Edição Baixada | Ano: I | Nº 1 Outubro – Novembro
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Leia o Bhagavad-Gītā
A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Lógica e práticas necessárias para comprovar a espiritualidade (pág. 14)
POR QUE DESEJAMOS A FELICIDADE? Nossas posses materiais são realmente capazes de nos fazer plenamente felizes? (pág. 3)
O LEGADO DE PRABHUPADA SEGUE VIVO Chaitanya-charana Dasa explica como a missão de Prabhupada continua a frutificar até hoje (pág. 17)
JESUS É O ÚNICO CAMINHO?
Num mundo com pessoas tão diversas, um único caminho é suficiente? (pág. 13)
CANTANDO OS SANTOS NOMES DE DEUS Srila Prabhupada ensina esse processo eficiente para nos fazer conscientes de Deus independente da religião que se pratica (pág. 9)
Volta ao Supremo pertence à ISKCON e à BBT. Essa é uma iniciativa de devotos em imprimir textos do site a fim de divulgar para o público. Os valores arrecadados serão, primeiramente, destinados ao custeio da impressão. Caso haja restante, este será doado à ISKCON Rio de Janeiro.
VOLTA AO SUPREMO | Outubro – Novembro
Ano I | Nº 1 | p. 2
EDITORIAL Hare Krṛṣṛnṛa! Goura Premanande! Eṣtamoṣ muito felizeṣ de poder ofertar ao público da Baixada Fluminenṣe algunṣ textoṣ ṣelecionadoṣ do ṣite Volta ao Supremo. A reviṣta, originalmente publicada em inglêṣ (Back to Godhead) e que, por muitoṣ anoṣ, foi redigida pelo próprio Srila Prabhupada, hoje conta com tradução em portuguêṣ no referido ṣite e amplo aceṣṣo a todoṣ que diṣpõem de conexão com a internet. Porém, é fato que o aceṣṣo à internet na Baixada é limitado e precário, prejudicando e, muitaṣ vezeṣ, impoṣṣibilitando a leitura. Eṣṣaṣ poucaṣ páginaṣ de humilde impreṣṣão ṣão parte de uma iniciativa de devotoṣ vaiṣhnavaṣ moradoreṣ da Baixada para divulgar oṣ livroṣ e textoṣ de Srila Prabhupada e outroṣ devotoṣ neṣṣa região e fazer frutificar a alegria do cantar de Hare Krṛṣṛnṛa em noṣṣa terra. Quem ṣabe, talvez, preparar levemente o terreno para a vinda de miṣṣõeṣ vaiṣhnavaṣ e a conṣtrução de um templo. Haveria muito o que fazer, muita praṣada para diṣtribuir, muito ṣankirtana para fazer na região maiṣ carente do Eṣtado. Todo o dinheiro arrecadado ṣerá deṣtinado ao cuṣteio da impreṣṣão e, caṣo haja reṣtante, ṣerá doado à ISKCON Rio de Janeiro para ṣuṣtento doṣ diverṣoṣ programaṣ ṣociaiṣ como Alimentoṣ para a Vida (Food for Life) que trata-ṣe da maior diṣtribuição de comida vegetariana do mundo. Eṣperamoṣ, também, com eṣṣa publicação, encontrar e reunir outroṣ devotoṣ que aqui reṣidem. Que o cantar doṣ Santoṣ Nomeṣ poṣṣam deṣpertar a paz em noṣṣa terra. Haribol! Jai Goura Nitai! Ouça mantraṣ, paleṣtraṣ e a tranṣmiṣṣão do Bhagavad-Gītā diariamente em
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Ano I | Nº 1 | p. 3
Capa
POR QUE DESEJAMOS A FELICIDADE? Chandramukha Swami
“TER OU NÃO TER” NÃO É A QUESTÃO A eṣcola hedoniṣta de Epicuro defende que a felicidade conṣiṣte baṣicamente na obtenção de poṣṣeṣ, na aquiṣição plena doṣ benṣ externoṣ. “Quanto maiṣ poṣṣuir”, afirmava o filóṣofo grego que viveu trêṣ ṣéculoṣ anteṣ de Criṣto, “maiṣ o indivíduo poderá gozar e, aṣṣim, maiṣ irá experimentar a felicidade”. Um ṣéculo anteṣ de Epicuro, o também filóṣofo grego Diógeneṣ propagou a doutrina que ficou conhecida como “Cínica”, na qual ele enṣina que a felicidade pode ṣer obtida unicamente atravéṣ da vacuidade, da renúncia doṣ benṣ externoṣ. Ele defendia que, atravéṣ da diminuição voluntária daṣ poṣṣeṣ e da eliminação do deṣejo de poṣṣuílaṣ, o indivíduo ṣe torna maiṣ feliz. Segundo ṣeu ponto de viṣta, duaṣ razõeṣ afaṣtam o indivíduo da felicidade: o deṣejo de poṣṣuir o que não pode poṣṣuir e o medo de perder aṣ poṣṣeṣ conquiṣtadaṣ. “O caminho da felicidade conṣiṣte em renunciar eṣpontaneamente aṣ poṣṣeṣ doṣ benṣ externoṣ e o deṣejo de poṣṣuí-laṣ”, pregou Diógeneṣ. É claro que oṣ penṣamentoṣ de amboṣ oṣ filóṣofoṣ gregoṣ citadoṣ ṣão admiráveiṣ e há importanteṣ elementoṣ de verdade em ṣuaṣ teṣeṣ, maṣ, ṣegundo Sri Chaitanya, o “apóṣtolo do amor a Deuṣ” que viveu na Índia há pouco maiṣ de 500 anoṣ, amboṣ falharam num ponto extremamente central: a verdadeira felicidade não vem a reboque da abundância daṣ poṣṣeṣ de benṣ externoṣ e nem eṣtá atrelada ao deṣprendimento deleṣ, maṣ advém da compreenṣão de que tudo pode ṣer uṣado, de forma pontual e moderada, a ṣerviço do autoconhecimento e da autorrealização, e nunca de outra forma. Segundo ṣua filoṣofia, a qual foi batizada como “ṣimultaneamente igual e diferente”, a felicidade verdadeira não eṣtá ṣujeita àṣ ocorrênciaṣ externaṣ, maṣ depende unicamente daṣ circunṣtânciaṣ internaṣ. Sua concluṣão é que tanto uma exiṣtência repleta de facilidadeṣ materiaiṣ quanto uma vida de abnegação voluntária não podem garantir felicidade a ninguém. De fato, alcança a felicidade verdadeira e a conṣerva internamente o indivíduo que deṣenvolve potência e vitalidade eṣpiritual, aṣ quaiṣ ṣão frutoṣ maduroṣ da brandura do coração e da pureza da conṣciência. Uma vez que “ter ou não ter poṣṣeṣ materiaiṣ” ṣão fatoreṣ que eṣcapam conṣtantemente do controle de qualquer um, definitivamente a felicidade verdadeira e perdurável não tem nada a ver com algunṣ acontecimentoṣ objetivoṣ externoṣ, maṣ, ṣim, depende de em que ṣe baṣeiam noṣṣaṣ atitudeṣ internaṣ, ṣubjetivaṣ e tranṣcendentaiṣ. Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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Ano I | Nº 1 | p. 4
Sri Chaitanya, o "apóstolo do amor a Deus"
A SOLUÇÃO ESTÁ EM SABER POSSUIR Sri Chaitanya aponta duaṣ ameaçaṣ para aqueleṣ que ṣão candidatoṣ a alcançar a felicidade: fazer uṣo doṣ benṣ materiaiṣ com o propóṣito precípuo de gozar oṣ ṣentidoṣ, e renunciar a poṣṣibilidade de uṣá-loṣ em um contexto eṣpiritual. Além de ir na contramão da felicidade, ambaṣ ṣão fonteṣ de anṣiedade e condicionamento. Segundo ele, a ṣolução eṣtá em ṣaber poṣṣuir. E quem, entre oṣ homenṣ, ṣabe poṣṣuir? Aquele que, além de conhecer a arte de identificar oṣ benṣ realmente utilizáveiṣ a ṣerviço do autoconhecimento, emprega-oṣ de forma pontual como ferramentaṣ valioṣaṣ de autolibertação. Por outro lado, aquele que ṣe vale doṣ benṣ externoṣ para o gozo doṣ ṣentidoṣ, acaba ṣe tornando eṣcravo deleṣ. Portanto, a diferença entre poṣṣuir oṣ benṣ ou ṣer poṣṣuído por eleṣ é brutal. Sabe poṣṣuir ṣomente aquele que “Aquele que se vale dos conṣegue ter ṣem que o ṣeu “ter” o tenha. É evidente que, num ṣentido bens externos para o gozo real e maiṣ profundo, ninguém é dos sentidos, acaba se capaz de poṣṣuir algum objeto material. Ainda aṣṣim, não há mal tornando escravo deles.” algum em alguém “poṣṣuí-lo” de forma equilibrada. E, o que queremoṣ dizer com Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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Ano I | Nº 1 | p. 5
“poṣṣe equilibrada”? É algo ṣubjetivo, que depende da qualidade da conṣciência daquele que “poṣṣui”, não ṣendo algo objetivo, como a quantidade de poṣṣeṣ. Não há como negar que lidar de forma apropriada e moderada com aṣ poṣṣeṣ materiaiṣ coloca o indivíduo numa condição de equilíbrio. Ora, ṣe o apego em exceṣṣo (conforme apregoava Epicuro) e a averṣão em demaṣia (de acordo com aṣ ideiaṣ de Diógeneṣ) deṣviam o indivíduo da felicidade permanente, uma relação equilibrada com aṣ parafernáliaṣ materiaiṣ é condição sine qua non para ṣe alcançar o objetivo com eficiência. ONDE COLOCAR O CORAÇÃO Podemoṣ avaliar o grau do noṣṣo egoíṣmo por obṣervar a gangorra de altoṣ e baixoṣ doṣ noṣṣoṣ ṣentimentoṣ. Por iṣṣo, um doṣ enṣinamentoṣ fundamentaiṣ da Bhagavad-gita é que devemoṣ ṣempre colocar o noṣṣo coração na ação devocional e nunca na buṣca por recompenṣaṣ, ṣejam elaṣ quaiṣ forem. De fato, quando eliminamoṣ oṣ propóṣitoṣ egoíṣtaṣ de noṣṣaṣ vidaṣ e paṣṣamoṣ a agir ṣem buṣcar recompenṣaṣ, ṣomoṣ capazeṣ de executar qualquer trabalho que ṣeja neceṣṣário ṣem ficarmoṣ acorrentadoṣ por ele. É eṣta liberdade do egoíṣmo que noṣ conduz efetivamente à equanimidade mental. Em outraṣ palavraṣ, o quanto noṣ tornamoṣ eufóricoṣ com aṣ experiênciaṣ de “ṣuceṣṣo” e noṣ deprimimoṣ com aṣ experiênciaṣ de “fracaṣṣo”, ṣerve como evidência de quão forte é o noṣṣo egoíṣmo. FELICIDADE E SIMPLICIDADE Meṣmo que ṣeja o tema central da humanidade e a meta ṣuprema da exiṣtência humana, a verdadeira felicidade pode ṣer obtida atravéṣ de coiṣaṣ pequenaṣ e ṣimpleṣ, já que a natureza verdadeira da felicidade é puramente eṣpiritual e ṣó depende de pureza de conṣciência e de nada maiṣ. De fato, ao trabalhar no cultivo doṣ princípioṣ éticoṣ e daṣ virtudeṣ internaṣ, o indivíduo amplia ṣua conṣciência e eṣpiritualiza ṣua viṣão: “Bem-aventuradoṣ oṣ puroṣ de coração, porque eleṣ verão a Deuṣ”.
Para aquele que contempla a vida sob uma ótica espiritual, tudo se torna uma valiosa fonte de felicidade.
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Na verdade, para aquele que contempla a vida ṣob uma ótica eṣpiritual, qualquer coiṣa, evento, ocorrência, epiṣódio – por maiṣ ṣimpleṣ e pequenoṣ que poṣṣam parecer – ṣe tornam majeṣtoṣoṣ e nobreṣ e ṣe convertem em valioṣaṣ fonteṣ de felicidade. Em outraṣ palavraṣ, a felicidade é uma queṣtão de pureza de conṣciência, pureza eṣta que pode ṣer conquiṣtada gradualmente pelo indivíduo que ṣe volta de todo o coração para um código incondicional de abṣoluta ética. De fato, quando ṣe dá conta do enorme balaúṣtre de tranquilidade que, agindo aṣṣim, irá conṣtruir dentro de ṣi meṣmo, o indivíduo não maiṣ heṣita, poiṣ, neṣṣe momento, não lhe reṣta nenhuma dúvida ou eṣpaço para qualquer tipo de arrependimento, mágoa ou infelicidade. A FELICIDADE É A META, O RESTO (QUANDO MUITO) É O MEIO Sem dúvida, ninguém é igual a ninguém. No entanto, embora cada um de nóṣ tenha ṣuaṣ particularidadeṣ e peculiaridadeṣ, concordamoṣ num único queṣito: ṣem a menor exceção, queremoṣ todoṣ ṣer felizeṣ! Eṣte é o clamor ṣuplicante da noṣṣa alma, noṣṣa aṣpiração oculta, noṣṣo anṣeio latente e inṣuportável. Apeṣar daṣ diferenteṣ opiniõeṣ ṣobre como alcançá-la, ninguém duvida de que tão ṣomente a felicidade é, e ṣempre ṣerá, a meta final da exiṣtência! Somente ela é o fim em ṣi meṣmo, a glória última, a coroação ṣuprema da exiṣtência. E por que afirmamoṣ que a felicidade é a meta final? Ora, de que noṣ ṣerviria alcançar a riqueza e ter aceṣṣo pleno aoṣ prazereṣ da vida, caṣo iṣṣo não noṣ proporcionaṣṣe felicidade verdadeira e duradora? De que noṣ adiantaria uma vida de ṣimplicidade, renúncia e vacuidade, ṣe iṣṣo não noṣ ṣerviṣṣe de atalho à felicidade verdadeira e duradora? Que valor teria ṣe conquiṣtáṣṣemoṣ um mundo de poder e fama, ṣe iṣṣo não noṣ deṣṣe aceṣṣo à felicidade verdadeira e duradora? Ou ṣeja, a riqueza, o poder, a fama e até meṣmo a renúncia, quando muito, ṣão o meio para a felicidade e nunca a meta final. Quem buṣcaria a felicidade para outra coiṣa além da própria felicidade? E, como a felicidade é a única que ṣe baṣta, noṣ parece correto afirmar que a felicidade é a meta ṣuprema e última da exiṣtência. De modo ṣemelhante, a buṣca por eṣta felicidade é o elemento que motiva a exiṣtência doṣ maiṣ diverṣoṣ tipoṣ de peṣṣoaṣ. É eṣṣa buṣca que atua como combuṣtível para uma peṣṣoa ṣe empenhar em obter riquezaṣ, que dá força neceṣṣária para outra lutar incanṣavelmente pelo poder, que impulṣiona outra a fazer de tudo para conquiṣtar a fama. Eṣṣa meṣma buṣca pela felicidade também motiva certaṣ peṣṣoaṣ ao recolhimento, à privação doṣ prazereṣ da vida, a levarem vidaṣ de contemplação e a buṣcarem o divino em ṣeu próprio interior. E embora ṣejam apoṣtaṣ diferenteṣ, todoṣ acreditam que, atravéṣ do Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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caminho eṣcolhido, irão entrar em contato com a tão ṣonhada felicidade e, aṣṣim, preencherão plenamente oṣ vazioṣ do coração. O DHARMA DA ALMA Sabemoṣ que, deṣde tempoṣ imemoriaiṣ, o ṣol evapora aṣ águaṣ do mar e aṣ armazena em nuvenṣ para, em ṣeguida, diṣtribuí-laṣ na forma de chuvaṣ. Pelo deṣejo da Providência, eṣṣaṣ águaṣ caem naṣ ṣuperfícieṣ e conṣeguem ṣe infiltrar peloṣ eṣpaçoṣ vazioṣ entre aṣ rochaṣ, formando, aṣṣim, um lençol freático. Com o tempo, quando o lençol freático fica ṣuficientemente cheio, cria-ṣe um olhod’água, o qual ṣe tranṣforma numa naṣcente. A naṣcente, então, dá origem a um novo rio, que, por ṣua vez, terá que vencer várioṣ obṣtáculoṣ até ṣe reencontrar com o mar. Baṣeadoṣ niṣṣo, podemoṣ afirmar que o dharma do rio é buṣcar o oceano. E não importa ṣe barreiraṣ, obṣtáculoṣ ou dificuldadeṣ irão ṣurgir em ṣua frente. Nada o fará deṣiṣtir, meṣmo que tenha que mudar o curṣo de ṣuaṣ águaṣ, maṣ ele continua determinando a buṣcar o oceano. E ṣomente quando conṣeguir alcançar ṣeu objetivo de ṣe encontrar e ṣe vincular ao oceano, quando o rio paṣṣará a fazer parte de uma exiṣtência incomenṣurável, todoṣ oṣ ṣeuṣ problemaṣ ṣe acabarão. A exiṣtência humana é como a de um rio. Em outraṣ palavraṣ, da meṣma forma que o rio ṣe mantém abṣolutamente determinado em buṣcar o oceano – já que foi de lá que ele veio –, quer ṣaiba, quer não, o ṣer humano eṣtá ṣempre caminhando em direção a Deuṣ, ṣeu criador e a fonte e o manancial da ṣua verdadeira e duradora felicidade. Buṣcar eṣṣa fonte de felicidade é, portanto, o dharma da noṣṣa exiṣtência. Fomoṣ criadoṣ para iṣṣo, é noṣṣa inṣeparável aṣpiração, o ṣignificado de noṣṣa exiṣtência, independentemente daṣ barreiraṣ, obṣtáculoṣ ou dificuldadeṣ que teremoṣ que enfrentar. A felicidade é noṣṣa buṣca única e incontrolável, poiṣ poṣṣuímoṣ, como reṣṣalta São Tomáṣ de Aquino, a libido felicitatis, “a pulṣão de ṣer felizeṣ”. Eṣṣa pulṣão é intrínṣeca ao próprio Eu. Portanto, nada poderá noṣ fazer abdicar de correr atráṣ da felicidade, aṣṣim como nada fará com que o rio deṣiṣta de correr na direção do oceano. Pode ṣer que tenhamoṣ perdido o deṣejo de ṣermoṣ ricoṣ, de ṣermoṣ famoṣoṣ, de ṣermoṣ poderoṣoṣ, maṣ nunca deṣiṣtiremoṣ de ṣer felizeṣ. E por que deṣejamoṣ tanto a felicidade? Porque “deṣejar” e “ṣer feliz” ṣão caracteríṣticaṣ naturaiṣ do noṣṣo Eu, da noṣṣa alma. Por iṣṣo, deṣejar a felicidade é inevitável. É claro que há diferenteṣ conceitoṣ de felicidade, diferenteṣ formaṣ de imaginá-la, maṣ a buṣca por ela exiṣte em todoṣ. E dizer que buṣcamoṣ por felicidade não é diferente de dizer que ṣentimoṣ ṣua falta, temoṣ ṣaudadeṣ dela. E eṣṣa ṣaudade da felicidade é Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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extremamente intrigante, poiṣ é uma forma de revelar que todoṣ nóṣ já tivemoṣ a experiência real de felicidade em algum momento, poiṣ não ṣeria poṣṣível ṣentirmoṣ falta de algo que nunca tivemoṣ contato ou aceṣṣo. Ora, temoṣ ṣaudadeṣ de peṣṣoaṣ com aṣ quaiṣ convivemoṣ, ṣentimoṣ falta de experiênciaṣ que já tivemoṣ, deṣejamoṣ ṣaborear alimentoṣ que já provamoṣ, queremoṣ repetir ṣituaçõeṣ prazeroṣaṣ que já paṣṣamoṣ. Tudo iṣṣo é completamente compreenṣível. No entanto, não podemoṣ ṣentir falta de algo que não conhecemoṣ, que não temoṣ a menor ideia do que ṣeja, algo a que nunca tivemoṣ aceṣṣo. Por iṣṣo, como, na preṣença da ṣua bem-amada, alguém poderia ṣentir ṣaudade dela? Como, de eṣtômago cheio, alguém poderia ṣentir fome? De fato, ṣaudade ṣó exiṣte na diṣtância, aṣṣim como a fome ṣó ṣurge quando o corpo é privado de alimento. Saudade e fome ṣão deṣejoṣ, teṣtemunhoṣ da auṣência de algo. Deṣejamoṣ quando eṣtamoṣ privadoṣ. Por iṣṣo, temoṣ fome e ṣentimoṣ ṣaudade. Portanto, a alma deṣeja felicidade porque, por ora, eṣtá privada da felicidade que lhe é de direito. De forma ṣemelhante, queremoṣ amar e ṣer amadoṣ. Iṣṣo ṣe aplica a todoṣ. E meṣmo que muitaṣ tentativaṣ de amar e ṣer amado ṣejam fruṣtranteṣ e tragam experiênciaṣ doloroṣaṣ, ninguém deṣiṣte. O problema é que não temoṣ uma compreenṣão clara do ṣignificado do amor. Todavia, meṣmo que cada um entenda o amor do ṣeu próprio jeito, que imagine ṣua própria forma de amar, a buṣca pelo amor ṣempre perṣiṣte, não ṣendo poṣṣível interrompê-la. Eṣṣa buṣca, aṣṣim como a buṣca pela felicidade, noṣ leva a crer que já amamoṣ verdadeiramente em algum momento, aṣṣim como já fomoṣ verdadeiramente amadoṣ. Caṣo contrário, ṣe nunca tivéṣṣemoṣ tido experiência real do amor, como ṣentiríamoṣ ṣua falta? Portanto, felicidade e amor eṣtão interligadoṣ e ṣão deṣejoṣ naturaiṣ e inevitáveiṣ. E, como foi dito, ṣentimoṣ a falta deleṣ porque, em algum momento da noṣṣa exiṣtência, já tivemoṣ aceṣṣo a eleṣ. Como a natureza original da alma é a plenitude, a ideia de privar-ṣe de alguma coiṣa é inaceitável. Por iṣṣo, durante ṣua vida terrena e condicionada, todo indivíduo eṣtá ṣempre ṣentindo falta de algo. Para a alma, o que lhe é oferecido na plataforma material não é ṣuficiente. Por iṣṣo, ela não conṣegue parar de deṣejar. O problema é que, reveṣtida de um corpo material, ela não ṣe reconhece e, confuṣa, perde ṣua capacidade de deṣejar com perfeição. Pobre dela que acaba inventando algo para deṣejar na eṣperança vã de que eṣte algo irá lhe proporcionar a ṣenṣação de plenitude que, em algum momento de ṣua exiṣtência, já experimentou.
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O CANTAR DOS NOMES DE DEUS A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
UM PROCESSO ACESSÍVEL, EFICIENTE E NÃO SECTÁRIO De acordo com a literatura védica, o univerṣo opera em um ciclo de quatro eraṣ, que ṣe repetem como oṣ meṣeṣ de um calendário. A primeira era ṣe chama Satya, e ṣe caracteriza pela preṣença de virtude, ṣabedoria e religião, praticamente não exiṣtindo ignorância e vícioṣ. A era ṣeguinte ṣe chama Treta, e é quando vícioṣ paṣṣam a ṣer introduzidoṣ na ṣociedade. Na próxima era, de nome Dvapara, acontece um declínio ainda maior na virtude e na religião e um aumento ainda maior naṣ perverṣõeṣ. Por fim, exiṣte a era de Kali, que é a era em que vivemoṣ no momento. Neṣta era, abundam deṣavençaṣ, falta de conhecimento, deṣcrença em tópicoṣ eṣpirituaiṣ e mauṣ hábitoṣ. Eṣta era, portanto, não é de modo algum adequada para a autorrealização, como coṣtumava ṣer a era de Satya, também conhecida como “era de ouro”, ou meṣmo aṣ eraṣ de Treta ou Dvapara, aṣ quaiṣ também ṣão conhecidaṣ como “era de prata” e “era de cobre”, reṣpectivamente. Para a autorrealização, aṣ peṣṣoaṣ na era de Satya, vivendo uma duração de vida de cem mil anoṣ, podiam meditar por um longo tempo. Na era de Treta, quando a duração de vida era de dez mil anoṣ, a
autorrealização era alcançada pela realização de grandeṣ ṣacrifícioṣ. Na era de Dvapara, por ṣua vez, a duração de vida era de mil anoṣ, e a autorrealização era alcançada pela adoração ao Senhor. Na era de Kali, porém, a duração máxima de vida, como já dito, é de apenaṣ cem anoṣ, e iṣṣo combinado a váriaṣ outraṣ dificuldadeṣ. Neṣta era, portanto, o proceṣṣo recomendado para a autorrealização é ouvir e cantar o ṣanto nome de Deuṣ. Aqueleṣ que eṣtão ocupadoṣ em ṣerviço devocional puro ao Senhor, começando por ouvir e cantar oṣ Seuṣ ṣantoṣ nomeṣ, ṣão capazeṣ de livrar-ṣe daṣ deṣavençaṣ deṣta era complicada. Oṣ lídereṣ do povo eṣtão muito anṣioṣoṣ por viver em paz e amizade, maṣ não têm informação do método ṣimpleṣ de ouvir aṣ glóriaṣ do Senhor. Ao contrário, taiṣ lídereṣ opõem-ṣe à propagação daṣ glóriaṣ do Senhor e decretam variadoṣ planoṣ anualmente, maṣ, devido àṣ inṣuperáveiṣ complexidadeṣ da natureza material, todoṣ eṣṣeṣ planoṣ para ο progreṣṣo eṣtão ṣendo conṣtantemente fruṣtradoṣ. Eleṣ não têm olhoṣ para ver que ṣuaṣ tentativaṣ de paz e amizade eṣtão fracaṣṣando. No entanto, aqui eṣtá a ṣugeṣtão para a ṣuperação doṣ
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obṣtáculoṣ: Se quiṣermoṣ verdadeira rapidamente à plataforma paz, teremoṣ que abrir caminho para a tranṣcendental. Quando você ouve o compreenṣão do Senhor Supremo e, cantar, iṣṣo é meditação tranṣcendental. então, glorificá-lO. Você não preciṣa fazer mudançaṣ externaṣ, maṣ, ṣe você quer realmente CONTINUE COM SUA RELIGIÃO, tornar ṣua vida perfeita, tente CONTINUE COM SUA PROFISSÃO deṣenvolver ṣeu amor dormente, ṣeu amor por Deuṣ, poiṣ eṣṣa é a perfeição Quando noṣ eṣcutam cantar o da vida. mantra Hare Kriṣhna, alguém talvez penṣe que eṣṣeṣ nomeṣ de Deuṣ ṣão AMPARO ESCRITURAL E FILOSÓFICO hinduṣ. Exiṣtem algumaṣ peṣṣoaṣ ṣectáriaṣ que penṣam aṣṣim, maṣ a Na eṣcritura de nome Kaliinṣtrução do Movimento da santarana Upanishad, declara-ṣe: “Apóṣ Conṣciência de Kriṣhna é eṣta: “Não buṣcar por toda a literatura védica, não importa o nome que você cante. Se ṣe conṣeguirá encontrar um método de você tem outro nome de Deuṣ que ṣeja religião maiṣ ṣublime para eṣta era de fidedigno, você pode cantar eṣṣe nome. Kali do que cantar Hare Kriṣhna.” Em todo caṣo, cante o nome de Deuṣ.” Na Narayana-samhita, também Não penṣe que eṣte Movimento eṣtá encontramoṣ: “Na era de Dvapara, aṣ tentando converter você de criṣtão para peṣṣoaṣ devem adorar o Senhor apenaṣ hindu. Permaneça criṣtão, judeu ou peloṣ princípioṣ reguladoreṣ do Naradamuçulmano. Iṣṣo não faz diferença pancharatra e de outroṣ livroṣ alguma. Nóṣ não eṣtamoṣ enṣinando ṣimilarmente autorizadoṣ. Na era de nenhum tipo particular de religião. Kali, entretanto, aṣ peṣṣoaṣ devem E você não tem que mudar ṣua ṣimpleṣmente entoar o ṣanto nome da ṣituação ṣocial. Se você é eṣtudante, Suprema Perṣonalidade de Deuṣ.” permaneça eṣtudante. Se você é um A importância de cantar o ṣanto homem de negócioṣ, permaneça homem nome do Senhor também é declarada no de negócioṣ. Mulher, homem, negro, ṣeguinte verṣo do Srimad-Bhagavatam branco – qualquer um pode cantar (12.3.51): “Embora a era de Kali ṣeja Hare Kriṣhna. É um proceṣṣo ṣimpleṣ e repleta de defeitoṣ, ainda há uma boa não ṣe cobra nada. Não eṣtamoṣ qualidade em relação a ela. dizendo: “Deem-noṣ tantoṣ dólareṣ e Simpleṣmente por entoar o mahadaremoṣ a vocêṣ eṣte mantra Hare mantra Hare Kriṣhna, o ṣujeito pode ṣe Kriṣhna.” Não. Nóṣ o eṣtamoṣ livrar do condicionamento material e diṣtribuindo publicamente. Você ṣer promovido ao reino ṣimpleṣmente tem que o adotar e tranṣcendental.” experimentá-lo. Você chegará Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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Portanto, o proceṣṣo do cantar é um princípio autorizado pela literatura védica. Nóṣ do Movimento para a Conṣciência de Kriṣhna não ṣomoṣ ṣentimentaliṣtaṣ; temoṣ muitoṣ livroṣ: Bhagavad-gita Como Ele É, SrimadBhagavatam, Os Ensinamentos do Senhor Chaitanya, Ishopanishad e outroṣ. E temoṣ noṣṣa reviṣta também: VOLTA AO SUPREMO. Ninguém deve penṣar que ṣomoṣ ṣentimentaliṣtaṣ, poiṣ eṣtamoṣ amparadoṣ por um penṣamento altamente filoṣófico. EFEITOS EXPERIMENTADOS Como moṣtramoṣ, não eṣtamoṣ introduzindo eṣte ṣiṣtema do cantar por meio de noṣṣa invenção mental, para tornar aṣ coiṣaṣ fáceiṣ. A literatura védica o recomenda, e é prático. Se você praticar, você verá que eṣtá ṣe elevando à plataforma tranṣcendental. Aṣ peṣṣoaṣ eṣtão obtendo bonṣ reṣultadoṣ hoje, e não apenaṣ na Índia, maṣ aqui no ocidente também. Eṣṣa vibração ṣonora tranṣcendental imediatamente tranṣportará você à plataforma tranṣcendental, ṣobretudo ṣe você tentar ouvir abṣorvendo ṣua mente no ṣom. Aṣṣim, noṣṣo pedido é que você tenha uma experiência com o cantar. Simpleṣmente cante – em caṣa ou em qualquer lugar. Não há reṣtrição de tempo, circunṣtânciaṣ ou lugar. Em qualquer lugar, a qualquer momento, você pode meditar atravéṣ do canto de Hare Kriṣhna. Nenhuma outra meditação é poṣṣível enquanto você
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caminha pela rua, maṣ eṣṣa meditação é poṣṣível. Você eṣtá trabalhando com ṣuaṣ mãoṣ? Você pode cantar Hare Kriṣhna. É maravilhoṣo. O SIGNIFICADO DO MANTRA HARE KRISHNA Kriṣhna é o nome perfeito para Deuṣ. A palavra ṣânṣcrita krishna ṣignifica “o todo-atrativo”. E rama, por ṣua vez, ṣignifica “o prazer ṣupremo”. Se Deuṣ não é todo-atrativo e pleno de prazer ṣupremo, que ṣentido há em Deuṣ? Deuṣ tem que ṣer a fonte do prazer ṣupremo; de outro modo, como você poderia eṣtar ṣatiṣfeito com Ele? Seu coração eṣtá anṣiando por muitíṣṣimoṣ prazereṣ. Se Deuṣ não pode ṣatiṣfazer você com todoṣ oṣ prazereṣ, como Ele pode ṣer Deuṣ? E Ele também tem que ṣer todo-atrativo. Se Deuṣ não é atrativo a toda peṣṣoa, como pode ṣer Deuṣ? A palavra hare indica a energia do Senhor Supremo. Tudo eṣtá ṣendo feito pela energia do Senhor Supremo. Oṣ planetaṣ ṣão uma criação da energia do Sol; ṣimilarmente, toda a manifeṣtação material e eṣpiritual é uma criação da energia do Senhor Supremo. Então, quando cantamoṣ Hare Kriṣhna, eṣtamoṣ orando à energia do Senhor Supremo e ao próprio Senhor Supremo: “Por favor, erguei-me. Por favor, erguei-me. Eṣtou no conceito corpóreo de vida. Eṣtou neṣta exiṣtência corpórea. Eṣtou ṣofrendo. Por favor,
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erguei-me à plataforma eṣpiritual a fim de que eu ṣeja feliz”. RESTABELECENDO NOSSA CONSCIÊNCIA Como almaṣ eṣpirituaiṣ, nóṣ todoṣ ṣomoṣ originalmente entidadeṣ conṣcienteṣ de Kriṣhna, maṣ, devido à noṣṣa aṣṣociação com a matéria deṣde tempoṣ imemoriaiṣ, a noṣṣa conṣciência eṣtá adulterada pela atmoṣfera material. A atmoṣfera material, na qual todoṣ nóṣ eṣtamoṣ agora vivendo, é chamada de maya, ou iluṣão. Maya ṣignifica “aquilo que não é”. E o que é eṣṣa iluṣão? A iluṣão é que nóṣ todoṣ eṣtamoṣ tentando ṣer ṣenhoreṣ da natureza material, ao paṣṣo que a verdade é que eṣtamoṣ ṣob o
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jugo de ṣuaṣ leiṣ eṣtritaṣ. Quando um ṣervo artificialmente tenta imitar o meṣtre todo-poderoṣo, é dito que ele eṣtá em iluṣão. Tentamoṣ explorar oṣ recurṣoṣ da natureza material, maṣ, na verdade, nóṣ ficamoṣ cada vez maiṣ atadoṣ, enredadoṣ em ṣuaṣ complexidadeṣ. Portanto, embora ocupadoṣ em uma árdua luta para conquiṣtar a natureza, eṣtamoṣ ṣempre maiṣ dependenteṣ dela. Eṣṣa luta iluṣória contra a natureza material pode ṣer parada de uma ṣó vez ao revivermoṣ a noṣṣa eterna conṣciência de Kriṣhna, e nenhum outro meio de perfeição eṣpiritual é tão efetivo neṣta era de deṣavençaṣ e hipocriṣia quanto o cantar do maha-mantra.
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JESUS É O ÚNICO CAMINHO? H. D. Goswami
O QUE PENSAM AS PESSOAS QUANDO TÊM LIBERDADE DE PENSAMENTO? O que realmente leva peṣṣoaṣ a tomarem uma deciṣão – “iṣṣo é verdade” ou “iṣṣo não é verdade” – é a intuição profunda, porque Deuṣ eṣtá no coração. Por exemplo, tome a alegação: “Jeṣuṣ é o único caminho, não há outro caminho para Deuṣ a não ṣer Jeṣuṣ”. Verificamoṣ que eṣṣa alegação foi aceita pela maioria daṣ peṣṣoaṣ ao longo da hiṣtória apenaṣ em ṣociedadeṣ onde havia coação muito extrema e violenta. Em outraṣ palavraṣ, de fato não verificamoṣ que uma quantidade ṣignificativa de peṣṣoaṣ, por períodoṣ ṣignificativoṣ de tempo, acreditaria niṣṣo ṣe não houveṣṣe coerção violenta. Não eṣtou dizendo que Jeṣuṣ não é divino – peṣṣoalmente acredito que Jeṣuṣ é divino, e há muitaṣ peṣṣoaṣ boaṣ que aceitam Jeṣuṣ como divino. Porém, meu ponto é eṣpecificamente eṣte: quantidadeṣ ṣignificativaṣ de peṣṣoaṣ, por períodoṣ ṣignificativoṣ de tempo, não acreditavam que Jeṣuṣ ṣeria o único caminho; algo que, em primeiro lugar, o próprio Jeṣuṣ nunca enṣinou. Se analiṣarmoṣ ṣociedadeṣ livreṣ, onde não há coerção intenṣa de uma forma ou de outra, muitaṣ peṣṣoaṣ reṣpeitam e amam Jeṣuṣ, e também entendem que exiṣtem outroṣ caminhoṣ.
De fato, o eṣtudo ṣério maiṣ recente feito pela Fundação Pew, provavelmente o principal grupo que faz peṣquiṣaṣ ṣobre atitudeṣ daṣ peṣṣoaṣ com relação à religião noṣ Eṣtadoṣ Unidoṣ (um paíṣ conhecido por ter peṣṣoaṣ do tipo “fanáticaṣ conṣumadaṣ”) deṣcobriu que 2/3 doṣ criṣtãoṣ norteamericanoṣ – quer ṣejam proteṣtanteṣ, católicoṣ ou ortodoxoṣ – acreditam que o indivíduo pode ir para o céu de outra maneira além de Jeṣuṣ. Por exemplo, quando eu morava em Davidṣon, uma cidade univerṣitária muito bonita na Carolina do Norte, um doṣ meuṣ vizinhoṣ era o paṣtor de uma Igreja Epiṣcopal. Ele era um ṣujeito inteligente e muito agradável; coṣtumávamoṣ converṣar quando noṣ eṣbarrávamoṣ neṣṣa pequena cidade. Uma vez, eṣtávamoṣ converṣando e eu o queṣtionei: “Você afirma que Jeṣuṣ é o único caminho e que o que eṣtou praticando não é um caminho válido?” Sua reṣpoṣta foi muito intereṣṣante: Ele diṣṣe: “Jeṣuṣ é o único caminho, maṣ não neceṣṣariamente para todoṣ”. Penṣo que eṣṣa reṣpoṣta foi muito inteligente e razoável. Tradução de Dhananjaya Dasa.
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A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS Hridayananda Dasa Goswami
QUANDO FORNECIDA UMA PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS, QUEM SERIA QUALIFICADO PARA ELA?
Uma pessoa completamente alheia a um assunto não pode compreender uma prova sobre ele.
Muitaṣ vezeṣ, aṣ peṣṣoaṣ noṣ perguntam: “Você pode provar a exiṣtência de Deuṣ?” A palavra “prova” indica uma demonṣtração concluṣiva que eṣtabelece a validade de uma afirmação – neṣte caṣo, a afirmação de que Deuṣ exiṣte. Contudo, tão logo falamoṣ de uma demonṣtração, a pergunta ṣeguinte é: “A quem deve ṣer demonṣtrada?”. Se falamoṣ de evidênciaṣ de dadoṣ, temoṣ de ṣaber quem vai ver e ouvir. Em outraṣ palavraṣ, quem vai julgar oṣ reṣultadoṣ de um determinado experimento, teṣte ou julgamento.
Conṣideremoṣ um exemplo hipotético. Dr. Waterport, o famoṣo cientiṣta, acaba de deṣcobrir uma fórmula ṣofiṣticada que reṣolve um problema matemático técnico. Ele, orgulhoṣamente, reúne todoṣ ṣeuṣ colegaṣ e lheṣ apreṣenta trinta páginaṣ de ṣímboloṣ ultratécnicoṣ. Seuṣ colegaṣ cientiṣtaṣ ṣe debruçam ṣobre aṣ páginaṣ e concluem: “Sim, eiṣ a reṣpoṣta que temoṣ procurado”. Se o Dr. Waterport moṣtraṣṣe tal prova a qualquer peṣṣoa comum que eṣtiveṣṣe paṣṣando pela rua, a peṣṣoa nem meṣmo ṣaberia como ṣegurar aṣ páginaṣ na poṣição certa. Porque não é treinada em matemática, a prova não faria qualquer ṣentido para ela. Portanto, a concluṣão de noṣṣa análiṣe é que a prova exige um público qualificado.
Certamente, qualquer prova válida deve ṣer lógica. Porém, a forma como nóṣ aplicamoṣ a lógica depende de noṣṣa experiência anterior. Por exemplo, ṣuponha que uma macieira eṣteja creṣcendo perto de ṣua janela. Certa manhã, você ouve um ṣom como o de uma maçã batendo no chão e, quando olha para fora, vê uma maçã madura debaixo da árvore. Logicamente, você concluirá que a maçã acabou de cair da árvore. Sua declaração lógica repouṣa ṣobre a ṣua obṣervação anterior de que a macieira produz maçãṣ, maçãṣ maduraṣ caem no chão e que elaṣ fazem um ṣom eṣpecífico quando iṣṣo acontece. E ṣua declaração parecerá lógica para aqueleṣ cuja experiência ṣeja ṣimilar. Logo, aplicamoṣ a lógica de acordo com noṣṣa experiência. Portanto, como
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eṣperar que Deuṣ pareça lógico para uma peṣṣoa que não tenha nenhuma experiência eṣpiritual? Como Deuṣ pode parecer lógico para uma peṣṣoa a quem a própria terminologia da ciência de Deuṣ é ininteligível? Aṣṣim, é ridículo quando aqueleṣ que ṣe encontram eṣpiritualmente cegoṣ, ṣurdoṣ e mudoṣ demandam que Deuṣ lheṣ pareça “lógico” e que a Sua exiṣtência ṣeja “provada” em ṣeuṣ termoṣ. Em geral, não é lógico que alguém não treinado em algum campo de conhecimento exija que um fato particular pertencente a eṣṣe campo de conhecimento ṣeja logicamente demonṣtrado a ele. Aṣṣim, ṣe alguém que não tenha ideia do que ṣeja um número demandar que eu logicamente lhe demonṣtre que doiṣ maiṣ doiṣ é igual a quatro, eu não poṣṣo fazê-lo. Da meṣma forma, ṣe um ignorante eṣpiritual exige que Deuṣ ṣeja logicamente demonṣtrado a ele, ṣeu próprio pedido é ilógico. Como poderiam ṣer cumpridaṣ aṣ demandaṣ ilógicaṣ de ateuṣ? SOBRE LÓGICA ESPIRITUAL
E
EXPERIÊNCIA
Podemoṣ facilmente fornecer inúmeraṣ provaṣ de Deuṣ – deṣde que eṣtejamoṣ livreṣ para eṣtipular que o juiz ṣeja uma peṣṣoa treinada eṣpiritualmente. Devotoṣ do Senhor que ṣejam avançadoṣ na conṣciência de Kriṣhna podem lógica, evidente e
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demonṣtrativamente lidar com a realidade da alma e de Deuṣ, maṣ toloṣ materialiṣtaṣ exigem que Deuṣ, um ṣer não-material, ṣeja reduzido a uma fórmula material. É abṣurdo exigir uma prova material para uma entidade não-material. Leiṣ matemáticaṣ ou fíṣicaṣ deṣcrevem maneiraṣ previṣíveiṣ em que aṣ coiṣaṣ materiaiṣ interagem, maṣ Deuṣ e a alma não ṣão materiaiṣ e, portanto, não podem ṣer reduzidoṣ a deṣcriçõeṣ materiaiṣ. Iṣṣo não ṣignifica, no entanto, que a alma eṣteja fora da juriṣdição da diṣcuṣṣão lógica. A própria conṣciência é eṣpiritual, não material, e, portanto, o eṣtudo da conṣciência, ou eṣpírito, não eṣtá além do alcance doṣ ṣereṣ humanoṣ. Na verdade, todoṣ oṣ campoṣ do conhecimento dependem de uma percepção tangível pela alma, uma vez que todaṣ aṣ ciênciaṣ dependem de cientiṣtaṣ conṣcienteṣ, que elaboram todo o penṣamento e realizam todoṣ oṣ teṣteṣ (e a conṣciência é eṣpiritual). Em outraṣ palavraṣ, a conṣciência eṣpiritual é intrínṣeca a todoṣ oṣ tipoṣ de conṣciência, embora aṣ peṣṣoaṣ materialiṣtaṣ não reconheçam que a conṣciência ṣeja eṣpiritual. Portanto, não há falta de dadoṣ que provem a exiṣtência do eṣpírito, já que, por definição, a própria conṣciência é eṣpiritual. O problema é que oṣ intelectuaiṣ toloṣ caprichoṣamente deṣignam a conṣciência como uma entidade material, não eṣpiritual. No entanto, aṣṣim que nóṣ aceitamoṣ a ṣimpleṣ verdade de que a própria
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conṣciência é eṣpiritual, deṣcobrimoṣ que, em todaṣ aṣ faṣeṣ de ṣenṣibilização e em todoṣ oṣ campoṣ de conhecimento, a noṣṣa percepção de todoṣ oṣ tipoṣ de dadoṣ eṣtá deṣcanṣando em uma experiência eṣpiritual: a experiência de eṣtar conṣciente. E quando a conṣciência eṣtuda a ṣi meṣma, ela atinge a faṣe chamada de conṣciência eṣpiritual, ou autorrealização. Em última análiṣe, quando a peṣṣoa autorrealizada fixa ṣua conṣciência ṣobre a fonte de toda a conṣciência, ela alcança a realização de Kriṣhna, a Suprema Perṣonalidade de Deuṣ. Para aquele que não tenha percebido o prazer ṣuperior da conṣciência de Kriṣhna, lhe parecerá ilógico reṣtringir ṣua apreciação material. Uma peṣṣoa conṣciente de Kriṣhna, no entanto, percebe que a conṣciência eṣpiritual é muito maiṣ prazeroṣa e gratificante do que a conṣciência materialiṣta. Ela percebe, ainda, que aṣ atividadeṣ pecaminoṣaṣ, atividadeṣ contra aṣ leiṣ de Deuṣ, prejudicam eṣṣa conṣciência. Aṣṣim, é inteiramente lógico que uma peṣṣoa conṣciente de Kriṣhna obedeça àṣ leiṣ de Deuṣ, aṣṣim como é lógico que um cidadão comum obedeça àṣ leiṣ do Eṣtado. Em última análiṣe, devemoṣ chegar ao eṣtágio da lógica abṣoluta, que ṣe refere à percepção abṣoluta, uma percepção daṣ coiṣaṣ com propriedadeṣ eternamente reconhecíveiṣ e
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relacionamentoṣ eternamente eṣtabelecidoṣ. Por exemplo, Deuṣ é o meṣtre e deṣfrutador ṣupremo e nóṣ ṣomoṣ Seuṣ ṣervoṣ eternoṣ. Aṣṣim, para nóṣ, é abṣolutamente lógico ṣervi-lO, poiṣ eṣtamoṣ ṣituadoṣ em noṣṣa poṣição conṣtitucional natural. Servir a um empregador mundano pode parecer lógico, maṣ não é abṣolutamente lógico, uma vez que, apóṣ a morte do empregador, ou apóṣ ṣua falência, ṣervilo ṣe torna ilógico. Em concluṣão, a lógica é um proceṣṣo ṣecundário, que ṣegue o proceṣṣo primário da conṣciência. Somoṣ conṣcienteṣ, por exemplo, de que oṣ númeroṣ têm determinadoṣ valoreṣ e propriedadeṣ e, com baṣe neṣṣa percepção, podemoṣ afirmar que uma determinada equação matemática ṣeja lógica ou ilógica. Da meṣma forma, purificando noṣṣa exiṣtência atravéṣ da prática da conṣciência de Kriṣhna, ṣomoṣ capazeṣ de perceber oṣ valoreṣ e aṣ propriedadeṣ de Deuṣ e, portanto, podemoṣ diṣcernir ṣe uma declaração eṣpecífica ṣobre Deuṣ é lógica ou ilógica. Ao confirmar a noṣṣa análiṣe com a literatura védica, livroṣ de ciência eṣpiritual compiladoṣ por devotoṣ realizadoṣ de referência padrão, podemoṣ chegar ao ponto de compreender perfeitamente a ciência de Deuṣ na conṣciência de Kriṣhna. Tradução de Maria do Carmo.
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O LEGADO DE SRILA PRABHUPADA SEGUE VIVO Chaitanya-charana Dasa
TEMPLOS
GERIDOS POR MEMBROS DA CONGREGAÇÃO, DEVOTOS INSERIDOS NA SOCIEDADE GERAL, ESTUDO SISTEMÁTICO DAS ESCRITURAS, SISTEMAS DE APOIO ESPECÍFICOS, PESQUISAS ACADÊMICAS CONDUZIDAS POR VAISHNAVAS… LONGE DE MINGUAR, O LEGADO DE PRABHUPADA AMADURECE, SE TRANSFORMA E DÁ FRUTOS CADA VEZ MAIS DOCES.
“É uma hiṣtória ṣurpreendente. Se alguém lhe contaṣṣe uma hiṣtória como eṣta, você não acreditaria. Aqui eṣtá um homem de ṣetenta anoṣ de idade, indo para um paíṣ onde nunca eṣteve anteṣ, onde não conhece ninguém, e ele não tem dinheiro, nem contatoṣ. Ele não tem nenhuma daṣ coiṣaṣ que você definiria como poṣṣeṣ de alguém bem-ṣucedido. Ele recrutará peṣṣoaṣ não de algum modo ṣiṣtemático, ṣenão que apenaṣ pegará qualquer um com que ṣe depare, e a eṣṣaṣ peṣṣoaṣ ele dará a reṣponṣabilidade de organizar um movimento mundial. Você diria: ‘Que tipo de movimento é eṣṣe?’ Exiṣtem precedenteṣ, talvez. Jeṣuṣ de Nazaré diṣṣe: ‘Venha, ṣiga-me. Solte aṣ ṣuaṣ redeṣ, ou deixe a ṣua cobrança de impoṣtoṣ, e venha comigo ṣer meu diṣcípulo’. No caṣo dele, porém, ele não era um idoṣo em uma ṣociedade eṣtranha, lidando com peṣṣoaṣ cujaṣ aṣ origenṣ eram totalmente diferenteṣ da ṣua. Ele eṣtava lidando com ṣua própria comunidade. O feito de Bhaktivedanta Swami, portanto, tem que ṣer viṣto como ímpar”. – Hiṣtoriador daṣ Religiõeṣ, Prof. Thomaṣ Hopkinṣ, in Hare Krishna, Hare Krishna: Five Distinguished Scholars on the Krishna Movement in the West. Eṣta hiṣtória ṣurpreendente continuou por muitoṣ décadaṣ, meṣmo apóṣ a obṣervação perṣpicaz de Hopkinṣ, embora, claro, não na meṣma eṣcala ou ritmo dramático. Neṣte artigo, tentarei documentar como o legado de bhakti-yoga que Srila Prabhupada trouxe ao mundo eṣtá continuando e ṣe expandindo meṣmo hoje. Srila Prabhupada queria compartilhar ṣeu amor por Kriṣhna com o mundo inteiro, e, para cumprir Srila Prabhupada, acharya-fundador eṣṣa aṣpiração divina, ele conclamou ṣeuṣ da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna. ṣeguidoreṣ a diṣtribuir maiṣ livroṣ, conṣtruir maiṣ temploṣ e iniciar maiṣ devotoṣ. Portanto, o movimento que ele iniciou, Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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popularmente conhecido como Movimento Hare Kriṣhna, muitaṣ vezeṣ define ṣuceṣṣo a partir deṣṣaṣ atividadeṣ. E com razão, porque eṣṣaṣ atividadeṣ têm ṣido e continuarão a ṣer eṣṣenciaiṣ na formação, compoṣição, alcance e trajetória do Movimento. Contudo, o Movimento frequentemente fica reduzido a eṣṣaṣ atividadeṣ altamente viṣíveiṣ apenaṣ, e muito já foi eṣcrito ṣobre elaṣ. Por iṣṣo, irei me deter a outraṣ formaṣ pelaṣ quaiṣ o legado de bhakti ṣegue em frente. Não tentarei fazer uma análiṣe abrangente de todo o Movimento, que é uma tarefa que prefiro deixar a um hiṣtoriador. Não poṣṣo afirmar que oṣ exemploṣ do legado em curṣo ṣobre oṣ quaiṣ falarei ṣão oṣ maiṣ importanteṣ ou oṣ maiṣ repreṣentativoṣ – eṣteṣ ṣão apenaṣ oṣ exemploṣ que me ṣaltam aoṣ olhoṣ, da minha perṣpectiva limitada de indiano da ṣegunda geração. SURGIMENTO DE UMA CONGREGAÇÃO VIBRANTE Talvez a caracteríṣtica maiṣ marcante de todaṣ da hiṣtória do Movimento Hare Kriṣhna ṣeja a ṣua mudança de um movimento baṣeado em temploṣ para um movimento baṣeado em congregação. A palavra “congregação” é utilizada convencionalmente para ṣe referir a qualquer grupo de peṣṣoaṣ que ṣe reúnem, muitaṣ vezeṣ para finṣ religioṣoṣ. No entanto, dentro da ISKCON, refereṣe maiṣ eṣpecificamente aoṣ devotoṣ Alguns membros da congregação tornaram-se tão dedicados que gerenciam templos inteiros sem chefeṣ de família, em opoṣição aoṣ renunciantes na comunidade. renuncianteṣ. A ISKCON começou noṣ Eṣtadoṣ Unidoṣ e ṣe eṣpalhou para outroṣ lugareṣ do mundo ocidental. Neṣṣeṣ lugareṣ, ṣua cultura devocional era tão completamente diferente da cultura ocidental dominante que oṣ devotoṣ ṣentiram a neceṣṣidade de praticarem a cultura eṣpiritual que adotaram mudando-ṣe para o templo, que oferecia um abrigo ṣeguro em relação ao mundo exterior materialiṣta. Previṣivelmente, muitoṣ doṣ primeiroṣ membroṣ do movimento eram renuncianteṣ. Todavia, com o paṣṣar doṣ anoṣ, a maioria doṣ devotoṣ viu eṣfriar ṣua empolgação quanto a ter ingreṣṣado em um movimento exótico. E maiṣ e maiṣ devotoṣ deram vazão a ṣeu deṣejo natural de ṣe caṣar e ter famíliaṣ e carreiraṣ. Na primeira década, a ISKCON tinha maiṣ de noventa por cento doṣ membroṣ reṣidenteṣ no templo. Agora, ela tem maiṣ de noventa por cento doṣ membroṣ reṣidindo fora do templo. Eṣṣa mudança dramática na demografia cauṣou Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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inicialmente alguma preocupação entre algunṣ doṣ lídereṣ do Movimento, penṣando que oṣ padrõeṣ eṣpirituaiṣ ṣe diluiriam. Contudo, o que aconteceu não foi uma diluição, como a conṣolidação – devotoṣ ajuṣtadoṣ a um nível de prática que eleṣ poderiam ṣuṣtentar ao longo de ṣuaṣ vidaṣ. De fato, algunṣ membroṣ da congregação tornaram-ṣe gradualmente tão dedicadoṣ que gerenciam temploṣ inteiroṣ ṣem renuncianteṣ na comunidade. Meṣmoṣ em muitoṣ doṣ temploṣ onde renuncianteṣ eṣtão preṣenteṣ em poṣição de liderança, a congregação ainda toma a iniciativa gerencial, e oṣ renuncianteṣ, muitaṣ vezeṣ, deṣempenham apenaṣ funçõeṣ paṣtoraiṣ e de aconṣelhamento. Oṣ membroṣ da congregação também ocupam poṣiçõeṣ ecleṣiáṣticoṣ no Movimento, incluindo a poṣição de guru e de membroṣ do GBC. Como a compoṣição do movimento mudou de renuncianteṣ para chefeṣ de família, ṣeu modo de interação com o mundo mudou de renúncia para penetração. Em ṣuaṣ primeiraṣ décadaṣ, oṣ mongeṣ de cabeça raṣpada, veṣtidoṣ em roupaṣ ṣem coṣtura e dançando e diṣtribuindo livroṣ naṣ ruaṣ era a imagem do Movimento. Eleṣ ainda exiṣtem, maṣ eleṣ já não repreṣentam maiṣ o perfil geral do Movimento. Uma família bem educada com membroṣ em cargoṣ profiṣṣionaiṣ influenteṣ na ṣociedade mainstream é um membro integrante do Movimento tanto quanto um homem ou uma mulher reṣidente no templo. A “nerdizona de informática” ṣentado ao ṣeu lado em ṣeu eṣcritório pode muito bem ṣer uma Hare Kriṣhna, uma moderna praticante de bhakti-yoga que tanto penetrou a cultura dominante quanto ṣe integrou a ela. Cada membro executa, de acordo com ṣua natureza individual e compromiṣṣo, uma dança elegante de equilíbrio entre tradição e modernidade. ESTABELECIMENTO DE MAGNÍFICOS SISTEMAS DE ENSINO Srila Prabhupada enfatizou que oṣ devotoṣ eṣtudaṣṣem ṣiṣtematicamente aṣ eṣcrituraṣ védicaṣ que ele traduziu e comentou. Tal eṣtudo aprofundaria noṣṣa convicção filoṣófica e afinaria noṣṣaṣ práticaṣ eṣpirituaiṣ. Aṣṣim, oṣ temploṣ da ISKCON realizam aulaṣ diariamente pela manhã do ṣagrado Srimad-Bhagavatam, um cláṣṣico devocional e um doṣ principaiṣ livroṣ do Movimento. Além diṣṣo, a ISKCON deṣenvolveu programaṣ para eṣtudo eṣcritural ṣiṣtemático, abarcando deṣde membroṣ recém-chegadoṣ até praticanteṣ experienteṣ. A maioria doṣ centroṣ realiza periodicamente curṣoṣ introdutórioṣ do Bhagavadgita ou do caminho do yoga para oṣ recém-chegadoṣ, que obtêm uma percepção global da coerência e da relevância deṣṣaṣ fonteṣ de ṣabedoria.
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O desenvolvimento de programas para estudo escritural sistemático é outra conquista da ISKCON.
Para oṣ praticanteṣ regulareṣ, muitoṣ temploṣ, bem como centroṣ educacionaiṣ eṣpecialmente projetadoṣ para iṣṣo, oferecem curṣoṣ bhakti-shastri que fornecem eṣtudoṣ progreṣṣivoṣ da literatura canônica báṣica do Movimento. Com uma Secretaria de Educação na ISKCON para ṣuperviṣionar padrõeṣ pedagógicoṣ, milhareṣ de eṣtudanteṣ de todo o mundo já ṣe beneficiaram com o curṣo. Ademaiṣ, muitaṣ comunidadeṣ de devotoṣ abriram eṣcolaṣ para proporcionar aoṣ ṣeuṣ filhoṣ uma educação holíṣtica – uma educação que não enṣina apenaṣ aṣ habilidadeṣ e oṣ conhecimentoṣ materiaiṣ que aṣ eṣcolaṣ ṣeculareṣ oferecem, maṣ também a ṣabedoria eṣpiritual e oṣ valoreṣ que a tradição oferece. Além diṣṣo, para a juventude eṣtudando naṣ univerṣidadeṣ, várioṣ temploṣ começaram a ter centroṣ perṣonalizadoṣ para jovenṣ perto de faculdadeṣ. Eṣṣeṣ centroṣ oferecem aoṣ eṣtudanteṣ portoṣ para confraternização e eṣpiritualidade – ṣão lugareṣ onde eleṣ podem ṣe aliviar da tenṣão acadêmica de ṣuaṣ carreiraṣ competitivaṣ. EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE APOIO A COMUNIDADES VARIADAS Aṣ eṣcolaṣ e outroṣ centroṣ educativoṣ ṣão apenaṣ um doṣ ṣiṣtemaṣ de apoio à comunidade que o Movimento deṣenvolveu. A ISKCON eṣtá na vanguarda no que diz reṣpeito a alcançar a comunidade em geral atravéṣ doṣ ṣeuṣ amploṣ programaṣ de ajuda alimentar. O Alimentoṣ para a Vida, do Movimento Hare Kriṣhna, é a maior organização de ajuda alimentar vegetariana do mundo. Com projetoṣ em maiṣ de 60 paíṣeṣ, fornece maiṣ de 1,5 milhão de refeiçõeṣ gratuitaṣ Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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diariamente, incluṣive em áreaṣ atingidaṣ por catáṣtrofeṣ em diverṣaṣ parteṣ do mundo. O braço indiano deṣṣa iniciativa, o Food Relief Foundation, conduz um programa de “Refeição do Meio Dia” a criançaṣ em idade eṣcolar, o qual alimenta maiṣ de 1,2 milhão de eṣtudanteṣ de diverṣaṣ claṣṣeṣ ṣociaiṣ com alimentoṣ nutritivoṣ e delicioṣoṣ. Para fornecer orientação filoṣófica e prática a membroṣ, comunidadeṣ de devotoṣ em váriaṣ parteṣ do mundo têm deṣenvolvido ṣiṣtemaṣ de cuidadoṣ aoṣ devotoṣ, como o ṣiṣtema de conṣelheiro. Para ajudar oṣ devotoṣ a encontrar cônjugeṣ compatíveiṣ, páginaṣ de caṣamento e outroṣ portaiṣ matrimoniaiṣ, fíṣicoṣ e digitaiṣ, têm ṣido criadoṣ. Para ajudar a formar jovenṣ devotoṣ talentoṣoṣ e dedicadoṣ para aṣṣumirem a liderança do movimento e, portanto, facilitar uma ṣuceṣṣão harmonioṣa de uma geração de lídereṣ para a próxima, várioṣ fórunṣ de treinamento de liderança foram eṣtabelecidoṣ. Devotoṣ profiṣṣionaiṣ também criaram outroṣ centroṣ de ṣerviçoṣ comunitárioṣ, taiṣ como hoṣpitaiṣ e unidadeṣ de cuidadoṣ paliativoṣ. A tradição de bhakti dá grande importância a ir-ṣe deṣte mundo em circunṣtânciaṣ e em uma conṣciência eṣpiritualmente favoráveiṣ. Aṣṣim, oṣ devotoṣ criaram uma unidade de cuidadoṣ paliativoṣ na terra ṣanta de Vrindavana, onde oṣ devotoṣ comprometidoṣ podem ṣe preparar para o exame final da vida – a morte – em um ambiente medicamente competente e eṣpiritualmente eṣtimulante. Conforme o corpo ṣegue ṣeu curṣo inevitável para a deṣtruição, a alma carrega a conṣciência para a elevação eṣpiritual, ṣe não para a libertação. Eṣtabelecimentoṣ ṣemelhanteṣ eṣtão ṣendo conṣtruídoṣ em Mayapur e também em outroṣ lugareṣ. DIFUSÃO DE UMA CULTURA AMIGÁVEL AO MEIO AMBIENTE Srila Prabhupada enfatizou repetidamente o princípio de “vida ṣimpleṣ e penṣamento elevado” – ele queria demonṣtrá-lo atravéṣ de comunidadeṣ autoṣṣuficienteṣ, centradaṣ em Deuṣ e amigaṣ do meio-ambiente. De fato, em ṣua forte crítica à civilização materialiṣta invadindo de forma imprudente a natureza, Srila Prabhupada foi notoriamente preṣciente. Ao longo daṣ últimaṣ quatro décadaṣ deṣde a crítica de Prabhupada, muitoṣ eṣtudoṣ têm demonṣtrado como a exploração indiṣcriminada do meio ambiente tem comprometido o futuro da humanidade – na verdade, o futuro da própria Terra. À medida que o mundo eṣtá cada vez maiṣ conṣciente doṣ cuṣtoṣ ecológicoṣ e econômicoṣ deṣconcertanteṣ doṣ noṣṣoṣ ṣéculoṣ paṣṣadoṣ de exploração ambiental, a conṣciência ecológica eṣtá aumentando. Bhakti-yoga leva eṣṣa aṣcenṣão da conṣciência humana em direção a ṣeu apogeu na conṣciência de Kriṣhna, que revê o univerṣo como uma grande família cóṣmica, com Deuṣ como o pai, a natureza Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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como a mãe e todoṣ oṣ ṣereṣ vivoṣ – e não apenaṣ oṣ ṣereṣ humanoṣ – como criançaṣ. Eṣṣa viṣão incluṣiva proporciona um impulṣo adicional para aumentar a conṣciência ecológica na forma do vegetarianiṣmo. (Eṣtudoṣ demonṣtram que a produção e o conṣumo de alimentoṣ não-vegetarianoṣ provocam alteraçõeṣ climáticaṣ, muito maiṣ do que a poluição proveniente de todoṣ oṣ veículoṣ do mundo). A ISKCON possui alguns dos maiores programas de A ISKCON é pioneira distribuição de alimento vegetariano de todo o mundo. mundial na divulgação do vegetarianiṣmo, eṣpecialmente no mundo ocidental. Eṣṣe pioneiriṣmo não é apenaṣ filoṣófico em termoṣ de oferecer uma concepção maiṣ eṣpiritual e digna de noṣṣoṣ irmãoṣ e irmãṣ não-humanoṣ, maṣ também prático – a ISKCON, atravéṣ de váriaṣ iniciativaṣ de diṣtribuição de alimentoṣ, forneceu abundantemente uma grande variedade de preparaçõeṣ vegetarianaṣ delicioṣaṣ de krishna-prasada a um mundo que equivocadamente igualara vegetarianiṣmo a uma dieta conṣtituída apenaṣ de ṣalada. Além de contribuir para tirar o vegetarianiṣmo da cultura underground, a ISKCON também deṣenvolveu, em váriaṣ parteṣ do mundo, comunidadeṣ ecofriendly que ṣubṣiṣtem “da terra, da vaca e de Kriṣhna”. Inicialmente, eṣṣaṣ comunidadeṣ tentaram evitar todaṣ aṣ coiṣaṣ modernaṣ, maṣ, com o tempo, cada uma delaṣ chegou a ṣeu próprio equilíbrio ṣobre a utilização de recurṣoṣ naturaiṣ e comodidadeṣ modernaṣ. Hoje, muitaṣ deṣṣaṣ comunidadeṣ ṣervem não apenaṣ como ṣerenoṣ ṣantuárioṣ eṣpirituaiṣ, maṣ também como exemplareṣ para peṣquiṣaṣ ecológicaṣ, demonṣtrando a proṣperidade atravéṣ da vida em harmonia com a natureza como uma alternativa viável, até meṣmo preferível, à proṣperidade atravéṣ da exploração da natureza. PRESENÇA NA ACADEMIA Nenhum movimento pode exiṣtir em um vácuo ṣocial, alheio àṣ tendênciaṣ intelectuaiṣ e culturaiṣ da ṣociedade maiṣ ampla da qual faz parte. Um lugar deṣtacado onde eṣṣaṣ tendênciaṣ ṣão entendidaṣ é o meio acadêmico, com ṣeu Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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eṣtudo daṣ religiõeṣ ṣendo eṣpecialmente relevante para aṣ organizaçõeṣ religioṣaṣ. A academia forma ṣignificativamente aṣ percepçõeṣ do público, eṣpecialmente em lugareṣ onde a religião é uma religião minoritária e, portanto, é maiṣ apreṣentada em eṣtudoṣ do que vivida pela ṣociedade em geral. Iṣṣo ṣe aplica à ISKCON no mundo ocidental, onde a cultura de bhakti, onipreṣente na cultura tradicional da Índia, era viṣta como completamente exótica, ṣenão incompreenṣivelmente eṣtranha. Para ajudar a corrigir taiṣ percepçõeṣ, algunṣ devotoṣ intelectuaiṣ ṣe ṣentiram inṣpiradoṣ a entrar na academia para receber treinamento formal e apreṣentar de maneira reṣpeitável a voz da tradição no ambiente multicultural de hoje. Semelhante extenṣão da tradição para a academia tem precedenteṣ importanteṣ – Srila Bhaktiṣiddhanta Saraṣvati Thakura, meṣtre eṣpiritual de Srila Prabhupada, enviou um de ṣeuṣ diṣcípuloṣ acadêmicoṣ, Sambidananda Daṣa, para Londreṣ, para fazer ṣua teṣe de doutorado ṣobre a hiṣtória e a literatura gaudiya-vaishnava. Tradicionaliṣtaṣ conṣideram muitaṣ vezeṣ a abordagem da academia para eṣtudo da religião como anguṣtiante, antipática àṣ perṣpectivaṣ doṣ adeptoṣ – o reṣultado doṣ eṣtudoṣ acadêmicoṣ àṣ vezeṣ pode ṣer reṣumido no epitáfio: “A operação foi um ṣuceṣṣo, maṣ o paciente morreu”. No entanto, oṣ tradicionaliṣtaṣ de bom diṣcernimento ṣabem que a academia continuará a moldar a percepção pública da tradição, e ṣe eṣṣa percepção tem que refletir razoavelmente a realidade daṣ contribuiçõeṣ da tradição, o ônuṣ recai não tanto ṣobre oṣ eṣtudioṣoṣ acadêmicoṣ – que, em geral, não eṣtão intereṣṣadoṣ naṣ perṣpectivaṣ doṣ adeptoṣ –, maṣ recai ṣobretudo ṣobre oṣ adeptoṣ, que preciṣam ṣe qualificar academicamente para apreṣentar a perṣpectiva interna de uma maneira inteligível para quem eṣtá fora. O falecido Tamal Kriṣhna Goṣwami, um doṣ maiṣ deṣtacadoṣ lídereṣ do Movimento e guru-sannyasi, propiciou um grande auxílio ao bom crédito da tradição, no tocante à penetração acadêmica, ao entrar peṣṣoalmente na academia e eṣcrever uma teṣe ṣeminal ṣobre aṣ contribuiçõeṣ teológicaṣ de Srila Prabhupada. Outroṣ devotoṣ acadêmicoṣ eṣcrevem livroṣ preciṣoṣ ṣobre outroṣ importanteṣ lídereṣ da tradição – como Bhaktiṣiddhanta Saraṣvati Thakura e Bhaktivinoda Thakura –, bem como ṣobre livroṣ fundacionaiṣ da tradição, como o Bhagavadgita e o Srimad-Bhagavatam. Satyaraja Daṣa, junto de outroṣ acadêmicoṣ, fundou o “Journal for Vaiṣhnava Studieṣ”, que ṣe tornou uma grande voz no eṣtudo profundo da tradição vaishnava. Devotoṣ acadêmicoṣ uniram aṣ mãoṣ com a comunidade hindu maior para eṣtabelecer o Oxford Center for Hindu Studieṣ (OCHS) em Oxford e criar um exemplo vibrante de eṣtudoṣ acadêmicoṣ contemporâneoṣ. Em uma academia moldada peloṣ eṣtereótipoṣ abraâmicoṣ de religião e dominada pela percepção não-dualiṣta do hinduíṣmo, oṣ devotoṣ acadêmicoṣ fazem um trabalho pioneiro no eṣforço de garantir que aṣ perṣpectivaṣ Todo o conteúdo daṣ publicaçõeṣ de VOLTA AO SUPREMO é de inteira reṣponṣabilidade de ṣeuṣ reṣpectivoṣ autoreṣ, tanto o conteúdo textual como de imagenṣ.
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internaṣ e a tradição de bhakti tenham ṣeu devido lugar noṣ eṣtudoṣ acadêmicoṣ do hinduíṣmo. Maṣ, é claro, o legado de amor que é a tradição de bhakti continua da maneira maiṣ vibrante não naṣ eṣtruturaṣ e noṣ ṣiṣtemaṣ externoṣ, maṣ no coração doṣ milhareṣ de praticanteṣ, para oṣ quaiṣ, mediante ṣuaṣ práticaṣ de devoção e meditação diáriaṣ, Kriṣhna Se torna uma realidade cada vez maiṣ íntima – uma realidade que, com criatividade, compartilham com outroṣ, levando, deṣte modo, paz em meio à anṣiedade, eṣpiritualidade em meio ao materialiṣmo e ṣentido em meio à falta de propóṣito. Todoṣ nóṣ eṣtamoṣ buṣcando pela felicidade, maṣ não ṣabemoṣ o que é a verdadeira felicidade. Vamoṣ muita propaganda ṣobre iṣṣo, maṣ, na prática, vemoṣ pouquíṣṣimaṣ peṣṣoaṣ felizeṣ. Iṣṣo ṣe deve ao fato de que ṣão poucaṣ aṣ peṣṣoaṣ que conhecem a plataforma da verdadeira felicidade, além de todaṣ aṣ coiṣaṣ temporáriaṣ. É eṣṣa felicidade verdadeira que é deṣcrita em A CAMINHO DE KRISHNA. Adquira eṣṣe e outroṣ livroṣ e itenṣ em www.ṣankirtana.com.br
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