Revista Tela Viva 126 - Abril 2003

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Universidades do RS investem em televisão e montam emissoras

Videofone é destaque na cobertura direta da guerra no Iraque

Paraná produz longa com mão-de-obra formada no Estado

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ano12nº126ABRIL2003


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editorial Depois de idas e vindas, tudo indica que a Ancine acabará mesmo sob o guarda-chuva do Ministério da Cultura, ao contrário do que queria a maior parte dos cineastas, embora dentro deste grupo haja quem apóie a idéia. O movimento já se delineava desde o início do ano, quando o governo decidiu cancelar

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a migração da agência da Casa Civil para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), para onde o cinema organizado queria que ela fosse. Mas parece que o catalisador da definição foi a carta que o produtor Luis Carlos Barreto enviou ao MinC, com seu estilo “trator”, passando por cima de decisões anteriores do setor, pedindo que a Ancine ficasse com o ministério de Gilberto Gil. A polêmica carta tinha a assinatura de importantes nomes do cinema nacional, alguns dos quais nem sabiam que tinham assinado e pediram para ter seus nomes retirados. Mas até aí a bola já estava rolando. O barulho criado pela carta resultou em uma reunião do setor com o MinC em meados de março, na qual o secretário-executivo do ministério, Juca Ferreira, teria ressaltado a vontade de Gil de fazer um ministério “importante”, com a presença de todas as manifestações artísticas, e que o cinema não podia ficar de fora. Aliás, um dos argumentos dos que querem que a Ancine fique sob o MinC é justamente o fato de o MDIC nunca ter se manifestado publicamente reivindicando a agência para si. Ferreira teria dito ainda que a decisão não tinha sido tomada ainda (afinal, quem decide em última instância é o presidente Lula), porque o governo decidiu consultar a classe antes e queria uma definição de consenso. Resumo da ópera: restou pouco para o setor fazer a não ser criar um grupo de trabalho, apelidado de “novo GEDIC”, para estudar o assunto. Mas depois de tanto “carinho” do MinC para com o cinema, parece pouco provável que Gil não tenha a Ancine sob suas asas. O que o pessoal do cinema não quer é voltar a ser tratado “apenas” como atividade cultural, e apostavam nas habilidades do ministro Furlan, do Desenvolvimento, para deslanchar a atividade como indústria. O MinC promete um tratamento mais desenvolvimentista e com um viés mais “econômico” para a atividade. Agora é torcer para dar certo e partirmos para uma indústria que não dependa apenas da benevolência estatal.

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CAPA

NAB, em meio às guerras ano12nº126 ABRIL2003

Evento de 2003 acontece durante as batalhas no Iraque e os conflitos com o cabo e as grandes redes norte-americanas.

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TECNOLOGIA

Videofone, o destaque do conflito

Equipamento é o mais usado para enviar imagens diretamente do Oriente Médio.

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EDUCATIVAS Universidades investem em TV

No Rio Grande do Sul, instituições se estruturam para criar emissoras educativas.

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CASE Uma mescla de jornalismo e ficção

Agilidade e flexibilidade são os desafios na produção de “Dias de Glória”.

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PRODUÇÃO Aposta regional

Ruy Guerra vai dirigir o longa “Terra Vermelha”, com pessoal formado em oficinas no Paraná.

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Sem obs­tá­cu­los DVD eró­ti­co A Play­boy faz sua ­estréia em DVD com os ­ensaios de Schei­ la Car­va­lho em vídeo, pro­du­zi­do pela Pro­di­go. Dos três ­ensaios, dois são diri­gi­dos por Adria­no Civi­ta, e o ter­cei­ ro leva assi­na­tu­ra do fotó­gra­ fo Trí­po­li. A produtora tam­ bém é a res­pon­sá­vel pela auto­ra­ção e pro­du­ção do DVD. A Pro­di­go já rea­li­zou tra­ba­lhos para a Play­boy, mas em VHS. O de Joana Prado, a Fei­ti­cei­ra, ven­deu 70 mil ­cópias. A expec­ta­ti­va de venda para o DVD de Schei­ la Car­va­lho é de 50 mil uni­da­des.

­Estréia em Osas­co O Tea­tro Muni­ci­pal de Osas­co abri­gou, de 2 a 6 de abril, a 2ª Mos­tra de Cine­ma Bra­si­lei­ro de Osas­co, com a exi­bi­ção do longa iné­di­to “Ama­re­lo Manga” em sua ses­são de aber­tu­ra. O even­to home­na­geou o dire­tor João Ba­tis­ta de Andra­de e exi­biu fil­mes da safra recen­te da pro­du­ção nacio­nal.

Ima­gi­ná­rio infan­til Apro­vei­tan­to o ima­gi­ná­rio infan­til o filme cria­do pela Mil­len Comu­ni­ca­ção para a cam­pa­nha “Fan­tás­ti­ca Pás­coa do Gua­na­ba­ra”, dos Super­mer­ca­dos Gua­ na­ba­ra, mos­tra um show de rock com o ator-mirim Pedro Malta e coe­lhos da Pás­coa em dese­ nho ani­ma­do. A ani­ma­ção foi feita em São Paulo, pela Cine­ma Ani­ma­do­ res, e fina­li­za­da no Rio de Janei­ro pela Link Digi­tal, onde foi feita a com­po­si­ção do dese­ nho com a ima­gem fil­ma­da. A pro­du­ção é da Aqua­ re­la Fil­mes, e o filme tem dire­ção de Toth Bron­di e Mau­rí­cio Mar­quez.

tela viva abril de 2003

O depu­ta­do Rober­to Jef­fer­son (PTB/RJ) reti­rou o seu reque­ri­men­to para que o pro­je­to 256/01, de auto­ria da depu­ta­da Jan­di­ra Feg­ha­li (PC do B/RJ) vá ao ple­ná­rio da Câma­ra antes de ser enca­mi­nha­do para o Sena­do. Com isso, o pro­je­to, que esta­be­le­ce dire­tri­zes para a regio­na­li­ za­ção do con­teú­do das TVs e ­rádios bra­si­lei­ras, deve­ria tra­mi­tar mais rapi­da­men­te. Mas os radio­di­fu­so­res ainda ten­tam uma mano­bra. Exis­te ainda um reque­ri­men­to do depu­ta­do Bispo Rodri­gues (PL/RJ) para que os pro­je­tos apen­sa­dos ao 256/01 sejam apre­cia­dos pelo ple­ná­rio da Câma­ra. São os pro­je­tos 5416/01 e 5517/01. Se isso acon­ te­cer, o pro­je­to da depu­ta­da Jan­di­ra Feg­ha­li vai junto, por ser o pro­je­to prin­ci­pal. Já o Con­se­lho de Comu­ni­ca­ção ­Social do Con­gres­so deve­rá dis­cu­tir, em sua reu­nião de maio, o pro­je­to de regio­na­li­za­ção. Como a reu­nião de abril do CCS será ape­nas sobre TV digi­tal, a ques­tão da regio­na­li­za­ção fica para o mês seguin­te.

Dia de sofá O SBT vei­cu­lou o comer­cial “Sofá”, nos inter­va­los da trans­mi­s­são do Oscar 2003. O filme foi cria­do pela DM9DDB, pro­du­zi­do pela Sen­ti­men­tal Filme e póspro­du­zi­do pela Casa­blan­ca para a Block­bus­ter, um dos pa­tro­ci­na­do­ res da trans­­mis­são do even­to na emis­so­ ra. O jin­gle diz “Rela­ xe que a ses­são vai come­çar, hoje é Dia de Sofá”, com tri­lha da MCR.

Cinema do interior O inte­rior de São Paulo come­ça a dar o ar de sua graça no cine­ma pau­lis­ta. Na últi­ma Mos­tra do Audio­vi­sual Pau­lis­ta, que acon­te­ceu em março, o cine­ma inte­rio­ra­ no foi um dos des­ta­ques, com pro­du­ções de São Car­los, Pira­ci­ca­ba, São José do Rio Preto e Cam­pi­nas, onde fun­ cio­na tam­bém o ­ Núcleo de Cine­ma de Ani­ma­ção que teve cinco pro­du­ções exi­bi­das.O cine­ma tam­bém chega a Ribei­rão Preto, na I Mos­tra Inter­na­cio­nal de Cine­ma da cida­de. De 4 a 10 de abril as salas do Cine­mark local serão rechea­das de pro­du­ções bra­si­lei­ras e inter­na­cio­ nais iné­di­tas na cida­de e a pre­ços popu­la­res.

Fotos: Divul­ga­ção


Do pró­prio bolso

Coo­pe­ra­ção cine­ma­to­grá­fi­ca

Ronal­do Uzeda, da pro­du­to­ra cario­­ca Tec Cine, e o dire­tor Feli­pe Jof­fily (foto) es­tão pro­du­ zin­do o filme “Ódi­quê?”, com recur­sos pró­prios e o apoio de al­gu­mas em­pre­sas. O filme é o pri­mei­ro longa-metra­gem de Jof­fily e conta com o ro­tei­ro do ator glo­bal Gus­ta­vo Moret­zon, se­le­cio­na­do entre mais de 200 para o Labo­ra­tó­rio do Sun­­dan­ ce Film Fes­ti­val em 1999. A pro­ du­ção exe­cu­ti­va é de Tini­nho e a foto­gra­fia tem a assi­na­tu­ra de Mar­ce­lo Bra­sil. Por enquan­to, o filme já tem apoio da Nay­mar e da Link Digi­tal, que estão for­ne­cen­do a luz e a póspro­du­ção, res­pec­ti­va­men­te.

Gus­ta­vo Dahl, pre­si­den­te da Anci­ne, e Alber­to Flaks­man, supe­rin­ten­den­te de pro­mo­ção e comér­cio exte­rior da agên­cia, assi­na­ram em Mar del Plata, Argen­ti­na, no come­ço de março, um pro­to­co­lo para a cons­ti­tui­ção do Foro de Auto­ri­da­des Cine­ ma­to­grá­fi­cas dos Paí­ses do Mer­co­sul, Bolí­via e Chile. Esse grupo se reu­ni­rá a cada qua­tro meses para dis­cu­tir e deli­be­ rar sobre ques­tões que envol­vam a inte­gra­ção das ati­vi­da­des audio­vi­suais dos paí­ses envol­vi­dos. A idéia é criar o inter­câm­ bio de bens, ser­vi­ços e recur­sos téc­ni­cos e huma­nos; pla­ne­jar a cria­ção de pro­gra­mas ­ comuns de fomen­to à co-pro­du­ção, dis­tri­bui­ção e exi­bi­ção de fil­mes e pro­du­tos audio­vi­suais; e desen­vol­ver pla­nos de ação con­jun­ta para a for­ma­ção de públi­ co para as pro­du­ções cine­ma­to­grá­fi­cas da região. A agên­cia tam­bém assi­nou um pro­to­co­lo de inten­ções com a Argen­ti­na que prevê a cria­ção de meca­nis­mos de dis­tri­bui­ção recí­pro­ca de obras de longa-metra­gem dos dois paí­ses.

­Padrão bra­si­lei­ro A pes­qui­sa para a cria­ção de um

mode­lo bra­si­lei­ro de TV digi­tal

Curta aplau­di­do

Casa nova

O dire­tor ­ Andrés Buko­wins­ki, da ABA Fil­mes, e o vice-pre­si­den­te de cria­ção da Euge­nioWG, Marcos Pamplona, fize­ram uma par­ce­ria cine­ma­ to­grá­fi­ca. Como dire­tor e rotei­ris­ta, rea­li­za­ram o curta-metra­gem “Hele­na”, que foi apre­sen­ta­do no Fes­ti­val de Cine­ma Inde­pen­den­te de Was­ hing­ton. O filme é estre­la­do por Irene Rava­che e pelo escri­tor de nove­las Sil­vio de Abreu, há 25 anos afas­ta­do do tra­ba­lho de ator.

A Tac­net Ele­trô­ni­ca está em ende­re­ço novo. A dis­tri­bui­do­ra cario­ca de equi­pa­men­tos para broad­cast está agora na Av. Graça Ara­nha, 145 - Sala 602, no cen­ tro do Rio de Janei­ro.

deman­da­rá até R$ 100 ­ milhões em três anos, infor­mou o minis­tro das comu­ni­ca­ções, Miro Tei­xei­ra. A verba para o pro­je­to virá do Fundo para o Desen­vol­vi­men­to Tec­no­ló­gi­ co das Tele­co­mu­ni­ca­ções (Funt­tel). Um pool de uni­ver­si­da­des será fecha­do para coman­dar cole­ti­va­ men­te a pes­qui­sa. Algu­mas das enti­da­des que deve­rão fazer parte do pool são: UFRJ, PUC, Uni­camp e UFPE. A expec­ta­ti­va é de que ao fim dos pri­mei­ros 12 meses será pos­sí­vel apre­sen­ tar uma demons­tra­ção do mode­lo bra­si­lei­ro de DTV ao gover­ no. Segun­do Miro, o mode­lo a ser cria­do pelas uni­ver­si­da­des bra­si­lei­ras não será impos­to, mas com­pa­ra­do com os ­ demais dis­po­ní­veis no mer­ca­do.

Medi­ção publi­ci­tá­ria A agên­cia de publi­ci­da­de Lowe está inves­tin­do em uma nova fer­ra­men­ta de mar­ke­ting para reve­lar a rela­ção dos con­su­mi­do­res com suas mar­cas. Para via­ bi­li­zar o pro­je­to DIG-C - nome que veio das pala­vras em ­inglês dig (cavar) e con­su­mer (con­su­mi­dor) -, a agên­cia con­tra­tou a JX Plu­ral, que uti­li­za ­vídeos docu­ men­tais para mos­trar o com­por­ta­men­to do con­su­mi­ dor e de que forma ele expres­sa essa rela­ção com as mar­cas. Numa pri­mei­ra fase do pro­je­to serão inves­ti­ ga­dos con­su­mi­do­res de Chamy­to (Nes­tlé), ­ Renault Scè­nic, e um novo pro­du­to de Uni­le­ver.

Sonho punk A Fuzo Pro­du­ções foi a res­pon­sá­vel pelo novo video­cli­pe da banda Rai­mun­dos, o ter­cei­ro lan­ça­do do últi­mo CD, “Kavoo­ka­ va­la”. Com cenas bem-humo­ra­das, ao som da músi­ca “Joey”, os dire­to­res Ber­nar­do Pal­mei­ro, Gian Carlo Bel­lot­ti e Pedro Serra con­tam a his­tó­ria de um jovem punk que vive um dia de sonho ao lado do seu ídolo Joey Ramo­ne. O pro­ces­so de gra­va­ ção, em vídeo digi­tal, foi esco­lhi­do para via­bi­li­zar o pro­je­to que con­tou com um baixo orça­men­to. O ­making of do video­cli­pe “Joey” foi exi­bi­do na MTV.


Novo canal no ar ATSC móvel Segun­do ­ Robert Gra­ves, pre­si­ den­te do Forum ATSC, que pas­ sou pelo Bra­sil no mês pas­sa­do, o ­padrão de TV digi­tal desen­vol­ vi­do nos Esta­dos Uni­dos agora já pode ser uti­li­za­do em sis­te­mas ­móveis. A novi­da­de será apre­sen­ ta­da aos par­ti­ci­pan­tes da feira da NAB, em Las Vegas. O sis­te­ ma foi desen­vol­vi­do pela Linx, uma empre­sa ame­ri­ca­na que, segun­do Gra­ves, fez tes­tes de trans­mis­são para recep­to­res em movi­men­to na China em asso­cia­ ção com o gover­no daque­le país. A dife­ren­ça entre os tes­tes chi­ne­ ses e a apre­sen­ta­ção que será feita na NAB é a banda de trans­

mis­são. Na China, foram 8 MHz. Em Las Vegas, serão 6 MHz. O sis­te­ma móvel do ATSC, se­gun­ do Gra­ves, foi desen­vol­vi­do com vis­tas ao mer­ca­do bra­si­lei­ro. Na opi­nião do exe­cu­ti­vo, quan­do um clien­te soli­ci­ta um tipo de desen­vol­vi­men­to, como neste caso, “não per­gun­ta­mos se ele acre­di­ta que terá mer­ca­do para sua uti­li­za­ção”. Mesmo com o anún­cio, os bra­si­lei­ ros con­ti­nuam céti­cos quan­to ao ­padrão ame­ri­ca­no. Segun­do um enge­nhei­ro de tele­vi­são, o ATSC tem a mobi­li­da­de, mas não simul­ ta­nea­men­te à alta defi­ni­ção, como que­rem os radio­di­fu­so­res.

Movi­men­to no Rio A Fábri­ca Bra­si­lei­ra de Ima­gens Pro­ du­ções Cine­ma­to­grá­fi­cas, loca­do­ra de equi­pa­men­tos de movi­men­to de câme­ra cria­da em 1990, está bus­can­ do novos mer­ca­dos. Sedia­da em São Paulo, a empre­sa inau­gu­rou recen­te­ men­te sua ­filial na Cida­de Mara­vi­lho­ sa, loca­li­za­da nos es­tú­dios ­Tycoon. As­sim, a Fábri­ca pas­sa a ofe­re­cer mo­vi­men­tos de câme­ra para o mer­ca­ do de pro­du­ção cario­ca.

­ streou o Agro Canal, novo canal agro­pe­cuá­ E rio via saté­li­te na banda C. Resul­ta­do de uma par­ce­ria entre o Canal Agro­sat e o Canal do Boi, ele pode ser sin­to­ni­za­do na fre­qüên­cia de 960 MHz, pola­ri­za­ção ver­ti­cal, do saté­li­te Bra­sil­sat B1. Além de ter seu sinal ana­ló­gi­co aber­to às para­bó­li­cas de todo o Bra­sil, ele tam­bém entra­rá no line-up do DTH Tec­sat e das ope­ra­do­res de cabo que já dis­tri­buem o Agro­sat. O novo canal nasce com infra-estru­tu­ ra de cap­ta­ção e estú­ dios em ­ vários ­ locais, como Campo Gran­de, São Paulo, São José dos Cam­pos, Ube­ra­ba, Cam­pi­nas e Bra­sí­lia.

Programa para corretores de seguros Dia 23 de março a TV Ban­dei­ran­tes ­estreou o pro­gra­ma “TV Cor­re­ tor - O Anjo da Guar­ da do seu Bolso”, diri­ gi­do aos cor­re­to­res de se­gu­­ros. O pro­gra­ma, cria­do pela DM9DDB, será exibido quin­ze­ nal­men­te aos domin­ gos, com dura­ção de dez minu­tos. “TV Cor­re­tor” abor­da o dia-a-dia dos cor­re­to­res, mos­tran­do como ala­van­car as ven­das, dicas, infor­ma­ções e suges­tões sobre o mer­ca­do. Um anjo da guar­da, pro­ta­go­ni­za­do pelo ator Wandi Dora­tiot­ to, viaja pelo bolso do cor­re­tor. E, na tela do celu­lar, sur­gi­rão as ima­gens de exter­nas com repór­te­res, entre­vis­ta­dos e ­ outras ima­gens sem­pre que o anjo anun­ciá-las.

Mudan­ças no Mini­com O decre­to 4.635/2003, publi­ca­do no Diá­rio Ofi­cial da União no mês pas­ sa­di, alte­ra a estru­tu­ra regi­men­tal e o qua­dro de car­gos e fun­ções gra­ti­fi­ca­das do Minis­té­rio das Comu­ ni­ca­ções. De acor­do com as alte­ra­ ções, a anti­ga secre­ta­ria de ser­vi­ços de radio­di­fu­são foi trans­for­ma­da em Secre­ta­ria de Ser­vi­ços de Comu­ni­ca­ ção Ele­trô­ni­ca, com dois depar­ta­men­ tos: o Depar­ta­men­to de Outor­gas e Ser­vi­ços e o Depar­ta­men­to de Acom­

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pa­nha­men­to e Ava­lia­ção de Ser­­vi­ços. As fun­ções da Secre­ta­ria de Comu­ni­ ca­ção Ele­trô­ni­ca abran­gem ape­nas o ser­vi­ço de radio­di­fu­são. A única alte­ra­ção na fun­ção da secre­ta­ria é a inclu­são do inci­so que prevê a for­mu­la­ção e pro­po­si­ção de polí­ti­cas e dire­tri­zes, obje­ti­vos e metas rela­ti­ vos aos ser­vi­ços de comu­ni­ca­ção ele­trô­ni­ca. Não há nenhu­ma refe­ rên­cia a que ser­vi­ços ­seriam esses. Não houve nenhu­ma alte­ra­ção nas fun­ções dos depar­ta­men­tos subor­di­ na­dos à nova secre­ta­ria (outor­gas

de ser­vi­ços e acom­pa­nha­men­to e ava­lia­ção de ser­vi­ços). Foi cria­da tam­bém a Secre­ta­ria de Tele­co­mu­ni­ca­ções, que terá dois depar­ta­men­tos subor­di­na­dos a ela: Depar­ta­men­to de Ser­vi­ços e Uni­ver­ sa­li­za­ção de Tele­co­mu­ni­ca­ções e o Depar­ta­men­to de Indús­tria, Ciên­cia e Tec­no­lo­gia. A Secre­ta­ria de Ser­vi­ ços Pos­tais passa a ser uma sub­se­ cre­ta­ria liga­da à Secre­ta­ria Exe­cu­ti­ va do Mini­com. Per­ma­ne­cem como enti­da­des vin­cu­la­das ao Mini­com a Ana­tel, a ECT e a Tele­brás.


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Camcorder

Film scanner

A Grass Valley/Thomson chega à NAB com novidades A Panasonic apresenta na NAB 2003 em todas as áreas: de câmeras e switchers a servidores a AG-DVC80, uma nova camcorder com de vídeo, roteadores, sistemas completos de captação três CCDs da linha DV PROLINE. Equipada e edição de notícias e até film scanners, como o novo com lentes grande-angular Leica Dicomar, o Spirit 4K (foto), que será lançado na feira. O equipaequipamento completará a linha de produtos mento trabalha nos modos 2K e 4K, com janelas para 8 de produção de jornalismo equipada com mm, 16 mm, 35 mm e 70 mm. O Spirit faz escaneamenconexão IEEE 1394, composta também pela to em alta velocidade e pode dar a saída tanto em 2K camcorder AG-DVC200 e pelo VTR AGOSpirit4Ktrabalhacomjanelas quanto em 4K, pois tem as duas formas de processaDV2500. para 8 mm, 16 mm, mento residentes, e já incorpora um corretor de cores A AG-DVC80 tem o mesmo corpo e muitas 35 mm e 70 mm. interno em tempo real. das inovações da já popular AG-DVX100 Na área de câmeras, a família LDK ganha uma versão (que grava em 24p/30p/60i), mas trabalha de custo reduzido, a LDK 200 ITW, para standard definition (SD). Na feira estará apenas no formato 480i/60 (NTSC). Com também a versão high-end, a LDK 6000 WorldCam, que funciona em múltiplos CCDs de 1/3” de área e 410 mil pixels, o formatos, padrões, resoluções e frame rates. A câmera pode ser adquirida individuequipamento trabalha com mais de 500 almente ou pode ser feito um upgrade a partir das atuais LDK 5000 SD. Outra novilinhas de resolução horizontal e exige pouca dade interessante é o módulo de transmissão de imagens sem fio (por rádio digital iluminação (3 lux a +18dB). bidirecional), que permite grande flexibilidade em tomadas externas. Graças à porta IEEE 1394, é fácil enviar e receber material de uma estação de vídeo. As lentes grande-angular (4,5 mm a 45 m) contam com controle manual de zoom e a Edição e composição câmera tem um sistema de estabilização de A Pinnacle Systems leva para Las Vegas a solução de edição e efeitos Liquid Purple 5. A imagens, o que a torna ideal para reportanova versão do software gera efeitos em 2D e 3D em tempo real, tem processamento em gens externas e gravar inclusive segundo plano, conta com autoração integrada em veículos em movimento. de DVDs e saída de vídeo analógica e trabalha Além de um viewfinder central, que pode com material DV em rede. A solução tem ser usado com o olho esquerdo ou direito, a suporte ao sistema da Pinnacle de armazecamcorder tem um painel LCD de 3,5” que namento para redes Palladium Store, além dos gira até 270º. O medidor de áudio sistemas Vortex. Além disso, pode ser usada está disponível no viewfinder e na tela. como uma ilha independente em laptops, A captação de imagens pode ser dando mobilidade ao software. em aspecto 4:3 ou 16:9 letterbox. O software complementa a família Liquid, O Liquid Purple 5 vem com os softwares TitleA AG-DVC80 deve ser comercializada também composta pelo Liquid Silver para Deko, Commotion e Liquid CX. a partir de junho. edição em MPEG-2, e compartilha várias funOutro produto que será apresentado pela ções e facilidades com o Pinnacle Edition 5. Panasonic é o laptop de edição de vídeo A diferença é que o Purple conta alguns extras voltados ao mercado broadcast, entre eles, AJ-DE10. Equipado com porta IEEE 1394, o a capacidade de trabalhar em rede, podendo inclusive compartilhar vídeo para execução equipamento consiste em uma configuração por outras estações na rede; suporte ao Vortex e XSend, para compartilhar arquivos nos especial do Panasonic Toughbook e vem servidores Pinnacle Thunder estações gráficas Dekocast. O Liquid Purple também sucom software desenvolvido pela newsBYTE. porta codecs DVCPRO 25 e pode ser usado em conjunto com equipamentos de controle Opcionalmente, o laptop pode trazer um jog RS-422, MIDI, Jog/Shuttle e Sony ClipLink. pad, conectado através da porta USB. Além disso, o pacote do Liquid Purple já vem com o gerador de caracteres TitleDeko, o software de edição e composição de imagens Commotion, o corretor de cores Liquid CX, além de outras ferramentas.

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Gravação óptica

vir equipadas com interface Ethernet ou LAN wireless, A Sony apresenta na NAB 2003 através de um PC-CARD uma família de produtos composta opcional. por duas camcorders e três decks, Além de um deck compacto, baseada na sua nova tecnologia de gravador e reprodutor para disco óptico. O sistema possibilita edições não-lineares, e do deck gravar em dois formatos simultâneos de estúdio, que oferece mais (alta e baixa resoluções), em DVCam A nova família de produtos Sony grava em discos ópticos de versões de gravação e rea 25 Mbps ou MPEG IMX a 30, 12 cm usando a tecnologia Blue Laser. produção com diferentes inter40 ou 50 Mbps. faces de entrada e saída, a nova Além disso, os decks ópticos aceitam o que permite atingir uma alta capacifamília da Sony conta com um os padrões de A/V analógico, digital e dade de gravação, diferentemente dos deck com capacidade IT, incluindo compatibilidade com i.Link convencionais Red Lasers. de operar com bateria e reproduz for(IEEE 1394) e interfaces para Ethernet. Os dois modelos de camcorders profismatos DVCam e MPEG IMX A mídia óptica consiste em um disco de sionais têm CCD EX HAD de 2/3 através do visor LCD acoplado. 12 cm de diâmetro regravável na forma de polegadas e conversor de 12-bit A/D, Os produtos estarão disponíveis no de um cartucho e utiliza a tecnologia monitores LCD de 2,5 polegadas e podem Brasil a partir de outubro. Blue Laser para gravação e regravação,

HD portátil Na NAB 2003 será lançada a primeira câmera profissional portátil que grava em alta definição. Trata-se da JY-HD10U, da JVC. O novo equipamento grava em fitas MiniDV e conta com um CCD que captura em 16:9 (nativo) e 1,18 milhão de pixels. A câmera pode gravar em três modos de resolução, um modo HD - com 720 linhas, 30 quadros por segundo e varredura progressiva -, e dois modos SD - um em progressivo e outro entrelaçado, sendo ambos com 480 linhas e 60 fps. Nos dois modos progressivos, a imagem é gravada em 16:9 com compressão MPEG-2 e, no modo entrelaçado, a imagem é gravada em 4:3 com compressão DV. É a compressão MPEG-2 que permite gravar em HD em uma fita MiniDV, já

que, com uma ótima resolução (1280 x 720 pixels), a gravação é feita com apenas 19 Mbps. Usando as saídas de vídeo componente analógico, é possível fazer a conversão (tanto upconvert quanto downconvert) para qualquer formato, incluindo 1080i, 720/30p, 480/60p e 480/60i. Assim, mesmo gravando em alta definição, podese reproduzir o vídeo em qualquer monitor

a dois conectores XLR, é possível usar microfones ou outros dispositivos de áudio profissionais. A JVC também anuncia em Las Vegas um VTR de alta definição de baixo custo. Usando mídias DVHS, o SR-VD400US usa um encoder interno para gravar vídeo HD com compressão MPEG-2. Custando cerca de US$ 1,4 mil (nos EUA), o equipamento conta com porta IEEE 1394 (Firewire).

UsandocompressãoMPEG-2,osnovos produtosJVCgravamconteúdoHDem fitas MiniDV.

com entradas de vídeo componente. A câmera conta ainda com estabilizador de imagens, faz fotos still em várias resoluções (1280x720, 1280x960, 848x480 e 640x480) e grava em cartões de memória opcionais. Além disso, graças

Fotos: Divul­ga­ção


Servidores e edição

Cores

A EVS leva para Las Vegas a sua família de servidores HD. Além disso, a empresa belga tem em seu estande a solução de edição nãolinear para produção de jornalismo e esportes CleanEdit, disponível com configurações para rede Gigabit ou 100baCleanEdit, disponível para redes seT. A solução conta Gigabit ou 100baseT. com a função arrastar e soltar e sobreposição de voz sobre o conteúdo mesmo em estações de baixo custo. Tanto o preview quanto o vídeo em qualidade broadcast ficam disponíveis instantaneamente. Outra tecnologia mostrada na NAB é a de contribuição e distribuição baseada em servidores MPEG-2. O EVS MPEG-2 Server trabalha tanto em ATSC quanto em DVB e inclui um pacote completo de DTV, incluindo multicanal com delay de fuso-horário. A distribuição com multicanal pode ser controlada por um sistema já existente ou usando o gerenciador de programação embutido no sistema.

A desenvolvedora de tecnologia de correção de cores Da Vinci mostra durante a feira norte-americana o já conhecido 2K Plus e o 2K Plus DATA, uma versão voltada para intermediação digital mais barata do que os outros produtos 2K. O segredo para baixar o custo do produto é que ele trabalha com dados e não vem com portas de entrada e saída de vídeo, o que deixaria o equipamento mais caro. Outro produto no estande da empresa é o Colorist Toolbox, um pacote de software desenhado para complementar o 2K e que conta com filtros de pintura e efeitos especiais que podem ser aplicados em tempo real, em qualquer resolução e em imagens de qualquer fonte. Para restauração de filmes, a Da Vinci conta com o revival for Discreet e com o revival, que rodam em plataforma SGI. A diferença entre os dois produtos é que o primeiro só funciona em estações para aplicações Discreet. Ambos contam com processamento automático e ferramentas interativas para remoção de sujeira e ruído da imagem.

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abril de 2003

A versão 2K Plus DATA trabalha com dados, sem entradas e saídas de vídeo.


N達o disponivel


Quem vê a fachada da casa térrea em uma rua tranqüila da zona Leste de São Paulo não imagina o tesouro escondido nos fundos. Aos 82 anos, Antonio Dourado tem a história do cinema guardada naquele galpão. Desde os 20 anos, sua vida tem estado diretamente ligada ao cinema. E os equipamentos com que trabalha contam um pouco dessa história.

Antonio Dourado Dou­ra­do com­pra, con­ser­ta e reven­de pro­je­to­res de cine­ma, pro­duz equi­pa­men­tos de som para salas, tem uma movio­la que aluga para mon­ta­do­res e as ins­ta­la­ções com­ple­tas de um cine­ ma — com som sur­round, tela gran­de e dois pro­je­to­res, um de 35 mm e outro de DVD — onde pro­je­ta fil­mes. Às vezes ele mesmo assis­te com a famí­lia ou os ami­gos uma das cen­te­nas de ­cópias que foi cole­cio­nan­do ao longo da vida, espe­cial­men­te em 16 mm. ­ Outras vezes, pre­pa­ra a pro­je­ção para pro­du­to­ras de comer­ciais, que que­rem fazer uma back pro­jec­tion ou fil­mar a tela de cine­ma para algum comer­cial.

Sua pai­xão pelo cine­ma come­çou logo ­depois que veio do inte­ rior para a capi­tal. Ado­ra­va ir ao cine­ma e con­se­guiu um empre­ go como pro­je­cio­nis­ta do Cine Metro, um dos mais ele­gan­tes de São Paulo. Seis anos ­depois, rece­beu um con­vi­te para tra­ba­lhar na pro­du­to­ra Cru­zei­ro Fil­mes, que pre­ci­sa­va de um came­ra­ man. Nessa pro­du­to­ra fiz mui­tas repor­ta­gens, docu­men­ tá­rios. Com meu pró­prio dinhei­ro, pro­du­zi “A Volta do Expe­di­cio­ná­rio Cam­pi­nei­ro”, sobre os pra­ci­nhas bra­si­lei­ ros na guer­ra. Até hoje guar­do o filme com cari­nho, mas desis­ti de fazer ­outros; sai muito caro.

Na déca­da de 1950, rece­beu um con­vi­te da Com­pa­nhia Vera Cruz para tra­ba­lhar como assis­ten­te de câme­ra. Mas quan­do che­guei lá, ­ tinham tra­zi­do um monte de ‘­americanos’ e não tinha mais vaga. Como já ­ tinham me con­tra­ta­do, o Rena­to Con­sor­te, que era pro­du­tor, falou que eu podia

4 5 Eduar­do Silva é o novo geren­te de des­ktops para a Amé­ri­ca Lati­na da Dis­creet. Há mais de dois anos na empre­sa como res­pon­sá­vel pelas ope­ra­ções no Sudoes­te dos Esta­dos Uni­dos, Silva passa tam­bém a geren­ciar as ações das ­linhas de soft­wa­res para ani­ma­ ção e ­stream media em todos os paí­ses lati­no-ame­ri­ca­ nos. As alte­ra­ções na empre­sa ­ incluem tam­bém a nomea­ção de Marie-Pier­re Mer­cier, que atua­va como rela­ções públi­cas da com­pa­nhia para as Amé­ri­ cas, como a nova geren­te de canal da Amé­ri­ca Lati­na, e a con­tra­ta­ção de Ranz Ran­zen­ber­ger para enge­ nhei­ro de apli­ca­ções na mesma ­região, só que basea­ do no Bra­sil, no Rio de Janei­ro.

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­A pro­du­to­ra Ver­ti­cal Fil­mes, de Car­los Manga ­ Júnior, o Man­gui­nha, e Moi­sés 3 6 Pân­cia, trans­fe­riu-se para 2 o bair­ro de Pinhei­ros, em São Paulo. Os moti­vos da mudan­ça são dois: além de 1 ter adqui­ri­do equi­pa­men­tos de pós-pro­du­ção (off-line e Flame), a pro­du­to­ra abriu espa­ço para rece­ber uma sele­ção de qua­tro dire­to­res de cena que, ao lado de Man­gui­nha (5) e Caíto Ortiz (2) for­ma­rão a nova equi­pe da casa. Os novos con­ tra­ta­dos são Paulo Gama (3), Mar­ce­lo de Souza (4), Lea van Steen (1) e Mani­tou Feli­pe (6).

Fotos: Ger­son Gar­ga­la­ka (Antonio Dourado) e Divul­ga­ção


A TV 7 - Vídeo Comu­ni­ca­ção, pro­du­to­ra inde­pen­den­te de tele­ vi­são do Grupo Traf­fic (do em­pre­ sá­rio J. Hawil­la) con­tra­tou re­cen­ te­men­te os publi­ci­tá­rios ­ Ra­fael 9 8 7 More­no (9), ex-Ban­dei­ran­tes e Rede TV, Nel­son Per­pé­tuo (8), ex-Noar Fil­mes, e Jô Mat­tos (7), ex-Cena 1, para refor­çar sua equi­pe de ven­das. Eles atua­rão como exe­cu­ti­vos de aten­di­men­to da pro­du­to­ra - lan­ça­da no mer­ca­do em setem­bro do ano pas­sa­do.

ficar e tra­ba­lhar como ator. Eles paga­vam a mesma coisa, então ­fiquei. Nesse perío­do, Dou­ra­do par­ti­ci­pou de

três pro­du­ções nacio­nais como figu­ran­te. Esta­va ao lado de Tonia Car­re­ro e Ansel­mo Duar­te em “Tico-Tico no Fubá” (Adol­fo Celi, 1952), de Maz­za­ro­pi em “Sai da Fren­te” (Tom Payne e Abí­lio Perei­ra de Almei­da, 1952) e em “Uma Pulga na Balan­ça”, de Lucia­no Salce. ­Depois que dei­xou a Vera Cruz, quan­do a empre­sa ­fechou suas por­tas, come­çou a tra­ba­lhar com equi­pa­men­tos de pro­je­ção. Às vezes fecha­va um cine­ma, daí eu ia lá e com­pra­va tudo. Arru­ma­va e ­ depois ven­dia para ­outros cine­mas. Só que hoje não tem mais isso, por­ que não tem mais cine­ma em todo lugar, como antes. Hoje só tem cine­ma no shop­ping. Ao mesmo tempo,

­O dire­tor de foto­gra­fia Wal­ter Car­va­lho exibe sua pro­du­ção foto­grá­ fi­ca de mais de 30 anos até 4 de maio no Ins­ti­tu­to Morei­ra Sal­les do Rio de Janei­ro. ­Depois, a mos­tra viaja por ­outros esta­dos bra­si­lei­ros. A expo­si­ção con­tem­pla ­ várias fases da pro­du­ção de Car­va­lho, que come­çou como fotó­gra­fo still e nunca aban­do­nou sua câme­ra. Sem­ pre em preto e bran­co, as fotos não têm, neces­sa­ria­men­te, a ver com os fil­mes que foto­gra­fou. São mais de 80 fotos, de ­várias cida­des no Bra­sil e no mundo.

tam­bém fazia tra­ba­lhos como cine­gra­fis­ta, par­ti­ci­pan­do da pro­du­ção de docu­men­tá­rios, prin­ci­pal­men­te. Conhe­ceu os prin­ci­pais pro­du­to­res de repor­ta­gens para o cine­ma: Jean Man­zon, Primo Car­bo­na­ri, Car­los Nie­me­yer. Aos pou­cos, tam­bém foi com­pran­do ­outros tipos de equi­ pa­men­to. Tem dois tele­ci­nes da déca­da de 60, adqui­ri­dos de emis­so­ras de tele­vi­são, que usa­vam o equi­pa­men­to para colo­car a pro­gra­ma­ção no ar. Esse equi­pa­men­to ser­via

­Mudan­ça no SBT: Car­los Mis­si­ro­li deixa a dire­to­ria

para pas­sar para vídeo o que esta­va em pelí­cu­la e então trans­mi­tir. Eram equi­pa­men­tos auto­má­ti­cos, que eram pro­gra­ma­dos e assim que aca­ba­va o pro­ gra­ma já entra­va na hora o comer­cial. A movio­la de

comer­cial e sua car­tei­ra de clien­tes deve ser acu­mu­la­da pelo tam­bém dire­tor comer­ cial ­Rubens Car­va­lho.

seis pra­tos e todos os pro­je­to­res — de 16 mm e 35 mm — fun­cio­nam per­fei­ta­men­te. Aten­to às novas tec­no­lo­gias, Dou­ra­do está impres­sio­na­do com a qua­li­da­de dos DVDs. Para o vídeo, nunca deu bola.

A Pro­di­go Films refor­çou sua equi­pe. A empre­sa con­tra­tou o dire­tor

Mar­ci­nho Mar­tins (12), ex-Espi­ral Fil­mes, que fará parte do time do qual já inte­gra a dire­to­ra Naná Saya­nes (11) e o dire­tor de cena Fabia­ no Lipo­ro­ni. Além disso, segun­do o dire­tor comer­cial Cao Quin­tas

O vídeo embo­lo­ra, mas o DVD é que vai der­ru­bar o cine­ma. Isso você pode escre­ver aí. Um DVD dura para sem­pre. Tam­bém fica intri­ga­do com o preço da cópia, que pode ser com­pra­da no super­mer­ca­do. Os ame­ri­ca­nos estão fazen­do bes­tei­ra, ven­den­ do uma fita legal­men­te, com nota e tudo, por R$ 40. Como pode? Eles mes­mos vão aca­bar com o cine­ma...

10 Adolpho Sor­ma­ni, ­ dire­tor co­mer­­cial da TV1 Digi­tal, passa a acu­­mu­lar o cargo de dire­tor exe­cu­ti­vo da divi­são de pro­du­ção de ­vídeos, docu­men­tá­ rios, pro­gra­mas de TV e TVs exe­cu­ti­vas para o mer­ca­do cor­po­ra­ti­vo do Grupo TV1, onde está há oito anos. Sor­ma­ni é eco­no­mis­ta e publi­ci­tá­rio, e já pas­sou pelas agên­cias MPM Lin­tas, ALMAP/BBDO e Sal­les DMB&B.

­ athe­ri­ne Duvig­nau assu­miu a C coor­de­na­ção do depar­ta­men­to de rela­ções inter­na­cio­nais da agên­cia Bates Bra­sil. Sua mis­são é pro­mo­ ver o inter­câm­bio entre a Bates Bra­ sil e ­outras agên­cias do grupo.

(10), a pro­du­to­ra inves­tiu recen­te­men­te R$ 1,5 ­milhão em melho­rias do estú­dio, cria­ção de uma cen­tral téc­ni­ca, beta digi­tais, e aqui­ si­ção de duas ilhas de edi­ção adi­cio­nais sem com­pres­são. 11 12

­ eloi­sa Geor­ge é a H nova con­tra­ta­da da Euge­ nioWG para a área de aten­ di­men­to, na divi­são que aten­de o mer­ca­do imo­bi­liá­ rio. Heloí­sa traz no cur­rí­cu­lo pas­sa­gens por agên­cias como DM9DDB, pela área de mar­ke­ting em empre­sas e tam­bém na pro­du­ção de comer­ciais, tendo tra­ba­lha­ do recen­te­men­te na Made to Crea­te, Seqüên­cia Cine­ ma­to­grá­fi­ca e Side Cine­ma.

­O dire­tor e pro­du­tor Ser­gio Mar­ti­nel­li pes­ qui­sou a his­tó­ria dos estú­dios Vera Cruz. O resul­ta­do está no livro “Ve­ra Cruz - Ima­gens e His­tó­ria do Cine­ma Bra­si­lei­ro”, lan­ça­do no últi­mo dia 2 de abril, na Cine­ma­te­ca Bra­si­lei­ ra. O livro uti­li­za ima­gens do acer­vo do estú­ dio, que con­tam parte impor­tan­te da his­tó­ria do cine­ma nacio­nal. ­A ­ Talent con­tra­tou Fábio Bran­ca­tel­li e ­ oacyr Gui­ma­rães para os car­gos de super­ M vi­sor de con­tas de aten­di­men­to e dire­tor de grupo de con­tas de mídia, res­pec­ti­va­men­te.


N達o disponivel


N達o disponivel


A aposta da NAB Além do desa­fio de fazer sua feira em meio à guer­ra, asso­cia­ção tenta mais uma vez mos­trar sua força nos con­fli­tos com o cabo e as gran­des redes.

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A feira e con­gres­so da NAB (Natio­nal Asso­cia­tion of Broad­cas­ters) deste ano acon­te­cem em clima de bata­ lha. Mas não é só do Ira­que que esta­mos falan­do. Dois temas devem ocu­par a dis­cus­são polí­ti­ca entre os radio­di­fu­so­res norte-ame­ri­ca­nos: a len­ti­dão no avan­ ço da TV digi­tal e as ­ regras de limi­te de pro­prie­da­de de emis­so­ras. Em rela­ção à TV digi­tal, o con­fli­to entre a NAB e a NCTA, asso­cia­ção das ope­ra­do­ras de TV a cabo, ficou explí­ci­ta nas últi­mas sema­nas, quan­do ambas tro­ca­ram acu­sa­ções de que a outra esta­ria retar­ dan­do o desen­vol­vi­men­to da DTV nos EUA. A NAB diz que as ope­ra­do­ras de cabo (atra­vés das quais a maio­ria dos ame­ri­ca­nos rece­be seus ­sinais de TV) não retrans­mi­tem os (pou­cos) ­canais ­locais já digi­ta­li­za­dos, deses­ti­mu­lan­do assim a com­pra de recep­to­res digi­tais. Já a NCTA diz que as emis­so­ras ­locais que­rem ­cobrar pelos ­canais digi­tais, que segun­do eles tra­zem a mesma pro­gra­ma­ção dos ­ canais ana­ló­gi­cos ori­gi­nais (que eles já trans­por­tam). A briga só deve esquen­tar. Mas quen­te mesmo é o debate sobre as ­regras de pro­ prie­da­de de emis­so­ras de TV aber­ta, que já se alon­ga por ­alguns anos. Está nas mãos da FCC (a Ana­tel dos EUA)

Prê­mio A NAB ins­ti­tuiu este ano, pela pri­mei­ra vez, um prê­mio para os equi­pa­men­tos e sis­te­mas que se des­ta­ca­rem na feira da asso­cia­ção. A par­tir da NAB 2003 os visi­tan­ tes pode­rão votar nos pro­du­tos que ganha­rão o NAB Award for Inno­va­tion in Media (AIM), nas cate­go­rias Cria­ção de Con­teú­do, Geren­cia­men­to de Con­teú­do e Entre­ga de Con­teú­do. Serão elei­tos cinco ven­ce­do­res em cada cate­go­ria.

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eli­mi­nar ou não o atual limi­te, impos­to desde 1996, que per­mi­te que uma rede de TV aber­ta alcan­ce no máxi­mo 35% do total da audiên­cia poten­cial dos EUA. Por ordem do Con­gres­so dos EUA, este limi­te deve ser revis­to a cada dois anos. Até hoje não foi eli­mi­na­do. A NAB, hoje for­ma­da prin­ci­pal­men­te por peque­nos e ­ médios broad­cas­ters, luta pela manu­ten­ção do cha­ma­do “cap”. Já as gran­des redes CBS, Fox e NBC defen­dem o seu fim, em uma dis­pu­ta que levou à saída das três gran­des da asso­cia­ção há dois anos. No “paco­te” de regu­la­men­ta­ção sobre o assun­to estão tam­bém na mesa da FCC os limi­tes de pro­prie­da­de cru­za­da de dife­ren­tes ­mídias em uma mesma loca­li­da­de e a pro­prie­da­de cru­za­da de emis­so­ras ­locais. Con­gres­so Como em todos os anos, o con­gres­so da NAB é uma exce­ len­te opor­tu­ni­da­de tanto para quem se inte­res­sa pelas novi­da­des tec­no­ló­gi­cas quan­to pela polí­ti­ca de radio­di­fu­ são e tele­co­mu­ni­ca­ções norte-ame­ri­ca­na. E, para mos­trar que a con­ver­gên­cia volta a ser um tema impor­tan­te, a pales­tra de aber­tu­ra da con­fe­rên­cia de enge­nha­ria será feita no dia 6 de abril por Leo­nar­do Chia­ri­glio­ne, VP do Tele­com Ita­lia Lab, de Tori­no, falan­do sobre mídia digi­tal. A pales­tra de aber­tu­ra do pre­si­den­te da asso­cia­ção Eddie ­Fritts, no dia 7 de abril, será um balan­ço da indús­ tria nos EUA, do ponto de vista de mer­ca­do e regu­la­tó­rio. E só para ficar no mundo dos figu­rões, quem coman­da o almo­ço de boas-vin­das é o chair­man e CEO da Walt Dis­ ney Com­pany, ­Michael Eis­ner. Já o dia 8 come­ça com a apre­sen­ta­ção do chair­man da FCC, ­ Michael ­ Powell, que tra­ta­rá de temas polê­mi­cos como os limi­tes de pro­prie­da­


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­Outros núme­ros que impres­sio­nam: são mais de 1,2 mil expo­si­to­res, divi­di­dos em seis blo­cos temá­ti­cos: Saté­li­te e Tele­ co­mu­ni­ca­ções; TV, Vídeo e Filme; NAB Mul­ti­me­dia World e Inter­net; Rádio e Áudio; ­Mídias ­Móveis e um para a RTNDA, a asso­cia­ção norte-ame­ri­ca­na de dire­to­res de jor­na­lis­mo ele­ trô­ni­co. Com tudo isso, a feira ainda deve ser menor que a do ano pas­sa­do. Isto tudo acon­te­ce em meio a um ver­da­dei­ro show de novas tec­no­lo­gias em câme­ras, swit­chers, sis­te­mas de edi­ção, trans­por­te e geren­cia­men­to de con­teú­do, ani­ma­ção e efei­tos e tudo o mais que envol­ve o uni­ver­so da pro­du­ção. Entre os des­ta­ques da feira estão o Inte­rac­ti­ve ­Living Pavi­ lion, espa­ço cria­do pela Inte­rac­ti­ve Tele­vi­sion Allian­ce que agre­ga­rá os mais impor­tan­tes for­ne­ce­do­res de equi­pa­men­tos e sis­te­mas de TV inte­ra­ti­va, video-on-­demand (VOD), t-com­ mer­ce etc. Outra área dife­ren­cia­da é o Digi­tal Media Thea­ter, com as novi­da­des em trans­mis­sões ao vivo e VOD. Ainda, have­rá uma área dedi­ca­da aos sis­te­mas de arma­ze­na­men­to e segu­ran­ça de con­teú­do. de cru­za­da de meios de comu­ni­ca­ção e o tra­ta­men­to dado nos EUA à “bai­xa­ria” na tele­vi­são, assun­to muito pró­xi­mo aos bra­ si­lei­ros. Em segui­da, há uma ses­são com os “comis­sio­neers” da FCC (equi­va­len­tes no Bra­sil aos con­se­lhei­ros da Ana­tel), que tam­bém abor­da­rão as ques­tões regu­la­tó­rias mais impor­tan­tes do setor. Além des­tas ses­sões espe­ciais, deze­nas de ­ outros pai­néis dis­cu­ti­rão o pre­sen­te e o futu­ro de tec­no­lo­gias como os sis­te­mas de edi­ção de vídeo digi­tais, mídia para banda larga e dis­po­si­ti­vos ­móveis, TV inte­ra­ti­va, web­cas­ting entre ­outras. Espa­ço Pro­ble­mas à parte, a NAB 2003 come­ça com uma boa notí­cia para os visi­tan­tes. Acaba o vai-e-vem entre o Las Vegas Con­ ven­tion Cen­ter (LVCC) e o Sands. A par­tir deste ano, toda a feira e o con­gres­so, que acon­te­cem neste come­ço de abril, entre os dias 5 e 10, con­cen­tram-se no cen­tro de expo­si­ções, devi­da­men­te amplia­do para abri­gar ambos. A orga­ni­za­ção do even­to anun­ciou que já eram, até o fecha­men­to desta edi­ção, 33 as dele­ga­ções inter­na­cio­nais regis­tra­das para a NAB 2003. Mesmo acon­te­cen­do duran­te a inva­são da coalizão anglo-americana ao Ira­que, a asso­cia­ção espe­ra bater neste ano o recor­de do ano pas­sa­do, que teve 39 dele­ga­ções e mais de 20 mil par­ti­ci­pan­tes.

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Bra­si­lei­ros Segun­do o pre­si­den­te da SET (Socie­da­de Bra­si­lei­ra de Enge­ nha­ria de Tele­vi­são e Tele­co­mu­ni­ca­ções), Rober­to Fran­co, a asso­cia­ção cal­cu­la que leva­rá este ano cerca de 300 pes­soas em sua dele­ga­ção, menos que em anos ante­rio­res. Além dos

SET e trin­ta A SET terá no Las Vegas Con­ven­tion Cen­ter o Espa­ ço SET­Bra­sil. A pro­pos­ta da socie­da­de é criar um ponto de encon­tro para os bra­si­lei­ ros no even­to. Loca­li­za­do na sala N262, o espa­ço esta­rá aber­to das 9h00 às 18h00 nos dias 7, 8 e 9 de abril. O café da manhã de ade­ são e o Encon­tro SET e Trin­ ta acon­te­ce­rão no mesmo espa­ço, das 7h00 às 9h00, e terão apre­sen­ta­ções téc­ ni­cas de fabri­can­tes e dis­tri­ bui­do­res de equi­pa­men­tos

nos dias 7 e 9 e, no dia 8, um fórum de negó­cios e de tec­no­lo­gia com “A Visão dos Exe­cu­ti­vos Inter­na­cio­ nais sobre o Futu­ro da TV Aber­ta e a Con­ver­gên­cia das ­Mídias”. Já estão con­fir­ma­dos Joe Fla­herty (CBS) e Peter Smith (NBC) e devem com­pa­re­cer ainda repre­ sen­tan­tes da BBC, NHK, SMPTE e Sony. A ins­cri­ção custa R$ 70,00, para ­ sócios, e R$ 140,00 para os não asso­cia­dos.


A feira deste ano terá mais de 1,2 mil expositores. Ainda assim a área total e o número esperado de visitantes são menores que os de 2002.

fato­res eco­nô­mi­cos, Fran­co ava­lia que houve mui­tas desis­tên­cias por causa da guer­ra. Ainda assim, a SET man­tém seu tra­di­cio­nal encon­ tro SET e Trin­ta (leia box na página anterior), onde os bra­si­lei­ros da NAB podem ter uma visão mais foca­da das novi­da­des do even­to. Fran­co diz que além das novi­da­des em equi­pa­men­tos tra­di­cio­nais como câme­ras, vale a pena ficar de olho em apli­ca­ções de arqui­vo e de trans­por­te de con­teú­do via IP. Para o enge­nhei­ro Luiz Car­los Navar­ro, dire­tor de pla­ne­ja­men­to, pro­je­tos e expan­são da Rede Globo, é impor­tan­te o acom­pa­nha­men­to da evo­lu­ção dos sis­te­mas de trans­mis­são digi­tal, não só tec­ni­ca­men­te, mas ana­ li­san­do-se tam­bém o desen­vol­vi­men­ to do con­teú­do, da inte­ra­ti­vi­da­de e a rea­ção da popu­la­ção a esses avan­ços. Em seu “check list” para a NAB, Navar­ro colo­ca tam­bém os sis­te­mas de cap­ta­ção e edi­ção de ima­gens de peque­no porte, ou mul­tiu­so, que Tela Viva na NAB 2003 Como sem­pre, Tela Viva esta­rá pre­sen­ te com seu estan­de na NAB 2003. Anote a loca­li­za­ção: estan­de C397. Na edi­ção de maio da revista você acom­pa­nha a cober­tu­ra com­ple­ta do even­to.

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podem ser ope­ra­dos até por uma pes­ soa sozi­nha, que capta as ima­gens digi­tais, edita-as em um lap­top e as envia para a emis­so­ra. Para Ricar­do Zime­le­wicz, dire­tor da fina­li­za­do­ra cario­ca Link, o mais inte­res­san­te neste ano são os sis­te­ mas de arma­ze­na­men­to e cap­tu­ra de ima­gens em alta defi­ni­ção. Além dos tele­ci­nes e das mesas de cor­re­ ção de cores que tra­ba­lham em alta defi­ni­ção, Zime­le­wicz quer conhe­cer as novas ­ opções de arma­ze­na­men­to de con­teú­do de cine­ma digi­tal e a inte­gra­ção entre edi­to­res e tele­ci­nes. “Além disso, sem­pre vou aos semi­ná­ rios dos fabri­can­tes para ver o que há de novo, saber sobre novas ver­ sões de soft­wa­re de novos plug-ins”, com­ple­ta. Mais uma vez os mais de 1,2 mil estan­des da feira abri­ga­rão um ver­ da­dei­ro “sor­ti­do” de tec­no­lo­gia, com equi­pa­men­tos, soft­wa­res e novos con­ cei­tos. Reple­ta de novas ­opções de gra­ va­ção de con­teú­do, câme­ras com­pac­ tas com qua­li­da­de pro­fis­sio­nal, câme­ ras HD tanto para broad­cast quan­to para cine­ma digi­tal, novas ver­sões de soft­wa­res etc, pare­ce que a feira este ano não se des­ta­ca­rá pela apre­sen­ta­ ção de uma única nova tec­no­lo­gia revo­lu­cio­ná­ria, mas pela apre­sen­ta­ção de solu­ções para dife­ren­tes negó­cios e, prin­ci­pal­men­te, dife­ren­tes bol­sos.

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tecnologia

Video­fo­ne é a estre­la da guer­ra

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Os video­fo­nes são a vede­te da guer­ra dos EUA e Inglaterra con­tra o Ira­que. Mas esse equi­pa­men­to é muito mais do que um sim­ples tele­fo­ne que capta e trans­mi­te ima­gens de vídeo. São ­ vários apa­re­lhos inter­li­ga­dos que cabem, depen­den­do das apli­ca­ções, em uma ou duas male­tas do tipo usado para se car­re­gar lap­top. Enquan­to a maio­ria das gran­des emis­so­ras de tele­vi­são, como a CNN, uti­li­za um equi­pa­men­to da bri­tâ­ ni­ca 7E Com­mu­ni­ca­tions, a Globo deci­diu desen­vol­ver um sis­te­ma pró­prio na Cen­tral Globo de Enge­nha­ria (CGE). E o resul­ta­do sur­preen­deu: tem mais recur­sos e é mais bara­to do que os simi­la­res do mer­ca­do. Bati­za­do de “kit cor­res­pon­den­te”, o sis­te­ma é com­pos­to por um lap­top comum com soft­wa­res de edi­ção de vídeo e uma câme­ra pro­fis­sio­nal DVCam. Numa outra ma­le­ta, vai uma ante­na qua­dra­da, tam­bém do tama­nho de um lap­top. Basi­ca­men­te são duas as apli­ca­ções. Na pri­mei­ra situa­ ção, o repór­ter capta as ima­gens na câme­ra, car­re­ga-as para o lap­top, grava e edita o mate­rial. ­Depois, conec­ta o com­pu­ta­ dor à Inter­net e trans­mi­te o resul­ta­do final para a emis­so­ra, com taxa de 1,5 Mbps em MPEG-4. Como o modo de trans­ mis­são é “store and for­ward”, o mate­rial de um minu­to, por exem­plo, pode con­su­mir entre 15 e 20 minu­tos para ser envia­do. Mesmo assim, o envio de ima­gens pela Inter­net reduz em até dez vezes os cus­tos em com­pa­ra­ção aos ­outros sis­te­mas de trans­mis­são dis­po­ní­veis. Neste caso, a qua­li­da­de de ima­gem é bas­tan­te supe­rior à outra apli­ca­ção pos­sí­vel desse equipamento: a de entra­das ao vivo. Para trans­mis­são ao vivo, o kit da Globo per­mi­te que o repór­ter conec­te o lap­top pela ante­na atra­vés de cone­xão de dados via saté­li­te, pelo sis­te­ma Inmar­sat. As ima­gens da câme­ra pas­sam pelo lap­top, que joga o sinal para um dos saté­ li­tes da Inmar­sat, numa taxa de 64 kbps de trans­mis­são. O saté­li­te leva o sinal até o cen­tro de trans­mis­são da Inmar­sat, na Norue­ga, que de lá é trans­mi­ti­do para o Bra­sil via rede ISDN ou Inter­net. Na sede da Globo, o sinal é codi­fi­ca­do e trans­for­ma­do em vídeo com qua­li­da­de um pouco infe­rior, pois chega com uma com­pres­são que pode ser até de cinco mil para um, sem con­tar a ima­gem entre 7 fps e 10 fps (a ima­gem do broad­cast é de 30 fps). O equi­pa­men­to fun­cio­na

Enge­nhei­ros da Globo desen­vol­vem inter­na­men­te equi­pa­men­to de trans­mis­são à dis­tân­cia. emissoras se esforçam para cobrir a situação no oriente médio.

como um canal de trans­mis­são e recep­ção, ou seja, o cor­res­ pon­den­te pode acom­pa­nhar o que está no ar. O delay (ida e volta) fica na casa dos 3 a 4 segun­dos. A van­ta­gem, no entan­to, é incon­tes­tá­vel: o jor­na­lis­ta pode ­entrar ao vivo de qual­quer lugar do mundo. A Globo vem uti­li­zan­do o equi­pa­men­to desde 2001, duran­te a via­gem de ­Gerard Moss pelo mundo em um moto­pla­na­dor; ­depois na guer­ra do Afe­ga­nis­tão; e, mais recen­te­men­te, na via­gem de Gló­ria Maria à China e na de Clay­ton Con­ser­va­ni à Antár­ ti­da. De 2001 para cá, o kit teve algu­mas alte­ra­ções, pelos pró­prios enge­nhei­ros da CGE. A Globo tem cerca de nove kits cor­res­pon­den­tes, todos em ope­ra­ções da emis­so­ra, incluin­do São Paulo, Nova York, ­Tóquio e Roma. Agora, está rea­li­zan­do tes­tes do equi­pa­men­ to com algu­mas das suas afi­lia­das. A CNN infor­ma que todos os seus video­fo­nes uti­li­za­dos na guer­ra são Tal­king Heads, da 7E, ape­sar de ter tam­bém em seu par­que ­ outras mar­cas, e a trans­mis­são para a sede em Atlan­ta está sendo feita prin­ci­pal­men­te pelo sis­te­ma da Inmar­sat, com velo­ci­da­des de 64 kbps ou 128 kbps, depen­ den­do se o cor­res­pon­den­te usa uma ou duas ­linhas de tele­fo­ ne. No entan­to, a CNN chama a aten­ção para os tele­fo­nes via saté­li­te da Inmar­sat com sis­te­ma de nave­ga­ção. Uma ante­na geoes­ta­cio­ná­ria loca­li­za­da numa pla­ta­for­ma giros­có­pi­ca den­ tro de uma cúpu­la pro­te­to­ra per­mi­te o envio de ­ sinais do video­fo­ne em movi­men­to. O equi­pa­men­to está sendo usado em ­aviões e sobre ­vários tan­ques, que atra­ves­sam o deser­to a velo­ci­da­des entre 64 e 80 km/h. Ape­sar disso, a ante­na não perde a cone­xão com o saté­li­te. Na fronteira Com a invia­bi­li­da­de de se obter vis­tos de entra­da no Ira­que, os cor­res­pon­den­tes das emissoras brasileiras estão no máxi­ mo nos paí­ses vizi­nhos. Com equi­pes pró­prias só estão

Foto: Divul­ga­ção


sandrareginasilva sandra@telaviva.com.br

Globo e Rede TV!, pelo menos até o fecha­ men­to desta edi­ção. A Rede TV! ­ enviou dois jor­na­lis­tas para a Jor­dâ­nia. Eles leva­ram lap­tops com soft­wa­re de edi­ção e de gra­va­ção e iriam alu­gar um tele­fo­ne via saté­li­te no local para ­ entrar com áudio ao vivo na pro­ gra­ma­ção. “A expec­ta­ti­va é mos­trar a difi­cul­da­de de se ­ cobrir essa guer­ra. Eles vão regis­trar os pas­sos, os recur­ sos... será como um rotei­ro”, diz José Emí­lio Ambró­sio, dire­tor exe­cu­ti­vo de jor­na­lis­mo da emis­so­ra. Antes de dei­xar o Bra­sil, os dois jor­na­lis­tas rece­ be­ram da Reu­ters um guia de “como se vai à guer­ra”. A Globo tam­bém teve um cui­da­do extra com seu pes­soal. Todos os envol­vi­ dos na cober­tu­ra fize­ram o curso Hos­ti­le Envi­ron­ments and Emer­gency First-Aid, mi­nis­tra­do pela bri­tâ­ni­ca Cen­tu­rion Risk As­ses­s­ment Ser­vi­ces, e ainda estão equi­pa­ dos com más­ca­ras con­tra gases tóxi­cos. Pela Globo, Mar­cos Uchôa, Eric Hart e Ser­gio Golz estão no ­Kuwait. Luiz Car­los Aze­nha e Sher­man Costa esti­ve­ram em Bagdá, no Ira­ que, mas o visto expi­rou e, sem obter nova autorização, vol­­ta­ram para Nova York. Há ainda re­pór­­te­res em Lon­dres, Roma, Líba­no e ­Israel. As ­ demais emis­so­ras opta­ram por não ­enviar cor­res­pon­den­tes. A Gaze­ta, porém, conta com o tra­ba­lho de free­lan­cer da jor­ na­lis­ta por­tu­gue­sa Mafal­da Ave­lar, que está no ­ Kuwait. Tem cor­res­pon­den­tes, tam­bém free-lan­cers, na Itá­lia (Assi­mi­na Vla­hou) e Argen­ti­na (Rober­to Pêra), e colhe notí­cias

da agên­cia Reu­ters. Além disso, subs­ti­tuiu na tela a marca ­ d’água do seu logo pela pala­vra “PAZ”. A Ban­dei­ran­tes ­ enviou, em feve­rei­ ro, o jor­na­lis­ta Her­bert ­ Moraes para o

Equipamentos como os Talking Heads já permitem até transmissões feitas de aviões ou tanques.

Ira­que, que fez ­ várias maté­rias espe­ciais com uma câme­ra ­ MiniDV da Sony. Ele levou um video­fo­ne, adqui­ri­do pela Band, mas que foi con­fis­ca­do pelo Ira­que. Pode ser esca­la­do a qual­quer momen­to para vol­tar para a ­ região. A Band criou o “­núcleo de guer­ra”, em São Paulo. E, para a cober­tu­ra do con­fli­to, conta com cor­res­pon­den­tes em Was­hing­ton,

Lon­dres e Bue­nos Aires, além de comen­ ta­ris­tas espe­cia­li­za­dos em Paris e Rio de Janei­ro. Além disso, tem um tra­du­tor no estú­dio, ao lado de Rober­to Cabri­ni, para tra­du­zir o áudio do canal Al-Jazee­ra, cujas ima­gens estão sendo uti­li­za­das pela emis­so­ra. Usa ainda mate­rial da CNN, CNNi e Reu­ters. Na ­ Record, uma equi­pe de 30 pro­ fis­sio­nais do “Jor­nal da ­ Record” estão foca­dos na guer­ra, mas ­ nenhum foi envia­do ao local do con­fli­to e nem há pre­vi­são disso, assim como no SBT. A emis­so­ra de Sil­vio San­tos está usan­do ima­gens e infor­ma­ções da CNN e de agên­cias de notí­cias. O grupo RBS conta com Ozi­ris ­Marins, que está em Amã, na Jor­dâ­nia, para a cober­tu­ra, prin­ci­pal­men­te, para a Rádio Gaú­cha e jor­nal Zero Hora. ­Marins tam­bém vem en­tran­do ape­nas com áudio na RBS TV, re­trans­mis­so­ra da Globo no Sul do País. Mar­­ce­lo Rech, dire­ tor edi­to­rial dos jor­nais da RBS, vê a guer­ ra atual como a pri­mei­ra efe­ti­va­men­te em banda larga. “Há um dire­cio­na­men­ to da cober­tu­ra para di­fe­­ren­tes ­ níveis de tec­no­lo­gia”, diz Rech, re­lem­bran­do 1991 quan­do ­cobriu a Guer­ra do Golfo. E ele com­pa­ra: na pri­mei­ra, a trans­mis­ são era limi­ta­da ao tele­fo­ne em Amã, enquan­to hoje o repór­ter pode ­ en­viar infor­ma­ção de qual­quer lugar, mes­mo em movi­men­to, pelo celu­lar, video­fo­ne, Inter­net. Agora a situa­ção faci­li­ta a agi­li­ da­de e per­mi­te a mobi­li­da­de.

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educativas

Universidades gaúchas mergulham na TV

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Uma das mais moder­nas e bem equi­pa­das emis­so­ras de TV do Rio Gran­de do Sul fica den­tro de uma uni­ver­si­da­de. A Uni­si­nos, Uni­ver­si­da­de do Rio do Sinos, é um enor­me com­ ple­xo de 90 hec­ta­res loca­li­za­do em São Leo­pol­do, na ­região metro­po­li­ta­na de Porto Ale­gre. No sub­so­lo do pré­dio da Facul­da­de de Comu­ni­ca­ção fun­cio­na, há dois anos, a TV Uni­ si­nos. A pro­gra­ma­ção vai ao ar pela Inter­net e em cir­cui­to inter­no de TV para toda a uni­ver­si­da­de, atra­vés de 300 moni­ to­res espa­lha­dos pelo cam­pus onde cir­cu­lam, por sema­na, 35 mil pes­soas. A equi­pe é for­ma­da por jor­na­lis­tas e pro­fes­so­res trei­ na­dos para se tor­nar apre­sen­ta­do­res. Eles pro­du­zem dez pro­gra­mas de for­ma­tos varia­dos, como deba­tes, entre­vis­tas e jor­na­lis­mo, o que repre­sen­ta, em média, uma hora de pro­gra­ma­ção iné­di­ta por dia. O obje­ti­vo da TV é divul­gar a pro­du­ção cien­tí­fi­ca da uni­ver­si­da­de e pro­vo­car a refle­xão, a crí­ti­ca e a dis­cus­são. O res­pon­sá­vel pela dire­ção da TV é Ale­ xan­dre Kie­ling, ex-repór­ter da RBSTV e da Rede Globo, com 20 anos de expe­riên­cia em jor­na­lis­mo. “A preo­cu­pa­ção que eu tinha não era fazer uma TV edu­ca­ti­va, mas não do ponto de vista do que os comu­ni­ca­do­res enten­dem como uma TV edu­ca­ti­va, mas uma TV que pro­vo­cas­se a cog­ni­ção do inter­lo­ cu­tor, e é por isso que a gente pre­ci­sa dos pro­fes­so­res da área de edu­ca­ção.” Um exem­plo da fór­mu­la que se busca com a expe­riên­cia tele­vi­si­va na Uni­si­nos é um pro­gra­ma de entre­vis­tas que fez gran­de suces­so com os teles­pec­ta­do­res, inclu­si­ve de ­ outros luga­res que tam­bém tive­ram a opor­tu­ni­da­de de assis­ti-lo gra­ças a um inter­câm­bio de pro­gra­ma­ção entre as uni­ver­si­ da­des do País. O tema era o deba­te entre as ­idéias dos filó­so­ fos Frie­de­rich Nietz­che e Theo­dor Ador­no, e para isso foi con­vi­da­do o maior espe­cia­lis­ta no País sobre cada um deles. “Os entre­vis­ta­dos fala­ram sobre Nietz­che e Ador­no como quem fala de Pelé e Ayr­ton Senna, esse é o exer­cí­cio que se faz neste tipo de entre­vis­ta.” Há dois anos se exer­ci­tan­do, o dire­tor acre­di­ta que a equi­pe já este­ja em forma para dis­pu­ tar o pró­xi­mo desa­fio: tor­nar-se uma emis­so­ra edu­ca­ti­va em sinal aber­to. Aliás, essa sem­pre foi a meta da TV Uni­si­nos e a única alter­na­ti­va para levar a pro­gra­ma­ção para fora dos muros da uni­ver­si­da­de. O canal 30 em UHF tem estréia prevista para julho. Vai ­ cobrir 14 muni­cí­pios da ­ região metro­po­li­ta­na de

Instituições de ensino no Rio Grande do Sul investem em equipamentos e infraestrutura para montar TVs educativas. Porto Ale­gre e do Vale do Sinos, o que repre­sen­ta 2,5 ­milhões de poten­ciais teles­pec­ta­do­res. Tam­bém de olho na trans­mis­são aber­ta, a TV Uni­si­nos ­fechou, em agos­to de 2002, uma par­ce­ria com o Canal Futu­ ra, pela qual a uni­ver­si­da­de tem licen­ça para trans­mi­tir a pro­gra­ma­ção do Futu­ra e, em con­tra­par­ti­da, pro­duz maté­rias jor­na­lís­ti­cas para o canal. Neste momen­to, está desen­vol­ven­ do o novo pro­je­to do “Tá Liga­do”, pro­gra­ma de audi­tó­rio, espé­cie de game show sobre conhe­ci­men­tos ­gerais que pas­sa­ rá a ser feito com esco­las do Sul. A pro­gra­ma­ção do Futu­ra con­ti­nua­rá a ser trans­mi­ti­da no canal aber­to. “Tele­vi­são é um hábi­to. Não dá pra ligar a tele­vi­são e não ter nada. Tu tens que estar ali na hora que o teles­pec­ta­dor vira o canal. É uma role­ta russa, ou tu ­ganhas ele, ou perde pra sem­pre”, diz Kie­ling sobre o papel fun­da­men­tal da par­ce­ria com o Futu­ra para com­ple­tar a grade de pro­gra­ma­ção e aju­dar a con­quis­tar a fide­li­da­de de audiên­cia. Van­guar­da tec­no­ló­gi­ca Estru­tu­ra téc­ni­ca para colo­car o canal no ar já exis­te. Os inves­ti­men­tos em equi­pa­men­tos nes­ses dois anos con­su­mi­ ram US$ 700 mil, “na época em que esta­vam um por um (o dólar e o real)”, res­sal­ta Kie­ling. “Temos tudo o que uma tele­ vi­são pro­fis­sio­nal tem, mas em menor quan­ti­da­de.” Não é ver­da­de. Os equi­pa­men­tos usa­dos pela TV Uni­si­ nos são mais moder­nos e de ­melhor qua­li­da­de que os de mui­ tas emis­so­ras bra­si­lei­ras. As repor­ta­gens são cap­ta­das com seis câme­ras DVCam, da Sony. As pro­du­ções e os pro­gra­mas em estú­dio são gra­va­dos em ­DVCPro da Phi­lips, sendo duas câme­ras de estú­dio e duas para exter­na. A edi­ção é feita em duas ilhas de corte seco ­DVCPro ou nas três ilhas não-linea­ res. Além disso, há um swit­cher, cen­tral téc­ni­ca e um estú­dio com dimen­sões de TV pro­fis­sio­nal. Sobre a esco­lha do tipo de equi­pa­men­to, Kie­ling enten­de que o ­DVCPro “é uma ten­dên­cia no jor­na­lis­mo ame­ri­ca­no e mun­dial. A reso­lu­ção é bem supe­rior às 700 ­linhas de defi­ni­ ção do NTSC ana­ló­gi­co e a defi­ni­ção de con­tor­no, con­tras­te, lumi­nân­cia e cro­mi­nân­cia é muito acima da média dos equi­

Fotos: Divul­ga­ção


mônicateixeira facul­da­des. Eles dis­põem de um peque­no estú­dio, uma ilha de corte seco, três ilhas de edi­ção não-­linear e 26 com­ pu­ta­do­res com capa­ci­da­de para edi­tar texto e ima­gem. As melhores repor­ta­gens tam­ bém são apro­vei­ta­das na pro­ gra­ma­ção da TV. Em Passo Fundo, ­ região TV Unisinos: investimento de US$ 700 mil em cen­tral do Rio Gran­de do equipamentos nos últimos dois anos. Sul, outra uni­ver­si­da­de pa­men­tos stan­dards digi­tais”. se pre­pa­ra para ­ estrear em Foi com uma câme­ra ­ DVCPro que a canal aber­to. A UPFTV, emis­so­ra da Uni­ TV Uni­si­nos gra­vou o docu­men­tá­rio “Hei­ ver­si­da­de de Passo Fundo, que trans­mi­te mat”, sobre a comu­ni­da­de alemã no Vale três horas e meia diá­rias de pro­gra­ma­ção do Sinos, diri­gi­do pelo pró­prio Kie­ling e atra­vés do cabo, aguar­da para este ano a ­depois trans­fe­ri­do para 35 mm. “Todo o libe­ra­ção da con­ces­são de um canal de TV mundo acha­va que tinha sido feito em 16 em VHF, que vai ­cobrir 20 muni­cí­pios da mm e ­depois pas­sa­do para 35 mm”, conta. ­região. O pedi­do já foi apro­va­do pela Câma­ Uma ver­são de cinco minu­tos do docu­men­ ra dos Depu­ta­dos e está sendo ana­li­sa­do tá­rio foi exi­bi­da nas salas de cine­ma de pelo Sena­do. No ar desde maio de 2001, a todo o País antes da ses­são de “A Pai­xão de UPFTV fun­cio­na no pré­dio da Facul­da­de Jaco­bi­na”, filme de Fábio Bar­re­to. de Artes e Comu­ni­ca­ção com uma equi­pe Os alu­nos do curso de comu­ni­ca­ção de 13 fun­cio­ná­rios entre repór­te­res, edi­to­ tam­bém podem usu­fruir de uma estru­tu­ra res, cine­gra­fis­tas e téc­ni­cos, além de oito de cau­sar inve­ja a estu­dan­tes de ­ outras esta­giá­rios sele­cio­na­dos na pró­pria facul­da­

de Porto Alegre

telaviva@telaviva.com.br

de. Estes pro­fis­sio­nais e alu­nos pro­du­zem pro­gra­mas de varie­da­des e jor­na­lís­ti­cos com o intui­to de divul­gar as ati­vi­da­des cien­tí­fi­cas da uni­ver­si­da­de e pro­je­tos de pes­qui­sa que con­tri­buem para melho­rar a vida da comu­ni­da­de. As ima­gens são cap­ ta­das em câme­ras Beta­cam ana­ló­gi­cas e ­DVCPro da Pana­so­nic. A edi­ção em corte seco tam­bém é feita com tec­no­lo­gia mista: há uma ilha Beta­cam e outra ­ DVCPro, além de uma esta­ção para edi­ção não-­linear ­Matrox. A UPFTV está com­pran­do mais uma câme­ra e uma ilha apos­tan­do na tec­no­ lo­gia digi­tal. “Nós opta­mos pela tec­no­lo­gia ­DVCPro da Pana­so­nic. Hoje a estru­tu­ra é híbri­da, mas a inten­ção é trans­for­mar tudo, desde a cap­ta­ção até a exi­bi­ção, em digi­tal”, expli­ca Hen­ri­que Fon­se­ca, coor­ de­na­dor da UPFTV. Além de equi­pa­men­tos, a pre­pa­ra­ção para se tor­nar um canal aber­to passa pela con­tra­ta­ção de pro­fis­sio­nais com expe­riên­cia no mer­ca­do. Hen­ri­que Fon­ se­ca assu­miu o pro­je­to ­depois de 15 anos

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como chefe de repor­ta­gem e edi­tor-chefe na RBSTV, afi­ lia­da da Globo no Rio Gran­ de do Sul. “A inten­ção é mes­ clar pro­fis­sio­nais expe­rien­ tes em tele­vi­são, sem dei­xar a con­tri­bui­ção da for­ma­ção aca­dê­mi­ca de lado.” Até o meio do ano, a TV dei­xa­rá a sede da Facul­da­de de Artes e Comu­ni­ca­ção e se muda­rá Programas atingem espectadores de outros lugares, para um pré­dio cons­truí­do para abri­gar, além da TV, graças a intercâmbio entre escolas. uma rádio FM que aguar­da apro­va­ção da con­ces­são pelo Con­gres­so. dia. Atual­men­te, há uma par­ce­ria com a A expec­ta­ti­va é de que o canal aber­to TV Edu­ca­ti­va do Rio Gran­de do Sul, que este­ja no ar até o fim do ano. “Nosso ajuda a preen­cher as 16 horas trans­mi­ti­ obje­ti­vo é ofe­re­cer uma alter­na­ti­va de das dia­ria­men­te pelo canal uni­ver­si­tá­ pro­gra­ma­ção local mais ampla que a da rio, das 8h à meia-noite. O sinal da TVE RBS, com 11 minu­tos diá­rios, e a do chega à uni­ver­si­da­de via saté­li­te e de lá SBT, que tem um pouco mais, mas obe­ viaja com a pro­gra­ma­ção pro­du­zi­da na de­ce a uma pro­gra­ma­ção enges­sa­da da uni­ver­si­da­de por fibra ópti­ca até a sede cabe­ça-de-rede”, argu­men­ta Fon­se­ca. da Net, a três qui­lô­me­tros do cam­pus. A Mesmo com o canal aber­to, a UPFTV UPFTV ainda não deci­diu se vai man­ter não terá estru­tu­ra nem fôle­go para man­ a par­ce­ria com a TVE para o canal aber­ ter pro­gra­ma­ção no ar duran­te todo o to e estu­da ­outras alter­na­ti­vas. “Mas nós não vamos nos afas­tar da nossa mis­são, muito pre­sen­te na for­ma­ção e con­so­li­da­ educativas

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ção da Uni­ver­si­da­de de Passo Fundo como uma ins­ti­tui­ção comu­ni­tá­ria, que é a pres­ta­ção de ser­vi­ços, a cida­ da­nia, a cul­tu­ra, a difu­são do conhe­ci­ men­to. Vamos bus­car par­ce­rias com ­canais que ­ tenham esse per­fil muito claro.” A pro­li­fe­ra­ção dos cur­sos de comu­ni­ca­ção no País e a garan­tia de um canal de vei­cu­la­ção da pro­du­ção aca­dê­mi­ca atra­vés da Lei do Cabo são apon­ta­das por Fon­se­ca como as prin­ ci­pais res­pon­sá­veis pelo desen­vol­vi­ men­to das emis­so­ras uni­ver­si­tá­rias. “As uni­ver­si­da­des se deram conta de que, como meio de pro­du­ção de conhe­ci­ men­to, elas têm como pro­ver os ­ canais e mos­trar para a comu­ni­da­de o que a uni­ver­si­da­de faz.” Igre­ja A Ulbra, Uni­ver­si­da­de Lute­ra­na do Bra­ sil, é outra com pla­nos de inves­tir em tele­vi­são. A con­ces­são de um canal aber­ to ela já con­se­guiu. O decre­to legis­la­ti­vo foi publi­ca­do no Diá­rio Ofi­cial em 3 de dezem­bro do ano pas­sa­do e, mesmo tendo prazo até dezem­bro para come­ çar as trans­mis­sões, por enquan­to, não


­vídeos usan­do lap­tops sem fio e adian­ta quais são os pro­je­tos para câme­ras digi­tais atra­vés da Inter­ a futu­ra emis­so­ra. net. “É uma expe­riên­cia fan­tás­ti­ca Em Porto Ale­gre, a Pon­ti­fí­cia de trans­mis­são ao vivo, com tec­no­ Uni­ver­si­da­de Cató­li­ca par­ti­ci­pa do lo­gia rela­ti­va­men­te sim­ples”, diz con­sór­cio de uni­ver­si­da­des que admi­ Pel­lan­da. Isso é pos­sí­vel gra­ças a nis­tra o canal 15, de pro­gra­ma­ção uma tec­no­lo­gia obti­da em par­ce­ria uni­ver­si­tá­ria. Recen­te­men­te, a PUC com a Apple. São bases dis­pos­tas ­fechou a Video­PUC, o setor res­pon­sá­ ao redor do pré­dio da facul­da­de, vel pela pro­du­ção dos pro­gra­mas para for­man­do uma rede sem fio que per­ a TV, e trans­fe­riu a estru­tu­ra, assim Emissora do Vale dos Sinos estréia em julho canal em UHF mi­te conec­tar-se à Inter­net usan­do como a res­pon­sa­bi­li­da­de de for­ne­cer ondas de radio­fre­qüên­cia. pro­gra­ma­ção para o cabo, aos alu­nos com alcance em mais de 14 cidades. A PUC já tem hoje um labo­ra­ do curso de comu­ni­ca­ção. A mudan­ça tó­rio com 25 iMacs G3 com capa­ci­da­de faz parte da rees­tru­tu­ra­ção da Facul­da­de de de câme­ras Mini DV e de mais com­pu­ta­do­ de edi­tar vídeo, áudio e pági­nas para a Comu­ni­ca­ção ­ So­cial: “A estru­tu­ra que tínha­ res para edi­ção não-­linear. A anti­ga Video Inter­net e um ser­vi­dor Power Mac que mos era velha, não aten­dia mais à qua­li­da­de PUC se trans­for­ma­rá no Cen­tro de Pro­du­ trans­mi­te vídeo pela rede. E está pres­tes a do ensi­no”, expli­ca Gerô­ni­mo Braga, dire­tor ção Mul­ti­mí­dia com oito câme­ras Mini DV inau­gu­rar um cen­tro de trei­na­men­to com da facul­da­de. “O aluno não par­ti­ci­pa­va.” A Sony e oito ilhas Power Mac, onde alu­nos equi­pa­men­tos Apple, entre eles com­pu­ta­ par­tir de agora, o dire­tor pla­ne­ja aumen­tar a esta­giá­rios terão aulas sob a super­vi­são de pro­du­ção dos pró­prios alu­nos, res­tri­ta a dois pro­fes­so­res. “Cada vez mais, o jor­na­lis­ta do­res G4 e Power Macs com gra­va­do­res pro­gra­mas sema­nais. “Numa pri­mei­ra etapa, pode mexer com a tec­no­lo­gia ele mesmo. de DVD. Será o pri­mei­ro no Sul do País. vamos ter um noti­cio­so diá­rio e, ­depois, duas A idéia é mos­trar a essa guri­za­da que eles “É um pro­je­to de exten­são uni­ver­si­tá­ria, edi­ções por dia.” Mas as mudan­ças vão além podem fazer tudo e pre­pa­rá-los para o mer­ca­ onde vamos dar aulas e ofi­ci­nas de soft­ da pro­gra­ma­ção. A uni­ver­si­da­de quer ­ entrar do de daqui a dois ou qua­tro anos”, expli­ca wa­res de edi­ção de vídeo, áudio, mul­ti­mí­ na era digi­tal. Eduar­do Pel­lan­da, coor­de­na­dor do está­gio dia, Inter­net e auto­ria de DVDs”, expli­ca Pel­lan­da. “Os pro­fis­sio­nais que estão no Para isso, ela está gas­tan­do cerca de em jor­na­lis­mo online. R$ 200 mil. Os ­ atuais equi­pa­men­tos Super Um dos pro­je­tos mais ino­va­do­res rea­ mer­ca­do não vão pre­ci­sar mais ir até São VHS e Beta come­çam a ­ ganhar a com­pa­nhia li­za­dos com os alu­nos é a trans­mis­são de Paulo fazer esse tipo de trei­na­men­to.”

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Um curta por semana

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Estreou em março, na Rede Globo, uma nova fase do tra­ba­ lho do dire­tor Luiz Vil­la­ça e da atriz Deni­se Fraga. “Dias de Gló­ria” é uma evo­lu­ção das expe­riên­cias que vêm sendo desen­vol­vi­das nos últi­mos qua­tro anos, com o obje­ti­vo de colo­car uma pita­da de dra­ma­tur­gia no “show da vida”. Tudo come­çou com “Retra­to Fala­do”, qua­dro em que Deni­se inter­pre­ta­va uma per­so­na­gem real, que envia­va uma his­tó­ria de sua vida para a emis­so­ra. Em mea­dos do ano pas­sa­do, duran­te a Copa do Mundo, Deni­se pas­sou a encar­nar a tor­ce­do­ra faná­ti­ca do Bra­sil, cuja his­tó­ria de vida se con­fun­dia com as ven­tu­ras e des­ven­tu­ras do fute­bol cana­ri­nho, no qua­dro “Copas de Mel”. E, no final do ano, o espe­cial “O Ano de Gló­ria” foi o ­embrião do novo pro­je­to. Deni­se trans­for­mou-se na desem­pre­ga­da Gló­ria, que con­ ta­va as peri­pé­cias de sua vida ao mesmo tempo em que se fazia a retros­pec­ti­va dos prin­ci­pais fatos de 2002. “Quan­do aca­ba­mos de fazer ‘O Ano de ­Glória’, saca­mos que podia ser um cami­nho inte­res­san­te esse de inte­grar mais a dra­ma­tur­ gia com o jor­na­lis­mo”, expli­ca Vil­la­ça. Foi então que sur­giu a pro­pos­ta de “Dias de Gló­ria”. A cada sema­na, a per­so­na­gem relem­bra os fatos mais mar­can­tes da sema­na ao mesmo tempo em que conta suas peque­nas tra­gé­dias coti­dia­nas. “Desde o ‘Copas de Mel’, esta­mos tra­ba­lhan­do cada vez mais con­tra o tempo, com assun­tos mais jor­na­lís­ti­cos. Mas lá o tema era um só, fute­bol. Agora come­ça­mos a deci­dir na terça-feira o que vai ao ar no domin­go, mas tudo pode mudar até o final da sema­na”, diz o dire­tor. O gran­de desa­fio da equi­pe do pro­gra­ma é jus­ta­men­te a pro­du­ção. A agi­li­da­de tem de ser pra­ti­ca­men­te a mesma dos pro­gra­mas jor­na­lís­ti­cos. Na segun­da-feira, é esbo­ça­do

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Equipe conta com certa independência dos padrões globais, e desenvolveu um jeito próprio de produzir.

Com equipe independente, “Dias de Glória” requer esforço dobrado para levar à TV misto de jornalismo e ficção.

Luiz Villaça e Denise Fraga

o pri­mei­ro rotei­ro. A reu­nião acon­te­ce logo ­ depois do “Jor­nal Nacio­nal”. Na terça, a equi­pe se reúne nova­men­ te e pro­duz a pri­mei­ra esca­le­ta. Na quar­ta come­çam as gra­va­ções e o rotei­ro ainda sofre mudan­ças. “A base do pro­gra­ma é sem­pre a casa da Gló­ria. Ela sem­pre passa por ali, onde assis­te a tele­vi­são”, conta Vil­la­ça. Na quin­ta-feira são gra­va­das as cenas em loca­ção e na sexta come­ça a edi­ ção, com a inclu­são dos efei­tos espe­ciais. Sába­do o pro­gra­ ma é gera­do para o Pro­jac, onde é revi­sa­do e mas­te­ri­za­do para a exi­bi­ção no domin­go. Equi­pe inte­gra­da Como o pro­gra­ma vai ao ar den­tro do “Fan­tás­ti­co”, uma das gran­des preo­cu­pa­ções da equi­pe sem­pre foi criar uma ima­gem que sobres­saís­se e, ao mesmo tempo, ficas­se cla­ra­men­te dife­ren­cia­da. Para isso, toda a equi­ pe desen­vol­veu em con­jun­to o “look” do pro­gra­ma. Dire­to­ra de arte, dire­tor de foto­gra­fia, maquia­do­ra e figu­ri­nis­ta, além do dire­tor, cria­ram a per­so­na­gem e tam­bém sua casa. “Nossa luz é mais con­tras­ta­da do que cos­tu­ma ser na TV, usa­mos um tom de pele mais bran­co para a Deni­se e mais azu­ la­do em geral. Pro­cu­ra­mos criar uma foto­gra­fia atual, com uma certa moder­ni­da­de, e mui­tas refe­rên­cias de cine­ma. Na ver­da­de, ten­ta­mos nos apro­xi­mar do que foi feito no filme ‘Amo­res ­Brutos’”, diz o dire­tor. Para isso, a equi­pe pôde con­tar com um dos gran­des Fotos: Gerson Gargalaka


lizandradealmeida lizandra@telaviva.com.br

nos alte­ra­dos, para che­gar ao resul­ta­do de cor, con­tras­te, gama, satu­ra­ção e defi­ ni­ção dese­ja­dos.

Guarda-roupas requer flexibilidade para se adaptar às diferentes situações.

trun­fos do pro­gra­ma, que é jus­ta­men­te uma certa inde­pen­dên­cia dos ­ padrões glo­bais. Como tudo é feito em São Paulo, por pes­soas con­tra­ta­das, mas que não fazem parte do staff da emis­so­ra, foi pos­ sí­vel desen­vol­ver uma manei­ra pró­pria de gra­var e edi­tar. As ima­gens são cap­ta­das em uma câme­ra Beta digi­tal, mas toda a sua ele­trô­ni­ca foi alte­ra­da pelo espe­cia­lis­ta Gyula Kolozs­va­ri e pelo dire­tor de foto­ gra­fia Mar­ce­lo Cou­ti­nho, com a equi­pe de enge­nha­ria da emis­so­ra. A pós-pro­du­ ção é feita nos Estu­dios­Me­ga, onde são apli­ca­dos os efei­tos e a com­po­si­ção de ima­gens. “Con­se­gui­mos dar um efei­to de ‘film look’, usan­do o desen­tre­la­ça­ men­to das ­ linhas da ima­gem. Em vez de tra­ba­lhar­mos com os ­ fields pró­prios da câme­ra de vídeo, tra­ba­lha­mos em fra­mes, o que faz com que o movi­men­to tenha um outro ritmo”, expli­ca Cou­ti­ nho. A ima­gem cap­ta­da em vídeo passa por um trans­fer tape-to-tape na póspro­du­ção, no equi­pa­men­to Res­to­re dos Estu­dios­Me­ga. A edi­ção é feita no Avid, a mar­ca­ção de luz e os efei­tos espe­ciais são inse­ri­dos no Henry e a ima­gem é tra­ba­lha­da no Res­to­re, equi­pa­men­to com o qual tam­ bém se faz o res­tau­ro de fil­mes anti­gos. “Usa­mos os recur­sos mais moder­nos e tra­ba­lha­mos o vídeo como se faz no cine­ma atual­men­te, com todos os plugins. Com isso, colo­ca­mos um pouco de grão na ima­gem para se pare­cer ainda mais com cine­ma”, com­ple­ta o dire­tor de foto­gra­fia. Como a equi­pe vem se man­ten­do desde o iní­cio de “Retra­to Fala­do”, as pes­qui­sas téc­ni­cas vão se apro­fun­dan­do. As câme­ras tive­ram seus ajus­tes inter­

Todos os deta­lhes Toda a equi­pe tra­ba­lha em fun­ção desse resul­ta­do esté­ti­co e tam­bém das con­di­ções de pro­du­ção. A maquia­do­ra Simo­ne optou por uma maquia­gem bem leve para a atriz, real­çan­do sua pele bran­ca e tam­bém os olhos, para que ficas­sem bem vivos. “Como no ‘Retra­to ­Falado’ a Deni­se inter­pre­ta­va per­so­na­ gens bem dife­ren­tes, usa­mos mui­tas peru­cas. Então deci­di­mos man­ter isso e tes­ta­mos mais de 80 até che­gar a uma que desse a irre­ve­rên­cia da per­so­ na­gem que que­ría­mos. Usar peru­ca é muito mais prá­ti­co, fica sem­pre igual e eco­no­mi­za um tempo enor­me de pre­pa­ ra­ção”, expli­ca a maquia­do­ra. O mesmo con­cei­to foi uti­li­za­do no figu­ri­no. Em pri­mei­ro lugar, foram defi­ ni­das as cores, pre­do­mi­nan­do tons de azul e verde além dos ver­me­lhos, assim como no cená­rio. “A per­so­na­gem é uma ­mulher desem­pre­ga­da, mas que gosta de se arru­mar, por isso qui­se­mos dar a idéia de que ela mesma tran­sa suas rou­pas”, conta a figu­ri­nis­ta Caia Gui­ma­rães. Só que em ­alguns epi­só­dios, a atriz con­tra­ce­na com ­outros per­so­na­gens e, nesse caso, seu tra­ ba­lho se torna uma ver­da­dei­ra gin­ca­na. “O rotei­ro sai em um dia e no outro já esta­mos gra­van­do. Aí temos que cor­rer para pro­du­ zir os ­outros per­so­na­gens.” O cená­rio prin­ci­pal, que repre­sen­ ta a casa da per­so­na­gem, tam­bém foi cria­do para refor­çar a per­so­na­li­da­de de Gló­ria. Uma casa no bair­ro do Broo­klin, zona Sul de São Paulo, foi adap­ta­da para ser o apar­ta­men­to, que tam­bém é cheio de deta­lhes e enfei­tes. “Com a pos­si­bi­li­da­de de tra­ba­lhar­mos em São Paulo, abri­mos uma fren­te de tra­ ba­lho e con­se­gui­mos uma rela­ção com a equi­pe como se fôs­se­mos uma peque­na pro­du­to­ra. Mas ao mesmo tempo temos toda a estru­tu­ra da Globo. É como se esti­ vés­se­mos rodan­do um curta por sema­na, o que, na ver­da­de, é o sonho de muita gente”, come­mo­ra Vil­la­ça.

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produção

Paraná faz cinema com pessoal local

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A Arau­cá­ria Pro­du­ções Artís­ti­cas, orga­ ni­za­do­ra do Fes­ti­val de Cine­ma, Vídeo e Dcine de Curi­ti­ba, está pro­du­zin­do um longa-metra­gem usan­do mão-deobra local. O filme “Terra Ver­­me­lha”, basea­do no livro homô­ni­mo de Domin­ gos Pel­le­gri­ne, foi um dos pre­mia­dos pelo últi­mo edi­tal do Banco Nacio­nal de Desen­vol­vi­men­to Eco­nô­mi­co e ­ Social (BNDES), e ­ ganhou um patro­cí­nio de R$ 500 mil. O pro­je­to visa trans­for­mar o Para­ná em um pólo de pro­du­ção cine­ma­to­grá­fi­ca. “O Sul ainda não tem

“Todos serão remunerados e aprenderão muito com profissionais como Ruy Guerra”, diz Cloris Ferreira.

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muita repre­sen­ta­ti­vi­da­de na pro­du­ção audio­­vi­sual nacio­nal, prin­ci­pal­men­te os esta­dos do Para­ná e Santa Cata­ri­na”, diz Clo­ris Fer­rei­ra, da Arau­cá­ria. Orça­do em R$ 4 ­ milhões, o filme será roda­do em 35 mm no Oeste do Esta­do, prin­ci­pal­men­te em Lon­dri­na. A mão-de-obra virá quase toda, cerca de 70%, de pro­fis­sio­nais for­ma­dos nas ofi­ci­nas de cine­ma pro­mo­vi­das pela

Longa-METRAGEM diri­gi­do por Ruy Guer­ra usou mão-de-obra FORMADA NAS OFICINAS DO ESTADO. Arau­cá­ria, que pro­duz anual­men­te um curta-metra­gem de fic­ção em 35 mm e um docu­men­tá­rio em vídeo nas ofi­ci­nas do fes­ti­val de Curi­ti­ba. Para diri­gir o filme e coor­de­nar o tra­ba­lho dos recém-for­ma­dos, foram cha­ma­dos Ruy Guer­ra, dire­tor do filme, e Janaí­na Diniz, assis­ten­te de dire­ção. Para pre­pa­rar os ato­res, quem veio foi Sér­gio Penna. “Já fize­mos 50 das 160 ofi­ci­nas pre­vis­tas”, conta Clo­ris. As 50 ofi­ ci­nas acon­te­ce­ram em Lon­dri­na e foram divi­di­das em qua­tro módu­ los: rotei­ro, pro­du­ção, inter­pre­ta­ção (para ato­res) e assis­tên­cia de dire­ ção. No final de abril devem come­çar as ofi­ci­nas téc­ni­cas, divi­di­das em temas como dire­ção de foto­gra­fia, elé­tri­ca, mon­ta­gem, assis­tên­cia de câme­ra etc. Das ofi­ci­nas serão sele­ cio­na­dos aque­les que tra­ba­lha­rão no filme. “Todos serão remu­ne­ra­dos e ainda pode­rão apren­der muito, tra­ba­ lhan­do com pro­fis­sio­nais como Ruy Guer­ra”, diz Clo­ris. Como só foram cap­ta­dos R$ 500 mil dos R$ 4 ­ milhões (R$ 1 ­ milhão para as ofi­ci­nas e R$ 3 ­milhões para a pro­du­ção do longa-metra­gem), Clo­ ris tem se des­do­bra­do para rea­li­zar os cur­sos. “Cobra­mos entre R$ 50 e R$ 80 dos alu­nos, depen­den­do do tema da ofi­ci­na e ainda esta­mos colo­can­do dinhei­ro da Arau­cá­ria. Tam­bém rece­be­mos das empre­sas ­locais peque­nas doa­ções em dinhei­ro e ajuda na logís­ti­ca, como ali­men­ ta­ção e trans­por­te para os pro­fes­so­ res”, expli­ca Clo­ris. Além disso, as aulas são minis­tra­das em shop­ping

Cena do filme “Terra Vermelha”.

cen­ters, TVs, uni­ver­si­da­des e fun­da­ ções que ­apóiam a ação. Pelo cro­no­gra­ma esta­be­le­ci­do para a pro­du­ção do filme, as fil­ ma­gens devem come­çar no iní­cio do segun­do semes­tre. O lan­ça­men­to está pre­vis­to para o iní­cio de 2004. Ver­são bar­ri­ga verde Num pro­je­to mais modes­to, orça­do em R$ 1,2 ­ milhão, a Arau­cá­ria tam­bém está pro­du­zin­do, em par­ce­ria com a RBS, um filme em Santa Cata­ri­na. Nos mes­mos mol­des de “Terra Ver­me­ lha”, “Vale dos Afo­ga­dos”, basea­do em con­tos de Flá­vio Car­do­so, tam­ bém usa 70% de mão-de-obra local. O longa-metra­gem, que está ini­cian­do a fase de fil­ma­gem, tem dire­ção de Geral­do ­Moraes e Marco Ricca e Lucé­ lia San­tos no elen­co. As fil­ma­gens estão sendo fei­tas em Nave­gan­tes e as ofi­ci­nas, dez no total, foram fei­tas em ­várias cida­des do Vale de Ita­jaí. fernandolauterjung

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Fotos: Divul­ga­ção


N達o disponivel


ABRIL

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MAIO

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Internet: www.siggraph.org.

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