FAVELAS RISCO URBANO by TB Briquet S

Clara Waidergorn

W a

FAVELA,

RISCO URBANO

2º edição - 2013

AUTORIA

Clara Waidergorn PATROCÍNIO

Urbaniza Engenharia COLABORADORES

ANO 2 - 2013 NÚMERO 2

Célia Aquarone de Oliveira Suzu Chazan Denise Mesquita José Roberto dos Santos Danielly Baia ASSESSOR DE IMPRENSA

Giuliana Aquarone REVISÃO

Sabino Ferreira Afonso PROJETO GRÁFICO

Eduardo Briquet IMPRESSÃO

Ayala Gráfica

FAVELAS / RISCO URBANO

PALAVRA DA EMPRESA Estรก sendo elaborado_______________________

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AGRADECIMENTOS Agradeço a empresa Urbaniza Engenharia, na figura de seu Diretor Lourenço Linhares, por colaboração, patrocínio e fornecimento de dados e fotos de trabalhos executados. Agradeço ao professor Marcos Cintra e ao Vereador Laércio Benko, por compartilhar opiniões técnicas sobre o assunto. E finalmente a minha família que me apoiou nesta empreitada.

CLARA WAIDERGORN

FAVELAS / RISCO URBANO

APRESENTAÇÃO O livro de autoria da pedagoga Clara Waidergorn pretende compartilhar experiências de intervenções sociais em favelas e aproximar o leitor da realidade de vida, desta parcela da população, em vários estados do Brasil. O objetivo principal é o de retratar experiências vivenciadas pela autora em serviços prestados em parceria com uma empresa de engenharia onde na sua execução, teve a oportunidade de em todo o território nacional, participar do dia a dia da vida de moradores na maioria de baixa renda, de ocupações irregulares. Pela sua formação acadêmica em pedagogia, aborda questões habitacionais relacionadas as de educação e de identidade cultural, que impactam diretamente nas soluções engendradas e ou pretendidas pelas políticas públicas utilizadas. Embora não pretenda criticar as ações de governo e ao contrário, aponta o desenvolvimento do setor, tem como principal objetivo, buscar evidências na prioridade da educação para a concretização das modalidades de intervenções na área habitacional. Afirma que as favelas, cada vez mais se entitulando como comunidades, representam um modo de vida não erradicado em si mesmo e só possível de erradicar, através das pessoas que a habitam. As intervenções nestes territórios emolduram modo de vida da população, neles representados, com identidade cultural, educação, histórias. Ao arrumar seus pertences para novas realidades, as pessoas carregam estes legados em suas bagagens.

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Prefácio Apresentação Introdução CAPITULO I

A casa sem endereço, no Brasil As Favelas As regiões e suas manifestações culturais CAPITULO II

Nas favelas do Brasil, diferenças culturais Fatos e fotos CAPITULO III

A vida como ela é... Que Jeito é esse! CAPITULO IV

Onde está o foco? CAPITULO V

Relatos dos moradores CAPÍTULO VI

Bibliografia FAVELAS / RISCO URBANO

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PREFÁCIO POR MARCOS CINTRA

BIOGRAFIA DO ECONOMISTA MARCOS CINTRA

Está sendo elaborado_______________________

Marcos Cintra é professor-titular da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP/FGV), onde ingressou mediante concurso público em 1969. É também o idealizador da proposta do imposto único. Em 1997 foi eleito vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas, cargo que ocupa até o momento. Obteve quatro títulos superiores pela Universidade de Harvard (EUA): Bacharel em Economia (B.A cum laude, 1968), Mestre em Planejamento Regional (M.R.P., 1972), Mestre em Economia (M.A., 1974) e Doutor em Economia (Ph.D.,1985). É professor de microeconomia, macroeconomia, finanças públicas, economia agrícola e desenvolvimento econômico nos cursos de Administração de Empresas e de Administração Pública da FGV. Foi chefe do Departamento de Economia da EAESP/FGV entre 1985 e 1987, e diretor da instituição de 1987 a 1991, quando introduziu os cursos de mestrado e doutorado em Economia de Empresas. É autor de diversos livros sobre finanças públicas, teoria econômica e economia agrícola, no Brasil e no exterior. Além de vários artigos técnicos (ver Platafoma Lattes para seu memorial completo)foi a proposta do Imposto Único que o tornou conhecido. Dos trabalhos mais conhecidos são “A Verdade sobre o Imposto Único”

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(LCTE 2003) e “Bank transactions: pathway to the single tax ideal” editado nos

Estatuto da Cidade e tornou-se um dos mais importantes e inovadores mecanismos

Estados Unidos, também sobre a proposta do imposto único, onde também apresenta

de financiamento de investimentos públicos urbanos, sendo amplamente utilizado

uma visão crítica sobre impostos sobre valor agregado (IVA´s. É colunista do caderno

na cidade de S.Paulo. Também está sendo implantado em várias outras metrópoles

Dinheiro da Folha de São Paulo. É colaborador regular dos jornais Gazeta Mercantil,

brasileiras, entre elas no Rio de Janeiro.

Correio Braziliense, Valor Econômico, Diário do Comércio e centenas de outros veículos em todo o país. Foi vereador de São Paulo entre 1993 e 1996, e secretário do Planejamento, Privatização e Parceria do Município de São Paulo em 1993. Em 1998 foi eleito deputado federal pelo PL de São Paulo com 132.266 votos, cargo que ocupou de 1999 a 2003. Como parlamentar foi membro das Comissões de Finanças e Tributação e de Reforma Tributária e presidente da Comissão de Economia, Indústria e Comércio. Foi secretário municipal das Finanças de São Bernardo do Campo de 2003 a 2006. Nas eleições de 2008 foi eleito vereador de São Paulo pelo PR, e logo nomeado pelo prefeito Gilberto Kassab secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho. Marcos Cintra apresentou e aprovou em todas as comissões parlamentares competentes da Câmara dos Deputados o projeto do Imposto Único Federal (PEC 474/2001). O projeto acha-se na pauta de votação naquela Casa. Como vereador em S.Paulo foi autor da lei que criou em 1995 os CEPAC´s (Certificado de Potencial Adicional de Construção). O tema foi posteriormente incorporado no

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PREFÁCIO POR LAERCIO BENKO

panorama não é o maior complicador registrado nesta obra, na minha visão é o que está por vir. Entretanto, não é algo que nos tempos de hoje o faça ter uma taquicardia. Infelizmente o dia a dia destas pessoas se transforma em dados estatísticos e são elencados pelas editorias policiais, pautadas para linhas

Verdadeiros fenômenos urbanos, é assim que defino tão importante obra escrita sensacionalistas das principais capaz do país. Reportagens que tratam de anunciar por minha amiga Clara Waidergorn. ‘As favelas nas cores do Brasil’ – a autora o crescimento abusivo do tráfico de drogas, entre outros, atrelados a ousadia dos traduz com propriedade toda experiência empírica nas favelas brasileiras. Longa criminosos frente às operações policiais. trajetória em uma narrativa a partir da cultura de cada região do País, visitada por Por fim, a autora discorre e compara o conceito de comunidade a cerca das Cidades Clara, realidades que conflitam em muitos momentos com o princípio da dignidade de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão entre outras. Revela ainda como foi o humana, prevista pela Constituição Brasileira de 1988, esta que conota com trabalho social, ao qual participou no quesito intervenções de reassentamento relevância os direitos iguais e inalienáveis a todo cidadão deste território brasileiro, e encerra com os temas cujos objetivos versam sobre as ações de educação, tendo como base a liberdade, a justiça, a paz e o desenvolvimento social. E é organização e mobilização da comunidade e o impacto de aceitação junto a estas nesta obra que, por meio de depoimentos, a autora revela a dura realidade dos grandiosas comunidades urbanas. moradores que por reiteradas vezes se veem entre os meliantes e a polícia, total A Clara Waidergom meus sinceros votos de muito sucesso pela obra. E aos homens vulnerabilidade que promove aos cidadãos e seus familiares, situações de risco e públicos do nosso país, o apelo para um olhar de compromisso e comprometimento, desconforto, quiçá pânico. pois tenho certeza que só assim a eficácia almejada por muitos nesta obra, poderá Outro cenário de risco é o da falta de projeto arquitetônico e de engenharia, se estabelecer nas “Favelas nas cores do Brasil” e em muitas outras que ainda estão que visem edificações seguras. Assim, o cotidiano de milhares de moradores das no anonimato. ‘favelas’ ficam por conta da falta de políticas públicas em meio a um emaranhado de construções desordenadas, e é claro, despadronizadas e tão pouco sem o imprescindível saneamento básico alinhado a sonhada pavimentação. Mas, este

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Laercio Benko PSH

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BIOGRAFIA DO ADVOGADO LAERCIO BENKO

PREFÁCIO POR SILVIO FIGUEIREDO

Advogado Dr. Laércio Benko Lopes que trouxe consigo larga experiência nas diversas

Bomba social.

funções exercidas:

Termo que vem sendo largamente utilizado para caracterizar a baixa qualidade no

Formado em Bacharel de Direito (Faculdade de Direito de Osasco)

ensino, o aumento vertiginoso da criminalidade, e porque não, a segregação urbana

Pós Graduado em Direito Tributário pelo CEU – Centro de Extensão Universitária

que ocorre no Brasil.

Atualmente é sócio majoritário da Advocacia Benko Lopes Presidente Municipal do

E todos esses temas estão intimamente ligados. A baixa qualidade da educação, que

PHS de São Paulo

diminui o acesso a empregos e melhores salários, levando o indivíduo a buscar por

Fundador e Presidente da Associação Brasileira dos Contribuintes - www.abcbr.org.br

habitações alternativas, em parcelamentos urbanos segregados, com ausência de

Presidente do Lions Clube de São Paulo Centro – em três gestões

melhoramentos, infraestrutura e serviços públicos.

(2003/2004 – 2005/2006 – 2006/2007)

A inércia do Poder Público, que permitiu o apossamento de áreas públicas e a

Presidente de Divisão LC-2 A-2 – em 1 gestão (2004/2005)

especulação imobiliária desmedida, ajudando a criar esse fenômeno nas regiões

Presidente do Comalc – em uma gestão (2006/2007)

mais distantes dos grandes centros, muitas delas em áreas de risco, de mananciais

Membro da divisão do Comalc Centro 2 – em uma gestão (2007/2008)

ou de áreas de preservação ambiental.

Membro da divisão do Comalc Centro 1 – em uma gestão (2008/2009)

Ainda a ineficiencia do Poder Público para atender à demanda por habitações nas

Diretor de Relações Externas – em uma gestão (2008/2009)

últimas décadas e as dificuldades que se impõe aos empreendedores interessados

Membro do Diretório Nacional do Partido Humanista da Solidariedade – PHS (desde 2011)

em aumentar a oferta.

Presidente Estadual do Partido Humanista da Solidariedade – PHS São Paulo (desde 2011)

Há diversas disciplinas que podem, individual ou coletivamente tratar do problema,

Vereador em São Paulo/SP, sendo membro da Comissão de Constituição e Justiça (2013/2016)

traçando novos paradigmas em nosso País.

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Mas só a pesquisa, dados estatísticos, empenho dos profissionais e muita criatividade poderão propor soluções eficientes e alternativas que solucionem ou minimizem e problema dos assentamentos precários.

BIOGRAFIA DO ARQUITETO SILVIO FIGUEIREDO

Enquanto assistimos o início de um grande movimento visando promover a Arquiteto, com especialização em planejamento urbano, atua há trinta anos nas regularização de milhares de parcelamentos urbanos, desde 2007, cuja intenção esferas pública e privada, (Governo do Estado de São Paulo em diversos setores, primeira é evitar a favelização e resgatar a dignidade do cidadão, a autora, grande Prefeitura Municipal de Guarulhos), com ênfase nas questões habitacionais e seus parceira, contribuiu de forma relevante, emprestando seu conhecimento, dividindo desdobramentos. experiências e metodologias extremamente úteis ao nosso trabalho. A implementação do Programa Cidade Legal e licenciamento de empreendimentos É com imenso prazer que participo desse trabalho, que deverá ser fonte de dados, habitacionais, nos moldes propostos pelo profissional, de forma inovadora, é experiências e conhecimento que só o profissional que milita diariamente pode resultado de duas décadas de pesquisa aplicados às questões de forma realista e com oferecer. resultado sustentável. Abordando dados históricos, estatísticos, sociais e culturais, a autora analisa, critica e propõe caminhos para a solução ou diminuição desse fenômeno mundial. E alerta para a questão fundamental envolvida nesse processo; a educação, o

2011 Ideal Arquitetura e Comunicação Ltda ( Sócio )

conhecimento, a formação do indivíduo como um todo, enfim, o resgate da - Divisão de Regularização Fundiária e Licenciamentos - Prospecção de novos cidadania e a dignidade social. empreendimentos Silvio Figueiredo

2007-2011 Governo do Estado de São Paulo Secretaria de Estado da Habitação ( Secretário Executivo ) - Programa Estadual de Regularização Fundiária Cidade legal - Graprohab – Grupo de

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Aprovação de Projetos Habitacionais - Assessor Técnico – Gabinete do Secretário de

1984-1986 Secretaria de Estado dos Negócios do Interior- SP

Estado

CEPAM – CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS DAS ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS Assessor – Gabinete do Secretário e Presidência

2005-2006 Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

Articulação governamental, visando assessoria e cooperação para modernização das

Gabinete Deputado Estadual Paulo Sérgio – Partido Verde - Assessoria técnica

administrações regionais.

Planejamento urbano, meio ambiente e programas habitacionais – projetos de leis

1998-2007 Instituto Ambiental e Cultural Terra Azul – Guarulhos. SP Vice Presidente OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público Organização não governamental, sem fins lucrativos, voltada a programas de conscientização ambiental, projetos de revitalização e recuperação de áreas degradadas, controle e preservação ambiental, assessoria e consultoria técnica ambiental;

1986-1996 Prefeitura Municipal de Guarulhos - SP Assessor do Gabinete - Diretor de Planejamento Urbano Membro das comissões de estudos aeroportuários e seus diversos impactos no meio urbano.

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INTRODUÇÃO

territórios é de fato uma missão mais multidissiplinar que de fato social, esta afirmação

01 - 0 CONTEXTO

problemática como um todo urbanístico, ambiental, jurídico, social, de engenharia e

não pretende excluir o trabalho social tão importante no processo, mas apresentar a

acima de tudo de muita determinação e entendimento a cerca de sociedades distintas Com o objetivo de compartilhar experiências em trabalhos com favelas no território com organização própria, com identidades culturais diversificadas, para muitos nacional e desmistificar um assunto polêmico e do interesse de leigos, estudiosos incompreensíveis, e para os moradores o seu jeito de viver. e técnicos envolvidos com trabalhos similares, iniciei este livro me baseando na Estive em muitos locais, norte, nordeste, sudeste e sul do país e troxe na bagagem oportunidade que tive na minha carreira profissional de vivenciar experiências com mais liçoes que ensinamentos, já que aprendi a respeitar este jeito de viver, uma moradores de favela em regiões distintas, com histórias de vida únicas e facinantes. identidade cultural que nos trabalhos realizados não podem ser excluídas do todo, Quando me perguntam sobre meu trabalho, e digo que trabalho com favelas, as sem esta observância, nenhum trabalho com esta população terá sucesso. reações das pessoas são as mais diversas, alguns dizem que acham muito bonito Para alguns este conceito pode parecer irrelevante, mas o jeito de viver dos moradores quem cuida dos pobres, outras dizem que deve ser muito perigozo, algumas não retrata cada cultura, sua história, organização, legados e também o amor a Favela e levam a sério e acham perda de tempo se preocupar com a escória da sociedade e na o conceito de morar bem de cada habitante. verdade nenhum sabe direito o que faço, quais são os objetivos, e quais os resultados Nossa casa é muito mais que paredes engendradas, tem a conotação de lar de pretendidos. ambiente familiar e de memória de vida, nosso território é o retrato do que somos e Afinal o termo até foi modificado para ser batizado de “comunidades” algum iluminado nossa vida é feita de muitos tus. achou que com isso se perderia o estígma que o pesado nome para este tipo de O bar do Jõao, a casa da Maria, o lugar onde compro o alimento, a briga do vizinho, moradia refletia para os residentes destes locais. Na realidade o nome não importa os meninos que protegem as pessoas, o baile que vai acontecer, a escola dos meus e não é capaz de modificar o jeito de viver desta parcela da população, excluída do filhos, o barraco que caiu, a moça da prefeitura, a festa da fulana, o cheiro, o lixo, os mercado formal de habitação. catadores, as vielas, a ponte construída, a mulher do amendoim, a surra do marido, O trabalho na realidade é facinante, a experiência única e implantar ações nestes meus amigos, familiares, o mercadinho, os puchadinhos, os gatos de luz e água, o

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esgoto e alguns ainda o rio, o mar, as barricadas, as brincadeiras típicas, a festa

são bandidos, e alguns simplismente ignoram e pedem que a prefeitura remova ou ao

religioza, o trem, a rodovia, o córrego, a construtora e outros, retratam o dia a dia,

menos coloque um muro bem alto para não deixar a cidade feia.

das tais comunidades.

E na realidade a pretenção é de resolver o problema ambiental, urbanístico, fundiário

Quando qualquer intervenção está prevista, o medo, a espectativa, a rádio pião, os

e social de forma definitiva, será que é possivel?

do contra, a resistência, os politicos, os jornalistas, as manifestações e o assunto

Trabalho a 20 anos com a temática e as respostas estão nas perguntas, o completo

do local.

entendimento do modo de vida desta camada da população é a base de todo o

Para os executores o inicio de todo trabalho em favela tem esta cara, de não vai ser

trabalho pretendido, sem esta visão, nenuma ação será possibilitada, nenhum tijolo

facil, muitas ações terão que ser implantadas, antes, durante e após as intervenções.

poderá ser erguido e nenhuma obra será concluída.

As intervenções em favela ocorrem por vários motivos, ora de urbanização, ora de

E de casa em casa iniciamos a dificil missão de mudar de vida, de mudar o jeito de

regularização, ora para eliminação de riscos de vida, ambientais ou ainda legais,

viver destas famílias, de formar cidadãos, de tornar o produto final sustentável para

por necessidade de obras viárias, de ferrovias, rodovias, transporte, construção de

a auto gestão da oferta ou benefício, de permitir a abertura as frentes necessárias e

equipamentos, erradicação e reassentamento, ou até para a segurança, como no

de remover mais a favela do morador que o morador da favela.

caso do RJ com as UPPs. A metodologia utilizada nestas intervenções por motivos obvios requer um trabalho multidissiplinar e de apoio e acompanhamento social e este é o meu trabalho. Não cuido de pobres, nem acho perigozo e o assunto tem sim importância para todas estas frentes e para promover o desenvolvimento social e sustentável para quem se destina. Ainda hoje muitos acreditam que trabalhar com favelas em remoções de moradias, basta colocar o caminhão na porta da casa destes ocupantes de terrenos alheios, que eles saem. Outros acham que é só fazer o cadastro, outros ainda acham que é errado mecher com eles, são pobres carentes e coitadinhos, alguns acham que todos

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CAPÍTULO I

mundo. O Brasil é o único país falante do português das Américas, além de ser uma

02 - A CASA SEM ENDEREÇO, NO BRASIL.

imigração vinda de muitos países.

das nações mais multiculturais e etnicamente diversas do mundo, resultado da forte

O Brasil foi uma colônia do Império Português desde o desembarque de Pedro Álvares Como estamos falando do Brasil o próximo capítulo vai expor para os leitores o Cabral em 1500 até 1815, quando se tornou um reino unido com Portugal. Em 1822 contexto territorial e cultural onde estão inseridos estes clamados excluídos. o país se tornou independente, formando o Império do Brasil, época em que esteve O Brasil, oficialmente República Federativa do Brasil, é uma república federativa sob a soberania da família imperial brasileira, um dos ramos da Casa de Bragança, por presidencialista localizada na América do Sul, formada pela união de 26 estados, quem era governado desde 1500, no Brasil Colônia. Em 1889 torna-se uma república, um distrito federal, divididos em 5. 565 municípios. Faz fronteira a norte com a embora a legislatura bicameral, agora chamada de Congresso, remonte à ratificação Venezuela, com a Guiana, com o Suriname e com o departamento ultramarino da da primeira Constituição em 1824. Desde a proclamação da república brasileira em Guiana Francesa; ao sul com o Uruguai; a sudoeste com a Argentina e com o Paraguai; 1889, o Brasil tem sido governado por três poderes, o judiciário, legislativo e o a oeste com a Bolívia e com o Peru e, por fim a noroeste com a Colômbia. Os únicos executivo, em que o chefe do último, eleito a cada quatro anos pelo voto popular, é países sul-americanos que não têm uma fronteira comum com o Brasil são o Chile o presidente do Brasil. e o Equador. O país é banhado pelo oceano Atlântico ao longo de toda sua costa Nona maior economia do planeta em paridade do poder de compra (2008), oitava maior norte, nordeste, sudeste e sul. Além do território continental, o Brasil também possui em PIB nominal (2009) e maior economia latino-americana, o Brasil tem hoje forte alguns grandes grupos de ilhas no oceano Atlântico como os Penedos de São Pedro influência internacional, seja em âmbito regional ou global. Em 2005, encontrava-se e São Paulo, Fernando de Noronha, Trindade e Martim Vaz, no Espírito Santo, e um na 39ª posição entre os países com melhor qualidade de vida do planeta, além de complexo de pequenas ilhas e corais chamado Atol das Rocas. possuir entre 15 e 20% de toda biodiversidade mundial, sendo exemplo desta riqueza Com 8. 514. 876,599 quilômetros quadrados de área, equivalente a 47% do território a Floresta Amazônica, com 3,6 milhões de km², a Mata Atlântica, o Pantanal e o sul-americano, e com cerca de 190 milhões de habitantes, o país possui a quinta Cerrado. O Brasil é membro fundador da Organização das Nações Unidas, do G20, do maior área territorial do planeta e o quinto maior contingente populacional do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas e é um dos países BRIC.

FAVELAS / RISCO URBANO

CAPITULO 01

Trinta e quatro anos após o Descobrimento, o litoral brasileiro estava sendo saqueado

1942, o Brasil entrou na Segunda Guerra e, como estratégia de defesa e administração

a por piratas em busca de pedras preciosas e madeiras raras. Para manter o controle

das fronteiras, o governo desmembrou algumas áreas, criando novos territórios, como

do território, a coroa portuguesa decidiu criar as capitanias hereditárias, 15 faixas de

Amapá e Guaporé, no norte, e Iguaçu, no sul. Mais tarde, alguns desses territórios

terra que se estendiam da costa até a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. Para

viraram estados, outros foram reintegrados à sua região de origem

tomar conta desses primeiros “estados” do país, foram nomeados capitães-donatários. A partir de 1960, ano da inauguração de Brasília, as últimas mexidas que deixaram Em 1709, os portugueses resolveram reorganizar a colônia em função dos benefícios

o Brasil com a cara que tem hoje, com seus 26 estados mais o Distrito Federal. Além

específicos que cada região poderia trazer para a coroa. Nasceram, então, as sete

da “promoção” de alguns territórios, como Acre e Rondônia, os estados, Fernando

províncias, imensas extensões de terra com fronteiras mais bem definidas. Além dos

de Noronha voltou a fazer parte de Pernambuco, e nasceram Mato Grosso do Sul

aspectos econômicos, a criação das províncias visava obter um controle ainda maior

(desmembrado do Mato Grosso) e Tocantins (fatiado de Goiás).

sobre o território, constantemente ameaçado pela ação de piratas e do “olho grande”

Nos últimos anos, chegaram várias propostas ao Congresso para a criação de novos

espanhol.

estados e territórios no país, sendo que muitas ainda estão em curso.

Após a Independência, em 1822, o Brasil foi repartido em diversas novas províncias, “rascunhos” do que viriam a serem os futuros estados. O mapa atual do Nordeste, por exemplo, já está quase todo lá. No Sul, contávamos ainda com a província da Cisplatina, que pertenceu ao Brasil até 1829, quando um movimento separatista obrigou o país a reconhecer a independência da região, que deu origem ao Uruguai.

Rolaram grandes mudanças no mapa após a Proclamação da República, em 1889, como a própria adoção da palavra estado para nomear as porções do território. Em

FAVELAS / RISCO URBANO

CAPITULO 01

Embora suas características geográficas variem entre as diferentes regiões, geralmente essas áreas são habitadas por pessoas socialmente desfavorecidas. Os edifícios de favelas variam desde simples barracos a estruturas permanentes e bem-estruturadas.

03 - AS FAVELAS

Na maioria das favelas ocorre a falta de água potável, eletricidade, saneamento e Favela, tal como definido pela agência das Nações Unidas, UN-HABITAT, é uma área outros serviços básicos. degradada de uma determinada cidade caracterizada por moradias precárias, falta A origem do termo em português brasileiro favela surge no episódio histórico de infraestrutura e sem regularização fundiária. Segundo a Organização das Nações conhecido por Guerra de Canudos. A cidadela de Canudos foi construída junto a Unidas, a porcentagem da população urbana que vive em favelas diminuiu de 47% alguns morros, entre eles o Morro da Favela, assim batizado em virtude da planta para 37% no mundo em desenvolvimento, no período entre 1990 e 2005. Cnidoscolus quercifolius (popularmente chamada de favela) que encobria a região. No entanto, devido ao crescimento populacional e ao aumento das populações Alguns dos soldados que foram para a guerra, ao regressarem ao Rio de Janeiro em urbanas, o número dos moradores de favelas ainda é crescente. Um bilhão de pessoas 1897, deixaram de receber o soldo, instalando-se em construções provisórias erigidas no mundo vivem em favelas e esse número provavelmente irá crescer para 2 bilhões sobre o Morro da Providência. em 2030. Outro relatório da ONU, divulgado em 2010, apontou que 227 milhões de O local passou então a ser designado popularmente Morro da Favela, em referência à pessoas deixaram de viver em favelas na década de 2000. “favela” original. O nome favela ficou conhecido e na década de 1920, as habitações O termo tem sido tradicionalmente referido aos vastos assentamentos informais improvisadas, sem infraestrutura, que ocupavam os morros. encontrados nas cidades do mundo subdesenvolvido e em desenvolvimento. As características associadas a favelas variam de um lugar para outro. Favelas são Muitos moradores opõem-se energicamente contra a descrição de suas comunidades normalmente caracterizadas pela degradação urbana, elevadas taxas de pobreza e como “favelas”, alegando que o termo é pejorativo e que, muitas vezes, resulta em desemprego. Elas normalmente são associadas a problemas sociais como o crime, ameaças de despejos. Muitos acadêmicos têm criticado a UN-HABITAT e o Banco toxicodependência, alcoolismo, elevadas taxas de doenças. Um grupo de peritos das Mundial, argumentando que a campanha criada pelas duas instituições denominada Nações Unidas criou uma definição operacional de uma favela como uma área que “Cidades Sem Favelas” levou a um aumento maciço de despejos forçados. combina várias características: acesso insuficiente à água potável, ao saneamento

FAVELAS / RISCO URBANO

CAPITULO 01

básico e a outras infraestruturas; má qualidade estrutural de habitação; superlotação; e

a pé, de bicicleta, riquixá, táxi ou das universais lotações... Nem tudo é eficiente

estruturas residenciais inseguras. Pode-se acrescentar o baixo estado socioeconômico

nas favelas, no entanto. Nas favelas brasileiras, onde a eletricidade é roubada e,

de seus residentes.

portanto, livre, Jan Chipchase, da Nokia, descobriu que as pessoas deixam as luzes

Como a construção desses assentamentos é informal e não guiada pelo planejamento

acesas durante todo o dia. Na maioria das favelas a reciclagem é, literalmente, um

urbano, há uma quase total ausência de redes formais de ruas, ruas numeradas, rede de

modo de vida.”.

esgotos, eletricidade ou telefone. Mesmo se esses recursos estão presentes, eles são

Há rumores de que os códigos sociais nas favelas proíbam que os habitantes cometam

desorganizados, velhos ou inferiores. As favelas também tendem a falta de serviços

crimes dentro de seus limites. As gangues locais acabam se tornando uma milícia

básicos presentes nos assentamentos mais formalmente organizados, incluindo o

particular da região, policiando-a a sua própria maneira. No entanto, a maioria das

policiamento, os serviços médicos e de combate a incêndios. Os incêndios são um

favelas exibe altos índices de crimes violentos, em especial homicídios. A existência

perigo especial para favelas, não só pela a falta de postos de combate a incêndios e

das supostas milícias, segundo alguns estudiosos, aponta para a existência de uma

de caminhões de bombeiros, que não conseguem acessar as estreitas ruas e vielas,

espécie de “código de honra” interno, o qual caso não respeitado, pode levar à

mas também devido à proximidade das edificações e da inflamabilidade dos materiais

execução por parte deste efetivo como um Estado paralelo.

utilizados na construção.

Em muitas favelas, especialmente nos países pobres, muitos vivem em vielas muito

As favelas apresentam altas taxas de criminalidade, uso de drogas e doenças.

estreitas que não permitem o acesso de veículos (como ambulâncias e caminhões de

No entanto, o observador Georg Gerster notou que (com referência específica às

incêndio). As faltas de serviços como a coleta de resíduos permitem o acúmulo de

“invasões” de Brasília) as “favelas, apesar de seus materiais de construção pouco

detritos em grandes quantidades. A falta de infraestrutura é causada pela natureza

atraentes, podem ser também um local de esperança, cenas de uma contracultura,

informal das habitações e pela ausência de planejamento. Além disso, assentamentos

com um grande potencial de incentivar mudanças e de um forte impulso.” (1978)

informais enfrentam muitas vezes as consequências das catástrofes naturais e

Stewart Brand também disse, mais recentemente, que “favelas são verdes. Elas têm

artificiais, tais como deslizamentos de terra, terremotos e tempestades tropicais.

densidade máxima - um milhão de pessoas por quilômetro quadrado em Mumbai - e

Incêndios é um problema frequente.

uso mínimo de energia e de utilização de materiais. As pessoas ficam por perto,

Muitos habitantes de favelas empregam-se na economia informal. Isso pode incluir

FAVELAS / RISCO URBANO

CAPITULO 01

venda de algum produto na rua, tráfico de droga, trabalhos domésticos e prostituição.

menos 100 milhões de habitantes em assentamentos precários para o ano 2020) em

Em algumas favelas os moradores reciclam resíduos de diferentes tipos para a sua

2,2 vezes”, diz o texto. “ Mas o progresso que foi feito em relação à meta das favelas

subsistência.

ainda não foi o suficiente para conter o crescimento de assentamentos informais nos

Vamos aos poucos descobrir como a diversidade cultural e de identidade... estão

países em desenvolvimento.” E também sua sustentabilidade no pós ocupação ainda

distantes umas das outras, quando se visita ou trabalha com a população carente,

não alcança total autonomia.

nas ocupações irregulares, de risco ou de impedimentos legais, que as escâncaras

A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os

retratam as reais realidades que vivem hoje 26,4% da população.

quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre

Cumpri-me no entanto informar que diminuiu de 31,5% em dez anos devido à adoção

outros aspectos. O Brasil, por conter um extenso território, apresenta diferenças

de políticas econômicas e sociais, à diminuição da taxa de natalidade e à migração

climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.

do campo para a cidade, disse o relatório da ONU.

Os principais disseminadores da cultura brasileira são os colonizadores europeus, a

Entre os países pesquisados, o Brasil está atrás apenas de China, Índia e Indonésia,

população indígena e os escravos africanos. Posteriormente, os imigrantes italianos,

que, segundo a ONU, deram “grandes passos” para combater a precariedade das

japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre outros, contribuíram para a pluralidade

moradias.

cultural do Brasil.

Os autores do estudo calculam que, mantida a taxa atual, o número de habitantes

Nesse contexto, alguns aspectos culturais das regiões brasileiras serão abordados.

de favelas aumentará seis milhões por ano até 2020, quando chegará a 889 milhões. Apesar do incremento de 55 milhões no número absoluto de favelados no período pesquisado, o relatório destaca que “227 milhões de pessoas no mundo deixaram de viver em assentamentos precários entre 2000 e 2010 e passaram a fazer parte da cidade formal”. “Isto significa que, coletivamente, os governos do mundo alcançaram a Meta 11 do Objetivo 7 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (melhorar a vida de pelo

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CAPITULO 01

A influência indígena é fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca e em peixes. Outros alimentos típicos do povo nortista são: carne de sol, tucupi (caldo da 04 - AS REGIÕES E SUAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS.

mandioca cozida), tacacá (espécie de sopa quente feita com tucupi), jambu (um tipo de erva), camarão seco e pimenta-de-cheiro.

REGIÃO NORDESTE Entre as manifestações culturais da região estão danças e festas como o bumba meu

REGIÃO CENTRO-OESTE

boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, terno de zabumba, marujada,

A cultura do Centro-Oeste brasileiro é bem diversificada, recebendo contribuições

reisado, frevo, cavalhada e capoeira. Algumas manifestações religiosas são a festa

principalmente dos indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios.

de Iemanjá e a lavagem das escadarias do Bonfim. A literatura de Cordel é outro

São manifestações culturais típicas da região: a cavalhada e o fogaréu, no estado

elemento forte da cultura nordestina. O artesanato é representado pelos trabalhos de

de Goiás; e o cururu, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária regional é

rendas. Os pratos típicos são: carne de sol, peixes, frutos do mar, buchada de bode,

composta por arroz com pequi, sopa paraguaia, arroz carreteiro, arroz boliviano,

sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão-verde, canjica, arroz-doce, bolo de fubá

maria-isabel, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal - como

cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde, pamonha, cocada, tapioca,

o pintado, pacu, dourado, entre outros.

pé de moleque, entre tantos outros. REGIÃO SUDESTE REGIÃO NORDESTE

Os principais elementos da cultura regional são: festa do divino, festejos da páscoa

A quantidade de eventos culturais do Norte é imensa. As duas maiores festas

e dos santos padroeiros, congada, cavalhadas, bumba meu boi, carnaval, peão de

populares do Norte são o Círio de Nazaré, em Belém (PA); e o Festival de Parintins,

boiadeiro, dança de velhos, batuque, samba de lenço, festa de Iemanjá, folia de reis,

a mais conhecida festa do boi-bumbá do país, que ocorre em junho, no Amazonas.

caiapó.

Outros elementos culturais da região Norte são: o carimbó, o congo ou congada, a

A culinária do Sudeste é bem diversificada e apresenta forte influência do índio, do escravo e dos diversos imigrantes europeus e asiáticos. Entre os pratos típicos

folia de reis e a festa do divino.

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CAPITULO 01

se destacam a moqueca capixaba, pão de queijo, feijão-tropeiro, carne de porco, feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, picadinho, virado à paulista, cuscuz

CAPÍTULO 2

paulista, farofa, pizza, etc.

05 - NAS FAVELAS DO BRASIL, DIFERENÇAS CULTURAIS.

REGIÃO SUL

Assim como existem marcantes diferenças culturais no Brasil, nas favelas elas também estão caracterizadas, mas com uma identidade própria, relacionada com o modo de

O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, viver único, dentro e distante das cidades. Estas diferenças se confundem entre o principalmente, alemães e italianos. As festas típicas são: a Festa da Uva (italiana) e que consideramos rasoáveis condições de moradia, para a interpretação dos que de a Oktoberfest (alemã). Também integram a cultura sulista: o fandango de influência fato moram nas favelas. portuguesa, a tirana e o anuo de origem espanhola, a festa de Nossa Senhora dos A influência cultural da região está presente nos becos e vielas, mas assume Navegantes, a congada, o boi-de-mamão, a dança de fitas, boi na vara. Na culinária uma característica de excusão da cidade, de um universo paralelo dependente estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, da infraestrutura das cidades, mas independente no seu modo de viver e esta barreado (cozido de carne em uma panela de barro), vinho independência é fruto de luta e desejo dos moradores. Para o trabalho social, inserir a favela na cidade é formar cidadãos, para os moradores das favelas ser cidadão é ter o direito de viver onde está, do seu jeito. Os valores e conceitos se conflitam, frente as realidades vivenciadas e para as politicas habitacionais utilizadas pressupomos um dificil trabalho, que envolve educação para a cidadania, mudanças de habitos e cotumes, mudança de identidade cultural, mudança radical do jeito de viver. Assim nosso trabalho inicial consiste em buscar indicadores e obter diagnósticos precisos destes habitantes e seus territórios, antes de iniciar qualquer intervenção.

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CAPITULO 02

Muito aquem destas pesquisas realizadas através de visitas domiciliares e analises

Muitas ações sociais foram implantadas nas favelas nas maiorias das obras de

técnicas, está a sencibilidade do executor de enchergar o todo, o contexto, as

urbanização das cidades, por iniciativa dos governos e por técnicos multidissiplinares

entrelinhas e o jeito de viver daquelas famílias para de fato conhecer as diferentes

e qualificados.

realidades de cada território que se pretende intervir.

E...para as intervenções se observou o ambiente e as diferentes realidades locais

Morar em favela, para a muitos dos moradores significa ter muitos direitos e

antes de iniciar todo e qualquer trabalho social apresentando seus diagnósticos. A

poucos deveres, afinal podem deixar de pagar a energia, podem deixar de pagar o

sustentabilidade também foi tema de todas as discussões sobre as avaliações destes

abastecimento de água, podem construir sem alvará da prefeitura, podem ser carentes

trabalhos implantados.

e ter proteção das redes sociais, podem se assim entenderem, criar suas próprias

Na teoria um avanço...nunca houve tanto investimento no trabalho social, ambiental

leis, podem até cometer crimes e terem escudo e não terem endereço, podem ter a

e de comunicação, observou-se meios adequados de mobilizar, educar, organizar,

proteção do governo, das ongs, da igreja seja ela qual for e podem ter a identidade

capacitar, gerar emprego e renda e ainda houve grande preocupação com as questões

de excluído, para obtenção de benefícios.

sanitárias, ambientais e patrimoniais. Muitas atividades foram propostas, com a

Podem ainda ampliar suas casas ao bel prazer ou necessidade para cima ou lado

participação comunitária e foram também implantadas em diversas comunidades em

ou fundos, podem ocupar áreas com impedimentos legais ou de risco, quando uma

todo o Brasil.

emergência são sempre beneficiados de alguma forma e quando quiserem podem

Muitos resultados obtidos...mas pontuais, neste ou naquele local, muitos em parte de

voltar para seus ambientes, vendendo ou comercializando o benefício, sabem que na

uma mesma comunidade e para a euforia dos técnicos...algumas conquistas obtidas.

realidade não podem, mas sabem também que não serão punidos.

É o que todos necessitam, mas ainda não o que desejam, conhecer as potencialidades

Claro que entendemos não ser a ideal condição de moradia e entendemos que ser

de um grupo social é uma tarefa dificil e ofertar necessidades não significa realizar

cidadão é uma conquista, mas será que os moradores das favelas pensam assim?

ou concretizar sonhos, estes são conquistas individuais ou até de um grupo, desde

E se não pensam será que a culpa é deles? Acredito que não, é uma questão em

que tenham lutado para obte-lo. As mudanças dependem muito mais dos que a

parte cultural... e ou ainda intervenções equivocadas tanto sociais quanto legais ou

desejam do que de quem oferece.

urbanísticas.

Em 20 anos de trabalho em comunidades carentes tive a oportunidade trabalhando

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CAPITULO 02

tanto na esfera pública quanto na privada com a Empresa Urbaniza, e obtive uma rica

seu litoral oeste, por índios potiguaras no seu litoral leste e por índios tremembés

experiência percorrendo o pais realizando trabalhos sociais na Bahia, no Maranhão,

no seu interior.

no Pará, em Santa Catarina, em SP, no Rio de Janeiro, no Rio grande do Norte e tive como prêmio conhecer diversificadas culturas e observar as diferentes realidades que

Os europeus só conseguiram efetivamente ocupar a região em 1612, com o projeto da

o pais abriga, nunca antes imaginada.

França Equinocial. Os franceses fundaram a cidade de São Luís, onde permaneceram

Com o objetivo de melhor retratar estas localidades, antes de escrever sobre elas,

por três anos, até serem expulsos pelos portugueses.

apresento algumas fotos e fatos, para uma pequena viagem conjunta com os leitores nesta leitura, com o único objetivo de compartilhar com todos a rica experiência.

Localizado entre as regiões Norte e Nordeste do Brasil, o Maranhão possui uma grande diversidade de ecossistemas. São 640 quilômetros de extensão de praias

06 - FATOS E FOTOS.

tropicais, floresta amazônica, cerrados, mangues, delta em mar aberto e o único deserto do mundo com milhares de lagoas de águas cristalinas. Essa diversidade está

NO MARANHÃO

organizada em cinco polos turísticos, cada um com seus atrativos naturais, culturais O Maranhão está localizado no oeste da Região Nordeste do Brasil e tem, como e arquitetônicos. São eles: o polo turístico de São Luís, o Parque Nacional dos Lençóis limites, ao norte o Oceano Atlântico, a leste o estado brasileiro do Piauí, a sul e Maranhenses, o Parque Nacional da Chapada das Mesas, o Delta do Parnaíba e o polo sudeste o estado brasileiro de Tocantins e o estado brasileiro do Pará a oeste. Ocupa da Floresta dos Guarás. uma área de 331 935,507 km², sendo o segundo maior estado da Região Nordeste do Brasil e o oitavo maior estado do Brasil. Em termos de produto interno bruto, é o quarto estado mais rico da Região Nordeste do Brasil e o 16º estado mais rico do Brasil.

No século XVI, o atual território maranhense era ocupado por índios tupinambás no

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Favelas as márgens esquerda do Rio Anil em São Luis - 2010 - Fonte: Governo do Estado do Maranhão - Secid

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Favelas as márgens esquerda do Rio Anil em São Luis - 2010 - Fonte: Governo do Estado do Maranhão - Secid

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Favelas as márgens esquerda do Rio Anil em São Luis - 2010 - Fonte: Governo do Estado do Maranhão - Secid

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Os índices sociais do estado situam-se entre os melhores do país. Santa Catarina é o NO SANTA CATARINA

sexto estado mais rico da Federação, com uma economia diversificada e industrializada.

Santa Catarina é uma das 27 unidades federativas do Brasil, localizada no centro

Importante polo exportador e consumidor, o estado é um dos responsáveis pela

da região Sul do país. É o vigésimo estado brasileiro com maior extensão territorial

expansão econômica nacional, respondendo por 4% do produto interno bruto do país.

e o décimo primeiro mais populoso além de ser o nono mais povoado com 293 municípios. O catolicismo é a religião predominante. As dimensões territoriais abrangem uma área de 95.346,181 km²,sendo maior do que Portugal ou a soma dos estados brasileiros do Rio de Janeiro e Espírito Santo com o Distrito Federal. Limita-se com os estados do Paraná (ao norte) e Rio Grande do Sul (ao sul), além do Oceano Atlântico (a leste) e da Argentina (a oeste). A costa oceânica tem cerca de 450 km, ou seja, aproximadamente metade da costa continental de Portugal (943 km). Sua capital e sede de governo é a cidade de Florianópolis, localizada na Ilha de Santa Catarina. Em termos históricos, sua colonização foi largamente efetuada por imigrantes europeus: os portugueses açorianos colonizaram o litoral no século XVIII; os alemães colonizaram o Vale do Itajaí, parte da região sul e o norte catarinense em meados do século XIX; e os italianos colonizaram o sul do estado no final do mesmo século. O oeste catarinense foi colonizado por gaúchos de origem italiana e alemã na primeira metade do século XX.

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2009 Florianópolis Ponte Hercílio Luz – Fonte: Urbaniza Engenharia Ltda

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NO SÃO PAULO

quarta maior aglomeração urbana do mundo. Regiões muito próximas a São Paulo são também regiões metropolitanas do estado, como Campinas, Baixada Santista e Vale

São Paulo é um município brasileiro, capital do estado de São Paulo e principal centro do Paraíba; outras cidades próximas compreendem aglomerações urbanas em processo financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul. É a cidade mais populosa do de conurbação, como Sorocaba e Jundiaí. A população total dessas áreas somada à Brasil, do continente americano e de todo o hemisfério sul e a cidade brasileira mais da capital – o chamado Complexo Metropolitano Expandido – ultrapassa 29 milhões influente no cenário global, sendo considerada a 14ª cidade mais globalizada do de habitantes, aproximadamente 75% da população do estado inteiro. As regiões planeta, recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization metropolitanas de Campinas e de São Paulo já formam a primeira macrometrópole and World Cities Study Group & Network. O lema da cidade, presente em seu brasão do hemisfério sul, unindo 65 municípios que juntos abrigam 12% da população oficial, é “Non ducor, duco”, frase latina que significa “Não sou conduzido, conduzo”. brasileira. Fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. O município possui o 10º maior PIB do mundo, representando, isoladamente, 12,26% de todo o PIB brasileiro e 36% de toda a produção de bens e serviços do estado de São Paulo, sendo sede de 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil, além de ter sido responsável por 28% de toda a produção científica nacional em 2005. A cidade também é a sede da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa), a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de mercado. São Paulo também concentra muitos dos edifícios mais altos do Brasil, como os edifícios Mirante do Vale, Itália, Altino Arantes, a Torre Norte, entre outros. São Paulo é a sexta cidade mais populosa do planeta e sua região metropolitana, é a

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2009 Heli贸polis

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NO RIO DE JANEIRO A Cultura da cidade do Rio de Janeiro possui uma forte herança do passado, desde o final do século XIX, quando foram ali realizadas as primeiras sessões de cinema tupiniquins e desde então, descortinaram-se vários ciclos de produção, os quais acabaram por inserir a produção cinematográfica carioca na vanguarda experimental e na liderança do cinema nacional. Atualmente, o Rio aglutina os principais centros de produção da TV brasileira: o Projac da Rede Globo, o RecNov da Rede Record e o Polo de Cinema de Jacarepaguá. Em 2006, 65% da produção do cinema nacional foi realizada exclusivamente por produtoras sediadas na cidade, captando R$ 91 milhões em recursos federais através da Lei Rouanet. Na arquitetura nacional, despontaram, na ribalta das tendências vanguardistas, nomes como Oscar Niemeyer e Lucio Costa, além dos irmãos Roberto e Afonso Eduardo

Contemplada por diversos museus, teatros e casas de espetáculos, e passagem obrigatória das grandes mostras internacionais de artes ou cinema, a capital fluminense é o destino mais procurado pelos turistas estrangeiros que visitam o Brasil a lazer, e o segundo colocado no ranking de negócios e eventos, segundo a Embratur.

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2010 Favela da Rocinha – Fonto: Eduardo Briquet

Reidy.

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2010 Favela da Rocinha – Fonto: Eduardo Briquet

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2010 Favela da Rocinha – Fonto: Eduardo Briquet

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2010 Favela da Rocinha – Fonto: Eduardo Briquet

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2010 Favela da Rocinha – Fonto: Eduardo Briquet

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NA BAHIA

A formação do povo potiguar passa pela confluência de diversos elementos étnicos,

A cultura da Bahia é uma das mais ricas e diversificadas do Brasil, sendo o estado

como galegos, mouros, judeus (cristão-novos) portugueses, tupis, africanos que se

considerado um dos mais ricos centros culturais do país, conservando não apenas

espalharam pelos vales dos grandes rios, como Ceará Mirim, Potengi, Açu, Mossoró

um rico acervo de obras religiosas, arquitetônicas, mas é berço das mais típicas

ou pelas regiões serranas do Sertão.

manifestações culturais populares, quer na culinária, na música, e em praticamente

Dessa confluência nasceu uma cultura rica, marcada pela presença tanto da civilização

todas as artes.

do couro e do algodão, quanto pela presença de uma religiosidade católica marcada

A Bahia tem seus expoentes, suas características próprias, resultado da rica

pela miscigenação com elementos judaicos e indígenas.

miscigenação entre o índio nativo, o português colonizador e o negro escravizado.

Folclore do Rio Grande do Norte conta com vários autos e manifestações populares.

Nessa imensa vastidão cultural, entre as principais manifestações culturais estão

As velhas danças do povo podem ser classificadas em dois grupos. O primeiro – e mais

o carnaval de Salvador, a festa da Independência da Bahia, as festas juninas no

importante deles – é o dos autos populares, misto de dança e espetáculo teatral em

interior, em especial a guerra de espadas em Cruz das Almas e em Senhor do Bonfim,

que há um fulcro dramático central que caracteriza cada um deles. O segundo grupo

a lavagem do Bonfim, a Festa de Santa Bárbara, a Festa de São Sebastião, a festa de

é composto por danças folclóricas de uma forma em geral.

Iemanjá, e muitas outras.

NO RIO GRANDE DO NORTE O estado do Rio Grande do Norte é um dos estados da federação que contém o mais antigo marco da presença portuguesa no país. O Marco de Touros sinaliza o início da fase moderna de ocupação da terra potiguar por populações oriundas da Europa, África do Norte e da África Subsahariana. Antes disso, o território do atual Estado do RN era ocupado por diversas nações indígenas, como os potiguaras no litoral e os tararius no sertão.

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CAPITULO 02

CAPÍTULO III

A cultura brasileira é uma síntese da influência dos vários povos e etnias que formaram

07 - A VIDA COMO ELA É...

um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam juntas, a cultura do Brasil.

o povo brasileiro. Não existe uma cultura brasileira perfeitamente homogênea, e sim

Naturalmente, após mais de três séculos de colonização portuguesa, a cultura do O Paulistano da capital acha que na sua cidade tudo é melhor: infraestrutura Brasil é, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa exuberante, os melhores restaurantes, o maior comércio, as indústrias, o Ceasa, o que compõe a unidade do Brasil: apesar do povo brasileiro ser um mosaico étnico, Mercado Municipal, o Centro, a Paulista, a 25 de Março, os serviços, as padarias, os todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, são cristãos, com largo shoppings, a Bela Cintra, os melhores médicos e hospitais, a Vila Nova Conceição, predomínio de católicos. Esta igualdade linguística e religiosa é um fato raro para um Moema, Perdizes, Aclimação, Vila Mariana, o Pátio do Colégio, o Terraço Itália, o país de grande tamanho como o Brasil, especialmente em comparação com os países trabalho... O norte e nordeste acham o paulistano arrogante, exigente e equivocado, do Velho Mundo. pois o melhor mesmo são as redes, as festas, a praia e comprar tudo pronto de SP. Em SP o consumidor é rei, no norte e nordeste o paulistano perde a majestade e tem Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos deixaram que aprender a ser só o segundo turista, já que o primeiro é internacional. influências profundas na cultura nacional, destacando-se os povos indígenas, os africanos, os italianos e os alemães. As influências indígenas e africanas deixaram É...não existe de fato uma cultura nacional, no Brasil existem culturas regionais, marcas no âmbito da música, da culinária, do folclore, do artesanato, dos caracteres identidades próprias, de acordo com diversificadas realidades o que faz do Brasil um emocionais e das festas populares do Brasil, assim como centenas de empréstimos país mágico: ora elegante e bonito, ora atrasado, ora de primeiro mundo, ora carente, à língua portuguesa. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição ora frenético, ora tranquilo; urbano, rural e turístico. desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas, Na arquitetura também, diferenças marcantes, retratam modo de vida de cada povo, enquanto algumas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante africanizada, tendências regionais ou ainda, de influência de sua colonização, marcam a alma de sendo que, em outras, principalmente no sertão, há uma intensa e antiga mescla de cada povo. caracteres lusitanos e indígenas, com menor participação africana.

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CAPITULO 03

No Sul do país as influências de imigrantes italianos e alemães são evidentes, seja na

A cultura é tudo que resulta da criação humana, a cultura consiste nos valores de um

língua, culinária, música e outros aspectos. Outras etnias, como os árabes, espanhóis,

grupo de pessoas, nas normas que seguem e nos bens que criam ou engendram, na

poloneses e japoneses contribuíram também para a cultura do Brasil, porém, de

alma de cada povo.

forma mais limitada. Nesta obra pretendo retratar a cultura dos grupos chamados excluídos, aqueles que O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os séculos de colonização,

expulsos do mercado habitacional formal, criaram culturas próprias, de vida, de

quando ocorre a fusão primordial entre as culturas dos indígenas, dos europeus,

moradia, de serviços, de leis, com o objetivo de compartilhar experiências vivenciadas

especialmente portugueses, e dos escravos trazidos da África subsahariana. A partir

e também com o objetivo de melhor entender estas realidades culturais.

do século XIX, a imigração de europeus não portugueses e povos de outras culturas, como árabes e asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro.

Muitos exemplos equivocados de intervenções propostas nestas localidades

Também foi grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como a

demonstram a não observância destas realidades e muitas das ações implantadas se

França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos, países que exportam

perdem no vazio do indesejado, no equivoco dos sonhos e reais necessidades, para

hábitos e produtos culturais para o resto do globo.

mudanças efetivamente sustentáveis.

Enquanto no restante do pais temos as características próprias de cada povo, em SP

Estamos falando em população de baixa renda e escolaridade, como visto em vários

temos de todos os povos juntos, imigrantes em busca de oportunidades, fizeram de

diagnósticos técnicos e de pesquisas científicas, onde as intervenções consideram

SP um ambiente único e diversificado, onde encontramos um pedaço de cada Brasil

estes indicadores sócio econômicos, antes de iniciar qualquer trabalho ou propor

em cada esquina.

qualquer ação social, ambiental, urbanística ou legal para estas, chamadas: Comunidades...

FAVELAS / RISCO URBANO

CAPITULO 03

Do ponto de vista ambiental, comunidade é a totalidade dos organismos vivos que

Para avaliar as intervenções temos que verificar sua eficácia, eficiência e satisfação

fazem parte do mesmo ecossistema e interagem entre si, corresponde, não apenas

no pós ocupação ou intervenção e fazemos isso, todos os técnicos e estudiosos sobre

à reunião de indivíduos e ou sua organização social e sim ao nível mais elevado de

o assunto tem esta preocupação e os sistemas de avaliação de indicadores “antes,

complexidade de um ambiente. Uma comunidade pode ter seus limites definidos de

durante e depois” fazem parte do cotidiano dos profissionais da área.

acordo com características que signifiquem algo para nós, investigadores humanos. Mas ela também pode ser definida a partir da perspectiva de um determinado

Caracterizamos os territórios, elaboramos diagnósticos, criamos projetos, implantamos

organismo da comunidade.

as ações e trabalhamos no pós ocupação e nas avaliações.

As comunidades possuem estrutura, fluxo de energia, diversidade, processos de

Muitas conquistas foram obtidas com melhoria nas condições de vida, mas ainda assim

sucessão, alma, identidade e vontade própria.

a maioria dos beneficiados, retornam para situações de favelamento, comercializando o benefício e voltando a viver do seu jeito!

Do ponto de vista da sociologia, uma comunidade é um conjunto de pessoas que se organizam sob o mesmo conjunto de normas, geralmente vivem no mesmo local,

08 - QUE JEITO É ESSE!

sob o mesmo governo ou compartilham do mesmo legado cultural e histórico.

Um total de 11.425.644 de pessoas, o equivalente a 6% da população do país, ou

Mas as comunidades também caracterizam um grupo territorial de indivíduos tem

pouco mais de uma população inteira de Portugal ou mais de três vezes a do Uruguai.

características próprias, vontades, desejos, apego ambiental, potencialidades,

Esse é o total de quem vive, atualmente, no Brasil em aglomerados subnormais, nome

relações sociais, interdependência, legados, modo de vida, e identidade própria.

técnico dado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para designar locais como favelas, invasões e comunidades com, no mínimo, 51 domicílios.

Desta forma acredito que todos concordam que as intervenções das políticas públicas

O número foi divulgado pelo instituto como complemento ao Censo 2010, do final de

habitacionais, sociais, ambientais e urbanísticas devam respeitar estas características para

abril deste ano. Além do mínimo de moradias, outro critério-chave para classificar

obtenção do sucesso pós intervenções e também para a sua autonomia e sustentabilidade.

essas áreas como aglomerados subnormais é carência: com origem em ocupações de

FAVELAS / RISCO URBANO

CAPITULO 03

locais públicos ou particulares, a maioria sofre a falta ou a inadequação de serviços

nada, agora tem um tal de condomínio e o sindico acha que é dono de tudo e obriga

públicos de qualidade, além de em geral, estarem dispostas densa e desordenadamente.

as pessoas a pagar o que antes era de graça; (Em São Luiz no Maranhão)

O contingente identificado pelos pesquisadores em todo o Brasil está em pouco mais de 3,224 milhões de domicílios, a maioria, 49,8%, na região Sudeste – com destaque

Na favela me ensinaram a fazer um vaso com garrafa pet para por na mesa e eu não

para os Estados de São Paulo, com 23,2% dos domicílios, e Rio de Janeiro, com

tinha mesa, aqui, ganhei uma mesa e não sei para que serve; (No Pará)

19,1%. Em toda a região, são mais de 5,580 milhões vivendo nesses aglomerados. Para retratar o modo de vida desta população, esquecendo um pouco os indicadores

Aqui não posso fazer barulho, e a maré não leva o lixo, tenho que colocar na lixeira,

que pesquisamos, mas escutando seus relatos, separei alguns deles que retratam o

tenho que pagar por tudo, tenho muitas cobranças e gosto mais da favela, eu era livre;

jeito de viver destes ilustres e fantásticos:

(Em São Luiz no Maranhão)

Aqui no prédio novo não posso dormir, a parede cai se eu colocar ganchos para a

Agora tenho que pagar um tal de IPTU que serve só para o governo ganhar dinheiro e

rede! O engenheiro me disse o nome do material que cai a parede, mas esqueci, é

viver como ricos; (No Rio de Janeiro)

estrangeiro; (Em São Luiz no Maranhão) Não vou sair da área de risco, esta é a minha casa e não tenho para onde ir, não quero Aqui não posso ganhar dinheiro, pois não tenho onde colocar o meu cavalo;

o abrigo oferecido, parece um presídio, tem horário e regras e deixam a gente lá para

(Em São Luiz no Maranhão)

sempre; (Em São Paulo)

Acham que eu não sou mais carente, tenho um apartamento que ganhei e as pessoas

Aqui sou protegida pelos “meninos”, não tenho medo, vivo bem, tenho ajuda dos meus

acham que tenho que me virar só, sem ajuda; (Na maioria das regiões)

vizinhos, posso fazer tudo sem pagar nada e ganho muitas coisas da prefeitura e do governo e até de pessoas ricas; (Na maioria das regiões)

Melhorou muito, aqui tem água na torneira, mas antes eu ia buscar e não pagava

FAVELAS / RISCO URBANO

CAPITULO 03

Queremos viver aqui mesmo e não nos apartamentos ou condomínios, aqui é muito

deveres; (Na maioria das regiões)

bom para viver; (Na maioria das regiões) Aqui não posso ampliar a casa para meus filhos que casaram e construíram novas Temos muitos problemas, com o lixo, com a estrutura, com segurança, mas conheço

famílias, na favela eu podia e todos moravam juntos, mas cada um no seu cantinho;

todos estes problemas e aprendi a conviver com eles, este é o melhor lugar do mundo

(Na maioria das regiões)

para viver; (Na maioria das regiões) Como vou criar meus porcos não tem local nos apartamentos; (Em algumas localidades) Mudei para a casa nova, mas gostava mais da favela, sinto saudades do meu lugar; (Na maioria das regiões)

Na hora do cadastro, dividi a casa para fazer 5 cadastros e ganhar 5 casas, mas a assistente social não concordou e todos estavam fazendo isso. (Em São Paulo)

Estou vendendo o apartamento, sei que não pode, a assistente social me falou, mas todo mundo vende e não acontece nada, vou construir uma casa na favela onde muitos

Moro em outro local, mas tenho 5 casas alugadas na favela, vou retirar os inquilinos

foram; (Em São Paulo)

pois sou eu que tenho o direito, gastei dinheiro para construir as casas. Vou ter 5 apartamentos para alugar ou vender. (SP e RJ)

Vou matar o meu vizinho do apartamento, ele acha que manda na minha vida, só porque quero trazer minhas galinhas, elas são fonte do meu trabalho; como posso

Briguei com o meu companheiro, ele me batia e me mandou embora da casa com meus

melhorar de vida e pagar tudo, sem meu trabalho. (Em São Luiz no Maranhão)

filhos, agora ele vai ganhar uma casa pois disse que vai me matar se eu contar para a assistente social. (Em vários locais)

Sem meus animais, não saio da favela; (No Pará) E o meu comércio, vão me devolver no local que vão me levar, tem como eu trabalhar Disseram que a vida da gente ia melhorar, mas no lugar dos meus direitos, só tenho

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lá, ou vão me ajudar para sustentar minha família; (Em vários locais)

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CAPITULO 03

Troquei minha companheira com uma máquina de fazer caldo de cana, posso ir para o

Eles vêm na comunidade e falam o que é melhor para a gente, sem saber o que de fato

apartamento sem a mulher e com a máquina; (Em São Paulo)

é melhor; (Em vários locais)

Não vamos pagar nada antes era assim, que história é essa de condomínio, água, luz;

Aqui criei meus filhos e amo este lugar, mesmo com todos os problemas, é meu jeito

(Em vários locais)

de viver; (Em vários locais)

Não cabe nada em apartamento e não tem quintal e acaba na parede;

Morava em área de risco, disseram que minha casa ia cair, aceitei me mudar com a

(Em vários locais)

minha família, mas ainda não me sinto no meu lugar, vem gente toda hora dizer como devo ser ou me comportar e gosto de viver do meu jeito, vou voltar para a favela onde

Reclamaram que joguei o lixo no local errado, antes ninguém reclamava e todos

eu morava; (Em São Paulo)

jogavam; (Em vários locais) Na favela eu era feliz, todos eram amigos, defendiam uns aos outros, se ajudavam, Disseram que agora sou cidadão, deus me livre, preferia ser favelada; (Em vários locais)

agora só brigam; (Em vários locais)

A maioria daqui já vendeu o apartamento e voltou para a favela; (Em vários locais)

Não vou mais aceitar que me digam o que é certo ou errado, sei o que é bom para minha família e vou viver do meu jeito; (Em vários locais)

Lutei muito para fazer meu barraco; e me deram esta casa sem perguntar se eu queria; (Em vários locais)

Adorei a casa nova, tem tudo de bom para minha família, realizei meu sonho, agora tenho uma casa, vou deixar ela linda e construir mais alguns cômodos para meus

Lá eu era livre e tinha muitos direitos, aqui só tenho deveres e vivo presa; (No Pará)

filhos e netos; e um terraço na laje para lazer e pendurar roupas e ainda um bar na

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CAPITULO 03

frente para trabalhar com mesas e cadeiras na rua; (Em vários locais)

A gente na favela, não escutava a gritaria das crianças brincando e aqui não consigo dormir, sou velha e me colocaram no chão do prédio. (Em São Paulo)

Como vou ensaiar meu grupo de dança do Bumba meu Boi neste apartamento; (Em São Luiz)

Não tinha que subir escada para chegar à minha casa, e as pessoas antes amigas agora parecem inimigas, às vezes não deixam a gente subir as escadas, pois estão fumando

Mãe, aqui não tem jacaré e nem caranguejo para eu vender na rua; (Em São Luiz)

maconha. (Em São Paulo)

Aquilo vermelho pendurado no corredor do prédio é de brincar de fumaça e tiro;

A polícia agora tem nosso endereço, e continuam achar que somos todos bandidos,

(Em São Luiz)

toda hora vem aqui e o pior alguém daqui chamou, se fosse antes estava morto. (Em São Paulo)

Adorei o apartamento é tudo novinho e acho que a prefeitura deve cuidar para sempre para manter assim, é nosso direito de cidadão; (Em vários locais)

Que bom, vem a ambulância, o correio, posso abrir crediário com meu endereço, ficou mais fácil arrumar emprego, mas ninguém vem aqui ajudar a gente e não temos

Vamos ter que limpar os corredores e escadas? Quanto a prefeitura vai pagar pelo

dinheiro para pagar tantas contas que antes era de graça. (Em vários locais)

serviço? (Em vários locais) Não quero nenhuma casa, só o dinheiro da venda para ir para outra favela. (RJ e SP) Não gostei dos briquedos serem coletivos, vai dar briga, queria ter para cada casa um

Aqui no cadastro 3 piás e duas gurias, mas tenho que ter duas casas para meu piá

separado. (Em vários locais)

casado, daí! (Em Santa Catarina)

Meu vizinho foi reclamar na prefeitura que dou água para meu cavalo no condomínio,

Finalmente vou ter uma moradia digna, logo que me mudar vou ampliar para meu filho

mas é minha casa e meu o cavalo, tenho o direito. (Na Bahia)

que vai se casar. (Em vários locais)

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CAPITULO 03

Muitos outros relatos de moradores de favela eu escutei, tentei não criticar, mas

próprio e surpreendente.

aprender com eles, afinal estas constatações não se afere em pesquisas, mas fazem parte de sua cultura e modo de vida desta população de acordo com seu lugar de

Zuenir Ventura criou a visão do Rio de Janeiro como “cidade partida”, dividida entre

origem, seus valores de vida, seus anseios, sonhos e jeito de viver.

o asfalto e o morro, mesmo que morro plano. Diversos estudos demonstraram a existência de diferenças das condições de trabalho e renda entre favelas cariocas e o

Nestes relatos podemos observar que as maiorias dos moradores que serão reassentados

restante da cidade. Em particular, especial ênfase na realidade das grandes favelas da

esperam que os conjuntos virem.... favelas, com os chamados avançadinhos que por

cidade tais como Complexo do Alemão, Manguinhos e Rocinha.

questões óbvias impossibilitados, com os gatos, sem regras de convivência, com possibilidades comerciais, para que se aproximem ao máximo do jeito de viver que

O comércio e aquecido com altos preços, possíveis apenas pela informalidade.

sempre tiveram, comprometendo assim sua sustentabilidade. As vias de acesso difíceis. Motos cortando os carros muita gente, insuportável, muitos Alguns casos lições de vida, outros nem tanto, mas todos cheios de ambiente e

acessos impedidos por barricadas, muitos agentes do tráfico de drogas.

identidades culturais distintas de cada local, em SP todas estas identidades moram juntas, quase nenhum morador de favela é da cidade, mas estão aqui e muitos já com

Além do comércio, não se percebe outra atividade produtiva. Agentes do tráfico

descendentes desta mistura de cultura e origem, sem identidade cultural única.

armados por todo canto, vielas, esgoto a céu aberto, crianças e traficantes armados juntos, sem áreas livres, construções de madeira e alvenaria, muito lixo e ao lado

No Rio de Janeiro uma realidade a parte, as favelas cariocas diferente das demais

viciados em craque jogados no chão ao lado de porcos, corre corre, olheiros, bandidos

favelas no pais. Poucos lugares do mundo possuem turismo ou observatórios, upps,

e mocinhos, turistas, todos juntos. Construções verticalizadas com diferentes

ou possuem tanto interesse nas favelas. Pela própria geografia da cidade, não poderia

famílias já que comercializam as lajes. Cenário no complexo de Manguinhos, antes da

ser diferente, a cidade é cercada por favelas e a maioria nos morros, com visão

implantação da UPP.

privilegiada, em verdadeiras cidades dos morros, uma arquitetura e modo de vida

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CAPITULO 03

Uma realidade muito longe das favelas, por exemplo, em São Luiz ou no Pará, também precárias as condições de habitabilidade, muitas palafitas, muitas construções em madeira, sem carros ou motos, muitas redes, poucos comércios, sem armamento visível salvo de facões, o lixo levado e devolvido diariamente pela maré, muitos pescadores e algumas atividades com caranguejo, com artesanato, com grupos folclóricos e com grande identidade cultural. Acesso na maioria irregular dos serviços de abastecimento de água e energia, pouco ou nenhum representante formal.

No Rio de Janeiro acesso fácil e clandestino para as telecomunicações, acesso fácil para a cidade promovido pelo governo como teleféricos, bondinhos, escadas, acesso oficial inclusive dos serviços de abastecimento de água e energia, muitas construções engendradas irregularmente em áreas de risco, mais representantes que representados.

Em SP as favelas se espalham e não cercam a cidade como no RJ, a cidade formal ou os turistas daqui não tem nenhum interesse em visitar as favelas, as condições de moradia ora precárias, ora melhores que muitas unidades regularizadas, erradicar

habitacional.

Em SP, assim como no RJ as atividades ilegais usam a favela como escudo, muitos

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Fonte: URBANIZA no Pará

núcleos de favela ainda é possível em SP e necessárias para obras e remoção de risco

CAPITULO 03

cativeiros, esconderijo de armas e drogas, mas não as escancaras como no RJ, existe um código de segurança, mas permitem intervenções técnicas e de cunho coletivo.

No RJ muitas atividades são impedidas por ordem do tráfico, uma considerável melhora com a implantação das UPPS em alguns territórios, mas longe de uma solução de fato autossustentável.

No RJ a remoção ou desfavelamento não são prioridades dos governos, preferem regularizar e ou urbanizar...não tem espaço para remover e reassentar, poucas áreas disponíveis, para atender demandas de áreas de risco, custo altíssimo de terrenos ou para compra assistida de moradias, pouca experiência com remoções de famílias.

No Pará a maioria da população é politizada, organizada e exagerados nos seus direitos, interferindo nas ações técnicas dos governos, a população é fiscal inexperiente de intervenções técnicas propostas, mas lutam pelo que querem em um território pitoresco, cheio de culturas regionais, nas danças, na musica, na fé, e jeito

Em Santa Catarina as favelas tem muito espaço, as casas tem quintal, a madeira é utilizada nas construções, mas já possuem também casas de alvenaria, são mais receptivos com as intervenções, sabem escutar, mas tem opinião e gostam do seu modo de vida.

FAVELAS / RISCO URBANO

Fonte: URBANIZA no Pará

de viver.

Na Bahia as construções irregulares são de alvenaria e também de madeira, a religião

a população, antes de iniciar qualquer intervenção em favelas, hoje implantamos

espírita é forte e respeitada, as comunidades têm violência e tráfico, mas convivem

ações baseadas em diagnósticos muito complexos destas realidades, mas por vezes

pacificamente com as famílias de trabalhadores nas favelas salvo algum desafeto, a

esquecemos-nos de inserir e integrar o beneficiário final, nesta cidade, neste bairro

morte neste caso é inevitável.

na sua história e realidade.

Bem, as características sociais e econômicas dos indicadores, são semelhantes:

Basta olhar para o nosso maior gargalo no pós-ocupação, para reconhecer que alguma

Baixa renda e escolaridade, são a maioria em todos os territórios tem estas

coisa está errada, houve melhora nas condições de habitação, melhora nas condições

condições sócias econômicas e muitos dos diagnósticos que tive a oportunidade

de infraestrutura, melhora nas condições de vida, exclusão do risco, melhora no

de ler, apresentam quase o mesmo perfil dos habitantes das favelas com relação

aspecto ambiental, nas relações com o governo, no transporte, na educação, na

aos principais indicadores aferidos, porém seus ambientes são muito diferentes, sua

geração de emprego e renda, todos estes setores foram pensados, estudados e muitas

história, cultura, identidade, e sonhos também.

ações sociais foram implantadas com este objetivo e ainda assim sua sustentabilidade continua ameaçada.

Como implantar ações sociais para pessoas diferentes, como avaliar mais os desejos que as necessidades, como ter sustentabilidade nas ações implantadas, como oferecer

Embora a participação comunitária nas intervenções, a criação de agentes

valores de nossas vidas para a vida de outros, como avaliar potencialidades locais

multiplicadores e o esforço das três esferas de governo, temos que admitir que temos

excluindo das pessoas a sua história e o seu o território, como olhar o todo com

muito mais a aprender que a ensinar, muito mais a observar antes de fazer, muito mais

microscópio, como melhorar de fato o modo de vida destes chamados excluídos, como

a estudar antes de aplicar e ainda a evasão e o retorno a situações de favelamento

mudar o jeito de viver e como ter soluções efetivamente resolutivas para as favelas

são identificadas ao estarrecimento de todos os envolvidos nos principais projetos

no Brasil.

técnicos sociais implantados.

É reconhecido o avanço, caracterizamos as cidades, os bairros, as comunidades e

Por este motivo acredito que o problema habitacional está atrelado ao cultural,

FAVELAS / RISCO URBANO

CAPITULO 03

e ainda ao esforço e luta de cada cidadão na conquista de seus próprios sonhos,

segmentos da população e estarem estreitamente relacionados à sustentabilidade da

o problema habitacional está atrelado também ao acesso à habitação formal por

intervenção, em seus aspectos físicos, ambientais, socioculturais e econômicos. Para

vontade própria, com esforço próprio e de escolha própria.

tanto, devem privilegiar a educação comunitária, considerando a teia de relações econômicas, históricas, culturais, religiosas, interpessoais, políticas e sociais. Neste

A casa, onde moro e sou proprietária, foi fruto de muito trabalho, meus valores com

caso, a metodologia também é, necessariamente, participativa, contribuindo assim

relação ao patrimônio são sustentáveis, ser cidadão é motivo de orgulho para toda

para despertá-lo do senso crítico e a promoção do diálogo entre os agentes.

a minha família e o trabalho foi fundamental para que a conquista fosse justa e De modo geral, o trabalho deve priorizar o investimento na auto-organização da

merecida.

comunidade e no fortalecimento de sua autonomia, permitindo que as relações, ações Nunca ouvi de nenhum reassentado a afirmação acima e tenho como objetivo um dia,

e conflitos vivenciados pela população formem um processo pedagógico significativo

mesmo que distante ter este prazer do dever cumprido de fato.

e contribua para que os moradores assumam-se como protagonistas e gestores de seus processos individuais e coletivos.

O conceito acima, ainda está distante da maioria dos reassentados ou beneficiados com as intervenções até o momento implantadas no Brasil. Não pretendo aqui criticar

Como atender a estes conceitos, como cumprir uma missão tão complexa, às vezes

ações e ou políticas públicas da área habitacional, faço parte desta luta e acredito

temos dificuldades desta natureza dentro de casa, com nossos filhos, na escola com

que os governos têm ótimas pretensões nesta temática, ocorre que as ações têm

alunos e até nas empresas com os funcionários.

destinos diferentes e o apoderamento das ofertas por parte dos beneficiados ainda estão distantes das suas diferentes realidades e do jeito de viver de cada família em

Sociólogos, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e até engenheiros e arquitetos

cada região que tive a rica experiência de conhecer e com estas realidades aprender.

buscam estas soluções para projetos cada vez mais de acordo com as diferentes realidades que os territórios abrigam, mas esquecem que nestes territórios foram

Os projetos sociais a serem desenvolvidos nas comunidades devem abranger todos os

engendrados o modo de vida e jeito de viver de pessoas, com relação afetiva do local

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e do conceito que possuem por vezes muito diferentes dos propostos.

NO MARANHÃO O projeto pretendeu transformar as áreas palafitadas em habitações dignas e saudáveis, um projeto de reforma urbana, um avanço para o sistema viário da cidade, resultando no segundo anel viário em São Luís. Obras de grande porte com impacto na articulação e integração do território; Obras de recuperação ambiental e de bacias hidrográficas críticas a Margem esquerda do Rio Anil e Península Ipase. A Urbaniza vencedora da concorrência escolheu seus melhores talentos que se mudaram para o local.

A primeira missão, remover palafitas...iniciamos o trabalho após mobilização, assembleias, apresentações, criação de comissão de moradores, e toda a estrutura para pela primeira vez no estado remover favelas por risco e necessidade de obras ambientais, sociais e urbanísticas. Tínhamos muita experiência em ações similares e

A prevenção exorbitante, aproximadamente 15.000 famílias envolvidas direta e indiretamente e aproximadamente 1.200 para reassentar em conjuntos habitacionais e gerenciar um projeto de trabalho técnico social. Chegamos à primeira comunidade a ser removida para instalação de bate estaca e

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Fonte: URBANIZA no Maranhão

já tínhamos erradicado muitas favelas em SP.

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para início de aterramento para construção de um viário, muitas casas de madeira

famílias que mudariam naquela data, 80 já informaram que não iriam mais, vieram

com esgoto aberto para o rio, muito lixo no local desprovido de água e com ligações

vereadores, imprensa e todos os que queriam impedir a ação, por motivos torpes e

clandestinas de luz.

pessoais ou políticos.

A única alternativa era um alojamento chamado de Vila Provisória onde as famílias

Não nos preocupamos com o circo armado, agora com os meios disponíveis com

teriam o uso do mesmo, depois seriam atendidos por unidades habitacionais

ajudantes de carga e descarga, com caixas, sacos e caminhões ainda poderíamos

definitivas em construção.

mudar a minoria que estava disposta a deixar o local, já lotado de máquinas e pessoal

A Vila era de lata, mas tinham o conforto de telhados e ventiladores, para atenuar

para as obras.

temperaturas de 35 até 40 graus. Não havia convênio ainda com o município e sem

Mudamos 3, depois mais 15, depois mais 30 e aqueles que estavam resistindo

dotação para locação social, esta era nossa única possibilidade para a abertura das

desistiram e resolveram ir com a maioria para a Vila e lá uma festa, almoço na

frentes necessárias.

recepção das primeiras famílias, danças folclóricas, mudanças, caixas, crianças,

A resistência era enorme, pois temiam perder suas casas que no ponto de vista da

idosos, técnicos, autoridades e outros. Nunca presenciei uma mudança com tanta

população, um local ótimo e bom de viver..., o risco, o esgoto lançado ao rio, o lixo

festa para receber as famílias, cada um que chegava era uma foto, uma calorosa

indo e voltando pela maré em 24 horas já que assim é a maré em São Luiz vai e volta

recepção...bonito de se ver e pioneiro nestas circunstâncias.

no mesmo dia, para os desavisados barcos atolados e outros transtornos.

E assim..a missão cumprida, nosso cliente satisfeito e o primeiro passo para o sucesso

Dividindo espaços insalubres e em péssimas condições de vida, ainda assim, não

de todos os outros que estariam por vir.

queriam ir para o alojamento ou vila...Após entendimentos em uma reunião com os

A equipe estava toda suja de barro, e cheia de pulgas dos inúmeros cachorros que

moradores, marcamos as primeiras mudanças, nenhum caminhão ou caminhoneiro

vieram com as mudanças, muitos moradores já instalados e só à noite voltamos

aceitou fazer o trabalho, ou melhor disseram que estariam lá as 7:00 horas e ninguém

para casa. Almoçamos todos juntos na Vila, com os cachorros, os moradores, as

apareceu e estávamos lá esperando, os meios para concretizar a missão.

autoridades, construtora e todos os envolvidos.

Na comunidade a espera pelo transporte fez crescer o movimento dos resistentes e

E os problemas pareciam nesta etapa superados...doce ilusão estava apenas

o clima ficou pesado, até que apareceu o primeiro caminhão, nesta altura das 100

começando...o que seria feito com os animais silvestres que ficaram na comunidade

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aos escombros, o que faríamos com os porcos e cavalos existentes como meio de

Meu Deus vamos ter muito trabalho pela frente! Sem hora para voltar para casa, mas

vida de algumas famílias, o que seria do bar ou comércio desfeito, e ainda quem

o importante será ter a obra concluída e os moradores atendidos.

pagaria a energia e a água da Vila...Na comunidade era tudo de graça e a remoção foi

Além deste sistema que foi implantado, novas vilas foram sendo construídas ou ainda

involuntária, por necessidade de obra.

algumas construções desativadas foram adaptadas para fins residenciais provisórios.

Os apartamentos ficariam prontos em 12 meses dizia o construtor, e outras vilas

Um técnico era responsável pelas mudanças, um homem de ação, comunicativo sabia

teriam que ser construídas para pulmão das obras.

ser amigo dos moradores, fazia parte da equipe social, era responsável pelas mudanças

Mudamos as famílias, mas parte da favela veio com elas, antes as ações e soluções

e toda a logística envolvida. Um dia foi encurralado por um indivíduo armado e só

precariamente engendradas tinham a iniciativa das próprias famílias, agora a

não foi baleado pelo grande jogo de cintura, característica de sua personalidade.

responsabilidade era do Governo e o gerenciamento social era nosso.

Achava o meliante que era um desafeto que queria roubar sua esposa.

Aos poucos as soluções foram dadas e quando estava tudo parecendo bem, resolveram

Imagine um paulista, de nível superior, no exercício da função com nenhum

implantar um sistema de aterro, sem remover o morador...uma tecnologia já utilizada

envolvimento amoroso com as moradoras das favelas, encurralado!

onde era retirada a areia de parte do fundo do rio e ejetada em baixo das casas, sem

Logo a notícia se espalhou no governo, sua esposa, preocupada com a vida do marido,

remover nenhum morador até que as soluções definitivas fossem disponibilizadas!

a empresa de SP pouco podia fazer para resolver o impasse, o governo acionado e

Inédito para nós da equipe social, pensávamos....o que fariam com o esgoto já que o

qual não foi nossa surpresa dos dois saírem de um beco rindo após descoberta do

mesmo ia direto para o rio e sem o rio a coisa iria ficar feia, acreditava a equipe. Como

engano.

e quem iria controlar as crianças, já que o sistema oferecia risco na sua atividade e

Susto superado, novas mudanças e após os últimos sustos as mudanças para as

como a população iria reagir.

habitações definitivas, uma mega operação foi planejada com direito a festas e

Um evento de inauguração do sistema foi elaborado com a presença de autoridades e

vários eventos, mas para nós muito trabalho! Fazer uma mudança já é um transtorno,

imprensa e logo no primeiro jato de areia, um morador foi lançado acidentalmente ao

imagine milhares delas e ainda para pessoas carentes onde todos os meios teriam que

Rio, nada de grave aconteceu, salvo que o mesmo voltou a nado e todo craquelado

ser fornecidos, desde caixotes até almoço no dia da mudança, vistoria dos imóveis e

de barro seco com o sol escaldante.

muito trabalho no pós ocupação.

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As famílias antes viviam em habitações e ocupações irregulares, tinham relações com

agentes técnicos envolvidos.

a vizinhança que deveriam ser respeitadas, faziam suas necessidades em pé direto

A comercialização e retorno para locais de favelamento seriam para muitos inevitáveis,

no cano que ia para o rio, nunca viram uma bacia de banheiro, nem um chuveiro,

por razões culturais e de modo de vida conflitante com a nova realidade.

não pagavam luz, nem água que buscavam na bica, tinham atividades comerciais irregulares, outras atividades com animais, alguns pescadores, outros tinham grupos

NO RIO DE JANEIRO

folclóricos de dança do bumba meu boi, alguns analfabetos, outros deficientes,

Chegamos ao RJ para dois serviços, um na Favela Santa Marta e outro no Complexo

dormiam em redes, o lixo era jogado direto no rio, muitas ações sociais teriam que

de Manguinhos este ainda sem a UPP.

ser repensadas. A mudança era profunda de casas para apartamentos, uma adaptação nas paredes

No Complexo de Manguinhos, no horário comercial, várias operações policiais, através

foi feita para possibilitar colocar ganchos para as redes, e um condomínio deveria

de viaturas, veículos e helicópteros blindados, tiroteios impedindo o trabalho na

ser formado, com regras de convivência, locais para o lixo, questões com barulho,

área.

cuidado nas janelas, o extintor de incêndio nunca antes visto, os animais como seria

Estas operações eram realizadas também através de policiais à paisana, ocorrendo

a questão dos cachorros de estimação, dos cavalos, dos porcos, do meio de vida de

confrontos relâmpagos e inesperados na comunidade, com tiroteios e correria,

cada um.

ocasionando um clima de apreensão entre os moradores da área e pânico dos

Ser cidadão é ter deveres e antes achavam que só tinham direitos, será o conjunto

profissionais que realizam o trabalho de campo.

habitacional um ambiente sustentável para quem se destina? O jeito de viver bem

O problema se agravou logo após a pacificação do complexo Alemão, Mangueira,

para estas famílias são muito diferentes do que consideramos razoáveis condições de

complexo da Tijuca amplamente divulgado pela mídia em datas posteriores ao início

habitabilidade e educar pessoas já adultas com cultura própria é uma missão difícil.

do nossotrabalho, sob o estarrecimento do mundo.

Seria como mudar os valores construídos, a cultura de um povo no seu habitat.

Manguinhos servia como território de refúgio da maioria do tráfico das comunidades

Inserir as favelas nas cidades é o principal objetivo do trabalho, a inclusão social

vizinhas. Os confrontos caracterizados tanto por facções rivais, quanto por inúmeras

deve ser uma conquista para os beneficiados e não somente para os proponentes ou

operações policiais

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O complexo de Manguinhos foi recentemente considerado uma das comunidades mais

acredita que lá estão as principais cabeças do C.V.

violentas do RJ

Por volta das 6h deste domingo (19/06/2011), as forças policiais do Rio de Janeiro

Para melhor retratar a realidade do local, segue abaixo algumas reportagens de

deram início a ocupação na favela no Morro da Mangueira, em São Cristóvão. Os morros

situações enfrentadas no local.

Telégrafos e Parque Candelária também serão ocupados. A ação é o primeiro passo para a instalação de mais uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), a 18ª na cidade.

Tomada do complexo do alemão

Segundo informações do governo estadual, a ação ocorreu sem troca de tiros ou

O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, confirmou na manhã deste

registro de feridos. A operação é coordenada pela Secretaria de Segurança, por meio

domingo (28/11/2010) que a área conhecida como Areal, que fica no centro do

da Polícia Militar e da Polícia Civil, com apoio da Marinha, do Exército, da Força Aérea

Morro do Alemão, já foi tomada pelos policiais. “A Polícia Civil acaba de tomar o

Nacional, da Polícia Federal, do Corpo de Bombeiros, da Defensoria Pública do Estado e

Areal, um dos mais difíceis acessos do Alemão”, afirmou o delegado, acrescentando

da Prefeitura do Rio. Ao todo, cerca de 750 pessoas estão no local, afirma o governo.

que os agentes estão entrando no conjunto de favelas por outros pontos. “Estamos

A instalação da UPP deve ser finalizada entre 30 e 60 dias --após este período, os

penetrando por outros pontos, entrando por quatro pontos - Coqueiro, Joaquim de

agentes do Bope deixam o complexo.

Queiroz, do lado direito, e no Areal, tomando as duas pontas das montanhas”, disse.

As forças policiais contaram com a ajuda de recursos utilizados em novembro do ano

De acordo com Turnowski, dois helicópteros da corporação trabalham em conjunto para

passado, durante a tomada da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, e em fevereiro

capturar criminosos. “São dois helicópteros, um que faz o combate e um que filma as

deste ano, quando da ocupação do Complexo do São Carlos.

ações monitorando os criminosos e apontando onde eles estão escondidos. Muitos já

Entre os equipamentos utilizados estão 14 blindados das polícias e dos Fuzileiros

entraram em casas do Alemão, não sabemos se tem moradores ou não”,

Navais (como Piranhas, Lagartas Anfíbio - Clanf e M-113), além de quatro helicópteros, caminhões, motos, reboques e ônibus. O M-113 é capaz de destruir as barreiras

Morro da Mangueira será Ocupado pelas UPP’s ( Publicado em 2 de junho de 2011 )

normalmente instaladas pelos traficantes nas vias de acesso à favela para dificultar a

Morro da Mangueira será ocupado pela Policia até Setembro! O Principal alvo da Policia

passagem das viaturas da polícia.

Carioca agora é o Morro da Mangueira na zona norte do Rio de Janeiro. A policia

O governo estadual já anunciava a ação desde o meio da semana. Em operação realizada

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na Mangueira no dia 19 de maio, o Bope e mais quatro batalhões da PM encontraram

moradores, tanto na favela como no asfalto. Dentro de casa, eles procuravam abrigo

na comunidade um túnel de 200 metros usado por traficantes para transportar drogas

em cômodos fora da linha de tiro.

e armas sem serem vistos e também como possível rota de fuga.

Operação deixa ‘puxadinho’ de pé Governo do Rio quer pacificar 17 favelas da Tijuca

Ação em Manguinhos resulta em cinco mortes, motos e armas apreendidas

Rio - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), prometeu hoje

e barricadas destruídas. Obra irregular permanece.

ocupar todas as 17 favelas da Tijuca, na zona norte da cidade, neste ano. “Setecentos

Rio - Uma semana após O DIA denunciar o ‘puxadinho’ que seria construído por um

policiais formados estão disponíveis. Todas as comunidades da Tijuca e outras áreas

traficante num dos prédios do PAC no Conjunto Embratel, em Manguinhos, a polícia

serão pacificadas até o final deste ano”, declarou governador. Segundo ele, 15% dos

voltou ao local numa mega-operação que resultou na morte de cinco suspeitos. Trinta

moradores das favelas da cidade estão em comunidades policiadas pela UPP. Ataque

motos foram apreendidas, três pistolas, duas granadas, drogas e barricadas foram

deixou três policiais mortos

destruídas. Mas o ‘puxadinho’ continua de pé, apesar de a Secretaria de Ordem Pública

Os confrontos envolvendo traficantes do Morro dos Macacos, obrigavam moradores a

(Seop) ter dado apoio ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) na ação.

viver em estado de tensão. O episódio mais emblemático, em 17 de outubro do ano passado, deixou mais do que

Cerca de 60 homens chegaram às comunidades do Mandela e Embratel por volta das

marcas em paredes e janelas.

5h30. Na troca de tiros, cinco homens foram baleados e morreram a caminho do

Após uma guerra entre traficantes de facções rivais, o helicóptero Fênix 3 da Polícia

Hospital Geral de Bonsucesso. O objetivo da PM era recuperar veículos roubados.

Militar foi derrubado por tiros disparados por bandidos, provocando a morte de três policiais.

No início da tarde, a Polícia Civil também fez buscas nas comunidades. Inicialmente,

A violência aconteceu depois que criminosos partiram do Morro de São João, no Engenho

a equipe da 21ªDP (Bonsucesso), que voltou à casa do chefe do tráfico do Mandela,

Novo, para invadir o Morro dos Macacos. O traficante Fabiano Atanázio da Silva, o FB,

Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto. Os objetos de luxo, como móveis e

foi apontado como um dos chefes da invasão. A ação dos bandidos levou pânico aos

eletrodomésticos.

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Os outros apartamentos, cujas chaves haviam sido encontradas pela PM na semana passada, continuam vazios. A 21ªDP abriu investigação para apurar as denúncias de que traficantes estariam se apoderando de apartamentos construídos pelo PAC.

Em seguida foi a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) que esteve na

pistola, que os bandidos da área usam para assaltar motoristas.

Dois jacarés são encontrados durante operação em Manguinhos. Além dos animais, dois menores de idade foram apreendidos. ( André Muzell / R7 )

Dois filhotes de jacaré foram apreendidos por policiais do Batalhão de Benfica (22º BPM) durante operação em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (6). Policiais do Batalhão de Benfica (22º BPM) faziam, às 8h20 desta quarta-feira, uma operação na favela do Mandela, em Bonsucesso, na zona norte do Rio de Janeiro, para apreender armas e drogas. Aproximadamente 30 policiais participaram da ação que teve início às 7h. Segundo a PM, os agentes seguiram para Manguinhos também para apreender carros e motos roubados.

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Um dos filhotes de jacaré apreendidos durante operação em Maguinhos, na zona norte do Rio.

favela, mas nada foi encontrado, além de duas réplicas de armas, um fuzil e uma

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O comandante do batalhão, tenente-coronel Glaucio Moreira, informou que nada foi

Os militares também apreenderam, junto com as drogas, uma submetralhadora de

encontrado no Mandela.

fabricação artesanal. Em outra incursão realizada, paralelamente, na Vila dos Pinheiros,

Em Manguinhos, a polícia apreendeu motocicletas.

desta vez no Complexo da Maré, os policiais militares do 22º BPM encontraram ainda outras duas escopetas calibre 12.

PM passa cerol no reduto do crack

PM ferido fica encurralado em comunidade na zona norte do Rio, 48 exibições.

Polícia apreende quase 100 quilos da droga

Nas imagens, feitas por um morador da comunidade de Manguinhos, na zona norte

Uma das maiores apreensões de crack já feitas no Rio de Janeiro aconteceu ontem, no

da cidade, o policial aparece ferido e encurralado. Ele é resgatado por um veículo

Mandela 3, no Complexo de Manguinhos, por policiais militares do 22º BPM (Maré).

blindado. Assista ao vídeo.

Dentro de uma cisterna no alto de uma casa da favela, os militares encontraram 72 tabletes da droga prensada, com o desenho de um cavalo em alto relevo e o símbolo do

PM faz ação conjuntas em favelas do Jacarezinho, Mandela e Manguinhos

super-homem como embalagem. No total havia cerca de 100 quilos da droga.

( Ana Claudia Costa )

A operação da Polícia Militar no conjunto de favelas da região - onde está instalada a

RIO - Policiais militares do 3º BPM (Méier) fazem, na manhã desta terça-feira, uma

maior cracolândia da cidade, movimentando cerca de R$ 40 mil por dia - começou de

operação policial na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. O objetivo, segundo

manhã e tinha como principal objetivo checar a informação do esconderijo das drogas.

o comandante do batalhão, coronel Rui França, é checar denúncias sobre esconderijo

Além do crack, foram apreendidos 36 tabletes de cocaína pura, com cerca de 40 quilos

de armas e drogas. Já houve confronto. Informações não confirmadas dão conta de que

de pó, um prejuízo inicial para os bandidos calculado em torno de R$ 560 mil. Sem

traficantes teriam jogado uma bomba de fabricação caseira na direção dos policiais.

contar os R$ 60 mil dos outros 150 quilos de maconha encontrados na ação policial.

Até o momento, foram apreendidos um carregador, 200 gramas de maconha e 12

“Foi uma apreensão significativa também pelo derrame financeiro na quadrilha”,

munições calibre 9 mm.

explicou o capitão Marcos André, que coordenou a operação de ontem. Levando-se em

A ação na Favela do Jacarezinho é feita em conjunto com policiais do 22º BPM (Maré),

consideração que uma pedra de um grama de crack deixa uma pessoa viciada, pode-se

que também efetuam uma operação nas favelas de Mandela e Manguinhos. A ação uniu

dizer que 100 mil foram diretamente beneficiadas com a apreensão.

os dois batalhões porque traficantes dessas comunidades, que são da mesma facção

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criminosa, utilizam a Avenida Dom Helder Câmara para atravessar de uma favela para

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou às 10h45 desta terça-feira

outra. Até o momento não há informações de presos nem feridos.

que é estável o estado de saúde dele. Segundo a secretaria, as pernas foram as partes mais atingidas. O taxista estava internado nesta manhã no Centro de Tratamento de

Traficantes jogam bombas artesanais em direção a jornalistas

Queimados Adultos do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio.

Equipes faziam cobertura de operação policial na comunidade de Manguinhos Traficantes da comunidade de Manguinhos lançaram duas bombas artesanais em

Polícia faz operação em cracolândia no Rio e prende mais de 70 usuários da droga

direção a jornalistas que faziam a cobertura da operação policial na favela na manhã

( Hanrrikson de Andrade - Especial para o UOL Notícias - No Rio de Janeiro )

desta terça-feira (24). Os PMs do Batalhão da Maré (22º BPM) tentavam encontrar os

Uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro em conjunto com a Secretaria

criminosos às 11h50.

Municipal de Asssistência Social retirou 76 usuários de crack nesta quarta-feira (25)

De acordo com a polícia, os traficantes estariam escondidos dentro do canteiro de obras

em um ponto de venda e consumo da droga na favela do Jacarezinho, na zona norte da

do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na favela.

capital fluminense. Foram recolhidos 60 adultos e 16 menores em uma das principais

Segundo relatos dos repórteres, os bandidos explodiram primeiro uma bomba próximo

cracolândias do subúrbio carioca. Os policiais também apreenderam pedras de um tipo

às equipes. Uma outra também foi lançada, mas não chegou a explodir. Ninguém ficou

de narcótico que pode ser óxi.

ferido.

Os menores foram conduzidos pelo órgão municipal para a Delegacia de Proteção

O objetivo da operação era localizar os criminosos que mataram dois taxistas no dia 11

à Criança e ao Adolescente (DPCA), onde serão identificados e posteriormente

de maio na avenida Leopoldo Bulhões, na zona norte.

encaminhados para abrigos da prefeitura que oferecerem tratamento para usuários de drogas. Quanto aos adultos, que passarão pelo mesmo processo, 38 homens foram

Eles tentavam encontrar ainda o grupo suspeito de assaltar o taxista Sérgio Fernando

levados para a 17ª DP (SãoCristóvão) e 22 mulheres à 19ª DP (Bonsucesso).

Gouveia, que teve 50% do corpo queimado e o carro incendiado por bandidos no

Ao observarem a chegada dos assistentes sociais, muitos usuários fugiram para o

sábado.

interior da favela. Eles abandonaram pelo caminho quantidades não informadas de crack, cocaína, maconha, pedras do que pode ser óxi, além de facas e cachimbos. Esta

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foi a terceira operação para reprimir o consumo de crack somente no Jacarezinho -- 190

comunidade com 40 homens, às 5h. Na chegada, houve um pequeno confronto entre

pessoas foram retiradas nas outras ações.

policiais e traficantes. Ao todo, 133 pessoas participaram da ação, sendo 70 servidores

De acordo com estatísticas da prefeitura, 691 pessoas foram presas nas cracolândias da

da Secretaria Estadual de Assistência Social. Já a Delegacia de Proteção à Criança e ao

capital fluminense desde o fim de março. No entanto, a maioria retornou para as ruas

Adolescente apoiou a operação com 13 policiais civis e cinco viaturas.

-- apenas 30% aceitaram o auxílio dos abrigos especializados.

Ao perceberam o inicio da operação, alguns viciados invadiram um ônibus para tentarem

Segundo investigações policiais, além da favela do Jacarezinho, há pelo menos quatro

escapar, mas foram impedidos pelos policiais. De acordo com um levantamento da PM,

grandes cracolândias na cidade, todas na zona norte: na comunidades de Manguinhos,

existem oito pontos de uso de drogas na região.

em ruas do bairros de São Cristóvão e da Pavuna, e num ponto da Avenida Brasil, em

Entre os dependentes, havia dez crianças e adolescentes e duas mulheres grávidas. Os

frente ao Parque União (no acesso à Ilha do Governador).

recolhidos foram levados por um ônibus da prefeitura para o 22º BPM (Maré), onde será feita uma triagem. Desde o dia 31 de março, a operação é a 16ª do tipo realizada

Operação em Manguinhos deixa cinco mortos e quatro detidos

pela secretaria, que já recolheu 1.038 pessoas em cracolândias da cidade, sendo 203

( Jornal do Brasil* Com Portal Terra )

menores.

RIO - Mais 58 usuários de crack foram recolhidos na madrugada desta terça-feira por

As crianças apreendidas nesta operação serão levadas para a Central de Recepção

uma operação da Secretaria Municipal de Assistência Social na favela de Manguinhos,

Carioca, onde será avaliada a necessidade de internação forçada. Atualmente, 70

com apoio das polícias militar e civil. Grande quantidade do entorpecente foi

crianças e adolescentes estão em tratamento compulsoriamente em quatro abrigos da

apreendida no local, e duas pessoas foram presas em uma casa de endolação de

prefeitura. Esta é a 7ª operação baseada no novo Protocolo de Abordagem Social, que

drogas que funcionava na comunidade. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência

permite manter os menores abrigados contra a vontade própria, medida que recebeu

Social, muitos usuários de crack migraram para a cracolândia de Manguinhos devido à

apoio da Justiça e do Ministério Público . Para os adultos, haverá 28 vagas em duas

dificuldade de acesso para a favela. Documentos roubados, facas, canivetes e tesouras

instituições parceiras da secretaria: o Retiro do Maranathá, em Engenho de Dentro, e

também foram apreendidos.

Emaús, em Cordovil.

Dois carros blindados e quatro viaturas foram usados pela Polícia Militar, que entrou na

Equipes da secretaria tentarão convencer as duas mulheres grávidas a aceitarem

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tratamento. No último dia 10, uma decisão da juíza Ivone Caetano, da Vara da

Souza Feitoza, o DG, resgatado por comparas de uma delegacia poucas horas depois

Infância, determinou a primeira internação compulsória de um adulto viciado em crack

de ser preso.

. Com 22 anos, a dependente estava no oitavo mês de gestação e relutou em seguir

A mulher estava ao lado do veículo blindado da polícia, conhecido como caveirão, e

para o abrigo. O pedido para que ela recebesse o tratamento contra sua vontade partiu

foi atingida por fragmentos de bala. Ela foi socorrida no local pela ambulância da

de sua própria família.

Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e levada para o hospital Salgado Filho, no Méier. Com ferimentos leves, mulher foi liberada e, logo após, ouvida pela polícia.

RJ: em fuga, traficante sofre acidente de moto e é preso

Segundo a assessoria da Polícia Civil, ainda não se sabe de onde partiu o tiro, mas a

Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque do Rio

capsula foi encontrada e será periciada.

de Janeiro prenderam na manhã desta terça-feira o traficante conhecido como DG. Ele foi reconhecido por policiais após sofrer um acidente de moto na avenida Leopoldo

Resgate

Bulhões, em Manguinhos, na zona norte.

DG foi preso na manhã de ontem, após tentar furar uma barreira policial e sofrer um

De acordo com a Polícia Militar (PM), ele estaria fugindo de uma operação policial

leve acidente de moto na favela de Manguinhos. Ele foi levado por policiais militares

que verifica denúncias sobre tráfico de drogas na favela. O veículo blindado do Bope,

para a 25ª Delegacia de Polícia, no Engenho Novo. Enquanto os agentes faziam os

conhecido como “Caveirão”, dá apoio à operação.

trâmites legais para registrar o flagrante, 15 bandidos fortemente armados invadiram

Até o momento não houve troca de tiros e só o traficante DG foi preso e levado para a

a delegacia, renderam os policiais e libertaram o traficante. A ação dos comparsas

21ª Delegacia de Polícia de Bonsucesso com ferimentos leves.

foi às 14h, menos de três horas depois da prisão do traficante e durou cerca de cinco minutos.

Rio: grávida é ferida por estilhaços de bala em ação policial

Desde a tarde de terça, equipes da Polícia Civil estão nas ruas em busca do traficante

Uma grávida foi atingida por estilhaços de bala na manhã desta quarta-feira na

e dos criminosos que fizeram o resgate. Já foram identificados 10 dos 15 homens que

localidade de Boa Esperança, no bairro Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro. Ela

invadiram a delegacia. Todos são integrantes da facção criminosa conhecida como

foi ferida durante uma operação da Polícia Civil para capturar o traficante Diogo de

Comando Vermelho.

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A chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, divulgou nota à imprensa

também na agenda gastos com remédios e consultas médicas.

ainda ontem e pediu “ação imediata para apurar os fatos”. Os dois advogados que

Várias vezes por mês, uma parte do dinheiro da quadrilha ia para “Piloto”, como

acompanharam Diogo de Souza Feitoza na delegacia foram presos porque, segundo o

está descrito na agenda. A mãe do traficante Emerson Ventapane da Silva, o Mão,

delegado Antenor Lopes, eles passaram informações para os traficantes que invadiram

também estava sempre na lista. Era “fortalecida”, descrevem os bandidos. Os custos

o local.

dos traficantes incluíam ainda, mensalmente, visitas a comparsas presos, gasolina, comida para a quadrilha, deslocamentos para vários fóruns do estado e ajuda de custo

Comando Vermelho movimentou mais de R$ 17 Milhões em Mandela,

em enterros.

Manguinhos e Jacaré ( Publicado em 5 de julho de 2012 )

Na contabilidade do tráfico, aparecem ainda gastos, no mínimo, curiosos. Em 29 de

A ousadia da ação que resgatou DG, na última terça-feira, mostrou que os comparsas

agosto de 2009, R$ 250 são usados para “Passeio Criança”; e em 25 de maio, a mesma

do traficante têm poder. Um relatório da Polícia Civil, feito em agosto de 2010, mostra

quantia vai para “Passeio na Cidade”. Já no dia 26 de agosto, R$ 4.500 são destinados

ainda que eles têm também dinheiro. E muito. De acordo com o documento, em nove

para a “Liberdade Amigos”. Quase todo mês, parte da verba vai ainda para o “Projeto

meses, entre maio de 2009 e janeiro de 2010, quase R$ 17 milhões foram movimentados

Natação”.

pela facção criminosa que domina o Complexo de Manguinhos, Mandela e Jacaré.

O relatório resultante da apreensão da agenda do tráfico faz parte do processo da 33ª

Os dois meses de maior movimento foram setembro e dezembro de 2009, quando as

Vara Criminal, onde Piloto e DG, além de outros 11 comparsas, são réus.

quantias chegaram a quase R$ 2,5 milhões por mês. A análise da contabilidade do

Polícia faz operação em busca de quadrilha que resgatou criminoso de delegacia

tráfico foi feita pelo Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro da Polícía

Rio - Cerca de 100 agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de

Civil, com base numa agenda apreendida pela 21ª DP (Bonsucesso), durante operação

diversas delegacias especializadas e distritais realizam operação, nesta sexta-feira, nas

no Campo do Coreia, no Complexo de Manguinhos, em maio de 2010.

regiões do Jacarezinho, Manguinhos e Mandela, na Zona Norte. Os policiais buscam o

A quantia envolve as mais diferentes movimentações de dinheiro do tráfico, vão desde

traficante Diego de Souza Feitosa, o DG, e seus comparsas que o resgataram da 25ª DP

a quantia gasta com a compra e venda de drogas e a aquisição de fuzis e munição,

(Engenho Novo) na última terça.

até gastos com pagode, bailes funks e fogos de artifício. Frequentemente, aparecem

No Jacarezinho, policiais foram recebidos a tiros por bandidos. Não há registro de

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Policiais acessam a Favela do Jacarezinho Foto: Osvaldo Praddo /Agência O Dia

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feridos. Agentes encontraram, na comunidade, uma motocicleta que pode ter sido usada

resgatar DG. “Em fevereiro, foram uns 50 bandidos atirando por uma hora de todos os

no resgate ao traficante DG. A moto estava abandonada em uma localidade conhecida

lados. Eles sabiam que a equipe estava encurralada”, contou um policial da Core amigo

como Concordia, ao lado de uma parede onde estava escrita a frase “Liberdade para

de André Ximenes, 42, a vítima.

DG já!”.

Para o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Rio, José Paulo Pires, o fato

Dois suspeitos já foram presos. O delegado da Coordenadoria de Recursos Especiais

contribuiu para ações mais ousadas do bando. Em fevereiro, equipe da Core flagrou um

(Core), Ricardo Barbosa, reafirmou que o objetivo da incursão é localizar o traficante

homem armado de moto. Após perseguição, o criminoso largou o veículo e correu para

e os

dentro de Manguinhos.

responsáveis pela sua fuga. “Estamos cruzando dados do nosso serviço de

inteligência com informações repassadas pelo Disque-Denúncia (2253-1177)”, disse.

No local, policiais foram atacados, e o agente, baleado. A equipe foi retirada em blindado da PM. No contra-ataque, um suspeito foi preso. Procurada, a Chefia de

Ousadia de criminosos

Polícia não falou sobre o assunto ontem.

O resgate de DG de dentro da unidade policial não foi a primeira demonstração da

Após o resgate do preso na 25ª DP, o sindicato encaminhará pedidos à Chefia de Polícia

ousadia de traficantes da região com a Polícia Civil.

Civil e à Secretaria de Segurança para que sejam instaladas câmeras no perímetro

A audácia do ‘bonde’ de Manguinhos, Mandela e Jacarezinho foi evidenciada em

das delegacias, com monitoramento interno. Entre os dez bandidos apontados,

fevereiro, em confronto com a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), quando

inicialmente, pela polícia como integrantes do bando, está um homem que usa prótese

um agente foi baleado. Na época, 12 homens da Core iniciaram patrulhas no entorno

na perna. Ontem, mais dois foram identificados.

das comunidades, a pedido da Chefia de Polícia, para coibir roubos de carros e a livre

Na noite de quarta-feira, homem que integraria o tráfico no Jacarezinho morreu na

circulação de homens armados nas vias.

troca de tiros com policiais da 77ª DP (Icaraí) na Favela do Viradouro, em Niterói. O

Após a invasão à 25ª DP para resgatar preso, policiais fizeram operações em favelas de

delegado Mário Luiz da Silva não descarta a possibilidade de o bando ter fugido da

Manguinhos, mas não conseguiram localizar bando.

favela do Rio para escapar das buscas da polícia, após o resgate de DG.

Após o episódio, as rondas não foram mais feitas.Caso as patrulhas ainda existissem, poderiam ter dificultado, por exemplo, o trânsito do comboio até a delegacia para

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Vídeos desacatam a polícia e comemoram resgate de DG

respondeu ainda por tráfico de drogas na 38ª Vara Criminal, mas também foi absolvido.

Dois dias após o resgate de DG, vídeos insultando a polícia e mostrando o poder bélico

Desde o ano passado, o acusado da invasão à delegacia responde por tráfico de drogas

do tráfico das favelas de Manguinhos e Mandela foram divulgados ontem no Youtube.

na 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias. De acordo com investigações da Polícia Civil,

A gravação postada por um homem identificado como ‘Luciano do Youtube’ comemora

Toinho é responsável pela embalagem de pedras de crack na Favela de Antares, em

a liberdade de DG e exalta o chefão na comunidade Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o

Santa Cruz, na Zona Oeste, mas também costuma ficar baseado na comunidade de

Marcelo Piloto. Agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática abriram

Mandela, no Complexo de Manguinhos.

inquérito para identificar os autores.

Investigações revelam que o criminoso só sai da favela de moto, acompanhado de

No dia da invasão à 25ª DP, ligação do irmão de DG, Luan de Sousa Feitosa, para o

comparsas. Ontem, na tentativa de recapturar DG e prender os invasores, agentes da

advogado Marco Ferreira, foi um indício para a polícia suspeitar de que o segundo teria

Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fizeram batidas em favelas da Zona Oeste.

informado ao bando a cela em que o traficante estava. O advogado foi preso. Com o reforço no policiamento, mulher de 27 anos foi detida ontem em ônibus na

Polícia faz operação em Manguinhos e Mandela em busca de traficantes

Linha Amarela. Ela seguia com drogas do Jacarezinho para a Cidade de Deus.

RIO - Policiais civis fizeram, na manhã desta quarta-feira, uma operação nas comunidades de Manguinhos e Mandela, na Zona Norte. Segundo o subchefe operacional da Polícia

Perneta na 25ª DP

Civil, delegado Fernando Veloso, cerca de 50 policiais da Coordenadoria de Recursos

Sem perna, mas com disposição para afrontar a Polícia Civil. Apontado como um dos 15

Especiais (Core) e da 22ª DP (Penha) foram a essas favelas checar informações que

homens que invadiram a 25ª DP (Engenho Novo) armados com fuzis e metralhadoras

poderiam levar à prisão de traficantes no local. A ação contou com o apoio de um

israelenses, para resgatar o DG, Luiz Antônio Andrade, o Toinho, usa uma prótese

helicóptero blindado da Polícia. Ninguém foi preso e nada foi apreendido.

ortopédica em formato de coxa esquerda, canela e pé.

Durante a madrugada e a manhã desta quarta-feira, o policiamento foi reforçado na

Segundo policiais, ele também é conhecido como Perneta. A trajetória de Toinho ou

25ª DP (Rocha). O aumento do efetivo teve como objetivo evitar represálias por parte

Perneta começou a ser alvo da polícia em 2004. Ele respondeu a processo por porte

de traficantes após a operação realizada pela Polícia Civil nas Favelas do Jacarezinho e

ilegal de arma, mas acabou absolvido na 35ª Vara Criminal. Cinco anos depois, ele

Nelson Mandela, nesta terça-feira, quando três homens morreram e nove foram presos.

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A ação buscou localizar bandidos que participaram do resgate de Diogo de Souza

presos. Foram apreendidos um fuzil e uma réplica dessa mesma arma, sete motocicletas,

Feitosa, o DG, na semana passada, naquela mesma delegacia. Entre os mortos estavam

uma pistola calibre 45, um carro e cerca de quatro quilos de maconha. Os PMs também

dois homens apontados pela polícia como participantes da invasão. Durante toda a

retiraram barreiras feitas por traficantes para impedir a circulação de carros da polícia

madrugada, o clima foi de aparente tranquilidade naquela região. Na manhã desta

na favela.

terça, os nove presos foram transferidos para casas de custódia.

Também ontem, mas em outra região da cidade, Santa Cruz, policiais federais prenderam,

Na operação no Jacarezinho desta terça, morreram Fábio Correia Leitão, o Fabinho do

na Favela de Antares, Wanderley Barbosa da Silva, apontado como contrabandista de

Pontilhão, e Cleyton Bernardes dos Santos, acusados da invasão à delegacia. As mortes

armas do Paraguai para o Brasil. Outros três suspeitos foram presos. Com eles foram

foram durante tiroteio com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

apreendidos uma pistola, drogas, carregadores e radiotransmissores. A ação contou

Dois suspeitos ficaram feridos e foram levados para o Hospital Salgado Filho, no Méier.

com o auxílio de PMs.

Na mesma favela, outros dois homens foram mortos durante confronto com policiais militares.

ODIA.IG.COM - 11 DE JULHO DE 2012

Na segunda-feira, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que

Objetivo de operação no Jacarezinho seria mapear região para futura ocupação

o resgate do traficante fez com que o estado decidisse antecipar para este ano a

Rio - Uma semana após bando invadir delegacia para resgatar comparsa, cerca de 100

implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Jacarezinho e nas

policiais militares e civis realizaram, nesta terça-feira, operação nas comunidades do

vizinhas favelas de Manguinhos e Mandela.

Jacarezinho, no Jacaré, e Mandela, em Manguinhos, ambas na Zona Norte.

Na ação da Polícia Civil, nove traficantes foram presos. Três pistolas foram apreendidas com o morto e os feridos, além de 50 quilos de drogas. De acordo com o subchefe

Quatro suspeitos de integrar o tráfico de drogas na região foram mortos, sendo que,

operacional da Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, os agentes tinham informações

segundo a polícia, dois deles teriam participado do resgate de Diogo de Souza Feitosa,

que poderiam levar à captura de Diogo no Jacarezinho. As equipes também tinham

o DG, dentro da carceragem da 25ª DP (Engenho Novo). Nove pessoas acabaram presas.

recebido dicas sobre esconderijos de armas e drogas.

O objetivo da ação seria mapear a região para futura ocupação policial. Veja o vídeo

Já na ação desencadeada pela PM, além de um homem morto, três suspeitos foram

do SBT Rio

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poderiam levar à prisão de traficantes no local. A ação contou com o apoio de um Fábio Correia Leitão, o Fabinho Fundão ou FB do Pontilhão, estava em uma casa na

helicóptero blindado da Polícia. Ninguém foi preso e nada foi apreendido.

Rua Alvarez Azevedo, quando agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core)

Durante a madrugada e a manhã desta quarta-feira, o policiamento foi reforçado na

chegaram. Ao perceber a presença do criminoso, os agentes cercaram o imóvel. Fabinho

25ª DP (Rocha). O aumento do efetivo teve como objetivo evitar represálias por parte

Fundão tentou se defender e disparou contra os policiais, que revidaram.

de traficantes após a operação realizada pela Polícia Civil nas Favelas do Jacarezinho e Nelson Mandela, nesta terça-feira, quando três homens morreram e nove foram presos.

Poucos metros depois, numa casa, os policiais encontraram Clayton Bernardes dos

A ação buscou localizar bandidos que participaram do resgate de Diogo de Souza

Santos, o 2B ou Babão, e Fellipe Fernandes Faria de Oliveira, de 22 anos. A dupla

Feitosa, o DG, na semana passada, naquela mesma delegacia. Entre os mortos estavam

foi baleada e levada ao Hospital Salgado Filho, no Méier. Ambos morreram. Todos os

dois homens apontados pela polícia como participantes da invasão. Durante toda a

corpos passaram por perícia no local do fato e encaminhados ao Instituto Médico-Legal

madrugada, o clima foi de aparente tranquilidade naquela região. Na manhã desta

(IML).

terça, os nove presos foram transferidos para casas de custódia. Na operação no Jacarezinho desta terça, morreram Fábio Correia Leitão, o Fabinho do

“A Polícia Civil não vai parar de investigar este caso até prender todos os acusados.

Pontilhão, e Cleyton Bernardes dos Santos, acusados da invasão à delegacia. As mortes

Hoje (ontem), foi apenas um serviço que vai se estender até a captura de todos os

foram durante tiroteio com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

envolvidos”, comentou o policial.

Dois suspeitos ficaram feridos e foram levados para o Hospital Salgado Filho, no Méier. Na mesma favela, outros dois homens foram mortos durante confronto com policiais

Polícia faz operação em Manguinhos e Mandela em busca de traficantes

militares.

RIO - Policiais civis fizeram, na manhã desta quarta-feira, uma operação nas comunidades

Na segunda-feira, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que

de Manguinhos e Mandela, na Zona Norte. Segundo o subchefe operacional da Polícia

o resgate do traficante fez com que o estado decidisse antecipar para este ano a

Civil, delegado Fernando Veloso, cerca de 50 policiais da Coordenadoria de Recursos

implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Jacarezinho e nas

Especiais (Core) e da 22ª DP (Penha) foram a essas favelas checar informações que

vizinhas favelas de Manguinhos e Mandela.

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Na ação da Polícia Civil, nove traficantes foram presos. Três pistolas foram apreendidas

grande apreensão de munições calibre 7.62 na região.

com o morto e os feridos, além de 50 quilos de drogas. De acordo com o subchefe

Homens do Batalhão de Choque, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope)

operacional da Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, os agentes tinham informações

e do BAC atuam na comunidade em mais um dia de caça do traficante Diogo de Souza

que poderiam levar à captura de Diogo no Jacarezinho. As equipes também tinham

Feitoza, o DG, e seus comparsas. A ação é coordenada pelo Comando de Operações

recebido dicas sobre esconderijos de armas e drogas.

Especiais (COE).

Já na ação desencadeada pela PM, além de um homem morto, três suspeitos foram

Policiais do BPChq prenderam três pessoas e apreenderam um menor. Segundo os

presos. Foram apreendidos um fuzil e uma réplica dessa mesma arma, sete motocicletas,

PMs, um homem e o adolescente tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Outro

uma pistola calibre 45, um carro e cerca de quatro quilos de maconha. Os PMs também

homem foi preso por receptação. Ele estava em uma motocicleta roubada. O terceiro

retiraram barreiras feitas por traficantes para impedir a circulação de carros da polícia

foi preso por homicídio. Ele era procurado pela Justiça.

na favela.

Os PMs também apreenderam uma espingarda calibre 12 com munições, um fuzil 7.62

Também ontem, mas em outra região da cidade, Santa Cruz, policiais federais prenderam,

desmontado, dois facões, 140 pedras de crack, 65 papelotes de cocaína e munições

na Favela de Antares, Wanderley Barbosa da Silva, apontado como contrabandista de

para armas calibres 9mm e 7.62.

armas do Paraguai para o Brasil. Outros três suspeitos foram presos. Com eles foram

No Jacarezinho, agentes da Polícia Civil também procuram pelos responsáveis pela

apreendidos uma pistola, drogas, carregadores e radiotransmissores. A ação contou

ousada fuga de dentro da 25ª DP (Engenho Novo) na semana passada. Houve troca de

com o auxílio de PMs.

tiros na chegada dos policiais. Motoristas chegaram a retornar com seus veículos para evitar as avenidas Dom Hélder câmara e dos Democráticos.

comentários10h50 Testemunha do caso Bruno foge de cadeia em Minas GeraisPolícia encontra mala com mais de 100 kg de drogas ‘sortidas’

Polícia reforça segurança em delegacia

Rio - Policiais militares encontraram uma mala com aproximadamente 100 kg de

Objetivo seria evitar ataque após operação com três bandidos mortos no Jacarezinho.

cocaína, crack e maconha durante as buscas no Complexo de Manguinhos, na Zona

O policiamento foi reforçado na madrugada desta quarta-feira (11) na Delegacia do

Norte, na manhã desta sexta-feira. O Batalhão de Ações com Cães (BAC) fez ainda uma

Engenho Novo (25ª DP), zona norte do Rio de Janeiro. A medida foi tomada pela

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Secretaria de Segurança Pública para evitar possível represália à operação realizada terça-feira (10), no Jacarezinho, onde três homens foram mortos e nove, presos. Segundo o DGPE ((Departamento Geral de Polícia Especializada), um dos mortos era Fabinho do Fundão, que teria participado do resgate do traficante Diogo de Souza Feitoza, o DG, em 3 de julho, na delegacia. De madrugada, grande número de policiais pôde ser visto em frente à 25ª DP e também na esquina da rua General Belford, onde fica a unidade da Polícia Civil. Segundo policiais, não houve anormalidade no entorno da delegacia durante toda a noite.

Advogados de traficante são presos por facilitar fuga ( 12 DE JULHO DE 2012 ) Entre os nove presos na ação de terça, no Jacarezinho, também havia um suspeito de integrar o bonde que invadiu a delegacia, conhecido como Macarrão. Foram apreendidos cerca de 5.000 pedras de crack e 30 tabletes de maconha. Suspeito de integrar a quadrilha de traficantes de drogas que domina a favela do Mandela, no complexo de Manguinhos, DG foi preso após se acidentar com uma

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motocicleta perto da comunidade. Ele estava com duas granadas.

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Caça ao DG: Policiais civis trocam tiros com traficantes no Jacarezinho

Conceição, vulgo Churrasquinho, Eber do Nascimento Cândido, vulgo Ebinho, e Luiz

Rio - Em mais um dia de operação para capturar o traficante Diogo de Souza Feitoza,

Augusto Roque de Melo Filho, vulgo Leno.

o DG, policiais civis fazem buscas na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte da cidade,

( WWW.ODIA.IG.COM.BR - RIO DE JANEIRO 13 DE JULHO DE 2012 )

na manhã desta sexta-feira. Na chegada dos agentes, houve troca de tiros na região. Motoristas que passam pelas avenidas Dom Hélder câmara e dos Democráticos tentam

Feira de drogas:

voltar, evitando o local. No Complexo de Manguinhos, uma operação policial do

Imagens mostram bandidos recolhendo material ao perceberem presença da emissora.

Batalhão de Choque (BPChq) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope)

O helicóptero da Rede Record flagrou no fim da tarde desta sexta-feira (13) traficantes

acontece desde as 6h desta sexta.

comercializando drogas ao ar livre na comunidade de Manguinhos. A ação dos

Ainda não há informações de prisões ou apreensões.

bandidos ocorreu logo após a saída dos policiais, que fizeram uma operação na região e apreenderam grande quantidade de droga. Assista ao vídeo do flagrante abaixo.

Criminosos denunciados

Nas imagens é possível ver a ação dos bandidos que montaram uma feira de drogas ao

A 12ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos e a

ar livre. Assim que perceberam a presença do helicóptero, os traficantes recolheram as

Promotoria de Justiça junto à 16ª Vara Criminal denunciaram, nesta quarta-feira, DG

drogas e deixaram o local.

e outros 15 homens acusados de invadir a 25ª DP (Engenho Novo) para resgatá-lo. DG foi preso, no dia 3 de julho, por posse ilegal de explosivo, receptação e participação em

Operação na comunidade

falsificação de documentos públicos, e resgatado no mesmo dia. Também foi requerida

Nesta sexta-feira, a polícia apreende uma grande quantidade de droga no Complexo de

a prisão preventiva dos denunciados.

Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. Três suspeitos foram presos e um menor de idade apreendido durante a ação.

Além de Diogo, foram denunciados por quadrilha e por promoverem fuga de preso a

De acordo com a Polícia Militar, foram recolhidos 1.037 trouxinhas de maconha, 30

mão armada e mediante arrombamento do cadeado da cela Marcelo Fernando Pinheiro

tabletes da mesma droga, 2.038 sacolés de cocaína, 16 tabletes de pasta base de

Veiga, vulgo Marcelo Piloto, Davi Moraes de Sá, vulgo Davi Paraíba, Wallace Carlos da

cocaína, 540 pedras de crack, 38 frascos de cheirinho da loló, 93 charutos de maconha,

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além de 1.102 munições calibre 5.56, munições para armas de calibre 7.62, três

Já na Favela Santa Marta pacificada, outra realidade na mesma cidade, localizada

carregadores de pistola calibre 9 mm e um silenciador.

no Morro Dona Marta, no bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.

Ainda segundo a PM, um homem e o menor tinham envolvimento com o tráfico de

A origem do nome da favela remonta ao início do século XX, quando uma devota

drogas. Outro suspeito, que estava em uma moto roubada, foi preso por receptação. O

de Santa Marta levou uma imagem da mesma para o alto do morro. Na década de

terceiro era procurado pela Justiça por homicídio.

1930, foi construída uma capela para abrigar a imagem. O terreno pertencia ao

Participaram da ação policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais),

vizinho Colégio Santo Inácio, que passou a permitir que alguns de seus funcionários

BPChq (Batalhão de Choque) e Batalhão de Ações com Cães. A ação foi coordenada pelo

morassem na encosta do morro, dando origem à atual favela.

COE (Comando de Operações Especiais) com base em informações da Coordenadoria de

Em 29 de maio de 2008, foi inaugurado um plano inclinado ligando as partes alta e

Inteligência da Polícia Militar.

baixa da favela. A favela encontra-se atualmente ocupada pela Polícia Militar do Estado do Rio de

Em meio esta dura realidade, o trabalho durou quase dois anos, é claro que foi muito

Janeiro, que aí instalou, em 28 de Novembro de 2008, a primeira Unidade de Polícia

prejudicado, muitas vezes nossos técnicos reféns e acuados eram impedidos de entrar no

Pacificadora da cidade. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado,

território e a missão por mais surpreendente possam ser os objetivos dos proponentes,

os pontos de venda de droga que funcionavam no local foram, então, extintos.

era regularizar a área e fornecer títulos de propriedade!

No início de 2009, a favela voltou aos noticiários, devido à instalação de uma rede

Será que a regularização poderia mudar aquela realidade? Não sei, mas finalmente o

de internet wireless gratuita no morro, para uso da comunidade. Em 26 de junho de

complexo foi pacificado e uma UPP foi instalada após nossa saída do local.

2010, um ano após a morte do cantor estadunidense Michael Jackson, foi inaugurado

Ora, esta claro que a população local ora era vítima, ora agente do crime e as crianças

uma estátua em sua homenagem na favela. O local escolhido para a estátua foi a laje

que ali viviam e vivem, são frutos de um ambiente no mínimo turbulento, foram criadas

onde ele havia gravado seu videoclipe They Don’t Care About Us, catorze anos antes.

com mais medo dos policiais que dos bandidos e ainda assim a maioria dos seus pais

A estátua foi construída pelo cartunista Ique.

não quer deixar o local e ali permanecem deixando seus legados, sua identidade cultural

Em julho de 2010, entrou no ar a Rádio Santa Marta, emissora comunitária da favela.

influenciada por aquele ambiente, a sua casa e o seu jeito de viver.

Através da frequência 103,3 MHZ, moradores da comunidade comunicam suas notícias

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para todo o bairro de Botafogo.

Diferente do Complexo de Manguinhos foi possível a convivência pacífica entre a

Há a quadra do G.R.E.S. Mocidade Unida de Santa Marta, na rua Jupira nº 72, onde

comunidade e nossos técnicos, lá um projeto social foi implantado e parte da favela

acontecem as principais atividades desportivas, culturais e sociais da favela, desde

que vive em área de risco deverá ser removida e os moradores desta área não querem

o ensaio da escola de Samba até o Baile Funk, um dos melhores de zona sul, que

deixar o local. No alto do morro com vista privilegiada, se não fosse o risco um

foi proibido pela Policia Militar. Poucos metros acima está localizado o espaço onde

local pitoresco, casas coloridas com muita arte é visitada por turistas, que acham

improvisadamente, as crianças gostam de jogar futebol e taco, o Cantão. No alto

fantástico o modo de vida da população.

do morro, ou no pico, está o campinho, que é uma quadra de futebol, porém é o

Para quem vive aqui, muito mais que simples modo de vida, uma cultura própria, com

campo do tortinho, localizado atrás do palácio da cidade que mantém o gosto da

características únicas e por vezes incompreendidas pela opinião pública.

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comunidade como o mais tradicional da praça esportiva. Por ser íngreme, ter becos apertados que forma um grande labirinto e pelo menos dois pontos de fuga, o morro é ponto estratégico. O Santa Marta já presenciou famosas guerras do passado, como em 87, a guerra entre duas quadrilhas locais, que mobilizou praticamente toda a polícia civil e militar do Rio de Janeiro e deixou para a posteridade uma imagem que percorreu e se popularizou pelo mundo: a adolescente Ana Karla, de apenas 14 anos, drogada, com uma pistola 765 nas mãos. Segundo jornais da época, Ana era um dos soldados de “Cabeludo”, o líder de uma

projeção na “mídia” foi a gravação do clipe “They don’t care about us” de Michael Jackson, em 1995. Na época, Spike Lee, o diretor do vídeo, disse ter negociado a segurança de sua equipe com “Verdadeiros donos do lugar”, fazendo referência aos traficantes, uma pseudo-verdade que irritou profundamente as autoridades.

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das quadrilhas que mais tarde foi assassinado pelo grupo rival. Outro momento de

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Fonte Urbaniza: Favela Santa Marta

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Nesta comunidade, muitos trabalhos implantados, cursos de qualificação profissional,

Muitas escolas na rede de ensino formal estão atentas a estas temáticas e o conteúdo

geração de emprego e renda, educação sanitária e ambiental, várias associações de

programático das escolas a muito deixou de ser elitista e tem se preocupado em adequar

apoio no esporte, dança, musica e ações sociais e ambientais.

o ensino a estas realidades, mas ainda vemos professores despreparados, ensinando

Um local bonito, com casas coloridas, vista privilegiadas, muita arte nas paredes,

questões ambientais relacionadas à matéria e o esgoto correndo a céu aberto na porta

esculturas e uma UPP implantada, mas ainda com características de favela, adensamento

da escola, não é estudado ou priorizado para a mesma matéria abordada.

habitacional, áreas de risco, lixo acumulado e as pessoas ainda não estão inseridas na

Por muitas vezes no meu trabalho, os moradores de favela estavam sendo beneficiados

cidade, acreditam morar na comunidade e não em um bairro da cidade e não querem

com moradia definitiva e regularizada, contra sua vontade e vários técnicos que

deixar de ser uma comunidade, ser carente faz parte da identidade dos moradores,

trabalhavam no local, não tinham casa própria e tinham este sonho, mas sabiam que

gostam de morar no local do seu jeito e querem as melhorias desde que não interfira na

só seria possível com muito trabalho e dedicação.

sua maneira de viver. Resistem às necessidades de remoção para obras de urbanização

Aquele que sonha, deseja e luta para conquistar... preserva, sustenta, mantém, faz

e ou para excluir o risco, não querem ser transferidos para apartamentos, acham que

sacrifícios e esta é sua cultura e jeito de viver.

vão ter que pagar o condomínio, que terão regras, que serão excluídos da comunidade.

As pessoas têm desejos diferentes, valores diferentes e vive cada um do seu jeito,

Por outro lado, faltam espaços para construção de casas, a verticalização é uma realidade

intervir em ambientes para urbanizar, sem respeitar estas realidades significa fazer o

para o alto custo dos terrenos no RJ e a falta de espaços livres disponíveis, mas

certo da forma errada, beneficiar sem sustentabilidade, induzir ao retorno a situações

urbanizar significa reconhecer que nos territórios existem moradores nele representados

de favelamento, mudar tudo sem mudar nada.

e uma história de vida, onde as mudanças são possíveis, mas para que ocorram de modo

É reconhecida por estudiosos e profissionais da área esta questão, hoje faz parte

sustentável, devemos considerar a inserção desta necessidade na cultura de cada povo,

da política habitacional em todas as esferas de governo a participação popular nas

para que a necessidade se transforme em desejo, em sonho, e que seja fruto de luta e

diversificadas intervenções nestes territórios, o que ocorre é que surpreendentes são as

trabalho de vontade própria, entendo que o interesse deva ser do beneficiário e para

realidades locais, a cultura de cada povo, a identidade de cada comunidade, e o jeito

tal antes teremos que educar para a cidadania, para o respeito ao direito do próximo,

de viver dos chamados beneficiários.

para o amor a cidade onde se vive.

Valores, identidade cultural, a vida que conhecemos, nos remete a infância, nossa escola,

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NO PARÁ O carimbó é uma dança de origem indígena e um dos passos onde mais se acentua esta

Lembro-me das lições de vida que tive na infância, me recordo da mesa na hora do

influência é quando os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para

almoço, do gosto e cheiro da comida, das histórias do meu pai e da voz melódica da

frente, sempre o puxando com um pé na frente, marcando o ritmo vibrante.

minha mãe que gostava de cantar na cozinha musicas de Elizete Cardozo.

O traje feminino é composto por saias bem rodadas e muito estampadas, as blusas geralmente são brancas e os acessórios são colares e pulseiras feitos de sementes

E até hoje não consigo deixar de me emocionar quando me vejo em cenários da minha

regionais, tais como: caroços de açaí, semente de cupuaçu, de pupunha entre outras. E o

infância, do meu pai me ensinando como viver e amar, até como me comportar ou

traje masculino é calça branca e camisas estampadas e chapéu de palha.

agir e como ser um bom profissional. Sou parte deste legado, tive muita influência

Fomos para o norte do Brasil, no Para, as cidades: Castanhal, Belém, Ananindeua e outras.

da cultura italiana dos meus avós e hoje posso colher os frutos destes ensinamentos. Pitorescos locais de pescadores, de índios, de floresta amazônica e muitas favelas, E assim são todos os humanos, cada um com sua história de vida e até de superação,

conheci locais com grande organização comunitária, com população politizada,

nosso conceito de honra está relacionado com a vida que tivemos e que acreditamos

sindicalizada, lideranças fiscalizadoras das ações de governo, identidade cultural

ser aquela que vamos seguir.

forte, muito diferente de SP onde nas favelas....gente de toda parte sem uma identidade comum.

Os territórios que aqui retrato também tem seu legado, sua cultura e valores de vida e respeitar estes diferentes abrigos de famílias, conhecer sua história de vida, seu

Muito bom trabalhar nas também chamadas comunidades, as intervenções similares

ambiente e seus sonhos é o primeiro passo de poder atender além de suas meras

e as ações propostas com as mesmas características técnicas de um projeto social de

necessidades e conquistar verdadeiras mudanças, aquelas que se sustentam.

qualidade, mas o povo... aquele a qual o trabalho se destina me pareceu no início de outro planeta, tão diferente do sul, sudeste e até do nordeste, um modo de vida próprio cheio de magia, devotos de Nazaré levam multidões para a festa do Círio uma

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nossos professores, nossa casa, nosso bairro, cidade, amigos e nossos pais e avós.

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manifestação única, conta à população que a santa foi encontrada no rio e para ele sempre retornava mostrando a todos o seu lugar. Nas comunidades o mesmo desejo das outras que conheci ficar onde estão no seu lugar e com o seu jeito de viver. Melhores respostas do governo, com possibilidades ainda de construções horizontais, lá ainda existem áreas receptoras para urbanizar e ainda assim, preferem morar nas favelas. Parece que entendem que a identidade de carente, atrai e promove a assistência o cuidado a preocupação e a cidadania os remete a obrigações, deveres e fazem com que percam sua identidade. Todos querem melhorias e urbanização, mas que sigam seu conceito de local urbanizado. Dizem que preferem as casas ao apartamento, pois podem ampliar e... deixar o local parecido com o local onde viviam antes! Desta forma fui aprendendo que outras mudanças devem anteceder as intervenções para que de fato seja desejada e sustentável, no pós ocupação. O grande número de etnias gera um ambiente social no qual o povo absorve o

resulta em diferentes manifestações culturais e originais. Nas ocupações irregulares o fenômeno se repete e diversificadas interpretações de vida emergem diferentes potencialidades. Dizem que o futuro do desenvolvimento depende da educação de hoje e mesmo que

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pluralismo, o respeito às diferenças e a troca de experiências. Tal convivência pacífica

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Fonte Urbaniza: Parรก

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Fonte Urbaniza: Parรก

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resolvidas as questões econômicas e de oportunidades, poucas conquistas reais serão

impedimentos legais ou ambientais retornam a situações de favelamento e aqueles

concretizadas se não forem atreladas a educação.

que permanecem nos conjuntos habitacionais não conseguem sua manutenção e ou

No conteúdo programático das escolas, matérias com foco em educação patrimonial,

sustentabilidade.

lições de cidadania, educação cívica, sanitária e de respeito ao próximo e ao ambiente,

Habitações novas deterioradas, garagens construídas passam a ter uso residencial,

deveriam estar presentes em especial para população carente, desprovida de habitação

comércios irregulares são construídos, poucos pagam o condomínio, a comercialização

regularizada, de ambientes salubres e de situações de risco e vulnerabilidade.

é um fato, a punição muitas vezes prevaricadas, muitos reassentados com renda zero,

Nas chamadas comunidades... uma organização social a parte, inserir favelas nas

nas construções horizontais os chamados avançadinhos, nas verticais lixo, roupas nas

cidades não significa apenas urbanizar territórios e regularizar a propriedades,

janelas, animais de grande porte, carroças e até cativeiros.

significa também permitir aos beneficiários a correta apropriação dos benefícios e o

Certo que avançamos, critérios de intervenções sociais antes, durante e depois estão

coreto entendimento de que de fato ocorreu melhora nas condições de vida e a partir

mais próximas das realidades, o Ministério das Cidades e seu agente financeiro a CEF

dai promover sua autonomia.

apresentaram um caderno de orientações técnicas para a elaboração e implantação

Cabem aos governos promover o direito a habitação e implantar políticas habitacionais,

de projetos sociais para a população de baixa renda e fornecem as diretrizes em

de acordo com as realidades diagnosticadas em cada localidade, inserida e integrada

eixos de mobilização e organização comunitária, educação sanitária, ambiental e

com cada modalidade de intervenção. Cabe ao beneficiário final a compreensão de

patrimonial, de capacitação para potencialidades de mercado, geração de emprego

que ser cidadão é ter direitos e também deveres e este é o maior entrave, a maioria

e renda. A infraestrutura do entorno é garantida, os meios logísticos fornecidos, as

dos moradores das favelas acha que só tem direitos e que cabe ao governo a provisão

distancias do local original para o local receptivo minimizada, as ofertas melhores

e a manutenção de um benefício, pois ele acredita que sua vida era boa na favela e

que as existentes.

que o governo mudou tudo por interesse político.

A participação popular é exigida, são criadas comissões de acompanhamento de

É de fato um problema cultural onde as mudanças almejadas transcendem as obras e

obras com legítimos representantes da comunidade como agentes multiplicadores e

serviços implantados e assumem um papel mais pedagógico que assistencial.

ainda assim temos a sustentabilidade no pós ocupação, ameaçada.

Sabe-se que muitos reassentados, removidos por motivos de obras, de risco, de

Não conseguimos de fato tirar a favela da vida do morador, só o morador da favela,

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ora urbanizada, ora regularizada, ora removida e reassentada.

riqueza econômica do país. Apenas o estado de São Paulo tinha 33,5% de participação

Que cultura é essa, que jeito de viver é esse, para nós estarrecidos, para os moradores

na economia nacional em 2009, ao passo que em 2008 concentrava 33,1%.

um lar enraizado de cultura própria, valores próprios, interpretações distintas e de

A renda discrepante também é perceptível na forma de acesso à oferta de alimentos.

histórias de vida surpreendentes.

Segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, a partir de uma amostragem formada por 60 mil domicílios urbanos e rurais, 35,5% das famílias

NA BAHIA

brasileiras não têm a quantidade mensal suficiente de alimentos, mesmo em um

Os problemas sociais do Brasil podem ser compreendidos com o auxílio e interpretação

contexto de uma agropecuária eficiente e competitiva e um custo de alimentação

de indicadores sociais. Houve uma evolução positiva destes indicadores na última

considerado baixo para os padrões mundiais. Esse mesmo indicador mostra a

década, especialmente em relação ao aumento da expectativa de vida, queda da

desigualdade entre as regiões brasileiras: no Norte, essa parcela equivale a 51,5%

mortalidade infantil, acesso a saneamento básico, coleta de lixo e diminuição da

das famílias; no Nordeste, a 49,8%; no Centro-Oeste, 32%; no Sudeste, 29,4%; e no

taxa de analfabetismo. Apesar da melhora desses índices, há diferenças regionais,

Sul, 22,9%.

especialmente em relação ao nível de renda.

Uma pesquisa do Ipea, divulgada em 2011, estima que 39,5% dos brasileiros não têm

Os problemas sociais ficam claros, sobretudo, com o IDH, o qual o Brasil, entre 187

uma conta bancária, cujo acesso depende da renda. Este indicador também mostra

nações e territórios, fica na 84ª posição de acordo com dados de 2011 divulgados

as desigualdades regionais, ao apurar que a exclusão bancária atinge 52,6% dos

pela ONU, embora tenha a sétima economia do mundo.

nordestinos e 30% dos sulistas.

O Brasil é considerado o país menos desigual da América Latina, embora as capitais

Em 2010, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado em 2009

Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba estejam entre as cidades

em 65 países, mostrou o Brasil na 53º posição. A avaliação feita com alunos de 15

mais desiguais do mundo entre 141 cidades de países em desenvolvimento e ex-

anos com questões de literatura, matemática e ciências mostrou que quase metade

comunistas, segundo aponta relatório da ONU divulgado em 2010.

dos estudantes brasileiros não atinge nível básico de leitura.

Dados da pesquisa Contas Regionais do Brasil 2005-2009, realizada pelo IBGE e

Segundo dados do PNAD em 2008, a taxa de analfabetismo no país era de 10% entre

divulgada em 2011, mostram que, em 2009, oito estados concentravam 78,1% da

a população com mais de 15 anos. O índice cai para 4% entre os menores de 15 anos.

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Fonte: Urbaniza : Bahia

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O Censo 2010 do IBGE, contudo, apontou uma taxa de 9,6% em 2010 entre a

ou escrever, alguns até das universidades com estas características.

população a partir de 15 anos, taxa equivalente a 28% nos municípios com até 50

Muitos dos testes ou provas aplicadas em estudantes de qualquer nível de escolaridade,

mil habitantes da região Nordeste.

as respostas estão nas próprias perguntas e a interpretação deste ou aquele texto é

Pesquisa do Unicef com dados relativos a 2005 a 2009 e divulgada em 2011 mostra

equivocada.

que 14,8% dos adolescentes com idade de 15 a 17 anos de idade estavam fora da

O ensino deve priorizar o espírito crítico, o raciocínio sobre um tema e o aprendizado

escola.

desta forma fornece a ferramenta necessária para o aluno aprender a criar.

Dados de pesquisa do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

Sou pedagoga de formação e talvez por este motivo relacione o meu trabalho na área

(Conanda) em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos identificaram cerca de

habitacional com a educação.

24 mil crianças em situação de rua, sendo 45,13% delas com idade de 12 a 15 anos.

Na cultura de cada povo é impossível separar estes conceitos e ainda somar tantos

Educação incipiente, falta de investimentos em oportunidades profissionais em

outros relacionados a cada meio social, a cada ambiente, ao seu entorno, cidade,

substituição ao trabalho “perigoso, insalubre, pouco ou nada remunerado” ou

estado e pais onde se vive.

empenho insatisfatório em políticas de promoção do lazer e convivências comunitária

Assim como na educação as ofertas habitacionais deve considerar as diferentes

e familiar expõem os adolescentes pobres do país - que respondem por 38% do total

realidades que os territórios abrigam.

- a problemas como criminalidade, drogas e prostituição.

Nos territórios que trabalhamos nesta área existem pessoas que engendraram

Nas favelas a baixa renda e escolaridade estão caracterizadas em todas as comunidades

precariamente por um período como agentes solitários uma forma de vida, com

onde pesquisadas estes indicadores, embora a oferta de vagas na rede pública

muitas histórias de luta para contar, ao intervir nestes territórios, imaginamos que

ampliada, o conteúdo do ensino no Brasil, por vezes ainda fora da realidade de cada

iremos transformar sonhos em realidade e que a resistência não deveria existir, afinal

região onde inserido.

a oferta é de melhorias nas condições de vida.

Embora o esforço de brilhantes educadores, muitos livros didáticos não correspondem

Mas esquecemos de que esta interpretação é técnica e o entendimento acerca das

as reais necessidades de aprendizado e a função básica da escola em aprender a ler e

ações e necessidades de abertura das frentes envolve mudanças e nesta hora as

escrever está comprometida. A maioria dos estudantes sai das escolas sem saber ler

histórias de luta são mais dos proponentes que dos beneficiários.

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Esta equação está equivocada, a história de luta tem que estar inserida na vontade

Houve, mais recentemente, segundo Carneiro (1977) a mistura do candomblé com o

dos beneficiários e para tal outras ações devam ser implantadas.

espiritismo que resultou nas chamadas “sessões de caboclo” comuns aos terreiros de

Na Bahia a religiosidade está caracterizada por uma variedade de religiões, seitas,

todo o Nordeste inclusive Bahia.

igrejas, templos, terreiros, crenças separadas ou totalmente misturadas. Na Bahia é

Atualmente a Bahia possui grupos das mais diversas religiões e fieis que conseguem

cena comum uma filha de santo rezando ao Senhor do Bonfim(Oxalá) ou um católico

conviver com mais de uma delas. Bom exemplo são as Damas da Boa Morte, filhas e

oferecendo caruru aos Ibejes (São Cosme e Damião). É o sincretismo religioso

mães de santo que cultuam Nossa Senhora da Boa Morte, santa católica.

tão presente nas festas dos santos católicos, sinais de um tempo em que negros

Ao entrar nas favelas na Bahia, nos deparamos com vários templos ou terreiros

disfarçavam o culto a seus deuses.

religiosos e observamos que muitos não decidem nada antes de consultar o pai de

Segundo Verger(1992), é difícil precisar o momento em que o sincretismo se

santo, mãe de santo, ou outro de sua fé.

estabeleceu no país ou mesmo na Bahia. É certo que os santos católicos e os

Várias festas e manifestações religiosas fazem parte do dia a dia das comunidades

deuses africanos se aproximaram cada vez mais devido a características físicas ou

trabalhadas, a culinária típica e apimentada é fonte de renda de muitos moradores

comportamentais. No entanto, as razoes para tal mistura de símbolos parecem ter

das favelas em atividades comerciais informais.

sido diversas e benéficas ora aos brancos católicos, ora aos negros animistas.

Como já dizia o filho da terra, Caetano Veloso: “cada macaco no seu galho” e

Na Bahia é comum ir ao terreiro e à igreja. Brancos, negros, mulatos, pobres ou ricos,

estava correto, não era possível trabalhar nestas comunidades sem reconhecer sua

acreditam nos princípios católicos e do candomblé, ao mesmo tempo. O sincretismo

identidade sua realidade e cultura, característica peculiar do povo Baiano.

há muito estabelecido mantem-se e são comuns em festas católicas às manifestações das religiões africanas. Para a maioria dos baianos, não há festa do Senhor do Bonfim sem missa solene e banho de pipoca nas escadarias da igreja. Por sua vez, os barracões de candomblé possuem sempre um altar com imagens de santos católicos. Não só com o catolicismo o candomblé se combinou e absorveu conceitos.

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EM SÃO PAULO Um universo a parte, com várias partes em um todo, sem identidade própria e com todas juntas, trabalhar nas favelas de São Paulo capital é uma experiência única à diversidade está em cada esquina, quadra, viela, e até na mesma família ou casa. Diferente do RJ as favelas não estão na maioria fixadas nos morros cercando a cidade, elas estão espalhadas, tanto nas periferias, quanto em bairros nobres, algumas favelas verdadeiras cidades com população maior que de muitas cidades do interior, a maioria com construções de alvenaria, algumas com infraestrutura interna, outras bem precárias as margens de rios, rodovias, ferrovias. Alto adensamento populacional, mas também seu jeito de viver, suas regras, organizadas ou não tem seu código de ética, vários locais de origem, poucos habitantes que de fato nasceram na capital, baixa escolaridade e renda, possibilitada para a irregularidade onde vivem e moram. Brigam por direitos e muitas vezes chegam a induzi-los para obtenção de benefícios as escancaras divulgados. Casos de fogo induzido para obtenção de locação social já foram identificados, outros em áreas de risco por mais de uma vez para obter vantagens, muitos trabalhadores e muitos bandidos também. As atividades criminosas variam por região, nas estradas muito roubo de carga, nas áreas mais urbanas o tráfico de drogas, nas periferias matadores, ladrões de banco, e

As moradias, no entanto na maioria caracterizadas por unidades familiares, com

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outros até imagináveis.

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crianças, mulheres muita vezes arrimo de família, idosos, deficientes e carentes. Algumas edificações com mais de 100 ² outras em situações muito precárias, algumas verticalizadas, outras ainda em madeira ou palafitas, todos querem e pedem moradia, na hora da oferta não querem sair nem das áreas de risco, dizem que perderam tudo nas enchentes, mas já disseram que não tinham nada. Assim como na cidade formal, os problemas são enormes e estas ocupações sofrem intervenções frenéticas, tanto quanto é frenético o desenvolvimento da cidade. As propostas são iguais as do restante do pais, mas as pessoas muito diferentes. Em SP, assim como no RJ entrar nestas comunidades é uma missão que requer muita experiência, um simples equivoco, pode provocar manifestações de grande impacto na cidade. E sabem disso, usam sua força para intimidar ações que não tem interesse ou ainda movidos por forças políticas mudam ao bel prazer de opinião, desejo ou vontade. Adoram convocar a imprensa e apelam para a opinião publica equivocada e leiga sobre os assuntos técnicos abordados ou a serem implantados. Nós da Urbaniza já trabalhamos para governos federal, estaduais, municipais, para empresas privadas, concessionárias em centenas de favelas, ora para erradicar e reassentar, ora para urbanizar e ou regularizar, ora para elaborar ou implantar projetos sociais, fazer diagnósticos, pesquisas, trabalhos de negociação e ou comunicação e ou

Alguns técnicos sequestrados, outros assaltados, outros na mira de armas, mas todas

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ainda para monitoramento e trabalho de pós ocupação.

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as missões cumpridas e solucionadas, em especial especialização nas remoções

Certa vez em um trabalho de cadastramento, em érea de risco próximo a uma ferrovia,

e reassentamentos, esta experiência acredito deva ser compartilhada tão rica e

bati na porta de um barraco e atendeu uma criança de 5 anos que me informou que a

fascinante remete a necessidade de registro e leitura.

mãe não poderia me atender, pois estava doente. Entrei na casa e na cama uma mãe

Escutamos muitas histórias de vida contadas no primeiro livro que tive a oportunidade

de no máximo 20 anos, loira e branca, com AIDS pesando uns 35 kilos, mal podia falar,

de escrever, ainda assim cada trabalho é uma nova experiência e temos que atualizar

seus filhos ainda muito pequenos serviam o almoço fornecido por um carroceiro que

nossas respostas para as novas perguntas.

passava sempre por lá para alimentar a moça. Perguntei pelo pai e disseram que não

Fizemos muitas mudanças de famílias com a oferta de todos os meios logísticos e com

sabiam quem era, pois a mãe trabalhava no porto com os homens para ganhar a vida,

acompanhamento social, as mudanças levavam pessoas e pertences e a história se

antes de ficar doente. A casa cheirava mal, não tinha como ficar no local por muito

escreve também com os pertences, alguns comuns, outros nem tanto.

tempo, consultei os vizinhos e percebi que temiam contaminação e não ajudavam para

Transportamos pessoas com deficiência mental que achava que iriam para o castelo do

não pegar a doença.

príncipe, outras com alimentos em estado de putrefação, outras com porcos, algumas

Em outras situações vivenciei trágicas histórias de vida, algumas claramente mostravam

com armas, carrinho de pipoca, cachorro quente, máquinas de caldo de cana, animais.

que o problema emergencial não era habitacional, mas sim de saúde, econômico e de

Algumas famílias brigam umas com as outras por motivos torpes e ameaçam de morte

educação, mas ainda assim nosso foco estava direcionado para questões habitacionais

seus desafetos, outras carregam geladeiras sem motor e diziam que quebramos na

de risco e com necessidade de remoção. É claro que nestes casos encaminhamos o

mudança, algumas não querem mudar sem levar o lixo, outros querem levar os fios

problema para as redes de proteção disponíveis e cada caso atendido de pronto, mas

para fazer gatos nos locais de reassentamento.

em cada casa uma história e no território um problema, um anseio, uma expectativa

E ainda assim, todos nos conjuntos ou casas novas regularizadas...e agora!

com muito receio e muitas dúvidas para aceitar o novo.

É sem dúvida o maior gargalo de todo o trabalho social, o pós ocupação.

Tecnicamente o trabalho de pós ocupação deve durar de 3 a 6 meses, mesmo quando

Claro que por motivos óbvios, poucos vão conseguir viver em condomínio, um enorme

está na própria área original urbanizada.

desafio está caracterizado e o pior problema é o retorno destas famílias para novas

Para um melhor entendimento do leitor vou resumir abaixo os principais passos do trabalho

situações de favelamento.

social implantado nas áreas onde possam ocorrer intervenções por obras e serviços técnicos.

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De modo geral, o trabalho deve priorizar o investimento na auto-organização da comunidade e

As principais ações a seguir mencionadas:

no fortalecimento de sua autonomia, permitindo que as relações, ações e conflitos vivenciados pela população formem um processo pedagógico significativo e contribua para que os moradores

•

assumam-se como protagonistas e gestores de seus processos individuais e coletivos.

Deverá ser intensificado o esclarecimento e valorização da infra-estrutura implantada no empreendimento como colaboradora na redução de doenças e na melhoria dos níveis de saúde da população, na inserção urbana, mobilidade social

Neste contexto, a gestão social deve focar o desenvolvimento humano e planejar atividades e projetos que se integrem e provoquem desdobramentos, por meio dos quais

e a elevação da qualidade de vida das famílias; •

As ações sociais deverão preparar a comunidade beneficiada do entorno para a

se podem vislumbrar respostas ao atendimento das necessidades fundamentais, tais como:

correta utilização das habitações, especialmente no que diz respeito às unidades

subsistência, conhecimento, participação, lazer, criatividade, identidade com o espaço

sanitárias e à rede de esgoto;

habitado e outros.

•

Deve ocorrer à demonstração das responsabilidades dos beneficiários na correta

Com isso, acredita-se na possibilidade de re-significação do espaço, das relações interpessoais

utilização e preservação dos serviços implantados, tanto os individuais como os

e na afirmação do sentimento de pertencimento, o que incidirá sobremaneira na qualidade de

coletivos;

vida das pessoas envolvidas e, consequentemente, na sustentabilidade da intervenção.

•

Promoção de campanhas educativas de saúde e de utilização e preservação dos serviços implantados evitando o desperdício de água e energia elétrica e

A implantação do trabalho se consolidará através da elaboração de um cenário futuro desejado pela comunidade. Esse cenário deverá representar, da melhor forma possível, os diferentes

contribuindo para a melhoria do orçamento familiar; •

pontos de vista dos participantes, incorporando as aspirações da comunidade para o futuro, no tocante à saúde, qualidade de vida, ao meio ambiente, ao rumo do desenvolvimento social e econômico, quadro este que deverá ser traduzido para uma linguagem simples que

Estimulo à busca de parcerias com o objetivo de dar continuidade em caráter permanente às ações de educação ambiental; e.

•

Divulgação de informações, programas e projetos de natureza ambiental de modo a possibilitar a ampliação da consciência ecológica das populações.

envolva técnicas de sensibilização e motivação, para a comunicação com as comunidades e que será fixado no Centro de Referência e Escritórios Sociais.

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O diagnóstico está caracterizando o Marco Zero. Nos programas de desenvolvimento

No que se refere ao desenvolvimento das ações mais diretamente relacionadas à

urbano o trabalho técnico social é um componente obrigatório e deve ocorrer em sincronia

intervenção urbana, prevê-se o detalhamento do projeto junto aos moradores, por meio

com a realização das obras físicas, apresentando algumas especificidades, tanto no que se

de atendimentos individuais, visitas domiciliares e reuniões setorizadas, de acordo com

refere à formatação do projeto como ao seu acompanhamento, cronogramas, e avaliação.

as fases da intervenção. Nestas ocasiões, deve-se recorrer a técnicas exploratórias para captar a percepção que possuem da cidade, do bairro/núcleo e da própria moradia,

O trabalho técnico social a ser desenvolvido deve ter um enfoque interdisciplinar,

buscando detalhar – a partir de suas próprias concepções – os conceitos de habitabilidade,

fundamentando-se nos princípios de participação comunitária, sustentabilidade dos

qualidade de vida e cidadania. Em decorrência, deve-se discutir com a população os

empreendimentos e preservação ambiental.

impactos da urbanização da área, quando for o caso, a necessidade de remoções, o parcelamento dos lotes e as formas de apropriação do projeto por parte dos moradores.

O objetivo principal do trabalho é assegurar a transparência do processo e a acessibilidade dos Adquirentes às informações relativas ao financiamento e ao empreendimento,

Neste contexto, destaca-se a importância da participação dos representantes, lideranças e

utilizando-se metodologias participativas que facilitem o alcance dos resultados

agentes comunitários de urbanização, cabendo a eles facilitar o processo de interlocução

desejados.

entre a equipe técnica e a comunidade.

Tais etapas têm uma seqüência lógica, devendo acontecer na ordem em que estão

Os projetos sociais desenvolvidos nas comunidades devem abranger todos os segmentos

propostas e as necessidades da proponente de acordo com a modalidade de intervenção.

da população e estarem estreitamente relacionados à sustentabilidade da intervenção, em seus aspectos físicos, ambientais, socioculturais e econômicos. Para tanto, devem

A disseminação das informações deverá sempre ocorrer por meios diversos, como oficinas

privilegiar a educação comunitária, considerando a teia de relações econômicas, históricas,

para formação de agentes multiplicadores, exposições abertas para toda a população,

culturais, religiosas, interpessoais, políticas e sociais. Neste caso, a metodologia também

distribuição de informativos e outros. Essas atividades deverão contar com técnicas e

é, necessariamente, participativa, contribuindo assim para despertá-lo do senso crítico e

materiais de apoio que facilitem a apreensão e troca de conhecimentos.

a promoção do diálogo entre os agentes.

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Destacamos no Plano de Trabalho o cumprimento das seguintes diretrizes:

•

Elaborar e executar projetos de cunho sociocultural, ambiental e econômico, a partir das necessidades e potencialidades das comunidades e em consonância com as

•

tendências locais e regionais;

A participação efetiva da população em todas as etapas da intervenção, valorizando as diversas instâncias de representação da comunidade e fomentando o

•

universidades e empresas privadas, visando potencializar o desenvolvimento local;

desenvolvimento de novas formas de representação; •

Criar estratégias para motivar os moradores a buscar soluções conjuntas para os problemas coletivos, estimulando suas próprias potencialidades e autonomia;

•

Estabelecer parcerias com órgãos públicos, organizações não governamentais,

•

Promover a presença institucional em campo, servindo de canal de comunicação entre o poder público na área e a população alvo da intervenção.

Subsidiar a elaboração e execução das intervenções físico-urbanísticas previstas no projeto de urbanização, quando for o caso;

Para a avaliação do trabalho técnico social, a partir do diagnóstico, que estabelecemos

Recuperar o tecido social, a partir da criação de estratégias de enfrentamento da

neste Plano de trabalho como o Marco Zero, poderemos mensurar os resultados alcançados.

pobreza, alcançando um ambiente socialmente estável;

Os indicadores são resultados de escolhas dos sujeitos e das múltiplas relações que se

Promover a sustentabilidade da intervenção nos seus aspectos socioculturais,

estabelecem em um determinado contexto histórico e cultural. Devem ser escolhidos

ambientais, econômicos e urbanísticos.

de forma a permitir a todos os envolvidos - gestores, equipes técnicas, moradores

•

Fomentar a gestão compartilhada do novo espaço entre comunidade e poder público;

- observar e acompanhar a avaliação, como também deve ter como parâmetros o

•

Implementar canais de participação efetiva da população em todas as etapas da

projeto em questão. Indicadores são sinalizadores de processos, resultados e impactos

intervenção;

relativos a uma dada ação planejada. São concebidos a partir de parâmetros,

Construir espaços de reflexão e análise que propiciem a apresentação de propostas e

padrões e concepções expostas no projeto e plano de ação. São definidos com

deem visibilidade às práticas já desenvolvidas pelos moradores, buscando fomentar

base nos objetivos e estratégias de condução do projeto. A escolha de indicadores

a autonomia do grupo;

deve considerar a disponibilidade e facilidade na obtenção de informações, a clareza

Conjugar o saber técnico com o saber do senso comum, valorizando a capacidade

de significado (auto-explicativo), a pertinência e consistência, a universalização e a

expressiva e espontânea dos moradores;

constância do uso. Os indicadores são usados para monitorar e avaliar projetos,

•

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orientando a coleta de informações e a escolha de instrumentos ou meios de

Os objetivos serão formulados em linguagem precisa e concisa. Quanto à

verificação (observação, registro fotográfico, reunião, depoimentos, entrevistas, etc.).

abrangência, serão separados em:

O acompanhamento (via indicadores) é feito com base nos dados qualitativos e quantitativos coletados e, num diálogo constante entre todos os parceiros. Só

Objetivo Geral - expressa, em maior amplitude, o que se pretende alcançar ao final do

assim, será possível a construção de um quadro articulado de representações que

projeto e que será atingido pela somatória das ações de todos os envolvidos;

sinalizem as diferentes formas pelas quais se compreende o plano de ação, se

Objetivos Específicos - São desdobramentos do objetivo geral e orientam diretamente as

incorpora seus pressupostos e se planeja e re-planeja ações para viabilizar resultados

ações, expressando os resultados esperados.

pretendidos. b ) Indicadores de resultados

Na elaboração do projeto pretendido devemos:

Indicadores são meios de verificação, estabelecidos a partir dos objetivos e metas do projeto, que visam demonstrar evolução, avanço e desenvolvimento em relação aos

a ) Estabelecer Objetivos e Metas

resultados esperados. Buscam medir como e quanto cada objetivo e meta estabelecidos

Essa etapa consiste na formulação dos objetivos e metas que se pretende atingir. A

no projeto foram alcançados. São necessários para acompanhar as ações desenvolvidas e

delimitação, clareza e legitimidade dos objetivos são fundamentais para o êxito de

imprescindíveis para avaliação de resultados.

qualquer projeto, pois são eles que irão orientar o planejamento, execução e avaliação das ações.

Teremos indicadores:

Os objetivos do projeto expressam uma intenção a ser implementada através de uma série

Quantitativos: apoiados em métodos estatísticos. Visa medir resultados através da

de ações e atividades, que devem ser monitoradas e avaliadas. Para que isso aconteça

coleta de informações numéricas que podem ser obtidos tanto através dos arrolamentos,

é preciso que cada objetivo se explicite na forma de uma meta que é a expressão

levantamentos em campo, etc.;

quantitativa e temporal de cada um dos objetivos do projeto, que delimita o quanto e em

Qualitativos: centrados na análise dos processos sociais e dos sujeitos/beneficiários

que tempo as ações e atividades relacionadas a cada um serão implementadas.

envolvidos, os quais imprimem direção e dinâmica às ações desenvolvidas, utilizando

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como fontes as observações em campo, depoimentos, discussões com os envolvidos, e

Capacitação Profissional e Geração de Trabalho e Renda.

cadastramento. d ) Cronograma c ) Metodologia

O cronograma é a programação das atividades no tempo e a seqüência em que deverão

A definição da metodologia engloba as concepções teóricas que nortearão o trabalho e

ocorrer. Através dele, o conjunto de ações que devem ser realizadas é organizado de

a escolha das ações e procedimentos necessários para alcançar os resultados desejados.

forma lógica e racional para a concretização dos objetivos que se deseja alcançar. Permite

Serão adotadas metodologias participativas, com a valorização de experiências e vivências

identificar as ações ao longo de tempo, estimar tempo de execução de cada uma, a

do grupo como base para a reflexão e construção de novos referenciais de convivência e

ocorrência de ações simultâneas e a interdependência entre elas e seguirá as orientações

a incorporação de novos conceitos, promovendo a capacitação dos moradores, através de

do TR, podendo ser reavaliado em função das obras e das ofertas de alternativas de

suas organizações representativas para a autonomia na gestão democrática dos processos

reassentamento.

implantados. Viabilizar-se-á o processo permanente e constante de informação da população sobre

e ) Custos – Orçamento

o desenvolvimento do projeto físico, sendo a transparência um elemento essencial na

O orçamento explicita, em termos monetários, todos os recursos necessários para o

construção do processo participativo e na relação de confiança entre técnicos e população.

desenvolvimento do projeto, devendo detalhar, os recursos físicos, financeiros e humanos necessários para seu desenvolvimento em observância ao explicitado no Edital.

As intervenções são norteadas pelos seguintes eixos básicos: A consolidação dos recursos e valores necessários à concretização das ações previstas no projeto é realizada através de:

•

Ações Informativas

•

Mobilização e Organização Comunitária

•

Educação Sanitária e Ambiental

•

Educação Patrimonial

•

Descrição pormenorizada de todos os recursos necessários para a realização das atividades

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Materiais e serviços, agrupados por itens e subitens de despesas, a serem utilizados,

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•

de acordo com o plano de trabalho elaborado; •

Recursos humanos necessários à implementação do projeto – número de profissionais, formação e atribuições.

•

Elaboração da memória de cálculo, apontando tipo, quantidade e custos dos recursos a serem utilizados:

•

Totalização dos valores levantados por item e subitem.

e ) Cronograma de Desembolso O cronograma de desembolso consiste na previsão dos gastos em relação à execução das atividades planejadas para todo o período de execução do projeto. Seu acompanhamento permite comparar o que foi programado com o efetivamente realizado e medir os resultados do trabalho em relação aos recursos aplicados, possibilitando a obtenção de informações relativas ao andamento dos trabalhos e eventuais necessidades de correções.

f ) Estabelecer Instrumentos de Acompanhamento e Avaliação Os instrumentos de acompanhamento e avaliação são necessários para sistematização do registro dos indicadores e acompanhamento do processo e devem ser definidos antes do início da execução do projeto. Os instrumentos de registro mais comuns são os relatórios,

vídeos, etc.

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atas de reunião, registros em diários de campo, além de material audiovisual, como fotos,

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CAPÍTULO IV

As políticas habitacionais são abrangentes, porém:

09 - ONDE ESTÁ O FOCO?

•

Mais assistenciais que pedagógicas.

•

Perto das realidades locais, longe de sua identidade cultural.

•

Igual, para diferentes.

•

Necessária, mas não idealizada.

•

Participativas, mas involuntárias.

•

Ofertadas, mas não conquistadas.

•

Ensinadas, mas não sustentadas.

O modelo acima na teoria é considerado como um avanço no trabalho social de qualidade para intervenções em favelas e é base de todo o trabalho, hoje reconhecido como necessidade para todas as obras de impacto social, ambiental e urbanístico. Como visto, estabelecemos critérios, executamos pesquisas e diagnósticos, elaboramos projetos, implantamos ações necessárias e temos como objetivo o desenvolvimento sustentável, mas ainda assim poucos resultados no pertencimento e autonomia pós Estamos, porém no caminho de um mundo melhor, com lugares mais agradáveis de intervenção são alcançados. viver e esta deve ser entendida como uma conquista para o beneficiário final e nunca As conquistas não são entendidas para quem se destina, a correta apropriação não como uma mera intervenção técnica. ocorre, a autogestão de condomínios é precária, o beneficiado retorna a situações Afinal é o nosso povo, o povo brasileiro que não conhecemos de fato, estudamos de favelamento. A luta pela casa própria não foi fruto de trabalho e sacrifício, suas estatísticas nos indicadores sociais e econômicos, mas para conhecer de fato o ambiente novo, diferente do jeito de viver, a identidade cultural perdida, e a seu jeito de viver nestes irregulares territórios, temos que ir além dos diagnósticos participação comunitária pequena, frente cada universo trabalhado. e oferecer ferramentas para o desenvolvimento auto sustentável, desejado, fruto de O beneficiário acostumado a ter direitos, passa a ter deveres, obrigações, regras, muita luta e sacrifício, sem antes sonhar, não é possível transformar realidades. encargos, e deixa de ser carente para ser cidadão. Se o desejo não existe, temos que reinventa-lo e transformar em agentes, os Para os técnicos o objetivo é esse, para os moradores por um problema cultural, nem tanto. espectadores. Na cidade de São Paulo alguns eventos não posso deixar de escrever e ou compartilhar

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com o leitor em especial aqueles que necessitam de remoções para erradicar favelas

Um trabalho iniciado há 12 meses e os conjuntos habitacionais prontos. Ao menos,

em áreas de obras de utilidade pública, ou em áreas de risco.

todos iriam para o mesmo local, nem sempre isso é possível.

Estes eventos poderiam ser chamados de acontecimentos frenéticos e cheio de

Priorizamos a retirada de portadores de direitos especiais, de idosos e gestantes, as

emoção, após o trabalho preparatório que antecede estas remoções o dia da mudança.

demais famílias seriam removidas, conforme cronograma pré-estabelecido.

Muitas empresas que trabalham nesta área, não fazem este trabalho, gerenciam e

Chegaram os caminhões e pessoal para o trabalho, e conforme retirada as famílias e

fazem o acompanhamento social, acho por não querer relacionar o trabalho social

pertences as suas residências iam sendo demolidas, parece simples, mas na realidade

com a imagem de demolidores, mas nós fazemos todas etapas, incluindo as mudanças

um caos.

com o fornecimento de recursos humanos e materiais necessários ao evento.

Cada família um problema diferente, móveis muito quebrados impossibilitavam o

Uma operação de muitos riscos, muita paciência e requer muito planejamento.

transporte, pessoas solicitando ajuda para guardar os pertences, outras deixavam

Embalagens, lanches ou almoço, caminhões, vans ou ônibus, ajudantes de carga

seus documentos nas caixas e não tinham como ser identificadas, outras estavam

e descarga, demolidores manuais, pé de cabra, marreta, fitas de segurança,

dormindo, algumas queriam levar bacias de comida deteriorada na mudança, materiais

instrumentais de controle, eletricistas, encanadores e todos com experiência em

recicláveis mal acondicionados, fios para fazer gatos, animais, produtos inflamáveis,

ações desta natureza.

roupas misturadas com alimento, carrinhos de pipoca, cachorro quente, e até outros

Chegou o dia...400 famílias para reassentar e 400 casas para demolir e 400 mudanças

produtos não legalizados.

por fazer, isto podemos dizer que, envolve 1600 pessoas da favela, mais uns 200

Algumas famílias com tudo arrumado e limpo, e as demolições simultâneas, barulho,

profissionais de apoio.

pó, paredes caindo, crianças correndo e a equipe social garantindo com fitas de

A primeira dificuldade é a de mobilizar pessoas e empresas de transporte que aceitam

segurança o cuidado que deveria ser dos pais.

trabalhar na favela, muitos têm medo de assalto, tiroteio, acidentes e não se dispõem

No entorno, alguns catadores buscavam nos escombros materiais para seu comércio,

a executar o serviço, depois da mobilização, cumprir aquilo que foi planejado e neste

apareceram não sei de onde ONGs querendo preservar os animais, ambulâncias a

caso aproximadamente 60 mudanças por dia, para entregar a área livre de pessoas e

postos para o caso de algum acidente, as ligações clandestinas sendo interrompidas.

pertences, em uma semana.

O cuidado das interrupções na mão de eletricistas para evitar transtornos e queima

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de aparelhos domésticos, nas casas ainda em pé. Outra preocupação seria de evitar

No dia seguinte, muitos trabalhadores não queriam voltar, alguns foram ameaçados,

um incêndio, muito comum com estes chamados gatos.

outros desrespeitados, outros gostariam de ganhar uma casa e viam que aqueles

Tampões nas ligações de água, algumas espirrando, outras nem tanto, certa hora

beneficiados não davam o devido valor, já falavam em vender e voltar a viver em

já com aproximadas 50 demolições um acidente de um demolidor com o martelo,

favelas.

correria e atendimento.

Continuamos até a demolição do último barraco ou casa de alvenaria para liberar a

Chegou a hora de demolir uma enorme cruz que ficava junto a santos, velas e flores...

área para a entrada das máquinas, durante as mudanças uma esposa foi comercializada

era um local onde a comunidade rezava pela morte de entes queridos, pela esperança

pelo companheiro e trocada, outra família resolveu desistir da oferta e retornar ao

de dias melhores e depositavam no pé daquela cruz sua fé.

seu local de origem, desmantelado aquele jeito de viver para uma nova etapa, alguns

Tinha uma história, contavam os moradores mais velhos... a cruz tinha encontrado

voltavam para o local em ruína para lembrar-se de suas vidas.

no lixo e ao trazê-la para a comunidade, uma criança enferma tinha sarado de uma

Após os reparos de alguns objetos quebrados, demos por concluídos os serviços de

doença grave e foi atribuída aquela cruz o milagre da vida, desde então era uma

mudanças e agora o início de um enorme trabalho no pós ocupação.

referência de fé e acreditavam os moradores que os milagres aconteciam só para

Impossível, diziam alguns técnicos, como vamos fazer para estas pessoas se

aqueles que ali viviam.

transformarem em cidadãos, respeitarem as regras de convivência, assumirem os novos

Ninguém queria sua demolição, era um símbolo de fé e ficava ao lado de uma grande

encargos, constituírem um condomínio e fazer a manutenção do seu patrimônio!

árvore o único verde, naquele local.

Durante 30 anos viveram daquela forma, daquele jeito e demonstraram relações

As pessoas viam as casas no chão e um brilho no olhar, denotava várias emoções de

afetivas com o território, tinham a liberdade, por eles assim conhecida e não

alegria e ao mesmo tempo de tristeza, os animais domésticos ficavam no entorno de

pagavam nenhuma conta, muitos não sabiam como viver de outra forma, nasceram

seus lares demolidos e de lá não queriam sair.

ali e criaram vínculos com o local.

As 19: 00 horas 60 famílias estavam instaladas nos apartamentos novos, sendo

Todo o peso deste legado levaram na mudança, e realmente alguns nunca iriam se

orientadas por técnicos sociais, engenheiros das construtoras, corpo de bombeiros e

adaptar a vida em condomínio verticalizado.

pedidos de toda natureza.

Mas este era nosso trabalho e na teoria muitas ações sociais poderiam ser implantadas

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para finalmente sua autogestão e desligamento.

•

Pessoas, comissões e grupos de trabalho envolvidos nas ações;

O trabalho social de pós-ocupação visou contribuir para estabelecer as

•

Jovens (15 a 24 anos) envolvidos nas ações;

responsabilidades que deverão ser assumidas pelos moradores quanto à manutenção

•

Assiduidade dos representantes/membros de comissões às reuniões;

do novo espaço físico, como: a manutenção predial e dos equipamentos condominiais,

•

Criação de regras de convivência.

uso e manutenção de áreas e espaços condominiais e comuns, visando a curtos e médios prazos garantir a autonomia dos moradores quanto à organização condominial

Prevê-se que os moradores sejam envolvidos nesse processo e que os resultados desse

e a busca de soluções conjuntas para os problemas coletivos.

monitoramento sejam permanentemente discutidos até seu desligamento.

Além do acompanhamento das ações desenvolvidas, pretendeu-se também

Ações sociais foram implantadas, muitas responsabilidades deverão ser assumidas e

monitorar o trabalho social, a partir de alguns indicadores previamente

algumas nunca antes pensadas. Muitos encargos inexistentes farão parte do processo

selecionados como:

de habitação instalado. Algumas ações de capacitação e geração ou complementação de renda foram priorizadas.

•

Fortalecimento da organização comunitária pré-existente;

•

Surgimento de novas formas associativas em torno de interesses comuns;

Embora a metodologia seja implantada em todos os locais de reassentamento e

•

Participação dos moradores nas instâncias de representação da comunidade;

muitas conquistas nesta etapa são realizadas, poucos resultados alcançados, visto

•

Manifestação de interesse e adesão às ações propostas;

que muitas famílias comercializam as unidades e retornam a situações de favelamento.

•

Participação de adolescentes e jovens nas ações desenvolvidas;

•

Capacidade propositiva da população;

Não critico aqui as políticas públicas na área habitacional, tão pouco a metodologia

•

Integração dos moradores com os demais agentes envolvidos;

do trabalho social, na realidade para inserir e integrar o beneficiário à nova oferta

•

Domicílios representados nas assembleias/reuniões gerais;

de habitação, com vistas à correta apropriação, sensação de empoderamento e

•

Representantes eleitos pela comunidade;

pertencimento e que estes conceitos possam justos, gerar a sustentabilidade de

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manutenção e auto gestão, temos que modificar hábitos, cultura, educação, e o jeito

indivíduos sobre a proposta, dentro das suas realidades e de seus possíveis valores

de viver desta parcela da população, que fatalmente vieram na bagagem no dia da

de escolha.

mudança. Não significa fazer o que querem, mas transformar aquilo que propomos em vontade A BAGAGEM

coletiva ou individual. Muitos ilustres ao longo da nossa história mudaram caminhos,

Mais que objetos, mesas, redes ou camas, vieram às pessoas e seu jeito de viver, e

trajetórias e até destino de cidades inteiras, alguns mudaram conceitos e criaram

aí está o gargalo, nele embutido os tímidos resultados, para ser cidadão não basta

novas culturas, o sucesso, não foi por acaso, estavam sempre dentro de contextos,

ter direitos, para a liberdade é necessário exercitar a democracia, não só na hora de

do consciente ou inconsciente coletivo, para que a conquista se tornasse um desejo

votar, democracia é muito mais que o voto, há de se respeitar o direito, do próximo.

da maioria.

Na alma dos moradores removidos, muita interferência ideológica do seu modo de

O modo de vida é a soma das experiências inorganizadas dos indivíduos; transforma-

vida, de seus valores do certo ou errado, dos seus desejos e sonhos, seu legado, sua

se de maneira espontânea e não imposta ou exigida e para buscar estas mudanças de

história e ainda, do seu conceito de honra.

forma que elas sejam espontâneas, temos que transformar espectadores em sujeitos.

Para que a venda de uma ideia ou produto se concretize ela não pode vir separada

Comparo àquelas atitudes em família, nas nossas casas, onde cuidar, não significa

da diversidade inesgotável das experiências de vida e de saber das pessoas as quais

dizer sim para todo desejo de um filho, mas saber transformar um não em uma lição

se destinam.

de vida, para que o filho tenha sua própria ferramenta para a conquista do seu sim.

O emprego de argumentos, legítimos ou não, com o propósito de conseguir que

Não podemos passar a realidade na frente dos sonhos, temos que criar sonhos e

outros indivíduos adotem certa ideia é uma arte, muito além das estatísticas ou

transforma-los em realidade desejada, e para tal, as mudanças conceituais e culturas

pesquisas dos determinados perfis, dependem permitir que tais indivíduos passem a

mais que as sociais, na oferta de um produto pronto, bom para nossos conceitos, nem

desejar esta ideia e ainda, que lutem por ela, que seja fruto de esforço e desejo para

tanto para quem os recebe.

poder se sustentar em longo prazo.

Meu saudoso pai, mestre na arte de ensinar, deixou entre suas melhores lições de

Estes argumentos devem estar relacionados com o correto entendimento dos

vida, que podemos e temos a arte de mudar as perguntas, e só desta forma podemos

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crescer, o aprendizado tem o seu maior valor nas mudanças, mas estas mudanças só

Criar e fortalecer programas de educação para o respeito aos direitos e também aos

ocorrem quando aprendemos que não temos todas as respostas.

deveres nas escolas, seria um primeiro passo. No meu tempo a temática fazia parte do

Mudar o jeito de viver das pessoas para melhor, não está na oferta da moradia, mas

currículo escolar com o nome de “Educação Moral e Cívica”, o tema foi retirado dos

sim no desejo de sua conquista.

currículos escolares, mas que deixou um vazio na formação dos alunos.

Conquistas sem riscos são sonhos sem méritos. Ninguém é digno dos sonhos de não

Para transformar a realidade, é necessário compreender a trama diária de relações,

usar as derrotas para cultivá-los. (Augusto Cury)

emoções, cultura e produção do conhecimento, requer formar sujeitos sociais ativos,

Segundo Lakatos (1999): Democracia é a filosofia ou sistema social que sustenta que

protagonistas, atores sociais capazes de viver nos distintos espaços sociais, uma

o indivíduo, apenas pela sua qualidade de pessoa humana, e sem consideração às

consciência crítica, capaz de mudar vícios e conceitos para criar novas realidades e

qualidades, posição, status, raça, religião, ideologia ou patrimônio, deve participar

um novo jeito de viver.

dos assuntos da comunidade e exercer nela a direção que proporcionalmente lhe

O trabalho social hoje praticado e implantado em muitas intervenções possuem

corresponde.

eixos de referência na mobilização, organização, educação sanitária, ambiental, patrimonial, de geração e ou complementação de renda e tem como principal

A formação de uma cultura democrática como a sonhada pelo educador Pedro Demo

objetivo, a participação da população no processo, quando este trabalho se encerra,

nasce do conhecimento enquanto instrumento político de libertação. Ela permitirá o

todas as metas foram cumpridas e as ações executadas e implantadas nas chamadas

desenvolvimento dos potenciais de cada aluno-cidadão no meio social em que vive.

comunidades, antes, durante e após a intervenção.

Bóbbio (2002) afirmou que “a democracia não se refere só à ordem do poder público

As modalidades são de urbanização, reassentamento, regularização ou outras e as

do Estado, mas devem existir em todas as relações sociais, econômicas, políticas e

equipes multidisciplinares.

culturais.

Estas intervenções são planejadas e baseadas em diagnósticos dos principais

“Começa na relação interindividual, passa pela família, a escola e culmina no Estado.

indicadores que caracterizam a cidade, o bairro a comunidade, seu entorno e a

Uma sociedade democrática é aquela que vai conseguindo democratizar todas as suas

população a ser beneficiada.

instituições e práticas”.

Os beneficiários entendem que estamos fazendo nosso trabalho, acredita ser uma

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obrigação dos governos, um direito de cada um, a maioria das dúvidas por parte

Resgatar históricos, lutas e conquistas é o primeiro passo, temos que aprender a ouvir

da população, estão atreladas a necessidades individuais e não coletivas, nunca

e dividir com os moradores responsabilidades, buscar nas entrelinhas não somente a

presenciei questões que partiram dos moradores, relacionadas aos seus deveres, com

identificação da resistência, mas o conteúdo de cultura nela instalado.

relação ao coletivo.

Ações de educação sanitária, não podem vir isoladas do meio ambiente cultural, a

Embora o exaustivo trabalho, e o avanço na preocupação com questões antes

educação patrimonial deve estar integrada com o amor a Pátria, ações dedicadas à

descartadas, o dia seguinte carrega o peso daquele jeito de viver, incompatível com

cidadania deve ter enfoque também nos deveres e não só nos direitos, a geração

o pretendido, distante da realidade, sem a sustentabilidade almejada e na bagagem

de renda relacionada com o mercado e as reais potencialidades emergentes, os

de cada morador:

diagnósticos inseridos e integrados ao ambiente almejado pós a intervenção, a mobilização deve ser fruto da venda de uma ideia, do desejo, de uma conquista,

A FAVELA!

de sacrifícios, trabalho e luta e a organização comunitária virá naturalmente por

No conteúdo das atividades propostas faltaram ferramentas capazes de provocar as

iniciativa de interessados em construir um novo jeito de viver, cheio de méritos,

mudanças, na oferta muitos direitos e poucos deveres, muitas conquistas sem mérito

honra e orgulho.

ou sacrifícios, algumas ações mais assistencialistas que sociais, o foco principal não

Ao elaborar, implantar ou gerenciar projetos sociais conquistamos um grande avanço,

foi inserido e integrado nas atividades educacionais propostas.

hoje nestes territórios, não existem obras de engenharia sem vínculo com o trabalho

Para a cidade dos excluídos se transformar em cidade de cidadãos, não basta mudar

social, temos o diagnóstico, a metodologia, as diretrizes e seus eixos estruturantes,

de endereço, é necessário que o antigo endereço não venha na bagagem dos novos e

a participação comunitária, o antes, o durante, o depois e ainda os investimentos

ainda a realização do sonho da casa própria deve ser fruto de muita luta e trabalho

mais compatíveis à sua execução.

para que o mérito desta conquista possa ser auto sustententável.

Nesse movimento analítico e suas engrenagens, sobre as quais as atividades culturais

E que a educação moral e cívica, extinta do currículo das escolas, possa voltar

ancoram as razões de ser e que faz sentido aos olhos de um universo particular e

de roupa nova, sem a interferência de políticas partidárias, mas com enfoque nas

seus integrantes, o movimento de abrangência requerido, para promover mudanças

necessidades básicas de aprendizado na formação de cidadãos.

sustentáveis, deve se orientar nestas razoes e não em suas consequências.

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“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua

Segundo o Relatório de Monitoramento de Educação para Todos de 2010, da

própria produção ou a sua construção.” (Paulo Freire).

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a qualidade da educação no Brasil é baixa, principalmente no ensino básico.

“A sociedade e cada meio social particular determinam o ideal que a educação realiza” (Émile Durkheim)

O relatório da Unesco aponta que, apesar da melhora apresentada entre 1999 e 2007, o índice de repetência no ensino fundamental brasileiro (18,7%) é o mais elevado

“Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes”. (Paulo Freire)

na América Latina e fica expressivamente acima da média mundial (2,9%).

O alto

índice de abandono nos primeiros anos de educação também alimenta a fragilidade Paulo Freire, Piaget, Vygotsky, Wallon, Maria Montessori, Emile Durkheim, Anísio

do sistema educacional do Brasil.

Teixeira… Muitos filósofos, educadores, pedagogos e escritores já refletiram sobre Cerca de 13,8% dos brasileiros largam os estudos já no primeiro ano no ensino

Educação.

básico. Neste quesito, o País só fica à frente da Nicarágua (26,2%) na América Latina Na realidade, equívocos prioritários no principal foco, já que não devemos acreditar

e, mais uma vez, bem acima da média mundial (2,2%).

que as pessoas livres são educadas, devemos antes acreditar que apenas as pessoas Na avaliação da Unesco, o Brasil poderia se encontrar em uma situação melhor se não

educadas, são livres.

fosse a baixa qualidade do seu ensino. Das quatro metas quantificáveis usadas pela De acordo com notícias do Estadão elevados índices de repetência e de abandono da

organização, o País registra altos índices em três (atendimento universal, igualdade

escola no Brasil foram apontados em relatório da Unesco SÃO PAULO - Com índices

de gênero e analfabetismo), mas um indicador muito baixo no porcentual de crianças

de repetência e abandono da escola entre os mais elevados da América Latina, a

que ultrapassa o 5º ano.

educação no Brasil ainda corre para alcançar patamares adequados para um País que demonstra tanto vigor em outras áreas, como a economia.

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Problemas que a educação brasileira ainda enfrenta, a estrutura física precária das

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escolas e o número baixo de horas em sala de aula são apontados pelos técnicos da

que continuam fora da escola tenham a oportunidade de estudar.

Unesco como fatores determinantes para a avaliação da qualidade do ensino. Crise

Cerca de 52,3 milhões de pessoas vivem em favelas no Brasil. Grande parte das

financeira.

pessoas que vivem em favelas brasileiras possuem renda média de até 3 salários mínimos e escolaridade média no ensino fundamental incompleto. Grande parte das

A crise financeira que ainda reprime o desenvolvimento de países em todo o mundo

moradias construídas no Brasil ocorrem de forma precária e em locais vulneráveis às

poderá também ter um reflexo bastante negativo na educação, alerta o relatório

enchentes e falta de saneamento básico.

da Unesco. De acordo com a organização, o aumento da pobreza e os cortes nos orçamentos públicos das nações podem comprometer os progressos alcançados na

O Brasil embora o déficit, possui políticas habitacionais para a população de

educação na última década, principalmente nos países pobres. “Enquanto os países

baixa renda e vem elaborando projetos cada vez mais próximos das realidades desta

ricos já estão criando as condições necessárias para sua recuperação econômica,

parcela da população, porém com foco menos indutor de sustentabilidade e mais

muitas nações pobres enfrentam a perspectiva imediata de uma degradação de seus

assistencialista e mantenedor das realidades que predendeu um dia, modificar e

sistemas educativos”, alerta Irina Bokova, diretora-geral da Unesco. “Não podemos

melhorar.

permitir o surgimento de uma “geração perdida” de crianças privadas da possibilidade de receber uma educação que lhes permita sair da pobreza.”

Com este cenário,

a Unesco avalia que a comunidade internacional não deverá alcançar nenhum dos

Assim as favelas mudam de endereços: Horizontais para verticais e de verticais para o retorno aos horizontais irregulares.

seis objetivos estabelecidos em 2000, em Dacar, no Senegal, que, juntos, visam a universalização do ensino fundamental até 2015.

Embora os programas busquem a regularização urbanística e fundiária das edificações e ainda o desenvolvimento social e ambiental sustentável para seus beneficiários,

Segundo o relatório, seria necessário cobrir um déficit de US$ 16 bilhões para atingir

ao implantar ações de políticas habitacionais, prevaricamos ao não entender que a

essas metas, acabando com o analfabetismo, que hoje atinge cerca de 759 milhões de

correta apropriação do morador para com sua nova casa, depende de mudanças não

adulto no mundo, e possibilitando que as mais de 140 milhões de crianças e jovens

só dos pertences e objetos, mas de vida.

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Segundo Kroeber (Parte do texto extraído do livro: Cultura. Um conceito

5 ) A cultura é um processo acumulativo, resultante de toda a experiência histórica

antropológico - Roque de Barros Laraia / Rio de Janeiro / Zahar Editor / 19ª

das gerações anteriores. Este processo limita ou estimula a ação criativa do indivíduo.

edição) o conceito de cultura pode ser relacionada nos seguintes pontos:

Paulo Freire colocava, com propriedade, que os homens se educam entre si, mediados pelo mundo.

1 ) A cultura, mais do que a herança, determina o comportamento do homem e A cultura é exatamente um dos canais de mediação com o mundo mais relevante e

justifica as suas realizações.

significativo, desta forma quando pretendemos mudar a vida de pessoas para melhor, 2 ) O home age de acordo com seus padrões culturais. Os seus instintos foram

temos antes que educa-la para desejar este melhor.

parcialmente anulados pelo longo processo evolutivo porque passou. A cultura, assim, remete ao caminho inverso: à desconstrução dos conteúdos 3 ) Adquirindo cultura, o homem passou a depender muito mais do aprendizado do

apreendidos, ao questionamento dos mesmos e à colisão dos indivíduos com seus

que agir através de atitudes geneticamente determinadas.

próprios valores e assim podemos vislumbrar de fato as mudanças de vida, antes das mudanças de casa.

4 ) Como já era do conhecimento da humanidade, desde o Iluminismo, (Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituído as crenças religiosas e o misticismo que segundo eles bloqueavam a evolução do homem - Séc XVII) é este processo de aprendizagem (socialização e endoculturação - endoculturação é o processo permanente de aprendizagem de uma cultura que se inicia com a assimilação de valores e experiências a partir do nascimento de um indivíduo e que se completa com a morte - não importa o termo) que determina o seu comportamento e a sua capacidade artística ou profissional.

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CAPÍTULO V 10 - RELATO DOS MORADORES 10 paginas sendo colhidas em vários estados do território nacional

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DESLANDES, Suely Ferreira. A construção do Projeto de Pesquisa. In: MINAYO, M. C. (Org.). Pesquisa Social. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 31-50. DOWBOR, Ladislau. A reprodução social: propostas para uma gestão descentralizada. Petrópolis: Vozes, 1998. 446p.

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Váriadas notícias veinculadas nas mídias relacionadas no texto. Depoimentos autorizados de moradores de favelas.

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A PROPRIEDADE É UMA CONQUISTA QUE REPRESENTA PARA A MAIORIA DAS PESSOAS UM GRANDE ESFORÇO E MUITO TRABALHO. PRESERVAR VALORES CULTURAIS QUE IMPLIQUEM EM DEVERES, QUE PROMOVAM O TRABALHO SIGNIFICA COLHER O RESPEITO TANTO DAQUELES QUE PROVÊM QUANTO DAQUELES QUE SÃO PROVIDOS.

Clara Waidergorn