Web e celular são alvos das seguradoras Cartões têm novo padrão de segurança Ano 5 | nº 53 | dezembro de 2009
www.tiinside.com.br
Setor elétrico acerta passos para smart grid
TI verde Grande apelo ainda é econômico, mas já existem experiências mais amplas
>editorial
Ano 5 | nº 53 |dez de 2009 | www.tiinside.com.br Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski
TI Verde cresce timidamente
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TI Verde ainda é uma semente. Vai levar um tempo até florescer e gerar frutos de sustentabilidade, um conceito no qual a ONU – Organizações das Nações Unidas - prevê economia e preservação de recursos naturais para as futuras gerações. Mas talvez a tarefa mais importante já tenha sido vencida. Mesmo que por força financeira, as corporações e os provedores de serviços não têm mais dúvidas quanto à importância da modernização dos centros de dados, a partir de tecnologias que diminuem o consumo de energia e a dissipação de calor, além de reduzir o impacto de emissão de carbono. É comum encontrarmos CIOs envolvidos com iniciativas que preveem a virtualização, servidores blades, computação em nuvem e descarte coordenado de equipamentos. Apesar da TI Verde não fazer ainda parte da “agenda dos CIOs”, o assunto ganha vários fóruns de discussão e iniciativas isoladas, não só pelos benefícios financeiros da redução do consumo de energia, mas também pelo desejo cada vez maior das empresas adotarem práticas ambientalmente responsáveis. Inteligência no controle de temperatura dos ambientes, gestão de impressão e, obviamente, adoção de equipamentos menos consumidores de energia, estão na lista das boas práticas. Aos olhos da sociedade, não há dúvidas de que as organizações donas de ações e comportamentos alinhados ao conceito de sustentabilidade da ONU ganham visibilidade e reconhecimento, algo traduzido em mais e
Editor Claudiney Santos
melhores negócios. Exemplo deste reconhecimento vem do setor nacional de Papel e Celulose, altamente afetado pela crise financeira internacional, mas otimista quanto à retomada dos negócios e, principalmente, com a projeção global que conquistou. Não por acaso, este setor conta com as soluções de tecnologia da informação e comunicações (TIC) para suportar o restabelecimento dos negócios, como mostra uma de nossas reportagens desta edição, que inclui também a cobertura realizada pelo editor André Mermelstein, da TelaViva, do Congresso Web2Expo, em Nova York, que aponta as redes colaborativas, a mobilidade e a evolução dos sistemas de busca como as grandes forças motrizes da internet nos próximos anos. Nessa última edição de TI Inside fomos buscar soluções e práticas de grande relevância para os negócios em 2010. Reportamos os esforços das empresas na adoção de estratégias que atendam às necessidades dos clientes e que as coloquem mais próximas daquilo que o mercado entende como ações de primeira linha, altamente competitivas e capazes de projetar o negócio não apenas no atendimento da demanda local mas, utilizando os recursos de comunicação, também como uma opção global. Boas festas e um ótimo 2010 Claudiney Santos Diretor/editor csantos@convergecom.com.br
Redação Jackeline Carvalho (Comunicação Interativa) Colaboradores Cláudio Ferreira TI Inside Online Erivelto Tadeu (Editor) Victor Hugo Alves (Repórter) Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe (Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores) Departamento Comercial Manoel Fernandez (Diretor) e Francisco Cesar Jannuzzi (Gerente de Negócios); Marco Godoi (Gerente de Negócios Online) e Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Circulação Gislaine Gaspar Gerente de Marketing Patricia Soderi Gerente Administrativa Vilma Pereira TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.tiinside.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.tiinside@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br
>sumário
Instituto Verificador de Circulação
News
12 Porto seguro
4 Cooperação
IBM assina parceria de US$ 200 milhões com a Consist Software
Gestão
28 Novos canais
ESPECIAL gestão fiscal
30 Energia elétrica
24 Fenacom quer simplificar MEI
6 Ser ou não ser?
Computação em nuvem estimula a terceirização de data center, mas ainda há ressalvas
Infraestrutura
Redecard detalha projeto de implementação de sistema de relacionamento com clientes
Padrão de segurança para cartões de pagamento promete eliminar brechas
TI Verde ainda é de forte apelo econômico, mas já mira a sustentabilidade Capa: editoria de arte/converge
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Provedores de acesso reclamam de estrangulamento do segmento
36 WEB 2.0
Congresso em Nova York aponta recursos 2.0 como motores da web
Infraestrutura
de
Conceito smart grid revoluciona setor ao otimizar a rede e permitir novos serviços
34 Agonia
16 Capa
D E Z E M B R O
Seguradoras miram internet e celular para expandir base de clientes
Internet
26 Cartão seguro
10 CRM Personalizado
Mercado
Setor de Papel e Celulose investe em TI para minimizar efeitos da crise
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>news IBM e Consist fecham acordo que pode gerar US$ 200 milhões em receita
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IBM e a Consist fecharam, no começo deste mês, um acordo de cooperação tecnológica, que deve gerar receitas da ordem de US$ 200 milhões em quatro anos. Assinado pelo presidente da Consist, Natalio Fridman, e o vice-presidente de software da região lationoamericana da IBM, Diego Segre, o acordo abre uma janela para as empresas usuárias do banco de dados Adabas, da Software AG, migrarem as aplicações desenvolvidas na linguagem Natural para o código do banco de dados DB2, da IBM. Segundo Fridman, a solução batizada de Consist ADS (Advanced Development Solution) já foi testada e homologada por
usuários dos setores financeiro e de governo. “Está também em beta teste a aplicação de recursos humanos, já em fase final de desenvolvimento”, acrescenta o executivo. Para a IBM, o acordo oferece aos clientes da Consist – cerca de 400 instalações de mainframe no Brasil – uma opção de tecnologia aberta, padronizada, uma vez que em sua maioria são empresas usuárias de computadores de grande porte, e, portanto, também clientes da big blue. “O cliente é que vai decidir se deve ou não fazer a migração, mas agora ele tem uma opção para converter suas aplicações para uma tecnologia mais atual, haja vista que o Natural é uma linguagem desenvolvida nos
anos 80”, enfatiza Fridman. De acordo com a Consist, a plataforma ADS/ DB2 permite o desenvolvimento, manutenção e execução das aplicações desenvolvidas em Natural, sem a necessidade de conversão do programa fonte para outras linguagens, disponibilizando as aplicações automaticamente para o ambiente web. Outro produto já resultado dessa parceria é o ConsistBIS - Business Information Solution, uma suíte de aplicações de inteligência de negócios que integra bases de dados corporativas e oferece soluções para análise crítica, estratégias de gestão, business intelligence e e BPM (business process outsourcing).
Ressaca
Banda larga no pré-pago
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Vivo pretende lançar ainda esta mês uma nova oferta de internet móvel na modalidade pré-paga. Serão disponibilizados créditos para uso diário, semanal e mensal. Os preços ainda não foram divulgados. O tráfego de dados será ilimitado. Paralelamente, a operadora lançou sua primeira oferta de BlackBerry pré-pago. O modelo Curve 8520, também conhecido como Gemini, está sendo vendido no plano pré-pago por R$ 1.399 através da loja virtual da operadora (www.vivo.com.br/blackberrypre). Em caráter promocional, o cliente pré-pago que adquirir o aparelho terá direito a um ano de Internet de graça. A oferta inclui navegação e acesso a emails pelo sistema de push email da Blackberry. A operadora negocia com a RIM, fabricante do produto, a definição de quanto irá custar a compra de créditos para uso do serviço após esse primeiro ano gratuito.
Setor de material para escritório e equipamentos de informática, com queda de 3,8% no período, foi um dos principais responsáveis pelo encolhimento da produção nacional
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produção industrial brasileira avançou 2,2% na comparação de outubro com setembro, mas o setor de material para escritório e equipamentos de informática, com queda de 3,8% no período, foi um dos principais responsáveis da produção nacional não ter obtido resultado superior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na comparação com outubro de 2008, a produção industrial brasileira registrou queda de 3,2%. Setorialmente, a queda em outubro atingiu 18 das 27 atividades analisadas. Entre os destaques negativos está o setor de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações, cuja produção foi 15,2% menor na mesma base de comparação, pressionado pela queda de 12,3% na produção de celulares. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, a produção nacional apresentou recuo de 10,7% em relação a igual período de 2008, refletindo as quedas observadas em 23 dos 27 ramos industriais. O segmento de material eletrônico e equipamentos de comunicações teve queda de 31,1%, o maior recuo entre todos os setores.
POTENCIAL
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Global Crossing está disposta a consolidar a sua operação de outsourcing em quatro países da América Latina – Brasil, Argentina, Chile e Peru. Até aqui o único país em que a companhia possui estrutura operacional é o Brasil, mas Cristian Alberto Ramos, outsourcing services director, explica que o objetivo da empresa é primeiro atrair clientes para, em seguida, estabelecer uma oferta de serviços local. Aqui no Brasil, a operação de outsourcing da companhia possui como único cliente o Grupo B2W, resultado da fusão entre a Americanas. com e o Submarino. “É uma operação mais complexa”, reforça o argentino Cristian Ramos, ao dizer que o modelo inclui produtos de parceiros, como service desk, caso esteja dentro da necessidade do cliente. 4
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SOLO FÉRTIL
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Banco do Brasil pretende investir R$ 800 milhões em suas operações no estado de São Paulo nos próximos cinco anos. A meta é que a região passe a responder por até 35% dos negócios do BB, ante uma participação atual entre 20% e 25%. Cerca de R$ 80 milhões deste total serão investidos em 83 novas agências, 22 das quais estarão na cidade de São Paulo, já em 2010. A estratégia da companhia é melhorar o atendimento, por isso o montante também será revertido para investimento em base tecnológica e em contratação e treinamento de pessoal. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, ainda não foi definida a quantia que será revertida para a área de TI, o que provavelmente acontecerá no início do ano que vem.
Risco de congestionamento Banda larga móvel corre risco de blackout se infraestrutura não for melhorada nos próximos três anos
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té 2013, as conexões de internet via telefone celular serão responsáveis por um volume de 2,2 exabytes (o equivalente a 2,2 quatrilhões de bytes) de tráfego de dados. Segundo estudo da consultoria Strategy Analytics, 84% desses dados serão provenientes de navegação pela web móvel. O novo estudo revela que as operadoras móveis devem se preparar para receber uma autêntica explosão do número de adeptos do acesso móvel, que, em três anos, passarão a representar 30% de todas as conexões de internet no mundo. O diretor de estratégias para mídias sem fio da Strategy Analytics, David MacQueen, acredita que esse aumento exponencial na demanda por dados móveis pode causar um congestionamento nas redes móveis. Ainda de acordo com o relatório, a prioridade máxima das operadoras deve ser investir em infraestrutura para atender a essa nova demanda causada pelo aumento nas vendas de smartphones.
Briga de titãs
O anúncio da fusão do grupo Pão de Açúcar com as Casas Bahia, além de aumentar o número de lojas físicas das redes varejistas, vai acirrar a disputa no mercado de comércio eletrônico
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s redes Casas Bahia e Pão de Açúcar anunciaram planos de fusão no último dia 04 de dezembro e, com a iniciativa, abalaram as estruturas do comércio varejista real e virtual, este último liderado pela B2W, empresa de varejo on-line que engloba os sites Submarino, Americanas.com, Shoptime e Ingresso.com. Com o negócio, as operações de e-commerce do Extra, Ponto Frio e Casas Bahia, que iniciou em fevereiro as vendas pela internet, serão integradas em uma única empresa, denominada de Nova PontoCom. Com isso, a Casas Bahia passa a ter participação de 17% no capital social da Nova PontoCom. A expectativa do Pão de Açúcar é que as operações de e-commerce atinjam faturamento de R$ 2 bilhões já em 2010, o que, se confirmado, consolidará a empresa como a segunda maior do segmento de comércio eletrônico, atrás apenas da B2W. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o conglomerado registrou faturamento de R$ 3,6 bilhões com comércio eletrônico. Em 2008, a B2W obteve faturamento de R$ 4,4 bilhões. Na opinião de Pedro Guasti, diretor geral da consultoria de marketing online E-bit, o negócio traz um impacto significativo no dezembro
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segmento de comércio eletrônico, já que reduz a diferença da líder B2W para o grupo Pão de Açúcar. Segundo ele, com o poder de negociação que a nova empresa terá frente aos fornecedores é provável que consiga preços melhores em alguns segmentos de produtos, principalmente em eletrodomésticos e eletrônicos. “A distância entre as empresas deve seguir diminuindo nos próximos anos, especialmente se conseguir replicar o bom desempenho que vinha obtendo com o e-commerce do Ponto Frio, além do relevante acesso ao comércio eletrônico das Casas Bahia”, diz Guasti.
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>gestão Jackeline Carvalho
O que fazer
com o data center?
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ma nova pesquisa descobriu que as organizações estão pisando no freio dos investimentos em data centers dentro de casa para, daqui para frente, aportar recursos em ambientes cliente-servidor hospedados e gerenciados por provedores de serviços, ou seja, nas “nuvens”. A sondagem conduzida pela “Seja em um IDC, em nome da empresa de terceiro ou e gerenciamento de TI, internamente, collocation Interxion, entrevistou 401 empresas precisaríamos de nos quatro maiores países europeus máquinas (Alemanha, Reino Unido, França e exclusivas para Holanda) e identificou que o rodar o aplicativo mercado de collocation fechou 2008 e, em 2003, com uma receita de 725 milhões de pouco se euros, mas deve encerrar 2013 falava sobre movimentando 2,01 bilhões de virtualização” euros, o equivalente a um Luciano crescimento de 23% ao ano. Marques, da De acordo com o estudo, quase McLane Brasil 95% das empresas ainda operam data centers próprios. Cerca de 20% delas utilizam serviços de terceiros e 11% adotam apenas serviços de collocation. Na avaliação da IDC, as principais razões para a retração dos investimentos em data centers internos são a consolidação de TI e a combinação de utility com computação em nuvem ou virtualização de servidores. Demanda Porém, apesar desse movimento de “enxugamento” dos servidores, a 6
foto: divulgação
Estudo identifica movimento de redução dos investimentos em data centers dentro das corporações e transferência destes ambientes para “nuvens” administradas por provedores de serviços. Mas será que a tendência se transformará em regra?
consultoria avalia que as capacidades transferidas para prestadores de serviços aumentará. “Vemos o crescimento contínuo da procura por centros de dados, mas isso varia de empresa para empresa, dependendo da rede e da infraestrutura necessária”, diz Anthony Foy, porta-voz da Interxion. A análise de Foy está em linha com o pensamento de Ricardo Adolpho, gerente de tecnologia do Instituto Embelleze. A rede de franquias voltada à formação profissional, prestação de serviços de salão de beleza e comercialização de produtos nesta área, está presente em 80% dos estados brasileiros, com mais de 225 franquias. A empresa possuía dois data centers no Rio de Janeiro, um na T I I n s ide
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Barra da Tijuca e outro a 10 quilômetros de Nova Iguaçu, mas quando contratou Adolpho também selou a transferência gradativa desta infraestrutura para um operador de data center, a fim de reduzir custos e aumentar a capacidade de processamento. “Assim que assumi a área de TI, o sistema de folha de pagamento precisava evoluir para uma versão mais recente. Fizemos uma experiência com a Alog, que teve a melhor proposta em termos de custo-benefício”, conta o gerente de tecnologia da Embelleze. Mais recentemente, o contrato com a Alog foi ampliado e os cerca de 30 a 35 servidores da empresa, na Barra da Tijuca, foram transferidos para o provedor de serviços, em um misto de collocation e hospedagem de aplicativos. “Grande parte das aplicações serão hospedadas na Alog e o legado seguirá o modelo de collocation”, explica Adolpho, ao dizer que o projeto deve se pagar em três anos. Na distribuição das máquinas, também ficou definida a criação de um mini data center no centro de distribuição em Foz de Iguaçu, com monitoramento direto do próprio Instituto. Adolpho chega a dizer que a Alog previu o monitoramento em contrato, mas na sua visão os “data centers ainda estão a caminho de uma oferta segura”. “Vamos fazer monitoria paralela. Ao meu ver estas empresas ainda precisam passar 2 0 0 9
>gestão mais credibilidade”, argumenta. Diferente do Grupo Embelleze, que está fazendo o caminho da terceirização dos data centers, a Mclane do Brasil – focada na gestão e operação da cadeia de distribuição – mantém um data center próprio desde a sua instalação no mercado brasileiro, há 12 anos, e não pretende alterar a estratégia. “Em 2003, quando as máquinas já tinham um certo tempo de uso, foi feita uma análise para saber se valeria a pena manter o data center interno ou se terceirizávamos”, conta Luciano Marques, coordenador de suporte da McLane Brasil. Comparativos Segundo ele, o estudo considerou acima de tudo os gastos da empresa com redundância. “Para comparar igualmente a terceirização com o projeto interno era essencial também prevermos a contingência, ou seja, um outro data center”, diz. Porém, ao contabilizar o investimento em um segundo data center, conclui que a economia viria dos links de comunicação, uma vez que no projeto do data center terceirizado precisaria de duas conexões. “A performance da rede local ficou melhor e reduzimos a transmissão de dados entre os sites, o que nos permitiu abrir mão da velocidade máxima”, reforça o coordenador. Segundo ele, outro item importante na decisão de manter o data center em casa foi a redução de gastos com os servidores. “Seja em um terceiro ou internamente, precisaríamos de máquinas exclusivas para rodar o aplicativo e, em 2003, pouco se falava sobre virtualização”, explica. Nessa cotação, a companhia conseguiu junto à Ação Informática – empresa especializada na distribuição de produtos TIC – bons preços para a aquisição dos servidores necessários para as aplicações de controle de armazenagem (warehouse management systems) e gestão de transporte (transportation management systems), além do ERP utilizado substancialmente para a emissão de notas fiscais. “Compramos quatro máquinas, duas para o data center de Barueri e 8
PERFIL DE CONSUMO De acordo com o estudo da IDC, 95% das empresas ainda operam data centers próprios, mas este cenário está mudando:
• cerca de 20% delas utilizam serviços de terceiros • 11% adotam apenas serviços de collocation
duas para as instalações na Rodovia Anhanguera”, relata o executivo, ao dizer que em caso de falha de um ambiente o segundo assume as atividades de processamento de forma transparente para o usuário. “Demos um salto de 817% em processamento. Com a compra dos servidores IBM ganhamos capacidade para suportar o crescimento da empresa por cinco anos”, ressalta. Segundo Luciano Marques, o investimento foi amortizado em dois anos quando comparado à
terceirização. E, hoje, de acordo ele, a manutenção do data center interno se mantém como opção financeiramente interessante, já que a empresa possui um time interno de desenvolvedores, dedicado a criar soluções leves. Nos planos da Mclaine para 2010 está prevista ainda a aquisição de um cluster. Mas isso não quer dizer que a companhia seja avessa à terceirização, modelo que já suporta servidores Unix-AIX, os bancos de dados Oracle e o sistema de backup.
O avanço do cloud computing
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egundo o Gartner, empresa que atua no fornecimento de pesquisa e aconselhamento sobre tecnologia, as receitas globais de cloud computing crescerão 21,3% em 2009, atingindo US$ 56,3 bilhões. O estudo também aponta, até 2013, o faturamento deste mercado deve atingir US$ 150 bilhões. “Parte do crescimento representa a transferência de serviços tradicionais de TI para a nova tecnologia, mas há espaço para o desenvolvimento de novos negócios e oportunidades valiosas”, aponta Ben Pring, vice-presidente de pesquisa do Gartner. A pesquisa mostra que, em 2011, 30% da receita do mercado de consultoria e integração de sistemas será fundamentada em cloud computing. “Esta tecnologia viabiliza uma mudança na maneira como os serviços de TI são ofertados, passando a ser gratuitos até certo ponto, com as receitas originadas de publicidade. As ofertas patrocinadas são os maiores componentes no mercado de serviços de cloud computing e continuarão sendo até 2013”, afirma Pring. De acordo com o estudo, as soluções baseadas nessa tecnologia, assim como as ofertas de software como serviço, já detêm um mercado com quase o dobro de recursos em comparação com as ofertas de infraestrutura. A pesquisa do Gartner prevê, para os próximos cinco anos, um crescimento no número de funcionalidades e novos produtos baseados nesta tecnologia. Estão entre os provedores de serviços de cloud computing no Brasil, a Locaweb, a Alog e a Tecla, uma das empresas do deste segundo grupo.
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Ah claro,
eles querem um outro servidor… ...instalado amanhã, ...em um rack sem espaço, ...sem saber se há capacidade de energia e refrigeração. Relaxe, você pode fazer tudo isso com o Efficient Enterprise™. 2
Quando se gerencia uma instalação por inteiro, há muito com o que se preocupar: segurança, iluminação, refrigeração, HVAC (Heating, Ventilating, and Air Conditioning). E todos esses itens são dinâmicos e necessitam de energia – especialmente o data center. Todos sabemos que o alto consumo da energia elétrica de um data center pode limitar o crescimento das empresas não apenas no que se refere aos ativos de TI, mas também ao seu fornecimento para outras dependências da instalação. Como implementar data centers de maneira rápida e fácil? Como garantir a total disponibilidade do ambiente? Existe uma forma de reduzir seu atual consumo de energia? Com o Efficient Enterprise™ da APC, você consegue tudo isso com resultados imediatos e mensuráveis. A solução da APC oferece modularidade e escalabilidade para que você pague apenas o que utiliza; gerenciamento da capacidade para que você saiba onde colocar seu próximo servidor; e sistemas dedicados de contenção de calor e dispostos em racks que melhoram a previsibilidade térmica e de refrigeração. O Efficient Enterprise permite que você economize recursos através da eliminação previamente planejada do desperdício. Por exemplo, apenas pelo fato de trocar o sistema de refrigeração (de sala para racks), você economizará, em média, 35% do seu custo de eletricidade. Use sua energia de maneira inteligente. Com o Efficient Enterprise, você efetivamente irá eliminar incidentes de energia e pontos de calor, sendo mais ágil em atender às demandas de TI. Melhor ainda, você poderá evitar (ou pelo menos adiar) a construção de um novo data center porque suas instalações ocuparão um espaço mínimo. No final, tudo se resume a isso: você precisa ser o mais inteligente possível com sua energia. O que você precisa é do Efficient Enterprise.
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O Efficient Enterprise permite uma refrigeração previsível e reduz as despesas operacionais considerando:
1 Refrigeração acoplada à fonte de calor
Nossa inovadora arquitetura InRow permite uma refrigeração mais eficiente e precisa porque reduz a distância entre o ponto de geração e remoção de calor.
2 Contenção de calor
O sistema de contenção de calor da APC reduz os pontos de calor evitando a mistura de ar quente da carga com o ar frio da sala.
3 Gerenciamento da capacidade
O software de gerenciamento da capacidade inteligente e integrado fornece dados em tempo real em suas demandas de energia e refrigeração.
4 Componentes eficientes e
dimensionados corretamente
Beneficie-se da eficiência energética dimensionando corretamente sua infraestrutura, investindo somente no que você precisa. Os no-breaks Symmetra PX da APC oferecem alta disponibilidade para sistemas de diversas potências, são modulares, ocupam uma área compacta, e são fáceis e rápidos de instalar. Graças à baixa distorção de corrente de entrada, os cabos elétricos não precisam ser super dimensionados, resultando em economias consideráveis.
Você sabe quantificar a economia de energia em seu data center?
A APC apresenta métodos que permitirão a redução do consumo de energia elétrica em seu ambiente de TI. Faça o download do White Paper # 114 “Implementação de data centers eficientes em termos de energia”. Visite www.apc.com/promo e digite o código 66125D. 2009 American Power Conversion Corporation. Todas as marcas são de propriedade da Schneider Electric Industries S.A.S, American Power Conversion Corporation ou de suas empresas afiliadas. E-mail: canal@apc.com - Al. Xingu, 850 - Barueri - São Paulo/SP – 06455-030 - www.apc.com/br
>gestão Claudio Ferreira
Redecard muda
gestão e o CRM
C
“ROI em 14 meses, além de importantes resultados intangíveis”, Alessandro Raposo, da Redecard
oncluída a implementação em setembro último de seu novo sistema de CRM, a Redecard faz um balanço sobre a escolha e a implementação, analisa os primeiros resultados e projeta o futuro com exclusividade para a TI Inside. Encarada como o melhor suporte ao novo modelo operacional, que trabalha a segmentação dos clientes, a solução de CRM iniciou a trajetória dentro da Redecard pela área comercial para a qual gera 130 indicadores, além de informações detalhadas sobre os clientes, incluindo dados cadastrais, produtos e serviços, assim como sinalizadores financeiros. “Optamos por este novo modelo de atuação para estreitar ainda mais a relação com os nossos clientes e para atendê-los de forma mais ágil e assertiva. O CRM nos oferece o subsídio que precisamos”, explica Alessandro Raposo, diretor de tecnologia e operações da Redecard. A solução contratada é a Dynamics CRM, da Microsoft, que foi integrada ao legado da companhia, com a participação da consultoria Tridea. O projeto foi analisado entre dezembro de 2008 e fevereiro deste ano até a escolha da Microsoft, enquanto sua implementação ocorreu entre os últimos meses de março e agosto. A solução foi direcionada para o dia a dia dos executivos de venda, que podem acessá-la a partir dos seus notebooks. “Ela oferece à empresa a 1 0
fotos: izilda frança
A operadora de cartões investiu em um novo sistema de gestão do relacionamento com clientes como forma de atender à demanda comercial e oferecer uma extensa gama de indicadores para seus colaboradores
possibilidade de fazer a gestão das carteiras de clientes de forma mais precisa e ajuda os executivos de vendas na elaboração de ações comerciais e manutenção de visitas. Além disso, a ferramenta pode ser conectada aos sistemas da Redecard (modo on-line) ou utilizada sem a conexão aos sistemas da empresa (modo off line)”, enumera Raposo. Veja a seguir, na entrevista com Raposo, como aconteceu esse processo de escolha e a implementação, as visões estratégias da Redecard, o impacto da solução e os passos seguintes no sentido de disseminação da cultura na empresa. TI Inside: Para entender o modelo da companhia, a Redecard desenvolve muitos sistemas em T I I n s ide
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casa ou ela tem como filosofia contratar no mercado, qual o ambiente pré-CRM? Alessandro Raposo: Fazemos muito in house, mas também contratamos como foi o caso do CRM ou mesmo o BI, da Microstrategy, que foi o primeiro passo no tratamento dos nossos dados. Nosso processamento é alto, não apenas no movimento diário, mas em tempo real. Antes do CRM, a área comercial já trabalhava com PDAs em um aplicativo feito em casa e precisava de acesso a base de dados de forma mais aguda. TI Inside: Essa mudança começou a correr quando, foi de acordo com o novo modelo comercial da companhia? AR: Começamos a mudar a nossa estratégia de 2006 para cá, primeiro com alterações no middleware, passando a utilizar ferramentas de mercado. Uma mudança que teve como parceiro o Gartner. Acessamos o material deles e desenvolvemos um grupo de arquitetura que observa a estratégia de negócios, estabelecendo um roadmap para a área tecnológica. E, sim, a mudança comercial no ano passado, com segmentação de processos de negócios, também atuou como uma alavanca. A partir do ambiente mais favorável, vimos que era o momento ideal para migrar para uma solução de CRM, até como uma forma de otimizar o que nós tínhamos internamente. TI Inside: Quais os objetivos iniciais com o projeto? AR: O primeiro era alcançar uma 2 0 0 9
visão compartilhada mais abrangente dos segmentos de clientes. E ainda eliminar os diversos pequenos bancos de dados dos nossos colaboradores. O BI serviu para começar a domar isto e agora com o CRM terminamos esse trabalho. TI Inside: O que definiu a escolha do Dynamics, da Microsoft? AR: Vimos no quadrante mágico do Gartner principalmente as ferramentas de destaque que terão continuidade no médio e longo prazo, e a Microsoft tinha alcançado uma posição importante. Foi a primeira forma como vimos que ela melhor se adequaria a Redecard. Fizemos a RFP e buscamos ajuda da área de negócios para validar a escolha, além de estudarmos cases, e chegamos a um shortlist que culminou na escolha da Microsoft. Não podíamos errar, pela criticidade do negócio e pelo investimento em si. TI Inside: E a indicação do parceiro de implementação, passou pela Microsoft ou a Redecard acessou o mercado? AR: A escolha da Tridea partiu de uma indicação da Microsoft, mas avaliamos a habilidade de execução deles, porque tínhamos que ter um parceiro de implementação bem posicionado. E foi interessante porque eles já tinham uma idéia precisa das armadilhas e best practices que enriqueceram o processo de entrada da ferramenta em nosso ambiente. Eles também nos auxiliaram muito na fase de gestão de mudanças internamente. TI Inside: Como quebrar essa resistência? AR: Nos aproximando deles. Depois da implementação fizemos workshops com os usuários do sistema, ao todo 235 colaboradores. Treinamos e realizamos entrevistas com os colaboradores para trazer novos feedbacks do que seria interessante que a solução propiciasse para eles. Montamos um sistema de e-learning que está na Intranet, mas a utilização é que vai moldando o treinamento. E é uma ferramenta que está lá pronta para ser utilizada pelos nossos novos colaboradores. No total, consumimos um mês e meio nesta etapa.
TI Inside: Voltando um pouco, qual foi o tempo gasto na implementação e o que foi priorizado? AR: Ao todo foram 4 meses de implementação e priorizamos o que era interessante para o dia-a-dia de nossa equipe de vendas. A premissa era começar o projeto pela área comercial. O nosso senso era de urgência, ou seja, não adiantava criar um piloto isolado. E o retorno tinha que ser rápido.
a mudança comercial no ano passado, com segmentação de processos de negócios, também atuou como uma alavanca TI Inside: Como foi o trabalho conjunto do parceiro de implementação com sua equipe interna? AR: O processo foi bem interessante. A Tridea trabalhou em conjunto com o meu grupo de evolução tecnológica, que trabalha a nossa arquitetura. Eles fazem o link das soluções com a infraestrutura e atuam como um grupo gestor. Mas também foram importantes os contatos contínuos com as áreas de negócios. TI Inside: E na hora de migrar para a operação, qual o impacto? AR: O time de implementação passou a bola para a produção e não tivemos qualquer problema. Com a ferramenta operacional começaram a ser mapeadas as melhores práticas a partir do que o usuário trabalhava. A área de planejamento nos auxiliou no processo de integração das informações dos usuários. TI Inside: Além dos objetivos iniciais, já é possível ver novos avanços? AR: Ainda estamos muito no início para avaliar novos ganhos, mas um fator que não estava previsto era que o anti-vírus deveria ser desabilitado para páginas internas, caso contrário tudo ficaria muito
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lento. Resolvido isto, a velocidade de acesso às informações surpreendeu positivamente a área de negócios. TI Inside: Qual a previsão de ROI do projeto? AR: A previsão é de 14 meses. Mas, claro, existem os resultados intangíveis que também são muito importantes e vão aparecendo de forma imediata, assim como os ganhos nos negócios. Mas os cálculos foram bem complexos e concretos. Sempre montamos um estudo de ROI bem sólido e em conjunto com a área de finanças, além de obter ajuda dos departamentos ligados ao business da empresa. Temos que acertar no tempo e no custo. A experiência de implementação do ERP nos deu certeza de alguns caminhos quando pensamos em CRM, como a integração entre projetos. TI Inside: Como o projeto deve evoluir agora e em 2010? AR: A fase 1 do projeto foi prover indicadores, agindo no executivo e propiciando o lado informacional e a integração entre os sistemas comerciais. Na fase 2, que deve ser concluída no primeiro semestre de 2010, queremos avançar com informações de outras áreas. Outra meta é integrar o e-mail com o front end da solução, como forma de criar mais velocidade nos processos, com a decisão podendo ser gerada já no e-mail. Já a fase 3, que será finalizada até o primeiro semestre de 2011, a meta é criar um caminho para que possamos chegar as campanhas de marketing e na integração com outros canais. TI Inside: Esse é o prazo, 2011, para que a solução esteja totalmente de acordo com o novo modelo de negócios da empresa? AR: Acredito que estamos no caminho de atingir o nosso objetivo principal, que é o de ter um atendimento diferenciado para o cliente, surpreendendo e entendendo o que ele deseja. O nosso cliente é uma empresa, mas as empresas são feitas de pessoas, nunca podemos esquecer disso. 1 1
>gestão
Claudio Ferreira
TI para sair da crise Afetado pela crise econômica e apresentando ainda um forte movimento de fusões e aquisições, o que reduziu os investimentos em TI, o setor de celulose e papel contabiliza projetos realizados este ano e mira em 2010
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egmento que vive na carne, ou melhor na celulose, todos os dilemas, paralisações e retrações de investimentos decorrentes da crise econômica, o setor de celulose e papel investe em inovação mesmo convivendo com a necessidade de apertar o cinto como forma de se adequar ao momento. Mas é interessante entender como o setor, premido pela imposição de mercado, investe em TIC. “Para avançar em relação aos padrões globais, é preciso fazer a sociedade perceber que a celulose e o papel brasileiros são produtos de elevados índices de inovação e sustentabilidade, assim como reforçar que as empresas e toda a sociedade 1 2
se beneficiam disto. Nosso design é arrojado e criativo, o que também nos dá um diferencial importante em relação aos mercados tradicionais”, destaca Tulio Gomes, diretor comercial da Ibema Companhia Brasileira de Papel. Entre as inovações fundamentais para se diferenciar do mercado global, Gomes destaca a comunicação e os projetos sustentáveis do setor – tema no qual o País conta com uma condição privilegiada, em especial em função de suas florestas renováveis. Recentemente foi realizado o 42º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, encarado por Afonso Moura, gerente técnico da ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel), como “a oportunidade de colocar em prática nossa missão de promover o desenvolvimento T I I n s ide
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tecnológico e o intercâmbio de conhecimento entre os profissionais do setor”. Com 42 anos, a associação reúne empresas fabricantes, fornecedores e técnicos e, como lembra Moura, TIC ganha cada vez mais espaço nas discussões setoriais. Moura, que também atua como consultor setorial, revela que os investimentos ainda estão dentro da média das indústrias em geral, ou seja, ainda com percentuais bem abaixo de setores como telecomunicações ou do recordista, o setor financeiro, mas a situação melhorou nos últimos anos. “A crise afetou o setor como um todo, e isso se reflete nos investimentos em TIC, porém já vemos uma retomada. No geral, o chão de fábrica está bem desenvolvido e a gestão da produção é avançada. A maior necessidade de 2 0 0 9
aperfeiçoamento é em gestão e mobilidade”, aponta. Lista de atividades Projetos de mobilidade, integração e manutenção informatizada das plantas fabris, até como forma de atender a gestão, e ERP – mesmo em companhias de menor porte – são temas resolvidos ou com boa maturidade, enfatiza o consultor. “Toda a coleta de dados é feita realtime, por exemplo. As empresas têm todas as áreas de plantio mapeadas para o período de corte, com o estudo das questões geográfica e de acesso. Na área industrial a mesma coisa, o acompanhamento de desempenho, planejamento e gestão do setor está bem monitorado”, garante Moura. A própria ABTCP ajudou nesse processo com a criação de um sistema de gestão de produção específico para o setor, que garante acesso até mesmo remoto aos dados e a criação de relatórios. Entre os usuários estão companhias de médio e pequeno porte como Celupa, Irapurú e Rigid Paper. A aquisição está inclusa nos serviços oferecidos pela associação. Um trabalho que ainda é incipiente no segmento é o acompanhamento das redes sociais, tanto interna como externamente. “É algo novo, mas que tende a aumentar. Quem trabalha com produto final deve utilizar as redes para acompanhar a marca. Assim como os processos e os aspectos de colaboração ainda carecem de investimento”, mapeia Moura.
Sem curva Gigante do setor, a Klabin revela que precisou reduzir significativamente seus investimentos gerais em 2009, no entanto, o reflexo em TIC foi moderado. “Mantivemos um padrão de mercado. Consolidamos os investimentos com o nosso ERP, tecnologias básicas e operação, e, agora, nosso foco está migrando para elementos mais estratégicos como: business intelligence e revisão de processos. Buscamos também um diferencial competitivo, como a integração da cadeia de valor com clientes e fornecedores”, enumera José Geraldo Antunes, CIO da Klabin. Para chegar a esse patamar, a fabricante fez um grande projeto de
Agora é o momento de começar a colher estes frutos. “Conseguimos, por exemplo, otimizar a maior parte do tempo da equipe de TI em atividades mais estratégicas do que operacionais e com isto agregar maior valor para as áreas de negócio da empresa”, explica. Na parte de business intelligence, cujo primeiro projeto aconteceu ainda em 2002, o executivo acredita que a Klabin já é “top de mercado” na utilização de suas informações como uma ferramenta estratégica para tomada de decisões. “O BI para nós é tão importante quanto o faturamento, se ele fica fora do ar por alguns minutos somos questionados a respeito”, alerta. Outro ponto de evolução importante é a integração com a cadeia de valor. “A partir entre as inovações fundamentais do advento da internet e dentro da nossa para diferenciar as empresas característica de brasileiras se destacam a negócios, que é de comunicação e os projetos business-to-business, faz todo o sentido sustentáveis do setor integrar nossos processos de negócio com os clientes e fornecedores, e revisão de processos, no qual foram estamos caminhando nesta linha”, gastos seis meses analisando o que é revela. ligado ao core da empresa, padronizando, eliminando redundâncias Mais informação e gargalos e os aprimorando. “Ao final Tanto mobilidade como integração desta etapa partimos para a já são temas importantes para a Klabin implementação utilizando uma nova e o CIO acredita que esta importância versão do SAP (ECC 6.0), esta fase tende a aumentar nos próximos anos. durou outros seis meses. Concluindo: Afinal, o business de celulose e papel é gastamos aproximadamente um ano de de capital intensivo. “Isto faz toda a projeto e mais uns 15 meses para que a diferença na maneira como ‘poeira baixasse’”, contabiliza.
Algo em comum
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setor de papel e celulose, quando falamos em sistemas de gestão, está muito alinhado, afinal quase todos utilizam SAP. Mas será que o mesmo acontece com outros ferramentais ou mesmo existem novas semelhanças quando olhamos mais detidamente em TIC? Contrariando o que o Nicolas Carr tentou defender no artigo “IT Doesn´t Matter”, “embora o ERP seja o mesmo, a utilização é bem diferente, ou seja, todos nós tentamos nos diferenciar utilizando TI de maneira criativa, eficaz e alinhada aos direcionadores estratégicos da empresa. A ferramenta é padrão, porém a maneira como a utilizamos faz toda a diferença”, garante Antunes, da Klabin. Uma premissa que ganha eco de Costa, da Suzano. Outro ponto de convergência é o investimento em notas fiscais eletrônicas e no SPED. A Klabin, presente em oito estados, garante que teve que centrar esforços aqui, assim como a Suzano. Nesta última, boa parte dos investimentos em 2009 foi carreado para o projeto das NFes e do SPED, porque existia um prazo para entregar. “O projeto foi centralizado a partir de uma equipe multidisciplinar, que envolveu a área contábil e TI. Analisamos todas as ramificações e isto abriu oportunidade para alterar e otimizar alguns processos internos. O processo das notas fiscais envolveu todo mundo. E como toda mudança organizacional é recheado de regras adicionais”, conclui.
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>gestão maximizamos a utilização dos nossos ativos. O outro fator é que competimos num mercado global e precisamos estar permanentemente conectados, as informações têm que estar a um click de distância”, admite. As demandas da área de TI, enfatiza Antunes, são cada vez mais complexas e voláteis. “Como diz o pessoal do Gartner é como se estivéssemos em uma plataforma móvel tentando acertar em um alvo móvel. Para poder adequar nossos recursos às demandas utilizamos elementos externos para complementar nossa capacidade de entrega”, explica. O caminho do outsourcing foi mapeado a partir de um trabalho interno de strategic source. “Algumas das atividades da área, na relação de custo e benefício, apontaram para a terceirização”, argumenta Antunes. As atividades então foram categorizadas em atividades core – que agregam valor para o negócio – e de apoio. Em outro eixo foi avaliada a criticidade da aplicação. Como base neste mapeamento foi definido o que se enquadrava em core e missão crítica, ou seja, aquilo que ficaria dentro da empresa, e tudo que não tinha esse perfil foi direcionado para o full outsourcing. Para as demais combinações – não core e missão crítica ou então core e não missão crítica – a opção era terceirizar parcialmente. “Trouxemos braços externos e mantivemos dentro da empresa a inteligência”, conclui. Entre os exemplos de full outsourcing estão atividades como impressão, manutenção de hardware e
presta apenas uma assessoria. O projeto mais recente foi a aquisição de servidores como forma de suportar o crescimento do business de uma área”, relembra. Essa forma de atuação, iniciada há quatro anos, é regida por uma governança bem definida, na avaliação do CIO, com a criação de comitês e subcomitês. “Em termos de volume de investimento não estamos em nenhum extremo, estamos na média setorial”, admite. Na mira Questionado se o processo de fusões e aquisições do setor, assim como a crise econômica, influencia no volume de recursos, ele discorda. “Nos processos de a suzano papel e celulose vai fusões e aquisições, a TIC é reestruturar os sistemas de fundamental para otimizar o trabalho. Passamos por isso informação, investir em bi e com a fusão com a Bahiasul revisar processos em 2010 e gastamos 60% a mais em TI. A integração entre plantas fabris é complexa, e quanto mais rápido anos. Pela diversificação das empresas e mais pessoas envolvidas melhor”, do setor, elas acabam tendo a explica. necessidade de um CPD”, garante O perfil dos investimentos, José Carlos Costa, gerente de TI da normalmente, envolve tanto os Suzano Papel e Celulose. aspectos de produção como O executivo revela que a Suzano processos e gestão. “Acabam tem como filosofia trabalhar TIC voltado envolvendo os dois campos em para os negócios, a ponto de cada área conjunto. Mas, claro, os processos da empresa ter o seu relacionamento são mais complexos enquanto no específico com TI. “Tecnologia da chão de fábrica eles são dinâmicos”, informação cuida da estrutura e da delimita Costa. Vital, o projeto de implementação dos projetos, mas a mobilidade, por exemplo, já soma verba é toda das áreas. Atuamos como cinco anos de operação gerando consultores. Temos um comitê de inúmeros benefícios para as áreas de investimentos e quem faz a negócios. apresentação é a àrea específica, TI Se o cenário para o setor ainda não é de todo azul (veja mais no Box: 2010: ano complicado) e parece que ainda veremos novas fusões e aquisições, os planos das áreas de TI seguem seu s dois segmentos do setor, celulose e papel, deverão ter comportamentos rumo e sua diversificação. Para a distintos no próximo ano, pelo menos essa é a avaliação de Tulio Gomes, Suzano, é prevista uma reestruturação diretor comercial da Ibema - Companhia Brasileira de Papel. Para ele, a dos sistemas de informação, um celulose, muito dependente das exportações, terá um ano difícil em 2010, pois os trabalho mais intenso com BI – como mercados maduros, como Europa e América do Norte, não deverão se recuperar tão forma de melhorar o poder de decisão rápido quanto seria necessário. Em contrapartida, a China deve garantir recuperação interno – e um projeto de revisão dos significativa da demanda, o que será suficiente para equilibrar a equação da oferta e processos, ainda sem parceiro definido. procura do mercado global. Já a Klabin pretende implementar o SAP Já o segmento de papel, cujo perfil é o de vendas para o mercado interno deverá em unidades fora do Brasil (Estados apresentar boa recuperação, com expectativa de crescimento igual ou um pouco Unidos e Argentina), colocar RFID superior ao desempenho do PIB brasileiro – de acordo com as previsões algo entre (identificação por radiofreqüência) no 4% e 6%. A demanda poderá inclusive ser superior a oferta, exceção feita ao papel chão de fábrica e adotar o sistema off set, em função da continuidade da acomodação no mercado diante da produção contábil IFRS (International Financial da nova fábrica da International Paper, em Três Lagoas. Reporting Standards) como padrão. Muita ação no horizonte! service desk. Já de outsourcing parcial: data center, infra-estrutura, segurança, processos e cenários de negócio, enquanto o que representa o 100% in house fica com a definição da estratégia de TI, gestão de pessoas e alinhamento da TI com o negócio. Terceirizar é preciso? Contrariando ou alinhando neste campo com as interseções do mercado (veja ainda no Box: Algo em comum), a área de TI da Suzano não vê espaço para o full outsourcing global, porém terceiriza atividades como impressão e desenvolvimento de sistemas. “Até vejo oportunidades para alguma coisa mais “full geral”, porém em algo como dois
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TI Verde 2.O: no caminho sustentável O termo TI Verde ou Green IT abriga desde corporações que querem apenas e tão somente reduzir o consumo de energia elétrica até iniciativas que de verde tem apenas o nome. Porém, existem projetos que exibem uma vertente próxima à essência do conceito: a criação de um ambiente de TI sustentável. Veja os caminhos dessa evolução e como é possível criar algo passível de se chamar de TI Verde, talvez em sua versão 2.0
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TI Verde, irmã caçula do conceito de ecoeficiência – termo cunhado ainda na década de 80 do século passado, e que prega o uso eficiente dos recursos naturais – é algo que passou a ser usado com freqüência nos últimos três ou quatro anos pelo setor de TI.
Primeiro ligado a equipamentos mais econômicos em termos de consumo de energia e depois com um sentido um pouco mais amplo, uma forma de melhor utilização dos recursos naturais – energia e água principalmente. Isso se materializou em ações como: virtualização e confinamento de servidores, utilização de máquinas com 1 6
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menor consumo de energia, gerenciamento mais eficiente da refrigeração dos data centers, aquisição de equipamentos de controle do ambiente etc. Algo que todos sabem ou deveriam saber. Porém, essas iniciativas são apenas um primeiro passo rumo a um ambiente efetivamente verde ou sustentável. De uma forma ou de outra, o movimento é 2 0 0 9
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tardio e vem sendo puxado por algo maior e mais difundido: o conceito de sustentabilidade, reflexo dos problemas decorrentes do aquecimento global. “O conceito clássico da Organização das Nações Unidas (ONU) é que sustentabilidade é a possibilidade das gerações futuras utilizarem os recursos naturais, que seriam preservados. Cada um adaptou ao seu bel prazer e ele pode ser traduzido desde qualidade de vida até o produto que gasta menos energia”, argumenta Mario Mantovani, diretor de mobilização da SOS Mata Atlântica. Uma dessas adaptações livres é a que gerou a TI Verde. Para estabelecer uma comparação entre TI Verde e um ambiente sustentável, o chamado projeto Big Green, como foi batizado pela IBM, consiste em cinco etapas: diagnóstico das instalações existentes, construção de data centers eficientes, virtualização, gestão de energia e refrigeração eficiente. Já os quatro pilares da sustentabilidade mais utilizados pregam: ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Ou seja, os objetivos são bem distintos entre eles. O Big Green é um projeto interno da IBM e consiste na modernização da infraestrutura da companhia buscando maior competitividade, ao mesmo tempo em que deseja reduzir o impacto ambiental. “Desde 1990 até 2007 a IBM já havia reduzido suas emissões de carbono em 42%. Com o Big Green pretendemos reduzir mais 12% de 2007 a 2011. Ao mesmo tempo em que dobraremos nossa infraestrutura, não aumentaremos nenhum metro quadrado de data center nem consumirmos KWh adicionais de eletricidade”, garante Roberto Diniz, executivo de otimização de TI da IBM. O projeto é ainda o braço prático da visão estratégica macro chamada de “Planeta Inteligente”. O velho e o novo Na interseção de TI Verde e sustentabilidade estão ações que muitas empresas do setor nem sequer falam, muito menos fazem: mensurar quais as emissões de carbono geradas pelo data center ou pelo uso de TI, qual o destino para o descarte de equipamentos obsoletos ou ainda o investimento em soluções alternativas,
renováveis e próprias de energia para seus data centers. Entre os temas acima, a obsolescência é algo que pode até fazer parte das políticas de sustentabilidade, mas na maioria dos casos não é totalmente conectado à TI Verde. Como lembra Mantovani: “a cada semana, uma nova máquina ou acessório nos deixa com os olhos brilhando e esquecemos da “pegada ecológica” resultante do descarte das máquinas “antigas” – que podem ser até mesmo da semana passada”. O reaproveitamento ou o descarte de equipamentos é um problema no Brasil e no mundo. “Temos um parque
de computadores Pentium 3 e “Desde 1990 até deixamos à disposição para nossos 2007 a IBM já clientes ou mesmo realocamos em havia reduzido ONGs, mas é uma operação suas emissões de complicada”, relembra Antonio Carlos carbono em 42%. Pina, diretor de tecnologia da Alog Data Com o Big Green Centers. Já a IBM recicla seu lixo pretendemos eletrônico há muitos anos e, inclusive, reduzir mais 12% possui ofertas que incluem esse serviço de 2007 a 2011. para os clientes. O centro de descarte Ao mesmo tempo técnico de produtos de informática, que em que realiza esse trabalho, fica em dobraremos nossa Hortolândia, no estado de São Paulo. infraestrutura, não Ser sustentável ainda não é aumentaremos padrão. O que move os projetos de nenhum metro TI Verde por enquanto é a boa e velha economia nas contas. “É o que quadrado de data center nem direciona os projetos, ninguém toma consumiremos decisão apenas pela KWh adicionais de sustentabilidade”, admite Helton Capella, diretor de marketing para eletricidade” América Latina da APC, fabricante de Roberto Diniz, equipamentos de energia para data da IBM centers. Pensamento que é corroborado por Pina, da Alog: “pode parecer egoísta, porém não é. Agregado à possibilidade de economia de dinheiro, a energia não consumida pode evitar a construção de novas hidrelétricas”, argumenta. Novos ares No entanto, dados da Pesquisa Symantec 2009 sobre TI Verde (veja mais detalhes no Box Aqui e no mundo) mostram que os executivos de TI também começam a ver a iniciativa
DC em 2012 Veja uma configuração de um prédio verde com seu data center que será o padrão em alguns anos.
tiliza fontes alternativas como a energia eólica ou solar, e se nU estabelece perto desta fonte de energia nO prédio no qual está localizado utiliza água da chuva para suas atividades, entre elas o resfriamento nD a mesma forma, sua construção é criada para captar a luz solar como forma de iluminar os ambientes e utiliza películas nas janelas para evitar que o calor entre nO s ambientes de data center ou que necessitam de refrigeração trocam temperatura com o ambiente externo, que na maior parte do ano está abaixo dos 20 graus centígrados nU tiliza equipamentos com uma eficiente relação entre capacidade de processamento, baixo consumo de energia e baixa emissão de calor n Ad quire equipamentos certificados a partir do baixo consumo de CO2 já na sua fabricação n E stimula o trabalho de home office para seus colaboradores, até como forma de inibir as emissões de CO2 no deslocamento destes
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como uma forma de responsabilidade socioambiental, mesmo que por imposição. Entre as respostas para os principais fatores dos projetos foram citados: a redução do consumo de energia elétrica (90%); diminuição dos custos com resfriamento (87%); e o fato de o mercado cada vez mais exigir que “Os ganhos em as empresas sejam “verdes” (86%). alguns pontos “Ao longo dos últimos 12 meses, podem chegar a o segmento de TI surgiu como uma ser marginais, nova força para a implementação de entretanto é iniciativas verdes – não apenas pelos algo que não benefícios financeiros gerados pela cessa. Existe um economia de energia, mas também ganho constante pelo desejo cada vez maior das de eficiência empresas de ter práticas energética e a ambientalmente responsáveis”, declara meta é chegar Jose Iglesias, vice-presidente de ao impacto soluções globais da Symantec ambiental zero, Corporation. “O pêndulo vai para os como a geração dois lados e o segmento de TI agora de energias está utilizando uma estratégia alternativas e equilibrada e muito mais integrada à ‘verde’ das organizações, o limpas” estratégia que pode ser comprovado pela quase Antonio Carlos totalidade dos entrevistados que Pina, da Alog Data Center afirmam já serem responsáveis pelos gastos de energia nos data centers”. Isso comprova uma maior maturidade sustentável nos projetos de TI Verde? “A preocupação com o meio ambiente está se iniciando agora, a economia financeira ainda é o principal motor para os projetos. O Brasil ainda está um pouco distante das ações norte-americanas e européias, mas está alguns degraus acima do restante
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>infraestrutura O prédio verde
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Outra visão Carlos Eduardo Mazon, vicepresidente de infraestrutura de TI da Tivit, admite que as companhias tiveram como primeiro foco a otimização do consumo de insumos e a redução de custo, mas vê e analisa as possíveis mudanças. “Existe um avanço social importante da sustentabilidade, o ser humano está mais consciente do nosso papel e da dependência do Planeta. Acredito que o mercado melhorou muito sua visão e pretende ser sustentável”, reage otimista. Ao longo dos últimos dois ou três anos, alguns avanços podem ser registrados nos projetos de TI Verde e existe a promessa de que a eficiência será contínua. O que afasta um pouco
Na interseção de TI Verde e sustentabilidade estão ações que muitas empresas do setor nem sequer falam da América Latina neste tipo de questão”, assegura Simon Mingay, analista do Gartner. Para o consultor, o melhor balanço entre as metas de custos e a sustentabilidade se dará quando o próprio mercado no qual as empresas se inserem – consumidores, parceiros e acionistas – fizerem uma gestão específica. “Algumas empresas já sofrem dessa “boa pressão”, até como forma de proteger a sua marca. E existe, em alguns casos, uma pressão regulatória ou de índices específicos de bolsas de valores que também influi”, alerta. 1 8
o fantasma de um esgotamento das práticas. “Os ganhos em alguns pontos podem chegar a ser marginais, entretanto é algo que não cessa. Existe um ganho constante de eficiência energética e a meta é chegar ao impacto ambiental zero, como a geração de energias alternativas e limpas”, aposta Pina, da Alog. Seja na tecnologia, design ou nos procedimentos de manutenção e gestão, ainda existe espaço para ampliar os resultados nos projetos de TI Verde, pelo menos é o que garante
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lguns elementos podem criar o prédio e o data center verde em sua essência, aquele no qual cada elemento foi pensado não apenas para diminuir os impactos ao meio ambiente, como ser verdadeiramente sustentável. Muito já se falou em utilizar a condição climática da cidade na qual o data center está localizado como um “climatizador” natural do ambiente. Há alguns anos se falou que muitas empresas iriam para a remota e pacata Islândia, ilha localizada nas proximidades no Ártico, com seu clima quase glacial. Algo que ficou na teoria. No Brasil, seriam poucas as cidades propícias para tal, mas mesmo chegando a um lugar de clima ameno, as condições de geração de energia e de linhas de comunicação, além de pessoas habilitadas, transformaria a tarefa em algo impossível. O ideal de um lugar frio e seco nem sempre está acompanhado dos outros elementos (veja também o quadro: DC em 2012). Uma experiência possível é a da unidade da Tivit localizada em Palhoça, apenas 18 km distante de Florianópolis. Um prédio construído de acordo com as diretrizes do sistema de avaliação e certificação de desempenho ambiental para edificações LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design), gerido pelo Conselho Norte-americano de Construções Sustentáveis. Além disso, a construção foi concebida para priorizar a produtividade, saúde e bem estar dos funcionários. O projeto tem como objetivo a redução dos impactos sócio-ambientais gerados pela sua construção, algo feito nas etapas que geraram a escolha do terreno, o projeto bioclimático, a eficiência energética, a qualidade do ar interno, a racionalização dos materiais e a gestão sustentável da água. Algumas das principais características do projeto: • espelho d’água: aumentam a unidade do ar, reduzindo as temperaturas • jardins internos: dissipam poluentes, aumentam a qualidade do oxigênio no interior do edifício; • captação de águas pluviais pela cobertura: reduz o consumo de água, reaproveitando o recurso.
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Mazon, da Tivit. “Se a gente for extrapolar, há um mercado de crédito de carbono sendo construído. Por “Existe um que não podemos chegar à avanço social concepção de uma bolsa de carbono, importante da vendendo até mesmo créditos de sustentabilidade, economia de energia?”, especula. o ser humano Objetivamente, a eficiência dos está mais produtos alocados em data centers consciente do tem se ampliado. Equipamentos nosso papel e da como no-breaks e refrigeradores dependência do estão ainda mais inteligentes, assim Planeta. Acredito como dispositivos de que o mercado armazenamento, redes e servidores melhorou muito têm uma melhor relação entre sua visão e consumo e capacidade operacional. pretende ser “Um no-break atual faz a mesma sustentável” coisa hoje que o de dois anos atrás, porém gasta muito menos energia”, Carlos Eduardo Mazon, da Tivit compara Capella, da APC. No coração do DC O trabalho conjunto de empresas que participam do ambiente dos data centers, como destaca o executivo, faz com que a APC se una à IBM, HP e Intel, entre outras, para explorar uma eficiência tática de organização das máquinas nos ambientes. “É preciso entender que o modo como os data centers eram construídos, o jeito convencional, estava totalmente equivocado. Primeiro existia um super dimensionamento, uma ideia de que os servidores iriam crescer exponencialmente e para sempre. Com a virtualização, os equipamentos de refrigeração e os racks isto mudou”, aponta. Como comparação, ele cita que de toda a energia que entra em um data center, algo como 30% é específico para TI, enquanto 35% são consumidos na refrigeração. Essa última tecnologia, por sinal, é a que mais tem evoluído. “Temos falado muito nas mudanças de arquitetura, pelo menos desde 2006, porém alguns segmentos da economia evoluem mais rápido que outros. As telcos são mais dinâmicas neste campo”, explica. Na prática, os data centers passaram a usar de táticas como a dos “corredores”. Neles fincam racks de equipamentos em um ambiente resfriado, conhecido como “corredor frio confinado”, o que reduz a emissão de calor em 30%, de acordo com avaliação da Alog. “Trabalhamos com switches sem ventilação para o racks, e isso também contribui para a redução do consumo de energia, e não afeta o 2 0
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>infraestrutura
aquecimento dos equipamentos. As máquinas atuais inclusive trabalham de forma normal com temperaturas mais altas internamente”, argumenta Pina. O executivo da Alog explica ainda que em alguns países os data centers passaram a operar com temperaturas mais quentes, como 25º, algo ainda
impensável no Brasil. “Temos SLA que chega a 24º, porém o cliente ainda tem a ideia fixa de um ambiente com temperaturas mais baixas, como 18º ou 19º, e exige isto”, atesta. Ele explica que internamente, como complemento da política de uso consciente da energia foi criada a campanha “Apenas as ideias acesas”, como forma de reduzir o consumo. Na prática Envolvido com o projeto de criação de um novo data center, que se junta aos dois já existentes, Pina, da Alog, revela que sonha criá-lo com base em uma nova matriz energética. “Não sei ainda se será possível, ter energia solar ou mesmo eólica para nos apoiar, mas esse é o nosso desejo. O problema é que precisamos conjugar muitos fatores como localização, acesso e conexão”, adianta (veja mais no Box: DC em 2012). De certo, a perspectiva de que ele esteja operacional no segundo semestre de 2010 e que ele trabalhará com corredores frios confinados, sistemas exaustores e cloud computing, para
Aqui e no mundo
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TI Verde já é prática essencial nos departamentos de TI em todo o mundo. E, no Brasil, 51% dos entrevistados disseram que já possuem estratégias implementadas e 38% estão começando a falar sobre o assunto. Estas são as informações que podem ser extraídas da Pesquisa Symantec 2009 sobre TI Verde, praticamente uma segunda edição do relatório State of Data Center Verde divulgado no final de 2007. Algo como 97% dos executivos em todo o mundo afirmou estar pelo menos discutindo estratégias de TI Verde, enquanto 45% já implementaram iniciativas. Na América Latina, 29% dos entrevistados confirmaram a implementação de estratégias de TI verde na empresa, enquanto no Brasil, 73% das empresas afirmam possuir um plano para implementação de iniciativas “verdes”. Como falamos antes, a pesquisa indicou que os responsáveis pelas decisões de TI estão cada vez mais justificando as soluções de TI Verde não apenas pelo custo e pelos benefícios de eficiência para o departamento. Para 94% dos entrevistados no Brasil, a eficiência energética das soluções é um aspecto que será cada vez mais importante na hora de escolher os fornecedores. Os executivos de TI afirmaram ainda que terão aumento significativo nos orçamentos do setor para iniciativas relacionadas as boas práticas ambientais. No ambiente global, 73% dos participantes esperam um aumento nos orçamentos para TI Verde ao longo dos próximos 12 meses. E, no Brasil, este percentual sobe para 78%, média semelhante a da América Latina. Entre as iniciativas de melhores práticas ambientais, pode ser destacada a substituição de equipamentos antigos com 95% dos participantes apostando em equipamentos novos e mais eficientes no consumo de energia como parte de suas estratégias verdes, seguido pelo monitoramento do consumo de energia (94%), virtualização de servidores (94%) e consolidação de servidores (93%). Além disso, mais da metade (57%) dos participantes da pesquisa enxerga o SaaS (Software as a Service) como uma boa alternativa. T I I n s ide
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obter maior concentração de aplicações em menos servidores. Algumas experiências de mercado também avançam neste sentido. A Atento, empresa de contact center e terceirização de processos de negócios (BPO) do Grupo Telefônica, finalizou recentemente a primeira fase da expansão de seu data center, com a instalação de aproximadamente 35 novos servidores baseados nos processadores Intel Xeon Série 5500, e a previsão de aquisição de mais 200 equipamentos no decorrer de 2010. Entre os principais objetivos, além de responder melhor à demanda dos clientes, está a implementação de uma plataforma com maior capacidade de processamento, consumo reduzido de energia elétrica e melhor dissipação de calor. “Somos parceiros estratégicos de nossos clientes, atuando diretamente em sua cadeia de valor, e a nossa missão é investir constantemente em infraestrutura e tecnologia de ponta, proporcionando assim maior escala e eficiência operacional”, define Tony Cruz, diretor executivo de administração, eficiência operacional e tecnologia da informação da Atento Brasil. com esta visão, a empresa conseguiu aumentar em 35% a capacidade total do data center, obtendo, em paralelo, mais segurança para os dados, além de adequar a iniciativa ao seu projeto de TI Verde. Quem também exibe números expressivos é o Itaú, pré e pós incorporação com o Unibanco, escorado no fato do alto impacto da tecnologia na área financeira e no conseqüente consumo de energia elétrica. Entre as ações realizadas no ano passado, está a troca da central de refrigeração do Centro Técnico Operacional (CTO), que, desde 2004, utiliza gás ecologicamente correto para refrigeração, com redução de 40% no consumo de energia. E ambientes que ficavam iluminados 24 horas por dia, agora tem suas luzes acionadas apenas quando há uma pessoa presente. Banco esverdeado As iniciativas de TI Verde do banco datam de 2004, com o investimento em programas e iniciativas ambientais, que incluem pesquisas, projetos e benchmarking
para um planejamento que envolve as necessidades de TI dos próximos 10 anos, especialmente em virtualização para a melhor utilização dos servidores, assim como sua troca por máquinas novas. Atualmente, são cerca de 1,1 mil servidores virtuais, com previsão de virtualização de 1 mil adicionais no decorrer de 2010. “O grande benefício do projeto foi a simplificação da infraestrutura e a agilidade para a implantação de novos serviços, resultando em ganhos tangíveis de disponibilidade”, afirma João Bezerra Leite, diretor de infraestrutura e operações de TI do Itaú Unibanco. “A virtualização permitiu a evolução dos nossos processos de contingência e uma otimização em consumo anual de energia da ordem de 3,7 MWh. Uma contribuição importante nas nossas iniciativas de TI Verde”, finaliza. Uma política de TI Verde que envolve tantos elementos pode ser quantificada ou ter seu grau de maturidade estabelecido? Pina, da Alog, é bem sincero e objetivo e aponta que dentro das muitas e amplas possibilidades considera sua empresa no patamar dos 70 ou 75% em uma escala verde. “É um trabalho contínuo e por mais que façamos, sempre aparece algo novo ou que
com diversas empresas, para identificação e desenvolvimento de práticas sustentáveis para a área. Algo necessário quando se investe, como em 2008, a soma de R$ 2,3 bilhões em tecnologia. Outra vertente importante foi a troca de diversos equipamentos por máquinas de maior porte e melhor eficiência. Somente em 2008, foram trocados 450 servidores e os monitores de “tubo” estão sendo substituídos, gradativamente, pela tecnologia LCD – que propicia mais economia energética. Seja na tecnologia, design ou nos E as iniciativas de TI procedimentos de manutenção e Verde da instituição gestão, ainda existe espaço para também focam no descarte de materiais ampliar os resultados nos tecnológicos, como projetos de TI Verde baterias utilizadas por no-breaks das agências, postos de atendimento bancário, lojas Taií e CEIs, que são descartadas ao final da vida útil de acordo com políticas ambientais. A meta para 2009 buscou ampliar a política de descarte e reaproveitamento de máquinas. Agora, dentro da esfera Itaú Unibanco, a instituição se prepara
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Helton Capella, da APC: o que move os projetos de TI Verde por enquanto é a boa e velha economia nas contas. Ninguém toma decisão apenas pela sustentabilidade
>infraestrutura evitando que os boletos em papel sejam impressos. Entre as políticas da Tivit, que de acordo com Mazon se iniciaram há 10 anos, está um melhor descarte de materiais, até mesmo do óleo das máquinas, dos geradores e outros componentes. “Alguns processos e uma melhor manutenção dos equipamentos geram resultados. Preciso hoje de apenas 6 horas de refrigeração da água para abastecer e gerenciar a temperatura do data center”, garante. As políticas desembocaram, por alguns ambientes já atingem sla exemplo, na criação de “green building” da com temperatura de 24ºC, porém um empresa em Florianópolis os clientes ainda querem 17ºC (veja mais no Box O prédio verde). Outra iniciativa em voga, os “Tende a ser um casamento de equipamentos em blade geram interesses. E procuramos defender polêmica e são heróis e vilões ao junto aos clientes esse ‘encontro’”, mesmo tempo. Afinal, eles reúnem aponta Mazon. Ele cita o recente maior capacidade de processamento projeto de DDA (Débito Direto em seus racks junto com novos Autorizado), realizado com a Febraban desafios de refrigeração. “Fizemos (Federação Brasileira dos Bancos) e a estudo específicos e é preciso criar CIP, como algo totalmente “green”, corredores de ar quente e frio para evitar um gasto excessivo com a refrigeração deles. São máquinas com alta performance, porém é preciso equalizar algumas questões. Sem isso Estudo da IBM, denominado GreenIT, junto ao eles se tornam problemáticos”, admite segmento das médias empresas no mundo, Mazon. A redução do espaço ocupado apontou que elas já possuem iniciativas pelos servidores, algo propiciado pelos blades, é enfatizada por Pina, da Alog, para reduzir o impacto do uso da que também faz a ressalva: “aumentou tecnologia no meio ambiente. Entre os o calor na mesma proporção”. países pesquisados, o Brasil mostrou que E como projetar o data center do 66% delas possuem essa preocupação com futuro (veja mais no Box: DC em 2012), a questão ambiental e mais de 70% dentro dos preceitos mais modernos planejam ou já realizaram atividades para de TI Verde? Um primeiro passo é diminuir o impacto no meio ambiente causado começar pela infraestrutura física não por sua cadeia de suprimentos, produtos e pela de TI propriamente dita. No serviços. Veja abaixo outros dados locais da pesquisa entanto, o fundamental, é pensar na (*): adoção de novas tecnologias e novos modelos ainda na concepção espacial. nM ais de 70% das empresas planejam ou já realizaram atividades para Um data center de alta densidade diminuir os danos ambientais causados por sua cadeia de suprimentos, em um espaço físico menor que os produtos e serviços. antigos DCs é ideal. Assim como ter n 6 6% das companhias já implementaram algum tipo de medição de energia duas fontes distintas e, de preferência para sua infraestrutura de TI. renováveis e alternativas,de energia. nM ais de 65% das companhias já completaram ou estão em processo de Virtualização e uso de cloud implementação de virtualização de servidores. computing também são mandatórios, n E ntre 50% e 60% das empresas já operam com funcionários trabalhando em porém é interessante gerenciar as casa, conectados a redes virtuais. aplicações para não sobrecarregar ou nM ais de 30% das empresas utilizam ferramentas de colaboração, como superaquecer determinado servidor ou conferência remota, para definirem estratégias ou fecharem negócios. coluna de máquinas, o que trará n 6 0% das companhias implantaram a prática de recondicionamento de problemas de refrigeração. Em servidores para melhorar a eficiência de energia. resumo, a infraestrutura deve ser inteligente ao extremo. * Fonte: IBM
pode ser aprimorado. O data center ideal é aquele construído já dentro da concepção verde, mas, mesmo assim, sempre surge uma novidade”, explica. Outras iniciativas Mais seguro, Mazon, da Tivit, avalia em 90% o seu “grau verde”, porém admite que sempre existe espaço para melhorias. “É preciso ter disciplina na manutenção do projeto, todos os nossos processos são ISO 20.000 e temos a parte hidráulica auditada, por exemplo. Já chegamos em uma posição na qual os ganhos não serão mais significativos, e se a manutenção não for bem feita é possível até regredir. Os esforços agora não representam ganhos de maior vulto”, garante. Os clientes do data centers ouvidos ainda são muito movidos pelo resultado, pela economia, mas eles começam a ver a sustentabilidade como um elemento importante. Algo que independe até mesmo do tamanho da corporação (veja mais no Box: A cor das médias empresas).
A cor das médias empresas
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>especial radar fiscal
Fenacom quer simplificar programa Empreendedor Individual O Portal do Empreendedor ganhará a partir de janeiro uma tela de entrada de dados e terá reduzido o número de campos para preenchimento
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importância do programa Empreendedor Individual oferecido para criação do Empreendedor Individual. é reconhecida e sua implantação tem metas ambiciosas: trazer para a formalidade um milhão de Novo formato em janeiro pessoas até o final de 2010 – o equivalente a 10% Concebido para permitir a inserção dos do total de trabalhadores que, segundo estimativas do trabalhadores na economia formal, o programa Ministério da Previdência, não têm acesso a benefícios Empreendedor Individual passará por mudanças e sociais. ganhará um novo modelo a partir de janeiro do Mas, para que a meta seja atendida é necessário próximo ano. simplificar o processo de adesão dos trabalhadores. Uma das mudanças previstas é a implantação de É o que defende Valdir Pietrobon, presidente da um novo sistema de informática para o registro dos Fenacon, que reiterou a sua opinião em reunião trabalhadores. O Portal do Empreendedor ganhará realizada no começo deste mês, em Brasília, no uma tela única de entrada de dados e terá reduzido o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e número de campos para preenchimento. Além disso, Valdir Pietrobon Comércio (MDIC). não haverá mais a necessidade de apresentação de “Que o Empreendedor Individual é o maior projeto de declaração em papel e da respectiva assinatura física. inclusão social não há dúvida. No entanto, os inúmeros Criado pela Lei Complementar 128/08 e inserido na Lei Geral da procedimentos exigidos para o registro e formalização têm Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06), o programa dificultado a concretização dessa nova categoria”, afirmou Pietrobon. tem como meta a formalização de um milhão de pessoas que Além de simplificar e aperfeiçoar o sistema, o presidente da entidade trabalham por conta própria até o final de 2010. reivindicou a adoção de medidas de desburocratização por parte de As inscrições começaram em julho no Distrito Federal e nos todos os entes envolvidos no programa. Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do “Nós que fazemos o atendimento direto aos Sul, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Ceará. empreendedores individuais somos responsabilizados parcialmente, A previsão é de que, em janeiro, os demais Estados estejam e injustamente, pelas dificuldades, já que o público exige a rapidez conectados ao Portal do Empreendedor, permitindo as inscrições em do serviço”, acrescentou. todo o País. Até o dia 22 de novembro, mais de 81,8 mil A preocupação da entidade é com a possibilidade de o projeto empreendedores haviam feito seus registros no Portal do não alcançar sucesso. Para Pietrobon, é preciso que a vontade política Empreendedor e passava de 142,9 mil o número de pessoas que do governo seja externada na simplificação do sistema tecnológico fizeram reserva do nome empresarial.
Sped irá mudar de layout
Entrega da DCTF será mensal
No próximo ano o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) entra em uma nova fase, com uma série de alterações determinadas pelo Fisco no layout das obrigatoriedades, informou Jorge Campos, especialista fiscal e tributário da Aliz Inteligência. Uma das mudanças previstas é a inclusão do código de classificação fiscal (NCM) que serve de parâmetro para o cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Isso é muito importante porque na hipótese de enquadramentos incorretos, será grande o nível de exposição fiscal”, diz. Outra é a adoção do e-mail público para recebimento dos arquivos em padrão .XML, cujo envio também passou a ser obrigatório pelo fornecedor. De acordo com Campos, essa ferramenta, mais a informação do pedido e o número do item, permitirão às empresas a automação do processo de recebimento. Segundo Campos, a auditoria prévia das somatórias das NF-e para que sejam aprovadas é outra novidade implementada. Um levantamento das secretarias de Fazenda indicou que muitos contribuintes enviavam os arquivos em .XML com erros de somatória de itens em relação ao valor principal da nota fiscal, bem como incorreções de cálculo de ICMS.
A Receita Federal publicou no Diário Oficial da União a Instrução Normativa nº 974, que estabelece as normas disciplinadoras da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), relativas a fatos geradores que ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 2010. Uma das novidades anunciadas é a alteração da periodicidade de apresentação da declaração, que antes era semestral e agora passará a ser mensal. A regra vale para todas as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as equiparadas, as imunes e as isentas. A DCTF deverá conter informações sobre impostos e contribuições federais, tais como Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas, Imposto de Renda Retido na Fonte, Imposto sobre Produtos Industrializados, Impostos sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Contribuição para o PIS/PASEP, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, dentro outros. A alteração das informações prestadas será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, que terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada. Quem deixar de apresentar a declaração no prazo poder ser multado.
>especial artigo
Qualidade de dados é o foco da próxima fase do sped fiscal Especialista Em Governança de Qualidade de Dados e diretor da GoDigital dá dicas de como implementar um projeto de qualidade de dados para atender às exigências da próxima etapa do sistema
No dia 30 de setembro foi encerrado o prazo para as empresas enviarem à Receita Federal os arquivos de escrituração fiscal digital (EFD). O processo faz parte do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e os arquivos possuem informações fiscais das companhias e registros das apurações de impostos das operações realizadas. O SPED trará uma série de vantagens para o mercado, como: maior economia de papel e de espaço de armazenamento das informações, diminuição de fraudes, redução de custos administrativos e maior transparência na documentação contábil e fiscal. Passada a primeira fase da implementação dos sistemas e do envio das informações, agora as companhias precisam concentrar esforços na certificação da qualidade dos dados encaminhados à Receita. Dalvani Rufino Weber de Lima, especialista em Governança de Qualidade de Dados e diretor da GoDigital, empresa que atua no setor de TI há nove anos e atende grandes companhias de diversos setores, selecionou cinco dicas para ajudar as empresas a terem êxito na próxima fase do SPED. • A partir do diagnóstico da qualidade da base de cadastros de clientes, deve-se formular a estratégia de gestão da qualidade de dados adequada às necessidades de cada empresa, definindo racionalmente as freqüências, abrangências e riscos toleráveis. Estas definições têm
que refletir os riscos gerados pela má qualidade de dados, bem como os esforços que cada empresa acha adequados à sua manutenção. Basicamente, uma relação custo-benefício, cujos benefícios foram agora trazidos à superfície pelo SPED. • Criar processos recorrentes de qualificação e atualização de dados. Isto é um duplo desafio, pois garantir informações corretas a cada transação pode impactar o desempenho operacional, especialmente em momentos de pico de demanda; • Estabelecer como rotina a realização constante de diagnósticos da base de dados, identificando cadastros inconsistentes. Para os cadastros de clientes atuais: manter uma rotina de atualização dos seus cadastros, mantendo a qualidade das informações essenciais para o faturamento das futuras transações e, assim, garantindo a eficiência operacional. Para os novos clientes: pré-qualificar as bases de prospects potenciais, tornando a primeira venda mais fácil e ágil; qualificar preventivamente, “overnight”, evitando os períodos de pico. Todos esses procedimentos visam endereçar problemas como a eliminação de duplicidades, correção e atualização dos cadastros de clientes. • A solução adotada para a garantia da qualidade dos dados essenciais ao faturamento deve ser capaz de se adaptar às regras de negócio, que definem a periodicidade de atualização, e de enviar alertas de cadastros inconsistentes, mantendo o atendimento ao SPED. Mais ou menos simples, essas alternativas, ou outras que minimizem os riscos de perda de eficiência operacional, significarão RESULTADOS. • Finalmente, como em qualquer processo crítico de negócio, devese acompanhar constantemente a evolução da qualidade destes dados críticos para que se garanta que, na "hora da verdade", a transação e seu faturamento sejam realizados.
* Dalvani Rufino Weber de Lima é especialista em Governança de Qualidade de Dados e diretor da GoDigital, empresa de soluções em qualidade de dados, que atua no mercado de TI há nove anos desenvolvendo projetos para companhias dos setores de telecomunicações, finanças, varejo, mídia e governo.
>infraestrutura Jackeline Carvalho
PCI: cartões de crédito
mais seguros
A partir de setembro 2010, indústria de cartões de pagamento deve operar sob o novo padrão de segurança. Mudança afeta principalmente bancos e o comércio varejista
Antônio Leal Faoro, da Future Security: empresas melhor preparadas ainda devem estar distantes 25% do nível de maturidade máxima de PCI, sendo que a média do mercado realizou entre 50% e 60% da adequação
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do comitê de prevenção e segurança da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS) e gerente de controle de risco da Visanet. Para dar uma pequena dimensão das condições de segurança do novo padrão, Takaki ressalta que na homologação de softwares, por exemplo, o auditor verifica inclusive se existem informações na memória do equipamento que não são apagadas após a execução da transação.
fotos: divulgação
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m outubro, o Payment Card Industry Council lançou a versão 1.2 do Payment Card Industry Data Security Standards (PCI DSS), o último conjunto de regulamentos de conformidade com a PCI, destinado a proteger as informações do portador do cartão pagamento (crédito ou débito) contra fraudes e abusos criminais. O novo padrão deve ser adotado por toda a indústria financeira e aqueles que não cumprirem com o PCI DSS estarão sujeitos a multas significativas, à degradação de valor da marca e, finalmente, à perda do seu direito de processar transações de cartões de pagamento. As multas ainda não estão definidas, mas basta lembrar os US$ 202 milhões gastos pela TJX Companies, Inc., em resposta à violação que comprometia as informações da conta de cartão de até 40 milhões de seus clientes. Todo o trabalho de adequação ao novo padrão começou há dois anos e a conformidade foi determinada para setembro de 2010. O DSS do PCI, endossado pela American Express, Discover Financial Services, JCB International, MasterCard Worldwide e Visa, exige que empresas e prestadores de serviços que armazenam, processam e transmitem dados de cartões de pagamento atendam aos controles de processos e segurança da informação, que asseguram a integridade dos dados. A norma reúne desde procedimentos
simples como a adequação de firewalls e antivírus, até outros mais complexos, que exigem novas tecnologias, mudanças em sistemas e modificações na cultura da empresa. Não estão previstas mudanças físicas nos cartões. Ao contrário, todo o trabalho está sendo realizado para que o usuário seja minimamente afetado com a certificação. “O que os usuários vão perceber é uma redução da fraude por comprometimento de informações, pois estaremos com dispositivos de captura homologados de maneira mais rígida, softwares homologados por auditores internacionais e, finalmente, teremos estabelecimentos comerciais homologados segundo critérios internacionais de segurança”, relata Henrique Kazuhiro Takaki, coordenador T I I n s ide
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O mercado No Brasil, o padrão tem como foco os 124 milhões de cartões de crédito em circulação no mercado, segundo a Abecs, o número que em 2000 era 29 milhões de unidades; e as transações com cartões de débito, modalidade de pagamento que superou a emissão de cheques, registrando 2,1 bilhões de transações, contra 1,9 bilhão de cheques, em 2008, de acordo com o Banco Central. A principal mudança será percebida pelos donos e administradores de lojas e redes varejistas, onde as transações são efetuadas em grande volume. “Teremos inicialmente um esforço muito grande para elas se adequarem ao padrão de segurança, o que poderá acarretar, inclusive, em aumento dos investimentos nesta área”, reconhece Henrique Takaki. Porém, ele defende que os esforços não protegerão apenas informações de cartões mas também outras informações estratégicas como planos de marketing, produtos, 2 0 0 9
informações de clientes e preços. Para aliviar o impacto, a norma prevê um escalonamento dos prazos para adequação às exigências feitas aos comerciantes, dividindo-os em grupos de empresas de pequenos, médio e grande porte. Há quatro níveis de empresas que estão obrigadas a aderir ao padrão: aquelas que processam mais de 6 milhões/ano; aquelas que estão entre 1 milhão e 6 milhões de transações por ano; os estabelecimentos que geram entre 20 mil e 1 milhão de transações por ano; e aqueles que processam menos de 20 mil transações em 12 meses. Operações Aqui no Brasil, os bancos serão personagens principais na operação de adequação do setor ao PCI DSS, porque são os “distribuidores” dos cartões. Parte das operações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), por exemplo, está alinhado ao PCI desde 2007. “Do ponto de vista de rede e de bandeira o Banrisul já se adequou aos padrões do PCI”, reforça o superintendente executivo da Unidade de Segurança da TI da instituição financeira, Jorge Krug. Ele lembra que o PCI tem pilares de transmissão, segurança de dados e de aplicação, e explica que a rede adquirente do Banco já atende a parte de segurança de terminais. “As bandeiras Visa e Mastercard estão fazendo um movimento muito grande de adequação, que começou no que se chamou de movimento pré-PCI”, diz. Assim, paulatinamente, o Banco vem substituindo os seus equipamentos por soluções homologadas, movimento que minimiza o impacto financeiro do PCI, e que ao mesmo tempo não pode deixar de ocorrer devido aos aportes na adequação dos aplicativos e disseminação da informação internamente. Krug, no entanto, não consegue precisar quanto o Banco gastará especificamente com a migração.
enquadramento A norma PCI DSS estabelece que quatro grupos de empresas estão obrigados a se adequarem, em um escalonamento de prazo e nível de aderência:
n a quelas que processam mais de 6 milhões/ano
n a quelas que estão entre n n
1 milhão e 6 milhões de transações por ano o s estabelecimentos que geram entre 20 mil e 1 milhão de transações por ano a queles que processam menos de 20 mil transações em 12 meses
conformidade com o PCI DSS. Nesta busca rápida, fácil e econômica de implantar uma solução que garanta a conformidade, as empresas estão demandando soluções que possam ser rapidamente implantadas para permitir ou negar o acesso, e registrar as tentativas de acesso à ampla gama de aplicações implantadas em redes corporativas. Em resposta a essa demanda, engenheiros e arquitetos criaram uma nova classe de aparelhos que controlam e gerenciam a autorização do acesso à aplicação e as transações propriamente ditas. Estes appliances são pontos de dados múltiplos, ou atributos, para reforçar a política de identidade com informações. Ao contrário de seu
Tecnologias e serviços Segundo os especialiastas, apesar de existirem inúmeras soluções no mercado que permitem PCI DSS, o Conselho só identifica especificamente uma tecnologia - o firewall. No mais, as organizações estão abandonadas à sua própria sorte para determinar quais outras tecnologias podem e devem ser adotadas e de que forma elas contribuirão para a dezembro
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antecessor, com base em software, essas soluções de gerenciamento de acesso permite às empresas definirem e aplicarem o log de acesso e as políticas de autorização através de aplicativos e de arquivos compartilhados utilizando um único console de gerenciamento. Dona de soluções que atendem a 12 requisitos do PCI DSS, a Juniper se tornou, no ano passado, membro da organização participativa do Conselho, por acreditar que na era da sofisticação dos ataques virtuais, esta adesão representa uma das melhores estratégias de segurança de uma organização contra roubo de dados. Claus Troppmair, diretor de vendas corporativas da companhia no Brasil, posiciona a empresa como fornecedora de soluções de segurança de rede, e diz que o fato de fazer parte do grupo PCI dá à empresa as seguintes vantagens: entender as diretrizes do grupo e sugerir alterações tecnológicas e novas formas de implementação de níveis de segurança. Credenciada pelo PCI Concil para certificar empresas, a Future Security estima que deva ocorrer uma corrida ao processo de adequação e homologação dos sistemas às vésperas do vencimento do prazo estimulado pelo Conselho PCI. Antônio Leal Faoro, CEO da companhia, arrisca dizer que as empresas melhor preparadas ainda devem estar distantes 25% do nível de maturidade máxima e que a média do mercado realizou entre 50% e 60% da adequação. Para ele, no entanto, “haverá um alto grau de profissionalismo no atendimento às regras do PCI, primeiro porque o Brasil está inserido na economia mundial; depois porque o cartão de crédito ganhou representatividade na economia interna; e por fim “porque é um conjunto de regras que protege a empresa não só em relação ao mercado, mas ao acesso às informações”. Para Krug, do Banrisul, a grandiosidade e a complexidade dos projetos PCI fazem do movimento um marco no modelo de segurança de cartões. Ele lembra que antes de 2004 não havia qualquer modelo ou instrução padrão nesta área. “Em setembro de 2004, quando as bandeiras se uniram, criou-se o padrão PCI e partir daí toda a rede passou a ter que se adequar 100%”, explica, ao reforçar que quem não fizer a lição de casa até 2012 estará fora do mercado. 2 7
Claus Troppmair, da Juniper: fazer parte do grupo PCI dá à empresa as vantagens de entender as diretrizes do grupo; sugerir alterações tecnológicas; e novas formas de implementação de níveis de segurança
>mercado Victor Hugo
Seguradoras
se preparam para a nova era Canais focados em internet e mobilidade para atender a nova geração de consumidores puxarão os aportes do setor, que também se prepara para se adequar a novas regulamentações e modelos de negócios como reseguro e, possivelmente, microsseguro
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nos negócios do setor, em Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro. Nova carteira Entre as razões que elevarão os investimentos das seguradora em TI Glória destaca os novos modelos de negócios como re-seguro e microsseguro, modelo que ainda está sendo arquitetado no País. “Os novos modelos de negócios geram potencial para aumentar os investimentos em TI e isso tende a ocorrer em 2010. Quando se inova em produtos e serviços e se atende a um maior número de mercados, gerase mais regulamentação, o que, por sua vez, exige uma arquitetura de TI mais robusta “, comenta. Com exemplo, Gloria cita que para atingir o público e efetivar o atendimento na modalidade microsseguro, serão necessárias tecnologias alternativas. “Vai fotos: divulgação
indústria de seguros será marcada por diversas mudanças de regulamentação em 2010, principalmente pelo fato de novos serviços e produtos serem lançados, como o resseguro e, possivelmente, o microcrédito. Soma-se a isso a maior abrangência de atuação das empresas, que passarão a oferecer produtos em mais mercados e por meio de novos canais. Todas essas alterações impulsionarão os investimentos do setor em tecnologia da informação. Não que a cultura seja diferente. Em 2009, mesmo com o cenário adverso devido à crise financeira mundial, as seguradoras aportaram R$ 1,4 bilhão em TI, cifra 16,6% superior ao R$ 1,2 bilhão gasto em 2008. Agora, com as mudanças e o melhor momento econômico, essa é uma conta que deve aumentar. Os recursos destinados a TI pelas seguradoras representam, em média, 2,5% do faturamento da indústria de “Tenho que seguros e, segundo Glória Guimarães, prover serviços presidente da Comissão de Processos e flexíveis, ágeis e Tecnologia da Informação da de qualidade Confederação Nacional de Seguros para nossos (CNSeg) e CIO da Aliança do Brasil corretores, e a Seguros, estes gastos com TI maioria deles continuarão em ascensão. “A tendência é que as seguradoras quer interagir por passem a investir mais em TI, o que meio da internet” pode chegar a cerca de 2,7% do Roberto Marucco, faturamento da indústria do setor no ano da SulAmérica que vem”, disse Glória, durante V IT Insurance Meeting, congresso que reuniu seguradoras e empresas de seguros para discutir o impacto das tecnologias
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ser quase tudo baseado em mobilidade”, frisa. De acordo com a executiva, entre outras coisas, as ações de gerenciamento da base de dados para reduzir riscos é uma oportunidade para a área de TI atuar com maior intensidade em 2010. No quesito riscos é necessário estabelecer uma boa base de dados, o que, na visão de Glória, também puxará os aportes em tecnologia. Outro movimento citado por ela para estimular os gastos com TI é a automatização dos processos. Um movimento que, na visão da executiva, facilita a auditoria, assim como a geração de relatórios para tomadas de decisão. Glória também apontou a digitalização de documentos, certificados digitais, novos canais de venda como mobilidade e internet e aumento da eficiência dos sistemas de gestão de risco, como motores para os aportes de TI em 2010. Eficiência Para o diretor presidente da Bradesco Seguros e Previdência, Marco Antonio Rossi, o desafio das seguradoras em 2010 é buscar o máximo de eficiência operacional. Assim, o executivo entende que deve ocorrer uma mudança no aspecto do seguro e que as empresas precisam buscar oportunidades para criar produtos e serviços diferenciados. De acordo com o executivo, a nova geração de consumidores não quer se comunicar com pessoas e sim realizar a compra de produtos e serviços de forma mais fácil e usual. Um modelo no
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qual o intermediário só aparece quando o produto é complexo e a intermediação agrega valor ao cliente. Como desafios para os próximos anos, Rossi coloca a maior freqüência de lançamentos de produtos, o desenvolvimento de novos canais de acesso ao cliente, como web, mobile e call center, e a apresentação de soluções inovadoras. A agilidade em processos conquistada a partir de melhorias na arquitetura de aplicações é a principal demanda das seguradoras na visão de Roberto Ciccone, líder da área de consultoria para o setor de seguradoras da IBM Brasil. “No geral, a infraestrutura de aplicações ainda está um pouco aquém”, pondera, ao comentar que como os clientes estão cada vez mais exigentes é necessário conhecê-los profundamente e, para isso, as seguradoras devem ter as informações sobre eles de forma mais integradas. Para Ciccone, a questão de canais será outro desafio. Primeiro porque, segundo ele, as seguradoras necessitam trazer para o meio on-line o maior número possível de corretores. “Muitos corretores ainda estão off-line”, frisa. Além disso, buscar o acesso aos clientes por meio da internet é outra solução. Ciccoce informa que algumas seguradoras já começam a se preocupar com questões como redes sociais, iniciativa que tem potencial para as seguradoras captarem informações importantes sobre os clientes. “Isso pode ser visto como inteligência de negócios, pois as seguradoras podem usar essas informações, cruzando-as com as que já detêm no banco de dados, para tomar decisões e fazer
ofertas mais assertivas a esses clientes. Essa é uma forma das empresas conhecerem melhor seus consumidores e se relacionarem com eles”, alega. Venda on-line Sobre a venda de produtos pela internet, Ciccone diz que não dá para as seguradoras fugirem deste modelo de negócios, mas observa que a principal barreira a essa estratégia ainda é a questão das empresas necessitarem da figura do corretor para comercializar os produtos. “Apenas as seguradoras que detêm suas próprias corretoras começam a se estruturar fortemente na venda pela web.” A Aliança do Brasil Seguros também dará maior foco a soluções relacionadas a internet e mobilidade para o ano que vem, apesar de já ter anunciado, para janeiro, um projeto piloto de digitalização de documentos de alguns outros sinistros. Segundo a CIO da empresa, Glória Guimarães, o projeto visa proporcionar maior eficiência operacional e qualidade de serviço ao usuário. “Com a digitalização dos documentos, gera-se maior velocidade e agilidade aos processos de sinistro. Isso facilita a vida do usuário”, afirma Glória, comentando que o software para digitalização de documentos foi desenvolvido in house. A SulAmérica Seguros direcionou bastante recursos para internet e lançou um novo portal do segmento de saúde, carro-chefe em receita da companhia, alterando todas a áreas do site: segurado, hospitais e empresas. Além disso, implantou um grande portal de cotação para corretores, plano que ainda
“A tendência é que as seguradoras passem a investir mais em TI, o que pode chegar a cerca de 2,7% do faturamento da indústria do setor no ano que vem” Glória Guimarães, da Aliança do brasil Seguros e diretora da CNSeg
receberá investimentos, segundo Roberto Marucco, diretor de sistemas da SulAmérica. “Tenho que prover serviços flexíveis, ágeis e de qualidade para nossos corretores, e a maioria deles quer interagir por meio da internet”, complementa. Por fim, Marucco deixou claro que o mobile é a próxima fronteira na qual a SulAmérica atuará com mais intensidade. Ele disse que atualmente a companhia já provê alguns serviços para os usuários de seguro de automóveis, como o acompanhamento de sisnistro; e para os usuários do seguro saúde, que podem consultar reembolsos. “A idéia é atingir novas áreas. Teremos soluções de mobilidade com foco no cliente e no corretor”, promete o executivo. * O jornalista viajou ao V Insurance IT Meeting a convite da CNSeg
Movimento das seguradoras
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inteligência do nosso negócio”, afirma. Bradesco Seguros e Previdência deve somar O executivo revela que esse processo começou neste ano investimento total de cerca de R$ no ano passado, quando 10 profissionais foram 200 milhões em tecnologia da informação, cifra reabsorvidos na estrutura de TI. Neste ano, mais 15 que deve ser 10% superior em 2010, totalizando R$ pessoas devem ser ‘internalizadas’ e o plano para 220 milhões. O CIO da companhia, Aurélio Conrado 2010 ainda está sendo revisado, porém a previsão é Boni, revela que meta da companhia é, que seja inferior aos 25 planejados”, avalia Boni. principalmente, acelerar a criação de novos serviços. Atualmente, a área de TI da Bradesco Seguros e Para isso, parte do valor será aplicado no Previdência conta com 330 empregados internos. processo de “insourcing”, ou seja, na remontagem da Em relação à estratégia de negócios, para 2010 equipe interna de TI que antes estava terceirizada. a companhia adotará um direcionamento mais forte Após partir fortemente para a terceirização, a na área de mobilidade e seguirá investindo em companhia reviu a estratégia em razão da perda de Aurélio Conrado Boni internet. “Temos de proporcionar facilidade aos nossos um pouco da inteligência do negócio. “Nosso objetivo clientes na hora destes contratarem seguros”, adianta Boni. com esta nova manobra é voltar a ter o domínio tecnológico e a
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>mercado jackeline carvalho
Novos serviços na rede elétrica
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specialistas do setor elétrico brincam que se Thomas Edison – responsável pelo desenvolvimento da lâmpada elétrica e de várias outras mudanças tecnológicas do século XX – voltasse à vida, ficaria decepcionado com a pouca ou nenhuma evolução no modelo de negócio com o fornecimento de energia elétrica nos últimos 100 anos. Mas também estão confiantes com a mudança que se delineia a partir da reformulação das redes de transmissão, a convergência com as telecomunicações e a inovação que se propõe a subestações, transformadores e até no processo de medição de consumo. Não que isso tudo esteja programado para amanhã, ou mesmo para um futuro próximo. Neste setor as decisões são mais alongadas, assim como os projetos e as suas respectivas execuções, mas nos próximos 20 anos, a estimativa é que todos os consumidores de energia elétrica possam contar com recursos de inteligência, ter às mãos dados que lhe permitam programar os gastos e até contribuir para uma sobrevida maior das redes de distribuição, que tanto impactam o meio ambiente e os cofres das concessionárias. Como? Estamos falando do conceito smart grid, ou rede inteligente, uma proposta tecnológica para a rede elétrica cuja sustentação reside em uma ampla arquitetura de referência baseada em sistemas abertos para companhias de energia do futuro. Esta arquitetura possibilita a integração de equipamentos inteligentes e redes de comunicação de dados em um sistema gerenciado de computação distribuída, abrangendo 3 0
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Setor de energia elétrica discute mudanças em dispositivos e segmentos da rede para oferecer alternativas inteligentes no controle de consumo e otimização de recursos, se alinhando ao conceito smart grid Além da parte de medição, todos os transformadores das subestações (ETDs estações transformadoras) da AES Eletropaulo têm medidores na saída, e 20% destas subestações já estão digitalizadas
todas as corporações e a indústria. Ela também permite a implantação de capacidades abancadas do sistema de energia, tais como: rede de energia auto-recuperável, comunicação integrada com o consumidor e informação em tempo real sobre energia e fluxo de geração. Enfim, com o smart grid, blecautes como o que ocorreu entre a noite do dia 10 e a madrugada de 11 de novembro, com impacto em 12 Estados brasileiros, além de parte do Paraguai, passariam a ter impactos menores com a intensificação do monitoramento da rede, obviamente com gastos reduzidos pela automação, segmentação do sistema e uma maior precisão na identificação de falhas e até o restabelecimento remoto do serviço ou de parte dele. “No caso de fraude, os equipamentos digitais permitem maior proteção da receita. Ou seja, o cliente T I I n s ide
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para fraudar um medidor digital tem mais dificuldade do que em um medidor tradicional. Além disso, tem a questão da segurança patrimonial, porque com os medidores digitais, a medição de consumo pode ser feita a distância”, resume Bruno Regueira, executivo de desenvolvimento de negócios da IBM da América Latina. Plano nacional No Brasil, os primeiros passos para smart grid estão sendo dados pelas concessionárias, em projetos-pilotos e iniciativas internas de implementação da inteligência nas redes. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) tem no forno uma resolução, baseada no resultado de consulta pública, para fazer deslanchar o conceito no Brasil a partir da instalação de medidores eletrônicos na rede de baixa tensão, à qual está ligada a maioria dos consumidores de energia do País. “É um 2 0 0 9
megaplano, que vai levar, grosso modo, ao menos 15 anos para ser executado. Até porque aborda o parque nacional de medidores”, constata Ricardo Van Erven, diretor de tecnologia e serviço a AES Eletropaulo, empresa que concentra 6 milhões de medidores. A previsão inicial era que o órgão emitisse a resolução para a tecnologia até o final deste ano. Contudo, diante da polêmica dos custos e da inexistência de padrões, além de outras divergências, o projeto deve ser postergado por mais alguns meses. A minuta de resolução que estava sendo escrita pela Agência contemplava um plano para substituir todos os 63 milhões de medidores eletromecânicos existentes no País. Este texto já foi rasgado e hoje o órgão regulador trabalha com a hipótese de propor a troca de 40 milhões de equipamentos em 10 anos - ou seja, 36% menor que a meta anterior. O objetivo do corte é reduzir o impacto tarifário que será sentido pelos consumidores, que arcarão com o custo dos novos medidores. Cada medidor custa em torno de US$100, que segundo especialistas aumentaria em 6% as contas de luz. Mas uma ressalva: “Hoje, mais da metade da compra de medidores novos são eletrônicos, porém não são habilitados para medição remota. Há alguns lugares em que já se está instalando medidores com capacidade de medição remota, porém os sistemas ainda não são padrão”, alerta Glauco Brito, gerente de utilities da Atos Origin Brasil.
Atos Origin apresenta argumentos para análise dos benefícios de smart grid. “As redes elétricas estão enfrentando desafios importantes nos últimos anos. Liberalização do mercado, novo quadro regulamentar, novas tecnologias de geração, redes enfocadas no cliente, aumento da demanda, geração distribuída, questões ambientais, segurança de fornecimento ou envelhecimento da infraestrutura, são fatores motivadores que exigem uma ação”, diz o documento. A empresa defende que a utilização de medidores inteligentes para obter remotamente os dados de consumo do cliente é a principal aplicação de smart grid, porém, o ponto mais interessante é que a automação da rede pode contribuir para atingir várias dessas metas, bem como estas soluções também podem ser utilizadas para apoiar a participação do cliente na resposta à demanda (DR) e na Gestão pelo Lado da Demanda (GLD), além de permitir vários serviços de valor adicionado. Experiência A contribuição da Atos Origin advém de experiências internacionais, como a anunciada recentemente na Europa com a ERDF, um dos mais importantes distribuidores de eletricidade daquela região, que iniciou na França um programa de substituição de 35 milhões de relógios medidores de eletricidade, programa que começou com um projeto-piloto composto por 300 mil contadores. Para assegurar a implantação em todo o país, a ERDF, filial do grupo de energia francês EDF,
Desafios e benefícios Chamada a atenção para o detalhe da conexão destes dispositivos com uma rede de comunicação, para a transmissão da informação sobre o consumo em tempo real, é preciso reconhecer que os benefícios que a tecnologia poderia trazer ao consumidor ainda não foram mensurados. “Sabe-se que o benefício é geral, pois o medidor inteligente permite monitorar o consumo minuto a minuto, de forma que o cliente possa otimizar o uso interno de energia elétrica e se beneficiar das tarifas diferenciadas”, defende Mauricio Torres, gerente de marketing de utilities da consultoria Imagem. Em documento enviado à ANEEL como contribuição à consulta pública sobre a substituição dos medidores, a dezembro
contratou a Atos Origin como empresa responsável pela arquitetura do novo sistema de informação e líder do consórcio de empresas de tecnologia responsável pelo projeto inicial. O consórcio é composto por fabricantes de medidores de energia, desenvolvedores especializados em softwares e provedores de infraestrutura. Os novos medidores de energia serão capazes de transmitir e receber dados de leituras remotas, além de possibilitar a gestão otimizada da rede. A instalação dos contadores inteligentes possibilitará a transmissão de dados por meio do sistema de gestão automatizado de contadores (AMM – Automated Meter Management). O projeto contempla o protocolo de comunicação Power Line Carrier (PLC), desenhado pela Atos Origin, que permite a interoperabilidade entre hardware e equipamentos de medição de distintos fabricantes. Em paralelo às definições do órgão regulador brasileiro, exemplos como os projetos internos conduzidos pelas concessionárias como Copel e a AES Eletropaulo, ganham musculatura no País. Ricardo Van Erven, diretor de tecnologia e serviço a AES Eletropaulo, conta que o primeiro posicionamento interno da companhia diante do tema foi contextualizá-lo à realidade brasileira. “É um tema que está acontecendo no mundo todo, um processo irreversível que apenas tem direcionamentos diferentes”, explica o especialista. Avanços Com foco em smart grid, a companhia definiu um grupo
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“No caso de fraude, os equipamentos digitais permitem maior proteção da receita. Ou seja, o cliente para fraudar um medidor digital tem mais dificuldade do que em um medidor tradicional. Além disso tem a questão da segurança patrimonial, porque com os medidores digitais, a medição de consumo pode ser feita a distância” Bruno Regueira, da IBM da América Latina
“Mais da metade da compra de medidores novos são eletrônicos, porém não são habilitados para medição remota. Há alguns lugares em que já se está instalando medidores com capacidade de medição remota, porém os sistemas ainda não são padrão” Glauco Brito, da Atos Origin Brasil
>mercado muldisciplinar interno, coordenado por Erven, para definir o seu roadmap. “A partir daí estabelecemos um bloco de ações, todas orientadas “Sabe-se que o aos benefícios que deveriam gerar benefício é geral, para a empresa, nossos clientes e pois o medidor acionistas”, diz o especialista. inteligente O primeiro foi o desenvolvimento de permite monitorar alguns projetos-pilotos antecididos pela o consumo consciência de que desde 2008 a minuto a minuto, empresa vem desenvolvendo alguns de forma que o projetos ligados à rede inteligente, de cliente pode forma que hoje já tem quase 120 mil otimizar o uso pontos de medição eletrônica de energia interno de reativa (pontos e necessidade energia elétrica e específicas e pontuais); medição se beneficiar das centralizada, normalmente em prédios tarifas inteligentes; a medição exteriorizada; e diferenciadas” os projetos-pilotos em geral. “Os pontos de medição eletrônica Mauricio Torres, estão pulverizados na área de da consultoria concessão da AES Eletropaulo. Por Imagem exemplo, toda a medição de fronteira e todos os clientes de alta tensão têm medição eletrônica e telemedição; todos os clientes de média tensão também são medidos com medição eletrônica, porém apenas o cliente de maior consumo ou aquele com requisitos especiais são atendidos por telemedição”, afirma Erven, dizendo que estes clientes podem acompanhar através da internet, com login e senha, a curva de carga e o perfil de consumo, para otimizar a utilização de energia elétrica. Também na área de baixa tensão a AES Eletropaulo já possui algumas iniciativas de inteligência, por exemplo, a medição centralizada em áreas de grande concentração de volume – prédios, condomínios, etc. Além da parte de medição, todos os transformadores das subestações (ETDs – estações transformadoras) têm medidores na saída, e 20% destas
subestações já estão digitalizadas. “Com o sistema digitalizado, estamos preparados para, no futuro, tramitar com informações chamadas inteligentes”, reforça Erven. Ele explica que a companhia utiliza serviços de satélite, alguns segmentos da rede corporativa e, preponderantemente GPRS, para o processo de telemedição. “Existe a questão custo envolvida nos diferentes recursos de telecomunicações”, ressalta. Segmentação A Companhia Paranaense de Energia (Copel) dividiu as suas iniciativas em cinco áreas de desenvolvimento: automação, telecomunicações, telemedição, chaveamento automático de rede e geração distribuída integrada – com geração de energia alternativa. Julio Shigeaki Omori, gerente da divisão de estudos de média tensão e um dos coordenadores de grupo de trabalho que estuda smart grid, explica que em automação, tanto das subestações quanto das redes, há dois pilares de
smart grid no brasil para que precisamos de uma rede elétrica inteligente? telecontrole telemedição monitoração remota liga/religa remoto supervisão de fornecimento
concessionárias
inclusão digital segurança vigilância com câmeras integração de serviços públicos
entidades públicas
internet banda larga voip/ensino à distância video on demand conectividade
telecom Fonte: Eletrobrás
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smart grid. O primeiro é a capilaridade das 400 subestações, todas automatizadas e distribuídas nos 399 municípios de concessão da companhia. “A Copel tem uma característica grande em subtransmissão a 34.500 Volts, que serve para atender a consmidores rurais e a pequenas propriedades”, diz Omori. Segundo ele, a atividade de telecomunicações dentro do grupo é outro diferencial, pois há conexões via rádio, celular, satélite e fibra ótica nas 400 subestações. Omori também explica que a automação das subestações tem como principais funções inteligentes o controle automático de tensão, a energia reativa e as funções de corte e de carga automáticas. Em paralelo, está em curso um investimento no chaveamento da rede e na abertura automática das chaves, o telecomando e a recomposição automática. “Isto, além de nos apoiar na localização de falhas, nos permite fazer previsão de carga”, resume Omori. Na parte de telemedição, o especialista diz que a Copel já tem o processo adotado para 280 pontos (50% dos seus grandes consumidores), além dos 7 mil pontos com medição centralizada, e que até o final de 2010 pretende chegar a 6 mil pontos com telemedição. A empresa também já faz leitura, corte e religação a distância – realiza, em média 2 mil cortes/mês – e trabalha em um projeto para adquirir um centro de controle. Omori pontua que a automação de rede e das subestações ganha relevância ao permitir que as informações sejam integradas em um centro de controle e dali aos sistemas corporativos e operacionais da companhia, agilizando o despacho de técnicos e a atividade do call center. A previsão é que a infraestrutura de telecomunicações suporte toda a automação empreendida pela Copel e também sirva de base aos projetospilotos de serviços para o consumidor final, como a oferta de PLC (internet banda larga pela rede elétrica), que está sendo testada para medições eletrônicas. “Tudo está em teste, mas já temos 90 consumidores conectados à internet pela rede da Copel e pretendemos chegar a 10 mil. Assim, otimizamos o uso da rede, pois os serviços de telemedição não exigem alta velocidade”, finaliza o especialista. 2 0 0 9
9 DE MARÇO DE 2010
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>internet Claudio Ferreira
Em busca da sobrevivência Reféns das conexões das grandes operadoras de telecomunicações, os pequenos e médios provedores buscam sobreviver em um cenário pouco favorável, no qual as opções via ADSL e cabo avançam oferecendo banda larga a preços acessíveis. E, pior, a crise também afetou o business
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contingente de internautas segue alto no Brasil mesmo depois das incertezas causadas pela derrocada mundial da economia. Afinal, o total de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente cresceu e atingiu a ordem dos 64,8 milhões, de acordo com avaliação do Ibope em novembro último. Números altos que, no entanto, não representam o cenário de crise que se instalou entre os pequenos e médios provedores de acesso. As razões são diversas. A primeira delas é a crise econômica que afetou o crescimento da base de clientes, mesmo que os reflexos por aqui tenham sido minimizados. “A crise foi um adversário sim. Os pequenos e médios provedores ampliaram a sua carteira de serviços para sofrer menos, mas sentimos os reflexos já a partir de outubro de 2008”, garante Olmes Berriel filho, diretor geral da Perceptron, pequeno provedor situado em São Paulo e operacional desde 1994. Outra questão problemática é a dependência das conexões das grandes operadoras. Um problema que gerou protestos e a proposta de um novo marco regulatório para a internet local por parte da Abranet (Associação Brasileira dos Provedores de Internet), visando o estímulo da competição entre as telcos. O resultado foi levado primeiro ao conselho diretor da Anatel e será levado a uma consulta pública para entrar em vigor no primeiro semestre de 2010. Entre as mudanças requisitadas, estão a garantia, em contrato, de uma velocidade mínima para a conexão e a facilidade para a entrada de empresas menores no mercado, encarada como uma forma de estimular a concorrência. 3 4
Isto abriria espaço para a sobrevivência dos 1,7 mil provedores instalados no País, dos quais 1,4 mil na categoria de pequenas operadoras e provedoras de acesso – notadamente em regiões remotas – e as demais 300 empresas fornecedoras de acesso ou provedores de serviço adicionado.
Diante do próprio crescimento da oferta de serviços em banda larga por parte das telcos e das operadoras de tevê a cabo aumentam os questionamentos até mesmo quanto a obrigatoriedade, prevista em lei, dos provedores. O presidente da Abrapitt (Associação Brasileira de Pequenos
Banda larga Federal
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posição da Abranet, por meio de seu presidente Eduardo Parajo, quanto ao projeto alardeado pelo Governo Federal de oferecer banda larga com acesso universal, é de expectativa. “Estamos ansiosos em poder colaborar ativamente neste processo, visto que nós estamos nas localidades e o atendimento local será fundamental neste processo. Estamos aguardando o Governo para apresentarmos nossas ideias e propostas de colaboração neste processo, que deve contemplar a participação de todos”, revelou.
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No altar ou na lei? Questionado se existe um casamento possível entre as telcos e os provedores, Eduardo Parajo, presidente da Abranet, tenta enxergar algo possível, mas desfia críticas. “Entendemos que existe mercado para todos, e que nós exercemos uma função de extrema importância para a grande operadora: justamente a de estar próximo ao cliente e dar um ótimo atendimento. Infelizmente elas não enxergam desta maneira, e sempre tentam passar por cima de nós ou acabar com a gente. Porém, felizmente, mostramos ao cliente um serviço diferenciado”, conclui. Em paralelo, o acesso discado cai enquanto os usuários de banda larga avançam. Nos grandes provedores, como o UOL, mais de 75% dos assinantes são de banda larga. Porém, esse tipo de acesso está nas mãos das operadoras de cabo, que não fazem acordo com os provedores, ou das operadoras que draconianamente cobram o que desejam. Esse cenário fez com que os provedores de acesso buscassem a diversificação de serviços – como hosting, e-mail, segurança e armazenamento – ou a proposta de um suporte com relacionamento personalizado como melhor resposta. “O provedor que ficar restrito ao acesso, mesmo que em parceria com uma Telefônica ou Brasil Telecom, vai acabar mesmo. Esse é o business das telcos. Os consumidores perdem porque a concorrência diminui e os provedores precisam buscar outros caminhos. A minha estratégia é oferecer webhosting (veja mais no Box: Enquanto isso...) e ter um serviço diferenciado, eu coloco a mão na massa e resolvo”, garante Berriel Filho. Nas cidades de menor porte e no interior dos estados o mercado para os provedores ainda tem uma certa proteção, pela baixa ou inexistente presença do ADSL ou mesmo cabo. “Existem oportunidades para os pequenos e médios provedores, eles conquistam espaço por atuar localmente e oferecem um atendimento diferenciado, coisa que
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Provedores de Internet e Telecomunicações), Ricardo Sanchez, argumenta que é ponto pacífico a sua necessidade concorrencial e mesmo do ponto de vista técnico.
as grandes operadoras jamais conseguiram fazer adequadamente”, garante Parajo, da Abranet. Saída pela... Algo que não é tão fácil nas grandes cidades. “A concorrência é realmente grande, pois é lá que as grandes empresas de telecom têm focado seus esforços. No entanto, mesmo com toda esta concorrência, existe espaço para os provedores pela diferenciação de seu atendimento, além da oferta de outros serviços”, explica Parajo. Otimista, o presidente da entidade vê perspectivas boas para 2010. “Sabemos que muitas pessoas querem entrar na internet e isso é animador, mas também sabemos que temos grandes desafios,
principalmente relacionados à infraestrutura de telecom no Brasil. “Existem Para que mais pessoas possam oportunidades para acessar a web, temos de ter os pequenos e disponibilidade de infra-estrutura e médios provedores, preços mais competitivos”, aponta. eles conquistam Isso pode ou deve se traduzir em concorrência, com mais competidores espaço por atuar localmente e no mercado de telcos. Um ambiente oferecer que poderia estimular os players a atendimento disputarem o cliente, oferecendo condições comerciais e técnicas mais diferenciado, coisa que as grandes atraentes para os usuários e operadoras jamais provedores. “É óbvio que também conseguiram fazer temos de tocar nas questões de impostos sobre os serviços, que são adequadamente” extremamente elevados. Porém acho Eduardo Parajo, que existe uma disposição do da Abranet Governo em dar prioridade à questão da banda larga (veja mais no Box: Banda larga federal) e isso é muito bom. Esperamos que as ações em prol da expansão da internet e, conseqüentemente, da banda larga em nosso País realmente se concretizem. Os provedores com certeza estarão prontos para atender à demanda de usuários e prestar serviços de qualidade”, finaliza. Já Berriel Filho, se confessa cautelosamente otimista. “Acredito que a economia se mostrou sólida este ano, mesmo com todos os problemas, e isso garante uma certa esperança. A web ainda tem muito para crescer no Brasil, principalmente acoplado de serviços móveis. E temos uma base sólida e importante, com as iniciativas da Abranet e a gestão do Nic,BR, por exemplo”, assegura.
Enquanto isso...
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alando em webhosting, negócio que a pequena Perceptron quer enfatizar, a gigante Locaweb exibe números extremamente positivos. Segundo relatório da HostMapper Brasil, que apresenta bimestralmente o panorama do mercado brasileiro de shared hosting, a Locaweb segue líder em serviços hospedados de TI, mantendo a primeira colocação no mercado, com 22,45% de share em novembro de 2009. Segundo a Locaweb, o resultado reflete os investimentos feitos pela empresa para se antecipar às necessidades dos clientes. “Nossa prioridade é acompanhar o tempo todo o que eles realmente precisam e oferecer soluções de ponta, aliada à praticidade e a um custo acessível”, enumera Gilberto Mautner, presidente da Locaweb. Atualmente a companhia conta com mais de 422 mil domínios registrados em seus servidores e, recentemente, a empresa anunciou investimentos de R$ 35 milhões para ampliar sua estrutura e melhorar seus serviços. O montante inclui parte dos custos para a construção de um novo data center – que terá capacidade para abrigar até 25 mil servidores quando o projeto for concluído; sua nova unidade de outsourcing; e novas ofertas de cloud computing.
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André Mermelstein, de Nova York
Os caminhos da web Congresso Web2Expo aponta as redes colaborativas, a mobilidade e a evolução dos sistemas de busca como as grandes forças motrizes da internet nos próximos anos
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ara onde caminha a web? Pelo que se ouviu nas palestras e debates do Web2Expo, um dos principais eventos de Internet mundiais, que aconteceu em Nova York em novembro, a rede será cada vez mais colaborativa, móvel e baseada em sistemas de busca. Colaboração é o tema da vez. E não apenas nas redes sociais, como Orkut (que aliás não foi citado uma única vez), Facebook, Twitter etc, mas nos sites das grandes empresas e marcas e até dentro das corporações. A ideia é explorar cada vez mais o “crowdsourcing”, a inteligência coletiva, para solucionar problemas e, porque não, gerar receitas. Quem melhor ilustrou as vantagens das empresas em adotarem as técnicas colaborativas foi Sanjay Dholakya, chief marketing officer da Lithium, empresa que presta consultoria em redes sociais para empresas como AT&T, Verizon, Barnes&Noble, Linksys, Intel e outras gigantes. Segundo ele, 66% dos internautas do mundo entraram em redes sociais no último ano. E, ao contrário do que se possa pensar, não são apenas adolescentes que as utilizam. No Facebook, por exemplo, 58% dos usuários têm mais de 35 anos, conta Dholakya. Mais: 25% das buscas feitas em mecanismos como o Google caem em conteúdos gerados pelos usuários, como a Wikipedia. E o que as pessoas discutem? “Muitas das conversas são sobre as
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empresa tradicional para a colaboração dos usuários. “Os custos ocultos dos sites sociais” foi o tema da apresentação de Ron Surfield, diretor de eMarketing da Turner dos EUA, no evento em Nova York. Ele é responsável por sites como os da CNN e do Cartoon Network nos EUA.
armazenamento e banda etc”. Ele conta que contratar um moderador nos EUA (com alguma formação editorial) custa de US$ 30 mil a US$ 60 mil por ano. “Uma equipe destas pode custar meio milhão de dólares ao ano. É melhor Muitas das investir nisso ou em mais jornalistas? conversas são É uma pergunta que temos que sobre as empresas, fazer”, colocou Surfield. seus produtos. Por outro lado, ele aponta que o Então estas conteúdo gerado pelo usuário pode ser também lucrativo, pois aumenta o empresas têm que engajamento dos leitores e o tráfego escolher: estamos nisso ou não?” no site. “Podemos colocar anúncios Sanjay Dholakya, nos e-mails de notificação, criar da officer da novos formatos para colocar Lithium publicidade em cima destes conteúdos”, diz. Mas para isso acontecer, lembra, os custos devem ser controlado, e deve-se cuidar para que a identidade da marca não sofra e não haja perda de outros usuários, mais antigos. Uma das soluções que Turner encontrou para controlar os custos e os rumos de seus sites colaborativos
É difícil convencer a alta direção a entrar neste mundo, mas o que os convence é o ROI (retorno sobre investimento) que se pode ter com estas ações “Todo o mundo acha que esse conteúdo (dos usuários) é gratuito, mas não é”, explicou Surfield. Ele diz que há vantagens em um site tornarse “social”, mas que isso não vem de graça. “Há custos de software, como filtros anti-spam, custos de moderadores, para evitar discussões muito acaloradas ou que fujam demais dos tópicos, custos de foto: James Duncan Davidson/Divulgação
empresas, seus produtos. Então estas empresas têm que escolher: estamos nisso ou não?”, diz. Ele então relata casos de empresas que entenderam e souberam usar a inteligência coletiva a seu favor. “É difícil convencer a alta direção a entrar neste mundo, mas o que os convence é o ROI (retorno sobre investimento) que se pode ter com estas ações”, conta. Este retorno pode vir em economias com marketing e atendimento ao cliente e até aumento nas vendas, como foi o caso do aspirador automático iRobot. “A comunidade sugeriu ao fabricante que permitisse a personalização do aspirador, para que fosse como uma espécie de animal de estimação. A empresa fez, e a versão personalizada vendeu US$ 50 milhões”, relata Dholakya. Há também efeitos colaterais: uma comunidade ativa falando sobre uma empresa aumenta consideravelmente seus resultados em sites de busca. Outro efeito é na economia de atendimentos em call center. Dholakya conta que a Linksys economizou em um ano US$ 20 milhões em chamadas, e a comunidade da HP respondeu a 20 milhões de perguntas de usuários no último ano, aliviando a central de atendimento da fabricante. Dholakya recomenda às empresas que observem de perto quem são os colaboradores de seus sites. “A colaboração obedece à regra do 90-9-1, ou seja, 90% dos usuários não escrevem quase nunca, 9% escrevem de vez em quando e 1% escreve a maior parte dos comentários”, diz. Ele indica que a empresa conheça estes superusuários, acompanhe-os e cuide para que não se afastem da comunidade. “Calculamos que um usuários destes pode valer até US$ 50 mil por ano para a empresa”, conta. Mas ele também recomenda que não se pague a blogueiros ou internautas por sua colaboração. “A comunidade percebe rapidamente que alguém está sendo pago para falar, e a comunidade perde credibilidade e portanto usuários”, afirma.
Ameaças O tom de alerta da conferência veio do organizador do evento, o publisher e guru da Internet Tim O’Reilly, criador entre outras coisas da expressão Web 2.0. “A web parece estar voltando aos dias em que o usuário tinha que escolher entre o Explorer e o Netscape
Custos Mas nem tudo é tão lindo quando se fala em abrir o site de uma dezembro
foi criar um conselho de usuários. Ele gerencia eventuais problemas e funciona como um focus group informal para a empresa. Outro contraponto interessante às “maravilhas” da colaboração veio do escritor Douglas Rushkoff, autor do livro “Life, Inc”, em que fala sobre o poder das corporações na vida cotidiana. Para ele, o uso da colaboração dos usuários pelas grandes empresas nada mais é que uma forma das corporações fazerem as pessoas trabalharem para elas de graça, lucrando com isso e ainda parecendo transparentes e abertas.
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Para Douglas Rushkoff, o uso da colaboração dos usuários pelas grandes empresas nada mais é que uma forma das corporações fazerem as pessoas trabalharem para elas de graça
fotos: James Duncan Davidson/Divulgação
>internet “Se a Internet está virando um sistema operacional, ele será aberto ou proprietário?” Tim O’Reilly
de acordo com o site que queria visitar”, disse O’Reilly. Ele aponta um sectarismo que começa a aparecer no mundo online, com exemplos como o de Rupert Murdoch, ao afirmar que tiraria os artigos do Wall Street Journal da indexação do Google, ou as plataformas proprietárias de telefones celulares e as plataformas de desenvolvimento de aplicativos de empresas como Amazon, Microsoft e Google.
porque a Apple bloqueou nos iPhones a função de ativação por voz. “Se a Internet está virando um sistema operacional, ele será aberto ou proprietário?”, questiona. E deixa a dica: “Toda vez que o Google pensou no benefício do usuário, criando aplicações como Docs e Spreadsheets, se deu bem. Mas quando criam pensando em prejudicar os concorrentes, se dão mal”, diz. Governo digital Outro tema central do Web2Expo foi o Governo 2.0, assunto que ganhou força nos EUA a partir da eleição de Barack Obama à presidência dos EUA. A CTO da Casa Branca, Beth Noveck, falou sobre as ações do governo norte-americano para dar transparência às ações e buscar a colaboração da sociedade. “O governo Obama está 150% comprometido com estas atitudes”, disse Beth.
um superusuário de rede social pode valer US$ 50 mil por ano à uma empresa. por isso, vAle a pena reconhecê-lo O’Reilly diz que quando cunhou a expressão Web 2.0 pensava em um sistema operacional online, aberto a todas as aplicações. Mas o que vê hoje são serviços como o Google Maps Navigation, que só pode rodar em celulares com sistema Android,
“Vamos criar redes de especialistas em vários assuntos e consultá-los permanentemente para orientar a criação de políticas” Beth Noveck da Casa Branca
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Ela ressaltou que o maior sucesso até agora é a mudança nas mentalidades das diversas instâncias de governo em temas como abertura de informações on-line e colaboração. “Não é só criar um blog ou um wiki, mas uma nova forma de pensar a administração. Vamos consultar as pessoas sobre como fazer as coisas. Temos que acabar com a presença dos lobbys nos conselhos das agências. Vamos criar redes de especialistas em vários assuntos e consultá-los permanentemente para orientar a criação de políticas”, disse. A mudança, explica, começa com os próprios funcionários da administração federal, que estão sendo cada vez mais consultados sobre como economizar recursos ou ser mais “verdes”. “Nossa ideia é substituir os think tanks (organizações de lobby, em geral conservadores) por do tanks, conselhos de pessoas que conhecem bem suas áreas”, continuou Beth. T I I n s ide
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Quem procura, acha
U
m dos principais temas da conferência foram os mecanismos de busca e as mudanças pelas quais vêm passando, seja a verticalização ou a busca em tempo real. A especialista em Search Engine Otimization (técnicas para melhorar a performance de um site nos mecanismos de busca) Vanessa Fox mostrou algumas mudanças que ocorrem no panorama das buscas, que segundo ela hoje vão muito além do texto. “O YouTube já é o segundo mecanismo de busca mais usado da web, depois do Google”, exemplifica. Ela aponta como tendência o uso cada vez maior de dispositivos móveis nas buscas, integrada a serviços de localização. “Começam a aparecer buscadores verticais, dedicados a um determinado uso. Por exemplo, o UrbanSpoon, para iPhone, só busca restaurantes, e reconhece a sua localização. Para quem quer achar um restaurante, é mais prático que o Google”, conta. Outra tendência é o Real Time Search. Mecanismos tradicionais como o Google não faziam, até agora, buscas em acontecimentos muito recentes, que estão em andamento. O Google, por exemplo, chegou a bloquear buscas sobre Michael Jackson quando o cantor morreu, pois seus algoritmos pensavam tratar-se de um ataque, pelo volume de buscas. No começo de dezembro, a empresa anunciou que passará a fazer este tipo de busca. Outra tendência é a busca em redes sociais, como o Facebook e o Twitter. Afinal, é ali que estão hoje informações relevantes sobre os mais diversos temas, pois são “filtradas” pela comunidade de amigos e pessoas próximas ao usuário.
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