Gilson Finkelsztain – A Cetip fará 30 anos de operação em 2016. Nasceu como operadora do sistema nacional de debêntures, tem o nome Central de Títulos Privados, e o objetivo era ser depositária de títulos privados. A Cetip era uma entidade mutualizada, pertencente aos entes de mercado. Os donos da Cetip eram os donos das cotas, os bancos, corretoras, seguradores. E a Cetip permaneceu assim até 2009. No final de 2008, a Advent, um fundo de private equity, comprou 30% de participação.
RF – Isso perto da crise que eclodiu em 2008? Gilson Finkelsztain – Sim, e naquele momento não estava muito fácil, mas o Brasil vinha de um momento muito positivo no mercado de capitais, vinha do ano recorde de IPOs. O Fundo Advent comprou 30% em 2008 com o objetivo de, em três ou quatro anos, fazer a abertura de capital. Óbvio que isso envolvia a profissionalização (da Cetip), transformação em uma entidade com fins lucrativos e abertura de capital e pulverização do capital da companhia. A Advent fez isso, foi muito bem-sucedida nesse processo.
RF – E depois do IPO? Gilson Finkelsztain – Fizemos uma grande aquisição em dezembro de 2010 ao comprar a GRV, que hoje é nossa unidade de financiamentos e, basicamente, um negócio que interligava os bancos aos Detrans, prestando serviços, interligando e gerenciando o banco de dados de veículos financiados, uma atividade que também vinha crescendo muito dentro do contexto de 2000. De 2006 até 2010 tivemos o maior crescimento do portfólio de veículos financiados na indústria e os bancos começaram a aumentar os seus portfólios.
RF – Qual período foi melhor? Gilson Finkelsztain – De 2005 a 2010 a Cetip cresceu bastante ano a ano. De 2010 para agora está mais estável. A Advent, também em 2011, liquidou a parcela final da sua participação. Tinha saído uma parte no IPO em 2009, vendeu um outro pedaço em 2010 e negociou a participação final em 2011. Essa participação final ela vendeu para a Intercontinental Exchange, a dona da New York Stock Exchange – uma das maiores operadoras de bolsas no mundo, e hoje o nosso maior in-
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entrevistadomês vestidor individual. É o único acionista com mais de 5% do capital. Vale lembrar que a Cetip é uma das poucas empresas brasileiras sem controlador. O maior acionista individual é a ICE, que tem um assento no conselho. Os demais acionistas são os grandes investidores institucionais, tanto estrangeiros quanto brasileiros e algumas pessoas físicas.
RF – E sua história na companhia? Qual é a sua formação? Gilson Finkelsztain – Sou engenheiro, carioca e torcedor do Fluminense (risos...). Tenho, na carreira, 21 anos trabalhando em bancos, como Citi, JP Morgan, Bank of America e Santander. Desde 2011, eu era conselheiro da Cetip, indicado pelo Santander. Fiquei no conselho de 2011 a 2013, quando fui convidado a ser presidente da companhia.
“O Banco Central está em um ciclo de aperto monetário. Acho que termina este ano, possivelmente, até com queda de juros”
RF – E a engenharia? Gilson Finkelsztain – Cheguei a trabalhar seis meses com engenharia, mas não era a minha praia.
RF – Olhando para o cenário atual, quais são as expectativas da Cetip para 2015? Gilson Finkelsztain – Acho que 2015 vai ser um ano bastante desafiador. É um ano de transição não só de equipe econômica, mas de resgate de credibilidade que essa equipe econômica está tentando passar. É uma equipe econômica com a qual fiquei bastante feliz pela escolha, pois é competente, muito técnica, muito séria e eu acho que está tentando passar credibilidade para o mercado na linha da austeridade. Precisamos ter austeridade com as contas públicas, para resgatar o espírito empreendedor dos empresários. O governo precisa fazer a sua parte para resgatar essa credibilidade e trazer o empresário de volta, vislumbrando, lá na frente, uma agenda que está adormecida, de reformas, produtividade, queda de taxa de juros. É preciso construir uma ponte para um futuro mais promissor.
RF – No curto prazo você vê uma política de inversão de juros? Gilson Finkelsztain – Não. O Banco Central está em um ciclo de aperto monetário. Acho que termina este ano, possivelmente, até com queda de juros. Se a equipe, mesmo com um ano difícil, conseguir um superávit primário de 1% do PIB, o ajuste de contas públicas pode até ter um início de queda de taxa de juros ainda este ano.
RF – Mesmo os Estados Unidos sinalizando uma possível alta de juros no próximo semestre?
Gilson Finkelsztain – O juro no Brasil ainda é muito elevado, e temos um cenário de curto prazo com inflação pressionada. Então, esse aperto de juros é necessário para conter a demanda. Teremos reajuste de tarifas públicas e combustível, tarifa de ônibus, energia, e vai ser um reajuste muito forte. A política de desonerações e aumento do IPI impacta em nossos negócios com venda de carros financiados. Acho que estou na média de mercado, que é um PIB próximo de zero. Espero que não seja negativo.
RF – Como fica a Cetip nesse cenário ? Gilson Finkelsztain – Começando pela unidade de títulos, temos uma agenda muito positiva nesse lado da renda fixa. Primeiro, o fato de ter menos dinheiro disponível para os bancos públicos faz com que eles tenham que fazer captações através dos instrumentos tradicionais, que são algo da nossa atividade, registro de CDBs, letras financeiras. O fato de ter o BNDES mais focado em pequenas e médias empresas faz com que
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as grandes tenham que acessar mais o mercado de capitais, daí você tem uma agenda bastante positiva de empresas brasileiras captando com os investidores institucionais brasileiros. Temos uma resolução nova, a 3.709, que também diminuiu o limite mínimo para registro de CDBs de 50 mil para 5 mil. Ela entra em vigor em março, e representa maior supervisão do Banco Central em cima dos ativos de renda fixa. Isso faz com que se tenha um aumento do volume de registro de CDBs, e a Cetip fez um investimento no ano passado para atender ao mercado nisso. Temos também a agenda de infraestrutura, quer dizer, concessões, portos, rodovias e toda a parte também de mercado de capitais do lado da infraestrutura, que ajuda o negócio da Cetip. Então nesse lado de renda fixa, temos uma variedade de potenciais surpresas positivas.
RF – E há também lançamentos? Gilson Finkelsztain – Para citar um produto que lançamos no ano passado, e que vem ganhando representatividade no rol de investimentos, temos o COE – Certificado de Operações Estruturadas. Foi lançado em 6 de janeiro de 2014, e seu volume registrado durante esse primeiro ano passou de 6 bilhões de reais. Hoje temos um estoque um pouco acima de 3,8 bilhões de reais. Foram mais de 20 mil operações feitas pelos 14 bancos emissores. Esse
Gilson Finkelsztain – Não fazemos projeção, mas o mercado acha quer vai estar perto do teto da meta. O governo está comprometido em levar isso para 4,5%, 5% em 2016. Se for 7% este ano, como no Focus, o Banco Central será de alguma forma tolerante e não subirá o juro demais, até para garantir que em 2016 essa agenda de resgate de credibilidade, de austeridade, seja acompanhada da meta da inflação voltando para 4,5%. RF – E temos novidade na área de financiamento? Gilson Finkelsztain – Temos nessa unidade de negócios a maior agenda de inovação, em que temos feito os maiores investimentos em inovação, em produtos – tanto de pós-venda de automóveis como imobiliário – que chamamos de plataforma imobiliária.
RF – A Cetip tinha uma ideia até de criar letras imobiliárias garantidas? Gilson Finkelsztain – A legislação saiu agora. É mais um instrumento de funding para financiamento imobiliário. Estávamos com isso no radar e hoje está bastante consolidado aqui dentro da companhia, em nosso projeto imobiliário. Sempre naquela linha de prover infraestrutura, melhorar, ganhar eficiência no processo de concessão de crédito. É isso o que estamos fazendo e já temos um produto chamado gestão de garantias, já implementado em dois bancos, e agora estamos implementando em outros dois.
RF – É uma plataforma, como funciona? Gilson Finkelsztain – É um software de avaliação de imóveis que impleproduto é conhecido como notas estruturadas lá fora e tem um potencial enorme no Brasil de maior penetração no varejo e clientes de private banking.
mentamos no banco para ganhar agilidade na avaliação. Funciona quando o cidadão vai financiar ou vai fazer um pedido de financiamento de imóveis. É um software muito bem parametrizado que acelera a avaliação do imóvel a fim de facilitar a concessão do financiamento.
RF – E em financiamentos? Gilson Finkelsztain – No lado da unidade
RF – Isso faz parte do projeto imobiliário? Gilson Finkelsztain – É uma etapa do nosso projeto imobiliário, a inter-
de financiamentos, em que se sente um impacto maior nessas restrições de consumo de venda de automóveis financiados, trabalhamos com um cenário estável no volume. A minha expectativa é de ter um aumento no percentual de veículos usados financiados, mesmo que haja uma retração no volume de automóveis zero-quilômetro. E que essa combinação deixe o ano com estabilidade ou até com ligeiro crescimento.
RF – Haveria migração de novos para usados? Gilson Finkelsztain – Hoje, um pouco abaixo de 50% do financiamento é para veículos zero-quilômetro. Para veículo usado esse percentual está abaixo de 23%, ou seja, é quase um carro financiado a cada quatro negócios de carro usado. Esse número em carros novos já chegou a 70%, caiu para 50%, e em carros usados já chegou a quase 50% e hoje é 23%. No segundo semestre, principalmente se tiver uma retomada da confiança, você pode ter um aumento da intenção de troca de automóvel.
RF – A inflação vai ultrapassar o teto da meta em 2015?
ligação entre bancos, que chamamos de central de registradores. É o nosso projeto mais desafiador, porque é da mesma forma que fazemos na unidade de financiamentos, conectamos bancos aos Detrans. Conectar bancos à central de registradores de imóveis nos possibilita ficar com o fluxo do início ao fim. Vamos partir para a etapa do registro, que hoje ainda é muito manual, chamamos de registro eletrônico. Queremos fazer isso sem papel, de uma forma eletrônica, e levar até o registrador do imóvel, em que serão feitos a averbação e o registro deste imóvel no cartório, no registro de imóveis, que nos devolve essa informação. E também queremos, assim como fazemos com automóveis, entregar essa informação ao Banco Central. Aguardamos potencialmente esse ano a normatização da Resolução 4.088, que deve exigir dos bancos o registro dos financiamentos imobiliários a uma central – isso será entregue ao BC. Então, com isso, conseguiremos replicar o que fazemos hoje em veículos para o imobiliário. Nosso projeto imobiliário visa juntar essa primeira fase, que é da avaliação de garantias com registro eletrônico e entrega para o regulador. Isso impacta no sentido de que o regulador começa a ter uma maior necessidade também de supervisão de mercados, então ele deve exigir que os bancos entreguem essa informação para aquele supervisor. Isso evita bolha imobiliária e superexposição dos bancos em algum Estado ou em alguma exposição.
RF – Isso tem potencial? Reduzirá a burocracia? Gilson Finkelsztain – Tem potencial enorme e efetivamente ajudará o cidafevereiro/março 2015 financeiro
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entrevistadomês “Ninguém faz exatamente o que a Cetip faz, então nossas premissas são de crescimento orgânico. Dito isso, estamos sempre abertos a novos negócios”
dão para fazer um pedido de financiamento com redução de tempo. Achamos que isso pode ser reduzido para 12, talvez 15 dias. Então, é justamente essa agenda de desburocratização em que estamos tentando atuar de forma eletrônica, facilitando o trabalho do cidadão na concessão de financiamento.
RF – O banco também ganha tempo e redução de custos... Gilson Finkelsztain – O banco ganha, você tem menos distratos. Temos a Lei 13.097, que alguns do mercado chamaram de “Renavam dos Imóveis”, e nós chamamos de centralização de matrícula, isso também dá mais respaldo legal para operação de financiamento imobiliário.
RF – O aumento na alíquota do IOF para pessoa física traz impacto para a Cetip? Gilson Finkelsztain – Mais impostos sobre crédito não é positivo para consumo, mas é justamente o que eles estão visando, quer dizer, é uma contenção de inflação e esfriamento de demanda necessários para trazer a inflação de volta para 4,5. Então tem um impacto na disponibilidade, na concessão de crédito. Agora, eu acho que esse impacto é bem transitório e que é mais para conter inflação de curto prazo e isso pode ser revertido quando você tiver uma inflação sob controle e uma necessidade de expandir a atividade do País.
RF – Isso não inviabiliza o consumo? Gilson Finkelsztain – Não inviabiliza. Até porque o brasileiro compra muito mais a parcela do financiamento do que efetivamente a taxa de juros.
RF – O brasileiro compra pelo valor da parcela? Gilson Finkelsztain – Se o mercado estiver disposto a alongar um pouco a concessão do financiamento, você naturalmente tem uma queda no valor da parcela, então, como o brasileiro compra a parcela... O mais importante agora, eu diria, é que os bancos não estão tão restritivos na concessão.
12 financeiro fevereiro/março 2015
RF – Aprenderam a operar? Gilson Finkelsztain – Aprenderam da maneira mais difícil, mas hoje você já tem um mercado retomando e poucos bancos estão diminuindo ainda a sua concessão de crédito. O mercado tem tido ainda bastante disponibilidade de crédito dentro dos padrões mais rigorosos, que é exigir uma entrada de 20% a 30%.
RF – Houve um relaxamento no crédito para veículos? Gilson Finkelsztain – O consumidor ainda não sabia que o automóvel exige gasolina, manutenção, seguro. Mas os bancos hoje já estão bem-ajustados e isso se percebe, monitora-se isso mês a mês, que os bancos estão aumentando os financiamentos e a disponibilidade dos financiamentos de automóveis. O que é muito positivo e mostra que a gente não tem um problema de oferta, quer dizer, a oferta de crédito vai estar lá. Agora temos o problema de demanda, precisamos garantir que tenha demanda.
RF – Dentro dos planos da Cetip há previsão de aquisição em 2015?
Gilson Finkelsztain – Veja, não temos ninguém que faça exatamente o que fazemos, então nossas premissas são de crescimento orgânico. Dito isso, estamos sempre abertos a novos negócios, a nossa agenda de inovação está sempre aberta. Fizemos um planejamento estratégico um
ano atrás em que visávamos responder essa pergunta: deveríamos comprar algum negócio para crescer, tem alguém que seja complementar ao nosso negócio? Vimos que não, mas que temos uma agenda grande de potenciais negócios no entorno do financiamento do automóvel e no imobiliário que deveríamos tratar.
do há a contraparte central, você oferece a possibilidade de a Cetip fazer o negócio entre os dois e ambos correm o risco de crédito da Cetip. Você aumenta o escopo do mercado de balcão de forma que se você tem dois participantes que não têm disponibilidade de crédito entre eles, a Cetip corre o risco de crédito dos dois e exige um colateral.
RF – Quais seriam esses negócios? Gilson Finkelsztain – Um deles é o pós-venda
íses em que se não tem uma bolsa de derivativos, então o mercado interbancário acaba sendo bilateral, o banco A com banco B, banco B com banco C e o risco sistêmico cresce. No Brasil esses mercados interbancários já nasceram na bolsa, quem faz operação normalmente no mercado de balcão com garantia são os fundos, fundações, que é por lei. Para a Cetip, que é líder no mercado de balcão, é um complemento à nossa oferta de produto, até porque a regulação internacional vem exigindo de algumas contrapartes, fundos, fundos de pensão, que derivativos têm que ser feitos em mercados de balcão.
do automóvel, que chamamos de formalização eletrônica. Ainda é um processo manual, o consumidor vai à concessionária de automóveis usados, assina contrato, verificação de documento. A Cetip tem a proposta de automatizar esse processo. Temos também a intenção de ajudar o mercado na retomada de veículos. Estamos trabalhando muito também em market data – dados de mercado, informações para melhor gerenciamento do negócio. Enfim, diversas informações que o nosso banco de dados provê para as financeiras para que a atividade seja mais bem financiada.
RF – E sobre a formação de uma nova bolsa? Gilson Finkelsztain – Avaliamos se valeria a pena nos tornar uma bolsa para competir diretamente nos produtos já existentes, mas achamos que não é o momento. A bolsa tem atividade de trading e atividade de clearing. Algumas atividades de trading de renda fixa nós já fazemos, temos o que chamamos de plataformas eletrônicas, o Cetip Trader, que são plataformas de negociação de títulos públicos e títulos privados.
RF – Há planos de expansão nessa área? Gilson Finkelsztain – Queremos que a negociação eletrônica cresça cada vez mais e estávamos discutindo nos tornar uma clearing, seja de derivativos ou de ações, principalmente de derivativos, que é o nosso mercado, o mercado de balcão. Muito se questionava se deveríamos abrir uma clearing disso. Devemos avançar este ano no projeto de nos tornar uma contraparte central – CCP. Hoje não somos aprovados pelo Banco Central como contraparte central de derivativos. Temos o projeto de nos tornar uma CCP.
RF – Pode explicar essa questão de CCP? Gilson Finkelsztain – A CCP é hoje operação de balcão. Se uma empresa fechou um derivativo com um banco ou um fundo com um banco, nós a registramos na Cetip, mas um corre o risco de crédito do outro. Então, se uma empresa faz operação com um banco, é uma operação puramente de balcão. Quan-
RF – O mercado de derivativos ainda é pequeno… Gilson Finkelsztain – Hoje a bolsa já faz. É um mercado pequeno. Tem pa-
RF – Você acha que o Brasil vai perder o grau de investimento? Gilson Finkelsztain – Acredito que o Brasil vai manter o grau de investimento. Acho que há uma consciência da importância de mantermos o grau de investimento e hoje temos todas as premissas desenhadas para que isso aconteça. A equipe econômica é muito séria e o Banco Central com independência operacional e meta fiscal que não seja simplesmente ignorada, passa credibilidade internacional. Temos tudo para manter.
RF – E o que o governo pode fazer para que o crescimento volte? Gilson Finkelsztain – Se o governo conseguir efetivamente ter um ajuste fiscal cortando despesa, principalmente mais do que criando impostos, vai ser o maior sinal de credibilidade para os investidores. Acho que veremos isso rapidamente. Vejo uma visão diferente por parte do investidor. O investidor brasileiro hoje vê o copo meio vazio, o estrangeiro vê o copo meio cheio. Ele olha para o mundo e vê que o Brasil não está tão ruim assim. Se você garantir essa agenda de austeridade e credibilidade, o investidor estrangeiro vem rapidamente, você tem fluxo de recursos, fluxo de investimento, fluxo de investimento em portfólios, potencial de queda de taxa de juros muito rápido. E isso é seguido pelo investidor nacional.
RF – A Cetip tem projetos com a CIP? Gilson Finkelsztain – A CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos) é um dos nossos grandes parceiros já de longa data, é nossa parceira no processamento de DOCs, liquidação de TEDs e boletos. Estamos sempre discutindo novas oportunidades. Hoje não temos nenhum grande projeto na agenda, temos uma interlocução muito boa. O que a Cetip faz hoje com eles é muito bem feito, Estamos sempre em contato com a CIP.
RF – Que lugar ocupa a satisfação do cliente nos negócios da Cetip? Gilson Finkelsztain – Nos últimos 18 meses falou-se muito de satisfação de cliente aqui dentro da companhia. Uma das prioridades da nossa missão é surpreender o cliente e garantir que ele aqui na Cetip esteja satisfeito e que perceba que estamos sempre tentando facilitar o serviço dele, dos bancos, financeiras, corretoras, seguradoras em fazer seus negócios. É uma métrica que a gente persegue, de forma muito séria, a satisfação do cliente e a inovação, em todas as áreas. Somos bem-alinhados com os clientes e pensamos como eles. Estamos bem felizes nessa busca de sermos parceiros dos clientes. f fevereiro/março 2015 financeiro 13
evento
Prateleira de serviços
financeiros Em seu último Road Show de 2014, a Acrefi abordou plataformas de tecnologia para operações de crédito, aplicações de longo prazo para pequenos e médios investidores, com garantias do FGC
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a mesma semana em que o Banco Central (BC) aumentou os juros básicos da economia, elevando a taxa Selic em 0,5 ponto percentual (11,75% ao ano), a Acrefi realizou, dia 4 de dezembro, seu último Road Show de 2014, no Renaissance Hotel, em São Paulo. Adriano Pahoor, gerente comercial da Cetip, destacou que as plataformas tecnológicas desenvolvidas proporcionam liquidez, segurança e transparência para operações financeiras. “O volume de ativos e derivativos custodiados na CETIP ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão, consolidando sua posição como a maior na América Latina. Prestamos serviços para instituições financeiras, esse é o nosso negócio”, enfatizou Pahoor, que apresentou inúmeros produtos e soluções da empresa.
Adriano Pahoor: gerente comercial da Cetip
Claudio Ferro, diretor executivo do Poupa Brasil, expôs conceitos gerais do projeto que está na fase de ajustes técnicos e revolucionará o conceito de aplicação no longo prazo. “O Poupa Brasil – associação criada por instituições financeiras – visa oferecer aos pequenos e médios investidores, com garantias do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), investimentos de 1 até 250 mil reais. Esses terão taxas acima do CDI (Certificados de Depósito Interbancário, além de funding (conversão de um débito de curto prazo em um outro de longo prazo com a emissão de novos títulos) altamente atraente, gerando possibilidade de poupança com rentabilidade e garantias”, informou. Carlos Fagundes, sócio-fundador da Integral-Trust, que faz parte da elaboração do Poupa
Claudio Ferro: diretor executivo do Poupa Brasil
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evento
“O principal módulo lógico da plataforma (sistema carrossel) deverá identificar o limite de CPF/CNPJ em cada instituição financeira participante e direcionar a aplicação de forma à cobertura”
Carlos Fagundes: sócio-fundador da Integral-Trust
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Brasil, mencionou que essa ferramenta estrutural contribui para melhorar a questão do funding nas pequenas e médias instituições. “Os recursos captados são direcionados às instituições associadas ao projeto, com limite assegurado pelo FGC. Na prática, o objetivo é ampliar, diversificar, alongar e baratear as fontes de captação das pequenas e médias financeiras”, evidenciou. O escopo do projeto, segundo Fagundes, está na criação de um pool premiando instituições financeiras com o objetivo exclusivo de captar recursos financeiros de investidores em geral, em que notadamente os pequenos aplicadores, por meio de plataforma de negociação web e ancorados nas garantias do FGC, estarão desempenhando. “O principal módulo lógico da plataforma (sistema carrossel) deverá identificar o limite de CPF/CNPJ em cada instituição financeira participante e direcionar a aplicação de forma à cobertura”, contextualizou. Fábio Mentone, executivo do FGC, relatou que o órgão foi criado para proteger depositantes e investidores no âmbito do sistema financeiro, até os limites estabelecidos pela regulamentação. “Um dos fatores determinantes para a criação do FGC, entidade sem fins lucrativos e com personalidade jurídica de direito privado, foi a grande crise que o sistema financeiro sofreu em 1995. Fomos criados como um sistema pay box clássico, cuja única
Fábio Mentone: executivo do FGC de pagamentos e, desde junho de 2011, também somos considerados uma câmara de custódia de liquidação de ativos. Processamos 2,9 milhões de transações em 2013, R$ 5,9 trilhões de volume financeiro, que representa 2,1 do PIB nacional”, relatou Pereira, destacando o “Serviço de Controle de Consignação (SCC), que trata da gestão de consignações para integrar consignatários – solução que possibilita uma visão estratégica, através do painel de controle, para o monitoramento on-line das mensagens enviadas e recebidas e aumenta a segurança do processo, através de gerenciamento dos acessos”, finalizou. f
Patrocínio CETIP
“O Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE) é um título criado, para o qual o FGC dá garantias até R$ 20 milhões em CPF/ CNPJ por instituições/ conglomerados” atribuição era o pagamento dos depósitos com garantias e em casos de intervenção ou liquidação de instituições financeiras associadas. Hoje, temos engajamento em atividades mais amplas, contribuindo com a estabilidade do sistema”, comentou. Para favorecer o funding para instituições de pequeno e médio porte, após a crise de 2008, o Banco Central do Brasil (BC) criou o Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE). “Esse é um título criado, para o qual o FGC dá garantias até R$ 20 milhões em CPF/CNPJ por instituições/conglomerados”, explicou Mentone. Marcelo Pereira, da Câmara Interbancária de Pagamentos, relatou que a instituição foi criada pelos bancos em 2001, sendo uma sociedade civil sem fins lucrativos que participa do sistema de pagamentos brasileiro. “Somos responsáveis pela compensação e pela liquidação de instrumentos
“Somos responsáveis pela compensação e pela liquidação de instrumentos de pagamentos e também somos considerados uma câmara de custódia de liquidação de ativos”
Marcelo Pereira: executivo da Câmara Interbancária de Pagamentos
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Fotos: Aline Araujo
O tesouro contido no
Seminário da Acrefi mostra que os dados que circulam na internet podem ser valiosos para as instituições de crédito
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uito se fala dos benefícios que o Big Data e o Analytics podem trazer para os negócios, mas são pouco aqueles sabem extrair todo o potencial dessas ferramentas. É por isso que a Acrefi realizou, dia 9 de dezembro, um seminário para tratar apenas desse tema, que será essencial para o futuro dos negócios. Para abordar o assunto, a entidade trouxe os executivos da Data4 Credit, empresa voltada para o uso inteligente da informação em aplicações de crédito e negócios. “Além de falar a língua dos negócios e da tecnologia da informação, nossos profissionais sabem juntar as peças que geram valor tangível para os clientes”, garante Juan Perez, sócio da Data4 Credit. Segundo Laércio de Oliveira Pinto, que trabalhou por 37 anos na unidade de crédito e serviços da Serasa, antes de integrar o time que fundou a Data4 Credit, a empresa é capaz entregar para o cliente a informação certa, no tempo certo e no lugar certo. Isso é possível porque eles atuam em todas as etapas das negociações de crédito: aquisição e gestão de clientes, cobrança e prevenção de fraudes. “O relacionamento com o cliente não pode ser estabelecido apenas num momento de inadimplência. Essa relação deve ser permanente e baseada no conhecimento do perfil das pessoas”, ensina Oliveira Pinto. Um exemplo disso é o serviço do Sem Parar, que, por meio das informações geradas por seus usuários, permite criar ofertas nos shoppings para determinados clientes, sobre os quais se conhece o perfil pessoal e profissional. Para Fabio Wendling, que antes de fazer parte da equipe da Data4 Credit também trabalhou na área comercial da Serasa e da Boa Vista Serviço, o Big Data reúne dados importantíssimos para a indústria de crédito. Ele armazena registros de comportamentos gerados nas instituições, dados não estrutura-
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Big Data
Laércio de Oliveira Pinto: sócio da Data4 Credit
Juan Perez: sócio da Data4 Credit
dos em texto, voz e imagem – interações por meio de contact centers, e-mails e mensagens –, além de informações disponíveis na web. “Só para se ter uma ideia do valor contido no Big Data, 80% das informações geradas pelas instituições ainda não estão estruturadas. O nosso trabalho é transformar esses dados em grandes diamantes que podem ser lapidados dentro das organizações”, explica Wendling. Na área de TI, a Data4 CreWilson Kobayashi: dit trouxe para o seminário da diretor de TI da Data4 Credit Acrefi Wilson Kobayashi, mais um profissional que atuou por sete anos na Serasa. O especialista lembrou que cada vez mais acessórios, como óculos, relógios, anéis e bonés, começam a conectar pessoas e máquinas com o intuito de facilitar as tarefas diárias e gerar novos dados. Segundo Kobayashi, até 2020 a chamada Internet das Coisas oferecerá cerca de 50 bilhões de dispositivos. “Talvez hoje isso ainda não seja tão importante para o setor de créditos, mas no futuro
deve se tornar conteúdo valiosíssimo”, prevê o especialista da Data4 Credit. Mas, até que ponto a privacidade individual permite que as empresas se apropriem das informações geradas na web e reunidas no Big Data? Para esclarecer essa e outras dúvidas, a Data4 Credit trouxe o advogado Silvânio Covas, especialista em Direito Digital. De acordo com o jurista, a captura de dados em trânsito na web Fabio Wendling: é regulada pelo Marco Civil da sócio da Data4 Credit Internet, pela Lei 12.737/2012 – mais conhecida como Lei Carolina Dieckmann – e existe ainda o anteprojeto da Lei de Proteção de Dados Pessoais, que será debatido em 2015 no Congresso Nacional. No entanto, as informações disponíveis na internet devem classificadas em quatro categorias. As informações, pela natureza da operação que as origina ou por determinação legal, podem ser: públicas – provenientes de registros, de órgãos e entidades públicos; privadas – originárias de pessoas naturais ou Silvânio Covas: jurídicas de Direito Privado; advogado especialista em sigilosas – que podem ser obDireito Digital tidas por determinação legal (informações fiscais e bancárias) ou contratual (cláusula de confidencialidade, por exemplo); ou não sigilosas – compromissos assumidos e hábitos de pagamento, entre outras. Diante de tantas variáveis, Silvânio Covas recorre ao acórdão do Score (pág. 19/44): “assegurar a adequada proteção da privacidade do cidadão e possibilitar o tratamento de dados pessoais sob um patamar de licitude e boa-fé.” f fevereiro/março 2015 financeiro 19
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Mapa da guerra moderna exige prevenção de fraudes Evento da Acrefi apresenta novas ferramentas que contribuem para a segurança e o sigilo do sistema financeiro
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canner de dedo e de mão para clientes, uso da tecnologia de biometria, leitura facial ou íris – novas ferramentas aliadas no combate à fraude no sistema financeiro: o que o futuro nos reserva? Esse foi o tema que permeou o evento “Fraude em Debate”, promovido pela Acrefi, em novembro de 2014, no Hotel Renaissance, São Paulo. Alessandro de Oliveira Faria, sócio proprietário da NETi Tecnologia, empresa especializada em desenvolvimento de software e soluções biométricas, falou sobre o impacto do sistema na prevenção de fraudes. “Biometria, em termos práticos, significa o estudo estático de características físicas e comportamentais dos seres vivos. Esse termo é utilizado também como uma maneira de identificar unicamente um indivíduo por meio de suas características físicas ou comportamentais. É algo inovador que, com o passar dos anos, tornou-se extremamente preciso na prevenção de fraudes”, ressaltou Oliveira, mencionando que “o avanço da tecnologia proporcionou um custo viável de aplicação dessas ferramentas”.
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Alessandro de Oliveira Faria: sócio proprietário da NETi Tecnologia
Domingo Montanaro, da NS Prevention, explanou sobre a mudança de perfil de fraudes cibernéticas e dos agentes aplicadores desse tipo de golpe. “A internet é hoje o nosso novo campo de batalha, uma vez que há uma estruturação especializada que atua nesse front. Existem cidades como Râmnicu Vâlcea, na Romênia, em que a principal atividade está ligada aos crimes cibernéticos. Saindo do sistema financeiro, também conhecemos a espionagem pela internet entre países, que ganhou grande repercussão e problemas diplomáticos. O desafio que aguarda as empresas que atuam no segmento é olhar para o que o seu adversário está fazendo e se antecipar com células de inteligência e prevenção”, alertou Montanaro. A operação “Trident Breach”, que reuniu uma força tarefa contra o crime cibernético, grupos de trabalho e agentes de polícia dos Estados Unidos, Holanda, Ucrânia e Reino Unido, para trazer os responsáveis à justiça, também foi relembrada por Montanaro. “O grupo tinha como alvo as pequenas e médias empresas, em que infectava computado-
Fotos: Divulgação
Domingo Montanaro: da NS Prevention
Carlos Thadeu de Freitas Gomes: chefe da Divisão Econômica da CNC
res e roubava os números das contas bancárias, senhas e outros dados de login. Em todo esse processo, os ladrões conseguiram US$ 220 milhões em tentativas, sendo que US$ 70 milhões foram confirmados em transferências de contas de banco das vítimas”, exemplificou. Uma pesquisa da Accenture feita para 184 instituições dos Estados Unidos e do Reino Unido – projetada por Laércio de Oliveira Pinto, da Data4 Credit, apontou prejuízos bilionários (entre R$ 2,9 e R$ 3,1 bilhões) em fraudes. “As fraudes mais relevantes são 58% internet, 52% cartões, 49% internas, 45% cadastros e 39% invasões de contas. Para se ter uma ideia, R$ 54 bilhões foi o lucro dos dez maiores bancos brasileiros em 2012 e, R$ 3,1 bilhões foi o que perderam em fraudes no ano – o que representa 5,7% do lucro”, destacou. Oliveira também falou sobre a importância do Big Data como braço auxiliar no combate a fraudes. “Ele processa grande volume de informações coletadas, comportamento de clientes e de múltiplas fontes de dados de fora das organizações, com alta
capacidade de armazenamento e processamento de baixo custo. É uma maneira nova com expertise analítica capaz de lidar com a fraude”, asseverou. A palestra de Carlos Thadeu de Freitas Gomes, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central, mostrou que o cenário continua desafiador e a normatização das políticas monetárias será lenta. “O ano de 2015 já está previsto, embora a nomeação do time de Dilma, composto por Joaquim Levy na Fazenda e Nelson Barbosa no Planejamento, trouxe ânimo ao mercado. Esperamos que o Brasil não perca seu investment grade e uma equipe mais conservadora na economia pode ajudar”, pontuou Freitas, ressaltando que “seis anos após o início da crise, a economia global continua a depender de políticas monetárias acomodativas. A recuperação deve tomar força em 2015, após vários anos de frustração em relação ao crescimento da economia mundial. O fantasma da deflação volta a assombrar os países desenvolvidos, com a inflação abaixo da meta de 2% ao ano e recuando”, comentou o economista. Segundo ele, em termos de perspectivas de Brasil, estamos agora na aposta de uma matriz econômica mais conservadora. “Minha perspectiva nacional para 2015 é de que os apertos monetários devem continuar, a inflação persistirá alta, com dificuldade de ajuste fiscal significativo, tendência de desvalorização do real e qualquer indefinição da política econômica fará aumentar prêmios de risco e volatilidade. Há perdas de risco do grau de investimento, déficit em conta-corrente crescente, porém, ainda com condições favoráveis ao financiamento externo. As notícias não são tão boas, mas precisamos avaliar definições e prioridades”, finalizou. f
Patrocínio CETIP fevereiro/março 2015 financeiro 21
perfilcorporativo
Sucesso mineiro,
uai!
Grupo Zema compra a Múltipla Financeira, associa-se à Acrefi e passa a oferecer crédito direto aos clientes da rede Lojas Zema ás, Espírito Santo e interior Os mineiros são conhecide São Paulo. “Atuamos, dos por conquistar o sucesso normalmente, em cidades em silêncio. Sem qualquer com menos de 25 mil habialarde. Esse é exatamente o tantes, que geralmente são perfil do Grupo Zema, que acapouco bancarizadas. O úniba de se filiar à Acrefi, depois co município atendido pelas que adquiriu recentemente a Lojas Zema que foge desse operação da Múltipla Finanpadrão é Uberlândia (MG), ceira. O objetivo do novo inque possui hoje mais de 630 vestimento é incrementar as mil habitantes. Além disso, vendas da Lojas Zema, rede cerca de 60% dos nossos de varejo do Grupo Zema foRicardo Zema: clientes são das classes C, cada nos segmentos de mópresidente do Conselho D e E, público que tem hisveis, eletroeletrônicos, conAdministrativo do Grupo Zema tórico de ser bom pagador”, fecções, ferramentas, pneus e brinquedos. São 501 filiais distribuídas em 494 conta Wagner Bueno de Paula, diretor-adjunto cidades nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Goi- administrativo financeiro do Grupo Zema. “Ao tra-
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Fotos: Divulgação
balharmos com a nossa próde pequena, principalmente, pria financeira, poderemos ninguém quer ser reconheciexplorar melhor o potencial do como inadimplente”, lemdesse mercado, facilitando bra o diretor. as vendas e oferecendo noAinda relativamente disvos produtos, além do CDC creto em suas aparições na (crédito direto ao consumimídia, o Grupo Zema é um dor) e do crédito pessoal, colosso entre as empresas que negociamos até agora mineiras. Fundado há 91 por meio de outros bancos. anos por Domingos Zema, Isso porque, nos últimos avô de Ricardo Zema, atual tempos, a maioria dos granpresidente do conselho addes bancos se distanciou ministrativo, o grupo atende Romeu Zema Neto: um pouco do varejo. Como o cerca de 3 milhões de cliendiretor presidente do crédito é estratégico para o tes por ano e emprega mais Grupo Zema nosso negócio, não podemos de 7.800 funcionários, sencorrer o risco de amanhã não termos a opção do do que 7.300 deles estão dedicados à operação financiamento para oferecer aos clientes”, desta- das Lojas Zema. Os demais estão distribuídos em ca o executivo. outros segmentos: consórcio, postos de combusA nova financeira que, em breve, passará a se tíveis, lojas de conveniência, lubrificantes, autochamar Estrela Mineira, marca que batiza também peças, administradoras de cartões, corretora de a administradora de cartões de crédito e a empre- seguros, locadora de automóveis, motos, etc. Esse sa de seguros do Zema, chega num momento em perfil reservado não atrapalhou que o grupo fosque o grupo programa uma forte expansão para se reconhecido há mais de 10 anos pelo Instituto 2015, com a abertura de mais 30 lojas. Nada mal, Great Place to Work, em parceria com a revista diante do clima de apreensão com a economia que Época, como “Uma das Dez Melhores Empresas predomina entre os empresários. No ano passado, para se Trabalhar no Brasil”. A companhia tama Lojas Zema cresceu 11%, em relação ao movi- bém já foi destaque entre as “150 Melhores para mento registrado em 2013. Outro fator que ajuda Você Trabalhar”, em seleção da revista Exame. O a manter o alto-astral Grupo Zema conquisem Araxá, cidade que tou ainda o Selo Abrinq abriga a sede do Grupo como “Empresa Amiga Zema, é a possibilidade da Criança”. de administrar financiaEssa trajetória de mentos para os clientes êxito do Grupo Zema com prazos mais elásticomeçou em Araxá – cos e prestações mais terra que se tornou Casa Sport: primeira empresa suaves. “O nosso índice famosa por ter vivido de serviços no ramo de de inadimplência é baiali, no século 19, o mito automóveis de Araxá xo. Os nossos clientes Dona Beja – quando, zelam pela integridade do seu nome limpo na pra- em 12 de maio de 1923, Domingos Zema montou a ça”, diz Bueno de Paula. “Mesmo porque, em cida- Casa Sport, um pequeno comércio de peças, acesfevereiro/março 2015 financeiro 23
perfilcorporativo
sórios, lubrificantes e combustíveis, que acabou se tornando a primeira referência comercial da empresa. Domingos Zema não parou por aí. Depois de alugar carros e fabricar carroças, o empreendedor inaugurou, em 1936, o primeiro posto de combustível da cidade. Na década de 40, Domingos passou o bastão dos negócios para os filhos Romeu e Oswaldo. Com a morte de Romeu, em um acidente aéreo, em 1957, seu filho Ricardo, ainda com 14 anos, começou a trabalhar na empresa. Sete anos mais tarde, o neto de Domingos Zema assumiu o controle dos negócios, que, na ocasião, se restringiam a uma concessionária Simca Chambord e um posto de combustível. Em 1969, comprou o segundo posto, e daí em diante iniciou o processo de expansão de forma consistente e contínua. Com a ajuda dos filhos, a empresa cresceu e adquiriu, ao longo dos anos, outros segmentos de negócios em Araxá e região. Segundo Bueno de Paula, com a aquisição da Múltipla, que passará a se chamar, em breve, Estrela Mineira, existe a expectativa de que o braço financeiro do Zema no futuro passará a ter uma
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Wagner Bueno de Paula: diretor-adjunto administrativo financeiro do Grupo Zema
sinergia maior com os demais segmentos do grupo. Oferecendo, por exemplo, capital de giro para os proprietários dos 290 postos de combustíveis franqueados pelo grupo, crédito consignado, antecipação de crédito para os fornecedores. “Existe um leque muito grande de negócios em que poderemos atuar”, garante o executivo do Grupo Zema. “Para isso, contamos com o apoio e a forte parceria da Acrefi”, finaliza Bueno de Paula. f
Todos os arrendamentos, arrendamentos, Todos os arrendamentos, financiamentos e ativos financiamentos e ativos financiamentos e ativos única solução numa única solução numa única solução 1234 5678 9876 5432 1234 5678 9876 5432 Carholder Name Carholder Name
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artigorobertomacedo
O enganoso superávit primário (SP)
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SP é o resultado das contas governamen- mário não cobre a totalidade dos juros. Sobra um détais, em que predomina o governo fede- fice que vira dívida adicional. E assim segue o barco. ral, excluídos os juros da dívida pública. É O mercado também quer saber se a dívida não cresusualmente positivo ou superavitário. Mas o resul- cerá além do razoável, e o SP serve como parâmetro dessa avaliação. tado final, que inclui esses juNo Brasil ele ganhou esros, é usualmente negativo ou paço no primeiro mandato de deficitário. É o chamado défice FHC, quando o fim da inflação fiscal. elevada evidenciou o gravíssiO SP serve a governos que mo problema fiscal. Este sermentem ao apresentá-lo como viu naquela e noutras vezes medida de seu “esforço fiscal” para justificar aumentos da ou de uma “poupança”. Coisas carga tributária para gerar SP, que não integram seus hábitos, e essa carga foi crescendo. Aspropensos à gastança. sim, não se pode dizer que o SP O SP domina o noticiário é a “economia ou esforço que sobre as contas públicas, e o governo faz, etc.” Quem se desinforma os cidadãos, pois esforça mesmo, quem pagou mensalmente engana ao dar a e continua pagando o pato é o impressão de que o governo é contribuinte. Com FHC houve superavitário. Do SP o cidadão alguma contenção de despecomum só sabe o que é supesas, e o programa de privatizarávit e é a mensagem que ele ções também contribuiu para assimila. Ademais, SP é um paaliviar a situação fiscal. Mas, lavrão que costuma não caber o aumento da carga tributária nas manchetes. E já vi coisas para gerar SP continuou. assim: “superávit do governo Quando escrevia este texto, no mês tal foi de X% do PIB”. O os jornais anunciavam que o adjetivo primário sumiu. ministro da Fazenda, Joaquim A atenção deveria ser focada Levy, cogitava aumentar imno déficit final e no respectivo postos dentro do seu pacote aumento da dívida pública. O SP, para entregar um SP de 1,2% contudo, é adorado pelo mercado PIB em 2015. Ao “tossir” esdo financeiro. Ele sabe que a díRoberto Macedo: ses impostos adicionais, quem vida pública nunca será paga, só economista (UFMG, USP e Harvard). estará poupando ou se esforrolada e ampliada, e assim quer No governo federal foi funcionário çando para fazer essa parte saber mesmo é se os juros serão do BB, economista do BC e do SP será novamente o conpagos. É a primeira coisa que o secretário de Política Econômica do tribuinte. Mas, o noticiário dirá governo faz, senão quebraria. Ministério da Fazenda. que o mérito foi do governo. f Contabilmente, o superávit pri-
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Artigo enviado em 18/1/2015
Foto: Mário Bock
“A atenção deveria ser focada no déficit final e no respectivo aumento da dívida pública”
Regulação financeira e sustentabilidade socioambiental
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o fim de fevereiro, começa a vigorar a Resolução do Conselho Monetário Nacional nº 4.327, de 2014, que veio a exigir das instituições financeiras a elaboração de política de responsabilidade socioambiental, além de outras providências bastante relevantes, relacionadas ao gerenciamento de risco socioambiental, o “registro de dados referentes às perdas efetivas em função de danos socioambientais, pelo período mínimo de cinco anos, incluindo valores, tipo, localização e setor econômico objeto da operação”. Entre tantas outras exigências relevantes previstas na norma, esta merece especial destaque, por conta do risco financeiro que a responsabilização por danos ambientais (gerando o dever de repará-los integralmente), por infrações administrativas (que geram a aplicação de penalidades bastante vultosas) ou a eventual perda ou suspensão do licenciamento ambiental que acarreta para o empreendimento que contrata um financiamento. Em outras palavras, risco ambiental elevado significa risco de inadimplência elevado. Entretanto, somente quando as instituições financeiras passarem a registrar que a inadimplência de determinados financiamentos resultou de fatores socioambientais é que será possível mensurar, de forma clara, o grau de relevância do gerenciamento do risco socioambiental. Por isso a exigência de registros dessa natureza feita pela norma é fundamental. Também merece destaque o risco de imagem, já que nenhuma instituição financeira quer ver seu nome atrelado a empreendimentos que causem danos ambientais ou sociais – o que pode resultar inclusive em corridas bancárias, com migração em massa de clientes e investidores, com os piores efeitos possíveis para a instituição. A norma do Conselho Monetário Nacional, pela sua abrangência e ineditismo, representa sem dúvida um grande avanço na regulação financeira do tema. Merece elogio especial também a previsão de que a política de responsabilidade socioambiental de cada instituição financeira deveria ser elaborada de forma participativa, ou seja, envolvendo as chamadas “partes interessadas”, público interno e externo afetado pelos impactos sociais e ambientais da atividade financeira. Todavia, a norma deixa ainda grande espaço para aprimoramentos. Como se sabe, as grandes instituições financeiras já possuíam tais políticas antes mesmo da sua edição. Entretanto, várias pesquisas já demonstraram que a aplicação efetiva desses mecanismos se dava de forma bastante heterogênea e me parece ser possível identificar dois fatores para isso: a) a elevação de custos representada pela análise de riscos ambientais (ou, melhor ainda, riscos socioambientais) de empreendimentos a serem financia-
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Por Luciane Moessa de Souza: Mestra em Direito do Estado (UFPR) e Doutora em Direito, Estado e Sociedade (UFSC), Pós-Doutoranda na USP e Procuradora do Banco Central do Brasil
dos; b) a quase completa ausência de regras cogentes e claras que estabeleçam de que forma essa análise de risco deve ocorrer, ou seja, que documentos devem ser exigidos, que inspeções devem ser realizadas, que fatores devem ser considerados nessa análise, podendo levar à realização de exigências adicionais ou, eventualmente, à própria negativa de financiamento. O assunto tem muito a ver com a regulação prudencial, qual seja, aquela voltada à minimização de riscos do sistema financeiro, a qual, em última análise, visa proteger os investidores e depositantes, agentes superavitários que têm seus recursos financeiros administrados por uma instituição financeira, que os empresta aos agentes que necessitam de recursos para investir. Ao deixar de estipular quais são os procedimentos mínimos que cada instituição financeira deve efetivamente adotar para cada tipo de atividade financiada, ou seja, quais são as suas obrigações de forma detalhada, deixando cada instituição livre para definir a sua própria política, abre-se margem para a continuação dessa heterogeneidade, o que apresenta dois riscos significativos: a) prejuízo à livre concorrência, por não se garantirem, pela via da regulação, as necessárias condições de igualdade; b) nivelamento por baixo dos procedimentos a serem adotados, fazendo com que todas as instituições financeiras venham a reduzir exigências ao mesmo patamar da instituição menos cuidadosa nesta seara, aumentando o risco socioambiental. Ademais, o detalhamento de tais obrigações, que deve ocorrer mediante edição de novas normas regulatórias (e sobretudo pela devida fiscalização do seu cumprimento), terá como possível e importantíssima vantagem estabelecer um parâmetro adequado para eventual responsabilização civil ambiental de instituições financeiras, por estipular quais medidas concretas elas devem tomar para se proteger do risco de serem responsabilizadas por danos ambientais causados pelos empreendimentos por elas financiados. Sem tais parâmetros, atualmente, existe o risco da responsabilização objetiva e solidária por danos ambientais. Por fim, vale dizer, incorporar a variável socioambiental nas regras sobre concessão de financiamentos pode e deve ir além da ideia de minimização de riscos para significar também condições mais benéficas de financiamentos para investimentos que demonstrem potencial para gerar impactos socioambientais positivos, ou seja, que não apenas não degradam, mas aprimoram as condições para um desenvolvimento, em seu mais amplo sentido, autenticamente sustentável – que é o que nossa sociedade efetivamente merece. Trata-se de concretização da responsabilidade social e ambiental, colocando, assim, a atividade econômica e financeira a serviço das finalidades que efetivamente a justificam. f
Artigo enviado em 19/1/2015
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Foto: Divulgação
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Gisele de Andrade: planejadora financeira e diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF)
om frequência ouvimos alguém por perto exclamar frases do tipo “…ah, se eu fosse rico…” ou “…no dia em que eu for rico…”, como se a riqueza material fosse a solução dos problemas da existência. Essa percepção acaba por se difundir e solidificar-se muito por conta da exaltação de estilos de vida extravagantes, como o champanhe no café da manhã, viagens a lugares exóticos, carros possantes, joias exuberantes e a impressão de que aquele “dolce far niente” e uma vida pura de desfrutes é o auge da felicidade… e viva as publicações voltadas para as “celebridades”! Mas, será que é assim mesmo? Dinheiro na mão Ao longo dos anos, atuando com clientes de diversos níveis econômicos e sociais, pude perceber que ficar rico pode ser bem mais complicado que glamoroso. Indo aos fatos, quando uma pessoa recebe um valor elevado de recursos e não está devidamente preparada para isso, é muito comum a perda de parte da riqueza logo nos primeiros momentos. Solução e solidão? Essa perda ocorre de diversas formas, quase simultâneas em alguns casos. A primeira preocupação quando o dinheiro chega é atender às demandas reprimidas da família. A depender do caso, podemos falar sobre a primeira casa, ou a casa para outros membros da família extensa, o pagamento de dívidas, viagens dos sonhos, etc. Nesses momentos, é bastante comum constatarmos o aparecimento de “amigos” de última hora, apresentando projetos de investimento em negócios com altíssimo potencial de retorno e destinado a poucos privilegiados: “Isso é para você”! Quase sempre, o prazo para análise e decisão é exíguo e ninguém consegue se aprofundar, mas, afinal, parece tratar-se de alguém confiável… (isso me lembra que na infância, quando lia os gibis, o Cebolinha sempre tinha um plano “infalível”, mas não me recordo de a Mônica ter levado a pior). Brincadeiras à parte, ser dono de um gran-
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de patrimônio oferece sim muitos benefícios e possibilidades, porém traz consigo uma série de preocupações e exige cuidados bastante exaustivos na sua administração. O vendaval Quando uma família deposita seus maiores valores e seu legado exclusivamente no patrimônio, com muita frequência, cria herdeiros egoístas, cujo sentido de viver está unicamente atrelado à acumulação. Pessoas desse tipo não chegam sequer a desfrutar da riqueza. Há casos em que os herdeiros, ao contrário, foram criados para aproveitar o que houver de melhor pelo caminho, como se fossem seres privilegiados, sem se preocupar com o futuro. Estes, quando partem os “chefes da família”, encontram-se despreparados para lidar com seu patrimônio e são comumente ludibriados e envolvidos em situações que os levam em pouco tempo a perdas importantes. Existe também aquela lenda de que o rico será sempre rico…mas quantas famílias, sem a noção de planejamento financeiro, gastam além das possibilidades de seu patrimônio e acabam “quebradas”? A discussão aqui tem apenas o objetivo de chamar para uma reflexão importante sobre valores essenciais para o bem viver, aquele que proporciona um bem-estar de longo prazo com momentos, aí sim, de felicidade. Viver não é brincadeira não Famílias muito ricas precisam de planejamento financeiro, tributário, governança familiar e empresarial, planejamento sucessório e cultivo dos valores essenciais para que seu legado se perpetue. Tudo isso dá muito trabalho, custa tempo e dinheiro. Claro que há o lado bom de poder acessar produtos e serviços de alta qualidade, mas depois de assistir a tantos casos de famílias de elevado patrimônio em que seus integrantes não conseguem desfrutar da mínima convivência sem conflito, aumentou minha convicção de que uma vida equilibrada com trabalho, lazer e boa companhia não tem preço! Por outro lado, ficar rico demais pode ter preço sim! f
Artigo enviado em 27/1/2015
Dinheiro na mão é vendaval: os riscos de ficar rico!!!
manualparaadvogados
Ferramentas para mediação de conflitos Acrefi patrocina publicação que atenua prática do litígio e estimula a política do diálogo
A
Escola Nacional de Mediação e Conciliação (ENAM) lançou, dia 17 de dezembro de 2014, o mais abrangente conjunto de manuais para mediação de conflitos desde a criação da Secretaria de Reforma do Judiciário (SRJ). Com abordagem didática, os guias trazem conceitos e técnicas de conciliação, mediação e negociação. Todo esse conteúdo teórico está direcionado à realidade cotidiana com que se deparam especialistas do Direito, servidores públicos e administradores de empresas. As publicações são resultado de parceria entre o Ministério da Justiça, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, a Escola Nacional de Advocacia (ENA), o Ministério Público e a Defensoria Pública. Como forma de contribuir com a causa, a Acrefi patrocinou a publicação do Manual de Mediação de Conflitos para Advogados, Escrito por Advogados. Em sua mensagem deixada aos leitores, Érico Sodré Quirino Ferreira, presidente da Acrefi, lembra que o Manual de Mediação de Conflitos para Advogados, Escrito por Advogados é um desses trabalhos que comprovam a qualidade e a competência dos profissionais que atuam na promoção do Direito no Brasil. “São eles que estão à frente das ações que têm como paradigma a Constituição Federal. Além disso, com a Reforma do Judiciário, os cidadãos e as instituições foram favorecidos com respostas mais rápidas e efetivas. Essa obra é relevante porque atenua a prática do litígio e estimula a política do diálogo”, afirmou Ferreira. “Os advogados são guardiões fundamentais na condução dos processos judiciais. Com sua cultura e seu conhecimento abrangente, eles têm colaborado cada vez mais com as atividades do mundo corporativo. Sua contribuição abalizada pode, em diversas situações, minimizar problemas e evitar futuros conflitos. Essas são algumas das razões que motivaram a Acrefi a contribuir com a divulgação desse documento essencial”, completou o presidente da Acrefi. Outros destaques do lançamento foram manuais direcionados a empresários e servidores públicos. Essas publicações fazem
parte dos cursos homônimos oferecidos gratuitamente pela SRJ: Resolução de Conflitos para Representantes de Empresas e Resolução Consensual de Conflitos Coletivos Envolvendo Políticas Públicas. Voltado a advogados e administradores de empresas, o primeiro manual visa proporcionar procedimentos de resolução de conflitos nas relações comerciais. São apresentadas técnicas que permitem melhoria na qualidade do atendimento a clientes e na negociação produtiva em sessões de conciliação, seja no âmbito judicial ou extrajudicial. Já a publicação Resolução Consensual de Conflitos Coletivos Envolvendo Políticas Públicas faz parte do curso organizado pela SRJ nas modalidades presencial e a distância para servidores públicos.
O que é a ENAM Como ferramenta de difusão da cultura do diálogo, a ENAM é um centro de produção de conhecimento sobre a temática da conciliação e da mediação, observa o secretário de Reforma do Judiciário, Flávio Crocce Caetano. “O objetivo é o de apoiar aqueles que diuturnamente se utilizam dessas técnicas de construção de consensos. Dessa forma, em parceria com os principais atores do sistema de justiça, promovemos a série de manuais, composta por materiais didáticos e pedagógicos acessíveis a quem desejar estudar e se aprofundar nos métodos autocompositivos de solução de conflitos”, afirma o secretário. f
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agenda
Cuide do $eu bolso A Acrefi promove, durante a Semana de Educação Financeira do Banco Central, em março, encontro com especialistas, em São Paulo, para tratar de orientação financeira, tema que merece cada vez mais o apoio da sociedade
8h50 - Abertura Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho) Diretor superintendente da Acrefi
9h - Palestra Luis Sergio Tamer
CEO da Tamer Comunicações
9h20 - Palestra Hilgo Gonçalves
Presidente da Losango Promoções de Vendas
9h50 - Coffee Break 10h10 - Palestra Luiz Edson Feltrim
O
rientação financeira é um tema que sempre merece atenção. Cumprindo sua responsabilidade social, a Acrefi promove, durante a Semana de Educação Financeira do Banco Central, no dia 12 de março, um encontro com especialistas que vai tratar exclusivamente desse assunto, que merece cada vez mais o apoio da sociedade. Assim como acontece no evento do BC, a reunião da Acrefi, que acontecerá no Hotel Renaissance, em São Paulo, também busca promover a educação financeira, gerar mudanças no comportamento do cidadão, além de contribuir para o fortalecimento da cidadania, aumentando a eficiência e a solidez do sistema financei-
Fotos: Divulgação
Orientação Financeira 12/3/2015 Hotel Renaissance, São Paulo Programa 8h30 - Café da manhã de boas-vindas
Diretor da área de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco Central
10h55 - Encerramento Érico Sodré Quirino Ferreira Presidente da Acrefi
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Luiz Edson Feltrim: Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco Central
Hilgo Gonçalves: Presidente da Losango Promoções de Vendas ro nacional e estimulando decisões mais conscientes por parte dos consumidores. Para tratar do tema, Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho), diretor superintendente da Acrefi, convidou: Luis Sergio Tamer, CEO da Tamer Comunicação; Hilgo Gonçalves, presidente da Losango Promoções de Vendas; e Luiz Edson Feltrim, diretor da área de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco Central. Antes do encerramento do evento, Érico Sodré Quirino Ferreira, presidente da Acrefi, apresentará as considerações finais. A inscrição para participação no encontro é gratuita e pode ser feita pelo e-mail acrefi@acrefi.org.br f
programação
O que vem por aí Conheça os êxitos colhidos pelos eventos da ACREFI no ano passado e a programação já agendada para 2015
N
ada como olhar para trás e constatar os bons resultados colhidos pela Acrefi em 2014. Só em eventos foram mais de trinta atividades, sem contar o 9º Seminário Internacional Acrefi (SIAC), que mobilizou mais de 600 participantes. Nos eventos regulares, a entidade reuniu, em média, 55 convidados, em ações realizadas em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Vitória. Como esse sucesso é efeito de uma programação bem planejada, veja ao lado os eventos que a Acrefi já agendou para 2015. f
Evento
Data
Local
Realização
Painel Cetip
12 de fevereiro
Sede da Acrefi - São Paulo, SP
Acrefi - Cetip
Road Show Porto Alegre
5 de março
Sheraton Hotel, Porto Alegre, RS
Acrefi
Orientação Financeira
12 de março
Renaissance Hotel, São Paulo, SP
Acrefi
Road Show Rio de Janeiro
26 de março
Pestana Atlantica Hotel, Rio de Janeiro, RJ
Acrefi
Road Show Curitiba
14 de abril
Four Points by Sheraton Hotel, Curitiba, PR
Acrefi
Fraude em Debate
23 de abril
Renaissance Hotel, São Paulo, SP
Acrefi
7º Seminário Jurídico Acrefi
26 de maio
Centro de Convenções Brasil 21, Brasília, DF
Acrefi
Responsabilidade Socioambiental no Sistema Financeiro 16 de junho
Renaissance Hotel - São Paulo, SP
Acrefi
Road Show Belo Horizonte
23 de junho
Quality Hotel, Belo Horizonte, MG
Acrefi
Road Show Florianópolis
25 de agosto
Sofitel Luxury Hotels, Florianópolis, SC
Acrefi
Road Show Vitória
20 de outubro
Sheraton Hotel, Vitória, ES
Acrefi
10º Seminário Internacional Acrefi
11 de novembro
Teatro Cetip
Acrefi
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Faça parte do maior evento de crédito do País
10º SIAC
11 de novembro de 2015
Teatro Cetip, Rua Coropés, 88 - Pinheiros, São Paulo, SP
INSCRIÇÕES GRATUITAS: www.acrefi.org.br Apoio
Patrocínio
Realização
painelcetip
Resultados
2014
O
s financiamentos de veículos no Brasil no acumulado de 2014 somaram 6.392.797 unidades, sendo 3.159.915 unidades novas e 3.232.882 usadas. O volume representa uma queda de 5,4%, em relação ao ano de 2013. Considerando o mês de dezembro, as vendas financiadas totalizaram 624.567 veículos, aumento de 15,9%, em relação a novembro, e queda de 0,3% na comparação anual. Os números levam em consideração automóveis de passeio, motos e pesados. O volume dos veículos usados financiados mostra que a categoria ficou praticamente estável, em relação ao ano de 2013, com uma leve queda de 0,2%. Já em dezembro, os usados totalizaram 310.584 unidades, aumento de 8,2% em relação ao mesmo período de 2013.
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Entre os veículos, em 2014, os automóveis leves usados foram a única categoria a apresentar alta na comparação com o ano anterior. Foram financiados 2.966.503 unidades, aumento de 0,3%. No mês de dezembro, os carros usados totalizaram 288.248 unidades financiadas, avanço de 8,7% em relação ao mesmo período de 2013. O levantamento ainda aponta que, entre as faixas etárias dos automóveis leves, aqueles de quatro a oito anos apresentaram o maior avanço e atingiram 137,1 mil unidades em dezembro, com aumento de 15,6%, ante o mesmo período de 2013. Entre as modalidades de financiamento de veículos, entre autos leves, motos e pesados, o consórcio foi o único que cresceu no acumulado de 2014. Foram financiadas 865,5 mil unidades
Fonte: Inteligência de Mercado Cetip
em 2014 por meio de cotas de consórcio contempladas, alta de 0,5% na comparação com 2013. O avanço da modalidade foi puxado pelos automóveis leves usados, que somaram 221,4 mil unidades comercializadas, representando um aumento de 21% em relação a 2013. Apesar de o consórcio ter apresentado crescimento em 2014, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) se manteve como a opção mais utilizada pelos consumidores, com um total de 5,31 milhões de unidades financiadas ao longo do ano passado. O levantamento é da Unidade de Financiamentos da Cetip, que opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG), base integrada de informações que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de
crédito em todo o Brasil. O SNG impede que o processo de financiamento de veículos seja suscetível a fraudes sistêmicas. f A partir de outubro de 2013 a Cetip adotou nova metodologia para calcular os recursos liberados para financiamentos de veículos. São consideradas apenas inclusões de gravames de automóveis leves, com financiamento de até R$ 200 mil, e cujos prazos não sejam superiores a 120 meses; para motocicletas, o montante limite é de R$ 50 mil, com prazo de 90 meses. A metodologia também limita em R$ 500 mil e prazo de até 150 meses as inclusões de gravames de pesados. Dessa forma, a Cetip desconsidera operações com valores e prazos destoantes com as práticas do mercado.
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supermáquinas
Tecnologia verde
E
les chegaram de maneira discreta, mas mostram que vieram para ficar. Embalados pelo conceito da sustentabilidade, os carros elétricos surgem pouco a pouco como substitutos naturais das carroças do século XX. Eles aparecem até como salvadores da pátria da crise que vive a indústria automotiva europeia. Para isso, as montadoras começam a investir com maior intensidade nos modelos híbridos e elétricos. Alguns deles trazem recursos da eletrônica, como sensores de internet e se comunicam com o mundo via satélite, via wi-fi e celular 4G. Conheça algumas dessas maravilhas.
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Lamborghini – Asterion LPI 910-4 O Asterion LPI 910-4 vem com um poderoso motor a combustão V10 de 5,2 litros, que gera 618 cavalos de potência. Ele é auxiliado por outro motor elétrico, este ligado somente ao eixo frontal, somando mais 304 cv. O carro pode funcionar com todos os seus 922 cv, impulsionado apenas pelo motor elétrico. Quando isso acontece, o automóvel chega a 125 km/h e é capaz de percorrer até 51 km com uma única carga.
BMW X5 Hybrid eDrive O BMW X5 Hybrid eDrive apresenta um motor turbo de quatro cilindros e outro elétrico de 70 cavalos de potência, que juntos geram uma potência de 272 cv. Ele alcança 100 km/h em menos de 7 segundos. Para gerenciar a capacidade da bateria, a BMW criou três modos de condução: inteligente híbrido, elétrico puro e econômico, que restringe o uso da capacidade da bateria, permitindo a utilização do modo elétrico dentro das áreas urbanas.
Peugeot 208 Hybrid Air O Peugeot 208 Hybrid Air usa um sistema movido a ar comprimido no lugar de um motor elétrico. Ele combina um motor 1.2 a gasolina de três cilindros da nova família Pure Tech da PSA de 82 cv – 15% mais potente e 25% mais econômico do que a geração anterior –, um compressor, um cilindro de ar comprimido instalado no centro do carro e uma bomba hidráulica de alta pressão. Uma série de peças da carroceria foi fabricada em alumínio e fibra de carbono, de forma que, no total, está 100 kg mais leve que o 208 normal, que pesa 960 kg.
Fotos: Divulgação
Kia Optima T-Hybrid Por ser o diesel um combustível muito usado na Europa, a Kia Motors optou por lançar uma versão híbrida do sedã Optima T-Hybrid, com um motor 1.7 CRDi, acompanhado de um motor elétrico de baixa potência e baterias de chumbo-carbono de 48 V. A montadora esclarece que o modelo só pode mover-se com energia em baixas velocidades e que, em desacelerações, o sistema carrega as baterias.
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supermáquinas Renault Eolab Baseado na plataforma do Clio europeu, a Renault lançou o Eolab, com motor a combustão 3 cilindros de 1.0 litro, com 75 cavalos de potência, e o elétrico com o equivalente a 68 cv. Ele vem equipado com um novo câmbio sem embreagem de 3 velocidades, com as primeiras duas marchas ligadas a propulsão elétrica e apenas a terceira acionada pelo motor a gasolina. A tecnologia híbrida de propulsão permite que o carro conceito percorra 60 km sem consumo de combustível, a uma velocidade máxima de 120 km/h.
Tesla Model S O Model S é um luxuoso sedã que apresenta tração nas quatro rodas, graças a adoção de outro motor elétrico. Dessa forma, cada um deles é posicionado em um eixo. Em uma primeira versão, sua potência atinge 376 cavalos, com autonomia de 362 km e velocidade máxima de 201 km/h. Já em segunda opção, ele mantém a mesma potência, mas a autonomia é estendida para 475 km, graças a baterias maiores.
Audi R8 e-tron O carro é resultado do trabalho pesado da montadora em busca de tecnologia que permite melhor eficiência dos componentes mecânicos e elétricos. Não só o sistema de transmissão, como toda a eletrônica consome muito menos energia do que os protótipos anteriores. R8 e-tron deve ser lançado em breve, terá autonomia de aproximadamente 450 quilômetros, mais que o dobro dos 215 quilômetros do protótipo apresentado em 2012. f
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estilo
Nó
Ferragamo
perfeito Use a gravata para revelar a sua personalidade e o seu estado de espírito
Fotos: Divulgação
A
Borboleta: Hermès
gravata é um dos itens mais tradicionais do vestuário masculino. Ela é também um dos elementos que permitem tornar mais divertida a tarefa do homem ao compor seu look diário. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é um exemplo de quem sabe usar a gravata para manifestar seu estado de espírito. A gravata mais longa e estreita, como a conhecemos atualmente, surgiu na primeira metade do século XX, quando o norte-americano Jesse Langsdorf decidiu cortar a gravata num tecido em diagonal e mais elástico, que deu origem ao que passamos a chamar de “gravata moderna”. Antes as gravatas básicas tinham 10 cm de largura, agora elas têm 8 cm. Esses 2 cm fazem a diferença ao identificarmos aqueles que preferem um visual clássico dos que optam por uma imagem contemporânea. Há ainda os que ousam um pouco mais e elegem o modelo borboleta para fazer a diferença entre os colegas e amigos. Faça a sua escolha e se divirta antes de sair de casa. f fevereiro/março 2015 financeiro 41
cultura
Cinco séculos de arte brasileira Q
uando Olavo Setúbal (1923-2008), fundador do Banco Itaú, começou a colecionar arte, em 1969, ao adquirir o quadro Povoado numa Planície Arborizada, de Frans Post, não podia imaginar que, cerca de quatro décadas depois, teria um dos maiores acervos artísticos do mundo, com mais de 12 mil itens. Depois de três anos de intensos preparativos, o Itaú Cultural abre para o público o Espaço Olavo Setubal – Coleção Brasiliana Itaú, concebido para abrigar a exposição permanente de parte da magnífica seleção de arte e de numismática reunida pelo banco ao longo das últimas décadas. Da Coleção Brasiliana foram selecionados 969 pinturas, gravuras, manuscritos, documentos históricos e livros, entre outros itens, que percorrem cinco séculos da produção artística brasileira, desde o descobrimento até o final do século XX. Entre os trabalhos em exposição estão
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Acervo da Coleção Brasiliana Itaú ganha exposição permanente no Espaço Olavo Setubal, dentro do Itaú Cultural. Entre as obras exibidas estão trabalhos fundamentais de Frans Post, Rugendas, Debret, Chamberlain, Auguste Sisson e Emil Bauch
Fotos: Divulgação
obras fundamentais de Frans Post, Rugendas, Debret, Chamberlain, Auguste Sisson e Emil Bauch, entre outros artistas que se dedicaram aos primeiros registros da paisagem e da vida brasileira. No campo da numismática, o espaço trará a público 395 peças que traçam a história das moedas cunhadas no Brasil e um panorama abrangente das medalhas e condecorações confeccionadas desde a chegada dos portugueses, em 1500. Os dois andares que abrigam o Espaço Olavo Setubal foram reestruturados com projeto especial de Daniela Thomas e Felipe Tassara para expor as obras da coleção. A curadoria da Brasiliana é de Pedro Corrêa do Lago; e a de numismática, de Vagner Porto. “Antes de mais nada, essa é uma exposição de arte. A arte produzida no Brasil ou sobre o Brasil, por artistas brasileiros ou estrangeiros, inspirados pelos temas do nosso país”, lembra Corrêa do Lago. “Com essa iniciativa, o Itaú
traz a público de forma definitiva um dos acervos de maior valor histórico e artístico do Brasil”, completa Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. O Espaço Olavo Setubal apresenta, em nove módulos, peças iconográficas, imagens avulsas ou inseridas em álbuns, livros, documentos e mapas que retratam e revelam o Brasil e sua cultura. Os grandes artistas viajantes são representados em gravuras, pinturas, aquarelas ou desenhos originais, assim como as primeiras obras publicadas a respeito do País no exterior e álbuns iconográficos, impressos na Europa e em território nacional. As obras-primas da literatura brasileira também marcam presença, com exemplares de primeiras edições, muitas delas com dedicatória e ilustrações de nomes fundamentais da arte brasileira. Os conjuntos manuscritos não são menos importantes e trazem peças fundamentais da história e da literatura produzidas no País ou sobre ele. fevereiro/março 2015 financeiro 43
cultura
Diante do visitante, os módulos se desdobram por temas e períodos históricos, mas não necessariamente por cronologia. O trajeto começa com O Brasil Desconhecido, apresentando desde os primeiros desenhos – que buscaram dar forma aos índios, revelando as primeiras impressões do europeu sobre o nativo, registrando-os com traço mais próximo ao Renascentismo, que não lhe era tão estranho, e, por isso, com distorções sobre seus tipos físicos e costumes –, até a documentação gerada até o século XVI. Segue com O Brasil Holandês e O Brasil Secreto, até o século XVIII. O Brasil dos Naturalistas começa a entrar no século XIX, e, a partir do quinto módulo, O Brasil da Capital, o visitante mergulha no país construído até o limiar dos anos 2000 – O Brasil da Província, O Brasil do Império, O Brasil da Escravidão e O Brasil dos Brasileiros. Uma série de vídeos com animações mostram outras obras e páginas de livros que não podem ser manuseados. A Coleção de Numismática, antigamente acondicionada no Museu Herculano Pires, no último andar do instituto, agora acompanha cada etapa inserida no contexto histórico brasileiro. Entre as raridades da Brasiliana estão ilustrações para o relato conhecido hoje como Barleus (de Gaspar Barleus), um dos livros ilustrados europeus
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Entre as raridades da Brasiliana estão ilustrações para o relato conhecido hoje como Barleus (de Gaspar Barleus), um dos livros ilustrados europeus mais luxuosos do século XVII, e o primeiro a publicar imagens do Brasil mais luxuosos do século XVII, e o primeiro a publicar imagens do Brasil. Além de ser o primeiro e, por quase dois séculos, o mais preciso e completo texto a respeito do País, o Barleus é considerado a mais importante obra ilustrada do período. Algumas gravuras foram retiradas do livro, sem prejuízo da encadernação, e são apresentadas nas paredes, acompanhadas de vídeos com as pinturas de Frans Post, permitindo fazer uma comparação entre as imagens. Há, ainda, publicações do Brasil de grande valor histórico realizadas por exploradores franceses e holandeses. Destacam-se entre estes, outros autores como Piso e Marcgraf, Jean de Léry, Claude d’Abbevile, Andre Thevet e Jean le Prest. Também integra a exposição O Grande Atlas Blaeu, de 1667, que compreende 598 mapas e foi produzido por Joannes Blaeu, um dos maiores especialistas em cartografia do século XVII. A partir da abertura dos portos houve um sem número de expedições científicas ao Brasil, realizadas por europeus, para desvendar o território, a fauna, a flora e os costumes dos nativos. As mais famosas e completas expedições, que resultaram em publicações e compõem parte desse acervo em exposição são as dos naturalistas Spix e Martius, e do
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Príncipe Maximilian da Áustria, verdadeiros inventários da natureza brasileira. A curiosidade dos europeus pelo Brasil não se limitava ao âmbito científico. Abrangia também a contemplação das belas paisagens, como se pode ver em alguns dos mais expressivos álbuns de gravuras, como os de Rugendas, Debret, Chamberlain, Auguste Sisson, Schlappriz, Buvelot e Moreau, Bertichem e Emil Bauch. O Espaço Olavo Setubal exibe, ainda, diversas primeiras edições das obras de poetas e romancistas genuinamente brasileiros, como Casemiro de Abreu, Castro Alves, Machado de Assis, e outros tantos expoentes da literatura do século XIX. f
Olavo Setubal: fundador do Banco Itaú e idealizador da coleção Brasiliana
Destaques da Numismática Moedas, medalhas, barras de ouro e condecorações abarcam uma extensão temporal desde a entrada dos portugueses no Brasil até os dias atuais. Destacam-se as moedas obsidionais holandesas, as primeiras cunhadas em território brasileiro, em 1645 e 1646, no Recife, durante a invasão holandesa no Nordeste do País. Outro destaque data de 1695: o ensaio monetário Terra de Santa Cruz, cunhado na então recém-fundada Casa da Moeda da Bahia. Na ocasião foram apresentados três modelos de moedas de prata no valor de 640 réis, para que se escolhesse qual deveria entrar em circulação no Brasil. Esse ensaio não foi aprovado por apresentar o nome primitivo do País e a cruz do calvário. São conhecidos apenas dois exemplares no mundo. Nas moedas de ouro do reinado de D. Maria I (1777-1805), nota-se como a iconografia numismática do período incorporou as mudanças de sua vida. Até 1786, elas traziam gravadas as imagens da rainha, legítima soberana, e de seu marido, D. Pedro III, que com ela dividia o trono, e se chamavam Perfis Sobrepostos. De 1786 a 1789, falecido o seu esposo, D. Maria I expressou sua viuvez nas moedas batizadas Véu de Viúva. Passados os três anos de luto oficial, o retrato da soberana passou a apresentar, até 1799, um toucado com joias e fitas. Entre as aquisições mais recentes encontram-se raras medalhas adquiridas em leilões no exterior: uma de prata, de 1640, que retrata Mauricio de Nassau; uma medalha de 1843 referente ao casamento de D. Pedro II e Tereza Cristina, possivelmente o único exemplar cunhado em ouro; uma medalha de 1852 da Campanha do Uruguai, comprovadamente único exemplar de ouro e que pertenceu ao Duque de Caxias. Vale ressaltar, ainda, a primeira medalha cunhada no Brasil, em 1820, com a efígie de D. João VI. Outras aquisições merecem destaque, como o documento Guia de Fundição de Ouro da Casa da Administração Geral dos Diamantes em Tijuco, Minas Gerais, de 1777. De igual relevância, a condecoração Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, criada por D. João VI em 1816, e uma pulseira de ouro com condecorações em miniatura do Império. São tantas riquezas culturais que por mais que os relatos sejam minuciosos nada substituirá uma visita a esse magnífico universo cultural brasileiro.
Itaú Cultural Avenida Paulista, 149 – São Paulo, SP, Tel.: (11) 2168.1777 / 2168.1776 – http://novo.itaucultural.org.br/
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memória
Em algum lugar do passado No Museu da Imigração, em São Paulo, é possível mergulhar no cotidiano dos imigrantes que ajudaram a construir o desenvolvimento econômico do País
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M
üller, Willy, Fava, Lanzellotti, Bochichi, Pineda, Barreira, Hafez, Baracat, Polacow, Murakami são alguns dos sobrenomes de famílias de imigrantes que passaram a fazer parte do cotidiano dos brasileiros. Boa parte da trajetória dessas pessoas que fincam suas raízes do Brasil está registrada no Museu da Imigração, que foi reinaugurado em maio do ano passado, em São Paulo. Instalado na antiga Hospedaria do Brás, o espaço resgata o processo migratório a partir da história das 2,5 milhões de pessoas, de mais de 70 nacionalidades, que passaram pelo prédio entre os anos de 1887 e 1978. Como a construção é tombada, a única alteração no projeto original foi a instalação de um elevador para cadeirantes. É uma opção de passeio bem divertido e cultura para levar as crianças durante o período de férias. Elas podem saber como foi passar por ali décadas atrás por meio de uma exposição permanente. Há um painel interativo que forma um mosaico de rostos e a reprodução de um quarto e do refeitório, nos quais se podem ler cartas reais deixadas para trás. O lugar também oferece uma bonita sala para atividades infantis. Além disso, o Museu da Imigração oferece também loja de suvenir, café, biblioteca, wi-fi no jardim e interligação com a “maria-fumaça” (antiga locomotiva movida a vapor) – pago à parte; R$ 10. Essa restauração, concluída no ano passado, foi a primeira do prédio, aberto em 1888. A reforma custou em torno de R$ 20 milhões, e demorou três anos e meio para poder se adequar à função que tem hoje. Além de receber público, o museu irá preservar seu acervo que, segundo Marília Bonas, diretora executiva da instituição, tem mais de 12 mil
Fotos: Divulgação
Flagrante do dormitório da antiga hospedaria dos imigrantes
Recepção do museu: painel de abertura
itens doados por comunidades de imigrantes, migrantes e descendentes. Segundo Marília, as reformas permitiram que o museu ficasse acessível a todos os públicos, mais seguro e com climatização adequada para o acervo. “O edifício foi construído em um projeto político para atrair mão de obra estrangeira para as plantações de café, depois da abolição da escravatura. Para isso, foi construído um grande complexo de hospedaria para acolher a mão de obra desejada pelo governo de São Paulo, no final do século 19”, conta Marília. A partir de 1930, a hospedaria passou a funcionar como área de refúgio e de assistência social, atendendo também a migrantes. Em 1995, foi criado o Memorial do Imigrante. Alguns atrativos do antigo Memorial do Imigrante permanecem, como o passeio de “maria-fumaça”. Uma das novidades é a exposição de longa duração Migrar: Experiências, Memórias e Identidades, que conta com oito módulos sobre o processo migratório no País. A mostra apresenta documentos, fotos, vídeos, depoimentos e diversos objetos. Mais de 200 itens do acervo são exibidos. São malas, mobiliários da antiga hospedaria, objetos pessoais, etc. Dois espaços atraem mais a atenção dos visitantes: o refeitório e o dormitório. A proposta, segundo Marília, é fazer uma aproximação com a questão da imigração contemporânea. “A exposição faz um panorama da imigração no Brasil, principalmente em São Paulo. Ela conta com bastante recurso tecnológico, várias projeções e multimídias, para que o público viva uma espécie de imersão na experiência da imigração, tanto no passado quanto nos dias de hoje”, diz a diretora executiva do museu. Em seu novo projeto museológico, o Museu da
Imigração valoriza ainda mais o encontro das múltiplas histórias e origens e propõe ao público o contato com as lembranças daquelas pessoas que vieram de terras distantes, suas condições de viagem, adaptação aos novos trabalhos e contribuição para a formação do que hoje chamamos de identidade paulista. A história da migração humana não deve ser encarada como uma questão relacionada exclusivamente ao passado; há a necessidade de tratar sobre deslocamentos mais recentes. O Museu da Imigração estimula o diálogo sobre as migrações como um fenômeno contemporâneo, que não se encerra com o fechamento das atividades da hospedaria, reconhecendo a recepção dos milhões de migrantes atuais e a repercussão desse deslocamento para a cidade. f
Museu da Imigração do Estado de São Paulo Rua Visconde de Parnaíba, 1316 – São Paulo, SP Tel. (11) 2692-1866 www.musueudaimigracao.org.br
fevereiro/março 2015 financeiro 49
saúde&lazer
Mais saúde
e menos estresse O Spa Med Sorocaba Campus é uma das alternativas para quem busca uma vida mais saudável em 2015
50 financeiro fevereiro/março 2015
Fotos: Divulgação
N
o início do ano não faltam aqueles que prometem adotar um novo estilo de vida. O mais complicado, porém, é sair da promessa e partir para a prática. Muitos começam por marcar uma consulta com o endocrinologista, outros optam pela academia de ginástica, há os que preferem contratar um personal trainer e existem, ainda, os que não confiam na sua força de vontade e recorrem aos spas. É nessa última alternativa que se encaixam alguns dos hóspedes do Spa Med Sorocaba Campus, em Sorocaba, interior paulista. Ao perceber as dificuldades encontradas pelos seus pacientes em seguir as prescrições médicas, o endocrinologista Mauro Tadeu Moura criou um espaço que tem o conforto de um hotel, o lazer de um clube e o atendimento de uma clínica médica. Sua estrutura oferece diversas atividades físicas, atendimentos estéticos, acompanhamento multidisciplinar (por médicos, psicólogas, nutricionistas, fisioterapeutas, recreacionistas e professores de Educação Física). Todos atuam de forma integrada em busca de três objetivos: a redução de peso do hóspede, a adoção de uma reeducação alimentar e o combate aos males da vida moderna. Em uma área de 220 mil metros quadrados, o Med Sorocaba oferece 106 acomodações, que podem acolher até 169 hóspedes. Na casa/sede, dividida em oito espaços, são desenvolvidas as atividades de integração dos clientes. Os ambientes são preparados para sessões de cinema, salão de carteado e jogos de tabuleiros, sala de leitura com lareira e piano. Nas dependências esportivas, os hóspedes podem optar pelas atividades do fitness center, com programas específicos de acordo com a avaliação cardíaca do cliente. O programa de condicionamento físico é segmentando em diversas modalidades: caminhada, esteira, bicicleta ergométrica, musculação, alongamento, aerocárdio, aero-
boxe, entre outros. Se o seu negócio são as atividades na água, eles têm quatro alternativas: hidro light, hidro power, hidro local ou caminhada aquática. Mas, o que costuma pegar pesado na hora de emagrecer são as dietas hipocalóricas – aquelas em que consumimos menor quantidade com mais qualidade. Para evitar surpresa, os hóspedes do Spa Med, após o check-in no hotel, participam de uma reunião em grupo com a nutricionista, que explica detalhadamente os benefícios das refeições de baixas calorias. O departamento de nutrição oferece também aulas semanais de culinária light e saudável, parte essencial do processo de reeducação alimentar, além de ser uma ótima oportunidade para os clientes se divertirem enquanto aprendem novas receitas. Para evitar que os hóspedes caiam nas tentações das calorias após deixarem o spa, os clientes passam por uma consulta individual com a nutricionista, que reforçará quais deverão ser os novos hábitos alimentares, além de criar um cardápio equilibrado e adequado às necessidades de cada pessoa. E então, ficou animado em começar 2015 em paz com a balança e com a sua qualidade de vida?. f
Spa Med Sorocaba Estrada José Celeste, 1.205 – Sorocaba, SP Tel.: (15) 3237.9090 www.spamed.com.br fevereiro/março 2015 financeiro 51
gastronomia
Bom apetite! Fotos: Divulgação
Conheça o novo espaço de São Paulo dedicado exclusivamente à alta culinária
O
Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, inaugurou um novo conceito em gastronomia: o Food Hall. Trata-se de um espaço de 1.200 metros quadrados dedicados a 28 operações gastronômicas: são produtos e pratos das culinárias brasileira, japonesa, italiana e árabe, incluindo opções de pratos congelados para programas alimentares, sem glúten e sem lactose. Há também itens para levar para casa, como frutas, verduras e legumes orgânicos, carnes, pães especiais, ervas, grãos, farinhas integrais, sucos com frutas e vegetais orgânicos, vinhos, conservas, azeites, ragus e pestos, conservas, massas, molhos para massas e saladas, queijos e balas artesanais, cafés, geleias, bem-casados, cookies, pipoca gourmet, pudins, brigadeiros e sorvetes. Além de degustar alimentos saudáveis e de alta qualidade, os clientes podem fazer refeições em um ambiente tranquilo e aconchegante. Tudo isso com uma das vistas mais bonitas da cidade. Com luz natural e vista para o skyline de São Paulo, o projeto arquitetônico do Food Hall foi desenvolvido pelo escritório inglês CADA Design Group, responsável pelas unidades Dean & Deluca, na Ásia, nos Estados Unidos e em outros países, e pela área de gastronomia da Galerie Lafayette, em Paris. f
Food Hall (Shopping Cidade Jardim) Av. Magalhães de Castro, 12.000 (Marginal Pinheiros, entre as pontes Cidade Jardim e Morumbi) Tel.: (11) 3552.3560
52 financeiro fevereiro/março 2015
Fotos: Divulgação
happyhour
Très savoureux
Fabrice Le Nud: chef da Douce France
O chef confeiteiro Fabrice Le Nud, da Patisserie Douce France, encanta os paulistanos com suas delícias francesas
S
e você está em São Paulo e bate aquela vontade de estar em Paris, sentado em um café, lendo uma revista e vendo a vida passar, saiba que esse desejo está mais perto do que você imagina. A Patisserie Douce France, do chef confeiteiro Fabrice Le Nud, na Alameda Jaú, resgata com fidelidade essa atmosfera da Av. Champs Elysées ou da Place de l´Opéra. Fabrice encanta os clientes com suas delicadas receitas, como éclair de chocolate, torta saint honoré e carolinas recheadas de creme. Mas, é capaz de seduzir os paladares mais exigentes apenas com um croissant simples, uma baguete ou um brioche. São tão saboro-
sos que você nem sentirá falta da manteiga. Inaugurada em 2001, logo depois de Fabrice deixar a patisserie do Hotel Sofitel, em São Paulo, atual Grand Mercure, da Av. Sena Madureira, a Douce France em pouco tempo ganhou fama. Tanto que em 2003, ele abriu sua segunda unidade, no Shopping Morumbi. Hoje, o chef mantém mais uma filial na sede da Aliança Francesa, na Rua General Jardim, centro da capital. Seu êxito com a clientela é confirmado pelos críticos. Fabrice já foi eleito, seis vezes consecutivas, o melhor chef patissier do ano de São Paulo, pela revista Gula. Ou seja, não é preciso viajar a Paris para experimentar essas tradicionais receitas francesas. f
Douce France Alameda Jaú, 554, São Paulo, SP Tel.: (11) 3262-3542 www.patisseriedoucefrance.com.br
bancodedadosinepad
Tributos:
a contrapartida O
s tributos são valores que incidem sobre bens e serviços comercializados e constituem a principal fonte de receitas dos governos federais, estaduais e municipais. Os recursos obtidos pelos governos, teoricamente, deveriam ser convertidos em serviços de educação, saúde, segurança, entre outros, para a população. Entretanto, na prática, nem sempre isso ocorre. Para mensurar, de certa maneira, o nível de vida proporcionado à população de um país pode-se empregar indiretamente o Índice de Desenvolvi-
mento Humano (IDH) que considera longevidade, acesso ao conhecimento e renda. Primeiro, no gráfico 1, tem-se a comparação da carga tributária do Brasil e dos outros países que compõem o BRIC. Conforme observado, o Brasil é um dos BRICs em que a carga tributária ultrapassa os 30% de Produto Interno Bruto (PIB). É possível ver a estabilidade de todos os países durante o período, com exceção da China, que apresentou crescimento expressivo, passando de 15% em 2001 para 27% em 2014.
Gráfico 1- Carga Tributária BRICs (% PIB)
fevereiro/março 2015 financeiro 55
bancodedadosinepad
Elaborado pelo Centro de Pesquisas do INEPAD - Núcleo CEPEFIN
Tabela 1 – IDH: BRICs País Brasil China Índia Rússia
2000 0,682 0,591 0,483 0,717
2005 0,705 0,645 0,527 0,750
2008 0,731 0,682 0,554 0,770
2010 0,739 0,701 0,570 0,773
2011 0,740 0,710 0,581 0,775
2012 0,742 0,715 0,583 0,777
2013 0,744 0,719 0,586 0,778
Ao comparar o Brasil com países desenvolvidos, gráfico 2, é perceptível que a representatividade dos tributos no PIB está no mesmo patamar do Reino Unido e acima de Japão e Estados Unidos. Outro ponto que pode ser destacado é a estabilidade dos países desenvolvidos, com exceção do Japão, que cresceu 7,96%, e certa tendência de redução de Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, que reduziram a representatividade dos tributos no PIB em 0,20%, 0,43% e 2,18%, respectivamente. Ao observar a tabela 2 percebe-se o crescimento de todos os países analisados. Nesse grupo de países o destaque é a Alemanha, que elevou seu IDH em 6,67%, mesmo com redução da carga tributária, enquanto Estados Unidos, Reino Unido e Japão apresentaram 3,36%, 3,51% e 3,73% de crescimento, respectivamente. Essa tendência de redução da carga tributária pode ser creditada à crise e à instabilidade econômica, diminuindo tanto o consumo quanto a produção de bens e consequentemente a arrecadação. Ao cruzar as informações do gráfico 2 com as da tabela 2 é notável que a carga tributária do Brasil atualmente ultrapassa a carga de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão e Reino Unido, contudo, o retorno para a sociedade se encontra em patamares bem diferentes. Além disso, quando comparado com os BRICs, o Brasil é o país com a maior carga tributária e ainda assim não possui o IDH mais elevado do grupo.
56 financeiro fevereiro/março 2015
Foto: Divulgação
Fonte: Inepad & PNUD
Adicionalmente, com base na tabela 1, é possível constatar que o Brasil passou da faixa de IDH médio para alto, a China passou de baixo para alto, e a Índia, de muito baixo para baixo, enquanto a Rússia se manteve na faixa de IDH alto.
Elaboração: Alberto Borges Matias – Fundador do INEPAD e orientador do CEPEFIN. Professor titular do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo no campus de Ribeirão Preto. Livre docente em Finanças, atuando nos programas de graduação, pós-graduação e MBAs da Universidade. João Paulo Resende de Lima – Pesquisador do Centro de Pesquisas do INEPAD – Núcleo CEPEFIN. Graduando em Ciências Contábeis pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo no campus de Ribeirão Preto.
Fonte: Inepad & PNUD
Gráfico 2 - Carga Tributária (% PIB): Brasil x Países Desenvolvidos
Tabela 2 - IDH: Brasil x Países Desenvolvidos País Brasil Alemanha Japão Reino Unido Estados Unidos
2000 0,682 0,854 0,858 0,863 0,883
2005 0,705 0,887 0,873 0,888 0,897
2008 0,731 0,902 0,881 0,890 0,905
Uma vez que a carga tributária atual está no patamar de países desenvolvidos e o retorno à sociedade não, a reforma tributária se faz necessária para diminuir essa disparidade. Desde 2008 a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 233/2008 se encontra à discussão. A PEC 233/2008 propõe a simplificação do sistema tributário federal através da criação do Imposto sobre Valor Adicionado Federal (IVA-F) que unifica PIS, COFINS e Cide-combustível. Além da simplificação do sistema federal, a reforma tributária visa desburocratizar o sistema como um todo, distribuir de maneira equitativa a carga entre os Estados, eliminar as distorções da estrutura
2010 0,739 0,904 0,884 0,895 0,908
2011 0,740 0,908 0,887 0,891 0,911
2012 0,742 0,911 0,888 0,890 0,912
2013 0,744 0,911 0,890 0,892 0,914
tributária atual, eliminar a guerra fiscal entre os Estados e reduzir os custos para empresas e consumidores. Assim, vemos a importância de a PEC 233/2008 ser aprovada e entrar em vigor. A discussão sobre a aprovação da PEC 233/2008 ainda está ocorrendo e tem causado conflito de opiniões entre Estados, principalmente, pelas divergências de interesses. Assim, enquanto essa reforma continuar na teoria e não for aprovada, o Brasil continuará sofrendo com uma estrutura tributária complicada e cara, que bate recordes de arrecadação a cada ano, mas com serviços de qualidade baixa, que não refletem a alta arrecadação do governo. f
fevereiro/março 2015 financeiro 57
bancodedadosinepad
DATA
Aplicações
Var. p.p.
Captações
Var. p.p.
Spread
Var. p.p.
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
20,0 19,7 20,7 21,0 21,1 21,1 21,4 21,1 21,4 21,1 21,0 21,3 21,3
0,2 -0,3 1,0 0,3 0,1 0,0 0,3 -0,3 0,3 -0,3 -0,1 0,3 0,0
8,5 8,6 8,9 8,7 8,8 8,6 8,6 8,4 8,3 7,8 8,3 8,5 8,7
0,3 0,1 0,3 -0,2 0,1 -0,2 0,0 -0,2 -0,1 -0,5 0,5 0,2 0,2
11,5 11,1 11,8 12,3 12,3 12,5 12,8 12,7 13,1 12,7 12,7 12,8 12,6
-0,1 -0,4 0,7 0,5 0,0 0,2 0,3 -0,1 0,4 -0,4 0,0 0,1 -0,2
Variação nov-nov
1,3
0,2
Fonte: BC / INEPAD
Taxas Médias: geral
1,1
DATA nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 Variação nov-nov
Aplicações
Var. p.p.
Captações
Var. p.p.
Spread
Var. p.p.
26,1 25,6 26,8 27,4 27,7 27,7 27,9 27,9 28,2 27,9 27,5 28,1 28,0
-0,1 -0,5 1,2 0,6 0,3 0,0 0,2 0,0 0,30 -0,30 -0,40 0,60 -0,10
9,1 9,2 9,5 9,2 9,4 9,1 9,1 8,8 8,8 8,4 8,7 8,9 9,1
0,3 0,1 0,3 -0,3 0,2 -0,3 0,0 -0,3 0,00 -0,40 0,30 0,20 0,20
17,0 16,4 17,3 18,2 18,3 18,6 18,8 19,1 19,4 19,1 18,8 19,2 18,9
-0,4 -0,6 0,9 0,9 0,1 0,3 0,2 0,3 0,3 -0,3 -0,3 0,4 -0,3
1,9
0,0
Fonte: BC / INEPAD
Taxas Médias: Pessoa física
1,9
DATA nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 Variação nov-nov
Aplicações
Var. p.p.
Captações
Var. p.p.
Spread
Var. p.p.
15,2 15,1 15,9 16,0 16,0 16,0 16,3 15,7 16,0 15,8 15,8 15,9 16,0
0,4 -0,1 0,8 0,1 0,0 0,0 0,3 -0,6 0,30 -0,20 0,00 0,10 0,10
8,1 8,2 8,3 8,3 8,3 8,2 8,2 8,0 7,9 8,8 7,9 8,2 8,4
0,3 0,1 0,1 0,0 0,0 -0,1 0,0 -0,2 -0,10 0,90 -0,90 0,30 0,20
7,1 6,9 7,6 7,7 7,7 7,8 8,1 7,7 8,1 7,8 7,9 7,7 7,6
0,1 -0,2 0,7 0,1 0,0 0,1 0,3 -0,4 0,4 -0,3 0,1 -0,2 -0,1
58 financeiro fevereiro/março 2015
0,8
0,3
0,5
Fonte: BC / INEPAD
Taxas Médias: Pessoa jurídica
Consignados: saldo de operações de crédito Fonte: BC / INEPAD
crédito consignado (R$ milhões) Crédito pessoal Mês/Ano nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
Não consignado 99.423 97.767 98.921 99.503 100.269 101.020 102.162 102.451 102.250 102.902 103.295 104 250 103 748
Taxa de Juros %a.a.
Consignado Servidores públicos
Trabalhadores do setor privado
Beneficiários do INSS
136.391 137.169 138.420 140.063 141.516 143.218 145.134 147.050 148.847 150.636 151.580 153 670 154 309
18.008 17.953 18.050 18.175 18.280 18.522 18.733 18.769 18.913 19.110 19.233 19 290 19 353
66.356 66.755 67.672 69.344 69.795 70.466 71.249 72.237 73.065 73.418 73.776 75 186 76 206
Total Total
220.628 221.841 224.142 227.582 229.591 232.206 235.116 238.056 240.825 243.164 244.589 248 146 249 868
320.178 319.644 323.063 327.085 329.860 333.226 337.278 340.153 342.787 346.027 347.884 352 396 353 616
Consignado 24,5 24,4 24,9 25,1 25,3 25,3 25,5 25,6 25,9 25,8 25,9 25,5 26,1
Crédito Diferença Pessoal 41,7 41,3 43,0 44,1 43,9 45,2 44,9 45,5 45,8 45,4 44,3 45,9 46,1
17,2 16,9 18,1 19,0 18,6 19,9 19,4 19,9 19,9 19,6 18,4 20,4 20,0
fevereiro/março 2015 financeiro 59
bancodedadosinepad Saldo da carteira de crédito - pessoa física
-3,68 -4,84 7,53 0,85 5,49 1,98 -1,00 2,71 -3,47 -1,12 2,48 -0,88 -4,10
135.236 144.589 143.914 139.697 141.616 141.324 143.584 144.211 145.044 145.428 147.488 150.031 150.806
1,16 6,92 -0,47 -2,93 1,37 -0,21 1,60 0,44 0,58 0,26 1,42 1,72 0,52
21.416 21.195 21.058 20.887 20.719 20.598 20.629 20.430 20.424 20.431 20.234 20.246 20.596
-0,39 -1,03 -0,65 -0,81 -0,80 -0,58 0,15 -0,96 -0,03 0,03 -0,96 0,06 1,73
99.423 97.767 98.921 99.503 100.269 101.020 102.162 102.451 102.250 102.902 103.295 104.250 103.748
0,83 -1,67 1,18 0,59 0,77 0,75 1,13 0,28 -0,20 0,64 0,38 0,92 -0,48
220.754 221.878 224.143 227.581 229.591 232.206 235.116 238.057 240.825 243.164 244.590 248.146 249.868
VARIAÇÃO EM %
CRÉDITO PESSOAL VARIAÇÃO Crédito Variação Crédito pessoTOTAL EM % pessoal não al consignado Variação em % em % total consignado 0,90 0,51 1,02 1,53 0,88 1,14 1,25 1,25 1,16 0,97 0,59 1,45 0,69
320.177 319.645 323.063 327.085 329.859 333.226 337.279 340.508 343.075 346.066 347.885 352.396 353.616
0,88 -0,17 1,07 1,24 0,85 1,02 1,22 0,96 0,75 0,87 0,53 1,30 0,35
OUTROS CRÉDITOS LIVRES 25.723 25.930 26.354 25.397 24.909 25.091 24.863 24.552 24.982 25.371 26.597 26.261 26.615
2,21 0,80 1,64 -3,63 -1,92 0,73 -0,91 -1,25 1,75 1,56 4,83 -1,26 1,35
Fonte: BC / INEPAD
21.247 20.219 21.742 21.926 23.129 23.587 23.350 23.983 23.150 22.890 23.458 23.251 22.297
CRÉDITO PESSOAL NÃO CONSIGNADO VINCULADO À DÍVIDA
VARIAÇÃO EM %
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
CHEQUE VARIAÇÃO CARTÃO DE VARIAÇÃO CRÉDITO EM % EM % ESPECIAL
VARIAÇÃO EM %
MÊS / ANO
recursos livres - (R$ milhões)
Saldo da carteira de crédito - pessoa física
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
TOTAL
VARIAÇÃO EM %
ARRENDAMENTO MERCANTIL
204.273 204.170 204.466 203.951 201.957 200.944 200.006 198.486 197.210 196.481 195.901 195.484 195.544
0,07 -0,05 0,14 -0,25 -0,98 -0,50 -0,47 -0,76 -0,64 -0,37 -0,30 -0,21 0,03
8.498 7.906 7.368 6.854 6.315 5.883 5.481 5.088 4.694 4.363 4.031 3.795 3.559
AQUISIÇÃO Veículos 193.082 192.797 193.006 191.845 189.952 188.987 188.048 186.534 185.273 184.581 183.918 183.559 183.544
Variação em %
Outros bens Variação em %
0,03 -0,15 0,11 -0,60 -0,99 -0,51 -0,50 -0,81 -0,68 -0,37 -0,36 -0,20 -0,01
11.191 11.373 11.460 12.106 12.005 11.957 11.958 11.952 11.937 11.900 11.983 11.925 12.000
0,76 1,63 0,76 5,64 -0,83 -0,40 0,01 -0,05 -0,13 -0,31 0,70 -0,48 0,63
VARIAÇÃO EM % -6,24 -6,97 -6,80 -6,98 -7,86 -6,84 -6,83 -7,17 -7,74 -7,05 -7,61 -5,85 -6,22
DESCONTO DE CHEQUES 1.578 1.564 1.534 1.574 1.528 1.517 1.541 1.596 1.550 1.573 1.544 1.528 1.560
3,54 -0,89 -1,92 2,61 -2,92 -0,72 1,58 3,57 -2,88 1,48 -1,84 -1,04 2,09
Fonte: BC / INEPAD
MÊS / ANO
recursos livres - (R$ milhões)
recursos direcionados - (R$ milhões) VARIAÇÃO - FINANC. IMOBILIVARIAÇÃO MÊS / CRÉDITO RURECURSOS LIVRES (R$ Milhões) ANO
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
RAL TOTAL
EM %
ÁRIO TOTAL
EM %
FINANC. RECURSOS DO BNDES
VARIAÇÃO EM %
MICROCRÉDITO TOTAL
VARIAÇÃO EM %
OUTROS CRÉDITOS DIRECIONADOS
VARIAÇÃO EM %
110.969 115.287 116.353 117.794 119.943 122.988 126.200 129.165 127.574 130.981 134.994 135.754 138.416
2,71 3,89 0,92 1,24 1,82 2,54 2,61 2,35 -1,23 2,67 3,06 0,56 1,96
333.878 341.465 347.709 354.600 360.784 367.637 376.527 384.518 392.979 401.035 407.021 416.059 424.060
2,29 2,27 1,83 1,98 1,74 1,90 2,42 2,12 2,20 2,05 1,49 2,22 1,92
35.688 37.067 38.608 39.102 39.328 39.564 39.180 39.301 39.674 40.373 41.178 41.735 42.194
1,89 3,86 4,16 1,28 0,58 0,60 -0,97 0,31 0,95 1,76 1,99 1,35 1,10
4.873 5.392 5.450 5.415 5.261 5.172 5.301 5.458 5.513 5.609 5.462 5.351 5.385
10,17 10,65 1,08 -0,64 -2,84 -1,69 2,49 2,96 1,01 1,74 -2,62 -2,03 0,64
6.343 6.745 6.865 6.968 6.807 7.030 7.277 7.333 6.467 6.447 4.767 4.636 4.677
2,82 6,34 1,78 1,50 -2,31 3,28 3,51 0,77 -11,81 -0,31 -26,06 -2,75 0,88
60 financeiro fevereiro/março 2015
Fonte: BC / INEPAD
Saldo da carteira de crédito - pessoa física
Data jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07 nov/07 dez/07 jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 jul/09 ago/09 set/09 out/09
Saldo 96.426 100.256 102.555 104.222 106.498 107.293 108.041 110.428 112.303 115.578 118.248 120.720 121.211 123.198 125.550 127.281 129.704 130.039 129.741 131.707 130.219 133.330 137.539 139.997 142.569 145.446 148.622 151.359 154.386
Taxa de Juros 51,06 50,61 49,89 49,43 48,88 46,75 45,80 53,08 52,59 50,48 50,60 48,39 51,39 53,59 54,49 56,31 57,42 59,88 60,44 56,51 54,49 50,84 48,78 46,62 45,64 44,78 44,29 44,71 45,74
Data nov/09 dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12
Saldo 156.259 159.692 162.446 165.543 170.393 174.442 178.844 181.458 184.359 188.779 191.969 195.497 198.633 201.611 205.727 209.255 210.445 213.685 216.864 220.666 224.603 229.192 232.172 235.202 238.570 238.854 242.445 246.608 250.527
Data abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
Taxa de Juros 43,64 44,35 44,83 43,81 42,69 42,87 43,04 41,97 42,21 41,96 41,63 43,55 41,99 44,11 48,32 47,96 43,01 44,34 44,56 44,52 45,01 44,52 44,64 45,34 43,64 42,40 44,80 45,20 43,90
Saldo 254.431 259.656 263.702 266.503 270.538 271.628 275.565 278.776 279.104 283.245 287.061 291.741 296.412 301.254 304.967 307.842 311.515 314.414 317.384 320.177 319.645 323.063 327.085 329.859 333.226 337.279 340.153 342.786 345.939 347.795 351.404 351.404
Taxa de Juros 41,40 39,30 38,20 38,60 38,00 37,70 37,80 37,10 36,90 37,30 37,90 37,17 36,83 36,74 38,02 39,75 39,71 40,34 42,23 41,72 41,32 43,00 44,10 43,90 45,20 44,90 45,50 45,80 45,40 44,30 45,90 45,90
Fonte: BC / INEPAD
Fonte: BC / INEPAD
Gráfico do crédito pessoal
Saldo da carteira de crédito - pessoa física MÊS / ANO
Saldo (R$ milhões) e percentual (%) da carteira de crédito com recursos livres PF Total e com atraso entre 15 e 90 dias
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
CRÉDITO PESSOAL Saldo total 320.177 319.645 323.063 327.085 329.859 333.226 337.279 340.508 343.075 346.066 347.885 352.396 353.616
AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS
Com atraso de % sobre saldo da carteira 15 a 90 dias 12.199 13.265 14.344 14.032 14.745 15.395 14.739 15.050 13.757 13.116 13.881 13.497 13.756
3,81% 4,15% 4,44% 4,29% 4,47% 4,62% 4,37% 4,42% 4,01% 3,79% 3,99% 3,83% 3,89%
Saldo total 193.082 192.797 193.006 191.845 189.952 188.987 188.048 186.534 185.273 184.581 183.918 183.599 183.544
AQUISIÇÃO DE OUTROS BENS
Com atraso de % sobre saldo da carteira 15 a 90 dias 15.350 14.922 14.939 14.408 16.051 15.818 15.307 15.184 14.229 13.677 13.205 13.072 12.866
7,95% 7,74% 7,74% 7,51% 8,45% 8,37% 8,14% 8,14% 7,68% 7,41% 7,18% 7,12% 7,01%
Saldo total 11.191 11.373 11.460 12.106 12.005 11.957 11.958 11.952 11.937 11.900 11.983 11.925 12.000
Com atraso de % sobre saldo da carteira 15 a 90 dias 789 753 842 856 970 988 935 932 865 806 778 843 799
7,05% 6,62% 7,35% 7,07% 8,08% 8,26% 7,82% 7,80% 7,25% 6,77% 6,49% 7,07% 6,66%
fevereiro/março 2015 financeiro 61
Fonte: BC / INEPAD
bancodedadosinepad
Juros Taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres - Pessoa Física AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS
R$ Milhões
% am
Varição p.p
nov/13
320.177
2,95
-0,03
41,72
-0,51
193.082
1,62
0,03
21,28
0,45
11.191
4,65
0,07
72,57
dez/13
319.645
2,92
-0,02
41,32
-0,40
192.797
1,62
0,00
21,29
0,01
11.373
4,93
0,28
78,13
5,56
jan/14
323.063
3,03
0,10
43,00
1,68
193.006
1,72
0,10
22,74
1,45
11.460
4,73
-0,20
74,16
-3,97
Saldo total
Taxa de juros % aa
Varição p.p
R$ Milhões
Saldo total
Taxa de juros % am
Varição p.p
% aa
Varição p.p
R$ Milhões
Taxa de juros % am
Varição p.p
% aa
Varição p.p 1,38
fev/14
327.085
3,09
0,07
44,10
1,10
191.845
1,80
0,08
23,85
1,11
12.106
4,79
0,06
75,36
1,20
mar/14
329.859
3,08
-0,01
43,90
-0,20
189.952
1,78
-0,02
23,54
-0,31
12.005
4,84
0,05
76,43
1,07
abr/14
333.226
3,16
0,08
45,20
1,30
188.987
1,71
-0,06
22,62
-0,92
11.957
4,89
0,04
77,34
0,91
mai/14
337.279
3,14
-0,02
44,90
-0,30
188.048
1,74
0,03
22,99
0,37
11.958
4,93
0,04
78,19
0,85
jun/14
340.508
3,17
0,04
45,50
0,60
186.534
1,74
0,00
23,02
0,03
11.952
4,91
-0,02
77,75
-0,44
jul/14
343.075
3,19
0,02
45,80
0,30
185.273
1,75
0,01
23,14
0,12
11.937
4,95
0,04
78,55
0,80
ago/14
346.066
3,17
-0,02
45,40
-0,40
184.581
1,76
0,01
23,23
0,09
11.900
4,99
0,04
79,38
0,83
set/14
347.885
3,10
-0,07
44,30
-1,10
183.918
1,72
-0,03
22,78
-0,45
11.983
5,02
0,03
79,99
0,61
out/14
351.404
3,20
0,09
45,90
1,60
183.559
1,74
0,02
23,04
0,26
11.925
4,93
-0,09
78,16
-1,83
nov/14
351.405
3,21
0,01
46,10
0,20
183.544
1,81
0,07
24,04
1,00
12.000
4,98
0,05
79,16
1,00
Atividade Econômica DATA
out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14
Variação out-out
"Taxa da Utilização da Capacidade Instalada"
Var. p.p.
DATA
"Índice de Produção Física Média Móvel Trimestral"
82,20 81,90 81,60 82,30 82,20 81,20 81,10 80,90 80,50 81,10 80,70 81,10 80,60
0,20 -0,30 -0,30 0,70 -0,10 -1,00 -0,10 -0,20 -0,40 0,60 -0,40 0,40 -0,50
set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14
102,7 102,7 101,0 100,6 100,2 100,8 100,5 99,9 98,9 98,4 98,4 98,7 98,8
-1,6
Variação out-out
62 financeiro fevereiro/março 2015
Var. %
0,00 0,00 -0,02 0,00 0,00 0,01 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 0,00 0,00 0,00
-3,83%
Fonte: BC / INEPAD
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS
MÊS / ANO
CRÉDITO PESSOAL Saldo total
Taxa de Desemprego
Rendimento
Inepad & IBGE
Taxa de Desemprego (%) DATA nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
10% 9% 8% Brasil Var. p.p. SP 7% 6% 4,60% -0,6 4,7% 4,30% -0,3 4,4% 5% 4,80% 0,5 5,0% 4% 5,10% 0,3 5,50% 3% 5,0% -0,1 5,70% 4,90% -0,1 5,20% 2% 4,90% 0,0 5,10% 1% 4,80% -0,1 5,10% 0% 4,90% 0,1 4,90% 5,00% jan/13 fev/13 0,1 mar/13 abr/13 5,10% mai/13 4,90% -0,1 4,50% 4,70% -0,2 4,40% 4,80% 0,1 4,70%
1,0 0,8 Var. p.p.
0,6
-0,900 -0,300 0,600 0,500 0,200 -0,500 -0,100 0,000 -0,200 0,200 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 jun/13 -0,600 -0,1 0,3
0,4 0,2
Brasil
0,0
São Paulo
-0,2
Var. p.p.
-0,4 -0,6 -0,8
Rendimento Médio Real Habitualmente Recebido (R$) DATA
Brasil
Var. p.p.
SP
Var. p.p.
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
1,9 1,9 1,9 2,0 2,1 2,1 2,0 1,8 1,8 1,8 1,9 1,9 2,1
0,00% 0,00% 0,00% 5,26% 5,00% 0,00% -4,76% -10,00% 0,00% 0,00% 5,56% 0,00% 10,53%
3,4 3,4 3,5 3,6 4,0 3,9 3,7 3,3 3,1 3,2 3,3 3,6 3,9
-2,86% 0,00% 2,94% 2,86% 11,11% -2,50% -5,13% -10,81% -6,06% 3,23% 3,12% 9,09% 8,33%
Anfavea Produção -Automóveis de Passageiros, Mistos, Veículos Comerciais, Leves e Pesados (em unidades) Data
Produção
Média Trim.
Var. Mensal
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 Variação nov-nov
293.189 230.892 237.186 281.452 271.217 277.091 281.355 215.934 252.635 264.608 300.806 293.328 264.830
312.684 282.198 253.756 249.843 263.285 276.587 276.554 258.127 249.975 244.392 272.683 286.247 286.321
-29.325 -62.297 6.294 44.266 -10.235 5.874 4.264 -65.421 36.701 11.973 36.198 -7.478 -28.498
Var. Mensal (%) -9,1% -21,2% 2,7% 18,7% -3,6% 2,2% 1,5% -23,3% 17,0% 4,7% 13,7% -2,5% -9,7% -9,67%
fevereiro/março 2015 financeiro 63
bancodedadosinepad Exportação de Autoveículos montados (em unidades) Exportações
Média Trim.
Var. Mensal
set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 Variação set-set
45.441 51.819 45.234 43.298 22.797 28.844 23.408 35.637 35.194 24.425 34.235 31.668 26.724
54.536 53.777 47.498 46.784 37.110 31.646 25.016 29.296 31.413 31.752 31.285 30.109 30.876
-18.630 6.378 -6.585 -1.936 -20.501 6.047 -5.436 12.229 -443 -10.769 9.810 -2.567 -4.944
Var. Mensal (%)
Fonte: Anfavea / INEPAD
Data
-29,08% 14,04% -12,71% -4,28% -47,35% 26,53% -18,85% 52,24% -1,24% -30,60% 40,16% -7,50% -15,61% -41,19%
Data
Total
1000cc
% no Total
+1000cc a 2000cc
% no total
+2000cc
% no total
nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14
223.748 259.211 228.670 183.235 171.359 211.225 207.688 188.157 208.642 193.767 210.285 217.178 211.006
88.745 101.512 86.481 67.317 68.926 85.545 80.139 75.444 84.956 75.615 84.646 91.192 85.964
39,7% 39,2% 37,8% 36,7% 40,2% 40,5% 38,6% 40,1% 40,7% 39,0% 40,3% 42,0% 40,7%
133.291 155.889 140.452 114.515 101.211 123.830 126.019 111.407 122.416 116.818 124.363 124.597 123.824
59,6% 60,1% 61,4% 62,5% 59,1% 58,6% 60,7% 59,2% 58,7% 60,3% 59,1% 57,4% 58,68%
1.712 1.810 1.737 1.403 1.222 1.850 1.530 1.306 1.270 1.334 1.276 1.389 1.218
0,77% 0,70% 0,76% 0,77% 0,71% 0,88% 0,74% 0,69% 0,61% 0,69% 0,61% 0,64% 0,58%
Macro
64 financeiro fevereiro/março 2015
Fonte: Anfavea / INEPAD
Licenciamento de Automóveis Nacionais e Importados - (em unidades)
Previsões Econômicas Mediana - Agregado
2014
2015
Há 4 semanas
Há 1 semana
07/11/2014
Há 4 semanas
Há 1 semana
02/01/2015
Balança Comercial (US$ Bilhões)
6,38 4,06 3,72 5,46 2,55 2,35 36,00 0,18 2,50 84,23 -
6,38 3,96 3,76 5,44 2,65 2,36 35,80 0,14 -2,49 -86,10 -2,00
6,39 3,96 5,47 35,90 0,15 -2,49 -86,10 -2,00
6,50 5,70 5,64 5,50 2,70 2,60 12,50 12,38 36,35 0,73 1,23 -76,55 6,31
6,53 5,67 5,71 5,23 2,80 2,71 12,50 12,47 37,00 0,55 1,02 -77,79 5,00
6,56 5,67 5,62 5,20 2,80 2,71 12,50 12,47 37,30 0,50 1,04 -77,00 5,00
Invest. Estrangeiro Direto (US$ Bilhões)
60,00
60,00
60,00
58,00
60,00
60,00
Preços Administrados (%)
5,30
5,50
5,50
7,20
7,80
7,85
IPCA (%) IGP-DI (%) IGP-M (%) IPC-Fipe (%) Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$) Taxa de câmbio - média do período (R$/US$) Meta Taxa Selic - fim de período (% a.a.) Meta Taxa Selic - média do período (% a.a.) Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB) PIB (% do crescimento) Produção Industrial (% do crescimento) Conta Corrente (US$ Bilhões)
Fonte: BACEN - Focus: Relatório de Mercado
fevereiro/março 2015 financeiro 65
artigopalavrafinal
O
ano de 2015 começou com indicadores econômicos debilitados, incertezas de mercado, volatilidade e aversão ao risco, tanto no contexto internacional quanto na economia brasileira. Os desafios são amplos criando maior dificuldade para a gestão de empresas, bancos, financeiras, famílias e governos (Federal, Estadual e Municipal). Será necessário que todos os setores da economia realizem uma gestão objetiva, pragmática e assertiva, para que haja uma travessia “menos onerosa” nesta fase de baixo crescimento econômico brasileiro. Se tudo der certo, com a sinalização efetiva do ajuste fiscal e a implementação de medidas na direção de resgate de credibilidade e gradual atratividade ao investimento privado, poderá ocorrer um início de recuperação, mesmo que tênue, no segundo semestre de 2015. Assim, também poderá haver expectativa de crescimento econômico mais significativo em 2016. Contudo, essas hipóteses de resgate macroeconômico são incertas e vulneráveis ao contexto político, social e econômico local, e sofrerão contágio do ambiente internacional. No panorama internacional o destaque positivo é a crescente recuperação da economia norte-americana. Os dois últimos trimestres de 2014 devem confirmar a maior taxa de aceleração desde 2009. A ampliação da produção do óleo de xisto, mais a recuperação do mercado de trabalho estão entre os fatores dessa trajetória favorável. O forte recuo do preço do petróleo de mais 50% desde julho de 2014 reduziu o preço interno do combustível e ampliou a renda das famílias disponível para consumo. Assim, estima-se que o PIB norte-americano tenha crescido 2,4 % em 2014 e amplie sua expansão para 2,8% ou mais em 2015. Por outro lado, o forte barateamento do custo de energia, associado ao aumento da produtividade, trouxe melhoria na matriz de produção e redução de custos, com impacto na redução da inflação esperada, que será muito baixa em 2015. Com inflação baixa e recuperação do emprego com menor consistência qualitativa, o FED não deve aumentar juros antes do segundo semestre de 2015. Por sua vez, a valorização do dólar perante outras moedas, apesar de ter relação com a melhora dos fundamentos da econo-
{
mia norte-americana, também tem base na aversão ao risco no cenário global, de baixa indução ao crescimento. É o caso da China, que tenta acomodar a redução do ritmo do crescimento econômico para que este não desacelere rapidamente. Na Zona do Euro há ainda baixo espectro de recuperação do crescimento e crescente risco de deflação, que estimula o BCE a buscar políticas de afrouxamento de liquidez. Há também riscos políticos oriundos da eleição geral na Grécia, que poderá questionar o rigoroso modelo de ajuste fiscal implementado na região do euro desde a crise de 2008. Portanto, o cenário global traz volatilidade nas moedas, em especial às de países emergentes, e aversão ao risco; mas ainda há tempo para que países como o Brasil resgatem seus fundamentos econômicos e aumentem a atratividade, antes que o ciclo de aperto dos juros norte-americanos chegue para desintermediar o fluxo financeiro para a economia local. No Brasil, o ambiente é de ajuste econômico, que entre outros aspectos, já atinge as “pedras intocadas” até recentemente – o emprego e a renda. Busca-se minimamente recuperar as finanças públicas (“ajuste fiscal”) para recuperar credibilidade na política econômica e evitar um rebaixamento da nota de crédito da dívida soberana brasileira, que, se ocorrer, poderá dificultar mais o equilíbrio das contas externas e atração de capital para financiar uma desejada “segunda etapa econômica” de ampliação do investimento privado, em larga escala, para obter crescimento econômico consistente. O cenário econômico brasileiro é de recuperação lenta e ainda custosa no curto prazo, que é essencialmente de “ajuste” para governo, empresas e famílias. Ou seja, poderemos ter ainda baixo crescimento ou desempenho ligeiramente negativo no primeiro semestre de 2015, para, só a partir do segundo semestre ou de 2016, ter uma retomada mais consistente do crescimento econômico. Nesse meio tempo, empresas e famílias deverão priorizar uma gestão calcada em aspectos de liquidez e “fôlego financeiro”, enquanto buscam rever seus planos e metas em geral. Entre as estratégias centrais, três focos principais devem estar em pauta para uma “gestão de excelência”:
1) focar no equilíbrio financeiro e na estabilidade patrimonial; 2) promover, por todos os meios, a inovação e a produtividade; 3) priorizar o cliente e a transparência. f
66 financeiro fevereiro/março 2015
Por Nicola Tingas: economista-chefe da Acrefi
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Artigo enviado em 20/1/2015
Economia fraca afeta emprego e requer estratégia empresarial
ELA QUER UMA MOTO PARA CRUZAR FRONTEIRAS E ELE QUER FINANCIAR SEM CRUZAR OS DEDOS.
Rafael financiou sua moto e pegou a estrada com a Claudia, graças à rápida aprovação de crédito cedido pelo seu banco. O que o Rafael não sabe é que o trabalho em parceria entre a instituição financeira e a Cetip agilizou a liberação do financiamento, facilitando sua vida. Para conhecer esta e outras histórias, acesse o site: www.cetip.com.br/financiamentos
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