Ano 7 | nº 69 | junho de 2011
www.tiinside.com.br
Mobilidade turbina uso da realidade aumentada Compras coletivas viram alvo de lei Hospital São Camilo ganha eficiência com BI
segurança calculada Gestão de risco é adotada como alternativa à falta de um antídoto eficaz para a vulnerabilidade virtual
>editorial
Ano 7 | nº 69 |junho de 2011 | www.tiinside.com.br
Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski
Entre a inovação e a segurança
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expansão as aplicações online e dos serviços baseados em web de um lado simplificou muito o relacionamento entre empresas e entre elas e seus clientes e parceiros. Porém, a explosão dos dados e o aumento da dependência das transações online reforça a necessidade de segurança redobrada. Um tema que, em conjunto com a gestão de riscos, não poderia ter abordagem mais apropriada neste momento em que as instituições públicas e privadas estão sofrendo fortes ameaças virtuais e dão sinais de incapacidade de prevenção, apesar das tantas normas e regulamentações já instituídas. Na terceira semana de junho os ataques de hackers aos sites de governo e empresas públicas foram manchetes dos principais noticiários jornalísticos, porque a segurança nacional foi colocada à prova em troca de notoriedade e da divulgação de uma nova forma de protesto digital, modalidade que cresce como rastilho de pólvora no mundo todo. Poucas semanas antes, a invasão do serviço de jogos da Sony, a PSN - Playstation Network, expôs dados dos cartões de assinantes, causando enorme prejuízo financeiro e à imagem da empresa. E a fila de invasões só faz crescer com as invasões e violações de dados de usuários das redes sociais, clientes do Citgroup e outros tantos exemplos já noticiados pela equipe da TI Inside. O tema de segurança soa mais intenso aos decisores quando acompanhado de assuntos coligados, como exigências comppliance ou quando resulta na diminuição de custo. Itens de matemática simples. A questão do gerenciamento de risco, no entanto, não resulta em equações tão simples e imediatas. Há um longo caminho a ser percorrido nesta área, pois a decisão nos impõe mudanças culturais e comportamentais, partindo principalmente do agente decisor das organizações, de quem se
espera a imposição de novos processos. Uma visão compilada em pesquisa recentemente divulgada pela IBM, na qual os CIOs revelam a importância da utilização de tecnologias interativas e de monitoramento de informações estratégicas para a sobrevivência e para o avanço dos negócios, como podemos observar em uma das reportagens conduzidas pelo jornalista Claudio Ferreira, nesta edição. Mas não apenas de correções vive o reino das tecnologias da informação e comunicações, caro leitor. A inovação caminha a passos acelerados e, na área de virtualização, incorporou os dispositivos móveis; ambiente também apontado como responsável pela popularização da tecnologia de realidade aumentada. A previsão é que novos e importantes serviços sejam desenvolvidos a partir deste movimento, que só foi possível a partir da redução de custos e do aculturamento dos usuários. Além da publicidade, serviços de geolocalização, a construção civil, a cultura, a educação, e outros tantos, sofrerão fortes mudanças se adotarem a realidade aumentada como base de seus desenvolvimentos, segundo especialistas. A fabricante nacional Positivo Informática, com a sua recente mesa educacional baseada em realidade aumentada, mostra, nesta área, que o delay do Brasil em relação à tecnologia ofertada e consumida em outros países e regiões, como Estados Unidos e Europa, pode ser facilmente superado, com investimento e dedicação de esforços em inovação. Aliás, um ponto nevrálgico e um desafio que a equipe ministerial da presidente Dilma Rousseff tem demonstrado disposição para suplantar e que, daqui, estaremos registrando. Boa leitura.
>sumário NEWS
Claudiney Santos Diretor/editor csantos@convergecom.com.br
Lei dos tablets também deve envolver software
5 Mensagem móvel
Mercado expande com novas aplicações
16 Realidade Aumentada
Celulares de TV 3D estimulam uso da tecnologia
GESTÃO
INFRAESTRUTURA
6 Inteligência
CIOs reconhecem importância da gestão dos dados
25 Virtualização
10 Saúde
27 Entrevista
Mart Rovers, da Exin, fala sobre a maturidade da governança
12 Suplly Chain
Vonpar aperfeiçoa sistema de distribuição
INFRAESTRUTURA
20 Capa
A universalização do gerenciamento de risco Capa: Norebbo/shutterstock.com
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TI Inside Online Erivelto Tadeu (Editor) Victor Hugo Alves (Repórter) Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe (Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores) Departamento Comercial Manoel Fernandez (Diretor) Carla Gois (Gerente de Negócios); e Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Circulação Gislaine Gaspar Marketing Elisa Leitão Gisella Gimenez (assistente) Gerente Administrativa Vilma Pereira TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.tiinside.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.tiinside@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br
Instituto Verificador de Circulação
Os lastros do aumento salarial em SP
INTERNET 31 PL do e-commerce
Deputados querem regulamentar compras coletivas
34 Efeito Geração Y
Conceito chega aos dispositivos móveis
Hospital São Camilo se rende ao BI
Colaboradores Claudio Ferreira Marcelo Vieira
29 Contratos de TI
14 Incentivo
Mobilidade, cloud computing e computação massiva formam tripé
Redação Jackeline Carvalho (Comunicação Interativa)
SERVIÇOs
MERCADO
4 O futuro da SAP
Editor Claudiney Santos
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Alerta: empresas não podem negligenciar poder das redes sociais
>news ALERTA AOS BANCOS
Instituições precisam inovar para se adequar aos novos consumidores, diz consultor
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mobile banking, serviço de consulta de saldos e transferências entre contas pelo celular, será a principal forma de transação dos bancos brasileiros em 2015, superando o internet banking e até os caixas de autoatendimento (ATMs) – que atualmente lideram as operações bancárias. A previsão é de Brett King, consultor e autor do livro Bank 2.0, que participou do no Ciab 2011. Os call centers e as agências bancárias ocuparão a quarta e quinta posições em 2015. Segundo ele, o Brasil detém uma ampla base de usuários ativos de dispositivos móveis e os bancos terão de se adequar a essa realidade, caso contrário perderão competitividade e ficarão para trás, abrindo a brecha para outras empresas ofertarem serviços similares e ocuparem essa lacuna. E isso pode levá-los a perder transações. Como exemplo, King citou o PayPal, serviço de pagamento eletrônico via web, dizendo que o mesmo só surgiu devido ao fato de os bancos não terem acompanhado a evolução dos consumidores e criado uma ferramenta com esse propósito. “Se os bancos brasileiros não partirem para o mobile banking, outras opções irão surgir”, avalia o consultor, acrescentando que estas podem ser originárias das redes sociais. King disse, ainda, que as instituições no mundo terão de rever seus modelos de processos para atuarem no mundo da web, onde todos estão sempre conectados. Ele salientou que as
instituições financeiras ainda não inovaram com eficiência e mantém modelos ultrapassados de atendimento e interação com o cliente. Resumindo: devem fazer o que não fizeram até então e inovar na mesma velocidade da evolução dos consumidores. Para isso, King avalia que os bancos necessitam entender melhor a nova era de consumidores e proporcionar serviços que vão ao encontro das necessidades deles. Ou seja, devem estar presentes com canais aonde os consumidores estão, como nas redes sociais, por exemplo.
Inovação na berlinda
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Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia
Empresas Inovadoras (Anpei), no dia 20 de Junho. Ele citou os exemplos dos Estados Unidos que investem 2,79% do seu PIB, do Japão, cuja parcela destinada é de 3,44%, e a Alemanha, com 2,82% do PIB direcionado a investimentos em P&D. O Brasil aparece com 1,19% do PIB, atrás da China, que aplica 1,54% das riquezas geradas no setor. O ministro destacou a importância da inovação para o desenvolvimento econômico do país. Segundo ele, o Brasil tem que aumentar os instrumentos de P&D de forma bastante acelerada. “Onde? No setor privado. Os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil são de dois terços do governo e um terço das empresas. No resto do mundo é o inverso”, disse Mercadante, frisando que para isso tem que se que criar a cultura da inovação. Para o ministro, o número de empresas que inovam ainda é muito pequeno.
Brasil é atualmente o sétimo maior mercado do mundo em tecnologia da informação e comunicações (TIC) e o oitavo em TI. O setor representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e oferece um imenso potencial para ser explorado pela área pública e, principalmente, pela iniciativa privada. Mas, para que isso aconteça, é preciso investir em inovação para ter um produto de maior valor agregado e mais competitivo. “Muitos países estão à frente do Brasil em investimento das empresas em pesquisa e desenvolvimento”, ressaltou o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, durante abertura da 11ª Conferência da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das foto: Antonio Cruz/ABr
“Muitos países estão à frente do Brasil em investimento das empresas em pesquisa e desenvolvimento”
O bom e velho XP
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pesar de estar perdendo participação de mercado, em razão até de sua descontinuidade pela Microsoft, o Windows XP ainda é a versão do sistema operacional mais utilizada em PCs corporativos no mundo. De acordo com levantamento realizado pela Forrester Research, a penetração do XP no mercado corporativo é atualmente de 60%. Essa parcela é nove pontos percentuais inferior aos 69% registrados pelo sistema operacional no segundo trimestre do ano passado, mas ainda é superior à do Windows 7, que atualmente está instalado em 20,9% dos computadores corporativos, diz a consultoria. A Forrester projeta que a participação do Windows 7 continuará crescendo aceleradamente, face a perda de espaço do Windows XP. De acordo com a consultoria, a versão 7 do Windows estará presente em 83% dos novos computadores corporativos neste ano. 2 0 1 1
Claudiney Santos, de Orlando, EUA
SAP traça estratégia de crescimento até 2015
Mobilidade, cloud computing e computação massiva sustentarão estratégia de expansão mundial da companhia
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estratégia de crescimento da SAP até 2015 tem base em três pilares: mobilidade, cloud computing e computação massiva baseada em infraestrutura de inteligência de negócios (business analytics). Os detalhes dessas iniciativas foram divulgados pelos copresidentes da empresa, Bill McDermont e Jim Hagermann Snabe, que abriram a edição de 2011 da conferência Sapphire Now, ao som de uma big band na cidade de Orlando, nos Estados Unidos, na presença de mais de 15 mil participantes. No segmento de mobilidade, a SAP anunciou a nova versão da Sybase Unwired Plattform 2.0, que contabiliza mais de um bilhão de usuários de celulares da maioria das operadoras de telecomunicações globais. Além disso, ganhou uma loja de aplicativos, uma “SAP Store”, onde os clientes poderão baixar soluções de desenvolvedores do ecossistema de negócios. A nova versão do kit de desenvolvimento (SDK) também foi anunciada na conferência. Segundo McDemont, já existem 19 apps disponíveis, incluindo a automação de força de vendas (sales force on demand) - que já está sendo utilizada pela Philips, CRM, worflow, travel management e intelligent management, este voltado para gerenciamento de carreira. Há também uma solução de gerenciamento de aplicativos e dispositivos denominada Afaria.
O executivo cita também a empresa brasileira Sigga SM2, que desenvolveu um software mobile de gestão de ativos dentro desse modelo, ressaltando que o país é o terceiro mercado em importância para a empresa. Este segmento ganhou um reforço com a assinatura do contrato de parceria com a Accenture, que passa a oferecer a solução através da Accenture Mobility Services. Em sua apresentação de abertura, MacDemont disse que o momento da consolidação terminou e que a era atual é a da inovação, onde a SAP pretende oferecer soluções end-to-end para seus clientes. "É o momento da verdade, existe uma total expansão do mercado consumidor, é preciso preservar o valor de sua proposta de negócio, pois os clientes mudam rapidamente e é preciso conseguir fidelidade do consumidor", enfatizou. Como tendência, a SAP acredita na mobilidade para estar perto do consumidor e na digitalização da cadeia de distribuição (supply chain), onde a tecnologia Hana – in Memory alia o processamento massivo de dados 20 vezes mais rápido numa plataforma Intel de baixo custo, suportado pelo software de business analytics da Business Objects, empresa comprada pela SAP em outubro de 2007. "É preciso tomar decisões real time, em segundos, não em um dia ou semanas", concluiu MacDemont. *O jornalista viajou a convite da SAP Brasil.
Torpedo do Metrô-SP
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esde o último dia 22 de junho, o Metrô de São Paulo envia gratuitamente mensagens de texto via celular (SMS) aos usuários, para informar situações de restrição operacional relevantes. A Companhia do Metropolitano de São Paulo, responsável pelo serviço de transporte de passageiros para toda a população da cidade, diz que o sistema de envio de torpedos é um complemento do “Direto do Metrô”, serviço disponível no site da companhia – inclusive na versão para dispositivos móveis – desde o dia 21 de março e que fornece informações em tempo real sobre a operação das linhas metroviárias. Para receber as mensagens, basta o usuário se cadastrar no website do Metrô.
Celular em ação
Em 2016, 1,3 bilhão de usuários trocarão mensagens instantâneas por telefone móvel
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m 2016, 1,3 bilhão de usuários de dispositivos móveis no mundo usarão serviços de mensagens instantâneas (IM, na sigla em inglês), de acordo com estudo da Juniper Research. O número representa um crescimento de aproximadamente 200%, ou o triplo da quantidade de usuários registrada em 2010. Segundo o autor do estudo, Daniel Ashdown, as razões para a popularização desse serviço são o surgimento de novas ferramentas de mensagens instantâneas, como o iMessage, da Apple, o crescimento dos atuais AIM, Yahoo Messenger, Blackberry Messenger, Windows Live Messenger etc., o aumento do uso de smartphones e o barateamento dos planos de dados. Hoje, a maioria dos serviços de IM no celular são bancados por publicidade, mas o usuário precisa pagar pelo tráfego de dados.
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Mensagens de texto De acordo com a pesquisa, o aumento do uso mensagens instantâneas nos celulares não resultará na queda do volume de mensagens de texto (SMS) enviadas. Embora o SMS custe mais caro, ele tem a vantagem de permitir a comunicação com praticamente qualquer outra linha celular no mundo, enquanto muitos serviços de mensagens instantâneas não se comunicam entre si, explica Ashdown em seu relatório. O estudo da Juniper projeta que as mensagens enviadas por aplicações para usuários (A2P) contabilizarão receita superior a US$ 70 bilhões em 2016, superando pela primeira vez o faturamento das operadoras com mensagens entre usuários (P2P). Entre os serviços A2P, o estudo destaca os de envio de notícias, quiz, votações, enquetes e tíquetes eletrônicos.
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À esquerda, Jim Hagermann Snabe, e à direita Bill McDermont, ambos copresidentes mundiais da SAP
>gestão Claudio Ferreira
A governança das
informações está no palco Pesquisa da IBM no Brasil mostra que 80% dos CIOs locais revelaram a importância da utilização de tecnologias interativas e que monitorem suas informações estratégicas. Sistemas de BI e de inteligência corporativa saem na frente, mas o ideal seria a montagem de uma governança das informações
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deles é algo que deve ser encarado como processo e não fruto de ferramentas ou soluções, é algo que envolve a própria governança de dados. E algumas empresas hoje já têm um alto grau de sofisticação nesse sentido”, aponta Kátia. Um componente importante neste jogo é que os sistemas de BI, antes vistos como algo meramente complementar aos ERPs, ganham o papel de sistemas de missão crítica para os negócios.
que é uma informação estratégica? A princípio uma definição para essa pergunta pode gerar algo vago ou dentro daquela cantilena: “são informações ligadas ao core business”. Sim, isto não está errado, mas é possível pensar em muito mais que isso. É o que se pode pensar quando um grupo de CIOs brasileiros – veja mais detalhes no Box Pesquisa ou tendência? – falam da importância do monitoramento das informações estratégicas em suas corporações. “Existem duas visões distintas quando falamos em informações estratégicas. O CEO, que tem um olhar corporativo, vê a inovação pela diferenciação dos seus concorrentes e está atrelado à previsão dos negócios, e o CIO que precisa responder às áreas de negócios”, garante Kátia Vaskys, diretora de BAO (Business Analitycs Optimization) da IBM. Historicamente, ela aponta, as aplicações analíticas das informações eram departamentais o que trazia um problema de consistência de dados, algo que tem sido sanado e consolidado. A demanda por uma melhor gestão das informações é voltada para responder à exigência por uma maior qualidade e mesmo um ciclo de vida dos dados melhor equacionado. Na atual sociedade, dita da informação, os dados ficam obsoletos mais rápido, porém isso não impede, ao contrário acelera, que sejam feitas análises a partir do que é capturado ou construído. “A gestão de dados ou um melhor uso
Sugestões ou receitas Para entender melhor esse processo de governança dos dados, a executiva sugere que as empresas utilizem consultorias externas ou mesmo destaquem equipes e pessoal interno. “Claro, alguém de fora traz
Em algumas corporações o nome pode variar um pouco, como Centros Competência de BI ou Centro de Informação Corporativa, mas a essência e os objetivos são os mesmos. “Esse grupo deve ser flexível para suportar as mudanças contínuas no business das empresas”, ensina. Conceitualmente, as empresas têm noção do que pode ser traduzido como informação estratégica, porém na hora de repassar isto para a construção dos processos ou da governança é que surgem as complicações. Analisando o mercado brasileiro dentro desses parâmetros e da ideia de governança, as verticais da economia que mais investem são as tradicionais finanças e
os sistemas de bi, antes vistos como algo meramente complementar aos erps, ganham papel de missão crítica o componente de fazer benchmarks e experiência de outros projetos”, admite. No entanto, as regras de governança devem ser concebidas pelas corporações, por lidar com informações estratégicas, algo que, culturalmente, não “deve sair pela portaria das corporações”. No Brasil, diz a executiva da IBM, algumas empresas já partem para a criação de áreas especificas de governança da informação. Um grupo composto por pessoas de TI e usuários das áreas de negócios, responsáveis por definir prioridades e investimentos – como modelagem, reaproveitamento etc – que influem no tratamento das informações. 6
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telcos. E no outro extremo estariam as indústrias de consumo e de varejo. Um segmento até então adormecido, mas que despertou no último ano, como revela Kátia, seria o setor de governo. Na evolução do mercado, o ponto principal parece ser a necessidade das empresas construírem e terem um plano estruturado voltado para os dados corporativos, até para evitar gastos desnecessários ou mesmo redundantes. “Com informações mais precisas, completas e imediatas, melhoram as decisões dos profissionais que monitoram a distribuição em campo nas empresas”, argumenta Wagner Bernardes, diretor de
da companhia baseado na transparência, segurança e responsabilidade social”, afirma Eduardo Bueno, coordenador de logística e meio ambiente da RepsolGas. O sistema de rastreamento substituiu o inspetor de rota, profissional antes contratado para monitorar a circulação da frota. Os erros e limitações decorrentes do acompanhamento humano da logística, o que inclui a falta de informações exatas sobre a localização de cada veículo e a incapacidade de realinhar rotas para atender a solicitações urgentes, deram lugar a dados mais precisos. A partir da solução equipada com GPS e módulos de rastreamento.
marketing e vendas da Seal Tecnologia. É o que veremos a seguir. Business hospitalar Fundado em 1979 e localizado em Porto Alegre, o Hospital Mãe de Deus está entre as instituições de saúde do Brasil que mais crescem em qualidade e quantidade de serviços e produtos assistenciais oferecidos à comunidade, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul. A instituição é reconhecida pela modernização de seus processos de gestão, e tem faturamento anual superior a R$ 250 milhões com boa parte sendo reinvestida na qualificação profissional, ampliação dos projetos sociais e atualização tecnológica. Neste último quesito, o hospital se apoia na questão de monitoramento das informações estratégicas utilizando a plataforma de business intelligence da MicroStrategy. Solução implementada em 2007 em conjunto com o sistema de ERP MV2000, desenvolvido pela MV Sistemas. Nos dois primeiros anos de operação da ferramenta, Alexandre Grezzana, também analista de BI do Hospital Mãe de Deus, relata que a solução era centralizada no MV Portal, ferramenta que fornece conteúdos via web, por meio do qual, em 2009, todos os relatórios passaram a ser desenvolvidos diretamente no ambiente MicroStrategy. “Atualmente, são disponibilizadas análises da organização como um todo, desde as unidades produtivas até as áreas de apoio ao negócio”, completa. Para Juliano Jorej, também analista de BI da instituição, a solução aperfeiçoa o processo de conhecimento informacional e contribui para o crescimento da inteligência de uma organização. “Mais dados disponíveis para análises, mais conteúdo será gerado e criticado, e teremos decisões de melhor qualidade para que novos conhecimentos surjam. O crescimento da inteligência organizacional é uma das melhores transformações que uma empresa pode experimentar, e o Hospital Mãe de Deus está passando por este ciclo”, destaca. Outro indicador, exclusivo para a análise de fechamento das contas hospitalares e que auxilia o gestor na compreensão da eficiência desse processo, por origem de atendimento e por tipo de conta, contribuiu para que, em 2010, houvesse uma melhoria de 8% no encerramento das faturas em relação ao ano anterior. Além disso, o Hospital Mãe de Deus agora consegue avaliar o quanto a emergência e o centro
Diferentes plataformas Instalados em todos os caminhões e conectados diretamente à base central, os “As regras de módulos de rastreamento funcionam de governança forma integrada a um sistema móvel de devem ser faturamento, utilizado com o auxílio de concebidas pelas smartphones e impressoras. Solução que corporações, por permite emitir a nota fiscal e o boleto ainda lidar com no local da entrega, no instante do informações recebimento da carga pelo cliente. estratégicas, Já a integração entre faturamento e os algo que, rastreadores provê uma solução que culturalmente, monitora tanto vendas como entregas, o não deve sair que gera um cruzamento de informações operacionais e estratégicas que ajudam a pela portaria das RepsolGas a otimizar a gestão comercial e corporações” logística. Oferecendo ainda acesso remoto Kátia Vaskys, da IBM a notas fiscais geradas em cada venda; vendas realizadas e justificativas das que não foram concretizadas, assim como a data e hora de cada operação. De uma maneira geral, os rastreadores ajudam a monitorar as atividades das equipes de distribuição. Com isso, a base central pode visualizar remotamente, a partir de um mapa digital, a posição em tempo real dos caminhões; rotas planejadas e percorridas; cumprimento das ordens de serviço; níveis de estoque dos veículos e dos clientes; tempo de parada nos pontos de vendas; e custos de logística. Outra vantagem do projeto é a viabilidade de atender a demandas urgentes por abastecimento de gás. Com a implantação dos rastreadores – cujo sistema é da Mecomo –, solicitações desse tipo, a base central verifica rapidamente a posição de cada veículo de distribuição, identifica qual deles está apto a executar o serviço e realiza mudanças na rota. Além de reduzir os custos de logística e otimizar o aproveitamento do tempo de todos os caminhões, a medida reduz o consumo de combustível e a emissão de poluentes pela frota.
cirúrgico contribuem direta e indiretamente na receita. As informações são disponibilizadas para os principais gestores dos serviços do hospital e para os responsáveis por cada uma das especialidades médicas. Na estrada Braço atuante no segmento de gás natural, a RepsolGas é uma divisão da Repsol – uma das 10 maiores companhias de petróleo do mundo, com presença em mais de 30 países. Uma empresa especializada na extração e distribuição de gás do tipo GLP (gás liquefeito de petróleo), energia presente em 97% dos lares brasileiros. Com atuação focada em condomínios e empresas de diversos segmentos, a RepsolGas monitora uma frota terceirizada de centenas de caminhões responsáveis por distribuir GLP a granel – produto ainda não envasado – para toda a região Sudeste e o estado do Paraná. Dando continuidade a um projeto de automação comercial e de logística, visando otimizar a distribuição do gás e o trabalho em campo dos profissionais responsáveis pela entrega, a RepsolGas investiu na implantação de um sistema de rastreamento veicular (veja mais detalhes no Box: Muitas mãos). E com ela é possível acompanhar online e em tempo real, via telemetria, a circulação dos veículos de distribuição. Os rastreadores integrados ao faturamento permitiram elevar o nível da gestão das operações logísticas em torno do GLP, bem como a rapidez e a qualidade do serviço prestado aos clientes. “Os investimentos na tecnologia implementada nesse processo reforçam o posicionamento
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>gestão Marcelo Vieira
BI simplifica
atendimento em hospital Rede de hospitais São Camilo, de São Paulo, adota plataforma de business intelligence para consolidar dados e otimizar tomada de decisões
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Alexandre Oliveira Menezes, do Hospital São Camilo: a aplicação permitiu um ganho em confiabilidade das informações, que podem ser consultadas online por gestores de todos os níveis
omposta por três unidades distribuídas nos bairros de Pompeia, Santana e Ipiranga, na capital paulista, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo possui números superlativos: o quadro clínico de aproximadamente 6 mil médicos atende 620 leitos, por onde passaram, só em 2010, cerca de três milhões de pacientes. As unidades têm capacidade para atendimentos eletivos, de emergência e cirurgias de alta complexidade. Objetivando consolidar, padronizar e disponibilizar indicadores de desempenho, qualidade e processos aos seus diretores e gerentes, a Rede implantou em 2006 uma plataforma de business intelligence (BI) da MicroStrategy. Segundo Alexandre Oliveira Menezes, gerente de TI corporativo do hospital, a aplicação permitiu um ganho em confiabilidade das informações, que podem ser consultadas online por gestores de todos os níveis. “As informações tornaram-se qualitativas e passaram a ser disponibilizadas de maneira mais ágil”, diz Menezes. “Por meio de indicadores estratégicos, conseguimos acompanhar todas as metas e objetivos em tempo real, e adotar, quando necessário, planos de ação para correção de desvios, por exemplo.” O BI permite reunir as informações das unidades de apoio em uma única plataforma, o que possibilita monitorar e comparar o desempenho do hospital a outras referências de mercado, facilitando a tomada de decisões. O desenvolvimento da aplicação buscou atender ao Balanced Scorecard (BSC), metodologia de medição e gestão de desempenho adotada pelo São Camilo. Antes da implantação da plataforma, 1 0
hospitais da Rede. Tanto gerentes administrativos como assistenciais têm acesso aos mais de 600 gigabytes do banco de dados da instituição. Para Menezes, a plataforma também traz benefícios para os pacientes, já que a partir dela o médico consegue consolidar os dados dos pacientes para uma conclusão diagnóstica mais assertiva. “Esses dados podem contribuir até para a eficácia do tratamento”, explica.
as informações gerenciais estavam em planilhas não consolidadas. Segundo Laércio Santos de Souza, coordenador de BI e colaboração da rede corporativa do Hospital São Camilo, a demanda pela implantação da plataforma partiu da própria diretoria, que viu a necessidade de disponibilizar para consultas dados e relatórios de forma mais concisa e estratégica. Hoje, com a integração da solução de BI com o ERP MV2000, da MV Sistemas, é possível à instituição estabelecer uma cultura de gestão estratégica, para gerar alinhamento, foco e facilitar a execução de um planejamento participativo. O recurso MV Portal permite disponibilizar via web as informações gerenciais consolidadas, enquanto o MicroStrategy Architect desenvolve e agrega ao portal dados de outros sistemas usados no hospital. O portal centraliza dados estatísticos, indicadores e aplicação de BSC. Essas informações estão disponíveis a todas as áreas dos T I I n s i d e
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Futuro A plataforma de BI da MicroStrategy interliga as três unidades do São Camilo, e os resultados foram tão positivos que receberam atenção administrativa do hospital. O departamento de TI criou uma equipe de quatro pessoas voltadas exclusivamente para BI e colaboração. “Os hospitais não tinham essa visão antes, e não vejo em muitos lugares uma equipe dedicada exclusivamente ao BI”, diz Laércio de Souza, coordenador da nova área. “Vemos um grande potencial nesta ferramenta, um grande diferencial.” Para o futuro, o departamento de TI prevê a inclusão à plataforma de BI de outros sistemas isolados ainda em uso no hospital. “Assim, seria possível alimentar o sistema de forma mais consistente e direcionar melhor cada unidade, a partir de ações pontuais que sejam requeridas”, diz Souza. O São Camilo também conta com um projeto de acesso à ferramenta de BI a partir de dispositivos móveis, como tablets e smartphones. O recurso ainda está em estudo, e deve ser testado no segundo semestre. “A segurança desses dados é uma grande preocupação, pois as informações dos pacientes são protegidas por certificações internacionais”, explica Menezes.
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>gestão Claudiney Santos
Vonpar aperfeiçoa sistema de distribuição Engarrafadora gaúcha da Coca-Cola implementa solução de supply chain management
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m crescimento superior a 26% em vendas de agosto até abril desse ano e uma visibilidade melhor de 350 itens do estoque foi um dos benefícios do sistema de distribuição implantado pela Vonpar, a quarta maior engarrafadora da Coca-Cola, sediada em Porto Alegre (RS), para atender a uma carteira de 46 mil clientes e 14 milhões de consumidores. Segundo Marcos Silveira, diretor de Logística da empresa, o sistema da Neogrid adotado possibilitou acompanhar, através de cockpit instalado numa plataforma web, todos os indicadores de desempenho (KPIs – Keys performance indicator), tais como níveis de estoque, planejamento de demanda, acompanhamento de pedidos, visão sobre o estoque nos depósitos, nos clientes, etc. O projeto começou com a identificação de todas as etapas do processo, desde o pedido até entrega no ponto de venda, avaliando-se as melhorias possíveis para cada um deles, com o objetivo de se verificar o percentual de atendimento dos pedidos, cobertura de estoque, a faltas de produtos no cliente e o os prazos e quantidades entregues em cada pedido. A função sincronização do supply chain da Neogrid possibilita melhor gestão do giro do estoque, aumentando a visibilidade por toda a extensão da cadeia de suprimentos e demandas para apoiar a decisão e trazendo, por conseqüência, melhor satisfação do cliente. Os profissionais da Vonpar fazem 1.200 visitas de merchandising por dia, 10 mil visitas de prévendas e 7,5 mil entregas de produtos, cujas informações são analisadas pelo sistema de business intelligence por apenas um profissional da área comercial. O processo está dividido em três fases de monitoramento. A estatística de planejamento envolve itens como lucratividade, sazonalidade, tendências,
históricos, etc. O gerenciamento de eventos inclui, entre outros, promoções, concorrência, preços, pesquisa de mercado. E em colaboração estão incluídos os processos de vendas, marketing, trade marketing e workflow. “A adoção da plataforma de supply chain, em agosto de 2010, foi a ‘’cereja do bolo’’, reduzindo a quantidade de caminhões de entrega que percorrem mais de 25 mil quilômetros por dia nessa atividade’’, explica Silveira. Mercados A Vonpar divide o mercado em três
tipos de clientes. Os maiores são aqueles que compram o caminhão fechado; os médios dividem o pedido em palets e os menores compram apenas algumas unidades. Essa diversidade exige processos diferenciados e serviços de entrega que vão desde carretas até minivans. Outra preocupação do executivo é que o gerenciamento das inúmeras variáveis de embalagens dos fornecedores, prazo de validade dos produtos e diferentes requisitos de armazenagem, itens que exigem gerenciamentos mais eficientes dos locais de estocagem e distribuição, dentro dos padrões de qualidade. A empresa tem um sistema de gestão integrada de qualidade, meio ambiente e segurança dentro das normas ISO 9000, ISSO 14001 e OHSAS 18001. Silveira destaca que a solução de distribuição teve êxito devido ao envolvimento da alta administração que ‘’patrocinou’’ o projeto; e da área de TI, que se preparou e adquiriu os conhecimentos de EDI (eletronic data interchange), fundamentais para a execução do mesmo; alinhamento entre as áreas comerciais e clientes; geração de relatórios diários e semanais, necessários no começo da implantação, e reuniões de validação entre times das áreas envolvidas regularmente.
Bebidas e alimentos
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GrupoVonpar fundado em 1948 tem uma holding e duas empresas independentes. A de bebidas representa a Coca-Cola, a Heineken e o Mate Leão. A de alimentos, a Mu-Mu e a Neugebauer. Distribui seus produtos em 55% do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre, e em toda Santa Catarina, o que representa 7,5% da população e 9,5% do PIB brasileiro. Em 2010 faturou R$ 1,8 bilhão. Têm 46 mil clientes diretos e 25 mil indiretos, que atendem 14 milhões de consumidores. A fabricante conta com o apoio de 3.700 funcionários, possui fábricas em Porto Alegre, Antonio Carlos e Santo Ângelo, e onze linhas de engarrafamento, que produzem 140 milhões de litros por mês, e 74 mil metros quadrados de área de depósito. Em 2011 a empresa deve investir cerca de R$ 150 milhões em melhorias de frota, operação industrial, expansão de unidades e TI.
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Marcos Silveira, da Vonpar: sistema de supply chain da Neogrid possibilita acompanhar os indicadores de desempenho pela internet
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Claudio Ferreira
Depois dos tablets
virão os aplicativos?
Os mais recentes passos para o desenvolvimento de uma plataforma nacional para fabricação de tablets movimentam o setor de hardware. Especialistas explicam a evolução promovida por esses equipamentos, principalmente para a indústria de jogos eletrônicos
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Diário Oficial da União publicou recentemente a MP 534, que será posteriormente analisada no Congresso, mas que entra em vigor imediatamente em caráter provisório, alterando o artigo 28 da chamada “Lei do Bem”. Assim, são mudados os critérios do Programa de Inclusão Digital, o que permite que os tablets produzidos no país sejam incluídos nos critérios do PPB (Processo Produtivo Básico) da Lei. Desta forma, as máquinas neste formato ganham uma série de isenções fiscais que podem reduzir o preço final em até 36% - veja mais detalhes no quadro: Raio-X da desoneração. E enquanto o segmento de jogos eletrônicos também ganha uma iniciativa do gênero, o software vive de promessas. De olho na possibilidade da MP 534, até o início do mês de junho, e de acordo com informações do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), já eram 12 os fabricantes que manifestaram desejo de usufruir da lei chamada em Brasília de forma jocosa de “Lei do iPad”. Todos agora aguardam um detalhamento das novas regras do PPB (Processo Produtivo Básico), para entender o grau de nacionalização e outros critérios para que a produção se enquadre nos parâmetros e tenha direito a toda a desoneração possível. Como tablet, de acordo com a MP, 1 4
entenda-se “computadores com tela sensível ao toque e área superior a 140 cm2”, até para diferenciar dos smartphones. E a lista das 12 empresas reúne as seguintes fabricantes: AIOX, Compalead, Envision, Foxconn, Itautec, LG, Motorola, MXT, Positivo, Samnia, Samsung e Semp Toshiba. Mas se fala em muitas outras em processo, como a Dell, ou estudos, veja também o Box: HP lança lá fora.
HP lança lá fora
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primeira dica saiu no início do ano – antes é possível falar da compra da Palm – e a mais nova informação é que o TouchPad, o tablet da HP será lançado em 17 de julho próximo. No site da Amazon já existe a possibilidade de reservar o produto ou ter mais informações, ainda sem data de venda, mas quem fuçou e pesquisou no site de e-commerce – detalhe que foi retirado – descobriu uma citação de que ele estaria disponível na data acima e ao preço de US$ 600. Como falamos, ainda no início do ano, o CEO da HP teria dito que o ideal seria lançar o equipamento entre junho e julho. Ou seja, parece que as informações estão batendo. Mas será que a companhia vai entrar na corrida pela fabricação do equipamento no Brasil?
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De acordo com analistas do processo, a rapidez com que os trâmites foram derrubados para a inclusão dos tablets na Lei do Bem mostra como o Governo pretende usar o equipamento como plataforma de ensino e inclusão digital no país. E o grande destaque foi o anúncio da Foxconn, fabricante do iPad, da Apple, que ensaia a sua instalação em terras brasileiras. Planos em curso A Itautec, por exemplo, está em acelerado processo de pesquisa de sua plataforma, e a meta é lançar o equipamento ainda no segundo semestre deste ano. Sem revelar maiores detalhes, seu tamanho deve ser de 10 polegadas, próximo do iPad. Mario Anseloni, presidente da companhia, disse recentemente que o produto será voltado para a montagem de uma solução vertical, como para o segmento de educação ou outra área de negócio. Sobre o preço, não existe qualquer informação, mas a meta é que tenha valor inferior ao iPad. Outro fabricante do Grupo dos 12 é a Semp Toshiba, que anunciou a fabricação do seu tablet myPad 1003G em sua unidade na Bahia. O equipamento possui tela de 10,1 polegadas e traz ainda um processador dual-core e sistema Android 2.2 – podendo migrar para 3.0. O preço para o modelo básico seria
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foto: divulgação
de R$ 1,4 mil e o mais sofisticado, com 3G, chegaria próximo dos R$ 1,7 mil – ambos antes da MP do Bem, logo é preciso tirar agora 30% ou 35% deste valor. A estratégia de vendas, se apenas em revendas das operadoras de celulares ou por meio de um canal mais amplo, ainda não foi delineada. E o software? Os desdobramentos, no entanto, são múltiplos. A começar pela proposta do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que estende os benefícios fiscais da Lei de Informática (8.248/91) ao setor de jogos eletrônicos para uso doméstico. E a discussão da exclusão deste processo da indústria de software corporativo está apenas começando. “A MP do Bem para os tablets é um processo evolutivo do setor de hardware. Em software, buscamos incrementar os apoios, e existem propostas interessantes como a desoneração da folha de salários. Até porque a valorização do real fez a nossa competitividade diminuir. É fundamental trabalharmos essa desoneração para auxiliar o setor”, argumenta Djalma Petit, diretor de mercado da Softex. No entanto, ele não vê ainda iniciativas próximas da Lei do Bem. Uma possibilidade, argumentada por Petit, é que algo no gênero PPB fosse usado para fomentar o desenvolvimento de soluções de software ou mesmo de componentes de sistemas. Outra ideia é a contratação de software embarcado para as plataformas de hardware, como o tablet, desenvolvidos localmente. “Pode existir alguma forma de subvenção, talvez com ajuda do Finep. O hardware poderia
fomentar a indústria de software, hoje o beneficio é indireto apenas e não chega às empresas locais e sim aos players globais”, aponta o dirigente. Prioridades e prioridades Mas porque as leis e os Governos priorizam o hardware quando essa
Raio-x da desoneração Com a chamada MP do Bem, os tablets ficam isentos do pagamento de PIS/Cofins (9,25%) e há redução da incidência do ICMS para 7%, assim como o IPI decai de 15% para 0,75%. Somando tudo, o preço dos produtos pode cair algo como 35%
indústria cria menos postos de trabalho que o segmento de software? “Se olharmos pela ótica da mão de obra fica meio complicado entender, até porque mesmo no médio e longo prazo uma unidade fabril não cresce tanto os postos de trabalho, por conta da automatização das linhas de produção. É necessário termos algo específico para software e serviços de TI”, argumenta Petit. Mesmo com o setor relegado a coadjuvante, ele ainda mantém o otimismo. “Os últimos governos federais se convenceram que a indústria de software é importante. Em 2004 já se “A MP do Bem falava nisso e há dois anos o software foi para os tablets é incluído nos planos do PPP (Política de um processo Processo Produtivo). E se fala em evolutivo do setor conceder maior destaque. Acredito que o de hardware. Em avanço possa ser maior, sou otimista, software, mas, claro, fica uma certa frustração”, buscamos conclui Petit. Seu otimismo ou suas informações incrementar os o fazem acreditar que o Governo pode apoios, e existem criar medidas de incentivo para o setor propostas interessantes até o final deste ano. “A cada como a administração pública o setor é desoneração da percebido como fundamental, é algo que vai se consolidando e maturando”, folha de salários” explica. Djalma Petit, da Softex Uma possível desoneração, ele aponta, poderia ser combinada com o fomento de mão de obra especializada, algo compensado com o abatimento no imposto de renda do que é pago de INSS. “O Brasil precisa criar um conjunto de soluções para alavancar em definitivo a indústria de software e mesmo de serviços de TI, para que nos tornemos relevantes para o mercado global”, completa o executivo. Será que o que está faltando é um deputado federal criar uma proposição?
Até para jogos?
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Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 514/11, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), que estende os benefícios fiscais da Lei da Informática (8.248/91) ao setor de jogos eletrônicos para uso doméstico. A proposta busca garantir a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para fabricantes de jogos de computadores e consoles que invistam parte do seu faturamento na pesquisa e desenvolvimento de produtos. Thame reapresentou uma proposta (PL 300/07) do ex-deputado Carlito Merss, que chegou a ser aprovada pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, mas foi arquivada com o término da legislatura passada. O projeto do parlamentar está de acordo com o texto que foi
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aprovado na comissão, restringindo o benefício para jogos de uso domiciliar. O deputado argumenta que a ampliação do benefício pode incentivar a instalação de empresas de jogos no Brasil e diminuir o contrabando, que chega a 90% das vendas de consoles e jogos no País. “Estimativas da Abragames (Associação Brasileira de Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos) apontam um elevado crescimento potencial desse mercado, podendo quadruplicar caso venha a ser beneficiado pelos incentivos da Lei de Informática”, afirma o deputado. A proposta será analisada pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
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Jackeline Carvalho
Uma tecnologia com
pinta de revolução Realidade aumentada ganha novos contornos impulsionada pelo maior poder de processamento atual, a tecnologia de celulares e a interatividade que proporciona
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esejo de consumo doméstico, os aparelhos de TV 3D, e a expansão deste mercado, pode alavancar diferentes áreas da tecnologia, entre elas a realidade aumentada (AR: Augmented Reality). A tecnologia mistura elementos do mundo “real” com o virtual, em um processamento instantâneo feito pelos computadores, de modo que o usuário ou objeto se projeta e se insere no ambiente virtual para simular situações. Um dos exemplos são as linhas coloridas projetadas nas transmissões de jogos de futebol para apresentar medições, velocidades de chutes etc. Porém, a AR ainda não é parte da rotina nacional, mas essa é uma realidade que tente a mudar rapidamente, mudando a formas de fazer compras, brincar, aprender e descobrir o mundo ao nosso redor. “Tem gente que aponta a realidade aumentada como algo mais revolucionário do que foi a internet, porque muda desde a forma de se fazer coisas frequentes como a manutenção de esgoto ou visitas até
visualizações de projetos de obras civis. Por exemplo, para saber como a cidade do Rio de Janeiro ficará à época da Copa do Mundo ou dos Jogos Olímpicos, basta colocar um mirante digital que roda no eixo e sobrepor a cidade como ela ficará em 3 ou 5 anos”, pontua Karina Israel, diretora executiva da YDreams Brasil, multinacional de origem espanhola especializada em inovação aplicada à comunicação.
explica a executiva da YDreams. A fabricante de aviões Boeing, segundo ela, desenvolveu um óculos baseado em realidade aumentada, com o qual pode-se ver todos os parafusos dentro de uma caixa da aeronave, para o mecânico fazer a manutenção do equipamento sem erros ou furos desnecessários. “O objetivo é que a visão virtual ajude a real. As projeções não são superficiais, são precisas e estão dentro da
Realidade aumentada é uma tecnologia na qual um elemento do mundo real, ao ter sua imagem capturada e processada por um determinado software, se transforma em uma animação virtual Em termos simples, a realidade aumentada (AR - Augmented Reality) é uma tecnologia na qual um elemento do mundo real, ao ter sua imagem capturada e processada por um determinado software, se transforma em uma animação virtual. “Com realidade aumentada, a imagem é captada, processada e adicionam-se sobre elas imagens virtuais posicionadas tridimensionalmente”, 1 6
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perspectiva correta do mundo real”, completa Karina. As aplicações de AR aparecem, não apenas a partir da massificação dos televisores 3D, mas principalmente, pela popularização dos smartphones e consoles de videogames, como o Xbox 360, da Microsoft ou o Nintendo handheld 3DS que foi colocado à venda recentemente.
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A Sony tembém apresentou, recentemente, uma demo de AR no seu canal japonês no YouTube, chamada “SmartAR”, e que pode ser incluída em alguns modelos. Em outra iniciativa os usuários do Windows Phone 7 podem ter acesso a programas de realidade aumentada graças a ferramentas de desenvolvedores lançadas a partir de maio. Já o torneio de tênis norteamericano US Open forneceu, no ano passado, aos participantes, um aplicativo do iPhone construído pela IBM que identificava o jogador estava em quadra e exibia um placar em tempo real. E inúmeros aplicativos de realidade aumentada também estão disponíveis para o sistema operacional Android, do Google. Em entrevista ao jornal norteamericano USA Today, o cientista de computação da Microsoft, Jaron Lanier, disse que há “possibilidades extraordinárias” para realidade aumentada. E citou alguns exemplos: “Apontando seu telefone em um famoso marco e quase instantaneamente recebendo informações históricas ou atuais relevantes sobre o seu entorno; a correção de um atolamento de papel em uma máquina de cópia, apontando um dispositivo na copiadora e, dirigido pelas setas virtuais que aparecem; experimentando roupas sem ter que vesti-las.” Potencial A tecnologia AR remonta há, pelo menos, 30 anos, mas agora uma confluência de novas e melhores tecnologias - câmeras de celulares, processadores mais potentes, os chips gráficos, telas de toque, bússolas, GPS e tecnologias baseadas em localização - estão empurrando a sua aplicação. Um relatório recente da Juniper Research, no Reino Unido, descobriu que um número crescente de marcas líderes e varejistas estão investindo em aplicações de realidade aumentada móvel e serviços. A receita global da tecnologia deve chegar a US$ 1,5 bilhão até 2015, ante menos de US$ 2 milhões em 2010. A pesquisa identificou que a base instalada de AR embarcada em smartphones aumentou de 8.000.000 em 2009 para mais de 100 milhões em 2010. Steven Feiner, professor de ciência da computação na Columbia
University, e um dos gurus do campo, diz que a realidade aumentada pode explorar todos os sentidos, incluindo o tato e audição. Por exemplo, imagine um personagem virtual te seguindo e sussurrando informações relevantes em seu ouvido. O Gartner pontua a realidade aumentada como uma das 10 tecnologias disruptivas desta década, e identifica diferentes setores da economia como potenciais consumidores das aplicações, em especial educação, construção civil, e a adoção de recursos explorando a mobilidade. O analista da Forrester Research, Thomas Husson, diz que AR ainda não está cumprindo sua promessa. Mas, “nos próximos anos, esta será a tecnologia disruptiva que muda a forma como os consumidores interagem com seu ambiente.” Efeitos Entre as maiores fabricantes de cadernos e agendas do Brasil, presente em mais de 12 mil pontos de venda no Brasil, Estados Unidos e América Latina, a Foroni, empresa dedicada à produção de agendas, cadernos, fichários, gifts, envelopes, índices telefônicos, impressos fiscais e
Exemplos de aplicações de realidade aumentada: pontando seu telefone A em um famoso marco e quase instantaneamente recebendo informações históricas ou atuais relevantes sobre o seu entorno correção de um A atolamento de papel em uma máquina de cópia, apontando um dispositivo na copiadora e, dirigido pelas setas virtuais que aparecem Experimentando roupas sem ter que vesti-las Fonte: Microsoft
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linha para escritório, lança 23 linhas de cadernos da coleção volta às aulas com game de realidade aumentada. O “Lanterna Verde”, “Os Smurfs” e “Carros 2” devem repetir em sala de aula, o sucesso prometido para as salas de cinema. A linha Carros 2 vem com acesso a um game de realidade aumentada, desenvolvido pela Foroni, onde é possível simular uma volta de carro, no computador, usando o caderno como volante. Em solo nacional, a Positivo Informática encomendou à YDreams um projeto batizado de Mesa Educacional Alfabeto com Realidade Aumentada. Pré-qualificada pelo MEC, a solução combina o uso de animações, vídeos e recursos sonoros para criar um ambiente interativo. A mesa conta com uma câmera e marcadores (tags), que são pequenas placas plásticas com imagens dos personagens apresentados nas atividades. Essas ilustrações são capturadas pela câmera e transformadas em imagens 3D que podem ser manipuladas como uma pequena “marionete virtual”. Carla Flores, gerente de novos produtos da Positivo Informática, explica que a empresa escolheu a temática de um teatro virtual para o progresso do produto. “Em uma primeira oportunidade conta-se uma história. As crianças escolhem um personagem e reproduzem o tema”, pontua. “A câmera transforma um objeto 2D em um 3D. Em um segundo momento, usa os mesmos personagens e uma grande variedade de esquemas para permitir que as crianças produzam os textos e representem na mesa o que foi pensado. Elas podem gravar, fazer interação e criar pedaços. Podem editar e regravar, tendo um filme como produção final”, esclarece. A Mesa Educacional Alfabeto é composta por: softwares, blocos com as letras do alfabeto e etiquetas em braile, marcadores, três volumes do Aurelinho – Dicionário Infantil da Língua Portuguesa e uma central integrada com haste, câmera e três bancos. Ela pode ser usada por até seis alunos ao mesmo tempo, incentivando o espírito de colaboração e a troca de conhecimentos, e também na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e alunos com necessidades especiais. 1 7
A saúde dos investimentos em TI está em alta. Participe! Fórum 23Agosto2011
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a eficiência na cadeia
O Fórum de Saúde Digital discutirá , que envolve a gestão hospitalar, troca de informações e transações entre hospitais, operadoras de saúde e laboratórios de análises clínicas, tanto para a área privada quanto pública, que exige uma série de procedimentos legais e de compliance.
de valor da saúde
mobile health
, onde soluções e Outro importante tema será o integração com dispositivos móveis (tablets) estão cada vez mais sendo adotadas para administração de pacientes, serviços de home care e de atendimentos de emergências. Vai abordar ainda a integração dessas tecnologias com a de exames clínicos e laboratoriais.
segurança e privacidade dos pacientes também estão em implantação, com
Novas iniciativas de
uso de certificação digital.
gestão de
O Fórum Saúde Digital também, abordará a (paperless hospital), prontuário eletrônico do paciente, rastreabilidade de medicamentos, business intelligence, infraestrutura, soluções de relacionamento com pacientes e redes sociais para a área de saúde.
documentos
PÚBLICO ALVO • CIOS, DIRETORES DE TI E GESTORES DE HOSPITAIS, CLÍNICAS E LABORATÓRIOS • PROFISSIONAIS DE TI E NEGÓCIOS DE EMPRESAS DE SEGURO/PLANOS DE SAÚDE • PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE PÚBLICA • ESPECIALISTAS EM PROCESSOS E GESTÃO DA ÁREA MÉDICO-HOSPITALAR • PROFISSIONAIS EM DIGITALIZAÇÃO E GESTÃO DE DOCUMENTOS • PROFISSIONAIS DE RELACIONAMENTO, COLABORAÇÃO E ATENDIMENTO. • PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SEGURANÇA E GESTÃO DE RISCO • CONSULTORES ESPECIALIZADOS
ENTRE OS DIVERSOS PALESTRANTES, ESTE ANO O EVENTO TRAZ A KEYNOTE SPEAKER DA IBM
• FORNECEDORES DE HARDWARE, SOFTWARE E SOLUÇÕES HOSPITALARES
MICHELE O’CONNOR é diretora sênior da prática de Healhtcare e Chief Privacy Officer da IBM. Tem mais de 15 anos de experiência em sistemas de informação de saúde, tanto em setores públicos como privados. MPA (Master Public Administration) pela Health Services Administration da Fairleigh Dickinson University (EUA). Professora convidada da AHIMA American Health Information Management Association, onde já foi presidente em New Jersey e hoje atua como uma das lideres da entidade. Autora de vários artigos e apresentações sobre tópicos relevantes para profissionais de Sistemas de Informações de Saúde.
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>infraestrutura
Claudio Ferreira
A universalização do gerenciamento de risco Essência da segurança corporativa ou conceito básico que pode atuar como um tradutor de ameaças, a gestão dos riscos em TI começa a ultrapassar alguns muros. Antes restrita às empresas obrigadas a se adequarem a regras e regulamentações inerentes às suas respectivas áreas de atuação, já mobiliza outras corporações, como as que desejam seguir melhores práticas de segurança para garantir a integridade de seus dados, informações e infraestrutura. Falamos com especialistas para entender essa evolução nas motivações dos projetos e ainda como questões como cloud computing podem ser incorporadas à prática 2 0
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gestão dos riscos de segurança em TI não é mais algo restrito a poucas e abastadas corporações. É certo que o primeiro grande impulso na questão foi a necessidade das empresas se adequarem a regras e regulamentações de mercado como a SOX (SarbannesOxley) ou Basileia, por exemplo. Porém, nos últimos anos, corporações subordinadas ou atreladas ao primeiro grupo também investiram e mesmo outras não conectadas a essa realidade começaram a construir seus projetos. “A percepção é que o investimento é crescente. Antes era ligado muito a comppliance e grandes empresas, mas agora todas as corporações estão vendo e analisando o risco dos negócios. Até mesmo aquelas com tamanho menor fazem estudos e tentam diminuir seu risco operacional”, garante Paulo Vendramini, diretor comercial da Symantec. Associada a essa melhoria na cultura está o processo da maturidade de negócios no Brasil, com a entrada de parceiros e sócios estrangeiros ou mesmo da internacionalização por meio de exportação. É quase que um padrão necessário para a abertura de capital. Os gestores perceberam que é preciso expressar os riscos e os investimentos necessários para o board e sócios das empresas, o que traz mais objetividade e aceitação aos projetos de gestão de risco de segurança em TI. “Falar sobre o tema se tornou mais acessível, acredito que cada vez mais os gestores de tecnologia e segurança fazem essa conexão com o gerenciamento como um todo”, aponta Júlio Graziano Pontes, arquiteto de soluções da True Access Consulting, especializada em segurança. Mas nem tudo é perfeito. “Ainda falta uma conexão importante dentro das organizações: a do corpo técnico, que gerencia o ambiente e conhece o risco real, com os executivos, que imaginam estar seguros e que o seu negócio está protegido”, admite Mauricio Ribeiro, diretor de vendas para o Brasil da Imperva. Ribeiro aponta um avanço: a
gerência de risco é uma cadeira fundamental nas empresas e, em muitos casos, identifica os riscos que a falta de proteção de dados pode trazer para o negócio. “O problema está na falta de priorização das soluções de segurança, uma vez que a maioria dos investimentos é feito apenas após um incidente, o que pode fazer com que a preocupação seja tardia e ineficaz”, comenta. SOX empurra É inegável que o principal driver de projetos é a obrigatoriedade das empresas estarem em comppliance com as regras corporativas como a Sarbanes-Oxley ou ainda com regulamentações setoriais como a Basileia para os bancos. Essa é a premissa que faz com que muitas empresas sejam proativas
e não reativas como é a tônica nas práticas de segurança. “Essas exigências internacionais criaram padrões de qualidade e controle. O Brasil é bola da vez econômica, então trabalhar com ITIL ou melhores práticas de segurança passou a ser a tônica de adequação a esses processos”, explica Alexandre Araujo, diretor comercial da Inspirit, prestadora de serviços de segurança. Normalmente, a preocupação das empresas ainda está em fazer a transação e a execução dos serviços de TI no menor tempo e com maior alcance, logo a preocupação com segurança fica em segundo plano. Outro problema nesse processo é que o Brasil e a América Latina ainda possuem uma cultura de “isso não vai acontecer comigo”. Parece que as coisas realmente só funcionam quando o mercado impõe e dita regulamentações que mexem com o bolso das empresas com multas ou mesmo com sanções administrativas e jurídicas. Algo semelhante ao que aconteceu com o cinto de segurança. Mas é possível agregar outros valores às regulamentações? “O tema segurança é muito mais forte na cabeça dos decisores, quando está ao lado de outros assuntos coligados, como comppliance, ou quando resulta na diminuição de custo e aumento de receita”, aponta Rogério Reis, diretor comercial da Arcon. Mas ele também exalta os efeitos positivos do comppliance, que mudou o cenário de gestão de risco nos últimos 10 anos. Como observação geral, Ribeiro, da Imperva, completa: “o fato das normas estarem em vigor ajudam na adoção de produtos e serviços. Mais recentemente, identificamos no Brasil um forte aumento no número de empresas buscando o cumprimento destas normas”. No entanto, ele aponta, ainda é um número relativamente baixo de corporações se comparado com a quantidade de empresas de médio e grande porte existentes. Regras de segurança Aliado ao comppliance setorial ou mais amplo, também existem as regulamentações específicas de segurança que ganham mais e mais adeptos, buscando uma melhor prática do mercado. As ISO 20001 e
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Júlio Graziano Pontes, da True Access Consulting: os gestores perceberam que é preciso expressar os riscos e os investimentos necessários para o board e sócios das empresas, o que traz mais objetividade e aceitação aos projetos de gestão de risco de segurança em TI
“O tema segurança é muito mais forte na cabeça dos decisores, quando está ao lado de outros assuntos coligados, como comppliance ou quando resulta na diminuição de custo e aumento de receita” Rogério Reis, da Arcon
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Alexandre Araujo, da Inspirit: as exigências internacionais criaram padrões de qualidade e controle. O Brasil é bola da vez econômica, então trabalhar com ITIL ou melhores práticas de segurança passou a ser a tônica de adequação a esses processos
aplicação em si. Um estudo recente da IDC, como revela Reis, da Arcon, mostrou que, na comparação de investimentos na América Latina, o Brasil está na 6ª posição em aquisição de software de segurança, algo que se reflete em outros tópicos de segurança. “Estamos à frente da Argentina e Venezuela, em investimento relativo”, alerta o executivo.
27000 são as mais utilizadas atualmente. Seja por meio de testes baseados em seus preceitos ou na adoção mais abrangente. Um exemplo reside no conjunto de normas ISO 27000, hoje o comppliance de segurança mais conhecido, e que certamente pode ajudar as organizações na criação de controles de risco para a tecnologia da informação assim como gera entendimento ou cultura sobre como isto afeta os negócios. “A adoção de tais normas direciona o mercado para um amadurecimento, trazendo à tona uma discussão do risco que a infraestrutura de tecnologia está exposta e como isto afeta a disponibilidade do ambiente e dos negócios”, alerta Ribeiro. Se a Basileia e o SOX são impostos, as melhores práticas de segurança surgem como diferencial competitivo, podendo até gerar crescimento de receita. Os ISOs são buscados por data centers, consultorias e empresas de grande porte como Vale ou Petrobras. Aqui também existem a regras ou regulamentações de segurança setoriais, como o PCI, que é específico para a indústria de cartões, e que ao contrário da SOX acaba sendo de difícil ou quase impossível aplicabilidade em outros segmentos.
Outro aspecto positivo é que existem corporações que misturam diferentes melhores práticas, de comppliance e de segurança, em sua política de gestão de riscos. Não é raro a criação de guias que vão incorporando o que de mais interessante existe em termos de padrão de mercado. No entanto, alguns especialistas apontam que as regulamentações de segurança passaram a ocupar um lugar nas regras corporativas, o que ainda não se traduz na prática. Em resumo, existe um gap entre conhecer e estabelecer e a
Para todos? Existe uma distinção clara no mundo corporativo. De um lado as que ainda não sofreram – ou pelo menos não sabem que sofreram – um incidente, que só priorizam as políticas quando é necessário assegurar o cumprimento de normas. E as que sabem que conviveram com incidentes e priorizam a política independente de outros fatores para interromper a atividade de risco. “Temos que lembrar que grande parte das ameaças agora vem de dentro das organizações e, por isto, uma simples barreira operando de forma simples – ligado/desligado, aberto/fechado, permitido/negado – não é mais eficiente. A solução de segurança tem que entender as aplicações e o comportamento dos seus usuários e administradores para que seja possível implementar controles mais efetivos”, alerta
Terceirizar sim, mas com limites
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A frase que com certeza você já ouviu antes “os processos que não são core são passíveis de terceirização” também vale aqui. Porém, quando falamos em gestão de risco é preciso que o provedor seja habilidoso. “É preciso lidar com contratos e níveis de serviço bem complexos, é um exercício de uma parceria estratégica. É semelhante ao que vai acontecer com Cloud. Acredito na gestão compartilhada sim, porque é necessário partir de indicadores e métricas bem definidas”, explica Júlio Graziano Pontes, arquiteto de soluções da True Access Consulting. A ideia de uma gestão cooperativa entre um terceiro e a corporação também é enfatizada pelo executivo da Arcon. “Pode ser algo bem interessante, porém terceirizar totalmente a gestão não é recomendável”, pondera. Na comparação com o restante da América Latina, o comportamento é parecido com o encontrado no Brasil, como aponta Yuri Menck, diretor de marketing estratégico e comunicações da Global Crossing. “Já o mercado norteamericano possui uma cultura mais forte e compartilha mais o trabalho com o provedor de tecnologia. Porém independente do lugar existem limites nesse trabalho”, completa.
onjugar a ideia de gerenciamento de risco com outsourcing para algumas empresas soa quase como uma blasfêmia. Existem limites inerentes a cultura corporativa. Traduzindo: o tema quase que exige o apoio de uma consultoria no desenho do projeto ou mesmo um prestador de serviço no nível operacional, mas terceirizar a gestão não faz parte desse jogo. “Terceirizar algo na operação é comum, porém a gestão é feita dentro de casa. Essa premissa básica levou o TCU (Tribunal de Contas da União) a recomendar, por meio de uma instrução normativa, que o governo não pode terceirizar a gestão estratégica de riscos e sim o operacional”, aponta Rogério Reis, diretor comercial da Arcon. Uma das “partes” de um projeto que podem ser terceirizadas é a de auditoria de segurança. Outra possibilidade é o chamado levantamento de informações, que praticamente exige a presença de uma consultoria. “É algo ainda muito manual porque as empresas não possuem processos ou ferramentas específicas. O ideal é coletar as informações de forma automatizada”, alerta Paulo Vendramini, diretor comercial da Symantec. 2 2
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Ribeiro, da Imperva. O cenário mais comum e óbvio é que as grandes companhias tenham política e altos investimentos, mas mesmo aqui, em boa parte delas, como alerta Reis, da Arcon, os documentos e regras ficam esquecidos. “Quando existe a política, efetiva ou não, existe um tratamento do gerenciamento de risco com um modelo operacional. Ao descermos na pirâmide, o cenário é ainda mais caótico. Nas PMEs, praticamente zero é investido em gestão de risco, elas investem quando já aconteceu algo”, conclui o executivo. Em pesquisas de mercados, nos últimos cinco ou oito anos, a segurança está sempre entre os primeiros tópicos de investimento, mas isso não se reflete em valores. Tanto é verdade que, de acordo com os especialistas, ainda existe um grande mercado a ser explorado. Veja mais no quadro: Está ou não no orçamento? No entanto, a quem acredite que as médias empresas têm melhorado, mesmo faltando um pouco de maturidade, ou mesmo as pequenas, que já utilizariam modelos de segurança alternativos ou mesmo as ISOs. “É possível ver uma evolução. Os solavancos internos e as notícias de mercado ajudam nesse processo. Com o advento da nota fiscal eletrônica e a explosão de dispositivos móveis e do e-commerce, as empresas estão mais conectadas e sabem que correm um risco maior, por isso os investimento”, argumenta Pontes, da True Access. Incidentes e acidentes No geral, ainda existe um longo espaço para percorrer e muitas oportunidades de investimento. Afinal, o Brasil ainda trata segurança de TI como algo reativo. Assim como existe uma busca por certificações que não espelha o investimento no mundo real. “Ainda somos reativos, sim. O mercado financeiro investe em gestão de risco e em missão crítica, mas não é o normal de outros setores”, garante Araujo, da Inspirit. Entre os problemas vistos e enfrentados, alguns se destacam como referência no sentido de acelerar a adoção de projetos. Nada “melhor” que o incidente na própria
pele ou noticiado em larga escala, como os recentes problemas na rede PSN (Playstation Network), da Sony, que acendeu o alerta no mercado. Entre os fatores que “acendem à luz” para a gestão do risco de segurança está a de problemas operacionais ou ainda alguns aspectos de disaster & recover, mesmo sendo algo ainda pouco usual, em práticas como replicação de dados e disponibilidade das informações. Bancos e telcos são mais sensíveis e são proativos neste sentido. A mudança de reativo para proativo requer uma análise detalhada da empresa e de seus recursos, identificando os riscos, justificando o investimento necessário e sabendo a probabilidade dos riscos
na cultura organizacional como um todo. É interessante que a gestão trabalhe com o core business da empresa. Uma conexão de grande importância ao radiografar o impacto de TI nos negócios, estabelecendo o impacto, por exemplo, da parada de um sistema no processo produtivo de uma corporação. Na maioria dos casos, as empresas acabam buscando soluções ligadas diretamente ao dia a dia do negócio. “O que ainda é novo é o foco da proteção. O desafio é que este gerenciamento agora ficou mais complexo e depende de novas tecnologias para assegurar o cumprimento das regras definidas”, aponta Ribeiro, da Imperva.
“Cloud é inevitável. Nossa preocupação é que, ao migrar dados para a nuvem, as empresas perdem o controle da infraestrutura, seja em aplicações básicas como e-mail ou mais complexas como CRM. A informação segue sendo da empresa, mas a infraestrutura não é mais dela”
O fator da “nuvem” Nova também é a discussão sobre o impacto da plataforma de cloud computing na questão da gestão dos riscos. “É um tema interessante, em 2011 o conceito da “nuvem” está sendo melhor compreendido pelas corporações e percebo que melhorou a cultura, os provedores amadureceram também. Empresas de grande porte têm uma equipe grande e conhecimento maior dos riscos e dos benefícios, com um grau de cultura de cloud forte”, admite Yuri Menck, diretor de marketing estratégico e comunicações da Global Crossing. O principal desafio é combinar a hospedagem das informações fora de casa com questões como contingência e estudar e avaliar suas
Paulo Vendramini, da Symantec
A preocupação das empresas ainda está em fazer a transação e a execução dos serviços de TI no menor tempo e com maior alcance, deixando a segurança em segundo plano conseqüências e a política de gestão de riscos do provedor de tecnologia. O problema é que como se fala no mercado que as PMEs devem migrar mais rapidamente para cloud elas correm um maior perigo, afinal esse perfil de corporações é o que em grande parte não possui políticas de segurança tão fortes ou mesmo práticas de gerenciamento de risco. “Cloud é inevitável. Nossa preocupação é que, ao migrar dados para a nuvem, as empresas perdem o controle da infraestrutura, seja em j u n h o
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>infraestrutura mais a ser relevante inclusive na questão do gerenciamento de riscos.
aplicações básicas como e-mail ou mais complexas como CRM. A informação segue sendo da empresa, mas a infraestrutura não é mais dela”, enfatiza Vendramini, da Symantec. Pior, com o uso de devices pessoais, como smartphones e tablets, as corporações precisam mover a questão do risco para a informação. Para Ribeiro, da Imperva, o desafio para massificar a adoção de tal estratégia entre as empresas está justamente no controle dos dados, do seu registro. “A pergunta não é se vamos migrar para cloud, mas quem vai controlar o quê. Com o advento de novas tecnologias de auditoria e segurança de dados, que são implantadas de maneira completamente independente e transparente aos sistemas de informação, o gestor pode ter os benefícios da “nuvem” sem perder o controle sobre o que de fato importa para o negócio, a informação, que pode estar armazenada em qualquer lugar confiável, segura e auditada”, argumenta. Cloud pode então criar uma oportunidade no mercado e elevar o nível da discussão e da prática de gestão de risco? “É uma oportunidade para que os provedores garantam a conformidade da plataforma com as questões de segurança. As corporações precisam de apoio de quem entenda do tema. Mas ainda estamos em fase de discussão da plataforma em si, que ainda não está totalmente amadurecida”, admite Araujo, da Inspirit. No entanto, mesmo ainda
incipientes, os projetos de cloud tomam uma velocidade ainda não acompanhada na pelos serviços de gestão de risco nos provedores, o que gera desconfiança na hora de adoção da plataforma. “Vemos que as
A evolução Independente da “nuvem”, como a gestão de riscos pode evoluir no mercado brasileiro? Uma pergunta que traz otimismo na fala dos especialistas assim como múltiplas ideias e perspectivas. “A evolução deve acompanhar o crescimento dos investimentos como um todo. Percebemos uma maior adesão de serviços e em escala acelerada, e isto deve continuar nos próximos meses”, admite Walber Alexandre de Castro, especialista de marketing de produto da Global Crossing. Veja mais no Box: Terceirizar sim, mas com limites. Outro fator importante levantado por Vendramini, da Symantec, é que as soluções ou práticas que demonstrarem um maior sucesso na
A gerência de risco é uma cadeira fundamental em muitas empresas e, em muitos casos, aponta os riscos que a falta de proteção de dados pode trazer para o negócio empresas utilizam a “nuvem” ainda como ambientes de testes. A migração de aplicativos do core business é que vai melhorar a gestão do risco. Não vejo mais ou menos seguro estar ou não na ‘nuvem’”, pondera Pontes, da True Access. Para o bem ou para o mal, o modelo de cloud no Brasil ainda está sendo construído e pode demorar um pouco
Está ou não no orçamento?
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xistem fatores ligados ao segmento econômico no qual uma corporação opera que podem influir na questão do investimento em projetos de gerenciamento de riscos? Quem canaliza mais recursos são as empresas das áreas financeiras, as telcos e as de serviços. No entanto, as opiniões sobre quais mercados verticais investem menos na prática traz visões bem heterogêneas. São citados pelos especialistas, por exemplo, saúde, indústria de base, educação ou ainda manufatura. Grupo que acaba convivendo com o fantasma dos riscos. Mas existe quem também não consegue identificar um segmento específico, reportando que o menor investimento tem como perfil comum o fato de que são pequenas e médias empresas, que acabam assim convivendo com um maior risco. “Não existe um segmento que não investe, mas diferentes preocupações. Os bancos pela natureza do seu business investem mais que uma indústria. Na prática, as empresas menores têm poder de investimento limitado e acabam convivendo com um risco maior”, explica Paulo Vendramini, diretor comercial da Symantec.
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questão da resolução de drivers financeiros ou de negócios deve obter maior sucesso e disseminação. “Cada vez mais o risco estará associado à informação e não mais à infraestrutura, vide a adoção de smartphones e tablets”, alerta. Para Araujo, da Inspirit, o horizonte é bom. “Nossa vertical de governança tem crescido e existe uma pressão do mercado global em investimentos em ITIL e Cobit que se refletem na gestão dos riscos. Acredito em investimentos rápidos e radicais, mesmo que ainda alavancados por exigências externas às empresas que precisam atender às melhores práticas de seu segmento”, completa. A aproximação do estudo dos riscos de segurança com o core business e com outros temas da agenda dos decisores faz com que a discussão seja mais presente. E os provedores tendem a buscar ainda mais esse link. “É algo como a auditoria, que se aproximou dos processos de negócios. A garantia de uma empresa mais segura e transparente pode trazer mais investimentos e mais clientes”, conclui Reis, da Arcon. 2 0 1 1
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>infraestrutura
Jackeline Carvalho
Virtualização conquista a mobilidade Atraídos pelas facilidades e pela redução de custos, gestores de TI se rendem à nova tendência corporativa de casamento de dados pessoais e profissionais no mesmo dispositivo. Obviamente com garantias de segurança
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de vários tamanhos em 35 países diferentes, entre elas 125 no Brasil. Foram feitas perguntas sobre conscientização, adoção, objetivos, desafios e atitudes em relação às tecnologias de virtualização de servidores, de armazenamento, de fotos: divulgação
mercado está passando por uma transição da cultura de TI, e as empresas ainda estão conhecendo a virtualização e o cloud. Esta é a constatação de recente pesquisa elaborada pela Symantec, segundo a qual 75% das grandes empresas estão, ao menos, discutindo a virtualização de servidores e plataformas híbridas de computação em nuvem, um processo considerado inevitável e que chegará a todos. Afinal, esses conceitos estão na pauta das corporações já há algum tempo, e se apresentam como recursos utilizados não apenas para minimizar gastos e aumentar a disponibilidade dos ambientes, mas também para transpor as organizações ao ambiente de TI Verde, com economia significativa de energia elétrica. Batizada de “Virtualização e Evolução para a Nuvem 2011”, a pesquisa da Symantec foi realizada pela Applied Research em abril deste ano, e contatou por telefone 3,7 mil empresas
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desktop/endpoints, storage-as-a-service privado e computação em nuvem privada ou híbrida. De acordo com os resultados, a maioria das empresas segue o mesmo padrão de adoção. Ou seja, primeiro implementam a virtualização de servidor. Mais tarde, acrescentam outros tipos de virtualização, como o armazenamento e desktop/ endpoint. Por fim, implementaram storage-as-a-service privado e nuvem privada ou híbrida. Em paralelo a essa alta disposição de investimento por parte das organizações, os fabricantes de tecnologia têm impulsionado uma terceira via da virtualização, a partir de demandas identificadas no comportamento de usuários: a virtualização de dispositivos móveis. “Hoje os usuários, com a febre os dispositivos móveis – tablets e smartphones – querem acessar tanto informações pessoais quanto corporativas a partir da mesma plataforma, o que aumenta a dor de cabeça dos gestores de TI que precisam entregar e manter um aparelho seguro para acesso às 2 5
André Pedrassolli Felipe, da Citrix: o dispositivo móvel pode emular o desktop do usuário, ou seja, o desktop passa a acompanhá-lo a qualquer lugar
>infraestrutura informações corporativas”, declara Rodrigo Rezende, engenheiro de sistemas da VMware, ao discorrer sobre esta nova tendência de mercado. O Gartner, segundo André Pedrassolli Felipe, gerente regional de marketing da Citrix, estima que o mercado mundial de desktops virtuais movimentará algo em torno de US$ 45 bilhões, nos próximos cinco anos. Uma oportunidade ou expectativa, no caso “Hoje os usuários, da MIPC SA, provedora nacional de com a febre os soluções de cloud computing, que dispositivos móveis começa a gerar negócios no Brasil. Um envolvendo 10 mil pontos de – tablets e deles contato remotos, em um misto de smartphones – mobilidade e desktops convencionais. querem acessar Outra iniciativa envolve o sistema tanto informações operacional Android, do Google, pessoais quanto de acordo com Leandro Fraga, corporativas a CEO da companhia. partir da mesma A IDC observou em recente estudo plataforma, o que que a virtualização dos dispositivos aumenta a dor de móveis oferece aos funcionários acesso cabeça dos ao centro de dados corporativos, gestores de TI” permitindo-lhes permanecer produtivos Rodrigo enquanto estiverem fora do Rezende, VMware escritório. Além disso, se implementada corretamente, a virtualização móvel pode oferecer um nível elevado de proteção da informação, porque os dados acessados no servidor virtualizado são isolados do sistema operacional, tornando-o mais fácil de gerir e controlar. “A virtualização de dispositivos móveis é uma tecnologia que oferece benefícios para várias partes interessadas no ecossistema móvel”, diz Stacy Cook, analista sênior da consultoria e responsável pela pesquisa.
roda nativamente nos dispositivos móveis, baseados inicialmente no sistema operacional Android, implementa a segurança que os gestores de TI necessitam para liberar o acesso a dados corporativos a partir de dispositivos móveis, segundo Rodrigo Rezende, da VMware. “Primeiramente estamos entregando o ambiente para o sistema operacional Android, mas já há projetos para os demais sistemas”, garante. Segurança? Independente de ser Android ou outro sistema operacional, já se reconhece no mercado as vantagens da virtualização de dispositivos móveis e, inclusive, há certa disposição em enfrentar os riscos em benefício da flexibilidade. Recentemente, a Information Systems Audit Control Association identificou, em estudo, que é crescente a aceitação do “trazer o seu próprio dispositivo” entre os departamentos de TI corporativos. Em uma votação de 712 líderes de TI dos Estados Unidos, 58% concordaram que, de propriedade dos empregados, os dispositivos móveis apresentam uma ameaça à segurança. No entanto, o estudo também descobriu que 27% acreditam que os benefícios superam os riscos. “O modelo permite que funcionários e
sigla PC is Over, para a virtualização especificamente destes portáteis. Além disso, a empresa provê, na nuvem MIPC, o acesso a sistema operacional, aplicativos para escritório e sistemas convencionais de mercado. Segundo Fraga, com o PCiO, o usuário consegue, pelo tablet e com um único fornecedor, ter acesso remoto ao servidor da empresa com a garantia da segurança das informações, além de ter em seu sistema qualquer software e pacotes que desejar. “Os tablets estão cada vez mais presentes no mercado brasileiro e a nuvem pode vir a ser uma
A virtualização dos dispositivos móveis oferece aos funcionários acesso ao centro de dados corporativos, permitindo-lhes permanecer produtivos enquanto estiverem fora do escritório
Benefícios O primeiro benefício identificado pela Citrix é o fato de o dispositivo móvel poder emular o desktop do usuário, ou seja, o desktop passa a acompanhá-lo a qualquer lugar. Outra vantagem da virtualização é a possibilidade de qualquer dispositivo móvel ter acesso a dados corporativos, mesmo os mais complexos e parrudos. “Tudo é processado no data center e, assim, usando um netbook, tablet ou smartphone, o usuário pode acessar qualquer dado da companhia, até mesmo uma aplicação SAP que, reconhecidamente, exige maior capacidade de processamento no modelo convencional”, defende Fraga, da MIPC SA. Com foco em tablets, a empresa se lançou no mercado no final do ano passado, oferecendo o sistema PCiO, da 2 6
ferramenta corporativa de extrema importância”, destaca o executivo. A tendência tem se tornado regra tão rapidamente que a Citrix, logo após o lançamento do iPad – tablet da Apple, no ano passado, se manifestou dizendo que esta seria a plataforma de negócio do futuro, algo que se traduziu no lançamento do sistema de virtualização para a integração do Windows corporativo ao tablet, a partir de um aplicativo gratuito já disponível na Apple Store. “Também há versões do aplicativo para os dispositivos Android”, ressalta Felipe, da Citrix. Já a VMWare se lançou no mercado com a plataforma MVP (Mobile Virtualization Platform), cujo objetivo é virtualizar o smartphones e entregar perfis pessoais e corporativos no mesmo aparelho. O produto, que T I I n s i d e
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organizações aproveitem as inovações tecnológicas a um custo limitado para a organização,” diz John Pironti, assessor da ISACA, em um comunicado. Segundo ele, infelizmente a facilidade também carrega consigo novas vulnerabilidades, devido à capacidade limitada da maioria das organizações para gerir eficazmente e de forma segura os dispositivos que acessam a infraestrutura de informação corporativa. Obviamente, a adoção de smartphones ou tablets esbarra, no Brasil, na velocidade de rede. “O 3G ainda tem velocidade limitada. Na rede 4G o problema é a bateria. Tecnicamente, o problema não é virtualizar o acesso dos dispositivos móveis mas equacionar o conjunto da opera”, salienta o professor Celso Poderoso, da faculdade de tecnologia FIAP.
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>infraestrutura
Jackeline Carvalho
Segurança e qualidade lado a lado
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onsultor internacional e expert do EXIN Internacional, Mart Rovers é Presidente da Promon USA e consultor de Gestão de Serviços em TI, com experiência em vários segmentos de mercado, como indústria automotiva, química, seguros, telecomunicações, bancos, varejo, saúde, oil&gas e governo. Rovers é especialista e instrutor em ITIL, ISO/IEC 20000 e ISO/IEC 27.002. Desenvolve a combinação de processos dentro das empresas desde a análise do negócio até a implementação dos projetos. Em visita ao Brasil, Rovers falou com exclusividade à TI Inside sobre a maturidade das implementações das versões de ITIL (governança) e ISO (segurança e qualidade) nas corporações em todo o mundo. Acompanhe os principais trechos da nossa conversa. TI INSIDE: O ITIL já é realidade em 100% das empresas de grande porte? Mart Rovers - Se você pensar sobre a conscientização, tem havido uma grande quantidade de treinamento
foto: divulgação
Empresas precisam compreender conceitos de qualidade para aumentar a rentabilidade dos serviços apoio a processos de ITIL. Muitos descobriram que custou muito dinheiro para implementar, e mais ainda para o retorno do investimento que fizeram, de modo que interrompem de execução.
Mart Rovers
em ITIL v2 e v3, porém apenas algumas organizações têm implementado todos os processos ITIL, e menos ainda são aquelas que se mantêm utilizando o conceito de melhoria contínua. Uma razão pode ser que não há sistema de gestão de j u n h o
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TI INSIDE: E o que dizer de ISO / IEC 20000 e ISO / IEC 27000? Mart Rovers - O gerenciamento de segurança de acordo com a ISO / IEC 27001 / 27002 e os serviços gerenciados com base na ISO / IEC 20000-1 complementam bem um ao outro. Está em curso um projeto internacional para publicar uma orientação sobre como implementar o ISO / IEC 27001 e 20000 Parte 1. A razão pela qual ambos os padrões são fáceis de integrar é porque eles nasceram da mesma "mãe", a ISO 9001. Eles são projetados da mesma forma, usando os mesmos princípios. Atualmente percebo que há uma percentagem mais elevada de organizações implementando ISO / IEC 20000 e 27001 / 27002, após a equipe ter participado de cursos fundamentais, porque elas são mais concisas, especificam exatamente o que precisa ser implementado e têm bom material de 2 7
>infraestrutura Automóveis, Petróleo, Mineração e Indústria Pesada precisam ser melhor "supervisionados" pelo governo.
apoio, incluindo algumas referências da biblioteca ITIL. TI INSIDE: O que falta para que as empresas adotem estes conceitos? Mart Rovers - ITIL tem mais de 25 anos. Já as famílias ISO27000 e 20000 são mais recentes. Às vezes, o elo que falta é uma melhor compreensão sobre como todas essas referências podem ser adequadamente usadas por uma organização para aumentar sua rentabilidade e a qualidade dos serviços. Esta aplicação tem de ser simples, flexível e rápida para mostrar um bom retorno sobre o investimento. Também é necessário que haja uma ênfase sobre o que pode dificultar mudanças e o que poderia favorecê-las dentro das organizações. Sensibilização e formação em todos os níveis da organização são itens necessários. TI INSIDE: Quais são os principais gargalos da segurança corporativa, atualmente? Mart Rovers - O maior gargalo pode estar relacionado às pessoas. Organizações poderiam fazer um trabalho melhor em explicar a diferentes públicos (geração X, Y, etc.) que a cultura de segurança é necessária em sua estrutura. Caso contrário, enquanto a segurança é vital, uma mistura errada de níveis de segurança pode ser uma barreira a novas oportunidades de negócios. Às vezes, ISO / IEC 27001 / 27002 é implementado de forma isolada demais, não conectado o suficiente para as necessidades da organização e realidades. Se não for considerado o fator humano e se for muito centrado na tecnologia, pode ser uma poção mortal. TI INSIDE: Por favor, cite-nos pontos de atenção em cada segmento de mercado Automobilístico, Financeiro, Varejo, Governo, Petróleo, Consumo, Mineração, Indústria Pesada, etc. Mart Rovers - Pelo que eu sei organizações financeiras parecem estar em uma posição muito boa, outro segmento do mercado deve "benchmark" para esse setor; Varejo terá que ser melhor na prevenção de fraudes, ao invés de tentar recuperar o dinheiro perdido por consumidores; Governo precisa ser mais responsável por acidentes de segurança;
TI INSIDE: Corporações têm mostrado muita preocupação com a segurança nos centros de dados. Como essa questão ser minimizadas? Mart Rovers - Acordo é o primeiro passo a incluir. Para reduzir os riscos, os centros de dados devem seguir padrões internacionais como a ISO / IEC 20000 e 27000 em cada site. Esse é um bom começo para demonstrar que a organização é governada/guiada por padrões internacionais focados em gestão da qualidade.
TI INSIDE: Como as organizações de médio e pequeno porte devem se organizar para proteger suas informações? Mart Rovers - Grupos de vigilantes são designados por essas empresas para monitorar as formas de proteção das suas informações. Há também a série ISO / IEC 29000, que cria documentos específicos para pequenas organizações, com menos de 25 empregados.
ITIL tem mais de 25 anos. Já as famílias ISO27000 e 20000 são mais recentes. Às vezes, o elo que falta é uma melhor compreensão sobre como todas essas referências podem ser adequadamente usadas por uma organização para aumentar sua rentabilidade e qualidade dos serviços TI INSIDE: Os recentes incidentes com os serviços de e-mail Gmail, Yahoo e Hotmail mostraram uma certa fragilidade dos serviços mais básicos oferecidos na nuvem. Isso sugere que os usuários estão realmente certos de se preocupar com a segurança em cloud computing? Mart Rovers - Sim, o usuário deve se preocupar, mas as pessoas não conhecem os riscos aos quais estão se expondo. Grupos varejistas devem ser mais protetores de usuários regulares, já que eles não percebem o perigo. Em uma organização, a equipe precisa estar ciente da vantagem e do perigo de usar a nuvem. Isso remonta a ISO 27001 e 27002. Os usuários precisam ser conscientizados e treinados corretamente. TI INSIDE: Os profissionais estão preparados para atuar no ambiente de alto risco criado pela internet? Mart Rovers - Há profissionais muito bem preparados para trabalhar em áreas de risco. Além disso, não só eles precisam estar cientes e treinados, como suas famílias, seus amigos, porque muitas pessoas usam o
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computador do empregado.Todos precisam estar cientes dos riscos e dos benefícios da ISO 27002, focada em treinamento. Isso pode ajudar muito a criar essa consciência.
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TI INSIDE: Quais são os processos de negócios mais vulneráveis? Mart Rovers - Os processos de negócio que têm um leque maior de pontos fracos e, consequentemente, impõem os maiores riscos são os planos de continuidade de negócio, a revisão da gestão estratégica e os processos táticos. Boas, inteligentes e valiosas auditorias internas fornecem informações significativas para análise pela administração. TI INSIDE: Quais são as inovações oferecidas pela Exin Internacional? Mart Rovers - Formação integral com base em mais de 15 cursos disponíveis, projetados para operações, gerenciamento de serviços de táticas e estratégicas e de segurança baseada na ISO / IEC 27002, TI verde ABC (Comportamento, Atitudes e Cultura). A Exin é a única organização internacional, hoje, pronta para oferecer tal qualidade e extensão da formação / reconhecimento. Outras organizações ainda estão conhecendo o assunto.
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>serviço
Jackeline Carvalho
Lastros do reajuste
salarial em SP Especialistas comentam o impacto do novo salário determinado aos profissionais de TI no estado que movimenta a maior economia do País. De um lado fala-se em inflação dos contratos. De outro, um reflexo na competitividade do Brasil na exportação de serviços
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m julgamento realizado em maio, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) deferiu aos trabalhadores de tecnologia da informação do estado o reajuste salarial de 7,5% e auxílio refeição diário de R$ 10, para aqueles que têm carga horária de oito horas por dia e de R$ 8 por dia para os que fazem turnos de seis horas. Os pisos salariais, por sua vez, terão acréscimo
de 9% a 11% para os pisos. Além disso, a participação dos funcionários nos lucros das empresas agora é obrigatória. A decisão está em linha com a oferta realizada pelo Sindicado das Empresas de TI do Estado de São Paulo (Seprosp). A última proposta da entidade patronal era de reajuste de 7,5% e auxílio refeição de R$ 10 por dia, apenas para trabalhadores com jornada acima de 8 horas diárias. O Sindpd, sindicato dos trabalhadores,
reivindicava 11,9% de reajuste, auxílio alimentação de R$ 15 por dia e participação nos lucros. Mas o que esta movimentação representa para o mercado brasileiro de TI? As empresas absorverão o aumento de custos ou repassarão para os contratos. Na próxima página a visão de André Vieira, vicepresidente de Recursos Humanos da T-Systems do Brasil, e de Roberto Mayer, vice-presidente de relações públicas da Assespro Nacional.
Pujança
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Brasil é o sexto maior mercado de tecnologia da informação do mundo, tendo movimentado US$ 81 bilhões no ano passado, de acordo com a IDC. A cifra equivale a cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB). As exportações do setor somaram no mesmo período US$ 2,5 bilhões. Apesar do desempenho, o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Antonio Gil, avalia que para tornar-se protagonista no cenário mundial nas duas próximas décadas o país terá de vencer alguns desafios, entre os quais a desoneração da folha de pagamentos. "O Brasil é muito competente porque o uso de tecnologia da informação é feito com supremacia mundial em várias áreas, como indústria financeira, governo eletrônico e, inclusive, na indústria manufatureira. E o mercado, que é, hoje, de US$ 1,5 trilhão, globalmente, será de US$ 3 trilhões em 2020." j u n h o
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Na avaliação de Gil, novas oportunidades serão abertas para o Brasil nas áreas de saúde, educação, segurança, bancos, principalmente, devido a fatores como o crescimento do grupo de países que compõem o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), a mudança demográfica e as novas tecnologias. Para o empresário, deve-se reduzir o custo da folha de pagamento, treinar pelo menos 725 mil profissionais até 2020, investir em infraestrutura tecnológica e estimular a inovação. Ele enfatizou que é preciso ter uma "mentalidade de inovação, porque tudo que nós estamos usando hoje, amanhã será obsoleto". Para 2020, a projeção da Brasscom é que o mercado interno de TI alcançará entre US$ 150 bilhões e US$ 200 bilhões, o que elevará a participação do setor no PIB entre 5,5% e 6%. As exportações deverão subir para US$ 20 bilhões. Com informações da Agência Brasil. |
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>serviço fotos: divulgação
André Vieira, da T-Systems do Brasil
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complexidade está nos indicadores adotados para o cálculo da inflação e dos ganhos salariais. Para quem está do outro lado do balcão, quando o reajuste é de basicamente apenas a inflação, a negociação é justa. Quando há pressão para ganho real, quem faz o salário é o mercado. Este 1% adicional tira a liberdade das empresas para negociação. Todas as organizações trabalham com um orçamento pré-definido para os reajustes salariais dos seus times profissionais. Quando há ganho real, este budget deixa de ser repassado por mérito. Por outro lado, este 1% de ganho real determinado para os salários encarece o custo dos serviços de TI, principalmente para o exterior. Já estamos vivendo um real supervalorizado e qualquer 1% gera um custo adicional. Isso não só encarece os serviços, como mexe com a regulagem interna. Quando as empresas terceirizam os serviços de TI, seja aqui ou lá fora, elas querem preço
Roberto Mayer, da Assespro Nacional
menor e qualidade maior. Conforme o sindicado de um setor consegue ganho real, acima da inflação, a conta não fica mais tão equilibrada, porque a TI terceirizada pode custar mais do que manter uma equipe interna. Do lado dos contratos com os clientes, há indicadores de inflação que são relativamente compatíveis com o reajuste praticado em SP. Mas aí também reside uma complexidade. Se fecha um contrato de 4 anos, há reajustes anuais, mas ao final do contrato a empresa faz uma nova concorrência e normalmente o preço cai, ou seja, sempre que vai renegociar os clientes querem descontos. Bem ou mal as empresas acabam se adaptando ao novo custo porque faltam profissionais qualificados. Nós, por exemplo, temos uma operação em Blumenau (SC) que absorve apenas uma parte dos projetos, provendo serviços internacionais em alemão, e agora com um pequeno acréscimo dos projetos internos. Ainda falta experiência profissional no resto do país. Na prática hoje há pouca saída do estado de São Paulo. Com a mão de obra mais cara, o Brasil perde em relação à China e à Índia, que têm incentivo fiscal zero e ainda trabalham com uma taxa de câmbio favorável a eles. No México, que é mais atrelado ao dólar norteamericano, eles estão no melhor dos mundos. Conseguem vender serviços de TI a preços 40% menor do que o Brasil. O consolo é que sabemos que o Real está vivendo uma bolha que, segundo economistas, está em 36%. Em função da taxa de câmbio e da bolha, no entanto, não temos mais preços competitivos. Nossa operação em Blumenau foi criada em 2008 e hoje não tem preço para exportar. Os clientes internacionais preferem contratar serviços em seus países.
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estado de São Paulo tem, de um lado, o maior contingente de empresas e trabalhadores e, por outro, o maior custo também. Mas isso tem mudado a medida que empresas estrangeiras buscam outros destinos aqui dentro do país. O problema é que este é um processo lento e gradual. Não acredito que, automaticamente, haverá uma debandada para outros estados. Até porque o aumento salarial não foi tão volumoso, apesar de todos os problemas e brigas que se teve entre os líderes sindicais dos dois lados. A decisão de repassar ou não este custo é de cada empresa. E é bom lembrar que as margens que elas praticam hoje, principalmente aquelas mais intensivas em mão de obra já são tão pequenas que se este reajuste não for repassado, elas não conseguirão evoluir. Pode ser uma transmissão em pequenas parcelas, mas as empresas de outsourcing e consultoria de TI, que trabalham com folhas de pagamento com peso variando entre 50% e 60% da receita, sofrem uma pressão tributária e precisam contabilizar os custos operacionais, não têm margens de manobra por um longo prazo. Cedo ou tarde terão que repassar este custo ou demitir pessoas para manter o equilíbrio dos gastos.
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Franck Boston/shutterstock
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Claudio Ferreira
Compras coletivas
na letra da lei?
Antes de ser votado, Projeto das Compras Coletivas, do deputado João Arruda (PMDB-PR), é aprovado pelo setor
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stá na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1232/11, de autoria do deputado João Arruda (PMDB-PR), cuja motivação explícita é regulamentar as vendas de produtos e serviços pela web estabelecendo critérios e regras para o funcionamento das empresas do setor. A proposição prega de forma obrigatória, por exemplo, que os players mantenham serviços de call center, que as empresas tenham sede ou filial no país – para que sejam responsabilizadas localmente em caso de algum problema legal – e informem seus dados de forma clara em sua home page. O texto traz ainda regras minuciosas como a forma de divulgação de ofertas, a transparência nas regras de liberação de produtos e de concretização da compra e estabelece que os prazos de utilização dos cupons – algo específico do setor de compras coletivas – seja de 6 meses, entre outros muitos detalhes.
Um deles é o que fala da devolução de valores pagos caso algo na operação não dê certo em 72 horas. Detalhes que soam como um remédio quase cirúrgico para minimizar ou sanar os problemas que “infestam” os Procons de todo o País e acabam por manchar a prática. O deputado espera assim regulamentar esse mercado ainda novo e carente de regras – veja mais no Box: E o código do consumidor? “É importante que o vínculo criado entre os sites de compra coletiva, os estabelecimentos e os consumidores seja transparente. O consumidor deve ser informado sobre as condições e os detalhes dos produtos e serviços oferecidos, as regras para a sua utilização e a entrega”, afirma o deputado. A opinião dos sites de CC O setor de compras coletivas, por incrível que pareça, acha extremamente benéfico ao setor a iniciativa do deputado. Procurado pela reportagem,
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o Groupon, ícone nesse segmento, emitiu com exclusividade o seguinte comunicado: “avaliamos este projeto de lei como muito positivo para o setor, uma vez que, em vigor. resguardará os direitos dos consumidores, dos parceiros e das empresas que atuam no mercado de compras coletivas. Além disso, dará mais credibilidade ao segmento e forçará mais empresas a se adequarem ao regulamento e a estarem mais alinhadas ao Código de Defesa do Consumidor. Analisando o projeto de lei, o Groupon já pratica e se enquadra à maioria dos artigos estipulados, o que mostra o cuidado e a atenção em relação aos seus clientes. Na visão da empresa, essa iniciativa só trará benefícios ao setor que está em franca expansão e entrando em fase de amadurecimento”. A mesma premissa, de filtro da atividade, está nas palavras de Vilmo Medeiros, diretor da multinacional Kactoos - rede social de compra, e especialista em marketing de varejo e em redes sociais. “Inicialmente vejo como 3 1
algo positivo. É melhor ter essa regulamentação do que nenhuma. É claro que muita coisa do direito do consumidor atual pode e é usado no e-commerce, “Talvez o ponto mas na área fiscal e de prestação de mais polêmico serviços o setor não está saneado. seja o de querer Muitas empresas estrangeiras usam enquadrar as servidores de fora do Brasil, mas têm empresas de serviços que não estão de acordo com o existe no País, e acabam não caindo compras coletivas que na jurisdição brasileira”, argumenta. como empresas Para Luiz Mendonça, diretor de e-commerce e comercial e financeiro do site OfertaDia, imputar a elas também de compras coletivas, o responsabilidades projeto de lei traz pontos positivos, que não deveriam especialmente os que se referem aos ter, como, por aspectos que definem detalhes que exemplo, querer trarão mais segurança para todos os que elas se elos no processo, porém também vê responsabilizem questões mal resolvidas. “Talvez o pelo atendimento ponto mais polêmico seja o de querer de algum enquadrar as empresas de compras estabelecimento” coletivas como empresas de Luiz Mendonça, e-commerce e imputar a elas do site OfertaDia responsabilidades que não deveriam ter. Por exemplo, querer que elas se responsabilizem pelo atendimento de algum estabelecimento”, explica. Motivações (in)justas Essa falta de sintonia se deve, em parte, ao mercado de compras coletivas ser algo muito novo, com maior força e visibilidade do ano passado para cá. Mas Medeiros contradiz Mendonça. “Nós fazemos um papel de intermediários de outras lojas com os grupos de consumidores, então é normal que os sites não se responsabilizem pela entrega? Nós somos responsáveis, mas isto não fica claro na lei”, aponta o executivo do Kactoos. O executivo do OfertaDia tem uma
fotoS: divulgação
>internet não participa de forma direta do processo de compras dos consumidores. Os sites de compras coletivas, sim, são canais de venda auxiliares aos estabelecimentos, fabricantes, prestadores de serviços etc. Mal comparando, este pressuposto do executivo do OfertaDia pode fazer com que uma revenda ou um agente de vendas, que não participa de um processo logístico ou não emite a nota fiscal do produto, por exemplo, também se advogue da mesma terminologia de “empresas de mídia”. E é bom saber que até mesmo as empresas de mídia do mundo real tem suas responsabilidades, mesmo com um perfil totalmente diferente de um endereço de CC. visão peculiar e polêmica do perfil e da atuação dos sites de CC. “As empresas de compras coletivas devem ser vistas como empresas de mídia, uma vez que fazemos o mesmo que uma revista, jornal ou qualquer outro site de conteúdo na Internet, ou seja, apenas publicamos as ofertas dos estabelecimentos. Quem vende os produtos e serviços anunciados e, portanto, deve ser responsabilizado por qualquer problema, são os estabelecimentos”, argumenta. E prossegue em sua afirmação: “é claro que nós, sites, devemos – e já fazemos – nos preocupar em não promover ofertas enganosas ou que possam, de qualquer maneira, prejudicar os usuários. O site de compras coletivas publica as ofertas, o estabelecimento vende e o usuário compra”, enumera. Porém, é difícil conceber um site de CC como uma “empresa de mídia” que
E as outras leis? A lei brasileira do consumidor, para Medeiros, é até completa, porém, como ele ressalta, o deputado pretende detalhar o que ainda sofre com brechas na legislação atual. “Existem muitos sites que fazem propaganda de um produto e o sujeito clica e aparece outra coisa, e o Conar – voltado para a autoregulamentação da propaganda – não consegue coibir isso”, exemplifica. Um Conar das empresas de compras coletivas ou mesmo do e-commerce em geral não seria mais interessante do que o projeto de lei do deputado? Para os executivos do setor, o peso seria diferente, mas eles se perguntam: “qual entidade tem essa representatividade? Por isso sou favorável à lei, a regulamentação será boa para todos. Quem está contra é quem não tem compromisso com o consumidor”, critica Medeiros. Mendonça tem posição semelhante:
E o código do consumidor?
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odas as negociações virtuais, realizadas por lojas online, são regidas pelo Código de Defesa do Consumidor, o mesmo utilizado nas lojas físicas. O Código só não é válido se o fornecedor estiver estabelecido no exterior, sem filial ou representante no Brasil, daí a preocupação do deputado com esse detalhamento em seu Projeto de Lei. Uma das poucas diferenciações na legislação para lojas físicas e virtuais, como relembra Rubens Branchini Martins, diretor comercial da Eletrônica Santana, empresa pioneira no e-commerce brasileiro, é o prazo de arrependimento. Resumindo: nas lojas virtuais, o consumidor pode desistir do produto em até sete dias após a compra, sem qualquer necessidade de justificar o motivo e sem ônus. Devolvendo o produto neste prazo, com 3 2
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informações por escrito e com AR (aviso de recebimento), o consumidor tem direito a restituição integral daquilo que pagou. Como complemento, o consumidor tem ainda o respaldo do documento de diretrizes para o comércio eletrônico divulgado pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, que também garante a segurança nas compras online. Lá estão explicitadas as normas de proteção contra práticas abusivas, publicidade enganosa, o direito de acesso a informações claras e acesso prévio às condições gerais de contratação, entre outras normatizações. Como dever, a loja virtual deve proteger a privacidade, a intimidade e os dados pessoais dos consumidores, não podendo divulgar ou repassar a terceiros. |
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“acho que seria mais interessante se o mercado pudesse se organizar sozinho, mas, de qualquer forma, acredito que esse projeto seja mais positivo do que negativo”, conclui. Na comparação com outros países, o que temos atualmente em termos de regras para o consumidor é melhor do que é possível se encontrar na América Latina e mesmo na Europa. “Apenas os Estados Unidos estão na nossa frente”, completa o executivo do Kactoos. Questão de mercado A motivação do deputado se baseia na série de problemas com ofertas não entregues e serviços adquiridos que não são de acordo com o que foi divulgado. E até mesmo com os problemas que o e-commerce atravessa nas questões de logística a partir da evolução geométrica nas vendas e no contingente de e-consumidores. Veja mais no quadro: Americanas.com no tribunal. No entanto, os problemas também são fruto do não saneamento do mercado de CC. Estimativas dizem que o número de players já ultrapassa os 1,5 mil no Brasil, e em sua grande maioria eles fazem a mesma coisa e muitos não têm um histórico de reconhecimento do mercado – um eufemismo para falar dos oportunistas no pior sentido da palavra. “Acho que, no máximo, existem 100 empresas com credibilidade, o que se traduz em confiabilidade. Muitos sites não têm a menor consistência”, alerta Medeiros, do Kactoos. Até mesmo o papel ou definição dos sites de CC é algo ainda sendo construído. Seria uma nova camada de negócios com uma remuneração dos serviços – o que ainda o configura como
um canal de vendas alternativo –, mas quem garante que a loja ou serviço consegue entregar o que foi vendido? É preciso reavaliar essas questões junto com as demandas éticas inerentes ao trabalho com o consumidor: como entregas dentro do prazo, produtos com garantia de qualidade e mesmo volume, sem alterações de preço ou mesmo as famosas “linhas miúdas” de contratos. Em construção “Independentemente do tamanho ou da estrutura dos sites de compra coletiva, esse negócio é ainda novo e pode causar alguns problemas por
envolver várias partes e por não ficar claro para todos de quem são as responsabilidades. Ser correto, transparente e se preocupar com o usuário final, que afinal de contas é quem paga tudo isso, é chave para o sucesso de qualquer negócio”, garante Mendonça. Ele minimiza os problemas e fala que os sites maiores podem estar ainda se organizando devido ao rápido crescimento do mercado. Medeiros faz um alerta e aponta que a preocupação com a questão de saneamento do mercado, seja por meio da lei ou não, é urgente, sob risco de jogar fora novos e atuais usuários dos sites de CC. “Em um primeiro momento posso dizer que quanto antes regulamentar, melhor. É preciso ver o interesse da lei, ela pode ser encarada como gerador de empregos, isto pode acelerar os processos do projeto”, compara. De concreto, neste momento, o Projeto de Lei 1232/11 tramita em caráter conclusivo e será analisado ainda pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Defesa do Consumidor; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Ou seja, em condições normais de “temperatura e pressão” ainda teremos um bom caminho até que ele se torne realidade. Será que o mercado de CC pode agir e melhorar a sua percepção no mercado?
O texto traz regras minuciosas como a forma de divulgação de ofertas, a transparência nas regras de liberação de produtos e de concretização da compra e estabelece que os prazos de utilização dos cupons
Americanas.com no tribunal
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Grupo B2W, que reúne sites de e-commerce como Submarino, Americanas.com e Shoptime, entre outros, tem sofrido com problemas de logística e entrega de produtos aos consumidores. O caso se agravou de tal forma, que foi capa da revista Exame com matéria e pesquisa extremamente críticas ao trabalho desenvolvido pela companhia e ainda sofre como problemas com o poder judiciário. A empresa, por conta do acúmulo de registro de queixas no Procon do Rio de Janeiro, recebeu uma multa polpuda e foi proibida de efetuar negócios naquele estado por decisão judicial até que resolvesse o problema de entrega de produtos – algo que se arrasta desde o último j u n h o
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Natal. A desembargadora da 5ª Câmara Cível do TJ (Tribunal de Justiça do Rio) definiu a mais recente multa em R$ 100 mil até que seja solucionada a questão. A decisão final do processo contra a Americanas.com corre na 7ª Vara Empresarial do Rio desde janeiro e não tem uma data para ser julgada. Enquanto essa o julgamento não sai, o Ministério Público pediu a suspensão da operação de vendas no estado do Rio e a ocorrência de multas. E a “conta” recentemente ultrapassou o R$ 1 milhão em multas. Apenas no site Reclame Aqui, no início de junho, eram mais de 20 mil registros de consumidores insatisfeitos com os prazos de entrega ou mesmo com produtos que não chegaram. |
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“Inicialmente vejo como algo positivo. É melhor ter essa regulamentação do que nenhuma. É claro que muita coisa do direito do consumidor atual pode e é usado no e-commerce, mas na área fiscal e de prestação de serviços o setor não está saneado” Vilmo Medeiros, da Kactoos
>internet victor hugo
Efeito geração Y Empresas enfrentam o desafio de se adaptarem ao consumidor 3.0
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Maurício Moreira, da TV1: o números, impressionantes das redes sociais forçam as empresas a definirem perfis neste canal de comunicação com consumidores, porque as redes impactam fortemente a forma de relacionamento B2C
s redes sociais representam um “enigma” que as empresas terão de desvendar se quiserem ter um relacionamento e interação positivos com os novos consumidores que fazem parte do universo social da web, ou seja, o consumidor 3.0. O momento representa um grande desafio às instituições, que terão de alterar a estrutura organizacional para se adequar à nova era, segundo a visão de especialistas que participaram no começo de junho do Seminário Call Center IP + CRM, promovido pela revista TI INSIDE e organizado pela Converge Comunicações. Maurício Moreira, diretor de planejamento da TV1, atentou para o fato de que as redes sociais, com os números impressionantes que apresentam, estão impactando fortemente a forma de relacionamento entre empresas e consumidores. Segundo ele, por isso, as empresas precisam estar presentes e disponíveis onde esses consumidores estão. O executivo apontou que para as estratégias de redes sociais darem certo deve ocorrer uma intensa mudança dentro das organizações, com base em uma visão do consumidor 3.0. “Não é uma escolha estar ou não estar nas redes sociais. Isso é necessário, as empresas
têm que entender que isso é uma extensão do relacionamento com seus consumidores”, completou. Moreira observou ainda que o consumidor 3.0 é colaborativo, opinativo e reivindicativo, além de organizado em torno de suas causas, manifestando tudo isso pelas redes sociais. Para atender a essa demanda, disse ele, as empresas precisam ser espontâneas nas redes sociais, respondendo com bastante agilidade as interações dos consumidores e na mesma linguagem usada por eles. Além disso, elas devem ser convincentes nas suas estratégias de redes sociais e
surpreendentes, saindo do lugar comum e trazendo algo diferente, que cause um impacto positivo no cliente, o engajando. Já o professor da FIAP, Luiz Boanerges, enfatizou que para a empresa trabalhar a rede social, não pode mais entender o cliente de forma individual, mas com necessidades coletivas. “A rede social não é um fim, mas um meio. A importância do comportamento coletivo é um fato novo que deverá ser entendido e explorado pelas companhias”, disse ele, ressaltando que o desafio não está na tecnologia, mas em como atender à demanda das mídias sociais com eficácia e rapidez. “As mídias sociais vão ajudar as empresas a identificar como está a sua imagem no mercado, o que está sendo dito sobre os seus negócios e a sua marca e de quem parte essas opiniões”, acrescentou. Boanerges mencionou também que implantar apenas ferramentas de redes sociais não vai garantir o sucesso, por isso, a forma como se trabalha com essas ferramentas e a habilidade de usá-las de maneira alinhada aos negócios é que garantirão o sucesso no uso de redes sociais. Ele ressaltou que as empresas estão tentando trabalhar as redes sociais de forma separada do CRM e que isso não agrega grande coisa. “É preciso integrar as informações de ambos os canais”, concluiu.
timidez
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pesar do crescimento expressivo do mercado brasileiro de comércio eletrônico nos últimos anos, o número de empresas que operam com vendas on-line ainda é muito pequeno no país. A constatação é de um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado no início de junto, segundo o qual, entre 2003 e 2008, a quantidade de varejistas que vendiam pela internet passou de 1.305 para 4.818, expansão de mais de 3,7 vezes. Porém, este número representa somente 0,4% do total de estabelecimentos do setor. O estudo mostra, ainda, que a adoção do comércio eletrônico tem aumentado a produtividade do varejo brasileiro. Segundo o relatório, a implantação desse tipo de negócio 3 4
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propicia redução nos custos das transações, mas, por outro lado, exige que as empresas reorganizem sua cadeia de suprimentos, a estrutura de tecnologia de informação e disponham de pessoal qualificado. "Essas melhorias poderiam ser alvo de políticas públicas de incentivo", diz o estudo. Outro dado destacado pelo Ipea foi a pouca influência das redes sociais sobre o usuário no consumo de bens e serviços pela internet. "A princípio, por ser um aplicativo que disponibiliza uma quantidade considerável de propagandas, esperar-se-ia que houvesse um efeito positivo. Entretanto, a ausência de significância estatística pode estar relacionada com a predominância de jovens. Quanto mais jovem o indivíduo, menor é a probabilidade de consumo na internet", analisa o estudo. |
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