Mercado.................. 22 Os novos rumos do projeto FilmBrazil após Cannes
Incentivos.............. 28 Reforma tributária . pode comer até R$ 170 . milhões da cultura
Audiovisual........ 32 MinC lança primeiros editais para produções nacionais
Case................................. 34 Em Porto Alegre, turma da Casa só quer fazer cinema
Sempre na Tela Editorial............................................... 4 News.................................................... 6 Scanner............................................... 8 Upgrade........................................... 12 Figuras.............................................. 14 Making of........................................ 26 Agenda............................................. 38
O peso dos
impostos
Acompanhe as notícias . mais recentes do mercado www.telaviva.com.br
Tributação sobre importações de equipamentos estrangula o parque de produção no Brasil
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ano12nº130agosto2003
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editorial
Está sendo organizado neste mês de agosto um importante encontro que delineará a ação pela redução da carga tributária sobre a importação de equipamentos de produção audiovisual. Em uma iniciativa de TELA VIVA, reúnem-se emissoras de TV, fornecedores de equipamentos, . produtoras independentes de TV, publicidade e cinema e prestadores .
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de serviço em torno de um objetivo comum. O momento é crítico. Há por um lado o estrangulamento dos investimentos, causado pelo alto endividamento, no caso das empresas de radiodifusão, e pela queda de receitas com publicidade, que também ameaça as produtoras independentes e por conseqüência toda a cadeia de fornecedores. . Por outro lado, a pressão pela renovação e expansão do parque de equipamentos, com a necessidade crescente da digitalização. Surge, portanto, a necessidade de uma ação conjunta que, longe de . visar prejuízos à arrecadação estatal, busca sim viabilizar tanto os . investimentos já feitos quanto a própria continuidade da atividade da . produção de conteúdo nacional e também internacional no Brasil. A matéria de capa desta edição ilustra bem o problema, talvez um dos únicos consensos entre todos os diferentes segmentos da indústria, e mostra também como uma eventual renúncia fiscal acabaria por redundar em vantagens não apenas para a sociedade, mas também para os próprios governos estaduais e federal, cujos ganhos em médio prazo seriam ainda maiores que uma perda de receita atual. Além disso, há benefícios como a geração de empregos e a manutenção de uma indústria central para a cultura e a integração nacionais. E para reforçar a argumentação, trazemos ainda uma matéria que mostra . como as produtoras comerciais pretendem trabalhar para aumentar . as exportações dos serviços brasileiros. Em resumo, a produção audiovisual é hoje uma indústria globalizada, e se o Brasil não der condições à sua indústria para que se desenvolva de forma saudável, talvez acabe pagando um preço alto em perda de receitas, inclusive em moeda forte, de empregos e de conteúdo local. É hora de se organizar.
Diretor e Editor Rubens Glasberg Diretor Editorial André Mermelstein Diretor Editorial Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski Gerente de Marketing e Circulação Gislaine Gaspar Administração Vilma Pereira (Gerente), . Gilberto Taques (Assistente Financeiro)
Editora de Projetos Especiais Sandra Regina da Silva Redação Lizandra de Almeida, . Mônica Teixeira e Paulo Boccato (Colaboradores) Sucursal Brasília Carlos Eduardo Zanatta . (Chefe da Sucursal), . Raquel Ramos (Repórter)
Arte . Claudia G.I.P. (Edição de arte e Projeto gráfico), . Douglas Turri (Assistente), Rubens Jardim (Produção gráfica), Geraldo José Nogueira (Editoração . eletrônica). Ricardo Bardal (ilustração de capa). Departamento Comercial Almir Lopes (Gerente), Alexandre Gerdelmann e Cristiane Perondi (Contatos), . Ivaneti Longo (Assistente)
Editor Fernando Lauterjung Webmaster Marcelo Pressi. Webdesign Claudia G.I.P.
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Acompanhe aqui as notícias que foram destaque no último mês no noticiário online Tela Viva News.
Debate público [07/07] O Ministério das Comunicações decidiu dei xar aberta, por tempo indeterminado, a con sulta pública sobre o decreto que cria o grupo executivo do projeto de TV digital (GET), com as diretrizes que orientarão as pesquisas para um padrão brasileiro e a exposição dos motivos. Na verdade, o Minicom não chama mais de consulta pública, mas de debate público, o que transfere à discussão um cará ter mais informal. Outra novidade importante é que o assunto passou a ser tratado pela Secretaria de Comu nicação Eletrônica, sob a batuta de Eugênio Fraga, e deixou de ser atribuição de Marcos Dantas, sub-secretário de Planejamento do Ministério das Comunicações.
GET [08/07] SET (Sociedade Brasileira de Enge nharia de Televisão) entregou ao Ministé A
rio das Comunicações as suas contribuições à discussão pública sobre a minuta de decre to que cria o GET. O que a SET quer é ter participação ativa no grupo. O Minicom também já recebeu os comentá rios da UneTV, entidade que representa o SBT e a Record, e que também pede participação como entidade representativa no GET. Entre radiodifusores, existe o sentimento de que o Minicom quer evitar iniciar neste momento a discussão sobre TV digital. Chama a atenção o fato de a consulta pública não estar seguindo o rito formal. A impressão corrente entre radiodifusores ouvidos por Tela Viva é que a questão da TV digital não é para sair agora, ou é para sair como o gover no quer, sem as sugestões públicas.
GET II [17/07] O Fórum Nacional para a Democratização das Comunicações (FNDC) encaminhou ao Minicom um estudo de quase 50 páginas
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embasando seus comentários à minuta do decreto de criação do GET. Entre as colocaçõ es do Fórum, algumas se destacam. Colocase no documento que o Minicom está dando pouca atenção à importância cultural que a mudança da TV para uma realidade digital trará. Também quer que a política de TV digital dê mais ênfase na questão da produ ção independente e no fomento ao audiovi sual nacional. Outros pontos enfatizados pelo Fórum são a necessidade de um melhor tratamento à indústria nacional de software, que não es taria recebendo a atenção devida nas propos tas do Minicom. A chance de aproveitar a TV digital para a criação de mais competição no mercado de TV é vista pelo Fórum como uma grande oportunidade não aproveitada pela política do ministério. O documento enfatiza ainda a necessidade de ver a TV digital de maneira abrangente, incluindo outras tecnologias de distribuição (cabo, DTH e MMDS) e a necessidade de se buscar outras formas mais eficientes de criar interatividade. Mais uma vez, o FNDC chama a atenção para a necessidade de se analisar o padrão de TV desenvolvido na China e pede maior preocu pação com outras alternativas que envolvam definições diferentes da polarização entre definição padrão e alta definição proposta pelo Minicom. Por fim, o Fórum pede para ser parte do grupo de estudos (GET) a diferenciação entre o que serão os serviços básicos e os serviços avança dos da TV digital e que haja um debate mais amplo e aberto da questão com a sociedade.
A ameaça do ICMS [15/07] O deputado Severino Cavalcanti (PP/PE), com outros deputados, apresentou uma emenda ao projeto da reforma tributária isentando do pagamento de ICMS as empresas de radio difusão. Atualmente o imposto não é pago, mas alguns estados reivindicam a cobrança e há pressões dentro do Confaz para que ela aconteça. O deputado lembra que na Cons
tituição está claro que a prestação onerosa de serviço de comunicação, esta sim sujei ta ao pagamento de ICMS, e o serviço de radiodifusão são conceitos distintos e exclu dentes. O deputado também argumenta que do ponto de vista econômico a cobrança do imposto seria prejudicial às empresas de radiodifusão. Além disso, lembra o deputa do, as empresas se encontram em momento de transição tecnológica, o que exige plane jamento de seus investimentos.
Relatório preliminar [24/07] Em relatório preliminar sobre o texto da refor ma tributária, o deputado-relator da matéria Virgílio Guimarães (PT/MG) resolveu não acatar a emenda do deputado Severino Cavalcanti (PP/PE), que explicitava que o setor de radiodifusão não deveria pagar o ICMS. Do modo com que foi apresenta do o relatório, a radiodifusão não aparece nem como um setor sobre o qual incidirá o imposto, nem como setor isento, como é a legislação atual. Vale lembrar que este é um relatório preliminar, que ainda pode sofrer alterações. Serviços de comunicação de um modo geral, inclusive os de valor adicionado (como Inter net) estão contemplados no texto da refor ma como passíveis de cobrança do ICMS.
TV nos editais [10/07] A ABPI-TV (associação das produtoras inde pendentes de TV) teve uma reunião formal com a Ancine e representantes da associa ção de São Paulo e do Rio. Segundo partici pante do encontro, o objetivo foi melhorar o entendimento de ambas as partes sobre o funcionamento dos mecanismos de cobran ça e incentivo da agência no que se refere à produção de TV. Um dos temas foi a ausência da produção para TV nos recentes editais para fomento de projetos submetidos à consulta pública pela agência, que contemplam apenas proje tos para cinema.
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Em essência, os produtores procuram mos trar que muitas das normas da agência têm como referência a produção para cinema, e que a produção independente de TV teria que ser melhor contemplada.
Ancine no MinC [22/07] O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, encontrou-se com uma comitiva de realiza dores cinematográficos. Segundo o cineasta Alain Fresnot, que esteve na reunião, Dirceu prometeu resolver rapidamente o destino da Ancine, num prazo de duas semanas. O ministro deu a impressão a seus interlocutores de que a agência deve ficar sob o guarda-chuva do Minis tério da Cultura. A reunião tinha como objetivo entregar ao ministro uma carta pedindo a volta dos R$ 16 milhões ao orçamento da Ancine. Mas, em uma pré-reunião, os 12 cineastas que partici param da comitiva resolveram não entregar a carta e aproveitar a situação para discutir questões “menos pontuais”. De qualquer forma, Dirceu se comprometeu com o grupo em marcar uma reunião com o ministro da
Fazenda, Antonio Palocci, para discutir o tema.
MinC negocia criação da Ancinav [24/07] Segundo fonte do governo, já há o sinal verde da Casa Civil para que a Ancine seja transformada em uma Agência Nacional do Audiovisual (Ancinav), e quem está nego ciando esta mudança é o Ministério da Cultura. Será uma agência que manterá as fun ções atuais da Ancine e que também terá a função de regular e fiscalizar o setor audio visual como um todo, inclusive a TV. A solução encontrada pelo governo para não enfrentar a resistência das redes aber tas é não mexer com a relação entre as empresas privadas que prestam o serviço de radiodifusão. Será uma agência voltada sobretudo ao fomento e preservação do con teúdo nacional. A decisão final do governo sobre a vincula ção da Ancine deve sair dentro de 15 dias, segundo a mesma fonte. Enquanto isso, o Ministério da Cultura tem como incumbên cia ouvir os diferentes setores da socieda de, inclusive as redes de televisão, para discutir as condições de criação da Anci
nav. As reuniões começaram e pelo menos a Rede Globo já foi ouvida, mas as outras emissoras também o serão.
Contra o ECAD [10/07] É complicada a situação dos exibidores de cinema nacionais por conta da taxa paga ao ECAD a título de direitos autorais. Represen tantes da FNEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras de Cinema) e da Abraci ne (Associação Brasileira de Cinemas) estive ram com Gustavo Dahl, da Ancine, relatando o problema. Os exibidores nacionais foram surpreendidos por uma decisão do STJ que os obriga a pagar 2,5% da receita bruta de cada filme. O problema é que algumas salas exibidoras ligadas a grupos internacionais (comenta-se que apenas o Cinemark) ficaram isentas do pagamento do ECAD, o que criou uma situa ção de desequilíbrio. Tradicionalmente, os exibidores nacionais pagavam 0,5% da recei ta para o ECAD. Ao que tudo indica, a Anci ne está disposta a entrar na discussão pelos direitos autorais.
No satélite A STV - Rede SescSenac de Televisão abriu em julho seu sinal no satélite Brasilsat B3. Antes o sinal era codi ficado, com acesso permitido apenas para operadoras de TV paga. Com a mudança, o acesso ao sinal da STV passa a ser livre em todo o Brasil tanto para operadoras quanto às cerca de 350 mil parabólicas com receptores digitais. Até então o canal estava disponível aos assinantes da Net São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro e das operadoras de DTH Sky, DirecTV e Tecsat.
AD Line
Bob Esponja Misturando cenas reais com animação, está no ar a campanha do pico lé Bob Esponja, inspirado no famoso personagem de desenho animado. O filme, feito para a Kibon, foi criado pela McCann-Erick son e produzido pela O2 Filmes, com direção de Fabrizia Pinto. A animação ficou a cargo da Lobo Filmes.
A AD é mais focada no mercado cha A AD Videotech e a LineCom, mado “pro”, formado principalmente duas empresas tradicionais na área por produtoras, universidades e mer de projetos e implantação de siste cado corporativo, enquanto a Line mas e equipamentos de produção Com tem seu forte no atendimento audiovisual, anunciaram sua fusão ao broadcast. em uma nova empresa, a AD Line. As duas empresas já eram dealers A nova empresa funciona desde o autorizados Sony, mas a AD também dia 4 de agosto no escritório atual da representa marcas como Pinnacle, AD Videotech, em São Paulo. Apple e Avid, enquanto a LineCom O ponto de partida para a fusão, oferece equipamentos Leitch e Tektro da qual cada empresa é sócia em A nova empresa fica sob a direção de nix, mais voltados ao broadcast. Com 50%, foi a complementaridade entre Daniela H. Souza Machado, Nilson T. a fusão, a AD Line terá condições de as duas companhias, tanto nos ser Fujisawa e Carla Vicente. atender tanto a área de câmeras, swit viços prestados quanto na visão chers, processadores etc. quanto as comercial e de recursos humanos, explica Carla Vicente, necessidades em edição não-linear, efeitos etc. gerente de desenvolvimento estratégico da nova empresa.
Fusão Música e animação O clipe “Segredos”, pro duzido pelo Estúdio Conseqüência, do Rio de Janeiro, para o can tor Frejat, vem acumu lando prêmios desde o seu lançamento, em 2002. Eleito melhor clipe pop no Video Music Brasil do ano passado, agora foi indicado ao Grammy Latino como melhor vídeo musical. Assinam a direção Maurício Vidal, Renan de Moraes e Leo Santos.
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As produtoras Jodaf e Radar criaram a Mixer. As empresas ligadas às duas produtoras (que incluem ainda a Pizza Filmes, a R. Digital e a TNN) funcionarão como mar cas dentro do guarda-chuva da Mixer. João Daniel Tikho miroff, da Jodaf, assumirá o cargo de presidente da nova empresa, que terá inicialmente 72 funcionários. Além de João Daniel, os outros sócios são Gil Ribeiro (diretor-execu tivo), Fábio Ribeiro (diretor de operações) e Michel Tikhomi roff (diretor artístico). Um dos projetos desenvolvidos pela nova empresa é o TNN (Travel News Network), um novo canal internacional de turismo para TV por assinatura.
Retificação A tabela “As novas regras de propriedade nos EUA” saiu incompleta na página 16 da edição de julho/2003. Veja a tabela completa no site www.telaviva.com.br.
Fotos: Divulgação
Personagem virtual Nos dois novos filmes de Chamyto, o leite fermentado da Nestlé, o Gênio, personagem da marca feito em animação, interage com os atores. Com a assinatura “Faz bem gostar de Chamyto”, os comerciais foram criados pela Lowe com produção da Iô-Iô Filmes, direção de Alex Gabassi e computação gráfica da Vetor Zero. No filme “Bicicross”, de 30”, a idéia de proteção que o novo ingrediente do produto (lactobacilos vivos fortis) oferece é res saltada pela introdução da persona gem “protetora” Dona Eugênia, que aparece para dar conselhos ao filho, o Gênio. Já o filme “Transformação”, de 15”, anuncia o novo sabor exclu sivo Tangerina do leite fermentado da Nestlé. No comercial, o Gênio sai de um pote de Chamyto e espre me uma tangerina, transformando o sabor do produto.
Interpretações musicais Acabaram as filmagens do curtametragem “Cirandar”, produzido pela Havana Filmes e dirigido por Sérgio Glasberg. O curta, com lan çamento previsto para setembro, foi captado em apenas uma diária. Com fotografia de Alberto Gracia no, o filme será finalizado digital mente, em HD, e depois transferi do para película novamente. “Cirandar” O curta não tem diálogos, apenas a trilha sonora. “São imagens de suspense, mas o que vai dar o tom do filme é a trilha”, explica Glasberg. A pós-produção musical está a cargo da produtora de áudio Friends, que fará três trilhas musicais distintas para o filme, compostas pelos maestros PC Bernardes, Armando Ferrante e Gustavo Franco. “O diretor passou o filme para nós sem briefing, para que pudéssemos dar nossa própria interpretação”, conta Bernardes. “Como não existe diálogo, carregar na cor é por nossa conta”, completa o maestro. Após a composição das músicas, será escolhida uma das interpretações, ou até mesmo uma mistura das três. O acabamento técnico do áudio está “Judas” a cargo de Marco de Cunto. Além do curta “Cirandar”, o diretor Sér gio Glasberg tem outro trabalho ligado à música. Trata-se do clipe “Judas”, do rapper Ferréz, indicado para melhor clipe de rap no Video Music Brasil 2003, da MTV.
Nova marca A Alias|Wavefront comemorou 20 anos de existência anunciando mudanças na marca. A empresa agora passa a chamar-se Alias. Além do nome, a desenvolvedora do software de anima ção 3D Maya ganhou um novo logoti po e mudou seu site para o endereço www.alias.com.
Ao vivo Allan Sieber, o diretor de sucessos de animação como “Deus é Pai” e “Os Idiotas Mesmo”, estréia na direção de um curta-metragem filmado ao vivo. “Jonas” foi filmado no Rio de Janei ro em dois dias, e conta a história do menino homônimo, que é obcecado por uma foto antiga da avó.
Sede carioca A Academia de Filmes terá uma nova sede no Rio de Janeiro. A casa, com mil m2, fica no bairro de Botafogo e está recebendo um estúdio e salas de finalização e edição. Para a direção de cena, foram contratados Tiago Vianna e Rudá Morcillo. A dupla já produziu filmes, entre outros, para Petrobrás, MAM, Pró-Matre e Portinare. Recen temente, a unidade carioca também contratou Vera Oliveira, que responde pelo atendimento da Academia.
Superprodução A cantora Kelly Key prepara seu pri meiro DVD, a partir das gravações feitas no show que aconteceu em final de julho no Canecão, no Rio de Janeiro. A direção é de Karina Ades, que coordenou a equipe de 30 pessoas. As imagens foram grava das por quatro câmeras e editadas simultaneamente em uma unidade móvel.
Cinema de rua Nova associação Durante a edição 2003 do Festival Anima Mundi de animação, foi fundada a Associação Brasilei ra de Cinema de Animação (ABCA). A iniciativa partiu do animador Marcelo Marão, vencedor do prêmio de melhor filme brasileiro na versão carioca do festival, com a produção “Engolervi lha”. A intenção é organizar a categoria que vem crescendo bastante nos últimos anos, concen trando-se em cinco focos: produção, distribuição, exibição, formação e história. Todos os profissionais ligados à área de anima ção podem se associar, entrando em contato pelo e-mail mmarao@terra.com.br.
Estreou no início do mês o Kinoplex Itaim, primeiro empreendimento dos Cine mas Severiano Ribeiro na capital paulista. Serão seis salas de projeção, com tecno logia digital, e uma novidade: as salas são equipadas com o sistema de som THX, criado pelo cineasta americano George Lucas. O Kinoplex Itaim será equipado com projeção digital (segun do complexo de São Paulo com a tecnologia implementada pela TeleImage), sistema de som Dolby Digital EX e o THX.
Campanha internacional A Prodigo Films é a responsável pela produção dos oito comerciais da nova campanha da rede de hipermercados Feira Nova, do grupo português Jerô nimo Martins. Os filmes, com criação da agência Upgrade, serão exibidos até o final do ano nas TVs portuguesas. A direção dos filmes ficou por conta de Caito Ortiz. A produtora rodou também um banco de imagens de produtos para o cliente, divididos em 34 categorias, que serão utilizados nos blocos de oferta, e a assinatura em computação gráfica da rede de hipermercados. Além disso, a produtora acaba de investir R$ 700 mil na reforma de suas insta lações e na aquisição de equipamentos para a legendagem de fitas. Com o equipamento Screen Subtitling, é possí vel criar legendas em até seis idiomas na mesma fita beta digital. Os investimentos são fruto do estreitamento das relações entre a produtora e o canal por assinatu ra Eurochannel. A Prodigo é responsável pela legendagem e transcodificação dos programas exibidos pelo Eurochannel em toda a América Latina.
Laboratório em Manaus A Philips, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Escola Politéc nica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) criaram o Laboratório Philips da Amazônia - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, com investimento inicial de R$ 5 milhões. Segundo o diretor do laboratório, Walter Duran, “certamente o laborató rio terá participação significativa nos estudos nacionais”. O laboratório realizará estudos e desenvolvimento de ferramentas para TV digital interativa baseadas na plataforma DVB-MHP, e pesquisas para o projeto Cismundus, que visa criar um ambiente de comunica ção, integrando tecnologia de celula res GSM e TV digital. As pesquisas deste segundo núcleo serão feitas em parceria com a TV Cultura.
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Novo 3D
3ds max 6: Com o “virtual stuntman”, é possível simular movimentos humanos baseados na ação da cena.
A Discreet anunciou a sexta versão do software de animação 3D 3ds max. Segundo a empresa, as novas funções e ferra mentas do software foram desenvolvidas após conversas com as empresas de criação de jogos, efeitos visuais e produção de animação gráfica. Entre as novidades estão a visualização esquemática avançada, que permite um melhor gerenciamento de cenas complexas; renderizador mental ray; ferramenta de colorização vertex; ferramentas de visualização e suporte às ferramentas de CAD da Autodesk. Outra novidade incluída na nova versão é o sistema de fluência de partículas, para criação de água, serração, neve, gotas, explosões a outros efeitos. O 3ds max tem lançamento previsto para o último trimestre do ano. O preço sugerido nos EUA é de US$ 3.495 e upgra de por US$ 795. www.discreet.com.br
Áudio na Adobe A Adobe anunciou o lançamento do software Adobe Audition, para edição de áudio multi-track. Conhecido antes como Cool Edit Pro, o produto foi com prado pela Adobe, da Syntrillium Soft ware, em maio de 2003. O software roda em plataforma Windows, faz mixagem de áudio, edição, masterização e pro cessamento de efeitos, pode importar mais de 45 efeitos DSP e mixar até 128 faixas de som. O Audition é voltado para músicos, videomakers, radialistas e conta com multi-track integrado e capa cidade de acompanhamento da edição, efeitos em tempo real, suporte para loo ping, ferramentas de análise, recursos de restauração e suporte para vídeo. Além disso, trabalha com áudio AVI e também suporta os formatos WAV, AIFF, MP3, MP3PRO e WMA. O produto deve ser distribuído a partir do final deste mês de agosto para Win dows 98, 2000 e XP com preço estima do de US$ 299 (nos EUA). www.adobe.com.br
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Renderização por hardware A ATI Technologies ampliou sua linha de placas gráficas baseadas na arquite tura FireGL com o lançamento dos modelos X2-256 e T2-128. O primeiro traz 256 Mb de memória, processador FireGL T2-128 9800 VPU (Visual Processing Unit) e oito canais paralelos de renderização, além de duas saídas DVI-I, podendo ser usada com dois monitores. Graças ao suporte à renderização via hardware, a placa permite aos criadores de ani mação 3D renderizar personagens, cenários e cenas em tempo real. A placa tem preço sugerido nos EUA de US$ 999. Já a T2-128, modelo mais em conta voltado para criadores iniciantes de con teúdo digital, conta com 128 Mb de FireGL X2-256 memória e suporte para dois moni tores, com saídas DVI-I e VGA. Baseado no processador 9600 VPU, o equipamento conta com quatro canais paralelos de renderização. O modelo tem preço sugerido nos EUA de US$ 379. www.ati.com
Switcher A Grass Valley apresentará, pela pri meira vez, na próxima IBC, que acon tece em Amsterdã entre os dias 11 e 16 de setembro, o novo equipamento da linha de switchers Kayak. O produ to, intitulado 2M/E KayakDD, é uma versão expandida do modelo 1M/E, apresentado na última NAB. O 2M/E conta com mais entradas, mais keyers e mais efeitos digitais incluídos em relação ao modelo anterior. Além disso, conta com um sistema programável de alimentação de conteúdo para produções feitas por várias estações. O equipamento trabalha tanto em NTSC quanto em PAL e foi desenhado para produção em estações móveis, inclusive ao vivo, e para produtoras de pequeno e médio porte.O número de entradas do 2M/E é expansível, com um mínimo de 24 entradas, conta ainda com dez saídas M/E e monitor touch-screen. Como opcio nais estão ainda features como a capacidade de trabalhar com chromakey, corre ção de cores RGB e um RAMRecorder. www.thomsongrassvalley.com
2M/E KayakDD: versão expandida do modelo 1M/E conta com mais entradas, mais keyers e mais efeitos digitais incluídos.
Substituição de modelos A Grass Valley anunciou as novas câmeras LDK 300 e LDK 500, que substituirão os modelos LDK 100 e LDK 200. A arquitetura de processamento de vídeo da LDK 300 inclui dois processadores de sinal digital (DSP) e suporta adaptadores triax, o novo Grass Valley Digital Wireless Trax Camera System (para transmis são do vídeo sem cabos) e o formato de vídeo DVCPRO 50. Além disso, os novos CCDs trabalham a partir de 2000 lux a F14, o que permite gravar em situações de pouca luz até alto contraste. Outra novidade é que os CCDs podem trabalhar tanto em formato 4:3 quanto em 16:9. A câmera ainda é compatível com todos os acessórios desenvolvidos para os modelos anteriores LDK. Já a LDK 500 conta com o primeiro circuito conversor de analógico para digital de 14 bits e é compatível com o novo sistema de controle C2IP, apresentado na última NAB, que permite controlar as câmeras remotamente através de redes IP. A câmera também permite congelar um frame, o que facilita a configuração de tons de pele e ainda a sincronização de várias câmeras. Uma novidade interessante é que a câmera suporta a instalação de softwares plug-ins, como, LDK 500 por exemplo, um corretor de cores multi-matriz, permitindo ao usuário ajustar uma única cor sem alterar as outras. A LDK 500 tem a mesma sensibilidade do modelo 300 e também suporta controles C2IP. www.thomsongrassvalley.com
A produtora de casting Nazaré di Maria se define como uma cigana. Já viajou o mundo inteiro, morou em muitos lugares do Brasil, mas encontrou seu verdadeiro lar em São Paulo. Por mais que viaje, é aqui que a cigana montou acampamento.
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Cercada por centenas de atores, atrizes, modelos e diletantes em busca de seus cinco minutos de fama, Nazaré dá atenção para todos e conseguiu segurar a onda de um teste de VT que exigia todos os tipos possíveis e imagináveis ao mesmo tempo em que concedia esta entrevista. Deve estar para nascer alguém mais apaixonada pelo que faz. Ser produtora de casting
Nazaré di Maria Daniel Soro (1) e Chalabi (2)
Joyce Moraes de Avelino
são os mais novos diretores de cena na equipe da Tambor Filmes. Ambos vieram da Dina mo Filmes e estrearam na Tam bor com o filme “Hulk”, para a rede de fast-food Habib’s.
(3) é o novo reforço da equi pe da JX Plural. Ela deixa a Academia de Filmes para assumir a assessoria de comunicação da JX.
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é tudo o que eu sempre quis fazer. Trabalho há 15 anos com isso e não faria outra coisa: nunca trabalharia com figurino, nem com produção de objetos. Faço exatamente o que gostaria de fazer na vida.
Nascida no Maranhão, ainda garota Nazaré se mudou para Minas, onde foi viver com um tio. Não gostou muito do lugar, e de lá foi para o Rio, também para a casa de uma tia. Mas o excesso de zelo a incomodava. Não gosto de ninguém tomando conta da minha vida. Tinha 17 anos e decidiu que queria viver em São Paulo. A tia encrencou: se
Clovis Marchetti acaba de assu mir uma vaga como diretor de arte na Loducca. Marchetti vem da MPM, mas já tem passagens pela Fischer América, DM9DDB e outras. Ele fará dupla com o reda tor gaúcho Guga Ketzer, há três anos na agência.
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A Dínamo Filmes contratou qua tro novos profissionais para o atendimento. Entram para a equipe da produtora Moema Porro (ex-Cons piração), Leo Alves (ex-Cia Ilustrada), Dimitria Cardoso (ex-Moreau) e Carolina Longo (ex-Duetz).
A Sentimental Filme está com dois novos diretores: o fotógrafo Bob Wolfenson e o publicitário e cineasta Heitor Dhalia. Wolfenson foi convidado após uma parce ria na campanha publicitária da Fórum. Dhalia formava uma das duplas criativas da DM9 nos idos de 1995 com outro diretor da produtora, Luciano Zuffo. Dhalia dirigiu o longa-metragem “Nina”, que deve estrear em janeiro de 2004 e teve sua montagem encerrada no mês passado. Fotos: Gerson Gargalaka (Nazaré di Maria) e Divulgação
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quiser ir embora, vai voltar para casa. Lá se foi Nazaré de volta para Caxias, a 380 km de São Luiz. Na primeira oportunidade, pegou uma carona para o Sul. Em São Paulo, conheceu pessoas que trabalhavam em teatro e se empregou com o diretor e professor de teatro Emílio Fontana. Em pouco tempo, já estava administran do o Teatro Paiol e acompanhando as filmagens de um longa de Fontana. Mas não agüentou muito tempo: resol veu ampliar ainda mais seus horizontes. Mudou para Nova York, onde ficou seis anos fazendo de tudo: foi babá, faxineira de hotel e o que mais pintou. Quando voltou a São Paulo, uma das primeiras pessoas com quem se encontrou foi o diretor de teatro José Possi Neto, que já conhecia da época em que trabalhou com Emílio Fontana. Eu acho que tenho sorte. Você vê, assim
que voltei já encontrei o Possi, que me apresentou para o Wellington Amaral, da 5.6. Fui então trabalhar com ele como secretária.
Sua opção pelo casting aconteceu quando ainda trabalha va com teatro. Viu a produtora em ação e perguntou o que era preciso para fazer aquilo. Foi orientada a aprender na prática, fazendo estágios e observando. Assim que chegou à 5.6, sabia que era o que queria fazer, mas não havia vaga. Aceit ei ser secretária, mas na primeira oportunidade
consegui um estágio no casting e coloquei uma amiga no meu lugar.
Alguns anos depois, decidiu trabalhar como free-lancer e desde então vem ampliando sua atuação, especialmente na área de comerciais. Já fez muitos curtas e sonha com a oportunidade de fazer um longa. Sei que existem diferen
ças, mas estou louca por essa chance. Para trabalhar nessa área, é preciso ter muito jogo de cintura. E muito fôlego. Qualquer um pode aprender observando, mas tem que gostar de falar com as pessoas, passar confiança. Apesar
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A Academia de Filmes contratou Heloi se Calandra, que vem da Zohar Cine ma, para responder pelo atendimento da unidade internacional da produtora. Heloise já trabalhou na França e no Brasil foi do staff da Conspiração Filmes. A produtora também contratou Juliana Karam para assessorar as áreas de marketing e imprensa.
de que hoje em dia todo mundo quer aparecer. É só você chegar e dizer que as pessoas acreditam.
E atualmente, a maioria das agências está procurando “rostos comuns”. Quando o filme pede modelão é fácil, é só ligar para a agência. Mas agora estamos cada vez mais tendo que procurar pessoas na rua, no boca-aboca. É muito legal quando descobrimos talentos, per cebemos que a pessoa pode se dar bem. Mas é bem mais trabalhoso...
De suas viagens — a passeio ou a trabalho — vai colecio nando amigos e histórias. De uma série de comerciais de cerveja, fez amigos no Nordeste todo. De um filme para o exterior, ainda hoje recebe telefonemas dos índios com quem trabalhou. Para se manter nessa área, é preciso ter uma boa relação, mas ser dura. Na brincadeira, acabo conseguindo manter a disciplina e controlar todo mundo. Uma vez eu quase me dei mal, com a Adriane Galisteu. Ela namorava o Senna e nós combinamos um ponto de encontro, porque íamos todos viajar para as Bahamas. Ela ia almoçar com ele, então me pediu para ir direto para o aeroporto. Chegamos lá e ela, nada. Todo mundo fez o check-in, entrou no avião, e eu, desesperada, ouvindo um monte do diretor. Aí resolvemos anunciar no aeroporto e logo depois eu vejo uma loira enorme, correndo, com um baixinho do lado e uma multidão atrás. Comecei a dar uma bronca, e ele quis defendê-la, falou que a culpa era dele. Eu estava tão louca da vida que coloquei o dedo na cara dele e disse: “olha aqui, agora você vai embora e leva sua multidão com você”. Ele quis revidar, mas todo mundo ficou me olhando, porque eu tinha falado daquele jeito com o Senna. Depois, fiquei conhecida como a mulher que tinha colocado o dedo na cara do Senna. Mas nunca mais fui mole com ninguém...
O marketing da Traffic passou por uma reestrutu ração, dividindo-se agora em atendimento, plane jamento, criação e comunicação. O responsável pela reestruturação é Luiz Eduardo Borges (9), (ex-BandSports) que dirige o departamento de 11 novos negócios. Estão na equipe Pedro Fraga (11) (ex-Sportv) e Celso Matsuda (4) (ex-Full 9 12 Jazz), que assumem o atendimento e o plane 10 jamento, respectivamente. Também na área de planejamento está Gabriel Faria (5). Na criação entram o diretor de arte Pedro Hashimoto (6) (exRedeTV), o designer Emiliano Miranda (8) (ex-Officina 8) e a redatora Patricia Pahl (7) (ex-RedeTV). Rodolfo Rodrigues (12) deixa área internacional da empresa para controlar o núcleo de informação e comunicação. Luciana Menna Barreto (10) (ex-Eurochannel) assume a área de comunicação. SFilmes trouxe Maya Menezes Montenegro, que atuava A na Vertical Filmes, para trabalhar ao lado de Cacá Orozco.
Pé no breque Impostos de importação de equipamtos inibem crescimento da indústria e só favorecem o contrabando.
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O setor de produção audiovisual é visto como estra butária na importação de equipamentos, em um tégico em vários aspectos. Tem enorme importân movimento que une emissoras de TV, produtoras cia cultural, colabora na integração nacional, gera independentes de TV e publicidade, produtoras de empregos de forma intensiva e tem capacidade de cinema, locadoras, revendedores e fabricantes de exportar produtos de altíssimo valor agregado. Em equipamentos. resumo, vai ao encontro de todo o discurso desen volvimentista e exportador do governo Lula. Convênio Seria de se esperar, portanto, que houvesse um No caso das emissoras de televisão, a situação já foi grande estímulo à implantação de um parque de mais favorável. Desde o início da década de 90 as produção moderno e bem equipado no País. Mas empresas eram isentas de ICMS na importação de não é o que acontece, ao menos por enquanto. equipamentos (sempre que voltados à produção de Os equipamentos de produção, tanto bens de capi conteúdo e sem similar nacional). Outros segmen tal como câmeras, VTs, switchers etc. tos da produção, aliás, como o cinema e as quanto insumos essenciais como fitas e produtoras independentes, sempre pleitea negativos, sofrem a incidência de impos ram isonomia nessas condições. A isonomia tos em cascata, que podem aumentar veio, mas pelo lado oposto ao imaginado. O em 70% ou até mais o valor de um bem convênio 58, firmado com o Confaz (con (veja Tabela 1). selho que reúne os secretários de Fazenda O resultado: quem pode, e está dos estados), firmado em 2000, extinguiu disposto a correr riscos, apela para gradativamente o benefício, que chegou a o contrabando, e fica “sem pai nem 60% de isenção ao final de 2002 e expirou mãe”, ou seja, sem garantia, assistên no início deste ano. cia, suporte. E quem não pode ou não Hoje o setor de radiodifusão vê uma quer importar “por fora” acaba res redução da carga tributária de importação tringindo ou mesmo cortando todos “Sem um incentivo, de equipamentos como essencial no cami os investimentos em crescimento e prejudica-se a nho à digitalização do conteúdo. modernização. “Mesmo antes de se definir um padrão competividade É por isso que o setor começa a da TV brasileira”, de TV digital, que afetará apenas a trans se articular para reduzir a carga tri diz Nilvan, da Abert. missão, há a necessidade de se digitali
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Fotos: Arquivo
e andrémermelstein* andre@telaviva.com.br
Tabela 1 Como é calculado o imposto
zar todo o resto das operações, ou seja, montar estúdios digitais, com câmeras, switchers, VTs, e todo o resto, como arquivo etc.”, argumenta José Nilvan de Olivei ra, assessor tributário da Abert (Associação Brasileira de Emisso ras de Rádio e TV). “Hoje, com a retração do mer cado publicitário e o alto endivi damento das empresas de mídia, a capacidade de investimento está restrita. Sem um incentivo, preju dica-se a competitividade da radio difusão brasileira com outros meios, como a Internet, e com o conteúdo estrangeiro”, completa Nilvan. A associação promove rá um estudo para selecionar os itens fundamentais que deveriam ser beneficiados com isenção de II (Imposto de Importação) e IPI (Imposto sobre Produtos Indus trializados) para a implantação da digitalização completa da tele visão no Brasil. Benefícios
Os argumentos a favor da isen ção ou redução de impostos são muitos, e fortes. Um deles é que o setor representa muito pouco na balança comercial brasileira. É difícil chegar a um número exato, até porque na classifica ção adotada pelo governo para a importação e exportação de bens, muitas vezes é difícil separar o que é equipamento profissional do que é para consumo. Um exemplo: na classificação “Negativos de 35 mm” entram tanto as películas para cinema quanto os filmes para máquinas fotográficas comuns. De qualquer forma, estima-se no mercado que em um ano consi derado muito bom, as importações com equipamentos de broadcast (incluindo câmeras, transmisso res, switchers etc) chegariam a no máximo US$ 200 milhões. Consi derando-se o total de importações do País em 2002, de US$ 47,22 bilhões, temos um peso irrisório de 0,04%. Quando se fala na digitalização
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Além de altas, as alíquotas incidem em cascata, ou seja, cobra-se imposto sobre um valor já tributado. Em resumo, uma operação segue a seguinte fórmula: FOB + Frete + Seguro = CIF Onde: FOB (Free On Board, na sigla em inglês) é o valor do bem na origem e CIF (Cost, Insurance and Freight, na sigla em inglês) é o valor na chegada ao Brasil. Em cima deste valor incidem o II, o IPI e o ICMS. Em um exemplo hipotético, um equipamento de vídeo que custasse US$ 100 na origem (valor FOB), chegaria ao Brasil por cerca de US$ 110 . (estimativa de valor CIF com frete aéreo). . Aí começa a chuva de impostos: US$ 110 + II (13,9%) = US$ 125,30 US$ 125,30 + IPI (14%) = US$ 142,80 US$ 142,80 + ICMS (19%) = US$ 169,90 Arredondando, o equipamento chega ao País . custando 70% a mais que na origem.
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Ou seja, uma eventual renúncia fiscal acabará gerando um bene fício muito maior”, diz Nilvan, da Abert. Além disso, há uma tendên cia crescente de exportação tanto do produto audiovisual brasileiro pronto (filmes, pro gramas de TV) como de servi ços de produção para empresas do exterior (veja matéria na pág. 22). Padilha, da Sony: “Com a isenção poderíaOs benefícios de uma isen mos manter estoques no País, fazer leasção maior não seriam apenas ing e financiamentos”. nos preços dos equipamentos. “A isenção diminuiria a buro chegariam a no máximo US$ 200 cracia, e poderíamos manter esto milhões. Considerando-se o total ques no País, fazer leasing, finan de importações do País em 2002, ciamentos, pronta entrega”, conta de US$ 47,22 bilhões, temos um Luis Padilha, diretor da divisão peso irrisório de 0,04%. broadcast e profissional da Sony Quando se fala na digitalização do Brasil. da TV, a conta ganha números Hoje há isenção de II para alguns mais vultosos. Qualquer previsão equipamentos, embora aí também de investimentos ainda é prema haja distorções. Por exemplo, um tura, mas no mercado trabalha-se VT Rec/Edit é isento, mas um VT com a cifra de US$ 1,7 bilhão em Player, que lá fora sai mais barato, dez anos (em sistemas de transmis não conta com o benefício, apesar são e retransmissão). Nem tudo, de nenhum dos dois equipamen é bom ressaltar, em equipamento tos ter similar nacional. Resultado: importado. “E a geração de conteú acaba valendo a pena comprar o do digital é o que impulsionará a equipamento mais caro, que chega venda de receptores digitais, que ao Brasil custando menos que o deve somar, ao longo do período de outro. O que o setor quer é ampliar transição, cerca de US$ 30 bilhões. as isenções de II e estender o bene fício para outros tributos, como o IPI. “No mundo não existem tarifas capa
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desse nível. Nos EUA a média é de 3%”, diz Padilha (veja as alíquotas brasileiras na Tabela 2). Neste ponto, cabe uma observa ção importante: os equipamentos para os quais se pleiteia a isenção são aqueles que não têm similar nacional. Também, é claro, fala-se apenas em equipamentos profissio nais, e não da linha “consumer”. Contrapartida “Quando há uma vontade política de que uma indústria aconteça, tem que haver um benefício”, diz Édina Fujii, diretora da locadora Quanta. Ela lembra que já houve, Tabela 2 As alíquotas de II e IPI
Confira as alíquotas médias de Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados . para equipamentos de produção (valores aproximados). Equipamento de áudio II 18,3% IPI 15,6% Equipamento de iluminação II 18,3% IPI 11,3% Equipamento de vídeo II 13,9% IPI 14%
“Não dá para repassar ao mercado o custo dos impostos de importação”, diz Édina, da Quanta.
no tempo da Embrafilme, isenções por exemplo sobre lâmpadas para refleto res, um produto que não é fabricado aqui. Hoje, ela diz que não tem como repassar ao mercado os impostos que paga na importação do insumo, o que inviabilizaria a locação. O mesmo vale para os equipamentos mais pesa dos, como refletores etc. Só que aí o que acaba prejudicado é o próprio crescimento do setor. “Hoje há filmes esperando para serem produzidos e as locadoras não conseguem atender a demanda, porque nos últimos anos não deu para fazer investimentos, para crescer.” Édina vem lutando há pelo menos 15 anos pela isenção tributária, com uma proposta simples e original. Como muitas vezes as prestadoras de serviços, como locadoras, labora tórios, estúdios de som etc., acabam co-produzindo os filmes de que par ticipam, cobrindo por exemplo uma parte das diárias, a idéia é que esse valor, hoje investido a fundo perdi do, possa ser revertido em cupons de isenção fiscal no mesmo valor. “Uma medida simples como essa melhora ria o parque de produção nacional e reduziria os custos de produção”, defende. Os altos valores pagos em impos tos de importação foram temas das
palestras de Abrahão Sochaczewski e Paulo Ribeiro, ambos da Abele (Asso ciação Brasileira das Empresas Loca doras de Equipamento), durante o II Fórum de Produção Publicitária, que aconteceu no dia 25 de julho em São Paulo, organizado pela Apro (associa ção das produtoras comerciais). Segundo Sochaczewski, 90% das produções publicitárias usam equipa mentos alugados, sendo que as câme ras e os equipamentos de movimen to de câmera são todos importados, assim como 75% dos equipamentos de luz. Para ele, a desvalorização da moeda e os altos impostos podem levar a indústria nacional ao suca teamento. “As locadoras não têm verba para re-investir em mais equipa mentos”, disse Sochaczewski. “Se o número de longas-metragens crescer e houver uma retomada do crescimen to no mercado publicitário, vai faltar equipamento. E importar mais leva alguns meses”, completou. Já Paulo Ribeiro afirmou que as locadoras pagam cerca de 70% de custo de importação, mas alugam 40% mais barato do que as locadoras internacionais. Ainda durante o evento, Ricardo Rozzino, gerente da unidade de São Paulo dos EstudiosMega, contou que o pay back previsto para os investi mentos é de 25 anos. “Além disso, os equipamentos usados nas finaliza doras têm que ser atualizados quase que anualmente”. Segundo Rozzino, além de pagar pelos equipamentos praticamente o dobro do valor pago pelas finalizadoras internacionais, as empresas brasileiras, por uma questão de mercado, cobram cerca de metade do preço cobrado pelas internacio nais. Outro ponto destacado por ele é a questão do financiamento: “Além de pagar caro, no Brasil não temos nenhum tipo de leasing razoável para comprar os equipamentos. Acabamos comprando tudo à vista, enquanto as finalizadoras internacionais finan ciam a compra em cinco anos”.
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* Colaborou fernandolauterjung
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mercado
E la nave va...
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Depois de Cannes, FilmBrazil quer
se institucionalizar. Projeto inclui Muito positiva. Esta foi a avaliação da maior parte das reivindicações para melhorar produtoras que participaram da primeira apresentação do projeto FilmBrazil durante o festival de publicidade de a competitividade nacional. Cannes em junho último. Segundo o coordenador geral do evento, Eitan Rosenthal, a percepção é de que a participação brasilei TELA VIVA, seria o de uma film commission, nos mol ra no festival, onde foi montado um barco no qual as des norte-americanos, com participação inclusive dos produtoras recebiam tanto representantes de agências governos federal e estaduais. de publicidade quanto de produtoras internacionais, foi Além da promoção do Brasil no estrangeiro, o Film muito boa. “A maioria dos produtores brasileiros não Brazil tem outras pautas. Foi elaborada uma lista de itens tinha experiência internacional. Comparado com onde que na visão dos produtores prejudicam o desempenho estávamos, foi uma grande evolução”, conta. Ele calcula brasileiro na competição internacional, e que está sendo que o barco foi visitado por cerca de 400 pessoas duran encaminhada às diversas esferas do governo para aprecia te o evento, um público que ia desde produtores já com ção. Resumidamente, os itens são os seguintes: roteiro na mão até profissionais de agência e curiosos. Importação de equipamentos: a questão vai além O projeto agora ruma para outras águas. “O FilmBra dos impostos. A associação diz que a burocracia alfande zil deve se tornar uma associação independente”, conta gária prejudica a agilidade necessária numa concorrência Rosenthal. Ou seja, de um projeto vinculado inicial internacional, e pede a criação de um regime especial para mente à Apro, associação das produtoras comerciais, o a indústria cinematográfica. Do ponto de vista tributário, FilmBrazil se tornará um órgão de fomento da produção o problema, além dos altos impostos para a importação de brasileira para o mercado internacional. “Queremos ins equipamentos e montagem de titucionalizar o projeto um parque nacional moderniza e envolver outras áreas do (veja matéria de capa), está da produção, como o também no regime de admis casting”, conta Paulo são temporária. Uma sugestão Schmidt, presidente da é a adoção do “carnet”, uma Apro. espécie de passaporte de um Inicialmente será determinado equipamento, criada uma entidade aceito em diversos países, que única, nacional, dirigi permite sua admissão no país da por um conselho de sem burocracia. representantes e uma Legislação trabalhista: a comissão executiva. entidade reclama da contribui Mas o modelo final ção sindical de 10% que inci ainda será discutido, de até sobre hospedagens, pas podendo ser criadas, sagens aéreas e alimentação por exemplo, diversas de profissionais, “um tributo entidades estaduais. que onera os orçamentos e em Um modelo “ideal”, Barco das produtoras brasileiras recebeu cerca nada beneficia a atividade”. segundo diversos pro de 400 visitantes durante o festival. Também levanta a questão dutores ouvidos por l
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da burocracia para a emis duziu um comercial para a ras que mais tem experiência internacio são de vistos temporários rede portuguesa de super nal anterior. Só este ano já produziu um de trabalho para diretores, mercados Sonae. O inte documentário sobre o surf na Pororoca atores e técnicos, que pode ressante é que o que atraiu para uma TV alemã, um clipe do cantor levar até duas semanas, mui os europeus não foram as Ricky Martin em Salvador e um comercial tas vezes comprometendo paisagens exuberantes ou de sorvete para a Itália, filmado em Per o prazo de um trabalho. as curvas das mulatas bra nambuco, para ficar em alguns exemplos. O FilmBrazil ainda se colo sileiras, mas a qualidade e Do festival, Roni diz que saiu com cerca ca contra a obrigatoriedade o preço de se produzir no de dez orçamentos para fazer. do diretor brasileiro para País. Afinal o filme, criado Do alto dessa experiência, Roni conta caracterizar uma obra como Rosenthal: entidade, para promover um festival que o conhecimento sobre o Brasil, sua nacional. de cervejas da rede varejis capacidade e preço de produção, já é bas agora independente, Pagamentos e recebi luta pela desburota, foi rodado em locação tante bom no mundo. “As agências e pro mentos: a entidade contes cratização. dentro de um dutoras querem produzir ta os altos tributos pagos supermerca no País. Tem muita gente nas remessas de recursos quando da do em São Paulo, adaptado fazendo ‘testes’, querendo contratação de serviços no exterior, que para se parecer com uma acreditar em nós.” Ele res segundo a FilmBrazil às vezes até invia loja portuguesa. Segundo salta que esse novo posicio biliza projetos que no final trariam Paulo Schmidt, da Acade namento das produtoras recursos para o Brasil. mia, já foram orçados tam brasileiras é essencial para bém filmes para países como fazer frente a países como Resultado concreto Itália e Bósnia, só para se a África do Sul, com carac Os resultados da primeira empreitada ter uma idéia da diversidade terísticas similares às nos foram além do mero otimismo. Pouco do público que “navegou” sas, mas que já se abriu depois do festival, a Trattoria, de Rosen com os brasileiros. para fora a mais tempo, thal, já orçava um filme para uma produ Para João Roni, da pro ou a Argentina, outra boa tora francesa, e notou um considerável dutora catarinense Ocean opção para o mercado aumento nas consultas internacionais. Films, só a iniciativa de reu “A imagem da produção internacional por causa da Outras produtoras até mesmo fecha nir as produtoras em um pro brasileira no exterior queda do dólar. ram negócios e já entregaram os filmes. jeto comum já foi produtiva. é muito boa”, afirma É o caso da Academia de Filmes, que pro A Ocean é uma das produto Roni, da Ocean. andrémermelstein l
Mercado autocrítico
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A Apro e a Abap (Associação Brasileira das Produtoras Audiovisuais e Associa ção Brasileira de Agências de Publicida de, respectivamente) organizaram em julho o II Fórum da Produção Publicitá ria. O evento, que também contou com o apoio e a participação de várias outras associações e entidades representativas, como ABA, Abele, Abrafarma, Abrafo to, Aprosom, Caras do Reclame, Sapesp, Sicesp e Sindcine, vinha sendo planeja
Fórum das Produtoras
do há mais de cinco anos e teve como intuito aumentar o profissionalismo no mercado da produção publicitária. Ao mesmo tempo em que fazia uma autocrítica, o mercado apresentou vários problemas enfrentados e debateu algumas soluções. Entre os problemas estavam a falta de profissionalismo de algumas empresas e até mesmo dos pro fissionais, a queda dos investimentos em publicidade e os efeitos sentidos em
busca mais profissionalismo e apresenta padronização dos contratos.
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v árias etapas da cadeia, o aumento do custo de produção pela desvalorização da moeda e pelos altos encargos pagos na importação de equipamentos. A Apro apresentou uma nova tabela
O que consta do documento 2
Pedido
de orçamento 2 Orçamento 2 Orçamento estimado detalhado apro 2 Orçamento resumido » Espelho do contrato de produção 2 Operacionalização » Modelo padrão de contrato de produção 2 Faturamento » Pedido padrão de orçamento 2 Responsabilidades » Storyboard/roteiro 2 Guarda do material » Carta-orçamento » Cronograma 2 Condições específicas » Relatório das reuniões 2 Contrato de produção 2 Autorização de faturamento » Lista referencial de mídias e mercados 2 Pedido de cópias 2 Tabela referencial de preços Abap/Apro 2 Procedimentos para emissão do CPB (Certificado de Produto . Brasileiro), exigido pela Ancine 2 Resumos dos contratos de produção para a Ancine 2 Modelo de claquete 2 Legislação 2 Código de ética da Apro
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referencial de preços, definida em conjunto com a Abap, além de uma série de padrões de orga nização, ética e práticas de mercado, definidos para facilitar e profissionalizar a relação entre agências e produtoras. A idéia da associação é acabar com os pedidos de trabalhos e serviços fei tos por telefone, sem nenhum tipo de documento. Segundo Andréa Barata Ribeiro, sócia da O2 Filmes e ex-presidente da Apro, muitas vezes o cliente pede um número de cópias por telefone. Se, por culpa de “um mal-entendido”, a produ tora faz mais cópias, é ela quem tem que arcar com o prejuízo. O documento apresentado pela entidade conta com um novo modelo de contrato-padrão e uma série de recomendações, como exigir da agência briefing, roteiro e storyboard antes de apresentar um orçamento. “É quase impossível fazer um orçamento justo a partir de um rotei ro de três linhas”, disse o presidente da Apro, Paulo Schmidt. Quanto ao modelo de contrato, Andréa Bara ta Ribeiro recomendou “estar nos computadores de todas as agências e produtoras”. Além disso, a Apro apresentou um selo, que deverá estar
presente nos contratos, claquetes e outros Críticas tipos de material dos afiliados à entidade. A busca por profissionalismo se mostrou O presidente da associação das produ fundamental no evento. Publicitários e toras de áudio Aprosom, Tula Minassian, anunciantes não pouparam críticas ao afirmou durante o fórum que a associação mercado de produção. Sergio Szmoisz, esteve “parada” nos últimos anos, mas responsável pelo marketing da Volkswa que está retomando suas atividades. A gen brasileira, elogiou a iniciativa das entidades que organizaram Aprosom apresentou no even o evento, mas disse que, to um manual de normas que enquanto o mercado não deverão ser seguidas pelos aprender a tratar-se como associados. Além disso, Minas indústria, não conquistará sian disse estar distribuindo a confiança e o respeito do contratos de responsabilidades anunciante. aos associados. “Qualquer Szmoisz afirmou ainda recém-formado com uma que os pools de produto mesa de som em casa é um ras que alguns anunciantes concorrente. Precisamos defi estão montando são “amos nir padrões e códigos para tras de que estamos bus que as produtoras com vários cando profissionalismo”, anos no mercado possam com em resposta à crítica feita petir”, explicou o presidente “Novo modelo de contrato por Raul Dória, represen da associação. Além disso, a deve estar nos micros das tando a Apro, ao modelo Aprosom também está prepa agências e produtoras”, de negócios adotado por rando uma nova tabela refe algumas empresas anun rencial de preços. diz Andrea, da O2.
ciantes. Para Dória, quem deve escolher a produtora são os RTVs das agências de publicidade. Já Miguel Patrício, da Ambev, disse que o número de mídias está crescendo (citando Internet, TV paga, painéis ele trônicos etc.) e a verba para publicidade não. “As produtoras precisam saber pro duzir para várias mídias simultaneamen te”, cobrou. O publicitário Fábio Fernandes, da F/Nazca, fez críticas à produção publici tária nacional, dizendo que o Brasil tem grandes atores e ótimos profissionais de produção, “mas a média é muito baixa”. Segundo ele, o casting brasileiro é péssi mo, formado por “modelos bonitinhos incapazes de dizer três palavras com naturalidade”. O publicitário culpou a falta de escolas especializadas voltadas ao setor e propôs que o próprio mercado de produção incentive a criação de cursos para atores, locutores etc.
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fernandolauterjung
m aking of L OU C U R A S P O R D O G UI T O S Doguitos é o primeiro “snack” feito para cachorros no Brasil. Por inaugurar um segmento, o produto não estava sujeito a polices internacionais e nem a alinhamentos de comunica ção. Com mais liberdade, a equipe de criação pôde se concen trar em uma campanha bem brasileira. Para isso, o criativo Marcos Teixeira pensou em seus próprios cachorros. “Esse produto é dado para os cachorros como forma de recompen sa. E percebi que os meus ficavam realmente loucos quando ganhavam. Foi daí que surgiu o slogan da campanha ‘seu cachorro faz loucuras por Doguitos’.”
A princípio, a criação pensou num cachorro fazendo as maio res loucuras, o que incluía até uma performance a la Michael Jackson. Mas aos poucos os roteiros foram se desenhando e optou-se por assumir um maior realismo nos movimentos e expressões do bichinho. Mas nem por isso o personagem canino deixa de fazer as tais loucuras. Nos dois filmes, o cachorrinho — um Jack Russell muito bem treinado — deixa o dono de boca aberta com suas peripécias. Assim que vê ou ouve falar do produto, o cachor rinho começa a pular, dançar e até falar.
Sósia em 3 D Os filmes misturam o animal real com uma animação em 3D. Em algumas cenas, aparece só o cachorro real. Em outras, só a anima ção: não houve aplicação do cachorro real no fundo filmado. Em função da necessidade de se construir um modelo 3D, com a aplicação de texturas para reprodução da pelagem, sabia-se que o trabalho seria facilitado por um cachorro de pêlo curto e liso. A diretora Flavia Moraes, então, sugeriu o Jack Russell em questão — mesma raça do cãozinho do filme “O Máskara”, com quem ela já havia trabalhado em um longametragem. Mesmo com a grande evolução dos softwares, trabalhar com figuras orgânicas, especialmente pele e pelos, ainda é bastante complicado. Para criar o sósia virtual do cachorrinho, a equipe da Casa blanca, comandada por Bibinho, fotografou o animal real em todas as posições possíveis. “Estudamos todos os movimentos e usamos as fotos para reproduzir a textura, os pelos e o foci nho, aplicando essas imagens sobre o modelo construído em 3D”, explica Bibinho.
icha técnica fCliente Nestlé do Brasil / Nestlé Purina •Pro
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setembro de 2003 outubro de 2003 agosto maio de de 2004 2003
duto Doguitos •Agência McCann-Erickson •Direção de Criação Milton Mastrocessario •Criação Marcos César Teixeira e Milton Mas trocessario •Produtora Film Planet •Direção Flavia Moraes •Fotografia Lucio Kodato •Trei namento de animais Luiz (Alternativas Dog Show) •Montagem Equipe Film Planet •Tri lha VU Studio •Efeitos Especiais Casablanca •Finalização Casablanca
lizandradealmeida lizandra@telaviva.com.br
Desafio O problema da integração entre a luz filmada na locação e o modelo construído virtualmen te é sempre uma das maiores preocupações das equipes de computação gráfica. Aqui não foi diferente. “Filmamos bolas de isopor em todas as cenas, com a iluminação do cenário, para servir como orientação na hora de compor as imagens”, explica Bibinho. Ele acredita que o resultado do segundo filme da série, que tem iluminação noturna, superou o primeiro. “A luz mais flat com promete mais, dificultando a composição. A luz noturna, mais lateral, produz mais elementos em quadro, mais sombras, e essa maior quantidade de informação facilita nosso trabalho de compo sição. Quando a luz vem de cima sem um ponto fixo, fica mais difícil de integrar com o mode lo”, analisa.
Um show rea l O cachorrinho deu seu próprio show em várias cenas — sem a necessidade de receber uma mãozinha da equipe de compu tação gráfica. As cenas em 3D são aquelas em que ele rebola, fala e estende a patinha para receber o produto. Mas as cam balhotas e outras peripécias, como saltos, são resultado de muito treinamento. “Quando estamos criando, a imaginação vai longe, mas depois vemos que algumas situações não só seriam impos síveis como não têm a ver com a própria anatomia do cachorro. Como queríamos trabalhar a computação gráfica em cenas hiper-realistas, vimos que algumas idéias se tor nariam muito falsas. Um exemplo é a cena em que ele vira a patinha para receber o produto. Esse é um movimento impossível para um cachorro real, por isso sempre parecia que, na hora em que virava, estava quebrando a patinha. Então tivemos que estudar uma forma totalmente diferen te, que tivesse a ver com a anatomia do cachorro”, explica o criativo Marcos Teixeira.
incentivos
Fim de uma era?
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Debate sobre reforma tributária pode transformar a política cultural do País.
Um dos grandes eixos da mudança institucional propos ta pelo governo Lula, a reforma tributária, tem colocado a área cultural em estado de alerta e pode gerar uma transformação radical no modelo de financiamento público para o setor consagrado nos últimos 15 anos, a estabelecido no ato concessório e não podendo ultrapas chamada Era dos Incentivos Fiscais. sar 12 anos, nem ser prorrogado. Na prática, essa redação O texto original da reforma, a Proposta de Emenda significa que a cultura não teria caráter de excepcionali Constitucional (PEC) 41/2003, prevê, em seu Artigo 155 dade e que os incentivos existentes seriam extintos assim e nos Artigos 90 a 92 do Ato das Disposições Constitucio que terminasse o prazo determinado em cada lei vigente. nais Transitórias, a extinção de quaisquer mecanismos de A segunda opção desse primeiro relatório transferia o incentivo via ICMS, base das leis de incentivo que vigoram debate para lei complementar, na qual seriam definidos os em 16 estados brasileiros, movimentando cerca de R$ 170 regimes de transição para um novo formato, incluindo a pos milhões por ano em favor de projetos de vários segmentos sibilidade de criação de fundos, mas vedando a concessão de da cultura. A medida tem por objetivo extinguir a chama novos incentivos ou a prorrogação dos já existentes. Em seu da “guerra fiscal”. Nos últimos dois meses, representan Artigo 92, esta opção concede uma certa excepcionalidade tes da produção cultural em todo o País começaram a se para o setor cultural, mas apenas até 2004 e até que uma lei mobilizar por mudanças na proposta, ressaltando o caráter complementar disponha em contrário. de excepcionalidade da cultura — Rio Grande do Sul e Uma semana depois, em 29 de julho, o relator da refor Minas Gerais, dois dos estados que movimentam recursos ma divulgou novo relatório, no qual ficou aberta a possibi mais expressivos através de suas leis de incentivo, lideram lidade de os estados vincularem a concessão de incentivos o coro dos descontentes. Para se ter uma dimensão do culturais à criação de fundos estaduais de fomento, através rombo à vista, basta comparar os valores movimentados da inclusão de um novo parágrafo no Artigo 216 da Cons pelas leis estaduais ao orçamento do Ministério da Cultura tituição, que dispõe sobre o patrimônio cultural brasileiro. (MinC), de cerca de R$ 130 milhões. No mesmo dia, o deputado mineiro declarou, em entrevista As duas últimas semanas de julho foram repletas de coletiva, que não vê problemas em dar um caráter excep reviravoltas em relação ao tema. As novidades ao mesmo cional aos incentivos culturais, uma vez que, por seu valor tempo lançaram uma sombra maior de incerteza sobre o relativamente pequeno, estes não comprometem o equilí futuro das leis e abriram novos caminhos brio fiscal. Segundo a assessoria do deputado, a para a negociação de uma saída para a questão da excepcionalidade da cultura deverá crise. Em 23 de julho, o relator da refor ser tratada no relatório final da Comissão. ma, deputado Virgílio Guimarães (PT/ MG), divulgou o primeiro dos relatórios Cultura não é guerra preliminares com propostas de mudança O grande objetivo dos setores mobilizados no texto inicial da PEC. Nos itens relacio contra a extinção das leis de incentivo é conven nados ao incentivo cultural, esse relató cer governo e Câmara dos Deputados de que a rio não trazia boas novas. cultura não se enquadra na “guerra fiscal”, um Uma das opções colocadas, no Arti dos fatores combatidos pela atual reforma tribu go 90 do Ato das Disposições Constitu tária. Na proposta apresentada ao presidente cionais Transitórias, permitia a manu da República pelos ministros Antônio Palocci tenção dos incentivos fiscais à cultura (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil), em abril, — bem como ao fomento industrial, agro Último relatório de fica claro que uma de suas metas é uniformizar pecuário e aqueles vinculados à estrutura Guimarães abre espaço as diversas legislações estaduais referentes à portuária, esporte e programas sociais para fundos, mas nada cobrança do ICMS, agravada “pela grande diver —, mas com prazo de fruição limitado ao está definido ainda. sidade de alíquotas e de benefícios fiscais” — cir Fotos: Adriano Machado/Ag. BG Press (Walter Feldman), Carlos Humberto/BG Press (Virgílio Guimarães) e Divulgação (Henrique de Freitas Lima)
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cunstâncias que “trazem pre dos Walter Feldman (PSDB/ juízos ao cumprimento das SP), Jutahy Jr. (PSDB/BA) e obrigações tributárias pelos Luiz Carreira (PFL/BA). Os contribuintes, dificultam a dois primeiros defendem a administração, a arrecada excepcionalidade da cultura, ção e a fiscalização do impos enquanto o último também to e remetem, ainda, a graves abre exceção para os seto problemas econômicos, pois res de esporte e educação. os diferentes tratamentos “Quando entrei na política, estabelecidos provocam, mui por minha formação em Feldman: “Cultura tas vezes, desequilíbrios con medicina, achava que o gran correnciais e insegurança na deve ser a única de problema do Brasil era definição de investimentos”. exceção dentro da a saúde. Quando entrei no O texto conclui que, alinha reforma tributária”. PSDB, passei a achar que da às diretrizes de unifor era a educação. Hoje, vejo mização e simplificação, está a “proposta que, enquanto não resolvermos o problema de vedação de concessão de benefícios e da cultura, nenhum outro estará resolvido. incentivos fiscais ou financeiros, que propi Por isso minha defesa da excepcionalida ciará, especialmente, o fim da competição de nesse caso”, declara Feldman. Para o predatória entre os estados e a melhoria da deputado paulista, “o ideal seria que os eficiência arrecadatória do ICMS”. orçamentos cumprissem a função de desen O combate do Poder Executivo à guer volver a cultura brasileira. Mas vemos que ra fiscal acaba, portanto, prejudicando a essa é uma hipótese muito complicada defesa de um caráter excepcional para a cul hoje. Então, não vejo porque não lutar pela tura, pois os deputados da bancada gover manutenção dos incentivos culturais, que nista mais próximos ao processo temem além de tudo propiciam uma aproximação que isso possa levar a brechas para a manu com a iniciativa privada. Achamos que a tenção de incentivos em outras áreas. Ao cultura deve ser a única exceção dentro do mesmo tempo, a divulgação dos relatórios projeto da reforma tributária”. pelo deputado Virgílio Guimarães, numa Feldman acredita que a bancada gover semana em que o chamado G5 — grupo nista vê vendo apenas o lado tributário da de governadores criado para negociar a questão, sem se dar conta de sua importân reforma junto à Presidência da República, cia para o setor cultural. “Mas acho que que inclui Germano Rigotto (RS) e Aécio há uma tendência do Virgílio (Guimarães) Neves (MG) — pressionava o governo em entender o pleito que fazemos pela sobre outras questões ligadas ao processo, exceção”, completa. Entre os integrantes atrasando o andamento da reforma, dá a da Comissão, apenas o deputado Luiz sensação de que o Poder Legislativo pre Carlos Hauly (PSDB/PR) é publicamente tende marcar seu território na questão, cla contrário a qualquer tipo de exceção. Seu mando por maior autonomia para discutir argumento é que qualquer verba para a seus itens. Essa abertura pode ser boa para cultura deve vir diretamente dos orça o setor cultural, desde que este tenha fôle mentos — situação bastante complexa se go para mobilizar os congressistas em favor pensarmos que, em estados como a Bahia de suas propostas. (que conta com sua lei estadual de incenti vo à cultura), 90% do orçamento são con Propostas de exceção sumidos com despesas nas áreas de saúde, Atualmente, tramitam na Câmara dos educação e folha de pagamento. Deputados três emendas ao projeto que Do lado do MinC, a posição é de espera. satisfazem algumas demandas do setor de Embora o secretário executivo, Juca Ferrei produção cultural, de autoria dos deputa ra, tenha declarado, durante palestras do
Seminário Cultura para Todos (palestras organizadas pelo órgão em várias cidades do País para rediscutir o modelo de políti ca cultural), que o MinC deve lutar para manter as leis, há uma tendência de que se defenda um “modelo híbrido”, com a manu tenção dos incentivos pelos próximos três anos e a gradual substituição por um mode lo de fundos de fomento, com destinação opcional pelos estados — inclusive aqueles que não contam com leis próprias — de 0,5% do ICMS para a produção cultural. Esse patamar é superior à renúncia de gran de parte dos estados — Minas Gerais, por exemplo, que movimenta cerca de R$ 22 milhões por ano através de sua lei de incen tivo, tem renúncia de 0,3% do ICMS. Modelo híbrido “Existe uma agenda da maioria dos secre tários estaduais da Fazenda e da Cultura, em consenso com o MinC e o Ministério da Fazenda, que conduz para esse modelo híbrido”, diz o assessor parlamentar do MinC, Carlos Eduardo Valadares Araújo. “Com isso, nossa expectativa é que, pelo menos, seja duplicado o valor atualmente investido via leis de incentivo, superando a casa dos R$ 300 milhões. E ainda haveria uma blindagem, impedindo que os recursos do fundo fossem utilizados para pagamento de pessoal e custeio da estrutura própria dos estados”, explica Araújo. Essa posição combina com a própria vontade manifes tada pelo MinC de reformar a Lei Fede ral de Incentivo à Cultura, propondo a criação de um fundo de funcionamento semelhante. O assessor vê como única possibilidade de uma proposta como essa passar que ela seja incluída no relatório do deputado Virgílio Guimarães. “Não existia uma percepção clara sobre o que a reforma tributária acarretaria para o setor cultural. Quando nos demos conta, já era tarde para propor a apresentação de emendas”, declara. Araújo deixa ainda claro que, passando a proposta dos fun dos, estes seriam autonomamente admi nistrados pelos estados. Para o produtor e cineasta gaúcho
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Henrique de Freitas Lima, presidente da Associação dos Produtores Cultu rais do Estado do Rio Grande do Sul (APCERGS), uma das associações com maior mobilização pela manutenção das leis, “não existe o consenso defendido pelo MinC em relação ao sistema misto. Na verdade, aqui no Rio Grande do Sul, nós defendemos a existência de fundos, mas simultâneos à lei de incentivo. Exis te até mesmo um fundo já criado em nosso estado, que não está operacional ainda por falta de recursos orçamentá rios — problema que estávamos cami nhando para resolver até que surgiu essa situação gerada pela reforma e que nos obrigou a parar no meio do caminho”, afirma. A lei gaúcha é a mais ativa do País, movimentando cerca de R$ 29 milhões por ano e captando 100% da renúncia, apesar dos investidores serem obrigados a uma contrapartida de 25% de dinheiro “bom”. Regionalização Freitas Lima conta que o movimento local tem o apoio de Germano Rigotto em defesa das leis, embora o governa dor gaúcho não tenha levantado a pauta na reunião do G5 com a Presidência no dia 23 de julho. “Vemos dois cenários possíveis daqui para frente: ou a exce ção para a cultura aparece no relatório final do deputado Virgílio Guimarães ou teremos que brigar pela aprovação das emendas existentes”, diz. Em Minas Gerais, a movimentação
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é parecida. O secre destinado ao fomento à cultura, tário de Cultura do metade seja para os fundos e o Estado, Luiz Roberto restante para captação direta. Nascimento e Silva, Da parte do setor audiovi é um dos mais ferre sual, tem havido um rígido acom nhos defensores do panhamento do processo, segun modelo — tendo par do a presidente do Congresso ticipado, inclusive, de Brasileiro de Cinema, Assunção sua consolidação, ao Hernandes. “Estamos com nos ocupar brevemente a sas antenas ligadas, com o auxí cadeira de ministro lio do Júlio Linhares, secretário da Cultura no gover da Subcomissão de Cinema do no Itamar Franco. Senado, e com o acompanhamen Para Lima, da APCERGS, Mas o governador to das ações das assessorias parla o ideal é a coexistência Aécio Neves ainda mentares do MinC e da Ancine”, não assumiu publi dos fundos com as leis de conta. Assunção também declara camente a defesa do incentivo. estar atenta às movimentações mecanismo. A atriz nos estados, especialmente Rio Magdalena Rodrigues, presidente do Sindi Grande do Sul, Minas Gerais e, nas últi cato dos Atores e Técnicos de Espetáculos mas semanas, Ceará. de Diversão mineiro (Sated-MG) e uma Para ela, “a proposta de um sistema das coordenadoras do Fórum Mineiro de misto, com fundo e incentivos via capta Cultura, acredita que seu estado entrará ção, é a mais interessante. Só precisamos com força na briga. “A lei estadual minei garantir que os recursos dos fundos ra é muito boa. Mesmo com contrapartida sejam realmente aplicados na cultura de 20%, sempre conseguimos captar o teto de cada estado. Um risco que sempre se da renúncia. Além disso, aqui temos muita corre com esse tipo de mecanismo é que dificuldade em captar pelas leis federais, as verbas fiquem contingenciadas e aca concentradas no eixo Rio-São Paulo. Sem bem indo para outras áreas. A vantagem a lei estadual, não haverá trabalho para da lei de incentivo é que se garante que os nossa categoria”, diz. recursos cheguem nas mãos dos produtores “É importante que o Ministério da culturais”. Assunção afirma que o setor Cultura nos ajude nessa luta, até porque cinematográfico paulista também se mobi a manutenção das leis é uma garantia liza para envolver a secretária de Cultura de regionalização da produção cultural, do Estado, Cláudia Costin, e o governa tema tão caro a este governo”, completa dor Geraldo Alckmin na discussão. “É a atriz mineira. Magdalena inclusive uma bela oportunidade para que São Paulo defende a existência do sistema híbri tenha, finalmente, recursos do ICMS aplica do, propondo que, do 0,5% do ICMS dos em sua produção cultural”, aposta.
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MinC começa a mostrar serviço
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Secretaria do Audiovisual lança A falta de público e espaço na mídia para os filmes nacio nais são os alvos prioritários da Secretaria do Audiovisual editais para produções nacionais (SeAv) do Ministério da Cultura (MinC), capitaneada e prepara projeto com TVs públicas. por Orlando Senna. Espalhar a produção cinematográfica brasileira por todos os cantos do País é um dos principais objetivos do ministério, que quer contar com a ajuda das TVs públicas brasileiras e da Ancine, A segunda vertente para estímulo da pro como parceiros importantes. Depois de dução audiovisual, segundo Senna, é desen sete meses de trabalho, a Secretaria do volver o mercado cinematográfico. E isto Audiovisual organizou uma lista extensa ficará a cargo da Ancine, que deverá regular, de projetos que deverão ser implantados fiscalizar e controlar o desenvolvimento do ainda neste ano. Em meados deste mês de mercado consumidor de filmes. Mas a Ancine agosto serão lançados vários editais para não deve ficar apenas como agência regula realização de filmes, documentários, tele dora do cinema. Em meados de julho, numa filmes etc. reunião com cineastas brasileiros, o ministroPara Orlando Senna, o projeto estraté chefe da Casa Civil, José Dirceu, indicou que gico da SeAv pode ser dividido em duas a Ancine ficará sob gestão do MinC e terá seu vertentes. A primeira delas é conseguir escopo de atuação ampliado. A intenção é que que os filmes brasileiros sejam assistidos a agência retome o papel inicialmente ideali pelo maior número de pessoas possível. Orlando Senna: zado para ela e regule também o setor audio “O brasileiro gosta de seu cinema, mas “O brasileiro gosta de seu visual, o que inclui as televisões. “Quando foi não tem acesso a ele. Primeiro porque o cinema, mas não tem acesso criada, a Ancine deveria regular todo o setor ingresso é muito caro, segundo porque a ele”. audiovisual. Mas, na hora de sair do papel, o os lançamentos dos filmes nacionais são governo FHC optou por restringir sua atuação muito discretos e, finalmente, porque ficam muito pouco ao cinema”, explica Orlando Senna, que desde sua posse tempo em cartaz.” Para Senna, não resta dúvida de que na secretaria defende a ampliação da atuação da agência há grande receptividade para os filmes brasileiros. E do cinema. uma das estratégias para espalhar a produção cinemato gráfica será por meio de parcerias com as TVs públicas, Parceria com TV que deverão funcionar como difusoras deste conteúdo. Em maio deste ano, durante o IV Fórum Brasileiro de Além disso, o MinC quer contar com outros proces Programação e Produção, promovido por TELA VIVA, sos, como utilização de caminhões mambembes, salas Senna já demonstrava sua vontade de realizar um tra públicas de projeção, salas do Sesc, universidades etc. balho mais estreito com as TVs públicas e educativas para projetar o cinema nacional. Também está em fase brasileiras. Na ocasião, sugeria que se criasse uma rede de gestação uma parceria com o Ministério da Educa de TVs públicas, com faixas de programação única. ção (MEC) para que sejam criados os “cine-fóruns”. A proposta não foi adiante, mas as conversas entre o Nestes eventos, os alunos assistirão os filmes e depois MinC e as TVs públicas continuaram e se espera para farão um debate sobre a obra. Para que este projeto saia os próximos anos uma ligação mais íntima entre eles. do papel foi formado um grupo de trabalho conjunto Para a presidente da TVE, Beth Carmona, a relação entre MinC e MEC. entre o MinC e as TVs públicas tem sido muito boa Foto: Arquivo
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e as conversas caminham para que se forme uma parceria para escoar e ajudar na produção audiovisual. Beth disse que está à disposição para ajudar no que for possível. Projetos Ainda neste semestre, o Ministério da Cul tura lançará um edital para a realização de telefilmes de ficção infanto-juvenil, cujo orçamento está previsto em R$ 2 milhões. O projeto será realizado em par ceria com a TVE. Ainda de olho na parceria com a televisão, a SeAv prepara um edital para a realização de 26 documentários, que serão realizados em parceria com as emissoras públicas brasileiras, repre sentadas pela Abepec (Associação Brasi leira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais) e com a ABD (Associação Brasileira de Documentaristas). A idéia é criar um efeito multiplicador, já que
cada uma das emissoras envolvidas no projeto receberá recursos para produzir um documentário, mas poderá exibir os outros 25 trabalhos produzidos pelas outras emissoras. Para a realização des tes documentários, o MinC entrará com R$ 70 mil e as emissoras com R$ 20 mil, totalizando R$ 90 mil para cada documentário. Os projetos deverão ser realizados em formato para TV, com 52 minutos de duração. O MinC também quer apoiar o surgi mento de novos talentos e para isso lança neste mês um edital para estreantes realizarem filmes de ficção, com baixo orçamento. Os valores disponíveis ainda estão sendo definidos. Mas estes não são os únicos projetos do ministério para o setor audiovisual. Também neste mês, a SeAv coloca na rua outros quatro editais. Um deles irá finan ciar a realização de 40 filmes em curtametragem. A importância deste tipo de pro
grama para a Secretaria de Audiovisual é que o curta revela autores, diretores, escri tores etc., o que dá novo impulso à indús tria cinematográfica. Outro edital é para concursos em mídias digitais. O concurso será realizado em pequenos municípios e serão feitos 40 títulos. Em parceria com a Petrobrás, o MinC lança um edital para a realização de um concurso de telefilmes em curta, média e longa-metragem. Serão realizados dez telefilmes. Por fim, haverá outro edital para desenvolvimento de roteiro. Nestes casos, até o fechamento desta edição, os orçamentos para os pro gramas ainda não haviam sido definidos pelo ministério. Como se pode perceber, o Ministério da Cultura tem uma longa agenda para os próximos três anos e meio de trabalho. E o setor audiovisual pode esperar mudanças e muita movimentação no mercado daqui para frente, se o ministério tiver fôlego para tirar as idéias do papel.
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Uma casa de cineastas
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enhum sinal indica que o sobrado do bairro Bonfim, N antigo ponto da boemia em Porto Alegre, seja o endereço do cinema gaúcho. A ausência de placas não é artimanha de cineasta para evitar o assédio. É simplesmente medida de segurança, prevenção tomada por quem já foi assalta do três vezes. Para ladrões seduzidos pela idéia de bilheterias milionárias do cinema norte-americano, deve ser uma decepção se deparar com pilhas de material de divulga ção e prateleiras abarrotadas com latas de filmes. Nada que tenha valor no mercado negro. O valor da Casa de Cinema se mede assim: 23 curtas, quatro longas e mais de 150 prêmios.
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O embrião Tudo começou nos anos 80, com a primeira tentativa de união de 12 cineastas através de uma cooperativa. Todos já haviam feito trabalhos, a maioria em Super-8. “A gente precisava de um endereço para as pessoas nos acharem. Aí, alugamos uma casa e juntamos todos os filmes que já tínhamos feito para facilitar a distribuição”, conta Lucia na Tomasi, produtora executiva. O primeiro projeto em comum foi o curta-metragem “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, lançado em 1989, o mais premiado trabalho da Casa de Cinema até hoje. O filme percorreu o mundo inteiro, inclusive Japão e Hong Kong, e continua sendo vendido para o exterior. Um feito incrível para um filme produzido com muita vontade e praticamente nenhum recurso. “Não tínhamos dinheiro nenhum e decidimos fazer um filme em 35 mm. Gastamos US$ 5 mil e o resto ganhamos: filme, som e o laboratório.” Em 1991, a Casa de Cinema se tornou uma produtora independente com seis sócios: as pro dutoras executivas Luciana Tomasi e Nora Goulart, o rotei rista e montador Giba Assis Brasil, os roteiristas e diretores Jorge Furtado, Carlos Gerbase e Ana Luiza Azevedo. Desde então o grupo permanece o mesmo. Mas, para fazer cinema juntos é preciso disciplina e organização. A função de cada um na Casa é bem clara: Luciana e Nora participam de todos os projetos, atuando desde a captação de recursos até a distri
Sem produzir para o mercado publicitário, produtora de Porto Alegre mostra como sobreviver de cinema mesmo fora do eixo Rio-São Paulo.
Os sócios: Gerbase, Assis Brasil e Furtado (da esquerda para a direita, em pé); Ana Luisa, Nora e Luciana (sentadas).
buição. Assis Brasil é o montador, Ana Luiza escreve e dirige curtas-metragens. Gerbase e Furtado, agora, se dedicam aos longas. Até o espaço de cada um dentro da casa é bem defini do. As mulheres têm salas individuais. Já os homens prefe rem dividir o mesmo cômodo. O único dia da semana em que todos podem ser encontrados juntos na Casa de Cine ma é segunda-feira. Dia de reunião. Durante duas horas, os seis sócios discutem os projetos, fazem as cobranças e trocam idéias sobre os roteiros. “Todo mundo dá palpite”, diz Luciana. Esta abertura dos roteiristas talvez explique as inúme ras transformações pelas quais passa um roteiro até chegar à forma final. As primeiras anotações de “O Homem que Copiava” foram feitas em outubro de 1996. A última, em setembro de 2001, seis dias antes da filmagem. No meio tempo, Furtado ainda escreveu e filmou outra história, a produção de baixo orçamento “Houve uma Vez Dois Verões”. O longa “Tolerância”, de Gerbase, teve 12 ver
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Fotos: Divulgação
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oes. “Sempre tem reparos, até atrás de recursos para o longa de Ger quando estamos filmando ou base. “O prazo normal é de dois anos montando.” para captação. Cinco até concluir o pro Gerbase agora se dedica ao pró jeto de um longa-metragem”. “Roteiros ximo filme, “Roteiros Encon Encontrados num Computador” tem trados num Computador”, custo estimado de R$ 1,5 milhão. atualmente na quinta versão. O planejamento e a responsabi A história de um cineasta que lidade também garantem o sucesso morre sem realizar todos os das produções da Casa de Cinema. filmes que desejaria e as con “A gente nunca começa a filmar fusões criadas quando pessoas sem ter todo o dinheiro.” Luciana começam a ler seus projetos reconhece que uma das dificuldades “O Homem que Copiava” custou R$ 4 milhões e concomeçou a ser escrita em 2001. de fazer cinema no Rio Grande do quistou 400 mil espectadores em apenas um mês em O roteiro concorreu com outros Sul é a distância dos grandes cen cartaz. 130 trabalhos do mundo inteiro tros, onde se concentra o dinheiro e foi um dos dez selecionados de empresas federais. E como não para as oficinas do Festival de Sundance. custou, no final, R$ 4 milhões. Depois há laboratórios em Porto Alegre, trans O cineasta passou uma semana no Rio de de um mês em cartaz, 400 mil pessoas já portar os negativos para serem revelados Janeiro discutindo o roteiro com consul tinham visto a história do operador de em São Paulo também é outra dificulda fotocopiadora que fazia dinheiro falso de. “Isto encarece o projeto, além de nos tores internacionais. em todo o País. deixar preocupados, porque o risco de Fuga da publicidade acontecer alguma coisa com o seu nega Além de cinema, a Casa também faz Parcerias tivo é maior”. produções para televisão e programas A Columbia, distribuidora do longaO patrimônio da Casa de Cinema são eleitorais. “Só para partidos de esquer metragem “Tolerância”, lançado em as pessoas e as idéias. Os equipamentos da”, ressalta Luciana. Mas, ao contrário 2000, agora é parceira. “A Columbia se resumem a duas câmeras de vídeo da maioria das grandes produtoras do viu o projeto e nos convidou para distri digital Sony DSR300 e uma ilha de País, não faz publicidade. “A Casa foi buir”, conta Luciana. Em “Houve uma Final Cut Pro, da Apple. Todos os três criada para ser uma fuga da publicida Vez Dois Verões”, foi também co-pro longas-metragens feitos pela Casa foram de, porque ela te suga muito. É muito dutora, assim como em “O Homem que montados na pequena sala no segun difícil juntar as duas coisas e a gente Copiava”, que teve ainda outra forte do andar do sobrado. Os demais equi queria concentrar a atenção no cinema.” aliada na produção, a Globo. pamentos são alugados e os técnicos, A relação com a TV Globo começou no contratados por empreitada. A maioria Assim, o grupo passou a atuar em todas as frentes da área cinematográfica. E início dos anos 90. Eventualmente, os profis é de gaúchos, pois como diz Luciana, eles organizam mostras, cursos, vendem sionais da Casa participavam da produção “artistas não faltam por aqui”. Apesar dos programas “Dóris para Maiores” e “Bra de o elenco de “O Homem que Copiava” filmes virgens. A persistência e o talento sempre sil Legal”, de Regina Casé. Jorge Furtado ser basicamente de cariocas e paulistas, ajudaram nos momentos de crise. No e Carlos Gerbase escreveram roteiros de além do baiano Lázaro Ramos — exigên governo Collor, quando o cinema bra minisséries, entre elas “Memorial de Maria cia das co-produtoras Globo e Columbia sileiro foi praticamente extinto, reali Moura”, “Engraçadinha” e “Agosto”. A pro — os talentos locais também brilharam, zaram vários filmes através de bolsas, dutora também realizou vários episódios da no segundo escalão. entre elas, a da Fundação Rockefeller e série de contos adaptados para a televisão A ausência de gaúchos nos papéis “Brava Gente”. a do Channel 4 da BBC. principais não tirou o sotaque do filme. Agora, um contrato oficializou a parce “Nós tentamos um sotaque o mais gaú Os prêmios também tornaram pos sível a realização de “Houve uma Vez ria com a Globo. A Casa de Cinema vai pro cho possível. A gente quer que o filme Dois Verões”, projeto de baixo orçamen duzir, ainda para este ano, um produto que seja visto como é falado no Rio Grande to feito em DV e 35 mm, e “O Homem mescla ficção e documentário com o nome do Sul”, explica Luciana. E antes que que Copiava”. O primeiro recebeu R$ de “Cena Aberta”. O projeto está sendo alguém acuse os diretores de bairristas, 350 mil do prêmio Ministério da Cultu desenvolvido em conjunto com o núcleo é bom explicar que não se trata disso. ra e o segundo foi um dos três projetos de Guel Arraes, mas os detalhes ainda são “Seria uma burrice fazer cinema bair vencedores do PrêmioRGE — Governo mantidos em segredo. rista. A gente não puxa o sotaque. Só do Estado do Rio Grande do Sul em quer que o sotaque natural apareça”, 2001, no valor de R$ 1,3 milhão, a maior Muito trabalho pela frente argumenta Gerbase. “Quanto mais uni premiação para cinema do País. O filme E projetos não faltam. Luciana agora está versais forem os filmes, melhor.”
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AGOSTO (Novas Aplicações) As revistas Tela Viva, Pay-TV e Teleti me promovem nos dias 13 e 14 de agosto o Seminário “Soluções em tele com: as aplicações via satélite”, no hotel Paulista Plaza, em São Paulo. Serão apresentados cases com as aplicações do satélite, de telemedicina a cinema digital, para usuários, operadoras e provedores de serviços em TV aberta, produção de conteúdo, TV paga, empresas de teleco municações, entre outros. Mais informações: tel. (11) 3120-2351, e-mail info@convergeeventos.com.br ou www.convergeeventos.com.br.
(Workshop de Produção) A Agência Zapping, com o apoio de Tela Viva, realiza o Workshop de Produção e TV, voltado para estudantes de Rádio e TV, publicidade, produção teatral e profissionais da área que acompanharão como é o trabalho na prática de um produtor de TV, vídeo, casting e eventos. O evento terá como palestrantes Silvia Abravanel, Guto Melo e Carlos Gerard e acontece nos dias 30 e 31 de agosto, em São Paulo. Mais informações pelos telefones (11) 6864-6246 e 6672-4332, pelo e-mail contato@agenciazapping.com.br ou no site www.agenciazapping.com.br.
7 a 10 — V Mostra Taguatinga O Cinema 16mm. Taguatinga - DF. Fone/ fax: (61) 351-9629 / 933-3754. E-mail: mostra@mostrataguatinga.com.br. Internet: www.mostrataguatinga.com.br. 13 a 18 — Catarina Festival de Documentários - edição 2003. Balneário Camboriú, Itajaí - SC. Fone/fax: (41) 336-1539. E-mail: araucaria@araucariaproducoes.com. br. Internet: www.araucariaproducoes.com. br. 18 a 23 — XXXI Festival de Gramado - Cinema Latino e Brasileiro. Gramado - RS. . Fone: (54) 286-9533 / 286-9544. E-mail: festcinegramado@gramadosite.com.br. Internet: www.gramadosite.com.br/ festivaldecinema 18 a 23 — XI Gramado Cine Vídeo. Gramado - RS. Fone: (54) 286-6226/ 295-1155. E-mail: gramadocinevideo@gramadosite.com.br. Internet: www.gramadocinevideo.com.br. 18 a 24 — IV Festival Latino Americano de Cine, Vídeo e TV de Campo Grande. MS. Fone/fax: (67) 331-2547. E-mail: cab_ala@ zipmail.com.br. Internet: www.festivaldecampogrande.com.br. 20 a 21 — Seminário de Programação de Televisão Universitária. Gramado - RS. Fone: (19) 3756-7325. E-mail: seminario@abtu.org.br.
Internet: www.abtu.org.br. 28 a 06/09 — 14º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo. SP. Fone: (11) 3034-5538. Fax: (11) 3815-9474. . E-mail: spshort@kinoforum.org. Internet: www.kinoforum.org.
SETEMBRO 2 a 7 — II Curta Santos. SP. Fone: (13) 3219-7456 / 3219-2036. E-mail: t.dantas@terra.com.br. Internet: www.curtasantos.hpg.com.br. 3 e 4 — Mostra Internacional de Filmes de Montanha. Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo - MG, PR, RJ, SP. Fone/fax: (21) 3322-1892. E-mail: 9d@9dproducoes.com.br. Internet: www.banffbrasil.com.br. 3 a 5 — SET 2003. Pavilhão de Congressos do Riocentro, Rio de Janeiro. Fone: (21) 2512-8747. E-mail: set@set.com.br. 11 a 16 — IBC 2003 - International Broadcasting Convention. Amsterdam RAI, Amsterdã, Holanda. Fone: (44-20) 7611-7500. . Fax: (44-20) 7611-7530. . E-mail: show@ibc.org. . Internet: www.ibc.org.
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