BANCOS DE IMAGEM �������������������������������������20
As opções disponíveis em arquivo para a produção TELEVISÃO �����������������������26
Johnny Saad revela a nova estratégia da Band
Sempre na Tela Editorial ������������������������������������������������ 3 News ���������������������������������������������������� 4 Scanner ������������������������������������������������ 6 Figuras ��������������������������������������������� 10 Upgrade ������������������������������������������� 12 Making of ��������������������������������������� 24 Videoshop ��������������������������������������� 29 Agenda �������������������������������������������� 30
Acompanhe as notícias mais recentes do mercado www.telaviva.com.br
ano13nº135janfev2004
N達o disponivel
editorial No dia 17 de dezembro aconteceu na sede da Unesco a primeira reunião do grupo de especialistas que vai elaborar um anteprojeto de convenção internacional de proteção à diversidade dos conteúdos culturais e expressões artísticas nacionais. O debate é fruto da Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, elaborada pelo organismo da ONU em 2001, que prega a preservação das culturas nacionais, em tese ameaçadas pela globalização dos investimentos em mídia e comunicação. A idéia é que se apresente, até a Conferência da Unesco de 2005, um instrumento normativo global que assegure a competitividade dos andrémermelstein andre@telaviva.com.br veículos e criadores de conteúdo nos diferentes países. Longe de ser um debate puramente especulativo ou acadêmico, a questão da diversidade cultural mexe diretamente com as estruturas da comunicação social nos países envolvidos, em especial daqueles em desenvolvimento, como o Brasil. Já acontecem, por exemplo, no âmbito das negociações bilaterais ou na própria OMC, exigências comerciais que afetam diretamente a indústria cultural e as comunicações (por exemplo, um país hegemônico exigir que outro país liberalize seu mercado editorial ou de comunicação de massa em contrapartida a uma abertura comercial na área agrícola ou industrial). O debate ganha especial importância no cenário que se desenha para a mídia no Brasil. Por um lado, os grupos de mídia, com poucas exceções, enfrentam sabidamente enormes dificuldades financeiras. O ambiente regulatório, com a abertura dos 30% ao capital estrangeiro, é favorável a uma intervenção externa. Por outro lado, vemos os grupos internacionais se consolidarem em grandes companhias, cada vez mais vorazes na expansão de seus negócios. É o caso da recente aquisição da Hughes, dona da DirecTV, pela News Corp., dona da Sky e da Fox (TV aberta, TV por assinatura e cinema), entre outros veículos. Para dar a cobertura a esse bolo, as novas tecnologias de comunicação, como a Internet em banda larga e o telefone celular multimídia, passam ao largo de qualquer controle social sobre o conteúdo, como se percebe na matéria de capa desta edição. Não há, por exemplo, como no caso da TV aberta e dos jornais, uma obrigação da responsabilidade editorial estar nas mãos de brasileiros. Por outro lado, a concentração dos meios de comunicação dentro do próprio país não é garantia de preservação dos interesses culturais nacionais. Em comunicação, pluralidade, diversidade e democratização de acesso são fundamentais. E isso, infelizmente, não depende apenas de vontade ou de talento. Depende de incentivos, de políticas públicas, de regras modernas e claras, o que definitivamente ainda não existe no Brasil. Não se trata enfim de xenofobia. O Brasil quer e precisa se abrir ao mundo, e conteúdos “importados” são muito bem-vindos. O que não se pode permitir é que isto aconteça em detrimento de uma indústria audiovisual forte no País, seja do ponto de vista econômico, seja do social e cultural. A iniciativa da Unesco será fundamental para isto.
Diretor e Editor Rubens Glasberg Diretor Editorial André Mermelstein Diretor Editorial Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski Gerente de Marketing e Circulação Gislaine Gaspar Administração Vilma Pereira (Gerente), Gilberto Taques (Assistente Financeiro)
Editora de Projetos Especiais Sandra Regina da Silva Redação Lizandra de Almeida (Colaboradora) Sucursal Brasília Carlos Eduardo Zanatta (Chefe da Sucursal), Raquel Ramos (Repórter)
Arte Claudia G.I.P. (Edição de Arte, Projeto Gráfico e Ilustração de Capa), Rubens Jardim (Produção Gráfica) e Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica), Departamento Comercial Almir Lopes (Gerente), Alexandre Gerdelmann e Marcelo Kiyoshi Ochi (Contatos), Ivaneti Longo (Assistente)
Editor Fernando Lauterjung Webmaster Marcelo Pressi Webdesign Claudia G.I.P.
Central de Assinaturas 0800 145022 das 8 às 19 horas de segunda a sexta-feira | Internet www.telaviva.com.br | E-mail subscribe@telaviva.com.br Redação (11) 3123-2600 E-mail telaviva@telaviva.com.br | Publicidade (11) 3214-3747 E-mail comercial@telaviva.com.br | Tela Viva é uma publicação mensal da Editora Glasberg - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3123-2600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. | Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 - Bloco B sala 424B - CEP 70712-000. Fone/Fax: (61) 327-3755 Brasília, DF | Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) | Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. | Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A
Acompanhe aqui as notícias que foram destaque no último mês no noticiário online Tela Viva News.
Sucessão na Anatel A solenidade de posse do novo presidente da Anatel, Pedro Jaime Ziller, dia 7 de janei ro, em Brasília, foi marcada por uma mani festação explícita do governo em relação à manutenção da estabilidade regulatória do setor de telecomunicações. A maior prova foi a presença do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que, representan do o presidente Lula, reafirmou a preocu pação do governo para que contratos, leis e regulamentos sejam sempre cumpridos. O mesmo cuidado foi manifestado, com muita ênfase, no próprio discurso de Zil ler, e também pelo ex-ministro das Comu nicações Miro Teixeira. Mas um outro fato importante também marcou a solenidade: a referência e agrade cimento de Ziller e Miro ao movimento sin dical. O nome do presidente da Fittel, José Zunga, foi mencionado por Ziller juntamen te com os das demais autoridades presen tes à cerimônia. O novo presidente da Anatel disse, após a sua posse, que terá como principal preocu pação na agência a viabilização do novo Serviço de Comunicação Digital (SCD). Ainda na posse de Ziller, José Dirceu afir mou que o governo já finalizou a proposta de alterações na estrutura das agências reguladoras, colocado em consulta públi ca no final do ano passado, e que aguarda somente o final do recesso parlamentar para encaminhar o projeto ao Congresso. “A questão é muito importante e não pode ser discutida na convocação extraordiná ria”, disse José Dirceu.
Reforma ministerial Eunício Oliveira foi designado no dia 23 de janeiro o novo ministro das Comunicações. O anúncio feito pelo presidente Luiz Iná cio Lula da Silva veio em conjunto com os
tela viva janeiro | fevereiro de 2004
emais nomes da reforma ministerial. Miro d Teixeira assume, por indicação do presiden te, a liderança do governo na Câmara dos Deputados. Oliveira ressaltou que a política do ministé rio será determinada pelo presidente Lula, mesmo sendo ele um integrante do PMDB. Em relação aos temas da pauta do minis tério que está assumindo, Eunício Oliveira não entrou em detalhes. O novo ministro discorreu um pouco mais sobre a questão da TV digital. Disse que é possível sim tocar as pesquisas no Brasil por um padrão nacional e que continuará incentivando os trabalhos nesse sentido. Afirmou que será importante fazer a integração entre Índia, China e países da América do Sul, que somados têm uma população de dois bilhões de pessoas. Para ele, a TV digital não está consolidada em nenhum país do mundo e, portanto, os dois bilhões de habi tantes dos países citados têm todo o direi to de fazer pesquisas para eventualmente chegarem a um padrão próprio. Sobre o fato de ser radiodifusor, Eunício Oliveira não vê impedimentos ou conflitos com a pasta que assume. Ele ressaltou que tem três rádios no interior de Goiás e do Ceará, e que essas emissoras não estão participando de processos de licitação por novas outorgas. No dia 4 de fevereiro saiu a nomeação do ex-deputado federal e ex-ministro da Des burocratização do governo Sarney, Paulo de Tarso Lustosa da Costa, para exercer o cargo de secretário executivo no Ministério das Comunicações.
R$ 65 milhões para o Siste ma Brasileiro Com o argumento de que o CPqD tem mais agilidade para contratar, o Ministério das Comunicações decidiu que caberá ao instituto a distribuição da verba de R$ 65 milhões do Funttel (Fundo de Desenvolvi mento Tecnológico de Telecomunicações)
designada para o financiamento da ativi dade de pesquisa do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) pelas universida des. Esta verba é a primeira leva aprova da pelo conselho do Funttel, mas pode haver novos aportes, de acordo com as necessidades das pesquisas. Caberá ao CPqD também cobrar e organizar o cum primento de prazos pelas universidades. A fase mais esperada é o momento em que os diferentes níveis do sistema brasi leiro comecem a ser testados, o que pre cisa acontecer até o meio do ano. Uma das principais preocupações do gover no, por outro lado, é que o assédio dos padrões estrangeiros sobre os pesquisa dores brasileiros gere atrasos e tumultue o processo de pesquisas por aqui. Serão oito projetos correndo paralela mente, com atribuições diferentes para cada uma das mais de 20 universidades envolvidas. A coordenação do trabalho das universidades ficará a cargo do CPqD, que criou uma diretoria específi ca para TV digital, a cargo de Ricardo Benetton Martins, segundo o presidente do instituto, Hélio Graciosa. Ao mesmo tempo, com a nomeação de Pedro Jaime Ziller, ex-secretário de teleco municações do Minicom, para a presidên cia da Anatel, a agência deve assumir um papel de relevância nos trabalhos. É certo, por exemplo, que o acervo de informações sobre os três padrões estrangeiros existen te na agência será agregado ao conjunto de informações sobre o sistema nacional. Com base nas informações sobre os qua tro padrões, o Comitê de Desenvolvimento fará a indicação sobre qual sistema será adotado no Brasil, no final de 2004.
Cota de tela Nas últimas semanas de 2003, o Diário Oficial da União trouxe a aguardada e polêmica definição da cota de tela para filmes nacionais. No dia 31 de dezembro
www.telaviva.com.br
foi publicado o Decreto 4.945, de 30 de dezembro de 2003, que estabelece que cada sala de exibição e/ou complexo de exibição deverá ter pelo menos 63 dias por ano dedicados a filmes brasileiros. Essa cota deverá ser cumprida ao longo do ano, não podendo ser concentrada ape nas no segundo semestre. O decreto esta belece também que caberá à Ancine criar regras que disponham sobre o número de títulos e o período de sua permanência. O Diário Oficial do dia 31 de dezembro de 2003 trouxe ainda duas instruções norma tivas da Ancine. A IN número 21 estabe lece os procedimentos para a apresenta ção de contas pertinentes à aplicação dos recursos incentivados em projetos. Cada proponente terá 120 dias para apresentar as contas ao término de seu projeto. Outra instrução normativa, a de número 22, regulamenta a elaboração, a apresenta ção e o acompanhamento de projetos de obras audiovisuais. Esta instrução normati va substitui outras que foram editadas em novembro.
Condecine e 3% A Ancine anunciou no dia 12 de janeiro a arrecadação de 2003 da Condecine (Contri buição para o Desenvolvimento do Cinema Nacional). A Condecine é recolhida antes da exibição ou veiculação comercial de obras cinematográficas e videofonográficas nacionais e estrangeiras em cinemas, TVs aberta e por assinatura e vídeo, em territó rio brasileiro. Ao todo foram recolhidos ao Tesouro Nacional R$ 19.524.576,88 no ano passado. É a maior arrecadação da agên cia desde sua criação. Já o valor dos 3% depositados pelas pro gramadoras de TV por assinatura para co-produção nacional como alternativa ao pagamento da Condecine em 2003 foi de R$ 14.228.656,00. Segundo a Ancine, R$ 9.064.284,00 reco lhidos pela regra dos 3% já têm desti no aprovado. Destes, R$ 8.684.895,00 já foram repassados para co-produções entre os canais internacionais e produto ras locais. Os três maiores projetos aprovados até o momento pela agência são “Mandrake”,
co-produção da Conspiração e da HBO, com R$ 5.588.163,00 aprovados; “Animais do Brasil”, da Filmart e da Fox, com R$ 911.272,00 aprovados; e “Boa Notícia”, da MV Vídeo e da Turner, com R$ 525 mil aprovados. Segundo a Ancine, foram recolhidos até hoje pela regra dos 3% R$ 18.025.829,00.
Ancine determina classifi cação de produtoras A Ancine publicou no Diário Oficial da União de 30 de janeiro, a Instrução Normativa nº 23/2004, que regulamenta a classificação das empresas produtoras brasileiras que se habilitam aos mecanismos de fomento das leis de incentivo cultural. A classificação das empresas obedecerá ao seguinte critério: • Nível 1: empresa estreante na produção audiovisual ou cuja produção, em conjunto, seja inferior a 70 minutos; • Nível 2: empresa cuja produção audiovi sual, em conjunto, seja igual a 70 minutos; • Nível 3: empresa cuja produção audiovi sual, em conjunto, seja superior a cem minu tos, com no mínimo uma obra com duração igual ou superior a 50 minutos; • Nível 4: empresa cuja produção audiovi sual, em conjunto, seja superior a 210 minu tos, com no mínimo uma obra com duração superior a 70 minutos; • Nível 5: empresa cuja produção audiovi sual, em conjunto, seja superior a 280 minu tos, com no mínimo duas obras com dura ção superior a 70 minutos cada. De acordo com a Instrução Normativa da Ancine, cada empresa de produção pode rá utilizar mecanismos de incentivo obede cendo limites estabelecidos conforme o seu nível. Os limites para cada nível são os seguintes: • Proponente nível 1: até o montante de R$ 300 mil; • Proponente nível 2: até o montante de R$ 2,5 milhões; • Proponente nível 3: até o montante de R$ 5 milhões; • Proponente nível 4: até o montante de R$ 10 milhões; • Proponente nível 5: até o montante de R$ 20 milhões.
Copa é fundamental para Globopar Um dos grandes desafios do grupo Globo no processo de renegociação de suas dívidas é a Copa do Mundo de 2006, garantem fontes que acom panham o processo de discussão com os credores. O grupo teria que desem bolsar, pelo contrato celebrado antes da Copa de 2002, cerca de US$ 240 milhões. Já deixou de pagar a primeira parcela desse montante (que venceu em meados de 2003) e renegocia o total. Jorge Nóbrega, membro do conse lho de administração do grupo, diz que esse assunto é um dos vários pontos que estão sob severas cláusulas de con fidencialidade no processo de renego ciação e que, portanto, não são comen tadas pela Globo. Segundo informações apuradas junto a fontes de mercado, a Globo estaria buscando, como parte do acerto com os credores, valores bem mais modes tos para os direitos da Copa de 2006. Algo em linha com o que as redes de TV no México pagaram pela Copa de 2002 (cerca de US$ 18 milhões), oca sião em que a Globo, pagando US$ 210 milhões, cobriu 25% de toda a receita da Fifa com o Mundial. Os números da negociação atual não são comentados pela Globo. Outras informações dão conta de que a Globo teria pedido aos credores liberdade de negociar até o montante de US$ 50 milhões pelos direi tos da Copa, teto negado pelo comitê de negociação. Outro tema na ordem do dia das nego ciações da Globo é a participação do grupo na operadora Sky. Segundo Jorge Nóbrega, essas conversas tam bém não estão concluídas. Em 2002, o grupo reduziu a sua participação em favor da News Corp. para evitar compro metimento com aportes de capital. O mesmo deve acontecer agora, com dilui ção da posição da Globo na operadora de DTH. Ao mesmo tempo, a Globo, que não deve sair totalmente da sociedade, negocia garantias de distribuição de seu conteúdo pela operadora.
Outdoors vivos A campanha de Smirnoff Ice - que estou rou em outdoors de todo o Brasil - ganhou sua versão televisiva com vinhetas conten do frases tão bem-humoradas quanto as impressas. A princípio, as vinhetas repro duziriam exclusivamente o visual dos out doors, incorporando, inclusive, o formato wide screen. Mas depois a equipe da pro dutora Arte Animada sugeriu agre gar alguns elementos novos. Os filmes foram feitos a partir das artes dos outdoors, rasgadas a mão e escanea das para reproduzir o efeito desejado. A animação foi feita com a técnica de stop motion, e o computador foi usado para tra balhar as texturas do papel. A direção do filme é de Fernando Coster, Celso Soldi e Caio Zilli, e a criação, da J. W. Thompson, é assinada por Kiko César e Luiz Risi, com direção de criação de André Pinho.
Idéias no espaço Walter de Assis, da Satmeeting, foi o vencedor do segundo Prêmio Star One, na categoria Profissionais. O prê mio é uma iniciativa da operadora de satélites (subsidiária da Embratel) para fomentar e divulgar o uso da tecnologia satelital. Foram pré-selecionados 40 trabalhos, dos mais de 200 recebidos, que foram submetidos a um júri que considerou os aspectos de inovação e os resultados de cada projeto. O traba lho vencedor, coordenado por Assis, foi um treinamento realizado na rede vare jista de todo o País para a promoção dos cigarros Kent, da Souza Cruz, realizado exclusivamente via satélite. Na categoria Acadêmico, o prêmio foi para Fernando Stancato, da Universida de do Norte do Paraná, pelo projeto Uno sat, que consistiu na construção, teste e operação de um nanosatélite de 8 kg por alunos de graduação.
tela viva janeiro | fevereiro de 2004
Criação coletiva
PPV nacional nos EUA A EstudiosMega, através de seus produtores associados Rosaldo Cavalcanti e Jorge Gui marães, está vendendo no merca do norte-americano um evento de surfe para o pay-per-view, através da In Demand, que tem acesso a 60 milhões de domicí lios. Trata-se da competição Tow in World Cup, de ondas gigantes — são pelo menos 12 metros de altura —, que acontece no Havaí, na praia de Jaws. A dupla vence dora (surfista e rebocador) leva um prêmio de US$ 100 mil, patro cinado pela produtora. De acor do com os organizadores, é a pri meira vez que um evento dessa modalidade esportiva é ofereci do no sistema de pay-per-view. No caso de usuários com HDTV, a transmissão é gratuita.
O filme de final de ano produzido pela Made para o Bra desco teve uma inovação. No comercial, vários “anos”, representados por atores, estão reunidos fazendo previ sões sobre a carreira do novo ano (2004). A criação foi de Gustavo Soares e Jose Delboux, da Publicis Salles Norton. A novi dade está no método adotado pela produtora. Foi formado um núcleo criativo, que se reúne semanalmen te para troca de idéias e experiên cias e que opina sobre tudo o que é produzido. Em algumas produções são formadas duplas ou times que se complementam. Para o comer cial do Bradesco, por exemplo, se juntaram Willy Biondani, que atuou na direção de arte e fotografia, e Luiz Villaça, que se concentrou na direção dos atores. O núcleo criativo da Made é composto ainda por Geórgia Guerra-Peixe, Maurício Lanzara, Ricar do Pichi Martirani e Paulo Gama. Fotos: Divulgação
Toró e falta d’água De um lado, a falta de água que sem pre paira como uma ameaça sobre São Paulo. De outro, os temporais que efetivamente castigam a cida de. Mesmo com chuvaradas durante
todo o verão, a Sabesp está veicu lando uma campanha de conscienti zação para evitar o desperdício de água. É a primeira campanha criada pela Giovanni, FCB para a compa
nhia, com criação de Aaron Sutton, Bob Kincey, David Romanetto, Murilo Lico e Renato Lopes e direção de cria ção de Aaron Sutton. A produção é da GW, com direção de Caio Abreia.
Procura documentada
União de forças
“33”, longa-metragem no qual o diretor Kiko Goifman procura sua mãe biológica a partir de dicas de detetives de São Paulo e Belo Horizonte, entra em circuito comercial paulistano em 12 de março. Para realizar o documentá rio, o diretor entrevistou as pessoas envolvidas no caso, sua mãe adotiva, irmã, babá e o médico que intermediou a adoção. Durante a busca foi realizado um diário on-line, através do qual o diretor relatou sua aventura, recebendo de seus leitores pistas fundamentais. O título do filme refere-se ao número de dias que o diretor se impôs para a investigação e, ao mesmo tempo, à sua idade então (33 anos). “33” foi selecionado para o Festival de Locarno (Suíça) em 2003, mesmo ano em que foi eleito um dos favoritos do público da Mostra BR de Cinema — Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
A AD Line e a Crosspoint passaram em janeiro a atuar conjuntamente na venda, integração, trei namento e suporte de equipamentos de vídeo e mídia digital. Com a parceria, o gerente de negó cios da Crosspoint, Celso Penteado, passa a aten der no escritório da AD Line, em São Paulo. O escritório carioca da Crosspoint também passa a atender em nome da nova empresa, bem como as outras representações locais. A AD Line/Cross point comercializa sistemas da Apple, Avid, Curious Software, Digidesign, Leitch, Medea, Newtek, Pinnacle Professional e Broadcast, Sony, Telestream, vi[z]rt, Wohler.
Especial na MTV A MTV Brasil está exibindo o especial feito pela Fuzo Produções que documenta a gravação do último CD do Rappa, “O Silêncio que Precede o Esporro”. Durante três meses, a equi pe da Fuzo acompanhou a rotina de gravação do novo trabalho do Rappa. Cenas com ensaios, gravações em estúdio e entrevistas com os integrantes da banda com põem o programa dirigido por Bernardo Palmeiro. A par ceria da Fuzo com O Rappa também gerou “Reza Vela”, videoclipe da primeira música de trabalho do novo CD. Além desse, a Fuzo também já produziu os video clipes “Ninguém Regula a América” (O Rappa e Sepultura) e “Tumulto ao Vivo”. Para completar, a equipe está produzindo o primeiro DVD do grupo, que deve ser comercializado a partir de abril de 2004.
Investimentos A Sony anunciou uma venda de US$ 1,5 milhão em equipamentos para a RedeTV!. A emisso ra comprou um switcher DVS-9000 e 11 câmeras DXC-D50, além de acessórios para áudio e vídeo. Em outro negócio de peso, afabricantejapo nesa anunciou a venda de equi pamentos da família HD para a Casablanca. A produ tora comprou câmeras HDWF900 (foto) e VTRs HDW-F500, que deverão ser usados na novela “Metamorphoses”, que tem estréia prevista para março na Record.
Parada 450 Anos A Parada 450 Anos, festa em comemo ração ao aniversário de São Paulo, em janeiro, foi patrocinada pela operadora de telefonia celular Vivo e produzida pela TV1 Eventos. A estrutura con tou com 12 espaços reservados para ofici nas de arte, prática de esportes urbanos, gastronomia, salão de beleza ao ar livre,
apresentação de teatro, sessões de mas sagem, alongamento e yoga, exposição de fotos, recreação infantil entre outros. Na organização, trabalharam 1,5 mil pes soas, além de 1,6 mil seguranças e 125 bombeiros. Um show com vários artis tas no Vale do Anhangabaú finalizou a comemoração.
Recursos para 21 longas paulistas O Programa Extraordinário de Fomento ao Cinema Paulista selecionou 21 longas que foram contemplados com R$ 5,78 milhões nas modalidades produção, finalização e comercialização. Promovido pelo Governo do Estado de São Paulo e coordenado pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, o programa conta com recursos oriundos de empresas estatais do Governo do Estado de São Paulo e do banco Santan der/Banespa, e aplicados através da Lei do Audiovisual.
Na categoria Produção, foram sele cionados os seguintes filmes, que recebe ram R$ 500 mil cada: • “Alice”, de Chico Teixeira; • “Bodas de Papel”, de André Sturm; • “Boleiros 2”, de Ugo Giorgetti; • “Encarnação do Demônio”, de José Mojica Marins; • “Minha Vida de Goleiro”, de Cao Hamburger; • “Não Por Acaso”, de Philippe Barcins ki; • “O Homem Que Inventou Uma His tória de Cinema”, de Luiz Alberto Pereira; • “Onde Andará Dulce Veiga?”, de Guilherme de Almeida Prado; • “Uma ou Duas Coisas Sobre Ela”, de Beto Brant. Na categoria Finalização, foram escolhidos: • “Contra Todos”, de Roberto Morei ra, com R$ 195 mil; • “Estórias de Trancoso”, de Mário Sérgio Loschiavo, com R$ 195 mil; • “Família Alcântara - Um Encontro
tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
com a Tradição Cultural Afro-Brasi leira”, de Daniel Sola Santiago, com R$ 78.628; • “Jogo Subterrâneo”, de Roberto Ger vitz, com R$ 22.264; • “Nina”, de Heitor Dhalia, com R$ 109.422,06; • “Person”, de Marina Person, com R$ 109.422,06; • “Vale a Pena Sonhar”, de Stela Grisot ti e Rudi Bohm, com R$ 70.263,88. Na categoria Comercialização, os longas apoiados foram: • “1,99 — Um Supermercado que Ven de Idéias”, de Marcelo Masagão, com R$ 110 mil; • “Aurélia Schwarzenega”, de Carlos Reichenbach, com R$ 60 mil; • “Como Fazer um Filme de Amor”, de José Roberto Torero, com R$ 110 mil; • “De Passagem”, de Ricardo Elias, com R$ 100 mil; • “O Prisioneiro da Grade de Ferro (au to-retratos)”, de Paulo Sacramento, com R$ 120 mil.
Academia de clipes A produtora Academia de Filmes começou o ano estreando dois clipes de estrelas nacionais. Para produzir o clipe “Sorte Grande”, a cantora baiana Ivete San galo foi filmada numa casa de espetáculos de Salvador, com direção de Hugo Prata e fotografia de Adriano Goldman. A produto ra aposta em “Enquanto Houver Sol”, dos Titãs, para o próximo Video Music Brasil (VMB), prêmio oferecido pela MTV aos melhores clipes do ano. Assinam a direção Oscar Rodrigues Alves e o designer Luciano Cury, que responde pela direção de arte.
De lei O advogado Marcos Alberto Sant’Anna Bitelli, um dos mais conhecidos especialistas em questões de comu nicação, lançou pela Editora Revista dos Tribunais o livro “Direito da Comunicação e da Comunicação Social”, em que aborda toda a regulamentação brasileira sobre cinema, vídeo, televisão, TV a cabo, TV digital e Internet. Com informações de quase 20 anos de estudos sobre mídia, o livro é dirigido ao público em geral, estudantes, advogados e profissionais de mídia. O advogado aborda a história de cada veículo, seus problemas durante os diversos governos no Bra sil, as interferências sofridas, bem como a criação da Agência Nacio nal do Cinema (Ancine). Ao mesmo tempo, o livro menciona uma série de projetos de leis que ameaçam atingir estes setores e faz ainda uma análise do fenômeno da convergên cia tecnológica dos meios de propa gação dos conteúdos. Bitelli destaca diversos limitadores da comunicação, desde os proble mas de direitos autorais até a censu ra, passando por direito dos consumi dores, dos menores e adolescentes, e principalmente o tema da “dignidade da pessoa humana”. Além disso, constam do trabalho todas as alterações feitas na Constitui ção Federal no capítulo da Comunicação Social, bem como as propostas de regulamentação da “ética” nas televisões. A TV digital e seu papel na inclusão digital das populações menos favorecidas também são analisados no livro. Como não poderia deixar de ser, o trabalho se encerra com uma análise da Internet e seus problemas. Informações na Editora RT, pelo tele fone 0800-7022433.
Cinema regional
A recém-criada Associação de Pro dutores e Cineastas do Norte e Nor deste começa o ano “se mobilizando em torno da cinematografia regio nal”, diz o presidente da associação, Rosemberg Cariry. Segundo o cineasta, a associação está se articu lando para fazer um levantamento da produção cinematográfica nos esta dos das regiões Norte e Nordeste. Este material renderá uma mostra iti nerante, que deverá passar por todos os estados da região, e ainda um catálogo com as produções. Buscando a regionalização da produção, a associação vem dialogando com instituições regionais, governos estaduais e com o Ministério da Cultura. “Queremos diversidade e reci procidade”, diz Cariry. “É importante manter a região aberta para todos os cineastas que queiram produzir com a temática nordestina, mas queremos que as verbas sejam distribuídas de maneira mais justa”, explica o presidente da associação.
Superprodução nas dunas Não é sempre que um comercial brasileiro ganha status de super produção. Mas a nova campanha da linha de produtos para o cabe lo Elsève Solar, da L’Oreal, exigiu recur sos acima da média. Para começar, as loca ções eram nos Lençóis Maranhenses e o prazo — para variar — apertadíssimo. Os números falam por si: foram cinco toneladas de equipamentos (boa parte vinda de São Paulo), 41 latas de negativos, 15 carros tração 4 x 4 e 40 operários contratados na cidade de Lençóis só para o transporte do material. A produção foi feita em parceria entre uma produtora fran cesa, encarregada da direção, e a Academia de Filmes, que deslocou pessoas de São Paulo e Rio de Janeiro para o projeto. Todo o cenário teve de ser construído, e incluía cortina d’água e uma plataforma para acomodar a modelo Ana Beatriz Bar ros. A criação é da McCann-Erickson Rio.
Fanático por filmes de terror e ação, André Kapel experimentou um pouco de cada função quando cursou cinema na FAAP. Nos curtas que fizemos tentei de tudo. Não podia ser diretor de fotografia, porque sou estrábico. Tentei ser gaffer, mas não deu certo. Direção de arte e cenografia ainda faço um pouco, mas é muito real para mim. Como nunca tinha ninguém que fizesse efeitos especiais, acabava fazendo em todos os filmes. E percebi que queria continuar fazendo isso. Meu pai é artista plásti co, então sempre tive facilidade de lidar com os materiais.
ANDRÉ KAPEL Stefa Hawilla é o novo diretor-geral no da TV7 Vídeo Comunicação, produtora de televi são do Grupo Traffic. Entre as atribuições de Ste fano à frente da produtora está o desenvolvimen to de estratégias e ações para o incremento de novos negócios. O executivo vinha atuando como diretor-executivo da rede de emissoras afi liadas à Globo TV Tem. Ana Luiza Cascão é a nova contratação da Laruccia Produções Cinematográficas para atuar na área de atendimento. Designer industrial, Ana Luiza, ex-Enterprise Comunicação, atuará na prospecção de novos clientes e dará atendimento às contas já consolidadas da produtora.
10 tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
Hoje ainda se divide entre os efeitos especiais, a produção de documentá rios e a direção de seus próprios filmes, em parceria com um grupo de amigos com quem fundou o movimento Cinema de Trincheira. A intenção do grupo é contar histórias de ação, explorando novas linguagens e trabalhando com orça mentos sob medida para cada projeto, sem “viagens” — exceto no roteiro. Um dos pontos do manifesto do grupo, não por acaso, é “o que não está na cena, não está no set”. Depois dos projetos desenvolvidos na faculdade, André começou sua carreira em longas e curtas-metragens, em atividades como maquiagem de efeitos, assistência de direção de arte e efeitos especiais. Participou das produções, entre outros filmes, de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de André Klotzel; “Bellini e a Esfinge”, de Roberto Santucci Filho; e “Sonhos Tropicais”, de André Sturm, onde trabalhou pela primeira vez com Arnal do Zidan, responsável pelos efeitos como um todo. A parceria se repetiu em “Amarelo Manga”, no qual André fez maquiagem de efeitos. O gosto pelo gore (efeito típico de filmes de terror) aproximou-o do diretor Dennison Ramalho, que dirigiu o curta “Amor só de Mãe”. O filme se baseia na música “Coração Materno”, sucesso de Vicente Celestino que conta a história de um homem apaixonado, desafiado pela mulher a arrancar o coração da mãe como prova de amor. É nesse filme que André demonstra sua habilidade para criar efeitos sangrentos impressionantes. Favorecidos
A produtora 2 carioca Pro view vem refor çando aos poucos seu time de profis sionais e parcerias, para oferecer mais 1 3 opções ao merca do. No final do ano passado, a empresa fechou uma parceria com a produtora de desenhos animados Laboratório de Desenhos. E, este ano, trouxe Tatiana Lomelino (2) para reforçar seu atendimento, e os diretores Tiago Vianna (3) e Rudá Morcillo (1) que nos últimos meses filmaram para Cerveja Devassa, Projeto Portinari, Petro bras, Firjan, Rádio Globo, MAM. O trio vem da Academia de Filmes.
Fotos: Divulgação
pela direção e pela fotografia afinadíssimas, o filme conven ce em cada cena — principalmente no momento crucial, em que o coração da mãe é arrancado. O segredo dos filmes de ação e de terror é que sejam bem decupados. O diretor precisa saber bem o que quer e ensaiar os atores de acordo com a necessidade dos efeitos. Muitas cenas de luta não dão certo, porque o diretor resolve mudar tudo na última hora, ou o ator decide improvisar. Isso é muito comum no Brasil, mas é fundamental seguir um plano. Filme que depen de de efeito especial precisa ser coreografado.
Nem sempre o trabalho depende de um grande orçamento. Com materiais simples, criatividade e planejamento, é possível conseguir ótimos resultados. Para o efeito funcionar, é preciso criar o clima, não deixar que seja muito explícito. O cérebro tende a pegar o que viu e juntar com o que já conhece, por isso não é preciso mostrar tudo. Mas a marcação tem que ser seguida à risca, senão fica falso. O material que mais uso para criar órgãos internos é goiabada. O sangue é feito de glucose de milho com corante alimentício, que sempre é mais seguro contra alergias. Intestinos a gente faz com tripas de boi e doce de leite. E para mostrar vermes se mexendo usamos arroz com cola de sapateiro, e esquentamos por baixo.
É fundamental também que o efeitista tenha bons conheci mentos de fotografia. Precisamos saber que cores vão ser usa das, porque disso depende o resultado do efeito. Num curta, fiz a maquiagem de uma mulher espancada, cheia de hematomas. Na hora da filmagem, o diretor pediu uma gelatina vermelha. Toda a maquiagem sumiu, era como se a mulher estivesse limpa. Como era um curta, conversamos e mudamos a luz, senão não ia aparecer nada.
Hoje André é responsável pelos efeitos do seriado “Turma do Gueto”, da Rede Record. Lá ajuda a coreo grafar as lutas e a preparar os tiroteios, que são uma constante em todos os episódios. Gosto de tiros, mas gosto mesmo é de efeitos gore.
O diretor Andrés Bukowinsky, da ABA Filmes, emplacou duas indicações para o Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americano, que aconteceu em dezembro de 2003 em Havana (Cuba). Estreante na direção de ficção, o veterano publicitário exibiu os curtas-metragens “Helena” e “Habeas Corpus”, ambos feitos em vídeo.
Gusta vo Brandau é o novo diretor de cena da Casanova Filmes, de Porto Alegre. Ex-TGD, Brandau vem atuando no mercado publicitário há três anos e tem em seu portifólio trabalhos para clientes como Unimed, Universitário, Zero Hora, Angeloni (SC), Lojas Colombo e Lojas Arno.
Sophia Capua, que morou por mais de 12 anos fora do Brasil (Nova York, Inglaterra, Austrália e Itália), é o novo reforço da Acade mia de Filmes Internacional. No Bra sil há um ano, Sophia passou pela agência Contemporânea e pela pro dutora Proview. O departamento de planejamento da agência QG será rees truturado. Debora Nitta assume como diretora de pla nejamento, trazendo mudanças e autonomia maior à área. Debora, que trabalhou nos últimos três anos na Lew,Lara e anteriormente na Talent e na Salles, será responsável pelo planejamento da QG São Paulo, QG Rio e QG Sul.
A produtora paulista 5 Open Films acaba de contratar ivian V Amodio (4) e Carol Pessini (5). Vivian vem da O2 e, na 4 Open, cuidará da parte de atendimento. Carol, que trabalhava na Produtora Associados, assume o posto de coordenadora de produção da Open. As emissoras ligadas ao grupo da Igreja Universal do Reino de Deus estão trocando alguns de seus executi vos. Viníc ius de Carvalho deixou a presidência da Record no Rio de Janeiro para ser o superintendente da Rede Mulher. Em seu lugar no Rio, assume Alex an dre Raposo, até então diretor da TV Itapoan, filiada da Record em Salvador. Júlio César Ribeiro, que era o superintendente da Rede Mulher, passa a ser o novo diretor da TV Itapoan.
Dois programas dedicados a infor mar sobre o cinema estrearam em fevereiro na rede SescSenac de Tele visão (STV). “Curta STV” tem roteiro e direção do cineasta Luís Carlos Soares e apresentação de Julia na Garavatti. O programa tem como cenário o bar do CineSesc, sala de cinema instalada na Rua Augusta, em São Paulo, de cujo bar é possí vel assistir aos filmes. A cada semana, apresenta um curta e uma entrevista com seu diretor. “Janela Eletrônica” é apresentado e dirigido por Francisco César Filho, o Chiquinho (foto) e aborda as diversas formas de arte eletrôni ca, percorrendo os principais eventos da área no País. Você confere o “Curta STV” às sextas-feiras, às 23h, e o “Janela Eletrônica” às segundas, às 20h30.
Transição para HD
Combustion no Mac A Discreet já começou a distribuição do Com bustion 3 para o Apple Macintosh. Apresen tado no início de janeiro, o Combustion 3 é a mais recente versão do software de animação, pintura vetorial, efeitos visuais e composição 3D para desktops. Com um ambiente de tra balho intuitivo, o aplicativo de efeitos visuais já vem com edição integrada, o que permite aos usuários serem mais produtivos ao realizarem os tipos de tarefas de edição mais costumeiramente necessários para os artistas de efeitos, diretamente dentro da aplicação. Usando expressões baseadas em JavaScript, é possível criar facilmente animações complex as, ao eliminar o trabalho repetitivo. Ainda, as ferramentas de pintura vetorial e de interface de animação do software permitem criar e dar saída a animações no formato Macromedia Flash. Com o uso do plug-in RE:Flex, da RE:Vision Effects, que acompanha o produto, distorções e fusões são dirigidas através das ferramentas de rotosco pia do Combustion 3, em vez de uma grade de pontos de trama. Outros novos recursos e melhorias no software incluem: pincéis personalizáveis, conjuntos de configurações que podem ser salvos, marcadores de linha de tempo e outros. www.discreet.com
12 tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
A Grass Valley/Thomson anunciou em evento voltado a jornalistas no mês de janeiro, em Nova York, o novo switcher Kayak HD. Desenvolvido para uso em broadcast, programação ao vivo e em estúdio, o novo produto completa a linha de switchers compactos 1 M/E Kayak, que já conta com 175 unidades insta ladas no mundo. Segundo o gerente de negócios da Grass Valley no Brasil, Jaime Fernando Ferreira, o novo equipa mento chega ao mercado para as produtoras e emissoras que ainda produzem em SD e estão iniciando ou se pre parando para a produção em alta definição. “É uma alternativa para novos caminhões (unidade móvel) e estúdios, que já ficam equipados para trabalhar por muitos anos”, explica. O Kayak HD suporta os formatos HD 1080i e 720p, podendo trabalhar também nos formatos SD de 525 linhas (NTSC) e 625 linhas (PAL). O equipamento pode trabalhar em rede, permitindo ainda combinar vários switchers, controlados por um único painel. A interface do aparelho é intuitiva e conta com um monitor touchscreen, facilitando sua operação. Totalmente digital, o Kayak HD conta com 16 entradas, quatro saídas e pro cessamento de vídeo de 10 bits, 4:2:2. Além disso, vem como padrão com um canal de efeitos digitais, podendo ser expandido para até quatro canais. Como opcionais estão o Chromatte, para chroma key, e o corretor de cores RGB. O equipamento ocupa um espaço de três RU (unidades de rack). A Grass Valley/Thomson anunciou ainda dois pacotes de equipamentos para a transição à TV digital adequados principalmente a emissoras de pequeno e médio porte. O Grass Valley HD Production Kit Package, voltado à produção, vem com duas câmeras LDK 6000, o novo Kayak HD e mais roteadores e siste mas modulares. Já o Grass Valley Play-to-air Package, voltado à exibição, vem com o master control Maestro e um servidor Profile PVS 3000, com 730 Gb. www.thomsongrassvalley.com
Fotos: Divulgação
Todos os ambientes A Pinnacle lança a versão 5.6 de toda a família de produtos Liquid (Chrome, para correções em temporeal; Blue, para ambientes broadcast multi-formato; e Silver, para edição em MPEG-2). Entre os melho ramentos estão novas ferramentas para autoração de DVDs e suporte para trabalho em rede. Agora é possível criar e editar títulos de DVD, VCD e SVCD com menus e botões animados e links automáticos diretamente do timeline de edição. Além disso, o encoder MPEG está mais rápido e gera imagens com melhor qualidade. Graças ao suporte ao padrão MXF, é possível realizar o tráfego de arquivos MPEG entre os editores e os servidores da Pinnacle MediaStream. Outra novidade é que, quando usados em rede, os produtos Liquid podem editar o material enquanto o mesmo é capturado. Com o comando Mark used clips todos os clipes já utilizados na edição são marcados e identificados automaticamente quando o editor tentar reutilizá-los na mesma edição, evitando assim repetições indesejadas. Com o lançamento do Liquid 5.6, toda a família Pin nacle Liquid agora roda em plataformas Windows XP. O Liquid Chrome 5.6 conta ainda com a capacidade de capturar e executar vídeo DV 1394. www.pinnaclesys.com.
Novo Media 100 A Media 100 anunciou em janeiro a nova versão da solução de edição e efeitos 844/X. A versão 3.0 conta agora com novos efeitos em tempo real e multi-stream. Entre as novidades está o Advanced 10-Bit Keying, que permite trabalhar com um bilhão de cores e traz novos controles, incluindo RGB, luma e transparência. Ainda, o novo 844/X suporta metadados baseados em XML, permitindo importar metadados do Media 100i e do iFinish. O 844/X ganhou um novo processamento para 3D DVE (edição de vídeo digital), além de novas configurações. Com isso, é possível pro cessar até oito canais simultâneos de efeitos 3D, além de um número ilimitado de layers de efeitos visuais. Além disso, o produto ganhou uma série de ferramentas que mel horam o fluxo de trabalho. Entre elas estão o Color Change Filter, que permite selecionar um ou vários pixels da tela e alterar os ajustes de cor, saturação e contraste somente da área selecionada ou da área não-selecionada; Direct Manipulation, para manipular a posição, o ponto âncora e a escala de uma imagem de vídeo diretamente da janela de visualização, entre outros. www.media100.com.
A nova Celulares ganham recursos multimídia e atraem os olhares dos grupos de mídia.
C
14 tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
Convergência, interatividade. Estas pala vras foram repetidas à exaustão nos anos do boom da Internet, quando se pensou que aconteceria uma revolução nas mídias convencionais. Não foi bem o que aconteceu. A Internet acabou por complementar os conteúdos da TV, jornais, cinema e rádios e foi aos poucos sendo acomodada dentro do guarda-chuva maior dos grandes grupos de mídia. E as palavrinhas mágicas foram perdendo o impacto e acabaram quase desaparecendo do vocabulário dos analistas e estudiosos do setor. O que ninguém podia prever é que tão pouco tempo depois elas retornariam com força, mas dessa vez não no computador ou no set-top box da TV a cabo, mas no telefone celular, que em poucos anos tomou conta do seu mercado principal, o de transmissão de voz, e agora se sofistica e passa a ser visto como um novo veículo de comunicação multimídia. Alguns números para se entender o tamanho da coisa: os celulares passaram de 7,25 milhões de aparelhos em 1998, ano da privatização das teleco municações no Brasil, para mais de 40 milhões no final de 2003. Em setembro passado, aliás, os apa relhinhos móveis ultrapassaram o número de tele fones fixos instalados no País. Ao mesmo tempo, o padrão analógico AMPS foi sendo gradualmen te substituído pelas tecnologias digitais TDMA, CDMA e GSM, presentes hoje em 98,5% dos apare
lhos (veja gráfico na pág. 18). Tem mais: enquanto não chega a famosa tercei ra geração (3G), com altíssima capacidade de banda e serviços avançados, que está dando só agora seus primeiros passos na Europa, as redes brasileiras acrescentaram funcionalidades da chamada 2,5G, ou segunda geração e meia, que inclui transmissão de dados a velocidades relativamente altas, e surgi ram no mercado aparelhos altamente sofisticados, equipados com telas coloridas, tons polifônicos, câmeras fotográficas e processadores capazes de rodar aplicativos desenvolvidos em Java ou Brew, as duas principais plataformas do mercado. Alguns serviços já são sucesso de público, como os ringtones (toques de campainha). Operadoras como Vivo e Tim comercializavam em dezembro de 2003 mais de um milhão de downloads por mês cada uma, e o número vinha aumentando. Outro sucesso é o SMS, ou short message. São as mensa gens curtas de texto que o usuário pode enviar para outro aparelho ou para um provedor de serviço. Só a Vivo registrava no fim de 2003 cerca de 100 milhões de mensagens/mês. Os serviços adicionais do celular já são uma febre
convergência andrémermelstein andre@telaviva.com.br
entre os jovens (e nem tão jovens) em países orientais como a Coréia (onde 30% da população é cadastra da em algum site de jogos online) e na Europa. Começam a pegar fogo também nos EUA, através de opera doras como a Verizon e AT&T Wire less. No Brasil não será diferente, e logicamente os principais grupos de mídia nacionais, em especial as televi sões, estão de olho grande em cima deste novo veículo, seja para despejar nele seu conteúdo, seja para impedir a competição de uma nova mídia.
“A Globo está no mercado de (conteúdo para) telefonia celu lar e queremos uma posição de destaque.” Frederico Monteiro, da Globo.com
Tchan Dentro da Globo, o celular é visto como uma nova mídia, e um grupo de trabalho envolvendo as empre sas do grupo (jornais, rádios, TV e Internet) estuda os formatos e ser viços que serão oferecidos. O grupo é liderado pelo portal Globo.com, que é o braço de “novas mídias” da Globo. Ainda para 2004, o grupo da família Marinho pretende lançar um pacote de serviços para telefo nes móveis concentrando os con teúdos de todos os seus veículos. “Os conteúdos já são desenvolvidos pelas diferentes empresas do grupo, como os jornais, rádios e TV. Chega mos à conclusão de que era melhor organizar isso tudo e lançar uma coisa só, de grande porte. O formato disso, se vai ser um portal ou outra coisa, está sendo definido”, conta o diretor de marketing do Globo.com, Frederico Monteiro. Mas ele não deixa margem para dúvidas: “As Organizações Globo estão no merca do de telefonia móvel, e queremos uma posição de destaque. Já fize mos muita coisa, mas vamos fazer dez vezes mais do que hoje”. Como exemplo maior do que já está “no ar”, ele cita o Big Brother Brasil, cujo formato é apropriado para a interação com o público. “O espectador pode votar pelo celular,
temos jogo de perguntas (quiz), pode baixar arquivos de áudio e até ouvir o que está acontecendo na casa ao vivo, pelo serviço Spyline”, conta. Este ser viço, aliás, havia gerado até o final de janeiro cerca de um milhão de minu tos de tráfego, quando a expectativa inicial era de 200 mil. Os números são mesmo de espan tar. E vêm aumentando. “O número de votos por celular para o BBB4 está sendo muito maior que no BBB3. Cal culo que sejam mais ou menos um terço dos 17 milhões de votos que rece bemos até agora, o que dá quase seis milhões”, conta Monteiro. Isso só con firma a força que um grupo de mídia tem quando põe seu conteúdo na rede celular. Quando foi feito o BBB1, os votos por SMS foram em número maior que todas as mensagens de SMS geradas até aquele momento no Brasil por todas as operadoras. A presença da Globo no celular não se restringe às fofocas e intrigas do BBB. Conteúdos como notícias, esporte ou piadas do Casseta e Plane ta já estão há cerca de dois anos nas redes móveis, através de uma parceria com o portal Blah (ligado original mente à Tim). Em um campeonato de surf de Santa Catarina transmitido pelo SporTV (da Globosat), toda a votação dos melhores atletas foi feita por SMS.
>>
N達o disponivel
N達o disponivel
O SBT fez uma parceria com a operadora Tim e o fabricante de aparelhos Nokia para comercializar o “Celular do Milhão”. O assinante do serviço recebe perguntas por SMS e responde no próprio apare lho. É um exemplo de interativida de que não depende nem mesmo de o usuário estar assistindo ao progra ma. Mas o foco atual das emissoras está em aplicações que permitem ao espectador participar da atração. “Estamos hoje muito focados na interatividade”, conta Roberto Franco, diretor de tecnologia do SBT. A emissora fez recentemente a votação da nova loira do grupo “É o Tchan”. “O número de votos foi bastante expressivo”, relata. Segundo Carla Affonso, direto ra geral da Endemol Globo, jointventure do grupo holandês, criador de programas como “Big Brother” e “Fama”, com a emissora brasileira, um contrato de licenciamento de um formato de programa já con templa todas as possibilidades de veiculação, inclusive os serviços via celular. No caso do BBB, maior sucesso da empresa no Brasil, pela primeira vez, nesta quarta edição, estão sendo usados recursos além da votação por SMS. “Ainda usa mos um pouco menos de recursos aqui que na Europa, onde estes serviços são mais disseminados,
“Os contratos de licenciamento hoje contemplam todas as pos sibilidades de veiculação.” Carla Affonso, da Endemol Globo
mas já tem muita coisa nova vindo e para esse ano teremos ainda mais ofertas disponíveis”, conta Carla. A vantagem deste recurso para os programas não é só a audiência que ele gera, mas também seu bene fício para o próprio conteúdo. “O programa fica mais interessante”, diz a executiva, “em outros países, por exemplo, temos programas de games que são inteiramente basea dos na interatividade. Na Europa o SMS é uma febre, e a participa ção do público com esse recurso é maior que quando usamos só a resposta por voz ou por Internet”, conclui.
Celulares no Brasil
50
Nesse raciocínio entra uma constatação interessante. O celu lar parece ser bem mais adequado à interatividade com a TV que a Internet. Afinal, muitas vezes a TV e o computador estão em cômodos diferentes, e na prática o especta dor, para interagir com o programa, tem que sair da TV e ir ao PC, ligar o micro, conectar-se... Enquanto o celular se parece mais com o contro le remoto. Sem sair da TV, o usuá rio pode se manifestar com poucos toques do teclado. A Endemol, aliás, tanto acre dita no celular como dispositivo de entretenimento que tem uma empresa que desenvolve aplicativos apenas para os aparelhos móveis, a Overloaded (www.overloaded. com), e no final de janeiro anun ciou uma joint-venture com a ita liana GSMBox, com 50% de parti cipação cada uma, para desenvol ver aplicativos para celulares. Com sede em Milão, a EndemolGsmbox S.p.A. começará atuando na Ingla terra e irá explorar os formatos da Endemol para dispositivos móveis. E as teles? Um ponto-chave para entender a equação dos serviços móveis é o papel das operadoras celulares na cadeia de valor do negócio. São elas, afinal, que detém a ponta final do
(em milhões de assinantes)
40 Analógico
30
Digital
20 10 0
1994
Fonte: Anatel
18 tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
out/03
serviço, o assinante. Como o serviço é relativamente novo, não há ainda um modelo único de negociação definido para a distribuição do conteúdo. No caso dos joguinhos e downloads de ringtones e imagens, o modelo mais aceito é o de “revenue sharing”, ou seja, a receita do serviço é compar tilhada entre a operadora, o broker (agregador e distribuidor dos aplica tivos) e o desenvolvedor. No caso dos conteúdos de mídia, no entanto, a equação pode se complicar. Afinal, fica difícil definir quem está agregan do valor a quem. Em alguns casos, a operadora não cobra nada do prove dor do conteúdo, entendendo que será remunerada pelo tráfego de minutos que serão gerados pela aplicação. Em outros, pode haver um revenue sha ring. Há casos em que a operadora é quem paga para ter determinado conteúdo. “As negociações (com as teles) têm sido muito duras”, conta Carla. “Ninguém quer pagar por conteúdo, querem revenue sharing. Mas com conteúdos como o BBB elas têm visto que há uma grande sinergia entre nós”, resume. Segundo Roberto Franco, do SBT, os acordos operacionais vêm ganhan do maturidade, e os preços cobrados do assinante pelo SMS estão mais Encontro TELA VIVA promove nos dias 17 e 18 de março, em São Paulo, o seminá rio TELA VIVA Móvel - Encontro dos Serviços e Entretenimento Wireless. Durante dois dias repre sentantes das principais operadoras de celular, grupos de mídia, desen volvedores de aplicativos e conteú dos debaterão os rumos desta nova mídia. Informações no site www. convergeeventos.com.br ou pelo tele fone (11) 3120-5485.
“Quem transmite vídeo tem que ter as mesmas respon sabilidades sociais que as empresas de comunicação.” Roberto Franco, do SBT
adequados. “Começaram cobrando o valor do 0300 (serviço via voz), mas estão vendo que isso tem que aumen tar, para remunerar toda a cadeia”, diz Franco. Outro nó é a possibilidade de transmissão de conteúdos de vídeo pelo celular, já possível em alguns modelos e que tende a se disseminar rapidamente. No entendimento de executivos de radiodifusão, isso traz novos componentes ao debate. “Quando você transmite vídeo, há problemas de direito, tem que se tomar muito cuidado”, diz Franco. O problema, segundo ele, é similar ao que ocorre com a Internet. “A TV tem responsabilidades enormes, cláu sulas constitucionais a cumprir, tem que respeitar direitos dos autores, tem artistas contratados. A Inter net ou o celular, só porque são tec nologias diferentes, não têm nada disso, não têm obrigações sociais. Isso deveria entrar na discussão da TV digital, porque o que eles fazem também é TV, só que em outro apare lho, então tem que haver o controle social do conteúdo, tem que ser regu lado, saber quem é responsável. Não dá mais para se regular só pela tec
nologia. Podemos perder o controle social destes meios”, completa. Segundo o advogado especialista em comunicação Marcos Bitelli, o celular traz problemas semelhantes aos da Internet no que se refere às questões de direito da comunicação. E muitas destas questões ainda não estão resolvidas nem para a Inter net, que já existe há alguns anos, ressalva. Um dos problemas é como enqua drar este veículo. É uma mídia? Está sujeito ao mesmo controle que os veí culos tradicionais? “O que acontece se você usa o celular para publicar um noticiário? Você vira um publisher? Pode ser enquadrado nos Artigos 221 e 222 da Constituição, que trazem uma série de exigências (finalidades educati vas e culturais, promoção da cultura nacional, propriedade de brasileiros etc.)?”, pergunta o advogado. Segundo ele, estas questões ainda não ganharam vulto porque estas mídias não são vistas como veículos capazes de produzir comunicação de forma consistente, então o mundo jurídico não está atento a elas. Mas na Internet isso já preocupa, princi palmente por causa dos “telejornais” online. “Como fica isto? Só porque não estão na TV eles não têm que ter as responsabilidades de um jornal convencional, como jornalista res ponsável, propriedade de brasileiros, registro?”, explica. Em resumo, há um vácuo regulamentar para estes meios, que são posteriores à Cons tituição de 1988. Ela cita apenas a figura dos serviços de “comunicação social eletrônica de massa”, mas não define o que sejam. Já na questão dos direitos indivi duais, seja direito de autor, marca ou imagem, o advogado deixa claro que o meio “não faz a menor dife rença. Quem publica tem que ter autorização”.
x
bancos de imagem
Pronto para usar
A
A busca cada vez mais constante por otimizar os investimentos de produção está colocando em alta os bancos de imagens. Muitas vezes uma produção audio visual precisa de uma cena praticamente inviável de ser captada, mas que é facilmente encontrada para ser adquirida. Por exemplo: até que ponto é vantagem cap tar uma cena aérea sobre a avenida Paulista, ou uma cena submarina de um peixe raro, ou de um pingüim em seu habitat natural? Se essa cena não tiver nenhu ma especificidade, pode muito bem ser comprada de uma empresa que a contenha em seu acervo. É mais fácil e mais barato. Atualmente, existem muitas empresas atuando nesse nicho de mercado. Algumas são grandes, com origem no exterior, como a Getty Images/Image Bank Film; outras são brasileiras que representam compa nhias internacionais, como a Stock Photos e a Tele news. E, enquanto algumas empresas se dedicam exclu sivamente a fornecer imagens para os interessados, há as produtoras e emissoras de televisão que decidiram disponibilizar seus arquivos como forma de ter mais uma fonte de receita, como por exemplo as produtoras Grifa e Canal Azul e a TV Cultura. Outra característica que pode ser observada diz respeito aos acervos: várias empresas têm se focado em assuntos específicos, facilitando a busca de produ toras e agências de publicidade. Ou seja, há acervo especializado em cenas aéreas, cenas submarinas, agri cultura, pecuária, meio-ambiente, assuntos ligados à cultura alemã, natureza e cultura da região Norte e Nordeste do Brasil, Carnaval baiano, assuntos relati vos ao Estado de Pernambuco etc. Uma das grandes empresas do setor é a Getty Ima ges, fundada na Inglaterra em 1995 por Mark Getty e Jonathan Klein. Ela começou com a comercialização de fotos e algumas imagens de vídeo no sistema royalty free (todos os royalties dos cineastas são pagos na aquisição das imagens). A alavancagem no nicho de imagens em movimento aconteceu em 1999 ao adqui rir as empresas norte-americanas The Image Bank (fotos) e Image Bank Film, então da Kodak. Apenas
20 tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
As opções de imagens em movimento são extensas. Os preços e a qualidade dos produtos também variam bastante. Tudo vai depender do orçamento para a produção e sua finalidade.
em 2001, porém, é que essas coleções chegaram aos escritórios no Brasil, segundo Silvia Ferreira, assisten te de marketing da Getty do Brasil. Atualmente, a Getty Images dispõe de imagens de cinco empresas pelo sistema royalty free e todo o acervo do Image Bank Films — esta última trabalha com direitos gerenciados, ou seja, o pagamento é feito por período e por peça determinados. Ivelise Vaicekauswkis, atendi mento do Setor de Filmes da companhia, explica que as imagens royalty free são mais dirigidas ao uso corporativo e exigem investimento menor, enquanto que as do Image Bank são de qualidade superior e têm custo maior. “A coleção do Image Bank Film é toda captada em 35 mm, e no Brasil temos tudo telecinado em Beta digital”, afirma Ivelise, completando que o acervo é composto atualmente por 730 fitas. “Se o cliente precisar podemos fornecer tam bém o inter-positivo dos Estados Unidos”, diz ela. A Getty mundial já forneceu cenas para filmes como “Matrix 2”, “Homem Aranha” e “Deus é Brasileiro”,
além de séries como “Sex in the City”, entre muitos
Fotos: Divulgação / Getty Images
sandrareginasilva sandra@telaviva.com.br
o utros. Atualmente com sede em Seattle (EUA), ela realiza com freqüência pes quisas criativas para os anos seguintes e avisa cineastas sobre os temas de interes se. Os melhores materiais são englobados ao banco de imagens da companhia. De acordo com Silvia, há muito pouco mate rial de produtores brasileiros, mas ela acredita que o “aumento da qualidade da produção audiovisual nacional de filmes e fotos pode alavancar negócios daqui para frente”. A Stock Photos, que tem banco de imagens de vídeo desde 1995, é uma empresa brasileira que representa com exclusividade no Brasil a norte-ameri cana Corbis Motion (cujo proprietário é Bill Gates), a inglesa OmniMovie e a canadense Bigshot, além de várias outras, segundo Rita Perran Augusto, da Stock. Ela foi fundada em 1989 por Marcelo Brodsky, atual sócio da empre sa, com um grupo de fotógrafos da agên cia Angular (que em 1994 vendeu sua participação para Marcos Scheliga, hoje sócio e diretor da empresa). Brodsky também abriu empresas com o mesmo perfil em oito países latinos, entre eles Chile, México e Espanha, criando assim a rede Latin Stock, da qual a Stock Photos faz parte. Ao todo, são cerca de
cinco mil horas de cenas de filmes para comerciais, em 35 mm. Agora é a vez da Telenews Service entrar numa nova fase. A produtora de documentários e de programas de TV, com que atua desde 1989, e mais recente mente atuando com filmes de ficção, deci diu criar seu banco de imagens há cerca de cinco anos, baseado em seu acervo próprio de produção. No final do ano pas sado, Leonardo Dourado, da Telenews, foi procurado pela British Movietonews Limited, de Londres, empresa com cerca de duas mil horas de imagens de arquivo em movimento e algo como 120 itens referentes a temas brasileiros, a maioria temas antigos, em película. Desse conta to saiu uma parceria de representação na América do Sul, incluindo Brasil, através da qual haverá a partir de março um link do site da Movietonews para o da Telenews. “Em breve estaremos receben do e armazenando em nosso escritório no Rio de Janeiro perto de 60 horas de material em Beta para consulta e venda a clientes locais”, revela Dourado, que detalha como principais vantagens ter acesso a um arquivo profissional, que vai completar um dos focos da Telenews, pois “arquivo de imagem é uma parte da nossa produtora”, e ainda permitir mais
uma fonte de receita. Em dezembro último, Barry Florin, managing director da Movietonews, este ve no Brasil para acertar os detalhes com Dourado. O executivo britânico disse que a Movietonews identificou uma deman da crescente no Brasil para produções publicitárias, de documentários e de pro gramas de TV e, por isso, buscava a parceria com uma empresa brasileira para oferecer velocidade e facilidade de atendimento, além de conhecer melhor o cliente local. Um outro tipo de empresa que par tiu para a comercialização de imagens pode ser exemplificado pela Sigma SAE. Ela nasceu, há cerca de dois anos, com o objetivo de oferecer serviço de capta ção de imagens aéreas sob encomenda e já atendeu clientes como Casablanca, Band e Record, entre outras. Recente mente, a empresa montou um banco de imagens analógicas e digitais, conten do exclusivamente tomadas aéreas. A Sigma, segundo Edson Junior, chefe de operações, tem uma frota de dois Rob son Newscopter, helicóptero concebido para captação de imagens. “É o único helicóptero no Brasil equipado para captar imagens em Betacam digital”, garante ele. A Kreaktiv Mídia também tem uma história interessante. Ela basicamente se especializou em temas de interesse inter nacional e vem fornecendo imagens para emissoras de TV da Alemanha (ARD e ZDF) e da Inglaterra (BBC). Pela sua especialização, acabou atraindo demanda corporativa, especialmente empresas da indústria alemã instadas no Brasil. Algumas emissoras de TV também ofe recem imagens de seu acervo para o mer cado. A TV Cultura, por exemplo, atua com isso há décadas. “Sempre vendemos para produtoras e hoje há muita procura até mesmo de estudantes”, diz Mônica Ponce de Léon, chefe do Departamento de Documentação da TV Cultura, onde
>>
N達o dispon
22 b ancos de imagem
janei足ro | feve足rei足ro de 2004
nivel
trabalha há 15 anos. De acordo com ela, os pedidos por pesquisas se intensificaram bastante nos últi mos tempos. Romeu de Freitas, chefe da Divisão de Copiagem da emissora, confirma o aumen to de procura por imagens, mas afirma que o processo de defini ção de cenas é muito demorado. “Os diretores de produções não deveriam enviar estagiário para escolher as cenas, porque somen te eles sabem exatamente o que querem. Se eles viessem até aqui para escolher, agilizaria o traba lho”, diz ele. De acordo com Freitas, mui tas pesquisas no banco de ima gens da TV Cultura acabam rendendo co-produções. Se o assunto for de interesse da emis sora, ela entra como co-produ tora e cede suas imagens de arquivo, ao invés de cobrá-las do produtor, e ainda exibe o produto final. Demanda A demanda por cenas em ban cos de imagem está crescente de algum tempo para cá. A Getty Images vem registrando a maior procura pelo setor de publicida de, seguido por Internet, TV a cabo, longas-metragens e vídeo corporativo. A Telenews também consi
dera que a procura por imagens que mais cresceu nos últimos anos foi das agências. “Usar mais arquivo significa que se pro duz menos e que os orçamentos estão menores”, analisa Leonar do Dourado. “Mas a boa notícia é que isso significa que há acer vos mais profissionais disponí veis no mercado.” Ele completa ainda que deve-se considerar o aumento da veiculação paralela (em espaço gratuito das emisso ras) de campanhas institucionais e sociais de entidades assisten ciais e não-governamentais, e isto tem aumentando a demanda por imagens de arquivo. A expectativa para 2004 é bastante animadora. “O ano já começou muito bem para o nosso mercado. Já deu para perceber que muitas produções estão em andamento”, comemo ra Rita, da Stock Photos. Silvia, da Getty Images, acre dita que “um mercado que des ponta com um grande potencial de crescimento é o de produção de cinema que com o incentivo do governo aliado às técnicas digitais tendem a utilizar cada vez mais cenas já prontas de pro dução mais demorada ou de difí cil acesso, com alta qualidade e a direção criativa dos mais famo sos cineastas da atualidade”.
x
m aking of A REFRESCÂNCIA DE HALLS NA MTV Três filmes de 15 segundos foram criados pela agência J. W. Thomp son para as pastilhas Halls, espe cialmente para serem veiculadas na MTV. “Fizemos uma minicampa nha de verão, específica para a emis sora. Nós, da agência, costumamos gostar muito de criar para a MTV, porque podemos fazer peças mais irreverentes. Mas, como optamos pela animação, fica muito difícil mostrar a idéia para o cliente. Por mais que se faça story board, só é possível visualizar o trabalho quan do está pronto”, explica o diretor de
criação Marcelo Prista. Foi fundamental, portanto, contar com a confiança do cliente. “A prin cípio, fomos chamados para criar filmes que usassem grafismos, mas vimos a oportunidade de brincar com a ‘refrescância’ do produto de uma forma mais interessante. Mostramos várias referências e acabamos chegando a essa técnica que mistura imagens reais e anima das”, conta Prista. “Só que o clien te não conseguia visualizar muito bem qual seria o resultado final, e mesmo assim topou o projeto e apos
tou numa técnica nova”, relembra. Sempre num cenário de praia, os fil mes usam o produto como metáfora de refrescância. No primeiro filme, que mostra uma festa rave, um DJ engraçado diverte os banhistas, que caem num mar de Halls. No segun do, a festa é regada a rock’n’roll e as pastilhas refrescam o pessoal caindo da mangueira de um cami nhão de bombeiros. No terceiro, um casal andando de bicicleta vai para a festa que está rolando dentro de um iglu, construído com as pasti lhas de Halls.
Imagens re c o r t a das A produção ficou a cargo da equipe da Arte Animada, resultando em três peças, sempre baseadas no tema “verão” e com muita música. A idéia era criar personagens de animação e cenários a partir de elemen tos reais, fotografados, e depois misturá-los ao desenho e animados de maneira convencional. Para isso, foi definido o casting, e mais de 25 pessoas foram fotografadas. Além das pessoas, elementos como guarda-sol, bicicleta, cadeira de praia, toca-discos e muitos outros também foram capturados. Isso resultou em mais de mil fotos, que foram trabalhadas primeiramente em um software de trata mento de imagens. “Durante a sessão de fotos, dirigi mos as pessoas para que mostras sem as expressões que queríamos. Depois começamos a recortar as imagens, picotando as figuras reais. Alguns pedaços foram usados em composições para criar novos personagens, e também acrescentamos desenhos por cima”, explica um dos diretores do filme, Celso Soldi.
icha técnica fTítulo Halls Verão • Anunciante Cadbury Adams
24 tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
• Agência J. W. Thompson • Direção de Cria ção Marcelo Prista • Criação Vinicius Stanzione, Endy Santana e Marcelo Prista • Prod utora Arte Animada • Direção Fernando Coster, Celso Soldi e Caio Zilli • Direção de Arte Rita Figueiredo • Montagem Celso Soldi • Finalização Arte Animada • Trilha Sound Design
lizandradealmeida lizandra@telaviva.com.br
Em 3D, só as p ast i l ha s epois de compostas as cenas, o material foi animado em D After Effects, mas muito pouco foi criado em computação gráfica ou utilizou recursos de 3D. O projeto, desde o início, previa imagens bidimensionais. “Só utilizamos o software 3D para criar a pastilha em si. O mais complicado do trabalho foi criar o mar de Halls, que aparece no filme ‘Rave’. Tivemos que imaginar como criar uma onda de pastilhas, como simular o movimento do mar e ainda como esse mar de pastilhas — que são paralelepípe dos — se comportaria com uma pessoa dentro. Tivemos de reproduzir a pastilha com uma mistura de sua cor original com uma cor que lembrasse o mar. Fizemos uma bala em 3D e depois animamos como se fosse ‘stop motion’, quadro a quadro. Poderíamos ter usado o timing da animação 3D, mas preferimos manter a linguagem em todo o filme”, conta Celso.
Na mão dos a n i m a do r e s Os personagens dos filmes foram compostos a partir das imagens captadas, e praticamente nada escapou ileso dos animadores. Olhos, narizes, bocas, mãos, pés são todos reais, mas foram modificados e misturados para criar os personagens dos filmes. “Fizemos uma grande pesquisa de técnicas e apresentamos várias possibilidades. Uma das referências mostrava imagens reais misturadas com desenho, mas o desafio era a quantidade de personagens. Um filme era uma festa de rock, outro uma rave, sempre na praia e sempre com muitas pessoas”, diz Celso. No início, a intenção era usar os corpos reais, mas depois de alguns estudos decidiu-se pelo desenho. Para costurar todas essas peças e dar uma cara ainda mais divertida, a trilha sonora composta pela Sound Design foi fundamental.
televisão
Band entra na briga
A
26 tela viva
janeiro | fevereiro de 2004
Comemorando bons resultados em 2003, A TV Bandeirantes prepara-se, em 2004, para brigar o presidente do grupo, Johnny Saad, fala para valer por um lugar no pódio da audiência. Nem sobre a ambição de ocupar o terceiro primeiro nem segundo lugar, é claro. Mas ambiciona o terceiro, que também tem como pleiteantes a Rede TV! lugar, além de fazer análises do mercado. e a Record. Não são poucas as ações da Band nesse sen tido. Sua programação está sendo reformulada, uma importante parce mudanças de estrutura é que geraram ria internacional com a produtora parte da crise dos últimos anos.” portuguesa NBP foi fechada, novas Em relação aos seus concorrentes estrelas são contratadas, para frente diretos, Johnny Saad critica a falta de e para trás das câmeras. Marlene comprometimento com o mercado de Mattos e Carlos Nascimento são algu comunicações. Para ele, alguns gru mas das recentes aquisições. Talvez pos, por não precisarem do setor para seja resultado de um ano bom. se sustentar, acabam dificultando o Para João Carlos (Johnny) Saad, surgimento de iniciativas. Ele conside presidente do grupo, 2003 foi um ra Bandeirantes e Globo dois grupos dos melhores anos da história da verdadeiramente de comunicação, por Band. “Dobramos o resultado em rela que querem inovar na oferta de infor ção a 2002. O faturamento está na mação e entretenimento e fazem isso casa dos R$ 300 milhões, com bons empresarialmente. Os grupos religio resultados em todas as operações, sos, na visão de Johnny Saad, não têm do cabo ao rádio”, diz. Só na TV, o João Carlos Saad: “A palavra ajuda esse comprometimento: “É uma distor crescimento de audiência foi de 45% me incomoda. Não é ção. Você está usando um dinheiro de e o faturamento cresceu 22%. Claro preciso ajuda, é preciso caridade em uma atividade comercial, que a Band tem problemas, e grandes. financiamento.” sem pagar os tributos de origem. E ele Negocia, neste momento, a reestrutu não paga nada, é como competir com ração de uma dívida de US$ 100 milhões “com poucos um atleta dopado”. Curiosamente, a Band aluga seu espa bancos como credores”. Segundo Saad, o lado positivo ço nobre para o pastor R.R. Soares fazer sua pregação reli da renegociação é que os credores exigem uma gestão giosa. Johnny Saad não esconde o constrangimento dessa mais profissional. “Com a profissionalização dos grupos, situação, e justifica lembrando que essa ainda é a melhor ganha-se uma visão mais empresarial, menos perdulária, forma de fechar as contas da sua emissora. menos arrogante.” Para a Bandeirantes, falta no Brasil visão estratégica O primeiro desafio da Band é em relação à concorrên em relação ao setor de comunicações. “O último minis cia. Primeiro, com a divisão do mercado publicitário, que tro que tivemos com essa preocupação estratégica foi tem 75% da verba para TV já comprometida com a Globo, Euclides Quandt de Oliveira”, diz, referindo-se ao minis ou com o crescimento dos grupos religiosos, que não depen tro das Comunicações do governo Geisel, de 1974 a 79. dem só do mercado de comunicações para sobreviver. “Há Johnny Saad elogia as iniciativas do governo Lula de, por ainda muitos problemas estruturais no mercado publicitá exemplo, dividir as verbas publicitárias do governo em rio. Não é só um problema comercial. Muitos setores deixa função da audiência de cada grupo. Para ele, é a primeira ram de existir. Outros foram proibidos, como cigarro, que vez em que parece haver um projeto estratégico para o é importante para o patrocínio de esportes. Bebidas virou setor desde a época de Quandt. um mercado monopolizado, assim como bancos. Essas Sobre um eventual pacote de ajuda do governo aos Fotos: Gerson Gargalaka (João Carlos Saad) e divulgação
Parceria com produtora portuguesa Amparada no slogan “A Band está mudan do pra mudar você pra Band, uma das iniciativas para colocar a Band em terceiro lugar é a parceria com a produtora portu guesa NBP. Os primeiros frutos do acordo foram as estréias, em meados de janeiro, da série “Olá Pai!” e da telenovela “Olhos D’Água”, ambas da NBP. Para março está previsto o início da exibição da novela “Morangos com Açúcar”. “2004 marca a volta da Band à teledrama turgia”, anunciou o vice-presidente Marce lo Parada. O negócio luso-brasileiro não prevê com pra de programação, mas um preparo para um segundo momento, quando NBP e Band abrirão uma produtora no Brasil. Para isso, não há uma data marcada, porém pode ocorrer ainda neste ano, dependendo da economia e do mercado, segundo Parada. O presidente do Conse lho de Administração da NBP, António Parente, afirmou que as futuras novelas produzidas no Brasil vão, aos poucos, substituir os produtos portugueses nos horários da NBP na Band e, depois, “serão exibidas em Portugal”. A emissora TVI,
“Olhos D’Água”
de Portugal, que exibe a maioria dos pro dutos da NBP, recentemente tornou-se sócia de Parente na produtora, até então independente. Mesmo diante da profissionalização da produção independente para TV no Brasil, a Band optou por fechar a parceria com a NBP pelo “seu expertise em produção”, justificou Marcelo Parada. “Além da sua fórmula de fazer novela com um preço bastante competitivo, produzir com a NBP nos garante o mercado português de exibi ção”, completou. Além disso, é claro, há à disposição todo o acervo da produtora por tuguesa, criada em 1992 e que já realizou cerca de 50 títulos, entre filmes, novelas e séries. Em outra frente e sem dar mais detalhes, o executivo da Bandeirantes informou que a emissora prevê para este ano inves timentos entre US$ 6 milhões e US$ 7 milhões em quatro projetos tecnológicos, sendo um deles o de digitalização do jornalismo. sandrareginasilva
“Olá Pai!”
grupos de comunicação, Johnny Saad tem uma posição polêmica: “A palavra ajuda me incomoda. Não é preciso ajuda, é pre ciso financiamento. É um setor estratégico como outros tantos, que tem que ter regras de financiamento como outros têm, não precisa ser discriminado. O problema é que estamos misturando nessa discussão dificul dades de gestão, crises de comando, crises de foco”. Sua posição alinha-se plenamente com a do vice-presidente do BNDES, Darc
Costa, que na primeira chance que teve, no final de 2003, manifestou aos grupos de mídia justamente a preocupação de que um simples apoio financeiro não resolveria problemas internos de administração das empresas. “Acho que o Darc tinha toda a razão ao colocar isso, apesar de algumas pessoas terem ficado um pouco incomoda das. As empresas que estão com problemas não perderam no seu core business. Elas se enrolaram quando tentaram monopolizar
samuelpossebon samuca@paytv.com.br
o mercado de comunicações todo, compran do outros setores.” Mas e a dívida da Band, vem de onde? O principal homem do grupo explica que foram gastos em expansão e em modernização, que nada tiveram a ver com os investimentos da Bandeirantes em TV a cabo ou programação. “Foram outros erros”, brinca. Fiscalização Johnny Saad lembra que, para que o governo empreste recursos e financie os grupos de comunicação, deve prestar atenção no cumprimento das regras exis tentes. Interessante é notar a referência às autoridades de defesa da concorrên cia, já que o setor de mídia nunca foi alvo desse tipo de autoridade. Para Saad, “é preciso saber como esses recursos vão ser distribuídos, é preciso saber se as empresas que estão pleiteando essa ajuda ou esse financiamento estão enqua dradas no 236 (Decreto-lei 236/67, que regulamenta a propriedade cruzada de meios de radiodifusão), se estão den tro da lei, se a estrutura, a quantidade de empresas e ocupação de espaço no mercado estão corretas, se não há pro blemas com o Cade. Se estiverem dentro da normalidade, elas devem ter acesso a capital”. A Bandeirantes é um dos poucos grupos de comunicação que se arrisca a propor uma mudança na legislação do setor de comunicações. “Hoje, tratamos as novas tecnologias, do ponto de vista legal, como se elas não existissem. E como não existem regras, o Ministério das Comunicações acaba sendo omisso em questões dessa natureza.” Saad diz que a principal ameaça hoje às empre sas de radiodifusão são as empresas de telecomunicações, que têm uma outra dinâmica financeira e que poderiam facil mente acabar com os grupos de mídia. “Não temos nem regras muito claras que nos protejam”, afirma o executivo, citan do ainda a falta de visão estratégica das
>>
próprias empresas de mídia em relação ao problema. Conteúdo nacional Outra ameaça que é sempre lembrada pela Band diz respeito ao risco de uma invasão estrangeira por grupo de mídia internacional. Saad faz o alerta colocan do uma série de perguntas, motivado pela possibilidade de o grupo News Cor poration, de Rupert Murdoch, concen trar a Sky e a DirecTV no País. “Como é isso, um cara só vai ser dono do DTH no Brasil? Que regras ele vai seguir? Que transparência vai ser dada? E se ele não quiser transportar o seu sinal, como faz, você fecha?” Sua proposta é que o governo exija garantias de acesso do conteúdo nacional aos meios de dis tribuição da News no exterior. “Acho que devíamos ter, se não escritas, pelo menos tácitas, regras de equilíbrio entre o que vem de lá e o que é produzido aqui.” Para Saad, uma falta de controle sobre esse processo pode levar o Brasil a uma concentração da opinião semelhan te à que, no entendimento dele, acontece hoje nos EUA, onde há “duas fontes de informação apenas”. O discurso da diversidade, entretan to, sofre algumas restrições quando o tema é regionalização. Para a Bandei rantes, o projeto de lei para fomentar a regionalização da deputada Jandira Feghali, por exemplo, tem problemas. “A palavra correta, que ela não usa, é ‘incentivar’. Se ela usasse, estaria de
28 televisão
janeiro | fevereiro de 2004
acordo com o projeto dela. Em geral a óptica dos deputados é de obrigar, multar, punir a televisão, que é a única forma gra tuita de informação e entretenimento do povo. Parece que os intelectuais têm raiva do povo.” Saad vai mais longe e lembra do problema de viabilização econômica dessa produção. “Não adianta querer fazer oito horas de produção em São Luís do Parai tinga”, diz. Mudança de foco A Bandeirantes foi, no passado, uma rede que tinha boa parte de sua programa ção, inclusive o domingo inteiro, dedi cada ao esporte. Isso mudou e é um dos fatores que aliviou o caixa da empresa. “Estamos comprando os direitos das Olimpíadas junto com a Globo, e esta mos pagando um preço mais razoável pelo evento. Ele custa menos de US$ 10 milhões, para ser dividido entre nós duas. E acho que a Copa do Mundo também acontecerá em 2006 em outras condições. Mas se as condições forem as mesmas de 2002, não transmitimos, como aconteceu. Ninguém morreu por não pagar o que a Globo pagou. Aliás, muito pelo contrário”, diz, ao lembrar que a saída do negócio de esportes foi justamente uma forma de estancar a perda de receitas e o crescimen to da dívida. Até o ano passado, um dos engenheiros mais ativos e envolvidos com a questão da TV digital trabalhava diretamente na Bandeirantes. Era Miguel Cipola, que foi sempre um dos mais críticos analistas da realidade digital brasileira, e pelo visto essa visão ficou no grupo. Johnny Saad não
demonstra nenhuma pressa em relação a essa tecnologia. Aliás, é cético em relação à TV digital, assim como é cético em relação a muitas outras tecnologias ditas “conver gentes”. “Nós não temos que correr. Só precisaríamos correr se outros países do mundo estivessem ganhando uma fortuna com TV digital. Mas não estão. É preciso ter em mente que o negócio de TV digital envolve bilhões de dólares, então não é algo para ser decidido em uma sala fechada. É uma decisão que tem que passar pela Presi dência da República, porque é estratégica. Não quer dizer que não tenhamos que entrar, senão teremos problemas com as operadoras de telefonia”, diz, sem se entu siasmar com os potenciais da tecnologia. Mas o projeto mais caro a Johnny Saad e à Band nesse momento é o de expansão internacional. A Bandeirantes quer um canal pago, feito em espanhol, para ser dis tribuído em outros países da América Lati na e, se possível, nos EUA. “Não vamos fazer algo em português. Não vamos fazer o ridículo da CNN en Español, que passa aqui em castelhano.” Claro que, na visão de Saad, esse projeto deveria fazer parte de um plano estratégico, até com apoio do governo. “Nós brasileiros não temos nada nos EUA. Os mexicanos têm cinco canais lá dentro, estão cobrindo os EUA, acompa nham o Congresso deles e têm condições de levar aos americanos uma visão diferente sobre o que é o México. Eles estão certís simos. A Al Jazeera fez a mesma coisa em relação à comunidade árabe. Nós não temos isso, e os EUA são o nosso maior parceiro comercial”, pondera, lembrando que o presi dente Lula conhece o seu ponto de vista.
x
N達o disponivel
MARÇO 2 a 7 Mostra do Audiovisual Paulista. São Paulo, SP. Internet: www.mostraaudiovisual.com.br. 3 Curso “Criando o Personagem”, com Suzana Amaral. Espaço Rimbaud, São Paulo, SP. Duração de dois meses. Fones: (11) 3081-1294 / 9857.6653. E-mail: espacorimbaud@yahoo.com.br. 17 e 18 Tela Viva Móvel - Encontro dos Serviços e Entretenimento Wireless, Amcham, São Paulo, SP.
Fone: (33-1) 4190-4456. Fax: (33-1) 4190-4558. E-mail: andre.vaillant@reedmidem.com. Internet: www.miptv.com.
ABRIL 17 a 22 NAB 2004. Las Vegas Convention Center, Las Vegas, EUA. Fone: (202) 429-5429. E-mail: kanderson@nab.org. Internet: www.nab.org.
MAIO
Paulo. Inscrições até 30 de abril. Internet: www.festivaldominuto.com.br.
AGOSTO 8 a 12 SIGGRAPH 2004. San Diego Convention Center, San Diego, USA. Fone: (1- 719) 599-3734. E-mail: cmg@siggraph.org. Internet: www.siggraph.org. 10 a 12 ABTA 2004. ITM Expo, São Paulo, SP. Fone: (11) 3120-2351. Fax: (11) 3120-5485. E-mail: info@convergeeventos.com.br. Internet: www.convergeeventos.com.br.
Fone: (11) 3120-2351. Fax: (11) 3120-5485. E-mail: info@convergeeventos.com.br. Internet: www.convergeeventos.com.br
4 a 9 Cine Esquema Novo. Porto Alegre, RS. Inscrições até o dia 15 de março. Internet: www.cineesquemanovo.org.
27 e 28 MipDOC 2004. Hotel Martinez, Cannes, França. Fone: (33-1) 4190-4456. Fax: (33-1) 4190-4558. E-mail: andre.vaillant@reedmidem.com. Internet: www.mipdoc.com. 29 a 2/4 MipTV 2004. Palais des Festivals, Cannes, França.
26 e 27 V Fórum Brasil de Programação e Produção, ITM Expo, São Paulo, SP. Fone: 10 a 14 IBC 2004 - International (11) 3120-2351. Fax: (11) 3120-5485. E-mail: Broadcasting Convention. Amsterdam info@convergeeventos.com.br. Internet: www. RAI, Amsterdã, Holanda. Fone: (44-20) convergeeventos.com.br 7611-7500. Fax: (44-20) 7611-7530. E-mail: show@ibc.org. Internet: www.ibc.org. 1º a 6 1º Festival do Minuto de São
JUNHO
SETEMBRO
N達o disponivel
N達o disponivel