Until sage

Page 1

~1~


~2~


Prólogo A ciência diz que leva apenas quatro minutos para se apaixonar por alguém. Eu não acreditava que isso fosse verdade, até conhecer Sage Mayson.

Kim Ouvi um thump, thump, thump, o volante em minhas mãos puxou forte para a esquerda, fazendo-me guinchar quando o meu carro desvia para a pista contrária, aonde o tráfego vinha ao meu encontro. Conseguindo controlar o carro, eu diminuo quando ele quica, deixando-me saber que tenho um pneu furado. — Ótimo! Incrível. — Saio cuidadosamente da estrada e para o acostamento, ligando o pisca alerta ao parar o carro. Pego o celular de minha bolsa que estava no

~3~


assento do passageiro, e me maldiçoo mais uma vez quando vejo que a bateria está prestes a morrer. — Você deveria ter ficado na cama. — Murmuro baixinho, mas então eu penso na bolsa azul de camurça que comprei com setenta por cento de desconto na liquidação que eu fui e lembro instantaneamente o porquê sair da cama esta manhã valeu tanto a pena. Passando através dos contatos em meu celular, eu encontro o número do AAA1 e pressiono chamar, então coloco o telefone no alto-falante. — Obrigado por chamar o triplo A. Sua chamada pode ser monitorada. Por favor, pressione um para... O

telefone

morre

na

minha

mão,

e

solto

um

grunhido

de

aborrecimento. Soltando o pedaço agora inútil de porcaria no suporte de copo, eu verifico o tráfego e saio do carro, batendo a porta atrás de mim. Verificando ambos os pneus no lado do motorista, vejo que ambos estão bons, então eu me movo para trás e solto minhas mãos em meus lados. O pneu traseiro direito não está apenas murcho, mas rasgado. Não há como eu poder prosseguir sem fazer um dano considerável ao meu carro. Descansando as mãos em meus quadris, eu olho a estrada para ver se há alguém vindo, mas a estrada está completamente deserta. — Parece que você está por conta própria. — Nunca troquei um pneu na minha vida, então não tenho ideia do que diabos eu vou fazer, mas espero que possa descobrir. Indo ao porta-malas, eu abro e levanto a parte superior, onde localizo um estepe e um macaco. Pegando o macaco, coloco-o no chão e passo 10 minutos tentando destravar os parafusos do pneu, que parecem impossíveis de remover. Sentindo lágrimas de frustração queimar meus olhos, eu me inclino no porta-malas, descansando a testa na borda do estepe. — Isso é uma merda. — Precisa de ajuda? — Pergunta uma voz atrás de mim. Assustada, eu pulo, batendo a cabeça na tampa do porta-malas, e então rapidamente endireitome. Segurando o topo da minha cabeça, giro ao redor me sentindo tonta. — Você está bem?

1 Associação Automobilística Americana - Uma organização nos EUA que fornece ajuda e informação aos motoristas que são membros dela.

~4~


— Eu... — piscando, minha boca seca. — Hum... — olho para o cara na minha frente, tentando fazer com que minha boca e cérebro trabalhassem juntos. Sexy é a única palavra que filtra através da minha cabeça enquanto o observo. Ele tem provavelmente um metro e oitenta e sete, se não for mais alto, comprido e magro, com ombros largos, uma cintura afilada, e pele que mostra que ele é uma mistura de algo bonito. Sorrindo, seus lábios cheios sobem um pouco, fazendo-me perceber que estou olhando para ele e ainda não respondi a sua pergunta. Agitando minha súbita estupidez, murmuro, — Meu pneu estourou. — Você tem um estepe? — O profundo timbre de sua voz desliza sobre minha pele enquanto ele se aproxima, me dando uma dose completa de sua presença. Eu estava errada; sexy não é a palavra certa. Eu não acho que há uma no idioma Português para descrevê-lo corretamente. Cílios longos e grossos fazem seus incomuns olhos cinza-esverdeados se destacarem. Sua mandíbula é inclinada e quadrada, e o nariz se inclina um pouco para a esquerda, mas mesmo com essa imperfeição, nada poderia tirar sua beleza. — Sim, eu tenho um estepe, mas não consigo tirá-lo do porta-malas. — Eu me dou um tapinha silencioso nas costas por juntar uma frase completa sem gaguejar. Quando ele chega ainda mais perto de mim, eu pulo quando sua mão envolve meu quadril, e ele me move para o lado, longe da estrada. — Deixe-me dar uma olhada. — Sua cabeça desaparece sob o porta-malas, e dois segundos depois ele está segurando o pneu que eu não pude tirar momentos atrás. — Como você fez isso? — Você tem que empurrar o pneu para baixo enquanto solta o parafuso. — Eles deveriam realmente imprimir isso no pneu ou algo assim, — digo, sentindo meu nariz enrugar, e ele sorri, mostrando uma covinha em sua bochecha direita que faz meu estômago sentir cheio e derretendo. Jesus, quem quer que seja esse cara, ele é perigoso para a população feminina do mundo. Deixando cair o estepe no chão perto do pneu traseiro, ele agarra o macaco e o coloca no lugar. — Você sabe como trocar um pneu?

~5~


— Não, — respondo distraidamente, observando os músculos de seus braços flexionarem enquanto ele pega uma coisa longa e começa a desapertar os parafusos do pneu. — Qual era o seu plano então? — Ele faz uma pausa, olhando para mim, e meus olhos se movem para os dele. — O quê? — Se você tirasse o pneu do porta-malas, qual era o seu plano? — Eu iria descobrir, — digo a verdade, e seus olhos se fecham brevemente quando sua cabeça balança de um lado para o outro. — Venha aqui. — Por quê? — Eu vou te ensinar como trocar o pneu. — Oh. — Dou um passo em direção a ele. Aparentemente, não estava perto o suficiente, sua grande mão envolve a minha, e ele puxa, forçando meus pés a se mover até que eu esteja praticamente de pé entre seus joelhos dobrados. — Agora, você sempre quer afrouxar os parafusos antes de erguer carro, deixa mais fácil removê-los uma vez que o carro está no ar. — Certo. — Eu aceno, e ele sorri novamente, me fazendo sentir como uma colegial vertiginosa. Isso está ficando ridículo. Nunca fui afetada por ninguém da maneira que ele está me afetando. — Tudo bem. Eu vou soltar os parafusos, então vamos levantar o carro. — Acenando com a cabeça, assisto os músculos de seus braços flexionarem enquanto afrouxa cada um dos parafusos. — Então você usa isto para bombear o macaco. — Ele pega a coisa longa em sua mão que afrouxou os parafusos e usa a extremidade lisa dele, encaixando no macaco enquanto começa a bombear. — Uma vez que você tirar o pneu do chão por cerca de cinco centímetros, você para. — Ok, — eu concordo, observando-o retirar a coisa longa do macaco uma vez que o pneu está fora do chão. — Após soltar os parafusos e o carro no ar, você remove os parafusos completamente, — ele diz enquanto começa a removê-los. — Posso tentar?

~6~


— Absolutamente. — Ele solta o cabo, e eu pego, tentando com todas as minhas forças virar o parafuso, mas nada acontece. — Deixe-me ajudar. — Ele se aproxima, muito perto, colocando a mão ao lado da minha no cabo. — Empurre no três. — Ok. — Mordo meu lábio quando seu corpo envolve o meu, e seu cheiro de âmbar escuro e quente se infiltra em meus sentidos. — Um... Dois... Três. — Empurro com ele, e o parafuso gira. — Bom trabalho. Se estiver com problemas para soltá-los, você sempre pode pisar em cima. — Pisar? — Viro a cabeça para olhar para ele, e ele sorri. — Pisar nele. Use seu peso corporal para forçá-lo a se mover. — Oh, entendi. — Aceno com a cabeça e me afasto dele para conseguir tirar o próximo parafuso sem ajuda, mas o último não é tão fácil. Começo a fazer o que ele sugeriu, mas ele me para com a mão em volta do meu bíceps. — Você está de saltos. — Seus olhos caem para minha plataforma de sete centímetros. — E eu estou aqui, então você não precisa quebrar seu pescoço. — Ele se inclina, e com uma flexão de seus músculos, o parafuso gira. Puxando o pneu, ele pega o estepe e coloca-o em seguida, colocando todos os parafusos. — Desta vez, fazemos o oposto. Aperte-os tanto quanto puder, então solte o macaco e aperte-os o resto do caminho, — ele explica, e passo os próximos cinco minutos observando-o apertar todos os parafusos, em seguida, soltar o macaco, permitindo que o carro volte para o chão antes de terminar de apertar os parafusos. Recuando quando ele se levanta, eu noto uma fina camada de suor cobrindoo. O sol atingiu seu pico, e está cerca de seis graus mais quente do que esta manhã, quando deixei meu apartamento. Erguendo a barra da camisa, ele limpa o rosto, me dando um vislumbre de seus abdomes. E é quando eu vejo que a sujeira e graxa de suas mãos foram para a camisa, uma camisa que eu sei pelo minúsculo U no bolso que provavelmente custaria oitenta dólares, se não mais. — Ah não. Seus olhos caem para onde os meus estão olhando. — O que? — Sua camisa, está arruinada, — aponto, e ele encolhe os ombros. — Está tudo bem. Aonde você vai? — Quase 15 minutos pela estrada para a cidade. Acho que há um mecânico lá que não é longe da minha casa.

~7~


— Tudo bem. Eu vou te seguir. — Ele pega o macaco em uma mão e o pneu com a outra, como se não pesasse nada, e os carregou de volta para o meu portamalas. Eu olho para ele, me perguntando o que devo fazer. — Isso não é necessário. — Sigo atrás dele. — Tenho certeza que você tem coisas para fazer, — eu digo enquanto abro minha porta e pego uma nota de vinte da minha bolsa que estava no banco do passageiro. Fechando a porta, eu vou para onde ele está curvado sobre o porta-malas. Assim que ele levanta, eu estendo a nota para ele. — Muito obrigada. Não sei o que eu teria feito se você não parasse. Seus olhos caem para a nota na minha mão antes de encontrar os meus novamente. — Não vou aceitar o seu dinheiro. — Por favor, pegue, — empurro, estendendo-a mais em sua direção. — Não. — Sua camisa está arruinada por minha causa. Pelo menos, deixe-me dar-lhe isso por me ajudar. — Não preciso do seu dinheiro. — Ele se move ao meu redor e abre a porta do motorista. — Entre. Eu vou te seguir para a cidade. Mantendo meu olhar fixo no dele pelo que pareceu para sempre, eu finalmente cedo quando vejo que não vou ganhar. Colocando um pouco de força em minha caminhada por não conseguir as coisas da minha maneira, eu observo seus olhos enrugarem e os cantos de seus lábios se moverem. Deslizando atrás do volante, eu ligo o carro e olho para ele quando coloco a mão na maçaneta da porta. — Não dirija a mais de trinta. — Alguém já te disse que você é um pouco mandão? — Não posso dizer que sim. — Hum. — Puxo a porta, mas ele não se move, e quando olho para ele, ele está olhando para mim como se estivesse tentando descobrir algo. — Hum... — Deus, eu acabei de perceber que nem sei o nome dele. — Desculpe, qual é o seu nome? — Pergunto, e seus olhos encontram os meus. — Sage. Sage Mayson. — Esse é um nome legal. Eu sou Kimberly, hum... Mas meus amigos me chamam de Kim.

~8~


— Kimberly, — ele repete, e a maneira como o meu nome dança em sua língua faz meu coração bater duas vezes em meu peito. — Espere que eu saia antes de sair. — Sim, sim, capitão, — digo, e seus lábios se inclinam e ele balança a cabeça antes de fechar a porta. Observando-o do retrovisor enquanto ele volta para seu carro, eu estudo a maneira como ele se move. É como se ele estivesse no controle de cada músculo em seu grande corpo. Seus ombros estão retos, e seu passo é longo. Se eu estivesse caminhando ao lado dele, eu teria que dobrar meus passos para acompanhar. Ao vê-lo abrir a porta, movo os olhos do retrovisor para o meu retrovisor interno e reparo no carro dele pela primeira vez. Não é um carro normal; é um Cadillac SUV, igual ao que meu pai dirige, mas o de Sage é preto. E não um preto brilhante. Não, é um acabamento fosco, então eu sei que é personalizado. Sage não parece muito mais velho do que eu, então o carro poderia ser dos pais dele, mas se não for, agora eu realmente me pergunto quem diabos ele é e como ele pode pagar por algo assim. Eu sei que meu pai pagou um braço e uma perna pelo dele, porque ouvi minha mãe reclamar sem parar sobre o quanto custou quando ele chegou em casa. Ouvindo uma buzina, eu acordo e viro para a estrada, acelerando até bater a marca de trinta no velocímetro, e abrando. Os vinte minutos normais que levaria para voltar para a cidade levam-me mais de trinta, e quando paro na oficina, eu desligo o carro e assisto Sage parar ao meu lado. Saindo, eu pego minha bolsa e a sacola de compras do banco traseiro, indo em direção a uma das baías abertas. Sage está falando com um cara com cabelo escuro, quase preto, que é um pouco comprido, e tatuagens cobrindo cada centímetro de pele não escondida por sua camisa branca, que está manchada com graxa e sujeira preta. — Gareth, esta é Kim, — Sage me apresenta assim que me aproximo. — Oi. — Eu lhe dou um sorriso, e ele levanta o queixo uma fração de centímetro em saudação. — Você tem as chaves? — Ele pergunta. — Sim. — Eu as entrego, e assim que entrego seus olhos voltam para Sage. — Estará pronto em cerca de quarenta minutos. — Meus dentes se apertam e minha mão se move para o meu quadril.

~9~


— Na verdade, o carro é meu, — assinalo. Gareth olha para mim e repete, — Estará pronto em cerca de quarenta minutos. — Wow, você não é apenas o Sr. Maravilhoso? — Resmungo sob minha respiração, e Sage ri ao meu lado enquanto Gareth sorri, e se não tivesse presenciado o sorriso de Sage Mayson esta manhã, o de Gareth certamente me tiraria o fôlego. — Você precisa manter esta, — Gareth murmura antes de sair, e eu me pergunto o que ele quer dizer com isso, mas obviamente não o paro para perguntar. — Que tal café? Minha cabeça balança na direção de Sage com sua pergunta, e algo estranho enche meu peito. Normalmente diria não a qualquer tipo de coisa com um homem com a aparência dele. Um homem que parece ter a capacidade de quebrar seu coração com um sorriso. Mas há algo me dizendo que se eu desistir do seu convite, eu vou me arrepender para o resto da minha vida. — Claro. — Bom. — Ele sorri suavemente e depois me assusta colocando a mão contra a parte inferior das minhas costas, levando-me para o carro. Assim que estamos na porta do lado do passageiro, ele abre. Tirando as sacolas da minha mão, ele espera eu entrar antes de entregá-las e fechar a porta. Soltando a respiração que eu não sabia que segurava, eu olho ao redor. O carro cheira a ele, e o interior é tão limpo quanto o exterior; não há sequer um pouco de poeira no painel. Virando-me para olhar por cima do ombro, vejo-o abrir a porta de trás, tirar a camisa e jogá-la dentro antes de pegar uma nova, vestindo-a antes de fechar a porta. — Oh meu, — suspiro, virando-me para frente, esperando que ele não tenha me visto verificando-o. — Então, você mora por aqui? — Ele pergunta assim que abre a porta. — Sim, apenas alguns quarteirões de Lowery, na subdivisão de Hamilton, — eu digo enquanto ele desliza seu alto e magro corpo atrás do volante. — Essa é uma região agradável. É agradável, e nunca poderei ter recursos para uma casa nessa região. A única razão pela qual posso pagar meu apartamento de um quarto lá é porque meus

~ 10 ~


senhorios – Sr. e Sra. Dennison – dão um desconto enorme no meu aluguel cada mês, de modo que eu possa ajudá-los como babá quando necessitam uma noite para sair ou apenas precisam de uma pausa de seus quatro filhos. Eles são adoráveis, mas totais pestinhas. — Você mora com seus pais? — Não. — Casas nessa região estão perto de um milhão. — Eu sei, — concordo enquanto ele me estuda como se tentasse descobrir como eu poderia me dar ao luxo de viver nessa área. — Onde você trabalha? — Você é um policial? — Não. — Deveria ser, — eu informo-o, e seus lábios contraem. Soltando um suspiro, reviro os olhos ao ver que ele não vai desistir. — Alugo um apartamento acima da garagem de um médico e sua esposa que vivem na região. Eu os ajudo como babá, e eles me dão um desconto no aluguel a cada mês, — resmungo rapidamente, então puxo uma respiração e a solto. — Há mais alguma coisa que você precisa saber agora? — Eu quero saber tudo. — Ele se afasta de mim para encarar o para-brisa. — Mas estou pensando que tudo virá com o tempo. Minha respiração sai em um whoosh, e meu coração começa a bater contra a minha caixa torácica enquanto o vejo sair do estacionamento. Não sei se ele quis que essa declaração soasse como se fôssemos passar algum tempo juntos ou não, mas soou, e o pensamento de conhecer este homem faz meu estômago se encher de borboletas e minhas mãos suar. — Você está bem? Virando a cabeça, descubro que ele está me estudando atentamente. — Sim, totalmente bem. — Deixo minha bolsa no chão, e limpo minhas mãos na frente das minhas coxas nuas. — Então, se você não é um policial, o que você faz? — Trabalho com meu primo. — Ok... — eu espero para ver se ele vai preencher com mais informação, mas ele não fala. — Que tipo de trabalho você faz com seu primo?

~ 11 ~


— Segurança privada, caçadores de recompensas, trabalho de IP2, fazemos tudo. — Então, você é como um policial, mas não é um policial. Por que isso? — Meu pai é policial. Ele ama o trabalho dele, mas odeia ter que lidar com burocracia. Ele não pode simplesmente entrar e fazer um trabalho. Ele precisa garantir que todos os i estejam com pingos e os t's com traços. — Então, você não gosta de burocracia. — Basicamente, — ele concorda enquanto nós entramos na fila do drive thru de uma das pequenas tendas de café que fica em um estacionamento na rua principal. — Você sabe o que quer? — Um grande chá verde gelado, — murmuro, inclinando-me para minha bolsa para pegar o dinheiro. Assim que paramos na frente da janela, ele fala nosso pedido para a menina trabalhando lá. — Aqui. — Estendo a nota de dez dólares na minha mão em direção a ele, e ele balança a cabeça. — Por favor, deixe-me pagar as nossas bebidas, — eu insisto, mas ele me ignora e puxa sua viseira para baixo, tirando uma nota de vinte que ele colocou lá. — Sabe, é meio irritante você não me deixar pagar, — eu informo quando ele entrega a bebida para mim. — Você sobreviverá. — Ele sorri antes de dar uma gorjeta para garota e se afastar da janela. — Quais são seus planos para o dia? — Tenho um encontro com uma estante de livros que comprei na IKEA e que provavelmente me levará um ano para montar. E você? — Pergunto, tomando um gole da minha bebida. — Minha agenda está limpa. Quer alguma ajuda para montá-la? — Sério? — Pergunto; atordoada, ele freia em um sinal de pare e se vira para olhar para mim. — Claro. Uau, tudo bem. — Isso seria muito legal, — respondo quietamente conforme um calor e algo suave e doce se espalham através de mim.

2 Investigação Particular

~ 12 ~


— Bom, — ele responde com a mesma tranquilidade, voltando a oficina, onde ele me espera pegar meu carro e pagar antes de me seguir até a minha casa. Assim que chegamos a casa, eu o conduzo pela longa calçada que se curva ao redor da propriedade. Meu apartamento está em cima da terceira garagem, mas a maneira como ele é configurado faz com que pareça que eu tenho meu próprio espaço e não vivendo na casa de outra pessoa. Batendo o controle remoto para a garagem, eu entro e assisto Sage parar e estacionar atrás de mim. Agarrando minhas sacolas do assento do passageiro, abro a porta, saio e me dirijo em direção ao porta-malas, onde o encontro. — Você já esteve aqui antes? — Pergunto quando o vejo olhando pela vizinhança. — Passei toda a minha vida nesta cidade. Quando eu era mais jovem, eu queria comprar uma casa aqui antes que as construtoras conseguissem se apossar delas, — ele diz, tomando as sacolas de mim. — Você comprou? — Sim, anos atrás, quando isso não era nada além de fazendas e extensas terras abertas. — Eu teria gostado de ver na época. — Era bonito. Meus pais possuem uma casa a poucos quilômetros da daqui. A casa deles costumava estar no meio do nada. Agora, a cidade cresceu ao redor deles. Meu pai adora, mas minha mãe odeia, e tem falado em se mudar para mais longe, a fim de fugir de todos. — Este lugar está crescendo rapidamente. Desde que eu me transferi para a cidade há alguns meses, eles construíram um Starbucks e um Taco Bell. Nunca vi edifícios subirem tão rápido antes, — digo a ele enquanto caminho para o conjunto de escadas dentro da garagem. Com ele nas minhas costas, eu abro a porta do meu apartamento e acendo a luz. Meu apartamento é pouco menos de cinquenta e cinco metros quadrados, com uma cozinha combinada e sala de estar. Há um pequeno quarto que é apenas grande o suficiente para caber a minha cama queen-size, dois criados-mudos, uma cômoda, e um banheiro com uma pia pedestal e chuveiro.

~ 13 ~


— Isso é legal, — ele diz, olhando ao redor, e sorrio. Eu amo a minha casa. O azul pastel das paredes destaca os pisos de madeira de cor cinza claro que correm pelo lugar, fazendo-o parecer maior do que é, o que é um bônus com certeza. — Obrigada. — Pego minhas sacolas dele. — Mas você deve ver a vista da minha cama, — eu jorro, então percebo o que eu disse quando seus lábios se inclinam. — Não que você vai vê-la, — acrescento rapidamente, deixando cair meus olhos para o chão enquanto minhas bochechas esquentam. — Eu só disse isso porque tenho uma enorme claraboia sobre a minha cama que faz você se sentir como se estivesse dormindo debaixo das estrelas, — finalizo, então viro e vou para o meu quarto sem olhar para ele, murmurando, — Já volto. Chutando minhas sandálias, despejo minhas sacolas na cama, em seguida, pego meu travesseiro e o seguro em meu rosto, desejando poder apenas gritar. Tive três namorados. Dois deles foram quando eu estava no ensino médio, e um deles quando estava na faculdade. Não namorei desde o último ano. Na verdade, não. Quer dizer, eu saí para jantar com alguns caras, mas nada sério, e nenhum deles vieram para a minha casa, então não tenho ideia do que diabos eu estou fazendo. Sabendo que ele me ouvirá se eu gritar, eu atiro o travesseiro na cama e vou para a sala de estar, encontrando-o de pé sobre a caixa aberta aonde veio minha prateleira. — A caixa veio assim? — Ele pergunta, olhando para mim, e balanço a cabeça. — Não, era uma caixa inteira quando comprei, — eu digo, e ele olha de mim para a caixa destruída e depois para mim. — Poderia ter caído da escada quando tentei carregá-la até aqui. — Só uma vez? — Ele pergunta, e solto um suspiro observando seus lábios se contorcerem. — Certo, algumas vezes, — respondo, e ele sorri. — Você tem alguma ferramenta? — Ferramentas? — Repito, e ele pressiona seus lábios juntos como se tentasse não rir de mim. — Obviamente, sei o que são ferramentas. Apenas não tenho nenhuma. Além disso, veio com a coisinha para juntar tudo. — Coisinha?

~ 14 ~


— Você vai zombar de mim ou me ajudar? — Eu pergunto, colocando as mãos em meus quadris, e seus olhos se movem sobre meu rosto e depois caem para onde minhas mãos estão descansando. — Não estou zombando de você. — Parece que você está se divertindo as minhas custas, — aponto, e ele levanta, e agora que não tenho minhas sandálias, ele não é apenas mais alto do que eu. Ele se ergue sobre mim, me fazendo sentir pequena e frágil. — Eu nunca zombaria de você. Acho bonito o jeito que você fala. — Oh. — Vou ao meu carro pegar minha bolsa de ferramentas. Posso usar essa porta? — Ele inclina a cabeça em direção à porta deslizante da cozinha que leva a um convés, o qual se abre para um dos grandes lagos no meio do condomínio. — Sim, mas você terá que contornar a parte de trás do prédio e passar pelo portão ao lado. É mais fácil se você sair pela garagem. Além disso, se Burt estiver nos fundos, você pode precisar fugir dele, e posso dizer-lhe por experiência que nunca é divertido, — eu o informo, e seus olhos novamente se enchem de humor. — Quem é Burt? — O Chihuahua do meu senhorio. Ele é pequeno, mas malditamente assustador. — Vou pela garagem. — Isso é provavelmente inteligente, — murmuro, e ele balança a cabeça, em seguida, abre a porta e sai. Ouço-o descer os degraus e o ouço abrir a porta da garagem. Em pé aqui, pergunto-me o que devo fazer, e então o meu estômago resmunga, lembrando-me que não tomei o café da manhã, que é algo que eu definitivamente não deveria perder. Desde que preciso tomar meus comprimidos, eu realmente preciso comer. Abrindo a geladeira, eu pego as coisas para fazer um sanduíche e ouço Sage subindo os degraus. Assim que ele está no apartamento e fecha a porta, viro-me para vê-lo soltar uma enorme sacola de ferramentas no chão perto da caixa. — Você sempre viaja com tantas ferramentas?

~ 15 ~


— Na maioria das vezes, — ele diz, tirando uma furadeira e uma caixa de plástico com anexos dentro. — Trabalho em minha casa quando tenho tempo, mas não deixo minhas ferramentas lá, desde que alguém poderia invadir e levá-las quando não estou por perto. — Sua casa fica em um bairro ruim? — Pergunto, abrindo a sacola de pão e pegando um pão, deixando-o cair no balcão. — Você conhece Percy Priest Lake? — Sim. — Meus olhos vão até ele por cima do meu ombro, e percebo que ele já separou os pedaços de madeira da prateleira em pilhas. — Minha casa está no lago. A casa é uma merda. Um dia será bonita, mas agora, está uma merda, o que significa que eu comprei por praticamente nada e provavelmente gastarei muito dinheiro e o resto da minha vida para consertá-la. — Vai valer a pena — digo imediatamente. Embora não tenha visto a casa, sei ao certo que um dia, quando ele terminar, será linda. — Acordar com vista para o lago todas as manhãs e sentar no meu deck à noite, observando o pôr do sol na água, eu sei que será, também, — diz calmamente, e algo em seus olhos muda de uma maneira que faz meu corpo se sentir engraçado. Afastando meus olhos dos dele, me viro para encarrar o balcão antes de dizer algo estúpido, como: Quero ver ambas as coisas com você. — Você quer um sanduíche? — Eu pergunto, em vez disso. E ouço-o dizer, — Claro, — atrás de mim, bem antes da furadeira ligar. Assim que termino de fazer um sanduíche para ele e um para mim, eu puxo uma caixa de Cheez-Its3 do armário superior e coloco um pouco em nossos pratos. Então, eu levo ambos para a mesa de café e coloco-os lá. Andando em volta de onde ele está trabalhando no meio da sala, vou para a geladeira e abro-a para ver que tipo de bebidas eu tinha, o que não é muito, desde que não bebo refrigerante ou qualquer outra coisa além de água, na verdade. — Água está bom para você?

3 Biscoito tipo cream cracker.

~ 16 ~


Desligando a furadeira, ele balança a cabeça, e pego duas garrafas da geladeira ainda aberta. Entrego uma para ele enquanto ele está de pé, e então ele me segue até o sofá onde ambos nos sentamos. — Você lê muito? Mastigando e engolindo o pedaço de sanduíche de peru e queijo suíço que acabei de morder, olho para ele e noto que seus olhos estão em minha coleção de livros empilhada ordenadamente no canto da sala. — Sim, — respondo, dobrando meus pés debaixo de mim e colocando meu prato no topo dos meus joelhos. — Eu amo ler. Sempre amei. Quando eu era jovem, costumava me esgueirar no quarto dos meus pais nas manhãs antes da escola e ler qualquer livro que minha mãe estivesse lendo. Então, quando eu tinha idade suficiente para comprar meus próprios livros, eu comprava romances que tinham caras nas capas com as camisas abertas e os cabelos longos soprando ao vento. — Eu rio, observando seus olhos se encherem de humor. — Uma vez, meu pai me encontrou no meu quarto lendo um desses livros, e perdeu a cabeça. Ele estava convencido de que eu estava lendo pornografia. Felizmente, minha mãe veio em minha defesa e disse para ele se acalmar e que deveria ser grato de eu estar lendo e não lá fora, festejando e usando drogas. — Minha mãe também lê muito, e as minhas irmãs também. — Quantas irmãs você tem? — Três, e dois irmãos. — Sempre quis irmãos quando estava crescendo, — confesso, me perguntando não pela primeira vez como teria sido se eu não tivesse sido adotada, se tivesse crescido com minha mãe e minha irmã. Eu sei que minha vida seria completamente diferente. Minha mãe não deveria ter tido filhos, e sei disso porque minha irmã me contou sobre a infância dela. Ela me disse como era se perguntar se iria jantar ou onde iria dormir. — Então, você acha que levará um ano para terminar a prateleira? — Brinco quando sinto a tristeza começar a rastejar sobre mim como sempre fazia quando eu pensava sobre Kelly e o que ela precisou suportar crescendo sozinha com a nossa mãe.

~ 17 ~


— Não, não deve demorar muito. *** Segurando a última prateleira, eu observo Sage parafusar as últimas quatro e luto contra o desejo de rir do olhar frustrado em seu rosto. Passaram mais de cinco horas desde que ele me disse que não levaria um ano para montar a prateleira, e ele estava certo; não deveria ter levado tanto tempo. Ele tinha todas as ferramentas certas, mas metade dos parafusos e coisas que vinham com a prateleira desapareceu, o que significava que tivemos que ir até Home Depot para comprá-las. E vendo como ele conhecia todos que nós encontramos, a nossa corrida de dez minutos na loja de ferragens nos levou uma eternidade. Ok, então eu posso ter passado um pouco de tempo lá andando pelos corredores. Home Depot pode ser uma loja dedicada aos homens, mas cada mulher sabe que eles têm os melhores materiais de limpeza com o melhor preço que você pode obter em qualquer lugar. Além disso, Sage me levou para o departamento de cozinha para que eu pudesse ver todas as coisas que ele planejava colocar em sua casa, o que incluía um incrível fogão de gás de seis queimadores com geladeira combinando, máquina de lavar louça e forno duplo. Ele também me mostrou os armários e bancadas que escolheu, os quais eram um material suave, cor de areia com flocos em azul-petróleo, prata e dourado. Após me mostrar tudo, eu o fiz prometer que eu poderia ver a cozinha pessoalmente quando ele terminasse, e foi quando algo mudou. Não sei exatamente o que era, mas quando o fiz prometer, seu rosto suavizou e seus olhos esquentaram, bem antes de pegar minha mão e me levar ao caixa, não me soltando até que eu estivesse no carro dele. — Você está rindo de mim? — Ele pergunta; tirando-me do meu devaneio, balanço a cabeça e aperto meus lábios quando ele começa a resmungar sob sua respiração. Sobre o que? Eu não sei, mas é bonito vê-lo assim. — Finalmente, porra. — Ele pega a prateleira que estou segurando e coloca no lugar antes de se afastar. —

~ 18 ~


Jesus, esta coisa foi uma dor na bunda. Acho que teria sido melhor construindo a merda do zero. — Isso provavelmente nos levaria quatro anos, — o corrijo, e ele se vira para olhar para mim, sorrindo. — Você provavelmente está certa. Agora, onde você quer? — Contra aquela parede. — Aponto para a única parede na sala que não tem um ângulo, e ele pega-a e cuidadosamente a coloca no lugar. — Obrigada por me ajudar. Se eu estivesse sozinha, provavelmente teria jogado tudo no deck e faria uma fogueira com ela. — Que bom que eu vim para o resgate, então, — ele diz; então pega o telefone e olha para a tela. Sabendo o que está vindo e que ele está prestes a sair, eu pego nossos pratos, que ainda estão na mesa de café, e levo-os para a pia. — Está tarde. Você quer pedir algo para comer? Meu corpo, que eu não sabia que estava tenso, relaxa, e me viro para encarálo. — Claro. — Eu dou de ombros como se fosse tudo a mesma coisa para mim, quando não é. — Tenho alguns menus. — Eu abro uma das gavetas da cozinha e ele balança a cabeça. — Não, eu conheço um lugar. Você gosta de italiano? — Que mulher em sã consciência não gosta de italiano? — Pergunto como minha resposta. — Certo. — Ele coloca o telefone no ouvido, e o ouço fazer um pedido, em seguida, dar o meu endereço sem ter que me perguntar, o que eu só posso imaginar vir a calhar com o trabalho dele. Assim que termina, coloca o telefone no bolso. — Temos cerca de uma hora, talvez um pouco mais, antes que a comida chegue aqui. — Legal. Você quer assistir a um filme ou algo assim? — Pergunto, indo para o sofá e pegando o controle remoto eu ligo a TV que quase nunca é usada, já que na maioria do tempo eu estou lendo ou ouvindo música, caso esteja em casa. — Na verdade, preciso fazer alguns telefonemas. Você se importa se eu sair um pouco?

~ 19 ~


— Claro. — Aceno, e ele toca minha cintura com as pontas dos dedos enquanto passa por mim para a porta. Saindo para o deck, ele fecha a porta atrás dele, e o vejo colocar o telefone no ouvido. Vendo seu telefone, minha mente vai para Kelly. Ela não retornou nenhum dos meus telefonemas nos últimos dias, e embora ela tenha uma tendência a desaparecer por dias sem uma mensagem para me deixar saber que ela está bem, eu ainda me preocupo cada vez que isso acontece. Indo para o quarto, eu encontro o celular na minha bolsa, coloco-o no carregador, e aguardo o ícone da Apple aparecer na tela. Então, eu espero o telefone ligar. Assim que isso acontece, vejo que tenho três mensagens da minha mãe, todas perguntando como foi a minha caça a bolsa nesta manhã, e uma do meu pai lembrando-me que preciso reservar a minha passagem para ir para casa a fim de surpreender minha mãe no aniversário dela, mas nada de Kelly. Sentando na cama, eu tiro uma foto da minha bolsa nova e envio para a mamãe com Foi incrível. Então envio uma mensagem para o meu pai deixando-o saber que já comprei a passagem e quando vou chegar. Com isso feito, lanço meu telefone na cama e visto uma das minhas roupas de ficar em casa antes de ir para a sala de estar, onde espero Sage terminar suas ligações e nossa comida chegar.

Sage Jesus – do caralho – Cristo. Meu peito arfa e puxo uma respiração profunda, tentando controlar minha respiração e fazer meu ritmo cardíaco voltar ao normal. Não esperava que isso acontecesse. Ainda não, de qualquer maneira. Mas após Kim e eu comermos, estávamos sentados conversando e ela riu. Foi nessa risada que me inclinei e a beijei sem pensar, e, em seguida, uma coisa levou à outra e estávamos tirando a roupa um do outro como se fosse uma porra de uma corrida para ver quem conseguia quem nu primeiro. Eu ganhei, e porra, eu pensei que ela era bonita

~ 20 ~


completamente vestida, mas ela era além disso quando estava deitada completamente exposta para mim. Deitado de costas, eu a arrasto comigo e mergulho na sensação de seu peso estabelecido contra mim, sua quente buceta molhada pulsando em volta do meu pau e seu cabelo macio caindo contra o meu peito. Querendo mantê-la exatamente onde está, eu aperto meu controle. Nenhuma porra de vez eu tive isso com qualquer outra mulher, uma conexão que desafia a lógica e tempo, uma ligação que me faz questionar cada maldita coisa na minha vida. — Eu sou muito pesada. — Ela tenta se afastar de mim, e meu controle aperta ainda mais quando suas palavras sussurram em minha pele úmida. — Você não é, por isso nem sequer pense em se mover, — eu rosno, sentindo seu corpo tenso contra o meu. — Por favor, — acrescento em voz baixa, correndo os dedos pelos seus cabelos, e ela relaxa. Colocando um beijo no topo da cabeça dela, eu embrulho minha mão em torno de sua nuca para mantê-la no lugar. Toda a minha vida eu ouvi sobre o Boom. Quando era jovem eu pensei que fosse besteira, alguma história louca que meu pai e tios inventaram para contar para mim e os garotos da minha família. Mas quando fiquei mais velho, pensei que, se por algum acaso essa merda fosse real, era uma coisa boa eu ser adotado, então eu não teria que lidar com isso. Agora, depois de encontrar Kim, estou querendo saber o que diabos está acontecendo. Ouvindo sua respiração igualar, sinto seu corpo relaxar contra mim, deixandome saber que ela está adormecida. Movendo-a cuidadosamente para não acordá-la, eu me levanto e vou ao banheiro para me livrar do preservativo e pegar uma toalha. Volto para o quarto e encontro Kim na posição exata em que a deixei. Após limpá-la, o que é algo que nunca fiz para outra mulher, eu lanço o pano em direção ao cesto de roupa suja no canto e volto para a cama. Assim que estou deitado ao lado dela, ela se vira para mim e se enrola no meu lado. É quando eu noto as estrelas acima de mim através da claraboia sobre a cama. Deitado aqui com seu peso quente contra mim e sua pele macia sob a palma da mão, eu adormeço pensando que ela está certa; é como se estivesse dormindo sob as estrelas.

~ 21 ~


Acordando ao som da música suave ao longe e o cheiro de bacon, meus olhos abrem para uma visão do céu cinzento. Levantando em um cotovelo, olho para baixo e encontro o meu jeans e camisa, ambos dobrado em um belo monte no chão. Pegando meu celular do bolso da frente da minha calça jeans, eu toco na tela e vejo que é apenas depois das oito. Uma vez que estou fora da cama, visto minha calça jeans e saio do quarto, encontrando Kim na cozinha. Suas costas estão para mim, e seu espesso cabelo está amarrado em um rabo de cavalo alto no topo da sua cabeça, mostrando a inclinação elegante de seu pescoço. Observando-a, percebo que ela usa um par de shorts com flores e uma blusa combinando, os quais ela colocou em algum momento quando eu fazia uma ligação antes do jantar chegar. Sem pensar, eu vou para ela e descanso minha mão no lado de sua cintura, em seguida, curvo-a ao redor de seu estômago, puxando-a para mim e sentindo-a tremer. — Hey. — Seus olhos vêm para mim por cima do ombro, e suas bochechas se transformam em uma mancha bonita de rosa. — Bom dia. — Eu me inclino, beijando a pele exposta onde pescoço e ombro se encontram. — Você tem uma escova de dente extra? — Pergunto, e seus olhos suavizam de uma forma que eu sei que poderia me acostumar a ver todos os dias. — Não, mas você pode usar a minha. Não me importo. — Ela encolhe os ombros. — Tudo bem. — Toco os meus lábios em sua têmpora, aperto sua cintura, então vou ao banheiro. Saindo alguns minutos depois, eu a encontro quebrando os ovos na panela que acabou de fritar o bacon, e assim que me aproximo, ela vira o rosto para mim. — Não sei... — ela puxa uma respiração, e a solta lentamente. — Não sei como isso funciona, — diz, virando-se completamente, e paro alguns metros longe dela. — Quero dizer... — ela solta outro bufo de ar. — Não sei se você quer comer ou se quer apenas ir embora. — Eu não vou, — afirmo, observando seus ombros tensos relaxarem com a minha resposta. — Bom, — ela sussurra, e sinto essa palavra passar por mim. — Quer café?

~ 22 ~


— Sim. — Fecho a distância entre nós, e ela puxa uma caneca de café do armário, entregando-a para mim. — Pó de café está na gaveta debaixo da máquina. — Ela balança a cabeça em direção ao Keurig4 no balcão. — Creme está na geladeira e açúcar está ali. — Ela aponta para uma vasilha. — Como você gosta de seus ovos? — De qualquer forma que você quiser cozinhá-los está bom para mim. — Ok. — Ela me dá um sorriso, em seguida quebra mais dois ovos na panela antes de tirar a torrada da torradeira e amanteigá-la. Recostando-se contra o balcão ao lado dela com uma xícara de café fresco na mão, eu olho para a prateleira que montamos juntos e vejo que ela já empilhou seus livros nela. — Você acordou tem um tempo, — observo, e ela olha de mim para sua prateleira agora cheia de livros. — Nunca consigo dormir demais. Não importa quão tarde eu vá para a cama, sempre acordo cedo. — Ela pega dois pratos antes de olhar para mim novamente. — Você dormiu bem? Eu ia entrar e fechar a claraboia, mas não queria acordá-lo fechando-a. — Eu dormi melhor do que já dormi em um longo tempo, — confesso, e seus olhos amolecem. — Gosto da claraboia. Eu poderia ter de colocar uma na suíte na casa do lago. — É bastante impressionante. Gosto de deitar sob ela quando chove ainda mais do que à noite, quando o céu está claro. — Precisarei experimentar em algum momento, — eu digo, pegando a mão dela e puxando-a um passo mais perto de mim depois que ela termina de colocar manteiga na torrada e colocar duas fatias frescas na torradeira. — Quais seus planos para hoje? — Tenho um cliente que entra no salão de beleza às dez, então eu preciso trabalhar. E você? — Trabalho esta noite, mas depois eu estou livre. Que tal sairmos mais tarde? — Claro. — Ela se inclina para mim com seu peso, e mergulho meu rosto, escovando os lábios nos dela, tocando minha língua no lábio inferior. Sua boca se

4 Marca de máquina de café.

~ 23 ~


abre e aprofundo o beijo. — Devemos comer, — ela respira em minha boca enquanto minhas mãos perambulam pelo seu corpo e a puxo com mais força contra mim. — Sim. — Eu a beijo uma última vez, e lamentavelmente a deixo ir. — Aqui. — Ela me dá um prato cheio de bacon, ovos e torradas. Pegando minha xícara de café, eu a sigo para uma colorida mesa redonda com duas cadeiras, a qual está no deck. — Sei que não é a vista para o lago, mas não é ruim. — Ela toma um assento, colocando seu prato e copo sobre a mesa. Sentando na cadeira em frente a ela, eu rio quando ela ri. A cadeira pode ser boa para uma garota que provavelmente tem um metro e setenta, mas com um metro e noventa e três, meus joelhos vem até meu peito quando eu sento. — Oh, Deus. — Ela cobre o rosto, olhando para mim através de seus dedos. — Nós podemos entrar para comer. — Está tudo bem. — Coloco minha mão sobre a dela quando ela vai levantar. Esticando minhas pernas, eu cruzo meus tornozelos. — Sempre fui alto. Mesmo quando eu era pequeno, era maior do que todos os outros, então eu tive que fazer funcionar. — Quão alto você era na escola? — Quando me formei, eu tinha um e oitenta e sete, — eu digo, e seus olhos se arregalam. — Quão alto você é agora? — Um e noventa e três. — Eu sabia que você era alto, mas nossa, você é realmente alto! — Ela diz, e eu rio, em seguida, vejo-a pegar sua torrada e dar uma mordida. — Então você é cabelereira? — Eu pergunto, pensando que é ridículo para caralho eu não ter descoberto isso ontem, desde que nós passamos o dia inteiro juntos. — Sim, eu fui para a faculdade e estudei os quatro anos para agradar meus pais, mas nunca fui feliz. Então, quando me formei com uma licenciatura em gestão de negócios, decidi passar mais dois anos fazendo algo que eu sabia que seria feliz. Eu sempre amei maquiagem e cabelo, assim parecia fácil. — Onde estão seus pais agora? — Flórida, cerca de duas horas de Miami.

~ 24 ~


— Por que Tennessee? — Pergunto, e algo passa por trás do seu olhar, mas ela esconde rapidamente. — Eu simplesmente queria uma mudança. — Ela encolhe os ombros e acena para o meu prato. — Você deve comer antes da sua comida ficar muito fria. Pegando meu garfo, eu espeto, e passo mais uma hora com ela antes de deixála com um beijo e uma promessa de vê-la mais tarde.

Kim Ouvi uma batida na porta de vidro deslizante e rolo para fora da cama, olhando para o relógio. É depois da 01:00, Sage enviou uma mensagem enquanto eu estava no trabalho e disse que se atrasaria, uma vez que o que ele fazia o manteria até tarde, mas uma da manhã não é alguém que está interessado em você. Uma da manhã é hora de uma chamada de sexo, e não quero ser apenas uma chamada de sexo, não importa quão incrível fosse o sexo entre nós. Sentindo algo desconfortável encher a boca do meu estômago, eu pego o meu robe e o visto rapidamente enquanto o bater vira batidas fortes. Chegando na sala de estar, acendo a luz, e é aí que eu vejo Kelly do lado de fora, olhando para mim através do vidro com o punho levantado, pronta para começar a bater novamente. — Hey, — a cumprimento assim que abro a porta. — Estou saindo, — ela afirma, jogando o cabelo que parece exatamente como o meu por cima do ombro. — Você vai embora, — repito, e ela balança a cabeça, passando por mim em meu apartamento que ela não tem ficado e só usava quando o cara com quem ela ficava a chutava da cama dele, deixando-a sem escolha, a não ser vir aqui para dormir. — Por que... Eu pensei... — Não posso fazer isso. Pensei que eu poderia, mas não posso, — ela me corta, indo para o armário, pegando sua mochila preta no chão, e abrindo-a.

~ 25 ~


— Eu preciso de você, — sussurro, observando-a pegar as coisas dos cabides e empurrá-las para a mochila aberta no chão. — Você precisa de mim. — Ela se vira para me encarar, pegando a mochila, e noto então que seus olhos estão selvagens, o que significa que ela ficou alta recentemente, algo que ela me disse que pararia de fazer. — Você não precisa de mim, porra. Você quer apenas me usar como qualquer outra porra de pessoa na minha vida. Dando um passo atrás como se ela tivesse me dado um tapa, meu corpo pula. — Isso não é verdade. — Não é? — Ela ri, mas sua risada soa malévola e arrepia toda a minha pele. — Porra, você nem tentou me encontrar até que estava sem opções. — Você sabe que não é verdade. — Tenho certeza, cadela! — Ela grita, e dou um passo atrás. Nunca vi Kelly assim. Nunca a vi tão descontrolada, e não tenho nenhuma ideia de como consertar isso ou como resolver a situação. — Você sabe que meus pais nunca me contaram sobre você ou sobre nossa mãe. — E eles não contaram. Eu nem sabia que era adotada até o dia que o teste voltou e descobri que meus rins estavam nos estágios iniciais de parar de funcionar. Foi quando eles me disseram que eu tinha uma gêmea idêntica. Foi quando me disseram tudo. — Eu não me importo! — Ela grita a plenos pulmões, inclinando-se para mim. — Não me importo com você. — Ela aponta na minha cara, e meu coração se quebra. — Eu não me importo com nada dessa merda. Não preciso de seu tipo de merda de drama na minha vida. — O que aconteceu? — Alguma coisa deveria ter acontecido. Alguma coisa deveria ter acontecido para fazê-la agir assim. — Nada aconteceu. Eu finalmente consegui a porra de uma pista. — Kelly, por favor. — Agarro o braço dela enquanto ela começa a passar por mim. — Vamos apenas nos acalmar. Por favor, não vá. Vamos apenas dormir um pouco e falar sobre isso amanhã, quando você estiver pensando mais claramente.

~ 26 ~


— Pensando de forma mais clara? Foda-se, Kim. Foda-se você e sua atitude de santa. Peça aos seus perfeitos pais ricos do caralho para ajudá-la. — Ela arranca seu braço da minha mão e se dirige para a porta. Correndo atrás dela pelos degraus na garagem, eu grito, — Kelly, por favor, não faça isso! — Ela então alcança o controle remoto da garagem, abrindo o portão. — Kelly, — imploro, mas ela não para ou sequer vira para olhar para mim. Ela se abaixa debaixo da porta, atravessa a calçada, e entra no carro que está estacionado e ligado na frente da minha garagem com as luzes acesas, batendo a porta assim que ela entra. Ficando aqui, eu a vejo dar a ré da garagem, e decolar. — Oh, Deus. — Eu caio de joelhos, descansando meu rosto em minhas mãos quando a chuva começa a cair. Percebendo agora que estou toda molhada, eu me levanto e volto para meu apartamento, onde ligo para os meus pais e digo a eles o que aconteceu enquanto choro até não poder chorar mais. *** Parando do lado de fora do salão que eu preciso abrir nos próximos dez minutos, coloco meu carro no ponto morto e retiro o meu celular para verificar mais uma vez se perdi uma ligação ou uma mensagem de Kelly ou Sage. Não ouvi de nenhum deles em mais de uma semana, e ainda que eu não deva estar surpreendida ou machucada, eu estou. Na verdade, eu estou mais magoada com o que Sage fez do que por Kelly ir embora. Eu sabia que ela lutava não só com a sua decisão de me ajudar, mas a sua vida em geral. Sabia que havia uma chance dela ir embora, mas Sage, eu não esperava que ele me jogasse fora do jeito que fez. Não depois do dia que passamos juntos ou depois dele parecer tão confiante que queria continuar me vendo na manhã seguinte. Eu deveria saber melhor, mas estupidamente pensei que ele estava sentindo a mesma coisa que eu. Vendo que ele não respondeu a minha mensagem de Hey de dois dias atrás, eu enfio o telefone na minha bolsa e saio do carro. Batendo a porta, eu viro e paro ao vê-

~ 27 ~


lo parado na calçada, suado e vestindo nada além de um par de calças de treino pretas, seus olhos em mim. — Hey, — digo baixinho, caminhando em direção a ele. É quando eu noto que seus olhos são hostis e seu corpo está tenso. — Você vive nesta cidade. Direi isto uma vez e apenas uma vez. Você faz a merda que fez novamente, e da próxima vez, você estará sentada atrás das grades, — ele diz duramente, e os meus pés param de se mover enquanto o meu coração começa a bater forte. Não sei do que ele está falando, mas sei que está chateado. — Perdão? Com a minha pergunta, seus olhos percorrem meu cabelo e rosto, em seguida, descem pelo meu corpo, mas não de uma boa maneira. Não da mesma maneira que eles fizeram bem antes dele fazer amor comigo. Não, a forma como eles viajam em cima de mim me faz sentir suja e barata, como se eu precisasse tomar um banho para ficar limpa. — Você foi boa, baby. Tão boa que eu teria pagado por isso se eu soubesse que era o que você queria. Suas palavras são como um soco no estômago, e dou um passo para trás, sentindo minha garganta ficar apertada. — O quê? — Finalmente falo, e seus olhos endurecem ainda mais. — Se aproximando de mim no bar, jogando jogos, agindo como agiu, e depois tentando colocar alguma merda na minha bebida para que pudesse pegar minha carteira? — Ele zomba, e a realidade me bate no rosto. Kelly. Ela fez isso. É por isso que ela fugiu, e é por isso que ele não falou comigo. Ele acha que eu fiz essas coisas para ele. — A minha irmã. — Meus olhos se fecham, e minha mão aperta no punho da bolsa na minha mão. — Sua irmã? — Minha... — faço uma pausa, abro os olhos e tento puxar uma respiração profunda, porque meus pulmões de repente se sentem muito apertado, como se estivessem se torcendo dentro do meu peito. — Minha gêmea... Minha irmã gêmea. Ela... — dou um passo em direção a ele, e ele dá um passo para trás, como se

~ 28 ~


não pudesse suportar a ideia de eu ficar perto dele. Parando, eu estendo minha mão com a palma para cima em direção a ele, e as minhas palavras saem um sussurro. — O que aconteceu, não era eu. Era minha irmã. — Certo. — Ele balança a cabeça, mas posso ver que ele não acredita em mim. Mas por que deveria? Eu nunca disse a ele sobre Kelly, porque não queria estragar o que estava acontecendo entre nós. Não queria que ele soubesse sobre meus problemas até que eu soubesse que ele era o tipo de cara que poderia lidar com eles. — Sinto muito. Eu... — Basta ficar longe de mim, cadela. — E com esse golpe de despedida, ele sai sem olhar para trás. De pé aqui com meu coração batendo no meu peito e meu estômago torcendo em nós, eu o observo até ele estar fora de vista. Quando uma sensação de enjoo sobe na parte de trás da minha garganta, eu corro para a porta do salão, abro-a, e entro. Lanço minha bolsa no sofá e corro para o banheiro, onde caio de joelhos na frente do vaso sanitário. Vomitando a cenoura que comi no café da manhã, descanso a cabeça contra o assento do vaso sanitário, não me importando com quão nojento está. Não me preocupando com nada. Lágrimas enchem meus olhos, e sussurro, — Foda-se todos, e definitivamente foda-se Sage e Kelly.

~ 29 ~


Capítulo 1 Sage — Aqui está o que você pediu. Olhando do envelope que acabou de ser lançado sobre a mesa, até o homem que tem sido o meu pai desde que me lembro, eu sinto meu peito ficar apertado. Sei o que está no envelope sem olhar para ele, e também sei que é tarde demais. A pequena verificação que eu fiz em Kim voltou como ela sendo filha única, mas agora eu sei de algumas fontes diferentes que ela foi adotada por um casal na Flórida quando nasceu. Também sei que ela tem uma irmã gêmea idêntica que cresceu no Alabama com a mãe dela e teve uma vida completamente oposta da de Kim. Essa vida a levou a tentar lidar com a dor de sua infância usando drogas e homens, a ponto de prostituir-se para lidar com essa dor.

~ 30 ~


Quando

descobri

essa

informação,

eu

sabia

que

fodi

tudo

completamente. Deveria ter confiado em meu instinto quando vi o olhar no rosto de Kim ao confrontá-la. Não fiz o que deveria ter feito, e não só feri Kim, eu errei além do reparo. — Sei que você é um homem agora. Sei que você não precisa dos meus conselhos. Mas darei a você de qualquer maneira, — ele adverte, sentando em uma das minhas cadeiras dobráveis na mesa de cartas colocada em minha cozinha. Uso-a desde que me mudei para este lixo, porque eu tenho guardado quase cada centavo que ganho e o colocado em minha casa. — Papai... — Não, você vai me ouvir. Sente-se. — Ele para a cadeira em frente a ele enquanto estica as pernas. — Quem é essa garota para você? — Ele questiona, apontando para o envelope sobre a mesa. Nem sei como responder a essa pergunta. Por um momento eu pensei que ela poderia ser o meu futuro, mas então a merda desceu e pensei que ela era uma mentirosa e tão falsa como o resto das mulheres que vieram em minha vida. Eu deveria saber melhor. — Eu não sei. — Você não sabe, ou está com medo de descobrir? — Seus olhos buscam os meus e ele balança a cabeça, passando a mão sobre seu cabelo cortado. — Eu entendo que você quer experimentar a vida, experimentar mulheres. Fui jovem uma vez, então entendo essa merda. Mas, meu filho... — ele segura o meu olhar e abaixa a voz. — Você nunca encontrará alguém se não der a ninguém uma chance, se estiver sempre procurando, nunca parando para ver o que está diante de você. — Eu fodi tudo, — digo a verdade para ele, e ele se move, cruzando os braços sobre o peito e inclinando-se contra a cadeira. — Como? Sentando na frente dele, eu olho para o envelope e conto o que aconteceu. Eu falo sobre conhecer Kim, sobre o tempo que passamos juntos, e então explico sobre a irmã de Kim e o que aconteceu no bar. Por último, eu derramo o que ocorreu depois, quando encurralei Kim do lado de fora do salão. — Eu fodi, — repito minha afirmação

~ 31 ~


anterior quando termino, e ele se inclina, apoiando os cotovelos sobre os joelhos me estudando. — Você se desculpou? — Sim. — Eu me desculpei, mas sabia no segundo que eu fiz isso que era tarde demais. A tristeza em que a deixei se transformou em raiva, deixando-me sem chance de consertar o que eu quebrei. — Se ela é importante para você, faça de novo, e de novo, e de novo, até que ela entenda que você está arrependido. Realmente muito arrependido, — diz ele, e levanto o meu queixo, deixando-o saber que o ouvi. Mas também sabendo que o navio já partiu, não só porque ela ainda está chateada comigo, ela agora tem um homem, e embora eu pudesse ser fodido em uma série de maneiras, não irei atrás com ela presa a outra pessoa. — Agora, precisamos falar sobre Nalia, — acrescenta, trazendo a minha atenção de volta para ele, e aquele aperto em meu peito muda para algo ainda mais desconfortável. Odeio o olhar no rosto dele agora, odeio que ele e minha mãe tenham as mesmas expressões cada vez que Nalia é mencionada. Amo minha irmã. Eu a amo com todo o amor que tenho dentro de mim. Mas estou chateado com ela. — Ela é sua irmã, e tanto quanto eu e você não gostamos do que ela está fazendo, ela ainda precisa de nós agora. — Estarei aqui para ela, mas não quero ter nada a ver com Sharon, — afirmo, me referindo à mulher que me deu à luz. Não entendo o raciocínio de Nalia de querer um relacionamento com nossa mãe biológica. Ela tentou me explicar uma vez. Tentou descrever como sentiu que a perda de nós dois virou a vida de nossa mãe de cabeça para baixo. Mas, tanto quanto eu sei, a vida dela era uma merda antes de ser forçada a nos dar quando tínhamos apenas dois anos, porque ela foi a festas, nos deixou sozinhos, e não voltou por dois dias. Ninguém sequer sabia que ela havia saído até que ouviram Nalia e eu chorando, e nesse ponto, nós dois precisávamos de atenção médica. — Eu sei que não, mas você ainda precisa estar lá para sua irmã. Ela acha que pode ajudar Sharon. Assim, tanto quanto eu e você podemos não gostar, ainda

~ 32 ~


precisamos deixá-la tentar, — ele diz, e sinto que meu rosto se fecha e meus músculos ficam tensos. — A única pessoa da qual essa cadela precisa de ajuda é o diabo. O que ela fez para Nalia e eu... — balanço a cabeça. — O que ela fez para nós dois foi errado. Não me importo como ela tenta torcer isso ou qual o raciocínio que ela tem para o que aconteceu. Foi fodido. — Eu concordo com você. — Cristo, ela nos deixou sozinhos por dois dias, e a única razão pela qual ainda voltou é porque descobriu que os policiais estavam na casa dela, — eu rosno, sentindo a dor me inundar com o pensamento da mulher que estava destinada a nos proteger, deixando-nos sozinhos para cuidar de nós mesmos quando mal conseguíamos andar. — Nalia sabe tudo isso. Ela não se importa, — ele afirma calmamente. — Eu fodi. Eu deveria... — Você não fodeu. Você não fez nada de errado. Ela precisa encontrar seu próprio caminho e perceber sozinha que às vezes você não pode consertar as pessoas, não importa o quanto você tente. E você precisa proteger as costas dela enquanto ela faz isso. — Eu entendo isso, mas não quero ter uma porra de coisa a ver com nada disso. — E eu entendo isso, mas... — Não, eu sei que você e mamãe sempre foram a favor do perdão e segundas chances, mas não. — E quanto aos seus outros irmãos? — Nós estamos bem. Falamos de vez em quando, mas meu relacionamento com eles não tem nada a ver com ela. — Tudo bem, — ele murmura, e com isso levanto, levando o envelope que eu nunca vou abrir para a minha mesa, e enfiando-o na gaveta de cima. — Preciso sair, — eu indico quando viro, vou para a cozinha e abro a geladeira, pegando uma garrafa de água para o caminho. — Estarei fora da cidade por alguns dias perseguindo um fugitivo, mas vou ligar e fazer check-in. — Vejo meu pai se desdobrar da cadeira e levantar. — Certifique-se de ligar. Você sabe que sua mãe se preocupa.

~ 33 ~


— Eu vou ligar, — concordo, pegando minhas chaves antes de me dirigir para a porta. Sentindo meu pai perto, eu abro a porta e pego a bolsa que deixei ali antes. — Fique seguro. — Ele dá um tapinha no meu ombro enquanto passa por mim. Levantando meu queixo, eu tranco e depois vou para o meu carro, enquanto ele se dirige para sua moto.

Kim — Mais forte, por favor, — sussurro, passando minhas mãos para cima da pele suave de suas costas, sentindo seus músculos apertarem ao meu toque. — Lento, baby, você é muito boa pra caralho, — ele murmura, lambendo e beijando a coluna do meu pescoço. Bom. Não. Mais do que bom. Perfeito. Pressionando a cabeça contra o travesseiro, enrolo minhas pernas em seus quadris e inclino minha pélvis, enviando-o mais profundamente, gemendo em minha garganta quando o faço. — Maldição, você é linda. Meu rosto suaviza e deslizo uma mão ao redor da cintura, abdômen, peito e pescoço, parando na parte inferior de sua mandíbula para passar meus dedos ao longo da borda esculpida lá. — Não. — Balanço a cabeça, engolindo todo o caroço se formando na minha garganta. — Você é lindo. — E ele é, o homem mais bonito que eu já vi. Acordo com lágrimas nos olhos, e rolando para o meu lado, envolvo meus braços em volta do meu estômago. Ele ainda está me torturando. Meses depois a lembrança dele ainda me tortura. — Você precisa superar isso. Eu rolo em minhas costas e assisto a queda da chuva contra a claraboia enquanto pisco as lágrimas nos meus olhos. Há alguns meses, Sage veio até mim e pediu desculpas pela maneira como me tratou. Eu disse que aceitei o seu pedido de desculpas, mas menti. O tempo que passou antes de seu pedido de desculpas me deu

~ 34 ~


um monte de tempo para pensar, e quanto mais eu pensava no que aconteceu, mais chateada eu ficava. Sim, ele foi enganado, mas se ele tivesse sentido por mim até mesmo uma fração do que eu sentia por ele, ele teria pelo menos me ouvido. Ele teria, pelo menos, me deixado falar sobre Kelly, mas ele não fez isso. Ele fez suposições e disse merda para mim que eu não consigo tirar da minha cabeça. Merda, ainda dói cada vez que eu penso nisso. Três semanas após esse pedido de desculpas, ele me chamou para jantar com ele. Eu não disse Foda-se, como eu queria. Em vez disso, menti e disse a ele que eu estava vendo alguém, esse alguém sendo meu melhor amigo, que também acontece de ser gay. Sim, eu menti, porém, uma vez mordido, duas vezes tímido5. Posso ter caído nos encantos de Sage Mayson uma vez, mas inferno, de maneira nenhuma eu cairia novamente. Mas isso não significa que o meu coração tenha desistido da ideia dele. Toda vez que o vejo, eu lembro exatamente o que senti naqueles momentos que estivemos juntos. Deixando escapar um suspiro longo e profundo, eu me sento. Hoje seria o dia perfeito para fazer nada além de ficar deitada na cama e ler. Infelizmente, tenho uma consulta médica que preciso ir, e se não levantar agora, eu nunca vou. Ao ouvir o toque do meu celular na sala de estar, eu suspiro. Tenho certeza que é minha mãe ligando para me lembrar da consulta, já que foi ela quem marcou. Aparentemente, a médica com quem vou me encontrar, ajudou um monte de pessoas com planos de dieta e medicamentos, para que elas pudessem viver uma vida um pouco normal. Colocando os pés no chão, eu lentamente saio da cama e franzo a testa quando meu celular para de tocar, só para começar a tocar de novo. Minha mãe pode ser persistente, mas ela nunca ligou, desligou e ligou novamente quando não atendo. Indo à sala de estar, eu encontro o telefone onde o deixei na noite passada. Eu o pego e vejo que não é a minha mãe que está ligando. É Chris. — Hey. — Coloquei o celular no ouvido enquanto ia ao armário e pegava uma xícara de café.

5 Em português é o mesmo que gato escaldado tem medo de água fria.

~ 35 ~


— Nós precisamos conversar, — ele diz, e sinto minhas sobrancelhas se juntarem. — O que está errado? Você parece assustado. — Vi Sage na noite passada. — Apertando minha mão no balcão, meu queixo cai para o meu peito. — Ok, — respondo em voz baixa. — Ele... Porra. Ele me viu com Dale e... — eu o ouço puxar uma respiração. — Tentei ligar para você, mas você não atendeu. — O que aconteceu? — Ele me viu com Dale, — ele repete, mas ainda não entendo por que ele parece tão assustado. — Ok. — Você não está entendendo! — Ele grita. — Ele me viu com Dale. Ele me viu e Dale. — Oh, — eu suspiro quando compreendo. Minha mão curva e aperta a borda do balcão para me manter em pé. — Sim, e... — ele fica em silêncio, e espero e espero, mas ele não continua. — E o quê? — Meu estômago revira. — Ele deu um olho preto a ele, é o que. — Ouço Dale dizer no fundo, e meus olhos se fecham. — Merda, eu... Eu sinto muito. Você está bem? — Sabia que não deveria ter mentido. Sabia que deveria ter esclarecido, mas era mais fácil fingir que eu tinha uma razão para ficar longe dele do que lidar com o fato de que ele ainda me afetava. — Estou bem. Não se desculpe. Isso é bom, — ele me diz, soando como se estivesse sorrindo. — O quê? — Pensei que ele estava afim de você antes, mas agora eu sei que ele. Está. Afim. De. Você. E, menina, eu estou fodidamente emocionado que esta merda finalmente acabou e está explicada. — Ele ri.

~ 36 ~


— Uh, eu perdi alguma coisa? — Questiono. — Você acabou de me dizer que ele deu um soco em você, e você sabe como ele me tratou. Por que diabos você está feliz agora? — Nenhum homem tem tanta paixão por uma mulher que ele não dá a mínima, e você ainda está presa a ele. Você não quer saber por que isso aconteceu? Você não quer saber por que, depois da porra de tanto tempo, um homem com quem você passou menos de vinte e quatro horas é um que você não consegue parar de pensar? Você não quer parar e tentar descobrir isso? — Não. — E não é que eu não tenha me perguntado exatamente isso. É que me recuso a voltar a esse ponto novamente. Eu me recuso a permitir sequer a ideia disso entrar na minha cabeça. O que tivemos foi um acaso. Sim, ele fez com que eu sentisse algo por ele durante aqueles momentos, mas depois, ele me fez sentir como uma merda. Então, não, eu realmente não me importo. — Você é uma mentirosa, mas ainda amo você, e espero – eu realmente espero – que da próxima vez ele que te chamar para sair, você diga sim, — Chris entra na conversa. — Não terá uma próxima vez, — digo, mexendo o creme e açúcar em meu café e tomando um gole. — Vamos ver, — ele murmura, e reviro meus olhos. Chris tem sido Equipe Sage desde o início, mas Chris também é um romântico incurável que ainda acredita em contos de fadas e felizes para sempre. Só que no conto de fadas dele, ele é a donzela em perigo à espera de seu cavaleiro branco. Ele não queria ir junto com a minha mentira, mas fez por eu ser sua melhor amiga, algo que agora eu gostaria que ele não tivesse feito. — Como está o seu olho? Tem certeza que está bem? — Sim, eu estou bem. Nada que um pouco de corretivo não vá encobrir, — diz. — Não posso acreditar que ele bateu em você. — Esfrego a testa em uma tentativa de apagar a dor de cabeça que já começou a bater ali. — Dale tinha a língua dele na minha garganta. Ele pensou que estava protegendo a sua honra. Foi sexy. Não a coisa toda de eu levar um murro, mas a parte

~ 37 ~


anterior, quando ele arrancou Dale de mim e rosnou filho da puta, respirando todo durão e enojado. — Oh meu Deus, você é tão louco. — Luto contra um sorriso quando vou para o meu quarto, colocando minha xícara de café sobre minha cômoda. — Se você não está realmente interessada, gostaria de saber se eu poderia convencê-lo a se juntar a minha equipe, — ele murmura, e ouço Dale dizer alguma coisa, parecendo irritado, o que realmente não me surpreende. Dale e Chris estiveram namorando casualmente por alguns anos agora. Quando começaram a ver um ao outro, Chris queria que eles ficassem sérios, mas Dale sempre tinha uma desculpa para porque eles não podiam. Então, quando Kelly foi embora, Chris se mudou para Tennessee para estar mais perto de mim, para que eu não estivesse sozinha, e desde então, Dale mudou. Só que agora, é Chris quem não sabe ao certo se ainda se sente da mesma maneira como ele costumava sentir, embora Dale seja o único homem com que Chris teve um relacionamento sério. Gah! Eles são seriamente como uma novela. — Se puder convencê-lo, você pode tê-lo, — murmuro, e olho para o relógio, vendo que o tempo passou, como normalmente faz quando estou falando com Chris. — Vá ao salão amanhã, após deixar Dale no aeroporto. Preciso terminar de me arrumar para sair daqui nos próximos vinte minutos. — Merda, você vai se encontrar com o seu novo médico hoje, — ele diz em voz baixa, e puxo a respiração pelo nariz. — Sim. — Quer que eu vá com você? — Não, está tudo bem. Você deve passar algum tempo com Dale antes dele ir para casa. — Ele vai entender se eu deixá-lo por algumas horas para ir com você. Deus, eu amo meu melhor amigo. — Sério, está tudo bem, e certifique-se de colocar um pouco de gelo em seu olho. — Vou fazer. Ligue para mim quando terminar a consulta.

~ 38 ~


— Eu vou. — Desligo e solto o celular na cama, dizendo que não me importo se Sage sabe o que Chris é realmente para mim, mas, na verdade, malditamente assustada por ele saber.

~ 39 ~


Capítulo 2 Kim Dando uma mordida no pêssego na minha mão, me inclino contra o balcão da recepção no salão e folheio a última edição da Cosmo, não realmente vendo as palavras nas páginas. Minha mente está na consulta em que fui ontem. Eu não sabia o que esperar quando me encontrei com a Dra. Jayne, mas não esperava deixar seu consultório me sentindo tão esperançosa. Durante a minha consulta, ela me contou sobre seus inúmeros pacientes que tiveram resultados surpreendentes usando as ferramentas que ela os deu. Ela também me disse que quando eu seguir o plano de dieta e começar a tomar os novos medicamentos prescritos por ela eu deveria ver o mesmo resultado. Explicou que não vou estar melhor, mas eu deveria me sentir melhor, o que para mim é a coisa mais

~ 40 ~


importante agora. Não há nada pior do que sentir como se você estivesse gripada todos os dias e saber que não há remédio comprado em farmácia ou qualquer quantidade de descanso que resolva. Ouvindo a campainha na porta soar, saio dos meus pensamentos e observo Ellie entrar com um sorriso no rosto. — Ei, querida, — ela diz, mantendo a porta aberta para Hope, que me vê e corre, suas tranças saltando e um enorme sorriso em seu adorável rosto. — Kimmyyy! — Ela grita, estendendo uma mochila preta em minha direção. — Olha o que o tio Sage me deu. Não é tão legal? — Ela pergunta, e olho para a mochila e percebo as palavras Kit de Detetive escrita em toda a frente em grandes letras amarelas. — Uau, isso é legal, — concordo, me abaixando na frente dela e suavizando a minha voz. — Quem você vai espionar? — Não posso te dizer. É top secreto. — Ela suspira como se estivesse desapontada por não poder me dizer, e luto com um sorriso. — Bem, se você precisar de alguma ajuda, Detetive, me avise. — Eu toco o topo de sua cabeça e fico em pé, levantando uma sobrancelha para Ellie. — Pensei que você estivesse de folga hoje? — Eu estava, mas Selma ligou e perguntou se eu poderia vir e fazer o cabelo dela e de Sejla para alguma grande festa que elas têm que ir esta noite, — explica, antes de baixar seus olhos para Hope que agora está sentada em meus pés, tirando todos os dispositivos e aparelhos de sua bolsa. — Não tire tudo, querida. Papai estará aqui em apenas um minuto para buscála, e você não quer perder nada. — Ok, — Hope concorda, empurrando tudo o que ela havia tirado de volta e olhando para mim. — Você pode pintar minhas unhas? — Claro que posso. Vá escolher sua cor, — eu digo a ela, e seus olhos se arregalam de emoção logo antes de se levantar e saltitar para parte de trás do salão, com sua mochila nova saltando atrás de suas costas. — Você a mima, — murmura Ellie, e dou de ombros, fazendo-a revirar os olhos. — Frankie está?

~ 41 ~


— Está no escritório fazendo um pedido para o estoque. — Legal, eu vou deixar minhas coisas lá. Você está bem aqui? — Você sabe que eu estou. — Dou a ela um sorriso, e viro quando o sino na porta soa novamente. O sorriso no meu rosto some quando Sage entra, parecendo tão bonito como sempre, vestindo um par de jeans escuro e uma camisa de algodão de manga comprida cinza escuro, a qual está moldada perfeitamente ao seu corpo. — Posso ajudar? — Nós precisamos conversar, — ele diz, dando um passo para o balcão no qual ainda permaneço atrás. Sentindo meus músculos ficarem tensos quando ele começa a chegar perto, eu vejo a mudança em seus olhos, e ele para de se mover quando sua mandíbula aperta. — Sei que você sabe que eu menti e... — Não dou a mínima para isso, — ele me corta, dando mais um passo em minha direção. — Eu merecia, depois das coisas que eu disse. — Ele não merecia que eu mentisse para ele. Eu deveria ter tido coragem e sido honesta. — Nós precisamos conversar, — ele repete. — Não temos nada para conversar. — Você sabe que não é verdade, — ele diz em voz baixa, e com esse tom calmo, eu começo a ficar irritada. Não preciso disso agora. Posso nunca precisar, mas definitivamente não preciso agora. — Ok, então, eu não quero falar com você, — indico. Ele abre a boca para falar, apenas para fechá-la quando Hope grita: — Tio Sage! — Enquanto atravessa o salão de beleza a toda a velocidade diretamente para ele. Sorrindo para ela, ele se inclina e a pega em seus braços. — O que você está fazendo aqui? — Ela pergunta. — Vim pedir a Kim para jantar comigo, — ele diz a ela, e meus olhos estreitam nele bem antes de eu colocar um sorriso falso no rosto para Hope, que balança a cabeça para olhar para mim. — Você vai sair com o tio Sage? — Ela suspira com os olhos arregalados e posso ver que são preenchidos com visões de um conto de fadas em formação. — Não, querida. Eu não vou.

~ 42 ~


— Oh. — Ela franze a testa, olhando para Sage, que está olhando para mim com uma expressão um tanto divertida e um pouco irritada em seu rosto. Oh bem, ele terá que superar isso. Só porque não tenho um namorado falso não significa que quero sair com ele. — Ainda, — Sage soa, olhando para mim. — Ainda? — Repete Hope, inclinando a cabeça para o lado e estudando-o. — Ela não sairá comigo ainda, — ele diz, desviando os olhos de mim para olhar para ela. — Você precisa fazer algo heloico para conquistá-la, não é? — Hope pergunta, e pressiono meus lábios para não rir, porque sei que ela quer dizer heroico, mas a maneira como ela diz é muito bonita. — Algo assim. — Ele lhe dá um aperto antes de colocá-la no chão. No segundo que ela está no chão, ela vem até mim. — Podemos pintar minhas unhas agora? — Absolutamente. Qual a cor que você escolheu? — Pergunto, ignorando o fato de que agora Sage se aproximou, fazendo com que seu perfume encha meus pulmões. — Este aqui. — Ela abre a palma da mão, mostrando-me a cor, que é rosa, é claro. — Boa escolha. Vá sentar na cadeira, querida. Estarei lá em apenas um segundo, — digo suavemente, tocando o topo da cabeça dela, e ela acena para mim, então se vira para seu tio. — Você deve trazer flores para ela. Mamãe sempre diz sim quando papai leva flores para ela. — E com esse pequeno conselho entregue, ela sai, deixando-me sozinha com Sage, mais uma vez. — Funcionaria? — O quê? — Tiro meus olhos das costas de Hope para olhar para ele quando pergunta. — Se eu trouxer flores para você, isso faria você mudar de ideia? — Não. — Então, o que mudaria sua ideia sobre jantar comigo?

~ 43 ~


— Um milhão de dólares, — estalo; ele olha para mim por um longo tempo antes de seus lábios se levantarem e ele se virar para a porta. — Tudo bem, — ele diz, pouco antes de abrir a porta e sair, deixando a porta se fechar atrás dele. — Merda. — Meus olhos se fecham e pânico enche meu estômago, porque eu sei sem dúvida, de que de alguma maneira, eu apenas lancei o desafio. Com um aceno de cabeça, vou para o fundo do salão, coloco um sorriso no rosto, e pinto as unhas da minha garota favorita. Em pé, no balcão da frente, depois de dizer adeus a Hope e o marido de Ellie, Jax, uma hora depois, eu observo Chris vir à janela da frente e colocar a testa no vidro, fazendo uma cara engraçada. Rindo, eu me movo para a porta da frente e abroa, em seguida, grito quando ele me pega e me gira. — Coloque-me no chão, seu idiota. — Sorrio para ele, batendo em seu ombro. — Se é isso que você quer. — Ele me coloca no chão e me segue para o salão. — Você vai sair logo? — Não. Bem, mais ou menos, mas na verdade, não. Tenho um cliente que deve chegar a qualquer minuto, e então eu preciso ir ao supermercado. E depois disso, cuidarei das crianças para Elizabeth. — Tudo bem, eu ficarei aqui com você, então podemos ir até o supermercado juntos. Preciso pegar algumas coisas para mim, de qualquer maneira, de modo que nos dará um pouco de tempo para conversar. — Soa como um plano, — concordo, bem antes de voltar para assistir a minha cliente entrar. — Oi, Sra. Ethel. — Sorrio para ela enquanto ela pega seu minúsculo cão e coloca-o na bolsa que está carregando. — Kim. — Ela não sorri, mas isso não me surpreende. Sra. Ethel nunca sorri. Nunca. A única vez que já vi o que poderia ser descrito como felicidade em seu rosto foi quando ela me disse que seu filho estava se divorciando da mulherzinha6 com quem ele se casou. — Você está pronta?

6 Uma menina ou uma mulher que tem reputação de promiscuidade

~ 44 ~


— Eu estaria aqui se não estivesse? — Ela pergunta, e pressiono meus lábios quando Chris vira e se dirige para o fundo do salão, com os ombros tremendo com a risada silenciosa. — Acho que não. — Sorrio, pegando a bolsa contendo seu cachorro. Sabendo o que fazer, eu o levo para a minha estação, coloco ao lado, abro o bolso lateral, pego a pequena tigela dobrável de lá, vou até a pia e a encho com água. Então, levo-a e a coloco dentro da bolsa enquanto a Sra. Ethel remove o lenço em volta do pescoço junto com suas pérolas sempre presentes. Uma vez que ela está sentada, eu coloco uma capa ao redor dela, e giro-a para encarar o espelho. — Faremos o de sempre? — Pergunto, e ela revira os olhos. Tomando isso como um sim, passo as próximas duas horas aparando o cabelo, colorindo-o com um tom de roxo cinzento, e depois arrumando e pulverizando o spray. Quando terminei, ela parecia a mesma de sempre, só um pouco mais refrescada. Após pagar, ela me dá uma gorjeta de três dólares, tira seu cão da bolsa, e sai sem um agradecimento. Limpando minha estação para que eu possa sair, escuto com uma orelha quando Chris relata seu encontro com Sage para Ellie, Selma, e Sejla, que faziam ooh e aah sobre sua história. Você pensaria pela forma como ele descrevia que foi a mais incrível noite de sua vida e que ele não recebeu um soco no rosto. Eu não me importo que ele esteja contando para elas o que aconteceu, já que Ellie sabia desde o início que Chris e eu nunca fomos nada mais do que amigos. E Selma e Sejla são legais, mas não as conheço suficiente para me sentir envergonhada por elas saberem que eu menti sobre Chris ser meu namorado. — E agora? — Selma pergunta, e ouço uma pausa na conversa, virando para encontrar todos os olhos em mim. — O que? — E agora? O que você fará, agora que ele sabe a verdade? — Esclarece Selma. — Nada, — digo, e Sejla faz uma carranca. — Nada? — Ela repete, estudando-me com um olhar incrédulo e decepcionado nos olhos.

~ 45 ~


— Você precisa pelo menos dar uma chance para ele! — Selma choraminga, girando na cadeira para me encarar, tirando as mãos de Ellie de seu cabelo. — Concordo. Você precisa pelo menos ouvi-lo, — Sejla diz, e sei que ela e sua irmã têm boas intenções, mas é tão fácil para elas dizer que eu preciso apenas darlhe uma chance, porque seus corações não estão na linha aqui. O meu está. Vendo tanto Selma e Sejla esperando pela minha resposta, murmuro, — Vou falar com ele. — Bom, — dizem em uníssono, e sorrio para os olhares felizes e aliviados em seus rostos. Afastando meus olhos dos delas, eu olho para Chris. — Você está pronto? — Sim. — Ele sai da cadeira em que estava sentado e vai dando beijos no ar em despedidas para as meninas. Dizendo adeus a todas, nós deixamos o salão, e vou para o meu carro enquanto Chris vai para o dele, me dizendo que me encontrará no supermercado. — Então, como foi o trabalho? — Chris pergunta quando nós agarramos um carrinho e caminhamos até o supermercado quinze minutos depois. — Bom. — Aconteceu alguma coisa? — Ele continua, eu olho para ele e estreito meus olhos. — Por quê? — Apenas perguntando. Ellie disse que Sage passou pelo salão hoje. — Ele passou. — E? — E nada. Ele foi ao salão, perguntou se poderíamos conversar, a minha resposta foi não, e ele saiu. — O quê? — Seus olhos se arregalam com surpresa. — Ele não exigiu que você mudasse de ideia ou a jogou por cima do ombro e correu com você até o carro dele para escondê-la em uma cabana isolada, onde poderia convencê-la do erro que está cometendo por não dar uma chance a ele? — Ele pergunta, e olho para ele, piscando. — Acho que você tem lido muitos romances.

~ 46 ~


— Não existe isso de ler muitos romances, — ele zomba, me fazendo sorrir. Chris é o único cara que eu já conheci que é mais obcecado com livros de romance que eu. — Então, o que exatamente aconteceu? Conte-me tudo. — Nada aconteceu. Como eu disse, ele entrou, disse que nós precisávamos conversar, eu disse que não, nós não precisamos, e ele saiu. — Você está mentindo. — Não estou. — Está. Eu te conheço desde que tínhamos cinco. Eu conheço seu tique. — Meu tique? — Sim, quando você mente, seu nariz se contorce. — Meu nariz não se contorce, — digo, tocando meus dedos no meu nariz. — Contorce. — Ele sorri, puxando minha mão do meu rosto. — Que seja, — murmuro, pegando um saco de laranjas e soltando-as no carrinho. — Então, quando você falará com ele? — Nunca. — Ele se desculpou. Você não acha que deve fazer a coisa educada e pelo menos ouvi-lo? — Eu não sei. — Você não sabe, ou está apenas com muito medo de descobrir o que acontecerá se escutá-lo? — Nós precisamos fazer isso agora? — Eu suspiro, e ele joga o braço em meus ombros, me puxando para seu lado. — Estamos fazendo isso há meses. Vi como você olha para ele quando acha que ninguém está vendo, e vejo como ele olha para você, não dando a mínima se todo mundo vê. Mesmo quando ele pensava que você e eu tínhamos uma coisa, ele ainda deixou perfeitamente claro para aqueles que estavam observando que, se por algum acaso, ele conseguisse uma chance, você seria dele. — Eu realmente acho que você está vendo coisas demais. — Estou?

~ 47 ~


Quero dizer que sim, mas isso seria uma mentira. Toda vez que eu via Sage, me esforçava para impedir meus pés de se moverem para ele, e quando não estou olhando-o, eu posso sentir seus olhos em mim como um toque físico. — Não temos tempo para falar disso. — Decido dizer. — Precisamos terminar as compras, e tenho que chegar em casa. Elizabeth encontrará Jelikai em Nashville para jantar, e você sabe que ela não pode deixar os meninos sozinhos por mais de dez minutos sem que alguém acabe no hospital, então não posso chegar tarde. — Tudo bem, — ele resmunga, mas conheço Chris. Ele pode ter desistido, por agora, mas não desistiu para sempre, e ele não desistirá até conseguir do jeito dele, e admito que ainda haja algo entre Sage e eu. — Só para você saber, eu estou reservando o direito de dizer eu avisei quando isso tiver acabado. — Tudo bem. — Reviro os olhos para ele, em seguida, pego o carrinho de compras de suas mãos e termino minhas compras de supermercado. *** — Elizabeth, eu estou aqui! — Grito para dentro da casa enquanto lanço minha bolsa sobre a mesa perto da porta da frente. Não ouvindo nenhuma resposta dos meninos gritando e os sons de um jogo de videogame sendo jogado, eu subo as escadas. Parando na porta da sala, vejo Jimmy, o mais velho, com quatorze anos, jogar Aiden, que tem três anos, sobre o sofá, fazendo-o rir, enquanto os outros dois, Mickey, que tem seis anos e Hayden, que tem nove anos, sentados no chão com fones de ouvido e controladores nas mãos. — Ei, pessoal! — Grito sobre o som da TV, e todas as quatro cabeças viram para mim. — Kim. — Aiden sorri, correndo em minha direção, enquanto os outros meninos sorriem e acenam antes de voltar para o que estavam fazendo. — Ei, cara. — Eu o pego, e ele envolve seus bracinhos ao redor do meu pescoço antes de deixar cair a cabeça no meu ombro, fazendo algo dentro de mim desejar um momento como este com o meu próprio filho um dia. — Você já jantou? — Não. — Ele se inclina para trás para olhar para mim. — Podemos ter pizza?

~ 48 ~


— Claro, — concordo, e ele olha para onde Jimmy está agora sentado com Mickey e Hayden, que ainda estão jogando um jogo. — Vamos ter pizza! — Ele grita. Com esse anúncio, todos os garotos sorriem para mim. Elizabeth é uma louca por saúde, por isso as crianças adoram quando eu venho, porque sabem que terão algum tipo de junk food antes que a noite acabe. — Onde está sua mãe? — Pergunto, afastando Aiden da luta que, de repente, entrou em erupção ao longo dos controladores do jogo de videogame. — No quarto dela, se arrumando, — ele diz; então eu vou pelo corredor em direção ao quarto principal. Batendo na porta que está aberta, eu sorrio quando Elizabeth enfia a cabeça para fora do banheiro e sorri. — Hey, eu estou quase pronta, — ela diz, colocando um longo brinco na orelha. — Dê-me dois minutos, então preciso que você me diga como estou. — Ok, — respondo quando ela desaparece novamente. Atravessando o quarto, eu sento em uma das cadeiras que estão colocadas em frente da lareira, com Aiden ainda agarrado a mim. Assim que estou sentada, ele está no topo das minhas coxas e segura minhas mãos. — Veja o que eu posso fazer. Sorrio exatamente antes dele pular e se dobrar para trás, virando. Por pouco não sou chutada no rosto por seus minúsculos pés descalços, eu rio dele quando ele levanta, jogando as mãos no ar. — Uau, isso foi incrível. — Quer me ver fazer isso de novo? — Ele pergunta com um sorriso brilhante enquanto começa a subir de volta para o meu colo. — Aiden, e quanto a nós não darmos a Kim uma concussão, — Elizabeth sugere ao sair do banheiro, colocando seus saltos. Ela é linda, com um longo cabelo marrom que flui, descendo pelos ombros, a pele que sutilmente anuncia sua herança espanhola, e olhos castanhos que mudam para verde quando ela está feliz, ou marrom, quando está frustrada com seus meninos. — O que é uma concussão? — Aiden pergunta, subindo no braço da cadeira para ficar lá. — Uma lesão na cabeça, querido, — ela murmura antes de olhar para mim. — Então, o que você acha? — Ela estende as mãos e gira em círculo.

~ 49 ~


— Eu acho que você e Jelikai chegarão tarde em casa, — digo sinceramente. Jelikai, o marido de Elizabeth, é obcecado por ela, e não tenho dúvida de que, assim que ele a ver, sua mandíbula vai bater no chão. Ela está linda com os saltos pretos e o vestido vermelho que está usando no momento. — Esse é exatamente o olhar que eu estava querendo. Ela sorri para mim e Aiden ri, dizendo, — Mãe, você é engraçada, — antes de saltar do braço da cadeira, caindo no chão com um baque forte, e sair correndo do quarto. — Eu juro que um dia desses ele me dará um ataque cardíaco, — admito, observando-o ir. — Acho que os três rapazes antes dele tiraram todo o meu medo. — Ela ri, pegando uma carteira preta sobre a cama antes de se virar para olhar para mim. — Você está bem? — Totalmente, e já disse aos meninos que teremos pizza para o jantar, assim, os preencherei com lotes e lotes de alimentos processados enquanto você estiver fora. — Encha-os com o que quiser. Você pode me compensar por ficar até mais tarde. Tentarei convencer Jelikai a obtermos um quarto de hotel na cidade. — Estou pensando que assim que ele ver você com esse vestido, não será preciso muito convencimento, — digo, levantando. — Vocês deveriam ficar fora. Não tenho um cliente até às onze da manhã, então eu posso passar a noite, se quiser. — Manterei isso em mente, — ela me diz, caminhando e me dando um abraço, em seguida, inclinando-se para trás. — Tem certeza que está bem? Como foi a sua consulta ontem? — Juro que estou bem, e minha consulta foi ótima. Eu me sinto realmente bem sobre meu novo tratamento. — Bom. — Ela toca minha bochecha antes de deixar cair a mão. — Você sabe onde está a caixa de dinheiro. Use o que precisar, e eu ligarei assim que eu souber o que faremos. — Ok. — Dou um sorriso, então a sigo para fora do quarto e no corredor para onde os meninos estão. De pé na porta, eu a vejo dar em cada um dos rapazes um beijo de despedida, mesmo os que lutam contra ela sobre isso. Caminhando para a

~ 50 ~


sala, eu sento no sofá depois de vê-la sair com um aceno e uma piscadela em minha direção. Depois disso, o resto da noite passa num piscar de olhos. Os meninos e eu pedimos pizza, assistimos a um filme, e depois vamos para a cama após Elizabeth ligar para dizer que ela e Jelikai não voltarão até de manhã, o que significa que eu vou para a cama com um sorriso feliz no rosto pela minha amiga.

~ 51 ~


Capítulo 3 Kim — Que diabos? — Olho em volta antes de olhar para a mala no banco do passageiro do meu carro. A grande caixa de metal não estava lá quando fui para o trabalho esta manhã, e sei que tranquei o meu carro, então não tenho ideia de a quem pertence ou como chegou ao meu carro. Sentindo meu coração bater forte, estendo a mão e toco o metal liso. Parece algo saído de um filme de espionagem, como o tipo de pasta que alguém entregaria com dinheiro dentro. — Não, — eu suspiro. — De jeito nenhum. — Do jeito que esta última semana prosseguiu, esqueci sobre dizer a Sage que eu sairia com ele por um milhão de dólares. Não que eu tenha me esquecido de Sage. Ele veio ao salão todos os dias, para ou trazer flores ou exigir que eu conversasse com ele. As flores eu levei para a

~ 52 ~


casa de repouso da cidade, e tenho trabalhado duro para negar suas exigências. Mas isso... Isso é outra coisa. Deixando escapar um suspiro, eu coloco as chaves na ignição e ligo o meu carro. Não quero abrir a caixa onde as pessoas podiam ver, porque se for um milhão de dólares – que não tenho nenhuma ideia de como Sage poderia conseguir – alguém pudesse vê-la e então... Eu não sei... Seguir-me e me matar por isso ou algo assim. Saindo de ré da minha vaga de estacionamento, eu vou para a minha casa, e assim que chego lá, subo as escadas com a mala firmemente ao meu alcance. Trancando a porta, coloco a mala no sofá e fico de joelhos na frente dela. Inspeciono as travas, notando um botão de cada lado da alça. Pressionando-os ao mesmo tempo, os bloqueios abrem, parecendo terrivelmente alto no meu apartamento tranquilo. Mordo meu lábio e lentamente abro a tampa, o meu coração começa a enlouquecer dentro do meu peito quando vejo o que está dentro. Dinheiro de monopólio, muito dele. Pilhas e pilhas dele. Alguns velhos, e alguns novos e ainda envolto em plástico. Pegando um pedaço de papel dobrado em cima dele, eu sento, desdobrando-o com cuidado, e começo a ler. Kim, Está tudo aqui, um milhão de dólares, você pode contar se quiser. Levou-me um pouco mais de tempo do que eu pensava que precisaria para obter todo o dinheiro, e alguns eu precisarei devolver para amigos e familiares, uma vez que me emprestaram. Eu rio disso, em seguida, puxo uma respiração afiada ao ler a próxima linha. Nas vinte e quatro horas que passamos juntos, você me deu um gosto de algo bonito, e as memórias daqueles momentos me assombram desde que eu me afastei de você. É algo que eu me arrependi desde então, algo que sei que sempre me arrependerei, porque, mesmo se por algum acaso você me perdoar, eu nunca serei capaz de voltar o tempo que eu perdi sem você.

~ 53 ~


Se você aceitar o meu pedido de desculpas, encontre-me na minha casa esta noite, às sete, para jantar. Xx Sage

Vendo o endereço da casa dele escrito embaixo, eu fecho meus olhos e caio de costas, segurando o pedaço de papel no meu peito. Não sei se sou corajosa o suficiente para fazer isso com ele. Não sei se sou corajosa o suficiente para me colocar lá fora, com tudo o que está acontecendo. Sage não sabe sobre a minha doença, e não sei o que ele fará quando descobrir. Será que ele me deixará da mesma forma que Kelly? Será que será demais para ele tolerar? Os e ses são o suficiente para me impedir de ir ao encontro dele, mas é a ideia de lamentar algo assim que me tem abrindo os olhos para olhar para o relógio em cima do fogão. Se eu quiser chegar a tempo, preciso me levantar e me preparar para sair agora. O desejo de ligar para Chris e perguntar o que ele acha que eu deveria fazer passa por minha mente, mas sei o que ele diria. Ele me diria que eu sou uma idiota por já não estar no carro depois de ver o dinheiro e ler o bilhete. Não posso imaginar o mauzão Sage Mayson por aí pedindo dinheiro de Monopólio, mas ele fez isso, e fez isso por mim. — Dane-se. — Se eu me machucar, se acabar de coração partido, pelo menos eu posso dizer que tentei, que aproveitei uma oportunidade. Desde o momento que fui diagnosticada com insuficiência renal, tenho trabalhado em viver uma vida sem arrependimentos, e sei que vou me arrepender de não aparecer para encontrá-lo. Levantando do chão, começo a fechar a pasta, em seguida, faço uma pausa, pegando uma nota laranja de quinhentos dólares de uma das pilhas, e depois pego minha bolsa, procurando até encontrar minha carteira. Uma vez que a abro, eu cuidadosamente coloco a nota no compartimento de zíper no meio, e depois solto-a de volta na minha bolsa. Com isso feito, fecho a mala e vou para o meu quarto, onde corro e me preparo para sair. Passando um gloss labial rosa claro, eu me afasto do espelho e viro a cabeça de lado a lado. Não quero que pareça que estou tentando muito duramente, por isso

~ 54 ~


deixo a minha maquiagem leve, acrescentando apenas mais algumas camadas de rímel. Meu cabelo ainda está no mesmo estilo que usei para trabalhar, que é solto, com cachos ondulados terminando no topo dos meus seios. Deixando o banheiro, eu desligo a luz e vou para o meu quarto, onde tiro as calças e saltos que usei no salão hoje, trocando-os por jeans e um par de sapatilhas. Então, tiro meu blazer e visto um longo cardigan cinza de cashmere sobre minha camiseta preta simples. Olhando para meu reflexo no espelho na parte de trás da porta do meu quarto, coloco a mão no meu estômago que está cheio de borboletas nervosas desde que decidi ir ao encontro de Sage. Sabendo que não tenho tempo para debater comigo mesma sobre ir, vou para a sala de estar e pego a bolsa, as chaves, e a maleta, seguindo para garagem para entrar em meu carro. Dirigindo por uma longa estrada de terra, pelo que só pode ser descrita como uma floresta, eu olho para o mapa exibido no meu painel. O sistema de mapeamento no meu carro me disse que eu cheguei ao meu destino cerca de três minutos atrás, mas ainda não vi uma casa, e estou começando a ficar assustada. Está escuro. Estou no meio do nada, ou devo dizer, no meio do mato, e tenho certeza que o Pé Grande vai sair na frente do meu carro a qualquer momento. Inclinando para me aproximar de meu para-brisa, eu aperto meus olhos tentando ver através da escuridão que me envolveu, quando noto algo se mover ao lado da estrada. Por favor, não seja o Pé Grande. Por favor, não seja o Pé Grande, eu oro interiormente, e bato o pé no freio quando dois cervos saem correndo da floresta e para o outro lado da estrada. — Oh, meu Deus. — Seguro a minha mão ao meu peito, sentindo meu coração bater com força contra a palma da mão. Puxo uma respiração e solto-a lentamente enquanto levanto o meu pé do freio e sigo em frente, indo muito mais lentamente do que ia antes. São sete horas agora, o que significa que estou atrasada. Meu estômago aperta, e minhas mãos começam a suar, então solto minha respiração em um whoosh quando viro em uma ligeira inclinação na estrada e vejo uma casa, que não é uma casa, absolutamente, mas uma casa de campo. Uma casa de estuque branco com um

~ 55 ~


brilhante azul, vermelho e amarelo em torno das janelas e portas fazendo com que pareça pertencer a um conto de fadas. Parando devagar, meu pé atinge automaticamente o freio quando vejo Sage do lado de fora ao lado de seu carro, como se estivesse prestes a sair. Não sei quanto tempo nós olhamos um para o outro através do vidro do meu para-brisa, mas parece como uma vida, e antes mesmo de eu perceber que ele se moveu, ele está no capô do meu carro, então na minha porta, abrindo-a. — Desligue, — ele ordena, me fazendo pular. — Sage... — Agora, — ele exige, e me atrapalho enquanto me movo para apertar o botão para desligar o motor. Assim que as luzes se apagam, ele solta meu cinto de segurança e me puxa para fora do meu assento. — Sa... Seu nome termina em um gemido quando suas mãos envolvem o meu rosto suavemente e sua boca cai na minha. Meus dedos dos pés ondulam em minhas sapatilhas, e os meus braços passam em torno de seu pescoço para que eu não voe para longe. Não sei como eu fiz isso, mas havia esquecido como é tê-lo me beijando. Esqueci-me de como se sente, como se o mundo ao meu redor desaparecesse, deixando apenas ele e eu. Sentindo sua língua tocar meu lábio inferior em um pedido silencioso para entrar, minha boca se abre e gemo em sua garganta enquanto aperto meus dedos em seus ombros, tentando me impedir de cair. — Maldição, — ele rosna, afastando sua boca da minha e enfiando a minha cabeça

sob

o

queixo

dele.

Porra.

Ouvindo

seu

coração

batendo

descontroladamente, eu fecho meus olhos e puxo uma respiração profunda antes de sussurrar. — Me desculpe, eu estou atrasada. Pé Grande atravessou a estrada correndo. — Puxando minha cabeça de seu peito, meus olhos abrem e o encontro olhando para mim com curiosidade. — Pé Grande? — O quê? — Eu franzo a testa.

~ 56 ~


— Você disse que o Pé Grande atravessou a estrada correndo, — ele diz, e balanço a cabeça, tentando fazer com que meu cérebro, que está totalmente frito daquele beijo, funcione novamente. — Um cervo atravessou a rua correndo, não o Pé Grande. Embora, eu tinha certeza de que seria o Pé Grande. Não sabia que sua casa estava no meio da floresta. — Eu deveria ter dito. Eu... Porra, eu nem pensei que você iria aparecer. — Você me deu um milhão de dólares em dinheiro de Monopólio, — eu respondo silenciosamente, sentindo um sorriso levantar nos cantos da minha boca. Eu não conheço outro homem que colocaria o seu ego de lado e fizesse o que Sage fez. Não conheço outro cara que se importaria o suficiente para sequer tentar reconquistar alguém que mal conhece. — Você sabe que eu sinto muito, certo? — Ele pergunta, e o forço a me soltar para que eu possa dar um passo atrás, porque ele não pode estar tão perto quando eu falar o que eu preciso dizer. — Por favor. — Ergo minha mão quando ele dá um passo em minha direção, e assisto seus olhos brilharem bem antes dele levantar o queixo e cruzar os braços sobre o peito. — Eu deveria ter perdoado você na primeira vez que se desculpou. Não foi certo eu dizer que aceitava o seu pedido de desculpas, e na verdade, não aceitar o seu pedido de desculpas. Também não foi certo eu mentir sobre quem Chris realmente é para mim. — Quem ele é para você? — Ele questiona, e posso ouvir uma ponta de ciúme em seu tom, mas ignoro. — Meu melhor amigo. Ele tem sido meu melhor amigo desde que eu tinha cinco anos. — Isso é tudo o que ele representa para você? — Sim, isso é tudo que ele é para mim. — Sorrio fracamente, observando seu corpo relaxar um pouco. — O que estou tentando dizer é que eu também sinto muito. — Faço uma pausa, imaginando como dizer como me sinto sem dizer a ele como me sinto. — Eu apenas não queria me machucar novamente. Sei que é estúpido, já que realmente não nos conhecemos, mas você me machucou, e não quero acabar machucada novamente.

~ 57 ~


— Venha aqui. — Ele abre os braços, mas não se move para chegar até mim de novo, e sei que isso é quando eu preciso ir até ele. Isto sou eu silenciosamente deixando-o saber que o perdoei – realmente perdoei. Pisando dentro de seu abraço, eu sinto seus braços me envolverem e seu queixo cair em cima da minha cabeça. Fechando os olhos, me pergunto como é possível sentir o que estou sentindo agora. Eu mal conheço este homem, mas me sinto mais ligada a ele do que o meu namorado da faculdade, que eu namorei por três anos. — Obrigado por ter vindo para mim, — ele diz em voz baixa, e as lágrimas queimam no fundo da minha garganta enquanto meus braços apertam em torno de sua cintura. Ainda estou morrendo de medo, mas agora há esperança misturada com o medo do que poderia acontecer. — Obrigada por ser persistente, — digo, falando sério, e seus braços me apertam antes de afrouxar seu aperto ligeiramente. — Está com fome? — Um pouco. — Eu cozinhei, — ele me diz, e inclino a cabeça para trás para olhar para ele. — Você cozinhou? — Não fique tão surpresa. Há muita coisa sobre mim que você não sabe ainda. — Sim, como o fato de que você vive em uma casa de conto de fadas, — afirmo, e suas sobrancelhas se juntam. — O que? — Sua casa, parece uma cabana de conto de fadas saída direto de um livro. Viramos, e ele olha para a casa. Embora esteja escuro, as cores brilhantes em torno das janelas estão em forte contraste com o branco do estuque. É tudo acentuado pelas luzes exteriores que vem da borda do telhado e outras que vem do jardim. — O casal que construiu era de Londres. Eles queriam ter um pouco da casa nos EUA. Quando se mudaram para casa depois que seu primeiro filho nasceu, eles a deixaram com planos de voltar e visitar, só que isso nunca aconteceu. Eventualmente, eles perceberam que jamais voltariam, então a colocaram no mercado. — Isso é tão triste.

~ 58 ~


— É triste para eles. Deu certo para mim. Vamos lá. — Ele pega a minha mão e começa a me levar em direção a um caminho de pedra até uma pesada porta de madeira que se curva na parte superior. Empurrando a porta, damos um passo em uma pequena sala de estar com papel de parede dourado e branco nas paredes que começava a descascar. Há cortinas de plástico em todo o andar e uma escada no meio da sala sob uma das muitas grandes vigas de madeira que estão espalhadas pelo teto. — Estou no meio de dar um segundo acabamento em todas as vigas, — ele explica, puxando-me pela sala de estar e seguindo em um corredor. Chegando à cozinha, eu pisco. É ainda mais bonita do que eu imaginava que seria quando ele me mostrou as coisas que ele escolheu. Os armários creme e bancadas combinam perfeitamente com as paredes cinza claro. O grande fogão ao lado parece incrível com a enorme ventilação decorativa acima dele que combina com os armários. Todos os aparelhos parecem impressionantes no espaço, e eles combinam perfeitamente com uma mesa enorme de topo de metal com cadeiras combinando e colocadas em torno dela. Dando um passo mais para dentro do ambiente, eu vejo uma segunda sala com uma grande lareira de pedra como a peça central com uma televisão montada por cima, e uma grande seção em frente a ela que é de um material de camurça cinza escuro. As almofadas de peles de tons diferentes estão empilhadas nos cantos, e algumas peles estão atiradas sobre o dorso. Todo o espaço parece algo saído de um anúncio de revista chique para utilidades domésticas. Girando para encarrar Sage, balanço a cabeça. — Isto é... — olho em volta novamente, tentando encontrar uma palavra que significa mais do que bonito. — Isto é espetacular! Poderia estar em um catálogo. — Minha mãe e tias ficarão felizes em ouvir isso. — Ele sorri. — Elas fizeram tudo isso? — Sim, elas adoram fazer compras, então eu dei o meu cartão a elas e um orçamento e disse para irem as compras, desde que não aparecessem com nada rosa. — Não, isso é... Isso é você. — Se você acha que isso é bom, você deveria ver a vista da minha cama, — diz ele, e sinto meu rosto suavizar.

~ 59 ~


— Você colocou uma claraboia? — Sim. — Ele estende a mão, e coloco a minha na dele, deixando-o me levar até um pequeno corredor que fica ao lado da cozinha. Abrindo a porta do quarto, eu ando na frente dele e vou para a cama. Subindo sem perguntar se está tudo bem, eu deito de costas e olho para o céu da noite que parece ser cem vezes mais brilhante do que da claraboia sobre a minha cama. — Sabia que este lugar seria bonito quando você terminasse, — digo em voz baixa. Então viro minha cabeça quando a cama se move e assisto Sage rastejar ao meu lado a deitar-se de costas, longe suficiente para não estarmos nos tocando. — Ainda tenho muito que fazer, mas está indo. — Você fez tudo sozinho? — Pergunto, levantando minha cabeça para encontrálo já olhando para mim. — Você sabe que meus tios possuem uma empresa de construção, assim eles fizeram parte do trabalho, mas meus irmãos, primos, e eu fizemos a cozinha e piso. — Vocês fizeram um grande trabalho. — Obrigado, — ele me diz, e então rola em minha direção, coloca um cotovelo na cama e olha para mim. Observando-o estudar-me com a luz através da claraboia e a porta do quarto aberta, eu luto contra o desejo de me contorcer sob o seu olhar. — Eu imaginava isso. — Ele estende a mão para abranger tudo. — Eu imaginava compartilhar tudo isso com você centenas de vezes. Estou feliz por estar aqui. Sentindo meus lábios abrirem, eu levanto minha mão e a coloco suavemente contra sua bochecha. — Eu também, — Confesso sem pensar, e ele vira a cabeça e toca os lábios na palma da minha mão. — Vamos. Eu fiz lasanha, — ele insiste, sentando e saindo da cama, puxandome junto com ele, e sinto meu estômago revirar. Não posso comer lasanha, e não posso sequer dizer a ele por que não, sem expor demais. — Na verdade, não estou mais com fome, — eu minto, e ele para na porta para olhar para mim, franzindo a testa. — Você não está mais com fome? — Esqueci que eu tive um grande almoço hoje. — Oh. — Seu cenho franzido se aprofunda.

~ 60 ~


— Vou tentar comer um pouco, mas não quero que você pense que estou sendo rude se não comer muito, — digo, e ele balança a cabeça. — Está tudo bem. Você pode me ver comer e podemos conversar, — garante, e isso é exatamente o que eu faço. Eu o vejo comer e conto sobre Chris, meus pais, e até mesmo um pouco sobre Kelly, antes que seja hora de ir. E quando eu vou, ele me dá um beijo de despedida que deixa seu beijo de Olá envergonhado.

~ 61 ~


Capítulo 4 Kim Ouvi alguém batendo na minha porta, meus olhos abrem e rolo para o lado para olhar para o relógio. Vendo que não é sequer cinco da manhã ainda, eu sento e coloco meus pés no chão, então saio correndo da cama. Só conheço uma pessoa que iria aparecer na minha casa nesta hora, e essa pessoa é Kelly, e vendo como a minha última conversa com ela terminou bem, eu não estou realmente ansiosa para passar por isso de novo. Coloco um longo suéter por cima da minha camisola e vou para a sala de estar, onde o sol da manhã já começou a iluminar o cômodo. Caminhando em direção a porta de correr de vidro, eu vejo que não é Kelly. São dois homens vestindo ternos, e

~ 62 ~


ambos parecem não dormir a horas. Paro no lugar quando eles me notam e vejo alívio brilhar em seus olhos conforme eles estendem carteiras de couro preta, pressionandoas no vidro. Vendo que as duas dizem FBI, corro pela sala, levanto o trinco, e abro a porta um centímetro. — Kimberly Cullen? — O homem que está de pé mais próximo a onde estou pergunta, me estudando. — Sim. — Sou o Agente Especial Torres, e este é o agente especial Kace. Somos do FBI, — ele diz, e meu estômago se enche de ansiedade. — Como posso ajudá-lo? — Podemos entrar? — Agente Torres pergunta, e os observo. Eles parecem legítimos, mas simplesmente não sei. — Estamos aqui por sua irmã, — Agente Kace explica, e meus olhos se movem para ele. — O que aconteceu? — Eu questiono, e vejo os olhos de ambos mudarem de uma maneira que faz com que meu coração se sinta repentinamente pesado. — O que aconteceu? — Eu repito, abrindo a porta para deixá-los entrar. — Você tem alguém que possa chamar para vir sentar com você? — Agente Torres pergunta, e balanço a cabeça enquanto atravesso a sala de estar para o lado oposto, longe deles. — Seria realmente melhor se você chamasse alguém. — Apenas me diga, — sussurro, torcendo as mãos nervosamente na minha frente. — Sua irmã foi assassinada. — Meu coração para, e meus olhos se fecham quando aquelas quatro palavras penetram. Passando os braços em volta da minha cintura, eu abro meus olhos, sem realmente ver nada. — Nós não fomos capazes de encontrar o corpo dela neste momento, mas temos homens lá fora procurando por ela. Oh Deus. Eu me movo para o sofá para sentar, porque minhas pernas parecem prestes ceder debaixo de mim. Morta? Kelly morta? Como isso é possível? — Sentimos muito pela sua perda, Senhorita Cullen.

~ 63 ~


— Como? — Finalmente falo pela dor súbita na minha garganta. — Infelizmente, não podemos discutir isso com você neste momento, mas saiba que estamos perto de pegar o assassino dela. — O assassino dela. — Deixo cair meus olhos para o meu colo. Kelly não está apenas morta; ela foi assassinada. Alguém a matou. Alguém tirou a vida dela. — Eu saberei quando vocês encontrarem a pessoa que fez isso? — Pergunto, levantando os olhos para olhar para os dois homens que agora se aproximaram de onde estou sentada. — Nós vamos ter certeza que você será informada assim que o prendermos. — Vocês já têm um suspeito? — Pergunto para confirmar, precisando das informações mais do que minha próxima respiração. — Sim, — Agente Torres afirma, e baixando meus olhos para meu colo, puxo algumas respirações profundas, tentando me controlar. Balançando a cabeça, eu levanto a cabeça, e a agito. — Será que... A mãe dela sabe? — Pergunto, e ambos olham para mim com expressões confusas. — Eu... Eu fui a-adotada quando nasci. Eu... Eu não conheço minha mãe de nascimento. — Não estávamos cientes disto, — Agente Kace diz, e pisco para ele em confusão. — Como? Como vocês me encontraram, então? — Não conheço minha mãe biológica, mas sei que ela tem o meu número, porque Kelly deu a ela junto com o meu endereço quando ela começou a vir. Ela pensou que a mãe dela – nossa mãe – gostaria de entrar em contato comigo, o que ela nunca fez. — Uma testemunha acreditava que ela fosse você, — Agente Torres explica, se agachando na minha frente. — Quando nós voltamos para examinar com quem o suspeito estivera em contato, descobrimos que era sua irmã, Kelly. Beliscando minha coxa, eu tento ver se isso vai me acordar, mas isso não acontece. Isto não é um sonho ruim, do qual eu vou acordar a qualquer segundo. — Por favor, ligue para alguém e os faça vir para cá. Você não deve ficar sozinha agora, Senhorita Cullen, e assim que formos capazes de lhe dar mais informações sobre o caso, marcaremos uma hora para nos encontrarmos com você.

~ 64 ~


Balançando a cabeça, porque não posso falar, eu pego o cartão que o Agente Kace me entrega. — Ligue para alguém, — ele ordena suavemente, e aceno novamente. — Nós vamos entrar em contato em breve. Vendo-os sair com despedidas silenciosas, eu permaneço aqui, ouvindo suas palavras continuando a tocar nos meus ouvidos. — Deus, — choramingo, arrastando as mãos pelo meu rosto e cobrindo minha boca com os dedos trêmulos. — Oh, Deus. — Olhando ao redor da sala, tudo borra enquanto lágrimas enchem meus olhos e bile constrói na parte de trás da minha garganta, tornando difícil respirar. Espremendo os olhos cheios de lágrimas fechados, umidade corre nas minhas bochechas e no meu peito. Levanto-me com as pernas trêmulas e vou para o quarto para pegar o telefone da minha bolsa onde o deixei na noite passada. Puxando-o, vejo que ele está sem bateria. Encontrando o cabo do carregador, eu me atrapalho com ele até que o ligo, em seguida, espero que ele ligue. Tenho algumas mensagens de voz e um monte de textos, mas os ignoro, puxando o número de telefone da minha mãe no registo de chamadas, pressiono ligar. — Querida, — ela atende ao segundo toque, soando como eu acabei de acordála. — Mãe, — sufoco através das minhas lágrimas. Eu gostaria que ela estivesse aqui. Gostaria que ela pudesse me abraçar e me dizer que tudo ficará bem, como ela tem feito desde que eu era pequena. — O que aconteceu? Você está bem? — Ela questiona, soando mais alerta do que momentos antes. — Não. — Eu caio na minha cama e aperto os olhos fechados. — Kelly. Kelly está morta, mãe, — eu falo, antes que um alto soluço doloroso se rompa. — O quê? — Ela foi assassinada. O FBI estava aqui. Kelly foi assassinada. — Oh, Deus, — mamãe suspira, em seguida, o telefone fica em silêncio antes de ouvi-la falando com meu pai, mas não posso entender o que qualquer um deles está dizendo sobre o som do meu sangue pulsando em minhas orelhas.

~ 65 ~


— Querida, — papai diz, e meus olhos apertam. — Sua mãe está reservando um voo para nós no momento. — Ok. — Seja forte, querida. — Ok, — concordo com um sussurro. — Estaremos aí em breve. Nós te amamos. — Também amo vocês, — eu digo bem antes de deixar o telefone cair da minha mão, e então eu rolo para o meu lado e me enrolo em uma bola. Sua irmã foi assassinada. Meus olhos queimam quando essas palavras se repetem de novo e de novo na minha cabeça enquanto assisto o ventilador de teto girar em círculos. Eu devo me levantar. Deveria ir tomar banho e ligar para meus pais para que eu possa dizer que eles não devem se preocupar comigo, mas não posso me forçar a me mover. Tudo o que posso fazer é pensar em Kelly, minha gêmea idêntica. Nós compartilhamos o mesmo cabelo, o mesmo rosto, o mesmo tudo, até as sardas na ponte dos nossos narizes, e ainda com tudo isso em comum, eu odiava a pessoa que ela era. Ouvindo batidas na porta, eu tento sentar, mas não posso. — Kim, abra a porta. Sage. Conheço a voz dele em qualquer lugar. — Abra a maldita porta. — Ele bate mais forte, e uma nova onda de lágrimas enche meus olhos. — Kimberly, se você não abrir a maldita porta, eu vou arrombar a filha da puta, — ele ruge, me fazendo pular. — Estou bem. Vá embora. — Tento gritar, mas as palavras saem em um sussurro através da minha garganta seca quando os meus olhos pesados deslizam fechados e finalmente cedo para a escuridão que me rodeia. — Jesus, baby? — Eu o ouço rosnando através do meu subconsciente quando dedos quentes descansam contra o meu pescoço, debaixo da minha orelha. Meus olhos abrem lentamente e eu pisco. — Baby, — Sage sussurra, sentando na cama ao lado do meu quadril, afastando suavemente o cabelo do meu rosto. — Kelly está morta, — suspiro, olhando em seus brilhantes olhos verdes claros descansando suavemente sobre os meus azuis.

~ 66 ~


— Eu sei. — Ele me puxa contra seu peito e eu choro, agarrada a ele. Subindo na cama comigo, seu grande corpo enrola ao redor dos meus. — Eu disse a ela que a odiava, — digo, pressionando meu rosto contra seu peito enquanto meus dedos embrulham em sua camisa. — A última vez que conversamos, eu disse que ela era uma covarde e que eu a odiava. — Ela sabe que você não a odiava. Ele está errado; ela não sabia. Ela não morreu sabendo que eu me importava. Não sabendo que só a queria na minha vida, que não queria usá-la, que não queria nada dela, exceto tê-la em minha vida. — Não pense nisso agora, — ele diz suavemente, passando a mão nas minhas costas. — Não pense nisso. Pense nos bons momentos que tiveram juntas. Bons momentos? Eu queria ter tido bons momentos com ela. Gostaria de ter um milhão de memórias felizes de nós juntas que eu conseguisse lembrar agora, mas não tenho nenhuma dessas. Kelly estava zangada com o mundo e chateada comigo. Ela pensou que fosse eu quem não queria nada com ela ou nossa mãe até que fui diagnosticada com estágio três de doença renal. Até que fiquei sem nenhuma escolha, a não ser entrar em contato com ela para obter ajuda. Mas isso não foi o caso. Quando descobri sobre Kelly após ser diagnosticada, eu fiquei tão chateada com os meus pais por esconder de mim a verdade sobre minha adoção, por nunca me dizer que eu tinha uma irmã. Eu sei que eles acreditavam que estavam me protegendo, mas passar toda a minha vida acreditando em uma coisa, apenas para descobrir que era tudo uma mentira, foi mais devastador do que descobrir que meus rins estavam falhando. Mesmo com o conhecimento de que a minha mãe era uma viciada em crack e foi presa várias vezes por prostituição, eu ainda sentia que deveria ter sido minha escolha quando fiz dezoito anos, se teria ou não qualquer tipo de relacionamento com a minha família de nascimento. Levou um longo tempo para eu entender por que eles não me disseram a verdade. Foi Kelly que me fez entender sem saber que meus pais tentavam me proteger. Eles não queriam que eu visse o lado feio da toxicodependência ou sentisse

~ 67 ~


como era a negligência em primeira mão. Eles não queriam que eu experimentasse a decepção que Kelly experimentara toda a sua vida crescendo com a nossa mãe. Onde eu cresci cercada de amor, Kelly cresceu lutando apenas para sobreviver. Nossa infância não poderia ter sido mais oposta, o que nos fez pessoas diferentes. Onde eu sempre olhei para o mundo com esperança, Kelly olhou para o mundo perguntando quando ele a derrubaria novamente. — Eu deveria ter tentado mais, — sussurro através da minha garganta seca enquanto mais lágrimas caem. — Pare. — Os lábios dele pressionam em minha testa e ele não os remove. Ele os mantém ali enquanto sussurra suavemente para mim, até que meus olhos ficam muito pesados para manter abertos por mais tempo e eu adormeço firmemente em seu aperto. Ouvindo a voz de Sage e outras duas que soam como os meus pais ao longe, conversando em voz baixa, eu acordo lentamente, piscando os olhos abertos. Encontrando o quarto escuro com a única luz vindo pela claraboia e a lua acima, eu rolo para o meu lado, afastando os cobertores que foram cuidadosamente colocados ao meu redor. — Deus. — Pressiono a mão na minha testa quando me sento. Não comi hoje, e depois de chorar por tanto tempo, minha cabeça está latejando, fazendo-me sentir náuseas e tonturas. Piscando quando a porta é aberta e a luz entra no quarto, eu observo a sombra de Sage entrar antes dele fechar a porta. — Pensei ter ouvido você se levantar, — ele diz silenciosamente, caminhando até a cama, sentando ao meu lado e acendendo a lâmpada sobre a mesa. Leva um segundo para os meus olhos se ajustarem a luz, e quando se ajustam, eu o vejo pegar a minha mão e colocar duas pílulas contra a palma da minha mão antes de pegar a garrafa de água sempre presente na mesa de cabeceira, entregando-a a mim. — Seus pais estão aqui. — Há quanto tempo eles estão aqui? — Pergunto, engolindo os comprimidos antes de descansar a minha, de repente pesada, cabeça no ombro dele e fechando os olhos para impedir a entrada da luz.

~ 68 ~


— Cerca de uma hora, — ele diz enquanto coloca os braços em volta de mim e enfia minha cabeça sob seu queixo. — Eles vieram para verificar você quando chegaram, mas queriam deixá-la dormir, — ele explica, e eu aceno. — Como você se sente? — Minha cabeça está latejando e estou com fome, — respondo a verdade, deixando de fora a parte sobre sentir como se uma parte de mim estivesse subitamente faltando. — O que você sente vontade de comer? — Ele pergunta, e sinto o seu queixo movimentar contra o topo da minha cabeça. — Sopa. — Você quer que eu traga aqui para você, ou você se sente bem para se levantar? — Eu vou me levantar. — Tudo bem. — Ele toca os lábios no meu cabelo exatamente antes de nos levantar. Movendo-nos para a porta, ele me interrompe com a mão, segurando a minha, e me viro para olhar para ele. — Você está bem? — Pergunto ao ver o olhar preocupado em seus olhos. — Quanto você sabe sobre o que aconteceu com Kelly? — Ele pergunta de repente, e faço carranca. — Dois agentes do FBI me disseram que ela foi assassinada, mas não poderiam me dizer muito mais do que isso. — Foi o que pensei. — Ele balança a cabeça, correndo sua mão por sua boca em agitação. E é quando percebo que não haveria como ele saber, a menos que algo mais tenha acontecido. Nem sequer pensei no fato de que ele apareceu aqui do nada, ameaçando quebrar a porta, até agora. — O que aconteceu? — Pergunto, sentindo meu coração começar a bater com força contra meu peito. — Ashlyn foi sequestrada no meio da noite. Ela e Dillon foram drogados. Dillon acordou quando Ashlyn era levada, mas não pode fazer nada para impedir que isso acontecesse, desde que ele tinha algum tipo de relaxante muscular no seu corpo, — ele explica, referindo-se a prima dele, que é minha amiga, e seu novo marido.

~ 69 ~


— O quê? — Aperto a mão contra a minha boca, e ele me puxa contra seu peito. — Por favor, me diga que ela está bem, — sussurro contra meus dedos enquanto meu estômago se revira, e uma nova onda de lágrimas começa a encher meus olhos. — Ela está bem. Está no hospital se recuperando. Ela fugiu, mas não antes que visse quem ela achava que fosse você, no momento, morta. É por isso que o FBI esteve aqui esta manhã, — ele disse bem entes de envolver a mão ao redor da minha mandíbula e me afastar para encontrar o meu rosto. Olhando em branco para ele, suas palavras se estabelecem em mim, e vejo seus olhos se fecharem quando ele balança a cabeça, murmurando um silencioso, — Porra. — Ela... — meus olhos se fecham, e então os abro devagar. — Ela falou com Kelly... Antes? — Não sei, baby. — Soltando sua mão ainda segurando meu queixo, eu descanso minha testa em seu peito. — Sinto muito, — ele sussurra, e faço a única coisa que posso fazer, que é assentir. — Querida, — minha mãe chama quando bate na minha porta um segundo depois. — Mãe, — eu choro, e Sage me libera. Correndo através do pequeno espaço para ela, eu a abraço e coloco meu rosto contra o peito dela, onde começo a chorar de novo. — Oh, querida, — ela sussurra, me segurando. Então me sinto sendo transferida e sinto o cheiro familiar da colônia do meu pai quando sou enfiada no peito dele. — Ficará tudo bem, — ele diz, balançando-me de lado-a-lado, e faço a única coisa que posso fazer. Eu me seguro neles.

Sage Tirando minha camisa e sapatos, eu largo minha calça no chão e agarro as calças de dormir, colocando-as antes de me sentar na borda do sofá. Esfregando as

~ 70 ~


mãos pelo meu rosto, eu bocejo. Foram longos dias, e tudo está começando a me alcançar. Descanso meus cotovelos sobre os joelhos e olho para o chão. Seis dias atrás, eu convenci Kim a vir ficar comigo. Desde que seus pais estão na cidade e ela não tem o espaço extra, ela concordou, e desde então, eu estive dormindo no sofá, após desistir do meu quarto para ela, e o único outro quarto mobiliado para os pais dela. Sentindo um movimento atrás de mim, eu olho por cima do ombro e assisto Kim vir em minha direção. Eu amo tudo sobre tê-la aqui, mas gostaria que as circunstâncias fossem diferentes. — Você está bem? — Pergunto quando ela finalmente atravessa a sala e se arrasta para o meu colo. Seus pais foram para a cama cerca de uma hora atrás, e ela havia dito que faria o mesmo. — Não consigo dormir, — ela sussurra, encostando-se mais perto do meu peito, e eu me inclino contra o sofá, passando os braços ao redor dela. — Você está preocupada com amanhã? — Questiono, e ela endurece um pouco antes de relaxar novamente. — Estou aliviada por Kelly ser colocada para descansar, — ela responde em voz baixa, e meus olhos se fecham quando a dor em sua voz arranha contra a minha pele. Seis dias atrás, o FBI e a polícia ainda procuravam o corpo de Kelly. Três dias atrás, eles encontraram seus restos após apreenderem o homem responsável pelo assassinato de Kelly e sequestro da minha prima. Dois dias atrás, a mãe de Kelly ligou para Kim, pela primeira vez, pedindo para Kim ajudar com as despesas de cremação – ou seja, ela pediu a Kim para pagar a coisa toda. Descobri depois dessa ligação que era a primeira vez que Kim sequer teve uma conversa com sua mãe biológica. Ela não retornou nenhuma das ligações de Kim desde a morte de Kelly, e não foi até que ela precisasse de dinheiro que ela estendeu a mão. Durante essa ligação, eu podia ver a dor e decepção no rosto dela, mas também podia ver a sua força e resistência. — Nem sei o que vou dizer a ela quando a conhecer. Como foi quando você conheceu a sua mãe biológica? — Ela pergunta, e minha mandíbula se aperta. Eu contei a ela e seus pais numa noite durante o jantar sobre minha irmã e eu sermos

~ 71 ~


adotado. Kim já conhecia a minha história a partir de nossos amigos em comum, mas nunca me ouviu falando sobre isso, e eu sabia que era importante dizer a ela, porque era mais uma coisa que nos unia. — Eu nunca a conheci. Nunca quis conhecê-la, — eu confesso, e ela se afasta para olhar para mim. — Mas Nalia? — Ela voou sozinha para conhecê-la. Nunca tive o desejo de me conectar com Sharon. — Você não estava sequer curioso sobre ela? — Vi fotos, li sobre o passado dela. Não há mais nada que eu queira saber. — Oh. — Ela fica em silêncio por um momento, em seguida, baixa os olhos para os dedos que estão girando com a cruz entre meus peitorais. — Pensei que quando eu descobrisse sobre a minha adoção eu estaria perdendo minha família. — Você tem uma família. — Sei que tenho os meus pais, mas pensei que estava perdendo por ter minha família de sangue. Quando eu conheci Kelly, descobri rapidamente que não havia perdido nada, — ela sussurra, e sei que isso é algo contra o qual ela está lutando nos últimos dias. Ela e a irmã não tinham um bom relacionamento, e agora que Kelly se foi, ela nunca terá a chance de construir um com ela. — Sei que não devo pensar isso, mas sou grata que minha mãe escolheu desistir de mim. Não sei como ela escolheu qual de nós colocaria para adoção, mas estou contente que foi eu, — ela diz enquanto as lágrimas começam a cair lentamente por suas bochechas e no meu abdômen. — Tive sorte. Eu queria apenas ter mostrado a Kelly o que é o amor. Gostaria de poder tê-la convencido que eu me preocupava com ela, que não queria usá-la, que não queria machucá-la, e que eu queria somente que ela estivesse na minha vida. Odeio saber que nunca vou conseguir fazer isso. — Shhhh, — Eu a calo, enfiando seu rosto contra o meu peito. — Como posso encarar a mulher que fez Kelly a pessoa que ela era, uma pessoa que não achava que merecia uma boa vida e amor? — Ela implora. Cristo, minha garganta fica apertada, e embrulho minha mão em torno de sua cabeça quando ela

~ 72 ~


soluça, desejando poder mudar isso para ela e para Kelly, desejando que houvesse algo que eu pudesse fazer para tornar isso melhor ou mais fácil para ela. — Eu a odeio. Sei que é errado, mas ainda odeio. — Você tem o direito de se sentir da maneira como você se sente sobre sua mãe biológica. Ninguém entende mais do que você o que Kelly perdeu em crescer do jeito que ela cresceu, — eu garanto, e ela concorda, então envolve seus braços em volta de mim. — Obrigada. Beijando o topo de seu cabelo, eu corro minhas mãos suavemente pelas suas costas e sob a marca que ela tem, em seguida, sinto seu corpo relaxar completamente contra mim. Sabendo que ela está dormindo e não há espaço no sofá para nós dois, eu levanto com ela dobrada contra mim. Vejo o pai dela olhando através de uma abertura da porta do meu quarto de hóspedes quando passo pelo corredor com ela dormindo em meus braços, eu levanto meu queixo e ele faz o mesmo em troca quando passo por ele. Ambos os pais de Kim tinham dúvidas sobre o nosso relacionamento quando eles apareceram na casa dela e me encontraram lá, então expliquei para eles que Kim e eu estávamos vendo um ao outro, mas indo devagar, deixando de fora a parte por agora dessa afirmação. Eles não precisam saber a profundidade dos meus sentimentos para com a filha deles até que ela mesma saiba como me sinto. Eu já sabia que eu me importava com ela antes, mas quando ouvi que ela estava morta, meu coração parou de bater, me fazendo perceber que mesmo que nós mal nos conhecêssemos, meu coração em algum momento a reivindicou como dele. Rangendo os dentes, eu olho para a mulher em meus braços. É muito cedo para tornar minhas intenções claras, especialmente com tudo o que aconteceu, mas ela é minha, e será até o dia que eu morrer, se eu conseguir as coisas da minha maneira. Alcançando o meu quarto, coloco meu ombro contra a porta e a abro antes de virar um pouco para quase fechá-la, de modo que a luz não a acorde. Atravessando o quarto para a cama, eu começo a deitá-la, só para ter seus braços em volta do meu pescoço e apertarem.

~ 73 ~


— Por favor, não vá. Por favor, fique, — ela sussurra, e nem sequer tenho que pensar sobre isso. Coloco um joelho na cama e depois o outro e a deito sobre o colchão, me estabelecendo atrás dela. Pegando minha mão na sua cintura, ela entrelaça nossos dedos juntos. — Obrigada, — ela murmura, trazendo nossas mãos entrelaçadas para descansar entre os seios dela. Beijando a parte de trás de sua cabeça, eu lanço minha perna sobre ela e a prendo na cama, onde espero ficar acordado. Mas deitado aqui, com a mulher que eu tenho certeza que foi feita para mim em meus braços, eu adormeço.

~ 74 ~


Capítulo 5 Kim Seguro a mão de Sage firmemente conforme andamos com os meus pais e Chris se arrastando atrás de nós em direção à casa funerária. Quanto mais nos aproximamos das portas, mais meu aperto sobre a mão dele aumenta e meu estômago revira com ansiedade. — Você está bem? — Sage pergunta, e viro a cabeça para olhar para ele, notando a preocupação existente em seus olhos desde que acordamos em sua cama esta manhã. Não sei como responder a essa pergunta agora, dou de ombros e de repente ele me puxa para parar. Virando-me para encará-lo, suas mãos seguram meu rosto e

~ 75 ~


o seu mergulha para o meu. — Você não precisa fazer isso. Seus pais, Chris, e eu podemos entrar e resolver tudo. Deus, este é o cara que eu instintivamente sabia que poderia facilmente me apaixonar. Este é o Sage que eu senti falta. — Vou ficar bem, — respondo em voz baixa, e seus olhos buscam os meus por um longo tempo antes de abaixar a cabeça, escovar os lábios sobre os meus, e depois se inclinar para trás. — Tudo que você tem de fazer é dizer as palavras e eu te tirarei de lá. Sim, este é o homem por quem eu vou me apaixonar, e isso me assusta tremendamente. Eu aceno para ele, e quando ele pega minha mão, nós voltamos a caminhar em direção a um conjunto de portas duplas no final da calçada. Alcançando as portas, Sage me mantém com ele enquanto a mantém aberta para os meus pais e Chris entrarem antes de me levar para dentro. Leva um momento para os meus olhos se ajustarem à luz fraca, e quando o fazem, eu noto a mulher dentro da sala da frente. Estudando-a de onde estava, os meus pés de repente ficaram pesados demais para se moverem, e aperto a mão de Sage. Vi uma foto de Ginny Mavis uma vez, quando Kelly mostrou para mim em seu telefone celular, se aquela foto era ruim, mostrando uma mulher frágil que fumava muito, bebia muito, e usava muita pouca roupa, a mulher de pé diante de mim está em situação ainda pior. Desde que a imagem foi tirada, ela perdeu nove quilos que ela não podia se dar ao luxo de perder. Seus cabelos tingidos de preto cresceram sete centímetros, deixando uma faixa quase branca no centro de seu couro cabeludo. Sua pele está enrugada e pálida, quase amarela por falta de nutrição, e obviamente o fumar e beber ficaram ainda pior. — Kimberly? — Ela pergunta como se não tivesse ideia de quem eu sou, e a torção no meu estômago se move para o meu coração. — Ginny. Ela levanta o queixo um centímetro, em seguida, move os olhos em cima de mim antes de pousar em minha família que está reunida perto. — Não sabia que você traria pessoas com você.

~ 76 ~


— Desculpe, — digo; não muito triste, absolutamente. Eu não teria sido capaz de passar através destes últimos dias sem essas pessoas, e não sei se eu teria encontrado a coragem de vir sem o apoio deles. — Acho que não importa agora, — ela murmura, e luto contra o impulso de gritar com ela, gritar e perguntar: Como? Como ela pode estar a poucos passos de distância da filha que ela deu, depois de perder a filha que ela criou? Como ela pode ficar lá e agir como se este momento não fosse importante? — Devemos terminar com isso. Eu preciso ir. Tenho coisas para fazer. — Terminar com isso? — Respiro quando minha garganta começa a apertar em torno de um caroço se formando lá. — Sim, eu não tenho o dia todo, — ela esclarece antes de mover os olhos para os meus pais, que eu posso sentir estarem eriçados ao meu lado. — Tenho trabalho. Não há ninguém me dando quaisquer doações. — Jesus, porra, — Sage rosna, e ela olha para ele. — Você está certa. Precisamos terminar com isso, — Chris diz, dando um passo na nossa frente e bloqueando-a de vista. — Você falou com alguém desde que chegou? — Não, não há ninguém aqui fora desde que cheguei aqui. — Tudo bem, por que não vem comigo e vamos encontrar alguém para nos ajudar? — Ele oferece, tomando-lhe o braço como um cavalheiro e levando-a para longe. — Is... Isso aconteceu? — Pergunto, e Sage dá um aperto na minha mão enquanto minha mãe pega minha outra mão, segurando-a com firmeza. — Isso tudo terminará logo, — murmura papai, e puxo uma respiração muito necessária, em seguida, solto-a lentamente. — O que você quer dizer com ter dividido as cinzas? — Ouço ser gritado, e forço minha mãe e Sage a me liberar para que eu possa decolar em direção ao som de Ginny gritando. Andando rapidamente após uma fileira de caixões, eu chego para uma porta aberta no final de um longo corredor, onde encontro Ginny, Chris, e um senhor mais velho, que deve ser o agente funerário, discutindo. — Você disse a ele para dividir as cinzas dela? — Ginny grita, olhando para mim quando eu entro na sala, e aceno.

~ 77 ~


— Senhora, por favor, mantenha a voz baixa, — o agente insiste silenciosamente, enquanto Chris dá um passo longe de Ginny quando ela tenta tomar dele uma segunda caixa muito menor. — Quem lhe deu o direito de fazer isso? Quem você pensa que é? — Eu... — minhas mãos enrolam em punhos, e meu queixo aperta tão forte que estou surpresa que não quebrei todos os dentes. — Eu não sou ninguém, e ninguém me deu o direito de fazer, mas mesmo assim eu fiz. — Você não tem a porra de direito de qualquer parte dela, — ela ferve, e minha garganta queima quando tento engolir as lágrimas subindo. — Pedi para eles colocarem um pouco das cinzas da minha irmã em uma caixa separada para mim para que eu pudesse tê-las sopradas em duas urnas de vidro. Uma que eu mantinha para mim e uma que eu planejava dar a você. — Não quero nada de você, — ela sussurra, e meus olhos deslizam fechados quando sinto Sage chegar perto das minhas costas – me oferecendo apoio, dando-me o que eu preciso, ele não tem qualquer ideia de que ele está sequer fazendo isso ou quanto eu preciso disso. — Por favor, dê ambas as caixas. — Abro meus olhos, e Chris, que está segurando a caixa menor em sua mão, balança a cabeça. — Por favor, — eu argumento, e ele relutantemente entrega a ela, enquanto o senhor mais velho dá-lhe a caixa maior. — Obrigada, — digo em voz baixa, e depois me viro, não dando a Ginny outro olhar. Deixo Sage me levar para fora da sala e no corredor. Parando antes de alcançar a porta, eu viro ao redor, percebendo que isso ainda não acabou. — Eu ainda preciso pagar a cremação. Eu... — Nós cuidamos disso, querida, — mamãe murmura, estendendo a mão para dar um aperto em meu braço. — Por que você não deixa Sage levá-la até seu carro, nós sairemos em poucos minutos. — Obrigada, — sussurro, lutando contra as lágrimas que me recuso a deixar cair. Não vou chorar aqui. Não o farei onde há uma chance de Ginny me ver quebrar. Ela não saberá que me machucou. — Vamos, — Sage pede gentilmente, reunindo-me contra ele. Quando estou dobrada sob a força protetora de seu braço, ele me leva para fora do edifício e de volta

~ 78 ~


pela calçada em direção onde estacionamos quando chegamos. Assim que chegamos ao carro, ele abre a porta do lado do passageiro, nos move em torno de modo que, mesmo que ainda esteja aberta, estamos bloqueados pela porta e janela fumê. Envolvendo um braço em minhas costas e a outra mão ao redor da minha cabeça, ele enfia o meu rosto contra o peito dele, e deixa cair sua cabeça até que sua boca está perto da minha orelha. — Você pode chorar agora. Agarrada a ele, as lágrimas que tenho segurado, começam a cair. Gostaria de poder dizer que eu só chorava por minha irmã, mas na verdade, estou chorando pela mulher que me deu à luz. Mas prometo a mim mesma que estas serão as únicas lágrimas que derramarei por Ginny Mavis. — Você está bem, querida? — Minha mãe pergunta, e viro para olhar para ela por cima do meu ombro de onde estou sentada no banco da frente. Assim que meus pais e Chris saíram da casa funerária, Sage me disse que eles estavam se aproximando, então eu rapidamente limpei as lágrimas do meu rosto e entrei no carro. Uma vez que ele fechou a minha porta, eu esperava que ele caminhasse para o lado do motorista, mas ele me surpreendeu parando meus pais e Chris e falando com eles. Deu-me algum tempo muito necessário para que eu pudesse me controlar antes de todos entrarem no carro. Sei que meus pais entendem que estou chateada, mas não quero que eles se preocupem mais do que eles têm. Eles já se sentem culpados por precisarem voltar amanhã para o trabalho, e não quero acrescentar esse remorso. — Querida? — Mamãe pergunta, e saindo do meu torpor, eu aceno. — Estou bem, — a asseguro, vendo a preocupação e raiva em seus olhos. — Juro. — Sage estica para pegar minha mão e a puxa para seu colo. — Essa mulher não é digna do ar que ela está tomando por estar viva, — papai resmunga, e me viro para olhar para ele. Essas palavras não foram apenas duras, mas também cheias de dor, e essa afirmação vinda de meu pai, significa que ele está chateado. — Papai... — Não, não tente me fazer sentir mal por me sentir assim. Ela era uma mulher horrível quando nós a conhecemos no hospital quando adotamos você, e ela não

~ 79 ~


mudou. A única coisa que eu desejo que fosse diferente é que ela tivesse nos dado Kelly, também. — Eu também. — Mordo o interior da minha bochecha para não chorar, e a mão de Sage aperta a minha. — Sage, — Chris interrompe um minuto depois, e olho para ele para encontrar seus olhos sobre Sage no espelho retrovisor. — Sim? — Sage responde. — Você sabe como entrar na casa de alguém sem ser notado, não é? — Ele pergunta, e gostaria de saber aonde diabos ele vai com isso. — Por quê? — Sage pergunta, em vez de dizer que ele não tem ideia de como entrar na casa de alguém despercebido, fazendo-me levantar uma sobrancelha. — Eu quero entrar na casa de Ginny e pegar aquela caixa, — Chris explica casualmente, como se falasse sobre qual é a cor do céu e não sobre arrombar, entrar, e então roubar alguém. — Chris, isso não acontecerá. — Balanço a cabeça para ele. — Por que não? Ela provavelmente não nem perceberia que está faltando. Inferno, eu posso apenas pegar algumas das cinzas da caixa maior e deixar a menor, e então ela nunca saberá. — Isso não acontecerá, — repito firmemente, notando que Sage não disse a Chris que a ideia dele é absolutamente ridícula e que ele não será uma parte dela. — Você não fará isso, certo? — Pergunto a Sage só para confirmar, mas ele não me responde. Ele apenas dá um aperto na minha mão, o que faz um coro de suaves risos começarem na parte de trás do carro. Ótimo. *** Ouvindo o som estranho de um toque de telefone da casa, eu desvio meus olhos do livro que estou lendo. Olho para a casa através das portas de vidro que levam para dentro da varanda, onde estive sentada com minha mãe desde que voltamos para a

~ 80 ~


casa de Sage. Vejo Sage se mover através da sala de estar e para a cozinha, e o vejo pegar um telefone preto fino da parede e colocá-lo ao ouvido. — Eu realmente gostaria de não ter que ir embora amanhã, — mamãe diz, e afasto minha atenção de Sage para olhar para ela. Quando chegamos aqui, eu peguei um dos longos bancos acolchoados que revestem a parede e ela se fez em casa em uma das três redes de corda penduradas no teto. — Talvez eu devesse ficar. Tenho certeza que seu pai poderia lidar sozinho com as coisas por alguns dias. — Preciso voltar ao trabalho, também, — eu a lembro. Embora Frankie tenha me dito para tomar tanto tempo quanto eu precisasse, não posso mais perder dinheiro. Depois de forçar os meus pais a pegarem o dinheiro de volta pela cremação de Kelly, eu não tenho muita economia sobrando, o que significa que preciso voltar ao trabalho. — E preciso sair da casa de Sage. Ele foi muito bom nos deixando ficar aqui, mas não quero tirar proveito dele e abusar da sua hospitalidade. — Você acha que poderia abusar da hospitalidade dele? — Sim. — Dou de ombros, e ela me estuda por um longo momento antes de cair em um ataque de riso. — O que é tão engraçado? — Franzo a testa para ela, e é preciso um segundo, mas ela se controla. — Esse homem não se importaria se você se mudasse e redecorasse tudo em rosa. Mas ele se importará se você disser que sente como se estivesse tirando proveito dele e abusando de sua hospitalidade. — Mamãe... — Chris me disse. — Ela me corta, e meus olhos se arregalam. — O quê? — Eu respiro quando ela estica as pernas e levanta, colocando os pés no chão. — Ele me contou o que aconteceu. Ele me contou sobre o que Kelly fez com Sage e o que aconteceu entre vocês dois. Entendo por que você criou a mentira sobre você e Chris serem um casal, e até entendo por que você estava tão cautelosa sobre deixar algo acontecer entre vocês dois novamente, mas não entendo por que não pode ver que ele sente o que você sente.

~ 81 ~


— Deus. — Atiro a cabeça para trás. — Chris totalmente colocou você no time Sage, não foi? — Não. — Ela balança a cabeça. — Sage me colocou no time dele por ser doce para a minha menina, segurando-a quando ela precisava ser segurada, por ficar com ela enquanto não poderíamos estar com ela. Ele me conquistou quando te parou do lado de fora da casa funerária e disse para você que cuidaria de tudo, se fosse isso que você queria. Ele me conquistou quando ofereceu a seu pai e eu um lugar para ficar, não nos conhecendo. É assim que ele me conquistou. Que tipo de mãe eu seria se não quisesse o melhor para o meu bebê? Você merece um homem como ele em sua vida. Você merece um homem que enfrentaria o mundo se for para protegê-la. — Ele não sabe sobre a minha doença, — confesso, e ela se inclina para perto de mim, descansando a mão no meu joelho. — Eu sei que ele não sabe. Você nos disse para não comentar perto dele, o que não fizemos porque você é uma mulher – uma mulher adulta que precisa tomar suas próprias decisões sobre esses tipos de coisas, — ela diz calmamente antes de se inclinar e mover a mão para cima para descansar contra a minha bochecha. — Mas, com tudo isso, querida, você precisa dizer a ele para que ele possa te mostrar que ele é exatamente o homem que tem mostrado a você que ele é, o tipo que ficará por você quando você precisar dele. — Mas e se ele não for esse cara? E se ele descobrir e decidir que não pode lidar com isso? O que, então? — Pergunto, expressando o meu maior medo. — Acho que você precisa se perguntar o que você perderá se não der a ele a chance de provar que está errada. — Ela se inclina para trás, e afasto meus olhos dela, olhando através do vidro das janelas atrás de mim para o lago. Mesmo sabendo que ela está certa, o medo faz minhas mãos se fecharem em punhos. Quero me agarrar a ele; quando ele está perto, encontro-me indo para ele sem pensar, mas não sei se posso confiar nele. Não sei se eu confio em mim agora. — Desculpe, senhoras, — Sage diz, e giro minha cabeça para encontrá-lo parado na porta aberta, com os olhos em mim. — Você pode entrar um segundo? Eu preciso falar com você.

~ 82 ~


— Um... Certo. — Começo a levantar, mas minha mãe se levanta, colocando a mão no meu ombro para manter-me sentada. — Vou verificar o progresso dos meninos. — Ela dá ao meu ombro um apertão antes de passar por Sage, que lhe dá um pequeno sorriso enquanto ela lhe dá um tapinha no abdômen e passa por ele, entrando na casa. Uma vez que ela está dentro, ele fecha a porta e caminha para onde eu estou, se sentando. Abaixando os olhos para o chão, ele passa as mãos sobre a cabeça em um movimento que grita que ele está frustrado com alguma coisa, e isso me coloca imediatamente em guarda. — Está tudo bem? — Preciso sair da cidade por alguns dias, — ele diz, se virando para olhar para mim. — Jax acabou de ligar. Ele recebeu uma oferta de trabalho, e não posso me dar ao luxo de deixar isso passar. Se pudesse, eu não aceitaria o trabalho. Meus músculos relaxam, e solto um suspiro silencioso, aliviada. — Por favor, não se preocupe comigo, — imploro, esticando e pegando a mão dele. — Eu sei que você tem que trabalhar. Eu ficarei bem. — Seus pais vão embora amanhã, — ele lembra em silêncio, e aceno. — Eu sei, e preciso voltar ao trabalho, também. Isto... — balanço a cabeça, tentando encontrar as palavras para expressar o quanto tudo o que ele fez significou para mim. — Eu realmente agradeço tudo que você fez, por me deixar chorar em seu ombro e dar aos meus pais um lugar para ficar. Por ser tão legal em torno de Chris... Quando ele é Chris e pode irritar o Papa. Eu aprecio tudo, mais do que você imagina. Você foi realmente um grande amigo, — eu termino, e ele me estuda por um segundo antes de balançar a cabeça, se inclinar, e colocar sua boca sobre a minha. O beijo é profundo, intenso, molhado, e mais curto, então quando ele afasta a boca para longe, meus olhos ainda estão fechados e minhas mãos estão enroladas em sua camisa para puxá-lo para mais. — Não há nada amigável nas coisas que eu quero fazer com você Kimberly, — ele rosna. Meus olhos se abrem e encontro o rosto dele a um centímetro do meu. — Nós não somos amigos, se você ainda não percebeu isso até agora, eu ainda tenho trabalho a fazer. É o meu trabalho cuidar de você. Não fiz nada disso por bondade. Eu fiz isso porque cuido do que é meu. E não se engane sobre isso: baby, você é minha.

~ 83 ~


E com isso, ele se inclina, pressionando sua boca para a minha mais uma vez enquanto solta minhas mãos de sua camisa antes de se levantar. — Preciso arrumar a mala. Estarei aqui para dizer adeus a todos antes de ir. Você é bem-vinda para ficar aqui o tempo que quiser. Eu já coloquei uma chave em seu chaveiro. Sentada aqui piscando para suas costas indo embora, eu o vejo entrar na casa, me perguntando o que diabos aconteceu. Alguns minutos depois, eu ainda não tenho resposta para essa pergunta quando ele reaparece e dá um beijo de adeus.

~ 84 ~


Capítulo 6 Kim — Como você está? — Ellie pergunta quando começamos a limpar nossas estações no salão. Desde o momento em que abrimos as portas do salão nesta manhã, estávamos cheias com clientes e passantes, por isso, não tivemos a chance de realmente conversar. — Estou bem, — murmuro, vendo a preocupação nos olhos dela. — Ainda não parece real, sabe? — Pego a vassoura e começo a varrer os pequenos fios de cabelo que nos escapuliram durante todo o dia. — Sei o que você quer dizer. Quando meu irmão e Bonnie morreram, demorou um pouco para a realidade de que eles se foram se assentar, realmente afundar. Eu

~ 85 ~


acho que isso ainda meio que acontece até mesmo agora. Ainda há dias que eu espero que eles liguem ou atravessem a porta, — ela diz, e noto que seus olhos estão lacrimejando. — Fica mais fácil de lidar com a perda, mas nunca vai embora. — Sinto muito, Ellie. — Eu me inclino e lhe dou um abraço, odiando que falar sobre isso trouxe à tona as memórias de seu irmão e a namorada dele, que morreram em um acidente de carro. Quando ambos morreram de repente, os cuidados da filha deles, Hope, que tinha apenas alguns meses de idade na época, foi transferido para Ellie, e desde então, ela criou Hope como sua própria filha. Hope sabe sobre os pais, mas Ellie e Jax são os únicos verdadeiros pais que ela conhece. — Querida, você acabou de perder sua irmã. Devo ser aquela te consolando, e não o contrário. — Eu não era tão próxima de Kelly como você era com seu irmão e Bonnie, — eu a lembro silenciosamente, e ela aperta os lábios. Ellie não ligava muito para Kelly. Não que a conhecesse pessoalmente, mas ela sabia as coisas que Kelly havia feito comigo, e sendo o tipo de amiga que ela é, tem estado com raiva de Kelly em meu nome por um longo tempo. — Eu gostaria que as coisas tivessem sido diferentes entre nós, mas não eram, e agora elas nunca serão. — Eu sinto muito. — Eu também, — concordo. — Você sabe que estou aqui sempre que quiser falar sobre qualquer coisa, certo? — Ela pergunta, envolvendo os braços em volta da minha cintura para me dar um abraço apertado. — Eu sei. — Eu a abraço firmemente. — Eu te amo. Nós todos amamos você, — ela sussurra em meu ouvido, e puxo uma respiração. — Eu também te amo, — sussurro, prometendo naquele momento ser uma melhor amiga para ela e os amigos que fiz desde que me mudei para cá. Ao longo dos últimos meses, fiquei tão presa em meu próprio drama pessoal que tenho negligenciado meus amigos e família, mas isso vai mudar. A vida é muito curta para viver do jeito que tenho vivido, e perder Kelly me lembrou disso. Dando-me um último

~ 86 ~


aperto, ela se afasta e enxugo minhas bochechas molhadas, orando para que eu logo pare de chorar todo o maldito tempo. — Como estão as coisas entre você e Sage? Este é um assunto que eu realmente não sei como discutir. Todo mundo que nos conhece, viu Sage se aproximar, tentando me fazer falar com ele antes de Kelly ser assassinada. Agora, todos sabem que eu fiquei com ele enquanto meus pais estavam na cidade, já que ele está relacionado com a maioria das pessoas que eu considero amigos. — Nós... Eu... Nós somos... — suspiro, e em seguida, reviro os olhos quando ela começa a sorrir. — Honestamente não tenho ideia, mas sei que não somos amigos. — Vocês não são amigos? — Ela repete, e as sobrancelhas se juntam fortemente. — Ele me disse antes de sair que nós não somos amigos, e que ele fez tudo o que fez por mim porque aparentemente eu sou dele. — Ahh, — ela respira, e depois murmura, — Entendo. — Você entende? Porque eu não entendo, e estive forçando meu cérebro desde que ele saiu ontem, tentando descobrir isso. —

É

realmente

simples,

querida. Você

é

dele. Ele

está,

obviamente,

reivindicando você. — Me reivindicado? — Meu nariz enruga com isso, e ela ri. — Será que é realmente ruim, ser reivindicada por Sage Mayson? — Pensando assim, eu acho que a resposta é não, — eu respondo quando meus lábios se contorcem, e ela ri alto. — Acho que não, — ela diz exatamente quando o sino sobre a porta soa. Observando uma mulher caminhar até o balcão da frente carregando um enorme buquê de flores, eu sigo atrás de Ellie para frente do salão, onde Frankie repassava a agenda desde que o último cliente saiu. — Como posso ajudá-la? — Frankie pergunta quando a mulher abaixa o buquê e sai de trás dele, ficando à vista. — Estas são para Kimberly Cullen, — ela responde, e Frankie se vira para olhar para mim. — Você recebeu flores, menina.

~ 87 ~


— Estou vendo. — Sorrio para as flores, e viro o meu sorriso para a mulher de entrega. — Obrigada. — De nada. — Ela sorri antes de se virar e sair pela porta. — Será que Sage enviou flores para você? — Ellie pergunta assim que a porta se fecha, e dou de ombros enquanto procuro pelo cartão. Encontrando-o um segundo depois, o retiro e abro. Lendo-o, eu pisco, e em seguida, viro e o estendo para Ellie e Frankie. — Sra. Ethel? Nossa! Quem sabia que a velha pão dura e má tinha um ser doce dentro dela? — Ellie murmura, e eu rio. — Não posso acreditar que ela mandou flores para mim. — Sorrio, me inclinando para cheirar uma das enormes rosas cor de rosa, e Frankie balança a cabeça. — Essa mulher adora você. Você é a única pessoa que ela fala quando entra, e desde que você começou aqui, ela tem sido uma regular sua. Eu não estou surpreso que ela lhe enviou essas flores, — afirma com naturalidade, e pisco para ele, percebendo que ele não deve saber que ela, na verdade, não conversa comigo. Honestamente, eu acho que ela não disse mais que uma dúzia de palavras para mim desde que se tornou minha cliente. — Bem, elas são lindas. Eu deveria ligar e agradecer. — Eu decido, puxando a agenda para mim para pegar o número dela. Digitalizando através das páginas, eu finalmente me deparo com o dela e alcanço o telefone do salão para discar o número. Colocando o telefone no ouvido, eu ouço tocar três vezes antes de uma mulher responder. — Residência Duesaw. Como posso ajudar? — Sra. Ethel está disponível? — Sim? — Ela responde, e espero que diga mais, então percebo que se fizer isso, eu provavelmente vou esperar um ano. Sabendo que é a senhora Ethel, eu continuo, renunciando a etiqueta de um telefonema normal. — É Kim. Queria apenas ligar e dizer obrigada. Recebi as flores e elas são lindas. — É claro que são lindas. Elas me custaram cinquenta dólares, — ela murmura, bem antes de eu ouvir um clique alto.

~ 88 ~


Franzindo a testa, eu puxo o telefone da minha orelha, olho para ele, e, em seguida, coloco de volta ao meu ouvido. — Olá? — Eu digo, mas não recebo nada. Afastando o telefone do ouvido novamente, eu olho para ele, incrédula. — O que ela disse? — Frankie pergunta, e olho dele para Ellie e vice-versa. — Ela disse que é claro que eu gostei delas, porque lhe custaram cinquenta dólares, e então ela desligou na minha cara, — respondo, sentindo meus lábios levantarem quando Frankie e Ellie começam a rir. — Estou pensando que você pode estar errado sobre ela me adorar, — acrescento, e Frankie cacareja mais forte quando Ellie se dobra, bufando de diversão enquanto o faz. — Não sei sobre isso, — Ellie diz, enxugando as lágrimas em seus olhos. — A única vez que eu tive que fazer o cabelo dela quando você estava fora da cidade, ela me deu uma gorjeta de vinte e cinco centavos depois de reclamar que eu estava fazendo tudo errado, o que não fiz. Ela parecia exatamente da mesma maneira que você a faz ficar. — Ela tem seu próprio padrão estabelecido. — Sorrio e cheiro as flores de novo, não conseguindo evitar. — Você poderia dizer isso. — Frankie sorri para mim, em seguida, seus olhos ficam sérios. — Eu sei que isso não é exatamente o melhor momento para falar com vocês meninas sobre isso, mas estou adiando essa conversa por algumas semanas agora e Alex está começando a se preocupar. — O que há de errado? — Pergunto, observando-o ir virar o sinal de Aberto e trancar a porta. — Vamos no sentar. — Ele se senta no sofá roxo na frente da janela, e Ellie e eu olhamos uma para a outra antes de irmos nos sentar em frente a ele. Dobrando minhas mãos no meu colo, eu esperei pelo o que ele tinha a dizer enquanto meu estômago se enche de preocupação. Quando me mudei para a cidade, Frankie me deu uma chance e me deu um emprego. Eu não tinha muita experiência prática antes de começar, mas ele não se importou. Ele me contratou de qualquer maneira e, com sua ajuda e orientação, eu fiquei realmente boa no que faço. Não sei o que farei se ele me disser que está se livrando do salão de beleza, ou pior, se livrando de mim.

~ 89 ~


— Eu sei que ambas têm muita coisa acontecendo, — ele começa, olhando para Ellie e eu suavemente, fazendo-me preocupar ainda mais. — Alex e eu estamos nos mudando para a Flórida. — O quê? — Ellie e eu perguntamos ao mesmo tempo. — Esta não foi uma decisão fácil para nós, mas a mãe de Alex está ficando mais velha e precisa de nós mais perto, então decidimos colocar o salão a venda, — ele diz, e meu peito começa a ficar apertado com a ansiedade quando meus punhos fecham. — Antes de fazermos isso, nós queremos oferecer o salão a uma ou ambas, por um preço menor. Sei que isso é inesperado, então vocês podem tomar um pouco de tempo para pensar nisso antes de me darem uma resposta. Mas espero que ambas realmente pensem em dizer sim. — Ele sorri para nós, e seu rosto suaviza. — Você têm trabalhado suas bundas para este salão. Os clientes a amam, e sei que se vocês duas decidirem que querem comprá-lo, vocês podem fazer coisas incríveis com este lugar. — Você realmente o venderia para nós por menos? — Pergunto, perguntando exatamente quanto custa possuir um salão de beleza. Sempre tive isso no meu pensamento, que um dia eu abriria meu próprio salão, mas achei que aconteceria em alguns poucos anos, não agora. — Para vocês duas? — Ele olha entre nós duas. — Absolutamente. Vocês fizeram-me muito orgulhoso. Vocês são mulheres incríveis. Este lugar foi o meu bebê por dez anos, e não há ninguém que eu confie mais que vocês duas. — Isso seria... Deus, isso seria incrível, — sussurra Ellie, estendendo a mão para pegar a minha, e envolvo meus dedos ao redor dos dela. — Quero dizer, vamos ter que falar sobre isso, é claro, e ver o que você está pedindo. Mas seria incrível! — E você? — Frankie me pergunta suavemente, e os dedos de Ellie apertam os meus. — Como Ellie disse, precisamos falar sobre isso, mas se conseguirmos que as coisas aconteçam, acho que você sabe que ambas estaríamos honradas em ter este lugar. — Isso é o que eu esperava. — Ele sorri. — Vou pedir ao corretor de imóveis para vir e falar com vocês duas para que saibam exatamente quais os detalhes, antes de seguir em frente. Mas tudo pode ficar com um valor menor se não quiserem algum

~ 90 ~


do material aqui, e então eu removerei essas coisas, posso vendê-las e tirar isso do preço de venda. — Kimellie Salon, — Ellie diz, e giro para ela, levantando uma sobrancelha. — Apenas testando. — Ela sorri, e o devolvo, revirando os olhos para ela. — Tudo bem, Alex ficará feliz que eu finalmente falei com vocês. — Frankie sorri. — Agora, vamos limpar isso. Eu preciso de uma bebida. — Nisso. — Levanto com Ellie, e vamos para a parte de trás e terminamos de deixar as coisas limpas enquanto falamos calmamente sobre a perspectiva do salão ser nosso. Eu não posso deixar de estar um pouco mais do que animada com a ideia, e não posso esperar para contar a Sage sobre isso. Só espero que tudo dê certo. *** — O que você acha? — Pergunto a Sage quando o telefone na minha mão fica silencioso. Acabei de contar a ele sobre a oferta de Frankie para Ellie e eu, mas ele ficou quieto, e não o conheço bem o suficiente para entender o que isso significa. — Acho que você deve fazer. — Mesmo? — Sim, baby, — ele responde gentilmente, e meu estômago derrete no carinho. Ele não me chama de baby o tempo todo, mas quando chama, sempre tem um efeito sobre mim. — Você e Ellie sabem como comandar o salão. Já fizeram isso no passado, quando Frankie esteve fora da cidade. Tenho certeza de que haverá muito a aprender, mas com vocês duas juntas, eu não tenho nenhuma dúvida que vocês descobrirão como fazer isso e torná-lo um sucesso. — Espero que sim. A ideia de possuir um negócio me assusta um pouco, mas também estou muito animada para ver o que vai acontecer. — Não se concentre na parte assustadora, — ele diz, e ouço o sorriso em sua voz. — Vou tentar. — Sorrio, observando o céu noturno brilhar em cima de mim. — O que você fará amanhã? — Ele pergunta, e seguro o telefone um pouco mais apertado na minha mão, desejando que ele estivesse perto, em vez de todo o caminho

~ 91 ~


até Kentucky. Não pensei que sentiria tanto a falta dele quanto eu sinto, mas após passar tantos dias com ele, sinto muita falta dele – talvez até demais. A única coisa boa de estar tão longe é que começamos a conhecer um ao outro um pouco mais, já que todas as noites antes de cair no sono, eu ligo e nós conversamos. Ou eu falo, e ele interrompe de vez em quando para acrescentar algo sobre ele mesmo ou algo que ele fez quando era mais jovem que se encaixa com o que eu estou falando. — Kimberly? — Desculpa. — Tudo bem. Achei que você havia adormecido, — ele diz silenciosamente quando rolo para o meu lado e fico mais confortável na minha cama. — Não, só pensando, — murmuro. — Amanhã, tenho trabalho de manhã, então... — puxo uma respiração. — Ashlyn ligou novamente, então eu acho que vou visitá-la por algum tempo depois disso. — Você está pronta para isso? — Ele pergunta, soando preocupada, e meus olhos se fecham. Saber que o assassino de Kelly está atrás das grades me ajudou a sentir mais em paz, mas ainda preciso ouvir o que aconteceu em primeira mão de Ashlyn. Preciso saber o que aconteceu, então eu espero que possa deixar tudo ir. — Eu... — paro quando percebo que vou dizer que ficará tudo bem, em vez de ser honesta. — Não sei, mas quero saber o que aconteceu. — Eu entendo isso, — ele murmura, e ouço uma porta de carro bater em sua extremidade do telefone. — Você ainda está trabalhando? — Sim, tenho que passar no fiador antes de poder voltar ao hotel para dormir. — Suponho que ainda não encontrou o cara? — Eu pergunto ao cobrir minha boca para que ele não me ouça bocejando, desde a última vez que eu bocejei com ele ao telefone, ele terminou a nossa ligação, dizendo que eu precisava descansar um pouco. — Ainda não, mas estou perto. O pessoal dele está na borda e cansados de eu batendo em suas portas à procura dele. Eventualmente, um deles vai desistir. Eu

~ 92 ~


estando perto tira dinheiro dos bolsos deles, uma vez que não podem continuar vendendo drogas ou putas enquanto estou vigiando-os. — Espero que você o pegue logo. Sinto sua falta, — confesso, ignorando a parte sobre as drogas e putas, uma vez que é susceptível de me assustar. O telefone fica em silêncio, exceto pelo som da respiração dele, e me pergunto por que eu simplesmente não mantive minha boca fechada. — Eu... — Não faça planos para amanhã à noite, — ele rosna, me cortando antes que eu possa terminar o que quer que fosse que eu ia dizer. — O que? — Você apenas me deu o incentivo para terminar isso. — Oh, — suspiro quando calor enche o meu corpo desde o topo da minha cabeça até as pontas dos meus dedos. — Durma um pouco. Vejo você amanhã. — Boa noite, Sage, — eu falo, logo antes do telefone ficar mudo. Colocando o celular na mesa de cabeceira, eu não adormeço imediatamente. Permaneço aqui por um longo tempo, olhando para o céu noturno e pensando em Sage Mayson. *** Entrando no salão na manhã seguinte com uma xícara de chá quente na mão, dou a Ellie e Jax um sorriso quando os vejo em pé na recepção. — Ei, pessoal, — digo, então sinto meus olhos se arregalarem quando Jax vem para frente, agarrando-me para um abraço que aperta o ar de dentro de mim. Ouvindo Ellie rir, eu o abraço sem jeito ao tentar manter o aperto em minha bolsa e chá sem danificar os dois. — Estive preocupado com você, — ele diz, soltando-me, e dou o que espero ser um sorriso tranquilizador. — Estou bem, ou chegando onde eu vou ficar bem, — afirmo, e ele acena para mim, então se afasta até ficar perto de Ellie, abraçando-a.

~ 93 ~


— Contei para Jax na noite passada sobre a oferta de Frankie. Ele acha que devemos aceitar. Bem... Isto é, se você quiser? — Ela insiste, de repente parecendo nervosa. — Eu quero, — respondo, colocando minha bolsa e chá no balcão. — Falei com Sage sobre isso um pouco, e ele concorda que devemos descobrir como seguir em frente. — Você falou com Sage? — Jax pergunta, parecendo surpreso, e olho para ele, encontrando seus olhos me estudando atentamente. — Sim. — Ele nunca liga para ninguém quando está trabalhando. — Oh, — murmuro, perguntando o que significa as ligações todas as noites desde que ele se foi, e ele também enviou mensagens me checando durante o dia. — Eu disse que ele a reivindicou, — Ellie diz secamente, e viro meus olhos para ela, estreitando-os. — O que? Ele reivindicou. — Ela encolhe os ombros, sorrindo. — De qualquer forma. — Reviro os olhos para ela, e seu sorriso se transforma em um sorriso maroto. — Acho que nós só precisamos esperar e falar com o corretor para ver exatamente o que Frankie está pedindo. Então precisamos descobrir como fazer isso, como obter financiamento e tudo isso. E sei que há algumas coisas que dissemos que iríamos mudar neste lugar se fosse dada a chance, então agora isso é uma possibilidade real, precisamos descobrir quais dessas coisas são uma prioridade e quanto tudo custará. — Estou muito animada, — sussurra Ellie, e vejo um sorriso largo no seu rosto que eu sei que espelha o meu. O sentimento de culpa instantaneamente desce sobre mim por estar tão feliz como estou, e afasto meus olhos dos dela enquanto meus músculos começam a ficar apertados. — Kim? — Sim? — Respondo, mantendo meus olhos abaixados, mas ainda não me impede de ouvir a preocupação em sua voz. — Você está bem? — Totalmente, — minto, tentando afastar a tristeza repentina que caiu sobre mim. Eu sei que estou viva e tenho uma vida para viver, mas não deveria sentir algo

~ 94 ~


mais do que estou sentindo? Eu não deveria estar na cama, chorando por causa da minha irmã? — Você já falou com alguém? — Jax pergunta, e pego a minha xícara de chá e a seguro entre as mãos de repente frias conforme olho para ele. — Sobre o quê? — Pergunto, e ele inclina a cabeça para o lado. — Sobre Kelly? — Falei com meus pais, Chris, e Sage, — Eu minto, e ele balança a cabeça como se a resposta o decepcionasse de alguma forma. — Você estaria disposta a conversar com outra pessoa? — Ele pergunta, e faço carranca. — Você quer dizer um psiquiatra? — Não necessariamente um psiquiatra, mas alguém que tem experiência em lidar com esse tipo de coisa. — Não preciso de ajuda. Estou bem. Juro. É apenas muita coisa, e realmente não sei como deveria me sentir, — confesso, abaixando a xícara com minhas mãos ainda entrelaçadas em torno dela. — Sinta o que você quer sentir. Quer se trate de felicidade ou tristeza, não há uma maneira certa de lidar com a dor, — Ellie acrescenta calmamente antes de vir e tirar minhas mãos de minha xícara de chá e mantê-las entre nós. — Eu sei que você pode se sentir culpada algumas vezes sobre o fato de que sua vida está caminhando para frente quando a da sua irmã chegou a um fim abrupto, e isso é bom. Mas você ainda está viva. — Ela aperta minhas mãos. — Você ainda está se movendo. Sua vida não termina quando a dela termina. — Obrigada. — Pisco as lágrimas que se reuniram nos meus olhos. Eu não sabia o quanto precisava ouvir essas palavras até este exato momento, mas preciso delas. — Ashlyn realmente gostaria de falar com você. Ela está preocupada e acha que você está a evitando, — Jax diz, e posso ver que quase perder Ashlyn, que não é apenas a irmã dele, mas também sua amiga, tem o afetado mais do que ele mesmo deixava transparecer.

~ 95 ~


— Eu sei, e não estou a evitando, — minto. Eu estive evitando-a. Quando descobri que Ashlyn fugiu do homem que matou Kelly, eu estava grata. Então, ao longo das próximas vinte e quatro horas, eu fui através de uma gama de emoções que me deixou fora de equilíbrio. Eu nunca iria querer minha amiga morta, mas sabendo que minha irmã morreu e Ashlyn sobreviveu tornou difícil de entender. E todas as emoções que eu estava sentindo me sobrecarregaram com culpa. Tanta culpa que eu não podia falar com Ashlyn, não até que eu tivesse a minha cabeça no lugar. — Irei vê-la depois do trabalho, — digo, e Jax relaxa enquanto Ellie deixa escapar um suspiro audível. — Bom, — Jax afirma, e pego minha bolsa. — Devemos nos arrumar. Precisamos abrir em apenas alguns minutos, — digo a Ellie, e ela se vira para olhar para o relógio atrás dela, em seguida, seus olhos se arregalam. — Merda, — ela murmura antes de se inclinar para beijar Jax nos lábios. — Você precisa ir. Preciso começar a trabalhar. — Você sabe como matar o ego de um homem. — Ele sorri para ela, e ela bate no ombro dele, em seguida, empurra-o para a porta e sai com mais um beijo. Rindo deles, eu vou para o fundo do salão, onde arrumo o material antes de me preocupar ao longo de todo o dia com o que acontecerá quando eu vir Ashlyn.

~ 96 ~


Capítulo 7 Kim Parando perto do grande chafariz na entrada na casa de Dillon e Ashlyn, eu desligo meu carro, solto o cinto de segurança, e abro a porta, pegando o buquê de flores que trouxe para ela do banco do passageiro. Saindo, eu fecho a porta com o quadril e contorno o capô do carro e até os grandes degraus da frente para as duplas portas dianteiras. Nunca vim para esta casa, mas antes de Ashlyn e Dillon serem algo, Ashlyn reclamava sobre quão detestável era a casa de Dillon. Por isso é muito engraçado ver que agora é o lugar que ela chama de casa. Pressionando a campainha, espero alguém atender, em seguida, eu coloco o rosto contra o vidro do lado da porta para ver se alguém está se movendo lá dentro. Ashlyn me disse que ela e Dillon ficariam em casa a maior parte do dia e

~ 97 ~


apenas aparecesse quando eu saísse do trabalho, então eu fiz. Agora, quero saber se eu deveria ter enviado uma mensagem ou ligado para me certificar de que eles estariam aqui. Ouvindo a porta sendo destrancada, eu me afasto do vidro, me perguntando como não detectei ninguém, e então sorrio para Dillon quando vejo que é ele. — Hey, — ele cumprimenta com um sorriso caloroso quando abre a porta. — Ash está esperando em alfinetes e agulhas7 para você chegar aqui. — Eu deveria ter ligado para dizer a ela que demoraria um pouco mais do que eu pensava. O salão ficou cheio durante todo o dia, — digo baixinho quando entro na casa. — Está tudo bem, — ele garante enquanto fecha a porta e me guia através de um grande foyer com dois conjuntos de escadas que levam para o segundo nível e por um corredor. — Ela voltará em um segundo. Ela correu para cima para ver se poderia encontrar o seu maldito gato. Ele tem estado escondido durante todo o dia. — Nós entramos em uma grande sala que têm estantes revestindo as paredes e uma lareira no meio dela, com um sofá parecendo confortável e duas cadeiras que o rodeia. — Quer alguma coisa para beber? — Água seria bom, — respondo quando detecto Ashlyn de pé na porta com seu gato feio e com aparência irritada sibilando em seus braços. Olhando para mim, seus olhos se enchem de lágrimas, e ouço Dillon amaldiçoar exatamente antes dela desaparecer

atrás

de

seu

grande

corpo

quando

ele

a

envolve

em

seus

braços. Observando o gato sem pelos cair no chão e sair correndo, eu fico ali sem saber o que fazer comigo mesma. Sou amiga de Ashlyn por um longo tempo agora, e nunca me senti estranha perto dela antes, mas, de repente, parece que ela é uma estranha. — Estou bem, — a ouço dizer, e é preciso um segundo, mas Dillon a libera, apenas para tomar posse do rosto dela entre suas mãos. — Tem certeza?

7 Preocupado ou entusiasmado com algo.

~ 98 ~


— Sim, — ela responde com um aceno de cabeça, e ele se inclina, pressionando um beijo na testa dela antes de soltá-la e virar para olhar para mim. — Vou pegar um pouco de água. — Obrigada, — eu digo quando ele se vira para sair. Olhando para Ashlyn, eu estendo as flores sem jeito para ela. — Estas... Não tenho a chance de terminar minha frase. Antes que eu possa fazer pouco mais do que abrir os braços para me preparar, ela corre pela sala, me engolindo em um abraço que me faz dar um passo para trás. — Sinto muito, Kim. Sinto muito, muito mesmo, — ela sussurra, e as lágrimas instantaneamente enchem meus olhos enquanto suas palavras me atravessam, me deixando fora de equilíbrio mais uma vez. — Você não tem nada que se desculpar, — murmuro, fechando meus olhos. — Nada disso foi culpa sua. — Eu só sei que você deve me odiar por não fazer mais, por não... — Você estava drogada e foi sequestrada de sua cama no meio da noite, — a cortei, lembrando a ambas o que aconteceu. Kelly foi até esse homem louco de bom grado. Ashlyn não. Ela foi uma vítima inocente. Ela não merecia tudo o que aconteceu. Não que Kelly merecesse ser assassinada por alguém, mas o estilo de vida da minha irmã estava cheio de atos descuidados que constantemente a colocava em apuros. — Eu só... Eu... Eu queria ter feito mais, — ela confidencia, me afastando, e balanço a cabeça enquanto ela aceita as minhas flores. Colocando o buquê na mesa do café, ela pega a minha mão e me puxa para o sofá, que é tão confortável quanto parece. Enxugando a umidade do meu rosto, eu levanto a cabeça quando Dillon volta para a sala nos oferecendo uma garrafa de água antes de pegar o buquê e sair sem uma palavra. Abrindo a garrafa, tomo um gole antes de abaixá-la e olhar para ela. — Por favor, não chore, — apelo calmamente quando vejo lágrimas caindo de seus olhos e por suas bochechas. — Estou feliz que você está aqui. — Ela segura minhas mãos e aperta-as firmemente. — Pensei que você estivesse morta. Você não sabe como fiquei aliviada

~ 99 ~


quando descobri que era... — ela faz uma pausa quando a mesma culpa que estou sentindo enche seus olhos. Puxando em uma respiração, seus olhos me analisam e se fecham. — Eu não a conhecia. Eu sabia que você tinha uma irmã gêmea, mas não sabia que era ela. Pensei... — Eu sei. — Aperto as mãos dela. — Será que... Que ela disse alguma coisa? Você falou com ela? — Pergunto, e seus olhos tristes voltam para mim. — Não, quando... — seus olhos se fecham novamente antes de abri-los novamente. — Quando acordei, eu a ouvi... Eu a ouvi... — ela corta suas próprias palavras e balança a cabeça como se quisesse se livrar de qualquer memória que está tendo. — Ele jogou-a comigo no quarto. Eu estava tão desorientada, — ela sussurra, e a seguro agora, apertando as mãos com mais força. — Eu estava dormindo na cama com Dillon, então eu estava lá. Não conseguia me lembrar de nada acontecendo antes desse momento. Pensei que estava bêbada. Parecia que eu estava bêbada. Minha cabeça latejava e tudo estava embaçado. Não sabia onde estava. Pensei que estava sonhando. — Ash, — sussurro. — Eu a vi. Ela estava quase morta. Pensei que ela fosse você, e sabia que precisava me libertar para nos tirar de lá, mas ele voltou, — ela explica, e minhas próprias mãos começam a tremer de medo do que eu ouço em sua voz. — Ele... — seus olhos se enchem de angústia, e ela visivelmente se arrepia. — Eu desmaiei e, quando acordei, eu estava livre. Eu... — ela me força a soltar suas mãos, então me puxa para um abraço. — Eu a verifiquei, mas ela já havia partido. Cheguei tarde demais. Ela já havia partido. Ela me soltou antes que ela... — sua voz falha enquanto soluça, e meu peito dói com as suas palavras não ditas. — Ela me salvou, — ela sussurra. — Por causa dela eu fui capaz de ficar longe dele. Abaixo meu rosto em seu ombro enquanto distraidamente ouço o som da campainha tocar pela casa. — Sinto muito, Kim, — ela diz, e aperto meus olhos fechados quando um soluço que não posso segurar por mais tempo rasga dolorosamente do meu peito. De repente, Ashlyn se foi e o cheiro familiar de Sage está me cercando. Enterrando meu rosto em sua camisa, eu o seguro e choro enquanto suas mãos

~ 100 ~


alisam meu cabelo e ele sussurra suavemente em meu ouvido. É preciso um longo tempo para eu parar de chorar, e quando sou finalmente capaz de me recompor, eu estou exausta e com dor de cabeça, a qual começou a latejar atrás de minhas pálpebras fechadas. — Eu não deveria ter dito a ela, — ouço Ashlyn dizer, e afasto o meu rosto da camisa agora encharcada de Sage, abrindo meus olhos para olhar para a minha amiga, que está em pé sob o braço de seu marido, nervosamente torcendo mãos. — Eu precisava... — coaxo, em seguida, descanso minha mão contra a minha garganta seca. — Eu... — Beba, — ordena Sage, me cortando, pegando minha mão livre e pressionando a minha garrafa de água nela. Seus olhos preocupados examinam o meu rosto enquanto minha mão segurando a garrafa treme. Envolvendo sua mão ao redor da minha, ele segura a garrafa parada, repetindo, — Beba, — quando ele aponta em direção a minha boca. Tomando um gole com a ajuda dele, eu me sento. Enxugando minhas bochechas, eu puxo uma muito necessária respiração profunda antes de olhar para Ashlyn novamente. — Eu precisava saber, — digo a ela, grata que a minha voz não se quebra mais, embora ainda pareça áspera das lágrimas que eu chorei. — Eu precisava saber, — repito, e ela balança a cabeça, mordendo o lábio quando lágrimas enchem seus olhos de novo. — Ela me salvou. Devo tudo a ela, — ela sussurra, e deixo essas palavras me lavarem e limpar a raiva que estive segurando. Ninguém sabe por que as coisas acontecem da maneira que acontecem. Eu só espero que minha irmã esteja descansando em paz. Esta vida nem sempre foi justa para Kelly. Sim, muito do que aconteceu com ela era sua própria culpa, mas tendo sido criada da maneira que foi, é, infelizmente, compreensível porque ela agiu do jeito que agiu. Por que não podia simplesmente aceitar as coisas boas quando elas entravam em sua vida, e por que estava sempre à espera que o chão desmoronasse debaixo de seus pés. Lutando contra a nova onda de lágrimas que eu sinto subindo em mim, aperto minhas unhas na palma da minha mão até que elas se foram, em seguida, levanto e

~ 101 ~


vou para a minha amiga com as pernas trêmulas. Odeio que ela teve que passar pelo que passou, mas estou feliz por Kelly ser capaz de salvá-la antes de morrer. — Eu te amo, — ela sussurra quando nos abraçamos no meio da sala. — Eu também te amo. Obrigada por me contar o que aconteceu, e obrigada por me dar um pouco de encerramento, — digo, e os braços dela me apertam antes dela liberar uma respiração instável e me soltar. Puxando uma respiração, eu limpo o meu rosto, mais uma vez, não tendo nenhuma dúvida que eu pareço uma bagunça. Tenho certeza que minha maquiagem está agora em todo o meu rosto e camisa de Sage. Sage. Eu me viro para olhar para ele e pisco. Eu sabia que ele estava aqui, uma vez que chorei em cima dele, mas realmente não me bateu até agora que ele está aqui. Ele voltou. Quero correr pela sala até ele e me jogar contra seu peito com felicidade e alívio, mas não faço isso. Encaro-o como uma idiota, e murmuro, — Você voltou. — Sim. — Eu… — Nós estaremos na cozinha, — Dillon murmura atrás de mim, e olho por cima do meu ombro, vendo-o levar Ashlyn para fora da sala. — Kim. — Minha cabeça balança em direção a Sage e lambo meus lábios em nervosismo repentino. — Venha aqui. — Ele dá um tapinha no assento ao lado dele, e olho para o sofá, então para ele. — Você pegou o cara? — Pergunto, e ele franze a testa. — Sim, por que você está me olhando assim? — Assim como? — Como se quisesse fugir. — Eu não estou fazendo isso, — minto, sabendo que pareço assim, porque há uma parte de mim que quer correr dele. A parte de mim que acabou de perceber que ele voltou e meus pais estão fora. Não tenho nenhuma desculpa para usar quando as coisas entre nós começarem a ficar muito intensas, e as coisas entre nós tendem a ficar intensas quando estamos na mesma sala, respirando o mesmo ar. Não é sobre as mãos ou a boca dele em mim. É a presença dele que me afeta. Ele tem a capacidade de se tornar o sol que eu preciso desesperadamente para sobreviver, e tenho medo

~ 102 ~


que se eu me permitir sentir todo esse calor, quando ele se for, não serei capaz de viver nas sombras. — Kimberly, — ele diz, tirando-me dos meus pensamentos, e percebo que ele não está sentado no sofá, mas de pé na minha frente, com uma expressão preocupada no rosto. — Desculpe, eu... — Está tudo bem, — garante suavemente, aproximando-se e descansando a mão no meu quadril. Então, seus lábios tocam minha testa antes dele se inclinar e agarrar meu queixo em sua mão livre. — Você ficará bem? — Estou chegando lá, — digo a ele, e seu rosto suaviza. Eu sei agora, assim como sabia no momento em que o conheci que vou me arrepender se não der uma chance e ver o que poderia acontecer entre nós. — Você está aqui comigo? — Ele questiona quando o polegar varre docemente em meu queixo. — Sim, eu estou aqui com você. — Bom. — Ele sorri; então se inclina para escovar seus lábios suavemente sobre os meus. — Vamos. — Pegando minha mão, ele me leva para fora da sala e pelo corredor em direção ao som de Dillon e Ashlyn conversando. Assim que entramos em uma enorme cozinha, Ashlyn se levanta e vem em torno da grande ilha no meio do cômodo. — Você vem amanhã, certo? — Ela pergunta logo que está de pé na minha frente, e balanço a cabeça em confusão. — Vou aonde? — Todos nós iremos jantar no Madison. Pensei que ele já havia te dito, — ela diz, apontando para Sage, que solta na minha mão e desliza o braço em volta da minha cintura, aconchegando-me perto dele. — Não sei nada sobre jantar, — afirmo, e ela franze a testa para mim, em seguida, olha para Sage. — Pensei que a tia Sophie disse que Kim ia. — Ela vai, — ele responde, e olho para ele, encontrando seus olhos já em mim. — Eu disse à minha mãe que você estaria lá.

~ 103 ~


— Você disso? — Pergunto, sentindo meus olhos se estreitarem com a suposição dele. Analisando o meu rosto, seus lábios se contraem antes de murmurar, — Você pode gritar comigo mais tarde, mas iremos. Minha família tem estado preocupada com você, e eles querem ver por si mesmos que você está bem. — Você poderia ter me perguntado se eu queria ir, — reclamo, e ele dá de ombros. — Sage está certo. Todo mundo tem se preocupado com você, — Ashlyn confirma calmamente, quebrando meu encarar com seu primo, e olho para ela. — Todo mundo sabia que seus pais estavam na cidade, de modo que não queríamos bombardeá-la, mas todos querem ver você. — Quem é todos que estarão lá? — Todos. Toda a família deve aparecer, — ela diz, e ansiedade enche a boca do meu estômago, porque sei que todo mundo também inclui os pais de Sage, Nico e Sophie. — Você não tem nada com o que se preocupar. Prometo que é apenas jantar. Ninguém se casará, — ela murmura, e sorrio para isso. Nós havíamos lhe dito apenas algumas semanas atrás que estávamos todos jantando, quando na verdade, Dillon havia planejado uma cerimônia de renovação de votos surpresa para ela, uma vez que se casaram em Las Vegas, sem ninguém por perto. — Por favor, diga que você irá. — Nós estaremos lá, — concordo, lembrando-me da minha promessa de ser uma melhor amiga. — Tem certeza que está tudo bem que eu vá? — Confirmo, e Dillon ri. — Acho que você não tem muita escolha nisso. Eu acho que estes dois comentando agora é apenas um aviso do que acontecerá amanhã, — ele diz com um sorriso, e sorrio, em seguida, olho para Ashlyn. — Obrigada por me receber. — Você é bem-vinda a qualquer hora, — ela insiste, dando-me um abraço antes de envolver seu braço ao redor do meu e me levar para frente da casa, com Sage e Dillon nos seguindo. Assim que chegamos à porta, ela abre, dando-me um último abraço com um adeus tranquilo antes de se mover para ficar debaixo do braço de Dillon.

~ 104 ~


Sage pega a minha mão e me leva para fora, e descemos as escadas para o meu carro. — Eu vou segui-la até a sua casa, — ele me diz, abrindo minha porta, e viro a cabeça para olhar para ele, em seguida, agito-a. — Tudo bem. Tenho certeza que você quer chegar em casa depois de estar fora. — Eu quero, mas vamos para a minha casa depois de passar na sua para buscar algumas roupas. Piscando para ele, eu abro e fecho a boca como um peixe fora d'água, tentando fazer com que meu cérebro e boca trabalhassem. — Eu não vou ficar na sua casa, — finalmente falo, sentando atrás do volante e apertando o botão para ligar o meu carro. Ele não responde ao meu comentário, e me pergunto se ele me ouviu, mas não tenho a chance de perguntar se ele ouviu antes dele fechar a porta. Observando-o pelo espelho retrovisor enquanto se dirige para o carro dele, o qual está estacionado atrás do meu, eu solto um suspiro, pensando que posso estar mais envolvida do que imaginava. E isso é provado verdadeiro uma hora mais tarde, quando estou entrando no carro e indo para a casa dele com uma mochila embalada. ***

Sage Olhando para Kim sentada no banco do passageiro, eu sorrio para o para-brisa quando noto a carranca que ela ainda apresenta. — Você ainda está chateada? — Pergunto, escondendo meu sorriso, e ela vira os olhos estreitados em mim. — Eu acho que você me enganou, — afirma, e começo a rir, mas o corto. — Não sei como você fez isso, mas tenho certeza que você trapaceou. — Você não pode trapacear em Pedra, Papel e Tesoura, baby. É um jogo de azar, — eu a corrijo, e ela solta um pequeno huff que é muito bonito pra caralho. Propositadamente ignorei a declaração dela sobre não ficar comigo quando estávamos na frente da casa de Ash e Dillon e a segui para casa, imaginando como eu poderia convencê-la a ficar comigo quando a tivesse sozinha. Não funcionou. Ela

~ 105 ~


plantou seus calcanhares e se recusou a vir comigo, então fiz a única coisa que podia: a desafiei. Chris e seus pais me disseram em mais de uma ocasião que Kim era teimosa e nunca recusaria um desafio. Sabendo disso, usei essa fraqueza contra ela. Disse que se ela ganhasse um jogo de Pedra, Papel, Tesoura contra mim, eu esqueceria a ideia dela ficar comigo e iria para casa, mas se eu ganhasse, ela precisava fazer a mala. Ela perdeu, mesmo depois de exigir uma revanche mais duas vezes. — Bem, de alguma forma você encontrou uma maneira de contornar essa regra, — ela resmunga conforme entramos em minha entrada, e sorrio para aquele comentário. Não é difícil saber o próximo passo de alguém em Pedra, Papel, Tesoura. As pessoas tendem a usar o movimento que você usou antes deles, e Kim fez exatamente isso o tempo todo, nem mesmo percebendo que ela se estava entregando. Chegando em minha casa, eu desligo o motor e me viro para olhar para ela. — Você é sempre uma má perdedora? — Sim, — ela admite, e me inclino, deslizando os dedos sobre sua bochecha, em seguida, pela sua garganta, e em torno da nuca para puxá-la para mim sobre o console central. — Vou te ensinar como eu fiz isso em algum momento, se isso te faz se sentir melhor. — Você trapaceou. — Seus olhos se arregalaram e sorrio bem antes de tocar meus lábios nos dela. No segundo que sinto a suavidade de sua boca sob a minha, eu mordisco seu lábio inferior e ela abre a boca em um suspiro, dando-me exatamente o que eu queria, o que eu estava sentindo falta. Deslizando minha mão em seu cabelo, uso o meu aperto para aprofundar o beijo, então gemo quando ela geme contra a minha língua. Sua mão se move para o meu peito, então até os meus ombros, onde as unhas afundam. Afastando-me, retardo o beijo e descanso minha testa contra a dela. — Eu não farei sexo com você, — ela diz de repente, e eu rio, inclinando a cabeça e pressionando um beijo no topo da cabeça dela.

~ 106 ~


— Eu não farei sexo com você, também, — confirmo, soltando-a. Não é que eu não queira. Não há nada que eu queira mais do que sentir o seu calor ao redor do meu pau, ouvir os pequenos gemidos e súplicas que ela faz quando está debaixo de mim ou sobre mim, mas precisamos levar as coisas mais lentas neste momento. A última vez que nós estivemos juntos foi algo súbito e no calor do momento, e não estou disposto a nos deixar queimar só para apagar. — Eu disse primeiro, — ela geme, e rio enquanto abro a porta e saio. Abrindo a porta traseira, me estico e pego a bolsa dela junto com a minha, e depois a encontro na calçada. Levando-a para dentro da casa, eu acendo a luz, e depois fecho a porta. Virando, eu paro no meio de um passo e faço uma varredura na sala. As vigas foram reformadas, e o plástico que cobria o piso está todo dobrado e empilhado no canto junto com a escada e latas de tinta. — Que porra é essa? — Meu pai e Chris fizeram tudo, exceto duas das vigas, antes que meus pais voltassem para a Flórida, então decidi terminá-las enquanto você estava fora, — ela diz, parecendo nervosa, e desvio meus olhos da sala para olhar para ela enquanto remove sua jaqueta. — Eu sinto muito. Deveria ter perguntado se estava tudo ok eu continuar. — Seus olhos deixam os meus. Balançando a cabeça, eu largo as duas bolsas no chão, pego a jaqueta dela, e lanço-a na direção do cabide perto da porta da frente. Então eu viro e pego-a, ouvindoa ranger enquanto seus braços voam ao redor do meu pescoço. — O que você está fazendo? — Ela pergunta ofegante conforme eu vou em direção à sala de estar, passando pela cozinha. — Te agradecendo, — respondo. Assim que chego ao sofá, eu a deito, cobrindo seu corpo com o meu. — Sage. — Bem aqui. — Soltando minha boca na dela, eu movo meu joelho entre as pernas dela de modo que ela está montando minha coxa. Vagando minha mão para baixo, para a parte de trás da sua panturrilha, eu puxo o tornozelo ao redor do meu quadril. Sua cabeça inclina para o lado, e sua boca se abre em um gemido silencioso. Ao ouvir aquele som e a saboreando na minha língua, eu pressiono o meu pau já duro

~ 107 ~


em seu quadril enquanto suas mãos deslizam para cima, para a parte de trás da minha camisa e as unhas afundam em minha pele. Jesus. Passo a mão sobre a parte superior da sua coxa, quadril, e depois seu estômago. Mordendo o seu lábio, eu seguro seu seio e rolo meu polegar sobre o mamilo duro através de sua camisa, ouvindo-a gemer quando movo minha boca para o queixo e a coluna de sua garganta. — Por favor, — ela sussurra, e a levanto sem pensar, sentando no sofá com ela montando minha cintura. Envolvendo uma mão em torno de seu quadril, eu deslizo a outra por suas costas e em seu cabelo na parte de trás de sua cabeça. Arrastando sua boca de volta para a minha, eu sinto seu calor através do tecido entre nós quando meus quadris levantam para os dela e minhas bolas apertam. — Por favor, — ela repete, balançando em mim, fazendo meus dentes doerem quando aperto minha mandíbula. Afastando minha boca da dela, luto pelo controle, quando cada instinto me diz para pegar o que é meu. Com um gemido frustrado, eu derrubo minha testa contra o peito dela. — Hum...? — ela ofega, e puxo uma respiração pelo nariz, levantando a cabeça para olhar para ela. Seu cabelo está selvagem, seus olhos estão vidrados com luxúria, e seus lábios estão inchados dos meus beijos. Ela está linda. — Você parou, — ela diz, e não sorrio pela decepção em sua voz, embora eu queira. Estou feliz por não ser o único afetado nesta situação. — Você disse que não faria sexo comigo, — eu a lembro calmamente enquanto minhas mãos alisam sua pele macia. — Certo. — Ela balança a cabeça, parecendo incerta. Movendo minhas mãos para seus quadris, eu a balanço contra meu pau, deixando-a sentir o que ela está fazendo comigo. — Eu quero você, Kimberly. — Claro, — ela concorda, tentando se levantar, mas não a deixo. Em um movimento rápido, eu a viro para suas costas e mordisco seu pescoço. Assim que tenho sua atenção, eu movo meu rosto acima do dela.

~ 108 ~


— Sua boca é doce. — Eu lambo seus lábios, sorrindo quando ela engasga. — Mas sei de fato que sua boceta é mais doce. Então, até eu poder ter tudo de você, eu preciso que nós abrandemos. Você quase me teve gozando no meu jeans como um garoto de quatorze anos de idade, que acabou de ter seu primeiro gosto de boceta. — O quê? — Ela pisca para mim com surpresa. — Desde você, tem sido... — Não, — ela me corta, tentando me afastar, quase sendo bem sucedida, desde que a mudança foi repentina. — Acalme-se. — Me solta! — Ela grita, empurrando mais forte, enquanto usa os joelhos para tentar afastar-me. — Ouça-me, — eu ladro perto de seu rosto, e ela para por um momento enquanto seu peito arfa contra o meu. — Não houve ninguém desde você. — Tenho certeza, — ela grita, empurrando meu peito novamente. Segurando suas mãos, eu mantenho-as acima de sua cabeça e pressiono-as para dentro do sofá, esperando-a parar de lutar para continuar. — Desde o momento em que nos conhecemos, eu queria você. E quando me afastei de você, eu sabia. Mesmo irritado como estava com o que eu pensei que você fez comigo, eu ainda queria você e sabia que nenhum pedaço de buceta aleatória mudaria isso. — Você... — ela balança a cabeça, e libero suas mãos, enquadrando o rosto dela. — Foi você. Você me arruinou para qualquer outra pessoa. Você nem sabia que estava fazendo isso, mas fez de qualquer maneira. — Mas... — Sem mas, — interrompo, tomando sua boca em um beijo suave antes de me afastar. — Não tenho nenhuma razão para mentir para você. Mesmo quando achei que você e Chris estavam juntos, eu ainda tinha esperança que você perceberia que eu estava esperando por você, — digo, vendo lágrimas encherem seus olhos. Então ela se inclina levemente, empurrando o rosto no meu peito.

~ 109 ~


Deixando escapar um suspiro, eu a puxo comigo e seguro-a contra meu peito, esperando que minha confissĂŁo nos deixasse um pouco mais perto de meu objetivo final.

~ 110 ~


Capítulo 8 Kim Após me acalmar, afasto o rosto do peito de Sage e me inclino para trás. Eu sabia Sage não era o tipo de cara que você poderia facilmente esquecer, mas não tinha ideia que ele sentia a mesma coisa por mim. Não parecia possível que ele poderia, mas ouvi a verdade em suas palavras quando ele me disse que não esteve com ninguém desde que estivemos juntos. — Você está bem? — Ele questiona, correndo os dedos ao longo da minha mandíbula, e aceno. — Tem certeza? — Sim, me sinto como uma idiota, — confesso, e seus olhos amolecem. — Você não é uma idiota.

~ 111 ~


— Diga isso à mulher que teve um namorado de mentira por meses porque estava com muito medo de encarar o fato de que ela havia se apaixonado por um cara que mal conhecia, — resmungo, e ele enfia uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Você estava se protegendo. Eu entendo. — Você não está chateado? — Chateado com o quê? — Ele pergunta, e olho para ele, incrédula. — Que eu fingia ter um namorado, — forneço, e seus olhos mudam de uma maneira que faz minha pele formigar. — Você fingindo ter um namorado não protegeu somente você. Protegeume. Você estava fora do mercado. Toda vez que alguém lhe pedia para sair, você dizia a mesma coisa para eles – você tinha um homem – então eles recuariam. Não estou chateado, porque no final, sua mentira também me ajudou. — Você está falando sério? — Eu respiro, estudando-o, e sua mão se move para segurar meu queixo. — Você poderia ter dado uma chance a alguém, se apaixonado, e seguido em frente. Então, sim, estou falando sério. Engolindo com a intensidade súbita em seus olhos, eu olho por cima do ombro. Isso poderia ter acontecido, mas ele também poderia ter conhecido alguém e se apaixonado. Eu teria que testemunhar a coisa toda, sabendo que estraguei minha chance com ele porque estava com muito medo de enfrentar meus medos. Sinto seu polegar movimentar sobre meu lábio inferior chamando a minha atenção de volta para ele. — Nada disso importa agora. Agora, nós apenas nos concentraremos em conhecer um ao outro. Não concordo com ele verbalmente ou balançando a cabeça. Em vez disso, eu me inclino para cima e toco minha boca contra a dele – porque eu posso, porque eu quero, e porque tanto quanto essa coisa toda me assusta, eu sei que quero isso mais do que minha próxima respiração. Se eu acabar com o coração partido, vou ter as memórias do meu tempo com Sage quando olhar para trás. E se isso por algum acaso der certo, terei algo surpreendente para o resto da minha vida.

~ 112 ~


— Estou com fome, — digo, quando o beijo começa a ir de um toque suave de meus lábios nos dele para ele balançar seu comprimento duro em mim, comigo gemendo contra sua boca. — Eu também, — ele concorda, e não posso evitar, mas rio. Descansando minha testa contra a dele, eu movo meus dedos ao longo de sua mandíbula forte. — Por favor, me alimente. Seus olhos se fecham e seu peito pressiona contra o meu enquanto ele puxa uma respiração. Levantando nós dois, ele beija minha testa antes de me deixar em pé na sala de estar. Vejo-o ir, e me pergunto o que devo fazer, então ele está de volta um minuto depois com a minha mala na mão. Eu o sigo pelo corredor até o quarto dele, onde ele acende a luz e carrega a minha mala para sua cama, deixando-a cair lá. — Nós vamos sair para comer alguma coisa, já que não tenho nada aqui e preciso fazer algumas compras. — Parece bom, — concordo. — Eu ficarei no quarto de hóspedes esta noite, para que você possa se arrumar aqui. — Não, — eu nego, balançando a cabeça e tentando passar por ele para pegar minha bolsa. — Sim. — Não. — Planto as mãos em meus quadris. — Você deveria dormir em sua cama, — eu digo, e ele murmura algo antes de caminhar em direção ao armário. Sabendo que ele está fazendo toda a sua coisa de ignorar-me para conseguir o que quer, eu começo a ficar irritada. — Eu não ficarei aqui, Sage Mayson, — afirmo, pegando minha bolsa e indo para a porta, apenas para soltar um grito quando sou levantada do chão antes de chegar lá. Deixando cair a mala no meio do caminho, deixo escapar uma lufada de ar um segundo depois quando minhas costas atingem a cama e Sage vem em cima de mim. — Você dormirá aqui. — Eu não vou, — bufo, tentando afastá-lo, só conseguindo virá-lo de alguma forma em suas costas. Olhando para ele, eu não sei o que deu em mim. Um segundo, eu estou me preparando para saltar da cama e correr para a porta, e no próximo,

~ 113 ~


minha boca está colidindo com a dele. Nossos dentes batem juntos e afasto-me um segundo antes de voltar para mais, empurrando minha língua em sua boca. Um gemido desliza pela minha garganta enquanto ele afasta a boca da minha por tempo suficiente para puxar a minha camisa sobre a minha cabeça. É então que perco o pouco de autocontrole que tenho. Lembro-me de como foi a primeira vez que estivemos juntos. Lembro-me da sensação da boca dele em meu peito contra a minha pele e entre as minhas pernas. Lembro-me como se fosse ontem, e quero isso de novo. Quero sentir a sua boca e as mãos em mim, e definitivamente, quero colocar minha boca e as mãos sobre ele. Puxando a camisa dele, ele faz um meio abdominal e arranca sua camisa e a atira para a cama. Então suas mãos deslizam pelas minhas costas, e sinto seus dedos quando eles trabalham o fecho do meu sutiã. Quando isso se foi, ele deixa cair em cima da camisa dele. Pressionando meu peito contra o dele, meus mamilos arranham contra o pouco e suave cabelo em seu peito, e minha língua se movimenta contra a dele, que ganha um grunhido de aprovação que eu sinto direto entre as minhas coxas. Ele me rola em minhas costas, sua boca deixando a minha, e sua cabeça mergulha para que ele possa lamber um dos meus mamilos enquanto seus dedos torcem e puxam o negligenciado. Arqueamento as costas, eu coloco minhas pernas ao redor de seus quadris, buscando o atrito que eu preciso desesperadamente entre as minhas pernas. Meu corpo está zumbindo. Nunca soube que era possível ter um orgasmo a partir de apenas meus mamilos sendo sugados e um pouco de estimulação no clitóris, mas sinto a força da excitação no meu baixo ventre, o sinal de que se eu mover meus quadris apenas corretamente, eu poderia gozar. — Sage, — ofego, e sua mão e boca deixam meu peito. Inclinando-se para trás, ele olha para mim. Eu acho que ele vai parar de novo, então faço a única coisa que posso pensar. Eu me inclino e pressiono minha boca contra a dele enquanto esfrego a palma da mão sobre a sua enorme ereção através de seu jeans. Gemendo, ele empurra minha mão. Quero fazer beicinho, mas antes que eu possa, seus dedos se movem para o botão da minha calça jeans, e em um toque de seus dedos, ele os tem abertos e seus dedos deslizam sobre o meu osso púbico.

~ 114 ~


Descendo, se concentram em meu clitóris com uma precisão que me tem empurrando meus quadris em seus dedos. — Tão malditamente molhada. Como eu esqueci o quão molhada você fica para mim? — Ele pergunta contra meus lábios, e eu gemo, apertando minhas unhas em suas costas. Estou perto, tão perto. Empurrando meus quadris para cima, minha respiração para quando seus dedos empurram em mim, um primeiro, em seguida, dois, ambos curvando-se e batendo esse ponto dentro de mim que me faz ver estrelas. — Jesus, a sua boceta está espremendo a porra dos meus dedos, — ele ressoa, tomando meu lábio em sua boca e puxando-o entre os dentes. — Sage! — Eu grito quando meu orgasmo explode por mim, deixando-me tonta e mole. Estou ofegante quando meus olhos se abrem e o encontro olhando para mim. — Tão bonita pra caralho. Melhor do que me lembro, — ele sussurra, e lambo meus lábios, em seguida, sento. Forçado a retirar os dedos de mim, ele os coloca em sua boca e seus olhos se fecham. — Definitivamente melhor do que me lembro. — Seus olhos se abrem, e o empurro para suas costas. — Por favor, — sussurro, quando ele tenta me impedir de abrir seu jeans. Estudando-me por um momento, ele dá um aceno de cabeça e deita. Liberandoo, eu assisto seu longo pau grosso flexionar para mim e minha boca se enche de água. Ele é perfeito em todos os lugares; até seu pau é perfeito, longo, suave e duro, com veias grossas que correm o comprimento do mesmo. Envolvo meus dedos em torno dele e minha boceta contrai quando eles não se encontram. Lembro-me da sensação de tê-lo dentro de mim, o esticar e o queimar lento de prazer que ele trouxe com cada impulso. Olhando para ele, eu coloco meus lábios ao redor da cabeça de seu pau e lentamente afundo nele, levando-o até onde eu posso ir sem engasgar. Mantendo a minha mão na base, eu torço e puxo enquanto chupo e lambo, assistindo a expressão dele enquanto o levo mais perto da borda. — Foda-se, baby. — Seus dedos deslizam em meu cabelo, e seus abdomens apertam enquanto ele se inclina para mim para me assistir tomá-lo em minha boca. — Jesus, eu vou gozar, — ele adverte.

~ 115 ~


Tomando-o ainda mais profundo, eu trabalho minha mão em golpes rápidos. Eu o quero em minha língua e na minha garganta. Quero que ele goze na minha boca. Quero provar o prazer que eu dei a ele. — Porra, porra, porra, — ele canta enquanto seus olhos se fecham e seus quadris se levantam da cama, mandando-o na minha garganta ao gozar. Engolindo a última gota, eu o lambo até limpá-lo, perguntando o que diabos deu em mim. Nunca engoli antes... Ou apreciei dar um boquete. Mas gostei de dar um a ele. Não, eu não gostei; eu amei. — Cristo. — Ele me puxa por debaixo dos meus braços sobre seu peito, e me beija profundo e molhado antes de se afastar, me estudando. — Agora estou ainda mais chateado comigo mesmo por me afastar, — resmunga. Não posso evitar. O comentário é sincero e tão engraçado que eu rio alto e solto minha testa em seu peito. Ouvindo o meu estômago roncar um segundo depois, eu inclino para trás para olhar para ele. — Acho que ainda estou com fome, — digo, e ele sorri, em seguida, inclina-se, beijando-me suavemente antes de me arrastar da cama, me entregando meu sutiã quando estou de pé. — Encontre-me na cozinha quando terminar de se arrumar, — ele diz pouco antes de desaparecer no closet e sair um minuto depois com uma camisa na mão. Ele não diz nada enquanto passa por mim para sair do quarto, mas seus dedos passam em meu estômago da maneira que fizeram no primeiro dia em que nos conhecemos. Deixa algo quente na boca do meu estômago enquanto coloco meu sutiã. Vestindo a minha camisa, eu vou para o banheiro, notando que a escova de dente que comprei quando fiquei com ele ainda está no suporte. Eu a uso rapidamente antes de passar uma escova no cabelo e passar um brilho labial. Na verdade, não me arrumei para o trabalho hoje, então eu acho que meus jeans escuros, a camisa vermelha de mangas compridas de decote U e minhas botas de couro pretas combinando com meu casaco é casual o suficiente para o que vamos fazer. Assim que termino de me arrumar, eu vou para a cozinha, onde Sage já está esperando, de costas para mim e a cabeça inclinada enquanto folheia uma pilha de correspondência na frente dele. Estando despercebida, eu tomo um segundo para apreciar a vista da bunda dele no jeans e a forma como a Henley verde escura que ele

~ 116 ~


vestiu lhe cai como uma segunda pele, mostrando os músculos de seus braços e costas. Quando ele se vira para mim, eu percebo que a visão traseira pode ser boa, mas a frente é ainda melhor. A camisa está moldada em seu peito largo, e o verde profundo de sua camisa torna seus olhos ainda mais fenomenais, se isso é sequer possível. — Pronta? — Ele pergunta, e aceno a cabeça, deixando-o me levar com a mão contra a parte inferior das minhas costas para frente da casa. Agarrando meu casaco na porta da frente, eu o visto e seguro a mão dele quando ele oferece. Ele fecha a porta e tranca, levando-me até a porta do lado do passageiro e me ajudando entrar. Afivelo o cinto de segurança enquanto ele caminha ao redor do capô e desliza atrás do volante. — Para onde vamos? — Pergunto quando ele liga o carro e dá ré para sair do quintal. — Há alguns lugares nas proximidades. Mexicana, italiana, ou americana, qual você prefere? — Ele pergunta, e gostaria de saber qual desses terá o melhor menu para a minha nova dieta. Decidindo pelo mexicano, ele nos leva a um pequeno shopping que tem um lugar de unhas, uma loja de donuts, e um restaurante mexicano. Ele estaciona perto da porta da frente e desliga o motor, soltando o cinto antes de abrir a porta. Saindo, eu encontro-o no capô onde ele pega a minha mão. O cheiro de especiarias e carne me bate quando atravessamos a porta, e meu estômago ronca novamente. — Caramba, olha isso, — digo, apontando para uma imagem do cara de Diners, Drive-ins, and Dives8 que está com uma mulher mexicana muito bonita. — Agora estou com ainda mais fome, — admito, e ele ri, me enfiando debaixo do braço. Eu não estou mentindo; cada vez que assisto a esse programa, minha boca enche de água e desejo poder estar lá comendo a comida, por isso estou super animada para experimentar algo do programa em primeira mão.

8 Programa de TV, onde o apresentador, Guy Fieri, viaja pelos Estados Unidos visitando lanchonetes clássicas gerenciadas pela nova geração. Seja uma barraca na estrada de Tarpley, no Texas, ou um bar esportivo em Las Vegas, o apresentador revela o que constitui a diversidade gastronômica do país degustando delícias caseiras pensadas para os fãs de todas as idades.

~ 117 ~


— Sentem-se em qualquer lugar, vocês dois. Alguém estará com vocês em um momento, — uma mulher diz, e Sage acena antes de me levar a uma cabine na parte de trás do pequeno restaurante. Deslizando pelo assento de couro, eu sorrio para ele enquanto ele toma um assento na minha frente e observa o lugar – em minha suposição, à procura de perigo. — Algum suspeito? — Sussurro, e seus olhos vêm a mim. — Hábito. — Ele ri, e sorrio para ele. — Olá, meus amigos. O que posso trazer para os dois beberem? — Um homem pergunta, aproximando-se da mesa e colocando menus diante de nós. — Água com limão, por favor, — eu peço, e ele acena com a cabeça para mim antes de olhar para Sage. — Cerveja, qualquer uma em uma garrafa e gelada. — Tudo bem, já volto. — Ele meio que se curva para nós antes de decolar em direção a parte de trás do restaurante, voltando um segundo depois com uma cesta de nachos e uma taça de salsa, colocando-as sobre a mesa antes de sair novamente. Pegando um chip, eu o enterro na salsa e dou uma mordida, e meus olhos se arregalam. — Picante? — Deus, sim. — Abano minha boca, e pego a minha água quando o garçom a coloca na minha frente. Não me importo quão horrível eu pareço bebendo do copo. Minha boca está pegando fogo. — Eu os dei a picante? — O garçom pergunta, e pisco as lágrimas escapando dos meus olhos. Não sei se é a picante, mas é picante. Assistindo Sage enterrar seu próprio chip na salsa e colocá-lo na boca, eu rio quando ele tem a mesma reação que eu. Sua boca se abre e seus olhos lacrimejam conforme ele leva sua cerveja aos lábios e engole. — Sinto muito. Vou pegar uma nova. — O garçom pega a salsa e como num passe de mágica, ele coloca uma nova salsa entre nós. — Deve estar boa agora. — Ele sorri. — Obrigada. — Sorrio para ele antes dele se afastar.

~ 118 ~


— Deve estar boa? — Sage repete, e sorrio quando mordo outro chip sem molhálo na salsa. — Você ouviu isso, também? — Sorrio, balançando a cabeça. — Acho que não sou corajosa o suficiente para ser a cobaia. Você testa e me diz se é seguro, — exorto, batendo meus cílios para ele, e ele pega outro chip, toca apenas a ponta na salsa, e coloca-o contra sua língua. — Está bom, — ele murmura. Rindo dele, eu pego o meu próprio chip, pego um pouco de salsa, e dou uma mordida. É bom, melhor do que bom. É delicioso... Ou estou morrendo de fome. Seja qual for o caso, no momento em que o nosso garçom volta para nossos pedidos, eu comi quase todos os nachos e salsa. — Sabe o que você gostaria de comer? — Ele pergunta. — Taco de salada de salmão e outra água, por favor, — respondo, e ele acena com a cabeça, em seguida, olha para Sage. — Outra cerveja, o maior burrito que você tem no menu, e um acompanhamento de guacamole, — pede Sage, e o garçom acena antes de sair. — Então, o que está acontecendo com o salão? Você e Ellie tiveram a oportunidade de discutir isso de novo? — Ele me pergunta. Pego outro chip e chupo a salsa, mas, em seguida, o solto na cesta. Não quero estragar o meu jantar, mas nesse ritmo, é passível de acontecer. — Temos uma reunião no banco na segunda-feira para ver sobre o empréstimo. Frankie está pedindo 250 mil pelo salão, e esse preço inclui tudo – as cadeiras e suprimentos – já lá. É um bom negócio. Nós apenas temos que ter certeza de que podemos conseguir o empréstimo juntamente com o dinheiro extra que precisamos para fazer as reformas que queremos. — Há muitas mudanças que precisam ser feitas? Balanço a cabeça. — Não, não necessariamente. Mas agora, é o salão de Frankie, e tanto quanto nós o amamos, queremos torná-lo nosso. Queremos fazer alguns upgrades e adicionar mais duas cadeiras que nós podemos ou alugar a cada mês ou contratar mais duas meninas para o trabalho. Estamos sempre cheio, de modo que o pessoal extra significaria mais renda em longo prazo.

~ 119 ~


— Isso é inteligente, — ele concorda, estendendo a mão para pegar minha. — Você já contou aos seus pais? Piscando, eu percebo que não disse a eles ou Chris sobre o salão, e eles são normalmente as primeiras pessoas para quem eu conto tudo. — Não contei. Eu falei somente com você, Ellie e Jax sobre isso. — Pode ser inteligente manter isso calmo até que você tenha uma melhor ideia do que vai acontecer. Ou, pelo menos até que você tenha a chance de conversar com o banco sobre o empréstimo que você precisa. — Você provavelmente está certo. Amo meus pais, mas sei que se disser a eles, eles vão querer entrar e jogar o dinheiro em mim, — murmuro. — Ter dinheiro jogado em você não é uma coisa ruim, baby. — Não, não é, mas eu quero fazer isso sozinha. Quero provar a eles e a mim mesma que sou capaz de fazer algo sozinha. Meus pais são os melhores, mas eles podem ser um pouco arrogantes às vezes. — Eles só querem que você saiba que te amam e que te apoiam, — ele diz em voz baixa, dando um aperto em meus dedos. — Eu acho que às vezes os pais tentam compensar. Eles nunca querem que a gente se sinta como se estivéssemos perdendo alguma coisa. — Os seus pais fazem isso com você? — Pergunto, e seu rosto suaviza. — Meu pai é muito legal para isso, mas minha mãe é excessivamente indulgente. Eu a amo por isso. Nunca me preocupo com a profundidade do seu amor por mim. Então, sim, ela joga o amor sobre mim da forma como seus pais tentam jogar o dinheiro em você. — Ele sorri, e então se inclina para trás, soltando minha mão quando nossa comida chega. Olhando para a minha salada, minha boca enche de água. Então olho para o prato dele e meus olhos se arregalam. — Jesus, — murmura Sage, olhando para o prato na frente dele. Não é um prato de tamanho normal. Não, é algo que você serviria um peru na Ação de Graças, e o burrito sentado sobre ele ocupa toda a superfície. — Vocês dois precisam de alguma coisa? — Nosso garçom pergunta.

~ 120 ~


Afasto meus olhos da refeição de Sage, balanço a cabeça, e murmuro, — A menos que você tenha outro estômago em algum lugar. Acho que o meu homem pode precisar dele. Sorrindo largamente, ele balança a cabeça, e sai. — Seu homem, hein? — Sage pergunta, e meus olhos encontram os dele enquanto meu estômago se aperta quando vejo o olhar lá. — Eu gosto disso. — Você gosta? — Esperei muito tempo para ouvir você me chamar assim, — ele admite, e aquele calor que sinto na boca do estômago se espalha pelo meu peito. — Obrigada, — digo, e seu foco em mim muda. — Por esperar por mim, quero dizer. O foco em seu olhar esquenta. — É melhor comer antes de dizer foda-se para a comida e tirar seu lindo traseiro daqui em cima do meu ombro para que eu possa te levar para casa e mostrar-lhe a minha gratidão de uma maneira diferente. — Certo, — suspiro, pegando o garfo e empurrando-o na minha salada, dando uma enorme mordida antes que eu diga a ele que não me importaria se ele fizesse exatamente isso. — Nem sei por onde começar, — ele diz; eu mastigo e engulo minha mordida enquanto o vejo olhar para o prato. — Pelo meio, — forneço utilmente, e ele sorri para mim, em seguida, escava em sua comida. Surpreendentemente, eu como toda a minha salada e ele termina mais da metade de seu burrito. Quando a conta chega, eu tento pagar, mas como sempre, ele não deixa. Após discutir por alguns minutos, eu cedo e ele paga a conta. Então ele me enfia em seu carro e voltamos para a casa dele, onde ele me deixa com um beijo suave do lado de fora da porta do seu quarto. Eu fico ali olhando para ele depois daquele beijo conforme ele segue para o quarto de hóspedes. Penso em me juntar a ele lá, mas a parte de mim que sabe que ainda precisamos trabalhar em conhecer um ao outro me mantém em sua cama, onde adormeço rodeada por seu cheiro.

~ 121 ~


Capítulo 9 Kim Esticando meus braços acima da minha cabeça, eu pisco os olhos abertos para uma visão de céu azul cristalino através da claraboia. Não sei o que me acordou, mas algo fez, desde que eu estava dormindo melhor do que tenho em eras. Eu rolo para o meu lado e pressiono o rosto no travesseiro, respirando o cheiro de Sage que me fez companhia durante toda a noite. Ouvindo um shuffle, tum, tum, shuffle, tum, tum vindo de algum lugar da casa, eu franzo a testa e me sento. Inclinando a cabeça em direção à porta, eu tento distinguir o que poderia ser o barulho. Não soa como o martelo normalmente batendo na madeira que me cumprimentou os primeiros dias que fiquei com Sage; é diferente.

~ 122 ~


Curiosidade me faz sair da cama e vestir meu suéter para ir em busca do som. Passando a cozinha e o corredor no lado oposto da casa, eu finalmente localizo o ruído e paro na porta, descansando meu ombro contra o batente da porta. O quarto não é pelado como os outros dois quartos na casa que não foram reformados. Este quarto tem equipamentos de ginástica ao longo do espaço, incluindo uma estação de musculação, um elíptico, e uma esteira. Sage, em toda a sua glória sem camisa, está sobre a esteira no meio da sala com um par de grandes fones cobrindo suas orelhas, vestindo apenas calções de basquete e tênis. Seu perfil está para mim, então não posso ver tudo dele, mas do meu ponto de vista, posso ver os músculos de seu braço, os quais estão elevados no cotovelo. O lado de seu peito e costas flexionam enquanto ele corre a toda a velocidade, batendo forte na esteira cada vez que seus pés encontram a superfície. — Senhor. — Minha boca fica seca, e o espaço entre as minhas pernas começa a formigar quando o suor faz cada um de seus músculos brilharem. Esticando, ele aperta o botão na máquina, e salto quando o som me assusta, tirando-me dos meus pensamentos. Ele deve ter me visto pular, porque seus olhos vêm até mim e um pequeno sorriso se espalha por sua boca. Tirando seus fones de ouvido, ele deixa-os em cima da esteira, e clica no botão que faz a esteira parar completamente. — Bom dia, — ele diz, andando na minha direção enquanto limpa o rosto e o peito com a toalha que ele agarra do banco de peso. — Bom dia, — respondo, lambendo meus lábios e deixando meus olhos deslizarem sobre ele, o sentindo fazer o mesmo. — Você dormiu nisso? — Ele pergunta, e olho para o que estou vestindo, sentindo meus olhos se arregalarem quando noto que ele pode me ver completamente através da tela da fina renda branca cobrindo minhas partes privadas. Não coloquei meu short de dormir na noite passada quando coloquei a blusa e fui para a cama, e nem sequer pensei em vesti-los nesta manhã quando me levantei. E o suéter que vesti, mal atinge o topo da minha calcinha. — Merda, — murmuro, girando rapidamente. Começo a correr pelo corredor para o quarto dele, mas não vou muito longe. Seu braço forte circunda minha cintura e sou puxada contra seu quente e duro peito. Rangendo quando sou capturada, eu o

~ 123 ~


sinto beijar meu pescoço, e mordiscar abaixo da minha orelha. Transformando aquele formigamento anterior que eu sentia entre as pernas em dor. — Não se troque por minha causa. — Suas palavras sussurram em meu ouvido, me fazendo tremer, enquanto seus dedos deslizam ao longo do meu estômago, onde minha blusa se levantou. Meus músculos ficam tensos em preparação, e meus olhos deslizam fechados quando seus dedos esgueiram em minha calcinha e tocam minha pele nua. Movendo os braços por cima da minha cabeça, eu me seguro em seu pescoço enquanto sua mão livre se move para segurar meu peito. — Oh, — choramingo quando ele acaricia meu clitóris. Meus joelhos começam a ceder debaixo de mim, em seguida, a campainha toca, fazendo com que cada centímetro de mim fique duro quando congelo. — Porra, — ele murmura, puxando os dedos de minha calcinha e me virando em seus braços. Segurando meu queixo, seus olhos procuram meu rosto por um segundo antes de resmungar, — Porra, — novamente e balança a cabeça. — Você pode querer vestir algo. Só posso pensar em duas pessoas que apareceriam aqui esta hora da manhã. — Quem? — Pergunto, tentando sacudir a excitação que ainda está correndo quente e intensa através do meu sistema. — Willow e Harmony. — Certo, eu só vo... — a campainha toca novamente, e luto contra a risada que sinto construindo dentro de mim em razão do olhar frustrado no rosto dele. — Eu vou me vestir, — digo, ficando na ponta dos pés e pressionando um beijo rápido na bochecha dele. Ao ouvi-lo gemer, olho para ele e vejo seus olhos famintos arrastar pela minha pele quando ele ajusta sua ereção em seus shorts. Minha boceta aperta, e debato sobre voltar correndo e atacá-lo. — Vá, — ele rosna, fazendo meu estômago se apertar. Balançando a cabeça, corro para o quarto e direto para o banheiro, onde tiro minhas roupas, ligo o chuveiro no frio, e entro. A água gelada não faz quase nada para esfriar minha libido superaquecida, mas sinto que posso respirar um pouco mais fácil. Após me lavar rapidamente, eu saio e me seco, em seguida, coloco o jeans que eu estava ontem, uma das minas blusinhas pretas simples, e meu suéter.

~ 124 ~


Tento me arrumar rapidamente, desde que não quero que Sage pense que estou sendo rude, mas ainda deve ter sido mais tempo do que eu pensava, porque quando entro na cozinha amarrando meu cabelo, o cheiro de bacon está no ar. Há panquecas na grelha em cima do balcão, junto com duas meninas bonitas sentadas nos bancos em frente de Sage, que está cozinhando sem camisa. Eu conheço Willow e Harmony bem. Nós saímos muito. Temos as mesmas amigas, ou devo dizer que sou amiga de suas primas, mas nunca fiquei perto delas desde que Sage e eu... Bem, o que quer fôssemos agora. Sentindo-me desconfortável de repente, paro do lado de fora da cozinha, sem saber o que fazer comigo mesma. Posso fingir que nada está acontecendo, ou eu... — Kim! — O grito do meu nome e duas mulheres correndo na minha direção corta meus pensamentos retrógrados, e antes que eu possa me preparar, sou envolvida em um abraço apertado que limpa todas as minhas preocupações. — Ei, pessoal, — eu falo, e então ambas me atacam com pergunta atrás da outra em rápida sucessão. — Você está bem? Como se sente? Precisa de alguma coisa? Queríamos vir vêla, mas Sage não deixou. — Essa última afirmação me faz balançar a cabeça. — O quê? — Pergunto; e Willow e Harmony se afastam para olhar para mim antes de olhar para o irmão delas. — Ele disse que não estávamos autorizadas a incomodá-la. — Eu não disse incomodá-la. Disse que vocês precisavam dar-lhe algum espaço. Jesus, há muitas pessoas em nossa família. Se todo mundo começasse a aparecer, ela seria esmagada, e você sabe que a família dela estava aqui. — Você só a queria para você. — Willow revira os olhos. Sage dá de ombros. — Processe-me. — Que seja, — Harmony resmunga, pegando meu braço e me puxando em direção a uma das banquetas. — O ponto é que não quero que você pense que não nos importamos, porque nos importamos. — Eu sei disso, — asseguro-as, e sei que elas se importam. Após a morte de Kelly, devo ter recebido um milhão de mensagens e uma dúzia de buquês de flores

~ 125 ~


entregues na casa do Sage vindos da família dele e os meus amigos. Foi tudo muito doce, e tentei responder a todos, mas às vezes, eu simplesmente não conseguia. — Como Sage está tratando-a? Ele está sendo bom? Mamãe disse para ter certeza de que ele está sendo bom, porque se não estiver, ela prometeu cortar as bolas dele, — afirma Willow, e recuo. — Cristo, — murmura Sage, olhando para mim. — Sabia que não deveria ter aberto a porra da porta. — Ele está sendo muito bom, — juro, observando os olhos de Sage escurecerem. Vendo isso, os meus mamilos endurecem e meu clitóris pulsa. Acho que não serei capaz de me impedir de saltar nele na primeira chance que eu tiver. Há muito calor entre nós, e tenho certeza que se não encontrar uma maneira de queimar um pouco, nós estamos propensos a explodir. — Nossa! Vocês dois precisam que Willow e eu saiamos? — Harmony pergunta, e digo não quando Sage diz sim, o que me faz sorrir. — Ouvirei Kim nisto. Desculpe, irmão, — Harmony diz, pegando uma xícara de café no balcão para tomar um gole. — Então, vocês dois estão realmente juntos? — Indaga Willow, e olho Sage, esperando para ver como ele vai responder a essa pergunta. — Nós estamos realmente juntos, — ele confirma. Solto a respiração que nem sabia que segurava e me levanto, contornando a ilha para pegar uma xícara e fazer um pouco de chá para mim, mas Sage me para com uma mão na minha cintura antes que eu chegue ao armário. — Eu fiz chá para você, — ele informa, esticando e me entregando uma xícara de chá. Tomo um gole, percebendo que é apenas como eu gosto disso – English Breakfast9 com um pouco de mel. — Obrigada.

9 É uma mistura de chá preto, geralmente descrito como encorpado, robusto, rico e misturado para ir bem com leite e açúcar, em um estilo tradicionalmente associado a um café da manhã inglês saudável. Os chás pretos incluídos na mistura variam, predominando os chás assam, ceilão e queniano e Keemun às vezes são incluídas misturas mais caras.

~ 126 ~


— De nada. — Ele aperta os lábios contra minha têmpora, e me gira em seus braços, caminhando comigo dois passos à frente. Pressionando seu lado nas minhas costas, ele envolve a mão ao redor da minha cintura enquanto usa a mão livre para remover as panquecas da chapa. — Vocês duas querem ir ao lago comigo e Kim? — Ele pergunta a Willow e Harmony. Inclino a cabeça para olhar para ele, me perguntando do que ele está falando. Ele nunca me disse nada sobre ir ao lago. — O lago? — Questiono. A cabeça dele mergulha quando seus olhos caem para encontrar os meus. — Acho que nós temos um pouco de tempo antes do jantar esta noite. Já tirei os caiaques da garagem esta manhã. O lago está limpo e o céu está claro, por isso é um bom dia para ir. — Ele dá de ombros, adicionando mais massa na assadeira enquanto Harmony vai até o forno, abrindo-o e retirando uma panela cheia de bacon. — Nunca andei de caiaque, — digo a ele, e ele olha para mim novamente, com um sorriso quase perverso nos lábios. — Sério? — Ele pergunta, e dou de ombros. — Na verdade, não sou um tipo de garota de atividades ao ar livre. Sou mais um tipo de menina que sentaria na beira do lago ou na areia da praia para ler um livro, — admito. — Você vai adorar. — Ele beija o topo da minha cabeça enquanto seus dedos percorrem meu quadril sob a minha blusa. — Acho que você não entende. Não sou a pessoa mais atlética do mundo, — acrescento, e ele ri. — Está tudo bem. Você não precisa ser atlética. — Suponho que você decidiu isso e não importa o que eu diga, eu irei para o lago, — deduzo; e as meninas, que assistem Sage e eu como se fosse um jogo de pingue-pongue, riem. — Você estaria certa. Você vai gostar. — Se você diz, — murmuro, tomando um gole de chá, sabendo que ele não tem ideia no que está se metendo.

~ 127 ~


*** — Isso foi uma má ideia, — resmungo; e Harmony e Willow riem quando pego a mão de Sage e coloco um pé no caiaque depois o outro, sibilando Oh, Deus, quando o barco oscila de lado a lado. — Eu tenho você. Você ficará bem, — garante Sage. Reviro meus olhos. Acho que ele não entende quão descoordenada eu sou. Nós dois estamos propensos a acabar na água se eu estiver nessa maldita coisa. — O que você está fazendo? Pensei que você viria comigo. — Fico em pânico quando Sage começa a empurrar eu e o barco na água. — Preciso nos afastar um pouco antes de subir para não afundarmos, — ele responde com calma antes de subir para o assento atrás de mim. O barco inclina de novo, e agarro ambos os lados, segurando sua preciosa vida enquanto guincho com toda força. Ouvindo-o rir atrás de mim, me viro para olhar para ele e estreito meus olhos. — Não é engraçado. — Baby, — ele diz suavemente, sorrindo para mim. — Respire fundo e olhe ao redor. Diga-me se isso não é bonito. Com um acesso de raiva, me viro para encarar a frente do caiaque, e puxo uma respiração afiada. Ele está errado. Não é bonito; é de tirar o fôlego. As árvores ao redor do lago são de vários tons de verdes, dourados e marrons, e o próprio lago parece com vidro escuro refletindo o céu e as árvores. — É incrível, — sussurro conforme nós nos movemos suavemente sobre a água. Virando-me para olhar para Sage, mais uma vez eu vejo que ele tem o remo na mão e está usando-a primeiro em um lado e depois no outro em um movimento quase circular. — Obrigada, — movimento a boca para ele, e seu rosto suaviza. Ouvindo Willow e Harmony rir, eu olho através do lago e vejo-as avançando sobre a superfície lisa, remando em sincronia. Ao vê-las, eu pego meu próprio remo. — Como faço isso? — Pergunto, e o barco desliza até parar.

~ 128 ~


— Primeiro um lado e depois do outro. Você começa e eu vou entrar em ritmo com você, — ele diz e aceno; então eu pego o longo remo e começo a colocar um lado para a água. Leva-me alguns minutos para parar de andar em círculos e pegar o jeito, mas quando finalmente consigo, Sage começa a remar comigo e nós voamos pelo lago, perseguindo Willow e Harmony. Eu rio mais forte do que tenho em um longo tempo e sorrio tanto que meu rosto dói. Sei que minha felicidade não é por causa do que estou fazendo, apesar do caiaque ser uma completa rajada de vento. Estou feliz por causa de com quem eu estou. Sage é uma daquelas pessoas que é apenas fácil de lidar. Ele te acalma, leva o estresse para longe, e te faz sorrir, mesmo quando você acha que não é possível. E ele também é o cara por quem tenho certeza que já estou me apaixonando. Só espero que com o tempo ele possa sentir o mesmo por mim. ***

Sage Vestindo minha camisa, eu a abotoo, então os punhos, e pego meu relógio, colocando-o antes de sair do closet. Ouço o som de Kim cantando atrás da porta do meu banheiro da suíte, e sorrio, depois rio. Ela soa horrível, mas ainda é bonito ouvila tão feliz. Vou em direção à porta e pego meus sapatos, saindo para a sala de estar, onde eu sento na borda do sofá para calcá-los. Ficamos no lago mais do que eu esperava ficar, por isso, o momento em que voltamos e guardamos os caiaques, Willow e Harmony saíram para se arrumarem para o jantar, o que lembrou Kim sobre nossos planos para a noite. Eu sei que ela está nervosa sobre estar ao redor de todos esta noite, mas estou aliviado. Por um longo tempo eu odiei ir para eventos familiares ou encontros, sabendo que Kim poderia estar lá com uma das minhas primas. Se ela estivesse lá, eu tinha que ficar na mesma sala com ela e não tocá-la, não falar com ela. Foda-se, eu mal conseguia olhar para ela. Era como uma tortura todas as vezes.

~ 129 ~


Mas esta noite, esta noite é diferente. Já não há regras. Posso tocá-la sempre que eu queira. Levantando do sofá, vou para a cozinha, mas paro totalmente quando Kim sai do meu quarto e para o corredor em direção a mim. Uma parte de seu cabelo está solto e afastado do rosto, destacando seus olhos e maçãs do rosto. O vestido borgonha escuro de gola alta parece incrível com sua tez e cobre seu corpo como uma segunda pele, terminando na altura do joelho, um pouco acima de um par de botas de couro preto. — Porra. — Vendo essas botas, sei que ir lento apenas saiu pela janela do caralho. Eu

a

quero. Não...

Quero

é

uma

palavra

muito

simples. Porra,

eu preciso dela. — Isso é demais? — Ela pergunta, parando diante de mim e estendendo os braços para os lados. — Não quero parecer uma vagabunda. Nem sequer pensei no fato que isto tipo que grita vagabunda com as botas. Jesus, minha mulher é louca. — Você não parece uma vagabunda, mas eu definitivamente estou pensando em você nessas botas e nada mais. — Sage, — ela reclama, e me inclino, envolvendo a minha mão ao redor de seu quadril, sentindo o macio material do vestido sob minha palma. — Não importa, o vestido é sexy também. A primeira vez que eu te foder, — eu me inclino, beliscando sua orelha enquanto agarro sua bunda, — ele estará ao redor de sua cintura, suas botas envolvendo meus quadris, e sua bunda no balcão na cozinha. — Você não está me ajudando a me sentir melhor, — ela rosna. Eu inclino para trás para olhar para ela, e levo minhas mãos para segurar seu rosto suavemente. — Você está bonita. — Você tem certeza? Sua mãe e seu pai... — Eles não poderiam ligar menos com o que você veste. Eles já conhecem você e gostam de você. Você não tem nada com que ficar nervosa. Esta é a minha família e as pessoas com as quais você é próxima a um longo tempo.

~ 130 ~


— Acho que você está certo. Só parece diferente, — ela diz baixinho, desviando os olhos dos meus. Dando um aperto em seu queixo, eu espero até que ela olhe para mim novamente antes de falar. — A única diferença é que você é minha agora, e todos sabem

disso. Nada

mais

mudou. Todo

mundo

ainda

falará

alto

e

será

impróprio. Minha mãe provavelmente perguntará sobre quais são os nossos planos, e minhas tias, provavelmente com seus Ahhs e Ohhs sobre o planejamento de outro casamento. Mas ficará tudo bem. — Casamento? — Seus olhos se arregalam, e ela engole visivelmente. Eu rio. — Você conhece July, June e Ash, baby. Então, você sabe exatamente o que acontece quando as mulheres da minha família se reúnem. Todas começam a tramar. — Talvez eu não devesse ir. — Oh não, você vai. Ainda que eu precise carregá-la sobre o meu ombro. Tenho planos para o seu traseiro esta noite quando voltarmos. — Você tem planos para a minha bunda quando voltarmos? — Ela repete, piscando para mim. — Não vou dormir aqui esta noite. Preciso trabalhar amanhã no salão. — Tudo bem, então eu ficarei na sua casa. Ou vamos pegar algumas roupas da sua casa depois do jantar e voltar aqui. — Sabe que você é realmente mandão, certo? — Ela pergunta, revirando os olhos. — Você nunca diz, Ei, o que você acha disso? ou Como você se sente sobre isso? É sempre, eu pago ou Nós faremos blá, blá, blá, — ela imita com uma voz profunda, sacudindo a cabeça, e luto contra um sorriso. — É realmente irritante. — Então, você não gosta de dormir na minha cama? — Levanto uma sobrancelha. Ela franze a testa. — Eu não disse isso. — Suponho que você também odiou ir ao lago esta manhã. — Não seja um idiota, — ela estala, olhando para mim. — Não sou. Estou provando um ponto. Você está dizendo que é irritante quando sou mandão, mas com uma porra de certeza você tem desfrutado.

~ 131 ~


— Não me critique. — Jesus, — rosno, correndo a mão por cima da minha cabeça em frustração. — Estamos seriamente começando a porra de uma discussão sobre essa merda agora? — Não. Sim. Não sei! — Ela grita, jogando os braços no ar. Eu sei o que ela precisa. Inferno, eu sei o que nós dois precisamos, e penso em dar isso para nós dois, assim que chegar em casa depois desta porra de jantar hoje à noite. — Estou enlouquecendo, e então há você. — Ela acena com a mão para mim. — Você parece todo sexy e musculoso, e não posso parar de pensar no que aconteceu esta manhã, e está me fazendo querer saltar em você. E sei que não seria bom, porque então nós nos atrasaríamos, e todos saberiam exatamente por que nos atrasamos. E então eu ficaria envergonhada. Então, por favor, me dê um desconto. — Ela termina com o peito arfando e seus olhos nos meus. — Venha aqui. — O quê? — Ela franze a testa, e estendo minha mão para ela. — Venha aqui. — Por quê? — Confie em mim, — falo, e ela pega a minha mão. Levando-a para a cozinha, eu a giro para me encarar, em seguida, deslizo lentamente as mãos subindo os quadris, ajuntando o suave vestido enquanto avanço. — O que você está fazendo? — Ela arfa, mas não respondo. Assim que eu tenho o vestido em torno de seus quadris, eu roço minhas mãos sobre os quadris, sentindo sua calcinha. Segurando o material liso, eu o envolvo em torno de meus dedos e puxo para baixo, abaixando até joelhos e murmurando saia quando atingem seus tornozelos. Segurando em meus ombros, ela faz o que eu pedi, e me inclino, colocando um beijo em sua barriga acima do seu osso púbico. Ouvindoa arfar e cheirando sua excitação faz com que meu pau já duro se contorça e minhas mãos se fecham. Enfio a calcinha no bolso e coloco minhas mãos em torno de seus quadris, levantando-a até o balcão e a ouvindo suspirar quando sua bunda atinge o topo gelado.

~ 132 ~


— Encoste-se e abra as pernas para mim, — eu rosno, lutando contra mim mesmo para ficar calmo. Este será um teste de autocontrole, se eu ainda tiver um. A ideia de comê-la me excita, e sei que vou querer transar com ela. Sei que no segundo que seu gosto atingir a minha língua, eu vou querer transar com ela até que nenhum de nós possa andar. Só que não posso fazer isso, não agora, de qualquer maneira. Mas posso fazê-la gozar e ajudá-la a relaxar um pouco para que ela não esteja tão no limite. — Não acho que... — ela sussurra, apertando os joelhos juntos, e balanço a cabeça. — Não pense, apenas faça. Encoste-se e abra as pernas para mim, — exijo; seus olhos se arregalam e a ponta da língua rosada sai para tocar na borda de seu lábio. Vendo isso, eu perco o pouco do autocontrole que segurava. Forçando-a contra o balcão, agarro seus joelhos e os abro. Baixando os olhos para a sua boceta já brilhando, minhas mãos tremem e minha boca enche de água. Trilho um dedo trêmulo subindo sua coxa e movo os olhos da pele abaixo do meu dedo para seu rosto, querendo ver a reação dela ao meu toque. No momento em que meus dedos deslizam através de suas dobras e sobre o clitóris, seus olhos se fecham e sua cabeça inclina para trás, expondo a inclinação elegante de sua garganta enquanto suas costas arqueiam. Tão bonita pra caralho. Tão perfeita pra caralho. Toda minha. — Sage, — ela suspira; suas coxas visivelmente tremendo enquanto a observo. Ouvindo meu nome sair de sua boca e vendo a reação dela ao meu toque, eu mergulho em sua boceta, lambendo e chupando cada centímetro dela. Usando meus ombros, eu mantenho as coxas bem abertas e me concentro em seu clitóris enquanto mergulho dois dedos dentro dela. Seus gemidos e suspiros fazem meu pau tremer conforme a acaricio com a minha língua. Sentindo sua buceta apertar em torno de meus dedos, eu sei que ela está perto, e tanto quanto eu gostaria de poder prolongar seu orgasmo, eu não posso. Se continuar, eu sei que isso não será mais sobre eu a fazendo gozar. — Dê para mim. — Minhas palavras rosnadas contra seu clitóris enviam-na ao limite, e seu corpo começa a tremer quando ela goza na minha língua. Mantenho meus dedos plantados

~ 133 ~


dentro dela enquanto aliso seu ponto G, e ela desce do orgasmo, tirando-os somente quando seus olhos vidrados se abrem em mim. — Se sente melhor? — Pergunto. Seus olhos deslizam fechados, e sua cabeça cai para trás quando ela solta um sopro de ar e uma risada antes de cobrir o rosto. — Não sei se estou melhor, mas depois desse orgasmo, acho que ficarei bem, — ela diz, tirando as mãos do rosto e sorrindo para mim. Ajudando-a a se sentar, eu tomo posse de seu rosto e a beijo até que suas unhas estão cavando em minha pele através da minha camisa. — Você vai dormir aqui? — Pergunto, logo que afasto minha boca da dela. Seus olhos se abrem. — Sim. — Bom. — Arrasto a bunda do balcão e a ajudo a arrumar seu vestido, então lavo meu rosto e as mãos. — Preciso da minha calcinha. — Não, você não precisa. — Sim, eu preciso, — ela discute. — Você não precisa, — nego, conduzindo-a para a porta da frente. — Não vou jantar com a sua família vestindo nada, exceto o meu vestido. — Ninguém saberá, além de você e eu. — Sim, e então algo bizarro vai acontecer e minha bunda aparecerá, e todo mundo verá t-u-d-o. — Nada vai acontecer, e malditamente certo que ninguém nunca verá a sua bunda além de mim, — rosno. Apenas o pensamento de alguém, qualquer um, vendoa da maneira que eu vejo faz com que uma sensação desconfortável de ciúme caia sobre mim. — Agora vamos lá ou vamos nos atrasar. — Seguro a porta aberta, e ela bufa um pouco, mas passa por mim, agarrando seu casaco e bolsa enquanto sai. Fechando e trancando a porta, eu bato o teclado para definir o alarme e me movo em direção ao meu Caddy, onde Kim já está sentando no banco do passageiro. Fico atrás do volante e ligo o motor quando ela puxa a viseira para baixo e começa a aplicar uma camada de batom vermelho nos lábios, fazendo-os parecer ainda mais cheios do que já são. Porra, essa será uma longa noite pra caralho.

~ 134 ~


Capítulo 10 Kim Entrei no restaurante de mãos dadas com Sage, paramos no pórtico e esperamos que a anfitriã, quem acabou de sair com um cliente, voltasse. — Você está bem? — Ele questiona, e olho para ele, sentindo meus olhos estreitarem. Perguntei no carro se eu podia ter minha calcinha de volta, mas ele se recusou. Então, agora minha bunda está exposta – não de verdade, mas se sente assim. Como se a qualquer momento alguém fosse ver tudo, Oh meu Deus, olha para a bunda dela. Ela não está sequer vestindo roupas íntimas! — Eu me sentiria melhor se eu tivesse... — minhas palavras desaparecem quando a anfitriã aparece na nossa frente sorrindo, e aperto a mão de Sage, cavando minhas unhas em sua pele enquanto o faço. — Mesa para dois? — Ela pergunta, e Sage balança a cabeça.

~ 135 ~


— Festa Mayson, — ele responde, esfregando o polegar sobre meu pulso. — Incrível. Deus, há um monte de vocês, — ela emite um som feliz. — Siga-me. — Olhando para Sage, eu alargo os olhos para ele quando a menina salta na nossa frente e nos encaminha dentro e longe das mesas conforme nos leva para os fundos do restaurante, até uma sala particular. — Aqui está. Aproveite o seu jantar. — Ela sorri antes de desaparecer de vista. Tirando meus olhos das costas dela, eu giro para encarar o local e sinto cada centímetro em mim congelar. Todo mundo está olhando para nós. Todos. E juro que todos sabem que não tenho nenhuma calcinha sob o meu maldito vestido. — Você está aqui! — Sophie guincha, quebrando o silêncio e empurrando a cadeira para trás. Vindo em nossa direção, ela me cumprimenta com um abraço, então Sage. Depois dela, Nico me abraça, mas dá um tapinha no ombro de Sage. Então, é um pandemônio. Todo mundo está fora de seus assentos e vindo dizer Olá ou oferecer suas condolências. Quando abracei a última pessoa na sala, eu me sentia cansada, como se precisasse de uma bebida – uma bebida que não posso ter. Sentando em meu assento com Sage ao meu lado, eu sou grata que ele manteve sua mão na minha. Eu preciso disso; preciso da força dele. A perda de Kelly está ficando mais fácil de lidar, mas momentos como estes, quando a atenção de todos está sobre mim, me lembro do que aconteceu e me sinto desconfortável. Honestamente, eu sinto que não deveria receber suas declarações de Sinto muito por sua perda. Sim, Kelly se foi, mas a perdi há muito tempo. Na verdade, acho que realmente nunca a tive, afinal. Ouvindo todos falarem sobre o que está acontecendo na família, no trabalho ou coisas mundanas, eu fico grata ao ouvir Hope me chamando do meu outro lado. — Kimmy, você vai me ajudar a pintar o meu desenho? — Ela pergunta; olho para ela e sorrio. Ela parece adorável vestindo o vestido azul rodado que eu comprei para ela da Disney Store, o qual é a réplica exata do filme da Cinderela. — Claro que eu vou, — concordo calmamente, soltando a mão de Sage quando ela sobe no meu colo. Puxando seu livro de colorir e lápis, eu descanso meu queixo no ombro dela, e por alguns minutos, eu me perco em colorir uma imagem de uma borboleta voando através de um jardim de flores. Nem sequer sei o quanto a ação

~ 136 ~


impensada poderia ajudar a soltar-me, mas quando nós estamos prontos para pedir o jantar, eu estou relaxada e me sentindo muito melhor. — Então, Ellie nos dizia que vocês se reunirão com um banco para ver se eles aprovam o empréstimo de vocês, — Lilly diz, e engulo o pedaço de comida que tenho na boca, tomando um gole de água antes de responder. — Nós iremos. O banco já preencheu os formulários básicos de homologação, e isso correu bem. Portanto, esperamos ter uma boa notícia para compartilhar, — respondo, olhando para Ellie, que sorri de orelha-a-orelha. — Sei que está no saco. — Ela encolhe os ombros, e eu rio. — Vocês pensaram em um nome? — Sophie pergunta. Olho para ela e balanço a cabeça enquanto Ellie responde. — Ainda estamos à procura de um nome. Queremos algo divertido e original, mas acho que nós estamos esperando para ver o que acontece para que não azaremos nós mesmas. — Isso é inteligente, — November diz, e murmura, — Que tal Mayson Hair Salon? Não franzo a testa, embora eu queira. — Exceto por Kim não ser uma Mayson, — April diz amavelmente. — Ainda. Ela não é uma Mayson ainda, — sussurra Sophie. — Aqui, aqui. — November inclina o copo para Sophie, então, Lilly e Liz. Meu rosto esquenta, e sinto a mão de Sage apertar meu joelho. Ele não estava mentindo. Um minuto, as coisas estão normais, e no minuto seguinte, não tanto. — Acho que as mulheres precisam abrandar a bebida, — diz December, revirando os olhos para a mãe dela. — Bem, eu sei que nenhuma das minhas meninas se casará em breve, assim eu preciso planejar o casamento em algum lugar. Eu era muito boa nisso. — Os olhos de November se ampliam e brilham. — Talvez eu vá abrir meu próprio negócio. November Weddings, — ela comenta, e me pergunto o quanto exatamente e o que ela bebeu. — Baby, você não fará isso, e pare de tentar casar as minhas meninas, — Asher reclama, e os homens na mesa riem enquanto sua esposa olha feio para ele.

~ 137 ~


— Se eu casar com Kim, eu simplesmente informo que vou levá-la ao cartório ou para Vegas, — diz Sage. Franzo a testa para ele. — Perdão? — Não sofrerei através de um casamento ou vestirei um smoking. — Primeiramente, temos um longo caminho a percorrer antes que isso aconteça. Mas quando eu casar, eu terei um casamento. Seja qual for o homem com quem vou casar, vai usar um smoking, e eu vestirei um vestido e segurarei flores. — Você não casará com ninguém, — ele rosna, apertando minha coxa. — E não haverá casamento. O vestido e flores são legais. Você pode ter as duas coisas em Las Vegas. — Não me casarei em Vegas, — estalo, e então olho para Ash. — Sem ofensa. — Nenhuma. Eu nem me lembro do meu casamento. — Ele sorri, e eu volto sua expressão, balançando a cabeça. — Vegas ou cartório. Essas são as suas opções. — Senhor, ele é tão mandão quanto você é, — ouço Sophie dizer, e olho para a ponta da mesa, onde ela está sentada ao lado de Nico. Ele está sorrindo para Sage com o que só pode ser descrito como um orgulhoso sorriso paternal em seu rosto. — Esta discussão é inútil, — murmuro, abaixando a cabeça na esperança de parar de falar sobre isso agora, então meu estômago que tem se enchido com as estúpidas borboletas com a ideia de me casar com Sage, se acalmará. Graças a Deus, depois disso, o tema do casamento imaginário entre Sage e eu é descartado e todo mundo começa a falar de Talon e Bax. Ambos irmãos de Sage têm vivido entre Montana e Alasca devido ao trabalho, mas nos próximos meses eles voltarão para casa, então estão procurando por terra. Enquanto todo mundo fala sobre isso, eu continuo colorindo com minha garota favorita até o jantar acabar e é hora de deixar o restaurante. Entrando no carro de Sage uma hora depois, eu estou mais exausta do que percebi. Tão exausta que adormeço com a cabeça no ombro de Sage e nem sequer me lembro dele me levando para o meu apartamento, me tirando das minhas roupas, ou me colocando em minha cama antes de se juntar a mim lá.

~ 138 ~


Ao ouvir um som de zumbido, meus olhos se abrem e não vejo nada, exceto o duro peito masculino pressionado contra o meu rosto. Eu pisco, movendo minha mão deitada no abdômen de Sage, e inclino a cabeça para trás para olhar para seu rosto adormecido, então franzo a testa quando o zumbido que me acordou começa novamente. Debatendo em como sair da cama sem acordá-lo, eu estudo-o, e solto um suspiro quando a perna que está entre a minha dobra o joelho e a coxa se encaixa melhor entre as minhas. Olhando para mim, meus olhos se arregalam. Estou nua, completamente nua. Sempre tive um sono leve, então o fato de estar nua e não me lembrar de ficar desta forma significa que eu estava fora ontem à noite, quando ele me trouxe para casa. Estudando a sua pele pressionada contra a minha, o formigamento que tem sido um amigo constante volta com a força total à vida. — Droga, — ele suspira quando o zumbido retorna, e me pergunto se eu deveria fingir que estava dormindo, mas sou muito lenta. Antes que eu possa fechar meus olhos, ele está sobre o cotovelo e olhando para mim enquanto se estica sobre meu peito e pega seu celular da minha mesa de cabeceira. — O quê? — Ele grita para o telefone, me fazendo saltar do boom repentino de som. — Porra. — Seus olhos se fecham brevemente conforme balança a cabeça. — Sim, eu estarei lá. Dê-me uma hora, — ele diz antes de deixar cair o celular na cama, perto do meu quadril. — Está tudo bem? — Questiono suavemente, esticando para pegar o lençol e me cobrir de seu olhar, o qual está viajando sobre cada centímetro da minha pele exposta. E há um monte para ver, desde que ainda estou muito nua. — Preciso ir, o que significa que estou deixando você nua na cama. Com muita certeza pra caralho é a definição de não está tudo bem. — Oh, — sussurro, e ele sorri, tocando sua boca na minha antes de se inclinar para trás para olhar para mim mais uma vez. — Que horas você irá ao banco? — Duas. — Atiro a cabeça para trás para olhar para o relógio e vejo que não é sequer oito. — Ellie e eu temos clientes antes disso, por isso, provavelmente, vamos apenas caminhar do salão para o banco, — explico.

~ 139 ~


Ele balança a cabeça, tirando uma mecha de cabelo da minha testa antes de colocá-la atrás da minha orelha. — Eu ficarei até tarde hoje, então quando você terminar de fazer o que está fazendo, apenas vá para minha casa. — Sage. — Por favor, — ele diz em voz baixa, e ouvir o apelo suave em sua voz aquece o meu coração. — Tudo bem, — concordo, — mas pode ser tarde também. Preciso verificar com Elizabeth para ver se ela quer que eu olhe os meninos. Ela tem sido legal sobre isso, mas sinto como se estivesse me aproveitando dela por não ajudar tanto quanto eu ajudava. — Tenho certeza que ela entende. — Ela entende, mas ainda assim, me deixa desconfortável. Não gosto de esmolas. — Baby, ela não está lhe dando uma porra de esmola. Ela é sua amiga e se preocupa com você. Você precisa parar de pensar que as pessoas tomando conta de você a torna fraca, — ele diz, e meus músculos ficam tensos. Ainda não contei a ele sobre a minha doença, e agora não sei como dizer. Agora, estou realmente com muito medo de que no minuto em que eu disser, ele correrá para as montanhas. — Pare de pensar demais. — Ele bate na minha testa, sem ter ideia que meu estômago de repente está uma bagunça completa. — Vou tentar, — concordo, dando o que eu espero que seja um sorriso convincente antes de perguntar, — O que você fará hoje? — Preciso pensar em alguma coisa, qualquer outra coisa. — Estarei em Nashville. Um cliente nos contratou para vigiar sua esposa há alguns meses, e ligou para Jax esta manhã, dizendo que ela sairá hoje. Então, precisamos segui-la. — Sério? Ela está... Ela está traindo ele? — Pergunto, e ele balança a cabeça. — Ela é uma mãe de quatro filhos, todos com idade inferior a seis anos. Nós a seguimos algumas vezes no passado, e ela normalmente pega um café e o leva ao parque, onde se senta, não fazendo nada, exceto olhar para longe como um zumbi.

~ 140 ~


— Ela está cansada, — digo em voz baixa, e ele balança a cabeça, correndo os dedos quentes ao longo da minha mandíbula. — Sim, ela está cansada e ele está sempre trabalhando, sempre fora da cidade. Então, tenho certeza que quando ela tem a chance de ter um minuto para ela, ela está clamando por isso. E ele está tomando a ânsia que ela tem de fugir como se ela estivesse traindo-o. — Isso é triste. — Sei que Elizabeth está sempre exausta, mas Jelikai sempre garante que ela tenha tempo para ela. Ele agenda seus dias de spa ou a envia para o salão. Ele até mesmo reservou um hotel para uma noite só, para que ela pudesse simplesmente deitar na cama e relaxar. — Talvez você possa falar com ele, — sugiro, e ele esfrega uma grossa mecha do meu cabelo entre os dedos. — Tentei dizer para ele o que estava acontecendo depois que a segui na primeira vez, mas ele não quis ouvir. Ele está firme na ideia de que ela o trai. Não entende o stress de ter filhos porque ele nunca está realmente ao redor. — Ele soa como um idiota. — Ele é, mas por outro lado, eu lucro muito cada vez que ele chama para seguila. E é um show fácil, nenhum drama, não há necessidade de vigiar minhas costas. Vou aceitar isso. Um dia ela descobrirá o que ele está fazendo ou ele finalmente conseguirá ver que sua esposa está lutando e precisa de ajuda. De qualquer maneira, eles precisam encontrar uma maneira de trabalhar sua merda e se comunicarem. Caso contrário, merda vai virar fumaça e eles não têm ninguém para culpar, além deles mesmos. E quando isso acontecer, infelizmente, as crianças serão os únicos a sofrerem. — Eu gostaria de poder ajudá-la, — sussurro. Seu rosto suaviza. — Essa é a razão pela qual eu não pude seguir em frente. — O que? — Seu ponto fraco, a sua bondade, e sua necessidade de fazer as pessoas que nem sequer conhece se sentirem melhor, — ele diz, deixando cair sua boca na minha, a qual abriu para formar um O. Então, ele se inclina para trás e corre os dedos ao longo da minha testa. — Preciso me levantar. Você se importa de eu usar sua escova

~ 141 ~


de dente? — Ele pergunta antes que eu sequer tivesse uma chance de me recuperar de suas palavras doces ou toque suave. Em sua pergunta, eu sinto meu rosto suavizar e balanço a cabeça. — Não, você é bem-vindo. Sorrindo para a minha resposta, ele se move. Mas então para com os joelhos entre os meus, e posso sentir o pesado e duro comprimento vir descansar contra a base da minha barriga e vejo seus bíceps flexionarem quando os punhos vão para a cama em ambos os lados da minha cabeça. — Me dê um beijo de bom dia. Preciso de algo para me segurar até esta noite. Você desmaiou antes mesmo de eu ligar o meu carro ontem à noite, e nem sequer um pio quando te carreguei até aqui, tirei suas roupas e a coloquei na cama. — Eu devia estar cansada, — sussurro enquanto sua boca se aproxima da minha. — Beije-me, Kim, — ele repete seu comando, ignorando a minha desculpa. Então eu beijo. Eu me inclino e o beijo, mas é ele quem faz com que seja bom. E então ele torna ainda melhor quando segura meu peito e belisca meu mamilo antes de sair da cama e sair do meu quarto nu. Afastando os olhos de sua bunda perfeita, eu caio de costas contra o travesseiro e sorrio para a claraboia fechada acima de mim, levando um segundo para apreciar os sentimentos que enchem meu estômago antes de rolar para fora da cama. Após colocar um par de shorts de dormir e uma blusinha, eu vou para a cozinha e faço um sanduiche frio de ovo, queijo, e peru para o café da manhã. Estou procurando por uma das minhas canecas de viagem que não tem flores ou alguma outra coisa feminina sobre ela quando o vejo andar nu do banheiro e ao meu quarto. Pego o único copo que posso encontrar com uma tampa e rapidamente faço o café, o qual fica pronto assim que ele sai vestido poucos minutos depois. — Aqui está, para a estrada. — Sorrio, entregando o sanduíche e café para ele antes de abrir a porta. Reconhecendo o olhar em seus olhos quando ele vê o que eu dei a ele é melhor do que qualquer obrigado. Ou eu acho que é, até ele deixar cair as coisas no balcão e

~ 142 ~


me puxar contra ele, me dando um beijo que faz com que os dedos dos meus pés se enrolem. — Obrigado, baby, — ele murmura contra meus lábios, e sorrio, em seguida, derreto novamente contra seu peito quando sua mão me envolve e ele toca sua testa na minha. — Vejo você à noite. — Hoje à noite, — concordo enquanto ele me solta. Pegando suas coisas, ele desce as escadas, e o vejo dar uma mordida no sanduíche até a metade. Sim, eu estou definitivamente me apaixonando por Sage Mayson, penso, fechando a porta quando ouço a garagem abrir.

~ 143 ~


Capítulo 11 Kim — Eu avisei, — Chris diz após eu contar a ele o que está acontecendo entre Sage e eu. Ignoro suas palavras e me concentro em cortar o cabelo dele e não meus dedos. — Avisou quem do que? — Ellie pergunta das pias, onde está limpando depois de seu último cliente. Olhando para Chris através do espelho na nossa frente, eu silenciosamente digo para ele manter a boca fechada, porque ninguém gosta de um sabe-tudo.

~ 144 ~


— Só disse a Kim uma coisa, e lembrei a ela que mantive o direito de dizer eu avisei quando ela percebesse que eu estava certo. — Oh, como quando ela finalmente percebeu que ela e Sage são perfeitos juntos? — Ela pergunta, aproximando-se enquanto enxuga as mãos em uma toalha. — Exatamente. — Chris gira sua cadeira para sorrir alegremente para ela, fazendo-me quase cortar meu dedo. — Eles estão destinados a ficar juntos. Todos podem ver, não podem? — Eles são perfeitos juntos, — Ellie concorda suavemente, segurando meu olhar, mas então sua expressão muda para preocupação. — Você contou a ele sobre... — Suas palavras somem, não que eu precise ouvi-las. Sei exatamente a que ela se refere, e o pensamento faz meu coração apertar dolorosamente no meu peito. Sei que realisticamente estou correndo contra o tempo para dizer-lhe sobre a minha doença, mas a cada segundo que passamos juntos, se torna mais assustador a ideia de confessar. — Ainda não. — Porra, — Chris rosna, e inclino minha cabeça para olhar em seus olhos decepcionados. — Kim, o que diabos você está esperando? — Eu... — não tenho nenhuma desculpa a não ser o medo. A verdade é como uma grande nuvem escura que eu posso ver ao longe, mas agora está tudo bem, porque acima de mim está o céu azul e sol. Infelizmente, aquela nuvem está cada vez mais perto, e sei que quando chegar eu estarei susceptível de me afogar em seu aguaceiro. — Você realmente deve dizer a ele, — Ellie diz, soando tão desapontada quanto a expressão no rosto de Chris. — Eu vou. Estou esperando o momento certo, — murmuro. — Cara, você leu tantos livros de romance quanto eu. Sabe que não acabará bem se ele descobrir e você não tiver falado com ele sobre isso primeiro, — Chris acrescenta, balançando a cabeça. — Exceto que isto não é um livro. É a vida real. Preciso encontrar uma maneira de dizer de modo que alivie quaisquer preocupações que ele possa ter para que eu não termine...

~ 145 ~


— Machucada, — Chris me corta, estendendo a mão para pegar minha. — Eu sei que você ainda está tentando se proteger, mas garota, você precisa fazer a coisa certa. Precisa dizer a ele para que vocês possam seguir em frente com isso e começar o seu felizes para sempre. Você tem ido bem. Não ficou doente desde que se encontrou com a nova médica, e os últimos resultados do exame mostraram que a sua função renal está estável. Essas são coisas boas, coisas positivas. — Ele está certo. São coisas boas, mas ainda estou doente por isso realmente não ser uma coisa boa. — Por favor, por amor a você, diga a ele. — Eu vou, — concordo, deixando de fora as outras palavras na minha cabeça. Vou dizer a ele quando eu for corajosa o suficiente para enfrentar a reação dele. — Senhor Jesus, posso ver nos seus olhos que você não vai, — ele murmura, e suspiro. Ter um melhor amigo que você conhece praticamente toda a sua vida é impressionante em algumas ocasiões, como quando você está tendo um dia ruim e eles sabem sem perguntar que devem trazer mais sorvete e um de seus filmes favoritos. Momentos como agora, não tanto. — Vou dizer a ele. Eu juro. — Espero que sim, e não ache que eu perdi os espasmos de seu nariz, porque não perdi. — Que seja, — reclamo, e ele sorri para mim e eu sorrio. — Agora, vamos. Deixeme terminar o seu cabelo. Tenho um cliente chegando, e se você não parar de falar, eu deixarei você exatamente como está. — Você não faria. — Ele aperta a mão ao coração. — Eu vou, se você não parar de falar. — Tudo bem, se apresse. Preciso sair logo, de qualquer maneira. Tenho um encontro. — Dale vem à cidade? — Pergunto, virando para encarar o espelho novamente. — Não, — ele diz, e faço uma carranca. — Você vai à Flórida? — Não, eu tenho um encontro com um cara que conheci no trabalho. — Você tem um encontro com um cara que você conheceu no trabalho? — Repito, olhando para ele e sentindo meus olhos se arregalarem.

~ 146 ~


— Sim. — Quem é ele e por que estou ouvindo sobre isso só agora? — O nome dele é Fresco. Eu não te disse por que você tem suas próprias coisas acontecendo. Não quero incomodá-la com as minhas. — Você está brincando comigo agora? — Pergunto, balançando a cadeira para olhar para ele. — Não. — Que diabos está acontecendo com você e Dale? — Nós não estamos juntos. Você sabe disso. E não estou sentindo a coisa toda de longa distância mais. — Mas você o ama, — sussurro; e seu rosto altera ainda que levemente, fazendo com que a máscara que ele estava obviamente segurando por minha causa escorregasse, mostrando-me que ele está sofrendo. — Eu o amo, mas amá-lo não é razão suficiente para eu continuar mantendo a minha vida em suspenso. Eu quero mais do que ele está disposto a me dar. Você sabe que eu quero um marido e filhos, e sei que não encontrarei essas coisas com Dale, então, estou seguindo em frente. — Chris. — Eu caio nele, passando os braços ao redor de seus ombros cobertos pela capa. — Sinto muito. — Eu também, mas isso é a vida. Às vezes, merda acontece por um tempo, e depois, futuramente, quando você estiver se sentindo bem e feliz, você percebe por que precisou passar pelo que passou. Você percebe que se não passasse, você não teria tido a chance da felicidade que está sentindo. — Você acha que esse cara novo lhe dará a felicidade? — Pergunto, agarrando a ele. Seus braços me apertam. — Não sei, mas estou disposto a descobrir. — Eu quero isso para você, — digo sinceramente. Sei o quanto ele quer uma família e filhos, e quero isso para ele. Na verdade, eu só o quero feliz, de qualquer forma que aconteça. — Idem, menina, — ele sussurra, beijando o lado da minha cabeça antes de me soltar e olhar para mim. — Agora sério, corte o meu cabelo. Eu tenho lugares para

~ 147 ~


estar e coisas para fazer, e se o seu próximo cliente chegar antes de você terminar e você tentar me chutar para fora de sua cadeira, eu farei uma birra diva para acabar com todas as birras divas. — Ah, tudo bem, — murmuro, sorrindo para ele antes de terminar seu cabelo. Quando ele sai, eu o faço prometer ligar para me contar todos os detalhes sobre seu encontro. Uma vez que ele se foi, já são 12:30, e felizmente a minha próxima cliente chega quinze minutos depois, assim eu sou capaz de levá-la para lavagem, corte, e secagem antes que seja hora de Ellie e eu irmos ao banco. Em pé com Ellie na frente do banco, nós compartilhamos um olhar nervoso. Sei que fomos pré-aprovadas, mas hoje falaremos com os agentes de crédito e descobriremos exatamente o que vai acontecer a seguir. — Ei pessoal. Elas estão prontas para você. Siga-me, — Christy, a gerente do banco diz, levando-nos pelo corredor em direção a parte interna do banco. Sentindo a mão de Ellie encontrando a minha e dando um aperto, eu aperto a dela antes de caminhar para um grande escritório. Há duas mesas posicionadas em frente uma da outra e uma mesa circular no outro lado da sala, com duas mulheres que conheço sentadas de um lado com três cadeiras vazias em frente a elas. Vendo as mulheres, eu sorrio. São Selma e Sejla, as clientes de Ellie do salão. — Eu não sabia que vocês estavam trabalhando em nosso empréstimo. — Ellie ri, contornando a mesa para abraçar as duas meninas. — Nós também não sabíamos. Era para Kirk lidar com o caso de vocês, mas ele ficou doente, se ausentando por alguns dias, — Selma explica enquanto me abraça. — Sentem-se, meninas. Acho que nós podemos ter uma notícia surpreendente para vocês, — Sejla diz, apontando para nós as cadeiras vazias. — Vocês estão em boas mãos. Se precisar de algo, me avise, — Christy afirma antes de sorrir para nós e sair. Tomando um assento, eu assisto Selma e Sejla trabalharem em sincronia, o que não é surpreendente, porque são gêmeas. Imagino que gêmeos, que são tão próximos como elas são e passam tanto tempo juntos, como elas passam, compartilhariam praticamente o mesmo cérebro.

~ 148 ~


— Vocês foram aprovadas para o empréstimo, — Sejla diz com um sorriso, empurrando um papel sobre a mesa para nós. — Vocês notarão que foram aprovadas para o montante do empréstimo e um extra de trinta mil, — Selma acrescenta, salientando o valor final com a ponta de um marcador antes de destacar o número com a cor rosa choque. — Sabemos que não é o que vocês pediam, mas espero que seja o suficiente para fazer algumas renovações. Nós achamos que se vocês voltarem em poucos meses, vocês devem ser capazes de obter o resto do dinheiro, caso ainda precisem. — Puta merda, — suspiro, olhando para o meu nome e de Ellie em letras pretas sobre o papel. — Isso está realmente acontecendo. — Está realmente acontecendo, — Ellie concorda, e viro a cabeça para olhar para seu rosto sorridente, em seguida, ela joga os braços em volta de mim. — Nós vamos possuir nosso próprio salão de beleza, — digo, abraçando-a, e ela se inclina para trás para olhar para mim. — Sim, e ele será a porra do melhor salão de todo Tennessee quando terminarmos a nossa reforma. — É, — concordo conforme ela se senta novamente. — Já pensaram em um novo nome, ou manterão o mesmo? — Selma pergunta, olhando para nós duas, e balanço a cabeça. Ainda não posso acreditar que isso é real. Acho que não serei capaz de pensar em um nome até que a minha nova realidade me bata. — Color Me Wild, — Ellie diz, e balanço a cabeça em sua direção. — Color Me Crazy. — Sim! — Ela ri, jogando a cabeça para trás. — Color Me Crazy, é tão perfeito. É perfeito, e isso está realmente acontecendo. Ellie e eu possuiremos nosso próprio salão. Puta merda! Quero ligar para Sage e contar para ele a minha boa notícia. — Tudo bem, agora que a parte emocionante terminou, é preciso assinar papéis, — Sejla insere enquanto puxa uma pilha de papéis de uma pasta. — Isso pode esperar um segundo, — afirma Selma, olhando para mim. — Primeiro, nos diga o que está acontecendo com você e seu cara.

~ 149 ~


Rindo disso, eu digo a ela e Sejla sobre Sage e eu, e quando termino, ambas revelam sorrisos que correspondem ao meu.

Sage Parando ao lado do carro de Kim na frente da minha casa, eu estaciono e vou até a passarela, levando a garrafa de champanhe que peguei no caminho de casa. Kim ligou esta tarde, gritando ao telefone que ela e Ellie obtiveram a aprovação para o empréstimo para o salão. Tão feliz como eu estava pelas novidades, e o fato dela me ligar antes de qualquer pessoa, eu realmente não podia falar, então eu disse a ela que comemoraríamos quando chegasse em casa. Destranco a porta e empurro, e sou instantaneamente assaltado com o cheiro de alho e outra coisa que não posso distinguir. Soltando minhas chaves sobre a mesa, eu ando pelo corredor em direção ao cheiro, e ao som de Ed Sheeran tocando no fundo junto com o canto horrível de Kim por cima dele. Parando no limiar onde a cozinha e a sala se encontram, eu paro para apreciar o show. Kim está na cozinha, em pé na frente do fogão, com uma espátula de madeira em frente a boca enquanto canta uma canção triste sobre um homem perder sua mulher e querendo que ela seja feliz, mesmo se não for com ele. Aquele homem era obviamente um idiota, ou ele nunca havia sentido o que eu sinto por Kim. Não a quero feliz com qualquer outra pessoa; eu a quero feliz comigo. Chame-me de egoísta, mas é o que é. Contornando a longa ilha que divide a cozinha da sala de estar, eu venho por trás dela, percebendo só então que seus olhos estavam fechados. O segundo que minha mão descansa em sua cintura, ela grita no topo de seus pulmões e gira ao redor para me encarar com uma mão no peito. — Calma, — digo baixinho quando vejo seu peito inflar. — Você me assustou profundamente, — ela acusa. — Desculpe, — respondo, olhando-a puxar uma respiração antes de soltá-la lentamente.

~ 150 ~


— Está bem. Apenas não ouvi você entrar ou sequer notei. Você é bastante leve em seus pés para um cara tão grande. Isso deve ser útil com o seu trabalho, — ela murmura, e eu rio. — Ajuda, — concordo, deixando cair a garrafa de champanhe no balcão atrás dela antes de puxá-la contra mim. — Parabéns pelo empréstimo. Ela sorri, mas só vejo por um segundo antes de arrastá-la até o meu corpo e colocar minha boca na dela. Beijo-a como um homem faminto, eu lambo e mordisco sua boca até que sinto as unhas cavarem em minha pele através da minha camisa, e então me forço a retardar o beijo. Afastando-me e olhando para ela, é preciso um segundo, como sempre, mas seus olhos se abrem para encontrar os meus. — Você parou, — ela reclama, e sorrio. — Você está cozinhando e preciso de um banho. — Oh. — O que você está fazendo? — Pergunto, olhando por cima do ombro para a panela atrás dela. — Abobrinha e massas fritas em óleo de oliva e alho. — Parece bom, — eu minto, e ela sorri para mim com conhecimento de causa. — O penne ainda precisa cozinhar, por isso, se quiser tomar banho, você tem tempo. — Tudo bem. Quando eu sair, vamos abrir o champanhe. — Eu... — ela morde o lábio e depois balança a cabeça. — Não bebo. — Franzindo as sobrancelhas, percebo que ela não bebe, ou pelo menos nunca a vi bebendo. Sempre assumi que era porque ela estava dirigindo. — Eu vou assistir você beber. — Ela sorri, inclinando a cabeça para o lado enquanto pressiona a mão contra o meu peito. — Você deveria ir tomar banho. Preciso preparar a massa, — ela insiste com um sorriso, mas sua expressão está distante, fazendo-me pensar do que no inferno que se trata. — Você está bem? — Sim, por que pergunta? — Nada. — Sacudo a sensação de que ela está mentindo. — Voltarei em poucos minutos.

~ 151 ~


— Não se apresse. — Ela se levanta na ponta dos pés, tocando os lábios no meu queixo. — A comida vai demorar. Com um empurrão do meu queixo, eu toco meus dedos para a cintura dela e a deixo na cozinha enquanto vou para o corredor. Parando no meio do caminho para o quarto, me viro para olhar por cima do meu ombro e a vejo pegar a garrafa de champanhe e olhar para ela por um momento antes de colocar no balcão. Com um aceno de cabeça, os ombros se inclinam para frente. Que porra é essa? Girando, eu começo a voltar para ela para perguntar o que diabos significa essa reação, mas antes de chegar lá, a campainha soa. — Eu atendo, baby, — digo, passando por ela quando ela se vira. — Ok, — ela concorda, pegando uma caixa de massas do balcão e despejando o conteúdo em uma panela. Seguindo pelo corredor, eu me movo para a porta e a abro. Não sei quem eu espero ver do outro lado, mas tenho certeza como a porra que não esperava meus pais estarem de pé na minha porta, meu pai carregando um saco e minha mãe segurando flores. — O que vocês estão fazendo aqui? — Aparentemente, nós dirigimos até aqui para celebrar, — meu pai murmura. — Pare de ser um idiota. — Mamãe bate no peito dele. — Baby, nosso filho tem a garota dele em sua casa. Ela acabou de recebeu boas notícias. Você realmente acha que ele nos quer aqui? — Sim, — ela estala; então seus olhos me encontram. — Você me quer aqui, certo? Porra. — Mãe, você sabe que é sempre bem-vinda. — Vê? Eu sou sempre bem-vinda, — ela diz, virando a cabeça para olhar para o meu pai. — Nosso menino não dirá que você não é permitida na casa dele, Sophie. — A família de Kim não está aqui, e quero que ela saiba que tem pessoas próximas que estão orgulhosas e animadas por ela. Você não pode simplesmente

~ 152 ~


entreter-me por alguns minutos? — Mamãe retruca, passando por mim e entrando na casa. Olhando para o meu pai por ajuda, ele balança a cabeça. — Tentarei tirá-la daqui o mais rápido que eu puder, — ele diz, batendo no meu ombro enquanto segue a minha mãe pelo corredor em direção à cozinha. Suspirando, eu fecho a porta e sigo atrás deles. — Sage não me disse que vocês viriam. Eu teria feito mais comida se soubesse. — Ouço Kim dizer quando entro na cozinha para encontrar ela e minha mãe se abraçando. — Não contamos para ele. Queríamos apenas passar por aqui para dizer parabéns. Lilly me ligou para dizer esta tarde que você e Ellie conseguiram o empréstimo, — mamãe diz alegremente, dando para Kim as flores que trouxeram. — Eu também trouxe bolo. Nada diz celebração como bolo de chocolate. — Isso é tão bom. Obrigada, — Kim sussurra, dando a minha mãe outro abraço antes de abraçar o meu pai. — Talvez eu possa acrescentar um pouco mais de massa na água, — ela sugere conforme começa a se mover em direção ao fogão com as flores. — Não é necessário, querida. Nós não ficaremos muito tempo, — insere meu pai, e Kim olha para ele enquanto minha mãe estreita os olhos. — Tem certeza? — Kim pergunta, colocando as flores no balcão, e ando para o lado dela, envolvendo minha mão ao redor de seu quadril. — Eles têm planos, baby, — eu digo em voz baixa, e Kim acena enquanto sinto os olhos da minha mãe queimando dentro de mim. — Eu levarei Sophie para jantar, — meu pai afirma, me apoiando. Mamãe coloca o bolo na ilha ao lado das flores antes de olhar para ele e perguntar, — Sério, para onde vamos? — Nós descobriremos isso no caminho, — ele diz a ela, e os olhos dela se estreitam um pouco. — Pelo menos fique para o bolo, — Kim interrompe, e luto contra um gemido. — Você não se importa? — Mamãe pergunta, olhando para ela, e Kim balança a cabeça. — Claro que não.

~ 153 ~


— Claro que não. — Ela sorri para minha menina antes de olhar triunfante para o meu pai e eu. — Vocês ouviram isso? Sabendo que é inútil discutir, eu pressiono um beijo ao lado da cabeça de Kim e vou para o armário, onde pego pratos e garfos, enquanto minha mãe abre a caixa do bolo. Depois disso, passo a próxima hora e meia com Kim e meus pais comendo bolo e bebendo champanhe. Na verdade, minha mãe bebe o champanhe sozinha, por isso, quando ela e meu pai saem, ela está meio bêbada e meu pai precisa carregá-la rindo para fora da casa.

~ 154 ~


Capítulo 12 Kim Após lavar meu rosto, eu pego a toalha do suporte ao lado da pia e a coloco à minha boca. Estou nervosa, tão nervosa que posso realmente ver o pulso batendo em meu pescoço. Sei que é ridículo estar nervosa, vendo como estive com Sage antes e tivemos muitos amassos desde então, mas ainda estou muito, muito preocupada com a ideia de estar com ele novamente. Puxando uma respiração pelo nariz, eu deixo cair a toalha das minhas mãos no balcão e dou um passo para longe do espelho para me olhar. Eu sabia que quando Sage me pediu para estar aqui quando ele chegasse em casa do trabalho que eu

~ 155 ~


passaria a noite, então fiz uma corrida rápida para Victoria Secret quando saí do salão. Eu disse-me no caminho para a loja que pegaria algumas coisas que precisavam ser substituídas, mas, na verdade, eu queria algo sexy para vestir na cama, algo que pararia Sage de tentar retardar as coisas quando elas começassem a aquecer. Olhando para mim agora, eu tenho certeza que fui bem sucedida nesse esforço. O body preto de renda transparente parece ser bom – não, incrível – contra a minha pele dourada. A frente tem um V profundo que atinge um pouco acima do meu umbigo e na parte traseira tem um corte que mostra minha bunda. Ele tem duas tiras finas que cruzam nas minhas costas, segurando as alças no lugar. É sexy, supersexy. Só não sei se é muito ou se grita desesperada. — Talvez eu deva vestir minha camisa, — suspiro, virando-me para me olhar por cima do ombro e me levantando na ponta dos pés para ver embaixo. — Kim, — Sage chama, e entro em pânico, caindo contra a porta para me certificar de que ele não entre, fazendo-a sacudir alto. — Você está bem? — Bem, bem, — eu grito enquanto levanto e tento girar ao redor para pegar a toalha do balcão, mas sou lenta demais. A porta se abre, e quase não tenho a chance de segurar a toalha de rosto na frente do meu peito. — Você... Jesus. — Ele dá um passo em minha direção, e dou um passo para trás, instintivamente, devido o olhar aquecido em seus olhos, notando distraidamente que tudo que ele está usando é uma boxer preta que está moldada em suas coxas musculosas e sua grande ereção. — Solte a toalha. — Eu... — Solte, — ele exige, me cortando, e um arrepio desliza em mim das raízes do meu cabelo até as pontas dos meus dedos. Deixando cair a toalha ao chão, seu olhar me lambe, e seus olhos, que já estavam escuros, aquecem ainda mais. — Cristo. — Seu lábio inferior vai entre os dentes quando ele se aproxima para traçar um dedo calejado pela minha clavícula para o vale entre os meus seios e para o meu umbigo. — Eu... — nem sequer sei o que ia dizer, mas qualquer coisa que fosse sair da minha boca morreu em meus lábios quando a boca dele captura a minha.

~ 156 ~


Envolvendo uma mão na minha cintura, ele me puxa contra ele, enquanto a sua outra mão emaranha no cabelo na parte de trás da minha cabeça. Ofegando enquanto sua língua varre na minha boca, seu gosto explode na minha língua, provocando um gemido na parte de trás da minha garganta. Agarro seus ombros enquanto ambas as mãos vão para a minha bunda e ele me levanta em um só puxão. Envolvendo minhas pernas em torno de seus quadris, eu inclino minha cabeça para o lado para aprofundar o beijo conforme ele sai do banheiro para a cama, onde cai em cima de mim. Deus, eu nunca me canso disso. Nunca me cansarei de seu peso em cima de mim e sua força ao meu redor. Realmente, eu sei que nunca vou me cansar. — Sage, — suspiro quando sua boca deixa a minha para viajar sobre a minha mandíbula, minha garganta, e depois o meu peito, onde ele arrasta o material rendado de lado para que possa puxar um mamilo duro entre os lábios. Sentindo seus dentes rasparem sobre a ponta dura, — Sim, — deixa meus lábios, e minhas pernas apertam em torno de seus quadris. — Molhada. — Sua respiração sopra meu mamilo enquanto seus dedos deslizam entre as minhas pernas sobre a renda lá, fazendo meus quadris pularem. — Sim, — concordo. Mas não estou apenas molhada. Estou encharcada, e ele nem sequer realmente me tocou ainda. Beijando meu peito, ele suga meu mamilo negligenciado através da renda, enviando uma sensação totalmente nova através do meu corpo, o que faz com que meu pescoço arqueie e minhas unhas raspem toda a pele suave de suas costas. — Caramba, — ofego enquanto seus dedos correm entre as minhas pernas novamente e os dentes puxam meu mamilo, fazendo uma rajada certeira de prazer atirar diretamente para o meu clitóris. — Eu preciso de você, — digo, e sua boca sai do meu peito e os seus olhos encontram os meus. — Por favor. Com o meu apelo, ele se inclina para trás, ficando fora do meu alcance, e me vira para minha barriga. — Levante, de joelhos. — O... — minhas palavras são cortadas quando ele de repente me puxa até os joelhos, e então ele está atrás de mim e sua boca em mim. — Oh. — Minha cabeça cai na cama, e meus braços deslizam na minha frente enquanto ele festeja. Não há outra maneira de descrever o que está fazendo comigo. Sua boca está em toda parte

~ 157 ~


enquanto suas mãos me seguram aberta, à tortura mais requintada da minha vida. Sentindo um nó começar a se formar na boca do estômago, eu gemo e torço minha cabeça de lado a lado, tentando lutar contra isso. Quero deixar ir, mas sei que quando o fizer vai me destruir. — Deixe ir, — ele exige contra a minha buceta, e balanço a cabeça. — Deixe ir, porra, — ele rosna, beliscando meu clitóris, e eu faço. Eu deixo ir e meu corpo balança para frente quando um dos mais intensos orgasmos de minha vida passa por mim, me mandando para as estrelas. Completamente gasta e vendo luzes brancas dançarem atrás de minhas pálpebras fechadas, eu choramingo quando ele me vira em minhas costas. — Mais uma vez, — ele diz, enterrando o rosto entre as minhas pernas novamente. Ele me lambe de cima a baixo, e minhas pernas apertam em torno de seus ouvidos enquanto minhas mãos se movem para agarrar a cabeça dele. Meu clitóris está sensível, muito sensível. — Sage, — imploro, mas ele me ignora, me lambendo novamente antes de circular meu clitóris e puxá-lo em sua boca, sacudindo-o com a ponta da língua. Meus quadris pulam e tento fugir, mas ele agarra minha bunda, me puxando mais profundo em sua boca. Oh, Deus, não acho que era possível, mas sei que vou gozar novamente, e gozar forte. — Sage. — Minhas pernas começam a tremer, em seguida, ele está lá, em cima de mim e entrando em mim com tanta força que minha respiração sai em um whoosh e o orgasmo que se construía, detona, enviando-me gritando o nome dele quando gozo, agarrando-o com todas as minhas partes. — Porra, — ele rosna enquanto sua boca cai na minha. Provo-me em sua língua e choramingo contra a dele. Passando minhas mãos pela pele lisa de suas costas e para a sua bunda, eu o seguro, sentindo seus músculos contraírem cada vez que ele bate em mim, e então ele empurra minha perna por cima do braço. Ele muda o ângulo, fazendo-o bater em alguma coisa dentro de mim que eu nem sabia que existia. — Eu... — Não goze até que eu diga, — ele rosna contra a minha boca enquanto meus músculos começam a se contrair em torno de seu comprimento duro. — Sage... — Nós gozamos juntos desta vez.

~ 158 ~


Minhas pernas começam a tremer e Oh, Deus sai da minha boca enquanto me inclino, colocando meu rosto contra seu peito. — Olhe para mim. — Sage! — Olhe para mim, — ele diz, e minha cabeça cai para trás e meus olhos encontram os dele, então se fecham com a intensidade em seu olhar. — Maldição, Kim. Abra os olhos, — ele rosna, retardando seus impulsos, o que faz com que o inferno que crescia dentro de mim se transforme em uma queimadura lenta. — Mantenha seus olhos nos meus. — Ele pega o ritmo e começa a entrar em mim mais forte enquanto segura o meu olhar. Soltando a perna de seu braço, ele se inclina e envolve a mão ao redor da minha mandíbula quando seu grosso comprimento me enche. — Isso somos nós. Meus olhos se desviam dos dele e tento esconder o medo que de repente me oprime. Eu deveria ter dito a ele. Deveria ter dito a ele antes disso, e agora é tarde demais. Ele mais uma vez agarrou o seu caminho dentro de mim, e sei que não serei capaz de superar as feridas da perda dele neste momento. — Olhe para mim, baby. — A borda em seu tom faz os meus olhos irem para os dele. — Diga-me que você sente isso. — Eu sinto isso. — E sinto, mas agora também está acompanhado pelo medo. — Ficará tudo bem. Não vai. Alcançando entre nós, o polegar encontra o meu clitóris, e minha cabeça arqueia contra o travesseiro conforme contraio em torno dele, tentando puxá-lo impossivelmente mais profundo. — Perfeito. — Ele alisa meu clitóris, e juntamente com seu pênis enchendo-me mais e mais, me tem mais uma vez na borda. — Agora. — Ele toma minha boca em seu comando silencioso e voo sobre a borda, sentindo seus quadris empurrarem quando ele se perde dentro de mim. Ofegante, o abraço e as minhas pernas sobem mais sobre seus quadris enquanto o rescaldo do meu orgasmo me varre como uma onda.

~ 159 ~


— Fique, por favor, — imploro, apertando o meu domínio sobre ele quando seus quadris se movem como se fosse sair de mim, algo que não estou nem um pouco preparada. — Não vou a lugar nenhum, — ele sussurra, mas minhas pernas se apertam. — Olhe para mim, baby. — Abro meus olhos que eu nem sabia que estavam fechados e encontro-o olhando para mim. — Você é linda. Você é sempre bonita, mas quando você goza... Jesus, eu acho que não há nada mais extraordinário do que o olhar que você tem em seus olhos quando está prestes a gozar. Mas não foi isso que você me deu um segundo atrás. Não sei o que eu vi, mas não gosto disso. — Sage... — Sério como a merda, o primeiro momento que vi você, eu tinha certeza de que o universo estava fodendo comigo. Acho que foi esse o momento em que eu me apaixonei por você. — Ele acabou de dizer que me ama? — Como? Eu fodidamente não sei. Eu não sabia quem diabos você era, mas juro por Deus, eu sabia que havia algo em você que sempre me pertenceu. — Sage, eu... — Nunca vi uma mulher tão bonita como você, e agora eu sei... Você não é bonita somente aqui... — ele passa o dedo pelo centro do meu rosto. — Sei que você é linda aqui também. — Ele toca a pele acima do meu coração. — Essa merda é tudo para mim, Kimberly. Então qualquer fodida merda que você tem rodando em torno de sua cabeça agora, você precisa deixar ir. Eu não vou a lugar nenhum, e nem você. Oh, Deus, minha garganta queima enquanto engulo. — Sa... — sua boca toca a minha e ele começa a se mover dentro de mim mais uma vez, me deixando sem nenhuma chance de lhe dizer que eu me sinto da mesma maneira ou o segredo que tenho escondido dele. Lentamente despertando de um sono profundo, eu levanto os braços por cima da minha cabeça e tomo um minuto para apreciar a forma como cada centímetro de mim se sente muito bem utilizado e dolorido. Eu só me senti assim uma vez antes, e foi após a primeira noite em que estive com Sage. Aquela noite foi boa, mas a última noite foi um milhão de vezes melhor. Não sei quantas vezes ele me fodeu ou fez amor

~ 160 ~


comigo, mas foram muitas, e cada vez, ele teve certeza de que gozei antes de cuidar de si mesmo. E foi tudo fabuloso. Rolando para o meu lado, eu lentamente abro os olhos, e pisco quando vejo Sage com seus olhos em mim, vestido e sentado em uma cadeira que ele puxou para perto da cama. — Hey. — Sorrio, levantando em um cotovelo. — Que horas são? — Pergunto, olhando dele para o relógio na mesa ao lado, um daqueles relógios velhos com os sinos no topo que soam alto quando o alarme dispara. Vendo que não são nem sequer 07:00 horas, meus olhos voltam para ele, e é então que registro o olhar em seus olhos, a energia estranha pulsando no quarto, e o fato de que ele não falou uma palavra para mim desde que eu acordei. Movendo meus olhos para a cama, eu me sento, puxando o lençol comigo quando me levanto, e colocando-o debaixo dos meus braços antes de olhar para ele novamente. — Está tudo bem? Vo... — congelo, e meu estômago torce quando noto que ele está segurando um frasco amarelo brilhante e transparente com uma tampa branca em suas mãos. Um dos meus frascos de comprimidos. Um dos meus frascos de comprimidos. Oh Deus. — O que você está fazendo com isso? — Pergunto, e é aí que seu rosto muda e raiva enche suas feições. — Acho que sou eu quem deveria perguntar o que diabos você faz com isso, — ele responde, sacudindo o frasco e fazendo com que as pílulas dentro chocalhem uma contra a outra. — Tem algo a me dizer, Kimberly? — Eu... — paro de falar, não sabendo por onde começar. — Tem algo a me dizer? — Ele repete em voz alta, e meu coração contrai. — Sim. — Fale, — ele responde, e me inclino para ele, com a mão estendida para tocálo, mas ele se afasta, saindo do meu alcance. Minha mão aperta em um punho e a derrubo para o meu lado. — Diga-me, — ele exige.

~ 161 ~


Meu coração bate dolorosamente contra meu peito e o estudo, tentando encontrar as palavras para fazer isso melhor, as palavras para fazê-lo entender. — Eu estou doente. — Sim, eu entendi quando vi a porra da farmácia em sua bolsa de maquiagem e fiz alguma pesquisa. — Meus rins. — Entendi isso também. O que eu quero fodidamente saber é por que diabos você não me contou sobre isso antes. — Ele sacode as pílulas novamente, o som fazendo-me estremecer. — Eu ia. — Sim, quando? — Eu... — balanço a cabeça, correndo a mão agitadamente pelo meu cabelo. — Quando fosse o momento certo. — Eu finalmente falo, e a energia que bate contra a minha pele é assustadora. — Quando diabos seria o momento certo? — Ele ruge, levantando da cadeira, e eu fico de joelhos na cama. — Por favor, acalme-se, — sussurro, e seus olhos cortam nos meus, me fazendo sentir oca. — Acalme-se. Você quer que eu me acalme? Jesus, que porra, Kim? — Deixe-me explicar, — imploro, enquanto as lágrimas queimam no fundo da minha garganta, tornando difícil respirar. — Eu não quero ouvir, — ele ruge; então seu braço vai para trás e ele joga o frasco de comprimidos por todo o quarto, onde ele bate na parede com um baque forte, fazendo com que a tampa se abra e as pílulas se espalhem enquanto os pedaços do meu coração dolorosamente batem no chão. — Você deveria ter falado comigo. — Ele balança a cabeça exatamente antes de sair, explodindo através da porta do quarto, e deixando-me de joelhos no meio de sua cama grande, segurando o lençol ao meu peito enquanto respiro pesadamente. Caindo com a minha bunda nas minhas panturrilhas, meus olhos se fecham. Sabia que isso aconteceria. Eu poderia ter evitado que isso acontecesse, mas não o fiz, e agora estou exatamente como sabia que estaria.

~ 162 ~


Despedaçada. Sentindo as lágrimas se acumularem nos meus olhos, eu balanço a cabeça. Não posso chorar, não ainda. Preciso sair daqui antes que eu tenha meu colapso. Girando para o lado, eu mantenho o lençol ao meu redor conforme me movo e balanço minhas pernas para o lado da cama a fim de colocar meus pés no chão. No momento em que levanto, minhas pernas tremem, juntamente com o resto de mim. — Segure-se, Kimberly, — sussurro quando vou para a minha bolsa do outro lado do quarto, e pegando-a, a levo para a cama. Correndo, visto as primeiras peças de roupas que encontro, um par de moletons largos e uma camisa dos meus tempos de faculdade. Vestida, eu ando pelo quarto, pegando as roupas de Sage dos últimos dois dias, as quais eu coloco no cesto. Então encontro minha camisola de ontem à noite, levo-a ao banheiro, e jogo-a no lixo debaixo da pia. Olhando para a minha bolsa de maquiagem aberta, a qual eu não tive a chance de fechar na última noite, antes de Sage entrar, minha garganta queima. Minhas pílulas estão todas expostas e cobrindo o balcão, como se ele tivesse inspecionado a cada uma delas antes de me confrontar. Coloco tudo de volta na bolsa enquanto engulo todo o nó se formando em minha garganta, e levo-a para a cama para despejála junto com minhas outras coisas. Passo os próximos dez minutos em minhas mãos e joelhos pegando as pílulas espalhadas por todo o piso de madeira, e uma vez que eu tenho certeza que peguei todas elas, calço meus sapatos, coloco minhas coisas no chão, e retiro a roupa de cama, dobrando o grosso edredon branco antes de levar os lençóis para o cesto de roupa suja no closet. Feito, eu dou uma última olhada no quarto antes de sair com minha bolsa sobre meu ombro. Não sei se Sage saiu ou não, mas não ficarei por aqui para descobrir. Agarrando minhas chaves da ilha na cozinha, eu tiro a chave da casa e deixo-a na bancada, sentindo aquele nó na garganta expandir e apertar. Eu sei que vou quebrar a qualquer momento, e isso me empurra a não andar, mas a correr em direção a porta e sair da casa de conto de fadas, onde me apaixonei por seu dono.

~ 163 ~


Capítulo 13 Kim Ouvindo o toque do telefone e mensagem de voz de Sage soar, eu fecho meus olhos e tiro o telefone do ouvido. — Querida, — mamãe pergunta, e desligo, deixando cair o telefone no meu colo, e olho para ela. — Sim? — Você está bem? — Ela pergunta, entrando no meu quarto, ou o que costumava ser o meu quarto. No meu primeiro ano na faculdade, ela manteve o espaço exatamente como eu deixei. Meu segundo ano, ela acrescentou uma esteira no canto

~ 164 ~


do quarto. E até eu me formar na faculdade, ela acrescentou caixas, uma mesa de costura e uma mesa de trabalho. — Estou bem, — eu minto. Ela balança a cabeça. — Você quer comer algo? — Não. — Meu estômago revira com a ideia de comida e afasto a colcha da minha cintura. — Você realmente deve comer. — Eu sei. Apenas não estou com fome agora, — digo, e seu rosto suaviza, caminhando pelo tapete rosa cobrindo o chão na direção de onde estou sentada no meio da minha cama antes de se sentar ao meu lado. Passando a mão pelo cabelo para o lado da minha cabeça, ela o coloca sobre o meu ombro. — As coisas ficarão bem. Dê algum tempo a ele. Ele voltará. Balançando a cabeça, não concordo em voz alta. Não posso. Deixei Tennessee por um capricho, e agora eu queria não ter partido. Eu deveria ter esperado Sage. Deveria tê-lo deixado se acalmar, e então falado com ele. Em vez disso, eu fugi para a casa dos meus pais como uma covarde. Estava tão envolvida em tudo o que sentia e querendo me proteger que não pensei no que Sage deve ter sentido quando descobriu sobre a minha doença e como ele ficou chateado com a notícia. Não pensei em nada, a não ser fugir dele. — Você já tentou ligar para ele? — O telefone dele vai para o correio de voz, — sussurro, fechando meus olhos. Chamei três vezes desde que percebi que partir foi um erro. Em todas as vezes o telefone dele foi direito para o correio de voz, o que significa que ele o desligou e não quer ouvir nada de mim. — Não chore, querida. — Eu não estou, — minto novamente, enxugando a prova da minha mentira do meu rosto. Ela ri baixinho e me abraça, me arrastando para descansar contra seu peito. — Mesmo quando criança, você era teimosa. — Ela puxa uma respiração enquanto passa a mão pelo meu cabelo. — Sempre tão cabeça-dura. — Ouço o tom nostálgico em sua voz, e meus braços apertam sua cintura quando enterro meu rosto contra ela. — Seu

~ 165 ~


pai e eu aprendemos desde cedo a deixá-la cometer erros. Você não aprenderia de outra maneira. Poderíamos dizer para você que o fogo era quente e que poderia machucá-la até que estivéssemos esgotados, mas até que você sentisse o calor das chamas, você não acreditaria em nós. — Porque sou uma idiota. — Não. — Ela se inclina para trás, segurando meu rosto, e assisto as lágrimas se acumularem em seus olhos. — Você não é uma idiota. Você é uma das mulheres mais incríveis que eu conheço. Você é inteligente, amorosa, leal e inspiradora. Você me faz querer ser uma pessoa melhor. Desde o primeiro momento que a segurei em meus braços, você me fez querer ser uma pessoa melhor, e sua determinação de fazer as coisas à sua maneira é uma das coisas que admiro em você. — Mãe. — Fecho meus olhos, em seguida, abro-os quando ela me dá uma agitação suave. — Se ele não encontrar uma maneira de aceitar você como você é, então ele não é digno de você, — ela diz baixinho, e aceno, então fecho os olhos novamente quando ela se inclina, pressionando os lábios na minha testa. — Eu vou trazer um pouco de sopa para você. Você precisa comer e tomar suas pílulas. — Ok. — Ok. — Ela beija minha bochecha antes de se levantar e sair do quarto, voltando alguns minutos depois com uma tigela de sopa quente. Após comer tanto quanto eu posso aguentar e tomar minhas pílulas, eu escalo sob minhas cobertas e ligo para Sage uma última vez, sentindo meu coração apertar no peito quando ele não atende e mais uma vez, obtenho o seu correio de voz. — Sinto muito, — sussurro antes de desligar e largar o telefone na cama. Colocando as mãos em minha bochecha, leva um tempo, mas eventualmente choro até dormir.

~ 166 ~


Sage Abrindo a porta da frente, eu vou pelo corredor, passo pela cozinha, e direto para o quarto. Quando acendo a luz, meu queixo aperta quando vejo que o quarto está arrumado, os lençóis da cama e o edredom dobrado ordenadamente na extremidade do colchão nu. Movendo para o closet, eu pego a minha bolsa da prateleira superior e deixo-a cair no chão. Uma hora atrás eu recebi uma mensagem de voz de Jax me dizendo que Kim deixou a cidade. Ele disse que Ellie ligou no início da tarde para dizer que Kim estava decolando, que ela passou pelo salão a caminho do aeroporto para deixar Frankie e ela saberem que ela viajaria e precisava de alguns dias de folga para ver os pais dela. Quando recebi essa mensagem, a minha raiva que havia se dissipado durante todo o dia, voltou. Jax sabia que eu estava fora do alcance do celular durante todo o dia, mas não sabia que Kim e eu brigamos. Ele pensou que algo aconteceu com um dos pais dela, de modo que esteve tentando entrar em contato comigo. Infelizmente, eu fui para as montanhas para pensar, o que me deixou sem serviço de telefone, e meu atraso na obtenção de todas as ligações durante toda a tarde significou que Kim foi capaz de sair da cidade sem eu saber. Por mais que eu possa entender a razão dela para partir, ainda estou chateado por ela ter feito isso. Sim, nós brigamos. Sim, eu perdi a cabeça. Mas Jesus, eu acabei de descobri que a mulher por quem estou apaixonado está doente. Não apenas doente, mas seriamente doente. E ela não me disse isso. Quando vi as pílulas e percebi o que estava acontecendo, não consegui pensar direito. Eu deveria tê-la deixado na cama, ido limpar a cabeça, e depois falado com ela quando estivesse calmo. Mas não queria fazer o que eu deveria ter feito. O mesmo medo que senti quando me disseram que ela estava morta voltou dez vezes, tornando impossível ficar calmo. Jogando roupas suficientes para dois dias na minha bolsa, eu retiro minha camisa, levando-a para o cesto de roupa suja, e vejo os lençóis da cama quando a

~ 167 ~


empurro. Ignoro o aperto no meu intestino quando pego uma camiseta limpa da prateleira e visto, em seguida, saio do closet e atravesso o quarto para o banheiro. Vendo a camisola dela no lixo debaixo da pia quando pego meu kit para a noite, meus dentes se apertam. Se ela acha que eu lavando os lençóis e ela destruindo sua camisola apagará as coisas para ela ou para mim, ela enlouqueceu. Esperei a porra de muito tempo para a minha vez, e não a deixarei fugir e construir paredes. Não dessa vez. Terminei com as brincadeiras. Voltando ao armário, eu pego a minha bolsa do chão e saio, desligando as luzes. Meu voo sai em duas horas, e eu deveria ter muito tempo para chegar ao aeroporto, desde que não há nenhum tráfego na estrada. Puxo o celular do meu bolso da frente e paro na cozinha para anotar o número de Chris pregado na geladeira, e é quando vejo uma chave sobre a bancada. Deixando a chave onde está, eu soco número de Chris no celular e vou para a porta, ligando para ele enquanto entro no carro. — Olá, — ele atende ao segundo toque, e os meus dedos apertam em volta do celular. Não sei se ele estará disposto a me ajudar. Ele é tão próximo de Kim. Ele tem sido o ombro para ela se apoiar e seu protetor por um longo tempo, e se ele sabe como a merda aconteceu esta manhã, há uma boa chance dele me dizer para me foder. — Preciso que você me mande uma mensagem com o endereço dos pais de Kim. — Você vai atrás dela? — Ele questiona, parecendo aliviado quando ligo o motor e dou ré, em seguida, mudo para dirigir e decolar. — Sim. — Porra, ainda bem. Eu disse para a estúpida mulher não ir, mas quando diabos ela já me ouviu? — Ele murmura, e balanço a cabeça, então aperto a mão no volante quando ele continua. — Ela queria contar para você. E... — Ela não disse, — o interrompi. — Ela deveria ter dito, porra, mas não disse. Me deparei por acaso com suas malditas pílulas esta manhã. Eu não tinha ideia de para que diabos elas eram, então pesquisei online. É assim que eu descobri. Não por que ela me disse, mas sentando na porra do meu banheiro às cinco da manhã, pesquisando a merda no meu telefone.

~ 168 ~


— Sinto muito, cara, — ele diz baixinho quando dou sinal e entro na estrada principal, saindo da minha pista. — Eu também. — Mas você ainda vai atrás dela, certo? — Ele pergunta, soando preocupado agora. — Eu disse que ia. Isso não acabará com a gente, e se depender de mim, nada nunca acabará, — afirmo, e o telefone fica em silêncio por um longo momento antes dele limpar a garganta. — Você a ama. — Eu a amo, — confirmo, pensando que não chega perto de como me sinto sobre ela. — Juro que vou chutar o traseiro dela quando você a trouxer de volta à cidade, — ele rosna, e pela primeira vez desde esta manhã, eu sorrio. — Deixarei você saber quando isto acontecer, — digo, virando para a estrada. — Não diga a ela que estou no meu caminho. Não quero que ela fuja antes que eu possa chegar à casa dos pais dela. — Eu não vou. — Mande o endereço para mim. Meu voo sai em pouco menos de duas horas. — Te mando uma mensagem. Deixe-me saber caso precise de qualquer outra coisa. — Obrigado. — Eu desligo. Inclinando para trás, eu enfio meu celular no bolso e dirijo, chegando ao aeroporto a tempo de apanhar o meu voo. Chegando a Miami um pouco depois das 02:00 horas, caminho pelo aeroporto com minha bolsa por cima do ombro em direção ao local de aluguel de carro, pensando que deveria ter conduzido. Entre a espera no aeroporto, tempo de voo, tempo extra no ar por causa de uma tempestade no chão, e as duas horas que me levará para chegar à casa dos pais de Kim, eu poderia ter chegado a ela, ou pelo menos perto, por agora. Tirando o celular do modo avião enquanto ando, coloco o telefone no ouvido para ouvir as três mensagens de voz que recebi quando estava no ar. Duas da minha mãe, a primeira dizendo que ela me ama e a segunda dizendo que eu sou um burro e é melhor eu fazer as coisas direito com Kim e trazê-la para casa. Espero que a terceira

~ 169 ~


mensagem seja ela pedindo desculpas por ser dura, mas não é ela. É Kim sussurrando que está arrependida. Ouvindo a dor em sua voz, esfrego minha nuca e acelero os meus passos. Por mais que eu queira ligar para ela e dizer que tudo ficará bem, eu não sei. O que preciso dizer, eu preciso dizer face-a-face, nada de se esconder mais, sem mais besteira. Fui levando as coisas fáceis e devagar para ela, mas essa merda terminou. Agora que eu sei sobre a doença dela, nunca desperdiçarei um momento com ela, e malditamente com certeza não permitirei que ela também desperdice. Batendo na porta dos pais dela duas horas e meia depois, eu espero alguém atender. Eu deveria ter pego os números dos pais dela na geladeira antes de sair, mas não pensei nisso no momento. Apertando minhas mãos quando a luz da varanda acende, eu dou um passo atrás, não sabendo o que esperar. — Demorou o suficiente, — seu pai, Donald, diz em saudação ao abrir a porta para mim, e minhas sobrancelhas se juntam. — Sabia que você apareceria. Embora, eu te esperasse há algumas horas, para ser honesto. — Ele dá um passo atrás, me deixando entrar e fechando a porta atrás de mim. — Eu estava nas montanhas. Não tinha serviço de telefone, então não tinha ideia de que ela havia fugido até poucas horas atrás, — digo a ele, e ele concorda. — Achei que deveria ser alguma coisa. Quando ela apareceu, eu sabia que se você fosse o homem que eu penso que você seja, você estaria aqui para colocar a cabeça dela no lugar. — Ele dá um tapinha no meu ombro. — Fico feliz em ver que eu estava certo sobre você, — ele afirma, e meus músculos que havia se tensionado durante a condução, relaxou. Não sabia em que tipo de situação eu entraria, mas sabia que de uma forma ou outra eu falaria com Kim, e é um alívio saber que não lutarei com seus pais para chegar até ela. — Graças a Deus. — Com essas palavras suaves, eu viro a cabeça e vejo a mãe de Kim, Pattie, vindo em minha direção com os braços abertos. Dando-me um abraço, ela se inclina para trás, batendo no meu rosto e suspirando. — Eu disse a ela que tudo ficaria bem, — ela diz, e então seus olhos se estreitam um pouco, lembrando-me muito da minha mãe. — Está tudo bem, certo? — Ela questiona, me estudando.

~ 170 ~


Concordo. — Estará. — Bom. — Ela balança a cabeça. — Ela esteve uma bagunça desde que chegou aqui. Eu provavelmente não deveria dizer isso, mas é a verdade. Então, se você entrar lá e ela tentar aparentar calma, não deixe que ela te engane. — Eu não vou. — Tudo bem, vá então. O quarto dela é no final do corredor à esquerda. — Obrigado. — Levanto o meu queixo para seus pais antes de ir para o corredor. Chegando ao quarto, faço uma pausa com a minha mão na maçaneta e puxo uma respiração profunda. Giro a maçaneta, mas antes de ter a chance de empurrar, a porta é puxada da minha mão. — Você está aqui, — Kim grita, logo antes de se atirar para mim e envolver os braços em volta do meu pescoço. Os meus instintivamente envolvem sua cintura, puxando-a mais apertado contra mim enquanto ela soluça. — Sinto muito. Pegando-a, eu a levo mais para dentro do quarto e chuto a porta antes de procurar pela cama através da escuridão. Vendo-a do outro lado do quarto, eu nos movo para lá e a estabeleço de lado no meu colo. — Acalme-se, — sussurro; e ela chora mais, me segurando enquanto se desculpa uma e outra vez, o que me mata. Sou eu quem deve se desculpar por perder minha merda, ser um idiota, e sair. — Por favor, baby, acalme-se, — eu imploro enquanto as lágrimas rasgam-me uma por uma. — Eu deveria ter dito. Devia ter te contado, mas não o fiz. Eu... Eu estava com m-medo de que você iria... Não seria capaz de lidar com e-e... E que você me deixaria, — ela diz entre soluços, e meu estômago embrulha. Fiz exatamente o que ela pensou que eu faria. Eu enlouqueci, e fui embora. Eu não disse a ela que falaria sobre isso quando tivesse a chance de me acalmar, para que ela soubesse que eu não a deixaria. — Sinto muito, baby, não deveria ter deixado as coisas como fiz. Eu só precisava limpar a cabeça, — digo a ela, colocando meu rosto em seu pescoço e respirando seu cheiro cálido. — Eu... Eu tentei te ligar.

~ 171 ~


— Fui para as montanhas, então não tinha serviço. Eu não estava deixandoa. Só precisava pensar um pouco. — Sou uma idiota. — Você não é. — Esfrego suas costas, e felizmente depois de alguns minutos, os soluços acalmam. — Eu preciso te ver, — digo a ela em voz baixa, e ela se afasta de mim. Um segundo depois, luz suave enche o quarto, e seu rosto manchado de lágrimas olha para mim. Usando meu polegar, eu enxugo as lágrimas sob os olhos e estudo seu belo rosto. — Eu estava com medo, — admito, e seu corpo pula quando ela fica chocada com essa afirmação. — Com tanto medo pra caralho. — Corro meus dedos em sua bochecha suave, pegando uma lágrima antes que caia. — Não posso imaginar um mundo sem você. — Eu não vou a lugar nenhum, — ela sussurra, levantando a mão para o meu queixo. Meus olhos se fecham e minha testa cai para descansar contra a dela enquanto meus braços a apertam, o pensamento de perdê-la é demais para eu lidar. — Case comigo. As palavras saem antes que eu possa impedi-las, mas agora que eu disse em voz alta, eu sei que isso é exatamente o que quero. Quero que ela seja minha esposa. Quero acordar com ela todas as manhãs e ir para a cama com ela todas as noites. Eu quero passar o resto da minha vida fazendo-a feliz. — O quê? — Ela respira. Afasto-me para olhar em seus olhos e repito, — Case-se comigo. — Nós... — Não me importo quanto tempo nós estivemos juntos, — a cortei, sabendo exatamente o que ela ia dizer. — Eu sei que quero uma vida com você. Sei disso agora, como sabia no momento em que te conheci, que você foi feita para mim. — Sage. — Seus olhos se fecham e sua cabeça treme. — Apenas diga sim. Não desistirei até você dizer sim. — Você está falando sério. — Ela abre os olhos, estudando os meus, e mantenho seu olhar, deixando-a ver a verdade lá. — Nunca falei mais sério sobre qualquer coisa em minha vida.

~ 172 ~


— Não estou morrendo. Estou doente, mas tenho uma vida longa à frente, — ela diz suavemente, e a puxo para mais perto. — Então diga que você viverá sua longa vida comigo, — apresso, e seu lábio inferior vai entre os dentes. — Eu te amo, Kimberly, desde o momento que nos conhecemos, e desde então eu me apaixonei mais por você. Diga-me que você não sente o mesmo. Diga-me que desde o segundo em que nos conhecemos que você não sentiu essa atração entre nós, como se nossas vidas sempre estiveram interligadas de alguma maneira. Diga-me que não estamos destinados a ficar juntos. — Eu... — ela engole, fechando os olhos. — Eu também te amo. Só... Não quero que você queira se casar comigo ou ficar comigo só porque acha que meu tempo é limitado. — O tempo de todos é limitado, baby, — digo, tomando suavemente seu rosto em minhas mãos. — Ninguém sabe quando seu tempo na terra chegará ao fim. Eu poderia morrer amanhã, mas se isso acontecer, eu quero saber que morri significando algo para você. — Você significa tudo para mim. — Então me diga que você se casará comigo. — Deus, você está falando realmente sério. Você é louco. — Diga que você se casará comigo, Kimberly. Diga que você será minha esposa. — Eu não vou me casar em Las Vegas ou no cartório, — ela sussurra, e meu coração salta no peito. Tomando sua boca mais uma vez, eu a rolo em suas costas e me afasto um pouco para olhar para ela. — Isso é um sim? — Deus, eu sou seriamente tão louca quanto você. — Ela fecha os olhos, em seguida, abre-os, envolvendo sua mão ao redor do meu pescoço. — Sim. — Graças a Deus. — Eu a beijo profundamente, mas me afasto antes que as coisas se descontrolem. — Seus pais estão no corredor, — eu a lembro calmamente quando ela olha para mim desapontada, e então seus olhos se fecham. — Certo. — Ela engole, deitada de costas na cama. Eu a rolo para o meu lado, observando o sol da manhã filtrando pelas persianas fechadas. Correndo os dedos

~ 173 ~


pelo seu quadril, eu sorrio quando ela abraça mais o meu peito. — Eu tenho um pedido, — ela diz baixinho, e minha mão faz uma pausa em seu quadril. — O que é? — Da próxima vez que estiver com raiva de mim, você pode esperar algum tempo para esfriar antes de conversar? Você... — ela faz uma pausa, então se move, levantando-se em um cotovelo para olhar para mim. — Essa é a segunda vez que você fica com raiva de mim e enlouquece sem me dar uma chance de explicar. — Sinto muito, baby, — respondo, odiando que ela esteja certa. — Eu também. — Ela encolhe os ombros, passando os dedos pela mandíbula. — Odeio não ter dito antes e você teve que descobrir da maneira que descobriu. — Acabou. Nós seguiremos em frente. — Sim, — ela concorda, descansando a cabeça contra o meu peito. — Sua mãe e a minha lutarão como loucas. Você sabe disso, certo? — Ela pergunta, interrompendo o silêncio depois de alguns minutos. — Por quê? — Inclino minha cabeça para olhar para ela, e ela inclina a dela para encontrar meu olhar. — Minha mãe esteve secretamente planejando meu casamento desde que eu tinha dezesseis anos, quando me levou para comprar o vestido do baile em uma loja de noivas. A julgar pela forma como sua mãe agiu no jantar, ela é do mesmo jeito, ou tem ideias de como ela quer que as coisas sejam. — Vamos para Vegas e facilitar para elas. — Eu já disse que não vou para Vegas. — Eu não desistirei da ideia. Quanto tempo você acha que levará para planejar o casamento, de qualquer maneira? — Será o nosso casamento, — ela murmura, beliscando meu mamilo, e aperto minha mão sobre a dela, sentindo o movimento da sua bochecha enquanto ela sorri. — Não sei quanto tempo vai demorar. Provavelmente um ano ou assim. — Perdão? — Um ano, talvez um pouco mais, — ela reitera, olhando para mim. — Eu não esperarei a porra de um ano para casar com você. — Veremos.

~ 174 ~


Rolando para o meu lado, eu me levanto em um cotovelo e olho para ela. — Eu não esperarei um ano, — repito. — Quero que a minha mãe e meu pai tenham isso. É importante para mim que eles consigam esse tempo comigo. Estou nisso para eles. Não há outras crianças para que eles casem. Sei que meu pai vai querer caminhar comigo até o altar, e minha mãe vai querer me ajudar a encontrar um vestido e planejar o casamento. Ela está certa; é só ela. Eu tenho cinco irmãos e irmãs. Se não tenho um casamento, meus pais serão capazes de conseguir de um dos meus irmãos. Mas para os pais de Kim, é apenas ela, e tanto quanto eu quero que ela esteja ligada a mim, eu quero que ela seja feliz e seus pais serem capazes de compartilhar isso com ela. Eles merecem isso, e ela também. — Tudo bem, — concordo com relutância, e seu rosto suaviza. — Tentarei ser paciente, mas não posso prometer nada. — Obrigada. — Ela se inclina, roçando a boca contra a minha, e então esse roçar se transforma nela gemendo na minha boca quando sua língua brinca com a minha e minha mão encontra seu seio. — Ficaremos em um hotel esta noite, — rosno, logo que afasto minha boca da dela. — O quê? — Ela pisca os olhos abertos para olhar para mim. — Não posso fazer amor com você aqui, e eu realmente quero fazer amor com você, — digo, pressionando o meu pau duro em seu quadril, e sua boca forma um suave O. — Exatamente. Portanto, esta noite ficaremos em um hotel. Dessa forma, eu posso tomá-la quando e como eu quero. — Ok, — ela concorda, então boceja e a sigo com um dos meus. — Mas agora, vamos dormir, — digo baixinho, movendo-a para meus braços. Ela dobra seu corpo ao meu lado, com a cabeça na dobra do meu braço, e a ouço bocejando novamente bem antes de seu tranquilo ronco encher o quarto. Sorrindo para o som, eu beijo o topo de sua cabeça, e então permaneço aqui até muito tempo depois que ela adormeceu, pensando, porra finalmente.

~ 175 ~


Capítulo 14 Sage Sentando no lado da cama, eu esfrego minhas mãos pelo meu rosto, em seguida, viro e deixo meus olhos vaguearem sobre Kim quando ela se desloca atrás de mim. Cuidadosamente, deslizo uma mecha de cabelo de sua testa atrás da orelha, meu coração aperta no meu peito quando ela se move em direção ao meu toque, mesmo durante o sono. Na noite passada, nós não falamos sobre a sua doença. Honestamente, eu estou assustado pra caralho para descobrir o que tudo significa. A ideia de perdê-la não é algo que eu quero sequer considerar, mas preciso saber o que está em jogo para ela e para nós. O que significa que eu terei que superar minhas coisas e falar com ela sobre

~ 176 ~


isso. Sei que ela disse que tem uma longa vida pela frente dela, mas o que essa vida envolve? Puxando uma respiração profunda, levanto da cama, pego minha mala do chão e caminho para o banheiro anexo ao quarto. Fecho a porta silenciosamente e abro a mala para pegar um par de shorts e uma camiseta, então, rapidamente cuido dos negócios e escovo os dentes antes de sair do quarto. Saindo para o corredor, eu caminho lentamente em direção à cozinha. Não dei uma boa olhada na casa ontem à noite quando entrei. Mesmo quando saí para buscar a minha mala, eu fiz isso rapidamente, mas vendo agora, eu posso dizer que Don e Pattie são orgulhosos de sua filha. Cobrindo a parede no corredor estão fotos de Kim e seus pais, Kim com a família e amigos, e outras com apenas Kim sozinha. Paro para olhar para uma delas mais de perto e sorrio. Kim parece que tem provavelmente dez anos de idade, e sorri tão brilhantemente que posso realmente sentir a sua felicidade através da foto. Inclinando para conseguir um melhor olhar da foto granulada em preto-e-branco, noto que a mulher mais velha na foto com ela não está beijando seu rosto como se eu achava que estava. Ela está sussurrando no ouvido de Kim enquanto Kim agita algo em uma tigela. — Essa era a minha mãe. — Virando para olhar para Donald quando ele fala, eu o encontro de pé a poucos metros de distância com os olhos cheios de tristeza. — Ela morreu não muito tempo depois que a fotografia foi tirada. Kim era o bebê dela, e sua única neta. — Sinto muito. — Muito tempo atrás. — Ele dá um passo mais perto. — Mas a dor de perder um pai sempre corta profundo. Não ajudou que depois que perdi minha mãe, nós perdemos meu pai. Ele morreu duas semanas depois dela, de insuficiência cardíaca. Na verdade, acho que ele não poderia viver neste mundo sem a mulher que ele amava, — ele confidencia; vindo em minha direção e apontando para outra foto; uma de um senhor mais velho, com Kim sentada em seu colo, segurando um jornal aberto e sorrindo para ele enquanto ele sorria para ela. — Meus pais eram contra Pattie e eu adotar, — ele diz, pegando-me desprevenido.

~ 177 ~


Olho para o homem da foto, tentando ver se eu perdi alguma coisa, mas tudo que vejo é a felicidade nos olhos dele quando ele sorri para uma Kim de cinco anos de idade. — Eles pensavam que se Pattie e eu fôssemos feitos para ter um filho, que teríamos um filho. Eles cresceram em uma época diferente. Coisas como infertilidade e adoção não eram faladas. — Ele balança a cabeça e um sorriso contrai seus lábios. — Tudo isso mudou quando chegamos em casa com Kim envolta em um cobertor rosa com apenas seu rostinho gordinho de fora. O segundo que a viram, ela tornou-se um pedaço deles. Ela era o mundo deles, e ninguém poderia dizer o contrário. — Estou feliz que ela teve isso e sentiu isso deles, e vocês. — Eu também. — Ele deixa escapar um suspiro, e olha para as fotos mais uma vez antes de encontrar meu olhar. — Nós precisamos conversar. Que tal pegar uma xícara de café e ir para a piscina, onde é quieto? — Ele sugere e levanto o meu queixo, em seguida, o sigo pelo corredor, passando por uma sala de estar com duas poltronas bem utilizadas e uma televisão, e em uma grande e moderna cozinha. No lado oposto, há portas de vidro que dão para um pequeno pedaço de grama e a piscina. Pegando uma xícara de café, eu o sigo para fora, contornando a lateral da casa para um pátio coberto, onde pego um assento na frente dele em uma das cadeiras de vime em torno de uma pequena mesa de vidro. Olhando ao redor, eu não posso imaginar crescer aqui. As casas são alinhadas uma após a outra, a frente de uma para a parte traseira da outra, e mesmo com a grade de ferro que cerca o pátio, ainda não há uma verdadeira sensação de privacidade. Afastando minha atenção do quintal quando Donald limpa a garganta, noto que ele coloca uma pequena caixa preta sobre a mesa entre nós. — Você se casará com a minha menina? — Ele pergunta. Sento-me em frente na minha cadeira e coloco a xícara de café sobre a mesa antes de responder. — Eu vou. — Meus cotovelos caem em meus joelhos e me inclino, abaixando a minha voz. — Espero que tenhamos a sua bênção. Se não, me desculpe, mas ainda me casarei com ela, — afirmo, e ele sorri antes de escondê-lo, tomando um gole de café.

~ 178 ~


— Você tem a minha bênção, mas quero um favor, — ele insere, e seguro seu olhar. — Eu sei que é pedir muito de um homem como você, mas pedirei da mesma forma. — Mantendo os olhos nos dele, espero que ele fale, e o vejo estender a mão para empurrar a caixa preta para mim. — Isso foi da minha mãe. Não tenho um filho para passá-lo, e honestamente, mesmo que eu tivesse, o que está na caixa sempre foi de Kim. Por favor, abra-a. Pegando a pequena caixa de veludo, eu viro a tampa e estudo o anel dentro. É lindo e incomum, não é algo que você encontraria em uma loja de joias hoje. O anel é feito de um trabalho de filigrana em ouro branco, e tem uma grande pedra azul safira no meio do anel, com muitos diamantes menores ao redor. — O que é isso? — Tiro meus olhos do anel, sem saber o que dizer a ele. — Kim adorava esse anel. Enquanto ela crescia, minha mãe costumava contar histórias sobre as mulheres em nossa família que já usaram esse anel, e através de cada uma dessas histórias, ela se apaixonou mais por ele. Ela me fez prometer que um dia, quando se casasse, que o anel seria dela. Sei que isso vai contra a tradição, mas... — Eu darei o anel para ela, — ressoo, tentando esconder a emoção da minha voz. — Isso significa algo para você, e isso significa algo para ela. Eu darei a ela. — Pattie e eu tivemos sorte, — ele diz, e minha cabeça volta para ele. Mas ele se inclina, aproximando e envolvendo sua mão ao redor da minha nuca do jeito que meu pai faz quando quer que eu ouça o que ele está dizendo, realmente ouça o que ele está dizendo para mim. — Tudo que qualquer pai quer para seu filho é felicidade. Você é um bom homem, o tipo de homem que cuidará dela, o tipo que encontrará uma maneira de fazê-la feliz e mantê-la desse jeito. Ela encontrou isso em você, o que significa que podemos viver o resto dos nossos dias não nos preocupando com o tipo de homem com quem ela acabará. Porque já sabemos que ele é exatamente o tipo de homem que teríamos escolhido para ela. Isso é raro, o que significa que temos sorte. Segurando o seu olhar, sentindo aquelas palavras me percorrerem, eu aceno, em seguida, inclino e toco a minha testa na dele. Ele me dizendo que sou bom o suficiente para sua filha, bom o suficiente para sua família, significa tudo para mim,

~ 179 ~


e trabalharei duro todos os dias para o resto da minha vida para garantir que eu nunca irei desapontar ele ou Pattie. — Obrigado, — murmuro, e sua mão me aperta antes de me soltar. Eu me endireito, fecho a tampa da caixa e a coloco no bolso. — Eu estava procurando vocês dois. Vocês querem café da manhã? — Pattie pergunta, virando a esquina, e pego o meu café, levantando quando Donald levanta. — Você está fazendo ovos Benedict? — Donald pergunta, beijando o lado da cabeça dela. — Isso é um pedido para eu fazer ovos Benedict? — Ela levanta a sobrancelha. — É o favorito de Kim. — Donald sorri para ela, encolhendo os ombros. — É o seu favorito. — Ela bate no peito dele. — Você não acha que eu peguei esse truque por agora? — Ela balança a cabeça para ele, em seguida, olha para mim. — Kim está acordada? — Ela não estava, mas vou para ela agora. — Diga a ela que preciso da ajuda dela para fazer o café da manhã. — Vou dizer, — eu concordo antes de entrar, deixando minha xícara vazia na pia. Eu movo em direção ao quarto e abro a porta, encontrando Kim acordada e sentada ao lado da cama. Ela olha para o seu telefone, com os dedos se movendo rapidamente sobre a tela. — Bom dia. — Ela levanta a cabeça e sorri para mim enquanto eu fechava a porta, e então seu telefone toca e seus olhos caem para ele. Sacudindo a cabeça com o que está lendo, ela começa a digitar novamente. — O que foi? — Pergunto. — Chris está com raiva de mim. — Sentando ao lado dela, eu descanso meus lábios em seu ombro nu, observando-a digitar e não tendo ideia do que diabos os dois estão falando, porque nada disso faz sentido para mim. Algo sobre um cavalo, carruagem e um feio vestido rosa volumoso. — Você está acordado há muito tempo? — Ela pergunta quando para de escrever e seus olhos vêm a mim por cima do ombro. — Não muito tempo, mas sua mãe disse que ela precisa de sua ajuda para fazer café da manhã. — Ela está fazendo ovos Benedict?

~ 180 ~


— Está. Seu pai disse que é o seu favorito. — É o favorito dele, mas porque é tão ruim para ele, minha mãe só faz isso quando estou em casa. — Ela sorri, mas então seu telefone toca novamente e ela suspira, ignorando-o. — Eu disse a Chris que deu tudo certo, mas ele ainda está chateado, eu não o ouvi quando ele me disse para não sair da cidade. — Você não deveria ter deixado a cidade, — concordo, e ela faz beicinho com o lábio inferior. Levando meus olhos para sua boca, eu inclino e beijo seu bico, e depois a pego, movendo-a para escarranchar em meu colo. — Sage, — ela choraminga, pressionando seus peitos em meu peito enquanto suavizo minhas mãos na pele quente de suas costas sob a blusa. Quando minha língua desliza em sua boca, eu deslizo uma mão ao redor da cintura para segurar seu seio. — Oh, — ela respira quando roço meu polegar sobre o mamilo ereto. Seus quadris esfregam forte no meu, e luto com um xingamento. — Ignore, — ela arfa contra minha boca quando seu telefone começa a tocar em rápida sucessão. — Perfeito. — Seguro seus seios e ela balança contra mim, gemendo em minha boca. Mas então ela geme quando me afasto quando seu telefone começa a tocar. Vendo que é Chris ligando, eu o atendo e coloco no meu ouvido. — Você terá que brigar com Kim quando ela voltar para a cidade, — rosno em frustração. — Certo, — ele murmura, e continua, — Mas deixe-a saber que da próxima vez, ela está fora da corrida para ser meu padrinho. — Vou deixá-la saber, — concordo antes de desligar e puxar a boca de Kim para baixo, para a minha. Então levanto com ela em volta de mim enquanto agarro seu traseiro. — O que ele disse? — Ela pergunta, beijando e lambendo meu pescoço enquanto atiro o telefone dela na cama atrás de mim. — Ele disse que da próxima vez você está fora da corrida para ser o padrinho dele. — Eu tenho tanta certeza, — ela sussurra, tirando sua boca da minha pele. — Ninguém mais seria capaz de lidar com ele. — Vocês dois podem resolver isso quando você voltar. — Belisco seu lábio inferior e a coloco sobre a bancada no banheiro.

~ 181 ~


— Você está certo. — Seus olhos escurecem e as mãos empurram a minha camisa para cima, em seguida, sobre a minha cabeça. — Quando vamos voltar? — Eu volto amanhã. — Você precisa ir amanhã? — Ela franze a testa, olhando para mim, e descanso minha mão ao redor do pescoço e abaixo o rosto para o dela. — Preciso voltar ao trabalho, então eu preciso pegar um voo amanhã à noite. Sei que não é uma longa visita, mas esta viagem não foi planejada, baby. — Certo. — Ela balança a cabeça, apertando as pernas em torno de meus quadris. — Eu mudarei o meu voo e voltarei com você. — Estudando-a por um longo momento, gostaria de saber quão egoísta eu deveria ser. Parte de mim quer levá-la comigo, mas sei que seus pais sentem falta dela e não conseguem vê-la com frequência suficiente. — Você deveria ficar e terminar a sua visita. — Estou pronta para ir para casa. — Suas mãos na minha nuca puxam meu rosto em direção ao dela. — Casa, — murmuro. Gostando do som disso, eu escovo meus lábios nos dela, vendo seu rosto suavizar. — Quando voltarmos, eu falarei com os caras e a levarei da sua casa e para a casa do lago. — Mas... — Sem mas, baby. — Dou um aperto em seu pescoço e uso a outra mão para puxar seus quadris para mais perto de mim — Estamos começando nossa vida juntos. Não quero ouvir que você acha que é muito cedo para morar comigo. — Eu não ia dizer isso, — ela resmunga, deixando cair a cabeça para trás. Sorrio. — Sim? Então o que você ia dizer? — Não sei, — ela mente, e meu sorriso se transforma em um sorriso maroto. Correndo meu polegar debaixo do seu queixo, eu toco a minha boca na dela, em seguida, me afasto, mantendo nossos olhos presos. — Estou disposto a esperar você levar o meu sobrenome. Mas não esperarei por isso. Eu quero você comigo, na minha cama, debaixo do meu teto, e na minha vida em cada maneira possível. — Ok, — ela sussurra.

~ 182 ~


— Ok, — afirmo, e beijo sua testa, em seguida, levo a boca dela antes de forçála a me liberar para que ela possa se arrumar.

Kim — Cristo, — Sage ressoa quando puxo o meu vestido sobre a minha cabeça e o solto na areia em meus pés, deixando-me em nada, exceto meu biquíni. Movendo os olhos sobre seu torso sem camisa, eu sinto minha boca secar. Ele é sempre bonito, mas com o sol quente da Flórida brilhando sobre ele e o oceano atrás, fazendo com que seus olhos se destaquem ainda mais, ele é lindo. Ele me disse quando estávamos tomando café da manhã com os meus pais que ele nunca foi à praia, então decidi corrigir isso. Eu disse a meus pais que estava arrependida em encurtar a minha viagem, mas que Sage e eu iríamos para Miami para passar o dia na praia antes de pegar nosso voo de volta para Tennessee amanhã tarde. Minha mãe estava chateada, mas prometeu que convenceria o meu pai a ir para o Tennessee em poucas semanas, e meu pai estava surpreendentemente bem com a nova mudança de planos. — Você realmente espera que eu mantenha minhas mãos longe de você? — Sage pergunta, interrompendo meus pensamentos, e percebo então que ele não está mais a alguns metros de distância. Ele está na minha frente, com os dedos curvados possessivamente em volta do meu quadril e seus olhos queimando em cada centímetro de minha pele exposta. — Há um monte de gente aqui, — indico, e seus dedos apertam quando seus olhos se movem para olhar ao nosso redor antes de voltar para o meu. — Então, você não tem que manter suas mãos longe de mim. Você apenas tem que manter as coisas no censura livre. — Seus olhos estreitam como se ele não estivesse feliz com essa ideia. Sabendo que se eu não tomasse cuidado, as coisas ficariam fora de controle entre nós, eu seguro a mão dele. — Vamos. — Eu o conduzo até a água e sorrio quando o oceano passa através dos meus pés, só para gritar um momento depois, quando ele

~ 183 ~


me apanha em seus braços e me carrega para as ondas, até que esteja na cintura. — Sage! — O quê? — Ele sorri, me deslizando em seu peito, e minhas pernas envolvem seus quadris enquanto meus braços prendem ao redor de seus ombros. — Não preciso de todo mundo vendo meu pau duro, então você me ajudará a escondê-lo. — Não sei se eu estar enrolada em você ajudará com isso, — eu digo sinceramente quando meu centro pulsa ao sentir sua ereção contra o meu clitóris. Estive na borda desde o momento em que ele apareceu na casa de meus pais, e cada segundo com ele faz a minha necessidade para ele crescer. — Então, eu acho que nós ficaremos aqui por um tempo. — Ele me beija, e minha cabeça inclina para o lado para aprofundar. Pressiono mais contra ele, tão perto quanto posso enquanto sua língua emaranha com a minha. Ele tem gosto de oceano, sol e Sage, e percebo imediatamente que é um gosto que eu não apenas gosto. É algo que eu amo e quero muito, muito mais. Sentindo-o se afastar, eu pisco os olhos abertos. — Eu te amo. — Também te amo, — sussurro, movendo os dedos pela coluna de sua garganta até a parte inferior do queixo, observando seu rosto ficar mais suave do que eu já vi. — O quê? — Pergunto, mas ele não responde. Ele pega a minha mão, e em seguida, todo o meu mundo para e lágrimas enchem meus olhos enquanto ele desliza o anel mais bonito que eu já vi em meu dedo. — Baby, — ele sussurra, me puxando para mais perto, e um soluço que não posso controlar sobe pela minha garganta. Soltando minha cabeça em seu ombro, eu o seguro com cada parte de mim. — C... Como? — Eu finalmente falo, e sua mão se move para envolver minha nuca, me segurando apertado. — Seu pai me deu isso. Inclinando para trás, eu seguro seu rosto e olho para a minha mão descansando contra sua mandíbula e o anel no meu dedo. Um anel que era, em um momento, o anel da minha MeMe. Ela costumava me contar histórias sobre o anel quando eu era pequena, mas a minha favorita era sempre como ela e meu papa se reuniram e terminaram se casando.

~ 184 ~


Eles saíram apenas duas vezes antes de ficarem noivos, e não muito tempo depois, ele saiu para ir lutar na Segunda Guerra Mundial. Ela prometeu a ele antes que ele fosse que esperaria por ele e nunca tiraria o anel. Mesmo depois de amigos e familiares lhe dizerem que ele provavelmente nunca voltaria para casa, ela manteve suas promessas. Ela me disse que sabia que enquanto usasse o anel dele que ele encontraria o caminho de volta para ela. Felizmente, ela tinha razão. Um ano e meio depois dele ir, ele apareceu na porta dela e eles se casaram imediatamente. Eles permaneceram casados e felizes até que faleceram dentro de algumas semanas um do outro. Eles se amaram desde o momento em que se encontraram, e eu sabia, mesmo sendo uma criança, o quão especial e raro isso era. — Diga-me que você está feliz, baby. Meus olhos encontram os dele e balanço a cabeça, tentando lutar contra as lágrimas queimando no fundo da minha garganta. — Estou feliz. — Descanso minha testa na dele e corro meus dedos ao longo de sua bochecha. — Obrigada por me dar isso. Obrigada por me dar tudo. — Se eu pudesse te dar o mundo, eu daria. — Não preciso do mundo. Tudo que eu preciso é você. — Eu o beijo, mas ele assume, tornando mais profundo e mais úmido, apenas para se afastar sorrindo um momento depois, quando alguém grita, Consigam um quarto! em nossa direção, me fazendo rir. — Talvez devêssemos sair da água, — ele sugere, levando-me para a areia, onde abrimos o cobertor que eu trouxe. Puxando meus óculos de sol do meu cabelo, eu os coloco e pego a minha garrafa de água. Tomo um gole quando Sage pega sua bolsa e pega o telefone que está tocando. — É minha mãe, — ele murmura, beijando meu ombro, e o vejo colocar o celular ao ouvido, em seguida, sinto meus olhos se arregalarem quando as primeiras palavras da sua boca são, — Está tudo bem, mãe. Juro. Ela até concordou em se casar comigo. — Meu Deus! Você não apenas disse isso assim, — assobio quando ouço Sophie gritar de alegria. — Baby, ela vai descobrir, — ele murmura, e balanço a cabeça, em seguida, pego meu telefone e disco para minha mãe. A última coisa que eu preciso é dela

~ 185 ~


descobrindo por outra pessoa – esse alguém sendo Chris – que Sage e eu vamos nos casar. — Oi querida. Está tudo bem? — Ela pergunta logo que atende, e mordo meu lábio inferior, não tendo certeza de como dar-lhe a notícia. Eu sei que ela adora Sage, mas também sei que Sage e eu não estivemos juntos por muito tempo. — Querida? — Sage me pediu para casar com ele, — digo, e depois viro para encarar Sage quando ele ri. — Oh, menina... — ela fica em silêncio, e a ouço se movimentar enquanto repassa minhas notícias para o meu pai. — Estamos tão felizes por você. — Vocês estão? — Sim. Por que você não está feliz? — Ela pergunta, e ouço a preocupação em sua voz e fecho os olhos. — Estou tão feliz que é assustador, — digo a ela honestamente, sentindo os lábios de Sage descansarem contra a minha têmpora e seu braço me envolver. — Esse é o melhor tipo de feliz, querida. Agarre a isso. — Eu vou, — prometo, inclinando para Sage enquanto olho para o oceano e o sol poente. — Nós vamos visitá-la em breve e começar o planejamento. Não posso pensar que Sage nos dará muito tempo para planejar um casamento, — ela murmura, e sorrio enquanto as lágrimas enchem meus olhos. — Eu te amo, mãe. Obrigada por tudo, e quero dizer tudo, — sussurro, em seguida, limpo a minha garganta. — Diga ao papai que eu o amo. — Eu vou, — ela concorda. — Te amo. Nós nos falamos em breve. — Ok. Desligo e solto meu celular, ouvindo Sage terminar a sua ligação com a mãe, sorrindo enquanto ele murmura, — Você terá que resolver tudo isso com Kim e a mãe dela. Não entrarei nisso. — Virando o meu sorriso para ele, ele balança a cabeça, e beija meu nariz. — Sim, amo vocês também. Falo com você quando voltarmos. — Ele puxa o telefone de sua orelha e derruba no cobertor em seu quadril. — Mamãe e papai querem jantar com a gente quando voltarmos.

~ 186 ~


— Claro, — concordo quietamente, e seus olhos vagueiam sobre mim e esquentam de uma maneira que faz minha pele formigar. — Você está pronta para voltar para o hotel? — Você já viu o suficiente da praia? — Sim, — ele ressoa, e respiro um suspiro de alívio depois gemo quando as costas dos dedos dele escovam levemente por meu mamilo através do meu biquíni. — Mas não vi o suficiente disso, e estou ansioso para explorar cada centímetro. — Sage… — Vamos embalar, baby. — Sua boca toca a minha, então sua língua toca meu lábio inferior antes de se levantar e me puxar com ele. Tremendo de desejo, corro junto com ele e arrumo as coisas. Corremos para o carro e de volta para o hotel, onde ele passa o resto da noite me explorando, e retribuo o favor.

~ 187 ~


Capítulo 15 Sage — Mais rápido, — Kim geme contra a minha orelha enquanto largo as malas no chão. Chutando a porta atrás de nós, eu a levo para dentro de casa e no corredor, passando a cozinha e para o quarto. Nosso voo foi uma tortura; mesmo após passar a noite passada e a maioria desta manhã dentro dela, ainda não era suficiente. Pressionando-a contra a parede logo que nós entramos no quarto, eu tomo sua boca, beijando-a mais profundo enquanto deslizo minha mão na frente da calça jeans, encontrando-a já molhada e pronta para mim. Gemo quando circulo seu clitóris, e cerro os dentes conforme seus quadris empurram, fazendo sua boceta bater na ponta do meu pau.

~ 188 ~


— Sage, — ela suspira, e inclino para trás, mantendo meus dedos em seu clitóris. — Isto é tudo culpa sua. Foi você quem insistiu que não podíamos foder no banheiro no avião, — digo a ela, capturando sua cintura com uma mão antes de movêla por seu lado para descansar sob o peito. — Sim, porque teria sido impossível e nojento, — ela arfa, puxando minha camisa. Ela a desliza e suas mãos sobem pelo meu abdômen e peito aos meus ombros antes de removê-la sobre a minha cabeça. — Nós poderíamos ter feito funcionar, — digo, e seus quadris empurram novamente, fazendo meu pau se contorcer. — Preciso de você dentro de mim. — Não, quero aproveitar isso por um minuto. — Sua cabeça cai com uma pancada contra a parede enquanto seus olhos se fecham. Puxo a frente de sua camisa para baixo e corro meu polegar sobre o mamilo, assistindo-a montar meus dedos. Linda. — Por favor... Eu preciso de você, — ela sussurra, e a puxo da parede, levandoa por todo o quarto em direção à cama, em seguida a coloco de pé diante de mim. Assim que seus pés tocam o chão, ela cai de joelhos, passando as mãos pelas minhas coxas e sobre o meu pau através do meu jeans. Encontrando meu olhar, suas mãos deslizam para cima e seus dedos se movem ao longo da cintura da minha calça jeans, liberando o botão antes de deslizar o material para baixo sobre meus quadris. Percebendo a nossa diferença de altura nesta posição, eu me movo e sento no lado da cama, abrindo espaço para ela entre minhas pernas. — Perfeito, — ela sussurra, envolvendo a mão em torno de mim. Seus olhos encaram os meus e sua boca se abre sobre a cabeça do meu pau, sugando apenas a ponta enquanto ela arrasta sua língua ao longo dele. — Cristo. — Minhas mãos embrulham seu cabelo e o afasto de seu rosto para que eu possa vê-la me tomar em sua garganta. Sentindo-a gemer ao meu redor, minha cabeça cai para trás quando ela usa a mão em sincronia com a boca, torcendo e puxando enquanto desliza a boca para cima e para baixo do meu comprimento. Aperto meu agarre em seu cabelo, e olho para ela, encontrando seus olhos cheios de luxúria

~ 189 ~


nos meus. — Pare, — rosno, mas ela não para. Ela me leva mais profundo, tão profundo que bato no fundo de sua garganta. — Porra. — Afasto sua cabeça, forçandoa a libertar-me com um pop. — Não terminei. — Você terminou. — Inclino a cabeça para o lado e tomo sua boca em um beijo intenso antes de beliscar seu lábio inferior. — Tire a camisa e sutiã, — rosno, e ela se inclina apenas o suficiente para puxar a camisa sobre a cabeça, e depois as mãos movem atrás das costas para desenganchar o sutiã, deixando-o cair de seus ombros. Tomando-a, eu a levanto para ficar na minha frente. Passo minha boca pelo pescoço para o ombro nu, lambendo e mordiscando meu caminho e sobre o peito antes de puxar primeiro um mamilo e depois o outro em minha boca. Envolvo minhas mãos em seus quadris e lentamente deslizo seu jeans por suas pernas, deixando o material se juntar aos seus pés. Levantando-a em meus braços, eu viro e a deixo cair na cama atrás de mim, em seguida, fico de pé, dando um passo atrás para vê-la se contorcer sob o meu olhar. Chutando meus sapatos e calças jeans, eu embrulho minha mão em volta do meu pau e acaricio enquanto ela assiste, sua língua saindo para tocar o lábio inferior quando meu pau cresce. — Abra suas pernas para mim, — ordeno. Ela hesita apenas um segundo antes das pernas se abrirem, e vejo os lábios de sua buceta brilhando com excitação. Colocando meus joelhos na cama, eu me arrasto entre suas coxas e ela arqueia contra mim, envolvendo a mão em volta do meu pau e acariciando uma vez antes de eu puxar sua mão. — Querido, por favor, — ela geme quando puxo os braços delas por cima da cabeça, envolvendo-os em torno da cabeceira da cama. — Segure-se e não solte, — exijo, e seus olhos aquecem enquanto seus dedos apertam tanto que os nós dos dedos ficam brancos. Levando minha boca a dela, eu a beijo em aprovação, em seguida lambo meu caminho, descendo pelo seu corpo, entre o peito e sobre seu estômago. Seus quadris levantam quando beijo seu osso púbico, e então ela geme quando deslizo dois dedos em suas dobras. Encharcada.

~ 190 ~


Segurando suas coxas abertas, eu corro minha língua acima de seu centro e gemo, elevando-a mais em minha boca e circulando seu clitóris. — Sage, — ela arfa quando suas costas arqueiam para fora da cama. Centrando-se no nó apertado de nervos, eu levanto meus olhos e vejo sua cabeça girar lado a lado e seu peito subir e cair rapidamente. Bonita. Enchendo-a com dois dedos, eu puxo o clitóris em minha boca e aperto minha língua sobre ele, ouvindo-a gritar. Quando sua boceta começa a se contrair e chupar os dedos mais profundamente, eu trabalho-a até que ela goza gritando meu nome, e em seguida, diminuo meus golpes quando ela volta do seu orgasmo. Beijando meu caminho conforme vou subindo pelo seu corpo, eu ajusto seus quadris e me enterro no fundo com um empurrão. — Não se mova. — Deslizo meu pau lentamente para fora, em seguida, de volta para seu calor úmido, sentindo suas paredes contraírem com cada impulso, enviandome mais profundo. — Sage, por favor. — Suas unhas raspam as minhas costas, e seguro uma maldição quando minhas bolas apertam. Colocando minha testa contra a dela, tomo algumas respirações profundas, tentando controlar a súbita vontade de gozar quando sua boceta aperta mais uma vez. Inclinando para trás mais uma vez, ganho mais controle e deslizo minhas mãos na parte de trás de suas coxas até os joelhos, agarrando seus tornozelos e os colocando em torno de meus quadris. — Me segure firme. Trave seus tornozelos, — exijo, e seus pés engancham nas minhas costas enquanto seus braços apertam meus quadris. Caindo para frente, coloco meu punho na cama de cada lado da cabeça dela e deslizo dentro e fora dela, amando o jeito que sua boceta aperta em cada saída. — Sim, — ela respira, circulando os quadris para me encontrar em cada impulso. Eu sei que vou gozar se não mudar de posição, e não estou pronto para acabar isso. Ainda não. Eu nos rolo até que minhas costas atingem a cama, e suas mãos aterram no meu peito enquanto seus olhos selvagens encontram os meus. — Porra, — exijo,

~ 191 ~


embalando-a contra mim, e sua cabeça cai para trás, fazendo com que seu cabelo corra por toda a parte superior das coxas. Porra, esta posição não é melhor para a minha situação. Vê-la sentada no meu colo, cheia de meu pau, seus seios balançando na frente do meu rosto, faz minhas bolas apertarem ainda mais. Inclinando, eu ouço seu suspiro quando deslizo impossivelmente mais profundo, batendo no colo do seu útero. Envolvendo minha mão em sua nuca, eu puxo sua boca para a minha enquanto uso a minha mão livre em torno de seu quadril para balançá-la em mim. — Só assim, — impulsiono, e seus quadris abaixam e se movimentam enquanto suas mãos viajam pelo meu peito aos meus ombros, o qual ela usa como alavanca para trazer-se com força conforme meus quadris sobem para encontrá-la. — Sage! — Eu também, — assobio contra a boca dela enquanto sua boceta começa a pulsar em torno de meu pau, puxando meu orgasmo de mim. Enquanto fodo dentro dela, sua boca vai para meu pescoço e ela geme contra a minha pele. Eu gemo contra ela enquanto a seguro contra mim, gozando forte. Descansando minha testa contra o seu peito, eu escuto a respiração dela abrandar e a minha faz o mesmo. — Talvez, depois que eu tiver você alguns milhões de vezes, não vou querer gozar no segundo que estiver dentro de você, — digo, ouvindo-a rir e sentindo o som deslizando através dela e em minha pele. Colocando um beijo em sua clavícula, eu olho para o seu belo rosto, cabelo selvagem, e os olhos brilhando de felicidade, e balanço a cabeça enquanto meu pau espasma. — Então, novamente, talvez não, — admito, e ela toca a boca sorrindo na minha. Travando meus braços em torno dela, eu nos rolo para nossos lados, mantendo-nos ligado enquanto a estabeleço contra mim. — Você está com fome? — Ela pergunta depois de alguns minutos, e sorrio, arrastando meus dedos através do cabelo dela para o lado de sua cabeça. — Você está perguntando por que você está com fome? — Na verdade, não estou com fome, mas tudo que comi hoje foi uma laranja no aeroporto. Preciso comer alguma coisa para que possa tomar minhas pílulas, — ela

~ 192 ~


diz, e eu imediatamente me retiro dela então rolo para fora da cama, arrastando-a comigo. — Sage…? — Vamos. Vamos pegar um pouco de comida. Suas pílulas estão em sua bolsa ou na mala? — Eu questiono, começando a sair do quarto, e ela se agarra ao meu braço, me segurando no lugar. — Estou bem. — Você não está bem, — rosno, pegando a minha camisa do chão, tentando colocá-la sobre a cabeça, só para tê-la afastando das minhas mãos. Ela dá um passo atrás e planta as mãos nos quadris. — Eu tenho lidado com isso por um longo tempo e sei o que preciso fazer para cuidar de mim. Então, por favor, não comece a ficar todo estranho comigo. Não preciso disso ou quero. — Baby... — Não, sem baby, Sage Mayson. Preciso que você me ouça quando digo isso. Estou bem, e na hora que eu parar de estar bem, vou te dizer. — Você vai? — Pergunto, cruzando os braços sobre o peito, e seu corpo pula para trás e seus olhos se enchem de raiva e frustração. Foda-se. — Você... — ela afasta os olhos de mim, em seguida, empurra a mão pelo cabelo ao olhar ao redor. Vendo o que ela está procurando, ela se move pelo quarto e pega sua camisa. Ela começa a colocá-la, mas a agarro pela cintura por trás antes que ela possa. — Me solte. — Nunca. — Meu poder sobre ela aumenta enquanto a conduzo até a cama e caio nela com ela em meus braços. — Sage! — Eu não deveria ter perguntado isso. — Não, você não deveria ter. — Ela se mexe, tentando quebrar meu aperto. — Sinto muito, baby, mas não tenho uma fodida ideia de como isso é ruim ou do que você precisa de mim. — Preciso que você me solte, — ela rosna, tentando se libertar.

~ 193 ~


— Qualquer coisa, menos isso. Agora fale comigo, — peço, girando-a em meus braços para me encarar. Assim que estamos frente para frente, eu aperto meus braços em torno dela e atiro minha perna sobre as suas. — Você é tão chato! — Ela grita, tentando se libertar, mas não a deixo ir ou a solto. — Fale comigo, — exijo, dando-lhe uma sacudida, e seus olhos voam até encontrar os meus, em seguida, estreitam, mostrando quão chateada ela está. — Se eu fosse maior, juro por Deus que o chutaria em suas bolas. — Então você estaria as beijaria para sarar, baby, assim é uma coisa boa você não ser maior, — murmuro, e ela encara. — Coloque suas bolas perto da minha boca e eu as morderei. — Ela estala os dentes. Tento não rir, mas ainda sinto um sorriso contorcer meus lábios. Nunca a vi assim, e é tão adorável e quente pra caralho. Não a parte sobre morder minhas bolas, mas o resto. — Fale comigo. — Tudo bem, — ela arfa, estreitando os olhos quando percebe que está presa. — Minha doença renal está em um estágio três agora. Ainda tenho cerca de cinquenta e oito por cento de função em meus rins, que não é grande, mas desde que mudei de médico e comecei a minha nova dieta, a minha função melhorou. A última vez que fiz exames, meus números eram ainda melhores, pondo-me a uma taxa de funcionamento de sessenta e um por cento. Seu corpo lentamente começa a relaxar contra o meu enquanto ela continua. — Por um tempo, eu não fui tão bem por causa do estresse e minha dieta, mas estou melhor. Eu nunca estarei cem por cento. Não há cura para o que tenho, mas agora, eu estou bem. E continuarei lutando e trabalhando para estar bem. Se meus números começarem a cair novamente, vou entrar em uma lista de transplante e seguir daí. — Como isso aconteceu? — Pergunto, e ela fecha os olhos brevemente. — Os médicos acham que foi o uso de drogas da minha mãe biológica que causou. Ela era viciada em craque quando ficou grávida de Kelly e eu, e não parou de usar até o dia em que deu à luz a nós. — Que porra é essa?

~ 194 ~


— Ela era uma viciada, — ela sussurra, deixando cair os olhos dos meus. — Kelly e eu estávamos viciadas quando nascemos. Tivemos que ficar no hospital por três semanas depois que nascemos enquanto éramos cuidadosamente monitoradas e desmamadas das drogas que o hospital nos deu para que não sofrêssemos de abstinência. — E eles permitiram que sua mãe biológica mantivesse Kelly? — O sistema é confuso, — ela responde calmamente, inclinando a cabeça para trás para olhar para mim. — Ela disse aos médicos e aos assistentes sociais que queria mudar e eles acreditaram nela, então eles configuraram minha adoção e deu a ela a ajuda que precisava para que levasse Kelly casa com ela. Meus pais ficaram lá pelas três semanas que eu estive no hospital. Eles disseram que depois que ela decidiu desistir de mim, ela nunca me viu novamente. — Baby. — Enfio a cabeça dela debaixo do meu queixo e a seguro tão firmemente como posso, desejando poder absorver sua dor, voltar no tempo e mudar as coisas para ela. — Eu nunca soube que era adotada até que me diagnosticaram com doença renal. Foi quando eu descobri sobre Kelly e minha mãe biológica. — O quê? — Assobio em descrença, e sua cabeça treme enquanto seus dedos escavam em minha pele. — Pensei que você soubesse que era adotada. — Eu não sabia. Se não tivesse ficado doente, duvido que eu saberia agora. Meus pais se apavoraram quando fui diagnosticada. Eles estavam preocupados que eu precisaria de um transplante e fosse difícil encontrar um compatível, então me contaram tudo. Até então, eu não tinha ideia. Cresci com todos me dizendo que eu parecia com a minha mãe e meu pai. Pensei que eles fossem meus pais biológicos. — Cristo. — Meus olhos se fecham e meus braços a apertam. — Fiquei brava com eles por um longo tempo por mentirem e nunca me dizerem a verdade. Senti como se minha vida inteira fosse uma mentira. Eu não conseguia entender como eles poderiam esconder algo assim de mim. — Sinto muito, baby. Jesus, eu sinto tanto. — Está tudo bem. — Não está. Não está tudo bem eles não te contarem.

~ 195 ~


— Agora eu entendi. Agora eu sei que eles tentavam proteger eu e eles de se machucarem, mas ainda foi uma droga descobrir da maneira que eu descobri. E foi pior porque Kelly achou que eu tentava usá-la. — Ela não achava isso. — Ela achava. Ela me odiava por causa disso, porque não tive contato com ela até que descobri que estava doente. — Ela não te odiava. Estava brava com o mundo pela mão que ela recebeu10, mas também não fez nada para mudar isso ou tornar melhor. Ela poderia ter mudado o caminho dela, mas não quis. — Nossa mãe... — Sua mãe biológica é uma puta, — cortei-a com um aperto. — Mas Kelly não era uma criança. Ela era uma adulta fazendo suas próprias decisões. Só porque você cresceu de uma forma não significa que você não pode fazer uma vida melhor para si mesmo. Cada pessoa tem a capacidade de mudar o curso da sua vida, não importa quem são, como cresceram, ou o que eles fizeram no passado. — Você está certo, — ela sussurra, e rolo-a para as costas e olho para ela. — Estamos bem agora? — Questiono, e seus olhos amolecem e suas mãos deslizam do meu peito aos meus ombros. — Estamos bem, — ela diz baixinho, e baixo a minha testa na dela, descansando lá. — Tudo que quero é protegê-la. — Passo o meu polegar e cubro seus lábios quando parece que ela vai falar. — Sei que é impossível nesta situação. Isso não é algo ou alguém de quem eu possa protegê-la. Mas posso me esforçar para cuidar de você, então me deixe fazer isso. Mesmo que seja apenas me certificando que comeu ou dormiu, eu preciso saber que estou fazendo o meu trabalho. — Corro as costas dos meus dedos pelo seu rosto e pescoço. — Ok. — Ela sorri suavemente, deslizando a mão pelo meu pescoço e queixo e curvando os dedos em torno do lado da minha cabeça. — Nesse caso, eu estou com fome. 10 Expressão que indica aceitar, lidar e aproveitar ao máximo a situação ou circunstâncias atuais; Fazer uso daquilo que é oferecido ou disponível.

~ 196 ~


— O que você quer comer? — Pergunto, e ela inclina a cabeça para o lado antes de sorrir. — Uma salada de taco de salmão soa bem. Você está no humor para um irritantemente grande burrito? — Não, mas tenho certeza que posso encontrar outra coisa para pedir. — Beijo seu nariz e a puxo da cama, a levando para o chuveiro. Mais tarde, coloco-a no carro e a levo para jantar. Enquanto estamos lá, eu envio uma mensagem para a minha irmã, Nalia, dizendo que a amo e a apoio em sua decisão de conhecer a nossa mãe biológica, embora ainda não entenda o raciocínio dela.

~ 197 ~


Capítulo 16 Kim A campainha toca e ouço Elizabeth gritar, — Entre, — eu puxo uma respiração quando giro a maçaneta e abro a porta. Estou nervosa. Odeio decepcionar as pessoas, e sinto que sair do meu apartamento e não estar por perto é definitivamente decepcionar Elizabeth e Jelikai. Há cinco dias, Sage e eu voltamos da Flórida, e ontem, ele partiu para o Alabama por uma semana com Jax, devido a algum trabalho. Odeio que ele tenha que ir logo depois que chegamos em casa, mas com ele fora, eu sei que posso cuidar de algumas coisas que fui adiando, como dizer a Elizabeth que estou me mudando, fechando o salão, e arrumando as coisas com Ellie lá.

~ 198 ~


— Por que você tocou a campainha? — Elizabeth pergunta, olhando para mim da plataforma no andar de cima enquanto fechava a porta. — Desculpe, eu não pensei. — Estou lavando roupa. O que acha de me fazer companhia? — Ela sorri, inclinando a cabeça para o lado. — Sim. — Deixo cair a minha bolsa na mesa de entrada e subo as escadas, seguindo atrás dela para a lavanderia no final do corredor. — Como estão as coisas e como foi sua visita com seus pais? — As coisas estão boas e a visita foi boa, — digo, pegando uma das camisetas dos meninos, dobrando-a, e adicionando-a a uma das pilhas. — Eu... — pego outra, dobro e a uso como uma desculpa para não olhar para ela, porque não quero ver a decepção nos olhos dela. — Eu tenho algumas novidades. — Você está se mudando e se casando, — ela afirma, e meus olhos voam até encontrar os dela, sabendo que os meus estão largos, com surpresa. — Querida, isso é

uma

cidade,

pequena,

e

você

apenas

tirou

Sage

Mayson

do

mercado. Permanentemente. Todo mundo – e digo todos – sabem. — Ela ri, e balanço a cabeça, então paro quando ela estende a mão, pegando a minha. — Isso é lindo, — ela murmura, movendo o anel de noivado no dedo de um lado para o outro para estudá-lo. — Obrigada, — sussurro, passando os dedos ao redor dos dela, e seus olhos encontram os meus e suavizam. — Você está feliz? — Sim. — Então, eu também. — Você não está com raiva de mim? — Deus, não. A única maneira que eu estaria brava com você é se você não fosse morar com aquele homem. Acredite em mim, eu amo meu marido e os meus filhos, mas se Sage Mayson aparecesse na minha porta e me pedisse para morar com ele, eu poderia considerar por uma metade de um segundo a mais do que deveria antes de recusar. — Ela ri e eu rio. — Os meninos ainda vão querer vê-la.

~ 199 ~


— Não me mudarei para longe, — digo como uma resposta a isso, e ela assente. — Obrigada por tudo que você fez e por ser minha amiga. Você e Jelikai foram tão incríveis para mim. — A abraço e ela me aperta. — Você é uma parte da nossa família. Então se lembre disso quando sair e saiba que pode sempre voltar. — Obrigada. — Lágrimas formigam atrás dos meus olhos, mas as combato, apertando sua mão antes de soltá-la. Então passo o resto da tarde com ela até os meninos chegarem em casa da escola. Todos nós saímos para jantar, onde prometo que os meninos podem ir à casa do lago quando o tempo esquentar o suficiente para andar de caiaque com Sage e eu. *** — Rosa e glíter! — Hope grita a plenos pulmões, eu olho para a mãe dela e rio. — Não tenho certeza sobre rosa e glíter para as cores da pintura, querida, — Ellie diz, e o rosto de Hope se fecha. — Eu gosto, — digo, e os olhos de Ellie vêm a mim e ampliam com surpresa enquanto Hope bate palma em alegria. — Eu sei que a ideia de pintar o salão de beleza de rosa e glíter é um pouco demais, mas poderia funcionar. Poderíamos pintar as paredes de rosa choque, com grossas listras de glíter branco. Então poderíamos colocar aqueles espelhos legais que estávamos olhando, os squiggly11, e colocá-los acima de cada estação, trocando as cadeiras para as brancas e cromadas que encontramos. — Hmm. — Ellie bate o queixo com o dedo enquanto Hope se levanta em sua cadeira, esperando a reação de sua mãe. — Se fizermos isso, podemos então pintar a

11

~ 200 ~


frente do salão de branco com cores brilhantes para destacar. Nós amamos este sofá, — ela diz, passando a mão sobre o material roxo. — Assim, poderia ficar, e nós poderíamos apenas adicionar alguns adesivos cor de rosa e outras cores brilhantes, com almofadas e arte. — Isso seria incrível, — concordo, e Hope me ataca, envolvendo os braços em volta do meu pescoço. Eu a abraço e beijo a bochecha dela antes dela se instalar no chão entre Ellie e eu, onde volta para colorir. — Jax e Sage disseram que reuniriam os caras para pintar e fazer a construção. Então, vamos economizar um pouco de dinheiro dessa forma, o que significa que podemos abrir a parede frontal da maneira que queríamos e adicionar mais um par de cadeiras, — Ellie pensa em voz alta. — Eu amo isso. — Sorrio, e ela sorri. — Isso está realmente acontecendo, não é? — Pergunto, e ela estica para pegar minha mão, dando-lhe um aperto antes de soltar. — Está. Nós fechamos amanhã, e quando isso acontecer, este lugar será nosso, — ela responde, olhando ao redor, e sigo seu olhar ao redor do salão, pensando que eu realmente amo este lugar. Frankie me ajudou a estabelecer uma vida aqui, e se não fosse por ele, eu não sei o que teria feito. — Estou triste por Frankie ir embora, — digo em voz baixa. O sorriso de Ellie desaparece. — Não será o mesmo sem ele. — Não, não será, — sussurro, enquanto as lágrimas começam a entupir minha garganta. — Cadelas, é melhor vocês não estarem chorando, — Frankie grita, saindo dos fundos do salão. Enxugo a lágrima que havia caído no meu rosto e balanço a cabeça antes de inclinar para trás para olhar para ele. — Ninguém está chorando. — Bom, eu não posso lidar com o choro. — Ele beija o lado da minha cabeça, em seguida, inclina-se, fazendo o mesmo com Ellie antes de se afastar. — Vocês sabem que eu voltarei ao longo do tempo para verificar as coisas e vocês duas. Além disso, espero que vocês venham até a Flórida para visitar, e façam muitas vezes.

~ 201 ~


— Nós vamos. — Ellie sorri, e Hope boceja, virando-se para mim e subindo no meu colo antes de descansar a cabeça no meu peito. — Vejo vocês amanhã, no fechamento, — Frankie diz, nos abraçando novamente antes de sair pela porta. — Nós provavelmente deveríamos encerrar a noite, — sussurra Ellie, olhando para Hope, e olho para baixo, encontrando seus olhos fechados. Sorrio. — Sim, foi um longo dia, — concordo, beijando o topo da cabeça de Hope antes de entregá-la para Ellie quando ela levanta. — Você ficará no lago ou na cidade? — Ellie pergunta quando recolho nossas coisas e as coloco atrás da recepção. — Provavelmente na cidade esta noite. Dessa forma, eu posso ir ao hospital de manhã e visitar June, e esperançosamente ver o bebê, — digo, me referindo a prima de Sage e minha amiga, que está grávida. Esta manhã ela foi internada no hospital após começar a ter contrações, mas ainda não teve o bebê. A última vez que liguei para ver como estava, ela estava com apenas quatro centímetros de dilatação, mas seu marido se recusou a sair de lá, o que não me surpreende, absolutamente. Evan é meio louco e completamente apaixonado por sua esposa, e se apavorou que ela agora já com duas semanas de atraso da provável data de nascimento. — Desde que Jax e Sage estão fora, você quer passar a noite com Hope e eu? Então, amanhã todas nós podemos ir vê-la juntas, — Ellie sugere, e Hope levanta a cabeça, virando a cabeça para mim. — Você pode ficar na minha cama de princesa comigo. — Hope sorri sonolenta para mim, e sorrio para ela, correndo meus dedos por sua bochecha. — Eu adoraria isso, mas preciso passar em casa para pegar algumas roupas primeiro, — respondo; pegando minha bolsa e a de Ellie, levo-as para a porta atrás dela. — Legal, vamos ver o que jantamos quando chegar em casa. — Parece bom, — concordo, abrindo a porta e a deixando sair antes de virar e trancá-la. Ajudando-a a entrar no carro, eu entro no meu e vou para casa.

~ 202 ~


Pego algumas roupas e volto à cidade, onde passo duas horas com Hope e Ellie antes de recebermos uma ligação nos dizendo para ir ao hospital, porque June finalmente ganhou Tia. — Ela é perfeita, — sussurro, olhando para o bebê em meus braços, em seguida, para sua mãe, que está sentada na cama parecendo tão bonita como sempre. Seu marido aninhou-se ao lado dela com seu volumoso braço ao redor de seus ombros. — Ela é, não é? — Pergunta Evan. Sorrio para ele quando June o cotovela nas costelas, revirando os olhos para sua arrogância. — Absolutamente, — murmuro, tirando os olhos deles para olhar para o bebê dormindo em meus braços. Evan tem o direito de ser arrogante. Tia é perfeita; ela é uma das recém-nascidas mais bonitas que eu já vi. Correndo um dedo por sua bochecha macia, meu coração fica apertado quando me pergunto se eu algum dia terei isso com Sage. Quero uma família com ele, mas não sei se algum dia vai acontecer, a menos que adotemos, uma vez que não é muito seguro para eu ficar grá... Ah Merda. Meu coração para, e então começa a bater forte no meu peito quando as palmas das minhas mãos começam a suar. Não menstruei desde que Sage e eu voltamos. Oh Deus. Não menstruei desde que Sage e eu voltamos! Meu estômago revira com a descoberta. — Você está bem? — June pergunta, e levanto os meus olhos para os dela e aceno silenciosamente, então entrego Tia para November quando ela estende a mão para pegá-la de mim. — Tem certeza? Parece que você acabou de ver um fantasma, — April diz, e December acena em acordo, enquanto May e July me estudam, parecendo preocupadas. — Estou bem, — sussurro, em seguida, limpo a garganta e olho para June, colocando um sorriso no rosto. — Estou tão feliz por você. — Obrigada. — June sorri, e então seus olhos vão para a porta quando pessoas começam a entrar no quarto.

~ 203 ~


Meu coração acelera quando vejo Sage vir atrás de suas irmãs, mãe e pai, e Ashlyn, Dillon, e Jax. Dando a todos um Olá rápido, eu vou direto para ele e para os seus braços, onde descanso minha cabeça contra seu peito. — Hey, baby. — Ele beija meu cabelo, e leva a boca ao meu ouvido. — Tentei te ligar para que você soubesse que Jax e eu estávamos voltamos para a cidade, mas você não atendeu, — ele diz, quando meus braços o apertam. — Desculpe, coloquei meu telefone no silencioso quando chegamos ao hospital. — Você está bem? Estou bem? Não tenho ideia, mas não disse isso. Eu sei que ele se preocupa, então não quero dar outra coisa para ele se preocupar, a menos que seja necessário. — Estou bem. Apenas senti sua falta. — Movo minha cabeça para trás, e sua mão envolve o lado da minha cabeça, seu polegar deslizando pelo meu rosto enquanto ele me estuda com olhos suaves. — Senti sua falta também. — Ele beija minha testa e meu nariz antes de escovar os lábios nos meus suavemente, tocando a língua no meu lábio inferior. Afastandose, ele sorri e eu sorrio para ele. Conduzindo-me pelo quarto, ele abraça June e dá um tapinha nas costas de Evan antes de pegar Tia de November. Ela rosna em aborrecimento por estar mais uma vez tendo que ceder sua neta. Observando-o com Tia, lágrimas queimam na parte de trás de meus olhos. Não sei o que farei se estiver grávida, mas sei que se estiver, vou fazer o que for necessário para Sage segurar seu filho como ele está segurando sua sobrinha. — Tudo bem, dê-me a minha filha. — June estende a mão para ele alguns segundos depois, quando Tia começa a acordar; ele ri, então, cuidadosamente colocaa nos braços de sua mãe. Colocando-me ao seu lado novamente, ele nos vira, e no momento em que o faz, todo mundo está lá para nos abraçar e parabenizar por ficarmos noivos. — Seu anel é lindo, — sussurra Willow, pegando minha mão. — Quando você se casará? — Harmony pergunta, dando um passo mais perto e longe de Harlen, que a segura possessivamente desde que ele entrou no quarto, para o desespero de Nico, que o encara o tempo todo.

~ 204 ~


— Não sei. Provavelmente um ano ou assim. Depende de quanto tempo levar para planejar o casamento, — respondo, e todos começam a rir. — Boa sorte em fazê-lo esperar um ano, — insere April, e Sophie, que está de pé ao meu lado, estreita os olhos para seu filho, me fazendo sorrir. Ontem, Sophie me ligou para pegar o número da minha mãe, e vinte minutos depois, minha mãe me ligou para dizer que Sophie ligou para perguntar quando ela estaria na cidade para que pudesse levar minha mãe para mostrar-lhe alguns locais. Então, eu sei que ela quer um casamento tanto quanto minha mãe e eu. — Ok, todos fora, — Evan fala, interrompendo o momento, e todos os olhos vão para ele quando ele sai da cama, colocando um grosso cobertor branco sobre June, que está dormindo com Tia descansando contra o seu peito. — Mas... — November começa. Antes que ela possa dizer mais, Asher a corta, envolvendo o braço ao redor dela e inclinando o rosto para o dela. — Você pode visitar amanhã. — Mas eu iria passar a noite, — ela diz a ele, e a cabeça dele vai para trás. — Não, você não iria, — ele murmura, e ela franze a testa para ele, em seguida, move os olhos para Evan. — Você não vai ficar. Você pode voltar amanhã, — Evan confirma, balançando a cabeça em negação, e os olhos estreitados dela se movem entre os dois homens. — Droga de homens mandões, — ela bufa, marchando em direção à porta. — Vocês são irritantes. — Ela sai e Asher ri, dando um tapinha no ombro de Evan. Lutando contra minha própria risada, digo um adeus silencioso para Evan, não querendo acordar June ou o bebê, e saio do quarto com todos os outros. Paro Sage com um puxão de sua mão segurando a minha, uma vez que saímos. — Meu carro está na Ellie. — Nós vamos buscá-lo amanhã. Estará seguro no Jax. — Preciso da minha bolsa. Então, eu preciso passar na farmácia, — digo a ele. Ele franze a testa, dando um passo em minha direção, baixando a voz enquanto envolvendo sua mão ao redor do meu quadril. — Você está bem? — Estou bem. Só preciso fazer uma parada, — digo, não sei se estou mentindo sobre estar bem, porque estou totalmente em pânico por dentro.

~ 205 ~


— Tudo bem, vamos pegar sua bolsa e depois ir à farmácia. — Certo, — concordo, imaginando que posso mantê-lo no carro e correr para a farmácia sozinha. Sorte minha que os deuses se sentiam generoso, porque ele ia entrar comigo, mas recebeu um telefonema exatamente quando nós paramos na farmácia. Enquanto ele atendia a sua chamada, eu fui capaz de entrar e rapidamente comprar alguns testes e outras coisas aleatórias dos corredores que entrei. Escondi o teste no fundo da minha bolsa, dizendo que eu não estava realmente escondendo algo dele; eu apenas esperava até que tivesse algo a dizer antes de trazer a situação para sua a atenção. Não grávida. Vendo essas duas palavras, meu peito dói. Sei que é o melhor, mas entre ontem à noite e esta manhã, eu havia me acostumado com a ideia de estar grávida e o que isso significaria. Jogando o teste no lixo debaixo da pia, eu lavo minhas mãos enquanto luto contra as lágrimas que de repente borram a minha visão. Não teria sido bom se eu estivesse grávida. Eu sei isso de forma realista. Mas a esperança às vezes pode ser uma coisa perigosa. Balanço a cabeça e deixo o banheiro, indo para a cozinha, onde preparo uma xícara de chá para mim. Então, o levo para a varanda, onde Sage e eu estivemos descansando em uma das redes até poucos minutos atrás, quando entrei para fazer o teste. Vendo que os olhos dele estão fechados, eu coloco a minha xícara de chá no chão, e caio/rolo na rede ao lado dele, retomando a minha posição com seu braço ao meu redor, minha cabeça contra seu peito e minha coxa sobre seu quadril. — Não estou grávida, — sussurro, e seu abdômen sob a minha mão fica tenso. Sinto a ponta do queixo dele inclinar, mas não olho para ele. — Perdão? — Eu... Eu percebi ontem que não havia menstruado desde que ficamos juntos, e pensei... — deixo minhas palavras desaparecerem quando os meus olhos se fecham. — Não importa. Eu não estou. — É por isso que você queria passar na farmácia na noite passada, — ele acusa, e é a minha vez de ficar tensa.

~ 206 ~


— Sim. — Por que não me contou? — Não queria que você surtasse e ficasse todo estranho comigo do jeito que você tende a ficar quando alguma coisa acontece. — Não fico estranho. — Seu braço aperta. — Eu te amo. Eu me preocupo. — Eu não queria que você se preocupasse até que houvesse algo para se preocupar. — Olhe para mim, — ele rosna, conforme a energia ao nosso redor muda. Meus olhos voam até encontrar os seus, e engulo ao ver o olhar intenso em seus olhos. — Você não pode fazer isso. — O que? — É o meu trabalho protegê-la. Você não pode esconder a merda de mim sob o pretexto de que está tentando me proteger. Isso não está bem comigo. — Mas... — Sem mas, — ele me corta. — Eu te amo. Eu amo que você queira fazer isso por mim, mas não. Da próxima vez que você tiver algo assim acontecendo, me fale. Você não precisa esperar até depois de se certificar para falar comigo. — Eu... — Não. Diga que você entende. — Ok, eu te entendo, — concordo, e ele balança a cabeça antes de segurar meu maxilar. — Você queria que o teste que comprou fosse positivo, certo? — ele pergunta, e meus ombros ficam tensos junto com o resto do meu corpo. — Eu... — Dou de ombros, incapaz de formar palavras. — Eu sei que você queria. Posso ver isso em seus olhos e ouço o desapontamento ainda persistente em sua voz. Não posso dizer que não estou feliz por você não estar grávida, baby, — ele diz, e meu coração racha. Começo a fugir dele, mas seus braços me apertam e ele continua falando. — Eu sei pelo que li que a gravidez na sua fase poderia ser complicada, não só para a criança que você estivesse carregando, mas para você também. E não quero isso. — Seus lábios descansam

~ 207 ~


contra a minha testa quando ele sussurra lá. — O que eu quero é aquela longa vida que você me prometeu. — Você leu sobre isso? — Eu respiro; seus dedos movem meu queixo e ele o levanta até que meus olhos encontram seus olhos afáveis. Ele se vira para mim, descansando a perna sobre a minha enquanto arrasta os dedos pelo meu cabelo. — Você não é a única que quer uma família, Kimberly. Quero crianças com você. Apenas sei que provavelmente teremos que adotar ou arrumar uma barriga de aluguel para gerar a criança para nós. Eu nunca a colocarei em risco. Nunca. — Você realmente pensou nisso. — Depois que eu fodi com você, passei muito tempo pensando nas coisas que eu faria se tivesse uma segunda chance. Eu definitivamente pensei sobre o nosso futuro e o que esse futuro acarretaria. — Meu Deus. Você vai me fazer chorar, — sussurro, bem antes de começar a chorar e enterrar meu rosto contra seu peito, jurando que o ouvi rir. Mas ignoro, porque isso vai me irritar. Em vez disso, me concentro no fato de que este homem incrível é meu. — Quando for a hora certa, nós falaremos sobre bebês e descobriremos o que devemos fazer. — Ok, — concordo, enquanto a sua mão desce pela minha espinha, em seguida, sobe, envolvendo minha nuca. — Eu te daria o mundo, — ele diz em voz baixa, e embora essas palavras sejam ditas em voz baixa, ainda posso ouvir e sentir a profundidade da emoção que elas contêm. Eu sei que ele iria. Se pudesse me dar ao mundo, ele iria. Mas como eu disse antes, não preciso do mundo. Tudo que eu preciso é ele.

~ 208 ~


Capítulo 17 Sage — Baby, nós deveríamos ter saído quinze minutos atrás, — grito, voltando para o quarto, onde deixei Kim a mais de uma hora para se arrumar. — Não se atreva a começar comigo. Nós estarmos atrasados é sua culpa. Você deveria ter mantido suas mãos para si mesmo e me deixado entrar no chuveiro mais cedo... Sozinha! — Ela grita a última palavra e sorrio, pensando no que eu fiz com ela naquele chuveiro enquanto sigo para o banheiro. Ao vê-la em frente da bancada aplicando rímel, sua metade superior dobrada sobre a pia com a bunda no ar, vestindo nada além de um par de calcinha transparente, meu pau contrai. Não posso fodidamente acreditar que amanhã ela será minha esposa. Entre ela, sua mãe, minha mãe, tias e primas, elas planejaram o nosso

~ 209 ~


casamento em nove meses em vez de um ano, o que funcionou para mim, porque eu começava a ficar impaciente. Sua vida comigo tem sido boa – não, melhor do que boa – mas não era o suficiente. Eu a queria amarrada apertado a mim, para que nada nos separasse. Parando atrás dela, eu coloco minha mão em sua cintura, pressionando meus quadris em sua bunda. — Não, — ela sussurra enquanto minha mão desliza em seu estômago. — Não o quê, baby? — Não olhe para mim desse jeito, — ela diz, em seguida, seus olhos incendeiam e suas pupilas dilatam quando a minha mão desliza para baixo. Meus dedos escorregam em sua calcinha entre suas pernas e através de suas dobras. — Como estou olhando para você? — Círculo seu clitóris, e a sua bunda pressiona contra a minha ereção enquanto seus olhos seguram os meus no espelho. — Diga? — Belisco seu clitóris, fazendo seus quadris empurrarem para trás e o pescoço arquear. — Como se quisesse me devorar. — Gosto da ideia de devorá-la. — Nós estaremos muito atrasados, — ela arfa, tentando se levantar, mas antes que ela possa, eu deslizo minha mão livre em suas costas e a seguro no lugar, inclinada na minha frente enquanto a excito. — Segure a borda da pia, — murmuro, e seus olhos selvagens encontram os meus enquanto ela faz o que eu pedi. Tirando minha mão de sua calcinha, eu dou um passo atrás e deslizo o material de seda pelas pernas. — Incline-se um pouco mais, — instruo, alisando as mãos sobre suas nádegas. Cumprindo, ela se inclina, fazendo com que sua bunda se incline ainda mais e eu obtenha um vislumbre por trás dos lábios inchados de sua vagina. Ajoelhando, eu a abro e sopro em seu sexo molhado. — Sage. — Shhh, eu quero comer em silêncio. — Lambo suas dobras, ouvindo-a gemer no fundo de sua garganta. Eu amo o gosto dela, mas amo o jeito que ela se ilumina cada porra de vez que recebe a minha boca nela. Mantendo-a aberta, eu lambo e chupo cada centímetro de sua boceta, menos seu clitóris.

~ 210 ~


— Sage. — Ela torce o corpo e agarra o topo da minha cabeça. Sorrindo, eu cedo e puxo o clitóris em minha boca. A segunda vez que o faço, ela fica na ponta dos pés, tentando fugir, mas mantenho um controle apertado na bunda dela, tão apertado que sei que ela terá marcas dos meus dedos. Sugando seu clitóris em minha boca, eu passo a língua sobre o ponto apertado de nervos até que o som dela gozando ressoa nas paredes no banheiro. Ela cai para frente, sua testa encostada ao topo da bancada, e levanto, mantendo uma mão ao redor da cintura dela enquanto uso a outra para abrir minhas calças. Envolvendo minha mão em volta do meu pau dolorosamente duro, eu pressiono a cabeça inchada contra sua fenda, deslizando nela lentamente, centímetro por centímetro, sentindo suas paredes apertarem e ondularem. Sua cabeça voa para trás, fazendo seu grosso cabelo bater em meu peito. — Sage, — ela suspira novamente. Minha boca vai para o ombro e mordisco lá, ouvindo-a gemer conforme saio e deslizo novamente. Levantando a cabeça para olhar para ela no espelho, vejo minhas mãos deslizarem através de sua pele cremosa, uma para seu clitóris, a outra até o peito, segurando e apertando-a bruscamente. — Leve-me lá, — eu rosno, e ela faz. Ela fode contra mim, me encontrando no caminho até que minha espinha arrepia e sua boceta aperta ao redor do meu pau, me fazendo gozar com ela. — Não posso me mover, — ela sussurra quando a levanto com o meu braço em volta de sua cintura e descanso meu queixo no ombro dela, pegando seu sorriso. — Nem sei se serei capaz de andar. — Eu levarei você. — Giro a minha cabeça para o lado e beijo seu pescoço, e depois meu celular toca e gemo contra sua pele. — Estamos provavelmente com problemas por estarmos atrasado. — Ela ri, em seguida, choraminga quando saio cuidadosamente dela e a giro em meus braços. Tomando seu rosto em minhas mãos, eu a beijo molhado, profundo e forte, então me afasto, murmurando, — Não me importo, — quando o meu telefone para de tocar, só para começar a tocar novamente um segundo depois. — Isso não pode ser bom, — ela diz; eu não concordo, embora ela esteja certa. Eu me curvo, puxo minhas calças e pego meu telefone.

~ 211 ~


Vendo que é meu pai quem está ligando, eu coloco o celular no meu ouvido. — Que foi? — Se estiver vindo, não pare. E se não estiver, mantenha Kim em casa, — ele me diz, e meus músculos ficam tensos. — Por quê? — Pergunto, fazendo com que Kim, que está pressionada contra mim, salte. — Ginny simplesmente apareceu. — Como é? — Rosno, mas sei que Kim ouviu, porque os olhos dela travam nos meus enquanto dor e raiva enchem-nos. — Ela está aqui no restaurante. Está bêbada. Bax e Talon estão tentando fazêla sair, mas ela se recusa e continua dizendo que precisa falar com Kim. — Porra. — Vou ligar e dar uma atualização, — ele diz, e Kim, que eu havia tentado segurar, se liberta dos meus braços e sai correndo do banheiro. Desligando o meu telefone, eu a sigo até ao armário, onde ela está vestindo um par de calcinhas semelhantes a que ela usava anteriormente, antes de pegar um vestido na parte de trás da porta. — Nós estamos indo, — ela diz, puxando o vestido sobre sua cabeça. Balançando a cabeça, eu cruzo meus braços sobre o peito e planto meus pés afastados, bloqueando a saída dela. — Nós não estamos, — digo a ela suavemente, e seus olhos encontram os meus. — Nós estamos, e você me leva, ou vou sozinha. — Vendo a dor em seus olhos, os meus se fecham. — Por favor, — ela sussurra, segurando o meu antebraço, e meus olhos se abrem. Porra, eu não a quero perto daquela mulher, mas posso ver que ela precisa disso. A guerra continua dentro de mim, uma batalha entre mantê-la segura e dar a ela o que ela precisa. — Por favor, — ela repete, e minhas mãos cerram os punhos. — Foda-se. — Descruzo os braços e a puxo com força contra mim. — Você fica comigo, ao meu lado, e se a merda estourar ou se eu sentir que está em perigo, você faz o que eu digo, quando digo.

~ 212 ~


— Ela não é perigosa. — Ela te machucou antes? — Eu questiono, e seu rosto responde por ela. Ela poderia não a ter machucado fisicamente, mas a machucou emocionalmente. — Certo, como eu disse antes, você fica comigo e faz o que eu digo. — Ok, — ela concorda, e dou-lhe um aceno de cabeça, em seguida, um beijo rápido antes de voltar ao banheiro. Encontrando-a na cozinha alguns minutos depois, eu xingo sob a minha respiração e juro que a cadela não vai arruinar o nosso jantar de ensaio. Sei que esta noite é importante para Kim. Ela está linda com o simples vestido branco sem mangas que vestiu. Termina um pouco acima do joelho, é de gola alta, com miçangas prata e dourada ao redor da garganta, e saltos plataforma cor-detaupe12 em seus pés. — Tem certeza disso? — Pergunto quando ela olha para mim. — Sim. Colocando minha mão contra a parte inferior das suas costas, eu a levo até o meu carro e a ajudo entrar antes de bater à porta e correr ao redor do capô. Assim que estou dentro, com o cinto afivelado, e com motor ligado, eu olho para ela, pegando sua mão. — Não importa o que aconteça, ela não está permitida te machucar. — Ela nunca me machucou, querido, — ela diz baixinho, e balanço a cabeça. — Não estou falando fisicamente, baby. Estou falando emocionalmente. Eu estava lá quando a conheceu. Vi a dor que ela deixou quando não deu o que você precisava dela, — explico, e sua mão treme na minha. — Estou te dando isso porque você precisa, mas você precisa se preparar para o que ela dirá para você. Você pode ouvi-la, e pode dizer tudo o que precisa dizer a ela, mas quando ela for embora, você deixará essa merda ir e seguiremos em frente com nossas vidas da maneira que feito. — Eu prometo, — ela concorda, e trago a mão dela aos lábios, beijando seus dedos antes de colocar sua mão na minha coxa e manobrar longe da casa, até a calçada, e para a cidade.

12

~ 213 ~


Entrando no estacionamento do restaurante trinta minutos depois, eu estaciono em um espaço vazio enquanto o aperto de Kim em mim aumenta. Sei que ela viu a mesma coisa que eu. Ginny sentada no chão em frente à entrada do restaurante, com a minha família e a dela reunida em torno dela em um semicírculo. — Você está pronta para isso? — Sim, — ela responde imediatamente. Soltando o cinto, a puxo em meu colo. Não quero que ela faça isso; isso vai contra todos os meus instintos. — Depois disso, ela não terá mais nada, — ela garante, e aceno, puxando seu rosto para o meu a fim de beijá-la. Então abro a porta e saio com ela em meus braços. Deixando seus pés tocarem o chão, eu a estudo na rua escura por um momento antes de soltá-la, tomando-lhe a mão, eu fecho a minha porta. Andando pelo estacionamento em direção à entrada, eu posso ouvir o murmúrio de vozes e o som de uma mulher chorando. Quando atinjo a borda do edifício, os passos de Kim diminuem quando vemos todos os olhos virem até nós. — Querida, — Pattie diz, caminhando rapidamente em nossa direção. — Vocês não deveriam estar aqui. — É o nosso jantar de ensaio. Então, sim, nós deveríamos estar aqui, — Kim corrige sua mãe antes de olhar para Ginny, que está olhando para ela com lágrimas nos olhos. — Você, contudo, não deveria estar aqui. — Você é minha filha, — Ginny responde enquanto coloca as mãos no cimento para se erguer do chão. Instantaneamente, eu puxo Kim mais perto, mas não é necessário. Talon, Bax, Jax, Evan, Wes e Cobi avançam, impedindo a mulher mais velha de se aproximar. — Eu não sou sua filha. Você me deu à luz, mas você não é minha mãe. Você nunca quis ser minha mãe, — Kim diz calmamente, e raiva brilha nos olhos de Ginny enquanto ela olha de Kim para as pessoas reunidas ao redor dela. — Você acha que é boa demais para mim. Assim como sua irmã, você acha que é muito boa pra caralho para mim, — ela sussurra, e o corpo de Kim fica tenso com a menção de Kelly.

~ 214 ~


— Eu gostaria... — Kim fecha os olhos, e abre-os novamente, baixando a voz. — Queria que Kelly tivesse pensado que ela era boa demais para você. Gostaria que no segundo que ela teve a chance, ela tivesse deixado você e nunca olhado para trás. — Sua cadela. — Ginny ataca, e puxo Kim para trás de mim enquanto Jax e Talon a pegam pelos braços. — Foda-se! — Ela grita. — Por que você está aqui? Como você sequer soube desta noite? — Pergunto, e seus olhos vêm a mim. — Seu amigo gay me disse, — ela sussurra, e olho para Chris, que está em pé com seu namorado, parecendo completamente apavorado enquanto observa a cena. — O quê? — Kim sussurra, olhando para Chris, que agora está pálido. — Eu... Eu liguei para ela para pedir as cinzas. Queria dá-las a você. Disse que você estava se casando e que... Porra... — ele sacode a mão pelo cabelo. — Chris, — sussurra Kim, e seus olhos encontram os dela e se enchem de lágrimas. — Juro que não sabia que ela faria isso. Ela apenas deveria vir e me encontrar. Eu queria que você as tivesse. — Está bem. — Não está. — Ele balança a cabeça. — Você nunca terá qualquer parte dela, — Ginny grita, e o corpo de Kim pula. — Você não merece ter uma parte dela, então foda-se. — Ela aponta para Kim, em seguida balança a mão ao redor, apontando para todos os outros. — Foda-se todos vocês. — Os policiais estão vindo? — Talon pergunta, olhando para o meu pai, e o vejo acenar antes de assistir os olhos de Ginny se arregalarem. — Você chamou a polícia? — Você está bêbada. Dirigiu bêbada para cá. De jeito nenhum eu deixarei você ficar atrás do volante de um carro no estado em que está, — papai murmura, e ela começa a lutar, mas com seis caras gigantes segurando-a, ela mal está lutando quando os policiais param e a algemam.

~ 215 ~


— Bem, agora que está feito, que tal nós irmos comemorar? — Minha mãe sugere com um sorriso quinze minutos depois, quando a polícia coloca uma Ginny ainda gritando no banco de trás do carro da polícia. — Sério, baby? — Meu pai ralha com um sorriso contraindo os lábios. — O quê? — Minha mãe franze a testa para ele. — Nada, — ele murmura, puxando-a para beijar o lado de sua cabeça. Levando Kim para longe de todos, eu espero até estarmos fora do alcance da voz, e a puxo para mim, descansando minha mão ao redor do seu pescoço e mergulhando meu rosto perto do dela. — Você está bem? Ela puxa uma respiração, inclina a cabeça para trás e leva as mãos para descansar contra o meu peito. — Estou bem. — Tem certeza? — Sim, eu acho que precisava disso. Eu costumava me perguntar por que Kelly se preocupava tanto com ela e por que continuava voltando. Pensei que talvez estivesse faltando alguma coisa ou que eu estivesse perdendo algo, — ela confessa, deixando cair sua testa em meu peito. — Estou feliz que agora eu sei que não há nada para me lamentar. Ela é apenas uma pessoa. Sim, ela me deu à luz, mas ela nunca será uma parte da minha vida, e nunca serei uma parte da dela. — Baby. — Beijo o topo de sua cabeça, mantendo meus braços apertados. — É o melhor, — acrescenta, em seguida, levanta a cabeça e olha em volta do meu ombro quando passos se aproximam. Eu sei quem é sem olhar, então beijo o lado de sua cabeça e a deixo ir para o amigo. — Sinto muito, — Chris diz, e posso ouvir o estresse em sua voz quando Kim anda para abraçá-lo. Tanto quanto eu quero estar chateado com ele pelo o que aconteceu, eu não posso. Ele não sabia que a cadela faria uma cena, e ele tentava fazer algo para a minha mulher. — Está tudo bem, — Kim sussurra, acariciando suas costas enquanto ele chora. Felizmente, no momento em que chegamos ao restaurante, o drama da noite já havia chegado ao fim e nós somos capazes de fazer nada além de comemorar com nossos amigos e familiares.

~ 216 ~


*** Deitado na cama com Kim dormindo contra mim, eu olho para o céu noturno enquanto minha mente repetia o que aconteceu com Ginny e a dor que vi nos olhos de Chris durante o jantar. Mesmo com Kim dizendo para ele que estava tudo bem, ele ainda estava uma bagunça. — Foda-se. — Esfrego uma mão pelo meu rosto, então, cuidadosamente saio da cama e me visto. — Baby, eu já volto, — digo quando sento ao lado da cama e toco o seu quadril, e seus olhos sonolentos piscam abertos para encontrar os meus. — O que? Que horas são? — Ela pergunta. Olho para o relógio, e murmuro, — Meia noite e quinze. — Aonde você vai à meia noite e quinze? Na noite antes de nós casarmos? — Ela pergunta, levantando-se em seu cotovelo. — Preciso cuidar de uma coisa, — respondo vagamente, e seu corpo fica tenso. — Eu deveria estar preocupada? — Ela pergunta, envolvendo sua mão ao redor da minha mandíbula e alisando seu polegar sobre meu lábio inferior. — Não. — Promete? — Prometo. Durma. Eu voltarei. — Ok, — ela sussurra, inclinando-se e tocando sua boca na minha, então solta a cabeça no travesseiro. — Tome cuidado. — Sempre. — Eu a beijo novamente, e saio do quarto, fechando a porta. Saindo da casa, eu ligo o alarme, e entro em meu carro, decolando em direção à cidade. Quando paro na frente da casa de Chris quarenta minutos depois, eu desligo o motor e saio, batendo a porta atrás de mim. Andando até a varanda dele, eu bato na sua porta duas vezes e espero que ele atenda. — Hey. — Ele abre a porta. — Kim está... — Não estou aqui por causa da Kim. Se vista. Você vem comigo. — O quê? — Seus olhos se arregalam e ficam cheios de pânico. — Aonde vamos?

~ 217 ~


— Alabama, — digo, e o pânico desaparece quando ele entende. — Eu já volto. — Ele corre, e balanço a cabeça, sentindo uma curva de sorriso em meus lábios. Duas horas depois, invadimos a casa de Ginny. Três horas depois disso, eu deito na cama com Kim, que só acorda o suficiente para girar em meus braços e me abraçar mais.

Kim De pé no final do corredor com o braço enganchado no meu pai, eu olho em volta e lágrimas borram minha visão. O salão está bonito, mais bonito do que eu poderia ter imaginado, com nada além de tule branco e adesivos brilhantes de flores vermelhas e laranja em todos os lugares, combinando com o meu buquê. Tocando um dedo no pingente em meu pescoço, minha garganta fechase. Algumas horas atrás, enquanto eu me preparava antes de fazer a minha maquiagem, Chris veio me ver e me deu isso. No início, eu pensei que fosse apenas um belo colar. Não sabia qual o significado. Mas então ele explicou que dentro do pingente estava um pouco das cinzas da minha irmã. Não perguntei como ele conseguiu. Eu sabia. Depois, quando ele me contou, eu chorei, porque mesmo que Kelly e eu não tivéssemos o melhor relacionamento, eu quero acreditar que ela teria gostado de estar aqui comigo hoje. Portanto, ser capaz de carregá-la comigo significou muito. — Não chore, — meu pai murmura, entregando-me um lenço de seu bolso. Virando a cabeça em sua direção, eu sorrio. — Estou tentando não chorar. — Bem, não chore, porque não quero chorar, — ele diz, e meu coração queima quando seus olhos lacrimejam. — Você faz uma bela noiva. — Obrigada, papai. — Eu te amo. Uma das melhores coisas que já aconteceu na minha vida foi você, — ele sussurra, beijando o lado da minha cabeça, e mordo o interior da minha bochecha, então não choro. — Eu também te amo.

~ 218 ~


— Eu sei, — ele murmura, e, em seguida, a música começa e ele me aperta com seu braço. Enquanto nós caminhamos através das cadeiras alinhadas em cada lado do corredor, meu coração se aloja na garganta. Imaginei um milhão de vezes qual seria a sensação de caminhar em direção a Sage em nosso dia de casamento, mas não tinha ideia de que eu me sentiria tão completa. Assistindo seus olhos aquecerem e escurecerem quando eles se movem sobre mim, sobre o meu vestido de noiva, e vendo o amor e possessividade em seu olhar quase me deixa de joelhos. Eu o amo. Eu o amo mais do que alguma vez pensei que poderia amar outra pessoa. Vendo-o se aproximar, meus olhos ficam travados nele enquanto ele me toma de meu pai, e então estou em seus braços, bem onde estou destinada a estar. Quando nós olhamos um para o outro, falando os nossos votos e segurando um ao outro fortemente, eu sei que tudo o que aconteceu na minha vida me levou para ele. — Agora você pode beijar a noiva, — o pastor diz, e as mãos do meu marido seguram meu rosto suavemente enquanto ele me beija, e no momento que ele se afasta, dinheiro de Monopólio chove sobre nós, fazendo-me rir. — Eu te amo, Kimberly Mayson, — meu marido me diz. — Eu também te amo, — sussurro, e então coloco minhas mãos em torno de seu pescoço e o puxo para outro beijo, ouvindo a explosão de alegria no meio da multidão.

~ 219 ~


Epílogo Kim DOIS ANOS DEPOIS — Mais forte. — Minha cabeça cai no colchão e as minhas mãos se esticam na cama. — Por favor. — Porra, — Sage rosna, curvando-me, e depois seu braço está sob meus seios, me levantando. Com as minhas costas à sua frente, a mão livre desliza sobre o meu estômago, concentrada em meu clitóris.

~ 220 ~


— Sim! — Meus quadris balançam em seus dedos no meu clitóris enquanto seu pênis me enche mais e mais. — Eu vou gozar. — Beije-me, — ele exige. Virando a cabeça para que ele possa capturar minha boca com a dele, e sinto sua língua cair entre meus lábios entreabertos. Oh, Deus, meu corpo treme quando eu gozo. Empurrando seus quadris uma vez... ele empurra mais duas vezes dentro de mim, me seguindo com seu próprio orgasmo. — Eu estarei tão atrasada, — ofego, tentando recuperar o fôlego. Ele ri. — Chris vai superar. No mês passado, ele chegou duas horas atrasado para o jantar. — É verdade, — concordo, e depois choramingo quando ele sai de mim e bate na minha bunda com força suficiente para arder. — Você não deveria andar em uma toalha, baby. Esse tipo de fácil acesso não é algo que eu posso recusar. — Que seja, — murmuro, rolando nas minhas costas e puxando o lençol sob o meu corpo, me sentindo adormecer. — Kimberly? — Hmm? — Você precisa se levantar. — Você acabou de me dar três orgasmos. Estou levando um segundo para me recompor, — digo a ele, mantendo os olhos fechados. — Tudo bem. — Ele beija minha testa, os meus lábios, e então eu ouço o chuveiro ligar. Dez minutos depois, eu finalmente saio da cama, me limpo, e me arrumo para que possa encontrar Chris para a prova do seu traje. — Hum... Você acha que os cavalos brancos podem ser um pouco demais? — Pergunto a Chris, levantando o olhar da pasta do planejamento do casamento em minha mão, e sua cabeça gira quando seus olhos me fixam no lugar. — Você está me perguntando se eu acho que meu casamento de conto de fadas é demais? — Ele pergunta, parecendo chocado, e mordo o lábio. — Você alugou dois cavalos brancos, — afirmo. Ele revira os olhos e murmura, — De que outra forma nós chegaremos ao local?

~ 221 ~


— Não sei. Talvez de carro ou uma limusine, como pessoas normais? — Sugiro, e ele olha para mim como se tivesse crescido um terceiro olho em mim. — Pessoas normais? Nem sei o que isso significa. — Ele acena, em seguida, para, de modo que a costureira possa voltar a ajustar seu smoking novamente. — Alguma vez você já andou de cavalo? Porque eu nunca andei, e prefiro não morrer no dia do seu casamento, — murmuro, tomando um lugar no banco de frente para ele. — Não seja dramática. Quão difícil poderia ser? — Então, eu tomo isso como você nunca andou de cavalo também. — Suspiro. — Não vejo isso terminando bem, — digo, e a costureira acena em concordância. Chris olha entre nós como se fôssemos loucas e sua ideia não fosse estranha ou malditamente louca. — Vou me casar em um castelo. Não posso simplesmente chegar em uma limusine. — Desisto. Eu vejo que você não será convencido de ter as coisas à sua maneira. — Balanço a cabeça para ele. Desde a primeira vez que Fresco e Chris saíram em um encontro, eles estão juntos e completamente inseparáveis. E há três meses, Fresco pediu Chris em casamento. Desde então, Chris tem planejado o seu casamento de conto de fadas. Um casamento que inclui um castelo verdadeiro, dois cavalos brancos, e doze pombas que serão liberadas no final da cerimônia. Tudo um pouco exagerado para meu gosto, mas este é o casamento dele, não o meu. E desde que fiz do meu jeito e tive o casamento dos meus sonhos com Sage, eu não posso ficar brava com meu amigo por querer um casamento de conto fadas da maneira dele. — Chega de conversa sobre o casamento. Como vão as coisas com a adoção? — Ele pergunta, e sinto meu rosto suavizar e um sorriso tocar meus lábios. — Está indo bem. Acabamos de terminar o primeiro passo e fomos inseridos no site deles, então agora vamos esperar para ver o que acontece e esperar sermos escolhidos, — respondo em voz baixa, e seus olhos se enchem de lágrimas. Sei que ele está feliz por mim. Por dois anos eu tenho sido capaz de manter a minha função renal e não tive quaisquer problemas. Por volta da época que Chris ficou noivo, Sage e eu decidimos que era hora de levar a sério sobre ter um bebê, então

~ 222 ~


começamos a olhar as agências de adoção. Depois encontramos uma que nós dois gostamos, preenchemos toda a papelada necessária – que era um monte – incluindo verificação de antecedentes, verificações de crédito, visitas com assistentes sociais e exames médicos. Nós dois estamos animados com a perspectiva de nos tornarmos pais, mas os últimos anos, com apenas ele e eu foram bom. Deu-nos a oportunidade de nos conhecermos – realmente nos conhecermos – e viajar um pouco, o que foi incrível. Também me deu tempo para me concentrar no salão, que vai incrivelmente bem. O negócio cresceu, e na maioria dos dias, há uma lista de espera para ser atendida no Color Me Crazy. — O que eu te disse? — Chris pergunta, e saio dos meus pensamentos, encontrando-o olhando para mim suavemente. — O que você me disse? — Sussurro; e o rosto dele fica ainda mais suave. — Que a vida às vezes é uma merda por um tempo, mas quando você estiver se sentindo bem e feliz, você perceberá por que precisou passar pelo que passou. Você percebe que se não tivesse, não teria tido a chance da felicidade que está sentindo. — Você estava certo. — Eu estou sempre certo, não que você me escute, — ele retruca. Eu rio disso, em seguida, levanto e caminho pela sala, onde cuidadosamente o abraço, para que não seja picada por um dos muitos alfinetes saindo dele. — Eu te amo. — Eu também, menina. Do fundo do meu coração. — Idem, — sussurro, e então rapidamente limpo as lágrimas do meu rosto e olho para ele. — Eu ainda acho que o seu casamento de conto de fadas é louco, e não sei como Fresco te aguenta. — Fresco me ama. — Ele ama. Estou contente por ter o encontrado e sua felicidade, — sussurro. — Idem, — ele sussurra, beijando o topo da minha cabeça antes de me soltar. ***

~ 223 ~


Três meses depois, conforme eu ando ao lado dele em um cavalo branco em direção ao castelo, e depois ficando ao seu lado enquanto ele se casa com seu príncipe encantado, tudo que eu penso é quão louco e surpreendente meu melhor amigo é e como só ele poderia organizar um casamento como o que ele teve.

Sage SEIS MESES DEPOIS Ouvindo um grito alto, eu desligo a esteira, giro e saio, e depois solto um grunhido quando Kim corre para mim a toda a velocidade. — Que porra é essa? — É hora, — ela arfa, olhando para mim. Eu franzo a testa. — O quê? Sacudindo a cabeça freneticamente enquanto ofega, ela aponta para a tela de seu telefone em minha direção. — Está na hora. Nós teremos um bebê! — Jesus. — Sim. — Cristo, — murmuro, movendo-a comigo para a porta, e através da casa, passando pela sala de estar, e pelo corredor até o quarto. — O que você está fazendo? — Ela grita quando vou ao banheiro enquanto ela se dirige para o closet. — Preciso de um banho. — Você não pode tomar banho. Nós teremos um bebê! — Ela grita a plenos pulmões. — Baby, respire comigo e se acalme. Você não está nem vestida. — Saliento, e ela olha para a camisola fina que está vestindo. — Você precisa se trocar, e desde que você arrumou nossas malas nas últimas semanas, não há mais nada a fazer. Assim que eu sair do chuveiro, colocarei nossas coisas em meu carro e podemos pegar a estrada.

~ 224 ~


— Acho que você está certo, — ela diz, e então seus olhos se enchem de lágrimas. Vendo essas lágrimas, eu fecho a distância entre nós e a puxo contra mim, enquanto ela sussurra, — Nós teremos um bebê. Porra. Quero lembrar-lhe que as coisas ainda podem dar errado, mas não faço. Eu a seguro e faço a porra de uma oração para que as coisas dessem certo, depois beijo o topo da sua cabeça. — Vá se vestir. Assim que eu terminar de me arrumar, nós vamos sair e ligar para as nossas famílias no caminho. — Ok, — ela sussurra, e então ela fica na ponta dos pés e eu abaixo minha cabeça, beijando-a uma vez antes de soltá-la. Eu vou para o chuveiro, saindo e encontrando-a esperando por mim na porta da frente com todas as nossas bolsas, incluindo a do bebê. Oito horas depois, eu seguro a mão dela enquanto atravessamos a porta do hospital e seguimos em direção à sala das enfermeiras. Agora são seis da tarde, e temos a notícia a duas horas de que nosso filho havia nascido. Sentindo a mão de Kim tremer na minha, eu nos paro e dou um aperto em seus dedos, de modo que ela olhe para mim. — Aconteça o que acontecer, eu prometo que tudo ficará bem, — digo a ela, e seus olhos preocupados encontram os meus enquanto ela acena com a cabeça uma vez antes de olhar para a mulher mais velha se aproximando de nós. — Sr. e Sra. Mayson, eu presumo, — ela nos cumprimenta. — Sim, oi, — Kim diz calmamente, quando ela para na nossa frente. — É bom conhecer ambos. — Ela aperta nossas mãos. — Sou Bethany, a assistente social aqui no hospital. Se me seguirem, eu farei o check-in no hospital e do quarto de vocês, e então vamos apresentá-los ao filho de vocês. — Hum... Como Ima está? — Kim pergunta sobre a mãe biológica quando nós entregamos nossos IDs e assinamos. Com a pergunta de Kim, Bethany se vira para nós encarar. — Ela está bem, mas escolheu não ter qualquer contato com o bebê desde o parto. — O quê? — Kim sussurra, apertando minha mão.

~ 225 ~


Ima e a agência nos disseram sobre o plano de parto semanas atrás. O plano era que Ima passaria tanto tempo quanto pudesse com o bebê até que ela tivesse que deixar o hospital, assim esta notícia é um soco no estômago. — Estas situações são sempre difíceis, e às vezes os pais biológicos acham que é mais fácil lidar com as coisas se não tiverem ligação com a criança após o nascimento, — ela explica calmamente. Meu coração aperta, não só pelo meu filho, que tem estado sozinho desde o momento em que nasceu, mas para a mãe do meu filho, que está em algum lugar no hospital, lutando pelo que eu só posso imaginar ser uma dor excruciante. — Ela pode mudar de ideia, mas, novamente, ela não deve. — Ok, — Kim diz, e sei que ela está tão preocupada com essa nova mudança de plano como eu estou. Segurando Kim depois que fizemos check-in, seguimos por um longo corredor, passando um berçário vazio, e em um quarto simples com banheiro em anexo, uma cama de hospital, uma cadeira e uma televisão na parede. — Espere aqui e eu estarei de volta, — Bethany diz, saindo do quarto. — Estou preocupada, — Kim sussurra, olhando para mim logo que ela saiu. Eu a giro em meus braços, descansando minhas mãos em volta da cintura dela. — Tudo vai dar certo. — Eu sei. I... Ima parecia tão certa sobre querer passar tempo com ele. O que você acha que isso significa, que ela mudou de ideia? — Não sei, mas sei que ficará bem, baby. Um passo de cada vez, — digo a ela, e então a porta é aberta e Bethany entra empurrando um carrinho na frente dela. Vendo o pequeno feixe de cobertores no meio do berço de plástico transparente, meu coração bate com força contra meu peito. — Sr. e Sra. Mayson, eu gostaria de apresentá-los ao seu filho. Engolindo o caroço que se alojou na garganta, eu levanto com minha esposa em meus braços enquanto ela pega nosso filho e leva-o contra o peito. — Ele é perfeito, — ela sussurra, e ouço as lágrimas em sua voz. Abraçando-a mais perto, eu estudo o nosso menino, Nash, e sorrio quando ele faz beicinho com seus lábios. — Ele provavelmente está com fome. A enfermeira foi pegar alguns suprimentos, então ela deve estar logo aqui. Vocês podem se mover com ele em torno

~ 226 ~


da sala de Parto e Nascimento, desde que tenham as pulseiras que dei para vocês, mas ele não pode sair do hospital até que vocês façam check-out. E antes disso, toda a papelada com a mãe biológica precisa ser concluída. Como eu disse antes, Ima pode em algum momento querer visitá-lo, mas a partir de agora, ele ficará aqui com vocês dois. Portanto, combinem com os enfermeiros e médicos de passarem aqui ao longo da noite e nos próximos dias para vê-lo. — Obrigada, — Kim diz a ela calmamente. — Rezo para que tudo dê certo para vocês. Vocês fazem uma bela família. Parabéns. — Ela sorri para nós quando uma enfermeira entra no quarto. — Esta é Minnie. Ela será a enfermeira de vocês nessa noite, — ela nos apresenta a enfermeira, que se parece com um bulldog, mas é de fala tão suave que preciso inclinar para ouvila quando ela nos diz Olá. — Vocês estão em boas mãos. Se precisarem de alguma coisa, o meu número está no quadro, — Bethany diz, apontando para um quadro branco em frente à cama. — Obrigado. — A qualquer hora. — Ela sorri antes de sair. Assim que ela saiu, Minnie entra para passar o horário da alimentação e a noite com a gente. Então é tudo um borrão de mudanças de fraldas, mamadeiras, e inúmeros médicos e enfermeiros. Nós passamos os próximos dois dias no hospital com Nash, vendo Ima apenas uma vez, antes dela ser liberada para ir para casa. Durante essa breve visita, ela optou por não segurar Nash. Eu poderia dizer que ela estava firme em sua decisão de entregá-lo para adoção, mas ainda estava sofrendo e tentando lidar com essa dor da única maneira que sabia. No dia seguinte a liberação de Ima, nós também fomos, e eu aluguei uma casa para nós perto do hospital, onde esperamos o nosso advogado ligar e nos dar o ok para ir para casa. Quatro dias depois, recebemos a ligação e voltamos para casa com nosso filho.

~ 227 ~


Kim UMA SEMANA DEPOIS Ouvindo Nash chorar, eu pisco os olhos cansados abertos. — Durma baby, eu cuido disso, — sussurra Sage, tocando seus lábios na minha testa e depois nos lábios, antes de sair da cama. Rolando para o meu lado, eu o vejo caminhar pelo quarto até o berço e pegar seu filho, colocando-o contra o peito com uma mão nas costas e a outra na parte inferior. Ao vê-lo segurar o nosso filho com tanto cuidado, meu coração se aquece no meu peito. — Que tal você e eu pegarmos uma mamadeira e assistirmos alguns programas de TV? — Ele sugere, e sorrio para isso, então assisto os dois saírem do quarto pensando que nenhum conto de fadas seria melhor do que este. Três semanas depois Saindo da cozinha e seguindo para a sala de estar com uma mamadeira fresca para Nash, eu sorrio quando os olhos de Nalia encontram os meus. — Acho que ele está ficando mais bonito a cada dia, — ela me diz, olhando para o meu filho, que agora está bem acordado e olhando para a tia dele. Na semana depois que chegamos em casa, Nalia ligou e perguntou se podia vir visitar por algumas semanas para passar o tempo com seu sobrinho. Sage e eu concordamos imediatamente. Tem sido incrível tê-la por perto, e sei que ela estar aqui é bom para Sage. Ele sente falta da irmã; todos sentem falta dela, e todos nós estamos contentes dela estar de volta por um tempo, mesmo que seja apenas temporário. — Ele fica mais bonito a cada dia, não é? — Entrego a mamadeira para ela, e ela o ajusta nos braços, instalando-o contra o peito, e em seguida, coloca a mamadeira em sua boca como uma profissional.

~ 228 ~


Totalmente. Mandei

algumas

fotos

para

minha

mãe,

ela

diz

distraidamente, e então seus olhos voam até encontrar os meus enquanto seu rosto empalidece. — Eu... — Está bem. Entendo. Quer dizer, eu não entendo, porque não tenho qualquer tipo de relacionamento com a minha mãe biológica, mas entendo porque você quer isso. — Sage... — Ele está lidando com isso, — eu a corto, e abaixo a minha voz. — Seu irmão te ama, e mesmo que ele não queira ter um relacionamento com ela, ele respeita que você tenha. — Eu gostaria que ele falasse com ela e a conhecesse do jeito que eu conheço. — Não conte com isso, — digo, e tristeza enche os olhos dela, me fazendo sentir culpada. Mas falei com meu marido sobre isso, e ele está muito firme em sua decisão. — Quem sabe o que o futuro tem guardado para eles, querida? Mas você não pode forçar isso sobre ele se ele não está pronto. — Você está certa, e pelo lado positivo, desde que ele está com você, ele está ainda melhor em conversar comigo sobre ela. Então, talvez um dia, certo? — Certo, — concordo, e então olho para o meu menino e sinto meu rosto suavizar ao ver que ele já está dormindo. Não sei que tipo de relacionamento Nash e Ima terão no futuro, mas sei que ela o amava além da medida. E enquanto ele estiver crescendo, isso é exatamente o que Sage e eu vamos dizer a ele.

~ 229 ~


Sage UM ANO DEPOIS — Papa, papa, papa, — Nash canta, cambaleando ao redor da sala em uma camiseta e fralda, através das centenas de brinquedos que foram espalhados pelo chão desde que ele se levantou esta manhã. Tirando os olhos do meu filho, eu olho para a minha esposa, que está enrolada no canto do sofá dormindo, e sorrio. Ela está cansada; foi uma longa noite e um levantar cedo. Desde que Nash começou a dentição, seus horários ficaram perdidos. Ontem à noite, ele ficou acordado até às três da manhã. A coisa boa sobre ele é que ele é feliz quando está acordado. A única coisa ruim é que nenhum de nós tem conseguido dormir muito. Movendo pelo chão em minhas mãos e joelhos em direção ao meu filho, eu vejo seus olhos se iluminarem quando ele sorri. Rastejando em sua direção lentamente, ele ri, e foge comigo atrás dele. Eu ouço o seu riso encher a sala e sorrio quando o pego e o lanço no ar, fazendo-o rir e tagarelar. Segurando-o contra o meu peito, eu beijo o lado de sua cabeça, e o solto quando ele mexe, querendo descer. Quando eu inclino contra o sofá, estico minhas pernas e cruzo os tornozelos. Nossa foto de casamento em cima da lareira chama a minha atenção, e sorrio quando a estudo. A foto não foi tirada por um profissional. Minha mãe simplesmente tirou a foto perfeita em seu celular. Na foto, Kim e eu estamos de frente um para o outro, eu olhando para ela sorrindo, a cabeça dela jogada para trás rindo enquanto um milhão de dólares em dinheiro Monopólio tremula no chão ao nosso redor. Ela não sabia que eu havia planejado isso, então, quando aconteceu, sua reação foi inestimável. — Mama, mama, mama, — Nash canta, e sinto a mão de Kim no meu ombro, em seguida, seus lábios no topo da minha cabeça.

~ 230 ~


Virando para olhar em seus olhos cansados, eu sinto meu rosto suavizar. — Você deveria ir deitar na cama, baby. — E perder um segundo disso? — Ela balança a cabeça, e Nash cambaleia, estendendo os braços para ela, que o pega. Afagando-o perto de seu peito, seus olhos suavizam nos meus. — Eu nunca quero perder um segundo disso. Porra, eu amo minha esposa e nosso filho, e sou fodidamente grato a cada dia pela segunda chance que me foi dada.

~ 231 ~


UNTIL HARMONY — Harlen, — grito enquanto corro nos meus saltos por todo o estacionamento do hospital, observando-o chutar o suporte em sua moto e plantar ambos os pés calçados com botas no asfalto. Seus olhos encontram os meus por cima do ombro e, assim como a primeira vez que nossos olhos se encontraram, meu baixo ventre se aperta e meu sangue canta em minhas veias. Deus, ele é lindo, mas não no sentido tradicional. Ele parece muito assustador para ser bonito. Seus olhos muito escuros e sua mandíbula muito forte, a barba lá o fazendo parecer quase perigoso. O tipo de perigo que você quer ver se consegue domar. Só duvido que Harlen seja o tipo de homem que você doma. — Hey. — Sorrio quando me aproximo, sentindo minha pele quente quando seus olhos vagueiam sobre mim e ele levanta o queixo. Aceitando isso como um Olá de um cara assustador, eu sorrio. Lembro-me de algumas semanas atrás, quando o levei para casa após deixarmos a casa da minha prima, June. Ele não disse muito também, apenas resmungou algumas vezes, mas principalmente, ele olhou para mim como se eu fosse uma mistura entre divertida e louca. — Você veio aqui para ver um médico? — Não sei por que mais eu estaria no hospital, querida, — ele murmura. — Eles recebem sêmen o dia todo, — murmuro, depois vejo como seus lábios se contorcem em um sorriso divertido, o que transforma essa sensação de aperto na minha barriga em outra coisa, algo que eu gosto ainda mais. — O que o médico disse? — Pergunto depois de um momento desfrutando a sua expressão. — Está tudo bem. Tiraram os pontos. — Bom, — digo suavemente, estendendo a mão para tocar seu tatuado braço musculoso. Seus olhos caem para a minha mão sobre ele, então, levanta para

~ 232 ~


encontrar os meus e enchem com algo que me faz sentir fora de equilíbrio e tonta. Soltando minha mão rapidamente, dou um passo atrás. — Estou feliz por você se recuperar bem, — digo, e ele levanta o queixo mais uma vez. — Por que você está aqui? — Eu tinha uma entrevista para um cargo de enfermeira que abriu. — Você conseguiu o trabalho? — Consegui. — Sorrio em felicidade. Eu queria voltar para casa fazia algum tempo, agora então, conseguindo o trabalho no hospital da cidade significa que posso fazer isso sem precisar me apoiar em meus pais. — Quer comemorar? — Ele pergunta, e meu estômago faz um giro com a ideia de celebrar com ele. — Sim, — digo sem pensar, e ele liga a moto. — Suba. — Suba? — Repito quando ele me dá seu capacete. — Sim, suba.

~ 233 ~


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.