Valores Próprios 2014-004

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VALORES PRÓPRIOS MAI/JUN 2014


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A Qualidade dos Alunos do Instituto Superior Técnico A qualidade do Instituto Superior Técnico deve-se a muitos fatores, entre os quais são de destacar o nível do seu corpo docente, a qualidade dos seus laboratórios e a cultura de excelência que desde sempre caracterizaram a Escola. Porém, a característica que é verdadeiramente única e que distingue o IST de outras escolas similares no país, e o eleva ao nível das melhores referências internacionais é sem dúvida a qualidade dos seus alunos. Desde muito cedo que o Técnico foi a escola preferida pelos melhores e mais dinâmicos candidatos ao ensino superior, na sua área de atuação. Com o passar das décadas, porém, o IST veio a afirmar-se de forma clara como a Escola onde são formados os melhores engenheiros e cientistas. Esta afirmação da Escola como uma instituição de elite atrai, por seu lado, ainda melhores alunos, num círculo virtuoso que representa, em minha opinião, a maior força do IST. Aos alunos que, nos primeiros anos do Técnico, têm dificuldades em terminar com sucesso todas as disciplinas, e que se veem obrigados a trabalhar duramente durante semanas a fio para conseguir progredir, é importante dizer que isso acontece porque estão na mais exigente escola de engenharia do país, aquela que mais exige aos seus alunos. Em outras instituições, menos exigentes, o progresso seria seguramente mais fácil e os resultados positivos bem mais acessíveis. Mas é justamente a este nível de exigência, associado à qualidade inata dos seus alunos, que se deve a perceção de que os graduados do IST são os melhores profissionais das suas respetivas especialidades, uma vez integrados no mercado de trabalho. Apesar desta cultura de excelência, é fundamental que a Escola não faça exigências inaceitáveis aos seus estudantes, como por vezes parece acontecer, nem estabeleça padrões inatingíveis de desempenho que tenham como consequência que alunos que seriam de topo noutras escolas tenham dificuldade em terminar os seus cursos. A matéria prima com que se trabalha no Técnico (os seus alunos) é demasiado preciosa para não ser aproveitada, transformada, educada e injetada no tecido produtivo, onde irá contribuir para o desenvolvimento de Portugal. Tenho também a certeza que os alunos que agora passam pelo IST, passagem esta que tanto influenciará a sua vida futura, recordarão com saudade estes tempos, e não deixarão de contribuir, à sua maneira, para que o Técnico continue a desempenhar a função de educar os futuros líderes do país. É responsabilidade de cada um de nós retribuir à Escola e à Sociedade a importante contribuição que foi dada para a nossa formação. Só assim o IST continuará a desempenhar a missão para que foi criado, nas palavras do seu fundador, “a de fornecer ao País engenheiros que possuam não só o saber, mas também as qualidades necessárias para que, prosperando na vida profissional, contribuam ao mesmo tempo para o nosso progresso económico”. Arlindo Oliveira Presidente do IST

TÉCNICO

Editorial


Instantâneos 2014

Ciência

Visita

JOSÉ SANTOS / TÉCNICO

DR

DUARTE DONAS-BOTO / TÉCNICO

Investigação

Docente integra lista de “Highly Cited Researchers”

Nobel Talks sobre ciência, química e engenharia

Ministro da Educação visita IT

O professor Mário Figueiredo, docente do Técnico e investigador no Instituto de Telecomunicações (IT), integra a recentemente divulgada lista ISI Thomson Reuters “Highly Cited Researchers”. O docente é um de apenas dois investigadores de instituições portuguesas a figurar nesta base de dados, onde estão incluídos os cientistas cujos artigos são mais citados em publicações científicas a nível mundial. A lista de “Highly Cited Researchers” é elaborada pelo Institute for Scientific Information (ISI), e a inclusão de investigadores tem grande relevância para o Técnico e para a Universidade de Lisboa, já que é um dos critérios utilizados para elaborar rankings de instituições de Ensino Superior. Mário Figueiredo, que está incluído na categoria de Engenharia, é docente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e investigador sénior no IT. As suas áreas de investigação incluem processamento de sinais e imagens, optimização, reconhecimento de padrões e aprendizagem automática. !

No dia 2 de maio decorreu, no Salão Nobre do Técnico, uma “Nobel Talk”, conversa com o Nobel, que contou com a presença de dois vencedores do Prémio Nobel da Química. Durante uma hora, Aaron Ciechanover e Ada Yonath responderam a questões dos alunos presentes e falaram sobre o futuro da ciência, da química em particular, e da engenharia. Aaron Ciechanover foi premiado em 2004, juntamente com Avram Hershko e Irwin Rose, pela descoberta do processo de degradação celular de proteínas mediado pela ubiquitina. Já Ada Yonath recebeu o galardão em 2009, com Venkatraman Ramakrishnan e Thomas A. Steitz, pelos seus estudos sobre a estrutura e a função do ribossoma. Mesmo a horas madrugadoras, foram vários os alunos que marcaram presença no salão nobre para ouvir estes dois grandes nomes da ciência, que além de responder a questões mais técnicas falaram da importância do ensino: “Aquilo que tentamos fazer é manter o interesse dos alunos; nós somos iguais a vocês, só temos mais 50 anos”, afirmou Aaron Ciechanover. “Vocês estão aqui para resolver o grande mistério da natureza: nós só queremos infetar-vos com a nossa paixão.”

O professor Nuno Crato, ministro da Educação e da Ciência, e a professora Leonor Parreira, secretária de Estado da Ciência, visitaram, no dia 8 de abril, o Instituto de Telecomunicações (IT) localizado no Instituto Superior Técnico. Durante toda a manhã, o ministro e a secretária de Estado visitaram as instalações daquele que é, segundo o professor Carlos Salema, membro da Direção do IT, o laboratório associado de “maior produção científica em Portugal” e a 7.ª instituição com maior produção científica, “atrás apenas de algumas universidades portuguesas”. Depois de uma breve apresentação do IT, uma instituição sem fins lucrativos que trabalha de perto com seis universidades, um politécnico e duas empresas para “criar e divulgar conhecimentos na área das telecomunicações”, e em que o professor Carlos Salema não se coibiu de criticar a excessiva burocracia e falta de financiamento que têm sido impostos aos laboratórios associados, os governantes visitaram alguns dos laboratórios do instituto, localizado na Torre Norte do Técnico. !

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O presidente do Técnico, professor Arlindo Oliveira, o presidente do Conselho Científico do Técnico, professor Luís Oliveira e Silva, e o professor Manuel Prieto, docente do Departamento de Engenharia Química, também estiveram presentes no evento, que terminou com algumas recomendações para os alunos. “Cada um tem que descobrir o que é interessante para si próprio, aquilo que lhe dá gozo. Escolham um problema aberto, e um que seja importante - não se fiquem por uma coisa particular que não vai interessar ninguém. E mantenham-se focados: se fizerem isso, mesmo que o vosso problema inicial mude, terão sempre uma carreira e uma vida interessantes”, afirmou Ada Yonath. !


Instantâneos 2014

Empreendedorismo

Evento

TÉCNICO

MARIO SAVOIA / SHUTTERSTOCK

SARAH SAINT-MAXENT / TÉCNICO

Prémio

Docente galardoado com o Prémio Valmor 2011

Launch Pad para discutir o empreendedorismo

KIC Master Open Day esclarece alunos no Taguspark

O professor Francisco Teixeira Bastos, docente de Arquitetura, foi galardoado com o Prémio Valmor 2011 pela intervenção na Escola Secundária Rainha D. Leonor, em Lisboa, integrado no projeto do Atelier dos Remédios. A entrega do prémio, que este ano distinguiu obras dos anos 2010 a 2012, foi feita no dia 12 de maio, nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa pelo presidente, António Costa. O prémio Valmor destina-se a promover e incentivar a qualidade arquitetónica, tanto em novas edificações como na reabilitação de imóveis, conjuntos edificados e espaços públicos. São premiadas as obras que, para a Câmara Municipal de Lisboa, “contribuam significativamente para a valorização da cidade de Lisboa e a salvaguarda do património”. !

Decorreu no dia 8 de maio o IST Técnico Lisboa Launch Pad, um evento integrado na 3.ª Semana de Empreendedorismo de Lisboa, que trouxe até ao Salão Nobre do IST a comunidade empreendedora. O evento, que girou em torno de dois “momentos de ignição”, um dado por João Vasconcelos, da incubadora Startup Lisboa, e o outro da autoria de Vasco Pedro, fundador da Unbabel, sobre o funcionamento do acelerador YCombinator, onde esteve recentemente, contou também com a exposição de iniciativas empreendedoras dos alunos. HackerSchool, Junitec, Unbabel, LLP, Startup Lisboa, BEST Lisbon, BITalino e NEEC foram os grupos presentes no “Launch Control Center”, onde antes do evento decorreu um encontro entre os atuais e futuros empreendedores e onde se discutiram ideias para futuros negócios, seguindo a mensagem transmitida pela Startup Lisboa: “se a vida te dá limonada, cria uma empresa”. João Vasconcelos, fundador da incubadora da capital, foi o primeiro a subir ao palco. Depois de uma breve apresentação sobre a história da Startup Lisboa, em que explicou qual o seu objetivo, em que é que estavam focados (atrair clientes e investidores) e qual o funcionamento (há, por exemplo, três tipos de mentores para

Depois de, no dia 20 de março, o KIC Master Open Day se ter realizado no campus da Alameda, onde durante todo o dia foi possível aos alunos esclarecer as suas dúvidas sobre os programas do KIC InnoEnergy, no dia 3 de abril foi a vez do Taguspark acolher o evento. Durante cerca de quatro horas, o átrio do campus Taguspark recebeu os responsáveis do Núcleo de Relações Internacionais do Técnico, que explicaram aos muitos interessados que por ali passaram o que é o KIC InnoEnergy, que programas existem e como funciona o sistema de bolsas atribuído. Este ano, as candidaturas aos programas estiveram abertas até 30 de abril, e os mestrados disponíveis são: MSc Renewable Energy (RENE), MSc Programme Clean Coal Technologies, MSc in Innovation in Nuclear Energy (EMINE), MSc Energy Technologies (ENTECH), MSc Smart Cities, MSc Environomical Pathways for Sustainable Energy Systems (SELECT) e MSc Smart Electrical Networks and Systems (SENSE). O KIC InnoEnergy permite aos estudantes estudar no estrangeiro, obter um duplo diploma, receber uma bolsa de estudo e ter os estudos pagos, estagiar em diversas empresas e viajar pela Europa, integrado numa comunidade única que promove a inovação e o conhecimento. !

as startups incubadas, desde o generalista ao especialista), o empreendedor falou sobre as experiências que ali se vivem. “É normal as coisas correrem mal. Este, o setor da web, mobile e software, é um setor onde, atempadamente, é muito barato falhar, e isso faz parte”, advertiu a plateia. A mesma ideia reforçou Vasco Pedro, da Unbabel que, depois, subiu ao palco para explicar o funcionamento do YCombinator, o maior e melhor programa de aceleração de empresas. “A Unbabel é a minha quarta startup e, como podem imaginar, as outras não correram muito bem”, explicou, antes de acrescentar que “sem essas experiências falhadas, não teria conseguido chegar aqui”. “No YCombinator, as respostas são sempre «desenrasquem-se», e dizem-nos constantemente que as únicas coisas que devíamos estar a fazer é falar com clientes e trabalhar no produto. Falar com investidores antes do tempo é distração, cinema é distração. No fundo, é tudo muito simples. Só temos que trabalhar, intensamente.” !

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Instantâneos 2014

Evento

STEPHEN GIRIMONT / SHUTTERSTOCK

Investigação

JOSÉ SANTOS / TÉCNICO

SARAH SAINT-MAXENT / TÉCNICO

Protocolo

Acordo entre Técnico e Universidade Chinesa

Flash Mob no Taguspark no Dia do Nariz Vermelho

Alumnus lidera desenvolvimento de robô para explorar Marte

A Tianjin University, uma universidade nacional chinesa, fundada em 1895, é a mais recente parceira do Técnico, depois de ter sido assinado, no dia 21 de abril, um protocolo de intercâmbio de estudantes entre as duas instituições. Na assinatura do protocolo estiveram presentes, da parte do Técnico, o presidente, professor Arlindo Oliveira, o vice-presidente para as Relações Internacionais, professor José Santos-Victor, e o vice-presidente do Conselho Científico, professor Leonel Sousa, enquanto a delegação chinesa foi composta pelos professores Zhong Denghua, vice-presidente executivo, Meng Zhaopeng, diretor da School of Computer Software, Song Kun, diretor associado da School of Architecture e Chen Zhenlong, diretor do Office of Graduate Education, bem como a Dr.ª Zhang Zhen, diretora-geral do Office of International Cooperation. Durante a apresentação que antecedeu a assinatura, o vice-presidente do Técnico lembrou que a China é um destino muito apelativo para os estudantes de engenharia portugueses, e que daí advém a importância desta parceria entre as duas instituições: “Temos muitos alunos que gostavam de ir para a China depois de terminar o curso. Claro que, quando nos perguntam, falamos sobre os nossos parceiros presentes na zona”. !

No dia 4 de abril comemorou-se o Dia do Nariz Vermelho no campus Taguspark do Instituto Superior Técnico: a iniciativa, sugerida por alunos, promove o convívio e a angariação de fundos no âmbito da Operação Nariz Vermelho, que “receita alegria às crianças hospitalizadas”. Durante a hora de almoço, foram muitos os curiosos que se juntaram no átrio, onde colunas e painéis com palhaços de nariz vermelho indicavam que algo estava prestes a acontecer. Às 13.30h, a música dispara e, com ela, meia dúzia de bailarinos começam a festa. Ao todo, foram cerca de duas centenas as pessoas presentes neste mini-evento, dançando, participando na formação de um coração gigante ou batendo o pé ao som da música enquanto observavam os muitos alunos, professores e funcionários que se juntaram aos voluntários da Operação Nariz Vermelho cuidadosamente coreografados.

Um ex-aluno de Engenharia Aeroespacial no Técnico chefia a equipa responsável pelo piloto automático do robô que integrará a ExoMars, uma missão europeia e russa cujo objetivo é a exploração de Marte. Esta missão a Marte, que conta começar as explorações em 2019, quando o robô de seis rodas desenvolvido pelo cientista Nuno Silva e a sua equipa aterrar no planeta, tem, segundo o ex-aluno, um “objetivo político” de “mostrar que a Europa também sabe aterrar em Marte”, bem como o tradicional objetivo científico de exploração. Segundo o jornal Público, Nuno Silva é “responsável pela equipa de oito investigadores que desenvolve a navegação autónoma do robô na Airbus Defence and Space, desde o software até ao equipamento, incluindo as suas câmaras de navegação e localização”. Neste momento, a equipa desenvolve testes “terrestres”, a norte de Londres: “Estamos a desenvolver o piloto-automático do rover. Isso permitirá que seja comandado desde a Terra. Em Marte, ele fará tudo sozinho, evitando obstáculos. Para testar isso, temos um simulador. Mas os simuladores não estão completamente isentos de riscos: pode haver coisas que não estamos a modelizar e que são importantes, e algumas são bastante difíceis de modelizar”. !

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Este programa pretende “assegurar de forma contínua um programa de intervenção dentro dos serviços pediátricos dos hospitais portugueses, através da visita de palhaços profissionais”. Foram estes artistas, com “formação especializada no meio hospitalar e que trabalham em estreita colaboração com os profissionais de saúde”, que dinamizaram o evento no campus do taguspark e que culminou com a formação de um coração gigante, cujo objetivo foi o de “sensibilizar” a população escolar para a causa. !


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Alunos Carreiras

“As empresas têm sempre interesse em empregar alunos do Técnico” As IST Career Weeks promovem o encontro entre estudantes, investigadores e empresas no período de maior disponibilidade dos alunos Texto Sarah Saint-Maxent

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As IST Career Weeks são um dos momentos-chave no ano de qualquer finalista do Técnico: durante cerca de dois meses, os vários cursos organizam-se para trazer à escola os representantes das maiores companhias, os investigadores de renome em várias áreas e ex-alunos de sucesso. O objetivo é claro, e passa por proporcionar um maior contacto entre as empresas e os alunos, no período em que estes têm maior disponibilidade, ao mesmo tempo que auxiliam os estudantes na escolha do seu percurso profissional. Assim, entre 17 de fevereiro e 3 de abril, os estudantes tiveram a oportunidade de vislumbrar o seu futuro, antes de entrarem no processo de seleção das empresas, que deve ocorrer preferencialmente em maio. Como tem vindo a ser costume, este ano a SINFO – Semana Informática do IST, e as JEEC – Jornadas de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, foram duas das mais concorridas Career Weeks, juntando no Centro de Congressos alunos entusiastas do Técnico e de outras escolas. Mas não foram as únicas que contaram com grande empenho e participação: a SET – Seminários IST-Tagus, voltou a ser um sucesso, contando com a presença de re-


JOSÉ SANTOS / TÉCNICO

presentantes de grandes empresas nacionais e internacionais. O MecanIST, as Jornadas de Engenharia Mecânica, apostou num formato de debate, palestras e visitas técnicas, onde o futuro da engenharia civil esteve em destaque. Já a Semana Aeroespacial, que encerrou o período dedicado às Career Weeks, contou com apresentações e demonstrações de temas tão diversos como a aviação virtual, prevenção de acidentes, drones ou compósitos. Em muitos destes eventos, a organização criou também um espaço – muitas vezes designado “feira empresarial” – onde empresas e alunos podem ter um contacto mais direto, com maior intimidade e menor formalidade. Inês Sapata e Mafalda Moura, da Semana Aeroespacial, lembram que é nesses momentos que os empregadores mostram realmente que estão interessados em estar presentes nestes eventos: “As empresas demonstram sempre um grande interesse em empregar alunos finalistas do Técnico”. Nos stands das várias companhias presentes nestes espaços, há sempre um aluno que aproveita para esclarecer dúvidas sobre o funcionamento da empresa ou sobre as oportunidades de trabalhar no estrangei-

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Número de diferentes Career Weeks organizadas no Técnico ro, mas também há quem entregue diretamente o currículo e espere para ver o resultado da sua candidatura numa “empresa de sonho”. “Gostava de estar numa empresa em que possa trabalhar em Portugal e no estrangeiro”, diz João Pedro, momentos depois de entregar o CV pela terceira vez nesse dia. “Acredito que posso trabalhar em qualquer lugar do mundo, estamos ao nível dos melhores alunos internacionais.” Essa é uma ideia reforçada por vários oradores presentes nas Care-

er Weeks, mas há outra ideia que não chega tanto aos alunos: “Os nossos engenheiros em Portugal conseguem fazer coisas tão boas como os que estão no estrangeiro”. Quem o diz é Paulo Guedes, antigo professor do departamento de Informática do Técnico e atual Executive Manager da Espírito Santo Informática, presente na SET para uma palestra sobre a metodologia Lean/Kaizen. “Os nossos alunos não precisam de sair do país para inovar e fazer grandes coisas: as empresas portuguesas têm garantido condições para assegurar que competem a nível internacional”, explica, antes de lembrar que, por isso mesmo é importante “não deixar fugir os melhores talentos”. É, aliás, para isso que existem eventos como as IST Career Weeks, e também a JobShop, um evento organizado pela Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico, em que as empresas nacionais tentam aliciar os estudantes a ingressar os seus quadros. Mas não só: inspirar os alunos a fazer mais e melhor é outro dos objetivos das várias organizações, e por isso a presença de oradores de renome e a existência de palestras sobre novos métodos e produtos são fundamentais.

A SINFO tem apostado em oradores internacionais: este ano Jason Gregory, da Naughty Dog Inc, Sebastian Enrique, da Electronic Arts Canada e Steffen Staab, da Universidade de Koblenz foram apenas alguns dos nomes presentes. Outras, como as JEEC, escolhem oradores nacionais para debater os temas do momento: “Connect Everyone and Everything” foi um dos painéis de maior sucesso este ano. A presença de antigos alunos também tem sido receita de sucesso, com os organizadores das Jornadas a trazerem até ao Técnico alumni para darem a conhecer o seu percurso. Biotecnologia, Engenharia Biológica e Engenharia Química são alguns dos cursos que apostam nesta estratégia para convencer os alunos a participarem nestes eventos, e com sucesso. No final, todos são unânimes: as IST Career Weeks são fundamentais para a ligação entre o mundo académico e profissional, e garantem um contacto dos alunos com as empresas num momento fulcral do seu percurso profissional. Como bónus, permitem o estabelecer de uma rede de contactos com colegas, e não só, que poderá ser fundamental para o seu futuro. !

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Alunos Carreiras

IST Career Weeks: os oradores que inspiram alunos O período de Jornadas também é a oportunidade para os estudantes entrarem em contacto com os seus ídolos e os grandes nomes das várias indústrias Texto Sarah Saint-Maxent

Um dos ingredientes fundamentais para o sucesso das IST Career Weeks é a presença de empresas, que aproveitam os vários eventos para se aproximar e dar a conhecer aos estudantes. Mas a presença de oradores de renome, muitas vezes internacionais, consegue transformar uma semana concorrida numa semana lotada. A SINFO – Semana Informática do Instituto Superior Técnico, por exemplo, é prova disso mesmo: todos os dias, entre 24 e 28 de fevereiro, centenas de alunos e interessados acotovelam-se à porta do Auditório do Centro de Congressos, na esperança de conseguir um lugar para assistir a sessões sobre temas tão díspares como “Jogos e Multimédia” ou “Cibersegurança”. Cada dia é dedicado a um assunto diferente, mas todos têm em comum a presença de grandes nomes da indústria, muitas vezes “heróis” para os estudantes, que representam o seu emprego de sonho. Um deles, este ano, foi Sebastien Enrique, um argentino que lutou pelo seu sonho até chegar à Eletronic Arts (EA) Canadá, onde trabalha num dos mais populares jogos de computador do mundo: o EA SPORTS FIFA. “Esta não vai ser uma conferência técnica”, atira logo no início da sessão, para logo depois começar a explicar o seu percurso pessoal e profissional. Antes, um reparo: “O meu ídolo é o Maradona. Não me falem de Messi nem de Ronaldo, está bem?” “Foi difícil para mim chegar à in-

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Número de anos que Sebastien Enrique passou a trabalhar na Electronic Arts dústria dos jogos, onde queria trabalhar”, explica. “Há doze anos, só havia um par de empresas de jogos na Argentina. O que eu fiz foi começar a voluntariar-me para as conferências internacionais que existiam em São Francisco, nos Estados Unidos… e vocês podem fazer isso.” Lá, aproveitou para conhecer as empresas, a indústria e o panorama da altura. O problema dos vistos para entrar nos EUA dificultou-lhe a entrada no mercado de trabalho, pelo que optou por inscrever-se num doutoramento e, a partir daí, candidatar-se a um lugar na EA. “Há vários caminhos para entrarmos neste mundo, cada um tem o seu, mas se o querem mesmo, lutem por isso. Não desistam.”

O caminho de Sebastien Enrique acabou por estar, nos últimos 9 anos, ligado ao gigante dos videojogos, à evolução do conhecido jogo de futebol e às mudanças nas consolas: de Xbox a Xbox 360, e de PlayStation 2 para PlayStation 3, uma altura conturbada para o FIFA e a EA. E foi precisamente sobre esse percurso que o produtor da EA Canada falou, durante cerca de uma hora. A lição a reter? “O que é preciso é ter pessoas apaixonadas, uma visão forte do caminho a seguir, inovação e aperfeiçoamento e, algo de muito importante: ouvir os fãs.” Nos restantes dias, outros nomes ocuparam o lugar de destaque: o português Daniel Almeida, antigo aluno do Técnico e engenheiro no Spotify – o popular serviço de música digital – foi um deles. Alan Shaw, do Meteor Framework, Trina Gregory da University of Southern California e Steffen Staab, da Universidade de Koblenz, também tiveram direito a enchentes durante as suas palestras. Todos os oradores acabam inevitavelmente por ser bombardeados com perguntas no final das conferências e nos intervalos das sessões, onde os curiosos se atropelam pelo melhor lugar. Alguns, mais sortudos – e muitos da organização –, conseguem ficar com os contactos dos seus ídolos: as redes de contactos que começam a formar-se nestes eventos poderão desempenhar, no futuro, um papel fundamental no percurso profissional dos estudantes. !


DR

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Empreendedorismo Júnior Empresas

Os alunos que decidiram meter as mãos na massa e criar uma empresa As Júnior Empresas do Técnico são uma alternativa para os que querem pôr em prática no mercado de trabalho os conhecimentos que adquirem nas aulas Texto Sarah Saint-Maxent

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Uma júnior empresa é uma “associação sem fins lucrativos, não política e não religiosa, constituída por estudantes universitários”, que tem como objetivo “colocar em prática os conhecimentos e competências adquiridos ao longo da formação académica dos diversos estudantes”. “Sob o mote “Learning by doing”, pretende-se que estes jovens desenvolvam projetos onde possam melhorar as suas soft skills fazendo a diferença no mercado de trabalho.” A definição é da JADE Portugal – Federação de Júnior Empresas de Portugal, e serve como uma luva às duas júnior empresas do Instituto Superior Técnico: a JUNITEC, sediada no campus da Alameda, e a SystemsGroup, que opera a partir do campus Taguspark. “O conceito de júnior empresário, criado nos anos 60, tem muito que ver com o aprender a fazer. Normalmente, nas faculdades, temos muito da componente teórica, e aqui o objetivo é termos uma componente mais prática”, explica Nuno Frutuoso, presidente da JUNITEC. A primeira júnior empresa do Técnico foi criada em 1990 por estudantes que queriam ir para além do que aprendiam nas aulas. Depois de uma interrupção entre 2004 e 2009, a JUNITEC hoje foca-se


JOSÉ SANTOS / TÉCNICO

principalmente em projetos de engenharia e está, cada vez mais, virada para uma atuação de cariz social. A equipa de 26 pessoas divide-se entre vários trabalhos: uns trabalham numa impressora 3D “muito barata e totalmente feita” pela empresa, há quem se debruce sobre aplicações móveis para ajudar os alunos a estudar e até quem trabalhe no desenvolvimento de próteses personalizadas para pessoas afetadas por doenças raras. “Queremos fomentar o empreendedorismo de base tecnológica”, afirma o aluno de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. “Acho que se tivermos um produto tecnológico, torna-se mais fácil criar uma empresa de sucesso.” Por isso também, ao longo do tempo, a JUNITEC deu origem a várias startups: a UAVision é um exemplo disso mesmo. Hoje, quase dez anos depois da sua criação, é uma companhia de sucesso que desenvolve projetos de engenharia para responder às necessidades específicas dos seus clientes. Sendo uma associação sem fins lucrativos, a direção da JUNITEC quer essencialmente garantir a sua sustentabilidade, e por isso conta com patrocínios para diversos projetos, mas também – à semelhança do “core business” da SystemsGroup – começa

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Número de membros efetivos da Systems Group cada vez mais a investir o tempo dos seus colaboradores em serviços para o exterior, como impressão 3D para quem estiver interessado ou serviços de consultoria e outsourcing. “Começámos uma parceria com a EDP, para trabalharmos com as suas startups: a ideia é que pequenas tarefas e objetivos que tenham que atingir, possam ser feitos através de outsourcing recorrendo aos nossos serviços”, afirma Nuno. Isso permitirá que os alunos envolvidos tenham noção do que é o mercado de trabalho

real, ao mesmo tempo que a JUNITEC consegue financiamento para manter as suas operações. A SystemsGroup foca-se precisamente aí: “As nossas áreas de serviço são acima de tudo consultoria e outsourcing em sistemas de informação, mas também trabalhamos na área de consultoria de gestão, aproveitando as competências dos alunos do Técnico”, explica António Pereira, CEO da júnior empresa. “Somos uma empresa de estudantes do Técnico. Queremos arranjar um equilíbrio entre o que os estudantes aprendem nas aulas e como aplicam esses conhecimentos”, afirma, concordando que o objetivo das júnior empresas são sempre semelhantes. Os 25 membros da SystemsGroup são todos alunos da escola, dos cursos de Engenharia Informática e de Computadores, Eletrotécnica e de Computadores, Engenharia e Gestão Industrial e Telecomunicações de Informática, mas não fecham a porta a outros: “Nós não temos, por exemplo, alunos de Design – quando precisamos de alguma coisa dessa área, falamos com pessoas de fora”. Uma das grandes vantagens da SystemsGroup é que funciona como um “part-time mais flexível”, lembra António Pereira. “Conseguimos con-

ciliar o trabalho dos alunos no Técnico com o trabalho na empresa, temos uma flexibilidade que não se encontra noutros sítios”. De resto, existem à semelhança de outras empresas: “Funcionamos como uma empresa, uma boa empresa. Contactamos os clientes, analisamos os prolemas e colocamos ao dispor do mercado as nossas competências”. Para as empresas, também há vantagens. “Como ainda não temos experiência no mercado de trabalho, trazemos muita inovação e criatividade aos nossos projetos. Além disso, temos serviços a preços muito acessíveis, porque os que nos interessa não é fazer lucro”, diz o CEO. As duas júnior empresas estão sempre à procura de caras novas para os seus “quadros”. Na JUNITEC, os alunos acabam por chegar pela mão de um amigo, porque “querem fazer algo mais”. Na SystemsGroup há quem se candidate para o mesmo, e a própria empresa tenta “aliciar” estudantes com capacidades específicas, sobretudo em caso de necessidade. Todos os alunos do Técnico podem candidatar-se, mesmo os recém-chegados: “Precisamos também de alunos dos primeiros anos para garantir a sobrevivência”, brinca António Pereira. !

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Momento

Alunos de Arquitetura trabalham no Projeto Relâmpago, um workshop anual cujo objetivo é promover a colaboração entre estudantes

2009

Fotografia Manuel Galrinho



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Alunos Núcleos de Estudantes

Passar o verão a “dar no duro” para construir uma mota, um carro ou uma app para telemóvel Para além dos núcleos ligados às diversas área de engenharia, há núcleos de estudantes especializados em temas técnicos que atraem muitos alunos do IST Texto Sarah Saint-Maxent


Alunos Núcleos de Estudantes

350 60 Mil euros: orçamento do último carro FST

Leonor tem 21 anos e estuda Engenharia Mecânica. No verão passado, partiu à descoberta da Europa e trabalhou durante algumas semanas na Alemanha. Este ano preparava-se para rumar à Noruega quando percebeu que não, que ia ter que ficar. Vai, em vez disso, “trabalhar no duro” no projeto TL Moto, um dos mais recentes núcleos de estudantes do Técnico, que trabalha diariamente para “projetar e construir” uma mota de competição à semelhança das utilizadas no Moto GP. O objetivo é participar numa competição em Aragão, Espanha, ao abrigo do projeto MotoStudent, em que universidades de todo o mundo se juntam para fazer “correr” as motas que construíram. É um trabalho duro que implica “muito tempo”, “muita dedicação” e “muito estudo” mesmo para além das aulas, mas que traz aos participantes uma grande motivação, até para o próprio curso. “Antes de pegar no TL Moto não via a aplicação prática do que dava nas aulas, e de repente comecei a ver exatamente o que era aquilo de que os professores falavam. Dá-nos uma grande motivação”, explica Leonor, que fez parte da equipa que começou, há dois anos, a pensar em criar o TL Moto. Aliás, a mesma ideia é transmitida por muitos outros grupos de estudantes que põem “a mão na massa”. O Projecto Formula Student (FST) é um deles. Mariana Cunha, aluna de Engenharia Mecânica e responsável

Pessoas por edição do LX Reactor

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Membros da HackerSchool

Anos de existência do TL Moto

JOSÉ SANTOS / TÉCNICO

pelo Marketing da equipa, explica que muitos alunos entram no Técnico “sem a menor noção de onde” os vai levar o curso. A construção do carro de competição, uma espécie de Fórmula 1 universitária, ajuda a perceber até onde podem ir. E abre outras portas: “Trabalhamos com muitos patrocinadores, e temos relações estreitas com algumas empresas”, afirma, acompanhada por João Paulo, também ele membro da equipa de marketing. “E isso ajuda quando finalmente saímos do Técnico para o mercado de trabalho. As empresas conhecem-nos, sabem como trabalhamos e, se houver interesse da nossa parte, arranjam lugar para nós.” A equipa FST conta, neste momento, com cerca de 30 pessoas, que

trabalham “muito”, diariamente, para pôr o projeto a andar – literalmente. Depois de, no ano passado, não terem conseguido fazer rolar o F05, carro elétrico que construíram, em prova, esperam redimir-se este ano no circuito de Silverstone, em Inglaterra, em junho. Para isso, têm afinado os pormenores do carro, ao mesmo tempo que começam já a pensar no próximo, que deverá estar concluído no verão de 2015. É um projeto que mexe com grandes números – o orçamento para o F05 foi de aproximadamente 350 mil euros – ao contrário de outros, que funcionam a uma escala mais pequena. A HackerSchool é um desses: pretende dar aos estudantes a oportunidade de adquirir “competências

técnicas”, criando “um espaço onde os alunos têm acesso a materiais e a pessoas de outras áreas” para desenvolver projetos seus, explica João Almeida, presidente da HackerSchool. A iniciativa, que contou desde cedo com o apoio do professor Paulo Carreira, tem vindo a crescer e é um dos núcleos de estudantes com mais iniciativa dentro da escola: aos workshops regulares, onde se aprende de tudo desde Arduino a Impressão 3D, sem esquecer as “softskills”, junta-se o maior evento da HackerSchool, o LX Reactor, onde durante 3 semanas “apaixonados pela tecnologia” têm a oportunidade de pôr “as mãos na massa”. São cerca de 60 os que aceitam o desafio, de onde no ano passado surgiram projetos como o Pedra na Sopa, que pretende ajudar todos na cozinha, o DressItUp, uma aplicação para smartphone que funciona como um consultor de moda virtual, ou o c-trino, um conjunto de placas de expansão para Arduino que tem como objetivo criar uma verdadeira “rede de eletrónica”. Além destes, o Técnico tem muitas outras opções para quem começar a “dar no duro”, em áreas tão diversas como a Engenharia Mecânica ou a Aeroespacial. Apesar das diferenças, todas têm apostas comuns: pôr os novos alunos em contacto com o mercado de trabalho, fazê-los perceber onde os poderá levar o curso e dotá-los de novas competências técnicas – e não só. !

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Alunos Núcleos de Estudantes

“É uma forma de dedicarmos algumas horas a outras coisas de que também gostamos” Os núcleos de rádio ou cinema, as tunas e muitos outros que se dedicam a temas culturais, também fazem parte da vida da escola Texto Sarah Saint-Maxent


Alunos Núcleos de Estudantes

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Número de membros do CinemaParaIST

“Aqui aprendemos a engenharia da vida.” Quem o diz é João Bacalhau, presidente da Administração da Rádio Zero, um dos mais reconhecidos núcleos de estudantes do Instituto Superior Técnico. Antigo aluno da escola, garante que na rádio se aprendem “muitas coisas” e que, também ali, se faz engenharia: “Lidamos constantemente com novos desafios e temos que conciliar tudo. Se este resolver de problemas não é engenharia, não sei o que é”. A Rádio Zero é um dos grupos abertos a estudantes – e não só – que se reveste de um caráter menos “técnico”, e funciona mais como um complemento cultural para a comunidade escolar. Ao contrário de outros núcleos, onde o foco se mantém na engenharia, o objetivo ali é fornecer um “escape” a quem quer experimentar aquele mundo, sair um pouco da esfera da das aulas e dar novas ferramentas a quem as queira. Desde os anos 50 que a rádio do Instituto Superior Técnico tem tradição. Nos anos 80, a Rádio Universidade Tejo funcionava a partir das instalações da Associação dos Estudantes do Técnico; mais tarde, criou-se a primeira rádio interna (RIST), focada na transmissão de música para o campus da Alameda. Finalmente, a 6 de março de 2006, a Rádio Zero, como é conhecida agora, nasce. Com um conceito muito “livre” e aberta a qualquer interessado, hoje a rádio parece captar pouca aten-

2006 3 Ano da primeira emissão da Rádio Zero

Número de tunas do Instituto Superior Técnico

JOSÉ SANTOS / TÉCNICO

ção por parte dos alunos do Técnico. “Temos poucos estudantes a participar na rádio: muitos não sabem que existe, outros não têm grande interesse, e ainda há os que pensam que é preciso ter experiência”, explica João Bacalhau. Não podiam estar mais errados: “Ninguém precisa de ter experiência, só precisam de ter uma ideia”, refere o ex-aluno de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. Qualquer pessoa pode candidatar-se a um programa; os responsáveis depois analisam a candidatura e, se aceite, os novos locutores passam por um “período de treino” nas primeiras semanas. Mas essa é apenas a parte mais visível de um projeto que toca em muitas áreas. “Curiosamente, es-

tando sediados numa escola de engenharia, temos muito poucas pessoas interessadas em integrar a parte técnica”, desabafa João Bacalhau. Ainda assim, a rádio conta com mais de 100 colaboradores, que trabalham em cerca de 50 programas (quase todos) semanais, onde são abordados temas tão diversos como desporto, sociedade civil ou cinema. O CinemaParaIST, outro núcleo de caráter cultural do Técnico, é precisamente um dos que ocupa, semanalmente, o seu espaço no estúdio da rádio para dar a conhecer as últimas do cinema – ou apenas a opinião dos seus membros sobre um título da semana. João Valentim, aluno de Engenharia Biológica, juntou-se ao nú-

50

Número de programas atualmente na grelha da Rádio Zero

cleo porque gosta de cinema, tem “sempre opiniões” e gosta de “as divulgar”. “O CinemaParaIST é um espaço onde podemos fazer tudo isso, onde encontramos pessoas com os mesmos gostos, que gostam de debater ideias e falar sobre cinema”, explica. Uma vez por semana, os cerca de 20 membros encontram-se para planear o programa de rádio, em que tentam dar notícias de cinema e falar sobre as estreias que se avizinham. Além disso, passam várias horas a fazer pesquisa de informações, a ver filmes e a escrever crónicas cinematográficas, que partilham pelo facebook ou através do site. “É uma forma de nos distrairmos do Técnico, das aulas e do estudo, que pode ser absorvente, e dedicarmos algumas horas a outras coisas de que também gostamos.” Para quem gosta de música, também as tradicionais tunas podem ser uma opção para “fugir” durante alguns momentos do stress das aulas. O Técnico tem, neste momento, três: duas delas, a TUIST – Tuna Universitária do IST, e a TFIST – Tuna Feminina do IST, estão sediadas no campus da Alameda; a terceira, TMIST – Tuna Mista do IST, está no Taguspark. O GTIST – Grupo de Teatro do Técnico, agrada aos espíritos mais dramáticos e outros grupos, como o GEST – Grupo de Estratégia, Simulação e Tática, ajudam os alunos a melhorar os seus hobbies. !

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Alunos Grupos de Investigação

“Temos a possibilidade de atacar problemas que nunca foram trabalhados por ninguém” O trabalho nos diversos grupos de investigação do Técnico é uma possibilidade para os estudantes anteverem o que pode ser o seu futuro Texto Sarah Saint-Maxent


Alunos Grupos de Investigação

JOSÉ SANTOS / TÉCNICO

No Instituto Superior Técnico existem 36 Centros, Institutos e Laboratórios Associados de Investigação O Técnico é, em Portugal e não só, uma referência nas áreas da Engenharia, Ciência e Tecnologia, sobretudo através das suas atividades de Investigação, Desenvolvimento e Inovação. O Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) ou o Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) são dois dos grupos de relevo dentro da Escola, que abrangem áreas multidisciplinares e estabeleceram, ao longo do tempo, parcerias internacionais de relevo. Foi essa a razão que trouxe Francesca Ragusa até Lisboa: a estudante de mestrado, de 25 anos, teve a oportunidade de integrar o trabalho do VisLab, no ISR, e não pensou duas vezes. Foi através da parceria com a sua universidade, em Pisa, que soube do Poeticon ++, um projeto de investigação na área da robótica, no qual trabalha na “modelização de alguns reflexos biológicos” para robôs humanoides. Apesar da formação em Bioengenharia, passa os dias no laboratório “a programar” – e gosta. “Muito do trabalho que faço é solitário, porque se trata do meu projeto, mas o ambiente é muito bom”, explica Francesca, em inglês. “Percebo português, mas não consigo falar: no VisLab há muitos es-

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Número de horas semanais que Fábio dedica ao GoLP trangeiros, é um grupo muito internacional, por isso não me obrigam a falar”, brinca, antes de explicar que isso é, sem dúvida, uma vantagem. Há, também, muitos jovens estudantes a participar na investigação que ali se faz. “Tudo isso torna o ambiente grupo muito «amigável». E, além disso, as relações são quase entre pares, sente-se muito pouco a hierarquia, e isso ajuda muito – e é muito diferente do que se passa em Itália.”

A experiência, conta, tem sido ótima e será uma mais-valia para o futuro: “Vai ajudar-me com a criação de uma rede profissional de contactos, claro, mas também me ajudou a ser mais flexível e a alargar os meus horizontes”, afirma Francesca. A mesma opinião é partilhada por Fábio Cruz, aluno de mestrado integrado em Engenharia Física e Tecnológica. Está no Grupo de Lasers e Plasmas (GoLP), integrado no IPFN, há cerca de um ano. “Entrei no meu terceiro ano de licenciatura, através de um estágio de seis meses”, explica. Na altura, o que o motivou foi a possibilidade de abordar problemas novos e perceber se a investigação era “um caminho a seguir”. Um ano depois, e já com uma bolsa de iniciação à investigação, garante que entrar num grupo de investigação foi a escolha correta para si, e explica porquê: “Temos a possibilidade de atacar problemas que nunca foram trabalhados por ninguém, ou pelo menos nunca desta forma, e isso é muito diferente de tentar resolver os problemas de uma cadeira. Além disso, temos contacto com uma equipa de investigação e com o trabalho diário do grupo, algo

que não conseguimos ter sem ser ali”. A tudo isso, acrescenta ainda um outro aspeto, menos óbvio: a aprendizagem daquilo a que chama “a linguagem da ciência”, a tal que os professores utilizam nas aulas – para desespero dos alunos – e que acaba por moldar o seu pensamento científico. E, claro, “ajuda muito” nas aulas. No dia a dia do GoLP, Fábio estuda “fenómenos de plasmas em regimes extremos”, e neste momento está debruçado em simulações da formação de ondas de choque magnetizadas em cenários astrofísicos, que trabalha através do código desenvolvido no GoLP. Estima que cerca de 15 horas semanais sejam dedicados exclusivamente à investigação, às quais acrescenta muitas outras passadas no laboratório, a estudar ou a fazer trabalhos. “Muitas vezes, os investigadores mais velhos passam pelo laboratório, veem que estou a fazer um trabalho e perguntam sobre o que é, ajudam se tiver dúvidas e dão uma mãozinha. Acabamos por aprender muito mais do que apenas a área em que estamos a trabalhar, porque lidamos com tantas pessoas, de tantas áreas diferentes. Nunca nos deixam sozinhos.” !

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International Students

World Wide Técnico: a global ecosystem Our internationalization strategy and premier global partnerships offer an ecosystem where talent, challenge and diversity meet to build new knowledge-based webs Texto José Santos-Victor, IST VP International Affairs

Técnico Lisbon now attracts students from around the world, through several international mobility programs Modern universities are moving away from the “ivory-tower” model to become lively and open ecosystems that provide and develop learning, research and innovation experiences involving communities of students, faculty, collaborators and national and international stakeholders. Future societal challenges call for a new generation of professionals equipped with the skills to work and connect with colleagues and leaders from other nationalities, cultures and languages. Today, IST is a meeting point hosting nearly 1,000 international students from more than 70 nationalities. Every year, hundreds of IST students enrol in the different mobility and degree awarding programs to continue their studies abroad, further strengthening the international ties and exchange of experiences. IST’s internationalization strategy and premier global partnerships offer a world-wide open ecosystem, where talent, challenge and diversity meet to build new knowledge-based webs, that will shape our future. !

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Kseniia Soroka Ukraine, ERASMUS MUNDUS EUROEAST student “About what I like most about IST, I think some professors are really cool, the method of education if different with Ukraine - it gives more new application of what you learn. Regarding the ERASMUS MUNDUS Programme, I think it’s an amazing programme, really good from students from outside the EU. I am glad we have it in our University. I am really sad I didn’t apply for the 2 years programme. Diego Langarica Fuentes Guadalajara, México “The KIC’s merge of technical knowledge, provided by some of the elite Universities in Europe, and

entrepreneurship, acquired by having contact with leading companies in the areas, is the correct approach for providing solutions to the current energy demand and production situation. IST is simply the most renowned technical institute of Portugal and Lisbon is a beautiful city with a lot to offer. Both KICInnoenergy and IST offer a great opportunity for people with a good curricular background who want to keep growing as engineers.”

I have the chance to explore so many things and meet so many people. IST/Portugal offered me the courses that I was looking for to complete my specialization on Renewable Energy. The environment at IST is very welcoming. The Professors are always ready to hear from you about your problems. The vibrant multicultural atmosphere is so charming that you will start loving it when you are here.

Nahid Chouwdhury Bangladesh, KIC M.Sc ENTECH

Sérgio Isidoro Helsinki, Finland, ERASMUS Student at Aalto University

“ I liked the organizational concept of the MSc programs. Here I can have both technical and business oriented education at the same time. Secondly I have the opportunity to study in top two universities in Europe in two different countries.

A cultural shock ! that’s what I felt from the first day I stepped foot in Helsinki, Finland, and it has been life changing ! I could speak about living in -20ºc, with your hair freezing instantly when you leave home, but the most interest-


MR.LIGHTMAN / SHUTTERSTOCK

ing part was probably seeing how everything works in a place where education is free, with conditions that are hard to imagine for someone in a country in crisis. It was also especially interesting to see how entrepreneurship is thriving here. In six months I had talked to a millionaire that just had his startup acquired, met venture capitalists, and casually found myself talking to startup co-founders in the university canteen (let’s face it, that would never happen in the IST canteen). Here the spaces are screaming for you to innovate, the environment is pushing you forward, and there’s a student entrepreneurship community that is still missing in Lisbon. Agnieszka Lucyna Krakow, Poland, KIC M.Sc Program CLEAN COAL

“ I choose IST because it’s a very good school with a good place in the technical school’s ranking. Also, I was satisfied with the subjects I could choose there. Besides that, it’s located in beautiful Lisbon (...) I like the way how the teachers are treating students, we have a very good connection. Teachers are very friendly and they try to explain everything even if it takes more time for some students.” Filipa Ribeiro Belgium , ERASMUS Student at KU Leuven I spent four years at Técnico, and the school is not easy. It took time for me to get used to it. At KU Leuven, it was the same: I was in a completely new environment and I didn’t speak the

language (Dutch). Somehow I manage to get used to this new place – I met lots of people, started a Dutch course, and as far as University goes… I hardly noticed any difference. Técnico was hard for me in the last couple of years, but luckily it gave me the bases to come to this University (11th in Europe) and never stay behind. Sure, it’s not easy to leave home and be somewhere else, and I felt like that in Belgium, but the differences made me grow up. Having to deal with so many people from around the world helped me develop soft skills I would never in Portugal. I improved my English, my French and my Spanish, and even my team work skills. I’m loving this experience and I only regret not to stay here for the entire year.

João Apura The Netherlands, ERASMUS Student at TU Delft In the 1st semester of this academic year I was at TU Delft under the ERASMUS mobility program. It was an extremely fulfilling experience, as I had the opportunity to learn new teaching methods, contact teachers from a privileged university and to further increase my network of contacts with charismatic and extraordinary people. I ended up not growing as much as wanted. In my opinion, the ERASMUS mobility program is overrated; I consider that it is more important to do an internship or participate in short courses in different countries than spend six months in a single country. IAESTE trainee programme, ATHENS programme or BEST courses are valuable alternatives.

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Loja Merchandising

FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Arlindo Limede de Oliveira, Luís Caldas de Oliveira, Palmira Ferreira da Silva José Santos-Victor Editores: André Pires, Sarah Saint-Maxent Direção de Arte: Tiago Machado Designers: Patrícia Guerreiro, Telma Baptista, Tiago Machado Assinaturas e publicidade: Sofia Cabeleira scabeleira@tecnico.ulisboa.pt Website: valoresproprios. tecnico.ulisboa.pt

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€120 €3

Alfinete de prata

Serigrafias (2) do Técnico, de Ana Vidigal

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Editora: Instituto Superior Técnico Av. Rovisco Pais, 1 1049-001 Lisboa Tel: (+351) 218 417 000 Fax: (+351) 218 499 242 Impressão: Jorge Fernandes, Lda. Rua Quinta Conde de Mascarenhas, N9 Vale Fetal 2825-259 Charneca da Caparica Edição Número 4 Maio/junho 2014 Periodicidade: Bimestral Tiragem: 10.000 exemplares

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JOSÉ SANTOS / TÉCNICO

VALORES PRÓPRIOS MAI/JUN 2014


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