Valores Próprios 2017-017

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VALORES PRÓPRIOS

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UNBABEL

DIOGO MÓNICA

Como angariar 5 milhões de dólares How to raise 5 million dollars

Alumnus foi um dos oradores a não perder Alumnus was one of the not-to-miss speakers

JANEIRO/FEVEREIRO JANUARY/FEBRUARY 2017

WEB SUMMIT

Alunos do Técnico ocuparam a conferência de tecnologia Técnico students took over the tech conference


VALORES PRÓPRIOS

Direção Editorial / Editorial Direction: Arlindo Limede de Oliveira, Luís Caldas de Oliveira, Luís Miguel Silveira, Palmira Ferreira da Silva Editores / Editors: André Pires, Sarah Saint-Maxent Direção de Arte / Art Direction: Tiago Machado Designers: Patrícia Guerreiro, Telma Baptista Tiago Lopes Distribuição e Publicidade / Distribution and Advertising: GCRP gcrp@tecnico.ulisboa.pt Editora / Publisher: Instituto Superior Técnico Av. Rovisco Pais, 1 1049-001 Lisboa Tel: (+351) 218 417 000 Fax: (+351) 218 499 242 Impressão / Printing: Jorge Fernandes, Lda Rua Q.ta Conde de Mascarenhas N9 Vale Fetal 2825-259 Charneca da Caparica Tel.: 212 548 320 Fax: 212 548 329 Edição / Edition: 17 Periodicidade / Periodicity: Bimestral/ Bimonthly Tiragem / Circulation: 5.000


EDITORIAL/EDITORIAL

LUÍS CALDAS DE OLIVEIRA VICE-PRESIDENTE/VICE-PRESIDENT

dência que o conjunto de técnicas usadas, atualmente, pelos empreendedores tornam mais eficaz o processo da conversão do conhecimento em produtos ou serviços que irão beneficiar a sociedade. Novas iniciativas empresariais conseguem concorrer com empresas estabelecidas na introdução de inovações disruptivas no mercado, fazendo-o de uma forma rápida e ágil e num ambiente de competição com soluções alternativas onde o mercado decide a vencedora. Se o método empreendedor, tal como o científico, é algo que todos podem aprender e usar, então o que aconteceu em novembro em Lisboa poderá ser o vislumbre de um futuro onde um número crescente de pessoas se torna capaz de criar as suas próprias oportunidades.

EN The Web Summit conference held last November in Lisbon had a significant impact on the Técnico community. The event not only highlighted new entrepreneurial initiatives by alumni, teachers and students, but served to promote the entrepreneurial mindset to a wider audience. Técnico was the most represented home school in the more than 2,000 volunteers at the event and the largest recipient of about 6,000 1-day tickets for 16-23 year olds and 5,000 “Women in Tech” tickets. The question now is whether entrepreneurship is a passing fad or whether it is the beginning of something that will become increasingly common in the near future.

The study of entrepreneurship began by focusing on the personality traits of entrepreneurs commonly seen as risk taking individuals. It was later extended to the process of creating new ventures, from idea to the execution of a business plan. More recently, a group of researchers has proposed the vision of entrepreneurship as a method that, like the scientific method, has a body of techniques that can be taught, but which mainly need to be practiced. These techniques allow us to rationalize decisions in an environment of high uncertainty about the future. The institutionalization of scientific education has resulted in the millions of scientists who contribute daily to the creation of knowledge. We also have evidence that the body of techniques currently used by entrepreneurs increase the effectiveness of the process of converting knowledge into products or services that will benefit the Society. New business ventures are able to compete with established companies in introducing disruptive innovations in the market, doing so in a fast and agile way and in a competitive environment with alternative solutions where market decides the winner. If the entrepreneurial method, like the scientific one, is something that everyone can learn and use, then what happened this November in Lisbon may be a glimpse of a future where an increasing number of persons became capable of creating their own opportunities.

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

PT A conferência Web Summit que decorreu no passado mês de novembro em Lisboa teve um impacto significativo na comunidade do Técnico. O evento não só deu destaque a novas iniciativas empresariais de antigos alunos, professores e atuais alunos, como serviu para promover o espírito empreendedor junto de uma audiência mais vasta. O Técnico foi a escola de origem mais representada nos mais de 2.000 voluntários do evento e a maior beneficiária dos cerca de 6.000 bilhetes de um dia para os jovens dos 16 aos 23 anos e dos 5.000 bilhetes “Women in Tech”. A questão que se levanta agora é a de saber se o empreendedorismo é uma moda passageira ou se se trata do início de algo que será cada vez mais comum num futuro próximo. O estudo do empreendedorismo começou por se focar nos traços de personalidade dos empreendedores, geralmente, vistos como indivíduos com atração pelo risco. Foi depois alargado ao processo de criação de novas iniciativas empresariais, desde a ideia até à execução do plano de negócios. Mais recentemente, um conjunto de investigadores propôs a visão do empreendedorismo como um método que, tal como o método científico, tem um conjunto de técnicas que podem ser ensinadas, mas que precisam de ser praticadas. Estas técnicas permitem racionalizar decisões num ambiente de elevada incerteza sobre o futuro. A institucionalização da educação científica resultou nos milhões de cientistas que hoje contribuem diariamente para a criação de conhecimento. Temos também evi-

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Ciência e Empreendedorismo Science and Entrepreneurship


DESTAQUES/HIGHLIGHTS 2017

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

INVESTIGAÇÃO/RESEARCH

ALUNOS/STUDENTS

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“Estes prémios mantêm viva a memória dos que lhe dão nome” “These awards perpetuate the memory of those who gave them their name”

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

PT Decorreu, no passado mês de outubro, a entrega dos prémios aos melhores alunos dos mestrados integrados em Engenharia Civil e Arquitetura, integrada na palestra “50 Anos da Ponte 25 de Abril”, organizada pelo Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos (DECivil) e a FUNDEC. O professor Fernando Nunes da Silva, presidente do DECivil, abriu a sessão. “Considerámos que os 50 anos da Ponte 25 de Abril não deviam ser esquecidos nesta casa”, e a oportunidade foi aproveitada para entregar, igualmente, os prémios que distinguem “os melhores alunos de áreas muito diversas da Engenharia Civil e Arquitetura”. “Estes prémios mantêm viva a memória do trabalho daqueles que lhes dão nome.” Na sessão foram atribuídos os prémios “Professor João Arménio Correia Martins” (Mecânica Estrutural e Estruturas), a Pedro Garcia, e “Arquiteto Álvaro Machado” (Arquitetura), a Rita Santos e Sara Coelho, relativos ao ano letivos 2015/16, e ainda o prémio “Professor Alberto Abecassis Manzanares” (Hidráulica, Ambiente e Recursos Hídricos), que distinguiu João Sio, Nuno Silvestre, João Almeida e João Ferreira, relativo ao ano letivo 2014/15.

EN The award ceremony honouring the best students of the integrated master’s degrees in civil engineering and architecture was held in last October, as part of a lecture titled “50 Years of the 25 de Abril bridge”, organized by the Department of civil engineering, architecture and geo-resources (DECivil) and FUNDEC. Professor Fernando Nunes da Silva, the president of DECivil, opened the event. “We thought that this institution should not ignore the 50th anniversary of the 25 de Abril bridge”, and the opportunity was also taken to deliver the awards honouring “the best students from very different areas within civil engineering and architecture.” “These awards perpetuate the memory of the work of those who gave them their name.” During the ceremony, the “Professor João Arménio Correia Martins” Award (structural mechanics and structures) was awarded to Pedro Garcia, and the “Architect Álvaro Machado” Award (architecture) to Rita Santos and Sara Coelho, for the academic year 2015/16, as well as the “Professor Alberto Abecassis Manzanares” Award (hydraulics, environment and water resources) to João Sio, Nuno Silvestre, João Almeida and João Ferreira, for the academic year 2014/15.

Técnico no maior projeto de robótica em energia de fusão nuclear Técnico in the largest robotics project in nuclear fusion energy PT O Instituto Superior Técnico (IST), através do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) e do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), participa no consórcio que recentemente ganhou um contrato de 100 milhões de euros para trabalhar no projeto ITER. A colaboração entre a Fusion for Energy (F4E), a agência doméstica europeia do projeto ITER, com o consórcio decorrerá por um período de sete anos. O centro de investigação de energia de fusão de Culham – CCFE (UK), o Instituto Superior Técnico (Portugal), a empresa de veículos robóticos autónomos AVT Europe NV (Bélgica) e a empresa de física nuclear Millennium (França) fazem parte deste contrato para construir sistemas manipulados remotamente para transporte e confinamento de cargas localizadas no reator e nos edifícios do ITER. EN Técnico, through the Institute for Plasma Research and Nuclear Fusion (IPFN) and the Institute for Systems and Robotics (ISR), is part of the consortium that recently won a 100 million euro contract to work on the ITER project. The collaboration between Fusion for Energy (F4E), the ITER project’s European domestic agency and the consortium will run for a period of seven years. The Culham Research Centre for Fusion Energy - CCFE (UK), Técnico Lisbon (Portugal), the autonomous robotic vehicle company AVT Europe NV (Belgium) and the nuclear physics company Millennium (France) are part of this contract to build remotely manipulated systems for the transportation and confinement of cargo located in ITER’s reactor and facilities.


ATHENS: uma semana para mostrar o Técnico a alunos do mundo inteiro ATHENS: a week to showcase Técnico to students from all over the world

Campus Taguspark celebra 16.º aniversário Taguspark Campus celebrates 16th birthday

EN Another edition of the ATHENS program was held between November 12 and 19. The purpose of this program is to carry out intensive specialization courses in the network’s schools, which includes Técnico, while adding a cultural component to the stay. Four courses were taught at Técnico this semester: “Operational Research”; “e-lab - Remotely Controlled Physics Laboratories”; “From Urban to Human Scale: Learning from Lisbon Renovation Experiences - LISBON’UR”; and “Value Proposition Design for Start-ups in Sustainable Energy.” The cultural aspect was organized by NAPE - Student Support Unit. Catarina Oliveira, Catarina Rocha and Samuel Franco are part of the mobility team working at NAPE and were responsible for receiving about 90 participants during this edition. According to all three of them, what distinguishes these participants from other mobility students is the “intensity” with which the former enjoy the experience. “Since it’s such a short time period, they take it much more seriously and enjoy it more”, said Catarina Rocha.

PT Decorreu, a 7 de novembro, a celebração do 16.º aniversário do campus Taguspark do Instituto Superior Técnico, numa festa que juntou centenas de alunos, professores e funcionários no átrio central do campus. O professor Luís M. Correia, vice-presidente do Técnico para a Gestão do campus, abriu a cerimónia, agradecendo aos presentes e prometendo um evento “curto mas intenso”, como veio a comprovar-se. O professor Arlindo Oliveira, presidente do Técnico, foi o último a tomar a palavra antes de serem cantados os tradicionais Parabéns. “É um prazer estar aqui, numa altura em que a engenharia portuguesa e do Técnico tem mostrado que, cada vez mais, somos a área de estudo mais importante que por aí anda. Vivemos uma tendência generalizada da sociedade em reconhecer o valor que a engenharia traz à economia, e em reconhecer que aqui realmente aprendemos a fazer coisas.”

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

PT Decorreu, de 12 a 19 de novembro, mais uma edição do programa ATHENS, que tem como objetivo a realização de cursos de especialização intensivos em escolas da rede, entre elas o Técnico, e que acrescenta uma componente cultural à estadia. Este semestre, foram quatro os cursos lecionados no Técnico: “Operational Re��� search������������������������������������ ”, “e-lab – Remotely controlled physics laboratories”, “From Urban to Human Scale: Learning from Lisbon Renovation Experiences – LISBON’UR” e “Value Proposition Design for Startups in Sustainable Energy”. A parte cultural foi organizada pelo NAPE – Núcleo de Apoio ao Estudante. Catarina Oliveira, Catarina Rocha e Samuel Franco fazem parte da equipa de mobilidade que trabalha no NAPE e foram os responsáveis por receber os cerca de 90 participantes desta edição. Para os três, o que distingue os participantes deste programa de outros alunos em mobilidade é a “intensidade” com que aproveitam a experiência. “Como é um espaço de tempo tão reduzido, eles vivem isto muito mais a sério e aproveitam mais”, explica Catarina Rocha.

EN IST’s Taguspark Campus celebrated its 16th anniversary on November 7, an event that brought together hundreds of students, teachers and staff members in the campus’ central court. Professor Luís M. Correia, Técnico’s vice president for the management of the campus, opened the ceremony by thanking all those who were present and promised a “short, but intense” event, as indeed it turned out be. IST president professor Arlindo Oliveira was the last guest to take the floor before the traditional Happy Birthday song was heard. “It’s a pleasure to be here at a time when Portuguese and IST’s engineering have been showing that we are the most important study area around. There is a general trend in society to recognize the value that engineering brings to the economy, and to recognize that we really learn how to get things done here.”

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EVENTO/EVENT

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

ALUNOS/STUDENTS


DESTAQUES/HIGHLIGHTS 2017

COMPETIÇÃO/COMPETITION

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

PSEM vence em Inglaterra PSEM wins in England

CERIMÓNIA/CEREMONY

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“Agradecemos uma carreira e uma vida dedicadas ao Técnico e ao país” “Thank you for a career and life dedicated to Técnico and our country”

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

PT O professor António Lamas, catedrático do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos (DECivil), proferiu em novembro a sua última aula, “Exame Final”, no âmbito da sua jubilação. Numa cerimónia que encheu por completo o Auditório do Centro de Congressos do Técnico, foram vários os colegas e amigos do docente que deixaram algumas palavras sobre o professor que, agora, cessa funções como académico. “Nesta sessão agradecemos uma carreira e uma vida dedicadas ao Técnico e ao país”, afirmou o professor Arlindo Oliveira. “Acima de tudo, celebramos aqui uma carreira que ao longo de mais de quarenta anos foi dedicada à promoção da Engenharia.” O presidente anunciou ainda que a jubilação de António Lamas não significará um afastamento da escola, uma vez que o professor foi convidado – e aceitou – liderar um projeto de “abertura do campus Alameda à cidade de Lisboa”. “Pedi ao professor que a jubilação não implicasse um afastamento da escola (…); vai ajudar a pensar como é que este campus pode ser uma força de dinamismo para a cidade de Lisboa. António Lamas não deixará de deixar a sua marca, através de um projeto que, espero eu, será inovador.”

EN Professor António Lamas, full professor at the department of civil engineering, architecture and geo-resources (DECivil), taught his final class - the “final exam” - as part of his retirement ceremony last November. In a ceremony that filled IST’s congress centre auditorium to its capacity, several colleagues and friends left a few words about the professor who is now ending his academic career. “In this session we want to thank you for a career and life dedicated to Técnico and our country”, professor Arlindo Oliveira said. “Above all, we are celebrating a career that has promoted engineering for more than forty years.” The president also announced that António Lamas’ retirement doesn’t mean that he will be away from the institution since he was invited - and accepted - to lead the project “Opening of the Alameda Campus to Lisbon.” “I asked the professor that his retirement not imply his distancing himself from the school... He will help us think how to make this campus a dynamizing force for the city of Lisbon. António Lamas will not fail to leave his mark, with a project that, I hope, will be innovative.”

PT O PSEM – Projeto de Sustentabilidade Energética Móvel, um núcleo de estudantes do Técnico, competiu na final internacional da Greenpower Corporate Challenge, realizada em Rockingham, Inglaterra, no final de outubro, tendo vencido o Siemens Engineering and Design Award. O veículo desenvolvido para esta competição é um protótipo elétrico sem emissões poluentes. Dispondo de duas baterias de 12V e de um motor igual para todas as equipas, os participantes tiveram de jogar com a aerodinâmica e peso da maneira mais eficiente para poderem ganhar vantagem. Nesta competição participaram equipas como a Jaguar-Land Rover, Renishaw e Lockheed Martin. O Siemens Engineering and Design Award, conquistado pela equipa do Técnico, distingue o melhor projeto de engenharia. Este é o segundo ano consecutivo em que o PSEM recebe o prémio, devido às inovações tecnológicas, ao brio e perfecionismo com que o projeto é desenvolvido. EN The PSEM - Projeto de Sustentabilidade Energética Móvel (Mobile Energy Sustainability Project), an IST student group, took part in the international finals of the Greenpower Corporate Challenge, held in Rockingham, England, in late October, and won the Siemens Engineering and Design Award. The vehicle created for this competition is an electric prototype with no polluting emissions. With two 12V batteries and the same engine for all teams, participants had to play with aerodynamics and weight in order to gain advantage over the competition. Jaguar-Land Rover, Renishaw and Lockheed Martin were some of the teams in this competition. The Siemens Engineering and Design Award, won by the IST team, distinguishes the best engineering project. This is the second consecutive year that the PSEM has won the award, thanks to the technological innovations, spirit and perfectionism invested in the project.


Atribuídos os primeiros Diplomas de Excelência do Técnico First Academic Excellence Diplomas awarded at Técnico

10.º aniversário do CERENA CERENA’s 10th anniversary

PT Decorreu, no final de novembro, a cerimónia de entrega dos Diplomas de Excelência Académica do Técnico, uma iniciativa do Conselho Pedagógico (CP), instituída este ano, que tem como objetivo “promover e reconhecer o desempenho académico dos alunos” do Técnico. O professor Arlindo Oliveira, presidente do Técnico, abriu a sessão, lembrando que o Técnico tem “uma longa história de qualidade e exigência”, que “tem marcado a diferença face a outras instituições”. “Estes diplomas são, também, um tributo ao trabalho de toda a comunidade que, ao longo de um século, desenvolveu o Técnico”, afirmou. “Em boa hora o Conselho Pedagógico (CP) tomou a iniciativa de distinguir os melhores alunos do Técnico, numa demonstração de um dos valores que rege a escola: a meritocracia. No Técnico, reconhecemos o mérito.” Coube à professora Raquel Aires-Barros, presidente do CP, encerrar a sessão. Em curtas palavras, a docente garantiu que é “um privilégio para o Técnico” e para os docentes, “lidar com estudantes de tão grande qualidade”. “Espero que levem a marca Técnico pelo mundo.”

PT O CERENA – Centro de Recursos Naturais e Ambiente comemorou, em dezembro, o seu décimo aniversário com uma cerimónia onde foram discutidas algumas das grandes questões relacionadas com Recursos Naturais e Ambiente: as relações entre a academia e a indústria, os novos desenvolvimentos tecnológicos na exploração de petróleo, o ambiente e o clima, e os desafios da indústria mineira são apenas alguns exemplos. A professora Maria João Pereira, presidente do CERENA, abriu a sessão comemorativa com um breve resumo do trabalho e da história do CERENA, cujo objetivo é, lembrou “fazer investigação de excelência” na área em que trabalha. “Uma das nossas grandes preocupações é fazer transferência de tecnologia para as empresas, permitindo que as soluções que aqui desenvolvemos passem à comercialização”, explicou a docente, em jeito de apresentação para o que se seguiria: a assinatura de dois protocolos de colaboração, com a Beicip-Franlab e a Partex Oil and Gas.

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

EN The award ceremony for IST’s Academic Excellence Diplomas was held in late November, a Pedagogical Board initiative, established this year, whose purpose is to “promote and recognize the academic performance of [IST] students.” IST president, professor Arlindo Oliveira, opened the session, noting that Técnico boasts “a long history of quality and rigor”, one that “has been making the difference between Técnico and other institutions.” “These diplomas are also a tribute to the work of the entire community that has built Técnico over the course of a century”, he said. “At the right time the Pedagogical Board took the initiative of honouring the best IST students, a substantiation of one of the values governing this school: meritocracy. At Técnico, we recognize merit.” Pedagogical Board president, professor Raquel Aires-Barros, closed the session. In her short speech, professor Aires-Barros said that it is “a privilege for Técnico” and the faculty “to have such high-quality students.” “I hope they’ll take the Técnico brand all over the world.”

EN Last December, the Centre for Natural Resources and the Environment (CERENA) celebrated its 10th anniversary with a ceremony during which some of the most important natural resources and environmental topics were discussed: the relationships between academia and industry, new technological developments in oil exploration, environment and climate, and the challenges of the mining industry are just a few examples. CERENA president professor Maria João Pereira opened the event with a brief summary of the work and history of CERENA - whose goal, she recalled, is to “produce top-notch research” in its specific field. “One of our major concerns is to transfer technology to companies, enabling the solutions we have created here to crossover into the market”, the professor said, by way of introduction to what was about to follow: the signing of two cooperation protocols with Beicip-Franlab and Partex Oil and Gas.

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EVENTO/EVENT

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

CERIMÓNIA/CEREMONY


DESTAQUES/HIGHLIGHTS 2017

EMPREENDEDORISMO/ENTREPRENEURSHIP

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

Spin-off do Técnico angaria 4.5 milhões de euros IST spin-off raises 4.5 million euros

EVENTO/EVENT

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Igualdade de Género em destaque no Técnico Gender Equality highlighted at Técnico

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

PT Decorreu, em dezembro, no Salão Nobre do Técnico, a cerimónia de assinatura dos acordos de adesão e renovação de compromissos do IGen – Fórum Empresas para a Igualdade, que tem como objetivo promover medidas para a Igualdade de Género nas políticas internas. A sessão contou com a presença do Ministro Adjunto, doutor Eduardo Cabrita, do Secretário de Estado do Emprego, doutor Miguel Cabrita, do presidente do Técnico, professor Arlindo Oliveira, da presidente da CITE – Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, doutora Joana Gíria, do presidente do Conselho de Administração da Baía do Tejo, doutor Jacinto Pereira, e ainda da vice-presidente do Conselho Científico do Técnico, professora Teresa Duarte. Durante a cerimónia teve ainda lugar a apresentação do Prémio Maria de Lourdes Pintasilgo, instituído pelo Técnico em 2016, que pretende distinguir anualmente duas mulheres formadas pelo Técnico. As primeiras vencedoras deste prémio foram a professora Maria da Graça Carvalho, “pelas contribuições académicas, de liderança e no desenvolvimento de políticas de investigação”, e Inês Godet, “em reconhecimento do exemplar percurso académico e pelas atividades de apoio ao estudante e divulgação”.

EN Last December, IST’s Salão Nobre hosted the signing ceremony for the accession agreements and the renewal of commitment to IGen - Business Forum for Equality commitment, the purpose of which is to foster gender equality measures in internal policies. The session was attended by the Minister Assistent, Dr. Eduardo Cabrita; the Secretary of State of Employment, Dr. Miguel Cabrita; the president of Técnico, professor Arlindo Oliveira; the president of the Commission for Labour and Employment Equality (CITE), Dr. Joana Gíria; the Chairman of the Management Board of Baía do Tejo, Dr. Jacinto Pereira; and the vice president of IST’s Scientific Board, professor Teresa Duarte. The ceremony also included the presentation of the Maria de Lourdes Pintasilgo Award, established by Técnico in 2016, which will honour every year two women trained at Tecnico. The first winners of this award were professor Maria da Graça Carvalho, “for her academic contributions, leadership and the development of research policies”, and Inês Godet, “in recognition of an exemplary academic record, as well as for her student support activities and scientific dissemination work.”

PT A Unbabel, uma spin-off do Técnico que combina a tradução automática com a tradução humana, juntando numa plataforma uma comunidade de tradutores bilingues que melhora a qualidade dos trabalhos, captou cerca de 5 milhões de dólares (4.5 milhões de euros) numa ronda de investimento Série A liderada pela Caixa Capital e a Notion Capital. Em três anos, o projeto fundado por Vasco Pedro e João Graça, investigadores no Técnico, já angariou mais de 8 milhões de dólares. Segundo o jornal Observador, Chris Tottman, partner da Notion Capital, afirmou que a capital de risco está “muito impressionada com a tecnologia principal da Unbabel e com a tração que já tem com clientes como Pinterest, Microsoft e Skyscanner, bem como o potencial de crescimento rápido em plataformas como a Zendesk e a Salesforce”. Numa fase inicial, a startup participou no YCombinator, um dos programas de aceleração mais prestigiado do mundo, que investiu na Unbabel 100 mil dólares. EN Unbabel, an IST spin-off that combines automatic translation with human translation by bringing together a community of bilingual translators in an online platform that improves translation quality, raised about 5 million dollars (4.5 million euros) in an A series investment round led by Caixa Capital and Notion Capital. In three years, the project - created by IST researchers Vasco Pedro and João Graça - has raised more than 8 million dollars. According to the newspaper Observador, Notion Capital partner Chris Tottman said that the venture capital fund is “very impressed with Unbabel’s core technology and the traction it has gathered, with clients such as Pinterest, Microsoft and Skyscanner, as well as the potential for rapid growth in platforms such as Zendesk and Salesforce.” The start-up initially took part in YCombinator, one of the most prestigious acceleration programs in the world, which has invested 100000 dollars in Unbabel.


“É com natural emoção e orgulho que recebo esta honrosa distinção” “It is with understandable emotion and pride that I receive this honourable distinction”

“Aqui celebramos o espírito empreendedor ” “Here we celebrate the entrepreneurial spirit”

EN The ceremony in which professor Ricardo Bayão Horta was awarded the Professor Emeritus Insignia from Universidade de Lisboa was held in the Salão Nobre of Instituto Superior Técnico, before an audience brimming with relatives, friends and colleagues of the honouree. For nearly two hours, the audience heard numerous speeches in honour of professor Ricardo Bayão Horta, praises that focused on his academic, professional and political life. Dr. Rodrigo Lino Santos, the honouree’s last doctoral student, said that the award given by Técnico and Universidade de Lisboa is “well-deserved”. “It is a great honour to be here today, sharing this moment with the professor”, he said. Before closing the session, professor Bayão Horta thanked all the guests in an emotional tone. “It is with understandable emotion and pride, and sincere humility, that I receive this honourable distinction. I want to thank, with all my heart, the people who had the idea and organized this ceremony, and all those who honoured me with their presence.”

PT Decorreu, em novembro, o 8.º Encontro da Comunidade IST Spin-Off, que reúne as empresas de base tecnológica criadas por docentes, investigadores e alunos do Técnico e reconhece “o impacto que têm na sociedade”, como explicou o professor Luís Caldas de Oliveira, vice-presidente do Técnico para o Empreendedorismo e as Ligações Empresariais. “Há oito anos tivemos esta ideia de criar a comunidade, e aqui celebramos o espírito empreendedor dos alunos do Técnico”, explicou o docente, antes de tomarem a palavra os representantes dos quatro novos membros da comunidade: Xpand IT, CardioID, Tradiio e Prodsmart. Para o presidente do Técnico, professor Arlindo Oliveira, “é sempre um prazer estar nestas sessões, onde consagramos esta relação entre o Técnico e as empresas desenvolvidas por pessoas que passaram por aqui”. “Obrigado também por nos lembrarem a importância que o Técnico teve na vossa formação.”

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

PT A cerimónia de Atribuição da Insígnia de Professor Emérito da Universidade de Lisboa ao professor Ricardo Bayão Horta teve lugar no Salão Nobre do Instituto Superior Técnico, perante uma audiência repleta de familiares, amigos e colegas do homenageado. Ao longo de quase duas horas, os presentes no Salão Nobre puderam ouvir numerosos discursos de elogio a Ricardo Bayão Horta que se focaram na vida académica, profissional e política do professor. O doutor Rodrigo Lino Santos, último doutorando do homenageado, garantiu que a distinção dada pelo Técnico e pela Universidade de Lisboa é “inteiramente merecida”. “É, para mim, um grande orgulho estar aqui hoje e partilhar este momento com o professor”, afirmou. No encerramento da sessão, o professor Bayão Horta agradeceu aos presentes, mostrando-se emocionado. “É com natural emoção e orgulho, e sincera humildade, que recebo esta honrosa distinção. Agradeço, de todo o coração, a quem teve a ideia e avançou com esta cerimónia, e a todos os que me honraram com a sua presença.”

EN The 8th meeting of the IST Spin-Off Community was held last November, bringing together tech companies created by IST lecturers, researchers and students, and recognizing “the impact they have on society”, as professor Luís Caldas de Oliveira, Técnico’s vice president for Entrepreneurship and Corporate Links, explained. “Eight years ago we had this idea of creating a community, and here we are celebrating the entrepreneurial spirit of IST students”, Caldas de Oliveira said before the representatives of the four new community members - Xpand IT, CardioID, Tradiio and Prodsmart - took the floor. According to Técnico’s president, professor Arlindo Oliveira, “it is always a pleasure to attend these events, where we celebrate this relationship between Técnico and the companies created by people who have worked here.” “Thank you also for reminding us of the importance Técnico had in your training.”

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EMPREENDEDORISMO/ENTREPRENEURSHIP

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

CERIMÓNIA/CEREMONY


MOOC Técnico Lisboa Cursos abertos online Open online courses Os cursos MOOC do Técnico são desenhados para oferecer a melhor formação online, com conteúdos relevantes e atuais. São cursos gratuitos e certificados, com creditação no Técnico Lisboa. Qualquer pessoa se pode inscrever e participar, sob o lema aprender onde e quando se quiser.

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O Técnico já era grande. Agora ficou maior. Técnico was great. Now it is greater.

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De curta duração e maioritariamente em língua portuguesa

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Short courses mostly in Portuguese language

With multimedia contents and collaborative learning practices



EMPREENDEDORISMO/ENTREPRENEURSHIP

“ Os números são

importantes, mas a história é o fundamental” ~ “ The numbers are important, but the story is key”

Falámos com Vasco Pedro, CEO da Unbabel, para saber como é o processo de levantar um financiamento Série A We talked to Vasco Pedro, CEO of Unbabel, to learn about the process of raising a Series A fund.


Para as startups, é um momento de “vida ou morte”? Sim, é o momento em que há uma grande validação da capacidade da empresa, do modelo de negócio... Numa fase seed há um investimento mais a nível da ideia e do potencial; numa Série A já se espera ver alguns marcadores concretos de negócio e de capacidade de execução. Mas a Unbabel já estava mais que validada como um negócio de sucesso. Mas teve muita importância. Há uma grande componente de aprendizagem: às vezes não sabemos o que não sabemos, ou temos uma conceção daquilo que somos que pode não ser verdade. Noto isso por exemplo a nível de vendas. Sentíamos que estávamos a crescer em vendas; sim, mas com um esforço relativamente pequeno... no ano passado investimos 80.000 dólares em vendas e este ano vamos investir 1.5 milhões. Isso implica, por exemplo, contratar alguém completamente fora de série para liderar a parte comercial da Unbabel. A Série A também permite captar esse tipo de talento em áreas em que tradicionalmente a empresa tem mais dificuldade.

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

Como é que se inicia o processo? Há a maneira como a coisa aconteceu e a maneira como acho que aconteceria agora. O que faria seria começar com uma lista de fundos, dentro de cada um identificava o partner certo com quem falar e depois tentaria conseguir ‘warm intros’: conseguir que a nossa rede nos faça uma apresentação ‘warm’ a esses partners em particular. Isso é logo metade da batalha, é começar da forma certa. E depois? É um bocado como uma venda. Não é só acerca dos números: os números e o crescimento são importantes, mas a história é o fundamental. É preciso construir uma história, real, de como vemos o mundo, por que é que o que estamos a fazer tem impacto e vai ser relevante e como é que aquilo que fizemos prova que temos capacidade de executar essa visão. Que números e métricas são mais valorizados? Depende do tipo de empresa. No caso da Unbabel há uma que é um bocadinho menos

What is a Series A investment round? It is, for many companies, the first round where institutional investors, typically venture capitalists, invest real money. The amount is usually no less than 4 million. For start-ups, is it a time of “life or death”? Yes, it is the moment of truth for testing the company’s capacity, business model... In the seed funding stage, investments revolve around ideas and potential; in the Series A round, concrete business markers and the ability to execute become higher priorities. But Unbabel was already more than validated as a successful business. But it was very important. There is a large learning component: sometimes we don’t know what we don’t know, or we have a conception of who we are that can be true or not. I see that, for example, at the sales level. We felt we were growing in sales; yes, but with a relatively small effort... last year we invested $80,000 in sales and this year we will invest $1.5 million. This implies, for example, hiring someone completely outstanding to lead the commercial part of Unbabel. The Series A also permits hiring this kind of talent in areas where traditionally the company has had more difficulty.

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O que é uma ronda de investimento Série A? É, para muitas empresas, a primeira ronda onde investidores institucionais, tipicamente venture capitalists, investem dinheiro a sério. O montante costuma ser de 4 milhões para cima.

EN Unbabel raised, at the end of 2016, $5 million in a Series A investment round, led by Notion Capital in London, in which Caixa Capital and Faber Ventures also participated. Vasco Pedro, co-founder and CEO of the start-up, led the process.

How do you start the process? There is the way it happened and the way I think it would happen now. What I would do would be to start a list of funds; within each I would identify the right partner to talk to and then I would try to get ‘warm intros’: to get our network to make us a ‘warm’ presentation to these partners in particular. This is just half the battle, starting out the right way.

5 milhões de dólares levantados numa ronda de investimento Série A million dollars raised in a Series A investment round

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PT A Unbabel levantou, no final de 2016, 5 milhões de dólares numa ronda de investimento Série A, liderada pela Notion Capital, em Londres, e em que participaram também a Caixa Capital e Faber Ventures. Vasco Pedro, co-fundador e CEO da startup, liderou o processo.


PT objetiva: quão bem conseguimos aproveitar a oportunidade que estamos a atacar. Isso é medido por product market fit, nomeadamente engagement dos clientes, NP score [Net Promoter Score, que mede o grau de satisfação e lealdade dos clientes], tempo de sales cycle... As métricas devem contar a história. Mas se numa Série B a expectativa é que os números contem toda a história, numa Série A os números são meramente indicadores. A história e a equipa têm muito mais valor. A Unbabel está sediada aqui em Lisboa. Que dificuldades é que enfrentaram por isso? Notei bastante mais a dificuldade de entrar em São Francisco. Apesar de tudo, estamos no mesmo fuso horário de Londres, a duas horas e meia de avião, é psicologicamente mais perto. O que costumo dizer é que a distância amplia a dúvida do investidor. Ou seja: numa Série A ainda há muitas perguntas para responder e quanto mais distante a empresa estiver, mais essas dúvidas são ampliadas no investidor.

Que outras lições é que acham que tiraram do processo? É importante começar cedo. E perceber que normalmente o empreendedor está em desvantagem a levantar uma Série A. A única forma de o combater é criar alguma competição, manter todos os processos ao mesmo tempo, e não pensar que se consegue fazer isso enquanto se está a fazer outras coisas. Alguém da equipa, possivelmente o CEO, tem que estar focado só nisso. E que mais? É sempre bom ter um plano B. A maior vantagem do empreendedor é a ‘willingness to walk away’. Tem de haver sempre um plano B, para saber que se tudo correr mal, posso sempre reduzir o investimento e manter uma equipa mais pequena durante mais tempo. É sempre importante ter um plano B, ou perdemos a margem de manobra.

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

Quanto tempo é que tudo isto demora? Eu estive uns nove meses sem fazer praticamente mais nada. Começámos em janeiro e fechámos a ronda em setembro. O que é que vos espera para este ano? Estamos a investir mais no crescimento e vendas, temos as pessoas certas, uma equipa fantástica, as peças estão no sítio certo. E temos recursos para conseguir executar o que queremos, é um ano fantástico. •

“Temos recursos para conseguir executar o que queremos, é um ano fantástico” ~ “We have resources to be able to do what we want; it is a fantastic year”

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

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Um dos vossos investidores foi a Caixa Capital. Qual é que é a importância da existência de investidores nacionais? Enorme. Sobretudo porque, para a Notion Capital, a Caixa Capital e a Faber Ventures são investidores conhecidos, e isso dá uma certa segurança. Apesar de não estarmos em Londres, temos um parceiro local forte que pode dar apoio. Neste caso, a Caixa Capital foi completamente instrumental.


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DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

What numbers and metrics are more valued? It depends on the company. In the case of Unbabel there is a little less straightforward one: how well we can make good use of the opportunity that we are attacking. This is measured by product market fit, including customer engagement, NP score [net promoter score, which measures the degree of satisfaction and loyalty], sales cycle time... The metrics should tell the story. But while in a Series B it is expected that the numbers tell the whole story, in a Series A the numbers are merely indicators. The story and the team have much more value.

Unbabel is headquartered here in Lisbon. What difficulties have you faced because of that? I’ve noticed much more difficulty getting into San Francisco. Despite that, we are in the same time zone as London, at a distance of two and a half hours by plane, so psychologically closer. I always say that distance enlarges the investor’s doubt. Meaning, in a Series A there are still many questions to answer and the more distant the company is, the more these doubts are magnified in the investor.

processes running at the same time and not to think that one can do it while doing other things. Someone from the team, possibly the CEO, has to be focused only on that.

Very. Especially since, for Notion Capital, Caixa Capital and Faber Ventures are known investors, and this gives a certain security. Although we are not in London, we have a strong local partner who can provide support. In this case, Caixa Capital was completely instrumental.

How long does all this take? It was about nine months doing virtually nothing else. We started in January and we closed the round in September.

What other lessons do you think you took from the process? It is important to start early. And realize that usually the entrepreneur is at a disadvantage to raise a Series A. The only way to fight it out is to create some competition, keep all

And what else? It is always good to have a plan B. The biggest advantage of the entrepreneur is the ‘willingness to walk away’. There must always be a plan B, to know that if everything goes wrong, I can always reduce investment and maintain a smaller team for longer. It is always important to have a plan B, or we might lose the margin to move.

What do you expect for this year? We are investing more in growth and sales, we have the right people, a fantastic team, the pieces are in the right place. And we have resources to be able to do what we want; it is a fantastic year. •

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

EN And then? It is a bit like a sale. It is not just about the numbers: the numbers and growth are important, but the story is key. We must build a story, a real story, of how we see the world, why what we are doing has an impact and will be relevant, and how what we have done proves that we are able to execute that vision.


EMPREENDEDORISMO/ENTREPRENEURSHIP

e.Near: sair da Web Summit com um milhão de euros no bolso e.Near: Leaving the Web Summit with one million euros in the pocket

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Nuno Melo é o CEO da tecnológica portuguesa, considerada um dos maiores exemplos de sucesso da conferência que se estreou este ano em Lisboa Nuno Melo is the CEO of the Portuguese technology company considered one of the greatest examples of success at the conference that premiered this year in Lisbon

PT A e.Near (lê-se e-dot-near) foi criada em 2013 por três amigos, dois deles antigos alunos do Técnico, que queriam criar uma empresa focada na inovação que lhes permitisse competir nos mais exigentes mercados internacionais com software desenvolvido em Portugal. Em 2016, a empresa tecnológica foi considerada uma das melhores para trabalhar em Portugal, tem uma faturação de quase quatro milhões de euros e foi um exemplo de sucesso pela sua participação na Web Summit.

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Gostava de falar um pouco do seu percurso. Começou no Técnico... A escolha do Técnico foi muito natural. Quis sempre ter uma formação que fosse muito boa, e já com 18 anos tinha a ideia de que o Técnico era uma escola fantástica. Hoje percebo ainda melhor por que é uma escola de excelência não só dentro das engenharias, mas também a semear as bases para futuros gestores, como acabou por ser o meu caso. Porquê? Um gestor passa muito tempo a pensar em recursos, seja tempo, dinheiro ou

“O que a e.Near vem afirmar é que Portugal é um bom sítio para investir mas também é um bom sítio para comprar serviços com qualidade” ~ “What e.Near states is that Portugal is a good place to invest, but it is also a good place to buy quality services”

EN e.Near (reads e-dot-near) was created in 2013 by three friends, two of them former students of Técnico, who wanted to create a company focused on innovation that would allow them to compete in the most demanding international markets with software developed in Portugal. In 2016, the technological company was considered one of the best to work for in Portugal; it has a turnover of almost four million euros and was an example of success for its participation in the Web Summit. I’d like to talk a little about your path. It began at Técnico... Choosing Técnico was very natural for me. I always wanted to have an education that was very good, and although being only 18 years old, I already had the idea that Técnico was a fantastic school. Now I understand even better why it is a school of excellence not only in engineering, but also sowing the foundations for future managers, as it turned out to be in my case. Why? A manager spends a lot of time thinking about resources, whether it is time, money


VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

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DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO


PT conhecimento. O que o Técnico faz é habituar-te a trabalhar com poucos recursos, porque as cadeiras são exigentes, não tens todo o tempo livre do mundo… Além disso, tens sempre muita Matemática e obriga-te a pensar de uma forma lógica. É uma boa preparação. Passou pela Novabase e pela Edge Innovation antes de criar a e.Near. Pode falar um pouco sobre o seu percurso? Comecei a minha carreira na Novabase, que também foi uma escola especial. Tive essa sorte, passei por grandes escolas. Na Novabase passei por quase todos os setores relevantes em Portugal, em três anos: telecomunicações, setor público, bancos, seguradoras e inovação... Deu-me uma visão geral que acho que foi muito importante. Depois mudou. Sim, fui para uma empresa mais pequena. A Edge Innovation, fundada também por um antigo aluno do Técnico, Pedro Malheiro, também ele sócio da e.Near, é muito virada para a inovação e à frente do seu tempo. Tinha estado num projeto virado para a inovação na mobilidade elétrica, na Novabase, e achei aquilo muito interessante. Quis associar-me a projetos que me dessem mais possibilidade de inovação. P — 18

E chegamos à e.Near. Sim, a e.Near foi a minha veia de empreendedor a falar mais alto. Sempre fui um verdadeiro apaixonado por Portugal e acredito que Portugal tem dos melhores engenheiros de software no mundo inteiro. Basicamente, o que eu fiz foi converter essa crença numa empresa e capitalizar em mercados internacionais. Até porque nem todas as empresas estavam a conseguir internacionalizar-se no setor da tecnologia. Foi essa falha que quiseram colmatar. Também. A e.Near foi criada para satisfazer os mais maduros e sofisticados mercados: os nossos clientes são maioritariamente europeus e americanos (sobretudo Nova Iorque). Não quisemos ir para economias emergentes, estivemos muito focados nestes mercados exigentes. Londres é um mercado muito importante para nós, onde é difícil de penetrar. A partir do momento em que tivemos sucesso em Londres percebemos que estávamos a fazer algo de especial.

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Todos os vossos clientes são internacionais? Sim, e os projetos têm de ter pelo menos uma destas três características: resolvem problemas importantes para a sociedade, são feitos com tecnologias relevantes e inovadoras e têm de ser uma referência no setor.

“O que o Técnico faz é habituar-te a trabalhar com poucos recursos” ~ “What Técnico does is to get you used to working with few resources”

Em três anos, conseguiram um crescimento exponencial… Sim, e foi orgânico, não herdámos de nenhuma empresa. Começámos com 30.000 euros de faturação, em 2013, e este ano vamos tocar nos 4 milhões. E a Web Summit ajudou? A diferença vai notar-se no próximo ano. Já sabíamos que a Web Summit ia ser importante. O que fizemos foi estudar muito bem as empresas que vinham cá, e estamos a falar de alguns milhares, e falar com todas. A partir daí conseguimos passar a mensagem. Qual? Há uma mensagem que em Portugal está a ser muito passada – e não é que discorde, mas acho que pode ser complementada: “Venham para Portugal e invistam cá”. Mas também é bom dizer que também há cá empresas que são muito boas e a quem podem contratar serviços. O que a e.Near vem afirmar é que Portugal é um bom sítio para investir mas também é um bom sítio para comprar serviços com qualidade. E que resultados práticos tiveram? Fechámos contratos de valores acima de um milhão durante a Web Summit e agora ainda estamos a trabalhar com base nesses contactos. Qual vai ser a estratégia para a Web Summit 2017? Provavelmente o que vamos fazer é intensificar o que já fizemos este ano, o tipo de contactos, as viagens e as visitas ao escritório. Eventualmente podemos ter uma representação um bocadinho mais significativa na conferência, mas a nossa abordagem correu-nos bem. •


And so we get to e.Near. Yes, e.Near was my entrepreneurial vein coming through. I’ve always been truly in love with Portugal and I believe that Portugal has the best software engineers in the world. Basically, what I did was to convert this belief into a company and to capitalize on international markets. Especially because not all companies were being able to internationalize in the technological sector. It was this gap that you wanted to fill. As well. e.Near was created to satisfy the most mature and sophisticated markets: our customers are mainly Europeans and Americans (especially New York). We did not want to follow emerging economies, we were very focused on these demanding markets. London is a very important market for us, where

In three years, you have achieved exponential growth... Yes, and it was organic, we did not inherit it from any company. We started with 30,000 euros of turnover in 2013 and this year we will reach 4 million. And the Web Summit helped? The difference will be noted next year. We already knew that the Web Summit would be important. What we did was put a lot of work into studying the companies that would come here, and we are talking about a few thousand, and speak to all of them. From there we were able to spread the message. Which one? There is a message that is being spread around in Portugal - and it’s not that I disagree, but I think it can be supplemented, “Come to Portugal and invest here.” However, it is also good to say that we also have good companies here, from which services can be hired. What e.Near states is that Portugal is a good place to invest, but it is also a good place to buy quality services.

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Then you moved on. Yes, I went to a smaller company. Edge Innovation, also founded by a former student of Técnico, Pedro Malheiro, also a partner of e.Near, is focused on innovation and it is ahead of its time. I was involved in a project dealing with innovation in electric mobility at Novabase, and I found that project very interesting. I wanted to associate myself with projects that would give me a better chance to innovate.

Are all your customers international? Yes, and the projects must have at least one of these three characteristics: solve important problems for society, be made with relevant and innovative technologies, and be a reference in the sector.

And what practical results did you have? We closed over one million in contracts during the Web Summit and now we still have work based on these contacts. What will be the strategy for Web Summit 2017? Probably what we will do is to enhance what we did this past year, the type of contacts, the trips and the visits to the office. Eventually we may have a little more of a significant representation at the conference, but our approach went well. •

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You worked for Novabase and Edge Innovation before creating e.Near. Can you talk a little about your journey? I started my career at Novabase, which was also a special school. I was lucky enough to go to great schools. At Novabase I went through almost all the relevant sectors in Portugal in three years: telecommunications, public sector, banks, insurance companies and innovation... It gave me a general view, which I think was very important.

it is very hard to enter. From the moment we were successful in London, we realized we were doing something special.

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

DÉBORA RODRIGUES / TÉCNICO

EN or knowledge. What Técnico does is to get you used to working with few resources because the classes are demanding; you do not have all the free time in the world... Also, you always have a lot of mathematics and it forces you to think logically. It is good preparation.


“ Ideias e startups há

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muitas; o sucesso vem da perseverança e trabalho árduo” ~ “ There’s plenty of ideas and start-ups; success comes from perseverance and hard work”

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Diogo Mónica foi considerado um dos “10 oradores portugueses a não perder na Web Summitt”. Falámos com ele sobre a sua experiência Diogo Mónica was considered one of the “10 Portuguese speakers not to be missed at the Web Summit”. We talked with him about his experience

DR

ALUMNI


O que podem retirar os alunos e alumni do Técnico de uma participação na Web Summit? As vantagens mais óbvias vêm da alta qualidade das palestras. Ainda temos muito que aprender sobre empreendedorismo em Portugal, e não é todos os dias que o Silicon Valley vem em peso a Lisboa. O contacto com investidores e outros empreendedores também é extremamente importante. Os contactos certos podem desbloquear negócios e fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso. Mas aquilo que acho que é a aprendizagem mais importante de uma Web Summit para um empreendedor é o facto de mostrar claramente que ideias e startups há muitas, e que o sucesso vem da perseverança e trabalho árduo.•

EN He studied telecommunications and computer engineering at Técnico and is currently the head of cybersecurity at Docker, a San Francisco based platform that helps developers build, send and run distributed applications. Following his 2015 debut in Dublin, Diogo Mónica attended the 2016 Web Summit as a speaker at a conference on security, open-source software and cloud storage. Why did you decide to attend this Web Summit edition? How did the opportunity to be a speaker come about? Last year [2015] I was invited to talk about open-source security at the Dublin Web Summit. Apparently it went well since I was immediately invited to join

the following year’s event. I do dozens of talks every year, at all sorts of conferences, and none compares to the Web Summit as far as vibrancy is concerned. When I was invited for this year’s event, accepting the invitation was a no-brainer decision. What were your expectations and how did the experience turn out to be? The magnitude of the conference this year was quite different. The conference was already quite big in Dublin, but this year the number of attendants was a big surprise. One of the things I really liked was the presence of many Portuguese speakers and start-ups. Last year I was the only Portuguese speaker at the Dublin Web Summit, whereas this year we even had a list of the ‘10 Portuguese speakers not to be missed.’ I think the experience of interacting with the Portuguese start-up scene made this Lisbon Web Summit a much more rewarding event. What can IST students and alumni learn from the Web Summit? The most obvious benefits lie the high quality of the talks. There’s still much to be learned about entrepreneurship in Portugal, and you don’t get to see the whole Silicon Valley in Lisbon every day. Getting in touch with investors and other entrepreneurs is also very important. The right contacts can unblock business ideas and make the difference between failure and success. But I think the most important thing an entrepreneur can learn from a Web Summit is the fact that it will show you that there are plenty of ideas and start-ups, and that success comes from perseverance and hard work.•

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Quais eram as suas expectativas e como acabou por correr a experiência? A dimensão da conferência este ano foi bastante diferente. Em Dublin a conferência já era bastante grande, mas este ano o número de pessoas a participar foi muito surpreendente. Uma das coisas que gostei muito foi ver a participação de muitos oradores e startups portuguesas. No ano passado eu era o único orador português na Web Summit em Dublin, e este ano até tínhamos listas dos 10 oradores portugueses a não perder. Acho que a experiência de interagir com a startup scene em Portugal tornou esta Web Summit em Lisboa muito mais recompensadora.

“Os contactos certos podem desbloquear negócios e fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso” ~ “The right contacts can unblock business ideas and make the difference between failure and success”

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

Por que decidiu participar nesta edição da Web Summit? Como surgiu a oportunidade de ser orador na conferência? No ano passado [2015] fui convidado para dar uma palestra na Web Summit em Dublin sobre Segurança do Open-Source. Aparentemente correu bem, porque fui imediatamente convidado para participar no ano seguinte. Eu faço dezenas de palestras por ano em conferências de muitos tipos diferentes, e nenhuma se compara em termos de energia à Web Summit. Quando fui convidado novamente este ano, aceitar o convite foi uma decisão completamente no-brainer.

DR

PT Foi aluno de Engenharia de Telecomunicações e Informática no Técnico e é, atualmente, o responsável máximo pela Cibersegurança na Docker, uma plataforma norte-americana, baseada em São Francisco, que permite a programadores construir, enviar e correr aplicações distribuídas. Na Web Summit 2016, Diogo Mónica participou como orador, numa conferência sobre segurança, software livre e armazenagem na “nuvem”, depois de já ter estado, no ano anterior, em Dublin.


Serviços de Saúde Health Services

A unidade de serviços de saúde do Técnico foi inicialmente criada com o objetivo de promover melhores condições de vida e de trabalho a todos os colaboradores da escola, proporcionando-lhes um ambiente adequado ao processo de aprendizagem e às atividades de ensino e investigação.

Técnico’s health services unit was created to promote better living and working conditions for all employees of the school, providing an adequate environment for the learning process and teaching and researching activities.

Vasto leque de especialidades médicas

Análises clínicas, audiologia, electrocardiografias e espirometria

Marcação de consultas de clinica geral e medicina do trabalho

Prestação de cuidados de saúde à comunidade e ao exterior

Vast range of medical specialties

Clinical analysis, audiology, electrocardiography and spirometry

Appointments for general practice and occupational medicine and employee health

Healthcare provided to the school’s community and exterior

saude.tecnico.ulisboa.pt



INDÚSTRIA/INDUSTRY

“ Não há nenhum outro setor, além da Saúde, que vá mudar tanto nos próximos 10 ou 15 anos”

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“ Apart from Health, there is no other sector, which will change as much in the next 10 to 15 years”

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

O professor José Manuel Viegas é, desde 2012, o secretário-geral do Fórum Internacional dos Transportes (ITF) e esteve presente na Web Summit para falar sobre o que nos espera no futuro Professor José Manuel Viegas is, since 2012, the secretary-general of the International Transportation Forum (ITF) and participated in the Web Summit to talk about what awaits us in the future


DR

Quais foram as principais mudanças? Definimos um novo regulamento geral, um novo modelo de financiamento, revimos o mandato do ITF e clarificámos o estatuto jurídico e, além disso conseguimos que os países aprovassem a criação do Corporate Partnership Board (CPB), onde colaboramos com empresas e temos feito a maior parte do trabalho de inovação. Porquê com as empresas e não com os países? Temos também um centro de investigação, e aí o trabalho é feito sobretudo em parceria com os países. Faz-se trabalho de qualidade, mas muito mais lento, porque precisamos de aprovações sistemáticas dos países envolvidos. Com os países trabalhamos sobretudo o presente. Com as companhias, trabalhamos o futuro. Quais são as prioridades, no médio prazo, para o ITF? É muito difícil dizer, porque os programas de trabalhos são aprovados anualmente e por consenso pelos países membros . O grande projeto multi-anual que lançámos em maio de 2016 foi sobre descarbonização dos transportes, um projeto

And was it necessary to change? European ministers perceived that it was convenient to start operating on a global scale and with a much broader scope. When I arrived in 2012 this was not done yet and, in these four years, we were able to make these institutional reforms. What were the main changes? We defined new general regulations and a new model for funding, we reviewed the mandate of the ITF, clarified its legal status, and also managed to get the countries to approve the creation of the Corporate Partnership Board (CPB), where we collaborate with companies and have done most of the work on innovation.

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E foi preciso mudar? Os ministros europeus entenderam que era bom passarmos a ter uma escala mundial e uma abrangência muito maior. Quando cheguei em 2012 isso não estava feito e conseguimos, nestes quatro anos, fazer essas reformas institucionais.

What has been done by the ITF since you became the secretary-general? A lot, fortunately. The forum was created in 2006 and it is the successor to the European Conference of Ministers of Transport (ECMT), established in 1953. The initial objectives of the ECMT, which were mainly to facilitate the operation of transportation within Europe, have been largely achieved, and even expanded by the EU.

Why with the companies and not with the countries? We also have a research centre and there the work is done mainly in partnership with the countries. It is quality work, but much slower because we need systematic approvals of the countries involved. With countries, we work mainly for the present. With the companies, we work for the future.

2006 Ano da criação do Fórum Internacional dos Transportes Year of International Transportation Forum’s creation

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Que trabalho tem sido desenvolvido no ITF desde que é secretário-geral? Muito, felizmente. O fórum foi criado em 2006 e é o sucessor da Conferência Europeia dos Ministros de Transportes (CEMT), criada em 1953. Os objetivos iniciais da CEMT, que passavam sobretudo por facilitar a operação dos transportes no território europeu, foram largamente atingidos, e depois até amplificados pela UE.

EN What is the ITF? It is an intergovernmental organization with 57 member countries, which aims to promote the importance of transportation for the proper running of societies, and promote good practices in the field, while providing ministers responsible for transportation with adequate scientific knowledge, so that they can make good decisions on transportation policies.

DR

PT O que é o ITF? É uma organização intergovernamental com 57 países-membros que tem como objetivo divulgar a importância dos transportes para o funcionamento das sociedades e as boas práticas nessa matéria, ao mesmo tempo que ajuda os ministros dos transportes com o conhecimento científico adequado para que possam tomar boas decisões em política de transportes.


PT a três ou quatro anos sobre o que é preciso fazer para colocar os transportes num percurso que os conduza à neu tralidade de carbono lá para meados do século. E essas são mudanças que abrangem todos os modos de transporte. Sim, e não é só por causa da tecnologia, há também muita inovação nos modelos de negócio. Por causa disso, temos também uma inovação muito grande na regulação. Foi neste contexto que o professor esteve presente na Web Summit. Por que aceitou o convite? Por um lado, porque dois dos projetos que tínhamos feito eram sobre a mobilidade partilhada, um sobre táxis partilhados e pequenos autocarros de resposta à procura, e outro sobre os veículos autónomos. Depois, porque o convite veio das pessoas da aliança Renault-Nissan, e a Nissan é um dos membros do nosso CPB, e logo aí teria naturalmente uma inclinação para aceitar. Além disso, sabia que a Web Summit era uma plataforma de enorme visibilidade e, claro, era em Lisboa.

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Como correu? Acho que correu muito bem, fiquei muito satisfeito. Participei em duas sessões, uma na área pública do WebSummit e outra numa área privada. Na sessão pública houve umas 800 ou 1000 pessoas a assistir, foi transmitido em direto, e tivemos muito bom feedback. O Carlos Ghosn, presidente da Renault-Nissan disse que achava que o nosso trabalho era muito importante e queria continuar a colaborar connosco, e também por isso foi muito relevante. Uma das coisas de que falou foi da necessidade dos governos precisarem de tempo para se adaptar às inovações… Inevitavelmente. E é por isso que queremos ajudar os governos a descobrir o que se está a passar e como é que eles podem proceder. A nossa ambição nessa matéria é simples: é que quando um ministro da área dos transportes se começar a preocupar com qualquer tema, ele possa perguntar aos seus colaboradores se o ITF já fez alguma coisa sobre o assunto. Se conseguirmos induzir esse reflexo nos ministros, estamos a funcionar bem.

“Vamos ter mudanças muito grandes ao nível dos transportes públicos, onde há muitas falhas” ~ “There will be significant changes in public transport, where there are many flaws”

Que outros assuntos terão que ser pensados nos próximos anos? Faz parte da descarbonização a chegada em força dos veículos de emissões-zero. Por outro lado, temos toda a questão dos veículos autónomos. Todos aceitámos que não se discute “se”, discute-se também o “quando”, mas sobretudo estamos a trabalhar o “como”, e essa é uma mudança muito importante. Mas há mais… Vamos ter mudanças muito grandes ao nível dos transportes públicos, onde há muitas falhas. E vamos ver as infraestruturas a serem geridas de forma completamente diferente. Acreditamos que não há nenhum outro setor, além da Saúde, que vá mudar tanto nos próximos 10 ou 15 anos como os transportes. E isto tudo baseado nas novas tecnologias de comunicação e informação… Esse é com certeza um pilar fortíssimo mas há também inovações muito fortes ao nível das tecnologias de propulsão e também muita inovação do lado dos modelos de negócio.

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

O que espera deixar feito quando sair do ITF? Já conseguimos que o ITF esteja no radar, não só dos políticos, mas também das outras organizações do setor dos transportes. Somos consultados em muitas questões. A instituição ganhou uma visibilidade e prestígio que não tinha quando cheguei. E creio que com isso terá ganho também em relevância e em vitalidade. •


How did it go? I think it went very well, I was very pleased. I participated in two sessions, one in the public area of the Web Summit and another in a private area. In the public session, there were about 800 or 1,000 people watching, it was broadcast live, and we had very good feedback. Carlos Ghosn, the president of Renault-Nissan, said he thought our work was very important and wanted to continue to cooperate with us, and so because of that, it was very relevant.

But there’s more... There will be significant changes in public transport, where there are many flaws. And we will see infrastructures being managed in a completely different way. We believe that, apart from health, there is no other sector which will change as much in the next 10 to 15 years as transportation. And this is all based on the new communication and information technologies... This is certainly an extremely strong cornerstone, but there is also very intense innovation in terms of propulsion technologies, and also much innovation on business models.

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It was within this context that you were participating in the Web Summit. Why did you accept the invitation? On the one hand because two of the projects we had done were about shared mobility; one on shared taxis and small buses, from response to demand, and the other on autonomous vehicles. On the other hand, because the invitation came from the people at the Renault-Nissan alliance, and Nissan is one of the members of our CPB, and so I would naturally be inclined to accept. Besides, I knew that the Web Summit was a huge platform for visibility and, of course, it was in Lisbon.

What other issues will have to be thought of in the upcoming years? Part of the de-carbonization process is the mass arrival of zero-emission vehicles. On the other hand, we have the whole issue of autonomous vehicles. We all accepted that there is no discussing of the “if”, we also discuss the “when”, but mostly we’re working on the “how,” and this is a very important change.

What do you expect to have accomplished when you leave the ITF? We have already managed to place the ITF on the radar, not only of political officers, but also of other transportation sector organizations. We are consulted on many issues. The institution has gained more visibility and prestige that it didn’t have before I arrived. And I believe that with that it also gained in relevance and vitality. •

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

And these are changes that encompass all modes of transport. Yes, and this not only because of technology, there is also plenty of innovation in business models. Because of that, we are also experiencing great innovation in regulation.

One of the things he talked about was the necessity for governments to have time to adapt to innovations... Inevitably. And that’s why we want to help governments to find out what is happening and how they can proceed. Our ambition in this matter is simple: that when a minister of the transport sector starts to ponder about any topic, he can ask his officers if the ITF has done something about it. If we can induce this reflex thinking in ministers, we are doing good.

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EN What are the medium-term priorities for the ITF? It is very difficult to say because the work programs are approved annually and by consensus by the member countries. The large multi-year project launched in May 2016 was about the de-carbonizing of transportation, a three to four year project about what needs to be done to put transports on a path that leads them to carbon neutrality by mid-century.


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HeartGenetics e o sucesso inesperado na Web Summit ~ HeartGenetics and its unexpected success at the Web Summit

VALORES PRÓPRIOS 17 — 2017

A IST Spin-off participou na maior conferência de tecnologia mundial sem grandes expectativas, mas acabou por encontrar possíveis investidores e parceiros de negócio The IST spin-off took part in the world’s largest technology conference without great expectations, but ended up finding potential investors and business partners

DR

EMPREENDEDORISMO/ENTREPRENEURSHIP


Número de startups nacionais escolhidas no Road 2 Web Summit Number of Portuguese startups selected at Road 2 Web Summit

EN HeartGenetics is a biotechnology and bioinformatics company, established in 2013, which develops medical devices in the cardiovascular field. In September it was one of four members of the IST Spin-off Community to be selected to represent Portugal at the Web Summit, through the Road 2 Web Summit program. In this initiative, which anticipated the conference held for the first time in Lisbon, 66 national start-ups were chosen (among 237 registered) to be present at the Web Summit. According to professor Ana Teresa Freitas, founder of HeartGenetics, it was the result of this competition that led to their participation in the Web Summit. “It wasn’t obvious to me that the Web Summit was an event for HeartGenetics, concerning the area in which we operate, health, but it turned out to be quite interesting, more than I expected.” For the start-up, the Road 2 Web Summit

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package was advantageous and could bring, as it was confirmed, a great advantage: visibility. To align the strategy, Ana Teresa Freitas and the head of business development, Hélder Barbosa, participated in preparation events organized by Startup Lisbon. “We had no idea what it meant to participate in a Web Summit, and our position was not clear”, he explains. “The events were very useful for us to place ourselves, and even to prepare the material we took. Of course, in the end everything ends up being done in a rush... but it worked.” At the Web Summit, they encountered more than they expected: “It was very funny. Right now, for example, I am negotiating with an investor who I met at the Web Summit, from Armenia, a place that I never expected”, says the professor. But even more, they created relationships with other attending companies, especially those working in the lifestyle area, which may translate into new business partnerships. HeartGenetics operates in three key areas of business: genetic testing for cardiovascular diagnosis, genetic drugs and, more recently, health and well-being. “We have some products in the last area that have ended up being a good fit for the Web Summit.” For Ana Teresa Freitas, however, none of this would have been possible if the conference had not been in Lisbon. “Startups are running at a mile a minute. Being able to take a bit of time to participate in an event that was not quite ours was going to be a challenge; if it would have been in another place, we wouldn’t have gone”. •

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PT A HeartGenetics é uma empresa de biotecnologias e bioinformática, criada em 2013, que desenvolve dispositivos médicos relacionados com a área cardiovascular. Em setembro, foi uma de quatro membros da comunidade IST Spin-off a ser selecionada para representar Portugal na Web Summit, através do programa Road 2 Web Summit. Nesta iniciativa, que antecipou a conferência que teve lugar pela primeira vez em Lisboa, foram escolhidas 66 startups nacionais (entre 237 inscritas) para estar presentes na Web Summit. De acordo com a professora Ana Teresa Freitas, fundadora da HeartGenetics, foi o resultado nesta competição que materializou a ida à Web Summit. “Não era óbvio para mim que a Web Summit fosse um evento para a HeartGenetics, por causa do domínio em que atuamos, a Saúde, mas acabou por se revelar bastante interessante, mais do que estava à espera.” Para a startup, o pacote do Road 2 Web Summit era vantajoso e podia trazer, como veio a confirmar-se, uma enorme vantagem: visibilidade. Para alinhar a estratégia, Ana Teresa Freitas e o diretor de negócio, Hélder Barbosa, participaram em eventos de preparação organizados pela Startup Lisboa. “Nós não fazíamos ideia do que era participar na Web Summit, e não era claro o nosso alinhamento”, explica. “Os eventos foram muito úteis para nos posicionarmos, e até para prepararmos o material que levámos. Claro que depois acaba sempre por ser tudo a correr… mas funcionou.” Na Web Summit encontraram mais do que esperavam: “Foi muito engraçado. Neste momento, por exemplo, estou a negociar com um investidor que conheci na Web Summit, da Arménia, uma geografia que nunca esperaria”, afirma a professora. Mas, mais ainda, criaram-se relações com outras empresas presentes, sobretudo a atuar na área de Lifestyle, que poderão traduzir-se em novas parcerias de negócio – a HeartGenetics atua em três áreas de negócio fundamentais: testes genéticos de diagnóstico cardiovascular, fármaco-genética e, mais recentemente, saúde e bem-estar. “Como temos alguns produtos neste último pilar, esses acabaram por encaixar bem na Web Summit.” Para Ana Teresa Freitas, no entanto, nada disto teria sido possível se a conferência não tivesse sido em Lisboa. “As startups vivem sempre a mil à hora. Conseguir tirar um bocadinho para participar num evento que não era bem o nosso ia ser um desafio; se fosse noutra geografia não iríamos de certeza.” •


ALUNOS/STUDENTS

Participar na Web Summit Being a part of the Web Summit

Quem passeou pelos pavilhões da FIL viu dezenas de pins do Técnico, que identificaram os alunos e alumni da escola, entre os presentes na conferência internacional If you strolled the FIL stands you didn’t fail to see, amongst the attendants of the international conference, dozens of IST pins identifying Técnico students and alumni

PT Além dos participantes, oradores, membros de startups em exibição ou investidores, a Web Summit deu oportunidade a centenas de jovens de formarem o grupo dos voluntários. Entre os alunos do Técnico, foram vários os que participaram, por razões diferentes mas sobretudo pela oportunidade de “conhecer imensa gente”. Marta Sarrico, aluna de Engenharia Biomédica, garante que sempre se interessou “por este tipo de palestras”: “Andava há imenso tempo a tentar arranjar bilhetes, e quando surgiu a oportunidade de ser voluntária inscrevi-me. Poder assistir ao vivo a um evento só dedicado à tecnologia era muito melhor do que através dos vídeos”, diz. José Dias, de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (EEC), apostou desde logo no networking. “Achei que podia ser bom para falar com outras pessoas. Só mais tarde percebi que iam lá estar startups e foi daí que tirei mais partido”, assume. Muitos dos voluntários do Técnico nunca tinham ouvido falar da Web Summit, e só quando “começou o buzz”, como brinca João Vieira, é que começaram a procurar uma forma de participar. Foi quando percebeu “o valor” das pessoas que esta-

“De que outro modo é que um aluno vai conseguir falar com startups de países nórdicos ou dos Estados Unidos? ~ “How else would a student be able to get in touch with Scandinavian or American start-ups?”

EN In addition to the participants, speakers, members of the start-ups on display, and investors, the Web Summit brought hundreds of young people together as volunteers. Many IST students joined the initiative, for different reasons, but mainly for the opportunity to “meet a lot of people.” Marta Sarrico, a biomedical engineering student, says that she has always been interested “in these kind of conferences”: “I had been trying to get tickets for a long time, and when I saw the opportunity to join as a volunteer, I signed up. Attending an event exclusively focused on technology was much better than merely watching the videos”, she says. José Dias, an electrical and computer engineering student, focused his efforts on networking. “I thought it might be a good opportunity to talk to other people. Only later did I realize that there would be start-ups at the event, and for me that was the most fruitful aspect of it”, he says. Many IST volunteers had never heard of the Web Summit, and they only started looking for ways to participate when “the buzz began”, as João Vieira humorously


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Outras formas de estar presente Tom Taborsky, aluno do Técnico ao abrigo do programa Erasmus, trabalha na Prodsmart – uma startup que centra a sua atividade no desenvolvimento de software de gestão industrial e que permite que qualquer fábrica se torne uma fábrica digital e smart factory. Esteve na Web Summit como membro da equipa, por alguns períodos, e garante que o melhor que se pode retirar da experiência é a oportunidade de falar “com todas as pessoas presentes”. “Sentimos que podemos falar com qualquer pessoa, não interessa quem é, é espetacular.” Ainda assim, para qualquer startup “é difícil estar tanto tempo fora, numa altura em que a empresa cresce diariamente”, afirma, acrescentado que “claro” que se retiram coisas muito positivas. “Como estudante, recomendo a experiência a qualquer pessoa.” Já Margarida Reis, finalista de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, participou através do projeto Women in Tech, para fomentar a presença de mulheres na conferência. Garante que a experiência lhe permitiu “estar no maior evento de

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PT vam presentes na conferência que o aluno de EEC realmente achou que valia a pena investir parte do seu tempo e “conciliar a experiência como voluntário com a parte de assistir às conferências e exposições”. Integrado na equipa do Night Summit, teve os dias livres para “ver e falar com as startups” participantes. “Foquei-me no networking e nos workshops”, afirma. Algo que Francisco Salgado, colega de curso, também tentou fazer. “O que gostei mais é que ao falarmos com as pessoas, esquecíamo-nos que tinham uma posição alta em determinada empresa, parecíamos estar todos ao mesmo nível. Conheci imensa gente.” Para o estudante do quinto ano, são os finalistas que têm mais a ganhar com a participação em conferências deste género: “Quem está já na parte final do curso consegue fazer contactos importantes, e quem está a trabalhar em projetos pode conseguir parcerias vantajosas”. Todos os entrevistados recomendariam a experiência, tencionam repeti-la no próximo ano e consideram que complementa a formação que têm no Técnico. “Deu para falar, para conhecer novos produtos, para saber o que se faz e que tecnologia se utiliza pela Europa fora”, explica José Dias. “De que outro modo é que um aluno vai conseguir falar com startups de países nórdicos ou dos Estados Unidos?” Marta Sarrico acrescenta: “A formação que temos é muito importante, ajuda-nos a pensar e a desenvolver o raciocínio, mas não nos abre os olhos para o que se está a passar no mundo. A Web Summit motiva-nos, diz-nos o que se está a passar no mercado de trabalho… a mim deu-me imensa vontade de começar uma startup”.

tecnologia do mundo e participar na revolução que a Web Summit está a trazer ao ecossistema nacional de startups”. “A Web Summit traz consigo todo um ecossistema tecnológico e penso que qualquer aluno do Técnico pode beneficiar de o ver em primeira mão, porque nós somos o futuro

do país e temos o dever de sonhar mais alto (…). Quero estar lá no próximo ano e fico ansiosa por ver o que vai mudar, depois de uma primeira edição tão bem-sucedida.” •


out about new products, came to know what’s being done and what kind of technology is being used across Europe”, José Dias explains. “How else would a student be able to get in touch with Scandinavian or American start-ups?” And Marta Sarrico adds: “The education we have is very important, it helps us think and develop our intellect, but it doesn’t open our eyes to what’s happening out there in the world. The Web Summit motivates us; it gives us an insight into what is happening in the labour market... It gave me the urge to create a start-up.” Other ways of being there Tom Taborsky, an IST student under the Erasmus program, works at Prodsmart a start-up focusing on the development of industrial management software that turns any factory into a smart digital factory. He has been at the Web Summit as a Prodsmart team member (for some periods) and says that the best part of the experience is the opportunity to talk “with

all the people there.” “We feel we can talk to anyone, no matter who it is, it’s amazing.” Still, “it’s not easy” for a start-up “to be away for so long, when the company is growing on a daily basis.” But “of course” there have been many good aspects to it, he adds. “As a student, I recommend the experience to everyone.” On the other hand, Margarida Reis, an electrical and computer engineering senior, attended the Summit thanks to the Women in Tech project, which has been specifically designed to foster the presence of women at the event. She says that the experience has given her the opportunity to “attend the world’s largest technology event and be a part of the revolution that the Web Summit is stirring in the domestic start-up ecosystem.” “The Web Summit brings an entire technology ecosystem with it and I think any IST student can benefit from seeing it first-hand because we are the future of the nation and we have the duty to dream higher (...). I want to be there next year, and I’m anxious to see what will change after such a successful first edition.” •

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EN puts it. When he realized the “value” of the people who were at the conference, the electrical and computer engineering student decided that it was a good idea to invest some of his time in order to “combine the volunteering experience with the part of attending conferences and exhibitions.” As a member of the Night Summit team, his days were free to “see and talk to the start-ups.” “I focused on networking and workshops”, he says. His classmate Francisco Salgado tried to do the same. “What I liked the most is that when we were talking to other people, we forgot that they had a high position in some company. We seemed to be all on the same level. I met a lot of people.” According to this fifth-year student, such conferences are particularly useful for graduates: “Senior students can establish important contacts, and those who are working on projects can build beneficial partnerships.” All our interviewees would recommend the experience, want to repeat it next year, and think that it complements their training at Técnico. “I talked to people, found


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VALORES PRÓPRIOS REVISTA DO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO MAGAZINE JANEIRO/FEVEREIRO JANUARY/FEBRUARY 2017

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO

e.Near: sair da Web Summit com um milhão de euros no bolso e.Near: leaving the Web Summit with one million euros in the pocket Professor José Manuel Viegas e o ITF Professor José Manuel Viegas and ITF HeartGenetics e o sucesso inesperado na Web Summit HeartGenetics and its unexpected success at the Web Summit

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