Revista Tela Viva - 104- abril 2001

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Nº104 abril 2001 www.telaviva.com.br

o rio grande do sul quer ser pólo de produção de filmes

a vez de quem faz tudo Conteúdo para multimeios é tendência na NAB

tecnologia de hds para edição e reprodução de vídeos


N達o disponivel


w w w . t e l a v i v a . c o m . b r

@

EDITORIAL

E s te símbolo liga você a os s e rviços Tela V iva na Internet. - Guia Tela V iva - Fichas técnicas de comerc i a i s - E dições anteriores da Tel a Vi v a - Legislação do audiovisual - Programação regional

Í N DICE SCANNER

4

capa

NAB 2001: a valorização do produto

12

televisão

produção independente

18

produção

cinema gaúcho

making of

programação regional

mercado

figura

tecnologia

24

30

pernambuco

32

concorrência

36

amauri guarilha

hds para vídeo

42

44

fique por dentro

48

agenda

50

Quando pensávamos na NAB deste ano, imaginávamos que os broadcasters nacionais chegariam a Las Vegas com uma estratégia definida para seu negócio. Levariam na mala uma lista de compras, pois teriam um rumo certo para percorrer os pavilhões de exposição, verificando quais as melhores opções para iniciar o processo de implantação da TV digital. Porém, não será desta vez que os participantes do evento serão assediados por fornecedores ávidos em oferecer soluções e produtos “perfeitos” para as nossas necessidades. Serão assediados sim, para mais uma vez serem questionados por que o relatório dos testes do grupo Abert/SET aponta o ISDBT como o padrão que melhor casa com a realidade brasileira de transmissão de TV. O atraso da Anatel sobre a decisão do padrão de DTV que o Brasil irá adotar, além de constranger quem visitará a NAB 2001 já produziu episódios deprimentes no mês passado. A impropriedade das declarações do vicepresidente de HDTV, padrões e promoções da Zenith, Wayne Luplow, sobre a interferência da Rede Globo no resultado dos testes brasileiros; a “notícia” de que o governo norte-americano estaria planejando incluir a definição do ATSC nos acertos para a criação da zona de livre comércio das Américas - a Alca; e até a publicação de um artigo assinado por Benjamin Steinbruch na Folha de S. Paulo, que embora expresse a opinião do autor demonstra um total desconhecimento sobre o broadcasting brasileiro, refletem a caótica situação causada pela falta de definição. A novidade ainda não emplacou nos Estados Unidos após 30 meses de sua implantação. Foram vendidos apenas 150 mil receptores de DTV para um parque de cerca de 250 milhões de aparelhos. A recepção indoor ainda é ruim e a antena externa para recepção VHF ou UHF é praticamente uma reminiscência dos anos 50 e 60. Em conseqüência, as emissoras não investiram em programas de alta definição. Para nós seria muito melhor se o ATSC funcionasse. Mas, por mais que a Anatel espere o aprimoramento do sistema norteamericano, ser digital no cabo ou na miniparabólica é o que interessa lá. Recepção de televisão pelo ar com um sistema digital de alta definição poderia interessar a cerca de 15% das residências com TV que ainda recebem o sinal VHF e UHF pelo ar. Isso, se os aparelhos fossem baratos e não com preços acima de US$ 3 mil. Essa irrelevância da transmissão pelo ar nos EUA, no entanto, não é o caso brasileiro. Aqui, 92% das casas captam TV em VHF e UHF. A TV por assinatura (cabo, MMDS e satélite) mal chega a 8% dos domicílios, quase todos das classes A e B. Em outras palavras, no Brasil a televisão para ser digital terá de funcionar muito bem na transmissão terrestre convencional. O que a Anatel espera conseguir com o adiamento do cronograma previamente estabelecido até agora não está claro. Supervalorizar o trabalho que diz estar desenvolvendo sobre o relatório dos testes? Mostrar força política como a grande gestora do processo de digitalização brasileiro? Os argumentos da agência passam pelo mercado. Defender o consumidor para que ele continue a assistir seus programas sem nenhuma preocupação tecnológica. Mais que a Anatel, os broadcasters são os maiores interessados no funcionamento do sistema. Afinal, esse é o negócio deles. A pretensa valorização que a agência espera conseguir com o atraso da decisão até agora deixou os broadcasters brasileiros tensos, comendo mosca e sujeitos a inúteis constrangimentos.

Edylita Falgetano


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NÚCLEO ANIMADO Ângela Feola, ex-atendimento da Cinema Animadores, está montando um núcleo de animação na Espaço Digital. A finalizadora, que já contava com um Smoke, um DS e Avid 9000, acabou de comprar um Edit Box. Para o novo núcleo, os equipamentos escolhidos foram XSI e o 3D, ambos da Softimage, e o AXE. Para operar os novos equipamentos, Caio Ville, também ex-Cinema Animadores, juntou-se à equipe da Espaço Digital.

SINTONIA REGIONAL

Foto: Divulgação

O livro “TV Regional: trajetória e perspectivas”, de Rogério Bazi, foi lançado no mês passado pela editora Alíena. O trabalho de pesquisa de três anos do jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação e Mercado, tem o propósito de desvendar a televisão regional no Brasil, a partir da análise de um caso em particular, a EPTV, grupo afiliado à Globo com emissoras em Campinas, Ribeirão Preto e São Carlos, em São Paulo, e em Varginha, em Minas Gerais. Bazi realizou Rogério Bazi um criterioso trabalho de ­investigação científica, com entrevistas, coleta de dados e pesquisa com o propósito de demonstrar a importância das emissoras regionais na evolução da TV brasileira.

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UM TREM DE PORTAL Depois de três meses de trabalho nos

Lazer, serviços, notícias, esportes e entre-

bastidores, o portal MegaMinas.com

tenimento, formam o mix de informações

entrou no ar no mês passado, integrando

sobre a região e seus habitantes. Um dos

o Globo.com, que em breve hospedará

produtos oferecidos no portal é o Plantão

40 portais dos grupos de emissoras

de Notícias, que segundo a editora Lujan

afiliadas de todo país. A concepção do

Machado deve ser atualizado a cada 15

portal, com conteúdo predominante-

minutos e está interligado com o jornal-

mente regional, conta com a parceria de

ismo das emissoras. O portal conta ainda

provedores de conteúdo locais que já tin-

com os conteúdos da Revista Negócios,

ham sites isolados ou em outros portais

sobre economia e negócios; Cláudia Zardo,

e apoio estrutural das equipes das TVs

revista feminina online, com dicas de moda,

Integração, União, Ideal e das rádios Cul-

comportamento e beleza; Fala X e Galera

tura FM, Cultura AM e Regional FM.

Uberaba, fotos de festas de Uberlândia e

Desde o lançamento, o MegaMinas.

Uberaba; Teleboi, canal de leilões e notícias

com tem tido uma média de 93.153

do campo; e E-fácil, canal de compras pela

page views por dia, durante dez dias

Internet. O MegaMinas.com conta ainda com

de auditagem.

o serviço de e-mail gratuito.

DIRETO PARA O CONSUMIDOR As técnicas de animação e computação gráfica começam a chegar a comerciais que antes jamais fugiam do “ao vivo”. É o caso dos filmes de automóveis, sempre recheados de efeitos e testes de desempenho. A Ford, porém, decidiu inovar e a Energia Y&R criou um filme de animação para as marcas Fiesta e Escort. O filme mostra os dois carros saindo da fábrica e seguindo para as garagens das casas, em clima de cartoon. A produção do filme é da área de computação gráfica da Espaço Digital, que também assina a pós-produção.

NO LUCRO A TV Globo faturou em 2000 aproximadamente US$ 1,65 bilhão em receitas de publicidade, segundo o último relatório financeiro da empresa. Desse total, cerca de US$ 356 milhões voltaram para as agências na forma de comissões, descontos e bonificações. O faturamento da Globo em 2000 foi cerca de 9% maior que o de 99. O resultado líquido da empresa no ano foi de US$ 222 milhões, 200% melhor que em 99. As despesas com direitos esportivos e filmes custaram à Globo, respectivamente, US$ 98 milhões e US$ 58 milhões em 99 e 2000.


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O Ministério das Comunicações publicou no Diário Oficial da União do dia 14 de março novos editais para TV aberta. Serão licitadas outorgas para as seguintes cidades: Manaus (AM), Porto Velho (RO), Cruzeiro do Sul (AC), Águas da Prata (SP), Campinas (SP), Jundiaí (SP), Piracicaba (SP), Corumbá (MS), Três Lagoas (MS), Alta Floresta (MT), Sinop (MT), Francisco Beltrão (PR), Pato Branco (PR), Parnaíba (PI), Campina Grande (PB) e São José Ribamar (MA).

Foto: Divulgação

EDITAIS

BASTIDORES NA TV

SEM FANTASMAS A Grifa Cinematográfica está captando recursos para mais um documentário. Em parceria com o produtor Marinho Andrade, a Grifa vai realizar “Fordlândia”, que conta a história da cidade criada por Henry Ford no início do século 20 - em pleno ciclo da borracha - no meio da Amazônia. O filme pretende documentar a história da cidade que, apesar de ter fracassado como projeto de desenvolvimento, ainda tem cerca de mil moradores que vivem graças às facilidades implementadas na época. Os produtores ainda não decidiram em que formato vão documentar a cidade. Vários testes estão sendo

câmera DV, com lentes intercambiáveis. As imagens captadas por essa câmera serão kinescopadas nos EstúdiosMega, antes de se decidir qual caminho tomar.

DESEMPENHO Para editar o “No limite 2”, a Rede Globo alugou da Techkit, professional partner da Fast, o Fast Purple, para edição em DV. Na primeira fase do programa foram usadas três ilhas não-lineares instaladas na Lopes Quintas, no Rio de Janeiro, e na segunda etapa da competição dois editores deram conta do recado.

feitos e um deles envolve uma nova

GAZETA EM DOSE DUPLA A Rede Gazeta de Televisão e o Sistema Gazeta Mercantil S.A. aliaramse para produzir programas jornalísticos em rede aberta de televisão. A Gazeta Mercantil utilizará a estrutura de mais de 500 jornalistas localizados nas principais cidades brasileiras, Europa e Estados Unidos para a produção de conteúdo para os programas televisivos e de Internet, além do jornal. A programação resultante dessa aliança estratégica ocupará três horas diárias da faixa nobre, de segunda a sábado, na TV Gazeta sendo que o primeiro produto estará no ar dentro de 90 dias.

Há cinco anos, quando retornou de Los Angeles, o publicitário e produtor Alex Maciel trouxe na bagagem a idéia de se especializar em making ofs. Uma amostra desses anos de trabalho está sendo exibida pelo Canal 21, no programa “Imprensa na TV”, que vai ao ar a Alex Maciel partir das 23 horas de domingo. São dez trabalhos, exibidos até meados de maio.

REFORÇO A equipe da Superintendência de Comunicação de Massas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi buscar reforço no Ministério das Comunicações. O engenheiro Pedro Humberto de Andrade Lobo, que era o diretor do Departamento de Acompanhamento e Autorizações dos Serviços de Radiodifusão da Secretaria de Radiodifusão do Minicom, é a nova aquisição da Anatel. Pedro Humberto trabalhou no Ministério das Comunicações em Brasília em 1975 e em seguida na delegacia do Minicom no Paraná. Deixou o serviço público para ser consultor e voltou para o ministério em 1994 como cargo de livre contratação. Além disso, o novo contratado foi membro da equipe que trabalhava na proposta da Lei de Comunicação Eletrônica de Massa. Pedro Humberto, ao lado do superintendente de comunicação de massa da Anatel, Jarbas Valente, e de dois conselheiros - Luís Tito Cerasoli (relator da TV digital) e José Leite -, estará percorrendo os corredores da NAB 2001, em Las Vegas. O time escalado vai conferir os avanços tecnológicos e principalmente espiar a quantas anda o desenvolvimento do ATSC, o padrão norte-americano de DTV. Será que vai funcionar?

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FRUTO DO CONCURSO

GRUPO UNIDO Dois diretores paulistanos bastante con-

de produtora. Aqui é preciso ter estrutura

hecidos do mercado publicitário uniram

para atender a prazos e custos”, diz Paulo

esforços e fundiram

Gama. “Assim, é possível me aproximar

suas produtoras com a expectativa de crescer e alavancar negócios. Julio Xavier e Paulo Gama

Foto: Divulgação

Beto Brant começou, em meados de março, a rodar seu terceiro longa, “O invasor”. As filmagens acontecem em São Paulo, que ambienta a história urbana e contemporânea, com roteiro de Marçal Aquino - que também assinou os roteiros de seus dois filmes anteriores. O filme é resultado do concurso promovido ano passado pelo Ministério da Cultura. No elenco, Alexandre Borges, Malu Mader, Mariana Ximenes e a estréia do titã Paulo Miklos, em uma história com elementos de violência, sexo e drogas. O carioca Toca Seabra será o diretor de fotografia e o filme será rodado em Super 16.

da direção. Na Gama Filmes, produzíamos em média dois filmes por mês. Agora, a capacidade de produção aumenta.”

agora são sócios na

A proposta da

JX Gama, produtora que

nova produtora

vai fazer parte de um

é a de oxigenar

Paulo Gama

empreendimento maior,

idéias e ampliar

ainda mantido sob sigilo,

o grupo criativo,

que deve se tornar

para favorecer a

uma holding de comunica-

Paula troca de idéias.

ção. O projeto

“Vínhamos de

já tem nome - JX Plural - e

bom para o mercado

Foto: Divulgação

Ricardo Frota é o novo diretor de negócios e comunicação da JPO. A produtora de José Paulo Vallone, que também responde pela Diretoria de Produção Internacional da Globo, está fazendo uma reestruturação interna para atender todos os segmentos do mercado. Para dar conta da produção de documentários, programas para TV paga, vídeos institucionais e publicitários, além de realizar a coberturas de eventos esportivos, está sendo realizado um investimento de US$ 1 milhão Ricardo Frota na compra de equipamento sistemas não-lineares, ampliação do estúdio blimpado para 870 m2 e centralização de produção na casa da Rua Uapés, em São Paulo.

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um namoro

é definido por Julio Xavier

antigo. Eu já tinha recebido outros

como um “guarda-chuva” de empresas.

Julio Xavier

A primeira etapa da

convites, mas desta vez aceitei por minha afinidade pessoal e profissional com Julinho e pela possi-

JX Plural foi a incorporação da Gama

bilidade de sair do isolamento que esta

Filmes, que tinha uma estrutura enxuta e

proposta me trouxe”, diz Paulo Gama.

com a fusão passa a desfrutar do parque

“Não teremos mais um diretor na casa,

de equipamentos da JX. “Infelizmente,

mas estamos unindo duas filosofias de

não moramos nos Estados Unidos, onde

trabalho”, acrescenta Julinho, que tam-

se pode manter o estilo ‘talento e sala’

bém é sócio de Paula Trabulsi.

FERA RADICAL O novo filme realizado pela Cine para a caminhonete S-10, da General Motors, inova ao mostrar o veículo radical no estúdio - e não em uma estrada cheia de poças d’água e buracos. A caminhonete é comparada a um pit-bull, que entra no ambiente com cara de mau. Só que a S-10 prova que é mais “animal” ainda, rugindo também para o cachorro. A direção do filme, criado pela McCann Erickson, é de Jean Benoit e os efeitos são da equipe da Casablanca.


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RITMO LOUCO

Foto: Divulgação

Em dezembro, a superintendente da Alterosa Cinevídeo, Yáskara Leal, recebeu da Associação Mineira de Propaganda o prêmio “Os Melhores da Propaganda Mineira” na categoria de Melhor Profissional de Vendas - Fornecedor. E a produtora de Belo Horizonte não pára um minuto. Neste semestre já venceu uma licitação para a produção de vídeos para o Programa Yáskara Leal de Capacitação de Professores da Secretaria de Estado da Educação de Minas. A terceira edição do Destaque Alterosa Cinevídeo, promovido pela produtora para premiar os melhores comerciais produzidos pela casa, elegeu o publicitário Jorge Netto vencedor do ano 2000. A comissão, formada por profissionais do cenário cultural, elegeu o filme “Namorada” o Destaque do Ano de 2000. O comercial foi criado pela RC Comunicação para a campanha da Maxitel lançada em maio do ano passado. As cenas mostram situações em que as pessoas estão presentes, por meio do celular, em momentos importantes da vida de amigos e familiares. O diretor de criação premiado, ganhou passagens para a França e inscrição no Festival do Filme Publicitário de Cannes.

INDEPENDENTE O filme “De cara limpa”, de Sergio Daniel Lerrer, foi produzido sem o apoio das leis de incentivo e de uma distribuidora. Com um custo de US$ 130 mil, o filme foi escrito por um dos atores, Vinicius Campos, e contou com a participação de atores jovens, como Marcos Mion. Apesar da falta de apoio e da má recepção pela crítica, Lerrer já conseguiu exibir o filme nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

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s c a nn e r INTERCÂMBIO Para incentivar o intercâmbio

da inglesa Mary Shelley, “Franken-

entre as culturas do Brasil e da

stein”, na montagem da Companhia

Grã-Bretanha, a

Pia Fraus, que usa elementos do

Cultura Inglesa de

teatro de bonecos, do circo, da dança

São Paulo criou, há

e das artes plásticas; e “Cinderella

cinco anos, o Cultura

The Remix 2000”, a versão século

Inglesa Festival.

21 criada pelo grupo inglês Tur-

Agora, para ampliar

boZone para a clássica história da

o alcance de público,

princesa do sapatinho de cristal,

o Cultura Inglesa

cujo arsenal cênico inclui

Festival está sendo apresentado

caminhões de bombeiro, vídeos

numa série de quatro programas

interativos, computação gráfica,

produzidos para a televisão que

efeitos de luz e muita pirotecnia

irão ao ar na segunda quinzena de

estarão sendo apresentados ness-

abril e na primeira quinzena de

es quatro programas.

maio, numa parceria entre a Cultura Inglesa de São Paulo, a produtora Turner Imagem e Comunicação e a Rede SescSenac de Televisão. A coleção Outono/Inverno 200/2001 do estilista inglês Arkadius, inspirada nas fábulas envolvendo a rainha de Sabá; a banda de rock londrina Blue;

CENTRO FEMININO Das antigas instalações da TV Record, na Av. Miruna, em São Paulo, restou só o prédio administrativo. A Rede Mulher, do grupo Record, começou a construir no local um centro de produção para facilitar a vida da geradora, instalada em Araraquara. Serão seis estúdios e a emissora já encomendou equipamentos DVCAM, da Sony, para instalar o parque técnico.

a livre adaptação do clássico

CONHECIMENTO EM GOTAS Não é só na TV que o “Show do milhão”, de Silvio Santos, faz sucesso. O nome do programa do SBT também foi licenciado para vários produtos de entretenimento, que estão vendendo horrores. Desde um jogo de tabuleiro, produzido em parceria com a Estrela, até uma balinha em cujo papel vem escrita uma pergunta do “Show do milhão”. Juntando cinco embalagens, o consumidor ganha um tabuleiro para jogar com os amigos. As idéias não são novas, mas sempre são um sucesso. Nos idos da década de 70, Silvio Santos protagonizava o “Só compra quem tem” na TV e nos tabuleiros de jogos. E as famosas Gotas de Pinho Alabarda também aproveitam a embalagem para divulgar versinhos de amor.


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IDÉIA FIXA

O diretor Fabiano Liporoni está finalizando um curta-metragem, cuja idéia vem perseguindo-o Enquanto os engenheiros e técnicos do desde que leu o conto homônimo grupo Abert/SET comemoram os resul“Watermellon”, de seu amigo tados da demonFabrício Waltrick. O SINAL DAS conto mostra dois primos SINAL DE ALTA stração de TV EMISSORAS DEFINIÇÃO conversando no centro de DE TV digital realizadas São Paulo e o que começa com um papo casual tornano Rio de Janeiro Conversão se um namoro adolescente. Analógica Digital no início do mês O próprio Fabrício roteirizou passado, a história, mas Fabiano Encoder MPEG2 Encoder MPEG2 Encoder MPEG2 também interferiu. “Desde o clima esquenque li o conto, em pé, no tou entre a Multiplexer lançamento do livro, no ano Zenith, o Grupo passado, decidi que ia fazer Modulador um filme. Mas optei por Abert/SET e a trabalhar com atores mais Rede Globo, após Transmissor C#42 velhos e incluí uma segunda as declarações câmera, cuja imagem aparece Antena no meio do filme e passa a do vice-presidividir a tela com a imagem dente de HDTV, principal, no estilo do longa padrões e promoções da Zenith, Wayne ‘Time code’, de Mike Leigh.”

codificado

Foto: Divulgação

O curta, que deve estrear no Festival de Curitiba, tem apenas uma seqüência que foi filmada em um único dia. “Ensaiamos bastante e conseguimos uma equipe de amigos, porque eu não queria esperar até captar recursos. Queria filmar de uma vez e experimentar um pouco a linguagem”, conta o diretor. As imagens foram captadas em DVCAM e Fabiano pretende transpô-las para película, participando dos principais festivais do formato.

A editora Revista dos Tribunais lançou no final da mês passado o livro “Coletânea de legislação de comunicação social”, do advogado especialista em direitos autorais Marcos Alberto Bitelli, que é o mais novo intergrante da coleção RT MiniCódigos. 10

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Luplow, sobre possível manipulação dos resultados dos testes realizados pelo grupo, que a Anatel ainda não colocou em consulta pública.

de 700 W de potência e uma antena com ganho de oito vezes - e o japonês ISDBT foi o padrão de transmissão. Além da transmissão móvel, o ponto alto da apresentação, a transmissão multicast de um vídeo em HDTV e da programação de um canal de TV aberta em SDTV, chamou a atenção para as aplicações do sistema digital. A cada dia uma emissora diferente era a escolhida para demonstrar a transmissão em simulcast e possibilitar a comparação entre os sistemas analógico e digital, tanto indoor quanto no tour por pontos críticos de recepção do sinal terrestre. Mesmo dentro do Túnel Rebouças, com 2 km de extensão, a imagem assistida no ônibus em movimento, no canal 42, não apresentou qualquer tipo de ruído, graças

As transmissões cariocas foram feitas

aos gap fillers instalados na entrada

no canal 42 - usando um transmissor

e na saída do túnel.

MISTURA TÉCNICA

moedinha

O tigre Toni, o elefante Melvin, a abelhinha Honey Nut’s e o tucano Froot Loops, personagens da Kellogg, foram animados no Brasil pela primeira vez. O comercial “Na escola com Kellogg’s”, dirigido por Laurent Cardon, criado pela Leo Burnett e produzido pela Cinema Animadores, misturou as técnicas de animação clássica, computação gráfica e stop motion.

O Banco Central do Brasil, para incentivar a circulação de moedas, está com um novo comercial. Criado pela agência Duda Mendonça e produzido pela Mr. Grafix Produções, o comercial “Moeda abandonada” mostra a saga de uma moeda de R$ 0,10 rolando em meio a uma multidão, até que, após passar por vários obstáculos, é salva por um garoto no instante em que vai cair numa boca-de-lobo. A atriz principal, a moedinha, foi inserida por camera track no filme dirigido por Tony Rangel.


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C A P A Fernando Lauterjung

A NAB 2001 mostra para seu público uma nova maneira de relacionar o produto com a mídia. As produções agora podem ter vários destinos, desde a televisão até a Internet em dispositivos portáteis. O importante é atingir o maior público possível. A palavra chave este ano é diversificar.

A entrada no novo milênio afirma um conceito para a produção audiovisual e para a radiodifusão. Para desapercebidos a mudança pode parecer radical, mas a “revolução” apresentada na NAB deste ano, que se realiza entre os dias 23 e 26 deste mês, em Las Vegas (EUA), é, na verdade, mais uma evolução do que a feira tem apresentado e uma tendência do mercado que já paira no ar há algum tempo. Chegou, para ficar, o conceito de produção de conteúdo. Conteúdo audiovisual sim, mas não direcionado a uma mídia específica. Já no último ano, empresas como a Grass Valley, que tem tradição na fabricação de equipamentos para broadcasting, mostraram-se muito mais abertas ao mercado de Internet. Outras, vindas do mercado de informática, pareciam intrusas nos pavilhões da NAB. A verdade é que neste ano vai ser difícil diferenciar os estandes dos representantes desses dois mercados. A Real Networks mostra na feira seus produtos, que são, na maioria dos casos, para o grande público. A sua

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O valor da  produção presença só faz sentido olhando o que está nos outros estandes. Poucos equipamentos e softwares de edição não contam com a facilidade de exportar seus vídeos para o formato streaming da Real Networks. A Microsoft, apesar de seu sistema operacional já consagrado como uma boa plataforma para softwares de edição e pós-produção, também dedica boa parte de seu estande à sua tecnologia de streaming, a Microsoft Media. A Apple, um pouco mais à frente de suas concorrentes, baseou a arquitetura de seu software de edição, o Final Cut, na tecnologia de streaming Quick Time, que também conta com parceiros estratégicos na produção de conteúdo para o formato, como a Adobe. Navegando por poucos minutos na Internet, vê-se que exigir dos softwares de edição essa capacidade de exportação para formatos streaming é essencial. Os “canais” de notícias estão em quase todos os portais da Internet, brasileiros ou não. Alguns curtas-metragistas acharam na Internet uma maneira de mostrar

suas produções, quase sem espaço no tradicional circuito de exibição. As agências de publicidade e algumas produtoras veiculam seu portfólio em websites próprios.

conteúdo Marcam presença na NAB 2001 as empresas que se especializaram no gerenciamento de conteúdo. Não apenas bancos de dados de vídeos, os gerenciadores de conteúdo guardam, organizam e distribuem qualquer tipo de informação digital para qualquer tipo de mídia. O Media 360, da Informix, gerencia o conteúdo por temas. Já usado por grandes grupos, como a BBC e a CNN, a solução da Informix é capaz de fornecer, quando solicitado, não apenas um determinado vídeo, mas todas as informações relacionadas ao assunto do vídeo requisitado, sejam elas em formato de vídeo, áudio, foto ou texto. Numa referência ao conteúdo digital e aos broadcasters clientes da empresa, a Grass Valley chega à NAB este ano com o slogan “Soluções para Digicasters”. Num evento realizado para a imprensa, Ross Summers, diretor de negócios de Internet,


afirmou que um dos pontos-chave ciou a compra da ODAC, desenvolpara os digicasters é produzir conteúvedora de soluções do em “tamanho” global, ou seja, que para e-commerce. Com a aquisição, a possa ser transmitido para qualquer empresa passa a ter uma tipo de dispositivo. Essa é a tecnodivisão de soluções para facilitar logia apresentada pela empresa na o comercio eletrônico em novas mídiNAB com a solução WebAble, já em as, como TV digital. teste por sites como iBeam, Sitcom A tecnologia para a criação de conteúe SZM Studios. do digital personalizável estará ainda A Adobe, seguindo os mesmo pasmais presente na feira do que a de sos, incorporou em todos os seus gerenciamento de conteúdo, embora produtos um conceito de edição e muito menos chamativa. As forneceeditoração em rede que possibilita doras de soluções para produção a elaboração e visualização de consão as mesmas velhas conhecidas do teúdo em qualquer tempo e lugar. mercado audiovisual. A Avid, por A tecnologia Network Publishing exemplo, conta em seus editores garante a criação de conteúdo com saídas em formatos para Real personalizado para qualquer tipo Vídeo e Microsoft Media já há algude dispositivo e, mais ainda, permas versões. Incite e Fast, Pinnacle, sonalizado para o próprio usuário. Adobe, Final Cut, Media 100 também Qualquer informação pode ser têm todos softwares de edição com enviada, simultaneamente, para uma saídas em formato streaming. rede de TV, por exemplo, e para a Internet, possibilitando ainda o acessegurança so tanto por computadores quanto por dispositivos portáteis como Outras empresas partiram para a área telefones celulares com tecnologia de monitoração e segurança na web. WAP e handhelds. A tecnologia da Muitas delas são fabricantes de equiAdobe chamou a atenção da Real pamentos de monitoração para broadNetworks, que se juntou cast, expandindo sua área para à empresa no desenInternet streaming. volvimento, preocupanA Videotek anunciou o STMdo-se com a expansão 350 Test, da Measurement de seus serviços para os Streamer, que pode ser usado dispositivos portáteis. para testar e monitorar o A SGI, ex-Silicon streaming de vídeo tanto Graphics, mostrará na Intranet de uma emisna NAB o seu novo É essencial produzir sora quanto na Internet. servidor de vídeo A Mindport Sentriq conteúdo em MPEG-2. O SGI mostrará na feira a Media ServerT for “tamanho global” - tecnologia V-DRM Broadcast, MPEG-2 (Video Digital Rights que seja visualizado Management), usada para trata áudio e vídeo como arquivos garantir a segurança no em qualquer tipo digitais e o gerencia servidor de conteúdo para de dispositivo. e distribui através streaming na Internet. A de qualquer tipo tecnologia não permite de rede. O sistema que um vídeo transmitido aberto possibilita upgrades para pela rede seja gravado no computador novos formatos e interage com do usuário, combatendo assim a pirabrowsers de Internet, podendo ser taria de conteúdo. usado também para streaming. A iKNOWLEDGE desenvolveu uma A Encoda, fabricante de equipatecnologia chamada CLA (Content mentos para gerenciamento de Lifecycle Automation), que permite a veiculação para broadcasting, anunautomatização e o gerenciamento de

todo tipo de conteúdo para web. O sistema já é usado pela Universal Music Group para gerenciar os vídeos de seus artistas na web.

o futuro Com o novo pavilhão da NAB 2001, o E-Topia, pretende-se mostrar as mais novas tecnologias e tendências do mercado de mídia eletrônica. Mais de 30 empresas estarão expondo seus produtos nesse espaço de exibição, localizado no Sands Expo Center. O E-Topia é apresentado pela NAB com as perguntas: “Onde será descoberto o próximo padrão de transmissão de informação? Onde está a empresa que tem a tecnologia pronta hoje - e que mudará a cara da mídia eletrônica amanhã?” E a resposta: tudo estará no mais novo destino para a tecnologia da próxima geração... Talvez seja exagero, mas a área contará com participantes das áreas mais faladas atualmente, como broadband, computação gráfica e animação, informática, transmissão de dados, gerenciamento de conteúdo digital, transmissão de áudio digital, segurança digital, televisão digital, edição e criação de efeitos para vídeo digital, tecnologias DSL, soluções de e-commerce, serviços de pesquisa e informações, televisão interativa, Internet, aplicações de rede, hardware e software de redes, redes ópticas, tecnologias de streaming, integração de sistemas, vídeo-on-demand, tecnologias de webcasting e wireless. A pretensão é de mostrar novas tecnologias que se tornarão padrão no mercado de mídia eletrônica. Além do E-Topia, a NAB neste ano não estará mostrando somente novos equipamentos, mas novas tecnologias e tendências, que precisam ser olhadas com atenção. É uma NAB para ser vista com a mente aberta a novas idéias. Não em busca apenas do futuro de uma mídia mas, talvez, de uma nova mídia. É uma NAB que valoriza mais o produto do que seu meio de veiculação.

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C A P A

PREVIEW

SET E TRINTA

Tão compacta, leve e com pequeno consumo de energia quanto os

A Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Telecomu-

outros modelos camcorder, a AJ-HDC27A tem um CCD de 2/3 pole-

nicações realizará durante a NAB 2001 o seu tradicional SET e

gadas com resolução de 1280 x 720 pixels.

Trinta, no Hilton Convention Center, de Las Vegas. Nos dias 23 e

A empresa também aproveita a feira para anunciar que o escritório

25 de abril, a partir das 07h00 estarão sendo feitas demonstrações

de vendas e serviços para broadcast da América Latina agora está

de produtos. A terça-feira, 24, um debate sobre TV digital promete

com base no escritório brasileiro, em São Paulo.

aquecer as discussões sobre o tema, que tem gerado tanta polêmica entre o Brasil e o país sede da NAB. Inscrições e mais

shure

informações pelo e-mail setv@openlink.com.br.

A Shure Inc. e sua distribuidora no Brasil Pride Music além de exibirem os novos lançamentos da marca estarão oferecendo

SGI

um coquetel com demonstração dos produtos para os visitantes

As novidades da SGI são a ilha Octane com placa HDTV, o SGI Media

brasileiros da NAB 2001. Eron Silva e Marinho, da Pride

Server for broadcast, agora com uma nova versão em MPEG-2,

Music, estão à disposição para mais informações no telefone (11)

e o Media Base para streaming, que agora terá uma versão mais

6975-2711 ou através dos e-mails eron@pridemusic.com.br e

barata baseada em plataforma Intel/Linux.

marinho@pridemusic.com.br.

PANASONIC

PHILIPS

A Panasonic contará na NAB 2001 com câmera para cinema digital

Sem tempo hábil para realizar uma ação conjunta, a Thomson e a

AJ-HDC24A HD Cinema Camera. O produto é a primeira câmera

Philips terão estandes separados durante a NAB deste ano. No da

multiframe com scan progressive desenhada principalmente para a

Philips estará sendo apresentada uma nova solução em switchers.

produção de comerciais, videoclipes e seriados de TV. A AJ-HDC24A

A nova linha Triton conta com produtos para vídeo analógico, digital,

grava em 24, 60 e 12 fps e ainda possibilita configuração para outros

HD, áudio estéreo, áudio AES/ABU digital e ainda dados digitais

frame rates. A câmera grava até 46 minutos de vídeo na resolução

(para telecomunicações). Os switchers são controlados por um

720P em cada cassete DVCPRO HD e ainda pode ser conectada a um

painel de controle embutido, painéis independentes, por PC via soft-

VTR, podendo gravar em resoluções maiores.

ware ou conectados ou Jupiter Control System.

Outro produto que será apresentado em Las Vegas este ano é a

Na linha de câmeras SDTV, o estande contará com a série cam-

camcorder HDC27A, que pode captar no na resolução 720P a 60 fps.

corder

DVCPRO, a LDK 200 e a LDK 23 MKII, para


N達o disponivel


C A P A

slow motion. Para HDTV, a empresa mostrará a linha LDK 6000, que pode gravar nas resoluções 1080I e 720P, e a LDK 7000HD, que trabalha com as mesmas resoluções da LDK 6000 em 24, 25 e 30 fps.

EVS A EVS apresentará os servidores SportNet, para esportes, e o CleanEdit, editor off line para produção de notícias. Para a área de cinema digital, a fabricante contará com o CineStore, que deve ser lançado somente em setembro deste ano. O servidor é compatível com o sinal 24P para equipamentos Barco, Christie e projetores digitais baseados na tecnologia DLP Cinema da Texas Instruments.

SONY Este ano o tradicional seminário da Sony, durante o domingo, será realizado no Bally´s das 14h00 às 18h00. No estande do Las Vegas Convention Center (LVCC) a empresa japonesa contará com o sistema de edição não-linear XPRI, que atende as necessidades da indústria de radiodifusão na migração para alta definição. O sistema combina o desempenho em SD/HD sem compressão e MPEG IMX 50 Mbps nativo em tempo real e HDCAM I/O para maximizar a capacidade de armazenamento. As versões SD e HD do XPRI compartilham a mesma plataforma de interface e hardware. O MUS-2000 é um sistema de administração de conteúdo com transmissão em rede que também será mostrado pela empresa.

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O sistema é um dispositivo de armazenamento para A/V que disponibiliza serviço de multiacesso com taxas de transferência de alta velocidade e 288 GB de capacidade. Também será exposto o MSB-2000, um conversor de sinais que provê vários tipos de sinais, SDTI, SDI, interfaces DVB-ASI, MPEG VTRs e servidores de A/V projetados para aplicações em broadcast. O equipamento converte esses sinais em um ambiente de rede com vídeo e áudio.

JVC Câmera camcorder para cinema digital GY-DV700WU Cine DV é um dos produtos que estarão no estande da JVC. O equipamento usa fitas Mini DV e conta com três CCDs de 2 x 3 polegadas com imagem em formato 16:9 e entradas e saídas digitais IEEE 1394. A JVC também contará com a camcorder GY-DV500U, uma solução mais barata, mas com performance profissional. A câmera trabalha com 750 linhas, processamento digital de 14 bit e grava até 60 minutos de vídeo em uma única fita Mini DV.

OITO ANOS DE DVB O consórcio de empresas responsável pela criação do padrão de TV digital DVB estará comemorando oito anos durante a NAB. Será o primeiro evento público com a participação do consórcio após uma redefinição estratégica. O DVB expandirá sua atuação para novas áreas, como o desenvolvimento de soluções técnicas para conteúdos interativos e distribuição sobre protocolo (IP).


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t e l e v i s ã o Letícia de Castro

POUCO INDENPEDENTES Programas de qualidade e lucro garantido com custos baixos. Esses são os atrativos que as produtoras independentes oferecem atualmente para as emissoras de TV com pouca estrutura de produção. No momento, Record, Gazeta, Rede TV! e Cultura têm pelo menos dois programas independentes em suas grades.

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As emissoras abertas de TV no Brasil ainda preferem produzir sua própria grade internamente. Poucos são os casos de produtoras independentes trabalharem para as redes nacionais. Os casos mais típicos são o preenchimento de horários alternativos, quando o tempo é usado para promover (e “vender”) produtos e lugares, em programas disfarçados de talk shows ou jornalísticos. Um caso de sintonia perfeita entre a produtora e a emissora é o programa “A casa é sua”, apresentado atualmente pela jornalista Sonia Abrão, na Rede TV!. Criado e produzido originalmente na emissora, o programa não era lucrativo, tinha poucos anunciantes, pouco merchandising e alto custo. Sabendo dos problemas do programa, Elias Abrão, dono da Câmera 5, produtora de TV e publicidade que há dois anos desenvolve projetos para TV, entrou em contato com os dirigentes da RedeTV! para apre-

sentar uma proposta de reformulação da atração, com uma boa perspectiva de comercialização. “Dei o perfil do programa para alguns anunciantes, que se interessaram, então começamos a trabalhar”, conta Abrão, que optou por trocar a apresentadora Valéria Monteiro pela jornalista Sonia Abrão, sua esposa. “Deixei o programa mais popular, voltei a atenção para a dona de casa e foi um sucesso”, afirma Abrão. Ele garante que “A casa é sua” é o mais rentável entre todos os programas femininos da TV brasileira neste momento. Das três horas de duração, 48 minutos são destinados a merchandising. Para a Rede TV! as vantagens foram a redução de custos e crescimento vertiginoso na receita publicitária do programa. “Nós desenvolvemos o programa em parceria. Eles se encarregam de todos os custos de produção e eu da exibição. Depois nós dividimos igualmente os lucros”, afirma o diretor da Rede TV!, Eraldo Carlos Abreu, que não abre mão de reuniões semanais ou quinzenais com os diretores da produtora para discutir as pautas do programa. A comercialização, item mais importante do acordo, é feita por ambas as partes, tanto a produtora quanto a emissora têm suas equipes de vendas, que trabalham em conjunto. Para Elias Abrão é fundamental que a produtora tenha uma boa equipe de vendas. “É isso que viabiliza nosso trabalho. Nós oferecemos um programa com faturamento garantido para a emissora”, comenta o diretor. O sucesso de “A casa é sua” fez a Câmera 5 se responsabilizar por outro projeto da Rede TV!. “Elas”, apresentado por Sula Miranda, também é produzido pela produtora, nos mesmo moldes de “A casa é sua”. Apesar de a TV por assinatura representar um grande mercado consumidor, ela não está, ao menos por


enquanto, nos planos da Câmera 5. “A margem de lucro é muito pequena. É difícil comercializar um programa em TV paga porque ainda não há um cálculo do Ibope sobre a audiência. Nosso negócio é o mercado aberto mesmo”, afirma Abrão.

falta de estrutura Outro bom exemplo de êxito em parcerias é a “Escolinha do barulho”, uma co-produção da Câmera 5, GPM e cooperativa de artistas. O programa havia sido originalmente elaborado para o SBT. “Fizemos um piloto e eles desistiram, então apresentamos à Record, que logo se interessou”, conta Elias Abrão. O acordo entre a Record e o pool de produtores da “Escolinha” é diferente do caso da Rede TV!. A Record compra o programa pronto e fica com o faturamento comercial. Do valor pago pela Record, é descontada a despesa com produção e o lucro é divido igualmente entre os três sócios do projeto, que dividem tarefas da seguinte forma: a GPM se encarrega da direção, produção e texto; a Câmera 5 entra com o estúdio e equipamento de câmeras, edição, sonorização; e a cooperativa de artistas, composta por 20 atores, oferece a força de trabalho. Mesmo sem participar da comercialização do programa, Abrão garante que

a “Escolinha” representa o maior faturamento da Câmera 5. Para a Record o negócio também é interessante. “Nós queríamos um programa humorístico para esta faixa da programação e não tínhamos estrutura para produzir, por isso decidimos fechar negócio com os produtores da ‘Escolinha’. Para nós, acabou ficando mais barato dessa maneira”, garante o superintendente artístico da Record, Marcos Aragão. A mesma dificuldade com falta de estrutura e falta de verba para investir nessa área fazem a Gazeta requisitar os trabalhos de produtoras independentes. “Reduzimos incrivelmente os custos e conseguimos uma programação, de qualidade”, sustenta o superintendente de programação Luis Fernando Taranto. A Gazeta tem em sua grade os programas “Fabrica 5”, da GPM, o “Comando da madrugada” e o “Dinheiro vivo”, produzido e apresentado pelo jornalista Luis Nassif. Os três programas obedecem o mesmo tipo de acordo estabelecido entre a Rede TV! e a Câmera 5. “Eu arrisco o meu horário e eles arriscam o conteúdo. O lucro nós dividimos”, afirma Taranto. De acordo com ele, no caso dos dois primeiros programas, a emissora foi procurada pelos produtores com os programas prontos. “Nós

assistimos, achamos que tinha boa qualidade e eram viáveis comercialmente. Decidimos apostar”, conta Taranto, cuja participação na formatação dos programas é praticamente nenhuma. Já o programa de Luís Nassif, “Dinheiro vivo”, leva mais a risca o conceito de “parceria”. O jornalista se responsabiliza por toda a produção de conteúdo e pela contratação da equipe. A emissora cede estúdio e equipamento. O lucro, mais uma vez, é dividido entre os dois. A Cultura é, atualmente, a emissora que mais aposta nas produções independentes. Ela exibe quatro programas independentes: “Saúde Brasil”, da Águila, “Tribos e trilhas”, da Hipermídia, “Expedições”, da RNL, e o “Conexão Roberto D’Ávila”, da Intervídeo. As emissoras de maior porte, como Bandeirantes, SBT e Globo, têm um número bastante reduzido de programas independentes. “Não nos interessa muito esse tipo de associação, porque nós temos uma estrutura de produção gigantesca e prezamos pela autoria dos programas. Eles têm de ter a cara da emissora. Os programas independentes são exceções e só compramos quando é uma idéia muito sensacional, viável comercialmente”, explica Ana Teresa Salles, diretora de comunicação do SBT.

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televi s ã o

O SBT apresenta o “Siga bem, caminhoneiro” todos os domingos às 8h30, produzido pelo cantor Sergio Reis. De acordo com Ana Teresa, o SBT compra o produto de Reis e fica com o faturamento de publicidade. O programa dá média de três pontos no horário, que conta com apenas 10% dos aparelhos ligados.

tempo determinado “Pequenas empresas, grandes negócios”, produzido pela GTEC, é o único programa independente veiculado na Rede Globo. No ar desde 1988, o “PEGN” surgiu de uma idéia de Nelson Gomes, atual proprietário da produtora e diretor do programa. “Eu conheci uma associação de pequenas empresas nos Estados Unidos e percebi que elas são peças fundamentais na economia de um país”, conta Gomes que, rapidamente, desenvolveu o projeto para um programa semanal, com meia hora de duração. A Globo gostou do projeto e se dis-

pôs a exibir o programa, mas não pretendia bancar os custos de produção. Dessa forma, o departamento comercial da emissora entrou em contato com possíveis patrocinadores e conseguiu financiamento do Cebrae (Centro Brasileiro de Apoio à Pequena Empresa, que, em 90, virou Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa) e do extinto Banco Nacional. O Sebrae também ficou responsável por uma assessoria técnica, alimentando a produção do programa de informações e dados sobre o setor. Quando a Globotec -surgida em 1978 como um braço para a produção de vídeos publicitários da Rede Globo - foi comprada por Nelson Gomes (que dirigia a empresa desde 83) e Antonio Carlos Franchini, em 91, virando GTEC, toda a estrutura de produção se manteve. Há cerca de um mês, a produtora vendeu os direitos autorais do programa para a Rede Globo. “Foi uma proposta financeira muito interessante

e nós ainda temos o direito de produzir a atração por mais dois anos”, afirma Nelson Gomes. A Rede Globo não informou os planos que tem para o programa, nem se ele continuará na grade depois de 2003. Além do “PEGN”, a GTEC produz os programas “Comunicare”, “Pense nisso” e “Opinião”, para o Canal Universitário de São Paulo. As atrações são financiadas pelo Unisa (Universidade de Santo Amaro), que dispõe dos horários de exibição no canal. Para o Canal Comunitário, de São Paulo, a GTEC produz um programa institucional do Idort (Instituto de Desenvolvimento e Organização do Trabalho), totalmente financiado pela entidade. Além do “PEGN” a participação de produtoras independentes na Globo se resume a um quadro no programa “Esporte espetacular”, chamado “Caminhos da aventura”, da produtora KN Vídeo. Segundo o diretor da produtora, Jorge Nassaralla, a oportunidade de


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televi s ã o

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entrar na maior emissora de TV do Para Maurício Dias, proprietário da País surgiu graças ao trabalho desenprodutora Grifa, responsável pelo volvido no canal pago Sportv, da programa “Zero”, do canal Multishow “irmã” Globosat. (Globosat), a melhor maneira de se “Nós fazemos 15 programas para o trabalhar atualmente é através de coSportv. O diretor do ‘Esporte espeproduções com as televisões. tacular’ viu nosso “Nós apresentamos trabalho no canal um projeto para e nos chamou para diversas emissoras. Parcerias, fazer um projeto Aquelas que se co-produções e para ele”, lembra interessarem entram patrocício são Nassaralla. como sócias, particiA KN Vídeo já pando dos custos da formas usadas para vendeu 15 quadros produção. Depois viabilizar programas para a Globo, que elas mostram esportes podem exibir por independentes. de ação em lugares um determinado bonitos do mundo. tempo e têm particiNo Sportv, a KN pação nos lucros do Vídeo desenvolve os programas projeto”, afirma Dias. “Rolé”, “Surreal”, apresentado por Ele teve uma experiência bem-sucedida Suzana Werner, “Nas trilhas”, “Jogos nessa área com o documentário “No da verdade”, “Elas surfam”, “Pé no caminho da expedição Langsdorff”, chão”, entre outros. “Nós vendemos uma co-produção com o Discovery os produtos prontos”, conta o diretor Channel e France 3. Exibido em seis da produtora episódios de meia hora de duração, o programa mostrava o caminho pertv paga corrido por uma expedição russa que viajou de São Paulo a Santarém (PA) Outro tipo de comercialização difede barco. Metade dos custos do projeto rente para um programa indepenfoi bancada pela própria Grifa e o resdente é o patrocínio. Dessa maneira, tante ficou a cargo das duas televisões, o projeto já chega pago à emissora Discovery e France 3. e disputa apenas um horário (pago) “Vendemos o projeto para 150 territórios no na grade. É o caso do programa mundo inteiro”, comemora Dias, que tam“Mastercard destino Brasil”, exibido bém já lançou mão dos recursos de incentipelo Canal Brasil (Globosat) e provo fiscal, mas hoje prefere as co-produções. duzido pela Girassol. “Queremos entrar no mercado globalizado. De acordo com a diretora do pro‘Langsdorff’ foi apenas o primeiro de uma grama e da produtora Girassol, Bia série de projetos”, garante. Flores, o patrocinador Mastercard Para isso, eles participam de pits no paga todos os gastos de produção exterior. “É quando diversas televisões e ainda compra o horário do canal, do mundo inteiro se reúnem para analo que representa cerca de 20% dos isar projetos independentes. Eles forcustos. “Para o patrocinador dá um mam uma banca e entram em contato bom retorno de marketing instituciocom o seu trabalho. Depois você monta nal, porque os canais pagos têm um uma sociedade com as emissoras interespúblico bastante seleto, que é justasadas”, conta o diretor. Dessa maneira, mente o alvo da empresa”, comenta o programa acaba sendo produzido por Bia. Além disso, a empresa não um pool de emissoras, que se tornam desembolsa efetivamente um valor sócias nesse projeto. “Facilita também alto, pois investe através das leis na comercialização, porque todos estão de incentivo Rouanet e Mendonça, interessados em sair lucrando e acabam podendo deduzir do imposto de apresentando o programa para um maior renda a quantia gasta. número de canais”, afirma Dias.


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p r o d u ç ã o Mônica Teixeira

ORGULHO GAÚCHO As diversidades de paisagem e étnica são ponto a favor para a produção de filmes no Rio Grande do Sul.

Cenários diversos. Praias, serras, pampas, cidadezinhas abandonadas, vilas alemãs... Onde tem tudo isso? No Rio Grande do Sul. E o cinema começa a mostrar essa variedade natural para o resto do Brasil e para o mundo. “O quatrilho”, de Fábio Barreto, foi totalmente rodado no estado. O pano de fundo para a história da troca de casais era a imigração italiana no Sul do País. “Mauá, o imperador e o rei”, filme de Sérgio Rezende, tem cenas filmadas no Rio Grande do Sul, terra natal de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá. E não pára por aí. A lista continua com “Dois córregos”, de Carlos Reichenbach, e com as produções gaúchas mais recentes como “Lua de outubro”, “Anahy de las missiones” e “Tolerância”. O Rio Grande do Sul quer aumentar a sua importância como pólo de cinema. Para atrair produções de fora, os gaúchos confiam em duas qualidades do estado: a variedade de cenários naturais e o suporte técnico. O produtor de cinema Beto Rodrigues acredita nisso. “Temos uma paisagem diversificada, com litoral, serra, campo - não tem outro lugar no Brasil com um campo como o nosso para filmar um road movie, por exemplo - Mata Atlântica, tem de tudo resumido aqui, com exceção de floresta densa, mas até dá para forjar um cenário assim. 24

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A paisagem humana também é diversificada. No Rio Grande do Sul temos índios, loiros europeus, mulatos.” Quanto ao outro ponto, Rodrigues cita a infra-estrutura e bons profissionais. Os diretores que vêm de fora do estado, normalmente levam o primeiro time junto. Na escalação estão os diretores de fotografia, de arte e de produção. Mas no caso do “Quatrilho”, Fábio Barreto contratou um diretor de produção gaúcho, além de boa parte da equipe técnica local. “Foi uma boa experiência”, afirma Marcelo Santiago, assistente de direção do filme. O custo de vida mais baixo que nos principais centros, como Rio e São Paulo, significa economia na produção, pois os cachês são menores. Segundo Rodrigues, a negociação com os fornecedores também reduz o custo de hospedagem e alimentação da equipe, gasto que pode comprometer 20% do orçamento de um longa-metragem.

projeto O Rio Grande do Sul tem projetos para se tornar ainda mais atraente. Um deles é a criação de um pólo audiovisual em Porto Alegre. A iniciativa é da Fundacine, uma fundação que reúne cineastas, governo e entidades privadas com o objetivo de estabelecer parcerias para viabilizar produções

locais. “A idéia é criar um centro técnico audiovisual que concentre empresas de locação de equipamentos e prestadoras de serviços, um laboratório, estúdios e salas de produção”, explica Rodrigues. O projeto, com orçamento de R$ 950 mil já foi aprovado pelo governo. Falta definir o local para dar início às obras, previstas para este ano. Se o projeto se concretizar, Porto Alegre vai ser a terceira cidade a ter um laboratório de cinema no Brasil, depois das capitais paulista e fluminense. Vai ser uma filial do Labocine, do Rio de Janeiro. “Isso vai baratear muito os custos de produção aqui. Com o centro, não vai ser preciso mais se deslocar para outros estados”, acredita Rodrigues. O cineasta e vice-presidente da APTC (Associação Profissional dos Técnicos de Cinema), Giba Assis Brasil, vai mais longe. “Vamos atender às demandas da Argentina e do Uruguai também. O próprio laboratório está se instalando aqui pensando nisso.” Outra importância do centro é a atualização dos equipamentos. Hoje, o Iecine, Instituto Estadual de Cinema, disponibiliza equipamentos já obsoletos: uma câmera de 35 mm sem som direto e uma moviola, cada vez menos utilizada. O material tem, em média, 15 anos de uso e já viabilizou muitas produções gaúchas, principalmente filmes de baixo orçamento.


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p r od u ç ã o

Os equipamentos do Iecine sempre foram alugados a preços baixíssimos. Quando há necessidade de equipamentos mais sofisticados, a solução é alugar. Normalmente, fora de Porto Alegre. Foi o caso de “Tolerância”, filme de Carlos Gerbase produzido pela Casa de Cinema, produtora mais ativa do Sul. Até hoje, a Casa de Cinema não conseguiu ter o próprio equipamento. “Compramos uma câmera digital no ano passado para filmes experimentais, como o próximo de Jorge Furtado e uma ilha digital”, diz Assis Brasil. A instalação do centro técnico de audiovisual deve amenizar essa dificuldade.

ambição Há uma lei estadual, aprovada em 96 e em vigor desde 97, que estimula empresas a investirem em cinema. É a LIC, Lei de Incentivos à Cultura, que permite que as empresas invistam até 3% do ICMS devido em projetos culturais e deduzam do imposto 75% do que destinaram à cultura. “Jacobina”,

o novo projeto de Em 2000, a captação milhões. Segundo Fábio Barreto, está porque de recursos através Rodrigues, captando recursos “há uma cultura de no Sul através da da LIC foi superior a investimento em cinLIC. A produtora ema e uma econoR$ 20 milhões. gaúcha Gisele Hiltl, mia em crescimento da MGM Produções, no estado”. Os resulco-produtora do tados podem ser visfilme orçado em R$ tos na tela. Entre 86 e 8 milhões pretende 97, não foi produzido conseguir R$ 1 milnenhum longa no Rio hão através da lei do Rio Grande do Grande do Sul. A partir de 97, três já Sul. “Nossa expectativa era viabilizar foram lançados, sete estão em fase de o filme com as leis federais, mas pelo produção, com a previsão de que três jeito vamos conseguir isso com a LIC.” deles sejam lançados este ano. “Temos O início das filmagens está previsto a ambição de chegar a lançar dois para maio ou junho nas regiões de filmes por ano”, diz Rodrigues. Sapiranga, próxima a Porto Alegre, e Um dos filmes em fase de produção é “Concerto campestre”, com direção Lajeado. “Essas regiões conservaram os traços da colonização alemã”, de Henrique Freitas Lima. Baseado argumenta o assistente de direção do em um romance do escritor gaúcho filme. Desta vez, Fábio Barreto vai Luiz Antonio Assis Brasil, o filme se contar a saga da imigração alemã no passa em 1860, durante a fase áurea Rio Grande do Sul através da figura de do ciclo do charque no estado. É Jacobina, uma líder espiritual e política um projeto ambicioso, co-produção da comunidade durante o império. com a Espanha, que deve custar R$ Em 2000, a captação de recursos 4,5 milhões. Além da parceria e dos através da LIC foi superior a R$ 20 recursos das leis de incentivo, o filme


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p r od u ç ã o

conta com apoio local de Pelotas, cidade onde vai ser rodado. O projeto começou a ser negociado com a prefeitura na administração anterior, do PDT. O prefeito resolveu apoiar o filme concedendo os benefícios de um aporte industrial para a cidade. Ofereceu descontos nas dívidas com a prefeitura para quem apoiasse a instalação da indústria. A sede da produtora, a Pampeana, foi tranferida para uma fábrica de 1910. “Parece Hollywood”, reforça Freitas Lima. O aluguel é descontado da dívida que o proprietário do imóvel tem com a prefeitura. O mesmo acontece com os hotéis. No total, um apoio de R$ 400 mil. Como a fase de pré-produção e captação de recursos demorou muito, o prefeito da cidade agora é outro. E de outro partido, o PT. Que vai manter o apoio ao filme, mas não concorda com a interpretação da lei feita pelo antecessor. Apesar de Pelotas ter o maior acervo de arquitetura neoclássica do Brasil, a produção do filme optou por restaurar um casarão de 1830. Construiu um anfiteatro e a réplica

de uma fazenda de Quase toda equipe Freitas Lima. charque da época produção de 1,5 mil pessoas Outra com currais, varais gaúcha do ano para secar a carne e é “Mar doce”, de “Concerto galpões. “Nós queredirigida por Werner campestre” deve Schünemann. O mos que isso fique na cidade quando o filme é um docuser local. filme acabar, como mentário de avenum parque temático tura, um registro do charque”, imade casos que acongina o diretor. teceram na Lagoa A equipe de “Concerto campestre” dos Patos, como o recente naufrágio deve ser de 1,5 mil pessoas, incluindo de um navio e a entrada dos euroatores, figurantes e equipe técnica. peus no estado. No elenco, o galã Quase toda a mão-de-obra deve ser Carlos Alberto Ricelli. local. “Temos bons profissionais nas O diretor Freitas Lima arrisca uma áreas de arte e produção. Só a figprevisão: “Há um futuro muito urinista virá de fora, a carioca Kika interessante para o cinema gaúcho”. Lopes, uma especialista em figuriPode parecer que há grande dose nos de época.” Em categorias onde de otimismo nas palavras dos cineasa mão-de-obra é escassa no Brasil tas gaúchos. Mas há, principalmente, como mixagem de som, Freitas Lima orgulho do que é feito dentro do optou pelos parceiros “que hablam estado. Assim, o cinema - feito por español”, caso do Chile. Quanto gaúchos ou não - recupera histórias às vantagens de filmar no Sul, ele do passado, personagens esquecidos elege a luz. “É uma luz bonita para e paisagens desconhecidas dessa o cinema, aqui não tem luz dura. terra que tem muito a mostrar Isso permite filmar o dia todo”, diz para o resto do País.


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( making of )

Lizandra de Almeida

C UBO DO INCO NSCIEN TE Em seu novo videoclipe, para a balada “A lua q eu t dei”, a cantora Ivete Sangalo está no centro de uma caixa de imagens que os diretores do filme chamam de “subconsciente”. É como se ela estivesse envolvida por suas próprias lembranças, que passam continuamente nas quatro paredes visíveis do cubo. Na verdade, o ambiente foi criado com quatro telões justapostos, cada um com seis metros de altura e 4,5 m de largura. As imagens foram projetadas em back projection e saíram dos arquivos da produtora ou do Image Bank, que forne-

ceu trechos de seu banco de filmes. “Escolhemos imagens que simbolizassem os pensamentos, mas que não fossem óbvias, que não fossem legendas de fotos. Fizemos uma pesquisa ampla no banco de imagem, escolhendo aquelas que tivessem um caráter subliminar e representassem idéias de amor, perda, dor e sonho”, explica o diretor. Além das imagens de arquivo, o clip faz uma homenagem a Herbert Vianna, autor da música e do solo de guitarra que existe na gravação. Nesse momento, o clip utiliza imagens, cedidas pela Conspiração Filmes, de um clip do músico.

c o m b i n a ç ã o A principal dificuldade da equipe de

imagens diferentes de cada telão,

produção foi a de montar os telões

de modo a que elas “conversassem”

para a back projection. No mercado

entre si sem criar ruídos e sem res-

não há nada semelhante já pronto.

saltar as emendas entre cada uma

“Hoje é difícil ver filmes usando back

das paredes. “Mon-

projection e não há nada parecido

tamos quatro fitas,

com o que fizemos, com quatro telas

cada uma para um

projetando simultaneamente”, diz o

telão. Levamos quase

diretor Caio Abréia. A intenção era a

duas semanas só

de criar uma caixa praticamente sem

para editar as

emendas, em cujas paredes as ima-

fitas, pensando no

gens exibidas também fossem com-

sincronismo dos movi-

plementares, não só no sentido como

mentos”, conta o dire-

no encaixe. Para montar toda essa

tor Manitou Felipe. “O

estrutura, em apenas uma noite, a

montador teve de edi-

produtora convocou uma equipe de

tar pensando sempre

50 pessoas. Os telões eram arma-

em quatro imagens

ções de ferro, recobertas com tecido.

e não em uma”, com-

Outra dificuldade foi combinar as

pleta Abréia.

3 0 T E L A V I V A a b r il D E 2 0 0 1

ficha técnica videoclipe

Artista Ivete Sangalo Música A lua q eu t dei Gravadora Universal Music Produtora Yes Direção Chico Abreia, Caio Abreia e Manitou Felipe Fotografia Edgar Moura Montagem Marcelo Moraes Finalização EstúdiosMega


SUB C O N S C I E N T E Na maioria das cenas, a cantora aparece no centro

representar uma relação

da caixa, mas as cenas dela são complementadas

duradoura, de 50 anos”,

por planos de outros casais, escolhidos a partir de

conta Caio.

um casting um tanto exótico. “É difícil falar sobre

O despojamento do cenário

romantismo sem ser cafona. Queríamos fugir das

combina com a simplicidade

histórias clássicas e dos clips de cantores român-

do figurino de Ivete, que

ticos”, afirma Abréia. “Quisemos humanizar um

aparece praticamente sem maquiagem, vestindo uma

pouco o filme, para não concentrar nela o tempo

roupa casual e de cabelos soltos. “É como se ela fosse a

todo. Por isso, decidimos escolher casais que saem

artista que criou toda aquela instalação”, diz Caio.

do padrão e mostrar que o amor existe e é tão

A combinação das imagens, segundo Manitou, sur-

grande como em qualquer casal”, continua.

preendeu a todos. “Nós não fazíamos idéia de como

Um casal de garotas e um de rapazes, um tatuado

seria a sensação de quem estava dentro do cubo. O

e uma patricinha e também dois velhinhos apa-

resultado foi superemocionante e quem entrava se

recem no centro da caixa. “Neste mundo onde há

identificava com alguma das imagens. A própria Ivete

mais casais separados do que juntos, quisemos

se emocionou”, conta.

A D E Q U A ÇÃ O Além das paredes, o cenário

Como os telões tinham seis metros de altura, havia

era composto de um chão

uma dificuldade adicional em captar imagens de

de brita, o que conferiu um

cima. O clip começa com um travelling que sai de

clima ainda mais intimista

trás de um telão, passa por cima e chega à cantora,

quando combinado às

que está no centro. “Usamos um cam remote para

imagens, todas em preto e

controlar a câmera e construímos rampas, já que

branco, mas que assumiam

o estúdio tinha apenas oito metros de altura -

um tom azulado nos telões.

insuficientes para usar uma grua”, explica Manitou.

A escolha do piso estava

As dificuldades técnicas obrigaram a equipe a usar

relacionada a uma cena em

a bitola 35 mm, “Não só por causa do cam remote

que o cenário é inundado

mas também porque a película 16 mm não imprime

por uma chuva. “O problema

o negativo com as imagens das back projections”,

em filmar naquelas condições era a iluminação.

acrescenta. A potência do projetor tinha de ser alta,

A chuva costuma ficar bonita com contraluz, por

para que as imagens fossem bem definidas.

isso fica difícil criar o efeito sem parecer falso nas

As imagens das paredes do cubo foram captadas

condições que tínhamos. Criamos uma caixa de luz

com lentes grande angular de 8 mm e 10 mm.

que envolvia a fonte de água e iluminamos por cima.

“Também usamos lentes básculas, que permitem

Assim conseguimos a impressão de que a água

um controle sob as áreas de desfoque no mesmo

invadia toda o cenário”, explica Abréia.

quadro”, conta Manitou.

T E L A V I V A a b r il D E 2 0 0 1 3 1


p r o g r a m a ç ã o r e gi o n a l Paulo Boccato

PERNAMBUCO O Estado de Pernambuco é o segundo mais populoso da Região Nordeste, com cerca de 7,5 milhões de habitantes espalhados por 185 municípios. O Índice de Potencial de Consumo (IPC) é de 3,803% e existem mais de 1,6 milhão de domicílios com TV. O estado é coberto por nove emissoras, sendo que cinco redes nacionais contam com geradoras locais. TV GLOBO RECIFE (RECIFE, CANAL 13)

Emissora própria do grupo de Roberto Marinho, a Globo Recife está no ar desde 1972. Sua cobertura atinge 54 municípios, com população de 4,3 milhões de habitantes, sendo 4,2 milhões de telespectadores potenciais, 1,1 milhão de domicílios com TV e IPC de 2,255%. As principais cidades cobertas são Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Cabo de Santo Agostinho e Camaragibe, todas na região metropolitana de Recife, além de Vitória de Santo Antão, São Lourenço da Mata, Limoeiro e Timbaúba. A programação local é centrada no telejornalismo, com o “Bom dia Pernambuco”, “Globo esporte local”, “Globo comunidade” e as duas edições diárias do “NE TV”. Pelo segundo ano consecutivo, a emissora aposta na transmissão ao vivo de partidas de futebol dos grandes times da capital no Campeonato Pernambucano e no Campeonato do Nordeste. Outros pontos fortes da programação local ao vivo são a transmissão de eventos como Carnaval e festas de São João. Nessas ocasiões, a TV Globo Recife coloca programas temporários na grade, como “Frevança”, com shows de artistas locais e clips de frevo, veiculado durante o Carnaval e dois programas voltados para a apresentação de cantores, que deverão ir ao ar durante as festas juninas.

Dias de exibição

Horário

Bom dia Pernambuco

Seg-sex

06h45 a 07h15

NETV - 1ª edição

Seg-sáb

11h55 a 12h50

Globo esporte - edição local

Seg-sáb

12h50 a 13h00

NETV - 2ª edição

Seg-sáb

18h45 a 19h00

Santa Missa em seu lar

Domingo

06h00 a 07h00

Globo comunidade

Domingo

07h00 a 08h00

TV ASA BRANCA (CARUARU, CANAL 8)

A TV Asa Branca é afiliada da Globo em Caruaru, a maior 32

TV ASA BRANCA Programas

Dias de exibição

Horário

ABTV - 1ª edição

Seg-sáb

12h25 a 12h50

ABTV - 2ª edição

Seg-sáb

18h45 a 19h00

TV GRANDE RIO (PETROLINA, CANAL 2)

No ar desde 1991, a TV Grande Rio é afiliada da Globo em Petrolina, cidade situada às margens do Rio São Francisco. Em sua área de alcance estão 24 municípios, sendo que os principais são Araripina, Salgueiro, Ouricuri, Exu, Santa Maria da Boa Vista e Cabrobó. Sua programação local é formada por dois blocos no “GR TV - 1ª edição” (o primeiro vem da Globo Recife) e pelo “GR TV - 2ª edição”. O “Bom dia...” é idêntico ao de Recife, mas a geradora substitui a veiculação do “Globo comunidade” pelo “Terra da gente”, programa produzido pela EPTV, de Campinas (SP).

TV GRANDE RIO

TV GLOBO RECIFE Programas

cidade do interior pernambucano. Criada em 1991, pertence à Rede Nordeste de Comunicação, também proprietária de uma emissora de FM. São 92 municípios atingidos pelo sinal da geradora, entre os quais estão Garanhuns, Belo Jardim, Serra Talhada, Gravatá, Arcoverde, Bezerros, Palmares, Pesqueira e Surubim. A população total é de 2,4 milhões de habitantes, com 2,2 milhões de telespectadores potenciais, 567 mil domicílios com TV e IPC de 0,714%. A emissora produz duas edições diárias de um telejornal local, o “AB TV”, na primeira das quais entra um bloco dedicado a notícias esportivas. “Globo esporte”, “Bom dia Pernambuco” e “Globo comunidade” vêm da Globo Recife.

T E L A V I V A a b r il D E 2 0 0 1

Programas

Dias de exibição

Horário

GRTV - 1ª edição

Seg-sáb

12h25 a 12h50

GRTV - 2ª edição

Seg-sáb

18h45 a 19h00

TV JORNAL (RECIFE, CANAL 2) E TV JORNAL (CARUARU, CANAL 12)

As duas emissoras são afiliadas do SBT e pertencem ao grupo proprietário do Jornal do Commercio, principal veículo da imprensa pernambucana. A geradora da capital, fundada em 1960, pertenceu à Rede Bandeirantes até 1987, quando passou para o grupo de Silvio Santos. A afiliada de


Caruaru foi criada em 1993, já como integrante de sua rede atual. Em conjunto, as duas emissoras atingem cerca de 65% da população do estado, distribuída por 60 municípios do litoral, região metropolitana, Zona da Mata e Agreste. Ambas transmitem a mesma programação local, composta de cinco programas, todos produzidos na capital. A empresa de Caruaru opera regionalmente apenas com a parte comercial. São veiculados dois telejornais locais de produção própria, o “TV Jornal meio-dia” e o “TV Jornal notícias”, além do “TV Jornal esporte” e de um programete de um minuto sobre economia, o “TV Jornal negócios”, apresentado por Fernando Castilho. Completa a programação local um talk show semanal de produção independente, o “Top mix”.

TV JORNAL Programas

Dias de exibição

Horário

TV Jornal meio-dia

Seg-sáb

12h20 a 12h58

TV Jornal notícias

Seg-sáb

19h00 a 19h20

TV Jornal esporte

Seg-sex

11h35 a 12h20

TV Jornal negócios

Seg-sex

12h58 a 13h00

TV Jornal negócios (reprise)

Seg-sex

02h48 a 02h50

TV Jornal esportes (reprise)

Seg-sex

02h50 a 03h35

Top mix

Sábado

13h00 a 13h30

TV TRIBUNA (RECIFE, CANAL 4)

A TV Tribuna afiliou-se recentemente à Rede Record. Criada em 1990, passou toda a década de 90 como integrante da Rede Bandeirantes. Em sua área de cobertura estão situados 58 municípios, que somam cerca de 4,5 milhões de habitantes, representando em torno de 60% da população do estado. São 795 mil domicílios com TV e um Índice de Potencial de Consumo de 2,649%. As principais cidades alcançadas são Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Caruaru, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Vitória de Santo Antão, Limoeiro, Gravatá e Igarassu. A grade local é composta por quatro programas de produção própria e dois feitos em parceria. No primeiro caso, estão o “Tribuna show”, programa de variedades que inclui um segmento com apresentação de calouros; o “Torcida”, dedicado ao esporte da região; e os telejornais “Cotidiano” e “Jornal da Tribuna”. Os terceirizados são o “Toni Almeida na Tribuna”, de colunismo social, e o dominical “O melhor do Nordeste”, programa de entrevistas ligadas à área cultural.

TV TRIBUNA Programas

Dias de exibição

Horário

Jornal da Tribuna

Seg-sáb

19h20 a 19h40

Cotidiano

Seg-sex

12h00 a 12h40

Torcida

Seg-sex

12h40 a 13h00

Tribuna show

Seg-sex

13h00 a 14h00

Toni Almeida na Tribuna O melhor do Nordeste

Sábado

11h30 a 12h00

Domingo

09h45 a 10h15

TV GUARARAPES (RECIFE, CANAL 9)

A TV Guararapes, afiliada da Bandeirantes, é a mais nova geradora pernambucana e também a que conta com a maior parcela de programação local. Sua área de cobertura é de 46 municípios, com uma população total de 4,1 milhões de habitantes, correspondente a 55% do total do estado. São 978 mil domicílios com TV e IPC de 2,369%. As cidades mais importantes alcançadas pelo sinal da Guararapes são Jaboatão, Olinda, Paulista, Cabo, Vitória de Santo Antão, Camaragibe e Abreu e Lima. A emissora pertence ao grupo dos Diários Associados, proprietário também do Diário de Pernambuco, da Rádio Clube AM e da Caetés FM, situados na capital do estado; do jornal Correio Braziliense, da capital federal; e de emissoras no Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Goiás e Pará. A grade local conta com vários formatos. Na área de telejornalismo, estão “Vida urbana”, voltado para os problemas urbanos de Recife, e o hardnews “Pernambuco diário”. “Portfólio” ilustra a vitalidade do mercado publicitário em Recife. “Pernambuco café” é um musical itinerante, gravado em bares e casas de show. “Batalha na Guararapes”, apresentado por Pedro Paulo, é um programa de auditório com música, brincadeiras e competições entre artistas que chega a 18 pontos de audiência na capital. São veiculados também três talk shows: “Valle tudo”, apresentado por Luciano do Valle, ele mesmo; “João Alberto confidencial”, dedicado a personalidades do mundo artístico, políticos e ao high society pernambucano; e “Pedro

TV GUARARAPES Programas

Dias de exibição

Horário

Programa do Mala

Seg-sex

07h00 a 07h30

João Alberto confidencial

Seg-sex

07h30 a 07h45

Viver melhor (reprise)

Seg-sex

07h45 a 08h00

Esporte total

Seg-sex

12h30 a 12h45

Vida urbana

Seg-sex

12h45 a 13h00

Pedro Paulo na TV

Seg-sex

13h00 a 13h50

Sabor & arte

Seg-sex

13h50 a 14h10

Viver melhor

Seg-sex

14h10 a 14h30

Valle tudo

Seg-sex

14h30 a 15h00

Pernambuco diário

Seg-sex

19h00 a 19h30

João Alberto confidencial (reprise) Seg-sex no final da programação Valle tudo (reprise)

Seg-sex no final da programação

Sabor & arte (reprise)

Seg-sex no final da programação

Portfólio

Quinta

01h30 a 02h00

Bate bola com Roberto Nascimento Sábado

08h00 a 09h00

Automotor

Sábado

10h00 a 10h30

Pernambuco café

Sábado

10h30 a 11h00

Jerimum Andejo

Domingo

08h30 a 09h00

Batalha na Guararapes

Domingo

09h00 a 11h00

T E L A V I V A a b r il D E 2 0 0 1

33


Paulo na TV”, que inclui quadros de variedades, musicais e prestação de serviços. “Viver melhor” é um programa que trata de saúde e qualidade de vida, sempre com a presença de profissionais ligados à área. Completam a grade três programas de produção própria (“Sabor & arte”, “Esporte total”, “Automotor”) e mais três realizados em parceria: “Programa do Mala”, esportivo descontraído que lidera a audiência matinal, apresentado por Luiz Muniz (conhecido por “mala” por sua postura de entrevistar atletas fazendo perguntas impertinentes); “Bate bola com Roberto Nascimento”, também esportivo, apresentado pelo ex-mala que dá nome ao programa; e o recém-estreado “Jerimum Andejo”, programa de variedades itinerante apresentado pelo ator Edinho Moreira, que interpreta o folclórico personagem-título. A emissora também capricha na transmissão ao vivo de festas tradicionais: foram mais de 100 horas no último Carnaval e uma nova maratona é prevista para o São João. REDE TV! RECIFE (RECIFE, CANAL 6)

Emissora própria da Rede TV! criada em 1983 como parte da extinta Manchete. Seu sinal chega a 43 municípios, com um total de 3,9 milhões de habitantes e 955 mil domicílios com TV. Atualmente, conta com apenas um programa local, o “Igreja da Graça”, de produção independente.

REDE TV! Programas Igreja da Graça

Dias de exibição

Horário

Todos os dias

09h40 a 10h00

TV UNIVERSITÁRIA / TVU (RECIFE, CANAL 11)

A TVU é a mais antiga emissora educativa do Brasil. Fundada em 1968, é mantida pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Sua cobertura atinge apenas a região

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T E L A V I V A a b r il D E 2 0 0 1

metropolitana de Recife, além de uns poucos municípios situados na Zona da Mata Oeste e na região do Agreste. Parte de sua grade é preenchida com programas da TV Cultura, de São Paulo, e da TVE, do Rio de Janeiro. A emissora conta com dez programas locais. “Opinião Pernambuco” é a versão local do “Opinião nacional”, da TV Cultura. “Cinema onze” é dedicado aos lançamentos de cinema e à cobertura das produções locais. “Curta Pernambuco” exibe e debate curtas e vídeos produzidos por realizadores locais, nos moldes do “Curta Brasil”, da TVE. Quatro programas mensais se revezam aos domingos: “Documento Nordeste”, sobre meio ambiente e cultura local, também veiculado pela Cultura; “TV ciência”, de divulgação das pesquisas feitas na UFPE; “TV saúde”, com matérias sobre dicas, pesquisas, ações comunitárias e projetos da área; e “Pernambuco imaginário”, série especial em dez episódios sobre a história da fotografia, do cinema e da televisão em Pernambuco, um dos maiores estados produtores de imagens do país. Essa última substitui o “TV cidadania”, programa mensal fixo temporariamente suspenso. Completam a grade a revista cultural “Fim de semana”, o esportivo “Em cima do lance” e o jornal de economia “O negócio é o seguinte”.

TVU Programas

Dias de exibição

Horário

Opinião Pernambuco

Seg-sex

21h00 a 21h30

Em cima do lance

Segunda

19h30 a 20h00

O negócio é o seguinte

Segunda

21h30 a 22h00

Sexta

19h30 a 20h00

Cinema onze Fim de semana

Sábado

09h00 a 09h30

Curta Pernambuco

Domingo

19h00 a 19h30

Documento Nordeste (mensal)

Domingo

19h30 a 20h00

TV ciência (mensal)

Domingo

19h30 a 20h00

TV saúde (mensal)

Domingo

19h30 a 20h00

Pernambuco imaginário (mensal) Domingo

19h30 a 20h00


N達o disponivel


m e r c a d o Lizandra de Almeida

QUASE SEM CONCORRÊNCIA

Ao escolher uma produtora para realizar um comercial, as agências privilegiam o diretor. Mas em tempos de vacas magras, o orçamento também pesa na balança e a concorrência começa a fazer parte do mercado publicitário.

Grandes comerciais exigem grandes diretores. Muito mais do que escolher uma produtora para realizar um comercial, é nos diretores que as agências pensam quando começam a orçar um filme. É claro que a infra-estrutura oferecida pela produtora entra na conta, assim como o valor do orçamento, mas, pelo menos idealmente, o quesito número 1 na escolha dos

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T E L A V I V A a b r il D E 2 0 0 1

realizadores do filme é a contribuição criativa do diretor. Isso porque uma solicitação de orçamento não significa apenas uma relação de itens de produção com um valor no final. Cada diretor apresenta sua concepção sobre o roteiro do filme e a maneira como pretende executá-lo, levando em conta equipamentos sofisticados, computação gráfica, finalização com efeitos especiais. Tanto a idéia quanto a logística de produção serão justificados ou não pelos custos. A argumentação sai da boca da maioria dos diretores de criação, como por exemplo Carlos Silvério, da DPZ: “É o diretor quem faz a diferença. Assim que aprovamos o roteiro, já imaginamos qual diretor melhor se afina com a idéia. A produtora é contingência”. Nem sempre, acredita Silvério, é necessário trabalhar com uma grande produtora. “Às vezes o artesanal, o caseiro, é mais adequado para o projeto.” O diretor de criação João Fernando Camargo, da Lowe Lintas, concorda:

“Em primeiro lugar, é preciso pensar na adequação do roteiro ao diretor, que deve ter o perfil certo para fazer o filme. Ninguém pode dirigir um filme cômico se não souber contar piada”. Para Silvio Matos, presidente e diretor de criação da Newcomm Comunicação, “as idéias são o ponto principal do trabalho, então a escolha do diretor é primordial. Mas é claro que ele tem de ter uma estrutura competitiva de produção. Até posso pensar em um grande diretor cuja estrutura não seja grande o suficiente e cause certa insegurança, mas nem se cogita trabalhar com grande produtora que não tenha um grande diretor”. O produtor Paulo Schmidt, sócio da Academia de Filmes, também corrobora a afirmação dos diretores de criação. Ele acredita que o primeiro critério, realmente, é o perfil do diretor. Mas os custos e prazos cada vez mais apertados acabam por acrescentar outros elementos ao processo decisório. O orçamento, por mais que não esteja no topo da lista, também é fundamental.

pró-forma Apesar de já conhecerem de antemão suas preferências para a direção deste ou daquele comercial, as agências muitas vezes precisam organizar processos de concorrência. Algumas empresas exigem uma comparação de preços, simplesmente para mostrar que houve pesquisa de fornecedores. Outras, principalmente as estatais, exigem concorrências com três ou mais produtoras, nas quais o preço faria a diferença. Faria, porque as agências procuram convencer seus clientes da necessidade de trabalhar com o fornecedor previamente escolhido. Silvio Matos é categórico: “Eu não faço concorrência”. Ele garante que a decisão fica a cargo da criação, que faz de tudo para fazer


valer sua escolha. “Só fazemos concorrência por exigência do cliente, mas considero esta prática prejudicial às produtoras, principalmente se ficar claro que a decisão será pelo preço. Esse tipo de concorrência só gera angústia, ansiedade e insegurança, o que não contribui em nada para o resultado final. Afinal, se o diretor propõe uma visão maravilhosa da idéia e uma realização perfeita, e escolhemos o mais barato, então estamos defendendo o medíocre?”, questiona. Ele não nega, porém, que os custos hoje são muito questionados pelos clientes. “Antes, os clientes nem se interessavam pelos valores. Hoje, querem que os orçamentos sejam cada vez mais abertos e detalhados. Os preços estão caindo e a pressão sobre produtoras está aumentando. Para mim, o papel da agência é defender a produtora junto ao cliente. Temos produtoras de nível

internacional que não conseguem fazer filmes iguais aos produzidos lá fora, simplesmente porque não têm prazo nem orçamento compatíveis. Com a instabilidade econômica e social, o planejamento torna-se volátil. As oportunidades surgem e desaparecem com muita rapidez e os filmes são criados para desovar estoques. Os empresários não conseguem tomar decisões de longo prazo, porque o mercado é instável. Assim, quando decidem colocar um filme no ar, querem que esteja pronto o mais rápido possível, para atender a demandas imediatas. No fim, tudo é um grande varejo”, afirma Silvio Matos. instrumento de pressão

Carlos Silvério relata uma experiência que demonstra bem o dilema custo x qualidade. “Trabalhamos para uma multinacional que dividia sua conta conosco e mais três

agências. A todo o momento, éramos pressionados a forçar os preços para baixo. Então resolvemos nos reunir - as quatro agências - para viabilizar os custos e vimos que essa pressão acabaria afetando o mercado. O cliente queria forçar a contratação de fornecedores únicos para reduzir custos, mas a falta de opções é a morte para a criação. Depois de alguns meses, conseguimos mostrar que, com essa política, é possível viabilizar ótimos pacotes comerciais, mas não filmes de qualidade. E filmes ruins são mais caros, porque são dinheiro jogado fora.” Diante dessa conjuntura, há quem diga que as concorrências acabam servindo para pressionar ainda mais as produtoras. Se já existe um diretor de preferência e seu orçamento é maior do que o dos concorrentes, o argumento preço entra em ação. Carlos Silvério não admite que a concorrência seja usada como instrumento de pressão. Para ele, em uma concorrência prevalecem as idéias.

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me r cado

“Podemos tirar proveito dessa circunstância para conhecer outras abordagens que podem resultar em uma viabilização melhor da idéia. Às vezes, temos uma primeira opção mas não conseguimos fechar por uma questão de prazos. Os melhores diretores sempre têm uma agenda mais cheia. Então é bom ter outras possibilidades.” Segundo Paulo Schmidt, o mercado de produção hoje oferece diretores de nível equivalente. “Quando três diretores ou produtoras concorrem, em geral todos podem fazer o filme. Mas temos de levar em conta que nem sempre a agência realmente cria o filme pensando no diretor. Cerca de 20% dos comerciais são diferenciados, feitos para construir marcas. Nesses, realmente pesam as características do diretor. Mas 80% dos comerciais são feitos para atender questões imediatas, são simplesmente para vender”, afirma. Egisto Betti, RTVC da Almap/BBDO, admite que o primeiro critério é a adequação do diretor ao projeto. Mas, logo em seguida, vem a questão do orçamento. “Já nos aconteceu de a primeira escolha não conseguir viabilizar o orçamento e termos de partir para outra opção. A obrigação do RTV é a de conhecer o mercado e optar tecnicamente pelo melhor, mas no final das contas, temos de viabilizar o filme”, pondera.

memória fraca Algumas agências estabelecem parcerias mais duradouras com produtoras, o que pode render bons frutos. Especialmente em campanhas longas, que têm um estilo marcante, a parceria com um diretor pode garantir trabalho por um prazo maior, com a conseqüente redução de custos. “Em filmes de varejo fica mais fácil criar esse vínculo. Quando o diretor acerta a mão no primeiro filme, geralmente faz a campanha do ano inteiro. Muitas vezes, a produtora topa inve-

38

T E L A V I V A a b r il D E 2 0 0 1

stir, aceita um desafio com pouco dinheiro e prazo e com isso acaba virando parceiro”, explica Carlos Silvério. Leonardo Servolo, sócio-diretor da produtora Yes, do Rio de Janeiro, afirma que em geral a produtora acaba cedendo, negociando com seus fornecedores e profissionais e até invadindo sua margem de lucro. “As produtoras querem sempre ter trabalho, pois nunca têm contratação garantida. Mesmo que a margem seja pequena, acaba aceitando, esperando ser chamada para outros trabalhos. Mas não há garantias de que volte a ser chamada, ou porque o trabalho exige outro perfil, ou porque a agência opta por outra produtora”, lamenta. Para João Fernando, da Lowe Lintas, a agência deve ter uma política de fornecedores, compondo um grupo que, na média, possa atender às necessidades da agência ao longo do ano. “É claro que existem exceções, às vezes precisamos até contratar produtoras de fora do Brasil. Mas esse grupo de fornecedores mais próximo tem de dar agilidade, prioridade. Por uma questão de logística e de confiança, criamos um vínculo que favorece a agência e também as produtoras”, avalia. Egisto Betti, que já esteve do outro lado do balcão, como atendimento de várias produtoras - entre elas a O2 e a Film Planet - sabe que as parcerias existem, mas afirma que “a memória costuma ser curta, mesmo que os trabalhos tenham dado certo”. A cada novo trabalho, o processo de escolha recomeça. E o profissional de RTV é sempre procurado pelas produtoras. “O assédio sobre os RTV é grande. Mas temos de conhecer o mercado e estar sempre abertos a novas opções. O RTV tem de receber as pessoas e estar sempre se atualizando. Assim que um filme de impacto vai ao ar, as produtoras mandam cópias para as agências, para mostrar que foram elas que fizeram. Só assim é que conseguimos descobrir novos talentos”, diz.


N達o disponivel


me r cado

ADEUS

T E L A V I V A a b r il D E 2 0 0 1

RTV C

Silvio Matos foi chamado por Roberto

uma pressão constante nessa área, por

Justus para ser a face criativa da

isso é preciso que as pessoas tenham

Newcomm Comunicação, agência de

um cotidiano melhor”, pontifica.

publicidade que integra o grupo New-

Em dois meses de trabalho, ele diz ter

comm Bates, presidido por Justus.

atingido 90% de suas metas de reestru-

Criada há três anos e consolidada

turação, trazendo todos os profissionais

como agência voltada para o planeja-

de criação que convidou, criando áreas

mento e a alavancagem de negócios, a

novas e eliminando outras. As primei-

Newcomm vem crescendo ano a ano,

ras áreas sacrificadas foram as de

mas sem chamar a atenção por sua

tráfego e RTVC. “Uma agência moderna

criatividade. Mas para Silvio Matos,

e ousada não pode ter intermediários,

são as idéias que impulsionam o novo

negociadores internos cuja função é

mundo dos negócios, no qual as mer-

unicamente burocrática. Não há sentido

cadorias se tornaram commodities e

comercial nessas atividades, elas não

praticamente não há diferencial quali-

se pagam dentro da estrutura. Até acei-

tativo entre os produtos. É por isso

to a idéia de que são facilitadores mas

que as idéias é que fazem a diferença.

isso não pode existir quando temos um

Ao assumir a presidência, Matos revo-

compromisso com a rentabilidade e a

lucionou a estrutura organizacional

qualidade. Dividimos as atribuições do

da agência, demitindo e contratando.

RTV entre a criação e o atendimento.

“Trocamos pessoas em posições-

Porque por mais que o RTV sugerisse

chave, trazendo oxigênio para a

o nome do diretor, a palavra final era

estrutura. Além das novas visões,

sempre da criação. E não há

também provocamos mudanças de

ninguém melhor do que o atendimen-

cultura, para tornar o ambiente mais

to, que já conhece o cliente e seu

agradável e fazer as pessoas trabal-

produto, para fazer o planejamento

harem mais felizes. Já vivemos sob

em relação aos fornecedores.”

Com a concentração dos grandes filmes sobre os nomes de maior peso no mercado, a renovação acaba mesmo ficando para escanteio. Egisto revela que as agências têm receio de arriscar. “São dez ou 15 diretores mais conhecidos, que têm uma história e uma grande bagagem. Confesso que às vezes sinto resistência ao novo, mas já consegui escolher diretores e produtoras fora do circuito e tive boas experiências”, reforça. Para Silvio Matos, a renovação nesta área tem sido difícil. “Vemos os mesmos diretores há 15 anos e não estou vendo grandes nomes surgindo. Acho que o momento é de oportunidade para quem tem talento - há produtoras demais e diretores de menos. As agências dão chance para quem tem

40

AO

talento e persistência. Não adianta só ter talento. É preciso insistir. Quem está começando e quer chegar aos 20% que representam os melhores trabalhos tem de se autobancar. Para aparecer, os novos diretores precisam exercitar, precisam investir para aprender. Se eu fosse um diretor em início de carreira, eu ligaria para mim [Silvio Matos, presidente da agência] e me ofereceria para fazer filmes de graça. Eu sei que cinema pressupõe investimento, é um processo caro, mas a pessoa tem de investir para aprender. O caminho natural é começar por projetos mais simples e ir adquirindo prática e recursos até que possa se bancar. Uma boa opção é trabalhar em mercados fora do eixo Rio-SP, para ir exercitando.”


N達o disponivel


Foto: Alexandre Goulart

F IGUR A Lizandra de Almeida

D

os filmes de luta que assistiu na juventude, Amauri Guarilha tirou sua profissão e o nome de seu filho - Bronson. Eu

assistia aos filmes de faroeste e de luta. Nunca podia imaginar que não eram os atores que lutavam, mas os dublês. Nem imaginava que essa profissão existia.

Ainda em atividade, o dublê começou sua carreira em 1961, em programas de vale-tudo na TV, e atribui sua entrada para o mundo do cinema às habilidades adquiridas no jiu-jitsu. Muito antes dos pit-boys, Guarilha aprendeu a lutar com o patriarca dos Gracie, Carlos. As técnicas da luta, segundo Guarilha, são fundamentais para saber cair. Aos conhecimentos adquiridos no ringue, Guarilha acrescenta a experiência trazida do Exército, onde era pára-quedista. Sua primeira experiência no cinema aconteceu em 1967, em um dos primeiros filmes de Renato Aragão. No começo, as participações de Guarilha eram na simulação de lutas. Depois, foram surgindo trabalhos mais difíceis - escaladas, descidas de prédios - até que ele desenvolveu seu principal espetáculo: o enforcamento. Na década de 80, no auge do “Show de calouros”, Guarilha apresentava seu show e queria 42

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AMAURI GUARILHA: NO PEITO E NA RAÇA entrar para o Guiness Book, ao lado de Pelé e João do Pulo. Vi no programa do Silvio Santos um americano que ficava 25 segundos preso pelo pescoço por uma corda. Só que ele segurava a corda com a mão e punha o nó para a frente. Eu conseguia ficar 31 segundos, com o nó para trás e me segurando só com os músculos do pescoço. Mas para entrar no Guiness é preciso ir até lá e eu não consegui patrocínio para ir à Inglaterra. A experiência

não foi em vão. Em um filme dublou Tiradentes e, desta vez, fez uma traquitana para prender um gancho e um suporte que o deixavam suspenso. Escola de dublês Hoje, seu cur-

rículo inclui mais de uma centena de filmes nacionais, quase 30 estrangeiros e mais de 50 novelas. Sua experiência o incentivou a ensinar a profissão a outros candidatos a dublê. Desde o início da carreira, Guarilha luta pelos direitos de sua profissão, atuando no

Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica (Stic), no Rio. E é lá que ele montou seu curso, ensinando o pessoal a cair, lutar e apanhar. Em muitos casos, também é contratado para instruir os atores em cenas de ação. Os atores não sabem brigar. Fica muito falso. Tenho de ensinar, mas sem mostrar nenhum golpe profissional, porque isso também faz com que fique falso. Foi por isso que o Sated (Sindicato dos Artistas Técnicos Espetáculos e Diversões) me chamou para dar um curso para atores - eles são muito despreparados.

No filme “Lara”, de Ana Maria Magalhães, a atriz Maria Manoela briga com o ator Diogo Dahl e rola sobre os móveis da sala. Foi Guarilha quem os ensinou a cair sem machucar, treinando cada um em separado. Ele já está acostumado às condições oferecidas aos dublês, que sempre têm de se desdobrar mais do que se pode imaginar por causa das dificuldades de produção no Brasil. Nesse filme, tive de ensinar


os dois a brigar e cair sobre os móveis sem quebrar nada. Era tudo antigo, alugado. Nós EUA o pessoal manda fazer móveis cenográficos, que cedem mais fácil e também não machucam. Nem todo mundo se dá conta de que uma cena de ação não exige simplesmente saber brigar, mas saber encenar. Quando você tem de cair, quebrar uma mesa, tem de ter a noção que aquilo não é depredação. Tem de ter técnica, senão fica muito bruto.

Mais uma reivindicação do dublê, que defende os poucos colegas sindicalizados e critica as “economias burras” de determinadas produções. Muitos produtores

Em toda a sua carreira, foram poucos os acidentes, mas ele evita entrar em detalhes.

É importante ensinar essas pessoas a se posicionar. Nos Estados Pega mal, né? Unidos, não existem Guarilha exercendo suas ... pessoas que não Educação física sabem nada de cinHoje o dublê não se ema e vão lá fazer expõe mais a tantos riscos - e também número. Lá existem os extras, já desenvolveu outras técnicas, usando que são atores estagiários, com equipamentos apropriados de alpinconhecimentos e condições melismo e rappel, por exemplo, para cenas hores. Um figurante despreparado de escalada. Guarilha ainda pratica atrasa uma filmagem, temos de exercícios para manensinar em cima da hora. Guarilha

contratam lutadores de academia para sair mais barato. Só que ter a forma, como se esses caras estivesse sempre de não sabem bristand by. Se aparece gar como uma um trabalho mais exipessoa comum gente, ele intensifica e não têm a a preparação física. técnica do cinEm geral pratico ema. Quando a corridas ou subo pessoa não tem e desço escadas experiência, o todo dia. Uma vez diretor acaba por semana, faço tendo de repetir musculação. Não ... especialidades: o enforcamento... várias vezes o costumo ir à praia, plano. O barato evito fazer coisas sai caro. que possam me machucar ou atraGuarilha lembra da vez em que foi palhar a preparação.

chamado para dublar a atriz Nádia Lippi, na novela “Pecado rasgado”, da Globo. Na cena, ela estava de biquíni na garupa de uma moto e caía. Queriam que eu fizesse a cena e caísse sem nenhuma proteção. Dessa vez falei que não, ia me ralar todo. Aí deram um jeito dela subir na moto de macacão. Coloquei um short acolchoado e uma proteção na coluna e a cena ficou boa. Ficou estranho ela vestir o macacão, mas também ia ficar estranho eu de biquíni, né?

Em outra ocasião, o dublado era Stephan Nercessian, que fugia pela janela do quarto de uma mulher em “O padre que queria pecar”. A fuga era do oitavo andar e eu precisava descer de corda até o chão. Só que o diretor de arte queria cenografar a corda, que tinha alguns nós para eu segurar, e cobriu tudo de feltro.

Para transmitir seus conhecimentos a mais pessoas, Guarilha gostaria de criar uma escola para figurantes.

Aí eu agarrei a corda no oitavo andar e só consegui parar no sétimo, fui escorregando até poder apoiar o pé.

Seus tempos de luta também terminaram e ele lamenta que a violência tenha suplantado o antigo espírito das artes marciais. Quando a família

refere-se a alguns trabalhos nos quais só ele é contratado com antecedência, para treinar outras pessoas que são convocadas na hora. Uma vez, tive de ir eu mesmo pegar as pessoas na rua para fazer uma cena de briga. Entrei num bar, vi quem tinha condição e dei a aula antes de rodar. Os americanos começam semanas antes. Não que eles sejam melhores, mas as condições de trabalho e a infra-estrutura de segurança são de qualidade. Até o figurino é pensado de acordo com a cena de ação, tudo preparado, assim como o cenário.

Guarilha já trabalhou em muitos filmes estrangeiros rodados no Brasil e sabe do que está falando. Só que ao longo de toda a sua carreira, nunca se deixou intimidar pela falta de condições. Talvez por ainda não ter idéia do que era ideal, talvez para provar mesmo que era capaz de encarar os desafios. Hoje, sonha em fazer seu próprio filme de ação. Você vê o

Gracie começou, a academia era sigilosa, mas a idéia não era ficar brigando na rua. É claro que eu já briguei na rua, até com caras maiores do que eu, mas a idéia era a defesa. Hoje é arriscado, as pessoas andam armadas, a luta se marginalizou. Parou ... e cenas de perigo.

de treinar há muito tempo, mas diz não ter esquecido o que aprendeu. Ainda

sei o que aprendi, mas fiquei lerdo. Sei a parte cênica.

Jack Chen, ele tem todas as condições. Eu fazia um filme daqueles de olhos fechados se eles me dessem todo aquele dinheiro. É, se me dessem dinheiro eu faria um filme de classe. Adoraria dirigir um filme.

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t e c n o l o g i a Emerson Calvente

Hard disks para vídeo: rápidos e baratos No passado, apenas alguns HDs atendiam às rigorosas exigências tecnológicas do vídeo digital e tinham as características necessárias para as aplicações em vídeo (reprodução e edição).

Atualmente, é possível escolher discos rígidos eficientes para a edição de vídeo entre as muitas marcas, modelos e tamanhos disponíveis no mercado. Entretanto, nem todos HDs que suportam aplicações em vídeo são adequados para todos os tipos de trabalho. Há diferentes níveis de necessidade e qualidade em edição que exigem HDs compatíveis. Para escolher corretamente é necessário conhecer algumas características técnicas do disco rígido, como a taxa de transferência contínua (sustained transfer rate), a velocid-

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ade de rotação (rotational speed) e o tempo de procura (seek time). Medida em gigabytes (Gb), a capacidade de armazenamento é outra característica importante. Como o vídeo requer muito espaço em disco rígido, quanto maior a capacidade, melhor. Geralmente, há no mercado HDs entre 10,2 Gb e 60 Gb. Há uma fórmula para estimar a quantidade de espaço em disco rígido (em megabytes) necessária para armazenar um determinado tempo de vídeo. O Departamento Técnico Não-Linear da AD Videotech ensina: “Multiplica-se a duração do vídeo (em segundos) pela taxa de dados (data rate, em megabytes por segundo)”. Sem compressão, um segundo de vídeo equivale a aproximadamente 18,6 Mb de dados (NTSC, tamanho do frame de 640 X 480 pixels, a 30 frames por segundo). Logo, é necessário reduzir a quantidade de dados por segundo (data rate). Isto é possível pela redução do tamanho do frame ou pela compressão dos dados. Quanto maior for a compressão do vídeo, menor será a taxa de dados. Porém, quanto maior for a compressão, menor será a qualidade do vídeo. Investir em HDs com grande capacid-

ade de armazenamento é fundamental para se trabalhar com qualidade e tranqüilidade.

especificações Entre as diversas informações fornecidas pelos fabricantes de HDs, apenas três especificações são as mais importantes para aplicações em vídeo. A principal é a taxa de transferência contínua. Medida em megabytes (Mb), é a capacidade que um HD tem de ler e escrever informações de maneira contínua, mantendo a velocidade de captação e transferência. Oscar Pereira, diretor da Active Sistemas, empresa especializada na implantação de sistemas de edição não-lineares, alerta: “Alguns HDs têm uma função chamada recalibragem térmica (thermal recalibration) que impede um fluxo constante de dados, impossibilitando seu uso para aplicações A/V. Portanto, os HDs para esse fim precisam trabalhar sem recalibragem térmica (no thermal recalibration). Outra característica relacionada ao processo de comunicação de dados é a burst transfer rate. Essa taxa indica a velocidade de leitura e escrita da informação em um curto período de tempo, isto é, indica a velocidade de pico. No entanto, não serve como referência ao


longo do processo. Os fabricantes, muitas vezes, dão maior ênfase a essa segunda especificação. Entretanto, tratando-se de HDs que suportam aplicações em vídeo, a informação que realmente importa é a taxa de transferência contínua, pois a necessidade de apresentação das informações (imagens e sons) de maneira ininterrupta é fundamental. “A maioria dos fabricantes divulgam apenas a taxa de transferência externa (External I/O Transfer Rate) pois ela é mais alta e engana os menos atenciosos. Por exemplo, se olharmos as taxas de transferência de um HD ATA66 de 7.200 rpm verificaremos que a taxa de transferência externa é de 66 Mbps enquanto a taxa de transferência sustentada é de aproximadamente 15 Mbps. O mesmo acontece com os HDs SCSI. Caso necessitemos de uma taxa maior de transferência, precisaremos agrupar dois ou mais HDs formando um disk-array”, conclui Pereira. Os fabricantes testam os níveis mínimos e máximos de transferência de dados de seus HDs em condições ideais. Aconselha-se que, a partir da taxa por eles indicada, o usuário deduza aproximadamente 25% para aproximar-se de um valor que corresponda com maior fidelidade ao real desempenho do HD. Discos rígidos destinados a esse tipo de uso devem apresentar, no mínimo, desempenho de 3,5 Mb por segundo. Uma outra característica de grande

importância é a velocidade de rotação do HD (rotational speed), medida em rotações por minuto (rpm). Para a produção de vídeos com qualidade broadcasting, recomenda-se a utilização de HDs com valores superiores a 10.000 rpm. No entanto, vale ressaltar que HDs com taxas de 7.200 rpm já demonstram um bom nível qualitativo de apresentação de informação audiovisual, indicados para uso em sistemas DV. O tempo de procura (seek time), a terceira especificação a ser considerada na escolha de um HD, indica a velocidade de localização da informação. Essa característica está diretamente relacionada a outras tarefas, como a digitalização de imagens, renderização, transições e outros efeitos de edição. Para a maior parte dos HDs que permitem reprodução e edição de vídeos, o tempo de procura está entre cinco e nove milisegundos (ms).

interfaces Há, basicamente, três tecnologias existentes no mercado: USB, SCSI e IDE. A interface USB (Universal Serial Bus) é um tipo de tecnologia que deve ser evitada por aqueles que pretendem usar o HD para captação, transferência e edição de informações audiovisuais, pois são muito lentos. SCSI (Small Computer System Interface) é a tecnologia que

possibilita a conexão de diversos dispositivos internos e externos ao PC, permitindo a movimentação, gerenciamento e armazenagem de grande volume de informações. Hard drives SCSI com rotação de 10.000 rpm tornaram-se comuns no mercado. HDs SCSI não confiam a transferência de dados às CPUs. Isso significa que as taxas de transferência de dados informadas por seus fabricantes são provavelmente as mais próximas da realidade. O Ultra Wide SCSI, uma das versões mais comuns dos HDs SCSI, atinge uma taxa de 10 Mbps. A mais recente versão, o Ultra 160 SCSI, alcança 160 Mbps. Outra vantagem é a capacidade de realização de diversas tarefas simultaneamente sem perda de qualidade na performance dos programas. Essa característica é de grande valia para os editores de vídeo, pois o caráter multitarefa é inerente às atividades relacionadas à edição de vídeo. Os mais novos modelos de HDs com tecnologia IDE, ATA66 e ATA100, provaram que as baixas taxas de transferência comumente a eles atribuídas não traduzem a realidade. Os HDs IDE ATA são expressivamente mais baratos que os SCSI e obtêm um nível de performance bastante aceitável. O mito dos HDs SCSI para uso em sistemas A/V está caindo com o rápido avanço dos HDs IDE, tanto em capacidade quanto em desem-

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tecnologia

penho, aliados ao baixo preço. Oscar Pereira, que trabalha com diversos sistemas de edição, ressalta: “Já temos ilhas montadas com a placa Digisuite LE da Matrox trabalhando com disk-array ATA100. Essas placas, por ainda trabalharem com formato de compressão M-JPEG, requerem um sistema (computador) bem configurado. Já as ilhas montadas com a placa RT2000 da Matrox ou a DV500 da Pinnacle, podem ser montadas com HDs ATA66, pois trabalham com o formato de compressão MPEG que resulta em arquivos menores, exigindo menos do sistema de armazenagem. Existem outros fatores a serem analisados na hora de decidirmos se poderemos ou não usarmos HDs IDE. Nas ilhas que trabalham sem compressão, como é o caso da Digisuite Full da Matrox, necessitamos de taxas de transferência mais altas, difíceis de serem alcançadas por HDs ATA100. Quanto ao volume de dados a serem armazenados, as controladoras SCSI permitem interligarmos um número maior de HDs. Enquanto a controladora Fasttrak 100, da Promise Technologies (IDE), controla quatro HDs, a controladora AAA-133 (SCSI), da Adaptec, controla 45”.

protocolos Para gerenciar e assegurar a melhor

performance dos HDs, há ainda as sível, inclusive aconselhada. Em um tecnologias de protocolo de comu- sistema com dois drives, por exemplo, nicação, RAID (Redundant Array of uma divisão pode usar o nível 0, que Inexpensive Disks) e FireWire (IEEE oferece a mais alta performance para 1394). A primeira é um método de arquivos temporários, e outra pode uticombinação de diversos HDs dentro lizar o nível 1, garantindo segurança de de uma única unidade lógica, com- arquivo para importantes informações. posta por uma placa controladora Os sistemas RAID costumam ser caros que gerencia uma unidade externa e funcionam exclusivamente com os de HDs. Os drives HDs SCSI. atuam de maneira A tecnologia FireWire, O usuário deve coletiva, num único por sua vez, permite bloco de armazenaa transmissão de uma ter em mente o gem de informação. grande quantidade objetivo principal de de dados de maneira Além de permitir um aumento de rápida e com bons utilização do HD performance do níveis de qualidade, na hora de avaliar sistema, já que chegando a taxas de vários HDs trabaltransferência de dados os produtos. ham simultaneade 400 Mbps. É um mente, método de intercona possibilidade exão de alta velocidade a um baixo de perda das informações é minimi- custo, que pode interligar diversos zada. Caso algum dos HDs integra- periféricos e equipamentos eletrônicos, dos ao sistema falhe, a tecnologia como câmeras de vídeo, por exemplo, RAID permite a recuperação da sem a necessidade de utilização de informação em tempo real, de forma hardware adicional. Também é aconininterrupta. Há diferentes níveis selhável para processos de edição em de RAID, que variam de 0 (menos laptops, uma vez que os drives são seguro) a 6 (mais seguro), cada qual pequenos e portáteis. Ao avaliar todos destinado a um determinado tipo de esses produtos e verificar as especifiuso. Para aplicações em vídeo, acon- cações de cada um deles, o usuário selha-se a utilização do nível 0, que deve ter em mente o objetivo principal gerencia os discos de maneira a agili- de utilização do HD. “Um HD para zar o processo de leitura e escrita aplicação em vídeo deve poder manter da informação, acelerando a perfor- um fluxo constante de dados, estejam mance do equipamento. A utilização eles entrando (na captura) ou saindo de mais de um nível também é pos- (play)”, conclui Pereira.

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COMPOSITORES ORGANIZADOS O Clube dos Compositores Brasileiros, que já conta com 600 filiados, foi fundado por um grupo de profissionais liderados pelo advogado e compositor Percy Mello Castanho Jr. com o objetivo de defender a categoria e resgatar compositores da música brasileira. Percy compôs várias músicas na década de 70 e desanimou com as dificuldades do mercado. Foi estudar Direito e se especializou em direitos autorais para cercar o problema por outro lado. Mais informações sobre o clube no site www.clubedoscompositores.com.br ou no telefone (11) 3662-2729.

DE N TRO CINEMA BRASILIENSE EM ALTA A Secretaria de Cultura do Distrito Federal liberou R$ 580 mil para a produção e finalização de projetos brasilienses de cinema. Os recursos vêm do Edital 2000 do Pólo de Cinema e Vídeo Grande Otelo, que recebeu a inscrição de 61 projetos, 15 deles escolhidos pelo júri. Quatro curtas a serem realizados em 35 mm receberam R$ 75 mil; dois curtas em 16 mm levaram R$ 35 mil e outros quatro projetos em fase de formatação receberam R$ 15 mil. O restante dos recursos foi distribuído entre filmes em finalização. A relação completa dos premiados pode ser conferida no site www.telaviva.com.br.

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CENTRO DE REALIZAÇÃO AUDIOVISUAL

A Associação Brasileira de Cinematografia, que congrega diretores de fotografia e assistentes de câmera, comemora um ano com a promoção do I Concurso de Fotografia para Cinema, que premiará as melhores direções de fotografia de longa-metragem, série para TV, videoclipe, filme publicitário e curta-metragem. O projeto, patrocinado pela Kodak, Fujifilm, EstúdiosMega, Casablanca Service Provider e LaboCine, oferece viagens para os vencedores. A Kodak leva o melhor diretor de fotografia de longa para sua sede em Rochester (EUA). O melhor diretor de curta vai para Tóquio, na sede da Fuji. O prêmio para a série televisiva é a participação na NAB, em Las Vegas. O melhor fotógrafo de filme publicitário vai para Cannes e o de videoclipe viaja para a feira Showbiz, nos EUA. A entrega dos prêmios está prevista para maio.

A nova proposta pedagógica do Instituto Dragão do Mar para a área audiovisual está voltada à capacitação técnico-artística com uma visão atualizada. O centro aspira também criar espaços de discussão, de ensaios e de vivencias laboratoriais. As atividades concentramse em quatro níveis: Curso Técnico de Realização Audiovisual, Oficinas de Capacitação e Atualização, Seminários Especializados e Desenvolvimento de Projetos. À frente do novo Centro de Realização Audiovisual estão Patrícia Martin (diretora do Centro) e Glauber Filho (diretor do Curso Técnico). Mais informações no Centro de Realização Audiovisual Instituto Dragão do Mar. Av. Oswaldo Cruz, 2366 Fortaleza - CE 60125-150. Telefone: (85) 264-2560. Fax: (85) 264-3154.


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17 a 17/05 Curso: “Treinamento de Locução para TV”. Centro de Comunicação e Artes do Senac-SP. R. Scipião, 67 - Lapa - São Paulo - SP. Fone: (11) 3866-2500.

17 Curso: “Soluções Adobe para Vídeo e Mídia Dinâmica”. Rua Francisco Leitão, 469 cj. 1002, Pinheiros - São Paulo - SP. Fone: (11) 3082-8907. E-mail: www.tagbr.com.br. Internet: www.adobe.com.br.

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21 a 26 NAB 2001. Las Vegas Convention Center, Las Vegas, EUA. Fone: (1-800) 342-2460. Fax: (1-202) 775-2146. E-mail: jlaccett@nab.org. Internet: www.nab.org.

23 a 11/05 Curso: “O Som em Cena - Introdução à Sonorização de Imagens”. Centro de Comunicação e Artes do Senac-SP. R. Scipião, 67 Lapa - São Paulo - SP. Fone: (11) 3866-2500.

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5 a 30/06 Curso: “Oficina de Vídeo”. Centro de Comunicação e Artes do Senac-SP. R. Scipião, 67 - Lapa - São Paulo - SP. Fone: (11) 3866-2500.

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Leitão, 469 cj. 1002, Pinheiros - São Paulo - SP. Fone: (11) 3082-8907. E-mail: www.tagbr.com.br. Internet: www.adobe.com.br.

14 a 24 Curso: “Composição para Vídeo com After Efects”. Centro de Comunicação e Artes do Senac-SP. R. Scipião, 67 - Lapa - São Paulo - SP. Fone: (11) 3866-2500.

14 a 5/06 Curso: “Oficina de Vídeo”. Centro de Comunicação e Artes do Senac-SP. R. Scipião, 67 - Lapa - São Paulo - SP. Fone: (11) 3866-2500.

22 Curso: “Soluções Adobe para Vídeo e Mídia Dinâmica”. Rua Francisco Leitão, 469 cj. 1002, Pinheiros - São Paulo - SP. Fone: (11) 3082-8907. E-mail: www.tagbr.com.br. Internet: www.adobe.com.br.

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11 a 13 22º Congresso Brasileiro de Radiodifusão - Abert. Hotel Transamérica - São Paulo - SP. Fone: (61) 327-4600. Fax: (61) 327-3660.

19 Curso: “Soluções Adobe para Vídeo e Mídia Dinâmica”. Rua Francisco Leitão, 469 cj. 1002, Pinheiros - São Paulo - SP. Fone: (11) 3082-8907. E-mail: www.tagbr.com.br. Internet: www.adobe.com.br.

Diretor e Editor: Rubens Glasberg Diretor Adjunto de Redação: André Mermelstein Editora Geral: Edylita Falgetano Editor de Internet: Samuel Possebon Editora de Projetos Especiais: Sandra Regina da Silva Coordenador do Site: Fernando Lauterjung Redação: Fábio Koleski Colaboradores: Emerson Calvente, Leticia de Castro, Lizandra de Almeida, Mônica Teixeira, Paulo Boccato Sucursal de Brasília: Carlos Eduardo Zanatta, Raquel Ramos Arte: Claudia Intatilo (Edição de Arte), Edgard Santos Jr. (Assistente), Rubens Jardim (Produção Gráfica), Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Macchina1 (Ilustração de capa) Website: Marcelo R. Pressi (Webmaster), Celso Ricardo Rosa (Assistente) Diretor Comercial: Manoel Fernandez Gerente Comercial: Almir B. Lopes Gerente de Contas Internacionais: Patrícia M. Patah (Escritório de Miami] Publicidade: Alexandre Gerdelmann e Wladimir Porto (Contatos), Ivaneti Longo (Assistente) Coordenação de Circulação e Assinaturas: Gislaine Gaspar Gerente de Marketing: Mariane Ewbank Administração: Vilma Pereira (Gerente), Gilberto Taques (Assistente Financeiro) Serviço de Atendimento ao Leitor 0800-145022 Internet: www.telaviva.com.br E-mail: telaviva@telaviva.com.br Tela Viva é uma publicação mensal da Editora Glasberg - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001 Telefone (11) 257-5022 e Fax (11) 257-5910 São Paulo, SP. Sucursal: SCN - Quadra 02, sala 424 - Bloco B - Centro Empresarial Encol CEP 70710-500 Fone/Fax (61) 327-3755 Brasília, DF Escritório comercial de Miami: 1550 Madruga Avenue 305 Coral Gables, FL- 33146 USA - Fone (1-305) 740-7075 Fax (1-305) 740-7062 Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A.

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