Caderno Iniciação Científica

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Relatório Final da pesquisa de Iniciação Científica financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

MÓDULO TRIANGULAR NOS PROJETOS DA ROLAND REISLEY HOUSE DE FRANK LLOYD WRIGHT E DA CASA VALENTIM DE MARCOS ACAYABA: UM ESTUDO COMPARATIVO

Tatiana de Oliveira Chiletto Universidade de São Paulo. Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo do IAU – USP São Carlos.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Yassuhide Fujioka Instituto de Arquitetura e Urbanismo – USP São Carlos

N.ELac - Núcleo de Apoio à Pesquisa em Estudos de Linguagem em Arquitetura e Cidade da Universidade de São Paulo



Relatório Final da pesquisa de Iniciação Científica financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

MÓDULO TRIANGULAR NOS PROJETOS DA ROLAND REISLEY HOUSE DE FRANK LLOYD WRIGHT E DA CASA VALENTIM DE MARCOS ACAYABA: UM ESTUDO COMPARATIVO Tatiana de Oliveira Chiletto Universidade de São Paulo. Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo do IAU – USP São Carlos.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Yassuhide Fujioka Instituto de Arquitetura e Urbanismo – USP São Carlos N.ELac - Núcleo de Apoio à Pesquisa em Estudos de Linguagem em Arquitetura e Cidade da Universidade de São Paulo

São Carlos - SP, 2016



SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO 9 Objetivos 9 Justificativa 10 Metodologia e Etapas 16 2. ACERVO TEÓRICO 19 Frank Lloyd Wright 19 Arquitetura Orgânica 21 Conceituando a Arquitetura Orgânica 23 Usonian Houses 26 Marcos Acayaba 31 3. PESQUISA PRELIMINAR DOS CASOS DE ESTUDO Roland Reisley House Casa Valentim 4. PRODUTOS E RESULTADOS Análise gráfica Roland Reisley House Análise gráfica Casa Valentim Maquetes virtuais Maquetes físicas

35 35 43

49 50 69 85 89

5. VISITA TÉCNICA

93

6. ANÁLISE COMPARATIVA

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7. CONCUSÕES

101

8. REFERÊNCIAS Frank Lloyd Wright e Roland Reisley House Marcos Acayaba e Casa Valentim Análise de Arquitetura e Análise comparativa de Arquitetura

103 103 104 105

9. ANEXOS Cronologia da vida e das obras de Frank Lloyd Wright Cronologia da carreira e das obras de Marcos Acayaba

109 109 122


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RESUMO

Esta pesquisa propõe um estudo comparativo da arquitetura da Casa Valentim, projeto do arquiteto Marcos Acayaba; e da Roland Reisley House, projeto do arquiteto Frank Lloyd Wright. Parte-se da hipótese de que a arquitetura orgânica de Wright permeia a obra de Marcos Acayaba, não como influência explícita, mas como ponto de partida para as soluções pioneiras e originais do arquiteto brasileiro. Para isso, inicia-se esta pesquisa com um estudo dos trabalhos de Wright identificando os princípios que caracterizam a Arquitetura Orgânica, suas influências na Arquitetura Moderna Brasileira e, consequentemente, sobre o trabalho de Acayaba. Objetivamente, uma análise comparativa da arquitetura das duas residências servirá para demonstrar a pertinência da hipótese ao destacar aspectos distintos e comuns no partido arquitetônico e na solução tectônica e modular dos projetos. Este projeto constitui parte e aplicação de pesquisa do docente orientador no sentido de apresentar e discutir métodos, critérios de leitura e análise dos projetos de arquitetura, com a finalidade de verificar como a leitura sistemática do desenho técnico do projeto arquitetônico pode contribuir para a interpretação da obra de arquitetura e das práticas projetuais do arquiteto. Assim sendo, a contribuição acadêmica desta pesquisa está em investigar alguns aspectos da consagrada produção de um arquiteto paradigmático para a História da Arquitetura Moderna Brasileira; e também fornecer subsídios para o debate do ensino de arquitetura através da experimentação de métodos de análise gráfica do projeto. Palavras chave: Arquitetura orgânica, Frank Lloyd Wright, Marcos Acayaba, análise de processos de projeto, arquitetura residencial.

ABSTRACT

This research presents a comparative design analysis of two houses: the Valentim House, designed by Brazilian architect Marcos Acabaya; and the Roland Reisley House, designed by Frank Lloyd Wright. This study aims to discuss how Frank Lloyd Wright’s organic architecture permeates Marcos Acabaya’s body of work, not as an explicit influence, but as the underlying principles of his highly original and pioneering designs. Therefore, it was necessary to begin this research by addressing Wright’s designs and ideas, identifying the principles of organic architecture, its influences in Modern Brazilian Architecture and hence, on Acabaya`s architecture. Objectively, this comparative study of both houses will outline common and distinct characteristics in the architectonic party and the tectonic and modular design solutions in both case studies. This project is part of the research advisor`s own academic research at the university, aiming to discuss, devise and present methods for investigate and analyze architectural designs, in order to better understand the architectural works and as a tool for project practice. Therefore, this academic research aims to contribute to the knowledge of selected issues regarding the acclaimed production of an outstanding architect within the history of Modern Brazilian architecture; besides subsidizing the current debate on teaching architectural design by investigating how to produce consistent systems for graphic analysis of buildings and spaces. Keywords: organic architecture, Frank Lloyd Wright, Marcos Acayaba, design process research, residential architecture.



1. APRESENTAÇÃO

O presente relatório registra o período de um ano da bolsa de Iniciação Científica, concedida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) à aluna Tatiana de Oliveira Chiletto, regularmente matriculada no nono semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo do IAU - USP Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo campus São Carlos. A pesquisa de Iniciação Científica, intitulada “O Módulo triangular nos projetos da Roland Reisley House de Frank Lloyd Wright e da Casa Valentim de Marcos Acayaba: Um estudo” foi orientada pelo Prof. Dr. Paulo Yassuhide Fujioka, ambos, orientador e orientanda, vinculados ao Núcleo de Apoio à Pesquisa em Estudos de Linguagem em Arquitetura e Cidade da USP (N.Elac). O relatório objetiva descrever as atividades realizadas pela pesquisadora nos doze meses da bolsa (Setembro de 2014 a agosto de 2015), bem como publicar as conseguintes análises referentes ao estudo dos arquitetos Frank Lloyd Wright e Marcos de Azevedo Acayaba, com ênfase em seus princípios arquitetônicos e abortando concomitantemente os processos de projeto para as residências estudadas. Desta forma, investiga-se a arquitetura orgânica de Frank Lloyd Wright e sua presença na produção de projeto de Acayaba. Sendo a arquitetura orgânica wrightiana um campo ainda relativamente pouco investigado e articulado nas escolas de arquitetura e urbanismo, esta pesquisa contribui para o debate de tais questões aprimorando a historiografia da arquitetura brasileira. Além disso, um dos objetivos de pesquisa do N.ELac é a investigação dos meios de representação e linguagem em relação à prática de projeto. Nesse sentido, este trabalho é uma contribuição para a pesquisa do núcleo ao objetivar uma leitura sistemática da influência wrightiana na arquitetura de Acayaba. E, a partir da análise comparativa de dois casos de estudo, levantar as semelhanças e distinções de soluções e práticas projetuais nas concepções das duas residências.

OBJETIVOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O objetivo principal deste trabalho é analisar comparativamente o módulo triangular nos projetos da Roland Reisley de Frank Lloyd Wright e da Casa Valentim de Marcos Acayaba. .Descrever a obra de Frank Lloyd Wright identificando os princípios que caracterizam a Arquitetura Orgânica. .Descrever os princípios da Usonian House, e como estes se aplicam no projeto da Roland Reisley House. .Descrever a obra de Marcos Acayaba caracterizando suas principais referências e as relações com os princípios organicistas. .Identificar as características comuns ao funcionamento das casas e indicando padrões arquitetônicos específicos. 9


A fim de contribuir com o aprofundamento do debate das questões identificadas acima, tenta-se apontar novos caminhos para a leitura e análise do espaço arquitetônico, não somente enquanto pesquisa acadêmica, mas como instrumento de prática projetual. Mas como sistematizar a leitura gráfica dos projetos de forma a extrair das plantas, cortes, fachadas e detalhes a essência do espaço concebido, sua geometria, sua tectônica, as qualidades inerentes do projeto e perceber o processo de trabalho dos arquitetos? Se o desenho constitui uma ferramenta fundamental e expressiva da prática projetual, mesmo partindo da premissa de que cada um dos casos de estudo foi realizado em local, época e circunstância distinta da outra – Casa Valentim em 1993 e a Roland Reisley House em 1951 – podemos perceber nestes projetos, e em particular nos desenhos de arquitetura, a constância de elementos e princípios arquitetônicos básicos, o vocabulário, a gramática e a ordenação de forma e espaço do projeto, além da topografia acidentada e o entorno florestal de cada sítio. É possível identificar a presença de ideias e conceitos do mestre no processo criativo e projetual do arquiteto brasileiro. Deste modo, esta análise comparativa incorpora a ideia de “estudo morfológico dos elementos de forma e espaço” (CHING, 1979, p. 10), dentro do campo de investigação da análise do processo de projeto / metodologias de projeto arquitetônico, dos agentes que influenciam o projeto, além do campo da pesquisa pedagógica em ensino de arquitetura. A sistemática de análise gráfica dos projetos é desenvolvida com base em metodologias desenvolvidas por autores em estudos já bem conhecidos e adotados em escolas de arquitetura: ARQUITECTURA TEMAS DE COMPOSICIÓN, de Roger H. Clark e Michael Pause (Cidade do México: Ed. G. Gili, 1987). ARCHITECTURE: FORM, SPACE AND ORDER, de Francis D.K. Ching (Nova York: Van Nostrand-Rheinhold, 1979). VISUAL DICTIONARY OF ARCHITECTURE, de Francis D.K. Ching (Nova York: Van Nostrand-Rheinhold, 1998). DETAILS OF MODERN ARCHITECTURE, de Edward Ford (Londres e Cambridge, Mass.: The MIT Press, 1994). A ANÁLISE DA ARQUITETURA, de Simon Unwin 10

JUSTIFICATIVA


(Porto Alegre, RS: Bookman, 2013. VINTE EDIFÍCIOS QUE TODO ARQUITETO DEVE CONHECER, de Simon Unwin (São Paulo-SP: WMFMartins Fontes, 2013). SABER VER A ARQUITETURA, de Bruno Zevi (São Paulo-SP: Livraria Martins Fontes Editora, 1979). Além destes, os seguintes textos também serviram de base para a elaboração da metodologia de análise gráfica: “Análise gráfica, uma questão de síntese – A hermenêutica no atelier de projeto”, de Hilton Berredo e Guilherme Lassance, publicado em Arquitextos 133.01 in Vitruvius Arquitextos 133, ano 12, Junho 2011. “Representação gráfica de arquitetura entre continuidade e inovação”, de Benício Geraldo da Fonseca, publicado em Arquitextos 132.04 in Vitruvius Arquitextos 132, ano 11, Maio 2011.

JUSTIFICATIVA DE ESCOLHA DOS CASOS DE ESTUDO

O espaço pensado como uma unidade, enquanto materialidade, abertura e fluidez em harmonia com o entorno, é um pressuposto básico da Arquitetura Orgânica concebida pelo arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright (1867-1959), um dos mestres do Movimento Moderno. O contexto da Reisley House, caso de estudo desta pesquisa, envolve a Grande Depressão de 1929 nos EUA e a II Guerra Mundial. O crack da Bolsa de Valores de Nova York leva o país a enfrentar a pior crise econômica de sua história, resultando em milhões de desempregados, quebra de empresas e escassez de crédito. Como alternativa e contribuição às políticas habitacionais do New Deal, Wright desenvolve o conceito de Usonian House, proposta de habitação unifamiliar enfocada na economia de custos e espaços, bem-estar e qualidade de vida do indivíduo e sua família (WRIGHT, 1954, p.78). (WRIGHT, 1955, p.251). 11


Figura 1: Roland Reisley House em Pleasantville, Nova York, EUA. Projeto de Frank Lloyd Wright. Fonte: http://www. nytimes.com/2007/04/15/realestate/15wczo.html?_r=0 (Ăşltimo acesso em Maio de 2014).

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Figura 2: Modelo da estrutura do telhado da Roland Reisley House. Fonte: WRIGHT, F.L., in REISLEY, Roland. Usonia, New York: Building a Community with Frank Lloyd Wright. Nova York, Princeton Architectural Press, 2001.


O arquiteto defendia a ideia que os americanos deveriam abandonar os valores enraizados de uma sociedade conservadora, individualista, mas massificada (num discurso crítico, mas sutil), defendendo que esta deveria assumir uma organicidade ao entender que cada indivíduo faz parte de um todo maior. (WRIGHT, 1955, p.251). Dentro de uma proposta maior de organização social, econômica e territorial (USONIA e Broadacre City), enquanto arquitetura e urbanismo, cada residência unifamiliar deveria singularmente respeitar a individualidade de seu habitante dentro de um coletivo, valorizando-se assim suas necessidades específicas e seu modo de vida, ao mesmo tempo em que a arquitetura deveria também dialogar com as qualidades específicas do sítio, como o clima, a topografia e a vegetação do entorno; e sempre que possível, utilizando os materiais locais, em suas cores e texturas aparentes, para que a obra se tornasse parte do “genius loci”, o espírito do lugar. Da Grande Depressão emergiu o conjunto de políticas públicas do New Deal que, aos poucos, contribuiu para a recuperação econômica e incentivou programas pioneiros de igualdade e justiça social. Entretanto, a entrada dos EUA na II Guerra Mundial novamente lançou o país em nova crise de escassez de materiais e mão-de-obra de construção civil. Este é contexto histórico no qual, ao fim da guerra, um grupo de professores da University of Rochester em Nova York se uniu para comprar um sítio de subúrbio que pudesse ser loteado igualitariamente, onde pudessem construir suas casas de forma cooperativada, inclusive através de práticas de mutirão e autoconstrução, seguindo o incentivo de cartilhas para cooperativas publicadas pelas agências de fomento do New Deal e pelas propostas da Usonian House e da Broadacre City de Frank Lloyd Wright. O próprio Wright foi convidado a projetar o loteamento e propor projetos de casas. A Roland Reisley House é um dos resultados mais significativos desta iniciativa, destacando-se pela solução expressiva e original de sua cobertura apoiada em estrutura de módulo triangular, primeiro caso de estudo desta pesquisa. No Brasil, desde os anos 70, o arquiteto Marcos de Azevedo Acayaba (n. 1944) inicia sua prática profissional como arquiteto assumidamente influenciado por Vilanova Artigas e Frank Lloyd Wright, inclusive pela ideia da residência unifamiliar como um laboratório de experimentação arquitetônica da habitação racionalizada de baixo custo e sem desperdício (FUJIOKA, 2004, p. 247). A partir dos anos 90, Acayaba – que já vinha retomando princípios organicistas wrightianos ao longo de vários projetos desde os anos 70 – propõe com o Engenheiro Hélio Olga, Jr., o sistema construtivo da GMTAT Grelha de Madeira Triangular Autotravada, uma abordagem totalmente original e inovadora do tema do módulo triangular criado por Wright para as casas usonianas de modulação espacial em colmeia. Tal sistema foi adotado por Acayaba numa série de residências unifamiliares expressivas, pioneiras e originais ao longo de mais de dez anos, entre as quais a Casa Valentim, adotada como caso de estudo 13


Figura 3: Residência Osmar Valentim em Blumenau, Santa Catarina, BR. Projeto de Marcos Acayaba. Fonte: http:// www.marcosacayaba.arq.br/lista.projeto.chain?id=24 (último acesso em Maio de 2014).

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Figura 4: Protótipo da Casa de Praia com sistema GMTAT. Projeto de Marcos Acayaba (1993). Fonte: Projetos e Obras 1972-2001 – Relatório de Pesquisa, M. Acayaba, 2001.


desta pesquisa. A escolha da pesquisa se motiva pelo fato da arquitetura orgânica ser ainda um campo muito pouco investigado e articulado nas escolas de arquitetura e urbanismo do Brasil. Além disso, a expressão brasileira da arquitetura orgânica, seja inspirada por Wright ou Alvar Aalto, é também ainda objeto, relativamente, de poucos estudos na historiografia da arquitetura brasileira e também do campo de pesquisa das metodologias de projeto e análise da prática projetual. Este estudo, portanto, contribui para o debate da arquitetura orgânica no Brasil e da produção recente de arquitetos brasileiros – através deste estudo comparativo entre duas obras distintas que, separados pelo tempo e pelo espaço, e com soluções tectônicas e programáticas peculiares, tem como pontos em comum o espaço arquitetônico harmonizando-se com a paisagem através da manipulação do componente modular, que compõe a estrutura básica racional com exímia precisão de concepção, desenho, detalhe e construção; e da ênfase na natureza específica de cada material, resultando na surpresa da grelha geométrica articulando-se adequadamente ao terreno. No quadro atual da pesquisa em Teoria e História da Arquitetura, está claro que o entendimento da arquitetura moderna só pode ser aprofundado se analisarmos com clareza a gênese histórica de suas propostas, esquivando do discurso apologético do ideário modernista de funcionalismo, e de originalidade total advinda de uma pretensa ruptura radical com a tradição. “Toda obra criativa revela, de alguma maneira, os pressupostos de seu autor. Quando se trata de obra de arquitetura ou sobre arquitetura, essa revelação torna-se mais eloquente e os traços desses pressupostos mais evidentes.” (GALLO, Haroldo in TAGLIARI, 2011, p.13) Tal como visto na monografia de John Sergeant, nesta pesquisa é adotada uma análise sistemática dos desenhos de projeto que permitiu dissecar e discutir os caminhos seguidos pelo arquiteto, suas ideias e referências projetuais, desde os croquis preliminares até o detalhe conceitual.

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Esta pesquisa é estruturada, como indicado no projeto apresentado à FAPESP e descrito abaixo, segundo duas etapas gerais em um período total de doze meses o qual foi dividido em dois semestres. O primeiro semestre objetivou o levantamento de bases teóricas, bibliográficas e documentais, por meio da investigação de referências, e interpretando cada item da bibliografia de modo que construiu um arcabouço necessário para as etapas seguintes no segundo semestre da pesquisa. Tendo em vista a importância deste primeiro momento para a segunda parte da pesquisa, a qual consiste na experimentação gráfica e análise das residências, entende-se a primeira ação como o contato inicial entre a pesquisadora e as referências que a respeito do tema e que ampararão o restante da pesquisa. O segundo semestre objetivou a análise comparativa entre as obras Roland Reisley House de Frank Lloyd Wright e Casa Valentim por meio de apreciações gráficas tendo como base o material interpretado no primeiro semestre, ou seja, as obras são analisadas de modo aprofundado.

METODOLOGIA E ETAPAS

A primeira frente de estudo compreende o (1) levantamento total de bibliografia e iconografia; (2) o tratamento das informações recolhidas e (3) a identificação de processos projetuais para concepção arquitetônica das residências. Para melhor compreensão das atividades realizadas, tais etapas foram descritas, conforme segue abaixo:

ETAPAS DE TRABALHO DO PRIMEIRO SEMESTRE DA PESQUISA

Etapa 01: Desenvolveu-se a pesquisa bibliografia, incluindo revistas e jornais do período da construção das obras, além de artigos, monografias, livros e depoimentos sobre os arquitetos e as respectivas obras. Etapa 02: Ocorreu a revisão bibliográfica referentes ao tema: da arquitetura de Frank Lloyd Wright (compondo esta parte podemos incluir uma introdução resumida e os princípios, as influências e os trabalhos do arquiteto organizados em uma cronologia); da Arquitetura Orgânica (conceito); das influências da Arquitetura Orgânica do Brasil e da arquitetura de Marcos Acayaba (compondo esta parte podemos incluir a biografia, os princípios, as influências e os trabalhos do arquiteto). Etapa 03: Tratamento da bibliografia, busca de conceitos, a qual será a responsável pela contribuição necessária à compreensão da base teórica da pesquisa. Etapa 04: Leitura, análise e sistematização do material obtido, como forma de introdução e desenvolvimento do tema. Etapa 05: Seleção de materiais sobre as obras que serão analisadas; esta etapa servirá de referência e bases para a segunda etapa do cronograma (efetuado no segundo semestre da pesquisa: experimentação gráfica e construção de um repertório teórico); O segundo semestre da bolsa foi desenvolvido os (4) Estudo de casos: análise separada de casa uma das residências; e (5) Interpretação e análise de características e diretrizes comuns às duas obras. Deste modo, concretizamos os objetivos principais desta pesquisa de iniciação científica: discernir 16

ETAPAS DE TRABALHO DO SEGUNDO SEMESTRE DA PESQUISA


como a obra e ideias de Frank Lloyd Wright inspira ou se manifesta na arquitetura de Marcos Acayaba. Tais etapas foram subdivididas nas seguintes atividades: Etapa 06: Leitura e sistematização do material iconográfico: Aprofundamento das referências bibliográficas nesta segunda etapa da iniciação científica, durante a qual houve a leitura, a análise a a revisão bibliográfica. Isto possibilitará discernir eventuais padrões (ou não) no estudo de amostragem comparativa entre as obras do arquiteto e as de Marco Acayaba. Etapa 07: Elaboração de maquetes físicas. Procurou-se, por meio de um modelo reduzido, a compreensão da concepção das residências de forma a adicionar leituras às análises. Etapa 08: Produção das peças gráficas: Desenhos e croquis de forma que ilustrem as semelhanças e singularidades dos dois projetos. Nesta atividade, foram descrevidos com maior intensidade as fases pelas quais os arquitetos passaram. Etapa 09: Análise das peças gráficas. Reunião do material produzido e elaboração de textos explicativos. Além disso, o estudo dos projetos através de análises gráficas e elaboração de maquetes poderá ser complementado pela visita técnica às obras construídas, que poderão confirmar as leituras ou apontar outros caminhos interpretativos para os casos de estudo.

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Figura 5: Frank Lloyd Wright. Fonte: http://www. thedesignhunter.com.au/influencer-spotlight-frank-lloydwright/ (Ăşltimo acesso em Janeiro de 2016).


2. ACERVO TEÓRICO

O primeiro seguimento possuiu por finalidade abordar o conhecimento “teórico” presente na pesquisa. Desta forma, a pesquisadora conformou um embasamento para a posterior análise e adquire uma familiaridade com o tema, uma vez que entra em contato com os princípios e conceitos que conformam a cerne do trabalho dos arquitetos. É relevante ressaltar que a pesquisa possui como referência fundamental, a tese do orientador Paulo Yassuhide Fujioka, que habilmente discorre dos temas e gentilmente disponibilizou seu trabalho para consulta. É imprescindível também salientar que esta tese não foi a única utilizada, as demais referências são apresentadas ao final deste relatório devidamente organizadas e subdivididas segundo o tema.

FRANK LLOYD WRIGHT

“I believe a house is more a home by being a work of Art. I believe a man is more a man by being an individual rather than a committeemeeting. For these two reasons, I believe Democracy (thought difficult) is the highest known form of society. I believe Democracy is the new innate aristocracy our humanity needs. I believe success in any form consists in making these truths a reality according to ability. I believe all agencies tending to confuse and frustrate these truths are now continuous and expedient – therefore to be exposed and rejected. I believe truth to be our organic divinity. “ (WRIGHT, 1954, p. 224) Nascido apenas dois anos após o fim da Guerra Civil Americana, Frank Lloyd Wright (1867-1959) foi testemunha das mudanças significativas que varreram o mundo a partir do século XIX. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, que aceitaram tais mudanças com relutância, Wright abraçou as transformações sociais e tecnológicas possibilitadas pela Revolução Industrial. Além disso, inspirado pelo ideal original da fundação dos EUA de democracia e oportunidades iguais, partiu para projetar edifícios dignos e que refletissem de tal democracia. Seu objetivo era criar uma arquitetura que abordasse as necessidades físicas, sociais e espirituais individuais do cidadão americano moderno. Wright acreditava na arquitetura como um todo unificado, desenvolvendo-se a partir da paisagem. Todas as partes deveriam se relacionar e contribuir para a unidade final, inclusive móveis, paisagismo ou obras de arte. Para materialmente perceber tais resultados, criava ambientes de planos cuidadosamente compostos e elevações com base em uma gramática geométrica consistente. Concomitantemente, implementava a integração do edifício com o terreno através da compatibilidade dos materiais, forma e método de construção. 19


Em 1991, o American Institute of Architects nomeou Frank Lloyd Wright o maior arquiteto americano de todos os tempos. A revista Architectural Record publicou uma lista dos cem mais importantes edifícios do século XX, dos quais doze estruturas eram da autoria de Wright. Além disso, vinte e cinco projetos de Wright foram designados marcos históricos nacionais, e dez foram nomeados para a lista da World Heritage Site. Tal reconhecimento, além das homenagens internacionais que recebeu ao longo de sua vida, confirmam a contribuição crítica de Wright para a história da arquitetura para a profissão de arquitetura. O levantamento biográfico apresentado a seguir fornece um roteiro que permite acompanhar o desenvolvimento de Wright apresentado a evolução de suas ideias e projetos. As datas receberam destaques para melhor visualização assim como as obras/projetos construídos os quais FLLW aparece envolvido. Esta cronologia não pretende ensaiar uma biografia do arquiteto, apenas evidenciar fatos que se tornaram imprescindíveis para a formação do mesmo. Este levantamento foi indispensável para o estudo da pesquisa, uma vez que ensaiou um primeiro contato da autora com o arquiteto e, ao mesmo tempo, esclareceu pontos a respeito dos projetos dentro de uma circunstância histórica. Foi escolhido apenas apresentar as obras do arquiteto, e não palestras, eventos, livros e etc., uma vez que o estudo da evolução dos projetos é indispensável para a análise que ocorrerá na segunda parte da pesquisa da autora. As obras citadas foram pesquisadas, as encontradas com melhores detalhes foram selecionadas e analisadas para assim promover um estudo comparativo do processo que o arquiteto percorreu até chegar nas Usonian Houses – fase a qual a residência em questão na pesquisa foi elaborada. Tal análise contará na etapa seguinte do relatório desta pesquisa. É importante ressaltar também que a ausência de figuras neste tópico da pesquisa foi escolhida devido ao limitado tamanho o qual este relatório parcial deve apresentar. A intenção da pesquisadora é compensar tal ausência por meio das fichas comparativas, com ilustrações e textos retomando e apontando relevâncias dos projetos escolhidos, uma vez que se faz imprescindível a visualização das obras em uma análise de projetos. Este levantamento biográfico é baseado na tese do orientador Paulo Fujioka, na coletânea feita pela Frank Lloyd Wright Foundation e no livro The Natural House de autoria de Wright (1954).

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ARQUITETURA ORGÂNICA

Segundo Zevi, em Frank Lloyd Wright (1954), “quando se define a arquitetura de Wright como orgânica, o que se quer dizer? ” Essencialmente duas coisas: 1. Que seus edifícios são íntegros como organismos vivos. 2. Que eles são, como já temos visto em parte, funcionais com respeito ao homem. (apud FUJIOKA, 2003, p. 41) A arquitetura orgânica não é conceito de fácil definição, de tal forma que se desenvolveu ao longo de 60 anos da prática profissional de Frank Lloyd Wright. Porém, sua compreensão é indispensável para se examinar o alcance e a maneira a qual o princípio influencia na produção da arquitetura brasileira e especificamente, tratada nesta pesquisa, na obra de Marcos Acayaba. Apesar de ser popularizado por Wright, o termo “arquitetura orgânica” já tinha sido cunhado por Louis Sullivan, um dos primeiros arquitetos americanos engajados nas lutas por igualdade, justiça social e anti-imperialismo. Herdou de Morris e de Ruskin uma concepção mística da vida a qual se relaciona ao naturalismo que Wright traz para sua construção ideológica de uma “vida orgânica”. Ambos eram entusiastas do transcendentalismo proposto por Henry David Thoreau, Ralph Waldo Emerson e Walt Whitman. Para Sullivan, a arquitetura orgânica era a incorporação da vida em harmonia com a natureza e deveria ser concebida como uma entidade viva. Argan acrescenta em seu livro algumas definições sobre essa ideologia de Wright: “(...) o conceito de uma “vida orgânica” que é da natureza como do homem, ser perfeitamente dotado para receber e transmitir os impulsos vitais emanados da natureza, de Deus ou antes de um Infinito Espírito Criador reconhecível e ativo em todas as formas da realidade; de uma criação longe de ter sido concluída no ato autoritário de um deus pessoal, mas em contínuo progresso; de uma arte como processo criativo suscitado pela experiência ou como prolongamento no homem daquela ação criadora, e por isso oposta ao intelectualismo da composição e representação e pensada, ao contrário, como crescimento e organização de formas vitais; de uma espiritualidade humana que se realiza justamente nesse colocar-se, com a prática e portanto com o trabalho, como o prolongamento da criação; de uma sociedade enfim, perfeitamente democrática, entendida como fraternidade e cooperação de indivíduos igualmente investidos de um direito natural.” (ARGAN, 2001, p. 272) Fujioka em sua tese, apresenta duas visões introdutórias sobre o pensamento orgânico wrightiano. 21


Primeiramente, ele apresenta a abordagem de Robert C. Twombly que informa que a arquitetura orgânica era algo que transcendia o design e tornava-se também uma filosofia de vida. Posteriormente, apresenta o enfoque de Kathryn Smith, que afirma que o pensamento orgânico buscava a unidade. Apresenta ainda um trecho da autora que foi julgado relevante para compreensão do conceito: “Wright inspirou-se tanto no futuro quanto no passado. Sua filosofia social, apesar de ser baseada na democracia jeffersoniana, era além dos limites de sua época. Pragmático e idealista, autocrático e populista, nostálgico e profético – combinou uma visão emersoiana da bondade moral da natureza com uma fé americana na autoconfiança. Era baseada em um entendimento romântico das complexas forças sociais e econômicas como os escoramentos de uma nova sociedade.” (SMITH in FUJIOKA, 2003, p. 40) No início da década de 1890, Frank Lloyd Wright trabalhava para Louis Sullivan no escritório Adler & Sullivan em Chicago – como indicado na cronologia. Sullivan e Wright compartilhavam frustrações em relação aos rumos da política, da economia, a injustiça social e os desvios dos ideais democráticos originais dos EUA, refletidos no que acreditavam ser uma produção nacional de arquitetura vulgar. O jovem Frank Lloyd Wright cultivada em suas memórias o trabalho que realizara na fazenda de seu tio em Spring Green quando era menino, um autêntico ofício que inspiraria depois seu ideal de simplicidade orgânica. Em seu livro, The Natural House, Wright escreve um pequeno trecho introdutório que caracterizava a típica habitação americana de 1893. “The typical American dwelling of 1893 was crowding in upon itself all over the Chicago prairies as I used to go home from my work with Adler and Sullivan in Chicago to Oak Park, a Chicago suburb. That dwelling had somehow become typical American architecture but by any faith in nature implicit or explicit it did not belong anywhere. (...) I longed for a chance to build a sensible house.” (WRIGHT, 1954, p.13) A típica habitação americana de 1893 era um arrazoado em si de todas as pradarias de Chicago tal como eu costumava ir para casa do meu trabalho com Adler e Sullivan em Chicago para Oak Park, um subúrbio de Chicago. Aquela habitação tinha de alguma forma se tornado uma típica arquitetura americana, mas por qualquer fé na natureza implícita ou explícita ela não pertencia a lugar algum. (...). 22


Eu ansiava por uma chance de construir uma casa sensata. (Tradução dos autores) Neste livro, Wright ainda apresenta argumentos que problematizavam a, então chamada, “típica habitação americana” da primeira metade do século XX. Afirma que não havia uma honestidade na residência, que não havia o senso de unidade ou o senso de espaço, elementos os quais deveriam ser imprescindíveis em uma habitação para o residente norte americano. All materials looked alike to it or to anything or anybody in it. “Essentially, whether of brick or wood or stone, this “house” was a bedeviled box with a fussy lid; a complex box that had to be cut up by all kinds of holes made in.” (WRIGHT, 1954, p.14) Todos os materiais pareciam iguais a ele ou a qualquer coisa ou qualquer um na mesma. Essencialmente, seja de tijolo ou madeira ou pedra, esta "casa" era uma caixa atormentada com uma tampa exigente; uma caixa complexa, que teve de ser cortada por todos os tipos de buracos feitos. (Tradução dos autores)

CONCEITUANDO A ARQUITETURA ORGÂNICA

Para Wright, a arquitetura orgânica seria concebida por meio da criação de um espaço como uma unidade, de acordo com as necessidades das pessoas e de maneira natural e harmônica com o lugar. O conceito orgânico lida com a ideia de uma composição integral, sendo as partes indivisíveis formando um todo incondicionalmente absoluto. Este conceito é o primeiro a ser explicado uma vez que todos os restantes surgem intrinsecamente ligados a ele. É importante notar que, o conceito de unidade não permanecia apenas num aspecto ideal. A unidade estava na relação harmônica do todo com a parte, assim como da parte para com o todo. Neste sentido, apresenta-se também outro conceito admirável para a compreensão do organicismo na obra do arquiteto, é o de natureza, não apenas no sentido de paisagem, mas da própria vida. “Sua nova arquitetura orgânica propõe uma nova relação com a natureza, que se revela também por um novo tratamento do material. Wright utiliza o material no sentido de sua natureza orgânica, se aproveitando de sua estrutura inerente. A composição fica completa e única com os materiais se relacionando harmoniosamente entre si e reunidos numa união comum natural. ” (TAGLIARI, 2011, p.47) 23


Ainda que o significado da natureza na obra de Wright seja bastante complexo, podemos afirmar que, para Wright, além da preocupação com a preservação ambiental, a questão da natureza tinha também cunho filosófico. A relação com o mundo externo era apenas um aspecto da casa natural. Há neste conceito, um certo platonismo do arquiteto. Para Wright, a natureza de uma casa não significa somente sua aparência, mas sim o que ela representa para seus moradores. Em várias publicações, Wright articula ainda, uma metáfora entre a árvore e o edifício. Para o arquiteto, assim como o edifício, a árvore germina do chão, elevando-se como um organismo integro, dinâmico e unificado. A árvore pertence ao sítio, de modo que não poderia existir sem ele. Assim deveria ser o comportamento de qualquer construção. A natureza, é mais que uma inspiração, é nela que se constata os ensinamentos de um desenvolvimento unitário em que a essência da habitação deveria ser espelhada. A árvore expressa suas funções em cada parte de seu corpo. Mesmo que plástica e dinamicamente distintas, cada componente se integra com o todo exercendo papel imprescindível. O edifício orgânico deveria se expressar, em sua volumetria, a função de cada componente. O arquiteto acreditava ainda que os arranjos presentes da residência, não deveriam ser meras paredes. Os ambientes deveriam ser articulados para a felicidade, não apenas material, mas espiritual e psicológica do homem. Não é por acaso que a lareira aparece como elemento central e integrador nos projetos residenciais de Wright. Além de sua preocupação com o conforto térmico do ambiente, a lareira é o elemento a partir do qual a casa se desenvolve uma vez que possui o caráter agregador. Dois conceitos presentes na arquitetura orgânica wrightiana, plasticidade e continuidade podem ser explicados juntos, uma vez que unidos, no organicismo, representam a fluência dos materiais na residência (FUJIOKA, Cap. 2). Elementos não são meramente aderidos ou justapostos posteriormente, integram-se um com os outros e com o todo do edifício. As formas plásticas germinam e se desenvolvem contíguo ao processo projetual. A plasticidade já havia sido tratada por Sullivan. Porém, este arquiteto a utilizava ao ilustrar o tratamento que produzia às suas ornamentações. Wright utiliza o ornamento simultaneamente ao processo de produção da residência, e não aplicado a ela posteriormente – exemplificando a afirmação acima. Surge então a percepção de um edifício plasticamente contínuo, em que as partes se tornam um todo integrado. Outra característica essencial, é a simplicidade. “Uma das características essenciais da Arquitetura 24


Orgânica é a simplicidade natural. Simplicidade é a expressão direta da qualidade, do que é essencial e inerente dos elementos em sua natureza. Segundo Wright, a simplicidade natural da arquitetura orgânica está relacionada com a sua integridade e abolição de todos os elementos que não façam parte da gramática do edifício e aqueles que sejam aplicados posteriormente, como decoração, ornamentos falsos, etc. “Simplicidade é a limpa e direta expressão da qualidade essencial do conjunto. ” (WRIGHT, 1954 in TAGLIARI, 2011, p. 56) A preferência de Wright pelo uso de materiais naturais e locais, também era um respeitável tema que entremeava o seu organicismo. Wright analisava e buscava compreender o verdadeiro caráter de cada material e, desta maneira, aplica-lo corretamente em sua obra. O modelo do material é utilizado então, respeitando os padrões inerentes a ele. Apesar do grande apego pelos materiais naturais, Wright possuía conhecimento das qualidades e das possibilidades proporcionadas por materiais industrializados. Desta forma, o arquiteto conforma em suas obras um diálogo harmônico entre ambos. Defendia uma seleção de materiais – sejam eles tradicionais ou industrializados – a qual, através de suas propriedades, determinavam a volumetria, as proporções e o contorno de seus edifícios. E ao compreender este verdadeiro caráter, o mesmo era ressaltado e enaltecido. “Quanto à natureza dos materiais, Wright procurava estabelecer uma nova relação entre o material e a construção. Com a Revolução Industrial, novos materiais e técnicas estavam disponíveis, além de novas tecnologias para utilização incrementada de velhos materiais. Diante deste quadro, FLLW não pergunta, durante a elaboração de um projeto, “qual a maior peculiaridade deste material? ”, mas sim “qual o verdadeiro caráter deste material?”, como escreveu Jan Wils no ensaio Frank Lloyd Wright, de 1921. Wils observa que se FLLW aprecia o uso de novos materiais e técnicas, também não rejeitou o uso dos tradicionais. Ou seja, Wright parece combinar o novo e o velho de forma a produzir um todo equilibrado. Além disso, FLLW procurava utilizar um material tradicional de forma inusitada (como o corte de pedras em forma de lâmina). ” (FUJIOKA, 2003, p. 48) Os princípios aqui discorridos esclarecem muitas das decisões projetuais do arquiteto ao longo de sua carreira profissional. Desta forma, é pretendido analisa-los graficamente, na sequencia desta pesquisa, 25


por meio da explicitação analítica na Roland Reisley House. Apresenta-se assim, como tais princípios estavam claros para o arquiteto de modo que o mesmo os emprega, em seus projetos, de forma consciente e racional. Após a Grande Depressão norte-americana em 1929, Wright se dedicou em grande parte ao projeto e a construção de habitações com baixo custo até 1959. Este período se caracteriza pela Grande Depressão, as políticas de recuperação econômica e bem-estar social do New Deal, a II Guerra Mundial, a recuperação da indústria americana e, como conclusão desta última, o intenso processo de urbanização através do qual a maior parte da população americana passou a morar em cidades – fazendo com que os EUA deixassem de ter uma população predominantemente rural pela primeira vez em sua história. A escassez de oferta de habitação nas cidades ainda durante a guerra leva ao desdobramento de novas áreas residenciais em zonas suburbanas, fenômeno que já vinha ocorrendo ainda antes de 1929. Por outro lado, o aumento no custo de materiais de construção e de mão-de-obra qualificada após a I Guerra Mundial inviabilizou a arquitetura das Prairie Houses pré-1914 para a classe média. Assim, FLLW desenvolve o conceito de Usonian Houses como alternativa de construção de habitações econômicas para a classe baixa e média, com qualidade espacial e construtiva das Prairie Houses, mas utilizando técnicas de construção racionalizada e pré-fabricação em canteiro. As residências usonianas apresentaram como particularidades fundamentais o fato de serem pequenas, moduladas e econômicas, onde os componentes de construção poderiam ser fabricados e montados pelo cliente in loco com o mínimo de ajuda de um empreiteiro. Tais residências também consistiam em modelos para sua proposta de cidade ideal, a Broadacre City, que evidenciam muito do que Wright considerava como sociedade e cidade democrática ideal. Wright foi precursor em um processo de construção que incorporava as suas aspirações formais e sociais diretamente nos elementos de construção. Ainda no pós-II Guerra Mundial, confrontado com outro aumento do custo de materiais e mão-de-obra na década de 1950 tornou seu projeto usoniano original para uma habitação econômica mais difícil para muitos. Assim, Wright voltou a propor outras alternativas de material pré-fabricado de baixo custo, como a Usonian Automatic, um aperfeiçoamento de seu antigo sistema de blocos de concreto pré-moldados em alvenaria armada in situ (Textileblock System, dos anos 1920), que poderiam ser fabricados e montados pelo cliente com o mínimo de ajuda de um empreiteiro ou arquiteto colaborador de Wright. 26

USONIAN HOUSES


A Usonia de Pleasantville, NY, foi concebida como um plano de habitação cooperativa que consistia em casas personalizadas, projetados para famílias de renda média. O papel de Wright envolvia a supervisão do Plano Diretor do loteamento cooperativo durante a sua fase inicial de planejamento e a execução de pontuais projetos residenciais. Apesar de construir casas econômicas para um grande número de famílias, Wright preservou a ideia de que cada casa teria de refletir a individualidade de cada um de seus moradores, desenhando projetos únicos para cada cliente, apenas guiado seus princípios orgânicos. Em 1944, a Usonia foi incorporada como uma Rochdale Cooperative sob a legislação estadual de Nova York. Conforme estabelecido pela lei cooperativa, os moradores tiveram que cumprir certos requisitos. 1. A propriedade de terrenos e melhorias físicas eram de responsabilidade da organização cooperativa. 2. Era obrigatória a adesão da residência na cooperativa. 3. A cada membro da cooperativa foi concedido um contrato de 99 anos de 0,85 acres. 4. Para cada acre designado a um lote residencial, um hectare era reservado para as terras comunitárias. Esta política criou uma relação igual de lotes urbanizados para terra livre. Após a fase inicial de planejamento de Usonia, Wright limitou sua participação em projetos para cinco residências. Três foram realmente construídas: A Sol Friedman House, de 1948; a casa Edward e Beatrice Serlin House, de 1949; e a Roland Reisley House,1951. Devido a dificuldades financeiras, nenhum dos projetos para edifícios da comunidade foram executados. As Usonian Houses refletem a incorporação de Wright em seu compromisso profissional perante a sociedade de sua época, dentro da realidade norte-americana. Wright era muito crítico com relação à postura da maioria da população de seu país. O arquiteto afirmou que as pessoas deveriam abandonar o pensamento moldado por uma sociedade conservadora e imitativa, ou seja, a sociedade deveria ser orgânica também e entender que faz parte de um todo (WRIGHT, 1954, p.251). Os projetos das Usonian Houses não são percebidos como projetos tipo, mas como um tipo de projeto. Ou seja, FLLW não desenvolveu um projeto único para ser reproduzido em várias situações. O seu empenho foi encaminhado para a definição de um conjunto de princípios e estratégias espaciais que permitam ser aplicadas em diferentes contextos em função das necessidades, solicitações e expectativas dos seus clientes e futuros utilizadores. Neste sentido as Usonian Houses foram concebidas com “programas funcionais” ditados pelos utilizadores e, portanto, com base no seu conhecimento direto e adaptados às necessidades e ao contexto paisagístico. A dimensão suburbana da Usonia atribuiulhes especificidades de moradias unifamiliares isoladas, com liberdade na organização interna, orientação dos compartimentos e total 27


isolamento em relação aos vizinhos. A dimensão físico-construtiva das casas usonianas estabeleceu-se, como refere PFEIFFER quando FLLW afirmava que: 01. Seria necessário que a construção fosse livre de todos os materiais inúteis; 02. Reduzir o máximo possível a mão-de-obra, pois esta é cara. 03. Seria necessário consolidar e simplificar os três principais sistemas da casa – climatização, iluminação e salubridade. Este seria o mínimo a ser concedido para se obter a construção de casas confortáveis, admiráveis e de baixo custo. Para caracterização da dimensão espaço-funcional das Usonian Houses, e especificamente da Roland Reisley House, a pesquisa se baseia na pesquisa de PINELO, 2008 que articula uma separação em 3 momentos distintos. Segundo este autor: “Num primeiro momento, organizam-se espacialmente as funções doméstica em 4 grupos de sectores de espaços: 1. O espaço social refere-se às áreas de acesso livre aos elementos da família (residentes), e visitas (visitantes), e agrupa espaços que privilegiam interações entre os habitantes e entre habitantes e visitantes. 2. O espaço privado refere-se às áreas de acesso controlado pelos residentes e é o espaço onde se desenrolam atividades domésticas que exigem recolhimento, e consideradas íntimas (por exemplo, descanso pessoal). 3. O espaço de serviços é destinado à realização de atividades de apoio ao quotidiano doméstico que possam ser realizadas por um só utente ou por vários. 4. O espaço mediador encarrega-se da distribuição ou transição entre as restantes divisões. Num segundo momento, classificam-se os espaços interiores da habitação pelos respectivos utilizadores (residentes, visitantes, empregados, etc.). Entende-se por função um conjunto de sistemas de atividades que constituem uma unidade mais generalizada do comportamento na habitação, por exemplo, dormir. Por atividade entende-se uma sequência de ações, por exemplo, fazer a cama. ” (PINELO, 2008, p. 10) Num terceiro momento, descrevem-se as características das funções apresentadas, permite a 28


compreensão e interpretação do campo de ação de cada função doméstica e associar essa informação aos espaços para que estas funções possam decorrer nas melhores condições, ao nível de áreas a disponibilizar, de equipamentos necessários e de articulação entre espaços. A descrição define o âmbito e a localização predominante das nove funções anteriormente caracterizadas. Tal proposta será abordada como premissa para o estudo da Roland Reisley House que ocorrerá no segundo semestre da pesquisa. De um modo geral, podemos decompor as diferentes usonian houses em cinco tipologias básicas, segundo John SERGEANT, 1976: 1. Polliwog Usonian 2. Diagonal Usonian 3. In-Line Usonian 4. Hexagonal Usonian 5. Raised Usonian A Polliwog Usonian consiste numa tipologia de casas que possuem partido em “L” ou em “T”. Essa é a forma de uma usoniana mais básica, cujo caso mais conhecido é a Jacobs House (1937). Geralmente, o conjunto dos quartos se encontram perpendiculares à área social. E o conjunto lareira-cozinhabanheiro se encontra na articulação da forma da residência. Outro exemplo de uma Polliwog Usonian, é a Rebhuhn House (1938). A Diagonal Usonian caracteriza-se por rotação axial em sua geometria de grelha. Algum elemento da residência girava em relação ao seu eixo ortogonal, formando um ângulo obliquo ou agudo. Este elemento pode ser uma ala, uma sala ou um terraço. Um exemplo de uma Diagonal Usonian, é a Stanley Marcus House (1935). A In-Line Usonian possui partido semelhante à Polliwog Usonian. Porém, segundo Sergeant, possuíam menores áreas de circulação e um perímetro externo menos generoso em aberturas. Exemplo desta Usonian House é a Sturges House (1939) e a Winkler-Goetsch House (1939). A Hexagonal Usonian caracterizava-se pelo módulo hexagonal em planta. O exemplo mais conhecido é a Hanna House (1936). Nela, Wright estende a grelha hexagonal por todo o terreno, integrando construções anexas. Outros exemplos: Stevens House (1940), Sidney Bazett (1940), Wall House (1941) e Stuart Richardson (1941). A última tipologia de Usonian House, é a Raised Usonian, consistia em uma Usonian House elevada. Sucintamente descrevendo, se assemelhavam a uma Praire House sobre pilastras de alvenaria. 29


Figura 6: Marcos Acayaba. Fonte: https://editora.cosacnaify. com.br/Upload/Produto/1/0/1/0/6/05_gde.jpg (Ăşltimo acesso em Janeiro de 2016)

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Ordinalmente, esta solução era adotada devido à topografia, ou à vegetação do sítio, ou às vistas oferecidas pela paisagem. Pode-se citar como exemplo, a Pew House, 1939.

MARCOS ACAYABA

Marcos de Azevedo Acayaba, nasceu em São Paulo – SP em 1944. Arquiteto e urbanista, formou-se em 1969 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP, escola a qual lecionava temporariamente entre 1972 e 1976, e definitivamente desde 1994. Ainda estudante, trabalhava como estagiário no escritório do engenheiro Ernest Mange (1922 – 2005), seu professor. Neste período, ajuda a desenvolver o projeto da cidade de Ilha Solteira – SP, encomendado pela construtora Camargo Correia. Aluno e admirador de Artigas, Marcos Acayaba recebe fortes influências desse mestre os quais despertaram no arquiteto o interesse por sistemas construtivos, pela industrialização da construção, pelos detalhamentos e pela produção em massa. Sua carreira como arquiteto autônomo surge com o projeto da Residência Milan (1972), na qual reside até hoje com a família. O trabalho de Acayaba é composto predominantemente de construções residências, sendo que a Residência Milan pode ser considerada uma obra-síntese do legado plástico da arquitetura moderna brasileira, em particular da Escola Paulista. A primeira fase de suas obras, são inspiradas pela forma livre do arquiteto Oscar Niemeyer (1907–2012) e pelos princípios da Escola Paulista. Acayaba não segue, no entanto, privilegiando o uso do concreto armado como material construtivo predominante. Nos anos 1980, as preocupações ambientais trouxeram arquiteturas marcadas pelo uso de madeira e os tijolos, por exemplo. Posteriormente à Residência Milan, passa a projetar construções utilizando equacionamentos geométricos dos componentes construtivos variados, tais como a alvenaria armada, a estrutura metálica e a estrutura de componentes de madeira industrializada. Exemplificando tais construções temos: o Conjunto Residencial Alto da Boa Vista (1973) – feito com blocos de concreto de alvenaria estrutural; a sede da Fazenda Pindorama (1973) – com abóbadas feitas em peças pré-moldadas de concreto; a residência Kovadlof (1986) – com alvenaria de tijolo; a sede da FAPESP (1998) – com perfis metálicos; e a Residência Olga (1987) – com peças de madeira industrializada – articulada por meio da associação com a empresa Ita Construtora, a qual prestava auxílios no sistema construtivo desenvolvendo-o e fabricando-o. Uma seleção de algumas obras residenciais do arquiteto permite melhor compreensão do percurso que o arquiteto na experimentação de técnicas e materiais, notando-se um diálogo entre sistemas 31


construtivos e concepção de espaços. Ou seja, observa-se a adequação do sistema construtivo ao programa e ao meio físico em que se insere, a atenção às particularidades dos materiais utilizados e cuidado com a obra e a sua execução. As residências foram selecionadas a partir da tese de Tatiana Nakanishi e do livro de Marlene Acayaba. A primeira delas, a Residência Olga é marco do novo estatuto da carreira de Acayaba. Feita para dono da Ita Construtora, o engenheiro Hélio Olga de Souza Jr., está situada em uma encosta íngreme, desenvolvida como uma pirâmide invertida e implantada contra as curvas de nível do terreno. Com a construção em madeira, o arquiteto consegue realizar construções leves e com grandes balanços, aproximando-se da linguagem da arquitetura orgânica de Frank Lloyd Wright (1867 – 1959). Esta obra inaugura uma linhagem de projetos em madeira que, ao mesmo tempo, coloca a obra de Acayaba em circulação internacional, e vinculando-o ao movimento de valorização da arquitetura sustentável. A arquitetura de Acayaba, dos anos de 1980 até meados dos anos 90, também tem discreta presença da tradição construtiva e espacial japonesa – referência também constante nos trabalhos de Frank Lloyd Wright, como afirma o próprio arquiteto: “Para aprender a ‘falar uma nova língua’, o da estrutura padronizada, aproveitei para realizar o antigo desejo de fazer uma casa japonesa. Afinal, desde o século XII, se não antes, os japoneses fazem uso de estruturas em madeira moduladas padronizadas e produzidas em série.” (ACAYABA, 2004, p. 75) Acayaba afirma ainda sua admiração e referência por Wright em diversas obras como, por exemplo, no projeto da Residência Calabi (1989): “Ainda que essa casa tenha referências na arquitetura tradicional japonesa, a vejo mais como resultado do meu interesse crescente na arquitetura de Frank Lloyd Wright.” (ACAYABA, 2003, v.1, p. 81) Em seguida, o arquiteto desenvolve sua linguagem criando um sistema-protótipo com estrutura ‘em árvore’ como base em módulos hexagonais inter-travados otimizando ao máximo seu desempenho estrutura. Um exemplo desta singular arquitetura é a obra analisada em questão, a Casa Valentim (1993). Desta forma, Acayaba chega a um afortunado encontro entre racionalização construtiva e poética formal, princípios da arquitetura orgânica encontrada também nas obras das Usonian Houses de Frank Lloyd Wright. Além de ter obras publicadas em diversas revistar internacionais, Acayaba tem a casa Olga e a casa 32


Acayaba (1996), analisadas nos livros World Houses Now – Contemporary Architectural Directions, de Dung Ngo e Modern House 2, de Claire Melhuish. Possui 13 capítulos de livros publicados, 42 itens de produção técnica, 173 textos em jornais de notícias/revistas, recebeu 18 prêmios e/ou homenagens e atualmente, opera na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em planejamento e projetos de edificação. Para traçar um panorama geral da arquitetura de Marcos Acayaba, fez-se um levantamento cronológico de sua formação e de suas obras. Desta forma, foi possível acompanhar o desenvolvimento de suas ideias e projetos concomitantemente ao seu processo evolutivo - em ANEXO. Nota: Na cronologia, seu processo de formação está destacado em negrito, e suas obras enumeradas para melhor compreensão do leitor.

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Figura 7: Roland Reisley House, fachada sul. Fonte: https:// assets.paddle8.com/719/181/18400/18400-1371271439ReisleyWest.jpeg (Ăşltimo acesso em Maio de 2014).

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3. PESQUISA PRELIMINAR DOS CASOS DE ESTUDO

ROLAND REISLEY HOUSE DADOS GERAIS Local: Pleasantville, New York, United States Ano do projeto: 1951 Período da construção: 1951-1952 (primeira fase) e 1956 - 1957 (segunda fase) Projeto: Arquiteto Frank Lloyd Wright Colaboradores: Cooperativa de trabalhadores da Usonia Homes New York. Programa inicial - primeira fase 1951: Sala de estar Sala de jantar Área de trabalho Área de estudo Quarto principal Banheiro Principal Porão - câmara fotográfica Adega Garagem

Figura 8: Roland Reisley House, perspectiva interna da sala de estar. Fonte: http://wright-up.blogspot.com.br/2013/08/ a-visit-to-roland-reisley-house-in.html (último acesso em Maio de 2014).

Programa extensão - segunda fase 1956: Extensão sala Dois quartos Áreas: Primeira fase: 170 m² Segunda fase: 300 m²

Figura 9: Roland Reisley House, perspectiva externa da garagem e da entrada principal. Fonte: http://www.galinsky. com/buildings/reisley (último acesso Maio de 2014).

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Figura 10: Roland Reisley House, perspectiva interna sala de jantar. Fonte: http://wright-up.blogspot.com.br/2013/08/avisit-to-roland-reisley-house-in.html (Ăşltimo acesso em Maio de 2014).


MEMORIAL DE PROJETO

“Roland Reisley remembers the crisp fall afternoon in 1950 when he and his wife, Ronnie, drove north in their three-year-old Chrysler convertible to search for a new home in Westchester’s suburbs. On the hour-long car ride from their apartment on West 85th Street in Manhattan to check out what was then considered a radical housing development, he said, the couple talked about their eagerness to set down roots and start a family.” (BRENNER, 2007) Roland Reisley lembra da fresca tarde outono em 1950, quando ele e sua esposa, Ronnie, dirigiam ao norte, em seu conversível Chrysler de três anos de idade, para procurar uma nova casa nos subúrbios de Westchester. Na longa viagem de carro a partir de seu apartamento, na West 85th Street, em Manhattan para verificar o que fora considerado então um desenvolvimento de habitacional radical, disse ele, o casal falou sobre a sua vontade de criar raízes e começar uma família. (Tradução dos autores) O contexto da Roland Reisley House, envolve a Grande Depressão de 1929 nos Estados Unidos e a II Guerra Mundial. Com crise econômica, Wright desenvolve o conceito de uma habitação unifamiliar econômica enfocada na qualidade de vida do indivíduo e sua família. Para Sergeant, a Usonia era uma proposta de reforma da sociedade americana que Frank Lloyd Wright tentou trazer à discussão. “Portanto, mais do que uma resposta de FLLW às vanguardas europeias, a Usonian House era uma proposta de habitação unifamiliar de baixo custo para clientes modestos, em um país que lutava para sair da crise econômica.” (FUJIOKA, 2003, p. 96) Segundo a jornalista Elsa Brenner, em entrevista com os moradores, Roland Reisley buscava uma residência no subúrbio da cidade de Nova York que melhor se adequasse ao seu estilo de vida: oferecendo um sistema de ensino público de alto desempenho e estar ao seu alcance financeiro. A dificuldade em encontrar uma moradia que respondesse a tais requisitos no ambiente de escassez do pós-guerra atraiu-o para uma proposta usoniana de loteamento cooperativo que estava sendo levada a cabo por um empreendedor que conhecia a obra de Wright, com casas dispostas de modo harmônico com a paisagem, a preservação do espaço aberto no entorno e construção cooperativa numa área de 100 acres arborizados permitindo a implantação de 47 casas. 37


A comunidade foi projetada por um grupo de acadêmicos idealistas coordenados por David Henken, engenheiro que conhecia Frank Lloyd Wright e suas obras. Desta maneira, o Sr. e a Sra Reisley, sentiramse atraídos por ela. “It wasn’t your typical American house or neighborhood that we were looking for.” (REISLEY, 2007). As casas usonianas, começaram a ser construídas por Frank Lloyd Wright em 1930, e foram projetados não apenas para serem acessíveis, mas também para se integrar com a paisagem local e proporcionar um bem-estar ao morador. O empreendimento originalmente tinha uma forma cooperativa de propriedade, mas isso mudou durante os anos de 1950, e agora só uma parte das terras, incluindo uma piscina, quadras de tênis e estradas privadas, é de propriedade em comum. Quando a comunidade cooperativa começou, as casas mais acessíveis custavam US $ 10.000 e as de maior custo eram de, aproximadamente, US $ 85.000. Cada lote possuía 1,25 hectares. Roland Reisley afirma ter gastado de US $ 20.000 a $ 30.000 em sua nova casa – composta de três quartos, onde criaram três filhos. “I remember coming upon an enclave in the woods and liking what we saw, and for the time, it was relatively affordable.” (REISLEY, 2007). Wright completou o projeto final para a primeira fase da construção da Roland Reisley House no outono de 1951. A construção teve início em outubro deste ano e foi concluída na primavera de 1952, momento o qual os Reisleys começaram a residir na casa. A primeira fase inclui uma sala de estar, uma área de trabalho, estudo, quarto principal e banheiro principal. As citações desta parte do relatório estão traduzidas devido às descrições técnicas: “The original structure was a complex small-scaled in-line plan. The main entry is at one end of the carport. A gallery leads to the side, then doubles back, dropping off two bedrooms, one used later as a study, with shallow cantilevered balcony and terminating in a bathroom with a special low sink for ease of washing a baby. Off the main gallery is a stairway leading to a basement with photographic darkroom and a wine cellar under the bedrooms. Dining space was to one side of the living room, which looks south over a terrace into hilly, wooded countryside.” (STORRER, William Allin. The Frank Lloyd Wrigth Companion. Chicago: University of Chicago Press, 1993 in GOLBERG, 1997) A estrutura original é uma planta linear complexa em pequena escala. 38


A entrada principal está no fim da garagem. Uma galeria leva para a lateral, em seguida, se duplica atrás, deixando dois quartos, um usado mais tarde como um estudo, com um balcão baixo em balanço e terminando em um banheiro com um lavatório baixo especial, para facilitar a lavagem de um bebê. Fora da galeria principal há uma escada que leva a um porão com uma câmara escura fotográfica e uma adega sob os quartos. O espaço de jantar foi para um lado da sala de estar, com vista para o sul sobre um terraço para a montanhosa e arborizada zona rural. (Tradução dos autores) Em 1995, Wright executa seu projeto para a segunda fase da residência, que inclui uma extensão da sala de jantar e do quarto. A sala de jantar foi concebida como um espaço adjacente à sala de estar, em vez de uma sala separada e cortada por uma parede divisória. Tal construção foi iniciada em 1956 e concluída em junho de 1957.

CARACTERÍSTICAS Habitação unifamiliar construída em uma encosta situada em Pleasantville, Nova York em 1951. Terceiro projeto de Frank Lloyd Wright para a cooperativa Usonia Homes, o arquiteto levou em conta na concepção original economia e simplicidade, com um programa de apenas uma suíte, uma sala de estudo e uma cozinha integrada à sala de jantar e estar – total de 170 m². Cinco anos mais tarde, Wright amplia a residência acrescentando 130 m² na construção. As diretrizes acima citadas – economia e simplicidade – surgem com a eliminação de todos os elementos e espaços considerados inúteis para Wright, tais como garagem, telhado, sótão e porão. Além disso, criou uma cozinha integrada com o setor social e espaço para refeições, promovendo maior praticidade e funcionalidade. Seu volume une a área molhada de maneira a racionalizar e economizar na construção, utiliza materiais naturais aparentes e o mobiliário, a iluminação, o aquecimento e os ornamentos são integrados ao edifício. O plano da Roland Reisley House, é baseado em uma grande modular de triângulos equiláteros medindo quatro pés de cada lado. Todo esse espaço se conforma numa planta térrea. Segundo Golberg, a fundação é constituída por um radier de concreto de cerca de quatro centímetros de espessura, sob uma camada de brita. “Wright used a combination of board and batten cypress walls, 39


Figura 11: Planta Roland Reisley House primeira e segunda fase, respectivamente. Fonte: http://www.savewright.org/ wright_chat/c.p?p=57977&sid=e82dccd41c11181ea195dc90 ddec2626 (Ăşltimo acesso em Janeiro de 2015).

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held together with nails, and native rough granite malls. Both types of construction are load-bearing. Glazing throughout consists of polished plate glass, 1/4 inch in thickness.” (GOLBERG, 1997) Wright utilizou uma combinação de paredes prancha-e-sarrafo (board and batten) de cipreste pregados, e paredes de granito nativo bruto. Ambos são autoportantes. Todo o envidraçamento conssite em folhas de vidro laminado de ¼ polegadas. (Tradução dos autores) “This structure was turned 13 degrees from Wright’s site plan to simplify blasting of the rocky hillside, Wright wanted to make the addition climb the hilly site, as the Hanna house did, but that would have been expensive. When challenged by the Reisleys, “we don’t believe you can do it,” Wright “snorted,” and produced a workable plan. The addition took no notice of the 13-degree rotation, yet was fitted to the site, at 120 degrees to the original building...” (GOLBERG, 1997) Esta estrutura girou 13 graus em relação ao lote tal como definido o plano diretor de Wright para simplificar a dinamitação da encosta rochosa, Wright queria fazer a adição se acomodar encosta montanhosa acima, como na Hanna House, mas isto ficaria muito caro. Quando desafiado pelos Reisleys, “Não acreditamos que você possa fazê-lo”, Wright “suspirou pelo nariz”, e produziu um plano viável. Esta adição não levou em conta a rotação de 13º, ainda assim foi adequado para o sítio, a 120º do edifício original. (Tradução dos autores)

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Figura 12: Perspectiva externa deck. Fonte: http://www. marcosacayaba.arq.br/lista.projeto.chain?id=24 (Ăşltimo acesso em Maio de 2014).


CASA VALENTIM DADOS GERAIS Local: Rua Frei Ernesto Emmendoerfer, Blumenau – SC Ano do projeto: 1993 Período da construção: 1994-1995 Equipe: Arquiteto Marcos Acayaba; Arquiteta Suely Mizobe; Arquiteto Fábio Valentim Colaboradores: Cálculo Estrutural (madeira): Engº. Hélio Olga de Souza Jr.; Construção: Construtora Nova Terra; Projeto de Instalações: Sandretec; Cálculo Estrutural (concreto): Engº. Luis F. Meirelles Carvalho; Projeto de Fundações: Engº. Luis F. Meirelles Carvalho; Estrutura de Madeira: Ita Construtora Programa: Sala de estar; Sala de jantar; Escritório; Ateliê de cerâmica; Lavabo; 3 Dormitórios; 3 Banheiros; Cozinha; Lavanderia; Adega; Dormitório de empregada; Banheiro de empregada ; Piscina; Garagem Materiais: Estrutura: Madeira - jatobá Cobertura: Haironville Arrimo: Concreto armado Escada: Madeira Divisórias e peitoris: Painel Wall Caixilhos: Madeira Acabamentos: Pintura acrílica nos painéis e fiberglass (boxes) Pisos: Assoalho de madeira e cimento queimado

Figura 13: Perspectiva interna, sala de estar. Fonte: http:// www.marcosacayaba.arq.br/lista.projeto.chain?id=24 (último acesso em Maio de 2014).

Figura 14: Perspectiva externa lateral. Fonte: http://www. marcosacayaba.arq.br/lista.projeto.chain?id=24 (último acesso em Maio de 2014).

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Figura 15: Perspectiva externa entrada. Fonte: http://www. marcosacayaba.arq.br/lista.projeto.chain?id=24 (Ăşltimo acesso em Maio de 2014).


MEMORIAL DE PROJETO

Em sua tese, Acayaba apresenta que seu contato com o projeto ocorreu por meio de Fábio Valentim, filho do proprietário. Fábio Valentim era estudante de arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU–USP) e já possuía conhecimentos das obras de Acayaba. Ao apresentar a proposta da residência ao arquiteto, este convidou o estudante para participar da concepção de projeto e acabou participando da equipe de construção. Inicialmente, Osmar Valentim e Marcos Acayaba almejavam conceber a obra em estrutura metálica, de modo que vários estudos e ensaios foram organizados neste material. Tais ensaios englobavam principalmente: insolação, ventilação (uma vez que Blumenau é quente e úmida, tais estudos se tornavam imprescindíveis para concepção do projeto), vista para a paisagem e implantação sobre o complexo terreno. Conformada as análises, os arquitetos chegaram à uma estrutura de malha triangular, a qual se apresentava como uma solução geométrica muito eficiente. Com o projeto básico desenvolvido, este fora encaminhado à construtora e à empresa de estrutura metálica para fins de orçamento de obra. Com os custos calculados, o arquiteto e o proprietário abdicaram da ideia de estrutura metálica e buscaram novas alternativas à construção. Após tomar conhecimento do Protótipo GMTAT, Osmar Valentim propôs ao arquiteto que redesenhasse a casa com a estrutura em madeira. Segundo Acayaba: “O novo projeto ficou até mais bem resolvido, equilibrado e sintético. Mandamos para o Hélio Olga fazer o orçamento da estrutura. Com o transporte de todas as peças de São Paulo a Blumenau, o alojamento da equipe de montagem, e as viagens de Hélio para acompanhar a execução, o custo da estrutura de madeira correspondeu a 60% da metálica.” (ACAYABA, 2004, p. 100) A Casa Valentim foi a primeira obra executava com o desenho desenvolvido pelo Protótipo GMTAT. Além disso ensaiou outro experimento estrutural interessantíssimo: a cobertura triangular que se projeta afora à casa com um grande balanço de 7,5 metros. Após morar por mais de quatros anos na residência, Osmar Valentim mudou-se de Blumenau e retornou à São Paulo de modo que a casa foi vendida. Segundo o depoimento do arquiteto: “A segunda pessoa que o corretor levou gostou muito da casa e comprou-a imediatamente. Era médico, de Curitiba, muito amigo do irmão mais novo do professor Artigas, e, por isso na certa, desde moço muito interessado em arquitetura.” (ACAYABA, 2004, p. 100) 45


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Figura 16: Apoio suporte da grelha triangular. Fonte: http://www.marcosacayaba.arq.br/lista.projeto.chain?id=24 (Ăşltimo acesso em Maio de 2014).


CARACTERÍSTICAS

Habitação unifamiliar construída num terreno de declividade abrupta situado no topo de uma colina de Blumenau. O programa foi organizado de forma compacta e distribuída em dois pavimentos, os quais no superior (ao nível da rua) acomodam-se uma grande sala com área de preparo de refeições, serviços, escritório e suíte para o casal; e no pavimento inferior, duas suítes (para hóspedes), dependências para empregada e um ateliê de cerâmica. A solução proposta por Acayaba foi preservar ao máximo as condições naturais do terreno adotandose um sistema mínimo de três apoios de madeira formando um triângulo de 7,5 metros de lado. A grelha modular é apoiada e travada por três colunas de concreto armado, com tubulões aprofundados em seis metros, sustentando estes apoios de madeira, onde se escoram seis mãos francesas, também de madeira. A grelha modular, mencionada acima, é formada por seis módulos em forma de triângulo equilátero de 1,25 metros de lado que conformam o hexágono da estrutura da grelha de piso (ilustrado na Figura 18). Esta estrutura é naturalmente rígida, indeformável e de alto desempenho, capaz de vencer vãos e projetar-se em balanços superiores aos usuais. “(...) a casa de Blumenau pode ser comparada a um navio, a um veleiro ancorado num cais na encosta – com seus decks, balaústres, cascos, superestrutura, mastreação e velame” (FUJIOKA, 2003, p. 253)

Figura 17: Apoio suporte e grelha triangular. Fonte: http://www.marcosacayaba.arq.br/ lista.projeto.chain?id=24 (último acesso em Maio de 2014).

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4. PRODUTOS E RESULTADOS

Por meio da análise gráfica podemos identificar e sistematizar o partido arquitetônico, comparar princípios utilizados entre diferentes soluções, revelar a ordenação subjacente de formas no espaço e descobrir conceitos. A análise iconográfica apresentada pelo uso de diagramas na pesquisa, facilitou a extração de informações de um campo mais complexo e multifacetado. Por meio desta extração, separou-se os atributos e assim, com o uso do diagrama, tornaram-se mais fáceis a organização das ideias. “Os espaços físicos individuais possuem diferentes propriedades, e despertam sensações que dependem de fatores como a luz/sombra, aberto/fechado, alto/baixo, dentro/fora, grande/pequeno, etc. Ao projetar, essas propriedades espaciais são manipuladas pelo arquiteto. ” (TAGLIARI, 2011, p.163) Muito embora os desenhos e diagramas não recuperam as sensações provocadas pelo espaço, eles permitem uma visualização das formas e dos espaços. Visualizando graficamente essas formas, podemos analisa-las e organiza-las estabelecendo sua relação com os princípios da arquitetura orgânica. Essas extrações de informações por conjuntos permitiram compreender e analisar como aspectos funcionais, técnicos e perceptivos e, assim, foram ordenados na espacialidade das edificações. Sendo forma, espaço e ordem intimamente ligados, para decompô-los vão ser utilizados itens de análise conformando diagramas que explicitem os aspectos visíveis, e até invisíveis, presentes nos projetos da Roland Reisley House e da Casa Osmar Valentim. As análises são então divididas em: Localização, Implantação, Plantas, Cortes, Elevações, Materiais, Geometria e Modulação, Dimensões, Acessos, Eixos, Hierarquia, Setores, Circulação, Área externa, Insolação, Campo Visual e Cobertura – todas buscando paridade aos princípios orgânicos de integridade, continuidade, natureza dos materiais, gramática e simplicidade.

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ANÁLISE GRÁFICA ROLAND REISLEY HOUSE LOCALIZAÇÃO

Figura 18: Imagem indicando a localização do estado de Nova York no mapa dos Estados Unidos da América. Fonte: do autor.

A Roland Reisley House, 1951, foi construída em uma comunidade residencial nomeada Usonia em Pleasentville, no município de Westchester, no estado de Nova York, Estados Unidos da América. A Usonia de Pleasantville foi concebida como um plano de habitação cooperativa que consistia em casas personalizadas, projetados para famílias de renda média. O papel de Frank Lloyd Wright envolvia a supervisão do layout físico da comunidade durante a sua fase inicial de planejamento e a execução de pontuais projetos residenciais. Apesar de construir casas econômicas para um grande número de famílias, Wright preservou a ideia de que cada casa teria de refletir a individualidade de cada um de seus moradores, desenhando projetos únicos para cada cliente apenas guiando seus princípios orgânicos.

Figura 19: Imagem indicando a localização de Westchester no estado de Nova York. Fonte: do autor.

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Figura 20: Imagem indicando a localização de Pleasantville no município de Westchester. Fonte: do autor.

IMPLANTAÇAO

Figura 21: Sequencia de imagens da implantação com auxílio do software Google Earth. Data da imagens: 08 de Junho de 2015.

O terreno em que se localiza a residência possui um desvio considerável de pouco mais de 3 metros, porém sua solução formal se acomoda à declividade na qual se assenta e tira proveito destas características


apropriando-o em seu desenho. Este gesto pode ser verificado pela acomodação da sala de oficinas no pavimento inferior situado logo abaixo da varanda que se projeta ao exterior. Além disso, sua disposição em forma triangular permite ainda que a residência se conforme em harmonia com seu entorno imediato permitindo terraços e áreas externas que vislumbrem a paisagem circundante. Frank Lloyd Wright desenhou as Usonian Houses de forma a preservar as árvores desta região florestal, de modo que as residências estabelecessem fortes relações com as mesmas. Esta integração visual exterior/interior reforça seu conceito de arquitetura orgânica em que há continuidade entre os espaços – característica marcante desta fase. Pode-se observar, em uma primeira leitura, pontuais clareiras tangentes à residência. A primeira, se localiza à noroeste, coincidindo com a estrada para a residência e se integrando com o carport. A segunda, a leste, em que se nota um resquício de construção, corresponde à área de ampliação da residência e, desta forma, estabelece uma integração com o campo visual proporcionado a partir da construção dos quartos. De forma geral, Wright tira partido da vegetação para que a mesma participe de modo ativo da construção, ou seja, na medida em que a casa se amplia e se desenvolve, ela se desfruta e integra de seus visuais.

Figura 22: Implantação. Fonte: do autor. Figura 23: Imagem extraída do software Google Earth em Julho de 2015 e modificada pelo autor.

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PLANTAS, CORTES E ELEVAÇÃO “O território, a paisagem sugere a forma arquitetônica, contem na já virtualmente, que esta não faz mais que exaltá-la”. (ZEVI, 1985, p. 20).

A planta da casa de Roland e Ronny Reisley é baseada em uma grade modular de triângulos equiláteros. No programa original, podemos identificar a partir da entrada principal: seguindo em frente, o percurso direciona aos setores sociais (sala de jantar e sala de estar); seguindo à direita, direciona aos setores íntimos (sala de estudo, banheiro, quarto); seguindo à esquerda, direciona ao setor de serviço (cozinha); e, descendo a escada, direciona à sala de oficinas.

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Figura 24: Planta Roland Reisley House. Fonte: http://www.savewright.org/wright_ chat/c.p?p=57977&sid=e82dccd41c1118 1ea195dc90ddec2626 (último acesso em Janeiro de 2015).

O programa é composto ainda com um terraço adjacente ao setor social, e uma varanda adjacente ao setor privado. Podese observar na residência que Wright transforma a garagem em um espaço externo aberto (carport) – o qual ainda possui um closet integrado na estrutura de apoio à cobertura. Além disso, substitui os depósitos por prateleiras integradas às paredes da residência.


“Wright completed final plans for the first building phase of the Roland and Ronny Reisley house in the fall of 1951. Construction began in October of 1951 and was finished in the spring of 1952, at which time the Reisleys began their residency in the house. The first phase includes the living room, workspace, study, master bedroom, master bath, and basement. In 1955, Wright executed plans for the second phase, which includes a dining room and bedroom extension. The dining room was designed as an adjoining space to the living room, rather than a separate room cut off by a partition wall. The dining room and bedroom extension were begun in 1956 and completed in June of 1957.” (GOLDBERG, 1997, p.29)

“The original structure was a complex small-scaled in-line plan. The main entry is at one end of the carport. A gallery leads to the side, then doubles back, dropping off two bedrooms, one used later as a study, with shallow cantilevered balcony and terminating in a bathroom with a special low sink for ease of washing a baby. Off the main gallery is a stairway leading to a basement with photographic darkroom and a wine cellar under the bedrooms. Dining space was to one side of the living room, which looks south over a terrace into hilly, wooded countryside.” (STORRER, 1993, p. 333)

Figura 25: Foto-montagem da planta feita pelo autor baseados nos desenhos da Roland Reisley House, e das imagens das plantas retiradas do software Sketchup.

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Por meio da análise dos cortes, observa-se a presença de uma assimetria característica de algumas obras wrightianas. Esta ideia reforça o sentido de uma construção que cresce organicamente, sendo acomodados ao terreno de acordo hierarquia de programa e vistas. A lareira, claramente evidenciada, parece ser o primeiro elemento que nasce na residência, e a partir dela, se ganham seus contornos, acomodações no terreno e incorporações da paisagem. “We must have a big living room, with as much vista and Garden coming in as we can afford, with fireplace in it, and open bookshelves, a dining table in the alcove, benches, and living-room tables built-in: a quiet rug on the floor.” (WRIGHT, 1954, p. 89)

Figura 26: Planta da Roland Reisley House com as indicações dos cortes. Fonte: Do autor. Figura 27: Corte 1-1 da Roland Reisley House. Fonte: Do autor.

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Figura 28: Corte 2-2 da Roland Reisley House. Fonte: Do autor.

Outro elemento importante a ressaltar é a modulação das pranchas de madeira desenhadas nas análises que conformam os diferentes pés-direitos da residência. As fachadas e paredes internas são desenhadas a partir da modulação de pranchas – melhor explicadas em GEOMETRIA E MODULAÇÃO – e cada um desses elementos segue esta modulação. Ou seja, além do respeito e da fundamentação na modulação triangular para a construção da planta da residência, o arquiteto se apropria da modulação dos materiais para compor, em sintonia, sua volumetria.


Nas elevações, pode-se notar um novo conceito adotado por Wright para as residências usonianas. Para o arquiteto, o que importa é a privacidade do espaço interno, e não o que se vê nele por fora. Assim, as fachadas voltam-se para dentro da residência apresentando-se com pequenas aberturas. “Na residência tradicional japonesa, o exterior é visto do interior e não o contrário. ” (TAGLIARI, 2011, p. 78). A pesquisadora afirma ainda que Wright abraça esta característica de modo que as Usonian, inclusive a Roland Reisley, possuem fachadas simples e janelas resguardadas ou protegidas, de modo que o ambiente interno seja protegido de quaisquer visões externas. Além disso, a própria entrada principal é posicionada em uma situação discreta, de modo que a mesma não seja voltada para a rua – no caso da Roland Reisley House, se encontra na fachada lateral. “Voltando a casa para um ambiente abrigado e protegido do espaço público, Wright valorizou a individualidade e identidade do habitante e preservou sua privacidade, sem um limite rígido. ” (TAGLIARI, 2011, p. 78) Em consequência deste gesto, a fachada posterior – aquela voltada ao jardim – se torna a mais valorizada, articulada com planos envidraçados, ela abre a residência para o espaço externo criando sua continuidade espacial e visual.

Figura 29: Elevação sul da Roland Reisley House. Fonte: Do autor. Figura 30: Elevação leste da Roland Reisley House. Fonte: Do autor.

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MATERIAIS “Each material has its own message and, to the creative artist, its own song” (WRIGHT, 1928, p. 171) A respeito dos materiais, a situação entre projeto, paisagem, modulação e sistema construtivo foram articulados de modo que conferem unidade à residência. Com a seleção dos materiais por Wright, o conceito de plasticidade fluiu sobre esses temas e envolveu uma harmonia singular entre os espaços construídos e não construídos. Os materiais são selecionados para determinar sua volumetria, expressão plástica e proporções; e manter um diálogo com a paisagem natural do entorno. Para Wright, estes devem ser usados para ressaltar suas propriedades e qualidades naturais, sem revestimentos.

Figura 31: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação dos materiais. Fonte: Do autor.

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A fundação da Roland Reisley House, segundo a pesquisadora Goldberg, consistia em um radier de concreto de aproximadamente 4 polegadas de espessura aplicada sobre brita local. Wright usou uma combinação de placas e sarrafos de cipreste, articuladas em conjunto com paredes de granito bruto nativo. Para o piso, utilizou tábuas de madeira de 30 centímetros de altura, e pedra. Ambos os tipos de construção sendo estruturais. A fenestração de todas as aberturas da residência consiste em chapas de vidro polido com 1/4 de polegada de espessura. “Para Wright, o vidro e o aço permitiram


criar um ‘sentido de espaço’ contínuo que favorece a liberdade de deslocamento do indivíduo.” (WRIGHT, 1960 in TAGLIARI, 2011, p. 49) “Para Wright, cada material possui uma história, sendo a pedra um dos mais antigos. O bloco de pedra é um material sólido, pesado e serve para construir paredes com massa e solidez, com uma expressão de perene e eterno. Cada pedra possui sua textura, cor, mas pode receber acabamentos rústicos ou polidos. No entanto, a pedra não deve imitar ou ser imitada por outros materiais, e deve falar sua própria língua. (WRIGHT, 1928 in TAGLIARI, 2011, p. 58)

Figura 32: Perspectiva interna ilustrando os materiais utilizados na Roland Reisley House. Fonte: http:// www.worldarchitecturemap.org/ buildings/r-reisley-house (último acesso em Janeiro de 2016). Figura 33: Perspectiva externa ilustrando os materiais utilizados na Roland Reisley House. Fonte: https://www.flickr.com/photos/rich-lwang/5800745599/in/photostream/ (último acesso em Janeiro de 2016).

Além disso, a madeira aparece para Wright como o mais desejável dos materiais para a arquitetura residencial. Remete a uma sensibilidade e nobreza presente na cultura japonesa e na arquitetura Arts and Crafts, sugerindo simplicidade, leveza, cor e textura natural. A madeira está presente em grande parte da obra de Wright e de Acayaba.

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GEOMETRIA “Wright compartilhava suas ideias com seus clientes e os encorajava na participação do desenvolvimento do projeto. Desta maneira se estabelecia uma relação espiritual entre o cliente e o projeto que estava sendo concebido, valorizando e respeitando os anseios dos futuros moradores. ” (TAGLIARI, 2011, p. 76) Como já referido, o projeto se baseou em uma grelha geométrica tipicamente wrightiana. Porém, diferente das outras residências usonianas, que trabalhavam com malhas quadradas, retangulares e hexagonais, a Roland Reisley House é de triângulos equiláteros de 1,2m de lado.

Figura 34: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação da modulação. Fonte: Do autor. Figura 35: Análise do Corte 1-1 da Roland Reisley House com indicação da modulação. Fonte: Do autor.

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Figura 36: Análise do Corte 2-2 da Roland Reisley House com indicação da modulação. Fonte: Do autor.

O propósito é advindo também dos princípios da natureza na qual os diversos elementos são fundamentados em relações geométricas, e também é fortemente influenciado da arquitetura japonesa, na qual a concepção e o programa da residência se desenvolveria a partir dos módulos dos tatames. Logo, a malha serviria como condicionante do desenho wrightiano em que seus espaços e setores se conformariam a partir das suas subdivisões.


DIMENSÕES Em dimensões gerais, a planta da Roland Reisley House nasce com 33,6 metros de comprimento por 18,8 metros de largura. Ou seja, acompanha seu cerne em módulo triangular (como dito anteriormente, de aproximadamente 1,2 metros) e se desenvolve a partir dela. Assim sendo, todas as dimensões internas seguem este princípio evidenciado pelas imagens da análise. Ao trabalhar, também, com a modulação das estruturas, é possível evidenciar nos cortes que a altura da edificação se baseia de acordo com o módulo da madeira (30cm). É importante ressaltar que Wright modificava a altura do pé-direito dos diferentes ambientes de acordo com a sensação proporcionada nos diferentes ambientes.

Figura 37: Análise da implantação da Roland Reisley House com indicação das dimensões. Fonte: Do autor. Figura 38: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação das dimensões. Fonte: Do autor. Figura 39: Análise do Corte 1-1 da Roland Reisley House com indicação das dimensões. Fonte: Do autor.

“O arquiteto afirmou que as residências em pé-direito muito alto tinham a intenção de transmitir a grandiosidade da arquitetura, mas proporcionavam um sentido de inferioridade ao habitante. Wright não concordava com essa ideia, pois o edifício deveria ser concebido visando ao bem-estar do usuário. Assim, o pé-direito mais baixo traria ao usuário uma sensação de conforto, abrigo e também continuidade de espaço com o exterior, proporcionado pelo beiral que avança sem interrupção. ” (TAGLIARI, 2011, p. 49) 59


ACESSOS O acesso principal à construção ocorre pela fachada noroeste, a partir da uma rua que adentra por entre a massa de vegetação que existe circundante à Roland Reisley House. A partir desta rua, penetra-se no carport (espaço coberto externo à residência) e, assim, pode-se realizar o acesso por meio da entrada principal (indicada nos desenhos de análise). Outro acesso, poderia ocorrer por meio do terreno ainda naturalizado (acesso por meio da parte externa) por dentre as diversas espécies arbóreas locais. Podendo utilizar a escada da lateral esquerda para acesso ao carport e posteriormente à entrada da residência, ou pelo terraço que se articula a partir do setor social – este, contudo, não possui escadas ou condutores verticais para facilidade do acesso, sendo então articulado para uso particular dos moradores somente acessados por meio das portas de vidro das salas de jantar e de estar.

Figura 40: Análise da implantação sa Roland Reisley House com indicação dos acessos. Fonte: Do autor.

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Figura 41: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação dos acessos. Fonte: Do autor.


LAREIRA Entendendo como pressuposto a ideia de uma construção que cresce organicamente e se espalha pelo terreno – a “casa-árvore”, a lareira na Roland Reisley House se apresenta como elemento centralizador do projeto. De certa forma, ela enfatiza o maior espaço da residência, living, retomando a convivência intermediada pelo fogo – conceito wrightiano que remete aos primeiros núcleos familiares em que a fogueira sugere o interagir ao se aquecer. Além disso, o estudo pelo corte da residência evidencia o volume da lareira como o mais alto, proeminente em relação à cobertura. E os materiais nela empregados reforçam o discurso wrightiano da natureza dos materiais, nos quais se apresentam sob a forma de pedras irregulares promovendo a sensação de um elemento rústico.

Figura 42: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação dos eixos e da lareira. Fonte: Do autor. Figura 43: Análise do Corte 1-1 da Roland Reisley House com indicação dos eixos e da lareira. Fonte: Do autor.

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HIERARQUIA Como já mencionado, a lareira se apresenta nas residências wrightianas como elemento central e articulador dos espaços. Na Roland Reisley, ela ancora os eixos do projeto e afirma o espaço principal da residência. Por meio dela, pode-se identificar o ambiente mais importante da residência, criando, portando, uma hierarquia dos espaços. É válido ressaltar que, o espaço hierárquico criado pela lareira, é o espaço no qual são articuladas as principais continuidades visuais. Ou seja, nela que se apresenta a fachada mais valorizada do projeto. A imagem apresentada ao lado destaca a lareira e seu espaço hierárquico principal. Acentua-se a entrada principal e o percurso até o espaço principal, posteriormente se destaca as linhas visuais apresentadas neste ambiente.

Figura 44: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação da hierarquia. Fonte: Do autor.

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Figura 45: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação da hierarquia. Fonte: Do autor.


SETORES As ilustrações apresentadas ao lado permitem identificar a aglutinação, dos ambientes pertencentes à um mesmo setor. A Roland Reisley House possui uma planta muito clara neste quesito quase que isolando o setor de serviço, e priorizando a privacidade dos ambientes do setor íntimo. Nota-se ainda uma grande valorização do setor social que se integra fortemente ao ambiente externo e se conforma como intermédio entre o setor de serviço e o setor íntimo. O setor de serviços, visivelmente contido, resguarda uma intimidade e uma maior privacidade à qual se integra ao setor social por intermédio da sala de jantar, dining. O setor social (living) encontra-se distante e, ao mesmo tempo, integrado à entrada principal ainda que permite uma abertura e conexão com a área externa. É importante ressaltar que, mesmo com essa clara distinção entre as funções, a planta possui uma perfeita integração entre os espaços, em que as paredes são meticulosamente articuladas de modo que a setorização não é algo rigidamente físico. A fluidez e continuidade espacial que acentua a circulação livre.

Figura 46: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação dos setores. Fonte: Do autor. Figura 47: Análise do Corte 1-1 da Roland Reisley House com indicação dos setores. Fonte: Do autor.

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CIRCULAÇÃO A residência de Roland e Ronny Reisley pode ser acessado por três rotas, como já descrito: internamente, por meio do terraço; através da carport; e por meio de uma escada associada à um percurso em que a circulação do usuário é desenvolvida nas áreas arborizadas. Os dois últimos acessos, que conduzem à entrada principal, que se localiza na fachada norte por meio de uma porta de madeira. Ao adentrar, chega-se à um pequeno hall que possui armários integrados à parede estrutural, este conduz o usuário ao setor social (living) que se articula como ambiente principal ou ao setor íntimo (master bedroom, bath e study). Por meio do setor social pode-se adentrar ao setor íntimo ou à área externa da residência.

Figura 48: Análise da implantação da Roland Reisley House com indicação da circulação. Fonte: Do autor.

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Figura 49: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação da circulação. Fonte: Do autor.

A Roland Reisley House possui espaços de circulação bastante simplificados, mas meticulosamente articulados. Este gesto é ressaltado por meio da redução do máximo das paredes que delimitam os ambientes sendo estas articuladas em conjunto com prateleiras embutidas. É notável a concentração das paredes portantes no setor íntimo, deixando o setor social aberto e fluído. Desta forma, os diferentes setores da planta possuem como elementos intermediadores os espaços de circulação. Estes transitam entre os setores e direcionam para os espaços de maior permanência – ou seja, de maior importância hierárquica.


ÁREAS EXTERNAS Esta análise permitiu acentuar a articulação de amplos terraços cada qual resguardando e valorizando seu diferente setor. Os vastos espaços criados favorecem o desfrute da paisagem circundante à casa e, como já mencionado, é um importante elemento de continuidade espacial, marcando a transição entre à área interna do espaço construído e os elementos naturais do terreno marcados pela forte presença arbórea. Uma primeira área destacada, situada a leste, corresponde à uma área diretamente relacionada ao setor íntimo. É a transição entre o meio interno e o meio externo (natural) circundante da residência. A imagem nos permite deferir como essa relação ocorre de forma harmônica e a residência e o entorno de modo que a construção se projete e se estende sobre ela. Outra área é destacada como balcão para o setor íntimo, se encontrando adjacente ao master bed e a study. Diferentemente do terraço, ela se projeta sobre a paisagem e acentua a existência do andar inferior. A privacidade dos ambientes do setor íntimo é resguardada pelo alto guarda-corpo que protege as aberturas sem, necessariamente, oculta-las. Esta laje que se estende para fornecer proteção às aberturas do andar inferior, confere um novo volume e ritmo nos planos horizontais da residência estendendo suas continuidades espaciais.

O projeto se afirma, assim, com uma relação íntima e indissociável entre projeto e entorno. Parte-se de um apreço pela natureza circundante do projeto em que, ao inseri-lo, permite-se que a modificação da paisagem ao mesmo tempo que a paisagem modifica as leituras do projeto.

Figura 50: Análise da implantação da Roland Reisley House com indicação das áreas externas. Fonte: Do autor. Figura 51: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação das áreas externas. Fonte: Do autor.

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INSOLAÇÃO Esta análise acentua o movimento do sol da residência que se encontra no hemisfério norte, de modo que pode-se evidenciar visualmente espaços e setores privilegiados por essa incidência. A zona de iluminação é simulada de modo semelhante ao movimento do astro, de modo que este nasça na face leste, percorra toda a face sul durante o dia, e se pondo na face oeste. Desta forma, o carport se encontra sombreado praticamente o dia inteiro – decisão de projeto acertada uma vez que não se apresenta como área de permanência; as salas do setor íntimo receberam incidência solar direta durante o período matutino – decisão coerente por sua importância programática; o setor social, com a fachada mais aberta da Roland Reisley recebe sol praticamente o dia inteiro, ou seja, ampla iluminação natural; e o setor de serviço obtém incidência solar direta no período vespertino. A densa massa arbórea circundante à residência influencia substancialmente no efeito da iluminação natural, desta forma, a zona de sombra deve-se apresentar muito maior, provavelmente.

Figura 52: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação da insolação. Fonte: Do autor.

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CAMPO VISUAL Esta análise permite identificar como o posicionamento, as dimensões e a localização das aberturas condicionam o enquadramento da vista da paisagem. As imagens apresentadas apontam as amplitudes de visão do ambiente externo à Roland Reisley House, a partir do ambiente interno da residência. Sendo assim, o forte conceito de Frank Lloyd Wright do característico diálogo com a paisagem natural circundante, pode ser observado pelo modo que a construção se apropria das características inerentes ao terreno e às incorpora em seu projeto. A residência se constrói e se completa quando é vista na paisagem e se apropria dela para sua poética, não se tratando de um artefato isolado. As aberturas no setor social evidenciam esta gramática reforçando a apropriação do cenário externo, valorizadas através de ampla fenestração.

Figura 53: Análise da planta da Roland Reisley House com indicação do campo visual. Fonte: Do autor. Figura 54: Análise do Corte 1-1 da Roland Reisley House com indicação do campo visual. Fonte: Do autor.

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COBERTURA Apesar de Wright ter eliminado o telhado por motivos econômicos e conceituais na maioria das Usonian Houses, na Roland Reisley House ele volta a ser adotado. Este é ainda articulado para prover diferentes pésdireitos na residência, e dotado de extensos beirais de modo que a integração entre ambiente interno e ambiente externo ocorra sem interrupções, proporcionando ainda abrigo e proteção.

Figura 55: Modelo da estrutura do telhado da Roland Reisley House. Fonte: WRIGHT, F.L., in REISLEY, Roland. Usonia, New York: Building a Community with Frank Lloyd Wright. Nova York, Princeton Architectural Press, 2001 e modificado pelo autor Figura 56: Análise do elevação sul da Roland Reisley House com indicação da cobertura. Fonte: Do autor.

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A continuidade espacial é então enfatizada entre interior e exterior se estendendo além do perímetro da casa. A continuidade visual é também acentuada pelo uso das portas de vidro sem bandeira, ou seja, não são interrompidas ou secionadas por vigas, como observado na análise do CAMPO VISUAL. A estrutura deste componente é todo articulada em madeira, mesmo Wright deixando claro suas intenções do material ser em aço – segundo o livro de Roland Reisley. Devido ao baixo orçamento, esta estrutura complexa e ímpar foi então concebida com sarrafos de madeira.


ANÁLISE GRÁFICA CASA VALENTIM LOCALIZAÇÃO A Casa Osmar Valentim, 1993, foi construída no Município de Blumenau, no estado de Santa Catarina, Brasil. É uma habitação unifamiliar construída num terreno de declividade abrupta. “A cidade de Blumenau é encravada no Vale do Itajaí. Estende-se ao longo da estreita faixa de várzea cercada de montanhas que ainda preservam a vegetação típica da Mata Atlântica. Alguns bairros residenciais escalam estas montanhas(...). No meio do mato. Subimos a bordo. Foi como entrar em um barco navegando na escuridão da mata, do céu, da montanha. Flutuando no terreno. ” (VAINER, A. in SABBAG, 1997, p. 50)

“(...) a casa de Blumenau pode ser comparada a um navio, a um veleiro ancorado num cais na encosta – com seus decks, balaústres, cascos, superestrutura, mastreação e velame” (FUJIOKA, 2003, p. 253)

Figura 57: Imagem indicando a localização do estado de Santa Catarina no mapa do Brasil. Fonte: do autor. Figura 58: Imagem indicando a localização de Blumenau no estado de Santa Catarina. Fonte: do autor. Figura 59: Imagem indicando a localização de Casa Valentim no município de Blumenau. Fonte: do autor. Figura 60: Sequencia de imagens da implantação da Casa Valentim com auxílio do software Google Earth. Data da imagens: 08 de Junho de 2015.

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IMPLANTAÇÃO Situado em uma das colinas da cidade de Blumenau, a topografia acidentada levou à forma triangular como a melhor solução de partido para a Casa Valentim. Marcos Acayaba explica que, ao trabalhar em três direções, o projeto conseguiu aumentar as opções de posicionamento do objeto em relação ao entorno. O triângulo não partiu, então, de uma solução estrutural, mas de implantação. A forma resolveria assim, questões visuais e de insolação sem deixar de preservar as condições naturais do terreno.

Figura 61: Implantaçãõ Valentim. Fonte: Do autor.

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da

Casa

Figura 62: Imagem extraída do software Google Earth em Julho de 2015 e modificada pelo autor.

Cercada por árvores de grandes copas, a Casa Valentim remete a uma ideia de “casa-árvore”. A forma triangular permitiu a concentração de carga em poucos pontos: três tubulões de concreto de 6 metros que sustentam a estrutura de madeira composta por três mãos francesas. Segundo SABBAG, a solução em estrutura leve de madeira evitou escoramentos, adequando-se ainda ao solo problemático, que não aceitava muita interferência e resolvendo também a falta de espaço para o canteiro de obras. Neste caso, o aspecto mais forte do partido é o apelo à adequação ao terreno e ao ambiente do entorno. O arquiteto não aparentava ter a intenção de fazer uma “casa-árvore”, mas a comparação se tornou inevitável (em entrevista com o arquiteto, 1º semestre 2015). A residência foi idealizada para interferir o mínimo possível tanto no solo quanto na vegetação local.


PLANTAS, CORTES E ELEVAÇÕES O programa foi organizado de forma compacta e distribuída em dois pavimentos. Nestes 256 m² de área útil, no pavimento inferior se encontram: duas suítes para hóspedes, dependências para empregada, adega, rouparia e atelier de cerâmica para a dona da casa (na área interna); um pátio com pergolado e o reservatório (na área externa). No pavimento superior, ao nível da rua, temos uma grande sala única com área de preparo para refeições, cozinha, lavanderia, despensa, lavabo, escritório e suíte para o casal (na área interna); garagem, deck, piscina e área de serviço (na área externa). Todos estes espaços são dispostos numa grade modular de triângulos equiláteros gerados a partir de um módulo hexagonal.

Figura 63: Planta pavimento superior e planta pavimento inferior. Fonte: arquivo pessoal Marcos Acayaba.

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Com o auxílio do corte, pode-se demonstrar que a cobertura triangular envolve a planta da residência compondo também sua volumetria. Este arranjo, segundo o Engenheiro Hélio Olga Jr. – em entrevista realizada pela pesquisadora – ocorre devido à necessidade proteção da madeira estrutural do edifício à insolação direta. Esta proteção ocorre conforme indicado nos desenhos, em que a cobertura se estende protegendo o primeiro pavimento, suja projeção protege o segundo pavimento.

Figura 64: Planta pavimento superior com indicação do corte. Fonte: arquivo pessoal Marcos Acayaba com modificação do autor. Figura 65: Corte 1-1 da Casa Valentim. Fonte: arquivo pessoal Marcos Acayaba. Figura 66: Foto-montagem do corte da Casa Valentim e da imagem da perspectiva externa retirada do software Sketchup.

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“A busca de novas linguagens, de técnicas e de materiais, a atenção profunda à natureza específica de cada material, relacionando a percepção até mesmo de sua essência e a exaltação de suas características no rendimento estrutural e estético, constituem um método de trabalho que garante a coerência com o resultado final, independentemente da diversidade do programa. Das primeiras estruturas em concreto armado, em aço, até às estruturas em madeira, nota-se a constante busca de respostas estruturais e construtivas, que representam invenção. ” (ESPÓSITO, 2007, 289)


A residência se afirma, assim, com uma relação íntima e indissociável entre projeto e entorno. Parte-se de um apreço pela natureza circundante do projeto em que, ao implanta-lo, permite-se que a modificação da paisagem ao mesmo tempo que a paisagem modifica as leituras do projeto não só em sua solução formal, mas em sua gramática e em seus componentes.

Figura 67: Elevação norte Casa Valentim. Fonte: Do autor. Figura 68: Elevação leste da Casa Valentim. Fonte: Do autor.

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MATERIAIS

Figura 69: Análise da implantação, da planta superior e da planta inferior da Casa Valentim com indicação dos materiais. Fonte: Do autor.

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Figura 70: Imagens da Estrutura da Casa Valentim. Fonte: ACAYABA, 2005.

Em vários estudos e experimentos, Acayaba iniciou o projeto com a construção em aço, mas, com estudos posteriores e mais detalhados, percebeu que a madeira seria o material mais adequado para a obra, por sua leveza em relação ao aço, pelas condições climáticas e exemplos anteriores comprovados, em que a madeira mostrou maior rendimento para construção, tanto no consumo de material como no custo final da obra. Assim sendo, utilizou a madeira jatobá para conceber seu projeto. Nas análises apresentadas, procurou-se destacar – por meio das plantas – os diferentes materiais. Na implantação, salientou-se o material da cobertura, desenvolvido em Haironville; as escadas, desenvolvidas em madeira; e a piscina, com estrutura de concreto. No segundo desenho (planta pavimento superior), procurou-se destacar a distinção de pisos, sendo o assoalho da casa em madeira; do ambiente externo (destacado em marrom claro), deck de madeira; e do ambiente externo (destacado em vermelho forte), com assoalho de cimento queimado. Na última planta (correspondente ao pavimento inferior), o estudo ocorreu de modo a evidenciar as divisórias, os peitoris e o arrimo. A estrutura de arrimo (indicada com um traço forte vermelho), corresponde a uma estrutura em concreto armado; as divisórias e peitoris são articuladas em painel Wall; e os caixilhos de fechamento, de madeira.


GEOMETRIA E MODULAÇÃO O módulo triangular neste edifício se estende para além das paredes através de beirais e se desenvolve na estrutura da residência. Esta forma, muito estável geometricamente, possibilita trabalhar com peças menores, viabilizando uma montagem rápida e possibilitando um resultado estrutural eficiente promovendo assim, maior flexibilidade à edificação. A forma do triângulo equilátero, também definido pela cobertura, mostra-se muito eficiente inclusive para a distribuição dos espaços. Sobre o piso da grelha de hexágonos distribuem-se as cargas sem necessitar de muitos apoios e, assim, conseguindo solucionar os problemas de iluminação e ventilação. Esta composição de hexágonos é gerada a partir de triângulos equiláteros menores, de 1,2m de lado; e à medida que a estrutura vai sendo solicitada, esses triângulos vão se agrupando, formando outros maiores. A modulação triangular possibilitou a abertura de um vazio central, também hexagonal, que recebe o travamento em todo o plano – inclusive vertical, auxiliando no contraventamento da edificação. Esta solução formal permite uma integração muito eficiente entre ambiente externo e interno, se afirmando como uma continuidade da floresta e não somente uma residência colocada nela.

Figura 71: Análise da planta superior, da planta inferior e do Corte 1-1 da Casa Valentim com indicação da modulação. Fonte: Do autor.

Figura 72: Análise da implantação, da planta superior e da planta inferior da Casa Valentim com indicação das dimenções. Fonte: Do autor.

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ACESSOS O acesso principal à construção ocorre pela fachada sudoeste, a partir da uma rua culde-sac adjacente à Casa Valentim. A partir desta rua, penetra-se na garagem (espaço coberto externo à residência) e, assim, podese realizar o acesso por meio da entrada principal (indicada nos desenhos de análise). Não há mais acessos à Casa Valentim, as escadas indicadas nos desenhos de análise somente dão acesso ao andar inferior por meio de diferentes áreas externas do pavimento superior, não tendo, portanto, conexão física com a mata natural circundante.

EIXOS

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Figura 73: Análise da implantação, da planta superior e da planta inferior da Casa Valentim com indicação dos acessos. Fonte: Do autor.

Figura 74: Análise da implantação, da planta superior e da planta inferior da Casa Valentim com indicação dos eixos. Fonte: Do autor.

Entendendo como pressuposto a ideia de uma construção que cresce e se espalha pelo terreno, o eixo principal da Casa Valentim se apresenta como ponto tangencial entre a residência ancorada no terreno e a residência que se projeta sobre a paisagem (evidenciado pela planta do pavimento inferior). Além disso, o eixo alinha-se com o centro geométrico do triângulo da cobertura, caracterizado pelo lanternim com claraboia que funciona também coimo uma grande coifa (solução presente em várias Usonian Houses) – para exaustão de ar quente, uma vez que Blumenau é quase que o ano inteiro, muito quente e úmida. Esta centralidade atua como um pivô ao redor do qual se geram os eixos secundários, reminiscente da pinwheel plan (planta catavento) de Wright.


HIERARQUIA Como já mencionado, o eixo do projeto se apresenta na Casa Valentim como elemento central e articulador dos espaços e afirma o espaço principal da residência. Por meio dela, pode-se identificar o ambiente mais importante da residência, criando, portanto, uma hierarquia dos espaços. É válido ressaltar que, o espaço hierárquico criado, é o espaço no qual são articuladas as principais continuidades visuais. Ou seja, nela que se apresenta a fachada mais valorizada do projeto. A imagem apresentada ao lado destaca a entrada da residência e seu espaço hierárquico principal. Acentua-se esta entrada e o percurso até o espaço principal, posteriormente se destaca as linhas visuais apresentadas neste ambiente.

Figura 75: Análise da planta superior da Casa Valentim com indicação da hierarquia Fonte: Do autor.

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SETORES As ilustrações apresentadas ao lado permitem identificar a aglutinação, dos ambientes pertencentes à um mesmo setor. A Casa Valentim possui uma planta muito clara neste quesito quase que isolando o setor de serviço para a região sul, e priorizando a privacidade dos ambientes do setor íntimo nas fachadas norte e leste. Nota-se ainda uma grande valorização do setor social que se integra fortemente ao ambiente externo e se conforma como intermédio entre o setor de serviço e o setor íntimo. No pavimento superior, o setor de serviço, visivelmente contido, resguarda uma intimidade e uma maior privacidade à qual se integra ao setor social por intermédio da sala de um balcão de refeições. O setor social encontra-se integrado à entrada principal e ainda permite uma abertura e conexão com a área externa. É importante ressaltar que, mesmo com essa clara distinção entre as funções, a planta possui uma perfeita integração entre os espaços, em que as paredes são meticulosamente articuladas. Condensou-se o setor de serviço e o setor íntimo em detrimento da harmônica fluidez e continuidade espacial do setor social. No pavimento inferior, a divisão entre serviço e íntimo é articulada com um pequeno hall, não havendo, portanto, um setor social.

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Figura 76: Análise da planta superior e da planta inferior da Casa Valentim com indicação dos setores. Fonte: Do autor.


CIRCULAÇÃO A residência Valentim pode ser acessada por apenas uma rota, como já descrito anteriormente, a entrada principal por intermédio da garagem. Porém, as escadas externas conduzem à uma circulação muito mais complexa da residência. A primeira, à oeste, conduz do deck superior (cuja conexão com o espaço interno da residência ocorre por meio do amplo setor social), para o deck inferior (cuja conexão com o espaço interno da residência ocorre por meio do atelier de cerâmica. A segunda, à sudeste, a área externa superior à área externa inferior. Entende-se que a escada interna e aquela localizada à oeste são destinadas ao setor íntimo, e a última, ao setor de serviço. Pelos diagramas, nota-se uma complexidade em relação às circulações, evidenciando uma pluralidade de caminhos. Ao adentrar por meio da entrada principal, o indivíduo pode ser conduzido ao setor social (em frente), à área externa (à esquerda), ao setor de serviço (abruptamente à direita) e ao setor íntimo (à direita perpassando o setor social). Além disso, pode-se utilizar escada interna conduzindo ao pavimento inferior que também apresenta os setores íntimo e de serviço. É notável a presença maior das paredes no setor íntimo e de serviço, deixando o setor social aberto e fluído. Desta forma, os diferentes setores da planta possuem como elementos intermediadores os espaços de circulação.

Figura 77: Análise da implantação, da planta superior e da planta inferior da Casa Valentim com indicação da circulação. Fonte: Do autor.

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ÁREAS EXTERNAS Esta análise permitiu acentuar uma peculiaridade das residências de Marcos Acayaba, em que se nota a articulação de terraços cada qual resguardando e valorizando seu diferente setor. Os amplos espaços criados favorecem o desfrute da paisagem circundante à casa e, como já mencionado, é um importante elemento de continuidade espacial, marcando a transição entre à área interna da residência artificiosa e os elementos naturais do terreno marcados pela forte presença arbórea. A primeira área destacada, situada a oeste, corresponde à uma área diretamente relacionada ao setor social. Este terraço é a transição entre o meio interno e o meio externo (natural) circundante da residência. A imagem nos permite verificar como o setor social é privilegiado, possuindo além da ampla continuidade visual promovida pelas suas aberturas a noroeste, quanto pela conexão direta à uma área externa extremamente qualificada. A segunda área é destacada como varanda para o setor de serviço, se encontrando adjacente à cozinha e ao dormitório para empregada. Diferentemente do terraço, ela se escora no terreno não possuindo qualquer ligação com a paisagem circundante.

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Figura 78: Análise da planta superior e da planta inferior da Casa Valentim com indicação das áreas externas. Fonte: Do autor.


INSOLAÇÃO Aqui temos a disposição dos ambientes coerente com o percurso do sol na abóbada celeste do hemisfério sul. A zona de iluminação é alinhada de modo semelhante ao movimento do astro (como em várias Usonian Houses), de modo que este nasça na face leste, percorra toda a face norte durante o dia, e se pondo na face oeste. Desta forma, a garagem se encontra sombreada praticamente o dia inteiro – o que não constitui problema uma vez que não se apresenta como área de permanência; as salas do setor íntimo recebam incidência solar direta durante o período matutino – gesto também positivo sendo este um ambiente nobre; o setor social, com a fachada mais aberta da Casa Valentim recebe sol praticamente o dia inteiro, ou seja, ampla iluminação natural; e o setor de serviço recebendo incidência solar direta no período vespertino.

“As fachadas NE e NO recebem muito mais sol no inverno. Abrem ainda, francamente, para as paisagens mais bonitas que o sítio, privilegiado, oferece. O volume triangular cria junto à rua, e dela separado por um muro, um pátio bem insolado e protegido do vento sul, com piscina e deck. Na entrada, contígua ao pátio, o vértice SO da cobertura avança, em balanço, e abriga os dois carros previstos no programa. O piso da garagem e a piscina, construídos em concreto armado diretamente sobre o terreno, constituem o arrimo para o nível inferior. “ (ACAYABA in http://www. marcosacayaba.arq.br/lista.projeto. chain?id=24)

A densa massa arbórea circundante à residência influencia substancialmente no efeito da iluminação natural, desta forma, a zona de sombra deve-se apresentar muito maior, provavelmente.

Figura 79: Análise da planta superior e da planta inferior da Casa Valentim com indicação da insolação. Fonte: Do autor.

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CAMPO VISUAL Esta análise permite identificar como o posicionamento, as dimensões e a localização das aberturas condicionam o enquadramento da vista da paisagem. As imagens apresentadas apontam as amplitudes de visão do ambiente externo à Casa Valentim, a partir do ambiente interno da residência. A forte presença da paisagem externa é evidenciada pelo modo que a construção se apropria das características inerentes ao terreno e às incorpora em seu projeto – sendo estas, valorizadas pelas esquadrias posicionadas estrategicamente de modo que contemplem a massa arbórea. A residência se constrói e se completa quando é vista na paisagem e se apropria dela para sua construção, não se tratando de uma construção isolada. As aberturas no setor social evidenciam este gesto reforçando que a apropriação do cenário externo, não é mera coincidência, e sim fruto de um gesto muito forte e conciso de projeto.

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Figura 80: Análise da planta superior, da planta inferior e do Corte 1-1 da Casa Valentim com indicação do campo visual. Fonte: Do autor.


COBERTURA A cobertura da Casa Valentim acompanha o desenho da sua planta acentuando o desenho triangular e projetando-se em beirais sobre os pavimentos abaixo dela, sendo capaz, ainda, de vencer vãos e projetar-se em balanços maiores. O balanço da cobertura possui quase 7,5m de vão, para aliviar a carga na cobertura foi usado um telhado de alumínio com isolamento térmico (Haironville). No espaço aberto da sala, a cobertura é coroada por um lanternim com claraboia que se salienta sobre a estrutura, funcionando como uma grande coifa para exaustão do ar quente devido ao clima de Blumenau que é, quase o ano inteiro, muito quente e úmida. Tanto a forma quando o desenho, acompanham a gramática de Acayaba no que diz respeito à apropriação da paisagem em seu projeto. A cobertura se projeta sobre a massa arbórea ao mesmo tempo que protege as aberturas da intensa incidência solar que são prejudiciais em um clima quente como o Brasil.

Figura 81: Análise do Corte 1-1 da Casa Valentim como estudo da cobertura. Fonte: arquivo pessoal de Marcos Acayaba. Figura 82: Perspectiva interna evidenciando a clarabóia central. Fonte: http://www. marcosacayaba.arq.br/lista. projeto.chain?id=24 (último acesso em Maio de 2014). Figura 83: Perspectiva externa evidenciando a projeção da cobertura. Fonte: http://www. marcosacayaba.arq.br/lista. projeto.chain?id=24 (último acesso em Maio de 2014).

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Figura 84: Maquete virtual da Roland Reisley House, elevação sudeste. Fonte: do autor. Figura 85: Maquete virtual da Roland Reisley House, elevação leste. Fonte: do autor.

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MAQUETES VIRTUAIS Como proposta para a análise comparativa, foram desenvolvidas maquetes virtuais de ambas as residências. Este gesto procurou tanto entender a concepção e a montagem das obras, quanto entender suas volumetrias e seus elementos compositivos. Além disso, foi um importante elemento de auxílio para confecção do material iconográfico de análise, e importante exercício de auxílio para confecção da maquete física.

ROLAND REISLEY HOUSE Este primeiro elemento foi concebido com auxílio do material gráfico encontrado no livro Usonia, New York de Roland Reisley adquirido por meio dos recursos de Reserva Técnica, e pelo material encontrado na biblioteca da Escola de Engenharia de São Carlos: Frank Lloyd Wright 1943 – 1959: the complete Works, de Bruce Brooks Pfeiffer. Porém, estas fontes ainda foram insuficientes para confecção da modelagem. Com auxílio do arquiteto Michele Dal Sasso, estudante do Istituto Universitario di Architettura di Venezia, que já havia desenvolvido a modelagem virtual no software Sketchup, a maquete conseguiu então ser finalizada uma vez que o mesmo disponibilizou gentilmente seu trabalho para a análise da pesquisadora. As referências encontradas não foram eficientes uma vez que os desenhos e o próprio tamanho das imagens se mostravam

Figura 86: Maquete virtual da Roland Reisley House, elevação sudoeste. Fonte: do autor.

Figura 87: Maquete virtual da Roland Reisley House, perspectiva interna. Fonte: do autor.

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Figura 88: Maquete virtual da Casa Valentim, perspectiva externa. Fonte: do autor. Figura 89: Maquete virtual da Casa Valentim, perspectiva interna. Fonte: do autor.

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insuficientes para leitura e análise. Estas apenas auxiliaram em um primeiro contato com a volumetria e as proporções do edifício - concomitantemente se analisavam os desenhos e as fotografias reunidas da residência, para se conformar suas proporções. Para medidas mais precisas foram reunidas as imagens com melhores definições, e os relatos analisados na pesquisa de Goldberg, que descreve minuciosamente cada um dos espaços e elementos da residência.

CASA VALENTIM Em comparação à maquete virtual da Roland Reisley House, esta modelagem foi extremamente simples devido à ajuda de Marcos Acayaba que gentilmente disponibilizou as plantas, cortes e implantação em arquivo CAD de seu acervo pessoal. Além disso, em uma conversa com o arquiteto, este ainda apresentou alguns croquis da concepção do projeto da Casa Valentim, importantíssimos para compreensão da solução proposta para a residência. Assim sendo, tanto a residência quanto a modelagem do terreno foram concebidos e articulados com maiores precisões. Buscou-se associar as plantas e cortes fornecidos pelo arquiteto em associação com as imagens encontradas no acervo pessoal de Marcos Acayaba e no site de seu escritório. O resultado se apresentou bastante proveitoso e indispensável para confecção da maquete física.

Figura 90: Maquete virtual da Casa Valentim, elevação norte. Fonte: do autor.

Figura 91: Maquete virtual da Casa Valentim, estrutura evidente. Fonte: do autor.

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Figura 92: Maquete física da Roland Reisley House, elevação leste. Fonte: do autor.


MAQUETES FÍSICAS A maquete física é importante objeto para análise projetual, uma vez que estimula o observador e aguça sua percepção espacial, proporcionando um entendimento mais amplo dos espaços projetados. Como já mencionado anteriormente, a confecção da maquete virtual foi imprescindível para a composição da maquete física. Por meio dela, extraiu-se as medidas precisas dos elementos compositivos que foram organizados em uma tabela para a conversão em escala. Para o estudo das residências, foi escolhido a escala 1:100, julgando-a mais apropriada para as análises do estudo. O uso da cortadora a laser foi extremamente proveitoso para a confecção das maquetes desta pesquisa. Sem a mesma, o processo seria exorbitantemente mais trabalhoso uma vez que a grelha triangular exige um refinamento e um cuidado singular. Sendo assim, tanto pesquisada quanto orientador, agradecem o núcleo de pesquisa NOMADS do Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos, especialmente a Prof. Dra. Anja Pratschke pela gentileza e auxílio no agendamento e na disponibilidade oferecida para o corte na máquina. Segue ao lado, os produtos desenvolvidos.

Figura 93: Maquete física da Roland Reisley House, perspectiva superior. Fonte: do autor.

Figura 94: Maquete física da Roland Reisley House, perspectiva superior. Fonte: do autor.

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Figura 95: Maquete fĂ­sica da Casa Valentim, perspectiva superior. Fonte: do autor.


A maquete da Roland Reisley House procurou ser concebida procurando retratar sua real volumetria e proporção. A escolha da escala permitiu compreender como sua solução se encaixa no terreno e como o módulo triangular é concebido. Para diferenciação dos materiais foi utilizado uma composição de Papel Paraná cor creme e Papel Paraná Couro. Tomou-se o cuidado para que, além das paredes, fossem cortados as prateleiras e os balcões embutidos. A maquete da Casa Valentim procurou sem concebida também em analogia à estrutura real. A grelha auto-travada triangular foi então cortada como elemento único procurando resguardar os desenhos de encaixe o mais precisamente possível, utilizando também a placa de Papel Paraná Couro. As paredes dessa residência, foram cordadas em pedaços autônomos em papel Paraná cor creme uma vez que seguem a lógica do painel Wall utilizada na residência. Ambas articuladas com a cobertura removível para que o estudo do módulo triangular não fosse prejudicado para posteriores análises.

Figura 96: Maquete física da Casa Valentim, perspectiva lateral. Fonte: do autor. Figura 97: Maquete física da Casa Valentim, perspectiva superior. sem cobertura Fonte: do autor.

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Figura 98: Casa do Arquiteto Marcos Acayaba. Fonte: do autor.


5. VISITA TÉCNICA Como apresentado no projeto de pesquisa, haviam claras intensões de se visitar ambas as residências para compreensão das obras, para o estudo tanto de detalhes quanto da relação com o entorno. Contudo, ambas não conseguiram ser realizadas. A visita à Roland Reisley House não ocorreu devido à ausência de recursos financeiros, e à Casa Valentim, devido à dificuldade de se contatar o novo proprietário e agendar a visita. Felizmente, com auxílio do Prof. Dr. Paulo Fujioka, foi realizada uma entrevista com o arquiteto Marcos Acayaba em 31 março de 2015. A mesma ocorreu na residência do arquiteto na Cidade Jardim em São Paulo – SP, sendo iniciada às 13h30 e finalizadas às 17h. De início, o Acayaba percorreu sua residência nos apresentando, nos detalhes, cada elemento, gramática e gesto realizado. Pacientemente respondeu todas as perguntas e curiosidades a respeito da residência e comentou alguns de seus métodos de projeto. A entrevista com o arquiteto não teve caráter formal, foi ocorrendo por meio de conversas no decorrer do passeio na sua residência. Inicialmente, foi questionado se ainda fazia uso das técnicas de desenho manual, e se conservava os esboços dos projetos desenvolvidos. Acayaba respondia que conservava ainda seus croquis, e que acreditava ser uma ferramenta imprescindível

Figura 99: Pátio superior da Casa do Arquiteto. Fonte: do autor.

Figura 100: Detalhamento construtivo da Residência Hélio Olga Jr.. Fonte: do autor.

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para fornecer a descoberta da geometria da residência: “Primeiro se pensa muito, depois se executa o croqui. Em seguida, o desenho com instrumento e depois se passa para o computador... para ver a viabilidade”. Depois de percorrer toda a residência, foi proposta a visita à Casa Hélio Olga Jr. Seguindo a mesma dinâmica do passeio na Casa do Arquiteto, Acayaba nos apresentou cada cômodo da casa, comentando sua dinâmica e suas sutilezas. Afirmou que se referenciava na arquitetura tradicional japonesa, assim como Frank Lloyd Wright, porém, disse que não conhecia a residência Roland Reisley, e que havia estudado o arquiteto norte americano apenas em suas aulas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Por fim, comentou ainda que também se referenciava fortemente na arquitetura californiana de John Lautner (discípulo de Wright), Craig Ellwood (conhecido pela inspiração miesiana) e dos irmãos Greene & Greene (mestres do Arts and Crafts dios EUA de inspiração japonesa).

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Figura 101: Perspectiva externa da Casa do Arquiteto. Fonte: do autor.

Figura 102: Perspectiva externa da Residência Hélio Olga Jr.. Fonte: do autor.


Figura 103: Perspectiva externa superior da Residência Hélio Olga Jr.. Fonte: do autor.

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6. ANÁLISE COMPARATIVA

Os diagramas resultantes já se apresentam sintetizando particularidades das residências selecionadas. A comparação entre os diagramas individuais apresenta resultados da articulação entre a parte e o todo formando uma interpretação singular da obra de cada um dos arquitetos. A análise iconográfica se mostra indispensável para uma boa compreensão dos aspectos de projeto, sendo a mesma imprescindível para a conclusão desta pesquisa. E, por meio dos diagramas, conseguimos identificar as relações entre os elementos arquitetônicos, ou seja, como a geometria modular triangular incorporada ao sistema de unidades. Aponta-se, abaixo, um novo quadro que sintetiza a análise comparativa das duas obras por meio de extrações analíticas dos diagramas individuais frente aos princípios orgânicos. A comparação entre os diagramas obtidos das residências, possuem como finalidade identificar como o arquiteto Marcos Acayaba concretizou e bebeu dos princípios de Frank Lloyd Wright, permitindo, assim, interpretar ambos os projetos e refletir, também, sobre a concretização dos princípios orgânicos afirmados pelo arquiteto. FUJIOKA, em sua Tese de Doutorado já explorava as inter-relações entre as obras de Wright e de Acayaba, inclusive ressaltando as referências na arquitetura oriental e suas posturas organicistas do arquiteto brasileiro. “Com a arquitetura das casas-arvore, Acayaba atinge justamente os ideais wrightianos da destruição da caixa, de dissolução dos limites entre interior e exterior, além do rompimento do esquema pila/viga/ laje [...] todos os elementos da estrutura não agem somente como esqueleto, mas servem wrightianamente aos objetivos do programa (a noção organicista das partes em relação ao todo). ” (FUJIOKA, 2003, p. 255) Como demonstra as análises, há uma estreita relação entre as posturas de Frank Lloyd Wright e Marcos Acayaba, de modo que a preocupação com a solução construtiva se vincula diretamente à resolução rigorosa do programa. “Wright é engraçado, como ele nunca teve estilo, ele fez de tudo, usou todo tipo de tecnologia, de material, de linguagem. Wright não é um arquiteto de fazer modelos para serem copiados. Ele tem um método. ” (ACAYABA, 1991, p. 10) De modo geral, pode-se discernir que o trabalho de Acayaba reflete uma postura preocupada com os métodos e os processos de projeto e canteiro, gesto esse também encontrado em Frank Lloyd Wright, tornando ainda mais perceptível o quanto este arquiteto está presente na arquitetura daquele. Ambos trabalham a modulação em triângulo valorizando a constituição de uma solução construtiva que consegue, concomitantemente, resolver todas as necessidades espaciais relacionadas ao programa e pela resolução formal em si. Resulta-se, assim, em uma linguagem plástica muito expressiva que dialoga e se apropria com a paisagem a qual se insere. 97


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Figura 104: Síntese das análises gráficas da Roland Reisley House. Fonte: do autor.


Figura 105: Síntese das análises gráficas da Casa Valentim. Fonte: do autor.

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7. CONCUSÕES

Os diagramas aqui apresentados, resultantes das análises, já constituem resultados autônomos, sintetizando particularidades de cada das residências selecionadas. As comparações entre os diagramas individuais apresentam resultados da articulação entre parte e todo, formando uma interpretação qualitativa das obras dos arquitetos. Com base nos diagramas de análise, foram observados que Acayaba traz referências das obras de Frank Lloyd Wright, de sua arquitetura orgânica. Nestes projetos, ambos desenvolveram propostas que rompiam com a ortogonalidade, investigando a flexibilidade da planta hexagonal e diagonal, mais tarde substituindo o padrão dos hexágonos pela modulação de triângulos equiláteros. Acayaba parte do princípio de Wright e conduz seus experimentos a soluções que não poderiam ser copiadas ipsis litteris, mas estabelecendo um método criterioso de projeto em que a forma se torna expressão da solução estrutural, construtiva e programática. Se as leituras individuais dão o primeiro impulso, a análise comparativa estrutura toda a reflexão sobre a arquitetura orgânica wrightiana que permeia a obra de Marcos Acayaba. Toda a ideia de uma racionalização e de um sistema, à maneira orgânica de Wright, se expressa como ponto de partida para as pioneiras solução do arquiteto brasileiro. A unidade lógica do triangulo equilátero que se estende sobre toda a paisagem conforma, em ambas as residências, um sistema ímpar entre natureza, construção e homem. A partir dos estudos, ressaltou-se a importância, não só do conhecimento técnico, estético e formal de ambos os arquitetos, mas do uso da arquitetura orgânica no desenvolvimento e na materialização das residências, atrelado às questões da arquitetura enquanto forma em um espaço. O aporte desta pesquisa se dá na alternância entre ambos os projetos. Demonstra-se que a inspiração arquitetônica pode transpor os condicionantes através da força e vitalidade de determinadas soluções. Concluindo então, que há inúmeras contribuições relevantes que se possam extrair sobre as obras wrightianas na Arquitetura Moderna Brasileira. Figura 106: Síntese comparativa das análises gráficas das residências estudadas. Fonte: do autor.

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8. REFERÊNCIAS FRANK LLOYD WRIGHT E A ROLAND REISLEY HOUSE

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MARCOS ACAYABA E CASA VALENTIM


NAKANISHI, Tatiana Midori. Arquitetura e Domínio Técnico – A Prática de Marcos Acayaba. Dissertação de Mestrado. São Carlos: PPGAU-EESC/USP, 2008. RIBEIRO, Abilio G e CASTROVIEJO, Alessandro J. Casas brasileiras do século XX. Arquitextos 074 in Vitruvius ano 05, julho 2006. SABBAG, Haifa Y. Casa Valentim, Blumenau - SC / Paisagem como projeto. AUArquitetura & Urbanismo, São Paulo, n. 69, p. 12; 47-52, dez./jan. 1997. SEGAWA, Hugo. Arquitetura no Brasil 1900-1990. 2ed. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo. 1999. SITES ACAYABA, Marcos. Marcos Acayaba Arquitetos – site oficial do escritório. Disponível em: <http://www. marcosacayaba.arq.br > Último acesso: 19 de Dezembro de 2014

ANÁLISE DE ARQUITETURA E ANÁLISE COMPARATIVA DE ARQUITETURA

BAKER, Geoffrey H. Le Corbusier – Uma Análise da Forma. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora, 1998. BERREDO, Hilton e LASSANCE, Guilherme. Análise gráfica, uma questão de síntese – A hermenêutica no atelier de projeto. Arquitextos 133.01 in Vitruvius Arquitextos 133 ano 12 Junho 2011. CHING, Francis D. K. Architecture: form, space and order. Nova York: Van NostrandReinhold, 1979. CLARK, Roger H.; e PAUSE, Michael. Arquitectura: temas de composición. Barcelona: Gustavo Gili. 1997. DOWNING, F.; HUBKA, T. C. Diagramming: A Visual Language. Perspectives in Vernacular Architecture. v. 2, 1986. FONSECA, Benício Geraldo da. Representação gráfica de arquitetura entre continuidade e inovação. Arquitextos 132.04 in Vitruvius Arquitextos 132 ano 11 Maio 2011. ROCHA-PEIXOTO, Gustavo. A Estratégia da Aranha – Ou: da possibilidade de um ensino metahistórico 105


da arquitetura. Rio de Janeiro: Rio Book’s Editora, 2013. ROWE, Colin. The Mathematics of the Ideal Villa and other essays. Cambridge, Mass.: The MIT Press, 1976. SAHM, Estela (coord.). Os Desenhos da Arquitetura. Catálogo de exposição. Textos de Carlos A.F. Martins, Fernando Vazquez y Ramos, Renato L.S. Anelli. São CarlosSP: EESC-USP / SAP, 1995. SEGAWA, Hugo. As vertentes da invenção arquitetônica: arquiteturas da lógica, da beleza, onde nada sobra e nada falta. Projeto-Design, São Paulo, n. 198, p. 4; 28-39, jul. 1996. ZEIN, Ruth Verde. Brutalist Connections. São Paulo: Altamira Editorial, 2014.

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9. ANEXOS

É válido ressaltar que, por sugestão apresentadas nas críticas do relatório parcial da pesquisa, alguns tópicos foram retirados para não exceder o caráter desta pesquisa de iniciação científica. Para tanto, a classificação das obras de Marcos Acayaba e Frank Lloyd Wright foram suspensas. Segue abaixo alguns resultados que foram complementares e indispensáveis na pesquisa.

CRONOLOGIA DA VIDA E DAS OBRAS DE FRANK LLOYD WRIGHT

1867: Frank Lloyd Wright nasce em 8 de Junho em Richland Center, Wisconsin. Filho da professora Anna Lloyd Jones e do pastor William Carey Wright. Sua infância foi nômade, devido às responsabilidades pastorais de seu pai, viajava frequentemente tendo se estabelecido em diversas cidades, como: McGregor (Iowa), Pawtucket (Rhode Island) e Weymouth (Massachusetts). 1876: Visita à Exposição Centenária de Filadélfia, onde a Sr. Wright tomou conhecimento das teorias educacionais do alemão Friedrich Froebel – os lendários Froebel Kindergarten Gifts, ou “blocos Froebel”. A teoria básica consistia em ensinar às crianças, por intermédio de jogos criadores, a adquirir a experiência dos objetos, das cores, da estrutura, das causas e efeitos. Desta forma, Anna Lloyd Wright instava em sua residência uma pequena escola de brinquedos froebeliana particular que, segundo FLLW, foram essenciais para o desenvolvimento de noções de módulos e geometrias espaciais. 1878: A família Wright muda-se para Madison, Wisconsin. 1885: Devido ao abandono do pai e às dificuldades financeiras consequentes, Wright começa a passar os verões trabalhando na fazenda de seu tio James Lloyd Jones em Spring Green. Ao passar um significativo tempo em contato com a terra, Wrigth começa a observar a natureza como uma mestra admirável. Além dos trabalhos de verão, Frank Lloyd Wright ainda adolescente, consegue um emprego como empreiteiro em Madison com Allen Conover. Simultaneamente, frequentava a Universidade de Wisconsin estudando Engenharia Civil. Também se envolveu no trabalho da construção da capela da família Lloyd Jones – (01) Unity Chapel, próxima à Spring Green, cujo arquiteto oficial era Joseph L. Silsbee. 1887: Wright abandona o escritório de Allen Conover e a universidade e muda-se para Chicago. Emprega-se no escritório do arquiteto Joseph Lyman Silsbee. Trabalhou menos de um ano com o arquiteto, porém fora influenciado de forma considerável. Desempenha papel importante na concepção do (01) Edifício nº1 da Hillside Home School. 1888: Frank Lloyd Wright é contratado por Louis H. Sullivan no escritório Adler & Sullivan em Chicago. Sullivan escrevia e falaca de uma nova arquitetura democrática, cuja forma decorreria naturalmente da estrutura, do material e da função. Wrigth colabora com o projeto do (01) Auditorium Building, tam109


bém em Chicago. E este, coloca o arquiteto em contato com o que era o vocabulário do Art Nouveau que, como Sullivan, acreditava em uma honestidade no desenho e viam nas formas da natureza uma série completa de princípios que determinariam inevitavelmente essa nova honestidade de expressão. Segundo Peter Blake, Frank Lloyd Wright começou a ver através do rendilhado dos ornamentos de Sullivan no Auditórium e em outras construções, uma grande verdade arquitetônica, um princípio a que iria chamar de arquitetura orgânica. Além disso, Wright foi responsável por quase todos os trabalhos residenciais que saíam dos escritórios de Adler & Sullivam de 1888 em diante. 1889: Torna-se chefe do Planning and Designing Department da Adler & Sullivan. Casa-se com Catherine Lee Tobin e projeta sua própria casa, em Oak Park – (01) Frank Lloyd Wright Home, Oak Park, IL. Este projeto integra residência e estúdio, o qual será berço para o desenvolvimento dos projetos das prairie houses, sofreu sucessivas mudanças até 1909. 1890: Wright se torna responsável por todos projetos residenciais encomendados no escritório Adler & Sullivan. Projetos: (01) House for James Charnley, Ocean Springs, MI; (02) House for W.S. MacHarg, Chicago, IL; (03) Cottage and Stable for Louis Sullivan, Ocean Springs, MI. 1891: Projetos: (01) House for James Charnley, Chicago, IL. Este projeto, segundo Peter Blake, foi considerado o projeto revelador do talento pessoal de Frank Lloyd Wright. 1892: Projetos: (01) House for George Blossom, Chicago, IL; (02) House for W. Irving Clark, La Grange, IL; (03) House for Robert Emmond, La Grange, IL; (04) House for Thomas Gale, Oak Park, IL; (05) House for Dr. Allison Harlan, Chicago, IL (demolida); (06) House for Robert Parker, Oak Park, IL; (07) House for Albert Sullivan, Chicago, IL (demolida). 1893: Frank Lloyd Wright abandona o escritório de Adler & Sullivan e inicia a prática profissional independente. Projetos: (01) House for Walter Gale, Oak Park, IL; (02) Cottage for Robert Lamp, Madison, WI (demolida); (03) Lake Mendota Boathouse, Madison, WI (demolida); (04) House and Stables for William H. Winslow, River Forest, IL; (05) House for Francis Wooley, Oak Park, IL; (06) Playroom addition on Wright’s Oak Park Residence. 1894: Primeira exposição da obra de Wright, realizada no Chicago Architectural Club. Projetos: (01) House for Frederick Bagley, Hinsdale, IL; (02) House remodeling for Dr. H.W. Bassett, Oak Park, IL (demolida); (03) House for Peter Goan, LaGrange, IL; (04) Four Houses for Robert Roloson, Chicago, IL. 110


1895: Segunda exposição de Wright no Chicago Architectural Club. Projetos: (01) Francis Apartments for Terre Haute Trust Company, Chicago, IL (demolido); (02) Francisco Terrace Apartments for Edward C. Waller, Chicago, IL; (03) House for Nathan G. Moore, Oak Park, IL; (04) Edward C. Waller Apartments, Chicago, IL (demolido); (05) House for Chauncey Williams, River Forest, IL; (06) House Remodeling for H.P. Young, Oak Park, IL. 1896: Escreveu a palestra Architecture, Architect, and Client. Projetos: (01) House for H.C. Goodrich, Oak Park, IL; (02) House for Isidore Heller, Chicago, IL; (03) House Remodeling and Stables for Charles E. Roberts, Oak Park, IL; (04) Romeo and Juliet Windmill Tower, Spring Green, WI; (05) House for George Smith, Oak Park, IL. 1897: Move seu escritório para Steinway Hall em Chicago. Projetos: (01) House for George Furbeck, Oak Park, IL; (02) Boathouse for Henry Wallis, Lake Delavan, WI (demolido). 1898: Exposição dos trabalhos de Wright no Chicago Architectural Club. Executou o projeto para (01) River Forest Golf Club, River Forest, IL (demolido). 1899: Exposição dos trabalhos de Wright no Chicago Architectural Club. Projetos: (01) House for Joseph Husser, Chicago, IL (demolido); (02) House remodeling for Edward C. Waller, River Forest, IL.(demolido). 1900: Exposição dos trabalhos de Wright no Chicago Architectural Club. Escreveu as palestras The Architect, A Philosophy of Fine Art e What is Architecture. Além disso, escreveu sobre as gravuras japonesas e a sobre a cultura do Japão. Neste período, C. R. Ashbee, personagem proeminente do movimento Arts ans Crafts na Inglaterra, viaja aos Estados Unidos da América e se encontra com Wright. Além disso, o arquiteto começa a divulgar os princípios básicos da praire house – são assim chamadas devido ao desenho, um dominante plano horizontal colado à terra que, em Illinois, significa o plano da prairie, da planície.Projetos: (01) House for William Adams, Chicago, IL; (02) House for Harley Bradley, Kankakee, IL; (03) Summer Cottage for Stephen A. Foster, Chicago, IL; (04) House for Warren Hickox, Kankakee, IL; (05) Boathouse for Fred B. Jones, Lake Delavan, WI; (06) House Remodeling and Garage for Warren McArthur, Chicago, IL; (07) Summer Cottage for E.H. Pitkin, Sapper Island, Desbarats, Ontario, Canada; (08) Summer Cottage for Henry Wallis, Lake Delavan, WI. 1901: Exposição dos trabalhos de Wright no Chicago Architectural Club. Escreve a palestra The Art and Craft of the Machine. Projetos: (01) House for E. Arthur Davenport, River Forest, IL; (02) House for William Fricke, Oak Park, IL; (03) House for F.B. Henderson, Elmhurst, IL; (04) House for Fred B. 111


Jones, Lake Delavan, WI; (05) River Forest Golf Club Additions, River Forest, IL (demolido); (06) House for Frank Thomas, Oak Park, IL; (07) Gatehouse for Henry Wallis, Lake Delavan, WI; (08) House for Ward W. Willits, Highland Park, IL; (09) Poultry House, Stables, and Gates for Edward C. Waller, River Forest, IL (demolido). (10) Executou também um Pavilhão de exposições para a Universal Portland Cement Company, Buffalo, NY. 1902: Exposição dos trabalhos de Wright no Chicago Architectural Club. Projetos: (01) House for Susan Lawrence Dana, Springfield, IL; (02) Double Cottage for George Gerts, Whitehall, MI; (03) Cottage for Walter Gerts, Whitehall, MI; (04) House for Arthur Heurtley, Oak Park, IL; (05) House Remodeling for Arthur Heurtley, Les Cheneaux Club, Marquette Island, MI; (06) Hillside Home School, Spring Green, WI; (07) House for Francis W. Little, Peoria, IL (demolido); (08) House for William E. Martin, Oak Park, IL; (09) House for Charles R. Ross, Lake Delavan, WI; (10) House for George W. Spencer, Lake Delavan, WI; (11) Projeto para o Yahara Yacht Club, Madison, WI – um dos projetos mais acentuadamente modernos na fase primordial de Wright. 1903: Projetos: (01) Abraham Lincoln Center for Jenkin Lloyd Jones, Chicago, IL; (02) House for George Barton, Buffalo, NY; (03) House for Edwin H. Cheney, Oak Park, IL; (04) Barn, Stables and Gatehouse for Fred B. Jones, Lake Delavan, WI; (05) Larkin Company Administration Building, Buffalo, NY (demolido); (06) Scoville, Park, Fountain, Oak Park, IL; (07) House for J.J. Walser, Chicago, IL. 1904: Projetos: (01) House for Robert M. Lamp, Madison, WI; (02) House for Darwin D. Martin, Buffalo, NY; (03) Unity Temple, Oak Park, IL; (04) House for Burton J. Westcott, Springfield, OH. 1905: Wright e sua esposa, Catherine, fazem sua primeira viagem ao Japão, acompanhado por clientes de Wright Sr. e Sra. Ward Willits. Inicia sua coleção de objetos de arte japonesa e intensifica sua relação com a cultura do Japão. Projetos: (01) House for Mary M.W. Adams, Highland Park, IL; (02) House for Hiram Baldwin, Kenilworth, IL; (03) House for Charles E. Brown, Evanston, IL; (04) Real Estate Office for E.A. Cummings, River Forest, IL (demolido); (05) E-Z Polish Factory for William E. and Darwin Martin, Chicago, IL; (06) Three Summer Cottages for Mrs. Thomas Gale, Whitehall, MI; (07) House for W.A. Glasner, Glencoe, IL; (08) House for Thomas P. Hardy, Racine, WI; (09) House for William R. Heath, Buffalo, NY; (10) House for A.P. Johnson, Lake Delavan, WI; (11) Lawrence Memorial Library, Dana House, Springfield, IL; (12) Gardener’s Cottage for Darwin D. Martin, Buffalo, NY; (13) Rookery Building, Interior Remodeling, Chicago, IL; (14) Bank for Frank L. Smith, Dwight, IL. 112


1906: Wright exibe sua coleção de estampas japonesas Hiroshige no Instituto de Arte de Chicago. Projetos: (01) House Remodeling for P.A. Beachy, Oak Park, IL; (02) House for K.C. DeRhodes, South Bend, IN; (03) House for Grace Fuller, Glencoe, IL (demolido); (04) House for A.W. Gridley, Batavia, IL; (05) House for E.R. Hills, Oak Park, IL; (06) House for P.D. Hoyt, Geneva, IL; (07) House for George Madison Millard, Highland Park, IL; (08) House for Frederick Nicholas, Flossmoor, IL; (09) Pettit Mortuary Chapel, Belvidere, IL; (10) River Forest Tennis Club, River Forest, IL; (11) House for Frederick C. Robie, Chicago, IL; (12) House Remodeling for C. Thaxter Shaw, Montreal, Canada (demolido). 1907: Exposição dos trabalhos de Wright no Chicago Architectural Club. Projetos: (01) Garage for George Blossom, Chicago, IL; (02) House for Avery Coonley, Riverside, IL; (03) House Remodeling for Col. George Fabyan, Geneva, IL; (04) Fox River Country Club Remodeling, Geneva, IL (demolido); (05) House for Stephen M.M. Hunt, La Grange, IL; (06) Larkin Company Exhibition Pavilion, Jamestown, VA (demolido); (07) Emma Martin House Additions to the Fricke House, Oak Park, IL; (08) Pebbles and Balch Remodeled Shop, Oak Park, IL (demolido); (09) Tan-y-deri House for Andrew Porter, Spring Green, WI; (10) House for F.F. Tomek, Riverside, IL. 1908: O filósofo alemão Kuno Franke encontra-se com Wright em Oak Park para conhecer suas obras. Este foi o começo do processo que levaria à publicação do catálogo Wasmuth. Além disso, as gravuras japonesas da coleção de Wright são exibidas com outras coletâneas em uma grande exposição no Instituto de Arte de Chicago. Projetos: (01) House for E.E. Boynton, Rochester, NY; (02) Bitter Root Inn, near Darby, MT (demolido); (03) Browne’s Bookstore, Chicago, IL (demolido); (04) Como Orchards Summer Colony, Darby, MT; (05) House for Walter V. Davidson, Buffalo, NY; (06) House for Robert W. Evans, Chicago, IL; (07) House for Eugene A. Gilmore, Madison, WI; (08) House for L.K. Horner, Chicago, IL (demolido); (09) House for Meyer May, Grand Rapids, MI; (10) House for Isabel Roberts, River Forest, IL; (11) House for Dr. G.C. Stockman, Mason City, IA; (12) Garage for William H. Copeland, Oak Park, IL. 1909: Frank Lloyd Wright deixa seu escritório, abandona Catherine Tobin e viaja à Europa acompanhado de Mamah Borthwick Cheney, deixando ao arquiteto Herman von Holst a tarefa de completar eventuais projetos e obras pendentes. O objetivo da viagem, era supervisionar a edição do catálogo sobre sua obra a ser publicado por Ernst Wasmuth na Alemanha. Projetos: (01) House for J.H. Amberg, Grand Rapids, MI; (02) House for Frank J. Baker, Wilmette, IL; (03) City National Bank and Hotel, Mason City, IA; (04) Robert Clark House Additions to the Little House, Peoria, IL; (05) House Remodeling for Dr. W.H. Copeland, Oak Park, IL; (06) House for Mrs. Thomas Gale, Oak Park, IL; (07) House for Kibben Ingalls, River Forest, IL; (08) House for E.P. Irving, Decatur, IL; (09) House for 113


Robert Mueller, Decatur, IL; (10) House for Oscar M. Steffens, Chicago, IL (demolido); (11) House for George Stewart, Montecito, CA; (12) Stohr Arcade and Shops, Chicago, IL (demolido); (13) Thurber’s Art Gallery, Fine Arts Building, Chicago, IL (demolido); (14) Bathing Pavilion for Edward C. Waller, Charlevoix, MI; (15) House for J.R. Ziegler, Frankfort, KY. 1910: Wright visita Berlim, a Áustria, a França e a Itália, estabelecendo-se na cidade de Fiesole para preparar textos e desenhos do catálogo Wasmuth. Segundo Fujioka, neste ano é lançado o catálogo-portfólio de desenhos Ausgefuhrte Bauten and Entwurfe von Frank Lloyd Wright em Berlim, por Ernst Wasmuth. Wright continua percorrendo a Europa e entrando em contato com as vanguardas do Art-Nouveau. Projetos: (01) Blythe-Markley City National Bank Building and Hotel (1909) e (02) Law Office Remodeling (1910), Mason City, Iowa (demolido); (03) Universal Portland Cement Company Exhibition Pavilion, Madison Square Garden, New York (demolido). 1911: Lançamento do catálogo Ausgefuhrte Bauten and Entwurfe von Frank Lloyd Wright. Neste ano, Hendrik-Petrus Berlage visita as obras de Wright nos EUA e torna-se um divulgador do arquiteto. Wright começa a construir uma nova casa e estúdio perto de Spring Green, WI. Ele chama o complexo Taliesin. Projetos: (01) House for Herbert Angster, Lake Bluff, IL (demolido); (02) House for O.B. Balch, Oak Park, IL; (03) Banff Park Pavilion, Banff National Park, Alberta Canada (demolido); (04) Playhouse, Gardener’s Cottage and Stables for Avery Coonley, Riverside, IL; (05) Lake Geneva Inn, Lake Geneva, WI (demolido). 1912: Wright abre um escritório do edifício Orchestra Hall em Chicago. Projetos: (01) House for William B. Greene, Aurora, IL; (02) House for Francis W. Little, Wayzata, MN; (03) Park Ridge Country Club Remodeling, Park Ridge, IL (demolido). 1913: Wright visita o Japão visando garantir a comissão do projeto e da construção do Hotel Imperial. Projetos: (01) House for Harry S. Adams, Oak Park, IL; (02) Midway Gardens, Chicago, IL (demolido); 1914: Uma fatalidade ocorre envolvendo um servente que assassina Mamah Cheney e seis outras vítimas. Neste acontecimento, houve ainda o incêndio do Taliesin. Wright conhece Miriam Noel, a qual se casará posteriormente. Projetos: (01) Taliesin II, Spring Green, WI; (02) Oriental Art Studio, Chicago, IL. 1915: Wright viaja ao Japão com Miriam Noel e abre um escritório em Tokyo. Projetos: (01) House for Emil Bach, Chicago, IL; (02) House for Sherman Booth, Glencoe, IL; (03) House for E.D. Brigham, 114


Glencoe, IL; (04) A.D. German Warehouse, Richland Center, WI; (05) Imperial Hotel, Tokyo, Japan (demolido); (06) Ravine Bluffs Bridge and Housing, Glencoe, IL. 1916: Enquanto trabalhava no Hotel Imperial, Wright faz várias viagens de volta aos EUA para supervisionar trabalhos em curso. Projetos: (01) House for Joseph Bagley, Grand Beach, MI; (02) House for Frederick C. Bogk, Milwaukee, WI; (03) House for W.S. Carr, Grand Beach, MI; (04) Duplex Apartments for Arthur Munkwitz, Milwaukee, WI (demolido); (05) Duplex Apartments for Richards Company, Milwaukee, WI; (06) Two Small Houses for Arthur L. Richard, Milwaukee, WI; (07) House for Ernest Vosburgh, Grand Beach, MI; (08) Hollyhock House for Aline Barnsdall, Los Angeles, CA. 1917: Projetos: (01) House for Henry J. Allen, Wichita, KS; (02) House of Aisaku Hayashi, Tokyo, Japan; (03) House for Stephen M.B. Hunt, Oshkosh, WI. 1918: Wright viaja à China para supervisionar a manufatura dos tapetes desenhados por ele para o Hotel Imperial. Aproveita e entra em contato com monumentos e tesouros da arte da China, sendo hóspede do Dr. Ku Hung Ming, escritor celebrado. Projetos: (01) House for Arinobu Fukuhara, Hakone, Japan (demolido/terremoto); (02) House for Tazaemon, Yamamura, Ashiya, Japan; 1919: Wright recebe sua primeira citação, "Kenchiko Ho ", conferido pela Casa Imperial. 1920: Projetos: (01) Residence A for Aline Barnsdall, Los Angeles, CA. 1921: Projetos: (01) Jiyu Gakuen School, Tokyo, Japan; (02) Residence B for Aline Barnsdall, Olive Hill, Los Angeles, CA. 1922: Wright se divorcia de Catherine. Projetos: (01) Harper Avenue Studio for Frank Lloyd Wright, Los Angeles, CA; (02) House for Charles Ennis, Los Angeles, CA; (03) House for Samuel Freeman, Los Angeles, CA; (04) La Miniatura House for Alice Millard, Pasadena, CA. 1923: Wright abre um escritório em Los Angeles. Começa a desenvolver a construção das casas em bloco têxtil iniciando a sua fase textile-block. Projetos: (01) House rebuilding for Nathan C. Moore, Oak Park, IL; (02) House for John Storer, Los Angeles, CA. 1924: Wright retorna a Taliesin II – reconstruída após o incêndio, e separa-se de Miriam Noel. Começa um relacionamento com Olga Lazovich, importante para a fundação da Taliesin Fellowship e Taliesin West. Louis Sullivan falece e pouco antes de falecer, mostra à Wright seu último livro: A System of Ar115


chitectural Ornament. Projeto: (01) Nakoma Country Club, Madison, WI. 1925: Segundo grande incêndio ocorre em Taliesin, o qual é novamente reconstruído. Projetos: (01) Taliesin III, Spring Green, WI. 1927: Wright é nomeado membro honorário das Royale des Beaux Arts Academie, Bélgica. Projetos: (01) Arizona Biltmore Hotel and Cottages, Phoenix, AZ; (02) Greycliff House for Darwin D. Martin, Derby, NY; (03) Ras-el-Bar, Beach Cottages, Damyat, Egypt (demolido). 1928: Wright se casa com Olgivanna encerrando um período de crise pessoal marcado por divórcios e escândalos públicos. Este fato é relevante uma vez que acarretaram na perda de projetos e clientes. Wright Inc. é formada por um grupo de amigos de Wright que obtiverem título da Taliesin para Wright – retirada em 1926 pelo Bank of Wisconsin devido ao endividamento de Wright. Projetos: (01) Ocotilla – Resort, Chandles, AZ. 1929: Wright é eleito um Membro Honorário Extraordinário da Akademie der Kunst, em Berlim. Crise da Bolsa de Valores de Nova York a qual mergulha os EUA em uma profunda crise financeira. Projetos: (01) Camp Cabins for the Chandler Land Improvement Co. Chandler, AZ (demolido); (02) House for Richard Lloyd Jones, Tulsa, OK. 1930: Devido à crise de 1929 poucos projetos são realizados nesse período. Wright começa então, a proferir palestrar e conferências. 1931: Viagem ao Rio de Janeiro como convidados da União Pan-Americana para julgar uma série de projetos para o Concurso de Projetos Farol de Colombo. 1932: Wright é nomeado membro honorário da Academia Nacional do Brasil. Projetos: (01) Taliesin Fellowship Complex, Spring Green, WI. 1933: Projetos: (01) Hillside Playhouse, Spring Green, WI; (02) House for Malcolm Willey, Minneapolis, MN. 1934: Projetos: (01) Construção da maquete da Broadacre City, Chandler, AZ; (02) The completed model is exhibited at the Industrial Arts Exposition at Rockefeller Center, New York City; (03) Fallingwater House for Edgar J. Kaufmann, Bear Run, PA 116


1936: Construção da primeira usonian house. Neste período, Wright divulga os conceitos de arquitetura orgânica e da usonian home. Projetos: (01) Honeycomb House for Paul R. and Jean Hanna, Stanford, CA; (02) House for Herbert Jacobs, Madison, WI; (03) SC Johnson Administration Building, Racine, WI; (04) Deertrack House for Mrs. Abby Beecher Roberts, Marquette, MI. 1937: Wright é convidado pela União Soviética para participar da Conferência Mundial dos Arquitetos. Adquire cerca de 800 hectares de terras do governo perto de Phoenix, AZ, e concepção e construção de Taliesin West começa. O Taliesin Fellowship começa a sua migração anual entre Wisconsin e Arizona. Projetos: (01) Wingspread House for Herbert F. Johnson, Racine, WI; (02) Office for Edgar J. Kaufmann, Pittsburgh, PA; (03) House for Ben Rebhuhn, Great Neck Estates, NY; (04) Taliesin West, Scottsdale, AZ. 1938: Período de retomada da produção de projetos em Taliesin. A economia ainda encontrava-se em abalada, mas com algumas melhoras por meio das iniciativas do New Deal. Projetos: (01) Florida Southern College Master Plan for Dr. Ludd M. Spivey, Lakeland, FL; (02) Anne Pfeiffer Chapel, Florida Southern College, Lakeland, FL; (03) House for Ralph Jester, Palos Verdes, California (projeto) mais tarde executado por Arthur E. and Bruce Brooks Pfeiffer, Scottsdale, AZ; (04) Guest House for Edgar J. Kaufmann, Bear Run, PA; (05) House for Charles Manson, Wausau, WI; (06) Midway Barns and farm buildings, Taliesin, Spring Green, WI; (07) Sun Top Homes for Otto Mallery and the Todd Company, Ardmore, PA. 1939: Wright viaja à Londres para uma série de palestras proliferando o conceito de arquitetura orgânica. É concedido um mestre honorário das artes pela Universidade de Wesleyan em Middletown, CT. As usonian houses atingem seu período áureo, com exemplos de grande variabilidade de solução de plantas e expressões construtivas. Projetos: (01) House for Andrew F. H. Armstrong, Ogden Dunes, IN; (02) House for Sidney Bazett, Hillsborough, CA; (03) House for Joseph Euchtman, Baltimore, MD; (04) House for Lloyd Lewis, Libertyville, IL; (05) House for Rose and Gertrude Pauson, Phoenix, AZ; (06) House for John C. Pew, Madison, WI. 1940: The Work of Frank Lloyd Wright, uma grande exposição retrospectiva, é realizada no Museu de Arte Moderna de Nova York. Wright funda a Frank Lloyd Wright Foundation. Projetos: (01) House for Gregor Affleck, Bloomfield Hills, MI; (02) House for Theodore Baird, Amherst, MA; (03) House for James Christie, Bernardsville, NJ; (04) Community Church, Kansas City, MO; (05) Seminar Buildings, Florida Southern College, Lakeland, FL; (06) Gatehouse for Arch Oboler, Malibu, CA; (07) House for Loren Pope, Falls Church, VA; (08) House for Stanley Rosenbaum, Florence, AL; (09) House for Bernard Schwartz, Two Rivers, WI; (10) Auldbrass House and Plantation buildings 117


for Leigh Stevens, Yemassee, SC; (11) House for George Sturges, Brentwood Heights, Los Angeles, CA; (12) House for Katherine Winckler and Alma Goetsch, Okemos, MI; (13) House for Clarence Sondern, Kansas City, MO. 1941: Wright é nomeado membro honorário do Royal Instituteof British Architectse e recebe The Royal Gold Medal for Architecture; as honras são conferidas pelo rei George VI. Wright é premiado com a Cadeira Sir George Watson do Royal Institute of British Architects e honraria acadêmica conhecida pela Manor Board Sulgrave. Com a entrada dos Estados Unidos da América na II Guerra Mundial, todas as atividades da construção civil são interrompidas e os esforços são destinados às atividades relativas à guerra.Projetos: (01) Roux Library, Florida Southern College, Lakeland, FL; (02) House for Roy Peterson, Racine, WI (projeto) posteriormente executada por Haddock, Ann Arbor, MI (1979); (03) Retreat for Arch Obolor, Malibu, CA; (04) House for Stuart Richardson, Glen Ridge, NJ; (05) Snowflake House for Carlton D. Wall, Detroit, MI. 1942: Wright é nomeado membro honorário da National Academyof Architects no Uruguay. Projetos: (01) Cloverleaf Housing, Pittsfield, MA; (02) Cooperative Homesteads, Detroid, MI. 1943: Wright é nomeado membro honorário da National Academy of Architects no México. Projetos: (01) Solomon R. Guggenheim Museum, New York, NY; (02) Farm Unit for Lloyd Lewis, Libertyville, IL. 1944: Projetos: (01) Solar Hemicycle House for Herbert Jacobs, Middleton, WI; (02) SC Johnson Wax Research Tower, Racine, WI. 1945: Projetos: (01) Administration Building, Florida Southern College, Lakeland, FL; (02) Lodge for Arnold Friedman, Pecos, NM; (03) House for Lowell Walter, Cedar Rock, Quasqueton, IA; (04) Taliesin Dams, Spring Green, WI. 1946: Frank Lloyd Wright entra no período mais produtivo de sua carreia, mesmo apresentando já uma idade avançada. Projetos: (01) House for Amy Alpaugh, Northport MI; (02) Esplanades, Florida Southern College, Lakeland, FL; (03) House for Douglas Grant, Cedar Rapids, IA; (04) House for Chauncey Griggs, Tacoma, WA. 1947: Projetos: (01) House for Dr. A.H. Bulbulian, Rochester, MN; (02) Dairy and Machine Shed, Midway Barns, Taliesin, Spring Green, WI; (03) Parkwyn Village Housing Master Plan, Kalamazoo, MI; (04) Usonia II Housing Master Plan, Pleasantville, NY. (05) House for Dr. Alvin Miller, Charles 118


City, IA; (06) House for Melvyn Maxwell Smith, Bloomfield Hills, MI; (07) Unitarian Meeting House, Shorewood Hills, WI. 1948: Projetos: (01) House for Albert Adelman, Fox Point, WI; (02) House for Carroll Alsop, Oskaloosa, IA; (03) House for Erling Brauner, Okemos, MI; (04) House for Maynard Buehler, Orinda, CA; (05) House for Samuel Eppstein, Galesburg, MI; (06) House for Sol Friedman, Usonia II, Pleasantville, NY; (07) House for Willis Hughs, Jackson, MS; (08) House for Herman T. Mossberg, South Bend IN; (09) House for Jack Lamberson, Oskaloosa, IA; (10) House for Robert Levin, Kalamazoo, MI; (11) House for Curtis Meyer, Galesburg, MI; (12) House for Eric Pratt, Galesburg, MI; (13) House for David Weisblatt, Galesburg, MI; (14) House for Charles T. Weltzheimer, Oberlin, OH; (15) House for Mrs. Clinton Walker, Carmel, CA; (16) Sun Cottage for Iovanna Lloyd Wright, Taliesin West, Scottsdale, AZ. 1949: Wright é nomeado membro honorário da American Natonal Institute of Arts and Letters. Recebe o Gold Metal do AIA – American Institute of Architects, no Texas. Recebe o Gold Metal do Depto. Filadélfia do AIA - American Institute of Architects. E o Honarary Degree for the Advancement of Art. Wright é atribuído um doutoramento honoris causa pela Peter Cooper Foundation para o Advancement of Art. Projetos: (01) House for Howard Anthony, Benton Harbor, MI; (02) House for Eric Brown, Kalamazoo, MI; (03) House for James Edwards, Okemos, MI; (04) House for Kenneth Laurent, Rockford, IL; (05) House for Ward McCartney, Kalamazoo, MI; (06) House for Henry J. Neils, Minneapolis, MN; (07) House for Edward Serlin, Usonia II, Pleasantville, NY. 1950: Wright é honrado com a atribuição do Doctor of Laws pela Florida Southern College. E recebe a premiação Centennial Award pela revista Popular Mechanics. Projetos: (01) House for Robert Berger, San Anselmo, CA; (02) House for Raymond Carlson, Phoenix, AZ; (03) House for John O. Carr, Glenview, IL; (04) House for Dr. Richard Davis, Marion, IN; (05) House for S.P. Elam, Austin Minnesota; (06) House for John A. Gillin, Dallas, Texas; (07) House for Dr. Ina Harper, St. Joseph, MI; (08) House for John Haynes, Fort Wayne IN; (09) House for Thomas E. Keys, Rochester, MN; (10) House for Arthur Mathews, Atherton, CA; (11) House for Robert Muirhead, Plato Center, IL; (12) House for William Palmer, Ann Arbor, MI; (13) House for Wilbur Pearce, Bradbury, CA; (14) House for Don Schaberg, Okemos, MI; (15) House for Seymour Shavin, Chattanooga, TN; (16) House for Richard Smith, Jefferson, WI; (17) Southwest Christian Seminary for Peyton Canary, Glendale, AZ (projeto) posteriormente executado por the First Christian Church, Phoenix, AZ (1973); (18) House for Karl A. Staley, North Madison, OH; (19) House for J.A. Sweeton, Cherry Hill, NJ; (20) House for Robert Winn, Kalamazoo, MI; (21) House for David Wright, Phoenix, AZ; (22) House for Isadore J. Zimmerman, Manchester, NH. 119


1951: Wright, em associação com a Taliesin Fellowship, constroem a exposição Sixty Years of Living Architecture. Recebe a medalha Medici conferida pela cidade de Florença. É concedido com a Star of Solidarity conferida no Palácio de Doges, em Veneza. Projetos: (01) House for Benjamin Adelman, Phoenix, AZ; (02) House for Gabrielle Austin, Greenville, SC; (03) Summer Cottage for A.K. Chahroudi, Lake Mahopac, NY; (04) House for W.L. Fuller, Pass Christian, MS; (05) House for Charles F. Glore, Lake Forest, IL; (06) House for Patrick Kinney, Lancaster, WI; (07) House for Russell Kraus, Kirkwood, MO; (08) House for Roland Reisley, Usonia II, Pleasantville, NY; (09) House for Dr. Nathan Rubin, Canton, OH; (10) Wetmore Auto Service Station Remodeling, Ferndale, MI;(11) House for Liliane and Edgar J. Kaufmann, Palm Springs, CA. 1952: Exposição Sixty Years of Living Architecture deixa Florença e percorre Zurique, Paris, Munique e Rotterdam. Projetos: (01) Anderton Court Shops, Beverly Hills, CA; (02) House for Quentin Blair, Cody, WY; (03) House for Ray Brandes, Issaquah, WA; (04) Hillside Theatre, Spring Green, WI; (05) House for George Lewis, Tallahassee, FL; (06) House for R.W. Lindholm, Cloquet, MN; (07) House for Luis Marden, McLean, VA; (08) House for Arthur Pieper, Paradise Valley, AZ; (09) Price Tower for the H.C. Price Company, Bartlesville, OK; (10) House for Frank Sander, Stamford, CT; (11) Studio-Residence for Archie Teater, Bliss, ID. 1953: Exposição Sixty Years of Living Architecture se apresenta na Cidade do México e em Nova York. Wright é nomeado membro honorário da Akademie Royal des Beaux Arts, em Stockholm, e membro honorário da National Academy of Filand. FLLW também participa da Exposição Geral de Arquitetos da II Bienal de Artes de São Paulo. Projetos apresentados: torre-laboratório da Johnson Wax Company, as usonian houses – Herbert Jacobs e Sol Friedman e a VC Morris Store. Projetos: (01) Cottage for Jorgine Boomer, Phoenix, AZ; (02) House for Andrew B. Cooke, Virginia Beach, VA; (03) House for John Dobkins, Canton, OH; (04) Science and Cosmography Building, Florida Southern College, Lakeland, FL; (05) House for Lewis Goddard, Plymouth, MI; (06) House for Louis Penfield, Willoughby Hills, OH; (07) House for Harold Price, Jr., Bartlesville, OK; (08) Riverview Terrace Restaurant, Spring Green, WI; (09) House for Robert Llewellyn Wright, Bethesda, MD. 1954: Conclusão da exposição na Hollyhock House, em Los Angeles. Wright é premiado com a citação e a comenda Brown Metal do Franklin Institute of Philadelphia e atribuído o Honorary degree – Doctor of Fine Arts, Yale University. Projetos: (01) House for E. Clarke Arnold, Columbus, WI; (02) House for Bachman and Wilson, Millstone, NJ; (03) Beth Sholom Synagogue, Elkins Park, PA; (04) House for Cedric Boulter, Cincinnati, OH; (05) House for John E. Christian, West Lafayette, IN; (06) House for Ellis Feiman, Canton, OH; (07) Danforth Chapel, Florida Southern College, Lakeland, FL; (08) House for Louis B. Frederick, Barrington Hill, IL; (09) House for Dr. Maurice Greenberg, Dousman, WI; 120


(10) House for W.B. Tracy, Normandy Park, WA; (11) Auto Showroom for Max Hoffman, New York, NY; (12) House for Willard Keland, Racine, WI; (13) Grandma House for Harold Price, Paradise Valley, AZ; (14) House for Gerald Tonkens, Cincinnati, OH; (15) Hotel Plaza Apartment Remodeling for Frank Lloyd Wright, New York, NY. 1955: Á Wright é atribuído o Honorary degree – Doctor of Fine Arts, University of Wisconsin, Honorary degree – Techinische Hochschule, Darmstadlt na Alemanha, Honorary degree – ETH Technische e Hochschule Zurich, na Suiça. Wright abre escritório e residência na cidade de Nova York. Projetos: (01) Dallas Theatre Center for Paul Baker, Dallas, TX; (02) House for Randall Fawcett, Los Banos, CA; (03) House for Max Hoffman, Rye, NY; (04) House for Dr. Toufic Kalil, Manchester, NH; (05) Kundert Medical Clinic, San Luis Obispo, CA; (06) House for Don Lovness, Stillwater, MN; (07) House for T.A. Pappas, St. Louis, MO; (08) House for John Rayward, New Canaan, CT; (09) House for Robert H. Sunday, Marshaltown, IA; (10) House for I.N. Hagan, Chalkhill, PA; (11) House for Dr. Dorothy Turkel, Detroit MI; (12) House for William Thaxton, Houston, TX. 1956: Projetos: (01) Annunciation Greek Orthodox Church, Wauwatosa, WI; (02) House for Frank Bott, Kansas City, MO; (03) House for Allen Friedman, Bannockburn, IL; (04) House for Frank Iber, Stevens Point, WI; (05) House for Arnold Jackson, Beaver Dam, WI; (06) Lindholm Service Station, Cloquet, MN; (07) Clinic for Dr. Kenneth Meyers, Dayton, OH; (08) House for Joseph Mollica, Bayside, WI; (09) House for Carl Post, Barrington, IL; (10) Music Pavilion, Taliesin West, Scottsdale, AZ; (11) House for Dudley Spencer, Brandywine Head, DE; (12) House for Dr. Paul Trier, Des Moines, IA; (13) House for Eugene Van Tamelen, Madison, WI; (14) Wyoming Valley School, Wyoming Valley, WI. 1957: Wright é convidado a Bogodá a convite da Casa Real do Iraque com finalidade de projetar: uma casa de ópera, um centro cultural, um museu, uma universidade e um edifício do correio e telégrafos. Tais projetos não foram realizados uma vez que a monarquia iraniana foi deposta. Além de Bogotá, Wright visita Londres, Paris e o Cairo. Projetos: (01) House for William Boswell, Cincinnati, OH; (02) Clinic for Herman Fasbender, Hastings, MN; (03) House for C.E. Gordon, Aurora, OR; (04) Juvenile Cultural Study Center, University of Wichita, KS; (05) House for Sterling Kinney, Amarillo, TX; (06) House for James B. McBean, Rochester, MN; (07) Marin County Civic Center and Post Office, San Rafael, CA; (08) Rayward Playhouse for Victoria and Jennifer Rayward, New Canaan, CT; (09) House for Walter Rudin, Madison, WI; (10) House for Carl Schultz, St. Joseph, MI; (11) House for Dr. Robert Walton, Modesto, CA; (12) House for Duey Wright, Wausau, WI. 1958: Wright é condecorado com a Gold Metal pela National Concrete Masonry Association. Projetos: 121


(01) House for Dr. George Ablin, Bakersfield, CA; (02) Lockridge Medical Clinic, Whitefish, MT; (03) Cottage for Donald and Virginia Lovness, Stillwater, MN; (04) House for Paul Olfelt, St. Louis Park, MN; (05) Cottage for Seth C. Peterson, Lake Delton, WI; (06) Pilgrim Congregational Church, Redding, CA; (07) House for Don Stromquist, Bountiful, UT. 1959: Wright começa a trabalhar em uma história da arquitetura para jovens - The Wonderful World of Architecture. Wright morre em 9 de Abril no Arizona e é enterrado no cemitério da Unity Chapel em 12 de Abril. Por volta desta época, já havia produzido cerca de 638 projetos ao longo de uma brilhante carreira de 70 anos. Projetos: (1) House for Norman Lykes, Phoenix, AZ; (2) Grady Gammage Memorial Auditorium da Arizona State University, Tempe, AZ. 1964: Início da graduação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Universidade de São Paulo, FAU - USP, Brasil. 1965: Residência Archimedes Azevedo, Peruíbe, SP. 1966: Extensão universitária em Arquitetura Contemporânea da Casa Goethe. Instituto de Arquitetos do Brasil. 1967: Estagiário do Escritório Esnest Mange Ariaki Kato, Brasil. Projetos: (1) Conjunto Habitacional (3.000 unidades) para o Concurso Nacional de Escolas de Arquitetura promovido pelo BNH na IX Bienal de São Paulo, Butantã. São Paulo, SP. 1968: Estagiário no Centro de Pesquisa e Estudos Urbanísticos, CEPEU, Brasil. Projetos: (1) Plano Diretor de Bauru - projeto realizado no Centro de Pesquisas e Estudos Urbanísticos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo; Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. Projeto realizado em equipe com os arquitetos Arnaldo Martino, Antonio S. Bergamin, José Guilherme S. de Castro, Paulo Bruna, Alfred Tallaat, Ana Maria de Biase e Jurandir Bueno Filho, em concurso público, classificado em 1o lugar. São Paulo, SP; (2) Plano Geral para a Fazenda Codespar (Centro Comunitário, Hospital, Escola, Clube, Igreja e Sede). Santana do Araguaia, PA. 1969: Conclusão da graduação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Universidade de São Paulo, FAU - USP, Brasil. Projetos: (1) Residência Zacarias L. Amaral, Sumaré. São Paulo, SP. 1970: Projetos: (1) Plano Piloto do Parque de Exposições da Secretaria de Agricultura do Estado 122

CRONOLOGIA DA CARREIRA E DAS OBRAS DE MARCOS ACAYABA


do Rio Grande do Sul, Concurso Nacional. Projeto classificado em 3º lugar. Esteio, RS; (2) Residência José Carlos Marques, Jardim Marajoara. São Paulo, SP; (3) Centro Paroquial para "A Lareira", Paraíso. São Paulo, SP; (4) Haras Pindorama, Cabreúva, SP. 1971: Extensão universitária em Estruturas. Instituto de Arquitetos do Brasil; Extensão universitária em História da Arte. Museu de Artes de São Paulo. Projetos: (1) Sede da Federação Paulista de Judô, São Paulo, SP; (2) Edifício de Apartamentos para Imobiliária Trabulsi, Al. Jaú, Cerqueira César. São Paulo, SP. 1972 – 1976: Professor Assistente da Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Projetos: (1) Edifício de Apartamentos para Rosa Maluf Milan, Rua Conêgo Eugênio Leite, Cerqueira César. São Paulo, SP; (2) Residência Marlene Milan Acayaba, Cidade Jardim. São Paulo, SP; (3) Residência Luís D. Villares. Ilhabela, SP. 1973 – 1998: Pós Graduação em Estruturas Ambientais Urbanas. Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Projetos: (1) Conjunto de 4 residências para o Sr. Maurício Grostein, Alto da Boa Vista. São Paulo, SP; (2) Residência Joaquim Nogueira Acayaba, Jardim Marajoara. São Paulo, SP; (3) Residência João Carlos B. Mateus, Morumbi, São Paulo, SP. 1974: Projetos: (1) Edifício para escritório, lojas e garagens na Av. Paulista, São Paulo, SP; (2) Sede da Fazenda Pindorama para Lívio Malzoni, Cabreúva, SP; (3) Residência para Maurício Grostein, Chácara Monte Alegre. São Paulo, SP. 1975: Professor na Universidade Católica de Santos, UNISANTOS, Brasil. Projetos: (1) Projeto completo para urbanização de área (l0 alqueires) para loteamento industrial, comercial e residencial em Arujá-SP, para Duplex S.A; (2) Escola Técnica de Pesca de Santos, Bertioga, Santos, SP; (3) Edifício de Apartamentos para o Dr. Luís Paulo Ramos, Rua Padre João Manoel, Cerqueira César, São Paulo, SP; (4) Edifício de Apartamentos para Construtora Lotus, Al. Ribeirão Preto, Bela Vista, São Paulo, SP; (5) Residência para Flávio Roberto Huck, Chácara Monte Alegre, São Paulo, SP; (6) Residência Jairo Luís Ramos, Alto de Pinheiros, São Paulo, SP; (7) Projeto de Recuperação e Adequação do Conjunto de Edificações Existentes na Fazenda Santa Maria para Tecelagem Parayba S.A., Taubaté, SP. 1976: Projetos: (1) Anteprojeto para urbanização de área (60 alqueires) para loteamento residencial, comercial e industrial em Pindamonhangaba, SP, para Milan Empreendimentos e Participações Ltda; (2) Projeto para urbanização de área (32 alqueires) para implantação de lotes 123


residenciais, comerciais e industriais, supermercados, estação rodoviária, centro comercial, hotel e áreas de recreação em Tatuí, SP, para Montezzo Comercial Urbanizadora Ltda.; (3) Sede do Escritório Regional de Planejamento-ERPLAN de Araçatuba para a Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo. Projeto realizado em concurso público, classificado em 1° lugar; (4) Sede do Escritório Regional de Planejamento-ERPLAN de Baurú para a Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo. Projeto realizado em concurso público, classificado em 1° lugar; (5) Sede do Escritório Regional de Planejamento-ERPLAN de Marília para a Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo. Projeto realizado em concurso público, classificado em 1° lugar; (6) Conjunto Habitacional em Vila Luzita (6.436 unidades) para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul. Santo André, SP. 1977: Colaborador na elaboração de projetos no escritório Joaquim Guedes e Associados, Brasil. Projetos: (1) Plano Urbano de Caraíba-BA, para Caraíba Metais S.A. Projeto realizado no escritório Arquiteto Joaquim Guedes e Associados; (2) Hospital Geral de Caraíba, Caraíba, BA. Projeto realizado no escritório Arquiteto Joaquim Guedes e Associados; (3) Hospital Maternidade Campinas, Campinas, SP. Projeto realizado no escritório Arquiteto Joaquim Guedes e Associados; (4) Diversos tipos de Casas para as áreas residenciais de Caraíba. Projeto realizado no escritório Arquiteto Joaquim Guedes e Associados, Caraíba, BA; (5) Edifícios na Área Central de Caraíba. Projeto realizado no escritório Arquiteto Joaquim Guedes e Associados, Caraíba, BA. 1978: Projetos: (1) Oficina de Hidrômetros da SABESP, Santo Amaro. São Paulo, SP. 1979: Projetos: (1) Residência para Maurício Grostein, Planalto Paulista. São Paulo, SP; (2) Residência Dalvares B. de Mattos Jr., Morumbi, São Paulo, SP; (3) Pavilhão da Fazenda Arlina, Itupeva, SP. 1980: Projetos: (1) Centro Cultural e Esportivo Aricanduva, São Paulo, SP; (2) Galeria de Arte de São Paulo, São Paulo, SP; (3) Conjunto de 3 Residências para o Sr. Maurício Grostein, Jardim Consórcio, São Paulo, SP; (4) Residência Hermes Marcelo Huck, Ibiúna, SP. 1981: Projetos: (1) Anteprojeto para Reurbanização do Vale do Anhangabaú. Concurso público. Projeto classificado com Menção Honrosa, São Paulo, SP; (2) Residência Jander Kou, Alphaville. Barueri, SP. 1982: Projetos: (1) Projeto para urbanização de área de 47 ha em Ibaté para Milan Investimentos Imobiliários Ltda., SP; Espaço Polivalente de Espetáculos COLISEUM (7.000 pessoas), para Walter Clark Comunicações, Marginal Pinheiros. São Paulo, SP; (2) Edifício Comercial, Rua Aroaba. São Paulo, SP; (3) Galeria de Objetos de Arte e Decoração Italiamia, São Paulo, SP; (4) Residência Luís Harold 124


Dirickson, Cotia, SP; (5) Residência Hermes Marcelo Huck, Paúba, São Sebastião, SP; (6) Apartamento Duplex no Hotel de Tallard, Marais, Paris; (7) Projeto de Recuperação e Adequação da Vila dos Ingleses (28 casas) e Galeria Comercial para a Embraesp - Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, Rua Florêncio de Abreu e Rua Mauá, São Paulo, SP. 1983: Projetos: (1) Plano Urbanístico Preliminar do Carandiru de 40 ha, São Paulo, SP para a Secretaria de Estado da Justiça, subcontratado pela Hidroservice e Embraesp; (2) Residência Glória Vallim. Atibaia, SP; (3) Residência e Estúdio para Denise Milan, Bela Vista, São Paulo, SP; (4) Residência Everaldo Mourão, Jardim Paulistano, São Paulo, SP; (5) Residência Eli Mourão, Jardim Paulistano, São Paulo, SP; (6) Residência Ronaldo Frug, Pacaembu, São Paulo, SP. 1984: Projetos: (1) Agência Bancária para o BANESPA, Santo Amaro, São Paulo, SP; (2) Pavilhão Pindorama. Fazenda Pindorama, Cabreúva, SP. 1985: Projetos: (1) Agência Bancária para o BANESPA, Capivari. São Paulo, SP; (2) Residência Hugo Kovadloff, Jardim Morumbi. São Paulo, SP; (3) Residência Antonio Foratto, Morumbi. São Paulo, SP; (4) Residência David Cytrynowicz. Ilhabela, SP; (5) Residência para Alfredo Breda, Itú, SP. 1986: Projetos: (1) Unidade Básica de Saúde em Vila Barbosa, para a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. São Paulo, SP; (2) Unidade Básica de Saúde em Rio Grande da Serra, para a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, SP; (3) Museu Brasileiro da Escultura. Projeto realizado em concurso fechado. São Paulo, SP; (4) Conjunto Habitacional para a CDH - Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Estado de São Paulo, Secretaria do Estado de Habitação. A. E. Carvalho, SP; (5) Conjunto de 5 residências para o Sr. Hermes Marcelo Huck. São Sebastião, SP; (6) Edifício de Apartamentos-Protótipo para a CDH - Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Estado de São Paulo, Secretaria do Estado da Habitação; (7) Conjunto de 4 Edifícios com o total de 252 apartamentos para ARBI S.A., Riviera de São Lourenço. Bertioga, SP; (8) Residência Bezalel Nitzan, Tijucopava, Guarujá, SP; (9) Residência Oscar Teiman, Sítio São Pedro, Guarujá, SP; (10) Residência Sigismundo Mônaco, Cotia, SP; (11) Residência Roberto Schussel, Alto da Boa Vista, São Paulo, SP; (12) Residência Mario Escobar de Andrade, Sítio São Pedro, Guarujá, SP; (13) Residência André Tchipstchin, Vila Madalena, São Paulo, SP. 1987: Projetos: (1) Edifício Sede da H. Stern, R. Leopoldo Couto de Magalhães. Projeto realizado em concurso fechado. São Paulo, SP; (2) Residência James Staley, Morumbi, São Paulo, SP; (3) Residência Hélio Olga de Souza, Jardim Vitória Régia, São Paulo, SP. 125


1988: Projetos: (1) Edifício de Escritórios para o Sr. Michel Milan, R. das Olimpíadas, Vila Olímpia, São Paulo, SP; (2) Edifício de Apartamentos para Construtora CONINCO, R. Catequese, City Butantã, São Paulo, SP; (3) Residência Pilar Requejo, Jardim Guedala, São Paulo, SP; (4) Residência Flávio Roberto Huck, Jardim Paulistano, São Paulo, SP; (5) Residência Andrea Calabi, Iporanga, Guarujá, SP. 1989: Projetos: (1) Edifícios-Ponte; (2) Edifício Sede Administrativa para Irmãos Guimarães S.A., R. Batista Parente, Pari, São Paulo, SP; (3) Edifício de Apartamentos para Construtora Dumez, R. Rei Alberto, Real Parque, São Paulo, SP; (4) Edifício de Apartamentos para Construtora CONINCO, Praça Barros Cabral, Vila Formosa, São Paulo, SP; (5) Edifício de Apartamentos para Construtora Famac, Freguesia do Ó, São Paulo, SP; (6) Residência Newton Simões Filho, Iporanga, Guarujá, SP; (7) Residência Israel Sverner, Sítio São Pedro, Guarujá, SP; (8) Residência João Naufal, Alphaville, Barueri, SP; (9) Plano Geral para Sítio São Pedro do Alto (sistema viário, casas para empregados, galpão, casa-sede) para Newton Simões, Porto Feliz, SP; (10) Estúdio, Oficina, Show Room para Stella Ferraz, Sumaré, São Paulo, SP. 1990: Projetos: (1) Edifício de Escritórios para Construtura Dumez S.A., R. Bento Branco de Andrade Filho, Santo Amaro. São Paulo, SP; (2) Eletropaulo - Sub-Estação Itaim. Proposta de Aproveitamento Imobiliário com Edifícios de Escritórios e Flats, Teatro, Restaurante e Agência Bancária, R. Hungria, Jardim Europa. São Paulo, SP; (3) Residência Antonio Forato, Campos de Jordão, SP; (4) Residência Fernando Albino, Campos de Jordão, SP; (5) Projeto de um apartamento para a Torre São Paulo, Construtora Método, São Paulo, SP; (6) Residência Jack Terpins, Sítio São Pedro, Guarujá, SP; (7) Residência Leo Kupfer, Sítio São Pedro, Guarujá, SP. 1991: Projetos: (1) Pavilhão do Brasil na Expo 92-Sevilha. Projeto realizado em concurso público, classificado com Menção Honrosa; (2) Edifício de Apartamentos Construtora Dumez, Real Parque, São Paulo, SP; (3) Residência Pedro Powidzer, Sítio São Pedro, Guarujá, SP; (4) Residência para Oded Grajew e Valdir Rovai, Morumbi, São Paulo, SP; (5) Residência Ricardo Dias Baeta, Iporanga, Guarujá, SP; (6) Residência Vitor Foroni, City Boaçava, São Paulo, SP; (7) Haras Método, Boituva, SP; (8) Passarela Coberta para a "A Hebraica". São Paulo, SP. 1992-93: Professor na Universidade Católica de Santos, UNISANTOS, Brasil. 1993: Professor na Universidade de Taubaté, UNITAU, Brasil. Projetos: (1) Residência Osmar Valentim, Blumenau, SC; (2) Residência Mario Demasi, Sítio São Pedro, Guarujá, SP; (3) Protótipo GMTAT; (4) Residências para Paulo Villares, Monte Verde, MG. 126


1994 – Atual: Auxiliar de Ensino na Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Projetos: (1) Residência Caio França, Chácara Flora, São Paulo, SP; (2) Residência Ricardo Semler, Toque-Toque Grande, São Sebastião, SP; (3) Residência Antônio Carlos Freitas Valle, Iporanga, Guarujá, SP; (4) Residência Julio Caporale, Aldeia da Serra, Santana do Parnaíba, SP; (5) Projeto de Condomínio e Clube de Campo e Náutica para a Alfacon Engenharia, Mairinque, SP. 1995: Projetos: (1) Edifício de Escritórios, R. Buri, Pacaembu. São Paulo, SP; (2) Condomínio de 7 Residências para Stan Emprend. e Part. e Bolsa de Imóveis de São Paulo, Morumbi, São Paulo, SP; (3) Edifício de Apartamentos para Stan Empreeendimentos e Participações, Jardim Guedala, São Paulo, SP; (4) Residência Claudia Moreira Salles, Iporanga, Guarujá, SP; (5) Residência Olavo Franco Bueno Jr., Alto de Pinheiros, São Paulo, SP; (6) Residência Francisco Moura, Barra do Sahi, São Sebastião, SP. 1996: Projetos: (1) Espaço Pacaembu, Pacaembu, São Paulo, SP; (2) Condomínio de 16 Residências para Vila Butantã Empreendimentos, Vila Pirajussara, São Paulo, SP; (3) Residência Denise Milan Perez, Laranjeiras, Parati, RJ; (4) Residência Fernando Moreira Salles, Tijucopava, Guarujá, SP; (5) Residência Marcos Acayaba, Tijucopava, Guarujá, SP. 1997: Projetos: (1) Residência Noemia Ferriani, Iporanga, Guarujá, SP; (2) Studio e Salão de Jogos para Hélio Olga de Souza Jr., Jardim Vitória Régia, São Paulo, SP. 1998: Projetos: (1) Sede da FAPESP. Projeto realizado em concurso público, classificado em 4o lugar. São Paulo, SP; (2) Sede do Parque Estadual de Ilhabela, para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Ilhabela, SP; (3) Apartamento Duplex no Hotel de Tallard. Marais, Paris. 1999: Projetos: (1) Reurbanização da Área do Carandiru: Concurso Nacional de Plano Diretor. Projeto classificado com Menção Honrosa. São Paulo, SP; (2) Edifício de Escritórios e Agência Bancária para Milan Empreendimentos Ltda., R. Fidalga esq. R. Wizard, Vila Madalena. São Paulo, SP; (3) Residência Fernando Augusto Pinto, Mairiporã, SP; (4) Studio para Hugo Kovadloff, Jardim Morumbi, São Paulo, SP. 2000 – 2005: Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialidade: Planejamento e Projetos de Edificação. Título: Projeto, Pesquisa, Construção.Projetos: (1) Residência José Octavio Alvarenga, Tijucopava, Guarujá, SP; (2) Residência Antônio Carlos Malufe, Bertioga, SP. 127


2001: Projetos: (1) Igreja da PUCCAMP. Projeto realizado em concurso público, classificado com Destaque. Campinas, SP; (2) Residência Newton Duarte, Ubatuba, SP; (3) Residência Tércio Lauletta, Tijucopava, Guarujá, SP; (4) Anexo para a Residência Antônio Carlos Freitas Valle, Iporanga, Guarujá, SP. 2002: Projetos: (1) Memorial da República. Projeto realizado em concurso público, classificado com Destaque. Piracicaba, SP; (2) Residência Alberto Jacobsberg, Quinta da Baronesa, Bragança Paulista, SP; (3) Residência Fernando Luzio, Taguaíba, Guarujá, SP. 2003: Projetos: (1) Escola para FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação, Jardim Bela Vista, Mogi das Cruzes, SP; (2) Botanique Hotel Gourmand. Projeto realizado em concurso fechado. Campos de Jordão, SP; (3) Casa Sede da Fazenda Cachoeira para Michele Iudice, Aquidauana, MS. 2004: Projetos: (1) Escola para FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação, Jardim Mimás, Embu, SP; (2) Residência Leo Kulikovsky, Sítio São Pedro, Guarujá, SP; (3) Residência César Gomes de Mello, Praia Vermelha do Sul, Ubatuba, SP. 2007: Projetos: (1) Edifício Industrial Roche – Edifício administrativo e laboratório Givaudan – retrofit e ampliação (São Paulo, SP); (2) Edifício sede da Roche - retrofit e ampliação (São Paulo, SP); (3) Restaurante da Roche - reforma e ampliação (São Paulo, SP). 2011: Projetos: (1) Concurso Renova SP (Cabuçu de Cima, SP); (2) Ponte e Passarela em Blumenau (Blumenau - SC); (3) Porto Olímpico (Rio de Janeiro, RJ). 2012: Projetos: (1) Conjunto Ponte dos Remédios (São Paulo, SP). 2013: Projetos: (1) Concurso de Projetos IAB Estação Antártica Comandante Ferraz (Península Keller, Ilha Rei George, Antártica).

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