NAB 2004 �����������������������18 TV digital deslancha nos EUA...
CINEMA ��������������������������������34 União com a TV rende bons frutos
PRODUÇÃO INDEPENDENTE ���������38 As experiências regionais no Sul do País
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ano13nº138maio2004
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editorial Quanto tempo o brasileiro terá que esperar ainda para ter a TV digital em sua casa? A resposta depende do interlocutor. Um radiodifusor dirá que isso acon tece em um prazo de pelo menos daqui a dois ou três anos. Afinal o grupo de trabalho estabelecido pelo governo federal para estudar o modelo e o padrão de transmissões digitais terrestres tem 11 meses pela frente para emitir um relatório,
andrémermelstein
e só a partir daí acontecerá qualquer movimentação.
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Um operador de DTH responderá que já oferece TV digital desde a introdução do sistema no Brasil, e que um milhão de lares já tem acesso à tecnologia, inclusive com
recursos de interatividade, guia eletrônico de programação e até PVR (gravador digital). E para 2005 já está prometida até a HDTV, a TV de alta definição, para algumas programações. Agora é a vez da TV a cabo dar a resposta: ainda em 2004, os assinantes das principais operadoras terão TV digital em casa, com todos os serviços interativos a que têm direito. O anúncio foi feito de forma definitiva durante a última NCTA, feira da indústria do cabo que aconteceu em New Orleans no início de maio. As maiores operadoras do País, Net e TVA, anunciaram a escolha do padrão aberto DVB para suas redes, e outros grupos, como a Horizon, devem seguir a tendência. Ao todo, mais 1,9 milhão de lares estarão potencialmente aptos a receber os sinais, inclusive com a promessa de novos canais exclusivamente digitais. Isso nos remete a uma proposta feita pela ABTA (associação das empresas de TV por as sinatura) há dois anos, quando apresentou seu projeto de um novo modelo de mercado para a TV paga, que preconizava uma integração entre a TV aberta e a por assinatura no lançamento da DTV no Brasil. À época, e assim vem sendo desde então, os broadcast ers brasileiros rejeitaram a idéia, argumentando que isso levaria a uma elitização da TV aberta, criando espectadores de primeira e segunda classes. Talvez seja a hora, dada a realidade, de rever este conceito, e começar a investir na produção digital, em SD ou até HD, para trafegar nas redes de cabo, com recursos intera tivos, criando experiência e conhecimento para quando a digitalização terrestre finalmente chegar. Caso contrário, a TV aberta corre o risco de se tornar o único dispositivo analógico nos lares de milhões de brasileiros.
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Acompanhe aqui as notícias que foram destaque no último mês no noticiário online Tela Viva News.
Decreto amplia poderes do MinC O presidente Lula editou no dia 7 de abril decreto reestruturando o Minis tério da Cultura. O decreto criou uma secretaria, mudou as atribuições de órgãos e, o que é mais importante, redefiniu os papéis da Secretaria do Audiovisual. O problema é que parte das atribuições dadas pelo decreto à SAV coincidem com as funções da Ancine. Entre essas atribuições da das à secretaria do MinC está, por exemplo, “aprovar e controlar a exe cução de projetos de co-produção, produção, distribuição, comercializa ção, exibição e infra-estrutura relati vas às atividades cinematográficas e audiovisuais realizados com recur sos públicos e incentivos fiscais”. A ampliação das atribuições da SAV não fica por aí. Ainda recebeu atri buições que até hoje vêm sendo exer cidas pela Ancine, como “elaborar e submeter ao Conselho Superior do Cinema a política nacional do cine ma e do audiovisual”, entre outras. Segundo Manoel Rangel, assessor especial do Ministério da Cultura, estas mudanças não significam que a Ancine vá deixar de desempenhar esses papéis, mas que haverá um reajuste na relação entre a secreta ria e a agência. Para o Ministério da Cultura, a aparente sobreposição de atribuições é decorrência de uma defasagem de tempo entre a edi ção do decreto e as mudanças mais amplas nas funções da Ancine, que virão por medida provisória. O decreto não agradou ao Senado. O presidente da Comissão de Cultu ra, senador Osmar Dias (PDT-PR), proferiu um discurso em que se dizia inconformado com os recentes episó dios. Segundo o senador, o Decreto
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5.036 é o início de “um processo claro de esvaziamento das funções regula doras desse órgão”. Quanto à possível criação por medi da provisória da Agência Nacional do Audiovisual (Ancinav), o presidente da Comissão de Cultura questiona sobre quem serão seus dirigentes. E lembra que os atuais diretores da Ancine foram sabatinados e aprova dos pelo Senado. “Desautorizá-los seria fazer o mesmo com o Senado da República”, afirma. Mas, ao que parece, a reforma na legislação audiovisual é muito mais abrangente e terá uma transição bem mais complicada. Apesar dos sucessi vos atrasos, está em fase de conclu são a reestruturação da Ancine. O que deve acontecer é que a Ancine não será mais como a conhecemos, mas as mudanças, segundo diferen tes fontes que participam no projeto de reestruturação do setor audiovi sual, serão feitas em duas etapas. A primeira será uma MP reestruturando a Ancine, transformando-a em Anci nav, estabelecendo funções, concei tos e mecanismos de financiamento das atividades. Com isso, o governo espera acabar com as incompatibili dades existentes. Feito isso, segundo fontes ouvidas por Tela Viva News, começa uma segunda etapa, mais ampla, que é a criação de um projeto de Lei Geral do Audiovisual. O Ministério da Cultura, ao lado de outros ministérios e da futura Ancinav, devem conduzir esse trabalho. Muito daquilo que se imagi nou para uma “Lei Geral de Comuni cação” em outros tempos deve estar nesse projeto. É aí que devem entrar as regras de proteção e valorização do conteúdo audiovisual nacional. É tam bém nesse projeto que serão estabe lecidas regras para que os conteúdos audiovisuais estejam disponíveis em outras tecnologias (como celular, Inter
net, satélite ou canais estrangeiros) sem que isso signifique concorrência desequilibrada com os grupos nacio nais ou desrespeitos à Constituição. Acenando com essas possibilidades de criar regras para um cenário que hoje incomoda os grupos de comuni cação brasileiros é que o Ministério da Cultura pretende tocar em pontos mais complicados, como formas de incentivar a regionalização do con teúdo, estimular o conteúdo nacio nal, garantir acesso da produção independente à televisão, ajustar as relações entre afiliadas e cabeças de rede, criar fundos setoriais e outros assuntos que foram as causas de tantos fracassos anteriores em ten tativas de se discutir uma legislação mais ampla para o audiovisual.
Ancine fiscalizadora Foi publicado no Diário Oficial do dia 26 de abril o Decreto 5.054, que dispõe sobre o procedimento admi nistrativo para aplicação de penali dades por infrações cometidas nas atividades cinematográfica e video fonográfica e em outras atividades a elas vinculadas. O decreto é o que fal tava para que a Ancine pudesse efeti vamente fazer a fiscalização do setor audiovisual, ficando a cargo da agên cia não apenas a fiscalização das ati vidades cinematográfica e videofono gráfica nacional e estrangeira, mas também o acompanhamento, contro le, orientação, apuração de irregula ridades e infrações e aplicação de penalidades. As penalidades previstas no decreto são advertência; multa, simples ou periódica; suspensão temporária, par cial ou total, da comercialização, exibi ção, veiculação ou transmissão da obra
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cinematográfica ou videofonográfica. O decreto define quais são as infrações administrativas que caberão à Ancine fiscalizar, além da gravidade de cada infração. Cabe ainda à agência expedir as normas que regulamentam os pontos do decreto e celebrar acordos com outros órgãos que possam auxiliar a agência no processo de fiscalização. Entre as infrações estão questões novas, que já apontam para outras novidades na legislação do audiovisual. É consi derada uma infração, por exemplo, a empresa distribuidora de vídeo domés tico, para locação ou venda, deixar de manter entre seus títulos obras cinema tográficas ou videofonográficas brasilei ras no percentual fixado anualmente em decreto. Esse ponto indica a criação de cotas para as videolocadoras.
CCS aprova recomenda ção ao projeto Jandira Feghali O Conselho de Comunicação Social apro vou o relatório da conselheira Berenice Mendes a favor da aprovação do projeto de lei da deputada Jandira Feghali (PC do B/RJ) que trata da regulamentação do Artigo 221 da Constituição, estabe lecendo regras para a regionalização da programação em rádios e TVs e da abertura do mercado aos produtores independentes. Os conselheiros Roberto Wagner, representante das emissoras de televisão, e Paulo Machado de Carva lho Neto, representante das emissoras de rádio, apresentaram seus votos em separado. Na opinião dos dois conse lheiros, o projeto precisa ser melhorado no Senado. De qualquer forma, apesar dos dois pareceres não terem nem sido colocados em votação, o presidente do CCS, José Paulo Cavalcanti, afirmou que seguirá a rotina do Conselho e enviará apensado ao relatório vencedor, os dois votos em separado, as atas das reuniões em que o assunto foi discutido e todos os documentos relacionados ao tema. Con siderando a veemência das manifestações dos conselheiros, pode-se esperar uma tra mitação bastante polêmica no Senado.
Os favoráveis ao projeto, que apresenta obrigações de veiculação de programa ção regional, além de produções inde pendentes e exibição de obras cinema tográficas nacionais, pressionam por uma votação rápida no Senado, já que este é um ano de eleições municipais, o que encurta o tempo de trabalho dos senadores. Os representantes do empresariado radiodifusor alegam que o projeto contém imperfeições e até mesmo pontos inconstitucionais. Depois de encerrada a votação, o pre sidente José Paulo Cavalcanti, que só vota em casos de empate pediu para externar sua opinião em relação ao projeto. Ele acha que da forma em que está, o projeto de regionalização pode não atingir seus objetivos. Suas críticas se concentraram na definição de produção independente, que na opi nião do conselheiro, não garante que a produção independente seja exercida por brasileiros e produza conteúdos nacionais.
Novo secretário de comu nicação eletrônica O ministro das Comunicações, Eunício de Oliveira, surpreendeu ao nomear para o cargo de secretário de serviços de comunicação eletrônica de massas o engenheiro em informática (e militar da reserva) Elifas Chaves Gurgel do Amaral. Há pouco mais de um mês, era tida como certa a nomeação de Gurgel do Amaral, mas para a secretaria de ser viços de telecomunicações, como havia sugerido o ministro durante entrevista coletiva. Na ocasião, Eunício de Olivei ra disse estar “aguardando apenas a liberação da Universidade Federal do Ceará” ao qual o engenheiro é ligado. De acordo com o secretário executi vo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa, o novo secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica terá como primeiro trabalho organizar a secretária e resolver o que denomi nou “contencioso” dos processos de radiodifusão, que são os 36 mil proces sos atrasados.
Senado discute Lei Rouanet Uma audiência pública na Sub-comis são de Cinema da Comissão de Edu cação do Senado Federal discutiu, no final de abril, o Projeto de Lei 263, de autoria do ex-senador Luiz Pasto re (PMDB-ES). O projeto propõe alte rações na Lei Rouanet. Entre elas, estava o aumento da possibilidade de dedução do Imposto de Renda devido pelas empresas a ser utilizado para patrocínios culturais para até 10%, mas apenas para as empresas que apresentassem receita bruta inferior a R$ 500 milhões/ano. Para as empre sas com receita superior, o limite seria de 2% do imposto devido. Atualmente, este percentual é de 4%, indiferente mente da receita da empresa. Segun do o Ministério da Cultura, represen tado pelo secretário executivo, Juca Ferreira, se aprovada, a medida pro vocaria uma diminuição efetiva dos recursos disponíveis para financiamen to da cultura através deste dispositivo de renúncia fiscal, especialmente devi do à demora do processo de conven cimento destas empresas médias para investir em cultura. Os senadores que participaram da audiência pública, especialmente o relator do projeto, senador Sérgio Cabral (PMDB/RJ), manifestaram-se favoráveis a atender ao pleito unâni me dos diversos segmentos de produ tores culturais, que seria de aumentar a dedução para 10% do imposto devi do, indiferentemente da receita bruta das empresas. Mas ainda ficou claro que deve haver uma negociação com o Governo Federal, uma vez que este aumento na renúncia fiscal pode signi ficar perdas significativas de receita. Participaram da audiência, além do dirigente do MinC, o presidente da Ancine, Gustavo Dahl; a atriz Giulia Gam; o produtor cultural Paulo Pelico; o maestro e arranjador Júlio Medaglia; e o designer gráfico e dirigente cultu ral, ex-secretario de Cultura do Estado de São Paulo, Ricardo Ohtake.
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Boas vibrações A divulgação do evento Coca-Cola Vibe Zone, que acontece no Rio de Janeiro dias 14 e 15 de maio, ficou a cargo da McCann Rio. A campanha mostra uma garota consumindo o produto, quando é transportada para um mundo de ener gia e som. Os efeitos de pós-produção são da Vetor Zero, e a produção é da Acad em ia de Filmes, com dire ção de Oscar Rodrigues Alves.
Núcleo regional
Outra produção da Academina, mas com direção de Hugo Prata, á campa nha para a nova linha de maquiagem de O Boticário, criada pela Opus Múlt ip la. Para apresentar para o mercado os produtos especiais para mulheres de todas as etnias - loiras, morenas, negras e orientais -, a cam panha é composta por filmes, que mostram quatro estilos de maquia gem, baseados em referências egíp cias, indianas, orientais e africanas.
Conteúdo para celulares A LiveMedia, estúdio de criação e produção de comunicação digital de Campinas, iniciará em breve as gravações de seriados e novelas, direcionados ao público jovem, exclusivos para o mercado de telefonia móvel. Trata-se de iniciativa pioneira no Brasil. “Serão vídeos de até um minuto de duração. Precisaremos levar em conta a baixa resolução dos aparelhos e realizar um verdadeiro malaba rismo na edição e nos cortes”, explica Marcio Tonelli, diretor da LiveMedia. A empresa já começou a conversar com duas grandes operadoras. O serviço foi batizado como MobiTVshow.
Mudança de mãos A Alias, desenvolvedora de softwares para animação 3D, foi vendida para a Accel-KKR, empresa de investimen tos no mercado de tecnologia, por US$ 57,5 milhões. Responsável pelo desenvolvimento de um dos mais difundidos softwares de animação 3D, o Maya, além de softwares vol tados à área de CAD, a Alias é repre sentada no Brasil pela AWbr.
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Revista eletrônica A revista eletrônica “What’s On”, que estreou em abril, é uma co-produção entre o canal por assinatura USA e a produtora Youle Filmes. O programa traz matérias e entrevistas sobre o mundo do cinema, além de notícias de lançamentos de filmes e séries. Com periodicidade mensal, o programa tem 20 minutos de duração, e exibição aos sábados, às 20h30 e reprise no domingo da semana seguinte, às 16h30.
O SBT criou um núcleo de vendas, voltado à comerciali zação regional da rede, que deverá realizar estudos deta lhados das tradições e costu mes de cada localidade que recebe o sinal. Além de ter acesso a índices de audiência, participação das produções e eventos das afiliadas, o merca do regional poderá conhecer as peculiaridades regionais, o que abre um leque diferen ciado de oportunidades de negócios. Ainda, comitês de marketing estão sendo formados nas cinco regiões do país para coordenar a ação. Os comi tês do Norte e Nordeste já estão em funcionamento e o próximo a iniciar os trabalhos é o da região Sul. Encontros nacionais serão organizados por esses comitês para apre sentar ao mercado publicitá rio o potencial da programa ção regional da Rede SBT. A Rede SBT exibe atualmente, ainda segundo o comunicado da emissora, 368 programas locais dos mais diversos gêne ros em suas 110 emissoras espalhadas pelo Brasil. Somen te na Região Norte são trans mitidos 25 programas jornalís ticos. Além de cumprir uma função comercial, o núcleo também terá, por tabela, uma função política. Hoje a questão da pro dução regional é central nos debates sobre ajuda financeira do governo à mídia e novas regulamentações setoriais.
Fotos: Divulgação
Novo satélite Carta de Cuiabá Programadores, realizadores e representantes de entidades nacionais do cinema brasileiro reuniram-se durante o 11º Fest iv al de Cinema e Vídeo de Cuiabá, em abril, e elabora ram dois documentos solicitando apoio ao setor audiovisual. O primeiro será encaminhado ao Conselho de Comunicação Social (CCS) pedindo a aprovação imediata e sem mudanças da proposta da deputada Jandira Feghali (PC do B/RJ), que regulamenta o artigo 221 da Constituição. O segundo documento, denominado Carta de Cuiabá, trata de questões do Estado do MT e será encaminhado ao gover nador Blairo Maggi e ao ministro da Cultura, Gilberto Gil. Entre outros pedidos, a Carta de Cuiabá quer que os recurs os públicos destinados à produção no Estado, através de leis de incentivo, não sejam inferio res a R$ 3 milhões. Também pedem a regulamentação imediata de um prêmio-estímulo para a realização de curtas-metragens e a criação de programas que envolvam as secreta rias de Turismo, Educação, Ciência e Tecnologia, Indústria e Comércio e o setor audiovisual.
Flagra A TIM Brasil está veiculando nova campanha de ser viços multimídia. No filme “Multa”, que apresenta o serviço VideoMen sagem, um motorista é flagrado por um guarda de trânsito com seu celular na mão. Enquanto explica va que assistia a um vídeo enviado pela família, o guarda apanha seu próprio celular e mostra vídeos de pessoas que multou, inclusive o do próprio motorista. Ao oferecer o portfolio da operadora, a campanha enfatiza que os serviços multimídia TIM podem ser incorporados de forma útil, divertida e fácil na vida de qualquer pessoa. O comercial é da McCann Rio, com criação de Luiz Londres e Marco Ferreira e direção de cria ção de Luiz Nogueira. A produção do filme é da Ilust rad a Filmes, com direção de Ricardo ‘Gordo’ Carvalho. A trilha sonora é da Tesis. O atendimento da agência é de Alexandre Braga e Ana Leão. Aprovação do cliente: Alberto Cecca relli, Malu Antônio e Fernanda Cozac.
A Hispamar lança em junho o satélite Amazonas, que fica rá sobre o Brasil. Segundo o presidente da Hispamar, Luiz Francisco Perrone (foto), pelo menos metade da banda do satélite será comercializada no Brasil e a expectativa é que o mercado de radiodifu são contrate de 30% a 40% desta oferta. Para o executivo, o novo satélite deve ter competitividade no mercado de prestação de serviço para a radiodifusão justamente por operar nas duas bandas (C e Ku). É possível, por exemplo, fazer transmissões usando unidades móveis, com antenas muito menores do que as da banda C. Além disso, muitos radiodifusores ainda operam com transmissão analógica, o que, apesar de exigir equipamentos mais baratos, exige a contratação de uma banda maior. “O custo dos equipamentos digitais deve cair com a demanda”, expli ca Perrone.
Dois longas matogrossenses O diretor Amauri Tangará realiza os dois primeiros longasmetragens do Mato Grosso dos últimos 30 anos. O primeiro, chamado “A Oitava Cor do Arco-íris”, está em fase de finaliza ção e será lançado em junho. Ele está em fase de produção há três anos por falta de recursos financeiros (conta com 30% de verbas estaduais, 30% através de leis de incentivo federais e o restante com recursos próprios do cineasta). O segundo longa, “Ao Sul de Setembro”, será filmado a partir de julho e é totalmente patrocinado pela Petrob ras.
“Celebridade” em Los Angeles A novela “Celebridade” será lança da pela Globo TV International no LA Screenings, que acontece neste mês, em Los Angeles. Como argumento de venda, a Globo deve apresentar ao mercado internacio nal a audiência da novela. Exibida no horário nobre da TV Globo, “Celebridade” chegou a alcançar 81% de share em um de seus capítulos. A trama é escrita por Gilberto Braga e dirigida por Dennis Carvalho.
“Carnaval” da HBO Projeto guardado a sete chaves, o seriado “Carnaval” foi aprovado pela Ancine, através da lei dos 3%. Trata-se de um projeto da HBO do Brasil, delegado à produtora O2. A direção será de Cao Hamburger, o mesmo de “Castelo Rá-Tim-Bum”, e a produção é de Andrea Barata Ribeiro. O valor total do programa está orçado em R$ 6,5 milhões. A HBO tinha até então o projeto de maior orçamento aprovado na agência com recursos das progra madoras de TV paga: o seriado “Mandrake”, que está sendo exe cutado pela Conspiração, e que foi orçado em mais de R$ 5 milhões. Ainda entre os canais pagos com projetos aprovados na Ancine, a MGM latina participa do longa de Aníbal Massaíni “Pelé, Eterno”; e a Turner aparece com vários progra mas já aprovados, além de aguar dar a aprovação de um projeto de animação, a ser executado pela pro dutora D aniel Messias. Sob o nome “Made in Brazil”, o programa traz os traços dos cartunistas Caco Galhardo, Laerte e Glauco.
Descansar não tem preço O novo filme de MasterCard - “Rotina” - mostra o dia de um pai e uma mãe para cuidar de seus três filhos pequenos, desde a chegada da escola. A correria acontece em forma de gincana e, como nos demais filmes da cam panha, a peça conclui que descansar não tem preço. A produção é da O2 Filmes, com direção de Nando Olival. A criação é de Maria Cris tina Del Nero e Gabriela Guerra, com direção de criação de Eduar do Hernandez, Percival Caropreso e Glen Martins.
Programa de treinamento A Sétima Arte Digital é a responsável pela criação e produção do material de treinamento sobre o Fox quatro portas, dirigido às concessioná rias Volkswagen de todo o País. Para treinar todos os profissionais da rede de distribuição da montadora foram usados três suportes: um programa ao vivo transmitido, via satélite, pela TV Executiva Volkswagen, para os mais de 500 pontos; um vídeo que mostra todos os atrativos do novo modelo; e o site de treinamento da Volkswagen, onde os profissionais das concessionárias encontram o resumo das informações mais importantes para os procedimen tos do test-drive no Fox 4 Portas.
Imagem do País Fonte do Planalto revelou a Tela Viva que o governo de Moçambique manifestou desagrado com a veiculação naquele país do programa “Cidade Alerta”, transmitido através do sinal da Record International. Ainda segundo esta fonte, o governo Lula está preocupado com a imagem do Brasil que este tipo de programa pode passar no exte rior. O sinal do canal Record International atende ao conti nente africano, sul da Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão. O “Cidade Alerta” vai ao ar de segunda a sexta ao vivo. Segundo o site da Record, nos países da África de língua portuguesa, sobretudo em Angola e Moçambique, programas como “Raul Gil” e “Domingo da Gente” são líderes de audiência, já que o sinal é captado por antenas parabólicas e a maioria destes países dispõe apenas de uma emissora de TV local. A Record diz não ter sido informada sobre esta manifes tação de desagrado. “Não temos nenhuma posição, pois não fomos informados de nada. Pelo contrário, a Record tem um ótimo relacionamento com o governo africano”, diz o diretor da Record International, Paulo Calil.
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abril de 2004
Transmissão em estádios A Embratel está instalando centros de transmissão de áudio e vídeo nos principais estádios do país, para facilitar a cobertura de eventos esportivos e artísticos. O serviço, chamado SmartSport, está disponível atual mente nos estádios do Maracanã (Rio de Janeiro), Minei rão (Belo Horizonte), Beira-Rio (Porto Alegre) e Arena da Baixada (Curitiba), e deve chegar ainda este ano a mais locais, inclusive em São Paulo. Dos estádios, o sinal será integrado à plataforma Smart Video nacional e internacional da Embratel, e poderá ser transmitido então para qualquer localidade no Brasil ou no exterior. O primeiro teste ao vivo foi feito na trans missão da final do Campeonato Carioca, entre Flamen go e Vasco, feita pela TV Globo. A operadora comercializa o serviço nas versões mono canal, com 8 Mpbs ou 15 Mbps, e multicanal, com dois canais de vídeo, também em 8 Mbps ou 15 Mbps. Serão oferecidos também pacotes completos, como para a cobertura do Campeonato Brasileiro.
Produção em Miami A produtora paulista JX Plural ganhou concorrência interna cional pela produção de dois comerciais para o McDonald’s. A diretora Paula Trabulsi (na foto com o dire tor de arte Cristobal Valecillos) esteve nas filmagens em Miami. Os filmes veiculam no mercado hispano nos Estados Unidos para promover os dois pró ximos lançamentos da rede de fast-food.
PanAmSat é vendida
A Moonshot Pictures, braço da pós-produtora TeleIma ge, inicia ainda no primeiro semestre de 2004 a produção para o público infantil “Zuzubalândia”. O projeto, que conta com um filme e série de animação, é de Mariana Caltabia no, escritora de livros infantis, criadora de personagens e programas de televisão (Globo, SBT, Record) e também dire tora do Iguinho, o portal infantil do IG. O orçamento total do projeto é de R$ 5 milhões. “Zuzubalândia” conta a história de um reino encantado habitado por seres engraçados, todos inspirados em alimen tos, aprofundando o aspecto lúdico e a relação do público infantil com a comida.
A Hughes Electronics (atualmente chamada de DirecTV Group) vendeu a operadora de satélites PanAmSat para a Kohlberg Kravis Roberts & Co. (“KKR”). A DirecTV detinha 80,5% da empresa. O valor acertado é de US$ 23,50 em dinheiro por ação além da transfe rência de uma dívida de US$ 750 milhões. A operação, portanto, está estimada em US$ 4,3 bilhões. Os 29 satélites da PanAmSat são usados por 2,1 mil broadcasters em todo o mundo. Também são os satélites utilizados pela Sky na América Latina Como parte da transação, a DirecTV con cordou em estender e ampliar os acordos com a PanAmSat, em valores de mercado. A operação depende ainda de aprovação regulatória e deve estar concluída no segun do semestre de 2004. O banco Credit Suisse First Boston foi o financial advisor da transa ção pela DirecTV. A KKR é uma empresa de private equity com investimentos que vão da área farma cêutica a hotéis, passando por empresas de energia, telecomunicações, área editorial e, agora, satélites.
Ranking do varejo
Jogos da NFL em HDTV
Produções nacionais em homevideo (vídeo e DVD) começam a figurar entre as maiores vendas em alguns varejistas. Segun do pesquisa realizada em abril pelo Jornal do Vídeo, publica ção especializada no mercado de distribuição de homevi deo, alguns títulos nacionais já aparecem no ranking. A Livraria Cultura se mostrou o grande vare jista dos títulos locais, tendo em sua lista dos mais vendidos três pro dução nacionais: “Os Paralamas do Sucesso - Uns Dias ao Vivo”, em segundo lugar; “Senta a Pua!”, em terceiro lugar; e “O Homem que Copiava” (foto), em nono lugar. No ranking da Blockbuster, o longa-metragem “Cidade de Deus” figura em segundo lugar, ficando atrás apenas de “O Rei Leão 3 - Hakuna Matata”.
O canal norte-americano Fox Sports nos EUA transmitirá a partir da próxima temporada até seis jogos por semana da liga de futebol americano dos EUA (NFL) em alta defini ção (HD). Para a produção dos eventos, três provedores de unidades móveis estão cons truindo cinco caminhões com equipamentos 100% HD. Segundo a Grass Valley, fornecedo ra dos equipamentos, os investimentos soma dos chegam a Ä 8,5 milhões. Os caminhões estão sendo montados pela F&F Productions, National Mobile Television (NMT), e pela NEP Supershooters. Serão equipados com câme ras LDK 6000 mkII, switchers Kalypso HD, roteadores Trinix e Concerto e processadores Kameleon.
Longa e série de animação
CATHERINE WINTER FREIRE
Quemvêessagarotadeolhosverdespelaprimeiravezpensaque está diante de uma assistente de arte, no máximo assistente de produção. Mas um aperto de mão já pode revelar um pouco mais sobre a profissão que Cathe rine Winter Freire escolheu há dois anos - e que ela não pretende largartãocedo. Cheiasdecalosecomunhascortadas,sãoasmãos de uma pessoa “da pesada”. Catherineéprovavelmenteaprimeiraassistentedeelétricaaatuar no Brasil e sua carreira vai de vento em popa.
A princesinha que estudou em ótimos colégios, fala inglês fluente, fez piano e balé e hoje tenta conciliar a faculdade de cinema com o trabalho intenso — já tem seis longas e só este ano mais de 15 comerciais em seu currículo — vive cercada de homens e se sente muito à vontade entre eles. Ainda sofro preconceito, estou sempre tendo que provar que sou capaz. Mas hoje os eletricistas com quem trabalho reconhecem minha qualidade e fazem questão de me contratar. A relação de Catherine com o cinema começou cedo. Meu pai é escritor e minha mãe, jornalista. Tive uma educação para o cinema, desde pequena ouço dizer que este ou aquele filme são obrigatórios. Então decidi fazer cinema, mas não pensava em ser diretora. Estava mais para a produção. Trabalhando
há seis anos no meio, Catherine começou numa produtora de áudio e depois passou dois anos desempenhando várias funções na pré-produção do longa “Carandiru”, na produtora de Hector Babenco. Então saí e fui me virar, trabalhando em várias produções americanas. Fiz
O departamento de mídia da Giovanni, FCB do Rio de Janeiro realizou mudan ças na equipe que atende os clientes blah! e S. C. Johnson. Keila Marconi (1) foi promovida a coordenadora de mídia, e para 1 2 seu lugar como assistente de mídia foi con tratada Kátia Carvalho (2). A empresa também contratou o redator Antônio Nogueira — conhecido como Mega — para fazer dupla com o diretor de arte Cláudio Gatão, no grupo de criação de Fernando Bar cellos. Entre os clientes que a dupla vai atender estão blah!, S. C. Johnson e Kraft Foods. Mega vem da F/Nazca, depois de passar pela Publicis Salles Norton.
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A Adobe trocou o comando de sua área de desenvolvimento de negó cios no Brasil. O executivo de negócios Fábio Sambugaro passa a aten der os clientes dos mercados financeiro e profissional, junto aos segmentos edu cacional e de governo. A mudança se deve à saída do gerente de desenvolvi mento de negócios Nilson Martinho, após oito anos na Adobe Brasil.
Fotos: Gerson Gargalaka (Catherine) e Divulgação
lguns longas tipo “Z”, fui assistente de direção de publicida a de em filme gringo, um pouco de tudo. Até que foi convidada
para trabalhar no programa “Verão MTV”, que foi rodado na Costa do Sauípe, na Bahia. Acabou o verão, mas Cathe rine ficou em Salvador, onde arrumou um emprego numa produtora. A experiência não foi das melhores, então voltou para São Paulo. Foi quando começou sua carreira na elétrica. Consegui uma vaga na produção do curta “Morte”, do José Roberto Torero. Conheci o Marquinhos, que é eletricista, e pedi para ajudar nessa área, porque como produtora achava que tinha que saber um pouco de tudo. Só que a convivência
Depois de uma longa carreira nas mais variadas agências, o diretor de arte Guime é o novo contratado da W/Brasil. Guime começou como redator, mas logo “aposentou-se” e embarcou na área de arte. Depois de uma breve incursão pela Internet, vol tou a uma agência - a Salles - há dois anos e agora reforça a equi pe de Washington Olivetto.
com a equipe e o trabalho em si mostraram que ali estava muito mais do que uma experiência para o futuro. Adorei
o trabalho, sempre gostei de trabalhos manuais, nunca suportei ficar presa num escritório. Nesse trabalho a gente sabe de tudo o que acontece no filme, sabe que participou de todos os planos, e a equipe inteira trabalha unida, fazen do o mesmo trabalho.
Depois do curta, continuou com Marquinhos e na quarta diária de publicidade sem ganhar nada começou a ganhar um cachê. O preconceito e a vontade de provar seu valor fizeram com que ela ralasse mais do que muito marmanjo no come ço. Quando resolvi ficar na elétrica, dava o sangue, carregava tudo, pegava todo o peso para mostrar serviço. Saía com dor no corpo inteiro. Hoje ainda ralo muito, mas aceito a ajuda dos outros porque conheço meu limite. O resultado dessa
teimosia foi um problema de coluna e de joelho, que ela hoje trata com fisioterapia duas vezes por semana.
É um trabalho de risco, e vejo que tenho um preparo que os homens da profissão não têm. No fim, isso é um diferen cial: muito poucos falam inglês, eu tenho uma formação cul tural muito boa, e um pique e uma força de vontade iguais às de qualquer homem. Na verdade, quebrar barreiras
é uma tradição no lado feminino da família. Antes de Catherine, mãe e avó — ambas jornalistas — foram pioneiras em suas áreas de atuação.
Sediada no Rio de Janeiro, Lucia Novaes inte gra agora o casting nacional de diretores da Acade mia de Filmes. Em sua trajetória profissional registra passagens pela Mr. Maggo, MTV e TV Zero. Traba lhou para marcas como Correios, Eno, Ministério da Saúde, Net, Clube de Criação do RJ, Pernambucanas e Rede Globo. Lucia tem experiência também em tele visão, onde realizou programas especiais e aberturas para a Rede Globo e uma série de micro-documentá rios para o Sebrae.
Ciro Silva está na Prodigo Films. Depois de experiên
cia como RTVC em agên cias de propaganda (DM9DDB e W/Brasil), ele passa a ser diretor de fil mes na produtora. Embora atuasse como RTVC, Silva também dirigiu filmes na DM9DDB. O diretor estu dou cinema no Purchase College, nos Estados Uni dos, tendo co-produzido e co-dirigido o longa-metra gem independente “Swim ming”, dirigido por Robert Siegel. A Sentimental Filme contratou como diretor Luiz Alberto Kid, que atuou durante dez anos na Zeppe lin Filmes, em Porto Alegre. Além de Kid, a produtora já havia anunciado a contratação de Heitor Dhalia e Bob Wolfenson.
Inaugu ra da em abril, a Repú blica Brasil é uma nova agên cia especializada em marketing político. A empresa tem sede na Praia do Flamengo e é enca beçada pelo publicitário Michelangelo Moura. Michelangelo também é roteirista e diretor de TV e cine ma, com participação nas principais campanhas majoritá rias no Rio de Janeiro nos últimos dez anos. A República Brasil já começa atendendo a candidatos às prefeituras de Mangaratiba e Itaguaí.
Apple em movimento
Vegas em Vegas
A Apple apresentou na NAB seu novo software de animação 2D e titling Motion. Desenvolvido para maximizar o processamento do novo Power Mac G5 e do sistema opercaional Mac OS X Panther, o software permite trabalhar em tempo real, com respostas e possibilidade de interação semelhantes às de um sistema dedicado. É possível mover e redefinir o tamanho de layers de video, aplicar filtros em resolução full e assistir a tudo em tempo real. Quando usado o gerador de partículas, é possível ajustar ângulos e cor também em tempo real, enquanto o efeito é executado. Um dos features mais interessantes é a tecnologia de animação Behaviors, que cria movimentos e simulações sem ser necessário usar keyframes. O software simula diversos efeitos físicos, como gravidade ou ventos, e aplica-os diretamente às animações. Basta arrastar um dos mais de 40 behaviors para uma imagem ou texto, que o software executa sozinho. Divididos em quatro tipos (básico, texto, simulação e parâmetro) os behaviors, comportamento das partículas, podem ser combinados e customizados, criando efeitos exclusivos. O Motion vem com templates desenhados especificamente para vários usos profissionais, como produção de notícias, entretenimento, vídeos de eventos, apresentações corporativas e criação de menus animados para DVDs. Esse templates podem ser customizados conforme a necessidade do usuário. O software, que pode trabalhar integrado ao Final Cut Pro HD (veja matéria à página 18), é o que faltava para a Apple completar uma família de produtos de produção de vídeo. Para efeitos avançados, a empresa tem Shake, além do Final Cut do DVD Studio Pro.
A Sony lançou na feira em Las Vegas a quinta versão do editor não-linear de áudio e vídeo Vegas. Trata-se de uma solução “all-in-one” desenvolvida para a plataforma Windows XP voltado para produção digital, criação de conteúdo para streaming e produção broadcast. O software trabalha em vários formatos, do DV ao HD, e conta com transições 2D e 3D, filtros e track motion com pan e crop, e corretor de cores, tudo em tempo real sem a necessidade de renderização. O software pode editar conteúdo HD e ainda suporta conteúdo DV em 24 fps com varredura progressiva. Além disso, na edição de áudio, o Vegas 5 pode trabalhar com número ilimitado de trilhas, suporta áudio 24-bit/192kHz e mixagem 5.1 surround e conta com automação de efeitos. O software é comercializado ainda como parte de uma suíte para edição de áudio e vídeo e criação de DVDs, o Vegas DVD Production Suíte. O pacote conta com três programas: o Vegas 5; o DVD Architect 2, que inclui uma série de layouts de DVD e ferramentas de autoração para criação de menus dinâmicos com vídeos, imagens e música; e o Sony Pictures Digital AC-3 Encoding, para mixagem de áudio 5.1 com codifição para som estéreo e AC-3. Na área de câmeras, além das novidades já anunciadas (veja em TELA VIVA 138), a fabricante japonesa apresentou ainda a BVP E-30, evolução da E-10, com processamento de Vegas 5, da Sony: solução 14-bit em lugar dos “all-in-one” conta com track motion e corretor de cores e 12-bit da versão suporta áudio 5.1. anterior. Destaque para a relação S/N de 66 dB. A câmera será comercializada pelo preço atual da E-10, e os usuários da E-10 podem fazer um upgrade para a nova câmera. Também há mudanças na linha J. A J1 é substituída pela J10, e a J3 pela J30. A J2 será descontinuada. A maior diferença é que agora todas contam com saídas i,Link, podendo transferir o material diretamente para a estação de edição.
14 tela viva maio de 2004
Camcorder BVP E-30: proces samento 14-bit em lugar dos 12-bit de sua antecessora.
Fotos: Divulgação
Pacotão Avid A Avid anunciou a versão 1.5 de seu sistema Media Composer Adrenaline. O produto conta com novas ferramentas para filme, áudio e gerenciamento de conteúdo. Entre as novidades está a capacidade de trabalhar em tempo real com até 11 streams de conteúdo SD, usando a plataforma Windows XP, ou nove streams na plataforma Macintosh. Além da nova versão, a empresa anunciou ainda uma futura versão baseada na tecnologia DNxHD, que ainda suportará outras tecnologias HD, como HDV, DVCPro HD e HD sem compressão. Também foi anunciada a nova versão dos sistemas topo de linha da Avid, o DS Nitris e o DS Nitris Editor. Os sistemas de finalização em tempo real para conteúdo SD, HD e projetos com intermediação digital 2K e 4K também ganharão Avid Xpress Studio: conjunto de suporte à tecnologia DNxHD. soluções DV com editor de vídeo, produção de áudio, animação 3D, com O editor mais acessível da Avid, o Xpress Pro, posição e autoração de DVD. também ganhará, no final de 2004, uma versão capaz de trabalhar com algumas tecnologias HD. O produto, que pode ser usado em também autoração de DVD. em notebooks e está disponível para Windows e Com interoperabilidade, todas as aplicações Apple, poderá editar conteúdo em formatos Xpress Pro terá versão capaz de trab no Xpress Studio podem rodar em conjunto HDV, DVCPro HD e DNxHD. Será compatível alhar em HD. em uma mesma estação, tornando o pacote ainda com o formato Panasonic DV50 e perfeito para pequenos produtores. poderá exportar para WMV HD (Windows Media O pacote será lançado em duas versões: Avid Xpress Studio Essentials 9).Além das novas versões, e Avid Xpress Studio Complete. Ambas vêm com o ssoftwares: Xpress a Avid apresentou este ano Pro, de edição; Pro Tools LE, para áudio; Avid 3D; Avid FX, baseado o pacote Avid Xpress Studio. no Boris Red; e Avid DVD, baseado em tecnologia de autoração Sonic. Trata-se de um conjunto de Além dos softwares, o pacto Essentials inclui o hardware de áudio soluções DV que conta com Digidesign Mbox, enquanto o Complete vem acompanhado da mesa editor de vídeo, produção de controle Digi 002 e do Avid Mojo, o hardware acelerador que dá ao DS Nitris, topo de linha da Avid, de áudio, animação 3D, ganha nova versão. Xpress Pro maior autonomia. composição e titling e
Controle mestre A Ross Video lançou na NAB o sistema de controle de produção OverDrive. Com o equipamento, usando uma tela sensível a toque (touch screen), pode-se controlar todos os dispositivos usados no ambiente de produção. O OverDrive se integra aos switchers da série Synergy SD e MD/X, usando a interface do switcher para acessar e controlar os servidores de vídeo, VTRs, DDRs, mixers de áudio, câmeras robotizadas e roteadores. Além disso, o equipamento conta com uma interface capaz de conversar vários sistemas de newsroom, como o ENPS, da Associated Pres, e o Avid iNEWS. Essa interface de duas vias ainda atualiza as informações no OverDrive cada que uma mudança é feita nos equipamentos conectados ao newsroom.
Adeus CCD A Ikegami apresentou na NAB 2004 sua tecnologia de câmeras com sensor CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductors), no lugar do difundido CCD (Charge Coupling Device). O primeiro modelo, com captação em HD 720p e slow motion, estará disponível comercialmente ainda este ano. Na câmera CMOS, a conversão do sinal eletrônico para bits é feita dentro do próprio chip. A principal vantagem é no preço, uma vez que os chips CMOS são muito mais baratos que os CCDs. A fabricante também oferece câmeras com o CCD IT, que hoje, segundo a empresa, tem o mesmo nível de qualidade do FT, a um custo cerca de 25% menor.
Novas tecnologias
Leitch Velocity em HD
A Snell & Wilcox levou para a NAB o MediaX, uma placa PCI de dois canais desenhada para trabalhar como um “motor” para novas aplicações broadcast rodando em hardware PC. A Snell & Wilcox usou a MediaX como plataforma para seu novo padrão aberto de inserção de material Comet, e anunciou ter planos de desenvolver novas aplicações para a placa. Além disso, segundo a fabricante, outras empresas estão desenvolvendo aplicações para a plataforma, incluindo plataformas para servidores de inserção de material e playout, geradores de caracteres, editores não-lineares. A idéia é trazer a tecnologia da empresa em algoritmos e processamento de sinal para o mercado de TI (tecnologia da informação). Entre os features da placa estão a possibilidade de fazer, simultaneamente, duas codificações e/ou decodificações no formato MPEG2 e ainda trabalhar com até oito canais de áudio 24 bit, 48 kHz.
A Leitch anunciou na tradicional feira dos broadcasters em Las Vegas o novo VelocityHD, o primeiro da linha de editores nãolineares Velocity a trabalhar com vídeo em alta definição. Com performance para editar conteúdo HD em tempo real, o VelocityHD conta com o novo hardware Altitude, que permite executar, em resolução final, dois streams HD, com transições e efeitos Velocity ganha versão para editar conteúdo HD com efeitos em tempo real. em tempo real. A solução HD da Leitch permite ainda dar saída em um monitor HD enquanto realiza as transições e efeitos. O hardware Altitude suporta os formatos 1080i, 1080p e 720p em todos os frame rates, com gravação e reprodução com compressão e sem compressão. Além disso, pode mixar conteúdo com e sem compressão em um mesmo projeto. Com o módulo opcional A3DX 3D DVE, o Velocity ganha um canal de executável em tempo real de efeitos 3D em HD ou ainda quatro canais de efeitos 3D SD, incluindo perspectivas e rotações.
Bola na rede A catarinense 4S marcou mais uma vez presença na NAB, no estande da fabricante chinesa de equipamentos Dayang, com quem mantém parceria operacional. O diretor da empresa Armando Moraes demonstrava o software DigiSport - Módulo Futebol. É um aplicativo desenvolvido especialmente para a transmissão de partidas do esporte nacional, na qual podem ser inseridos antecipadamente dados do jogo como nome e número dos jogadores, estádio e outras informações, permitindo uma agilidade muito grande na hora de colocar no ar informações como cartões amarelos, gols ou tempo extra. O lay-out dos caracteres é totalmente customizável. A empresa demonstrava também uma solução de baixo custo para jornalismo baseada na placa Matrox RTX 100 Pro.
16
tela viva maio de 2004
Multi-formato A canadense Miranda levou para a NAB sua nova placa de áudio e vídeo XVP801i HD/SD. Trata-se de uma placa que trabalha tanto em SD quanto em HD, suportando os formatos de alta resolução 1080i ou 720p, e conta com entradas e saídas também para as diferentes definições. Voltada principalmente para ambientes que precisem de processamento híbrido HD/SD, onde serve como um módulo adaptando os sinais HD e SD conforme a necessidade. Além disso, pode ser usada para fazer up/down/cross conversion em um roteador. Isto permite que sinais multi-formato e sem sincronização sejam adaptados para o formato HD/SD desejado e reinseridos no roteador. A XVP-801i HD/SD conta com duas entradas de vídeo, que podem ser HD ou SD, e duas saídas, uma HD e outra SD. O processador que faz os up/down/cross conversion automaticamente adapta o vídeo e dá a Equipamentos saída em HD, com uma cópia em SD. Além disso, Miranda ganham nova placa SD / HD. a placa conta com processamento de áudio capaz de trabalhar com 16 canais e suporte a Dolby E.
Família para cores A Da Vinci demonstrou em Las Vegas a nova família Resolve, de corretores de cores baseados em software. A família de produtos inclui as configurações Resolve FX, Resolve DI e Resolve RT, otimizadas para uso em efeitos especiais, intermediação digital e aplicações de processamento 2K em tempo real, respectivamente. Trabalhando em qualquer resolução, as diferentes configurações da família de produtos resultam a equipamentos apropriados para trabalhar offline ou online. A configuração offline permite que os usuários ajustem parâmetros básicos de cor ou façam um planejamento do que deve ser ajustado posteriormente em um hardware programável compatível. A configuração Resolve FX é voltada a ambientes em rede de produção de efeitos. Com software trabalhando em plataforma Linux, conta com apenas um monitor, monitoração de sinal e
imagem e o painel joyball Da Vinci. Voltado para aplicações de intermediação digital, o Resolve DI conta ainda com o render-farm Powerhouse, conectado via Ethernet, para processamento em tempo real vídeo armazenado como data ou em um servidor. Para masterização de filmes em resolução 2K e maior, o Resolve RT conta com processamento em tempo real 2K e suporta três monitores separados para monitoração de sinal, de imagens e GUI. Todas as configurações do Resolve incluem um buscador de arquivos, EDLs múltiplas, transições de edição, reposicionamento e redimensionamento XYZ, ferramentas opcionais para remover sujeira e poeira e funções de sincronização de faixa de áudio.
Pacote de produção A Adobe anunciou na NAB o lançamento do Adobe Video Collection 2.5, que inclui o editor Premiere Pro 1.5, o After Effects 6.5, o Audition 1.5 e o Encore DVD 1.5. A vantagem do pacote é o trabalho integrado de todos os produtos. O destaque do pacote é a nova versão do Adobe Premiere Pro, que também pode ser comprado separadamente. A versão 1.5 do editor da Adobe conta com novas ferramentas e pode trabalhar desde o DV até o HD. O software ganhou a capacidade de importar arquivos EDL (Edit Decision Lists) e AAF (Advanced Authoring After Effects chega à versão 6.5 com mais de Format). Além disso, o Premiere Pro agora também suporta a linha 60 novos efeitos. câmeras DV 24p, da Panasonic. Em relação ao HD, o software agora pode trabalhar com série de soluções de outros fabricantes, como BlackMagic, Bluefish, BOXX Technologies, Canopus, CineForm, Matrox e 1 Beyond. O After Effects também ganhou nova versão, contando agora com o Animation Presets, e uma ferramenta clonagem de elementos mais avançada. O software agora tem uma integração com os outros produtos da Adobe mais afinada. O novo Animation Presets permite que os usuários salvem qualquer combinação de propriedades de layers, incluindo propriedades de animação de texto, para que sejam reaplicadas em outras layers. Além de trazer a possibilidade de criar presets, O Adobe o After Effects já vem com 250 Animation Presets de texto, além Premiere Pro 1.5 de mais de 60 novos efeitos. pode trabalhar Além disso, o software de efeitos conta com preview mais desde o DV até o HD. rápido e fiel, além de melhor suporte à tecnologia OpenGL. O After Effects também foi otimizado para os novos processadores Intel e o sistema Macintosh G5.
nab 2004
O HD tomou conta
A
18 tela viva maio de 2004
TV digital finalmente decola nos EUA, e os fabricantes se voltam para a
produção em alta definição. Agora vai. Depois de um lançamento capenga, com um padrão de transmissão criticado até mesmo pelos radiodifu sores norte-americanos, a TV digital ganhou seu momento nos EUA. São mais de 9,7 milhões de lares equipados com cados dos EUA. 4) “Consumer education”: o conhecimento receptores capacitados a receber os sinais digitais de alguma do público sobre as vantagens do HD vem crescendo, e há forma. A CEA (Consumer Electronics Association) estima até um programa da associação para incentivar isso, através que o consumidor americano já gastou mais de US$ 20 do site www.ceknowhow.com. 5) “Cable interoperability”: bilhões em equipamentos de recepção. por uma resolução da FCC do final de 2003, os sistemas de Com todo esse barulho, o tema da NAB 2004, feira da cabo devem ser compatíveis com as TVs digitais, como um National Association of Broadcasters que aconteceu de 17 dispositivo “plug & play”, ou seja, o dono de uma nova TV a 22 de abril em Las Vegas, não poderia ter sido outro: a digital simplesmente liga seu cabo nela e recebe os sinais produção para TV em alta definição, já que esta é a base com todos os serviços agregados, sem precisar nem de um do modelo de DTV nos EUA. set-top box. E finalmente 6) “Copy protection”: o sistema O crescimento da TV digital nos EUA foi o tema da garante aos produtores de conteúdo que os sinais estão pro apresentação de Michael Petricone, vice-presidente de tegidos e não podem ser pirateados. políticas de tecnologia da CEA, a associação dos fabri Segundo ele, a resposta do público americano vem cantes de eletroeletrônicos dos EUA, durante o Set e sendo melhor que a esperada. Em uma pesquisa da asso Trinta, evento anual promovido dentro da NAB pela ciação, 95% dos usuários de HDTV disseram que com Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Tele prariam o equipamento novamente, e dois terços deles comunicações. afirmaram que estão assistindo mais TV. Segundo ele, a curva de adoção da TV digital entrou No mesmo painel, o diretor de broadcasting do em um crescimento mais rápido que o experimentado no Ministério da Informação e Comunicação do Japão, passado pela TV em cores, o PC e o videocassete. As ven Hiroshi Asami, comentou as linhas gerais da implanta das de receptores cresceram 124% nos dois ção da DTV no país, iniciada no final do primeiros meses de 2004, comparado com o ano passado. Para incentivar a adoção, mesmo período em 2003 (veja gráfico 1). Os foram impostos requisitos às empresas principais fatores por trás deste crescimento que querem obter uma licença, como a são, segundo a associação, a oferta de con transmissão de mais de 50% de conteú teúdo em alta definição e a queda no preço do em HD por dia, e cobertura igual à da dos receptores. Um monitor de tela grande TV analógica. (52”, de projeção) já pode ser encontrado Até abril haviam sido vendidos 700 nos EUA por menos de US$ 1,2 mil. Os pre mil receptores no Japão, que tem ainda ços vêm caindo cerca de 25% ao ano (veja uma cobertura de apenas 25% da popula gráfico 2, na página 20). ção (o sistema começou em três cidades: Petricone aponta o que a indústria está Tóquio, Osaka e Nagoya). A previsão do chamando de os seis “C” como os responsá governo japonês para a penetração da veis pela explosão da TV digital. São eles: DTV é de 10 milhões de lares em 2006 1) Custo: Os preços de aparelhos caem na (Copa da Alemanha), 24 milhões em 2008 ordem de 2% ao mês, ou 25% ao ano. 2) Con Segundo Michael (Olimpíadas de Pequim) e 48 milhões, ou teúdo: boa parte do prime time dos principais Petricone, da CEA, seja, a totalidade de lares com TV do país, canais já é HD, além de quase todo o esporte a oferta de programação até 2011, quando devem ser desligadas as e grande parte dos filmes. 3) Cabo: as opera e a queda nos preços transmissões analógicas. doras de cabo carregam os sinais HD em 91 geraram um ciclo Em uma apresentação durante a feira, cidades, sendo 78 entre os cem maiores mer de crescimento. o vice-presidente sênior de desenvolvimen Fotos: Tela Viva e Divulgação (HDV da Sony)
andrémermelstein* andre@paytv.com.br
De Las Vegas
to de produtos da fabricante de equipamen tos de processamento de vídeo Miranda, Michel Proulx, apontou que, com o man dato da FCC para que as transmissões de DTV começassem em 2003 para todas as emissoras, os radiodifusores adotaram uma versão “pobre” da TV digital, fazendo apenas o upconvert dos sinais analógicos, transmitindo em baixa potência e sem transmissão pelo cabo. Ou seja, um pro duto que não interessava ao consumidor. “Minha mãe tinha um ditado: nunca use uma corda para empurrar. Foi o que a FCC
fez ao mandar que os broadcasters fossem os primeiros a transmitir o HDTV”, diz Proulx. Afinal, disse, os “early adopters” (primeiros consumidores a experimentar uma tecnologia nova) dos então caros receptores HDTV não recebiam seu sinal pelo ar, mas pelo cabo ou satélite. A virada na maré aconteceu, explica, como uma rea ção em cadeia, quando os equipamentos de produção HD ficaram mais baratos e os canais de filmes e esportes começaram a transmitir em alta definição, incentivan do o consumidor a comprar os receptores.
Isso motivou o cabo e o DTH a transmiti rem os sinais, e uma coisa passou a alimen tar a outra. Ele afirma que pôde medir essa vira da pelo número de upconverters que sua empresa comercializa anualmente nos EUA. Passaram de 30 unidades em 2001 e 2002 para 250 em 2003 e estimados 400 em 2004. Quanto aos equipamentos de pro dução, a diferença para o Standard Defini tion (SD) caiu para cerca de 15%, sendo que hoje o equipamento HD custa o que custava o SD no início dos anos 90.
Gráfico 1
tv digital cresce mais rÁpido que tv em cores Penetração nos EUA
35% 30% TV em cores
25% 20%
PC
15% TV Digital
10%
VCR
5%
1
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3
4
5
Anos no mercado
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7
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Edição Se os fabricantes de hardware, como câmeras e VTs, já apresentaram seus equipamentos HD em edições anteriores da NAB, este ano foi a vez dos fornecedo res de sistemas entrarem no jogo. Logo no domingo, dia 18, antes mesmo dos portões do Las Vegas Convention Center se abri rem ao público, fabricantes como Apple e Avid já anunciavam à imprensa as ver sões HD de seus principais sistemas de edição e pós-produção de vídeo. A Apple apresentou o Final Cut Pro HD, versão em alta definição de seu sistema de edição, capaz de manipular as imagens em tempo real, da mesma forma que no
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Gráfico 2
preço dos receptores US$ 3.147
Tela de 52” de projeção US$ 2.433 US$ 2.201 US$ 1.814 US$ 1.693 US$ 1.441
1998
1999
2000
2001
2002
2003
US$ 1.295 US$ 1.216
2004
2005
US$ 1.134
2006
Fonte: CEA
SD (Standard Definition). A novidade em relação ao Final Cut anterior é que esta ver são trabalha com HD comprimido. O siste ma completo, com a estação G5, será vendi do nos EUA por US$ 5 mil. Apenas o Final Cut Pro HD poderá ser comprado por US$ 999, com descontos para quem tem versões anteriores do software. A empresa da maçã também anunciou parceria com a Grass Val ley, para integrar o Final Cut à plataforma
20 nab 2004
maio de 2004
NewsEdit, de edição de notícias. Assim, arquivos QuickTime podem circular e ser armazenados livremente em uma rede New sEdit através de arquivos XML. O sistema de edição da Apple também está agora inte grado com o padrão DVCPRO HD, da Pana sonic. Assim, arquivos HD capturados pela nova câmera AJ-SPX800 podem ser transfe ridos para o editor via FireWire. A Pinnacle também embarcou na alta definição com o lançamento do editor Pinnacle Liquid HD. A Avid, por sua vez, está migrando toda
sua linha para a high definition, começan do pelos produtos de maior capacidade. A empresa anunciou na feira o lançamento para o segundo semestre do Avid Xpress Pro com suporte para HD. O software poderá editar no formato HDV, MPEG e DVCPRO HD. Mas a grande novidade da Avid é o padrão de encoding desenvolvido pela empre sa, chamado DNxHD. Segundo a empresa, enquanto um arquivo HD sem compressão requer 1,2 Gbps de banda, o DNxHD requer apenas 220 Mbps para sinais de vídeo de 10bit, ou 145 Mbps na versão 8-bit. Em outras palavras, pode trabalhar com arquivos capta dos em DVCPRO HD ou no novo formato HDV no mesmo espaço de um arquivo SD. Com isso, pode ser feita a edição real time em HD até mesmo em um laptop. A Ikegami já anunciou para o fim deste ano uma câmera HD que usa o DNxHD, e que poderá gravar 140 minutos de vídeo de alta definição em um simples hard-disk de 80 Gb. Outro lança mento importante da fabricante de câmeras foi um sistema de transmissão wireless capaz de enviar sinais HDTV e receber comandos de câmera via controle sem fio.
9. A Tandberg apresentava na feira o encoder EN5920, que ocupa um RU e cria uma saída de vídeo WM9 em tempo real, mas que também pode trabalhar em MPEG-2. O engenheiro Carlos Capel lão, da Phase, que representa os equipamentos da empre sa no Brasil, demonstrava uma aplicação de vídeo sobre redes telefônicas (através de FinalCut Pro HD: sistemas de edição ganharam um modem ADSL) usando a versão para alta definição a preço de SD. compactação WM9. “É possí vel fazer um serviço de TV por assinatura conteúdo em alguma outra mídia de armaze usando uma banda de 1,5 Mbps a 2 Mbps nagem, como DVDs). O equipamento apre com qualidade de DVD, graças a essa com senta alguns features interessantes, como a pactação”, explicou. O sistema demonstrado possibilidade de se colocar ou retirar cartões permitia pausar, avançar ou retroceder o a qualquer momento, sem interferir na gra vídeo com comandos do controle remoto, de vação. A câmera grava em apenas um cartão forma semelhante a um DVD ou PVR. A tec de cada vez, não importa quantos cartões nologia WM9 vem se espalhando e outros estejam inseridos ou em que posição. Outra fabricantes já demonstram equipamentos característica é a possibilidade de fazer uma compatíveis com o padrão. O estande da pré-edição na própria câmera, uma vez que Microsoft, aliás, era um dos maiores da os vídeos são gravados em clipes, cada um feira este ano. correspondendo a um arquivo, e no visor LCD pode-se ver os thumbnails e pré-selecio Formatos e padrões Sem fita nar cenas para edição ou até apagar algumas Uma novidade que promete fazer baru Outro destaque da NAB este ano foi o tomadas. lho nos próximos meses, e certamente desenvolvimento das câmeras e VTs que tra De seu lado, a Sony anunciou que já será uma estrela nas próximas NAB, é balham sem fitas, anunciadas na feira do foram vendidas 1,5 mil unidades do siste o formato HDV, desenvolvido por Sony, ano passado. A Panasonic, por exemplo, ma XDCam, que utiliza discos ópticos no Canon, JVC e Sharp. Trata-se de um mostrou o primeiro modelo de câmera a lugar de fitas, e que o sistema será usado DV com o dobro de resolução, que está usar sua tecnologia P2, de gravação em pela rede norte-americana NBC na cobertura sendo adotado por diversos fabricantes. cartões de memória de estado sólido, tipo das Olimpíadas de Atenas. O sistema já foi O vídeo é gravado em MPEG-2 e o sistema flash. A camcorder AJ-SPX800 tem capaci adquirido por emissoras brasileiras. As maio comporta tanto o 720p quanto o 1080i, em dade para cinco cartões de memória de 4 Gb res vantagens estão no acesso não-linear aspecto 16:9. Outra tecnologia que ganha cada vez cada, capazes de armazenar um total de 40 ao conteúdo gravado, eliminando o tempo mais corpo é o padrão de compactação minutos de vídeo no padrão DVCPRO50 ou de transferência do material da fita para a MPEG-4 e seu “primo” Windows Media 80 minutos em DVCPRO/ DV, podendo ser edição, e também na possibilidade de arma usada em 60i, 30p ou 24p. A câmera regis zenamento do material na própria mídia, já tra ainda quatro canais de áudio de que um disco óptico custa apenas em torno 48 kHz/16-bit em qualquer formato de US$ 30. Para os próximos meses a Sony escolhido. anunciou o lançamento de um disco de dupla O problema ainda é o altíssimo camada, com capacidade para armazenar 50 custo da mídia. Cada cartão de 4 Gb Gb de informação, e também de uma versão custa US$ 1,8 mil. Segundo a fabri compacta, de 3 1/2”. cante, o preço deve cair nos próximos anos, na mesma medida em que sua HD por lei capacidade vai aumentar (para 2005 Apesar de todo o entusiasmo com a TV está previsto o cartão de 8 Gb) e deve- digital, os radiodifusores norte-americanos se levar em conta que cada cartão ainda estão preocupados com certas medidas pode ser reutilizado inúmeras vezes regulatórias. O presidente da NAB, Eddie Protótipo da câmera HDV da Sony. Novo for (mas para isso é preciso descarregar o Fritts, abriu a edição deste ano do congresso utros fabricantes de equipamentos O também embarcaram na high definition. Tanto que o tema da Sony para a NAB 2004 foi “Ride the HD wave” (algo como “pegue a onda do HD”). Segundo Mitsu ro Ohki, diretor mundial da recém-criada divisão Professional Solutions Network Company da fabricante japonesa, a high definition já está se tornando uma realida de na TV e no cinema. Ele mencionou a gravadora Sony Music, empresa irmã da fabricante, que já produz seus clipes com a câmera CineAlta, de cinema digital. Segundo Tim Baxter, VP sênior da divi são de produtos de consumo da empresa, a Sony Pictures passou mais de mil filmes de seu acervo para HD até agora. São inicia tivas para popularizar o formato e criar o que ele chamou de “entusiastas do HD”. Peter Schindler, co-produtor executi vo da série “Joan of Arcadia”, também da Sony Television, afirma que vem eco nomizando cerca de US$ 30 mil por epi sódio com o uso do HD 24P no lugar da película, com resultados excelentes.
mato ganha produtos a partir de 2005.
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N達o disponivel
N達o disponivel
A oferta de TV digital nos EUA da associação com uma mensagem Mais de 60 fabricantes dura contra as operadoras de cabo. 575 modelos de monitores HDTV Chamando o cabo de “cartel” e 117 modelos de receptores com DTV integra “monopólio”, Fritts pediu à FCC da (todos os conselheiros do órgão estavam na platéia) que tome uma 24 modelos de set-top boxes decisão rápida a respeito da obriga 18 modelos de video recorders e PVRs Fonte: CEA toriedade do cabo levar os sinais digitais dos broadcasters locais (lei do must-carry digital). Segundo ele, as monopólio se assusta com a possibilidade operadoras estão “impondo uma barrei de uma competição gratuita”, disse. ra entre o espectador e o conteúdo digi Há ainda outra preocupação dos radio tal que já está disponível”. Para Fritts, difusores. O chairman da FCC, Michael há 1,2 mil emissoras digitais nos EUA, Powell, apresentou ao Congresso dos mas apenas um terço delas são retransmi EUA no final de março uma proposta tidas pelo cabo. Ele também reclamou do polêmica para acelerar a transição para ataque do cabo à TV aberta multicast. “O a TV digital no país. Pela regra da tran
sição para a DTV nos EUA, os broad casters de uma localidade devem aca bar com a transmissão analógica quan do 85% daquele mercado for capaz de receber os sinais digitais, seja pelo ar ou por outros meios. A idéia de Powell é permitir que as operadoras de cabo convertam os sinais digitais para analógicos. Desta forma, seus assinantes contariam para o total de domicílios capazes de receber a DTV, acelerando em talvez alguns anos até a chegada à cota de 85%. Hoje só são contados os espectadores que tenham receptores digitais. A reação dos radiodifusores não podia ser pior, pois estão ameaçados de perder
No Brasil, recuperação de vendas
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Embora o Brasil dificilmente vá acom panhar tão cedo a rápida evolução que se apresenta nos EUA para o mercado de produção em HDTV, algumas boas notícias surgiram durante a NAB 2004 para o mercado nacional. Depois de um longo período de estagnação, os gran des fabricantes voltaram a receber pedi dos tanto de broadcasters quanto de produtoras nacionais para a aquisição de equipamentos. A Sony, principal fornecedora nessa área, fechou nos primeiros qua tro meses deste ano negócios da ordem de US$ 10 milhões FOB. A Globo ficou com mais de 50 unidades de equipamentos
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XDCam (sistema que usa discos ópti cos no lugar de fitas). A RBS fechou durante a NAB a aquisição de equipa mento DVCam para a sua rede. A Rede TV! adquiriu em janeiro uma unidade móvel com switcher digital e 12 câmeras. Também em janeiro, a Casablanca com prou um sistema HDTV para a produ ção da novela “Metamorphoses”. A Record adquiriu um pacote de sistema digital com câmeras, switchers e VTs para toda sua rede, e ainda, a TV Gazeta, de Vitória, assinou em Las Vegas a compra de um sistema integrado para jornalismo. Segundo Luis Padilha, diretor da área de produtos broadcasting, profissionais e de informática da Sony, esses seis pacotes perfazem um total de US$ 7 milhões FOB,
aos quais se somam mais US$ 3 milhões em outros negócios de grande porte no segmento broadcast. Nos primeiro quatro meses de 2003, as vendas não passaram de US$ 4 milhões. Registrou-se, portanto, um crescimento de 150% no período. No total, a Sony espera vender este ano US$ 330 milhões no Brasil, sendo que a diretoria de broadcasting e equipa mentos profissionais e informática espera responder por US$ 60 milhões. Sony não revela, contudo, quanto desse valor é pro jetado só para o broadcasting. A Grass Valley (Thomson) também projeta um aumento de vendas no Brasil, da ordem de 60% para o primeiro semes tre de 2004. Segundo o gerente geral da empresa para a América do Sul, Arnault
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Lannuzel, as vendas devem chegar a algo entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões no semestre, dos quais US$ 2 milhões já estão faturados e o restante aguarda apenas a liberação de financiamento. O “vendor financing”, aliás, é uma das estratégias com que a empresa conta para aumentar sua fatia de mercado este ano no País. Atualmente a GV financia cerca de 85% do valor dos projetos. Dentre os negócios já fechados este ano estão um pacote de cerca de US$ 700 mil para o canal Canção Nova, que inclui switchers Kayak, servidores Profi le, entre outros equipamentos. Também foi fechada uma rede de storage (SAN) com a Globosat, de aproximadamente US$ 150 mil, e um pacote de servidores para a Record, de US$ 160 mil. Fora do mercado broadcast, a Grass Valley fechou com a produtora JM a montagem de um caminhão de externa totalmente HDTV, que será o primeiro do País a usar esta tecnologia. A empre sa diz que vem buscando também pene
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trar mais em mercados mento de mídia digital basea não tradicionais, como do na nova robótica da Sony, igrejas, universidades e a PetaSite. O sistema será governo. instalado na sede da TVT, Os integradores em São Bernardo do Campo locais também não têm (SP) e terá 54 Tb (terabytes) do que se queixar. “Foi a de armazenamento, equiva melhor NAB de todos os lentes a aproximadamente tempos para nós”, conta 4,5 mil horas em compressão Daniela Souza, diretora DV Nativo. O escopo princi comercial da AD Line. pal deste projeto é digitalizar Foi a primeira feira da Segundo Lannuzel, da todo o acervo existente na empresa depois da fusão Grass Valley, primeiro TVT, que tem registros como entre a AD Videotech semestre terá 60% de o da trajetória do presidente e a LineCom e a poste aumento nas vendas. Lula. rior parceria operacional Ela cita ainda a instala com a Crosspoint. “Não fizemos vendas ção dos primeiros projetores de vídeo para lá, foi mais um contato com os brasilei as salas de cinema da rede Kinomaxx, ros”, conta. “Mas tínhamos uma meta dentro de um pacote que até o final do ano de crescer 20% no primeiro trimestre deve chegar a 200 unidades, e a aquisição e ela foi superada”, completa, contan pela Discovery Channel Latin America de do ainda que a meta de maio já havia um sistema Telestream ClipmailPro, que sido quase atingida ainda na primeira permitirá a digitalização e transferência de semana do mês. “O mercado está super arquivos de áudio e vídeo via IP, eliminan aquecido”, comemora Daniela. do a necessidade de envio de material em Dentre os negócios fechados este ano mídia física (como fitas). ela destaca a implantação do primeiro sis tema no País de arquivamento e gerencia * Colaborou Rubens Glasberg
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m aking of U M É PICO I M OBILI Á RIO do Condomínio Paraíso, cujos apartamentos não foram entre gues e se tornaram o pesadelo de várias famílias de classe média — inclusive a dos pais de Célio. A trama rocambolesca de “Redentor” envolve o jornalista agindo em causa própria para recuperar o apartamento, os antigos operários invadindo o prédio e o empresário tentando corrompê-los. Lá pelas tantas, Célio resolve pedir a ajuda de Deus e aí é que os milagres começam a acontecer.
Mil agres div i n o s
Se o assunto é milagres divinos, também tem que entrar em cena a equipe de efeitos especiais, sob a supervisão de Fabio Soares. De um orçamento de R$ 7 milhões, R$ 1,5 milhão foi consumido pelos efeitos de computação gráfica, que envolveram muita modelagem em 3D e composição de imagens. “Reunimos a equipe que costuma trabalhar junta em publicidade e desen volvemos o roteiro com o objetivo Fernanda e Claudio Torres de levar essa experiência para as telas. Bolamos um roteiro cheio de Pedro Cardoso e Camila Pitanga climas, com cenas pouco usuais e cheias de efeitos e uma montagem dinâmica”, explica o diretor Cláudio Torres. Segundo ele, a integração da equipe permitiu que o orçamento fosse potencializado, e a parceria com o Grupo Mega (entre os co-pro dutores estão três empresas do grupo) também garantiu a qualidade final das imagens digitais na película.
Bomb a a t ô mi c a
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O filme foi todo captado em 35 mm, mas em praticamente todas as cenas há inter ferências digitais. O material foi processado no Inferno e transferido de volta para a película. Todo o processo, desde a preparação, foi acompa nhado por Fabio Soares. “Quando li o roteiro, havia uma seqüência que dizia ‘explosão nuclear em Brasília’. Não sabia se era imagi nário ou literal, e fiquei tentando me convencer de que era imaginá rio, de que a gente não ia precisar fazer aquilo. Até que o Cláudio me explicou exatamente o que queria — uma bomba atômica Explosão de Brasília em Brasília — e tive que aceitar”, brinca Fabio. A cena mostra o cogumelo nuclear atrás do Congresso Nacional, numa cena aérea que mostra toda a Esplanada dos Ministérios. A cena foi toda feita com composição de imagens, a partir de imagens de arquivo de explosões nucleares.
Fotos: Vantoen Pereira Jr
Um repórter, um empreendedor imobiliário picareta, um prédio de apartamentos invadido e Deus. É a partir desses elementos que o diretor Cláudio Torres, sua irmã Fernanda e a roteirista Elena Soarez, que assina o roteiro do longa “Eu, Tu, Eles”, criaram a história de Célio Rocha, vivido por Pedro Cardoso, um jornalista que é obrigado a reencontrar um amigo de infância — Otávio Sabóia (Miguel Falabella) — um empresário inescrupuloso. Sabóia é herdeiro do construtor
lizandradealmeida lizandra@telaviva.com.br
Fotos: Ralf Strelow
Looks precisos
Uma das seqüências preferidas de Fabio é o encontro de Pedro Cardoso com Deus. “Usamos como referência a imagem da estátua do Cristo Redentor. É como se essa fosse a imagem de Deus que o personagem tem. Encontro de Pedro Cardoso com Deus Modelamos a estátua em 3D e texturizamos para que parecesse ter milhares de anos. Depois compusemos essa imagem com o fundo, filmado em Agulhas Negras, e usamos um plug-in de céu para formar as nuvens e a tempestade. Foi um trabalho muito legal, pois precisávamos definir o ‘look’ certo para a cena”, conta. O mesmo desafio estava presente em uma cena em que Pedro Cardoso levita, num momento em que o diretor classificou como “bíblico”. “Nossa referência era o apocalipse, e foi difícil desenvolver o ‘look’ que combinasse essa intenção do diretor com o resto da estética do filme”, completa Fabio. Levitação de Pedro Cardoso
Multidão em 3D Outra cena que exigiu fôlego extra da equipe de efeitos foi a que mostra uma multidão em volta e em cima dos prédios de apartamentos, todos carregando tochas ou velas. “Fizemos cenas aéreas dos prédios sem nin guém, e depois criamos a multidão em 3D, com um plug-in específico. Construímos a simulação do movimento e a multidão. A cena foi filma da durante o dia, mas se passa à Miguel Falabella noite”, explica. O prédio é uma locação real no Rio de Janeiro, um prédio cerca do de favela por todos os lados. Em alguns planos, foi necessá ria a multiplicação da favela também.
Pedro Cardoso
icha técnica fFilme “Redentor” • Pro d u t o r a Cons piração Filmes • Co-produção War ner Bros., GloboFilmes, EstudiosMega, MegaColor e Tibet Filmes • Pro d u ç ão Executiva Leonardo Monteiro de Barros • Dire ç ão Cláudio Torres • Foto g ra f ia Ralph Strelow • Rotei r o Elena Soarez, Fernanda Torres e Cláudio Torres • Super v i s ão de Efeitos Visuais Fabio Soares • Dire ç ão de Arte: Tulé Peak • Elen c o Pedro Cardoso, Miguel Falabella, Camila Pitanga, Fernanda Montenegro e José Wilker • Músi c a YB • Mon t a g em Vicente K ubrusly • Labo r a t ó r io MegaCo lor • Fina li z a ç ão EstudiosMega
Inferno em HD Para obter esses resultados, foram necessárias mais de mil horas de Inferno em alta definição, e o envolvimento de cerca de 15 profissionais, conta Ricardo Rozzino, diretor dos EstudiosMega. As cenas foram telecinadas em HD e trabalhadas em diversos equipamentos da mesma linha do Inferno, na própria Conspiração, e depois ajustadas na finalização. Segundo Leonardo Monteiro de Barros, a pre visão é a de que o filme entre em cartaz em setembro.
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Os frutos de uma união
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No último ano a relação entre cinema e TV se mostrou mais produtiva do que nunca. A tendência é que a relação se estreite cada vez mais. A Globo Filmes diz estar dispos ta a manter o grande número de co-produções e ainda a dar apoio na divulgação de algumas produções. Além disso, outras TVs apontam para o mesmo caminho, anun ciando a entrada no mercado cinematográfico também através de co-produções. A quantidade de projetos feitos em co-produção com a Globo Filmes é surpreendente. Ao todo, foram lançados 22 longas-metragens até o final de 2003. “As co-produções da Globo Filmes foram feitas com 16 diferentes produtoras independentes e contaram com 18 diretores”, diz Carlos Eduardo Rodrigues, o Cadu, da Globo Filmes. Segundo ele, essa variedade não é coincidência. “A tendência é justamen te a diversidade de projetos”, explica, completando que, “assim, temos uma troca de experiências no modelo de pro dução de cinema, TV e até publicidade”. A idéia é manter uma média de oito a dez lançamentos por ano. Essa diversidade tem uma explicação. Além da ques tão cultural, da valorização do conteúdo nacional, o intui to da Globo Filmes é o de formar público de cinema. O crescimento do mercado de exibição, aliás, é fundamental para própria existência da Globo Filmes. Segundo Cadu, busca-se sempre “uma equação para reaver parte dos investimentos feitos em cada produção”. Mas, em muitos casos, o retorno é muito menor do que o investimento. Mesmo assim, a Globo Filmes não pretende rever os modelos de contrato de co-produção, mas aumen tar o tamanho do mercado para que o modelo atual se torne sustentável. “Dentro do mercado atual é muito difícil que um filme pague o investimento”, explica. Nesse modelo, a Globo Filmes torna-se co-produtora, sempre com uma participação minoritária nos filmes. Como investimento, entra o trabalho dos profissionais da Globo Filmes e a mídia da Globo. A colaboração se dá desde o início do projeto, sendo que a Globo Filmes entra com a colaboração artística e o plano de mídia. Por colabo ração artística entenda-se uma participação na concepção
A relação entre TV e cinema atinge a maioridade, sendo responsável pelos principais lançamentos recentes. a tV parece se abrir para novos parceiros.
do filmes, envolvendo o roteiro, escolha de elenco e equi pe técnica e até a edição do longa-metragem. No plano de mídia, além de uma cota de publicidade nas cinco emisso ras próprias da TV Globo (Rio de Janeiro, São Paulo, Reci fe, Brasília e Belo Horizonte), que varia a cada projeto, a Globo Filmes formula o plano de lançamento juntamente com o produtor e o distribuidor. Além disso, formula pau tas para que o filme possa entrar no cross-media da Globo. “Quem decide se um filme será notícia de determinado programa da Globo, são os responsáveis pelo programa”, diz Cadu. “Nosso papel é formular pautas que sejam de interesse desses programas e que agreguem um conteúdo artístico a eles”, explica. Recentemente, Cadu diz que experimentou, “e com muito sucesso”, transferir parte daquela mídia usada no
Cadu, da Globo Filmes: intuito de formar público de cinema com produções diversificadas.
Fotos: Divulgação
fernandolauterjung fernando@telaviva.com.br
“Benjamin”, de Monique Gardenberg. Apoio da TV veio com o filme ja finalizado e pronto para o lançamento.
lançamento theatrical do filme para o lança mento em homevideo. Segundo Iafa Britz, diretora da Total Entertainment, que produziu com a Globo Filmes o longa-metragem “Sexo, Amor e Traição”, a Globo Filmes entrou desde a concepção do projeto. Sua participação não envolveu aporte em dinheiro, mas mídia e a supervisão artística de Daniel Filho. “É algo que não dá para colocar um valor”, diz Iafa. Além disso, “todos os aspectos do filme foram discutidos: roteiro, elenco, dire tor etc.”, completa. Apoio Ainda em busca do crescimento do mer cado de exibição, a Globo Filmes estreou este ano como apoiadora de alguns filmes. Partindo dos mesmos critérios usados na escolha de projetos para co-produção, qua lidade, valorização do conteúdo nacional e potencial de público, a Globo Filmes esco
lheu alguns longas para apoiar, cedendo mídia. Para Cadu, “o mercado só é maduro quando tem uma quantidade mínima de filmes médios, capazes de fazer um públi co de 300 mil pessoas”. É justamente este tipo de filme que a Globo Filmes resolveu apoiar. Os projetos só são analisados quando já estão finalizados e com distribuido ra definida, prontos para o lançamento. Além dos critérios já citados, também é levada em conta a data de lançamento, que não pode conflitar com os filmes coproduzidos pela Globo Filmes. Entre os que já foram contemplados com mídia nas cinco praças da Globo estão “Benjamim”, de Monique Gardenberg; “Onde Anda Você”, de Sergio Rezende; e “De Passa gem”, de Ricardo Elias. Serão apoiados entre quatro e seis longas por ano. O apoio, segundo Cadu, também “busca o equacionamento do
Da TV para a telona Além dos filmes já realizados que foram transportados da TV para o cinema “O Auto da Compadecida” e “Os Normais”, a Globo Filmes aposta ainda em outras produções como o longa “A Chave do Tamanho”, inspirado no livro da série “Sítio do PicaPau Amarelo”, de Monteiro Lobato. Além disso, podem ganhar uma adaptação para
cinema as novelas “Roque Santeiro” e “Guerra dos Sexos”. “Não se trata de uma tendência, mas de idéias”, diz Cadu. “Li uma pesquisa que diz que, atualmente, 40% dos filmes são adapta ções de livros, peças de teatro ou programas de TV; 40% são remakes; e apenas 20% são obras originais”, justifica.
investimento”, mas o diretor da Globo Filmes prefere não abrir qual é o modelo de contrato. Para Assunção Hernandes, produtora do longa-metragem “De Passagem”, essa mídia ajuda a “consolidar a visibilidade conquistada através de outras ações de divulgação”. Vale lembrar que o filme conquistou algum espaço na mídia antes de seu lançamento participando de diver sos festivais. Além disso, “dá status de credibilidade ao filme”. No festival de Gramado, o longa recebeu vários Kikitos (ator coadjuvante, melhor filme, direção e roteiro), conquistando bastante espaço na grande imprensa. Distribuído pela Lumiére com um lan çamento de 20 cópias, “De Passagem” se enquadra nos critérios explicados por Cadu. “Temos consciência de que não se trata de um blockbuster, por não ser um filme com grande apelo comercial”, diz Assunção. O filme foi lançado primeira mente em três capitais: São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. A mídia na TV Globo foi de 15 inserções para o lançamento e mais dez inserções durante a carreira do filme. Talvez esse seja o modelo para que os distribuidores independentes possam contar com a Globo Filmes. Atualmente, é difícil um distribuidor independente conseguir distribuir um longa co-produ zido pela Globo Filmes. André Sturm, da distribuidora Pandora, não acredita que exista um preconceito por parte dos pro dutores e nem uma exigência da Globo Filmes para que os filmes sejam distribuí dos pelas majors. O que acontece é que “o artigo terceiro da Lei do Audiovisual (um incentivo fiscal para que os distribuidores internacionais invistam em produções brasileiras) fez com que as majors pas sassem a investir nos filmes com maior potencial de público. Fica difícil competir com eles”, explica. E os filmes com maior potencial de público são justamente os que atraem a Globo Filmes. “A culpa é da legislação. Deveria haver um mecanismo que inserisse os independentes no merca do”, defende Sturm.
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Política Tudo leva a crer que a entrada da Globo Filmes na área de apoio é parte de uma situação mais complexa que envolve o processo de socorro á mídia sendo desenvolvido pelo BNDES e que já está em discussão no Congresso. O espaço dado na mídia e o caminho apontado nas discussões sobre a ajuda à mídia parecem estar fazendo com que os radiodifusores busquem ligar sua imagem à defesa do conteúdo nacional. Em audiência pública realizada pela Comissão de Educação do Senado para discutir o programa do governo de ajuda à mídia, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, afirmou que irá encaminhar à Comis são de Educação uma correspondên cia detalhando alguns princípios que deveriam constar do programa de ajuda do banco às empresas de mídia brasilei ras, para que os membros da comissão analisem e votem contra ou a favor da proposta. Vale lembrar que muitos dos senadores que vêm participando desse debate cobram uma contrapartida social
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O tamanho do mercado Segundo dados do Database Brasil 2003 Filme B, em 2003 o público de salas de cine ma voltou a bater na casa dos 100 milhões de espectadores, marca não atingida desde 1989. O market share do cinema nacional foi de 21,4%, fazendo uma renda de quase R$ 135 milhões. Além disso, o cinema nacional bateu outro recorde desde a retomada: o longa-metragem “Carandiru” foi visto por mais 4,5 milhões de pessoas. Ainda segundo o Filme B, foram inauguradas no ano passa
para que os radiodifusores consigam o empréstimo. Ainda dentro desta complexidade, a Globo realizou uma série de reuniões com cineastas para se desenvolver ações conjuntas em questões de interes ses convergentes. Dessas reuniões, além de Marluce Dias e Cadu, representando a Globo, participaram vários cineastas como Roberto Farias, Cacá Diegues, Luiz Carlos Barreto, Paulo Sérgio Almei da, Geraldo Moraes, Toni Venturi, André
do 146 novas salas de cinema no País. Segundo o sumário da Ancine do ano de 2003, a captação de recursos usando o Arti go 3º da Lei do Audiovisual passou de R$ 32 milhões, mais que o triplo da captação feita em 2002 usando o mesmo mecanismo. Em compensação, a soma dos valores captados no último ano por todos os mecanismos de incentivo foi de R$ 81,6 milhões, uma queda significativa se comparado à arrecadação de 2001, de R$ 101,2 milhões.
Sturm, Giba Assis Brasil, Marcelo Laffite, Paulo Thiago, Mariza Leão e Luiz Car los Lacerda. Entre os temas discutidos estão o recente aumento da presença do cinema brasileiro no mercado, na atuação da Globo Filmes e na busca de mecanismos que ampliem as relações entre o cinema e a TV, passando pela discussão da amplia ção de formas de divulgação do cinema brasileiro e de seus produtos na televisão. Algo que leva, novamente, à modalidade
de apoio criada pela Globo. dedicado ao cinema. Produzido pela Além disso, a idéia desses Moonshot Pictures, da pós-produ encontros é achar uma maneira tora TeleImage, o longa-metragem de, conjuntamente, defender politi será estrelado pela apresentadora camente o audiovisual e a cultura, infantil da Record Eliana. Segun sempre destacando a TV e o cine do o produtor Roberto d’Avilla, ma como agentes importantes, e sócio da Moonshot, o contrato com gerar propostas de ambiente regu a Record ainda está sendo desenha latório, que devem ser levadas a do. A princípio, deve ser nos mes público e ao governo também em mos moldes dos contratos feitos pela conjunto. Globo Filmes. “A Record deve entrar É claro que essa preocupação com mídia técnica no lançamento e do maior grupo de mídia do País “Onde Anda Você”, assim como “De Passagem” ganhou ainda usar o seu cross-media”, expli com o conteúdo nacional, qual apoio através de insersões na TV. ca d’Avilla. quer que sejam suas razões, só traz Mesmo apostando na parceria ganhos à indústria cinematográfi cado de exibição, levou outras TVs a apos com a Record, que, através do ca. Mesmo assim, muitos dos cineastas tarem no cinema. A MTV já anunciou a cross-media, deve atrair o público cativo presentes mostram-se ressentidos com a produção do longa de animação baseado da apresentadora, d’Avilla não vê a TV demora por parte da Globo para procurá- na série exibida pelo canal “Mega Liga de como o grande veículo de divulgação do los. “Após todos esses anos batendo na VJs Paladinos”. A Band também anunciou cinema. E mais, duvida da constatação porta a Globo, justamente nesse momen estar interessada em entrar na área cine de muitos distribuidores de que a Globo to político, eles vem pedir a nossa ajuda”, matográfica, mas ainda não apresentou é a mídia mais forte para lançamentos disse um dos cineastas presentes. seu primeiro projeto. A Record, por sua theatrical: “Acho que a mídia mais forte Tanto a situação política quanto a vez, participará do longa-metragem “Elia sempre foi o trailer. Quando é bem produ mercadológica, com o crescimento da na em O Segredo dos Golfinhos”, mesmo zido e, acima de tudo, bem programado, participação do cinema nacional no mer não havendo ainda na emissora um braço chega justamente ao público das salas”.
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produção independente
O tom da regionalização N Graças à parceria entre emissoras e
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produtoras, a terceirização vem No Sul do Brasil, emissoras de TV e produtores indepen acontecendo no Sul do Brasil. Mas o dentes estão unindo forças em prol de uma programa risco de loteamento da grade preocupa. ção mais regionalizada. O grande desafio, como sempre, é produzir com qualidade e recursos limitados. Quem sabe e quer fazer direito (seja produtora ou emissora) garante que conteúdo regional dá Ibope e cativa o públi co. Mas há também quem prefira trilhar o caminho mais gaúcho é muito ligado a sua história. Poucos sabem, por curto, ou seja, o de “lotear” a grade, colocando no ar exemplo, que existiu por aqui um italiano genial que uma programação de gosto no mínimo duvidoso. Esse inventou a torneira para pipa de vinho.” “loteamento” (que ignora o senso crítico do telespecta Ao longo desses cinco anos a emissora já exibiu 65 dor) preocupa o mercado. Não apenas regionalmente, curtas gaúchos. A produção fica a cargo da emissora, que mas em nível nacional. contrata mão-de-obra local para viabilizar Diretor geral de programas espe os projetos. Foram veiculados recentemen ciais da TV Porto Alegre (emissora te os “Contos de Inverno” (uma parceria da RBS afiliada da Globo), Gilberto com a Casa de Cinema de Porto Alegre) Perin acredita que a regionalização e “Histórias Curtas”, resultado do primei não tem volta e que ela vai aconte ro concurso público feito por uma TV cer, com mais ou menos qualidade. aberta no Brasil, segundo Perin. Os oito Em sua opinião, a parceria com as melhores projetos das produtoras foram produtoras deve ser pensada como selecionados e receberam financiamento estratégia do departamento comer de R$ 25 mil. A emissora cedeu ainda as cial. “Mas alguns correm para o equipes de gravação, responsabilizando-se mais fácil, que é vender o horário. também pela captação e montagem. Para Isso é um fato.” o diretor de programas especiais da TV Desde 1999 a TV Porto Alegre Porto Alegre, quem pratica o “loteamen vem investindo na reengenharia to” da grade o faz por uma contingência da grade e num foco mais regional, absolutamente econômica. “Existem saí com a inclusão de documentários, “Seria ótimo poder produzir todos das sempre, mas trata-se de um mercado teledramaturgia e histórias popula os programas, mas é inviável difícil”, avalia. res. Para testar a nova fórmula, a economicamente”, diz Roberto Roberto Amaral, presidente do Siste emissora começou comprando qua Amaral, ma Catarinense de Comunicação (afilia tro curtas gaúchos premiados, leva da afiliada catarinense da da Rede TV!), considera necessário dos ao ar aos sábados à tarde com da Rede TV!. “lotear” a grade, com a ressalva de que enorme sucesso. Em seguida, foi é preciso manter um controle de qualida feita uma pesquisa qualitativa para checar a preferência de. Em sua opinião, ainda que pequenas, as produtoras do público. Em primeiro lugar, ficaram as histórias sobre devem apresentar programas que “sirvam” à comuni o Rio Grande do Sul, seguidas pela teledramaturgia. “O dade, dentro de seus padrões de custo. “Seria ótimo
Fotos: Arquivo (Marco Altberg) e Divulgação
márciaamazonas telaviva@telaviva.com.br
poder produzir todos os programas, mas é inviável economicamente. Portanto, temos 15 horas nobres semanais de produção própria e 22 horas de terceirizada. Nenhum dos poucos programas religiosos que veicula mos ocupa horário nobre”, enfatiza. Amaral diz que a Rede TV! vem dando grande valor à regionalização da grade. A emissora tem 150 retransmissoras e em razão de tamanha capilaridade considera essencial colocar um “tempero regional” para agregar audiência nos números nacio nais. “Desde quando éramos SBT e agora há três anos como Rede TV! estamos investindo em regionaliza ção. É o que nossos concor rentes também fazem, com sucesso. Para mim, o mode lo ideal é um mix de produ ção própria e independente ou, melhor ainda, uma pro dução em parceria, mas com o risco dividido e com parti cipação na receita.”
então, foi terceirizar. Hoje, a emissora res ponde pela concepção e roteiro, mas quem executa são as produtoras independentes, que também passaram a sugerir projetos, um claro sinal do amadurecimento do mer cado. “Recentemente compramos um produ to pronto, o ‘Rota das Navegações na Ilha de Santa Catarina’. Depois vendemos as cotas de patrocínio para grandes empresas da região. É uma nova tendência”, observa Prada Filho. Wilson Serra, diretor de jornalismo da Rede Paranaense de Comunicação (hoje com apenas 10% de participa ção da Família Marinho e com 90% do controle acionário dividido entre as famílias Cunha Perei ra e Lemanski), afirma que ainda não surgiu nenhuma proposta con sistente das produtoras independentes locais (mais voltadas para comerciais) que pudesse Linha editorial atrair a emissora. “Rece Coordenador geral de pro bi duas propostas em dução da TV Santa Catari Altberg, da ABPI-TV: quatro anos e não eram na (também uma afiliada loteamento da grade inovadoras. Não corre Globo), Anselmo Prada é “capitalismo sem mos atrás até agora, mas Filho é totalmente contra o regras”, onde não se vier não vamos recu loteamento de horário. Para existe controle sobre sar”, revela. ele, o conteúdo do programa o conteúdo veiculado. Para o executivo, não pode estar atrelado ao terceirizar jornalismo é patrocinador. “Não admitimos ingerência. difícil, mas ainda assim a emissora vem se Temos uma linha editorial que precisa ser abrindo para novas experiências, como a de respeitada.” Na emissora, o investimento produzir um programa jornalístico voltado em conteúdo regional já acontece há três para o público jovem e investir em reporta anos, dentro do projeto “Santa Catarina em gem. O jornalismo regional, segundo Serra, Cena”. Nesse período, 24 documentários tem mais audiência do que o “Jornal Nacio foram ao ar, divididos em dois capítulos, nal”. “A regionalização é necessária, mas num total de 48 episódios. Este ano, a previ não traz qualidade por si só. E qualidade são é fechar mais oito especiais. custa dinheiro.” Inicialmente, a TV Santa Catarina con Herivelto Gelli, diretor de marketing tratou profissionais do mercado e montou e programação da TV Barriga Verde (afi equipe própria para viabilizar os projetos. liada da Band em Florianópolis), acredita Mas a experiência de fazer em casa aca que o momento é de quebra de paradigma. bou se revelando desgastante. A alternativa, Em sua opinião, a rede não pode mais
subestimar o que se faz nas afiliadas. “Os grandes anunciantes estão regionalizando as mídias. É preciso sair do tradicional e falar das coisas boas que acontecem em cada praça.” Há cinco anos a emissora investe em parcerias com os produtores locais, unindo talento e capital, como diz Gelli. Como resul tado, a TV Barriga Verde tem no ar a única revista eletrônica do Brasil, garante ele, que aborda os temas arquitetura e decoração. Embora com público muito segmentado, a audiência tem sido expressiva, segundo o executivo, que é um defensor do sistema cooperativo. “Penso que é preciso acredi tar na força da emissora. Não dá para ficar dependendo sempre da rede. A relação entre emissoras e produtoras pode ser boa e promissora para ambas. Respeito é a palavra-chave.” TV mais aberta O presidente da ABPI-TV (Associação Bra sileira dos Produtores Independentes para TV), Marco Altberg, é enfático quanto ao posicionamento que deveria ser adotado pelas emissoras. “A TV aberta tem que ser mais aberta e menos comercial. É preciso investir em qualidade, no crescer junto, e não no conteúdo duvidoso.” Criada para organizar e defender o espaço da produção independente na TV, a associação tem um papel desafiador, que é o de reverter uma visão hegemônica, vertical, por parte das emissoras. “Ou a TV exibe o que ela mesma produz ou então parte para o loteamento da grade. Trata-se de um capitalismo sem regras, onde não existem leis que zelem pelo conteúdo do que é veiculado e nem pelo respeito ao telespectador”, observa Altberg. Para o representante da entidade, o loteamento da grade é acima de tudo uma atitude de desespero, um problema resul tante da falta de um ambiente regulatório. Afinal, cabe à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) zelar apenas pelas questões técnicas. Para Altberg, sem uma Lei Geral da Televisão Brasileira ou a pos
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sibilidade de viabilizar uma agência como a Ancinav fica difícil morali zar o mercado. Junto às emissoras, a fase é ainda didática. “Trata-se de uma questão cultural. Elas pre cisam abrir mão do olho grande, do ‘mandonismo’. As emissoras ainda querem controlar tudo, resistem às parcerias”, enfatiza.
Para Laine Milan, região sofre “colonialismo duplo”: absorve conteúdo nacional e do eixo Rio/SP.
Encruzilhada Jornalista e diretor-presidente da catarinense Deadline Produções, Paulo Markun acredita que a TV aberta está numa encruzilhada terrível, já que não há solução para o problema estru tural. “Se vier, a injeção de capital por parte do BNDES não resolve por si só. O modelo é que deve mudar, não pode ser tão verticalizado. A crise é indiscu tível e tem âmbito nacional. Aqui é só mais complicado”, avalia. À exceção da abertura dada pelas afiliadas Globo na região, Markun considera que o mercado ainda é res trito para a produção independente e que a regionalização ainda está por acontecer. Para o jornalista, o que ainda prevalece é a fórmula da “cabe ça-de-rede que manda”. Com seis anos de mercado, a Deadli ne editou em produtoras catarinenses (como TPS e Zig Filmes) uma série de documentários produzidos pela TV Cultura, todos eles dirigidos por Mar kun: “De Amores e Guerras” (sobre Anita Garibaldi), “Timor Lorosae - O Nascimento de uma Nação”, “AI-5 - O Dia que Não Existiu” e “Sete Faces de uma Guerra - O Brasil Contra a Aids”. No ano passado, produziu dois vídeos: “Joá” (biografia eletrônica do empre sário Joaquim Penteado, que completa ria cem anos, para a família Penteado) e “Dor” (vídeo de 12 minutos exibido na abertura do Congresso Brasilei ro de Anestesiologia, onde os atores Lúcio Mauro, Vera Holz, Heitor Mar tinez e Ana Markun interpretam tex tos sobre a dor escritos por Sartre, Tom Jobim, Shakespeare, Monsueto, Schopenhauer e Nietszche). Diretora artística da TVI, Laine Milan desenvolveu dois grandes pro jetos em parceria com as afiliadas
40 produção independente
maio de 2004
Globo, em Florianópolis e depois Porto Alegre. “Os Últimos 100 anos do Estado de Santa Catarina” começou em 1996, com programetes de um minuto e meio (que misturavam linguagens como docu mentário, dramaturgia e história em quadrinhos) que eram levados ao ar quatro vezes ao dia. O sucesso foi tamanho que a iniciativa se replicou, praticamente em paralelo, na praça de Porto Alegre. Laine chegou a produzir uma média de 60 roteiros por mês. Já entre 2000 e 2001 a TVI viabilizou outros dois programetes, “A Guerra do Contestado” (SC) e “A Guerra dos Far rapos” (RS). No modelo de parceria adotado atualmente (não só com as emissoras locais, mas também com a Vanguarda TV, do Vale do Paraíba/SP), a produ tora fixa um custo para a produção, a emissora assume a parte comercial e só depois paga pelo projeto. Já em relação ao “Curtas Histórias Catari nenses”, a TVI viabiliza a produção através de leis de incentivo, enquanto a TV Santa Catarina responde pela veiculação. Concentração de renda Segundo Laine, a região sofre um “colo nialismo duplo”, por ter de absorver conteúdo tanto nacional quanto o originário do eixo Rio/São Paulo. A regionalização, em sua opinião, preci sa ser levada muito a sério pelas emis soras e pelas produtoras para aconte cer de fato. “Lamentavelmente o que eu percebo nos últimos tempos é que a concentração de renda é muito maior na mão de quem detém os canais. O que conta, quase sempre, é a fome de lucro. Vender é a palavra de ordem”,
avalia Laine. O diretor da Ethermidia (empre sa de Internet responsável pela ges tão de sites como o da FIESCNet e do tenista Guga, e também prove dora de soluções para a TV interati va), Rodrigo Sabatini, acredita que o futuro da TV aberta será partilhado pelas emissoras e produtoras. Para o executivo, o que existe hoje, em termos de TV aberta, é um oligopó lio. “Com o advento da TV digital teremos um aumento significativo de bandas e espaços para produção. Portanto, existe um mercado nacional e um mercado global de produção para a TV que a gente deve ocupar”, enfatiza. A Ethermidia produz atualmente o programa “GIN”, um game-show inte rativo que vai ao ar aos sábados à tarde, pela afiliada local do SBT. A emissora entra com a infra-estrutura e veiculação e a produtora com formato, produção e comercialização. “Trata-se de uma espécie de ‘Show do Milhão’, só que jogado por 500 ou mil pessoas ao mesmo tempo.” Sócio de duas produtoras (Sinergia e Ocean Films), João Roni Garcia desen volveu uma série de projetos regionais, mas sua grande aposta tem sido o que chama de production services. Trata-se de um novo mercado, em que a produ tora responde pela locação, orçamento do roteiro e contratação dos fotógrafos e diretores, para viabilizar os comerciais. Um dos cases mais recentes da Ocean Films é o primeiro comercial da Nike, gravado no Brasil e Argentina, que traz os “Ronaldos” correndo frenetica mente atrás da bola. Hoje, a produtora já tem clientes fiéis na Alemanha, Ingla terra, Estados Unidos e Itália. Enquanto em outros países as pro dutoras são praticamente convidadas a filmar de graça (afinal, vão estar divul gando aquela localidade), no Brasil — e especialmente em São Paulo — o que se encontra é uma série de dificuldades para viabilizar a locação do espaço público. “São Paulo, por exemplo, está na contramão. Estamos perdendo espaço por conta da burocra cia. No Rio, felizmente, a consciência é outra”, revela.
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