Revista Tela Viva 135 - janeiro/fevereiro 2004

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N達o disponivel


editorial No dia 17 de dezembro aconteceu na sede da Unesco a primeira reunião do grupo de especialistas que vai elaborar um anteprojeto de convenção internacional de proteção à diversidade dos conteúdos culturais e expressões artísticas nacionais. O debate é fruto da Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, elaborada pelo organismo da ONU em 2001, que prega a preservação das culturas nacionais, em tese ameaçadas pela globalização dos investimentos em mídia e comunicação. A idéia é que se apresente, até a Conferência da Unesco de 2005, um instrumento normativo global que assegure a competitividade dos andrémermelstein andre@telaviva.com.br veículos e criadores de conteúdo nos diferentes países. Longe de ser um debate puramente especulativo ou acadêmico, a questão da diversidade cultural mexe diretamente com as estruturas da comunicação social nos países envolvidos, em especial daqueles em desenvolvimento, como o Brasil. Já acontecem, por exemplo, no âmbito das negociações bilaterais ou na própria OMC, exigências comerciais que afetam diretamente a indústria cultural e as comunicações (por exemplo, um país hegemônico exigir que outro país liberalize seu mercado editorial ou de comunicação de massa em contrapartida a uma abertura comercial na área agrícola ou industrial). O debate ganha especial importância no cenário que se desenha para a mídia no Brasil. Por um lado, os grupos de mídia, com poucas exceções, enfrentam sabidamente enormes dificuldades financeiras. O ambiente regulatório, com a abertura dos 30% ao capital estrangeiro, é favorável a uma intervenção externa. Por outro lado, vemos os grupos internacionais se consolidarem em grandes companhias, cada vez mais vorazes na expansão de seus negócios. É o caso da recente aquisição da Hughes, dona da DirecTV, pela News Corp., dona da Sky e da Fox (TV aberta, TV por assinatura e cinema), entre outros veículos. Para dar a cobertura a esse bolo, as novas tecnologias de comunicação, como a Internet em banda larga e o telefone celular multimídia, passam ao largo de qualquer controle social sobre o conteúdo, como se percebe na matéria de capa desta edição. Não há, por exemplo, como no caso da TV aberta e dos jornais, uma obrigação da responsabilidade editorial estar nas mãos de brasileiros. Por outro lado, a concentração dos meios de comunicação dentro do próprio país não é garantia de preservação dos interesses culturais nacionais. Em comunicação, pluralidade, diversidade e democratização de acesso são fundamentais. E isso, infelizmente, não depende apenas de vontade ou de talento. Depende de incentivos, de políticas públicas, de regras modernas e claras, o que definitivamente ainda não existe no Brasil. Não se trata enfim de xenofobia. O Brasil quer e precisa se abrir ao mundo, e conteúdos “importados” são muito bem-vindos. O que não se pode permitir é que isto aconteça em detrimento de uma indústria audiovisual forte no País, seja do ponto de vista econômico, seja do social e cultural. A iniciativa da Unesco será fundamental para isto.

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Suces­são na Ana­tel A sole­ni­da­de de posse do novo pre­si­den­te da Ana­tel, Pedro Jaime Zil­ler, dia 7 de janei­ ro, em Bra­sí­lia, foi mar­ca­da por uma mani­ fes­ta­ção explí­ci­ta do gover­no em rela­ção à manu­ten­ção da esta­bi­li­da­de regu­la­tó­ria do setor de tele­co­mu­ni­ca­ções. A maior prova foi a pre­sen­ça do minis­tro-chefe da Casa Civil, José Dir­ceu, que, repre­sen­tan­ do o pre­si­den­te Lula, rea­fir­mou a preo­cu­ pa­ção do gover­no para que con­tra­tos, leis e regu­la­men­tos sejam sem­pre cum­pri­dos. O mesmo cui­da­do foi mani­fes­ta­do, com muita ênfa­se, no pró­prio dis­cur­so de Zil­ ler, e tam­bém pelo ex-minis­tro das Comu­ ni­ca­ções Miro Tei­xei­ra. Mas um outro fato impor­tan­te tam­bém mar­cou a sole­ni­da­de: a refe­rên­cia e agra­de­ ci­men­to de Zil­ler e Miro ao movi­men­to sin­ di­cal. O nome do pre­si­den­te da Fit­tel, José Zunga, foi men­cio­na­do por Zil­ler jun­ta­men­ te com os das ­demais auto­ri­da­des pre­sen­ tes à ceri­mô­nia. O novo pre­si­den­te da Ana­tel disse, após a sua posse, que terá como prin­ci­pal preo­cu­ pa­ção na agência a via­bi­li­za­ção do novo Ser­vi­ço de Comu­ni­ca­ção Digi­tal (SCD). Ainda na posse de Zil­ler, José Dir­ceu afir­ mou que o gover­no já fina­li­zou a pro­pos­ta de alte­ra­ções na estru­tu­ra das agên­cias regu­la­do­ras, colo­ca­do em con­sul­ta públi­ ca no final do ano pas­sa­do, e que aguar­da somen­te o final do reces­so par­la­men­tar para enca­mi­nhar o pro­je­to ao Con­gres­so. “A ques­tão é muito impor­tan­te e não pode ser dis­cu­ti­da na con­vo­ca­ção extraor­di­ná­ ria”, disse José Dir­ceu.

Refor­ma minis­te­rial Euní­cio Oli­vei­ra foi desig­na­do no dia 23 de janei­ro o novo minis­tro das Comu­ni­ca­ções. O anún­cio feito pelo pre­si­den­te Luiz Iná­ cio Lula da Silva veio em con­jun­to com os

tela viva janeiro | fevereiro de 2004

­ emais nomes da refor­ma minis­te­rial. Miro d Tei­xei­ra assu­me, por indi­ca­ção do pre­si­den­ te, a lide­ran­ça do gover­no na Câma­ra dos Depu­ta­dos. Oli­vei­ra res­sal­tou que a polí­ti­ca do minis­té­ rio será deter­mi­na­da pelo pre­si­den­te Lula, mesmo sendo ele um inte­gran­te do PMDB. Em rela­ção aos temas da pauta do minis­ té­rio que está assu­min­do, Euní­cio Oli­vei­ra não ­ entrou em deta­lhes. O novo minis­tro dis­cor­reu um pouco mais sobre a ques­tão da TV digi­tal. Disse que é pos­sí­vel sim tocar as pes­qui­sas no Bra­sil por um ­padrão nacio­nal e que con­ti­nua­rá incen­ti­van­do os tra­ba­lhos nesse sen­ti­do. Afir­mou que será impor­tan­te fazer a inte­gra­ção entre Índia, China e paí­ses da Amé­ri­ca do Sul, que soma­dos têm uma popu­la­ção de dois ­bilhões de pes­soas. Para ele, a TV digi­tal não está con­so­li­da­da em ­nenhum país do mundo e, por­tan­to, os dois ­bilhões de habi­ tan­tes dos paí­ses cita­dos têm todo o direi­ to de fazer pes­qui­sas para even­tual­men­te che­ga­rem a um ­padrão pró­prio. Sobre o fato de ser radio­di­fu­sor, Euní­cio Oli­vei­ra não vê impe­di­men­tos ou con­fli­tos com a pasta que assu­me. Ele res­sal­tou que tem três ­rádios no inte­rior de Goiás e do Ceará, e que essas emis­so­ras não estão par­ti­ci­pan­do de pro­ces­sos de lici­ta­ção por novas outor­gas. No dia 4 de feve­rei­ro saiu a nomea­ção do ex-depu­ta­do fede­ral e ex-minis­tro da Des­ bu­ro­cra­ti­za­ção do gover­no Sar­ney, Paulo de Tarso Lus­to­sa da Costa, para exer­cer o cargo de secre­tá­rio exe­cu­ti­vo no Minis­té­rio das Comu­ni­ca­ções.

R$ 65 ­milhões para o Sis­te­ ma Bra­si­lei­ro Com o argu­men­to de que o CPqD tem mais agi­li­da­de para con­tra­tar, o Minis­té­rio das Comu­ni­ca­ções deci­diu que cabe­rá ao ins­ti­tu­to a dis­tri­bui­ção da verba de R$ 65 ­milhões do Funt­tel (Fundo de Desen­vol­vi­ men­to Tec­no­ló­gi­co de Tele­co­mu­ni­ca­ções)

desig­na­da para o finan­cia­men­to da ati­vi­ da­de de pes­qui­sa do Sis­te­ma Bra­si­lei­ro de TV Digi­tal (SBTVD) pelas uni­ver­si­da­ des. Esta verba é a pri­mei­ra leva apro­va­ da pelo con­se­lho do Funt­tel, mas pode haver novos apor­tes, de acor­do com as neces­si­da­des das pes­qui­sas. Cabe­rá ao CPqD tam­bém ­cobrar e orga­ni­zar o cum­ pri­men­to de pra­zos pelas uni­ver­si­da­des. A fase mais espe­ra­da é o momen­to em que os dife­ren­tes ­níveis do sis­te­ma bra­si­ lei­ro come­cem a ser tes­ta­dos, o que pre­ ci­sa acon­te­cer até o meio do ano. Uma das prin­ci­pais preo­cu­pa­ções do gover­ no, por outro lado, é que o assé­dio dos ­padrões estran­gei­ros sobre os pes­qui­sa­ do­res bra­si­lei­ros gere atra­sos e tumul­tue o pro­ces­so de pes­qui­sas por aqui. Serão oito pro­je­tos cor­ren­do para­le­la­ men­te, com atri­bui­ções dife­ren­tes para cada uma das mais de 20 uni­ver­si­da­des envol­vi­das. A coor­de­na­ção do tra­ba­lho das uni­ver­si­da­des fica­rá a cargo do CPqD, que criou uma dire­to­ria espe­cí­fi­ ca para TV digi­tal, a cargo de Ricar­do Benet­ton Mar­tins, segun­do o pre­si­den­te do ins­ti­tu­to, Hélio Gra­cio­sa. Ao mesmo tempo, com a nomea­ção de Pedro Jaime Zil­ler, ex-secre­tá­rio de tele­co­ mu­ni­ca­ções do Mini­com, para a pre­si­dên­ cia da Ana­tel, a agên­cia deve assu­mir um papel de rele­vân­cia nos tra­ba­lhos. É certo, por exem­plo, que o acer­vo de infor­ma­ções sobre os três ­padrões estran­gei­ros exis­ten­ te na agên­cia será agre­ga­do ao con­jun­to de infor­ma­ções sobre o sis­te­ma nacio­nal. Com base nas infor­ma­ções sobre os qua­ tro ­padrões, o Comi­tê de Desen­vol­vi­men­to fará a indi­ca­ção sobre qual sis­te­ma será ado­ta­do no Bra­sil, no final de 2004.

Cota de tela Nas últi­mas sema­nas de 2003, o Diá­rio Ofi­cial da União trou­xe a aguar­da­da e polê­mi­ca defi­ni­ção da cota de tela para fil­mes nacio­nais. No dia 31 de dezem­bro

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foi publi­ca­do o Decre­to 4.945, de 30 de dezem­bro de 2003, que esta­be­le­ce que cada sala de exi­bi­ção e/ou com­ple­xo de exi­bi­ção deve­rá ter pelo menos 63 dias por ano dedi­ca­dos a fil­mes bra­si­lei­ros. Essa cota deve­rá ser cum­pri­da ao longo do ano, não poden­do ser con­cen­tra­da ape­ nas no segun­do semes­tre. O decre­to esta­ be­le­ce tam­bém que cabe­rá à Anci­ne criar ­regras que dis­po­nham sobre o núme­ro de títu­los e o perío­do de sua per­ma­nên­cia. O Diá­rio Ofi­cial do dia 31 de dezem­bro de 2003 trou­xe ainda duas ins­tru­ções nor­ma­ ti­vas da Anci­ne. A IN núme­ro 21 esta­be­ le­ce os pro­ce­di­men­tos para a apre­sen­ta­ ção de con­tas per­ti­nen­tes à apli­ca­ção dos recur­sos incen­ti­va­dos em pro­je­tos. Cada pro­po­nen­te terá 120 dias para apre­sen­tar as con­tas ao tér­mi­no de seu pro­je­to. Outra ins­tru­ção nor­ma­ti­va, a de núme­ro 22, regu­la­men­ta a ela­bo­ra­ção, a apre­sen­ta­ ção e o acom­pa­nha­men­to de pro­je­tos de obras audio­vi­suais. Esta ins­tru­ção nor­ma­ti­ va subs­ti­tui ­outras que foram edi­ta­das em novem­bro.

Con­de­ci­ne e 3% A Anci­ne anun­ciou no dia 12 de janei­ro a arre­ca­da­ção de 2003 da Con­de­ci­ne (Con­tri­ bui­ção para o Desen­vol­vi­men­to do Cine­ma Nacio­nal). A Con­de­ci­ne é reco­lhi­da antes da exi­bi­ção ou vei­cu­la­ção comer­cial de obras cine­ma­to­grá­fi­cas e video­fo­no­grá­fi­cas nacio­nais e estran­gei­ras em cine­mas, TVs aber­ta e por assi­na­tu­ra e vídeo, em ter­ri­tó­ rio bra­si­lei­ro. Ao todo foram reco­lhi­dos ao Tesou­ro Nacio­nal R$ 19.524.576,88 no ano pas­sa­do. É a maior arre­ca­da­ção da agên­ cia desde sua cria­ção. Já o valor dos 3% depo­si­ta­dos pelas pro­ gra­ma­do­ras de TV por assi­na­tu­ra para co-pro­du­ção nacio­nal como alter­na­ti­va ao paga­men­to da Con­de­ci­ne em 2003 foi de R$ 14.228.656,00. Segun­do a Anci­ne, R$ 9.064.284,00 reco­ lhi­dos pela regra dos 3% já têm des­ti­ no apro­va­do. Des­tes, R$ 8.684.895,00 já foram repas­sa­dos para co-pro­du­ções entre os ­canais inter­na­cio­nais e pro­du­to­ ras ­locais. Os três maio­res pro­je­tos apro­va­dos até o momen­to pela agên­cia são “Man­dra­ke”,

co-pro­du­ção da Cons­pi­ra­ção e da HBO, com R$ 5.588.163,00 apro­va­dos; “Ani­mais do Bra­sil”, da Fil­mart e da Fox, com R$ 911.272,00 apro­va­dos; e “Boa Notí­cia”, da MV Vídeo e da Tur­ner, com R$ 525 mil apro­va­dos. Segun­do a Anci­ne, foram reco­lhi­dos até hoje pela regra dos 3% R$ 18.025.829,00.

Anci­ne deter­mi­na clas­si­fi­ ca­ção de pro­du­to­ras A Anci­ne publi­cou no Diá­rio Ofi­cial da União de 30 de janei­ro, a Ins­tru­ção Nor­ma­ti­va nº 23/2004, que regu­la­men­ta a clas­si­fi­ca­ção das empre­sas pro­du­to­ras bra­si­lei­ras que se habi­li­tam aos meca­nis­mos de fomen­to das leis de incen­ti­vo cul­tu­ral. A clas­si­fi­ca­ção das empre­sas obe­de­ce­rá ao seguin­te cri­té­rio: • Nível 1: empre­sa estrean­te na pro­du­ção audio­vi­sual ou cuja pro­du­ção, em con­jun­to, seja infe­rior a 70 minu­tos; • Nível 2: empre­sa cuja pro­du­ção audio­vi­ sual, em con­jun­to, seja igual a 70 minu­tos; • Nível 3: empre­sa cuja pro­du­ção audio­vi­ sual, em con­jun­to, seja supe­rior a cem minu­ tos, com no míni­mo uma obra com dura­ção igual ou supe­rior a 50 minu­tos; • Nível 4: empre­sa cuja pro­du­ção audio­vi­ sual, em con­jun­to, seja supe­rior a 210 minu­ tos, com no míni­mo uma obra com dura­ção supe­rior a 70 minu­tos; • Nível 5: empre­sa cuja pro­du­ção audio­vi­ sual, em con­jun­to, seja supe­rior a 280 minu­ tos, com no míni­mo duas obras com dura­ ção supe­rior a 70 minu­tos cada. De acor­do com a Ins­tru­ção Nor­ma­ti­va da Anci­ne, cada empre­sa de pro­du­ção pode­ rá uti­li­zar meca­nis­mos de incen­ti­vo obe­de­ cen­do limi­tes esta­be­le­ci­dos con­for­me o seu nível. Os limi­tes para cada nível são os seguin­tes: • Pro­po­nen­te nível 1: até o mon­tan­te de R$ 300 mil; • Pro­po­nen­te nível 2: até o mon­tan­te de R$ 2,5 ­milhões; • Pro­po­nen­te nível 3: até o mon­tan­te de R$ 5 ­milhões; • Pro­po­nen­te nível 4: até o mon­tan­te de R$ 10 ­milhões; • Pro­po­nen­te nível 5: até o mon­tan­te de R$ 20 ­milhões.

Copa é fun­da­men­tal para Glo­bo­par Um dos gran­des desa­fios do grupo Globo no pro­ces­so de rene­go­cia­ção de suas dívi­das é a Copa do Mundo de 2006, garan­tem fon­tes que acom­ pa­nham o pro­ces­so de dis­cus­são com os cre­do­res. O grupo teria que desem­ bol­sar, pelo con­tra­to cele­bra­do antes da Copa de 2002, cerca de US$ 240 ­milhões. Já dei­xou de pagar a pri­mei­ra par­ce­la desse mon­tan­te (que ven­ceu em mea­dos de 2003) e rene­go­cia o total. Jorge Nóbre­ga, mem­bro do con­se­ lho de admi­nis­tra­ção do grupo, diz que esse assun­to é um dos ­ vários pon­tos que estão sob seve­ras cláu­su­las de con­ fi­den­cia­li­da­de no pro­ces­so de rene­go­ cia­ção e que, por­tan­to, não são comen­ ta­das pela Globo. Segun­do infor­ma­ções apu­ra­das junto a fon­tes de mer­ca­do, a Globo esta­ria bus­can­do, como parte do acer­to com os cre­do­res, valo­res bem mais modes­ tos para os direi­tos da Copa de 2006. Algo em linha com o que as redes de TV no Méxi­co paga­ram pela Copa de 2002 (cerca de US$ 18 ­ milhões), oca­ sião em que a Globo, pagan­do US$ 210 ­milhões, ­ cobriu 25% de toda a recei­ta da Fifa com o Mun­dial. Os núme­ros da nego­cia­ção atual não são comen­ta­dos pela Globo. ­ Outras infor­ma­ções dão conta de que a Globo teria pedi­do aos cre­do­res liber­da­de de nego­ciar até o mon­tan­te de US$ 50 ­milhões pelos direi­ tos da Copa, teto nega­do pelo comi­tê de nego­cia­ção. Outro tema na ordem do dia das nego­ cia­ções da Globo é a par­ti­ci­pa­ção do grupo na ope­ra­do­ra Sky. Segun­do Jorge Nóbre­ga, essas con­ver­sas tam­ bém não estão con­cluí­das. Em 2002, o grupo redu­ziu a sua par­ti­ci­pa­ção em favor da News Corp. para evi­tar com­pro­ me­ti­men­to com apor­tes de capi­tal. O mesmo deve acon­te­cer agora, com dilui­ ção da posi­ção da Globo na ope­ra­do­ra de DTH. Ao mesmo tempo, a Globo, que não deve sair total­men­te da socie­da­de, nego­cia garan­tias de dis­tri­bui­ção de seu con­teú­do pela ope­ra­do­ra.


Out­doors vivos A cam­pa­nha de Smir­noff Ice - que estou­ rou em out­doors de todo o Bra­sil - ­ganhou sua ver­são tele­vi­si­va com vinhe­tas con­ten­ do fra­ses tão bem-humo­ra­das quan­to as impres­sas. A prin­cí­pio, as vinhe­tas repro­ du­zi­riam exclu­si­va­men­te o ­visual dos out­ doors, incor­po­ran­do, inclu­si­ve, o for­ma­to wide ­screen. Mas ­depois a equi­pe da pro­ du­to­ra Arte Ani­ma­da suge­riu agre­ gar ­alguns ele­men­tos novos. Os fil­mes foram fei­tos a par­tir das artes dos out­doors, ras­ga­das a mão e esca­nea­ das para repro­du­zir o efei­to dese­ja­do. A ani­ma­ção foi feita com a téc­ni­ca de stop ­motion, e o com­pu­ta­dor foi usado para tra­ ba­lhar as tex­tu­ras do papel. A dire­ção do filme é de Fer­nan­do Cos­ter, Celso Soldi e Caio Zilli, e a cria­ção, da J. W. Thomp­son, é assi­na­da por Kiko César e Luiz Risi, com dire­ção de cria­ção de André Pinho.

­Idéias no espa­ço Wal­ter de Assis, da Sat­mee­ting, foi o ven­ce­dor do segun­do Prê­mio Star One, na cate­go­ria Pro­fis­sio­nais. O prê­ mio é uma ini­cia­ti­va da ope­ra­do­ra de saté­li­tes (sub­si­diá­ria da Embra­tel) para fomen­tar e divul­gar o uso da tec­no­lo­gia sate­li­tal. Foram pré-sele­cio­na­dos 40 tra­ba­lhos, dos mais de 200 rece­bi­dos, que foram sub­me­ti­dos a um júri que con­si­de­rou os aspec­tos de ino­va­ção e os resul­ta­dos de cada pro­je­to. O tra­ba­ lho ven­ce­dor, coor­de­na­do por Assis, foi um trei­na­men­to rea­li­za­do na rede vare­ jis­ta de todo o País para a pro­mo­ção dos cigar­ros Kent, da Souza Cruz, rea­li­za­do exclu­si­va­men­te via saté­li­te. Na cate­go­ria Aca­dê­mi­co, o prê­mio foi para Fer­nan­do Stan­ca­to, da Uni­ver­si­da­ de do Norte do Para­ná, pelo pro­je­to Uno­ sat, que con­sis­tiu na cons­tru­ção, teste e ope­ra­ção de um nano­sa­té­li­te de 8 kg por alu­nos de gra­dua­ção.

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Cria­ção cole­ti­va

PPV nacional nos EUA A Estu­dios­Me­ga, atra­vés de seus pro­du­to­res asso­cia­dos Rosal­do Caval­can­ti e Jorge Gui­ ma­rães, está ven­den­do no mer­ca­ do norte-ame­ri­ca­no um even­to de surfe para o pay-per-view, atra­vés da In ­Demand, que tem aces­so a 60 ­ milhões de domi­cí­ lios. Trata-se da com­pe­ti­ção Tow in World Cup, de ondas gigan­tes — são pelo menos 12 ­metros de altu­ra —, que acon­te­ce no Havaí, na praia de Jaws. A dupla ven­ce­ do­ra (sur­fis­ta e rebo­ca­dor) leva um prê­mio de US$ 100 mil, patro­ ci­na­do pela pro­du­to­ra. De acor­ do com os orga­ni­za­do­res, é a pri­ mei­ra vez que um even­to dessa moda­li­da­de espor­ti­va é ofe­re­ci­ do no sis­te­ma de pay-per-view. No caso de usuá­rios com HDTV, a trans­mis­são é gra­tui­ta.

O filme de final de ano pro­du­zi­do pela Made para o Bra­ des­co teve uma ino­va­ção. No comer­cial, ­ vários “anos”, repre­sen­ta­dos por ato­res, estão reu­ni­dos fazen­do pre­vi­ sões sobre a car­rei­ra do novo ano (2004). A cria­ção foi de Gus­ta­vo Soa­res e Jose Del­boux, da Publi­cis Sal­les Nor­ton. A novi­ da­de está no méto­do ado­ta­do pela pro­du­to­ra. Foi for­ma­do um ­núcleo cria­ti­vo, que se reúne sema­nal­men­ te para troca de ­idéias e expe­riên­ cias e que opina sobre tudo o que é pro­du­zi­do. Em algu­mas pro­du­ções são for­ma­das ­duplas ou times que se com­ple­men­tam. Para o comer­ cial do Bra­des­co, por exem­plo, se jun­ta­ram Willy Bion­da­ni, que atuou na dire­ção de arte e foto­gra­fia, e Luiz Vil­la­ça, que se con­cen­trou na dire­ção dos ato­res. O ­núcleo cria­ti­vo da Made é com­pos­to ainda por Geór­gia Guer­ra-Peixe, Mau­rí­cio Lan­za­ra, Ricar­ do Pichi Mar­ti­ra­ni e Paulo Gama. Fotos: Divul­ga­ção


Toró e falta ­d’água De um lado, a falta de água que sem­ pre paira como uma amea­ça sobre São Paulo. De outro, os tem­po­rais que efe­ti­va­men­te cas­ti­gam a cida­ de. Mesmo com chu­va­ra­das duran­te

todo o verão, a ­ Sabesp está vei­cu­ lan­do uma cam­pa­nha de cons­cien­ti­ za­ção para evi­tar o des­per­dí­cio de água. É a pri­mei­ra cam­pa­nha cria­da pela Gio­van­ni, FCB para a com­pa­

nhia, com cria­ção de Aaron Sut­ton, Bob Kin­cey, David Roma­net­to, Muri­lo Lico e Rena­to Lopes e dire­ção de cria­ ção de Aaron Sut­ton. A pro­du­ção é da GW, com dire­ção de Caio ­Abreia.

Procura documentada

União de for­ças

“33”, longa-metra­gem no qual o dire­tor Kiko Goif­man pro­cu­ra sua mãe bio­ló­gi­ca a par­tir de dicas de dete­ti­ves de São Paulo e Belo Hori­zon­te, entra em cir­cui­to comer­cial pau­lis­ta­no em 12 de março. Para rea­li­zar o docu­men­tá­ rio, o dire­tor entre­vis­tou as pes­soas envol­vi­das no caso, sua mãe ado­ti­va, irmã, babá e o médi­co que inter­me­diou a ado­ção. Duran­te a busca foi rea­li­za­do um diá­rio on-line, atra­vés do qual o dire­tor rela­tou sua aven­tu­ra, rece­ben­do de seus lei­to­res pis­tas fun­da­men­tais. O títu­lo do filme refe­re-se ao núme­ro de dias que o dire­tor se impôs para a inves­ti­ga­ção e, ao mesmo tempo, à sua idade então (33 anos). “33” foi sele­cio­na­do para o Fes­ti­val de Locar­no (Suíça) em 2003, mesmo ano em que foi elei­to um dos favo­ri­tos do públi­co da Mos­tra BR de Cine­ma — Mos­tra Inter­na­cio­nal de Cine­ma de São Paulo.

A AD Line e a Cross­point pas­sa­ram em janei­ro a atuar con­jun­ta­men­te na venda, inte­gra­ção, trei­ na­men­to e supor­te de equi­pa­men­tos de ví­deo e mídia digi­tal. Com a par­ce­ria, o geren­te de negó­ cios da Cross­point, Celso Pen­tea­do, pas­sa a aten­ der no escri­tó­rio da AD Line, em São Paulo. O escri­tó­rio cario­ca da Cross­point tam­­bém passa a aten­der em nome da nova empre­sa, bem como as ­outras repre­sen­ta­ções ­locais. A AD Line/Cross­ point comer­cia­li­za sis­te­mas da Apple, Avid, ­Curious Soft­wa­re, Digi­de­sign, ­ Leitch, Medea, New­tek, Pin­na­cle Pro­fes­sio­nal e Broad­cast, Sony, Teles­tream, vi[z]rt, Woh­ler.

Especial na MTV A MTV Bra­sil está exi­bin­do o espe­cial feito pela Fuzo Pro­du­ções que docu­men­ta a gra­va­ção do últi­mo CD do Rappa, “O Silên­cio que Pre­ce­de o Espor­ro”. Duran­te três meses, a equi­ pe da Fuzo acom­pa­nhou a roti­na de gra­va­ção do novo tra­ba­lho do Rappa. Cenas com ­ ensaios, gra­va­ções em estú­dio e entre­vis­tas com os inte­gran­tes da banda com­ põem o pro­gra­ma diri­gi­do por Ber­nar­do Pal­mei­ro. A par­ ce­ria da Fuzo com O Rappa tam­bém gerou “Reza Vela”, video­cli­pe da pri­mei­ra músi­ca de tra­ba­lho do novo CD. Além desse, a Fuzo tam­bém já pro­du­ziu os video­ cli­pes “Nin­guém Regu­la a Amé­ri­ca” (O Rappa e Sepul­tu­ra) e “Tumul­to ao Vivo”. Para com­ple­tar, a equi­pe está pro­du­zin­do o pri­mei­ro DVD do grupo, que deve ser comer­cia­li­za­do a par­tir de abril de 2004.

Investimentos A Sony anun­ciou uma venda de US$ 1,5 ­milhão em equi­pa­men­tos para a ­RedeTV!. A emis­so­ ra com­­prou um swit­cher DVS-9000 e 11 câme­ras DXC-D50, além de aces­só­rios para áudio e vídeo. Em outro negó­cio de peso, afabri­can­tejapo­ ne­sa anun­­ciou a venda de equi­­ pa­men­tos da famí­lia HD para a Casa­blan­ca. A pro­du­ to­ra com­prou câme­ras HDWF900 (foto) e VTRs HDW-F500, que deve­rão ser usa­dos na nove­la “Me­ta­mor­pho­ses”, que tem ­ estréia pre­vis­ta para março na ­Record.


Para­da 450 Anos A Para­da 450 Anos, festa em come­mo­ ra­ção ao ani­ver­sá­rio de São Paulo, em janei­ro, foi patro­ci­na­da pela ope­ra­do­ra de tele­fo­nia celu­lar Vivo e pro­du­zi­da pela TV1 Even­tos. A estru­tu­ra con­ tou com 12 espa­ços reser­va­dos para ofi­ci­ nas de arte, prá­ti­ca de espor­tes urba­nos, gas­tro­no­mia, salão de bele­za ao ar livre,

apre­sen­ta­ção de tea­tro, ses­sões de mas­ sa­gem, alon­ga­men­to e yoga, expo­si­ção de fotos, recrea­ção infan­til entre ­outros. Na orga­ni­za­ção, tra­ba­lha­ram 1,5 mil pes­ soas, além de 1,6 mil segu­ran­ças e 125 bom­bei­ros. Um show com ­ vários artis­ tas no Vale do Anhan­ga­baú fina­li­zou a come­mo­ra­ção.

Recur­sos para 21 lon­gas pau­lis­tas O Pro­gra­ma Extraor­di­ná­rio de Fomen­to ao Cine­ma Pau­lis­ta sele­cio­nou 21 lon­gas que foram con­tem­pla­dos com R$ 5,78 ­milhões nas moda­li­da­des pro­du­ção, fina­li­za­ção e comer­cia­li­za­ção. Pro­mo­vi­do pelo Gover­no do Esta­do de São Paulo e coor­de­na­do pela Secre­ta­ria de Esta­do da Cul­tu­ra de São Paulo, o pro­gra­ma conta com recur­sos oriun­dos de empre­sas esta­tais do Gover­no do Esta­do de São Paulo e do banco San­tan­ der/Banes­pa, e apli­ca­dos atra­vés da Lei do Audio­vi­sual.

Na cate­go­ria Pro­du­ção, foram sele­ cio­na­dos os seguin­tes fil­mes, que rece­be­ ram R$ 500 mil cada: • “Alice”, de Chico Tei­xei­ra; • “Bodas de Papel”, de André Sturm; • “Bolei­ros 2”, de Ugo Gior­get­ti; • “Encar­na­ção do Demô­nio”, de José Moji­ca ­Marins; • “Minha Vida de Golei­ro”, de Cao Ham­bur­ger; • “Não Por Acaso”, de Phi­lip­pe Bar­cins­ ki; • “O Homem Que Inven­tou Uma His­ tó­ria de Cine­ma”, de Luiz Alber­to Perei­ra; • “Onde Anda­rá Dulce Veiga?”, de Gui­­lher­me de Almei­da Prado; • “Uma ou Duas Coi­sas Sobre Ela”, de Beto Brant. Na cate­go­ria Fina­li­za­ção, foram esco­lhi­­dos: • “Con­tra Todos”, de Rober­to Morei­ ra, com R$ 195 mil; • “Estó­rias de Tran­co­so”, de Mário Sér­gio Los­chia­vo, com R$ 195 mil; • “Famí­lia Alcân­ta­ra - Um Encon­tro

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com a Tra­di­ção Cul­tu­ral Afro-Bra­si­ lei­ra”, de ­Daniel Sola San­tia­go, com R$ 78.628; • “Jogo Sub­ter­râ­neo”, de Rober­to Ger­­ vitz, com R$ 22.264; • “Nina”, de Hei­tor Dha­lia, com R$ 109.422,06; • “Per­son”, de Mari­na Per­son, com R$ 109.422,06; • “Vale a Pena ­Sonhar”, de Stela Gri­sot­ ti e Rudi Bohm, com R$ 70.263,88. Na cate­go­ria Comer­cia­li­za­ção, os lon­­­­gas apoia­dos foram: • “1,99 — Um Super­mer­ca­do que Ven­ de ­ Idéias”, de Mar­ce­lo Masa­gão, com R$ 110 mil; • “Auré­lia Schwar­ze­ne­ga”, de Car­los Rei­­chen­bach, com R$ 60 mil; • “Como Fazer um Filme de Amor”, de Jo­sé Rober­to Tore­ro, com R$ 110 mil; • “De Pas­sa­gem”, de Ricar­do Elias, com R$ 100 mil; • “O Pri­sio­nei­ro da Grade de Ferro (au­ to-retra­tos)”, de Paulo Sacra­men­to, com R$ 120 mil.


Aca­de­mia de cli­pes A pro­du­to­ra Aca­de­mia de Fil­mes come­çou o ano estrean­do dois cli­pes de estre­las nacio­nais. Para pro­du­zir o clipe “Sorte Gran­de”, a can­to­ra baia­na Ivete San­ ga­lo foi fil­ma­da numa casa de espe­tá­cu­los de Sal­va­dor, com dire­ção de Hugo Prata e foto­gra­fia de Adria­no Gold­man. A pro­du­to­ ra apos­ta em “Enquan­to Hou­ver Sol”, dos Titãs, para o pró­xi­mo Video Music Bra­sil (VMB), prê­mio ofe­re­ci­do pela MTV aos melho­res cli­pes do ano. Assi­nam a dire­ção Oscar Rodri­gues Alves e o desig­ner Lucia­no Cury, que res­pon­de pela dire­ção de arte.

De lei O advo­ga­do Mar­cos Alber­to ­ Sant’Anna Bitel­li, um dos mais conhe­ci­dos espe­cia­lis­tas em ques­tões de comu­ ni­ca­ção, lan­çou pela Edi­to­ra Revis­ta dos Tri­bu­nais o livro “Direi­to da Comu­ni­ca­ção e da Comu­ni­ca­ção ­Social”, em que abor­da toda a regu­la­men­ta­ção bra­si­lei­ra sobre cine­ma, vídeo, tele­vi­são, TV a cabo, TV digi­tal e Inter­net. Com infor­ma­ções de quase 20 anos de estu­dos sobre mídia, o livro é diri­gi­do ao públi­co em geral, estu­dan­tes, advo­ga­dos e pro­fis­sio­nais de mídia. O advo­ga­do abor­da a his­tó­ria de cada veí­cu­lo, seus pro­ble­mas duran­te os diver­sos gover­nos no Bra­ sil, as inter­fe­rên­cias sofri­das, bem como a cria­ção da Agên­cia Nacio­ nal do Cine­ma (Anci­ne). Ao mesmo tempo, o livro men­cio­na uma série de pro­je­tos de leis que amea­çam atin­gir estes seto­res e faz ainda uma aná­li­se do fenô­me­no da con­ver­gên­ cia tec­no­ló­gi­ca dos meios de pro­pa­ ga­ção dos con­teú­dos. Bitel­li des­ta­ca diver­sos limi­ta­do­res da comu­ni­ca­ção, desde os pro­ble­ mas de direi­tos auto­rais até a cen­su­ ra, pas­san­do por direi­to dos con­su­mi­ do­res, dos meno­res e ado­les­cen­tes, e prin­ci­pal­men­te o tema da “dig­ni­da­de da pes­soa huma­na”. Além disso, cons­tam do tra­ba­lho todas as alte­ra­ções fei­tas na Cons­ti­tui­ ção Fede­ral no capí­tu­lo da Comu­ni­ca­ção ­Social, bem como as pro­pos­tas de regu­la­men­ta­ção da “ética” nas tele­vi­sões. A TV digi­tal e seu papel na inclu­são digi­tal das popu­la­ções menos favo­re­ci­das tam­bém são ana­li­sa­dos no livro. Como não pode­ria dei­xar de ser, o tra­ba­lho se encer­ra com uma aná­li­se da Inter­net e seus pro­ble­mas. Infor­ma­ções na Edi­to­ra RT, pelo tele­ fo­ne 0800-7022433.

Cine­ma regio­nal

A recém-cria­da Asso­cia­ção de Pro­ du­to­res e Cineas­tas do Norte e Nor­ des­te come­ça o ano “se mobi­li­zan­do em torno da cine­ma­to­gra­fia regio­ nal”, diz o pre­si­den­te da asso­cia­ção, Rosem­berg ­Cariry. Segun­do o cineas­ta, a asso­cia­ção está se arti­cu­ lan­do para fazer um levan­ta­men­to da pro­du­ção cine­ma­to­grá­fi­ca nos esta­ dos das ­ regiões Norte e Nor­des­te. Este mate­rial ren­de­rá uma mos­tra iti­ ne­ran­te, que deve­rá pas­sar por todos os esta­dos da ­região, e ainda um catá­lo­go com as pro­du­ções. Bus­can­do a regio­na­li­za­ção da pro­du­ção, a asso­cia­ção vem dia­lo­gan­do com ins­ti­tui­ções regio­nais, gover­nos esta­duais e com o Minis­té­rio da Cul­tu­ra. “Que­re­mos diver­si­da­de e reci­ pro­ci­da­de”, diz ­Cariry. “É impor­tan­te man­ter a ­região aber­ta para todos os cineas­tas que quei­ram pro­du­zir com a temá­ti­ca nor­des­ti­na, mas que­re­mos que as ver­bas sejam dis­tri­buí­das de manei­ra mais justa”, expli­ca o pre­si­den­te da asso­cia­ção.

Super­pro­du­ção nas dunas Não é sem­pre que um comer­cial bra­si­lei­ro ganha sta­tus de super­ pro­du­ção. Mas a nova cam­pa­nha da linha de pro­du­tos para o cabe­ lo Elsè­ve Solar, da ­L’Oreal, exi­giu recur­ sos acima da média. Para come­çar, as loca­ ções eram nos Len­çóis Mara­nhen­ses e o prazo — para ­ variar — aper­ta­dís­si­mo. Os núme­ros falam por si: foram cinco tone­la­das de equi­pa­men­tos (boa parte vinda de São Paulo), 41 latas de nega­ti­vos, 15 car­ros tra­ção 4 x 4 e 40 ope­rá­rios con­tra­ta­dos na cida­de de Len­çóis só para o trans­por­te do mate­rial. A pro­du­ção foi feita em par­ce­ria entre uma pro­du­to­ra fran­ ce­sa, encar­re­ga­da da dire­ção, e a Aca­de­mia de Fil­mes, que des­lo­cou pes­soas de São Paulo e Rio de Janei­ro para o pro­je­to. Todo o cená­rio teve de ser cons­truí­do, e ­incluía cor­ti­na ­d’água e uma pla­ta­for­ma para aco­mo­dar a mode­lo Ana Bea­triz Bar­ ros. A cria­ção é da ­McCann-Erick­son Rio.


Fanático por filmes de terror e ação, André Kapel experimentou um pouco de cada função quando cursou cinema na FAAP. Nos cur­tas que fize­mos ten­tei de tudo. Não podia ser dire­tor de foto­gra­fia, por­que sou estrá­bi­co. Ten­tei ser gaf­fer, mas não deu certo. Dire­ção de arte e ceno­gra­fia ainda faço um pouco, mas é muito real para mim. Como nunca tinha nin­guém que fizes­se efei­tos espe­ciais, aca­ba­va fazen­do em todos os fil­mes. E per­ce­bi que que­ria con­ti­nuar fazen­do isso. Meu pai é artis­ta plás­ti­ co, então sem­pre tive faci­li­da­de de lidar com os mate­riais.

ANDRÉ KAPEL Stefa Hawil­la é o novo dire­tor-geral ­ no ­ da TV7 Vídeo Comu­ni­ca­ção, pro­du­to­ra de tele­vi­ são do Grupo Traf­fic. Entre as atri­bui­ções de Ste­ fa­no à fren­te da pro­du­to­ra está o desen­vol­vi­men­ to de estra­té­gias e ações para o incre­men­to de novos negó­cios. O exe­cu­ti­vo vinha atuan­do como dire­tor-exe­cu­ti­vo da rede de emis­so­ras afi­ lia­das à Globo TV Tem. Ana Luiza Cas­cão é a nova con­tra­ta­ção da Laruc­cia Pro­du­ções Cine­ma­to­grá­fi­cas para atuar na área de aten­di­men­to. Desig­ner indus­trial, Ana Luiza, ex-Enter­pri­se Comu­ni­ca­ção, atua­rá na pros­pec­ção de novos clien­tes e dará aten­di­men­to às con­tas já con­so­li­da­das da pro­du­to­ra.

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Hoje ainda se divi­de entre os efei­tos espe­ciais, a pro­du­ção de docu­men­tá­ rios e a dire­ção de seus pró­prios fil­mes, em par­ce­ria com um grupo de ami­gos com quem fun­dou o movi­men­to Cine­ma de Trin­chei­ra. A inten­ção do grupo é con­tar his­tó­rias de ação, explo­ran­do novas lin­gua­gens e tra­ba­lhan­do com orça­ men­tos sob medi­da para cada pro­je­to, sem “via­gens” — exce­to no rotei­ro. Um dos pon­tos do mani­fes­to do grupo, não por acaso, é “o que não está na cena, não está no set”. ­Depois dos pro­je­tos desen­vol­vi­dos na facul­da­de, André come­çou sua car­rei­ra em lon­gas e cur­tas-metra­gens, em ati­vi­da­des como maquia­gem de efei­tos, assis­tên­cia de dire­ção de arte e efei­tos espe­ciais. Par­ti­ci­pou das pro­du­ções, entre ­outros fil­mes, de “Memó­rias Pós­tu­mas de Brás Cubas”, de André Klot­zel; “Bel­li­ni e a Esfin­ge”, de Rober­to San­tuc­ci Filho; e “­Sonhos Tro­pi­cais”, de André Sturm, onde tra­ba­lhou pela pri­mei­ra vez com Arnal­ do Zidan, res­pon­sá­vel pelos efei­tos como um todo. A par­ce­ria se repe­tiu em “Ama­re­lo Manga”, no qual André fez maquia­gem de efei­tos. O gosto pelo gore (efei­to típi­co de fil­mes de ter­ror) apro­xi­mou-o do dire­tor Den­ni­son Rama­lho, que diri­giu o curta “Amor só de Mãe”. O filme se ­baseia na músi­ca “Cora­ção Mater­no”, suces­so de Vicen­te Celes­ti­no que conta a his­tó­ria de um homem apai­xo­na­do, desa­fia­do pela ­mulher a arran­car o cora­ção da mãe como prova de amor. É nesse filme que André demons­tra sua habi­li­da­de para criar efei­tos san­gren­tos impres­sio­nan­tes. Favo­re­ci­dos

A pro­du­to­ra 2 cario­ca Pro­ view vem refor­ çan­do aos pou­cos seu time de pro­fis­ sio­nais e par­ce­rias, para ofe­re­cer mais 1 3 ­opções ao mer­ca­ do. No final do ano pas­sa­do, a empre­sa ­fechou uma par­ce­ria com a pro­du­to­ra de de­se­nhos ani­ma­dos La­bo­ra­tó­rio de De­se­­nhos. E, este ano, trou­xe Tatia­na Lome­li­no (2) para refor­çar seu aten­di­men­to, e os dire­to­res Tiago Vian­na (3) e Rudá Mor­cil­lo (1) que nos últi­mos meses fil­ma­ram para Cer­ve­ja Devas­sa, Pro­je­to Por­ti­na­ri, Petro­ bras, Fir­jan, Rádio Globo, MAM. O trio vem da Aca­de­mia de Fil­mes.

Fotos: Divul­ga­ção


pela dire­ção e pela foto­gra­fia afi­na­dís­si­mas, o filme con­ven­ ce em cada cena — prin­ci­pal­men­te no momen­to cru­cial, em que o cora­ção da mãe é arran­ca­do. O segre­do dos fil­mes de ação e de ter­ror é que sejam bem decu­pa­dos. O dire­tor pre­ci­sa saber bem o que quer e ­ensaiar os ato­res de acor­do com a neces­si­da­de dos efei­tos. Mui­tas cenas de luta não dão certo, por­que o dire­tor resol­ve mudar tudo na últi­ma hora, ou o ator deci­de impro­vi­sar. Isso é muito comum no Bra­sil, mas é fun­da­men­tal ­seguir um plano. Filme que depen­ de de efei­to espe­cial pre­ci­sa ser coreo­gra­fa­do.

Nem sem­pre o tra­ba­lho depen­de de um gran­de orça­men­to. Com mate­riais sim­ples, cria­ti­vi­da­de e pla­ne­ja­men­to, é pos­sí­vel con­se­guir óti­mos resul­ta­dos. Para o efei­to fun­cio­nar, é pre­ci­so criar o clima, não dei­xar que seja muito explí­ci­to. O cére­bro tende a pegar o que viu e jun­tar com o que já conhe­ce, por isso não é pre­ci­so mos­trar tudo. Mas a mar­ca­ção tem que ser segui­da à risca, senão fica falso. O mate­rial que mais uso para criar ­órgãos inter­nos é goia­ba­da. O san­gue é feito de glu­co­se de milho com coran­te ali­men­tí­cio, que sem­pre é mais segu­ro con­tra aler­gias. Intes­ti­nos a gente faz com tri­pas de boi e doce de leite. E para mos­trar ver­mes se mexen­do usa­mos arroz com cola de sapa­tei­ro, e esquen­ta­mos por baixo.

É fun­da­men­tal tam­bém que o efei­tis­ta tenha bons conhe­ci­ men­tos de foto­gra­fia. Pre­ci­sa­mos saber que cores vão ser usa­ das, por­que disso depen­de o resul­ta­do do efei­to. Num curta, fiz a maquia­gem de uma ­mulher espan­ca­da, cheia de hema­to­mas. Na hora da fil­ma­gem, o dire­tor pediu uma gela­ti­na ver­me­lha. Toda a maquia­gem sumiu, era como se a ­ mulher esti­ves­se limpa. Como era um curta, con­ver­sa­mos e muda­mos a luz, senão não ia apa­re­cer nada.

Hoje André é res­pon­sá­vel pelos efei­tos do seria­do “Turma do Gueto”, da Rede ­ Record. Lá ajuda a coreo­ gra­far as lutas e a pre­pa­rar os tiro­teios, que são uma cons­tan­te em todos os epi­só­dios. Gosto de tiros, mas gosto mesmo é de efei­tos gore.

O dire­tor ­Andrés Buko­winsky, da ABA Fil­mes, empla­cou duas indi­ca­ções para o Fes­ti­val Inter­na­cio­nal do Novo Cine­ma Lati­no-ame­ri­ca­no, que acon­te­ceu em dezem­bro de 2003 em Hava­na (Cuba). Estrean­te na dire­ção de fic­ção, o vete­ra­no publi­ci­tá­rio exi­biu os cur­tas-metra­gens “Hele­na” e “­Habeas Cor­pus”, ambos fei­tos em vídeo.

Gusta ­ vo ­ Bran­dau é o novo dire­tor de cena da Casa­no­va Fil­mes, de Porto Ale­gre. Ex-TGD, Bran­dau vem atuan­do no mer­ca­do publi­ci­tá­rio há três anos e tem em seu por­ti­fó­lio tra­ba­lhos para clien­tes como Uni­med, Uni­ver­si­tá­rio, Zero Hora, Ange­lo­ni (SC), Lojas Colom­bo e Lojas Arno.

­ Sophia Capua, que morou por mais de 12 anos fora do Bra­sil (Nova York, Ingla­ter­ra, Aus­trá­lia e Itá­lia), é o novo refor­ço da Aca­de­ mia de Fil­mes Inter­na­cio­nal. No Bra­ sil há um ano, ­Sophia pas­sou pela agên­cia Con­tem­po­râ­nea e pela pro­ du­to­ra Pro­view. O depar­ta­men­to de pla­ne­ja­men­to da agên­cia QG será rees­ tru­tu­ra­do. Debo­ra Nitta assu­me como dire­to­ra de pla­ ne­ja­men­to, tra­zen­do mudan­ças e auto­no­mia maior à área. Debo­ra, que tra­ba­lhou nos últi­mos três anos na Lew,Lara e ante­rior­men­te na ­Talent e na Sal­les, será res­pon­sá­vel pelo pla­ne­ja­men­to da QG São Paulo, QG Rio e QG Sul.

A pro­du­to­ra pau­lis­ta 5 Open Films acaba de con­tra­tar ­ ivian V Amo­dio (4) e Carol Pes­si­ni (5). ­Vivian vem da O2 e, na 4 Open, cui­da­rá da parte de aten­di­men­to. Carol, que tra­ba­lha­va na Pro­du­to­ra Asso­cia­dos, assu­­me o posto de coor­de­na­do­ra de pro­du­ção da Open. As emis­so­ras liga­das ao grupo da Igre­ja Uni­ver­sal do Reino de Deus estão tro­can­do ­ alguns de seus exe­cu­ti­ vos. Viníc ­ ius de Car­va­lho deixou a pre­si­dên­cia da ­Record no Rio de Janei­ro para ser o supe­rin­ten­den­te da Rede ­Mulher. Em seu lugar no Rio, assu­me Alex ­ an­ dre Rapo­so, até então dire­tor da TV Ita­poan, filia­da da ­Record em Sal­va­dor. Júlio César Ribei­ro, que era o supe­rin­ten­den­te da Rede ­ Mulher, passa a ser o novo dire­tor da TV Ita­poan.

Dois pro­gra­mas dedi­ca­dos a infor­ mar sobre o cine­ma estrea­ram em feve­rei­ro na rede Ses­cSe­nac de Tele­ vi­são (STV). “Curta STV” tem rotei­ro e dire­ção do cineas­ta Luís Car­los Soa­res e apre­sen­ta­ção de Julia­ na Gara­vat­ti. O pro­gra­ma tem como cená­rio o bar do Cine­Sesc, sala de cine­ma ins­ta­la­da na Rua Augus­ta, em São Paulo, de cujo bar é pos­sí­ vel assis­tir aos fil­mes. A cada sema­na, apre­sen­ta um curta e uma entre­vis­ta com seu dire­tor. “Janela Eletrônica” é apre­sen­ta­do e diri­gi­do por Fran­cis­co César Filho, o Chi­qui­nho (foto) e abor­da as diver­sas for­mas de arte ele­trô­ni­ ca, per­cor­ren­do os prin­ci­pais even­tos da área no País. Você con­fe­re o “Curta STV” às sex­tas-fei­ras, às 23h, e o “Jane­la Ele­trô­ni­ca” às segun­das, às 20h30.


Transição para HD

Combustion no Mac A Discreet já começou a distribuição do Com­ bustion 3 para o Apple Macintosh. Apresen­ tado no início de janeiro, o Combustion 3 é a mais recente versão do software de animação, pintura vetorial, efeitos visuais e composição 3D para desktops. Com um ambiente de tra­ balho intuitivo, o aplicativo de efeitos visuais já vem com edição integrada, o que permite aos usuários serem mais produtivos ao realizarem os tipos de tarefas de edição mais costumeiramente necessários para os artistas de efeitos, diretamente dentro da aplicação. Usando expressões baseadas em JavaScript, é possível criar facilmente animações complex­ as, ao eliminar o trabalho repetitivo. Ainda, as ferramentas de pintura vetorial e de interface de animação do software permitem criar e dar saída a animações no formato Macromedia Flash. Com o uso do plug-in RE:Flex, da RE:Vision Effects, que acompanha o produto, distorções e fusões são dirigidas através das ferramentas de rotosco­ pia do Combustion 3, em vez de uma grade de pontos de trama. Outros novos recursos e melhorias no software incluem: pincéis personalizáveis, conjuntos de configurações que podem ser salvos, marcadores de linha de tempo e outros. www.discreet.com

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A Grass Valley/Thomson anunciou em evento voltado a jornalistas no mês de janeiro, em Nova York, o novo switcher Kayak HD. Desenvolvido para uso em broadcast, programação ao vivo e em estúdio, o novo produto completa a linha de switchers compactos 1 M/E Kayak, que já conta com 175 unidades insta­ ladas no mundo. Segundo o gerente de negócios da Grass Valley no Brasil, Jaime Fernando Ferreira, o novo equipa­ mento chega ao mercado para as produtoras e emissoras que ainda produzem em SD e estão iniciando ou se pre­ parando para a produção em alta definição. “É uma alternativa para novos caminhões (unidade móvel) e estúdios, que já ficam equipados para trabalhar por muitos anos”, explica. O Kayak HD suporta os formatos HD 1080i e 720p, podendo trabalhar também nos formatos SD de 525 linhas (NTSC) e 625 linhas (PAL). O equipamento pode trabalhar em rede, permitindo ainda combinar vários switchers, controlados por um único painel. A interface do aparelho é intuitiva e conta com um monitor touchscreen, facilitando sua operação. Totalmente digital, o Kayak HD conta com 16 entradas, quatro saídas e pro­ cessamento de vídeo de 10 bits, 4:2:2. Além disso, vem como padrão com um canal de efeitos digitais, podendo ser expandido para até quatro canais. Como opcionais estão o Chromatte, para chroma key, e o corretor de cores RGB. O equipamento ocupa um espaço de três RU (unidades de rack). A Grass Valley/Thomson anunciou ainda dois pacotes de equipamentos para a transição à TV digital adequados principalmente a emissoras de pequeno e médio porte. O Grass Valley HD Production Kit Package, voltado à produção, vem com duas câmeras LDK 6000, o novo Kayak HD e mais roteadores e siste­ mas modulares. Já o Grass Valley Play-to-air Package, voltado à exibição, vem com o master control Maestro e um servidor Profile PVS 3000, com 730 Gb. www.thomsongrassvalley.com

Fotos: Divul­ga­ção


Todos os ambientes A Pinnacle lança a versão 5.6 de toda a família de produtos Liquid (Chrome, para correções em temporeal; Blue, para ambientes broadcast multi-formato; e Silver, para edição em MPEG-2). Entre os melho­ ramentos estão novas ferramentas para autoração de DVDs e suporte para trabalho em rede. Agora é possível criar e editar títulos de DVD, VCD e SVCD com menus e botões animados e links automáticos diretamente do timeline de edição. Além disso, o encoder MPEG está mais rápido e gera imagens com melhor qualidade. Graças ao suporte ao padrão MXF, é possível realizar o tráfego de arquivos MPEG entre os editores e os servidores da Pinnacle MediaStream. Outra novidade é que, quando usados em rede, os produtos Liquid podem editar o material enquanto o mesmo é capturado. Com o comando Mark used clips todos os clipes já utilizados na edição são marcados e identificados automaticamente quando o editor tentar reutilizá-los na mesma edição, evitando assim repetições indesejadas. Com o lançamento do Liquid 5.6, toda a família Pin­ nacle Liquid agora roda em plataformas Windows XP. O Liquid Chrome 5.6 conta ainda com a capacidade de capturar e executar vídeo DV 1394. www.pinnaclesys.com.

Novo Media 100 A Media 100 anunciou em janeiro a nova versão da solução de edição e efeitos 844/X. A versão 3.0 conta agora com novos efeitos em tempo real e multi-stream. Entre as novidades está o Advanced 10-Bit Keying, que permite trabalhar com um bilhão de cores e traz novos controles, incluindo RGB, luma e transparência. Ainda, o novo 844/X suporta metadados baseados em XML, permitindo importar metadados do Media 100i e do iFinish. O 844/X ganhou um novo processamento para 3D DVE (edição de vídeo digital), além de novas configurações. Com isso, é possível pro­ cessar até oito canais simultâneos de efeitos 3D, além de um número ilimitado de layers de efeitos visuais. Além disso, o produto ganhou uma série de ferramentas que mel­ horam o fluxo de trabalho. Entre elas estão o Color Change Filter, que permite selecionar um ou vários pixels da tela e alterar os ajustes de cor, saturação e contraste somente da área selecionada ou da área não-selecionada; Direct Manipulation, para manipular a posição, o ponto âncora e a escala de uma imagem de vídeo diretamente da janela de visualização, entre outros. www.media100.com.


A nova Celu­la­res ­ganham recur­sos mul­ti­mí­dia e ­atraem os olha­res dos gru­pos de mídia.

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Con­ver­gên­cia, inte­ra­ti­vi­da­de. Estas pala­ vras foram repe­ti­das à exaus­tão nos anos do boom da Inter­net, quan­do se pen­sou que acon­te­ce­ria uma revo­lu­ção nas ­ mídias con­ven­cio­nais. Não foi bem o que acon­te­ceu. A Inter­net aca­bou por com­ple­men­tar os con­teú­dos da TV, jor­nais, cine­ma e ­ rádios e foi aos pou­cos sendo aco­mo­da­da den­tro do guar­da-chuva maior dos gran­des gru­pos de mídia. E as pala­vri­nhas mági­cas foram per­den­do o impac­to e aca­ba­ram quase desa­pa­re­cen­do do voca­bu­lá­rio dos ana­lis­tas e estu­dio­sos do setor. O que nin­guém podia pre­ver é que tão pouco tempo ­ depois elas retor­na­riam com força, mas dessa vez não no com­pu­ta­dor ou no set-top box da TV a cabo, mas no tele­fo­ne celu­lar, que em pou­cos anos tomou conta do seu mer­ca­do prin­ci­pal, o de trans­mis­são de voz, e agora se sofis­ti­ca e passa a ser visto como um novo veí­cu­lo de comu­ni­ca­ção mul­ti­mí­dia. ­Alguns núme­ros para se enten­der o tama­nho da coisa: os celu­la­res pas­sa­ram de 7,25 ­milhões de apa­re­lhos em 1998, ano da pri­va­ti­za­ção das tele­co­ mu­ni­ca­ções no Bra­sil, para mais de 40 ­milhões no final de 2003. Em setem­bro pas­sa­do, aliás, os apa­ re­lhi­nhos ­móveis ultra­pas­sa­ram o núme­ro de tele­ fo­nes fixos ins­ta­la­dos no País. Ao mesmo tempo, o ­ padrão ana­ló­gi­co AMPS foi sendo gra­dual­men­ te subs­ti­tuí­do pelas tec­no­lo­gias digi­tais TDMA, CDMA e GSM, pre­sen­tes hoje em 98,5% dos apa­re­

lhos (veja grá­fi­co na pág. 18). Tem mais: enquan­to não chega a famo­sa ter­cei­ ra gera­ção (3G), com altís­si­ma capa­ci­da­de de banda e ser­vi­ços avan­ça­dos, que está dando só agora seus pri­mei­ros pas­sos na Euro­pa, as redes bra­si­lei­ras acres­cen­ta­ram fun­cio­na­li­da­des da cha­ma­da 2,5G, ou segun­da gera­ção e meia, que ­inclui trans­mis­são de dados a velo­ci­da­des rela­ti­va­men­te altas, e sur­gi­ ram no mer­ca­do apa­re­lhos alta­men­te sofis­ti­ca­dos, equi­pa­dos com telas colo­ri­das, tons poli­fô­ni­cos, câme­ras foto­grá­fi­cas e pro­ces­sa­do­res capa­zes de rodar apli­ca­ti­vos desen­vol­vi­dos em Java ou Brew, as duas prin­ci­pais pla­ta­for­mas do mer­ca­do. ­Alguns ser­vi­ços já são suces­so de públi­co, como os ring­to­nes (­toques de cam­pai­nha). Ope­ra­do­ras como Vivo e Tim comer­cia­li­za­vam em dezem­bro de 2003 mais de um ­milhão de down­loads por mês cada uma, e o núme­ro vinha aumen­tan­do. Outro suces­so é o SMS, ou short mes­sa­ge. São as men­sa­ gens cur­tas de texto que o usuá­rio pode ­enviar para outro apa­re­lho ou para um pro­ve­dor de ser­vi­ço. Só a Vivo regis­tra­va no fim de 2003 cerca de 100 ­milhões de men­sa­gens/mês. Os ser­vi­ços adi­cio­nais do celu­lar já são uma febre


con­ver­gên­cia andré­mer­mels­tein andre@tela­vi­va.com.br

entre os ­ jovens (e nem tão ­ jovens) em paí­ses orien­tais como a ­ Coréia (onde 30% da popu­la­ção é cadas­tra­ da em algum site de jogos onli­ne) e na Euro­pa. Come­çam a pegar fogo tam­bém nos EUA, atra­vés de ope­ra­ do­ras como a Veri­zon e AT&T Wire­ less. No Bra­sil não será dife­ren­te, e logi­ca­men­te os prin­ci­pais gru­pos de mídia nacio­nais, em espe­cial as tele­vi­ sões, estão de olho gran­de em cima deste novo veí­cu­lo, seja para des­pe­jar nele seu con­teú­do, seja para impe­dir a com­pe­ti­ção de uma nova mídia.

“A Globo está no mercado de (conteúdo para) telefonia celu­ lar e queremos uma posição de destaque.” Fre­de­ri­co Mon­tei­ro, da Globo.com

Tchan Den­tro da Globo, o celu­lar é visto como uma nova mídia, e um grupo de tra­ba­lho envol­ven­do as empre­ sas do grupo (jor­nais, ­rádios, TV e Inter­net) estu­da os for­ma­tos e ser­ vi­ços que serão ofe­re­ci­dos. O grupo é lide­ra­do pelo por­tal Globo.com, que é o braço de “novas ­mídias” da Globo. Ainda para 2004, o grupo da famí­lia Mari­nho pre­ten­de lan­çar um paco­te de ser­vi­ços para tele­fo­ nes ­ móveis con­cen­tran­do os con­ teú­dos de todos os seus veí­cu­los. “Os con­teú­dos já são desen­vol­vi­dos pelas dife­ren­tes empre­sas do grupo, como os jor­nais, ­rádios e TV. Che­ga­ mos à con­clu­são de que era ­melhor orga­ni­zar isso tudo e lan­çar uma coisa só, de gran­de porte. O for­ma­to disso, se vai ser um por­tal ou outra coisa, está sendo defi­ni­do”, conta o dire­tor de mar­ke­ting do Globo.com, Fre­de­ri­co Mon­tei­ro. Mas ele não deixa mar­gem para dúvi­das: “As Orga­ni­za­ções Globo estão no mer­ca­ do de tele­fo­nia móvel, e que­re­mos uma posi­ção de des­ta­que. Já fize­ mos muita coisa, mas vamos fazer dez vezes mais do que hoje”. Como exem­plo maior do que já está “no ar”, ele cita o Big Bro­ther Bra­sil, cujo for­ma­to é apro­pria­do para a inte­ra­ção com o públi­co. “O espec­ta­dor pode votar pelo celu­lar,

temos jogo de per­gun­tas (quiz), pode bai­xar arqui­vos de áudio e até ouvir o que está acon­te­cen­do na casa ao vivo, pelo ser­vi­ço Spyli­ne”, conta. Este ser­ vi­ço, aliás, havia gera­do até o final de janei­ro cerca de um ­milhão de minu­ tos de trá­fe­go, quan­do a expec­ta­ti­va ini­cial era de 200 mil. Os núme­ros são mesmo de espan­ tar. E vêm aumen­tan­do. “O núme­ro de votos por celu­lar para o BBB4 está sendo muito maior que no BBB3. Cal­ cu­lo que sejam mais ou menos um terço dos 17 ­milhões de votos que rece­ be­mos até agora, o que dá quase seis ­milhões”, conta Mon­tei­ro. Isso só con­ fir­ma a força que um grupo de mídia tem quan­do põe seu con­teú­do na rede celu­lar. Quan­do foi feito o BBB1, os votos por SMS foram em núme­ro maior que todas as men­sa­gens de SMS gera­das até aque­le momen­to no Bra­sil por todas as ope­ra­do­ras. A pre­sen­ça da Globo no celu­lar não se res­trin­ge às fofo­cas e intri­gas do BBB. Con­teú­dos como notí­cias, espor­te ou pia­das do Cas­se­ta e Pla­ne­ ta já estão há cerca de dois anos nas redes ­móveis, atra­vés de uma par­ce­ria com o por­tal Blah (liga­do ori­gi­nal­ men­te à Tim). Em um cam­peo­na­to de surf de Santa Cata­ri­na trans­mi­ti­do pelo ­ SporTV (da Glo­bo­sat), toda a vota­ção dos melho­res atle­tas foi feita por SMS.

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N達o disponivel


N達o disponivel


O SBT fez uma par­ce­ria com a ope­ra­do­ra Tim e o fabri­can­te de apa­re­lhos Nokia para comer­cia­li­zar o “Celu­lar do ­Milhão”. O assi­nan­te do ser­vi­ço rece­be per­gun­tas por SMS e res­pon­de no pró­prio apa­re­ lho. É um exem­plo de inte­ra­ti­vi­da­ de que não depen­de nem mesmo de o usuá­rio estar assis­tin­do ao pro­gra­ ma. Mas o foco atual das emis­so­ras está em apli­ca­ções que per­mi­tem ao espec­ta­dor par­ti­ci­par da atra­ção. “Esta­mos hoje muito foca­dos na inte­ra­ti­vi­da­de”, conta Rober­to Fran­co, dire­tor de tec­no­lo­gia do SBT. A emis­so­ra fez recen­te­men­te a vota­ção da nova loira do grupo “É o Tchan”. “O núme­ro de votos foi bas­tan­te expres­si­vo”, rela­ta. Segun­do Carla Affon­so, dire­to­ ra geral da Ende­mol Globo, jointven­tu­re do grupo holan­dês, cria­dor de pro­gra­mas como “Big Bro­ther” e “Fama”, com a emis­so­ra bra­si­lei­ra, um con­tra­to de licen­cia­men­to de um for­ma­to de pro­gra­ma já con­ tem­pla todas as pos­si­bi­li­da­des de vei­cu­la­ção, inclu­si­ve os ser­vi­ços via celu­lar. No caso do BBB, maior suces­so da empre­sa no Bra­sil, pela pri­mei­ra vez, nesta quar­ta edi­ção, estão sendo usa­dos recur­sos além da vota­ção por SMS. “Ainda usa­ mos um pouco menos de recur­sos aqui que na Euro­pa, onde estes ser­vi­ços são mais dis­se­mi­na­dos,

“Os ­contratos de licenciamento hoje contemplam todas as pos­ sibilidades de veiculação.” Carla Affon­so, da Endemol Globo

mas já tem muita coisa nova vindo e para esse ano tere­mos ainda mais ofer­tas dis­po­ní­veis”, conta Carla. A van­ta­gem deste recur­so para os pro­gra­mas não é só a audiên­cia que ele gera, mas tam­bém seu bene­ fí­cio para o pró­prio con­teú­do. “O pro­gra­ma fica mais inte­res­san­te”, diz a exe­cu­ti­va, “em ­outros paí­ses, por exem­plo, temos pro­gra­mas de games que são intei­ra­men­te basea­ dos na inte­ra­ti­vi­da­de. Na Euro­pa o SMS é uma febre, e a par­ti­ci­pa­ ção do públi­co com esse recur­so é maior que quan­do usa­mos só a res­pos­ta por voz ou por Inter­net”, con­clui.

Celulares no Brasil

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Nesse racio­cí­nio entra uma cons­ta­ta­ção inte­res­san­te. O celu­ lar pare­ce ser bem mais ade­qua­do à inte­ra­ti­vi­da­de com a TV que a Inter­net. Afi­nal, mui­tas vezes a TV e o com­pu­ta­dor estão em cô­mo­dos dife­ren­tes, e na prá­ti­ca o espec­ta­ dor, para inte­ra­gir com o pro­gra­ma, tem que sair da TV e ir ao PC, ligar o micro, conec­tar-se... Enquan­to o celu­lar se pare­ce mais com o con­tro­ le remo­to. Sem sair da TV, o usuá­ rio pode se mani­fes­tar com pou­cos ­toques do tecla­do. A Ende­mol, aliás, tanto acre­ di­ta no celu­lar como dis­po­si­ti­vo de entre­te­ni­men­to que tem uma empre­sa que desen­vol­ve apli­ca­ti­vos ape­nas para os apa­re­lhos ­ móveis, a Over­loa­ded (www.over­loa­ded. com), e no final de janei­ro anun­ ciou uma joint-ven­tu­re com a ita­ lia­na ­GSMBox, com 50% de par­ti­ ci­pa­ção cada uma, para de­sen­vol­ ver apli­ca­ti­vos para celu­la­res. Com sede em Milão, a Ende­molGs­m­box S.p.A. come­ça­rá atuan­do na Ingla­ ter­ra e irá explo­rar os for­ma­tos da Ende­mol para dis­po­si­ti­vos ­móveis. E as teles? Um ponto-chave para enten­der a equa­ção dos ser­vi­ços ­ móveis é o papel das ope­ra­do­ras celu­la­res na ­cadeia de valor do negó­cio. São elas, afi­nal, que detém a ponta final do

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ser­vi­ço, o assi­nan­te. Como o ser­vi­ço é rela­ti­va­men­te novo, não há ainda um mode­lo único de nego­cia­ção defi­ni­do para a dis­tri­bui­ção do con­teú­do. No caso dos jogui­nhos e down­loads de ring­to­nes e ima­gens, o mode­lo mais acei­to é o de “reve­nue sha­ring”, ou seja, a recei­ta do ser­vi­ço é com­par­ ti­lha­da entre a ope­ra­do­ra, o bro­ker (agre­ga­dor e dis­tri­bui­dor dos apli­ca­ ti­vos) e o desen­vol­ve­dor. No caso dos con­teú­dos de mídia, no entan­to, a equa­ção pode se com­pli­car. Afi­nal, fica difí­cil defi­nir quem está agre­gan­ do valor a quem. Em ­ alguns casos, a ope­ra­do­ra não cobra nada do pro­ve­ dor do con­teú­do, enten­den­do que será remu­ne­ra­da pelo trá­fe­go de minu­tos que serão gera­dos pela apli­ca­ção. Em ­outros, pode haver um reve­nue sha­ ring. Há casos em que a ope­ra­do­ra é quem paga para ter deter­mi­na­do con­teú­do. “As nego­cia­ções (com as teles) têm sido muito duras”, conta Carla. “Nin­guém quer pagar por con­teú­do, que­rem reve­nue sha­ring. Mas com con­teú­dos como o BBB elas têm visto que há uma gran­de siner­gia entre nós”, resu­me. Segun­do Rober­to Fran­co, do SBT, os acor­dos ope­ra­cio­nais vêm ganhan­ do matu­ri­da­de, e os pre­ços cobra­dos do assi­nan­te pelo SMS estão mais Encon­tro TELA VIVA pro­mo­ve nos dias 17 e 18 de março, em São Paulo, o semi­ná­ rio TELA VIVA Móvel - Encon­tro dos Ser­vi­ços e Entre­te­ni­men­to Wire­less. Duran­te dois dias repre­ sen­tan­tes das prin­ci­pais ope­ra­do­ras de celu­lar, gru­pos de mídia, desen­ vol­ve­do­res de apli­ca­ti­vos e con­teú­ dos deba­te­rão os rumos desta nova mídia. Infor­ma­ções no site www. con­ver­gee­ven­tos.com.br ou pelo tele­ fo­ne (11) 3120-5485.

“Quem transmite vídeo tem que ter as mesmas respon­ sabilidades sociais que as empresas de comunicação.” Rober­to Fran­co, do SBT

ade­qua­dos. “Come­ça­ram cobran­do o valor do 0300 (ser­vi­ço via voz), mas estão vendo que isso tem que aumen­ tar, para remu­ne­rar toda a ­ cadeia”, diz Fran­co. Outro nó é a pos­si­bi­li­da­de de trans­mis­são de con­teú­dos de vídeo pelo celu­lar, já pos­sí­vel em ­ alguns mode­los e que tende a se dis­se­mi­nar rapi­da­men­te. No enten­di­men­to de exe­cu­ti­vos de radio­di­fu­são, isso traz novos com­po­nen­tes ao deba­te. “Quan­do você trans­mi­te vídeo, há pro­ble­mas de direi­to, tem que se tomar muito cui­da­do”, diz Fran­co. O pro­ble­ma, segun­do ele, é simi­lar ao que ocor­re com a Inter­net. “A TV tem res­pon­sa­bi­li­da­des enor­mes, cláu­ su­las cons­ti­tu­cio­nais a cum­prir, tem que res­pei­tar direi­tos dos auto­res, tem artis­tas con­tra­ta­dos. A Inter­ net ou o celu­lar, só por­que são tec­ no­lo­gias dife­ren­tes, não têm nada disso, não têm obri­ga­ções ­ sociais. Isso deve­ria ­ entrar na dis­cus­são da TV digi­tal, por­que o que eles fazem tam­bém é TV, só que em outro apa­re­ lho, então tem que haver o con­tro­le ­social do con­teú­do, tem que ser regu­ la­do, saber quem é res­pon­sá­vel. Não dá mais para se regu­lar só pela tec­

no­lo­gia. Pode­mos per­der o con­tro­le ­social des­tes meios”, com­ple­ta. Segun­do o advo­ga­do espe­cia­lis­ta em comu­ni­ca­ção Mar­cos Bitel­li, o celu­lar traz pro­ble­mas seme­lhan­tes aos da Inter­net no que se refe­re às ques­tões de direi­to da comu­ni­ca­ção. E mui­tas des­tas ques­tões ainda não estão resol­vi­das nem para a Inter­ net, que já exis­te há ­ alguns anos, res­sal­va. Um dos pro­ble­mas é como enqua­ drar este veí­cu­lo. É uma mídia? Está sujei­to ao mesmo con­tro­le que os veí­ cu­los tra­di­cio­nais? “O que acon­te­ce se você usa o celu­lar para publi­car um noti­ciá­rio? Você vira um publis­her? Pode ser enqua­dra­do nos Arti­gos 221 e 222 da Cons­ti­tui­ção, que tra­zem uma série de exi­gên­cias (fina­li­da­des edu­ca­ti­ vas e cul­tu­rais, pro­mo­ção da cul­tu­ra nacio­nal, pro­prie­da­de de bra­si­lei­ros etc.)?”, per­gun­ta o advo­ga­do. Segun­do ele, estas ques­tões ainda não ganha­ram vulto por­que estas ­mídias não são vis­tas como veí­cu­los capa­zes de pro­du­zir comu­ni­ca­ção de forma con­sis­ten­te, então o mundo jurí­di­co não está aten­to a elas. Mas na Inter­net isso já preo­cu­pa, prin­ci­ pal­men­te por causa dos “tele­jor­nais” onli­ne. “Como fica isto? Só por­que não estão na TV eles não têm que ter as res­pon­sa­bi­li­da­des de um jor­nal con­ven­cio­nal, como jor­na­lis­ta res­ pon­sá­vel, pro­prie­da­de de bra­si­lei­ros, regis­tro?”, expli­ca. Em resu­mo, há um vácuo regu­la­men­tar para estes meios, que são pos­te­rio­res à Cons­ ti­tui­ção de 1988. Ela cita ape­nas a figu­ra dos ser­vi­ços de “comu­ni­ca­ção ­social ele­trô­ni­ca de massa”, mas não defi­ne o que sejam. Já na ques­tão dos direi­tos indi­vi­ duais, seja direito de autor, mar­ca ou ima­gem, o advo­ga­do deixa claro que o meio “não faz a menor dife­ ren­ça. Quem publi­ca tem que ter auto­ri­za­ção”.

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bancos de ima­gem

Pron­to para usar

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A busca cada vez mais cons­tan­te por oti­mi­zar os inves­ti­men­tos de pro­du­ção está colo­can­do em alta os ban­cos de ima­gens. Mui­tas vezes uma pro­du­ção audio­ vi­sual pre­ci­sa de uma cena pra­ti­ca­men­te inviá­vel de ser cap­ta­da, mas que é facil­men­te encon­tra­da para ser adqui­ri­da. Por exem­plo: até que ponto é van­ta­gem cap­ tar uma cena aérea sobre a ave­ni­da Pau­lis­ta, ou uma cena sub­ma­ri­na de um peixe raro, ou de um pin­güim em seu habi­tat natu­ral? Se essa cena não tiver nenhu­ ma espe­ci­fi­ci­da­de, pode muito bem ser com­pra­da de uma empre­sa que a con­te­nha em seu acer­vo. É mais fácil e mais bara­to. Atual­men­te, exis­tem mui­tas empre­sas atuan­do nesse nicho de mer­ca­do. Algu­mas são gran­des, com ori­gem no exte­rior, como a Getty Ima­ges/Image Bank Film; ­ outras são bra­si­lei­ras que repre­sen­tam com­pa­ nhias inter­na­cio­nais, como a Stock Pho­tos e a Tele­ news. E, enquan­to algu­mas empre­sas se dedi­cam exclu­ si­va­men­te a for­ne­cer ima­gens para os inte­res­sa­dos, há as pro­du­to­ras e emis­so­ras de tele­vi­são que deci­di­ram dis­po­ni­bi­li­zar seus arqui­vos como forma de ter mais uma fonte de recei­ta, como por exem­plo as pro­du­to­ras Grifa e Canal Azul e a TV Cul­tu­ra. Outra carac­te­rís­ti­ca que pode ser obser­va­da diz res­pei­to aos acer­vos: ­ várias empre­sas têm se foca­do em assun­tos espe­cí­fi­cos, faci­li­tan­do a busca de pro­du­ to­ras e agên­cias de publi­ci­da­de. Ou seja, há acer­vo espe­cia­li­za­do em cenas ­aéreas, cenas sub­ma­ri­nas, agri­ cul­tu­ra, pecuá­ria, meio-ambien­te, assun­tos liga­dos à cul­tu­ra alemã, natu­re­za e cul­tu­ra da ­ região Norte e Nor­des­te do Bra­sil, Car­na­val baia­no, assun­tos rela­ti­ vos ao Esta­do de Per­nam­bu­co etc. Uma das gran­des empre­sas do setor é a Getty Ima­ ges, fun­da­da na Ingla­ter­ra em 1995 por Mark Getty e Jona­than Klein. Ela come­çou com a comer­cia­li­za­ção de fotos e algu­mas ima­gens de vídeo no sis­te­ma ­royalty free (todos os royal­ties dos cineas­tas são pagos na aqui­si­ção das ima­gens). A ala­van­ca­gem no nicho de ima­gens em movi­men­to acon­te­ceu em 1999 ao adqui­ rir as empre­sas norte-ame­ri­ca­nas The Image Bank (fotos) e Image Bank Film, então da Kodak. Ape­nas

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As opções de imagens em movimento são extensas. Os preços e a qualidade dos produtos também variam bastante. Tudo vai depender do orçamento para a produção e sua finalidade.

em 2001, porém, é que essas cole­ções che­ga­ram aos escri­tó­rios no Bra­sil, segun­do Sil­via Fer­rei­ra, assis­ten­ te de mar­ke­ting da Getty do Bra­sil. Atual­men­te, a Getty Ima­ges dis­põe de ima­gens de cinco empre­sas pelo sis­te­ma ­royalty free e todo o acer­vo do Image Bank Films — esta últi­ma tra­ba­lha com direi­tos geren­cia­dos, ou seja, o paga­men­to é feito por perío­do e por peça deter­mi­na­dos. Ive­li­se Vai­ce­kaus­wkis, aten­di­ men­to do Setor de Fil­mes da com­pa­nhia, expli­ca que as ima­gens ­royalty free são mais diri­gi­das ao uso cor­po­ra­ti­vo e exi­gem inves­ti­men­to menor, enquan­to que as do Image Bank são de qua­li­da­de supe­rior e têm custo maior. “A cole­ção do Image Bank Film é toda cap­ta­da em 35 mm, e no Bra­sil temos tudo tele­ci­na­do em Beta digi­tal”, afir­ma Ive­li­se, com­ple­tan­do que o acer­vo é com­pos­to atual­men­te por 730 fitas. “Se o clien­te pre­ci­sar pode­mos for­ne­cer tam­ bém o inter-posi­ti­vo dos Esta­dos Uni­dos”, diz ela. A Getty mun­dial já for­ne­ceu cenas para fil­mes como “­Matrix 2”, “Homem Ara­nha” e “Deus é Bra­si­lei­ro”,

além de ­ séries como “Sex in the City”, entre mui­tos

Fotos: Divulgação / Getty Images


san­dra­re­gi­na­sil­va sandra@tela­vi­va.com.br

o­ utros. Atual­men­te com sede em Seat­tle (EUA), ela rea­li­za com fre­qüên­cia pes­ qui­sas cria­ti­vas para os anos seguin­tes e avisa cineas­tas sobre os temas de inte­res­ se. Os melho­res mate­riais são englo­ba­dos ao banco de ima­gens da com­pa­nhia. De acor­do com Sil­via, há muito pouco mate­ rial de pro­du­to­res bra­si­lei­ros, mas ela acre­di­ta que o “aumen­to da qua­li­da­de da pro­du­ção audio­vi­sual nacional de fil­mes e fotos pode ala­van­car negó­cios daqui para fren­te”. A Stock Pho­tos, que tem banco de ima­gens de vídeo desde 1995, é uma empre­sa bra­si­lei­ra que repre­sen­ta com exclu­si­vi­da­de no Bra­sil a norte-ame­ri­ ca­na Cor­bis ­ Motion (cujo pro­prie­tá­rio é Bill Gates), a ingle­sa Omni­Mo­vie e a cana­den­se Bigs­hot, além de ­ várias ­outras, segun­do Rita Per­ran Augus­to, da Stock. Ela foi fun­da­da em 1989 por Mar­ce­lo ­Brodsky, atual sócio da empre­ sa, com um grupo de fotó­gra­fos da agên­ cia Angu­lar (que em 1994 ven­deu sua par­ti­ci­pa­ção para Mar­cos Sche­li­ga, hoje sócio e dire­tor da empre­sa). ­ Brodsky tam­bém abriu empre­sas com o mesmo per­fil em oito paí­ses lati­nos, entre eles Chile, Méxi­co e Espa­nha, crian­do assim a rede Latin Stock, da qual a Stock Pho­tos faz parte. Ao todo, são cerca de

cinco mil horas de cenas de fil­mes para comer­ciais, em 35 mm. Agora é a vez da Tele­news Ser­vi­ce ­entrar numa nova fase. A pro­du­to­ra de docu­men­tá­rios e de pro­gra­mas de TV, com que atua desde 1989, e mais recen­te­ men­te atuan­do com fil­mes de fic­ção, deci­ diu criar seu banco de ima­gens há cerca de cinco anos, basea­do em seu acer­vo pró­prio de pro­du­ção. No final do ano pas­ sa­do, Leo­nar­do Dou­ra­do, da Tele­news, foi pro­cu­ra­do pela Bri­tish Movie­to­news Limi­ted, de Lon­dres, empre­sa com cerca de duas mil horas de ima­gens de arqui­vo em movi­men­to e algo como 120 itens refe­ren­tes a temas bra­si­lei­ros, a maio­ria temas anti­gos, em pelí­cu­la. Desse con­ta­ to saiu uma par­ce­ria de repre­sen­ta­ção na Amé­ri­ca do Sul, incluin­do Bra­sil, atra­vés da qual have­rá a par­tir de março um link do site da Movie­to­news para o da Tele­news. “Em breve esta­re­mos rece­ben­ do e arma­ze­nan­do em nosso escri­tó­rio no Rio de Janei­ro perto de 60 horas de mate­rial em Beta para con­sul­ta e venda a clien­tes ­locais”, reve­la Dou­ra­do, que deta­lha como prin­ci­pais van­ta­gens ter aces­so a um arqui­vo pro­fis­sio­nal, que vai com­ple­tar um dos focos da Tele­news, pois “arqui­vo de ima­gem é uma parte da nossa pro­du­to­ra”, e ainda per­mi­tir mais

uma fonte de recei­ta. Em dezem­bro últi­mo, Barry Flo­rin, mana­ging direc­tor da Movie­to­news, este­ ve no Bra­sil para acer­tar os deta­lhes com Dou­ra­do. O exe­cu­ti­vo bri­tâ­ni­co disse que a Movie­to­news iden­ti­fi­cou uma deman­ da cres­cen­te no Bra­sil para pro­du­ções publi­ci­tá­rias, de docu­men­tá­rios e de pro­ gra­mas de TV e, por isso, bus­ca­va a par­ce­ria com uma empre­sa bra­si­lei­ra para ofe­re­cer velo­ci­da­de e faci­li­da­de de aten­di­men­to, além de conhe­cer ­melhor o clien­te local. Um outro tipo de empre­sa que par­ tiu para a comer­cia­li­za­ção de ima­gens pode ser exem­pli­fi­ca­do pela Sigma SAE. Ela nas­ceu, há cerca de dois anos, com o obje­ti­vo de ofe­re­cer ser­vi­ço de cap­ta­ ção de ima­gens ­ aéreas sob enco­men­da e já aten­deu clien­tes como Casa­blan­ca, Band e ­ Record, entre ­ outras. Recen­te­ men­te, a empre­sa mon­tou um banco de ima­gens ana­ló­gi­cas e digi­tais, con­ten­ do exclu­si­va­men­te toma­das ­ aéreas. A Sigma, segun­do Edson ­Junior, chefe de ope­ra­ções, tem uma frota de dois Rob­ son News­cop­ter, heli­cóp­te­ro con­ce­bi­do para cap­ta­ção de ima­gens. “É o único heli­cóp­te­ro no Bra­sil equi­pa­do para cap­tar ima­gens em Beta­cam digi­tal”, garan­te ele. A Kreaktiv Mídia também tem uma história interessante. Ela basicamente se especializou em temas de interesse inter­ nacional e vem fornecendo imagens para emissoras de TV da Alemanha (ARD e ZDF) e da Inglaterra (BBC). Pela sua especialização, acabou atraindo demanda corporativa, especialmente empresas da indústria alemã instadas no Brasil. Algu­mas emis­so­ras de TV tam­bém ofe­ re­cem ima­gens de seu acer­vo para o mer­ ca­do. A TV Cul­tu­ra, por exem­plo, atua com isso há déca­das. “Sem­pre ven­de­mos para pro­du­to­ras e hoje há muita pro­cu­ra até mesmo de estu­dan­tes”, diz Môni­ca Ponce de Léon, chefe do Depar­ta­men­to de Docu­men­ta­ção da TV Cul­tu­ra, onde

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N達o dispon

22 b ancos de imagem

janei足ro | feve足rei足ro de 2004


nivel

tra­ba­lha há 15 anos. De acor­do com ela, os pedi­dos por pes­qui­sas se inten­si­fi­ca­ram bas­tan­te nos últi­ mos tem­pos. Romeu de Frei­tas, chefe da Divi­são de Copia­gem da emis­so­ra, con­fir­ma o aumen­ to de pro­cu­ra por ima­gens, mas afir­ma que o pro­ces­so de defi­ni­ ção de cenas é muito demo­ra­do. “Os dire­to­res de pro­du­ções não deve­riam ­ enviar esta­giá­rio para esco­lher as cenas, por­que somen­ te eles sabem exa­ta­men­te o que que­rem. Se eles vies­sem até aqui para esco­lher, agi­li­za­ria o tra­ba­ lho”, diz ele. De acor­do com Frei­tas, mui­ tas pes­qui­sas no banco de ima­ gens da TV Cul­tu­ra aca­bam ren­den­do co-pro­du­ções. Se o assun­to for de inte­res­se da emis­ so­ra, ela entra como co-pro­du­ to­ra e cede suas ima­gens de arqui­vo, ao invés de cobrá-las do pro­du­tor, e ainda exibe o pro­du­to final. Deman­da A deman­da por cenas em ban­ cos de ima­gem está cres­cen­te de algum tempo para cá. A Getty Ima­ges vem regis­tran­do a maior pro­cu­ra pelo setor de publi­ci­da­ de, segui­do por Inter­net, TV a cabo, lon­gas-metra­gens e vídeo cor­po­ra­ti­vo. A Tele­news tam­bém con­si­

de­ra que a pro­cu­ra por ima­gens que mais cres­ceu nos últimos anos foi das agên­cias. “Usar mais arqui­vo sig­ni­fi­ca que se pro­ duz menos e que os orça­men­tos estão meno­res”, ana­li­sa Leo­nar­ do Dou­ra­do. “Mas a boa notí­cia é que isso sig­ni­fi­ca que há acer­ vos mais pro­fis­sio­nais dis­po­ní­ veis no mer­ca­do.” Ele com­ple­ta ainda que deve-se con­si­de­rar o aumen­to da vei­cu­la­ção para­le­la (em espa­ço gra­tui­to das emis­so­ ras) de cam­pa­nhas ins­ti­tu­cio­nais e ­ sociais de enti­da­des assis­ten­ ciais e não-gover­na­men­tais, e isto tem aumen­tan­do a deman­da por ima­gens de arqui­vo. A expec­ta­ti­va para 2004 é bas­tan­te ani­ma­do­ra. “O ano já come­çou muito bem para o nosso mer­ca­do. Já deu para per­ce­ber que mui­tas pro­du­ções estão em anda­men­to”, come­mo­ ra Rita, da Stock Pho­tos. Sil­via, da Getty Ima­ges, acre­ di­ta que “um mer­ca­do que des­ pon­ta com um gran­de poten­cial de cres­ci­men­to é o de pro­du­ção de cine­ma que com o incen­ti­vo do gover­no alia­do às téc­ni­cas digi­tais ten­dem a uti­li­zar cada vez mais cenas já pron­tas de pro­ du­ção mais de­mo­ra­da ou de difí­ cil aces­so, com alta qua­li­da­de e a dire­ção cria­ti­va dos mais famo­ sos ci­neas­tas da atua­li­da­de”. ­

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m ­ aking of A ­REFRESCÂNCIA DE HALLS NA MTV Três fil­mes de 15 segun­dos foram cria­dos pela agência J. W. Thomp­ son para as pas­ti­lhas Halls, espe­ cial­men­te para serem vei­cu­la­das na MTV. “Fize­mos uma minicam­pa­ nha de verão, espe­cí­fi­ca para a emis­ so­ra. Nós, da agên­cia, cos­tu­ma­mos gos­tar muito de criar para a MTV, por­que pode­mos fazer peças mais irre­ve­ren­tes. Mas, como opta­mos pela ani­ma­ção, fica muito difí­cil mos­trar a idéia para o clien­te. Por mais que se faça story board, só é pos­sí­vel visua­li­zar o tra­ba­lho quan­ do está pron­to”, expli­ca o dire­tor de

cria­ção Mar­ce­lo Pris­ta. Foi fun­da­men­tal, por­tan­to, con­tar com a con­fian­ça do clien­te. “A prin­ cí­pio, fomos cha­ma­dos para criar fil­mes que usas­sem gra­fis­mos, mas vimos a opor­tu­ni­da­de de brin­car com a ‘­re­fres­cância’ do pro­du­to de uma forma mais inte­res­san­te. Mos­tra­mos ­ várias refe­rên­cias e aca­ba­mos che­gan­do a essa téc­ni­ca que mis­tu­ra ima­gens reais e ani­ma­ das”, conta Pris­ta. “Só que o clien­ te não con­se­guia visua­li­zar muito bem qual seria o resul­ta­do final, e mesmo assim topou o pro­je­to e apos­

tou numa téc­ni­ca nova”, relembra. Sem­pre num cená­rio de praia, os fil­ mes usam o pro­du­to como metá­fo­ra de refres­cân­cia. No pri­mei­ro filme, que mos­tra uma festa rave, um DJ engra­ça­do diver­te os banhis­tas, que caem num mar de Halls. No segun­ do, a festa é rega­da a ­ rock’n’roll e as pas­ti­lhas refres­cam o pes­soal cain­do da man­guei­ra de um cami­ nhão de bom­bei­ros. No ter­cei­ro, um casal andan­do de bici­cle­ta vai para a festa que está rolan­do den­tro de um iglu, cons­truí­do com as pas­ti­ lhas de Halls.

Ima­gens re c o r­ t a­ das A pro­du­ção ficou a cargo da equi­pe da Arte Ani­ma­da, resul­tan­do em três peças, sem­pre basea­das no tema “­verão” e com muita músi­ca. A idéia era criar per­so­na­gens de ani­ma­ção e cená­rios a par­tir de ele­men­ tos reais, foto­gra­fa­dos, e ­depois mis­tu­rá-los ao dese­nho e ani­ma­dos de manei­ra con­ven­cio­nal. Para isso, foi defi­ni­do o cas­ting, e mais de 25 pes­soas foram foto­gra­fa­das. Além das pes­soas, ele­men­tos como guar­da-sol, bici­cle­ta, cadei­ra de praia, toca-dis­cos e mui­tos ­ outros tam­bém foram cap­tu­ra­dos. Isso resul­tou em mais de mil fotos, que foram tra­ba­lha­das pri­mei­ra­men­te em um soft­wa­re de tra­ta­ men­to de ima­gens. “Duran­te a ses­são de fotos, diri­gi­ mos as pes­soas para que mos­tras­ sem as expres­sões que que­ría­mos. ­Depois come­ça­mos a recor­tar as ima­gens, pico­tan­do as figu­ras reais. ­Alguns peda­ços foram usa­dos em com­po­si­ções para criar novos per­so­na­gens, e tam­bém acres­cen­ta­mos dese­nhos por cima”, expli­ca um dos dire­to­res do filme, Celso Soldi.

icha téc­ni­ca fTítu­lo Halls Verão • Anun­cian­te Cad­bury Adams

24 tela viva

janei­ro | feve­rei­ro de 2004

• Agên­cia J. W. Thomp­son • Dire­ção de Cria­ ção Mar­ce­lo Pris­ta • Cria­ção Vini­cius Stan­zio­ne, Endy San­ta­na e Mar­ce­lo Pris­ta • Pro­d u­to­ra Arte Ani­ma­da • Dire­ção Fer­nan­do Cos­ter, Celso Soldi e Caio Zilli • Dire­ção de Arte Rita Figuei­re­do • Mon­ta­gem Celso Soldi • Fina­li­za­ção Arte Ani­ma­da • Tri­lha Sound ­Design


lizan­dra­deal­mei­da lizan­dra@tela­vi­va.com.br

Em 3D, só as p as­t i­ l ha s ­ epois de com­pos­tas as cenas, o mate­rial foi ani­ma­do em D After ­ Effects, mas muito pouco foi cria­do em com­pu­ta­ção grá­fi­ca ou uti­li­zou recur­sos de 3D. O pro­je­to, desde o iní­cio, pre­via ima­gens bidi­men­sio­nais. “Só uti­li­za­mos o soft­wa­re 3D para criar a pas­ti­lha em si. O mais com­pli­ca­do do tra­ba­lho foi criar o mar de Halls, que apa­re­ce no filme ‘Rave’. Tive­mos que ima­gi­nar como criar uma onda de pas­ti­lhas, como simu­lar o movi­men­to do mar e ainda como esse mar de pas­ti­lhas — que são para­le­le­pí­pe­ dos — se com­por­ta­ria com uma pes­soa den­tro. Tive­mos de repro­du­zir a pas­ti­lha com uma mis­tu­ra de sua cor ori­gi­nal com uma cor que lem­bras­se o mar. Fize­mos uma bala em 3D e ­depois ani­ma­mos como se fosse ‘stop ­motion’, qua­dro a qua­dro. Pode­ría­mos ter usado o ­ timing da ani­ma­ção 3D, mas pre­fe­ri­mos man­ter a lin­gua­gem em todo o filme”, conta Celso.

Na mão dos a n i­ m a­ do­ r e s Os per­so­na­gens dos fil­mes foram com­pos­tos a par­tir das ima­gens cap­ta­das, e pra­ti­ca­men­te nada esca­pou ileso dos ani­ma­do­res. Olhos, nari­zes, bocas, mãos, pés são todos reais, mas foram modi­fi­ca­dos e mis­tu­ra­dos para criar os per­so­na­gens dos fil­mes. “Fize­mos uma gran­de pes­qui­sa de téc­ni­cas e apre­sen­ta­mos ­ várias pos­si­bi­li­da­des. Uma das refe­rên­cias mos­tra­va ima­gens reais mis­tu­ra­das com dese­nho, mas o desa­fio era a quan­ti­da­de de per­so­na­gens. Um filme era uma festa de rock, outro uma rave, sem­pre na praia e sem­pre com mui­tas pes­soas”, diz Celso. No iní­cio, a inten­ção era usar os cor­pos reais, mas ­depois de ­ alguns estu­dos deci­diu-se pelo dese­nho. Para cos­tu­rar todas essas peças e dar uma cara ainda mais diver­ti­da, a tri­lha sono­ra com­pos­ta pela Sound ­Design foi fun­da­men­tal.


televisão

Band entra na briga

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janeiro | fevereiro de 2004

Comemorando bons resultados em 2003, A TV Ban­dei­ran­tes pre­pa­ra-se, em 2004, para bri­gar o presidente do grupo, Johnny Saad, fala para valer por um lugar no pódio da audiên­cia. Nem sobre a ambição de ocupar o terceiro pri­mei­ro nem segun­do lugar, é claro. Mas ambi­cio­na o ter­cei­ro, que tam­bém tem como plei­tean­tes a Rede TV! lugar, além de fazer análises do mercado. e a ­Record. Não são pou­cas as ações da Band nesse sen­ ti­do. Sua pro­gra­ma­ção está sendo refor­mu­la­da, uma impor­tan­te par­ce­ mudan­ças de estru­tu­ra é que gera­ram ria inter­na­cio­nal com a pro­du­to­ra parte da crise dos últi­mos anos.” por­tu­gue­sa NBP foi fecha­da, novas Em rela­ção aos seus con­cor­ren­tes estre­las são con­tra­ta­das, para fren­te dire­tos, ­Johnny Saad cri­ti­ca a falta de e para trás das câme­ras. Mar­le­ne com­pro­me­ti­men­to com o mer­ca­do de Mat­tos e Car­los Nas­ci­men­to são algu­ comu­ni­ca­ções. Para ele, ­ alguns gru­ mas das recen­tes aqui­si­ções. Tal­vez pos, por não pre­ci­sa­rem do setor para seja resul­ta­do de um ano bom. se sus­ten­tar, aca­bam difi­cul­tan­do o Para João Car­los (­Johnny) Saad, sur­gi­men­to de ini­cia­ti­vas. Ele con­si­de­ pre­si­den­te do grupo, 2003 foi um ra Ban­dei­ran­tes e Globo dois gru­pos dos melho­res anos da his­tó­ria da ver­da­dei­ra­men­te de comu­ni­ca­ção, por­ Band. “Dobra­mos o resul­ta­do em rela­ que que­rem ino­var na ofer­ta de infor­ ção a 2002. O fatu­ra­men­to está na ma­ção e entre­te­ni­men­to e fazem isso casa dos R$ 300 ­ milhões, com bons empre­sa­rial­men­te. Os gru­pos reli­gio­ resul­ta­dos em todas as ope­ra­ções, sos, na visão de ­Johnny Saad, não têm do cabo ao rádio”, diz. Só na TV, o João Car­los Saad: “A palavra ajuda esse com­pro­me­ti­men­to: “É uma dis­tor­ cres­ci­men­to de audiên­cia foi de 45% me incomoda. Não é ção. Você está usan­do um dinhei­ro de e o fatu­ra­men­to cres­ceu 22%. Claro preciso ajuda, é preciso cari­da­de em uma ati­vi­da­de comer­cial, que a Band tem pro­ble­mas, e gran­des. financiamento.” sem pagar os tri­bu­tos de ori­gem. E ele Nego­cia, neste momen­to, a rees­tru­tu­ não paga nada, é como com­pe­tir com ra­ção de uma dívi­da de US$ 100 ­ milhões “com pou­cos um atle­ta dopa­do”. Curio­sa­men­te, a Band aluga seu espa­ ban­cos como cre­do­res”. Segun­do Saad, o lado posi­ti­vo ço nobre para o pas­tor R.R. Soa­res fazer sua pre­ga­ção reli­ da rene­go­cia­ção é que os cre­do­res exi­gem uma ges­tão gio­sa. ­Johnny Saad não escon­de o cons­tran­gi­men­to dessa mais pro­fis­sio­nal. “Com a pro­fis­sio­na­li­za­ção dos gru­pos, situa­ção, e jus­ti­fi­ca lem­bran­do que essa ainda é a ­melhor ganha-se uma visão mais empre­sa­rial, menos per­du­lá­ria, forma de ­fechar as con­tas da sua emis­so­ra. menos arro­gan­te.” Para a Ban­dei­ran­tes, falta no Bra­sil visão estra­té­gi­ca O pri­mei­ro desa­fio da Band é em rela­ção à con­cor­rên­ em rela­ção ao setor de comu­ni­ca­ções. “O últi­mo minis­ cia. Pri­mei­ro, com a divi­são do mer­ca­do publi­ci­tá­rio, que tro que tive­mos com essa preo­cu­pa­ção estra­té­gi­ca foi tem 75% da verba para TV já com­pro­me­ti­da com a Globo, Eucli­des ­Quandt de Oli­vei­ra”, diz, refe­rin­do-se ao minis­ ou com o cres­ci­men­to dos gru­pos reli­gio­sos, que não depen­ tro das Comu­ni­ca­ções do gover­no Gei­sel, de 1974 a 79. dem só do mer­ca­do de comu­ni­ca­ções para sobre­vi­ver. “Há ­Johnny Saad elo­gia as ini­cia­ti­vas do gover­no Lula de, por ainda mui­tos pro­ble­mas estru­tu­rais no mer­ca­do publi­ci­tá­ exem­plo, divi­dir as ver­bas publi­ci­tá­rias do gover­no em rio. Não é só um pro­ble­ma comer­cial. Mui­tos seto­res dei­xa­ fun­ção da audiên­cia de cada grupo. Para ele, é a pri­mei­ra ram de exis­tir. ­Outros foram proi­bi­dos, como cigar­ro, que vez em que pare­ce haver um pro­je­to estra­té­gi­co para o é impor­tan­te para o patro­cí­nio de espor­tes. Bebi­das virou setor desde a época de ­Quandt. um mer­ca­do mono­po­li­za­do, assim como ban­cos. Essas Sobre um even­tual paco­te de ajuda do gover­no aos Fotos: Gerson Gargalaka (João Carlos Saad) e divulgação


Parceria com produtora portuguesa Ampa­ra­da no slo­gan “A Band está mu­dan­ do pra mudar você pra Band, uma das ini­cia­ti­vas para colo­car a Band em ter­cei­ro lugar é a par­ce­ria com a pro­du­to­ra por­tu­ gue­sa NBP. Os pri­mei­ros fru­tos do acor­do foram as ­estréias, em mea­dos de janei­ro, da série “Olá Pai!” e da tele­no­ve­la “Olhos ­D’Água”, am­bas da NBP. Para março está pre­vis­to o iní­cio da exi­bi­ção da nove­la “Mo­ran­gos com Açú­car”. “2004 marca a volta da Band à tele­dra­ma­ tur­gia”, anun­ciou o vice-pre­si­den­te Mar­ce­ lo Para­da. O negó­cio luso-bra­si­lei­ro não prevê com­­ pra de pro­gra­ma­ção, mas um pre­pa­ro para um segun­do momen­to, quan­do NBP e Band abri­rão uma pro­du­to­ra no Bra­sil. Para isso, não há uma data mar­ca­da, porém pode ocor­rer ainda neste ano, depen­den­do da eco­no­mia e do mer­ca­do, segun­do Para­da. O pre­si­den­te do Con­se­ lho de Admi­nis­tra­ção da NBP, Antó­nio Paren­te, afir­mou que as futu­ras no­ve­las pro­du­zi­das no Bra­sil vão, aos pou­cos, subs­ti­tuir os pro­du­tos por­tu­gue­ses nos horá­rios da NBP na Band e, ­depois, “serão exi­bi­das em Por­tu­gal”. A emis­so­ra TVI,

“Olhos D’Água”

de Por­tu­gal, que exibe a maio­ria dos pro­ du­tos da NBP, recen­te­men­te tor­nou-se sócia de Paren­te na pro­du­to­ra, até então inde­pen­den­te. Mesmo dian­te da pro­fis­sio­na­li­za­ção da pro­du­ção inde­pen­den­te para TV no Bra­sil, a Band optou por ­ fechar a par­ce­ria com a NBP pelo “seu exper­ti­se em pro­du­ção”, jus­ti­fi­cou Mar­ce­lo Para­da. “Além da sua fór­mu­la de fazer nove­la com um preço bas­tan­te com­pe­ti­ti­vo, pro­du­zir com a NBP nos garan­te o mer­ca­do por­tu­guês de exi­bi­ ção”, com­ple­tou. Além dis­so, é claro, há à dis­po­si­ção todo o acer­­vo da pro­du­to­ra por­ tu­gue­sa, cria­da em 1992 e que já rea­li­zou cerca de 50 tí­tu­­los, entre fil­mes, nove­las e ­séries. Em outra fren­te e sem dar mais deta­lhes, o exe­cu­ti­vo da Ban­dei­ran­tes infor­mou que a emis­so­ra prevê para este ano inves­ ti­men­tos entre US$ 6 ­ milhões e US$ 7 ­milhões em qua­tro pro­je­tos tec­no­ló­­gi­cos, sendo um deles o de digi­ta­li­za­ção do jor­na­lis­mo. san­dra­re­gi­na­silva

“Olá Pai!”

gru­pos de comu­ni­ca­ção, ­Johnny Saad tem uma posi­ção polê­mi­ca: “A pala­vra ajuda me inco­mo­da. Não é pre­ci­so ajuda, é pre­ ci­so finan­cia­men­to. É um setor estra­té­gi­co como ­outros tan­tos, que tem que ter ­regras de finan­cia­men­to como ­ outros têm, não pre­ci­sa ser dis­cri­mi­na­do. O pro­ble­ma é que esta­mos mis­tu­ran­do nessa dis­cus­são difi­cul­ da­des de ges­tão, cri­ses de coman­do, cri­ses de foco”. Sua posi­ção ali­nha-se ple­na­men­te com a do vice-pre­si­den­te do BNDES, Darc

Costa, que na pri­mei­ra chan­ce que teve, no final de 2003, mani­fes­tou aos gru­pos de mídia jus­ta­men­te a preo­cu­pa­ção de que um sim­ples apoio finan­cei­ro não resol­ve­ria pro­ble­mas inter­nos de admi­nis­tra­ção das empre­sas. “Acho que o Darc tinha toda a razão ao colo­car isso, ape­sar de algu­mas pes­soas terem fica­do um pouco inco­mo­da­ das. As empre­sas que estão com pro­ble­mas não per­de­ram no seu core busi­ness. Elas se enro­la­ram quan­do ten­ta­ram mono­po­li­zar

samuelpossebon samuca@paytv.com.br

o mer­ca­do de comu­ni­ca­ções todo, com­pran­ do ­outros seto­res.” Mas e a dívi­da da Band, vem de onde? O prin­ci­pal homem do grupo expli­ca que foram gas­tos em expan­são e em moder­ni­za­ção, que nada tive­ram a ver com os inves­ti­men­tos da Ban­dei­ran­tes em TV a cabo ou pro­gra­ma­ção. “Foram ­outros erros”, brin­ca. Fis­ca­li­za­ção ­Johnny Saad lem­bra que, para que o gover­no empres­te recur­sos e finan­cie os gru­pos de comu­ni­ca­ção, deve pres­tar aten­ção no cum­pri­men­to das ­regras exis­ ten­tes. Inte­res­san­te é notar a refe­rên­cia às auto­ri­da­des de defe­sa da con­cor­rên­ cia, já que o setor de mídia nunca foi alvo desse tipo de auto­ri­da­de. Para Saad, “é pre­ci­so saber como esses recur­sos vão ser dis­tri­buí­dos, é pre­ci­so saber se as empre­sas que estão plei­tean­do essa ajuda ou esse finan­cia­men­to estão enqua­ dra­das no 236 (Decre­to-lei 236/67, que regu­la­men­ta a pro­prie­da­de cru­za­da de meios de radio­di­fu­são), se estão den­ tro da lei, se a estru­tu­ra, a quan­ti­da­de de empre­sas e ocu­pa­ção de espa­ço no mer­ca­do estão cor­re­tas, se não há pro­ ble­mas com o Cade. Se esti­ve­rem den­tro da nor­ma­li­da­de, elas devem ter aces­so a capi­tal”. A Ban­dei­ran­tes é um dos pou­cos gru­pos de comu­ni­ca­ção que se arris­ca a pro­por uma mudan­ça na legis­la­ção do setor de comu­ni­ca­ções. “Hoje, tra­ta­mos as novas tec­no­lo­gias, do ponto de vista legal, como se elas não exis­tis­sem. E como não exis­tem ­ regras, o Minis­té­rio das Comu­ni­ca­ções acaba sendo omis­so em ques­tões dessa natu­re­za.” Saad diz que a prin­ci­pal amea­ça hoje às empre­ sas de radio­di­fu­são são as empre­sas de tele­co­mu­ni­ca­ções, que têm uma outra dinâ­mi­ca finan­cei­ra e que pode­riam facil­ men­te aca­bar com os gru­pos de mídia. “Não temos nem ­regras muito cla­ras que nos pro­te­jam”, afir­ma o executivo, citan­ do ainda a falta de visão estra­té­gi­ca das

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pró­prias empre­sas de mídia em rela­ção ao pro­ble­ma. Con­teú­do nacio­nal Outra amea­ça que é sem­pre lem­bra­da pela Band diz res­pei­to ao risco de uma inva­são estran­gei­ra por grupo de mídia inter­na­cio­nal. Saad faz o aler­ta colo­can­ do uma série de per­gun­tas, moti­va­do pela pos­si­bi­li­da­de de o grupo News Cor­ po­ra­tion, de ­ Rupert Mur­doch, con­cen­ trar a Sky e a ­ DirecTV no País. “Como é isso, um cara só vai ser dono do DTH no Bra­sil? Que ­ regras ele vai ­ seguir? Que trans­pa­rên­cia vai ser dada? E se ele não qui­ser trans­por­tar o seu sinal, como faz, você fecha?” Sua pro­pos­ta é que o gover­no exija garan­tias de aces­so do con­teú­do nacio­nal aos meios de dis­ tri­bui­ção da News no exte­rior. “Acho que devía­mos ter, se não escri­tas, pelo menos táci­tas, ­regras de equi­lí­brio entre o que vem de lá e o que é pro­du­zi­do aqui.” Para Saad, uma falta de con­tro­le sobre esse pro­ces­so pode levar o Bra­sil a uma con­cen­tra­ção da opi­nião seme­lhan­ te à que, no enten­di­men­to dele, acon­te­ce hoje nos EUA, onde há “duas fon­tes de infor­ma­ção ape­nas”. O dis­cur­so da diver­si­da­de, entre­tan­ to, sofre algu­mas res­tri­ções quan­do o tema é regio­na­li­za­ção. Para a Ban­dei­ ran­tes, o pro­je­to de lei para fomen­tar a regio­na­li­za­ção da depu­ta­da Jan­di­ra Feg­ha­li, por exem­plo, tem pro­ble­mas. “A pala­vra cor­re­ta, que ela não usa, é ‘incen­ti­var’. Se ela usas­se, esta­ria de

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janeiro | fevereiro de 2004

acor­do com o pro­je­to dela. Em geral a ópti­ca dos depu­ta­dos é de obri­gar, mul­tar, punir a tele­vi­são, que é a única forma gra­ tui­ta de infor­ma­ção e entre­te­ni­men­to do povo. Pare­ce que os inte­lec­tuais têm raiva do povo.” Saad vai mais longe e lem­bra do pro­ble­ma de via­bi­li­za­ção eco­nô­mi­ca dessa pro­du­ção. “Não adian­ta que­rer fazer oito horas de pro­du­ção em São Luís do Parai­ tin­ga”, diz. Mudan­ça de foco A Ban­dei­ran­tes foi, no pas­sa­do, uma rede que tinha boa parte de sua pro­gra­ma­ ção, inclu­si­ve o domin­go intei­ro, dedi­ ca­da ao espor­te. Isso mudou e é um dos fato­res que ali­viou o caixa da empre­sa. “Esta­mos com­pran­do os direi­tos das Olim­pía­das junto com a Globo, e esta­ mos pagan­do um preço mais razoá­vel pelo even­to. Ele custa menos de US$ 10 ­milhões, para ser divi­di­do entre nós duas. E acho que a Copa do Mundo tam­bém acon­te­ce­rá em 2006 em ­outras con­di­ções. Mas se as con­di­ções forem as mes­mas de 2002, não trans­mi­ti­mos, como acon­te­ceu. Nin­guém mor­reu por não pagar o que a Globo pagou. Aliás, muito pelo con­trá­rio”, diz, ao lem­brar que a saída do negó­cio de espor­tes foi jus­ta­men­te uma forma de estan­car a perda de recei­tas e o cres­ci­men­ to da dívi­da. Até o ano pas­sa­do, um dos enge­nhei­ros mais ati­vos e envol­vi­dos com a ques­tão da TV digi­tal tra­ba­lha­va dire­ta­men­te na Ban­dei­ran­tes. Era ­ Miguel Cipo­la, que foi sem­pre um dos mais crí­ti­cos ana­lis­tas da rea­li­da­de digi­tal bra­si­lei­ra, e pelo visto essa visão ficou no grupo. ­ Johnny Saad não

demons­tra nenhu­ma pres­sa em rela­ção a essa tec­no­lo­gia. Aliás, é céti­co em rela­ção à TV digi­tal, assim como é céti­co em rela­ção a mui­tas ­outras tec­no­lo­gias ditas “con­ver­ gen­tes”. “Nós não temos que cor­rer. Só pre­ci­sa­ría­mos cor­rer se ­ outros paí­ses do mundo esti­ves­sem ganhan­do uma for­tu­na com TV digi­tal. Mas não estão. É pre­ci­so ter em mente que o negó­cio de TV digi­tal envol­ve ­bilhões de dóla­res, então não é algo para ser deci­di­do em uma sala fecha­da. É uma deci­são que tem que pas­sar pela Pre­si­ dên­cia da Repú­bli­ca, por­que é estra­té­gi­ca. Não quer dizer que não tenha­mos que ­entrar, senão tere­mos pro­ble­mas com as ope­ra­do­ras de tele­fo­nia”, diz, sem se entu­ sias­mar com os poten­ciais da tec­no­lo­gia. Mas o pro­je­to mais caro a ­Johnny Saad e à Band nesse momen­to é o de expan­são inter­na­cio­nal. A Ban­dei­ran­tes quer um canal pago, feito em espa­nhol, para ser dis­ tri­buí­do em ­outros paí­ses da Amé­ri­ca Lati­ na e, se pos­sí­vel, nos EUA. “Não vamos fazer algo em por­tu­guês. Não vamos fazer o ridí­cu­lo da CNN en Espa­ñol, que passa aqui em cas­te­lha­no.” Claro que, na visão de Saad, esse pro­je­to deve­ria fazer parte de um plano estra­té­gi­co, até com apoio do gover­no. “Nós bra­si­lei­ros não temos nada nos EUA. Os mexi­ca­nos têm cinco ­canais lá den­tro, estão cobrin­do os EUA, acom­pa­ nham o Con­gres­so deles e têm con­di­ções de levar aos ame­ri­ca­nos uma visão dife­ren­te sobre o que é o Méxi­co. Eles estão cer­tís­ si­mos. A Al Jazee­ra fez a mesma coisa em rela­ção à co­mu­ni­da­de árabe. Nós não temos isso, e os EUA são o nosso maior par­cei­ro co­mer­cial”, pon­de­ra, lem­bran­do que o pre­si­ den­te Lula conhe­ce o seu ponto de vista.

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