Ano 6 | nº 64 | dezembro de 2010
www.tiinside.com.br
Natal antecipa a boa safra do e-commerce Virtualização de storage quebra paradigmas Em dois anos, Lei do SAC muda setor
a nuvem vai vingar? Consultorias, fabricantes e provedores de serviços avaliam as possibilidades de cloud computing deslanchar em 2011
>editorial
Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski
Ano 6 | nº 64 |dezembro de 2010 | www.tiinside.com.br
Cloud computing quer sair das nuvens para ser real
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Gartner, considerado um dos mais prestigiados institutos de pesquisas e análise na área de TI, já se rendeu ao cloud computing. Para os analistas da consultoria, trata-se de uma das dez principais tendências que o CIO deve seguir em 2011, e algo que demandará investimento de mais de US$ 68 bilhões para atender ao que o mercado convencionou chamar de “nuvem pública”. A julgar-se pelos investimentos que provedores de data center estão realizando na construção e ampliação de suas infraestruturas não resta dúvida de que esse é um caminho sem volta, e não um modismo passageiro muito comum no setor. Apenas um ponto destoa desse otimismo: a desconfiança que os CIOs têm em relação à segurança em hospedar suas aplicações na nuvem pública, apesar dos mecanismos de segurança, backup, redundância e alta disponibilidade que oferecer os provedores. Nesse primeiro momento, é para nuvem privada que o CIO se sente mais à vontade e confiante para migrar suas aplicações em busca de redução da custo propiciada pelo uso da virtualização, além da mudança radical que o modelo proporciona na forma de pagamento pelo uso de software, agora pontuado pala oferta de software como serviços (SaaS), e a transformação de Capex em Opex. Na reportagem de capa desta edição de final de ano, escrita pela editora Jackeline Carvalho em colaboração com os repórteres Claudio Ferreira e Fausto Fernandes, o leitor vai
Editor Claudiney Santos Redação Jackeline Carvalho (Comunicação Interativa)
encontrar vários pontos de vista e opiniões sobre um dos temas de momento da área de TI. Pela sua relevância, inclusive, o tema será abordado no Fórum IT Innovation, que a TI Inside realiza no dia 6 de abril de 2011, em São Paulo. O cloud computing também está impactando o modelo de negócio de provedores de software e aplicativos, em uma ameaça viva as negociações baseadas em licença de uso e atinge também o ambiente de armazenamento, fazendo com os fabricantes apresentem claramente as ações para reduzir o consumo de espaço em disco, de energia elétrica e até mesmo de espaço físico, algo que se traduz em virtualização e que deverá quebrar paradigmas no mundo do storage, conforme pode ser constatado em outras duas reportagens desta edição. Vamos brindar 2011 com a euforia observada no ambiente de e-commerce, onde as receitas crescem de forma acelerada. Aliás, até que a Copa da Fifa, de 2014, e as Olimpíadas, de 2016, aconteçam, os holofotes do mundo todo estarão voltados ao Brasil, uma fazendo com que as tecnologias TIC sejam consumidas em grande escala e por todos os setores da economia, o que nos leva à constatação de que muitas mudanças serão registradas pela nossa equipe de jornalistas no próximo ano.
Colaboradores Claudio Ferreira e Fausto Fernandes TI Inside Online Erivelto Tadeu (Editor) Pedro Canário (Repórter) Victor Hugo Alves (Repórter) Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe (Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores) Departamento Comercial Manoel Fernandez (Diretor) e Francisco Cesar Jannuzzi (Gerente de Negócios); Marco Godoi (Gerente de Negócios Online) e Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Circulação Gislaine Gaspar Marketing Gisella Gimenez Gerente Administrativa Vilma Pereira TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.tiinside.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.tiinside@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br
Boas Festas. Claudiney Santos Diretor/editor csantos@convergecom.com.br
Instituto Verificador de Circulação
>sumário NEWS
ENTREVISTA
6 Alvo duplo
Oracle ataca HP com servidores e vence SAP na justiça
MERCADO
12 Virtualização
38 Rito de passagem
A nova realidade do storage
Tablets ganham terreno e deixam para trás os netbooks e notebooks
SERVIÇOs
7 Recordistas
41 Conectividade
16 Parabéns
Noticiários lideraram a audiência da internet em outubro passado
Como avaliar o preço dos servicos de banda larga
Lei do SAC completa dois anos provocando mudanças
8 Inovação
Novas tecnologias aumentam eficiência de data centers
INTERNET
INFRAESTRUTURA
42 Avante!
30 Ameaça
GESTÃO
E-commerce não enfrenta mais obstáculos para crescer
Avanço do cloud computing põe em xeque as licenças de software
10 Digitalização
A saúde dos militares do DF na ponta do mouse
45 Quem dá menos
32 TIC na Copa
Sites de compras coletivas inauguram nova modalidade de consumo
Estratégias e propostas para extrair dividendos dos eventos esportivos
INFRAESTRUTURA
20 2011 será o ano do cloud? Usuários ainda estão receosos quanto à segurança da computação em nuvem Capa: editoria de arte/converge
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>news
A Oracle, de Larry Ellison, ataca HP e SAP em duas frentes de batalha
Alvo duplo
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Oracle deixou claro suas pretensões com o lançamento de um servidor no início de dezembro: quer desbancar a HP, que ocupa o primeiro lugar no ranking mundial. Segundo informações do The Wall Street Journal, na ocasião do lançamento, o CEO da Oracle, Larry Ellison, declarou que pretende “ir atrás da rival e enfrentá-la com hardware, software e equipe melhores”. O novo servidor, chamado de Sparc
Supercluster, tem tecnologia de hardware da Sun Microsystems, adquirida pela Oracle em janeiro deste ano, e software da própria companhia. Ellison acredita que esse é o tipo de produto que pode fazer frente à posição dominante da HP no mercado de servidores – para ele, os equipamentos da HP são “devagar e vulneráveis”. Ainda segundo o executivo, seu novo produto consegue processar dados on-line mais rápido do que qualquer outro banco de dados em qualquer computador do mercado. Sobre sua eterna disputa com a IBM, Ellison afirmou que gosta muito da
companhia e não quer “provocá-los demais” agora. A HP, no entanto, não está sozinha. Nos últimos meses, a companhia de Ellison também esteve nos holofotes de outra batalha, esta judicial, com a SAP. Depois de um mês em tribunal, devido a um roubo de softwares por parte da subsidiária da SAP, a TomorrowNow, o juiz determinou que a culpada deve pagar US$ 1,3 bilhão à Oracle. As duas empresas, que dominam o mercado global de software, estiveram brigando ao longo de 30 dias em uma corte no distrito de Oakland, na Califórnia, para determinar a quantia a ser paga pelos danos. O resultado superou amplamente a estimativa da SAP, que esperava pagar, ao máximo, US$ 1,2 bilhão pelo ocorrido. Pelo lado da Oracle, também não houve satisfação por completo, pois ela buscava o mínimo de US$ 1,65 bilhões. Ambas não comentaram o assunto. O julgamento contou com o depoimento do presidente executivo da Oracle, Larry Ellison e da presidente Safra Catz. O co-presidente executivo da SAP, Bill McDermott também subiu ao púlpito e se desculpou perante à Oracle pelos ocorridos ligados à TomorrowNow.
Mão de obra capacitada
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CNPq lança edital de deimplementar R$ 3,5 milhões para capacitação em software om o objetivo o programa de formação e capacitação de recursos humanos em software, o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram edital conjunto no valor total de R$ 3,5 milhões para capacitação em software, visando aumentar a competitividade e a presença de empresas nacionais nos mercados local e global. O propósito do edital é estimular a qualificação de profissionais para atuar na indústria brasileira de software e serviços de TI, nas seguintes modalidades: Formação Expressa (FE) - para atrair e capacitar profissionais de outras áreas em programação de computadores; Qualificação Tecnológica (QT) para qualificar profissionais da área de tecnologia da informação TI, em temas específicos de desenvolvimento e engenharia de software; e Formação Curta-Média (CM) - para capacitar profissionais para atuar na área de TI. O valor máximo a ser investido por projeto na modalidade FE é de até R$ 60 mil; o da Modalidade QT, de até R$ 70 mil e a modalidade CM podem ser oferecidos até R$ 200 mil por projeto. O edital busca se adequar aos objetivos e às metas do Plano de Ação 2007-2010: Ciência, Tecnologia e Inovação para
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o Desenvolvimento Nacional (PACTI 2007-2010) e da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), para o setor de software e serviços de tecnologia da informação. Podem participar interessados que tenham currículo cadastrado na Plataforma Lattes e vínculo formal com a instituição de execução do projeto. As propostas a serem apoiadas devem ter seu prazo máximo de execução de 12 meses. Elas devem ser encaminhadas ao CNPq exclusivamente via internet, por intermédio do Formulário de Propostas Online, disponível na Plataforma Carlos Chagas, até 17 de Janeiro de 2011.
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Todos atrás de conteúdo Sites de notícias lideraram a audiência da internet em outubro passado. Segundo o Ibope, porque as pessoas queriam mais informações sobre as eleições e sobre os candidatos
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número de usuários residenciais ativos de internet no Brasil cresceu 13,2% no mês de outubro, de acordo pesquisa do Ibope Nielsen Online. O mês fechou com 41,7 milhões de internautas, que acessaram a internet a partir de suas casas e do local de trabalho ao menos uma vez. Em relação a setembro, o número de usuários de ativos foi 2,8% maior. Os sites que apresentaram o maior crescimento de audiência foram os de notícias, acessados 27,5 milhões de pessoas, de casa e do trabalho, em outubro. O número representa 66% de todos os internautas do país. Em setembro e agosto, a proporção de acessos a sites de notícias foi de 62%, respectivamente. Segundo o Ibope, o aumento da audiência de sites de notícias se deu por conta das eleições, quando as pessoas passam naturalmente a buscar mais fontes de informação sobre seus candidatos. Levando em conta todas as formas de acesso à internet – residência, trabalho, lan house, bibliotecas e telecentros -, o número de internautas brasileiros de outubro foi de 67,5 milhões.
DSL domina links de alta velocidade
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mercado mundial de serviços de internet em banda larga fixa movimentou US$ 44 bilhões no terceiro trimestre, o que representa um crescimento de 10% na comparação com o mesmo período de 2009, segundo dados da ABI Research. Os serviços prestados por meio da tecnologia DSL responderam por quase 60% do total, algo próximo de US$ 26,4 bilhões. A projeção da consultoria é que em 2011 os serviços de banda larga fixa movimentem US$ 186 bilhões, sendo que somente os serviços por meio de fibra ótica, que está em plena ascensão, devem totalizar US$ 30 bilhões. O avanço das redes de fibra é importante para a expansão do mercado de banda larga, já que a tecnologia permite a oferta de serviços mais avançados como IPTV, vídeo sob demanda e outras aplicações de interatividade, segundo a ABI Research. Por esse motivo, diz a consultoria, muitas operadoras estão intensificando os investimentos em redes de fibra ótica para a oferta de banda larga. Segundo ela, a demanda dos consumidores está puxando os aportes em serviços de banda larga mais confiáveis e com maiores velocidades.
Agora vai
Mercado de BI tem expansão de quase 14% no primeiro semestre
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s vendas mundiais de ferramentas de business intelligence (BI) atingiram US$ 3,9 bilhões no primeiro semestre, o que representa um aumento de 13,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. No ano, a receita do setor deve alcançar a casa de US$ 7,5 bilhões, segundo a IDC. Somente o segmento de ferramentas de análise, pesquisa e relatórios de usuários finais contabilizou US$ 3 bilhões no primeiro semestre, cifra 44% superior em relação aos seis primeiros meses do ano passado. A consultoria revela que nos próximos cinco anos, a região da América Latina registrará a expansão mais acelerada nas vendas de ferramentas de BI, com um crescimento médio anual de 14%. Segundo a IDC, a SAP é a líder no ranking de BI e respondeu por 21,3% da receita do mercado no primeiro semestre. Na segunda posição ficou a SAS, seguida pela IBM, Oracle e Microstrategy.
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>news Inovações aumentam eficiência de data centers Segundo o Gartner, novas tendências aplicadas aos centros de dados podem elevar a eficiência do ambiente em 300%, e ocupar espaço 60% menor
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s novas tecnologias desenvolvidas para data centers, ou centros de dados, podem elevar a capacidade desses ambientes em 300% e reduzir 60% do espaço consumido, segundo o Gartner. Os novos centros estão sendo projetados para serem eficientes em termos de utilização de energia, alocação de espaço e despesas de capital. “Há um desejo real e crescente para aumentar a produtividade em centros de dados”, diz Dave Cappuccio, chefe de infraestrutura de pesquisa do Gartner. “As organizações estão começando a ter um olhar sério sobre os índices de consumo de energia, para calcular a energia consumida. Junte isso com a percepção de que a maioria dos ativos de TI são subutilizados - por exemplo, os servidores x86 ainda tem 12% de utilização, os racks são ocupados apenas entre 50% a 60% da capacidade e o espaço é “espalhado”,
o que deixa claro que projetos eficientes de data centers podem resultar em melhorias significativas.” Tradicionalmente, para atenuar problemas de alto consumo de energia com refrigeração, as organizações adotam uma arquitetura mais espalhada da infraestrutura física, ocupando grandes dimensões, mas esta tendência está chegando ao fim, porque mais servidores são necessários e o espaço físico está se tornando um prêmio. Como resultado deste cenário, as corporações estão se forçando a preencher mais densamente os racks de servidores existentes. Cappuccio diz que a tendência de alta densidade dos racks continuará ininterruptamente até 2012, aumentando as instalações de recursos computacionais e a densidade de energia e refrigeração necessária para apoiá-los. “Os gerentes de TI, nos últimos anos,
têm-se centrado apenas na resolução do problema de energia e refrigeração, com ilhas de frios e quentes, a colocação de equipamentos distribuídos, ambientes de refrigeração especiais e autocontido”, ressalta. Aos preços atuais o custo operacional (que é a energia) para suportar um servidor x86 excederá o custo do servidor no prazo de três anos. “Os dias de máquinas ociosas serão uma coisa do passado. Nas taxas atuais de energia, um rack 40kW poderia custar mais de US$ 5.400 por servidor, por ano”, diz Cappuccio. Segundo ele, os novos centros de dados não são como os antigos. As organizações precisam fazer uma ruptura com o passado e perceber que a inovação no projeto do data center vai render economia na instalação e na manutenção do ambiente.
Tudo em um
Pop star
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sucesso do iPad fez a Apple ampliar significativamente a participação no mercado global de PCs móveis, que inclui notebooks, netbooks e tablet. A fabricante encerrou o terceiro trimestre na terceira posição no ranking, superando a Dell, de acordo com dados da Display Search. Dos 6,3 milhões de computadores portáteis vendidos pela Apple, somente o iPad respondeu por 4,19 milhões de unidades. Esse aumento fez a companhia obter participação de 12,4% no mercado mundial no terceiro trimestre. Na liderança no ranking ficou a HP, que fechou o período com market share de 17,%, seguida pela Acer, com 16,5%. A Dell terminou na quarta posição, com representatividade de 11% no mercado. Em quinto lugar ficou a Toshiba, com 8% de participação de mercado. As vendas mundiais de PCs móveis totalizaram 55,2 milhões de unidades no terceiro trimestre, número 18,7% superior aos 46,5 milhões de máquinas comercializadas no mesmo período de 2009. 8
Estudo da IDC revela que a integração entre os canais de atendimento é prioridade para bancos e seguradoras no Brasil
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integração entre canais de atendimento é uma das prioridades de bancos e seguradoras no país. Essa é uma das conclusões do Brazil Financial Insights Investment Trends, estudo realizado pela IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, consultoria e eventos para as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, com 62 instituições financeiras. Para Roberto Gutierrez, diretor de pesquisa e consultoria da IDC Brasil e responsável pelo estudo, os grandes bancos têm como principal meta a integração total da rede, já que possuem múltiplos canais de contato com o cliente e muitas vezes produtos diferentes. “Sem essa conexão com os canais de atendimento, fica praticamente impossível conseguir atingir outros dois objetivos importantíssimos como a individualização e a segmentação dos clientes”, destaca. As seguradoras, por sua vez, querem conhecer melhor seus clientes e ir além das informações básicas que são necessárias para o cadastro de uma apólice. “Essas instituições também expandiram seu portifólio em um passado recente e precisam capitalizar essa capacidade de up- e cross-selling. Para isso, será necessário não somente ter melhores informações sobre sua base, como também aplicar ferramentas mais assertivas de segmentação”, complementa Gutierrez. O estudo foi realizado pelo quinto ano consecutivo e tem como principal objetivo entender os investimentos feitos pelas instituições do setor financeiro em Tecnologia da Informação. Ao todo foram ouvidos 33 bancos grandes (de acordo com a lista dos dez maiores da Febraban), médios e pequenos, e 29 seguradoras, entre os meses de junho e julho deste ano.
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>gestão Fausto Fernandes
A saúde dos militares do DF
na ponta do mouse Prontuários médicos e odontológicos do Serviço de Saúde da PM do Distrito Federal são facilmente acessados para atender a 70 mil beneficiários
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Serviço de Saúde da Polícia Militar do Distrito Federal investiu na digitalização e microfilmagem de todos os prontuários médicos e odontológicos, e implantou sistema de prontuário eletrônico da ATP. O serviço tem mais de 70 mil beneficiários, atendendo a cerca de 4.800 pessoas por mês, em uma média de 18 mil procedimentos. O sistema de prontuário eletrônico ajuda a agilizar a consulta dos prontuários e permite a realização de qualquer tipo de pesquisa através de uma busca inteligente, tanto no histórico de cada paciente como em todo o acervo. A empresa contratada venceu a licitação por cumprir todas as exigências do edital, que foi baseado na Resolução 1.821/07 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Outras quatro companhias participaram do pregão eletrônico. O projeto, iniciado no final de 2009, foi executado por profissionais ligados à provedora de serviços dentro das clínicas. A captura e o armazenamento da imagem dos prontuários médicos e odontológicos é feita diretamente na Policlínica e no Centro Odontológico da Polícia Militar. A solução Imagon Doc gera um arquivo que segue via web para o Centro de Processamento da ATP, onde as imagens são analisadas e convertidas em formato PDF com certificado digital. Segundo Andréa Passuelo de Freitas, diretora de tecnologia da ATP, a digitalização dos cerca de 120 mil prontuários da Policlínica e 36 mil do Centro Odontológico deve ser concluída até fevereiro de 2011. As novas anotações serão feitas diretamente no formato eletrônico, e a solução continuará 1 0
sendo utilizada para a digitalização de documentos recebidos dos serviços externos, sendo, então, incorporados ao arquivo digital de cada paciente. Nesta nova fase o trabalho passará a ser feito pelos próprios funcionários das duas clínicas. De acordo com o Major Alexandre Saud, chefe da Seção de Gestão de Contratos da Diretoria de Saúde da Polícia Militar do DF e coordenador do projeto, a decisão de passar a utilizar prontuários eletrônicos foi motivada pela economia de espaço e pela maior segurança. As quase nove milhões de páginas de documentos ocupavam mais de 100 m2 em cada uma das clínicas e havia ainda o risco de perda e deterioração dos documentos físicos. Com a publicação, em novembro de 2007, da resolução 1.821 do CFM, que estabeleceu os requisitos de segurança
também realiza a microfilmagem eletrônica, que é feita através da imagem e não do documento físico. O microfilme serve como um backup dos arquivos em PDF. Assim que a digitalização for concluída, os documentos originais passarão pela análise de uma comissão que, como determina o CFM, definirá o seu destino. A solução O Imagon Doc é uma ferramenta que permite a digitalização remota e o controle de lotes de entrada dos documentos dos prontuários gerando importação automática das imagens. Para se obter um menor custo por página, foi automatizada a atividade de indexação dos documentos com o reconhecimento de caracteres, OCR. A automatização permitiu ainda acelerar o
Digitalização dos cerca de 120 mil prontuários da Policlínica e 36 mil do Centro Odontológico deve ser concluída até fevereiro de 2011 necessários para a digitalização dos prontuários, os arquivos médicos eletrônicos que atendem à norma ganharam valor jurídico, podendo substituir os documentos em papel para todos os fins. “Foram aplicados todos os requisitos teóricos para o processo de digitalização previstos na resolução 1821/07. Reconheço a eficiência do sistema e o tenho recomendado às unidades de saúde da Polícia Militar de outros Estados. A adesão ao sistema facilita, inclusive, a troca de informações entre os nossos centros de saúde”, reforça Saud. Andréa ainda salienta que, além de gerar arquivos com certificado digital, a ATP T I I n s i d e
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processo de indexação dos documentos e simplificação da busca do documento via web, agilizando o tempo das consultas e reduzindo gastos com fotocópias e transportes. Para auxiliar na supervisão do processo, a solução dispõe de relatórios que permitem medir a qualidade e a produtividade dos operadores que ficam nas instalações onde se executa o processo de captura das imagens. A ferramenta tem tecnologia de certificação digital. Para diversas etapas do processo, os técnicos da ATP o assinam digitalmente, garantido a fidedignidade da informação eletrônica. 2 0 1 0
>entrevista Jackeline Carvalho
A nova realidade
do storage
Com a web 2.0 e a virtualização, o ambiente de armazenamento de dados tende a receber, de um lado, uma avalanche de novas informações, o que vai forçar a mudança rápida dos sistemas de armazenamento e gerenciamento dos dados, segundo a Hitachi Data Systems
Agora que virtualizamos o storage de todo mundo, eles não têm que aprender todo o ciclo de capacidade de gerenciamento de software. Desta perspectiva, acreditamos que a virtualização economizou não somente despesas operacionais do ponto de vista da eficiência, mas também despesas de capital do pondo de vista da virtualização
TI Inside: Ao longo destes 100 anos de trajetória da HDS, quais foram as contribuições tecnológicas da 1 2
dados independentemente da aplicação e da mídia. Criamos esta capacidade de acessar os dados mesmo dentro do que hoje chamamos de cloud. As inovações em torno da virtualização de dados nos permitiram criar o cloud para a infraestrutura, bem como o cloud para o conteúdo e para os dados. Podemos colocar os dados independentemente... Se você se lembra de antigamente, os dados sempre eram “amarrados” à aplicação e à mídia de storage. Tudo era muito fixo. Agora que virtualizamos os dados, posso pegar uma tabela do Oracle e movê-la para uma mídia de storage diferente, sem interromper ou degradar o funcionamento da aplicação.
foto: izilda frança
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omo CEO da Hitachi Data Systems, Jack Domme lidera uma equipe de executivos em todo o mundo, definindo os rumos da empresa, incluindo a estratégia corporativa e de produto, as vendas mundiais de TI, gestão e planejamento da logística e operações. Domme assumiu o cargo em abril de 2009, depois de dois anos na diretoria de operações da companhia. Antes de maio de 2007, ele foi vice presidente executivo da unidade da Hitachi Data Systems Soluções Globais de Estratégia e Desenvolvimento. Nesse papel, ele criou um produto unificado e a organização dos serviços encarregados de estratégia de solução e desenvolvimento. Suas responsabilidades incluíam Hardware e Software Product Management, a Global Solution Serviços de Operações Técnicas, o Instituto de Tecnologia de Desenvolvimento de Negócios e Alianças, Global Product Marketing, e a Hitachi Data Systems Academia. Durante a sua passagem pelo Brasil para comemorar o centenário da HDS e os 70 anos da operação brasileira, Domme recebeu a TI Inside no escritório da companhia em São Paulo, quando falou sobre as mudanças necessárias e aquelas já empreendidas pelo setor de storage, a importância da virtualização nesta área de armazenamento, as oportunidades e os desafios apresentados pela web 2.0. Acompanhe os principais trechos da nossa conversa
companhia em termos de quebra de paradigma tecnológico? Jack Domme: Uma das coisas que fizemos em relação ao storage em si foi introduzir concorrência no setor. Conseguimos introduzir storage para o mainframe e aumentar, extremamente rápido, nosso market share no ambiente corporativo high-end. Agora estamos muito próximos da liderança em market share que detínhamos quando começamos nessa área. As inovações mais importantes foram em torno da virtualização. Criamos o que ficou conhecido como switch virtualizado na nossa arquitetura, o que nos permitiu regular os requisitos de performance de uma infinidade de aplicações usando o mesmo storage. Recentemente, levamos virtualização um passo à frente e agora estamos virtualizando o storage e os dados. Isso significa que podemos armazenar T I I n s i d e
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TI Inside: Me parece um novo nome ou uma ampliação do conceito SAN (Storage Area Network). É isso? JD: Lembre-se que as SANs são storage Fiber Channel – a capacidade de as aplicações compartilharem storage. Mas eu nunca podia mover o storage, poderia apenas conectá-lo fisicamente a uma infinidade de aplicações, sendo que para isso teria que paralisar o banco de dados. Isso era a SAN. Eu podia compartilhar storage com uma infinidade de aplicações. A capacidade de realmente pegar os dados e levá-los para além deste hub de storage, compartilhando-o. É o passo seguinte à SAN. Hoje posso compartilhar dados no storage externo. Não apenas no meu próprio storage, mas no storage da EMC e da IBM, sob o mesmo ambiente virtualizado. Isso significa que posso juntar todo este storage. Entendo o que você está pensando, tem razão, parece SAN. 2 0 1 0
o que muda com a posse do novo governo? Venha participar do principal encontro político-regulatório do ano. realizado em Brasília e promoVido pela reVista teletime e pelo ccom da uniVersidade de Brasília, o deBate traz as prioridades políticas do goVerno dilma rousseff no setor de comunicações, a agenda regulatória e a perspectiVa da noVa legislatura do congresso nacional.
PrinciPais sessões de discussãO:
aGenda dO ministériO das cOmunicações e as PriOridades nas áreas de cOmunicações, telecOm e mídia
24 de Fevereiro de 2011
Auditório da Finatec/UnB, Brasília
BalançO dO PlanO naciOnal de Banda larGa e as PersPectiVas Para 2011
aGenda de médiO PrazO dO PlanO Geral de atualizaçãO da reGulamentaçãO (PGr)
as PersPectiVas de uma lei de cOmunicaçãO eletrônica
Grande ParticiPaçãO das OPeradOras de telefOnia fixa/móVel, emPresáriOs, autOridades, PesquisadOres, técnicOs dO executiVO, cOnGressO naciOnal, cOnsultOres, analistas e jOrnalistas.
inscrições 0800 77 15 028
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PArA PAtrocinAr (11) 3138.4623 c o m e r ci al @convergecom.com.br
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>entrevista Mas as SANs não podiam juntar storage de diversos fornecedores no mesmo pool para ser utilizado pelo mesmo banco de dados. Eu podia compartilhar os mesmos arrays, mas não o mesmo storage. TI Inside: Quando você fala em cloud, você está se referindo ao cloud público ou privado? Onde é que este conceito de cloud promovido pela HDS se encaixa? JD: Estamos falando, sobretudo, em capacitar o cloud privado. Hoje, no setor privado, as pessoas querem poder acessar todos os seus recursos e não podem. Nem mesmo nas SANs elas podem compartilhar toda a infraestrutura. Aliás, as taxas de utilização das infraestruturas hoje são muito baixas, cerca de 20%. Isso significa que existem silos de storage que não estão sendo usados, não estão sendo acessados pelas aplicações. O que fizemos foi viabilizar isso por meio da virtualização de storage, juntando todo este storage e tornando-o disponível. TI Inside: O Gartner divulgou no começo de outubro uma recomendação aos usuários corporativos para que eles peçam aos seus fornecedores de storage que se comprometam com a economia de espaço em disco, que assinem embaixo desta economia. E disse que a Hitachi não é um destes fornecedores que já se comprometeram ou que tenham essa viabilidade. Gostaria que vocês comentassem isso. JD: O Gartner tem sido muito favorável à nossa capacidade de virtualização, em comparação a empresas como EMC e IBM. Conforme acabei de explicar, em termos da economia proporcionada pela virtualização, nossos clientes não tiveram que comprar storage físico por mais de um ano. Nossa solução tem foco na simplificação do gerenciamento. Uma das coisas que a Hitachi faz muito bem é ter o mesmo software para gerenciar ambientes de grande, médio e pequeno portes. Nenhum concorrente, nem mesmo a IBM ou a EMC, pode dizer que o mesmo software roda em diferentes tiers, diferentes tipos de storage. Agora que virtualizamos o storage de todo mundo, eles não têm que aprender todo o ciclo de capacidade de gerenciamento de software. Desta perspectiva, acreditamos que a virtualização que disponibilizamos, que é adotada nas maiores empresas do mundo, economizou não somente despesas 1 4
operacionais do ponto de vista da eficiência, mas também despesas de capital do ponto de vista da virtualização. Talvez o Gartner não saiba, mas nossa solução é duas vezes mais rápida e 45% mais eficiente do que o produto de qualquer concorrente. TI Inside: Este compromisso chega ao ponto de definir um índice de economia que o cliente pode atingir? Quanto de economia o usuário pode chegar ao adquirir os sistemas da Hitachi? JD: O que fazemos para muitos dos nossos clientes é garantir no mínimo 30% de economia de custos. Acreditamos tanto na nossa tecnologia, desde storage até a virtualização de dados e virtualização de storage, que quando nossos clientes nos perguntam, garantimos 30% de redução de custos. Estamos adiando qualquer despesa de capital dos nossos clientes e nosso compromisso vem de muitos anos. Nosso compromisso é a nossa confiança nas nossas tecnologias.
mercados com investimento mais alto. Dobramos nossos investimentos aqui regularmente. Portanto, a Hitachi está comprometida com o Brasil. TI Inside: Existe a possibilidade de a operação brasileira ser, além de um escritório comercial, um centro de desenvolvimento ou até de produção? JD: Uma das coisas que fizemos recentemente foi ter equipes de design espalhadas pelo mundo, baseadas principalmente em Boston e muitas na Califórnia (Estados Unidos). Criamos um novo processo de desenvolvimento. TI Inside: Mas quais são as condições para isso acontecer? JD: A Rússia ficou conhecida por desenvolvimento de software, a Índia ficou conhecida por desenvolvimento de software, a China ficou conhecida por desenvolvimento de software... Penso que precisamos avaliar se o Brasil tem este tipo de expertise para desenvolvimento.
O que fazemos para muitos dos nossos clientes é garantir, no mínimo, 30% de economia de custos TI Inside: Sua visita ao Brasil tem dois motivos. O primeiro é a comemoração do centenário da companhia e o segundo é o bom desempenho da unidade brasileira. Gostaria que você comentasse esse bom desempenho. JD: A Hitachi tem um longo histórico no Brasil. Comemoramos 70 anos aqui e 100 anos no total. O Brasil é um dos mercados de maior crescimento para a empresa. Continuaremos a dobrar nossos investimentos aqui. Vislumbramos muita oportunidade não só no Brasil, mas também em outros importantes mercados com grande crescimento ao redor do mundo. Evidentemente, com os eventos que vão acontecer no Brasil, precisamos estar prontos para dar suporte a uma parceria com o Brasil, para assegurar que o país esteja preparado do ponto de vista da infraestrutura, do ponto de vista dos dados, do ponto de vista de TI. Nossas capacidades e soluções estão resolvendo todos os tipos de problemas ao redor do mundo, seja na China, na Europa, nos Estados Unidos. TI Inside: Quais são os planos comerciais da empresa no Brasil? JD: Continua sendo um dos nossos T I I n s i d e
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TI Inside: De que forma a Web 2.0 influencia a dinâmica do novo modelo de armazenamento proposto pela Hitachi? JD: Criando centenas ou mesmo milhares de diferentes aplicações. Estas aplicações estão criando dados e precisam acessá-los. Por isso, acreditamos na transformação do “centro de dados” em um “centro de informações”. É onde incluiríamos não só os dados estruturados, mas também os dados não estruturados que foram criados sem a influência de TI. Basicamente, estamos transferindo toda a capacidade de gerenciamento de dados dos silos de aplicações para uma área governada. Sabemos que foram protegidos, sabemos que foi feito backup, mas também sabemos que está acessível para quem os criou. Com a web 2.0, a aplicação não tem que criar um silo de dados. As pessoas vêm e nos dizem: preciso de dados. Nós vasculhamos a nuvem e fornecemos estes dados. E eles escalam melhor. Estamos adotando uma visão inteiramente nova para o modo de gerenciar dados. Gira em torno de storage, governança de dados, conteúdo, governança de informação, gerenciamento, e o storage vai possibilitar isso, porque estamos próximos dele. 2 0 1 0
workshops | feira | palestras internacionais | painéis | marketing 2.0 redes sociais | microblogs | business | tv 2.0 | social media e-commerce | mobile 2.0 | compras coletivas e muito mais. anote em sua agenda.
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REALIZAÇÃO
PARA PATROCINAR 11 3138.4623 COMERCIAL@CONVERGECOM.COM.BR
>serviço
Jackeline Carvalho
Revolução no SAC completa dois anos
Decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 2008, mudou a relação empresa/cliente, reduziu drasticamente a guerra de preços entre os operadores de telesserviços e está mudando o perfil do setor, agora mais focado na terceirização de processos (BPO)
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Stan Braz, do Sintelmark: integração de novas mídias para atendimento ao consumidor passou a ser predominante nos ambientes de call center após a publicação do Decreto
ompletando dois anos em vigor no dia 1º de dezembro, o Decreto nº 6.523, a Lei do SAC, que regulamenta o serviço prestado aos clientes por meio dos call centers, proporcionou novos desafios para as empresas e ajudou a potencializar a importância dada aos relacionamentos com os clientes. Problemas como indisponibilidade, inacessibilidade dos deficientes e onerosidade deixaram de ser os principais obstáculos do consumidor. O acesso que correspondia a 34,49% do total de reclamações no primeiro semestre de 2009 caiu para 29,45% no mesmo período de 2010, segundo os Procons e o Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec). Referência da mobilização dos fabricantes para adequar as soluções de tecnologia da informação e comunicação (TIC) às exigências da Lei promulgada pelo presidente Lula, a Uranet Projetos e Sistemas, especializada em soluções para contact center, investiu em reestruturações internas para otimizar o atendimento. Foram realizados treinamentos aos operadores a fim de capacitá-los quanto às novas regras e ajustes nos processos internos. “Na realidade, a Uranet já estava adequada a maioria das normas 1 6
estipuladas pela Lei do SAC em função do Selo de Ética do Probare que prevê o dimensionamento adequado da Central de Atendimento de acordo com o volume de ligações e a opção de atendimento pessoal nos canais eletrônicos (ex. URA). Ainda assim, todos os atendentes e gestores foram orientados quanto aos detalhes da Lei e a nossa aderência em seu cumprimento, além das atualizações nos sistemas”, reforça Andres Enrique Rueda Garcia, presidente da empresa. No geral, provedores de serviços e até mesmo de tecnologia fazem coro
ao dizer que os ambientes de contact center, seja terceirizado ou próprio, estavam prontos à época da publicação do Decreto. Mas a realidade é que a iniciativa do Governo, nominalmente do Ministério da Justiça, ao publicar oo Decreto 6523, de 2008, foi motivada pela quantidade de reclamações registradas por consumidores nos Procons de todo o País contra os servicos de atendimento ao consumidor (SAC) de todas as empresas, em especial os bancos e as operadoras de telecomunicações, setores que lideravam o desgaste no relacionamento empresa/cliente. O que ocorreu foi que a lei do SAC, como ficou conhecido o Decreto, chamou a atenção de todo o público e das empresas contratantes para um problema generalizado e que passou a ter prazo para uma solução. “A Lei mostrou que o atendimento ao cliente é um dos momentos da verdade na relação empresa/consumidor, e fez com que crescesse uma preocupação em prover um atendimento de melhor qualidade”, resume Luis Fernando Scheliga, diretor de operações do Grupo Algar. Multiplicação dos canais Uma adaptação que potencializou a integração de soluções tecnológicas no ambiente de SAC, com sistemas de gestão da base de clientes (CRM),
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Evandro TruS, da Atento: para se posicionar como um provedor de serviços BPO, empresa investiu, em um ano, R$ 16 milhões em qualificação profissional
business intelligence e outros integrados a uma nova plataforma de telefonia, baseada no protocolo IP, capaz receber informações a partir de diferentes canais de comunicação – telefone, e-mail e chat, por exemplo, até chegar às redes sociais. Segundo presidente do Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos (Sintelmark), Stan Braz, a integração de novas mídias para atendimento ao consumidor passou a ser predominante nos ambientes de call center após a publicação do Decreto. Para ele, nesses dois anos, as empresas investiram em recursos baseados nos três pilares do atendimento ao cliente: pessoas, tecnologia e processos. As pessoas recebem treinamentos mais abrangentes e com mais frequência. Os processos estão mais enxutos e, hoje, um só funcionário é capaz de fazer vários tipos de atendimento, tendo mais autonomia para resolver o problema; e a absorção de inovações tecnológicas passou a ser mais rápida e eficiente. Uma equação que a Atento prefere chamar de migração para um outro ramo de negócio, o BPO (Business Process Outsourcing), plano traçado 12 meses antes da publicação do Decreto, segundo Evandro Trus, diretor de produtos da companhia. “Fechamos há três anos um planejamento interno onde definimos vários objetivos para a empresa. Um deles, que ficou bem claro, era focar na melhor experiência que o cliente da Atento poderia ter com o nosso atendimento”, diz o executivo. Ao se posicionar como provedor de BPO, com o objetivo estratégico de fazer com que os clientes das organizações contratantes da Atento tenham a melhor experiência ao ligar para o SAC, Trus relata que foi preciso investir na qualificação dos 75 mil profissionais ligados à companhia, algo que exigiu um aporte de aproximadamente R$ 16 milhões em um ano. Para atuar na melhoria da performance comercial dos seus clientes, e dentro do conceito de BPO, a Atento oferece, não só os tradicionais serviços de call center ativo e receptivo, como também faz vendas presenciais, análise de informações de crédito e documentos e outras funções imputadas ao backoffice. “Nosso principal foco é atender bem aos grandes clientes. Temos 80 empresas 1 8
em carteira”, revela Trus. Também posicionada como um BPO de contact centers, a Alert tem como caso referência os serviços prestados à Mediplan – uma operadora de serviços médicos e hospitalares do interior de SP, com 65 mil vidas. Ao assumir o serviço, a Alert contava com o desafio de mitigar o número de reclamações dos clientes pelo atendimento prestado. E conseguiu: derrubou em 80% o número de queixas de usuários, verificando, em menos de quatro meses de operação do novo sistema, uma redução significativa dos cancelamentos por
insatisfação, além do aumento no número de vendas de planos individuais, informa. A tecnologia implementada na Mediplan pela Alert Brasil possibilita visão global e online do atendimento das ligações, acompanhamento das chamadas em tempo real e alteração do script, se necessário. É possível ainda ouvir no portal do cliente todas as ligações gravadas, a qualquer momento. “Tínhamos um SAC que atendia das 8H as 18H. A partir da Lei, o atendimento passou a ser ininterrupto, 24/7, com recursos próprios. Isso nos fez ver que não tínhamos condições de administrar o serviço e motivou a terceirização”, conta Áurea Pucci de Abreu Silva, gerente da assistência social da Mediplan, área a qual está ligado o SAC. Para ela, a ampliação do horário de atendimento evidenciou os problemas. Conforme lembra Scheliga, do Grupo Algar, os primeiros dias de operação das empresas sob às novas regras provocou um “boom” de demandas nas centrais de atendimento, até por curiosidade do consumidor. Mas, rapidamente, o mercado se acomodou e percebeu a necessidade não só de melhorar a qualidade de atendimento, o que dificilmente poderia ser feito se persistisse a guerra de preços, como prover novos serviços, algo que alterou o peril das empresas.
Ligação gratuita
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ma proposta que garante ao cliente o acesso gratuito a serviços de atendimento ao consumidor (SAC), desde que a ligação tenha o objetivo de obter informações ou apresentar reclamações sobre produtos e serviços, foi aprovada pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados no início de dezembro. O texto aprovado é o substitutivo do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) ao Projeto de Lei 7140/02, do deputado Lincoln Portela (PR-MG). A ideia é alterar o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), impedindo o fornecedor de produtos e serviços cobrar pelo acesso telefônico ou via internet às centrais de atendimento ao consumidor. A prática, que será considerada abusiva, sujeitará o infrator a diversas penalidades, entre elas: apreensão do produto, proibição de fabricação do produto, cassação de licença do estabelecimento e cassação da licença para a prestação do serviço. A Regulamentação dos Serviços de Atendimento ao Consumidor (Decreto 6.523/08) e a Portaria 2.014/08, do Ministério da Justiça, já estabelecem que os serviços de atendimento ao consumidor serão gratuitos. Porém, a regulamentação atinge apenas os fornecedores de serviços regulados pelo Poder Público federal, como telefonia, energia elétrica e serviços financeiros. A proposta, que tramita em caráter conclusivo, já foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio e segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. (As informações são da Agência Câmara.) T I I n s i d e
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Jackeline Carvalho*
2011 será o ano do cloud? Consultorias e analistas divergem em relação ao tempo de maturidade do conceito de computação em nuvem, mas negam qualquer possibilidade de retrocesso. Seja público ou privado, o cloud computing segue em frente, apesar de as apostas ainda serem de um ano de entendimento da solução e desenhos de projetos no Brasil
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Gartner apontou em pesquisa recente que o conceito cloud computing, ou computação em nuvem, está entre as 10 tecnologias estratégicas e também entre as tendências que serão usadas pelas empresas em 2011. “A computação em nuvem está mudando radicalmente a maneira como as empresas gerenciam 2 0
sua infraestrutura. Devido aos seus benefícios, prevemos um investimento de US$ 68,3 bilhões na nuvem pública e esperamos ver os aportes dobrarem nos próximos cinco anos”, afirmou Lydia Leong, vice-presidente de pesquisa da consultoria. Como em outros momentos na história da tecnologia da informação, as afirmações do Gartner, posicionado entre as maiores empresas de análise e T I I n s i d e
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definição de estratégias do mundo, vem se tornando regra entre fabricantes de equipamentos e provedores de serviços. Mas os usuários, em especial as grandes corporações, ambientes onde até aqui nasciam e evoluíam as tecnologias, ainda observam a proposta cloud com certa desconfiança. E no Brasil a resistência é ainda maior. Vejamos os resultados de uma pesquisa realizada pela Associação 2 0 1 0
fotos: divulgação
Brasileira de e-Business: 90% dos entrevistados para o levantamento disseram acreditar nos benefícios da cloud computing; mas apenas 31% possuem algum tipo de aplicação rodando na nuvem. “Há uma grande confusão entre as propostas de virtualização de servidores e o modelo cloud computing. Diria que hoje menos de 10% do parque de servidores de grandes corporações está virtualizado, e é preciso lembrar que este é apenas um passo para cloud computing”, analisa Carlos Pingarilho, diretor de tecnologia da PromonLogicalis. O estudo “Maturidade da Cloud Computing no Brasil”, produzido pela Associação Brasileira de e-Business, buscou entender como as empresas estão enxergando o novo modelo computacional. Ouviu 222 organizações de médio e grande portes e concluiu que a área de TI enfrenta dificuldades em mostrar os benefícios do cloud computing. “O nome não é autoexplicativo; e as áreas de negócios acreditam que todas as informações estratégicas estarão abertas na internet. Isso levou as empresas que adotaram o modelo a portarem apenas a aplicações não críticas, como o sistema jurídico”, afirma Ricardo Barato, diretor de TI da e-Business Brasil. De acordo com o levantamento, das empresas que não executam a prática de cloud computing, 60% se quer tem planos de implementação. “A grande barreira envolve o aspecto cultural que está atrelado à segurança. Hoje em dia, vender que o sistema é seguro e que as informações não estarão expostas abertamente na internet é o que está impedindo o avanço das empresas neste projeto”, acrescenta Barato, sustentando o seu comentário no dado de que 48% dos entrevistados para o levantamento afirmaram que a maior desvantagem do cloud computing está relacionada à cultura, seguido pela segurança (39%). “O cenário mostra de fato que, se cloud computing vier a ser uma realidade nas empresas, não acontecerá em menos de quatro anos”, conclui o diretor da e-Business Brasil. E apesar da certeza proferida pelo Gartner, as ressalvas dão conta de que apenas as aplicações de menor risco devem migrar para as nuvens no curto prazo e, nem mesmo este montante, será representativo nos próximos 12 meses no Brasil. “É curioso. Fizemos uma pesquisa no final de 2009 na qual identificamos um
vice-presidente de pesquisa do Gartner. “Há muita curiosidade, mas ainda ninguém investindo”, completa Alexandre Kazuki, diretor de marketing de Enterprise Storage Server and Network da HP, para quem 2011 ainda não será um ano de numerosos projetos de cloud computing, apesar do grande volume de ensaios, análises e iniciativas pilotos.
grande interessante dos CIOs por cloud e que todo mundo iria comprar. O CIOs brasileiros demonstraram ainda mais interesse, mas em 2010 nada aconteceu. Fui entender os motivos e vi duas situações, a primeira é o receio objetivo
Novos hábitos Outro dado que comprova a baixa expressividade do cloud em 2011 é um estudo realizado em outubro, pela consultoria Barclays. O levantamento conclui que o cloud computing não deve ingressar em uma rampagem de crescimento ao ponto de inverter a curva de compras de servidores no próximo ano. Ao contrário. Os gastos com esses equipamentos devem continuar em expansão em 2011, embora os padrões de compra deem sinais de mudança, com as corporações mais avançadas no processo de virtualização. A pesquisa indicou que as compras de servidores serão transferidas para os
“Há uma grande confusão entre as propostas de virtualização de servidores e o modelo cloud computing. Diria que hoje menos de 10% do parque de servidores de grandes corporações está virtualizado, e é preciso lembrar que este é apenas um passo para cloud computing” Carlos Pingarilho, da PromonLogicalis
das empresas que não executam a prática de cloud computing, 60% se quer tem planos de implementação de que os modelos ainda não estão muito claros, nem mesmo o provedor de serviços sabe se ele vai dar certo, e isso faz com que o cliente fique inseguro. Por outro lado, os preços cobrados pelos serviços ainda são muito diversos e existe a insegurança dos riscos ainda desconhecidos”, explica Cássio Dreyfuss,
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prestadores de serviço em nuvem e para os gigantes da web, como Amazon, Google, Microsoft, além daquelas corporações que chegaram a uma fase mais madura da virtualização. O estudo estima ainda que os volumes de compras de servidores serão negativos em 2013, o que deverá impulsionar a consolidação da indústria (em particular de armazenamento e software).
“A grande barreira envolve o aspecto cultural que está atrelado à segurança. Hoje em dia, vender que o sistema é seguro e que as informações não estarão expostas abertamente na internet é o que está impedindo o avanço das empresas neste projeto”
Vulcão em atividade Mas essa visão negativa, se depender da Microsoft, segundo Otávio Pecego, arquiteto de soluções da operação brasileira da empresa, não vai tardar, porque “há um forte empenho em alavancar essa oferta, e já percebemos um aumento do interesse dos clientes”. Porém, reconhece que esses indícios ainda são insuficientes para rotular 2011 como o ano do cloud computing. “Acredito que será mais um ano de Ricardo Barato, evolução da nuvem”, afirma o profissional da e-Business que acompanha o cloud computing há Brasil quatro anos. Segundo ele, visitas feitas a clientes no Brasil comprovam que a computação em nuvem ainda está nos primórdios. “Os d e
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Alexandre Kazuki, da HP
“Os clientes ainda estão aprendendo o que podem fazer, qual é a melhor maneira de operar e integrar serviços internos e externos, além de selecionar as aplicações que ficam instaladas no data center interno e aquelas que podem migrar para a nuvem pública” Otávio Pecego, da Microsoft
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alguns desses provedores de serviços, como a Salesforce.com, nasceram como plataforma web e estão registrando índices acentuados de crescimento. Decolagem Leon Taiman, vice-presidente da VCE para a América Latina, uma parceria entre EMC, VMware e Cisco, criada para estimular as instalações de cloud, ressalta as diferenças entre nuvens públicas e privadas, e diz que acredita em um desenvolvimento inicial das nuvens privadas dentro dos centros de dados (data centers). “Em paralelo, haverá o desenvolvimento de nuvens públicas. Ambiente que pode suportar, sob demanda, o crescimento dos negócios de uma empresa, a oferta de novos serviços ou backup de dados”, diz. Uma proposta em linha com os projetos a cloud computing por parte das grandes desenvolvidos pela Tivit e pela Locaweb. corporações reside no fato de que, por Ambas grandes investidores na oferta de mais que estejam consolidados os processamento em nuvem, com altos acordos de SLA, e recursos tecnológicos níveis de governança e segurança (veja que garantam inviolabilidade da quadro). “A oferta que internamente informação, toda vez que se propõe chamamos de cloud é a oferta de retirar os dados corporativos da zona de infraestrutura como serviço. Mas também controle do CIO, há uma adição de temos outras iniciativas que A plataforma Google Enterprise, acreditamos serão bem como software lançada no início de 2007, reúne sucedidas, as a service, pela qual 3 milhões de empresas usuárias vendemos a plataforma de email marketing, por exemplo”, cita Gilberto Mautner, CEO da componentes de risco. Locaweb. Villela, por sua vez, destaca que, no Em relação aos aplicativos, Antonio ambiente corporativo, a tendência atual é Schuch, diretor de enterprise para a de migração ou contratação de América Latina do Google, informa que a aplicativos de terceiros para processar oferta Google Cloud Computing já informações de menor risco, como os decolou. A plataforma Google Enterprise, aplicativos de escritório. Ele lembra que lançada no início de 2007, reúne 3 milhões de empresas usuárias ao redor do mundo, um milhão deles conquistados de abril a outubro deste ano. Várias razões explicam essa aceleração no último ano, sendo a principal delas econômica. “A Mckinsey publicou, em um artigo sobre a urgência no aumento de produtividade, que 70% dos servidores das empresas ao redor do mundo estão ociosos. Mesmo que este dado esteja errado, que seja 50% menor, uma porção importante da infraestrutura de IT no mundo está ociosa e só foi instalada porque precisamos ter uma margem de segurança. “E mais: 75% do budget de TI existe para manter as coisas essenciais, sem criar diferencial competitivo”, afirma Schuch, para quem a ociosidade de PCs é ainda maior. Ícone de empresa que busca fotos: divulgação
“Há muita curiosidade, mas ainda ninguém investindo. 2011 ainda não será o ano de grandes e numerosos projetos de cloud computing, apesar do número expressivo de projetos, análises e iniciativas pilotos”
clientes ainda estão aprendendo o que podem fazer, qual é a melhor maneira de operar e integrar serviços internos e externos, além de selecionar as aplicações que ficam instaladas no data center interno e aquelas que podem migrar para a nuvem pública”, relata. Além dessas ponderações, há forte incerteza quanto ao modelo a ser adotado como padrão – se nuvem pública ou privada – e também quanto aos recursos de segurança que garantirão a inviolabilidade das informações. “O melhor critério é econômico. Se uma aplicação pode expandir para vários clientes, precisa de muito processamento e storage, eu arriscaria dizer que a nuvem pública é a oferta que traz o maior retorno sobre o investimento (ROI). Quando se tem um dado que precisa ser processado internamente, que exige controle e segurança grandes, o melhor é ter dentro de casa”, indica o especialista da Microsoft. Mas o modelo cloud, segundo os seus defensores, deve seguir o caminho da conciliação. No mercado de pessoa física, Luiz Villela, diretor de marketing e negócios da NEC Brasil, defende que é algo já consolidado e motivado principalmente pela onda de redes sociais, como Facebook e os serviços de e-mail, nas quais são armazenados dados pessoais. Na arena corporativa, no entanto, ele entende que os obstáculos ainda são marcantes e, muitas vezes, psicológicos. “Uma coisa é a pessoa física pegar um arquivo e guardar na nuvem, mas conhecendo os riscos. Outra coisa é o CIO de uma companhia administrar algo que não lhe pertence e do qual é guardião”, compara, dizendo que em grandes corporações e, em particular nos bancos, esta dificuldade é ainda maior. “As decisões são menos pessoais, as organizações já têm estruturas de TI muito bem estabelecidas, e isso aumenta a resistência”, completa. A grande oportunidade para a computação em nuvem, na visão de Villela, reside no segmento de pequenas e médias empresas, além da oferta para o usuário individual. Uma avaliação com a qual concorda Carlos Carnevalli Jr, diretor da Multirede, que diz: “a grande demanda deve mesmo partir do segmento de pequenas e médias empresas (SMB), porque as grandes organizações têm o legado e a preocupação adicional com segurança. Para ele, a dúvida em relação
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>infra-estrutura “A grande demanda deve mesmo partir do segmento de pequenas e médias empresas (SMB), porque as grandes organizações têm o legado e a preocupação adicional com segurança” Carlos Carnevalli jr, da Multirede
“Em paralelo, haverá o desenvolvimento de nuvens públicas. A nuvem pública tem a possibilidade de suportar, sob demanda, o crescimento dos negócios de uma empresa, a oferta de novos serviços ou backup de dados” Leon Taiman, da VCE para a América Latina
oportunidade no ambiente cloud, a Microsoft traçou estratégia de levar paulatinamente os seus produtos para a nuvem, iniciando por versões “light” dos aplicativos, pelas quais os clientes não pagam para ter acesso em troca de inserções de publicidade na plataforma em uso. Otávio Pecego, arquiteto de soluções da empresa, diz que a aposta é grande e que 90% dos desenvolvedores de soluções estão criando uma proposta relativa a cloud – colocando os software em nuvem e fazendo com que eles acessem a nuvem. A estratégia da companhia está dividida em três partes principais: a linha home, para os clientes residenciais; linha Business Productive Online, onde estão Exchange, Sharepoint, etc, e ao longo de 2011 será incluindo também o pacote Office; e linha voltada a desenvolvedores. “Temos antivírus, sistemas para gerenciamento de máquinas e CRM, até chegar ao Office. O número de produtos que a Microsoft tem hoje em cloud é muito grande”, revela Pecego. Alguns números comprovam a expansão da MS nesse modelo: o Microsoft Online Service registra 40 milhões de clientes pagantes no mundo – 50 mil no Brasil; e o Azure, por sua vez, já tem 10 mil clientes no mundo e 70 parceiros no Brasil, para desenvolvimento e comercialização das soluções. Para suportar o modelo, a empresa possui por volta de 100 data centers ao redor do mundo, inclusive chegou a cogitar a instalação de um ambiente deste tipo no Brasil, mas ainda não concluiu se terá ou não o investimento local. Um dos parceiros locais da Microsoft é a Diveo, que traçou a estratégia de prover, sob demanda, a maior quantidade possível de serviços e aplicações na nuvem. No modelo, o cliente final utiliza os aplicativos e a infraestrutura de processamento e de armazenamento necessários a cada usuário. Mantendo a ênfase nas soluções de comunicação da Microsoft, dentro do conceito de comunicações unificadas em nuvem, a Diveo também diversifica a proposta compondo soluções de outros fabricantes, nominalmente Avaya e Alcatel-Lucent, no segmento de voz sobre IP e PABX. “Cloud computing está crescendo, mas a sua essência ainda é uma tendência. Para o mundo corporativo ainda é marginal, mas é um caminho sem volta, que tende obviamente a ser adotado e utilizado nos próximos anos”, 2 6
defende Marco Américo, gerente geral do data center Diveo. Os negócios da empresa crescem entre 30% a 40% ano a ano nessa área, tendo como carrochefe o Microsoft Exchange, solução
Ofertas e propostas A Nec defende a ideia de que, para ser um bom provedor de serviços de cloud a empresa precisa ter uma rede robusta que dê totais condições de acesso ao usuário, com um data center seguro e uma plataforma que agregue todo e qualquer software componente do jogo. Em resumo, na proposta da fabricante, as operadoras de serviços de telecomunicações são os principais atores neste ambiente, tendo a NEC como um “broker” responsável por identificar os parceiros de software para a nuvem pública. Também pensando em facilitar a adoção das tecnologias que suportam a infraestrutura cloud, a aliança VCE (Virtual Computing Environment), uma parceria entre EMC, VMware e Cisco, foi criada para compor ofertas integradas que combinem o melhor em virtualização, rede, computação, armazenamento, segurança e tecnologias de gerenciamento, de forma a encurtar a
a microsoft traçou estratégia de levar seus produtos paulatinamente para a nuvem, começando por versões light dos aplicativos utilizada por quase 200 clientes corporativos, os quais respondem por aproximadamente 100 mil usuários. Este ano, a Diveo lançou o CRM e está fazendo a integração das plataformas com o PABX.
distância até o cloud computing. A coalizão Virtual Computing Environment oferece às organizações a plataforma base para o desenvolvimento de nuvem públicas ou privadas. De fora para dentro Segundo Dreyfuss, do Gartner, é certo que em 2011 as empresas começarão a experimentar a oferta cloud computing. “As organizações brasileiras estão pondo em seus orçamentos a ideia de piloto de cloud, porque sabem que precisam experimentar”, diz. E muito dessa demanda é motivada pelo comportamento do usuário final ou residencial, o qual já participa ativamente do processo de expansão ou falência de uma tecnologia, diferentemente do que ocorria até o final dos anos 90. A aposta de Antonio Schuch, do Google, é que o rápido avanço das demandas do usuário e dos negócios, como fenômeno externo às operações de TI corporativas, mostrarão que as empresas não conseguirão resolver todos os problemas com a infraestrutura tradicional. Como exemplo, ele lembra que em 2011 deve haver mais smartphones do que celulares em
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Siga para o cloud, por favor Dois exemplos de migração de aplicativos para a nuvem, a Abimaq e a rede de lojas Renner adotaram, coincidentemente, os aplicativos do Google na nuvem pública
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om o principal objetivo de implantar uma alternativa tecnológica para seus serviços de comunicação interna e externamente, a ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – acaba de firmar acordo com a Dedalus que, há 20 anos atua no mercado de tecnologia da informação, para migração para Google Apps. Depois de conhecer e analisar o pacote de aplicativos do Google, a ABIMAQ optou pelo pacote de aplicativos Google Apps Premier Edition, baseada em cloud computing, incluindo a solução de armazenamento e segurança de e-mail online, Google Message Discovery. A Dedalus, provedora nacional de soluções tecnológicas e serviços personalizados de consultoria, desenvolvimento web e outsourcing de TI, que também será responsável por outros projetos de TI, atendendo às demandas dos escritórios e regionais da entidade espalhados nacionalmente, foi responsável por essa migração. Para Marco Rogério Ferreira, gerente de TI da entidade, a opção pela plataforma Google Apps visa garantir a continuidade dos negócios, vital para uma entidade do porte da ABIMAQ. “Como temos mais de 350 colaboradores que necessitam se comunicar, compartilhar informações, enviar e receber e-mails praticamente o dia inteiro, não podemos ficar um minuto sequer sem este serviço essencial”, afirma o executivo. Após análise das funcionalidades e aderência da plataforma Google Apps aos objetivos da ABIMAQ, os testes apresentaram um novo cenário para a entidade, que decidiu oferecer aos seus
Antonio Schuch, do Google: plataforma Google Enterprise, lançada no início de 2007, reúne 3 milhões de empresas usuárias ao redor do mundo, um milhão deles conquistados de abril a outubro deste ano
operação, e uma mudança significativa nos hábitos de consumo da informação, e isso deve provocar a aceleração de cloud computing. Sobre o comportamento das vendas de software, aplicativos e infraestrutura tecnológica no modelo cloud computing em 2011, ele diz que a pressão dos serviços na nuvem, que tornam TI mais ágil e escalável, é convergente à visão do Google. “Os CIOs vão se preocupar ainda mais com a restrição do budget versus a necessidade de expansão do poder de processamento”, ressalta o executivo, dizendo que, no Brasil, os serviços na nuvem se tornam ainda mais atraentes pela falta de capital. *colaboraram Claudio Ferreira e Fausto Fernandes
FRAGILIDADES Itens identificados como negativos à proposta cloud computing: O nome não é auto-explicativo; As áreas de negócios acreditam que todas as informações estratégicas estarão abertas na internet; As empresas portaram apenas as aplicações de baixo risco para o modelo Fonte: e-Business Brasil
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associados, e a todo o Sistema (composto pela ABIMAQ, SINDMAQ e IPDMAQ), a possibilidade de adoção da plataforma Google Apps a partir de uma parceria Abimaq-Google-Dedalus, onde as empresas que integram o Sistema poderão aderir à nova arquitetura de cloud computing em condições especiais e com todo o apoio e suporte da Google e da Dedalus. “Com esta iniciativa a ABIMAQ reforça seu compromisso em proporcionar às empresas do setor de máquinas e equipamentos os melhores serviços”, destaca Milton Daniol, CFO da entidade. Para o diretor de Enterprise do Google Brasil, José Nilo Martins, responsável pelo relacionamento com grandes clientes, a iniciativa da ABIMAQ em oferecer a plataforma da empresa aos seus associados irá beneficiar uma enorme quantidade de companhias. “Ao decidir compartilhar com seus associados, em condições
>infra-estrutura MADE IN BRASIL O posicionamento de alguns provedores de serviços (data centers) em relação a cloud computing: Tivit Lançou um modelo de cloud computing no início do ano, no perfil de nuvem privada, para oferecer capacidade de processamento às empresas. Neste período avalia que a receptividade foi boa, com resultados de vendas 40% acima do previsto. O serviço segue políticas de governança e segurança de primeira linha, semelhantes à oferta que a companhia mantém no modelo convencional.
Grupo Sonda IT anunciou investimento de R$ 14 milhões em novo data center com o propósito de expandir a oferta de cloud computing. O ambiente foi dimensionado para abrigar 98 racks e até 1.568 servidores em uma área de 1,5 mil metros quadrados, que também contempla os equipamentos de TI para suportar a oferta inicial de cloud computing. O data center ficará localizado em Tamboré, no município de Santana do Parnaíba, em São Paulo, onde passará a operar a nova sede da companhia, que contempla 22 mil metros quadrados de construção.
T-Systems
anunciou a instalação de um novo Data Center em São Paulo, na região de Tamboré, com investimentos de R$ 50 milhões e a expectativa de aumentar em 30% a participação no mercado local. O novo data center é baseado na plataforma AppCom (Appliance Computing), modelo Dynamic Services, desenvolvida pela T-Systems. A plataforma oferece serviços de processamento de dados e armazenamento, baseados em pagamento por uso, semelhante a outros serviços de commodities, como energia elétrica e telefonia. O Dynamic Services permite ainda a criação de servidores virtuais com capacidades flexíveis e a total integração com seu ERP, com qualidade garantida por cláusulas claras de acordo de nível de serviço (SLAs).
Diveo adotou a estratégia de prover a maior quantidade possível de serviços e aplicações na nuvem da forma mais racional possível e sob demanda. O cliente final utiliza os serviços efetivamente necessários, pagando por usuário e pela capacidade de armazenamento que utilizar. Mantém o foco em soluções Microsoft, mas tem buscado se diferenciar com outras soluções, especialmente no segmento de voz sobre IP e PABX, no qual já alinhou parcerias com a Avaya e com a Alcatel-Lucent. Cresce em torno de 30% a 40% ano a ano. No caso do Microsoft Exchange, produto que oferece há mais tempo ao mercado, possui carteira com 200 clientes corporativos, os quais geram um total de 100 mil usuários finais. Este ano, lançou o CRM nesta mesma modalidade e está fazendo a integração das plataformas com o PABX.
Alog
Está investindo cerca de R$ 2 milhões em projetos de cloud computing e espera lançar até o fim deste ano uma solução baseada no novo conceito. Quer aproveitar o momento de experimentação pelo qual passa a tecnologia de “computação em nuvem” para deslanchar sua solução no mercado, a qual já foi implantada internamente e está sendo preparada para ser lançada.
Locaweb
Pioneira na oferta de recursos em cloud computing no Brasil, se associou à ODCA (Open Data Center Alliance), idealizada pela Intel, agregando seus valores e práticas à aliança formada por mais de 60 das principais empresas do mundo. A iniciativa ambiciona definir padrões de interoperabilidade e boas práticas de cloud computing para tornar a tecnologia mais fácil e segura, e assim expandir seu uso dentro das empresas. Recentemente, lançou o Cloud Server Pro, a segunda geração de sua plataforma de cloud computing baseado no XenServer, onde os servidores virtuais são vendidos por quantidade de memória (de 512MB a 32GB) e trazem uma série de funcionalidades para facilitar seu gerenciamento como um firewall embutido com regras pré-configuradas e gerenciado pelo painel de controle, “Snapshots”, que possibilitam a criação de pontos de recuperação do servidor a qualquer momento, e uma VLAN exclusiva para cada cliente, aumentando a segurança e a velocidade na troca de informações entre os servidores contratados.
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especiais, a possibilidade de ter a melhor experiência de gestão de e-mails e aplicativos de produtividade baseada em computação na nuvem, a ABIMAQ reforça seu posicionamento como uma das principais organizações que sempre estiveram à frente nas inovações”, afirma o executivo. Para Maurício Fernandes, presidente da Dedalus, “a ABIMAQ acerta mais uma vez ao decidir migrar seus serviços de e-mail e colaboração para uma tecnologia inovadora, como é o Google Apps e, mais do que isso, trata-se de uma demonstração de que a entidade sempre está atenta às novas tecnologias que possam ser realmente benéficas para as empresas de seu segmento. Temos certeza que a opção da ABIMAQ irá despertar o interesse e a consideração de outras associações da classe empresarial para este tipo de projeto”.
a abimaq comprou o pacote de aplicativos do google apps premier edition, baseado em cloud computing As lojas Renner buscam uma melhor infraestrutura para suportar a ampliação dos canais de venda, atender à demanda e padronizar processos corporativos, além de poder contar com modelos de arquiteturas alinhados às novas tecnologias e práticas para suportar uma atuação escalável voltada aos serviços. Os servidores já estavam virtualizados, mas havia uma forte demanda de crescimento em 2009, quando a companhia decidiu buscar uma solução para crescer de forma sustentável mantendo os padrões de tecnologia. Os serviços em nuvem do Google foram implementados nas 126 lojas Agora, a rede varejista inicia um projeto de migração de dois ERPs (financeiro e varejo) para a nuvem no modelo plataforma como serviço. Para essa etapa. Com o novo ambiente, a companhia espera obter compartilhamento de recursos e maior disponibilidade, além de níveis de serviço fim-a-fim e melhores práticas de processos. 2 0 1 0
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Tatiana carvalinha*
Do modismo à
competividade
Nestes últimos anos ficou evidente que Cloud e SaaS atendem muito à necessidade dos mercados de usuários individuais profissionais (SOHO) e de pequenas e médias empresas (SMB) foto: divulgação
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númeras matérias, artigos e dados sobre o mercado, as oportunidades geradas e benefícios dos conceitos cloud computing e SaaS (Software como Serviço) estão sendo divulgadas há algum tempo nos principais veículos de comunicação de tecnologia. Vantagens e desvantagens, como utilizar, segurança, porque aderir a estes modelos, e tantos outros tópicos são alvos de estudos. Porém, o que se deve analisar é que nenhuma tecnologia é criada e desenvolvida se não há demanda. E nestes últimos anos ficou evidente que Cloud e SaaS atendem muito à necessidade dos mercados de usuários individuais profissionais (SOHO) e de pequenas e médias empresas (SMB). Vide o inúmero crescimento de matérias e casos de sucesso apresentados. Segundo relatório divulgado pelo Gartner, durante o Symposium/ITxpo 2010, Computação em Nuvem está no ranking das 10 tecnologias prediletas dos CIOs brasileiros, o que comprova ainda mais o espaço e a oferta oferecidas por estas tecnologias. Como toda “nova” tecnologia, mesmo que sendo gerada pela latente demanda que o próprio mercado cria, tem um período de maturação e foi o que aconteceu nos 2 últimos anos. Entendimento do funcionamento, da aplicabilidade, do modelo comercial e outros detalhes são sempre colocados em cheque nestes momentos. E 2011? Como será para estes conceitos que até então eram denominados “modismo”? Ficou muito claro para as empresas até ontem visionárias e hoje usuárias de aplicações baseadas em cloud e SaaS os bons resultados e os ganhos: redução de
custos, alta disponibilidade das aplicações, desenvolvimento contínuo pelos fabricantes, especialização do departamento técnico de TI, que por sua
competitividade. A cada dia novas ferramentas tecnológicas serão ditadas pelo mercado. Cabe às empresas entenderem o por que foram desenvolvidas e os ganhos que terão mediante a utilização. Empresas que querem sobreviver neste mercado cada vez mais concorrido, precisam ficar atentas e abertas às novas tecnologias. 2011 o crescimento de soluções em cloud e SaaS será enorme e o modelo comercial da recorrência mensal será o mais utilizado, já que possibilita competitividade, ajuste de orçamento, redução de custos e altíssima disponibilidade. Segundo pesquisa realizada pela International Data Corporation (IDC), os gastos de PMEs na América Latina vaicrescer mais de 7% até 2014. O destaque vai para regiões em desenvolvimento,como o Brasil, onde o investimento pode chegar a 4%.
“Os principais resultados e ganhos do cloud computing e do SaaS são a redução de custos, alta disponibilidade das aplicações, desenvolvimento contínuo pelos fabricantes e a especialização do departamento técnico de TI” vez pode ser reduzido ou utilizado para desenvolvimento de outras áreas dentro das companhias, pagamento simplificado –modalidade da recorrência mensal, etc. Com isto, também ficou claro para esses mercados que a utilização de tais aplicações geram aumento da produtividade do seu business e, consequentemente, aumento da
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Será o ano onde as empresas usuárias destas soluções poderão ter um crescimento bastante significativo,assim como os prestadores de serviço que buscam e estão se especializando nestas aplicações.
* Tatiana Carvalinha é gerente de marketing e negócios da D-SaaS 2 9
>infra-estrutura
Claudio Ferreira
Modelo “Microsoft”
em xeque
A ascensão da plataforma cloud computing e dos aplicativos móveis, seja para smartphones ou para tablets, com sua multiplicidade e facilidade de aquisição, coloca na berlinda o modelo tradicional de venda de software por licenças, no qual a Microsoft é o ator principal
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m verdadeiro Tsunami está se formando no horizonte. Se o modelo de cloud computing se equalizar e cumprir todas as promessas – como redução de custos, facilidade de aquisição, flexibilidade e melhoria na gestão – associado à importância crescente e não concentrada do número de desenvolvedores para dispositivos móveis, a venda das “caixinhas” de software está perto do fim ou pode virar minoria. Em outras palavras, isto representa a perda de poder de muitas empresas, como a Microsoft, no mercado de TI. Mas, claro, a Microsoft também já fez o seu movimento em direção a Cloud com a plataforma Azure, mesmo que pairem dúvidas se ela foi obrigada pelas circunstâncias ou se realmente a empresa acredita no modelo. “Os fornecedores estão operando nas duas frentes, tradicional e na “nuvem”, como SAP, Oracle e Microsoft. O que não se sabe ainda é se o preço dos contratos é justo ou não, se todos ganham ou se não é bom para nenhum dos dois. O fabricante ganha na escala, mas de quantos clientes ele precisa? O valor pode cair com mais clientes, mas como obter novos projetos?”, questiona Cássio Dreyfuss, vice-presidente de pesquisa do Gartner. 3 0
Para o analista, estamos em um momento importante, de grande transformação, no qual o mercado migra para uma nova maneira de comprar e gerir tecnologia. E a Microsoft não está alheia a isto. Recentemente, Steve Ballmer, CEO da empresa, admitiu que era necessário pensar o modelo de licenciamento de software praticado tornando-o mais simples para usuários finais e corporações, dada a multiplicidade de formatos e de sistemas oferecidos. Fazendo coro ao chefe, Gordon Frazer, diretor da Microsoft no Reino Unido, corroborou que o ambiente oferecido pela empresa é complexo e adiantou que a companhia estava trabalhando nessa simplificação (Veja mais no Box: Simplificar é preciso). Em paralelo, a companhia lançou sua estratégia de Cloud computing, a Azure, que no Brasil implicou até mesmo na montagem de um canal de vendas focado na plataforma. Misto quente? No momento atual, mais do que ajudar, a oferta de sistemas no modelo Cloud confunde – mesmo que ela possa ser encarada como o futuro do setor. “Todo mundo trabalha com um modelo misto. Existem três ou quatro cálculos possíveis de valor na plataforma. Alguns T I I n s i d e
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fornecedores estão jogando pôquer. Quando um tem uma vantagem por esconder o jogo, todos escondem o jogo. Já falei que eles precisam jogar truco, e ganhar ou perder junto com o cliente. Afinal, qual o risco que cada um está disposto a correr migrando para Cloud? O fornecedor precisa ser mais transparente para diminuir as inseguranças dos dois lados”, alerta Dreyfuss. A coexistência entre os modelos, com uma ainda baixa adesão ao cloud, é a tônica. Porém, como serão os próximos anos? Com a evolução do modelo da “nuvem” quem perde são os representantes do licenciamento tradicional. “A Microsoft pode ser extremamente afetada neste movimento. Já empresas como Amazon, Salesforce. com e Google sairão fortalecidos. As pequenas empresas tendem a se mover para cloud mais rápido e quem não estiver atento a essa demanda vai sofrer. Hoje, os fornecedores tradicionais querem ganhar a corrida, porém não querem correr tão rápido. Eles sabem que se acelerarem demais podem matar o core business atual”, compara Dreyfuss. As grandes software-houses sofrem ainda com esse esgotamento da capacidade de venda para grandes empresas e buscam as corporações de menor porte, um contingente imenso de 2 0 1 0
empresas que tende, inclusive, a migrar mais rápido para cloud. O problema ou solução é que a “nuvem” exige ou parte do princípio de que as licenças precisam ser flexíveis. O que para alguns pode ser radical, para muitos pode ser a solução até mesmo de equivalência tecnologia rápida com seus pares e concorrentes de mercado, que podem até ser maiores que ele. Algo que estimula as médias e pequenas empresas. E o consultor faz uma revelação interessante sobre o cenário atual. “Conversei com um provedor de serviços e perguntei em que velocidade ele estava indo para Cloud. Ele me disse que estava se mexendo só um pouquinho porque Cloud ainda não dá dinheiro e me confessou: “o melhor negocio é um cliente com um ambiente bem heterogêneo, quanto mais “bagunçado” e que ele não saiba mexer, melhor””, revelou Dreyfuss. Equilíbrio na corda bamba Na balança entre corporações que não desejam mudar e outras que anseiam por transformar a forma como consomem software, a Microsoft tenta se equilibrar. “Estamos tentando equalizar as novas formas de licenciamento de forma a proteger nossos clientes e seus investimentos. Nossos modelos de licenciamento continuarão a evoluir ao longo do tempo como a própria tecnologia”, acrescentou Frazer. Para alguns analistas de mercado, entretanto, a Microsoft ainda está umbilicalmente ligada à venda tradicional, o que pode trazer prejuízos, para a marca, de seu poder de fogo no mercado e mesmo nos negócios propriamente ditos. A plataforma Cloud da empresa, o Azure, é chamado até por alguns de uma “isca” para seguir ofertando de licenças de “caixinha”. Perguntado se o poder da Microsoft já diminuiu, Dreyfuss aponta que “isso ainda é um ponto de interrogação, de como esse jogo vai forçar a empresa a um novo equilíbrio no futuro. Existem serviços na “nuvem” em todas as camadas, na infraestrutura, aplicações, acesso e processos, mas em diferentes graus. Nas camadas de cima, os departamentos compram até mesmo sem perguntar para TI. E aqui os novos fornecedores, associados à Cloud, ganham muito espaço. Já na camadas mais pesadas, de sustentação das empresas, é quase impossível fugir do modelo tradicional e das grandes
marcas neste momento”. Será que a revolução ainda vai demorar a acontecer? Dormindo com o inimigo Um elemento que chama a atenção é a “guerra” imposta pela Microsoft a
faturamento entre elas, chega a ser irônico ver a mira da gigante do software mudar de alvo de uma Oracle, por exemplo, para um representante da “nova plataforma”. “É engraçada essa visão. A Salesforce.com realmente representa essa visão inovadora, da “nuvem”, mas tirar o mercado de Microsoft é outra coisa bem diferente. Não sei se já existe essa batalha mesmo no mundo real”, aponta Dreyfuss. A empresa na qual ele trabalha, o Gartner, o executivo relembra, investigou que nos Estados Unidos alguns contratos da Salesforce – naquele caso de não passarem por TI – custam o dobro do valor que seria normal ao serem tutelados pelos departamentos de tecnologia da informação. Ou seja, será que vale a pena conquistar espaço dessa forma? Pior, nessa nova seara de licenciamento versus Cloud, o apelo da nova plataforma ainda reside muito mais na questão da redução dos custos que na facilidade de gerenciamento e na flexibilidade operacional. Por outro lado, ao evoluir por essa “porta” de entrada,
As pequenas empresas tendem a se mover para Cloud mais rápido e quem não estiver atento a essa demanda vai sofrer concorrentes com características de empunharem a bandeira do Cloud, como a Salesforce. Porém, mesmo que uma (Microsoft) e outra (a Salesforce) ainda tenham um abismo de
equilibrando a curva de receita com os gastos na “nuvem”, os efeitos colaterais benéficos da flexibilidade e aprimoramento da gestão podem consolidar a plataforma.
Simplificar é preciso
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Microsoft partiu para tornar mais simples a aquisição de licenças, isto é um fato. A primeira diretriz é a inscrição para o núcleo do modelo de licenciamento de infra-estrutura para as empresas com contratos empresariais, algo que combina três produtos – o sistema operacional Windows Server, o Microsoft System Management Server Center e o Microsoft Forefront Client Security – para, em teoria, tornar mais fácil seu sistema de licença. Como complemento, os clientes podem gerenciar as aplicações no ambiente do servidor – como acontece com o SQL ou o SharePoint – a partir de um único contrato tornando a gestão das licenças mais “amigável”. Entretanto, mesmo esse esforço, parece não ter convencido os críticos do modelo da Microsoft. “Ainda é bastante complexo para a maioria das organizações compreender muitas das nuances sutis em torno dos programas de licenciamento. Eu adoraria dizer que: “sim, eles estão se tornando mais simples”, mas eu não vejo isso”, garantiu Frances O’Brien, analista do Gartner. O Service Program, da Microsoft, é um exemplo de como a empresa pode abordar o uso combinado de tecnologias baseadas na “nuvem” e no conceito tradicional. Com ele é permitido que as corporações paguem uma taxa adicional por serviços online baseada no número de usuários-mês, sem a necessidade de renegociar o contrato de licenças associada ao software.
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“Os fornecedores estão operando nas duas frentes, tradicional e na “nuvem”, como SAP, Oracle e Microsoft. O que não se sabe ainda é se o preço dos contratos é justo ou não, se todos ganham ou se não é bom para nenhum dos dois. O fabricante ganha na escala, porém quantos clientes ele precisa? O valor pode cair com mais clientes, mas como obter novos projetos?” Cássio Dreyfuss, vice-presidente de pesquisa do Gartner
>infra-estrutura
Claudio Ferreira
A bola vai rolar As entidades ITS e a Riosoft, que reúnem mais de 60 empresas, pretendem explorar as oportunidades de negócios abertas com a Copa do Mundo e as Olimpíadas em termos de soluções de TI. Algo que a IBM também deseja a partir do investimento na ideia “Cidades mais Inteligentes”, derivado do seu projeto macro “Planeta mais Inteligente”
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opa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016 e no meio do caminho ainda uma Olimpíada Militar (2011) e uma Copa das Confederações (2013), evento que reúne os campeões continentais de seleções de futebol em uma préCopa, entre outros eventos de menor porte. A cidade do Rio de Janeiro, com seus inúmeros investimentos em infraestrutura, assim como outras capitais, aguça a imaginação e os planos dos provedores de TI. De olho nas oportunidades, muitos já se movimentam. As redes de desenvolvedores “TIC na Copa”, formada pelo ITS (Instituto de 3 2
Tecnologia de Software e Serviços), de São Paulo, e “Rio TI Esportes”, criada pela Riosoft, do Rio de Janeiro, buscam atuar em conjunto para explorar as possibilidades. “Megaeventos esportivos como a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, demandarão uma pesada infraestrutura de tecnologias de informação e comunicação (TIC). Em 2014, o maior evento midiático do planeta terá o desafio de transmitir a partir das cidades brasileiras, com som e imagem em alta definição, para televisores, computadores e dispositivos móveis espalhados por todo o mundo. Como a evolução tecnológica é muito rápida, fica até difícil prever que tipo de T I I n s i d e
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aparelho ou tecnologia estará na moda até lá”, pontua Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias da IBM. Ele dá como exemplo que a média de mensagens por segundo no Twitter é de 750 enquanto na Copa chegou a 3283 – quando do gol do Japão contra a Dinamarca. O maior foco da IBM, por exemplo, é no desenvolvimento de soluções voltadas para a infraestrutura das cidades, como na capital fluminense (veja mais no Box: IBM aposta em um “Rio mais inteligente”). Já a intenção da união ITS-Riosoft é fazer com que as empresas participantes desenvolvam soluções nacionais em geral para o setor de serviços, conteúdo e jogos para empresas e usuários finais. “O 2 0 1 0
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compromisso é que os envolvidos sejam atores neste processo. Podemos ajudar com financiamento e na reunião de ideias e pessoas de forma efetiva, assim como no desenvolvimento e consolidação das soluções”, garante José Vidal Bellinetti, diretor-executivo do “O compromisso ITS. Fortalecer as 85 empresas, 25 é que os delas ligadas ao ITS e as 60 da Riosoft, envolvidos sejam seja na criação de projetos comuns ou atores neste mesmo na integração destes com processo. grandes fornecedores e provedores Podemos de TI é primordial, como ajudar com mundiais aponta Bellinetti. “Empresas como IBM, financiamento e Cisco e Sony, com as quais já estamos na reunião de em conversa, são nomes que podem se idéias e pessoas unir a nós”, enumera. de forma efetiva, assim como no Base e início desenvolvimento O casamento entre o ITS e a e consolidação Riosoft, de acordo com o executivo, é das soluções” algo que já vem de anos e tem José Vidal desenvolvido projetos de mercado. Bellinetti, do ITS “Agora, juntamos os grandes provedores de TI concentrados em São Paulo com o Rio de Janeiro, que se tornou um hub de investimentos. Precisávamos unir os dois pólos”, explica. Entre as 60 empresas ligadas à Riosoft não estão apenas desenvolvedores de TI mas também aquelas que possuem interesse na venda de serviços em geral. O ITS possui apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e agora busca recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para a parceria. Bellinetti revela que muitas soluções ligadas a Copa do Mundo já estão fechadas por conta da centralização do evento nas mãos da Fifa – entidade que rege o futebol. “Muita coisa já está “empacotada”, em especial o que será utilizado nos estádios e na comunicação, como as transmissões”, admite. Entretanto, o entorno das arenas, seja com foco nos Governos ou mesmo na iniciativa privada, reserva muita coisa a fazer. Já as Olimpíadas possuem um ambiente mais aberto que o maior evento do “esporte bretão”, mesmo que as provas sejam concentradas apenas na cidade do Rio de Janeiro. Oportunidades e organização Os alvos serão eventos paralelos, a rede de turismo, logística e gestão de infraestrutura, conteúdos correlatos, 3 4
foto: divulgação
>infra-estrutura
jogos etc., que possam demandar aplicativos. Outra vertente possível é a oferta de softwares para performance esportiva ou de entretenimento associados aos eventos. Um conjunto cujo perfil é o de aplicativos móveis. “Estamos atentos aos novos modelos de negócios”, argumenta.
Tanto a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, na qual existiu pouco espaço para empresas de sistemas locais, como a Olimpíada de 2012, em Londres, servem como experiência para o grupo. “Sabemos que na África não ocorreu o que queremos fomentar, por exemplo. Mas ainda não tenho ideia das possibilidades na Inglaterra”, admite. O tempo que os turistas e as pessoas terão entre os jogos e eventos é encarado como uma grande oportunidade para a oferta de serviços agregados para essa população. As ações para 2011 ainda serão definidas pelo grupo, assim como a consolidação do modelo de negócios a ser empregado. “Teremos uma reunião das equipes para definir o plano até o início do ano e temos algumas expectativas, como a identificação de grandes parceiros que queiram trabalhar conosco”, resume Bellinetti. Ainda sem nome, depois de assinado o protocolo-convênio de trabalho conjunto em 25 de outubro, o grupo ainda não possui metas de negócios.
IBM aposta em um “Rio mais inteligente”
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e olho na premissa de que 70% da concentração da população mundial estará nas cidades até 2050, a IBM quer difundir a filosofia das “Cidades mais Inteligentes”, continuidade do projeto “Planeta mais Inteligente”. E já elegeu áreas estratégicas para a montagem de soluções como transporte, segurança, educação, distribuição de energia e água, entre outros. Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias da IBM, ressalta que os investimentos, sejam em TIC ou de infraestrutura em geral, devem contemplar um planejamento de longo prazo. E cita como exemplo o risco de “apagão” nas cidades brasileiras no que diz respeito à mobilidade, com os engarrafamentos crônicos que já fizeram a fama de cidades como São Paulo ou mesmo o Rio de Janeiro em determinadas áreas. “Segundo a Fundação Dom Cabral, estima-se que somente em São Paulo os gargalos urbanos roubem R$ 4 bilhões por ano da economia”, pontuou. E a situação não é tão confortável nas demais cidades. “Uma volta pelo Brasil nos mostra que as suas grandes cidades apresentam uma infraestrutura que não dá conta do seu crescimento. Em maior ou menor grau, os problemas são praticamente os mesmos. A densidade populacional cresce e este crescimento é desordenado”, alerta Taurion. Os mesmos gargalos de infraestrutura existem em TIC, área que terá que suportar um altíssimo tráfego de conteúdo multimídia em banda larga previsto durante os eventos. Vide a já grande demanda dos brasileiros presentes nas redes sociais, e sem contar os turistas. “Eles estarão compartilhando informações, vídeos e mensagens. Para suportar todo este aparato tecnológico, uma massiva rede de computadores atuando no modelo de computação em “nuvem” deverá estar operando na retaguarda. Este modelo é mais adequado, pois existe um pico de demanda no período dos jogos, caindo dramaticamente após seu encerramento”, garante Taurion, que reforça a idéia de que os eventos são grandiosos e merecem tratamento de acordo.
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Nem todos têm certificado digital para emitir a NF-e a partir de dezembro
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as cercas de 600 mil empresas que, a partir dezembro, serão obrigadas a emitir a Nota Fiscal Eletrônica, 43%, na média, ainda não dispõem do certificado digital. A estimativa é da Serasa Experian e toma como referência o cruzamento dos CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) com informações de seu banco de dados sobre empresas e números de certificados digitais emitidos pela própria Serasa Experian, e ponderado de acordo com a sua participação no mercado de certificação digital. A Serasa Experian fez um levantamento sobre a aquisição de certificados digitais pelos contribuintes incluído no último lote de adesão à NF-e. No Sul, quase 93% das empresas já estão em conformidade com a exigência. Em contrapartida, o Norte é a região que apresenta o menor índice de aquisição de certificados digitais: 19% das empresas. A adesão do grupo de dezembro eleva para 2.679 o número de CNAEs que ingressam no universo da NF-e este ano. A certificação digital é uma exigência do Fisco. A Serasa Experian recomenda o Certificado NF-e, específico para essa finalidade “porque pode ser emitido para quem a empresa determinar como responsável pela emissão das notas, não necessitando ser o representante legal da empresa perante a Receita Federal”, esclarece Igor Ramos Rocha, presidente de Negócios de Identidade Digital da Serasa Experian.
ITI credencia primeiro laboratório para homologação de produtos
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Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC), de São Paulo, é o primeiro autorizado a realizar ensaios para obtenção do laudo de conformidade necessário para homologação de hardware e software utilizados nos sistemas de certificação digital da ICP-Brasil. O anúncio foi feito no final de novembro pelo Instituto de Tecnologia da Informática (ITI). O credenciamento de Laboratórios de Ensaios e Auditoria (LEA) faz parte das novas regras para emissão de laudo de conformidades dos produtos em vigor no Brasil. O LEA verifica se as ferramentas submetidas pelos fabricantes para análise estão de acordo com os padrões estabelecidos, com o objetivo de torná-los interoperáveis e compatíveis entre si. O ITI pretende credenciar outras entidades para integrar o sistema de homologação amparados pelo arcabouço jurídico da infraestrutura de certificação digital brasileira. Pelas novas regras, as empresas interessadas em homologar produtos para uso na ICP-Brasil devem primeiro contatar o LEA credenciado. A mudança das regras foi necessária por causa do aumento das solicitações de homologação, revela Maurício Coelho, diretor de Infraestrutura e Chaves Públicas do ITI. “É necessário fazer crescer a estrutura de laboratórios capacitados e credenciados pelo ITI para atender à demanda e, ao mesmo tempo, não onerar todo o sistema com solicitações específicas”, afirma. Os laudos de conformidade emitidos pelo LSI-TEC servirão de suporte para a tomada de decisão por parte do ITI quanto à homologação ou não de um sistema ou equipamento avaliado. Os processos de homologação que se encontravam em andamento antes da alteração do modelo ficam suspensos até que a empresa interessada se manifeste por sua continuidade. Entretanto, a partir de agora, o solicitante terá que arcar com custos com o laboratório. As condições de continuidade devem ser negociadas diretamente com o LSI-TEC. Caso não haja demonstração de interesse no prosseguimento das análises, os processos serão encerrados e arquivados.
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CNJ distribui certificados digitais para 5,1 mil magistrados Como parte do processo de modernização do Judiciário, que tem avançado no uso de recursos eletrônicos, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) adquiriu 5,1 mil certificados digitais, que serão distribuídos aos magistrados de todo o Brasil. O CNJ tem metas agressivas nessa área: pretende certificar todos os 16,1 mil juízes. Atualmente, 40% deles não dispõem de certificados digitais. No ano passado, o órgão fez um registro de preços para aquisição de 10 mil certificados, volume suficiente para atender a toda a demanda existente na época. Depois de entregue a primeira remessa, se ainda houver necessidade, o CNJ pode voltar a adquirir mais certificados, já que a licitação por registro de preços permite a aquisição da quantidade exata necessária. “A entrega de certificados digitais é mais um passo do Conselho, auxiliando os juízes e os tribunais a se modernizarem”, comenta o conselheiro Felipe Locke Cavalcanti. Vários sistemas utilizados pela Justiça são restritos aos magistrados certificados digitalmente. É o caso do Infojud, que permite ao Judiciário acesso aos registros da Receita Federal. A tendência é que outros sistemas também passem a exigir o certificado digital, considerado o mecanismo mais seguro para a comunicação pela internet. i n s i d e
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>especial Veja mais em www.tiinside.com.br/gestaofiscal radar fiscal
Certificado digital será obrigatório para emissão da NFS-e em São Paulo
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preserva o sigilo de informações pessoais e permite que o usuário assine certificado digital deve ser utilizado pelos contribuintes no documentos e recibos eletronicamente”, ressalta Priscila. cumprimento de diversas obrigações acessórias, conforme Outro tipo de certificado digital é o e-CNPJ, que assegura a exigência das autoridades fiscais e tributárias. A novidade é autenticidade e a integridade na comunicação entre pessoa jurídica e o que a partir de janeiro de 2011 será uma exigência a ser Fisco. Com este documento é possível realizar consultas e atualizar os observada também pelos prestadores de serviços de São Paulo que cadastros, solicitar certidões na Receita Federal, emitem a Nota Fiscal Eletrônica de Serviços (NFS-e). À exceção dos que estão inscritos no Simples À exceção dos que cadastrar procurações eletrônicas e acompanhar processos tributários por meio da internet, sem a Nacional, todos os contribuintes paulistanos terão que estão inscritos necessidade de se levar documentos físicos até os possuir um certificado digital para cada raiz do número postos de atendimento. de inscrição no CNPJ – não é necessário um certificado no simples digital para cada filial – para acessar o sistema da nacional, todos os “O e-CNPJ também permite a assinatura da NF-e modelo 55 e de declarações acessórias como, por prefeitura na internet. contribuintes exemplo, DACON, DCTF e DIPJ.” A recomendação de Priscila Lima, da Apress Já o NFe, desenvolvido para desburocratizar os Consultoria Contábil, é que os contribuintes adquiram o paulistanos terão processos fiscais nas empresas, permite que, no caso certificado do tipo e-CNPJ A3, com validade de três que possuir um de um dos responsáveis pelo fluxo de notas fiscais anos e, no suporte, cartão inteligente com leitora. certificado digital não estar presente, a empresa não deixe de assinar as “O A3 tem um preço médio para o período trienal muito menor do que se comprado ano a ano. Além para cada raiz do solicitações para emissão de NF-e modelo 55. Os padrões mais comuns são o A1 e o A3. O disso, o cartão é inviolável e único”, explica. Segundo número de primeiro, gerado e armazenado no computador ela, existem vários tipos de certificação digital, com inscrição no cnpJ pessoal do contribuinte, pode ser compartilhado diferentes preços e validade, disponíveis no mercado. em rede. A sua validade é de um ano. Um deles é o e-CPF, que consiste na assinatura Já o certificado digital A3, com validade de três anos, os dados digital da pessoa física. Esse tipo permite a consulta e atualização do são gerados, arquivados e processados em um cartão inteligente cadastro do contribuinte, recuperação de informações sobre histórico de (que exige leitora) ou token, permanecendo invioláveis e únicos. declarações, verificação da situação na “malha fina”, obtenção de Apenas o detentor da senha de acesso do cartão ou do certidões da Receita Federal, cadastro de procurações e token pode utilizá-lo, lembra Priscila acompanhamento de processos tributários. “Além disso, o e-CPF
ACSP obtém credenciamento para operar como Autoridade de Registro
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novos produtos aos empresários e pessoas físicas. A expectativa do executivo é abocanhar 10% do mercado de certificados digitais emitidos no Brasil, estimado em 300 mil emissões em nível nacional. No Estado de São Paulo o volume deve atingir entre 150 e 220 mil certificados, enquanto na capital o total tende a oscilar entre 70 mil a 190 mil emissões. A certificação digital será obrigatória para o envio da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) e para a emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), entre outras exigências contidas no Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) a partir de janeiro próximo.
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) foi credenciada como Autoridade de Registro (AR), para a emissão de certificados digitais em parceria com a Certisign. Em função dessa nova atribuição, a entidade pretende inaugurar até o final de dezembro uma nova loja em São Paulo para atendimento personalizado aos contribuintes que precisam da certificação digital para cumprir suas obrigações junto ao Fisco. Atualmente, a ACSP já conta com 14 pontos de atendimento espalhados na capital paulista. Para Cláudio Queiroz, executivo financeiro da instituição, o credenciamento como AR impacta estrategicamente no crescimento institucional, permitindo a oferta de
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>mercado
Claudio Ferreira
Rito de passagem
Os tablets ganham terreno rapidamente no ambiente corporativo e com eles podemos em breve ver a diminuição do espaço para outros tipos de equipamentos como notebooks e netbooks. Mas qual o risco de “extinção” ou diminuição da importância dessas plataformas e qual o perfil de uso mais indicado para este ou aquele aparelho? Com a palavra o mercado
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omo quem não queria nada, ou pelo menos era indicado como um equipamento para aficcionados e consumidores finais, os tablets – com o seu mais estrondoso representante, o iPad – ganharam espaço nas corporações e ameaçam deixar para traz os netbooks e notebooks. Os fabricantes e mesmo os consultores analisam o mercado atual e falam da evolução das plataformas, especialmente com o lançamento programado de diversos tablets, até mesmo brasileiros, em 2011. Os tablets – em grande parcela o iPad – devem terminar 2010 com a 3 8
venda de 19,5 milhões de unidades, de acordo com o Gartner, e mesma avaliação indica que o número chegará a 54,8 no próximo ano e em 2014 vão atingir a cifra de 208 milhões de unidades. Mas esse contingente precisa ser administrado pelas corporações ao mesmo tempo em que se decide o destino dos pesados notebooks, que podem ter a função atual dos desktops, e dos leves, mas
incômodos de segurar com uma das mãos – algo que o tablet propicia –, netbooks. Não é por acaso que pipocam aqui e ali artigos e relatórios que alertam os CEOs e CIOs sobre a entrada rápida e muitas vezes anárquica dos tablets nas corporações. Concebida originalmente como uma espécie de “smartphone” maior e mais robusto, a plataforma
Os tablets devem terminar 2010 com a venda de 19,5 milhões de unidades, de acordo com o Gartner, e mesma avaliação indica que o número chegará a 54,8 no próximo ano T I I n s i d e
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está ganhando outros espaços. “Normalmente, não é o papel do CEO se envolver nas decisões sobre um dispositivo específico da tecnologia, mas os tablets, e o iPad neste primeiro momento, são uma exceção”, revelou Stephen Prentice, vicepresidente do Gartner, que completa: “ele é mais do que apenas um gadget do consumidor final.Tanto CEOs como líderes de negócios devem iniciar um diálogo com seus CIOs sobre o seu impacto”, concluiu. Esse movimento mundial já começa a se refletir no Brasil. Como a Apple é uma empresa que não fala e a Samsung não quis se pronunciar – ambas já lançaram seus tablets, o iPad e o Galaxy Tab, localmente –, consultamos outros representantes da indústria que tem planos de produtos com essas características, como Itautec e a Dell local. Ambas, no entanto, ainda veem a plataforma como algo direcionado para o consumidor final. O que traz mais dúvidas para nossa discussão e
representa um movimento diferente dos grandes centros ou mesmo da percepção entre os executivos locais. Um exemplo contrário é o de Flavio Bolieiro, vice presidente para a América Latina da MicroStrategy, que em agosto já utilizava seu notebook
como um desktop estático e fez do iPad sua plataforma móvel. “Uso o iPad no dia-a-dia. Ele deixa o notebook com uso mais restrito e deve matar os netbooks por ser mais “O mercado de prático e mais robusto. Ele abre e já tablets só deve está funcionando e tem processador de texto, e-mail, acesso web, planilhas deslanchar para valer no final do etc. Até mesmo o risco de ser primeiro semestre assaltado é menor”, revelou. de 2011. A Projeções na mão demanda maior Para José Roberto Ferraz de será do Campos, vice presidente de consumidor final” computação da Itautec, “o mercado José Roberto de tablets só deve deslanchar para Ferraz de Campos valer no final do primeiro semestre de da Itautec 2011. A demanda maior será do consumidor final e o canal preferencial para a venda destes produtos ainda estará com os grandes varejistas, mas vemos grandes possibilidades no segmento corporativo. Este sucesso vai depender diretamente da habilidade dos desenvolvedores em gerar aplicativos que atendam às necessidades desse público”, garantiu.
Já Sandra Chen, gerente de marketing de produtos para consumidor final da Dell, admite que em nosso mercado os tablets serão um componente da cesta de equipamentos de mobilidade voltado para os consumidores de maior poder aquisitivo, pelo menos na “primeira “Ainda não atingimos por aqui o “Os netbooks hora”. hype de outros países. Os netbooks têm apenas dois têm apenas dois anos de vida e o anos de vida e o preço é mais acessível. Já os preço é mais notebooks trazem mais produtividade. acessível, já os Se falava em uma canibalização dos notebooks notes com a entrada dos nets, porém trazem mais não vimos isso e não acredito que os produtividade. tablets o farão”, completa. Se falava em Questionado sobre essa possível uma “canibalização” ou melhor, perda de canibalização espaço dos netbooks e mesmo dos notes com a notebooks, Campos, da Itautec, fica na entrada dos dúvida. “No começo, talvez tire um nets, porém não pouco. No entanto, são produtos com vimos isso e não características diferentes e que atendem acredito que os a necessidades específicas. Quando os tablets o farão” tablets começaram a chegar ao mercado, foi dito que ocupariam o lugar Sandra Chen, da Dell dos netbooks, só que já é possível notar que esse equipamento ocupa um espaço diferente no share de vendas”, argumenta. Na visão do executivo da Itautec, o consumidor que precisa de mobilidade e produtividade ainda utiliza o netbook ou notebook para trabalhar, enquanto o tablet é mais usado por aqueles que buscam entretenimento, execução de atividades rápidas e fáceis, acesso a conteúdo ou ainda e-mail. Será mesmo? “Como esses produtos atendem a necessidades diferentes, os três continuarão tendo espaço no mercado. O consumidor é quem precisa saber bem o que procura ao adquirir um computador”, ensina Campos. Primeiro, Segundo ou Terceiro mundo? A alegação de Campos é que o Brasil ainda tem um comportamento ligeiramente diferenciado do “primeiro mundo” do mercado internacional de tecnologia da informação. “A principal classe responsável pelo aumento do consumo aqui é a C e nesse mercado a demanda ainda é muito grande por netbooks e desktops. São pessoas que estão comprando um computador pela primeira vez e provavelmente são mais conservadoras ao escolher o produto que vão levar para casa. Além disso, o preço e a forma de pagamento são os 4 0
fotos: divulgação
>mercado seu peso, embora os números acelerados de vendas por aqui dos tablets, sem falar no que se encontra nas malas de quem viaja ao exterior, demonstrem que é necessária uma avaliação posterior e mais profunda. Na avaliação do executivo da Itautec, o crescimento das vendas dos netbooks em 2011 e 2012 deve ser menor que na época do seu lançamento e mesmo em 2010. “O resultado não será o mesmo porque há a concorrência dos notebooks, que baixaram de preços, e dos smartphones. E deve se acirrar ainda mais com a chegada dos tablets, entretanto existe demanda para todos esses produtos”, afirma Campos. Nos Estados Unidos, as vendas de notebooks e netbooks seguem em franca curva decrescente, tendo como fatores mais importantes no momento principal marco o lançamento do iPad. da compra”, avalia. Para os analistas do Gartner, por A análise do executivo faz coro exemplo, o iPad não é um substituto puro das demais Para os analistas do Gartner, plataformas móveis, porém, por exemplo, o iPad não é um por ser menos “intrusivo” substituto natural das demais que seus colegas, passa a ganhar espaço em plataformas móveis ambientes de vendas ou de troca de informações. “Acredito que com uma pesquisa da IDC que os tablets ganhem o espaço dos apontou que em regiões como netbooks quando for possível equalizar América Latina, Europa Central e os preços, quando ele se tornar mais Oriental, Oriente Médio e África as acessível será visto um início de vendas de netbooks seguem “canibalização”. Algo que talvez não aceleradas e devem permanecer em aconteça com os notebooks na alta. Ou seja, na periferia tecnológica mesma velocidade ou proporção”, na qual o Brasil ainda se encontra em garante Sandra. muitos casos, os netbooks ainda têm
Tablets no Brasil em 2011
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spera-se uma profusão de equipamentos sendo lançados no próximo ano e não apenas os das multinacionais como também dos fornecedores locais (Itautec, Positivo etc), todos querendo entrar na onda do iPad, o que pode acelerar a queda dos preços. Algumas fontes do mercado falam na venda de 300 mil tablets no próximo ano, enquanto outros analistas apostam em números ainda superiores. O certo é que o espaço no segmento corporativo ainda depende muito da velocidade dos aplicativos que serão disponibilizados. “Por isso, estamos acompanhando de perto o que os desenvolvedores de aplicativos têm feito e investido mais tempo na montagem de nosso tablet, no sentido de prover um produto mais maduro ao consumidor final no ano que vem”, garante Campos, da Itautec. Para Sandra Chen, da Dell, o mercado inicialmente será vinculado aos consumidores premium para depois, ao final de 2011, ter uma cara mais definida ou mesmo abrangente, com o produto “descendo a pirâmide” de consumo. Uma barreira levantada pela executiva é que os impostos – pelos tablets em sua maioria serem produtos importados – ainda é alto. T I I n s i d e
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>mercado Claudio Ferreira
Tráfego de dados
caro ou não?
De acordo com pesquisa da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), o Brasil teria o plano de dados mais caro do mundo. Falamos com o mercado para entender esses números, que para muitos estão errados, e como o custo é formado e afeta as corporações locais
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notícia bombástica apareceu em todos os sites e publicações: a Unctad teria feito uma pesquisa e descobriu que o Brasil tem o plano de dados mais caro do mundo. O que se seguiu foi uma seqüência de desmentidos vindos do mercado e de suas entidades e uma saraivada de críticas ao documento quanto a forma e metodologia com que se chegou aos valores publicados. Vamos falar deste “caso”, mas também entender a composição e a relação custo/benefício dos planos de dados corporativos locais. Voltando a “polêmica Unctad”, em um comunicado, o SindTelebrasil (Sindicato das Operadoras Móveis e Fixas do Brasil) afirma com todas as letras que os dados utilizados são imprecisos. Os valores seriam apenas de uma operadora local e não representariam a média do mercado, assim como outros analistas apontam que o pacote de serviços investigado pela Unctad – 165 minutos de ligações, 174 torpedos (SMS) e 2,1 Megabites de tráfego de dados – não seria o usual no País. O comunicado do SindTelebrasil alerta ainda que “o estudo pode gerar imprecisão nas informações ao combinar duas bases distintas de dados: uma base de março de 2006, quando havia 89 milhões de celulares no Brasil, e outra com números produzidos por um fornecedor internacional de equipamentos mais recentes (seria a Nokia Siemens), mas que não possuem vínculo com a base estatística considerada”. Veja mais no Box: O que diz a Unctad. Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, reafirma os erros apontados e acrescenta. “A metodologia é inadequada, tem uma fonte apenas, e não captura os valores promocionais, que d e z e m b r o
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são contínuos no País. O Brasil tem o cenário mais competitivo da América Latina”, compara. O imposto é real No entanto, mesmo que os números não representem a nossa realidade, os valores locais ainda são considerado bem altos. Rodrigo Abreu, presidente da Cisco do Brasil, empresa que patrocina estudos trimestrais sobre o custo da banda larga no Brasil, diz que “a pesquisa da Unctad replica dados de várias pesquisas e, entre eles, existe também a constatação de que a carga média de impostos é de aproximadamente 14%. Além disso, um outro componente importante do preço é o custo do handset, e aqui novamente estamos em desvantagem, devido aos altos impostos de venda e importação”, admite. A mesma razão, os impostos, estaria por trás dos altos custos de infraestrutura que afetam toda a cadeia de consumo. Dólar e a política As desvantagens ou o sobrepreço viriam tanto da carga tributária como do
dólar, por conta da valorização do real. “Mas pode ter certeza que o Brasil nunca será o mais barato”, argumenta Tude. Já o country manager da Cisco assegura que ainda é possível esperar uma evolução nas ofertas de conectividade e serviços de dados com tendência de baixa nos valores. Recentemente, o conselheiro do CGI. Br (Comitê de Gestão da Internet no Brasil), Carlos Alberto Afonso, teria dito que o custo dos serviços poderia melhorar com uma regulamentação adequada e políticas públicas eficazes, perguntamos então se essa premissa é correta. “As políticas públicas de incentivo sempre serão importantes. O problema mais complexo é a articulação política para atacar a alta incidência fiscal. O setor representa cerca de 7% a 8% do PIB, porém responde por mais de 12% do ICMS”, garante Abreu. E como as corporações podem mitigar da melhor forma esses problemas dos custos dos planos de dados? “Utilizando cada vez mais serviços de valor adicionado e transformando a utilização de TIC nos seus negócios”, garante o presidente da Cisco do Brasil.
O que diz a Unctad
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a análise da Unctad, a partir de informações compiladas pela Nokia Siemens, com dados de 2009, é dito que os valores praticados no Brasil são semelhantes ao Zimbábue, com um preço médio do pacote de dados mensal que ultrapassa a barreira dos US$ 120. A partir desse parâmetro, o mercado brasileiro teria preços mais salgados que “expoentes” do terceiro ou quarto mundo econômico como Bangladesh, Congo, Haiti e Suazilândia. Em resumo, o Brasil seria o último colocado entre 78 países. A média de preços em todo o mundo, para a Unctad, é de US$ 46,54 por mês, considerados a partir do tráfego de 2,1 Mbytes de dados por mês. Com alguns países oferecendo os serviços por até US$ 20 mensais. 2 0 1 0
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Com a corda toda
O comércio eletrônico brasileiro apresenta números favoráveis tanto neste final de ano quanto nas perspectivas para 2011, e até os possíveis gargalos de infraestrutura e de logística estão sendo melhor gerenciados e resolvidos
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Natal do varejo digital deste ano deve apresentar um crescimento de 40% na comparação com igual período em 2010. Pode fechar acima dos R$ 15 bilhões de faturamento, segundo previsões da Câmara-e.net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico). E o melhor: a grande preocupação em período de demanda, a infraestrutura, de acordo com especialistas, está sob controle devido aos benefícios equacionados pelo cloud computing. Até mesmo a logística, principal “calcanhar de Aquiles” das vendas online, deve ser razoavelmente mitigada. As perspectivas de 2011, são ainda mais otimistas, com um crescimento que pode ficar entre os 20% ou 25%. Bem acima do PIB previsto pelo Governo, algo como 5%. “O faturamento das vendas on-line do segmento do e-varejo deve superar R$ 15 bilhões em 2010 e a previsão de crescimento para o último trimestre é de R$ 3,3 bilhões”, prevê Manuel Matos, presidente da Câmara-e.net. No 4 2
total, o número de e-consumidores também deve crescer, passando de 17 milhões no último ano para 23 milhões em 2010. No entanto, isto ainda não nos coloca no primeiro mundo do e-commerce (veja mais no BOX: Em desenvolvimento na economia digital?), embora o faturamento e o contingente de e-consumidores sejam expressivos. O perfil dos produtos mais visados neste Natal e em 2011 tende a ser bem parecido com o de 2009: produtos de informática e eletrônicos em alta, pelo valor, e ainda livros, CDs e DVDs, pela quantidade. E, de acordo com dados da Câmara-e.net, apenas as três semanas anteriores ao Natal representam para o e-varejo algo como oito semanas de vendas normais. Outra informação interessante é que dezembro representa, em média, 16% das vendas de todo o ano. Está pronto? O que suscita a pergunta: os players de e-commerce estão realmente preparados para suportar esse volume transacional? “Até 2007 ou mesmo 2008, o período era meio T I I n s i d e
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de “guerra”, com extrema tensão, no que se diz respeito a infraestrutura. Porém, a maturidade cresceu e posso dizer que já em setembro muitos de nossos clientes tinham um planejamento de atuação e de crescimento da infraestrutura. O ritmo segue em 30% ou 40% a mais das necessidades anteriores”, garante Thiago Charnet, diretor de outsourcing e alianças estratégicas da DHC Outsourcing. Unidade de outsourcing de TI para o mercado corporativo do Grupo UOL, a DHC opera com players do peso da B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime), Walmart, Ponto Frio.com, Extra.com e Magazine Luiza, entre outros (veja mais no BOX: Nos bastidores do e-comm). E, de acordo com Charnet, práticas como a de Cloud Computing e seu braço de infraestrutura como serviços (IaaS) auxiliam na garantia operacional em momentos como o Natal. A demanda por estudos que garantam o upgrade necessário para suportar a operação durante o Natal tem sido constante. “Em julho, 2 0 1 0
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inerentes, é certo que a questão começamos a discutir com os clientes logística passa a ser melhor como será o período. Nosso time de trabalhada pelos players em geral, até gestão tem atenção redobrada, as como forma de suprir as lacunas reuniões são mais freqüentes e os deixadas pelos Correios, entidade clientes trabalham com checkpoints e “As operações que vive um momento de grande análises de gráficos de conexão em são mais flexíveis instabilidade nos serviços e envolto tempo real”, aponta o executivo da para suportar o em questões políticas. “O processo DHC. momento de pico. de logística na entrega dos produtos Não é raro, portanto, que os é algo crucial, pois o e-varejista deve As promoções planos de ação já estejam prontos em garantir a chegada da mercadoria no que são feitas setembro. Dentro de um crescimento tempo devido”, enfatiza Matos. que serve como base para o que deve pelas lojas de Se a crise dos Correios afeta o ser utilizado ao longo do ano seguinte – varejo online em mercado, também gera soluções de como será feito agora em relação a outros períodos competição. Há alguns anos as 2011. No cronograma das pontocom, canalizam muito empresas tinham dificuldade em da segunda quinzena de janeiro até o tráfego e são competir com o Correio, que dia das mães não são feitas alterações boas para medir apresentava um bom serviço com drásticas no ambiente, e em junho e esse impacto. O grande capilaridade. Hoje, como as julho podem ser feitas novas mudanças único ponto que duas premissas são precárias, os visando o início do planejamento para o gera uma concorrentes avançam e se pode operadoras de telefonia, varejistas e Natal subseqüente. dificuldade esperar players “alternativos” ainda fabricantes, a TGestiona garante que Para Felipe Dáguila, gerente da grande hoje é em mais fortes. “Outras empresas tem tem uma média histórica de 98% de everis, os riscos e o gargalo de logística e ocupado esse espaço e teremos performance de entrega no prazo na infraestrutura estão bem melhor distribuição” novidades no próximo ano”, garante região Sudeste, enquanto o mercado equacionados. “As operações são Felipe Dáguila, Cristiano Dencker, líder da Accenture trabalha com índice de 80% de mais flexíveis para suportar o da everis Interactive no Brasil. momento de pico. As promoções que são feitas a TGestiona garante que tem Crescer sim pelas lojas de varejo online média de 98% de performance Deixando de lado o gargalo, o em outros períodos canalizam segmento segue crescendo e em bom muito tráfego e são boas para na entrega quando o mercado ritmo. Um dos fatores para os 20% ou medir esse impacto, apenas trabalha com 80% 25% previstos e a entrada de novos logística e distribuição se e-consumidores, especialmente na pontualidade. “Frustrar um cliente que mantêm como gargalos do setor”, ascendente Classe C. “É um assunto aguarda com ansiedade a sua compra alerta. em pauta há 3 anos, e agora é mais do é algo impensável para as lojas virtuais O executivo aponta que o cliente que real. No entanto, não vejo como o e tradicionais”, alerta Sousa. precisa dos 3Ss bem equacionados, modelo dos e-varejistas tenha mudado Mesmo com as dificuldades “sell (venda), service (serviços) e satisfied (satisfação)”, até porque se o e-consumidor não encontra boas respostas em um dos “Ss”, pode Nos bastidores do e-comm divulgar o insucesso da experiência omo um provedor atuante em nomes de peso do mercado de e-commerce – B2W para outros consumidores. E isto passa (Americanas.com, Submarino e Shoptime), Walmart, Ponto Frio.com, Extra.com e em boa parte hoje pelo tempo de Magazine Luiza – e pertencente ao UOL, a DHC atua em uma série de tipos de serviço “chegada” do produto. em infraestrutura de TI como: datacenter, servidores, serviços gerenciados (monitoração, administração), oferta de novas tecnologias como serviço, serviços sob-demanda, segurança, Cadê o meu “queijo” relatórios de acesso Web, soluções de recuperação de desastre, armazenamento de dados, A TGestiona, empresa do Grupo ambientes virtualizados etc. Telefônica, aponta que a tendência do Um dos carros-chefe é a oferta de “nuvens” privadas. “É um ambiente elástico e com toda e-consumidor é não comprar a redundância necessária, todos os web services dos clientes já estão em Cloud. Tenho em um novamente em sites que não entregam cliente algo como 40% a 50% de toda a infraestrutura dele na “nuvem”, totalmente voltado para no prazo. “Sempre ansiosas, as o business”, garante Thiago Charnet, diretor de outsourcing e alianças estratégicas da DHC Outsourcing. Ele revela que até o ano passado ainda existia muito medo e insegurança quanto pessoas que moram nos grandes a migrar para a plataforma, entretanto isto tem mudado de forma acelerada. centros urbanos tendem a não voltar a A provedora tem ainda uma parceira, a Tech4B, que se divide em duas unidades de comprar em sites que não entregam no negócios: Administração Remota de Banco de Dados e Qualidade e Desempenho, com prazo”, afirma Marcelo José de Sousa, atuação exclusiva para os clientes da DHC. “Acreditamos que a parceria resultará em diretor de logística da TGestiona, bons frutos para ambas as partes”, afirma Ronaldo Gomes Batista, diretor da unidade de empresa do Grupo Telefônica. negócios Qualidade e Desempenho da Tech4B. “Nossos serviços agregam valor ao Especialista em entrega, portfólio da DHC, acrescentando mais qualidade e otimização de custos para os clientes”, principalmente, de produtos acrescenta o executivo. No total, apenas em administração de bancos de dados, eletroeletrônicos para o consumidor a empresa trabalha com 10 mil deles. final, pelo atendimento a grandes
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>internet ou acompanhado esse movimento na prática. Os sites não entenderam como fazer isso na prática e o relacionamento fica no âmbito promocional e de preço”, garante Dencker. O caminho para absorver esse “O consumo será consumidor e fazer o melhor muito forte em tratamento na sua entrada é o da bens duráveis – personalização das páginas e da home tevês, fogões, do site que o e-consumidor verá. “É o geladeiras etc – e que deve ser feito, mas, ao mesmo em algumas tempo, é algo trabalhoso a partir do regiões será uso das ferramentas analíticas de explosivo, como personalização das páginas. Não se no Nordeste, que pode fugir disto”, avalia o especialista cresce o seu PIB da Accenture. As redes sociais surgem como na velocidade um hub, um filtro, para auxiliar na duas vezes e meia maior que identificação do cliente, trazendo no Sul. Além informações públicas do internauta e disso, o dólar de seus hábitos de consumo e baixo também navegação, por exemplo. “Temos favorece” várias projetos na linha de “usabilidade” e a melhor maneira de Fábio Silvestre, atingir essas classes emergente é na da Accenture navegabilidade. E é inevitável que os sites se segmentem”, garante Dáguila, da everis. Para 2011, a grande tendência de negócios, já observada este ano, será o consumo por meio de sites que reúnem promoções ou mesmo os que fomentam grupos de compras. Porém, veremos uma concentração e consolidação dos inúmeros players que surgiram este ano. Outra possibilidade de atuação em alta é a dos sites de Internet Bankings ou mesmo das telcos que passariam a se aproveitar melhor da experiência de compras dos e-consumidores. Assim como a questão dos multicanais, com o uso da web se sobressaindo, e oferecendo novas possibilidades de contato com os internautas. Continuidade do processo O Social Commerce ou o comércio via redes sociais tende a ser ainda mais importante para o varejo online, sejam pontocom ou de “tijolos”, para fazer da ferramenta uma fonte de vendas efetivas ou mesmo de complemento aos meios tradicionais. Algo que era esperado este ano, mas que tem merecido investimentos lentos em 2010. “Por enquanto, estamos no debate do modelo e nos projetos iniciais, a barreira é participar do diálogo com o consumidor e extrair business disto”, argumenta Fábio Silvestre, líder de varejo para América 4 4
Latina seguem em 2011 com as taxas de crescimento mais altas do mundo e em contínua adesão de novos consumidores, como vimos antes. “O mercado latino-americano entrou depois de outros mercados, mas o Brasil possui uma taxa de e-consumidores acima da região e uma maior propensão de compras”, garante Silvestre, da Accenture. Ele enfatiza que a ascensão da nova classe média, como também é chamada a Classe C, traz um momento único. “O consumo será muito forte em bens duráveis – tevês, fogões, geladeiras etc – e em algumas regiões será explosivo, como no Nordeste, que cresce o seu PIB na velocidade duas vezes e meia maior que no Sul. Além disso, o dólar baixo também favorece”, argumenta. Apenas as classes C e D, como apontam pesquisas, deve movimentar no Natal algo como R$ 2,2 bilhões. Para a Accenture, aliás, o mercado deve crescer na ordem dos 20% em 2011 e seguir nesse patamar nos próximos anos. “Com o aumento do volume de pessoas, a maior
Latina da consultoria Accenture. Falando em infraestrutura, o uso de Cloud Computing deve se acelerar. Especialmente pela escalabilidade conseguida sem a necessidade de investimentos pesados em máquinas e sistemas. “Cloud ainda tem espaço para crescer, alguns players vão mudar dramaticamente suas estruturas no próximo ano. As redes sociais surgem como um hub Eles chegaram para auxiliar na identificação do a um momento cliente, trazendo informações públicas no qual precisam se do internauta e de seus hábitos de preparar para consumo e navegação novos patamares de conveniência e a melhoria da cultura crescimento, e o faturamento é que do e-commerce, a competição será faz o balizamento tecnológico”, ainda mais acirrada no varejo online”, garante Charnet, da DHC. garante Dencker. Assim como a Virtualização e aplicações mais Classe C, a Geração Y, de novos customizadas ou ainda sair de consumidores, vai dominar com a sua máquinas Intel para Risc são outras dinâmica e exigência de rapidez possibilidades levantadas. exagerada as novas discussões. No geral, o Brasil e a América
Em desenvolvimento na economia digital?
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esenvolvido ou em desenvolvimento? No Ranking Economia Digital 2010, novo nome do estudo e-readiness, produzido pela consultoria da IBM e pela Unidade de Inteligência do The Economist, o Brasil está na modesta 42a entre 70 países pesquisados. Em sua 11ª edição, a pesquisa tem por objetivo avaliar a capacidade de 70 países de absorverem novas tecnologias de informação e comunicação e aplicá-las a favor do desenvolvimento econômico e social. A Suécia lidera com 8,49 pontos em 10 possíveis, e é a líder da pesquisa, seguida pela Dinamarca, Estados Unidos e Finlândia. Na América Latina, o Brasil ocupa o 2º lugar do ranking, perdendo para o Chile, em 30º na classificação geral. No entanto, com pontuação total de 5,27 pontos, o país está na liderança dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), com o melhor ambiente geral para o crescimento do e-commerce.
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A barganha que arrasta multidões Sites de compras coletivas já são moda no Brasil e levam milhares de consumidores à aquisição de produtos e serviços a preços promocionais
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“O povo brasileiro procura descontos, e facilitar o acesso a isso é muito vantajoso” Marcelo Macedo, da página ClickOn
identificado que o brasileiro iria se identificar e adotar. “O povo brasileiro procura descontos, e facilitar o acesso a isso é muito vantajoso”, afirma. A lógica do sistema é consideravelmente simples. Diariamente, é colocada uma promoção no site de compras, cuja ativação ocorre após o atingimento de um determinado número mínimo de adesões. O sucesso é tanto que algumas promoções alcançaram milhares de consumidores em poucas horas.
unca foi tão fácil conseguir descontos como os acumulados nos últimos meses pelos e-consumidores brasileiros. Esta legião de compradores está sendo agraciada com uma verdadeira onda de ofertas instantâneas, não só de produtos, mas também de serviços. Tratamentos de beleza, hospedagens em hotéis, ingressos para eventos culturais e refeições em restaurantes conceituados, por exemplo, têm promoções anunciadas nas chamadas páginas de compras coletivas. Um mercado que movimentou, e muito, a internet nacional neste ano. O modelo norteamericano chegou ao Brasil em meados do ano passado, mas ganhou força em 2010 com o ingresso de grandes players, como o Peixe Urbano, o ClickOn e o Clube Urbano. De acordo com pesquisa do Ibope, o segmento saltou do R$ 1 milhão em faturamento no mês de junho para os R$ 10 milhões três meses depois, em
setembro. Até o final deste ano, a previsão é que estes serviços reúnam entre 7 milhões e 8 milhões de usuários. Para Marcelo Macedo, presidente da página ClickOn, este modelo é muito poderoso, e a companhia já tinha
Concorrência A primeira página criada foi nos Estados Unidos pelo Groupon, fundado em novembro de 2008, em Chicago. Andrew Mason teve a ideia durante a recessão econômica que afetou todo o comércio yankee, e atualmente opera na América do Norte e Europa. Para movimentar o mercado, o idealizador queria que os consumidores experimentassem produtos e serviços sem gastar muito dinheiro. Visto o
Sites especializados superam a marca de 5 milhões de USUÁRIOS
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egundo o Ibope Nielsen Online, os sites de descontos ou compras coletivas atingiram 5,6 milhões de usuários únicos em setembro último, número equivalente a 14% dos internautas do mês. Em junho, a audiência única dessas páginas somava 1,7 milhão de usuários, um crescimento de 31% em setembro e de 231% em três meses. O número total de usuários ativos no trabalho e em residências em setembro de 2010 foi de 40,6 milhões, o que significou uma diminuição de 2,4% em relação ao mês anterior e
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um crescimento de 14% na comparação com os 35,5 milhões de setembro do ano passado. Considerando o uso da internet em todos os ambientes (trabalho, residências, escolas, lan houses, bibliotecas, telecentros), o número de pessoas com acesso foi de 67,5 milhões, no quarto trimestre de 2009. “Os internautas de 25 a 34 anos são os que mais usam os sites de compras coletivas, e já representam 38,3% da audiência”, informa José Calazans, analista do instituto.
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“As pessoas vão onde estão acostumadas e sabem que podem contar com um serviço correto”
Riscos Para ele, com um maior número de empresas, a tendência é que as comissões cobradas sejam reduzidas, aumentando ainda mais o número de empresas divulgando seus produtos e serviços, o que em última análise levaria Letícia Leite, a um cenário de hiper competição e do Peixe banalização do modelo. Urbano Já Letícia Leite, diretora do Peixe Urbano, afirma que somente os grandes e confiáveis players devem se manter no mercado. “As pessoas vão onde estão acostumadas e sabem que podem contar com um serviço correto”, explica. O que Morita vê é que, talvez, haja espaço apenas para poucos grandes sites, com várias páginas pequenas, porém segmentadas por nichos. Isso porque, já existem portais que concentram esses sites de ofertas, o que reduz a estratégia de diferenciação das páginas de compras coletivas, uma vez que o consumidor não precisará se conectar a diversos sites para encontrar a melhor oferta. Inovação Mesmo tendo estourado, o mercado de websites especializados em compras coletivas não presencia muita inovação. Os que os players fazem para conquistar seu público e se manter no jogo é levar ao consumidor e que ele mais quer: diversidade e ofertas cada vez mais personalizadas. E por isso eles são ajudados pelas redes sociais, como Twitter, Orkut e Facebook, ambiente onde é feita grande parte da divulgação. Para Marcos Morita, as pessoas tendem a compartilhar com seus colegas as promoções, criando um marketing viral avassalador. As páginas especializadas apostam no desejo do consumidor brasileiro em adquirir produtos e serviços a um preço mais acessível e na compra por impulso. O especialista salienta que, para os anunciantes, o modelo é frágil, porque se baseia apenas nos 2Ps (promoção e preço), em geral os menos sustentáveis 4 6
fotos: divulgação
sucesso, muitos copiaram a iniciativa que causou o boom. No Brasil, já existem diversas páginas querendo conquistar seu espaço. Segundo Marcos Morita, especialista em marketing e planejamento estratégico, o investimento inicial para colocá-las no ar é relativamente baixo. “Bastam alguns programadores e web designers, uma mínima estrutura administrativa e um grupo comercial que faça a prospecção em campo”.
em longo prazo. As empresas devem estar atentas à segmentação de seu públicoalvo: clientes conservadores e ambientes clássicos podem não combinar perfeitamente com o perfil de usuários das redes sociais. A experiência de um bom serviço vai além do atendimento prestado, envolvendo também os clientes que o frequentam. Um grupo ruidoso ou com trajes inadequados pode comprometer a satisfação dos clientes habituais. Uma estratégia seria definir alguns dias ou horários específicos. “O que antevejo, aliás, já ocorrido com o grupo Clube Urbano, é um movimento de fusões e aquisições, de maneira a ganhar volume, diluindo seus custos fixos e aumentando o poder de negociação”, afirma Marcos Morita. Para ele, a fase da introdução do produto já foi superada, adentrando
agora o período de crescimento, o que levará ainda alguns meses para que se atinja a maturidade. “Apesar da empolgação, há ainda poucas pessoas consumindo nestes sites em comparação com o número total de internautas. Creio que em sua maturidade, os sites se tornarão mais especializados, seja através de perfis sociodemográficos, consumo ou microrregiões - terceira idade, jovens, apreciadores de vinho, bairros, são exemplos. Desta maneira, os anunciantes poderão escolher uma abordagem mais segmentada”, salienta. Picos de audiência A maior oferta nacional até hoje do ClickOn foi a de fotos digitais, que vendeu mais de 41 mil vouchers. Outro caso é o da doceria Amor aos Pedaços. “Vendemos mais de 12.600 vouchers, o que confirma a efetividade do nosso site como ferramenta de marketing para os estabelecimentos. Temos conseguido proporcionar aos nossos parceiros resultados expressivos, pois tiramos o internauta da frente do computador para consumir diretamente no estabelecimento”, explica Marcelo Macedo, presidente da companhia. Já o Peixe Urbano comercializou mais de 30 mil cupons em 24 horas do Big X Picanha em São Paulo. “Esse número demonstra a grande receptividade dos consumidores brasileiros ao conceito de compras coletivas e o poder que esta ferramenta tem como forma de divulgação e marketing para os estabelecimentos locais”, afirma Julio Vasconcellos, sócio fundador da página.
Direitos do participante n Caso o número mínimo de participantes não seja atendido o comprador deve ser ressarcido pelo que pagou; n Indenização em caso de falhas na emissão do cupom para aquisição do produto ou serviço oferecido; n Se o estabelecimento ou fornecedor se recusar a receber o cupom, o organizador da compra coletiva responderá pela recusa; n Aceitando o cupom de pagamento, cabe ao estabelecimento cumprir com as condições oferecidas no mesmo, devendo sempre estar previstas previamente as ressalvas para o uso do mesmo (dia da semana, horário, validade e outras limitações); n Caso não consiga cumprir com a oferta fixada, é caracterizada a venda impossível, passível de indenização. Exemplo: falta de disponibilidade dentro do prazo de validade do cupom. Fonte: Patricia Peck Pinheiro Advogados T I I n s i d e
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