Revista Tela Viva - 138 - Maio 2004

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NAB 2004 �����������������������18 TV digital deslancha nos EUA...

CINEMA ��������������������������������34 União com a TV rende bons frutos

PRODUÇÃO INDEPENDENTE ���������38 As experiências regionais no Sul do País

Sempre na Tela Editorial ������������������������������������������������ 4 News ���������������������������������������������������� 6 Scanner ������������������������������������������������ 8 Figuras ��������������������������������������������� 12 Upgrade ������������������������������������������� 14

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editorial Quanto tempo o brasileiro terá que esperar ainda para ter a TV digital em sua casa? A resposta depende do interlocutor. Um radiodifusor dirá que isso acon­ tece em um prazo de pelo menos daqui a dois ou três anos. Afinal o grupo de trabalho estabelecido pelo governo federal para estudar o modelo e o padrão de transmissões digitais terrestres tem 11 meses pela frente para emitir um relatório,

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e só a partir daí acontecerá qualquer movimentação.

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Um operador de DTH responderá que já oferece TV digital desde a introdução do sistema no Brasil, e que um milhão de lares já tem acesso à tecnologia, inclusive com

recursos de interatividade, guia eletrônico de programação e até PVR (gravador digital). E para 2005 já está prometida até a HDTV, a TV de alta definição, para algumas programações. Agora é a vez da TV a cabo dar a resposta: ainda em 2004, os assinantes das principais operadoras terão TV digital em casa, com todos os serviços interativos a que têm direito. O anúncio foi feito de forma definitiva durante a última NCTA, feira da indústria do cabo que aconteceu em New Orleans no início de maio. As maiores operadoras do País, Net e TVA, anunciaram a escolha do padrão aberto DVB para suas redes, e outros grupos, como a Horizon, devem seguir a tendência. Ao todo, mais 1,9 milhão de lares estarão potencialmente aptos a receber os sinais, inclusive com a promessa de novos canais exclusivamente digitais. Isso nos remete a uma proposta feita pela ABTA (associação das empresas de TV por as­ sinatura) há dois anos, quando apresentou seu projeto de um novo modelo de mercado para a TV paga, que preconizava uma integração entre a TV aberta e a por assinatura no lançamento da DTV no Brasil. À época, e assim vem sendo desde então, os broadcast­ ers brasileiros rejeitaram a idéia, argumentando que isso levaria a uma elitização da TV aberta, criando espectadores de primeira e segunda classes. Talvez seja a hora, dada a realidade, de rever este conceito, e começar a investir na produção digital, em SD ou até HD, para trafegar nas redes de cabo, com recursos intera­ tivos, criando experiência e conhecimento para quando a digitalização terrestre finalmente chegar. Caso contrário, a TV aberta corre o risco de se tornar o único dispositivo analógico nos lares de milhões de brasileiros.

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Acompanhe aqui as notícias que foram destaque no último mês no noticiário online Tela Viva News.

Decreto amplia poderes do MinC O presidente Lula editou no dia 7 de abril decreto rees­tru­tu­ran­do o Minis­ té­rio da Cul­tu­ra. O decre­to criou uma secre­ta­ria, mudou as atri­bui­ções de ­órgãos e, o que é mais impor­tan­te, rede­fi­niu os ­papéis da Secre­ta­ria do Audio­vi­sual. O pro­ble­ma é que parte das atri­bui­ções dadas pelo decre­to à SAV coin­ci­dem com as fun­ções da Anci­ne. Entre essas atri­bui­ções da­ das à secre­ta­ria do MinC está, por exem­plo, “apro­var e con­tro­lar a exe­ cu­ção de pro­je­tos de co-pro­du­ção, pro­du­ção, dis­tri­bui­ção, comer­cia­li­za­ ção, exi­bi­ção e infra-estru­tu­ra rela­ti­ vas às ati­vi­da­des cine­ma­to­grá­fi­cas e audio­vi­suais rea­li­za­dos com recur­ sos públi­cos e incen­ti­vos fis­cais”. A amplia­ção das atri­bui­ções da SAV não fica por aí. Ainda rece­beu atri­ bui­ções que até hoje vêm sendo exer­ ci­das pela Anci­ne, como “ela­bo­rar e sub­me­ter ao Con­se­lho Supe­rior do Cine­ma a polí­ti­ca nacio­nal do cine­ ma e do audio­vi­sual”, entre ­ outras. Segun­do ­ Manoel Ran­gel, asses­sor espe­cial do Minis­té­rio da Cul­tu­ra, estas mudan­ças não sig­ni­fi­cam que a Anci­ne vá dei­xar de desem­pe­nhar esses ­ papéis, mas que have­rá um rea­jus­te na rela­ção entre a secre­ta­ ria e a agên­cia. Para o Minis­té­rio da Cul­tu­ra, a apa­ren­te sobre­po­si­ção de atri­bui­ções é decor­rên­cia de uma defa­sa­gem de tempo entre a edi­ ção do decre­to e as mudan­ças mais ­amplas nas fun­ções da Anci­ne, que virão por medi­da pro­vi­só­ria. O decre­to não agra­dou ao Sena­do. O pre­si­den­te da Comis­são de Cul­tu­ ra, sena­dor Osmar Dias (PDT-PR), pro­fe­riu um dis­cur­so em que se dizia incon­for­ma­do com os recen­tes epi­só­ dios. Segun­do o sena­dor, o Decre­to

tela viva maio de 2004

5.036 é o iní­cio de “um pro­ces­so claro de esva­zia­men­to das fun­ções regu­la­ do­ras desse órgão”. Quan­to à pos­sí­vel cria­ção por medi­ da pro­vi­só­ria da Agên­cia Nacio­nal do Audio­vi­sual (Anci­nav), o pre­si­den­te da Comis­são de Cul­tu­ra ques­tio­na sobre quem serão seus diri­gen­tes. E lem­bra que os ­ atuais dire­to­res da Anci­ne foram saba­ti­na­dos e apro­va­ dos pelo Sena­do. “Desau­to­ri­zá-los seria fazer o mesmo com o Sena­do da Repú­bli­ca”, afir­ma. Mas, ao que pare­ce, a refor­ma na legis­la­ção audio­vi­sual é muito mais abran­gen­te e terá uma tran­si­ção bem mais com­pli­ca­da. Ape­sar dos suces­si­ vos atra­sos, está em fase de con­clu­ são a rees­tru­tu­ra­ção da Anci­ne. O que deve acon­te­cer é que a Anci­ne não será mais como a conhe­ce­mos, mas as mudan­ças, segun­do dife­ren­ tes fon­tes que par­ti­ci­pam no pro­je­to de rees­tru­tu­ra­ção do setor audio­vi­ sual, serão fei­tas em duas eta­pas. A pri­mei­ra será uma MP rees­tru­tu­ran­do a Anci­ne, trans­for­man­do-a em Anci­ nav, esta­be­le­cen­do fun­ções, con­cei­ tos e meca­nis­mos de finan­cia­men­to das ati­vi­da­des. Com isso, o gover­no espe­ra aca­bar com as incom­pa­ti­bi­li­ da­des exis­ten­tes. Feito isso, segun­do fon­tes ouvi­das por Tela Viva News, come­ça uma segun­da etapa, mais ampla, que é a cria­ção de um pro­je­to de Lei Geral do Audio­vi­sual. O Minis­té­rio da Cul­tu­ra, ao lado de ­ outros minis­té­rios e da futu­ra Anci­nav, devem con­du­zir esse tra­ba­lho. Muito daqui­lo que se ima­gi­ nou para uma “Lei Geral de Comu­ni­ ca­ção” em ­outros tem­pos deve estar nesse pro­je­to. É aí que devem ­entrar as ­regras de pro­te­ção e valo­ri­za­ção do con­teú­do audio­vi­sual nacio­nal. É tam­ bém nesse pro­je­to que serão esta­be­ le­ci­das ­regras para que os con­teú­dos audio­vi­suais este­jam dis­po­ní­veis em ­outras tec­no­lo­gias (como celu­lar, Inter­

net, saté­li­te ou ­ canais estran­gei­ros) sem que isso sig­ni­fi­que con­cor­rên­cia dese­qui­li­bra­da com os gru­pos nacio­ nais ou des­res­pei­tos à Cons­ti­tui­ção. Ace­nan­do com essas pos­si­bi­li­da­des de criar ­ regras para um cená­rio que hoje inco­mo­da os gru­pos de comu­ni­ ca­ção bra­si­lei­ros é que o Minis­té­rio da Cul­tu­ra pre­ten­de tocar em pon­tos mais com­pli­ca­dos, como for­mas de incen­ti­var a regio­na­li­za­ção do con­ teú­do, esti­mu­lar o con­teú­do nacio­ nal, garan­tir aces­so da pro­du­ção inde­pen­den­te à tele­vi­são, ajus­tar as rela­ções entre afi­lia­das e cabe­ças de rede, criar fun­dos seto­riais e ­ outros assun­tos que foram as cau­sas de tan­tos fra­cas­sos ante­rio­res em ten­ ta­ti­vas de se dis­cu­tir uma legis­la­ção mais ampla para o audio­vi­sual.

Anci­ne fis­ca­li­za­do­ra Foi publi­ca­do no Diá­rio Ofi­cial do dia 26 de abril o Decre­to 5.054, que dis­põe sobre o pro­ce­di­men­to admi­ nis­tra­ti­vo para apli­ca­ção de pena­li­ da­des por infra­ções come­ti­das nas ati­vi­da­des cine­ma­to­grá­fi­ca e video­ fo­no­grá­fi­ca e em ­outras ati­vi­da­des a elas vin­cu­la­das. O decre­to é o que fal­ ta­va para que a Anci­ne pudes­se efe­ti­ va­men­te fazer a fis­ca­li­za­ção do setor audio­vi­sual, fican­do a cargo da agên­ cia não ape­nas a fis­ca­li­za­ção das ati­ vi­da­des cine­ma­to­grá­fi­ca e video­fo­no­ grá­fi­ca nacio­nal e estran­gei­ra, mas tam­bém o acom­pa­nha­men­to, con­tro­ le, orien­ta­ção, apu­ra­ção de irre­gu­la­ ri­da­des e infra­ções e apli­ca­ção de pena­li­da­des. As pena­li­da­des pre­vis­tas no decre­to são adver­tên­cia; multa, sim­ples ou perió­di­ca; sus­pen­são tem­po­rá­ria, par­ cial ou total, da comer­cia­li­za­ção, exi­bi­ ção, vei­cu­la­ção ou trans­mis­são da obra

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cine­ma­to­grá­fi­ca ou video­fo­­no­grá­fi­ca. O decre­to defi­ne quais são as infra­ções admi­nis­tra­ti­vas que cabe­rão à Anci­ne fis­ca­li­zar, além da gra­vi­da­de de cada infra­ção. Cabe ainda à agên­cia expe­dir as nor­mas que regu­la­men­tam os pon­tos do decre­to e cele­brar acor­dos com ­outros ­órgãos que pos­sam auxi­liar a agên­cia no pro­ces­so de fis­ca­li­za­ção. Entre as infra­ções estão ques­tões novas, que já apon­tam para ­ outras novi­da­des na legis­la­ção do audio­vi­sual. É con­si­ de­ra­da uma infra­ção, por exem­plo, a empre­sa dis­tri­bui­do­ra de vídeo domés­ ti­co, para loca­ção ou venda, dei­xar de man­ter entre seus títu­los obras cine­ma­ to­grá­fi­cas ou video­fo­no­grá­fi­cas bra­si­lei­ ras no per­cen­tual fixa­do anual­men­te em decre­to. Esse ponto indi­ca a cria­ção de cotas para as video­lo­ca­do­ras.

CCS apro­va reco­men­da­ ção ao pro­je­to Jan­di­ra Feg­ha­li O Con­se­lho de Comu­ni­ca­ção ­Social apro­ vou o rela­tó­rio da con­se­lhei­ra Bere­ni­ce Men­des a favor da apro­va­ção do pro­je­to de lei da depu­ta­da Jan­di­ra Feg­ha­li (PC do B/RJ) que trata da regu­la­men­ta­ção do Arti­go 221 da Cons­ti­tui­ção, esta­be­ le­cen­do ­ regras para a regio­na­li­za­ção da pro­gra­ma­ção em ­ rádios e TVs e da aber­tu­ra do mer­ca­do aos pro­du­to­res inde­pen­den­tes. Os con­se­lhei­ros Rober­to Wag­ner, repre­sen­tan­te das emis­­so­ras de tele­vi­são, e Paulo Ma­cha­do de Car­va­ lho Neto, repre­sen­tan­te das emis­so­ras de rádio, apre­sen­ta­ram seus votos em sepa­ra­do. Na opi­nião dos dois con­se­ lhei­ros, o pro­je­to pre­ci­sa ser melho­ra­do no Sena­do. De qual­quer forma, ape­sar dos dois pare­ce­res não terem nem sido colo­ca­dos em vota­ção, o pre­si­den­te do CCS, José Paulo Caval­can­ti, afir­mou que segui­rá a roti­na do Con­se­lho e envia­rá apen­sa­do ao rela­tó­rio ven­ce­dor, os dois votos em sepa­ra­do, as atas das reu­niões em que o assun­to foi dis­cu­ti­do e todos os docu­men­tos rela­cio­na­dos ao tema. Con­ si­de­ran­do a vee­mên­cia das mani­fes­ta­ções dos con­se­lhei­ros, pode-se espe­rar uma tra­ mi­ta­ção bas­tan­te polê­mi­ca no Sena­do.

Os favo­rá­veis ao pro­je­to, que apre­sen­ta obri­ga­ções de vei­cu­la­ção de pro­gra­ma­ ção regio­nal, além de pro­du­ções inde­ pen­den­tes e exi­bi­ção de obras cine­ma­ to­grá­fi­cas nacio­nais, pres­sio­nam por uma vota­ção rápi­da no Sena­do, já que este é um ano de elei­ções muni­ci­pais, o que encur­ta o tempo de tra­ba­lho dos sena­do­res. Os repre­sen­tan­tes do empre­sa­ria­do radio­di­fu­sor ale­gam que o pro­je­to con­tém imper­fei­ções e até mesmo pon­tos incons­ti­tu­cio­nais. ­Depois de encer­ra­da a vota­ção, o pre­ si­den­te José Paulo Caval­can­ti, que só vota em casos de empa­te pediu para exter­nar sua opi­nião em rela­ção ao pro­je­to. Ele acha que da forma em que está, o pro­je­to de regio­na­li­za­ção pode não atin­gir seus obje­ti­vos. Suas crí­ti­cas se con­cen­tra­ram na defi­ni­ção de pro­du­ção inde­pen­den­te, que na opi­ nião do con­se­lhei­ro, não garan­te que a pro­du­ção inde­pen­den­te seja exer­ci­da por bra­si­lei­ros e pro­du­za con­teú­dos nacio­nais.

Novo secre­tá­rio de comu­ ni­ca­ção ele­trô­ni­ca O minis­tro das Comu­ni­ca­ções, Euní­cio de Oli­vei­ra, sur­preen­deu ao ­ nomear para o cargo de secre­tá­rio de ser­vi­ços de comu­ni­ca­ção ele­trô­ni­ca de mas­sas o enge­nhei­ro em infor­má­ti­ca (e mili­tar da reser­va) Eli­fas Cha­ves Gur­gel do Ama­ral. Há pouco mais de um mês, era tida como certa a nomea­ção de Gur­gel do Ama­ral, mas para a secre­ta­ria de ser­ vi­ços de tele­co­mu­ni­ca­ções, como havia suge­ri­do o minis­tro duran­te entre­vis­ta cole­ti­va. Na oca­sião, Euní­cio de Oli­vei­ ra disse estar “aguar­dan­do ape­nas a libe­ra­ção da Uni­ver­si­da­de Fede­ral do Ceará” ao qual o enge­nhei­ro é liga­do. De acor­do com o secre­tá­rio exe­cu­ti­ vo do Minis­té­rio das Comu­ni­ca­ções, Paulo Lus­to­sa, o novo secre­tá­rio de Ser­vi­ços de Comu­ni­ca­ção Ele­trô­ni­ca terá como pri­mei­ro tra­ba­lho orga­ni­zar a secre­tá­ria e resol­ver o que deno­mi­ nou “con­ten­cio­so” dos pro­ces­sos de radio­di­fu­são, que são os 36 mil pro­ces­ sos atra­sa­dos.

Sena­do dis­cu­te Lei Roua­net Uma audiên­cia públi­ca na Sub-comis­ são de Cine­ma da Comis­são de Edu­ ca­ção do Sena­do Fede­ral dis­cu­tiu, no final de abril, o Pro­je­to de Lei 263, de auto­ria do ex-sena­dor Luiz Pas­to­ re (PMDB-ES). O pro­je­to pro­põe alte­ ra­ções na Lei Roua­net. Entre elas, esta­va o aumen­to da pos­si­bi­li­da­de de dedu­ção do Impos­to de Renda devi­do pelas empre­sas a ser uti­li­za­do para patro­cí­nios cul­tu­rais para até 10%, mas ape­nas para as empre­sas que apre­sen­tas­sem recei­ta bruta infe­rior a R$ 500 ­milhões/ano. Para as empre­ sas com recei­ta supe­rior, o limi­te seria de 2% do impos­to devi­do. Atual­men­te, este per­cen­tual é de 4%, indi­fe­ren­te­ men­te da recei­ta da empre­sa. Segun­ do o Minis­té­rio da Cul­tu­ra, repre­sen­ ta­do pelo secre­tá­rio exe­cu­ti­vo, Juca Fer­rei­ra, se apro­va­da, a medi­da pro­ vo­ca­ria uma dimi­nui­ção efe­ti­va dos recur­sos dis­po­ní­veis para finan­cia­men­ to da cul­tu­ra atra­vés deste dis­po­si­ti­vo de renún­cia fis­cal, espe­cial­men­te devi­ do à demo­ra do pro­ces­so de con­ven­ ci­men­to des­tas empre­sas ­médias para inves­tir em cul­tu­ra. Os sena­do­res que par­ti­ci­pa­ram da audiên­cia públi­ca, espe­cial­men­te o rela­tor do pro­je­to, sena­dor Sér­gio ­Cabral (PMDB/RJ), mani­fes­ta­ram-se favo­rá­veis a aten­der ao plei­to unâ­ni­ me dos diver­sos seg­men­tos de pro­du­ to­res cul­tu­rais, que seria de aumen­tar a dedu­ção para 10% do impos­to devi­ do, indi­fe­ren­te­men­te da recei­ta bruta das empre­sas. Mas ainda ficou claro que deve haver uma nego­cia­ção com o Gover­no Fede­ral, uma vez que este aumen­to na renún­cia fis­cal pode sig­ni­ fi­car per­das sig­ni­fi­ca­ti­vas de recei­ta. Par­ti­ci­pa­ram da audiên­cia, além do diri­gen­te do MinC, o pre­si­den­te da Anci­ne, Gus­ta­vo Dahl; a atriz Giu­lia Gam; o pro­du­tor cul­tu­ral Paulo Peli­co; o maes­tro e arran­ja­dor Júlio Meda­glia; e o desig­ner grá­fi­co e diri­gen­te cul­tu­ ral, ex-secre­ta­rio de Cul­tu­ra do Esta­do de São Paulo, Ricar­do Ohta­ke.

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Boas vibra­ções A divul­ga­ção do even­to Coca-Cola Vibe­ Zo­ne, que acon­te­ce no Rio de Janei­ro dias 14 e 15 de maio, ficou a cargo da ­McCann Rio. A cam­pa­nha mos­tra uma garo­ta con­su­min­do o pro­du­to, quan­do é trans­por­ta­da para um mundo de ener­ gia e som. Os efei­tos de pós-pro­du­ção são da Vetor Zero, e a pro­du­ção é da Acad ­ em ­ ia de Fil­mes, com dire­ ção de Oscar Rodri­gues Alves.

­Núcleo regio­nal

Outra pro­du­ção da Aca­de­mi­na, mas com dire­ção de Hugo Prata, á cam­pa­ nha para a nova linha de maquia­gem de O Boti­cá­rio, cria­da pela Opus­ Múlt­ ip ­ la. Para apre­sen­tar para o mer­ca­do os pro­du­tos espe­ciais para mulhe­res de todas as ­ etnias - loi­ras, more­nas, ­negras e orien­tais -, a cam­ pa­nha é com­pos­ta por fil­mes, que mos­tram qua­tro esti­los de maquia­ gem, basea­dos em refe­rên­cias egíp­ cias, india­nas, orien­tais e afri­ca­nas.

Con­teú­do para celu­la­res A Live­Me­dia, estú­dio de cria­ção e pro­du­ção de comu­ni­ca­ção digi­tal de Cam­pi­nas, ini­cia­rá em breve as gra­va­ções de seria­dos e nove­las, dire­cio­na­dos ao públi­co jovem, exclu­si­vos para o mer­ca­do de tele­fo­nia móvel. Trata-se de ini­cia­ti­va pio­nei­ra no Bra­sil. “Serão ­vídeos de até um minu­to de dura­ção. Pre­ci­sa­re­mos levar em conta a baixa reso­lu­ção dos apa­re­lhos e rea­li­zar um ver­da­dei­ro mala­ba­ ris­mo na edi­ção e nos cor­tes”, expli­ca Mar­cio Tonel­li, dire­tor da Live­Me­dia. A empre­sa já come­çou a con­ver­sar com duas gran­des ope­ra­do­ras. O ser­vi­ço foi bati­za­do como MobiTVs­how.

Mudan­ça de mãos A Alias, desen­vol­ve­do­ra de soft­wa­res para ani­ma­ção 3D, foi ven­di­da para a Accel-KKR, empre­sa de inves­ti­men­ tos no mer­ca­do de tec­no­lo­gia, por US$ 57,5 ­ milhões. Res­pon­sá­vel pelo desen­vol­vi­men­to de um dos mais difun­di­dos soft­wa­res de ani­ma­ção 3D, o Maya, além de soft­wa­res vol­ ta­dos à área de CAD, a Alias é repre­ sen­ta­da no Bra­sil pela AWbr.

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Revis­ta ele­trô­ni­ca A revis­ta ele­trô­ni­ca “­What’s On”, que ­estreou em abril, é uma co-pro­du­ção entre o canal por assi­na­tu­ra USA e a pro­du­to­ra Youle Fil­mes. O pro­gra­ma traz maté­rias e entre­vis­tas sobre o mundo do cine­ma, além de notí­cias de lan­ça­men­tos de fil­mes e ­ séries. Com perio­di­ci­da­de men­sal, o pro­gra­ma tem 20 minu­tos de dura­ção, e exi­bi­ção aos sába­dos, às 20h30 e repri­se no domin­go da sema­na seguin­te, às 16h30.

O SBT criou um ­ núcleo de ven­das, vol­ta­do à comer­cia­li­ za­ção regio­nal da rede, que deve­rá rea­li­zar estu­dos deta­ lha­dos das tra­di­ções e cos­tu­ mes de cada loca­li­da­de que rece­be o sinal. Além de ter aces­so a índi­ces de audiên­cia, par­ti­ci­pa­ção das pro­du­ções e even­tos das afi­lia­das, o mer­ca­ do regio­nal pode­rá conhe­cer as pecu­lia­ri­da­des regio­nais, o que abre um leque dife­ren­ cia­do de opor­tu­ni­da­des de negó­cios. Ainda, comi­tês de mar­ke­ting estão sendo for­ma­dos nas cinco ­ regiões do país para coor­de­nar a ação. Os comi­ tês do Norte e Nor­des­te já estão em fun­cio­na­men­to e o pró­xi­mo a ini­ciar os tra­ba­lhos é o da ­ região Sul. Encon­tros nacio­nais serão orga­ni­za­dos por esses comi­tês para apre­ sen­tar ao mer­ca­do publi­ci­tá­ rio o poten­cial da pro­gra­ma­ ção regio­nal da Rede SBT. A Rede SBT exibe atual­men­te, ainda segun­do o comu­ni­ca­do da emis­so­ra, 368 pro­gra­mas ­locais dos mais diver­sos gêne­ ros em suas 110 emis­so­ras espa­lha­das pelo Bra­sil. Somen­ te na ­ Região Norte são trans­ mi­ti­dos 25 pro­gra­mas jor­na­lís­ ti­cos. Além de cum­prir uma fun­ção comer­cial, o ­ núcleo tam­bém terá, por tabe­la, uma fun­ção polí­ti­ca. Hoje a ques­tão da pro­ du­ção regio­nal é cen­tral nos deba­tes sobre ajuda finan­cei­ra do gover­no à mídia e novas regu­la­men­ta­ções seto­riais.

Fotos: Divul­ga­ção


Novo saté­li­te Carta de Cuia­bá Pro­gra­ma­do­res, rea­li­za­do­res e repre­sen­tan­tes de enti­da­des nacio­nais do cine­ma bra­si­lei­ro reu­ni­ram-se duran­te o 11º Fest­ iv ­ al de Cine­ma e Vídeo de Cuia­bá, em abril, e ela­bo­ra­ ram dois docu­men­tos soli­ci­tan­do apoio ao setor audio­vi­sual. O pri­mei­ro será enca­mi­nha­do ao Con­se­lho de Comu­ni­ca­ção ­Social (CCS) pedin­do a apro­va­ção ime­dia­ta e sem mudan­ças da pro­pos­ta da depu­ta­da Jan­di­ra Feg­ha­li (PC do B/RJ), que regu­la­men­ta o arti­go 221 da Cons­ti­tui­ção. O segun­do docu­men­to, deno­mi­na­do Carta de Cuia­bá, trata de ques­tões do Esta­do do MT e será enca­mi­nha­do ao gover­ na­dor Blai­ro Maggi e ao minis­tro da Cul­tu­ra, Gil­ber­to Gil. Entre ­ outros pedi­dos, a Carta de Cuia­bá quer que os recurs ­ os públi­cos des­ti­na­dos à pro­du­ção no Esta­do, atra­vés de leis de incen­ti­vo, não sejam infe­rio­ res a R$ 3 ­ milhões. Tam­bém pedem a regu­la­men­ta­ção ime­dia­ta de um prê­mio-estí­mu­lo para a rea­li­za­ção de cur­tas-metra­gens e a cria­ção de pro­gra­mas que envol­vam as secre­ta­ rias de Turis­mo, Edu­ca­ção, Ciên­cia e Tec­no­lo­gia, Indús­tria e Comér­cio e o setor audio­vi­sual.

Fla­gra A TIM Bra­sil está vei­cu­lan­do nova cam­pa­nha de ser­ vi­ços mul­ti­mí­dia. No filme “Multa”, que apre­sen­ta o ser­vi­ço Video­Men­ sa­gem, um moto­ris­ta é fla­gra­do por um guar­da de trân­si­to com seu celu­lar na mão. Enquan­to expli­ca­ va que assis­tia a um vídeo envia­do pela famí­lia, o guar­da apa­nha seu pró­prio celu­lar e mos­tra ­vídeos de pes­soas que mul­tou, inclu­si­ve o do pró­prio moto­ris­ta. Ao ofe­re­cer o port­fo­lio da ope­ra­do­ra, a cam­pa­nha enfa­ti­za que os ser­vi­ços mul­ti­mí­dia TIM podem ser incor­po­ra­dos de forma útil, diver­ti­da e fácil na vida de qual­quer pes­soa. O comer­cial é da ­ McCann Rio, com cria­ção de Luiz Lon­dres e Marco Fer­rei­ra e dire­ção de cria­ ção de Luiz Noguei­ra. A pro­du­ção do filme é da Ilust­ rad ­ a Fil­mes, com dire­ção de Ricar­do ‘­Gordo’ Car­va­lho. A tri­lha sono­ra é da Tesis. O aten­di­men­to da agên­cia é de Ale­xan­dre Braga e Ana Leão. Apro­va­ção do clien­te: Alber­to Cec­ca­ rel­li, Malu Antô­nio e Fer­nan­da Cozac.

A His­pa­mar lança em junho o saté­li­te Ama­zo­nas, que fica­ rá sobre o Bra­sil. Segun­do o pre­si­den­te da His­pa­mar, Luiz Fran­cis­co Per­ro­ne (foto), pelo menos meta­de da banda do saté­li­te será comer­cia­li­za­da no Bra­sil e a expec­ta­ti­va é que o mer­ca­do de radio­di­fu­ são con­tra­te de 30% a 40% desta ofer­ta. Para o exe­cu­ti­vo, o novo saté­li­te deve ter com­pe­ti­ti­vi­da­de no mer­ca­do de pres­ta­ção de ser­vi­ço para a radio­di­fu­são jus­ta­men­te por ope­rar nas duas ban­das (C e Ku). É pos­sí­vel, por exem­plo, fazer trans­mis­sões usan­do uni­da­des ­ móveis, com ante­nas muito meno­res do que as da banda C. Além disso, mui­tos radio­di­fu­so­res ainda ope­ram com trans­mis­são ana­ló­gi­ca, o que, ape­sar de exi­gir equi­pa­men­tos mais bara­tos, exige a con­tra­ta­ção de uma banda maior. “O custo dos equi­pa­men­tos digi­tais deve cair com a deman­da”, expli­ ca Per­ro­ne.

Dois lon­gas mato­gros­sen­ses O dire­tor Amau­ri Tan­ga­rá rea­li­za os dois pri­mei­ros lon­gasmetra­gens do Mato Gros­so dos últi­mos 30 anos. O pri­mei­ro, cha­ma­do “A Oita­va Cor do Arco-íris”, está em fase de fina­li­za­ ção e será lan­ça­do em junho. Ele está em fase de pro­du­ção há três anos por falta de recur­sos finan­cei­ros (conta com 30% de ver­bas esta­duais, 30% atra­vés de leis de incen­ti­vo fede­rais e o res­tan­te com recur­sos pró­prios do cineas­ta). O segun­do longa, “Ao Sul de Setem­bro”, será fil­ma­do a par­tir de julho e é total­men­te patro­ci­na­do pela Petrob ­ ras.

“Cele­bri­da­de” em Los Ange­les A nove­la “Cele­bri­da­de” será lan­ça­ da pela Globo TV Inter­na­tio­nal no LA Scree­nings, que acon­te­ce neste mês, em Los Ange­les. Como argu­men­to de venda, a Globo deve apre­sen­tar ao mer­ca­do inter­na­cio­ nal a audiên­cia da nove­la. Exi­bi­da no horá­rio nobre da TV Globo, “Cele­bri­da­de” che­gou a alcan­çar 81% de share em um de seus capí­tu­los. A trama é escri­ta por Gil­ber­to Braga e diri­gi­da por Den­nis Car­va­lho.


“Car­na­val” da HBO Pro­je­to guar­da­do a sete cha­ves, o seria­do “Car­na­val” foi apro­va­do pela Anci­ne, atra­vés da lei dos 3%. Trata-se de um pro­je­to da HBO do Bra­sil, dele­ga­do à pro­du­to­ra O2. A dire­ção será de Cao Ham­bur­ger, o mesmo de “Cas­te­lo Rá-Tim-Bum”, e a pro­du­ção é de ­ Andrea Bara­ta Ribei­ro. O valor total do pro­gra­ma está orça­do em R$ 6,5 ­ milhões. A HBO tinha até então o pro­je­to de maior orça­men­to apro­va­do na agên­cia com recur­sos das pro­gra­ ma­do­ras de TV paga: o seria­do “Man­dra­ke”, que está sendo exe­ cu­ta­do pela Cons­pi­ra­ção, e que foi orça­do em mais de R$ 5 ­ milhões. Ainda entre os ­ canais pagos com pro­je­tos apro­va­dos na Anci­ne, a MGM lati­na par­ti­ci­pa do longa de Aní­bal Mas­saí­ni “Pelé, Eter­no”; e a Tur­ner apa­re­ce com ­vários pro­gra­ mas já apro­va­dos, além de aguar­ dar a apro­va­ção de um pro­je­to de ani­ma­ção, a ser exe­cu­ta­do pela pro­ du­to­ra D ­ aniel Mes­sias. Sob o nome “Made in Bra­zil”, o pro­gra­ma traz os tra­ços dos car­tu­nis­tas Caco Galhar­do, Laer­te e Glau­co.

Des­can­sar não tem preço O novo filme de Mas­ter­Card - “Roti­na” - mos­tra o dia de um pai e uma mãe para cui­dar de seus três ­ filhos peque­nos, desde a che­ga­da da esco­la. A cor­re­ria acon­te­ce em forma de gin­ca­na e, como nos ­demais fil­mes da cam­ pa­nha, a peça con­clui que des­can­sar não tem preço. A pro­du­ção é da O2 Fil­mes, com dire­ção de Nando Oli­val. A cria­ção é de Maria Cris­ ti­na Del Nero e Gabrie­la Guer­ra, com dire­ção de cria­ção de Eduar­ do Her­nan­dez, Per­ci­val Caro­pre­so e Glen Mar­tins.

Pro­gra­ma de trei­na­men­to A Séti­ma Arte Digi­tal é a res­pon­sá­vel pela cria­ção e pro­du­ção do mate­rial de trei­na­men­to sobre o Fox qua­tro por­tas, diri­gi­do às con­ces­sio­ná­ rias Volks­wa­gen de todo o País. Para trei­nar todos os pro­fis­sio­nais da rede de dis­tri­bui­ção da mon­ta­do­ra foram usa­dos três supor­tes: um pro­gra­ma ao vivo trans­mi­ti­do, via saté­li­te, pela TV Exe­cu­ti­va Volks­wa­gen, para os mais de 500 pon­tos; um vídeo que mos­tra todos os atra­ti­vos do novo mode­lo; e o site de trei­na­men­to da Volks­wa­gen, onde os pro­fis­sio­nais das con­ces­sio­ná­rias encon­tram o resu­mo das infor­ma­ções mais impor­tan­tes para os pro­ce­di­men­ tos do test-drive no Fox 4 Por­tas.

Ima­gem do País Fonte do Pla­nal­to reve­lou a Tela Viva que o gover­no de Moçam­bi­que mani­fes­tou desa­gra­do com a vei­cu­la­ção naque­le país do pro­gra­ma “Cida­de Aler­ta”, trans­mi­ti­do atra­vés do sinal da ­ Record Inter­na­tio­nal. Ainda segun­do esta fonte, o gover­no Lula está preo­cu­pa­do com a ima­gem do Bra­sil que este tipo de pro­gra­ma pode pas­sar no exte­ rior. O sinal do canal ­ Record Inter­na­tio­nal aten­de ao con­ti­ nen­te afri­ca­no, sul da Euro­pa, Esta­dos Uni­dos, Cana­dá e Japão. O “Cida­de Aler­ta” vai ao ar de segun­da a sexta ao vivo. Segun­do o site da ­Record, nos paí­ses da ­África de lín­gua por­tu­gue­sa, sobre­tu­do em Ango­la e Moçam­bi­que, pro­gra­mas como “Raul Gil” e “Domin­go da Gente” são líde­res de audiên­cia, já que o sinal é cap­ta­do por ante­nas para­bó­li­cas e a maio­ria des­tes paí­ses dis­põe ape­nas de uma emis­so­ra de TV local. A ­Record diz não ter sido infor­ma­da sobre esta mani­fes­ ta­ção de desa­gra­do. “Não temos nenhu­ma posi­ção, pois não fomos infor­ma­dos de nada. Pelo con­trá­rio, a ­Record tem um ótimo rela­cio­na­men­to com o gover­no afri­ca­no”, diz o dire­tor da ­Record Inter­na­tio­nal, Paulo Calil.

10 scan­ner

abril de 2004

Trans­mis­são em está­dios A Embra­tel está ins­ta­lan­do cen­tros de trans­mis­são de áudio e vídeo nos prin­ci­pais está­dios do país, para faci­li­tar a cober­tu­ra de even­tos espor­ti­vos e artís­ti­cos. O ser­vi­ço, cha­ma­do SmartS­port, está dis­po­ní­vel atual­ men­te nos está­dios do Mara­ca­nã (Rio de Janei­ro), Minei­ rão (Belo Hori­zon­te), Beira-Rio (Porto Ale­gre) e Arena da Bai­xa­da (Curi­ti­ba), e deve che­gar ainda este ano a mais ­locais, inclu­si­ve em São Paulo. Dos está­dios, o sinal será inte­gra­do à pla­ta­for­ma Smart­ Vi­deo nacio­nal e inter­na­cio­nal da Embra­tel, e pode­rá ser trans­mi­ti­do então para qual­quer loca­li­da­de no Bra­sil ou no exte­rior. O pri­mei­ro teste ao vivo foi feito na trans­ mis­são da final do Cam­peo­na­to Cario­ca, entre Fla­men­ go e Vasco, feita pela TV Globo. A ope­ra­do­ra comer­cia­li­za o ser­vi­ço nas ver­sões mono­ ca­nal, com 8 Mpbs ou 15 Mbps, e mul­ti­ca­nal, com dois ­canais de vídeo, tam­bém em 8 Mbps ou 15 Mbps. Serão ofe­re­ci­dos tam­bém paco­tes com­ple­tos, como para a cober­tu­ra do Cam­peo­na­to Bra­si­lei­ro.


Pro­du­ção em Miami A pro­du­to­ra pau­lis­ta JX Plu­ral ­ganhou con­cor­rên­cia inter­na­ cio­nal pe­la pro­du­ção de dois co­mer­­ciais para o ­McDonald’s. A dire­to­ra Paula Tra­bul­si (na foto com o dire­ tor de arte Cristobal Valecillos) este­ve nas fil­ma­gens em Miami. Os fil­mes vei­cu­lam no mer­ca­do his­pa­no nos Esta­dos Uni­dos para pro­mo­ver os dois pró­ xi­mos lan­ça­men­tos da rede de fast-food.

PanAm­Sat é ven­di­da

A Moons­hot Pic­tu­res, braço da pós-pro­du­to­ra TeleI­ma­ ge, ini­cia ainda no pri­mei­ro semes­tre de 2004 a pro­du­ção para o públi­co infan­til “Zuzu­ba­lân­dia”. O pro­je­to, que conta com um filme e série de ani­ma­ção, é de Maria­na Cal­ta­bia­ no, escri­to­ra de ­ livros infan­tis, cria­do­ra de per­so­na­gens e pro­gra­mas de tele­vi­são (Globo, SBT, ­Record) e tam­bém dire­ to­ra do Igui­nho, o por­tal infan­til do IG. O orça­men­to total do pro­je­to é de R$ 5 ­milhões. “Zuzu­ba­lân­dia” conta a his­tó­ria de um reino encan­ta­do habi­ta­do por seres engra­ça­dos, todos ins­pi­ra­dos em ali­men­ tos, apro­fun­dan­do o aspec­to lúdi­co e a rela­ção do públi­co infan­til com a comi­da.

A Hug­hes Elec­tro­nics (atual­men­te cha­ma­da de ­ DirecTV Group) ven­deu a ope­ra­do­ra de saté­li­tes PanAm­Sat para a Kohl­berg Kra­vis ­Roberts & Co. (“KKR”). A ­ DirecTV deti­nha 80,5% da empre­sa. O valor acer­ta­do é de US$ 23,50 em dinhei­ro por ação além da trans­fe­ rên­cia de uma dívi­da de US$ 750 ­milhões. A ope­ra­ção, por­tan­to, está esti­ma­da em US$ 4,3 ­bilhões. Os 29 saté­li­tes da PanAm­Sat são usa­dos por 2,1 mil broad­cas­ters em todo o mundo. Tam­bém são os saté­li­tes uti­li­za­dos pela Sky na Amé­ri­ca Lati­na Como parte da tran­sa­ção, a ­ DirecTV con­ cor­dou em esten­der e ­ ampliar os acor­dos com a PanAm­Sat, em valo­res de mer­ca­do. A ope­ra­ção depen­de ainda de apro­va­ção regu­la­tó­ria e deve estar con­cluí­da no segun­ do semes­tre de 2004. O banco Cre­dit Suis­se First Bos­ton foi o finan­cial advi­sor da tran­sa­ ção pela ­DirecTV. A KKR é uma empre­sa de pri­va­te ­ equity com inves­ti­men­tos que vão da área far­ma­ cêu­ti­ca a ­hotéis, pas­san­do por empre­sas de ener­gia, tele­co­mu­ni­ca­ções, área edi­to­rial e, agora, saté­li­tes.

Ran­king do vare­jo

Jogos da NFL em HDTV

Pro­du­ções nacio­nais em home­vi­deo (vídeo e DVD) come­çam a figu­rar entre as maio­res ven­das em ­alguns vare­jis­tas. Segun­ do pes­qui­sa rea­li­za­da em abril pelo Jor­nal do Vídeo, publi­ca­ ção espe­cia­li­za­da no mer­ca­do de dis­tri­bui­ção de home­vi­ deo, ­ alguns títu­los na­cio­nais já apa­re­cem no ran­king. A Livra­ria Cul­tu­ra se mos­trou o gran­de vare­ jis­ta dos títu­los locais, tendo em sua lista dos mais ven­di­dos três pro­ du­ção nacio­nais: “Os Para­la­mas do Suces­so - Uns Dias ao Vivo”, em segun­do lugar; “Senta a Pua!”, em ter­cei­ro lugar; e “O Homem que Copia­va” (foto), em nono lugar. No ran­king da Block­bus­ter, o longa-metra­gem “Cida­de de Deus” figu­ra em segun­do lugar, fican­do atrás ape­nas de “O Rei Leão 3 - Haku­na Mata­ta”.

O canal norte-ame­ri­ca­no Fox ­Sports nos EUA trans­mi­ti­rá a par­tir da pró­xi­ma tem­po­ra­da até seis jogos por sema­na da liga de fute­bol ame­ri­ca­no dos EUA (NFL) em alta defi­ni­ ção (HD). Para a pro­du­ção dos even­tos, três pro­ve­do­res de uni­da­des ­ móveis estão cons­ truin­do cinco cami­nhões com equi­pa­men­tos 100% HD. Segun­do a Grass Val­ley, for­ne­ce­do­ ra dos equi­pa­men­tos, os inves­ti­men­tos soma­ dos che­gam a Ä 8,5 ­ milhões. Os cami­nhões estão sendo mon­ta­dos pela F&F Pro­duc­tions, Natio­nal Mobi­le Tele­vi­sion (NMT), e pela NEP Supers­hoo­ters. Serão equi­pa­dos com câme­ ras LDK 6000 mkII, swit­chers Kalyp­so HD, rotea­do­res Tri­nix e Con­cer­to e pro­ces­sa­do­res Kame­leon.

Longa e série de ani­ma­ção


CATHERINE WINTER FREIRE

Quemvêessagaro­tadeolhosver­despelapri­mei­ravezpensaque está dian­te de uma assis­ten­te de arte, no máxi­mo assis­ten­te de pro­du­ção. Mas um aper­to de mão já pode reve­lar um pouco mais sobre a pro­fis­são que Cathe­ ri­ne Win­ter Frei­re esco­lheu há dois anos - e que ela não pre­ten­de lar­gartãocedo. ­Cheiasdecalosecomunhascor­ta­das,sãoasmãos de uma pes­soa “da pesa­da”. Cathe­ri­neépro­va­vel­men­teapri­mei­raassis­ten­tedeelé­tri­caaatuar no Bra­sil e sua car­rei­ra vai de vento em popa.

A prin­ce­si­nha que estu­dou em óti­mos colé­gios, fala ­ inglês fluen­te, fez piano e balé e hoje tenta con­ci­liar a facul­da­de de cine­ma com o tra­ba­lho inten­so — já tem seis lon­gas e só este ano mais de 15 comer­ciais em seu cur­rí­cu­lo — vive cer­ca­da de ­homens e se sente muito à von­ta­de entre eles. Ainda sofro pre­con­cei­to, estou sem­pre tendo que pro­var que sou capaz. Mas hoje os ele­tri­cis­tas com quem tra­ba­lho reco­nhe­cem minha qua­li­da­de e fazem ques­tão de me con­tra­tar. A rela­ção de Cathe­ri­ne com o cine­ma come­çou cedo. Meu pai é escri­tor e minha mãe, jor­na­lis­ta. Tive uma edu­ca­ção para o cine­ma, desde peque­na ouço dizer que este ou aque­le filme são obri­ga­tó­rios. Então deci­di fazer cine­ma, mas não pen­sa­va em ser dire­to­ra. Esta­va mais para a pro­du­ção. Tra­ba­lhan­do

há seis anos no meio, Cathe­ri­ne come­çou numa pro­du­to­ra de áudio e ­depois pas­sou dois anos desem­pe­nhan­do ­várias fun­ções na pré-pro­du­ção do longa “Caran­di­ru”, na pro­du­to­ra de Hec­tor Baben­co. Então saí e fui me virar, tra­ba­lhan­do em ­ várias pro­du­ções ame­ri­ca­nas. Fiz

O depar­ta­men­to de mídia da Gio­van­ni, FCB do Rio de Janei­ro rea­li­zou mudan­ ças na equi­pe que aten­de os clien­tes blah! e S. C. John­son. Keila Mar­co­ni (1) foi pro­mo­vi­da a coor­de­na­do­ra de mídia, e para 1 2 seu lugar como assis­ten­te de mídia foi con­ tra­ta­da Kátia Car­va­lho (2). A empre­sa tam­bém con­tra­tou o reda­tor Antô­nio Noguei­ra — conhe­ci­do como Mega — para fazer dupla com o dire­tor de arte Cláu­dio Gatão, no grupo de cria­ção de Fer­nan­do Bar­ cel­los. Entre os clien­tes que a dupla vai aten­der estão blah!, S. C. John­son e Kraft Foods. Mega vem da F/Nazca, ­depois de pas­sar pela Publi­cis Sal­les Nor­ton.

12 tela viva maio de 2004

A Adobe tro­cou o coman­do de sua área de desen­vol­vi­men­to de negó­ cios no Bra­sil. O exe­cu­ti­vo de negó­cios Fábio Sam­bu­ga­ro passa a aten­ der os clien­tes dos mer­ca­dos fi­nan­­cei­ro e pro­fis­sio­nal, junto aos seg­­men­tos edu­ ca­cio­nal e de gover­no. A mudan­ça se deve à saída do ge­ren­te de desen­vol­vi­ men­to de ne­gó­cios Nil­son Mar­ti­nho, após oito anos na Adobe Bra­sil.

Fotos: Gerson Gargalaka (Catherine) e Divul­ga­ção


­ lguns lon­gas tipo “Z”, fui assis­ten­te de dire­ção de publi­ci­da­ a de em filme grin­go, um pouco de tudo. Até que foi con­vi­da­da

para tra­ba­lhar no pro­gra­ma “Verão MTV”, que foi roda­do na Costa do Sauí­pe, na Bahia. Aca­bou o verão, mas Cathe­ ri­ne ficou em Sal­va­dor, onde arru­mou um empre­go numa pro­du­to­ra. A expe­riên­cia não foi das melho­res, então vol­tou para São Paulo. Foi quan­do come­çou sua car­rei­ra na elé­tri­ca. Con­se­gui uma vaga na pro­du­ção do curta “Morte”, do José Rober­to Tore­ro. Conhe­ci o Mar­qui­nhos, que é ele­tri­cis­ta, e pedi para aju­dar nessa área, por­que como pro­du­to­ra acha­va que tinha que saber um pouco de tudo. Só que a con­vi­vên­cia

Depois de uma longa car­rei­ra ­ nas mais varia­das agên­cias, o dire­tor de arte Guime é o novo con­tra­ta­do da W/Bra­sil. Guime come­çou como reda­tor, mas logo “apo­sen­tou-se” e embar­cou na área de arte. ­ Depois de uma breve incur­são pela Inter­net, vol­ tou a uma agên­cia - a Sal­les - há dois anos e agora refor­ça a equi­ pe de Was­hing­ton Oli­vet­to.

com a equi­pe e o tra­ba­lho em si mos­tra­ram que ali esta­va muito mais do que uma expe­riên­cia para o futu­ro. Ado­rei

o tra­ba­lho, sem­pre gos­tei de tra­ba­lhos ­ manuais, nunca supor­tei ficar presa num escri­tó­rio. Nesse tra­ba­lho a gente sabe de tudo o que acon­te­ce no filme, sabe que par­ti­ci­pou de todos os pla­nos, e a equi­pe intei­ra tra­ba­lha unida, fazen­ do o mesmo tra­ba­lho.

­Depois do curta, con­ti­nuou com Mar­qui­nhos e na quar­ta diá­ria de publi­ci­da­de sem ­ganhar nada come­çou a ­ganhar um cachê. O pre­con­cei­to e a von­ta­de de pro­var seu valor fize­ram com que ela ralas­se mais do que muito mar­man­jo no come­ ço. Quan­do resol­vi ficar na elé­tri­ca, dava o san­gue, car­re­ga­va tudo, pega­va todo o peso para mos­trar ser­vi­ço. Saía com dor no corpo intei­ro. Hoje ainda ralo muito, mas acei­to a ajuda dos ­ outros por­que conhe­ço meu limi­te. O resul­ta­do dessa

tei­mo­sia foi um pro­ble­ma de colu­na e de joe­lho, que ela hoje trata com fisio­te­ra­pia duas vezes por sema­na.

É um tra­ba­lho de risco, e vejo que tenho um pre­pa­ro que os ­homens da pro­fis­são não têm. No fim, isso é um dife­ren­ cial: muito pou­cos falam ­inglês, eu tenho uma for­ma­ção cul­ tu­ral muito boa, e um pique e uma força de von­ta­de ­iguais às de qual­quer homem. Na ver­da­de, que­brar bar­rei­ras

é uma tra­di­ção no lado femi­ni­no da famí­lia. Antes de Cathe­ri­ne, mãe e avó — ambas jor­na­lis­tas — foram pio­nei­ras em suas áreas de atua­ção.

Sediada ­ no Rio de Janei­ro, Lucia ­Novaes inte­ gra agora o cas­ting nacio­nal de dire­to­res da Aca­de­ mia de Fil­mes. Em sua tra­je­tó­ria pro­fis­sio­nal regis­tra pas­sa­gens pela Mr. Maggo, MTV e TV Zero. Tra­ba­ lhou para mar­cas como Cor­reios, Eno, Minis­té­rio da Saúde, Net, Clube de Cria­ção do RJ, Per­nam­bu­ca­nas e Rede Globo. Lucia tem expe­riên­cia tam­bém em tele­ vi­são, onde rea­li­zou pro­gra­mas espe­ciais e aber­tu­ras para a Rede Globo e uma série de micro-docu­men­tá­ rios para o ­Sebrae.

Ciro Silva está na Pro­di­go Films. ­Depois de expe­riên­

cia como RTVC em agên­ cias de pro­pa­gan­da (DM9DDB e W/Bra­sil), ele passa a ser dire­tor de fil­ mes na pro­du­to­ra. Embo­ra atuas­se como RTVC, Silva tam­bém diri­giu fil­mes na DM9DDB. O dire­tor estu­ dou cine­ma no Pur­cha­se Col­le­ge, nos Esta­dos Uni­ dos, tendo co-pro­du­zi­do e co-diri­gi­do o longa-metra­ gem inde­pen­den­te “Swim­ ming”, diri­gi­do por ­Robert Sie­gel. A Sen­ti­men­tal Filme con­tra­tou como dire­tor Luiz Alber­to Kid, que atuou duran­te dez anos na Zep­pe­ lin Fil­mes, em Porto Ale­gre. Além de Kid, a pro­du­to­ra já havia anun­cia­do a con­tra­ta­ção de Hei­tor Dha­lia e Bob Wol­fen­son.

Inaugu ­ ra ­ da ­ em abril, a Repú­ bli­ca Bra­sil é uma nova agên­ cia espe­cia­li­za­da em mar­ke­ting polí­ti­co. A empre­sa tem sede na Praia do Fla­men­go e é enca­ be­ça­da pelo publi­ci­tá­rio Miche­lan­ge­lo Moura. Miche­lan­ge­lo tam­bém é rotei­ris­ta e dire­tor de TV e cine­ ma, com par­ti­ci­pa­ção nas prin­ci­pais cam­pa­nhas majo­ri­tá­ rias no Rio de Janei­ro nos últi­mos dez anos. A Repú­bli­ca Bra­sil já come­ça aten­den­do a can­di­da­tos às pre­fei­tu­ras de Man­ga­ra­ti­ba e Ita­guaí.


Apple em movimento

Vegas em Vegas

A Apple apresentou na NAB seu novo software de animação 2D e titling Motion. Desenvolvido para maximizar o processamento do novo Power Mac G5 e do sistema opercaional Mac OS X Panther, o software permite trabalhar em tempo real, com respostas e possibilidade de interação semelhantes às de um sistema dedicado. É possível mover e redefinir o tamanho de layers de video, aplicar filtros em resolução full e assistir a tudo em tempo real. Quando usado o gerador de partículas, é possível ajustar ângulos e cor também em tempo real, enquanto o efeito é executado. Um dos features mais interessantes é a tecnologia de animação Behaviors, que cria movimentos e simulações sem ser necessário usar keyframes. O software simula diversos efeitos físicos, como gravidade ou ventos, e aplica-os diretamente às animações. Basta arrastar um dos mais de 40 behaviors para uma imagem ou texto, que o software executa sozinho. Divididos em quatro tipos (básico, texto, simulação e parâmetro) os behaviors, comportamento das partículas, podem ser combinados e customizados, criando efeitos exclusivos. O Motion vem com templates desenhados especificamente para vários usos profissionais, como produção de notícias, entretenimento, vídeos de eventos, apresentações corporativas e criação de menus animados para DVDs. Esse templates podem ser customizados conforme a necessidade do usuário. O software, que pode trabalhar integrado ao Final Cut Pro HD (veja matéria à página 18), é o que faltava para a Apple completar uma família de produtos de produção de vídeo. Para efeitos avançados, a empresa tem Shake, além do Final Cut do DVD Studio Pro.

A Sony lançou na feira em Las Vegas a quinta versão do editor não-linear de áudio e vídeo Vegas. Trata-se de uma solução “all-in-one” desenvolvida para a plataforma Windows XP voltado para produção digital, criação de conteúdo para streaming e produção broadcast. O software trabalha em vários formatos, do DV ao HD, e conta com transições 2D e 3D, filtros e track motion com pan e crop, e corretor de cores, tudo em tempo real sem a necessidade de renderização. O software pode editar conteúdo HD e ainda suporta conteúdo DV em 24 fps com varredura progressiva. Além disso, na edição de áudio, o Vegas 5 pode trabalhar com número ilimitado de trilhas, suporta áudio 24-bit/192kHz e mixagem 5.1 surround e conta com automação de efeitos. O software é comercializado ainda como parte de uma suíte para edição de áudio e vídeo e criação de DVDs, o Vegas DVD Production Suíte. O pacote conta com três programas: o Vegas 5; o DVD Architect 2, que inclui uma série de layouts de DVD e ferramentas de autoração para criação de menus dinâmicos com vídeos, imagens e música; e o Sony Pictures Digital AC-3 Encoding, para mixagem de áudio 5.1 com codifição para som estéreo e AC-3. Na área de câmeras, além das novidades já anunciadas (veja em TELA VIVA 138), a fabricante japonesa apresentou ainda a BVP E-30, evolução da E-10, com processamento de Vegas 5, da Sony: solução 14-bit em lugar dos “all-in-one” conta com track motion e corretor de cores e 12-bit da versão suporta áudio 5.1. anterior. Destaque para a relação S/N de 66 dB. A câmera será comercializada pelo preço atual da E-10, e os usuários da E-10 podem fazer um upgrade para a nova câmera. Também há mudanças na linha J. A J1 é substituída pela J10, e a J3 pela J30. A J2 será descontinuada. A maior diferença é que agora todas contam com saídas i,Link, podendo transferir o material diretamente para a estação de edição.

14 tela viva maio de 2004

Camcorder BVP E-30: proces­ samento 14-bit em lugar dos 12-bit de sua antecessora.

Fotos: Divulgação


Pacotão Avid A Avid anunciou a versão 1.5 de seu sistema Media Composer Adrenaline. O produto conta com novas ferramentas para filme, áudio e gerenciamento de conteúdo. Entre as novidades está a capacidade de trabalhar em tempo real com até 11 streams de conteúdo SD, usando a plataforma Windows XP, ou nove streams na plataforma Macintosh. Além da nova versão, a empresa anunciou ainda uma futura versão baseada na tecnologia DNxHD, que ainda suportará outras tecnologias HD, como HDV, DVCPro HD e HD sem compressão. Também foi anunciada a nova versão dos sistemas topo de linha da Avid, o DS Nitris e o DS Nitris Editor. Os sistemas de finalização em tempo real para conteúdo SD, HD e projetos com intermediação digital 2K e 4K também ganharão Avid Xpress Studio: conjunto de suporte à tecnologia DNxHD. soluções DV com editor de vídeo, produção de áudio, animação 3D, com­ O editor mais acessível da Avid, o Xpress Pro, posição e autoração de DVD. também ganhará, no final de 2004, uma versão capaz de trabalhar com algumas tecnologias HD. O produto, que pode ser usado em também autoração de DVD. em notebooks e está disponível para Windows e Com interoperabilidade, todas as aplicações Apple, poderá editar conteúdo em formatos Xpress Pro terá versão capaz de trab­ no Xpress Studio podem rodar em conjunto HDV, DVCPro HD e DNxHD. Será compatível alhar em HD. em uma mesma estação, tornando o pacote ainda com o formato Panasonic DV50 e perfeito para pequenos produtores. poderá exportar para WMV HD (Windows Media O pacote será lançado em duas versões: Avid Xpress Studio Essentials 9).Além das novas versões, e Avid Xpress Studio Complete. Ambas vêm com o ssoftwares: Xpress a Avid apresentou este ano Pro, de edição; Pro Tools LE, para áudio; Avid 3D; Avid FX, baseado o pacote Avid Xpress Studio. no Boris Red; e Avid DVD, baseado em tecnologia de autoração Sonic. Trata-se de um conjunto de Além dos softwares, o pacto Essentials inclui o hardware de áudio soluções DV que conta com Digidesign Mbox, enquanto o Complete vem acompanhado da mesa editor de vídeo, produção de controle Digi 002 e do Avid Mojo, o hardware acelerador que dá ao DS Nitris, topo de linha da Avid, de áudio, animação 3D, ganha nova versão. Xpress Pro maior autonomia. composição e titling e

Controle mestre A Ross Video lançou na NAB o sistema de controle de produção OverDrive. Com o equipamento, usando uma tela sensível a toque (touch screen), pode-se controlar todos os dispositivos usados no ambiente de produção. O OverDrive se integra aos switchers da série Synergy SD e MD/X, usando a interface do switcher para acessar e controlar os servidores de vídeo, VTRs, DDRs, mixers de áudio, câmeras robotizadas e roteadores. Além disso, o equipamento conta com uma interface capaz de conversar vários sistemas de newsroom, como o ENPS, da Associated Pres, e o Avid iNEWS. Essa interface de duas vias ainda atualiza as informações no OverDrive cada que uma mudança é feita nos equipamentos conectados ao newsroom.

Adeus CCD A Ikegami apresentou na NAB 2004 sua tecnologia de câmeras com sensor CMOS (Complementary Metal Oxide Semiconductors), no lugar do difundido CCD (Charge Coupling Device). O primeiro modelo, com captação em HD 720p e slow motion, estará disponível comercialmente ainda este ano. Na câmera CMOS, a conversão do sinal eletrônico para bits é feita dentro do próprio chip. A principal vantagem é no preço, uma vez que os chips CMOS são muito mais baratos que os CCDs. A fabricante também oferece câmeras com o CCD IT, que hoje, segundo a empresa, tem o mesmo nível de qualidade do FT, a um custo cerca de 25% menor.


Novas tecnologias

Leitch Velocity em HD

A Snell & Wilcox levou para a NAB o MediaX, uma placa PCI de dois canais desenhada para trabalhar como um “motor” para novas aplicações broadcast rodando em hardware PC. A Snell & Wilcox usou a MediaX como plataforma para seu novo padrão aberto de inserção de material Comet, e anunciou ter planos de desenvolver novas aplicações para a placa. Além disso, segundo a fabricante, outras empresas estão desenvolvendo aplicações para a plataforma, incluindo plataformas para servidores de inserção de material e playout, geradores de caracteres, editores não-lineares. A idéia é trazer a tecnologia da empresa em algoritmos e processamento de sinal para o mercado de TI (tecnologia da informação). Entre os features da placa estão a possibilidade de fazer, simultaneamente, duas codificações e/ou decodificações no formato MPEG2 e ainda trabalhar com até oito canais de áudio 24 bit, 48 kHz.

A Leitch anunciou na tradicional feira dos broadcasters em Las Vegas o novo VelocityHD, o primeiro da linha de editores nãolineares Velocity a trabalhar com vídeo em alta definição. Com performance para editar conteúdo HD em tempo real, o VelocityHD conta com o novo hardware Altitude, que permite executar, em resolução final, dois streams HD, com transições e efeitos Velocity ganha versão para editar conteúdo HD com efeitos em tempo real. em tempo real. A solução HD da Leitch permite ainda dar saída em um monitor HD enquanto realiza as transições e efeitos. O hardware Altitude suporta os formatos 1080i, 1080p e 720p em todos os frame rates, com gravação e reprodução com compressão e sem compressão. Além disso, pode mixar conteúdo com e sem compressão em um mesmo projeto. Com o módulo opcional A3DX 3D DVE, o Velocity ganha um canal de executável em tempo real de efeitos 3D em HD ou ainda quatro canais de efeitos 3D SD, incluindo perspectivas e rotações.

Bola na rede A catarinense 4S marcou mais uma vez presença na NAB, no estande da fabricante chinesa de equipamentos Dayang, com quem mantém parceria operacional. O diretor da empresa Armando Moraes demonstrava o software DigiSport - Módulo Futebol. É um aplicativo desenvolvido especialmente para a transmissão de partidas do esporte nacional, na qual podem ser inseridos antecipadamente dados do jogo como nome e número dos jogadores, estádio e outras informações, permitindo uma agilidade muito grande na hora de colocar no ar informações como cartões amarelos, gols ou tempo extra. O lay-out dos caracteres é totalmente customizável. A empresa demonstrava também uma solução de baixo custo para jornalismo baseada na placa Matrox RTX 100 Pro.

16

tela viva maio de 2004

Multi-formato A canadense Miranda levou para a NAB sua nova placa de áudio e vídeo XVP801i HD/SD. Trata-se de uma placa que trabalha tanto em SD quanto em HD, suportando os formatos de alta resolução 1080i ou 720p, e conta com entradas e saídas também para as diferentes definições. Voltada principalmente para ambientes que precisem de processamento híbrido HD/SD, onde serve como um módulo adaptando os sinais HD e SD conforme a necessidade. Além disso, pode ser usada para fazer up/down/cross conversion em um roteador. Isto permite que sinais multi-formato e sem sincronização sejam adaptados para o formato HD/SD desejado e reinseridos no roteador. A XVP-801i HD/SD conta com duas entradas de vídeo, que podem ser HD ou SD, e duas saídas, uma HD e outra SD. O processador que faz os up/down/cross conversion automaticamente adapta o vídeo e dá a Equipamentos saída em HD, com uma cópia em SD. Além disso, Miranda ganham nova placa SD / HD. a placa conta com processamento de áudio capaz de trabalhar com 16 canais e suporte a Dolby E.


Família para cores A Da Vinci demonstrou em Las Vegas a nova família Resolve, de corretores de cores baseados em software. A família de produtos inclui as configurações Resolve FX, Resolve DI e Resolve RT, otimizadas para uso em efeitos especiais, intermediação digital e aplicações de processamento 2K em tempo real, respectivamente. Trabalhando em qualquer resolução, as diferentes configurações da família de produtos resultam a equipamentos apropriados para trabalhar offline ou online. A configuração offline permite que os usuários ajustem parâmetros básicos de cor ou façam um planejamento do que deve ser ajustado posteriormente em um hardware programável compatível. A configuração Resolve FX é voltada a ambientes em rede de produção de efeitos. Com software trabalhando em plataforma Linux, conta com apenas um monitor, monitoração de sinal e

imagem e o painel joyball Da Vinci. Voltado para aplicações de intermediação digital, o Resolve DI conta ainda com o render-farm Powerhouse, conectado via Ethernet, para processamento em tempo real vídeo armazenado como data ou em um servidor. Para masterização de filmes em resolução 2K e maior, o Resolve RT conta com processamento em tempo real 2K e suporta três monitores separados para monitoração de sinal, de imagens e GUI. Todas as configurações do Resolve incluem um buscador de arquivos, EDLs múltiplas, transições de edição, reposicionamento e redimensionamento XYZ, ferramentas opcionais para remover sujeira e poeira e funções de sincronização de faixa de áudio.

Pacote de produção A Adobe anunciou na NAB o lançamento do Adobe Video Collection 2.5, que inclui o editor Premiere Pro 1.5, o After Effects 6.5, o Audition 1.5 e o Encore DVD 1.5. A vantagem do pacote é o trabalho integrado de todos os produtos. O destaque do pacote é a nova versão do Adobe Premiere Pro, que também pode ser comprado separadamente. A versão 1.5 do editor da Adobe conta com novas ferramentas e pode trabalhar desde o DV até o HD. O software ganhou a capacidade de importar arquivos EDL (Edit Decision Lists) e AAF (Advanced Authoring After Effects chega à versão 6.5 com mais de Format). Além disso, o Premiere Pro agora também suporta a linha 60 novos efeitos. câmeras DV 24p, da Panasonic. Em relação ao HD, o software agora pode trabalhar com série de soluções de outros fabricantes, como BlackMagic, Bluefish, BOXX Technologies, Canopus, CineForm, Matrox e 1 Beyond. O After Effects também ganhou nova versão, contando agora com o Animation Presets, e uma ferramenta clonagem de elementos mais avançada. O software agora tem uma integração com os outros produtos da Adobe mais afinada. O novo Animation Presets permite que os usuários salvem qualquer combinação de propriedades de layers, incluindo propriedades de animação de texto, para que sejam reaplicadas em outras layers. Além de trazer a possibilidade de criar presets, O Adobe o After Effects já vem com 250 Animation Presets de texto, além Premiere Pro 1.5 de mais de 60 novos efeitos. pode trabalhar Além disso, o software de efeitos conta com preview mais desde o DV até o HD. rápido e fiel, além de melhor suporte à tecnologia OpenGL. O After Effects também foi otimizado para os novos processadores Intel e o sistema Macintosh G5.


nab 2004

O HD tomou conta

A

18 tela viva maio de 2004

TV digi­tal final­men­te deco­la nos EUA, e os fabri­can­tes se vol­tam para a

pro­du­ção em alta defi­ni­ção. Agora vai. ­ Depois de um lan­ça­men­to capen­ga, com um ­padrão de trans­mis­são cri­ti­ca­do até mesmo pelos radio­di­fu­ so­res norte-ame­ri­ca­nos, a TV digi­tal ­ganhou seu momen­to nos EUA. São mais de 9,7 ­milhões de lares equi­pa­dos com ca­dos dos EUA. 4) “Con­su­mer edu­ca­tion”: o conhe­ci­men­to recep­to­res capa­ci­ta­dos a rece­ber os ­sinais digi­tais de algu­ma do públi­co sobre as van­ta­gens do HD vem cres­cen­do, e há forma. A CEA (Con­su­mer Elec­tro­nics Asso­cia­tion) esti­ma até um pro­gra­ma da asso­cia­ção para incen­ti­var isso, atra­vés que o con­su­mi­dor ame­ri­ca­no já gas­tou mais de US$ 20 do site www.cek­no­whow.com. 5) “Cable inte­ro­pe­ra­bi­lity”: ­bilhões em equi­pa­men­tos de recep­ção. por uma reso­lu­ção da FCC do final de 2003, os sis­te­mas de Com todo esse baru­lho, o tema da NAB 2004, feira da cabo devem ser com­pa­tí­veis com as TVs digi­tais, como um Natio­nal Asso­cia­tion of Broad­cas­ters que acon­te­ceu de 17 dis­po­si­ti­vo “plug & play”, ou seja, o dono de uma nova TV a 22 de abril em Las Vegas, não pode­ria ter sido outro: a digi­tal sim­ples­men­te liga seu cabo nela e rece­be os ­ sinais pro­du­ção para TV em alta defi­ni­ção, já que esta é a base com todos os ser­vi­ços agre­ga­dos, sem pre­ci­sar nem de um do mode­lo de DTV nos EUA. set-top box. E final­men­te 6) “Copy pro­tec­tion”: o sis­te­ma O cres­ci­men­to da TV digi­tal nos EUA foi o tema da garan­te aos pro­du­to­res de con­teú­do que os ­sinais estão pro­ apre­sen­ta­ção de ­ Michael Petri­co­ne, vice-pre­si­den­te de te­gi­dos e não podem ser pira­tea­dos. polí­ti­cas de tec­no­lo­gia da CEA, a asso­cia­ção dos fabri­ Segun­do ele, a res­pos­ta do públi­co ame­ri­ca­no vem can­tes de ele­troe­le­trô­ni­cos dos EUA, duran­te o Set e sendo ­melhor que a espe­ra­da. Em uma pes­qui­sa da asso­ Trin­ta, even­to anual pro­mo­vi­do den­tro da NAB pela cia­ção, 95% dos usuá­rios de HDTV dis­se­ram que com­ Socie­da­de Bra­si­lei­ra de Enge­nha­ria de Tele­vi­são e Tele­ pra­riam o equi­pa­men­to nova­men­te, e dois ter­ços deles co­mu­ni­ca­ções. afir­ma­ram que estão assis­tin­do mais TV. Segun­do ele, a curva de ado­ção da TV di­gi­tal ­entrou No mesmo pai­nel, o dire­tor de broad­cas­ting do em um cres­ci­men­to mais rá­pi­do que o expe­ri­men­ta­do no Minis­té­rio da Infor­ma­ção e Comu­ni­ca­ção do Japão, pas­sa­do pela TV em cores, o PC e o video­cas­se­te. As ven­ Hiros­hi Asami, comen­tou as ­linhas ­gerais da implan­ta­ das de recep­to­res cres­ce­ram 124% nos dois ção da DTV no país, ini­cia­da no final do pri­mei­ros meses de 2004, com­pa­ra­do com o ano pas­sa­do. Para incen­ti­var a ado­ção, mesmo perío­do em 2003 (veja grá­fi­co 1). Os foram impos­tos requi­si­tos às empre­sas prin­ci­pais fato­res por trás deste cres­ci­men­to que que­rem obter uma licen­ça, como a são, segun­do a asso­cia­ção, a ofer­ta de con­ trans­mis­são de mais de 50% de con­teú­ teú­do em alta defi­ni­ção e a queda no preço do em HD por dia, e cober­tu­ra igual à da dos recep­to­res. Um moni­tor de tela gran­de TV ana­ló­gi­ca. (52”, de pro­je­ção) já pode ser encon­tra­do Até abril ­ haviam sido ven­di­dos 700 nos EUA por menos de US$ 1,2 mil. Os pre­ mil recep­to­res no Japão, que tem ainda ços vêm cain­do cerca de 25% ao ano (veja uma cober­tu­ra de ape­nas 25% da popu­la­ grá­fi­co 2, na página 20). ção (o sis­te­ma come­çou em três cida­des: Petri­co­ne apon­ta o que a indús­tria está ­Tóquio, Osaka e Nago­ya). A pre­vi­são do cha­man­do de os seis “C” como os res­pon­sá­ gover­no japo­nês para a pene­tra­ção da veis pela explo­são da TV digi­tal. São eles: DTV é de 10 ­ milhões de lares em 2006 1) Custo: Os pre­ços de apa­re­lhos caem na (Copa da Ale­ma­nha), 24 ­milhões em 2008 ordem de 2% ao mês, ou 25% ao ano. 2) Con­ Segundo Michael (Olim­pía­das de ­Pequim) e 48 ­milhões, ou teú­do: boa parte do prime time dos prin­ci­pais Petricone, da CEA, seja, a tota­li­da­de de lares com TV do país, ­canais já é HD, além de quase todo o espor­te a oferta de programação até 2011, quan­do devem ser des­li­ga­das as e gran­de parte dos fil­mes. 3) Cabo: as ope­ra­ e a queda nos preços trans­mis­sões ana­ló­gi­cas. do­ras de cabo car­re­gam os ­sinais HD em 91 geraram um ciclo Em uma apre­sen­ta­ção duran­te a feira, cida­des, sendo 78 entre os cem maio­res mer­ de crescimento. o vice-pre­si­den­te ­sênior de desen­vol­vi­men­ Fotos: Tela Viva e Divul­ga­ção (HDV da Sony)


andrémermelstein* andre@paytv.com.br

De Las Vegas

to de pro­du­tos da fabri­can­te de equi­pa­men­ tos de pro­ces­sa­men­to de vídeo Miran­da, ­Michel ­Proulx, apon­tou que, com o man­ da­to da FCC para que as trans­mis­sões de DTV come­ças­sem em 2003 para todas as emis­so­ras, os radio­di­fu­so­res ado­ta­ram uma ver­são “pobre” da TV digi­tal, fazen­do ape­nas o upcon­vert dos ­sinais ana­ló­gi­cos, trans­mi­tin­do em baixa potên­cia e sem trans­mis­são pelo cabo. Ou seja, um pro­ du­to que não inte­res­sa­va ao con­su­mi­dor. “Minha mãe tinha um dita­do: nunca use uma corda para empur­rar. Foi o que a FCC

fez ao man­dar que os broad­cas­ters fos­sem os pri­mei­ros a trans­mi­tir o HDTV”, diz ­Proulx. Afi­nal, disse, os “early adop­ters” (pri­mei­ros con­su­mi­do­res a expe­ri­men­tar uma tec­no­lo­gia nova) dos então caros recep­to­res HDTV não rece­biam seu sinal pelo ar, mas pelo cabo ou saté­li­te. A vira­da na maré acon­te­ceu, expli­ca, como uma rea­ ção em ­ cadeia, quan­do os equi­pa­men­tos de pro­du­ção HD fica­ram mais bara­tos e os ­canais de fil­mes e espor­tes come­ça­ram a trans­mi­tir em alta defi­ni­ção, incen­ti­van­ do o con­su­mi­dor a com­prar os recep­to­res.

Isso moti­vou o cabo e o DTH a trans­mi­ti­ rem os ­sinais, e uma coisa pas­sou a ali­men­ tar a outra. Ele afir­ma que pôde medir essa vira­ da pelo núme­ro de upcon­ver­ters que sua empre­sa comer­cia­li­za anual­men­te nos EUA. Pas­sa­ram de 30 uni­da­des em 2001 e 2002 para 250 em 2003 e esti­ma­dos 400 em 2004. Quan­to aos equi­pa­men­tos de pro­ du­ção, a dife­ren­ça para o Stan­dard Defi­ni­ tion (SD) caiu para cerca de 15%, sendo que hoje o equi­pa­men­to HD custa o que cus­ta­va o SD no iní­cio dos anos 90.

Gráfico 1

tv digital cresce mais rÁpido que tv em cores Penetração nos EUA

35% 30% TV em cores

25% 20%

PC

15% TV Digital

10%

VCR

5%

1

2

3

4

5

Anos no mercado

6

7

8

Edição Se os fabri­can­tes de hard­wa­re, como câ­me­ras e VTs, já apre­sen­ta­ram seus equi­pa­men­tos HD em edi­ções ante­rio­res da NAB, este ano foi a vez dos for­ne­ce­do­ res de sis­te­mas entra­rem no jogo. Logo no do­min­go, dia 18, antes mesmo dos por­tões do Las Vegas Con­ven­tion Cen­ter se abri­ rem ao públi­co, fabri­can­tes como Apple e Avid já anun­cia­vam à impren­sa as ver­ sões HD de seus prin­ci­pais sis­te­mas de edi­ção e pós-pro­du­ção de vídeo. A Apple apre­sen­tou o Final Cut Pro HD, ver­são em alta defi­ni­ção de seu sis­te­ma de edi­ção, capaz de mani­pu­lar as ima­gens em tempo real, da mesma forma que no

>>


Gráfico 2

preço dos receptores US$ 3.147

Tela de 52” de projeção US$ 2.433 US$ 2.201 US$ 1.814 US$ 1.693 US$ 1.441

1998

1999

2000

2001

2002

2003

US$ 1.295 US$ 1.216

2004

2005

US$ 1.134

2006

Fonte: CEA

SD (Stan­dard Defi­ni­tion). A novi­da­de em rela­ção ao Final Cut ante­rior é que esta ver­ são tra­ba­lha com HD com­pri­mi­do. O sis­te­ ma com­ple­to, com a esta­ção G5, será ven­di­ do nos EUA por US$ 5 mil. Ape­nas o Final Cut Pro HD pode­rá ser com­pra­do por US$ 999, com des­con­tos para quem tem ver­sões ante­rio­res do soft­wa­re. A empre­sa da maçã tam­bém anun­ciou par­ce­ria com a Grass Val­ ley, para inte­grar o Final Cut à pla­ta­for­ma

20 nab 2004

maio de 2004

New­sE­dit, de edi­ção de notí­cias. Assim, arqui­vos Quick­Ti­me podem cir­cu­lar e ser arma­ze­na­dos livre­men­te em uma rede New­ sE­dit atra­vés de arqui­vos XML. O sis­te­ma de edi­ção da Apple tam­bém está agora inte­ gra­do com o ­padrão ­DVCPRO HD, da Pana­ so­nic. Assim, arqui­vos HD cap­tu­ra­dos pela nova câme­ra AJ-SPX800 podem ser trans­fe­ ri­dos para o edi­tor via Fire­Wi­re. A Pin­na­cle tam­bém embar­cou na alta defi­ni­ção com o lan­ça­men­to do edi­tor Pin­na­cle ­Liquid HD. A Avid, por sua vez, está migran­do toda

sua linha para a high defi­ni­tion, come­çan­ do pelos pro­du­tos de maior capa­ci­da­de. A empre­sa anun­ciou na feira o lan­ça­men­to para o segun­do se­mes­tre do Avid ­ Xpress Pro com supor­te para HD. O soft­wa­re pode­rá edi­tar no for­ma­to HDV, MPEG e ­DVCPRO HD. Mas a gran­de novi­da­de da Avid é o ­padrão de enco­ding desen­vol­vi­do pela empre­ sa, cha­ma­do DNxHD. Segun­do a empre­sa, enquan­to um arqui­vo HD sem com­pres­são ­requer 1,2 Gbps de banda, o DNxHD ­requer ape­nas 220 Mbps para ­sinais de vídeo de 10bit, ou 145 Mbps na ver­são 8-bit. Em ­outras pala­vras, pode tra­ba­lhar com arqui­vos cap­ta­ dos em ­ DVCPRO HD ou no novo for­ma­to HDV no mesmo espa­ço de um arqui­vo SD. Com isso, pode ser feita a edi­ção real time em HD até mesmo em um lap­top. A Ike­ga­mi já anun­ciou para o fim deste ano uma câme­ra HD que usa o DNxHD, e que pode­rá gra­var 140 minu­tos de vídeo de alta defi­ni­ção em um sim­ples hard-disk de 80 Gb. Outro lan­ça­ men­to impor­tan­te da fabri­can­te de câme­ras foi um sis­te­ma de trans­mis­são wire­less capaz de ­enviar ­sinais HDTV e rece­ber coman­dos de câme­ra via con­tro­le sem fio.


9. A Tand­berg apre­sen­ta­va na feira o enco­der EN5920, que ocupa um RU e cria uma saída de vídeo WM9 em tempo real, mas que tam­bém pode tra­ba­lhar em MPEG-2. O enge­nhei­ro Car­los Capel­ lão, da Phase, que repre­sen­ta os equi­pa­men­tos da empre­ sa no Bra­sil, demons­tra­va uma apli­ca­ção de vídeo sobre redes tele­fô­ni­cas (atra­vés de FinalCut Pro HD: sistemas de edição ganharam um modem ADSL) usan­do a versão para alta definição a preço de SD. com­pac­ta­ção WM9. “É pos­sí­ vel fazer um ser­vi­ço de TV por assi­na­tu­ra con­teú­do em algu­ma outra mídia de arma­ze­ usan­do uma banda de 1,5 Mbps a 2 Mbps na­gem, como DVDs). O equi­pa­men­to apre­ com qua­li­da­de de DVD, gra­ças a essa com­ sen­ta ­alguns fea­tu­res inte­res­san­tes, como a pac­ta­ção”, expli­cou. O sis­te­ma demons­tra­do pos­si­bi­li­da­de de se colo­car ou reti­rar car­tões per­mi­tia pau­sar, avan­çar ou retro­ce­der o a qual­quer momen­to, sem inter­fe­rir na gra­ vídeo com coman­dos do con­tro­le remo­to, de va­ção. A câme­ra grava em ape­nas um car­tão forma seme­lhan­te a um DVD ou PVR. A tec­ de cada vez, não impor­ta quan­tos car­tões no­lo­gia WM9 vem se espa­lhan­do e ­outros este­jam inse­ri­dos ou em que posi­ção. Outra fabri­can­tes já demons­tram equi­pa­men­tos carac­te­rís­ti­ca é a pos­si­bi­li­da­de de fazer uma com­pa­tí­veis com o ­ padrão. O estan­de da pré-edi­ção na pró­pria câme­ra, uma vez que Micro­soft, aliás, era um dos maio­res da os ­ vídeos são gra­va­dos em cli­pes, cada um feira este ano. cor­res­pon­den­do a um arqui­vo, e no visor LCD pode-se ver os thumb­nails e pré-sele­cio­ For­ma­tos e ­padrões Sem fita nar cenas para edi­ção ou até apa­gar algu­mas Uma novi­da­de que pro­me­te fazer baru­ Outro des­ta­que da NAB este ano foi o toma­das. lho nos pró­xi­mos meses, e cer­ta­men­te desen­vol­vi­men­to das câme­ras e VTs que tra­ De seu lado, a Sony anun­ciou que já será uma estre­la nas pró­xi­mas NAB, é ba­lham sem fitas, anun­cia­das na feira do foram ven­di­das 1,5 mil uni­da­des do sis­te­ o for­ma­to HDV, desen­vol­vi­do por Sony, ano pas­sa­do. A Pana­so­nic, por exem­plo, ma XDCam, que uti­li­za dis­cos ópti­cos no Canon, JVC e Sharp. Trata-se de um mos­trou o pri­mei­ro mode­lo de câme­ra a lugar de fitas, e que o sis­te­ma será usado DV com o do­bro de reso­lu­ção, que está usar sua tec­no­lo­gia P2, de gra­va­ção em pela rede norte-ame­ri­ca­na NBC na cober­tu­ra sendo ado­ta­do por diver­sos fabri­can­tes. car­tões de memó­ria de esta­do sóli­do, tipo das Olim­pía­das de Ate­nas. O sis­te­ma já foi O vídeo é gra­va­do em MPEG-2 e o sis­te­ma flash. A cam­cor­der AJ-SPX800 tem capa­ci­ adqui­ri­do por emis­so­ras bra­si­lei­ras. As maio­ com­por­ta tanto o 720p quan­to o 1080i, em da­de para cinco car­tões de memó­ria de 4 Gb res van­ta­gens estão no aces­so não-­linear aspec­to 16:9. Outra tec­no­lo­gia que ganha cada vez cada, capa­zes de arma­ze­nar um total de 40 ao con­teú­do gra­va­do, eli­mi­nan­do o tempo mais corpo é o ­ padrão de com­pac­ta­ção minu­tos de vídeo no ­padrão ­DVCPRO50 ou de trans­fe­rên­cia do mate­rial da fita para a MPEG-4 e seu “primo” Win­dows Media 80 minu­tos em ­DVCPRO/ DV, poden­do ser edi­ção, e tam­bém na pos­si­bi­li­da­de de arma­ usada em 60i, 30p ou 24p. A câme­ra regis­ ze­na­men­to do ma­te­rial na pró­pria mí­dia, já tra ainda qua­tro ­ canais de áudio de que um disco ópti­co custa ape­nas em torno 48 kHz/16-bit em qual­quer for­ma­to de US$ 30. Para os pró­xi­mos meses a Sony esco­lhi­do. anun­ciou o lan­ça­men­to de um disco de dupla O pro­ble­ma ainda é o altís­si­mo cama­da, com capa­ci­da­de para ar­ma­ze­nar 50 custo da mídia. Cada car­tão de 4 Gb Gb de infor­ma­ção, e tam­bém de uma ver­são custa US$ 1,8 mil. Segun­do a fabri­ com­pac­ta, de 3 1/2”. can­te, o preço deve cair nos pró­xi­mos anos, na mesma medi­da em que sua HD por lei capa­ci­da­de vai aumen­tar (para 2005 Ape­sar de todo o entu­sias­mo com a TV está pre­vis­to o car­tão de 8 Gb) e deve- digi­tal, os radio­di­fu­so­res norte-ame­ri­ca­nos se levar em conta que cada car­tão ainda estão preo­cu­pa­dos com cer­tas medi­das pode ser reu­ti­li­za­do inú­me­ras vezes regu­la­tó­rias. O pre­si­den­te da NAB, Eddie Protótipo da câmera HDV da Sony. Novo for­ (mas para isso é pre­ci­so des­car­re­gar o ­Fritts, abriu a edi­ção deste ano do con­gres­so ­ utros fabri­can­tes de equi­pa­men­tos O tam­bém embar­ca­ram na high defi­ni­tion. Tanto que o tema da Sony para a NAB 2004 foi “Ride the HD wave” (algo como “pegue a onda do HD”). Segun­do Mit­su­ ro Ohki, dire­tor mun­dial da recém-cria­da divi­são Pro­fes­sio­nal Solu­tions Net­work Com­pany da fabri­can­te japo­ne­sa, a high defi­ni­tion já está se tor­nan­do uma rea­li­da­ de na TV e no cine­ma. Ele men­cio­nou a gra­va­do­ra Sony Music, empre­sa irmã da fabri­can­te, que já pro­duz seus cli­pes com a câme­ra CineAl­ta, de cine­ma digi­tal. Segun­do Tim Bax­ter, VP ­sênior da divi­ são de pro­du­tos de con­su­mo da empre­sa, a Sony Pic­tu­res pas­sou mais de mil fil­mes de seu acer­vo para HD até agora. São ini­cia­ ti­vas para popu­la­ri­zar o for­ma­to e criar o que ele cha­mou de “entu­sias­tas do HD”. Peter Schin­dler, co-pro­du­tor exe­cu­ti­ vo da série “Joan of Arca­dia”, tam­bém da Sony Tele­vi­sion, afir­ma que vem eco­ no­mi­zan­do cerca de US$ 30 mil por epi­ só­dio com o uso do HD 24P no lugar da pelí­cu­la, com resul­ta­dos exce­len­tes.

mato ganha produtos a partir de 2005.

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A ofer­ta de TV digi­tal nos EUA da asso­cia­ção com uma men­sa­gem Mais de 60 fabri­can­tes dura con­tra as ope­ra­do­ras de cabo. 575 mode­los de moni­to­res HDTV Cha­man­do o cabo de “car­tel” e 117 mode­los de recep­to­res com DTV inte­gra­ “mo­no­pó­lio”, ­ Fritts pediu à FCC da (todos os con­se­lhei­ros do órgão esta­vam na pla­téia) que tome uma 24 mode­los de set-top boxes deci­são rápi­da a res­pei­to da obri­ga­ 18 mode­los de video recor­ders e PVRs Fonte: CEA to­rie­da­de do cabo levar os ­ sinais digi­tais dos broad­cas­ters ­locais (lei do must-carry digi­tal). Segun­do ele, as mono­pó­lio se assus­ta com a pos­si­bi­li­da­de ope­ra­do­ras estão “impon­do uma bar­rei­ de uma com­pe­ti­ção gra­tui­ta”, disse. ra entre o espec­ta­dor e o con­teú­do digi­ Há ainda outra preo­cu­pa­ção dos radio­ tal que já está dis­po­ní­vel”. Para ­Fritts, di­fu­so­res. O chair­man da FCC, ­ Michael há 1,2 mil emis­so­ras digi­tais nos EUA, ­Powell, apre­sen­tou ao Con­gres­so dos mas ape­nas um terço delas são retrans­mi­ EUA no final de março uma pro­pos­ta ti­das pelo cabo. Ele tam­bém recla­mou do polê­mi­ca para ace­le­rar a tran­si­ção para ata­que do cabo à TV aber­ta mul­ti­cast. “O a TV digi­tal no país. Pela regra da tran­

si­ção para a DTV nos EUA, os broad­ cas­ters de uma loca­li­da­de devem aca­ bar com a trans­mis­são ana­ló­gi­ca quan­ do 85% daque­le mer­ca­do for capaz de rece­ber os ­ sinais digi­tais, seja pelo ar ou por ­outros meios. A idéia de ­Powell é per­mi­tir que as ope­ra­do­ras de cabo con­ver­tam os ­sinais digi­tais para ana­ló­gi­cos. Desta forma, seus assi­nan­tes con­ta­riam para o total de domi­cí­lios capa­zes de rece­ber a DTV, ace­le­ran­do em tal­vez ­alguns anos até a che­ga­da à cota de 85%. Hoje só são con­ta­dos os espec­ta­do­res que ­ te­nham recep­to­res digi­tais. A rea­ção dos radio­di­fu­so­res não podia ser pior, pois estão amea­ça­dos de per­der

No Brasil, recuperação de vendas

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Embo­ra o Bra­sil difi­cil­men­te vá acom­ pa­nhar tão cedo a rápi­da evo­lu­ção que se apre­sen­ta nos EUA para o mer­ca­do de pro­du­ção em HDTV, algu­mas boas notí­cias sur­gi­ram duran­te a NAB 2004 para o mer­ca­do nacio­nal. ­ Depois de um longo perío­do de estag­na­ção, os gran­ des fabri­can­tes vol­ta­ram a rece­ber pedi­ dos tanto de broad­cas­ters quan­to de pro­du­to­ras nacio­nais para a aqui­si­ção de equi­pa­men­tos. A Sony, prin­ci­pal for­ne­ce­do­ra nessa área, ­ fechou nos pri­mei­ros qua­ tro meses deste ano negó­cios da ordem de US$ 10 ­milhões FOB. A Globo ficou com mais de 50 uni­da­des de equi­pa­men­tos

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XDCam (sis­te­ma que usa dis­cos ópti­ cos no lugar de fitas). A RBS ­ fechou duran­te a NAB a aqui­si­ção de equi­pa­ men­to DVCam para a sua rede. A Rede TV! adqui­riu em janei­ro uma uni­da­de móvel com swit­cher digi­tal e 12 câme­ras. Tam­bém em janei­ro, a Casa­blan­ca com­ prou um sis­te­ma HDTV para a pro­du­ ção da nove­la “Meta­mor­pho­ses”. A ­Record adqui­riu um paco­te de sis­te­ma digi­tal com câme­ras, swit­chers e VTs para toda sua rede, e ainda, a TV Gaze­ta, de Vitó­ria, assi­nou em Las Vegas a com­pra de um sis­te­ma inte­gra­do para jor­na­lis­mo. Segun­do Luis Padi­lha, dire­tor da área de pro­du­tos broad­cas­ting, pro­fis­sio­nais e de infor­má­ti­ca da Sony, esses seis paco­tes per­fa­zem um total de US$ 7 ­milhões FOB,

aos quais se somam mais US$ 3 ­ milhões em ­ outros negó­cios de gran­de porte no seg­men­to broad­cast. Nos primeiro qua­tro meses de 2003, as ven­das não pas­sa­ram de US$ 4 ­milhões. Regis­trou-se, por­tan­to, um cres­ci­men­to de 150% no perío­do. No total, a Sony espe­ra ven­der este ano US$ 330 ­ milhões no Bra­sil, sendo que a dire­to­ria de broad­cas­ting e equi­pa­ men­tos pro­fis­sio­nais e infor­má­ti­ca espe­ra res­pon­der por US$ 60 ­milhões. Sony não reve­la, con­tu­do, quan­to desse valor é pro­ je­ta­do só para o broad­cas­ting. A Grass Val­ley (Thom­son) tam­bém pro­je­ta um aumen­to de ven­das no Bra­sil, da ordem de 60% para o pri­mei­ro semes­ tre de 2004. Segun­do o geren­te geral da empre­sa para a Amé­ri­ca do Sul, ­ Arnault

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Lan­nu­zel, as ven­das devem che­gar a algo entre US$ 4 ­milhões e US$ 5 ­milhões no semes­tre, dos quais US$ 2 ­milhões já estão fatu­ra­dos e o res­tan­te aguar­da ape­nas a libe­ra­ção de finan­cia­men­to. O “ven­dor finan­cing”, aliás, é uma das estra­té­gias com que a empre­sa conta para aumen­tar sua fatia de mer­ca­do este ano no País. Atual­men­te a GV finan­cia cerca de 85% do valor dos pro­je­tos. Den­tre os negó­cios já fecha­dos este ano estão um paco­te de cerca de US$ 700 mil para o canal Can­ção Nova, que ­inclui swit­chers Kayak, ser­vi­do­res Pro­fi­ le, entre ­ outros equi­pa­men­tos. Tam­bém foi fecha­da uma rede de sto­ra­ge (SAN) com a Glo­bo­sat, de apro­xi­ma­da­men­te US$ 150 mil, e um paco­te de ser­vi­do­res pa­ra a ­Record, de US$ 160 mil. Fora do mer­ca­do broad­cast, a Grass Val­ley ­ fechou com a pro­du­to­ra JM a mon­ta­gem de um cami­nhão de exter­na total­men­te HDTV, que será o pri­mei­ro do País a usar esta tec­no­lo­gia. A empre­ sa diz que vem bus­can­do tam­bém pene­

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trar mais em mer­ca­dos men­to de mídia digi­tal basea­ não tra­di­cio­nais, como do na nova robó­ti­ca da Sony, igre­jas, uni­ver­si­da­des e a Peta­Si­te. O sis­te­ma será gover­no. ins­ta­la­do na sede da TVT, Os inte­gra­do­res em São Ber­nar­do do Cam­po ­locais tam­bém não têm (SP) e terá 54 Tb (te­raby­tes) do que se quei­xar. “Foi a de ar­ma­ze­na­men­to, equi­va­ ­melhor NAB de todos os len­tes a apro­xi­ma­da­men­te tem­pos para nós”, conta 4,5 mil horas em com­pres­são Danie­la Souza, dire­to­ra DV Nati­vo. O es­co­po prin­ci­ comer­cial da AD Line. pal deste pro­je­to é digi­ta­li­zar Foi a pri­mei­ra feira da Segundo Lannuzel, da todo o acer­vo exis­ten­te na empre­sa ­depois da fusão Grass Valley, primeiro TVT, que tem regis­tros como entre a AD Video­tech semestre terá 60% de o da tra­je­tó­ria do pre­si­den­te e a Line­Com e a pos­te­ aumento nas vendas. Lula. rior par­ce­ria ope­ra­cio­nal Ela cita ainda a ins­ta­la­ com a Cross­point. “Não fize­mos ven­das ção dos pri­mei­ros pro­je­to­res de vídeo para lá, foi mais um con­ta­to com os bra­si­lei­ as salas de cine­ma da rede Kino­maxx, ros”, conta. “Mas tínha­mos uma meta den­tro de um paco­te que até o final do ano de cres­cer 20% no pri­mei­ro tri­mes­tre deve che­gar a 200 uni­da­des, e a aqui­si­ção e ela foi supe­ra­da”, com­ple­ta, con­tan­ pela Dis­co­very Chan­nel Latin Ame­ri­ca de do ainda que a meta de maio já havia um sis­te­ma Teles­tream Clip­mail­Pro, que sido quase atin­gi­da ainda na pri­mei­ra per­mi­ti­rá a digi­ta­li­za­ção e trans­fe­rên­cia de sema­na do mês. “O mer­ca­do está super arqui­vos de áudio e vídeo via IP, eli­mi­nan­ aque­ci­do”, come­mo­ra Danie­la. do a ne­ces­si­da­de de envio de mate­rial em Den­tre os negó­cios fecha­dos este ano mídia físi­ca (como fitas). ela des­ta­ca a implan­ta­ção do pri­mei­ro sis­ te­ma no País de arqui­va­men­to e geren­cia­ * Cola­bo­rou ­Rubens Glas­berg

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m ­ aking of U M É PICO ­I M OBILI Á RIO do Con­do­mí­nio Paraí­so, cujos apar­ta­men­tos não foram entre­ gues e se tor­na­ram o pesa­de­lo de ­ várias famí­lias de clas­se média — inclu­si­ve a dos pais de Célio. A trama rocam­bo­les­ca de “Reden­tor” envol­ve o jor­na­lis­ta agin­do em causa pró­pria para recu­pe­rar o apar­ta­men­to, os anti­gos ope­rá­rios inva­din­do o pré­dio e o empre­sá­rio ten­tan­do cor­rom­pê-los. Lá pelas tan­tas, Célio resol­ve pedir a ajuda de Deus e aí é que os mila­gres come­çam a acon­te­cer.

Mil a­gres div i­ n o s

Se o assun­to é mila­gres divi­nos, tam­bém tem que ­entrar em cena a equi­pe de efei­tos espe­ciais, sob a super­vi­são de Fabio Soa­res. De um orça­men­to de R$ 7 ­milhões, R$ 1,5 ­milhão foi con­su­mi­do pelos efei­tos de com­pu­ta­ção grá­fi­ca, que envol­ve­ram muita mode­la­gem em 3D e com­po­si­ção de ima­gens. “Reu­ni­mos a equi­pe que cos­tu­ma tra­ba­lhar junta em publi­ci­da­de e desen­ vol­ve­mos o rotei­ro com o obje­ti­vo Fernanda e Claudio Torres de levar essa expe­riên­cia para as telas. Bola­mos um rotei­ro cheio de Pedro Car­do­so e Cami­la Pitan­ga cli­mas, com cenas pouco ­usuais e ­cheias de efei­tos e uma mon­ta­gem dinâ­mi­ca”, expli­ca o dire­tor Cláu­dio Tor­res. Segun­do ele, a inte­gra­ção da equi­pe per­mi­tiu que o orça­men­to fosse poten­cia­li­za­do, e a par­ce­ria com o Grupo Mega (entre os co-pro­ du­to­res estão três empre­sas do grupo) tam­bém garan­tiu a qua­li­da­de final das ima­gens digi­tais na pelí­cu­la.

Bomb a a t ô­ mi­ c a

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O filme foi todo cap­ta­do em 35 mm, mas em pra­ti­ca­men­te todas as cenas há inter­ fe­rên­cias digi­tais. O mate­rial foi pro­ces­sa­do no Infer­no e trans­fe­ri­do de volta para a pelí­cu­la. Todo o pro­ces­so, desde a pre­pa­ra­ção, foi acom­pa­ nha­do por Fabio Soa­res. “Quan­do li o rotei­ro, havia uma seqüên­cia que dizia ‘explo­são ­nuclear em ­Brasília’. Não sabia se era ima­gi­ ná­rio ou lite­ral, e ­fiquei ten­tan­do me con­ven­cer de que era ima­gi­ná­ rio, de que a gente não ia pre­ci­sar fazer aqui­lo. Até que o Cláu­dio me expli­cou exa­ta­men­te o que que­ria — uma bomba atô­mi­ca Explo­são de Bra­sí­lia em Bra­sí­lia — e tive que acei­tar”, brin­ca Fabio. A cena mos­tra o cogu­me­lo ­nuclear atrás do Con­gres­so Nacio­nal, numa cena aérea que mos­tra toda a Espla­na­da dos Minis­té­rios. A cena foi toda feita com com­po­si­ção de ima­gens, a par­tir de ima­gens de arqui­vo de explo­sões nuclea­res.

Fotos: Van­toen Perei­ra Jr

Um repór­ter, um empreen­de­dor imo­bi­liá­rio pica­re­ta, um pré­dio de apar­ta­men­tos inva­di­do e Deus. É a par­tir des­ses ele­men­tos que o dire­tor Cláu­dio Tor­res, sua irmã Fer­nan­da e a rotei­ris­ta Elena Soa­rez, que assi­na o rotei­ro do longa “Eu, Tu, Eles”, cria­ram a his­tó­ria de Célio Rocha, vivi­do por Pedro Car­do­so, um jor­na­lis­ta que é obri­ga­do a reen­con­trar um amigo de infân­cia — Otá­vio ­Sabóia (­Miguel Fala­bel­la) — um empre­sá­rio ines­cru­pu­lo­so. ­ Sabóia é her­dei­ro do cons­tru­tor


lizan­dra­deal­mei­da lizan­dra@tela­vi­va.com.br

Fotos: Ralf Stre­low

Looks pre­ci­sos

Uma das seqüên­cias pre­fe­ri­das de Fabio é o encon­tro de Pedro Car­do­so com Deus. “Usa­mos como refe­rên­cia a ima­gem da está­tua do Cris­to Reden­tor. É como se essa fosse a ima­gem de Deus que o per­so­na­gem tem. Encon­tro de Pedro Car­do­so com Deus Mode­la­mos a está­tua em 3D e tex­tu­ri­za­mos para que pare­ces­se ter milha­res de anos. ­ Depois com­pu­se­mos essa ima­gem com o fundo, fil­ma­do em Agu­lhas ­Negras, e usa­mos um plug-in de céu para for­mar as ­nuvens e a tem­pes­ta­de. Foi um tra­ba­lho muito legal, pois pre­ci­sá­va­mos defi­nir o ‘look’ certo para a cena”, conta. O mesmo desa­fio esta­va pre­sen­te em uma cena em que Pedro Car­do­so levi­ta, num momen­to em que o dire­tor clas­si­fi­cou como “bíbli­co”. “Nossa refe­rên­cia era o apo­ca­lip­se, e foi difí­cil desen­vol­ver o ‘look’ que com­bi­nas­se essa inten­ção do dire­tor com o resto da esté­ti­ca do filme”, com­ple­ta Fabio. Levi­ta­ção de Pedro Car­do­so

Mul­ti­dão em 3D Outra cena que exi­giu fôle­go extra da equi­pe de efei­tos foi a que mos­tra uma mul­ti­dão em volta e em cima dos pré­dios de apar­ta­men­tos, todos car­re­gan­do ­tochas ou velas. “Fize­mos cenas ­aéreas dos pré­dios sem nin­ guém, e ­depois cria­mos a mul­ti­dão em 3D, com um plug-in espe­cí­fi­co. Cons­truí­mos a simu­la­ção do movi­men­to e a mul­ti­dão. A cena foi fil­ma­ da duran­te o dia, mas se passa à ­Miguel Fala­bel­la noite”, expli­ca. O pré­dio é uma loca­ção real no Rio de Janei­ro, um pré­dio cer­ca­ do de fave­la por todos os lados. Em ­ alguns pla­nos, foi neces­sá­ ria a mul­ti­pli­ca­ção da fave­la tam­bém.

Pedro Car­do­so

icha téc­ni­ca fFilme “Reden­tor” • Pro ­d u ­t o ­r a Cons­ pi­ra­ç­ão Fil­mes • Co-pro­du­ção War­ ner Bros., Glo­bo­Fil­mes, Estu­dios­Me­ga, Me­ga­­Co­lor e Tibet Fil­mes • Pro ­d u ­ç ão Exe­cu­­ti­va Leo­nar­do Mon­tei­ro de Bar­ros • Di­re ­ç ão Cláu­dio Tor­res • Foto ­g ra ­f ia Ral­ph Stre­low • Rotei ­r o Elena Soa­rez, Fer­­nan­da Tor­res e Cláu­dio Tor­res • Su­per ­v i ­s ão de Efei­tos ­ Visuais Fabio Soa­res • Dire ­ç ão de Arte: Tulé Peak • Elen­ ­c o Pedro Car­do­so, ­Miguel Fala­bel­la, Ca­mi­la Pitan­ga, Fer­nan­da Mon­te­ne­gro e José Wil­ker • Músi ­c a YB • Mon ­t a ­g em Vicen­te ­K ubrusly • Labo ­r a ­t ó ­r io Me­ga­Co­ lor • Fina ­li ­z a ­ç ão Estu­dios­Me­ga

Infer­no em HD Para obter esses resul­ta­dos, foram neces­sá­rias mais de mil horas de Infer­no em alta defi­ni­ção, e o envol­vi­men­to de cerca de 15 pro­fis­sio­nais, conta Ricar­do Roz­zi­no, dire­tor dos Estu­dios­Me­ga. As cenas foram tele­ci­na­das em HD e tra­ba­lha­das em diver­sos equi­pa­men­tos da mesma linha do Infer­no, na pró­pria Cons­pi­ra­ção, e ­depois ajus­ta­das na fina­li­za­ção. Segun­do Leo­nar­do Mon­tei­ro de Bar­ros, a pre­ vi­são é a de que o filme entre em car­taz em setem­bro.


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Os frutos de uma união

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No últi­mo ano a rela­ção entre cine­ma e TV se mos­trou mais pro­du­ti­va do que nunca. A ten­dên­cia é que a rela­ção se estrei­te cada vez mais. A Globo Fil­mes diz estar dis­pos­ ta a man­ter o gran­de núme­ro de co-pro­du­ções e ainda a dar apoio na divul­ga­ção de algu­mas pro­du­ções. Além disso, ­outras TVs apon­tam para o mesmo cami­nho, anun­ cian­do a entra­da no mer­ca­do cine­ma­to­grá­fi­co tam­bém atra­vés de co-pro­du­ções. A quan­ti­da­de de pro­je­tos fei­tos em co-pro­du­ção com a Globo Fil­mes é sur­preen­den­te. Ao todo, foram lan­ça­dos 22 lon­gas-metra­gens até o final de 2003. “As co-pro­du­ções da Globo Fil­mes foram fei­tas com 16 dife­ren­tes pro­du­to­ras inde­pen­den­tes e con­ta­ram com 18 dire­to­res”, diz Car­los Eduar­do Rodri­gues, o Cadu, da Globo Fil­mes. Segun­do ele, essa varie­da­de não é coin­ci­dên­cia. “A ten­dên­cia é jus­ta­men­ te a diver­si­da­de de pro­je­tos”, expli­ca, com­ple­tan­do que, “assim, temos uma troca de expe­riên­cias no mode­lo de pro­ du­ção de cine­ma, TV e até publi­ci­da­de”. A idéia é man­ter uma média de oito a dez lan­ça­men­tos por ano. Essa diver­si­da­de tem uma expli­ca­ção. Além da ques­ tão cul­tu­ral, da valo­ri­za­ção do con­teú­do nacio­nal, o intui­ to da Globo Fil­mes é o de for­mar públi­co de cine­ma. O cres­ci­men­to do mer­ca­do de exi­bi­ção, aliás, é fun­da­men­tal para pró­pria exis­tên­cia da Globo Fil­mes. Segun­do Cadu, busca-se sem­pre “uma equa­ção para rea­ver parte dos inves­ti­men­tos fei­tos em cada pro­du­ção”. Mas, em mui­tos casos, o retor­no é muito menor do que o inves­ti­men­to. Mesmo assim, a Globo Fil­mes não pre­ten­de rever os mode­los de con­tra­to de co-pro­du­ção, mas aumen­ tar o tama­nho do mer­ca­do para que o mode­lo atual se torne sus­ten­tá­vel. “Den­tro do mer­ca­do atual é muito difí­cil que um filme pague o inves­ti­men­to”, expli­ca. Nesse mode­lo, a Globo Fil­mes torna-se co-pro­du­to­ra, sem­pre com uma par­ti­ci­pa­ção mino­ri­tá­ria nos fil­mes. Como inves­ti­men­to, entra o tra­ba­lho dos pro­fis­sio­nais da Globo Fil­mes e a mídia da Globo. A cola­bo­ra­ção se dá desde o iní­cio do pro­je­to, sendo que a Globo Fil­mes entra com a cola­bo­ra­ção artís­ti­ca e o plano de mídia. Por cola­bo­ ra­ção artís­ti­ca enten­da-se uma par­ti­ci­pa­ção na con­cep­ção

A relação entre TV e cinema atinge a maioridade, sendo responsável pelos principais lançamentos recentes. a tV parece se abrir para novos parceiros.

do fil­mes, envol­ven­do o rotei­ro, esco­lha de elen­co e equi­ pe téc­ni­ca e até a edi­ção do longa-metra­gem. No plano de mídia, além de uma cota de publi­ci­da­de nas cinco emis­so­ ras pró­prias da TV Globo (Rio de Janei­ro, São Paulo, Reci­ fe, Bra­sí­lia e Belo Hori­zon­te), que varia a cada pro­je­to, a Globo Fil­mes for­mu­la o plano de lan­ça­men­to jun­ta­men­te com o pro­du­tor e o dis­tri­bui­dor. Além disso, for­mu­la pau­ tas para que o filme possa ­entrar no cross-media da Globo. “Quem deci­de se um filme será notí­cia de deter­mi­na­do pro­gra­ma da Globo, são os res­pon­sá­veis pelo pro­gra­ma”, diz Cadu. “Nosso papel é for­mu­lar pau­tas que sejam de inte­res­se des­ses pro­gra­mas e que agre­guem um con­teú­do artís­ti­co a eles”, expli­ca. Recen­te­men­te, Cadu diz que expe­ri­men­tou, “e com muito suces­so”, trans­fe­rir parte daque­la mídia usada no

Cadu, da Globo Filmes: intuito de formar público de cinema com produções diversificadas.

Fotos: Divul­ga­ção


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“Benjamin”, de Monique Gardenberg. Apoio da TV veio com o filme ja finalizado e pronto para o lançamento.

lan­ça­men­to thea­tri­cal do filme para o lan­ça­ men­to em home­vi­deo. Segun­do Iafa Britz, dire­to­ra da Total Enter­tain­ment, que pro­du­ziu com a Globo Fil­mes o longa-metra­gem “Sexo, Amor e Trai­ção”, a Globo Fil­mes ­entrou desde a con­cep­ção do pro­je­to. Sua par­ti­ci­pa­ção não envol­veu apor­te em dinhei­ro, mas mídia e a super­vi­são artís­ti­ca de ­ Daniel Filho. “É algo que não dá para colo­car um valor”, diz Iafa. Além disso, “todos os aspec­tos do filme foram dis­cu­ti­dos: rotei­ro, elen­co, dire­ tor etc.”, com­ple­ta. Apoio Ainda em busca do cres­ci­men­to do mer­ ca­do de exi­bi­ção, a Globo Fil­mes ­estreou este ano como apoia­do­ra de ­alguns fil­mes. Par­tin­do dos mes­mos cri­té­rios usa­dos na esco­lha de pro­je­tos para co-pro­du­ção, qua­ li­da­de, valo­ri­za­ção do con­teú­do nacio­nal e poten­cial de públi­co, a Globo Fil­mes esco­

lheu ­ alguns lon­gas para ­ apoiar, ceden­do mídia. Para Cadu, “o mer­ca­do só é madu­ro quan­do tem uma quan­ti­da­de míni­ma de fil­mes ­médios, capa­zes de fazer um públi­ co de 300 mil pes­soas”. É jus­ta­men­te este tipo de filme que a Globo Fil­mes resol­veu ­apoiar. Os pro­je­tos só são ana­li­sa­dos quan­do já estão fina­li­za­dos e com dis­tri­bui­do­ ra defi­ni­da, pron­tos para o lan­ça­men­to. Além dos cri­té­rios já cita­dos, tam­bém é leva­da em conta a data de lan­ça­men­to, que não pode con­fli­tar com os fil­mes copro­du­zi­dos pela Globo Fil­mes. Entre os que já foram con­tem­pla­dos com mídia nas cinco pra­ças da Globo estão “Ben­ja­mim”, de Moni­que Gar­den­berg; “Onde Anda Você”, de Ser­gio Rezen­de; e “De Pas­sa­ gem”, de Ricar­do Elias. Serão apoia­dos entre qua­tro e seis lon­gas por ano. O apoio, segun­do Cadu, tam­bém “busca o equa­cio­na­men­to do

Da TV para a telo­na Além dos fil­mes já rea­li­za­dos que foram trans­por­ta­dos da TV para o cine­ma “O Auto da Com­pa­de­ci­da” e “Os Nor­mais”, a Globo Fil­mes apos­ta ainda em ­ outras pro­du­ções como o longa “A Chave do Tama­nho”, ins­pi­ra­do no livro da série “Sítio do PicaPau Ama­re­lo”, de Mon­tei­ro Loba­to. Além disso, podem ­ganhar uma adap­ta­ção para

cine­ma as nove­las “Roque San­tei­ro” e “Guer­ra dos Sexos”. “Não se trata de uma ten­dên­cia, mas de ­idéias”, diz Cadu. “Li uma pes­qui­sa que diz que, atual­men­te, 40% dos fil­mes são adap­ta­ ções de ­livros, peças de tea­tro ou pro­gra­mas de TV; 40% são rema­kes; e ape­nas 20% são obras ori­gi­nais”, jus­ti­fi­ca.

inves­ti­men­to”, mas o dire­tor da Globo Fil­mes pre­fe­re não abrir qual é o mode­lo de con­tra­to. Para Assun­ção Her­nan­des, pro­du­to­ra do longa-metra­gem “De Pas­sa­gem”, essa mídia ajuda a “con­so­li­dar a visi­bi­li­da­de con­quis­ta­da atra­vés de ­ outras ações de divul­ga­ção”. Vale lem­brar que o filme con­quis­tou algum espa­ço na mídia antes de seu lan­ça­men­to par­ti­ci­pan­do de diver­ sos fes­ti­vais. Além disso, “dá sta­tus de cre­di­bi­li­da­de ao filme”. No fes­ti­val de Gra­ma­do, o longa rece­beu ­vários Kiki­tos (ator coad­ju­van­te, ­melhor filme, dire­ção e rotei­ro), con­quis­tan­do bas­tan­te espa­ço na gran­de impren­sa. Dis­tri­buí­do pela Lumié­re com um lan­ ça­men­to de 20 ­ cópias, “De Pas­sa­gem” se enqua­dra nos cri­té­rios expli­ca­dos por Cadu. “Temos cons­ciên­cia de que não se trata de um block­bus­ter, por não ser um filme com gran­de apelo comer­cial”, diz Assun­ção. O filme foi lan­ça­do pri­mei­ra­ men­te em três capi­tais: São Paulo, Bra­sí­lia e Belo Hori­zon­te. A mídia na TV Globo foi de 15 inser­ções para o lan­ça­men­to e mais dez inser­ções duran­te a car­rei­ra do filme. Tal­vez esse seja o mode­lo para que os dis­tri­bui­do­res inde­pen­den­tes pos­sam con­tar com a Globo Fil­mes. Atual­men­te, é difí­cil um dis­tri­bui­dor inde­pen­den­te con­se­guir dis­tri­buir um longa co-pro­du­ zi­do pela Globo Fil­mes. André Sturm, da dis­tri­bui­do­ra Pan­do­ra, não acre­di­ta que exis­ta um pre­con­cei­to por parte dos pro­ du­to­res e nem uma exi­gên­cia da Globo Fil­mes para que os fil­mes sejam dis­tri­buí­ dos pelas ­majors. O que acon­te­ce é que “o arti­go ter­cei­ro da Lei do Audio­vi­sual (um incen­ti­vo fis­cal para que os dis­tri­bui­do­res inter­na­cio­nais invis­tam em pro­du­ções bra­si­lei­ras) fez com que as ­ majors pas­ sas­sem a inves­tir nos fil­mes com maior poten­cial de públi­co. Fica difí­cil com­pe­tir com eles”, expli­ca. E os fil­mes com maior poten­cial de públi­co são jus­ta­men­te os que ­atraem a Globo Fil­mes. “A culpa é da legis­la­ção. Deve­ria haver um meca­nis­mo que inse­ris­se os inde­pen­den­tes no mer­ca­ do”, defen­de Sturm.

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Polí­ti­ca Tudo leva a crer que a entra­da da Globo Fil­mes na área de apoio é parte de uma situa­ção mais com­ple­xa que envol­ve o pro­ces­so de socor­ro á mídia sendo desen­vol­vi­do pelo BNDES e que já está em dis­cus­são no Con­gres­so. O espa­ço dado na mídia e o cami­nho apon­ta­do nas dis­cus­sões sobre a ajuda à mídia parecem estar fazendo com que os radio­di­fu­so­res bus­quem ligar sua ima­gem à defe­sa do con­teú­do nacio­nal. Em audiên­cia públi­ca rea­li­za­da pela Co­mis­são de Edu­ca­ção do Sena­do para dis­cu­tir o pro­gra­ma do gover­no de ajuda à mídia, o pre­si­den­te do BNDES, Car­los Lessa, afir­mou que irá enca­mi­nhar à Comis­ são de Edu­ca­ção uma cor­res­pon­dên­ cia deta­lhan­do ­ alguns prin­cí­pios que deve­riam cons­tar do pro­gra­ma de ajuda do banco às empre­sas de mídia bra­si­lei­ ras, para que os mem­bros da comis­são ana­li­sem e votem con­tra ou a favor da pro­pos­ta. Vale lem­brar que mui­tos dos sena­do­res que vêm par­ti­ci­pan­do desse deba­te ­ cobram uma con­tra­par­ti­da ­ social

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O tama­nho do mer­ca­do Segun­do dados do Data­ba­se Bra­sil 2003 Filme B, em 2003 o públi­co de salas de cine­ ma vol­tou a bater na casa dos 100 ­milhões de espec­ta­do­res, marca não atin­gi­da desde 1989. O mar­ket share do ci­ne­ma nacio­nal foi de 21,4%, fazen­do uma renda de quase R$ 135 ­milhões. Além disso, o cine­ma nacio­nal bateu outro recor­de desde a reto­ma­da: o longa-metra­gem “Caran­di­ru” foi visto por mais 4,5 ­milhões de pes­soas. Ainda segun­do o Filme B, foram inau­gu­ra­das no ano pas­sa­

para que os radio­di­fu­so­res con­si­gam o emprés­ti­mo. Ainda den­tro desta com­ple­xi­da­de, a Globo rea­li­zou uma série de reu­niões com cineas­tas para se desen­vol­ver ações con­jun­tas em ques­tões de inte­res­ ses con­ver­gen­tes. Des­sas reu­niões, além de Mar­lu­ce Dias e Cadu, repre­sen­tan­do a Globo, par­ti­ci­pa­ram ­ vários cineas­tas como Rober­to ­ Farias, Cacá Die­gues, Luiz Car­los Bar­re­to, Paulo Sér­gio Almei­ da, Geral­do ­Moraes, Toni Ven­tu­ri, André

do 146 novas salas de cine­ma no País. Segun­do o sumá­rio da Anci­ne do ano de 2003, a cap­ta­ção de recur­sos usan­do o Arti­ go 3º da Lei do Audio­vi­sual pas­sou de R$ 32 ­milhões, mais que o tri­plo da cap­ta­ção feita em 2002 usan­do o mesmo meca­nis­mo. Em com­pen­sa­ção, a soma dos valo­res cap­ta­dos no últi­mo ano por todos os meca­nis­mos de incen­ti­vo foi de R$ 81,6 ­milhões, uma queda sig­ni­fi­ca­ti­va se com­pa­ra­do à arre­ca­da­ção de 2001, de R$ 101,2 ­milhões.

Sturm, Giba Assis Bra­sil, Mar­ce­lo Laf­fi­te, Paulo Thia­go, Mari­za Leão e Luiz Car­ los Lacer­da. Entre os temas dis­cu­ti­dos estão o recen­te aumen­to da pre­sen­ça do cine­ma bra­si­lei­ro no mer­ca­do, na atua­ção da Globo Fil­mes e na busca de meca­nis­mos que ­ampliem as rela­ções entre o cine­ma e a TV, pas­san­do pela dis­cus­são da amplia­ ção de for­mas de divul­ga­ção do cine­ma bra­si­lei­ro e de seus pro­du­tos na tele­vi­são. Algo que leva, nova­men­te, à moda­li­da­de


de apoio cria­da pela Globo. dedi­ca­do ao cine­ma. Pro­du­zi­do pela Além disso, a idéia des­ses Moons­hot Pic­tu­res, da pós-pro­du­ encon­tros é achar uma manei­ra to­ra TeleI­ma­ge, o longa-metra­gem de, con­jun­ta­men­te, defen­der poli­ti­ será estre­la­do pela apre­sen­ta­do­ra ca­men­te o audio­vi­sual e a cul­tu­ra, infan­til da ­ Record Elia­na. Segun­ sem­pre des­ta­can­do a TV e o cine­ do o pro­du­tor Rober­to ­ d’Avilla, ma como agen­tes impor­tan­tes, e sócio da Moons­hot, o con­tra­to com gerar pro­pos­tas de ambien­te regu­ a ­ Record ainda está sendo dese­nha­ la­tó­rio, que devem ser leva­das a do. A prin­cí­pio, deve ser nos mes­ públi­co e ao gover­no tam­bém em mos mol­des dos con­tra­tos fei­tos pela con­jun­to. Globo Fil­mes. “A ­Record deve ­entrar É claro que essa preo­cu­pa­ção com mídia téc­ni­ca no lan­ça­men­to e do maior grupo de mídia do País “Onde Anda Você”, assim como “De Passagem” ganhou ainda usar o seu cross-media”, expli­ com o con­teú­do nacio­nal, qual­ apoio através de insersões na TV. ca ­d’Avilla. quer que sejam suas ­razões, só traz Mesmo apos­tan­do na par­ce­ria ­ganhos à indús­tria cine­ma­to­grá­fi­ ca­do de exi­bi­ção, levou ­outras TVs a apos­ com a ­ Record, que, atra­vés do ca. Mesmo assim, mui­tos dos cineas­tas ta­rem no cine­ma. A MTV já anun­ciou a cross-media, deve ­atrair o públi­co cati­vo pre­sen­tes mos­tram-se res­sen­ti­dos com a pro­du­ção do longa de ani­ma­ção basea­do da apre­sen­ta­do­ra, ­ d’Avilla não vê a TV demo­ra por parte da Globo para pro­cu­rá- na série exi­bi­da pelo canal “Mega Liga de como o gran­de veí­cu­lo de divul­ga­ção do los. “Após todos esses anos baten­do na VJs Pala­di­nos”. A Band tam­bém anun­ciou cine­ma. E mais, duvi­da da cons­ta­ta­ção porta a Globo, jus­ta­men­te nesse momen­ estar inte­res­sa­da em ­entrar na área cine­ de mui­tos dis­tri­bui­do­res de que a Globo to polí­ti­co, eles vem pedir a nossa ajuda”, ma­to­grá­fi­ca, mas ainda não apre­sen­tou é a mídia mais forte para lan­ça­men­tos disse um dos cineas­tas pre­sen­tes. seu pri­mei­ro pro­je­to. A ­ Record, por sua thea­tri­cal: “Acho que a mídia mais forte Tanto a situa­ção polí­ti­ca quan­to a vez, par­ti­ci­pa­rá do longa-metra­gem “Elia­ sem­pre foi o trai­ler. Quan­do é bem pro­du­ mer­ca­do­ló­gi­ca, com o cres­ci­men­to da na em O Segre­do dos Gol­fi­nhos”, mesmo zi­do e, acima de tudo, bem pro­gra­ma­do, par­ti­ci­pa­ção do cine­ma nacio­nal no mer­ não haven­do ainda na emis­so­ra um braço chega jus­ta­men­te ao públi­co das salas”.

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produção independente

O tom da regionalização N Graças à parceria entre emissoras e

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produtoras, a terceirização vem No Sul do Bra­sil, emis­so­ras de TV e pro­du­to­res inde­pen­ acontecendo no Sul do Brasil. Mas o den­tes estão unin­do for­ças em prol de uma pro­gra­ma­ risco de loteamento da grade preocupa. ção mais regio­na­li­za­da. O gran­de desa­fio, como sem­pre, é pro­du­zir com qua­li­da­de e recur­sos limi­ta­dos. Quem sabe e quer fazer direi­to (seja pro­du­to­ra ou emis­so­ra) garan­te que con­teú­do regio­nal dá Ibope e cati­va o públi­ co. Mas há tam­bém quem pre­fi­ra tri­lhar o cami­nho mais gaú­cho é muito liga­do a sua his­tó­ria. Pou­cos sabem, por curto, ou seja, o de “­lotear” a grade, colo­can­do no ar exem­plo, que exis­tiu por aqui um ita­lia­no ­ genial que uma pro­gra­ma­ção de gosto no míni­mo duvi­do­so. Esse inven­tou a tor­nei­ra para pipa de vinho.” “lotea­men­to” (que igno­ra o senso crí­ti­co do teles­pec­ta­ Ao longo des­ses cinco anos a emis­so­ra já exi­biu 65 dor) preo­cu­pa o mer­ca­do. Não ape­nas regio­nal­men­te, cur­tas gaú­chos. A pro­du­ção fica a cargo da emis­so­ra, que mas em nível nacio­nal. con­tra­ta mão-de-obra local para via­bi­li­zar Dire­tor geral de pro­gra­mas espe­ os pro­je­tos. Foram vei­cu­la­dos recen­te­men­ ciais da TV Porto Ale­gre (emis­so­ra te os “Con­tos de Inver­no” (uma par­ce­ria da RBS afi­lia­da da Globo), Gil­ber­to com a Casa de Cine­ma de Porto Ale­gre) Perin acre­di­ta que a regio­na­li­za­ção e “His­tó­rias Cur­tas”, resul­ta­do do pri­mei­ não tem volta e que ela vai acon­te­ ro con­cur­so públi­co feito por uma TV cer, com mais ou menos qua­li­da­de. aber­ta no Bra­sil, segun­do Perin. Os oito Em sua opi­nião, a par­ce­ria com as melho­res pro­je­tos das pro­du­to­ras foram pro­du­to­ras deve ser pen­sa­da como sele­cio­na­dos e rece­be­ram finan­cia­men­to estra­té­gia do depar­ta­men­to comer­ de R$ 25 mil. A emis­so­ra cedeu ainda as cial. “Mas ­ alguns cor­rem para o equi­pes de gra­va­ção, res­pon­sa­bi­li­zan­do-se mais fácil, que é ven­der o horá­rio. tam­bém pela cap­ta­ção e mon­ta­gem. Para Isso é um fato.” o dire­tor de pro­gra­mas espe­ciais da TV Desde 1999 a TV Porto Ale­gre Porto Ale­gre, quem pra­ti­ca o “lotea­men­ vem inves­tin­do na reen­ge­nha­ria to” da grade o faz por uma con­tin­gên­cia da grade e num foco mais regio­nal, abso­lu­ta­men­te eco­nô­mi­ca. “Exis­tem saí­ com a inclu­são de docu­men­tá­rios, “Seria ótimo poder pro­du­zir todos das sem­pre, mas trata-se de um mer­ca­do tele­dra­ma­tur­gia e his­tó­rias popu­la­ os pro­gra­mas, mas é inviá­vel difí­cil”, ava­lia. res. Para tes­tar a nova fór­mu­la, a eco­no­mi­ca­men­te”, diz Roberto Rober­to Ama­ral, pre­si­den­te do Sis­te­ emis­so­ra come­çou com­pran­do qua­ Amaral, ma Cata­ri­nen­se de Comu­ni­ca­ção (afi­lia­ tro cur­tas gaú­chos pre­mia­dos, leva­ da afiliada catarinense da da Rede TV!), con­si­de­ra neces­sá­rio dos ao ar aos sába­dos à tarde com da Rede TV!. “lotear” a grade, com a res­sal­va de que enor­me suces­so. Em segui­da, foi é pre­ci­so man­ter um con­tro­le de qua­li­da­ feita uma pes­qui­sa qua­li­ta­ti­va para che­car a pre­fe­rên­cia de. Em sua opi­nião, ainda que peque­nas, as pro­du­to­ras do públi­co. Em pri­mei­ro lugar, fica­ram as his­tó­rias sobre devem apre­sen­tar pro­gra­mas que “sir­vam” à comu­ni­ o Rio Gran­de do Sul, segui­das pela tele­dra­ma­tur­gia. “O da­de, den­tro de seus ­ padrões de custo. “Seria ótimo

Fotos: Arquivo (Marco Altberg) e Divul­ga­ção


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poder pro­du­zir todos os pro­gra­mas, mas é inviá­vel eco­no­mi­ca­men­te. Por­tan­to, temos 15 horas ­nobres sema­nais de pro­du­ção pró­pria e 22 horas de ter­cei­ri­za­da. ­Nenhum dos pou­cos pro­gra­mas reli­gio­sos que vei­cu­la­ mos ocupa horá­rio nobre”, enfa­ti­za. Ama­ral diz que a Rede TV! vem dando gran­de valor à regio­na­li­za­ção da grade. A emis­so­ra tem 150 retrans­mis­so­ras e em razão de tama­nha capi­la­ri­da­de con­si­de­ra essen­cial colo­car um “tem­pe­ro regio­nal” para agre­gar audiên­cia nos núme­ros nacio­ nais. “Des­de quan­do éra­mos SBT e agora há três anos como Rede TV! esta­mos inves­tin­do em regio­na­li­za­ ção. É o que nos­sos con­cor­ ren­tes tam­bém fa­zem, com suces­so. Para mim, o mode­ lo ideal é um mix de pro­du­ ção pró­pria e inde­pen­den­te ou, ­me­lhor ain­da, uma pro­ du­­ção em par­­ce­ria, mas com o risco divi­di­do e com par­ti­ ci­pa­ção na recei­ta.”

então, foi ter­cei­ri­zar. Hoje, a emis­so­ra res­ pon­de pela con­cep­ção e rotei­ro, mas quem exe­cu­ta são as pro­du­to­ras inde­pen­den­tes, que tam­bém pas­sa­ram a suge­rir pro­je­tos, um claro sinal do ama­du­re­ci­men­to do mer­ ca­do. “Recen­te­men­te com­pra­mos um pro­du­ to pron­to, o ‘Rota das Nave­ga­ções na Ilha de Santa ­ Catarina’. ­ Depois ven­de­mos as cotas de patro­cí­nio para gran­des empre­sas da ­região. É uma nova ten­dên­cia”, obser­va Prada Filho. Wil­son Serra, dire­tor de jor­na­lis­mo da Re­de Para­naen­se de Comu­ni­ca­ção (hoje com ape­nas 10% de par­ti­ci­pa­ ção da Famí­lia Mari­nho e com 90% do con­tro­le acio­­ná­rio divi­di­do en­tre as famí­lias Cu­nha Perei­ ra e Le­mans­ki), afir­ma que ainda não sur­giu ne­nhu­ma pro­pos­ta con­ sis­ten­te das pro­du­to­ras inde­pen­den­tes ­ lo­cais (mais vol­ta­das pa­ra comer­ciais) que pu­des­se Linha edi­to­rial ­atrair a emis­so­ra. “Rece­ Coor­de­na­dor geral de pro­ bi duas pro­pos­tas em du­ção da TV Santa Cata­ri­ Altberg, da ABPI-TV: qua­tro anos e não eram na (tam­bém uma afi­lia­da loteamento da grade ino­va­do­ras. Não cor­re­ Globo), Ansel­mo Prada é “capitalismo sem mos atrás até agora, mas Filho é total­men­te con­tra o regras”, onde não se vier não vamos recu­ lotea­men­to de horá­rio. Para existe controle sobre sar”, reve­la. ele, o con­teú­do do pro­gra­ma o conteúdo veiculado. Para o exe­cu­ti­vo, não pode estar atre­la­do ao ter­cei­ri­zar jor­na­lis­mo é patro­ci­na­dor. “Não admi­ti­mos inge­rên­cia. difí­cil, mas ainda assim a emis­so­ra vem se Temos uma linha edi­to­rial que pre­ci­sa ser abrin­do para novas expe­riên­cias, como a de res­pei­ta­da.” Na emis­so­ra, o inves­ti­men­to pro­du­zir um pro­gra­ma jor­na­lís­ti­co vol­ta­do em con­teú­do regio­nal já acon­te­ce há três para o públi­co jovem e inves­tir em repor­ta­ anos, den­tro do pro­je­to “Santa Cata­ri­na em gem. O jor­na­lis­mo regio­nal, segun­do Serra, Cena”. Nesse perío­do, 24 docu­men­tá­rios tem mais audiên­cia do que o “Jor­nal Nacio­ foram ao ar, divi­di­dos em dois capí­tu­los, nal”. “A regio­na­li­za­ção é neces­sá­ria, mas num total de 48 epi­só­dios. Este ano, a pre­vi­ não traz qua­li­da­de por si só. E qua­li­da­de são é ­fechar mais oito espe­ciais. custa dinhei­ro.” Ini­cial­men­te, a TV Santa Cata­ri­na con­ Heri­vel­to Gelli, dire­tor de mar­ke­ting tra­tou pro­fis­sio­nais do mer­ca­do e mon­tou e pro­gra­ma­ção da TV Bar­ri­ga Verde (afi­ equi­pe pró­pria para via­bi­li­zar os pro­je­tos. lia­da da Band em Flo­ria­nó­po­lis), acre­di­ta Mas a expe­riên­cia de fazer em casa aca­ que o momen­to é de que­bra de para­dig­ma. bou se reve­lan­do des­gas­tan­te. A alter­na­ti­va, Em sua opi­nião, a rede não pode mais

subes­ti­mar o que se faz nas afi­lia­das. “Os gran­des anun­cian­tes estão regio­na­li­zan­do as ­ mídias. É pre­ci­so sair do tra­di­cio­nal e falar das coi­sas boas que acon­te­cem em cada praça.” Há cinco anos a emis­so­ra inves­te em par­ce­rias com os pro­du­to­res ­locais, unin­do talen­to e capi­tal, como diz Gelli. Como resul­ ta­do, a TV Bar­ri­ga Verde tem no ar a única revis­ta ele­trô­ni­ca do Bra­sil, garan­te ele, que abor­da os temas arqui­te­tu­ra e deco­ra­ção. Embo­ra com públi­co muito seg­men­ta­do, a audiên­cia tem sido ex­pres­si­va, segun­do o exe­cu­ti­vo, que é um defen­sor do sis­te­ma coo­pe­ra­ti­vo. “Penso que é pre­­ci­so acre­di­ tar na força da emis­so­ra. Não dá para ficar depen­den­do sem­pre da rede. A rela­ção entre emis­­so­ras e pro­du­to­ras po­de ser boa e pro­mis­so­ra para ambas. Res­pei­to é a pala­vra-chave.” TV mais aber­ta O pre­si­den­te da ABPI-TV (Asso­cia­ção Bra­ si­lei­ra dos Pro­du­to­res Inde­pen­den­tes para TV), Marco Alt­berg, é enfá­ti­co quan­to ao posi­cio­na­men­to que deve­ria ser ado­ta­do pelas emis­so­ras. “A TV aber­ta tem que ser mais aber­ta e menos comer­cial. É pre­ci­so inves­tir em qua­li­da­de, no cres­cer junto, e não no con­teú­do duvi­do­so.” Cria­da para orga­ni­zar e defen­der o espa­ço da pro­du­ção inde­pen­den­te na TV, a asso­cia­ção tem um papel desa­fia­dor, que é o de rever­ter uma visão hege­mô­ni­ca, ver­ti­cal, por parte das emis­so­ras. “Ou a TV exibe o que ela mesma pro­duz ou então parte para o lotea­men­to da grade. Trata-se de um capi­ta­lis­mo sem ­ regras, onde não exis­tem leis que zelem pelo con­teú­do do que é vei­cu­la­do e nem pelo res­pei­to ao teles­pec­ta­dor”, obser­va Alt­berg. Para o repre­sen­tan­te da enti­da­de, o lotea­men­to da grade é acima de tudo uma ati­tu­de de deses­pe­ro, um pro­ble­ma resul­ tan­te da falta de um ambien­te regu­la­tó­rio. Afi­nal, cabe à Ana­tel (Agên­cia Nacio­nal de Tele­co­mu­ni­ca­ções) zelar ape­nas pelas ques­tões téc­ni­cas. Para Alt­berg, sem uma Lei Geral da Tele­vi­são Bra­si­lei­ra ou a pos­

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si­bi­li­da­de de via­bi­li­zar uma agên­cia como a Anci­nav fica difí­cil mora­li­ zar o mer­ca­do. Junto às emis­so­ras, a fase é ainda didá­ti­ca. “Trata-se de uma ques­tão cul­tu­ral. Elas pre­ ci­sam abrir mão do olho gran­de, do ‘­mandonismo’. As emis­so­ras ainda que­rem con­tro­lar tudo, resis­tem às par­ce­rias”, enfa­ti­za.

Para Laine Milan, região sofre “colonialismo duplo”: absorve conteúdo nacional e do eixo Rio/SP.

Encru­zi­lha­da Jor­na­lis­ta e dire­tor-pre­si­den­te da cata­ri­nen­se Dea­dli­ne Pro­du­ções, Paulo Mar­kun acre­di­ta que a TV aber­ta está numa encru­zi­lha­da ter­rí­vel, já que não há solu­ção para o pro­ble­ma estru­ tu­ral. “Se vier, a inje­ção de capi­tal por parte do BNDES não resol­ve por si só. O mode­lo é que deve mudar, não pode ser tão ver­ti­ca­li­za­do. A crise é indis­cu­ tí­vel e tem âmbi­to nacio­nal. Aqui é só mais com­pli­ca­do”, ava­lia. À exce­ção da aber­tu­ra dada pelas afi­lia­das Globo na ­ região, Mar­kun con­si­de­ra que o mer­ca­do ainda é res­ tri­to para a pro­du­ção inde­pen­den­te e que a regio­na­li­za­ção ainda está por acon­te­cer. Para o jor­na­lis­ta, o que ainda pre­va­le­ce é a fór­mu­la da “cabe­ ça-de-rede que manda”. Com seis anos de mer­ca­do, a Dea­dli­ ne edi­tou em pro­du­to­ras cata­ri­nen­ses (como TPS e Zig Fil­mes) uma série de docu­men­tá­rios pro­du­zi­dos pela TV Cul­tu­ra, todos eles diri­gi­dos por Mar­ kun: “De Amo­res e Guer­ras” (sobre Anita Gari­bal­di), “Timor Loro­sae - O Nas­ci­men­to de uma Nação”, “AI-5 - O Dia que Não Exis­tiu” e “Sete Faces de uma Guer­ra - O Bra­sil Con­tra a Aids”. No ano pas­sa­do, pro­du­ziu dois ­vídeos: “Joá” (bio­gra­fia ele­trô­ni­ca do empre­ sá­rio Joa­quim Pen­tea­do, que com­ple­ta­ ria cem anos, para a famí­lia Pen­tea­do) e “Dor” (vídeo de 12 minu­tos exi­bi­do na aber­tu­ra do Con­gres­so Bra­si­lei­ ro de Anes­te­sio­lo­gia, onde os ato­res Lúcio Mauro, Vera Holz, Hei­tor Mar­ ti­nez e Ana Mar­kun inter­pre­tam tex­ tos sobre a dor escri­tos por Sar­tre, Tom Jobim, Sha­kes­pea­re, Mon­sue­to, Scho­pe­nhauer e Niets­zche). Dire­to­ra artís­ti­ca da TVI, Laine Milan desen­vol­veu dois gran­des pro­ je­tos em par­ce­ria com as afi­lia­das

40 produção independente

maio de 2004

Globo, em Flo­ria­nó­po­lis e ­depois Porto Ale­gre. “Os Últi­mos 100 anos do Esta­do de Santa Cata­ri­na” come­çou em 1996, com pro­gra­me­tes de um minu­to e meio (que mis­tu­ra­vam lin­gua­gens como docu­ men­tá­rio, dra­ma­tur­gia e his­tó­ria em qua­dri­nhos) que eram leva­dos ao ar qua­tro vezes ao dia. O suces­so foi tama­nho que a ini­cia­ti­va se repli­cou, pra­ti­ca­men­te em para­le­lo, na praça de Porto Ale­gre. Laine che­gou a pro­du­zir uma média de 60 rotei­ros por mês. Já entre 2000 e 2001 a TVI via­bi­li­zou ­outros dois pro­gra­me­tes, “A Guer­ra do Con­tes­ta­do” (SC) e “A Guer­ra dos Far­ ra­pos” (RS). No mode­lo de par­ce­ria ado­ta­do atual­men­te (não só com as emis­so­ras ­locais, mas tam­bém com a Van­guar­da TV, do Vale do Paraí­ba/SP), a pro­du­ to­ra fixa um custo para a pro­du­ção, a emis­so­ra assu­me a parte comer­cial e só ­ depois paga pelo pro­je­to. Já em rela­ção ao “Cur­tas His­tó­rias Cata­ri­ nen­ses”, a TVI via­bi­li­za a pro­du­ção atra­vés de leis de incen­ti­vo, enquan­to a TV Santa Cata­ri­na res­pon­de pela vei­cu­la­ção. Con­cen­tra­ção de renda Segun­do Laine, a ­região sofre um “colo­ nia­lis­mo duplo”, por ter de absor­ver con­teú­do tanto nacio­nal quan­to o ori­gi­ná­rio do eixo Rio/São Paulo. A regio­na­li­za­ção, em sua opi­nião, pre­ci­ sa ser leva­da muito a sério pelas emis­ so­ras e pelas pro­du­to­ras para acon­te­ cer de fato. “Lamen­ta­vel­men­te o que eu per­ce­bo nos últi­mos tem­pos é que a con­cen­tra­ção de renda é muito maior na mão de quem detém os ­ canais. O que conta, quase sem­pre, é a fome de lucro. Ven­der é a pala­vra de ordem”,

ava­lia Laine. O dire­tor da Ether­mi­dia (empre­ sa de Inter­net res­pon­sá­vel pela ges­ tão de sites como o da FIES­CNet e do tenis­ta Guga, e tam­bém pro­ve­ do­ra de solu­ções para a TV inte­ra­ti­ va), Rodri­go Saba­ti­ni, acre­di­ta que o futu­ro da TV aber­ta será par­ti­lha­do pelas emis­so­ras e pro­du­to­ras. Para o exe­cu­ti­vo, o que exis­te hoje, em ter­mos de TV aber­ta, é um oli­go­pó­ lio. “Com o adven­to da TV digi­tal tere­mos um aumen­to sig­ni­fi­ca­ti­vo de ban­das e espa­ços para pro­du­ção. Por­tan­to, exis­te um mer­ca­do nacio­nal e um mer­ca­do glo­bal de pro­du­ção para a TV que a gente deve ocu­par”, enfa­ti­za. A Ether­mi­dia pro­duz atual­men­te o pro­gra­ma “GIN”, um game-show inte­ ra­ti­vo que vai ao ar aos sába­dos à tarde, pela afi­lia­da local do SBT. A emis­so­ra entra com a infra-estru­tu­ra e vei­cu­la­ção e a pro­du­to­ra com for­ma­to, pro­du­ção e comer­cia­li­za­ção. “Trata-se de uma espé­cie de ‘Show do ­Milhão’, só que joga­do por 500 ou mil pes­soas ao mesmo tempo.” Sócio de duas pro­du­to­ras (Siner­gia e Ocean Films), João Roni Gar­cia desen­ vol­veu uma série de pro­je­tos regio­nais, mas sua gran­de apos­ta tem sido o que chama de pro­duc­tion ser­vi­ces. Trata-se de um novo mer­ca­do, em que a pro­du­ to­ra res­pon­de pela loca­ção, orça­men­to do rotei­ro e con­tra­ta­ção dos fotó­gra­fos e dire­to­res, para via­bi­li­zar os comer­ciais. Um dos cases mais recen­tes da Ocean Films é o pri­mei­ro comer­cial da Nike, gra­va­do no Bra­sil e Argen­ti­na, que traz os “Ronal­dos” cor­ren­do fre­ne­ti­ca­ men­te atrás da bola. Hoje, a pro­du­to­ra já tem clien­tes fiéis na Ale­ma­nha, Ingla­ ter­ra, Esta­dos Uni­dos e Itá­lia. Enquan­to em ­outros paí­ses as pro­ du­to­ras são pra­ti­ca­men­te con­vi­da­das a fil­mar de graça (afi­nal, vão estar divul­ gan­do aque­la loca­li­da­de), no Bra­sil — e espe­cial­men­te em São Paulo — o que se encon­tra é uma série de difi­cul­da­des para via­bi­li­zar a loca­ção do espa­ço públi­co. “São Paulo, por exem­plo, está na con­tra­mão. Esta­mos per­den­do espa­ço por conta da buro­cra­ cia. No Rio, feliz­men­te, a cons­ciên­cia é outra”, reve­la.

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