Revista TI Inside - 61 - Setembro de 2010

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Ano 6 | nº 61 | setembro de 2010

www.tiinside.com.br

O que extrair da e-campanha O projeto de virtualização da Prodesp Saúde no celular é nova coqueluche




>editorial

Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski

Ano 6 | nº 61 |setembro de 2010 | www.tiinside.com.br

Serviços de TI e BPO em alta

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esquisa realizada pela divisão de consultoria da IBM constatou que as organizações que contrataram serviços terceirizados, além de reduzirem os custos gerais, administrativos e de vendas, alcançaram melhor desempenho financeiro em receita pré-impostos, receita operacional e retorno sobre ativos. Na amostra estavam 244 empresas de diferentes países que iniciaram projetos de terceirização em larga escala entre 2001 e 2006. Logo no primeiro ano de contrato de outsourcing, as companhias registraram maior redução de despesas administrativas e de vendas, com índice 2,9% menor que o de seus concorrentes que não contrataram o serviço. Os resultados dessa pesquisa mostram de forma inequívoca que perseguir qualidade de serviço e ao mesmo conseguir melhor desempenho financeiro não é um objetivo inalcançável. Resta às empresas brasileiras, aumentarem seu grau de amadurecimento na relação com os provedores, que hoje disputam um mercado de U$ 14,85 bilhões, conforme estimativas do Gartner. A matéria de capa, da editora Jackeline Carvalho, mostra também que o setor de BPO – Business Process Outsourcing – se abre como mais um filão para os prestadores de serviços, que aproveitam a boa fase e anunciam investimentos locais, um busca de um quinhão de um mercado estimado de R$ 250 bilhões até 2014. Uma área que cada vez mais se articula para assumir processos ligados à atividade fim das

Editor Claudiney Santos Redação Jackeline Carvalho (Comunicação Interativa)

empresas, não mais se limitando à tradicional terceirização de tarefas como processamento da folha de pagamento ou a contabilidade. Nessa edição você vai encontrar também uma outra atividade crescente: os serviços de saúde pelo celular. Este mercado, segundo a consultoria McKinsey, deve vivenciar um “boom” nos próximos anos e já há operadoras nos Estados Unidos se preparando para acompanhar a demanda. Os brasileiros também estão na amostra e responderam que pagariam o equivalente a uma assinatura mensal para ter o serviço. O aquecimento da economia local beneficia o uso da tecnologia para o lançamento de novos produtos e serviços. Algo comprovado em pesquisa divulgada pela IDC, segundo a qual o mercado de microcomputadores vive a sua melhor fase e de janeiro a junho bateu as vendas do segundo semestre do ano passado, acenando para um próximo período ainda mais aquecido. Empresas e usuários finais estão investindo em novas máquinas e fazendo a roda do comércio eletrônico, seja entre organizações – caso dos portais de compras corporativas, registrados na reportagem do jornalista Claudio Ferreira – ou delas para o consumidor final, mais um caso de sucesso no mercado de TIC do Brasil.

Colaboradores Claudio Ferreira e Fausto Fernandes TI Inside Online Erivelto Tadeu (Editor) Pedro Canário (Repórter) Victor Hugo Alves (Repórter) Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe (Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores) Departamento Comercial Manoel Fernandez (Diretor) e Francisco Cesar Jannuzzi (Gerente de Negócios); Marco Godoi (Gerente de Negócios Online) e Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Circulação Gislaine Gaspar Gerente de Marketing Patricia Soderi Gerente Administrativa Vilma Pereira TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.tiinside.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.tiinside@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br

Boa leitura! Claudiney Santos Diretor/editor csantos@convergecom.com.br

Instituto Verificador de Circulação

>sumário NEWS

SERVIÇOS

16 Virtualização

6 Ortopé automatizado

Grupo Paquetá reformula área de TI

Prodesp já tem 40% do data center virtualizado e caminha para 100%

7 Portáteis

17 ERP na autogestão

Netbooks e notebooks são quase metade dos microcomputadores vendidos no País

Terceiração em TI – análise da conjuntura e tendências

MPF compra ERP de R$ 1 milhão

INFRAESTRUTURA

28 Colaboração

MERCADO

20 Entrevista

GESTÃO

27 Artigo

Secretaria de Saúde de SP investe R$ 500 mil em solução de segurança

Luiz Carlos Felippe, do Grupo Sonda IT, fala sobre metas e a integração de novas empresas

12 Saúde no celular

Suplemento Especial

10 Imunização

Novos negócios devem variar entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões em 2010

Expansão das redes IP estimula a adoção de vídeo dentro das empresas

INTERNET

34 Eleitor 2.0

Brasil se aproxima do modelo norteamericano

As diferentes faces da mobilidade

40 Pregões

Compras eletrônicas extrapolam a área dos governos e se espalham pelas corporações

SERVIÇOs

23 Capa Outsourcing e BPO alçam negócios no Brasil Capa: editoria de arte/converge

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Calçados com um toque de virtualização Com projeto de virtualização de desktops, Grupo Paquetá, do setor calçadista, dá início à reformulação da área de TI

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om uma estrutura de TI distribuída em três data centers, que juntos monitoram mais de 2500 pontos de rede e ainda com desktops antigos distribuídos em áreas de apoio e chão de fábrica, o Grupo Paquetá, que está no mercado nacional de calçados – varejo e indústria – desde 1945, decidiu adotar 50 terminais de acesso L130 da NComputing, através da DN Automação, para atender aos seus usuários. Os terminais foram distribuídos entre usuários que apresentam baixa complexidade nas necessidades de utilização dos recursos de TI e a centralização. Melhorou o controle nos aspectos de segurança e redução dos custos. “O equipamento também se adequou ao chão de fábrica ocupando menos espaço e apresentando maior resistência”, explica Rafael Fossati Fritsch, gerente de infraestrutura de TI e Telecom da Paquetá. O executivo destaca também que os terminais L130 da NComputing atendem muito bem as necessidades de acesso ao ERP e outros sistemas da empresa. Para o controle da produção, os equipamentos da NComputing foram colocados em pontos estratégicos com leitores de código de barras utilizados para acompanhar a produção do calçado. “Antes tínhamos aqui vários tipos diferentes de coletores para leitura do código de barras, agora eliminamos uma boa parte e os terminais fazem esse trabalho de

A marca Ortopé foi adquirida pelo Grupo Paquetá em 2007, e está focada no desenvolvimento e comércio de calçados infantis

rastreamento e leitura para controle da produção e de qualidade com precisão e agilidade”, ressalta Fritsch. Uma das questões analisadas pela TI da Paquetá, no processo de aquisição dos terminais, foi a busca constante pela melhoria de administração dos recursos de TI. Fossati explica também que para usuários que executam operações repetitivas e constantes no ERP o ganho em desempenho foi perceptível, pois o usuário não acessa mais um desktop e sim os servidores dos terminais, sem abrir mão da segurança. Com um servidor central para cada 20 terminais, todos os bloqueios são controlados de forma centralizada e é lá que os recursos e permissões dos usuários são preestabelecidos. Para suportar os terminais a Paquetá conta com servidores virtuais que

apresentam alta disponibilidade e desempenho. Tudo que é acessado fica na infraestrutura do data center. Fritsch ressalta também que não pretende acabar com a estrutura de desktops, que são a solução indicada para determinados perfis de usuários, mas certamente a cada dia que passa a ideia é partir para um caminho mais híbrido. “Temos planos de ampliar a solução da NComputing em nossos negócios, uma vez que observamos redução de custos de aquisição, de suporte, diminuição de consumo de energia, aumento da segurança do ambiente, enfim, o L130 da NComputing veio alinhado com nossa premissa de simplificar a TI permitindo um maior foco nas necessidade do negócio”, reforça o executivo.

Fim da linha

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Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que empresas da administração pública federal substituam, de forma gradativa, empregados terceirizados irregulares por servidores concursados. A decisão inclui também a área de informática. Segundo o órgão fiscalizador, as empresas terão prazo de seis meses para fazer um levantamento com o objetivo de identificar e regulamentar as atividades passíveis de terceirização. Além de informática, a determinação inclui departamentos como conservação, limpeza, segurança, assessoramento e consultoria. Após o levantamento, as empresas deverão enviar ao Ministério

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do Planejamento um plano detalhado de substituição dos terceirizados por concursados, com cronograma e percentual de substituições previstas em cada ano. O prazo para que essa mudança seja completada é de cinco anos. O TCU afirmou que cópia da decisão foi enviada aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ao procurador-geral da República, ao Ministério Público do Trabalho, aos ministros de Estado, ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) e à Controladoria-Geral da União (CGU). O ministro Augusto Nardes foi o relator do processo.

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Os portáteis estão em alta Em levantamento recente, IDC identifica que quase a metade dos microcomputadores vendidos no País são netbooks ou notebooks

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mais notebooks do que desktops, pelo segundo trimestre consecutivo, enquanto que no mercado corporativo os desktops “O total vendido continuaram predominando, com no primeiro participação de 70% sobre o total de semestre já é computadores vendidos. No acumulado do primeiro semestre, maior do que o do foram vendidos 6,4 milhões de PCs no segundo semestre Brasil, o que representa um crescimento de 2009, período de 32% em relação aos primeiros seis que concentra as meses do ano passado, quando foram vendas de Natal e comercializados 4,8 milhões de máquinas. normalmente “O total vendido no primeiro semestre já apresenta é maior do que o do segundo semestre de números 2009, período que concentra as vendas de expressivos. Isso Natal e normalmente apresenta números mostra que expressivos. Isso mostra que podemos podemos esperar esperar por um mercado bastante aquecido por um mercado nos próximos meses”, disse Crippa. bastante aquecido Para todo o ano, a IDC projeta que nos próximos serão vendidos 13,7 milhões de PCs no meses” Brasil, o representará uma expansão de Luciano Crippa, mais de 20% sobre 2009. Das vendas da IDC totais, 55% devem ser de desktops e 45% de laptops.

s vendas de PCs no Brasil tiveram alta significativa no segundo trimestre, de acordo com dados divulgados pela IDC. Segundo a consultoria, as entregas de PCs no período cresceram 29% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 3,4 milhões de unidades vendidas. Os desktops responderam por 54% dos equipamentos comercializados, enquanto os laptops, incluindo notebooks e netbooks, representaram os 46% restantes. Apesar de a taxa de crescimento ter sido expressiva, Luciano Crippa, analista da IDC, observa que a base de comparação é com o segundo trimestre de 2009, período no qual as vendas de PCs não foram tão aceleradas. “No ano passado, esse período foi de recuperação devido à crise mundial, porém, ainda assim, vemos o resultado com ótimos olhos.” A consultoria aponta que no segmento doméstico foram vendidos

Interoperabilidade na nuvem

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Novell anunciou a disponibilidade total usuários ou autorizações são imediatamente replicadas no ambiente de nuvem, do Novell Cloud Security Service, garantindo assim uma estrutura consistente como parte do conceito de de identidade e segurança para a empresa, WorkloadIQ da empresa e oferece aos independentemente do local provedores de cloud a onde a operação de TI esteja capacidade de fornecer a A proposta é que, sendo realizada. seus clientes, acesso O Novell Cloud Security seguro e compliance na com a solução, Service tem atualmente nuvem. O Novell Cloud as empresas várias implantações beta Security Service é parte possam em todo o mundo. Com a ativa do portifólio de soluções de identidade e rapidamente e disponibilidade total, a equipe de serviços de cloud segurança da Novell, e facilmente da Novell terá como alvo permite às empresas ter ampliar sua mais de 200 fornecedores uma estrutura consistente de gerenciamento de infraestrutura de IaaS (infraestrutura como serviço) e 1.300 identidades em ambientes de identidade fornecedores de SaaS físicos, virtuais e cloud. para qualquer (software como serviço) e A proposta é que, com a solução, as empresas nuvem pública PaaS (plataforma como serviço) para que eles se possam rapidamente e iniciem nessa tecnologia inovadora facilmente ampliar sua infraestrutura de que conta com o apoio de mais identidade para qualquer nuvem pública. de 60 patentes. Todas as alterações que são feitas aos seus s e t e m b r o

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Nova empresa?

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Bradesco e o Banco do Brasil estudam operar com uma empresa de meios de pagamento para o lançamento de novos serviços de cartões pré-pagos. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os bancos informaram que estão avaliando se criam uma nova companhia ou se utilizarão outra empresa já existente, como a Ceilo (ex-Visanet), controlada pelas duas instituições mais o Santander. Para isso, o Bradesco e o BB também avaliam aumentar a participação da Caixa Econômica Federal na Cielo e o desenvolvimento de um projeto de compartilhamento de terminais bancários de autoatendimento, os caixas eletrônicos. Os bancos anunciaram ainda a participação da CEF numa nova empresa para gerir a bandeira de cartões de crétido, débito e pré-pagos Elo.

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>news

Mais perto dos negócios

A O centro de serviços gerenciados da Getronics oferece, entre outros serviços, o de aceleração de links com buferização e compactação de pacotes de voz e vídeo

s operadoras de telecom representam cerca de 40% do faturamento da Getronics. Para crescer ainda mais neste mercado, a empresa inaugurou um centro de serviços avançados em Alphaville, na grande São Paulo. As novas instalações abrigam cerca de 300 profissionais em uma área de 9 mil metros quadrados e demandaram investimentos de US$ 3 milhões. Segundo o presidente da companhia, Paulo Pichini, a nova unidade materializa a nova estratégia da Getronics, de se tornar uma prestadora de serviços gerenciados que vende funcionalidades e não mais caixas e tecnologias. “As operadoras nos consideram uma espécie de braço direito em serviços de valor adicionado e, com a inauguração desse novo centro de gerenciamento, ganhamos em escala e conseguimos gerenciar mais serviços”, diz. Um dos serviços que estão sendo oferecidos é o de aceleração de links com buferização e compactação de pacotes de voz e vídeo de uma grande incumbent, cujo nome o executivo preferiu não revelar. Outra grande operadora também terá seu link gerenciado a partir de Alphaville, mais especificamente a rede de uma emergente operadora de cartões de

foto: divulgação

Getronics investe US$ 3 milhões em centro de serviços gerenciados para expandir atuação junto a operadoras de telecom. Objetivo e vender mais funcionalidades e menos caixas e tecnologias, segundo presidente da empresa

O aporte de US$ 3 milhões no novo centro de serviços gerenciados faz parte de um investimento maior, de aproximadamente US$ 10 milhões, que a companhia está fazendo no Brasil crédito. “Não está no DNA das operadoras gerenciar o mundo de TI, ao passo que o integrador vem deste universo e vê a rede de longa distância como parte da infovia necessária para a otimização do tráfego IP”, explica. Investimentos O aporte de US$ 3 milhões no novo centro de serviços gerenciados faz parte

de um investimento maior, de aproximadamente US$ 10 milhões que a companhia está fazendo no Brasil. Com a estratégia, a Getronics espera ter sua receita ampliada em 25% no país já neste ano. Para 2011, a meta é ainda maior, de 35% a 45% de crescimento. A empresa também tem planos nos demais países da América Latina, onde está investindo outros US$ 10 milhões.

Imunização

Assembléia Legislativa do Ceará aponta queda de 85% de vírus em sistema

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Assembléia Legislativa do Ceará anunciou contratação da Trend Micro para implantação de projeto de segurança, que garanta tráfego seguro de informações. O motivo do acordo se deve ao fato de a instituição trabalhar com mais de mil máquinas, sendo cerca de 500 locadas em gabinetes. Os principais problemas da Assembléia eram os vírus que vinham por meio dos pen drives dos usuários, além do grande número de spams recebidos diariamente. De acordo com a Trend Micro, com a instalação da solução Client Server Suite Standard e InterScan Messaging Security Suite, feita há pouco mais de um ano, as ocorrências de vírus e spams caíram em 85%. Apenas no segundo

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semestre de 2009 foram bloqueadas aproximadamente 50 mil ameaças. “A solução garantiu proteção imediata por meio de bloqueios a URLs maliciosos, reduzindo os riscos de infecção, roubo de identidade e dados, inatividade da rede e perda de produtividade”, disse uma fonte da empresa. “A parceria da Trend Micro foi fundamental para garantir nossa segurança. Como grande parte dos nossos computadores fica locada em espaços particulares, não temos como controlar o acesso dos usuários, em relação a sites e também arquivos baixados por dispositivos móveis”, apontou Hermes Oliveira, gerente de rede da Assembléia Legislativa.

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Secretaria de saúde imuniza

rede de computadores Após ter processamento paralisado por três dias, órgão público do estado de São Paulo investiu R$ 500 mil em solução de segurança e no treinamento dos funcionários de TI

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“Algum usuário conectou uma máquina infectada à rede e espalhou o vírus” André Luiz de Almeida, da Secretaria da Saúde de São Paulo

m 2007, um vírus invadiu a rede da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SES-SP), comprometendo mais de 1500 computadores da instituição pública, um incidente inesperado à época, pois os técnicos do órgão contavam que a proteção utilizada fosse eficiente. O malware se espalhou por toda a rede e causou a paralisação do processamento de dados e das atividades dos funcionários. A infecção foi provocada por acesso irregular à rede, que era aberta e permitia o acesso de várias pessoas a partir de seus próprios equipamentos (laptops, notebooks, netbooks e etc.). “Algum usuário conectou uma máquina infectada à rede e espalhou o vírus”, explica André Luiz de Almeida, diretor de Departamento – Grupo de Informática em Saúde da SES-SP. Para conter o avanço do malware, todos os computadores foram desligados, impedindo o acesso a quaisquer dados na rede por um período de três dias. A interrupção provocou atraso significativo nas operações da SES-SP. Segundo a Secretaria, alguma medida devia ser tomada para, principalmente, proteger o sistema contra novas infecções. Assim, foi necessário trocar a plataforma de antivírus e implantar um sistema capaz de proteger a rede de computadores da Secretaria, sem impedir que dispositivos de visitantes se conectassem para uso de suas atividades. Outro requisito era a não ampliação da complexidade tecnológica, já que nem todas as unidades do SES possuem técnicos de TI para apoio. Para cumprir esses objetivos foram analisadas empresas com soluções em 1 0

solução teve que ser instalada andar por andar”, afirma Almeida. O NAC, sigla para Network Acess Control (controle de acesso de rede, traduzindo para o português), é uma solução que utiliza um conjunto de protocolos para definir e implementar uma política que descreve como assegurar o acesso a rede por dispositivos não ligados a ela. “O sistema faz uma varredura na máquina para saber se o dispositivo cumpre todos os critérios de segurança estabelecidos pelo cliente. No caso da Secretaria, se essa verificação denunciar qualquer tipo de perigo para o sistema, a maquina é impedida de se conectar através da rede da SES-SP e conecta-se através de uma outra rede para visitantes”, segurança digital. Os critérios para a explica Vicente Lima, gerente escolha da solução foram: presença comercial da Symantec. nacional, solidez e atividade com O investimento total para adquirir unidades do governo. Após a análise, todo o pacote foi de R$ 500 mil, a Secretaria resolveu aplicar a solução incluindo a instalação dos Symantec Endpoint três produtos da solução Protection (SEP), da PERFIL e o treinamento dos Symantec, que conta com A Secretaria de Saúde funcionários de TI da proteção antivírus, antide SP reúne os SES-SP, feito pelos SPAM e NAC; a ausência seguintes órgãos: próprios técnicos da deste último recurso foi o Symantec. que possibilitou a infecção Hoje a Secretaria dos sistemas da SES-SP. busca padronizar todo hospitais seu parque de ativos de Limpeza rede com essa mesma Para eliminar todos os solução. Além da sede, a vestígios do vírus da rede SES-SP conta com 60 foram necessários três hospitais, 18 escritórios dias. Após a limpeza, escritórios regionais e 31 escritórios mais um mês foi regionais de vigilância dedicado à instalação da epidemiológica e solução em todo o sanitária. O plano é complexo da SES-SP. “A padronizar todo o implementação levou escritórios de parque à medida que mais tempo porque vigilância os contratos com as temos um parque de epidemiológica e soluções anteriores ativos de rede muito sanitária forem chegando ao fim. heterogêneo. Então, a

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Saúde pega carona no celular Oportunidades no mercado mundial de saúde estão estimadas entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões em 2010, o que leva as operadoras a intensificar iniciativas nesse setor emergente

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McKinsey & Company traçou o perfil mundial de investimento do setor de saúde e identificou que uma das vertentes de maior oportunidade de resultado é a telefonia celular. De acordo com estimativas da consultoria as oportunidades de negócios em saúde móvel pode chegar a US$ 20 bilhões apenas nos Estados Unidos. Para testar a demanda dos consumidores por serviços de saúde móvel, a McKinsey realizou uma pesquisa global de mercado junto a 3 mil consumidores em seis países (500 em cada país - Brasil, EUA, Alemanha, África do Sul, Índia e China). Os resultados indicam que uma grande proporção das quatro bilhões de pessoas que utilizam celulares hoje lutam para ter acesso a boa qualidade e preços acessíveis em cuidados de saúde, tanto nos mercados emergentes quanto em países mais desenvolvidas. Segundo a pesquisa, quase 70% dos entrevistados estariam extremamente ou muito interessados em serviços de saúde móvel. Os indianos e os sulafricanos contam com os mais altos níveis de interesse, entre 40% e 60% para todos os produtos. No entanto, os consumidores dos EUA expressam maior interesse pelos produtos oferecidos pela PhoneDoctor (60%) e pela Health Watch (35%). A disponibilidade para pagar por esses serviços também foi surpreendentemente alta em todos os países em que a pesquisa foi realizada, com os clientes indianos dispostos a pagar dez vezes os encargos de cobrança de conversação por celular, e os consumidores norteamericanos 20 vezes, para ser capaz de falar com um médico via PhoneDoctor. Consumidores brasileiros e chineses, entretanto, estavam dispostos a pagar o equivalente a uma nova assinatura 1 2

de celular pelo Health Watch. Esses dois serviços - PhoneDoctor e Health Watch - somam quase 50% das oportunidades geradas por dispositivos conectados, o que representa quase US$ 30 bilhões de oportunidade incremental global. Os serviços Health Watch podem incluir um relógio biosensor SIM embutido, que monitora sinais vitais e está ligado aos serviços de emergência. O PhoneDoctor é estimado como uma oportunidade de mercado global de US$ 10 bilhões, pois permite aos clientes entrarem em contato com um médico qualificado para o diagnóstico remoto e para receber conselhos. A Vodafone, um dos membros fundadores da m-Health Alliance (Aliança de Saúde Móvel), já tem uma iniciativa de saúde em execução, e a Orange anunciou, recentemente, que também aderiu à Aliança - uma

parceria que usa a tecnologia móvel para melhorar a saúde pública e assistência ao paciente. A Orange afirma que vai trabalhar em projetos focados na África Ocidental, onde tem presença de telefonia móvel, incluindo os países Botswana, Quênia, Senegal, BurkinaFaso e Mali. A O2 UK nomeou Nurcombe Keith, um ex-executivo da GlaxoSmithKline, para chefiar a nova divisão de saúde móvel. O serviço será lançado em maio e irá analisar e desenvolver as iniciativas de saúde móvel e M2M que poderiam ser aplicadas às operações da Telefônica na Europa e na América Latina. Mike Short, vice-presidente de assuntos públicos da Telefonica O2 Europa, falou recentemente sobre o futuro da operadora de telefonia móvel e disse que saúde móvel deve ser o principal foco da companhia no futuro próximo.

PRIMEIROS-SERVIÇOS PhoneDoctor

Chamada para falar com um médico qualificado para diagnóstico remoto ou conselhos

Drug Delivery

Delivery de medicação por telefone

Health Watch

Um relógio biosensor SIM embutido que monitora sinais vitais, ligado aos serviços de emergência

Med Reminder

Clientes recebem avisos periódicos por SMS para lembrá-los de seguir uma rotina de medicamentos prescritos

Fonte: McKinsey & Company T I   I n s i d e

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>gestão Ruan Segretti, especial para a TI Inside

Prodesp caminha para a

virtualização total

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eunir o máximo de tecnologias possíveis e transformá-las em sistemas que auxiliem a gestão pública do Estado, disponibilizando informações para os cidadãos. Essa é a principal meta da Prodesp - Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo, anunciada por Ivan Jefferson Davis Júnior, coordenador da divisão de Plataforma Open da companhia. Hoje a Prodesp tem 1400 servidores hospedados no data center próprio, “Os dados localizado na cidade de Taboão da Serra, estavam muito além de dois mainframes, dois silos distribuídos e não robóticos, infraestrutura Ethernet e rede (armazenamento em rede). Em 2008, era possível SAN foi necessário iniciar um projeto de compartilhar os virtualização dos servidores, pois o data recursos” center vinha crescendo e a companhia Ivan Jefferson precisava utilizar os recursos de uma Davis Júnior, forma mais efetiva. “Os dados estavam da Prodesp muito distribuídos e não era possível compartilhar os recursos. Esse foi o primeiro foco que demos neste segmento; a partir daí começamos a testar todas as ferramentas necessárias para a criação desse ambiente e a definir quais funcionalidades eram mais aderentes ao ambiente que tínhamos no centro de dados”, conta Davis Junior. Segundo ele, no ano seguinte foi iniciada a primeira fase do projeto, com a virtualização de 400 máquinas. “Assim, passamos a ter uma visão de automatização. Então criamos uma estrutura inicial e tratamos também da automatização desses ambientes para agilizar todo o processo de hospedagem e de criação de sistemas”, explicou. Atualmente, 40% do data center está virtualizado e todos os novos projetos que entram na Prodesp são direcionados para 1 6

foto: divulgação

40% do data center está virtualizado e todos os novos projetos que entram na Prodesp são direcionados para essa estrutura

essa estrutura. A empresa já suporta 1.200 máquinas virtuais e, de acordo com o coordenador da Prodesp, até 2011, todas serão sistematizadas. Cloud computing A ideia da companhia é utilizar as mais variadas aplicações por meio da internet, com a mesma facilidade de tê-las

instaladas em computadores, independente do lugar de instalação ou da plataforma. Pensando nisso, a Prodesp montou uma infraestrutura como serviço (IaaS). “Existem engrenagens que movem esse mecanismo do ‘hospedar um data center’. A primeira é virtualização de storage, ou armazenamento de dados, que permite que o dado possa trafegar no determinado espaço e o usuário consiga, dependendo da aplicação ou do serviço que está sendo prestado, uma maior ou menor performance de acesso. A segunda seria a proteção de dados robótica; e a terceira o gerenciamento de serviços. A última é a virtualização de rede, uma proposta da Prodesp que até o final do ano será implementada no data center.” enumera o coordenador. Para a Prodesp essa infraestrutura tem que estar sincronizada para que haja disponibilidade e garantia de continuidade de serviço e performance. Na companhia existem dois espaços de virtualização, um de alta plataforma mainframe, onde estão 49 máquinas e 471 equipamentos conectados pela solução da VMware.

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edução do consumo de energia elétrica hospedando menos servidores no datacenters. De consumo de ar condicionado e de espaço físico. Além disso, diminuição de cabeamentos e portas de switches: cada máquina necessitava de dois cabos, hoje tem apenas uma máquina que precisa de seis, mas suporta até 12 máquinas virtuais dentro de si. Benefícios operacionais: Gerenciamento centralizado, ou seja, de um único console. O usuário tem acesso a performance de todas as máquinas virtuais que estão rodam no datacenter. Redução do custo em aquisição de servidores e operacional do serviço prestado. Neste caso, a manutenção do ambiente é reduzida pelo número de componentes também foram abatidos; Além disso, há a queda da indisponibilidade devido a problemas físicos e lógicos. Fonte: PRODESP

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>gestão Fausto Fernandes

Ajuste fino na

administração de recursos Com mais de 30 mil beneficiários, Plano de autogestão de assistência médica do Ministério Público Federal investe R$ 1 milhão em software ERP

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Plan-Assiste, programa de assistência médica dos membros e servidores do Ministério Público Federal (MPF), que opera em regime de autogestão, investiu mais de R$ 1 milhão na implementação de software de gestão empresarial para atender à operação de controle e administração dos serviços prestados a 32.285 mil beneficiários. Márcio Lima Medeiros, diretor executivo do Plan-Assiste, foi o responsável pelo projeto de modernização do sistema de saúde dos servidores do MPF. Ele se envolveu diretamente em uma pesquisa para a escolha de uma solução que reunisse os recursos necessários para aumentar a eficiência e viabilizar a gestão completa do plano de saúde, como arquitetura web e vinculação rápida de dados. Para ele, o trabalho realizado pela companhia seria inviável sem automação, já que nos últimos três anos o crescimento do número de beneficiários do Plan-Assiste foi de 44%, com viés de crescimento anual de 10% para os próximos cinco anos. ROI rápido A companhia abriu processo de licitação no fim de 2006 e em março de 2007 o sistema Benner Saúde começou a ser implantado. O projeto ainda não foi concluído devido a sua complexidade. Brasília e São Paulo foram as primeiras cidades a contar com o novo ambiente, seguidas pelas instalações, do Rio de Janeiro, Acre, Amazonas, Ceará e Mato Grosso do Sul, que ingressaram no ambiente em agosto último. Os demais centros de custo serão incorporados até novembro.

De acordo com Medeiros, dentre os principais benefícios que já podem ser mensurados está o fato de que o retorno sobre investimento (ROI) realizado com o sistema deve acontecer um ano após sua implantação nacional, já que prevê uma economia anual de mais de R$ 1,1 milhão, decorrente de uma melhor gestão de custos do Plan-Assiste com a rede credenciada, hoje na casa dos R$ 44 milhões. Sobre as melhorias alcançadas, o executivo apontou a unificação do banco de dados que permite identificar inconsistências, como erro de idade dos beneficiários; além da agilidade nos processos de faturamento. Neste caso, “a automatização dos processos e a imposição pelo sistema dos aspectos negociais contratados promovem uma sensível redução dos custos”. Business Intelligence O banco de dados também será a base de uma avançada gestão, com a utilização da ferramenta de Business Intelligence (BI) que a Benner está

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implementando no MPF, integrado ao software ERP. Para que a solução atenda às diretrizes estratégicas da instituição, o diretor executivo designou uma equipe de atuários que estão trabalhando na inteligência do processo e na construção dos indicadores. “Embora os planos de autogestão de personalidade jurídica de direito público não tenham que cumprir as exigências da ANS (Agência Nacional de Saúde), trabalhamos com atuários e seguimos “Embora os as diretrizes da Agência”, afirmou planos de Márcio Lima Medeiros. autogestão de Depois da equipe de usuários do personalidade sistema Benner Saúde no Ministério, serão os beneficiários do Plan-Assiste os jurídica de direito público não próximos a perceber os resultados do projeto. Segundo o gestor, a autorização tenham que cumprir as para procedimentos na rede prestadora de serviços, por exemplo, está mais ágil exigências da ANS (Agência com o sistema eletrônico, além de já Nacional de poder ser computada uma redução da burocracia nos procedimentos de Saúde), identificação, autorização e atendimento. trabalhamos “O novo sistema vai trazer mais com atuários e transparência e velocidade nas seguimos as informações sobre os serviços e preços diretrizes da da rede credenciada”. Agência” A direção do Ministério Público Márcio Lima Federal tem a expectativa de obter mais Medeiros, satisfação com o uso generalizado do do MPF ERP, quando estiver operando de forma completa, em novembro. Além disso, estão confortáveis com o cenário futuro: a ampliação do quadro de beneficiários, com a contratação de novos servidores. “Em cinco anos, a economia poderá representar uma redução de 20% dos gastos, que deverão ser superiores aos de hoje, já que o sistema absorverá mais usuários, considerando os novos funcionários concursados até 2013”, afirmou. 1 7


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>mercado Claudio Ferreira

Sonda ingressa no grupo de elite dos serviços

R Nosso perfil é global com trabalho regional. Temos cacife para concorrer com qualquer empresa na área de TI. Estamos em metade das 500 maiores empresas do país e em 70 das 100 maiores

ecentemente, o grupo chileno Sonda anunciou sua nova composição local, fruto das aquisições recentes. A Sonda IT agora trabalha com três unidades de negócios: Sonda Procwork, Sonda Software e Sonda Telsinc (que incorporou a Kaizen), responsáveis pelas ofertas de IT Services, aplicações e plataformas, respectivamente. Conversamos com Luiz Carlos Felippe, líder do conselho de administração do Grupo Sonda IT no Brasil, sobre o processo de consolidação que resultou na nova companhia, e são múltiplas as novidades anunciadas. Além de detalhes sobre a nova sede ainda em construção e sem data para inauguração (veja mais no Box: Casa nova), o executivo – oriundo da Procwork, companhia de serviços de TI adquirida pela Sonda em 2007 – revelou que a nova composição de receita da empresa a permite “entrar na primeira divisão de serviço de TI”, junto com HP, IBM e outras gigantes globais. Ele revelou que o Grupo deve chegar ao US$ 1 bilhão de faturamento em 2011, assim como antecipou que a companhia deve investir agora em serviços de impressão e data center. A seguir, acompanhe a entrevista. TI Inside: Como foi o casamento Sonda Procwork? Luiz Carlos Felippe: Essa incorporação aconteceu em 2007. Até então a Sonda estava no país desde 2000 e em 2002 ou 2003 a companhia adquiriu a Imarés, que vendia servidores AS/400 e outras plataformas e oferecia 2 0

foto: divulgação

Em entrevista exclusiva, Luiz Carlos Felippe, responsável pelo conselho de administração do Grupo Sonda IT no Brasil, revela detalhes da transição pós aquisição da Telsinc, Soft Team e Kaizen, fala sobre a meta da holding de origem chilena de chegar ao faturamento de US$ 1 bilhão em 2011 e de novas possibilidades de investimentos no Brasil

outsourcing. Quando a Sonda adquiriu a Procwork fui encarregado de fazer a incorporação. A Sonda Procwork se tornou uma empresa que agregou a liderança em SAP que tínhamos no Brasil com a Procwork. Comecei em 1995 ou 1996 a oferecer o ERP da companhia alemã. Nos tornamos os principais parceiros da América Latina em 1999 e continuamos nesse patamar. Esse fator atraiu a Sonda, junto com o nosso perfil de desenvolvimento, de softwares complementares. Algo como 60% de toda a arrecadação federal passa pelos nossos sistemas. TI Inside: O “namoro” foi rápido? O que definiu a negociação? Luiz Carlos Felippe: Muito rápido, não chegou aos seis meses. Já era meio que público que éramos muito assediados. T I   I n s i d e

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Eu tinha recebido outras quatro ou cinco propostas. Mas eu queria uma associação e não uma venda pura, a saída da empresa nunca me atraiu, queria preservar o que criei em 20 anos. Como empresário queria ser acionista e ver o trabalho crescer. E foi essa a proposta da Sonda na negociação, eles queriam um sócio local conduzindo a companhia no Brasil. TI Inside: O que rege a filosofia operacional da Sonda hoje? Luiz Carlos Felippe: Nosso perfil é global com trabalho regional. Temos cacife para concorrer com qualquer empresa na área de TI. Estamos em metade das 500 maiores empresas do país e em 70 das 100 maiores. A Telsinc e a Kaizen chegam como peças de um “lego”, se incorporaram e não tivemos atrito. Falei para todos os colaboradores que queremos deixar de ser campeões da 2a divisão para ser líder na 1a e estamos crescendo e mostrando que isto é realidade. TI Inside: Depois das últimas aquisições, a Sonda IT passa a ter três unidades de negócios. Por favor, comente as recentes incorporações que deram origem a essa consolidação: a Telsinc, a Soft Team e a Kaizen. Como está sendo essa transição e a absorção das empresas e de seus funcionários? Luiz Carlos Felippe: O processo está sendo bem tranqüilo. Assim como a Sonda escolheu a Procwork por complementar o que a empresa já fazia, não aconteceu conflito ou sobreposição. Telsinc e a Kaizen formam a unidade 2 0 1 0


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>mercado Sonda Telsinc, a primeira com forte parceria com a Cisco e a outra com a EMC. O nome se deve ao tamanho maior da Telsinc. Ambas trazem conhecimentos novos para todo o Grupo Sonda e as especializações serão comandadas pela unidade brasileira, assim como SAP está conosco também. Já a Soft Team é especializada em software para o segmento fiscal e foi dentro da idéia de aumento da base de clientes. Sempre deixamos claro que compramos a carteira, e neste caso trouxemos algumas pessoas chaves e não todo o time. Teremos equipes de vendas separadas inclusive. E eles nos complementam ao trabalhar em outros ambientes que não SAP. TI Inside: As melhores práticas das companhias adquiridas influenciam a Sonda? A Kaizen, por exemplo, sempre teve destaque como ambiente de trabalho em premiações, você já desvendou esse segredo? Luiz Carlos Felippe: As incorporações recentes trazem muita prática legal que, dentro do possível, será customizada e levada para a empresa como um todo. A Kaizen há cinco anos é uma das melhores empresas para se trabalhar e já desvendamos esse “mistério”. Um dos fatores são os eventos de melhoria do ambiente, aproximando as pessoas. Em uma empresa de 6 mil como a nossa hoje não podemos fazer um churrasco, mas comunicação e transparência serão fundamentais. Teremos uma tevê interna fechada para que os colaboradores possam conhecer as metas da empresa, por exemplo. TI Inside: Existe algum espaço ou oportunidade para novas aquisições no Brasil? Luiz Carlos Felippe: Existe espaço sim, tanto na América Latina como no Brasil. Estamos avaliando. O foco novamente é em negócios que não atuamos. Data center é uma área analisada com muito carinho e queremos nos tornar um player de outsourcing de impressão – como complemento aos serviços atuais – e de serviços gerenciados. TI Inside: O mercado de impressão ainda tem espaço. Não está muito commoditizado? Luiz Carlos Felippe: Entendemos que é preciso ter essa especialidade para atender aos nossos clientes. Existem quatro players grandes em outsourcing 2 2

Casa nova

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nova sede da Sonda, programada para abrir as portas em novembro deste ano, vai alocar 2,5 mil profissionais da companhia. Localizada em Tamboré, no município de Santana do Parnaíba, em São Paulo, a construção possui 22 mil metros quadrados. Sua estrutura foi projetada para receber pouco mais de 40% das posições de trabalho da companhia no Brasil, que hoje detém 6 mil colaboradores. E a nova instalação também abrigará o primeiro data center da companhia no Brasil. O espaço, que foi construído a partir de um investimento superior a R$ 40 milhões, deve contar com os profissionais da Sonda Procwork que estão espalhados por cinco escritórios na capital – abertos na medida em que a atual sede da empresa não comportava mais todos os colaboradores –, além das duas unidades de Alphaville, onde se concentram as áreas de outsourcing de infra-estrutura, suporte técnico e help desk. E ainda as equipes das recém adquiridas empresas, Telsinc e Kaizen, que estarão reunidas como Sonda Telsinc, além de parte da operação da Sonda Software. Este novo empreendimento, no entanto, não substituirá sua sede atual, que continuará estabelecida em São Paulo, na zona sul da capital. A antiga sede abrigará parte da operação da Sonda Software e as áreas administrativas e de desenvolvimento de aplicações da organização.

de impressão que são fabricantes ou ligados diretamente aos fornecedores, e debaixo deles tem dezenas de provedores, que são multicanal. Queremos ser um quinto player, uma nova opção, e vamos agrupar alguns dos pequenos. O investimento deve nascer no final deste ano ou em 2011, dentro da IT Services. O data center é mais complexo, estamos avaliando as opções para 2011 ou 2012, que pode ser por meio de aquisições ou construção. TI Inside: Qual o montante que a empresa tem em caixa para investir nessa expansão? Luiz Carlos Felippe: Temos um plano de investimento baseado em recursos próprios e captação em fundos T I   I n s i d e

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de longo prazo chilenos. O total era de US$ 500 milhões e investimos até agora US$ 150 milhões em toda a América Latina. Estamos cumprindo um plano estratégico que estava previsto para iniciar em 2009, mas seguramos por conta da crise. TI Inside: A Copa e as Olimpíadas, além do crescimento da economia local prevista para os próximos anos, são alavancas para esse investimento no Brasil? Luiz Carlos Felippe: Os eventos não são determinantes, mas trazem um elemento psicológico importante. O Brasil é essencial para o projeto da Sonda. TI Inside: Qual a representatividade atual do Brasil no business do Grupo Sonda? Luiz Carlos Felippe: O Brasil representa algo como 35% ou 36%. O México deve ter um novo peso depois que fizemos uma aquisição por lá, mas mesmo assim e com o crescimento dos outros países, o Brasil deve chegar aos 40% em 2011. TI Inside: Existe o plano de lançar ações na Bovespa? Luiz Carlos Felippe: Temos um plano sim, mas sem data ainda. É algo inevitável e seria com ações da holding. TI Inside: Qual o percentual da oferta de offshore a partir do Brasil no business do Grupo Sonda? Luiz Carlos Felippe: Praticamente zero para nós, é quase impossível fazer a partir daqui. Estamos estruturando operações de offshore na Argentina e Uruguai. Exportamos imposto em nossos serviços locais, não vale a pena. TI Inside: Qual o perfil do cliente, ele muda com as novas aquisições, e qual a perspectiva de se trabalhar com a Sonda? Luiz Carlos Felippe: Não, o perfil não muda. Todos tínhamos como foco o large account, e é nossa vocação, não trabalhamos no middle. Temos mais de mil clientes no Brasil, mas focamos nas 500 maiores mesmo. Queremos que o nosso cliente perceba nosso porte e nossas competências. Ele tem agora um one-stop-shop com a Sonda com a capacidade de uma IBM ou HP e mais agilidade. Queremos que todos percebam que estamos na 1a divisão jogando no Maracanã. 2 0 1 0


Especial mobilidade corporativa

Nesse Suplemento Especial, você encontrará um conjunto de matérias que dão uma visão panorâmica dos principais desenvolvimentos no universo da mobilidade corporativa. Com o avanço da Internet móvel e com o crescimento do mercado de smartphones, tablets e celulares multimídia, mais e mais empresas percebem que as redes móveis são fundamentais em suas estratégias de marketing, relacionamento, vendas, gestão de negócios, monitoramento de equipes e logística. O mercado de comunicação máquina-máquina (machine-tomachine, ou M2M), também apresenta um potencial gigantesco, que permitirá levar a conectividade não só aos consumidores, mas para todas as coisas que fazem parte do dia-a-dia dos clientes e dos processos produtivos. Esses e outros temas são abordados nas matérias deste especial. Aproveite e boa leitura.




Especialmobilidade corporativa | M2M

Helton Posseti | helton@convergecom.com.br

Máquinas no controle

Implantação de localizadores nos automóveis finalmente sairá do papel. Além disso, o setor elétrico dá os primeiros passos na troca dos medidores analógicos, o que anima os fornecedores. São os primeiros passos rumo ao mundo M2M - machine-to-machine

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comunicação entre máquinas (M2M) cresce a passos largos no Brasil. Novas aplicações surgem a cada momento, e existem pelo menos dois segmentos que estão deixando os fornecedores desses tipos de soluções animados: a introdução de medidores inteligentes de energia para clientes residenciais e a instalação de localizadores em veículos novos produzidos no Brasil, de acordo com a resolução 245 de 2007 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). 4

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Depois de inúmeras idas e vindas, fixou-se para setembro o início da vigência da resolução Contran aprovada em 2007, que tornou obrigatória a instalação de módulos de localização em todos os automóveis novos produzidos no Brasil. A localização dos automóveis será via satélite (GPS), que oferecesse mais precisão que a triangulação de estações rádio-base (ERBs) das operadoras móveis. Mas a comunicação com o veículo será feita pela rede das operadoras. A expectativa das operadoras é que anualmente 5 milhões de veículos com rastreador cheguem ao mercado, ampliando as possibilidades de oferta de serviços de

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fotoS: divulgação

valor adicionado por parte das teles celulares. “A cada semana vem uma nova ideia para Os pacotes de dados necessários à conectar uma nova máquina” manutenção dos serviços serão Wagner Bernardes da Seal Tecnologia comercializados às seguradoras ou gerenciadoras de risco a preços diferenciados. O grande problema é que a carga tributária smartmeetering junto com uma para este serviço ainda é a mesma do serviço de telefonia, e o operadora celular. O medidor pagamento da taxa do Fistel, que incide anualmente sobre todos digital, neste caso, funciona os dispositivos móveis (inclusive módulos veiculares) também como uma espécie de modem pode significar um forte gerador de custos aos operadores. Há de banda larga, que recebe o negociações entre operadoras e governos Estadual e Federal sinal 3G. A ideia, explica Wilson para tentar contornar esse problema. Cardoso, diretor de soluções A implementação da resolução 245 abre várias oportunidades para a América Latina da Nokiapara toda a cadeia de valor envolvida. De acordo com Gibson Siemens, é que a banda larga Nagata, gerente de marketing da Gemalto, fabricante de larga ajude a viabilizar a SIMCards, na Europa, quando o automóvel se envolve em um modernização dos medidores. “Se fosse fazer a substituição (dos acidente sério (o que pode ser sinalizado se o air bag for medidores) só para a medição, a conta não fechava”, afirma. A acionado, por exemplo) o módulo de localização faz uma expectativa da Nokia-Siemens é concluir o teste até o final do chamada para o serviço de emergência. A aposta da companhia ano. Segundo Cardoso, o próximo passo para as concessionárias nessa área é grande. Em junho a Gemalto adquiriu uma empresa de energia é levar o M2M aos transformadores das ruas e às especializada em módulo de casas dos clientes, uma vez que elas comunicação M2M, a Cinterion. De já usam essas soluções em acordo com Nagata, dessa vez parece ambientes controlados. que não haverá mais adiamentos no As plataformas LTE de quarta prazo. Isso porque o grupo de trabalho geração de telefonia celular, explica formado para dirimir as diversas Cardoso, serão usadas para dúvidas que surgiram entre os aplicações críticas e que necessitem fabricantes de automóveis, as de comunicação em tempo real. Com operadoras e as fabricantes dos o LTE, será possível, por exemplo, módulos chegou a um entendimento. desligar um transformador que está Espera-se que com o início da vigência da resolução 245, o custo entrando em curto-circuito em questão de milissegundos. do seguro de automóvel caia e surjam novos negócios para as As aplicações para M2M são muito amplas. Cardoso conta operadoras celulares. que nos EUA já existem alguns prédios que o elevador funciona como serviço: o condomínio paga ao fabricante do Energia elevador de acordo com a quantidade de pessoas que ele A área de energia sempre foi uma potencial grande transporta, o que é medido por um sensor que envia as consumidora de soluções M2M, e de fato é nesse mercado que informações ao fabricante. Também nos EUA está sendo estão as primeiras aplicações. implantada uma solução que calcula a alíquota do seguro de Tradicionalmente, o setor usa sensores de comunicação nas automóvel com base na rotina de tráfego do veículo. Tudo subestações de energia. O uso dos medidores digitais, que monitorado pelas redes móveis. permitem a leitura remota para Hoje grande parte dos acessos M2M no Brasil está presente os clientes corporativos em monitoramento de frota e nas máquinas de cartão de crédito também não é algo novo, mas espalhadas pelo País. Estima-se que haja 3,8 milhões de agora a solução começa a máquinas, das quais 15% delas possuem comunicação via aparecer para os clientes GPRS. “O crescimento virá da área de segurança, logística, residenciais também. monitoramento industrial, smartmeetering e smartgrid”, opina A Nokia-Siemens, por Cardoso. exemplo, participa de um teste Em relação à automação da medição de energia elétrica, já é de uma solução de relativamente comum que condomínios tenham um agregador da leitura de cada apartamento. Assim, o funcionário da “O crescimento virá da área de concessionária de energia vai até o condomínio e coleta os dados de todos os apartamentos de uma segurança, logística, monitoramento industrial, smartmeetering e smartgrid” única vez. A evolução deste modelo, como explica Wagner Bernandes, diretor de marketing e vendas Wilson Cardoso da Nokia-Siemens da Seal Tecnologia, é dispensar o trabalho humano

A área de energia sempre foi uma potencial grande consumidora de soluções M2M, e de fato é nesse mercado que estão as primeiras aplicações.

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do processo. Ou seja, os dados seriam “A operadora tem um usuário conectado. transmitidos automaticamente para a empresa de energia. “Essa solução já está indo para o Agora ela vai passar a ter uma casa, um consumidor pessoa física. Não me assustaria se carro, um marca-passo. E por isso, ela grandes condomínios adotassem uma solução precisa a adaptar o seu modelo de negócio” com essa. O objetivo é não ter intervenção humana no processo”, afirma ele. Carla Belitardo, da Ericsson Outra área promissora é automação das máquinas de venda em rua, que comercializam da tecnologia e fornecedora desde refrigerantes a livros. “Quase todas essas máquinas já tem de diversas soluções em uma eletrônica embutida. Seria só acoplar o módulo”, explica. mobilidade e localização. O Dessa forma, os donos dessas máquinas teriam o controle à objetivo é ter até o final de distância do estoque de produtos e do troco de cada máquina. 2010 mais de 2,5 mil “A cada semana vem uma nova ideia para conectar uma nova dispositivos móveis máquina”, afirma ele. monitorados. A Seal Tecnologia atua como integradora de soluções e trabalha preferencialmente com a operadora Claro, que tem uma Papel da operadora área exclusiva para cuidar de telemetria. Em fevereiro do ano Ao que parece, a Claro dá um tratamento passado, a Seal anunciou uma parceria com a operadora visando diferenciado em relação a outras operadoras quando o a oferta de tecnologias de mobilidade para os segmentos de assunto é M2M. Além de ter uma área específica para o indústria, logística, varejo e serviços. Com essa estratégia, a Seal negócio, a operadora usa um chip especial fornecido passou a fornecer soluções em conjunto com pacotes de dados pela Gemalto. Esse chip tem o software otimizado para a da operadora. comunicação entre máquinas e não tem menu de Na prática, o projeto consiste na comercialização de navegação. coletores de dados e smartphones fornecidos pela Seal Renato Improta, executivo sênior da área de mídia e juntamente com um plano de minutos para a Internet, telecom da Accenture, explica que, basicamente, as disponibilizado pela Claro. “Quanto mais os pacotes de dados operadoras têm dois caminhos a seguir. O primeiro é se caírem de preço, mais poderemos viabilizar esse tipo de posicionar como a fornecedora da rede apenas, indo ao solução”, afirma Bernardes. A parceira com a Claro nasceu da mercado como sendo parte de uma solução formada percepção de uma necessidade dos próprios clientes, segundo por outras empresas. O segundo é agregarem uma ele. “Eu fazia tudo isso, mas precisava estar debaixo de uma rede solução completa. “Para que a operadora tenha um WiFi. Nós percebemos que os clientes queriam extrapolar as papel mais de destaque nesta cadeia de valor, é quatro paredes”, diz ele. A Claro não quis se pronunciar sobre importante que o assunto tenha a prioridade necessária seus planos de M2M. dentro das operadoras”, ressalta Improta. A Seal Tecnologia acaba de lançar uma nova solução para monitorar o trabalho de equipes em campo: o Seal Track, Futuro software online de localização de dispositivos móveis equipados Como virtualmente todo e qualquer dispositivo pode com GPS, como celulares e smartphones. Voltado para empresas ser conectado à rede, a expectativa em torno desse de serviços, logística e outros setores que demandam o mercado é imensa. A consultoria Gartner, por exemplo, monitoramento de uma equipe externa, o sistema permite acredita que toda a cadeia vai gerar receita de 15 visualizar em um mapa a localização exata e em tempo real do bilhões de euros em 2012. Wilson Cardoso, da Nokiaequipamento e de seu usuário, Siemens, menciona outra pesquisa segundo a qual em além de um histórico das últimas 2013 para cada usuário na rede, haverá 10 máquinas posições. conectadas. O Seal Track é Carla Belitardo diretora de desenvolvimento de comercializado em parceria negócios e de mercado da Ericsson, explica que para a firmada há oito meses com a operadora, o ponto crucial não é o risco de o tráfego alemã Mecomo, desenvolvedora sobrecarregar a rede, mas sim desenvolver modelos de negócio adaptados para o segmento. “A operadora tem um usuário conectado. Agora “Para que a operadora tenha um papel mais ela vai passar a ter uma casa, um carro, um marcapasso. E por isso, ela precisa a de destaque nesta cadeia de valor, é importante que o assunto tenha a prioridade adaptar o seu modelo de negócio”, diz ela. A Ericsson projeta em 50 bilhões o número de necessária dentro das operadoras” dispositivos conectados até 2020 por meio de Renato Improta da Accenture redes móveis. 6

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Especialmobilidade corporativa | M2M



Especialmobilidade corporativa | Aplicativos

Victor Hugo Alves | victor@convergecom.com.br

Guerra de aplicativos

Enquanto o mercado de aplicativos se desenvolve em todo o mundo, mudança nos sistemas operacionais e na equação de custos faz com que empresas avancem sobre esse mercado. Android é o caminho preferido.

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s soluções de mobilidade avançam de forma expressiva tanto no mercado corporativo quanto para o de consumo. Uma amostra deste fato é o acelerado crescimento das vendas de smartphones, que devem somar 225 milhões de unidades neste ano, aumento de 21% ante 2009, taxa que tende a se manter acelerada pelos próximos anos, segundo consultorias como Gartner e IDC. Essa expansão intensa da venda de smartphones fez explodir o mercado de aplicativos móveis, que fechou 2009 com receita de US$ 4,23 bilhões e download de 2,51 milhões de aplicativos em todo o mundo, números que tendem a chegar em US$ 6,77 bilhões e 4,5 milhões neste ano, respectivamente, segundo o Gartner. A consultoria estima que em 2013 serão baixados 21,64 milhões de aplicativos móveis para smartphones, movimentando quase US$ 29,5 bilhões. Este movimento ascendente de mobilidade e dos aplicativos móveis está se tornando fator essencial também para o mercado corporativo, atualmente sendo um diferencial competitivo para as empresas. Mas a tendência é que estes se tornem itens obrigatórios na estratégia das companhias no curto prazo. Não à toa, as corporações globais devem cada vez mais destinar verbas orçamentárias superiores para o segmento de mobilidade, principalmente no que tange a smartphones e aplicativos móveis. Tanto que o número de empresas que usam aplicações móveis em nuvem deve chegar a 130 milhões em cinco anos, de acordo com estimativa mundial da ABI Research. “Acredito que a mobilidade vai ser essencial para as empresas. A adoção deste tipo de solução resulta em um ganho expressivo de produtividade e eficiência. Elas precisam desse fator para elevar sua competitividade. Quem não utilizar essa estratégia poderá ficar para trás”, enfatizou Bruno Neto, analista da indústria de telecomunicações da Frost & Sullivan. Ele ressaltou que para se mostrar a dimensão da importância que as empresas concedem atualmente à mobilidade, em pesquisa realizada pela consultoria em meados do ano passado, 60% das empresas questionadas informaram, mesmo em meio à crise, que aumentariam os investimentos em soluções de mobilidade. Na disputa pelo mercado global de aplicativos móveis, a Apple, por meio do iPhone, lidera com folga a disputa, com a projeção de responder por 52% dos aplicativos baixados neste ano, sendo que o

Android, do Google, é seu principal rival, devendo fechar este ano com parcela de 24% sobre o total. Outras plataformas rivais como Symbian, BlackBerry e Windows Mobile (atualmente chamado de Windows Phone) têm parcela inferior deste segmento. Entretanto, quando a análise se dá exclusivamente no mercado corporativo brasileiro, a realidade é totalmente inversa e dividida em três mundos distintos, a começar pela estratificação das plataformas que atendem a cada parte das empresas. No que se refere à alta gerência e diretoria, há um domínio absoluto da plataforma do BlackBerry, da Research In Motion. Quando se analisa a média gerência, o Symbian, principalmente com celulares da Nokia, detém ampla participação. Já quando se desce para as áreas de força de vendas e campo das corporações, há um domínio do Windows Mobile, com uma presença de Symbian também. Os principais aplicativos móveis utilizados no mercado corporativo são os de e-mail, sistemas de gestão, CRM, automação de força de vendas, localização e segurança dos dados. De acordo com analistas, estas posições são determinadas devido a algumas características. A liderança do BlackBerry nos cargos mais altos das empresas é devido à sua mais bem sucedida plataforma de e-mail e devido ao servidor próprio da RIM, com forte apelo no quesito segurança e agilidade. A forte representatividade da Symbian na média gerência está atrelada ao fato desta área das empresas também ter uma necessidade latente de uma boa ferramenta de e-mail, mas com custos menores. As empresas investem em soluções mais baratas como o Symbian, que detém integração com a ferramenta de e-mail do Lotus Notes, por meio de parceria com a IBM. Já no que tange a força de vendas e campo, a presença muito expressiva do Windows Mobile se dá por dois fatores. Primeiro, por já ser um sistema legado dentro das empresas. Em segundo, devido ao sistema operacional da Microsoft ser propício a customização de aplicativos de gestão voltados para as ações da área de força de vendas e campo. Nesta divisão, os aparelhos que têm registrado maior penetração são os da HTC. Mas as transformações que marcam o momento atual do mundo de mobilidade podem resultar em algumas mudanças no cenário do mercado corporativo nacional. Isso porque analistas

o número de empresas que usam aplicações móveis em nuvem deve chegar a 130 milhões em cinco anos, de acordo com estimativa mundial da ABI Research.

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Especialmobilidade corporativa | Aplicativos A realidade de hoje

A nova realidade do mundo de mobilidade

Alta gerência e diretoria

Alta gerência e diretoria

Média gerência

Média gerência

Vendas e campo

Vendas e campo

destacam que a RIM vem enfrentando a concorrência do iPhone, principalmente devido ao status e facilidade de uso que o aparelho representa, e também começa a sofrer impacto do Android, por meio de aparelhos como o Milestone, da Motorola. Para não ficar de braços cruzados enquanto sua parcela da alta gerência e diretoria são ameaçadas, a RIM resolveu atacar o segmento de média gerência, onde quer se rivalizar com o Symbian. Para viabilizar essa estratégia, a RIM se baseou em duas frentes: reduzindo os custos do serviço de seu servidor, com uma solução mais barata e menos robusta batizada de BlackBerry Enterprise Server Express (BESExpress) e também lançando aparelhos com custos menores, principalmente devido ao início de sua produção no país, o que deve facilitar a oferta de aparelhos em comodato junto às operadoras. Por fim, devido à falta de alternativas de aparelhos e ao não lançamento do Windows Phone 7, a Microsoft tem sua liderança no segmento de automação de vendas ameaçada um pouco pelo Symbian, mas principalmente pelo Android. “A guerra está sendo travada no quesito de qual será o melhor sistema operacional que gerará a maior facilidade para desenvolvimento de aplicativos e melhor experiência para a empresa”, afirmou João Paulo Bruder, analista do mercado de telecomunicações da IDC. Ele disse que atualmente cerca de 40% das médias e grandes empresas brasileiras já contam com alguma

utilização de aplicativos móveis mais robustos. Julio Fabio, diretor de marketing da MC1, observou que as plataformas dominantes para o desenvolvimento de soluções de negócio B2B são respectivamente o Windows Mobile e J2Me, sendo que nesta última tanto plataforma BlackBerry quanto celulares baseados em Symbian podem se utilizar quase que do mesmo desenvolvimento. “Porém, o Android está vindo com força total e com ganhos substanciais sobre as plataformas existentes. Acredito que a grande barreira para o Android ainda seja a quantidade de equipamentos já em uso, cujo ciclo de troca ainda será longo”, disse ele. Mas a maior gama de aparelhos no mercado com custos menores, somado ao fato do sistema operacional ser de código aberto, o que facilita o desenvolvimento de aplicativos e acarreta em despesas nulas no que tange a licenças, faz do Android a principal ameaça à Microsoft neste segmento de automação de força de campo e vendas. “O Windows Mobile está perdendo fôlego. Minha gama de aparelhos com o Windows Mobile é muito pequena e muito inferior ao leque de Android. Enquanto tenho dois modelos de Windows Mobile para oferecer às empresas, tenho de oito a nove aparelhos com Android”, pontuou o diretor de Top Clients da TIM, Leonardo Queiroz, frisando o fato de que o custo de operação do Windows Mobile ser mais alto do que o Android é também um fator positivo para a Google nesta disputa. Queiroz

“A guerra está sendo travada no quesito de qual sistema operacional gerará a maior facilidade para desenvolvimento de aplicativos”, afirmou João Paulo Bruder, analista da IDC.

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Especialmobilidade corporativa | Aplicativos apontou que a TIM está implantando um grande projeto de substituição do parque de Windows Mobile por Android na força de campo de uma grande empresa, já com aplicativos de gestão instalados. No total, o projeto envolve dois mil acessos. O nome da companhia não é revelado. O executivo ponderou que caso a Microsoft não responda a esse avanço do Android, em três anos quase toda a base de maiores clientes corporativos da TIM deve migrar sua força de campo e vendas para a plataforma do Google. O gerente da divisão de soluções corporativas da Vivo, Alex de Almeida, também apontou que a falta de opção de smartphones com Windows Mobile é um problema da empresa na oferta de soluções de aplicativos móveis de automação para a força de vendas e campo das corporações. Precisamos de uma alternativa maior de aparelhos para o Windows Mobile. As ofertas estão limitadas. O mercado como um todo ganha quando se tem mais opções, como com a redução de preço e aumento das funcionalidades. É muito ruim quando não há alternativas”, avaliou. “A vantagem do Android é de ser uma plataforma aberta e que deve proporcionar uma expansão muito grande de aplicativos. O Windows tem perdido espaço no mercado corporativo devido à questão de custo operacional. Cerca de 80% das empresas preferem trocar o patrimônio existente por uma tecnologia com a qual tenham custo operacional menor”, ratificou Estevan Bataglia, gerente comercial da BinárioMobile. Este cenário do avanço do Android no que se refere a aplicativos móveis para o mercado corporativo brasileiro é ressaltado pela desenvolvedora Navita, que já coloca o sistema do Google como o segundo mais demandando por seus clientes em projetos de aplicativos móveis. O diretor de operações da Navita, Fabio Nunes, informou que já foram implantados alguns projetos com o Android, e pontua que as empresas estão intensificando o interesse no sistema, citando a grande gama de dispositivos diferentes como uma vantagem competitiva. Entretanto, a questão de segurança é ainda um fator que inibe a maior presença do sistema do Google no mercado de mobilidade corporativa, segundo pontuaram os especialistas. Além disso, outra desvantagem do Android é ainda a falta de um leque expressivo de aplicativos corporativos mais robustos desenvolvidos para o sistema.

comprados pelas empresas é feita no modelo de desenvolvimento customizado e contratado junto a empresas especializadas neste segmento. Almeida pontuou que na maioria das vezes até a operadora fica de fora da negociação, só sendo chamada para conversar após a conclusão do projeto de desenvolvimento do aplicativo. Ele avalia que o cenário perfeito seria o projeto ser desenvolvido juntamente entre a operadora, o desenvolvedor e o cliente, fato que facilitaria a criação de uma solução mais adequada e evitaria problemas de ajustes. O gerente da divisão de soluções corporativas da Vivo acrescentou que neste modelo de negócios atual do mercado fica muito difícil para as pequenas empresas iniciarem estratégias de mobilidade, para as quais o melhor caminho seria o de realizar downloads dos aplicativos. Uma das saídas apontadas por ele seria as operadoras criarem uma loja de aplicativos móveis, por meio da parceria com desenvolvedores, voltada exclusivamente para o segmento corporativo. “Esse é um filão de suma importância para as operadoras e uma oportunidade em potencial. Custos e funcionalidades são primordiais para as pequenas e médias empresas, que não têm capital suficiente para investir em projetos de mobilidade”, analisou Almeida.

A questão do preço ainda é uma barreira. Principalmente pelo fato das empresas ainda não conseguirem mensurar o retorno sobre os investimentos nos projetos de mobilidade.

Preço A questão do custo também é um fator primordial na decisão das empresas em investir em mobilidade e definir quais soluções disponíveis no mercado irão utilizar na sua estratégia. “A questão do preço ainda é uma barreira. Principalmente pelo fato das empresas ainda não conseguirem mensurar o retorno sobre os investimentos nos projetos de mobilidade”, enfatizou Neto. Já o diretor de Top Clients da TIM corrobora a mesma opinião, frisando que toda decisão das empresas é baseada no custo. “Aparelhos mais baratos, com desenvolvimento mais fácil, e com baixo custo de operação e atualização devem ter a preferência das companhias”, comentou Queiroz. No mercado atual, a maior parcela dos aplicativos móveis 1 2

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CASE A Marilan, uma das maiores indústrias alimentícias do País, foi uma das empresas que apostou no investimento em soluções de mobilidade para melhorar o desempenho da sua equipe de vendas espalhada pelo Brasil e aumentar o controle sobre o processo de venda. Para isso, a companhia investiu em um projeto de uso de smartphones e uma aplicação de Automação de Força de Vendas (SFA). A solução foi oferecida pela TIM, em parceria com a desenvolvedora Acácia Consultoria. No total, são mais de 230 usuários da aplicação, entre vendedores, supervisores, gerentes e diretores da área de vendas, que passaram a ter acesso online ao banco de dados da Marilan de qualquer lugar que estejam. A TIM forneceu em comodato aparelhos HTC Touch dotados com a aplicação de SFA em substituição aos dois equipamentos que a equipe de vendas precisava utilizar. O sistema operacional do dispositivo é o Windows Mobile. Segundo a Marilan, um dos principais impactos positivos foi no processo produtivo da empresa, já que, com as informações das vendas recebidas diariamente, o planejamento da produção se tornou mais eficaz. A empresa afirmou que conseguiu centralizar todo o processo de venda, ganhando agilidade. O aplicativo móvel permite o gerenciamento eficiente de todo ciclo da venda, da checagem dos estoques da Marilan, passando pela consulta do histórico de cada cliente, preenchimento do pedido, entre outros. Alberto Brunassi, gerente de TI da Marilan, cita outros ganhos com a comunicação online, maior agilidade para atualização das informações, das políticas de descontos e das campanhas, além do acompanhamento dos roteiros de visitas.

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Especialmobilidade corporativa | Localização

Alexandro Cruz | cartas.tiinside@convergecom.com.br

No rumo certo

O uso da solução de localização e mobilidade cresce mundialmente entre os usuários que buscam informações sobre empresas e serviços, mas também no gerenciamento de equipes e força de venda

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os últimos três anos a mobilidade apresentou um processo de evolução meteórico, e aquele simples ato de falar convergiu para um universo muito mais amplo de aplicações. Hoje, a busca do fim das barreiras físicas e dos limites de tempo na oferta de serviços eficientes aos clientes virou uma preocupação das empresas. Dentro desse cenário é que surge o conceito de Location Intelligence, que se tornaram essenciais para as tarefas diárias das empresas, como questões de logística e procedimento de análises minuciosas de regiões, cujo intuito é aumentar o lucro e a credibilidade comercial. O conceito Location Intelligence baseia-se na capacidade 1 4

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de organizar e compreender fenômenos complexos por meio da utilização de relações geográficas existentes, alinhadas a todas as informações que existam no local escolhido e disponibilizadas em celular. Com ele pode-se combinar os dados de um determinado bairro - como estabelecimentos comerciais ou demografia - com os de negócio (produtos, custo de vida, etc.). Tendo esses elementos, as corporações podem otimizar seus processos comerciais e de relacionamento com o cliente, para melhorar o desempenho e os resultados. As empresas passaram a querer conhecer melhor o perfil de seus clientes por região geográfica e saber o que oferecer a

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o principal benefício da mobilidade e da localização origina-se das mudanças que tais tecnologias podem promover nos processos de negócio.

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cada um deles. Essa ação cria novas oportunidades de negócio Nokia enxerga que houve mudanças aos empresários, que passaram a dispor o acesso “Apesar de existirem bons motivadores direto a conteúdos de dados e mapas personalizados, com a capacidade de integrá-los a outros sistemas, para serviços de localização, é essencial como ERP e logística. que a aplicação e o aparelho (smartphone, Por exemplo: a Paulistana, distribuidora de tablet, etc) sejam bastante amigáveis. produtos de marcas como Gillete, Wella, Ariel, Oral B, Sem isso, não existe mercado” Pantene, Ace, Pampers e Koleston, localizada em São Paulo, implantou o sistema da Blink Systems para o Renato Osato, da Amdocs aperfeiçoamento do atendimento de 250 representantes de vendas. Com o aplicativo é possível, através de um sistema de GPS, que a equipe tenha o de paradigma em relação aos roteiro de visitas monitorado e redução no tempo de visita em celulares e à mobilidade. Além disso, cada comprador, aumentado a possibilidade do vendedor com as redes sociais, as pessoas realizar mais visitas durante o dia. deixaram de usar o celular Além disso, ela introduziu um recurso chamado “cesta de para informar em que lugar estavam produtos”, que fez com que aumentasse a motivação dos e passaram a dizer o clientes em adquirir novos produtos, pois o sistema identifica o que estão fazendo. que um determinado tipo de estabelecimento tem por hábito No início, o mercado de localização móvel tinha como foco comprar e alerta o vendedor, caso os itens não tenham sido o setor empresarial, principalmente as empresas de logística, vendidos. Segundo Flávio Costa, diretor da Blink Systems, um transportes e seguradoras. Porém, com o crescimento do dos pontos positivos do sistema foi uma fidelização dos clientes consumo de smartphones e o preço mais acessível, os da empresa. “Ganhamos uma melhoria da qualidade no desenvolvedores passaram a ter oportunidade de vender atendimento do ponto de vendas e até a fidelização do cliente”. aplicações para o varejo, tendo como ferramenta de auxílio as redes sociais. O Google Maps é um exemplo, ao utilizar da Evolução capacidade de processamento dos No entanto, a evolução do smartphones e do GPS para Location Intelligence foi lenta por oferecer serviços. causa da barreira tecnológica, já Vale ressaltar que ainda hoje, que os celulares tinham pouca como exemplo, a venda de um memória e a banda larga móvel era serviço para uma pessoa física escassa. Como solução, surgiu uma normalmente é um processo longo ação de empresas como Nokia, de negociação, passando pela Apple, RIM - BlackBerry e Google apresentação do produto, (mais recentemente), que fizeram um entendimento das necessidades do trabalho para desenvolver aparelhos cliente, avaliação de cenários, e sistemas operacionais compatíveis com as novas demandas. convencimento, negociação e assinatura do contrato. “Com o As operadoras de telecomunicação, por sua vez, também uso de PDAs ou netbook com conexão 3G, é possível reduzir o investiram em melhorias de suas infraestruturas. tempo de venda, porque em uma única reunião pode ser Segundo o gerente de marketing de serviços da Nokia, mostrado o produto (por meio de uma apresentação ou vídeo), Vinicius Costa, a fabricante possui como um dos parceiros o coletar os dados do cliente, simular o custo e benefícios e, site Apontador na inclusão do aplicativo de localização (mapa) finalmente, imprimir uma cópia do contrato para assinatura em seus aparelhos. Desenvolvedores e, posteriormente, as imediata”, ilustra Osato. próprias empresas perceberam que com a evolução dos Além de aumentar os novos negócios, o difícil processo de produtos seria possível simplificar a utilização destes serviços. gerenciamento à distância também passou a se beneficiar com “É a oportunidade de escolher um restaurante não só pela o uso da Location Intelligence. Com estes aplicativos, os comida ou pela indicação de um bom guia gastronômico”, diz. desenvolvedores conseguem auxilio no controle de ativos e Hoje, conforme pontua o vice-presidente da Amdocs para o recursos, analisam o mercado ou a ações de risco, gerenciam Brasil, Renato Osato, existe grande variedade de dispositivos de operações de logística. localização para cada necessidade e que atende tanto o Mas, em que situação o mercado de aplicativos de mercado corporativo quanto o uso pessoal. Para ele, o principal localização e mobilidade no País se encontra e qual o seu benefício da mobilidade e da localização origina-se das potencial? Renato Osato avalia que o ecossistema atual para o mudanças que tais tecnologias podem promover nos processos setor empresarial já tem um conjunto expressivo de empresas de negócio. que desenvolvem para outras corporações soluções de Junto à linha de raciocínio de Osato, o representante da mobilidade para o uso da localização. “No varejo, as aplicações


Especialmobilidade corporativa | Localização são mais limitadas, mas alguns desenvolvedores já se utilizam bastante funcionalidades como GPS e LBS dos smartphones”, complementa. Na visão dos fabricantes, como é o caso do executivo da Nokia, “o mercado de aplicativos e serviço tem crescido muito para os dois segmentos”. Quanto ao processo de distribuição do valor faturado entre todos os participantes, o conceito de Location Intelligence ainda se encontra na fase de adaptação, já que nenhum acordo serve igualmente a todos os contratos. Conforme exemplifica Costa, da Nokia, muitos aplicativos são desenvolvidos, fornecidos gratuitamente e patrocinados por uma grande marca, como os guias gastronômicos que são financiados por empresas do setor alimentício. “Há também o modelo que garante a receita para os desenvolvedores, de acordo com o que foi vendido diretamente ao consumidor”. Também é possível realizar a aplicação corporativa sob medida, em que o desenvolvedor ganha da empresa para criar a solução, o fabricante de celular vende o smartphone para a empresa (e seus empregados) e a Operadora vende seu serviço de banda larga. Neste mesmo cenário, poderia haver um plano diferente: a operadora paga ao desenvolvedor para construir a aplicação e ela cobra mensalmente uma taxa pelo uso da aplicação e a banda larga”, diz Osato. Mesmo com certa indefinição sobre a melhor estratégia de distribuição do lucro, o mercado brasileiro se apresenta bastante otimista para esse segmento, auxiliado ao crescimento da renda do consumidor e o aumento da oferta de smartphones - mais que a média mundial, sendo 1 milhão e 60 mil de aparelhos vendidos no terceiro trimestre deste ano no Brasil conforme pesquisa do Gartner. Além disso, “os smartphones são a chave para a adaptação dessas soluções, porque eles se tornaram mais amigáveis e os comandos dos sistemas embarcados neles foram se tornando mais intuitivos e visíveis”, complementa Osato.

ainda um dilema para os brasileiros, conforme mostra o recente levantamento do IDC em que a velocidade móvel existente no País representa um terço da rede fixa. “O tráfego de dados ainda é um serviço que, se não está atrelado a um plano convidativo, pode não ser barato, e quando o recurso for necessário para utilização de um determinado serviço isso pode inviabilizar sua utilização”, enfatiza Costa. De acordo com o VP da Amdocs, do ponto de vista corporativo, a grande preocupação é com a segurança. “É preciso avançar neste campo para que mais corporações possam adotar a mobilidade”. Para Rodrigo Shimizu, diretor de gestão de empresas da Vivo, a falta de uma regulamentação para o processo de “opt-in” faz com que ações voltadas para o segmento de marketing fiquem restritas, porque existe um risco no aumento de reclamações por parte do usuário final. “Além disso, setores como o de rastreamento sofrem com a alta tributação. Hoje não há diferenciação para taxas de um acesso de voz e um de dados. Como a rentabilidade deste Ainda tem que melhorar mercado M2M é muito baixa (pacotes de baixo volume de Para que os serviços de localização e mobilidade tenham dados), os custos de FUST / Fistel são restritivos”, afirma. resultados eficientes, muitos Mesmo com os obstáculos existentes, o Location investimentos ainda devem ser Intelligence existe e está disponível, com uma forte tendência realizados pelo setor privado e de ser a ferramenta essencial para quem tem pressa de órgãos do governo. Como fechar os negócios ou mesmo fazer sua programação cultural exemplo, há casos como o antes de sair de casa. Além disso, como avalia Vinicius Costa acesso à banda larga móvel ser , “você pode ter a segurança de saber onde seus filhos estão, sem ter que ficar “O tráfego de dados, se não está atrelado a rastreando-os, ligando ou mandando um plano convidativo, pode não ser barato, mensagens para eles”. Porém, “apesar de existirem bons e quando o recurso for necessário para motivadores para serviços de localização, é utilização de um determinado serviço, isso essencial que a aplicação e o aparelho (smartphone, tablet, etc) sejam bastante pode inviabilizar sua utilização” amigáveis. Sem isso, não existe mercado”, Vinícius Costa, da Nokia alerta Renato Osato.

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“os smartphones são a chave para a adaptação dessas soluções, porque eles se tornaram mais amigáveis.”

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Especialmobilidade corporativa | M-Marketing

Claudio Ferreira | cartas.tiinside@convergecom.com.br

A próxima fronteira de relacionamento

Corporações começam a descobrir que o mundo móvel pode propiciar uma nova plataforma para divulgar e promover o relacionamento de suas marcas e gerar novas oportunidades de negócio

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elular e equipamentos móveis, a fronteira final! A paráfrase ao clássico de ficção Jornada nas Estrelas bem poderia ser o lema das empresas que já acordaram para o potencial da mobilidade. Ainda pouco explorado pelas empresas, o mundo móvel e seus quase 190 milhões de usuários no Brasil promete ter para o mercado corporativo o mesmo peso que teve a Internet. As primeiras experiências são recentes, mas já existem cases que exploram marcas, produtos e serviços no ambiente móvel. Já há mesmo empresas dedicadas ao tema. Todas de olho na previsão do mercado de mobile advertising, que de acordo com a eMarketeer deve movimentar mundialmente US$ 1,56 bilhão até 2013, sendo que o Brasil pode abocanhar algo entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões. Outra projeção mundial, feita pela PriceWaterhouseCoopers em 2009, indicou que nos próximos três anos cerca de 30% de todos os anúncios serão digitais, interativos, móveis ou colaborativos. Promissor, não? Mas ainda há obstáculos. “Ainda existe uma disparidade entre o usuário, o seu poder, o uso da plataforma e o que as corporações investem. Temos um grande volume de aparelhos, mas se aproveita pouco essa realidade. O celular é quase um PC o dia inteiro na mão do usuário”, argumenta David Reck, diretor da Enken Comunicação Digital. Uma possível resposta para o reduzido uso das plataformas mobile nas ações de relacionamento e marketing das corporações seria o conservadorismo ou ainda a centralização das campanhas de marketing em plataformas e veículos tradicionais. Se a web ainda é o primo pobre (do mercado publicitário), a mobilidade é a prima que ainda precisa de algo como um “bolsa-família”. No duelo maturidade versus

conservadorismo, existem opiniões divergentes. “Acredito que não se trata de ser conservador ou não no investimento nesse tipo de plataforma. O mercado ainda não está maduro o suficiente para absorver todas as tecnologias existentes no mercado mundial. Porém, temos como tornar o mercado pujante no curto prazo”, diz Ascold Szymanskyj, diretor da Comverse no Brasil. Mas a rápida expansão da Internet móvel e a proliferação de smartphones está mudando esse quadro e mais empresas estão acordando para o universo da mobilidade como plataforma para marketing e relacionamento.

Tinha uma pedra... Mas ainda existem diversas barreiras. Mesmo entre as operadoras de celulares, que se beneficiam diretamente do maior uso do meio. Elas ainda estão mais preocupadas com a retenção do cliente final do que com a oferta de uma nova janela de marketing. Ao mesmo tempo, a possibilidade de o usuário acessar a Internet de seu aparelho retira um bom naco do poder das teles móveis. Outra barreira é regulatória. A regulamentação que permitiu que os usuários registrem a recusa em receber SMS promocionais em seus celulares travou aquilo que já não era tão utilizado, porém há quem fale que o principal problema está centrado nas próprias operadoras. “A Lei não é tão importante nessa equação quanto a falta de movimento das teles”, critica Reck. Pela natureza incipiente do mobile marketing, até mesmo algumas definições precisam se consolidar. “É preciso encarar e entender o mobile muito mais como uma plataforma e menos como um veículo. Ele se presta a diversos fins de comunicação, como publicidade, promoção, ativação ou marketing direto. Nesse sentido, as empresas precisam complementar às suas estratégias de comunicação, seja off-line ou online, com o celular”, garante Léo Xavier, CEO do Grupo Pontomobi. Dentro desse princípio de complemento, como as “Ainda existe uma disparidade entre o corporações que já investem em mobilidade estão usuário, o seu poder, o uso da plataforma lidando com a plataforma? Para Reck, existe tanto o investimento em campanhas ou projetos específicos e o que as corporações investem. O como algo que se inicia no macro e acaba celular é quase um PC o dia inteiro na envolvendo o mundo móvel. “Temos as duas formas, mão do usuário” porém o maior problema estratégico é a falta de continuidade mesmo, de projetos que começam e David Reck, diretor da Enken Comunicação Digital 1 8

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morrem rapidamente”, garante o executivo da Enken.

“É preciso encarar e entender o mobile

N possibilidades muito mais como uma plataforma e menos A plataforma de mobile marketing parece viver o como um veículo. Ele se presta a diversos que aconteceu com a web na década de 90, quando fins de comunicação, como publicidade, aquela forma de comunicação realmente ganhou promoção, ativação ou marketing direto.” significação e importância no mercado. No entanto, lembra Xavier, algumas empresas globais já trabalham Léo Xavier, CEO do Grupo Pontomobi de forma consistente em vários mercados mundiais. E ele cita Unilever, Dell, Coca-Cola, e Ford, entre outros. No Brasil, o case do Jockey Club também é emblemático (ver box). celular, como marca, se ele pode Outro exemplo é o projeto 10k, da Nike, que uniu celular, receber vídeo ou somente texto, se está mobilidade e redes sociais com o uso de um aplicativo da Apple. Ou ou não ligado, localização do cliente, ainda projetos que apostam na interatividade, mesmo que baixa, seu perfil demográfico, entre outras como no Big Brother – com a votação por SMS – ou das promoções funcionalidades”, garante Szymanskyj. feitas pela Globo na Copa de 2006, que serviu como um pontapé inicial E o futuro? Para Reck, o foco deve ser o de ver a plataforma de uso da plataforma. Ou ainda sofisticados como o projeto da Enken móvel como algo diferente da mídia tradicional. “E pouco importa com a Gafisa, que disponibiliza um aplicativo móvel, um catálogo o dispositivo, se um celular ou qualquer outra coisa. O ideal é não virtual, com uma série de recursos para uso no ambiente dos ter receitas prontas e empacotadas e explorar o que o meio celulares e que serve para divulgar a marca e ainda fidelizar o cliente, oferece”, aconselha. mesmo que ele visite imóveis de outras corretoras. Os formatos que essas empresas mais evoluídas utilizam são múltiplos e pensados em um grande número de equipamentos e na diversidade de sistemas operacionais existentes. Blackberry, iPhone, Android, Windows Mobile são algumas das plataformas, e os Marca e business juntos equipamentos vão de tablets a smartphones com capacidades de Como estimular as apostas nas tradicionais corridas de cavalos e ao mesmo processamento e recursos diferentes, o que impõe mais um desafio tempo criar uma forma de interatividade com os usuários de celulares e às empresas que pensam em partir para a mobilidade em suas espectadores de TV, até mesmo com quem nunca viu ou mesmo irá ver uma estratégias de marketing e relacionamento. Mas para o anunciante, corrida ao vivo, gerando assim resultado concreto e de marca? Esses eram alguns dos desafios do Jockey Club de São Paulo ao firmar uma parceria com o mesmo que não padronizado, a efervescência do mercado é benéfica. SBT ao utilizar a plataforma móvel da Peopleway. Mesmo a integração entre plataformas é algo que está na mira. O trio é responsável pela promoção “Grande Páreo da Sorte” que traz Recentemente, o Grupo Pontomobi se associou à NewAd na criação interatividade por meio de SMS. A ação consiste em premiar uma única aposta da primeira empresa de mídia indoor interativa do mercado, como a vencedora que apresentar os seis primeiros colocados de um páreo formado por 13 cavalos, em prova disputada no Hipódromo Paulistano. Para participar, o empresa enfatiza, a NewAd.Mobi. “Vamos levar interatividade mobile usuário deve enviar uma mensagem de texto com a letra P para o número 49700. – SMS, QR-Code, Bluetooth e Internet móvel – para cerca de 6 mil Em seguida, recebe uma mensagem com uma sequência de seis números únicos pontos distribuídos em 14 praças no mercado nacional”, projeta e exclusivos que representam as indicações dos animais. O vencedor do prêmio é Xavier. Como complemento, a empresa está criando a Redemobi, uma aquele cujo número coincidir com a indicação dos seis primeiros colocados na ordem correta. rede de sites móveis e aplicativos composta por veículos de mídia O páreo é transmitido para todo o Brasil ao vivo, no Programa do Ratinho, no como MTV, Jovem Pan AM, Guia da Semana e entre outros, que SBT, às segundas-feiras e o ganhador do prêmio recebe R$ 100 mil, que acumula pretende ser um inventário de mídia ou uma rede de sites móveis para se a rodada não apresentar um acertador. As apostas que acertam os cinco que as agências realizem campanhas nesse ambiente. primeiros e os quatro primeiros colocados na ordem correta de chegada também Quem e quando Mas e o tal do usuário, como fica? “O mais importante agora para as corporações é entender o que o usuário quer e precisa. E para os usuários, existe a preocupação adicional de se certificar que os serviços estarão funcionando”, aponta Reck. Para o anunciante, fica também a possibilidade, como acontece na web, de realizar um investimento em mídia com altíssimo grau de monitoramento. Como promete a Comverse. “Nossa plataforma mobile advertising agrega inteligência ao fazer o cruzamento de informações na base de dados a fim de garantir que o envio da mensagem seja feito para a pessoa correta, no momento preciso, dentro de um contexto e no formato mais adequado, via MMS, SMS, foto, video streaming, video download etc. Por meio do sistema é possível mapear diversas informações do usuário e de seu aparelho s e t e m b r o

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são premiadas com R$ 20 mil e R$ 10 mil, respectivamente, rateados entre os ganhadores. Estes valores também podem acumular caso não tenham vencedores. Para as empresas envolvidas o retorno também é palpável ao custo de R$ 4 a aposta. A tecnologia implantada na promoção é da Peopleway, empresa de soluções móveis responsável por todo o tráfego das mensagens e também pelo gerenciamento e controle do sistema de geração de apostas. Fundada na Dinamarca em 2001, a Peopleway está presente desde 2005 no Brasil e desenvolvendo produtos e serviços para mobile marketing, entretenimento, mídia e comunicação corporativa. Entre as marcas atendidas pela empresa estão Nestlé, Kia Motors, Itaú, Avon, Sadia, Microsoft e Redecard. “Através da nossa plataforma, integramos a comunicação entre o usuário e operadora, além de monitorar e controlar todas as apostas sem interferência humana, ou seja, todo o processo é informatizado o que garante segurança e credibilidade à promoção”, revela Marcel de Matos, diretor de interatividade da Peopleway. O executivo chama a atenção para a interatividade cross mídia com o participante por meio da televisão e celular.

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Especialmobilidade corporativa | M-Commerce

Claudio Ferreira | cartas.tiinside@convergecom.com.br

Primeiros passos

Ainda temos poucos exemplos concretos de operações de compras realizadas por meio de celulares, mas existem cases promissores como o do Pão de Açúcar Delivery ou o Foneshop Captura, da Redecard. Veja estes exemplos, como o mercado tem se comportado e suas perspectivas

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Direto da prateleira Falando em projetos, o m-commerce chegou definitivamente ao varejo. Em maio último o Pão de Açúcar Delivery e a Microsoft lançaram um serviço de compras pelo celular que utiliza um aplicativo disponível para os clientes que têm celular com sistema operacional Windows Mobile. Com ele, o cliente pode fazer compras e ter acesso a todos os dados e funcionalidades disponíveis no website, como as listas prontas, listas pessoais e últimas compras, entre outros serviços (veja mais detalhes no box). “É como se o cliente estivesse navegando no site do Pão de Açúcar Delivery, com os mesmos ícones”, admite João Edson

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inda não há números precisos sobre o mobile commerce no Brasil, até porque existem poucos cases em curso que propiciam que os usuários de equipamentos móveis, mais notadamente celulares, consigam fazer compras pela plataforma. Da mesma forma, ainda é difícil diferenciar o que é m-commerce e o que é e-commerce. No entanto, para se ter uma ideia na perspectiva dos Estados Unidos, as transações realizadas por telefones celulares devem dobrar de tamanho neste ano, chegando aos US$ 2,4 bilhões, de acordo com projeção do instituto de pesquisa Coda Research. O mesmo relatório apontou que 35% dos usuários de telefones celulares com acesso à Internet entrevistados afirmaram que já fizeram m-commerce, dos quais 13% efetivaram a compra no celular. Em 2009, o mesmo índice era de 19%, com efetivação de 10%. Dimensão que, claro, ainda demora para chegar em nossas praias. Mas e o Brasil, como fica neste contexto? “Outros mercados estão mais consolidados e o país está despertando agora, porém de forma rápida e com uma adoção acelerada. A venda de celulares como os smartphones cresceu acima da média mundial, 70% no segundo trimestre de 2010 em relação a 2009. Em números absolutos são mais de 1 milhão de equipamentos, e isso não pode ser desprezado”, garante Marcelo Ramos, diretor-presidente da Sterling Commerce Brasil. Em construção A adoção de modelos de m-commerce é heterogênea. Como o modelo que transforma o celular em um cartão, assim como a extensão para o equipamento móvel das mesmas funcionalidades que o usuário pode encontrar em websites – o projeto do Pão de Açúcar Delivery, também destacado adiante. “Entretanto, a possibilidade de convergência de compras com o débito na própria conta do aparelho ainda tem um gap nas possibilidades que temos em outros países”, admite Ramos. O executivo da Sterling, empresa que atua fortemente em projetos de mobilidade, aponta que ainda existe a preocupação com outros gaps, o da infraestrutura que enfrentamos no Brasil – mesmo com a privatização e novos players – e a barreira cultural do usuário. “O comércio eletrônico está se consolidando, mas os usuários ainda tem receio de usar o celular em operações Acho que o impulso deve sair de uma combinação das teles com instituições financeiras e o varejo, os três juntos. O problema é que um fica esperando o próximo passo do outro. Mesmo assim, vejo uma curva de evolução”, garante. Até mesmo o velho fantasma da segurança das transações, até por ser uma plataforma relativamente nova nesse sentido, apesar das experiências que datam de oito ou 10 anos, é minimizado por Ramos. A Sterling, aliás, aposta em uma aceleração das aplicações móveis, não apenas de m-commerce, claro, a ponto de colocar o Brasil entre os seis maiores mercados para seus projetos, ao lado de Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha e Inglaterra. Se países como a imensa China e o evoluído Japão são mundos particulares nesse sentido, nosso país conseguiu se descolar dos demais emergentes, segundo o executivo.

M-site em construção O aplicativo desenvolvido pela Tlantic teve como premissa básica oferecer uma experiência de compra bastante semelhante ao que o cliente já conhecia na Internet no website do Pão de Açúcar Delivery. A meta era disponibilizar todos os recursos para a realização de compras de forma prática, com o cliente podendo acessar e estar em qualquer lugar. As principais funcionalidades migradas foram as seguintes: Listas prontas Para comodidade e agilidade na compra, estão disponíveis listas de produtos selecionados para as principais necessidades do dia a dia do cliente. O cliente pode optar por incluir toda a lista no carrinho virtual ou somente os produtos que precisar. Listas pessoais O cliente pode também criar as suas próprias listas no site do Pão de Açúcar Delivery, que passa a estar acessível também para as compras pelo celular. Últimas compras Com este recurso fica fácil incluir no carrinho os produtos que o cliente compra com frequência. Busca O cliente pode pesquisar todos os produtos que estão disponíveis no site. Dados do produto O cliente pode consultar a foto, os detalhes nutricionais e ingredientes da cada produto. Carrinho virtual Permite que o cliente revise e altere o seu pedido antes de fechar a compra. Janela de entrega Escolha do dia e horário mais adequado para receber os produtos. Endereços de entrega O cliente pode escolher onde quer receber a sua compra, dentro dos endereços que foram cadastrados previamente no site. Meios de pagamento É possível pagar com todos os cartões de crédito aceitos no site do Pão de Açúcar Delivery.

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Especialmobilidade corporativa | M-Commerce “A agilidade na construção da plataforma deu-se em função da utilização de serviços já existentes no website do serviço”.

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Gravata, diretor de operações da rede Pão de Açúcar. Para acessar o Delivery Mobile é preciso baixar a aplicação por meio do Windows Market Place for Mobile, a loja virtual da Microsoft que já vem pré-instalada em todos os celulares com o sistema operacional da Microsoft. O aplicativo foi desenvolvido pela Tlantic, parceira da Microsoft escolhida em função da sua experiência em soluções para mobilidade e projetos de inovação, além de seu conhecimento no segmento de varejo. E o projeto foi feito em três meses em conjunto com a equipe de desenvolvimento do Pão de Açúcar Delivery e o acompanhamento da Microsoft. “A agilidade na construção da plataforma deu-se em função da utilização de serviços já existentes no website do serviço” comenta Joaquim Garcia, diretor de tecnologia do Grupo Pão de Açúcar. O projeto é encarado ainda pelo Grupo Pão de Açúcar como uma comemoração de seus investimentos virtuais. “No ano em que o Pão de Açúcar Delivery faz 15 anos estamos inovando com a operação mobile. Agora, o primeiro supermercado online também está no celular”, entusiasma-se Gravata. O próximo passo é levar o Pão de Açúcar Delivery Mobile para celulares com outros sistemas operacionais além do Windows. O livro, o celular e o cartão Com mais estrada, o Foneshop Captura é utilizado, de acordo com a Redecard, por mais de 11 mil profissionais autônomos, entre taxistas, médicos, dentistas, vendedores porta a porta, fisioterapeutas e muitas outras categorias. O princípio do serviço é, por meio de um sistema, transformar o aparelho celular em uma maquininha de cartões virtuais, transformando o pagamento dos serviços em crédito. Lançada em 2009, o volume financeiro movimentado por esta solução cresceu mais de sete vezes este ano, ultrapassando a casa dos milhões de reais transacionados. E o volume de transações também cresceu expressivamente: mais de três vezes e meia. E a Redecard busca parcerias com cooperativas, empresas e entidades de

classe para alavancar o meio de pagamento. Uma delas é com a ABDL (Associação Brasileira de Difusão do Livro), para fomento às vendas porta a porta com o vendedor utilizando o Foneshop Captura, que aceita pagamentos com cartão de crédito Mastercard e Diners. E a operadora assegura que o modelo não traz risco de inadimplência para o vendedor e garante a segurança para o portador do cartão. “A cada ano, milhares e milhares de livros são comercializados e a profissão de vendedor de livros é uma das que mais cresce no mercado. Nosso vendedor está preocupado em formar leitores. Ele orienta famílias, sugere títulos, além de levar uma leitura agradável e até transformar a vida das pessoas”, declara Luis Antonio Torelli, atual presidente da ABDL. A parceria com a Redecard traz mais um alento para os vendedores do setor, estimulando a compra de livros e o aumento de seus negócios. Um exemplo que também se aproveita da ascensão econômica da Classe C, mostrando que o m-commerce não é algo restrito aos públicos A e B que utilizam celulares de última geração, os vendedores efetuando “A venda de celulares como os smartphones cresceu com transações a partir de acima da média mundial, 70% no segundo trimestre equipamentos menos de 2010 em relação a 2009. Em números absolutos sofisticados. E outros exemplos devem surgir para são mais de 1 milhão de equipamentos, e isso não aproveitar o momento e pode ser desprezado” acelerar seus projetos visando a época do Natal. Marcelo Ramos, diretor-presidente da Sterling Commerce Brasil 2 2

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Jackeline Carvalho

Serviços deTI vão além da

redução de custos Auxiliados por consultorias e provedores de serviços, CIOs de todo o mundo recebem a recomendação de que a grande métrica da terceirização, seja total ou de processos, não é a redução de custos, mas o aumento da eficiência e o impacto direto nos negócios

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oi-se o tempo em que as empresas buscavam o apoio de provedores de serviços para operar algo que não dominavam ou simplesmente para reduzir custos. Após várias tentativas, erros e frustrações, o mundo corporativo entendeu que para terceirizar é preciso, primeiro, dominar o processo e que a contratação de um parceiro de negócios para uma atividade meio não se limita ao corte de custos. Ao contrário, nos anos de 2008 e 2009, quando as nações viveram um forte aperto financeiro, a área de

outsourcing de TI bebeu da mesma água, ficando em compasso de espera por novos projetos e até mesmo tendo que revisar contratos para auxiliar seus clientes no exercício do corte de custos. Aqui no Brasil o impacto foi menor e nos libertamos antes das amarras provocadas pelos problemas financeiros. O País está bem avaliado economicamente e reúne vários atrativos para desenvolver uma economia de ponta e sustentável nos próximos anos. Um cenário que, definitivamente, coloca os CIOs brasileiros na linha de frente das

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empresas, seja para suportar a criação de novos produtos ou serviços, ou mesmo para manter a operação ativa e, operacionalmente, eficiente, evitando que as empresas sofram “apagões” da TI. Particularmente para esses executivos, o Gartner apontou em evento organizado em junho último: “o CIO que não tomar a decisão de adotar serviços de TI pode perder competitividade”. Segundo Cássio Dreyfuss, vice-presidente de pesquisas da consultoria no Brasil, “os anos 2010 e 2011 devem ser os mais importantes das carreiras dos 2 3


“Os anos 2010 e 2011 devem ser os mais importantes das carreiras dos CIOs brasileiros, pois é um momento de arrancada, com grande investimento em TI. Quem não se apoiar em serviços para suportar o crescimento de sua empresa, perderá competitividade” Cássio Dreyfuss, do Gartner Brasil

“Dominando o universo de terceirização como um todo, incluindo a gestão das empresas contratadas e o controle de qualidade dos serviços, as empresas aumentam eficiência e reduzem custos” Paulo Roberto Carvalho, da Unisys

CIOs brasileiros, pois é um momento de arrancada, com grande investimento em TI. E quem não se apoiar em serviços para suportar o crescimento de sua empresa, perderá competitividade. Ele alerta que o outsourcing não pode mais ser visto apenas como uma ferramenta de redução de custos, mas como uma forma de dar suporte ao negócio, e cita que um dos estudos realizados pela consultoria no fim de 2009 e início de 2010, constatou que o mercado brasileiro já assimilou esta mensagem e passou a utilizar o outsourcing como instrumento de competitividade e estratégia, estando mais aberto a novas experiências. Em uma linha paralela, o estudo IBV – Institute for Business Value – da IBM, intitulado “O impacto da terceirização nos negócios”, revelou que empresas que aderem ao outsourcing registram, em dois anos, um crescimento de receita 4,3 pontos percentuais maior que seus concorrentes diretos que continuam gerenciando sua infraestrutura de TI. A pesquisa, realizada pela divisão de consultoria da companhia, constatou também que essas organizações, além de reduzirem os custos gerais, administrativos e de vendas, alcançaram melhor desempenho em três métricas-chave financeiras: Receita pré-impostos (EBT), Receita operacional e Retorno sobre ativos (ROA). Na amostra estavam 244 empresas de diferentes países que iniciaram projetos de terceirização em larga escala entre 2001 e 2006. Logo no primeiro ano de contrato de outsourcing, as companhias registraram maior redução de despesas administrativas e de vendas, com índice equivalente a 2,9 pontos percentuais menor que o de seus concorrentes que não contrataram o serviço. Ainda de acordo com a pesquisa, em dois anos, as empresas apresentaram um aumento consistente de 3,2% no crescimento de receita operacional em relação à concorrência. Já o retorno sobre ativos teve desempenho 0,13% melhor. O estudo avaliou também que as empresas não só se destacaram dentro dos seus setores de atuação, mas também se desenvolveram melhor que no período pré2 4

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terceirização. No primeiro ano de contrato, as empresas reduziram custos administrativos e de vendas em 3,5 pontos percentuais. Já no segundo, elas aumentaram em 4,5%

provedores de serviços de TI. A oferta é mais plural do que a demanda, que tem três endereços básicos: outsourcing de desenvolvimento e infraestrutura e outsourcing de processos (BPO). Luiz Flaviano dos Santos, diretor de outsourcing de processos da IBM Brasil, divide em três segmentos o mercado de terceirização local – o mais sofisticado, no qual ae aplica a terceirização com a transformação das características do negócio (business transformation outsourcing BTO); o mercado de BPO, onde há otimização e sinergia em processos de negócio, mas não necessariamente passam por processos de transformação; e um terceiro, que é o business process services, a terceirização de tarefas, como o processamento da folha de pagamentos ou qualquer outro subprocesso. Essa segmentação, a contar pelo

A receita da área de serviços de TI no Brasil está avaliada em US$ 14,85 bilhões e registrou crescimento de 11,2% em 2009, segundo o Gartner o crescimento de receita anual quando comparado ao período em que gerenciavam infraestrutura em TI. Receita As empresas no Brasil, no entanto, ainda estão em um processo de amadurecimento do perfil de contratos estabelecidos com

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comportamento do mercado, só tem contribuído para o aquecimento das atividades. A receita da área de serviços de TI no Brasil está avaliada em US$ 14,85 bilhões e registrou crescimento de 11,2% em 2009, segundo o Gartner, no auge da crise financeira internacional. Otimista com os resultados, Joaquín Díaz, presidente da Indra no Brasil, afirma que a tendência no País é que o outsourcing seja multiplicado por quatro ou cinco nos próximos dois ou três anos. Visão compartilhada por Marco Stefanini, presidente da Stefanini IT Solutions. “Toda vez que há uma crise, as empresas acabam apertando mais os orçamentos e ficando mais criteriosas na contratação de serviços. Isso quer dizer que tanto o mercado nacional quanto internacional estão mais exigentes, contratando com mais seriedade, mas os contratos não foram interrompidos”, diz ele. Para o executivo, o resultado da crise foi benéfico, pois o momento contribuiu para que o cliente ou prospect se tornasse mais seletivo 2 0 1 0


valor ao cliente e entendemos tanto na contratação quanto na determinados requisitos e dores”, gestão dos serviços de terceiros. Um destaca, completando que não se perfil que apenas contribuiu para o trata de um mercado onde o cliente crescimento da Stefanini, em busca uma solução particular, que registrou voluntariamente. “É um uma expansão de 80% trabalho mais de dos seus negócios, boa O AVANÇO DO BPO Segundo e-Consulting a parceria no qual o parte advinda do atividade vai movimentar provedor apresenta e o outsourcing de TI. US$ 250 bilhões no País cliente aceita avaliar a “Crescemos neste período porque tivemos até 2014, com duas áreas proposta”, conceitua. predominantes: habilidade para Transição gerenciar a empresa Dessa criação de durante a crise. oportunidade é que tem Adaptamos a oferta e se destacado o entendemos o quê o Telecom mercado de business cliente estava process outsourcing, buscando”, diz. muito pela qualificação Santos, da IBM dos provedores em Brasil, concorda com Processos de TI determinadas atividades Marco Stefanini sobre a (software, meio, algo que estimula questão seletividade, e serviços e a evolução da compara o Brasil com terceirização de os demais países da infraestrutura) processos e fará com América Latina, que, ainda este ano, o ressaltando que por BPO se torne uma atividade aqui os clientes estão mais maduros contratada por 35% das mil maiores para entender, contratar e medir os empresas instaladas no Brasil, resultados do outsourcing de TI. segundo a e-Consulting. “Não é um mercado previamente O relatório preparado pela existente. Criamos oportunidades consultoria de TI aponta que, graças quando levamos uma proposta de

50% 21%

Joaquín Díaz, da Indra Brasil: a tendência é que o outsourcing seja multiplicado por quatro ou cinco no Brasil, nos próximos dois ou três anos

a essa demanda, o mercado de BPO tende a movimentar aproximadamente US$ 250 bilhões no País até 2014. Neste período as ofertas relacionadas à telecom deverão representar 50% do volume do mercado, seguidas por terceirização dos processos de TI (software, serviços e infraestrutura), com aproximadamente 21%. Os projetos vão desde a terceirização da folha de pagamento,

UM BPO PARA CADA PERFIL

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europeia Indra firmou contrato com a CPFL Paulista para o desenvolvimento e implantação de uma solução que realizará à recopilação física de ativos elétricos e a inspeção em campo da linha de distribuição de energia. O grupo CPFL Energia abastece 300 municipios do interior e do litoral do estado de São Paulo e 262 municípios do interior do estado do Rio Grande do Sul, além de outras seis cidades em Minas Gerais e Paraná. O projeto que se realizará através de um consórcio entre a Indra e a divisão de serviços do grupo CPFL, deve ser finalizado em outubro de 2012. A CPFL Serviços será responsável pelos profissionais que realizarão o trabalho em campo nas tarefas de inspeção, incorporação, projetos e regularizações. A Indra, por sua vez, proverá as soluções que darão suporte aos serviços de recopilação de informação e inspeção visual das linhas de distribuição nas áreas rurais e loteamentos. Outras operações, como a localização e identificação de ativos (postes, estruturas e demais equipamentos), coleta de dados dos proprietários, registro e cálculo de irregularidades nas instalações, além da validação da informação, estarão suportadas por tecnologia Indra. Para facilitar as tarefas de campo, como comunicação e automatização dos processos de registro de ordens de serviços, os técnicos da CPFL Serviços utilizarão dispositivos móveis PDA (Personal Digital Assistant). Logo, todos os dados enviados ao sistema serão processados

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pelo sistema IGEA (Indra Geographic Enterprise Application) Zeus que funcionará como base da informação geográfica para o tratamento, gestão e armazenamento da informação proveniente das operações em campo, integrando-as aos sistemas GIS (Geographic Information System) e SAP, entre outros, utilizados na CPFL Paulista. Para este projeto, a Indra utilizará sua solução Zeus Dashboard que permite a visualização completa de indicadores de diferentes áreas da empresa mediante um painel de controle, capaz de gerar gráficos e informes que podem ser configurados de acordo com a necessidade da informação. A ferramenta é essencial para apoiar as tomadas de decisões das áreas operacionais e executivas da empresa. Ao considerar todas as etapas de coleta e gestão de dados, para a atualização da base GIS, a tecnologia Indra ajudará a concessionária a cumprir com as normas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), no que se refere à incorporação de redes particulares e suas regularizações. Cabe destacar que a Indra e a CPFL mantém parceria há alguns anos. Em 2008 a multinacional desenvolveu e implantou o software para o controle das operações da CPFL Total, empresa responsável pela arrecadação de contas e outros serviços junto aos seus estabelecimentos homologados.

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“Toda vez que há uma crise, as empresas acabam apertando mais os orçamentos e ficando mais criteriosas na contratação de serviços. Isso quer dizer que tanto o mercado nacional quanto internacional estão mais exigentes, contratando com mais seriedade, mas os contratos não foram interrompidos”

processo mais comum entre as empresas, até soluções de maior complexidade como logística e compras, que já são alvo da Stefanini. Ou mesmo a fábrica de crédito e outras atividades de contato direto com consumidores da espanhola Indra. Dois lançamentos recentes nessa Marco Stefanini, área exemplificam essa pluralidade. A da Stefanini IT everis inaugurou no Brasil a linha de Consulting serviços BPO anunciando a

exemplos dos lançamentos feitos contratação de 260 profissionais das pelos players focados em serviços áreas técnica e gerencial para atuar de TI nesse segundo semestre que diretamente nos clientes. O objetivo da acaba de começar. O segmento de companhia é consolidar a operação BPO, segundo Flaviano dos Santos, local no País tornando-a a mais da IBM, está em boa fase e é a área importante do grupo fora da Espanha por onde as empresas no Brasil ao longo dos próximos quatro anos. estão mais dispostas a iniciar “O Brasil representará, até 2014, 10% projetos de dos negócios de terceirização. consultoria do grupo Estudo revela que o “Dominando esse e, para obter esse CIO brasileiro não universo como um crescimento, a todo, incluindo a potencialização dos faz outsourcing gestão das serviços de outsourcing é uma de apenas para redução empresas nossas grandes de gastos, mas como contratadas e o controle de metas”, diz Teodoro instrumento de qualidade dos Lopez, CEO competitividade e serviços, as da everis. corporações Já a proposta da estratégia aumentam a Benner Sistemas, eficiência e reduzem além dos sistemas e os custos”, finaliza Paulo Roberto infraestrutura, inclui a alocação de Carvalho, diretor de negócios de pessoas para a execução de tarefas negócios de outsourcing para a administrativas relacionadas às América Latina da Unisys. Segundo viagens corporativas. A empresa é ele, o Gartner admite que quanto uma das maiores fornecedoras mais madura a empresa, menores nacionais de software de gestão, e são os gastos com TI, dado que focou este primeiro momento da varia aproximadamente 20% na operação BPO no setor de turismo. América Latina. Esses são apenas alguns

DEZ DESTINOS PARA OFFSHORE

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Índia e a China continuam a ser os líderes incontestáveis de serviços offshore de TI e Business Process Outsourcing (BPO) na região Ásia-Pacífico. No entanto, alguns países estão fazendo investimentos consideráveis nesta área e posicionando-se como alternativas, segundo as últimas pesquisas do Gartner. Para o relatório “10 principais locais para serviços offshore na Ásia Pacífico e Japão para 2010”, o instituto analisou as capacidades e potencialidades de vários países como locais de serviços offshore na região. “Países como a Malásia, Filipinas e o Vietnã continuaram a reforçar a sua posição em relação às alternativas de liderança, enquanto que a Indonésia entrou no top 10 pela primeira vez”, disse Jim Longwood, vice-presidente de pesquisas do Gartner. “Alguns destes países investiram bastante e aumentaram a procura em serviços de menor custo. A crise financeira global forçou muitas empresas a colocar uma maior ênfase na otimização de custos”, acrescenta. Segundo o relatório, durante os últimos 12 meses houve uma atividade significativa em muitos países para consolidar ou aumentar suas posições como principais locais para serviços offshore. Embora a Índia continue a crescer na exportação de serviços de TI, a participação relativa no total global tem diminuído. A Indonésia foi um novo operador para a lista de top 10 devido ao seu ambiente de negócios visando a 2 6

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expansão tanto offshore de TI e de negócios, a sua força de trabalho e a grande base industrial bem estabelecida na mineração e fabricação envolvendo importantes empresas multinacionais. Já o Paquistão ficou fora desse ranking. Os mercados maduros da Austrália, Cingapura e Nova Zelândia ofereceu redução de custos limitados, mas levou a classificação para a língua, o ambiente político e econômico, compatibilidade cultural, a globalização e a maturidade jurídica, os dados e propriedade intelectual, segurança e privacidade. Infraestrutura é a única área onde a maioria dos países variou de boa a excelente, com o Vietnã e Indonésia, sendo as únicas exceções. A maioria dos locais foram considerados bons, muito bons para a língua e compatibilidade cultural, enquanto China, Indonésia, Tailândia e Vietnã não foram fortemente classificadas. Além dos top 10, quatro outros países também foram considerados: o Paquistão, Sri Lanka, Bangladesh e Coréia do Norte. Todos estes países começaram a criar ambientes atraentes para as companhias que olham para os países de baixo custo, ou que os prestadores de serviços externos em países em desenvolvimento que estão começando a vender serviços para além do mercado interno. O Brasil, de acordo com levantamento feito pela e-Consulting, deve exportar US$ 8 bilhões em serviços de terceirização de processos até 2014, com crescimento anual de 22% nos próximos quatro anos.

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>artigo Douglas Silva*

Terceirização emTI: análise da conjuntura e tendências

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movimento de terceirização – outsourcing – tem se fortalecido na agenda e no plano estratégico das corporações de todos os portes, em todos os setores, no Brasil e no mundo. É um movimento global, irreversível e ainda em forte expansão. Motivos genuínos não faltam: redução de custos, melhoria de eficiência operacional, economia em escala e melhoria contínua da qualidade têm sido atrativas bandeiras. A indústria da tecnologia da informação (TI) é a principal incentivadora desse movimento. Ajuda a consolidar um modelo mais maduro, graças à mudança positiva pela qual a TI passou nessa última década nas empresas. Deixou de exercer um papel meramente técnico e de suporte à organização e passou a atuar no papel de impulsionar o negócio, como corresponsável pelo sucesso na execução da estratégia da companhia. Como consequência, as organizações concentraram-se no próprio negócio fim, utilizando a área de TI como fonte de inteligência e terceirizando responsabilidades que não faziam parte diretamente do core business – atividades de infraestrutura (armazenamento de dados, gerenciamento de redes e equipamentos, data center, entre outras), sistemas (desenvolvimento, manutenção e modernização) e processos de negócio. Isso não significa relegar essas atividades de TI a um segundo plano, mas, sim, colocar nas mãos de especialistas a segurança, manutenção e operação da plataforma tecnológica. Olhando um pouco para o início dessa década, observa-se no Brasil um número alto de terceirizações de atividades de TI, como em infraestrutura

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Nos próximos anos, graças às perspectivas de crescimento interno e de investimentos externos, assistiremos à expansão ainda maior da terceirização de TI no Brasil

e sistemas. Entretanto, apesar das motivações serem acertadas, muitas percepções e expectativas foram equivocadamente geradas ao longo desse processo. A principal era relacionada à redução de custos. Do lado dos fornecedores, principalmente os nacionais, havia também pouca maturidade no negócio de terceirização. Modelo de negócio, metodologias, certificações e, principalmente, experiência em gerenciar serviços ainda representavam um desafio. O relacionamento entre cliente e fornecedor se firmava, então, por meio da alocação de mão-de-obra (conhecido como bodyshop) e por indicadores claros de eficiência e qualidade. Não raro, provocava conflitos. O diferencial nesse mercado era predominantemente competitividade em preço, mas pouco valor agregado. Nos últimos anos, houve nas empresas sensível amadurecimento na relação entre as estratégias de negócios

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com a TI. A TI passou a ser percebida como ferramenta de alavancagem de negócios e sua terceirização se tornou tema estratégico. Dessa forma, as áreas de TI buscaram se preparar sob o ponto de vista de gestão e governança dos processos e da sua terceirização, além da sua evolução tecnológica. “A terceirização Nos próximos anos, graças às perspectivas de crescimento interno e de de processos de negócios (BPO) investimentos externos, assistiremos à dará mais poder expansão ainda maior da terceirização às companhias de TI no Brasil. Será um movimento para conhecerem mais sofisticado, com a terceirização combinada de infraestrutura e sistemas. e gerenciarem as necessidades do A terceirização do desenvolvimento e manutenção de sistemas em particular seu cliente pelo (cujo modelo de alocação de mão-deuso de soluções obra é mais comum) passará por cada vez mais transformações. Haverá aumento na sofisticadas de migração do modelo de alocação de CRM” mão-de-obra para o modelo de serviços Douglas Silva, da gerenciados (Fábrica de Software, CPM Braxis projetos e sustentação de sistemas), além da utilização desse tipo de terceirização em empresas que ainda utilizam equipes próprias. Os indicadores de desempenho que hoje demonstram aspectos técnicos de TI – disponibilidade, qualidade de entrega e atendimento no prazo – devem ser complementados com indicadores mais aderentes à performance do negócio. Assim, avalia-se com maior facilidade o valor agregado de TI aos seus objetivos. A terceirização de processos de negócios (BPO na sigla em inglês), outro movimento em pleno crescimento, dará mais poder às companhias para conhecerem e gerenciarem as necessidades do seu cliente pelo uso de soluções cada vez mais sofisticadas de CRM. * Douglas Silva é Head de Vendas para Outsourcing da CPM Braxis 2 7


>infraestrutura

Jackeline Carvalho

O resgate da colaboração

Colaboração e transmissão de imagens são conceitos explorados pelo segmento TIC desde o final dos anos 80, mas a evolução das redes para a plataforma IP acentuou as implementações, tanto pela qualidade das transmissões quanto pela acessibilidade às corporações

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presidente da Cisco do Brasil, Rodrigo Abreu, afirmou em coletiva de imprensa, em maio, durante evento organizado pela companhia para parceiros e clientes, que todas as tecnologias deste segmento convergem, atualmente e no futuro próximo, à transmissão de vídeo. Assim, os gerentes e responsáveis pela infraestrutura de comunicação das corporações devem se preparar para um “boom” do consumo de banda, da mesma forma que se aconselham operadoras e provedores de acesso a moverem-se rapidamente para atender a nova demanda. Paulo Roberto Ferreira, diretor geral da Polycom no Brasil, lembra que as primeiras instalações de infraestrutura para videoconferência nas corporações seguiam o conceito de infraestrutura paralela, ou seja, uma 2 8

rede separada para vídeo. “Hoje as corporações aceleram a adoção de vídeo ou telepresença dentro do conceito de comunicação unificada e compartilhando a rede de dados. A convergência permitiu o uso da mesma rede e foi um fator que contribuiu para o crescimento das instalações de vídeo, aliada à redução do custo dos produtos e do custo de banda. O fator principal é permitir que os funcionários estejam conectatos o tempo todo, mas tendo o trabalho como algo que se faz não como o lugar onde se precisa ir”, diz. O possível gargalo das redes corporativas responde pelo codinome “colaboração”. Segundo os players especializados em soluções de rede, videoconferência e telepresença, a substituição das audioconferências por soluções de vídeo não apenas contribui para a redução de custos corporativos com viagens e transporte em geral, T I   I n s i d e

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como também aumenta a frequência dos encontros e estimula a interatividade entre profissionais de um mesmo departamento ou da empresa, contribuindo, ao final, para a construção de negócios mais robustos. Shrek Um exemplo é o caso vivido pela DreamWorks Animation, estúdio criador de longas de sucesso como Shrek, Como treinar seu dragão e Kung Fu Panda. O CEO da companhia, Jeffrey Katzenberg, atribui claramente a boa forma da companhia ao conceito de colaboração. Segundo ele, normalmente, a DreamWorks levava cinco anos para produzir um filme de animação, mas após a adoção de soluções de videoconferência, modernizações de data center, novas capacidades de processamento e storage, virtualização, inclusão do conceito de nuvem e melhorias nos 2 0 1 0


fatores, incluindo a adoção dos sistemas de comunicações unificadas, a redução de viagens corporativas e o surgimento de uma nova classe de sistemas de alto desempenho.

fotos: divulgação

índices de segurança, está prestes a bater a marca de lançamento de três películas apenas em 2010. “Conseguimos produzir mais filmes, em menos tempo e com mais qualidade”, comemora Jeffrey Katzenberg, ressaltando o aumento da complexidade das produções com o avanço da tecnologia 3D e a importância da colaboração entre os profissionais da empresa para aumentar a produtividade. “Isto significa que, se no passado já era necessário criar dezenas de camadas para cada quadro que compõe uma animação, hoje este número se multiplicou por muitas vezes”, concluiu em evento organizado pela HP, nos Estados Unidos. Em terras tropicais, a Prefeitura Municipal de Macaé (RJ) investiu na implementação de um sistema de videoconferência para ganhar agilidade na tomada de decisão e economia de tempo e dinheiro com deslocamentos desnecessários, explica Guto Garcia, secretário de ciência e tecnologia da Prefeitura. O projeto implementado pela Seal Telecom – especializada em sistemas convergentes para comunicação presencial e a distância – interligou os dois gabinetes do Prefeito, na sede da Prefeitura e na Subprefeitura de Glicério, distrito da região serrana de Macaé, e incluiu entre os próximos passos a instalação nos notebooks dos secretários municipais. “Após a criação do Gabinete do Prefeito na região serrana, entendemos que a videoconferência seria a ferramenta ideal para unir os dois escritórios e também interligá-los com os secretários, aumentando a eficiência das reuniões”, diz Garcia. O projeto engloba a aquisição de duas soluções de Sala de Videoconfererência da Sony PCSG50, incluindo Codec, câmera, microfone e controle remoto. Além de dois televisores LCD, sendo um de 26 e outro de 40 polegadas, e uma MCU (Multipoint Control Unit) do fabricante israelense Radvision. O ambiente tem capacidade para contectar até 24 sites simultâneos a uma velocidade de 364 kbps.

qual as empresas que implementaram sistemas de videoconferência aumentaram em 31% a satisfação dos seus clientes; dobraram o nível de satisfação dos funcionários; e aumentaram em 28% as vendas por empregado. A Wainhouse Research apurou que o setor de videoconferência deve assistir a uma expansão superior a 21% ao ano em 2010 e 2011, incluindo os sistemas de telepresença, aparelhos de videoconferência, sala e pessoal/ soluções de videoconferência desktop. A projeção é que o mercado de soluções pessoais dentro das corporações deve explodir, com uma taxa de crescimento superior a 50% ao ano, impulsionado por vários

Satisfação Os dois exemplos convergem com os resultados dos estudos VC Business Proctice Survey, elaborado pela Brockmann & Co, em 2009, segundo o s e t e m b r o

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Concorrência De acordo com a Wainhouse Research, o mercado global passará de US$ 1,3 bilhão em 2007 para mais de US$ 4,9 bilhões em 2013. Na área de infraestrutura para videoconferência – MCUs, gateways e gatekeepers –, a previsão é que o mercado salte para US$ 725 milhões no mesmo período. Os números devem acirrar a concorrência no mercado internacional de videoconferência, onde a Cisco está sendo cuidadosamente observada pelos demais players, após a compra da Tandberg. Distribuidora de várias marcas nas áreas de áudio e vídeo, entre elas Sony e RadVision, a Seal Telecom dobra sua receita na área de vídeo a cada ano, segundo Douglas Miranda, diretor comercial da empresa. “Só não crescemos mais porque a oferta das operadoras de telecom, no geral, é muito tímida e lenta. O custo dos circuitos ainda é alto e a integração é complexa”, afirma sem, no entanto, detalhar os números. “Somente no INSS, fizemos um projeto que saltou de 130 terminais de videoconferência em salas para milhares de instalações em desktop”, compara. Miranda informa que a maioria dos projetos atuais desenvolvidos pela Polycom já tem como objetivo a colaboração, e que há clientes com 40 a 50 pontos espalhados pelo Brasil. O segundo passo, na visão do executivo, é a integração da solução de vídeo e telepresença a uma infraestrutura de comunicações unificadas, com correio eletrônico, PABX e outros sistemas de comunicação integrados. “Isso sim ainda está em fase inicial, e não apenas no Brasil”, ressalta. “É importante a uma empresa ter a visão de que precisa unificar as diversas ferramentas para projetar uma solução de comunicação – olhar o que quer e o que é importante como comunicação com o mercado daqui a 3 ou 5 anos”, alerta, ao relatar um hábito: “costumo brincar que em um ano ou dois quem não tiver o endereço de vídeo no cartão de visita será diferente do mercado”. 2 9

“Só não crescemos mais porque a oferta das operadoras de telecom, no geral, é muito tímida e lenta. O custo dos circuitos ainda é alto e a integração é complexa” Douglas Miranda, da Seal Telecom

Paulo Roberto Ferreira, da Polycom: Hoje as corporações aceleram a adoção de vídeo ou telepresença dentro do conceito de comunicação unificada e compartilhando a rede de dados. A convergência permitiu o uso da mesma rede e foi um fator que contribuiu para o crescimento das instalações de vídeo



São Paulo mudou de endereço. O maior evento sobre TI e Telecom, agora no Nordeste. ABERTURA Anderson Gomes, secretário de Ciência e Tecnologia do Governo de Pernambuco. José Bertotti, secretário de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura do Recife.

Os desafios dos CIOs

Inovação digital e negócios nas redes sociais. Palestrante: Gil Giardelli, diretor da Gaia e coordenador da ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing

Mobilidade 2.0

Cenário e desafios em desenvolvimento de software e serviços

soluções e negócios que trazem mais produtividade às equipes de trabalho externo.

Sustentabilidade e TI Verde

WEB 2.0

As recomendações de como os profissionais e tecnologia devem se preparar par a adoção de novas tecnologias. Palestrante: Pedro Bicudo, sócio-diretor da TGT Consult

as oportunidades para o desenvolvimento de aplicativos e soluções de TI e Telecom.

como economizar energia em data centers e adotar praticas de acordo com os princípios da sustentabilidade e da TI Verde.

Inovações em TI

qual o impacto que soluções de cloud computing, virtualização e SaaS – software como serviços está trazendo para as áreas de TI e negócios das empresas.

07 de outubro de 2010

H o t e l At l A n t e P l A z A | R e c i f e | P e paTrOcíNIO gOld

parceIrO de mídIa

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OrgaNIzaçãO

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realIzaçãO

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>infraestrutura

Excelência no atendimento Com investimentos de R$ 500 mil, HapVida pretende facilitar atendimento e otimizar a produtividade no relacionamento com clientes

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David Zanotelli, da HapVida: além de otimizar a gestão administrativa da HapVida, os produtos Polycom também ajudam a humanizar o atendimento aos clientes, uma vez que o treinamento à distância dos profissionais é feito por meio desta infraestrutura

HapVida, referência na área da saúde nas regiões Norte e Nordeste, busca permanentemente aprimorar o atendimento e otimizar a qualidade dos serviços prestados na promoção e manutenção da saúde. Fundada em 1993, a empresa atualmente possui uma carteira com mais de 800 mil clientes em 11 estados brasileiros. Com o objetivo de ser a melhor solução em gerenciamento da saúde com alta qualidade de serviço, a HapVida vem adotando novas tecnologias, como a videoconferência, que possibilita a otimização de resultados. Vale destacar que a empresa, que já identifica todos os segurados via impressão digital, triplicou o data enter e conta com 110 profissionais na área de TI. Com crescimento nas regiões Norte e Nordeste, o uso da videoconferência se tornou indispensável seja na área administrativa ou médica. “Em razão da expansão territorial, enxergamos a necessidade de estabelecer um canal de comunicação perfeito entre nossos diretores, membros e clientes”, afirma David Zanotelli, diretor de TI da HapVida. O primeiro equipamento da Polycom foi adquirido em maio de 2009 e atualmente a HapVida conta com 26 produtos instalados. A preocupação em comprar uma solução adequada às suas necessidades e demandas fez com que a empresa buscasse os melhores produtos através de um parceiro que oferecesse uma solução completa. “Trabalhamos uma metodologia inovadora no atendimento ao projeto HapVida, que garantiu a agilidade e redução de custos nas instalações dos sistemas de videoconferência Polycom”, afirma Renato Batista, CEO e presidente da NetGlobe, The Visual Communication. Assim, a NetGlobe cuidou de toda a implementação dos produtos das linhas 3 2

Polycom RMX 1000, VSX 7000s, VSX 5000, QDX 6000 e o Soundstation, totalizando um investimento de aproximadamente R$ 500 mil. Em princípio, o objetivo era tornar as reuniões com os diretores mais proveitosas e diminuir atrasos, cancelamentos e ausência dos participantes. “Hoje os executivos fazem fila para agendar conferências”, revela o diretor de TI da HapVida. Os funcionários estão tão familiarizados com os equipamentos que as conferências são organizadas e iniciadas pelas secretárias. Atendimento Além de otimizar a gestão administrativa da empresa, os produtos Polycom também ajudam a humanizar o atendimento aos clientes, uma vez que o treinamento a distância dos profissionais da HapVida é feito via videoconferência. “Com isso não há perda de tempo em preenchimento de fichas e procura de cadastros. Queremos aliviar a dor do nosso paciente que não precisa de mais sofrimento, esperas e outros problemas”, diz Zanotelli. Outro ponto relevante da utilização T I   I n s i d e

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dos equipamentos da Polycom está relacionado diretamente à área médica da HapVida. As soluções de videoconferência maximizam o atendimento, facilitam a capacitação dos colaboradores e ajudam até mesmo, a troca de opinião em casos de diagnósticos complexos. Entre os principais usos da videoconferência está a famosa ‘segunda opinião’, onde os profissionais da saúde podem trocar informações e discutir diagnósticos. Devido à distância geográfica e disponibilidade de médicos e profissionais em algumas regiões mais remotas, a sede em Fortaleza consegue se comunicar com outras unidades da empresa como no Amazonas. “A equipe de especialistas está concentrada em Fortaleza (sede do grupo HapVida), mas também atende às demais capitais via videoconferência”, conta o diretor de TI da HapVida. Com estas inovações tecnológicas, a empresa conseguiu obter ganhos significativos como reduzir custos, ter mais agilidade nas tomadas de decisões tanto administrativas como em procedimentos médicos e laboratoriais, melhor integração das unidades, além de suprir deficiências em determinados locais. Atualmente, a Hapvida integra por meio das soluções Polycom as unidades de Manaus, Maceió e Fortaleza. Ao todo são 15 salas de videoconferência utilizadas, direta e indiretamente, por cerca de 500 funcionários. Para os próximos meses são esperados mais 10 novos projetos. “Um dos passos é a utilização de scanners HD para que as imagens dos exames sofisticados sejam compartilhados via videoconferência”, revela Zanotelli. Os laudos serão centralizados em Fortaleza e discutidos remotamente pelos médicos, trazendo maior rapidez nos diagnósticos e no pronto-atendimento, quando necessário, além de diminuir os custos. 2 0 1 0


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A vez do eleitor 2.0

Com a maior liberdade na montagem de uma campanha política digital, Brasil se aproxima do modelo norteamericano, mas os candidatos e os eleitores ainda tem muito o que aprender até explorar integralmente o peso da web em uma eleição

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campanha do Presidente Barack Obama virou marca tanto no meio político como entre as corporações. Não por acaso, o consultor Ben Self e sua empresa Blue State Digital, reconhecidos por capitanear a estratégia de web de Obama, se tornaram uma referência mundial e no Brasil são consultores da campanha presidencial de Dilma Roussef, do PT. É claro que ainda há ajustes e anacronismos, mesmo porque esta é a primeira eleição que traz a internet como uma ferramenta agora liberada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Voltando ao case Obama – Self e seus comandados da Blue State não 3 4

falam sobre a campanha de Dilma – e sua influência, o uso dos componentes 2.0 em 2008 ainda estão latentes e servem como base para estratégias de campanha (veja também o Box: Cinco mandamentos da campanha digital). “Ele (Obama) privilegiou a comunicação one-to-one. Não é uma novidade no mundo corporativo, mas sim no político. A diferença é o valor, a dedicação e as formas de contato e interatividade que extrapolaram, seja na campanha ou mesmo na arrecadação”, admite Moriael Paiva, diretor executivo de criação da Talk Comunicação Interativa e especialista em comunicação política na internet, que nas últimas eleições comandou a estratégia digital do prefeito eleito de São Paulo, Gilberto Kassab. Mas a influência da web na campanha pode ainda não ter o mesmo peso que nos Estados Unidos. De acordo com a empresa de pesquisas ComScore, algo como 2% dos internautas brasileiros acessa sites com conteúdo político, número inferior em quase cinco vezes aos 9,8% dos norteamericanos. Mesmo assim, as campanhas e os candidatos sabem que a web se tornou uma ferramenta importante, mesmo que ainda não tão abrangente como a TV por aqui. Afinal se toda casa tem um aparelho de televisão o mesmo não se pode dizer da web. T I   I n s i d e

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E são necessárias adaptações ao meio. “Para se adequar à internet e conquistar os eleitores, os candidatos precisam inserir suas campanhas no ambiente digital e isso requer novas diretrizes, em muitos casos totalmente opostas às campanhas tradicionais. Por esse motivo veremos a dificuldade de muitos em se adaptar, pois os meios de comunicação da internet como os blogs, redes e mídias sociais não são apenas veículos de propaganda, mas formas de diálogo com os eleitores, opinião pública, imprensa e a sociedade como um todo”, garante Silvio Tanabe, consultor da Magoweb Marketing Digital e Soluções para internet. Modo de uso A novidade da liberação da web na eleição traz alguns problemas de cultura. Um caso recente, ocorrido no dia 23 de agosto, é o da homologação de protesto junto ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) dos advogados da candidata do PT de São Paulo ao Senado, Marta Suplicy, contra a blogueira e jornalista Raquel Camargo. Os advogados da candidata entraram com recurso acreditando que Raquel era representante do Twitter no país e queriam a retirada de perfis falsos de Marta do microblog. Mas já houve a 2 0 1 0


Estratégias diferentes Em um caso interessante, o candidato Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL – não convidado pelo UOL para o debate, que se restringiu aos três principais candidatos, utilizou o

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desistência, depois que eles descobriram que a moça não tem tal ingerência e apenas possui um blog chamado Twit Brasil que discute o portal de 140 toques por post. “A lei flexibilizou o uso da web, e é uma questão importante, mas tem uma outra força que é o uso de tecnologia. É algo inexorável. Não é possível fazer campanha sem web e redes sociais”, garante Marcelo Marzola, diretor geral da Predicta, consultoria especializada no comportamento do consumidor nos meios digitais e que analisa como eleitores e campanhas estão interagindo. O executivo aponta que a lei eleitoral comporta bem as necessidades de agora, mas que a flexibilidade conquistada é apenas razoável. “A liberdade conquistada, no entanto, deve ser celebrada”, completa. Também com críticas, Gil Castilho, que é consultora política da Tupy Company, diretora de Relações Públicas da ABCOP, membro da ALACOP (Associação LatinoAmericana de Consultores Políticos), e editora do blog MarketingPolitico. Segundo ela, a lei ainda traz formas de tolher a expressão por meio dos mecanismos de processos e mesmo direito de resposta previsto, que afeta a liberdade dos blogueiros, por exemplo. “Existem casos escabrosos em curso. A lei precisa amadurecer, não apenas no que diz respeito a web, mas na propaganda eleitoral como um todo”, aponta. Para ela, o uso da ferramenta reflete a sociedade. Nas eleições proporcionais existem candidatos sem site e outros que trabalham na militância online há tempos. “Vemos grandes diferenças entre os candidatos. Do porta a porta até as novas tecnologias. Nas campanhas majoritárias, vemos o reflexo do andamento das campanhas, com o trabalho dos militantes, algo que não tínhamos antes. E ainda possibilidades incríveis, como o debate online e ao vivo promovido pelo UOL”, enumera.

seu site para comentar as respostas e apresentar as suas propostas e críticas de forma simultânea ao debate. Um caso de marketing digital de guerrilha puro. Os candidatos chamados de “nanicos” se tornam “franco-atiradores digitais”, extrapolando em muitas e muitas vezes o tempo e exposição na rede que conseguem na mídia tradicional ou nos segundos de campanha televisiva. Porém, a tendência é que eles continuem “nanicos”, mesmo utilizando a web em larga escala. Temos também a figura do candidato 100% digital. Aleksandar Mandic, um dos precursores da web no país, é candidato a deputado federal por São Paulo pelo DEM, e faz sua campanha toda pela internet. Tendo como mote a promoção da inclusão digital da população ele usa um “santinho eletrônico” e não em papel e se expressa e investe apenas na rede.

Porém, o investimento declarado não é baixo: R$ 400 mil. Toda interação com os eleitores é feito pela web. “A internet é um meio no qual posso atingir milhares de pessoas, já que colocar algumas centenas pessoas para me ouvir num palanque é muito difícil”, comparou. Além disso, a presença digital, ele lembrou, é de 24 horas. Outra proposta do agora candidato é a criação do voto eletrônico ou e-voto para as próximas eleições. “A estratégia dele é interessante, mas é arriscada. Um candidato, hoje, ainda precisa sair do virtual e contemplar todos os nichos de eleitores. Para quem é do meio ele pode ter apego, mas ainda acredito que fica muito difícil se eleger exclusivamente pela web. Mas vamos ver, depende de outros fatores, como a performance do partido e sua colocação entre os mais votados”, garante Gil. Atuante desde 2000 como consultora política ela faz acompanhamento estatégico para candidatos proporcionais e fez planejamento para majoritários, mas não revela os nomes dos candidatos por sigilo e razões éticas. O lado bom e o ruim Perguntamos aos especialistas quais os acertos e os erros das três principais campanhas presidenciáveis dentro da web. Para Marzola, a estratégia de Dilma, turbinada pelo consultor de Obama está bem fundamentada, mesmo com as gafes acumuladas por erros de pessoas envolvidas na campanha, como postagem de vídeos depreciativos a própria candidata. “Claro que quando se tem alguém de peso ao lado é um

Ibope lança portal

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Ibope Inteligência colocou no ar o seu novo portal de eleições, no endereço www.eleicoes.ibope.com.br. A iniciativa tem o objetivo de facilitar o acesso do eleitor às pesquisas de intenção de voto das eleições em curso, entre outras informações sobe a empresa e as eleições. Com um sistema de navegação amigável, a nova plataforma apresenta os resultados em gráficos evolutivos, apontando o sobe e desce dos candidatos para presidente, governador e senador. Entre outros dados, o portal reúne informações de utilidade pública, como o Guia de Leitura de Pesquisa Eleitoral, que esclarece tudo sobre a metodologia das pesquisas. E o site também servirá como ferramenta de e-commerce para a venda de das pesquisas para deputados federais e estaduais, bastando alguns cliques para que o candidato tenha acesso aos dados e saiba a sua situação na corrida eleitoral.

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“A lei flexibilizou o uso da web e é uma questão importante, mas tem uma outra força que é o uso de tecnologia. É algo inexorável. Não é possível fazer campanha sem web e redes sociais” Marcelo Marzola, da Predicta


“Dos três candidatos presidenciais, quem fizer a melhor mobilização ao final será aquele que obteve mais dividendos em sua estratégia digital” Gil Castilho, da Tupy Company e do blog MarketingPolitico.com

diferencial, mas a eleição é feita pelo povo local e tem suas características, não basta importar estratégias. No entanto, não é isso que temos visto até agora, ainda bem”, garante. Já Gil admite que as três campanhas trazem experiências boas e falhas. “A estratégia da Dilma traz o “Dilma na Rede” que é um ponto de convergência interessante da campanha, tem várias frentes e grupos trabalhando nele e consegue agregar coisas externas. O Serra virou uma estrela no Twitter com mais seguidores que a Dilma e a Marina, até por estar lá antes delas. Já a Marina reforça a imagem dela com uma série de ações colaborativas a partir da web como a “Casa da Marina”, que monta comitês de apoio e fornece material de campanha pela rede”, enumera. A consultora afirma que todas as campanhas estão bem pensadas e tecnicamente bem estruturadas. “Quem fizer a melhor mobilização ao final será aquele que obteve mais dividendos em sua estratégia digital”, argumenta Gil. Entretanto, nem tudo são flores. Depois que conversamos, descobrimos que o site da campanha de José Serra ficou mais de 24 horas fora do ar no final do mês de agosto. Algo digno de nota depreciativa. Afinal, o trabalho contínuo – mesmo em tempos em que não existe eleição – é algo imprescindível para os políticos que desejam investir na web (veja ainda o Box: Ibope lança portal, que permite interação e consultas entre o instituto de pesquisas e o eleitor e a performance dos candidatos). Dinheiro na rede Outra novidade na campanha é a possibilidade de doações via internet, devidamente regulamentada na legislação eleitoral. Agora qualquer pessoa física pode doar fundos por meio do site do candidato, com total transparência e direito a registro e identificação de cada doação. Os dados serão utilizados para prestar contas e se verificados problemas, o candidato pode ser impugnado. Dos presidenciáveis quem faz mais divulgação e uso das doações online é Marina Silva. Uma das soluções de mercado é oferecida pela PagSeguro, ligado ao UOL, que permite a abertura de contas de candidatos que desejem 3 6

foto: divulgação

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utilizar a modalidade de doação. Se estamos engatinhando por aqui, como comparação, dos cerca de US$ 750,7 milhões arrecadados por Obama, estima-se que algo como US$ 300 milhões vieram de pequenas doações por meio da internet. Ainda dentro do modelo Obama, quais as lições que as corporações

podem tirar da eleição de 2010? “Algumas características que os políticos precisam apresentar os produtos também devem ter, como carisma, informações transparentes e bilateralidade. Muitas marcas e empresas ainda não usam ou utilizam de forma torta a web, e quem está nas redes sociais, por exemplo, não tolera isso. É preciso marcar presença e falar quando se erra e quando se acerta. As marcas não estão acima do bem e do mal, assim como os políticos”, garante Marzola, da Predicta. Refratária quanto à comparação feita em 2008 e ainda presente de associar e comparar Obama como um produto, Gil acredita no caminho inverso. “Sou partidária do pensamento de humanizar e socializar. As corpora­ ções estão humanizadas e as pessoas cobram delas como não cobram dos políticos. É certo que algumas pessoas são eleitas como um produto, mas o candidato é um produto que tem um passado e este deve ser conhecido e estudado”, completa.

Cinco mandamentos da campanha digital

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ilvio Tanabe, consultor da Magoweb Marketing Digital e Soluções para Internet, elaborou uma pequena lista de cinco diretrizes básicas para o marketing digital em campanhas políticas. Veja os pontos levantados por ele: Descentralização: ao contrário das campanhas tradicionais, a ordem na Internet é descentralizar, ou seja, incentivar os correligionários e simpatizantes a criar os próprios meios para divulgar seus candidatos. O comitê da campanha funciona como uma fonte de referência de conteúdo, colocando à disposição informações e notícias e fornecendo orientação aos internautas; Interação: a Internet permite que, além dos comícios, do rádio e da TV, também seja possível interagir virtualmente por meio das redes e mídias sociais. Essa participação é tão importante quanto à presença física por ampliar o número de contatos; Mobilização: o maior desafio dos partidos e dos candidatos nesta e nas próximas eleições é mobilizar o eleitor a não apenas escolher o candidato, mas também promovê-lo em comunidade ou redes de relacionamentos, Nas eleições presidenciais americanas, isso ficou bem claro na campanha “Yes, we can!”, que mobilizou sobretudo os jovens na web; Transparência: a Internet é uma arma importante para fazer com que a honestidade e a transparência deixem de ser uma opção para se tornar uma obrigação no meio político e as ONGs também tem usado a web para incentivar os políticos a serem mais transparentes. O exemplo mais recente é o site www. fichalimpa.org.br que mostra o histórico dos candidatos; Monitoramento: a web permite que seja possível monitorar, de forma quase imediata, o impacto sobre as ações realizadas durante a campanha. Em uma campanha de curta duração, usar estas informações para direcionar as ações pode representar o sucesso ou o fracasso na eleição.

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A nova geração

dos pregões Não é de agora que os portais de compras eletrônicas extrapolaram a área dos governos e se espalharam pelas corporações registrando economia e grande agilidade nos processos. Mas é possível falar em novos perfis de pregões que trazem avanços em economia e em agilidade

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s portais de compras eletrônicas, utilizados para diminuir cotações dos insumos, produtos etc., deixaram de ser uma ramificação exclusiva no importante trabalho de controle e transparência dos Governos – os mais que conhecidos pregões eletrônicos – para evoluir no que podemos chamar de versão 2.0 ou até 3.0. Os projetos se multiplicam, sejam eles de empresas do porte de uma Cemig ou mesmo de organizações classistas como a Fiergs (Federação das Indústrias do Estado de Rio Grande do Sul). É verdade que a Cemig ainda retrata fielmente o primeiro momento dos portais ou pregões, na sua ligação com os governos, mas sua evolução mostra que os projetos estão mais complexos e com resultados exponenciais. Alguns projetos podem até mesmo servir como modelo. “Da forma como foi concebido, o novo portal de compras certamente pode ser um modelo a ser seguido pelas instituições públicas em todo o País”, assegura Wagner Delgado Costa Reis, superintendente de suprimentos de materiais e serviços da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). Menos de um ano após entrar em operação comercial, o novo portal de compras eletrônicas já concentra 100% das aquisições e contratações com valor acima de R$ 16 mil. A expectativa é movimentar uma média anual na ordem dos R$ 1,3 bilhão. Desenvolvido pela Squadra Tecnologia – empresa especializada no 4 0

desenvolvimento de software com foco em negócios – o novo portal, de acordo com a Cemig, proporciona um ambiente virtual seguro, ágil e amigável, no qual os mais de 60 mil fornecedores cadastrados podem realizar negócios com a companhia de energia. “Destes, algo como 6 mil fornecedores participam ativamente de 2 mil processos licitatórios que temos por ano”, informa Alexandre Antonio de Medeiros Barbosa, coordenador dos pregoeiros e analista de aquisição da Cemig. Evolução em dias O projeto do novo portal de compras da Companhia de Energia de Minas Gerais teve início em 2008 e seu objetivo era agregar uma solução tecnológica que observasse os regulamentos estaduais aprovados em abril daquele mesmo ano. Após cerca de 12 meses de desenvolvimento e implementação, o ambiente entrou no ar, incorporando todas as características e funcionalidades desejadas pela Cemig. Entre elas está a modalidade do SRPP-RSI (Sistema de Registro de Preços Permanente com Registro do Simples Interesse), pioneira no Brasil, em estrita observância ao estabelecido nos decretos do Governo de Minas Gerais, na qual o licitante declara preliminarmente o interesse em fornecer

Novo portal de compras da Cemig concentra 100% das aquisições e contratações com valor acima de R$ 16 mil. a expectativa é movimentar uma média anual na ordem dos R$ 1,3 bilhão T I   I n s i d e

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>internet ou ofertar propostas para determinado item. “É um grande diferencial de nosso novo portal. A partir dele é possível criar vários pregões eletrônicos para registro de proposta e disputa de lances”, completa Reis. Esta característica impacta fortemente na performance do novo portal de compras da Cemig, reduzindo drasticamente o tempo de aquisição de materiais e serviços. “Hoje, em virtude do grande volume que temos, o prazo médio é de 30 dias contra 90 dias de antes. Mas com o SRPP-RSI será possível reduzir este prazo para até 48 horas, por exemplo”, ressalta Barbosa. Além da redução no prazo de aquisição de materiais e contratação de serviços, o projeto do Portal também vem proporcionando para a Cemig ainda mais transparência nas compras corporativas, ampliação do número de fornecedores, mais segurança e facilidade de uso. Juntamente com a equipe de aproximadamente 80 empre­ gados das áreas de aquisições, contra­ tação de serviços, cadastro de fornece­ dores e qualidade da companhia, os usuários também acompanham de for­ ma simples, rápida e amigável os pro­ cessos licitatórios de interesse de suas áreas no portal. O mesmo vale para os milhares de profissionais que trabalham nas empresas fornecedoras da Cemig e que podem interagir com o portal para manutenção de cadastro, acompanha­ mento de licitações, pregões etc. Economia em milhões Em outros projetos, a medição do sucesso não é em dias e sim em reais. Com menos de 6 meses de operação, o portal de compras eletrônicas implantado pela Fiergs (Federação das Indústrias do Estado de Rio Grande do Sul) já proporcionou uma economia superior aos R$ 3,1 milhões para a entidade nos processos de licitações. No período foram movimentados mais de R$ 11 milhões, contra a expectativa inicial de gastos na ordem de R$ 14,1 milhões. Desenvolvida com a plataforma WBC (Web Business Center), da Paradigma – empresa especializada no desenvolvimento de soluções de negócios eletrônicos para o setor público e privado –, a solução reúne em um espaço virtual seguro parte das 13 mil empresas que compõem o Cadastro Corporativo da Entidade. Em resumo, as companhias que podem realizar negócios com a Fiergs. 4 2

O portal, que abrange as compras corporativas de todo o Sistema Fiergs (Ciergs, Fiergs, Sesi/RS, Senai/RS, Instituto Elvaldo Lodi e Condomínio Empresarial Fiergs), já intermedeia grande parte dos processos de compra de produtos e serviços realizados pela entidade gaúcha. Atualmente, cerca de 60% dos pregões ocorrem eletronicamente e 40% de forma presencial. “Nossa meta é chegar a 80% dos pregões eletrônicos até o final do ano”, projeta Roberta de Almeida, gerente de gestão de suprimentos do sistema Fiergs. O próximo passo é realizar, também de forma eletrônica, as compras diretas

Paradigma, mas os resultados são ótimos até o momento”, admite Roberta, que revela que o projeto se pagou já nos primeiros meses. A executiva explica que a escolha da plataforma Paradigma (veja mais sobre a solução da companhia no Box: Portal de autoserviço) foi motivada pela adequação aos desafios da entidade, bem como suas particularidades. A necessidade de aderência às regras de regulam a atuação do Sistema Fiergs, a flexibilidade para a administração do cadastro de fornecedores e a integração ao legado foram fatores críticos na seleção da empresa provedora da solução.

No portal que abrange as compras corporativas de todo o Sistema Fiergs, cerca de 60% dos pregões ocorrem eletronicamente e 40% de forma presencial. A meta é chegar a 80% dos pregões eletrônicos até o final do ano das entidades do sistema, com valor limite de até R$ 25 mil e nas quais não são necessárias licitações. Além da economia de custos, o projeto do Portal de Compras também vem proporcionando para a Fiergs ainda mais transparência nas compras corporativas, ampliação do número de fornecedores, mais segurança e agilidade. “O projeto ainda está em andamento e estamos agregando cada vez mais funcionalidades à plataforma da

Embora não estejam sujeitas as rígidas regras dos órgãos públicos, que seguem a lei de licitações 8666, as entidades do Sistema S do Rio Grande do Sul investiram no projeto de compras eletrônicas como forma de agregar mais transparência na gestão de recursos e aquisições. E também, claro, com o objetivo de melhorar sua performance e agilidade. Palavra que além das razões econômicas começam a justificar os projetos dos pregões 2.0. (C.F.)

Portal de autoserviço

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pós dois anos de pesquisa e desenvolvimento, a Paradigma Business Solutions está apresentando ao mercado o Clicbusiness (www.ClicBusiness.com), um portal de autoserviço que oferece para as empresas e órgãos de governo um ambiente para a integração de comunidades e negociação eletrônica (compra e venda) de insumos. A nova plataforma de “collaborative commerce” foi testada por diversas empresas como Docol, Teka, Marisol, Unimed Brasil, Ciasc e Ciser, entre outras, antes de chegar ao mercado. No portal, as empresas podem comprar e vender produtos e serviços utilizando para isso recursos de integração de comunidades já existentes, a partir de um banco de dados de 200 mil empresas usuárias da plataforma Paradigma Web Business Center. Desta forma, o portal promove a geração de negócios entre ecossistemas distintos de negócios, proporcionando ganhos de escala e redução de custos. Para as empresas compradoras, o portal permite a troca de informações – dados cadastrais dos fornecedores, seus volumes negociados e até avaliação de desempenho, localização de alternativas de abastecimento, processos de cotação e compra em diversas modalidades. Entre elas: leilões, ofertas de compra conjuntas e venda/pedido direto sobre catálogos integrados. Já pelo lado das empresas fornecedoras, o portal oferece ferramentas para a gestão dos processos de negociação eletrônica e a possibilidade de identificar novas oportunidades de negócios, cujas características, de acordo com a Paradigma, seriam: alta produtividade, capilaridade e baixo custo.

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