satélites..................... 24 Novas tecnologias impulsionam segmento espacial
mercado....................... 34 Produtora faz o caminho da publicidade ao entretenimento
evento............................. 40 As novidades da Broadcast & Cable 2004
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EXCLUSIVO
Começou a reforma Projeto do MinC para a política audiovisual vem à tona. Confira o que pode mudar. Pág. 14
ano13nº141agosto2004
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editorial Depois de vários anúncios,o governo Lula saiu com uma proposta concreta de reestruturação da política audiovisual brasileira. Falamos do projeto de lei tornado público com exclusividade por nosso noticiário eletrônico Tela Viva News e que, em tese, deve ser enviado ao Congresso Nacional até o final de agosto. A rapidez com que a proposta saiu, após um ano e meio de governo, é um feito, considerando-se que nada, ou quase nada, estava previsto no programa de andrémermelstein governo. Na “Era FHC”, a única idéia concreta (que criou a Ancine) só saiu por andre@telaviva.com.br medida provisória após sete anos de governo, e mesmo assim depois de esforço direto do setor de cinema. O projeto que pretende criar a Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav), extinguindo a Ancine, a essa altura já deve estar na mão, na mente e na boca de todos os setores envolvidos, o que é ótimo. Quanto mais debate e discussão, melhor, pois são muitos os pontos polêmicos e muitas as demandas da sociedade. Nada deverá ser feito sem que os impactos sejam medidos e as partes interessadas ouvidas. Principalmente uma proposta como a que foi colocada, que cria taxações em praticamente todos os setores, e aumento de carga tributária é algo que ninguém suporta mais. É preciso, sem dúvida, avançar na legislação audiovisual, pois a evolução tecnológica e o desenvolvimento econômico da indústria criam novos desafios. Desde a década de 60 a evolução dos meios de comunicação vem colocando novos problemas que o arcabouço regulatório brasileiro, disperso e fragmentado, não tem mais condições de responder à altura. Até mesmo as redes de TV, sempre resistentes a mudanças, passaram a pregar ações de regulação sobre a atividade de comunicação social das empresas de telecomunicações. Mas qualquer iniciativa do governo deverá ser pautada pelo verdadeiro interesse público, o que só acontece com debate e vontade política. Esta é a primeira vez que a legislação coloca no mesmo barco todos os meios de distribuição de conteúdo audiovisual, da TV ao celular, sem esquecer que novas modalidades poderão surgir no futuro. Demonstrando estar antenada aos novos tempos, em que os conteúdos audiovisuais serão distribuídos das mais variadas formas e nas mais diferentes mídias, Tela Viva anuncia que a partir do próximo mês circulará com um projeto gráfico e editorial renovado, adequado às transformações tecnológicas e de modelos de negócio da atualidade, e cada vez mais abordando a convergência dos meios.
Diretor e Editor Rubens Glasberg Diretor Editorial André Mermelstein Diretor Editorial Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski Gerente de Marketing e Circulação Gislaine Gaspar Administração Vilma Pereira (Gerente), Gilberto Taques (Assistente Financeiro)
Editora de Projetos Especiais Sandra Regina da Silva Redação Lizandra de Almeida e Júlia Zillig (Colaboradores) Sucursal Brasília Carlos Eduardo Zanatta (Chefe da Sucursal)
Arte Claudia G.I.P. (Edição de Arte, Projeto Gráfico), Carlos Edmur Cason (Arte), Rubens Jardim (Produção Gráfica), Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica), J. Vicente Mendonça (Ilustração de Capa) Departamento Comercial Almir Lopes (Gerente), Ivaneti Longo (Assistente)
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Acompanhe aqui as notícias que foram destaque no último mês no noticiário online Tela Viva News. SBTVD Na opinião de especialistas presentes em seminário sobre TV digital realizado no final de julho, no Rio de Janeiro, sob a organiza ção do jornal O Globo, o esforço dos cien tistas brasileiros na busca por um padrão nacional deve se concentrar no middlewa re. A grande dúvida é se o País consegui rá criar um middleware 100% brasileiro ou desenvolverá uma extensão de algum dos três já existentes: Dase (EUA), Arib (Japão) e MHP (Europa). Vale lembrar que os mid dlewares existentes vêm convergindo e permitindo interoperabilidade para os soft wares que, na maioria dos casos, mesmo desenvolvidos sobre uma plataforma especí fica, podem trabalhar nas outras duas. Para que não fique isolado, e sem a capacidade de exportar softwares e conteúdos interati vos, o Brasil terá de usar um middleware que também permita essa interoperabilida de. O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, destacou no evento a importância da mobilidade como uma característica fun damental para o padrão brasileiro que está sendo criado. Para a criação do padrão, a Finep investi rá R$ 44,82 milhões de recursos do Funttel a fundo perdido. Só em midleware serão investidos R$ 17,37 milhões.
Associações Em uma carta enviada pela Abert no início de julho aos grupos Bandeirantes, SBT e Record, a associação acena com a bandeira de paz, mas é improvável que o racha no setor de radiodifusão se desfaça. Os três grupos manifestaram, também por carta, profundo descontentamento com a associa ção dos radiodifusores e a intenção de não voltar a fazer parte da entidade. Dizem que a Abert atende aos interesses da Globo e pedem a mudança nos estatutos da associa ção como condição para o seu retorno. Por outro lado, as emissoras de UHF con seguiram se unir. Em eleição realizada no final do mês, Luiz Mauro Santos da Silva
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assumiu a presidência da ABTU (Associa ção Brasileira de TVs em UHF), que con grega as emissoras de UHF e também as chamadas TVAs, concessionárias do Ser viço Especial de TV por Assinatura (que transmitem parte do tempo em sinal aber to, parte em sinal codificado). Silva é dire tor de rede da RIT, ligada à Igreja Interna cional da Graça de Deus, do missionário R.R. Soares. A entrada da RIT, que tem cerca de 80 emissoras, e de outras redes de TV UHF, levaram a um crescimento de 200% na associação nos últimos três anos e aumentou sua representatividade e força política. Para o UHF, a prioridade é valorizar as con cessões, mostrar ao governo e ao mercado, especialmente o publicitário, que os canais são importantes e têm audiência, ao contrá rio do que se pensa.
Penalidades A Ancine publicou no final de julho uma instrução normativa regulamentando o procedimento administrativo para aplica ção de penalidades por infrações come tidas nas atividades cinematográficas e videofonográficas. A instrução estabelece os princípios sob os quais será realizado o procedimento, os direitos dos “adminis trados”, as obrigações das autoridades e fiscais, incluindo os impedimentos e a forma de organizar o processo. A Ancine poderá realizar averiguações preliminares por iniciativa própria ou a vista de repre sentação, e sob sigilo. O regulamento classifica e tipifica as infra ções administrativas; determina os valores das multas a serem aplicadas em cada caso; as condições atenuantes e as agravan tes para a penalização. As multas de valores mais altos a serem aplicadas no caso de infrações gravíssimas, podem chegar a R$ 2 milhões.
R$ 16 milhões para o audiovisual O Ministério da Cultura anunciou no início do mês passado que investirá, através de oito
editais e seis convênios, R$ 16,7 milhões para estimular a realização de um total de 193 títulos audiovisuais. O investimento se dará através de concursos públicos, con templando todos os segmentos do cinema brasileiro e promovendo a integração com a televisão pública. Os editais patrocinaram, completa ou par cialmente, a produção de longas de ficção e documentários, curtas-metragens, ani mações e filmes infantis; desenvolvimento de projetos; finalização; distribuição; e for mação de mão de obra. O convênio principal é a reedição do DOC-TV, que financia a produção de documentários para exibição na rede de televisão pública do País. A versão 2004 do DOC-TV, também em parceria com a TV Cultura, ABEPEC e ABD, contará com R$ 3,4 milhões para promover a realiza ção de 35 documentários. O MinC anunciou ainda a formalização dos convênios com a ABPI-TV, Sebrae, Ministério das Relações Exteriores, Minis tério do Turismo e Secom para o progra ma de exportação de filmes e conteúdos independentes de TV brasileiros no valor de R$ 1,5 milhão.
Mais 31 canais Após a realização de consulta pública, con forme determina a regulamentação, a Ana tel transformou o canal 59+, previsto para operar como retransmissora de televisão em Cotia, município da Grande São Paulo, em canal gerador de televisão educativa. No mesmo ato foram incluídos no Plano Básico de Retransmissoras de Televisão (PBRTV) 31 novos canais, sendo nove edu cativos, alguns em cidades médias como Jequié/BA (canal 4-), Pouso Alegre/MG (canal 43+), Apucarana/PR (canal 53+) e Paraíba do Sul/RJ (canal 22+) e em uma capital de Estado: Porto Velho (canal 58+). Foram também alteradas as carac terísticas técnicas de 35 canais para retransmissoras, sendo oito deles em capitais de Estados.
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Produção globalizada
Blow-up
A Canvas 24p finalizou em julho um DVD para a Embraco, uma multinacional brasileira atuante na produção de com pressores para refrigeração. A captação de imagens foi realizada pela equipe da produtora no Brasil, EUA, Itália, Eslováquia e China - países onde a empresa tem fábricas e escritórios. Além disso, foram produzidas no Brasil algumas cenas com atores, mostrando a utilização final do pro duto. O vídeo produzido já havia recebido um prêmio da Aberje, Associação Brasi leira de Comunicação Empresarial, antes de ganhar a versão em DVD, lançado em seis idiomas: português, inglês, espanhol, italiano, eslovaco, chinês e russo. A direção geral e a fotografia são de Wiland Pinsdorf e a produção de Simone Esser. A autoração do DVD tem a assina tura de Gustavo Gonçalves.
A ABD-SP fechou uma par ceria com o Cinemark, que vai premiar quatro vídeos com transfers para 35mm. O projeto abrirá inscrições para vídeos de até 5 minutos, que serão julgados por uma comissão indicada pela ABD-SP. O júri elegerá dez filmes, que serão submetidos à votação popular em um hotsite do Cinemark. Os quatro filmes mais votados receberão o transfer e inte grarão um programa especial que vai circular por várias uni dades do Cinemark. O projeto deve ser lançado oficialmente no Festival Internacional de Cur tas-metragens de São Paulo, que começa dia 26 de agosto.
Cinema na escola Alunos, professores e membros da comu nidade de City Jaraguá - na zona oeste de São Paulo - produziram o documentário “Além da escola”, para mostrar as experiên cias registradas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. José Kauffmann por um grupo que trabalha aos finais de semana no projeto Escola Aberta. Não é de hoje que a comunidade da esco la é ligada em cinema: no ano passado, a família Kauffmann, cujo patriarca dá nome à escola, doou uma sala de cinema comple ta, com projeção em 35mm. A comunidade freqüenta o Cine Kauff mann para assistir especialmente filmes brasileiros recentes. Mais de 250 filmes já foram exibidos para 5 mil pessoas. As pro jeções são feitas desde 2001, mas antes eram no refeitório. Aproveitando a estrutu ra da escola, alunos do curso de cinema da FAAP também estão implantando no lugar a Escola Popular de Cinema, que vai trabalhar em parceria com o grupo Escola Aberta.
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Boa mesa Estreou no final de julho o mais novo programa de gastronomia da televisão brasileira. Produzi do pela RadarTV Mixer, e exi bido pelo canal pago GNT, o “Mesa pra Dois” é comandado pelos chefs Alex Atala e Flávia Quaresma e apresenta sema nalmente os sabores e curiosi dades da culinária brasileira. Apesar do nome, os dois chefs não interagem no programa. Uma equipe de produção acom panhará Flávia Quaresma, que viajará pelo País fazendo repor tagens em visitas a restaurantes, chefs, quituteiros regionais, vinículas etc. Já Alex Atala ficará num estúdio/cozinha montado pela produtora ensinando técnicas para ajudar o espectador a realizar receitas de alto nível. O programa terá, a princípio, 13 episódios. A direção e a produção executiva de ficam por conta de Gil Ribeiro.
Fotos: Divulgação
Metal espanhol
Produção interestadual
A Clip Produtora finalizou em julho o videoclipe da música “Bad Memories” para a banda de heavymetal espanhola Steel Bones. O clipe foi feito na cidade de Elche, na Espa nha, com direção e direção de fotogra fia de Leo Sassen.
A produtora mineira Alterosa Cinevídeo con tinua produzindo ativamente para o Distrito Federal. Seu último filme foi feito para a Compa nhia Energética de Brasília, filmado no próprio estúdio da produtora, em Belo Horizonte. Criado pela D&M, o filme tem direção de André Pellens. A trilha sonora também correu mundo: veio da Ginga, de Porto Alegre.
Prêmio internacional O longa-metragem brasileiro “O Prisionei ro da Grade de Ferro (auto-retratos)”, do diretor paulista Paulo Sacramento, venceu o prêmio de Melhor Documentário - Opera
Prima no 8º Festival Internacional LatinoAmericano de Cinema de Los Angeles. Captado durante sete meses no presídio do Carandiru, antes de sua desativação, o documentário promove um mergulho no cotidiano daquele que foi o maior presí dio da América Latina.
Dobradinha na direção e no DVD A ZYD Produções lançou o DVD da nova montagem do longametragem “Soluços e Soluções”, de Edu Felistoque e Nereu Cer deira. Como extra, o disco duplo ganhou o curta-metragem “Zaga ti”, dos mesmos diretores. O DVD chegou nas locadoras no dia 06 de agosto.
Sony na web O site www.sonypro.com.br é o novo canal de comunicação desenvol vido pela área de broadcast da Sony para os profissionais que desejam obter informações sobre produtos, acessórios, revendas e assistências técnicas autorizadas. Os cadastrados no site farão parte do DVCAM Club, ganhando acesso a vantagens como informações exclusivas sobre produtos, promoções, convites para seminários e demonstrações de produtos em suas cidades. O site está no portal da fabri cante japonesa no Brasil (www.sony.com.br).
Aniversário no sul de Minas A primeira emissora da TV Alterosa fora da capital mineira - a TV Alterosa Sul e Sudoeste de Minas, de Varginha - comemora dez anos em agosto. Para marcar a data, foi criada uma programação especial, com entradas de flashes na programação geral do Estado. A TV Alterosa Sul e Sudoeste foi criada para ampliar os negócios da TV Alterosa, com jornalismo e espa ços publicitários locais. A localização da cidade também favorece a transmissão do sinal para 140 cidades da região.
TV infantil A fabricante de brinquedos Baby Brink encon trou uma nova estratégia para falar com seu público alvo, as crianças. Trata-se da “TV Baby Brink”, um comercial em formato de informativo, criado pela Café Comunicação, no estilo de um telejornal. Apresentado por Cami la Giovanni ao lado do mascote Zugui, uma bolinha de pelos desenvolvida para a campanha, o comercial dá dicas das mais recentes novidades do univer so infantil. A “TV Baby Brink” é veiculada no SBT, com inserções no período da manhã, com uma edi ção especial de 60 segundos.
Tento marcar a entrevista, ligo no celular. Sei que meu “figura” deve estar em gravação, mas tento deixar um recado. Não consigo. A mensagem na caixa postal não me engana: sei que liguei para o número certo, porque ouço o Liminha cantar que não pode atender porque “Silvio Santos tá me chamando... Gugu tá me chamando... a Hebe tá me chamando...” e isso continua por muito tempo. Desisto.
LIMINHA
Mais tarde ele atende e nem parece a mesma pessoa que dança, pula, rola no chão, pega um monte de bichos nojentos e faz a maior palhaçada nos auditórios dos programas do Silvio Santos. Simpático, mas muito mais “normal”, Liminha não sabe definir exatamente qual sua função no SBT. Mas adora o que faz e diz que é feliz com a vida. De segunda a sexta e aos domingos, trabalha com o Silvio Santos. No sábado, com o Gugu. Folga? Quand o o Silvio folga, eu folgo também. Com 24 anos de emissora, Liminha começou na portaria. Antes, tinha sido vidraceiro e offi ce-boy na Bolsa de Valores. Fazia curso de contabilidade e pensava em prestar administração, mas quando surgiu a oportunidade de trabalhar na TV, não pensou duas vezes. No começo, anotava o ponto dos funcionários. E ficava empolgado ao encontrar as estrelas da emissora na época: Valen tino Guzzo (a Vovó Mafalda), os Bozos. Semp re quis trabalhar na televisão.Foi transferido para a produção musical como assistente das orquestras dos maestros Zezinho, Osmar Milani e Zé Paulo. Seu trabalho era virar a partitura. Foi num concurso de Miss Brasil que conheceu de perto seu ídolo, Silvio Santos, e ganhou sua
Marco Fadiga deixou o grupo Discover Studio e, após um acor do com os sócios, levou consigo produtora TudoAV, que era o braço de produção de vídeo do grupo. Com a saída do estúdio musical, além da produção de DVDs musicais, entre eles “Stanley Jordan ao vivo em Búzios”, ainda não lançado, Fadiga vem trabalhando no mercado de vídeos corporativos e institucionais e já finalizou um DVD para o progra ma Fome Zero. Lançado pela Som Livre, o DVD é um projeto da Univer sidade Estácio de Sá e do Governo Federal e terá sua renda revertida integralmente para o programa. Além disso Fadiga vem trabalhando no seu documentário “Barqueiros da Gigóia”, sobre a população de uma das ilhas de lagoa situadas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
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A produtora e finalizadora Frame a Frame tem uma nova diretora comercial. Trata-se de Isabe la Menezes, que vem da Work Design e Promoções Ltda, onde atuou por 15 anos na área comercial.
Fotos: Mário Lund/Divulgação (Clip Produtora) e divulgação
1 confiança. Eu trabalhava na orquestra, mas sempre prestei atenção em tudo. Naquela época não tinha teleprompter e no ensaio do Miss Brasil às vezes o Silvio esquecia alguma coisa, e eu lembrava. Ele can tava os jingles, como o das Casas Buri, e eu segurava a partitura. E eu estava sempre rindo, com o Bira, aquele que ri no programa do Jô... Depois de um ensaio, eu já tinha ido embora e aí me ligaram para eu voltar. Era o Leon Abravanel, o sobrinho do Silvio, que disse que eu ia trabalhar na gravação do Miss Brasil. Nem dormi naquela noite. O Silvio tentou me acalmar, mas eu errei e chamei um comercial que não tinha. Ele deu um jeito e todo mundo caiu em cima, mas o Silvio me defendeu. Nesse dia tomei o maior porre da minha vida. Ele foi com a minha cara e aí sempre se lembrava de mim.
Pouco depois, Liminha foi para o “Domingo no Parque”, dirigido na época pelo Gugu. Então Silvio Santos resolveu chamá-lo para tra balhar no palco do “Programa Silvio Santos”. Ele me chamou no
camarim e perguntou por que eu não queria trabalhar com ele, se a gente vivia se cruzando mas eu sempre estava em outro departa mento. Eu falei que queria sim, e ele me chamou e aumentou meu salário. Além do “Programa Silvio Santos”, Liminha ainda dava uma
força no recém-estreado “Viva a Noite”, do Gugu. Foi quando encarnou o personagem que fez parte da infância de muitos crescidinhos de hoje: o passarinho, da Dança do Passarinho. Eu só dava uma força no “Viva a Noite”, não ganhava mais pra isso, e me vestiram de passarinho. Eu vivia pulando e cantando, achei legal. Aí eu viajava com o Gugu e as telemoças, a Marriete e a Rose, que hoje é mulher do Gugu. A gente fazia shows no interior e eu vendia o disquinho da Dança do Passarinho.O hit morreu, mas Liminha continuou no Gugu. Tão elétrico que acabava sempre aparecendo no vídeo, e tomando bronca. Mas o Gugu não ligava, dizia que eu podia. Aí eles viram o “Corrida Maluca na Espanha” e trouxeram pra cá. Foi aí que o Liminha virou um persona gem mesmo, um artista do SBT.
O objetivo de seu trabalho no palco, porém, não é só divertir a platéia e fazer palhaçadas. No meio da confusão, ele tem de passar as informações para os apresentadores. Tenho que estar atento o tempo todo, não posso me distrair. Às vezes me jogo no chão e parece uma coisa absurda, mas é que está acontecendo alguma coisa do outro lado. Estou há tanto tempo com o Silvio que a gente se entende no olhar. É como se eu fosse uma escada pra ele. E ele ouve todo mundo, por isso é que é esse gênio.
O diretor João Daniel Tikho miroff, da Jodaf, prepara para o ano
que vem seu primeiro longa-metra gem. Baseado no livro “Feijoada no Paraíso: a Saga de Besouro, o Capoei ra”, de Marco Carvalho, o filme contará a história do ídolo da Bahia Besouro Mangangá - um dos mais reconheci dos mestres da capoeira brasileiros. O roteiro adaptado será de Bráulio Tava res.
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Maurício Salles
(1) e Claudio Cinel li (2), proprietário-produ tor e diretor da É Produ ções, respectivamente, ainda estão comemoran do a inclusão do filme “Feios”, feito para o automóvel Gol, no short list em Cannes neste ano. Salles diz que “para nós, entrar no short list valeu como ganhar um Oscar”. Tanta comemoração é compreensível, visto que a produtora inaugurou em fevereiro deste ano e ainda conta com um volume pequeno de produ ções realizadas. Aliás, fazer poucos trabalhos está na filosofia de Salles, que explica que a produtora não deve ter vários trabalhos simultaneamente e nem um estrutura grande. “Somos luthiers, quere mos fazer poucos e bons trabalhos, participando da criação à cópia do filme”, explica. No comando da produtora MZ Filmes desde o segundo semestre de 2003, o diretor José Henrique Caldas vem conquis tando espaço no mercado de clips musicais e publicitá rio, especialmente os comer ciais dedicados ao mercado da moda. Sua produtora foi escolhida para produzir os filmes de abertura do São Paulo Fashion Week e, mais recentemente, do Amni. Foram quatro produções de aproximadamente um minu to e vinte cada, feitos em parceria com o diretor Richard Luiz. A dupla também foi responsável pelo comercial do evento veicu lado na MTV e criado pela agência Lumino sidade, de Paulo Borges (idealizador do Amni Hot Spot e São Paulo Fashion Week).
A Clip Produtora de Porto Alegre reforçou a sua equipe com novos diretores e com um novo atendimento. Além do diretor Leo Sas sen (1), a produtora agora conta com Rodrigo Rocha (2) e Leonardo Stenzel (3) na direção. O primeiro fez parte da extinta Animaholics, trazendo em 4 sua bagagem comerciais e vinhetas em 3D criados em computação gráfica. Já Leonar do Stenzel retorna do mercado norte-ame ricano, onde se graduou em “Science in Music and Video Business” no Art Institute of Fort Lauderdale. Além disso, a Clip Produ 3 1 tora agora conta com Luciane Roma novski (4) no atendimento.
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Revolução DV
A Canon apresentou no mês de julho sua nova camcorder Mini DV: a XL2. Trata-se da sucessora da XL1, lançada em 1997, e da XL1S - ambas consa gradas por serem modelos compactos, porém com recursos avançados, trabalharem com lentes intercam biáveis e ainda contarem com uma série de acessórios disponíveis. Na nova versão, a Canon entra no mer cado de câmeras Mini DV 24p e traz uma série de upgrades em relação ao modelo XL1s. Para começar, a camcorder pode trabalhar a 60i, 30p e 24p e tem estabilização óptica de imagem. Além disso, cada um dos três CCDs trabalha com 680 mil pixels, com varredura progressiva e nos aspectos 4:3 e 16:9, com definições de 720x480 e 962x480 pixels respectivamente. No modo 24p a camcorder pode trab alhar com pulldown em 2:3 e 2:3:3:2. Ao usar o pulldown 2:3, é possível ter vídeo com um “look” de filme nas produções que serão exibidas em suportes de vídeo. Isso porque, apesar de o material ter sido gravado em 24 quadros por segundo (fps), a câmera dá saída em 30 quadros. Já o pulldown
Seguido os passos da Panasonic, que lançou no último ano a primeira Mini DV a trabalhar em 24p, a Canon apresenta a XL2. A câmera vem recheada de novidades tecnológicas. Canon XL2: primeiro modelo mini DV da fabricante a gravar em 24p.
2:3:3:2 pode ser usado para transferir o material para película, uma vez que permite ao software de edição extrair 24 quadros por segundo. Outra questão importante em relação ao “film look” é que a câmera pode captar usando o disparador com velocidade 1/48 de segundo, como nas câmeras de filme. No centro da câmera estão 11 controles “cine”. O equipamento ainda vem com um software que permite customizar esses controles. Além disso, a cam corder permite definir três pré-configurações, para uso posterior e que podem ser transmitidos para outra
O viewfinder permite enquadrar a proporção 16:9
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tela viva agosto de 2004
câmera através da porta IEEE 1394. Entre os controles estão gama, preto, matriz de cor, sharpness, noise reduction, ganho de cor e granula ção, sendo que cada característica pode ser ajustada independentemente. A XL2 oferece ainda algumas funções dis poníveis normalmente nos modelos broad cast mais avançados, como barras de cor SMPTE e tom de referência de 1khz (12dB e -20dB) para configuração de monitores e suítes de edição. Além disso, conta com timecode SMPTE, permitindo identificar qualquer ponto preciso na fita. A camcorder oferece ainda um sistema de estabilização de imagem que, além de usar um sensor baseado num giroscópio para detectar movimentos, como na maioria dos modelos, conta com um software que analisa a imagem logo após ela ser capturada pelo CCD e detecta qualquer vibração que não tenha sido acusada pelo
Fotos: Divulgação
sensor mecânico. Com isso é possível corrigir qualquer vibração instantaneamente, mesmo para gravações feitas com a câmera na mão.
A nova camcorder Canon vem com controles para os quatro canais independentes de áudio e conectores XLR.
Arquitetura aberta Graças à sua arquitetura aberta e design modular, é possível personalizar e transformar a XL2 na câmera ideal para diversos tipos de uso. Entre os acessórios já disponíveis estão lentes intercambeáveis, viewfinders, apoios para o ombro e microfones, além de acessórios que venham a ser criados por terceiros. Ao contrário das suas predecessoras, a XL2 já vem com um apoio para ombro e conectores de áudio XLR alimentados. A camcorder oferece quatro canais de áudio com controles independentes.
Ainda, o novo modelo da Canon vem com um conector de áudio BNC embutido, usado em aplicações broadcast. A sapata para acessórios da câmera, além de trocar dados com o equipamento conectado, pode alimentá-lo. Entre os acessórios estão equipamentos de iluminação e microfones (o que deixa os conectores XLR livres para outras entradas de áudio).A XL2 conta com montagem de lentes XL, permitindo aos usuários escolher entre uma variedade de modelos de lentes fixos e zoom, de
grande angular a tele-objetiva e com foco automático e manual. Além dos modelos XL, a camcorder pode usar as lentes EF criadas para as câmeras fotográficas da Canon, precisando de um adaptador. A Canon também está lançando para a câmera um novo um monitor LCD de duas polegadas e um viewfinder colorido que permite visualizar a imagem em formato 16:9, proporcionando um enquadramento mais preciso quando usado a proporção de gravação widescreen.
Cartas na mesa Projeto de reforma da legislação do audiovisual elaborado pelo MinC vem à tona. Os impactos atingem da radiodifusão ao celular, passando pelo cinema e pela banda larga. Mas será que tanta ousadia se viabiliza?
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O caminho pela frente ainda é longo, mas definitivamen tura entendeu que o primeiro passo não poderia ser te começou o que será provavelmente o maior processo pequeno. Entendeu que a omelete teria que servir a de reforma na política audiovisual brasileira de que já muitas bocas, donde se deduz que o número de ovos se teve notícia. No final de julho o governo bateu o mar tem que ser grande. Talvez por isso o projeto seja tão telo no texto de um projeto de lei que, se ainda não é a polêmico. prometida Lei Geral do Audiovisual, cuja intenção de Entre os que apóiam a iniciativa do MinC, a ava fazer já foi anunciada pelo ministro da Cultura, Gilber liação é simples: havia muita coisa a ser resolvida, to Gil, é um passo muito concreto nesse sentido. Tela a demanda por mudanças no setor audiovisual é Viva teve acesso exclusivo ao texto formulado no MinC gigantesca e está represada há anos, os interesses são e que estava em discussão pelos nove ministérios que conflitantes em muitos casos e, portanto, não dá para compõem o Conselho Superior de Cinema. São 141 arti fazer um projeto sem desagradar alguém. Entre os crí gos, três anexos e regras que, caso ticos, o comentário mais comum se efetivem, terão influências desde vai no sentido de que o projeto é o mercado de exibição de cinema muito complexo para ser viabiliza até a distribuição de vídeos por tele do, soa autoritário, potencialmen fone celular, passando, é claro, pela te restritivo em vários setores e radiodifusão, pela TV por assina cria incerteza justamente onde tura, pelos prestadores de serviços ainda havia alguma segurança para o mercado audiovisual, direi regulatória, como o setor de cine tos autorais e mais uma infinidade ma, regido pela MP 2.228-1 (que de temas. Enquanto Casa Civil, criou a Ancine). Fazenda, Desenvolvimento, Comu Ambos os lados, aparentemen nicação, Educação, Cultura, Rela te, têm razão, cada qual com seus ções Exteriores, Secom e Justiça argumentos. A questão é: como é analisavam a proposta, no início que o governo vai viabilizar seu de agosto, uma coisa ficava clara: o projeto? O texto enviado aos minis projeto era muito mais ambicioso térios fala em projeto de lei. Se do que uma simples conversão da for isso mesmo, a discussão será Agência Nacional de Cinema para travada no Congresso Nacional. Cer Agência Nacional do Cinema e do tamente não será aprovado nesse Audiovisual. ano, que é um ano eleitoral, e É lugar comum dizer que não possivelmente se arrastará por Mesmo os críticos elogiaram se faz uma omelete sem quebrar 2005. Por ser complexo e polêmi o arrojo do projeto do MinC, os ovos. Mas a analogia serve bem à co, a tramitação do projeto não de Gilberto Gil. situação colocada: o Ministério da Cul será fácil. Será certamente menos
Fotos: Lucio Tavora/ BGPress (Gilberto Gil) e Divulgação
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tumultuada caso conte com apoio dos grupos de mídia. Mas será impossível se não for do interesse das redes de TV. Em qualquer circunstância, o projeto sofrerá críticas no Congresso, porque mexe com um setor cujo poder de pressão é significa tivo: o das telecomunicações. A análise fica bem diferente caso o governo decida transformar o projeto em uma medida provisória. A Casa Civil pressiona todos os ministérios para que definam, até agosto, as matérias que pre cisarão ser colocadas por MP, para que esses projetos não atrapalhem a pauta do Congresso no final do ano. Uma medida provisória, pelas regras atuais, precisa ser votada pelo Congresso em 60 dias, prorro gáveis por igual período. Só que, uma vez publicada, a MP entra em vigor e a faca fica no pescoço da Câmara e do Senado. Se não quiser arriscar ver o seu texto tra
mitando no ritmo normal do Congresso, o governo pode optar por baixar tudo por MP. Do ponto de vista político, é desgas tante. Do ponto de vista prático, é possí vel (a MP 2.228-1 é o melhor exemplo). Do ponto de vista de quem será regulado, o impacto é gigantesco. Lei mínima O fato é que o texto proposto mexe com todos os setores que participam do mer cado audiovisual, de comunicação social e de telecomunicações. É algo tão amplo que, assim que a reportagem de Tela Viva teve acesso ao texto, julgou ser a proposta de Lei Geral do Audiovisual. Mas poste riormente, apurou-se que ainda não é a lei geral. É uma lei intermediária, pre parando o terreno para mudanças mais profundas que viriam futuramente em uma legislação ainda mais ampla. Até lá,
é preciso entender a abrangência dos 141 artigos colocados. A minuta do texto a que Tela Viva teve acesso estava sujeita a alterações, mas algumas coisas estavam claras: será criada uma nova agência, a Agên cia Nacional do Cinema e do Audio visual (Ancinav) e extinta a Agência Nacional de Cinema (Ancine), assim como a medida provisória que a criou (MP 2.228-1). Essa nova agência, segundo o texto que saiu do Ministério da Cultura, deverá “adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento do cinema e do audio visual brasileiros”. Por exemplo, regular as atividades cinematográficas e audio visuais, propor ao MinC e ao Conselho Superior do Cinema e do Audiovisual as medidas necessárias à “observância dos princípios constitucionais e legais relativos à comunicação social” e, ainda, “apreciar (...) os comportamentos susce tíveis de configurar violação das normas legais aplicáveis à exploração das ativi dades audiovisuais, inclusive a produção, a programação, a distribuição, a exibição, a veiculação e a operação de conteúdos audiovisuais por prestadoras de servi ços de telecomunicações...”. Esse é um ponto central da dis cussão. O governo Lula, por iniciati va própria ou em resposta ao coro dos radiodifusores (sobretudo da Globo) tem
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falado seguidamente do problema que é a entrada de empresas de telecomu nicações no setor audiovisual. Hoje, celulares já trazem conteúdo audio visual. A banda larga se desenvolve e logo poderá ser uma alternativa concreta para a distribuição de sinais de vídeo. Nada disso é regulado, do ponto de vista de conteúdo. O pânico das empresas de comunicação é que se crie uma situação de competição desequilibrada: enquanto as redes de TV abertas são controladas por regras constitucionais, as teles entram na seara da comunicação social sem as mesmas limitações. Esse foi o tema central de um documento entregue pela Globo ao presidente Lula em julho, por exemplo. A relação entre programadoras e distribuidoras de conteúdo audiovi sual também será regulada, segundo a proposta do governo. A redação da minuta dá a entender que essa regu lação se dará não apenas no mercado de TV por assinatura, mas em qual quer ponto do mercado audiovisual. Segundo o texto, será função da nova agência propor ao Cade a instauração de processos por infração à ordem econômica e ainda “regular a relação de programadoras e distribuidoras de conteúdo audiovisual para promover a competição e a diversidade de fon tes de informação, em especial nos casos em que haja controle dos meios de distribuição e da programação pela
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mesma pessoa e suas coligadas, controla das ou controladoras”. Se a parte referente às telecomunica ções vinha ao encontro dos interesses dos grandes grupos de mídia nacionais, esse segundo ponto da proposta de criação da Ancinav é um problema, principalmente para a Globo, que está em todos os pontos da cadeia econômica. A Globo, por seu turno, prefere entender o projeto antes de se pro nunciar. Mas é fato que a emissora do Jardim Botânico do Rio não esperava uma legislação tão ampla, tão dura e “tão já”. O texto da minuta ressalta que cabe à União, por meio do Conselho Superior do Cine ma e do Audiovi sual e da Ancinav, disciplinar a ati vidade cine matográfica e audiovisual observando os artigos 5 (incisos IV, V, X, XIII e XIV), 220, 221, 222, 223 e 224 da Constituição. Aconte ce que a mesma Constituição diz que o setor de telecomunicações é regulado por uma agência específica (a Anatel). É aí que surge uma das mais duras críticas ao projeto: ele tenta submeter às regras da comunicação social coisas que não são comunicação social. E como a Constitui ção só define como Comunicação Social a radiodifusão e a imprensa escrita, há quem veja indícios de inconstitucionali dade nessas pretensões. A idéia do MinC faz sentido, mas para corrigir isso, seria preciso mudar a Carta Magna.
Segundo o texto em discussão, cabe ao poder público o fortalecimento da pro dução independente e regional das obras cinematográficas e audiovisuais, o com bate ao abuso de poder econômico e o zelo pela “independência dos explora dores de atividades cinematográficas e audiovisuais”. Produção independente, regionalização e abuso de poder econô mico são sempre temas explosivos quando se fala de comunicação. É só mais um pouco de nitroglicerina. “Na disciplina das relações econômi cas das atividades cinematográficas e audiovisuais observar-se-ão, em espe cial, os princípios constitucionais da soberania nacional, da diversidade e da preservação do patrimônio cultural brasileiro, da fun ção social da propriedade, da vedação ao monopó lio e ao oligopólio dos meios de comu nicação social, da liberdade de ini ciativa, da livre concorrência, da defesa do consumidor, da redução das desigualdades regionais e sociais e da repressão ao abuso do poder eco nômico”. É assim que está no projeto do MinC. Conselhão O atual Conselho Superior de Cinema pas sará a se chamar Conselho Superior do Cinema e do Audiovisual, e é ele quem propõe a política nacional do cinema e do audiovisual, sendo o Ministério da Cultura o órgão responsável pela exe cução e aplicação dessa política. Essa é
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uma das mudanças que estava previs ta desde o ano passado, quando o presi dente Lula anunciou algumas mudanças na política de audiovisual. Outra mudança significativa: a Ancinav, pela proposta do Ministério da Cultura, será sediada em Brasília e terá cinco diretores com mandatos de quatro anos, não coincidentes. Hoje são quatro diretores que compõem o colegiado da Ancine, que está basea da no Rio de Janeiro, “mas próxima do mercado”, segundo a justificativa mais comum. Assim como já fazem a Anatel, a Aneel e outras agências reguladoras, a Ancinav poderá estabelecer regras para controle de coligação. Ou seja, poderão ser estabelecidos mecanismos de análise das relações entre as empre sas para evitar abusos de poder econô mico. É algo que nunca foi visto no mercado audiovisual. Abrangência A proposta do governo define como atividade cinematográfica e audiovisual todas as ações e atividades que com põem a oferta de obras cinematográficas e audiovisuais a usuário ou grupos de usuários, determinável ou não. Entre essas ações estão a exploração comercial ou não de qualquer natureza ou fina lidade, por quaisquer meios, de obras cinematográficas e outros conteúdos audiovisuais e o provimento de bens e serviços para a produção dessas obras. É com essa definição que se submete todos os setores, do cinema ao celular, à regula ção da nova agência no que diz respeito ao audiovisual. Todas as pessoas, grupos de pessoas ou empresas que exerçam direta ou indi retamente atividade classificada como cinematográfica ou audiovisual se sujei tarão à lei que está sendo discutida pelo governo. A proposta do Ministério da Cultura é clara: “a exploração da ativi dade cinematográfica e audiovisual será regulamentada pela Ancinav, inclusive quando realizada por prestadora de ser viço de telecomunicações”. A segunda definição central do pro jeto é a de “conteúdo audiovisual”. Pela proposta, esta deve ser entendida como o produto da fixação ou transmissão de
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imagens, com ou sem som, que tenha a finalidade de criar a impressão de movimento, independente do processo de captação, da tecnologia empregada, do suporte utilizado inicial ou poste riormente para fixá-la ou transmiti-la ou dos meios utilizados para a sua veiculação, reprodução, transmissão ou difusão. Diz a minuta que as “modali dades de conteúdo audiovisuais serão definidas pela Ancinav em função de sua nacionalidade, natureza, finalidade, forma, âmbito de exploração, meio de suporte e de transmissão, tecnologia empregada e outros atri butos”. A idéia da Ancinav é jogar setores que explo rem a atividade audiovisual para os limites impostos pela Constituição nos seus artigos que tratam de Comunica ção Social. Nesses arti gos, especialmente no 222, a questão da nacio nalidade pesa. Por exem plo, não mais do que 30%
Pela primeira vez uma lei aborda a questão do conteúdo nas telecomunicações. de uma emissora de TV pode pertencer a estrangeiros. A Ancinav trabalhará com o concei to de empresa brasileira mais amplo, ou seja, não basta ter sede e administração no País, mas é preciso que a maioria do capital total e votante pertença a bra sileiros. Também é necessário que as funções editoriais de seleção ou direção da programação, bem como o poder de direção sobre as atividades sociais e o funcionamento da empresa, sejam exer cidos por brasileiros. A Ancinav entenderá que o funcio namento da empresa compreende o planejamento empresarial, a definição
de políticas econômico-financeiras, tec nológicas, de programação (inclusive em relação ao seu empacotamento), de distribuição, de mercado e de preços e descontos. E mais, a nova agência, pela minu ta de projeto de lei a que essa repor tagem teve acesso, poderá expedir regulamento sobre a apuração de transferência de controle dos explora dores de atividades cinematográficas e audiovisuais. Outra definição importante é o con ceito de produção independente: tratase daquela realizada por produtora que não tenha associação ou vínculo direto ou indireto, com prestadoras de serviços de radiodifusão ou outras prestadoras de serviços de telecomunicações exploradoras de atividades audiovisuais. A inclusão de empresas de tele comunicações nesse bolo é a novidade Mas o projeto se arris ca em águas muito, muito turbulentas. Por exemplo, radiodifusão, segundo o texto elaborado pelo MinC, é parte dos serviços de teleco municações. A questão é controversa, mas a Constituição separa as duas coisas em seu artigo 21. Por conta dessa separa ção é que a radiodifusão nunca ficou sub metida ao controle da Anatel, por exem plo, e é nessa separação que os grupos de mídia se baseiam para tentar barrar a entrada das teles em seu mercado. São as seguintes categorias de servi ços de telecomunicações que a Ancinav poderá regular no que diz respeito à exploração de atividade cinematográfica e audiovisuais: “I) serviços de telecomu nicações que tenham o conteúdo audio visual como parte inerente ao serviço, incluindo o serviço de radiodifusão de sons e imagens e os serviços de comuni cação de massa por assinatura” e; “II) os demais serviços de telecomunicações que não tenham o conteúdo audiovisual como parte inerente ao serviço, mas que o transmitam ou ofereçam ao usuário”. Não caberá à Ancinav outorgar nada, mas as agências com poder de concessão deverão estar atentas ao cumprimen to das regras impostas ao conteúdo
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audiovisual. As prestadoras de serviços de teleco municações que explorem a atividade cinematográfica ou audiovisual deverão dar preferência às finalidades educati vas, artísticas, culturais e informativas, deverão promover a cultura nacional e regional e estimular a produção inde pendente e deverão observar a regiona lização da produção cultural, artística e jornalística “conforme percentuais estabelecidos em lei”. Segundo o texto da minuta, a Ancinav “visando propiciar a compe tição efetiva e a diversidade de fontes de informação (...), poderá estabele cer restrições, limites ou condições à exploração de atividade cinematográ ficas ou audiovisuais por prestadora de serviços de telecomunicações e suas coligadas, controladas ou con troladoras”. Em relação às empresas de radiodi fusão, caberá à Ancinav regular e fis calizar no que diz respeito à responsa bilidade editorial e às atividades de sele ção de programação, em articulação com o Ministério das Comunicações, e fazer cumprir o que está no artigo 38, alíneas “d” e “h”, e no artigo 124 da Lei 4.117/62. São os itens da regulamentação que dispõem sobre o percentual máximo de exibição de comerciais e o mínimo de programa ção jornalística. O projeto da Ancinav, con tudo, se sobrepõe a algumas atri buições da Anatel e gera alguns ruídos na regulamentação do setor de TV paga. Esses pontos problemáticos ainda podem ser corrigidos até a versão defini tiva do projeto, mas merecem atenção. Por exemplo, a minuta da lei que cria a Ancinav dá à nova agência poder de regulamentar a Lei de TV a Cabo, o que até hoje era função exclusiva da Anatel. Eis um ponto de provável conflito: a Lei do Cabo falava que essas atividades deveriam ser exercidas pela União. A Lei Geral de Telecomunicações disse que essa atividade deveria então ser exercida pela Anatel. A proposta diz que a regulamentação e a fiscalização dos artigos 3, 7, 10, 23, 25, 30, 31, 32,
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35 e 38 da Lei do Cabo serão exercidas pela Ancinav. Fica a possibilidade de conflito de competências entre as duas agências. Os artigos da Lei do Cabo que poderão ser regulamentados pela Anci nav tratam principalmente de progra mação, mas que também resvalam, por exemplo, em aspectos de qualidade do sinal, pirataria e acesso às redes.
assinatura, que mantém fora do Bra sil boa parte da estrutura de produção dos canais estrangeiros. Some-se a isso os valores estabeleci dos para a Condecine pela proposta de lei que criará a Ancinav (R$ 600 mil por título para obras estrangeiras com mais de 200 cópias para exibição em cinema) e a polêmica está armada.
Em português Outro ponto importante do projeto da
Cotas complicadas A questão sempre complicada da cota de tela não poderia deixar de entrar em uma proposta de legislação quando se fala em audiovisual. A cota de tela para as salas de exibição está mantida. É criada uma cota de tela para filmes nacionais para a distribuição de homevideo, o que é uma novidade. E para a TV e empresas de telecomunicações, fala-se em celebração de um compro misso público anual de exibição de obras nacionais e de caráter regional e independente, conforme regulamenta ção posterior. Outro aspecto interessante da legis lação que será proposta é que a titulari dade das obras produzidas com a ajuda de recursos públicos ou incentivos será flexibilizada após oito anos da primeira exibição comercial, ficando disponível para a rede pública e edu cativa de televisão ou para os canais de acesso público das empresas de TV por assinatura. O Ministério da Cultura tam bém pensa criar o Certificado de Produto Brasileiro, que permitirá benefícios previstos na lei e em outros instrumentos normativos. O certifica do foi uma das propostas levada pela Globo ao presidente Lula ao pedir que outros setores exploradores de ativida des audiovisuais, sobretudo as teleco municações, fossem regulamentados. É um dos pontos do projeto de lei. Todos os contratos de co-produ ção, cessão de direitos, exploração comercial, exibição, veiculação, licen ciamento, distribuição, comercializa ção, importação, exportação e obras cinematográficas deverão ser registra dos na Ancinav, como é hoje (em relação à Ancine). A diferença é que
Relação entre produtoras e distribuidoras de conteúdo também será regulada, o que preocupa as TVs.
Ancinav diz respeito às regras para cópias, dublagens e legendagens feitas no Brasil. De acordo com a minuta, todos os exploradores de atividades cinematográficas e audiovisuais deve rão estar registrados junto à Ancinav, mas haverá uma regulamentação espe cial sobre isso. A proposta do governo diz que os serviços de cópias, dublagens, legen dagem e reprodução de matrizes de obras cinematográficas e videofono gráficas que se destinem à exploração comercial no Brasil devem ser feitas em laboratórios instalados no país. A medida, se for efetivada, trará grande impacto para o mercado de TV por
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isso incluirá, agora, os contratos com empresas de telecom. A contratação de programação ou canais de programação internacional, segundo o desenho do governo, deve ser efetuada por intermédio de empre sa brasileira, que se responsabilizará pelo conteúdo da programação, segundo a minuta da Lei Geral do Audiovisual. E mais: as novas regras colocam que as operadoras de TV por assinatura deverão exibir canais preferencialmente dedicados a obras audiovi suais nacionais. Outra dor de cabeça para as programadoras internacio nais de TV paga é a questão das regras da Condecine. Pela proposta do governo de criação da Ancinav, as programadoras que hoje reservam 3% das remessas internacionais pra investimento em co-produção (e em troca não pagam a Condecine de 11%) terão que reservar 6%. Esse é um dos mecanismos que mais tem rendido recursos à Condecine e resultado em projetos efetivos de co-produção. Não se sabe as conseqüências desse aumen to de alíquota, mas as repercussões já começaram. Do lado do governo, é importante engordar a Condecine, pois é ela quem sustentará os dois fundos setoriais ima ginados no projeto de reestruturação do audiovisual: o Fiscinav (Fundo de Fisca lização da Atividade Cinematográfica e
Audiovisual) e para o Funcinav (Fundo para o Desenvolvimen to do Cinema e do Audiovisual Brasileiros).O Funcinav será administrado pelo BNDES ou pela Finep e terá um conselho gestor, que aprovará as nor mas de aplicação dos recursos, acompanhará e fiscalizará a exe cução do plano de aplicação sub metido pelo MinC e submeterá ao ministério propos ta de orçamento do fundo. Os recursos desse fundo servirão para alimen tar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Cinema Brasileiro (Prodecine), o Programa
Governo quer engordar a Condecine para financiar dois novos fundos. de Apoio ao Desenvolvimento do Audio visual Brasileiro (Prodav, que seria criado pela Lei Geral do Audiovisual), o Prêmio Adicional de Renda (que é uma espécie de compensação para a exibição de obras cinematográficas nacionais de baixa ren tabilidade, também a ser criada) e outros programas do Ministério da Cultura liga
dos ao setor de cinema e audiovisual. O Prêmio Adicional de Renda, o Prodecine e o Prodav serão regulamentados poste riormente, segundo a minuta. Por fim, a proposta da Ancinav toca em um vespeiro monstruoso: a questão dos direitos autorais. É fato que emissoras de TV, operadores de TV por assinatura e exibidores de cinema se revoltam quan do são obrigados a pagar ao Ecad por direitos autorais de obras musicais que são apenas parte da programação. A proposta é que a Ancinav surja simulta neamente a uma série de alterações em dispositivos legais hoje em vigor, como os artigos 68, 81, 86 e 99 da Lei 9.610/98, que trata da legislação de direitos auto rais. A mudança mais importante é que a arrecadação de direitos autorais sobre obras audiovisuais será regulamentada pela Ancinav, não poderá exceder 1% da renda bruta auferida pela exibição e não ficará sujeita a um escritório central de arrecadação, como é hoje. É exatamente o que pedem as emissoras de TV, mas é algo que deve despertar a ira da classe musical. A proposta do governo para regula mentar o setor audiovisual é, na práti ca, uma colagem de demandas. Especia listas que leram o projeto garantem: nunca se ousou tanto na regulação audio visual brasileira, com todos os riscos e benefícios que essa ousadia pode tra zer. Resta saber se o projeto encontrará apoio político para seguir adiante, mas o projeto da reforma está colocado.
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satélites
Avanço no espaço
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Novas tecnologias e serviços
impulsionam o uso do satélite A oferta de serviços de transmissão de imagens via satélite está se tornando cada vez mais variada e com nas transmissões de vídeo. petitiva. As empresas de telecomunicações estão inves tindo em equipamentos modernos, serviços de ponta e tecnologias inovadoras, hoje acessíveis às redes de TV e produtoras por custos mais em conta. Além disso, novos satélites estão chegando ao mercado e apontando Astrium, sobre uma plataforma Eurostar 3000s, o Ama a tendência de que a digitalização dos canais abertos zonas conta com um equipamento de processamento de televisão parece ser o caminho natural da evolução à bordo denominado Sistema Amerhis, que permite a tecnológica. seleção dos programas desejados numa mesma subida. A Hispamar, joint-venture formada pela espanhola “O satélite sobe, captura a programação dos canais dos Hispasat e pela brasileira Telemar, lançou no último dia Estados Unidos e Europa, junta todos os programas, faz 4 de agosto o satélite Amazonas. a seleção e distribuição. Tudo numa mesma Com investimentos de US$ 350 subida, sem alterar a programação”. milhões, a empresa coloca no mer Segundo Perrone, o satélite terá solu cado um equipamento que opera ções de enlace de subida e descida nesta nas bandas C e Ku, em diferen área de cobertura, possibilitando a distri tes freqüências e com cobertura buição de eventos, coberturas desportivas e sobre todas as Américas e parte da reportagens ao vivo, incluindo a facilidade Europa. “Este novo satélite cobre de edição e play-out. “Isso tudo vai dar toda a região que vai desde o sul competitividade ao Amazonas dentro do do Canadá, até a Patagônia”, diz mercado de satélites, cuja utilização pelas Luiz Francisco Perrone, presiden redes de TV vem crescendo constantemen te do Conselho de Administração te, numa média entre 5% e 7% ao ano”. da empresa. Com vida útil prevista de 15 anos, o Voltado para utilização pelas Amazonas pesa aproximadamente 4,5 tone redes de TV e produtoras na dis ladas, conta com cinco antenas e foi equipa tribuição de conteúdos, o satélite do com 63 transponders equivalentes, sendo conta ainda com aplicações desti Luiz Francisco Perrone, da 36 em banda Ku e 27 em banda C. Possui no nadas para acesso à Internet uni Hispamar: novo satélite Brasil um Centro de Controle, onde foram direcional e bidirecional para ISPs opera em banda C e Ku e empregados cerca de US$ 20 milhões, com (provedores de Internet), comu tem processamento a bordo. plataforma multimídia e terminais. nidades rurais, órgãos públicos, Perrone acredita que os novos avanços empresas e usuários residenciais fora do alcance das tecnológicos trazidos pelos satélites e os serviços ofereci redes de cabos e fibras ópticas. dos por eles aumentarão a quantidade de programas exi Fabricado em Tolouse, na França, pela EADSbidos em rede. “As novas tecnologias estão propiciando
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telaviva@telaviva.com.br
a proliferação de novas redes de TV, devido à melhor eficiência dos meios de comunicação”. O aluguel dos serviços de transmis são de imagens ainda continua sendo a estratégia adotada pelas TVs para este tipo de atividade. No entanto, buscam equipamentos que ofereçam melhor custo benefício. “Para as TVs, a locação deste tipo de serviço ainda é o mais viável. No entanto, hoje elas são mais exigentes, vislumbram melhor cobertura, comutação a bordo, melhor potência, por um preço bem mais aces sível. Querem uma ferramenta mais avançada, com pluralidade de acessos. E a tecnologia digital está propiciando isso”. Novas soluções em IP Os serviços de transmissão de saté lites estão utilizando ferramentas e recursos avançados em tecnologia IP. “A utilização de vídeo IP será um gran de passo para o uso do satélite em apli cações específicas em sistemas de trans missão de TV, devido à baixa ocupação do segmento espacial, permitindo uma economia considerável em termos de custos finais de transmissão”, explica Marcelo Sant’anna, executivo da Loral Skynet, que lançou no começo do ano o satélite Estrela do Sul 1 e apresenta a solução SkyReach, solução IP via satéli te que utiliza a plataforma DVB-RCS. Utilizada para realizar um backup do link principal via satélite, a nova solução pode ser empregada para aplica ções de contribuição de eventos. “Hoje em dia, muitas outras aplicações são possíveis na utilização do protocolo IP via satélite, como é o caso do cinema digital, ensino à distância, TV corpo rativa, TV Ponto de Vendas, video conferências, entre outras”, ressalta Sant’anna. No entanto, três aplicações da solu
ção podem ser comentadas em desta nificativa da utilização de vídeo IP. que, segundo ele: a Central Casting “Devido à alta potência dos satélites Disaster Recovery, IP Satellite News de banda Ku e às modernas tecnolo Gathering (SNG) e monitoramento, gias de compressão como MPEG-4 controle e recuperação de desastres. e Windows Media 9, por exemplo, O sistema Central Casting Disaster pode-se disponibilizar de um sistema Recovery funciona em paralelo com entre 384 kbps e 1 Mbps de vídeo, que o sistema de conexão entre o estúdio poderia ainda compartilhar voz sobre e a transmissora de IP e acesso à Internet TV, através de uma para unidades remo conexão em banda tas de pequeno tama larga com a rede do nho e complexidade”. equipamento. “Com O executivo da Loral isso, consegue-se que Skynet enfatiza que, até 2 Mbps de vídeo com o uso de câme possa continuar a ser ras digitais de peque distribuído mesmo no tamanho, pode-se na falta de conexão deslocar para longe principal entre o estú do veículo, gravar dio e a emissora de o vídeo, processá-lo TV”. Segundo ele, em um notebook e como o sistema de transmiti-lo em pou controle também é cos minutos para o interrompido no caso estúdio de TV, sem a de uma falha no link necessidade de uma principal, pode-se ter O aumento da oferta permigrande alocação de um sistema bidirecio tiu uma redução dos custos, banda de satélite, nal via satélite, o que conta Paulo Henrique de como é feito hoje em ainda permitiria o Castro, da TV Globo. dia com a tecnologia canal de controle de MPEG-2. um sistema de vídeo Entre os princi de até 384 kbps no retorno para qual pais benefícios apontados pelo SNG IP quer tipo de utilização, como monitora estão a redução dos custos de transmis mento visual e de alarmes da transmis são de eventos jornalísticos e cobertu sora, entre outras aplicações. ras que necessitem de grande agilidade “O mais interessante neste caso é de flexibilidade. Além disso, possibilita que, durante a ociosidade do sistema, que toda a coordenação da reportagem o mesmo poderia ser utilizado para seja feita através de VoIP, que permi uma distribuição regional ou mesmo te que, mesmo em locais onde não contribuições para lugares sem priorida há coberturas de sistemas celulares, o de de atendimento, estando sempre o controle possa ser feito, independente link principal prioritário para operar, do retorno de vídeo para o jornalista, caso seja necessário. Isso auxiliaria no barateando o custo do carro de cobertu compartilhamento do canal de 2 Mbps ra de eventos. utilizado, reduzindo os custos finais”, O TV Transmitter DR and M&C destaca. é o resultado da combinação de toda a O SNG IP é outra aplicação sig parte de monitoramento e controle e
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recuperação de desastres sobre a mesma plataforma IP de vídeo. “Neste caso, em qualquer parte do enlace entre a hub IP da Skynet, a estação de TV ou estúdio e a transmissora, o sistema poderá ser recuperado em poucos segundos, além do controle e monitoramento”. Mercado em expansão Nos últimos anos, houve um aumento da potência dos satélites e da oferta de capacidade de operação em banda Ku. Isso permitiu um aumento de efi ciência das redes de distribuição, que utilizam modulações como 8 PSK e 16 QAM, aumentando as taxas de trans missão sem elevar os custos. “A banda Ku pode se beneficiar mais e contar com uma maior potência, pois ao con trário da banda C, não compartilha a faixa de transmissão com os serviços terrestres, ou seja, os transponders em banda C tem uma limitação de potência para evitar interferências em enlaces terrestres”, explica Paulo Henrique Cas
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tro, gerente do Departamento de Proje além de facilitar a transmissão de eventos tos de Transmissão Digital e Divisão de ao vivo”. Engenharia de Telecomunicações da TV A TV Globo conta com um sistema de Globo. distribuição do sinal profissional Ele acredita para suas afiliadas, o que permi que o aumento te que uma novela gravada em da oferta permi formato digital no Projac ou um tiu uma diminui jogo de futebol, transmitido por ção dos preços uma unidade móvel de produção brasileiros, apro digital, seja entregue nas afiliadas ximando-se dos com qualidade máxima, uma vez valores pratica que todo o fluxo do sinal é digi dos internacio tal. “Somente convertemos para nalmente. “Os o analógico no momento em que serviços de trans colocamos no transmissor PAL-M missão via satéli para entregar o sinal aos expec te sofreram uma tadores. Com isso, conseguimos grande transfor a qualidade máxima no proces mação com a so de produção e distribuição”, “A utilização de vídeo sobre digitalização dos diz Paulo. IP será um grande passo serviços existen Recentemente, a empresa para o uso do satélite”, diz tes que afetou investiu na expansão da rede de Marcelo Sant’anna, da Loral. toda a cadeia de distribuição de seu canal inter produção e distri nacional e na digitalização de buição de conteúdo, e permitiu uma maior sua rede internacional de conteúdo via oferta de canais de TV digitais via satélite, satélite utilizando banda C. “A banda
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Ku, embora já muito utilizada em SNG, ainda não tem sua utilização pela TV Globo em enlaces de distribuição profis sional, onde a exigência de disponibilida de é altíssima. Por isso, apesar da elevada potência dos novos satélites, ela ainda é vista com reservas. A atenuação causada pela chuva e a conseqüente diminuição da margem do enlace são parâmetros de projeto que ainda precisam ser melhores estudados antes de uma decisão de inves timento nessa área”. “Quando a TV digital terrestre for implantada, o telespectador vai se bene ficiar ainda mais dessa tecnologia, pois o caminho será digital, desde o estúdio até a tela de sua TV. Mas vale a pena lembrar que, com a tecnologia digital, os problemas de direitos autorais afloram pois pode-se gerar múltiplas cópias do conteúdo com manutenção da qualida de, fomentando a indústria da pirataria, como no caso dos CDs. Por isso existe uma preocupação crescente com siste mas de acesso condicional, para garan tir que somente receptores autorizados tenham acesso ao conteúdo transmitido.
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Seminário mostra tendências e novidades A revista TELA VIVA, com suas publica ções-irmãs Teletime e Pay-TV, promove nos dia 1º e 2 de setembro o V Semi nário “As Soluções via Satélite”, que mostra, através de debates, palestras e exposição de cases, a evolução da plataforma de satélites e seus diferentes usos nas mais variadas situações. Em
Esse assunto é chave na discussão de distribuição de conteúdos via satélite”, ressaltou. A Globo foi uma das primeiras emis sora a implantar a tecnologia IP em seus uplinks digitais. “Constitui uma ferramenta para o tráfego de conteúdo institucional e treinamento à distância aproveitando os bits nulos da compres são MPEG-2 em um de nossos uplinks regionais”. Segundo Castro, a grande expectativa dos radiodifusores é a oferta dos serviços bidirecionais e o uso da tecnologia IP para
destaque, a apresentação de um estudo da consultoria Pyramid Research sobre a ofera de serviçsos, além da participa ção de representantes do governo e apresentação de cases de usuário. Mais informações podem ser obtidas no site www.converge eventos.com.br ou pelo e-mail info@convergeeventos.com.br.
otimizar e flexibilizar ações de vídeo em baixas taxas. “A otimização das ferramen tas de compressão de vídeo digitais e a miniaturização dos sistemas de transmis são, quando associadas à tecnologia IP, permitem a geração de matérias em locais remotos com custos razoáveis. Um exem plo marcante desta combinação de suces so foram as impressionantes imagens da Guerra do Iraque, trazidas à público em tempo real, por um custo muitas vezes mais baixo do que os das soluções conven cionais. Sem esta tecnologia, certamente não teríamos tantas informações do front,
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seja por questões de tamanho de equipa mos de transmissão de imagens. Utiliza a mento, ou seja por questões de custos de comunicação via satélite, na modalidade transmissão”. digital, para enviar sua programação a Em relação às tendências do futuro todas as estações que compõem sua rede do mercado de transmissão de imagens, o de retransmissão. No entanto, ainda sem gerente da TV Globo acredita na eficiên previsão no modo de utilização da comuni cia contínua da distribuição de imagens cação via satélite, está analisando sempre via satélite. No entan novas propostas. “Embora to, vê a utilização de ainda não haja uma previ fibras ópticas toman Apesar do satélite são imediata na realização do força. “A distribui de alterações deste tipo de ção de imagens via ser o meio de serviço, qualquer novidade satélite é imbatível distribuição mais tecnológica que possibilite para um grande terri eficiente para um agregar qualidade, praticida tório como é o caso de e economia aos nossos do Brasil. Em con grande território serviços, é analisada perma traposição, o embate como o Brasil, as nentemente”, explica José entre o uso de fibras redes de TV estão Munhoz, diretor técnico da ópticas e satélite está emissora em São Paulo.A cada vez mais acir sempre analisando transmissão digital da rede rado nas aplicações outras propostas, é aplicada também para ponto-a-ponto entre como a fibra óptica. outros serviços como recep grandes centros urba ção de conteúdos utilizados nos, independente em sua grade de programa das distâncias envolvidas”.“Em aplica ção, teleconferências, transmissão da TV ções eventuais e interurbanas, a rapidez Assembléia, e a todos os headends de cabo de montagem e ativação de estações ter no interior do Estado de São Paulo. renas praticamente sem restrição é um aspecto muito atraente para o uso do saté Estádios lite e que continuará tendo grande uso A Embratel também está buscando reforçar no futuro”, avalia Paulo. Em aplicações e ampliar os seus serviços de transmissão permanentes, a TV Globo optou por um de satélites. Desde o último mês de abril, mix de rotas terrestres e contratação de colocou em operação o SmartSport, centros serviços de terceiros em fibras ópticas de transmissão instalados nos principais e satélites. “Embora ainda longe de ser estádios do País para facilitar a transmis uma realidade, o grande desafio das emis são de eventos esportivos e musicais. Com soras será combinar os diversos tipos opção de taxas de 8 Mbps e 15 Mbps, ofe de transporte de conteúdo em uma rede rece as opções de transmissão monocanal única, com uma gerência centralizada”. e multicanal. Para a transmissão dos Jogos Olímpi Implantado inicialmente nos estádios cos, a Globo investiu em uma arquitetu do Maracanã (Rio de Janeiro), Mineirão ra da rede via satélite que une tecnologia (Belo Horizonte), Beira-Rio (Porto Alegre) de compressão de vídeo e a otimização e Arena da Baixada (Curitiba), o SmartS de sinais, para permitir o tráfego de port deve chegar a São Paulo ainda no vídeo em diversas taxas e com confiabi segundo semestre deste ano. Dos estádios, lidade. “No futuro breve, acreditamos os sinais emitidos, no formato MPEG-2/ na expansão dos serviços bidirecionais DVB serão integrados à plataforma Smart via satélite, tanto em aplicações ponto- Video nacional e internacional da Embra a-ponto, quanto em redes. Estamos sem tel, e poderá ser transmitido para qualquer pre pesquisando tecnologias, pensando localidade no Brasil ou no exterior. em soluções inovadoras e criativas para Além dos canais de áudio e vídeo, ampliar o leque de serviços a ser disponibili o SmarTSport também oferece quatro zado para as áreas de jornalismo, produção canais de coordenação de voz e a emissão e exibição”, destacou Castro. do sinal de retorno, em que o cliente no A TV Cultura também segue o cami estádio sabe o que está sendo transmitido nho da busca por novas soluções em ter pela rede de televisão.
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m aking of Super Black Power Superglobetrotters, Capitão Caverna, Urso do Cabelo Duro. As referências são várias, mas o personagem do filme “Cabelu do” - que mostra as vantagens do espaço da cabine estendida da caminhonete Fiat Strada Adventure - tem personalidade própria. Assim como nos desenhos animados, o personagem põe e tira coisas do cabelão, sem perder a panca. O filme mostra um negro estiloso se arrumando num vestiário, e para isso ele põe e tira os apetrechos do cabelo, como pente,
laquê, secador. Até que chega na garagem, tira as chaves do cabelo e se acomoda no carro, que é espaçoso a ponto de aco modar seu cabelo black power. É quando ele tira uma bola de basquete e até um cachorrinho do cabelo. O nonsense do filme está todo nos objetos que entram e saem do cabelo, mas não na linguagem. O filme é realista e os efeitos, sutis. “A intenção era usar ao vivo e efeitos sem que se soubesse o que é real, o que é computação”, explica o diretor Cláudio Borrelli.
Dec up agem d e t al h ad a A técnica utilizada para criar a ilusão de que o ator coloca va e tirava as coisas do cabelo foi a mais simples. Segundo Bibinho, responsável pelos efeitos especiais, “o ator ensaiou muitas vezes o movimento de pôr e tirar cada um dos objetos do cabelo, segurando o objeto real. Depois, filmamos o ator fazendo o movimento mas sem o objeto. Em computação gráfica, aplicamos os objetos usando o motion tracking, até que a mão ficasse próxima o suficiente do cabelo para que o objeto sumisse”. A decupagem do filme foi feita para atender às necessida des dos efeitos. Nas cenas mais difíceis, foram usados pla nos mais abertos. Em alguns casos, porém, a aplicação dos objetos não ficou realista, então a pós-produtora optou por recriar o objeto em 3D. Todos os objetos foram filmados no set, para que mantives sem a iluminação sem que fosse preciso reproduzi-la em com putação. A bola de basquete que sai do cabelão foi filmada dentro do carro, girando presa a um fio. “Depois aplicamos à mão do ator”, explica Bibinho. O cachorrinho também foi filmado e aplicado, mas ficou tão imóvel que precisou receber uma injeção virtual de ânimo. “Quando alguém segura um filhote por cima, ele fica totalmente parado. Tivemos de apli car uma lingüinha e mexer os olhos para que não parecesse um bicho de pelúcia”, completa.
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Para o diretor Cláudio Borrelli, o principal trunfo do filme foi o ator, sele cionado entre mais de cem candidatos. “O jeito dele, a ginga, a malandra gem são exatamente o que estávamos querendo. Na primeira montagem que fizemos, o filme se segura até mesmo sem os efeitos. O estilo dele já é a linguagem do filme.” O redator Marcelo Reis também acredita que o personagem é a cara do carro. “Quisemos fugir um pouco daquela conexão direta que se faz entre um carro utilitário e família ou carga. Precisávamos divulgar o espaço e a capacidade de carga, mas também o design e o estilo.”
Peru ca bl a c k - p o w e r Antes do início das filmagens, os testes com o cabelo consumiram a maior parte do tempo da pré-produção. “Quase deixamos a cabeleireira louca. Pen samos em várias alternativas, mas acabamos optando por usar uma peruca de cabelo verdadeiro. Queríamos saber exatamente como e de onde as coisas entrariam e sairiam, e também a reação do cabelo, o atrito dos objetos. Também filmamos chumaços separados do cabe lo em fundo de recorte para ter opções de monta gem”, explica Borrelli.
icha técnica fCliente Fiat Automóveis • Produto Fiat Strada Adventure • Agência Leo Burnett • Direção de criação Ruy Lindenberg • Direção de arte Felipe Luchi • Redação Marcelo Reis • Produtora Cia. de Cinema • Direção Cláudio Borrelli • Fotografia Ted Abel • Direção de arte Paulinho Ribeiro • Montagem Marcelo Cavalieri • Trilha Ludwig Van! • Efeitos especiais e pós-produção Tribbo Post
mercado lizandradealmeida lizandra@telaviva.com.br
Entretenimento sustentado
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epois de instalar sedes no sul do Brasil e no Rio de D Janeiro, a produtora paulistana Academia de Filmes inaugura oficialmente sua Academia de Cultura, braço de entretenimento da produtora. A Academia de Filmes já tinha um núcleo de produções culturais, voltado para a concretização de idéias de seus sócios, mas agora terá sede exclusiva e projetos mais ambiciosos. A unidade terá sede na Vila Leopoldina, zona oeste da capital pau lista, e abrigará, além da área de produção, um espaço para a exibição dos projetos audiovisuais e também expo sições e outras manifestações artísticas. Grande parte do núcleo central da produtora, entre sócios e diretores, veio da televisão - como Tadeu Jun gle, Hugo Prata, Oscar Rodrigues Alves e Paulo Schmidt - por isso a vontade de produzir idéias próprias e produ tos culturais sempre foi latente. “No princípio, a idéia era só viabilizar os projetos culturais dos sócios e criar outras obras audiovisuais, com a experimentação que a publicidade não permite. Isso contribui com a inovação e a realização pessoal, e também oxigena a produtora
Zélia Ducan figura entre os DVDs musicais da produtora, que tem também Djavan e Ivan Lins.
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Com quase 10 anos de funcionamento na
área de publicidade, a Academia de Filmes, de São Paulo, inaugura agora sua Academia de Cultura, com projetos audiovisuais para todas as mídias.
como um todo. Mas agora estamos entrando em uma nova fase, como uma opção de business. Perto da publi cidade, a área de entretenimento ainda é incipiente, mas enxergamos isso como um menu do nosso negócio”, explica Paulo Schmidt. Com os dois pés no chão, Schmidt reconhece as limitações da área cultural. “Cultura não sobrevive sem recursos. Nossa intenção é tornar esse negócio viável. Atualmente, o braço de entretenimento chega a 5% do faturamento da empresa. A publicidade ainda é o que gera recursos. Mas acreditamos que o cinema e a produção de conteúdo para todos os tipos de mídia são uma oportunidade. Por isso estamos nos preparando”, continua. O sócio Tadeu Jungle também reconhece as dificul dades da área: “Já sabemos que essa área não se paga. Quem trabalha em cultura é sempre lutador, porque os ricos no Brasil preferem a corrupção e a aplicação de recursos no exterior. Ninguém investe em cultura. E as leis de incentivo acabam sendo mais um problema do que uma solução, pois bloqueiam a autoria, já que a obra é vendida para o marketing da empresa”. Todas as mídias e suportes Mesmo diante dessas dificuldades, o grupo acredita que a área é promissora e que existem muitos mercados a serem explorados. Nem só de projetos próprios viverá a Acade mia de Cultura. Dentro da idéia da produção de conteúdo independente, também serão produzidos projetos por encomenda. Segundo Tadeu Jungle, a Academia de Cultu
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ra poderá formatar projetos para empre sas ou outros clientes, de acordo com suas próprias necessidades. Algumas idéias já estão no ar. “Recentemente fomos procurados pela Luana Piovani, que quer produzir uma série de DVDs com seus espetáculos teatrais”, conta Fabio Zavala, da Academia de Cultura. Ao lado de Cristina Fantato, Fabio faz a formatação dos projetos para as leis de incentivo e desenvolve estratégias
Documentário mostrará os 23 anos de carreira dos Titãs.
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de viabilidade. Outros 18 projetos estão nessa fase, entre eles um projeto pessoal de Tadeu Jungle. Um dos fortes da produtora tem sido a autoração de DVDs de shows musicais, já que a empresa também fez carreira no videoclipe. Entre os títulos, estão artistas como Djavan, Pedro Camargo Mariano, Zélia Duncan e Ivan Lins. Outro projeto recente de destaque foi a documentação da obra de Zé Celso Martinez Correa e do Teatro Oficina em DVD, ainda na fase em que a Academia de Cultura funcionava na sede de Moema, zona sul de São Paulo. “Sempre também temos a preocupação de que os projetos tenham um alcance social, de difundir a cultura. Esses espetáculos foram produzidos e apresentados a preços populares”, diz Fabio Zavala. Além dos DVDs, o cinema também está nos planos da Academia de Cultura. Estão em produção dois longas-metra gens, atualmente em fase de captação de recursos e pré-produção. Um deles é um documentário sobre os 23 anos de carreira dos Titãs, que também conta um pouco da história de seus integrantes.
Segundo Tadeu Jungle (à direita), a produtora poderá formatar projetos para empresas ou outros clientes.
Com roteiro do titã Branco Mello e do diretor Oscar Rodrigues Alves, “Titãs, o filme” reunirá imagens feitas pelos pró prios integrantes da banda. Branco Mello comprou uma câmera em 1984 e desde então registrou os principais momentos da banda. O filme já tem distribuição garantida pela Lumiére e versões em DVD e outras mídias. O outro longa será a estréia na direção de longas-metragens de Hugo Prata. Fic ção, o filme conta a história de um pugi lista e tem roteiro de Fernando Bonassi e
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Vitor Navas. Outro grande projeto, em experiência do médico Drauzio Varella, documentar a trilogia “Os Sertões”, de fase de captação de recursos, é “Brasil que há anos percorre a região pesquisan Martinez Correa, e o trabalho do coreó do Céu”, de Tadeu Jungle. O projeto do plantas e ervas medicinais. Lucia grafo Ivaldo Bertazzo, realizado na Fave reúne artes plásticas e cinema, a partir Novaes assina o projeto “Lygia Clark e la da Maré, no Rio de Janeiro. Ambos de uma viagem documental serão realizados para DVD. Dois por todo o Brasil em um curtas-metragens e outros projetos helicóptero. A viagem será de artes integradas também estão em registrada em filme, foto e fase de captação de recursos. vídeo digital, e o resultado Assim que os orçamentos come será trabalhado em forma çarem a ser fechados, a Academia de cine-documentário, artes de Cultura deve ampliar sua equi plásticas, artes gráficas, pe, com a chegada de um produtor música, fotografia e poesia. executivo. Mas tudo será feito com A exemplo de outros traba cautela, paulatinamente. “Não sou lhos de Jungle, inclusive de cético, mas acho que temos de conti uma exposição atualmente nuar crescendo com estabilidade, um em cartaz na Galeria Valu passo de cada vez. Cerca de 80% do Oria, em São Paulo, o supor que é produzido no cinema não tem te não é a maior preocupa DVD documenta a obra de Zé Celso Martinez Correa e viabilidade comercial. É preciso ter ção. Outros documentários do Teatro Oficina. essa consciência para fazer trabalhos fazem parte da carteira de bons, mas que sejam viáveis. Nossa projetos da produtora, incluindo um o Vazio”, documentário sobre a artista intenção não é só produzir trabalhos filme de Luciano Cury sobre os per plástica brasileira, uma das mais reconhe autorais. É claro que esses trabalhos sonagens que vivem às margens do cidas internacionalmente. agregam em imagem, na troca de expe Rio Negro, na Amazônia, a partir da Na esteira do trabalho já desenvolvi riências e na experimentação, mas a do com o Teatro Oficina, Tadeu Jungle realidade do negócio é importante”, acre também tem um projeto que pretende dita Paulo Schmidt. mercado
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Encontro tecnológico
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Acontece entre os dias 25 e 27 de agosto, no Centro de Convenções Imigrantes, em São Paulo, a feira de servi ços e equipamentos para televisão Broadcast & Cable. Como sempre, acompanhada do congresso da SET, pro movido já há 16 anos pela sociedade dos engenheiros de televisão. O congresso terá painéis e tutoriais sobre as mais novas tecnologias, debaterá novos modelos de negócios e até mesmo o futuro da profissão para os enge nheiros de TV, e, claro, TV digital. Por um lado, o evento terá um painel com algumas das instituições envolvidas na pesquisa e desenvolvimen to do SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital), onde será apresentado o processo de implantação da TV digi tal no País, as propostas de pesquisa e desenvolvimento, as ações implementadas, o estágio de desenvolvimento, a ênfase adotada na pesquisa e os resultados positivos e negativos. Por outro lado, o congresso mostra que a enti dade continua defendendo a adoção do japonês ISDB, visto que é o único que terá um painel dedicado. No evento serão mostradas as pesquisas nas áreas de tecno logias de produção de conteúdos, futuro das tecnologias fundamentais e de serviços de radiodifusão e no padrão ISDB avançado. Além do desenvolvimento tecnológico, os engenheiros de televisão debaterão o impacto que as novas tecnologias e a convergência causarão no mercado. A possibilida de de convergir vídeo, dados e voz no cabo da TV por assinatura, as possi bilidades que a tecnologia traz para os negócios de vídeo e a evolução dos set-top boxes levantam questões sobre como as operadoras de multi-serviço competi rão no fechado clube de telefonia. E para discutir o assunto, participarão empre sas de telecomunicações, TV
A Broadcast & Cable reúne em São Paulo engenheiros, fornecedores e fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços do universo audiovisual para discutir tecnologias e o futuro da televisão no Brasil.
aberta,TV por assinatura, Internet, fabricantes de equipa mentos e representantes do governo. Ainda no congresso, os engenheiros mostram-se preo cupados com o futuro da profissão. No painel “O Futuro: Engenheiros ou Commodities?”, a classe debate seu papel na era digital e como a aproximação da informática com o vídeo pode afetar seu trabalho. Feira de equipamentos A Broadcast & Cable será mais uma vez a vitrine dos equipamentos lançados no último ano. Com mais de quarenta expositores, entre fabricantes e fornecedores de equipamentos e prestadores de serviços para a indús tria de produção de TV e vídeo, o evento reunirá alguns dos produtos já demonstrados no exterior em eventos como a NAB. Em câmeras e camcorders, serão apresentadas algu mas novidades. Para a área broadcast, a Panasonic apresenta no evento a sua série DVCPRO P2, com gravação baseada em memória em estado sólido. A série de camcorders usa car tões PC card para gravar mate rial em formatos DVCPRO50, DVCPRO e DV. A tecnologia desenvolvida para a Panasonic A Panasonic demonstra sua tecnologia P2, baseada em memória em estado sólido. Fotos: Divulgação
fernandolauterjung fernando@telaviva.com.br
A Phase apresenta a câmera HL-60W, da Ikegami.
traz mais dinâmica ao processo de produ ção, uma vez que é muito mais rápida a transferência de vídeo de um cartão para não tem partes móveis e não é afetada por vibrações. O problema ainda é o alto preço da mídia. Já a Phase leva a câmera HL-60W, da Ikegami. O equipamento usa CCDs AIT (Advanced Interline Transfer), que ofere cem alta sensibilidade e baixo ruído, traba lhando em alta definição, com 750 linhas. A câmera traz ainda um corretor de cores que dá ao operador liberdade de persona lizar hue e saturação dos seis vetores de cores. Há ainda a possibilidade de escolher duas cores para que a câmera faça uma “auto-configuração” baseada nelas. A Thomson estará presente na B&C 2004 seguindo a linha já apresentada na NAB: novas tecnologias somadas ao baixo custo. No que se refere às câmeras, a fabri cante francesa mostra no Brasil desde a HDTV LDK 6000, que trabalha em qualquer formato HD e SD (1080i, 1080p 720P, 480, etc) até o modelo para estúdio de baixo-custo LDK 1707. A Sony não havia respondido às per guntas até o fechamento desta edição, mas espera-se que a fabricante leve ao evento sua tecnologia blu-ray, de gravação em dis cos através de laser azul. Mas nem só de câmeras alimenta-se a produção, portanto a Thomson leva ao evento seu switcher de produção Kayak. Trabalhando em definição Standard, o equipamento conta com memória de até 32 segundos para gravação de vídeo. A empresa também leva de con versores e distribuidores de áudio e vídeo modulares, além do também modu lar encoder MPEG-2 Vibe. Na linha de filmes, a Thomson mostrará o Sotware Shout, para restauração de filmes.
ser Adrenaline e XpressPRO Studio e um sistema integrado de broadcast em ambien te colaborativo. A Floripa lança na feira A 4S mostra sua solução de edição de equipamentos sua nova não-linear para jornalismo desenvolvida mesa de controle mestre em conjunto com a Dayang. A solução digital, a Lumyon. Trata-se pode contar com ilhas laptop ou desktop de um sistema composto integrados por uma rede NAS. A empresa por uma central modular e um painel de leva ainda o slow motion VS-X, que agora controle remoto contendo todos os fra conta com memória para 250 eventos de mes, placas e fontes. Conta com switcher exibição e para 250 edições. interno de áudio e vídeo que não requer A Magics Vídeo apresenta com desta matriz externa e é capaz armazenar logos, que a ilha Studio P4 HT Canopus, capaz transições programáveis e entrada de gen de trabalhar com filtros ilimitados, títulos lock para referência. A mesa tem 16 entra e gráficos simultâneos em tempo real. das principais de áudio e vídeo padrão A ilha possibilita o aumento da quanti SDI SD com equalização automática, seis dade de camadas em tempo real apenas entradas para keying e efeitos, proces substituindo o processador. O DVStorm2 samento de sinais de 525 e 625 linhas, incorpora ainda um encoder MPEG-1/ e comutação de sinais SDI conforme as MPEG-2 para publicação profissional de normas SMPTE 291M e ITU-R BT.1394. DVD. A empresa leva ainda para o even A empresa catarinense apresenta ainda o to o Magics Storage RAID, um sistema sistema para edição e exibição SpotWare de armazenamento que proporciona pro DV e E-News Lite DV e as ilhas de edição teção a dados e conta com capacidade de Velox Liquid Edition DV. Outra novida até 2 TB. de é o sistema turnkey para broadcast em A Phase leva o MVP da Everz, um tempo real usando cenários virtuais 3D multi-viewer com saída UXGA, com capa Virtual Sets. cidade de até 72 canais de vídeo por uni A AD Line Pro & Broadcast Solutions dade de display, capacidade de expansão apresenta no evento um ambiente de traba ilimitada, com total monitoração de parâ lho para pós produção baseado em Apple, metros de vídeo e áudio em um sistema incluindo Power Macs, Xserv Raid e Xsan de alarmes. Além disso, a empresa mostra para compartilhamento da mesma midia as famílias de matrizes Pro-bel, inclusive a em todo o sistema. Além disso, a empresa Sirius, que permite que entradas e saídas levará os equipamentos Avid MediaCompo analógicas e SDI sejam comutadas sem distinção, através de blocos internos de conversores ADC e DAC. A Tacnet demonstra no evento equi pamentos da Snell & Wilcox, como o Ukon, uma plataforma universal de conversão de formatos desenhada para utilização de produção em TV, e pós produção onde as imagens precisam ser convertidas em qualquer direção entre ambientes de SD e HD. Ainda, vão ser mostrados o Archangel, ferramenta para restauração de sinais de vídeo, A Magics leva ao evento a ilha Canopus, telecinados ou não, que permite cor que pode aumentar o número de rigir e tempo real ruído, sujeira, ris camadas substituindo o processador. cos, instabilidade, drop out e flicker.
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AGOSTO (Direitos e deveres) A Associação Brasileira das Produtoras de Fonogramas Publicitários (Aprosom) promoverá duas palestras em agosto, para seus associados. A primeira será sobre custos, em parceria com o Sebrae. E a segunda, a ser ministrada por um advogado, será sobre direito autoral, direito de imagem, direito da comu nicação e defesa do consumidor. As pa lestras acontecem dia 26 de agosto, e as inscrições vão até dia 15. Mais informações na Aprosom: (11) 30315660.
(Curta em Sampa) O Festival Internacional de Curtasmetragens de São Paulo comemora 15 anos este ano e acontece de 26 de agosto a 4 de setembro. O foco do Festival é dedicado este ano às me gacidades, com a exibição de um pai nel de curtas que retratam as peculiari
dades da rotina das megalópoles. Mais informações sobre a programação e os locais de exibição no site www.kinoforum.org.
SETEMBRO (Co-produção luso-brasileira) A Ancine recebe até o dia 27 de setembro as inscrições de concurso para apoio a projetos de longa- metragem em co-produção com Portugal. O concurso concederá apoio financeiro para projetos cinematográficos de longa-metragem, no gênero ficção. Mais informações no site www.ancine.gov.br. 10 a 14 - IBC 2004 - International Broadcasting Convention. Amsterdam RAI, Amsterdã, Holanda. Fone: (44-20) 7611-7500. Fax: (44-20) 7611-7530. E-mail: show@ibc.org.
Internet: www.ibc.org. 29 e 30 - II Tela Viva Móvel. ITM Expo, São Paulo, SP. O evento discute as novas possibilidades para produtores de conteúdo no mercado telefonia móvel. Mais informações pelo telefone (11) 3120-2351, pelo fax (11) 3120-5485, ou ainda na Internet pelo e-mail info@convergeeventos.com.br ou no site www.convergeeventos.com.br.
OUTUBRO 4 a 8 - MipCom 2004. Palais dês Festivals, Cannes, França. Fone: (33-1) 4190-4567. Fax: (33-1) 41904558. E-mail: karine.safarti@reedmidem.com. Internet: www.mipcom.com.
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