Algures a Nordeste | 2017

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festival de dança contemporânea + criações originais ‘Vestígio’ e ‘Barro’ VILA REAL . BRAGANÇA SET/OUT/NOV/2017

no verso: ROTEIRO DO PATRIMÓNIO

APOIO À DIVULGAÇÃO


CALENDÁRIO SETEMBRO

QUA.6 PRÉ-ABERTURA: ‘M.O.M.E.N.T.U.M., MOMENTUM CREW

22h00|VR

SÁB.09 ‘THE ART OF LOSING’, COMPANHIA DE DANÇA DE ALMADA SÁB.09 ‘A BALLET STORY’, VITOR HUGO PONTES QUA.13 ‘IN-SHELL-SIDE’, COMP. DE DANÇA CONTEMPORÂNEA DE ÉVORA QUA.13 ‘THE ART OF LOSING’, COMPANHIA DE DANÇA DE ALMADA SÁB.16 ‘A BALLET STORY’, VITOR HUGO PONTES SÁB.16 ‘TERRA CHÃ’, COMP. DE DANÇA CONTEMPORÂNEA DE ÉVORA QUA.20 ‘DISCONNECT’, QUORUM BALLET SEX.22 ‘ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS’, QUORUM BALLET SÁB.23 ‘ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS’, QUORUM BALLET QUA.27 DISCONNECT’, QUORUM BALLET QUA.27 ‘ANTES QUE MATEM OS ELEFANTES’, COMPANHIA OLGA RORIZ SEX.29 ‘ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS’, QUORUM BALLET SÁB.30 ‘ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS’, QUORUM BALLET SÁB.30 ‘SÍNDROME’, COMPANHIA OLGA RORIZ

21h30|BRG 21h30|VR 21h30|BRG 21h30|VR 21h30|BRG 21h30|VR 21h30|VR 15h00|BRG 15h00|BRG 21h30|BRG 21h30|VR 14h30|VR 16h00|VR 21h30|BRG

SÁB.28 DOM.29

‘VESTÍGIO’, JOANA PROVIDÊNCIA/ACE TEATRO DO BOLHÃO ‘VESTÍGIO’, JOANA PROVIDÊNCIA/ACE TEATRO DO BOLHÃO

21h30|BRG 15h00|BRG

SEX.03 SÁB.04 SEX.17 SÁB.18 SEX.24 SÁB.25

‘VESTÍGIO’, JOANA PROVIDÊNCIA/ACE TEATRO DO BOLHÃO ‘VESTÍGIO’, JOANA PROVIDÊNCIA/ACE TEATRO DO BOLHÃO ‘BARRO’, MAFALDA DEVILLE/COMPANHIA INSTÁVEL ‘BARRO’, MAFALDA DEVILLE/COMPANHIA INSTÁVEL ‘BARRO’, MAFALDA DEVILLE/COMPANHIA INSTÁVEL ‘BARRO’, MAFALDA DEVILLE/COMPANHIA INSTÁVEL

14h30|VR 21h30|VR 21h30|VR 21h30|VR 21h00|BRG 15h00|BRG

OUTUBRO

NOVEMBRO

BRG - Bragança | VR - Vila Real

CÂMARA MUNICIPAL DE VILA REAL

CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGANÇA

Presidente: Rui Santos Vereadora da Cultura: Eugénia Almeida

Presidente: Hernâni Dias Vereadora da Cultura: Cristina Figueiredo

TEATRO MUNICIPAL DE VILA REAL Equipa de Produção e Técnica

TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA Equipa de Produção e Técnica

Direcção: Rui Ângelo Araújo | Produção Artística: Paulo Araújo | Produção: Carlos Chaves e João Nascimento | Coordenador Técnico: Pedro Pires Cabral | Técnico de Luz: Vítor Tuna | Técnico de som: Henrique Lopes | Manutenção: José Carlos Penelas

Direcção: Helena Genésio | Técnicos de Iluminação: José Barradas e Paulo Barrigão | Técnicos de Audiovisuais: Nilton Mendonça e Inocência Rodrigues | Maquinista: António Ferreira | Bilheteira e Produção: Miguel Andrade | Divulgação: João Ferreira

FICHA TÉCNICA DA PUBLICAÇÃO: Roteiro Algures a Nordeste | Publicação anual | Ano: 2017 | Tiragem: 10.000 exemplares Edição: Município de Vila Real e Município de Bragança Produção: Teatro Municipal de Vila Real e Teatro Municipal de Bragança Coordenação: Rui Ângelo Araújo | Design gráfico: Paulo Araújo | Apoio à produção: Eduarda Freitas Apoio à divulgação


Algures a Nordeste PROJECTO PARA A PROMOÇÃO DO TERRITÓRIO CULTURAL DO NORDESTE PORTUGUÊS

Com o projecto Algures a Nordeste, que inclui um festival de dança contemporânea e criações originais inspiradas no imaginário cultural transmontano-duriense, os Teatros Municipais de Vila Real e Bragança assumem uma maioridade artística que consolida um percurso de mais de uma década, período em que as duas estruturas desempenharam um papel de relevo no panorama nacional das artes performativas. O projecto decorre sob a égide da obra homónima e emblemática do escritor e poeta A. M. Pires Cabral e propõe-se colocar a linguagem e a imagética da dança contemporânea e do teatro ao serviço de uma operação de atractividade do território e de divulgação de aspectos particulares do património cultural transmontano-duriense. A primeira manifestação do projecto tem lugar durante o mês de Setembro e oferece à região um inédito festival de dança contemporânea. Na sua edição inaugural, o Festival Algures a Nordeste apresenta nas duas capitais de distrito oito espectáculos, em 14 sessões, de cinco das mais reconhecidas companhias da cena artística nacional, como as de Olga Roriz e Victor Hugo Pontes. Antecipando o festival, a 6 de Setembro, realiza-se uma pré-abertura na rua com um espectáculo de street dance.

ALGURES A NORDESTE

Nos meses de Outubro e Novembro desenvolvem-se duas criações originais promovidas pelos dois Teatros. A primeira, Vestígio, com direcção artística de Joana Providência / Teatro do Bolhão, tem estreia absoluta em Bragança a 28 de Outubro e é uma viagem a Trás-osMontes através da obra do fotógrafo Georges Dussaud. Menos de um mês depois, a 17 de Novembro, estreia em Vila Real Barro, uma produção dirigida por Mafalda Deville / Companhia Instável e inspirada no imaginário cultural do Barro Negro de Bisalhães e do Barro de Pinela. Tem estreia absoluta por ocasião do primeiro aniversário da inscrição do Barro de Bisalhães na Lista de Património Cultural Imaterial da UNESCO. Ambas as criações envolvem a comunidade local e são apresentadas em fins-de-semana consecutivos nas duas capitais de distrito. Para divulgação do programa e das actividades do projecto Algures a Nordeste foi concebida esta agenda que é simultaneamente, no seu reverso, um pequeno roteiro patrimonial e turístico dos dois concelhos e da região. Faz-se assim um convite a viajar pelo Nordeste português, desfrutando de um território magnético e de um programa cultural de excelência. O projecto Algures a Nordeste é promovido pelos Municípios de Vila Real e Bragança e co-financiado pelo programa Norte 2020. 3


‘THE ART OF LOSING’ Companhia de Dança de Almada WWW.CDANCA-ALMADA.PT

> BRAGANÇA SÁB.09.SET 21h30

> VILA REAL QUA.13.SET 21h30

M/12 . 70 MIN ENTRADA GRATUITA

The art of losing isn’t hard to master (A arte de perder não é difícil de dominar)

Assim começa um dos mais profundos e melancólicos poemas escritos por Elizabeth Bishop, uma das mais importantes poetisas norte americanas do século XX. Esta ideia de uma habilidade especial para se lidar com a perda convoca uma reflexão sobre a nossa relação com o mundo e a experiência, com a mutabilidade de tudo e o inevitável. A descrição poética da realidade de se perder algo ou alguém acontece neste poema de Bishop como cicatrizes em alfabeto visível, enfatizando a prática da perda através da sabedoria retirada destes pequenos ou grandes desastres. Acredito que há algo de fisicamente intrínseco na perda: cada queda é um ensaio para um qualquer impulso. A memória e o corpo são os recipientes destas pequenas ou grandes aprendizagens que toda a perda deixa e que serviram de matéria e estudo para a construção desta peça. O simples gesto, acção, reacção, emoção e toda a capacidade física que o corpo tem em ser compreendido sem uma narrativa óbvia. São Castro Conceito e coreografia: São Castro Interpretação: Beatriz Rousseau; Bruno Duarte, Joana Puntel, Luís Malaquias, Mariana Romão e Miguel Santos Figurinos: Nuno Nogueira Música original: São Castro Música adicional: Prelude in C minor BWV 999, de J. S. Bach, interpretado por António Cabrita Desenho de luz: Cláudia Rodrigues Direcção de ensaios: Maria João Lopes Consultoria artística: António Cabrita Agradecimentos: Susana Pereira, Catarina Câmara

Um projecto financiado por Governo de Portugal / Ministério da Cultura / Direção Geral das Artes. 4

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© SUSANA PEREIRA


‘A BALLET STORY’ Victor Hugo Pontes WWW.NOMEPROPRIO.PT

> VILA REAL SÁB.09.SET 21h30

> BRAGANÇA SÁB.16.SET 21h30

M/16 . 70 MIN ENTRADA GRATUITA

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‘A Ballet Story’ tem como ponto de partida o bailado clássico ‘Zephyrtine’, de David Chesky. No entanto, não se trata da representação teatral ou da ilustração da história original, mas de um exercício de abstracção que parte do movimento dos corpos no espaço em articulação com a música. Não há contos de fadas, nem elementos do maravilhoso ou do fantástico. A moral é outra, o desenlace, diferente. Em ‘A Ballet Story’ não sabemos se a história se ajusta à música ou se a dança se ajusta à história. A narrativa será fabricada por cada espectador (ou não). Não se trata de uma articulação linear entre música, narrativa e dança, mas sim de um processo de influências mútuas e afinidades electivas que originam uma peça manipulável de modos diversos e, tanto quanto possível, inteira. Numa coreografia que mistura sem complexos elementos do bailado, da dança contemporânea e do street dance, os sete intérpretes formam uma estranha tribo urbana, um grupo de seres talvez humanos, que vão ocupando a plataforma ondulada onde se encontram, num equilíbrio frágil entre o indivíduo e o colectivo. Não há contos de fadas, mas o ambiente permanece misterioso e intrigante do início ao fim. Direcção artística: Victor Hugo Pontes Música: David Chesky Versão musical: Fundação Orquestra Estúdio, sob a direcção do Maestro Rui Massena Cenografia: F. Ribeiro Direcção técnica e desenho de luz: Wilma Moutinho Intérpretes: André Mendes, João Dias, Joana Castro, Iuri Costa, Liliana Garcia, Marco da Silva Ferreira e Valter Fernandes. Figurinos: Victor Hugo Pontes Produção executiva: Joana Ventura Co-produção: Nome Próprio, Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura Apoio: Ao Cabo Teatro, Ginasiano Escola de Dança e Lugar Instável

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© SUSANA NEVES


‘INSHELLSIDE’ de NÉLIA PINHEIRO

Companhia de Dança Contemporânea de Évora WWW.CDCE.PT

> BRAGANÇA QUA.13.SET 21h30

M/6 . 60 MIN ENTRADA GRATUITA

‘IN-SHELL-SIDE’ é uma viagem. Uma passagem para outro estado psíquico, emocional e físico. É uma troca de tudo por tudo. É partilha, cumplicidade, confiança, força, direCção, é LUZ. IN-SHELL-SIDE é o Alfa e o Ómega. É o micro e o macro de uma partícula. É um átomo em deriva constante. É energia que pulsa nos corpos e entre os corpos, é o que nos liga ao universo e o universo a nós. É acção que constrói e desconstrói padrões de movimento. É a vida natural e construída! Direcção e coreografia: Nélia Pinheiro Bailarinos: Gonçalo Andrade, Fábio Blanco, Nélia Pinheiro, Banda sonora e montagem: Gonçalo Andrade Figurinos: José António Tenente Desenho de luz: Nélia Pinheiro, Gonçalo Andrade Consultora artística: Maria Palmeirim Fotografias: Telmo Rocha Direcção de luz: Pedro Bilou Direcção de som e vídeo: Fernando Dias Direcção de produção: Rafael Leitão Apoio: Escola de Dança do Conservatório Nacional

A CDCE é uma estrutura financiada pela República Portuguesa - Cultura | Direção Geral das Artes A CDCE tem o apoio da Câmara Municipal de Évora 8

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© TELMO ROCHA


‘TERRA CHÃ’ Companhia de Dança Contemporânea de Évora WWW.CDCE.PT

> VILA REAL SÁB.16.SET 21h30

M/6 . 60 MIN ENTRADA GRATUITA

O Alentejo no palco. A expressão da terra, a voz dos homens, a força que os une, o peso e a densidade do ar. O vazio, o silêncio, o grupo e a solidão. Os extremos e os seus limites. Os amores, os desamores e os sonetos de Florbela Espanca que falam da beleza e da alma do Alentejo. Através de um olhar contemporâneo trabalha-se a fusão entre a música de Ólafur Arnalds e as modas do Cante Alentejano. A coreografia desenha diferentes percursos nas vozes do Cante e nos ambientes que vestem por dentro o Alentejo. Direcção e coreografia: Nélia Pinheiro Interpretação: Gonçalo Andrade, Fábio Blanco, Elson Marlon Ferreira, Nélia Pinheiro e Margarida Belo Costa Música: Ólafur Arnalds Música adicional: modas de Cante Alentejano Desenho de luz: Paulo Graça Figurinos: José António Tenente Consultora artística: Maria Palmeirim Assistente da coreógrafa: Cláudia Sampaio Fotografias de cena: Telmo Rocha Montagem da banda sonora: Gonçalo Andrade Direcção de produção: Rafael Leitão Apoio: Escola de Dança do Conservatório Nacional, Escola Superior de Dança, Estúdios Jazzy

A CDCE é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal Secretário de Estado da Cultura | Direção Geral das Artes A CDCE tem o apoio da Câmara Municipal de Évora 10

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© TELMO ROCHA


‘DISCONNECT’ Quorum Ballet WWW.QUORUMBALLET.COM

> VILA REAL QUA.20.SET 21h30

> BRAGANÇA QUA.27.SET 21h30

M/6 . 90 MIN ENTRADA GRATUITA

Varrem-se as personalidades, transmutamse para a sobrevivência. A duplicidade, a dissimulação, a absorção de uma identidade, de várias identidades, são o espelho que reflecte o conveniente a uma multidão solitária que se alimenta de si própria. Uma hierarquia prevalece sobre a própria natureza, cada um usurpa a máscara que lhe convém para sobreviver. Mesmo nos momentos de solidão, a duplicidade pode prevalecer, faz-se por acreditar que é genuína e única a condição presente. A genuinidade urge, mas está cada vez mais distante. Obrigados a fugir da nossa essência enquanto corremos a uma velocidade vertiginosa para tudo o que nos é imposto pela sociedade, participamos numa corrida contra o tempo e, quem sabe, até contra nós próprios. Os momentos em torpor são talvez os verdadeiramente verdadeiros.


Serão realizados

WORKSHOPS em

VILA REAL e BRAGANÇA

Informações e inscrições: producao@teatrodevilareal.com producao-teatro@cm-brganca.pt

© INÊS GODINHO

Direcção artística e coreografia: Daniel Cardoso
 Interpretação: Beatriz Graterol, Ester Gonçalves, Filipe Narciso, Inês Godinho, Ísis Sá e Pedro Jerónimo Cenografia: Maria Monte Espaço cénico, desenho de luz e figurinos: Daniel Cardoso
 Música: Olafur Arnalds, Moderat, Nu e Senking
 Equipa técnica: Rui Daniel
 Produção: Raquel Vieira de Almeida
 Marketing: Dolores Espírito Santo
 Comunicação: Carina Guerreiro
 Assessoria de imprensa: Maria Comunica
 Direcção financeira: Cristina Bernardino


> BRAGANÇA SEX.22.SET 15h00

SÁB.23.SET 15h00

> VILA REAL SEX.29.SET 14h30

SÁB.30.SET 16h00

M/6 . 60 MIN ENTRADA GRATUITA

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A PARTIR DA OBRA DE LEWIS CARROLL

WWW.QUORUMBALLET.COM

‘ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS’

Quorum Ballet

‘Alice no País das Maravilhas’ (1865) é uma obra de Lewis Carroll (pseudónimo de Charles Lutwidge Dodgson). O livro conta a história de Alice, uma menina muito curiosa que, a perseguir um coelho, cai na sua toca, sendo transportada para um mundo de fantasia, habitado por seres estranhos, onde vive aventuras fantásticas. Por ser uma história tão complexa e fora da nossa realidade, consegue fascinar qualquer pessoa. A mim fascinou-me e ainda me fascina! Será uma questão de perspectivas ou de impossibilidades possíveis? Alice transportanos para um mundo fantástico, onde a realidade não passa de fantasia carregada de valores. Pela mão de personagens misteriosas e carismáticas, Alice percorre um caminho de aventuras cheias de cor e magia, revelando uma lógica do absurdo exagerado dos sonhos, onde Tempo é sinónimo de Eternidade. Inês Godinho Coreografia: Inês Godinho Direcção artística: Daniel Cardoso Interpretação: Daniel Cardoso, Ester Gonçalves, Filipe Narciso, Inês Godinho, Ísis de Sé e Pedro Jerónimo Bailarinas estagiárias: Andreia Fernandes e Beatriz Graterol. Música: Alen Menken, John Powell, Dario Marianelli, Philip Hochstrate, Simon Turner, Rupert Gregson-Williams e Danny Elfman Cenografia: Hugo Franco Matos Desenho de luz: Daniel Cardoso Concepção de figurinos: Escola de Moda de Lisboa Execução dos figurinos: Fátima Zambujo (patrocinado por boutique Káty) e Helena Pereira Edição de vídeo: António Cabrita Concepção de imagens: Hugo Franco Matos Textos: Inês Godinho Narração: Pedro Pereira Edição de som/narração: Paulo Pereira Sonoplastia: Elson Ferreira

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© INÊS GODINHO


‘ANTES QUE MATEM OS ELEFANTES’ Companhia Olga Roriz WWW.OLGARORIZ.COM

> VILA REAL QUA.27.SET 21h30

M/12 . 100 MIN ENTRADA GRATUITA

WORKSHOP > VILA REAL SÁB.23.SET Informações e inscrições: producao@teatrodevilareal.com

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Em ‘Antes que Matem os Elefantes’, Olga Roriz coloca em cena uma tragédia contemporânea: a cidade martirizada de Alepo, a face mais sangrenta da guerra civil na Síria. A peça começa num registo documental, com vozes de crianças sírias projectadas num ecrã negro, para depois nos instalar no interior de um apartamento em ruínas. Por entre um frigorífico esventrado, cobertores rasgados e colchões sujos, os corpos convulsos de sete bailarinos vão compondo cenas de uma humanidade em decomposição, resistindo juntos a uma ameaça que lhes é imposta do exterior. Direcção: Olga Roriz Intérpretes: André de Campos, Beatriz Dias, Bruno Alexandre, Bruno Alves, Carla Ribeiro, Francisco Rolo e Marta Lobato Faria Selecção musical: Olga Roriz e João Rapozo Música: Aphex Twin, Ben Frost, Dahfer Youssef, Gavin Brayers, Max Richter, Two Fingers Cenografia e figurinos: Olga Roriz e Paulo Reis Desenho de luz: Cristina Piedade Vídeo e pós-produção áudio: João Rapozo Assistente de dramaturgia: Paulo Reis Montagem e operação de luz: Rui Miguel Simão Montagem e operação de som: Ponto Zurca Apoio cenográfico: Patrícia Soares Produção e digressões: Ana Rocha Gestão: Patrícia Soares Co-produção: Centro Cultural Ílhavo / Câmara Municipal de Ílhavo ALGURES A NORDESTE


© PAULO PIMENTA


‘SÍNDROME’ Companhia Olga Roriz WWW.OLGARORIZ.COM

> BRAGANÇA SÁB.30.SET 21h30

M/12 . 80 MIN ENTRADA GRATUITA

WORKSHOP > BRAGANÇA Informações e inscrições: producao-teatro@cm-braganca.pt

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Este lugar acolhe as personagens assim como as atira para fora quando a sua função se esgota. ‘Síndrome’ é o oposto de ‘Antes que Matem os Elefantes’, é o oposto da realidade, nada é palpável ou definível. ‘Síndrome’, surgindo em seguimento de uma peça sobre a guerra, por oposição, encontra-se num nenhures, num tempo depois do tempo antes, num tempo antes de sabermos. Síndrome é uma miragem. O lugar está lá antes de tudo mas não existe. O pulsar da luz marca o início de toda a acção. Desvendando e ocultando o que está para vir ou o que nunca existiu. Ouvem-se memórias de guerra, descrições de casas destruídas, imagens ausentes de homens, mulheres e crianças. Cada um procura reconstruir-se, exaltando, lamentando, retraindo-se ou abandonando-se ao desejo. É uma lenta marcha fúnebre. Direcção: Olga Roriz Intérpretes: André de Campos, Beatriz Dias, Bruno Alexandre, Bruno Alves, Carla Ribeiro, Francisco Rolo, Marta Lobato Faria Selecção musical: Olga Roriz e João Rapozo Música: Sinfonia n.º 4 de Arvo Part (gravação da Orquestra Filarmónica de Los Angeles, conduzida por Esa-Pekka Salonen), excerto do som do filme “Satantango” de Béla Tarr, Max Richter, Kroke Espaço cénico e figurinos: Olga Roriz Desenho de luz: Cristina Piedade Acompanhamento dramatúrgico: Sara Carinhas Pós-produção áudio: João Rapozo Montagem e operação de luz: João Chicó (Contrapeso) Montagem e operação de som: Sérgio Milhano (Ponto Zurca) Assistência de cenografia e figurinos: Maria Ribeiro Assistentes de ensaios: Pascoal Amaral e Ricardo Domingos Produção e digressões: Ana Rocha Gestão: Patrícia Soares

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© PAULO PIMENTA

© PAULO PIMENTA


Uma das linhas de acção do Projecto Algures a Nordeste é dedicada à produção de espectáculos originais que, a par da criação artística, visam a divulgação de aspectos singulares do património cultural transmontano-duriense. Com estreia nos dois Teatros Municipais promotores do projecto, os espectáculos, assentes em linguagens artísticas contemporâneas e universais, ficam disponíveis para integrar circuitos de programação nacionais, e eventualmente internacionais, ajudando a divulgar o património para além das fronteiras da região. Foram convidadas para a produção dos espectáculos de 2017 a ACE Teatro do Bolhão e a Companhia Instável. Os elementos patrimoniais escolhidos foram o espólio fotográfico de Georges Dussaud, a desenvolver no espectáculo Vestígio, e o Barro Negro de Bisalhães e o Barro de Pinela, inspiração para Barro. A direcção artística ficou entregue, respectivamente, às coreógrafas Joana Providência e Mafalda Deville. O processo criativo assenta em investigação e residências artísticas nas duas cidades, a decorrer desde o início do ano, e no envolvimento da comunidade local, a par de intérpretes profissionais. Vestígio estreia a 28 de Outubro e Barro a 17 de Novembro.


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‘VESTÍGIO’ JOANA PROVIDÊNCIA /ACE TEATRO DO BOLHÃO Um espectáculo criado por iniciativa dos Teatros Municipais de Bragança e Vila Real, no âmbito do Projecto Algures a Nordeste > BRAGANÇA SÁB.28.OUT 21h30

DOM.29.OUT 15h00

> VILA REAL SEX.03.NOV 14h30

SÁB.04.NOV 21h30

M/12 . 50 MIN ENTRADA GRATUITA

> SEX.27.OUT.15h00 > BRAGANÇA ENSAIO ABERTO ÀS ESCOLAS + CONVERSA COM OS CRIADORES > TER.31.OUT.11h00/14h30 > VILA REAL WORKSHOP VESTÍGIO 22

Com o apoio do Centro de Fotografia Georges Dussaud, da comunidade (Universidade Sénior de Bragança e outros) e do Espaço Miguel Torga em S. Martinho de Anta O espetáculo é uma viagem a Trás-os-Montes através da obra de Georges Dussaud. Um percurso que vive do seu olhar, das suas memórias, da forma como regista pessoas, paisagens, sensações e lhes dá corpo através da sua forma de fixar o instante, guardando-o suspenso no tempo. Tal como Miguel Torga regista, na obra de Dussaud “há uma infinidade e afinidade de lugares e tradições, de pessoas e atmosferas, de cenas de trabalho e de afetos, de gestos e de rostos, de romarias e rituais, de incontáveis histórias ancestrais, universos miraculosamente intactos que pareciam subsistir”, segundo o poeta, “à espera de uma objetiva que os perpetuasse antes que desaparecessem de vez na voragem do progresso”... Este trabalho coreográfico, dirigido por Joana Providência, conjuga atores e bailarinos num mergulho no universo do fotógrafo e transporta o público para o pulsar da vida, para os rituais e para as paisagens que habitam a sua obra. O projeto será um constante diálogo entre a imagem projetada e a sua relação com os intérpretes numa espécie de contracena, promovendo uma forte ligação onde a fotografia e os corpos se prolongam, diluem e desdobram num sem fim de leituras. Direcção: Joana Providencia Intérpretes: António Júlio, Daniela Cruz, João Vladimiro, Vera Santos, Maria Falcão (estagiária) Apoio dramatúrgico: Raquel S. Música: Pedro Cardoso “Peixe” Cenografia e vídeo: Cristóvão Neto Figurinos: Lola Sousa Desenho de luz: Mário Bessa Direcção de produção: Glória Cheio Co-produção: ACE TEATRO DO BOLHAO / TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA / TEATRO MUNICIPAL DE VILA REAL ALGURES A NORDESTE


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FOTOGRAFIA DE GEORGE DUSSAUD

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‘BARRO’

Terra Molhada Onde a Bota Escorrega (subtítulo provisório)

MAFALDA DEVILLE /COMPANHIA INSTÁVEL Um espectáculo criado por iniciativa dos Teatros Municipais de Vila Real e Bragança, no âmbito do Projecto Algures a Nordeste > VILA REAL SEX.17.NOV 21h30

SÁB.18.NOV 21h30

> BRAGANÇA SEX.24.NOV

Com a participação de elementos da COMUNIDADE LOCAL Pela água, pelo fogo, pelo tempo, pelas mãos. São corpos que moldam e são moldados. Que questionam na sua existência, no seu estado, na relação com os outros - a si próprios. A solidão da eternidade das pedras cravadas na terra. O festim da descoberta. Memórias e sonhos ressoam, na caixa do tempo, onde o passado e o futuro nem sempre se sucedem por esta ordem. Pela água, pelo fogo, pelas mãos. O corpo, matéria mutável, da lânguida sedução à catástrofe do caco. Tudo a preto e a vermelho. Como na roleta, os corpos entram no jogo. Mafalda Deville Direcção artística: Mafalda Deville Coordenação e composição musical: Rui Rodrigues / Drumming Interpretação e consultoria musical: Drumming Assistência artística: Ricardo Machado Cenografia e vídeo: Israel Pimenta Direcção técnica e desenho de luz: Ricardo Alves Intérpretes: Beatriz Valentim, Duarte Valadares, Michael de Haan e Sabrina Gargano Estagiárias à interpretação: Inês Galrão e Liliana Oliveira Intérpretes da comunidade local: 20 a 50 homens e mulheres entre os 20 e os 50 anos ​Produção executiva: Rita Santos Consultoria: João Ribeiro da Silva Co-produção: COMPANHIA INSTÁVEL / TEATRO MUNICIPAL DE VILA REAL / TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA

21h00

SÁB.25.NOV 15h00

M/12 . 60 MIN ENTRADA GRATUITA A Companhia Instável é subsidiada pelo Ministério da Cultura e Direção Geral das Artes. É uma estrutura em residência no Teatro Campo Alegre, no Porto no âmbito do programa Teatro em Campo Aberto. É também apoiada pelo programa Bolsas para a formação GDA. 24

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Espectáculo inspirado nos processos de fabrico e no imaginário cultural do Barro Negro de Bisalhães e do Barro de Pinela. Estreia absoluta por ocasião do primeiro aniversário da inscrição do Barro de Bisalhães na Lista de Património Cultural Imaterial da UNESCO.

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© MUNICÍPIO DE BRAGANÇA

TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA

LOCAIS DOS ESPECTÁCULOS Inaugurados em 2004, os Teatros Municipais de Vila Real e Bragança marcaram uma grande mudança na paisagem cultural da região, e essa mudança fez-se, também, com a colaboração e a cumplicidade construída entre as duas instituições. Com projectos do arquitecto Filipe Oliveira Dias, as suas infra-estruturas, de design moderno, atractivo e funcional, marcam o urbanismo e a vivência quotidiana nas duas cidades e permitem acolher todo o género de espectáculos, incluindo grandes produções de teatro, música ou dança. Pelos seus palcos passaram centenas de artistas, das várias áreas das artes performativas, incluindo muitos nomes de primeiro plano, nacionais e internacionais. 26

A programação dos espaços assenta numa visão de serviço público de qualidade, com uma oferta diversificada, inclusiva, para todos os públicos. Uma oferta cultural atenta às realidades locais e simultaneamente cosmopolita e contemporânea, integrada nos circuitos nacionais e internacionais da produção artística por forma a promover as duas cidades e a região, favorecendo a coesão territorial interna e nacional e fazendo dos transmontanos cidadãos de primeiro plano no que diz respeito ao acesso à cultura. O projecto Algures a Nordeste é o corolário de todo o percurso percorrido, acrescentando um novo e inédito festival na região, promovendo a criação artística original e aprofundando o envolvimento da comunidade. ALGURES A NORDESTE


© PAULO ARAÚJO © ANTÓNIO GORGAL

TEATRO MUNICIPAL DE VILA REAL

> TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA

> TEATRO MUNICIPAL DE VILA REAL

Praça Professor Cavaleiro Ferreira 5300-252 Bragança

Alameda de Grasse 5000-703 Vila Real

Bilheteira e reservas Telefone: 273 302 744 E-mail: bilheteira@cm-braganca.pt

Bilheteira e reservas Telefone: 259 320 000 E-mail: bilheteira@teatrodevilareal.com

Coordenadas GPS: Latitude: N41.806702, Longitude: W-6.759703

Coordenadas GPS: Latitude: N41.298888, Longitude: W-7.734343

http://teatromunicipal.cm-braganca.pt/

www.teatrodevilareal.com

www.facebook.com/teatromunicipalbraganca

www.facebook.com/teatrovilareal

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VILA REAL . BRAGANร A

patrimรณnio ROTEIRO




VISITA A VILA REAL E BRAGANÇA: UM ROTEIRO QUE COMBINA PATRIMÓNIO E ARTES PERFORMATIVAS Há muitas razões para visitar Vila Real e Bragança e toda a região transmontanoduriense. Este roteiro deixa algumas pistas sobre o património arquitectónico e natural que marca a identidade do território. Mas deixa sobretudo a proposta de juntar numa mesma visita o património físico e um óptimo programa artístico. Durante o mês de Setembro e em quatro fins-de-semana de Outubro e Novembro, os Teatros Municipais

de Vila Real e Bragança organizam um festival de dança contemporânea com algumas das mais relevantes companhias portuguesas e estreiam duas criações originais inspiradas em aspectos do património e do imaginário cultural da região. Fica aqui a proposta para combinar as sugestões das páginas que se seguem com a programação que pode conhecer no outro lado desta agenda. [Ver mapas das cidades nas páginas 5 e 9]

VILA REAL: uma cidade entre serras Ver as Serras do Marão e do Alvão no horizonte, com as silhuetas desenhadas no céu, não pode deixar indiferente quem vive ou visita Vila Real. Daí que é incompleta a jornada se o visitante não se aventurar a subir até ali. Nós também lá iremos, mas só no segundo dia. A cidade tem vários locais de interesse, a começar pelo sítio onde nasceu: a Vila Velha. O carro fica por ali perto. É manhã cedo e as ruas despertam sem grande frenesim. O bonito edifício da Câmara Municipal faz-se ver e é o nosso ponto de referência para entrar na Vila Velha. Rapidamente encontramos escavações arqueológicas que nos remetem para a fundação medieval de Vila Real. Um edifício de arquitectura contemporânea incorpora-se discretamente no espaço: é o Museu da Vila Velha. Optamos por entrar mesmo antes de dar a volta ao que parece uma pequena península, com escarpas de ambos os lados e, no extremo, um cemitério que chama a atenção. Pelas 32

escadas discretas do Museu chegamos à janela principal do edifício e entrada na história da cidade. Sim, uma janela no átrio do Museu permite-nos ver o cemitério de São Dinis e parte da Vila Velha, ladeada pelas espectaculares escarpas do Rio Corgo. De volta à rua, entramos no Cemitério de São Dinis: um local cheio de história que merece uma silenciosa visita, com as interessantes Igreja de São Dinis e Capela de São Brás. Há um belo miradouro atrás do cemitério. Ali, sentados e com o Rio Corgo a ver-se entre as escarpas, sentimos o dia que já começa a aquecer e ganhamos forças para o resto da visita à cidade. Apetece comer alguma coisa e a vontade recai sobre os covilhetes, uma pequena empada de carne, quase postal dos vila-realenses. É tudo perto, no centro histórico de Vila Real, e no caminho para os “covilhetes” – que se vendem nas pastelarias do centro – ainda vemos a casa onde, diz a tradição, nasceu o navegador Diogo Cão e a Casa dos Brocas, onde viveu quando novo o ALGURES A NORDESTE


CAPELA NOVA

um local de silêncio e até de contemplação. O dia está praticamente a terminar e de novo as serras que emolduram a cidade despertam a vontade de as conhecer mais de perto. A noite é passada num simpático alojamento de turismo rural. Há vários perto da cidade. De manhã, bem cedo, é hora de conhecer o Parque Natural do Alvão. Seguimos a sinalética até à entrada do Parque, onde estacionamos o carro, bem perto de uma bonita barragem entre pinheiros-silvestres, com vista para a pitoresca aldeia de Lamas d’Olo. O silêncio é quase total e a manhã entranha-se na pele. Para sentir o Alvão decidimos entrar no seu interior, a pé, pois claro. Vamos até ao topo, depois de tomarmos café numa aprazível cabana. Os pés seguem o caminho de terra e os olhos contemplam a beleza simples dos pinheiros esguios. Há um grupo de vacas maronesas que se aproxima. Não vale a pena recear: são grandes mas dóceis e, sobretudo, bonitas. Seguindo o caminho, os pinheiros dão lugar a tufos de urze, que na altura em que fizemos a visita se vestiam de lilás, e giestas amarelas, colorindo a serra. Quase a chegar ao topo, sentimos o vento. Não é para menos. Estamos a praticamente 1300 metros de altitude. Vila Real vê-se ao fundo como um aglomerado © EDUARDA FREITAS

escritor Camilo Castelo Branco. O covilhete aguça-nos a vontade para as outras iguarias de Vila Real: os pitos e as cristas de galo, mas, por serem mais doces, ficam para o lanche. A hora de almoço aproxima-se mas antes ainda visitamos a Sé de Vila Real, logo ali ao lado, de seu verdadeiro nome Igreja de S. Domingos, o melhor exemplo de arquitectura gótica em Trás-os-Montes cuja entrada principal fica de costas para a Avenida Carvalho Araújo, agora a avenida principal da cidade mas que à época da construção da Sé não o era. Lá dentro, vale a pena sentir a calma e observar os contrastantes vitrais contemporâneos do pintor João Vieira. Pensando em almoçar no centro da cidade, o Terras de Montanha e o Bons Tempos são, entre outras, boas opções. À tarde há pelo menos duas visitas obrigatórias. Ficam a poucos minutos de carro e encontramos, em primeiro lugar, o Palácio de Mateus, de autoria atribuída ao arquitecto Nicolau Nasoni. Percorrer os jardins do Palácio é como entrar num labirinto e o espelho de água da entrada deixa refletir o bonito edifício. Uns minutos à frente, no lugar de Assento, Vale de Nogueiras, fica o Santuário de Panóias. Este era um local de sacrifícios em honra de deuses proto-históricos e romanos; agora é


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de pontos na paisagem. Para já, ficamos a descansar, mas é obrigatória uma visita às Fisgas de Ermelo aonde os sentidos se arrepiam perante as escarpas e uma enorme cascata do rio que rompe pedras e constrói “piscinas”. Depois do Alvão, avançamos para outra beleza ímpar de Portugal e do mundo: o Douro. Há tantos sítios para ver, tantas curvas e socalcos para descobrir, pessoas para conhecer, vinhos para provar, quintas para apreciar e até pernoitar, que o Douro precisa de dias – às vezes vidas – para se conhecer de perto, e mesmo assim há quem garanta que nunca se conhece tudo sobre esta região esculpida pelo trabalho

do Homem. Sem sabermos ao certo por onde começar, ocorre-nos um escritor maior: Miguel Torga, nascido em São Martinho de Anta, tão perto de Vila Real. E vamos à procura de um poema como quem procura o início de uma nova viagem: São Leonardo de Galafura. Dali adivinhase o Douro não como uma paisagem mas como “um poema geológico. A beleza absoluta”. E não há qualquer hipótese de falso deslumbramento. O Douro é mais do que aquilo que se diz e há locais difíceis de esquecer: o caso do Pinhão, onde a estação ferroviária conta em azulejos a 34

história da produção do vinho do Porto, e, por exemplo, a barragem da Valeira, que, em lugar inóspito mas belo, convida a uma passagem entre as duas margens do rio Douro. Situa-se numa curva do rio, junto a uma estreita garganta rochosa onde antes ficava o Cachão da Valeira, passagem difícil de transpor. É nesse preciso ponto que o Alto Douro passa a Douro Superior. Por aqui cruzam barcos que navegam entre a Régua e o Pocinho ou Barca d`Alva. E eis um bom pretexto para visitar Vila Nova de Foz Côa e o seu Parque Arqueológico, unindo assim na mesma viagem dois territórios património da humanidade: o Douro e as gravuras de Foz Côa. Para quem quer conhecer Trás-osMontes e Alto Douro, Vila Real pode ser apenas o sitio onde a viagem começa... Mas é também o local onde se regressa para fruir da dinâmica vida cultural que a cidade oferece, desde logo a partir do seu Teatro Municipal.

Mais informações: www.cm-vilareal.pt

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Bragança, a proximidade de uma cidade

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(séculos XVII e XVIII) e as obras feitas após a transferência da sede da Diocese de Miranda para Bragança, em 1764. A hora de almoço chega rápido e são várias as sugestões. Aceitamos uma delas, logo ali ao lado. Um menu de 20€ com entrada de enchidos, um prato de caça – javali — com puré de castanha e uma sobremesa com castanhas e amêndoas. O almoço é degustado na esplanada, com

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Quando chegamos a Bragança o relógio conta já uma hora desde Vila Real. A autoestrada A4 passa ao lado de localidades como Murça, Mirandela e Macedo de Cavaleiros. Bragança, lá no topo de Portugal, é uma surpresa para descobrir. A manhã começa com um café no centro histórico. Antes, o carro fica estacionado à fresca de uma árvore, junto ao rio e ao parque de lazer. No centro é dia de feira de produtos regionais. No pequeno largo junto à Sé de Bragança, uma mulher mostra-nos pequenas peças feitas em casca de noz e barro, alusivas ao imaginário do nordeste transmontano. “Tenho caretos, presépios, santos, cruzes e cantarinhas!”, diz. Umas peças a 5 euros, outras a 7,5 e ainda e as “cantarinhas” a 3 euros. As pequenas peças de barro que dão vida e tradição à Feira das Cantarinhas, uma festa anual que se realiza em Bragança, em Maio, que atrai muitos portugueses e estrangeiros à procura de comprar uma cantarinha de barro. A oleira sorri: “Se me quiserem encontrar em Bragança? Não tenho loja. Perguntem pelo meu nome, alguém lhes diz onde moro”, assegura. É assim que sentimos Bragança. Suficientemente próxima para encontrarmos o que quer que seja sem grande esforço, ainda que as ruas sejam a subir... do centro até ao Castelo. Ainda no centro, visitamos a Igreja da Sé. Bonita, imponente, de uma só nave, reflete as reformas feitas pelos Jesuítas

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vinho da casa. O burburinho que chega das mesas ao lado deixa perceber alguns idiomas: holandês, francês e espanhol. Também eles tentados a experimentar os sabores da região e, no caso dos viajantes holandeses, com os olhos postos no céu à procura da paixão que os levou até à ao nordeste transmontano: pássaros. E se Bragança é uma bonita cidade para parar, almoçar e visitar, os pássaros, esses, serão mais fáceis de contemplar nas arribas do Douro Internacional, ali tão perto. Nós ficamos pela cidade. A subida ao Castelo é tarefa a que o corpo se obriga depois do almoço. Talvez a

melhor forma de afastar a preguiça natural, resultado de uma generosa refeição, servida, por exemplo, no magnífico Solar Bragançano. Pelo caminho, as ruas vão se estreitando a cada passo que o Castelo fica mais próximo. Entramos na Cidadela. Sabe bem este encontro com as muralhas do Castelo, com o afastar do burburinho próprio das cidades. Foi aqui que nasceu, provavelmente nos fins do séc. XII, o núcleo humano que fundou Bragança. Cá de cima, o silêncio só não é completo porque ALGURES A NORDESTE

um casal tenta chamar a atenção da filha pequena para a tentativa de uma pose para uma fotografia feliz. Entre as muralhas espreitamos a paisagem e uma estrada que serpenteia lá em baixo. Apetece ficar a contemplar e visitar o património que a Cidadela e o Castelo oferecem, como o Museu Militar e a Torre de Menagem, e, já a descer de novo para a cidade, o Museu Abade Baçal. A tarde espreguiça-se e o dia merece acabar numa das tranquilas casas rurais ou hotéis da região. Bragança tem mais para conhecer. Como em todas as cidades, há que fazer opções. Nós escolhemos o Centro de Fotografia Georges Dussaud, instalado no primeiro andar do bonito Edifício Paulo Quintela. E é a olhar para a arte fotográfica de Dussaud, que viajamos dentro da viagem. As fotos a preto e branco mostram-nos um Trás-os-Montes que parece imutável no tempo: há uma mulher de rosto largo, lenço preto na cabeça, sachola na mão ao lado de um tanque de água; um homem sentado no chão seco, junto à roda de um tractor, a descascar uma maçã; um barbeiro que apara o cabelo numa barbearia com cartazes do Sporting, num tempo em que a equipa de Lisboa foi finalista da Taça de Portugal; um cão rafeiro com olhar dócil em frente a dezenas de ovelhas. Ver Trás-os-Montes pelo olhar de Georges Dussaud também faz parte da viagem à Bragança real. Depois, e logo ali ao lado, o mundo pinta-se com outras cores: Centro de Arte 39


Contemporânea Graça Morais. O edifício, que já foi um antigo solar, é agora um projecto do arquitecto Souto Moura. As sete salas transmitem-nos tranquilidade apesar da inquietação das telas da pintora. Preenchidos, deixamos por momentos a cidade e vamos à procura do Mosteiro na aldeia de Castro de Avelãs. Bastam uns 10 minutos de carro, para encontrarmos a povoação. Mais fácil ainda é ver o antigo mosteiro, ou o que resta dele. Edificado em época medieval, teve grande influência no povoamento da região. Hoje, resta a cabeceira do templo, que apresenta um dos melhores exemplos de arquitectura românica-mudéjar em Portugal. Um mimo para os olhos. A aldeia, quase vazia de

gente, tem algumas casas de turismo rural. “Dão vida a isto”, partilha uma das vizinhas do Mosteiro. De regresso a Bragança, encontramos uma gineta e um camaleão nas paredes em frente ao Teatro Municipal. Ou melhor, a representação de uma gineta e de um camaleão, uma obra de street art, que reutiliza materiais sem uso. Bragança também está na moda. A noite faz-se perto, há que jantar — são várias as opções de bons locais —, e, se for o caso, assistir a um espectáculo no Teatro Municipal da cidade. Ou então, se a agenda não coincidir com a vontade, uma boa opção é aproveitar a calma que se respira e simplesmente deixar-se ficar. Mais informações: www.cm-braganca.pt www.turismo-braganca.com/pt

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CIDADELA E CASTELO DE BRAGANÇA

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BRAGANÇA PATRIMÓNIO 1. CIDADELA DE BRAGANÇA Recinto fortificado em que se destacam as muralhas do castelo, a elegante Torre de Menagem, a “Domus Municipalis” e o Pelourinho. Este monumental conjunto destaca-se pela sua magnificência, grandiosidade e inquestionável valor histórico patrimonial. Aqui se teria organizado, provavelmente nos fins do séc. XII, o núcleo humano fundacional. 2. CASTELO DE BRAGANÇA É provável que, em povoado tão próximo da fronteira, se tenha construído uma linha defensiva, neste local, ainda no reinado de D. Sancho I (concessor do 1º foral em 1187). D. Dinis, nos fins do séc. XIII, teria mandado construir o primeiro castelo, afirmandose, assim, a importância do aglomerado. Em 1377, reinava D. Fernando, a “vila” já estava totalmente cercada. No lado norte da muralha, ergue-se a Torre da Princesa, que fazia parte da alcáçova e, conta-nos uma lenda, foi prisão de uma princesa cristã, para impedir o seu casamento com um ilustre mouro. 3. TORRE DE MENAGEM Construída no ponto mais defensável do castelo, sustenta, nos seus ângulos, vigias de bom recorte. Envolvida por torres cilíndricas levanta-se à altura de 33m, destacando-se, na fachada sul, a janela ogival geminada e a pedra de armas de D. João I. No seu interior, uma cisterna (que servia uma função residencial) e amplos vãos de esmerado lavor. A cintura defensiva que a protege é constituída por panos de muros e cubelos. As obras iniciadas em 1409, com D. João I, só terminam 40 anos depois.

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4. MUSEU MILITAR DE BRAGANÇA O Museu Militar de Bragança ocupa todo o interior da Torre de Menagem do Castelo de Bragança impondo-se como espaço memória das vivências militares da cidade, porquanto a maioria das peças originais foram doadas pelos habitantes, participantes nas Campanhas de África e 1ª Guerra Mundial. A sua fundação remonta a 1929, na prevalência do Regimento de Infantaria 10, aqui aquartelado e, posteriormente, o Batalhão de Caçadores 3. Sob o pretexto da recuperação do Castelo e a consequente extinção do Batalhão também o Museu Militar partiu, regressando em 1983 com o acervo original enriquecido por peças de armamento ligeiro desde o séc. XII até à 1ª Guerra Mundial. 5. PELOURINHO Símbolo do poder concelhio ergue-se no largo de S. Tiago, local onde existiu uma igreja com este nome. É constituído por duas peças distintas, dois elementos bem separados no tempo: o pelourinho propriamente dito - uma coluna de fuste liso e coroamento e a figura zoomórfica proto-histórica, um berrão (popularmente designado por “porca da vila”). Deste casamento resultou um conjunto anacrónico, mas original e de grande valor simbólico. 6. MUSEU IBÉRICO DA MÁSCARA E DO TRAJE Inaugurado a 24 de Fevereiro de 2007, foi criado no âmbito do projecto “Máscaras”, apoiado pela União Europeia através do programa INTERREG, numa parceria de cooperação transfronteiriça entre o Município de Bragança e a Diputación Provincial de Zamora. É um espaço de divulgação das tradições relacionadas com a temática da máscara estando expostas máscaras, trajes, adereços e ALGURES A NORDESTE


FOTOS: © MUNICÍPIO DE BRAGANÇA

objectos usados nas “Festas de Inverno” em Trásos-Montes e Alto Douro e nas “Mascaradas de Invierno” da região de Zamora. 7. IGREJA DE SANTA MARIA A sua edificação poderá remontar aos primórdios do burgo. Erigido no terceiro quartel de quinhentos, o corpo do monumento apresenta um interior dividido em três naves por colunas poligonais (construídas em tijolo) que sustentam arcos de meio ponto. Do séc. XVII, o retábulo dedicado a Sto. Estevão e a preciosa e expressiva imagem de Sta. Maria Madalena (altar-mor), obra seiscentista do mestre Gregório Fernandez ou Pedro de Mena, das oficinas de Valladolid. Do séc. XVIII provêm muitos elementos decorativos e alguns acrescentos arquitetónicos, como o retábulo barroco da capela-mor e o teto da nave central que apresenta pinturas de perspetiva ilusionística. A frontaria, de “tipo retabular”, é animada por um portal de feição barroca (16901715), em que desempenham papel de relevo as colunas pseudo-salomónicas e os enrolamentos dos frontões. 8. DOMUS MUNICIPALIS Monumento singular da arquitetura românica civil, exemplar arquitetónico eloquente do período tardo medieval, a sua edificação data, muito provavelmente, do primeiro terço de quatrocentos (como se comprova por um doc. de 1501), podendo ter coincidido com a do castelo. Incorpora uma cisterna de boa fábrica para armazenar águas pluviais e nascentes. O extradorso da abóbada de berço, que cobre a cisterna, forma o pavimento lajeado do salão. É este espaço arquitetónico superior, constituído pelo salão fenestrado, que lhe empresta originalidade. Se não se pode concluir que esta “parte aérea” tenha sido edificada para servir especificamente como Paços do Concelho (Casa da Câmara), também não se pode afastar a hipótese de o “salão” ter sido ALGURES A NORDESTE

utilizado, logo que acabado, para nele se realizarem reuniões dos “homens bons”. 9. IGREJA E CONVENTO DE S. FRANCISCO Fundado no séc. XIII, para se estabelecer a ordem mendicante de S. Francisco, terá recebido os favores da Rainha Isabel, mulher de D. Dinis, que muito provavelmente aqui pousou em 1282. Foi reedificado na primeira metade de seiscentos a partir de uma estrutura medieval, de que subsistem alguns elementos, sendo a fachada maneirista datada de 1635. Na 2.ª metade do séc. XIX, na zona conventual, depois de sujeita a obras de readaptação, instalou-se o Hospital Militar e, posteriormente, o Asilo Duque de Bragança. De entre os vários retábulos setecentistas, destaca-se o da capela de N. S. da Conceição em que são já visíveis algumas aplicações rocaille e se evidencia a pintura cenográfica do teto. O retábulo do altarmor é neoclássico, tendo obras de conservação recentemente realizadas deixado visíveis aberturas na abside e pinturas murais no altar-mor onde se destacam a representação da Sra. do Manto e motivos geométricos. 10. MUSEU DO ABADE DE BAÇAL Criado por Decreto-Lei em 13 de Novembro de 1915, sob a designação de Museu Regional de Obras de Arte, Peças Arqueológicas e Numismática de Bragança passa a designar-se Museu do Abade de Baçal em 1935, data da jubilação do Abade de Baçal, em homenagem ao erudito, investigador e também Diretor do Museu entre 1925 e 1935. Grande impulsionador da cultura da região e defensor do seu património, o Dr. Raúl Teixeira, Diretor do Museu entre 1935 e 1955, desempenhou um papel decisivo na projecção da instituição e na angariação de parte significativa do seu acervo, através das excelentes relações que tinha junto dos meios culturais e artísticos da época. As principais colecções que integram o acervo 45


BRAGANÇA PATRIMÓNIO do Museu são Arqueologia, Epigrafia, Arte Sacra, Pintura, Ourivesaria, Numismática, Mobiliário e Etnografia. 11. CENTRO DE FOTOGRAFIA GEORGES DUSSAUD Inaugurado em 2013, durante as comemorações do 25 de Abril, o Centro de Fotografia Georges Dussaud ocupa o primeiro andar do Edifício Paulo Quintela. A colecção aqui apresentada, da autoria de Georges Dussaud, é constituída por um acervo fotográfico de retratos a preto e branco de onde sobressaem histórias de vida, povoadas de homens, mulheres e crianças, mas também de lugares, de olhares, de gestos, de instantes irrepetíveis registados a cada rigoroso disparo da máquina fotográfica. 12. CENTRO CIÊNCIA VIVA Edifício que coincide com a localização da antiga central de produção de energia elétrica, instalada em 1914, em plena Grande Guerra, pelo engenheiro francês Lucien Guerche. Inaugurado em 2007, é constituído por dois espaços: o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (projeto da arquiteta italiana Giulia Appolonia, com soluções inovadoras de climatização e energia) e a Casa da Seda instalada num antigo moinho recuperado (de entre os vários que fabricavam neste troço do rio Fervença). Espaços lúdicos experimentais, vocacionados para visitas com crianças em idade escolar. 13. CENTRO DE INTERPRETAÇÃO DA CULTURA SEFARDITA DO NORDESTE TRANSMONTANO O Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano é um espaço destinado à preservação das vivências das comunidades judaicas que habitaram a região transmontana e 46

cuja memória, ainda hoje, perdura muito viva. A informação organiza-se sob a designação: Judeus sefarditas do Nordeste Transmontano: uma viagem no Tempo e ao fundo da Consciência social e pretende ser uma revisitação daquilo que a historiografia temática dá conta do que terão sido as vivências dos judeus sefarditas que habitaram a região. 14. CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA GRAÇA MORAIS O edifício, de construção setecentista, conhecido pelo Solar dos Veiga Cabral e Solar dos Sá Vargas, onde, em 1947, após remodelação, se instalou a agência do Banco de Portugal, foi adquirido (2001) pela Câmara Municipal, para, após concluídas obras de recuperação e ampliação, com projeto do Arquiteto Souto de Moura, instalar um centro de arte contemporânea. Inaugurado em 30 de junho de 2008, é constituído por um núcleo de exposições permanentes, distribuído por sete salas, dedicado à pintora Graça Morais e pelo núcleo de exposições temporárias que acolhe exposições de referência nacional e internacional. 15. IGREJA DA SÉ Edifício construído em terrenos pertencentes ao Mosteiro Beneditino de Castro de Avelãs e destinado a convento de freiras Claras, acabaria por ser entregue aos padres da Companhia de Jesus, em 1562, onde, em instalações anexas, fundaram um colégio. Com a expulsão da Ordem (1759), aqui se estabeleceu (1766) o Seminário Diocesano. A igreja, de uma só nave, reflecte as reformas feitas pelos Jesuítas (séculos XVII e XVIII) e as intervenções realizadas a partir de 1768, aquando da atribuição de funções catedralícias ao templo com a transferência da sede da Diocese de Miranda para Bragança, em 1764. O tecto subdivide-se em três abóbadas com arcos de cruzaria e mísulas; o altar-mor apresenta talha dourada de estilo ALGURES A NORDESTE


FOTOS: © MUNICÍPIO DE BRAGANÇA

nacional. Merece visita atenta a Sacristia, do séc. XVII, pela beleza da decoração, pela riqueza das pinturas no tecto apainelado, narrando a vida de Santo Inácio de Loyola, e pelos quadros que ladeiam o arcaz. Também o Claustro, de traça renascentista, dividido em dois registos merece especial atenção. 16. CENTRO DE MEMÓRIA FORTE S. JOÃO DE DEUS A construção do Forte S. João de Deus surgiu da necessidade de se reforçar o sistema defensivo da cidade, após a Restauração da Independência em 1640, com a aclamação de D. João IV como Rei de Portugal, a questão militar tornou-se premente, no que concerne à defesa das fronteiras. Com o objetivo de requalificar o local onde outrora estaria instalado o Forte S. João de Deus, deram início, em 2012, as obras para aqui instalar, no edifício onde funcionou a Administração Militar, o Centro de Memória da Presença Militar em Bragança. Este Centro pretende ser o reconhecimento do “lugar” - sítio do Sardoal - e da transformação da ermida no Forte. MOSTEIRO DE CASTRO DE AVELÃS Edificado em época medieval, o antigo mosteiro beneditino de S. Salvador de Castro de Avelãs teve grande influência no povoamento

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da região, aparecendo na documentação do séc. XIII como uma instituição religiosa detentora de grande riqueza e mais poderosa de Trás-os-Montes durante o período medieval. Extinto pelos meados do séc. XVI (1545-1546), do complexo monacal primitivo só resta hoje, de genuína arquitectura românica cluniacense, a cabeceia do templo, de remate semicircular e revestimento em tijolo, com manifesta influência inspiradora da arte leonesa de Sahagun. A planta original incluiria três naves, apenas restando actualmente a central. BASÍLICA DE S. CRISTO DE OUTEIRO Trata-se de um templo do século XVII, que tem a sua origem num pequeno templo, votado ao abandono, até que a 26 de Abril de 1698 se terá dado um milagre: o Santo Cristo terá então suado sangue, conforme inscrição existente na igreja. A primeira pedra para um santuário foi, então, lançada entre 1725 e 1739. O edifício é composto por templo com planta em cruz latina, sacristia e casa de arrumações. Destaca-se a sacristia com tecto apainelado com três dezenas de caixotões pintados com cenas da vida de Cristo, executados em 1768 por Damião Bustamante, oriundo de Valladolid, e paredes igualmente revestidas de pintura sobre tela. A 8 de Novembro de 2014 foi concedido o título de Basílica Menor de S. Cristo de Outeiro à Igreja Santuário do Santo Cristo de Outeiro, tornando-a na única Basílica do país que está localizada numa aldeia.

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VILA REAL PATRIMÓNIO 1 .IGREJA DE S. DINIS A Igreja original é do séc. XIV, embora profundamente alterada com o decorrer dos séculos. Fundada por D. Dinis, dessa época resta somente uma porta, actualmente fechada. Tem outros vestígios, maneiristas e barrocos, como outras portas da Igreja. No seu interior estava a imagem da Sra. do Desterro, imagem gótica que estaria colocada no cimo das portas da vila, entretanto destruídas, e que agora encontra-se no Museu da Vila Velha. 2. CAPELA DE S. BRÁS Localizado na Vila Velha e datado da última década séc. XIII / primeira década do séc. XIV, é um templo românico-gótico simples, cuja ornamentação exterior é composta pelos cachorros representando figuras humanas, animais e geométricas. De porta lateral, no interior sobressaem duas arcas tumulares, uma manuelina e outra, mais simples, onde segundo a tradição está sepultado Lourenço Viegas, o Espadeiro, filho de Egas Moniz e companheiro de armas do primeiro Rei de Portugal. Os frescos da parede do fundo, que representam S. Brás, são igualmente dignos de nota. 3. PAÇOS DO CONCELHO De estilo barroco, extemporâneo, foi construído, no início do séc. XIX, para ser hospital. No entanto, o Monsenhor Jerónimo Amaral ofereceu o seu palácio para essa função, passando então o edifício a albergar os Paços do Concelho. Sendo (à época) a fachada principal virada para a Vila Velha, o aumento de importância da Avenida principal fez com que o edifício se “virasse”, sendo enriquecido com uma bela escada de granito proveniente de outro local. No interior há um pátio quadrangular, que abrange os dois pisos do edifício.escada de granito 48

proveniente de outro local. No interior há um pátio quadrangular, que abrange os dois pisos do edifício. 4. CASA DE DIOGO CÃO Erguido na Avenida Carvalho Araújo, no séc. XV, trata-se de um edifício de traça medieval, onde terá nascido, segundo a tradição, o navegador português Diogo Cão, que descobriu a foz do rio Zaire no séc. XV. 5. IGREJA DA MISERICÓRDIA vestígios de manuelino, na singela ornamentação exterior, a igreja conserva nos alçados laterais algumas frestas e uma porta de origem. São igualmente da mesma época as imagens dos santos presentes nos nichos angulares das paredes exteriores. No interior conserva quatro retábulos com talha de estilo barroco. Dois deles escondem outros de granito dourado, maneiristas (e muito raros na região). A sua construção foi iniciada no dia 20 de Março de 1532 e terminada em 1548. 6. PELOURINHO Soco constituído por três degraus de planta octogonal sobre os quais assenta uma base octogonal monolítica com encaixe para o fuste. Este apresenta secção octogonal e na base secção quadrada com chanfros. Sobre o fuste, a gaiola apresenta janelas em arco chanfrado e cúpula católica com remate central em florão e cruz de ferro com bandeirola. A gaiola possui nos quatro cantos colunelos adossados com remate de florão. O elemento inferior do fuste apresenta ainda a meia altura um orifício para o encaixe das ferragens do pelourinho.

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FOTOS: © MUNICÍPIO DE VILA REAL

7. SÉ (IGREJA DE SÃO DOMINGOS) Edificado extramuros, é um edifício românico com pormenores góticos. A fachada, típica, revela três naves em que se impõem dois contrafortes. Nos nichos estão S. Francisco e S. Domingos. O edifício tem duas portas laterais, a sul, dando para o adro, e a norte, para o convento. Quanto à planta, é de três naves de três ramos, transepto saliente e uma só capela, transformada no séc. XVIII. No seu interior tem várias inscrições medievais e três sepulcros. A torre foi construída em 1742. O início da sua construção remonta a maio de 1424.

acontecer uns dias depois...), quando acompanhava o paquete “São Miguel” entre o Funchal e Ponta Delgada.

8. CONVENTO DE S. DOMINGOS (ACTUAL CONSERVATÓRIO DE MÚSICA) Durante o reinado de D. João I foi escolhido um terreno para a edificação do Convento, fora de muros, localização essa aprovada e confirmada pelo rei, em 1421. Em 1424 os dominicanos tomaram posse dos terrenos destinados à construção do convento, e lançou-se a primeira pedra. A partir de 1443 aparecem já registos de ordenações a frades do mosteiro dominicano de Vila Real, o qual, juntamente com a igreja, estaria já acabado por essa data.

11. CAPELA NOVA Também conhecida como Capela dos Clérigos, Igreja de S. Paulo ou de S. Pedro Novo, atribui-se a sua construção, cuja obra foi iniciada em 2 de Fevereiro de 1739, a Nicolau Nasoni. Em duas cartelas escritas em latim lê-se que Pedro é o “Pastor das ovelhas, príncipe dos Apóstolos e senhor das chaves do céu”. Dentro da capela há painéis de azulejos onde se representam cenas da vida de S. Pedro e de S. Paulo, figurando igualmente em duas telas na capela-mor.

9. CARVALHO ARAÚJO (ESTÁTUA) Nascido no Porto “por acidente”, viveu desde muito cedo em Vila Real. Incorporou-se na Marinha em 1899 e serviu em várias embarcações. A sua missão mais importante foi como comandante no caça-minas “Augusto de Castilho”, em cuja ponte viria a morrer em 14 de Outubro de 1918, após um ataque feito pelo submarino alemão “U-139”, já depois de a Alemanha ter pedido o armistício (o que só viria a ALGURES A NORDESTE

10. CASA DOS MARQUESES DE VILA REAL Construída no séc. XV-XVI, é a casa onde habitou em tempos a família dos marqueses de Vila Real, que caiu em desgraça devido ao seu envolvimento na conjura contra D. João IV, em 1641. Ainda conserva as ameias, bem como a janela geminada, de estilo manuelino.

12. IGREJA DE SÃO PEDRO Construída a expensas do Abade de Mouçós, D. Pedro de Castro, aqui sepultado. O início da sua construção localiza-se no ano de 1528, e em 1692 foram colocados os azulejos da capela-mor. Em 1711 sofreu grandes obras de restauro, sendo-lhe embutidos cinco altares laterais e o arco da pia baptismal, com outro fronteiro, fez-se o tecto com caixotões apainelados e cobriu-se de talha o arco cruzeiro. No mesmo ano construiu-se a sacristia. A talha é lindíssima, e os caixotões dos tectos são simplesmente sumptuosos. 49


VILA REAL PATRIMÓNIO 13. IGREJA DO CALVÁRIO Criada no século XVIII, o templo sofreu alterações no século seguinte. A fachada é revestida de azulejos bicolores, azuis e brancos, e é rematada pelo brasão da Ordem Terceira, à qual pertence. O adro é extenso e ajardinado. PALÁCIO DE MATEUS Edificado na primeira metade do séc. XVIII, com risco de Nicolau Nasoni, o Palácio de Mateus é considerado um dos expoentes máximos da arquitectura civil do barroco em Portugal. Com tectos em madeira ricamente trabalhada, o mobiliário de diferentes épocas, pintura dos séculos XVII e XVIII, objectos de prata, cerâmica e uma biblioteca onde avulta uma edição notável de Os Lusíadas. SANTUÁRIO DE PANÓIAS Localizado na Freguesia de Valnogueiras (na estrada Vila Real-Sabrosa), o santuário foi consagrado a várias divindades, sendo a mais referida Serápis, divindade de origem oriental. Antes da utilização romana (sécs. II-III), haveria já culto (primeira fase de utilização na Proto-História), visível em algumas covinhas, aos deuses dos Lapiteas. O Santuário é essencialmente formado por três grandes rochas, e é único por nos dizer, ele próprio, quem o edificou, a que divindades foi consagrado e quais os ritos cultuais aí exercidos. Sendo monumento classificado, dependente do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, a sua visita é imprescindível, e a vista que daí se desfruta para o Marão é imponente.

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CAPELA DE ARROIOS A Capela de Arroios é um belo exemplar da arquitectura religiosa rococó (datação séc. XVIII) São evidentes as semelhanças deste monumento com a Capela do Palácio de Mateus e a Capela Nova, também em Vila Real. TORRE DE QUINTELA As Inquirições de D. Afonso III, feitas em 1258, referem-se a “uma torre que está começada em Quintela”. Deve ter sido habitação temporária de senhores feudais, bem como celeiro. Na torre, localizada na freguesia de Vila Marim, sobressaem os oito elegantes balcões com parapeitos ameados, sendo os angulares fornecidos de mata-cães, sendo estes os primeiros (em pedra) a aparecer em Portugal. As seteiras do segundo piso alargam muito interiormente, tendo pilaretes para reforçar o lintel. IGREJA DE SANTA MARINHA/PAROQUIAL DE VILA MARIM A igreja de Vila Marim é considerada um Imóvel de Interesse Público, de estilo marcadamente românico, e é a mais antiga do sul do distrito de Vila Real. O que mais distingue esta igreja das restantes existentes no Concelho são os frescos que foram encontrados nas paredes laterais da igreja. A templo data do séc. XII, mas presume-se que os primeiros frescos sejam do séc. XV (capela-mor) e, posteriormente, do séc. XVI serão as pinturas murais da nave e outro conjunto da capela-mor. CENTRO DE CIÊNCIA DE VILA REAL Projecto fundado m 2014 pelo Município de Vila Real e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Localizado no Parque Corgo, na margem direita do rio, tem como principal missão despertar e fomentar o interesse pelas ALGURES A NORDESTE


FOTOS: © MUNICÍPIO DE VILA REAL

ciências e tecnologias na comunidade em geral, sobretudo os mais jovens. O espaço expositivo único na região é uma janela aberta para a riqueza do património natural de Trás-os-Montes e Alto Douro, que vai imergir o visitante num ambiente multissensorial que o transportará no espaço e tempo. O Centro disponibiliza uma sala de exposição multiúsos, laboratórios, uma exposição permanente e uma secção de estufas. MUSEU DE ARQUEOLOGIA E NUMISMÁTICA O Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real (MANVR) é um museu de carácter regional, O MANVR tem duas exposições permanentes: a de Numismática e a de Arqueologia. Disponibiliza ainda um Serviço Educativo, que complementa não só a visita às exposições como a actividade da área de exposições temporárias. Tem ainda disponível um Centro de Documentação. Está instalado num belo edifício setecentista, a Casa do Caminho de Baixo, que sofreu diversas ocupações ao longo do tempo. Após um período em que a ruína esteve iminente, foi promovida a sua recuperação com o objectivo concreto de aí se instalar o MANVR. MUSEU DA VILA VELHA IInaugurado em 2008, o Museu da Vila Velha é um corolário das campanhas arqueológicas levadas a

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cabo na Vila Velha, que resultaram nas áreas visitáveis da estrutura das Portas da Vila e de vestígios de malha urbana na Rua de S. Dinis. Tem duas áreas expositivas: no piso inferior, uma área dedicada a exposições temporárias, de temática diversa; no piso superior, uma área expositiva relacionada com a arqueologia. A visita à exposição arqueológica inicia-se no átrio do Museu. A grande janela que permite vislumbrar o cemitério de S. Dinis e parte da Vila Velha é o ponto de partida para uma visita às origens de Vila Real. MUSEU DO DOM E DA IMAGEM Instalado no edifício do Teatro Municipal, o Museu do Som e da Imagem nasceu da necessidade de preservar o acervo do antigo Teatro Avenida. A este núcleo inicial juntaram-se numerosas peças. O discurso museológico distribui-se por sete salas (com várias secções interactivas), dedicadas sucessivamente ao primeiro Teatro de Vila Real (de 1846), ao TeatroCirco (de 1892), ao Teatro Avenida (de 1930), à história da fotografia, à história do cinema e a exposições temporárias. Paralelamente, o Museu do Som e da Imagem tem em funcionamento um serviço educativo e um arquivo audiovisual, e desenvolve diversas iniciativas, da realização de documentários, à organização de exposições temáticas e à edição de publicações sobre história da fotografia e da cidade.

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BRAGANÇA ESPAÇOS VERDES JARDIM DO CASTELO

PARQUE URBANO DO FERVENÇA

Na envolvente do Castelo de Bragança surgem espaços verdes que dignificam a beleza e importância do Castelo. A cidadela, muito habitada, inclui igualmente alguns espaços verdes interessantes distribuídos por diversas parcelas, a maior das quais corresponde ao espaço da antiga praça de armas do quartel de infantaria. Assim, temos o jardim do Duque D. Fernando de Bragança, junto à entrada oeste, as áreas que contornam as muralhas do castelo e os jardins da cidadela. Espaços tranquilos e muito simpáticos para visitar e usufruir em Bragança.

Entre vários jardins e parques da cidade de Bragança, o Parque Urbano do Fervença destacase na vivência da cidade. Marcado pela presença do rio Fervença, está historicamente associado aos usos e costumes praticados em torno do rio. Da margem esquerda temos a cidade, da margem direita sobem as encostas do Monte de São Bartolomeu. O parque foi recuperado através do Programa Nacional de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades - POLIS tornando-se mais aprazível para a população e visitantes. Ao longo das margens há grande diversidade de vegetação, aves que aí encontram casa, e outro tipo de fauna, como as ocasionais lontras, que constituem um atractivo para os visitantes. É, sem dúvida, um óptimo local para passeios descontraídos.

© EDUARDA FREITAS

PARQUE URBANO DO FERVENÇA

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ESPAÇOS VERDES VILA REAL JARDIM DA CARREIRA

PARQUE CORGO

O Jardim da Carreira surgiu da necessidade de criar um espaço público de lazer, no século XVIII. Originalmente foi arborizado com espécies de árvores provenientes do Gerês. Era, então, criada a “Carreira Nova”. Mais tarde, já no século XIX, foi colocada a taça, o coreto e plantadas novas árvores que constituiriam a “Avenida das Tílias”. Em 1926 é colocado o busto de Camilo, e em 2003 o “Jardim da Carreira” sofreu obras de beneficiação e acrescentadas algumas valências: uma escadaria, um parque infantil, um ringue de patinagem, e um café (aberto só no Verão). Localização: Rampa do Calvário – S. Pedro

Situa-se nas margens do rio que lhe dá nome, e tem uma área de cerca de 33 hectares. O Parque Corgo está ligado ao Parque Florestal, um verdadeiro pulmão da cidade, e incorpora vários equipamentos: campos polidesportivos, itinerários pedestres, parque de merendas de Codessais (equipado com grelhadores e mesas), piscinas municipais abertas, parque infantil, cafés e casas de chá. É ainda possível ver antigos moinhos, alguns deles recuperados.

© MUNICÍPIO DE VILA REAL

PARQUE CORGO

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BRAGANÇA ONDE DORMIR HOTEL ESTALAGEM TURISMO **** Estrada de Turismo – Cabeça Boa 5300-852 Bragança T. 273 324 204 Website: www.hotelestalagemturismo.com/pt E-mail: hotel.estalagem.turismo@gmail.com HOTEL IBIS *** Rotunda Lavrador Transmontano, Av. das Forças Armadas 5300-063 Bragança T. 273 302 520 Website: www.ibis.com E-mail: HOTEL NORDESTE SHALOM ** Av. Abade de Baçal, 39 | 5300 Bragança T. 273 331 667 http://hotel-shalom.com.pt HOTEL S. ROQUE ** R. Miguel Torga 9 5300-037 Bragança T. 966 341 667 HOTEL STA. APOLÓNIA *** Urbanização Supinorte, Avenida Dr. Francisco Sá Carneiro 5300-252 Bragança T. 273 312 073 Website: www.hotelsantaapolonia.pt E-mail: santa_apolonia@iol.pt HOTEL TÚLIPA ** R. Dr. Francisco Felgueiras, 810 5300-252 Bragança T. 273 331 675 Website: www.tulipaturismo.com

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ONDE DORMIR VILA REAL HOTEL MIRACORGO **** Avenida 1.º de Maio, 76/78 | 5000-651 Vila Real T.: 259 325 001 // Fax: 259 325 006 Website: www.hotelmiracorgo.com E-mail: miracorgo@mail.telepac.pt QUINTA DO PAÇO HOTEL **** Estrada Nacional 322, Arroios | 5000-051 Vila Real T.: 259 340 790 // Fax: 259 340 799 Website: www.quintapaco.com E-mail: hotel@quintapaco.com HOTEL MIRANEVE ** Rua D. Pedro de Castro | 5000-669 Vila Real T.: 259 323 153 // Fax: 259 323 028 Website: www.hotelmiraneve.com.pt E-mail: hotelmiraneve@live.com.pt DOURO VILLAGE HOSTEL Rua 31 de Janeiro, n.º 44 | 5000-651 Vila Real T.: 259 042 294 Website: www.dourovillage.pt E-mail: info@dourovillage.pt TURISMO EM ESPAÇO RURAL CASA AGRÍCOLA DA LEVADA Rua da Capela | 5000-419 Vila Real T.: 259 322 190 Website: www.casadalevada.com E-mail: mail@casadalevada.com CASA DA CAMPÂNIA Rua do Mineiro | 5000-071 Vila Real T.: 917 523 575 // Fax: 259 372 995 Website: www.casadacruz.com / www.geocities.com/ casadacampania E-mail: casadacruz@mail.telepac.pt CASA DA CRUZ Rua da Cruz | 5000-077 Campeã, Vila Real T.: 259 979 422 // 917 523 575 // Fax: 259 372 995 Website: www.casadacruz.com E-mail: casadacruz@mail.telepac.pt CASA DA QUINTA DE SÃO MARTINHO Rua de São Martinho | 5000-270 Mateus, Vila Real T.: 259 323 986 / 933 202 326 / 933 437 291 Website: www.quintasaomartinho.com E-mail: geral@quintasaomartinho.com CASA DA TIMPEIRA Quinta dos Azevedos | 5000 Timpeira, Vila Real T.: 259 322 590 / 259 324 068 / 914 011 785 // Fax.: 259 324 068 E-mail: timpeira@solaresdeportugal.pt CASA DE SÃO JOÃO DE LAMARES Largo de S. João n.º 8 | 5000-132 Lamares, Vila Real T.: 259929207 / 932254151 ALGURES A NORDESTE

Website: www.casasjoao.com E-mail: casadesjoao@sapo.pt CASA DO MINEIRO Rua do Mineiro | 5000-077 Campeã, Vila Real T.: 259 979 422 / 917 523 575 // Fax: 259 372 995 Website: www.casadacruz.com // www.geocities.com/ casa_mineiro E-mail: casadacruz@mail.telepac.pt ALOJAMENTO LOCAL PENSÃO AREIAS Rua Miguel Bombarda, n.º 58 | 5000-625 Vila Real T.: 259 322 913 E-mail: pensaoareias@live.com.pt RESIDENCIAL COSTA Rua Central, Varge | 5000-369 Mouçós, Vila Real T.: 259324806 E-mail: mariocostarestaurante@gmail.com RESIDENCIAL CLÁSSICO Urbanização de S. Lourenço, Lote 3C | 5000 Lordelo, Vila Real T./Fax: 259 341 795 Website: www.residencialclassico.com E-mail: residencialclassico@hotmail.com RESIDENCIAL DA SÉ Travessa de S. Domingos, n.º 19 e 23 | 5000-522 Vila Real T.: 259 324 575 / 919 310 601 // Fax: 259 324 575 E-mail: residencialdase@gmail.com RESIDENCIAL ENCONTRO Av. Carvalho Araújo, n.º 76/78 | 5000-657 Vila Real T.: 259 322 532 Website: http://res-encontro.tripod.com E-mail: residencialencontro@sapo.pt RESIDENCIAL REAL Rua dos Combatentes da Grande Guerra, n.º 5 | 5000-635 Vila Real T.: 259 325 879 // Fax: 259 324 613 Website: www.residencialreal.com E-mail: hotelreal@sapo.pt RESIDENCIAL O MONTANHÊS Rua das Árvores (Nacional 2) | 5000-540 Vila Real T.: 220 123 325

PARQUE DE CAMPISMO DE VILA REAL Rua Dr. Manuel Cardona, Quinta da Carreira | 5000-558 Vila Real T.: 259 324 724 Website: www.campingvilareal.com E-mail: camping.vilareal@gmail.com

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PATRIMÓNIO REGIONAL ALTO DOURO VINHATEIRO Há mais de 2000 anos que o Alto Douro Vinhateiro produz vinhos e entre eles um dos mais afamados do mundo, o Vinho do Porto. A região fica situada no Nordeste de Portugal e tem como marca a personalidade de um rio: o Douro. O Alto Douro Vinhateiro escreveu a sua página na história do mundo quando em 1756 o Marquês de Pombal criou a primeira região demarcada e regulamentada do mundo. A demarcação foi feita com 201 marcos de granito, inicialmente, e depois com mais 134, num total de 335 marcos pombalinos, alguns ainda existentes na região. Desde 2001 que o Alto Douro Vinhateiro é classificado como Património da Humanidade, na categoria de paisagem cultural, evolutiva e viva. A beleza do rio Douro e seus afluentes, os socalcos e os muros de xisto, as pessoas e os vinhos, as quintas, os cais e as estações de caminho-de-ferro, os promontórios os recantos fazem do Douro uma visita especial em qualquer época do ano.

PARQUE NATURAL DO ALVÃO O Parque Natural do Alvão, criado em 1983, é uma área protegida de Portugal, situada entre os concelhos de Mondim de Basto e Vila Real. São duas as áreas mais importantes: uma zona mais alta - que chega aos 1339 metros de altitude - abrangendo a serra do Alvão e o planalto de Lamas de Olo, e uma zona baixa, onde estão localizadas as povoações de Ermelo e de Fervença e os vales por onde corre o rio Olo. A principal curiosidade geológica é a queda de água conhecida como a Cascata das Fisgas do Ermelo. O edifício sede do Parque Natural do Alvão fica situado em Vila Real. PARQUE NATURAL DE MONTESINHO É um dos mais fantásticos e maiores parques naturais de Portugal. Criado em 1979, e situado no Nordeste Transmontano, abarca parte dos concelhos de Bragança e Vinhais, a designada Terra Fria Transmontana, num total de mais de 74 mil hectares. No parque Natural de Montesinho destacam-se a Serra da Coroa e a Serra de Montesinho, cujo nome baptiza o Parque. Dentro deste território tão especial existem 92 aldeias. Uma visita obrigatória para os apaixonados da natureza e da autenticidade.

PARQUE NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL O Parque Natural do Douro Internacional tem paisagens fabulosas. Ao longo de 122 quilómetros de troço fronteiriço do Rio Douro e do seu afluente, o Rio Águeda, há zonas MONTESINHO

© PAULO ARAÚJO

ALVÃO

VISTA A PARTIR DO MUSEU DO CÔA

© PAULO ARAÚJO

© JOSÉ MIGUEL PIRES

MARÃO


mosaico valorizado por vegetação mais rasteira e rara em que se destacam espécies de orquídeas espontâneas. Regista-se a presença de várias espécies de aves que ali nidificam e encontram refúgio, como o mergulhão-de-crista, seu ex-libris. A Albufeira é procurada também para actividades balneares.

planálticas com grandes altitudes e desfiladeiros de grande beleza e impacto, escavados pelos dois rios com profundidades que chegam a ultrapassar os 200 metros. É junto à fronteira norte com Espanha que o Parque atinge a altitude máxima de 895 metros e é perto de Barca d’Alva que desce à altitude mínima de 125 metros. É nas margens, ou arribas, que a nidificação de aves assume especial importância. Lá podemos encontrar – e ver – aves como o Grifo, o Abutre do Egipto, a Cegonha-Preta, a Águia-Real e a Águia de Bonelli, entre outras. O Parque integra os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada-à-Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro. O Parque Natural do Douro Internacional tem a sua sede em Mogadouro e duas filiais, uma em Figueira de Castelo Rodrigo e outra em Miranda do Douro.

SERRA DO MARÃO A Serra do Marão é a sétima maior elevação de Portugal Continental, com 1415 metros de altitude e 689 metros de proeminência topográfica. Situa-se na região de transição do Douro Litoral para Trásos-Montes e Alto Douro. PARQUE ARQUEOLÓGICO DO VALE DO CÔA Nos vales dos rios Côa e Douro há um elevado número de gravuras rupestres do Paleolítico Superior, que dão vida e sentido ao Parque Arqueológico do Vale do Côa. Ao longo de 17 quilómetros, há diversos sítios com gravuras, fazendo desta região um verdadeiro museu ao ar livre do Paleolítico, o maior de todo o mundo. Daí que as gravuras sejam consideradas pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade. A gestão das visitas às gravuras é feita pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa, em Vila Nova de Foz Côa. A visita requer marcação prévia.

PAISAGEM PROTEGIDA DO AZIBO Localizada maioritariamente no concelho de Macedo de Cavaleiros e parte da bacia hidrográfica do Sabor, foi instituída em 1999. A barragem — para regadio e abastecimento domiciliário — data dos anos 70. O sítio constitui uma interessante mescla de flora mediterrânica e atlântica: carvalho-cerquinho e castanheiros coabitam com áreas de lameiro, oliveira, vinha e sobreiro, num

AZIBO

© PAULO ARAÚJO

ALTO DOURO VINHATEIRO

DOURO INTERNACIONAL

© PAULO ARAÚJO

MUSEU DO CÔA


PROJECTO PARA A PROMOÇÃO DO TERRITÓRIO CULTURAL DO NORDESTE PORTUGUÊS

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