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jun2010
www.teletime.com.br
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Ano 13
Rogério Santanna explica como vai reestruturar a empresa para fomentar a expansão da banda larga em todo o país.
o homem da telebrás MERCADO Norte e Nordeste crescem acima da média nacional e entram no radar das operadoras fixas e móveis
REGULAMENTAÇÃO Anatel mexe no plano de mercado de TV a cabo, mas o caminho para novas outorgas ainda é tortuoso
Samuel Possebon
samuca@convergecom.com.br
FOTO: arquivo
.:Editorial Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski
Editor Samuel Possebon Consultor Especial Cláudio Dascal Coordenadora de Projetos Especiais Letícia Cordeiro Redação Daniel Machado, Fernando Paiva (Rio de Janeiro), Helton Posseti, Mariana Mazza (Brasília) Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Débora Harue Torigoe (Assistente); Alexandre Barros (Colaborador); Bárbara Cason (Colaboradora) Departamento Comercial Rodrigo Arraes (Ger. de Negócios Online) Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Circulação Gislaine Gaspar Gerente de Marketing Patricia Soderi Gerente Administrativa Vilma Pereira TELETIME é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603 - CEP: 01243-001 - Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910 - São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 Bloco D, sala 424 – Torre B - Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 - Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.teletime.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.teletime@convergecom.com.br
Informação em amplo espectro
E
m alguns momentos, nós jornalistas paramos para pensar se do outro lado existe alguém que dá alguma importância para aquilo que fazemos. Ainda mais no jornalismo especializado, onde o leitor, em geral, conhece muito mais sobre os temas do que nós, que apuramos e escrevemos a notícia. O desafio da TELETIME, seja com nosso noticiário diário TELETIME News, seja com esta revista impressa mensal, é levar informação relevante, variada, sobre a maior quantidade de temas possível e com a maior precisão que conseguimos. Pela respostas dos nossos leitores e pelo crescente interesse em nossas publicações, acreditamos que estamos no caminho certo. TELETIME não é uma publicação monotemática. Aqui são tratados temas tão variados quanto tecnologias de rede e acesso, sistemas de TI, políticas públicas, marketing e estratégias, conteúdos e aplicações, serviços de valor adicionado e inovação tecnológica, e ainda procuramos trazer temas novos para debates, com uma intensa cobertura de eventos internacionais e pautas pensadas de dentro da redação para fora, ouvindo o mercado. Esta edição é um reflexo disso. Há matérias sobre o setor de TV a cabo, sobre a nova Telebrás, um especial sobre redes wireless, uma reportagem sobre a atuação do Ministério Público, outra sobre as oportunidades que se abrem no Nordeste, ainda uma sobre mobile banking e a cobertura do nosso evento TELA VIVA Móvel, que tratou de conteúdos, aplicativos e Internet móvel. Aliás, a Converge Comunicações, que edita esta TELETIME e ainda as publica-
PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br Instituto Verificador de Circulação
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ções TELA VIVA, para a área de audiovisual e televisão, e TI Inside, para a área de TI, realiza mais de duas dezenas de seminários, fóruns e congressos ao ano. A característica que permeia todos os nossos encontros é o tratamento editorial que damos à seleção dos temas e palestrantes. Usamos os mesmos critérios usados na elaboração de pautas e reportagens: relevância, multiplicidade de opiniões e inovação dos temas. Desde o começo do ano, já tratamos em nossos eventos de políticas de comunicação, governo eletrônico, tecnologias de rede, Internet e conteúdos móveis, smartgrids e agora teremos um para falar de banda larga móvel. Até o final do ano, ainda trataremos de TV por assinatura, satélites e aplicações móveis corporativas. Esse volume imenso de informações produzidas, seja em nossas publicações ou em nossos eventos, pode parecer excessivo para um único leitor. Mas como jornalistas, temos que pensar que sempre há alguém interessado naquele determinado assunto. Há alguns anos isso começou a ser chamado de long tail. Nós chamamos de segmentação da informação. Para tratar de todos os temas com a mesma qualidade e profundidade, temos em nossas publicações mais de 15 jornalistas, cada um com sua área de especialização, e mais uma equipe de dezenas de profissionais que dão suporte a todas as nossas atividades nas áreas comercial, administrativa, organizacional, artística e TI. Esse é o nosso compromisso com a informação precisa e relevante e com a qualidade daquilo que levamos aos nossos leitores e aos participantes dos nossos eventos.
133 Número
w w w . t e l e t i m e . c o m . b r foto: Antonio Cruz/ABr
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Ano 13 | Jun 10
Capa
8 Pronto para competir
Em entrevista exclusiva à TELETIME, o presidente da Telebrás, Rogério Santanna, revela alguns dos primeiros passos da empresa.
Evento
14 Cooperação é o caminho
9º Tela Viva Móvel traz à tona necessidade de contribuição mútua entre todos os players de SVA para que o setor, como um todo, cresça.
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Suplemento Especial redes wireless NO RITMO DO MERCADO
Embora no futuro boa parte da receita das operadoras móveis venha dos serviços de dados, atualmente operadoras ainda buscam novos assinantes de voz das classes C e D.
caminho definido
Operadoras apostam no HSPA+ como evolução imediata das redes. LTE fica para depois
OPORTUNIDADES NO AR
Licitações da Anatel devem trazer novos competidores e oferecer mais espectro a quem já tem. Oportunidades estão na banda H e nas faixas de 2,5 GHz e 3,5 GHz.
RENTABILIZANDO O DUTO
Consumo de dados nas redes cresce cerca de 250% ao ano. Desafio das teles é manter infraestrutura que suporte esse aumento sem perder de vista a lucratividade.
NOVAS E COMPLEMENTARES
WiMax cresce e já atende 143 países e 621 milhões de usuários em potencial. LTE proverá a evolução dos modelos de telefonia móvel para a banda larga, atingindo outros mercados.
NA PONTA DO LÁPIS
Escolha entre LTE e WiMax deve ser precedida pela definição do plano de negócios. Critérios devem levar em conta os menores custos de implantação e operacional e a acessibilidade do terminal de acesso ao usuário final.
Regulamentação
38 Cabo da esperança
Anatel aponta para uma flexibilização do mercado brasileiro de TV por assinatura, porém caminho para novas outorgas ainda segue distante.
Mercado
42 China brasileira 38
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Economia do Nordeste cresce bem acima da média nacional e atrai investimentos em telefonia móvel, fixa, banda larga e TV por assinatura.
Serviços móveis
46 Dinheiro na mão
Teles, bancos, operadoras de cartão e governo brasileiro se articulam para oferecer serviços financeiros nos celulares.
Consumidor
50 No front da batalha
Ministério Público se destaca no setor de telecomunicações como ator na defesa dos direitos do consumidor e na fiscalização da Anatel.
Editorial 4 | Ponto de vista 52 | Produtos 53 | Ponto & Contraponto 54 foto de Capa: glauber queiróz
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.:capa
Mariana Mazza, de Brasília
mariana.mazza@convergecom.com.br
C
om o anúncio do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), todos os olhos se voltaram para a Telebrás, o principal instrumento do governo para colocar em campo o seu projeto de inclusão digital e levar a banda larga a até 40 milhões de domicílios em 2014. Passada a fase de adaptação (e críticas) ao novo modelo proposto, operadores e fornecedores começam a se perguntar como será o processo para tirar a estatal da posição quase irrelevante que vinha ocupando desde 1998 para o centro dos holofotes. Como, enfim, a Telebrás vai fazer aquilo que está previsto no PNBL. Em entrevista exclusiva à TELETIME, dada no começo de junho, o presidente da estatal, Rogério Santanna, falou dos primeiros passos da empresa e de suas expectativas sobre o plano de levar banda larga. A área ocupada pela Telebrás em um conhecido centro empresarial de Brasília em nada lembra os tempos em que a estatal reinava sozinha nas telecomunicações brasileiras. A vida espartana da Telebrás nesses 12 anos de privatização está refletida na pequeníssima equipe de funcionários que restaram à companhia: apenas cinco servidores ainda “batem ponto” na estatal em uma sede que equivale, em tamanho, a menos do que os escritórios de representação que as teles privadas ocupam na capital. Santanna reconhece que as expectativas para que a Telebrás comece a funcionar - seja de apoiadores ou de críticos - é grande, mas o momento é de tentar reconstruir a casa com uma agenda apertada. Nesta entrevista, ele detalha o cronograma de ação da empresa, que ele pretende colocar em pé em 60 dias. O novo presidente faz mistério sobre os planos concretos da empresa na operação, preocupado com a patrulha do mercado sobre suas declarações. Mas não tem meias palavras para analisar o mercado atual e assegurar que a Telebrás poderá criar um novo paradigma nas telecomunicações. “Nós estamos fazendo a Jet Blue da banda larga”, afirma, citando a empresa aérea famosa por oferecer voos de baixo custo nos EUA.
fotos: Glauber Queiroz
O novo player ainda estava na expectativa de ser liquidada. Todo mês aqui se aprovava um termo para liquidar a empresa. Agora, na próxima reunião, não irá se tratar de plano de liquidação pela primeira vez em 12 anos. O caminho crítico agora é mudar o estatuto da empresa, que hoje é minimalista. Para se ter uma ideia, a sede tem só cinco funcionários de carreira da Telebrás. Na verdade seis, pois um está cedido para o sindicato.
Rogério Santanna
TELETIME: A Telebrás já pediu formalmente os funcionários de volta para a Anatel? SANTANNA: Nós estamos em negociação para tentar chegar a uma composição conjunta com eles. (N.R: em 22 de junho a Anatel aprovou uma lista com 60 funcionários sugeridos pela Telebrás que voltarão a trabalhar na empresa). Como fica o Plano de Indenização por Serviços Prestados (PISP), a que os atuais servidores da Telebrás teriam direito para se aposentar? Eu acho que no curto prazo, a gente não pode mexer no PISP. Primeiro, porque eu preciso reestruturar a empresa. Depois dessa reestruturação é que a gente pode tratar desse assunto. Até hoje a Telebrás
Os demais que estão aqui são terceirizados? São terceirizados. Disseram que são 25 terceirizados, além dos cinco funcionários de carreira. O que se tem que fazer aqui é estruturar minimamente a empresa. Para se fazer isso é preciso mudar o estatuto, aprová-lo no Dest (Departamento de Coordenação e Controle de Empresas Estatais) e na PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional). Tenho também que convocar a Assembleia, o que deve ocorrer em 15 dias corridos a partir da publicação. Aí, a partir desse momento, é que realmente a empresa irá dispor dos cargos para poder trazer as pessoas de volta. Existe um prazo médio para isso tudo ficar pronto? Eu estou trabalhando com o horizonte de 45 a 60 dias para isso tudo estar resolvido. Inclusive com a assembleia já pronta. Eu espero fazer isso em menos tempo, mas o razoável é isso. O que precisa ser alterado no estatuto para que a Telebrás possa voltar a funcionar plenamente? As novas diretorias, as gerências, a estrutura administrativa toda da empresa. No momento, a Telebrás tem só duas diretorias, na prática: a diretoria-superintendência e a minha (presidência), que acumula a diretoria de
A intenção da Telebrás é ser uma empresa de engenharia e marketing na área comercial, basicamente. Não será uma empresa de operação". 8 Teletime jun_2010
relação com investidores. Pelo menos teremos mais uma: a técnica. Mas a empresa continuará pequena, com algo entre 90 e 120 empregados. Há temor de que os servidores façam algum tipo de retaliação para não voltar à Telebrás? Eu acho difícil que ocorra uma situação dessas, em que 100% dos funcionários peçam demissão ou abandonem a empresa. Até porque eu tenho recebido muitas manifestações de funcionários que querem voltar a trabalhar aqui. Parece que eles têm saudade da casa. Qual a intenção final de a Telebrás ser reativada? A intenção da Telebrás é ser uma empresa de engenharia e marketing na área comercial, basicamente. Não será uma empresa de operação. Tanto que não lhe foi atribuída a operação. Foi-lhe atribuída a gestão. Então o que nós vamos fazer? Na prática, vamos continuar repassando para a iniciativa privada (capacidade de rede), mas agora com uma certa gerência do Estado. O que faremos nos próximos meses, uma vez reestruturada a empresa, são os editais para contratar os serviços necessários para atingir os objetivos que foram atribuídos à empresa. A projeção que o governo havia dado para a realização do primeiro edital seria entre outubro e novembro. Esse é o prazo para o edital? Para o resultado. O edital sairia por volta de setembro, talvez até mais cedo. E o que precisa ser contratado afinal? O que faz parte desse primeiro edital? Toda a eletrônica necessária para iluminar as fibras ópticas e os sistemas de gerência. Também os NOCs (Network Operation Center), que serão dois, um aqui (em Brasília) e outro onde o operador que vencer tiver sua sede ou em outra capital do Brasil, além de toda a parte de reposição de peças e manutenção para a iluminação da fibra. Quando esse edital sair, existe algum nível de preferência na contratação? A preferência será para as empresas de tecnologia nacional, conforme previsto na Lei de Informática, regulamentada no decreto 7.174, que é o
decreto publicado antes do decreto 7.175, que estabeleceu o Plano Nacional de Banda Larga. A lei prevê que se um conjunto de empresas de tecnologia nacional ficar afastado até 10% no processo de licitação da oferta vencedora, eles podem ser chamados para cobrir a oferta. É o chamado “empate ficto”, que é usado para micro e pequena empresa. Se eles toparem cobrir a oferta, eles levam o contrato. Essa é a regra que existe hoje. Questiona-se se a Telebrás precisaria passar por uma concorrência pública para prestar serviços ao governo. Vocês estão seguros de que a oferta direta, sem leilão, pela Telebrás é possível? Sim. Há vários casos assim no Brasil. Está previsto na Lei 8.666 (lei de licitações) a dispensa de licitação. O que a lei diz é que empresas, de economia mista inclusive, criadas antes de 1993 não
a lei, com a maior transparência possível. Essa é uma garantia de que a empresa será fiscalizada. Para fazer essa oferta ao governo, vocês vão precisar de uma licença, eu suponho que de SCM. O conselheiro da Anatel Jarbas Valente disse que a Telebrás não precisaria de nenhuma licença. Ele tem razão. Não precisaria, mas isso não quer dizer que ela não possa ter. Estamos falando de possibilidades, não de realidade. A possibilidade existe, é factível. Mas qual será o mecanismo no PNBL? Nós vamos providenciar brevemente o nosso pedido de licença de SCM. Mas a Telebrás poderá operar inicialmente, quando não for para atender o usuário final, com uma licença de SLE (Serviço Limitado Especializado).
A Telebrás não tem nenhum negócio que envolva a Eletronet. O negócio dela envolve a Eletrobrás com as fibras que a Eletronet não estava usando e que foram devolvidas à Eletrobrás.” precisam ser escolhidas por licitação. Eu sei disso porque dirigi uma, a Procempa, de economia mista e que não passava por licitações para atender o município de Porto Alegre amparada nesse artigo.
Qual a estrutura técnica dessa rede? Vocês querem que ela tenha qual capacidade? Ainda é cedo para fazer essa observação. Isso irá aparecer quando formos detalhar o projeto executivo.
O fato de a Telebrás ser uma empresa de capital misto e aberto e ao mesmo tempo ser executora de uma política pública não abre campo para um debate sobre um eventual prejuízo para os acionistas minoritários? O que prejudica acionista minoritário é a empresa ficar dando prejuízo durante anos. Esse é o principal motivo de prejuízo para os acionistas. Tanto que eles não recebem dividendos há anos aqui. Quando os acionistas começarem a ter lucro na empresa eles serão beneficiados e não prejudicados.
E o projeto executivo só deve ser conhecido dentro do edital? Provavelmente.
Existe alguma intenção de fechar o capital da Telebrás? Não, não há nenhuma discussão sobre isso. Inclusive, eu defendo que a empresa continue sendo uma S/A. Uma empresa que se prepare para operar no novo mercado, com conselheiros independentes, conforme prevê jun_2010 Teletime 9
As parcerias com os provedores foram bastante discutidas, mas, na prática, existe já um plano traçado de como serão essas parcerias? Não há ainda nenhum plano detalhado. Todas as informações que eu estou te passando são informações baseadas no nosso estudo genérico, por assim dizer, feito no Ministério do Planejamento. Esse plano aplicado ao caso específico da Telebrás é o que nós precisamos fazer nos próximos 90 dias. E quando isso estiver pronto, vamos divulgar ao mercado. Na visão do governo, existe alguma possibilidade de as grandes teles se interessarem por algum tipo de parceria com a Telebrás, já que elas têm rede própria?
.:capa Em todos os lugares não há situação em que as companhias detenham rede suficiente em todos os seus espaços de operação. Qualquer uma delas, em algum espaço, tem rede de menos do que precisaria para concorrer com as outras. Então, a possibilidade está aberta para quem estiver interessado, seja fixa, móvel ou provedor. E tudo pelo preço mais barato possível, considerando que a operação se mantenha rentável. O que nós estamos pensando é fazer uma empresa operadora no atacado de banda larga de alta velocidade a baixo custo. Nós estamos fazendo a “Jet Blue” da banda larga.
era o risco de comprometimento do sistema elétrico. O que isso significa é que se a Eletronet deixasse de funcionar naquele dia da falência, cairia o sistema elétrico porque o controle de Minas está na mão deles. Com relação à Eletronorte, ela deixou de vender capacidade quando o governo passou a planejar o PNBL. Quando esses contratos voltarão a ser firmados? Agora que o plano já saiu é preciso que nós façamos os contratos de cessão com as elétricas antes de pensar nisso.
O decreto que instituiu o PNBL prevê que as redes das elétricas serão repassadas à Telebrás por meio de um contrato de cessão. As elétricas receberão um percentual da operação por esta cessão? Não, não será percentual. Vai-se estabelecer um preço, baseado no preço do mercado internacional para esses insumos. A Telebrás vai pagar pela fibra apagada e vai plugá-la. Ela paga um direito de cessão. Então o modelo nesse caso é o mesmo usado na composição da Eletronet? Isso. Embora não tenha nada a ver com a Eletronet. Simplesmente ela pagará uma cessão como já foi feito com a própria Eletronet. Existe alguma parte da operação da Telebrás que se cruza com a operação da Eletronet pela massa falida? A Telebrás não tem nenhum negócio que envolva a Eletronet. O negócio dela envolve a Eletrobrás com as fibras que a Eletronet não estava usando e que foram devolvidas à Eletrobrás. Só as fibras apagadas.
É pensar em uma operação do conjunto do sistema. Porque há linhas que são mais rentáveis e outras que são menos rentáveis, mas o meu objetivo é estimular o desenvolvimento da banda larga. Então, regiões mais carentes vão ter uma atenção especial para que mais gente tenha acesso, para que se criem mercados onde não há. Essa lógica parece um pouco com o que é feito no setor elétrico, onde há uma compensação entre as regiões? Pois é. O que eu posso dizer é que, se depender apenas da minha pretensão, será assim. É que, na verdade, até no sistema de custo é preciso pensar em processos mais inovadores. O sistema de custo de preço médio, por exemplo, é um sistema que embute ineficiências. Quanto custa a operação de fibra óptica? Você pode dividir o custo em duas partes. A primeira parte é o que podemos chamar de custo fixo. Em outras palavras, passando um bit ou um gigabit, o preço é o mesmo, ou seja, é o custo para manter o modem ligado, o funcionário que faz manutenção, tudo isso, sem interessar o que está passando ali. Mas custo de Internet é igual custo de hotel. Quanto vale o megabit de ontem? Zero, porque se eu não vendi, eu perdi. Ou seja, se eu tivesse vendido o megabit por um preço bem baixinho
essa conversa de que nós teremos um desinvestimento por quebra de contrato não tem nenhuma realidade fática. É apenas um balão de ensaio.”
Os contratos que existirem via Eletronet, então, continuarão existindo? Sim. Os contratos estão todos ativos até que a massa falida se extinga. O que acontece é que, no dia em que a Telebrás entrar no mercado, a razão de ter sido dada à massa falida o direito de continuar esse negócio deixa de existir.
De qualquer forma, a Eletronorte tem um preço bastante alto de oferta de rede, não? Esse é o motivo pelo qual se optou por dar a gestão para uma empresa como a Telebrás. Porque a utilização das partes não é a utilização do todo. Então, o que as empresas do grupo Eletronorte fazem é vender pelo preço de mercado. Como elas estão lá sozinhas, elas vendem pelo preço mais alto possível. Como o nosso objetivo não é vender pelo melhor preço, mas otimizar o que existe de rede no país, muito provavelmente teremos uma radical mudança nisso.
Como assim? É que o motivo pelo qual se pediu a continuidade do negócio da Eletronet
Então a intenção é gerar um equilíbrio no preço de oferta dentro do anel de operação da Telebrás? 10 Teletime jun_2010
ele já estaria contribuindo para melhorar meus resultados. A Telebrás poderá fazer parcerias com outras estatais, como a Petrobras, na construção de grandes obras públicas para estender a rede de Internet? O decreto trata da otimização da infraestrutura. E a Telebrás pode sim entrar como parceira. O que está se dizendo é que todos os direitos de passagem de rodovias, ferrovias, grandes construções do governo federal como oleodutos, o que for, vai ter que ter dutos para fibra óptica. Porque o custo dessa inclusão é marginal. Mas nada impede que a Telebrás entre lá com um dutinho e faça um acordo para ela
.:capa Há críticas de que a atuação da Telebrás como operadora poderia gerar questionamentos pelas concessionárias de que a União quebrou contratos. Qual a sua visão sobre isso? Os contratos, editais e licitações que foram feitos, tais como o da Dataprev, dão um prazo de 30 dias de aviso para desligar. O regulamento de SCM também prevê isso. Então esse negócio de a operadora de SCM querer cobrar multa pelo contrato já foi considerado irregular no âmbito da Anatel e no Judiciário. Já houve companhia que tentou exercer isso e tomou multa. Existe ainda alguma dúvida dentro do governo com relação ao novo papel que a estatal vai exercer a partir de agora no mercado? Pelo que eu tenho ouvido, só tem um grupo de insatisfeitos: as teles, que vão perder alguma coisa. E não são todas. São as que vão perder. A indústria está satisfeita. Todos os que eu tenho ouvido pensam que o negócio vai se movimentar. Não só pelas compras que o governo fará pela Telebrás e por outros agentes. Mas porque as teles também vão comprar, decorrente desse estímulo ao mercado. Portanto os fabricantes estão todos gostando muito. Com relação a investidores, o que eu tenho visto é um número grande de novos grupos interessados em prover a última milha. Recentemente vimos a notícia de que o megainvestidor Eike Batista estaria interessado nesse mercado, e não reclamou da Telebrás. Portanto, essa conversa de que nós teremos um desinvestimento por quebra de contrato não tem nenhuma realidade fática. É apenas um balão de ensaio. No cenário político, supõe-se que se a candidata à presidência Dilma Rousseff ganhar as eleições, o PNBL continuará. Mas e se ela não ganhar, como fica a Telebrás? Eu não sou a pessoa mais adequada para responder isso. Quem tem que responder é o candidato que vencer a eleição. Eu tenho que trabalhar com a seguinte visão: plano de banda larga não é uma exclusividade do Brasil. Os grandes países estão fazen-
existindo quatro, cinco alternativas de rede.
foto: Antonio Cruz/ABr
mesma construir. Isso não está nem proibido nem antecipado.
A regulação falhou, na medida em que não estimulou a competição? Eu acho que isso é uma constatação em todos os planos nacionais de banda larga. Todos eles aprenderam que a regulação por si só não foi suficiente por várias razões. Primeiro porque a regulação é complexa. Vejamos o modelo de custo. Nós não temos um modelo de custo depois de 12 anos. Seguindo nesse ritmo, também não o veremos nos próximos cinco anos. E, de qualquer maneira, é possível que, quando chegarmos ao modelo de custo, talvez ele nem seja mais relevante. A lentidão do processo, as amarras, o lobby das grandes concessões sobre o Estado mostraram em todos os países que regulação, sozinha, não resolve. Não deu certo
não há como ser inovador sem gerar polêmica. Se não gerar polêmica, estaremos só atrasados.” do o mesmo. É estratégico para o país ter um plano de banda larga. Eu não acredito que se o projeto for bem sucedido, os governos vão desmanchar isso. Não aconteceu isso com o Plano Real, nem com a própria privatização, que teve muita crítica. Eu acho que o Brasil já tem maturidade política para não haver um retrocesso desse tipo. Agora, é claro que cada governo tem suas estratégias e pode mudar a abordagem. Eu entendo que, se o plano significar um ganho para a população, é difícil que o novo governo resolva jogar tudo no lixo. A volta da Telebrás pode colocar em xeque o modelo de privatização adotado no Brasil? Eu acho que não. É uma intervenção, de certa maneira, bastante suave. Outros países fizeram isso de forma muito mais dura. A Inglaterra, por exemplo, que é o berço da privatização, fez uma separação estrutural. Aqui todas as operadoras continuam com as redes em suas mãos. O que estamos dizendo é que a rede do futuro, a nova rede, estará sendo feita de forma separada. Mas continuarão 12 Teletime jun_2010
na Austrália, na Inglaterra, em país nenhum. Até nos Estados Unidos, que tem uma agência muito mais forte. O que a indústria tem feito esse tempo todo é se proteger da concorrência através da regulação. A que você atribui tantas críticas e polêmicas contra o PNBL? A indústria de telecomunicações, a meu ver, está passando pelo que os economistas chamam de “desconstrução criativa do negócio”. Quem sabia fazer máquina de escrever no passado, nada sabia sobre construir computadores. E hoje não se escreve mais nenhum texto nas máquinas de escrever. Quem sabia fazer telefonia não necessariamente saberá fazer Internet com a mesma eficiência. Este é um ramo dado à inovação. E a inovação vem em ondas. Nós estamos entrando agora na próxima onda. Não vamos esperar que haja uma quebradeira para a gente entrar atrasado. Vamos entrar por último, como sempre fazemos, como seguidor ou como inovador. E não há como ser inovador sem gerar polêmica. Se não gerar polêmica, estaremos só atrasados.
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.:evento
Da redação
cartas.teletime@convergecom.com.br
Terapia de grupo
9o Tela Viva Móvel expõe a necessidade de maior cooperação entre todos os elos da cadeia de negócios para que o setor de SVA cresça. Apenas 7% da base de assinantes no Brasil consome conteúdo móvel regularmente.
por razões diversas, dentre as quais se inclui o trauma de a conta ter vindo maior do que o usuário imaginava ou a dificuldade de cancelar a assinatura semanal de um plano de SVA. O responsável por esquentar o debate foi um estreante no evento, que acontece desde 2004: o gerente de marketing de SVA da TIM, Flávio Ferreira. Uma das principais questões levantadas pelo executivo foi o preço. Em um cenário onde a receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) no Brasil é de R$ 24 e onde a média mensal de recargas é de R$ 15, Ferreira entende que os preços praticados hoje nos serviços móveis são elevados. De modo geral, segundo ele, os jogos custam cerca de R$ 9 e as músicas, R$ 4. Além disso, na visão do executivo, as ofertas atuais não têm grande relevância para o cliente, os modelos de tarifação são complexos e as operadoras estão
“Será que não é melhor ter um milhão de clientes pagando R$ 2 do que 10 mil pagando R$ 9?” Flávio Ferreira, da TIM 14 Teletime jun_2010
fora do mercado do long tail, onde predominam Google e Apple. “Será que não é melhor ter um milhão de clientes pagando R$ 2 do que 10 mil pagando R$ 9?”, perguntou. Além de sugerir que alguns parceiros poderiam reduzir suas margens de lucro em prol do incremento no volume de vendas, Ferreira apontou o patrocínio de conteúdo como uma alternativa para baixar os preços dos serviços e conteúdos móveis. E alertou: hoje, boa parte dos potenciais clientes de serviços de valor adicionado consome conteúdo da Internet e usa redes sociais em lan houses, dado o preço proibitivo para uso via celular. Para o gerente de conteúdo e aplicações da Oi, Gustavo Alvim, a baixa utilização de SVAs no Brasil estaria ligada a dois fatores: o medo de levar um susto com a conta no final do mês e a falta de conhecimento sobre conteúdo no celular. “A principal questão é a falta de previsibilidade de quanto o cliente vai gastar”, explicou o executivo. A mesma opinião é compartilhada por Fabrício Bloisi, presidente da Movile: “O usuário prépago fica muito frustrado quando vê que o preço do FOTOS: divulgação
O
9º Tela Viva Móvel, principal evento brasileiro de conteúdos e aplicações para celular e Internet móvel, realizado no final de maio, em São Paulo, foi marcado por intenso debate sobre o modelo de negócios no mercado de serviços de valor adicionado (SVA). Especialmente no que concerne à relação entre operadoras, agregadores e provedores de conteúdo. Um painel dedicado a discutir a contraposição entre os modelos de ofertas de serviços acabou servindo como uma “terapia de grupo”, nas palavras dos próprios debatedores, durante a qual foram apontados diversos problemas que hoje atrapalham o crescimento do mercado. Os pontos mais discutidos foram a falta de transparência e clareza de certas propagandas de serviços de assinatura, os altos preços do tráfego de dados e de determinados conteúdos e a baixa relevância de alguns SVAs. Um dado apresentado durante o debate serve para reflexão: apenas 7% da base de usuários no Brasil consome regularmente algum tipo de conteúdo móvel. E um percentual similar parou de consumir,
tráfego de dados é maior que o preço do conteúdo”, disse.
“Esse mercado funciona da seguinte maneira: opt-in fácil e opt-out impossível”
Queda de preços Alexandre Fernandes, diretor de produtos e serviços da Vivo, entretanto, lembrou que no caso da sua operadora é adotada uma estratégia diferente para estimular o uso de SVAs: a não cobrança do tráfego de dados na compra de conteúdo white label. A diretora da SVA da Claro, Fiamma Zarife, por sua vez, destacou que os preços de planos de dados vêm caindo rapidamente no Brasil. “Hoje temos pacotes de 10 Mb por R$ 9,90”,citou. A respeito das críticas sobre o preço dos conteúdos, representantes da indústria de games presentes na plateia se defenderam. Benjamin Vallat, country manager da Gameloft no Brasil, pediu a palavra para lembrar o alto custo de porting (adaptação) dos jogos para os diferentes modelos de celular do mercado. João Marcos Oliveira, da TecToy Mobile, argumentou que as marcas por trás dos jogos precisam ser corretamente remuneradas, o que às vezes custa caro. O modelo de assinatura semanal de conteúdo, que foi trazido ao Brasil por empresas estrangeiras há três anos, também recebeu críticas. Daniel Costa, sócio da Takenet, provocou: “Esse mercado funciona da seguinte maneira: opt-in fácil e opt-out impossível”, referindo-se à dificuldade de cancelamento de alguns desses serviços. Se as operadoras incentivaram a entrada desse modelo no Brasil, permitindo a integração ao seu billing, agora elas dão sinais de estarem incomodadas com a enorme quantidade de reclamações que chegam aos seus call centers e à Anatel. Ferreira, da TIM, revelou no debate que sua operadora criou um novo termo de conduta a ser seguido por seus parceiros provedores de conteúdo no qual é listada uma série de exigências com o objetivo de melhorar o serviço e diminuir as reclamações dos usuários. Internet móvel O gradual crescimento do acesso à Internet através do celular também esteve entre os temas mais debatidos no seminário. O chief standards
Daniel Costa, da Takenet officer da Opera, Charles McCathieNevile, passou uma mensagem ao público: “O dinheiro da Internet móvel não estará nos poucos milhões de usuários de iPhone, mas nos bilhões de usuários que acessarão a web através de celulares básicos”. Foram informados alguns números do browser Opera Mini, criado especialmente para telefones móveis: de dezembro de 2008 a março de 2010, sua base de usuários no mundo subiu de 17,8 milhões para 55,2 milhões. E a expectativa é fechar o ano com algo entre 100 e 200 milhões. Segundo dados apresentados pelo executivo, em maio de 2010, a web móvel repre-
como o iPhone serviram para abrir os olhos de anunciantes e agências para o potencial da publicidade no celular. Castelo citou outro estudo, dessa vez do Gartner Group, que prevê que mobile advertising movimentará de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões no Brasil até o fim do ano. Ainda é uma pequena fração da fatia investida em publicidade na Internet como um todo, mas isso pode mudar em um futuro próximo, devido a uma série de vantagens da mídia celular que atrairão a atenção dos anunciantes. “Nas aplicações móveis, há muito mais recursos e possibilidades como, a partir da minha localização, saber quais restaurantes estão próximos e como chegar até eles”, exemplificou Castelo. A necessidade de juntar publicidade e serviços de localização (LBS, na sigla em inglês) também foi destacada
Os pontos mais discutidos foram a falta de transparência de certas propagandas, os altos preços do tráfego de dados e de determinados conteúdos e a baixa relevância de alguns SVAs. sentou apenas 2,3% dos acessos mundiais à Internet. Ainda é pouco, mas já se percebe um crescimento sensível em relação a um ano antes, quando fora apenas 0,86%. No Brasil, no mesmo intervalo de tempo, a participação dos acessos móveis subiu de 0,1% para 0,34%. Com mais gente acessando a web pelo celular, aumenta o interesse de anunciantes por campanhas de mobile advertising. Marcelo Castelo, sócio-diretor da agência digital F.Biz, mencionou em sua palestra um estudo da RBC Capital Markets de acordo com o qual a venda de smartphones no mundo será igual a de PCs já em 2011. “O número de internautas móveis, em quatro anos, será maior que o de internautas no PC”, estimou. Na opinião do executivo, plataformas
por outras empresas durante o evento. A Navteq, que fornece mapas digitais e que foi adquirida em 2007 pela Nokia, tem uma plataforma para gerenciar anúncios relevantes de acordo com a localização do usuário, informou seu diretor para América Latina, Helder Azevedo. Desenvolvedores nacionais também estão entusiasmados com a possibilidade. A PMóvil pretende lançar em breve na América Latina uma rede social móvel baseada em localização e cuja receita virá toda de publicidade. A LBS Local, por sua vez, prometeu ainda em 2010 incluir publicidade com localização em seus aplicativos móveis, como o Apontador Trânsito. Segundo Rafael Siqueira, CTO da companhia, a ideia é analisar o perfil de movimentação dos usuários dentro de uma cidade para sugerir anúncios que lhes sejam relevantes.
“O número de internautas móveis, em quatro anos, será maior que o de internautas no PC” Marcelo Castelo, da F.biz jun_2010 Teletime 15
.:evento
Prêmio Tela Viva Móvel: os melhores do mercado
D
urante o evento, foram anunciados os vencedores do 2º Prêmio Tela Viva Móvel, cujo objetivo é premiar os melhores cases e empresas do setor de SVA em diversas categorias. Em cada uma concorriam três finalistas selecionados por um corpo de jurados formado pelos jornalistas Bruno Porto (O Globo), Elis Monteiro
Vencedores das categorias de empresas Categoria
Empresa
Agência de mobile marketing Agregador de conteúdo Desenvolvedor Operadora Provedor de conteúdo Integrador
Pontomobi Mobile Powerhouse Esporte Interativo LBS Local Vivo UOL Pure Bros
(Fundação Roberto Marinho e blog Telefonia Etc), Fernando Paiva (Teletime) e Renato Cruz (O Estado de São Paulo). O júri analisou mais de 150 inscrições. Puderam se inscrever apenas cases lançados comercialmente em 2009. Nas categorias de empresas, foi avaliada a atuação de cada companhia no setor em 2009. Este ano foram concedidos dois prêmios especiais: o Grand Prix do Júri,
para o case mais bem avaliado pelos jurados, e o Grand Prix Popular, para o case com maior quantidade de votos. Foram computados mais de 3,6 mil votos distribuídos entre as 16 categorias. A LBS Local e a Sony Music foram as grandes vencedoras, com três troféus cada, incluindo o Grand Prix do Júri para a primeira e o Grand Prix Popular para a segunda.
Vencedores das categorias especiais Categoria
Case
Empresa
Grand Prix do Júri
Apontador Trânsito
LBS Local
Grand Prix Popular
Victor & Leo - aplicativo para iPhone
Sony Music
Parceiros Mobile Roadie
Vencedores das categorias de cases Categoria
Case
Empresa
Aplicativo Móvel
Apontador Trânsito
LBS Local
Comunidade/ Rede social
Vivo Twittando
Vivo
Sapo e Portugal Telecom Inovação
Game
Pitty Chiaroescuro
Tectoy Mobile/ Deckdisc
Claro, Oi, TIM e Vivo
Interatividade com mídia
Castigo Final
Oi
Aitec do Brasil e M4U
Mobile marketing advertising/branding
Mudar faz bem
Claro
Discovery, Nestlé e Movile
Mobile Marketing interação
Unilever 80 anos
F.biz
Todas operadoras
Mobile marketing Prestação de serviço
Cupom Mania
Governo do Estado do Rio de MJV Tecnologia Janeiro, Secretaria de Fazenda do e inovação Estado do Rio de Janeiro, Loterj, Claro, Oi, TIM e Vivo
Música
Victor & Leo aplicativo para iPhone
Site móvel
Clic Esportes
RBS
Pontomobi Mobile Powerhouse
Vídeo
You Pop, You Rock
Sony Music
TIM, Blackberry, Youtube, Sony Eletronicos e Radio / TV Mix
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.:evento
Edição 2010 do Prêmio teve mais de 150 inscrições e 3,6 mil votos pela internet
Letícia Cordeiro, da Converge, entrega o prêmio da categoria Mobile marketing advertising/branding a Henrique Angeli, da Claro, pelo case “Mudar Faz Bem”
Filipe Rosa (direita), do Mobile Enterteinment Forum (MEF), entrega a Carlos Antunes, da Esporte Interativo, o prêmio da categoria Agregador de Conteúdo
Marcelo Castelo (direita), da F.Biz, recebe o prêmio da categoria Mobile marketing – interação pelo case “Unilever 80 anos” das mãos do presidente do conselho da Mobile Marketing Association (MMA), Luiz Santucci Filho
Rafael Siqueira (esquerda), da LBS Local, recebe troféu do diretor da Converge Samuel Possebon. A companhia foi premiada em três categorias: Gran Prix do Júri, pelo case “Apontador Trânsito”, e nas categorias Desenvolvedor e Aplicativo Móvel
18 Teletime jun_2010
Alexandre Borba da Silveira (direita), da RBR, recebe de Fernando Paiva, jornalista da Teletime, o troféu da categoria Site Móvel pelo case “Clic Esportes”
João Marcos Oliveira, da Tectoy Mobile (centro), e Fabio Silveira, da Deckdisc (direita), recebem de Elis Monteiro, da Fundação Roberto Marinho, o prêmio da cateria Games com o case“Pitty Chiaroescuro”
Mariane Gattei, do UOL, rebebe o prêmio da categoria Provedor de Conteúdo do diretor da Converge Claudiney Santos
Alexandre Fernandes (direita), da Vivo, recebe o prêmio da categoria Operadora de Rubens Glasberg, presidente da Converge
Ari Meneghini, do Interactive Advertising Bureau - Brasil (IAB), entrega o prêmio da categoria Agência de mobile marketing à Rafael Magdalena, da Mr. Postman, que recebeu a premiação em nome da Pontomobi e Zaza Sales da Pontomobi
Claudio Jardim Vargas, diretor da Sony Music, recebe prêmio do jornalista da Teletime, Fernando Paiva. A companhia foi premiada em três categorias. Venceu o Gran Prix Popular, a categoria música com o case “Victor e Leo – aplicativo para iPhone” e a categoria vídeo com o case “You Pop, You Rock”
André Mermelstein (esquerda), diretor da Converge, entrega a Mauricio Vianna, da MJV Tecnologia e Inovação, o prêmio da categoria Mobile marketing - Prestação de serviço, pelo case “Cupom Mania”
Rafael Lunes (esquerda), da Pure Bros, recebe o prêmio da categoria Integrador do presidente do conselho da Mobile Marketing Association (MMA), Luiz Santucci Filho
Filipe Rosa (direita), do Mobile Enterteinment Forum (MEF), entrega a Gustava Alvim, da Oi, o prêmio da categoria Interatividade com Mídia, vencido pela operadora com o case “Castigo Final”
jun_2010 Teletime 19
Guilherme Fachinetti (direita), gerente de marketing da Vivo, recebe do diretor da Converge Claudiney Santos o troféu da categoria Comunidade/Rede social com o case “Vivo Twitando”
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as redes wireless Os acesso sem fio às redes de dados já superam os acessos fixos. A população abraçou o wireless como meio fundamental para sua comunicação. Neste suplemento especial, discutimos a evolução das redes wireless no Brasil. A disputa entre as diferentes plataformas, a luta pelo espectro de frequências, as questões regulatórias pendentes e o mercado para o acesso sem fio. Boa leitura.
jun_2010 Teletime 21
.:Especial redes wireless | mercado |
Helton Posseti helton@convergecom.com.br
Caminhos possíveis Operadoras de celular não colocam a expansão dos serviços de banda larga no topo de suas prioridades. A razão é simples: ainda há muito espaço a conquistar no serviço de voz.
O
Roger Solé, da TIM
FOTOS: divulgação
A penetração no Brasil dificilmente está além de 60%. Quando chegar a 90% estará saturado, mas ainda temos muito espaço especialmente nas classes C e D
mercado brasileiro de telefonia móvel cresce a passos largos e supera a cada ano as mais otimistas projeções. Dados da Anatel mostram, entretanto, que das 67 áreas de registro, 27 delas já apresentam penetração superior a 100%. Ou seja, em tese, todos os habitantes dessas áreas têm telefone celular. O Brasil inteiro, de acordo com a Anatel, tem uma penetração de 93,8 acessos por 100 habitantes. Esse grande número de localidades com alta penetração não significa, na visão das operadoras, que o modelo de venda de celulares esteja esgotado. Nem indica que elas terão que colocar as suas fichas nas redes de dados. Primeiro, dizem as empresas, porque o índice de penetração medido pela Anatel não é um retrato fiel da realidade. A agência não considera aqueles usuários que têm mais de um chip, prática comum entre os clientes pré-pagos, para aproveitar as melhores promoções das diferentes operadoras. Além disso, o número também computa os acessos destinados à telemetria e outras aplicações. A Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD) do IBGE dá uma ideia mais clara do nível de penetração da telefonia móvel no Brasil. De acordo com a pesquisa de 2008, 53,8% dos brasileiros tinham telefone celular, um contingente de aproximadamente 86 milhões de pessoas. Em 2005, este percentual era de apenas 36,6%. Ainda assim, a penetração no Brasil é cada vez maior, o que naturalmente torna o crescimento mais difícil. Diante desta realidade, as operadoras apostam em, basicamente, três caminhos para continuar o processo de expansão. O primeiro é desenvolver produtos que atendam clientes de classes mais baixas que ainda não são consumidores de telefonia móvel. Outro caminho é, aos poucos, ampliar o uso dos serviços de dados, que têm ainda uma participação de mais ou menos 15% da receita. E, por fim, aumentar os negócios no segmento de M2M (machine to machine), telemetria e outras aplicações. “A penetração no Brasil
dificilmente está além de 60%. Quando chegar a 90% estará saturado, mas ainda temos muito espaço, especialmente nas classes C e D”, afirma Roger Solé, diretor de marketing consumer da TIM. O executivo explica que a TIM tem diferenciação de ataque ao mercado por região, mas isso não depende do grau de penetração, e sim do histórico de presença da operadora naquela região. Em lugares onde a operadora é a primeira entrante, o foco é manter a base instalada com campanhas de mídia mais institucionais. A estratégia muda onde a operadora é a terceira ou quarta entrante, em que a agressividade para a conquista de novos clientes fica maior. “Mas esse não é o principal foco, é uma segunda derivada. A primeira é nacional mesmo”, destaca Solé. A operadora aposta também na venda de SIMcards por canais, em que o custo é muito menor do que o de uma loja. “Você pode achar o chip da TIM em farmácias, bancas de jornais e outras lojas. A remuneração é bem menor, porque o lojista não precisa explicar a oferta. O cliente vai já sabendo o que quer”, diz Solé. 3G Na Vivo, embora a companhia tenha feito uma grande expansão da cobertura de terceira geração, o crescimento previsto também está baseado na aquisição de novos clientes. Daniel Cardoso, diretor de planejamento estratégico da Vivo, explica que a companhia expandiu sua cobertura de voz para mais de 600 cidades nos últimos dois anos para cumprir as metas impostas pela Anatel referentes à aquisição das faixas de terceira geração. Em relação à importância do serviço 3G, o tamanho da aposta da Vivo pode ser medido pelo último anúncio da empresa. Em dois anos a Vivo pretende sair de 600 para mais de 2,8 mil municípios cobertos, o que significa 85% da população nacional. “Conseguir expandir o acesso à Internet é um driver bem visível no momento”, diz Cardoso. A Vivo acredita que ao disponibilizar a rede
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Desbloqueio Já a Oi pretende manter-se concentrada na venda de serviços e aposta na venda de aparelhos desbloqueados e no fim da multa para cancelamento e mudança de planos pós-pagos. “A Oi acredita que com a previsão de registro de teledensidade de 100% ainda neste ano, cada vez mais pessoas usarão dois ou mais chips, o que confirma a importância do aparelho desbloqueado e da busca constante por oferecermos sempre a melhor oferta”, afirma, em comunicado, Flávia Bittencourt, diretora de marketing da operadora. A Oi afirma que tem se focado ainda mais no seu negócio, que é a oferta de serviços diferenciados e convergentes de comunicação. “Só a Oi oferece a solução completa para a casa do cliente, com opções de serviços que incluem voz, dados, internet e TV por assinatura, além de oferecer planos Oi Família e Oi Conta Total”, completa a executiva. Depois da Oi outras empresas iniciaram a venda de aparelhos desbloqueados em menor ou maior grau. TIM e Vivo são aquelas que tem mais opções de modelos e já disseram publicamente que a estratégia agora é vender não apenas aparelhos bloqueados. M2M Um outro segmento, ainda pequeno, mas com um potencial de crescimento enorme é o da comunicação entre máquinas, o machine to machine (M2M). Pesquisa da Ericsson estima que até 2020 haja mais
FOTOS: arquivo
de 3G nessas localidades, também estimula a demanda. “Quando cobrimos esse municípios, muitas vezes temos mais retorno do que imaginávamos. Temos o retorno na medida em que desenvolvemos o mercado”, diz o executivo. Perguntado se a Vivo estaria dando prioridade ao crescimento através da Internet móvel, o executivo negou. “Não dá para dizer que temos um driver de crescimento em detrimento de outros. A expansão da cobertura é um driver, assim como as microrrecargas, por exemplo”. A TIM, das empresas com cobertura nacional, é a empresa de celular com menor cobertura de terceira geração, de 130 cidades. A operadora, recentemente, passou por um “relançamento” em que a principal tarefa foi melhorar o serviço de voz. Agora, pretende expandir a cobertura de terceira geração, mas não abre metas. “Não é verdade que não é o foco (3G). É um dos nossos focos internos sim. Mas não estamos interessados apenas na cobertura, e sim na qualidade”, diz Solé. A TIM dá ênfase ao acesso a partir dos smartphones e não à Internet móvel. A Claro, em comunicado, afirma que a aproximação dos 100% de presença da telefonia móvel no Brasil sinaliza para a continuidade de ascensão deste segmento e as novas formas de usos para o celular darão a tônica do mercado para um futuro próximo. “Com a boa aceitação dos serviços de terceira geração, a expectativa da operadora também é alavancar ainda mais sua área de dados, com a oferta de serviços de banda larga móvel”, diz a operadora.
de 50 bilhões de conexões, número que inclui as conexões entre máquinas. É claro que o Arpu, neste caso, é muito menor do que o Arpu médio hoje do mercado. Mas as operadoras apostam que o volume vai deixar esse mercado muito atrativo. “Haverá um crescimento fenomenal quando uma máquina falar com outra”, afirma Petrônio Nogueira, líder da área de mídia e telecomunicações da consultoria Accenture. O executivo ainda lembra das indústrias adjacentes que podem mobilizar seus serviços a partir das redes de telecomunicações, como m-banking, m-payment, telemedicina, educação, smartgrids (energia), rastreamento de veículos e outros. Nogueira é otimista. “Os e-readers já são uma importante fonte de receita nos EUA. Já foram vendidos mais de 2 milhões de iPads. Esse é um futuro ilimitado”, afirma. Cardoso, da Vivo, acredita que a viabilização da comunicação entre máquinas passa por uma reformulação no modelo de tarifas da Anatel. O executivo se refere às taxas do Fistel, que as operadoras pagam quando ativam uma linha e anualmente por cada linha na base. “É fundamental que se tirem barreiras para este mercado crescer, como a não incidência das taxas do Fistel, porque a receita é menor”, diz ele.
3G domina banda larga wireless
N
o último ano, o mercado de banda larga wireless que de fato se expandiu no Brasil foi o de acessos 3G. Segundo dados da Anatel, eram 5,2 milhões de terminais de dados em abril e 9,2 milhões de celulares 3G. Já estudo recente realizado pela Huawei mostra no primeiro trimestre 3,2 milhões de modems e 8,7 milhões de handsets. Além desse, operadoras de redes WiFi têm se expandido no Brasil, como mostra reportagem da revista TELETIME de maio, movidas pela expansão das vendas de notebooks e celulares com conectividade WiFi. Já as redes WiMax não tiveram grande evolução nos últimos 12 meses. A Embratel, principal controladora de licenças para esse tipo de serviço, está em fase de definição interna sobre como usará a tecnologia, e a Oi (que também tem licenças) parece apostar no WiMax como caminho para reforçar seu backhaul e suas redes corporativas, conforme destacou em abril o diretor de planejamento da empresa, Marcelo Frasson, durante o seminário TELETIME Tecnologia de Redes. Outros potenciais operadores de WiMax, as operadoras de MMDS ainda vivem uma complicada fase de indefinição regulatória que colocou virtualmente todos os investimentos em suspenso, ainda que empresas como a Sky tenham buscado demonstrar, tecnicamente, o potencial da tecnologia.
jun_2010 Teletime 23
com a previsão de registro de teledensidade de 100% ainda neste ano, cada vez mais pessoas usarão dois ou mais chips, o que confirma a importância do aparelho desbloqueado Flavia Bittencourt, da Oi
.:Especial redes wireless | tecnologia | samuca@convergecom.com.br Samuel Possebon
Passo a passo Operadoras parecem ter definido seu roadmap de evolução das redes 3G para HSPA+ e depois para o LTE. Mas pressão por espectro, falta de terminais e backhaul ainda são problemáticos. não foi possível atender à demanda. Além disso, as empresas evoluíram em algumas definições estratégicas e tecnológicas importantes. Por exemplo, o roadmap tecnológico das operadoras parece estar claramente desenhado. Elas evoluirão suas redes de acesso para HSPA+ e esgotarão o potencial desta tecnologia. LTE é algo que entra no radar para 2013, no mínimo. A razão é simples: custos. “Em maio evoluímos 100% de nossa rede para HSPA+, com capacidade de 21 Mbps, e ano que vem evoluiremos para 42 Mbps. A vantagem é que a tecnologia é modular e o deployment do HSPA+ é por software. O problema é que os terminais estão dois ou três anos atrás. Quanto mais terminais houver, mais se usará a rede, mas isso ainda é um problema”, diz Leonardo Capdeville, diretor de planejamento e tecnologia de rede da Vivo. “O HSPA ainda tem uma longa família de evolução e estamos trabalhando nesse sentido”, explica Janilson Bezerra, gerente sênior de inovação da TIM. Ele concorda que a questão dos terminais para HSPA+ ainda é um problema. Por exemplo, a evolução das tecnologias de antena para uma arquitetura Mimo (multiple-input and multiple-output), ou multiantenas, que permitiria utilizar o potencial máximo das redes HSPA, pode trazer problemas para os terminais mais antigos, explica Janilson Bezerra. FOTOS: arquivo
H
á um ano, quando TELETIME realizava a segunda edição do seminário Wireless Broadband, a banda larga sem fio era um grande potencial, mas ainda tinha muito a crescer. Pelas contas da Anatel, eram cerca de 4,6 milhões de usuários com terminais (tanto handsets quanto modems USB) com capacidade de ter acesso às redes de dados das operadoras. Só de terminais de acesso USB, eram 3,2 milhões em meados de 2009. Este ano, os dados mais recentes da agência mostram 5,2 milhões de terminais de dados em abril e 9,2 milhões de celulares 3G. Ainda que boa parte dos usuários de handsets 3G muitas vezes não contratem os serviços de dados, o fato é que a banda larga móvel já passou a fixa no Brasil. Essa é a melhor dimensão que se pode dar do mercado de banda larga wireless, já que pouco mudou no universo das redes WiMax de um ano para cá. Segundo estudo sobre o mercado de banda larga móvel patrocinado pela Huawei, o Brasil tem o pacote de dados mais caro da América Latina, com uma média de R$ 69,90 por um plano com franquia de 500 Mb. O mesmo pacote custa em média R$ 54,32 no R$ 31,65 na Argentina e R$ 28,66 no O HSPA ainda Chile, México. Já para o pacote com franquia de 1 tem uma Gb o Brasil tem uma média de R$ 84,90, longa família contra R$ 87,31 da Espanha, R$ 55 de Portugal e R$ 39,90 do Reino Unido. Nesses de evolução e dois últimos países, a franquia é de 2 Gb e estamos 3 Gb respectivamente. Mas de um ano para cá, outras coisas trabalhando mudaram também: as operadoras se deram nesse sentido conta de que a capacidade do backhaul insJanilson Bezerra, talado era insuficiente para continuar alida TIM mentando a crescente demanda pelos serviços de dados móveis. A construção de rede se intensificou sobremaneira, assim como ajustes nos modelos de venda foram feitos para evitar a sobrecarga das redes. Acabaram os planos ilimitados (a exemplo do que fez a AT&T nos EUA, a primeira a sentir na pele o devastador efeito iPhone sobre sua rede de dados), e as operadoras pararam de posicionar seus produtos como substitutos à banda larga fixa. Simplesmente
Pressão por espectro Os fornecedores, no geral, concordam com esse caminho evolutivo da tecnologia. Para Wilson Cardoso, diretor de tecnologia da Nokia Siemens, contudo, ainda que as redes evoluam em direção a implementações do HSPA+, haverá uma limitação de espectro a ser atingida a partir do final do ano que vem. “Continuo achando que as operadoras começarão a ter problema de espectro no Brasil a partir de 2011. O cenário de evolução das tecnologias será multibanda e será com LTE”. Isso significa que as operadoras precisarão, necessariamente, de mais frequências, e que operarão em várias faixas do espectro,
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A tecnologia móvel está transformando nosso jeito de viver, aprender, trabalhar e se divertir.
UMA GRANDE IDEIA. INFINITAS POSSIBILIDADES. Como líder mundial em tecnologias de próxima geração, a Qualcomm está focada em uma grande ideia - acelerar a mobilidade ao redor do planeta. qualcomm.com
qualcomm.com/blog facebook.com/qualcomm twitter.com/qualcomm jun_2010 Teletime 25 © 2010 Qualcomm Incorporated. All Rights Reserved. Qualcomm is a publicly traded company on the NASDAQ Stock Market under the ticker symbol QCOM.
.:Especial redes wireless | tecnologia
Continuo achando que as operadoras começarão a ter problema de espectro no Brasil a partir de 2011 Wilson Cardoso, diretor de tecnologia da Nokia Siemens Networks
tecnologias diferentes em cada uma delas. Não por acaso, os principais fornecedores apostam no desenvolvimento de rádios e antenas com condições de se adaptar a esse complexo quebra-cabeças de frequências e tecnologias wireless que se desenha. Segundo Luciana Pailo, vice-presidente de redes da Ericsson no Brasil, “esse movimento de evolução pode ser feito de uma maneira suave, com a modernização das redes GSM e WCDMA existentes. O investimento feito hoje pelas operadoras é de longo prazo, e assim que for interessante estrategicamente para a operadora lançar serviços de LTE para seus clientes, ela poderá fazê-lo”. A evolução das redes está diretamente ligada ao jogo entre fornecedores e operadores. E hoje, dois fornecedores colocam suas fichas em uma evolução mais rápida para o LTE. Um deles é a ZTE, que chegou tarde no mercado de 3G e precisa dar esse passo se quiser de fato se consolidar como um player em redes móveis. Em abril, o vice-presidente de tecnologias sem fio e estratégia da empresa chinesa na América do Norte, Donglin Shen, falou à TELETIME e declarou que aposta que o LTE será dominante e que tecnologias flexíveis devem permitir uma migração mais rápida do que se espera. Roberto Falsarella, gerente de soluções wireless da Alcatel-Lucent, diz que mesmo com a migração para o HSPA+, as redes móveis chegarão a um limite. “A tecnologia HSPA e suas evoluções não suporta a substituição do acesso fixo pelo móvel, que está acontecendo com muitos usuários. O LTE tem um custo por bit menor, é totalmente IP e pensado para banda larga. Isso reduz o Opex e resolve o dilema do aumento de custos”. A Alcatel-Lucent é outra empresa que aposta fortemente no LTE para ocupar uma posição de destaque no cenário das redes wireless no Brasil, já que acabou ficando fora dos principais mercados de 3G. O caminho para a evolução das redes, contudo, passa por uma definição de modelo regulatório, lembra Janilson Bezerra, da TIM. “Hoje, não temos o espectro necessário para o LTE”, afirma. Algumas operadoras começam a estudar a possibilidade de fazer LTE na faixa de 850 MHz no futuro, e estão de olho no leilão das sobras de frequência para 1,8 GHz, onde a tecnologia poderia ser introduzida. O problema é que a capacidade plena do LTE depende de uma faixa de 20 MHz, e isso só estará disponível quando for feito o leilão da faixa de 2,5 GHz, o que se espera para 2012 (ver matéria neste especial). Independentemente das necessidades de espectro, a fabricante chinesa Huawei chama a atenção para uma outra variável: hoje, a tendência é de crescimento nas necessidades de banda das operadoras, com forte pressão sobre os custos, enquanto a receita média por usuário permanece estável ou muitas vezes cai. Segundo Ron Raffensperger, diretor de core networks marketing e porta-voz da empresa, “ser apenas provedor de banda não é um bom negócio para as operadoras”, diz. A Huawei tem reforçado junto aos operadores a necessidade de que se incorporem serviços sobre a rede de banda larga móvel, de modo a ampliar a receita dos usuários.
Backhaul Fato é que a tendência de evolução das redes de dados segue diretamente alinhada com a expansão do uso das redes móveis. Segundo Wilson Cardoso, da NSN, mesmo com a crise do ano passado o tráfego na rede móvel continuou crescendo. Para Leonardo Capdeville, da Vivo, o ritmo de crescimento do número de usuário de dados segue intenso, mas o perfil passou a ser mais normal, menos “heavy user”. “O early adopter, aquele que primeiro começou a usar a rede de dados móvel, este é um cliente muito mais demandante. A tendência é que a curva de crescimento do tráfego de dados dê uma suavizada com esse novo perfil de usuários, mas isso volta a crescer no futuro com certeza.” Wilson Cardoso chama a atenção para outro fator: o crescimento da base de smartphones, que se não necessariamente coloca pressão sobre as redes de dados em si, acaba demandando muito da rede de sinalização das teles. O outro problema, sentido na pele por todas as operadoras brasileiras nos últimos meses, foi a falta de backhaul adequado para atender ao mercado de banda larga móvel. “A rede de transporte ainda não está equacionada. Para chegar no LTE, vamos precisar de cinco vezes mais capacidade do que temos hoje. Já temos previsão para 19 mil km de rede de transporte. O problema é que o investimento em transporte supera o custo de acesso em muitos casos. Precisamos de fibra, mas chegar com fibra em todo o Brasil é um grande desafio”, diz Leonardo Capdeville. Para Janilson Bezerra, a evolução da rede para banda larga móvel precisa ser sustentável, passa pelo backbone e pelo backhaul disponível. “É um processo contínuo. Hoje já temos mais capacidade. Ainda há limitações, mas a situação não é tão complicada como já foi”, diz. Compartilhamento O segredo das operadoras está no compartilhamento. Hoje, a Vivo já compartilha mais de 50% de seus sites e 60% das novas redes de transporte que utiliza são construídas por outros operadores. E a rede que ela mesma constrói também entra nesse compartilhamento. Para Luciana Pailo, da Ericsson, para evoluir a rede de acesso é preciso antes preparar a rede de transporte. “Este ano as operadoras no Brasil estão começando a planejar a evolução de seu backhaul, pois só assim será possível atender a crescente demanda de tráfego de dados. Já o crescimento de capacidade das redes de acesso, embora possa ser feito com equipamento adicional, terá um limite em médio prazo devido a disponibilidade de espectro”, diz. Para Roberto Gomes Fernandes, gerente da AlcatelLucent responsável pela parte de backhaul, as operadoras não têm como evitar a evolução de suas redes de transporte para soluções IP. “O investimento está sendo forte nesse sentido este ano e deve continuar assim”.
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.:Especial redes wireless | espectro
Em busca da sintonia Anatel prepara a licitação de faixas importantes, começando pela banda H, que pretende trazer um novo player de 3G, passando pelas faixas de 2,5 GHz e 3,5 GHz. Objetivo oscila entre mais competição e mais espaço para quem já está.
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ais competição ou mais frequências para quem já está. Este é o dilema da Anatel (e possivelmente de todos os reguladores do mundo) quando se trata de como licitar o precioso e limitado espectro radioelétrico. Depois que o wireless se tornou peça central na evolução da banda larga, e depois que as operadoras sem fio superaram as operadoras fixas em número de clientes, todas as variáveis a serem consideradas na hora de distribuir frequências ficaram muito mais complicadas. Há apenas duas décadas, a faixa de 2,5 GHz era tão desprezada que o Ministério das Comunicações simplesmente dava o direito de uso a quem pedisse. Foi assim que surgiu o MMDS. Hoje, cada fração do espetro desperta debates acalorados sobre quem pode disputar a faixa, em que condições e com que objetivos. Estimativas da Anatel apontam que para atender os novos serviços móveis e a crescente demanda por banda larga wireless serão necessários mais 780 MHz em 2010, 980 MHZ em 2015 e 1060 MHz em 2020. Não por acaso, nos próximos 12 meses o Brasil pode viver uma fase de intenso processo de licenciamento de novas faixas do espectro, e consequentemente, igualmente intenso debate sobre como isso deverá acontecer. Em alguns casos, as condições estão colocadas e não deve haver grandes surpresas. Mais do que vender faixas de frequência, contudo, é fundamental que o processo de licenciamento do espectro daqui para frente dê conta da complexidade do que significa o universo da banda larga wireless. Para que não se repita o que aconteceu com a terceira geração dos serviços móveis, em que o espectro ficou disponível, as operadoras implementaram a tecnologia 3G mas planejaram mal o backhaul de suporte para o serviço. Para o conselheiro Jarbas Valente, da Anatel, a expansão da oferta de serviços banda larga precisa vir acompanhada de uma expansão dos backbones de
transporte; competição e/ou compartilhamento nas redes metropolitanas (backhaul), o que passa por um modelo regulatório que preveja e incentive este tipo de rede; e por fim capacidade de acesso. “No caso das redes wireless, o que procuramos fazer é não inventar modelos diferentes. Queremos manter o Brasil alinhado com o mundo, com ajustes à nossa realidade”. Isso significa, na visão dos conselheiros, que cada vez mais devem ser vistas licitações para o espectro que prevejam compartilhamento de backhaul, metas de cobertura que estimulem a ampliação das redes e múltiplas destinações para as faixas do espectro. Banda H A primeira das faixas a ser licitada deve ser a chamada banda H, compreendida no espectro de 1,9 GHz e 2,1 GHz e utilizada para o Serviço Móvel Pessoal (SMP). Esta faixa é, basicamente, destinada a um operador móvel, e complementa o leilão das faixas de 3G realizado em 2007. A intenção da Anatel é clara e já foi repetida diversas vezes: ela quer que esta faixa sirva para que um novo operador entre no mercado de SMP, ampliando ainda mais a competição. Para isso, a agência está licitando 20 MHz de espectro (dois blocos de 10 MHz). É nesse princípio que reside a polêmica, pois as operadoras de celular atuais não podem adquirir o bloco, sob pena de excederem o limite máximo de 85 MHz existente na regulamentação atual. Ou seja, na prática, apenas um novo entrante poderia ganhar a banda H, e é exatamente isso que quer a agência. Segundo o conselheiro Jarbas Valente, existem interessados e a Anatel manterá o plano proposto. Aliás, as regras são as mesmas desde o leilão das faixas de 3G. As empresas de telefonia celular sabiam da limitação, mas hoje argumentam que estão com necessidade de mais espectro, e que o limite de 85 MHz deixou de fazer sentido dada a rápida evolução dos serviços móveis. A Anatel, explica Jarbas Valente, espera que a lici-
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ampliar para 60 MHz”, disse a esta reportagem, mas sem entrar em detalhes. Mas o assunto não é consensual entre os demais conselheiros e o resultado final é um mistério. Sabe-se apenas que o governo quer que a Anatel reserve 10 MHz na faixa para serviços de inclusão digital e que, para as operadoras móveis, é fundamental que esta faixa esteja licenciada em breve, para que elas possam colocar os serviços de quarta geração no ar antes da Copa de 2014. Segundo Jarbas Valente, a Anatel trabalha com o cenário de que esta faixa seja leiloada entre 2011 e 2012. Até lá, é preciso achar uma solução sobre o que fazer com o MMDS. Uma saída é dar ao serviço a prerrogativa de, futuramente, tornar-se móvel. Outra possibilidade é diminuir as obrigações na prestação do serviço de vídeo e liberar a oferta de banda larga. “O problema desta faixa é complexo, porque ela é muito grande e muito importante. Dá para achar uma solução, mas a Anatel precisará ser corajosa”, diz Valente. O que significa que a agência terá que contrariar interesses de um lado ou do outro para conseguir dar um destino para a faixa de 2,5 GHz. Por enquanto, o interesse das operadoras de celular é o que tem sido priorizado. O problema da faixa de 2,5 GHz é que se de um lado ela é fundamental para a banda larga móvel, por outro ela pode ser importante para que se desenvolvam no país operadoras de banda larga fixa, sobretudo com a tecnologia WiMax. É o que propõem as operadoras de MMDS, mas a reclamação, justificada, é que a agência está impedindo o crescimento da tecnologia de banda larga fixa ao não certificar equipamentos de WiMax na faixa. Como argumento, a Anatel diz que as operadoras de MMDS não podem fazer serviço de dados, o que é também passível de contestação, já que desde 1997 as empresas de MMDS prestam serviço de banda larga dentro da própria faixa, mas com a tecnologia QAM.
Faixa de 2,5 GHz A abertura da faixa de 2,5 Ghz é outra novela que parece não ter fim. Desde fevereiro do ano passado a Anatel deixou claro que pretende dar uma outra destinação a essa valiosa fatia do espectro. O problema é que ela já está ocupada pelo serviço de MMDS, cujas operadoras detêm os 180 MHz de espaço disponível. No ano passado, a Anatel propôs reduzir o MMDS a uma fatia de apenas 50 MHz, deixando o restante para os serviços móveis. A gritaria dos operadores do serviço de TV paga foi geral. Argumentaram que com 50 MHz não conseguem competir na nova realidade da TV paga (com conteúdos em alta definição e grande variedade de canais) e ainda ofertarem banda larga. Os operadores de telefonia celular comemoraram. Mas o futuro aguarda surpresas. O conselheiro da Anatel João Rezende, que relata o tema, informa que deve colocar o assunto para votação em meados de julho e que pretende manter o seu plano original de dar ao MMDS apenas 50 MHz. “Talvez possa considerar
Faixa de 3,5 GHz Ainda no universo da banda larga fixa, outra polêmica se dá em relação à faixa de 3,5 GHz. Nesse caso, quando a Anatel tentou fazer a segunda rodada de licitações do espectro, acabou se enrolando em duas frentes. De um lado, com o TCU, em relação ao preço. De outro, com as teles fixas, por impedir que elas disputassem o espectro, o que levou a licitação para a Justiça. Desde então a Anatel já realizou uma nova Jarbas Valente, consulta pública sobre as condições de uso da faixa, da Anatel prevendo o fim da mobilidade restrita, e no começo deste ano ainda passou a prever a prestação do SMP na faixa de 3,5 GHz. Segundo Jarbas Valente, a ideia é que o edital saia com uma modelagem “para todos”, ou seja, para que todos os setores estejam contemplados no uso da faixa. A ideia da agência é que haja uma licitação entre setembro e outubro.
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tação da banda H esteja na rua até o começo de agosto, de modo que ainda no segundo semestre o novo entrante esteja devidamente autorizado. Todos os olhos se voltam para a Nextel, que tentou arrematar faixas de 3G no passado mas acabou perdendo, nos lances, para as atuais operadoras, que precisaram desembolsar mais de R$ 5 bilhões para garantirem seu espaço na migração para a terceira geração e, de quebra, evitar a presença de um novo concorrente. Na verdade, as empresas de telefonia celular podem disputar a faixa, mas apenas se não houver interessados e apenas se não excederem os limites já colocados. Além disso, se elas forem disputar, a faixa será automaticamente dividida ao meio e o leilão será para dois blocos de 10 MHz (5 MHz + 5 MHz). Durante o processo de consulta pública, realizado no começo do ano, a Anatel recebeu muitas críticas por parte das empresas de telefonia móvel, mas também manifestações importantes de apoio, como a Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE, do Ministério da Fazenda, que em sua análise sobre o modelo de venda da banda H destacou que o edital “tem o condão de fomentar a competição dentro do mercado prestação do Serviço Móvel Pessoal, pois assegura a possibilidade de entrada de um novo agente no setor”). Para a SEAE, o edital poderá “dar ensejo a uma maior competição no mercado de banda larga móvel”. Como ressalvas, a secretaria pediu apenas que a agência publicasse os estudos que embasaram a decisão de buscar um quinto competidor e também que publique o regulamento de uso eficiente do espectro, que entrou em consulta pública em 2008 mas ainda não foi publicado definitivamente. Do lado das críticas, a que trouxe uma argumentação nova foi a Oi, com um estudo realizado pela LCA em que se aponta o fato de que no Brasil não há falta de competição no segmento de telefonia móvel e que, portanto, a Anatel não teria razão para buscar, a todo custo, um competidor.
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O problema desta faixa (de 2,5 GHz) é complexo, porque ela é grande e muito importante. Dá para achar uma solução, mas a Anatel precisará ser corajosa
Wolf e Daniel Medina* .:Especial redes wireless | artigo | Valter cartas.teletime@convergecom.com.br
Banda larga rentável
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oferecidos aos usuários está no topo da lista. Muito se debate sobre a necessidade de novos modelos de negócios, que possibilitem tarifas diferenciadas, maior customização entre outros. No entanto, o verdadeiro fator de sucesso para fazer o negócio de banda larga sustentável está na otimização da infraestrutura. Conceitos de smartnetworks podem auxiliar as operadoras a atender o público de forma eficaz, eficiente e rentável. Alguns dos principais impactos: • O tráfego nunca é igualmente distribuído entre os “sites” - tipicamente, no horário de pico, 15% das células carregam 50% do tráfego - reforçar essas células com soluções de multiplos setores é a solução recomendada no caso do Brasil. • Mais ainda, a distribuição do tráfego não é homogênea entre os usuários - no Brasil, 5% dos usuários geram 90% do tráfego de dados - e um balanço melhor pode ser obtido aplicando diferenciação de QoS para controlar a prioridade dos heavy users, quando excedem a quota. Além disso, a maior demanda da rede de dados ocorre durante a noite. O horário de pico, é em torno das 23h e representada 7% do trafego diário da rede. Células que se reorganizam automaticamente para atender e distribuir a carga da forma mais eficaz possível podem garantir que a experiência de todos os usuários seja a mais satisfatória. A equação melhora ainda mais com a migração para o LTE. Vamos assumir que as operadoras queiram entregar até 5 GB/ mês para cada usuário (mais que suficiente para a transmissão dos gols da Copa), usando o mesmo footprint da rede HSPA. Um estudo global da Nokia Siemens Networks indica que uma rede dimensionada em 10 mil sites atenderia 22 milhões de usuários com esse consumo médio. Se simplesmente dobrarmos o número de “sites”, os usuários atendidos saltam para 45 milhões, graças à maior eficiência de uso do espectro do LTE.
Infraestrutura A banda larga é a base para a oferta de serviços mais sofisticados, mas ao mesmo tempo é a maior responsável pela sobrecarga das redes. Isso gera a necessidade de elevar o nível de investimentos para manter uma qualidade de serviço, sem prejuízo da experiência do consumidor. De acordo com uma pesquisa sobre retenção e aquisição realizada pela Nokia Siemens Networks, uma combinação da qualidade da rede e dos serviços disponíveis representa um impacto de 47% na decisão do usuário de continuar com uma operadora. As operadoras brasileiras sabem disso e estão se movimentando de acordo. A pesquisa aponta o aumento da capacidade das redes como a maior preocupação das operadoras da região. No Brasil, a qualidade dos serviços
Rentabilidade Todos esses fatores têm um impacto grande na rentabilidade da rede. O aumento do custo de rede relativo ao tráfego de dados pode ser reduzido devido à melhora da eficiência da rede e também focando os investimentos nos lugares certos primeiro. Com isso, o crescimento do número de usuários por ERB é bem vindo, porque ajuda a diluir o custo total. O crescimento rentável da banda larga móvel é essencial para que o setor continue a gerar ganhos de produtividade e oferecer serviços cada vez mais sofisticados aos usuários.
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uma combinação da qualidade da rede e dos serviços disponíveis representa um impacto de 47% na decisão do usuário de continuar com uma operadora
om a explosão do crescimento do tráfego de dados nas redes celulares em todo o mundo, muito se discute sobre a viabilidade do negócio de banda larga, pois existe uma justificada preocupação com os altos investimentos necessários à oferta de capacidade e qualidade de rede sem a devida contrapartida de receita. Alguns analistas do setor na América Latina já visualizam que o número de smartphones na região deve crescer de um total de 3% dos dispositivos móveis em 2008 para 30% em 2014. E isso é apenas o começo. A adição diária de smartphones, tablets, celulares, televisões, carros, refrigeradores e milhares de outros dispositivos conectados à rede móvel, necessita de diferentes características de qualidade de serviço, diretamente relacionadas com a aplicação em uso. Por exemplo, uma informação de alarme de roubo recebida horas depois pode ter pouca serventia. No Brasil não é diferente. Estamos chegando perto da marca de 200 milhões de usuários de serviços móveis, sendo que quase 5% desses têm smartphones. Sem mencionar que ainda temos pela frente eventos como a Copa do Mundo em 2014 e uma Olimpíada em 2016. Esses fatores indicam que a demanda continuará crescendo. Para dar um exemplo, se 1% dos celulares 3G no Brasil estiverem conectados ao mesmo tempo assistindo um gol da Copa do Mundo, o tráfego gerado apenas por este evento seria de 5 Gbps de pico. Alguém se atreve a imaginar como será em 2014? Para que se tenha uma ideia da dimensão total, basta notar que em alguns países na América Latina as redes já trafegam mais de 35 terabits por dia, com um crescimento de cerca de 250% ano a ano. Nosso desafio, e Valter provavelmente o maior da década para o Wolf setor no Brasil, é o de criar uma infraestrutura que suporte todo esse aumento da demanda, mantendo a lucratividade.
*Valter Wolf é Head of Industry Marketing e Daniel Medina é Head of Communications da Nokia Siemens Networks.
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Geraldo de Almeida* .:Especial redes wireless | artigo | José cartas.teletime@convergecom.com.br
WiMax segue ganhando espaço
O debate que coloca WiMax e LTE como tecnologias rivais é injusto, pois compara algo disponível (WiMax) com algo que ainda está por vir
não vê diminuição ou arrefecimento da demanda. Já a tecnologia LTE vem ganhando espaço e começa a estabelecer um ecossistema, mas nenhuma operação comercial estará disponível antes de 2011 (nos EUA) ou 2013/2014 (na Europa). Este ecossistema estará, inicialmente, focado em dongles e modems para dados e, talvez, em voz. A LTE ainda deve enfrentar o desafio de encontrar o mercado que lhe dará escala no futuro. Por ora, há uma relativa fragmentação, tanto na frequência a ser usada, quanto na forma como fará uso do espectro. Nos EUA, a LTE será utilizada na faixa de 700 MHz (Verizon) ou AWS-1.9GHz (ATT, US Cellular), ambas na modalidade FDD-LTE. Na China será em 2,3 GHz e 2,5 GHz , mas na modalidade TDD. Já no Japão, a NTT e KDDI usarão 800 MHz, 1,5 GHz e 2,1 GHz (FDD) e na Europa, na banda de 2,5 GHz haverá operadoras tanto de TDD-LTE quanto FDD-LTE. Inegavelmente, a LTE começa a ganhar impulso, principalmente com o crescente interesse na tecnologia TDD-LTE, adotada pela China, que usa o espectro de rádio de forma eficiente e flexível, com um único bloco contíguo para servir tanto ao envio de informações pela base para os dispositivos quanto para o caminho reverso. Além disso, a TDD-LTE ganha escala mais rapidamente, por ser ainda mais similar ao WiMax, que também é TDD. Os recentes leilões da Índia para banda larga sem fio mostram essa tendência. Quatro operadoras compraram duas licenças, duas das quais optaram por WiMax e duas por TDD-LTE. No entanto, todos os analistas concordam que as operadoras WiMax entrarão em operação primeiro. O debate brasileiro recente, que coloca WiMax e LTE como tecnologias rivais, é algo injusto com ambas as soluções, pois compara algo disponível (WiMax) com algo que ainda está por vir (a previsão da LTE é para 2011) e que não será utilizável no Brasil (e talvez no mundo) antes de 2013/2015. Não se trata de confronto ou competição entre as tecnologias, já que ambas têm espaço de mercado e são usadas em segmentos diferentes. Ou seja, o WiMax é endereçado às novas operadoras, móveis ou fixas, que têm pressa em atender à demanda de banda larga, como é o caso do Brasil e da Índia. Já a LTE oferece a evolução controlada dos modelos de telefonia celular para o mundo da banda larga. Ambas têm seu espaço e crescimento garantidos, atrelados ao futuro da conectividade constante e de alta velocidade. FOTO: arquivo
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á uma forte tendência no mercado de tecnologia de se basear em acontecimentos pontuais para generalizar e reduzir temas complexos. E, como não poderia deixar de ser, essa síntese acaba por ocultar informações relevantes para o entendimento dos problemas da indústria em questão. Por exemplo, o recente debate “WiMax versus LTE” que, até há pouco tempo, era “WiMax versus 3G”. O que podemos dizer é que essa oposição criada entre as tecnologias é falsa. Estamos passando por um momento de migração para novos modelos de negócio, em busca de mercados diferentes e com crescimento significativo. No passado, o segmento de voz fixa foi atendido e ficou saturado, levando à revolução móvel, que hoje já se aproxima da saturação. A voz móvel dará lugar à revolução da banda larga, tanto fixa quanto móvel, e para atender a esse novo cenário, novas tecnologias serão necessárias. É nesse ponto que a OFDMA (Orthogonal Frequency-Division Multiple Access) reina suprema. WiMax e LTE usam a tecnologia OFDMA e atenderão à crescente necessidade de mais dados para netbooks, smartphones e outros dispositivos. Isso porque, se comparada ao 3G, a OFDMA multiplica por até quatro vezes a capacidade do espectro e abraça em definitivo o protocolo TCP-IP, abandonando o modelo legado de circuitos que acompanha as telecomunicações desde Graham Bell. É inevitável que haja a adoção destas tecnologias para suportar a demanda por dados. WiMax e LTE são totalmente complementares e fundamentais para companhias que desejem atender ao novo mercado. No entanto, a escolha de uma delas requer outra análise. O WiMax já está disponível há quase quatro anos e continua crescendo, atendendo a um mercado carente por mais e mais conexões de banda larga, tanto fixas quanto móveis. O WiMax Forum, organização responsável pela promoção e certificação de produtos e banda larga sem fio baseados no padrão IEEE 802.16, já tem mais de 550 sistemas registrados, um crescimento de 115% em apenas 22 meses. O WiMax já atende 143 países, cobrindo 621 milhões de usuários em potencial. Um bom exemplo é a Clearwire, provedora norte-americana de serviços de Internet sem fio, que fechou 2009 com 688 mil assinantes em 27 mercados, como Chicago, Dallas, Las Vegas, Atlanta, Filadélfia, Seattle e Honolulu. Recentemente, um smartphone WiMax foi lançado nos EUA. Ao mesmo tempo, a Motorola alcançou a marca de 2 milhões de modems WiMax vendidos e
* Gerente de Novos Negócios da Motorola.
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A CEMIGTelecom é a nova marca da Empresa de Infovias S.A.
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A sua melhor opção em rede de telecomunicações!
Rojas* .:Especial redes wireless | artigo | Erasmo cartas.teletime@convergecom.com.br
Todos os caminhos levam ao LTE
Para o novo operador que irá adquirir essa nova tecnologia, o primeiro passo é checar qual rede vai lhe permitir implantar os serviços de telecomunicações a um custo mais baixo
diante da economia e custos que a rede LTE oferece, eles optaram por mudar para a LTE. A operadora ainda anunciou um investimento de US$ 100 milhões para esse ano. E eles não são os únicos. Durante o evento da CTIA, em abril de 2010, a Clearwire, maior operadora de WiMax móvel nos Estados Unidos, comentou a sua intenção de considerar a tecnologia LTE para seus futuros assinantes. E as evoluções não param por aí. Operadoras 2G migraram para 3G (HSPA) e agora pretendem evoluir para a 4G (LTE). A operadora Telia Sonera, na Noruega e Suécia, lançou, em dezembro de 2009, a tecnologia LTE em 2,6 GHz. E, para este ano, a operadora NTT DoCoMo (Japão) planeja lançar comercialmente a rede LTE utilizando espectro de 2,1 GHz. Outras duas operadoras americanas também anunciaram a comercialização da tecnologia LTE no segundo semestre de 2010: a Verizon e a Metro PCS utilizarão espectro na faixa de 700 MHz. As previsões são que em 2014 as redes UMTSHSPA ocupem 83% do volume das assinaturas 3G globais, contra 10% do CDMA / EV-DO, 4% da LTE e 3% do WiMax móvel. Para o Brasil, em especial, a necessidade em conseguir a primeira faixa de espectro de 2,5 GHz e depois de 700 MHz é ainda maior. O país sediará a Copa do Mundo em 2014 e precisará estar com a infraestrutura tecnológica de dados em pleno funcionamento para que todos consigam uma boa cobertura do evento. A sugestão, em uma primeira fase, é manter as redes 3G a prestar serviços de voz, enquanto as redes LTE permaneçam com a parte de dados. Mas para implementar o 4G no Brasil, as operadoras aguardam definição da Anatel sobre as faixas de frequência que estão disponíveis para utilização no país da tecnologia 4G. A chegada dessa nova tecnologia LTE permitirá a velocidade de navegação muitas vezes mais rápida e a transmissão de dados por meio de rede sem fio. Para se ter uma ideia, nos testes realizados a velocidade chegou a atingir 170 Mbps, mais de dez vezes o que a tecnologia 3G faz atualmente e ainda mais que o dobro que o WiMax tem feito. Agora, tornam-se disponíveis aparelhos (modems e smartphones) que suportam a nova tecnologia LTE. FOTO: DIVULGAÇÃO
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uando surge uma nova tecnologia, a dúvida sempre acompanha o mercado: permanecer com o que temos, ou migrar para a nova tendência? Isso ocorreu num passado recente quando tivemos a briga CDMA x GSM, e agora a “guerra” é entre WiMax móvel e LTE. A evolução tecnológica é natural. E a dúvida permanece: quem vence? Muito provavelmente, ambas (WiMax móvel e LTE) irão coexistir. A chegada das redes 4G se dá com um ritmo cada vez mais acelerado. O primeiro passo é saber qual faixa de espectro o governo local irá leiloar para que ela se desenvolva. Embora ambas sejam baseadas na mesma frequência de rádio conhecida como OFDMA (Orthogonal Frequency Division Multiplex Access), vale lembrar que a tecnologia WiMax móvel é fornecida hoje apenas na faixa de 2,5 GHz, enquanto a LTE (Long Term Evolution) permite além da 2,5 GHz, a de 700 MHz para comercialização. Nesses casos, definir a estratégia de negócios é fundamental. Para o novo operador que irá adquirir essa nova tecnologia, o primeiro passo é checar qual rede vai lhe permitir implantar os serviços de telecomunicações a um custo mais baixo. Depois é necessário saber se esse serviço sairá para o consumidor final de forma acessível. Não adianta implantar uma tecnologia em que o usuário final tenha custos altos de terminais de acesso (aparelhos e modems) e o retorno não seja proporcional. Mas não há uma regra para adquirir essas tecnologias. Os novos operadores, por exemplo, não precisam necessariamente começar com o WiMax, e os operadores que já tem uma carteira de clientes compatíveis com HSPA, da família de tecnologia GSM, não precisam migrar para o LTE. Como exemplo, um novo operador na Colômbia de redes fixas nacionais (UNE) garantiu a frequência de 50 MHz no espectro de 2,5 GHz no leilão que aconteceu recentemente no país. Eles preferiram implementar a LTE ao WiMax móvel por não encontrarem vantagens para seus clientes e com base nos últimos movimentos e anúncios das operadoras do mercado mundial que já trabalharam com a tecnologia WiMax. Outra operadora também optou pela troca da tecnologia. A russa Yota havia anunciado a implementação do WiMax em mais de 15 cidades na Europa, mas
* Diretor da 3G Americas para América Latina e Caribe.
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.:Regulamentação
Samuel Possebon
samuca@convergecom.com.br
Sinal verde, caminho confuso Anatel indica que pretende liberar o mercado de TV a cabo ao suspender cautelarmente o Planejamento de Mercado, de 1997. Mas o caminho para novas outorgas ainda é distante e pouco efeito prático deve ser sentido agora.
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á quem diga que junho de 2010 marcou um novo capítulo na história da TV a cabo no Brasil. Afinal, em menos de um mês, a Anatel resolveu mudar uma regra de planejamento do setor de TV paga que vigora há mais de 12 anos, tornando o processo de outorgas mais flexível, e a Câmara dos Deputados aprovou finalmente o PL 29/2007, projeto que estabelece novas regras para a TV por assinatura (que segue agora para o Senado). Mas é importante que se diga: esse novo capítulo ainda é um esboço. Nenhuma das duas mudanças tem efeito prático e nada indica que, no curto prazo, algo mudará no mundo da TV paga brasileira. Trocando em miúdos: as teles não estão, ainda, com o caminho pavimentado para se tornarem operadoras de TV a cabo. Ainda assim, o que está acontecendo no cenário da TV paga é importante e digno de uma análise mais cuidadosa. Primeiro, no que se refere ao planejamento. No final de maio, o conselho da Anatel decidiu suspender cautelarmente os efeitos do Plano de Mercado de TV por Assinatura. Trata-se de uma portaria do Ministério das Comunicações de agosto de 1997 (Portaria 399/97) que estabelecia quantas outorgas de cabo e MMDS haveria em cada cidade do país, com base em uma análise de viabilidade econômica feita à época. A portaria não tinha nenhum efeito normativo, mas foi importante para que a Anatel abrisse os editais de cabo e MMDS no final dos anos 90. O único significado prático do
Plano de Mercado é que ele dava aos operadores uma previsão sobre o que esperar em relação à concorrência em determinadas cidades. Com a suspensão do Plano de Mercado de TV por Assinatura, a Anatel quis passar uma mensagem: não haveria mais limites para as outorgas. Desde os editais de TV por assinatura realizados entre os anos de 1998 e 2001, poucas foram as cidades que atingiram o teto de outorgas previsto no planejamento. Na cidade de São Paulo, por exemplo, estavam previstos seis operadores. A cidade, contudo, nunca teve mais do que três outorgas, sendo que uma de MMDS e uma de cabo eram controladas pela mesma empresa, de modo que a disputa na cidade, desconsiderando o DTH, sempre se deu entre Net e TVA (posteriormente adquirida pela Telefônica). Aliás, desconsiderando a competição no DTH, nenhuma cidade do Brasil tem mais do que três grupos diferentes competindo em cabo e MMDS na mesma cidade. Florianópolis e Belo Horizonte são alguns dos exemplos em que essa “super-competição” está presente. Outra prova de que esse planejamento de TV por assinatura era um instrumento irrelevante é que ele nunca previu a competição no DTH, e o Brasil sempre teve, desde 1996, pelo menos mais dois operadores nacionais de TV paga via satélite. Hoje, em algumas regiões, são seis operadoras de DTH, fora a oferta de cabo e MMDS. Mas os efeitos práticos da decisão do conselho diretor de acabar com o planejamento de 38 Teletime jun_2010
TV por assinatura são inócuos, nas palavras do procurador da Anatel, Marcelo Bechara. “A cautelar não tem efeito prático nesse momento. Foi apenas um posicionamento que parte do conselho está tendo sobre a distribuição de licenças de cabo”, disse o procurador, em entrevista ao TELETIME News. Acontece que a cautelar diz, explicitamente, que a Anatel tem que dar encaminhamento imediato aos mais de 1,4 mil pedidos de outorgas de cabo que estão se acumulando na agência desde 2004. A decisão do conselho diretor de suspender o planejamento de mercado determina que “a Superintendência de Serviços de Comunicação de Massa comece a processar imediatamente todos os pedidos de outorga de serviço de TV a cabo, devendo enviar ao Conselho Diretor relatórios trimestrais sobre o andamento dos pedidos”. A ressalva é que a decisão final do conselho sobre a outorga fica condicionada à aprovação de um novo planejamento, e é aí que está a ducha de água fria para quem imagina que as outorgas de cabo serão rapidamente liberadas. Trata-se de uma discussão que tramita na agência desde 2004 e que atualmente está sob a relatoria da conselheira Emília Ribeiro. Em 2006, a Anatel realizou inclusive uma consulta pública sobre um novo Plano de Mercado, em que previa a abertura geral do mercado de TV paga exceto onde houvesse operadoras vencedoras das licitações de 1998 e 2001. Nesses casos, como as operadoras levaram suas outorgas com base em um planejamento oficial, a ideia era manter os limites no número de outorgas até o final do contrato. De qualquer maneira, a consulta pública publicada em janeiro de 2006 se encerrou e desde então a Anatel discute internamente o assunto, com idas e vindas do conselho diretor para a área técnica e vice-versa. Problema com as teles A grande dificuldade que a Anatel
encontrou ao longo desses anos para definir o novo planejamento foi a questão das teles, se elas podem ou não participar do mercado de cabo. A Lei do Cabo, de 1995, permite que empresas de telecomunicações prestem o serviço, mas apenas em casos de desinteresse de “empresas privadas”. Recorde-se que a Lei do Cabo foi feita em uma época em que concessionárias de telecomunicações eram estatais e a ideia do legislador, na ocasião, era evitar que as empresas do Sistema Telebrás tomassem espaço dos investidores privados que começavam a surgir no país. A forma com que as empresas de telecomunicações teriam de entrar no mercado de TV a cabo seria, justamente, conseguir caracterizar esse desinteresse de empresas privadas. Esse desinteresse ficaria claro, segundo a própria lei, no momento em que um determinado edital de cabo ficasse sem resposta. É aí que entra o planejamento de mercado. Se a Anatel diz que em uma localidade há viabilidade para seis outorgas de TV por assinatura, publica um edital, mas ninguém concorre, estaria caracterizado o desinteresse? E como fica se não há mais limites para o número de outorga, como propôs o conselho diretor da Anatel? São dúvidas complicadas de serem resolvidas, até mesmo para a Anatel. TELETIME levou esses questionamento ao procurador da agência, Marcelo Bechara. Para ele, há duas teses
sobre a definição de desinteresse. “A primeira é de que essa análise deveria ser feita por área de prestação. Assim, em São Paulo, por exemplo, o fato de já existir prestadoras mostraria que há interesse na área e, portanto, não seria possível a entrada das concessionárias. Há uma outra tese que defende que o desinteresse deve ser analisado por outorga. Voltando ao exemplo de São
o planejamento de mercado sempre foi irrelevante, e poucas cidades atingiram as outorgas previstas. Paulo, mesmo já existindo várias empresas oferecendo o serviço, cada vez que a Anatel colocasse um edital, as concessionárias poderiam competir desde que ficasse configurado que não existem outros interessados na licença”, explica Bechara. Ele diz que a Anatel vem adotando essa segunda interpretação. “A agência já decidiu com base nessa lógica. Se você adota a tese do desinteresse absoluto, a Oi não poderia ter comprado a WayTV (em Minas Gerais), por exemplo. Então, o conselho já decidiu que o desinteresse é pela outorga e não pela área. Mas isso vale quando há limite. Quando não há mais limite, não há mais
disputa por outorga. Então não há que se falar em desinteresse”. Pelas respostas do procurador, é possível inferir que, uma vez definido juridicamente que o planejamento será aberto, ou seja, sem limites, empresas de telecomunicações estarão com o caminho livre para pleitear licenças de TV a cabo. Mas ainda assim há complicadores nesse caminho. Por exemplo, o fato de que em cidades como Rio, São Paulo e Brasília os limites planejados em 1997 para o número de outorga nunca terem sido atingidos, ter havido a abertura de novos editais nas cidades sem a manifestação de interessados e, mesmo assim, nenhuma empresa de telecomunicações ter sido autorizada a operar nessas localidades. Ou seja, não basta o “desinteresse”. É preciso que a Anatel atue para liberar as outorgas, e que as teles peçam formalmente. Até hoje, nunca pediram. As únicas exceções são a Oi, que conseguiu comprar a licença de cabo da WayTV, em 2006, após um leilão privado da empresa em que não pareceram outros interessados, e o grupo Algar (controlador da CTBC), que é operadora de TV a cabo em Uberlândia e Araguari desde o começo de 1997. Próximos passos De qualquer maneira, duas linhas de ação estão acontecendo dentro da Anatel, e é desses movimentos que deve se definir o futuro da entrada das teles
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.:Regulamentação no mercado de TV por assinatura. De um lado, a conselheira Emília Ribeiro trabalha no novo planejamento de mercado. Como o restante do conselho já sinalizou que não aceita mais restrições ao número de outorgas, é bem provável que qualquer posição da conselheira em sentido diferente seja derrotada pelos demais integrantes do colegiado, até porque, como é de conhecimento público, há uma situação de embate entre a conselheira Emília e os demais conselheiros. Basta dizer que a suspensão do Planejamento de TV a Cabo vigente foi feita durante as férias da conselheira (que relata a matéria), em um processo que não tratava diretamente do tema (tratava-se de um pedido de anuência prévia da Net em Blumenau) e sem a manifestação formal da procuradoria da agência. Em paralelo, a área técnica da Anatel trabalha em uma consulta que deverá testar o real interesse do mercado em novas outorgas. A agência quer dizer ao setor em que condições pretende propor as outorgas de TV a cabo e a partir daí saber se os que já se manifestaram com interesse pelas outorgas de cabo mantêm a sua posição e se há novos interessados. No meio de junho a agência promoveu uma consulta interna sobre o novo contrato de concessão que
será proposto. As novidades são o preço e as obrigações de cobertura. Em relação ao preço, ao contrário das licitações de 1998 a 2001, em que em muitos casos o preço mínimo estava na casa dos milhões de reais, agora a agência quer cobrar apenas o preço administrativo, ou seja, apenas R$ 9 mil por outorga. Com R$ 50 milhões uma empresa
ao contrário das licitações de 1998 a 2001, em que em muitos casos o preço mínimo estava na casa dos milhões de reais, agora a agência quer cobrar apenas R$ 9 mil. poderia cobrir o Brasil inteiro, por exemplo. Em relação à cobertura, a Anatel, pelo menos nessa consulta interna, ainda planeja exigir do operador de cabo que, ao final de 96 meses, tenha 100% dos domicílios de sua área de concessão cobertos pela rede, começando com 10% e subindo dez pontos percentuais de cobertura ao ano. Ainda não se sabe se essas condições irão prevalecer e mesmo se serão impostos limites a grupos detentores de grande poder econômico, como as teles, ou
prioridade a grupos locais ou investidores independentes. A ABTA, associação que representa operadores de TV por assinatura, após a decisão da Anatel de suspender o planejamento, questionou formalmente a agência sobre o significado da decisão e sobre as intenções do órgão. Sabe-se que operadores como a Net Serviços, maior operadora de cabo do Brasil, não ficou satisfeita com a posição da agência, assim como as empresas de radiodifusão, que procuraram a Anatel manifestando a preocupação de que uma expansão do mercado de cabo possa ameaçar o que eles chamam de “modelo federativo da radiodifusão”, ou seja, a preservação dos interesses das retransmissoras e geradoras locais. Pequenos e médios operadores ouvidos por este noticiário estão divididos. Se por um lado, comemoram a possibilidade de novas outorgas, por outro temem a concorrência de empresas como a Oi, concessionária de telefonia que, ao lado da CTBC, ficaria desimpedida para operar TV a cabo, por não ter limitação de capital estrangeiro. E as concessionárias de telecomunicações, como não poderia ser diferente, apreciam qualquer sinalização de que o mercado de cabo será aberto a elas, ainda que entendam que uma decisão definitiva esteja distante.
Teles e TV paga: conflito antigo
O
mercado de TV a cabo vive esse conflito entre empresas de telecomunicações e empresas operadoras de TV por assinatura desde os seus primórdios. Em 1993, por exemplo, empresas do Sistema Telebrás (notadamente a Telemig e a Telebrasília) estavam ávidas por entrar no segmento de TV por assinatura. Não conseguiram por conta de uma grande pressão política por parte dos grupos de comunicação e porque o início da discussão da Lei do Cabo, entre 1991 e 1994, colocou outras variáveis na mesa. No final, a Lei do Cabo conseguiu garantir uma certa reserva de mercado para empresas privadas no setor de TV por assinatura. Em 1997, quando a Lei Geral de Telecomunicações foi aprovada, o governo optou por não mexer na Lei do Cabo. Havia o receio de que qualquer mexida fosse atrasar ainda mais o processo de liberação de outorgas de TV por assinatura. Mas já estava claro que, mantidas as duas leis, estava se criando uma incompatibilidade que traria problemas. Em entrevista ao noticiário PAY-TV News (publicação online “irmã” desta TELETIME), o então deputado federal e hoje governador do Estado de São Paulo, Alberto Goldman, que era o relator da LGT, admitia o impasse que estava sendo criado. Em junho de 1997 PAYTV escrevia: “O deputado Alberto Goldman, do PMDB paulista, relator do projeto do governo na Câmara, deixou claro que, da maneira como está a Lei Geral de Telecomunicações, a legislação referente à TV paga, inclusive a Lei de TV a Cabo, terá de ser revista quando o
projeto da LGT for aprovado. O motivo da mudança é o fato de os serviços de TV a cabo e serviços especiais de TV paga (MMDS e DTH) serem serviços prestados em regime privado e, por isso, segundo a proposta do governo para a Lei Geral, não dependerem de outorga de concessão ou permissão”. Em 1998, o Ministério das Comunicações passou a discutir um projeto de Lei de Comunicação de Massa que viria a eliminar os conflitos entre LGT e Lei do Cabo. O tal projeto nunca saiu do papel. Apenas agora, com a discussão do PL 29 no Congresso, é que começa a aparecer no horizonte uma solução definitiva para os problemas de compatibilidade entre a legislação de telecom e TV por assinatura. O projeto, depois de mais de três anos de tramitação, foi finalmente aprovado na Câmara dos Deputados e chega ao Senado neste morno segundo semestre de 2010, quando dificilmente encontrará espaço para tramitar, em função do recesso branco eleitoral. De qualquer maneira, o PL 29, se aprovado, deve ser a solução para as incompatibilidades que se colocam há tantos anos entre empresas de TV por assinatura e teles. Pelo menos do ponto de vista regulatório, porque no campo econômico, está cada vez mais claro que a competição nas telecomunicações está se dando, sobretudo, entre operadoras de cabo e concessionárias de telefonia.
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Corrida para o Nordeste
Com a economia crescendo acima da média brasileira, região atrai investimentos em telefonia móvel, fixa, banda larga e TV por assinatura. Norte deve ser o próximo passo. do rapidamente: de setembro de 2008 a em serviço. Entre dezembro de 2005 e setembro de 2009 houve um aumento dezembro de 2009, enquanto o número de 2,52% na quantidade de empregos de linhas móveis no Brasil aumentou com carteira assinada no Nordeste, con101,8%, no Nordeste o crescimento foi de tra uma média nacional de 0,95% no 145,8%. Em 2010, o ritmo de crescimento mesmo período. da telefonia celular na região continua Em certa medida, o crescimento noracelerado. Houve 2,3 milhões de adidestino é impulsionado por grandes ções líquidas de janeiro a abril no Nor obras de infraestrutura. Não deste, o que representou um faltam exemplos: a ferrovia aumento de 6%, enquanto o Transnordestina, que integra Brasil cresceu em média 3,9% portos da região, com investino mesmo intervalo. mento superior a R$ 5 bilhões; O investimento em expana duplicação da BR 101, ligansão de rede celular segue do Pernambuco ao Rio Grande forte. A Claro, por exemplo, do Norte; o porto de Suape, em chegou a 80 novas cidades na Pernambuco, um dos maiores área entre os estados de canteiros de obra da atualidaAlagoas e Piauí. A Vivo, por de no Brasil; e a refinaria sua vez, divulgou em junho Abreu e Lima, orçada em R$ 9 um ambicioso plano de bilhões, e que ainda está em expansão de 3G para todo o estágio de terraplanagem, mas país, mas com especial atenque, no pico das obras, terá ção ao Norte e ao Nordeste. mais de 30 mil trabalhadores. Albino Serra, “Estamos num ritmo muito Para completar, há empre- da Claro acelerado de investimento no sas se mudando para o Nordeste, Nordeste. Por termos sido a atraídas pela mão-de-obra ba última operadora a entrar na rata e cada vez mais qualificada, além dos região, temos de fazê-lo de forma agresincentivos fiscais. “Notamos um êxodo de siva”, explica o diretor de planejamento empresas do Sul para o Nordeste, cita o e performance da Vivo, Daniel Cardoso. vice-presidente de marketing e vendas da A Oi, como líder de market share no GVT, Alcides Troller. Nordeste em telefonia móvel, vem focanDiante de todos esses fatores econômido menos em expansão de base e mais cos, era previsível que houvesse um refleem fidelização e rentabilidade dos assixo positivo no setor de telecomunicações nantes atuais.”A liderança, por si só, na região. Na telefonia móvel, isso pode não é algo que interessa à Oi. O imporser verificado no crescimento das linhas tante é a rentabilidade”, afirma Flávia FOTOS: divulgação
C
om o Sul e o Sudeste do País bem abastecidos em termos de infraestrutura e serviços de telecomunicações, os olhos das operadoras brasileiras se voltaram para o Nordeste. Quem ainda não estava instalado na região, correu para fazê-lo. A GVT, por exemplo, investiu R$ 250 milhões entre 2008 e 2010 para construir uma rede de fibra óptica e atender cinco regiões metropolitanas nordestinas. Na telefonia celular, a Vivo levou sua cobertura para a área entre Alagoas e Piauí em 2008 e montou, em apenas um ano e meio, uma rede que cobre 340 cidades, sendo 176 com 3G. E a Nextel desembolsou cerca de US$ 100 milhões para lançar no ano passado sua operação de rádio em Salvador, Recife e Fortaleza. A atração para o Nordeste pode ser explicada pelos números da economia local. O PIB da região vem crescendo acima da média brasileira ao longo de toda essa primeira década do século. Pelos dados consolidados do IBGE, de 2002 a 2007 o PIB do Nordeste subiu de R$ 191,6 bilhões para R$ 347,8 bilhões, um crescimento de 82%. Estudos preliminares indicam que em 2009, em plena crise econômica mundial, enquanto o PIB brasileiro diminuiu, o nordestino aumentou. “O Nordeste é a China do Brasil. Alguns estados da região apresentam números de crescimento asiáticos”, compara Albino Serra, diretor regional da Claro para o Nordeste. No País inteiro, ao longo dessa década, a renda média das famílias mais pobres está subindo acima da inflação e algumas dezenas de milhões de pessoas entraram na classe C, boa parte delas no Nordeste. Para quem permaneceu na base da pirâmide social, programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, contribuem para dar uma qualidade de vida mínima e permitir até mesmo o acesso a serviços outrora considerados inacessíveis, como a telefonia celular. Ao mesmo tempo, a qualidade do emprego no Nordeste está melhoran-
“O Nordeste é a China do Brasil”
Diferenças culturais
N
em tudo é igual quando se compara o mercado nordestino com os demais. A GVT notou, por exemplo, que no Nordeste a mídia “off-home”, ou seja, outdoors e mobiliário urbano, é muito mais eficaz do que no resto do País. “Talvez isso aconteça porque as pessoas ficam mais tempo fora de casa”, arrisca o vice-presidente de marketing e vendas da GVT, Alcides Troller. Outra curiosidade: banda larga no nordeste é chamada de “Internet rápida”. A GVT precisou adaptar toda a sua campanha de marketing e comunicação adotando a terminologia local. A Acom, por sua vez, percebeu a carência do mercado nordestino por conteúdo regional de TV. Em cada cidade onde atua a empresa oferece um canal com conteúdo local, chamado canal Jet. “É um diferencial nosso”, aponta o vice-presidente do conselho de administração da Acom, João Reino.
42 Teletime jun_2010
Bittencourt, diretora de mar keting da Oi. Para especialistas, a relação entre crescimento econômico e infraestrutura de telecomunicações gera um ciclo virtuoso. A economia cresce e atrai investimentos em redes de telefonia. Ao mesmo tempo, a expansão da infraestrutura de telecomunicações contribui para a melhora do desempenho econômico da região. Para muita gente no Nordeste, o celular é o principal meio de comunicação e é uma ferramenta de trabalho, para contato com clientes. A Vivo coleciona casos emblemáticos so bre a importância do serviço móvel em cidades do interior, como a pequena Ca raíbas, em Alagoas, que recebeu recentemente cobertura 3G da operadora. “Quan do souberam que a gente ia instalar uma torre na cidade, os habitantes dormiram com o celular ao lado e acordavam no meio da noite para ver se já estava funcionando”, relata Cardoso, da Vivo.
Daniel Cardoso, da Vivo tes do Velox no Rio Grande do Norte cresceu 38% em 2009. No Ceará também houve um aumento significativo, de 16%. “O Nor deste é a região em que a Oi mais cresce em banda larga”, afirma Flávia Bitten court. Nem todo o mundo está chegando agora no Nordeste. Além da Oi, que atua na região como concessionária fixa e herdou a rede das antigas estatais de telefonia, vale ressaltar a aposta feita pelo grupo Acom na área de TV por assinatura. Com a operadora de MMDS Jet, o grupo está presente em seis estados nordestinos há mais de dez anos. “O Brasil não é só Rio de Janeiro e São Paulo. Por isso apostamos no Nordeste e
Evolução do PIB (em R$ bilhões) 3000 2500 2000 1500 1000 500 0
2002
2003
Norte
2004
2005
Nordeste
2006
2007
Brasil
Fonte: IBGE
Penetração do celular (indivíduos acima de dez anos de idade com acesso ao aparelho) 70 60 50 40
%
Banda larga e TV por assinatura Carente em oferta de banda larga, o Nordeste começou a sentir as benesses de um mercado competitivo nesse setor há poucos anos, com a chegada de novos players à região. Além do serviço sem fio, através de redes 3G, merece destaque a entrada da GVT, com uma rede de fibra óptica nas regiões metropolitanas de Salvador, João Pessoa, Campina Grande, Fortaleza e Recife, usando o backbone da Geodex, adquirida em 2007. Troller, da GVT, relata que ao entrar nos estados nordestinos encontrou um mercado atendido por preços acima daqueles praticados no Sudeste, em razão da baixa competição. A operadora decidiu cobrar o mesmo preço praticado no restante do Brasil e assim conquistou clientes da concessionária local, a Oi. Os resultados até agora estão acima do esperado, revela o executivo: 90% dos usuários de telefonia fixa da GVT no Nordeste assinam também planos de banda larga. A média da empresa no resto do País está abaixo de 80%. Outro dado surpreendente: o Nordeste é a região com maior demanda por velocidades acima de 10 Mbps na GVT. Consequentemente, a receita média por usuário (ARPU) da GVT no Nordeste está acima daquela registrada nas outras regiões do Brasil. A Oi também vem registrando bons resultados em banda larga no Nordeste. Para se ter uma ideia, a base de assinan-
“Estamos num ritmo muito acelerado de investimento no Nordeste”
30 20 10 0
Norte Nordeste Sudeste
Sul
CentroOeste
Fonte: IBGE - PNAD 2008
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Brasil
começamos nossa operação digital lá”, lembra o vice-presidente do conselho de administração da Acom, João Reino. O executivo não abre números de sua base de assinantes na região, mas explica que o crescimento não tem sido mais tão forte como antigamente por causa da estagnação do MMDS enquanto tecnologia de telecomunicações. Por outro lado, há informações de que serviços de DTH, como o lançado pela Embratel, vêm ganhando força no Nordeste. A Embratel, porém, não divulga dados regionais. Pelos dados da Anatel, contudo, é possível ter a dimensão do crescimento da penetração de TV paga no Norte e Nordeste. As regiões acumulavam, em março, apenas 11% do total de assinantes de TV paga do Brasil (cerca de 930 mil clientes, sendo 683 mil no Nordeste e o restante no Norte), mas o crescimento anualizado do serviço no Norte foi superior a 53% no período de 12 meses encerrado em abril, enquanto o crescimento no Nordeste foi de 31,3% no período. A média nacional está em 21,5% de crescimento para o serviço de TV paga. Vale lembrar que o Norte e o Nordeste têm menos de 30% dos domicílios atendidos por licenças de cabo e MMDS. Ou seja, o crescimento na região está fortemente ligado ao serviço de DTH. Norte Se o Nordeste é a China brasileira, o Norte sonha em seguir os mesmos passos em um futuro próximo. Para diversas fontes, a região vizinha será a próxima a vivenciar forte crescimento econômico no Brasil. O PIB nortista vem crescendo acima da média brasileira há alguns anos. O mesmo é notado na sua base de assinantes de telefonia móvel. Entretanto, o Norte tem como desvantagem as longas distâncias entre as cidades e o difícil acesso a algumas delas. Por sinal, essa é uma das razões para a região estar fora dos planos da GVT por enquanto. “Belém e Manaus são cidades interessantes, mas para oferecer banda larga precisamos de backbone próprio. E o nosso chega somente até Fortaleza”, explica Troller. Isso pode mudar em breve, já que a GVT está participando, junto com TIM, Claro, Vivo e Embratel da construção de um backbone de fibra óptica ligando Manaus a Campo Grande e Goiânia. A Oi, por sua vez, está estendendo seu backbone à região amazônica com ajuda da Eletronorte, que lhe auxilia na conexão ao cabo submarino da Globenet, em Caracas, na Venezuela.
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.:Serviços móveis
Inclusão financeira
Países africanos e asiáticos lideram em serviços financeiros móveis para as classes baixas. Bancos, operadoras, cartões de crédito e até mesmo o governo brasileiro se movimentam para atuar nesse segmento.
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FOTOS: divulgação
o mundo inteiro há cerca de 4 bilhões de linhas móveis em serviço e apenas 1,6 bilhão de contas correntes. Por que não usar o celular para levar serviços financeiros à população que hoje não tem acesso a eles? Operadoras na África e na Ásia tomaram a liderança nessa direção e colecionam casos de sucesso. Hoje, excetuando-se China e Japão, estima-se que haja 60 milhões de usuários de serviços financeiros móveis no mundo, boa parte concentrada na África e na Ásia. Em 2014, a previsão é de que sejam 500 milhões. No Brasil, apenas clientes de alta renda têm acesso a serviços de mobile banking. Para se ter uma ideia da possível demanda na base da pirâmide social brasileira, vale conhecer o seguinte número: 65% dos beneficiados pelo programa Bolsa Família têm celular, mas uma minoria tem conta bancária. Bancos e operadoras móveis brasileiras estão conversando a respeito e prometem novidades para o ano de 2010, enquanto o governo estuda a possibilidade de usar o telefone móvel como canal para pagamento de benefícios sociais. Calcula-se que 40% da população mundial viva com menos de US$ 2 por dia. São pessoas imersas na economia informal, que mexem apenas com dinheiro vivo e guardam suas economias nos próprios bolsos ou dentro de casa. É gente que talvez nunca tenha entrado em um banco, mas que, até por uma questão de sobrevivência, é extremamente habilidosa em economia doméstica. “Estudamos os hábitos financeiros de pessoas desbancarizadas e descobrimos que são bem sofisticados. Desafio um executivo de Wall Street a viver com pequenas e instáveis somas de dinheiro por dia e não um salário fixo mensal”, comentou o diretor de novos negó-
cios do grupo Telefônica, Pablo Montesano, durante o evento Mobile Money, realizado pela GSM Association no Rio de Janeiro, em maio. Esse perfil de usuário tem necessidade de guardar seu dinheiro em um lugar seguro. E também precisa movimentá-lo com frequência, seja para pagamentos, seja para transferências a parentes. O problema é que as altas taxas cobradas pelos bancos, sua burocracia e a exigência de um depósito mínimo afugentam os clientes de baixa renda. E não apenas isso: há também um fator psicológico. “O banco é um local intimidador, com sua porta automática e seus guardas armados. As pessoas de baixa renda sentem que aquilo não é para elas”, analisa Roberto Rittes, diretor do Oi Paggo. Na África e na Ásia, há também a ocorrência recente de um intenso êxodo rural, o que aumenta a necessidade de transferência de dinheiro por
“O banco é um local intimidador, com sua porta automática e seus guardas armados” Roberto Rittes, do Oi Paggo 46 Teletime jun_2010
parte de pessoas pobres nas capitais para suas famílias no interior. Diante desse cenário, operadoras móveis africanas e asiáticas enxergaram a demanda reprimida por serviços financeiros nesse contingente da população e decidiram usar o celular como canal de acesso. O sucesso foi imediato. A filipina Smart e a queniana Safaricom já contabilizam, respectivamente, 8,5 e 9 milhões de clientes de seus serviços financeiros móveis. No caso da Smart, esse número representa 20% de sua base total de assinantes. Em Uganda, em apenas 13 meses, 16% da base da MTN adotou o serviço financeiro móvel da operadora. Em todos esses casos, a oferta principal é basicamente a mesma: transferência financeira entre usuários via celular. Quase sempre há um banco como parceiro da operadora. Abre-se uma conta bancária única para o serviço como um todo e o sistema da tele se encarrega de administrar o saldo de cada usuário. Os depósitos e saques de dinheiro são feitos junto a uma rede de agentes treinados pela operadora. É comum utilizar a própria rede de venda de recargas de prépagos. Esses agentes recebem uma comissão pelas transações realizadas. As transferências de dinheiro são feitas via SMS. É cobrada uma pequena tarifa por remessa eletrônica. Quem recebe não paga nada. Há limites máximos de saldo
por linha móvel e de valor de transação, de forma a evitar o uso do sistema para lavagem de dinheiro. Na maioria dos países, os bancos centrais precisaram realizar adaptações na regulamentação financeira para que tais serviços fossem permitidos. É comum o sistema servir também para pagamento remoto e compra de créditos pré-pagos. O desenvolvimento dos mercados africano e asiático, no entanto, ainda não chegou ao ponto de viabilizar a interoperabilidade desses serviços financeiros. Ou seja: os usuários não conseguem transferir dinheiro para assinantes de teles concorrentes. Na opinião de Gavin Krugel, diretor da GSM Association, isso é natural no começo e deve mudar com o amadurecimento dos mercados. “Se forçarmos interoperabilidade, as operadoras perdem a chance de diferenciação com serviços financeiros móveis”, explica Krugel.
“Se forçarmos interoperabilidade, as operadoras perdem a chance de diferenciação com serviços financeiros móveis”
Brasil Por que tais serviços não chegaram ainda no Brasil? As explicações dos espe-
Gavin Krugel, da GSMA cialistas variam. Para o consultor Sergio Goldstein, os contextos são diferentes. “Na África, o problema de segurança é maior. E tem muita migração recente do campo para a cidade, fenômeno que aconteceu aqui há mais tempo”, compara. Outra razão para a demanda brasileira não ser tão premente é o fato de o Brasil ter uma extensa rede de correspondentes bancários, composta por agências de correios, lotéricas, farmácias e outros estabelecimentos comerciais, o que contribui para a capilarização do sistema financeiro. Há também a barreira da regulamentação. Pelas regras do Banco Central, qualquer operação de saque ou depósito só pode ser feita por uma instituição financeira credenciada. Isso inibiu até o momento as operadoras móveis a liderar o lançamento de serviços como os cria-
dos no exterior, pois dependem de parcerias com os bancos. Segundo algumas fontes dos setores bancário e de telecomunicações, o Banco Central estaria estudando a possibilidade de editar uma resolução que permitiria a criação de novos serviços via celular. “Para viabilizar uma espécie de cartão bancário pré-pago das operadoras de telefonia e a transferência financeira entre linhas celulares são necessárias algumas adaptações da regulamentação que acredito que serão feitas este ano”, disse um executivo de um grande banco em atuação no País. O importante é que para abertura de contas nos novos serviços móveis a burocracia seja menor, assim como as tarifas. Obviamente, tal como feito na África, haverá limites para saldo, para valor de transações e para quantidade mensal de transferências. Para alguns especialistas, os governos de países emergentes deveriam atuar mais ativamente na promoção de serviços financeiros móveis. “A baixa bancarização é um problema econômico e social. Logo, é um problema dos
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.:Serviços móveis governos, não dos bancos ou das teles. É um questão de políticas públicas”, argumenta Jonathan Dharmapalan, líder global de serviços de assessoria para setor de telecom da Ernst & Young. No Brasil existe desde 2004 a conta corrente simplificada. Ela pode ser aberta gratuitamente e sem comprovante de renda, apenas apresentando RG e CPF. Não há cobrança de qualquer tarifa bancária se o usuário se limitar a até quatro saques, quatro depósitos e quatro extratos por mês. O limite de saldo é de R$ 1 mil. Integrar a conta corrente simplificada ao pagamento de benefícios sociais e permitir que as transações sejam feitas pelo celular está nos planos do governo, revela uma fonte do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. “Acreditamos que o celular pode ser uma importante alternativa para a inclusão financeira da população de baixa renda”, diz um alto funcionário do órgão. Hoje, 12,2 milhões de famílias recebem o Bolsa Família. A maioria precisa levar um cartão até um estabelecimento credenciado para sacar o benefício. O governo vem estimulando os beneficiados a abrir contas correntes simplificadas na Caixa Econômica, através das quais passam a receber o auxílio finan-
“A baixa bancarização é um problema econômico e social. É uma questão de políticas públicas” Jonathan Dharmapala, da Ernst & Young ceiro. Cerca de 2,6 milhões de usuários já abriram esse tipo de conta e a meta é alcançar 4 milhões ao fim de 2010. Olho na oportunidade A iniciativa privada também se movimenta, de olho nesse filão. Entre as operadoras móveis, a Oi está disposta a ser pioneira nesse mercado, através de sua bandeira de cartão de crédito, a Oi Paggo. Uma pesquisa encomendada pela empresa demonstrou que a maior demanda de serviços financeiros móveis no País estaria na possibilidade de se pagar contas pelo celular. A Oi Paggo promete lançar no segundo semestre um serviço parecido com aqueles da África: o usuário poderá depositar dinheiro em uma espécie de conta virtual, que funcionaria como um cartão financeiro pré-pago, e, a partir daí, realizar transações via celular, como transferência entre usuários e pagamento de faturas. Para as operações de depósito e saque em espécie, a Oi pretende utilizar alguma das redes de correspondentes bancários já existentes no País.
Cases de sucesso na África e na Ásia Operadora País
Descrição
Uganda
Em apenas 13 meses após seu lançamento, o serviço de transferência financeira via celular conquistou um milhão de usuários, o que representa 16% da base da operadora. Três mil novos clientes aderem ao serviço diariamente. Em um ano, foram feitas 10 milhões de transações, que somaram US$ 195 milhões, 70% delas com valores abaixo de US$ 30. Os agentes recebem comissão de 2% por transação realizada.
Quênia
Seu serviço de transferência financeira entre celulares via SMS, o M-Pesa, é considerado o grande case de sucesso mundial, com quase 10 milhões de usuários e mais de 60 mil agentes treinados para receber depósitos e prover saques em espécie pelo país inteiro.
Smart
Filipinas
Desde 2001, o serviço Smart Money oferece transferências financeiras via SMS. Hoje inclui também pagamentos de contas e m-commerce. Tem 8,5 milhões de usuários, a maioria das classes C, D e E. Tarifa por transferência enviada é de US$ 0,05. Seu parceiro financeiro é o Banco de Oro.
Zain
9 países da África e O serviço Zap inclui transferências peer-to-peer e paga mentos de contas. Tem 9,5 milhões de usuários e funciona via do Oriente Médio SMS. A tarifa por transferência enviada é US$ 0,12.
MTN
Safaricom
48 Teletime jun_2010
A TIM também acredita no potencial desse segmento e montou uma equipe dentro da área de serviços de valor adicionado (SVA) para se dedicar exclusivamente ao tema. O time está prospectando diversas oportunidades de negócios nessa área e os primeiros serviços devem ser lançados comercialmente em 2011, promete o gerente de marketing de SVA da operadora, Flávio Ferreira. Do lado dos bancos, cresce a conscientização de que é preciso aproveitar o celular como porta de entrada às classes mais baixas. Um sinal disso é o recém anunciado acordo entre o Bradesco e diversas operadoras celulares nacionais pelo qual o valor de tarifas bancárias será convertido em créditos para chamadas de voz. Não se trata especificamente de um serviço financeiro móvel, mas é uma demonstração de que os dois setores podem agregar valor um ao outro. Bancos virtuais É sabido que diversos bancos que atuam no Brasil estão estudando a ideia de se tornarem operadoras móveis virtuais (MVNOs). Faria parte dessa estratégia distribuir a correntistas de baixa renda celulares habilitados para mobile banking, o que reduziria o custo de abertura e manutenção de agências, especialmente no interior do País. O Banco do Brasil é um dos que mais acredita no potencial do celular, tendo sido um dos pioneiros em mobile banking no País. Em 2009, registrou 31 milhões de transações realizadas através de telefones móveis por um milhão de correntistas. Ainda se trata de um uso restrito às classes média e alta, mas isso pode mudar. Raul Moreira, gerente executivo do Banco do Brasil responsável por projetos de mobile banking, acredita que o celular pode ser o principal canal de acesso a serviços financeiros para a população de baixa renda que tem dificuldade de usar a Internet em desktops. O Banco do Brasil acredita na criação no futuro de uma plataforma interoperável que una bancos, teles e administradoras de cartão de crédito. “Precisamos criar um modelo de negó-
cios que convirja os interesses desses três setores. Estamos próximos de chegar a esse acordo para trabalharmos conjuntamente já em 2010”, disse Moreira, sem revelar detalhes de como funcionaria tal plataforma. As redes de adquirência (termo utilizado pelas empresas que executam as transações com cartões) e as bandeiras de cartão de crédito estão ávidas por participar desse negócio. Massayuki Fujimoto, executivo responsável pela área de inovação da Redecard, aponta o caminho: “Os bancos gerenciam o risco, as operadoras transportam os dados e as redes de adquirência processam e tratam as transações”. Por sinal, a Redecard já experimenta essa função no Brasil com seu serviço Foneshop, que transforma o celular em uma máquina de captura. Mas como atender às classes de menor renda, que nem sequer têm cartão de crédito? Uma possibilidade levantada por fontes seria a criação de cartões pré-pagos, como o bem sucedido Visa Vale, hoje usado como vale-refeição. O diretor global de produtos da Visa, José Maria Ayuso, resume a importância do celular na estratégia de longo prazo da empresa: “Mobilidade não dá dinheiro hoje, mas será essencial para o nosso futuro”. Tecnologia e SVAs financeiros Todos os grandes bancos em atividade no Brasil oferecem serviços móveis, mas as transações disponíveis variam de acordo com a tecnologia e sua segurança inerente. Em SMS, a maioria permite apenas o envio de mensagens de alerta sobre movimentações na conta. Em WAP 1.0, é possível realizar consultas. A experiência só se aproxima do Internet banking, com a possibilidade de transferências e investimentos, quando se trata de aplicativos móveis. Entretanto, não há dúvida de que para atingir a população de baixa renda as opções são o SMS e o USSD (Unstructured Supplementary Service Data), uma espécie de SMS que não fica armazenado na caixa de mensagens. Afinal 80% da base de celulares no Brasil é low end. Qualquer serviço que for lançado precisará ser acompanhado de intensos testes para garantir a segurança das transações. Estas precisarão ser criptografadas, o que requer a instalação remota over the air (OTA) de pequenos aplicativos nos simcards dos usuários. Mesmo assim o sistema nunca será imune a fraudes. No Quênia, a
O setor bancário brasileiro 134 milhões de contas correntes e 91 milhões de contas de poupança 136 milhões de cartões de crédito 35 milhões de usuários de Internet banking 47,6 bilhões de transações, sendo 20% pela Internet.
32 mil agências e postos tradicionais 41 mil postos eletrônicos 150 mil correspondentes bancários Fonte: Febraban (dados referentes a dezembro de 2009)
Safaricom reportou recentemente a perda de US$ 272 mil em fraudes em seu serviço financeiro móvel. A experiência de outros países demonstra que o investimento em educação é primordial para o sucesso do serviço, independentemente da tecnologia adotada. Na operadora Zain, por exemplo, 90% do orçamento de seu serviço financeiro móvel é destinado à educação
dos usuários. “Esse foi nosso principal fator de sucesso”, afirma o diretor de produtos e inovação do grupo, George Held. Às vezes, até mesmo o SMS pode ser algo de difícil utilização pelo públicoalvo. No Afeganistão, onde boa parte da população é analfabeta, a operadora Roshan precisou dar um passo atrás em termos de tecnologia e lançar uma versão em URA (unidade de resposta audível) de seu serviço financeiro móvel. Na Tanzânia, a Zain tentou substituir o SMS por um aplicativo Java, o que foi um fracasso: apenas 60 mil assinantes aderiram, enquanto 4 milhões continuaram usando as mensagens de texto para realizar transações financeiras. Em um ponto todos concordam: serviços como transferência de dinheiro e pagamento de contas via celular são apenas o primeiro passo da inclusão financeira da população de baixa renda. Uma vez popularizados, abre-se o leque para uma infinidade de outras ofertas, como microsseguros e microcréditos. Existe uma demanda reprimida enorme por tais serviços no Brasil e o celular pode ser um bom canal para atendê-la. Fernando Paiva
Enquanto isso, no topo da pirâmide
E
m países desenvolvidos, com alto grau de bancarização, a demanda por serviços financeiros no celular é bem diferente. Nesses mercados, os clientes buscam pela conveniência que o telefone móvel pode oferecer. Entre os serviços mais demandados estão aqueles relacionados ao controle das contas, como envio de mensagens de alerta, e o pagamento móvel, por meio de NFC (Near Field Communications). No Brasil, há diversas iniciativas para atender às classes altas com serviços financeiros móveis. Bancos como Itaú e Bradesco, por exemplo, oferecem aplicativos para iPhone no qual é possível realizar uma série de transações bancárias, além de exibir agências e caixas eletrônicos próximos via realidade aumentada. Testes piloto com NFC, agregados a bandeiras de cartão de crédito, também estão sendo feitos no Brasil há algum tempo. Embora haja serviços bancários disponíveis em diversas tecnologias, do simcard ao aplicativo móvel, passando pelo WAP, a adesão ao mobile banking no Brasil ainda é pequena, mesmo quando consideradas apenas as classes de renda mais alta. Calcula-se que, em média, apenas 1% das pessoas com conta corrente no País utilizem serviços bancários em seus telefones móveis. Uma das razões seria a falta de investimento em comunicação para divulgar os serviços, opina Raul Pavão, diretor da Ever Mobile, empresa brasileira que fornece plataformas de mobile banking. “Passamos pelo mesmo desafio no começo do Internet banking. É um processo natural”, lembra o executivo. Para a vice-presidente no Brasil da consultoria IT Kearney, Silvana Machado, há um componente relacionado à idade dos correntistas: as pessoas com mais de 35 anos, que são a maior parte do público dos bancos, ainda temem ou não sabem usar muito bem o celular para serviços que não sejam voz.
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.:consumidor
Helton Posseti
helton@convergecom.com.br
Na mira do Ministério Público
A atuação do MPF tem se tornado uma variável importante no dia-a-dia do setor. Atuação pró-consumidor e fiscalização da Anatel têm sido alguns dos campos de batalha. Ainda na telefonia móvel, o próximo alvo do MPF paulista deve ser o serviço de banda larga móvel. A partir de uma consulta pública que recebeu mais de 700 contribuições, o procurador Schusterschitz elaborou uma lista com 22 questionamentos à Anatel. Schusterschitz explica que o objetivo da consulta pública é adequar os contratos de banda larga móvel ao serviço que é de fato prestado. “Você constroi os contratos, a oferta e a publicidade sendo coerente com as suas limitações. Uma das vertentes da consulta pública é buscar esta
são a uma linha celular, optar por receber ou não mensagens não-solicitadas. O Ministério Público de São Paulo ainda tem outras ações em curso. MPF e Anatel não estão, definitivamente, no melhor momento da relação. Isso porque foi a partir de uma provocação do MPF que a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) iniciaram uma investigação sobre o informe das multas, como ficou conhecido o informe interno da Anatel que reconhecia que suas multas eram excessivamente altas. O problema é que a agência entregou cópia dessa reflexão às empresas, dando munição para, futuramente, ser contestada na Justiça. Desde abril do ano passado, quando o informe das multas veio a público (leia box) e levou Marcio Schusterschitz, do MPF em São Paulo. ao pedido de demissão do então superintendente de sercoerência. Se deveria ser cem, mas eu só viços públicos da agência, o grupo de consigo dez, por que as operadoras tratrabalho de telefonia do MPF, que se tam como se fosse cem e não como se encontrava regularmente com a agênfosse dez?”, pergunta ele. cia, não se reúne mais. “Tivemos vários Há casos em que a Anatel aceitou a desentendimentos por causa do inforrecomendação do Ministério Público. Isto me, mas depois da saída do superintenaconteceu em relação a uma cláusula no dente é provável que a relação volte ao contrato com as operadoras de telefonia normal”, afirma o procurador Alexandre móvel, que dava às empresas o direito de Gavronski, do Ministério Público do Rio enviar propaganda via SMS. Desde 1º de Grande do Sul e membro do grupo de maio, o consumidor pode, no ato da adetrabalho de telefonia. FOTO: arquivo
S
implificadamente, costuma-se dizer que o Ministério Público é o “fiscal da lei”. E o órgão tem conseguido, no setor de telecomunicações, um campo propício para sua atuação. São inúmeras as recomendações, ações civis públicas, termos de ajustamento de conduta e outros mecanismos que o Ministério Público tem usado para fazer valer o direito do consumidor junto à Anatel ou às empresas reguladas. Embora existam alguns casos em que o Ministério Público, especialmente os órgãos estaduais, mostre falta de conhecimento do setor, as ações do Ministério Público Federal (MPF) e do Grupo de Trabalho de Telefonia da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão - Consumidor e Ordem Econômica têm trazido conquistas importantes para o consumidor e se colocado cada vez mais como um fator relevante para empresas e reguladores. Uma das últimas investidas do MPF foi contra os contratos de fidelidade da telefonia móvel e da TV por assinatura. O órgão entrou com uma ação civil pública para que a Anatel crie uma norma que contenha novas formas de rescisão dos contratos onde haja fidelidade, sem pagamento de multa, como previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC). A ação foi ajuizada porque Anatel e empresas não acataram recomendação anterior do MPF. Para o procurador da República Márcio Schusterschitz, autor da ação, é necessário que o prazo de fidelização seja compatibilizado com o Código de Defesa do Consumidor, que prevê a revisão das cláusulas contratuais em razão de fatos que ocorram após o início da relação entre cliente e operadora, principalmente quando o fornecedor não cumpre a sua parte. O procurador esclarece que sempre atua por meio de recomendação, que é uma tentativa de resolução extrajudicial, e só procura a Justiça quando o órgão em questão não acata o pedido, como foi o caso.
“Você constroi os contratos, a oferta e a publicidade sendo coerente com as suas limitações. Se deveria ser cem, mas eu só consigo dez, por que as operadoras tratam como se fosse cem e não como se fosse dez?”
Multas polêmicas
E
m maio de 2008, a superintendência de serviços públicos da Anatel produziu um informe que concluía que as multas aplicadas à Brasil Telecom poderiam colocar em risco a capacidade de investimento da companhia e seu equilíbrio econômicofinanceiro. O tal informe tornou-se um problema para a Anatel quando o então superintendente, Gilberto Alves, determinou que ele fosse anexado a mais de 200 Pados da BrT. Com isso, a agência deu munição para que a companhia contestasse as multas que ela própria aplicou. Com a divulgação do informe por Teletime News no começo de 2009, a corregedoria da Anatel abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias em que ele foi produzido. Além disso, atendendo a uma representação do Ministério Público, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Corregedoria Geral da União (CGU) passaram também a investigar o caso.
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“A regulamentação é significativamente avançada. Apesar disso, ela é pouco efetiva. A Anatel deve ter compromisso com a regulamentação que ela própria editou”
FOTOS: divulgação
ção das telecomunicações e Schusterschitz acres mesmo ao Plano Nacional de centa que já é difícil o Banda Larga (PNBL), proposto regulador sancionar o no começo do ano pelo goverregulado em função de no Lula. Marcio Schusterschitz uma assimetria de acredita que um plano de conhecimento. Segundo banda larga não pode vir desele, o regulado sabe casado de um novo desenho mais sobre ele do que o das telecomunicações. Para regulador. Além disso, o Alexandre Gavronski, ele, o País erra ao não impleregulado tem a capacido MPF no Rio Grande do Sul mentar o desenho proposto na dade de trabalhar com a privatização, que seria sustenmulta como uma das tado por três pilares: universaProximidade e respeito alternativas, um dado do negócio. “Cabe lização, competição e eficiência. Nenhum O atual procurador especializado da ao regulador conseguir fazer com que a deles, na visão de Schusterschitz, se torAnatel, Marcelo Bechara, que não estava multa seja a opção que ganhe, ou seja, nou realidade. E erra, de novo, ao propor no cargo na época que estourou o escânque o regulado prefira não receber a um Plano Nacional de Banda Larga sem dalo do informe, diz que quanto mais a multa. Aí tem duas dimensões, o tamaajustes no modelo pós-privatização. Por Anatel estiver próxima do Ministério nho da multa e se ela vai ser cobrada ou exemplo, tornar a banda larga um serviço Público, melhor. Entretanto, ressalta que não. A regulação não é texto, a regulação público, a promoção de uma reforma na o papel regulador da agência precisa ser não é resolução, não é discurso, a reguAnatel etc. “Eu acho que nós temos que preservado. Bechara afirma que é preciso lação é a capacidade de se modificar refazer o desenho. E para refazer o deselevar em conta outros fatores que muitas comportamentos”, diz o procurador de nho, a primeira coisa que temos que recovezes acabam influenciando a qualidade São Paulo. nhecer é que o desenho passado sequer dos serviços. Ele cita o caso de Juiz de Para Gavronski, do Rio Grande do Sul, foi implementado. O mérito que a gente Fora, cidade mineira onde as restrições a relação entre os dois órgãos tende a tem hoje do modelo de privatização é para a instalação de ERBs prejudicam voltar à sua normalidade na medida em numérico. Hoje nós temos mais telefones. muito o serviço de 3G. que a agência execute algumas sugestões Esse é o único mérito”, analisa. Além disso, ele lembra que há algupropostas pelo MP. Uma delas é a mudanA Anatel, na visão do procurador, tormas iniciativas de MP estaduais que são ça da fraseologia dos call centers sobre o nou-se uma agência que não reflete os “verdadeiras tragédias”. Ele cita um direito do usuário de obter o conteúdo das anseios da sociedade e do mercado. A caso no interior do Rio Grande do Sul, gravações. “As reuniões estão suspensas estrutura da Anatel, em que cada serviço onde um promotor convocava sucessipor causa do desgaste no ano passado em é tratado em uma superintendência, para vamente membros da agência para relação ao informe. Se a mudança da fraele é anacrônica. “Não dá mais para disaudiências públicas em várias cidades seologia for aprovada, é um grande passo cutir telefonia em uma sala, banda larga diferentes. “A atuação do MP eu vejo para que as relações sejam retomadas”, em outra e TV por assinatura em uma com muitos bons olhos. Existem alguns afirma o procurador. terceira sala”. Em relação à proposta de procuradores com conhecimento mais Diante da dificuldade que o consumique as reuniões do conselho diretor sejam profundo da matéria e eles acabam dor tem em obter a gravação do atendiabertas, Schusterschitz provoca. “A Anatel tendo iniciativas muito boas”, diz mento, em 2008 o grupo de trabalho em faz parte de uma ordem medieval ou é um Bechara. O procurador especializado da telefonia do MP pediu à Anatel que coloórgão de uma república do século XXI”? Anatel ainda chama atenção para que casse uma nova frase em consulta públiJá o procurador do Ministério Público haja limites na atuação do MP. “O MP ca: “Por norma da Anatel, esta ligação do Rio Grande do Sul Alexandre deve trabalhar para fortalecer o modelo, está sendo gravada. Em caso de mau Gavronski acredita que o problema não para enfraquecê-lo. Ele é o fiscal da atendimento, a gravação poderá ser solimaior é a incapacidade da agência em lei, não o fiscal da agência”, diz ele. citada pelo usuário”. A consulta pública executar as normas editadas por ela. “A só foi aprovada no final de 2009 e a frase regulamentação é significativamente PNBL definida pela agência acabou saindo um avançada e foi elaborada em um procesMas comparando a realidade do merpouco diferente da proposta do MP. No so louvável de articulação com diversas cado com o que pensam os procuradores, lugar de “mal atendimento” o texto aproentidades. Apesar disso, ela é pouco fica claro que o problema não vado foi “caso necessário”. efetiva. A gente está brincando de fazer é de simples resolução. Por Alexandre Gavronski crê que a regulamentação? A Anatel deve ter comexemplo, percebe-se no MPF mudança da fraseologia seja promisso com a regulamentação que ela uma visão crítica aos resultaum indutor da efetividade da própria editou”, declara. dos do processo de privatizanorma que permite ao usuário ter acesso à gravação dos atendimentos do call center. “Isso é um direito previsto no decreto do SAC. Mas o consumidor pede a gravação, a empresa não dá, e ele acaba sendo vencido pelo Marcelo Bechara, procurador da Anatel cansaço”, afirma.
“O MP deve trabalhar para fortalecer o modelo, não para enfraquecê-lo. Ele é o fiscal da lei, não da agência”,
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Paulo Ludmer*
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.:pontodevista
cartas.teletime@convergecom.com.br
O desafio energético das teles
J
á não basta às operadoras de telefonia buscar economia de energia (de kWh) para cumprirem suas obrigações econômico-sociais e seus compromissos de sustentabilidade. Agora, a competitividade dessas companhias no Brasil inclui de modo essencial uma visão e uma atuação sistêmica no que concerne à sua política energética. Até há pouco tempo, essas empresas perseguiam economias de energia em suas edificações e nas torres espalhadas feito paliteiros por suas áreas de concessão. Isso não é mais suficiente. Educar funcionários – prática que vinha ocorrendo – é necessário, mas sua suficiência inclui uma noção de que a conservação de energia é uma árvore num bosque. E que este bosque envolve inovação. Mais ainda, inovar a inovação. A introdução de progressos tecnológicos no setor é exponencial e vertiginosa. Requer extraordinária prontidão. A prioridade anterior - o simples consumo racional - passa a se subordinar a uma transformação constante de um avião que se modifica em pleno vôo. Pensar em sensores que acendem as luzes com a presença humana nos edifícios é de fato apenas um tempero, embora obrigatório e cultural. Tampouco a indispensável investigação administrativa de faturas de energia elétrica dá conta da realidade que se apresenta. Não obstante, a ininterrupta e irracional burocratização da vida brasileira é um cipoal de regramentos de relevo neste ritual que nunca se finda. A Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica - publica resoluções e normas às dezenas por ano. E os tributos – cada um deles – são um novelo de comandos legais a se alterar todo o tempo. Ai das teles... Em reportagem desta revista
TELETIME do mês de abril, vimos que em redes fixas de telecomunicações, se substituíram centrais TDM por NGN; adotaram-se tecnologias que controlam a potência e o consumo de energia em função do tráfego de dados; além dos conhecidos controles de temperaturas, ventilação e outras providências nos ativos internos e externos das teles. Em redes móveis providências semelhantes foram adotadas quando o tráfego de dados é pequeno, além de aproximação de rádio à antena e trocas de equipamentos por outros de menor porte. Ainda assim, somente a Oi e a Telefônica juntas absorveram mais de 2,1 mil GWh, em 2009, a maior parte em rede fixa e menos de 25% adquiri-
evidentes em curso, a saber: • O mundo industrializado tenta se livrar do petróleo e do gás. A biomassa deve abastecer a rota do eteno, pois não demorará a obtenção de etanol diretamente de vegetais (sem queima) por enzimas; por sua vez, a rota do benzeno tende a provir do carvão mineral. Mas está distante; • As energias renováveis, hoje mais caras, serão uma fatalidade. Pela ordem: as eólicas, depois solares, geotérmicas, maremotrizes e outras; • A combustão em motores como a conhecemos será sucateada. Células de hidrogênio e baterias elétricas estão a caminho; • A exploração do Pré-sal no Brasil não deve iludir as análises. Os hidrocar-
“A noção de conservação de energia é apenas uma árvore no bosque. Telecomunicações é algo que depende irremediavelmente de energia elétrica. Portanto, os riscos e as oportunidades de médio prazo devem ser monitorados” dos no mercado livre. Observe-se que um grande consumidor de energia ultrapassa a marca de 300 GWh/ano, segundo a International Federation of Industrial Energy Consumers – IFIEC. Não é por menos que a energia representa cerca de 20% do custo operacional dessas companhias quando se consideram as redes móveis, e 40% nas redes fixas. São dimensões que não comportam amadorismos. Telecomunicações é algo que depende irremediavelmente de energia elétrica. Portanto os riscos e as oportunidades de médio prazo no universo mercadológico da energia devem ser monitorados. Esta tarefa deve considerar os energéticos num vaso de tubos comunicantes. Vale dizer, para onde vamos? Há fatos 52 Teletime jun_2010
bonetos terão sobrevida, mas estão à beira de perder seu reinado; e, • Pela falta de uma solução supranacional, quem apressará todas as mudanças são a natureza, a mudança de todos os preços relativos camuflados por bom-mocismo, sustentabilidade, educação e nova lógica no capitalismo. Não obstante os contornos do futuro, o Brasil segue rumo a um capitalismo de estado supondo que a intervenção e o planejamento centralizado (inclui comunicações) possam deter a clara movimentação da humanidade civilizada. *Jornalista, engenheiro, professor, consultor e escritor, com o site www.pauloludmer.com.br
.:produtos
Fernando Paiva
fernando.paiva@convergecom.com.br
Na era dos 100 Gbps FOTOS: divulgação
Para suportar o crescente volume de tráfego de dados, as redes ópticas estão em constante evolução tecnológica. O mais novo passo nesse sentido foi o lançamento, pela AlcatelLucent, de uma solução que suporta até 100 Gbps em um comprimento de onda. A novidade utiliza uma tecnologia batizada de “Next Generation Coherent”, e está presente no produto 1830 Photonic Service Switch (PSS), fabricado pela empresa. Com 100 Gbps é possível transportar 100 mil arquivos mp3 em um minuto ou mais de 10 mil canais de TV em alta definição veiculados ao vivo, simultaneamente. A tecnologia já foi testada pela Telefónica no fim do ano passado e recentemente foi escolhida pela japonesa Softbank Telecom para atualizar seu backbone óptico. www.alcatel-lucent.com
Data center virtual e flexível A BT lançou no Brasil seu serviço de data center virtual. Ele permite ao cliente alterar remotamente, através de um portal na web, a configuração do data center, acrescentando ou reduzindo capacidade de armazenamento, modificando opções de segurança etc. Por contrato, as alterações podem ser feitas a qualquer momento, de acordo com as necessidades. A BT disponibiliza também profissionais para auxiliar a configurar da melhor maneira o data center virtual. Em uma primeira fase, a infraestrutura usada pela BT está instalada fora do País. www.bt.com
Driblando o roaming Realizar chamadas do celular durante viagens internacionais custa caro. Para diminuir esses gastos, a PL Tecnologia lança no Brasil a solução corporativa Comdasys Mobile Convergence, que conecta o PABX de uma empresa a um software instalado nos smartphones de seus funcionários. O aplicativo seleciona automaticamente a rede mais barata disponível para a execução de uma chamada de voz pelo celular: WiFi, 3G ou 2G. A definição da rede a ser utilizada a cada ligação é feita de maneira invisível ao usuário. A solução inclui também o uso de “call back”: um comando é enviado ao PABX da empresa, que realiza em seguida uma chamada de volta para o smartphone, permitindo então a discagem a um preço mais barato. O aplicativo está disponível nos sistemas operacionais Android, Symbian, RIM OS e iPhone. www.pl.com.br
VoIP terceirizado Pequenos e médios provedores de banda larga e TV a cabo que queiram lançar serviços de telefonia fixa com tecnologia VoIP para seus clientes não precisam mais investir em hardware e servidores extras. A Transit, em parceria com a VoIP Group, lançou o serviço VoIP Cloud Distributor, que disponibiliza aos provedores, através da web, toda a infraestrutura necessária para a oferta de VoIP. A plataforma fica instalada no data center da Transit e permite o gerenciamento de diferentes modelos de negócios na oferta de VoIP, além de billing em tempo real e tabelas de terminação de chamadas a preços competitivos. Os provedores interessados precisam ter licença SCM ou STFC para prestar o serviço aos seus assinantes. A Transit espera alcançar a marca de 5 milhões de minutos trafegados por mês nessa plataforma até o final de 2011. www.transitbrasil.com.br
Navegador com TV digital Depois dos celulares, é a vez dos navegadores veiculares incluírem antena de recepção de TV digital no padrão brasileiro SBTVD. A Mio acaba de lançar a sua versão, batizada de Mio Moov VV505s. O aparelho tem tela LCD de 4,7 polegadas sensível ao toque, entrada para cartão micro SD e é capaz de reproduzir músicas em mp3 e abrir fotos e vídeos. O navegador tem mapas de 1.518 cidades brasileiras, sendo 535 navegáveis, e contém mais de um milhão de pontos de interesse selecionados pelo Guia 4 Rodas. Além disso, recebe informações em tempo real sobre as condições do tráfego no Rio de Janeiro e São Paulo pela tecnologia TMC (Traffic Message Channel), que usa as ondas de rádio para comunicação. O preço sugerido é de R$ 1.499. www.mio.com/br
Cláudio Dascal
cartas.teletime@convergecom.com.br
FOTO: ARQUIVO
.:ponto&contraponto
Matando a galinha dos ovos de ouro
A
adesão às novas tendências tecnológicas pelas operadoras nem sempre é acompanhada pelos usuários ou mesmo pelos fornecedores de aplicativos ou terminais. Com isso, muitas vezes há a demora de adoção das novas facilidades ofertadas, seja por falta de uma clara vantagem operativa ou uma melhor experiência do usuário. A implantação das redes 3G seguiu o mesmo padrão. De início, foi oferecido acesso móvel a Internet, mas pela falta de adaptação dos browsers e sites ao tamanho da tela dos celulares e pouca praticidade no uso dos celulares para esse fim, a adoção dos serviços móveis como ferramentas de navegação não correspondeu às expectativas de marketing. E muito menos à expectativa de retorno de investimento pelos acionistas. A reação inicial do marketing das operadoras foi criar pacotes de tarifas mais baratas para incentivar o uso pela redução do preço. Porém, com o advento do iPhone e de várias opções de smartphones, criou-se um novo paradigma que mudou radicalmente a experiência do usuário, alterando a demanda por estes tipos de serviços e de novos aplicativos. Em paralelo, houve a percepção de que os notebooks (nomádicos) tinham muito mais serventia com a utilização dos modems 3G e acesso ilimitado. O resultado é que houve uma explosão da demanda de dados. Hoje, a soma dos acessos móveis e dos nomádicos faz com que a banda larga via redes celulares já supere o número de acessos pela rede física. De outro lado, é uma realidade que as comunicações caminham aceleradamente pa ra serem IP. Num futuro não muito distante, serviços de voz, que sustentam as operadoras, serão substituídos pelos serviços de dados. Porém, não há uma certeza ainda se estas receitas de dados serão superiores às de voz. Neste contexto é que retomamos a questão do valor atribuído ao serviço de dados e em que medida as áreas de marketing das operadoras, afoitas em incentivarem estes novos serviços, não estão diminuindo o seu valor e com isso comprometendo o futuro em termos de retorno do investimento. As tarifas planas ou tarifas para tráfego ilimitado foram introduzidas ainda nos anos 90 nos Estados Unidos para tráfego local e de longa distância, e ainda assim as operadoras
ainda existem firmes e fortes. A razão desse sucesso pode ter sido a expansão em paralelo de novos serviços, principalmente os serviços móveis. O fato é que as operações fixas estão encolhendo e a oferta de novos serviços pelas redes fixas é mais problemática, em particular ao associar valor e receita a estes novos serviços. Já vimos antes esta novela: o IP sendo descrito como o futuro da telefonia fixa. Mas isso não aconteceu, já que para as operadoras é melhor o status quo do que qualquer mudan ça de modelo tarifário que acabe com a assinatura básica, que é a razão de seu sustento. As operadoras móveis, por sua vez, não estão conseguindo criar valor para os assinantes que se disponham a pagar estes no vos serviços. E embora todos falem em ban da larga móvel 3G e até em LTE, a oferta de flat fee se disseminou e ninguém explicou
“Em um futuro não muito distante, serviços de voz, que sustentam as operadoras, serão substituídos pelos serviços de dados. Porém não há uma certeza ainda se estas receitas de dados serão superiores às de voz” como a equação de retorno dos investimentos vai fechar. Como fazer para que os usuários de alto uso (heavy users) mantenham ou mesmo aumentem seu ARPU com novos modelos tarifários? Uma das questões-chave é que com o acesso ilimitado à Internet, o usuário logo estará falando via IP, sem contribuir para a operadora. Antes, o usuário precisava comprar o aplicativo de VoIP da operadora. Agora, nem isso. Até agora as operadoras controlavam totalmente os seus parceiros, e as práticas de revenue share estão estabelecidas e controladas pelas operadoras. Com a banda larga móvel, este controle deixa de existir. Mas a responsabilidade de garantir a entrega de dados com qualidade continua sendo das operadoras. Uma das possibilidades é que a ope54 Teletime jun_2010
radora seja remunerada pelas application stores. Estas lojas virtuais poderiam, no limite, pagar algum tipo de tarifa de interconexão pelo uso da rede, como exemplo. Na visão que se tinha antes da introdução das redes 3G, a expectativa de tráfego de dados era em gigabits. Posteriormente, identificou-se que o desenvolvimento dos países estava associado ao tráfego de dados e que um indicador de desenvolvimento não estaria só ligado ao produto interno bruto, mas também a um indicador de tráfego de dados na casa de dezenas de terabytes. Hoje a realidade de desenvolvimento da banda larga móvel eleva estes números à casa de exabytes. Este tráfego gerado pelo modems acoplados aos notebooks e mais recentemente agregado o tráfego dos smartphones impacta as redes de acesso, backhaul e também as redes de sinalização, pois os smartphones mantêm sessões abertas para muitos de seus aplicativos, diferentemente dos notebooks. O fato é que as conexões de banda larga móvel já superam, no Brasil, as conexões de banda larga fixa. O tráfego cresce e é necessário investir em capacidade de rede, capacidade de sinalização e backhaul. De onde vem o retorno a estes investimentos? A obrigação de qualidade perante o usuário é da operadora celular, mas a receita pode não ser correspondente. As operadoras móveis, ao adotarem a tarifa plana para dados, partiram para um modelo de incentivo de uso, acelerando a demanda de tráfego, sem uma correspondente contrapartida de receita. Tiveram que recuar. Criar valor no serviço de dados é o desafio para evitar que o serviço degrade, juntamente com a rentabilidade do investimento das operadoras de serviços móveis. Ao final, alguém tem que pagar a conta, pois o investimento é real. E deste investimento é que dependem as novas evoluções da tecnologia, como o LTE e LTE Advanced. As operadoras celulares têm um ativo incrível, mas ainda pouco explorado, que é o conhecimento dos usuários. Sabem onde estão suas preferências, informações estas que nenhuma application store terá. Na utilização inteligente deste conhecimento está, provavelmente, a resposta sobre como gerar as receitas necessárias a partir dos investimentos em banda larga móvel.
FIQUE . O D A D U GR Competição na telefonia móvel
Redes móveis de dados Cobertura por municípios
Operadoras por municípios
2G (4172) 3G (511)
5 ou 6 (338) 3 ou 4 (2197) 1 ou 2 (2148) Nenhuma (878)
Fonte: Anatel e Operadoras. Base junho/2009. Obs.: os números entre parênteses representam o total de municípios em cada faixa. As áreas plotadas indicam o território total dos municípios, e não apenas perímetro urbano. Considerou-se 2G as tecnologias 1xRTT, GPRS, EDGE e iDEN (Nextel); e 3G as tecnologias EV-DO, WCDMA e HSDPA.
Fonte: Anatel e Operadoras. Base junho/2009. Obs.: inclui a Nextel. Os números entre parênteses representam o total de municípios em cada faixa. As áreas plotadas indicam o território total dos municípios, e não apenas perímetro urbano.
CTBC
Market share das teles móveis por Estado
46,24% 30,22% 20,01% 3,54% 2.460.699
MATO GROSSO Vivo 48,80% Claro 23,14% Oi (BrT) 16,77% TIM 11,29% Acessos 2.657.592 MATO GROSSO DO SUL Vivo 40,71% Claro 32,61% TIM 15,01% Oi (BrT) 11,53% CTBC 0,14% Acessos 2.350.420 MINAS GERAIS Oi 31,13% Vivo 28,92% TIM 23,39% Claro 14,22% CTBC 2,34% Acessos 16.404.996 PARÁ TIM Vivo Oi Claro Acessos
35,10% 32,79% 29,08% 3,03% 4.280.565
SÃO PAULO Vivo 36,34% Claro 32,56% TIM 22,55% Oi 8,35% CTBC 0,16% aeiou (Unicel) 0,05% Acessos 39.975.722 SERGIPE Vivo Oi Claro TIM Acessos
49,78% 22,13% 17,50% 10,60% 1.585.121
TOCANTINS Claro Oi (BrT) Vivo TIM Acessos
35,03% 27,97% 22,47% 14,53% 900.416
Evolução da telefonia no Brasil
Sercomtel (16)
Acessos instalados: 177,9mil | Acessos em serviço:156,9 mil Acessos ADSL: 49,9 mil | Receita Bruta: R$ 49,029 milhões
GVT
(15)
Acessos instalados: 2,097 milhões | Acessos em serviço: 2,097 milhões Acessos ADSL: 493,7 milhões | Receita Bruta: R$ 604,9 milhões
REGIÃO III
OPTIONS
Acessos instalados: 14,738 milhões | Acessos em serviço: 11,582 milhões Acessos ADSL: 2,656 milhões | Receita Bruta: R$ 5,824 milhões (18)
Embratel
Acessos instalados: n.d. | Acessos em serviço: 5,836 milhões Receita Bruta: R$ 3,523 milhões
20
0
Sercomtel Celular
2003
2004
2005
2006
2007
2008 2009**
* Número de linhas instaladas informado pela Anatel referem-se apenas às concessionárias. ** Dados atualizados até junho/2009. *** Dados atualizados até maio/2009 Fonte: Anatel
TIM (24)
Raio X da telefonia móvel
aeiou (Unicel)
VIVO (inclui Telemig) (25)
Bandas: A, B, E, F, J e L | Tecnologias: TDMA / CDMA / GSM / WCDMA Assinantes: 45,641 milhões | ARPU: R$27,00 | Receita Bruta: 5,594 milhões
Acessos instalados: n.d. | Acessos em serviço: 94,177 mil Receita Bruta: n.d.
Acessos Móveis por Plano/Região Região
Pré-Pago
Pós-Pago
Total
I II III Total
63.947.876 12.811.187 76.759.063 32.940.876 7.826.152 40.767.028 31.867.247 8.108.475 39.975.722 128.755.999 28.745.814 157.501.813
2002
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OUTORGAS
OPERADORA [CSP]
Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para cidades da BA, ES, GO, MG, MS, MT, PR,
Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Santa Helena de Goiás/GO. Aut. local/LDN/LDI para áreas de numeração 21, 22 e 24 do PGCN e Região III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. LDN/LDI para Região IV do PGO; e Aut. local para Regiões I, II e III do PGO. Interconect Aut. local/LDN/LDI para áreas de numeração 11, 21, 31, 41, 51 e 61 do PGCN. IPCorp (Falkland) [91] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Itavoice [57] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Linknet [52] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Local Telecom Aut. local para áreas de numeração 85 e 88 do PGCN. Locaweb Telecom [72] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Mundivox Aut. local para área de numeração 21 do PGCN. My Host Internet Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. NE Balestra Aut. local/LDN/LDI para três municípios de GO. Nebracam [95] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. NetGlobalis Aut. LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Nextel Aut. local/LDN/LDI para Região III e áreas de numeração 21, 22, 24, 31, 41, 47, 48, 51, 61e 62 do PGCN. Nexus Telecom [61] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Nortelpa [39] Aut. local/LDN/LDI para Santana/AP e oito municípios do PA. Oi (Brasil Telecom) [14] Conc. local/LDN para Região II do PGO,(exceto Setores 20, 22 e 25); Aut. LDI para Regiões I, II e III do PGO; e Aut. local/LDN para Regiões I, III e Setores 20, 22 e 25 da Região II do PGO. Oi (Telemar) [31] Conc. local/LDN para Região I do PGO (exceto Setor 3); Aut. Local/LDN para o Setor 3 da Região I e para as Regiões II e III do PGO; e Aut. LDI para as Regiões I, II e III do PGO. Ora Telecom (Sermatel) [81] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. OSI Telecom (Global OSI) Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Ostara Telecom [53] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. OTS – Option [62] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Plenna [48] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Plumium Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. RCR Engenharia Aut. local/LDN/LDI para alguns municípios na BA, ES, MG e RJ.
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Dialdata VoIP Digital Design DirectCall (SignalLink) DollarPhone [71] DSLI Vox 3 [36] E1 Telecom [67] Easytone [35] Embratel [21] Encom Engetel Engevox [39] Épsilon [19] Espas [56] Fonar [13] Fonet GDT Net Geolink Global Crossing [45]
2004
2005
2006
2007
2008 2009***
78,1
30 20
0
2002
Tecnologia AMPS TDMA CDMA GSM WCDMA (3G) CDMA EV-DO TERM. DE DADOS Total
Total 6.417 498.818 10.540.394 140.281.465 1.619.203 239.575 4.315.941 157.501.813
2003
63,59
53,24
46,58
40
2005
Penetração (acessos/100 hab.) 0,00 0,26 5,52 73,42 0,85 0,13 2,26 82,44
Região I II III Total
31,36% 24,96% 19,33% 12,89% 11,41% 5,02%
51,41% 39,27% 5,27% 0,95% 2%
Solpart Part. S/A Copart 1 Part. S/A Previ BNDESPar Outros
100% Invitel 100% Coari Part. S/A
51,89% 25,95% 8,19% 7,98% 5,99%
BNDESPAR 100% FCF-FIA Fiago Part. S/A(27) LF Tel S/A 100% La Fonte AG Telecom Part. S/A (6) Telecom S/A (9) Luxemburgo Part. S/A (7) FASS (8)
CTBC TELECOM Cia Telecom. do Brasil Central 97,03% Algar S/A (5) 2,97% Outros
TIM TIM Part. S/A 81,32% TIM Brasil Serv. e Part. S/A 18,68% Outros
GVT GVT Holding S/A 100% GVT (Holding) NV 18,45% Global Village Telecom (Holland) BV 8,09% Swarth Invest. LLC 4,56% Swarth Investments Holding LLC 68,90% Outros
100% Telecom Italia SpA
45,12% 26,64% 9,64% 9,64% 8,20% 0,76%
INTELIG TELECOM 100% Holdco Part. S/A
100% Copart 1
Previ FASS (8) Funcef Petros Telos
SERCOMTEL 55% Pref. Londrina 45% Copel
100% JVCO Part. Ltda.(4)
Egaly Group Inc. Magnum Telecom Ltd. IDB Develop. Corp. Ltd. Discount Invest. Corp. Ltd. Quillon Ltd. Gilat Satellite Networks Ltd.
EMBRATEL Embratel Part. S/A (3) 54,58% Telmex Solutions Telecom. Ltda. 43,52% Controladora de Serv. de Telecom. S/A 1,90% Outros
Composições societárias das operadoras móveis (1) 2006
2007
2008 2009***
Estações Radiobase Licenciadas (ERB’s)
Participação (%) 0,00 0,32 6,69 89,07 1,03 0,15 2,74 100,00
52,45% Telemar Part. S/A(27) 5,17% Previ 42,38% Outros
TELEFÔNICA Telecomunicações de São Paulo S/A - Telesp 50,71% SP Telecom. Part. Ltda. (17) 34,87% Telefónica Intl. S/A 14,30% Outros
OI 100% 2004
100% Telemar Norte Leste S/A
Total 20.649 13.252 10.521 44.422
Participação (%) 46,48 29,83 23,68 100,00
Fonte: Anatel. Maio/2009.
OI (BrT GSM) 100% Brasil Telecom S/A (2)
Telemar Norte Leste S/A
OI (Amazônia Celular S/A) (10) 99,99% Tele Norte Celular Part. S/A
CLARO (11) Americel S/A 92,88% Claro Telecom Part. S/A 1,31% AM Telecom Americas 5,81% Sercotel Claro S/A 87,32% Claro Telecom Part. S/A 11,90% AM Telecom Americas 0,75% Sercotel 0,03% Outros
99,65% Telemar Norte Leste S/A 0,35% Outros VIVO Vivo Part. S/A 40,10% Brasilcel NV 16,55% Sudestecel Part. Ltda.(12) 16,32% Portelcom Part. S/A 12,62% TBS Celular Part. S/A 2,21% Tagilo Part. S/A(12) 1,77% Avista Part. Ltda.(12) 10,43% Outros VIVO (Telemig Celular S/A) (10) 97,04% Vivo Part. S/A 2,96% Outros
50% PT Móveis SGPS S/A 50% Telefónica S/A 60,15% Brasilcel NV 39,85% PTelecom Brasil S/A(12)
TIM TIM Part. S/A 81,32% TIM Brasil Serv. e Part. S/A 18,68% Outros
100%
Telecom Italia SpA
CTBC CELULAR 84,43% CTBC Telecom 15,57% Outros 73,27% Brasilcel NV 22,99% Sudestecel Part. Ltda. 2,62% CTC do Chile (Telefónica) 1,12% Telefónica S/A
SERCOMTEL CELULAR 55% Pref. Londrina 45% Copel UNICEL (13) Unicel do Brasil Telec. Ltda. 100% José Roberto Melo da Silva e EBJ Oito Part.
Notas
OPERADORA [CSP]
CTBC Telecom [12]
50
Acessos Móveis por Tecnologia
Penetração Participação (acessos/ (%) 100 hab.) 48,74 73,12 25,88 90,35 25,38 97,59 100,00 82,44
51Brasil [51] Aerotech [27] Alôtelecom RS SC , TO e SP. Alpha Nobilis [98] Amigo Telecom [96] BaydeNet BBS Options [39] BBT do Brasil [84] BT Communications [47] Cabo Natal Cambridge Telecom. [49] CGB Voip [65] Cia. Itabirana Conceito Telecom Conecta (Konecta) [89] Convergia Brasil [32]
60
10
2003
Outorgas de telefonia fixa | LD, LDI e local
Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO, (exceto Ilha Bela, Santa Branca, Bertioga, Águas de Lindóia, Serra Negra, Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba e Lindóia. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Itapema/SC. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Região III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para áreas de numeração 21, 31, 41 e 51 do PGCN e Região III do PGO. Conc. local/LDN para Setor 3, 22,25 e 33 do PGO; Aut. local/LDN Região I, II e III do PGO, (exceto os Setores 3, 22,25 e 33); e Aut. LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Conc. LDN/LDI para Região IV do PGO; e Aut. local para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local para área de numeração 61 do PGCN. Aut. local/LDN/LDI para alguns municípios do ES, MG, PR, RJ, RS e SC. Aut. local/LDN/LDI para áreas de numeração 24, 31 e 73 do PGCN. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Aut. local/LDN/LDI para Santana de Parnaíba/SP. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO.
70
82,44
157,5
60
0
80
99,9
80
20
(Londrina/PR e Tamarana/PR) Banda: A | Tecnologias: TDMA / GSM / WCDMA Assinantes: 85,734 mil | ARPU: R$ 27,43 | Receita Bruta: R$ 9,783 milhões
Banda: E | Tecnologia: GSM Assinantes: 19,262 mil (19) | ARPU: n.d. | Receita Bruta: n.d.
100
40
2002
121
120
150,6
61
30
Banda: M | Tecnologia: GSM
Intelig Telecom Fonte: Anatel. Base Maio/2009.
140
10
(20)
Bandas: A, B, D, E, F, G e I | Tecnologias: TDMA / GSM / WCDMA Assinantes: 36,1 milhões | ARPU: R$26,00 | Receita Bruta: 4,212 bilhões
Telefônica (15)
REGIÃO IV
Bandas: A, D, E, F, I e M | Tecnologias: GSM / WCDMA Assinantes: 31,835 milhões | ARPU: R$ 21,1 | Receita Bruta: R$ 2,270 bilhões
40
36,63
Acessos instalados: 28 milhões (26) | Acessos em serviço: 8,046 milhões Acessos ADSL: 1,858 milhão | Receita Bruta: R$ 8,972 milhões
50
90 (acessos por 100 habitantes)
OI (BrT)
OI (inclui BrT) (23)
(15)
60
86,2
REGIÃO II
(Diversas cidades de GO, MG, MS e SP) Bandas: A, G e I | Tecnologia: TDMA / GSM / WCDMA Assinantes: 456 mil | ARPU: R$ 39,7 | Receita Bruta: R$ 76,4 milhões
Penetração da telefonia celular
160
Linhas em serviço
52,7
CTBC Celular (22)
Acessos instalados: 870 mil | Acessos em serviço: 673 mil Acessos ADSL: 211 mil | Receita Bruta: R$ 245,3 milhões
Acessos móveis em serviço
Linhas instaladas
43,6*
CTBC Telecom (15)
70
41,1
Bandas: B, D, E, G, F, L e I (21) | Assinantes: 39,587 milhões ARPU: R$ 22,6 | Receita Bruta: R$ 3,629 bilhões
26,22
Acessos fixos
CLARO
39,4
OI (15)
Acessos instalados: 28 milhões (26) | Acessos em serviço: 13,780 milhões Acessos ADSL: 2,080 milhões | Receita Bruta: R$ 8,972 milhões
65,6
Móveis
REGIÃO I
20,33
SANTA CATARINA TIM 40,00% Vivo 25,36% Claro 20,57% Oi (BrT) 14,07% Acessos 5.324.940
Fixas
46,4
56,98% 29,82% 10,19% 3,01% 274.472
Dados operacionais (14)
(em milhões)
RORAIMA Vivo TIM Oi Claro Acessos
38,91% 29,10% 24,05% 7,94% 1.220.651
OI Telemar Norte Leste S/A (2) 97,35% Tele Norte Leste Part. S/A 2,65% Outros
Fonte: Anatel e Operadoras. Base junho/2009. Obs.: os números entre parênteses representam o total de municípios em cada faixa. Consideradas apenas as operações em funcionamento. As áreas plotadas indicam o território total dos municípios, e não apenas perímetro urbano.
34
RONDÔNIA Claro Oi (BrT) Vivo TIM Acessos
OI (BrT) Brasil Telecom S/A (2) (28) 99,09% Brasil Telecom Part. S/A 0,25% Copart 2 Part. S/A 100% Coari Part. S/A 0,66% Outros
Fonte Anatel. Base: maio/2009
34,9
MARANHÃO Oi TIM Vivo Claro Acessos
RIO GRANDE DO SUL Vivo 42,30% Claro 31,77% TIM 14,15% Oi (BrT) 11,78% Acessos 10.064.973
Oi 21,15%
Sercomtel 0,06%
Composições societárias das operadoras fixas (1)
Acima de 19 (7) 11 a 18 (88) 2 a 10 (777) Apenas incumbent (4680)
38,8
RIO GRANDE DO NORTE TIM 33,60% Oi 33,06% Claro 32,28% Vivo 1,07% Acessos 2.396.515
TIM 23,59%
Operadoras por municípios
50
44,54% 30,49% 21,65% 3,32% 5.636.609
aeiou 0,01%
Total de acessos no Brasil: 157.501.813
Principais prestadoras de STFC e SMP
Competição na telefonia fixa
Áreas de numeração e das operações móveis
51,2
CEARÁ Oi TIM Claro Vivo Acessos
RIO DE JANEIRO Vivo 34,04% Claro 28,78% Oi 23,66% TIM 13,52% Acessos 15.699.391
34,47% 29,31% 20,65% 15,12% 0,46% 4.949.340
CTBC 0,30%
50,5
34,93% 32,99% 30,69% 1,39% 1.561.437
25,09% 19,09% 9.196.370
GOIÁS Claro Vivo Oi (BrT) TIM CTBC Acessos
Claro 25,51%
39,8
PIAUÍ TIM Claro Oi Vivo Acessos
30,48% 25,34%
ESPÍRITO SANTO Vivo 59,69% Claro 14,46% TIM 14,00% Oi 11,85% Acessos 3.077.869
Vivo 29,38%
PERNAMBUCO Oi 39,36% TIM 30,16% Claro 26,74% Vivo 3,73% Acessos 6.951.147
BAHIA Oi Claro Vivo TIM Acessos
DISTRITO FEDERAL Claro 34,50% Oi (BrT) 25,60% Vivo 24,05% TIM 15,85% Acessos 4.084.130
Market share do Serviço Móvel Pessoal
49,8
45,89% 22,63% 18,65% 11,78% 1,05% 8.724.832
49,2
40,57% 36,54% 18,94% 3,95% 2.315.000
P PARANÁ TIM Vivo Claro Oi (BrT) Sercomtel Acessos
39,6
AMAZÔNIA Vivo TIM Oi Claro Acessos
40,82% 37,28% 18,23% 3,68% 463.327
46,74% 25,75% 25,38% 2,12% 2.355.680
39,2
AMAPÁ Vivo TIM Oi Claro Acessos
39,11% 30,14% 29,55% 1,20% 2.099.865
P PARA ÍBA PARAÍBA Oi TIM Claro Vivo Acessos
38,8
ALAGOAS TIM Oi Claro Vivo Acessos
42,16% 27,78% 19,14% 10,93% 489.734
(em milhões)
ACRE Vivo Claro Oi (BrT) TIM Acessos
GlobalNova GMP Projetos Golden Line [37]
GT Group [42] GVT [25] Hello Brazil [63] Hip Telecom (Alpamayo) [28] Hit Telecom Hoje Telecom (Hoje Sist) [46] iBasis Brasil IDT Brasil [26] Intelig Telecom [23]
OUTORGAS
OPERADORA [CSP]
OUTORGAS
Rede Networks (RN Brasil) Aut. local para Regiões I, II e III do PGO. Remota Com. Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. SDW Tecnologia Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Sercomtel [43] Conc. local/LDN para o Setor 20 da Região II do PGO; Aut. LDI para área de numeração 43 do PGCN; e Aut. local/LDN para a área de numeração 43 do PGCN (exceto nos municípios de Londrina e Tamarana). SoftTel Aut. local para áreas de numeração 31 e 33 do PGCN. Spin Telecom [18] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Super I Telecom (Ibituruna) Aut. local para área de numeração 33 do PGO. Taho (Redevox) [78] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Telebit Telecom [54] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. TelecomDados Aut. local/LDN/LDI para áreas de numeração 31 e 37 do PGO. Telefônica (Telesp) [15] Conc. local/LDN para os Setores 31, 32 e 34 da Região III do PGO; Aut. local/LDN para as Regiões I e II e Setor 33 da Região III do PGO; e Aut. de LDI para as Regiões I, II e III do PGO. Telefree Aut. local/LDN/LDI para áreas de numeração 11, 21, 31, 41, 43 e 61 do PGCN. Teletel Callip Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Teletrim Telecom Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. TIM Celular [41] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Tinerhir Telecom Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. TMais Aut. local/LDN/LDI para áreas de numeração 11, 21, 31, 41, 48, 51, 53, 54, 55, 61, 71, 81 e 91 do PGCN; e 25 municípios do PR, 21 do RS, 8 em SC e 14 de SP. Transit Brasil [17] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. TremNet (Suporte Tecn.) Aut. local para área de numeração 31do PGCN. Trinn (ETML) [34] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. VCNet (OFM) Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Via Telecom Aut. local para áreas de numeração 11, 21, 31, 41 e 61 do PGCN. Viacom [16] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Viper Serv. [38] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. VIPWay [75] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Voitel (Stellar) [58] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Vonar Telecom Aut. local/LDN/LDI para áreas de numeração 21, 31, 41, 51 e 61 do PGCN e para Região III do PGO. Vox Telecom Aut. local/LDN/LDI para áreas de numeração 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 51, 53, 54 e 55 do PGCN. Vox2go (T-Leste) [29] Aut. local/LDN/LDI para Regiões I, II e III do PGO. Legenda: Aut. Autorização | Conc. Concessão | CSP Código de Seleção de Prestadora | PGO Plano Geral de Outorgas | LDN Longa Distância Nacional | LDI Longa Distância Internacional. Fonte: Anatel. Mais informações no site da agência (www.anatel.gov.br).
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Dados referentes ao capital votante, a não ser quando indicado diferente. Fonte: CVM, Anatel e empresas, base março de 2009. A soma dos percentuais pode ser diferente de 100%, pois foram desprezadas pequenas participações e ações em tesouraria. A Oi (Telemar Norte Leste) anunciou em 25/04/2008 a aquisição da Brasil Telecom (BrT). O negócio de R$ 5,37 bilhões foi efetuado no início de janeiro de 2009, após receber a anuência prévia da Anatel em dez/2008. A conclusão do negócio, entretanto, depende ainda de aprovação do Cade. O processo já se encontra em fase de instrução no órgão de defesa da concorrência e a expectativa é que seja julgado ainda em 2009. As empresas que compõem a estrutura de capital da Embratel pertencem ao Grupo Telmex, do mexicano Carlos Slim. Em 14/01/2008, a Docas Invest. S/A, do empresário Nelson Tanure, anunciou a compra por US$ 22 milhões da Intelig Telecom por meio de sua subsidiária JVCO Part. Ltda. E mesmo antes de o negócio ser aprovado pelo Cade (o que ocorreu em jun/2009), a JVCO anunciou a venda do controle da Intelig para a TIM Brasil. O acordo, anunciado em 16/04/2009, se dará através da incorporação pela TIM Part. da Holdco Part. S/A, que deixará de existir após a conclusão da operação. Como remuneração, a JVCO terá até 6,15% do total de ações ordinárias e 6,15% do total de ações preferenciais da TIM Part. A efetivação do negócio depende de aprovação da Anatel, da consequente resolução de sobreposição de licenças e ainda da resolução do passivo financeiro da Intelig com os bancos credores. Família Garcia. Andrade Gutierrez (100%). AG Telecom (100%). A Fundação Atlântico de Seguridade Social (FASS) é o fundo de previdência dos funcionários da Oi. Controlada integralmente pela La Fonte Part. S/A; sendo seus sócios a Sociedade Fiduciária Brasileira (30,64%), Previ (13,14%), FASS (11,55%), JPSul Part. e Repr. Com. Ltda. (10,31%), Carlos Francisco Ribeiro Jereissati (4,68%) e Outros (29,68%). A Sociedade Fiduciária Brasileira pertence a Carlos Jereissati (57,70%) e Anwold Invest. Inc. (42,28%). Em ago/2007, a Vivo anunciou acordo com a Telpart Part. S/A para aquisição do controle da Telemig Part. S/A (controladora da Telemig Celular) e da Tele Norte Celular Part. S/A (controladora da Amazônia Celular) e em dez/2007 acordou a venda da Tele Norte Celular para a Oi (Telemar Norte Leste). O negócio foi concluído e a transferência de controles para Vivo e Oi aconteceu em 03/04/2008. Após processo de reestruturação iniciado em outubro/2004, as operadoras que compõem a Claro foram organizadas da seguinte forma: Americel S/A reúne as operações das área 7 do PGO e as demais ficaram embaixo da empresa Claro S/A. Em junho/2006, a Claro também anunciou a incorporação da Americel S.A., mas o processo ainda não foi concluído. As empresas da cadeia societária da Claro pertencem à América Móvil, do mexicano Carlos Slim. Brasilcel NV (100%). Em maio/2008, a Unicel, que desde 2007 procurava por um parceiro investidor, fechou acordo com o grupo árabe Hits, que adquiriu por US$ 62 milhões 49% das ações da empresa, com opção de compra de até 75% do capital social em três anos. Em janeiro/2009, a Unicel comunicou a não transferência de parte do controle para o grupo saudita Hits em função do não pagamento dos R$ 62 milhões. Até o fechamento desta edição, a Unicel encontrava-se envolvida em processo arbitral em curso na CCBC - Câmara de Comércio Brasil Canadá - contra a HITS Telecom. Fonte: Empresas e balanços financeiros. Dados referentes apenas ao primeiro trimestre/2009. Região correspondente à área de concessão ou autorização original como empresa espelho. A operadora também tem autorização para prestar serviços de telefonia fixa nas demais regiões. Atua apenas em cidades do Paraná. Telefónica Intl. S/A (100%). A Região IV corresponde a todo o território nacional e à longa distância internacional. Fonte: Anatel. Base: maio/2009. A Unicel não forneceu informações para esta publicação. Não opera comercialmente. A Options Computadores e Eletrônica Ltda. adquiriu licença para operar no município de Paranaíba/MS, no leilão de sobras do SMP realizado em setembro/2007. Opera na banda B nas áreas 1, 2, 3, 6, 7 e 10; banda D na área 5; banda E nas áreas 4 e 9; banda G nas áreas 1, 5, 6, 7 e 8; banda F nas áreas 2, 4, 7 e 10; banda L na área 8; e banda I nas áreas 3, 4, 5 e 9. Opera nas bandas A e G nos municípios atendidos em SP e MG e nas bandas A e I nos municípios atendidos em GO e MS.
(23) Opera na banda A na área 8 (herdada da Amazônia Celular); na banda D nas áreas 3, 4, 8 9 e 10; banda F nas áreas 3 e 9; banda I nas áreas 1, 2, 4, 8 e 10; banda M na área 1. (24) Opera na banda A nas áreas 5, 6 e 10; banda B nas áreas 4 e 9; banda D nas áreas 1, 2, 5, 6 e 7; banda E nas áreas 3 e 8; banda F nas áreas 1 e 8; banda G nas áreas 2, 3, 4, 7, 9 e 10; e banda I nas áreas 2, 5, 6 e 7. (25) Opera na banda A nas áreas 1, 2, 3, 4 (herdada da Telemig Celular), 6, 7 e 9; na banda B nas áreas 5 e 8; banda J nas áreas 1, 2, 3, 4(herdada da Telemig Celular), 5, 6, 7, 8, 9 e 10; banda L nas áreas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9 e 10; banda E na área 4 (herdada da Telemig Celular). (26) Acessos instalados combinados das Regiões I e II. A Oi não segmentou a informação por região. (27) Em 03/07/2009 foi aprovada a dissolução da Fiago Participações S/A e deliberada a partilha antecipada de ativos aos seus acionistas (Previ, FASS, Petros e Funcef). Dessa forma, a configuração do capital da Telemar Part. S/A com a conclusão da operação passará a ser: AG Telecom Part. (19,33%), LF Tel (19,33%), BNDESPAR (31.36%), FASS (11,49%), Previ (12,95%), Petros (2.74%) e Funcef (2,79%). Como previsto no acordo de acionistas na ocasião da compra da Brasil Telecom pela Oi, o BNDESPAR irá diminuir sua atual participação de 31,36% para 16,89% com uma oferta pública de ações a serem adquiridas pelo fundos de pensão Previ, Petros e Funcef. (28) Em 15/07/2009, a Oi anunciou uma reorganização societária para simplificar a estrutura de capital do grupo e absorver os acionistas oriundos da Brasil Telecom. Ao término da primeira etapa, a operadora Brasil Telecom S/A será controlada pela Brasil Telecom Part. S/A (99,09%), que por sua vez estará sob o controle da Coari Part. S/A (90,71%), subsidiária integral da Telemar Norte Leste S/A.
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Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein, Claudiney Santos, Samuel Possebon (Brasília) Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski Coordenadora de Projetos Especiais Letícia Cordeiro Redação Carina Melo (assistente) Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Débora Harue Torigoe (Assistente); Alexandre Barros (Colaborador); Bárbara Cason (Colaboradora) Departamento Comercial Rodrigo Arraes (Gerente de Negócios), Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Marketing Pedro Tortamano Neto Gerente de Circulação Gislaine Gaspar Gerente de TI Marcelo Roberto Pressi Gerente Administrativa Vilma Pereira Pôster As Operadoras Brasileiras de Telecomunicações 2009 é uma publicação anual da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603 - CEP: 01243-001 - Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910 - São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 Bloco D, sala 424 – Torre B - Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.teletime.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail especiais@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial.teletime@convergecom.com.br
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56 Teletime jun_2010