ENTRE O ESPAÇO VIVIDO E O ESPAÇO APROPRIADO integração e habitabilidade em Cuiabá/MT
TATIANA DE OLIVEIRA CHILETTO orientador João Marcos de A. Lopes co-orientador Lucia Z. Shimbo
Universidade de São Paulo Instituto de Arquitetura e Urbanismo trabalho de graduação integrado II novembro de 2016
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AUTORIZO A REPRODUCAO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRONICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE
Ficha catalogrรกfica elaborada pela Biblioteca do Instituto de Arquitetura e Urbanismo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
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FOLHA DE APROVAÇÃO Comissão de Acompanhmento Permanente Prof. Dr. David M. Sperling Prof. Dr. Joubert J. Lancha Profa. Dra. Luciana B. M. Schenk Profa. Dra. Lucia Z. Shimbo
Profa. Dra. Lúcia Zanin Shimbo IAU.USP
Prof. Dr. João Marcos de A. Lopes IAU.USP
Profa. Dra. Karina Oliveira Leitão FAU.USP
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AGRADECIMENTOS
À minha mãe, com seu braço sempre aberto e seu olhar sempre atento. Por me mostrar que todos os dias posso mudar meu destino doravante. Ao meu pai, com sua gargalhada alta e o seu sorriso gentil. Pela certeza de que a vida só vale a pena se for curtida. 9
SUMÁRIO
INQUIETAÇÕES
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LUGAR
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PROPOSTA
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PROJETO
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REFERÊNCIAS
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RESUMO
As tipologias habitacionais de interesse social observadas hoje na Região Metropolitana de Cuiabá, tendem a se manter monofuncionais, estáticas e ausentes do conceito de lugar e identidade, o que é um equívoco e se opõe à idéia de urbanidade. Como consequência, essas tipologias geram ausência de relações urbanas e diversidade, quesitos tão desejados em todas as cidades e em qualquer território delas. A proposta consiste em desenvolver um projeto a partir dos princípios da construção evolutiva e, então, em criar habitações que permitem ampliações e modificações a partir de espaços flexíveis. Tais espaços permitem um programa aberto à ampliações futuras com usos distintos, permitindo a diversidade e a urbanidade. São áreas adicionais ao programa habitacional básico dentro das próprias unidades. Tais áreas são cobertas e prédelimitadas e permitem, além da própria ampliação da moradia em si, a acomodação de funções urbanas, tais como comércio, serviços, entre outros. O projeto contempla 2 diversidades tipológicas procurando abraçar ao máximo o leque de necessidas dos usuários. Entende-se que, levando em conta a real necessidade e interesse dos habitantes das comunidades, pode-se garantir maior qualidade de vida aos moradores locais com as soluções propostas.
Este caderno é parte do processo do estudo da habitação evolutiva integrada aos espaços livres comuns de lazer em Cuiabá - MT, desenvolvido para a conclusão do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo - IAU/USP São Carlos. 11
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inquietações
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Habitações do Programa Minha Casa Minha Vida em Cuiabá - MT. Fonte: http://sindusconmt.org. br/images/973833976f8c6e6b51ea120a81ab006f.jpg
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento deste trabalho pode ser divido em quatro momentos: 01. Enquadramento teórico e reflexões do tema proposto; 02. Leitura e análise do local de implantação; 03. Releitura da proposta inicial; 04. Diretrizes gerais e ações projetuais. No primeiro momento, a inquiestação levantada para estudo deste projeto de Trabalho de Graduação Integrado, se refere à recente produção das Habitações de Interesse Social desenvolvidos no Brasil. Como ponto de partida, foi elaborada uma leitura a respeito de pontuais estratégias utilizadas pelos programas federais, especialmente pelo Programa “Minha Casa Minha Vida”. Em seguida, são pensados aspectos que visam questionar os gestos adotados, e, assim, contrapo-los para que dessa forma, possa-se apresentar uma proposta coerente e consisa que supra de melhor forma as questões da habitabilidade. Assim sendo, quatro temas gerais que caracterizam a produção do programa foram identificados e subdivididos para melhor compreensão.
SOBRE PMCMV
O Programa “Minha Casa Minha Vida” concretiza uma política pública que visa conter o défict habitacional apostando no potencial econômico da produção habitacional em massa. Apesar do “sucesso quantitativo”, o programa abarca uma série de problemas urbanísticos, tendo em vista a desarticulação da produção habitacional com as questões urbanas, a falta de qualidade urbana, a falta de qualidade arquitetônica e falta de qualidade construtiva. Além disso, é visível como os conjuntos habitacionais são projetados - em sua maioria - em áreas periféricas e em áreas com défict de infraestrutura urbana, o que acarreta em uma segregação socio-espacial e afetando significativamente o cotidiano das famílias beneficiadas pelo programa. Sendo assim, as questões apresentadas a seguir, apontam temas chaves que comunicam uma primeira reflexão que será posteriormente utilizada como norteador do plano de intervenção - análise apresentada pelo arquiteto João Branco Pedro. 15
1. Difícil acesso à equipamentos e serviços, falta de proximidade com o transporte público. 2. Construções que não aproveitam as características topográficas e dificultam a urbanização;
SOBRE O IMPLANTAÇÃO E A VIZINHANÇA
3. Reduzida mistura social resultante da uniformidade de tipos de propriedade, edifícios e habitações. 4. Aglomerações sem identidade própria, cuja imagem é idêntica à de muitos outras instalações;
SOBRE O ASPECTO E A SOLUÇÃO FORMAL
5. Desenho urbano que procura somente com a rentabilização máxima do terreno em detrimento da qualidade dos espaços livres coletivos; 6. Rigidez do projeto arquitetônico pode resultando em espaços de difíceis apropriações. 7. Ruas que funcionam apenas como canais de circulação viária priorizando o transporte ciclo-motor; 8. Edifícios com pouca qualidade arquitetónica ou repetindo projeto-tipo. 9. Ruas e percursos com deficiente integração urbana; 10. Espaços de estacionamento mal articulados que prejudicam a paisagem urbana e os espaços livres.
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É valido ressaltar que este projeto não tem como finalidade analisar e caracterizar as residências concebidas pelo PMCMV. Desta forma, os apontamentos aqui colocados generalizam as especificidades da produção do mesmo mostrando, de forma geral, o que está sendo produzido por este programa. A pesquisa do arquiteto português João Pedro Branco e o trabalho desenvolvido pelo pesquisadores no livro “Minha casa... e a
SOBRE RUAS E PERCURSOS
cidade?” foram fundamentais para compor esta primeira parte da pesquisa.
REFLEXÃO INICIAL
CONSEQUÊNCIAS
Com este primeiro gesto, cada uma das estratégias do projeto visam, então, propor possíveis situações em que esta produção da habitação vá para além da moradia em si. Mas que conforme urbanidades e possua condições adequadas e qualificadas de habitabilidade. Além disso, acrescenta-se que as edificações nem sempre correspondem às reais necessidade dos usuários, e a construção da arquitetura poderia, em determinados aspectos, não ser tão restrita e fechada, tornando-se passível de evolução e adaptabilidade. Ou seja, é proposto uma condição evolutiva na qual o edifício poderia apresentar a capacidade de acompanhar a história do usuário se adequando ao leque de necessidades específica da família sem o comprometimento do desempenho de seus cômodos. No segundo momento, objetivou-se analisar qual a melhor localidade para se desenvolver a proposta deste exercício de TGI, bem como levantar quais outras questões a própria cidade transparece, evidenciando quais suas carências de relações urbanas. Desta forma, o terceiro momento enquadraria tais reflexões, revisando a proposta inicial de modo que o estudo deste TGI fosse intensamente atrelado às questões da cidade contemporânea, e não somente uma resposta genérica à um programa de projeto. O quarto momento funciona, finalmente, como uma proposta em um objeto arquitetônico. Abarcando e refletindo as questões pontuadas no enquadramento teórico e propondo em ações projetuais soluções de habitabilidade.
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lugar
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O Estado de Mato Grosso, está localizado na parte ocidental da Região Centro-Oeste do país e ocupa área de 906.806,9 km². A região de Cuiabá concentra a maior taxa de urbanização do estado, com 92,48% da população residindo na Zona Urbana, e apresenta o maior déficit habitacional urbano do estado, com 22.062 unidades. Segundo o diagnóstico do Plano Estadual da Habitação de Interesse Social de Mato Grosso, foi analisado as condições de moradia no estado, vislumbrou-se a existência de necessidades habitacionais consideráveis ainda não satisfeitas. “Os problemas habitacionais matogrossenses são particularmente visíveis nas aglomerações urbanas, onde pode-se incluir à exclusão social e a segregação espacial da população pobre nos assentamentos informais, à carência de moradias, à escassez de serviços de infra-estrutura urbana, de acesso às oportunidades de emprego produtivo, e a ocupação de áreas de risco e legalmente protegidas.”
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Como primeiro gesto de análise, foi levantado o Perfil Socioeconômico da cidade para assim se obter uma aprofundada caracterização do território. Iniciou-se a pesquisa com o estudo das cartografias recolhidas de modo a se obter camadas de leitura e possíveis arranjos a partir da sobreposição dos mapas. Essa leitura do território permitiu um olhar diferenciado para a cidade que, apesar de já dominada pela autora, aflorou novas possibilidades e perspectivas que integrassem a infra-estrutura urbana com aspectos históricos e ambientais. Trazendo ainda a questão da habitação social em Cuiabá, foi evidênciado na produção de Sanches (A Cidade e os Conjuntos Habitacionais de Interesse Social: Reflexões sobre a evolução do perímetro urbano de Cuiabá/MT) que as habitações estariam sempre implantadas em áreas periféricas onde há enorme carência de infra-estrutura urbana, ausência de equipamentos públicos e são áreas extermamente afastadas de centralidades. Para evidenciar tais aspectos, foram produzidas três
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cartografias que estão indicadas ao lado. O mapa em vermelho (1) indica onde foram implantados os conjuntos HIS na cidade. O mapa em azul (2) indicam as grandes centralidades da cidade. E o terceiro mapa em verde (3) indicando parques urbanos que serão explicados posteriormente. Com todo esse arcabouço cartográfico, a escolha da região para análise do projeto tornou-se mais evidente. Foi escolhida uma gleba na região norte, próxima ao Centro Político Administrativo (CPA). Apesar de não ser uma centralidade histórica, se articula como nova centralidade na cidade, com grande demanda de oferta de emprego, está próximo à equipamentos públicos, possui adequada infra-estrutura viária e ainda comporta uma extensa área ambientalmente preservada que possui grande potencial de projeto que beneficie todo o entorno e não apenas a região administrativa.
MAPA LOCALIZAÇÃO HIS EM CUIABÁ
MAPA CENTRALIDADES
MAPA PARQUES URBANOS
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Toda essa gleba, é proprieda do Governo do Estado de Mato Grosso e, em um relatório apresentado pela SECID, esta área possui aspectos importantíssimos que não devem ser desconsiderados, tais como: potencial de alagamento, necessitando de um eficaz projeto de drenagem; o terreno apresentar vegetação nativa típica do cerrado; no terreno encontramse algumas edificações improvizadas oriundas de invasões; e ausência de uma pavimentação, apenas apresentando caminhos fortemente marcados no terreno. No seu entorno imediato estão os bairros: Novo Paraíso I e II, Jd. Vitória e Jd. Florianópolis - todos possuindo carência de equipamentos comunitários e são bairros com loteamento invadido e posteriormente regularizados (indicados e caracterizados nas imagens ao lado). O terreno se localiza a 2km do Centro Político Administrativo, possui área total de 1.335.776,71m2 e uma grande extensão de cursos d’água, gerando a delimitação de 669.242,32m2 de Área de Preservação Permanente (APP).
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Se encontra ainda em uma Zona de Interesse Ambiental (ZIA) com taxa de ocupação de 15% do solo onde podem ser observadas pontuais invasões e tentativas de lotamento informal do terreno (observado nas fotos ao lado).
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O acesso pode ser realizado: ao sul, pela Av. Historiador Rubens de Mendonça; à oeste, pela rua em que se situa o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; ao norte pelo bairo Jd. Florianópolis; e à leste pelo bairro Jd. Vitória. Segundo o Caderno de Perfil Socioeconômico dos bairros de Cuiabá, o padrão da vizinhança é baixo, sendo que a média da renda dos responsáveis pelos domicílios é de 2,25 salários mínimos. Se é uma característica marcante da cidade é o baixo número de áreas de uso público como praças, quadras de esporte e parques indicados no mapa em verde (3) - o terreno possui grande potencial para criação de tais espaços, promovendo o fortalecimento do convívio social da comunidade, além de contribuir com o clima local. As imagens apresentadas caracterizam
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a atual situação da área de intervenção onde nitidamente se nota a habitação informal e um descaso com o patrimônio ambiental.
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Como primeira ação de projeto, o terreno foi então setorizado em duas áreas: a primeira reservada à um parque urbano e a segunda escolhida para intervenção para implantação das habitações.
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LEITURAS - ZONA DA INTERVENÇÃO
Após a visita in loco, foram produzidas novas leituras caracterizando as vias, os gabaritos das edificações e o uso do solo do entorno imediato do terreno (esta leitura integra o parque urbano e a área de intervenção). Notou-se nitidamente a ausência de equipamentos comunitários predominando o uso residêncial com habitações unifamiliares térreas e pontuais centralidades comerciais localizadas próximas à vias coletoras dos bairros tangentes. Em seguida, foi estudado
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LEITURAS - ÁREA DA INTERVENÇÃO
mais profundamente a área de intervanção onde seriam implantadas as habitações de interesse social deste projeto. O mapa de caracterização viária identificou já de início uma ocupação irregular e divisões do terreno que ferem à legislação ambiental penetrando em áreas de APP’s. O Mapa de Cheios e Vazios evidenciou o tipo de ocupação das quadras evidenciando lotes sem quaisquer preocupações com as relações urbanas e com os espaços não edificados.
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proposta
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O objetivo inicial deste trabalho, era demonstrar como a utilização de estratégias de evolução e adaptação permitem à habitação de interesse social, produzir variações arquitetônicas mais diversificadas respeitando as necessidades dos usuários ao longo do tempo de utilização das moradias. Para tanto, realiza-se uma proposta de sistema modular flexível para um conjunto habitacional multifamiliar. Com a proposta de um sistema modular, flexível e adaptatível, ambicionou-se evidenciar as multiplas variáveis e caminhos alternativos que rompem com a lógica repetitiva e engessada das muitas diversas habitações produzidas pelo Programa Minha Casa Minha Vida - como exemplificado nas imagens apresentadas. Neste sentido, foi elaborado um objeto de estudo que traduziu - de maneira bem simplificada - a mutabilidade de um componente modular por meio da interação com o usuário. Ou seja, cada usuário produzia um gesto singular, e cada gesto produzia uma solução diferente apesar de sempre utilizarem a mesma modulação e o mesmo numero de componentes - ilustrado nas imagens ao lado. Para além da sua tradução, o objeto levantou questões que se refletiram, também, na concepção e na solução formal concebita no trabalho. Os módulos que compôem o objeto estão, em certos pontos, fixos, para que não se perdesse a integridade do todo. Se as moduções podem ser compreendias como cada habitação do conjunto, então, em projeto, o que seria este componente que unisse e untasse as moradias? Além disso, se cada módulo se comporta como uma habitação, que solução formal final estes teriam para comportar esta adaptabilidade constante? Tais questões foram respondidas ao longo do processo de projeto e serão mostradas posteriormente neste caderno. Entretanto, ao estudar a cidade de Cuiabá, agregou-se ao estudo a necessidade de se pensar como a habitação se integra aos espaços livres, e neste caso específico, à uma área extremamente frágil ambientalmente. Como já demonstrado nas leituras, a 40
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cidade carece de espaços livres de qualidade e possuem um défict muito grande com relação à parques urbanos e aos equipamentos de integração social. Assim sendo, a proposta comporta, então uma nova questão: Como integrar as habitações - adaptáveis e evolutivas - de modo a criar áreas comuns de lazer qualificadas e integradas ao parque águas nascentes? Este apontamento parte do pressuposto que o habitar está para além da habitação, e que essa pluralidade de modos de se viver, trasncende a função da habitação ser meramente um abrigo. Esta proposta como projeto de TGI compreende a integração de um sistema composto de equipamentos, da moradia e de espaços livres qualificados, diretamente relacionados e integrados à região metropolitana contemporânea de Cuiabá. Permite-se assim, uma transição de escalas que analisam desde o objeto arquitetônico em sua tectônica, até as relações urbanas criadas por meios do espaços edificados e não edificados. Segue, assim, diretamente relacionado ao tema central proposto neste TGI - “Urbanidade em Diferentes Escalas” “A arquitectura moderna define novas concepções do espaço e da forma. Essas concepções têm origem na arquitectura do ferro e do vidro do XIX e foram referidas por Frank Lloyd Wright antes de 1900, quando tentava estabelecer uma linguagem coerente para os seus projectos. Em 1914, Le Corbusier projectou a casa Domino, concedendo-lhe uma estrutura de esqueleto, com intenção de libertar o espaço das paredes estruturais e permitir combinações de distribuições interiores e de fachadas. (...) A planta livre abandona o equilíbrio estático das simetrias, o seu espaço está relacionado com centros dominantes. Portanto, as composições do passado dão lugar a uma simultaneidade de lugares integrados, que se encontram num estado de equilíbrio dinâmico. A coerência compositiva é garantida pela continuidade e interpretação, ao invés da sequência e hierarquia. Em termos mais concretos, pode afirmar-se que a planta livre implica o estabelecimento de novas 42
HABITAÇÃO ADAPTÁVEL
relações interactivas entre o interior e o exterior, e até mesmo a anulação de qualquer distinção nítida. (CAETANO, 2013, p. 21) A questão da qualidade arquitetônica nas Habitação de Interesse Social deveria ser conceito primordial para quaisquer ações de planejamento do PMCMV. As especificidades ambientais bem como identidade da cidade de caráter dos bairros, deveriam ser sempre objeto de análise profunda, visto que são aspectos que influenciam diretamente no cotidiano do usuário. Habitar consiste em o indivíduo situar-se em determinado espaço onde se sinta seguro e onde seja propiciado o seu repouso, a restauração da saúde, o convívio familiar e o crescimento social (PALERMO, 2009). Se analisarmos esta frase, para satisfazer às exigências do bem-estar do usuário e garantir a qualidade de vida, a habitação deveira considerar as qualidades necessárias, que dizem respeito aos ambientes criados por ela. Desta forma, a excessiva rigidez e a sucessitiva padronização dos projetos de HIS, apesar do discurso de buscar a viabilidade econômica, têm resultado em espaços de difíceis apropriações. É evidente a mutabilidade as quais sofrem tais habitações e como tais adaptações possuem caráter informal. Este engessamento propostos nos programas das HIS são frutos de uma generalização a qual não observa, e nem procura atender, à singelas e mínimas singulariedades do perfil dos usuários. Desta forma, a flexibilidade e a idéia de adaptação aplicada aos projetos de moradia, surge como importantes para que se possam fazer alterações, sem a necessidade de grandes modificações na edificação e sem comprometer a qualidade estrutural da mesma. “[…] interessa salvaguardar que uma casa, no início, quase mínima, passa a ser um dia uma casa bem desenvolvida, e dificilmente reconhecida como não tendo sido feita numa única operação de construção”. (COELHO e CABRITA, 2003, p. 167)
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Conjunto Sea Ranch do Charles Moore / MLTW. Fonte: http://cdnassets.hw. net/8b/bd/4b75d857461680a1d9a90fb32a60/1109d-ar-ceda-3-1-00062334a-hero-1-tcm20-247654.jpg
REFERÊNCIAS
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(1) Maisons Loucheur, França de Le Corbusier. Cenário de dia/noite. Fonte: http://66.media.tumblr. com/556068c591456fb964425d57b27bde0b/tumblr_ ne9y87pDzH1rbnlmvo1_1280.png (2) Quinta Monroy, ateliê Elemental, Iquique (Chile). a) antes; b) depois da ocupação. Fonte: http://www. wired.com/wp-content/uploads/2016/01/AlejandroAravena-Quinta-Monroy-Housing-03_0-1024x636. jpg
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(3) Kitagata apartments em Gifu, Japão, projeto Kazukyo Sejima / SANAA. Fonte: https://encryptedtbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ6jb_HCr90 Jz7qNBdHll7OXvUMv7QMIlnCkHdauRZpzMzhk-HA (4) Unité d’habitation, Marseille de Le Corbusier. Fonte: http://www.building.co.uk/Journals/Graphic/f/ f/l/CORBGRAPHIC.jpg
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ações projetuais
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A partir dos apontamentos apresentados por João Branco Pedro, foram levantados questionamentos que se consolidaram como norteadores do projeto. Ou seja, tudo que é realizado no Programa Minha Casa Minha Vida e apontado como problema arquitetônico ou urbano, é transformado em contraponto para o projeto e respondido ao longo das ações projetuais.
PERGUNTAS
1. As construçoes dispõe, ou estão próximas, à equipamentos comunitários? 2. Existe uma mistura de tipologias que reflete as necessidades e as aspirações da comunidade local? 3. O loteamento tem acesso fácil a transportes públicos? 4. A construção tem características/funcionalidades para reduzir o impacto ambiental?
SOBRE O AMBIENTE E A VIZINHANÇA
5. O desenho urbano tira partido de edifícios existentes, da paisagem ou da topografia? 6. O bairro é um lugar com caráter próprio? 7. Os edifícios e o desenho urbano tornam fácil a uma pessoa orientar-se? 8. As ruas são delimitadas por uma implantação estruturada dos edifícios? 9. Os edifícios possuem qualidade arquitetónica?
SOBRE ASPECTOS E SOLUÇÃO FORMAL
10. A implantação dos edifícios tem prioridade sobre o desenho de vias espaços de estacionamento? 11. As ruas são amigáveis para os transeuntes, as bicicletas e os veículos? 12. O projeto está integrar com ruas, caminhos de empreendimentos existentes na envolvente? 13. Os espaços públicos e os percursos pedonais são visíveis a partir dos edifícios e têm um ambiente seguro?
SOBRE PERCURSOS
14. Os espaços da habitação e a sua organização permitem a adaptação, alteração ou ampliação? 15. O empreendimento utilizou inovações na construção para melhorar seu desempenho, qualidade e atratividade? 48
SOBRE PROJETO E TECTÔNICA
GESTOS INICIAIS Todas as leituras urbanas realizadas foram essenciais para fundamentar a proposta do projeto de habitação de interesse social na área. Todas as ações consequintes, visam solucionar os problemas apontados e responder as perguntas formuladas. Como gesto inicial, todo o terreno (área de implantação + área do parque) foi avaliado, de forma que - mesmo não havendo intenção do projeto do Parque Águas Nascentes - a borda deste território fosse remodelada de acordo com as diferentes urbanidades as quais pretende-se criar. Foi notado também, que toda essa borda esta em processo de ocupação irregular, consolidando a necessidade de intervenção. Pela própria riqueza de cursos d’água, a primeira ação buscou consolidar as áreas de APP’s visando sua preservação e eventuais recuperações. Foi estabelecido, então, uma margem de 15m - para ambos os lados - a partir do leito do rio (como indicado
Este mapa indica as vias reparadas ou modifcadas da borda do terreno. Cada uma recebeu um tratamento diferenciado valorizando as potencialidas do local. 49
na legislação ambiental). É valido ressaltar que este número é o mínimo estabelecido em norma, porém foi considerado mísero e, em muitas situação do parque ou até mesmo da área de intervenção, há um recuo muito maior em realção à este. Além disso, notou-se que várias habitações e vias informais estariam comprometendo a qualidade ambiental do local, sendo então removidas e realocadas. Posteriormente à isso, foi desenhado todo o traçado viário consolidando garantindo uma infra-estrutura viária de qualidade e que permitisse maior aproveitamento dos bairros adjacentes. A rua de acesso ao INPE, por exemplo, foi alargada para 15m permitindo um canteiro central, e incorporando uma ciclovia. A intenção deste gesto foi uma tentativa de melhor comunicar os bairros periféricos da borda da cidade (Jd. Florianópolis, por exemplo) com a Av. Historiador Rubens de Mendonça - que segue diretamente para o centro da cidade. Podendo até comportar uma linha de transporte coletivo facilitando a integração dos habitantes ali residiados com o restante da cidade.
Indicação no mapa do cul-de-sac
Foi aberto também, uma rua que separa o Parque Águas Nascentes da área de intervenção. Assim, foi estabelecido um canal direto entre os bairros periféricos à leste da cidade com o Centro Político Administrativo. Esta rua já aparecia timidamente articulada no território, porém penetrava em uma APP’s e seu desenho foi, então, rearticulado. A margem leste do parque foi a que recebeu maior tratamento. Ali já se encontravam habitações informais e muitas ruas não respeitavam a declividade do terreno ou as APP’s. As habitações - total de 10 habitações contadas na visita in loco - foram realocadas. As ruas que desrespeitavam a legislação ambiental foram seguimentadas e finalizadas em cul-de-sac. Por finalizarem em terrenos de declividade abrupta, o cul-de-sac projetado não serveria somente para manobras do veículo ciclo motor. Aproveitou-se para criar nestes espaços, restaurantes, bares ou um pequeno comércio que, circundando a rua, pudesse se projetar sobre o terreno do parque e criar pequenos mirantes aproveitando o potencial da paisagem (uma ilustração da vista propiciada por esse mirante se encontra na página ao lado). 50
Mapa com esquema de loteamento
Corte esquemático indicando o mirante projetado sobre o parque
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Situação autal da via de acesso ao INPE.
Proposta de projeto 53
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ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
Após definir e reestruturar as vias que a borda do terreno, os estudos se concentraram na área de intervenção - onde propriamente seria articulado as habitações de interesse social adaptáveis e evolutivas. Desta maneira, foi elaborado um plano de massas - indicado ao lado - que pontua não somente as áreas de impantação das residências, mais possíveis áreas livres que se articulam as habitações integrando todo o sistema edificado ao sistema não edificado. A linha pontilhada central azul, indica um gesto de projeto procurando estabelecer um forte eixo visual através do sistema viário. Este eixo além de cortar uma área de grande declividade, perpassa a APP, desta maneira é pensado uma passarela-parque que conecta os dois núcleos de habiração a qual serviria como um parque suspenso. Nesta rua compartilhada, estariam dispostos pequenos comércios para atender os transeuntes. A imagem abaixo ilustra uma referência desta via compartilhada em que a circulação de pedestre é visto como prioritária. As linhas em vermelho indicam pontos chaves do parque. Cada qual se relaciona à uma gleba de implantação, e todas estão articuladas em um sistema conectados por caminhos interligando os equipamentos do parque.
Referência: Shared-space Street in Brighton. Fonte: https://s-media-cache-ak0. pinimg.com/736x/66/40/96/664096f49109721ce4a2af2cfe896b48.jpg 55
tipo 01
Depois de estabelecido o plano de massas, foram propostas duas plantas para compor o conjunto habitacional multifamiliar, sendo ambas adaptáveis e evolutivas (ilustradas ao lado), e foram concebidas a partir do módulo dos painéis de 90cm - ver detalhamentos. A primeira unidade se inicia com 40m2, se modifica para 50m2 e se finaliza com 60m2. A segunda unidade se inicia com 55m2, se modifica para até 65m2chegar no seu tamanho máximo previsto de 75m2.
tipo 02
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Ambas propostas procuraram agregar em sua concepção estratégias de conforto térmico. O atendimento de tais exigências é de extrema importância principalmente em climas tropicais temperaturas bastante elevadas. A cidade de Cuiabá, tem sua localização geográfica cercada por chapas (ou seja, zona caracerística de depressão) possuindo uma ventilação insuficiente - em torno de 1,0m/s no período noturno e, chegando a 2,6m/s no início da estação chuvos, no período da tarde.
“A cidade apresenta um clima predominantemente quente, com temperaturas altas durante todo o dia e acentuado pelo processo de urbanização cotínuo com a formação dos fenômenos das “ilhas de calor”. O conforto térmico é um dos pontos que mais aflinge a população dentre os apectos de conforto ambiental nos ambientes construídos.” (NOGUEIRA, 2001)
painéis utilizados
Este gesto surge não somente da necessidade climática que Cuiabá exige por seu comportamento intenso. Mas também da preocupação de se promover uma arquitetura que garante maior equilíbrio e integração entre o ambiente e a satisfação das necessidades humanas. Para tanto, preocupou-se que todas as aberturas fossem protegidas: ora articuladas por varandas ora articuladas por floreiras. Além disso, foi tomado o devido cuidado com o tamanho de tais abertura, uma vez que o excesso da dimensão acarreta na entrada de poeira e no aumento da temperatu-
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ra. A utiliação de brises móveis veio a garantir uma terceira proteção para a residência. Quando assossiados com os paineis das esquadrias, promovem um controle da iluminação natural, e quando articulados separadamente, permitem controle da ventilação natural. Esta, por sua vez, foi cuidadosamente projetada em lugares altos para se promover um eficiênte comportamento da circulação de ar no interior da residência. Outro recurso, foi a adição de um material isolante nos painéis de vedação com a finalidade de se garantir que a temperatura interma permanessa menor que a temperatura externa. Por fim, a estrutura da cobertura foi pensada de modo que criasse um espaçamento entre a telha e a laje do ultimo pavimento.
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Tais plantas conformam dois tipos de edifícios: um torre (de 4 pavimentos) e um lâmina (de 6 pavimentos). Ao total, são n edifícios torre e m edifícios lâmina. A largura e o comprimento das unidades variam dependendo da condição de adaptação. Ambos são concebidos em estrutura metáica com
laje pré-fabricada e utilizando drywall como vedação. A proposta seria a entrega da estrutura metálica completa com apenas a área útil inicial de cada unidade habitacional. Ficaria sob a responsabilidade de cada família a modificação dessa unidade para os 60m2 e 75m2 (área útil) previstas em projeto. Ao total, obten-se 108m2 de área construída. O edifídio torre é resultado da aglomeração de duas unidades articulados por uma escada também em estrutura metálica. O grande ganho ao se escolher esta solução modular com escada externa, é a possibilidade de se trabalhar em uma topografia sensivelmente acidentada. Podendo o edifício se adequar em diferentes níveis de cotas e a circulação vertical desempenhar esse papel conector dos módulos, sem assim, perder ou comprometer a estrutura da edificação. Nesta primeira tipologia, ao total conforma-se um retângulo de 9m x 12m. A estrutura apresenta modulação de 9m x 9m possuindo um balanço de 1,5m cuja finalidade é propiciar uma
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detalhamento estrutura
anålise ventilação natural
detalhamento cobertura
detalhamento drywall
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proteção coberta ao transeunte que percorre o espaço não edificado da implantação - recuperando-se a loggia. A segunda tipologia - também concebida com módulo de 9m x 9m - ora se apresenta sobre pelotis, ora se configura com estabelecimentos comerciais em seu térreo. Podendo, também, possuir gabaritos mais elevados uma vez que é passível da adaptação para implantação de elevadores por apresentar uma galeria de circulação externa. Os edifícios que possuem térreo comercial, possuem uma loggia maior - com 3m de balanço - o qual devem proteger mesas e bancos de lanchonetes e restaurantes ali incoporados. A necessidade destas estruturas em balanço de ambas as tipologias, veio da necessidade de uma cobertura para o caminhar do transeunde, dadas as características climáticas da cidade em questão. Promovendo maior proteção e conforto ao transeunte.
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Tendo em vista toda problematização apresentada (sobre as HIS e sobre a cidade de Cuiabá), as diretrizes consequêntes e a solução proposta, a implantação surge consolidando um projeto que vai de encontro à temática de TGI apresentada: “Urbanidade em diferentes escalas”, trazendo não somente a questão do edifício evolutivo em si, mas se atentando às relações urbanas projetadas e à integração entre os espaços não edificados resultantes desse partido de implantação.
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A implantação é definida pela relação que os edifícios estabelecem entre si. A partir dessas relações, foram gerados espaços coletivos de diferentes qualidades espaciais, compondo pequenas praças, áreas de lazer, jardins particulares e estacionamentos. Conta-se também com a incersão de edifícios institucionais no programa, suprindo não somente a necessidade das residências mas também dos bairros adjacentes os quais se relaciona. A diferença de gabaritos assume uma característica de promover maior ou menor adensamento dependendo da necessidade e da intenção espacial que se pretende criar no território.
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creche
ensino primĂĄrio
ensino mĂŠdio
ensino fundamental
psf
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creche
passarel
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ensino primรกrio
la - parque
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Com a intenção de se estudar mais profundamente as relações criadas entre edifícios e os espaços não edificados, foi proposto um recorte na área de intervenção - indicado no mapa ao lado. Neste detalhamento, pode-se identificar as 2 tipologias e como se relacionam com o sistema de espaços livres. Nas duas primeiras quadras - mais a esquerda - são implantados edicífios lâmina, no qual o primeiro aparece elevado sobre pelotis e no segundo, com o andar térreo sendo ocupado por comércio e serviço (neste recorte aparece um restaurante, duas lanchonete, uma farmácia e uma loja). O edifício com térreo livre acomoda o estacionamento, com entrada em nível indicada na planta. No edifício com térreo ocupado, todas as lojas possuem aberturas voltadas para o pátio interno da quadra. Sendo assim, cada estabelecimento extravaza seu limite dentro da estrutura ocupando e penetrando no espaço não edificado. Ambos os edifícios são conectados por um caminho vertical - paralelo à rua que margeia o Parque Águas Nascentes - que perpassa toda as quadras que ora se bifurca em áreas verdes e ora se encontra conformando pátios. Para garantir uma cobertura e consequente maior conforno e proteção nessa área pavimentada, os balanços do primeiro pavimento foram extendidos para três metros. Nota-se também na segunda lâmina, que a mesma possui espaços livres entre estabelecimentos comerciais conformando passagens. Neste gesto, buscou-se conformar um novo eixo que liga e integra esta quadra à outra que se encontra à direita. Os pátios e as áreas não pavimentadas não se limitam aos espaços não edificados, penetrando assim dentro do edifício. Foi implantado renques de árvores por toda a extensão das calçadas procurando promover melhorias no conforto térmico e certa proteção solar ao pedestre que perpassa o terreno. As mesmas só aparecem interrompidas quando possuem intenção de indicar entradas ou passagens.
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Já nos dois lotes localizados à direita, ocorre o predomínio da implantação do edifício torre. Na quadra mais acima, temos três edifícios com um núcleo de circulação apenas, mas conectados por passarelas conformando uma galeria cuja vista se volta para o cul-de-sac. O primeiro edifício se encontra em um pavimento superior (três metros acima
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dos outros dois) e em uma situação em que se encontra acima do nível da rua - permitindo maior privacidade à residência que se estabelece no térreo. O segundo se encontra sobre pelotis, permitindo uma área de recreação coberta. E o terceiro, assim com o primeiro, possui uma residêncial no térreo - tambem com o cuidado de se estabelecer um recuo confortável em relação à rua para se permitir uma maior privacidade à unidade, conformando um jardim coletivo. Na quadra seguinte, pode-se notar um edifício lâmina se articulando com outros seis edifícios torres. O primeiro aparece ora sobre pelotis (permitindo uma passagem) ora possuindo uma padaria que se volta e se estende para a praça criada pelos outros seis edifícios. O primeiro dos três edifícios torre encontrados mais acima se encontra sobre pelotis integrando-se ao outro da mesma tipologia que se encontra do outro lado do cul-de-sac. Os dois seguintes possuem habitações em seus térreos com o mesmo cuidado de possuir o devido recuo da rua e da praça central. 72
Os três edifícios torre mais abaixo, possuem térreo comercial. Utilizando-se do desnível propiciado pelo terreno, foi pssível criar uma condição na qual este o comércio possuísse dois pavimentos: o primeiro ao nível da rua (que se integra à passarela - parque) e o segundo, no nível da praça entre edifícios. Ainda aproveitando da condição topográfica, o ultimo dessas três construções utiliza a estrutura metálica para conseguir se projetar sobre o terreno abrupto estabalecendo uma interessante conecção visual com a área de APP. 73
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