T I B AYA
ativação das margens do Ribeirão Itapetinga
trabalho final de graduação 2019 curso de arquitetura e urbanismo unicamp autora camila targa gonçalves orientador sidney piochi bernardini
PARTE I
TYBAIA rio da feitoria¹
TIBAYA água saudável (...) água trançada, revolta ou confusa²
TY-BAIO o rio manso de águas tranquilas, de água agradável ao paladar³
TIPAIA TI- rio; PA - lagoa, alagadiço; I - preposição “em” várzeas extensas por entre alagadiços4
1. Frei Francisco dos Prazeres Maranhão | 2. Teodoro Sampaio | 3. Plínio Airosa | 4. Frei Francisco dos Prazeres Maranhão
Tybaia. Ty-baio. Tipaia. Atibaia. O nome, de origem indígena, apresenta controvérsias quanto seu real significado. É consenso, no entanto, que sua concepção tem relação com o rio, designando a área onde hoje a cidade está situada.
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agradeço, ao meu orientador, Sidney, pela dedicação e acompanhamento durante todo o processo deste trabalho, e aos demais professores da Unicamp com os quais tive o privilégio de aprender; aos meus pais, Marcia e Edson, que me deram suporte em mais uma etapa da minha formação, possibilitando a concretização dessa oportunidade, e aos meus familiares, que são a minha base; aos amigos que apareceram na minha vida nos útimos 6 anos, em especial da minha turma (014), por todo o aprendizado compartilhado; e ao Marcelo, pelo apoio e companhia, na vida e no TFG.
Fig. 1 Anoitecer de Atibaia visto da Pedra Grande. Foto da autora (2018).
apresentação A temática e o local deste trabalho partem do desejo de intervir com a realidade no meio urbano e buscar soluções que possam promover melhoria social por meio da arquitetura e do urbanismo, somado à vontade de passar para o papel uma concepção sobre a cidade na qual nasci, Atibaia. Cresci aprendendo a admirar minha cidade natal e me sensibilizar com seu patrimônio natural e cultural, o que tem relação com a minha formação. Foi em Atibaia que comecei a analisar como as relações urbanas se estabeleciam, e também as consequências de um planejamento urbano insustentável. A ocupação urbana equivocada ao longo da história gera problemas que não são exclusivos de Atibaia, são recorrentes em diversas cidades brasileiras. A problemática das enchentes, por exemplo, traz a reflexão sobre a maneira como podemos intervir em áreas vulneráveis onde já existe uma ocupação urbana consolidada. Durante a graduação em Arquitetura e Urbanismo na Unicamp, as indagações a respeito da cidade começaram a surgir de forma mais crítica. Com o conhecimento adquirido nos últimos anos, acredito ser possível utilizar de ferramentas dentro da minha área de estudo para desenvolver uma proposta que promova uma transformação positiva na cidade. Além disso, a compreensão prévia da área e o fácil acesso ao discurso oral de moradores atibaianos possibilitam uma abordagem ainda mais ampla para o presente trabalho.
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introdução O atual cenário urbano nas cidades mostra-se cada vez mais em desequilíbrio, o que é consequência de um planejamento tendencioso e reducionista durante o crescimento das cidades, acompanhado por ideias hoje demonstradas como equivocadas sobre a ocupação urbana, nas quais as ações antrópicas ignoraram as características do meio físico natural. As cidades brasileiras cresceram a partir de áreas com disponibilidade de recursos hídricos, assim, os rios moldaram a paisagem urbana. Nos primeiros aglomerados urbanos, a rede hídrica também era vista por seu potencial para desenvolvimento de atividades recreativas e de lazer, como a natação e a navegação, o futebol, que aproveitava o relevo plano das várzeas, a pesca, entre outros. No início do século XX a expansão urbana veio acompanhada por alguns fatores que causaram maior distanciamento da população com o ambiente natural. Com os problemas de saneamento que as cidades passaram a enfrentar, foi propagado o pensamento de que os rios carregavam a sujeira da cidade e eram os responsáveis por epidemias. Outro fator foi o crescimento do perímetro urbano e do uso de automóveis, que fez com que o sistema viário fosse implantado próximo desses canais (PESSOA, 2006). Tais argumentos, utilizados para justificar a necessidade de canalizar os rios nas cidades, fez com que eles passassem a ser sufocados pelas vias e, assim, a importância dada a esses recursos essenciais a vida humana esvaiu-se. Com a perda do contato da população com o meio natural, os rios deixaram de ser encarados como fonte de vida e lazer. Os métodos tradicionais de engenharia, que optam pela canalização dos rios e alteração de seu curso natural, passaram a ser adotados nas cidades. Solução essa que está amarrada na ideia de escoar a água o mais rápido possível, sem pensar nas consequências do aumento da vazão e do volume de água durante as chuvas.
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Os parâmetros urbanísticos dos grandes centros brasileiros na década de 1970, baseavam-se no Plano Nacional de Saneamento (Planasa), que dirigiu os investimentos em saneamento através da canalização de córregos e rios e construção de avenidas em fundos de vale. Esta era a solução técnica utilizada que acabou determinando as formas de urbanização nas grandes cidades. O resultado assistido durante os períodos de chuvas intensas já é conhecido: enchentes e alagamentos. Existe um conjunto de medidas que, somadas, poderão trazer resultados satisfatórios à problemática das inundações em áreas urbanas e contrastam com o pensamento ultrapassado de “se livrar da água”. As cidades precisam agir com foco em aumentar a capacidade de retenção da água da chuva, para conter seu volume e retardar sua velocidade antes de chegar nos pontos de drenagem. Como exemplos de medidas, temos elementos de estrutura verde, como o aumento das áreas permeáveis, as bacias de detenção naturalizadas, criação de praças e calçadas drenantes entre outras intervenções que serão apresentadas posteriormente. A cidade de Atibaia tem em suas origens a relação com o rio, mas essa foi se perdendo com o crescimento urbano. Assim, o presente trabalho tem como um de seus principais objetivos resgatar os corpos d’água como parte da identidade da cidade, valorizando sua paisagem natural. Busca-se ainda maior equilíbrio nas relações antrópicas com o meio natural, uma vez que a cidade tem mostrado sinais, por meio das enchentes, de que o rumo dos acontecimentos deve ser alterado. O ribeirão Itapetinga é um afluente do rio Atibaia, que foi escolhido como objeto de estudo por atravessar uma região central da cidade e apresentar uma paisagem notável, mas que passa despercebida no cotidiano da população. Com isso, tem-se também como objetivo, conectar as vizinhanças com o ribeirão, revelando a paisagem natural existente como forma de criar consciência sobre sua importância e conservação.
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Para o estudo do presente trabalho, evidencia-se a importância de compreender a bacia hidrográfica como um todo e sua relação com a cidade, para que não sejam feitas intervenções pontuais e paliativas no foco do problema. Em menor escala, será possível trabalhar na relação do ribeirão com seu entorno imediato, dando retorno para a população com a requalificação da área. É preciso discutir e pensar sobre os equívocos cometidos durante a ocupação do território e caminhar rumo a algumas utopias.
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primeiros contatos com os rios A ocupação urbana, desde as primeiras civilizações, veio acompanhada da disponibilidade dos recursos naturais, com assentamentos próximos de rios e cursos d’água. A água dava suporte às necessidades básicas vitais do ser humano, além de fornecer a possibilidade de desenvolver atividades agrícolas e a criação de animais. Apresentava, portanto, uma relação íntima com a dinâmica de um povo. Ao dispor dos recursos hídricos, as civilizações antigas tinham a possibilidade de se fixar em determinado sítio e ali se desenvolver. É o caso da mais antiga das cidades que se tem registros, a Mesopotâmia, que ocupava a região entre os rios Tigre e Eufrates há cerca de 4000 a.C. Nota-se, assim, que os corpos d’água funcionavam ainda como um marco territorial. A lógica das civilizações de se instalarem próximas da água foi norteadora para outros povos. As cidades egípcias se constituíram nas imediações do Nilo, as cidades da civilização greco-romana, junto à bacia do Mediterrâneo e ao rio Tibre, as civilizações orientais nas imediações dos rios do Himalaia, as cidades medievais europeias - Londres, ao longo do Tâmisa; Paris, ao longo do Sena; Viena, ao longo do Danúbio, Praga, ao longo do Vlatva (GORSKI, 2010). Fazendo um recorte para o Brasil, os rios tiveram importante papel no deslocamento para explorar o interior do território. O sítio onde hoje se situa a cidade de Atibaia (objeto de estudo do presente trabalho), por exemplo, foi importante rota de bandeirantes que saíam de São Paulo e tinham o rio Atibaia como apoio no caminho em direção à Minas Gerais. Assim, os rios eram (e ainda são) bastante ocupados pela população. As sociedades que se instalaram próximas dos rios o viam não apenas como uma fonte de vida, pela disponibilidade hídrica, como também de lazer, onde se desenvolviam práticas náuticas e se utilizou as várzeas para instalar campos de futebol. 12
Essa relação harmoniosa de encontro da população com o rio ocorreu, no Brasil, até a metade do século XX, quando, então ampliaram-se os conflitos entre desenvolvimento, sociedade e meio físico (GORSKI, 2010).
Fig. 2 Atividades de lazer no lago do Clube de Campo em Atibaia, local onde hoje funciona o Parque Edmundo Zanoni. Fonte: Acervo do
Museu Municipal de Atibaia (sem data).
expansão urbana e distanciamento Desde a década de 1930, a retificação dos rios foi adotada no combate às inundações, visando à prevenção de epidemias, como medida de saúde pública; mas, ao mesmo tempo, as várzeas drenadas passavam a ser urbanizadas e ocupadas (GORSKI, 2010). A cidade de São Paulo passou por diversas epidemias no final do século XIX e início do século XX, como a varíola, a febre amarela e a cólera. Os problemas de saneamento enfrentados pelas 13
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cidades embasaram o pensamento da população de que os rios eram um canal para deposição da sujeira da cidade. Assim, as obras higienistas de saneamento mostravam-se uma solução para a salubridade local (PESSOA, 2006).
Fig. 3 Ribeirão Itapetinga canalizado na Av. Alfredo André, em Atibaia (SP). Foto da autora (2019).
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Esta linha de raciocínio foi usada, por exemplo, como justificativa para o projeto de retificação do rio Tietê, com argumentos que podem ser vistos como estratégicos para especulação imobiliária. Para Delijaicov, no caso da retificação do rio Tietê, em São Paulo, os “argumentos sanitaristas e hidráulicos serviram para fundamentar o plano de ocupação das várzeas. Esses argumentos foram lapidados pelos objetivos de expansão urbana e “negócios” imobiliários” (DELIJAICOV, 1988).
Na visão de Pessoa, outras alternativas poderiam ter sido adotadas para solucionar esta problemática, como, por exemplo, drenar a várzea sem alterar radicalmente o curso do rio, ou criar um sistema de coleta e tratamento de esgoto adequado e concomitantemente adensar a área urbana existente (PESSOA 2006). As obras de retificação do rio Tietê ocorrem anacronicamente com a implantação da indústria automobilística no Brasil. Neste contexto, o aumento do uso de automóveis individuais somado ao crescimento do perímetro urbano, fez com que o sistema viário fosse implantado acompanhando os cursos d’água. Os rios passaram a ser sufocados pelas vias e o contato da população com aqueles foi se perdendo. “o sistema viário encapsula o rio, sobretudo quando as vias são de trânsito rápido ou expressas, impossibilitando o contato, até mesmo visual da população com o rio” (PESSOA, 2006, p.178) No caso específico de São Paulo, havia ainda o interesse da Companhia Light sobre a implantação do sistema hidrelétrico de São Paulo. Por meio da Lei 2249 de 1927, foi concedido à companhia o direito de reverter curso original do Rio Pinheiros, captando águas no Rio Tietê, com o propósito de gerar energia elétrica, canalizar, alargar, retificar e aprofundar os leitos dos rios Pinheiros e seus afluentes; e também desapropriar bens e terrenos das áreas de suas várzeas para fins de utilidade ou necessidade pública (PESSOA, 2006). Posteriormente, em 1929, a região sofreu com a maior enchente de sua história, com as águas do rio Tietê atingindo diversos bairros. As obras de retificação do Rio Tietê ocorreram nas décadas de 50 e 60, mas as inundações continuaram a ocorrer.
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“As enchentes são processos naturais do ciclo hidrográfico, mas as inundações resultantes da urbanização são processos combinados de ocupação do solo, a começar pelas planícies de várzea, que originalmente eram reservatórios naturais de absorção” (GORSKI, 2010) Diante deste panorama vemos que o leito dos rios e suas várzeas passaram a sofrer grandes transformações por conta dos problemas de saneamento, da expansão urbana e do sistema viário. Uma vez que o rio é colocado como um obstáculo para o crescimento urbano e como fonte de doenças, o contato das pessoas com a água foi se distanciando e os rios deixaram de ser encarados como fonte de vida e lazer, assim, perde-se também a consciência de pertencimento àquele meio natural.
possibilidades futuras As obras de retificação dos rios nas cidades, e a consequente remoção dos meandros, afetou a dinâmica natural dos rios e a água passou a atingir velocidades de escoamento maiores. Gorski aponta que o conceito “de ‘escoar a água precipitada o mais rápido possível’ foi abandonado nos países desenvolvidos há mais de 30 anos, que partiram para infiltrar a água ao invés de transportar, criando impactos à jusante” (GORSKI, 2010). No entanto, no Brasil, que é um país em desenvolvimento, a falta de planejamento e recursos faz com que medidas emergenciais sejam tomadas, soluções essas que agem apenas no foco do problema. No caso de Atibaia, cidade de estudo do presente trabalho, as enchentes fazem parte da realidade de boa parte da população. No Jardim Brasil, um dos bairros que sofre com as enchentes, o transbordamento das águas de um córrego canalizado o transforma em uma espécie de “piscinão”. Com o objetivo de resolver o problema das enchentes no bairro, foi criado um muro de contenção cercando uma parte de seu perímetro. Esse é um exemplo de uma medida pontual e pouco eficiente, pois não resolve a essência do problema.
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Os cursos d’água apresentam um dinâmica natural que foi modificada. Escoar a água mais rápido continuará a trazer consequências, pois, quando se aumenta a vazão, é preciso controlar o grande volume de água acumulado. Essas soluções de curto prazo devem ser repensadas, pois os métodos tradicionais da engenharia, de retificação e canalização dos cursos d’água, são soluções atrasadas, é preciso colocar em prática abordagens alternativas de drenagem urbana.
A drenagem urbana e a gestão da água da chuva são tratadas sob um novo ponto de vista pelo urbanismo sustentável, buscando reverter os métodos convencionais de engenharia. Douglas Farr (2013) aponta soluções alternativas que podem ser aplicados na escala do lote, da quadra ou do bairro.
Fig. 4 Córrego canalizado próximo do bairro Jd. Brasil, em Atibaia (SP). Foto da autora (2019).
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Na escala do bairro, é usual adotar bacias de detenção centralizadas, que correspondem a uma bacia escavada projetada para reter temporariamente a água da chuva de modo comportar o aumento do volume admissível para o local (FARR, 2013). Definição que se aplica aos “piscinões” amplamente empregados no Brasil. No urbanismo sustentável, os equipamentos alternativos seriam as bacias de detenção naturalizadas, que representam um brejo natural com vegetação rasteira, que podem ser empregadas em parques com equipamentos de drenagem urbana e canteiros centrais. Essas bacias podem estar aliadas a outros equipamentos, como a vala de drenagem gramada (rebaixo nos jardins plantado com vegetação perene); biodigestores (estacionamento aberto rebaixado ou canteiros ao longo da via plantados com vegetação perene); e pisos permeáveis que possibilitem a infiltração da água da chuva (FARR, 2013). Existe ainda questão da restauração de áreas de várzea, meandrização dos leitos dos córregos e restauração da mata ciliar. Ao dispor dessas ferramentas temos novas possibilidades diante do cenário atual das cidades. Quando imaginamos um cenário ideal, temos uma direção para qual seguir, por mais que as intervenções sejam feitas gradualmente e a longo prazo (GORSKI, 2010). Falcão aborda a questão da utopia como metodologia de projeto, que, segundo a autora, surge a partir de 4 condicionantes: crítica ao sistema existente; presente hostil e sem perspectiva; pensar em algo novo; e alterar o rumo dos acontecimentos. A utopia dos dias atuais não projeta algo ideal a partir de um papel em branco, para uma cidade que nasce do zero, para a autora “a utopia atual é a cidade nova sobre a existente, lidando com todas as suas dificuldades”.
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INSERÇÃO REGIONAL
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INSERÇÃO REGIONAL
ATIBAIA, REGIÃO DA SAÚDE No conjunto maravilhoso das várias regiões do estado de São Paulo, destaca-se pela perfeita amenidade do seu clima, a excelência das águas, a pureza e a frescura dos ares a que se inscreve entre o leste e o nordeste do Estado, e em cuja orla extrema, o ocidente, se ergue a bela e pujante Paulicéia. Começa a poucos passos da capital, logo além das serranias onde se alcançam os últimos vapores do oceano. É esta, sem dúvida, a região da saúde, destinada a proporcionar aos habitantes dos centro populosos, extenuados pela intensa vida hodierna o descanso reparador, a restituir-lhes a saúde combalida. Vejo ali próximo um dos panos da muralha ciclópica que a defende dos ventos frios e esparge sobre ela a confortadora frescura do seu hálito puríssimo. É a serra do Itapetinga. Dentro da claridade fresca do dia chuvoso, a montanha parece molhar-se em pérola líquida, toda pontilhada de pedras branquicentas. Aqui e ali, pelos visos, e em corcovas, desnudase a sua ossatura de granito. Com que gosto o olhar transpõe o vale e percorre-a de ponta a ponta, escorregando pelas encostas onduladas. Bem de fronte à serra, acha-se Atibaia, velha cidade paulista, habitada por genuína estirpe bandeirante, que é o mesmo que dizer um povo bom, ordeiro e progressista. Como atestado da capacidade e do gênio empreendedor de seus filhos, vê-se a entrada da cidade, do lado de São Paulo, um monumento de linhas modernas e sólida aparência, “Rosário Hotel”. Felicíssima a iniciativa de sua edificação, que vem atender um apelo urgente. (...) Manuel Carlos Fiqueiredo Ferraz (CONTI, 2001)
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limite político-administrativo atibaia Atibaia é uma cidade interiorana situada na porção sudoeste do estado de São Paulo. Encontra-se no cruzamento de duas importantes rodovias, a Fernão dias (BR-381) e a Dom Pedro I (SP-065), as quais possibilitam rápido acesso à São Paulo e Campinas, respectivamente, que estão a cerca de 60km de distância. A cidade faz divisa com nove municípios: Bragança Paulista (ao norte); Mairiporã, Franco da Rocha e Francisco Morato (ao sul); Nazaré Paulista, Piracaia e Bom Jesus dos Perdões (a leste); e Jarinu e Campo limpo Paulista (a oeste). E faz parte da região imediata de Bragança Paulista (região bragantina). BRAGANÇA PAULISTA
CAMPINAS RO D. D
PE
DR O
I
PIRACAIA
BOM JESUS DOS PERDÕES
RO D. F E
RNÃ OD IAS
JARINU
CAMPO LIMPO PAULISTA FRANCISCO MORATO
MAIRIPORÃ
F. DA ROCHA
NAZARÉ PAULISTA
SÃO PAULO
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UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
INSERÇÃO REGIONAL
área de proteção ambiental A APA (Área de Proteção ambiental) é uma categoria de unidade de conservação criada pela lei Federal 6.902/1981 destinada a preservar os recursos naturais (fauna, flora, solo e recursos hídricos), com o objetivo de proteger os ecossistemas regionais, podendo abranger mais de um município. Este tipo de unidade de conservação foi reforçado pela lei Federal 9.985/2000 do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. De acordo com o SNUC, as APAs são unidades de uso sustentável, ou seja, que conciliam a conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos recursos naturais.
APA cantareira O município de Atibaia faz parte da APA Cantareira, junto de Nazaré Paulista, Bragança Paulista, Joanópolis, Piracaia, Vargem Grande Paulista e Mairiporã, abrangendo uma área de 249.200 hectares dentro do bioma da Mata Atlântica. Atibaia e Bragança Paulista são as cidades mais urbanizadas, apresentando um pólo industrial e tecnológico, enquanto as demais cidades têm uma ocupação baseada em atividades agrícolas, em geral por pequenas propriedades e chácaras de lazer. A APA Cantareira tem como objetivo proteger os recursos hídricos da região, especialmente que compõem o Sistema Cantareira (Jaguarí, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro); as cachoeiras, especialmente a Cachoeira dos Pretos; e os promontórios, como a Pedra Grande em Atibaia e Pedra Bela, no município de mesmo nome.
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serra do itapetinga A Serra do Itapetinga faz parte do sistema da área de proteção ambiental da Cantareira, representando um importante corredor ecológico e de biodiversidade na região, que se conecta ao Parque Estadual da Cantareira. Além da importância por comportar uma grande diversidade de espécies da flora e fauna, abriga diversas nascentes que são responsáveis pela produção hídrica da região, entre as quais destaco a bacia do Itapetinga. Na Serra do Itapetinga localiza-se a Pedra Grande, importante monumento natural da cidade. O SNUC classifica monumento natural como uma área destinada à preservação de lugares singulares, raros ou de grande beleza cênica.
Fig. 5 Serra do Itapetinga. Fonte: https://atibaiaconnection.com. br/serra-do-itapetinga-um-tesouronatural-de-atibaia-e-regiao/
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INSERÇÃO REGIONAL
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Fig. 6 Manisfestação em defesa da Serra do Itapetinga em Atibaia. Fonte: Documentário “Pedra Grande. DOC” de 2009.
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pedra grande A Pedra Grande, um dos principais cartões postais da cidade, está situada no Parque Estadual do Itapetinga, a 1450 metros acima do nível do mar. Além de sua importância municipal, representou um marco no processo de preservação ambiental no país, sendo o primeiro tombamento de patrimônio natural brasileiro. Até então, só se falava em preservação histórica, arqueológica ou arquitetônica.
O processo de tombamento da Pedra Grande surgiu de um movimento popular que reivindicava a proteção da Serra do Itapetinga, que tinha se tornado alvo de empreendimentos imobiliários e estava sofrendo com a extração de granito. Em 1980, a prefeitura emitiu um alvará de licença aprovando um loteamento na serra. Tal decisão gerou revolta em parte da população, e um movimento de defesa da serra, liderado por jovens da cidade, ganhou expressividade em 1981.
Fig. 7 Participantes do movimento no local onde já estavam extraindo o granito da Serra. A esquerda, Beto Tricoli, e a direita, Edson Beleza.
Fonte: Documentário “Pedra Grande.DOC” de 2009.
O tombamento aconteceu pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) no dia 6 de julho de 1983, na época, Aziz Ab’Saber era o presidente do conselho. PROCESSO DE TOMBO nº 22366/82 “O setor tombado corresponde à face da Serra voltada para a cidade de Atibaia, incluindo os baixos patamares do piemonte, que funcionam como obstáculo à proliferação de loteamentos predatórios e atividades incompatíveis com a criticidade geomorfológica, pedológica e hidrológica da Serra. A área do tombamento envolve um polígono irregular contendo um eixo maior de 10.500 m por um eixo menor de 2.500 m, localizado entre as coordenadas UTM 7442,00-7432,00 kmN e 341,00-346,00 kmE.” Aziz Nacib Ab’Saber
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BACIAS HIDROGRÁFICAS
INSERÇÃO REGIONAL
bacias hidrográficas Bacia hidrográfica é um conjunto territorial formado por um rio principal e seus afluentes. Configura-se por meio do relevo, onde os divisores de água presentes em seus pontos mais altos irão delimitar uma área de drenagem, na qual toda água, superficial ou subterrânea, é coletada e se dirige para um curso d’água. As bacias hidrográficas são consideradas uma unidade de planejamento e gestão, tanto pela Constituição Federal de 1988 quanto pela Constituição Estadual de 1989. O Estado de São Paulo foi pioneiro pela regulamentação da Política Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema Integrado de Recursos Hídricos em São Paulo (SIGRH), por meio da Lei Estadual nº7.633/91 (GORSKI, 2010).
bacias pcj
Fig. 8 Bacias PCJ. Fonte: comitê PCJ. Adaptado pela autora.
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As bacias hidrográficas denominadas PCJ representam um conjunto formado pelas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. A área das bacias PCJ abrange um total de 76 municípios, sendo 58 deles situados no estado de São Paulo e 4 em Minas Gerais. Trata-se de uma região com aproximadamente 5 milhões
de habitantes e, de acordo com o consórcio PCJ, o grau de urbanização da população é crescente, passando de 93,2%, em 1996, para 96,8%, em 2020. Em 1991, foi criado o comitê de Bacia Hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, também através da lei 7.663, efetivada em 1993, que se mostrou uma importante medida para a gestão dos recursos hídricos, visto que a ocupação urbana está em expansão .
bacia do rio atibaia O rio Atibaia tem importante papel no abastecimento de água de grandes cidades da região, como Jundiaí e Campinas. A imagem a seguir ilustra a bacia do rio Atibaia, que se une com os rios Jaguari, Camanducaia e Corumabatai para formar o Rio Piracicaba. Assim, a bacia do rio Atibaia faz parte da bacia hidrográfica do Rio Piracicaba. Fig. 9 Bacia hidrográfica do Rio Atibaia, com destaque para o limite municipal da cidade de Atibaia. Fonte: GONÇALVES, 2015. Adaptado pela autora.
Dentro do limite municipal da cidade de Atibaia, existe um outro conjunto de sub-bacias menores, formada por ribeirões e cursos d’água afluentes do rio Atibaia. Destes, destaco o a bacia do ribeirão Itapetinga, para aprofundamento do presente trabalho.
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BACIAS HIDROGRÁFICAS
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bacia do itapetinga O ribeirão Itapetinga é o segundo maior afluente da margem esquerda do rio Atibaia dentro dos limites municipais. Sua bacia apresenta uma geometria alongada e altas declividades, com elevação média de 913,26m. Possui 21 represamentos (SOUZA, 2016). A serra do Itapetinga corresponde à região com maiores altitudes e declividades da bacia, onde se situa a Pedra Grande e afloram diversas nascentes em meio às rochas de granito. As menores declividades estão na porção centro-norte da bacia, na região a jusante (SOUZA, 2016). A bacia do ribeirão Itapetinga apresenta baixa capacidade de drenagem devido às suas formações rochosas. Esse fator, somado às altas declividades, influenciam na velocidade com que as águas chegam na baixa bacia. Tais condicionantes naturais explicam, em parte, a susceptibilidade da região a eventos hidrológicos extremos, como as enchentes em períodos de precipitação elevada (SOUZA, 2016). Setorizando a bacia em zona alta, média e baixa, constatamos diferentes ocupações. Na parte alta da bacia, encontram-se as nascentes, na Serra do Itapetinga, que apresenta cobertura vegetal e afloramento das formações rochosas, com a Pedra Grande. Na zona intermediária, há condomínios residenciais de alto padrão. A zona baixa caracteriza-se por uma ocupação urbana antiga e consolidada, com poucas áreas permeáveis
legenda cursos d’água
várzea do rio atibaia
limite sub-bacias
limite municipal
bacia do itapetinga
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e vegetação, e é onde o curso do ribeirão Itapetinga e seus afluentes receberam grandes alterações, como será apresentado mais adiante. A bacia do ribeirão Itapetinga tem 71% de sua área com algum grau de intervenção antrópica, perturbando suas características naturais (SOUZA, 2016).
Fig. 10 Sub-bacias no município de Atibaia, com destaque para a bacia do Itapetinga. Fonte: Plano Diretor, 2006. Adaptado pela autora.
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BACIAS HIDROGRÁFICAS
ocupação antiga da cidade
condomínios de alto padrão
ribeirão alcança área urbana consolidada
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INSERÇÃO REGIONAL
A imagem abaixo representa a vista aérea de uma parte da cidade de Atibaia, com destaque para a bacia do Itapetinga. É possível observar os pontos mais altos do relevo que funcionam como divisores de água e delimitam a bacia, sendo as maiores decliviades correspondentes à Serra do Itapetinga onde está a Pedra Grande. Na zona baixa da bacia, o Centro apresenta uma declividade maior se comparado com a região do Alvinópolis.
As nascentes são bem marcadas pelo relevo, ilustrando a formação do ribeirão Itapetinga, bem como o encontro com seus afluentes. É interessante observar o contraste entre e área urbanizada e a área coberta pela vegetação natural, representadas pelas zonas baixa/média e alta da bacia, respectivamente.
cobertura vegetal preservada
afloramentos rochosos entre a cobertura vegetal
área rural
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ATIBAIA
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BREVE HISTÓRICO
ATIBAIA
breve histórico fundação Atibaia é uma palavra de origem indígena que, como já foi comentado anteriormente, passou por diversas variações até chegar a esse nome. Sua concepção está ligada ao rio que ocupava a área onde hoje a cidade está situada, e era rota de bandeirantes que saiam de São Paulo e dirigiam-se rumo a Minas Gerais no século XVII. Destaca-se aqui o bandeirante Jerônimo de Camargo, conhecedor da região que teve importante papel na fundação da cidade, ao construir uma capela sob proteção de São João Batista no alto de uma colina, no dia 24 de junho de 1665, data em que se comemora o aniversário da cidade (354 anos). A partir deste feito, o povoado começou a se desenvolver naquele sítio.
Fig. 11 Planta da cidade de Atibaia em 1800. Fonte: CONTI (2001).
Na década de 40, a mancha urbana da cidade concentrava-se no centro, onde se encontra a igreja Matriz de São João Batista e outros equipamentos públicos e patrimônios arquitetônicos da cidade. Nas proximidades da igreja Matriz, por exemplo, temos o casarão Julia Ferraz (à esquerda da fig. 12), bem tombado que foi constrúido em 1776; o hotel municipal, que abrigou grandes eventos e recebeu a elite intelectual de São Paulo, mas foi demolido (à direita da fig. 12); a casa de Câmara e Cadeia, construída em 1836, onde hoje funciona o Museu Municipal João Batista Conti, entre outros. 34
ATIBAIA QUE EU VI Atibaia me enleia, me enfeitiça... A comodidade confortável dum ótimo hotel preserva a gente de qualquer inquietação, e pode-se, por isso, comodamente gozar Atibaia. Atibaia que é tudo, que é passado, e que é presente, como devem sempre ser as coisas perfeitas. Climas incomparáveis na transparência de um ar cheio de graças. E nesse ambiente de carícia a tradição ainda não acabada do tempo antigo, a sua Matriz, monumental da melhor taipa e os seus bailados populares, as suas congadas seculares, criação do povo cantando os passados do nosso povo. Que Atibaia se conserve assim, passado e presente, bem estar e tradição, e será sempre, como é agora, uma bem-aventurança de nosso estado. Mário de Andrade (CONTI, 2001)
Fig. 12 Desenho de congos sobre foto da praça Matriz de Atibaia. Arte: “Encontro de violeiros” de Edson Beleza (2015). Fonte: Acervo pessoal.
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EXPANSÃO URBANA
ATIBAIA
expansão urbana No final do século XIX a cidade começou a passar por investimentos do mercado imobiliário. O bairro do Alvinópolis foi um dos primeiros loteamentos a ser implantado na cidade, em 1916, e tinha em sua concepção o objetivo de proporcionar terrenos e, consequentemente, casa própria para a população de baixa renda. O bairro foi um marco de progresso e desenvolvimento de Atibaia (CONTI, 2001). Atualmente, o bairro é um dos mais adensados da cidade, com muitas residências, comércios, serviços, restaurantes e o campo de Futebol. Novos loteamentos surgiram na cidade, em regiões que eram ocupadas por grandes chácaras de veraneio. O avanço imobiliário teve seu apice no final da década de 1960. (CONTI, 2001)
Fig. 13 Evolução da mancha urbana em Atibaia. Fonte: Plano
Diretor (2006). Adaptado pela autora.
1940
1960
1980
2005
legenda cursos d'água rodovias mancha urbana
36
a linha férrea bragantina A cidade de Atibaia recebia o ramal de Piracaia da Estrada de Ferro Bragantina, que foi aberto em janeiro de 1914, ligando a estação de Caetetuba à Piracaia. Foi desativado em janeiro de 1967, e seus trilhos foram retirados anos depois. Hoje, a linha de trem deu lugar à av. Jerônimo de Camargo. Em entrevista, um morador atibaiano relatou que a linha do trem foi construída elevada pois já considerava a cota de inundação do rio Atibaia, por isso, na análise do capítulo seguinte, será possível notar que a avenida é mais alta em relação ao seu entorno.
Fig. 14 Cruzamento da linha férrea com a Avenida São João. Fonte: Acervo do Museu Municipal João Batista Conti (sem data).
Fig. 15 Linha férrea em frente ao campo de futebol do CTB. Fonte:
Acervo do Museu Municipal João Batista Conti (sem data).
37
ATIBAIA
EXPANSÃO URBANA
Na planta ao lado, de 1947, podemos observar a linha férrea bragantina, que passa em frente ao campo CTB (fig. 15) e, depois, cruza com a Av. São João (fig. 14), onde se situa o prédio da estação de trem. Um aspecto importante a se evidenciar é a sua relação com os corpos d’água. A linha férrea acompanha o rio Atibaia e cruza o ribeirão Moinho (hoje conhecido como ribeirão Itapetinga). Na região do ribeirão havia o matadouro municipal e uma olaria (que aproveitava a argila das várzeas do rio Atibaia). Entre o ribeirão e o centro urbano da cidade há um grande desnível. A planta é anterior ao loteamento do bairro alvinópolis, com a mancha urbana se expandindo apenas a leste em relação ao centro da cidade.
Fig. 16 Planta da cidade de Atibaia em 1947. Fonte: Arquivo público do Estado de São Paulo.
38
39
EXPANSÃO URBANA
ATIBAIA
ALVINÓPO A imagem ao lado representa uma vista aérea da cidade de Atibaia, com o Centro em primeiro plano. Observa-se edificações que são marcos da cidade até os dias atuais, como as duas igrejas, Matriz e Rosário, em extremidadas opostas da rua José Lucas; o Rosário Hotel (hoje Grande Hotel); a escola estadual José Alvim, com uma grande praça arborizada em frente; e o Museu Municipal, antiga cadeia.
Fig. 17 Vista aérea de Atibaia. Fonte:
Acervo do Museu Municipal João Batista Conti (sem data).
Fig. 18 Desmembramento das quadras do Alvinópolis. Fonte: acervo da família Zanoni (sem data).
40
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campo de futebol
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museu municipal
mercado municipal
CENTRO igreja do rosário
e. e. josé alvim
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Ao fundo, observa-se uma grande área verde margeando o bairro Alvinópolis. Trata-se da área de várzea do ribeirão Itapetinga, ou ribeirão “Moinho”, como também era conhecido. A ocupação limitava-se próxima de onde está situado o campo de futebol (Estádio Salvador Russani). Posteriormente, com a retificação do ribeirão e a criação de avenidas marginais, configuraram-se quadras que foram desmembradas em lotes maiores (ver figura 18). No canto superior direito, há uma linha contínua que representa a Estrada de Ferro Bragantina (atual Av. Jerônimo de Camargo), passando por uma área com pouca ocupação urbana.
41
T I B AYA
ativação das margens do Ribeirão Itapetinga
trabalho final de graduação 2019 curso de arquitetura e urbanismo unicamp autora camila targa gonçalves orientador sidney piochi bernardini
PARTE II
ÁREA DE ESTUDO
4
ÁREA DE ESTUDO
escolha da área Diante do objetivo de integrar o meio natural ao tecido urbano, buscando relações mais equilibradas entre a sociedade e o meio em que essa se insere, a área de estudo escolhida para o desenvolvimento do presente trabalho apresenta importância histórica e potencialidades a serem exploradas, mas também problemáticas causadas pela ação antrópica. A problemática mais evidente diz respeito aos alagamentos. Atibaia tem sofrido com enchentes há muito tempo e existe um diferença entre suas causas: as que ocorrem na várzea do rio Atibaia, devido à ocupação indevida em áreas sujeitas às cheias do rio; e as que que ocorrem por falhas na drenagem urbana e ocupação inadequada ao longo dos cursos d’água em área urbanizada. A área escolhida como recorte de estudo corresponde à segunda situação apontada, na região a jusante do ribeirão Itapetinga, que se caracteriza por ser uma região adensada e com antiga ocupação.
MANCHA URBANA E ESTRUTURA VIÁRIA
4
CURSOS D’ÁGUA HIDROGRÁFICA DO
Nessa área, o ribeirão cruza com a Av. Jerônimo de Carmargo, antiga linha de trem da estrada férrea bragantina, que atravessa toda a área urbana da cidade no sentido leste-oeste, e faz a conexão da população que mora à esquerda da Rod. Fernão Dias com o Centro. Portanto, corresponde a uma região importante da cidade. Dentro desse cenário, surge a reflexão de como intervir em uma área urbana já consolidada para fazer uma transformação positiva na cidade que promova melhoria social e ambiental, freando formas equivocadas de ocupação urbana. As condicionantes para fazer o recorte da área de estudo estão representadas no esquema a seguir, sendo os principais aspectos considerados a mancha urbana e a área da bacia hidrográfica. Os mapas apresentados na sequência representam esse recorte do ribeirão Itapetinga à jusante, ao receber as águas dos seus dois córregos afluentes situados dentro da mancha urbana do município.
E BACIA ITAPETINGA
RIBEIRÃO ITAPETINGA APÓS ALCANÇAR A ÁREA URBANA (A JUSANTE)
Fig. 1 Esquema de condicionantes para escolha da área de estudo. Elaborado pela autora.
5
ÁREA DE ESTUDO
estrutura urbana O acesso para Atibaia ocorre pelas rodovias D. Pedro I e Fernão Dias, que se cruzam perpendicularmente na área urbanizada da cidade. A Av. Jerônimo de Camargo se liga a esses acessos conectando diferentes regiões e representa uma das principais conexões das regiões mais periféricas do município à área central. A Av. Alfredo André margeia o córrego do Ribeirão Itapetinga em área urbana e tem como principal função direcionar o fluxo entre a Av. Prof. Lucas Nogueira Garcez e a Av. Carvalho Pinto. O centro da cidade não apresenta grandes avenidas, sendo a principal delas a Av. São João, que se conecta a D. Pedro I. As maiores avenidas do bairro do Alvinópolis são paralelas entre si, sendo a mais importante delas a Av. Dona Gertrudes. legenda rodovias via arterial via coletora via local
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RECORTE ÁREA URBANA CONSOLIDADA
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HIERARQUIA VIÁRIA: CENTRO E BAIRRO ALVINÓPOLIS
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DELIMITANDO A ÁREA DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE ESTUDO
visão serial No meio urbano, a arquitetura não é vista isoladamente. Um prédio apresenta relações com o seu entorno, há diferentes escalas e tipologias compondo determinado meio. Além disso, há elementos do meio natural e cultural interagindo com os componentes urbanos. Com o intuito de analisar o impacto visual causado pela paisagem urbana, Cullen (1983) desenvolveu um método conhecido como visão serial. Durante um percurso, a observação da cidade forma uma sequência de imagens, com suas surpresas e revelações. Para classificar a maneira como a paisagem urbana surge para o transeunte, Cullen utiliza certos parâmetros. [a arte arquietonica] tem como objetivo a reunião de elementos que concorrem para a criação de um ambiente, desde os edifícios aos anúncios e ao tráfego, passando pelas árvores, pela água, por toda a natureza, enfim, entrecendo esses elementos de maneira a despertarem emoção ou interesse. Para desenvolver uma análise da paisagem urbana da área de estudo, foi empregado o método da visão serial. O mapa ao lado ilustra o percurso realizado, em que cada uma das setas representa um ponto de vista que foi documentado por fotografias. O principal objetivo da visão serial foi analisar a forma como o Ribeirão Itapetinga ocupa o meio urbano. Assim, foram observados aspectos como a situação do curso d’água (natural, retificado ou canalizado), os usos que ocorrem no entorno, e a forma como a população se relaciona com meio natural. O percurso teve como ponto de partida a estação de trem, e aconteceu acompanhando o Ribeirão Itapetinga a jusante e parte de seus córregos afluentese passando por uma área mais densamente urbanizada até chegar no Lago do Major.
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ÁREA DE ESTUDO
DELIMITANDO A ÁREA DE INFLUÊNCIA 10
FOTO 01 Ciclistas com dificuldade na travessia do cruzamento da Av. Jerônimo de Camargo com a Av. São João.
FOTO 02 Av. Jerônimo de Camargo em obras, com vista para a estação de trem ao fundo.
FOTO 03 Skatista e pedestre aproveitando o espaço da nova via em obras para se deslocar.
FOTO 04 Manutenção da entrada original do campo de futebol do CTB.
FOTO 05 Entrada do campo de futebol do CTB.
FOTO 06 Ausência de delimitação do leito carroçável para a calçada, com carros e motos estacionados em frente ao comércio.
FOTO 07 Pedestre disputando espaço com os automóveis para se deslocar.
FOTO 08 Novas edificações (em lotes do Jd. Brasil com frente para a Av. Jerônimo de Camargo) construídas elevadas. Observa-se a Pedra Grande ao fundo.
FOTO 09 Vista do bairro CTB para a av. Jerônimo de Camargo, nota-se a presença de ciclistas ao fundo.
FOTO 10 Família observando o ribeirão Itapetinga no final de uma das ruas do bairro CTB.
FOTO 11 Criança brincando na margem do ribeirão Itapetinga.
FOTO 12 Trânsito confuso de ciclistas na av. Jerônimo de Camargo, evidenciando a importância da implantação de uma ciclovia.
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ÁREA DE ESTUDO
DELIMITANDO A ÁREA DE INFLUÊNCIA 12
FOTO 13 Depósito de materiais usados visto da av. Jerônimo de Camargo. ao fundo observa-se ainda o hotel Bourbon.
FOTO 14 Final do trecho canalizado do ribeirão Itapetinga, com saída de três tubulações.
FOTO 15 Deposição de lixo nas margens do ribeirão Itapetinga. Ao fundo, a serra do Itapetinga e a Pedra Grande.
FOTO 16 Neste ponto foi retirada uma ponte de pedestres, interrompendo a conexão dos moradores do bairro CTB com a área verde.
FOTO 17 Trecho do Ribeirão em seu curso natural, próximo de desaguar no rio Atibaia.
FOTO 18 Campo de futebol com escola de ed. infantil ao fundo.
FOTO 19 Crianças brincando na área sombreada pelas árvores.
FOTO 20 Área verde livre (pública) nas margens do ribeirão Itapetinga, com vista privilegiada para a Pedra Grande de fundo.
FOTO 21 Bairro Jardim Brasil visto da av. Jerônimo de Camargo.
FOTO 22 Muro de contenção construído para barrar a água das enchentes no bairro Jardim Brasil.
FOTO 23 Sistema de drenagem urbana do bairro Jardim Brasil, para escape das águas de enchente do bairro para o ribeirão Itapetinga.
FOTO 24 Calçada inóspita e sem atrativos acompanhando a empena cega do supermercado.
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ÁREA DE ESTUDO
DELIMITANDO A ÁREA DE INFLUÊNCIA 14
FOTO 25 Transição do ribeirão aberto para ser aterrado e distribuído em 5 tubulações (que se reduzem para 3 embaixo da rua).
FOTO 26 Presença de “guarderreios” acompanhando a avenida em trecho que já houve queda de veículo durante alagamento.
FOTO 27 Passagem do ribeirão retificado com muro de gabião abaixo da via por uma pequena ponte.
FOTO 28 Transição do ribeirão retificado para muro de concreto, no cruzamento com a delegacia, que já foi invadida pela água.
FOTO 29 Ribeirão retificado com muro de concreto.
FOTO 30 Ciclista e automóveis circulando pela Av. Alfredo André.
FOTO 31 Ciclista no cruzamento da avenida com o córrego.
FOTO 32 Grande vazio na av. Alfredo André e calçada sem sobreamento ou atrativos para o pedestre.
FOTO 33 Passarela de pedestres sob o ribeirão Itapetinga.
FOTO 34 Vista do ribeirão retificado através da passarela. Ao fundo, observa-se a Pedra Grande.
FOTO 35 Sequência de grandes concessionárias de automóveis acompanhando o Ribeirão Itapetinga.
FOTO 36 Ausência de sombreamento e calçamento adequado para pedestres e vegetação “hostil” para aproximação do córrego.
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ÁREA DE ESTUDO
DELIMITANDO A ÁREA DE INFLUÊNCIA 16
FOTO 37 Passagem do Ribeirão no no centro de uma grande rotatória.
FOTO 38 Encontro do Ribeirão Itapetinga (a esquerda) com o córrego da Figueira (a direita).
FOTO 39 Vazio desmatado ao lado do córrego da Figueira. Ao fundo encontra-se o ginásio poliesportivo e a pista de skate.
FOTO 40 Ribeirão Itapetinga cruzando a av. Lucas Nogueira Garcez, uma importante e movimentada avenida arterial da cidade.
FOTO 41 Ribeirão com aspecto naturalizado antes de cruzar com a avenida.
FOTO 42 Entroncamento de vias com uma grande rotatória e alto fluxo de automóveis é também ponto de convergência entre os corpos d’água.
conclusão sobre a visão serial O parâmetro ótico de Cullen que se mostrou mais presente durante o percurso foi “Aqui e Além”. A paisagem que acompanha o ribeirão Itapetinga em área urbana mostrase problemática, mas ao fundo tem-se a vista privilegiada para a serra do Itapetinga, onde estão as nascentes do ribeirão.
FOTO 43 Acesso ao “escadão” (caminho exclusivo para pedestres que faz conexão com o centro da cidade).
FOTO 44 Nova via por cima do Córrego dos Pintos. Comércios passam a adaptar as fachadas e os antigos “fundos” recebem artes de grafites.
Em seu trecho mais próximo do rio Atibaia, o ribeirão apresenta uma extensa área livre com grande potencial, onde o uso do entorno é predominantemente residencial e a população carece de áreas de lazer qualificadas. No trecho em que o córrego é aberto, o contato do pedestre com o Ribeirão é distanciado pelos carros. A caminhada na calçada que acompanha as margens do córrego apresenta pouco sombreamento e os carros passam muito próximos em velocidade alta, tornando o ambiente hostil para o pedestre. Além disso, as atividades desenvolvidas ao longo da avenida reforçam a circulação destinada para os automóveis, com concentração de grandes concessionárias na região. Por conta dessas atividades, há poucas áreas construídas mas grandes áreas em que o solo é impermeabilizado para estacionamentos. O gabarito das edificações é baixo, o que se mostra um ponto positivo por possibilitar a vista da Pedra Grande. Existe uma potencialidade para apropriação dos pedestres naquele trecho por apresentar um relevo plano, favorecendo a prática de exercícios físicos e deslocamento por bicicletas. O ribeirão não se encontra poluído e nem com mal cheiro.
FOTO 45 Lago do Major, espaço de lazer e turismo consolidado na cidade, com pista da caminhada, pedalinhos, teleférico e quadra de areia.
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DELIMITANDO A ÁREA DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE ESTUDO
elementos de Lynch Os elementos de Lynch que se mostraram mais relevantes para serem considerados neste estudo foram: os limites, os bairros e as vias. Neste caso, a demarcação dos bairros não considera seus limites “oficiais”, mas sim as sensações presentes em cada área. Assim, os bairros apresentam uma nítida demarcação, seja pela tipologia dos lotes e edificações, ou pelo uso real do solo. As vias estruturam a circulação em torno do ribeirão e seus afluentes e delimitam algumas áreas. Quanto aos limites, o mais marcante é referente à topografia, pois há um grande desnível que separa a área central da cidade do entorno do ribeirão. A área de influência foi delimitada dentro dos pontos nodais formados pelas principais vias do entorno do ribeirão, uma vez que intervenções nas margens do ribeirão envolvem alterações na estrutura viária. Além disso, a região com maior ligação com o ribeirão corresponde à situada em sua margem esquerda, devido a grande barreira formada pelo desnível em relação ao centro da cidade (a direita do ribeirão).
legenda
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limites
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O mapa ao lado representa os diferentes tratamentos dados ao ribeirão Itapetinga em área urbana -no trecho em que se encontra a jusante-, após receber as águas dos seus dois córregos afluentes. Esses tratamentos estão ilustrados nas imagens abaixo. Na sequência, são apresentados cortes esquemáticos que caracterizam a relação do ribeirão com seu entorno imediato.
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CANALIZADO ABERTO
RETIFICADO (muro de gabião)
CANALIZADO FECHADO
NATURAL
ANÁLISE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE ESTUDO
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O Ribeirão Itapetinga apresenta seu curso natural e está próximo de desaguar no rio Atibaia. Em sua margem esquerda, nota-se uma grande área permeável parcialmente arborizada. Em seu entorno, o uso predominante é residencial, mas há presença de indústrias também.
corte BB
ÁREA DE ESTUDO
BAIRRO RECREIO ESTORIL
muro de contenção
BAIRRO JD. BRASIL
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AV. DR. JOVIANO ALVIM
VIA LOCAL
O Ribeirão Itapetinga, neste trecho, é conhecido como córrego piqueri e encontra-se aterrado e canalizado. À esquerda do corte, nota-se uma grande empena cega do supermercado, que ocupa praticamente toda extensão lateral da quadra. À direita, temos o bairro Jardim Brasil, situado cerca de 2,00m abaixo do nível da Av. Dr. Joviano Alvim. Para evitar a passagem de água do transbordamento do córrego e amenizar o efeito das enchentes no bairro, foi construído um muro de contenção com aproximadamente 60cm de altura, uma solução paliativa no foco do problema. Abaixo da rua, ocorre ainda a transição de 5 para 3 tubulações. 22
corte CC
guarderreio muro de gabião
AV. ALFREDO ANDRÉ
AV. ALFREDO ANDRÉ
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Ribeirão Itapetinga retificado com muro de gabião, com presença de vegetação de médio porte em suas margens. Neste trecho, já ocorreu queda de um carro dentro do córrego durante um alagamento, possivelmente é o motivo pelo qual apresenta “guarderreios” atualmente. A esquerda, há uma faixa de estacionamento e duas de rolamento e, a direita, duas faixas de rolamento.
ponte para pedestres calha de concreto
AV. ALFREDO ANDRÉ
AV. ALFREDO ANDRÉ
Neste trecho, o ribeirão é retificado com muro de concreto e há pouca vegetação em suas margens. Existe uma ponte para pedestres que é pouco utilizada, uma vez que o passeio não é sombreado e atrativo. O uso no entorno é marcado pela presença de grandes concessionárias.
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ANÁLISE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE ESTUDO
uso do solo Acompanhando as vias marginais do ribeirão Itapetinga o uso do solo predominante é comercial, com grandes concessionárias de automóveis e lojas destinadas à venda e reparos de carros. Conta também com a presença de edifícios residencias verticais de até 6 pavimentos e alguns vazios (edificados e não-edificados). A quadra situada entre as avenidas Jerônimo de Camargo e Prof. Carlos Alberto de Carvalho Pinto é marcada pela presença de hipermercados. Nas demais regiões, as esquinas e grandes avenidas são acompanhadas por uso comercial e no interior das quadras predomina o uso residencial. No bairro Alvinópolis, há bastante uso misto. E o bairro Recreio Estoril conta com pequenas industrias entre as residências. As áreas de lazer se resumem a campos de futebol, e há uma área verde não qualificada mas com potencial entre os bairros Recreio Estoril e CTB, a jusante do ribeirão.
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comércio e serviços
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1. Posto de gasolina 2. Supermercado Extra 3. Borracharia 4. Centro automotivo 5. Igreja 6. Concessionária 7. Loja mat. construção 8. Igreja 9. Posto de gasolina 10. Posto de gasolina 11. Loja mat. construção 12. Supermercado Nagumo 13. Atacadista Mixer 14. Localiza/ loja autos 15. Borracharia 16.Igreja 17. Centro Profissionalizante 18. Residencial vertical
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19. Loja automotiva 20. Posto de Gasolina 21. Loja automotiva 22. Seguradora autos 23. Academia 24.Concessionária 25. Imobiliária/ despachante/ centro automotivo 26. Conjunto residencial 27.Loja automotiva 28. Loja mat. construção 29. Residências térreas 30. Borracharia 31. Corretor móveis 32. Loja mat. construção 33. Loja automotiva 34. Loja automotiva 35. Residencial vertical 36. Fast food 37. Supermercado 38 a 42. Concessionárias 43. Loja automotiva 44.Loja mat. construção 45. Bombeiros 46. Delegacia 47. Loja automotiva 48. Lojas móveis
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ANÁLISE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE ESTUDO
figura e fundo O mapa ao lado representa a relação entre as áreas construídas e não-construídas situadas dentro da área de influência, e também as manchas de vegetação. Trata-se de uma região bastante adensada e com poucos vazios urbanos, na qual as áreas verdes mais significativas se limitam à região entre o ribeirão e o centro da cidade, que apresenta maior declividade, logo, de mais difícil ocupação; e a jusante do ribeirão, próximas do rio Atibaia. As quadras que margeiam o ribeirão Itapetinga caracterizam-se pela presença de grandes lotes que são ocupados, de forma geral, por galpões, restando uma considerável área livre. No entanto, essas são destinadas a estacionamentos, com uma extensa superfície impermeabilizada. Tal ocupação é característica de hipermercados e concessionárias de automóveis que se instalaram nas avenidas marginais ao córrego. Nos bairros Recreio Estoril, CTB, Jardim Brasil e Alvinópolis, as quadras são de uso predominantemente residencial e apresentam lotes menores. Representam regiões bastante adensadas, com aproveitamento máximo da taxa de ocupação, restando poucas áreas permeáveis. Assim, apesar de existirem vazios acompanhando o ribeirão neste trecho, eles correspondem a áreas impermeáveis destinadas a estacionamentos e exposição de automóveis. Não há uma vegetação significativa ou áreas verdes qualificadas que acompanhem as margens do ribeirão. Conclui-se que a proporção de áreas verdes dentro da área de influência é pequena se comparada com a área construída.
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ANÁLISE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE ESTUDO
FLUXOS fluxos e sentido das vias O fluxo de automóveis mais intenso do entorno corresponde ao da Av. Jerônimo de Camargo - com origem na rodovia Fernão Dias e nos bairros à sua esquerda - que, ao chegar na área de influência, se distribui em três direções: 1. segue pela avenida Jerônimo de Camargo 2. sobe para o Centro da cidade 3. conecta-se com a Av. Lucas Nogueira Garcez No terceiro caso, utiliza-se a Av. Alfredo André, que margeia o Ribeirão Itapetinga. No bairro do Alvinópolis, as avenidas com maior concentração de comércios e serviços correspondem às que apresentam fluxo mais intenso e, perpendiculares a essas, há ruas com caráter mais local nas quais o uso é predominantemente residencial.
legenda
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ANÁLISE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE ESTUDO
densidade A população estimada de Atibaia em 2018, segundo o IBGE, era de 141.398 de habitantes, e a cidade apresenta uma densidade de 264,57 hab/km², o que equivale a 2,64 hab/ha. A análise dos mapas de densidade indica que a região em que se encontra a área de influência corresponde a uma das mais adensadas da cidade.
legenda (hab/ha) 1 - 25 26 - 50 51 - 75 76 - 100 101 - 200
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ANÁLISE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
ÁREA DE ESTUDO
relevo e hidrografia Na parte baixa da bacia do Itapetinga, o ribeirão recebe as águas de dois córregos afluentes: o córrego da Figueira e o córrego dos Pintos, para, então, desaguar no Rio Atibaia. Há uma grande declividade entre o ribeirão Itapetinga e o Centro da cidade, representando uma barreira física para o projeto de intervenção. Em sua margem esquerda, onde se situa o bairro do Alvinópolis, a declividade é menor. O ribeirão Itapetinga apresenta maior conexão com seu entorno próximo dos bairros CTB, Recreio Estoril e Jardim Brasil, apesar de estar aterrado no trecho correspondente ao último. O mapa ao lado indica os principais pontos de alagamento decorrentes do transbordamento dos cursos d’água em área urbana. Na página seguinte, há imagens ilustrativas de situações de alagamentos e enchentes nessas áreas em diferentes momentos.
legenda
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corpos d’água
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As enchentes se mostram a principal problemática da área de estudo, que ocorrem por uma somatória de fatores, entre os quais, podemos destacar:
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TUBULAÇÃO MAL DIMENSIONADA aterro dos rios em trechos onde há cruzamento da malha viária com a hidrografia, com tubulação insuficiente para passagem do volume de água no momento da chuva
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RUAS E AVENIDAS MARGINAIS sufocamento das margens por avenidas impermeabilizadas e consequente redução da mata ciliar
01
ALTERAÇÃO NO CURSO NATURAL DOS CORPOS D’ÁGUA causada pela retificação, canalização e aterro dos rios e córregos, removendo seus meandros e reduzindo sua calha, e aumentando a vazão e velocidade da água
3.
eg
o
ANÁLISE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
tr a
n sb
or da m e nto d o
có
rr
34
(fev. 2 0 e ir a fi g u
tr
4.
BAIXA PERMEABILIDADE condição natural do solo rochoso na região é agravada por grandes áreas impermeáveis e ausência de vegetação
1 5)
OCUPAÇÃO URBANA construções em áreas de cheia dos rios
da
ÁREA DE ESTUDO
pontos de alagamento
an
sb
o rd
a m en t o d o
r có
re
go
T I B AYA
ativação das margens do Ribeirão Itapetinga
trabalho final de graduação 2019 curso de arquitetura e urbanismo unicamp autora camila targa gonçalves orientador sidney piochi bernardini
PARTE III
PROPOSTA
5
PROPOSTA
objetivos BUSCAR MAIOR EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES ANTRÓPICAS COM O MEIO NATURAL PROMOVER INTEGRAÇÃO DO RIBEIRÃO ITAPETINGA AO TECIDO URBANO
CONECTAR AS VIZINHANÇAS COM O RIBEIRÃO ITAPETINGA
VALORIZAR NATURAL
A
PAISAGEM
RESGATAR OS CORPOS D’ÁGUA COMO PARTE DA IDENTIDADE DA CIDADE REVERTER O PENSAMENTO NEGATIVO QUE ASSOCIA O RIBEIRÃO COM AS ENCHENTES MITIGAR O EFEITO ENCHENTES E ALAGAMENTOS
DAS DOS
FREAR A OCUPAÇÃO DAS ÁREAS AMBIENTALMENTE FRÁGEIS INCENTIVAR MODAIS DE TRANSPORTE ALTERNATIVOS E APROPRIAÇÃO DA CIDADE 4
TIBAYA
escalas de projeto I. A proposta de projeto parte de uma escala maior, na unidade territorial da bacia hidrográfica, por meio de diretrizes para implantação de bacias de detenção. Compreende-se que, antes do ribeirão atingir a área urbana, existe uma grande superfície de contribuição que recebe as águas da chuva, sendo importante controlar esse volume de água a montante.
bacia hidrográfica
II. Em seguida, passamos para um escada intermediária, dentro da área de influência, que diz respeito à estrutura viária do entorno e distribuição do trânsito. Uma vez que parte da malha viária está associada ao ribeirão, a reestruturação urbana em suas margens implica em alterações na estrutura existente.
área de influência
III. E, então, chegamos na área de intervenção para desenvolver o projeto na escala do desenho urbano, pensando na integração do meio natural com seu entorno, associada a estratégias de drenagem urbana em menor escala e explorando as potencialidades da área, como as vistas para a Pedra Grande.
área de intervenção
5
PROPOSTA
I.
bacia hidrográfica
to s
Considerando a escala da bacia do Itapetinga e a área de contribuição presente antes do ribeirão alcançar a área urbana, propõe-se a instalação de bacias de detenção maiores em direção a montante, para auxiliar no controle do volume de água. A escolha do local para implantação da bacia de detenção foi feita sob orientação do Prof. Dr. José Anderson do Nascimento Batista - do departamento de recursos hídricos, da Faculdade
in
etinga
có
rr
eg
o
do
sp
ribeirão itap
ão eir
rio atibaia
rib
6
ita
t pe
a ing
cór
reg
od
a fi gue
ira
de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp -, utilizando como critério as áreas livres disponíveis próximas da montante.
legenda corpos d’água bacia itapetinga
Na escala da área de intervenção, propõe-se incorporar bacias naturalizadas no projeto, em áreas livres menores, que serão ilustradas adiante.
área de influência áreas bacias detenção
ped
ra g rand e
0
500
1000
2500
7
PROPOSTA
II.
área de influência A proposta de intervenção envolve alterações na estrutura viária do entorno do ribeirão, dentro da área de influência. Assim, propõe-se: 1. Realocar a Av. Dr. Joviano Alvim, que encobre o ribeirão ao lado do bairro Jd. Brasil, utilizando o vazio existente no meio da quadra e criando uma nova via, acompanhando o posto de gasolina. O fluxo de automóveis seria redirecionando para nova via e, neste trecho, haveria apenas o passeio para pedestres e a ciclovia, com abertura do córrego canalizado.
Croqui de estudo (corte) ilustrando abertura do ribeirão.
2. Alteração da hierarquia da Av. Alfredo André, que margeia o Ribeirão Itapetinga, reduzindo o número de faixas e implantando uma ciclovia, incentivando um deslocamento mais lento. Além da implantação de um trecho de via compartilhada. Croqui de estudo (corte) do novo tratamento para as margens do ribeirão, com redução da faixas de rolamento e implantação de ciclovia.
3. Redistribuição do trânsito utilizando binários no bairro Alvinópolis. 4. Reformulação do nó viário, trocando a grande rotatória por um cruzamento com semáforos. 8
SITUAÇÃO ATUAL
legenda via arterial
4
via coletora via local maior fluxo menor fluxo
2
sentido da via
1
SITUAÇÃO PROPOSTA
3
4
2
1
3
9
PROPOSTA
III. área de intervenção A proposta de desenho urbano será aprofundada no caderno seguinte, primeiramente, destaca-se algumas estratégias tomadas como partido para a área de intervenção, estruturadas a partir de três conceitos principais:
MUDANÇA DE PERSPECTIVA valorizar a paisagem natural
decks e passarelas áreas de contemplação novos caminhos
alteração na hierarquia viária ATIVAÇÃO DAS MARGENS novos usos no entorno
ciclovias novos usos nos vazios existentes áreas de estar e descanso
URBANISMO SUSTENTÁVEL abordagens alternativas de drenagem urbana
aumento de áreas permeáveis piso drenante jardins de chuva bacias de detenção naturalizadas
10
3 parque linear I
4 parque linear II
5 encontro dos afluentes
2 descobrindo o rio
1 praça da jusante
A área de intervenção foi setorizada por 5 trechos de intervenção, esquematizados no diagrama a seguir.
0
100
250
500
11
PROPOSTA
A vista privilegiada para a Pedra Grande, onde estão as nascentes do ribeirão, é uma potencialidade a ser explorada no primeiro trecho, que deve ser associada a qualificação da área para os moradores da vizinhança. A valorização do ambiente, revelando sua beleza natural, pode se tornar uma importante ferramenta de conscientização e preservação.
12
REFERÊNCIAS PROJETUIAS
6
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
enfrentamento da estrutura viária PROJETO abertura do córrego Cheonggyecheon LOCAL Seul, Coreia do Sul ANO 2002 a 2005 O rio Cheonggyecheon havia sido coberto para a criação de uma grande via pública, que variava de 50 a 90 metros de largura, com posterior construção de uma via expressa elevada. Então, passou a receber um grande fluxo de automóveis, o que se mostrou perigoso e insustentável. A partir da década de 1990, foi inicada uma discussão para demolir a via e restaurar o córrego. Esse projeto de abertura do córrego foi executado entre 2002 e 2005, com a demolição da via elevada e dos leitos carroçáveis que o cobriam. Alternativas viárias foram criadas e houve maior investimento em transporte público, desta forma, não houve problemas de tráfego na área. O projeto envolve ainda a criação de 22 pontes, caminhos para pedestres acompanhando o rio, e vegetação nas margens.
Fig. 1 Vista do passeio que acompanha o córrego. Fotografia: Marina Emy, 2019. Fig. 2 Vista aérea do córrego aberto. Fonte: http://
au17.pini.com.br/arquiteturaurbanismo/234/restauracao-docheonggyecheon-seul-coreia-dosul-296126-1.aspx
14
PROJETO Madrid Río LOCAL Madri, Espanha ANO 2005 a 2011 O rio Manzanares era margeado por vias expressas, ficando a paisagem natural do rio em segundo plano, distante da população. Com o intuito de dar outro sentido àquele espaço, a prefeitura de Madri realizou um concurso. Priorizando outros modais de transporte, que não o individual motorizado, o projeto Madrid Río, vencedor do concurso, transformou uma área de rodovias em um dos maiores espaços de convivência da cidade e reconectou a população ao seu patrimônio natural. Seis quilômetros de avenida se tornaram subterrâneos e a orla do rio Manzanares passou a ser ocupada por parques, quadras esportivas e uma praia urbana. Para Ginés Garrido, o arquiteto responsável pelo projeto, a ideia era conectar as pessoas, assim como aquele curso d’água conectava diferentes regiões.
Fig. 3 Praça molhada do projeto Madrid Río. Fonte: Archdaily.
Fig. 4 Vista aérea da orla do rio Manzanares após o projeto. Fonte: Archdaily.
15
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
acesso da população ao rio PROJETO Revitalização do Rio Los Angeles LOCAL Califórnia, Estados Unidos ANO 2002 (início) A proposta de revitalização tem como recorte de intervenção a área urbanizada da cidade, que corresponde a 85% da extensão do rio. O histórico de ocupação da área relaciona-se com a estrada de ferro e posterior crescimento urbano e implantação de rodovias marginais ao curso d’água, tendo como consequência as inundações (GORSKI, 2010). O principal objetivo do projeto é resgatar a função ecológica do rio e sua identidade em relação a cidade. Assim, tem como diretrizes mais relevantes para o presente trabalho: conectar as vizinhanças ao rio e vincular a presença dos rios à identidade dos bairros, trazendo o rio como um lugar “acessível, seguro, saudável e verde” (GORSKI, 2010).
Fig. 5 a e 5b. Antes e depois do tratamento do canal com ênfase no acesso ao rio. Fonte: http://studio-mla. com/design/los-angeles-riverrevitalization-master-plan/
16
PROJETO Descobrindo Rios LOCAL Curitiba (PR), Brasil ANO 2017 O escritório de arquitetura SOLO em parceria com estudantes de Curitiba desenvolveram uma proposta de abertura do rios e córregos canalizados na cidade, resgatando-os do “esquecimento subterrâneo”. Tal proposta explora a variedade de usos por trechos do Rio Belém, e também envolve o planejamento de lotes subutilizados do entorno.
Segundo o escritório: a qualidade dos espaços públicos de uma cidade, está diretamente relacionada a presença e a qualidade de espaços naturais, assim como ambas estão diretamente relacionadas a qualidade de vida de seus cidadãos. O resgate da relação do homem com a natureza em meio ao espaço urbano se faz desejável e necessário. Fig. 6 a, 6b, 6c, 6d e 6e. Diferentes tratamentos dados ao rio. Fonte:
https://soloarquitetos.com/descobrindoos-rios
17
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
escala do pedestre PROJETO Parque Metropolitano do Vale do Rio Jundiaí LOCAL Jundiaí (SP), Brasil ANO 2019 O projeto foi o primeiro colocado no concurso para requalificação do vale do rio Jundiaí. Para a equipe - liderada por Marie Caroline Lartigue e composta por Giovanna Helena Benedetti de Albuquerque, Luiz Felipe do Nascimento e Luiz Filipe Rampazio - trata-se de uma resposta à necessidade de repensar a relação do meio urbano com seu rio e corpos d’água.
Fig. 7 Via compartilhada acompanhando o rio e novo tratamento para o talude. Fonte: Archdaily.
18
O Vale do Rio Jundiaí assemelha-se com a área de intervenção do presente trabalho, uma vez que é margeado por vias rápidas, com calçadas pouco qualificadas, e os lotes correspondem a grandes glebas subutilizadas, tornando a área pouco atrativa.
Segundo a equipe, “a proposta buscou reverter essa dinâmica, propondo um sistema que engloba a criação de vias, espaços livres públicos, áreas verdes, novas transposições do rio e da ferrovia, requalificação de estruturas existentes, integração ao patrimônio ferroviário local e uma ocupação urbana organizada e consciente.” Os lotes lindeiros vazios ou subutilizados são ainda incorporados ao projeto e o novo desenho das margens do rio o aproxima das pessoas.
Fig. 8 Alargamento de uma das margens do canal e deck de contemplação. Fonte: Archdaily.
Fig. 9 Passarela sobre áreas alagáveis com mirante ao fundo. Fonte: Archdaily.
O projeto conta ainda com jardins de chuva, um novo tratamento para os taludes (biomanta e rede em propileno, com crescimento de vegetação), retenções no curso d’água e áreas alagáveis integradas ao parque.
19
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
travessias PROJETO Desenvolvimento das Margens do Meurthe LOCAL Raon-l’Étape, França ANO 2012 A concepção do projeto, do escritório Atelier Cite Architecture, para as margens do rio Meurthe, busca integrar a expansão futura da área com conceitos de sustentabilidade, propondo novos meios de transporte, alternativos ao predomínio dos automóveis, e criando uma base para atividades de lazer e turismo.
Fig. 10 Desenho técnico da estrutura da passarela. Fonte: Archdaily.
Fig. 11 a e 11b. Fotografias da passarela, novos caminhos e deck. Fonte: Archdaily.
20
As passarelas suaves que conectam as margens do rio incentivam seu uso pelos habitantes da cidade. São criados ainda novos caminhos, tornando o passeio mais atrativo, e decks de aproximação com o rio.
PROJETO sobre-aricanduva LOCAL São Paulo (SP), Brasil O escritório Vazio/SA propôs uma intervenção sobre o rio Aricanduva que, segundo os autores, apresenta, em sua essência, a potencialização de um lugar inexplorado. Trata-se de uma estrutura metálica desmontável instalada sobre o córrego para abrigar uma mostra de arte urbana. A praça temporária é montada sobre as vigas do canal e de um jardim suspenso (regado com água do próprio rio através de um processo de filtragem natural). Segundo os autores o principal instrumento de transformação do projeto é a ativação de um dos poucos elementos naturais da cidade [o rio Aricanduva].
Fig. 12 a, 12b e 12c. Projeto da estrutura metálica sobre o rio Aricanduva. Fonte: Vazio/ SA.
21
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
estratégias de controle de cheias PROJETO Parque Minghu LOCAL Liupanshui, Guizhou, China O projeto do escritório Turenscape conta com a transformação de um rio canalizado com leito de concreto em um parque alagável, que adotou técnicas regenerativas para o projeto de gestão de água das chuvas, limpeza de água e recuperação de habitats nativos, além de conferir qualidade estética tornando o ambiente atrativo para a comunidade.
Fig. 13 Bacias de retenção no Parque Minghu. Fonte: Archdaily.
22
Primeiramente, para a drenagem da bacia do Rio Shuicheng, foram criadas bacias de retenção e áreas alagáveis nas cotas mais baixas, que se conectam com o rio formando um sistema de gestão de águas da chuva e purificação ecológica que, além de minimizar as enchentes urbanas, aumenta a base para suportar o fluxo de águas do rio depois de uma temporada de chuvas. Na sequência, foi feita a recomposição das margens do rio para revitalizar a ecologia ribeirinha. E, então, foram criados espaços públicos, com caminhos de pedestres e ciclistas, reforçando o acesso ao rio.
T I B AYA
ativação das margens do Ribeirão Itapetinga
trabalho final de graduação 2019 curso de arquitetura e urbanismo unicamp autora camila targa gonçalves orientador sidney piochi bernardini
PARTE IV
O PROJETO
7
ÂNGULO [ân·gu·lo] GEOMETRIA figura formada por duas semirretas que partem do mesmo ponto LINGUAGEM FIGURADA ponto de vista, perspectiva
O PROJETO
implantação geral A área de intervenção do projeto foi setorizada em 5 trechos para o detalhamento, sendo eles: TRECHO 01 praça
da jusante o rio TRECHO 03 parque linear I TRECHO 04 parque linear II TRECHO 05 encontro dos afluentes TRECHO 02 descobrindo
6
0
100 50
500m 250
7
TRECHO 01
O PROJETO
praça da jusante A proposta de intervenção neste trecho consiste na conexão entre as vizinhanças, por meio de pontes e decks e através de uma programa que qualifique os usos atuais e possibilite a ocupação da área com novas atividades. Além disso, busca-se a valorização da vista para a Pedra Grande e para o ribeirão, com a criação de espaços livres e de contemplação voltados para paisagem natural do entorno.
legenda gráfica leito carroçável (piso permeável) cruzamento elevado (piso permeável) calçada (piso permeável) via compartilhada (piso permeável) ciclovia (piso permeável)
CTB
jardim de chuva áreas verdes estrutura metalica vazada deck em madeira
5 1
2
-1,20
4
0,00
3
8
01. Deck com vista para o Rio Atibaia
05. Academia ao ar livre
02. Horta comunitária
06. Passeio sombreado entre árvores
03. Praça de acesso à escola
frutíferas
existente
07. Anfiteatro
04. Campo de futebol rebaixado com
08. Esculturas ao ar livre
arquibancada
09. Edíficio de apoio (alimentação e sanitários)
2,00
0,00
0,00
A 1,00
8 7
-1,20
6
9
A
RECREIO ESTORIL
0
10 5
50
100 m
25
9
TRECHO 01
CORTE AA
10
passeio
leito carroçável
passeio
faixa de acesso
0.00
edifício alimentação/ sanitários
O PROJETO
A imagem ao lado ilustra a passarela para pedestres sobre o ribeirão Itapetinga, conectando os bairro Recreio Estoril e CTB. Os caminhos de travessia configuram uma área central na qual há uma estrutura metálica vazada, um espaço de relaxamento e contemplação próximo das águas do ribeirão.
0
1
2,5
10
deck
passarela sobre o ribeirão itapetinga
deck
vegetação ciliar
anfiteatro
área de lazer
0.00
-1.20
5
20 m
11
TRECHO 02
O PROJETO
descobrindo o rio A proposta tem como objetivo revelar um novo significado para o ribeirão neste trecho. Assim, a avenida existente será realocada para um vazio existente no meio da quadra e o ribeirão descoberto. Desta forma, neste local será possível criar um calçadão de pedestres, com espaços de descanso e contemplação, e uma ciclovia, dinamizando a empena cega do supermercado. Acompanhando o ribeirão, há um deck suspenso no talude, que se estende até chegar na cota das margens do
10. Ponte sobre o ribeirão Itapetinga 11. Edifício vertical de comércio e serviços 12. Deck/praça 13. Edifício que abriga equipamentos do supermercado 14. Área livre para bancas de jornal existentes no local
3,00
10
12
rio, passando por baixo da ponte para se conectar com a praça da jusante. Para criar mais atrativos no percurso, propõe-se que os equipamentos existentes dentro do supermercado (farmácia e lotérica) sejam realocados para uma nova edificação com abertura voltada para o calçadão de pedestres e também um edifício vertical de comércio e serviços com praça no térreo e terraço jardim, com vista para o rio Atibaia e o novo parque.
14 2,00
B
12 0,00
13
B 0,00
2,00
0,00
1,00
11
legenda gráfica leito carroçável (piso permeável) cruzamento elevado (piso permeável) calçada (piso permeável) via compartilhada (piso permeável) ciclovia (piso permeável) jardim de chuva áreas verdes estrutura metalica vazada deck em madeira 0
10 5
25
m
50
100
13
O PROJETO
TRECHO 02
A imagem acima representa, em primeiro plano, a ponte com ciclovia sobre o ribeirão Itapetinga, que possibilita a conexão entre os trechos 01 e 02 acompanhando as margens do ribeirão. A ponte apresenta estrutura metálica treliçada, como forma de remeter à antiga linha férrea em que hoje está situada a Av. Jerônimo de Camargo. Em segundo plano, temos o ribeirão descanalizado com decks que avançam em determinados pontos para criar vistas para a Pedra Grande (ao fundo) e, à direita, uma escada/ arquibancada de contemplação para o ribeirão.
14
A volumetria do edifício vertical proposto tem como objetivo criar um espaço de ampliação do calçadão com uma pequena praça, tendo um comércio atrativo no térreo e salas comercias com circulação na fachada. O edifício apresenta, no máximo, 3 pavimentos, para não obstruir a vista para a Pedra Grande, ao mesmo tempo em que cria vistas interessantes para o ribeirão e o rio Atibaia.
CORTE BB
2.00 1.00
0
2,5 1
10
passeio
via compartilhada
vala de drenagem
deck
mata ciliar
ribeirão itapetinga
mata ciliar
deck
talude vegetado
calçadão
ciclovia
canteiro
supermercado
0.00
20 m
5
15
TRECHO 03
O PROJETO
parque linear I A via marginal tem sua caracteristica alterada, de arterial para local, com piso de bloco intertravado (permeável) e redução para uma faixa de rolamento de cada lado do ribeirão, possibilitando um deslocamento mais lento e valorizando a escala do pedestre. A ciclovia segue por este trecho acompanhando as margens do ribeirão. Existem algumas vagas de automóveis intercaladas entre os espaços de estar com jardins de chuva e, nos lotes com maiores recuos, propõe-se a implantação de canteiros arborizados, criando espaços sombreados voltados para o ribeirão. Aproveitando um lote onde há um galpão sem uso, propõe-se a criação de uma passagem de pedestres no meio da quadra, conectando o parque com o interior do bairro. Essa passagem será marcada por muros grafitados, criando um beco de arte. Na sequência, há mais vazios não-edificados, onde sugere-se modelos de ocupação de uso misto com fachada ativa.
15. Largo dos jardins de chuva 16. Área de estar com jardins de chuva 17. Beco de arte/ passagem de pedestres 18. Ponto de ônibus 19. Edifício vertical com fachada ativa (habitação com comércio no térreo) 20. Edifício vertical de uso misto 21. Canteiros com jardim avançando no recuo do lote 22. Edifício vertical de comércio/ serviços com térreo livre
16
22
21
legenda gráfica leito carroçável (piso permeável)
D
cruzamento elevado (piso permeável) calçada (piso permeável)
20
via compartilhada (piso permeável)
3,90
18
ciclovia (piso permeável)
D
4,30
jardim de chuva áreas verdes
19
estrutura metalica vazada deck em madeira
18
C
2,50
17
16 3,20
C
15
18
0
10 5
50
100 m
25
17
18
deck
ciclovia
canteiro
passeio
talude
leito carroçável ribeirão Itapetinga
talude
parada de ônibus
passeio/ passeio ponto de ônibus
faixa de rolamento
faixa de acesso faixa de rolamento
edifício com faixa de estacionamento fachada ativa
passeio
deck/
ribeirão Itapetinga
talude
deck
talude
ciclovia
canteiro
leito carroçável
jardim de chuva
área estar
passeio
TRECHO 03
O PROJETO
CORTE CC
3.20
CORTE DD
3.20
4.30
10
edifício vertical de comércio/ serviços
faixa de acesso
passeio
2,5
área de estar/ jardim de chuva
leito carroçável
1
pista de corrida/ caminhada
passeio
leito carroçável
vala de drenagem
0
deck
ribeirão Itapetinga
passeio
talude/ deck com passarela faixa de rolamento
faixa de rolamento
pista de caminhada/ corrida
faixa arborizada
2.50
5 20 m
2.50
3.90
19
TRECHO 04
O PROJETO
parque linear II Com o intuito de integrar a paisagem verde existente na encosta do morro com o corpo d’água, a faixa de rolamento nos dois sentidos é implantada na margem esquerda do ribeirão, e, na margem direita, há uma via compartilhada apenas para acesso local. Para estabelecer o contato físico das pessoas com a água, propõe-se a criação de uma praça molhada fazendo a transição do passeio para a área arborizada. Como forma de estabelecer um contato visual mais forte com o ribeirão, são criadas praças elevadas com estrutura metálica vazada, que podem ser utilizadas para travessia, espaço expositivo, de contemplação ou estar. Neste trecho, abre-se novamente a vista para a Pedra Grande, assim, as árvores de maior porte acompanham o passeio próximas dos lotes e, nas margens do rio, há árvores de menor porte, principalmente frutíferas, criando atrativos no passeio ao longo das margens. No trecho com predomínio de concessionárias de automóveis, há decks avançando sobre o rio com quiosques, voltando os usos para o contato com o ribeirão e a vista para a Pedra Grande.
E
26
25 5,30
27
E 5,90
23
20 24
legenda gráfica
30
leito carroçável (piso permeável) cruzamento elevado (piso permeável)
27
calçada (piso permeável) via compartilhada (piso permeável) ciclovia (piso permeável) jardim de chuva áreas verdes estrutura metalica vazada deck em madeira 28
24 24
F 28
29
24 F
23. Uso comercial para edificação existente 24. Esquina alongada 25. Praça molhada
28
26.
Edifício
de
apoio
à
praça
(alimentação/ sanitários) 27. Travessia-praça 28. Módulo de quiosque (alimentação, banca de jornal, chaveiro, etc) 29. Ponto de ônibus 30. Diretriz de uso para o vazio: trilha que se conecta com o “escadão” (caminho de pedestres para o Centro)
0
10 5
50
100 m
25
21
22
passeio
via compartilhada
5.00
pista de corrida/ caminhada
deck/ talude com árvores frutíferas
arquibancada/ alargamento canal
travessia sobre o ribeirão Itapetinga
5.30
arquibancada/ alargamento canal
5.47
deck/ talude com árvores frutíferas
5.50
passeio
faixa de rolamento
faixa de rolamento
faixa arborizada
CORTE EE
5.30
4.10
TRECHO 04
O PROJETO
1 2,5 10 passeio
via compartilhada
pista corrida/ caminhada
módulo quiosque
deck
ribeirão Itapetinga
faixa árvores frutíferas
passeio
faixa de rolamento
faixa de rolamento
passeio
5.90
praça molhada
0
passeio integrado com a praça
espelho d’água
CORTE FF
5.30
20 m
5
23
TRECHO 05
O PROJETO
encontro dos afluentes Esse trecho caracteriza-se atualmente por um nó viário com uma grande rotatória, no centro da qual ocorre o encontro do ribeirão Itapetinga com seus dois córregos afluentes, o córrego dos pintos e da figueira. A proposta para essa área é de reorganizar os cruzamentos e retirar a rotatória, incorporando a grande área verde de seu interior ao parque. Assim, é criada uma praça bastante arborizada sobre a qual há uma passarela, que se torna um marco para a entrada do parque e proporciona um novo ponto de vista para observar o ribeirão. São incorporadas ao projeto bacias de detenção naturalizadas para auxiliar no controle do volume da água da chuva acumulado pela bacia do córrego da figueira. Desta forma, os equipamentos de lazer existentes são conectados com o restante do parque.
31 G 7,50
35 33 6,50
32
35
34
7,50
31 G 6,50
24
pista de (existe
36
skate ente)
legenda gráfica
31. Cruzamentos com semáforos 32. Praça dos afluentes
leito carroçável (piso permeável)
33. Passarela/ mirante
cruzamento elevado (piso permeável)
34. Deck suspenso
calçada (piso permeável)
35. Bacias de detenção naturalizadas
via compartilhada (piso permeável)
36. Praça livre com food-trucks
ciclovia (piso permeável) jardim de chuva áreas verdes estrutura metalica vazada deck em madeira
0
10 5
50
100 m
25
campo de futebol (existente) ginásio poliesportivo (existente)
25
TRECHO 05
A passarela elevada permite uma travessia alternativa por cima da avenida (ao fundo), além de configurar um mirante com vista para o parque. O caminho pela passarela aproxima ainda o pedestre da copa das árvores (caroba e ipês). As rampas da passarela são direcionadas para o ribeirão Itapetinga e seus dois córregos afluentes, marcando o encontro destes cursos d'água e criando uma conexão entre os percursos.
0
2,5 1
26
10 5
bacia naturalizada
mata ciliar
córrego da figueira
CORTE GG
mata ciliar
O PROJETO
A perspectiva ao lado ilustra a praça criada no lugar da rotatória existente no local atualmente. O comércio situado nesta área será acessado por uma via compartilhada, valorizando a escala do pedestre e criando travessias mais seguras em nível.
20 m
passeio
faixa estacionamento
faixa rolamento
canteiro
ciclovia
pista de corrida/ caminhada
รกrea arborizada
bacia naturalizada
deck suspenso
bacia naturalizada
deck suspenso
7.50
27
O PROJETO
passarela e decks Os decks e passarelas foram utilizados no projeto como mecanismos de aproximação com o rio e para possibilitar travessias. Assim, foram criados novos caminhos acompanhando os cursos d'água que, em determinados momentos, se abrem para configurar espaços de contemplação e estar, direcionando o olhar do transeunte. Os decks são ainda elementos que apresentam permeabilidade, conceito importante adotado nas intervenções projetuais. Em determinados pontos, o deck de madeira é substituido por estruturas metálicas vazadas, que, além de serem permeáveis, apresentam transparência, permitindo o contato visual com o ribeirão em algumas travessias.
guarda-corpo em madeira com iluminação em LED corrimão metálico chapa metálica trama com cabos de aço tensionados cantoneira metálica passeio em tábuas de madeira viga metálica (perfil em "I")
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arborização urbana As espécies que compõe o projeto fazem parte do Catálogo de Espécies Vegetais do FDE, e foram escolhidas de acordo com suas especificidades. Para o plantio em calçadas, foram selecionadas árvores de menor porte, como a pata-de-vaca-branca, o araçá e, em alguns casos, a pau-cigarra e o ipê-amarelo; acompanhando as margens dos cursos d'água, espécies como a diadema e o mulungu-do-litoral; em áreas livres maiores, árvores de maior porte, como o pauferro e a sibipiruna, produzindo espaços sombreados; para criar marcos na paisagem, foram criadas sequências de ipês que se destacam em cada trecho de acordo com a época de floração; as árvores frutíferas foram selecionadas para criar atrativos nos caminhos do pedestre, além de atrair também espécies da fauna. Além disso, houve o cuidado em manter algumas áreas livres ou com árvores de menor porte para criar espaços de contemplação com vista para a Pedra Grande. A tabela a seguir indica a simbologia utilizada nos desenhos de implantação para representar as espécies e também informações sobre seus respectivos portes e florações.
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O PROJETO
ESPÉCIE araçá h=4m
ø=4m caroba h=12m ø=10m diadema h=5m ø=4m ipê-amarelo h=6m ø=6m ipê-branco h=10m ø=5m ORNAMENTAIS
ipê-roxo-de-bola h=12m ø=10m mulungu-do-litoral h=5m ø=5m pata-de-vaca-branca h=5m ø=5m pau-cigarra h=8m ø=6m pau-ferro h=20m ø=10m sibipiruna h=12m ø=10m urucum h=5m ø=5m
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SIMBOLOGIA
FLORAÇÃO jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
ESPÉCIE
SIMBOLOGIA
FLORAÇÃO jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
acerola h=3m ø=4m amoreira h=8m FRUTÍFERAS
ø=8m goiabeira h=4m ø=6m jabuticabeira h=12m ø=8m pitangueira h=6m ø=4m
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O PROJETO 32
araçá
caroba
diadema
ipê-amarelo
ipê-branco
ipê-roxo-de-bola
mulungu-do-litoral
pata-de-vaca-branca
pau-cigarra
pau-ferro
sibipiruna
urucum
acerola
amoreira
goiabeira
jabuticabeira
pitangueira 33
bibliografia livros & teses CONTI, João Batista. História de Atibaia. Volume I. Atibaia: Araceles Editora, 2001. 112p. CONTI, João Batista. História de Atibaia. Volume II. Atibaia: Araceles Editora, 2001. 122p. CULLEN, Gordon. Paisagem Urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1983. DELIJAICOV, Alexandre. Os rios e o desenho da cidade: proposta de projeto para a orla fluvial da grande São Paulo. 1988. Dissertação de mestrado do Curso de Pós-Graduação em Estruturas Ambientais Urbanas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) FARR, Douglas. Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza. Porto Alegre, RS: Bookman, 2013. FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Catálogo de espécies vegetais: especificações da edificação escolar. São Paulo, 2a ed., 2015 GONÇALVES, Nayra de Moraes. PHC Atibaia: o contexto de reativação e a ocorrência de enchentes e inundações no município de Aitibaia/SP. 2015. Dissertação de mestrado da Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas. GORSKI, Maria Cecília Barbieri. Rios e cidades: ruptura e conciliação. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010. 300 p. LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1982. NATIONAL ASSOCIATION OF CITY TRANSPORTATION OFFICIALS (NACTO). Urban Street Design Guide. 2013. 35
BIBLIOGRAFIA
PESSOA, Denise Falcão. Utopia e cidades: proposições. São Paulo: Annablume, Fapesp, 2006. 198p. SOUZA, Luis. Dinâmica fluvial e urbanização na bacia do ribeirão Itapetinga, município de Atibaia-SP: subsídios para o ensino de geografia. 2016. Dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade na Gestão Ambiental da Universidade Federal de São Carlos.
sites & plataformas online <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/atibaia/panorama> acessado em 11/04/19 <https://censo2010.ibge.gov.br/sinopseporsetores/> acesso em 07/04/19 <http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/serra-deatibaia-ou-de-itapetininga/> acesso em 11/04/19 <https://www.comitespcj.org.br/index.php?option=com_ content&view=article&id=353:cbh-pcj-historico&catid=8:instit ucional> acesso em 15/04/19 <http://www.agencia.baciaspcj.org.br/novo/informacoes-dasbacias/caracteristicas-geopoliticas> acesso em 15/04/19 <http://www.sigrh.sp.gov.br/cbhpcj/apresentacao> acesso em 15/04/19 <https://agua.org.br/nossa-area-de-atuacao/> acesso em 15/04/19 <http://fflorestal.sp.gov.br/sistema-cantareira/home> acesso em 18/05/19
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mídias Pedra Grande.DOC. Daniel Choma e Tati Costa. Atibaia: Instituto Câmara Clara, 2009. 40 min. Disponível em <http://www. camaraclara.org.br/pesq_pedra_grande.htm>
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