Embratel garante serviço de televisão analógica até fim das eleições
As técnicas químicas e digitais que recuperam o cinema nacional
Uma comparação entre os principais softwares de edição de baixo custo
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ano11nº121outubro2002
N達o disponivel
editorial A regulamentação da emenda constitucional que moderniza a estrutura de capital da radiodifusão brasileira foi feita a toque de caixa por medida provisória assinada este mês pelo presidente Fernando Henrique. Isso poderá resultar em problemas futuros no campo da comunicação de
rubensglasberg glasberg@telaviva.com.br
massa. O Artigo 12 do Decreto 236 de 1967, que estabelece os limites de propriedade no que se refere ao número de concessões de rádio e TV que cada entidade pode ter, foi modificado. É certo que se pôs um fim a uma hipocrisia, em que o limite era de dez emissoras de TV por pessoa física no País (cinco VHF e cinco UHF) e não mais que duas TVs num mesmo estado, com critérios equivalentes para rádio. Esse esquema era burlado na prática com o registro de propriedade em nome de diferentes membros de uma mesma família ou de uma determinada igreja. E mais: se possibilitou com a mudança a abertura em bolsa, o aporte de fundos de pensão ou de private equity e investidores como o BNDES além dos limites do antigo Decreto 236. Ou seja, esses investidores poderão entrar em muitos grupos ou empresas diferentes desde que não ultrapassem 20% do capital de cada. Seria um esquema como o vigente nas telecomunicações - esquema, diga-se de passagem, que vem tendo o seu espírito burlado por manobras judiciais, como as do Opportunity na Telemar e também na Brasil Telecom. Por fim, há mais um aspecto a ponderar: qualquer grupo financeiro que adquirir pequenas participações (o que não é difícil nas circunstâncias atuais) nos principais grupos de mídia nacionais ficará provavelmente livre de qualquer contestação ou investigação de jornalismo crítico que ainda existir no País. Mesmo não tendo qualquer poder formal de decisão nesses grupos, dificilmente, alguma TV ou rádio se atreverá a incomodar um investidor. A MP terá de voltar ao Congresso em 60 dias prorrogáveis por outros 60 para ser validada. Será o momento que restará para eventuais correções.
Diretor e Editor Rubens Glasberg Diretor Adjunto André Mermelstein Diretor de Internet Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski Gerente de Marketing Mariane Ewbank Circulação Dominique Normand Administração Vilma Pereira (Gerente), Gilberto Taques (Assistente Financeiro)
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CAPA
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J. Hawilla em todos os campos Em entrevista exclusiva, o proprietário da Traffic fala sobre a compra de afiliadas da Globo e da inauguração da produtora TV7
ano11nº121outuBRO2002
ARTIGO
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A complexidade do MPEG-4
Gustavo Blengini Faria, analista de sistemas do Estúdio Multimeios, fala sobre o novo padrão multimídia
CASE
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Climatempo procura parceiros RADIODIFUSÃO Eleições 2002 via Embratel
A empresa quer co-produzir séries sobre o meio-ambiente, com recursos da Condecine
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No último momento, a tele decide adiar mais uma vez o fim do serviço de transmissão analógica até o final do segundo turno
PUBLICIDADE
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Bypass preocupa o setor PRODUTOS Softwares de baixo custo
Anunciantes se justificam, alegando que o que ocorre é apenas um novo modelo de parceria
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Com qualidade broadcast, empresas colocam no mercado produtos de edição não-linear para todos os bolsos
CINEMA As técnicas para a restauração de filmes
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Conheça os métodos usados para recuperar as imagens e o áudio de filmes antigos danificados
SCANNER
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agenda
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Acordo de co-produção Institucional Um filme institucional de 90” foi criado pela McCann para a Gene ral Motors, com o obje tivo de reforçar o com promisso da montado ra com o Brasil. O filme mostra o presidente da empresa, Walter Wieland, e o vice-presidente, Pinheiro Neto, em testemunhal ao lado de outros diretores e funcionários. O cenário são as fábricas e linhas de montagem da empre sa. A criação é assinada por Eduardo Hernandez, Marcio Silva e Marcelo Lucato e a produção é da Conspiração Filmes, com direção de Breno Silveira.
Inscrições para o Oscar
A produtora O2 Filmes e a Rede Globo fecharam acordo de co-produção. Segundo a diretora executiva da O2, Andrea Barata Ribeiro, as duas empresas estavam negociando desde janeiro. O contrato é válido por três anos. Pelo acor do, os trabalhos da O2 para TV aberta têm exibição exclu siva pela Globo. Os trabalhos podem ser oferecidos pela produtora ou encomendados pela Globo.
Concorrência digital A Microsoft e os EstudiosMega anunciaram um acordo para distribuição de conteúdo para cinema digital. As duas empresas estão desenvolvendo um sistema de gerencia mento de aquisição e distribuição para salas de cinema digital. Toda a tecnologia será baseada na nova plataforma Windows Media Player 9 Series. Para Paulo Cesar dos Santos, gerente de desenvolvimen to de negócios da Microsoft, a implantação do sistema de exibição digital, aliado a recursos para gerenciar o licenciamento e proteger os direitos autorais dos produ tos audiovisuais, dará maior flexibilidade ao mercado de exibição. Além disso, o custo das cópias poderá incenti var a abertura de novas salas de cinema em pequenas e médias cidades.
A Ancine publicou, através da Casa Civil, a Instrução Normativa nº 8, estabelecendo o prazo (até 15 de outubro) para que os filmes brasileiros participem do processo de seleção ao Oscar. As obras nacionais de longa-metragem deverão ter sido exibidas com fins comerciais em salas de cinema entre os dias 1º de novembro de 2001 e 15 de outubro de 2002. As cinco cópias em VHS devem ser entregues na sede da Anci ne, no Rio, inclusive por correio, cumprindo preenchimento de formulário específico.
Animação em Chicago Super kitsch Como um Super 15 só não faz verão, a Telefonica está com uma nova cam panha no ar. A nova safra de filmes — criados pela DM9 DDB e produzi dos pela Cia de Cinema — mostra pessoas tentando as mais esdrúxulas adaptações para conseguirem falar ao telefone. Quem assina a direção dos filmes, que lembram antigos comerciais kitsch, é Cláudio Borrelli.
tela viva outubro de 2002
O curta de animação “A Traça Teca”, produzido por alunos do curso de Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi selecionado para participar do 19º Festi val Internacional de Filme Infantil de Chicago (CICFF), o mais antigo festival de cinema para crianças dos EUA, que acontece de 24 de outubro a 3 de novembro. Dirigi do por Diego M. Doimo, o vídeo conta a história de uma pequena traça de roupa que, perseguindo seu ácaro de estimação Tuti, vai parar em uma biblioteca, onde conhece outros insetos e vive uma grande aventura.
Fotos: divulgação
Refrescância no vídeo Comercial filantrópico O comercial filantrópico da ONG Visão Mun dial que destaca a importância do voto na vida dos brasileiros foi produzido em parceria entre a agência Arcos Comunicação e a produtora Academia de Filmes. O filme retrata situações do cotidiano, onde pessoas reclamam da vio lência, desemprego, preço das mensalidades escolares, ruas cheias de buracos. O diferen cial está nas vozes dos personagens, que são completamente diferentes e dão destaque ao filme. Uma mulher, por exemplo, apare ce com sua voz dubla da por um homem, e uma criança tem voz de adulto. O comercial fecha com a frase “No dia 6 de outubro, faça valer a sua voz. Vote”. A direção foi de Karina Adese o som ficou por conta da Jukebox.
O drops Halls, da Adams, está com nova campanha de televisão, criada pela J.W. Thompson. São três filmes que mostram os per sonagens em situação real de consumo, degustando a bala e demonstrando sua sensa ção refrescante. A produ ção foi feita pela Dínamo Filmes, que também se encarregou dos efeitos especiais que ajudam a mostrar os efeitos da bala sobre a garganta. Criados por Vitor Patalana, os fil mes têm direção e monta gem de Edu Cama.
Premiados da Prefeitura A Prefeitura de São Paulo divulgou no dia 25 de setembro os filmes e vídeos que receberão co-patro cínio da Secretaria Municipal de Cultura. Os prê mios foram para longas, curtas, telefilmes e desen volvimento de roteiro. Entre os vencedores, estão veteranos como Sergio Bianchi e Andréa Tonacci, que volta à direção de um longa-metragem depois de mais de 20 anos. A relação de todos os premia dos está no site www.prefeitura.sp.gov.br.
ET nas eleições O ET do portal Terra, persona gem criado pela Vetor Zero, está nos principais eventos do País. Em setembro, estreou sua versão politizada, correndo atrás dos candidatos a presidente para conhecer suas plataformas eleitorais. A campanha, criada por Claudia Bortolotti e Paulo Henrique Gomes, da Ogilvy, foi produzida pela Net Filmes e dirigida por Gláucia Nogueira.
Regulamentação por M.P. O presidente Fernando Henrique Cardoso publicou no Diário Oficial da União do dia 2 deste mês uma medida provisória (MP 70/2002) regulamentando a participação de pessoas jurídicas e entidades de capital estrangeiro em empresas de comunicação. O texto está bem diferente do que o enviado pelo Ministério das Comunicações para a Casa Civil. A principal alteração foi uma modificação que tornou possível a abert ur a do capital das empresas de comunicação em bolsa. O Artigo 12 do Decreto 236/67, que estabelece os limites de propriedade no que se refere ao número de concessões de rádio e TV que cada entidade pode ter, foi modificado. Agora, ele se aplicará apenas para os sócios, acionistas ou cotistas que tiverem uma participação superior a 20% em outras empresas de radiodifusão. Os limi tes estabelecidos no Artigo 12 também não valem para investimentos em carteira de ações se o seu titular não indicar administrador em mais de uma empresa de radiodifusão ou em suas controla doras e nem detenha mais de uma participação societária que configure controle ou coligação em tais empresas. Na prática, a alteração feita pela Medida Pro visória no Decreto 236 promove uma sensível flexibilização nas regras de controle dos meios de radiodifusão. Além disso, como pediram os radiodifusores, foi retirada da lei a exigência de aprovação prévia do Ministério das Comunica ções das mudanças no capital que não impliquem mudanças no controle.
Producer 2
Burn A Discreet anunciou durante a IBC, que aconteceu em setembro na Holanda, o novo renderizador Burn. Trata-se do primeiro software da empresa desenvolvido para a plataforma Linux, que roda em estações PC com o sistema Red Hat Linux 7.2 e renderiza em rede para os softwares Inferno 5, Flame 8 e Flint 8. O software permite que a renderização seja feita em PCs de baixo custo, deixando livre o sistema online. O Burn precisa do Backburner para poder operar, um software gratuito da Discreet que gerencia a renderização em rede, priorizando e distribuindo os trabalhos a serem renderizados pela rede. O Backburner roda em uma estação baseada em Windows 2000, que não é usada para renderização. O Burn será vendido em pacotes com uma, cinco, dez, 15 e 20 licenças. www.discreet.com
A empresa norte-americana Lasergraphics lançou o The Producer 2. O gravador de película trabalha com imagens em HD (1920 x 1080), faz o transfer de cada frame em um segundo (para filmes de 35 mm) e tem resolução de cores de 42 bits (14 bits por canal de cor). Através da tecnologia de calibragem FullCircle, pode-se compensar variações químicas de filmes de diferentes séries. O produto vem acompanhado de um PC com o sistema operacional Windows XP e o software de operação do gravador. Com isso, é possível trabalhar em rede e, inclusive, monitorar o trabalho via Internet. www.lasergraphics.com
Softimage Connect A Softimage anunciou o Softimage Connect, um novo pacote de ferramentas para transporte de dados entre o Softimage XSI e outras aplicações 3D. A solução suporta o Maya, da Alias|Wavefront; o 2d3 Boujou; o Filmbox e o Motionbuilder, da Kaydara; LightWave; Discreet 3DS Max; Macromedia Director 8.5; Realviz MatchMover; e ImageModeler. Para os usuários do Maya, a Softimage liberou uma versão beta gratuita do plug-in dotXSI xchange for Maya, que permite exportar conteúdo do Maya para o Softimage XSI. www.softimage.com
tela viva outubro de 2002
Windows Media Player 9 A Microsoft lançou a versão beta da plataforma Windows Media 9 Series. Entre as principais novidades estão a possibilidade de produzir vídeos em HD, streaming de áudio 5.1 ou 7.1 e transmissão na web com qualidade mais próxima da TV. Além disso, a tecnologia permite compactar ainda mais o conteúdo em áudio e vídeo, um conteúdo audiovisual com a mesma qualidade do Mpeg-4 com metade do bit-rate.A Avid já anunciou planos de incluir um suporte ao Windows Media 9 na próxima geração de produtos da família Avid/DS. Isso deve permitir que os usuários do DS distribuam conteúdo streaming para as centenas de milhares de usuários do Windows Media Player. A tecnologia pode ser usada também como uma solução para comunicação corporativa, treinamentos e até aprovação de comerciais. O lançamento da próxima versão do Avid/DS HD está prevista para o último trimestre do ano. www.microsoft.com.br www.avid.com
Fotos: divulgação
Cinema portátil nova cÂmera da panasonic chega Ao mercado trazendo uma revolução A Panasonic lança neste mês de outubro a primeira câmera Mini-DV do mercado que trabalha com varredura progressiva a 24 frames por segundo (24p). A AGDVX100 conta com a tecnologia exclusi va CineSwitch, que dá ao equipamento a possibilidade de trabalhar em 480i/60 fps (NTSC), 480p/24 fps e 480p/30 fps. Trata-se de uma redefinição do formato Mini-DV, visto que a possibilidade de trabalhar em 24p traz um aspecto mais próximo ao da película. Certamente não é a substituição de pelí cula e nem mesmo do cinema digital, mas é uma alternativa às produções que pre cisam de baixo custo e alta mobilidade, como documentários. A câmera é equipada com três CCDs de
características
• 3 CCDs de 1/3” com tecnologia CineSwitch • Sensibilidade de luz: F11 em 2000 lux • Iluminação mínima: 3 lux (+18dB) • Formatos: 480i/60 fps (NTSC), 480p/24 fps e 480p/30 fps
• Lentes wide-angle com zoom eletrônico/manual • Foco automático/manual f1.6 com suporte para filtros 72 mm • Íris manual e automática • Aspectos 4:3 e 16:9 letterbox • Modo de controle de gama convencional para vídeo e Cine-like Gamma • 2 entradas de áudio com conector XLR e ajuste manual • Tela LCD de 3.5” com movimento de 270° • Medidor de áudio no LCD e no Viewfinder • Entrada e saída em S-Video, vídeo e áudio estéreo • Interface IEEE-1394 (FireWire) • Peso em operação de aproximadamente 2 kg
Além da portabilidade e da relação custo/benefício dos equipamentos Mini-DV, a AG-DVX100 trabalha com varredura progressiva e a 24 fps 1/3” com varredura progressiva e 410 mil pixels de resolução, o que resulta em imagens com mais de 500 linhas horizon tais. Os CCDs com varredura progressiva nativa eliminam os problemas gerados na conversão de interlaçado para progressi vo. Além do aspecto 4:3, o equipamento suporta 16:9, no modo letterbox. Os três modos de operação CineSwitch garantem ao equipamento versatilidade, já que possibilita seu uso em diferentes apli cações. No modo 480i/60, a AG-DVX100 pode ser usada para broadcast, vídeos insti tucionais ou para produções semi-profissio nais, como casamentos. No modo 480p/30, a câmera trabalha em sua resolução vertical máxima e é ideal para produções multimídia, streaming para Internet e até para produção de DVDs. Já o modo 480/24p dá uma imagem semelhante à do filme e pode ser uma solução para pro duções de baixo custo voltada aos cinemas, documentários, videoclipes. Além disso, é uma opção para escolas audiovisuais. Além da varredura progressiva em 24 fps, a câmera conta com a função Cine-like Gamma, um controle de contraste de gama que também aumenta a semelhança da ima gem com a da película. Para isso, a câmera
simula o espectro de cores entre o branco e o preto característico da película. A sensibilidade de luz da câmera é maior quando trabalha em 24p, portan to é melhor usar uma iluminação mais próxima à usada para produções em pelí cula. Para dar maior definição às som bras, pode-se configurar a câmera para uma abertura maior da íris. Gravando dessa maneira, a imagem fica ainda mais semelhante à da película. Para operação no aspecto widescreen (16:9), a AG-DVX100 usa o modo de gravação letterbox, um artifício que “força” duas tarjas pretas de 30 pixels cada, uma no topo e outra no pé da ima gem. Com isso, a definição de 720x480 pixels cai para 720x360. Outra opção é usar um adaptador exter no de lentes anamórficas, que mantém a resolução de 480 linhas porém distorce a visualização no viewfinder. Para que o vídeo captado em 24p possa ser visto em um monitor NTSC ou gravado em um VTR Mini-DV, a própria câmera faz um pull down 3:2, dando saída em NTSC. www.panasonic.com fernandolauterjung
Cláudio Meyer é um diretor de publicidade convicto. Sua trajetória começou muito cedo, quaseporacaso,masduranteosúltimos 30 anos tem se mantido firme na criação de imagens de produtos, acumulando prêmios e experiências. Hoje, voltando para o mercado como free-lancer depois de administrar sua própria produtora e de passar quatro anos na 5.6, de Wellington Amaral, pensa em diversificar, em criar con teúdo para TV e Internet. Mas não pretende se afastar da publi cidade. Muitas pessoas da minha geração estão fazendo curtas, longas. Mas eu realmente gosto de falar sobre massa de tomate, de fazer aquilo parecer verdadeiro. Eu não saberia o que fazer com tanto tempo...
Cláudio Meyer 1
O produtor e diretor Jodele Larcher (1), em parceria com Phillipe Neiva(2), dos EstudiosMe ga, está trabalhando para trazer pela primeira vez ao Brasil o festival mun dial de mídia digital Res fest. Trata-se de um even to que acontece em várias cidades do mundo desde 1997. Além de mostrar novos talentos da cinemato grafia, o Resfest sempre apresenta novidades tecno
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Seu trabalho na propaganda começou em 1963, quando foi contratado como redator no serviço de imprensa da Ford Motors. De lá, foi para a Alcântara Machado, atendendo a conta da Volkswagen, da qual se tornou funcionário em seguida. Voltou a trabalhar para a Ford em 1968, desta vez na J.W. Thompson. Aproximou-se, então, da área de RTV e daí trocou as letras pelas imagens, definitivamente.
lógicas. O festival foi, por exem plo, o primeiro a usar projetores digitais DLP, já considerado padrão nas salas digitais. Além do festival, Jodele está fazendo um DVD temático em homenagem ao Rio de Janeiro, o “F.S.O.R.” (Future Sound of Rio), trazendo imagens de bairros cario cas feitas por designers.
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A Movi&Art está com atendimento novo. Marcia Sut ter, que cuidará do núcleo Natura, e Simoni de Mendon ça, responsável ao atendimento às outras agências.
tela viva
outubro de 2002
Fotos: Gerson Gargalaka (Claudio Meyer), arquivo (Phillipe Neiva) e divulgação
Comecei a ajudar o diretor de RTV que tinha vindo de fora e passei a dar palpites nos filmes. Foi esse o meu primeiro contato.
Em 1969, tornou-se sócio da Última Filmes, ao lado de Oli vier Perroy e Ronaldo Campos Moreira. Em 1975, associouse a nio Mainardi para fundar a Black & White & Color, onde realmente estreou na direção de filmes. Dois anos depois, abriu a Nova Filmes, a produtora com a qual se fir mou no mercado publicitário, que funcionou até 1997. Nessa época, o mercado estava mudando. Os processos de finalização se tornavam mais sofisticados e as produtoras questionavam a necessidade de manter uma estrutura com pleta, como a da Nova Filmes, onde tudo era absolutamen te organizado, com métodos precisos de trabalho e muito respeito pela equipe, que também era fixa. Do story board (desenhado pelo próprio diretor) até a entrega do trabalho, estouro de orçamento ou de cronograma não faziam parte do roteiro. Os custos fixos, porém, não eram mais viáveis. Foi então que recebeu um convite para atuar ao lado de Wellington Amaral, que tinha sido seu assistente tempos atrás. Na 5.6 fez um pouco de tudo. Durante esse período, porém, viveu tragédias pessoais que ainda emocionam, mas que trouxeram lições e não abalaram seu eterno alto astral. Enfrentei muitas doenças, perdi minha mulher e meu pai, e aprendi que passado e futuro não importam. Só importa o presente. Todas as nossas experiên cias devem servir para nos levar para a frente. E é
para a frente que Cláudio Meyer está seguindo.
Denise Daier é a nova contratada da Prodigo Films, de São Paulo. Ela vem reforçar o atendimento da produto ra. Denise já foi sócia da Central Brasi leira de Cinema e Televisão e vinha atuando na Jerê Moreira Filmes. Inagurada oficialmente em agosto, a Sentimental Filme — de Pedro Becker, Maurício Guimarães, Lucia no Zuffo, Marcos Araujo, Lula Franco e Bill Queen — está completando aos poucos sua equipe. A mais recente aquisição é o premiado diretor Gustavo Leme, que deixou a Dueto Filmes.
O diretor de produção de “Macu naíma” e “Como era Gostoso o meu Francês”, Chris Rodrigues, lançou no final de setembro no Rio de Janeiro o livro “O cinema e a produção”. Rodri gues utiliza sua experiência como produtor para explicar como funciona a construção de uma obra audiovi sual. O prefácio ficou por conta de Nelson Pereira dos Santos. O livro pode ser encontrado no site da editora DP&A (www.dpa.com.br). A Cinema Animadores completa quatro anos de ativida des e anuncia novidades. A produtora contratou Flavio del Carlos (Flip Filmes) para ser o diretor artístico e Fabrício Navarro, animador de 3D. Além disso, fechou uma parceria com a produtora especializada em stop motion @Rede.
Hugo Prata, da Academia de Filmes, recebeu o prêmio de melhor clipe no con curso promovido pela Nickelodeon por seu vídeo “O Amor Faz”, da dupla Sandy e Júnior. É a terceira vez consecutiva que o diretor emplaca o prêmio - ganhou em 2001 com “A Lenda” e em 2000 com “Imor tal”, todos de Sandy e Júnior. A entrega dos “Meus Prêmios Nick” foi feita no par que Hopi Hari, em São Paulo, no dia 28 de setembro. O videoclipe pode ser visto no site www.academiadefilmes.com.br. O diretor de animação da produtora gaúcha Animaho lics, Rodrigo Washington, está de mudança para Holly wood, para fazer o curso Certificate Program in 3D Anima tion and Visual Effects, da Gnomon School. Ele ficará lá no mínimo dois anos estudando com os mestres da animação no mundo. A má notícia é que a Animaholics ficará fecha da, mantendo apenas uma estrutura em Porto Alegre com todos os backups e matrizes Betacam.
Depois de cinco anos dirigindo apenas para a TVC, de Dodi Taterka, o diretor Rogério Utimura está diversifi cando suas atividades. Agora, passa a integrar a equipe da Movi&Art, sem deixar o principal cliente da TVC — McDonald’s — para quem dirige a maioria dos filmes. “A TVC é minha casa, mas queria abrir meu repertório para outros tipos de clientes”, conta Rogério. A primeira experiência na produtora de Paulo Dantas foi para o Extra Supermercados — seu debut na área de varejo. “São filmes caprichados, em 35 mm, mas foi uma verdadeira gincana.”
J. Hawilla em t Empresário inaugura produtora e compra afiliadas da Globo, sem abandonar a atuação no ramo do marketing e direito esportivos.
O
O empresário J. Hawilla, dono da Traffic, cujo nome virou sinônimo de marketing e direitos esportivos, resolveu diver sificar seus negócios para além do cenário do futebol. Par tindo para a produção de conteúdo de TV no seu sentido mais amplo, ele acaba de inaugurar a megaprodutora TV7, que pretende aproveitar um nicho segundo ele ainda pouco explorado: a necessidade que os canais abertos e pagos têm de conteúdo de qualidade a um custo mais razoável do que a produção interna. Ao mesmo tempo, Hawilla aproveitou o momento em que as Organizações Globo decidiram se des fazer de alguns de seus ativos e adquiriu três das suas mais importantes afiliadas — a TV Modelo, de Bauru; a TV Alian ça, de Sorocaba; e a TV Progresso, de S. José do Rio Preto. As três juntas retransmitem para 304 cidades. Com esse cluster de operações, J. Hawilla estréia no ramo de empresário de TV aberta com um quilate significativo da jóia da coroa que é o rico interior do Estado de São Paulo. “Resolvemos sair só do esporte e partir pra tudo que fosse produção de conteúdo; abrimos muitas frentes ao mesmo tempo”, diz o empresário. A seguir, Hawilla fala em entrevista exclusiva sobre estes novos empreendimentos e, é claro, também sobre futebol, o core business da Traffic. Tela Viva: Como surgiu a idéia de criar a TV7, volta da à produção de todo tipo de conteúdo?
12 capa
outubro de 2002
J. Hawilla: O Brasil é um dos poucos países do mundo onde todas as produções são feitas dentro de casa, nas emissoras. E como a Globo é a principal emissora, todo mundo resolveu seguir a mesma linha: SBT, Record, Ban deirantes. Todos entendiam que a produção caseira saía com melhor qualidade e no menor custo. E isto foi duran te 20 anos. Agora a própria Globo começou a enxergar um outro cenário, viu que pode fechar alguns estúdios no Projac — isto é, não abrir todos eles todos os dias ao
mesmo tempo —, fazendo muito melhor alguma coisa fora, e este foi o fator determinante para entendermos que este era um mercado que ia se estender violentamen te no Brasil. Daí resolvemos abrir para todos os segmen tos, desde que seja produção de conteúdo. Nos EUA, 80% do que vai ao ar pelas TVs abertas é feito fora; eles produzem 20% em casa e ainda assim, 18%, 17% é jor nalismo. Na Europa, eles fazem 62%, 63% fora. Tem até emissora européia importante que faz jornalismo fora — o que é até um absurdo, do ponto de vista editorial. Então, começamos a enxergar que era um segmento que ia crescer muito. Mas há mercado para tanto?
Obviamente, a gente se baseia em pesquisas, dados, levanta mento, mas acho que 70% ou 80% vai mesmo no feeling. Partimos para esse segmento e as coisas felizmente têm dado certo, e acho que vai crescer muito. E se a gente não vingar vai ser por incompetência nossa. O mercado vai cres cer. Não quero nem disputar comerciais aí na praça. Quero disputar mesmo é espaço no conteúdo. Tem muita emissora sem conteúdo, que não sabe produzir conteúdo barato. Dá para fazer um “Globo Repórter” com o diretor, o roteirista, os locutores e o repórter da Globo. Aliás, é o que tem de ser feito. Você pode fazer a minissérie com os atores, os autores, sem o custo da Globo. Por outro lado, enxergamos que este é um mercado em expansão no Brasil. Agora que a Globo começou a mudar a sua visão, tenho a impressão de que o mercado como um todo vai também mudar. Enquanto isso persistiu, todas as produtoras se encolheram, se acomoda ram, e o mercado inibiu o surgimento de outras produtoras. No Brasil, ter um canal de TV é fácil, mas a programação é cara. A própria Globo — o seu gigantismo a impede de fazer uma coisa mais barata — não tem como fazer ali. Fotos: Marcelo Rudini
todos os campos edianezparente edianez@paytv.com.br
A compra das afiliadas da Globo tem algo a ver com isso?
Não. Quando surgiu a oportunidade de negócios das afiliadas, já tínhamos deco lado com o projeto da TV7. De qualquer forma, já estávamos de olho no mercado — quase compramos uma televisão na Argentina. Chegamos até a fechar o negó cio; depois não deu certo. Qual emissora?
O canal 9, TV Azul, que era da Telefóni ca. Eles, que já tinham a Telefé, foram obrigados pelo governo a ficar com ape nas uma rede nacional. Quanto duraram as negociações?
Foram quatro meses de negociações parale las, com o canal da Argentina, as afiliadas da Globo e outras oportunidades no mer cado. Você adquiriu afiliadas numa região muito importante. Pretende desenvol ver alguma programação local, uma vez que há uma política rígida da Globo com relação a isso?
Nós já temos produção local. As afiliadas contam com um espaço pequeno, mas acho que é o que comporta cada uma das regiões. É algo em torno de oito ou nove horas sema nais: jornal da hora do almoço; no sábado e
domingo há janelas de duas horas com pro gramas locais na cidade. Acho que tem-se de conviver mais com a comunidade, que sente falta disso. Por isso é que a Globo dá esta abertura de se produzir alguma coisa localmente. Pretendemos aumentar na medida do possível, na medida da neces sidade, do interesse comercial, porque tudo tem objetivos comerciais a serem alcança dos. E para produzir conteúdo no Interior, não se pode fazer qualquer coisa, porque a Globo não vai permitir, tem de fazer conteúdo de boa qualidade e este conteúdo teria de servir para as três emissoras para se pagar. Quando vocês assumem a gestão? E qual será a marca de atuação neste segmento?
ótimos eventos. No segmento de futebol, não se tem 20 ou 30 produtos, temos quatro ou cinco eventos ao ano; ou a cada quatro anos, no caso de Copa do Mundo. E com isso a gente criava, fazia o marketing, ou seja, dava uma envelopada no negócio, adequando-o à TV e ao cliente, e depois comercializava. Mas este valor de direitos de TV cresceu muito no mundo inteiro; bateu no teto. Não tinha mais pra onde subir, os clubes, as federações e as confederações iam querendo cada vez mais, e explodiu. Hoje, eles vêm a níveis, não sei se reais ou compatíveis com o mercado, que baixaram de 70% a 100% em muitos casos. Muitas empresas na Europa devolveram direitos importantes, romperam contratos, outras faliram e o mercado sofreu essa transformação. Aqui, a mudança foi mais dramática.
Final de setembro e início de outubro. Esta mos pensando em mudar os nomes das três emissoras para um só, a exemplo de EPTV, RBS. Vamos encomendar para uma empre sa de criação o logo, o nome... Não vamos Por quê? aproveitar as marcas já existentes, como Porque no Brasil havia um grande investi Traffic e TV7. dor/comprador que era a Globo, que tam bém retirou seus investimentos do futebol. E A Traffic é a principal cliente da TV7? o futebol não tem para onde correr — tem de Sim, mas esperamos que no futuro não cair no colo da Globo mesmo. E nós também seja. É só no começo. demos uma recuada nos investimentos que fazíamos no setor, porque não intermediáva Esse direcionamento para novas mos simplesmente: comprávamos, prepará frentes significa uma concentra vamos, melhorávamos o produto para depois ção de esforços fora do setor vender. Mas com esses preços — de um lado esportivo? Qual o cenário, hoje, se pedindo muito e do outro querendo pagar depois da explosão dos direitos muito pouco —, resolvemos estrategicamen dos eventos? te parar com isso um pouco e recuamos com Vai muito mal e já estávamos prevendo o que tinha sido o grande negócio dos 20 isso. Esta empresa (a Traffic) trabalhou 20 anos da empresa. anos com direitos. Não é tão simples como as pessoas acham; não é apenas compra e Mas ainda é seu negócio principal? venda. Trabalhávamos os direitos de um Sim. Mas é importante falar que são empre evento, mas fazendo o marketing deste sas diferentes. Cada qual com sua vida evento antes de comercializá-lo. E este própria. As emissoras serão controladas por modelo deu certo durante este tempo todo; uma holding que vai se formar, com sede em tivemos oportunidade de criar grandes e São Paulo, que vai administrar as três afilia
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das. São corpos diferentes, com atuação diferentes. Temos também, há 16 anos, uma empresa nos EUA.
Como assim?
Em que segmento essa empre sa americana atua?
Esportes, o mesmo que a Traffic. É a InterForever Sports, com sede em Miami, pois atuamos muito no mer cado latino. Como foi a participação do fundo Hicks, Muse, Tate & Furst como sócio da Traffic?
Vendemos 49% para eles em 99 e agora no começo do ano recompramos estes 49%, o que nos foi favorável do ponto de vista de negócios. Só que a troco dos 49% demos uma outra empresa que tínhamos em sociedade com os argentinos. Era a TyT (Tor neos y Traffic) para atuação no mer cado sul-americano, com produção de eventos, como a Copa Mercosul, um grande sucesso que acabou. Com a emenda constitucional do Artigo 222, você contempla a pos
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“Da forma como foi redigido o Artigo 222, não vejo possibilidade de nenhum investidor internacional entrar no Brasil.”
sibilidade de angariar um sócio estrangeiro no negócio da TV aberta?
A curto prazo não. Porque, da forma como foi redigida a lei, não vejo possibilidade de nenhum investidor internacional entrar em meios de comunicação do Brasil. Nin guém seria irresponsável a ponto de pôr dinheiro sem poder opinar sobre o seu destino — o que é o mais absurdo de tudo. Você coloca uma fortuna e não pode parti cipar do conselho que vai decidir pra onde vai essa verba. Só se houver uma mudança na lei. A mesma coisa aconteceu com o futebol.
No futebol, enquanto teve abertura, as empresas vieram. Daí, foram a Brasília, fize ram um truque qualquer com os políticos e criaram uma nova regulamentação que o fechou para investidores internacionais. O que aconteceu? Os investidores internacio nais saíram do futebol do Brasil e o futebol do Brasil vai ficar nessa míngua aí, passando fome o resto da vida, porque não vai haver nenhum investidor internacional que vai investir no futebol do Brasil. Acabaram até com a Lei do Passe, que era uma possibili dade de rentabilidade. Vejo essa emenda como mais ou menos o modelo que fizeram com o futebol. E pode esquecer: enquanto não mudar isso, ninguém vai investir no futebol brasileiro e, por isso, o mercado está parado. O acordo com a Rede Record, de repasse de direitos da Globo com intermédio da Traffic, é uma inova ção neste segmento, não?
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Isso foi novo na Bandeirantes. Tivemos por três anos a programação esportiva da Bandeirantes, e a responsabilidade era nossa. Produzimos eventos importantes, demos uma outra cara para o esporte da Band, para a própria TV, o esporte todo.
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A diferença com a Record é que agora não temos programação, temos um ou outro programete, temos o evento. Na Bandeirantes, tínhamos o controle sobre toda a programação esportiva, era uma coisa mais ampla. Agora, na Record, a negociação comercial é conjunta. (N.E.: Após esta entrevista, a Traffic anunciou parceria com a Rede Bandeirantes e com o jogador Ronaldo para a transmissão do Campeonato Espanhol de Futebol). Houve certa confusão com os acertos da exibição dos jogos com a Globo. As divisões das transmissões ao vivo, video teipe...
“Enquanto ele (o Campeonato Brasileiro) não se organizar, não tiver um calendário decente, não dá para vender no exterior.”
Podemos, como podemos também fazer eventos esporádicos, eventuais, não pegar a programação do ano inteiro. Podemos fazer um evento aqui, outro ali... enfim, tudo está em estudo. Podemos criar ou pegar um evento já existente com qualquer TV. Nosso contrato com a Record não é exclusivo, por exemplo. Mas, por uma questão ética, resol vemos fazer só lá. Quais eventos a Traffic detém hoje?
Copa América de Futebol, Pré Olímpico, Sub-17, Sub-20, todos os torneios sul-ame no dia-a-dia, você tem um certo desgaste ricanos. Temos outros direitos, estes inter É uma briga permanente, que não acaba nas coisas, o que é muito natural. Sempre nacionais: Libertadores da América, Copa nunca... A gente vai fazendo o que é existiu e vai existir em qualquer modali Pan-Americana. possível fazer. Houve uma negociação, dade. depois houve um contrato, e o contrato E o Campeonato Brasileiro no exte saiu de uma forma que nos permite bri O contrato deve ser renovado rior, vocês negociam por quê? gar até um certo ponto, mas o entendi para ao próximo ano? Não negociamos, mas pretendemos nego mento com a Rede Globo tem sido bom É válido para este ano, mas pode ser ciar. Enquanto ele não se organizar, não neste instante. Não temos reclamação. que se repita. Ainda estamos em estudo tiver um calendário decente, não dá pra Só que na operacionalidade do negócio, para ver o que vamos fazer em 2003. vender, até porque a Europa e a Ásia não Não temos definição. Tanto de um lado compram. Só compram se tiver um futebol com a Globo, como do outro lado com organizado. É tudo muito bagunçado, nin tela viva a Record. guém se interessa por isso. outubro de 2002
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Vocês podem repassar os direi tos a outra rede, que não a Record?
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TV7: foco na terceirização
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A TV7 foi inaugurada em setembro com o objetivo nada modesto de abastecer o mercado brasileiro de televisão (as redes abertas e fechadas) com conteúdo nacio nal e totalmente terceirizado. J. Hawilla, o seu empreendedor, conta que a produtora começou a partir das próprias necessidades da sua principal empresa até então, a Traffic. “Fazemos de 300 a 350 jogos de futebol por ano e começamos a fazer highlights desses jogos, porque temos um departamento de vendas inter nacionais que vende futebol para 160 paí ses do mundo. E esses jogos e essas vendas precisam de produção e de pós-produção”, afirma. Ele conta que tudo vinha sendo encomendado fora. Tão logo concluiu o novo prédio da Traffic — na Vila Nova Conceição, bairro paulistano —, construiu um prédio exatamente ao lado: “Falam que sou louco por causa disso: em vez de pegar um prédio velho e reformar, eu prefiro construir. Foi isso o que fizemos. Acabou uma sede e construímos a outra”.
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Programas próprios para venda, progra mas sob demanda, institucionais e comer ciais publicitários serão objeto da TV7, além de produtos para o consumidor final (vídeos, DVD etc.). Game-shows, drama turgia, documentários e shows musicais são formatos já em negociação. O merca do internacional também integra o busi ness plan da produtora. “Temos um pro jeto junto à EBU (European Broadcasting Union) que envolve a comercialização internacional em 26 países”, afirma o dire tor de planejamento, Fernando D’Avila. Ivan Magalhães, com uma experiência de 30 anos em TV (grande parte na Rede Bandeirantes), é o diretor executivo à fren te da produtora, cuja estrutura ele define como enxuta (até 40 funcionários) e que vai atuar com a maior parte da mão-deobra terceirizada. “Nosso sistema é o de contratação por projeto”, diz. Na TV7 não se comentam valores, mas no mercado correu como certo um investi mento inicial de mais de US$ 3 milhões. A cifra, não confirmada pela empresa, pode em parte ser justificada pelas insta
lações de primeira e equipamentos de últi ma geração que integram o prédio da TV7, que ainda tem cheiro de tinta nova. Por exemplo, foi implantado um sistema de roteamento de produção e edição de jornalismo e esportes, cujo conjunto é composto por um sistema Digital News Production, da Thomson, que inclui os equipamentos Feed Clip (ingestão), News Edit (edição) e o NewsQ Pro (reprodu ção no ar), este rodando em um servidor Thomson Profile da série PVS 1100. Também foram adquiridos modulares da Thomson como o router switcher Concer to, o sistema de controle de roteamento Encore e o switcher de produção Zodiak (com 64 entradas), além de sistema de multi-imagens da Miranda, botoneiras da Isis Group, sistema undermonitor display da Image Vídeo, e gerador de caracteres Deko. Implantado pela Videodata, o pro jeto contou com a assessoria da Olym pic Engenharia. Todo o tráfego dá-se em sistema digital. “O sistema está pronto para uma futura expansão”, conta Paulo Simões, gerente técnico da TV7.
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radiodifusão
Jogo de cintura
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Transmissão analógica da Embratel está
com os dias contados, mas cobertura Neste mês de outubro acontecem as eleições 2002, ao vivo das eleições 2002 está garantida. quando os brasileiros vão às urnas para dar seu voto aos candidatos para os cargos de presidente da Repú blica, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. São dias de expectativa e muita gente costu ma parar em frente aos televisores para acompanhar exigido pelo mercado internacional, forçaram a Embra as notícias de boca de urna e, em seguida, da apuração tel a adotar um upgrade neste produto”, afirma Levy, dos votos, vindas de todo o País. Esse acompanhamento que completa: “Ela (a TV Programada) tem mais de 20 ao vivo só foi garantido este ano no último momento, anos de bons serviços prestados, mas não há mais con quando a Embratel decidiu adiar o fim do seu serviço dições de continuar operando”. de transmissão de vídeo analógico, “A TV programada acabou por si só chamado TV Programada. É através porque é um serviço inviável economicamen desse serviço que a maioria das notí te, criado porque era uma época em que a cias de todos os pontos do Brasil che Embratel era estatal, havia outras variáveis, gam às cabeças-de-rede. “A Embratel interesse de Estado. Agora é uma empresa garante aos radiodifusores que não que precisa dar lucro”, reconhece Geraldo interromperá a prestação de serviço Cesar de Oliveira, coordenador de família da TV Programada, baseada na pla de serviços da Embratel, responsável pelos taforma analógica, antes do segundo links oferecidos aos radiodifusores. “O preço turno das eleições 2002”, garantiu que cobramos pelo analógico é muito baixo, Eduardo Levy, diretor-presidente da completamente subsidiado.” Embratel Empresas. Assim, as emissoras ganharam ape Negociações nas mais algum tempo para tomarem Segundo o diretor-presidente da Embratel uma decisão sobre o que fazer sem a “A TV Programada tem mais Empresas, os radiodifusores vêm sendo avi TV Programada da Embratel, servi de 20 anos de bons sersados há algum tempo do fim do serviço. ço que foi criado na época em que a “Compreendendo que a situação envolvia a viços, mas não há condições empresa era estatal e interessava ao prestação de um importante serviço para ter de continuar operando”, diz Estado manter um relacionamento ceiros, a Embratel informou aos radiodifuso Levy, da Embratel. com as emissoras, mesmo que o custo res, já em julho de 2001, que, a partir de 15 fosse subsidiado. Agora é diferente. de janeiro de 2002, a TV Programada seria Principalmente em um momento em desativada. Na ocasião, aproveitamos para que a controladora da Embratel, a norte-americana apresentar a plataforma digital SmarTVideo. Desde WorldCom, está prestes a anunciar a reestruturação de então, temos dedicado todos os esforços possíveis na suas operações internacionais, com a paralisação de ati negociação desta troca, inclusive postergando várias vidades não-lucrativas. vezes o prazo final para desativação da TV Programada, É de se esperar, portanto, que a Embratel, deten que segue em operação”, relembra Eduardo Levy. tora da maior malha de distribuição do País, busque O serviço de transmissão de vídeo digital SmarTVideo ser rentável, e o serviço de TV Programada está longe está disponível em 11 capitais — São Paulo, Rio de disso. “Essa plataforma (analógica) está sendo substi Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Belo tuída, porque o desenvolvimento da tecnologia digital Horizonte, Brasília, Goiânia, Salvador, Recife e Forta tornou inviável a manutenção da TV Programada. A leza —, justamente naquelas que apresentaram retorno ausência de peças de reposição e a queda da qualidade comercial, pelos estudos da companhia. A proposta da do serviço, em comparação com o padrão de qualidade Embratel é a extensão do SmarTVideo para outras loca
sandrareginasilva* sandra@telaviva.com.br
lidades de interesse das emissoras, com divisão de custos. “Estamos prontos para colocar em prática o contrato que foi acordado para o SmarTVideo, mas falta a assinatura das emissoras. Sem contrato, nós não vamos investir. Por ser um serviço de TV, as despesas com gerenciamento, monitoramento etc. ficam mais altas, porque tem de ser oferecido 24 horas por dia, todos os dias da semana”, afir ma Geraldo Oliveira. Queixa dos broadcasters Para as emissoras que aderiram ao SmarTVideo nas 11 capitais, o serviço digital é muito mais caro do que o ana lógico. Além disso, os radiodifusores se queixam que os valores pedidos pela tele em novas praças seriam usados para pra ticamente bancar a expansão dos links. As emissoras interessadas terão que pagar uma espécie de aluguel mensal para utilizar determinados pontos de presença que não sejam as 11 capitais. A Embratel estabeleceu valores diferenciados para ins talar o SmarTVideo em cada município, que varia de R$ 8 mil para cidades como Uberlândia/MG ou João Pessoa a R$ 49.416 para Petrolina/PE, passando por exemplo por R$ 33 mil se o interesse for São José do Rio Preto/SP ou Governador Valadares/MG. Os montantes referem-se ao caso de uma única emissora aderir à proposta, mas ele não é divido pelo número de interessadas no projeto. Por
exemplo, em uma cidade onde o valor individual do serviço seja R$ 46 mil para uma rede, seriam cobrados R$ 37 mil para duas e R$ 32 mil para três (e não os R$ 46 mil divididos por três, o que daria R$ 15,3 mil para cada um). Romeu Paris, diretor de operações do SBT, explica que o contrato que a emissora assinou nas 11 capitais tem validade de dois anos e prevê 10 mil minutos de utilização por mês — o exce dente é pago à parte, com descontos progressivos. Porém, no início do ano o valor da minutagem, previsto no con trato do SmarTVideo, subiu de R$ 1,00 para R$ 4,00 com velocidade de 4 Mbps — os valores cobrados para transmissão mais veloz são de R$ 8,00 para 8 Mbps e R$ 11 para 15 Mbps. Decisões tomadas “Acredito que, em princípio, ficaremos apenas com as 11 capitais e encontrare mos alguma alternativa para trazer o material das outras praças para o SBT em São Paulo”, diz Paris. A TV Alterosa, afiliada ao SBT, deci diu construir o próprio link analógico de microondas ligando Belo Horizonte a Juiz de Fora, em Minas Gerais. “Enten do o problema e a decisão da Embratel, mas o valor para instalar o sistema digital em Juiz de Fora inviabiliza o negócio, representa muito na receita da geradora local”, explica Getulio Mala faia, superintendente corporativo da TV Alterosa. De acordo com o executi vo, o investimento (não revelado) nesse link próprio se paga em dois anos, con siderando aí a redução de custos com telefonia, serviço que será agregado à rede — as ligações interurbanas entre as TVs passam a ser internas. As demais geradoras da Rede Altero sa, localizadas em Varginha e Divinópo lis, já estão ligadas por links próprios.
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Quanto ao envio do sinal do canal de BH para as geradoras, continua sendo via satélite pela StarOne (uma empresa da Embratel). Também não há problemas com a contribuição de notícias e eventos da TV Alterosa para o SBT em São Paulo, já que Belo Horizonte conta com o SmarTVideo. A TV Cultura de São Paulo resol veu o problema em parte. Seu único contrato com Embratel no Estado de São Paulo é em Aparecida — nas demais cidades paulistas utiliza a rede da Telefônica, satélite e rotas próprias. “Já temos um uplink em Aparecida. Agora só falta contratar o segmento espacial”, diz o engenhei ro José Munhoz, diretor técnico da Cultura. Ele conta que a alternativa escolhida é um pouco mais cara que aquela até então utilizada via Embra tel, mas compensa, pois a freqüência de uso é de apenas uma vez por sema na — a emissora transmite a missa
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aos domingos. Saindo do Estado de São Paulo, a TV Cultura tem a garantia das 11 praças com o SmarTVideo. Para as demais cidades brasileiras, no entanto, a emissora ainda não encontrou uma alternativa viável. “O fim do serviço analógico da Embratel afeta o jornalis mo. E muitas contribuições vindas de fora do Estado ficam comprometidas”, completa Munhoz.
lheias ao problema A O fim do serviço da Embratel não afeta algumas emissoras. A Rede Bahia está até mesmo numa posição confortável. A TV Bahia, em Salvador, é o nó da rede ATM própria, que interliga as cinco emissoras regionais — Feira de Santana, Juazeiro, Itabuna, Vitória da Conquista e Barreiras (veja matéria na Tela Viva de agosto de 2002). “O transporte do sinal até o centro de TV da Embratel em Salvador é feito por nós, por um link de fibra óptica”, conta Antonio Paoli, diretor de tecnologia da Rede Bahia. Da capital baiana, a afiliada utiliza o SmarTVideo para chegar à Globo. O link de fibra óptica foi feito há cerca de três meses e conta ainda com dois enlacesreserva de microondas. “Decidimos fazer esse investimento em função da baixa qua lidade do serviço da Embratel, que estava obsoleto e era mais problema do que solu ção”, conclui Paoli. A RBS, afiliada à Globo, também conta com uma rede moderna, com ampla capacidade, que corta os três estados da Região Sul do País. A EPTV, afiliada à Globo no inte
rior de São Paulo, tem infra-estrutura própria até o Pico do Jaraguá, onde se conecta com links pertencentes à Globo São Paulo ou Rio de Janeiro. Com gera doras em Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos e Varginha/MG, interligadas atra vés de rota analógica própria de rádio, que ocupa 20 MHz de banda, a EPTV já faz isso há algum tempo, mas utilizava o link analógico da Embratel como opção redundante, pois era barato. Segundo uma fonte interna da emissora, pagar o que a Embratel pede para a extensão digital é totalmente inviável. Outras alternativas Geraldo Cesar de Oliveira, da Embratel, diz que optar pela transmissão por satélite custa muito mais do que o SmarTVideo. “Nosso preço é R$ 960 por um evento de quatro horas, se for numa cidade com SmarTVideo instalado. Se a emissora optar pelo satélite, vai pagar R$ 12 mil pelo servi ço, pelas mesmas quatro horas.” As emissoras já consideraram alugar uplink de satélite, que além de mais caro é operacionalmente mais complicado. Outra tentativa foi fazer acordos com a Telemar, mas, além de não estar presente em todo o Brasil, a tele utiliza modulador de áudio e não de vídeo. Sua adaptação exige inves timentos relativamente altos. Enquanto isso, as principais cabe ças-de-rede continuam a buscar outras saídas. Tentam chegar a um acordo com a Embratel, oferecendo permuta para algumas cidades e talvez bancando o SmarTVideo em outras. Invariavelmen te, porém, algumas retransmissoras terão de deixar de contribuir com entradas ao vivo para os telejornais e com a transmissão de eventos esportivos. E as notícias podem voltar a ser despachadas por avião ou ônibus, dependendo de sua importância. E redes de emissoras que estão aí, como a da RBS e da Rede Bahia, podem ser o embrião de um grande back bone de TV, se todos decidirem investir em sua própria infra-estrutura e carregar o sinal de seus concorrentes ao mesmo tempo que aumentam suas receitas. Será que isso acontecerá um dia?
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* Colaborou Samuel Possebonr
produtos
Qualidade para todos os bolsos
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os softwares de edição não-linear de
baixo custo estão cada vez mais Montar uma ilha de edição com qualidade broadcast populares. Tanto no mercado está cada vez mais acessível. Hoje pequenas produtoras, semiprofissional, quanto nas grandes emissoras em pequenas cidades e até mesmo usuários residenciais já podem ter um equipamento profissional. produtoras e emissoras de TV. A popularização dos formatos DV e do padrão de comunica ção IEEE 1394 (também conhecido comercialmente como FireWire ou iLink) e o barateamento dos discos rígidos e memória RAM foram os fatores que possibilitaram essa res que abrigam os pacotes são vendidas separadamente democratização do vídeo não-linear. por preços que ultrapassam o valor total Os pacotes de softwares que integram do pacote. esses sistemas também estão com pre Veja as características e as principais ços mais baixos e aumentaram significa qualidades de alguns dos produtos que tivamente a qualidade e a produtividade. fazem parte dessa categoria. Alguns deles, como o Adobe Premiere, por exemplo, são distribuídos acompanhando Edition DV placas de vídeo para uso residencial. Isso O Edition DV é o primeiro software de não diminui o mérito desses softwares, edição proprietário da Pinnacle para vendidos por preços entre US$ 700 e US$ EditionDV:oprimeirosoftwareda essa faixa de mercado. Foi criado a par 1 mil. Ao contrário, mostram como eles Pinnacleparaessafaixademercado tir do know-how da empresa alemã Fast, são fáceis de usar, com interface amigável. comprada pela Pinnacle e conhecida O que define a qualidade profissional ou pelos produtos high-end Silver e Purple. amadora do produto final acaba sendo o Segundo o gerente de suporte da Pinnacle, usuário, profissional ou amador. Emerson Jordão, a principal característi A produtividade aumentou quando ca do produto está na sua concepção. “A os softwares de baixo custo ganharam interface do produto é amigável, porque foi controles mais precisos e automatizados; criado por editores. Com o teclado e a inter área de trabalho mais organizada, com face completamente customizáveis, ele é mais informações, fácil visualização e que se adapta ao usuário, não o contrário”, completamente customizável; novas fer Premiere:oúnicoquetrabalhanas explica Jordão. ramentas; e menor ou nenhum tempo de plataformas Windows e Mac Uma das novidades do Edition DV é o renderização. Esses softwares incluem Instant-Saver. Com isso, tudo o que é feito recursos sofisticados que antigamente no programa é salvo automaticamente, não faziam parte nem dos produtos highnão havendo riscos de perda do trabalho. end. Ferramentas que eram vendidas O software edita o vídeo em formato AVI separadamente hoje estão integradas à e pode exportar para outros formatos dire maioria dos programas, como compo tamente do timeline. Com o Background sição, movimento, pintura, geração de render, o software pode trabalhar com ren caracteres, correção de cores, importação derização em tempo real. Outra novidade e exportação para diversos formatos e, no processo de renderização é o sub-pixel em alguns casos, autoria de DVDs. Algu FinalCutPro:oprimeirocapazde render. Para que não haja perda de qualida mas das ferramentas, plug-ins ou softwa rodar em laptops em tempo real de durante o processo de renderização de
fernandolauterjung fernando@telaviva.com.br
efeitos, o programa “cria” um pixel entre os pixels originais da imagem. O pacote conta com outros produtos profissionais da Pin nacle, como o Impression DVD-Pro, o top de linha para autoria de DVDs da empresa; o Hollywood FX, que conta com vários efeitos em 3D prontos; e o Title Deko RT, gerador de caracteres em tempo real. O software de composição da Pin nacle, o Commotion, também faz parte do pacote. Ele não estava incorporado no lança mento. Além dos softwares incorporados, o editor conta com ferramentas para criação de efeitos 2D e 3D, de correção de cores e aceita plug-ins do Premiere. O produto custa, no Brasil, US$ 700 e vem acompanha do de uma placa IEEE 1394. Premiere Já na versão 6.5, o Adobe Premiere trabalha nos siste mas operacionais Windows e Mac, inclusive o OS X. Um dos primeiros a aproxi mar os softwares amadores dos profissionais, o Premie re tornou-se um clássico. Seus usuários vão do con sumidor amador até produ toras de todos os portes. A popularidade do software fez com que sua interface se tornasse “conhecida” dos editores. Mesmo assim, o editor conta com diferentes pré-definições da área de traba lho e ainda permite que sejam criadas novas definições. Todas as característi cas do trabalho, desde a definição até o formato do arquivo, podem ser vistas através do Settings Viewer. Os efeitos que fazem parte do palet te do software podem ser exibidos em tempo real na janela Moni tor. Além de permitir criar estilos de texto e objetos, o software conta com cen tenas de estilos pré-defini dos. Além disso, o siste ma já vem com filtros do After Effects e conta com a ferramenta Title Desig ner, que permite criar
seqüências de título. Vários equipamentos DV capazes de transferir dados ao computador via porta FireWire são supor tados pelo software, que os reconhece assim que conectados ao micro (plug and play). O Premiere pode editar vídeos em formato 4:3 e 16:9, inclusive vídeos gravados com lentes anamórficas. Os vídeos podem ser impor tados do Windows Media e renderizados para vários formatos, como DVD, Super Video CD e Video CD (VCD). O softwa re também pode gravar nos formatos de streaming mais populares (Windows Media, RealMedia e QuickTime). Para a autoria de DVDs, o Premiere, na versão Windows, passou a ser distribuído acompanha do do Sonic DVDit!. Uma das vantagens do software é a integração com outros produtos da Adobe, como o After Effects, Pho toshop, Ilustrator e GoLi ve. Seu preço no mercado nacional é de US$ 890. Final Cut Pro O Final Cut Pro 3, da Apple, que traba lha no OS X, foi o primeiro software capaz de rodar em computadores por táteis e ainda fazer renderização em tempo real. Custando R$ 3,5 mil, ele é também um dos que mais cresce no mercado, chegando a produtoras pro fissionais de cinema e publicidade e a emissoras de grande porte. O programa usa arquivos DV mas, para preview, usa arquivos reduzidos em formato RT, que ocupam menos espa ço. Ele faz a renderização destes arquivos reduzidos e grava uma EDL para finalizar posteriormente em alta resolução. “Com isso, cada Gb de espaço em disco pode abrigar 40
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Compare os principais softwares Edition DV
Premiere
Final Cut Pro
Pinnacle
Adobe
Apple
Acompanha placa IEEE 1394
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Customização de teclado
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Adesivos para teclado
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Correção de cores
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Geração de efeitos
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Geração de caracteres
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TitleDeko
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Impression
Sonic DVDit!
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DVD-Pro
(Versão Windows)
US$ 700
US$ 890
Desenvolvedor Plataforma Controle de dispositivos FireWire
Software para autoria de DVD Preço sugerido
glossário IEEE 1394 - Porta de comunicação entre dispositivos eletrônicos e o compu tador. Também conhecido como FireWire ou iLink. AVI - Audio Video Interleave. Formato usado pelo Windows Media Player. Plug and play - Dispositivos que podem trabalhar sem a instalação de drivers EDL - Edit Decision List: arquivo gerado na edição off-line que depois é usado para a montagem final do material MPEG-2 - Padrão de compressão audiovisual desenvolvido pelo Moving Pic ture Experts Group
MPEG-4 - Padrão de compressão mul timídia desenvolvido pelo Moving Picture Experts Group (ver artigo na pág. 30) 24p - Vídeo captado em 24 quadros por segundo, com varredura progressiva flx - Extensão dos arquivos usados pelos telecines
R$ 3,5 mil
minutos de vídeo”, explica Rodrigo Pellic ciari, gerente de produtos da Apple. O Final Cut Pro é baseado no Quick Time, que funciona como uma plataforma. Ele já vem com a versão seis do Quick Time, e portanto trabalha em formato MPEG-4. Também já vem com codecs para outros formatos e ainda aceita novos codecs. Dá saída de vídeo em MPEG-4, MPEG-2 e qualquer outro formato, inclu sive AVI. O programa vem com configu ração de teclas Avid, mas conta também com presets de outros softwares de edição e ainda pode criar novas configurações. Além disso, ele vem com um conjunto de etiquetas que podem ser coladas no tecla do, assim não é necessário comprar um teclado profissional. O pacote conta com o gerador de efeitos Boris FX e uma série de ferramentas, como o Quickview, que aplica os efeitos e mostra em uma janela em tempo real; ferramenta para correção de cores; plug-in para criação de efeitos especiais. A maioria dos plug-ins desenvolvidos para o After Effects também trabalha no software da Apple. O pacote Cinema Tools dá ao Final Cut Pro a possibilidade de trabalhar em 24p e fazer edições para cinema. Com o pacote, pode-se dar entrada e saída e ainda traba lhar em 24p. Além disso, é compatível com o formato flx, usado nos telecines, e pode gerar batch lists e cutting lists.
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artigo
MPEG-4: revolução
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Complexo, o novo padrão multimídia permite interações entre os objetos que
O mundo do vídeo passa por uma revolução. A transição do analógico para o digital vem sendo feita em diversas áreas, como a edição, o arquivamento e agora a transmis são de conteúdos. No centro desta revolução está o padrão MPEG-2, desenvolvido em meados da década passada. O MPEG-2 é o padrão de fato para a codifica ção e transmissão de vídeo, sendo largamente utilizado em softwares de edição e arquivamento e também está presen te nos três sistemas de TV digital em teste no Brasil, nos DVDs e nas TVs por satélite. Após o desenvolvimento do MPEG-2, o grupo MPEG começou a trabalhar em um novo padrão para a transmissão de vídeo. Logo percebeu que o novo padrão não deveria ser somente um melhor codifica dor de áudio e de vídeo, ele precisava ter caracterís
Figura 1
Figura 2
Figura 3
As figuras mostram a capacidade do MPEG-4 em trabalhar e interagir com múltiplos objetos. Na figura 1, o usuário abriu um menu para interagir com o vídeo; na figura 2, ele está visualizando fotos disponíveis; e na figura 3 ele está vendo um vídeo sob demanda.
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compõem a cena - vídeos, sons, imagens ou textos - de forma independente.
ticas novas, deveria ser um padrão multimídia. Com isso surgiu o MPEG-4. A grande diferença do MPEG-4 em relação aos seus antecessores é o conceito de cena. A cena do MPEG-4 é o que será visto em um player. A cena é formada por objetos, que podem ser vídeos, sons, imagens ou textos (um vídeo MPEG-2 é formado por dois objetos: o vídeo propriamente dito e seu áudio associado). O MPEG-4 permite que sejam feitas interações entre esses objetos independentemente. Por exemplo, em uma cena com dois vídeos simultâneos na tela, o clique em uma das janelas pode aumentar o volume deste vídeo e aumen tar seu tamanho na tela, ao mesmo tempo em que o outro vídeo tem seu volume e tamanho diminuídos. Complexidade Pelo fato de o MPEG-4 contar com essas novas funcio nalidades, ele se tornou um padrão bastante comple xo. A implementação do padrão inteiro levaria muito tempo, e quando ficasse pronta o padrão já estaria obsoleto. O MPEG-2 também enfrentou este problema quando se dividiu o padrão em perfis (profiles). O HDTV é um exemplo de perfil do MPEG-2. Seguindo o sucesso dessa divisão ocorrida no MPEG-2, o MPEG4 também dividiu seu padrão em perfis. Enquanto no MPEG-2 existem seis perfis, no MPEG-4 eles são 38 (divididos em perfis de áudio, de vídeo, de gráficos e de cena). Empresas como Apple, Philips, Cisco e IBM, entre outras, apostam no padrão e já têm codificadores e players de MPEG-4.
PARA SABER MAIS mpeg.telecomitalialab.com
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www.apple.com/mpeg4 |
Dupla utilização Por ser um padrão multimídia, ele foi criado para ser utilizado tanto em tele visão quanto em computadores. No caso da transmissão para a televisão, ele consegue utilizar a infra-estrutu ra existente de MPEG-2 e enviar o vídeo MPEG-4 encapsulado em pacotes MPEG-2 (MPEG-2 TS). No entanto, ele não é limitado à transmissão via MPEG2 TS, mas pode também ser transmitido via IP pela Internet. Além de incluir as novidades apre sentadas nos parágrafos anteriores, o MPEG-4 também usa novos métodos para a codificação tanto de vídeo quan to de áudio. Para o vídeo, ele subs tituiu a codificação anterior, baseada na transformada do co-seno discreto (DCT), pelas transformadas wavelet,
glossário Player Software que reproduz um vídeo (por exemplo QuickTime, Windows Media Player e Real Player). Codificadores Software ou hardware que transforma o vídeo e áudio de analógicos para digitais. MPEG-2 TS MPEG-2 Transport Stream, meio de transporte de dados definido pelo padrão MPEG-2. IP Protocolo de pacotes de dados usado na Internet. Transformadas Funções matemáticas que são aplicadas às matrizes que repre sentam o vídeo. PDA Personal Digital Assistant, são os “computadores de mão”.
www.m4if.com
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www.envivio.com |
telaviva@telaviva.com.br
Foto: Gerson Gargalaka
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gustavoblenginifaria*
* Gustavo Blengini Faria é formado em ciência da computação pelo ICMC/USP e mestre em ciência da computação pelo ICMC/USP com dissertação sobre TV interativa. Atualmente é analista de sistemas do Estúdio Multimeios - CCE/USP (www.emm.usp.br).
que são um conjunto de funções utilizadas na compactação do vídeo. No MPEG-4 é possível a codificação de vídeos com formato arbitrário, e não somente retangulares. Além disso, é possível codificar o vídeo com “camadas de aprimoramento”. Então, ele inicialmente manda um vídeo com qualidade baixa e vai melhorando o sinal quanto mais rápida estiver a rede ou dependen do do decodificador. Para o áudio, ele criou codificações diferentes para fala (CELP) ou para outros sons em geral (MPEG-4 Advanced Audio Coding). Com todas essas características, o MPEG-4 mostra que tem chance de se tornar um padrão que estará presente em desde os aparelhos por táteis, como celulares e PDAs, até nas TVs de alta definição.
www.mpeg-4.philips.com
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m aking of O S R I S C O S D A S Q U E I M A D A S Anualmente, a fornecedora de energia do Paraná, a Copel, divulga uma mensagem preventiva contra as queimadas. Nesta época de seca, muitos agricultores recorrem a essa técnica na preparação do terreno para o plantio. E, muitas vezes, o fogo se alastra e perde o controle, atingindo a rede elétrica e causando falta de energia. Por isso, a empresa procurou chamar a aten ção das pessoas para as conseqüências do fogo próximo às linhas de alta tensão. A idéia da criação era a de mostrar uma torre de alta tensão e um fio em close, por onde passavam os letterings que reproduziam a narração informativa. O enquadramento, porém, era inviável por causa da radiação emitida pela torre e pelos fios. “A filmagem teria de ser feita de helicóptero, a uma distância segu
ra, mas o registro seria muito difícil mesmo com lentes especiais”, explica o diretor executivo da Amazing Graphics, Rodrigo Martins. “Propusemos realizar o filme em animação, inclusive por causa do fogo, que também não poderia ser filmado de perto”, acrescenta Caíque Mazanek, diretor de arte da agência Fischer America Heads. “Chegou-se à conclusão de que o filme só poderia ser realizado em computação gráfica, mas não pode ríamos dar um ar caricato, precisávamos manter o realismo, pois o texto fala sobre as conseqüências diretas do problema, como a falta de luz em cidades, escolas e hospitais”, comenta Rodrigo. “Conseguimos um resultado muito bom e pudemos fazer o filme com mais liberdade”, diz Caíque.
Paisagem ideal Uma vez fechada a opção pela computação gráfica, a produtora Filmcenter buscou no inte rior do Paraná uma paisagem seca, propícia às queimadas, e um campo neutro, que pudesse simular o ângulo necessário à cena. O local foi documentado em still para que compusesse o cenário do filme. O filme mostra uma torre de alta tensão ao fundo, de onde saem os cabos que estão em pri meiro plano e por onde passam os letterings, que simulam a própria passagem da energia. Enquanto a locução adverte para o perigo das queimadas, o fogo começa a se alastrar e atin gir os cabos.
f icha técnica Cliente Copel • Agência Fischer America Heads • Direção de Cria ção Kiko Borrell, Sergio Cescatto e José Buffo • Criação Caíque Maza nek e Sergio Machado • Produção Filmcenter e Amazing Graphics • Direção Paulo Koglin e Carlos Yaeda • Trilha Jamute
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lizandradealmeida lizandra@telaviva.com.br
Elementos virtuais epois de trabalhada a imagem do fundo, D começou o processo de modelagem dos ele mentos virtuais em 3D. Toda a estrutura das torres de alta tensão, assim como os cabos e demais elementos da estrutura foram mode lados a partir de plantas fornecidas pela Copel, garantindo o realismo das dimensões e texturas. Em estações SGI, a equipe de computação da Amazing Graphics, liderada por Carlos Yaeda, utilizou os recursos do Maya Unlimited, da Alias|Wavefront, para a modelagem e a animação.
Montagem final A fumaça e o fogo que começam a se alastrar foram criados com sistemas de partículas, também do Maya. Uma vez modelados todos os elementos, teve início o processo de composição, tratamento e edição das imagens, com o Maya Composer. As torres foram colocadas sobre a ima gem de fundo, em layers com focos diferentes, o que conferiu profundidade à cena e permitiu que se simulasse o afas tamento da câmera (zoom out). A trilha sonora acompanha o clima da narração, criando um clima de suspense.
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Climatempo de olho em recursos da Condecine
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Especializada em meteorologia, empresa
A Climatempo, empresa busca parceiros para co-produzir rádio com MP3 e outro maior de consultoria e de produ de televisão com câmera digi séries sobre meio ambiente e obter ção na área meteorológica, tal Panasonic, onde são grava vê nas novas regras para a verbas junto à Ancine. dos cerca de 30 boletins por produção audiovisual uma dia. Há ainda sala de previsão oportunidade para expan do tempo, sala de edição com dir seus negócios. Amparada pela experiência como três ilhas não-lineares Matrox, além dos equipamen produtora, ela está agora oferecendo para emissoras tos de externa (outra câmera digital Panasonic e duas broadcast e canais da TV por assinatura conteúdos Mini-DV da Sony) e mais 22 câmeras espalhadas em exclusivos e focados em meio ambiente. Temas como pontos estratégicos pelo Brasil, cujas imagens são envia poluição, queimadas, chuvas de verão e mortandade das para a sede em São Paulo pela Internet. A Clima de peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas, entre muitos tempo utiliza um servidor FTP, para a transferência de outros, rendem séries interessantes para a televisão, dados, através do qual o cliente acessa a imagem com como explica Carlos Magno do Nascimento, diretor o texto, produzido exclusivamente para ele, ao digitar executivo da Climatempo. “Estamos negociando com seu login e senha. Tem também um link Frame Relay, várias emissoras abertas e fechadas.” da Telefônica, para enviar o material gravado e compac A idéia inicial, conta Magno, era bancar a produ tado até a Tecsat, operadora de DTH em São José dos ção das séries com recursos da TV Clima Tempo (canal Campos, da qual aluga a estrutura de uplink para levar por assinatura da empresa), para serem vendidas seus sinais até o satélite Intelsat 709. prontas. Porém o mercado de TV por assinatura não deslanchou como o esperado e a única forma de viabi História lizá-las é através de co-produções com as emissoras. A empresa Climatempo nasceu em 1988, encubada no A fórmula é simples: faz-se um contrato de co-produ Sétimo Distrito de Meteorologia, órgão de São Paulo ção, que é submetido à Ancine (Agência Nacional do do Instituto Nacional de Meteorologia, do Ministério Cinema) para obter a liberação de verba da Condecine da Agricultura. Logo no início, passou a fornecer infor (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria mações meteorológicas para a rádio Eldorado e, em Cinematográfica Nacional), que bancaria os custos de seguida, para cerca de 25 jornais, através da Agência produção. Depois de pronto, é a vez de buscar patrocí Estado. Em 90, fechou acordo com a Rede Globo, mon nio para a exibição, o que tornaria o produto rentável tando uma equipe interna na emissora. “No nosso foco para ambas as partes. principal sempre estiveram os meios de comunicação”, “Temos pessoal e infra-estrutura para produzir diz Carlos Magno do Nascimento, apesar de a empresa material de boa qualidade.” Atualmente, a equipe é também prestar serviços para empresas e órgãos, como composta por 15 meteorologistas, oito técnicos de Nestlé e Cetesb. meteorologia, além de agrônomos e jornalistas, totali A expansão continuou e hoje é fornecedora de zando 35 pessoas diretamente - incluindo o pessoal das informações para 25 retransmissoras Globo, 28 do áreas de tecnologia, comercial e de administração da SBT, cinco da Bandeirantes, entre outras TVs, e para empresa - e outros cinco colaboradores. 60 emissoras de rádio. É a fornecedora também para o serviço 132 da Telefônica. “Pela experiência em meteo Disponibilidade rologia e em televisão, decidimos lançar um canal para A infra-estrutura, instalada próximo ao Parque da Acli o mercado de TV por assinatura. Assim, em outubro mação, em São Paulo, inclui um pequeno estúdio de de 1999, nasceu a TV Clima Tempo.” Magno conta
EM PAUTA Poluição Programa sobre a poluição nas cidades brasileiras. Por que ocorre? A influência da topografia, as épocas favoráveis, as doenças que surgem como conseqüência e o impacto ao meio ambiente urbano e rural com as queimadas são os pontos analisados. Chuva de verão O objetivo é mostrar por que as cidades brasileiras são tão vulneráveis à chuva de verão. O tema é analisado sob a óptica meteorológica. O que é ruim e o que é possível fazer para alertar a população na sua prevenção? Mortalidade de peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas Além da ocupação urbana, são analisados outros fatores que vêm provocando a morte dos peixes nessa lagoa carioca. Entre eles, estão a influência da lua e das marés sobre o fato. Incêndios florestais no Brasil Por que os incêndios em nossas reservas florestais são inevitáveis no período do inverno? O programa visa ainda mostrar o impacto da influência do homem e da agricultura. A pesca sabida Programa instrutivo para o pescador aprender a usar o conhecimento do impacto da lua, passagens de frentes frias, marés, pressão atmosférica, entre outros tópicos, na pesca e no tipo de peixe que se pretende pescar nos rios e no litoral brasileiros.
Foto: Arquivo
que o canal foi formatado considerando os “aspectos culturais” do brasileiro e, por isso, ele tem enfoques em turismo, lazer, esportes, agricultura, condição dos aeroportos etc., além dos boletins com a previsão normal. “Queríamos uma identidade própria e que satisfi zesse o brasileiro, que tem como hábi to, diferentemente de outros povos, ir ao canal para fazer uma consulta e ir embora.” Precisava ser ágil e a escolha foi uma tela multimídia, nos moldes da Bloomberg, permitindo que se obtenha rapidamente a informação procurada.
Carlos Magno, da Climatempo: equipe de 35 pessoas e contratos em real.
A TV Clima Tempo está no line-up de sete operadoras, totalizando 200 mil assi nantes. Apostas Mas as iniciativas da empresa Climatem po não pararam por aí. Desde dezembro de 2001, está com um canal interativo na Sky, operadora de DTH, através do qual o espectador busca, por exemplo, a previ são do tempo em uma cidade específica, clicando com seu controle remoto nas opções da tela do televisor. Outra apos ta foi na Internet. Segundo Magno, a Climatempo está presente em 85% dos grandes portais, além de ter seu próprio site — www.climatempo.com.br —, que recebe em média 35 mil visitantes por dia. Para completar, é a fonte de informação meteorológica acessada através dos tele fones celulares. O sócio da Climatempo afirma que tem contrato com todas as operadoras de celular que atuam com tecnologias SMS e WAP. E a empresa também está praticamente pronta para fornecer as informações na futura terceira geração (G3). “Estamos nos diferenciando pelo for mato e pela interatividade. Nossa estrutu ra é enxuta, resultando num custo menor de produção”, afirma Carlos Magno, que destaca como outro grande diferencial o fato de negociar conteúdos em real, der rubando assim as barreiras cambiais.
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O cinema é famoso por imortalizar do laboratório de restauração da Cine personagens, enredos e cenas. Mas, mateca Brasileira. mesmo que as histórias nunca enve A partir daí, o material está pron lheçam, os rolos de filme não estão to para o primeiro tipo de restaura imunes à ação do tempo. O calor e ção pela qual um filme passa, a física a umidade atacam diretamente as ou óptica. Essa etapa é totalmente películas, deteriorando o material e manual e sua principal função é fazendo com que todo seu conteúdo fazer com que a película tenha condi seja perdido. A má conservação agra ções de passar pelo projetor. va ainda mais esse quadro. No Bra O primeiro problema a ser enfren sil existe apenas um local adequado tado é a “síndrome do vinagre”. A para o armazenamento desses rolos, o exposição dos rolos ao calor e à umida Depósito Climatizado da Cinemateca de provoca a liberação de ácido acético Brasileira, inaugurado há um ano e (daí o nome). Com isso, o acetato de meio. Se um filme novo for guardado que são feitas as películas se deteriora. nesse depósito, que conta com um Além disso, essa reação também faz acervo de 100 mil rolos, pode sobrevi com que o plastificante do material ver por até 200 anos. Porém, grande Técnicas artesanais e se cristalize, formando “placas” que parte da filmografia brasileira está grudam nos fotogramas. Se a deterio esquecida em salas úmidas e quentes, softwares de última ração do rolo for muito grande, ele e muitos filmes da década de 60 já geração conseguem não pode nem ser desenrolado e o estão totalmente destruídos. material está perdido. Quando ainda Mas, em muitos casos, há salva recuperar filmes há salvação, a providência é limpar a ção. Depois de passar por vários pro película com solvente para retirar os danificados pelo tempo. cessos, que vão desde lavagem e lim cristais mais grossos. peza manuais até tratamento digital, o O próximo passo é verificar as filme pode voltar a ter as mesmas características do dia de emendas e as perfurações dos fotogramas e medir seu enco sua primeira exibição. A Cinemateca Brasileira já trabalha lhimento — já que os rolos diminuem com o tempo e já há quase 30 anos com a restauração manual de material não cabem no projetor. Algumas máquinas da Cinemateca audiovisual. Agora, duas empresas paulistas estão investin foram adaptadas para aceitar rolos que sofreram encolhi do na restauração digital de filmes, os EstudiosMega, que mento, mas, mesmo assim, às vezes é necessário acertar as recuperaram “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber perfurações para que elas possam passar pelo aparelho de Rocha, e a TeleImage, responsável pelo tratamento de ima projeção. gens para um documentário sobre Pelé. Depois disso, falta dar um último banho no rolo. Ele é lavado em uma máquina de ultra-som, que vibra a película Trabalho artesanal para soltar todas as partículas de sujeiras. Antes mesmo de se iniciar a restauração de um filme, é preci Agora, o filme já está pronto para ser copiado para so fazer o levantamento de todo o material que existe sobre outra película, criando uma nova matriz, ou então para ele. Negativos originais, matrizes intermediárias e cópias ser passar pela restauração digital. vem de base e guia para a remasterização — criação de um novo master, a matriz a partir da qual são feitas as cópias do Limpeza digital filme. Também é importante pesquisar documentos, críticas A restauração física não consegue acabar com todos os e qualquer registro que possam dar pistas sobre as caracterís defeitos do filme. Algumas vezes, a poeira gruda na pelí ticas originais da obra. “É preciso entender o filme, senão eu cula e não é possível removê-la sem danificar o material. dou minha interpretação, e a interpretação do restaurador Também não é possível remover os riscos ou qualquer não pode aparecer”, diz Patrícia De Filippi, coordenadora defeito impresso no suporte. Esse tipo de problema só
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Fotos: Divulgação
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Filmes atacados pela “síndrome do vinagre”: lavagem com ultra-som e limpeza com solvente resolvem a cristalização.
pode ser resolvido digitalmente. Os EstudiosMega de São Paulo mon taram a infra-estrutura para esse tipo de trabalho no início deste ano, mas só agora começaram a mexer com um longa-metragem. A empresa é a primei ra da América Latina a restaurar digi talmente as imagens de um filme, já começando com um trabalho de peso: o clássico “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, filme de 1964 do diretor Glauber Rocha. Os EstudiosMega montaram o núcleo Restore, que conta com o soft ware Revival, produzido pela empresa americana daVinci e que é produzido especialmente para a restauração de material audiovisual. Além disso, o sis tema ainda trabalha com programas que fazem a correção de cor e a marcação de
luz digital, ou tape to tape. A TeleImage, por sua vez, tratou no ano passado o filme “Limite”, de 1931, adaptando-o para 24 quadros e 35 mm (ele fora filmado em 18 quadros e em tela quadrada). Porém, só no meio deste ano a empresa começou a trabalhar com a restauração digital, recuperando imagens para um documentário sobre Pelé, produ zido pela Cinearte e que tem estréia pre vista para o início de 2003. Em breve, a TeleImage começará o processo de recuperação de toda a obra do diretor Cacá Diegues. Para tanto, ela montou seu próprio sistema de restauração, inti tulado TeleImage Restore System. Ele contém um conjunto de programas, como ferramentas de correção automá tica de defeitos, de ajuste de luz e de
paulacristinasato telaviva@telaviva.com.br
correção manual. Para poder ser tratado no computa dor, o rolo tem de passar pelo telecine — equipamento que transfere o filme para o meio digital. Nessa etapa já é possível fazer ajustes de cor e iluminação. No caso de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, os EstudiosMega contaram com uma consulto ria muito especial: “O diretor de fotografia do filme, Waldemar Ferreira, nos ajudou a dosar a correção de luz e cor, para ficar o mais próximo possível daquilo que ele fez originalmente”, conta Ely Silva, colorista sênior dos EstudiosMega. Já dentro do meio digital, o filme com problemas vai para um programa de res tauração. Primeiro, é feita uma correção automática. O programa compara cada foto grama com os anteriores e sucessores e localiza elementos “estranhos”, preen chendo-os. Mas essa varredura automá tica nem sempre é eficaz, já que, “em alguns casos, o computador não consegue distinguir o que é um defeito e o que faz parte do filme”, explica Marcelo Siqueira, supervisor de restauração da TeleImage. A solução, então, é partir para a rotoscopia, limpeza manual das imagens. Tanto o Revi val quanto o TeleImage Restore System mesclam a imagem de um fotograma dani ficado com a imagem de algum outro que possua os mesmos cenários e personagens. Dessa forma, é possível cobrir o defeito com elementos do próprio filme. “O mais interes sante dessa técnica é que não há nenhuma diferença de textura. Nada é adicionado ao filme, só usamos aquilo que já está lá”, diz Ely Silva. Sem consenso Ainda no computador, também é possível acertar o contraste, reavivar as cores, ajus tar o balanço da imagem, enfim, é possível mexer em quase todos os elementos do
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Fotos: Patrícia De Filippi
Rolos de filmes perdidos: recuperação impossível
filme. O limite é apenas o da fideli dade à obra original. É certo ou não ajustar o balanço produzido por uma câmera que estava na arquibancada do estádio? “Ainda há muita discussão sobre até que ponto se deve interfe rir em um filme e não há nenhum consenso quanto ao assunto”, analisa Fábio Fraccarolli, restaurador digital dos EstudiosMega. Por causa disso, o julgamento fica a cargo do próprio res taurador. Para Patrícia De Filippi, “a estética não pode trair a ética”. Com todos os defeitos removidos da imagem, ela está pronta para ser trans ferida para uma nova matriz. Até cerca de dois anos atrás era impossível transportar um filme digital de volta à película. Hoje, graças à telecinagem em alta resolução, um documento audiovi sual digitalizado pode ir do computa dor de volta ao rolo e ser exibido em qualquer sala de cinema. O tempo que esse processo demora
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varia de acordo com o estado de degrada ção do filme. Um rolo de filme leva, em média, três meses para ser recuperado na Cinemateca. A TeleImage demorou uma semana para limpar uma cena de quatro segundos com imagens de Pelé. Já os EstudiosMega conseguiram restaurar “Deus e o Diabo na Terra do Sol” em dois meses. O áudio Não é possível restaurar o áudio optica mente. Isso porque os ruídos e chiados só aparecem quando há riscos na pelí cula ou por causa das limitações dos equipamentos antigos. Poucas empresas brasileiras fazem a restauração de áudio. Uma delas é a Rob Filmes, do Rio de Janeiro, que presta o serviço há quatro anos e recupera todos os áudios de fil mes tratados na Cinemateca. A primeira etapa pela qual passa a
cópia ou o negativo de um filme que chega à empresa é a digitalização. Todo o conteúdo da película é transferido para um DAT. De lá, o som vai para dentro do computador. Nesse ambiente, o áudio é trabalha do no programa Sonic Solution, em um processo completamente manual. O téc nico ouve o material e localiza os sons “estranhos”, como estalos e chiados, e os remove um por um. Depois, é hora de mexer na equaliza ção. Nesse processo é possível remover distorções e ajustar os graves e agudos. “Em muitos casos, há um som grave de fundo que não pertence à gravação”, explica Damião Lopes, operador de áudio da Rob Filmes. Mas nem todos os problemas podem ser solucionados. Lopes conta que, às vezes, “o som está tão baixo em relação aos ruídos que a única coisa que podemos fazer é atenuar isso”. Por ser totalmente manual, a restau ração digital de um áudio é demorada. O tempo varia de acordo com o estado do material. Por exemplo, o som do filme “Alô, Alô, Carnaval!”, de 1936, demorou três meses para ser recuperado. Terminada a limpeza, o áudio está pronto para se juntar às imagens. É necessário sincronizar os dois com muito cuidado. Às vezes, um fotograma de imagem é perdido e o som precisa ser editado para casar com o vídeo. Só depois disso é que o áudio está pronto para gerar novas matrizes, sejam elas digitais ou em película.
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publicidade averyveríssimo telaviva@telaviva.com.br
Parceria ou bypass?
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O assunto é tratado com reservas pelos anunciantes, que alegam Anunciantes falam em novos modelos estar apenas desenvolvendo “um novo tipo de relacionamento” de parceria na escolha de suas produtoras. com agências e produtoras de publicidade. Mas a prática do bypass — em que o anunciante cria seu pró Temor é que estejam na prio grupo de mídia, desenvolve campanhas verdade pulando as agências. e contrata as produtoras de filmes sem passar pela agência — tem causado preocupação no mercado de agências de publicidade, que vê na prática uma opção perigosa tanto do ponto de empresa e suas marcas, aumentando, assim, sua vista da criação, quanto do corporativo. rentabilidade final. Os relacionamentos a longo Nem o lançamento recente de um guia de prazo beneficiam a saúde da marca”. relacionamento, em que a Associação Brasilei O diretor de atendimento da produtora Jodaf, ra dos Anunciantes (ABA) considera a seleção Sérgio Tikhomiroff, julga que o bypass é pre e manutenção de agências como essencial para judicial para todos na cadeia da publicidade. a gestão de comunicação das empresas, parece “O que alguns anunciantes Segundo ele, a agência vê invadida sua capaci ter sido suficiente para esfriar os ânimos. dade histórica de escolher ou indicar para cada O presidente da Associação Brasileira estão fazendo de Agências de Publicidade (Abap), Sérgio é selecionar empresas com job o melhor diretor/produtora para as diferen tes características de um determinado trabalho. Amado, garante que nenhum anunciante está a participação das suas “Este é um momento fundamental do processo, já contratando produtoras passando por cima das agências.” que diretores e produtoras, assim como médicos agências. “O que alguns anunciantes — gran Sérgio Amado, presidente em suas especialidades, ou chefes em seus restau des anunciantes — estão fazendo é selecionar da Abap rantes, possuem diferentes características também empresas com a participação das suas agências na maneira de conceber e realizar filmes e campa e recomendadas por elas para estabelecer um nhas. Ninguém melhor que uma boa agência, um modelo de operação que seja compatível com bom diretor de criação e seu time para saber quais a realidade de mercado atual e que garanta as reais necessidades de um produto e objetivos de qualidade. São produtoras de alto nível de qua sua campanha publicitária e então sugerir ou até lidade que já trabalhavam e trabalham para escolher o melhor talento para executá-la”, diz. estes clientes”, explica. Para Tikhomiroff, o que está em discussão é a A nova estratégia, segundo a Abap, tem “compra” de talentos adequados pelo preço pos como objetivo otimizar custos, “diante da rea sível com a finalidade de atingir o máximo de lidade da ameaça da crise que estamos viven eficiência. Ele insiste que este é um conhecimento do e vamos viver ainda por algum tempo. O adquirido e um talento também, e que o anuncian objetivo é praticidade. A seleção simplifica te, ao desprezar esta capacidade de sua agência, o processo e visa preservar as relações entre despreza também uma história de hierarquia agências, mercado e fornecedores. A agência continua sendo quem cria e recomenda os for “Toda a relação criativa de profissional e experiência da equipe criativa, via informações constantemente atualizadas, muni necedores: o cliente escolhe, porque a escolha roteiro e produção é manciadas por seu departamento de RTVC. “Isso é um direito dele. A seleção e manutenção da tida com a agência.” agência certa são essenciais para o cliente, por Andréa Barata Ribeiro, diretora tudo além do poder de negociação que um produ tor de RTVC tem, pelo simples fato de estar em causa do papel-chave que a agência de comu executiva da O2 constante contato com produtoras em função de nicação pode desempenhar para promover a
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em constante contato com produtoras em função de outros clientes.” O diretor acredita que o bypass causa a sensação ilusória de que financeira mente será conseguida uma grande vantagem. “O trabalho conjunto de agências e produtoras fornece um volu me de trabalho potencial muito supe rior a um cliente isolado, seja ele qual for. Isto para não mencionar a impor tância da maneira como as informa ções devem ser bem distribuídas entre todos os envolvidos. Ninguém melhor que a agência para continuar sendo o elo entre cliente e fornecedor”, conclui Sérgio Tikhomiroff. Pool Entre as produtoras, o bypass é uma realidade, por enquanto, aparente mente desconhecida. A O2 Filmes, que produz peças para a Unilever, já convive (bem) com a nova estratégia, que não alterou significativamente a sua forma original de trabalho. A diretora executiva da O2, Andréa Barata Ribeiro, afirma que a Unilever consultou sua agência de publicidade sobre quais produtoras seriam interes santes para realizar seus filmes. For mou um pool de quatro produtoras e, de acordo com a necessidade, escolhe a que mais lhe convém. “Mas toda a relação criativa de roteiro e produção é mantida com a agência. O cliente buscou uma agência que ao longo do tempo tenha conhecimento mais aprofundado de suas marcas; que conheça suas necessidades; que fosse cooperativa e mais integrada com a comunicação do cliente.” Para Andréa, as agências estão mais envolvidas na comunicação com os anunciantes. “Quem sabe criar é a agên cia, e a Unilever não dispensa o trabalho das agências. Os filmes que produzimos para este cliente foram realizados a partir de consultas que a Unilever fez às suas agências. Dentro desse pool existe a preferência pela O2, mas se o criativo quiser trabalhar com outra produtora, pode trabalhar. Mas deve dar preferência às produtoras que integram o pool. Aqui recebemos
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O Guia da ABA Veja algumas dicas sobre o relaciona mento entre agência, cliente e produto ra sugeridas pela Associação Brasileira de Anunciantes: • Decida (em uma troca de agência) posi tivamente por uma lista de concorrentes de até três agências, no máximo. Se a titular presente for convidada, a lista pode chegar até quatro agências, no total. • Não convide a agência titular para con correr se você não tiver a intenção de selecioná-la novamente. Se você decidir não convidá-la, converse com ela sobre o motivo pelo qual você não a está incluindo na lista de pré-selecionadas. • Uma contribuição financeira (anunciada abertamente e sendo a mesma oferta
roteiros, fazemos reunião de produção, continua tudo igual.” Guia A ABA lançou em agosto o “Guia da Melhor Prática”, uma série de orienta ções para melhorar o relacionamento entre anunciantes, agências e produ toras que prevê, como afirma Sérgio Amado, da ABAP, a otimização de custos sem prejuízo na relação entre anunciantes, agências e produtoras. O roteiro foi todo criado com vistas a reduzir gastos sem comprometimento da qualidade dos serviços. Entre as orientações está a de asse gurar-se que mudar de agência está dentro dos melhores interesses da(s) marca(s) ou da organização e que isso aumentará o valor para os acionistas. Antes de iniciar a busca por uma nova agência, convém se certificar de que foi feito todo o possível para res tabelecer a saúde do relacionamento cliente/agência existente, consideran do, ainda, a possibilidade de se usar consultores externos para facilitar o processo de mudança. A mudança de agência, entretanto,
para todas as agências constantes na lista de pré-selecionadas) demonstra compro misso e a seriedade de seu propósito. O objetivo é motivar as agências e assegurar um processo profissional, já que a contri buição não precisa cobrir todos os custos de terceiros, funcionários e associados envolvidos. • Assegure a colaboração da agência titular anterior para a nova agência, certificandose de que todos os materiais que perten cem ao cliente sejam devolvidos de acordo com o contrato. • Depois da seleção da nova agência, asse gure-se de que o contrato entre cliente e agência seja realmente negociado, acor dado e assinado. Os contratos devem ser seguidos ao longo do relacionamento, até e incluindo a rescisão.
não pode ocorrer sem consulta aos depar tamentos jurídico e de marketing das empresas. Recomenda-se, antes de tro car de agência, examinar as cláusulas pertinentes do contrato com a agência titular, particularmente com relação ao período de notificação, término da relação e eventuais indenizações con tratuais. E avisá-la do novo processo de seleção “pesando a necessidade de confidencialidade do processo con tra a possibilidade de a agência ficar sabendo por outra fonte que não seu cliente atual”. O guia prevê as melhores maneiras de fazer concorrências, e alega que a forma tradicional de concorrência pode ser vicia da por indicações, reputação, “química pessoal” e outros atrativos. Sugere works hops de análises e projetos experimentais que dêem uma visão prática do tipo de serviço que a agência pode oferecer. Sobre o relacionamento cliente/ agên cia, afirma que “é muito valioso e precisa de uma gestão ativa: reveja e reinvista regu larmente no relacionamento através do uso estratégico de brainstorms, dias de ava liação e planejamento fora do escritório e renovando a equipe com outras pessoas”.
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N達o disponivel
outubro 01 a 22/11 — Curso: Da Produ ção de Campo à Produção Exe cutiva no Mercado Internacional. Escuela Internacional de Cine y TV, Cuba. Informações no Projeto Proarte Brasil. Fone: (22) 2629—1493. E-mail: alfrec@uol.com.br. 05 a 11/01 — Curso: Iluminação para Vídeo. Centro de Comunicação e Artes do Senac/RJ. R. 24 de maio, 543 — Bl. 1 — 1º andar — Riachuelo — Rio de Janeiro. Fones: (21) 2582—5519/ 2582—5570. E-mail: comunicarte@rj.senac.br. Internet: www.rj.senac.br. 7 a 11 — Workshop — Roteiro e Direção — Módulo II — Avançado. Escola Paulista Cultura & Arte. Av. Paulista, 2518 / Cj. 51 — São Paulo. Fone: 3257—4472. E-mail: escolapaulista@hotmail.com. Workshop — Story Board para Cine ma: Módulo II. Escola Paulista Cultura & Arte. Av. Paulista, 2518 / Cj. 51 São Paulo. Fone: 3257—4472. E-mail: escolapaulista@hotmail.com. 07 a 23/10 — Curso: Soluções para Sistemas Não—Lineares — Módulo Placa de Captura. Centro de Comunicação e Artes do Senac/RJ. R. 24 de maio, 543 — Bl. 1 — 1º andar — Riachuelo — Rio de Janeiro. Fones: (21) 2582—5519/ 2582—5570. E-mail: comunicarte@rj.senac.br. Internet: www.rj.senac.br. 08 a 12/11 — Curso: Roteiro de Ficção para TV. Centro de Comunica
ção e Artes do Senac/RJ. R. 24 de maio, 543 — Bl. 1 — 1º andar Riachuelo — Rio de Janeiro. Fones: (21) 2582—5519/ 2582—5570. E-mail: comunicarte@rj.senac.br. Internet: www.rj.senac.br. 09 a 29/11 — Curso: Produção de Arte para TV. Centro de Comunica ção e Artes do Senac/RJ. R. 24 de maio, 543 — Bl. 1 — 1º andar Riachuelo — Rio de Janeiro. Fones: (21) 2582—5519/ 2582—5570. E-mail: comunicarte@rj.senac.br. Internet: www.rj.senac.br. 12 e 13 — Workshop — Interpreta ção para Cinema. Escola Paulista Cul tura & Arte. Av. Paulista, 2518 / Cj. 51 — São Paulo. Fone: 3257—4472. E-mail: escolapaulista@hotmail.com.
[ abta 2002 ] Estão abertas as inscrições para o con gresso ABTA 2002, que acontece de 15 a 17 de outubro. O tema central deste ano é a definição de uma propos ta real de um novo modelo de negócios para o setor de TV por assinatura. Estão confirmadas as presenças do ministro das comunicações, Juarez Quadros; do presidente da Anatel, Luiz Guilherme Schymura; do conselheiro Antonio Valen te; e do superintendente de comunica ção de massa da agência, Ara Apkar Minassian. News Corp., Abril, Organiza ções Globo, BNDES, DirecTV, Neo TV, Sky, TVA, Adelphia, Globosat, Canbrás, Eletros, Turner, TV Filme e TV Globo tam bém são empresas que participam dos debates centrais. Nos seminários, serão cerca de 60 apre
sentações distribuídas ao longo de três dias, com 19 temas diferentes sobre estratégias de marketing e operação, tecnologia, regulamentação, finanças e mercado, programação e audiência, entre outras. A organização do evento oferece paco tes especiais para empresas. Informações: fone (11) 3120—2351 ou E-mail info@convergeeventos.com.br. O programa completo pode ser visto no site www.abta2002.com.br. 18 a 31 — XXVI Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Fones: (11) 3141—2548 / 1068 / 0413. Fax: (11) 3266—7066. E-mail: info@mostra.org. Internet: www.mostra.org. 28 a 22/11 — Curso: Oficina de Realização Cinematográfica. Escuela Internacional de Cine y TV, Cuba. Informações no Projeto Proarte Brasil. Fone: (22) 2629—1493. E-mail: alfrec@uol.com.br. 29 a 31 — Technoimage 2002. Senac/SP. R. Faustolo, 1.347 Lapa, São Paulo. E-mail: technoimage@sp.senac.br. Inter net: www.technoimage.com.br.
novembro 11 a 29 — Curso: Direção de Cena. Escuela Internacional de Cine y TV, Cuba. Informações no Projeto Proarte Brasil. Fone: (22) 2629—1493. E-mail: alfrec@uol.com.br.
N達o disponivel
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