Revista Tela Viva 169 - Março 2007

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

Como a nova Internet colaborativa pode mexer com a vida de produtoras, agências e veículos

ano 16_#169_mar2007

na onda da web 2.0

Regulamentação Classificação indicativa preocupa radiodifusores com imposição de horários

Programação Bandeirantes renova atrações e� busca novo padrão de qualidade


N達o disponivel


Foto: marcelo kahn

(editorial ) Diretor e Editor Diretor Editorial Diretor Editorial Diretor Comercial Diretor Financeiro Diretor de Marketing�

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Que cauda é essa?

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E

stá em voga, no mundo da mídia (e na Internet em geral) falar sobre o conceito de “long tail”, ou cauda longa, termo cunhado pelo americano Chris Anderson, autor do livro com o mesmo nome. Resumidamente, trata-se de um fenômeno que se verifica em diversos setores da economia, da venda de automóveis à locação de DVDs, do download de músicas à educação. A idéia é a de que estamos saindo de uma era de “hits”, na qual um produto, para ser viável, tinha que ser massificado, para uma era na qual, graças à Internet, os nichos passam a ter poder, e pode-se desenvolver produtos e serviços usando as novas plataformas como meios de distribuição. Os seriados de TV de maior sucesso hoje, como “Lost”, não estariam nem entre os dez mais vistos na década de 70, em share de audiência. Um livro precisa vender apenas 20 mil exemplares para constar da lista de bestsellers do New York Times. A diferença? Opção. Hoje o espectador, o leitor, o consumidor tem acesso a uma diversidade de conteúdos e produtos inexistentes há 20 ou 30 anos. No mundo da mídia, o fenômeno é ainda mais explícito. Afinal, o conteúdo digital não depende sequer de uma plataforma física para ser distribuído (como um livro, um sapato ou um vinho, que ainda precisam ser estocados, transportados etc). Uma loja ou um distribuidor de música ou vídeos pode ter virtualmente infinitos títulos para oferecer, e pela teoria de Anderson, quanto mais variedade, mais público. 98% do que se oferece acaba sendo consumido, em maior ou menor escala. E a beleza da cauda longa está aí: um conteúdo não precisa mais ser um megahit para ser visto, ou ainda, um conteúdo de nicho pode “subir a cauda” e se tornar conhecido do grande público, como os fenômenos “LonelyGirl15”, “Ask a Ninja”, “Happy Tree Friends”, ou, no Brasil, o hilário “Tapa na Pantera”. Se o modelo para grandes varejistas de conteúdos como Amazon, Submarino e iTunes é claro, e visivelmente vantajoso, o mesmo ainda não se pode dizer dos produtores de conteúdo e dos canais tradicionais de distribuição (TV aberta, por assinatura etc). Como se encaixarão nesta realidade? Como fazer dessa nova web colaborativa, onde o conteúdo vem de qualquer lugar, uma oportunidade de negócio? Como, de alguma forma, se resguardar dos riscos que esta nova cultura digital oferece aos modelos tradicionais? São perguntas que o mundo ainda tenta responder. A única certeza é que ninguém pode ignorar o fenômeno. Com o crescimento exponencial da base instalada de computadores e de acessos banda larga no Brasil, esta onda ganhará massa crítica antes do que se imagina.

ilustração de capa: carlos fernandes/gilmar

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Ano16 _169_ mar/07

(índice )

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(cartas)

Web 2.0

Como aproveitar a nova onda da internet colaborativa

Projetos para TV Primeiro quero parabenizá-los pela excelente qualidade da revista. Gostaria de ter mais informações a respeito das produtoras de conteúdo e entretenimento, como a Endemol, Fox e outras. Como é a relação dessas empresas com os criadores, roteiristas de programa para a TV?

Não disponivel

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Scanner Figuras Regulamentação

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No Ar Audiência Programação

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Artigo

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Making of Televisão

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História

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Upgrade Agenda

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Classificação indicativa é polêmica no setor

Um abraço, Beca Monteiro, Campinas, São Paulo Resposta Nós recebemos os contatos através do email info@endemolglobo.com.br. Os interessados não devem enviar os projetos, seus e-mails serão respondidos com as instruções de qual é o procedimento para avaliação. Nós avaliamos os projetos e dependendo do nosso interesse criamos a parceria, que nem sempre é a mesma. Os modelos são flexíveis.

Band investe em novos conteúdos O quadruple play da publicidade

A expansão da Rede Mundial

Um abraço,

“Mosaico”, recordista da TV

Carla Affonso Managing Director Endemol Globo SA

42 Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@

Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

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( scanner ) fotos: divulgaçÃO

foto: nivaldo silva

Brasil marca presença na Letônia O Brasil é o único representante das Américas no Bimini International Animated Film Festival, que acontece na Letônia, entre os dias 16 e 22 de março. O filme “Colégio Equipe - Surpresa”, realizado pelo Estúdio Sant, com direção de Rodrigo Santos, foi selecionado para a categoria “Publicidade”, com outros dez trabalhos. O comercial feito para o Colégio Equipe em novembro de 2006, foi realizado em 3D, sem cenário, apenas com personagens em movimento. Além desse, há na competição, na categoria “Filmes Para Adultos”, o curtametragem “Miss Gertie”, uma co-produção Itália/Brasil.

Experiência piloto do curso de assistente de câmera.

Formação em cinema Com o objetivo de fornecer aos atuais e futuros profissionais do cinema formação técnica e também artística, o Sindcine inicia em abril uma série de cursos para a formação de assistentes. Serão oferecidos cursos de assistente de direção, continuista, elétrica, câmera, produção e maquinária. Segundo a coordenadora Tati Bassan, a necessidade de oferecer esse tipo de curso foi constatada após uma pesquisa com os associados. “Existem ótimas faculdades de cinema, mas a formação é voltada para a direção. Quem forma então os assistentes de elétrica, de maquinária e até mesmo de direção?”, questiona Tati. “Hoje os profissionais estão se formando no mercado, não na escola”. Ela ressalta que os cursos terão, além da parte técnica, uma formação estética, já que o produto final do cinema é estético. A equipe de professores é formada por primeiros-assistentes que trabalham em cinema. Os cursos serão organizados por módulos, com duração média de dois anos. Haverá ainda um curso para roteiristas. As inscrições devem ser feitas pessoalmente no Sindcine, em São Paulo.

Negócios do Pan A agência européia SportFive vai negociar com rádios e TVs do exterior os direitos de transmissão dos XV Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro. O comitê organizador da competição, o CO-Rio, divulgou a informação a poucos meses do início do evento. A Sportfive (do grupo francês Legardère), que tem sucursal na Argentina, e que representa vários torneios de futebol na Europa, além de competições de rugby e boxe, entre outros esportes, foi escolhida pela Olympo, agência de marketing do CO-Rio. Nenhuma emissora de TV dos Estados Unidos, país que tradicionamente leva o maior número de medalhas na competição, costuma comprar direitos de transmissões do Pan.

Parceria linguística Com o objetivo de melhorar a qualidade das legendas de televisão, a Drei Marc, empresa de tradução e legendas, firmou uma parceria com a SN Consultoria, empresa do professor Sérgio Nogueira. A parceria visa a consultoria lingüística, especialmente no segmento TV.

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“Save”, filme da Dínamo Digital

Palavras cruzadas e animadas Um jogo de palavras cruzadas é a ferramenta usada pela Dínamo Digital para os dois novos comerciais da escola de inglês e centro de intercâmbio cultural Cultura Inglesa. Criados pela Lew,Lara, os filmes realizados em animação brincam com a formação das palavras em inglês. Em “Lift”, um indiano com um elefante escondido e outros personagens tentam pegar carona com destino a diferentes cidades da Grã-Bretanha. Das placas que mostram aos motoristas na beira da estrada saem as letras que formam a palavra “lift”, que significa “carona”, em inglês. No segundo filme, “Save”, são usados os nomes de quatro furacões para formar a palavra cruzada “save”. A peça publicitária defende “salvar” o planeta e também o inglês do telespectador. A direção dos comerciais ficou por conta de Ricardo Carelli.

Juntos em broadcast A 4S, desenvolvedora de produtos e soluções de sistemas para o setor de tecnologia broadcasting, expande seus serviços a partir de uma parceria com a Crystal Vision, empresa que projeta e fabrica equipamentos de interface modular digital, linear keyers e chroma keyers, além de uma linha de equipamentos para a indústria broadcast. A parceria busca proporcionar aos clientes mais uma opção de produtos e serviços, com suporte no Brasil. Com sede no Reino Unido, a Crystal Vision, conta com representantes em 45 países e mais de 50 módulos de interface. Na nova linha de produção estão produtos para fibra óptica e HD.


Colônia homenageada Na onda das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, que acontece em 2008, a Prodigo Films prepara, para o segundo semestre do ano que vem, o longa-metragem de ficção “Estação Liberdade”. O filme é o primeiro longa de ficção do diretor Caíto Ortiz, reconhecido pelo documentário “Motoboys Vida Loca” e “O Dia em que o Brasil Esteve Aqui”. “Estação Liberdade” aborda a questão da identidade cultural no mundo globalizado a partir da terceira geração de japoneses nascida no Brasil. O personagem central, um brasileiro descendente de japoneses, mergulha nas diversas faces da miscigenação do povo brasileiro, colecionando experiências em busca de sua real identidade. O projeto de R$ 2 milhões está em fase de captação de recursos e pré-produção.

Mixer atua como produtora associada do projeto, produzido pela Potemkin’s Village, com sede na Inglaterra. Esse é o primeiro trabalho internacional do diretor, e a primeira co-produção internacional da Mixer para um longa-metragem. O convite para a direção surgiu depois que Miriam Segal, diretora e presidente da produtora inglesa, fez uma pesquisa com alguns diretores e assistiu a “O Caminho das Nuvens”, dirigido por Amorim. “Good” conta como a vida de um homem “bom” se liga à ascensão do nazismo. O filme acompanha a trajetória de John Halder — vivido pelo ator Viggo Mortensen -, um homem comum, professor universitário de literatura, que escreve um romance defendendo a eutanásia. John Halder mora em Berlim e o ano é 1933.

Vicente Amorim

Direção internacional Vicente Amorim, um dos sócios e diretor da Mixer, embarcou para a Hungria para dar início aos trabalhos de pré-produção do longa-metragem “Good”. Além da direção de Amorim, a

Animação brasileira em Nova York A animação brasileira esteve representada no Kidscreen Summit, que reuniu produtores e canais de todo o mundo entre os dias 7 e 9 de fevereiro em Nova York. Foi uma chance buscar parcerias em coprodução, exibição e distribuição. Silvia Prado, da Cinema Animadores, levou ao evento a série “Sapo Xulé”, co-produção com a canadense FRV. E aproveitou para buscar idéias para melhorar o desenvolvimento de “Clix”, série musical de animação para crianças em idade pré-escolar, sobre uma turma de astronautas, desenvolvido em parceria com as brasileiras Lua Nova e 3B. Além de co-produtores, as empresas brasileiras buscam exibição para seus projetos. Parte deles já conta com parcerias internacionais, especialmente com empresas canadenses. É o caso de Tiago Mello, da RDigital Mixer, que foi ao Kidscreen em busca de exibidores para a série “Escola para Cachorro”, animação para crianças em idade pré-escolar, em co-produção com a CiteAmerique, produtora canadense que

também é parceira da Mixer na projeto da série de animação “Riff Raff”. Já Adriano Civita, da Prodigo, busca parceiros para a distribuição da série “Bebê Mais”, nos Estados Unidos e no Canadá. Os DVDs com a atração já têm distribuição da Paramount na América Latina. Além dessa, a Prodigo desenvolve o projeto da série “The Blah, Blah! Gang”, para crianças de 3 a 7 anos, que seria uma continuação de “Bebê Mais”, voltada ao público de até 3 anos.

Portas abertas Silvia Prado ressalta a importância de um parceiro internacional em um evento como esse. “A co-produção com a FRV, no meu caso, é uma garantia de um padrão internacional. O desenvolvimento de projeto não pode acontecer sem que o balizemos no exterior”, afirma. Kiko Mistrorigo, da TV Pingüim, concorda. “É importante ter uma rede de contatos para opinar sobre as séries”, diz. A produtora conta com duas parceiras internacionais no momento: VivaVision, para a produção da série “Magnitka”, e Nelvana, com “Peixonauta”. André Breitman, da 2D Lab, que além de duas séries em co-produção com canadenses (“Amigãozão”, com a Breakthrough, e “Mundo da Criança”, com a Gala Kids) tem também um projeto de longa-metragem “A Bruxinha que Era Boa” com a produtora de Carla Camurati, diz que eventos como esse são pontos de encontro mais objetivos que outros eventos internacionais. “A vantagem do Kidscreen é que podemos encontrar todas as pessoas que estavam no Mipcom e no MipTV, por exemplo, mas com mais tempo para conversar”, conclui.

Produtoras foram ao Kidscreen em busca de parcerias internacionais.

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Interação para fãs da série Antes mesmo de estrear no Brasil, a série “Heroes” já tinha uma legião de fãs no país. Para se comunicar com esse público — e permitir que ele interaja entre si — o Universal Channel lançou o site oficial da série. O projeto contempla blog, comunidade (espaço de relacionamento onde fã poderá escolher uma das fotos dos personagens e interagir com outros usuários cadastrados), vídeos, informações sobre os personagens e fórum de discussão. O endereço do site é www.universalchannel.com.br/heroes.

foto: carlos humberto/bgpress

( scanner ) Lula, Hélio Costa e Demian Fiocca (BNDES)

Financiamento para a TV

Cem dias em associação

foto: divulgação

A Associação Brasileira de Film Commissions (Abrafic) completou cem dias de existência no dia 5 de março, e para comemorar lançou o seu website (www.abrafic.org.br). A Abrafic foi criada em novembro a partir da união institucional das film commissions regionais, estaduais e municipais do País durante o 39° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em novembro de 2006. Seu primeiro ato foi a “Carta de Brasília”, um documento entregue ao governo federal sugerindo a formação de um Grupo de Trabalho Interministerial para buscar soluções aos desafios que impedem o desenvolvimento do Brasil como destino de produções internacionais, provedor de locações e prestador de serviços no mercado internacional. As film commissions são entidades geralmente ligadas ou apoiadas por governos com a missão para serem os primeiros contatos de um produtor ao buscar uma locação para produções audiovisuais.

A diretoria do BNDES aprovou, em meados de fevereiro, a criação do Programa de Apoio à Implementação do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (ProTVD), com linhas de financiamento para infra-estrutura e produção de conteúdo. A política de financiamento tem orçamento de R$ 1 bilhão e vigência até 31 de dezembro de 2013. O banco apoiará atividades de pesquisa e desenvolvimento, modernização da infra-estrutura, produção de seus insumos (software, equipamentos e componentes) e novos conteúdos digitais. O programa foi subdividido em três: Protvd Fornecedor, que apoiará investimentos de empresas produtoras de software, componentes eletrônicos e equipamentos do SBTVD-T; Protvd Radiodifusão, que financiará a implantação da rede de transmissão digital e modernização da rede de transmissão analógica ao longo do período de transição de dez anos, além da implantação, ampliação, recuperação e modernização de estúdios, e capacitação, treinamento e qualidade; Protvd Conteúdo, que contará com condições diferenciadas para a produção própria e a aquisição de produção independente e valerá para novos projetos de documentários, dramaturgia (minisséries, séries, novelas e filmes para TV) e educativos. O BNDES aprovou ainda a redução do valor mínimo para financiamento direto do banco, que normalmente ocorre nas operações acima de R$ 10 milhões.

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Multi plataforma A Fox anunciou no início de março sua nova estratégia de expansão nas plataformas Internet e telefonia móvel. Partindo de um conceito de long tail, a programadora passa a explorar seus conteúdos em novas mídias, já tendo fechado acordo com a Claro para disponibilizar conteúdo aos seus assinantes. Gustavo Leme, vice-presidente da Fox Latin American Channels no Brasil, conta que, além de promoções baseadas em SMS e ringtones, serão disponibilizados clipes das séries dos canais Fox, além dos mobisodes das séries “24 Horas — Conspiracy”, “Simple Life” e “Prison Break”. Embora tenha fechado acordo apenas com a Claro,

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a Fox busca parceria com outras operadoras, explicou a gerente do My Fox, divisão de conteúdo móvel da programadora, Patrícia Britto. As negociações já estariam avançadas com Tim e Oi. Já na Internet, o portal do canal reunirá microsites de todas as atrações da programadora. O site contará com conteúdo em vídeo, papéis de parede, promoções etc. Atualmente, estão disponíveis cerca de 2 mil vídeos relacionados à programação dos canais.A idéia gerar receita através da publicidade no site.

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fotos: divulgação

( scanner ) TV do comércio

O lado bom da Amazônia

Buscando ampliar a sua imagem institucional junto ao público geral, e a divulgação de seus produtos, análises e ações, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) lançou em 28 de fevereiro a sua TV pela Internet, a Fecomercio TV. Com produção da TLC e pauta da assessoria de imprensa da Fecomercio, a televisão online tem como finalidade ser um canal de comunicação entre a federação (formada por 150 sindicatos da área de comércio e serviços) e as empresas (são cerca de 500 mil empresas no Estado de São Paulo). O conteúdo é formado por fatos econômicos e políticos gerados na própria Fecomercio, mas, segundo Erivelto Garcia, da TLC, a idéia é repercutir também medidas Adriana de Castro e Rodolpho governamentais e Gamberini, do jornal da Fecomercio assuntos de interesse geral, como tecnologia, cultura e sociedade. Na programação, estão um telejornal semanal, de 15 minutos, e dois boletins diários. O telejornal contará com dois âncoras apresentando reportagens de assuntos ligados ao comércio. “Em fevereiro, por exemplo, tivemos pauta sobre a economia do carnaval”, diz Garcia. Os boletins serão feitos a partir de conselhos diários da Fecomercio sobre assuntos como política, economia e tecnologia. Os programas serão gravados em Beta e somente edição e finalização serão digitais. “A captação não é digital, pois a Fecomercio TV pretende, além da web, gerar conteúdos para as emissoras de TV, onde o Beta ainda é o padrão do mercado”, diz Garcia. A idéia é que a Fecomercio TV possa, no futuro, funcionar como uma agência de notícias. Além da TLC, o canal da federação conta com a parceria da Casablanca para o desenvolvimento do site.

A AB Produções deu início no mês de fevereiro à produção de um documentário sobre a Amazônia, na região que engloba o Médio Rio Negro, o Alto Solimões e o Rio Purus. O objetivo não é mostrar os problemas da região, como desmatamento, caça e destruição, mas sim o que está dando certo, o que é a Amazônia sustentável hoje. O documentário está sendo produzido para o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), ONG guarda-chuva que reúne 620 entidades. Com direção de Bento Viana, o documentário terá 12 minutos, mas o material captado em HDV poderá ser utilizado também para a realização de um programa de TV.

Nova programação Depois de anunciar que não teria mais programas só de videoclipes, a MTV estreou novas atrações em fevereiro com o reforço das atrações musicais. O “Videoclash” — no qual há uma disputa de videoclipes com escolha do público por votação via SMS — vai exibir em média seis videoclipes em cada edição. O programa conta com duas versões diárias, no horário da tarde (às 15h e 17h30), totalizando uma hora de duração. De acordo com o diretor de programação da MTV, Zico Goes, não se trata de uma volta dos videoclipes, mas sim da renomeação de um programa que já existia e estava previsto na reformulação da grade, sob o nome “MTV de Bolso”.

Do jurássico ao 3D Quando o canal National Geographic anunciar a exibição de uma série sobre os dinossauros em animação 3D, fique atento: os animais foram desenvolvidos pela produtora brasileira de animação e efeitos Trattoria. A produtora inglesa 4:2:2, responsável pelo projeto, realizou as ilustrações, e a Trattoria desenvolve com base nelas os 50 dinossauros a serem utilizados na série. Cenários e outros elementos estão sendo desenvolvidos em diferentes produtoras pelo mundo. Eitan Rosenthal, da Trattoria, explica que o trabalho gerou a criação de uma cadeia produtiva, para acelerar a produção. O trabalho também tem sido importante para fins estratégicos. “É o início de uma relação com essa produtora. Já estamos pensando em outros ‘jobs’ juntos”. A previsão é que o trabalho de desenvolvimento dos personagens termine em abril.

Pela ética na propaganda Para incentivar a transparência nos negócios da propaganda, o Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp) contou com uma campanha criada pela QG Propaganda e comerciais produzidos pela Sentimental Filme. A campanha explica o que é a entidade, como ela funciona no mercado, além de salientar a importância das agências, veículos e anunciantes defenderem as normas-padrão na publicidade. A direção de criação é de Sérgio Lopes e Paulo André Bione. A campanha foi realizada com depoimentos de personalidades do mundo da propaganda, questionando: “em qual lado da propaganda você escolhe estar?”. Para isso, a criação utilizou um jogo de luzes nas peças e no filme para exemplificar o que seriam esses dois lados: o claro e o escuro. Washington Olivetto, Roberto Justus e Adriana Cury, protagonizaram os anúncios e, no caso do primeiro, também o filme. A direção do comercial é de Bob Wolfenson. 10

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Roberto Justus na campanha do Cenp.

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(figuras )

Para o alto e avante

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Foto: divulgação

uito antes de se tornar o Comandante Hamilton — que sobrevoa São Paulo prestando informações sobre o trânsito e cobrindo eventos — Hamilton Alves da Rocha já se interessava pela área de audiovisual. Mas também queria ser piloto de avião. A gente fazia uns vídeos institucionais, vídeo de casamento, tudo bem simples. Quando começou a fazer o curso de piloto, foi chamado por uma pessoa no Campo de Marte para ajudar na tarefa de transportar um Papai Noel de helicóptero. Foi quando percebeu que com o helicóptero poderia aliar suas duas paixões. Assim que tirou a habilitação, começou a levar pessoas em passeios panorâmicos. A oportunidade de trabalhar na televisão surgiu quando conheceu o apresentador Gugu Liberato, que estava criando uma promoção no programa que distribuía vale-brindes em pequenos pára-quedas jogados do céu. Fui fazer o trabalho de jogar os pára-quedas e acabei ficando fixo no programa, entrando ao vivo e cobrindo eventos. Para poder falar na televisão, Hamilton foi estudar jornalismo. E passou a estudar e se aprofundar cada vez mais, para tornar seu helicóptero único e o mais adaptado possível ao seu trabalho. Sua maior preocupação era a de estabilizar a câmera. Experimentamos de tudo, até câmara de ar de lambreta. Na década de 1990, entrou em contato com uma empresa que desenvolvia equipamentos de câmera para helicópteros de guerra, onde conseguiu mais informações para aperfeiçoar o sistema. No começo, eu gravava as informações em fita e depois ia até a emissora levar, para que eles editassem. Depois comecei a achar que tinha que ser mais rápido, e consegui desenvolver um sistema de

comandante hamilton transmissão por antena. Tenho que deixar o helicóptero parado, quase sem mexer, e apontar a antena para a emissora. Mais pra frente achei que as imagens tinham que

a primeira missão ligada ao entretenimento foi levar um papai noel no helicóptero. ter áudio, aí desenvolvi o que chamei de mochilink. A gente manda um motoqueiro junto, com uma mochila contendo um link de áudio. Ele também leva uma câmera pequena, para registrar imagens de perto, e transmite tudo para o helicóptero, de onde eu envio para a emissora. A agilidade e o carisma do piloto-jornalista são tantas que ele já teve até um programa próprio na Rede TV!, chamado “Viva Ação”, sem deixar o SBT. Hoje, trabalha no

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“Programa do Gugu” e também no jornalismo da Rede Bandeirantes. Além disso, também presta serviços de gravações aéreas para produtoras. No helicóptero, estão instaladas cinco câmeras e um transmissor de microondas. A principal é uma Ikegami HL59, controlada por joystick, e estabilizada nos cinco eixos. Além do sócio que investiu na compra de dois helicópteros, o Comandante Hamilton hoje conta também com o apoio do filho, Uan Gimenez da Rocha. Outro fanático pelo trabalho, o rapaz começou a pilotar ainda garoto e foi tirar o brevê nos Estados Unidos, com 16 anos, porque no Brasil a idade mínima é de 18. Assim que completou a maioridade, começou a trabalhar e agora os dois formam um time afinado. (Lizandra de Almeida)


Alexandre Annenberg é o novo presidente do Sindicato das Empresas de TV por Assinatura (Seta). Em eleição que aconteceu no dia 15 de fevereiro em São Paulo, o sindicato escolheu seu quadro para a gestão 2007/2008. Além do presidente Annenberg, pela Net Jundiaí, a chapa é composta por Fernando Mousinho, pela Net Serviços, como diretor tesoureiro, e pelos seguintes diretores: Agrício Silva Neto (Sky+DirecTV), Amilton de Lucca (TVA), Antônio Salles Teixeira (Viacabo), Roseli Parrela (Sky/DirecTV) e Odilon Silva (MMDSC). O conselho fiscal é composto por Sergio Belizário (Way TV), Ione Maia

O departamento de marketing do Universal Channel conta com um novo profissional. Felipe Herz Boclin foi contratado pelo canal de filmes e séries para atuar no desenvolvimento e planejamento estratégico de projetos de marketing publicitário do Universal, em sinergia com a área comercial da Globosat. Boclin chega ao canal após trabalhar na TV Globo Internacional, e coordenar as ações de marketing da Globo TV Sports, com o lançamento da marca Brazilian Magic Football no mercado internacional. Além dessas, o profissional tem passagem pelas empresas FR Produções Artísticas, Dell´Arte Soluções Culturais e Gravadora Kuarup.

Departamentos em crescimento Efetivados A Mixer contratou seis profissionais, formados pelo Instituto Criar de TV e Cinema, que já atuavam como estagiários na produtora desde julho de 2006. A partir de agora, Cristiano Sousa da Silva opera em todas as bandeiras do grupo como câmera; Andréa Casimiro do Ó e Roberta Braghittoni Danilericius fazem parte da produção da RadarTV Mixer; Raquel Moreira Nascimento trabalha na equipe de produção da Jodaf Mixer; e Roger Turchetti Santos e Jefferson dos Reis Magdalena atuam em todas as bandeiras para integrar as equipes de edição da produtora. Os jovens, formados na segunda turma da oficina, fizeram parte de um grupo de nove estagiários ex-alunos do Instituto Criar.

A Datamidia,FCBi Adriana Aggio contratou reforços para três departamentos: planejamento, mídia e arte. Foram contratadas as gerentes de projetos Juliana Pfefer (ex-Atento Brasil) para atuar na equipe que atende o Pão de Açúcar; e Marina Vilar, que tem passagens pela Fala! E Y&R, para o grupo que atende os clientes Kaiser, HP e Multibrás. Na mídia, a equipe de Leandro Fujita ganha o reforço de Priscila Dias (ex-AlmapBBDO) que atua como assistente de mídia. Adriana Aggio (ex-Le Pêra e F.biz) chega para assumir o cargo de diretora de arte online, com o objetivo de reforçar a equipe de criação do Unibanco.

Reestruturação e novos braços

Cristiane Elisângela Cristiane Marquesi Aragoni Eisenbraun

A produtora de som Play It Again passa por uma reestruturação. Elisângela Domingues Aragoni (Lili) passa a conduzir, ao lado de Cristiane Eisenbraun e Cristiane Marquesi, a área comercial da Play It Again, Play RK30 (braço de produção para novas mídias) e Play Internacional. O lançamento desse última divisão conta com os criadores Xuxa Levy (Espanha), Luis Henrique (Utah), Paul Mounsey (Escócia) e com os produtores Mariano Alvarez (Espanha) e Carlos Zaratini (Itália).

Fotos: divulgação

Marketing renovado Foto: arquivo

Nova gestão


( capa )

Daniele Frederico

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Desafio 2.0 Na Web 2.0, os usuários colaboram ativamente com a produção de conteúdo, enquanto agências, produtoras e veículos buscam formas de fazer negócios neste novo ambiente.­

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os últimos anos, tem-se visto um movimento das grandes produtoras e agências de tentar modernizar os seus serviços, com a formação de núcleos e divisões específicas para a produção e criação de conteúdo para as novas mídias. Vídeos para celular e hot sites para a Internet foram produzidos basicamente como ação complementar aos tradicionais comerciais televisivos de 30 segundos, em uma tentativa de aproveitar os recursos e a audiência dessas novas mídias. No entanto, a popularidade e a aceitação do conteúdo dessas produtoras e agências parece estar longe do sucesso do conteúdo produzido pelos próprios usuários, disponibilizado por fenômenos como YouTube, Orkut, blogs e fotologs. A emergência dessa nova forma de produção e distribuição do conteúdo levanta questões a serem pensadas pelos que buscam a audiência da Internet, que já chega a 15 milhões de brasileiros. Marketing online, ações conjuntas entre Web e televisão e a vinculação das marcas a comunicadores instantâneos e redes de relacionamento são algumas das possibilidades a serem exploradas por agências, produtoras de conteúdo, TV aberta e por assinatura e anunciantes, assim que esses agentes consigam compreender o que é a Web 2.0. Compreensão do novo mundo Definir o que é a Web 2.0 não é tarefa simples. Há quem diga que é a segunda geração de serviços da Internet. Outros afirmam que ela é um conjunto de aplicações que propiciam a formação de redes soci14

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Gustavo Donda, da TV1

um conjunto de aplicações que propiciam a formação de redes sociais. Blogs, YouTube, Orkut, fotologs, wikis e RSS são apenas uma parte de um universo de possibilidades que usuários, produtores de conteúdo, canais de TV, anunciantes e publicitários ainda tentam entender. Para discutir e esclarecer o fenômeno e as suas aplicações, foi realizada em São Paulo, nos dias 28 de fevereiro e 1° de março, a 1ª Conferência Web 2.0, pela Converge Comunicações, editora das revistas Tela Viva, Teletime e TI Inside. Embora não seja fácil chegar a um consenso sobre o significado exato do conceito, é possível apontar uma característica comum a todas

convergência das mídias e distribuição multicanal, são algumas das premissas para a existência da Web 2.0. “O principal fator que permitiu à Web chegar à segunda geração é que, hoje, há uma linguagem única, que é a digital”, diz Póvoa. “Além de o conteúdo ser digital, como o vídeo e o áudio, você conta também com os serviços digitalizados, como as redes sociais e os aplicativos”.

fotoS: maRcelo kahn

“Os consumidores são também produtores neste ambiente ”

que podem ajudar a explicar a evolução da Web. “Enquanto a Web 1.0 é estática, a 2.0 é dinâmica; a 1.0 é proprietária, a 2.0 é aberta; a primeira é institucional, a segunda é rede social; e finalmente, a Web 1.0 é um canal, enquanto a 2.0 é uma plataforma”, compara. É por isso que o conceito mais utilizado pelos especialistas para explicar o fenômeno da Web 2.0 é o de Tim O’Reilly, que diz “Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais

Publicidade 2.0 Com cerca de 15 milhões de internautas brasileiros (segundo pesquisa global da consultora comScore Networks), a Internet disputa hoje com o rádio a posição de segundo veículo de mídia em abrangência, depois da televisão. Ainda assim, essa mídia abocanha apenas 1,9% do total do montante do bolo publicitário nacional. O que agências, anunciantes, produtores e distribuidores de conteúdo tentam desvendar é como a Web 2.0 pode ser usada como ferramenta para o aumento da fatia da Internet no bolo da publicidade. Para chegar a uma estratégia, porém, é preciso primeiro entender quem é o “consumidor 2.0”. Para o diretor de criação da TV1, produtora e agência de marketing online, Gustavo Donda, o primeiro ponto a ser destacado é que os usuários não são mais meros consumidores de conteúdo, mas também são produtores neste ambiente. “O consumidor 2.0 controla a relação dele com as marcas”, diz. A distribuição da audiência também é diferente de outras mídias. Espalhados em blogs, sites de relacionamentos, comunicadores instantâ-

a popularização do computador e da banda larga criaram massa crítica para o surgimento da web 2.0 as definições de Web 2.0 existentes: colaboração. A colaboração dos usuários nos produtos — que resulta em softwares sempre em Beta — e a participação do usuário na produção e oferta de conteúdo são algumas das características que diferem essa geração de serviços da anterior, chamada pelos especialistas de Web 1.0. “A Web 2.0 é assumir o que a Internet sempre foi: um meio de interação e de não de comunicação”, diz o consultor de tecnologia Carlos Nepomuceno, que também é coordenador do Instituto de Inteligência Coletiva (ICO). Para Marcelo Póvoa, da agência de mídia interativa MPP Solutions, há algumas diferenças

importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva”. Para que a Web 1.0 desse lugar a uma segunda geração de serviços, no entanto, foi necessária a emergência de um cenário propício a essa evolução. Democratização do acesso aos recursos computacionais — com cerca de um bilhão de usuários de Internet no mundo —, acesso banda larga,

“Web 2.0 é assumir o que a Internet sempre foi: um meio de interação e não de comunicação.” Carlos Nepomuceno, do Instituto de Inteligência Coletiva

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( capa) no brasil, a internet já disputa com o rádio o título de veículo com maior abrangência depois da tv. não no que a empresa gostaria de vender; a centralização — a idéia de “todos no meu site” — transformada em pulverização, na qual as marcas querem estar no site de todo mundo; e outros. fotoS: maRcelo kahn

também é diferente de outras mídias. Espalhados em blogs, sites de relacionamentos, comunicadores instantâneos, e outros componentes da Web 2.0, os usuários têm a sua atenção fragmentada. “O meio publicitário tem de descobrir como capturar a atenção dessa massa, já que há muita oferta e audiências menores. É a emergência das nanoaudiências”, diz o VP de Tecnologia e Projetos da Agência Click, Abel Reis. Diante desse panorama, Gustavo Donda alerta que não é mais possível “esconder-se” das transformações. “As marcas estão em pânico, não sabem onde se esconder. É necessário, no entanto, utilizar essas mudanças da melhor forma possível, pois quem ficar em trincheiras será atingido por uma bomba”, compara. O publicitário mostra então exemplos de mudanças que aconteceram na Web e que podem servir de parâmetro para transformar as marcas de hoje em “marcas 2.0”. Entre elas estão: o aparecimento dos blogs como porta vozes de empresas e funcionários; a idéia de colaboração; a otimização dos sistemas de busca; as vantagens do peerto-peer, que possibilitam que cada cliente seja um servidor de conteúdo; serviços com foco no que o consumidor quer, e

poderia cobrir o Pan como as mídias tradicionais não podem, já que não há como mostrar todos os esportes, em todos os momentos na TV”, diz Castro. Ele lembra ainda que acontece situação parecida no caso da distribuição de música pela Internet. “O uso ilegal de música não sofre barreira, mas ofertas legítimas de conteúdo são prejudicadas pela restrição do uso”, conclui.

O papel dos sites Aproveitar a interativiÉ o fim do gestor dade e todos os recursos de conteúdo? que a Web oferece é Em um universo um desafio não só para em que o usuário publicitários, mas também é também produpara os portais. Segundo tor, agregadores de o CEO do iG, Caio Túlio conteúdo, produCosta, os brasileiros ainda tores e canais de TV, são “incompetentes” para preocupam-se com construir sites, ao não o seu espaço e com “O meio publicitário dar à Internet o valor que a sua capacidade de tem de descobrir como ela tem. “Os sites hoje são renovação. capturar a atenção catálogos antiquados, que Carlos Nepodessa massa, já que há não exploram as possibilimuceno vê um muita oferta e audiências novo paradigma de dades interativas da Web”. menores. É a emergência comunicação em Ele dá a dica: “Temos que das nanoaudiências.” radicalizar as ferramentas emergência, com o Abel Reis, da Agência Click e as possibilidades que a fim dos gestores de Internet oferece. Isso é Web conteúdo, ou seja, os 2.0”. jornais, TVs, rádios, professores etc. Paulo Castro, diretor geral do Terra, Para Nepomuceno, o conteudista lembra, no entanto, que o desafio é um não existirá mais. “Agora, quem vai pouco maior. O portal, que realiza a ‘mandar’ é a comunidade. cobertura de eventos como o Carnaval O conteúdo passa a ser dos usuários”, e a Copa do Mundo, encontra restrições diz. Para exemplificar essa nova orgaem algumas coberturas, como é o caso nização, ele lembra como são feitos dos Jogos Pan-Americaos programas de rádio sobre nos, que acontecem este o trânsito em São Paulo. “Quem ano no Rio de Janeiro. O informa quais os pontos de trânsito Comitê Olímpico Brasileiro lento ou fluidez são os próprios proibiu a transmissão das ouvintes, que se encontram presos competições pela Internet, no engarrafamento”, diz. como meio de proteger Resta aos gestores a missão de oras emissoras de televisão ganizar essas comunidades. “Haverá que compraram os direitos apenas ‘apicultores’, com a missão de de exibição. “A Internet estimular a comunidade de abelhas a

“Os sites hoje são catálogos antiquados, que não exploram as possibilidades interativas da Web.” Caio Tulio Costa, do iG

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( capa) um dos comerciais exibidos durante do superbowl foi criado por um internauta, que participou de um concurso via internet. missão de estimular a comunidade de abelhas a produzir bom mel”, compara. Decretar que os agregadores de conteúdo vão desaparecer, e até mesmo que a televisão está com os dias contatos não é, no entanto, uma opinião compartilhada por todos os profissionais da área. A maioria deles não acredita que a TV vai perder a sua supremacia. “Os formatos de publicidade foram formados há 30 anos, e isso ainda disciplina o mercado publicitário brasileiro”, diz Angelo Franzão Neto, presidente do Grupo de Mídia e VP executivo e diretor de mídia da McCann Erickson. “O mercado se desenvolve, mas ninguém ‘mata’ ninguém. A Internet tem o poder de potencializar ações”. Gustavo Donda compartilha a opinião. “A televisão e a Internet são complementares, não excludentes. Embora a Internet seja pertinente para as marcas, no Brasil, nada se compara à TV”. Por isso, grande parte das ações feitas para a Web ainda contam com o respaldo da mídia televisão. Marcelo Póvoa acredita que, neste ponto, o que se pode fazer é aproveitar o “buraco” de oportunidade que a televisão deixa. “Os espectadores não se comunicam entre si na TV aberta”, diz. “O dono da NewsCorp, Rudolph Murdoch, por exemplo, ao perceber a importância da interatividade comprou o MySpace”, exemplifica. Um dos cases mais conhecidos de publicidade na Web 2.0 em conjunto com a televisão é o do Superbowl —

Dirceu Pereira de Santa Rosa: regras de uso ajudam a evitar problemas.

tecnologia: o jeito É prevenir

fotoS: maRcelo kahn

A tecnologia tem possibilitado não apenas uma maior interação do usuário com o meio, mas também a sua participação como provedor de conteúdo. Esse ambiente traz novas questões jurídicas a serem analisadas, uma vez que a tecnologia aliada à participação dos usuários como provedores facilita a distribuição de conteúdos nem sempre legítimos. Ao considerar-se que as leis brasileiras de propriedade intelectual não estão adaptadas para a Web 2.0, é importante que se tomem certas precauções para evitar problemas desse tipo. No caso de sites como o YouTube, o advogado especializado em direito da Internet, Dirceu Pereira de Santa Rosa, aponta dois dos principais problemas que um usuário, produtor ou canal de TV podem enfrentar: a cópia e a disponibilização indevida de programas de TV; e a violação de direitos de imagem e privacidade. Seja para o YouTube, ou para fotologs, podcasts, wikis, blogs, redes sociais, etc é possível determinar uma série de recomendações para evitar problemas, como: *resguardar seus direitos em produções e serviços de natureza colaborativa; u ter políticas internas para evitar conflitos; u utilizar termos de uso e política de privacidade; u solicitar manifestações de vontade do usuário; u deixar claro aquilo que se pode ou não fazer; u definir quais são as responsabilidades de cada parte integrante; u viabilizar soluções internas de conflitos, ou seja, criar uma auto-regulamentação. “O mais importante é ter regras claras para a utilização do serviço e estar bem embasado juridicamente. Isso resolve 90% dos problemas”, afirma o advogado.

“O mercado se desenvolve, mas ninguém ‘mata’ ninguém. A Internet tem o poder de potencializar ações.” Angelo Franzão, do Grupo de Mídia

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grande final da liga norte-americana de futebol, que ocorreu em fevereiro. Um dos patrocinadores realizou um concurso para a escolha de um filme publicitário feito por um internauta, para a exibição no intervalo do jogo, que atingiu cerca de 90 milhões de telespectadores nos EUA. O filme também foi disponibilizado no site de vídeos gratuitos YouTube. Caminhos para as produtoras Para mostrar que as produtoras de conteúdo estão longe de desaparecer, e ainda têm muito que acrescentar a essa onda 2.0, seja na forma de publicidade, seja com conteúdo, a Take 5 Filmes apresentou durante o Conferência algumas de suas ações relacionadas a Web 2.0. A Take 5 Filmes, que se apresenta como provedora de soluções de vídeo online, trabalha há 12 anos com vídeos para o mercado corporativo. Desde a época em que enviava as fitas de vídeo para seus clientes, até hoje, quando envia os vídeos via e-mail, seu trabalho continua o mesmo. Seu diferencial é buscar desenvolver dentro de casa a tecnologia necessária para que os vídeos rodem de maneira adequada. O diretor da Take 5, Alceu Costa Jr, cita alguns pontos fundamentais para que o vídeo mailing funcione: acesso a banda larga, expertise em produção e compressão de vídeo, domínio da linguagem e hosting especial. “É importante ter servidores potentes e hosting para vídeo, para


que ele não perca qualidade. O mau funcionamento de um vídeo causar um resultado muito mais negativo do que positivo”. Segundo ele, a produção para a internet deve chegar a 70% do trabalho da produtora, que hoje é praticamente todo realizado em HD. Um dos principais cases da produtora é a Intel, que utiliza a solução como canal de comunicação com os clientes espalhados pelo Brasil e também como ferramenta de comunicação corporativa. Inicialmente foi criado o “Intel Canal Cast” serviço que disponibilizava vídeos semanais com informações técnicas e comerciais para os distribuidores. Depois a solução evoluiu para o “Intel Canal Cast 2.0”, onde o usuário pode colocar comentários sobre os vídeos, gerando uma cadeia de informação e interação da comunidade Intel. “Hoje, os próprios usuários gravam

“O Murdoch percebeu a importância da interatividade e comprou o MySpace.” Marcelo Póvoa, da MPP

seus vídeos, passam para a produtora e nós colocamos o material no ar em no máximo uma hora”, diz Costa. E a produtora se prepara agora para colocar no ar o podetudo.com, portal de conteúdo moderado focado inicialmente em vídeos de entretenimento. “Receberemos vídeos de diferentes gêneros e organizaremos esse conteúdo em canais”, diz. A intenção é que o portal esteja disponível em dois meses. O sucesso de ações como as da Take 5 Filmes leva à conclusão de que, diante

desse cenário, em que a Web assume a sua forma mais colaborativa e aberta, resta às agências investir e permitir ações diferenciadas, que fujam dos formatos tradicionais já testados e, em alguns casos, ultrapassados. Caio Túlio Costa recomenda: “Peçam às produtoras que realizem trabalhos sensacionais para a Internet. Elas certamente o farão”.


( regulamentação)

Edianez Parente*

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Quem tem medo da classificação indicativa? Portaria determina que a partir de 13 de maio as emissoras de TV sigam as novas regras, que partem da auto-classificação dos conteúdos exibidos.

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portaria, uma outra, a de nº 796, de setembro de 2000, do próprio Ministério da Justiça, é no momento objeto de ação direta de inconstitucionalidade no STF, colocada pelo Conselho Federal da OAB. A Ordem diz que não entrou no mérito da matéria, e que tratou apenas da questão formal por entender que não se pode, por meio José Romão, de simples portaria, do Ministério estabelecer os critérios da Justiça de classificação. Para a OAB, este regulamentação deveria ser discutida no Congresso. Esta portaria é a que determina as faixas de horário de exibição de foto: josé cruz/abr

mbora os radiodifusores e a classe artística não tenham gostado nem um pouco, agora é fato. Até 13 de maio próximo, as emissoras têm de se adequar às novas regras da classificação, informando a indicação de faixa etária para cada programa, além de explicar o teor do seu conteúdo, em forma de símbolos, texto e linguagem brasileira de sinais (Libras). A Portaria nº 264, de 9 de fevereiro de 2007, do Ministério da Justiça tem por objetivo regulamentar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no que se refere à classificação indicativa de obras audiovisuais destinadas à TV e congêneres. Reza o ECA, no seu Art. 254º, sobre as infrações administrativas: “Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias” . O setor de radiodifusão não gostou da nova portaria, principalmente no que tange ao horário. A legislação entende o período entre 6h e 23h como “horário de proteção à criança e ao adolescente”, e portanto, toda programação compreendida nesta faixa deve ter sua indicação para faixa etária, segundo critérios de conteúdos sobre sexo e violência. Só que, anteriormente à fatídica

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MJ vai pesquisar as medidas O Departamento de Justiça e Classificação (Dejus) do Ministério da Justiça coordenará uma pesquisa para avaliar a opinião de pais, adolescentes e crianças sobre a programação da TV e a classificação indicativa. Ainda em março, o Dejus escolherá a instituição responsável pela execução do estudo. A liberação de recursos para a pesquisa, no valor de R$ 330 mil, foi aprovada em meados de fevereiro. A pesquisa deverá durar um ano e será feita em dez cidades de todas as regiões do País. Também será avaliado o impacto na população (crianças e adolescentes) de obras que contenham cenas de violência e sexo. Segundo José Romão, isto é, sim, fazer política de Estado. Ele diz que o MJ conseguiu elaborar um projeto de pesquisa para os próximos 20 anos.

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programas, classificados para cada faixa de idade. A nova portaria do MJ remete a esta regra anteriormente colocada. No STF, na votação sobre a pertinência de o órgão julgar a portaria 796, houve empate, cabendo o “voto de minerva”, à ministra-presidenta do Supremo, Ellen Gracie, ausente na ocasião da votação. Da espera deste desempate, em data não determinada na pauta do STF, depende o desfecho da história no que ela tem de mais complicado para os radiodifusores: a questão dos diferentes fusos horários no País. O advogado Marcos Bitelli, o especializado em direito de Comunicação Social e Audiovisual, do escritório Bitelli Advogados, diz que mais importante do que discutir as portarias sobre classificação indicativa - já que todas seguem o ECA -, é rediscutir as disposições do próprio Estatuto na questão de acessibilidade aos conteúdos. Ele afirma que os artigos 75, 253, 254 e 255 do ECA têm de ser revistos. “Se a própria Constituição diz que compete aos pais a escolha de qual conteúdo o filho pode ter acesso, não se pode estabelecer punição a quem exibe”. Bitelli exemplifica, ao apontar uma incongruência comum nas salas de

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cinema. “Um filme não recomendado para menores de 18 anos não pode ser assistido por um jovem, ainda que ele esteja acompanhado dos pais. Esta situação toda leva a este embate”, o que se repete em outros mercados, conclui o advogado.

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Classificação A classificação é definida na sua apresentação como meramente indicativa, e se coloca como necessária para dar subsídios aos pais e responsáveis, no âmbito familiar, de decidir o que devem permitir aos seus filhos. É esse o norte da ação do Ministério da Justiça — conforme celebra o diretor de classificação e qualificação, José Romão. “A classificação é uma informação sobre faixa etária e conteúdo. É a Constituição quem diz que informá-la é responsabilidade das

TV paga não é citada A ABPTA, associação que agrega os canais internacionais do mercado brasileiro de TV paga, ainda analisa o teor da Portaria nº 264, que não faz referência específica à TV por assinatura dentro do segmento TV e congêneres. De acordo com José Romão, do MJ, a TV por assinatura, que tem modelo de negócios e mecanismo próprio de controle ao seu acesso (como os canais adultos), não está obrigada a seguir as regras. De qualquer forma, o segmento acompanhou de perto a discussão sobre a classificação indicativa, já que a maioria dos canais internacionais estão acostumada a utilizá-la fora do Brasil. A tendência é que o setor adote a auto-classificação.

emissoras”, diz. De acordo com Romão, a grande novidade é a auto-classificação, e é evidente que sempre cabe a quem exibe fornecer as devidas informações. “Quem faz a bula do remédio é o laboratório; quem informa a idade recomendada para um brinquedo é o fabricante. Quem tem de deixar claro o que exibe é a emissora”, diz o diretor do MJ, sem deixar de observar que a TV aberta é uma concessão pública. As emissoras (exceto a MTV, leia a seguir) desencadearam uma campanha de repúdio às novas

normas, passando ao espectador a idéia de que qualquer tentativa de rotulagem do conteúdo televisivo pode significar censura. Para o MJ, esta campanha é equivocada e os seus argumentos são frágeis, ainda mais caso se leve em conta que as emissoras na sua maioria não se manifestaram durante todo o processo de consulta à sociedade para a elaboração das regras, com chamados públicos há pelo menos três anos. “Duas emissoras, o SBT e a Rede TV!, solicitaram auxílio do Ministério

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( regulamentação) foto: divulgação

símbolos”, conta José Romão. Após a publicação da Portaria nº 264, a primeira solicitação de audiência veio da Associação dos Roteiristas, que se manifestou contra o Manual da Classificação Indicativa, ao temer que suas orientações embutissem certo dirigismo cultural. A Abert, associação Daniel Pimentel que reúne emissoras Slaviero, da Abert de rádio e televisão, defende que o MJ está fazendo uma classificação impositiva, e não indicativa. “A Abert entende a importância da classificação indicativa à sociedade feita pelo Ministério da Justiça”, diz Daniel Pimentel Slaviero, presidente da associação. Todavia, Pimentel acredita que a análise prévia pode levar ao dirigismo e restringe a liberdade de expressão. Quanto à imposição de horários respeitando o fuso local, o presidente da Abert afirma que o telespectador continuará tendo a opção da antena parabólica (que transmite um único sinal nacional).

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“Haverá uma migração pela parabólica”, diz. Em relação à padronização dos selos, Pimentel diz que é uma boa iniciativa. Mas critica o volume de informação que deverá ser exibida juntamente com os selos. Além disso, na opinião da Abert, o intervalo de idade na classificação é muito pequeno. “O que é recomendável para crianças de 12 anos, mas não é para crianças de 10 anos?”, questiona. Além disso, em relação ao selo “Especialmente Recomendável”, Pimentel acredita que poderá haver dirigismo. De onde menos se esperaria o apoio, é de onde ele vem: a publicidade. Acostumada à autoregulamentação através do Conar (Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária), o setor vê com bons olhos a indicação prévia da pertinência dos conteúdos por faixa etária. Diz um figurão da publicidade brasileira, que tem à mão boa parte das verbas que sustentam as nossas TVs: “As emissoras querem segurar todos os públicos, que é para ter mais audiência. Eles visam, sim, as crianças e os mais jovens, desde as 17h, 18h, e querem

Conteúdos audiovisuais não sujeitos à classificação* •Programas jornalísticos ou noticiosos •Programas esportivos •Programas ou propagandas eleitorais •Propagandas comerciais e publicitárias em geral, incluídas as propagandas vinculadas à programação * conforme Art. 5º da Portaria nº 264 do MJ

que eles fiquem ligados até tarde da noite, para subir os ratings”. O diretor de Classificação e Qualificação do Ministério da Justiça não deixa de citar as entidades que apoiaram as regras, colocadas após um processo que ele define como totalmente democrático. Midiativa, Andi, redes públicas e canais comunitários são exemplos destas entidades. Para Gabriel Priolli, presidente da ABTU (Assoc. Brasileira das TVs Universitárias), a classificação é um avanço e uma ferramenta para auxiliar os pais e o próprio Estado. “No nosso entendimento, é equivocado dizer que isso é censura; o processo foi democrático, participamos ativamente e fomos testemunhas de como o MJ se preocupou em ouvir todo mundo. Lamentamos que a radiodifusão tenha se mantido de fora do processo.” Para Priolli, o argumento dos broadcasters sobre a censura nada mais é que uma “cortina de fumaça para acobertar o que na verdade os incomoda, que é a questão dos fusos horários”. “Não podem vir com argumentos hipócritas para passar a novela das 21h às 18h no Acre; ainda pior que isso é passar conteúdos só permitidos após as 23h já às 20h”. Para o presidente da ABTU, o que realmente incomoda os radiodifusores diz respeito aos custos maiores para uma localização do sinal. “No nosso caso, todos vamos nos enquadrar, gastar mais. Mas o que não dá é chamar isto de censura”, diz Priolli.

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Horário para programas na TV* Classificação indicativa Livre 12 anos 14 anos 16 anos 18 anos

Horário de exibição permitido Veiculação em qualquer horário Inadequado para antes das 20h Inadequado para antes das 21h Inadequado para antes das 22h Inadequado para antes das 23h

* Portaria do MJ nº 796, de 8/set/2000.

MTV é exceção entre as abertas A MTV Brasil foi a única rede aberta brasileira a apoiar as novas regras para classificação dos programas de TV. A rede soltou um comunicado onde se posiciona de forma favorável à regulamentação. A MTV diz acreditar que o controle é necessário para preservar os direitos das crianças e dos adolescentes. O canal começou a veicular na sua programação uma vinheta de animação na qual dá sua opinião sobre o assunto. Eis o texto da vinheta: “A televisão brasileira já fez coisas geniais, mas também colocou diversas porcarias no ar... Isso porque alguns profissionais são capazes de qualquer coisa na luta pela audiência, e isso pode acontecer em qualquer empresa de comunicação. É por isso que além da responsabilidade dos pais, na educação dos filhos, e de especialistas, na classificação indicativa de horários... são as empresas e veículos de comunicação os maiores responsáveis pelo conteúdo que exibem. O Brasil será melhor se todos assumirem suas responsabilidades”.

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Quem fica de fora

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* colaborou fernando lauterjung


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Edianez Parente

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fotoS: divulgação

Novos canais da BBC O “business plan” da BBC contempla o lançamento de quatro canais temáticos para América Latina e Brasil, e visam o mercado de TV por assinatura. O momento é de pesquisa de campo. Os canais são todos formados com produções originais. São eles: um canal infantil (com programação pré-escolar); um canal de séries; um canal de estilo de vida (moda, culinária e decoração incluídos) e um canal de documentários. Qualidade é o que não falta às produções.

Sem baixaria Foram concluídas as filmagens do longa-metragem nacional “Meu Nome Não é Johnny”, uma parceria da Morena Filmes, de Marisa Leão (produtora executiva) com a Columbia/Sony e a Globo Filmes. Do mesmo diretor de “Tainá 2”, Mauro Lima, o filme é uma adaptação do livro de Guilherme Fiuza para o cinema. No elenco estão: Selton Mello e Neco Vila Lobos (na foto), Cléo Pires, Júlia Lemertz, Eva Tudor e Cassia Kiss, entre outros.

­­Rumo ao extremo Sul A dupla André Constantin e André Maciel, respectivamente diretor e cinegrafista do Núcleo de Especiais da RBS TV, de Porto Alegre, embarcou num Hércules C-30 da FAB (Força Aérea Brasileira), em vôo da Operação Antártida. Destino: a estação brasileira Comandante Ferraz. Missão: fazer programas sobre o continente gelado, previstos para ir ao ar aos sábados, às 12h20min, a partir de junho.

“Vamos fazer uma TV de bom gosto, que vai abominar a baixaria”. A promessa é de Daniel Barbará, o novo presidente da CBM (Cia. Brasileira de Multimídia), que envolve, entre outros veículos, a novíssima TV JB (ex-CNT). Uma das suas metas é trazer a programação da rede à capital paulista — de acordo com Barbará, a emissora cobre 60% do território nacional. Outro desafio, segundo o presidente da CBM, é aos Daniel Barbará poucos retomar os horários da emissora que por ora estão arrendados para programação religiosa. A sede administrativa da nova TV fica em São Paulo, com escritórios comerciais também no Rio de Janeiro e em Curitiba.

“Epitáfios” volta no A&E O A&E traz em abril a minissérie argentina “Epitáfios”. Lançada em 2004, e feita pela produtora Pol-Ka, foi a primeira produção original da HBO na América Latina. São 13 episódios do mais puro suspense. No elenco, a atriz Cecília Roth é a mais conhecida, por ter participado de filmes de Pedro Almodóvar (como “Tudo Sobre Minha Mãe”). A atração foi exibida pelo canal da HBO nos Estados Unidos. 26

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FOto: rogério montenegro/divulgação

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Carnaval tipo exportação A divisão de vendas internacionais da Globo emplacou o Desfile das Escolas de Samba do Carnaval do Rio mundo afora. Foram duas negociações. Uma delas, para a Fashion TV, levou o evento ao vivo para mais de 200 países. Já a equipe da National Geographic captou imagens para a sua série “Inside”, sobre os bastidores de grandes eventos. Neste caso, além de licenciar as imagens da transmissão ao vivo, a TV Globo permitiu o acesso da equipe da Nat Geo para o documentário. Já a Band Imagem pôs à venda um compacto da folia em Salvador, em duas versões: com uma hora ou 90 minutos, ambos com o melhor dos trios elétricos dos circuitos de rua.

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Você sabia que:

n o Ibope Mídia também passará a fazer um relatório anual sobre o número de domicílios com TV por município? O Ibope atende a uma demanda das agências de publicidade e das redes de TV. oo

Vinheta da Globo

Courtney Love

VH1 e os jovens Pesquisas da Viacom do Brasil indicam que o público dos 25 aos 49 anos, target do canal, representa 51% dos assinantes de TV no País. Ainda de acordo com o levantamento, das atividades de lazer que esse target faz diariamente, ouvir música está em primeiro lugar, com 51%.

Quem na TV vai querer passar a final do tênis de mesa? Barrar a transmissão pela Internet é perder a chance de poder cobrir o evento com toda a riqueza que ele pode oferecer. De Paulo Castro, diretor geral do Terra, sobre a Internet não poder transmitir as competições do Pan 07. Em Pequim 2008, deve acontecer o mesmo.

canal Futura participou da elaboração das novas vinhetas nos intervalos de filmes da Globo? 30 estudantes que já tinham participado do projeto de audiovisual “Geração Futura” deram idéias e storyboards para os animadores ilustrarem as vinhetas. Cinco trabalhos foram selecionados. n apesar da nova lei que proíbe cartazes e outdoors na capital paulista, as estréias mensais do Telecine Premium continuam a ter exposição tamanho extra grande? Uma grande fachada lateral de prédio na região central da cidade anunciou em janeiro e fevereiro as novas atrações do canal. É que a empresa que veicula a campanha estava amparada por liminar que lhe garantira a exposição. oa segunda temporada de “Roma” estréia em abril? O seriado, uma megahiper-super co-produção entre a HBO e a BBC rodada na Cinecittá, estará no canal a partir do dia 15.

Band Motores Dentre os novos canais que a Band planeja para a TV por assinatura, um deles está literalmente mais acelerado. Trata-se de um canal dedicado ao mundo da velocidade e motores, carros, corridas etc. O piloto do canal já está finalizado e a fase é de levá-lo a alguns “prospects” para testar sua aceitação.

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n o canal Sci Fi, que será lançando em 1º de abril para América Latina e Brasil, incorpora também conteúdos de terror e suspense, além de ficção científica? Na Europa, este gênero até gerou mais um canal do grupo NBC/Universal, o 13th Street.

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o longo de 2006, ano marcado por acontecimentos em nível nacional, como as eleições para o Poder Executivo Federal e Estadual (com dois turnos), e para o Legislativo Federal e Estadual, além da Copa do Mundo da Alemanha, os canais da TV por assinatura que tiveram o maior alcance médio diário entre o público de 18 anos ou mais foram, nesta ordem: TNT, Multishow, Globonews, SporTV e Universal Channel. O levantamento do Ibope Mídia considera o total de indivíduos com TV por assinatura nas seguintes praças: Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Distrito Federal,

num universo total de 4,3 milhões de indivíduos. Junto a este público, os canais de TV por assinatura aferidos apresentaram um alcance diário médio de 54,8%, ou 2,3 milhões de pessoas por dia, e um tempo médio diário de audiência de 2 horas e 17 minutos. Já entre o público infanto-juvenil, uma faixa abrangente que vai dos 4 aos 17 anos com TV por assinatura, os canais que lideraram o alcance no mesmo período foram, na ordem: Cartoon Network, Nickelodeon, Multishow, Discovery Kids e TNT. O levantamento é feito nas mesmas praças citadas acima (universo = 967 mil indivíduos), onde os canais tiveram um alcance diário médio de 58,7% ou 568 mil pessoas por dia, e um tempo médio diário de audiência de 2 horas e 21 min.

Foto: divulgação

(audiência - TV paga) TNT, Multishow, Globonews, SporTV e Universal foram os cinco mais de 2006

“Monk”, do Universal Channel

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alcanceetempomédiodiário-total2006

Total canais pagos TNT Multishow Globo News SporTV Universal Channel AXN Discovery Warner Channel Sony Fox National Geographic Cartoon Network Telecine Premium GNT SporTV 2 People + Arts Nickelodeon HBO Telecine Pipoca ESPN

De 4 a 17 anos*

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 54,8 2.385 2:17:34 15,1 657 0:29:45 12,0 521 0:19:08 10,8 469 0:32:27 10,8 468 0:39:47 10,4 454 0:29:23 9,9 430 0:22:24 9,7 424 0:23:27 9,7 422 0:28:36 8,5 370 0:23:41 8,5 369 0:19:29 8,4 364 0:20:13 8,2 358 0:32:11 7,5 327 0:28:04 7,4 322 0:16:50 7,2 314 0:20:22 6,5 281 0:19:10 6,4 280 0:25:55 6,3 273 0:29:26 5,8 254 0:33:53 5,5 240 0:17:56

Total emissoras Cartoon Network Nickelodeon Multishow Discovery Kids TNT Jetix Disney Channel SporTV Boomerang Discovery Fox AXN Warner Channel Universal Channel Telecine Premium SporTV 2 Sony National Geographic People + Arts Globo News

*Universo 967.200 mil indivíduos

*Universo 4.351.600 indivíduos

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(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 58,7 568 2:21:41 25,2 244 0:53:23 19,1 184 0:44:51 13,2 128 0:27:26 13,0 126 1:03:39 11,8 114 0:29:46 10,8 104 0:49:39 10,1 98 0:58:51 7,8 76 0:27:59 7,4 71 0:41:08 7,0 68 0:17:53 6,4 62 0:20:12 6,2 60 0:16:22 6,2 60 0:23:39 6,1 59 0:20:51 5,7 55 0:30:23 5,4 52 0:16:09 5,2 50 0:17:26 4,9 48 0:15:28 4,9 47 0:19:34 4,3 42 0:13:49

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Fonte: IBOPE Telereport — Tabela Minuto a Minuto — Ano de 2006

Acima de 18 anos*


N達o disponivel


(audiência - TV paga)

Ano começa com Warner Channel entre os top 5

N

Foto: divulgação

o primeiro mês deste ano, entre indivíduos de 18 anos ou mais com TV por assinatura, os canais que tiveram o maior alcance foram, na ordem: TNT, Multishow, GloboNews, Universal Channel e Warner Channel. O levantamento do Ibope Mídia relative a janeiro de 2007 considera o público nas seguintes praças: Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Distrito Federal (universo = 4,8 milhões de indivíduos). Os canais, junto a este público e nestas localidades, apresentaram um alcance diário médio de 51,3%, ou 2,5 milhões de pessoas por dia, e um tempo médio diário de audiência de 2 horas e 21 minutos. Já no mês das férias, para o público de 4 a 17 anos com TV por assinatura, nas mesmas praças acima, os canais

“Men in Trees”, do Warner Channel

Cartoon Network, Multishow, Nickelodeon, Discovery Kids e TNT foram os que apresentaram o melhor alcance diário médio. Nesta faixa de público (universo = 1 milhão de indivíduos), os canais da TV por assinatura

tiveram um alcance diário médio de 52,0%, ou 562 mil pessoas por dia, e um tempo médio diário de audiência de 2 horas e 21 minutos. (EDIANEZ PARENTE)

alcance e tempo médio diário

Total canais pagos TNT Multishow Globo News Universal Channel Warner Channel Fox Discovery AXN SporTV National Geographic Cartoon Network Sony Telecine Premium GNT People + Arts Nickelodeon HBO Telecine Pipoca Discovery Kids SporTV 2

De 4 a 17 anos*

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 51,3 2.506 2:21:25 14,8 725 0:32:23 14,1 687 0:22:04 11,2 547 0:31:14 10,2 497 0:31:30 9,4 458 0:28:34 9,4 457 0:21:52 9,2 450 0:20:26 9,1 445 0:21:29 8,5 416 0:31:42 8,4 408 0:24:54 8,3 404 0:35:39 8,0 390 0:23:40 7,9 387 0:27:18 7,9 383 0:19:28 6,7 329 0:17:26 6,3 310 0:27:37 6,0 293 0:29:00 5,8 284 0:31:11 5,7 278 0:48:00 5,6 275 0:13:22

*Universo 4.884.700 indivíduos

Total emissoras Cartoon Network Multishow Nickelodeon Discovery Kids TNT Jetix Disney Channel SporTV Boomerang Fox Discovery Telecine Premium Universal Channel Globo News Warner Channel HBO Telecine Pipoca SporTV 2 AXN GNT

*Universo 1.081.300 mil indivíduos

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(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 52,0 562 2:21:27 22,9 247 0:59:24 16,0 173 0:25:11 15,8 171 0:39:53 13,5 146 0:50:54 10,8 117 0:22:25 8,8 95 0:49:40 8,5 92 0:56:05 7,5 81 0:27:34 7,1 77 0:35:31 7,1 77 0:24:03 6,1 66 0:16:09 5,7 61 0:26:42 5,4 58 0:15:06 5,2 57 0:16:41 5,2 57 0:16:59 5,0 54 0:20:23 5,0 54 0:34:32 4,6 50 0:18:03 4,5 48 0:16:54 4,4 47 0:11:06

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Fonte: Ibope Telereport - Tabela Minuto a Minuto - Jan/2007

Acima de 18 anos*


N達o disponivel


( programação)

Band quer dar salto de qualidade Com Elisabetta Zenatti à frente da programação e artístico, a ordem é voltar a atender a toda a família com esportes, jornalismo e entretenimento. foto: maRcelo kahn

N

ovos ares pairam na TV Bandeirantes no ano em que o grupo todo celebra seus 70 anos. A emissora vem aos poucos mudando sua cara, com algumas pitadas de inovação aqui e ali, com alterações mais significativas tomando corpo a partir deste mês de março. Claro que o recente acordo fechado para o futebol - a divisão dos direitos com a Globo para os principais campeonatos (como Paulista, Copa do Brasil, Brasileirão) - turbinou a grade de eventos, reforçando ainda mais a volta da Band aos esportes e preparando seu público para o Pan do Rio, o grande evento do gênero neste ano. Mas é da ação de Elisabetta Zenatti, recentemente contratada como diretora geral de programação e artístico da Band, que tem surgido inovações na grade. A filosofia da diretora é clara: ela quer elevar o patamar em qualidade. “Faz parte da minha missão implantar um padrão de qualidade mais alto, cuidar mais da imagem, trazer novos apresentadores, e isso se aplica a toda a programação”, resume Elisabetta. Segundo ela, um novo on-air para o canal fica para o segundo semestre, após o Pan do Rio. Até aqui, os investimentos têm sido em talentos e atrações nas áreas de jornalismo, esportes e entretenimento. Sem detalhar valores, a diretora diz, no entanto, que eles já são maiores do que todo o ano passado, significando 40% mais, certamente. Segundo ela, o retorno imediato é em qualidade,

Elizabetta: aposta na nova imagem para aumentar a audiência.

não necessariamente em audiência, mas ela aposta que virá a seguir. Há menos de seis meses na função, a executiva vem de uma carreira de sucessos na produção independente. Atuou nos últimos anos na produtora RGB, onde fez programas para canais como o Disney Channel, e esteve por trás de sucessos como “Popstars” (SBT) e “Floribella” (Band). Ainda antes disso, a executiva trabalhara na Sony no Brasil. A novelinha “Floribella” foi um exemplo de parceria bem-sucedida entre emissora e produtora, tendo gerado duas temporadas da série. A partir desta experiência, não tardou para a executiva de produção e programação assumir o posto na rede aberta. Independentes E é da gestão de Elisabetta que surge um projeto importante na área de 32

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produção da Rede Bandeirantes. Com a ABPI-TV (Associação Brasileira das Produtoras Independentes de Televisão), a emissora fará um concurso para produção de animação. O projeto está em fase final de desenvolvimento e deve seguir os mesmos moldes do concurso para a produção de documentários que a ABPI-TV fez junto ao SBT, e que contou com patrocínio da Petrobras. O concurso da Band deve ser temático — e o assunto Olimpíadas de Pequim 2008 deve ser o escolhido. Mas o passado recente na produção independente não dá falsas ilusões à diretora geral, que vê alguns problemas com as dezenas de propostas para projetos que recebe mensalmente na emissora. “Sou, sim, uma


Programação De acordo com Elisabetta Zenatti, a linha de novelas da emissora terá continuidade, mesmo quando terminar a trama de “Paixões

Guilherme Arruda e Luize Altenhofen: caras novas na Band.

fotoS: Divulgação

grande defensora da produção independente na TV. Acho mesmo que ela ainda não é suficientemente explorada. Mas também fico um pouco decepcionada, porque há poucas produtoras com projetos adequados para a televisão aberta”. Elisabetta enumera, por exemplo, a falta de adequação para uma programação mais abrangente, já que as produtoras apresentam projetos para programas de nicho. Outros ponto que ela lamenta é a forma de apresentação de algumas propostas, que não passam de simples idéias. “Também, hoje em dia, as produtoras não oferecem produtos de dramaturgia, uma necessidade da TV aberta, a não ser na forma de seriados com um episódio por semana”, afirma a diretora geral de programação e artístico da Band, sabendo que há justificativa para tal: “Isto acontece porque as produtoras nunca foram incentivadas a produzir novelas”. Elisabetta explica que a Band se volta ao target família. “Temos de conseguir o equilíbrio entre os vários integrantes de uma família. Homens, mulheres, jovens e velhos. E claro, também temos de mirar a mulher classe C”. Este público responde por 60% da audiência da TV aberta e é explorado por todas as emissoras. Assim, Elisabetta justifica a escolha de Renata Fan para apresentação de uma mesa redonda diária de futebol, só com comentaristas e ex-jogadores para exibição perto do horário do almoço: “Tínhamos perdido um pouco o público feminino e a escolha da Renata gerou uma identificação”. É esta a platéia que a Band quer segurar por toda a tarde, também. No horário noturno, um programa de esportes busca a platéia jovem, com a dupla Guilherme Arruda e Luize Altenhofen.

Proibidas”. Ela só não diz o que virá a seguir, mas garante que a dramaturgia é parte importante do projeto da emissora e que está na hora de talvez trazer uma produção para São Paulo. “Acho que é o momento de fazer o contraponto. Afinal, o mercado de dramaturgia no Rio de Janeiro está saturado”. Vale lembrar que o cenário carioca abriga atualmente as produções da Globo, Record e da própria Band. “São Paulo também tem seu charme, o lado urbano; o que falta na verdade são grandes estúdios para dramaturgia. Há muito espaço para publicidade e cinema, mas para a produção de telenovelas tem de ter uma estrutura maior, de produção, camarins, marcenaria etc”. Outro ponto a favor de São Paulo, destaca Elisabetta, é a própria proximidade com a emissora. Das novidades na programação da Band que começam a ser implantadas neste mês, a novidade é a verticalização do horário nobre. “Já começamos no início do ano, com a entrada do futebol

(nas noites de quarta-feira)”, diz a diretora. A novela da emissora, “Paixões Proibidas”, co-produção com a portuguesa RTP, foi antecipada para as 17h30. Após o telejornal da noite e programa noturno de esportes, a emissora ainda rentabiliza sua faixa nobre com venda de espaço para a pregação religiosa do pastor R.R. Soares. Assim, a dita faixa nobre da Band tem um intervalo bem às 21h, só retomando mesmo as rédeas da grade às 21h50. A partir das 22h, as segundas-feiras ficam com um programa musical, de auditório; as terças-feiras serão ocupadas por um novo game show, formato que o canal comprou da produtora Granada Intl. Às quintas, há a sessão de filmes. A Band não tem contrato de volume com nenhum estúdio, mas busca títulos avulsos no mercado. Sexta-feira será dia de uma nova atração, “Será Verdade ou é Mentira”. De fim de semana, há sitcoms nas noites de domingo - as comédias “Uma Família de Outro Mundo” (“Third Rock from the Sun”) e “De Volta aos Anos 70” (“That’s 70s Show”), respectivamente às 22h30 e 23h. O célebre Raul Gil ganha dose dupla, ficando com as tardes de sábados e com um quadro especial nas noites de domingo, após o futebol, dedicado a homenagear os artistas. edianez parente

Renata Fan: identificação com o público feminino.

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( artigo )

Paulo Leal*

foto: divulgação

O quadruple play do conteúdo

* Publicitário e jornalista.

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F

az 16 anos que a publicidade está presente no intervalo comercial dos diversos canais por assinatura. Tenho a felicidade de acompanhar e participar desta experiência desde os tempos do Canal + e TVA. No início da década de 90, a única grande inovação do setor para as agências e anunciantes era o próprio surgimento da TV por assinatura como opção de mídia. A novidade estava na possibilidade de inserir um comercial de 30” nos breaks ou patrocinar os programas dos mais variados canais e ter um anúncio nos guias de programação do novo sistema de televisão, que prometia crescer vertiginosamente nos lares das classes A/B, com projeções de encher os olhos de qualquer cliente. Na realidade, não havia nada de novo e inovador nesta prática comercial, pois a TV aberta já o fazia há 40 anos no mercado publicitário. Mas a nova onda e nova ordem eram anunciar para aqueles lares abonados que compravam todas as novidades tecnológicas, a legião de “early adopters”, adotadores de tendências de consumo. E lá estava o anunciante. Mesmo sem as métricas do Ibope. Não importava quem estava assistindo a que e quando. Na publicidade, o setor da TV paga teve que enfrentar igualmente as injustas comparações de eficácia e desempenho com a TV aberta. “É o fim da TV aberta” , proclamavam uns.” A TV paga não vai crescer”, rebatiam outros. A realidade, porém, nos mostrou que a despeito das boas e más profecias, o setor cresceu, amadureceu e se consolidou também na publicidade brasileira. Movimentou •

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mais de R$ 300 milhões líquidos em 2006 e vai superar os R$ 400 milhões em 2007. É a mídia que mais cresce percentualmente há quatro anos consecutivos no Brasil e o turnover dos executivos da área comercial praticamente inexiste. Já abocanhou 3% do bolo publicitário e vai ultrapassar o meio rádio em market share publicitário em 2007, logo o rádio, que tem mais de 80 anos de vida no país. Mas a boa notícia não é só essa. As programadoras e operadoras mudaram a sua forma de atuar e interagir com o mercado publicitário. Estão em um processo de evolução nos formatos, nas soluções, nas idéias e nas práticas comerciais. Saíram do padrão convencional da secundagem nos intervalos apenas, a exemplo da TV aberta, e estão ditando uma nova tendência de mercado: criação conjunta de conteúdo, como o “Claro Que é Rock”, “Oi Mundo Afora”, o documentário “Porque se Sujar Faz Bem”, no Discovery, com OMO, “O Mico da Semana”, de jogadas infelizes, que estréia na ESPN Brasil, com Tigre Tubos e Conexões, entre tantos outros de boa qualidade. Serviço completo A nova tendência, tanto das programadoras como das MSOs, é sofisticar o envolvimento das marcas com sua base de audientes, internautas, ouvintes e fiéis consumidores. É a oferta do “quadruple play do conteúdo”, da comunicação,


para grandes marcas: mídia+eventos+promoções+licenciamentos. Ninguém mais vende só publicidade na TV paga. Clientes e agências são seduzidos com plataformas de cross content, com todas as disciplinas e ferramentas da comunicação e do marketing. “Bob Esponja”, “Padrinhos Mágicos”, “High School Musical”, além de gerar demanda publicitária, viram fontes de receita através de parcerias de licenciamento e eventos. A loja Super Casas Bahia, instalada em São Paulo na época do Natal, pelo segundo ano, teve 40 atrações da Walt Disney, com mais de 2 milhões de visitantes e com intensa divulgação nos canais da Disney&ESPN Media Networks. A Turner desenvolve com sucesso ações elaboradas no

O negócio de TV paga, para o mercado publicitário, não será só televisão. Será serviço, relacionamento e multiplataformas de comunicação. Cartoon Network, interagindo TV, internet e os eventos promovidos pelo canal. A Fox Media Group desenvolveu recentemente o MyFox, plataforma de conteúdo para acesso móvel com uma densa diversidade de conteúdos. A ESPN criou a promoção Xgames Aspen Ipiranga, em 600 postos de gasolina, licenciou copos XGames e teve mais de um milhão de participantes concorrendo a 11 viagens a Aspen (EUA). A Globosat criou no início deste ano a Rádio Multishow e Rádio GNT, a MTV criou o site de clipes Overdrive e a TVA iniciou a criação de conteúdos da Abril como o “Veja SP

Recomenda” e especiais como “My Fair Lady”. Os exemplos não param e a tendência é clara. O negócio de TV paga, para o mercado publicitário, não será só televisão. Será serviço, relacionamento e multiplataformas de comunicação. Ao anunciante interessa muito mais a multiplataforma cruzada de conteúdos do que a da distribuição. Ganha o cliente, o assinante e a nossa indústria, pois será a grande via de crescimento de receita de publicidade da TV paga nos próximos 16 anos.


( making of )

Lizandra de Almeida

l i z a n d r a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Arsenal anti-monstros

S

fotos: divulgação

e a maioria dos cinemas bombardeia o espectador com baldes de pipoca, refrigerante e blockbusters americanos, no Reserva Cultural, sala de arte localizada na Avenida Paulista, em São Paulo, os filmes são diferenciados e a bombonnière serve croissants, tortinhas de morango e outras especialidades com sotaque francês. Baseada nessa idéia, a agência Éisso! criou este filme, para veiculação na TV por assinatura e no próprio cinema. O slogan “Fuja de monstros e robôs, venha para o Reserva Cultural” já diz tudo. Aproveitando o ar cosmopolita do edifício Gazeta, onde fica o cinema, a agência propôs uma batalha de pipocas, tendo como vilão o astro hollywoodiano King Kong. De um lado, o gorila gigante e outros monstros atacam o prédio, que se defende com tortinhas de morango e croissants. Para produzir o filme, foram usadas diversas técnicas de animação, misturando elementos ao vivo, recortes, imagens criadas em 3D e animação 2D. O cenário e os monstros que atiram pipocas foram construídos a partir de recortes e colagens de vários elementos — o principal deles, no caso, a própria máquina de fazer pipoca. “Usamos várias fotos de brinquedos como referência, para criar os braços e pernas dos monstros, inclusive brinquedos antigos, que dessem essa cara meio retrô”, explica um dos diretores, Celso Soldi. “Os prédios do cenário eram blocos infantis empilhados, que trabalhamos por cima.” O gorila gigante foi feito em animação tradicional, 2D, com um traço bem solto e interpolação de imagens. Em certo momento, pessoas saem correndo dos monstros. Essas ima-

Em animação com visual retrô, o cinema hollywoodiano é contra-atacado por croissants e tortinhas.

gens foram criadas a partir de fotos, que serviram de referência para que os artistas gráficos desenhassem por cima e criassem a animação. A direção de arte do filme aproveitou esse ar hollywoodiano antigo e deu um tratamento em tons de sépia às imagens. “Foi bom poder fazer esse trabalho mais experimental”, afirma o outro diretor, Cleiton Cafeu.

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fichatécnica Cliente Reserva Cultural Produto Sala de Cinema Agência Éisso! Comunicação Dir. de Criação Daniel Zago Dir. de Arte Henrique Favery Produtora Cafeu Filmes Direção Cleiton Cafeu e Celso Soldi Trilha Baticum Pós-produção Cafeu Filmes


Se a vida fosse simples

Muito humor para demonstrar as facilidades da nova marca.

D

iante da popularidade do nome Oi, a empresa de telefonia Telemar decidiu estender essa marca para todos os seus produtos. O que antes servia apenas para a telefonia celular, agora abrange telefonia fixa, Internet banda larga e orelhões. O conceito está sendo divulgado com uma campanha de quatro filmes, cujo mote é facilitar a vida do consumidor. No filme institucional que abre a campanha, cinco cenas propõem soluções para problemas, com muito bom humor, sempre mostrando como a vida seria mais fácil se... A primeira cena mostra uma mulher tentando estacionar um Lada numa vaga apertada. A facilidade proposta pelo filme é que a roda vire a 90º, permitindo que o carro entre na vaga sem precisar de

baliza. Neste caso, foi utilizada uma traquitana para puxar o carro e as rodas foram “viradas” pela equipe de efeitos, em 3D, que também apagou os resquícios da traquitana. Em seguida, a locução pergunta por que é que o pão não cai com a manteiga virada para cima. Depois, uma cueca vai sozinha para o cesto de roupas sujas. Nesse caso, um carrinho dirigido por controle remoto foi colocado embaixo da peça, sem nenhum efeito de computação gráfica. Além de andar para a frente, o carrinho tinha um acessório que encolhia de quando em quando para simular um movimento que seria da própria cueca. A locução diz ainda que seria bom se celulite só aparece em paredes. Uma mulher saindo do banho resolve testar a parede de sua casa, que aparece cheia de furinhos. A cena foi feita ao vivo, com o uso de um revestimento de silicone na parede, que depois foi trabalhado em 3D, ganhando assim a textura da celulite. Por fim, deseja-se um lava-rápido para maridos vindos do jogo de futebol, que saem

limpinhos do outro lado. Diante de tantos desejos não-realizados, vem então o mote da campanha: a unificação da marca Oi é o que vai facilitar a vida do consumidor. “São todas soluções que não existem, mas que facilitariam a vida. A última é a que existe”, explica o diretor de criação André Lima. Para o diretor Carlos Manga Jr., essa campanha inaugura uma nova linha de comunicação, sem atores famosos e com o uso diferenciado das cores da marca. “As cores laranja, verde acqua e lilás são sempre usadas nos filmes e costumavam aparecer por um efeito de telecine ou tratamento de imagens, em pós-produção. Dessa vez, propusemos utilizar elementos cênicos que tivessem ligação com as cores. Pensamos, então, em quais situações poderiam estar associadas a que cores e selecionamos objetos, figurino e cenários reais a partir disso.” fichatécnica Cliente Oi Futuro Produto Institucional Agência NBS Dir. de Criação André Lima e Pedro Feyer Redação André Lima e Renato Jardim Dir. de Arte Marcello Noronha Produtora Republika Filmes Direção Carlos Manga Jr. Pós-prod. e efeitos Tribbo Post Dir. Fotografia Lito Mendes da Rocha Trilha Sax 50 Funny


( televisão)

Beto Costa

c a r t a s . t e l a v i v a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Boa vontade para crescer Com orçamento enxuto, a rede Mundial ensaia crescimento do interior para as capitais. A emissora vinculada ao líder ecumênico José de Paiva Netto aposta na produção própria e rejeita rótulo de programação religiosa. foto: divulgação

A

Legião da Boa Vontade, uma das maiores organizações não governamentais do país, lançou-se na corrida para construir uma rede nacional de TV. O braço de comunicação da LBV, a Fundação José de Paiva Netto, levou ao ar em setembro de 2003 as primeiras imagens da rede Mundial. Uma geradora nacional baseada em São José dos Campos, interior paulista, foi o primeiro passo de um plano ambicioso que vive um ano estratégico. “Nós planejamos levar o sinal da emissora às principais capitais brasileiras até o fim de 2007”, pontifica Celso Oliveira, diretor de radiodifusão da rede Mundial. A vontade de se espalhar rapidamente por todo território nacional é evidenciada pelo número de pedidos de repetidoras educativas feito ao Ministério das Comunicações. “Nós fizemos mais de cem requisições”, afirma Oliveira. O Minicom não confirma o número, mas a primeira outorga já foi concedida. A Mundial está autorizada a transmitir para Glorinha, interior do Rio Grande do Sul, coincidentemente a cidade onde a LBV mantém um forte trabalho social com jovens em situação de risco. A emissora também negocia afiliações e já fechou acordo com uma TV educativa de São João da Boa Vista, no interior paulista. A prioridade é crescer primeiro no Vale do Paraíba. Enquanto outorgas de repetidoras na região não são aprovadas, a intenção é melhorar a qualidade do sinal

Paiva Netto: entidade tem ainda gravadora de CDs e DVDs e uma rede de rádio.

em São José dos Campos e vizinhança próxima. A emissora pretende ampliar a potência de transmissão de 1 kW para 10 kW. Outro ponto estratégico do plano de expansão é o Norte e o Nordeste. “Nós estamos focando estas regiões porque entendemos que há carência de programação”, sentencia Celso Oliveira. Os equipamentos estão quase todos comprados e a primeira transmissão via satélite da rede deve acontecer até o fim do primeiro semestre deste ano. Até lá, apenas os moradores de São José dos Campos podem assistir a Mundial. A implantação de uma rede nacional de televisão depende 38

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fundamentalmente da agilidade no trâmite das outorgas. E velocidade no emaranhado burocrático de Brasília depende de apoio político. Cada requisição passa por uma avaliação técnica da documentação no Ministério das Comunicações, é remetida à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados e então segue para a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado que dá a palavra final. A rede Mundial teria a seu favor a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apreciaria a idéia de uma emissora com laços fortes com o voluntariado e grande capacidade de mobilização social, o que poderia acelerar o processo. Mas na prática isso ainda não aconteceu. O deferimento da outorga da repetidora de Glorinha, interior do Rio Grande do Sul, ainda nem chegou à Câmara. A comissão do Senado, que tem caráter terminativo no caminho da apreciação da outorga, historicamente não impõe vetos. Além do mais, dos 17 senadores titulares da comissão, 9 são alinhados com o governo Lula. Mais um ponto a favor da rede de TV do líder ecumênico Paiva Netto. A rede, que se auto-intitula a primeira educativa e ecumênica do país está no ar 24 horas por dia, durante dezoito horas apresenta programação inédita. O cardápio é diversificado: cursos de educação à distância de inglês, espanhol e


informática, programas de esportes, ecologia, hip-hop, samba, saúde, debate político, rural, pílulas de prece ecumênica a cada hora cheia, documentários e divulgação da obra social da LBV. O jornalismo local é pautado pela “Boa Notícia”, com as notícias ruins recebendo pouco destaque na cobertura do dia-a-dia. A emissora produz todo o conteúdo que exibe, mas pensa em adquirir desenhos educativos, documentários e musicais. O carro-chefe é o programa “Boa Vontade”, do líder da LBV, Paiva Netto. Curiosamente, o mesmo programa é exibido há mais de duas décadas na TV Bandeirantes. (veja o box) “Nossos programas abordam assuntos do cotidiano com cunho religioso ecumênico, mas não é programação religiosa”,

“Nossos programas abordam assuntos do cotidiano com cunho religioso ecumênico, mas não é programação religiosa” , diz celso oliveira. pondera o diretor de radiodifusão, Celso Oliveira. A audiência da emissora de Paiva Netto ainda é um mistério. O Ibope não tem aferição na região de São José dos Campos. O parâmetro que a rede Mundial costuma usar para medir a aprovação do público é a participação por telefone. Um programa de uma hora de duração avaliado como impactante recebe 150 ligações. Pouco mais de duas chamadas por minuto. O discurso de respeito ao telespectador guarda semelhança

com os programadores de outras TVs educativas. “Não queremos apelar para conquistar audiência. Queremos conquistar com qualidade”, explica Oliveira. Exército da boa vontade Ao passear pelas instalações da Fundação José de Paiva Netto no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, o que se vê são muitos jovens trabalhando na produção da rede Mundial. Entre jornalistas, produtores, apresentadores e técnicos são mais de 100 profissionais espalhados pelas unidades da fundação em outras seis cidades. No switcher da emissora em São Paulo, um grupo com idade média de 25 anos trabalha na gravação do programa ecológico “Bioesfera”. O cenário é bem simples, rudimentar, mas o entusiasmo com

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( televisão) foto: divulgação

Entrevista na Mundial: parte dos funcionários é de ex-alunos da instituição.

o trabalho é grande. A maioria dos profissionais que trabalham na emissora são formados na fundação.Têm uma relação ideológica forte com a proposta educativa e ecumênica da rede. Muitos aprenderam a ler e escrever na rede educacional da Legião da Boa Vontade, que tem 1,5 mil alunos só na cidade de São Paulo. E a fila de espera para entrar nos cursos, que só atendem a população de baixa renda, é de dois anos. Angélica Beck era estudante de técnica em enfermagem no interior de São Paulo, quando participou de uma gravação de um trabalho social da LBV. Ela era voluntária, como os pais. A fala bem articulada chamou atenção de integrantes da fundação Paiva Netto que a convidaram para um teste. Era o início da carreira. Com ajuda financeira da fundação fez o curso de locução para TV e depois ela mesma bancou a faculdade de jornalismo. Hoje é apresentadora do programa “Ecumenismo” e coordenadora de produção do “Vida Plena”. Angélica acredita que o público alvo da rede Mundial não é somente os voluntários da LBV. “São as pessoas que dão valor à solidariedade”. Acostumada a dar uma visão de espiritualidade aos fatos do cotidiano, “não vê

doutrinamento” na proposta da emissora. “Nós queremos falar de uma forma humana, sem se render aos modismos e com profundidade”. O diretor de radiodifusão, Celso Oliveira, também criou-se nas escolas da LBV, onde chegou aos 16 anos. Hoje, 17 anos depois, é o homem forte da emissora. Dá as cartas na programação, operações e jornalismo. Enxuta A Mundial usa uma fórmula inovadora e econômica para implantar sua rede.

CRONOLOGIA DE UM SONHO DE FÉ No microfone da rádio Globo nos idos dos anos 60, o fundador da Legião da Boa Vontade, Alziro Zarur, propalava a mensagem de um sonho de fé para os ouvintes. “Vocês querem uma TV para levar com mais força nossa mensagem, mentalizem isso”. Duas décadas depois, José de Paiva Netto, sucessor de Zarur na LBV, materializou a idéia. Primeiro com a criação de um núcleo de TV para registrar os eventos da Legião da Boa Vontade. Depois com o programa “Boa Vontade com Paiva Netto”, que é apresentado na TV Bandeirantes desde 1983, e atualmente é exibido nas madrugadas. A prática de fazer TV alimentou o projeto expansionista. Em 1995, foi criada a Fundação José de Paiva Netto, berço da rede Mundial. Em 2003, quase dez anos depois, ou quatro décadas após Zarur ecoar seu apelo Brasil afora, a emissora que leva no nome o desejo implícito de se espalhar faz sua primeira transmissão.

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Forma sua própria mão-de-obra que se transforma numa espécie de grupo militante da Boa Vontade. E estrutura sua produção a reboque das unidades da fundação Paiva Netto espalhadas pelo país. O orçamento previsto para este ano é de R$ 2,5 milhões. Os custos de produção são quase integralmente bancados com a venda de DVDs, CDs, livros e revistas produzidos pelo conglomerado de comunicação da fundação que inclui a gravadora Som Puro, a editora Elevação, a Super Rede Boa Vontade de Rádio e o canal de TV paga Rede Boa Vontade. Um dos produtos comercializados é um kit com 9 CDs da radionovela “Sexo & Destino”, obra psicografada que trata das seqüelas espirituais do sexo classificado como inconseqüente. A rede Mundial é contra a proibição da exibição de comerciais durante a programação das TVs educativas, como determina a lei. Mas não exibe propaganda nos intervalos. A emissora tem captado recursos através da Lei Rouanet. Os programas “Bioesfera” e “Homem do Campo” já foram aprovados e têm apoiadores culturais definidos. Para superar a limitação orçamentária, a emissora busca alternativas para o crescimento. “Estamos negociando parcerias com os ministérios”, afirma Celso Oliveira. Os laços estreitos com o governo Lula podem render críticas ao comprometimento da independência editorial, mas já renderam frutos. O programa “Viver é Melhor” foi feito com recursos do Ministério da Saúde. “É uma espécie de prestação de contas da pasta”, define Oliveira sem meias-palavras. A rede Mundial não mede esforços para voar longe.


( história)

“Mosaico”: recordista na TV Há 45 anos no ar, o programa, que já mudou três vezes de emissora, permanece em produção com variedades voltadas para a comunidade judaica.

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Inicialmente na TV Excelsior, depois na do lugar, e entre todos os presentes, Tupi, e na Gazeta — onde foi exibido durante escolheu a mim para dar este pão”, mais de 20 anos — Gotthilf enfrentou diversas lembra Gotthilf. dificuldades durante os 45 anos em que seu Além de Lula, já passaram pelo programa permaneceu no ar, “Mosaico” personalidades inclusive por ter sobrevivido como Pelé, Mikhail a todo o período da ditadura. Gorbatchev, Jânio Quadros, “Embora o programa fosse Fernando Henrique Cardoso voltado para a comunidade e Teddy Kollek, que foi judaica, procurávamos prefeito de Jerusalém oferecer notícias, entrevistas durante 28 anos. “Entrevistei e informações para o grande Kollek na época que o público. Tomamos cuidado e programa era feito na TV nos dispusemos a apresentar Gazeta. Depois da entrevista, tudo para os censores. Por ele simplesmente sumiu. isso, nunca tivemos nosso Os seguranças o conteúdo proibido”, diz. procuraram por toda a O programa, que já teve parte, e o encontraram Gotthilf: 45 anos de televisão. alguns instantes depois, um hora de duração e hoje tem 30 minutos, é financiado caminhando pela Avenida desde o início por patrocinadores, em sua Paulista. Imagine o perigo de ter o maioria ligados à comunidade judaica. “No prefeito de Jerusalém andando sozinho início, os anúncios eram feitos ao vivo, assim por aí”, comenta. como o programa”, afirma Gotthilf. Entre No entanto, uma das entrevistas os principais patrocinadores do programa que mais marcaram a vida de Gotthilf foi atualmente estão Casas Bahia e Bradesco. com o Papa João XXIII. Ele tem orgulho No momento, os mais de dois mil de manter uma boa relação com a igreja programas dirigidos por Gotthilf estão sendo católica e seus representantes. “Tenho analisados, e os melhores momentos serão feito tudo que é possível para aproximar selecionados para a realização de um resumo as religiões e as comunidades. Nosso do “Mosaico na TV”. O trabalho, que deve programa não é fanático”, diz. durar dez meses, está sendo realizado pela Além de transmitir a mensagem produtora Videcom. dos dirigentes da comunidade israelita, há também notícias e reportagens Entrevistas marcantes sobre música, artes e variedades. Entre Nesses 45 anos, Gotthilf já entrevistou os entrevistados, estão personalidades muitos personagens da história brasileira e que receberam o Prêmio Nobel, internacional. O bom relacionamento com rabinos e ativistas sociais. Gotthilf personalidades e autoridades rendeu boas diz que busca destacar pessoas que entrevistas e momentos marcantes. “Estive trabalham para o bem da população. em Brasília em 2006, no mês de setembro, “Acredito que a TV deva ser correta, quando acontece a comemoração do ano realista e avançada. Não posso novo judeu. Lula tinha uma chalah, que é um apresentar conteúdo que não ajude na pão redondo oferecido no ano novo. Após formação e na educação de jovens”. a benção do rabino, ele disse que gostaria (daniele frederico) de oferecer o pão à pessoa ‘mais experiente’ foto: Divulgação

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e você pedir o currículo de Francisco Gotthilf, vai ficar impressionado ao ler o item “experiência profissional”: são 45 anos na produção e direção de um mesmo programa, o “Mosaico na TV”. Com passagem por quatro emissoras diferentes, o programa que estreou em 16 de julho de 1961 na TV Excelsior, permanece no ar hoje pela Play TV, com exibições sempre aos domingos. A história deste sobrevivente da televisão, que foi reconhecido pelo Guinness Book como o “programa brasileiro de TV que permanece há mais tempo no ar”, confunde-se com a experiência do “Sr. Mosaico”, como ficaria conhecido Gotthilf. O produtor de 83 anos esteve envolvido em todas as fases da atração, desde o seu lançamento, em 1940, como programa de rádio, até hoje, com direção, produção e apresentação do “Mosaico” ao lado de um de seus filhos. Seu primeiro contato com o aparelho de televisão aconteceu ainda quando ele era proprietário de uma oficina que consertava rádios. “Havia um aparelho de televisão em minha loja, e quando passava um jogo de futebol, eu ligava a TV e as pessoas se reuniam na frente dela para assistir e comentar. Até o bonde parava para ver o que estava acontecendo. Assim começou meu contato com a televisão”. O programa de variedades que ficou no ar de 1940 a 1982 seria transformado em atração televisiva em 1961, sob o nome “Mosaico na TV”. A mudança ocorreu ainda no programa de rádio, já que durante o governo de Getúlio Vargas foram proibidos os programas étnicos. “Além de representar a variedade de informações, ‘mosaico’ lembra o nome Moisés”, explica.

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( upgrade )

Fernando Lauterjung

f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

HD multi-proporção

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linha de switchers Slate, da Broadcast Pix, ganha duas melhorias: entrada e saída HD e o software AutoAspect. A nova placa de entrada e saída HD-SD é a terceira para o switcher Slate, juntando-se às placas SD-SDI e analógica. O novo modelo suporta os formatos HD 1080i ou 720p, assim como SD-SDI. Conta com quatro portas de entrada e uma de saída, sendo que todas podem ser usadas tanto para HD quanto para SD. Até duas placas podem ser usadas em cada estação Slate, para até oito entradas HD ao vivo, que são combinadas com os clipes internos da estação e entradas de gráficos. Segundo o fabricante, as placas podem instaladas em qualquer modelo existente dos switchers Slate. Aspecto O software AutoAspect é voltado ao desafio de lidar com a produção de conteúdo wide-screen. Com ele, é possível trabalhar com câmeras, clipes e gráficos produzidos em 4:3 e 16:9 em uma mesma produção, mantendo o aspecto de cada conteúdo. Cada uma das entradas do Slate pode ser configurada para um dos quatro aspectos disponíveis: caixa de vídeo, vídeo “cropado”, 14:9 ou anamórfico (esticado). Assim, ao contrário do que acontece em vários switchers, que trabalham apenas no modo anamórfico, os personagens de um conteúdo widesecreen captados com câmeras 4:3 não parecem achatados na vertical, assim como os personagens captados com câmeras 16:9 em produções 4:3 não ficam esticados. Ao usar a função caixa de vídeo, o switcher adiciona barras (em qualquer cor selecionada) para centralizar a imagem na proporção correta. A

fotos: Divulgação

O switcher Slate, que agora é HD, facilita a produção com mix de imagens 4:3 e 16:9.

função crop, aumenta a imagem, cortando a parte do vídeo que não cabe na proporção usada. Com a função 14:9, pode-se criar um conteúdo que não ocupa a tela inteira em nenhuma das duas proporções existentes, mas também não desperdiça uma área muito grande da tela. Esta função vem sendo usada em algumas séries norte-americanas exibidas na TV por assinatura no Brasil.

Servidor compacto

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Omneon apresenta na NAB2007, que acontece em abril em Las Vegas, o MediaDeck. Trata-se de um servidor de mídia compacto baseado na tecnologia do servidor Spectrum, mas com menor custo. A solução integra armazenamento de mídia, sistema de gerenciamento, conectividade Gigabit Ethernet e módulos de entrada e saída de vídeo SD ou HD. O equipamento consiste em oito discos rígidos SATA de 500 GB com gravação redundante RAID, garantindo 3 TB de armazenamento com proteção contra falhas nos discos. Com 42

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componentes modulares de entrada e saída, o usuário pode usar, simultaneamente, módulos SD e/ou HD, conforme suas necessidades. Podem ser combinados até seis módulos para entrada e saída SD ou dois módulos HD. O equipamento foi projetado para pequenas emissoras ou outras empresas que necessitem de um servidor compatível com sistemas de automação já existentes.

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MediaDeck: oito discos de 500 GB com gravação redundante garantem 3 TB de capacidade.

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Conteúdo organizado Todas as plataformas

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Vizrt apresentará na NAB 2007, em Las Vegas, o Viz|Video Hub, uma solução de gerenciamento de conteúdo baseada no software Ardome. A solução, voltada para uso em newsroom ou ainda em ambientes mais flexíveis em empresas produtoras de conteúdo, proporciona aos usuários acesso direto a diferentes opções de pesquisa, como o material mais recente, e conta com funções de pré-edição, resultando em um fluxo de trabalho rápido. O Viz|Video Hub poderá ser integrado a softwares atuais da empresa, como sistema de gerenciamento de conteúdo Viz|Content Pilot e o Viz|Trio CG. Esta integração torna possível a pesquisa por vídeo clipes em templates gráficos.

Snell & Wilcox apresenta na NAB2007 uma solução para radiodifusores em busca de novas plataformas de distribuição. O Protus Ph.C, um sistema de condicionamento de vídeo para Mobile TV e Web TV, permite melhorar a qualidade da imagem e/ou reduzir o consumo de banda na distribuição de conteúdo em plataformas wireless, IPTV, e web. Compatível com praticamente qualquer encoder de vídeo e todos os formatos de compressão, a solução conta com ferramentas para redução de ruído, desentrelaçamento de imagem e redimensionamento, permitindo converter o vídeo para o formato de escaneamento, tamanho e proporção de tela e frame rate correto para determinada distribuição.

Comunicação ativa

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m produções ao vivo, comunicação entre a equipe é fundamental. Uma série de equipamentos presta esse serviço. A Clear-Com anunciou a versão 4.0 do Eclipse, seu sistema de intercomunicação da alta performance. A nova versão suporta placas E-FIB, permitindo a conexão via fibra óptica entre as matrizes de intercomunicação. Com isso, várias matrizes Eclipse podem, quando necessário, trabalhar em conjunto, formando um sistema com maior capacidade.

O maior e mais importante diretório de profissionais e empresas do mercado brasileiro também está online. WWW.TELAVIVA.COM.BR/GUIA Mantenha seu cadastro atualizado. Para anunciar: comercial.telaviva@convergecom.com.br (11) 2123.2606 Um produto

www.convergecom.com.br


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Jornalismo ágil

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fotos: Divulgação

Harris lançou o NewsForce, uma solução de newsroom baseada em arquivos construída sobre arquitetura de armazenamento compartilhado do servidor Nexio XS. A solução, que será mostrada na NAB, em Las Vegas, conta com uma nova geração de editores da Harris para corte rápido, narração e transmissão de jornalismo. Servidores, editores e sistemas gráficos rodam diretamente na SAN Nexio, qualificando a solução para produção, processamento, distribuição e gerenciamento de conteúdo em standard-definition e HD. Os novos editores em rede Harris são peças chave no NewsForce. Todos são baseados na interface já bem conhecida do Velocity: VelocityFX, VelocityPX e VelocityXNG. O primeiro é um sistema de edição de news com tecnologia para playout imediato, que também pode ser integrado a outros sistemas

NewsForce, solução para newsroom da Harris, roda em SAN do servidor Nexio XS.

de jornalismo como o AP ENPS e o Avid iNEWS. O VelocityPX é um editor proxy que roda sobre PCs e usa a tecnologia InstantOnline para ligar seqüências prontas para ir ao ar ao respectivo material em alta-definição na SAN. O VelocityXNG é um software de edição para laptops que pode ser usado em campo ou na newsroom, conectando-se à SAN via GigE. A newsroom baseada no NewsForce pode ser construída com a combinação de qualquer editor da linha Velocity ou editores de outros fabricantes integrados à rede. Permite que editores compartilhem seus projetos e trabalhem nos arquivos já existentes e nos entrantes, evitando a necessidade de troca de arquivos por FTP entre os sistemas.

Conversão HD

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ambém na NAB 2007, a For-A apresenta novas capacidades para seu conversor de frame rate FRC-7000 HD. Quando lançado, há um ano, o equipamento permitia a conversão em tempo real entre os formatos 1080/59.94i e 1080/50i, e 720/59.94p. Na feira, a empresa apresenta uma nova ferramenta para o equipamento que permitirá que ele faça a detecção de cortes nas cenas e a rolagem de texto na tela. Além disso, ainda para este ano, a fabricante promete que o equipamento poderá converter em diferentes frame rates, como 23.98p, 24p, 30p, 29p e 25p. O equipamento usa processamento por compensação de movimento vetorial para determinar o movimento de

pixels em cada frame da imagem. Além disso, compara tais movimentos nos frames antes e após a conversão. Já a detecção automática de cortes na cena é usada para desligar a compensação de movimento, para que os frames anterior e o posterior ao corte não sejam afetados. O FRC-7000 suporta oito canais de áudio 48 kHz 24-bit em sincronia com o vídeo. Pode vir ainda com uma placa capaz de extrair oito canais AES/EBU e reinseri-los no sinal HD-SDI. Áudio Dolby E também pode ser extraído e reinserido no conteúdo final, ou ainda ser alterado com o uso de um encoder/ decoder Dolby E. O equipamento é voltado para aplicações como conversão para transmissão internacional de eventos ou conversão de filme para HDTV.

FRC-7000 permitirá conversão para vários padrões de frame rate.

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N達o disponivel


( agenda ) MARÇO

16 a 20 6° Festival Curta Natal de Cinema e Vídeo, Natal, Rio Grande do Norte. Tel.: (84) 9924. 7010. E-mail: tiomichel@gmail.com. Web: www.curtanatal.com.br

8 a 13 Festival de Curtas Metragens de Direitos Humanos, São Paulo, SP. E-mail: info@entretodos.com.br. Web: www.entretodos.com.br.

ABRIL

20 a 29 Hot Docs Canadian International Documentary Festival, Toronto, Canadá. Tel.: (416) 203-2155. Web: www.hotdocs.ca

14 a 19 NAB 2007. Las Vegas Convention Center, Las Vegas, EUA. Tel.: (1-202) 595-2052. E-mail: register@nab.org. Web: www.nabshow.com

23 a 27 Fiap — Festival Iberoamericano de la Publicidad, Buenos Aires, Argentina. Tel.: (54-11) 4311-2242. E-mail: fiap@fiap.com.ar. Web: www.fiaponline.net

15 e 16 VI Tela Viva Móvel, Frei Caneca Convention Center, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3214-3747. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergecom.com.br.

14 e 15 MipDoc. Noga Hilton, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4580. E-mail: justask@reedmidem.com. Web: www.mipdoc.com

23 a 29 10 º Cine PE — Festival do Audiovisual, Recife, PE. Tel: (81) 3461-2765. Web: www.cine-pe.com.br.

16 a 20 MipTV/Milia. Palais des Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4580. E-mail: justask@reedmidem.com. Web: www.miptv.com

MAIO

23 a 1°/4 É Tudo Verdade — Festival Internacional de Documentários, São Paulo e Rio de Janeiro, com itinerâncias em Brasília (DF) e Campinas (SP). Tel.: (11) 3064-7617. E-mail: info@etudoverdade.com.br. Web: www.itsalltrue.com.br

5 a 9 Rose D’Or, Lucerne, Suíça. Tel.: (41-44) 265-5601. E-mail: info@rosedor.ch. Web: www.rosedor.com

16 a 27 Festival de Cannes, Palais des Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 5359-6100. E-mail: festival@festival-cannes.fr. Web: www.festival-cannes.org. 30 e 31 8º Fórum Brasil - Mercado Internacional de Televisão, Frei Caneca Convention Center, São Paulo, SP. Tel: (11) 3120-2351. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergecom.com.br.


N達o disponivel


N達o disponivel


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