ENTREVISTA ��������������� 20 A ofensiva de Athayde no SBT
TECNOLOGIA �������������� 22 Emissora transmite vídeo sobre rede IP
TRIBUTAÇÃO �������������� 28 Fazenda descredencia produtoras do Simples
PRODUÇÃO INDEPENDENTE ������ 30 Iniciante conquista espaço na Record
Sempre na Tela Editorial ��������������������������������������������������� 3 News ������������������������������������������������������� 4 Scanner ��������������������������������������������������� 6 Figuras ������������������������������������������������� 10 Upgrade ����������������������������������������������� 12 Making of ������������������������������������������� 26 Videoshop ������������������������������������������� 32
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ano13nº136MARÇO2004
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editorial Um ano. Esse é o novo prazo mágico, a partir deste mês de março, para que o Brasil tenha uma definição de seu sistema de TV digital terrestre (DTV), determinado pela estrutura montada pelo governo federal e que está detalhada na matéria de capa desta edição. Não há como deixar de lado certo ceticismo, tanto em relação ao prazo quanto aos pos-
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síveis resultados de um trabalho deste porte. A história da DTV brasileira é como um novelo (ou uma novela?) que se desenrola cada hora em uma nova direção. No governo anterior a diretriz era essencialmente técnica. Foi a fase dos estudos do Grupo SET/Abert, da “emissora-piloto”. Os broadcasters lideravam a pesquisa e seus engenheiros
chegaram até a um veredicto sobre a melhor solução: o padrão japonês, que seria flexível o suficiente para oferecer HDTV, SDTV e mobilidade. No governo Lula a coisa se inverteu. Representantes do governo e universidades e associações, em sintonia com o CPqD, passaram a determinar a agenda, com um tom mais interdisciplinar e focado na questão da tão falada “inclusão digital”. Os broadcasters, afinal os maiores interessados e os que em última instância terão que pagar a conta da transição, ficaram afastados, pelo menos por enquanto. No final, nem uma nem outra linha acabam tocando nas questões centrais de uma decisão sobre o uso desta nova tecnologia. O governo deu apenas diretrizes “genéricas” no documento que definiu o funcionamento do SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital), dizendo que deveria haver espaço para novos entrantes e mecanismos de inclusão social. Fica a dúvida (e a torcida) se as diferentes instâncias de debates instaladas a partir deste mês poderão responder a algumas questões importantes: Quem ocupará os eventuais novos canais que venham a ser criados? Que modelo econômico sustentará a nova programação, seja em HDTV, seja em SDTV multicanal? Quem arcará com os custos da transição, o mercado publicitário, os radiodifusores, o governo? Como será o controle social destes canais? São coisas que nem sempre podem ser determinadas por uma lei ou uma resolução. A tecnologia tem um papel importante, mas a TV aberta, digital ou analógica, é um tema muito mais amplo, para ser discutido no contexto da comunicação social. A televisão, com sua importância na vida cultural, política e econômica brasileira, não pode ser tratada como um assunto de modulações e compressões, ou como um modelo teórico desvinculado da realidade. Só se fala no medo de “um novo PAL-M”. Mas o que será do conteúdo da TV brasileira nas próximas décadas preocupa bem mais.
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Aposta na TV digital Em discurso afinado com o governo Lula e com o ministro das Comunicações, Eunício de Oliveira, Pedro Jaime Ziller, presidente da Anatel, durante a abertura da Telexpo, no dia 2 de março, em São Paulo, ressaltou a importância que está sendo dada pelo governo ao Serviço de Comunicações Digitais (SCD) e ao Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), até como fontes de investimentos no País. De acordo com o presidente da Anatel, com a definição do SBTVD, só para a conversão dos 65 milhões de televisores analógicos (com a compra de conversores), há um mercado estimado em R$ 5,7 bilhões. Na conta de Ziller, pelo menos 60% dos usuários de televisores analógicos compra rão conversores para a DTV. Ao preço médio de R$ 150 o conversor, chega-se ao mercado mencionado por Ziller. O presidente da agên cia acrescenta ainda mais US$ 1,5 bilhão de investimentos por parte das redes de TV para adequar seus equipamentos à DTV.
CCS debate Lei Jandira A Comissão de Regionalização e Qualidade da Programação do Conselho de Comunica ção Social (CCS) realizou no dia 2 de março uma audiência pública para debater o proje to de lei (PL) que regulamenta o artigo 221 da Constituição, estabelecendo percentuais para a regionalização da programação, da deputada federal Jandira Feghali (PC do B/ RJ). A deputada pediu aos conselheiros do CCS que não sugiram modificações para evi tar a volta do projeto à Câmara. Como este é um ano eleitoral, dificilmente o projeto con seguiria ser apreciado pela Câmara, o que atrasaria ainda mais a sua tramitação. “Eu me comprometo a realizar modificações na lei depois de sua promulgação, se for neces sário, mas, por favor, não impeçam esta lei de existir”, pediu a deputada, dizendo que já está conversando com os senadores, incluin do os da bancada evangélica.
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Para o conselheiro Roberto Wagner, dois pontos do PL são inconstitucionais. A pri meira é a definição de programas culturais, artísticos e jornalísticos. Neste inciso, fica estabelecido um percentual de até 10% para veiculação de programas religiosos, o que, segundo Wagner, contraria a Constitui ção porque seria uma forma de discrimina ção religiosa. Outro ponto colocado como inconstitucional por Roberto Wagner é a definição de produção independente, que, para ele, contraria a Constituição pois limita o direito de trabalho. Evandro Guimarães, vice-presidente de Relações Institucionais das Organizações Globo, também apresentou inconstituciona lidades no texto. Uma delas seria a de se admitir a transmissão de vídeo sob deman da por empresas de telecomunicações, permitido apenas para as operadoras de TV paga. Ele recomendou ainda que o conselho ouça a opinião de emissoras regionais.
ABTA também aponta problemas Alexandre Annenberg, diretor executivo da ABTA, procurou mostrar aos conselheiros do CCS que as diversas modalidades de TV paga (cabo, MMDS e DTH) terão dificul dade de cumprir o estabelecido no projeto de lei. Especificamente a TV a cabo, na sua opinião, já cumpre a regionalização ao ofe recer um canal para programas educativoculturais e um canal comunitário. Mas até hoje muitos desses canais não são utiliza dos justamente por falta de programação disponível. No caso do MMDS, o problema para se cumprir o que determina o projeto de regionalização está no fato de a tecnolo gia permitir o uso de no máximo 31 canais e, em outros casos, só podem ser utiliza dos 15 ou 16 canais. Para o DTH o proble ma estaria no fato de sua autorização ser para todo o território nacional. Outro item colocado em discussão pela ABTA é a obri gatoriedade da veiculação de 50% de pro gramas ou obras audiovisuais nacionais
nos serviços sob demanda das empresas de telecomunicações. Annenberg ponderou que, por se tratar de serviços de demanda do clien te, é impossível cumprir esta meta.
Conselho Superior de Cinema Em cerimônia no Palácio do Planalto, o pre sidente Lula instalou no dia 11 de fevereiro o Conselho Superior do Cinema (CSC). Segundo Orlando Senna, secretário para o desenvolvi mento das artes audiovisuais do Ministério da Cultura, a instalação do conselho é o primeiro passo rumo à transformação da Ancine em Anci nav (Agência do Cinema e Audiovisual). Após esta mudança, de acordo com Senna, o CSC deve ser transformado em Conselho Superior do Cinema e Audiovisual. Para que tanto o conselho quan to a futura Ancinav possam de fato trabalhar com todo o setor audiovisual, Senna avalia que será preciso fazer alterações nas leis que regem o setor de cinema e o setor de TV. Especifica mente no caso da televisão, Senna acha que a legislação é pouco abrangente e necessita ser atualizada. Além disso, o secretário acredita que a legislação do setor audiovisual precisa levar em conta a convergência tecnológica. Veja a composição do CSC: • Ministros de Estado: José Dirceu (Casa Civil), Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Celso Amorim (Relações Exteriores), Antonio Palocci (Fazen da), Gilberto Gil (Cultura), Luiz Fernando Fur lan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Eunício Oliveira (Comunicações), Tarso Genro (Educação) e Luiz Gushiken (da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da Repúbli ca/Secom).
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• Representantes da área audiovisual: Roberto Farias (titular) e Mariza Leão (suplente); André Sturm (titular) e Alain Fresnot (suplente); Giba Assis Brasil (titular) e Vladimir Carvalho (suplente); Carlos Eduardo (titular) e Roberto
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Franco (suplente); Gabriel Priolli (titular) e Nelson Hoineff (suplente); e Luiz Severiano Ribeiro (titular) e Edina Fujii (suplente). • Representantes da sociedade civil: Cosette Alves (titular) e Amir Labaki (suplente); Sil vio Da-Rin (titular) e Carlos Ebert (suplen te); e Carlos Augusto Machado Calil (titu lar) e Heitor Capuzzo (suplente).
Novo projeto para o audiovisual O presidente Lula foi o convidado de honra da primeira reunião do Conselho Superior de Cinema. Ele ouviu uma exposição sobre o projeto de reorganização institucional do setor audiovisual que está sendo conduzido pelo Ministério da Cultura, apresentada pelo secretário do audiovisual, Orlando Senna, e pelo seu assessor, Manoel Rangel. Uma das novidades propostas é a clara sepa ração, legal e regulatória, das plataformas de telecomunicações e das audiovisuais. A idéia de promover essa separação é garantir que, mesmo com as inovações tecnológicas atuais e futuras, os princípios constitucionais da comunicação social sejam garantidos; e também garantir a proteção da identidade cul tural nacional e das empresas brasileiras que hoje produzem conteúdos audiovisuais. Outro ponto do programa de reestruturação do setor diz respeito à auto-sustentabilida de da atividade de produção audiovisual. Serão criados novos mecanismos e ajusta dos mecanismos atuais. Estas alterações passam por uma legislação nova (a proposta da Lei Geral do Cinema e do Audiovisual) e por uma reestruturação institucional da Ancine e da Secretaria do Audiovisual. A Secretaria do Audiovisual do MinC, pela proposta colocada, deve ganhar melhores instrumentos de formulação de polí ticas. E o Conselho Superior de Cinema pas saria a ser Conselho Superior de Cinema e Audiovisual. Lula, segundo alguns dos participantes da reunião, gosta do discurso e do projeto do Ministério da Cultura. Os percalços para a consolidação destas idéias são muitos, entre tanto. Passam, primeiro, por um arredonda
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mento da relação com a TV. Depois, depen dem de diálogo dentro do setor de cinema. Por fim, precisam enfrentar o Congresso Nacional, já que o modelo audiovisual atual, do qual a Ancine é o principal pilar, está fun damentado em uma Medida Provisória e em uma Lei que só podem ser alteradas com o aval da Câmara e do Senado.
Mudanças na Lei Rouanet Orlando Senna, secretário para o desenvolvi mento das artes audiovisuais do Ministério da Cultura, disse que até o final de março o MinC deve encaminhar suas sugestões para aperfeiçoamento da Lei Rouanet. No segundo semestre o MinC deve propor alterações na Lei do Audiovisual. Segundo Orlando Senna, as mudanças nas leis de incentivo propostas pelo MinC têm como objetivo resgatar sua fun ção primordial, que é incentivar a produção independente.
Fundos voltam à Justiça contra Globopar O grupo Globo ainda não está totalmente livre do ataque dos fundos GMAM Invest ment Funds Trust I, Foundation for Research e WRH Global Securities Pooled Trust. Os três fundos avisaram no dia 8 de março que vão recorrer à Bankruptcy Court de Nova York (uma espécie de corte de falências) contra a decisão da juíza Prudence Carter Beatty, que negou o pedido dos mesmos fun dos para que a reestruturação da dívida da Globopar fosse feita com base no Chapter 11. Trata-se de um capítulo da legislação de falências dos EUA que estabelece uma série de condições para uma empresa em dificuldades financeiras. Os fundos, que a Globopar diz serem todos orquestrados pelo “fundo abutre” W.R. Huff, reclamam uma dívida com a empresa de US$ 95 milhões. Em 19 de janeiro, a juíza decidiu, em audiên cia conjunta, que os argumentos do grupo Globo eram razoáveis e não aceitou o pedi do dos fundos para que o Chapter 11 fosse aplicado. No dia 3 de março a ordem foi oficialmente publicada. Os fundos querem que a Justiça dos EUA seja intermediária na renegociação da dívida da Globopar. A defe
sa do grupo Globo baseia-se no princípio de que a legislação brasileira é que deve ser apli cada nesse caso e que o grupo não tem ativos nos EUA que justifiquem o enquadramento no Chapter 11. Ainda não há prazo para uma deci são sobre a apelação. A Globopar não se surpreende com a decisão dos fundos de recorrer, reconhece que esse direito é legítimo e aguarda os próximos passos da Justiça norte-americana sobre o caso para traçar sua estratégia.
Abert espera ter Rede TV! e Record A Abert divulgou nota oficial sobre o desliga mento da Rede TV! e Record de seu quadro de associados. A associação diz lamentar “pro fundamente” a saída da TV Record de São Paulo e TV Omega do Rio de Janeiro (Rede TV!), ressaltando que espera contar, em algum “momento futuro”, com as duas empresas em seu quadro de associados. Record e Rede TV! deixaram a Abert em fun ção de desentendimentos sobre a forma com que a negociação com o BNDES vem sendo conduzida pela associação. Record e Rede TV!, ao lado do SBT e, em menor escala, da Bandeirantes, entendem que o programa de apoio do governo aos grupos de comuni cação não deve servir para o pagamento de dívidas, o que beneficiaria sobretudo à Globo, segundo as empresas. O discurso em sentido contrário prega que a ajuda do governo venha a grupos que valori zem a produção e o conteúdo nacional, tese que conta com a simpatia da Secretaria de Comunicação (Secom) e do presidente do BNDES, Carlos Lessa, e que está em sintonia com a campanha de valorização do conteúdo nacional promovida pela Globo. Não é a primeira vez que a Record deixa a Abert. O primeiro rompimento vem de 1994. Em 1999, a emissora saiu da associação para fun dar a Abratel. Há dois anos, Record, SBT e Bandeirantes fundaram a UniTV. Todas são associações que representam os interesses das emissoras de TV.
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Vídeo-cenário O Estúdio Preto e Branco vai participar do Senna in Concert, com direção de José Possi Neto. A festa em homenagem a Ayr ton Senna será realizada no dia 20 de março, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, para cerca de 30 mil pessoas. A pro dutora será a responsável pelo vídeo-cenário do evento, que contará com 15 telões móveis (de 3,30 m x 2,50 m cada), para dar suporte tridimensional às imagens projetadas. A produtora escolheu, coletou, montou e sincronizou as imagens do cenário que acompanharão os shows e os discursos da festa. As telas deslizantes abrirão espaços que formam pequenos palcos para discursos de celebridades e autoridades convidadas.
Agito em Salvador A produtora Alterosa Cinevídeo assina a cam panha para os aparelhos celulares TIM, criada especialmente para o Festival de Verão de Salvador para a agência Publivendas. Com dire ção de criação de Edmundo Bravo, o filme foi dirigi do por Thales Bahia e Lucas Gontijo, com um gran de suporte de computação gráfica e animação.
Sob nova direção Paulo Mendonça assumiu a direção geral do Canal Brasil. Desde a criação do canal, em 1998, ele era o seu diretor financeiro e con sultor do Grupo Consórcio Brasil. O canal é uma joint-venture entre a Globosat e o Con sórcio Canal Brasil — formado pelos cineas tas Luiz Carlos Barreto, Zelito Viana, Marco Altberg, Aníbal Massaini e Roberto Faria, além da Casablanca Finish House e do pró prio Paulo Mendonça. O executivo vem do mercado financeiro, tendo atuado nas Bol sas de Valores de São Paulo e Rio de Janei ro, BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), além de ter roteirizado e dirigido produções de cinema. Wilson Cunha, que acumulava a direção do Canal Brasil e do Multishow, dedica-se agora integralmente aos projetos deste último.
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Campanha beneficente Pela primeira vez em seus 20 anos de existência a asso ciação beneficente carioca São Martinho procurou uma agência de publicida de para divulgar seu traba lho e reforçar sua marca. A agência escolhida é a McCann-Erickson Rio de Janeiro, que criou a campa nha “O trabalho pode ser um caminho sem volta”. A campanha enfoca um dos maiores diferenciais da associação, o programa “Mundo do Trabalho”, que prepara adolescentes caren tes para o mercado de traba lho. A produção é da Acade mia de Filmes, com direção de Pietro Sargentelli.
Reformatação A Quanta Brasil, tradicional empresa de distribuição de equipamentos de áudio, acaba de entrar na área de equipamentos de produção audiovi sual. A empresa lançou a estação Pravda, para criação e edição de vídeo, que vem com a solução Liquid, da Pinnacle. Além disso, a Quanta está trazendo para o País a linha de equipamentos de áudio para o consumidor final da M-Audio, entre eles a placa Revolution 7.1, que trabalha com até oito canais de áudio em 24 bits/192 kHz.
Estrela do Sul Os testes do satélite Estrela do Sul 1, lançado pela Loral SkyNet no início do ano, serão encerrados no final deste mês de março. A partir daí, a empre sa lança o serviço comercialmente. Lançado em janeiro último, o satélite tem 41 transponders, embora falhas elétricas que apareceram após o lan çamento tenham reduzido parte da capacidade. Seis transponders estão destinados à Boeing, que utiliza um sistema de comunicação de dados via satélite nos aviões. Quatro ou cinco serão oferecidos ao Brasil. Fotos: Divulgação
Shopping show
Polanski no Brasil O cineasta polonês Roman Polanski vem ao Bra sil em março para apresentar a maior retrospec tiva de sua obra já realizada no País. A mostra é uma realização do Sesc São Paulo e da Urszu la Groska Produções e acontece de 18 a 25 de março no CineSesc, em São Paulo, e no Sesc Santo André. A programação inclui sete curtasmetragens dirigidos por Polanski ainda em sua terra natal, de 1957 a 1962, até a mais recente produção, “O Pianista”, premiado com o Oscar de melhor direção. Também haverá exibições no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Mais informações sobre a mostra no CineSesc, fone (11) 3082-0213.
O ParkShopping Barigüi, de Curitiba, é o protagonista da nova campanha produzida pela Academia de Filmes para a Loducca. Reforçando os dife renciais do shopping nas áreas de lazer, gastronomia e con sumo, o filme tem direção de Anésio Júnior e fotografia de ‘Rambo’ Hebling Júnior.
Triângulo Mineiro O Grupo Integração comprou 50% do capital social da Rede Integração, formada pelas emissoras Integração, União e Ideal, afiliadas da Rede Globo na área do Triângulo Mineiro. O grupo, pertencente à família Siqueira Silva, era sócio da família Marinho na rede de afiliadas e, com a aquisição, passa a ter 100% das três emissoras.
Palavras
Internacional
A GW produziu o novo comercial da Salfer, uma rede de lojas de móveis e de eletrodomésticos do Sul do País. O comercial institucio nal “Palavras”, criado pela agên cia Pollo, Equipe e Borghoff, de Santa Catarina, mostra diversos ambientes de uma residência. Em cada espaço são destacados pequenos atos do cotidiano que trazem prazer e felicidade às pessoas.
A produtora paulistana Trattoria está por trás do primeiro filme de uma campanha internacional criada pela Young & Rubi cam para a Danone. O comercial, dirigido por Guilherme Ramalho, será veiculado em Portugal.
Canal pago educativo A TV Cultura quer fazer um canal por assinatura dedica do à programação infantil, totalmente nacional. Segun do o presidente da Fundação Padre Anchieta, Jorge da Cunha Lima (foto), os dividendos gerados pelo novo canal pago, desenhado inicialmente sobre o acervo da emissora, serão revertidos em seu próprio benefício. O canal deve gerar mais produção para a rede aberta e fechada. “Vamos usar todos esses dividendos para transformar a TV Cultura num grande centro de produção para a América Latina”, diz Cunha Lima. O canal — ainda sem nome, até o fechamento desta edição — deverá estar totalmente formatado até abril, de acordo com Mauro Garcia, contratado pela Cultura para desenvolver o projeto. Na sua previsão, a partir do primeiro milhão de assinantes o canal já estará desenvolvendo conteúdo local inédito em volume significativo.
Modulador nacional O projeto de TV digital desenvolvido em parceria entre a Linear Equipamentos Eletrônicos e o Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações) foi apresentado na Telexpo, no início deste mês de março, em São Paulo. Trata-se de um modulador desenvolvido para ser utilizado em qual quer padrão de TV digital. Segundo o Inatel, em testes realizados, o modulador alcançou desempenho acima dos índices determinados pela Anatel.
Ele se chama Celso Franco Soares de Camargo, mas não tente chamá-lo pelo nome. Para o mercado, ele é o Not Dead, ou simplesmente Not. O apelido vem do tempo que era punk e skatista profissional. Fui me inscrever numa competição de skate e me disseram que eu precisava ter um apelido. Como eu era punk, disse Punk Not Dead. Aí virei o Not Dead.
Filho do publicitário Fernando Soares de Camargo, sempre teve contato com as áreas de produção e criação. Mas vivia do skate. Em 86, era ska tista e fui convidado para trabalhar na produção do programa “Grito da Rua”. Foi quando tive contato pela primeira vez realmente com a área. Aí veio o Collor e perdemos o patrocínio tanto do programa quanto do esporte. Então uns agentes venderam umas apresentações minhas para Portugal e acabei ficando por lá um tempo.
Not dead
Em Portugal, Not começou a trabalhar num curso técnico em espetáculos, que oferecia aulas de circo, teatro etc. Sua função era preparar os equipa mentos necessários para as aulas. No curso, conheceu outro Celso, que tinha sido câmera da Globo e estava trabalhando na equipe da novela por tuguesa “A Banqueira do Povo”, produzida em sua maioria por brasileiros. O diretor era o Walter Avancini e o produtor, o Luiz Carlos Laborda. O amigo deu a dica que estavam precisando de pessoas na equipe e Not foi lá conferir. A vaga era de contra-regra. Ao chegar, topou com Laborda, completamente estressado. Not não tinha a menor idéia do que fosse contra-regra e ficou esperando horas para ser entre vistado. Foi quando o produtor chegou e gritou: “Então, você é mais um con tra-regra?” Na hora, Not respondeu: “Não, senhor. Se existem regras, são para serem cumpridas”. Foi enxotado imediatamente. Ia saindo quando outro produtor, desesperado, perguntou se ele conhecia
Com passagens pela DPZ, Calia Assunção e Publicis Salles Norton, Fabiano Beraldo (foto) é o novo contratado da Academia de Filmes Internacional. Ele vai utilizar seu conhecimento em atendimento na área inter nacional para aumentar a fatia de mercado da produtora.
A produtora paulistana Trattoria contratou
Renato Amoroso, que troca a carreira de
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diretor de arte em agências pela de diretor de comerciais. A contratação, segundo Eitan Rosen thal, da Trattoria, “é mais uma oportunidade do que uma estratégia da empresa. Trata-se de um diretor que traz experiência na estética publicitária”.
A Digital 21 reforça seu time com a contrata ção de André Waller e Vivien Harris Carelli. Waller trabalhava nos EstúdiosMe ga como supervisor de efeitos em filmes publi citários e em longas-metragens, tendo partici pado de trabalhos como a campanha “Mediz” (Gradiente) e os filmes “Carandiru” e “O Homem do Ano”. Antes, trabalhou na Conspi ração Filmes e na Casablanca Finish. Já Vivien trabalhou por quatro anos na Central Globo de Produção como editora de videografismo. Também acumula passagem pela Ogilvy, onde fez estágio em computação gráfica.
Fotos: Gerson Gargalaka (Not Dead) e Divulgação
certo hotel e se poderia ir lá buscar uma atriz da novela. Not não perdeu tempo. Falei que ia, peguei o carro e trouxe a atriz. Quan do voltei, estavam todos desesperados, querendo saber quem eu era. Aí expliquei que tinha sido mandado embora, mas que não podia perder aquela chance. O Avancini gostou da minha iniciativa e me chamou para ser assistente de produção. Ainda
na Dezenove, e em “Bicho de Sete Cabeças”, na Buriti. Continuava fazendo de tudo um pouco, mas depois que aprendeu o que era, acabou gostando mesmo de ser contra-regra. Fico res
em Portugal, teve a oportunidade de trabalhar em seu primei ro longa-metragem, “A Casa dos Espíritos”. Fui assistente de
ponsável por administrar tudo de objetos que tem a ver com os atores. O contra-regra é um link entre a direção, o elenco, a dire ção de arte e a continuidade. A gente acaba desenvolvendo uma relação ótima com os atores, porque temos que passar seguran ça, mostrar que tudo foi preparado e que o ator pode confiar.
garçom, mas conheci a Wynona Rider, a Glenn Close, o Jeremy Irons.
Essa experiência está fazendo com que Not também seja requi sitado em produções de publicidade. Alguns filmes são com
Em 94, voltou para o Brasil e foi trabalhar na produtora de eventos de um cunhado, onde fazia performances. O produtor Caio Gulla ne, hoje sócio da Gullane Filmes, também era ator performático por lá. A amizade o aproximou mais uma vez do cinema. Um dos primeiros filmes da produtora foi “Através da Janela”, de Tata Amaral, e Not estava na equipe. Nesse começo fiz de tudo, fui ator, produtor de arte, contra-regra, motorista, produtor de locação. Depois disso, ficou responsável pela Mansão Jaffet, onde foi filma do o “Castelo Rá-Tim-Bum”. Essa profusão de funções rendeu uma piada dos amigos, que gerou gozações por mais de três anos — e uma mudança na ficha de ins crição do nosso Guia Tela Viva. Receb em os a ficha de inscrição
plicados, e em geral a publicidade não tem continuísta. Então ajudo a direção de arte, concentrando em mim tudo o que tem a ver com os atores, tirando a sobrecarga do assistente de dire ção. Esse mercado está sendo muito promissor, mas na verda de o cinema é a grande paixão, porque é onde a gente coloca nosso nome.
do Guia e me pediram para assinalar as funções que desenvolvia. Marquei uns três quadradinhos e alguém, para me zoar, foi lá e marcou mais um monte, todos de coisas que eu estava fazendo no filme. Quando o Guia saiu, eu estava em onze funções. Quase morri de vergonha. A partir daí, o Guia Tela Viva passou a conferir com
mais rigor as funções que uma mesma pessoa assinala na ficha de inscrição. Em 96, decidiu dar um tempo em Goiânia, onde vive a família de sua esposa. Um ano trabalhando em publicidade e a cidade já começou a ficar pequena. O pessoal de São Paulo ficava me ligando, pedindo para eu voltar. De volta, fez quase todos os fil mes da Gullane, e também trabalhou com Carlos Reichenbach
Marco Altberg gravou as primeiras imagens da quarta temporada da série “Joana e Marcelo”, produzida pela M.Altberg Cinema e Vídeo e exibido no canal Multishow. As cenas foram gravadas no sambódromo, duran te o ensaio técnico da Mangueira. No desfile oficial, Alexan dre Borges, no papel de Marcelo na série, saiu como o marido de Xica da Silva.
Em paralelo com seu trabalho nos longas, Not mantém o hobby do skate e começou a desenvolver outra habilidade, dirigindo clipes para bandas de Goiânia. Essa intensa relação com a cidade, onde passa todas as férias, resultou num convite que já foi acei to: em abril, ele se muda para lá, onde pretende passar seis meses do ano como diretor. Nos outros seis, vai continuar trabalhando em longas em São Paulo. Lá vou trabalhar com a agência AMP Pro paganda e com a produtora Arte Suprema. Enquanto isso, coleciona histórias divertidas dos longas em que tra balha. Em “Narradores de Javé”, por exemplo, participou da equipe de frente, que foi para a vila de Gameleira da Lapa, na Bahia, onde o longa foi rodado. Quand o chegamos lá descobrimos que o pes soal era vizinho do lixo. Não tinha coleta, então recolhemos o lixo da cidade inteira e começamos a fazer um trabalho de conscientização com a população, ensinando as pessoas a ensacar o lixo. Fiquei conhecido como o gari da Game leira. Hoje a prefeitura da cidade vizinha manda o caminhão de lixo e a cidade tem coleta.
Com a reestruturação do “Jornal da Band”, a emissora conta com novos profissionais em seu departamen to de jornalismo. Carlos Nasci mento (2) é o novo âncora do tele jornal noturno. Joelmir Beting (1) entrou como comentarista eco nômico e Mariana Ferrão (3) , como editora do tempo.
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A Gemini Video está reestruturando sua matriz no Rio de Janeiro para melhorar sua oferta de serviços de tradução em legendagem e dublagem. O núcleo de serviços lingüísticos será coordenado por Sabrina Martinez, que cuidará da área de tradução de documentários e musicais. Nelson Rodrigues passa a coordenar a área de seriados e filmes e Nick Magrath cuidará da área de esportes e versões internacionais.
Caminhão de tecnologia Programasom monta unidade móvel totalmente digital A Programasom pôs na rua seu novo caminhão de produ ção. A unidade móvel foi montada no Brasil pela Carbus, sobre um caminhão Volkswagen. Inaugurado na cobertura da última edição do São Paulo Fashion Week, a unidade móvel foi “criada para ter segurança”, diz Mario Luiz Santi, sócio da produtora. A preocupação foi tanto na segurança física do caminhão, que é monitorado via satélite e conta com trava eletrônica que pode ser acionada à distância; quanto na confiabilidade dos equipamentos, que contam com fonte redundante e são alimentados por sistema elétrico inteligente e monitorado. Com isso, mesmo no caso de uma pane elétrica ou falta de energia, tudo dentro do caminhão continua funcionando, sem pausas. Equipado com um transformador de 40 KVAs, o veículo desti na 20 KVAs para os equipamentos próprios. O restante pode ser para alimentar equipamentos externos, como um video wall, por exemplo. As entradas de energia suportam 380 V, 220 V e ainda gerador. O no-break garante o funcionamento dos equipamentos por alguns minutos, enquanto a fonte de energia é trocada para gerador, em caso de um blecaute. O caminhão tem suspensão a ar, para evitar choques na parte interna, e pés hidráulicos, permitindo nivelar o veículo quan do estacionado em vias inclinadas. Assim, pode-se corrigir um desnível de até 65 cm. Conta ainda com isolamento térmico/ acústico e dois condicionadores de ar. Quanto aos equipamentos de produção, a unidade móvel da O switcher digital da Ross permite a saída de dois sinais independentes.
Mario Luiz Santi e os controles de câmera: capacidade para até 12 unidades.
Programasom está toda preparada para produzir no formato 16:9, contando com seis câmeras Sony D50 e 12 controles remo tos de câmeras. “O cinegrafista só aponta a câmera, o resto é controlado de dentro do caminhão”, explica Santi. Todos os equipamentos são mantidos em fase pelo gerador de pulso Leitch 1601. A monitoração técnica é feita por equi pamentos Ross. A fabricante foi quem forneceu o roteador Kondor 32 x 32 e o switcher digital com painel de controle Synergy 100. Os monitores do switcher são todos Sony, de cristal líquido. O caminhão é equipado ainda com conversores analógico/digital, dois VTRs Beta analógicos, dois VTRs Beta digital, VTR DVCAM e DVD. “Como o switcher Ross permite dar duas saídas, uma pode ir com logotipo da emissora, vinhe tas e relógio e a outra é gravada ‘limpa’”. O caminhão conta também com uma ilha de edição Avid XPress. Para o futuro, Santi planeja comprar oito replays EVS, para gerar sinal ao vivo e ainda gravar todas as câmeras em separado. O veículo é equipado com uma sala para áudio, isolada acustica mente. Nela, estão a mesa de 40 canais Soundcraft e as caixas de referência, tudo da Yamaha, e um CD player Newark. A comunicação é feita por um equipamento Zeus, que pode ter um Nextel conectado para garantir que toda a comunica ção seja feita pelo mesmo equipamento. Segundo Mario Luiz Santi, a produtora investiu no caminhão cerca de R$ 2 milhões. www.programasom.com.br
Fotos: Divulgação
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Contra o relógio O Brasil tem, a partir de agora, um ano para escolher seu sistema de TV digital. Nesse período, um padrão nacional será desenvolvido, comparações com os estrangeiros serão feitas e o modelo de negócios será definido. Essa é a teoria. A prática ninguém conhece.
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Começou a correr no dia 10 deste mês de março o apertadíssimo prazo de 12 meses para que seja defi nido qual padrão de TV digital terrestre o Brasil ado tará. A não ser que haja um novo decreto mudando esse prazo, é a última data de um processo que já se arrasta desde 1999, quando foram iniciados os pri meiros testes com os padrões internacionais em solo brasileiro. Ao final desses 12 meses, o governo preci sará dizer qual o modelo de negócios da TV digital brasileira, qual a tecnologia, qual a política industrial inerente, quais as parcerias internacionais e quais as mudanças regulatórias necessárias. Muita coisa, por tanto, precisará acontecer até março de 2005. Mas a primeira delas já compreende um problema sem pre cedentes na história do País: coordenar o trabalho de cerca de 32 instituições de pesquisa com mais de 130 pesquisadores. E a primeira questão que se coloca é: será que esse problema tem solução? O presidente Lula fez uma opção por desenvolver um sistema brasileiro de TV digital. Quer ter uma opção nacional para comparar com os três padrões de TV digital existentes no mundo na hora de escolher. Para usar analogia de um dos integrantes do governo mais envolvido com o processo, não se decidiu reinven tar a roda, mas fazer um novo carro, “talvez com um motorzinho melhor”. Uma espécie de Gurgel da TV digital (essa comparação não é do governo), desde que, é claro, esse carro encontre um futuro melhor para o seu sistema do que encontrou Amaral Gurgel com sua fábrica nacional de veículos.
A primeira etapa do trabalho será, então, coorde nar as pesquisas dessas 32 instituições. Em novembro de 2003, o Ministério das Comunicações reuniu todas elas em Campinas, classificou cada pesquisador em relação às suas capacidades de desenvolver projetos em cada uma das áreas das pesquisas e passou a dese nhar um modelo de como gerir esse trabalho. A primeira constatação é que o volume de pesqui sas em cada uma das áreas é desigual. Por exemplo, as pesquisas relacionadas a terminais de recepção de TV digital têm apenas nove pesquisadores capacitados. As pesquisas de difusão e acesso têm bem mais: 75. Já as pesquisas em serviços e conteúdo têm cerca de 45 pes soas no Brasil que o governo identificou como capazes de desenvolver trabalhos na área. A idéia do governo é também encomendar pes quisas com base na capacidade de cada instituição. Esse trabalho começa agora. A partir de março, será dado um prazo muito curto para que as universida des digam o que querem e o que podem fazer. O Grupo Gestor, que é a instância do governo respon sável por administrar o dia-a-dia dos trabalhos de desenvolvimento do padrão brasileiro, vai receber essa montanha de propostas, olhar uma a uma, deci dir o que se encaixa ou não se encaixa no projeto, qual o prazo necessário para cada uma das etapas, qual o montante de recursos a ser alocado naquela tarefa específica e encomendar o relatório. É claro que o Grupo Gestor, formado por técnicos de oito ministérios e Anatel, não trabalhará sozinho, pois
samuelpossebon samuca@paytv.com.br
seus integrantes não estão dedicados apenas à TV digital. Caberá ao CPqD, como instituição contratada, operacio nalizar esse trabalho de recebimento de propostas, análise, repasse de ver bas, consolidação dos relatórios. Pare ce loucura? O Ministério das Comu nicações, que coordena o trabalho, garante que não. Pretende usar mode los informatizados de gerenciamento de pesquisas e cobrar as instituições pelo bolso. Ao todo, estão alocados do Funttel (fundo de pesquisa tecnológi ca em telecomunicações) cerca de R$ 65 milhões para essa primeira etapa do trabalho. Além disso, lembra um dos inte grantes do Grupo Gestor, já existe hoje muita pesquisa em andamento, prati camente concluída. Do total de pesqui sadores, cerca de 80 são doutores que vêm há alguns anos desenvolvendo seus trabalhos na área. Esse não é o
momento, diz uma fonte do Minicom, de incentivar novas pesquisas no Bra sil sobre TV digital. Não há tempo. “É preciso aproveitar quem já está traba lhando”, diz. O que o governo faz é, no máximo, encomendar complementos à pesquisa para que ela se encaixe no quebra-cabeça. Outra coisa que não será bancada pelo governo, pelo menos não nesse momen to, é a geração de conteúdo para TV digital. “É importante ter em mente que, sem nenhum investimento do gover no, muita coisa já foi produzida”, lem bra a fonte do Grupo Gestor. Prazo apertado Se todo o quebra-cabeça tem 12 meses para ser montado, quanto tempo terão os 130 acadêmicos para entregar seus trabalhos? Segundo o governo, não mais do que quatro,
cinco meses. É provável que as insti tuições de pesquisa se aglutinem para otimizar o trabalho e ampliar as ver bas. O governo quer que isso aconte ça. Dessa forma, serão menos projetos e menos relatórios a serem analisados. Cada proposta de pesquisa entregue ao governo tem que ter cronograma, orçamento, execução orçamentária. Mas quem fiscaliza o trabalho? Essa função deve ficar com o CPqD, apesar das críticas que surgem nos meios aca dêmicos em relação ao espaço que o governo dá a esse instituto, que é hoje uma fundação privada. Na visão do Grupo Gestor, exis tem alguns problemas potenciais que devem surgir daqui para frente. O primeiro é gente que aparecerá em cima da hora pedindo dinheiro para pesquisar algo que não estava con templado no projeto inicial. Depois, o governo prevê que algumas universida des devem entrar em conflito durante o processo, até por uma competitivi dade natural existente nesse meio. A relação com o CPqD também deve ser foco de atritos. Também há o proble ma de captura dos pesquisadores bra sileiros pelos padrões internacionais, que dispõem de muito mais recursos e encaram a questão da TV digital bra sileira não como um projeto de gover no, mas sim como um negócio em que vão investir o que for necessário. No ano passado, revela uma fonte, alguns pesquisadores foram convidados para ir ao exterior conhecer laboratórios dos outros padrões. Também foram abertas linhas de financiamento de pesquisas específicas para os padrões
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internacionais, bancadas por seus países de origem e/ou detentores de royal ties. Esse fato em si não é um problema, na visão do governo. “Só é importante que se mantenha o compro misso da neutralidade na pesquisa”, diz um obser vador do Minicom. Quem decide qualquer coisa, no final das contas, é o Comi tê de Desenvolvimento, onde estão dez ministros e o presidente da República.
organograma Projeto SBTVD
Comitê de Desenvolvimento
Grupo Gestor
Órgão executor (CPqD)
Modelo de negócios Vencida a etapa de coor denação das pesquisas, precisará ser equacionada a parte mais complexa do trabalho, que é a definição do modelo de negócios. As escolhas tecnológicas sem dúvida influenciam nas possibilida des de serviços e, portanto, de modelos econômicos da TV digital. É por isso que algumas discussões devem ocorrer paralelamente. Mas falar em modelo de negócios talvez não seja a expressão mais ade quada. Isso porque o governo não parte da premissa que a TV digital tenha que priorizar o lucro das empresas de radio difusão. “Trata-se de uma iniciativa de governo. Portanto, não estamos pensan do no joguinho em primeiro lugar, mas
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Comitê Consultivo
sim nas possibilidades de educação, saúde e inclusão digital”, diz a fonte do Grupo Gestor, lembrando que exis tem outras opções de entretenimento digitais. A TV, pensa o governo, é uma ferramenta de inclusão. Esse é o ponto onde está o maior pro blema potencial, que é o relacionamen to com os radiodifusores. Até 2002, as redes de TV e suas instituições, como a SET (Sociedade Brasileira de Engenha ria de Televisão) ou a Abert (Associa ção Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) desempenhavam papel cen tral no processo de estudos do padrão de TV digital. Elas conduziam os tes tes, ainda sob o acompanhamento da Anatel. Elas criavam as necessidades. Mobilidade e alta definição tornaram-
se as premissas básicas dos radio difusores, que entendem que esses são os dois únicos caminhos que poderão garantir a existência da TV diante da evolução tecnológica de outros meios, como telefonia celular e redes banda larga. Para o governo, interatividade e alter nativas de baixo custos são mais importantes. Os debates sobre o modelo serão travados no Comitê Consul tivo. Trata-se de um órgão auxi liar onde o governo vai colocar todo mundo que quer dar palpite nas pesquisas e nos trabalhos referentes à TV digital. A mon tagem desse comitê começou ape nas em março deste ano, apesar das pressões de algumas instituições que gostariam de estar envolvidas direta mente no trabalho do Grupo Gestor. Para não criar conflitos de chamar um e não chamar outro, foi criado o tal comitê, um balaio onde partici pam desde associações setoriais até entidades representativas da socieda de. Como e o que sairá do trabalho desse comitê, ninguém ainda sabe. Também não se sabe se as opiniões dos “consultores” terão algum peso efetivo, até porque nem sempre deve haver consenso. As opções de modelo a serem analisadas vão desde uma com defini ção padrão de imagem (e, portanto, a possibilidade de criação de múlti
plos canais com interatividade) até uma com alta definição (e, portanto, apenas um canal) com mobilidade e interatividade. Entre as opções a serem olhadas pelo governo, não há alternativa sem interatividade. É a “obsessão” do Sistema Brasileiro de TV Digital, para usar a palavra prefe rida do presidente Lula. Depois, vem a etapa de compara ções, em que o Sistema Brasileiro de TV Digital será comparado com os demais padrões existentes no mundo; e então o Comitê de Desenvolvimento tomará a sua decisão, orientando o pre sidente da República. Nessa comparação, o governo não vai testar os diferentes modelos no mer
cado, isso é óbvio. Mas como saber se um determinado modelo é viável econo micamente? Não tem como. Quem vai dizer isso é o bom-senso, a experiência internacional e o Comitê Consultivo, diz uma fonte. Estudo de cenários O que deve ser analisado são as variáveis, os cenários possíveis. Esse estudo de cenários havia sido enco mendado pela Anatel ao CPqD em 2001. Provavelmente as mesmas pre missas devem ser reaproveitadas. A análise teórica das cadeias de valor envolvidas no negócio de televisão digital é algo que faz parte do projeto de trabalho do grupo.
os Padrões e seus Mercados
Países
Número atual de TVs* EUA, Canadá e 269 ATSC Coréia do Sul União Européia 207 DVB-T Polônia, Rússia, 147 DVB-T Turquia e Índia 8 Austrália e DVB-T Nova Zelândia 362 Total DVB-T 88 Japão ISDB 282 Indefinido China 54 Brasil Padrão
Lares Lares só com com TV* recepção terrestre* 127 (2,1/lar) 27 (21% dos lares) 148 (1,4) 72 (48%) 147 99 (67%) 8 6 (74%) 303 44 (2,0) 282 39 (1,4)
177 (58%) 20 (46%) 206 (73%) 31 (80%)
Fontes: Informa Media Group, “Global Digital TV”, 2003; e IDATE, “The World Television Market”, 2002
Todos os dados se referem ao ano de 2000
* em milhões
Aliás, o trabalho, pelo menos na prancheta, está dividido em três níveis. Será feita uma análise socioeconômica, onde serão considerados os usos da TV digital, será feito um mapeamento de longo prazo da economia, a análise das cadeias de valor para que então se imagine que modelos poderão ser explorados. Paralelamente, será feita uma análi se tecnológica, com o levantamento das tecnologias, das potencialidades, das necessidades. Também será feita uma análise político-regulatória para que se identifiquem necessidades de mudanças no arcabouço de leis e regu lamentos demandados pela realidade digital da TV. Daí sairão as diretrizes políticas e regulatórias que orienta rão o modelo de negócios. Parece complexo, e é. Ninguém sabe como tudo vai acabar, mas a aposta do governo nesse modelo de pesquisa, análise e comparação é séria. Em outros tempos, o governo estaria pressionado pelo tempo e pelo risco de perder o bonde. Como a TV digital enfrenta problemas em todos os lugares em que foi implan tada, o governo está tranqüilo. Mas também há quem ache que está mais do que na hora de o Brasil começar a viver esses problemas na prática, como quem aprende a andar de bici cleta, sob o risco de não aprender nunca como se faz. O cronômetro está correndo.
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entrevista
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Antonio Athayde é um homem de TV. Depois de idas e vindas entre diferentes grupos e até de experiências fora do setor, o executivo assumiu, em setembro do ano passado, a superin tendência comercial do SBT. E no final de fevereiro colocou suas cartas na mesa: um plano para resgatar a imagem da rede junto ao mercado anunciante, investindo em relacionamento e sistemas de atendimento modernizados. Athayde dirigiu no passado a área comercial da Globo. Depois ocupou os cargos de CEO da Net Brasil e de dire tor da Globopar. Teve ainda uma breve passagem pela TV Bandeirantes. Para a empreitada no SBT, juntou uma turma de profissionais experientes, com pas sagens importantes no setor de TV por assinatura, como Cláudio Santos (exdiretor comercial da Globosat) e Adal berto Vianna (ex-diretor geral da Sky e da operadora de celular Americel, e até recentemente na DirectNet, provedor de acesso à Internet em banda larga). A meta para este ano é crescer em 20% o share da emissora de Silvio Santos sobre um disputado bolo publicitário, do qual a Globo detém cerca de 80% (entre as verbas para TV). Isso sem perder de vista o ataque das outras redes, que também anunciam planos para conquistar o segundo lugar. Tela Viva - O SBT começa a por em prática agora algumas medidas que vinha anunciando dede o ano passado, para melhorar o relacionamento com o mer cado. Quais são elas? Antonio Athayde - Vamos criar o cargo de ombudsman,
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que será exercido por uma empresa externa, de um profis sional com trânsito no mercado, nas agências. O nome está sendo definido. Esta pessoa também fará parte do Conselho de Mercado, que estamos montando. Será composto por 15 profissionais, entre representantes de agências, fornecedo res e associações, com reuniões trimestrais. O objetivo é melhorar a relação da emissora com o mercado, ouvir mais as queixas e sugestões. Outra novidade é o MMA (Módulo Mercado Anunciante, sistema que permite que as agên cias façam reserva de mídia diretamente através de seus sistemas internos).
A estratégia de Antonio Athayde para melhorar o relacionamento do SBT com o mercado anunciante e aumentar seu share publicitário. utras emissoras, como Record e O Band, estão investindo em programa ção para melhorar seu share. Como você vê a luta pelo segundo lugar?
Essa luta ainda não existe na prática, porque não se refletiu na audiência. A princípio a concorrência é boa, faz a gente agir, mas ainda não deu para sentir. E quanto à Globo? Como atacar o desequilíbrio entre a audiência, que em alguns horários até empata (com a programação infantil matinal, por exemplo), e a receita publicitária?
O share de publicidade da Globo vem em boa parte da qualidade da cobertura. Não em relação aos domicílios alcança dos, mas na boa relação da rede com a comunidade. Parte do sucesso está por trás do vídeo, não na frente. Também se deve ao atendimento comercial. É isso que estamos atacando, montando uma equipe melhor, melhorando o atendimento com estas medidas citadas anteriormente, inclusive com um sistema de bonificações mais inteligente. Isso inclui mudanças na programação?
Diante da disparidade, quais os nossos ativos? Temos o pacote de filmes da Warner e Disney (N.E.: a emissora renovou no ano passado e até 2009 o contrato de US$ 100 milhões com os estúdios Warner, que inclui block busters como os filmes de Harry Potter e seriados como “Friends”, “ER” e “Smallville”. Este ano a rede deve exibir sucessos como “O Senhor dos Anéis - A Socie dade do Anel”, “Onze Homens e Um Segredo” e “De Olhos Bem Fechados” entre outros). E temos o próprio Silvio Santos, que é o maior vendedor da TV brasileira, além dos outros apresentadores da casa, como Hebe, Rati nho e Gugu.
Foto: Gerson Gargalaka
Mesmo com audiência, as empresas não resistem a vincular suas marcas a nomes “populares”?
Há um preconceito do mercado publicitário, mas aí entra o nosso trabalho, de transformar audiência em faturamento. Meu objetivo é aumentar nosso share (participação no bolo publicitário das TVs) em 20% no primeiro ano. No próximo ano não sei, uma hora esse cres cimento bate num teto. Aí, se não tiver outra programação, como esporte e jornalismo, você não atrai um anunciante que só aparece nestes programas, não atrai uma parte do bolo. E nesse caso não vale a pena investir em produção independente?
Sou a favor, e já temos alguns casos aqui, como o SBT Rural (da GGP, produtora do Gugu), o programa da Sônia Abrão (da Câmera 5) e a Marília Gabriela. Mas a estrutura da casa hoje está sub-aproveitada. Se o Silvio quiser, dá para produzir mais internamente. Qual sua visão da regionalização da produção?
Esta é uma coisa na qual vamos investir esse ano, em breve teremos novidades a anunciar.
Será um trabalho por regiões, não por emis sora. Estamos agora na identificação das regiões. Mas sou contra a obrigatoriedade. A regionalização vai acontecer onde o mer cado comportar. Nos EUA, a TV aberta vem perdendo audiência, e conseqüentemente recei ta, para o cabo e outros veículos. Há futuro para o modelo tradicional do broadcast, de conteúdo sustentado por publicidade?
Nossa realidade é muito diferente da ame ricana. Lá não há mais diferença entre TV aberta e cabo ou satélite, já que quase toda a população recebe todos os canais pela TV paga. O jovem nem sabe mais a diferença entre a ABC, CBS e NBC e os canais por assinatura. Mas de qualquer forma o mode lo de TV aberta já não é mais o mesmo. Há várias formas de faturamento “não mídia”, como os serviços por telefone (tipo 0300). É só ver a força das ações de merchandising. Antigamente, um determinado produto apa recia casualmente numa novela ou progra ma. Hoje o ator ou apresentador interrom pe o texto para falar da marca.
andrémermelstein andre@telaviva.com.br
Como ficaria então o modelo para a TV digital terrestre? Há espaço para mais canais? O mercado bancaria uma programação em HDTV?
Primeiro, eu acho que o governo, com essa sua proposta de internacionaliza ção, tem uma oportunidade de ouro. Deveria procurar a Índia, a China, o Paquistão e os outros países da Amé rica Latina e criar um padrão único. Faria assim pressão sobre os fabrican tes para construir fábricas nesses paí ses, transferir tecnologia, reduzir royal ties. Agora, nessa comissão que foi montada para discutir a TV digital não tem ninguém do negócio. Mas quem é que vai pagar a conta disso? As emis soras, que vão ter que modernizar seu parque, não estão sendo chamadas. Quanto ao modelo, imagino que a saída seria um híbrido, com parte em SDTV multicanal e parte em HD, principal mente filmes, porque já existe um acer vo, e transmissões ao vivo.
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tecnologia fernandolauterjung
Verão via rede IP
fernando@telaviva.com.br
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Rede paranaense usa a infra-estrutura
Para fazer a cobertura jornalística durante o verão no litoral do Paraná, a RPC - Rede Paranaense de Comu nicação, afiliada à Rede Globo, usou um recurso tec nológico simples e barato. As matérias produzidas nas praias de Matinhos e Guaratuba, do período de alta temporada até o Carnaval, foram enviadas à emissora, em Curitiba, usando a rede da Brasil Telecom. Tanto as reportagens pré-gravadas quanto as entradas ao vivo foram transmitidas através de rede IP, usando compac tação MPEG-2. “Como não há enlaces de microondas entre Mati nhos e Curitiba, a solução encontrada foi utilizar trans missão por canal de dados de uma carrier (a Brasil Telecom) utilizando vídeo codificado MPEG-2 sobre IP conectado a uma rede ethernet”, explica o superin tendente de engenharia da RPC, Enio Sergio Jacomino. projeto verão 2004
Tráfego de vídeo sobre ip
Microondas Par trançado Fibra óptica
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de telefÔnica para transmitir vídeo sobre IP e faz a cobertura jornalística no litoral sem investir em links de microondas.
Assim, o departamento de engenharia da RPC optou por usar a Brasil Telecom como carrier do sinal. “Mas eles só poderiam oferecer o serviço se a transmissão fosse através de uma rede ethernet”, explica Jacomino, que chamou a Sterling do Brasil para trabalhar conjun tamente na solução. Foram usados dois equipamentos para fazer a trans missão: o Codec VRX-8100, um encoder de vídeo/áudio MPEG-2 com protocolo IP fabricado pela Ai-Pixel, e o decoder tipo set-top box AmiNET103, da Amino. O equipamento Ai-Pixel, segundo o diretor da Sterling do Brasil, Nestor Almeida, conta com quatro canais para streaming, cada um com storage separado, totalizando entre 320 Gb e 1 Tb, conforme a versão do equipamento. Usando esses quatro canais, o equipa mento transmite o vídeo em uma banda de até 8 Mbps. Para atingir esta velocidade, a RPC contratou da Brasil Telecom quatro linhas E1. “Como a última milha da Brasil Telecom usa rede de par trançado, pois demora ria muito para instalar fibra óptica, foram necessários vários ajustes. Os roteadores tiveram de ser trocados e ‘afinados’”, explica Jacomino. Na operação “Projeto Verão” o sinal do streaming passa por um roteador e é transformado em quatro flu xos E1 que, através de modems, são encaminhados ao POP da carrier em Matinhos para entrarem na rede. Da mesma forma, em Curitiba, do POP da BrT qua tro fluxos E1 vão até a sede da emissora e, através de modems e de um roteador, transformam-se num fluxo
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só de entrada no decoder Amino. Jaco mino explica que nesta configuração, para este tipo de operação, é importan te que a carrier disponibilize uma cone xão E1 de boa qualidade, assim como roteadores com boa capacidade de pro cessamento, para que o sistema fique otimizado e se extraia toda a qualidade possível de vídeo com o VRX-8100. Juntamente com o encoder MPEG2 veio o software Ai-Pixel Control, que fica instalado num computador local ou remoto da rede e é utilizado como um console de controle para o VRX-8100, permitindo que se ajuste as configura ções de vídeo e áudio (tipo da fonte de vídeo, formato do vídeo, qualidade da taxa de transporte, escolha da fonte de entrada, taxa de dados para o áudio, taxa de amostragem do áudio etc.). Nele se configura também o endereço de IP do equipamento. Além disso, vem com outros dois controles para gravação e reprodução de vídeo que não foram utilizados dentro do projeto proposto. São eles: o Ai-Pixel Player, instalado
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nos computadores remotos da rede que estão recebendo ou monitorando os flu xos multicast, que tem a função de cap turar esses fluxos permitindo que se monitore o vídeo num VGA e também a taxa do fluxo que está sendo transmi tida; e o Info Value Software Decoder, que, instalado num computador com uma placa de vídeo de boa qualidade, permite a decodificação e conversão do sinal em analógico. O engenheiro da RPC explica ainda que, com os quatro canais de entrada, o VRX-8100 permite que se faça o strea ming por um canal enquanto o usuário trabalha com os outros três, inclusive gravando e/ou editando através do recurso do storage de 80 Gb por canal, o que dá versatilidade ao equipamento e múltiplas possibilidades ao usuário, que pode efetuar todas estas operações remotamente. A cobertura compreendia dois bal neários, o de Matinhos e o de Guara tuba, mas as duas cidades são separa das por uma baía. Para completar a operação foi necessário ainda um link de microondas entre as duas cidades,
usando equipamentos portáteis. Entre emissoras O plano de Enio Jacomino agora é usar este sistema para fazer a transmissão entre as emissoras da rede no Estado do Paraná. “A qualidade e a facilidade que o equipamento proporciona estão plenamente compatíveis com o padrão que é exigido para transmissões de jornalismo, aí incluídos eventos esporti vos”, garante o engenheiro. “Com isto conseguimos viabilizar a transmissão de matérias ao vivo e pré-gravadas, a qualquer momento do dia ou da noite”, completa. Além disso, Jacomino diz que, no caso das transmissões feitas a partir do litoral, seria necessário um investimen to de cerca de R$ 90 mil só na aquisi ção dos enlaces de microondas. “Com esse sistema, não precisamos comprar os enlaces e nem arcar com os custos de manutenção das torres”, diz. Com o sistema usado, a RPC investiu na com pra do decoder Amino (US$ 250 FOB) e do encoder AiPixel com 320 Gb (US$ 6,8 mil FOB).
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m aking of PRAIA PELO RALO Seguindo o mesmo espírito da premiada campanha dos aparelhos celulares Nokia, voltada para o público jovem, a agência Lew, Lara criou um filme especial para a divulgação do evento Nokia Trends, que levou o DJ Fatboy Slim para uma apresen tação no Rio de Janeiro. O público, afinal, é o mesmo. “Assim
como nos demais filmes, optamos pela linguagem do humor, mas neste caso criamos um clima para a festa, enfatizan do o evento e não exatamente o convida do”, explica o diretor de atendimento à Nokia, Ricardo Al Makul. O filme mostra a equipe de produção do show, que está montando o palco numa
praia deserta. Quando tudo está quase pronto, dois produtores percebem que a faixa de areia é muito estreita. Os dois confabulam, até que um sai resoluto: caminha até a água e tira a tampa do ralo do mar. A água escoa, a praia fica mais ampla e logo depois começa o show, com muita animação.
Clima do sho w O filme foi rodado numa praia deserta, na reserva da Marambaia, no Rio de Janeiro. No local, a produtora construiu um esqueleto do palco, apenas como refe rência para a pós-produção. Em dois dias de filmagem, foram rodadas as cenas relativas ao show (durante o dia, com cerca de cem figurantes), e também a cena do ralo. Para a pós-produção, foram outros 25 dias. Foi aí que todo o palco foi retocado, recebendo a ilumina ção profissional do show e também o telão, que reproduz vídeos. A galera da platéia foi multiplicada e toda a luz foi trabalhada em computação gráfica, para dar o clima do show. “Preferimos filmar o palco e as pessoas durante o dia para aproveitar a diária e também para conseguir captar mais informações na película”, explica o diretor de efeitos especiais, Rodolfo Patrocínio. “Fica mais fácil controlar tudo no computador”, conta. Como o show foi no Aterro do Flamengo e a locação era totalmente deserta, também foi criado um skyline do Rio de Janeiro em computação gráfica.
S é r i e d e e f ei t o s A cena do ralo exigiu um trabalho de efeitos mecânicos e eletrô nicos. Em primeiro lugar, foram construídos o mock-up do ralo e da tampa, com quase um metro de diâmetro. O ralo era superfi cial e foi instalado na praia, para a filmagem ao vivo. Na própria praia, foi instalada uma caixa d’água de dez mil litros, com uma bomba acoplada. De dentro da caixa d’água, o produtor que vem tirar a tampa do ralo é filmado, como numa filmagem submari na, e com isso se criou o efeito do nível da água baixando.
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lizandradealmeida lizandra@telaviva.com.br
Cap tação das i ma g e n s Para dar a dimensão das distâncias e do skyline da praia, foram captadas imagens a partir de uma ponte a 30 metros de altura. Depois, em estúdio, foi mantida a mesma relação de câmera, com os elementos na mesma proporção. “A maré, na verdade, estava bem mais baixa do que aparece no filme. Instalamos o ralo em um lugar seco, onde a água não chegava, e toda a água foi criada em computação gráfica”, explica Rodolfo. Para isso, foi utilizado o software Softimage XSI, que ajudou a criar as partículas e o redemoinho, já que o ralo superficial não tinha sucção. “Captamos a água também em várias situações, para criar texturas. Fizemos várias imagens da água em sala preta, para captar os highlights. Na hora da composição, usamos as imagens da praia, imagens criadas em 3D e os high lights de estúdio”, continua.
icha técnica fCliente Nokia • Agência Lew, Lara • Produto Nokia T rends • Direção de Criação Jaques Lewkowicz e Marco Versolato • Criação André Laurentino, Bráu lio Kuwabara, Margit Junginger, Nando Zenari • Pro dução (vivo) Cine • Produção (efeitos visuais) Digi tal 21 • Direção Jean Benoit • Direção de Efeitos Visuais Rodolfo Patrocínio • Fotografia Jean Benoit • Finalização Digital 21 • Trilha Sax Anp
S u p ort e n a w e b Toda a campanha de Nokia Trends tem um forte suporte na Internet. Além das informações de praxe, o site também oferece brindes eletrônicos como músicas, imagens e salva-telas para quem o acessa. Um dia depois do show, o site já trazia fotos e vídeos. “É no site que tudo acontece, é uma nova forma de conteúdo, reunindo arte digi tal e música eletrônica”, afirma Ricardo.
tributação raquelramos raquel@paytv.com.br
Complicação no Simples
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O problema não é exclusivo do setor audiovisual, mas está acertando em cheio as produtoras de vídeo: a Receita Fede ral está correndo atrás de todas as empresas cadastradas no sistema Simples e revendo o regime de contribuição. Com isso, as produtoras estão caindo em uma categoria em que os impostos são mais elevados e, como se isso não bastasse, ainda precisam pagar supostas dívidas atrasadas com o Fisco. Após receber esta notificação, as produtoras tentam se recu perar do susto e organizar uma ação de defesa. As notificações começaram a ser recebidas entre agosto e setembro de 2003. Segundo a assessoria de imprensa da Receita Federal, esta fiscalização é uma atividade de rotina. As empresas que se cadastram no Simples estão sujeitas a uma fiscalização. Quem não estiver dentro de qualquer um dos critérios de enquadramento é automaticamente notificado do seu descadastramento. A assessoria informa ainda que qualquer empresa descadastrada pode recorrer da decisão por meio das delegacias estaduais da Receita. Por exemplo, não podem optar pelo Simples empresas com faturamento acima de R$ 120 mil para microempresas e R$ 1,2 milhão para pequenas empresas; empresas constituídas sob forma de sociedade por ações; quando o titular ou sócio participar de mais de 10% do capital de outra empresa e a receita global ultrapasse o limite de R$ 1,2 milhão; empresa que preste serviços profissionais de ator, empresário, dire tor ou produtor de espetáculos e de qualquer profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida etc. O site da Receita Federal usa, inclusive, a ativi dade de produção de vídeo para exemplificar aquelas que não poderiam nunca ter se cadastrado no Simples. Segundo a produtora de cinema Assunção Hernandes, nas notificações recebidas não está claro qual foi o critério usado para o descadastramento. Além disso, a notificação pede o pagamento de impostos retroativos. Até agora, a empresária conseguiu contatar pelo menos 105 produtoras que estão com o problema, mas é possível que este número seja até maior. “O que queremos é conseguir chegar até a Receita Federal para explicar que somos empresas produti
Receita Federal descredencia produtoras do sistema especial de impostos.
vas. Além disso, queremos entender qual foi o critério usado para esse descadastramento. Se nosso faturamento não supe ra R$ 1,2 milhão eu entendo que nós estamos enquadrados no Simples”, argumenta Assunção. Para reverter a situação foi formada uma comissão, chefiada pelo cineasta Rojer Madruga. Além disso, os pro dutores conseguiram apoio do MinC e da Ancine para que possam voltar a ser enquadrados. Segundo Assunção, todas as produtoras notificadas recorreram da decisão, mas ainda não obtiveram resposta. A Receita está ainda cobrando retroativamente os impos tos que em tese deixaram de ser pagos, já que o Simples per mite a isenção de uma série de contribuições sociais. Alguns tributaristas consultados pelas produtoras argumentam que esta cobrança retroativa é inconstitucional. Mas na avalia ção de um advogado ouvido por TELA VIVA, esta cobrança seria pertinente, uma vez que na verdade o que se constatou é que as empresas estavam indevidamente cadastradas no Simples, e portanto teriam que ter pago os impostos. As regras do Simples não estão sendo alteradas, diz a fonte. A cobrança seria inconstitucional se o imposto não fosse devido pelas empresas. “É mais um problema de contador do que de advogado”, diz a fonte. Quando o Simples foi regulamenta do, as próprias empresas preencheram seus cadastros no programa, explica o advogado. Agora a Receita passou a fazer a verificação e constatou irregularidades. Muitas empresas, segundo ele, se inscrevem em uma atividade que poderia ser enquadrada no Simples, mas na verdade exercem outra. As empresas, diz, resolverão a situação arrumando uma forma de se enquadrar sem ferir a regu lamentação do Simples. Outras empresas estão recorrendo à Justiça e algu mas têm conseguido liminares para pelo menos evitar o pagamento dos atrasados, ainda que isso não elimine o aumento da carga tributária.
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produção independente
Cenários do mundo
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Em maio de 2003, os amigos Henry Ajl e Markus Bruno conseguiram emplacar na revista semanal de domingo da Globo, o “Fantástico”, uma série de três reportagens. Tendo essa série como vitrine de sua capacidade, os dois juntaram-se a um terceiro amigo, Eduardo Talans, cria ram a Baboon Produções e negociaram com a Record a produção de uma série de 14 documentários. Tudo começou quando Henry Ajl, após voltar de uma viagem de quase dois anos “mochilando” pela Ásia con vidou Markus Bruno para fazer um documentário sobre os 50 anos da conquista do Everest. “O projeto havia sido aprovado pelo National Geographic Channel, mas dependia de captação de recursos para que pudesse ser viabilizado”, lembra Ajl. Markus mostrou o projeto ao
Patrocínio da KLM ajudou a Baboon a captar nos locais mais exóticos do planeta.
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Após ter o “Fantástico” como vitrine de seu trabalho, produtora iniciante fecha contrato para produção de série de 14 episódios com a TV Record.
apresentador Zeca Camargo, que levou a pauta à equipe do “Fantástico”. Com um patrocínio da companhia aérea KLM, os dois acharam ainda outra fonte de financiamen to: o turismo. Um grupo de turistas brasileiros foi levado junto. “Além de pagar pelo pacote turístico, eles entraram como personagens nas reportagens”, conta Ajl. O primeiro programa foi ao ar no dia 24 de maio e mos trou as trilhas que levam ao Everest. O segundo programa, que foi ao ar no dia 31 de maio de 2003, fez a cobertura das festas de comemoração aos 50 anos da conquista, o que acontece no dia 29 de maio. “Combinamos de enviar o material via banda larga, de Katmandu (no Nepal), ainda sábado”, diz Ajl. Mas, apesar de a região normalmente contar com acesso banda larga, um levante maoísta havia destruído parte da infra-estrutura de telecomunicações. “Alugamos o único ponto disponível com banda larga, o business center do hotel Hyatt, por 24 horas e passamos este tempo monitorando a transmissão de cerca de 16 minutos de vídeo”, conta empolgado Ajl. Como se não bastasse o problema para enviar o mate rial ao Brasil, o terceiro e último programa da série, com o tema proposto, tornou-se inviável. “O tema Everest já estava esgotado, então a idéia era fazer uma viagem pelo Tibet”, diz Ajl. “Mas, por conta da febre asiática, o país estava fechado”, lamenta. Decidiram então fazer uma matéria sobre a região de Mustang, no Nepal. Troca de rede Após a aventura no Himalaia, juntou-se ainda à dupla Eduardo Talans, criando assim a Baboon Produções. Agora com um projeto intitulado “Cenários do Mundo”, a produtora conseguiu novamente o patrocínio da KLM, que estava interessada em divulgar rotas não muito
Fotos: Divulgação
mos mais tempo nos deslocando do que gravando”, explica Bruno. A Baboon envia para a Record uma pré-edição do material, com cerca de três horas de duração, e ainda os textos da narração em off. A emissora edita e finaliza cada programa.
conhecidas por seus clientes. A idéia era captar diferentes cenários e ainda os personagens pitorescos que habitavam os locais, “como se adaptaram ao meio ambiente e como isso influenciou a cria ção de uma cultura específica”, diz Ajl. A Record se interessou pelo projeto e acabou fechando um contrato para que a Baboon produzisse 14 episódios ao redor do mundo. Veiculado mensalmente dentro do programa “Repórter Record”, o projeto ganhou o nome “Volta ao Mundo”. A emis sora tem o direito a três exibições de cada episódio e ainda exclusividade em TV aber ta, sendo que o material pode ser vendido para a TV por assinatura um mês após a exibição pela Record. Tendo em vista o público da TV aberta, as produções - feitas em países como Laos, Camboja, Turquia, Mongólia, Israel, Irã, Quênia, Tanzânia, Uganda, Saara, Paquis tão e Quirquistão - buscam sempre temas variados dentro da cultura de cada país. Desde a seda da Índia até o mergulho na Indonésia, os programas trazem infor mações interessantes para todo tipo de telespectador. “Queremos passar as infor mações usando uma linguagem e apelo popular, mas sem deixar de lado a cultura e a história das regiões”, afirma Ajl. Apenas Henry Ajl e Markus Bruno viajam, ficando Eduardo Talans no Bra sil, responsável pela administração da pro dutora. Nas viagens, levam duas câmeras
Sony PD-150, um Apple Powerbook, um disco-rígido externo, um carregador solar de baterias, caixa-estanque para imagens submarinas e cases e mochilas à prova d’água. Ambos operam as câmeras, mas na maioria das vezes a função fica a cargo de Markus Bruno, enquanto Henry Ajl faz a reportagem. Cada programa leva, no mínimo, 20 dias para ser produzido. “Geralmente ficamos três semanas fora e não mais do que duas semanas no Brasil”, diz Mar kus Bruno. Tudo isso para produzir um programa de cerca de 50 minutos. “Perde
Novos negócios Com essa série, o trio tem trabalho para um ano. Mas mesmo assim, já procura por outros negócios. Com o patrocínio da KLM e a compra de direitos por parte da Record, a produção se paga, mas a Baboon não descarta novas formas de comercialização. “Podemos usar as ima gens em programa para canais pagos, DVDs e queremos explorar o merchandi sing”, diz Eduardo Talans. Tendo em vista essas oportunidades, em todas as viagens são gravados temas mais específicos, que possam ser usados em TV por assinatura. “Já estamos nego ciando com outra produtora brasileira, que ficará responsável pela edição e finalização do material”, conta Talans. A parceria tem em vista o mercado de TV por assinatura.
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fernandolauterjung
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