VP VALORES PRÓPRIOS REVISTA DO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO MAGAZINE SETEMBRO/OUTUBRO SEPTEMBER/OCTOBER 2015
Editorial
Bem-vindo ao Instituto Superior Técnico / Welcome to Instituto Superior Técnico! PT Caro aluno
EN Dear student
Dou-lhe as boas-vindas ao Instituto Superior Técnico, uma das melhores escolas de engenharia da Europa e do mundo. Felicito-o por ter escolhido o Técnico para prosseguir os seus estudos, sabendo que é uma escola exigente e competitiva, onde encontrará como colegas muitos dos que foram os melhores alunos do Ensino Secundário. Ao escolher o Técnico, escolheu uma formação ao nível dos mais altos padrões internacionais, sabendo que ficará exposto a temas complexos e a ideias na vanguarda da Ciência e da Tecnologia. A conclusão com sucesso da sua formação abrir-lhe-á muitas portas, mas para chegar lá será necessário muito trabalho e dedicação. Terá à sua disposição um conjunto de infraestruturas, únicas a nível nacional, que lhe darão acesso a um ensino experimental, atualizado e ligado à realidade empresarial e à investigação de ponta. Para além da qualidade do nosso corpo docente, dos nossos laboratórios e dos nossos centros de investigação, sabemos que é a qualidade dos nossos alunos que mais contribui para posicionar o Técnico como uma escola de referência a nível nacional e internacional. Os engenheiros, arquitetos e cientistas formados no Técnico ombreiam, em termos de competências, com os graduados das melhores escolas do mundo, em todas as suas áreas de atuação. É sua responsabilidade continuar esta tradição de qualidade e competência. O Técnico tem formado gerações sucessivas de líderes e ajudado a transformar o país e o mundo, com contribuições relevantes nas suas áreas de intervenção. A formação que aqui irá receber permitir-lhe-á assumir cargos de topo em grandes, médias ou pequenas empresas mas dar-lhe-á também as competências necessárias para se lançar numa carreira autónoma como empreendedor, criando a sua própria empresa ou iniciativa. No Técnico valorizamos, acima de tudo, o talento dos nossos alunos. Acreditamos nos curiosos, nos irrequietos e nos revolucionários, naqueles que nos perguntam sempre “porquê?” ou “como funciona?”. Acreditamos naqueles que assumem o risco de pensar diferente e que, ao fazê-lo, podem mudar o mundo.
I welcome you to Instituto Superior Técnico, one of the best engineering schools in Europe and the world. I congratulate you for choosing Técnico to pursue your studies, knowing that this is a very demanding and competitive school where you will find that many of your colleagues ranked as top students throughout high school. By choosing Técnico, you have chosen to be trained at the highest international standards, knowing that you will be exposed to complex issues and ideas at the forefront of science and technology. The successful completion of your training will open up many doors for you, but to get there you will need plenty of hard work and dedication. You will have at your disposal a set of infrastructures that bear no comparison with any other facilities in the country, and which will give you access to experimental, state-of-the-art education that is strongly connected with the business world and cutting-edge research. Besides the quality of our teaching staff, our laboratories and our research centres, we know that it is the quality of our students, which contributes the most to rank Técnico as a reference school at a national and international level. Engineers, architects and scientists trained at Técnico stand, in terms of skills, alongside graduates from the best schools in the world, in all their specific fields. It is your responsibility to continue this tradition of quality and competence. Técnico has been training successive generations of leaders and thus has been helping to transform the country and the world with those leaders’ outstanding contributions in their specific fields. The training you will receive here will give you access to top-ranking positions in large, medium or small businesses, but it will also provide you with the necessary skills to launch your own independent career as an entrepreneur and create your own company or venture. At Técnico we value, above all, the talent of our students. We believe in the curious ones, the restless ones and the revolutionaries, those who always ask us “why?” or “how does it work?” We believe in those who take the risk of thinking differently, those who, by doing so, can change the world.
Arlindo Oliveira Presidente do Técnico / President of Técnico
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Instantâneos/Snapshots 2015
Evento/Event
Cooperação / Cooperation
Assembleia Geral da AAAIST/ General Assembly of the AAAIST PT A Associação de Antigos Alunos do Técnico (AAAIST) reuniu em Assembleia Geral no dia 14 de julho, com o objetivo de discutir e aprovar o Relatório e Contas 2014. As diversas atividades em que a AAAIST está envolvida, nomeadamente as Alumni Talks, jantar de fim de ano e diversos encontros com atuais alunos, e ainda a participação em atividades do Instituto Superior Técnico foram realçadas durante a reunião, por onde também esteve presente o presidente do Técnico, professor Arlindo Oliveira. O docente enalteceu “o grande esforço desenvolvido pela atual direção da AAAIST”, lembrando que se trata de “um processo longo”, mas garantindo que tem esperança num movimento crescente da associação. Os antigos alunos presentes tiveram ainda a oportunidade de visitar três laboratórios – VisLab, IRS Group e DSOR -, bem como o topo da Torre Norte, aproveitando as belíssimas vistas sobre a cidade de Lisboa. !
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EN The Alumni Association of Técnico (AAAIST) held a general assembly on the 14th of July, aiming to discuss and approve the 2014 Annual Report. The various activities AAAIST is involved in, including the Alumni Talks, the New Year Dinner and the diverse events with current students, as well as AAAIST’S participation in activities organized by the Instituto Superior Técnico, were highlighted during the meeting, in which Técnico’s president, professor Arlindo Oliveira, was also present. Professor Oliveira praised “the great effort made by the current directors of AAAIST”, noting that it is “a long process”, but ensuring that he has hope in the growing movement of the association. The alumi that were present had the opportunity to visit three laboratories - VisLab, IRS Group and DSOR, as well as the top of the north tower where they could enjoy the beautiful view of Lisbon. !
PT O Instituto Superior Técnico assinou com o Clube de Rugby do Técnico (CRT) um protocolo de cooperação que pretende aprofundar a colaboração entre as duas instituições. Este protocolo, assinado no final do mês de junho, veio estreitar a ligação que “existe há anos” entre o clube e a escola”. O Instituto Superior Técnico sempre se distinguiu por uma exigência e qualidade reconhecidas também o nosso clube se pauta pelo mesmo” afirmou o engenheiro Pedro Lucas, presidente do CRT, na cerimónia que decorreu no Salão Nobre do Técnico. O professor Arlindo Oliveira, presidente do Técnico, afirmou partilhar da mesma opinião, vincando que o CRT “representa uma das muitas formas como o Técnico é reconhecido”, transmitindo a imagem de “que o Técnico não é só uma escola onde se ensina ciência”. Esta parceria contribuirá para que estas “atividades se tornem mais visíveis e valorizadas” e para que o Técnico, “uma escola onde existe desporto, cultura e camaradagem”, seja visto como “dinâmico, desportivo, completo”, explicou o docente. !
EN Técnico Lisbon signed a protocol of cooperation with Clube de Rugby do Técnico (CRT) aiming to deepen the collaboration between the two institutions. This protocol, signed at the end of June, strengthened the connection that has “existed for years” between the club and the school. “Técnico Lisbon has always been recognized for its high standards and quality our club is guided by the same principles”, said engineer Pedro Lucas, president of CRT, at the signing ceremony held in Técnico’s Salão Nobre. Professor Arlindo Oliveira, president of Técnico, said he has the same opinion, stressing that the CRT “is one of many things for which Técnico is recognized”, conveying the image that “Técnico is not only a school where science is taught”. This partnership will contribute to making these “activities more visible and valued” and for Técnico, “a school where there are sports, culture and camaraderie”, to be seen as “dynamic, sporty and full of variety”, said the professor. !
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
CRISTINA MACHADO / TÉCNICO
Técnico assina protocolo com Clube de Rugby do Técnico / Técnico signs protocol with the Técnico Rugby Club
Instantâneos/Snapshots 2015
Homenagem/Tribute
Ciência/Science
Assembleia de Escola homenageia João Cunha Serra / University Assembly honours João Cunha Serra PT A Assembleia de Escola (AE) aproveitou a reunião geral de dia oito de julho para homenagear o professor João Cunha Serra, recentemente jubilado e que, entre outros cargos, ocupou o de presidente deste órgão da escola. O atual presidente da AE, professor João Azevedo, dirigiu a sessão, que contou com a presença de várias figuras do Técnico e não só. “João, a escola tem um grande respeito por tudo aquilo que fizeste, e vais continuar a fazer, enquanto estiveste na escola.” O professor Carlos Mota Soares falou depois: “O João foi um colega e um companheiro de luta ao longo de mais de 40 anos, mas, sobretudo, um amigo”. “Espero que o teu exemplo tenha continuidade no Técnico, na Universidade de Lisboa e no país.” João Cunha Serra foi o primeiro presidente do Técnico depois do 25 de abril, na altura presidente do Conselho Diretivo, e ocupou cargos no Conselho Pedagógico e Assembleia de Escola, entre outros, tendo sido professor do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. Apanhado de surpresa por esta homenagem, o docente “agradeceu a todos” e avisou: “Não se livrarão de mim tão facilmente”. !
EN The University Assembly (AE) took the opportunity, during the general meeting of July 8th, to honour professor João Cunha Serra, who had recently retired and who, among other positions, was once the president of the assembly. Presiding over the session, which was attended by several important figures from not only Técnico, the current president of the AE, professor João Azevedo, said: “João, the school has great respect and will continue to do so, for all that you did while you were at the school.” Professor Carlos Mota Soares spoke afterwards: “João was a colleague and a companion of struggles for more than 40 years, but, above all, he was a friend.” “I hope that your example will be continued at Técnico, the Universide de Lisboa and throughout the country.” João Cunha Serra was the first president of Técnico after the 25th of April revolution – and before that the president of the Governing Council. He also held positions in the Pedagogical Board and University Assembly, among others, having been a professor in the Department of Electrical and Computer Engineering. Caught off guard by this honour, the professor “thanked everyone” and warned, “They won’t get rid of me that easily.” !
PT Os professores Luís Melo (departamento de Física e INESC-MN) e Henrique Oliveira (departamento de Matemática e CAMGSD) publicaram na revista Nature um artigo que propõe uma explicação para a sincronização de dois relógios de pêndulo pendurados na mesma parede. Os investigadores formularam um modelo matemático que explica o problema observado pela primeira vez no século XVII pelo físico holandês Christiaan Huygens, através do intercâmbio de ondas sonoras pelo suporte partilhado pelos dois relógios (a parede). Esta hipótese tinha sido levantada pelo próprio Christiaan Huygens, que falou da existência de “algum movimento impercetível” no apoio, através do qual os pêndulos “comunicariam”. O modelo matemático formulado pelos docentes pode ter relevância para a explicação de acontecimentos aparentemente muito diferentes destes. O fenómeno da sincronização dos pêndulos já foi observado, por exemplo, entre células cardíacas; outros problemas, como a epilepsia, também resultam da sincronização excessiva dos neurónios. !
EN Professors Luís Melo (Department of Physics and INESC-MN) and Henrique Oliveira (Department of Mathematics and CAMGSD) published an article in the international journal Nature that proposes an explanation for the syncing of two pendulum clocks hanging on the same wall. The researchers have formulated a mathematical model that explains the problem first observed in the seventeenth century by the Dutch physicist Christiaan Huygens through the exchange of sound waves through the shared support by two clocks (the wall). This hypothesis had been raised by Christiaan Huygens himself, who spoke of the existence of “some imperceptible movement” in the support, through which the pendulums “would communicate”. The mathematical model formulated by the professors may be relevant to the explanation of events seemingly very different from these. The phenomenon of the synchronization of pendulums has been observed, for example, in cardiac cells; other problems, such as epilepsy, also result from excessive neuronal synchronization. !
LUÍS MELO / TÉCNICO
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
Docentes do Técnico resolvem problema do século XVII / Técnico faculty members solve problem of the seventeenth century
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Instantâneos/Snapshots 2015
Homenagem/Tribute
Cooperação/Cooperation
ECSITE homenageia Mariano Gago / ECSITE honours Mariano Gago PT A ECSITE, a maior organização europeia de centros de ciência, decidiu dar o nome de José Mariano Gago ao prestigiado prémio de museologia científica que tem, a partir de agora, o nome Mariano Gago Ecsite Awards. A proposta de homenagem, que reconhece a intervenção do ex-aluno e docente do Técnico pelo seu papel no campo da cultura científica na Europa e no mundo, surgiu de antigos dirigentes da organização e foi formalmente aprovada pela administração da ECSITE, que representa quase 400 museus e centros de ciência em 50 países. O Mariano Gago Ecsite Awards reconhece iniciativas criativas que tenham impacto na comunicação científica e no envolvimento com a ciência. Pela primeira vez, o prémio de 2015 vai encorajar, especificamente, ações inovadoras e programas desenvolvidos pelos membros da ECSITE. !
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EN ECSITE, the largest European organization of science centres, decided to name their prestigious award of scientific museology after José Mariano Gago, and it is now titled the Mariano Gago Ecsite Awards. The proposal of this honour, which recognizes the former student and professor of Técnico for his role in the field of scientific culture in Europe and the world, came from former leaders of the organization, and it was formally approved by the administration of ECSITE, which represents almost 400 museums and science centres in 50 countries. The Mariano Gago Ecsite Awards recognize creative initiatives that have an impact on scientific communication and engagement with science. For the first time, the 2015 award will encourage, in particular, innovative actions and programs developed by the members of ECSITE. !
PT O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, visitou no mês de julho o Instituto Superior Técnico, acompanhado pela sua comitiva, com o objetivo de conhecer as instalações da escola e fortalecer as relações entre o Técnico e aquele país africano. O chefe de governo foi recebido pelo reitor da Universidade de Lisboa, professor António Cruz Serra, pelo presidente do Técnico, professor Arlindo Oliveira, e pelo vice-presidente para os Assuntos Internacionais, professor Luís Silveira, tendo visitado as instalações do núcleo de estudantes Formula Student e ainda os laboratórios de Robótica Mecânica. O presidente foi ainda recebido por três estudantes moçambicanos de Engenharia Eletrotécnica no Técnico, dois alunos de doutoramento e um de licenciatura. O objetivo desta visita é fortalecer as relações entre a escola e Moçambique, lançando as bases para um programa de cooperação entre as duas entidades. !
EN The president of Mozambique, Filipe Nyusi, visited Técnico in July, accompanied by his entourage, in order to see the school’s facilities and strengthen relations between Técnico and the African country. The head of government was received by the rector of the Universidade de Lisboa, professor António Cruz Serra, the president of Técnico, professor Arlindo Oliveira, and Técnico’s vice president for International Affairs, professor Luis Silveira, and visited the facilities of the student project Formula Student and also the Mechanical Robotics laboratories. The president was also received by three Mozambican students of electrical engineering at Técnico, two PhD students and a bachelor’s student. The purpose of this visit was to strengthen relations between the school and Mozambique, laying the foundation for a program of cooperation between the two entities. !
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
BENJAMIN RENOUT / OECD
Presidente de Moçambique visita Técnico / President of Mozambique visits Técnico
Instantâneos/Snapshots 2015
Evento/Event
Evento/Event
LxMLS junta empreendedores, alunos e investigadores/ LxMLS brings together entrepreneurs, students and researchers PT O Instituto Superior Técnico recebeu, no final de julho, o Lisbon Machine Learning Summer School (LxMLS), um evento dedicado ao estudo e discussão da Natural Language Understanding. Com cerca de 150 participantes, o LxMLS contou com sessões teóricas e práticas, onde se puderam testar os conhecimentos adquiridos, e ainda um encontro informal – o Demo Day – destinado à partilha de contactos e experiências. Codacy, Unbabel, Priberam ou Feedzai foram algumas das empresas e startups presentes neste encontro, aberto a toda a comunidade, onde também estiveram representados o Instituto de Sistemas e Robótica, o INESC-ID ou a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. !
EN At the end of July, Técnico Lisbon hosted the Lisbon Machine Learning Summer School (LxMLS), an event dedicated to the study and discussion of natural language understanding. With about 150 participants, the LxMLS included theoretical as well as practical sessions, during which acquired knowledge was put to test, and an informal meeting, the Demo Day, for sharing contacts and experiences. Codacy, Unbabel, Priberam and Feedzai were some of the companies and start-ups present at this informal meeting, which was open to the entire community and where the Institute for Systems and Robotics, INESC-ID and the Faculty of Science of the Universidade de Lisboa were also represented. !
PT Francisco Lufinha, antigo aluno de Engenharia e Gestão Industrial no Técnico, voltou a bater o recorde mundial de maior viagem de kitesurf sem paragens, em julho, superando a anterior marca de 564 km, que já era sua. Apesar de não ter concluído o percurso inicialmente previsto, em que ligaria o Cais das Colunas, em Lisboa, à ilha da Madeira, Lufinha passou 47 horas e 37 minutos em cima da prancha e velejou 472 milhas náuticas (874 km), acabando por sucumbir ao cansaço e fadiga extremos. Em setembro de 2013, Francisco Lufinha fixou o anterior recorde mundial numa viagem entre Porto e Lagos, de que a revista Valores Próprios deu conta. Em dezembro do ano seguinte, o velejador tornou-se o primeiro a fazer a ligação entre as ilhas Selvagens e o Funchal, escrevendo mais uma página na história da modalidade. !
EN Francisco Lufinha, a former industrial engineering and management student at Técnico, again broke the world record for the longest nonstop kite journey in July, surpassing the previous record of 564 km, which was already his. Despite not having completed the route originally planned, which connected the Cais das Colunas in Lisbon to Madeira Island, Lufinha spent 47 hours and 37 minutes on the board and sailed 472 nautical miles (874 km), eventually succumbing to extreme fatigue. In September 2013, Francisco Lufinha set the previous world record on a journey between Porto and Lagos, an event Valores Próprios reported on at the time. In December of the following year, the kitesurfer became the first to make the connection between the Savage Islands and Funchal on Madeira Island, writing another page in the history of the sport. !
JOÃO FERRAND / JFF
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
Alumnus do Técnico renova recorde mundial em kitesurf / Alumnus of Técnico renews world record in kitesurfing
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Destaque / Highlight
O meu primeiro ano no Técnico / My first year at Técnico O que se pode esperar do primeiro ano nesta escola? Recolhemos o testemunho de quatro alunos (e uma ex-aluna) para tentar perceber / What can be expected from the first year at this school? We asked the opinions of four students (and one former student) to get an idea Texto/Text Sarah Saint-Maxent Tradução/Translation Unbabel
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PT “No primeiro dia de aulas senti-me algo perdida.” É assim que Sara Pinto, que agora inicia o segundo ano em Engenharia Mecânica, descreve a chegada ao Técnico. A sua mãe, Helena Ramos, também foi aluna da escola e Sara até já conhecia o espaço, por ter participado em atividades do Verão na Técnica, mas isso não a impediu de sentir que “não sabia bem onde estava”. A mãe sentiu o mesmo quando, em 1978, entrou numa escola “um pouco escura, algo degradada, enorme, pesada”. Ainda assim, lembra, “foi uma grande emoção, excitação e ansiedade” chegar ao Técnico para estudar Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. “A memória que tenho da minha vida no Técnico é muito agradável”, diz a docente universitária, que chegou a lecionar no IST antes de se mudar para o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. Esta sensação de desconhecimento total do novo espaço é comum entre os novos alunos que chegam ao Técnico – sobretudo os mais jovens, sem qualquer experiência universitária. Saranvel Palanivelu teve uma impressão diferente: chegou ao Técnico em setembro de 2014 para iniciar o primeiro ano do programa KIC, depois de fazer a licenciatura na Índia, o seu
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
país de origem. “Aquilo em que reparei logo foi no facto de o campus [da Alameda] estar localizado no centro da cidade, e gostei imediatamente do ambiente”, afirma. Apesar disso, recorda, as coisas não foram fáceis no primeiro dia: “Na Índia não mudamos de sala para as diferentes aulas, e isso fez com que no primeiro dia tenha assistido a algumas aulas em português, de outros cursos, sem perceber o que me estava a acontecer”. Vipul Merianda, também indiano e a participar no programa KIC, refere exatamente o mesmo quando lhe perguntamos quais as maiores diferenças em relação à Universidade que frequentou anteriormente. E acrescenta “as infraestruturas”: “Fiquei muito impressionado com algumas oficinas que temos aqui. Não há nada disto nos outros sítios que conheço”. “Vários professores foram marcos na minha formação” Para Liliana Oliveira, que ingressou no ano passado em Engenharia Informática e de Computadores no campus Taguspark, a maior diferença face ao Ensino Secundário são as pessoas e “o ritmo de trabalho”. “A relação entre os colegas é forte e não há a competitividade que esperava. A matéria lecionada segue a um ritmo R
“Vários professores foram marcos na minha formação. Alguns transformaram a minha visão de algumas áreas de forma determinante”
“Several teachers had a huge impact on my training. Some of them changed my vision about some areas in a completely decisive way”
EN “On the first day of school I felt somewhat lost.” That’s how Sara Pinto, now starting her second year in mechanical engineering, describes her arrival at Técnico. Her mother, Helena Ramos, was also a student here and Sara was familiar with the building since she took part in Técnico’s summer activities, but that didn’t stop her from feeling that she “didn’t quite know where [she] was”. Her mother felt the same when, in 1978, she entered a school that was “a little dark, somewhat degraded, huge, heavy”. Nevertheless, she recalls, “it was with a great deal of emotion, excitement and anxiety” that she came to Técnico to study electrical and computer engineering. “The memories I have of my life at Técnico are very nice”, says the university lecturer, who taught at IST before switching to the Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. This feeling of complete unfamiliarity regarding the new environment is common among new students arriving at Técnico - especially the younger ones with no college experience. Saranvel Palanivelu had a different impression: he came to Técnico in September 2014 to start his first year in the KIC program, after getting his degree in India, his country of ori-
gin. “What I noticed right away was the fact that the [Alameda] campus is located in the city centre, and I immediately liked the environment”, he says. Nevertheless, he remembers that things weren’t easy on the first day: “In India we don’t change rooms for the different classes, and because of that on the first day I ended up in some classes taught in Portuguese from other programs, without realizing what was happening”. Vipul Merianda, who’s also an Indian national participating in the KIC program, mentions the very same aspects when asked about the major differences as compared to the university he had previously attended. And he adds “the infrastructure”: “I was very impressed with some of the workshops we have here. There’s nothing like this in the other places that I know”. “Several teachers had a huge impact on my training” For Liliana Oliveira, who joined the computer science and engineering department at the Taguspark campus last year, the most important difference compared to secondary education is the people and “the pace of work”. “The relationship between colleagues is strong and the competitive R
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Destaque / Highlight
apanhar o comboio atempadamente, ou dá-se um efeito bola de neve e torna-se mais difícil acompanhar a matéria.” Sara confirma a exigência, que já esperava: “Os professores e as cadeiras são exigentes logo de início, tal como me tinham dito”, refere. Em relação aos colegas, diz que tornam “bom” o ambiente, apesar de serem muitos. Exatamente o mesmo que diz Helena Ramos sobre o panorama há 30 anos. “Os colegas eram muitos, muitos, muitos…”, e acrescenta: “Os professores eram seres inatingíveis, sábios, incontactáveis…”. Hoje, tem uma opinião diferente. “Vários professores foram marcos na minha formação. Alguns transformaram a minha visão de algumas áreas de forma completamente determinante.” Recorda alguns em particular: Campos Ferreira, Fonseca Moura ou Abreu Faro, por exemplo. Vipul e Saranvel não mencionam professores, mas ambos afirmam que “são simpáticos”, “pacientes” e “sempre prontos a ajudar”. “Todos os professores têm sido fundamentais na minha preparação para os exames, a resolver problemas e em tudo o que preciso”, diz Vipul, confirmando que é diferente do que se passa na Índia. “Aqui há muito menos estudantes para cada professor, e isso permite que deem atenção a cada estudante e que os guiem na sua formação como engenheiros.” Técnico é “prestígio” Sara e Liliana não hesitam em responder por que razão escolheram o Técnico. “Familiares e amigos falaram-me do seu prestígio, que é um fator importante para os empregadores”, afirma a futura engenheira informática. Também Sara refere o “prestígio e boa reputação” como fatores cruciais para a escolha. O facto de ser considerada uma escola “só de rapazes” (neste momento, 27% da população estudantil é do sexo feminino) não afetou a decisão de nenhuma das jovens. Liliana, aliás, diz que foi surpreendida por encontrar “tantas raparigas na área das engenharias”, e Sara afirma que não quis condicionar o seu “futuro” por causa disso. “Sempre soube que ia ter mais colegas rapazes que raparigas.” Para Helena, a decisão da filha de escolher o Técnico para estudar trouxe “muito entusiasmo”. “Tenho que reconhecer que foi muito grande o meu entusiasmo em pesquisar todas as informações, como se de um novo
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DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
R PT totalmente diferente e é preciso
retorno se tratasse. (…) Não consegui deixar de me entusiasmar pelo que ela ia aprender, e acho que no princípio sabia melhor os programas e as cadeiras que ela ia ter do que ela própria.” Conselhos para os recém-chegados? “Têm que ser realmente espertos e explorar tudo o que a escola tem para oferecer” é o conselho de Vipul para os novos alunos que chegam em Setembro. “Nenhum dos meus colegas sabe dos vários projetos que existem dentro do Técnico e voltam todos para casa sem ter participado em nenhum.” Para Saranvel, o fundamental é “estudar muito”. Mas afirma que “estudar pelos livros” não é suficiente: “Aqui aprendemos muito com outras coisas, não é só o que está nos livros que interessa.” Liliana diz que o fundamental é “aproveitar tudo o que o Técnico pode proporcionar”. “Não temos que deixar de viver para fazer o curso, e com boas notas”, considera. E acrescenta: “Se pudesse mudar alguma coisa stressaria menos com os exames e tentar-me-ia divertir mais, porque no final são essas as memórias que ficam”. Já Helena diz que deu à filha um único conselho: “Tenho que ser franca. Fartei-me de a aborrecer para estudar muito”. E parece ter resultado, já que Sara diria o mesmo aos recém-chegados. “Não se desleixem a nenhuma cadeira. O Ensino Secundário acabou e agora entramos noutra fase, muito mais complicada mas muito mais gratificante. Trabalhem, estudem, e irão conseguir fazer tudo.” !
R EN ness I was expecting is not there.
The course advances at a completely different pace and we need to climb aboard very quickly, otherwise there will be a snowball effect and it will become more difficult to follow the program. “ Sara confirms the high standards, which she had been warned about: “Teachers and subjects are highly demanding right from the start, just like I had been told”, she says. As for her colleagues, she says that they create a “good” environment, despite the fact that there are so many of them. Which is exactly the way Helena Ramos recalls her experience 30 years ago. “There were so were many, many, many colleagues...”, and she adds: “Teachers were unreachable, wise, unapproachable beings...” Today she has a different opinion. “Several teachers had a huge impact on my training. Some of them changed my vision about some areas in a completely decisive way. She remembers some of them especially: Campos Ferreira, Fonseca Moura or Abreu Faro, for example. Vipul and Saranvel don’t mention any particular teachers, but both say that the professors “are friendly”, “patient” and “always ready to help”. “All my teachers have been essential in my preparation for the exams, solving problems and helping with everything I need”, says Vipul, confirming that this is unlike his experience in India. “Here there are far fewer students for each teacher, and because of this they can pay attention to each student and guide them in their training as engineers”.
Técnico means “prestige” Sara and Liliana don’t hesitate to explain why they chose Técnico. “My family and friends told me of its prestige, which is an important factor for employers”, said this future computer engineer. Sara also mentions “prestige and good reputation” as crucial factors for her choice. The fact that it is considered an “all-boys” school (currently 27% of the student population is female) did not affect these young women’s decision. Liliana actually says she was surprised to find “so many girls in the field of engineering”, and Sara states that she didn’t want to limit her “future” because of that. “I always knew that most of my colleagues would be boys.” For Helena, her daughter’s decision to choose Técnico was met with “a lot of enthusiasm”. “I must admit that I was very enthusiastic about researching all the information, as if I was returning myself. (...) I couldn’t help but be excited about what she was going to learn, and I think that in the beginning I knew the programs and subjects she was going to take better than she did herself.” Advice for newcomers? “They must be really smart and explore all that the school has to offer” - that’s Vipul’s advice for the new students arriving in September. “None of my colleagues know of the several projects that exist within Técnico and they all go back home without having participated in any of them.” For Saranvel, the most important thing is “studying hard”. But he states that “studying books” is not enough: “Here we learn a lot from other sources, it’s not only the stuff in the books that we’re interested in.” Liliana says the key is “to enjoy all that Técnico can offer.” “We don’t have to stop living to get our degrees, and even with good grades”, she claims. And she adds: “If there was one thing I could change, I wouldn’t stress out so much about the exams and I would try to have more fun because in the end those are the memories that remain.” As for Helena, she says that she gave her daughter one single piece of advice: “I must be honest. I pushed her a lot to study real hard.” And it seems to have worked, since Sara would say the same to newcomers. “Don’t neglect any subject. High school is over and now we’ve entered a different stage, one which is more complicated, but also much more rewarding. Work, study, and you’ll be able to do everything.” !
TÉCNICO LEARNING CENTER. UM ESPAÇO DE APRENDIZAGEM ATIVA E DE LIGAÇÃO ENTRE OS ESTUDANTES E A CIDADE. LEARNINGCENTER.TECNICO.ULISBOA.PT
TECNICO.ULISBOA.PT
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TÉCNICO LEARNING CENTER RECONVERSÃO DA GARE DO ARCO DO CEGO
Alunos / Students CoderDojo @ Técnico
Como criar um jogo de Batalha Naval? Eles estão cá para ensinar / How to create a sea battle game? They’re here teach you O CoderDojo @ Técnico tem como missão mostrar aos mais novos o que é realmente a Informática – neste último ano, as inscrições esgotadas mostram que a iniciativa foi um sucesso / CoderDojo @ Técnico’s mission is to show young people what IT is all about - last year registrations had to be closed, showing that the initiative was a big success Texto Sarah Saint-Maxent Tradução/Translation Unbabel
PT CoderDojo. Para os mais atentos à área de Informática, o nome não é desconhecido: trata-se de uma comunidade global e livre de programação, dirigida aos mais novos, com comunidades espalhadas um pouco por todo o mundo. No Técnico, a história é recente. “Aproveitámos o nome CoderDojo, que já é conhecido, para criar uma nova iniciativa aqui no Técnico”, explica Margarida Correia, responsável pela comunicação do grupo. “Achámos que seria interessante fazer uma coisa mais regular do que as escolas de verão, por exemplo o Verão na ULisboa, para tentar estimular as pessoas e mostrar o que realmente trata a informática.” Assim surgiu a ideia, no verão de 2014, de criar o CoderDojo @ Técnico, onde se ensinam os básicos de várias linguagens de programação e se mostra um pouco do que é a Informática. A primeira sessão teve lugar em janeiro e, no primeiro sábado de cada mês, tem juntado cerca de 60 jovens interessados nesta área – mas seriam mais, se houvesse capacidade para tal: “tivemos que impor um limite de inscrições”. No mês de julho, parte do grupo ficou responsável pela atividade de Informática da iniciativa Verão na ULisboa. “Não seguimos a mesma lógica que no CoderDojo ao longo do ano”, afirma a estudante, que começa agora o mestrado em Engenharia Informática. Neste curso intensivo de três horas, depois de uma fase inicial de aprendizagem básica de Python, o objetivo final é criar um jogo de Batalha Naval nessa linguagem e mostrar um pouco do trabalho desenvolvido no curso de Engenharia Informática; ao longo do ano, dá-se primazia à aprendizagem de linguagens e à realização de diversos exercícios. Até porque há vários repetentes. “Não contávamos que houvesse pessoas a vir a todas as sessões, pensámos que poderiam vir uma ou duas vezes. Isto obrigou-nos a ir mudando os exercícios e ensinar várias linguagens.” Aliás, a participação no Verão na ULisboa funcionou como um teste para as várias situações – tiveram participantes que já tinham estado no CoderDojo – e permitiu perceber qual o melhor método para ensinar os mais novos, ajudando a adaptar as atividades ao longo do próximo ano. Durante o ano, além de Scratch (“que muitos deles conhecem das aulas de Tecnologias da Informação e
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
Alunos / Students CoderDojo @ Técnico
Comunicação no 9.º ano”, diz Margarida), os jovens têm a oportunidade de ser introduzidos a Python, JavaScript, Java ou C, por exemplo. Depois disso, é tempo de programar um robô: “É a parte de que mais gostam, a mais interativa, e é normal”, lembra Margarida, que decidiu envolver-se neste projeto por juntar “duas coisas” de que gosta: interagir com miúdos e Informática. “Esta foi uma forma de aliar as duas coisas”, explica. Para todos os que estão interessados em dar a conhecer a verdadeira Engenharia Informática a jovens do Ensino Básico e Secundário, diz, “esta é uma boa oportunidade”. “Não é propriamente um complemento ao que damos nas aulas, mas dá para tentarmos perceber as dificuldades que existem em explicar coisas que para nós são tão simples. A cada sessão vamos melhorando, e esse também é o objetivo.” Apesar de a atividade ser “ideal” para alunos a partir do 2.º ano da licenciatura em Engenharia Informática e de Computadores – porque, explica Margarida, os recém-chegados podem ainda não ter muito conhecimento das várias linguagens – o grupo está aberto para receber qualquer pessoa interessada. “O que interessa realmente é a iniciativa da própria pessoa – se quiser ajudar é bem-vindo.” A próxima sessão será já em Outubro, em data a definir, e qualquer informação pode ser encontrada no site do CoderDojo @ Técnico, que disponibiliza além de um fórum de ajuda, a possibilidade de reservar bilhetes para as próximas sessões. !
EN CoderDojo. For those interested in the IT area, the name is not new: it is a global and free programming community, aimed at the younger crowds, with communities spread throughout the world. At Técnico, its history is recent. “We took the CoderDojo name, which is already known, to create a new initiative here at Técnico”, explains Margarida Correia, responsible for the group’s communication. “We thought it would be interesting to do something more regular than just summer schools, such as Summer at ULisboa, to stimulate people and show what IT is all about.” Thus arose the idea, in the summer of 2014, to create CoderDojo @ Técnico, teaching the basics of various programming languages and offering a cursory view of what IT is about. The first session took place in January, gathering, on the first Saturday of every month, about 60 young people interested in this area. There were even more students interested, but there was no capacity for them: “We had to impose a registration limit”. In July, part of the group was responsible for the IT activities for the Summer at ULisboa initiative. “We didn’t follow the same logic as in CoderDojo throughout the year”, says a student who is now beginning her Master’s in computer science and engineering. For this three hour crash course, after an initial stage of
basic Python learning, the final goal was to create a sea battle game with that language and display some of the work developed in the computer science and engineering program; throughout the year, priority is given to learning languages and doing various exercises. Especially because there are many students who keep coming back. “We didn’t expect people to come for every single session, we thought they might come once or twice. That forced us to constantly change the exercises and teach several languages. “ In fact, participating in Summer at ULisboa worked as a test for various situations - some of the participants had already been to CoderDojo - and made it possible to find out the best method for teaching younger kids, helping to adapt the activities for the next year. Throughout the year, besides Scratch (“which many of them are familiar with, thanks to the information and communication technologies classes in the 9th grade”), young people can be introduced to Python, JavaScript, Java or C, for example. After that, it is time to program a robot: “It’s the part that they prefer, the most interactive, and that’s normal”, recalls Margarida, who decided to get involved in this project because it combines “two things” that she likes: interacting with kids and IT. “This was a way to combine the two things”, she explains. For all those interested in helping elementary and high school students to know real computer science and engineering, she says, “this is a good opportunity”. “It’s not exactly something to complement what we teach in class, but it’s a good context to try to understand the difficulties we feel in explaining things that are so simple for us. We keep improving with every session, and that is also our goal here.” Although the activity is “ideal” for computer science and engineering students from the 2nd year onwards - because, as Margarida explains, newcomers may not know the several languages well enough yet - the group is open to anyone interested. “What really matters is the person’s own initiative - if you want to help, you are welcome.” The next session will be held in October, on a date to be announced, and further information can be found on the CoderDojo @ Técnico website, where you can not only browse the help forum, but also book tickets for the next sessions. !
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Momento/Moment
Núcleo de estudantes Formula Student apresenta o seu novo protótipo de competição, o FST 06e / Formula Student, a student’s group from Técnico, presents its new racing prototype, the FST 06e
2015.07.28
Fotografia/Photography Arlindo Oliveira
Responsabilidade Social / Social Responsability
Quero ajudar a melhorar a vida dos outros / I want to help improve other people’s lives Há várias oportunidades no Técnico para quem quer reabilitar casas, ajudar a Mouraria ou divulgar ciência / There are several opportunities at Técnico Lisbon for whomever wants to rehabilitate homes, help Mouraria or disseminate science Texto/Text Sarah Saint-Maxent Tradução/Translation Unbabel
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PT “Olho para a responsabilidade social como uma forma em que o período de formação de um estudante, sobretudo no Ensino Superior, tem muito a ver com a sua ligação à comunidade.” As palavras do professor Manuel Heitor espelham um sentimento comum a muitos dos alunos do Técnico. O docente do departamento de Engenharia Mecânica é responsável pelos Laboratórios na Rua, uma iniciativa que aposta num ensino diferente, mais próximo das comunidades, e que incentiva as atitudes de voluntariado e empreendedorismo junto dos alunos. O objetivo, diz, é “modernizar o ensino da engenharia, dando competências a um engenheiro que vão contribuir para reforçar as suas competências técnicas”, através de uma aprendizagem “orientada por problemas de uma comunidade específica”. Para isso, apostou numa ligação ao bairro da Mouraria, “pela proximidade com o Técnico”, e propõe aos estudantes duas disciplinas em que o objetivo é “desenvolver e aplicar sistemas” que possam ser usados para resolver os problemas do dia-a-dia de uma população. Ali são abordadas questões relacionadas com a eficiência energética, a mobilidade de pessoas e bens, a saúde e outras, e a adesão dos alunos tem sido grande. “Os alunos aderem
ELXENEIZE / SHUTTERSTOCK
muito bem. Percebem rapidamente que a parte mais fácil é a parte técnica, e que o problema é criar algo que seja realmente relevante para as pessoas”, explica Manuel Heitor. “Claro que isto confere uma responsabilidade social muito grande aos estudantes, que passam a estar envolvidos com uma comunidade tão complexa como é a Mouraria.” No mesmo sentido, mas do lado oposto da cidade, atua outro grupo de voluntários – composto por alunos do Técnico, mas não só. Fazem parte do Just a Change, uma associação sem fins lucrativos que reabilita casas de pessoas carenciadas e que, nos últimos tempos, se dedica sobretudo à reparação de casas na zona da Serafina, através de um protocolo com a Junta de Freguesia de Campolide (JFC). “Os fundadores decidiram reabilitar casas porque era aquilo que faltava em Lisboa”, explica António Rebello de Andrade, finalista de Engenharia Civil no Técnico e membro do Just a Change. “Queriam que fosse um projeto mais prolongado, e a reparação de casas era um desafio maior”, lembra, depois de explicar que a associação surgiu depois de dois amigos perceberem, em 2010, que conseguiam angariar bastante mais dinheiro do que pensavam com atuações R
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Número de voluntários do Just a Change / Number of volunteers working at Just a Change
EN “I look at social responsibility as a way in which the education of a student, especially in higher education, has much to do with their connection to the community.” The words of professor Manuel Heitor reflect a feeling that is common among many of Instituto Superior Técnico’s students. The professor in the mechanical engineering department is responsible for Laboratórios na Rua (Laboratories in the Street), an initiative that promotes a different kind of education, one closer to communities, and encourages volunteering and entrepreneurship among students. The goal, he says, is “to modernize the teaching of engineering, giving engineers the skills that will help enhance their technical skills”, through a learning “guided by the problems of a specific community”. For this, he has established a connection with the Mouraria neighbourhood, “for its proximity to Instituto Superior Técnico”, and offers students two courses in which the goal is “to develop and apply systems” that can be used to solve the daily life problems of a population. In these courses, issues related to energy efficiency, mobility of people and goods, health and others are addressed, and the participation of the students has been
sizable. “Students join in very well. They quickly realize that the easiest part is the technical one, and that the problem is to create something that is really relevant to people”, explains Manuel Heitor. “Of course this gives a great social responsibility to the students, who become involved with such a complex community as Mouraria.” Similarly, but on the opposite side of the city, operates another group of volunteers - composed of students from Instituto Superior Técnico, but not exclusively. They are members of Just a Change, a non-profit association that rehabilitates houses of poor people and, recently, has dedicated itself mainly to the repair of houses in the area of Serafina, through a protocol with the Junta de Freguesia of Campolide (JFC). “The founders decided to rehabilitate homes because it’s something that was missing in Lisbon” explains Antonio Rebello de Andrade, a civil engineering student at Instituto Superior Técnico and member of Just a Change. “They wanted it to be a longer project, and repairing houses was a major challenge”, he recalls, after explaining that the association was founded after two friends realized in 2010 that they could obtain R
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SPIBER.DE / SHUTTERSTOCK
Responsabilidade Social / Social Responsability
R PT musicais na rua. O que começou
por ser um convite para jantar, mais ou menos regular, dirigido a um grupo de sem-abrigo, tornou-se a possibilidade de “criar uma mudança fundamental” na vida das pessoas. Colaboram mais de 100 pessoas com o Just a Change, mas o objetivo é que o projeto cresça: José, outro membro, explica que o protocolo com a JFC permite aventurarem-se por “novos caminhos” e criar um modelo que seja reproduzível noutras cidades do país. Para o também aluno de Engenharia Civil, “ser voluntário devia ser uma coisa normal e importante para toda a gente”. “O Just só pode crescer se existir este fluxo enorme de voluntários a querer participar no projeto. E eles existem. Sebastião, membro da direção, explica que todos os anos recebem muito mais candidaturas do que aquelas que podem aceitar. Por isso mesmo, afirma, querem crescer e criar projetos paralelos, para poderem ter o dobro dos voluntários. Mas frisa: “O nosso objetivo não é só reabilitar casas, é fazer reabilitação social”. É essa reabilitação social, aliás, que está presente em muitos outros projetos no Técnico. O protocolo assinado entre a escola e a União de Freguesias de Santa Iria da Azóia, São João da Talha e Bobadela, por exemplo, é um deles. Trata-se de uma parceria através do qual alguns bolseiros acompanham os projetos de ciência das escolas da zona, onde se insere o Campus Tecnológico e Nuclear (CTN), e cujo objetivo é “sensibilizar para as ciências”, mas não só. “Em primeiro lugar, esta é obviamente uma forma de divulgar o Técnico junto das escolas secundárias, mas mais do que isso pretendemos atrair alunos para as áreas das ciências”, explica a professora Palmira Silva, vice-presidente do Técnico. “Além disso, e em particular naquela zona de Loures,
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há alunos que vêm de ambientes familiares que não são propícios a que desenvolvam uma grande atração pelas ciências, por isso também tentamos facilitar a mobilidade social através da integração.” Outros protocolos com áreas de atuação ao nível das escolas básicas e secundárias foram assinados, por exemplo, com a Câmara Municipal de Loures – um protocolo de envolvimento com a sociedade que envolve o terreno da Quinta dos Remédios, onde está instalado o CTN, e a criação de Olimpíadas da Engenharia para os jovens estudantes da zona – ou com a Siemens. Neste último, o objetivo passa claramente por fazer divulgação científica junto dos jovens, promovendo a engenharia e o Técnico, e permitindo que tenham acesso a experiências que não poderiam fazer na escola. Duarte Donas-Botto, responsável do Núcleo de Apoio ao Estudante, o organismo que trabalha no terreno com as várias escolas com que o Técnico estabeleceu parcerias, lembra que há muitos alunos que não sabem o que é a Engenharia. “Há muitos alunos que visitam o Técnico e não têm ideia do que se faz, nem sequer que existem algumas áreas que temos aqui. Não sabem o que é Eletrotécnica ou Informática. O nosso objetivo também é fazer com que tomem uma decisão o mais informada possível.” Ao longo do ano, visitam dezenas de escolas e recebem ainda mais visitas de alunos ao Técnico. Para isso, o trabalho dos bolseiros e dos mentores – alunos que disponibilizam uma parte do seu tempo para ajudar os recém-chegados ao Técnico ou os futuros alunos – é fundamental. Em todas estas iniciativas, o que interessa é a vontade e iniciativa porque, como diz António Rebello de Andrade, “com vontade conseguimos fazer tudo”. !
“O período de formação de um estudante, sobretudo no Ensino Superior, tem muito a ver com a sua ligação à comunidade”
“The education of a student, especially in higher education, has much to do with their connection to the community” R EN far more money than they thou-
ght with musical performances in the street. What began as an invitation to dinner, more or less frequent, directed to a homeless group, became the possibility of “creating a fundamental shift” in people’s lives. More than 100 people collaborate with Just a Change, but the goal is for the project to grow: José, another member, explains that the protocol with the JFC allows them to venture onto “new paths” and create a model that is reproducible in other cities of the country. For the student of civil engineering “being a volunteer should be a normal and important thing for everybody”. “’Just’ can only grow if there is this huge flow of volunteers wanting to take part in the project.” And they exist. Sebastião, a member of the board, explains that every year they receive more applications than those they can accept. Therefore, he says, they want to grow and create side projects, in order to have twice as many volunteers. But he stresses: “Our goal is not only to rehabilitate houses, but also to make social rehabilitation possible.” It is this social rehabilitation, by the way, which is present in many other
projects at Instituto Superior Técnico. The protocol signed between the school and the União de Freguesias of Santa Iria da Azóia, São João da Talha and Bobadela, for example, is one of them. It is a partnership in which IST fellows accompany science projects in the schools of this area, which is where the Nuclear and Technological Campus (CTN) is also located. The goal is to “raise awareness for science”, but not just that. “First, this is obviously a way to promote Instituto Superior Técnico at secondary schools, but, more than that, we intend to attract students to scientific areas”, explains Professor Palmira Silva, vice president of the Instituto Superior Técnico. “In addition, and particularly in that area of Loures, there are students who come from family environments that are not favourable to the development of a major interest in science, so we also try to facilitate social mobility through integration.” Other protocols that are taking action at the level of primary and secondary school have been signed, for example, with the municipality of Loures - a protocol of involvement with the people that live around the Quinta dos Remédios terrain, where CTN is located, and the creation of the Engineering Olympics for young students in the area - or with Siemens. In the latter case, the goal is clearly to promote science among young people, advertising engineering and Instituto Superior Técnico and allowing them access to experiences that they could not have in school. Duarte Donas-Botto, head of the Student Support Centre (NAPE), the group working in the field with the various schools with which Instituto Superior Técnico has established partnerships, points out that there are many students who do not know what engineering is. “There are many students who visit Instituto Superior Técnico and have no idea what we do here, they don’t know that some areas we have here even exist. They do not know what electrical engineering or informatics are. Our goal is also to help them make a decision, which is as informed as possible.” Throughout the year, they visit dozens of schools and furthermore receive students coming to visit Instituto Superior Técnico. For that, the work of fellows and mentors - students who volunteer a portion of their time to help newcomers or prospective students of Instituto Superior Técnico - is key. In all these initiatives, what matters is the will and initiative because, as António Rebello de Andrade says, “with will, we can do everything.” !
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Alunos / Students NFIST
“Queremos divulgar a Ciência em geral e a Física em particular” / “We want to promote Science in general and Physics in particular” O NFIST organiza atividades que dão a conhecer várias áreas científicas, fazendo questão de mostrar que a Física não é um bicho-de-sete-cabeças / NFIST organizes activities to promote several scientific fields, making a point of showing that physics is nothing to be afraid of Texto Sarah Saint-Maxent Tradução/Translation Unbabel
PT Na sala reservada para as atividades do NFIST – Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico, o burburinho é grande. Depois de algumas experiências mais ou menos apreciadas pelo grupo que participa nas atividades do Verão na ULisboa, as atenções estão agora focadas num enorme e estranho objeto num dos cantos da sala. Só os monitores sabem do que se trata – um gerador eletrostático de Van de Graaff – e a curiosidade impera sobre os mais novos, até se ouvir a pergunta: “Quem quer levar um choque elétrico?”. De repente, o burburinho é substituído pelas gargalhadas excitadas e, durante cerca de 20 minutos, as experiências sucedem-se e tornam a atividade um sucesso. Pelo caminho, passaram a saber um pouco mais de mecânica, eletromagnetismo, ótica e termodinâmica. As participações do NFIST no Verão na ULisboa – um programa de férias da Universidade de Lisboa onde os alunos de Ensino Básico e Secundário têm a oportunidade de ver como funcionam várias áreas do conhecimento – são apenas a ponta do iceberg de um núcleo com muito para dar, e que consegue, diz a sua vice-presidente Rita Costa, “ter coisas que agradam a toda a gente”. Dividido em cinco áreas operacionais – Pulsar (uma revista de divulgação científica), Info (suporte informático), Recreativa (organização de convívios e torneios), Astro (divulgação e observações astronómicas) e Circo (atividades de divulgação científica para o público em geral) – o NFIST é um dos núcleos de estudantes do Técnico com maior número de atividades ao longo do ano: recebe cerca de 2000 alunos de Ensino Secundário por ano, organiza observações astronómicas, visita escolas… “O objetivo é claro, queremos divulgar a Ciência em geral e a Física em particular”, explica Rita Costa, antes de acrescentar: “Claro que também queremos mostrar às pessoas que a Física não é um bicho-de-sete-cabeças, queremos que partilhem o nosso interesse e eventualmente fazer com que alguns dos participantes venham para o nosso curso”.
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
Alunos / Students NFIST
A secção mais dinâmica é o Circo: “Durante todo o ano temos sempre escolas a contactar-nos e a pedir visitas e demonstrações. Além disso temos a organização da Semana da Física [onde recebem alunos de Ensino Básico e Secundário], que tem no Circo a sua atividade principal, e outras ações junto do público em geral”, afirma a estudante do 3.º ano de Engenharia Física Tecnológica. Para se manter assim, o NFIST depende da constante entrada de novos elementos, que “recrutam” dentro e fora do cursos. “Desde que estejam interessados, recebemos alunos de todos os curso. As experiências que fazemos não são muito complicadas e não há nada que, com uma pequena explicação, vá para lá daquilo que qualquer aluno consegue fazer.” Para Rita Costa, estar envolvido no NFIST é “a melhor forma de assegurar que há palhaçada”, da boa, na vida dos estudantes do Técnico. “Acho que todos os alunos do Técnico sentem que os cursos são muito puxados e são obrigados a trabalhar muito. É muito importante fazer alguma coisa além disso, e temos muitas coisas para fazer aqui. Se uma pessoa gostar imenso de programar, ou fazer websites, temos a Info; se a pessoa for muito sociável e quiser organizar convívios e jogos, temos a Recreativa; se a pessoa quiser tirar o pó aos conhecimentos de português, pode ir para a Pulsar; se gostar imenso de olhar para as estrelas tem a Astro; se gostar de fazer palhaçada, tem o Circo”, resume. !
EN The hullabaloo is audible in the room reserved for the activities of NFIST – Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico, the Physics Student Group. After a few experiments that were more or less appreciated by the group taking part in ULisboa’s summer activities, the focus is now on a huge and strange object standing in a corner of the room. Only the monitors know what it is – an electrostatic Van de Graaff generator – and curiosity prevails among the young crowd until the following question is heard: “Who wants to get an electric shock?” Suddenly, the buzz is replaced by excited laughs and, for about 20 minutes, one experiment occurs after the other making the event a huge success. Along the way, the participants learned some more about mechanics, electromagnetism, optics and thermodynamics. NFIST’s participation in Summer at ULisboa – a holiday program organized by Universidade de Lisboa during which elementary and secondary school students have the opportunity to see how people work in various professional fields – is just the tip of the iceberg for this very active student group, and according to its vice president Rita Costa, it manages to “offer things that appeal to everyone”. Divided into five operational areas - Pulsar (a popular science magazine), Info (IT support), Recrea-
tiva (organization of gatherings and tournaments), Astro (astronomical dissemination and observations) and Circus (science dissemination activities for the general public) - the NFIST is one of the student groups at Técnico with the largest number of activities throughout the year. It hosts about 2000 high school students every year, organizes astronomical observations, visits schools... “Our purpose is clear. We want to promote science in general and physics in particular”, explains Rita Costa, before adding, “Obviously, we also want to show people that physics is nothing to be afraid of, we want them to share in our interest and possibly make some of the participants join our department.” The most dynamic section is the Circus: “Throughout the year there are always schools contacting us and asking for visits and demonstrations. Furthermore, we organize the Physics Week [for students from elementary schools and high schools], in which the Circus is the main activity, and we also host other activities for the general public”, says the engineering physics 3rd year student. To keep it that way, the NFIST depends on the constant addition of new members, which are “recruited” in and outside the department. “As long as they are interested, we welcome students from all departments. The experiments we do are not very complicated and there is nothing that any student can’t do with a bit of explanation.” For Rita Costa, being part of the NFIST is “the best way to make sure that there is a lot of fun”, of the good kind, in the lives of Técnico students. “I think that all the students at Técnico feel that the courses are very demanding and that they must do a lot of hard work. It is very important to do something besides that, and we offer many things to do here. If someone really enjoys programming or making websites, we have Info; if a person is very sociable and wants to organize gatherings and games, we have Recreativa; if someone wants to dust off their knowledge of the Portuguese language, they can go to Pulsar; if you’re very fond of looking at the stars, you have Astro; if you like to clown around, you have Circus”, she says. !
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Students / Alunos APAE & S3A
Gostamos de aeronáutica e espaço. E agora? / We like aeronautics and space. What now? Os núcleos de Engenharia Aeroespacial podem ser a opção para quem quer fazer algo mais do que o curso / The aerospace engineering student groups may be just thing for those looking for activities outside of their program Texto/Text Sarah Saint-Maxent Tradução/Translation Unbabel
PT Lançar foguetes, ou rockets, na Alameda do Técnico é um acontecimento para miúdos e graúdos. Para os mais novos, muitas vezes autores dos projéteis que são lançados no ar, a emoção é ainda maior – e por isso mesmo, a atividade mantém-se, ano após ano, como uma das mais bem-sucedidas no Verão na ULisboa (antes, Verão na Técnica). A Associação Portuguesa de Aeronáutica e Espaço (APAE), uma associação de alunos de Engenharia Aeroespacial do Técnico focada na divulgação e desenvolvimento de atividades na área da aeronáutica e espaço, tem sido a responsável por esta atividade. O primeiro passo para os jovens dos 12 aos 17 anos que participam é perceberem o que compõe um rocket. A partir daí, trata-se de pôr as mãos na massa: com madeira, cordel, cola e papel, muitos erros e risos à mistura, têm três horas para criar um mini-foguetão que sobrevoará o campus. “Estão todos muito motivados”, confirma Mafalda Magro, uma das monitoras que acompanha o grupo que trabalha naquele momento. E isso vê-se à distância: não há um elemento que não trabalhe, dê opiniões ou corrija os colegas. O resultado, esse, só chegará no final da semana, no tal lançamento de todos os modelos construídos. A atividade que este ano compõe o verão na ULisboa é baseada num
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“Não queremos só alunos de Aero, há muitos alunos de outros cursos que se interessam por esta área e nós estamos à procura deles”
“We don’t want students only from aero, there are many students from other programs who are interested in this area and we are looking for them”
workshop introdutório de construção de rockets que, há vários anos, faz parte do programa da Semana Aeroespacial, uma das que compõem as famosas IST Career Weeks. O facto de ser dirigido a pessoas que não sabem nada sobre foguetes e foguetões aplica-se perfeitamente a estes jovens do Ensino Básico e Secundário. Enquanto houver material, os erros são bem-vindos, e o que interessa é que aprendam qualquer coisa naquelas horas de diversão. A APAE é um dos dois núcleos de estudantes da área de Aeronáutica e Engenharia Aeroespacial que existem no Técnico. Trabalha sobretudo na divulgação destes temas, ao passo que a S3A – Secção Autónoma de Aeronáutica Aplicada - se foca nos projetos e participação em competições internacionais. Samuel Franco, presidente da S3A, explica que os dois núcleos se “complementam” e trabalham em áreas distintas. “A S3A nasceu no rescaldo da participação de duas equipas do Técnico no Air Cargo Challenge, uma competição de aeronáutica. Decidimos formar um núcleo que garante a transmissão de conhecimentos nesta área dos mais velhos para os mais novos.” Neste momento, a S3A tem como principal missão a participação na competição bienal Air Cargo Challenge, que este ano decorreu em Estugarda, na Alemanha, R
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
EN Launching missiles, or rockets, at Técnico’s Alameda campus is an event for children and grown-ups alike. For the younger generations, who often create the projectiles that are launched into the air, the excitement is the greatest – and for that reason the activity remains, year after year, one of the most successful events that Summer at ULisboa (formerly Summer at Técnica) has to offer. The Portuguese Association of Aeronautics and Space (APAE), an association of aerospace engineering students from Técnico that focuses on the dissemination and development of activities in the field of aeronautics and space, has been responsible for this activity. The first step for the young people between 12 and 17 participating in the event is to understand the composition of a rocket. Once they have, it’s time to get their hands dirty: with wood, twine, glue, paper and a lot of mistakes and laughter in the mix, they are given three hours to create a mini-rocket that will fly over the campus. “They are all very motivated”, confirms Mafalda Magro, one of the monitors accompanying the group working at this particular moment. And it can be seen from a distance: everyone present is either working, giving opinions or correcting their colleagues. As for the result, it will only be visible by the end of the week, when all the models built are launched. The activity that comprises this year’s Summer at ULisboa is based on a rocket construction introductory workshop that has long been part of the Aerospace Week program, which is included in the well-known IST Career Weeks. The fact that it is addressed to people who know nothing about small or big rockets is perfect for these primary and secondary school pupils. As long as there are materials, mistakes are welcome; and the point is to learn something during those hours of fun. APAE is one of the two aeronautics and aerospace engineering student groups at Técnico. It works mainly in the dissemination of these subjects, while S3A - the Autonomous Section of Applied Aeronautics - focuses on projects and international competitions. Samuel Franco, president of S3A, explains that the two groups are “complementary” and work in different areas. “S3A was born after two teams from Técnico took part in the Air Cargo Challenge, an aeronautical competition. We decided to form a group that ensures the transmission of knowledge in this area from older to younger students.” Currently, S3A’s main mission is to take part in the biennial Air Cargo Challenge competition, which R
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R PT mas não se fica por aí: organiza
também uma competição de aeromodelismo aberta a toda a comunidade da Universidade de Lisboa, o Flying Ideas, um curso semestral de introdução ao aeromodelismo, o CIA, e edita uma revista, a Aeroespacial, com artigos sobre a área. Os dois núcleos de estudantes dependem da entrada regular de novos membros para garantir a manutenção das suas atividades e projetos. Como afirma Samuel Franco, “o motivo pelo qual a S3A foi criada foi precisamente o de facilitar a passagem de conhecimento entre os elementos mais antigos e os novos membros, entre pessoas que queiram aprender”. Uma das preocupações do grupo – uma secção autónoma da Associação de Estudantes do Técnico – é garantir que os novos membros se sentem integrados na equipa e trabalham na área em que se sentem melhor. “Começamos sempre por dar pequenas tarefas aos novos membros, para que percebam o que gostam de fazer e onde estão mais à vontade. A partir daí são depois colocados em determinada área de um dos projetos.” Todos os vinte membros da S3A trabalham, de alguma forma, no aeromodelo que compete no Air Cargo Challenge – e onde são avaliadas várias dimensões, como a capacidade de transportar carga, o design do avião, a estabilidade, etc. – mas apenas seis (e um piloto externo) se deslocam até à competição, realizada sempre no país do último vencedor. Os restantes estão, de certa forma, distribuídos pelos restantes projetos levados a cabo pelo núcleo. A competição Flying Ideas surgiu, precisamente, dessa necessidade de manter toda a equipa ocupada, e para preencher os anos em que não participam no Air Cargo Challenge. “A ideia do Flying Ideas é que cada equipa construa um modelo, indoor ou outdoor, para participar nesta competição interna”, refere Samuel Franco. “Já tivemos aviões totalmente diferentes, com ideias totalmente loucas – alguns funcionaram, outros não.” Um júri avalia o voo dos aviões, a estabilidade, as acrobacias e, no final, as pontuações decidem o vencedor: “Este é o projeto que nos traz mais visibilidade”, explica o estudante de mestrado em Engenharia Aeroespacial, acrescentando que conseguem captar membros junto dos participantes da competição. “E não queremos só alunos de Aero, há muitos alunos de outros cursos que se interessam por esta área e nós estamos à procura deles.” O que esperar deste tipo de núcleos? Samuel só pode falar do que conhece: “Juntei-me à S3A porque senti a necessidade de fazer algo mais
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R EN
Competição Flying Ideas da S3A / S3A’s Flying Ideas competition além do curso. Queria ganhar um pouco mais de experiência e outras softskills”. “A S3A funciona como uma forma de complementar o curso, de uma forma mais prática. Acabamos por trabalhar em máquinas de laboratório, ou com programas de modelação e estruturas. São tudo conhecimentos que adquirimos no curso mas que depois aplicamos num projeto específico.” E é fácil conciliar o estudo com os projetos? “Sim, desde que haja organização. Claro que depende de pessoa para pessoa, mas cada um gere o seu trabalho e o seu tempo como quiser, desde que cumpra as deadlines. Parece-se perfeitamente possível, até para alunos do primeiro ano.” !
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Número de participantes no Verão na ULisboa / Number of Summer at ULisboa’s participants
R EN took place in Stuttgart, Germany
this year, but it doesn’t stop there: the group also organizes an aeromodelling competition - called Flying Ideas which is open to the whole Universidade de Lisboa community, and a six-month introduction course to aeromodelling, known as CIA, besides publishing a magazine, called Aeroespacial, with articles about the field. The two student groups depend on the regular addition of new members to ensure the maintenance of its activities and projects. As stated by Samuel Franco, “the reason why S3A was created was precisely to facilitate the transmission of knowledge between old and new members, between people who want to learn”. One of the group’s concerns – an autonomous section of Técnico’s Student Association – is to ensure that new members feel like a part of the team and work in the area they like the most. “We always start out by
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Número de elementos da equipa do Air Cargo Challenge / Number of Air Cargo Challenge’s team members
SAMUEL FRANCO / S3A
Students / Alunos APAE & S3A
giving small tasks to new members so that they will figure out what they like to do and where they feel the most comfortable. From there on, they are placed in a given area in one of the projects.” In one way or the other, all twenty S3A members work on the aeromodel competing at the Air Cargo Challenge event - where several aspects, such as the ability to carry load, the airplane design, stability, etc., are evaluated – but only six (and an external pilot) actually go to the competition, which is always held in the last winner’s country. The remaining members are, in a way, spread across the other projects carried out by the group. The Flying Ideas competition resulted precisely from the need to keep the whole team busy, especially during the years in which they are not taking part in the Air Cargo Challenge event. “The idea of Flying Ideas is for each team to build an indoor or outdoor model to participate in this internal competition”, says Samuel Franco. “We’ve had totally different planes, with completely crazy ideas - some worked, others didn’t.” A jury assesses the airplanes’ flight, their stability and their stunts and, in the end, the scores decide the winning team: “This is the project that brings us more visibility”, says an aerospace engineering Master’s student, adding that they manage to attract members to the group from among the competition participants. “And we don’t want students only from aero, there are many students from other programs who are interested in this area and we are looking for them.” What to expect from these kind of groups? Samuel can only speak for himself: “I joined the S3A group because I felt the need to do something besides the work for my degree. I wanted to gain a little more experience and other soft skills.” “S3A complements the program, in a more practical manner. We end up working with laboratory machines or with modelling programs and structures. All this is knowledge that we have acquired throughout the program, but then we apply it to a specific project.” And is it easy to combine projects and studying? “Yes, as long as there is organization. Of course it depends on each particular person, but everyone manages their work and time as they seem fit, provided they meet the deadlines. It seems perfectly possible, even for first-year students.” !
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CENTRO DE CONGRESSOS TÉCNICO LISBOA
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
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Editora / Publisher: Instituto Superior Técnico Av. Rovisco Pais, 1 1049-001 Lisboa Tel: (+351) 218 417 000 Fax: (+351) 218 499 242 Impressão / Printing: Jorge Fernandes, Lda Rua Q.ta Conde de Mascarenhas N9 Vale Fetal 2825-259 Charneca da Caparica Tel.: 212 548 320 Fax: 212 548 329 Edição / Edition Número 10 Setembro/Outubro 2015 September/October 2015 Periodicidade / Periodicity: Bimestral/ Bimonthly Tiragem / Circulation: 10.000
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“A disciplina mental que adquiri no Técnico é a coisa mais importante que tenho.”
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“The mental discipline that I acquired in Tecnico is the most important thing that I have.” Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Antigo Primeiro-Ministro de Portugal e Membro da Associação de Antigos Alunos do IST. United Nations High Commissioner for Refugees, Former Prime-Minister of Portugal and Member of IST Alumni Association.
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SETEMBRO/OUTUBRO SEPTEMBER/OCTOBER 2015
DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO
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