ARTESANATO TÊXTIL BRASILEIRO
E-BOOK RESULTANTE DA PESQUISA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA “A INFLUÊNCIA ECONÔMICA DO ARTESANATO TÊXTIL BRASILEIRO INSERIDO NA MODA A PARTIR DA REVOLUÇÃO DE 1930” 2018
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ DESIGN DE MODA -ESCOLA DE ARQUITETURA E DESIGN INICIAÇÃO CIENTÍFICA VOLUNTÁRIA TAYNÁ FERREIRA MADUREIRA TAISA VIEIRA SENA
E-BOOK RESULTADO DA PESQUISA “A INFLUÊNCIA ECONÔMICA DO ARTESANATO TÊXTIL BRASILEIRO INSERIDO NA MODA A PARTIR DA REVOLUÇÃO DE 1930” E-book descrito no Relatório Final apresentado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sob orientação da Profa. Dra. Taisa Vieira Sena.
CURITIBA 2018
RESUMO O artesanato é uma das formas mais valiosas de expressão cultural de um povo. A reinserção de técnicas manuais no processo de fabricação de produtos é uma nova necessidade de mercado, o resgate dessas técnicas se faz necessário pelo seu cunho sustentável, de responsabilidade social, identidade cultural e economia criativa. O trabalho vigente é resultado da pesquisa de iniciação científica “A INFLUÊNCIA ECONÔMICA DO ARTESANATO TÊXTIL BRASILEIRO INSERIDO NA MODA A PARTIR DA REVOLUÇÃO DE 1930“ e corresponde à uma necessidade
de incentivar os alunos universitários dos cursos de Design e principalmente os profissionais ligados à moda a mergulharem nas riquezas do país através do artesanato têxtil brasileiro. O recorte da Revolução de 1930 foi escolhido por acreditar-se que as políticas nacionalistas adotadas por Vargas fossem responsáveis pelo retorno e valorização do artesanato na cultura brasileira, entretanto com a pesquisa observou-se que isto ocorreu a partir da década de 1990 através do design e da moda. Com os resultados desta pesquisa produziu-se este e-book para pesquisa/consulta em qualquer local pelo acesso à internet, PALAVRAS CHAVES: Artesanato Brasileiro. Artesanato Têxtil. Design de Moda. Programa do Artesanato Brasileiro. Economia Criativa.
SUMÁRIO
1 . INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................01 2 . CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA............................................................................................................07 2 . 1 O ESQUECIMENTO DO ARTESANATO INDÍGENA....................................................................09 2 . 2 DE 1500 A REVOLUÇÃO DE 1930..............................................................................................................10 2 . 3 VALORIZAÇÃO DO ARTESANATO ATRAVÉS DO DESIGN E DA MODA...................11 3 . ARTESANATO BRASILEIRO................................................................................................................................15 3 . 1 PROGRAMA DO ARTESANATO BRASILEIRO...................................................................................17 3 . 2 O QUE É ARTESANATO.....................................................................................................................................27 3 . 3 CATEGORIZAÇÃO DO ARTESANATO....................................................................................................28 4 . ARTESANÍAS BRASILEIRAS...............................................................................................................................31 4 . 1 REGIÃO NORTE.........................................................................................................................................................34 4 . 2 REGIÃO NORDESTE.............................................................................................................................................36 4 . 3 REGIÃO CENTRO-OESTE.................................................................................................................................38 4 . 4 REGIÃO SUDESTE..................................................................................................................................................40 4 . 5 REGIÃO SUL................................................................................................................................................................42 5 . AMOSTRAS.......................................................................................................................................................................45 6. FEIRAS/MUSEUS/CASAS DE ARTESANATO..................................................................................89 6 . 1 REGIÃO NORTE.........................................................................................................................................................92 6 . 2 REGIÃO NORDESTE.............................................................................................................................................93 6 . 3 REGIÃO CENTRO-OESTE.................................................................................................................................94 6 . 4 REGIÃO SUDESTE..................................................................................................................................................94 6 . 5 REGIÃO SUL................................................................................................................................................................95 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................................................97 8 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................................100
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1. INTRODUÇÃO
Na foto anterior, renda filĂŠ feita por artesĂŁ em Alagoas. Fonte: A FOLHA, 2017.
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Este e-book é referente ao projeto “A Influência Econômica do Artesanato Têxtil Brasileiro inserido na Moda a partir da Revolução de 1930” que se trata de uma pesquisa teórico-prática, com o escopo de investigar as diferentes técnicas manuais e analisar sua relação e influência na moda contemporânea e na manutenção da economia brasileira. Este estudo faz parte do grupo de Tendências em Design, integrada à linha de pesquisa em produção e consumo, que busca desenvolver material com seu cerne em tendências relacionadas à produção e ao consumo de bens e serviços. O recorte da Revolução de 1930 foi escolhido por acreditar-se que as políticas nacionalistas adotadas por Vargas, fossem responsáveis pelo retorno e valorização do artesanato na cultura brasileira. Entretanto, com o desenvolver da pesquisa, concluiu-se que esta volta do artesanato ocorreu a partir da década de 1990 por influência do design e da moda. O artesanato é uma das formas mais valiosas de expressão cultural de um povo, traduzindo a riqueza e a diversidade cultural de um país. A reinserção de técnicas manuais no processo de fabricação de produtos é uma nova necessidade de mercado, o resgate dessas técnicas se faz necessário pelo seu cunho sustentável, de responsabilidade social, identidade cultural e economia criativa. Para Adélia Borges (2011, p. 25), o artesanato encontrado disseminado pelo Brasil, trata-se de:
Objetos que são feitos em geral coletivamente (por grupos familiares e/ou de vizinhança) e que são ou podem ser reproduzidos em série. Os objetos são projetados a partir de premissas habitualmente atribuídas ao design, como o atendimento a determinada função de uso, a partir do emprego de determinadas matérias-primas e determinadas técnicas produtivas. As técnicas podem ter sido transmitidas por gerações da mesma família ou por habitantes mais velhos de uma comunidade ou podem ter sido “inventadas” recentemente por uma ou mais pessoas. Muito raramente essas técnicas foram aprendidas na escola, mesmo nos casos em que os grupos artesanais pertencem à classe média.
De acordo com o site do Governo Federal¹ (2017), o artesanato brasileiro movimenta R$50 bilhões por ano, e é produzido por 10 milhões de brasileiros, que possuem sua principal fonte de renda vinda da produção destes artesanatos. Isso evidencia o viés não somente cultural, mas econômico do artesanato, que contribui para o desenvolvimento econômico do país, e
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tem impacto direto na inclusão social, geração de trabalho e de renda. A partir desta pesquisa elaborou-se este material digital para acesso livre, disponibilizado no portal virtual referente a Teciteca² do Laboratório de Tecnologia Têxtil pertencente ao curso de Design de Moda da PUCPR. No e-book encontra-se a definição do que é considerado artesanato no Brasil, catálogos de amostras destes artesanatos, contatos de artesãos, cooperativas, organizações governamentais ou não, e marcas que trabalham com artesanato, objetivando assim, incentivar os alunos universitários dos cursos de Design e principalmente os profissionais ligados à moda, a inserirem-se ao universo de riquezas do país através do artesanato têxtil brasileiro.
¹
Governo
do
Brasil
disponível
em:
<
http://www.brasil.gov.br/cultura/2017/04/ar-
tesanato-brasileiro-movimenta-r-50-bilhoes-por-ano>.
Acesso
em:
07/12/2017.
² ATeciteca do Curso de Design de Moda da Escola de Arquitetura e Design da PUCPR está integrada ao Laboratório Têxtil do curso e foi criada a partir de um projeto de PIBIC desenvolvido em 2013/14.
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A Teciteca configura um espaço que agrega um conjunto organizado e catalogado de amostras e materiais têxteis, criando-se um suporte pedagógico aos professores e acadêmicos do curso.
Bolsa tranรงada com palha de piaรงava pelas artesรฃs da Copartt (BA). Fonte: Artiz.oficial, 2018. 01
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2. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 01
Na foto anterior, índigena Zé Garcia em São Gabriel da Cachoeira (AM). Fonte: Artesol, 2018.
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2.1 - O ESQUECIMENTO DO ARTESANATO INDÍGENA Desde o primeiro instrumento feito de pedra polida criada pelo homem, junto às jarras de barro e o entrelaçamento de fibras vegetais e animais originando tecidos, a produção artesanal foi a única forma de se produzir aquilo que se precisava até o surgimento de máquinas capazes de substituírem a mão de obra humana. No Brasil, pode-se se referir aos Índios como os mais antigos artesãos do país, visto que, os portugueses ao desembarcarem onde posteriormente seria chamado de Brasil, se depararam com as pinturas utilizando pigmentos naturais, a cestaria, a cerâmica, os colares de contas e a arte plumária em cocais, tangas e em outros ornamentos feitos e usados pelos Índios brasileiros. Em um segundo contato, entre os portugueses que desembarcavam onde atualmente é Porto Seguro e o Índios que lá viviam, Pero Vaz de Caminha convida dois nativos a passar a noite a bordo do nau. Pela manhã, ao retornarem à terra, os índios levaram presentes recebidos pelos portugueses: uma camisa, uma carapuça vermelha, um rosário de contas de osso, um cascavel e uma campainha, além de levarem Afonso Ribeiro, um português designado a viver junto a eles (SANT’ANNA, 2016). A introdução de vestimentas no indígena, como presenteá-los com uma camisa e uma carapuça, pode ser interpretada como uma iniciativa de aculturação, em que se desqualifica as suas formas de aparecer, buscando assim, estrategicamente, um controle que, culturalmente, os portugueses entendiam como natural. Nos processos civilizatórios, a cultura popular é apontada como de menor valor, marginal, vista pelas elites como estranha, de mau gosto, deselegante, sendo reduzida assim a uma referência negativa, como símbolo de atraso do desenvolvimento local (FURTADO, 1984 apud GANEM, 2016). Em consequência a isto, a cultura indígena ficou por séculos apagada em detrimento da cultura dominante do colonizador, e isto inclui o apagamento e desvalorização de suas práticas artesanais, elementos importantes da manutenção e afirmação de sua cultura e criação de diferenciação e identidade entre os povos.
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2.2 - DE 1500 A REVOLUÇÃO DE 1930
No processo civilizatório os desenvolvimentos industriais também foram por muito tempo controlados de acordo com as vontades dominantes do colonizador. O primeiro período de industrialização do Brasil, entre 1500 e 1808, ficou conhecido como o período de “Proibição”, pois restringia-se o desenvolvimento de atividades industriais, sendo permitida apenas uma pequena indústria – como a de fiação, calçados e vasilhames – para consumo interno, visto a grande distância entre a metrópole (Portugal) e a colônia (Brasil). Apesar de algumas industrias, como a têxtil e a do ferro, começarem a expandir-se a partir da segunda metade do século XVIII, logo foram impedidas por apresentarem ameaça a Portugal, pois poderiam proporcionar a colônia independência financeira e política (HEES, 2011). No segundo período, chamado de “Implantação”, que ocorreu de 1808 a 1930, com a chegada da família real ao Brasil os portos são abertos ao comércio exterior. Como consequência, o desenvolvimento industrial brasileiro seguia quase nulo, devido à grande concorrência com as mercadorias, principalmente inglesas, que ocuparam grande espaço no mercado consumidor brasileiro. O terceiro período de industrialização do Brasil é conhecido como “Revolução Industrial Brasileira”, e teve seu início marcado pela Revolução de 1930, responsável por colocar no poder Getúlio Vargas. Em 24 de outubro de 1930, visto o cenário político caótico e a pressão popular a favor de Vargas, Washington Luís renuncia ao cargo de Presidência da República, sendo assim, o poder assumido por uma junta militar. A mesma que, em 3 de novembro do mesmo ano, reconhece Getúlio Vargas como chefe do governo provisório da República. Getúlio adotou uma política industrializante, voltada para o desenvolvimento do país e a valorização do mesmo, substituindo a mão de obra imigrante pela nacional. Investindo na criação da infraestrutura industrial, implantando a indústria de base e aumentando a geração de energia. Apesar de industrialização se opor aos processos manuais, este investimento no desenvolvimento nacional, implementado por Vargas, introduz na cultura brasileira a valorização da produção nacional, desconstruindo no imaginário brasileiro o pensamento colonial de que o popular (local) tem menor valor que o estrangeiro.
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2.3 - A VALORIZAÇÃO DO ARTESANATO ATRAVÉS DO DESIGN E DA MODA A partir das décadas de 1960 e 1970, a produção artesanal brasileira começa a ser discutida no âmbito acadêmico, dentro do campo do design, institucionalizado há pouco no país e que teve como pioneiro a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) fundada em 1963 no Rio de Janeiro. Alguns autores, como Lina Bo Bardi (1994), se referiram a prática artesanal no Brasil como ainda em um estado de “pré-artesanato”, visto que as corporações de ofício não fizeram parte da formação histórica brasileira, em detrimento da cultura europeia, e que a técnica apresentava uma produção doméstica, rudimentar e de subsistência. No final da década de 1980, ocorre o primeiro contato entre moda e a academia, com a criação do curso de extensão em Estilismo e Modelagem, em 1986, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sendo em 1987, ofertado o primeiro curso superior bacharel no campo da moda, Desenho de Moda, pela Faculdade Santa Marcelina (FASM) em São Paulo. E em 1994, é oferecida a primeira graduação em Moda em uma universidade pública, na UFC, Universidade Federal do Ceará. Entre 1990 e os anos 2000, o campo da moda se consolida através das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Design, aprovados pelo Ministério da Educação, e também pelo aumento da oferta de cursos superiores em Moda. E é a partir desta primeira década, 1990, que o contato entre artesanato e moda tornam-se mais frequentes. Essa aproximação dos dois campos pode ser pressuposta, além da consolidação da moda no campo acadêmico, como também decorrente as políticas públicas de incentivo tanto para o artesanato quanto para o design surgidas em meados de 1990. É em 1995 que surgem o Programa Brasileiro do Design (PBD) e o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), o primeiro com a finalidade de promover o desenvolvimento do design no Brasil, e o segundo, visa desenvolver atividades que valorizem o artesão brasileiro, elevando seu nível cultural, profissional, social e econômico. Devido a estas políticas públicas de incentivo, o trabalho conjunto entre designers e comunidades artesanais começaram a se intensificar (ALMEIDA, 2017). Em sua maioria, estes projetos são elaborados com a finalidade de valorizar o potencial dessas comunidades de artesãos, preservando seus saberes, mas proporcionando com os conhecimentos do design, uma nova posição no mercado, no intuito de gerar renda e promover melhor qualidade de vida a essas comunidades. Nesta perspectiva, o design é visto como modo de potencialização econômica e social das comunidades artesanais. A riqueza do artesanato brasileiro é capaz de agregar valor a produtos de diversos setores, e especialmente o do vestuário. Durante muito tempo a moda brasileira apresentava-se apenas como uma extensão das
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criações estrangeiras, como de Nova York e Paris. Com a inserção do artesanato no design de vestuário, o Brasil começa a ganhar força para a produção de uma moda autoral, capaz de se destacar no mercado interno e internacional (ESTRADA, 2004, apud SOUZA; QUEIROZ, 2015). Na contemporaneidade, em meio a globalização, a busca por identidade e diferenciação começam a ser requisitos dos consumidores para a escolha de seus bens de consumo, valorizando assim, produtos originais que tenham valor agregado devido a sua singularidade e sua forma de produção. Estas exigências podem ser contempladas com a inserção das técnicas manuais no processo. Este cenário vem favorecendo o trabalho conjunto entre designers de moda, estilistas e as comunidades de artesãos. Um exemplo recente é o projeto “Mix by Brasil”, coordenado pelo estilista Jefferson de Assis e apresentado no 14º Inspiramais , ocorrido em junho de 2016 com lançamentos de inverno 2017 e verão 2018. O projeto “Mix by Brasil” exalta a brasilidade, dentro das demais atrações do evento, resgatando o artesanato brasileiro, valorizando a mão de obra e as habilidades individuais, além de incentivar o uso de técnicas que unem artesanato e design, visando amenizar impactos ambientais e sociais. Antes da exposição no Inspiramais, quatro comunidades de artesãos: Grupo Canoa (RS); Marchetaria do Acre (AC); Oficina Manoel Carlos (PB) e Cores da Mata (AC), receberam consultoria proporcionadas pelo Sebrae e a Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), com finalidade de auxiliar no desenvolvimento dos dez artigos de moda produzidos por cada uma destas quatro comunidades. Com a curadoria do estilista Jefferson de Assis, os produtos criados alinharam os saberes e fazeres artesanais ao Fórum de Inspiração para o Verão 2018. De modo em que a técnica artesanal é preservada, respeitando sua tradição, mas que também passa a ser absorvida pela moda. Os produtos expostos na 14ª edição da Inspiramais, não tratam-se de uma exposição de “simples” artesanato, mas sim de artigos de moda com sua essência artesanal. Proporcionando a estas comunidades a elevação do preço de seus produtos devido a agregação de valor viabilizado pelas inovações e perspectivas projetuais do âmbito da moda. Foi a partir da década de 1990 que começaram a surgir também, organizações sem fins lucrativos que visam a valorização e promoção do artesanato brasileiro através de estratégias de desenvolvimento social, econômico e ambiental nas comunidades artesanais. Um exemplo é a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Artesol, idealizada pela antropóloga Ruth Cardoso em 1998. Inicialmente, a Artesol tratava-se de um programa de combate à pobreza em regiões castigadas pela seca no nordeste brasileiro, e foi a partir de
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2002 que ela passou a ser uma OSCIP com atuação nas áreas sociais, culturais e econômicas através de projetos relacionados ao artesanato brasileiro. A Artesol atua na formação e capacitação dos artesãos, visando transformá-los em empreendedores. Acompanha e incentiva a criação de políticas públicas que fortaleçam e estruturem o setor da produção artesanal, além de criar conexões entre artesanato, arte popular, design brasileiro e moda, que fortalecem os âmbitos socioculturais, econômicos e ambientais de todos os envolvidos. Em parceria com o JK Iguatemi, shopping da capital do estado de São Paulo, é viabilizada a loja conceito da Artesol, a ARTIZ. Este espaço é destinado a promoção e venda de peças artesanais dos projetos relacionados a Rede Artesol. As peças de decoração e moda expostas e comercializadas neste espaço de luxo são criadas em vilas de rendeiras do sertão nordestino, povoados ribeirinhos do Rio São Francisco, comunidades indígenas ou caboclas da Floresta Amazônica, terras quilombolas do Jalapão, entre outros polos de produção artesanal do país. Outro projeto de incentivo e promoção do trabalho artesanal é a Rede Asta. Fundada em 2005 por Alice Freitas e Rachel Schettino, a Rede Asta trata-se de um negócio de empreendedorismo social. Suas idealizadoras a criaram com o objetivo de valorizar o artesanato brasileiro e empoderar as artesãs ao longo do processo. Além do cunho social, a Rede Asta une razões sustentáveis, transformando através do trabalho das artesãs, resíduos em produtos bonitos e vendáveis. A Rede conta com Projetos de Inclusão Econômica, em que realiza-se ações de impacto em regiões que investidores selecionam, capacitando grupos de artesãs locais para um novo posicionamento socioeconômico e de mercado através do desenvolvimento de treinamentos e produtos especiais, com ou sem a utilização de resíduos. Os trabalhos da Rede Asta possibilitaram a criação da Escola de Negócios Entusiasta, ambiente que proporciona treinamento para desenvolver artesãs em empreendedoras, tendo como principais objetivos autonomia, geração de renda, criação de redes de artesãos e gestão de negócio. Aliam-se educação, design e inovação para mobilizar grupos de artesãs, capacitando-as para atender pedidos em larga escala, e assim, gerar renda a um número maior de artesãos. Segundo o Relatório da Rede Asta (2016), a Rede conta com 18 parceiros financiadores, estando entre eles a Caixa Econômica Federal, a Fundação Volkswagen e a Coca-Cola Brasil. Além de possuírem 17 colaboradores, trabalharem com 74 grupos produtivos, apoiarem atualmente 1234 artesãs, e já terem ressignificado, ao longo dos anos, 12 toneladas de resíduos. Assim como a Artesol, o trabalho da Rede Asta com os grupos de artesãos influencia diretamente no aumento da venda destes artesanatos, e consequentemente no aumento da geração de renda destas comunidades. Ainda de acordo com o Relatório da Rede Asta (2016), no ano de 2016 a renda gerada através do trabalho conjunto entre Rede Asta, colaboradores, financiadores e grupos de artesãs, foi de R$417.168,00 entre 58 grupos com o total de 609 artesãos. Em 2013, o total de renda gerada ultrapassou o dobro do ano de 2016, chegando a R$1.037.311,00.
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3. ARTESANATO BRASILEIRO 01
Na foto anterior, fuxico brasileiro Foto: Dionisio Dias.
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3.1 - PROGRAMA DO ARTESANATO BRASILEIRO O Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) foi instituído pelo Decreto nº 1.508, de 31 de maio de 1995. Seu propósito encontra-se descrito no Art. 1º: O programa do Artesanato Brasileiro, instituído com a finalidade de coordenar e desenvolver atividades que visem valorizar o artesão brasileiro, elevando o seu nível cultural, profissional, social e econômico, bem assim desenvolver e promover o artesanato e a empresa artesanal, passa a subordinar-se ao Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo.
Em 2013, o desenvolvimento de políticas públicas de apoio ao artesanato passou a ser competência da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, como descrito no Decreto nº 8.001, de 10 de maio de 2013, e criado pela Lei 12.792, de 28 de março de 2013. E através da Portaria nº 38, de 1º de agosto de 2013, o PAB passou a ser administrado pelo Núcleo de Apoio ao Artesanato, compondo a estrutura da Secretaria de Competitividade e Gestão (SECOMP) da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (SMPE/PR). Algumas ações desenvolvido pela SMPE/PRR em apoio ao Programa do Artesanato Brasileiro em 2014 foram de suma importância para a fomentação da profissionalização do artesão brasileiro. Como a aquisição e doação as Coordenações Estaduais de 27 caminhões-baú para o transporte de produtos artesanais, e 27 impressoras da Carteira do Artesão e do Trabalhador Manual. A Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República também realizou ações de Termos/Acordos de Cooperação Técnica, em 2014, como o Termo de Cooperação com a Marinha Brasileira, em que foi realizada a Mostra do Artesanato Brasileiro no Navio Escola “Brasil” durante a XXVIII Viagem de Instrução de Guardas-Marinhas que passou por 12 países. Outra ação importante neste mesmo ano foi o Acordo com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, em que foi assinado o Acordo de Cooperação Técnica entre a Secretaria da Micro e Pequena Empresa e a Secretaria de Política para Promoção da Igualdade Racial, com objetivo de realizar ações conjuntas voltadas à promoção do artesanato quilombola, durante a 3ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial que ocorreu em Brasília. Resultado de um destes Acordos, também, foi o projeto Vitrines Culturais na última Copa do Mundo - FIFA, sediada no Brasil em 2014. Fruto do Acordo de Cooperação da SMPE/PR com o Ministério da Cultura que viabilizou espaço de comercialização nas doze cidades-sede e contou com artesãos de todos os estados brasileiros.
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Em 2014, as ações desenvolvidas também contaram com o apoio à comercialização em 5 Feiras Nacionais: XV Fenarte/PE; Feira do Artesanato Mundial FAM/PA; 7º Salão Internacional do Artesanato; 25º Feira Nacional do Artesanato/MG e Salão Mãos do Brasil/SP, 3 Feiras Regionais: Fiart/RN; Feira Mineira do Artesanato de São João del-Rei e Feira de Artesanato do Araguaia, e 2 Mostras de Artesanato: nos aeroportos durante a Copa das Confederações – 2013 e no Palácio do Planalto durante a semana do servidor público. Para a implementação das políticas públicas para o desenvolvimento do setor artesanal o Programa do Artesanato Brasileiro conta com a colaboração de órgãos municipais, estaduais e federais, de entidades privadas e de representação do setor. E através da formalização de parcerias com as Coordenações Estaduais do Artesanato, é possível implementar as atividades do PAB em todos os 26 estados brasileiros, e no Distrito Federal, criando assim um troca cíclica entre Governo Federal, Governo Estadual e Artesãos. São 5 os eixos de atuação do PAB: gestão, desenvolvimento do artesanato, promoção comercial, Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB) e estruturação de núcleos para o artesanato. Segundo o documento Base Conceitual do Artesanato Brasileiro:
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O SICAB, Sistema de Informações Cadastrais doArtesanato Brasileiro, foi desenvolvido com o propósito de disponibilizar informações necessárias à implantação de políticas públicas para o setor artesanal. O objetivo deste sistema é proporcionar o cadastro único dos artesãos de maneira a unificar as informações em âmbito nacional, beneficiando a cadeia produtiva com a inscrição direta do artesão e reduzindo a atividade de atravessadores. Esta ferramenta de captação de dados do setor artesanal brasileiro, proporcionada pelo SICAB, possibilita a execução de tarefas como o cadastramento de Artesãos, Trabalhadores Manuais, Entidades e Núcleos, além da emissão da Carteira Nacional do Artesão ou do Trabalhador Manual. Instituída pela Portaria nº14 – SCS, de 16 deAbrilde 2012, Seção I, Páginas 51 e 52, a Carteira NacionaldoArtesão traz benefícios como o acesso dos trabalhadores artesãos em cursos de capacitação, feiras e eventos apoiados pelo PAB. A carteira é gratuita e é emitida após o registro do artesão no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro, realizado presencialmente pelas Coordenações do Programa do Artesanato Brasileiro. Para confirmação do registro, o artesão passará por uma prova de habilidades técnicas, cuja aprovação é da Coordenação Estadual de Artesanato. Os interessados em obter informações sobre o registro no PAB, a prova de habilidades técnicas e a emissão da Carteira Nacional do Artesão ou do Trabalhador Manual, devem procurar em seu estado a Coordenação Estadual de Artesanato, nos endereços disponíveis nas próximas páginas. Mais de 96 mil artesãos e trabalhadores manuais participam do Programa do Artesanato Brasileiro. De janeiro a julho de 2017, mais de seis mil carteirinhas foram emitidas, e este número com certeza aumentou de julho a dezembro, principalmente pelos mutirões de incentivo ao cadastramento.
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3.2 - O QUE É ARTESANATO
A conceituação do que é de fato artesanato é algo complexo, principalmente se isto for destinado a política pública e privada, pois a definição do conceito é de suma importância para o embasamento de programas e ações que tratem com respeito a atividade exercida por milhões de brasileiros. De acordo com o conhecimento popular e a descrição encontrada na maioria das enciclopédias, a expressão “artesanato”, surgida no final do século XIX, é referente ao trabalho manual feito por artesãos, em que o mesmo possui seus próprios meios de produção e realiza todas, ou a maioria, das etapas da produção desde a extração da matéria-prima até a comercialização, de forma individual ou coletiva, podendo também ser de base comunitária ou familiar. Para o Programa Brasileiro de Artesanato (PAB), o que o designa é a definição adotada pelo Governo Federal brasileiro em que artesanato:
Compreende toda a produção resultante da transformação de matérias-primas, com predominância manual, por indivíduo que detenha o domínio integral de uma ou mais técnicas, aliando criatividade, habilidade e valor cultural (possui valor simbólico e identidade cultural), podendo no processo de sua atividade ocorrer o auxílio limitado de máquinas, ferramentas, artefatos e utensílios. (MDIC- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Base Conceitual do Artesanato Brasileiro. Brasília, 2012.) O que não é considerado artesanato para o Programa de Artesanato: trabalho realizado a partir de simples montagem, com peças industrializadas e/ou produzidas por outras pessoas; lapidação de pedras preciosas; fabricação de sabonetes, perfumarias e sais de banho, com exceção daqueles produzidos com essências extraídas de folhas, flores, raízes, frutos e flora nacional; habilidades aprendidas através de revistas, livros, programas de TV, dentre outros, sem identidade cultural. O PAB ao excluir a “simples montagem, com peças industrializadas e/ou produzidas por outras pessoas”, define também o que “não é artesanato”, pois “simples montagem” propões a exclusão de produções que, mesmo manuais, não são consideradas artesanato mas sim um complemento de um processo industrial., como por exemplo bijuterias vendidas como artesanais mas que são fabricadas a partir de materiais comprados prontos em lojas de acessórios.
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3.3 - CATEGORIZAÇÃO DO ARTESANATO
O Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, é uma entidade privada fundada há 45 anos, que visa promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequeno porte (faturamento bruto anual de até R$3,6 milhões). Através de parcerias com os setores públicos e privados, programas de capacitação, estímulo ao associativismo, feiras de negócios, entre outras ações, o Sebrae atua focando no fortalecimento do empreendedorismo e na aceleração do processo de formalização da economia. Atuando em todas as 27 unidades federativas, todo o território nacional tem acesso aos cursos, seminários, consultorias e assistência técnica para pequenos negócios de todos os setores ofertados pelas unidades do Sebrae. As unidades estaduais desenvolvem ações conforme a realidade regional e as diretrizes nacionais, inferindo assim, um direcionamento estratégico do sistema, definindo diretrizes e prioridades de atuação. Em 1995 passa a existir uma política pública para os artesãos, já que o Ministério da Indústria e Comércio assume a responsabilidade de coordenar o PAB. Três anos depois, o Sebrae Nacional introduz em sua política de atuação a responsabilidade de apoiar os artesãos e tirá-los da informalidade. E para isso, foi necessário formular um plano de trabalho e capacitar os agentes técnicos. Desde a criação do Programa de Artesanato (1998), o envolvimento do Sebrae com o artesanato brasileiro assume um protagonismo positivo. Através do patrocínio de realizações de pesquisas iconográficas pelo Brasil, promoção de oficinas de criação entre designers e artesãos, organização de feiras de negócios, concursos, cursos e outras milhares de ações diretas e indiretas, o sistema Sebrae torna-se um importante apoiador e realizador da profissionalização e visibilidade do artesanato brasileiro. O Termo de Referência para atuação do Sistema Sebrae no Artesanato , publicado em 2004 e reeditado em 2010, definiu as bases teóricas e conceituais sobre sua política de atuação para o artesanato brasileiro de referência cultural, e é deste Termo e da Base Conceitual do Artesanato Brasileiro , organizado pelo Governo Federal, publicado em 2012, que as categorizações presentes nas tabelas a seguir foram retiradas, já que ambos apresentam definições semelhantes, e se complementam, deixando apenas para o segundo ser mais detalhado alguns pontos.
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4. ARTESANÍAS BRASILEIRAS 01
Na foto anterior, renda de bilro, Florianรณpolis. Foto: UFSC, 2016.
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A produção artesanal tradicional é diretamente influenciada pelo clima e vegetação da região em que encontramse os grupos de artesãos, pois estes fatores interferem no cultivo e obtenção das matérias primas, principalmente quando o artesão é responsável por todo o processo, desde o cultivo da matéria prima a finalização das peças. Neste capítulo você encontrará um resumo das principais artesanías encontradas nas 5 Regiões do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Além de informações sobre as características climáticas e de vegetação de cada Região para melhor compreensão das artesanías praticadas e suas matérias primas.
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REGIÃO NORTE
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A Região Norte corresponde a aproximadamente 42% do território nacional. Nela encontra-se a maior floresta equatorial do mundo, a floresta Amazônica, que abrangem cerca de 80% de toda a região. Além dela, esta região ainda possuí extensas áreas de florestas preservadas. O clima prevalecente é o equatorial úmido, caracterizado por elevadas temperaturas e quantidade abundante de chuvas durante o ano. Na região do Tocantins e em certos locais do Pará e Roraima, o clima difere do dominante, apresentando duas estações bem definidas, sendo uma chuvosa e outra de seca, caracterizando o clima tropical. A extensa presença de vegetações nesta região se refletem no artesanato, que tem como base estes recursos naturais. Atualmente, a maioria da população indígena do Brasil concentra-se na Região Norte. Como já mencionado no item 5.1, os Índios brasileiro podem ser considerados os primeiros artesãos do país, e suas produções artesanais, até hoje, mantém-se vivas, e um reflexo disto é a associação do artesanato indígena quando se quer se referir às artesanías encontradas na Região Norte. As artesanías do Norte brasileiro são diversificadas assim como a pluralidade de etnias que encontram-se nessa região. Os artigos são produzidos com matérias primas regionais como a madeira, látex e coquinhos. Entre os artesanatos indígenas destacam-se o trabalho plumário e com cerâmica dos Karajás, a cestaria dos Akwe (Xerente) e a cestaria e artefatos em sementes nativas do cerrado dos Timbiras (Apinajé e Krahô). Apartado do artesanato indígena, a Região Norte também é caracterizada pelas artesanías de cestaria em capim dourado, técnica predominante na região do Jalapão (TO) utilizando planta exclusiva do estado do Tocantins, e artigos em madeira, utilizando a técnica de marchetaria muito difundida no Acre.
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REGIÃO NORDESTE
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E
Caracterizada pela seca, a Região Nordeste apresenta temperatura elevada e chuvas mal distribuídas durante o ano. Encontram-se três tipos de clima nesta região, o clima tropical, o semiárido e o equatorial úmido. O primeiro, encontrado principalmente no sul da Bahia, centro do Maranhão e no litoral da região. O segundo, na região central do Nordeste, tem temperaturas elevadas durante o ano, com chuvas irregulares e com extensos períodos de estiagem. O terceiro clima, presente em uma restrita área a oeste do Maranhão, sofre influência do clima equatorial apresentando temperaturas elevadas e demasiadas chuvas. Referente à vegetação, na extensão litorânea da Região Nordeste encontra-se os mangues e vegetações de dunas. Nos locais com clima tropical está o Cerrado. A Caatinga é encontrada onde prevalece o clima semiárido, e na região oeste do Nordeste encontra-se parte da floresta Amazônica e também a Mata dos Cocais. O nordeste brasileiro possui uma grande diversidade de produção artesanal, baseada nos recursos naturais de cada local. Nela incluem-se artigos em cerâmica, madeira, trançados (cestaria) em palha e garrafas com imagens feitas em areia colorida, mas uma das maiores referências artesanais e culturais do nordestes são as rendas e os bordados. As rendas foram introduzidas no Brasil no século XVIII através de famílias portuguesas. A técnica praticada pela alta sociedade da Europa aqui era ensinada às “sinhás”, que por não conseguirem produzir sozinhas o suficiente para seus vestidos, ensinavam às mulheres da região para que estas pudessem fazer sob encomenda (SILVA, 2013 apud AVANCINI, 2017, p. 17). Este ofício fortaleceu-se principalmente na região Nordeste devido aos longos períodos de seca. Nesta região a agricultura em muitos locais não vinga, sobrando como alternativa a pesca para obtenção de dinheiro. Devido a isto, surge a necessidade de novos trabalhos, como explica Avancini (2017), p. 04: Com a necessidade de se criar novas fontes de rendimento a prática se transformou em tradição na região e adquiriu uma forte relevância social e econômica. Dominada praticamente por mulheres, as primeiras rendeiras surgiram na região Nordeste devido ao contato com a técnica vinda da Europa. No país, a prática tomou força e se tornou tradição, sendo passada de mães para filhas, sofrendo mudanças e inovações técnicas e estéticas que conferiram às rendas nordestinas valor na cultura nacional e na expressão de identidade.
São encontradas no Nordeste brasileiro seis tipos de rendas: de bilros, labirinto, crochê, irlandesa, renascença e filé. E seis tipos de bordados: ponto-cruz, ponto-cheio, labirinto, rococó, tichelieu e redendê, além do ponto “boa noite”, exclusivo da Ilha do Ferro (AL). As rendas e os bordados possuem forte caráter de expressão cultural popular no Brasil e no exterior, estando inseridos em diversos nichos do mercado, entre eles o de luxo.
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REGIÃO CENTRO-OESTE
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A Região Centro-Oeste tem como clima predominante o tropical úmido, caracterizado por duas estações bem definidas: um verão com muitas chuvas, e um inverno seco. Entretanto, no norte do Mato Grosso, encontra-se o clima equatorial úmido. Esta região conta com vegetação do Cerrado, 2º maior bioma da América do Sul, Pantanal e parte da Floresta Amazônica, além de possuir importantes bacias hidrográficas. A presença de povos ribeirinhos e tribos indígenas são fortes influentes na construção de identidade das artesanías desta região. Destacam-se nesta região os trabalhos em madeira, a arte plumária, artigos em cerâmica, as cestarias e trançados, os crochês e os bordados, sendo muitas destas artesanías produzidas por indígenas e ribeirinhos.
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REGIÃO SUDESTE
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A Região Sudeste é a região mais populosa do Brasil com cerca de 80 milhões de habitantes (IBGE; 2014). Boa parte desta região apresenta clima tropical, ficando concentrado ao sul do estado de São Paulo o clima subtropical (grande variação térmica e com boa distribuição pluvial), e ao norte de Minas Gerais o clima semiárido (aridez e baixa pluviosidade). A vegetação predominante é a da Mata Atlântica, tendo em menor escala a presença da Caatinga e do Cerrado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2014), de 5.564 municípios analisados, 7,5% deles apresentamse conectados à produção de rendas artesanais, sendo 21,9% encontrados no Sudeste. Além desta artesanía, a Região Sudeste tem sua produção artesanal provinda de floresta tropical, unindo técnicas europeias com indígenas e as desenvolvidas por africanos e seus descendentes. Destacam-se os entalhes e móveis em madeira e as tecelagens e cestarias com fibras naturais.
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REGIÃO SUL
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A Região Sul, a menor em extensão territorial (IBGE, 2014), possui temperaturas abaixo das encontradas nas demais regiões do Brasil, tornando-a a localidade mais fria do país. O clima desta região é o subtropical, caracterizado por chuvas bem distribuídas durante o ano e grande amplitude térmica anual. Os verões apresentam temperaturas bem elevadas, enquanto os invernos são muito frios. A vegetação encontrada nesta região é a da Mata das Araucárias (arvore típica da região), o Pampa gaúcho e a vegetação litorânea. O frio é grande influente no artesanato produzido por esta região. Nas pesquisas de campo em Curitiba, constatou-se e confirmou-se os levantamentos feitos por pesquisas digitais e bibliográficas que indicaram ser a produção de malha uma forte artesanía da Região Sul. Como exemplo, na Feira de Inverno da Praça Osório, das 37 barracas destinadas a produtos artesanais, 19 apresentavam artigos feitos em crochê, tricô ou tear. A Feirinha do Largo da Ordem também apresenta diversas barracas destinadas a estes mesmos produtos, e a maioria, nas duas feiras, tratam-se de peças do vestuário como casacos, chalés, cachecóis e gorros. Os bordados como o ponto-cruz também foram técnicas encontrados nas visitas às feiras de Curitiba, geralmente aplicados em toalhas e panos de pratos, são artesanías relevantes da região. O artesanato em lã é uma tradição forte do Pampa Gaúcho. Praticado pelas mulheres da zona rural, a técnica de trançado e tecelagem através de teares rústicos passa de geração em geração, produzindo artigos para a proteção do frio como ponchos, cobertores e mantas. O trançado e a cestaria são relevantes referências das artesanías sulistas. As alpargatas com solado em corda no Rio Grande do Sul, os sapatos trançados em tiras de couro encontrados nos três estados da Região e as cestarias indígenas à venda nas ruas das capitais, são bem característicos da produção artesanal do Sul. A tradição de tomar chimarrão, principalmente no Rio Grande do Sul, também resulta em artesanías como as cuias feitas de cabaças. Na capital paranaense muitos artesanatos para lembranças, como chaveiros e imãs de geladeiras, são feitos de pinhão (semente da araucária). Os trançados de palha e fibra de bananeira, além de artigos em cerâmicas são artesanías de destaque em Santa Catarina. Assim como a Região Sudeste, a Região Sul também é produtora de rendas artesanais, representando 16,6% dos municípios ligados à produção. Uma forte referência de rendas é Florianópolis, capital de Santa Catarina. A tradição herdada dos portugueses é praticada até hoje em alguns locais da capital, como em Ribeirão da Ilha e Lagoa da Conceição. A produção das rendas de bilros são heranças ensinadas pelos açorianos na colonização da ilha, e chamam atenção pela reunião na rua para a produção, além da beleza destas artesanías. As cidades litorâneas, não apenas de Santa Catarina, mas dos três estados, também produzem redes de pescas artesanais, que utilizam técnicas de nós e trançados, pontos que assemelham-se à tecelagem e confecção de malhas, que são as principais artesanías têxteis da Região Sul.
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5. AMOSTRAS
Na foto anterior, Feirinha do Largo da Ordem, Curitiba. Foto: Hostel Roma.
O enfoque principal deste material digital é proporcionar a representação visual através de imagens de artesanatos têxteis ou ligados ao design de moda (como bolsas em madeira), para consulta de estudantes, designers, entre outros profissionais interessados em artesanato, possibilitando, através destas amostras – que estão organizadas por estados brasileiros, e possuem informações como matéria prima, técnica utilizada, e quem fez a peça – que estes profissionais possam entrar em contato com os artesãos a fim de realizar projetos .
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ACRE
COLAR MATERIAL: Madeira e sementes QUEM FEZ: Artesã Dalvanir Justino LOCAL DE PRODUÇÃO: Cruzeiro do Sul ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
CLUTCH MATERIAL: Mad TÉCNICA: Marc QUEM FEZ: Arte LOCAL DE PROD ONDE ENCONT Paulo/SP); Mar 33226206)
COLAR VERDE MATERIAL: Madeira e sementes de jarina QUEM FEZ: Artesã Rodney Paiva LOCAL DE PRODUÇÃO: Rio Branco ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
deira chetaria esão Maqueson P; Silva DUÇÃO: Cruzeiro do Sul TRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São rchetaria do Acre (Telefone (68)
ALAGOAS
CAPA DE ALMOFADA MATERIAL: Fios de algodão TÉCNICA: Bordado boa-noite QUEM FEZ: Grupo ART-ILHA - Cooperativa dos Artasãos da Ilha de Ferro LOCAL DE PRODUÇÃO: Pão de Açúcar ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
SUPORTE PARA MATERIAL: Palh TÉCNICA: Cesta QUEM FEZ: Arte LOCAL DE PROD ONDE ENCONT da coleção “Alag designer Rodrig ridades que visit
o
JOGO AMERICANO MATERIAL: Fio de algodão TÉCNICA: Renda Filé QUEM FEZ: AMUR - Associação das Mulheres Rendeiras de Marechal Deodoro LOCAL DE PRODUÇÃO: Marechal Deodoro ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP); Instagram amur (@amur_md)
A MESA - SURURUCA ha de ouricuri e couro de tilápia aria e costura esãos de Coruripe e Piranhas sob curadoria de Rodrigo Ambrosio DUÇÃO: Cestaria em Coruripe e alças em Piranhas TRAR: Essa peça não está a venda. Ela e outras 5 peças fazem parte goas Feita à Mão”, projeto do Governo do Estado com consultoria do go Ambrosio, que gerou 5 produtos artesanais para presentear autotem o estado.
AMAPÁ
BOLSA MATERIAL: Fios de algodão TÉCNICA: Tecelagem padrão espinha de peixe QUEM FEZ: Kyremu Wajãpi, indígena. LOCAL DE PRODUÇÃO: Região delimitada pelo rios Oiapoque, Jari e Araguari, no Amapá.
CAIXA MATERIAL: Ma TÉCNICA: Marc QUEM FEZ: Art signer Lars Die LOCAL DE PRO
os
adeira chetaria tesão anônimo sob curadoria do deederichsen ODUÇÃO: Macapá
AMAZONAS
BOLSA COM COSTUMIZAÇÃO DE CROCHÊ MATERIAL: Cipó ambé (bolsa), fio de seda tingido naturalmente (crochê) TÉCNICA: Cestaria e crochê QUEM FEZ: Bolsa: Artesãs da comunidade de ri beirinhos de Santa Isabel do Rio Tupana e designe Luly Vianna (@lulyvianna). Customização em cro chê: estilista Vanessa Montoro (@vanessamontoro) LOCAL DE PRODUÇÃO: Bolsa: Careiro Castanho Crochê: São Paulo/SP ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP); Casa do Rio (@casadorio_) Loja Leite na Pista (Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro km , 10 - Tre membé/SP - CEP 12120-970)
BOLSA MATERIAL: TÉCNICA: C QUEM FEZ: Isabel do R LOCAL DE P ONDE ENC (JK Iguatem Casa do Rio Loja Leite n (Rodovia Fl SP - CEP 12
os
ier o)
e-
CESTO MATERIAL: Fibra de arumã TÉCNICA: Cestaria e tingimento natural QUEM FEZ: Povos baniwa LOCAL DE PRODUÇÃO: Bacia do Rio Içana
: Cipó ambé Cestaria e costura : Artesãs da comunidade de ribeirinhos de Santa Rio Tupana e designer Luly Vianna (@lulyvianna) PRODUÇÃO: Careiro Castanho CONTRAR: Loja Artiz mi - São Paulo/SP); o (@casadorio_) na Pista loriano Rodrigues Pinheiro km , 10 - Tremembé/ 2120-970)
BAHIA
BOLSA ESTAMPADA MATERIAL: Fibra de piaçava TÉCNICA: Cestaria indígena tupinam à mão QUEM FEZ: Bolsa: Artesãs da Coppa Estampa e pintura: artista visual Nai (@naiaceschin) LOCAL DE PRODUÇÃO: Bolsa: Cost Pintura: São Paulo ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
CLUTCHES MATERIAL: Fibra de piaçava TÉCNICA: Cestaria indígena tupi QUEM FEZ: Artesãs da Coppart LOCAL DE PRODUÇÃO: Costa do ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
mbá, pintura
art ia Ceschin
ta do Sauípe
inambá
o Sauípe
BOLSA AIÓ MATERIAL: Fibra de caroá TÉCNICA: Cestaria QUEM FEZ: Artesãs Cooperativa Fibras do Sertão LOCAL DE PRODUÇÃO: Valente ONDE ENCONTRAR: Loja virtual Ponto Solidário (http://pontosolidario.org.br/loja/)
CEARÁ
B M TÉ Q m LO O (J In
SHORTS E COLETE RENDADO TÉCNICA: Renda labirinto QUEM FEZ: ONG Caiçara para a Huis Clos LOCAL DE PRODUÇÃO: Icapuí
BOLSA TIRA COLO TUBINHO MATERIAL: Palha e corda ÉCNICA: Cestaria e macramé (alça) QUEM FEZ: Artesã de Itaitinga em parceiria com a marca Catarina Mina OCAL DE PRODUÇÃO: Itaitinga ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz JK Iguatemi - São Paulo/SP); nstagram Catarina Mina (@catarinamina)
BOLSA MATERIAL: Couro TÉCNICA: Costura QUEM FEZ: Artesão Espedito Veloso de Carvalho LOCAL DE PRODUÇÃO: Nova Olinda ONDE ENCONTRAR: Centro de Artesanato do Ceará (Ceart)
DISTRITO FEDERAL
COLCHA MATERIAL: Linha de algodão TÉCNICA: Crochê QUEM FEZ: Grupo Fazendo Arte junto com o designer Renato Imbroisi LOCAL DE PRODUÇÃO: Brasília
BRINCO LOKALWEAR MATERIAL: Capim-colonião TÉCNICA: Cestaria/trançado QUEM FEZ: Artesão Juão de Fibra LOCAL DE PRODUÇÃO: Brasília ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP);
GOIÁS
ALMOFADAS MATERIAL: Capa algodão egípcio TÉCNICA: Bordado à mão livre e costura QUEM FEZ: Artesãs Cooperativa Bordana LOCAL DE PRODUÇÃO: Goiania ONDE ENCONTRAR: Rua Cabo Verde nº junto Caiçara - Goiania/GO - CEP 74775-0
05 - Con005
CARTEIRAS TÉCNICA: Bordado à mão livre QUEM FEZ: Artesãs Cabocla Criações LOCAL DE PRODUÇÃO: Goiás Velho ONDE ENCONTRAR: Largo do Chafariz N 11 Goias/GO - CEP 76600-00
MARANHÃO
BOLSAS MATERIAL: Fibra de buriti TÉCNICA: Tear QUEM FEZ: Artesãs do povoado de Santa Maria LOCAL DE PRODUÇÃO: Alcântara ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
BOLSA ESTRELA MATERIAL: Palha de buriti TÉCNICA: Cestaria QUEM FEZ: Artesãs de Barreirinhas LOCAL DE PRODUÇÃO: Barreirinhas ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
MATO GROSSO CESTOS MATERIAL: Fios de algodão TÉCNICA: Cestaria e bordado QUEM FEZ: Indígenas da etnia Waura LOCAL DE PRODUÇÃO: Xingu ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
ALMOFADA MATERIAL: Fio de algodão TÉCNICA: Bordado QUEM FEZ: Grupo Colônia de Mulheres LOCAL DE PRODUÇÃO: Primavera do Leste ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP); Endereço do grupo: Rua da Cohab, 80 Castelandia 02 - Primavera Do Leste/MT - CEP 78850-000
MATO GROSSO DO SUL
BOLSA CARTEIRO MATERIAL: Couro de peixe curtido TÉCNICA: Costura QUEM FEZ: Comunidade Amor de Peixe LOCAL DE PRODUÇÃO: Pantanal/MS ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP);
MINAS GERAIS
MANTA MARCA AMARIA MATERIAL: Algodão e seda TÉCNICA: Tecelagem manual, bordado e tingimento natural QUEM FEZ: Artesãs tradicionais de Muzambinho, curadoria da designer Mayumi para a marca Amaria. LOCAL DE PRODUÇÃO: Muzambinho ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP) Instagram da marca @amaria_muzambinho
MANTAS MATERIAL: Algodão TÉCNICA: Tecelagem e tingimento natural QUEM FEZ: Grupo Central Veredas LOCAL DE PRODUÇÃO: Arinos ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP) Instagram do grupo @centralveredas
REDE TÉCNICA: Tecelagem manual e bordado QUEM FEZ: Artesãos da Associação Roça Grande LOCAL DE PRODUÇÃO: Berilo ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP);
PARÁ
CESTO COM TAMPA MATERIAL: Folha do tucumã TÉCNICA: Cestaria QUEM FEZ: Associação Turiarte LOCAL DE PRODUÇÃO: Santarem ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP) Associação: Endereço: Avenida Mendonça Furtado, 379 Santarem/PA - CEP 68040-050
PARAÍBA
VESTIDO CAFTAN TÉCNICA: Renda Renascença QUEM FEZ: Artesãs do Clube das Mães de Camalaú, criado pela estilista Adriana Barra LOCAL DE PRODUÇÃO: Camalaú
PARANÁ FLORES MATERIAL: Palha de milho TÉCNICA: Trançado QUEM FEZ: Grupo Tecendo Histórias LOCAL DE PRODUÇÃO: Cerro Azul ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP) Loja Casa de Ana (Av. Pequeno Príncipe, 971 loja 03, Campeche - Florianópolis/SC - CEP 88063-000) Loja Fuchic (Alameda Franca, 1167 - São Paulo/SP - CEP 01422005)
BOLSA RAÍZ MATERIAL: Palha de milho e couro TÉCNICA: Trançado vazado QUEM FEZ: Grupo Tecendo Histórias signer Renato Imbroisi LOCAL DE PRODUÇÃO: Cerro Azul ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP) Loja Casa de Ana (Av. Pequeno Príncipe, 971 loja 03, Ca rianópolis/SC - CEP 88063-000) Loja Fuchic (Alameda Franca, 1167 - São Paulo/S 005)
s, curadoria de-
ampeche - Flo-
SP - CEP 01422-
PIAUÍ
CANGA-TOALHA TÉCNICA: Tear manual e borda QUEM FEZ: Grupo de artesãs marca Saissu Design LOCAL DE PRODUÇÃO: Pedro ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz Paulo/SP) Instagram marca (@saissudesign)
VESTIDO TÉCNICA: Renda de Bilro QUEM FEZ: Artesãs da Associação das Rendeiras de Morros da Mariana com o estilista Walter Rodrigues LOCAL DE PRODUÇÃO: Ilha Grande
CLUTCH CEBOMARA MATERIAL: Saco de riti e carnaúba TÉCNICA: Trançado e QUEM FEZ: mulhere para a marca Saissu D LOCAL DE PRODUÇÃ ONDE ENCONTRAR: (@saissudesign)
ado s Xique Xique para a
o II z (JK Iguatemi - São
A cebola reciclado e fibra de bu-
e tecelagem es da Cooperativa das Agaves Design ÃO: Parnaíba : Instagram Saissu
RIO DE JANEIRO
COLCHA TÉCNICA: Bordado QUEM FEZ: Grupo Bordadeira da P LOCAL DE PRODUÇÃO: Parati ONDE ENCONTRAR: Comunidade - Parati/RJ - CEP 2397000
BOLSA MAYA FRANJAS MATERIAL: Fio de algodão TÉCNICA: Tear QUEM FEZ: Grupo Ecopolo LOCAL DE PRODUÇÃO: Rio Bonito ONDE ENCONTRAR: Loja Rede Asta (https://www.bemglo.com/home)
Praia do Sono Baixio de Dentro
RIO GRANDE DO SUL
XALE VISIOM MATERIAL: Tecido de algodão e lã não cordada TÉCNICA: Costura QUEM FEZ: Projeto Lã Pura - Cooperativa São Borja e o designer Renato Imbroisi LOCAL DE PRODUÇÃO: São Borja
CARTEIRAS REDEIRAS MATERIAL: Rede de camarão TÉCNICA: Renda/crochê/tran QUEM FEZ: Artesãs de São Pe LOCAL DE PRODUÇÃO: Pelo ONDE ENCONTRAR: Loja Ar (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
o reciclada nçado edro, uma vila de pescadores otas rtiz
COBERTOR MATERIAL: Lã TÉCNICA: Tear QUEM FEZ: Grupo Ladrilã LOCAL DE PRODUÇÃO: Pelotas ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
SANTA CATARINA
CHAPÉU E BOLSA MATERIAL: Palha de trigo TÉCNICA: Trançado QUEM FEZ: Associação Tranças da Terra LOCAL DE PRODUÇÃO: Joacaba ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP); Loja Casa de Ana (Av. Pequeno Príncipe, 971 loja 03, Campeche - Florianópolis/SC - CEP 88063-000); Loja Xapuri (Rua Mandacarú, 260, loja 01, Trevo - Belo Horizonte/MG - CEP 31370-270) Associação Tranças da Terra (Rua Tiradentes, 170 - Joacaba/SC CEP 89600-000)
RENDA MATERIAL: Fio de algodão/seda TÉCNICA: Renda de Bilro QUEM FEZ: Grupo Amigas Rendeiras da Armação LOCAL DE PRODUÇÃO: Florianópolis ONDE ENCONTRAR: Rodovia Francisco Thomaz dos Santos, 3150 - Florianópolis/SC CEP 88066-260
SÃO PAULO
BOLSA REDONDA MATERIAL: Taboa e couro TÉCNICA: Trançado/cestaria QUEM FEZ: Grupo de artesãs de Iguape LOCAL DE PRODUÇÃO: Iguape ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
COLAR MAXXI CACIQUE MATERIAL: Pneu 100% reciclado e linha de nylon e algodão TÉCNICA: Bordado QUEM FEZ: Cocriação entre a marca Saissu Design e a Bordadeiras da Linha Nove LOCAL DE PRODUÇÃO: São Paulo ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP); Instagram marca (@saissudesign)
SERGIPE
MANTA MATERIAL: Fios de algodão TÉCNICA: Tear QUEM FEZ: Marca Fellicia e artesãos de Poço Verde LOCAL DE PRODUÇÃO: Poço Verde ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP) Instagram da marca (@felliciaoficial)
REDE FELLICIA DESIGN E DECORAÇÃO MATERIAL: Fio de algodão TÉCNICA: Tear QUEM FEZ: Designers do Estúdio Nada se Leva e artesãos do sertão LOCAL DE PRODUÇÃO: Sergipe ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP); Instagram da marca (@felliciaoficial)
TOCANTINS
PULSEIRAS MATERIAL: Capim Dourado e tecido TÉCNICA: Trançado QUEM FEZ: Artesãs da Associação do Capim Dourado Pontealtense LOCAL DE PRODUÇÃO: Jalapão ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
COLARES MATERIAL: Capim Dourado e malha TÉCNICA: Cestaria/trançado QUEM FEZ: Artesãos da Associação Ponte Altense do Jalapão LOCAL DE PRODUÇÃO: Jalapão ONDE ENCONTRAR: Loja Artiz (JK Iguatemi - São Paulo/SP)
6. FEIRAS/MUSEUS/ CASAS DE ARTESANATO
Na foto anterior, Centro de Artesanato de Pernambuco (Cape). Foto: Cultura.pe, 2014.
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Neste capítulo você encontrará endereços de feiras, museus, lojas (muitas vezes chamadas de casas) em que há exposição e/ou venda de peças artesanais em cada Região do Brasil. Através destes endereços você pode traçar roteiros de viagens e até mesmo conhecer melhor a cultura do seu estado e/ou cidade!
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6.1 - REGIÃO NORTE
CASA DO ARTESÃO E DO ÍNDIO - MACAPÁ Av. Azarias Neto s/nv- Bairro Central, Macapá - AM. Telefone (96) 3212-9156 CASA DOS POVOS DA FLORESTA R. Epaminondas Martins, 94 - Bosque, Rio Branco - AC, 69908-320 Parque da Maternidade, setor B Horário de visitação: de terça a sexta das 8h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 16h ás 21h. Telefone (68) 3211-2200 CEATT - Centro de Ensino de Artesanato do Tocantins ROD BR 134, S/N - Bairro ZONA RURAL - Cidade São Bento do Tocantins CENTRAL DE ARTESANATO BRANCO E SILVA Av. Mário Ypiranga, 1999 - Adrianópolis, Manaus - AM, 69057-002 Horário de visitação: de terça a sexta das 9h às 18h, aos sábados, das 9h às 16h e segundas-feiras, a partir do meio-dia. Telefone (92) 9360-2572 CENTRO DE ARTESANATO DE BOA VISTA Rua Floriano Peixoto, 423, Boa Vista (RR) CENTRO DE ARTESANATO DO ACRE Rua Padre Paulino, nº 3 - Via Arterial - Rui Lino - Rio Branco - AC T69919830 Fone: 3229-6490 Horário de Funcionamento (Dias Úteis): 8h as 12h e 14h as 18h FEIRA DE ARTESANATO DO PARACURI Praça São Sebastião - R. Siqueira Mendes, s/N - Orla de Icoaraci, Belém - PA, 66810-050 Telefone (91) 3227-0118 Mercado Ver-o-Peso 1038 - Boulevard Castilhos França, 1020 – Campina (PA) FEIRA DO BOSQUE Quadra 504 Sul Avenida Nossa Senhora 2, 28-302 - Plano Diretor Sul, Palmas - TO, 77016-524
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Horário de visitação: domingos a partir das 16h. FEIRA DO SOL Praça da estrada de ferro Madeira-Mamoré - Porto Velho (RO) GALERIA AMAZÔNICA R. Costa Azevedo, 272 - Centro, Manaus - AM, 69010-230 Horário de visitação: de segunda a sábado das 8h às 20h. Telefone (92) 3233-4521MERCADO VER-O-PESO 1038 - Boulevard Castilhos França, 1020 – Campina (PA)
6.2 - REGIÃO NORDESTE
CENTRO DE ARTESANATO DE PERNAMBUCO - UNIDADE RECIFE Localizado ao lado do Marco Zero, no antigo armazém 11, no Bairro do Recife (PB) CENTRO DE ARTESANATO ‘MESTRE DEZINHO’ Praça Pedro II - Centro, Teresina – PI CENTRO MUNICIPAL DE ARTESANATO - NATAL (RN) Avenida Presidente Café Filho, 1160 - Areia Preta, Natal (RN) CEPRAMA - Centro de Artesanato, São Luís (MA) R. São Pantaleão - Rua Nossa Senhora da Conceição, 1332 - Monte Castelo, São Luís (MA) FEIRA DE ARTESANATO DA PAJUÇARA Endereço: Av. Doutor Antonio Gouveia, 1447, Maceió (AL) Número de telefone: (82) 3231-3901 MERCADO CENTRAL DE FORTALEZA Av. Alberto Nepomucemo, 199 - Centro, Fortaleza (CE) MERCADO DE ARTESANATO PARAIBANO Av. Senador Rui Carneiro, 241 - Brisamar, João Pessoa (PB) MERCADO MUNICIPAL ANTÔNIO FRANCO R. José do Prado Franco, s/n - Centro, Aracaju (SE) MERCADO MODELO Praça Visconde de Cayru, s/n - Comércio, Salvador (BA)
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6.3 - REGIÃO CENTRO-OESTE
CASA DO ARTESÃO – Campo Grande (MT) Av. Calógeras, 2050 - Centro, Campo Grande (MS) FEIRA DA LUA – Goiânia (GO) Praça Tamandaré - Goiânia (GO) FEIRA DA TORRE DE BRASÍLIA (DF) SDC - Eixo Monumental Norte/Sul, Brasília (DF) FEIRA DO CERRADO Parque da Criança - R. 72, s/n - Jardim Goiás, Goiânia - GO, 74810-360 SERRA VERDE SHOPPING Av. Santo Amaro, 1000 - Solar de Caldas, Caldas Novas - GO, 75690-000 SESC CASA DO ARTESÃO – Cuiabá (MT) R. Treze de Junho, 315 - Centro Norte - Cuiabá (MT)
6.4 - REGIÃO SUDESTE
ARTESANATO BRASIL – Vitória (ES) Praça Costa Pereira, 226 – Centro – Vitória (ES) CENTRO DE ARTESANATO MINEIRO CEART Av. Afonso Pena, 1537 – Centro - Belo Horizonte – MG FEIRA DE ARTE E ARTESANATO - EMBU DAS ARTES Largo 21 de Abril e Centro Histórico - Centro, Embu das Artes -São Paulo (SP) SEBRAE RJ - CENTRO DE REFERÊNCIA DO ARTESANATO BRASILEIRO Praça Tiradentes, 71 - Centro, Rio de Janeiro – RJ
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6.4 - REGIÃO SUL
BENDITA COLAB R. Prof. Ulisses Vieira, 696 - Vila Izabel, Curitiba - PR, 80320-090 Horário de visitação: terça a sexta das 10h às 18h. Sábados das 10h ás 15h. Telefone (41) 3532-2045 CASA AÇORIANA R. Cônego Serpa, 30 - Santo Antonio de Lisboa, Florianópolis - SC, 88050440 Horário de visitação: segundas, quintas e sextas das 12h às 20h. Sábados e domingos das 12h às 21h. Telefone (48) 3235-1262 CASA DA ALFÂNDEGA Alfândega - R. Conselheiro Mafra, 141 - Centro, Florianópolis - SC, 88010000 Horário de visitação: segunda a sexta das 9h às 18h30. Sábados das 9h ás 13h. Telefone (48) 3665-6097 FEIRA DE ARTES E ARTESANATO DE CURITIBA (FEIRINHA DO LARGO DA ORDEM) Largo da Ordem - Centro – Curitiba (PR) Horário de visitação: todos os domingos das 9h às 14h. MERCADO PÚBLICO CENTRAL DE PORTO ALEGRE Galeria Mercado Público - Centro Histórico - Porto Alegre (RS) FEIRA DE ARTESANATO SÃO JOSÉ FEITO À MÃO Calçadão da Avenida Central do Kobrasol, São José – Florianópolis (SC)
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 01
Na foto anterior, palha tingida, grupo Tecendo Histรณrias. Foto: Artesol, 2018.
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Este trabalho teve como escopo pesquisar as técnicas manuais, analisando suas influências na moda contemporânea, visando criar um banco de dados sobre as artesanías nacionais e as predominantes na região Sul. Os levantamentos de dados através de pesquisa de campo oportunizaram a autora a comprovação na prática sobre os conhecimentos e percepções adquirida através das leituras e pesquisas digitais. O estudo do artesanato tradicional oportunizou o conhecimento da cultura de cada região brasileira, visto que o artesanato é a expressão cultural de cada local. Também possibilitou o enriquecimento do repertório pessoal e profissional da autora. Em contrapartida, ao pesquisar sobre comunidades tradicionais produtoras de artesanías, o contato direto torna-se difícil visto que a maioria destes artesãos ainda não utilizam da internet para dinamizar a venda de seus artesanatos e consequentemente a continuação de suas tradições. Neste aspecto, a catalogação de amostras acabou sendo prejudicada, visto que muitos artesãos só são encontrados por intermediadores como lojas, marcas ou organizações não governamentais como a Rede Asta e a Artesol que realizaram projetos com estas comunidades, dificultando assim, a obtenção de imagens e contatos destes artesãos. Espera-se que através do acesso aos conteúdos aqui disponibilizado, estudantes de Design, profissionais ligados a moda, entre outras habilitações, sintam-se instigados a conhecer mais sobre o artesanato brasileiro, e incluí-lo em seus projetos futuros.
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8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Ana Julia Melo. A relação entre design de moda e comunidades artesanais no Brasil: o projeto Moda e Artesanato do museu A Casa dObra[s] – Revista da Associação Brasileira de Estudos de Pesquisas em Moda. v. 10, nº 22, Nov. 2017. AVANCINI, Carolina Julião. Rendas nordestinas: cultura, identidade e design. 32 f. Monografia (Especialização em Gestão de Projetos Culturais) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. BARDI, Lina Bo. Tempos de grossura. São Paulo: Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, 1994. 79 p. BORGES, Adélia. Design + Artesanato: o caminho brasileiro. 1º reimpressão. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2011. 239 p. BRASIL. Decreto Nº 1.508 de 31 de maio de 1995. Brasília: Presidência da República do Brasil, 1995. Disponível em: <h http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/decreto/1995/D1508.htm >. D’ARAUJO, Maria Celina. BRASIL Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Centro de Documentação e Informação. Getúlio Vargas. Brasília: Edições Câmara. Centro de Documentação e Informação, 2011. 793 p. GANEM, Márcia. Design Dialógico: Gestão criativa, Inovação e Tradição. 1º Edição. São Paulo: Editora Estação das Letras e Cores, 2016. 141 p. KUBRUSLY, Maria Emília; IMBROISI, Renato. Desenho de fibra: artesanato têxtil no Brasil. São Paulo: SENAC Editoras, 2011. 207 p. MIRANDA, tir. Guia Slow
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Bruna. Living. 2016.
VesI:71-83.
OBSERVATÓRIO DE ECONOMIA CRIATIVA DF. Base Conceitual do Artesanato Brasileiro. Não paginado. Disponível em: < http://www.obecdf.org/ index.php/component/k2/item/download/28_cd61ef600b9387365807db90bebb3ce7>. Acesso em: 3 dez. 2017. SANT’ANNA, Mara Rúbia. O Brasil por suas aparências: sociabilidade coloniais: entre o ver e o ser visto. 1ª Edição. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2016. 208 p. SILVA, S.P.; BUSARELLO, R.I. Fast fashion e slow fashion: o processo criativo na contemporaneidade. Revista Estética, São Paulo, n. 12, p. 06-07, 2016. Disponível em: <http:// www.usp.br/estetica/index.php/estetica/ article/view/48>. Acesso em: 6 dez. 2017. SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1945). 14. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. 512 p. SOUZA, Kássia; QUEIROZ, Cyntia. Moda, Design e Artesanato. In: 11º Colóquio de Moda – 8ª Edição Internacional 2º Congresso Brasileiro de Iniciação Científica em Design e Moda 2015.
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