TCC arqurbuvv AMBIENTE CORPORATIVO: COMO ESTIMULAR A PRODUTIVIDADE

Page 1

UNIVERSIDADE VILA VELHA


ARQUITETURA E URBANISMO

MICHELY LIA RIBEIRO

AMBIENTE CORPORATIVO: COMO ESTIMULAR A PRODUTIVIDADE

VILA VELHA 2016


MICHELY LIA RIBEIRO

AMBIENTE CORPORATIVO: COMO ESTIMULAR A PRODUTIVIDADE

Monografia

apresentada

ao

curso

de

Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Vila Velha, como requisito para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Orientadora: Profª Drª Simone Neiva Loures Gonçalves.

VILA VELHA 2016


MICHELY LIA RIBEIRO

AMBIENTE CORPORATIVO: COMO ESTIMULAR A PRODUTIVIDADE


Dedico a meus pais, José Ribeiro e Anair Adelaide Zambon Ribeiro, que foram minha base e segurança durante todo o processo. A meu filho, Gabriel Ribeiro Olmo, pelas palavras de carinho, companheirismo e compreensão. E a Deus pelo sustento diário.


Agradecimentos Acredito que para toda conquista, existe um “batalhão” de pessoas, que de alguma forma nos ajudam. São anjos enviados por Deus para que nos auxiliem em cada momento.

Meu primeiro agradecimento é a Deus, pois me abençoou minunciosamente e infinitamente com seu amor singular. Foram tantos os altos e baixos, mas Ele sempre esteve ao meu lado, sempre com sua eterna misericórdia, transbordando meu coração de esperança e muita sabedoria. Me deu ânimo e perseverança para enfrentar os momentos de dúvida e angústia.

Minha eterna gratidão e carinho à meus amados pais. Vocês são minha fonte inspiratória, sinônimos de luta, mas sobretudo de glória. Obrigada pelo esforço, dedicação e confiança, não só nesse período da universidade, mas por toda dedicação ao longo da minha vida, espero em breve poder retribuir com orgulho tudo que fizeram por mim. Vocês são as pessoas mais incríveis que conheci na vida!!

À meu filho, por muitas vezes compreender minha ausência e mesmo assim se fez presente com palavras de ânimo e cuidado.

Agradeço aos meus familiares, em especial a minha prima e madrinha Rita de Cássia Poloni, e tia Olga Maria Zambon, por sempre regarem minha vida com infinitas ações de amor.

À minha orientadora Simone Neiva Loures Gonçalves, pela atenção e confiança para a realização deste trabalho. Seu bom humor é contagiante e admirável!

A minha coorientadora Luciana Aparecida Netto de Jesus, pela correção e contribuição do resultado.

Ao meu convidado externo Fábio Guisso Coimbra, que é uma pessoa de grande inspiração profissional, por se dispor com emoção a participar desta avaliação.


A família Miyamoto que me proporcionou um ano de enorme bagagem profissional, e claro, o imenso carinho em forma de cafés da tarde.

A todos com quem fiz contato, durante esta trajetória, por terem fornecido informações, me enviado material de pesquisa, e serem de alguma forma atenciosos e solidários.

Aos meus amigos e colegas que fiz durante esse período dentro da universidade.

Enfim, a todos que de alguma maneira me estimularam ou me ajudaram a conquistar este desafio!!!


[...] porque a vida sem ternura não é lá grande coisa.

(Meu pé de laranja lima)


RESUMO

No atual cenário econômico, a produtividade é uma preocupação constante para qualquer empresa que queira se estabelecer no mercado de forma competitiva, enfrentando o aumento na concorrência e a cobrança cada vez maior dos consumidores. A crescente movimentação no dia-a-dia, o tempo parece reduzir em relação ao volume de trabalho. Entretanto, estudos mostram que ter uma compensação, faz com que os trabalhadores passem a ter prazer em suas atividades, e a arquitetura é “peça” fundamental para promover ambientes agradáveis e estimulantes, utilizando elementos como uma boa elaboração de layout, mobiliário ergonômico e conforto ambiental. Com isso, o presente trabalho objetivou analisar as contribuições e relevância de elementos arquitetônicos para a melhoria do espaço construído no incentivo à produção, avaliando as interferências da configuração espacial de um recinto de trabalho. Palavras chave: ambientes corporativos, escritório e produtividade.


Abstract

In the current economic climate, productivity is a constant concern for any company that wants to establish in the competitively market, facing increased competition and charging increasing consumers. The growing movement in day-to-day, time seems to reduce in relation to workload. However, studies show that having compensation, makes the workers start to take pleasure in their activities, and the architecture is "play" key to promoting enjoyable and stimulating environments, using elements such as a good preparation of layout, ergonomic furniture and comfort environmental. Thus, this study aimed to analyze the contributions and relevance of architectural elements for the improvement of the built in encouraging the production, assessing the interference of the spatial configuration of a job fair. Keywords: corporate environments, office and productivity.


LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Palácio dos Uffizi, 1559. Fonte: http://www.hotelalbafirenze.it/media/background/117.jpg ....................................................................................................................................24 Figura 02. Exemplo de escritório baseado nas teorias de Taylor, início séc. XX. Fonte: DUFFY, 1997, p.16 ........................................................................................25 Figura 03. Padronização do mobiliário taylorista. Fonte: Andrade, Cláudia (2007) ................................................................................26 Figura 04. Departamento de operações de máquinas de escrever, localizado no primeiro andar do Larkin Building. Fonte: HASCHER, JESKA, KLAUCK, 2002, p.12 .....................................................27 Figura 05. Planta do Pavimento térreo do Larking Building. Fonte: HASCHER, JESKA, KLAUCK, 2002, p.17 .....................................................27 Figura 06. Átrio central do edifífio Larkin Building. Fonte: http://www.buffalohistorygazette.net/2011/10/larkin-administration-buildingof.html ........................................................................................................................28 Figura 07. Edifício Alexandre Mackenzie, 1929. Fonte: http://www.saopauloinfoco.com.br/o-shopping-light/ ......................................28 Figura 08. Interior do edifício Alexandre Mackenzie, 1929. Fonte: http://www.dailymotion.com/video/x2ugfd4 ....................................................29 Fifura 09. Modelo de mobiliário Open Plan, 1964. Fonte: ANTONELLI, 2001, p. 28 ...............................................................................30 Figura 10. Modelo de escritório panorâmico, Ninofax Building, 1962 Fonte: DUFFY, 1997, p.35 ........................................................................................31 Figura 11. Layout alemão | Escritório panorâmico. Fonte: DUFFY, 1976 .................................................................................................32 Figura 12. Ilustração da distância íntima. Fonte: https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2011/01/23/proxemica/ ..............36 Figura 13. Ilustração da distância pessoal. Fonte: https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2011/01/23/proxemica/ ..............37 Figura 14. Ilustração da distância social. Fonte: http://newsrondonia.com.br/imagensNoticias/image/cliente1.jpg ..................38


Figura 15. Ilustração da distância pública. Fonte: http://rbrasilconsultoria.com.br/uploads/conteudo/15/Palestras%20Empresariais.jpg ....................................................................................................................................38 Figura 16. Esquema de cores. Fonte: http://www.zeroarts.com.br/foto/jpg/noticias-galerias/full/6/3/harmoniacomplementar.jpg ......................................................................................................44 Figura 17. Postura adequada. Fonte: http://www.up2ucoworking.com.br/wp-content/uploads/2014/09/postura.jpg ....................................................................................................................................47 Figura 18. Primeiro empresa Walmart no Brasil, 1995. Fonte: http://www.walmartbrasil.com.br/sobre/walmart-no-mundo/ ..........................57 Figura 19. Quinto pavimento – Terraço. Fonte: http://archtendencias.com.br/arquitetura/sede-walmart-com-sao-pauloestudio-guto-requena/ ...............................................................................................58 Figura 20. Particularidade de cada ambiente. Fonte: http://archtendencias.com.br/arquitetura/sede-walmart-com-sao-pauloestudio-guto-requena/ ...............................................................................................59 Figura 21. Estações de trabalho próximas as janelas. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-161920/sede-walmart-dot-com-sao-pauloslash-estudio-guto-requena ....................................................................................................................................60 Figura 22. Luminárias decorativas. Fonte: http://archtendencias.com.br/arquitetura/sede-walmart-com-sao-pauloestudio-guto-requena/ ..............................................................................................60 Figura 23. Mobiliário Nacional. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-161920/sede-walmart-dot-com-sao-pauloslash-estudio-guto-requena .......................................................................................61 Figura 24. Planta baixa do sétimo pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-161920/sede-walmart-dot-com-sao-pauloslash-estudio-guto-requena .......................................................................................62 Figura 25. Ilustração dos setores no sétimo pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-161920/sede-walmart-dot-com-sao-pauloslash-estudio-guto-requena........................................................................................63


Figura 26. Planta baixa do oitavo pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-161920/sede-walmart-dot-com-sao-pauloslash-estudio-guto-requena........................................................................................64 Figura 27. Ilustração dos setores no oitavo pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-161920/sede-walmart-dot-com-sao-pauloslash-estudio-guto-requena........................................................................................65 Figura 28. Ambiente com vista para a cidade. Fonte: http://officesnapshots.com/2013/01/31/google-tel-aviv-officedesign/........................................................................................................................67 Figura 29. Ambiente com vista para a cidade e ao fundo o oceano. Fonte: http://officesnapshots.com/2013/01/31/google-tel-aviv-officedesign/........................................................................................................................67 Figura 30. Espaços tradicionais de escritório. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-103534/escritorios-google-tel-aviv-slashcamenzind-evolution .................................................................................................68 Figura 31. Espaços para criação e descontração. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-103534/escritorios-google-tel-aviv-slashcamenzind-evolution .................................................................................................68 Figura 32. Corredores com associação a ruas da cidade histórica. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-103534/escritorios-google-tel-aviv-slashcamenzind-evolution .................................................................................................68 Figura 33. Ligação de ambientes por tobogã. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-103534/escritorios-google-tel-aviv-slashcamenzind-evolution .................................................................................................69 Figura 34. Instalações aparentes. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-103534/escritorios-google-tel-aviv-slashcamenzind-evolution .................................................................................................70 Figura 35. Planta baixa do vigésimo nono pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-103534/escritorios-google-tel-aviv-slashcamenzind-evolution?ad_medium=widget&ad_name=navigationprev.............................................................................................................................71 Figura 36. Ilustração dos ambientes do vigésimo nono pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-103534/escritorios-google-tel-aviv-slashcamenzind-evolution?ad_medium=widget&ad_name=navigationprev.............................................................................................................................71


Figura 37. Planta baixa do trigésimo terceiro pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-103534/escritorios-google-tel-aviv-slashcamenzind-evolution?ad_medium=widget&ad_name=navigationprev.............................................................................................................................72 Figura 38. Ilustração dos ambientes do trigésimo terceiro pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-103534/escritorios-google-tel-aviv-slashcamenzind-evolution?ad_medium=widget&ad_name=navigationprev.............................................................................................................................73 Figura 39. Luminárias em ziguezague. Fonte: http://www.gutorequena.com.br/site/work/space/masisaoffice/34/.....................................................................................................................74 Figura 40. Recepção. Fonte: http://www.gutorequena.com.br/site/work/space/masisaoffice/34/.....................................................................................................................75 Figura 41. Planta de forro. Fonte: http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!corp/read/13916/estudio-gutorequena-masisa-brasil /..............................................................................................76 Figura 42. Planta de piso. Fonte: http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!corp/read/13916/estudio-gutorequena-masisa-brasil /..............................................................................................76 Figura 43. Padronização teto x carpete. Fonte: http://www.spestudio.com.br/#!masisa/c1y47/................................................77 Figura 44. Painel com logo. Fonte: http://www.gutorequena.com.br/site/work/space/masisa-office/34/................77 Figura 45. Representação das placas. Fonte: http://www.gutorequena.com.br/site/work/space/masisa-office/34/................78 Figura 46. Salas da diretoria. Fonte: http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!corp/read/13916/estudio-gutorequena-masisa-brasil/...............................................................................................79 Figura 47. Planta baixa. Fonte: http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!corp/read/13916/estudio-gutorequena-masisa-brasil /..............................................................................................80 Figura 48. Localização. Fonte: Google Maps – Adaptado pela autora ............................................................82


Figura 49. Ambientes atuais. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................83 Figura 50. Sala dos chefes. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................84 Figura 51. Sala de cobrança. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................84 Figura 52. Planta baixa térreo. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................85 Figura 53. Planta baixa sobreloja. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................86 Figura 54. Convivência/Interação. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................87 Figura 55. Loja. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................87 Figura 56. Fachada do prédio. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................88 Figura 57. Fachada da loja. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................88 Figura 58. Sala da contabilidade. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................89 Figura 59. Cozinha. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................89 Figura 60. Telemarketing. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................89 Figura 61. Reunião informal. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................89 Figura 62. Sala de descanso. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................90 Figura 63. Sala de cobrança. Fonte: Acervo pessoal, 2016 .....................................................................................91


LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Cores e suas relações ............................................................................42 Tabela 02. Aspectos para análise do projeto ............................................................45 Tabela 03. Requisitos para uma boa postura ...........................................................47 Tabela 04. Aspectos a serem observados em ambientes abertos ...........................51 Tabela 05. Evolução dos espaços de escritório ......................................................100 Tabela 06. Poxêmia e seus espaços ......................................................................101


SUMÁRIO

1.

INTRODUÇÃO ..............................................................................................20

2.

EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS DE ESCRITÓRIO .........................................23

3.

PROXÊMIA E SEUS ESPAÇOS ..................................................................34

4.

INFLUÊNCIAS SOBRE O AMBIENTE ........................................................41

4.1.

A COR ..........................................................................................................41

4.1.1

Esquemas de cores ....................................................................................42

4.2.

ERGONOMIA NO ESPAÇO DE TRABALHO ..............................................44

4.3.

CONFORTO AMBIENTAL ............................................................................48

4.3.1.

Conforto térmico ........................................................................................48

4.3.2.

Conforto acústico .......................................................................................49

4.3.3.

Conforto lumínico........................................................................................52

4.4.

MATERIAIS ..................................................................................................53

4.4.1

Especificações dos materiais ...................................................................53

4.4.1.1. Características funcionais ............................................................................53 4.4.1.2. Características estéticas ..............................................................................54 4.4.1.3. Características econômicas .........................................................................54 4.4.1.4. Características visuais ..................................................................................54 4.5.

CONCLUSÃO DO CAPÍTULO .....................................................................55

5.

ESTUDOS DE CASO ...................................................................................56

5.1.

WALMART, SÃO PAULO .............................................................................56

5.1.1.

O projeto ......................................................................................................57

5.1.2.

Conceito ......................................................................................................58

5.1.3.

Iluminação ...................................................................................................60

5.1.4.

Mobiliário e decoração ...............................................................................61

5.1.5.

Pavimentos .................................................................................................61

5.2.

GOOGLE, TEL AVIV ....................................................................................66

5.2.1.

O projeto ......................................................................................................66

5.2.2.

Ambientes ...................................................................................................67

5.2.3.

Materiais ......................................................................................................69

5.2.4.

Pavimentos .................................................................................................70


5.3.

MASISA ........................................................................................................73

5.3.1.

O projeto ......................................................................................................74

5.3.2.

Iluminação ...................................................................................................75

5.3.3.

Materiais ......................................................................................................75

5.3.4.

Mobiliário e decoração ...............................................................................79

5.3.5.

Pavimentos .................................................................................................79

6.

PROPOSTA PROJETUAL ...........................................................................82

6.1.

SOLUÇÕES CLARO TV ...............................................................................82

6.1.1.

O projeto ......................................................................................................83

6.1.2.

Conceito ......................................................................................................84

6.1.3.

Pavimentos ..................................................................................................85

6.1.4.

Ambientes ...................................................................................................86

7.

CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................93

REFERÊNCIAS .........................................................................................................95 APÊNDICE ..............................................................................................................100


19


1. INTRODUÇÃO

Analisando a evolução dos escritórios ao longo dos anos, percebe-se que através do crescimento industrial e o aumento de novas empresas, inúmeras foram as formas de adaptação ao espaço de trabalho. Isso aconteceu em razão das relações entre funcionários, bem como da relação dos espaços construídos.

Entende-se que, historicamente, os projetos de edificações não tinham preocupação com

seus

usuários,

o

que

provocou

insatisfações

e

consequentemente

inadequações da função das atividades, aos quais se destinava acomodar. Atualmente, existem vários estudos que revelam um melhor desempenho e uma maior produtividade quando se busca atender às necessidades de seus usuários em níveis fisiológico e simbólico, exercendo impactos positivos.

O presente trabalho tem por objetivo geral apresentar um anteprojeto de reforma, para a empresa Soluções Claro TV, utilizando elementos baseados nos estudos sobre os estímulos da produtividade num ambiente de escritório. Segundo Bins Ely (2003) os estímulos são percebidos pelo ser humano, que recebem as informações, provocam respostas ao nível do corpo e geram o comportamento. Para atingir esse objetivo, fez-se necessário: criar ambientes individuais para a concentração de determinadas

atividades;

criar

ambientes

coletivos

para

profissionais

que

necessitam realizar atividades em grupo; criar ambientes informais permitindo estarem em locais mais confortáveis, que instigue a criatividade; e criar ambientes de vivência para descontração e integração dos profissionais. Foram empregados os elementos arquitetônicos que estimulam a produtividade, tais como: proxêmia, cor, ergonomia, conforto ambiental e materiais. Além disto, o projeto buscou flexibilidade do espaço e do mobiliário.

O primeiro capítulo apresenta a evolução histórica e o porquê das mudanças, desde a era industrial até os dias atuais. No segundo capítulo são apresentados os estudos sobre a ocupação do espaço em distâncias, elaborado pelo psicólogo Edward Hall, nomeado de proxêmica, ou seja, distâncias impostas pelo ser humano de forma inconsciente que influenciam o seu comportamento. 20


O capítulo três trata dos elementos físicos da arquitetura que também influenciam no comportamento, como: cor, ergonomia, conforto ambiental e materiais.

Metodologicamente a pesquisa foi dividida em duas etapas. A primeira é conceitual, e traz o levantamento bibliográfico de maneira a apresentar uma fundamentação teórica para a análise do objeto de estudo. Foram realizados três estudos de casos de espaços corporativos, de empresas que adotam esta filosofia, Walmart, Google e Masisa, permitindo seu amplo e detalhado conhecimento, para que servissem de base a criação de um novo projeto. A segunda etapa é apresentar uma proposta projetual, que necessitou ainda de uma pesquisa de campo, levantamento de dados e entrevistas com usuários.

A finalidade da pesquisa foi expor os benefícios de um bom projeto, considerando a melhoria das condições físicas dos locais de trabalho em ambientes de escritórios, correspondentes às exigências da tarefa e aos aspectos fisiológico e psicológico dos usuários que vivenciam o espaço. A pesquisa é uma afirmação de que o projeto de arquitetura e arquitetura de interiores é fundamental, pois o ambiente construído influencia no comportamento do usuário, ou seja, podem promover ambientes aprazíveis e estimulantes.

21


22


2. EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS DE ESCRITÓRIO

A história dos recintos de escritório remonta à história da escrita e à dos seus espaços. Da escrita cuneiforme, com auxílio de objetos em formato de cunha, traçados por escribas das civilizações mesopotâmicas a partir do IV milênio a.C., ao escriba egípcio, datadas em três mil anos a.C., se percebe a busca por um lugar especializado para a execução desse ofício. A criação do móvel de escritório foi atribuído ao escriba egípcio, instalado em um espaço próprio – o scriptorium (termo latino) – para a realização de suas tarefas: desenhar mapas, registrar transações comerciais e preparar inventários, entre outras (PELEGRIN-GENEL, apud FONSECA, 2004).

O termo escritório¹, assim como bureau, provém da origem etimológica de um móvel – a escrivaninha – tipo de mobiliário encontrado em gabinetes privados, onde as atividades ali desempenhadas eram consideradas de alto valor. Por essa razão, essas atividades desenvolvidas nestes ambientes, como a leitura, a escrita, a contabilidade, o cálculo, o projeto foram por longo período denominados “atividades de gabinete” (CALDEIRA, 2005).

De acordo com Pélegrin-Genel (1996, apud FONSECA, 2004), os tabeliões foram os precursores do escritório privado e graças a eles foi desenvolvido um mobiliário de escritório, com móveis desenhados especialmente para essa função, como escrivaninhas, escaninhos, estantes e espaços onde também se recebiam pessoas. O que se originou com a intensificação da vida civil e do comércio, uma vez que necessitavam manter organizados muitos cadastros e registros. Segundo ROMANO (2003, p.5.), O escritório, na forma como conhecemos hoje, tem seu início associado a pelo menos dois novos instrumentos que revolucionaram os sistemas de troca de informações nos ambientes de trabalho: o surgimento das máquinas de escrever fabricadas pela Remington a partir de 1873, e dos telefones, cuja invenção remota a 1876 (ROMANO, 2003, p.5).

___________________________________________________________________ 1[Do Lat. Scriptorin] S.m. 1. Compartimento de uma casa destinada à leitura e à escrita, ao trabalho intelectual; gabinete. 2. Escrivaninha. 3. Lugar onde se faz o expediente relativo a qualquer administração, obra, etc., se tratam negócios, se recebem clientes, etc. In Novo Dicionário Aurélio, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Ed. Nova Fronteira, 1º edição, 2000.

23


No século XII, as bibliotecas e os mosteiros na Europa ganhavam novos espaços, com o ressurgimento das cidades e das universidades. No século XV, houve uma evolução no conceito das bibliotecas, com a influência de Gutenberg difundindo o hábito da leitura, provocando um arranjo mais criterioso, onde permitia o acesso facilitado aos leitores, lugares confortáveis para a consulta e a leitura, refletindo profundamente nos modelos de ambientes e de móveis destinados ao trabalho intelectual (SCHWARCZ, AZEVEDO e COSTA, apud FONSECA, 2004).

Para Caldeira (2005) o primeiro edifício arquitetado para receber atividades administrativa, foi o Palácio dos Uffizi (em italiano, significa escritórios) (Figura 1). Construído em Florença por Giorgio Vasari, era constituído por dois edifícios estreitos e compridos, alinhados ao longo de uma espécie de rua interior e compreendia uma sucessão de salões dispostos em três pavimentos. Figura 1 – Palácio dos Uffizi, 1559

Fonte: www.hotelalbafirenze.it

No início do século XIX, os escritórios, normalmente ocupavam o térreo e, às vezes o mezanino de um mesmo edifício residencial. E, por isso, a distinção entre as vidas pública e privada cresce, pensando na preservação do campo familiar, em contraposição ao mundo impessoal do trabalho e dos negócios. Chartier pontua essa divisão da seguinte forma: [...] Trata-se de um duplo movimento. Em primeiro lugar, um movimento de separação e especialização dos espaços: os locais de trabalho já não são mais os de vida doméstica. Mas essa diferenciação dos locais vem acompanhada por uma diferenciação das normas: o universo doméstico se liberta das regras anteriormente ligadas ao trabalho que ali se realiza, ao passo em que o mundo do trabalho passa a ser regido, não mais por normas da ordem privada, e sim por contratos (CHARTIER, 1991, p.21).

24


Os ambientes administrativos continuaram a crescer e a Revolução Industrial representou um marco importante na história dos edifícios de escritórios, pois com o aparecimento das indústrias surgiram necessidade por espaços que pudessem acomodar os funcionários das empresas burocráticas, realizando as atividades administrativas de controle da produção de forma prática e funcional. O trabalho nessa época em que o capitalismo e os conceitos de Taylor¹ – modelo de administração científica – estavam em vigor, era visto como racionalização e o aumento da eficiência no trabalho. Devido a isso, as construções de edifícios específicos para essas atividades, tinham a função única de acelerar a produtividade (ANDRADE, 2007).

De acordo com o princípio de Taylor, os ambientes de trabalho eram padronizados de acordo com a função desempenhada por cada funcionário, e classificados quanto ao tipo, acabamento, números de gavetas e necessidades de escaninhos sobre a mesa (Figura 2). Conforme constata Andrade: [...] quanto mais alto o escalão hierárquico, com mais componentes, maior e mais luxuoso era o mobiliário. Por conveniência, as salas fechadas tinham uma parte em vidro para melhor visualização dos funcionários e também para melhor iluminação. Os equipamentos eram dispostos de tal modo que seu barulho não incomodasse os outros funcionários. Os arquivos ficavam situados o mais próximo possível da gerência e das áreas que se utilizavam deles (ANDRADE, 2000, p. 17).

Figura 2 – Exemplo de escritório baseado nas teorias de Taylor, início século XX.

Fonte: DUFFY, 1997.

___________________________________________________________________ 1. “Os princípios da administração científica”, de Frederick Taylor, publicado em 1911, descrevia como a produtividade do trabalho poderia ser radicalmente aumentada através da decomposição de cada processo de trabalho em movimentos pré-estabelecidos e da organização das tarefas de trabalho fragmentadas segundo padrões rigorosos de tempo e estudo do movimento (Harvey, 1992).

25


O layout desse modelo taylorista baseava-se na divisão hierárquica da empresa: o alto escalão, a gerência e a base da pirâmide corporativa trabalhavam em ambiente separados, nos pavimentos superiores. A padronização do mobiliário e a rigidez do layout implicavam na disciplina e na linearidade do processo de trabalho (Figura 3). A característica mais marcante desse modelo era a segregação espacial que ocasionava as diferenças hierárquicas, o estimulo a competição interna e às performances individuais. Contudo, se mantinha a organização do processo, visto que o objetivo era a produção, ignorando assim a qualidade de vida do trabalhador (ANDRADE, 2007). Figura 3 – Padronização do mobiliário taylorista

Fonte: Andrade, 2007

Segundo Romano (2003), em 1904, com a construção do edifício Larkin Building, em Buffalo, Frank Lloyd Wright foi consagrado o primeiro arquiteto a encarar de uma forma global e integrada o projeto de escritórios (Figura 5). Havia nesse edifício um átrio central de pé direito elevado iluminado por uma claraboia, direcionados aos funcionários de baixo escalão, era circundado por pavimentos de galerias abertas destinado as salas privativas dos funcionários do alto escalão (Figura 6).

26


Figura 4 – Departamento de operação de máquinas de escrever, localizado no primeiro andar do Larkin Building

Fonte: HASCHER, JESKA, KLAUCK, 2002.

Figura 5 – Planta do pavimento térreo do Larking Building.

Fonte: HASCHER, JESKA, KLAUCK, 2002.

27


Figura 6 – Átrio central do edifício Larkin Building

Fonte: www.buffalohistorygazette.net

Em São Paulo inaugurou-se, em 1928, o edifício Alexandre Mackenzie (Figura 7), sede da Light Power Company, no Vale do Anhagabaú, de acordo com os preceitos tayloristas, quase duas décadas após o seu surgimento nos EUA (ANDRADE, 2005). Figura 7 – Edifício Alexandre Mackenzie, 1929.

Fonte: www.saopauloinfoco.com.br

28


Figura 8 – Interior do Edifício Alexandre Mackenzie, 1929.

Fonte: www.dailymotion.com

Tigre (2006) pontua que este modelo taylorista dominou por muito tempo, e seu desaparecimento ocorreu na década de 1970, devido ao surgimento de tecnologias da informação que possibilitaram novos caminhos de inovação e organização da produção.

De acordo com Andrade (2005), na passagem entre os séculos XIX e XX, surge primeiramente o Escritório Americano também conhecido como Bullpen, conceito fundamentado nas teorias de Taylor, em que os chefes e gerentes ficavam na periferia do pavimento e os funcionários no centro do mesmo. Aprimorando esse modelo Bullpen, surge em 1960 o primeiro sistema integrado de mobiliário de escritórios e o conceito Open Plan, ou Planta Livre, durando aproximadamente vinte anos. Este tem como foco a rapidez nas comunicações e flexibilidade na organização do espaço, tanto individual quanto em grupo e, principalmente, a redução das diferenças hierárquicas, uma vez que funcionários e gerentes estavam no mesmo pavimento. O conceito do Open Plan, baseava-se na individualização de estações de trabalho, compartimentada através do uso de biombos altos, no intuito de proporcionar aos seus usuários uma maior privacidade (Figura 9). Para a conexão dos equipamentos foram desenvolvidos componentes que permitiam, através da estrutura interna dos biombos, a passagem de fiação para a iluminação dedicada ou passagem de cabos para computadores e telefones (ANDRADE, 2000, p. 25).

29


Figura 9 – Modelo de mobiliário Open Plan, 1964

Fonte: ANTONELLI, 2001.

No Brasil, o Bullpen norteou o processo de organização física das empresas até o final da década de 1980. Até então, o mobiliário era autoportante, composto por mesas e escrivaninhas de madeira escura; com a gerência utilizando salas fechadas, enquanto os funcionários ficavam em amplos espaços abertos. A partir do final da década de 1980 e início dos anos 90, com a introdução de novas tecnologias móveis de informação e comunicação - como o telefone, a máquina de escrever, o telex, a máquina xerox, o fax, o computado, as impressoras, o telefone celular, a Internet, a Intranet, os sistemas de videoconferência - e a expansão nas empresas dos modelos de Controle de Qualidade Total, Reengenharia e Células de Produção, houve uma revolução em todo sistema de organização do espaço de trabalho, começou-se a discutir inovações nesses ambientes, modificando a forma de realização das tarefas, uma vez que as demandas eram outras e que o mobiliário foi adaptado aos novos equipamentos de informática que diminuíram de tamanho e leveza. Procurava-se dessa forma, projetos de escritórios que levavam em consideração

as

crescentes

necessidades

tecnológicas

e

as

crescentes

necessidades de humanização (ANDRADE, 2005)

Na Europa, o Landscape Office, ou escritórios panorâmicos (Figura 10), deu lugar a um escritório aberto, dividido em pequenos grupos e com dimensões generosas, eram baseados nos preceitos do Movimento Humanista, ou Escola das Relações Humanas, que além de proporcionarem a amenização das diferenças hierárquicas, tinha como característica principal o arranjo em planta livre, paredes flexíveis e esquemas mais orgânicos de distribuição do mobiliário (ANDRADE, 2005) 30


Figura 10 – Modelo de Escritório Panorâmico, Ninofax Building, 1962

Fonte: DUFFY, 1997.

Segundo Andrade (2000) a evolução dos escritórios ocorre de forma distinta em diferentes lugares do mundo.

Nota-se que enquanto nos EUA, por mais de

cinquenta anos, as empresas tomaram como base a Teoria da Administração Científica; na Europa, a Abordagem das Relações Humanas¹, escola com ideias opostas ao modelo taylorista, encontrava seguidores. O modelo Landscape Office ou escritório Panorâmico refletiu na forma de organização do espaço físico do ambiente de escritório, tornando o espaço mais humano e orgânico. [...] as formas de realização das atividades no escritório foram se transformando. Se no início do século as atividades eram manuais, extremamente operacionais e controladas passo a passo, hoje as facilidades tecnológicas e o mundo permitem que o funcionário realize suas atividades com mobilidade e o controle passa a ser o de resultados. Se o poder era fundamento no nível hierárquico, hoje é calcado na capacidade de ser ágil e na habilidade para lidar com diversas situações e culturas (ANDRADE, 2000, p.15).

___________________________________________________________________ 1. A primeira crítica ao taylorismo é feita por Elton Mayo com o movimento chamado Escola das Relações Humanas, que substitui o método coercitivo pelo emprego da psico-sociologia e da comunicação interna, fazendo com que os funcionários participem um pouco mais efetivamente das decisões da empresa (Romano, 2003).

31


Figura 11 – Layout Alemão | Escritório Panorâmico

Fonte: DUFFY, 1976.

Estes espaços iniciou-se nos edifícios residências, por duas situações, uma era o trabalho em domicilio, trabalhava-se em casa, mas para outra pessoa; a segunda situação era os trabalhadores independentes (CHARTIER, 1991).

Com o passar do tempo a separação desses dois ambientes fez-se necessária, principalmente depois da Revolução Industrial, pois com o surgimento de novas indústrias, tornou-se imprescindível ter ambientes para abrigar funcionários que realizassem atividades administrativas.

Por essa razão, vários foram os padrões de arranjo físico (layout), mobiliário e condições ambientais adotados no decorrer do tempo, os mais marcantes foram mencionados no texto, e pode-se ver resumidamente na tabela 05, no apêndice desta pesquisa. Entretanto, é preciso considerar que a presença humana foi fundamental no êxito ou não dos modelos apresentados, pois estas pessoas, acabavam passando grande parte do seu dia em espaços de escritório, o que levou a ser considerado objeto de estudos específicos, pensando em elementos que privilegiem o conforto físico e psicológico dos usuários.

Portanto, com o passar do tempo, estudos proxêmicos (psicológicos) e ergonômicos (técnicos) passaram a ser assuntos fundamentais para a elaboração de projetos de ambientes para escritório, com finalidade em promover boa produtividade e qualidade à saúde física dos usuários. Com isso, no próximo capítulo, será abordado estudos proxêmicos e seus respectivos espaços ocultos, que circundam o homem. 32


33


3. PROXEMIA E SEUS ESPAÇOS O psicólogo Edward T. Hall, diz: “proxêmica é o termo que cunhei para a interrelação entre observações e teorias do uso que o homem faz do espaço como uma elaboração especializada da cultura” (HALL, 2005 p. 1). Ou seja, a proxemia é uma teoria que estuda as formas de comunicação não verbal, o uso do espaço físico pelo ser humano e a sua respectiva percepção através do toque, contato visual, mudanças posturais, distâncias entre indivíduos, entre outros. É um termo usado para entender o espaço social e pessoal, utilizado pelas pessoas no que diz respeito à sua cultura, abrangendo desde o ambiente natural ou construído até distâncias consciente ou inconsciente mantidas na interação pessoal, de forma como o homem mantem o espaço entre si e com as pessoas ao seu redor, e como constrói o espaço em torno de si, seja este, casa ou trabalho (Hall, 2005).

Para Hall (2005) cada ser humano possui um cenário espacial, e a forma com que eles se comunicam ou se expressam estão diretamente ligados a cultura, ou seja, o que em um determinado grupo se fala, pode haver semelhanças, porém não irão necessariamente conseguir exprimir, formular a mesma coisa, estruturar o tempo, o espaço, os materiais e os relacionamentos. E são exatamente essas diferenças que deturpam o verdadeiro significado.

Os desentendimentos entre pessoas de culturas diferentes, em relação a utilização do micro espaço, fez com que Hall tivesse a preocupação de analisar a relação do homem com seu meio ambiente. Durante o pós guerra, ele observou uma dificuldade em relação as instituições norte-americanas, em aceitar o modo de utilização e organização do espaço físico tão diferentes da cultura local, por outros povos, como asiáticos, africanos e europeus (DAVIS, 1979) Os primeiros conhecimentos proxêmicos, se basearam em estudos da etologia – estudo do comportamento animal. De acordo com fundamentos da etologia, o espaço se subdivide em: espaço territorial “no interior do qual o indivíduo ou o grupo estabelece seu hábitat” (GUIRAUD, 2001, p. 76) e espaço corporal ou micro espaço, no qual são estabelecidos contatos interpessoais, sejam eles amistosos ou 34


defensivos. Dessa forma, o espaço para a proxemia e para a etologia pode ser determinada como o “comportamento através do qual um organismo, de maneira característica, reivindica uma área e a defende contra membros de sua própria espécie” (HALL,1977, p. 19).

O espaço, de fato comunica, ele proporciona informações, interesses e intenções, sejam estes com objeto ou seus semelhantes. O ser humano também comunica, seja através da posição, da postura ou distância que escolhe, o que pode ser também de forma consciente ou inconscientemente. Essa comunicação pode ser um sinal que ele deseja transmitir, ou autoimagem que deseja projetar. Muitas vezes, as pessoas demarcam seus espaços por uma simples escolha de localização, como exemplifica Davis: Numa biblioteca vazia, quem quiser ficar sozinho escolhe a última cadeira na ponta de uma mesa retangular, mas quem quiser desencorajar, ostensivamente, a aproximação, senta-se numa cadeira bem no meio da mesa (DAVIS, 1979, p. 96).

De acordo com Fischer (1994), o espaço é idealizado como lugar, modo de ocupação que inclui o uso que se faz dele. Cada ser humano considera como “seu” o espaço que o rodeia, o que ele define como espaço pessoal, onde engloba todas as dimensões qualitativas de ocupação de um espaço -movimentos do corpo, a posição deste e, ainda impressões sentidas na esfera imediata. Segundo Moles e Rohmer (apud DIAS, 2000), o espaço pode ser compreendido como bolha ou concha subjetiva, ao qual cada indivíduo constrói e se encontra em seu interior: para si mesmo um conjunto de conchas que representam a nossa relação no espaço determinando uma diferenciação entre “eu” e os “outros” e entre “eu” e o “mundo”.

O espaço pessoal se revela através de certas distâncias, que uma pessoa mantem de outras, e varia de acordo com as situações que se encontram. Conforme os estudos realizados com cidadãos norte-americanos, fundamentados na premissa de que as culturas organizam o espaço em função do território, Hall (1977) considerou quatro grandes tipos de distâncias (interpessoais ou corporais): distâncias íntimas, pessoais, sociais e públicas, onde cada uma dispõe de uma proporção de distância, variam segundo a personalidade do sujeito e os aspectos socioculturais do 35


ambiente. A distância íntima (Figura 12) estabelece um espaço menor que 45 cm, onde está em primeiro plano a proximidade e o contato físico. “É a distância do ato do amor e da luta, da proteção e do acolhimento” (GOMES, 2000, p. 32). Figura 12 – Ilustração da distância íntima.

Fonte: www.coisasdaarquitetura.wordpress.com

Segundo Hall (2005) a distância íntima corresponde uma proximidade de até quarenta e cinco centímetros, ou seja, indica uma relação de muita confiança entre pessoas que apresentam aproximação, seja ela física, social ou afetiva, permitindo e implicando enormes cargas informativas (também visuais, táteis e olfativas). Em certos locais, essa distância é imposta, gerando incómodo e sensação de invasão, como por exemplo num transporte público ou elevador.

Altman (1975, apud DIAS, 2000), considera que para compreender as relações entre comportamentos e meio, é necessário entender o conceito de intimidade, assim o autor pontua três componentes fundamentais: o controle e a regulação da interação social (função interpessoal); o desenvolvimento e os papéis e estratégias de interação (função de interface com o outro) e a expressão de identidade e a proteção da imagem pessoal (função individual). Com isso, define-se a intimidade como termos das interações incluindo os recursos do meio físico.

Se a distância íntima diz respeito a relações entre amigos, a distância pessoal (Figura 13) revela a interação entre conhecidos, colegas de estudo ou de trabalho (MIRIBEL, 2002). A distância pessoal corresponde em geral à extensão do braço 36


que varia de cinquenta a oitenta centímetros considerando fase próxima, e de oitenta à cento e vinte centímetros na fase afastada; uma “demarcação espacial” que varia de acordo com os países e suas regiões. Está distância se define pela separação entre indivíduos, podendo ocorrer o toque a curta distância, com o aperto de mão ou a troca de olhares e sorrisos, ou seja, neste contexto, a visão do outro é nítida e detalhada, porém, o calor corporal não é perceptível (Hall, 2005). Figura 13 – Ilustração da distância pessoal.

Fonte: www.coisasdaarquitetura.wordpress.com

A distância social (Figura 14) é um espaço ainda maior do que mantido na distância pessoal, podendo ou não haver aproximação. Ela relaciona as pessoas em uma determinada situação, porém existe um espaço em que às separam, por não se conhecerem intimamente. Uma especificidade proxêmica da distância social, “é poder ser empregada para isolar ou proteger as pessoas umas das outras” (HALL,1977, p. 113). É a distância entre duas pessoas separados por uma mesa ou outros móveis e objetos. Esse distanciamento varia em torno de cento e vinte à trezentos e cinquenta centímetros e predomina o contato visual. Habitualmente em escritórios essa é a distância existente entre profissional e usuários, porém, quando o profissional acompanha o usuário até um determinado local, é estabelecida uma distância pessoal, favorecendo interações mais espontâneos (MIRIBEL, 2002).

37


Figura 14 – Ilustração da distância social.

Fonte: www.newsrondonia.com.br

Segundo Fischer (1994) a distância social caracteriza-se, por aquilo que Hall mencionou “o limite do poder sobre outro”, tratando-se da distância estabelecida nas relações sociais comuns e em particular nas relações profissionais. Nesta distância que varia de cento e vinte à trezentos e sessenta centímetros, a presença de uma pessoa estranha pode ser sentida como incômoda.

A distância pública (Figura 15) é caracterizada por relações entre pessoas que na maioria das vezes não se conhecem, e que se equivale um espaço de 4 a 8m. É, segundo Guiraud (2001, p. 82), aquela que “separa o locutor de um grupo a que se dirige sob a forma de conferência, pregação, discurso de qualquer natureza”, não havendo contato visual individual. Figura 15 – Ilustração da distância pública.

Fonte: www.rbrasilconsultoria.com.br

38


A distância pública varia entre trezentos e sessenta à novecentos centímetros, o que se torna impossível a comunicação interpessoal direta. Com isso, passa-se ser necessário elevar ou amplificar a voz e as para-linguagens gestuais predominam sobre as expressões faciais como forma de comunicação (Soczka, 1996).

Segundo estudos feitos por Hall, o ser humano não só tem uma nítida percepção quanto ao espaço, mas também uma necessidade biológica e real de amplitude. “Em simples conversas ou em negociações profissionais, na arrumação dos móveis ou na distribuição dos utensílios pela casa [...], os espaços que nos rodeiam afetam, enormemente, o desempenho e os sentidos humanos” (HALL, 1977, contracapa do livro).

Verificamos que outros fatores influenciam a comunicação não-verbal além da proxêmica, como o olhar, as expressões faciais, os movimentos, a postura, os gestos, dentre outros. Assim, conclui-se que, de acordo como o homem utiliza seu espaço e o dos outros, pode transmitir diferentes intenções e significados para estabelecer uma relação, seja pela expressão, distribuição espacial de pessoas, objetos ou mobiliários, o que torna-se necessário considerar as normas proxêmicas (FERREIRA, 2000).

Com base em ambientes de escritório, torna-se relevante considerar as distâncias qualificadas pelo estudo da proxêmica, tendo a pratica-las de forma consciente para cada situação, uma vez que seus resultados são altamente positivos, no intuito de promover qualidade de trabalho entre os funcionários e clientes, e assim gerar uma produtividade para o serviço desenvolvido. Pois a distância espacial mantida, seja ela intencional ou não, a forma como se tocam ou se evitam, desvelam as relações intersubjetivas existentes no cotidiano de um ambiente de trabalho.

39


40


4. INFLUÊNCIA SOBRE O AMBIENTE

4.1. A COR

Em um projeto, a cor é um elemento que deve ser levado em consideração, pois atua como estímulo, influenciando o estado de humor, satisfação e motivação dos usuários, sejam estes funcionários ou visitantes. Isso porque, atuam no subconsciente, remetendo a determinadas sensações como conforto, dinamismo e bem estar, influenciando assim, no estado de espírito do indivíduo (GURGEL, 2005).

Determinar uma paleta de cores que tragam influência sobre os usuários, no ambiente de trabalho, pode-se considerar o sucesso de um projeto, uma vez que, de acordo com o tipo de trabalho realizada, transmitem efeitos também no desempenho e percepção das tarefas (1998, STONE, apud FONSECA, 2004).

Segundo Gurgel (2005) as cores são divididas em dois grupos inicialmente, como quentes, onde atuam psicologicamente de forma dinâmica e estimulantes, indicando vitalidade, excitação e movimento, e as cores frias que agem como calmantes, suaves e estáticas, promovendo sensação de frescor, descanso e paz.

De acordo com Pilotto (1980), o uso das cores no ambiente de trabalho é, de fato importante, uma vez que promovem o auxílio eficiente na promoção da saúde, segurança e bem estar dos trabalhadores e usuários, além de gerar efeitos nos espaços, onde, considerando o uso apropriado, torna-se possível efeitos de alteração, como por exemplo, a utilização de cores quentes aproximam e demonstram aumentar os objetos, já as cores frias distanciam-se e reduzem as dimensões aparentes. Se colocarmos dois objetos idênticos, lado a lado, porém um vermelho e o outro azul, o objeto vermelho aparentará estar mais próximo, pois as cores vibrantes e escuras dão a sensação de aproximação, enquanto as claras, promovem sensação de maior amplitude.

Considerando a cor como uma comunicação visual, Farina coloca que, 41


Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. É sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois, tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem que comunica uma ideia (FARINA, 1999, p 27).

Com isso, o estudo das cores e sua aplicação vem se tornando um componente significativo de adaptação do indivíduo ao trabalho, pois promove uma interação entre o homem, a tarefa realizada e o espaço inserido. Tudo porque, a cor melhora e transforma os aspectos funcionais, considerados como físicos, e os aspectos formais, considerados como estéticos (FARINA, 1999).

4.1.1. Esquemas de cores

Gurgel (2005) explica que para escolher um esquema de cores (Figura 16) que se adapte ao projeto, é necessário conhecer as particularidades psicológicas das cores, de como irão influenciar a mente do usuário. Assim, o autor pontua: Tabela 1 – Cor e suas relações

1

2

3

4

O branco está ligado à higiene e à saúde. É a cor da paz, mas pode deprimir, pois está associado a hospitais.

O preto é escuridão e pode deprimir se utilizado em excesso. Para alguns pode significar sofisticação e para outros, tristeza.

O cinza é a mistura de branco e preto e está associado à sabedoria, ao estresse e à fadiga.

O azul, o verde-azulado e o verde, em tons claros, acalmam, relaxam e refrescam, combatendo o estresse. Tons vivos de azul podem transmitir paz. Já o azul-marinho, se utilizado em grandes áreas, pode deprimir e estimular introspecção.

5

O verde está associado à harmonia, à honestidade, à estabilidade e à confiabilidade. Pode estimular o silêncio e a concentração e não favorece discussões. Em locais de trabalho mais dinâmicos, associeo com sua cor complementar, o laranja.

42


6

O violeta ajuda a desenvolver a percepção, mas, em tons fortes, pode deprimir. Deve ser evitado em ambientes onde se realizem atividades que exijam dinamismo. Se utilizado para estimular a intuição, deve ser combinado com sua cor complementar, o amarelo, para estimular o cérebro e consequentemente criar uma atmosfera mais dinâmica. O tom lavanda ajuda na autoestima, além de tranquilizar e refrescar.

7

O vermelho é dramático e vibrante. Pode estressar, irritar ou transmitir sensação de claustrofobia se utilizado em tons fortes e em grandes áreas. Possui a propriedade de atuar no plano racional das pessoas, deixando-as mais diretas e objetivas. Pode estimular demais a agressividade e discussões fervorosas. Aumenta o apetite e acelera as ações, já que estimula fortemente nosso cérebro.

8

9

O magenta é a cor de maior vibração e com maior energia de transformação, induzindo a mudanças.

O amarelo é infantil, alegre e divertido. Estimula a criatividade, a comunicação entre as pessoas, o intelecto e o poder. Matizes puros e vivos devem ser evitados em ambientes muito pequenos, pois podem estimular demais nosso cérebro.

10

O laranja possui a energia do vermelho e a intelectualidade do amarelo. É aconchegante, estimula o otimismo e a socialização e eleva o espírito. O laranja é considerado a cor da criatividade, da alegria e do humor. É antidepressivo, mas deve ser utilizado com cuidado em pessoas que se estressam ou que se agitam facilmente. Ajuda a digestão e acelera o raciocínio.

Fonte: GURGEL, 2005, p.71

A cor também está associada a questões simbólicas e culturais, e é importante conhecer essas características, pois com a globalização, existe a possibilidade do projeto chegar a vários lugares do mundo. Um exemplo básico, é a cor branca significar à nós ocidentais, paz, e aos orientais, morte. Outro aspecto relevante que 43


pode ser trabalhado com as cores, seria usá-lo como elemento sinalizador, em um ambiente de escritório, de forma a orientar uma circulação, ou até mesmo localizar diferentes setores (GURGEL, 2005). Figura 16 – Esquema de cores

Fonte: www.zeroarts.com.br

Portanto, a cor representa uma influência significativa nos ambientes, sendo um fator decisivo para o comportamento e bem estar do homem. E para que, o projeto assegure efeitos favoráveis, é necessário entender as características psicológicas que cada cor representa, assim como, estudar os tipos de tarefas a serem executadas em cada ambiente, e que, com isso, possa proporcionar aos usuários boa visibilidade, segurança, e gere incentivos psicológicos, que estimulem o desempenho.

4.2 ERGONOMIA NO ESPAÇO DE TRABALHO

A ergonomia se destina ao estudo do ambiente físico, se dedica às questões de adaptabilidade e conformidade do espaço, de acordo com às tarefas e atividades nele desenvolvidas, de forma a contribuir positiva ou negativamente o desempenho dos usuários. Para que, se obtenha bons resultados, é necessário a utilização de elementos da antropometria, da psicologia ambiental, da ergonomia cognitiva e da

44


análise ergonômica da trabalho, além de conceitos de conforto térmico, acústico, lumínico e cromático (VILLAROUCO, 2002).

A responsabilidade do arquiteto está baseado em desenhos de ambientes eficazes, no que diz respeito a conforto e segurança, que atendam às necessidades funcionais dos usuários na realização das atividades, porém deve-se compreender também, as necessidades formais e estéticas do usuário, no intuito de promover um ambiente agradável, de prazer e bem-estar (BINS ELY, 2003). Em outras palavras, Ribeiro descreve que, a ergonomia surge então na arquitetura como o meio de conhecer o usuário. A abrangência dos estudos ergonômicos e seu enfoque no usuário fazem deles um dos mais completos para abordar as consequências do espaço sobre o homem, quais constrangimentos os usuários sofrem e quais os custos humanos resultantes destes constrangimentos (RIBEIRO, 2004, p.34).

Para que se tenha um projeto bem sucedido, é necessário considerar dimensões, alturas e os espaços determinados para o desempenho de cada tarefa, além de uma análise em campo, onde se obtém dados relevantes sobre as necessidades físicas, cognitivas e psíquicas dos usuários do local de trabalho e as exigências das atividades desenvolvidas. Assim, Villarouco (2002), expressa que a inclusão destes dados ao projeto, contemplará aspectos voltados a adequabilidade ergonômica. Assim definidos: Tabela 02 – Aspectos para análise do projeto

Aspectos referentes à percepção ambiental, daqueles que irão 1

utilizar efetivamente o espaço projetado. Aspectos de adequabilidade dos revestimentos propostos, bem

2

como da adequabilidade da cor destes revestimentos, em função de tarefas a serem desenvolvidas nos ambientes, e da interferência desses materiais no desempenho físico e cognitivo dos usuários Aspectos cognitivos dos futuros usuários, na medida em que estes,

3

representam papel determinante na relação homem-ambiente e na realização da tarefa envolvida pelo ambiente.

45


Aspectos concernentes à realização do trabalho a ser desenvolvido 4

no ambiente, a fim de permitir dimensionamento adequado, incluindo as

características

dos

postos

de

trabalho

e

as

variáveis

antropométricas interferentes nesse segmento. Aspectos concernentes ao conforto ambiental, tais como, iluminação, 5

cores, ventilação e ruídos Fonte: (apud, FONSECA, 2004, p. 80)

Os móveis podem sofrer alteração em sua dimensão, segundo o modelo, o estilo ou o fabricante. Vale ressaltar que existem normas regulamentadoras que servem de parâmetros para a elaboração de um projeto, proporcionando condições básicas para a realização de determinadas atividades. No Brasil, o Ministério do Trabalho e Previdência Social instituiu a Portaria n. 3.751 em 23/11/90, que estabelece uma Norma que trata da Ergonomia, a NR17. Porém, a elaboração de mobiliário e postos, devem estar diretamente ligadas aos padrões do usuário, pois os indivíduos possuem características físicas variadas, não sendo viável, somente a utilização de valores referentes ao homem médio (GURGEL, 2005).

De acordo com Gurgel (2005), para cada atividade ou tarefa a ser desenvolvida, como abaixar, sentar ou alcançar um arquivo, existe um espaço mínimo recomendado para os movimentos envolvidos na ação, de forma a serem executados sem maiores problemas. Em se tratando de espaços de escritório, é comum a utilização de equipamentos como computador, telefone, impressora, TV, dentre outros, com isso, é necessário também avaliar as dimensões e os tipos de equipamentos, assim como os movimentos e espaços necessários para a utilização. Portanto, o autor pontua alguns requisitos voltados a uma postura adequada, promovendo conforto e consequentemente evitar ou retardar algumas doenças voltadas ao esforço repetitivo, são eles:

46


Tabela 03 – Requisitos para boa postura

A cadeira deve ser regular e permitir que a pessoas se sente 1

confortavelmente e com as costas completamente retas (quadris formando 90º com as pernas) e apoiadas no encosto.

2

A região lombar deve estar apoiada num suporte especial e curvo.

3

Os pés devem estar apoiados no chão ou em apoio apropriado. A altura dos olhos, ou seja, a linha do horizonte, deve estar alinhada

4

com a parte superior da tela do computador ou ligeiramente abaixo dela. É recomendada a distância de aproximadamente 60 cm entre a tela

5 6

e os olhos. O pescoço deve estar reto e pender ligeiramente para a frente. Deixe espaço considerável sob o tampo para que as pernas

7

possam mover-se livremente. Garanta que o cotovelo esteja apoiado no braço da cadeira ou no

8

tampo da mesa, relaxando a musculatura do braço. Fonte: GURGEL, 2005, p.143

Figura 17 – Postura adequada

Fonte: www.up2ucoworking.com.br

47


Assim, podemos concluir que, considera-se de extrema relevância os estudos sobre ergonomia, de acordo às exigências específicas de cada ambiente de trabalho, e as atividades ali desempenhadas, sendo fundamental a análise da realidade de cada usuário.

4.3. CONFORTO AMBIENTAL

Segundo Kowaltowski et al.(2001), o conforto ambiental nada mais é, do que adequar os princípios físicos envolvidos as características da arquitetura e as necessidades do ambiente. Necessidades estas, que se dividem em conforto térmico, lumínico e acústico.

O conforto ambiental em ambientes internos, que envolve iluminação, acústica e temperatura, pode garantir à uma edificação, qualidade. O que pode ser percebido como exigências básicas do ser humano, pois quanto maior for o esforço de adaptação do indivíduo, maior será a sensação de desconforto (VIANNA E GONÇALVES, 2001).

Segundo Faggionato (2007) cada pessoa percebe, reage e responde diferentemente frente às ações sobre o meio. As respostas ou manifestações, são resultados, de acordo com os processos cognitivos, julgamentos e expectativas. Desse modo, cada pessoa terá uma percepção diferente do conforto ambiental. Contudo, há parâmetros mínimos a serem respeitados, e que serão apresentados a seguir.

4.3.1. Conforto térmico

O calor produzido no corpo é determinado pelo nível de atividade da pessoa, sendo também variável com a idade e o sexo. Este calor é trocado com o ambiente exterior por condução, convecção, radiação e evaporação. No Brasil, o território possui uma grande variabilidade térmica (FROTA, SCHIFFER, 2012). 48


Conforto Térmico define-se como o estado mental que propaga a satisfação do homem com o ambiente térmico que o rodeia. O desconforto pode ser caracterizado pelo calor ou pelo frio, quando o equilíbrio térmico não é estabilizado, ou seja, quando há diferenças entre o calor produzido pelo corpo e o calor perdido para o ambiente (LAMBERTS et al., 2005, p. 05).

Sentir calor não causa simplesmente desconforto, mas também danos à saúde, dependendo do grau de intensidade e tempo de permanência nessas condições, podem ocorrer alguns transtornos como: confusão mental, delírio, perda da consciência, convulsão, entre outros. O corpo humano deve ser mantido em um estado térmico adequado e esta situação se agrava ainda mais se o clima estiver seco. Portanto, os ambientes de trabalho são assegurados pela lei 6.514, de 22/12/1977, a utilizarem refrigeração artificial, sempre que não houver ventilação natural compatível com o serviço realizado, justamente para evitar condições adversas que podem ser nocivas à segurança e ao organismo (HOWELL & STRAMLER, apud XAVIER 1999).

De acordo com Leucz (2001), conforme o indivíduo se movimenta para desempenhar suas tarefas, o ambiente sofre variação na temperatura. A influência é menor nas tarefas consideradas mais intelectuais. De qualquer forma, o indivíduo, pode ter uma perda significativa de atenção quando submetido a temperaturas acima do Conforto Térmico, o que gera prejuízo à saúde do homem, pela perda de água e sal, como o desequilíbrio hemodinâmico, distúrbios no sistema circulatório, convulsões e até cãibras. Pode-se também, aumentar a probabilidade de acidentes, uma vez que certos tipos de tarefas, exigem um grau maior de atenção, o que consequentemente afetam a produtividade.

4.3.2. Conforto acústico

O estudo sobre Conforto Acústico vem aumentando nos últimos anos, uma vez que, suas interferências vem causando danos à saúde dos seres humanos, através do ruído e da poluição sonora, isso ocorre não só no físico, mas como também no 49


psicológico. Nos ambientes de escritório devemos observar os ruídos internos e externos, ou seja, tudo que estabelecem um conjunto de condições acústicas que envolvem o ambiente, como a localização do sítio, à orientação do volume arquitetônico, à organização espacial da edificação, aos materiais de acabamento dos ambientes e suas organizações espaciais (SANTOS, 1999). Segundo Bistafa “o som é a sensação produzida no sistema auditivo; e o ruído é um som sem harmonia, em geral de conotação negativa” (BISTAFA, 2006. p.5). Assim, a partir da conceituação de som e ruído, além das questões inerentes à percepção ambiental, pode-se pensar a respeito de como tais fatores influenciam a interação entre usuário e ambiente, e como devem ser ressaltados na atuação do projeto pelo arquiteto. De acordo com Fregonesi e Lopes, Tecnicamente, o ruído é um tipo de energia secundária proveniente de processos ou atividades, e que se propaga no ambiente em forma de ondas, desde o foco produtor até o receptor a uma velocidade determinada e diminuindo sua intensidade com a distância e o meio físico (FREGONESI E LOPES, 2006, p. 03).

Se considera como poluição sonora quando ocorre um intenso ruído, além de ser ininterrupto, constante e frequente; aos quais a audição humana nunca se acostumará. Esse ruído intenso e ininterrupto causa tensão nervosa, o que promove a redução das resistências físicas do homem, e consequentemente inibindo a concentração mental. Pode-se citar como causas físicas do ser humano, motivado pelos ruídos, a perda da audição e, dentre os efeitos psicológicos, a irritabilidade exagerada (FREGONESI E LOPES, 2006).

Souza et al. (2009) considera necessário a especificação de materiais para espaços de escritório, pois em sua maioria, essas superfícies são lisas e pouco absorventes, o que consequentemente, promove a reflexão do som. Um excessivo número de reflexões atribui ao ambiente um elevado tempo de reverberação. Contudo, medidas podem ser pensadas de forma a minimizar esses efeitos, que são motivados pela superfície dos materiais, como tetos paginados com reentrâncias ou inclinações, ou cortinas removíveis com texturas que absorvam as ondas sonoras. 50


Carvalho (2010) divide os ambientes de escritório em: convencionais, abertos ou mistos, e para esses casos existe uma solução. Os convencionais, por apresentarem uma pequena taxa de ocupação, são mais simples de resolver, como por exemplo, promover o isolamento acústico de ruídos que são produzidos internos ou externamente ao espaço, além de corrigir o tempo de reverberação do ambiente, originando assim a atenuação dos ruídos. Já para ambientes abertos, conhecidos como landscape offices, as soluções exigem maior complexidade, uma vez que, segundo o autor, deve-se observar: Tabela 04 – Aspectos a serem observados em ambientes abertos

A convivência de pessoas de comportamentos distintos, geradoras de 1

maior ou menor intensidade de ruído e/ou sons até mesmo pela fala. A questão da necessidade ou não de privacidade visual, podendo-se

2

descartar de partida as divisórias envidraçadas. A questão de funcionamento simultâneo de equipamentos geradores de

3

ruídos (computadores, telefones, etc.). A questão do trânsito mais substancial de pessoas pelas circulações

4

comuns, provocando o ruído de impacto sobre os pisos elevados. A questão crucial de ventilação via condicionamento de ar, uma vez que

5

boa parte das pessoas não conseguem ou não podem conviver com esse tipo de ventilação. Fonte: CARVALHO, 2010, p. 130

Contudo, para se ter um projeto acústico eficiente, é necessário analisar o ambiente, assim como as tarefas nele executadas, de forma a perceber quais os tipos de tratamento acústico, necessários a serem aplicados. Dimensionando o ambiente adequadamente, conciliando o volume interno, com a tecnologia e matérias, afim de conferir o tempo de reverberação e consequentemente as correções (CARVALHO, 2010).

51


4.3.3. Conforto lumínico

A maior parte das atividades produtivas são serviços visuais que necessitam de quantidade e qualidade de iluminação. Por ser uma variável do conforto ambiental, seu estudo é bastante importante na concepção de um projeto arquitetônico. Sua solução é considerada mais fácil, comparado ao conforto acústico e térmico, desde que, sejam analisados e pensados no início do projeto. Dessa forma, a iluminação artificial cumpre um papel de solucionar o déficit de iluminação natural, que às vezes são causados pela má orientação da edificação. (VIANNA E GONÇALVES, 2001).

Souza (2003) descreve alguns pontos fundamentais na elaboração de um projeto de iluminação, mencionando a importância das questões perceptivas. Sendo a iluminação parte de um projeto global, deve-se harmonizar com o mesmo. Ela define, em muitos casos, as características de um ambiente: se ele é alegre ou circunspecto, frio ou quente, comercial ou íntimo. Deverá também acentuar suas qualidades, valorizando-as ao máximo. Em suma, ao se projetar a iluminação de um ambiente, não se deve levar em conta unicamente os aspectos quantitativos, mas também os qualitativos, de modo a criar uma iluminação que responda a todos os quesitos que o usuário exige do espaço iluminado. (SOUZA 2003, pág. 29).

De acordo com Barros et al. “as sensações de conforto dos usuários no ambiente construído são mais do que reações fisiológicas visto que desempenham também papel cultural, simbólico e sensorial” (BARROS et al., 2005, pág. 03). Para Hall (1977) a percepção do espaço pelo ser humano corresponde basicamente sobre o sentido da visão. Desta forma, a iluminação contribui para a desempenho deste sentido e, consequentemente, para o sucesso da percepção do mundo que nos cerca. Ainda segundo o autor, “as sensações de conforto traduzidas pelas reações fisiológicas do corpo humano associam-se às sensações de conforto psicológico, que se traduzem em reações de apego ou de desprezo ao lugar” (BARROS et al., 2005, pág. 136). Pensando nisso, as pesquisas sobre conforto, baseadas em ambiente construído, devem procurar meios, para que as tarefas desempenhadas no espaço de trabalho sejam realizadas com um grau razoável de eficiência, e 52


sobretudo em níveis aceitáveis de conforto, de forma que o recinto iluminado seja percebido e decodificado, sendo fator de fácil identificação e apropriação do usuário, pois ambientes escuros ou mal iluminados, são “frios” e depressivos, o que não auxiliam na orientação e segurança dos mesmos.

Lamberts (1997) conclui que, o conforto visual está relacionado a um conjunto de situações, que acontece num determinado ambiente, no qual o ser humano desenvolve tarefas, que necessitam de iluminação, onde promova o máximo de acuidade e precisão, com o menor esforço, menor risco de acidentes e prejuízos à vista, de forma a prover um espaço que facilite o bom desempenho e produtividade do indivíduo.

4.4. MATERIAIS De acordo com Gurgel, Cada material apresenta diferentes características e propriedades que permitem inúmeras combinações e, consequentemente, diferentes resultados compositivos. A escolha personaliza o projeto e deve conter materiais com característica compatíveis com as necessidades de cada ambiente (GURGEL, 2005, p. 81).

Dessa forma, o autor, diferencia os materiais segundo suas características, sendo estas: funcionais, estéticas, econômicas e visuais.

4.4.1. Especificações dos materiais 4.4.1.1. Características funcionais Se

tratando

de

funcionalidade,

os

materiais

podem

apresentar

algumas

propriedades como durabilidade, resistência, manutenção, aspectos térmicos, acústicos e antiderrapantes. Num projeto, é fundamental considerar e avaliar essas características dos materiais, que serão empregados no ambiente, associando diretamente com o tipo de serviço a ser executado, proporcionando assim, um 53


desempenho satisfatório à função que se designa. Pode-se citar como exemplo, uma

superfície,

quanto

mais

porosa,

mais

fácil

de

acumular

poeira,

consequentemente, mais difícil será a manutenção (GURGEL, 2005).

4.4.1.2. Características estéticas Para as características estéticas analisa-se a forma, função, cores, texturas, padrões e acabamento, ou seja, pensa-se na atmosfera que irá compor o espaço, além do simbolismo, que gera diversas interpretações e estímulos. Em um ambiente de escritório, por exemplo, pode-se usar materiais “sólidos” para passar a imagem de solidez. O autor ainda relaciona alguns materiais de acordo com sua aparência: Basicamente, podemos dizer que os materiais podem ser de aparência dura ou macia. Consideramos duros materiais como ferro, tijolo, mármore, azulejos e cerâmicas, vidro, vinil, aço, cromo, bambu, madeira, concreto, etc. Já materiais como algodão, seda, veludo, couro, sisal, lã, tapetes orientais, pinturas acetinadas (satinées), etc. são ditos macios ou confortáveis. A combinação de diferentes materiais com características opostas pode ajudar a equilibrar e harmonizar um ambiente (GURGEL, 2005, p. 82).

4.4.1.3. Características econômicas Quando se inicia um projeto, é necessário avaliar características econômicas dos diversos materiais, a fim de manter o orçamento até o final, pois dois materiais podem ter as mesmas características funcionais e estéticas, e a característica econômica ser decisiva numa determinada escolha, o que pode acarretar ou não, no sucesso do projeto (GURGEL,2005).

4.4.1.4. Características visuais No que diz respeito a características visuais Gurgel (2005) aponta três características: a opacidade, a transparência e a translucidez. Explica-se que os materiais opacos são aqueles que não transmitem luz. Os transparentes são os que

54


deixam passar luz e visão através deles; e os translúcidos são os que permitem a passagem da luz, porém sem visibilidade.

4.5. CONCLUSÃO DO CAPÍTULO

De acordo com os critérios expostos, a cor, a ergonomia, o conforto ambiental e os materiais podem gerar uma influência significativa sobre o trabalho a ser executado pelo homem. Tais aspectos influenciam na mente e emoções. O projeto deve ser elaborado de acordo com os tipos de tarefas desempenhadas, considerando sempre estes elementos mencionados e suas respectivas influências sobre o trabalho. O objetivo é estuda-los e utiliza-los para promover visibilidade, segurança, incentivos psicológicos e estimulo ao desempenho. Esses itens devem ser pensando em conjunto, uma vez que, um interfere nas características do outro.

Pode-se citar, como exemplo, as interferências causadas entre a cor e a luz, pois dependendo da quantidade, o tipo e a qualidade da luz, está venha alterar completamente o tom da cor escolhida. Assim também, como nas texturas dos materiais, que interferem na quantidade de luz refletida e na consequente claridade dentro do ambiente, determinando a porcentagem absorvida.

Da mesma forma, a ergonomia ambiental, por evidenciar uma preocupação com as questões envolvidas na adequação e uso dos espaços construídos de ambientes de trabalho. Ao enfocar a adequação dos espaços ao desenvolvimento das tarefas, a ergonomia implementa estudos com o objetivo de adaptar as condições ambientais dos espaços, às características psico-fisiológicas do ser humano. Ela envolve o estudo das cores, materiais, etc. Assim, percebemos que o estudo dos aspectos que compõe a qualidade do ambiente de trabalho são de suma importância para se desenvolver um projeto de qualidade. Sempre pensando no ser humano e naquilo que afeta o ambiente em que vive e trabalha.

55


56


5. ESTUDOS DE CASO

5.1. WALMART, SÃO PAULO A empresa Walmart é uma multinacional americana de lojas de departamentos, fundada em 1962 por Sam Walton. A sede se localiza em Bentoville, uma pequena cidade de Arkansas. Hoje a empresa possui 11.000 lojas, distribuídas por 27 países, totalizando 2,2 milhões de funcionários. Foi considerada em 2010 a maior multinacional e maior rede de varejo do planeta. A companhia se apresenta por diversas bandeiras, dentre elas Sam’s Club. No Brasil, a empresa (Figura 18) se instalou primeiramente na cidade de São Caetano do Sul / SP, no ano de 1995, completando assim 20 anos em 2015 (BRASIL, acesso 21 abr. 2016). Figura 18 – Primeiro empresa Walmart no Brasil, 1995.

Fonte: www.walmartbrasil.com.br

5.1.1. O projeto

O estudo de caso compreende a instalação do escritório Walmart.com em São Paulo capital, no ano de 2013. O escritório totaliza uma área de 6.400m², distribuídos em 5 pavimentos com pouco mais de mil metros quadrados cada, para a execução de trabalho de 600 funcionários (REQUENA, acesso 21 abr. 2016). 57


O projeto foi desenvolvido pelo escritório de arquitetura Estúdio Guto Requena e teve por metodologia de pesquisa entrevistas e dinâmicas presenciais e online, com todos os funcionários da empresa, o que destacou-se valores, necessidades e expectativas. Assim, chegou-se a três eixos principais que formularam o briefing do projeto: cultura digital, marca Walmart.com e brasilidade. Esses eixos, serviram também, para a escolha de elementos fundamentais como cores, materiais, formas, programas e conceito (ARCHDAILY, acesso 21 abr. 2016).

5.1.2. Conceito

Uma importante característica que se destacou no projeto, foi o amplo terraço (Figura 19), ao qual criou-se o conceito de Varanda Urbana, adequando aos ambientes o estilo “casa de vó”, fazendo referência ao hábito brasileiro, de utilizar áreas externas ao ar livre, de convívio social e relaxamento (ARCHDAILY acesso 21 abr. 2016). Figura 19 – Quinto Pavimento - Terraço

Fonte: www.archtendencias.com.br

Alguns desafios foram impostos ao desenvolvimento do projeto, um deles foi trazer uma dimensão humana ao ambiente de trabalho, explorando um espaço corporativo mais agradável e informal, sem deixar de passar a imagem profissional da empresa. Outro desafio foi o orçamento enxuto e o curto prazo par a execução (REQUENA, acesso 21 abr. 2016). 58


Por se tratar de uma grande área, pensou-se em uma identidade visual diferente para cada andar (Figura 20), de forma que pudesse auxiliar e nortear visitantes e funcionários. Pensou-se na aplicação de cores em tons diferentes, escolhidos a partir do código de cores oficiais do Walmart (amarelo, verde, azul e laranja), juntamente com a combinação de variados tipos de madeiras, além da utilização de matérias como vidro, concreto aparente e instalações elétricas a mostra no teto. Foi criado casulos no centro de cada andar, com design desenvolvido de forma orgânica, entre pilares, rompendo a rigidez ortogonal do espaço (ARQUITETURA, acesso 21 abr. 2016). Figura 20 – Particularidade de cada andar 6° Pavto.

7° Pavto.

8° Pavto.

9° Pavto.

Fonte: www.archtendencias.com.br

O projeto buscou atender os departamentos específicos da empresa como comercial, vendas, recursos humanos ou financeiro, distribuídos pelos cinco pavimentos. Entretanto, também abriga lounges e ambientes de descompressão, como sala de jogos, cinema e vídeo game e biblioteca, tendo o objetivo de estimular a troca de ideias e convívio entre os funcionários de departamentos diferentes (ARCHTENDENCIAS, acesso 21 abr. 2016). 59


5.1.3. Iluminação

Para o melhor aproveitamento da luz natural, as estações de trabalho foram localizadas próximas as janelas (Figura 21), priorizando assim, a iluminação com uso econômico. Nos ambientes fechados como lounges e áreas de descompressão utilizou-se iluminação indireta de tom amarelo e luminárias decorativas (REQUENA, acesso 21 abr. 2016). Figura 21 – Estações de trabalho próximas as janelas 6° Pavto.

Fonte: www.archtendencias.com.br

Figura 22 – Luminárias decorativas

Fonte: www.archtendencias.com.br

60


5.1.4. Mobiliário e decoração

O mobiliário contou com peças assinadas por designer consagrados brasileiros, além de priorizar o uso dos móveis corporativos e dos lounges de fabricação nacional. Utilizou-se de peças com desenho popular que fazem parte do imaginário brasileiro, como por exemplo, poltronas de balanço e cadeiras de praia. Para a decoração, os objetos escolhidos foram imagens de fotógrafos brasileiros contemporâneos, mapas, ilustrações e artesanato popular brasileiro, além de skates e bicicletas que remetem ao estilo de vida dos jovens funcionários. Para promover aconchego ao espaço, foi proposto ao longo dos andares o uso de vegetação natural colaborando na construção da identidade do escritório (ARCHDAILY, acesso 21 abr. 2016). Figura 23 – Mobiliário nacional

Fonte: www.archdaily.com.br

5.1.5. Pavimentos

O empreendimento conta com cinco pavimentos, sendo todos com ambientes de escritório, serviço e lazer, apenas o sexto que compreende o terraço, mencionado acima como conceito norteador do projeto, a Varanda Urbana. O acesso a estes pavimentos são feitos por elevadores e escada de emergência. Os ambientes são divididos de forma que cada andar tenha espaços para trabalho e descanso. Contudo será exposto abaixo dois pavimentos para melhor entendimento dos 61


espaços e ideias propostas pelo arquiteto, o sétimo e o oitavo andar (ARCHTENDENCIAS, acesso 21 abr. 2016).

O sétimo andar corresponde a cor verde, com elementos em madeira OSB. Todos os andares possuem salas de reunião, totalizando 28, localizam-se sempre ao entro, possuem diversos tamanhos e nomes diferenciados, a deste pavimento chama-se “Cataratas do Iguaçu” (ARCHDAILY, acesso 21 abr. 2016).

Figura 24 – Planta baixa do Sétimo Pavimento

Serviços Área de trabalho aberto Lounges Casulo

Fonte: www.archdaily.com.br

62


Figura 25 – Ilustração dos setores no sétimo pavimento

Fonte: www.archdaily.com.br

63


O oitavo pavimento compreende por utilizar a cor azul, e elementos em madeira Masisa Zurich. Diferente do sétimo andar apresentando acima, este pavimento conta também com ambientes de trabalho fechado (ARCHDAILY, acesso 21 abr. 2016). Figura 26 – Planta baixa do Oitavo Pavimento

www.archdaily.com.br

Serviços Área de trabalho fechado Área de trabalho aberto Casulo

64


Figura 27 - Ilustração dos setores no oitavo pavimento

Fonte: www.archdaily.com.br

65


5.2. GOOGLE, TEL AVIV

A empresa Google nasceu em janeiro de 1996, como um projeto de pesquisa por dois estudantes de doutorado, Larry Page e Sergey Brin, começando assim suas instalações em um dormitório na faculdade, passando por garagem de uma casa, até chegar em 2004 na sede em Mountain View na Califórnia. Hoje a companhia possui mais de 70 escritórios em mais de 40 países ao redor do mundo.

Os escritórios possuem projetos totalmente diferentes, entretanto, são encontrados características em comum, como: murais e decorações que expressem a personalidade local; googlers compartilhando cubículos, cabanas e huddles; videogames, mesas de sinuca e pianos; cafés e cozinhas pequenas abastecidas com alimentos saudáveis; e quadros brancos para as ideias inesperadas.

Todos os escritórios do Google buscam o compartilhamento de ideias, onde o diferencial é o espaço de trabalho de forma dinâmica, que permita a interação entre profissionais. Com isso, escolheu-se para o estudo de caso o escritório Google Tel Aviv, em Israel, para melhor exemplificar a temática (GOOGLE, acesso 28 abr. 2016).

5.2.1. O projeto

A empresa Google é apresentada em vários sites de arquitetura como referência no conceito de espaços de trabalho, pois busca a produtividade dos seus funcionários através de ambientes atraentes e descontraídos, o que consequentemente permite que os mesmos trabalhem de forma entusiasmada, aumentando assim, o seu desempenho (EVOLUTION, acesso 28 abr. 2016).

O projeto do Google Tel Aviv, foi elaborado pelo escritório suíço Camenzind Evolution, em colaboração com os israelitas Setter Architects e Studio Yaron Tal, compreende uma área de 8.000m², distribuídos em 8 pavimentos, e sua inauguração se deu no ano de 2012. A localização do edifício permite que seus espaços internos 66


tenham uma impressionante vista para toda a cidade e o oceano (Imagem 28 e 29) (ARCHDAILY, acesso 28 abr. 2016). Figura 28 – Ambiente com vista para a cidade

Figura 29 – Ambiente com vista para a cidade e ao fundo o oceano

Fonte: www.officesnapshots.com

Assim como conceito da empresa Google, o projeto teve como meta principal estimular a criatividade e produtividade do time de engenheiros, vendas e marketing, através de ambientes minuciosamente pensados (EVOLUTION, acesso 28 abr. 2016).

5.2.2. Ambientes

Para promover privacidade e concentração, o layout dos ambientes tradicionais de escritório (Figura 30) foram claramente separados dos espaços que necessitam de um alto nível de comunicação entre funcionários, ou seja, áreas que são projetadas para serem propícias ao brainstorming ou criação (Figura 31). Os espaços de convivência foram pensados com objetivo de gerar descontração e relaxamento, o que destina a origem de boas ideias. Além disso, cada andar possui características diferentes da identidade local, ilustrando a diversidade do país, o que contou com a participação dos Googler’s em cada tema, auxiliando na interpretação das ideias escolhidas. As áreas comuns foram associadas a ambientes de lazer, contudo, os espaços correspondem também as necessidades das funções e os tipos de tarefas 67


a serem realizadas, combinando elementos rústicos e modernos (EVOLUTION, acesso 28 abr. 2016). Figura 30 – Espaços tradicionais de escritório

Figura 31 – Espaços para criação e descontração

Fonte: www.archdaily.com.br

Os ambientes são agradáveis, remetem tranquilidade e lembranças históricas, apresentando variedade de paisagens criativas e de temas originais, como: cultura e patrimônio, amigos e família, alegria e otimismo, energia e vitalidade, inovação e hospitalidade, sonhos e desejos, humor e diversão. Estes espaços incluem uma decoração como por exemplo a varanda com laranjeiras artificiais, corredores que foram associados as estreitas ruas da cidade histórica (Figura 32), uma sala que simula uma praia, um espaço que remete o deserto e um mural com imagem de montanhas. Utilizou-se também a paisagem urbana o que ilustra a diversidade de Israel como país e nação (ARCHDAILY, acesso 28 abr. 2016). Figura 32 – Corredores com associação a ruas da cidade histórica

Fonte: www.archdaily.com.br

68


Os espaços internos da edificação possuem ligações entre si, como por exemplo a utilização de um tobogã (Imagem 33) como sistema diferenciado e divertido. Entretanto, cada ambiente cumpre sua função e supre as necessidades dos usuários. Os acessos principais são por elevadores e escada. Cada pavimentos possui espaços que são divididos por áreas de trabalho formal e informal, espaços que permitem encontro de equipes, sejam estes grupos de reunião ou conferência e espaços de lazer (ARCHDAILY, acesso 28 abr. 2016). Figura 33 – Ligação de ambientes por tobogã

Fonte: www.archdaily.com.br

5.2.3. Materiais

Os aspectos construtivos do projeto são compostos a partir de uma variedade de madeiras e elementos de ferro, aço e tapetes texturizados, além de um conjunto eclético de adereços (EVOLUTION, acesso 28 abr. 2016).

As instalações de sistemas de energia e refrigeração foram projetados no teto de forma aparente

(Figura 34), fazendo parte da composição do ambiente

(EVOLUTION, acesso 28 abr. 2016).

69


Figura 34 – Instalações aparentes

Fonte: /www.archdaily.com.br

Foram utilizados mobiliários suspenso, poltronas ovais que dialogam com papeis de parede de diversificados temas, azulejos decorados e escorregadores (EVOLUTION, acesso 28 abr. 2016).

5.2.4. Pavimentos

A empresa está dividida em oito pavimentos dos quarenta e cinco andares que o edifício possui, sendo sete realmente para a Google, divididos por recepção, áreas de trabalho, auditório, sala de reunião e restaurante. O pavimento restante foi desenvolvido pela Google para os empresários e desenvolvedores, uma espécie de hub, fornecendo a essas novas empresas uma base, um start-up (ARCHDAILY, acesso 28 abr. 2016).

Será

exposto

adiante

apenas

dois

pavimentos,

de

forma

a

apresentar

detalhadamente o espaço e a ideia do projeto.

O vigésimo nono andar representa como tema a inovação e hospitalidade, se encontra ambientes distintos de trabalho. Na parte central do pavimento ficam a circulação e serviço, que dão acesso aos demais ambientes que circundam, como recepção, restaurante, área de trabalho, área de conferência e reunião. Os eixos cruzam o projeto no sentido transversal e longitudinal, definindo quadrantes de trabalho (ARCHDAILY, acesso 28 abr. 2016). 70


Figura 35 – Planta baixa do vigésimo nono pavimento 1 – Serviço 2 – Recepção/Estar 3 – Área de trabalho 4 – Reunião/Auditório 5 – Convívio/Estar

Sem escala gráfica Fonte: www.archdaily.com.br

Figura 36 – Ilustração dos ambientes do vigésimo nono pavimento

Fonte: www.archdaily.com.br

71


O trigésimo terceiro pavimento compreende o tema cultura e herança, sua parte central ficam a circulação e serviços, que concentram banheiros, vestiários, depósito, elevador e escada. A área central dá acesso aos demais ambientes como, sala de reunião formal e informal, área de trabalho, biblioteca e micro cozinha (ARCHDAILY, acesso 28 abr. 2016).

Figura 37 – Planta baixa do trigésimo terceiro pavimento

1 – Serviço 2 – Área de trabalho 3 – Comunicação formal e informal 4 – Biblioteca e micro cozinha

Sem escala gráfica Fonte: www.archdaily.com.br

72


Figura 38 – Ilustração dos ambientes do trigésimo terceiro pavimento

Fonte: www.archdaily.com.br

5.3. MASISA, SÃO PAULO

A Masisa é uma empresa chilena e chegou ao Brasil em 1995 como FibroPlus Masisa. A inauguração do escritório comercial foi em 1996, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Se desenvolveu no país abrindo novos escritórios e indústrias, participando de várias amostras como Casa Cor, e fechando parcerias com arquitetos de renomes como os irmãos Campana e Marcelo Rosenbaum, para a criação de novas linhas de produtos (MASISA, acesso em 01 mai. 2016).

O showroom/escritório da Masisa, localizado em São Paulo, foi escolhido como estudo de caso, por se tratar de uma empresa que está diretamente ligada a projetos de arquitetura e interiores. 73


5.3.1. O projeto

O projeto da sede Masisa Brasil, em São Paulo, diferente dos outros estudos de caso mencionados neste trabalho, constitui-se de apenas um pavimento, com 300 metros quadrados. Elaborado pelo Estúdio Guto Requena, em 2013, e o projeto se deu por meio de análises da empresa e de entrevistas com usuários, criando a partir disso, uma identidade de interiores para o local (ARQUITETURA, acesso em 01 mai. 2016).

Para a criação dessa identidade, o arquiteto, utilizou tons neutros marcados pelo uso pontuado do verde, que faz parte da marca e que consequentemente significa a importância da natureza para a Masisa. Além dos pendentes, que provocaram um dinamismo gráfico, sendo aplicados em forma de ziguezague (Figura 39). E por fim, a versatilidade dos painéis de madeira, uma vez que a empresa é líder na fabricação de painéis de MDF e MPD, priorizando assim a sustentabilidade e a flexibilidade do espaço, bem como o uso de mobiliário tipicamente brasileiro (ARQBACANA, acesso em 01 mai. 2016). Figura 39 – Luminárias em ziguezague

Fonte: www.gutorequena.com.br

74


5.3.2. Iluminação

O projeto luminotécnico foi elaborado no sentido de reforçar a identidade de interiores, como foi mencionado acima, com arranjo dinâmico nas formas das luminárias presentes nas áreas operacionais, e equipamentos utilitários suspensos no teto (REQUENA, acesso em 01 mai. 2016).

Na área da recepção (Figura 40), buscou-se criar um ambiente que remetesse a uma sala de estar residencial, provocando sensações como acolhedor e aconchegante, com isso aplicou-se uma iluminação indireta e difusa. Assim, foi desenhado uma luminária de neon, surpreendente para a entrada do escritório, de maneira a amenizar a sobriedade corporativa (ARQBACANA, acesso em 01 mai. 2016). Figura 40 – Recepção

Fonte: www.gutorequena.com.br

5.3.3. Materiais

Para o teto criou-se um padrão de placas em tons suaves, que são distribuídas em diagonal, permitindo a integração de todas as áreas de trabalho. Mantendo essa mesma padronização fez-se as placas do carpete, em tonalidade cinza, formando um espelho (Figura 43) (ARQBACANA, acesso em 01 mai. 2016). 75


Figura 41 – Planta do forro

Fonte: www.arqbacana.com.br

Figura 42 – Planta do piso

Fonte: www.arqbacana.com.br

76


Figura 43 – Padronização teto x carpete

Fonte: www.spestudio.com.br

Na recepção foi projetado um muro com todas as placas de laminado de madeira, formando uma tela de pixels destacáveis, o que permite a personalização e ao mesmo tempo funciona como vitrine e mostruário para que arquitetos examinem e familiarizem com os produtos Masisa (Figura 44). Este painel foi o grande protagonista do design, uma verdadeira obra de arte. Além disso, foi aplicado nesta mesma parede de entrada da recepção o logotipo da empresa, de forma a receber os visitantes (ARQBACANA, acesso em 01 mai. 2016).

Figura 44 – Painel com logo

Fonte: www.gutorequena.com.br

77


Para trazer um elemento natural e de caráter brasileiro, o arquiteto pensou em um grande cinturão verde, com mudas de espada de São Jorge, que atravessam todos ambientes. Isso faz com que os escritórios de hoje não precisem ser lembrados e projetados a parecerem burocráticos, frios ou desprovido de emoção (REQUENA, acesso em 01 mai. 2016).

Os painéis de madeira Masisa foram utilizados em todos os ambiente do escritório numa cartela de cores claras, como no teto, móveis, banheiros e copas, no intuito de mostrar a versatilidade de usos deste produto. Isso permitiu representar os valores da Masisa, além de um grande showroom dentro de uma ambiente de escritório contemporâneo (REQUENA, acesso em 01 mai. 2016).

De forma simples o arquiteto proporcionou ao ambiente, amplitude. Colocando a cor da última placa do forro repetida abaixo da janela (Figura 45), deixando assim, o local harmônico (ARQBACANA, acesso em 01 mai. 2016). Figura 45 – Representação das placas

Fonte: www.gutorequena.com.br

As escolhas dos matérias foram pensadas de maneira a reduzir o impacto ambiental, utilizando assim, produtos nacionais, com certificações e mão de obra local (ESTUDIO, acesso em 01 mai. 2016).

78


5.3.4. Mobiliário e decoração

A escolha do mobiliário buscou exemplificar a brasilidade, incluindo móveis de designers brasileiros como Fernando e Humberto Campana, Sérgio Rodrigues, Paulo Biacchi, Marcelo Rosenbaum e Jader Almeida (ESTUDIO, acesso em 01 mai. 2016).

Nas áreas de trabalho pensou-se em espaços flexíveis, utilizando divisórias móveis e mobiliário com rodízio, onde permita diferentes configurações conforme a necessidade dos usuários (REQUENA, acesso em 01 mai. 2016).

Cada sala da diretoria possui um mobiliário de acordo com o perfil de cada diretor, usando madeirados em tons claros de forma a humanizar o ambiente, promovendo leveza aos espaços e um clima acolhedor (ARQBACANA, acesso em 01 mai. 2016). Figura 46 – Salas da diretoria

Fonte: www.arqbacana.com.br

5.3.5. Pavimento

Este projeto compreende apenas um andar e conforme imagem abaixo possui espaços de serviço, reunião, trabalho em grupo e individual. O acesso se dá por elevadores e o eixo de acesso principal aos ambientes está disposto de forma longitudinal. 79


Figura 47 – Planta baixa

Entrada Recepção/Estar Serviço Trab. em grupo Trab. Individual Sala de reunião

Fonte: www.arqbacana.com.br

80


81


6. PROPOSTA PROJETUAL

6.1. SOLUÇÕES CLARO TV

A Soluções Claro TV, é uma empresa que está no mercado atuando com vendas, instalação e manutenção de canais de TV; e vendas de aparelhos celulares para plano empresa. Atualmente possui dezenove pessoas trabalhando dentro do escritório e oito pessoas trabalhando nas ruas, como vendedores externos e instaladores, totalizando vinte e sete funcionários.

Está localizada na Avenida João dos Santos Filho, em Vitória/ES, e ocupa o primeiro pavimento do Ed. Mister.

Figura 48 – Localização

Ed. Mister

Fonte: Google Maps – Adaptado pela autora

82


6.1.1. O Projeto

O projeto consiste na instalação de uma loja/escritório, no mesmo edifício onde se encontra a empresa. Essa mudança ocorreu por dois motivos: necessidade de ter um local apropriado para receber os clientes - loja, e ter um espaço maior para acomodar todos os funcionários. A área do projeto abrange cerca de 375m², divididos em dois pavimentos – térreo e sobreloja.

A metodologia de pesquisa aplicada consistiu em uma análise da empresa, no que diz respeito a visita do espaço físico, levantamento fotográfico, arquitetônico e avaliação do perfil dos funcionários. Foi feito uma entrevista e distribuído questionários, no intuito de compreender melhor a realidade diária, necessidades e desejos dos usuários. Figura 49 – Ambientes atuais Sala do chefe

Contabilidade

Sala mista *

Refeitório

Fonte: Acervo pessoal, 2016

___________________________________________________________________ * Sala mista corresponde ao trabalho do telemarketing, torre de instalação e cobrança.

83


Essa metodologia permitiu estabelecer como eixo para a formulação do projeto: a presença da marca Claro, ambientes aconchegantes e menos formais, e orçamento curto. A partir disto, agregou-se a vertente realizada nesta pesquisa, a inserção dos elementos arquitetônicos que influenciam na produtividade dos usuários, como: proxêmia, cor, ergonomia, conforto ambiental e materiais.

6.1.2. Conceito

O conceito do projeto parte de uma importante característica que destacou-se nos questionários, a busca por um ambiente de trabalho dinâmico e alegre que pudesse permitir o trabalho tanto individual, quanto em grupo, e que além disso, pudesse ter a presença de ambientes de interação e descanso.

Escolheu-se o estilo industrial para a reforma do ambiente corporativo. Essa leitura do estilo aparece nos objetos de decoração, luminárias e revestimentos como paredes de tijolinho, concreto aparente e elementos brutos. A escolha das cores, texturas, mobiliários, iluminação, dentre outros, permitiu, a elaboração de um espaço de trabalho agradável e informal, atraente e descontraído, promovendo a produtividade espontânea dos funcionários.

Figura 50 – Sala dos chefes

Figura 51 – Sala de cobrança

Fonte: Acervo pessoal, 2016

84


6.1.3. Pavimentos

O intuito do projeto foi atender todas as áreas específicas da empresa, separandoas por atividade. Incluiu-se também, ambientes de descontração e descanso, tendo como objetivo o convívio entre funcionários dos diferentes departamentos.

O pavimento térreo é compreendido por ambientes como loja, reuniões informais, trabalho em grupo, trabalho individual, cozinha, convívio e serviço. No pavimento sobreloja estão dispostos ambientes de trabalho individual, em grupo, reunião informal e em grupo, convívio e serviço. O acesso se dá por uma pequena rampa na entrada da loja (térreo) e por escada para o pavimento sobreloja. O eixo principal para acesso aos ambientes de cada pavimento está disposto em forma longitudinal.

Figura 52 – Planta baixa térreo

Entrada loja Trab. em grupo

Entrada funcionários Trabal. individual

Loja Convívio

Reunião Informal Serviço

Cozinha Fonte: Acervo pessoal, 2016

85


Figura 53 – Planta baixa sobreloja

Trab. em grupo Reunião Informal

Trabal. individual

Reunião

Serviço

Serviço Fonte: Acervo pessoal, 2016

6.1.4. Ambientes

Os ambientes foram projetados atendendo as reais exigências dos proprietários, que foram pontuados no questionário, que seria: criar um espaço funcional, utilizar materiais econômicos e tornar o escritório num ambiente agradável. Além das necessidades e desejos também descritos pelos funcionários.

Pensando no estudo proxêmico, que é o estudo dos espaços, distâncias conscientes ou inconscientes, mantidas na interação pessoal, sugeriu-se a separação dos ambientes, conforme as necessidades pessoais e atividades realizadas por cada indivíduo. Trabalhou-se duas das quatro distâncias apresentadas, são elas: a pessoal e a social.

Podemos pontuar como distância pessoal as áreas de

convivência, pois permitem uma relação entre conhecidos, permitindo aos usuários uma aproximação tátil, visual e olfativa. A distância social foi aplicada como por exemplo nos ambientes dos chefes, na contabilidade e na loja, pois relacionam as pessoas em uma determinada situação, podendo ou não haver aproximação, por isso, existe uma “separação” no espaço, nesse caso as pessoas são separadas pela mesa de trabalho.

86


Figura 54 – Convivência / Interação

Fonte: Acervo pessoal, 2016

Figura 55 – Loja

Fonte: Acervo pessoal, 2016

As cores utilizadas como proposta, partem da marca Claro, branco e vermelho, utilizadas em sua maioria na fachada e no espaço da loja, pois necessitam de uma maior afirmação da empresa. Estas, se estendem nos demais ambientes do espaço corporativo, de maneira mais pontuada e sucinta. Na fachada foi proposto uma chapa de aço vazada, com o mesmo desenho dos cobogós utilizados no interior do escritório, promovendo uma melhor aparência e leveza à edificação, além de garantir a ventilação. 87


Figura 56 – Fachada do prédio

Fonte: Acervo pessoal, 2016

Figura 57 – Fachada da loja

Fonte: Acervo pessoal, 2016

A paleta de cores escolhidas partiu do questionário respondido pelos usuários, sendo estas: o vermelho, o azul e o amarelo. São cores primárias, onde no círculo de cores possui como referência a harmonia triádica, permitindo uma combinação de cores com efeito visual atraente. Esta harmonia oferece alto contraste visual, e ao mesmo tempo uma conversa balanceada pela riqueza de cores. O azul foi aplicado nas salas dos chefes e na contabilidade, pois são ambientes que precisam de concentração e paz. O vermelho nos espaços de vivência como cozinha, na sala de 88


cobrança e loja, pois atua no plano racional das pessoas, deixando-as mais diretas e objetivas. O amarelo foi atribuído em menor quantidade em elementos de decoração e mobiliário, em vários ambientes, pois ele estimula a criatividade, a comunicação entre as pessoas, o intelecto e o poder. Figura 58 – Sala da contabilidade

Figura 59 – Cozinha

Fonte: Acervo pessoal, 2016

A ergonomia entra no projeto com a divisão dos espaços, segundo as tarefas desenvolvidas, respeitando questões de adaptabilidade e conformidade do espaço, assim como no uso do mobiliário corporativo, com dimensionamento adequado, conforme normas regulamentadoras. Remetendo ao estilo de vida dos jovens funcionários, ou pelo menos propondo alegria e espaços dinâmicos, utilizou-se de elementos decorativos como bicicleta e escudos de super-heróis. Figura 60 – Telemarketing

Figura 61 – Reunião informal

Fonte: Acervo pessoal, 2016

89


O conforto ambiental trabalha juntamente com a ergonomia, pois são aspectos de adaptabilidade do espaço, como a iluminação, ventilação e ruído. Um dos pontos questionados pelos usuários, seria a aglomeração de funcionários num mesmo ambiente, onde chegam a trabalhar até 12 pessoas, o que faz do conforto acústico ser insustentável. Com isso, buscou-se separar os ambientes por funções (figura 51 e 52), dispondo um número menor de pessoas por recinto, e implantou-se divisórias que promovem o isolamento acústico entre ambientes.

A iluminação utilizada foi artificial, com pontos de luz direta e indireta, branca e amarela, e luminárias decorativas. Pensou-se na uso de lâmpadas que emitem fachos de luz amarela ou mais quentes em ambientes de convivência e descanso, porque os tornam aconchegantes e confortáveis, estimulando as pessoas a relaxarem. Assim como a inserção de vegetação em alguns locais, colaborando na harmonia e descompressão. Figura 62 – Sala de descanso

Fonte: Acervo pessoal, 2016

Em relação aos materiais, buscou-se atender as quatro características estudadas: funcionais, estéticas, econômicas e visuais. Foi proposto um piso vinílico, porque além de possuir um bom preço, também promove grandes benefícios como: possuir uma aparência moderna, não ser afetado pela umidade, fácil instalação e manutenção, e conforto termo acústico. Outros materiais também foram propostos, 90


como o aço por sua durabilidade e resistência; a madeira por sua textura e função de agregar um simbolismo, como aconchegante; e o vidro, que foi aplicado na separação dos ambientes, permitindo a visão parcial dos demais espaços, tendo a sensação de amplitude, isso porque o ambiente interno é “enclausurado”, sem aberturas para o exterior, pois a construção do edifício é muito antiga e ocupa toda a extensão do terreno. Figura 63 – Sala de cobrança

Fonte: Acervo pessoal, 2016

91


92


7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Está pesquisa foi valiosa, pois ofereceu uma base enriquecedora para o desenvolvimento de um anteprojeto, uma vez que, apresentou muitas bibliografias relacionadas aos espaços de escritório, assim como elementos utilizados na arquitetura que atuam como influência positiva ou negativa ao ser humano. Esta base contribuiu para uma melhor fundamentação da proposta.

Os estudos de caso também contribuíram, no que diz respeito a análise da estrutura e organização espacial, permitindo planejar um melhor estudo das etapas préprojetuais.

Baseando-se na concepção da pesquisa apresentada, é notável a importância do espaço de trabalho, uma vez que a maioria do seres humanos passam até oito horas do dia nesses ambientes.

Conforme foi apresentado, no decorrer desta pesquisa, os locais de trabalho com condições ambientais favoráveis, que possibilitam atender às necessidades fisiológicas e simbólicas de seus funcionários, exercem impactos positivos sobre os mesmos, o que resulta em melhor desempenho das atividades e consequentemente em

uma

maior

produtividade.

Esta

realidade

destaca

a

importância

de

procedimentos adequados na concepção desses espaços através de uma metodologia e planejamento de um projeto, de forma que esses locais venham influenciar nas atividades dos indivíduos positivamente.

A pesquisa abordou elementos arquitetônicos que promovem influência sobre o homem, exercendo efeitos comportamentais, são elas: a satisfação, a motivação e o desempenho, que podem dificultar ou facilitar a realização das tarefas. A finalidade é compreender as relações estabelecidas entre o ambiente construído de trabalho e o seu usuário. Nota-se que a evolução espacial desses locais de escritório expressaram a ideologia de trabalho empregada pelas corporações e suas influências sobre o comportamento do trabalhador, através das diversas formas de arranjo físico adotadas. 93


Paralelamente, notou-se a evolução dos materiais construtivos e de acabamentos, o que permitiu oferecer espaços de trabalho flexíveis, que pudessem se adequar às novas demandas do mercado, sem grandes transtornos e com rapidez.

Ao final deste trabalho foi possível apresentar um ambiente corporativo que abordasse todos os quesitos pontuados nesta pesquisa, proporcionando ao profissional um ambiente de trabalho agradável. Afirmando que, um funcionário pode realizar suas atividades de trabalho em um ambiente com qualidade espacial, dinâmico e informal. Foi possível oferecer opções de trabalho individual, compartilhado e de convívio, estimulando a troca de ideia com outros profissionais, aumentando seu prazer em trabalhar e consequentemente sua produtividade.

94


REFERÊNCIAS

(ABNT) Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5413 – Iluminância de interiores. Maio, 1991. ANDRADE, Cláudia Miranda Araújo de. Avaliação da ocupação dos espaços de escritório utilizando métodos quali-quantitativos – O caso da Editora Abril em São Paulo. Dissertação de Mestrado, FAU-USP, 2000. ANDRADE, Cláudia Miranda Araújo de. Avaliação de desempenho em edifícios de escritórios: o ambiente de trabalho como meio para o bem-estar produtivo. Tese de Doutorado, FAU-USP, 2005. ANDRADE, Cláudia Miranda Araújo de. A história do Ambiente de Trabalho em Edifícios de Escritórios: Um Século de Transformações. São Paulo, C4, 2007. ARCHDAILY. Disponível em: <<http://www.archdaily.com.br/br/01-161920/sedewalmart-dot-com-sao-paulo-slash-estudio-guto-requena>> Acesso em 21 abr. 2016 ARCHDAILY. Disponível em: << http://www.archdaily.com.br/br/01103534/escritorios-google-tel-aviv-slash-camenzind-evolution>> Acesso em 28 abr. 2016 ARCHTENDENCIAS. Disponível em: << http://archtendencias.com.br/arquitetura/sede-walmart-com-sao-paulo-estudio-gutorequena/>> Acesso em: 21 abr. 2016 ARQBACANA. Disponível em: <<http://www.arqbacana.com.br/internal/arq!corp/read/13916/estudio-guto-requenamasisa-brasil>> Acesso em: 01 mai. 2016 ARQUITETURA, Galeria da. Disponível em: << http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/estudio-guto-requena_/sedewalmartcom/1592>> Acesso em: 21 abr. 2016 ARQUITETURA, Galeria da. Disponível em: <<http://www.galeriadaarquitetura.com.br/slideshow.aspx?show=Carrosell&idProject =428&lock=4#4>> Acesso em: 01 mai. 2016 BARROS, Raquel R.M.; PINA, Silvia M.; KOWALTOWSKI, Doris, C.C.K.; FUNARI, Teresa B.; ALVES, Silvana; TEIXEIRA, Carla; COSTA, Angelina - Conforto e Psicologia Ambiental: a questão do Espaço Pessoal no projeto arquitetônico – ENCAC – ELACAC - Maceió/AL – 2005 BINS ELY, V; Ergonomia + Arquitetura: buscando um melhor desempenho do ambiente físico. Anais do 3º Ergodesign – 3º Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces Humano-Tecnologia: Produtos, 95


Programas, Informação, Ambiente Construído. Rio de Janeiro: LEUI/PUCRio, 2003. BISTAFA, Sylvio R. Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. BRASIL. Disponível em: <<http://www.walmartbrasil.com.br/sobre/walmart-nomundo>> Acesso em 21 abr. 2016 CALDEIRA, Vasco. A evolução de arquitetura de escritórios. Ideias de Arquitetura 10. São Paulo, 2005. Disponível em: http://au.pini.com.br/arquiteturaurbanismo/133/intersecao-22713-1.aspX. Acesso em: 18 mar. 2016. CARVALHO, Régio Paniago. Acústica arquitetônica. Brasília, DF: Thesaurus, 2010. CHARTIER, Roger (org.). História da vida privada. São Paulo, Companhia das Letras, 1991. 3v. DAVIS, Flora. A comunicação não-verbal. São Paulo: Summus, 1979. (Novas buscas em Educação, v.5). DIAS, Maria João Diniz. Espaços de trabalho e percepção do clima organizacional: da psicologia ambiental ao comportamento organizacional. Dissertação (mestrado) – Lisboa: ISPA, 2000. ESTUDIO, SP. Disponível em: <<http://www.spestudio.com.br/#!masisa/c1y47>> Acesso em: 01 mai. 2016) EVOLUTION, camenzind. Disponível em: << http://www.camenzindevolution.com/Office/Google/Google-Office-Tel-Aviv>> Acesso em 28 abr. 2016 FAGGIONATO, S. Percepção Ambiental. 2007. Disponível em http://www.cdcc.usp.br/bio/educar/textos/m_a_txt4.html. Acesso em 05 abr. 2016. FARINA, M. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard Blücher, 1999. FERREIRA, Hugo Ricardo Chavez. Comunicação não verbal: cinésica, proxêmica e paralinguagem. Universidade de Coimbra 2000. Disponível em http://student.dei.uc.pt/~hrcf/com_n_verba l.htm> Acesso em 27 mar. 2016. FISCHER, G. N. (1994). Psicologia social do ambiente. Lisboa: Instituto Piaget (Tradução do original em francês Psicologie Social de l’Evironnement, Paris, Privat, n.d).

96


FONSECA, J. F. A contribuição da ergonomia ambiental na composição cromática dos ambientes construídos de locais de trabalho de escritório. Dissertação (mestrado) – Rio de Janeiro: PUC, Departamento de Artes e Design, 2004. FREGONESI, Marcos A. & LOPES, José L. – O ruído como fator de interferência na comunicação: um estudo de caso em instituição de ensino - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Faculdade de Ciências Ambientais (FCA) - São Paulo/SP – 2006 FROTA, Anésia Barros e SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico. São Paulo: Studio Nobel, 2012) GOOGLE. Disponível em: << https://www.google.com.br/about/company/history/>> Acesso em: 28 abr. 2016 GOMES, Icléia Rodrigues de Lima e. A escola como espaço de prazer. São Paulo: Summus, 2000. GUIRAUD, Pierre. A linguagem do corpo. São Paulo: Ática, 2001. GURGEL, Mirian. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas comerciais. São Paulo: Editora Senac, 2005. HALL, Edward T. A dimensão oculta. Trad. Sônia Coutinho. Rio de Janeiro: Francisco Alvez, 1977. HALL, Edward T. A dimensão oculta. Trad. Waldéa Barcellos. São Paulo: Martins Fontes, 2005. HARVEY, David. Condições pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992. KOWALTOWSKI, Doris, C.C.K ; NASCIMENTO, Marlei G. do ; SOUZA, Suzana N. P. de O.; BORGES FILHO, Francisco; SILVA, Daniel; LABAKI, Lucila; PINA, Silvia M. & BERARDI, Núbia – Divulgação do Conhecimento em Conforto ambiental. ENCAC – São Paulo/SP – 2001 LAMBERTS, Roberto. Eficiência Energética na arquitetura / Roberto Lamberts, Luciano Dutra / Fernando Oscar Ruttkay Pereira.. São Paulo: PW, 1997. 192p. il. LAMBERTS, Roberto; GHISI, Enedir; ABREU, Ana L. P. de ; CARLO, Joyce C. Desempenho Térmico de Edificações - Apostila de Aula disciplina de Desempenho Térmico de Edificações Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis/SC – 2005 LEUCZ, Júlia – Ambiente de trabalho das salas de aula no ensino básico nas escolas de Curitiba. Dissertação de Mestrado Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção – UFSC – Florianópolis/SC – 2001 97


MASISA. Disponível em: <<http://www.masisa.com/bra/>> Acesso em: 01 mai. 2016 MIRIBEL, Marielle de. Algunas herramientas para gestionar los conflitos em la biblioteca. In: IFLA Council and General Conference, 68th, August 18-24, 2002. Anais... Disponível em: http://archive.ifla.org/IV/ifla68/papers/122-106s.pdf. Acesso em: 27 mar. 2016. ROMANO, Elisabeth. Metodologias de gerenciamento de espaços empresariais: novas diretrizes para o projeto dos ambiente de trabalho. Tese para concurso de livre docência. FAU-USP, 2003. SANTOS, Ubiratan de Paula (Org.). Ruído: riscos e prevenção. São Paulo: Hucitec, 1999. SOCZKA, L. (1996). Para uma perspectiva ecológica em Psicologia Social. In J. Vala & M. B. Monteiro (Eds), Psicologia Social (pp 385-415). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. SOUZA, Clovis de S. - A Iluminação em consultórios odontológicos: uma análise ergonômica específica para a melhora na qualidade de vida do cirurgião dentista dissertação de mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis/SC – 2003 SOUZA, Léa Cristina Lucas de; ALMEIDA, Manuela Guedes de; BRAGANÇA, Luís. Bê-á-bá da acústica arquitetônica: ouvindo a arquitetura. São Carlos, SP: EduFSCar, 2009. PILOTTO, E. N. Cor e iluminação nos ambientes de trabalho. São Paulo: Liv. Ciência e Tecnologia, 1980. REQUENA, Guto. Disponível em: <<http://www.gutorequena.com.br/site/work/space/masisa-office/34/>> Acesso em: 01 mai. 2016 REQUENA, Guto. Disponível em: <<http://www.gutorequena.com.br/site/work/space/walmart-com/32/>> Acesso em: 21 abr. 2016 RIBEIRO, L. G. Ergonomia no ambiente construído – um estudo de caso em aeroportos. Dissertação (mestrado) – Rio de Janeiro: PUC, Departamento de Artes e Design, 2004. VIANNA, Nelson Solano, GONÇALVES, Joana Carla Soares. Iluminação e Arquitetura. São Paulo: Virtus s/c Ltda, 2001. VILLAROUCO, V. Avaliação ergonômica do projeto arquitetônico. Anais do VII Congresso Latino- Americano de Ergonomia, I Seminário Brasileiro de Acessibilidade Integral, XII Congresso Brasileiro de Ergonomia. Recife, 2002. 98


TIGRE, Paulo Bastos. Gestão da Inovação: A economia da Tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro, Elsevier, 2006. XAVIER, Antonio A. de P. Condições de Conforto Térmico para estudantes de 2º. Grau na região de Florianópolis – Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis/SC -1999

99


100


101










Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.