Ano 8 | nº 85 | novembro de 2012
www.tiinside.com.br
Os carros conectados do Salão do Automóvel O Brasil e o dilema da grandeza em ti Fabricantes lançam o ‘tudo em um’ corporativo
Alto consumo de TI reaquece demanda e muda perfil do mercado
servicos gerenciados reduzem gargalos
>editorial
Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski
Ano 8 | nº 85 |novembro de 2012 | www.tiinside.com.br
Editor Claudiney Santos
Os serviços gerenciados estão em alta
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forte demanda por soluções de TI e telecom em organizações de todos os portes e segmentos tem forçado a busca por alternativas que reduzam custos sem mexer na eficiência e ainda estabeleçam processos mais competitivos. Um cenário onde ganha força a oferta de serviços gerenciados, atividade que existe há mais de 10 anos, mas que nos últimos cinco desperta interesse de provedores de diferentes áreas de TIC. Não se tem referência no Brasil das cifras movimentadas por esse segmento, mas a contar pelo forte interesse demonstrado recentemente pelas operadoras de telecomunicações, devemos estar diante de uma oferta com grande potencial de crescimento. Novas siglas como IaaS (de infraestrutura como serviço) e PaaS (de plataforma como serviço) desfilam em seminários, reuniões e propostas de negócios, tendo como pano de fundo a computação em nuvem. Está aí uma das principais razões para essa nova decolagem dos serviços gerenciados, que muitos especialistas entendem nunca terem enfrentado aridez no mercado global, mesmo em momento de crise econômica. Na reportagem de capa dessa edição, a editora Jackeline Carvalho e a repórter Danielle Mota, identificaram que a nova geração dos
Redação Jackeline Carvalho (Comunicação Interativa) Colaboradores Marcelo Vieira Danielle Mota Mayra Feitosa
serviços também tem como diferencial, além das tecnologias e siglas, a multiplicação dos players. Sim, as operadoras de telecom estão lançando, uma a uma, as suas ofertas de serviços baseados em cloud computing e expandindo a capacidade de atendimento dos requisitos de TI. Mas mesmo aquecido e em expansão, esse setor não está imune a um incômodo inimigo: a falta de profissionais especializados. Além de escassa, a mão de obra brasileira apresenta baixa qualificação frente aos concorrentes internacionais e tem custo elevado, o que inflaciona os preços dos serviços offshore oferecidos pelo País, concluíram empresários e especialistas, em evento sobre o tema registrado pela nossa reportagem. Nessa edição, também acompanhamos o lançamento do Windows 8, a aposta de reposicionamento da Microsoft, e estivemos no Salão do Automóvel, para saber como as montadoras estão traduzindo a atual demanda de conectividade dos motoristas de hoje e do futuro. Já há conexão à internet e alternativas de acesso a redes sociais com um simples toque no volante.
>sumário NEWS
Boa leitura! Claudiney Santos Diretor/editor csantos@convergecom.com.br
Projeto vai criar dispositivo de segurança da informação
6 Teste de segurança
Conheça os 10 mandamentos para blindar o ambiente de TI
GESTÃO Setor investe em plataformas de conhecimento e controlam demanda, produtividade e entrega de imóveis
Departamento Comercial Manoel Fernandez (Diretor) Carla Gois (Gerente de Negócios); e Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Circulação Patrícia Brandão Gerente de Inscrições Gislaine Gaspar Marketing Harumi Ishihara (Diretora) Gisella Gimenez (Gerente) Gerente Administrativa Vilma Pereira TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.tiinside.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.tiinside@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br
Instituto Verificador de Circulação
AES Sul investe em sistema antifraude e registra 26 Offshore aumento de receita O Brasil e o dilema da grandeza em TI
MERCADO
INFRAESTRUTURA
12 Armazenamento em nuvem
28 ‘Tudo em um”
Conheça os serviços que guardam informações As ofertas integradas de servidores, storage, estruturadas e não estruturadas switch e software de gerenciamento
14 Windows 8
8 Construtoras inteligentes
Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe (Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Alexandre Barros e Bárbara Cason (Colaboradores)
SERVIÇO
10 Perdas nunca mais
4 Medidores inteligentes
TI Inside Online Erivelto Tadeu (Editor) Bruna Chieco, Fabiana Rolfini e Gabriela Stripoli (Repórteres) Leandro Sanfelice (Vídeorepórter)
INTERNET
A nova e ousada aposta da Microsoft
30 Carros conectados
20 Big Data
Montadoras ampliam interatividade entre máquinas e motoristas
Conceito altera a rotina do mercado e exige profissionais qualificados
32 Falta gente
SERVIÇO
e-commerce cria alternativas para especializar mão de obra
22 Capa
Alto índice de conectividade e informação em grande volume reaquecem demanda por serviços gerenciados Capa: xyz/shutterstock.com
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>news A segurança da informação em medidores inteligentes
Novo software de monitoramento 64-bits
CPqD e Elektro se unem em projeto que vai desenvolver metodologia de avaliação e testes de segurança cibernética para medidores eletrônicos e smart meters
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Pixomar/shutterstock.com
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om a implantação dos projetos de smart grid no país, os atuais medidores de consumo de energia serão substituídos gradativamente por medidores inteligentes (smart meters), que registram o consumo em intervalos de tempos mais curtos e transmitem a informação diretamente para os sistemas das concessionárias. Isso permitirá a introdução da cobrança diferenciada de energia por consumidor, mas, por ser uma tecnologia nova, traz embutidas vulnerabilidades e riscos à segurança da informação. Esse é, justamente, o foco do novo projeto de pesquisa e desenvolvimento que o CPqD está iniciando em conjunto com a Elektro, distribuidora de energia que atende parte dos estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, e que conta com recursos da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Com duração prevista de 24 meses, o projeto tem como principal objetivo desenvolver uma metodologia de avaliação e testes de segurança cibernética para medidores eletrônicos e smart meters. Serão definidos requisitos mínimos de segurança para os sistemas embarcados nesses medidores. O laboratório - que terá um espelho na Elektro e também realizará testes dos requisitos metrologicamente relevantes - deverá entrar em operação no final de julho de 2013.
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fim de auxiliar os administradores no monitoramento de ambientes de rede cada vez mais complexos, a Paessler acaba de lançar uma versão de 64 bits do software de monitoramento de rede PRTG (www.br.paessler.com). O processo principal não está mais limitado a três gigabytes de memória, aumentando a estabilidade e a performance de grandes instalações. Além disso, os tipos de sensores desenvolvidos da versão atual do PRTG oferecem recursos de monitoramento ainda mais avançados. Anteriormente, o PRTG estava habilitado a endereçar apenas 3GB de memória, pois assim funcionavam com os programas de 32 bits. As instalações eram, usualmente, limitadas a cerca de 10.000 sensores. Esse limite foi removido na última versão do PRTG, assim como o servidor principal que agora é fornecido como um binário de 32 bits (para Windows 32-bit) e um binário de 64 bits. Agora, em um sistema com uma versão do Windows de 64-bit, o PRTG pode usar toda a memória disponível do computador. Isso representa um aumento na recomendação da Paessler com relação ao número máximo de sensores para 20 mil.
eHealth na nuvem
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Amdocs lançou duas novas soluções na nuvem para auxiliar a gestão e o monitoramento de pacientes idosos e portadores de doenças crônicas em suas próprias casas. As soluções “Home Health Monitoring” e “Aging in Place” possibilitam o rápido ingresso das empresas provedoras de serviços de saúde, que passam por um momento de grande expansão, ajudando famílias, prestadores de serviços de saúde e governos a reduzir custos, mantendo os pacientes fora do hospital, para que se recuperem e envelheçam com segurança em seus lares.
SERVIÇOS Amdocs Home Health Monitoring:
Oferece um portal seguro para pacientes e médicos e prestadores de serviços de saúde, que pode ser acessado a partir de centros de monitoramento remotos Aging in Place
Possibilita a oferta de uma solução de monitoramento segura, baseada na internet, para pessoas idosas, dando aos seus familiares e outros acompanhantes acesso remoto aos equipamentos de monitoramento.
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>news Sua empresa conta com a segurança que precisa? Saiba quais são as 10 soluções que atendem a todos perfis de negócio falta de manutenção e supervisão adequada do ambiente virtual. Em alguns casos, se faz necessário o monitoramento full time do ambiente em relação às vulnerabilidades existentes.
• Monitoramento e controle • Gestão da largura da banda • Inspeção de segurança • Filtro de IP • Pacote de integridade • Backup na nuvem • Controle da rede • Perímetro de segurança • Segurança de endpoints • Antivírus e antispam Fonte: Ezequias Sena, diretor comercial da Online Data Center
P&B Holding inaugura fábrica na Bahia
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P&B Holding – grupo multinacional criado pela Comtac (www.comtac.com.br), fabricante nacional de acessórios tecnológicos sediada no Vale da Eletrônica (Santa Rita do Sapucaí - MG) – acaba de inaugurar uma fábrica em Ilhéus: a Comtac Bahia. Com investimentos iniciais da ordem de R$ 5 milhões, a nova planta é destinada à produção de fontes de alimentação beneficiada pela Lei de Informática e produzida de acordo com o PPB (Processo Produtivo Básico). O objetivo é fornecer tais acessórios aos fabricantes de computadores, celulares e terminais de transferência de fundos, entre outros equipamentos. De acordo com Luciano Lamoglia, diretor Geral da P&B Holding, a fábrica de Ilhéus tem capacidade inicial para produzir 200 mil peças ao mês – 100 mil fontes de laptops e 100 mil placas WiFi – fruto de outra parceria internacional firmada em 2012.
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10 MANDAMENTOS DA SEGURANÇa
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PromonLogicalis adquire fornecedora de soluções de voz, dados e vídeo
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PromonLogicalis, integradora de soluções de tecnologia da informação e comunicações (TIC), adquiriu a Cibercall, fornecedor de soluções de voz, dados e vídeo que atua na América Central, norte da América do Sul e Caribe. Pelo acordo, serão integradas à PromonLogicalis apenas as operações da Cibercall na Colômbia e no Equador, incluindo seus 50 profissionais. O valor da transação, já concluída, não foi revelado. Com a aquisição, a PromonLogicalis pretende fortalecer sua presença na região andina. “Os países andinos, em especial a Colômbia, estão passando por um momento de transformação socioeconômica. A PromonLogicalis está ajudando operadoras de telecomunicações, órgãos do governo e corporações da região a avaliar suas operações e mostrar onde as novas tecnologias podem proporcionar agilidade e produtividade aos negócios”, diz o CEO da PromonLogicalis, Rodrigo Parreira. Diego Martinez, recém-contratado como diretor de operações (COO) da Logicalis para a região andina (que inclui Bolívia, Colômbia, Equador e Peru), será o responsável pelas novas operações, em especial na ampliação da presença da companhia no mercado corporativo. Recebíveis e dívidas comerciais ou financeiras não foram adquiridos ou assumidos como parte da transação. |
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uando o assunto é tecnologia da informação e comunicação das empresas, o nível de segurança exigido está intimamente relacionado às atividades exercidas e ao volume de usuários que acessam os sistemas. De acordo com Ezequias Sena, diretor comercial da Online Data Center, empresa de soluções de tecnologia e negócios que está há 20 anos no mercado, é necessária uma metodologia efetiva para prevenir e resolver problemas de segurança da informação. “É importante desenvolver um nível segurança adequado para cada perfil de cliente e, se necessário, até mesmo para cada departamento da empresa. A estratégia mais adequada não está apoiada apenas no uso de produtos ou na adoção de políticas internas. É necessário fazer uma varredura para detectar onde estão as falhas de segurança e corrigir o problema”, afirma. Sena diz que além da possibilidade de haver falhas na implantação de produtos como firewalls, antivírus, detectores de invasões etc., também pode haver
C A R T Ã O B N D E S . 1 0 A N O S A O L A D O D A S M I C R O , P E Q U E N A S E M É D I A S E M P R E S A S. O Cartão BNDES tem uma das menores taxas de juros do mercado – 0,91% ao mês*–, pagamento em até 48 prestações fixas, isenção de anuidade e crédito rotativo de até 1 milhão de reais para compras no portal de operações. São mais de 200 mil itens disponíveis para equipar, ampliar e modernizar sua empresa, incluindo computadores, móveis comerciais, veículos utilitários e serviços tecnológicos. E você ainda conta com a praticidade do portal para tirar suas dúvidas, simular o valor das prestações e pesquisar fornecedores. Se você já tem o **
Cartão BNDES, acesse www.cartaobndes.gov.br e aproveite. Se ainda não tem, solicite já o seu pelo portal ou procure um banco emissor . *Taxa de juros de 0,91%, vigente em novembro de 2012. **Bancos emissores: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú. A definição do limite, a concessão do crédito e a cobrança são responsabilidade do banco emissor.
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>gestão
Jackeline Carvalho
A inteligência
das construtoras
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A SulBrasil Engenharia e Construções implementou o sistema de monitoramento e gestão por indicadores de produtividade em tablet
s investimentos em TI das construtoras de imóveis no Brasil podem ser resumidos em uma pequena expressão: conhecer a operação. Após vencer os obstáculos de implementação dos sistemas de gestão empresarial (ERPs), basicamente nas áreas financeira e administrativa, este setor quer agora conhecer a fundo onde estão seus ativos, quanto é investido em cada uma das fases da construção, o turn-over da mão de obra e a sua produtividade, além de medir a satisfação dos consumidores. Isso porque fatores ligados à gestão (ou falta dela) se impõem como obstáculo ao crescimento dessas empresas. E veja que não se tratam de números inexpressivos: só na cidade de São Paulo, as vendas de imóveis residenciais novos devem crescer de 3,5% a 5% este ano em Valor Geral de Vendas (VGV), segundo estimativa feita pelo sindicato que representa o setor imobiliário na capital paulista, Secovi-SP. Assim, as tecnologias da informação e comunicação (TIC) acenam com uma nova possibilidade de expansão dos negócios e, desta vez, de forma sustentável. As ferramentas trazem como vantagens a possibilidade de se ter um registro sistemático do histórico de informações; acompanhar de forma mais aprofundada a venda de unidades e criar um serviço de assistência técnica mais adequado ao perfil dos 8
consumidores; além de estabelecer uma gestão por indicadores; permitir a adoção de recursos de mobilidade; e melhorar a gestão financeira dos negócios. Com os dados sistematizados (Registro histórico de informações) é possível ter acesso ao histórico da empresa e dos empreendimentos para controle, por exemplo, dos custos de uma obra e/ou dos fornecedores contratados. Dessa forma, além de perceber tendências baseadas neste histórico, é possível comprar insumos tendo como base negociações feitas ao longo do tempo. Razões mais do que suficientes para empurrar a CHL Construtora e a Brookfield para o mundo do ERP. Com 11 mil funcionários e considerada uma das maiores empresas do setor imobiliário da América Latina, a CHL enfrentava em seu dia a dia um grande volume de processos físicos armazenados em seus escritórios, o que gerava falta de espaço, extravios de
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documentos, falta de padronização e altos índices de pagamentos em atraso. Foi este o cenário que levou a companhia a radicalizar na mudança dos processos implementando o sistema de gestão SAP e alterando a meteorologia de recebimento das notas fiscais dos fornecedores, a começar pela centralização do recebimento dos documentos por uma única área, que passou a ter representação em cada unidade do Grupo. Como resultado, a CHL aumentou o controle e a eficácia na aplicação das regras de negócio e os controles fiscais e também melhorou a interação do Centro de Excelência com as áreas de Master Data Management (MDM), Controladoria, Compras e Requisitante. Em um ano, a empresa estabeleceu metas de ganhos em agilidade e qualidade das informações e passou a evitar o extravio (documento em gaveta) e recebimento em atraso das notas fiscais, com impacto na contabilização dos documentos, reduzindo, assim, o pagamento de multas e juros por atraso. Também picada pelas vantagens do ERP, a Brookfield instalou o sistema SAP em 2008, dando o primeiro passo para o desenvolvimento de uma plataforma de business intelligence. Carlos Machado, superintendente de TI, lembra que à época da implantação, o mercado de construção vivia um processo de consolidação de empresas e diz que a Brookfield havia decidido estar entre as organizações consolidadoras. “Passou a 2 0 1 2
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Vencida a temporada dos ERPs, setor investe em plataformas que permitem enxergar demandas e entregas de imóveis sob diversos ângulos
Mobilidade “A ideia é acompanhar o cliente da sua chegada ao stand até a assistência técnica”, diz Machado. “Também teremos algo em mobilidade, como o aplicativo de vistoria de entrega da unidade”, acrescenta dizendo que o aplicativo vai transferir a vistoria, hoje registrada em papel, para 50 tablet, inicialmente, onde será gerada e assinada a documentação, assim que for resolvida a questão da assinatura digital. Também usando tablet, a SulBrasil Engenharia e Construções implementou o sistema de monitoramento e gestão por indicadores de controle de produtividade do software, o Mobuss Construção Civil, em
foto: Fernando Martinho
ser essencial ter um sistema robusto e capaz de controlar tanto a operação, que estava crescendo, quanto suportar a aceleração que estava por vir”. O sistema desenvolvido internamente foi substituído pelo ERP após uma avaliação dos pacotes Oracle e SAP, os dois que se mostraram mais integrados e capacitados a atender a nova realidade da Brookfield. “Ao final, o SAP se mostrou com mais capacidade de nos atender fim a fim, desde o controle de obra até o BI”, esclarece Machado. Foram investidos mais de R$ 30 milhões no projeto, incluindo licenças, implementação e treinamento, juntamente com o empenho de 10 meses até o sistema entrar em operação. “Demos o Go Live em 10 meses, mas demandamos mais seis meses até estabilizar a parte operacional e depois mais um tempo para instalar o BI, o que totaliza dois anos de projeto”, esclarece o gestor de TI. As mudanças após a implementação, segundo o executivo, são incomparáveis. Primeiro porque todos os processos foram integrados e depois porque antes a empresa não tinha capacidade de medir metas operacionais, algo que passou a ocorrer sistematicamente e, inclusive, permitiu a criação de indicadores focados em melhorias internas e do controle, além de aperfeiçoar a tomada de decisão. Também foi possível melhorar os serviços e criar novas opções diretamente ligadas à satisfação do cliente final, entre elas a gestão do empreendimento, o acompanhamento da entrega e a assistência técnica. Este ano, a construtora planeja entregar algo como 10 mil unidades – são 30 mil unidades em construção – e por conta disso, precisava criar processos de acompanhamento dos imóveis para dar efetivamente a garantia de cinco anos prevista em contrato.
quatro de suas obras, para acompanhar nada mais do que a produção, ou seja, saber que funcionário rende mais ou menos em uma determinada tarefa e como ele pode ser melhor aproveitado. Entre os benefícios mensurados com base nos indicadores de gestão de custos, planejamento, orçamento, recursos humanos e qualidade destacam-se a melhoria do processo de gestão da qualidade, otimização das equipes, atualização do orçamento executivo, redução das perdas, ajustes e reprogramação das atividades, precisão da análise do custo da mão-de-obra e redução do retrabalho. Auri Fachini, engenheira do setor de Planejamento, Produtividade e Controle da SulBrasil, comemora os resultados da parceria com a Teclógica, empresa que desenvolveu o aplicativo, explicando que a informação automatizada gera rapidez e eficiência. “Trabalhar com um software desenvolvido especialmente para cuidar de todos os detalhes do canteiro de obras, que oferece diferentes indicadores como prazo, orçamento e qualidade, tem nos ajudado a
aperfeiçoar nossos processos e dado subsídio para a tomada de decisão”, diz Auri, que conta que a construtora implementará a solução para outros dois canteiros até o final de 2012. Segundo a engenheira, o monitoramento de produtividade e qualidade diminuiu em quase 50% as horas de retrabalho porque permite um melhor entendimento do que foi refeito e por quê. “O foco não é apenas saber a produtividade por pessoa ou grupo, por dia de serviço, mas tentar entender certos resultados e identificar os retrabalhos, para reduzi-los. Agora, quando a equipe de planejamento da obra identifica dias com produção baixa ela já avalia imediatamente quais as dificuldades e as formas de ajustar”, diz. Avanços A primeira fase de inclusão da TI nas construtoras é considerada pelos especialistas uma etapa vencida. “Todas as empresas de médio e grande porte já têm gestão automatizada de financeiro, compras, etc.”, diz Fernando Corrêa, diretor da Sinco Engenharia e coordenador do SindusCon-SP. Segundo ele, 98% dos problemas de implementação já estão resolvidos. A tendência atual, na opinião de Corrêa, é o tratamento dos dados captados na obra por tablets ou outros dispositivos móveis. Outra inovação é a instrumentação de obras ou prédios pós-ocupados, seguindo a filosofia do processo BIM (Building Information Modelling), sob o qual se instrumenta a obra para a geração futura de dados operacionais “O setor está aprendendo a investir em tecnologia da informação. Passou de 1995, quando todos se qualificaram em ISO, etc., e precisaram ter informações e controle para adequar processos, para uma era em que predomina a rapidez”, determina Corrêa.
registro sistemático do histórico de informações Entre as vantagens geradas pelas ferramentas TIC para o setor de construção estão:
Gestão por indicadores • Adoção de recursos de mobilidade • Melhoria na gestão financeira dos negócios •
• Acompanhamento da venda de unidades e criação de um serviço de assistência técnica mais adequado ao perfil dos consumidores
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Carlos Machado, da Brookfield: com o ERP, empresa melhorou serviços e criou novas opções diretamente ligadas à satisfação do cliente final, entre elas a gestão do empreendimento, o acompanhamento da entrega e a assistência técnica
>gestão
Perdas nunca mais
AES Sul adota IBM SPSS Modeler e aumenta capacidade de identificação das ligações clandestinas
“Cada ponto percentual conquistado significa centenas de megawatts/ hora recuperados e alguns milhares de reais que retornam aos cofres da empresa” Clodoaldo Silveira, da AES Sul
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s perdas no setor de energia através de fraudes na rede elétrica são um grande problema para as concessionárias de energia e podem atingir a cifra de R$ 5 bilhões/ano, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em determinadas regiões, o índice de ligações clandestinas chega a 25%, algo em torno de R$ 500 milhões por ano. Estima-se ainda que essas perdas representem 15% da energia comprada pelas distribuidoras. Essas fraudes estão comumente associadas às ligações irregulares ou clandestinas – ‘gatos’ – e às alterações das características dos medidores instalados nas unidades consumidoras. Para combatê-las, as distribuidoras desenvolvem uma série de ações, sendo que todas elas já possuem um setor de recuperação de perdas organizado para tratar especificamente desse assunto. A AES Sul – uma empresa da AES Brasil – por exemplo, acaba de conquistar um grande aliado na luta contra fraudes. Sua área de Perdas, após estudos, adotou o software de data mining IBM SPSS Modeler, com o qual conseguiu alcançar uma assertividade de até 23%. “Cada ponto percentual conquistado significa centenas de megawatts/hora recuperados e alguns milhares de reais que retornam aos cofres da empresa”, afirma Clodoaldo Silveira, técnico de Perdas da AES Sul. Maior assertividade Atuando, sobretudo, como concessionária de serviço público de energia elétrica para toda a região Centro-Oeste do estado do Rio Grande do Sul, a AES Sul atende a uma área de 99.512 km², contemplando 118 municípios e 1 0
primeiros resultados”, diz, comemorando 12 meses de uso da solução.
1.208.550 unidades consumidoras ou clientes. Números como esses dependem, prioritariamente, de tecnologia e processos consolidados para o controle efetivo das instalações, medição e combate a perdas. Mas o sistema anti-fraude até então em operação na empresa não atendia as necessidades daquele momento, nem a demanda que estava por vir. Depois de um apurado estudo, a solução escolhida foi o IBM SPSS Modeler, com consultoria, implementação e treinamento da DMSS. Silveira lembra que a aquisição da ferramenta aconteceu em maio de 2011 e a etapa de consultoria durou 30 dias, tempo em que o modelo estatístico foi construído. Antes disso, a equipe que trabalharia com o Modeler recebeu treinamento de uma semana e, após esse período, começaram os testes propriamente ditos. “Em agosto de 2011, a ferramenta já estava mostrando seus T I I n s i d e
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Estatística e mineração Mas como funciona uma ferramenta de data mining exatamente? Clodoaldo explica que a construção de uma base com dados históricos é fundamental para o bom aproveitamento do SPSS Modeler e, quanto mais completa a base, maior o sucesso das análises e do acerto. O Modeler é capaz de apontar onde estão os possíveis fraudadores a partir das informações históricas. Ele explica ainda que, com essa base, foram criados os modelos estatísticos que trazem centenas de características dos clientes que praticam as fraudes e dão origem a algoritmos ou conjunto de regras. “Para encontrar as fontes de perdas de energia, pegamos uma base de clientes atuais, jogamos dentro dela esse conjunto de regras (algoritmo), e o Modeler vai apontar os usuários com probabilidade de desenvolver fraude. E esses são indicados para averiguação em campo”. Com o resultado de uso da solução, Silveira conta que antes da implementação do Modeler, o índice de acerto ao apontar os fraudadores era de 13%. Após a instalação da solução, a assertividade aumentou para 19% até 23%. “A nossa meta era chegar a 18% de assertividade, mas ficamos dois pontos percentuais acima, um excelente resultado. Até porque cada ponto percentual traz ganhos de aproximadamente R$ 20 mil mensais”, atesta. Além disso, o técnico explica que em algumas regiões esse índice sobe para até 35% ou 40% – e em outras pode cair para 10 a 13%. 2 0 1 2
>mercado
Mande os dados para o espaço
com segurança
belekekin/shutterstock.com
Danielle Mota
Armazenamento em nuvem torna-se alternativa necessária após a explosão do volume de dados estruturados e, principalmente, não estruturados. Conheça as opções da indústria
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desenhadas para os requerimentos de computação em nuvem. “Os desbravadores da computação em nuvem e os novos líderes no segmento usam uma TI completamente diferente da convencional: altamente virtualizada, automatizada e orquestrada, para fazer mais com menos e mais rápido”, comenta o executivo. No entanto, por ser “tão bom, tão eficiente e tão mais produtivo”, na visão de Hermann Pais, diretor de pré-venda da Oracle, o ambiente traz consigo o desafio do gerenciamento e da necessidade de escalabilidade constante para não se esgotar rapidamente. fotos: divulgação
importante entender que o modelo anterior (de armazenamento) já não é mais adequado para a velocidade da era dos negócios digitais que vivemos”. Com esta frase o gerente de soluções de virtualização da EMC para a América Latina, Rodrigo Gazzaneo, define a relevância do atual movimento de armazenamento das informações em nuvem. Como modelo anterior, ele define aquele baseado em uma proliferação de diferentes equipamentos físicos, em redes de plataformas variadas e diversos pontos de gestão, com equipes internas em silos. Como modelo atual, o gerente geral da NetApp no Brasil, Marcos Café, auxilia na explicação: “Os clientes, hoje, procuram a nuvem porque o volume de dados é exponencial e eles precisam de tecnologias que sejam mais baratas, “Você usa um mais flexíveis e que possam gerenciar décimo do grandes volumes de dados”, pontua. espaço em bytes Por esse motivo, as empresas que você usaria estão se adaptando. Tanto a NetApp, comparado com que carrega toda sua atual tecnologia o storage para gerenciar tratamento de alto convencional” volume, e uma disponibilidade de Hermann Pais, 24X7, por 365 dias, quanto a EMC, da Oracle que não foge à regra, já que Gazzaneo conta que todas as soluções de infraestrutura da empresa estão
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Para solucionar esse impasse, ele explica ser importante que empresas e provedores de serviços baseados em nuvem tenham estratégias de implantação e gestão do armazenamento bem claras. “Você pode gerir limitando, o que os provedores gratuitos fazem”, comenta, exemplificando o caso do iCloud. Outras estratégias estão relacionadas às tradicionais soluções tecnológicas, como a adoção da técnica de compressão. As soluções do momento Mas as tecnologias também estão evoluindo para auxiliar a tarefa de armazenamento e resgate da informação. A Oracle, por exemplo, aposta na solução ZFS, a última a receber – nessa área de storage – up grade de memória, performance e processador. E o diferencial, segundo Pais, é a capacidade de se conectar por vários tipos de armazenamento, além de suportar diversos gêneros de sistemas operacionais. A solução Open ZFS surgiu como sistema de armazenamento storage de tecnologia aberta, no início dos anos 2000, e ganhou compressão de coluna de banco de dados para ser capaz de comprimir de dez a oitenta vezes o espaço ocupado por um banco de dados. “Você usa um décimo do espaço em bytes que usaria em um sistema 2 0 1 2
de storage convencional”, explica Pais Segundo ele, esse é, inclusive, um dos principais motivos que levam, em alguns casos, o retorno do investimento do storage acontecer “no ato da implementação”. Representando os data centers, a Alog extrapolou o armazenamento em nuvem para o conceito de storage em rede como serviço, ou simplesmente “SAN como Serviço” - de Storage Area Network. O diretor de operações da Alog, Nelson Mendonça, pontua que a flexibilidade das soluções de armazenamento em rede simplifica a implantação em qualquer tipo de ambiente. No entanto, lembra que apesar de as soluções em nuvem serem adaptáveis a quaisquer gêneros e tamanhos de empresa, em geral, médias e grandes têm apresentado um número maior de ambientes com perfil de consumo dos requisitos de disponibilidade, desempenho e segurança oferecidos por data centers. Lançada há pouco mais de seis meses, a versão mais recente do sistema da NetApp, a Cluster, assume a gestão dos dados evitando a formação de ilhas de armazenamento. “Hoje, as empresas vão incorporando discos em seus ambientes a medida que eles enchem. Com o Cluster você tem uma visão integral do armazenamento”, esclarece Café. Com um portfólio voltado tanto para armazenamento pessoal, quanto para sistemas corporativos de maior porte, o diferencial da EMC, segundo Gazzaneo, são as tecnologias que permitem configuração e monitoração diretamente do software de virtualização do data center. “No futuro queremos que esse controle seja ainda mais simples e integrado com as aplicações”, defende. Ele exemplifica contando que a integração com a API da plataforma de virtualização VMware vSphere para gerenciamento de armazenamento (VASA – vSphere API for Storage Awareness) permite ao gestor do ambiente virtual ter visibilidade profunda da configuração do sistema de armazenamento, o que o executivo valoriza, por permitir ajustar dinamicamente as aplicações com políticas de níveis de serviço e com muito menos passos de configuração. O lema, para Gazzaneo, é fazer mais com menos. “Mais volume, mais controle, mais capacidade, menos
esforço de gestão”, afirma. Ele ainda faz uma observação referente ao retorno sobre o investimento nas soluções de armazenamento em nuvem. “O benefício da virtualização se media em retorno de investimento. O benefício da computação em nuvem se mede em
“Um servidor de arquivos corporativos era tudo que bastava para um usuário de negócio ter suas informações “Nunca antes se protegidas. Mas, hoje, com a mobilidade gerou tanta e a velocidade de tomada de decisões, informação, nunca se faz necessário que este usuário tenha antes a informação acesso a informações praticamente em foi tão importante tempo real e a partir de um dispositivo para as móvel”, diz. organizações, e A EMC utiliza a si mesma como exemplo de sucesso na prática com o nunca antes o mundo esteve tão armazenamento na nuvem. Segundo digitalizado” Gazzaneo, a entrada da empresa em Rodrigo Gazzaneo, uma estratégia de cloud permitiu postergar em 4 anos a construção de da EMC um novo data center, uma economia enorme e um impacto direto ao negócio da empresa. Café acrescenta outro fator que deve aumentar ainda mais a necessidade de se armazenar em nuvem. O executivo lembra que grande parte das informações existentes ainda não estão em meios digitais, “tem muita coisa em papel, em micro filme. Se você imaginar que existe uma
A Cisco prevê que o tráfego global em nuvem crescerá seis vezes até 2016 habilitar os negócios a operarem de maneira mais ágil”, explica. E Pais concorda: “O crescimento sempre é geométrico, não em receita, mas em capacidade, em bytes”, diz. Necessidades da mobilidade Segundo Gazzaneo, portanto, armazenar em nuvem traz, de forma geral, vantagens específicas. Além do menor custo, são concedidos aos usuários maior agilidade e mobilidade.
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tendência grande de conversão de muitos desses dados para meios digitais, a tendência de dados na nuvem é até maior”, comenta. Cloud já é comum A Cisco prevê que o tráfego global em nuvem crescerá seis vezes até 2016. Gazanneo explica que as expectativas no segmento são promissoras porque “nunca antes se gerou tanta informação, nunca antes a informação foi tão importante para as organizações, e nunca antes o mundo esteve tão digitalizado”. “Armazenar na “Tem muita coisa nuvem é uma tendência irreversível”, confirma Café. em papel, em micro Especificamente quanto ao Brasil, filme. Se você Mendonça, da Alog, aposta que cada imaginar que existe vez mais o País tem se destacado na uma tendência oferta de novas soluções. “Eu diria que grande de temos condições de prover os mesmo conversão de tipos de serviço que qualquer outro local muitos desses do mundo”, afirma. dados para meios O desafio, agora, é descobrir “como digitais, a tendência tirar proveito e inteligência do ponto de de dados na nuvem vista analítico par a tomada de decisão é até maior” desse tsunami de dados que vão ser gerados”, coloca Café, explicando que a Marcos Café, da NetApp indústria precisa encontrar uma maneira de fazer isso de forma cada vez mais barata, veloz e com maior inteligência. 1 3
>mercado
Marcelo Vieira
A nova e ousada
aposta da Microsoft
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“É o início de uma nova era para a Microsoft” Michel Levy, presidente da Microsoft brasil
ransformar o lançamento de um produto em festa é uma arte que os americanos dominam como poucos. Para honrar a “tradição”, a Microsoft reuniu em São Paulo, no fim de outubro, parceiros, consumidores, celebridades e, claro, jornalistas para apresentar sua nova e grande aposta: o Windows 8, novo sistema operacional que altera drasticamente o principal produto da empresa. Essa mudança, talvez a mais importante desde o lançamento do Windows 95, sacramenta a adoção definitiva – ou rendição, como bem queira o leitor – da Microsoft às telas sensíveis ao toque e aos dispositivos móveis inteligentes. O OS tem como principal atrativo a nova interface, chamada Metro, otimizada justamente para o uso em touch screens. Ela transforma os aplicativos que rodam no sistema em quadrados e retângulos de conteúdo dinâmico e os dispõe na tela inicial. Sim, você leu aplicativos, e esse é o segundo indício indelével de que a Microsoft entra como retardatária na 1 4
foto: divulgação
Windows 8 arrisca todas as fichas em interface aprimorada para telas touch e aproxima dispositivos móveis a PCs
corrida dos dispositivos móveis, atrás de Apple (com o iOS) e Google (com o Android), mesmo que o sistema também equipe os já antigos desktops, notebooks e congêneres. Os apps para o Windows 8 serão comercializados em uma loja virtual chamada Windows Store, muito semelhante à Google Play e à App Store, que será localizada para cada país em T I I n s i d e
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que o sistema for lançado. “A Microsoft nunca apostou tanto em design”, disse a gerente geral de Windows da Microsoft Brasil, Priscyla Alves, ao auditório lotado, durante a apresentação do produto, ao se referir à identidade visual bastante colorida do sistema. “Não importa se você quer um tablet, notebook ou desktop, se deseja consumir ou criar conteúdo, trabalhar ou se divertir. O Windows 8 entrega uma experiência completa e personalizável, que se ajusta ao estilo e necessidades do usuário.” Este é o terceiro “Ás” na manga da Microsoft: a interface unificada. Computadores de mesa, notebooks, ultrabooks, tablets e smartphones, todos terão os quadrados e retângulos coloridos e dinâmicos na tela inicial. É possível, inclusive, por meio de login e senha, salvar na nuvem aplicativos e preferências visuais para utilizá-los em qualquer dispositivo com o sistema instalado. Produtos O Windows 8 possui quatro versões, duas para o varejo (Windows 8, para usuários finais, e o Windows 8 Pro, para 2 0 1 2
>mercado
“A Microsoft nunca apostou tanto em design” Priscyla Alves, gerente da microsoft brasil
Hardware O investimento em design que a Microsoft tanto alardeia ultrapassa o limite da interface Metro e chega aos dispositivos. Segundo a empresa, o sistema foi pensado para permitir equipamentos mais finos, leves e com maior duração de bateria, incluindo desktops, notebooks, ultrabooks, all-inones, tablets ou conversíveis. Esta última categoria, formada por devices híbridos de tela sensível dobrável ou destacável, mereceu bastante destaque da empresa durante a apresentação. Esse tipo de dispositivo demonstra a tentativa da Microsoft e dos parceiros de romper o estigma de que tablets são para consumir conteúdo e PCs para produzir. “Hoje não é mais necessário escolher entre produzir e criar conteúdo”, defendeu Priscyla Alves. Quinze fabricantes – incluindo Acer, Asus, CCE, Dell, HP, Lenovo, Positivo, Samsung, entre outras – apresentaram os mais de 50 modelos de dispositivos comercializados no País já no lançamento, número que deve ultrapassar os 60 até o fim de 2012. No mesmo período, em todo o mundo, a Microsoft diz que serão mais de mil modelos certificados para o sistema. 1 6
programas. A versão Enterprise do OS inclui licenças de virtualização e pode ser integrada ao Windows Server 2012 e ao Hyper-V.
foto: divulgação
entusiastas e médias e pequenas empresas). As outras duas miram o mercado corporativo (Windows 8 Enterprise) e os fabricantes de tablets (Windows RT, desenhado para tablets com processadores ARM e comercializado somente pré-instalado em novos dispositivos, como o Surface). “É o início de uma nova era para a Microsoft”, disse o presidente da empresa no Brasil, Michel Levy. “Estamos eufóricos por dois motivos: o Windows 8 traz uma onda de inovação que renova todo o nosso portfólio, e marca a transição da Microsoft para uma empresa de serviços.” Levy ressaltou ainda que o novo sistema vai ao encontro da tendência de consumerização, e que as barreiras da vida pessoal e profissional, bem como a forma como as pessoas lidam com a tecnologia da informação, estão mudando drasticamente. “Esse lançamento traz um mar de oportunidades para o ecossistema de fabricantes de tecnologia, desenvolvedores e anunciantes, que poderão usufruir da nova arquitetura para criar equipamentos, softwares e aplicativos”, disse o executivo.
Software Justificar a migração para a versão 8 do Windows passa, em grande parte, pelos aplicativos. Eles poderão ser baixados diretamente da Windows Store. Alguns já virão pré-instalados, incluindo jogos, players de música e vídeo, notícias, esportes, finanças, e-mail, fotos, calendário e outros, com grande foco na integração com redes sociais. Nenhum executivo da empresa arriscou revelar a quantidade de apps disponíveis no lançamento, provavelmente para evitar comparações com as lojas concorrentes, que totalizam bilhões de downloads. Para recuperar terreno, a Microsoft promete benefícios para criadores de apps. A proposta de remuneração começa em 70% (do valor de venda), e passa para 80% depois que o aplicativo arrecadar US$ 25 mil. A empresa calcula que são 400 mil desenvolvedores potenciais em todo mundo, e que para eles o Windows 8 é mais atrativo por permitir maior flexibilidade de linguagens, como JavaScript e HTML. Usuários antigos do sistema não precisam se preocupar com compatibilidade, garante a Microsoft: a área de trabalho tradicional do Windows continua presente, e os programas serão suportados, uma vez que o sistema é construído sobre a base do Windows 7. Para as empresas, o Windows 8 oferece novos recursos de segurança – como o BitLocker, que protege os dados do usuário em caso de perda ou roubo do dispositivo, e o App Locker, que controla permissões de aplicativos e T I I n s i d e
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Perspectivas Uma semana após o lançamento do Windows 8, o CEO da Microsoft, Steve Ballmer, comemorou “dezenas de milhões de licenças corporativas vendidas”. Só de upgrades foram 4 milhões nos primeiros quatro dias, mera fração das 670 milhões de máquinas rodando Windows 7 em todo o mundo. Ballmer estima em 400 milhões o número de dispositivos com a nova versão do sistema operacional em 2013, incluindo PCs, tablets e smartphones. Mas tanto otimismo por parte do executivo contrasta com análises mais sóbrias de consultorias especializadas. O Gartner, por exemplo, prevê que 90% das companhias não implementará o sistema operacional pelo menos até 2014. “As perspectivas parecem boas para o Windows 8 no mercado de consumo ou para tablets, mas não há imperativos comerciais atraentes para migrar dispositivos legados de negócio para o Windows 8”, disse Peter Sondergaard, vice-presidente sênior e chefe global de pesquisa do Gartner, durante o simpósio da consultoria. Segundo os analistas do Gartner, muitas pequenas e médias empresas poderiam, inclusive, fazer um downgrade de novos computadores com Windows 8 para o Windows 7 entre os próximos 12 a 18 meses. Já no mercado de tablets, apesar de permanecer atrás do iOS e do Android, os analistas acreditam que o novo sistema operacional deve se sair melhor nas empresas que no mercado consumidor. Dispositivos conversíveis, com tela sensível ao toque e que compartilham características de tablet e notebook, podem impulsionar a adoção do sistema através do movimento de consumerização, ou de iniciativas de BYOD. Eles são atrativos para usos corporativos justamente por facilitarem a produção de conteúdo ao mesmo tempo em que tornam a visualização atraente. No entanto, para Michael Silver, vicepresidente e diretor de pesquisas do Gartner, pode haver relutância frente à nova e reformulada interface de usuário. “A maior parte do mercado de PCs é composta por desktops e notebooks tradicionais, que se beneficiarão pouco da interface Metro”, opinou o analista. 2 0 1 2
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Danielle Mota
O inimigo mora ao lado Gartner prevê que 90% de todas as iniciativas de TI não serão inteiramente bem sucedidas nos próximos anos, e indica formas de superação desse obstáculo; 4,4 milhões de empregos serão gerados globalmente no setor e não há talentos suficientes para ocupá-los
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Cassio Dreyfuss, vice-presidente de pesquisas do gartner
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O consultor explica que é evidente, no atual ambiente de TI das organizações, a falta de disciplina. “Estamos vivendo em um ambiente indisciplinado. O excesso de estímulos que bombardeiam os negócios, tanto pelo lado da demanda quanto da oferta, não nos permite absorver todas as mudanças dentro de um processo normal de planejamento”, pontua. Segundo ele, em um processo normal de planejamento o ideal é, inicialmente, analisar o cenário e verificar todas as vantagens, tanto relacionadas à demanda, quanto à oferta. Posteriormente, tomar algumas decisões, e avançar. No entanto, “em um ambiente indisciplinado, você não tem todo o tempo para fazer isso”, conclui. Sendo assim, ele alerta as providências que devem ser tomadas. fotos: divulgação
“Foco, conexão e liderança correspondem exatamente a como nós fazemos a nossa estratégia, o ambiente em que executamos essa estratégia, e como nós vamos trabalhar juntos com esse objetivo”
ntre as principais prioridades dos CIOs da América Latina, estiveram, ao longo de 2012, as tecnologias ligadas a Analytics e Business Intelligence, de acordo com estudos feitos pelo Gartner e apresentados durante o Simposium/ITxpo2012, que ocorreu no fim de outubro e contou com 1100 participantes. Segundo o vice-presidente e analista da consultoria, Donald Feinberg, essa insistência em relação aos temas acontece justamente porque é crescente a demanda por geração e interpretação de informações. No ano passado, tecnologias com esse perfil estavam na quinta posição no ranking de preocupações desenvolvido pelo Gartner, enquanto soluções de gestão e governança posicionavam-se no primeiro lugar. Em 2012, essas tecnologias que lideravam o ambiente de TI caíram para o oitavo. De forma mais específica, no Brasil, o Gartner prevê que os gastos com TI deverão chegar a US$ 134 bilhões em 2013, representando um aumento de 6% com relação à previsão de gastos – estimada em US$ 126,3 bilhões – para 2012. No entanto, o vice-presidente de pesquisas da consultoria, Cassio Dreyfuss, reforça que 90% de todas as iniciativas de TI não serão inteiramente bem sucedidas, nos próximos anos, porque “a organização de TI não vai conseguir se adaptar ao ambiente turbulento e incerto vivido pela economia global e, portanto, não conseguirá entregar todo o resultado”, explica.
Ao invés de as empresas de TI darem continuidade às atuais prioridades – caracterizadas pelos pilares desenvolvimento, produção e suporte – seria interessante partir para outras três vertentes: foco, conexão e liderança. Essas são, inclusive, as três palavras que nortearam o Gartner Simposium/ ITxpo2012. Dreyfuss explica que o foco contínuo significa manter-se sempre atento, tanto do lado da demanda - para perceber rapidamente oportunidades e ameaças nos negócios e decidir quais são exatamente os pontos a serem trabalhados - quanto do lado da oferta. Uma vez resolvido o que será o trabalho, a intenção é definir como vão ser trabalhadas determinadas situações, e descobrir as oportunidades de usar novas tecnologias para alavancar objetivos de negócios. Dessa forma, Dreyfuss alerta que o foco é importante para estabelecer a estratégia de TI. Para explicar o sentido da conexão, ele contextualiza com o fato de as empresas participarem de uma cadeia de valor. Para Dreyfuss, cada empresa precisa ser vista como uma entidade que está participando de uma rede de processos de negócios. E, para tanto, a área de TI precisa observar além dos seus processos internos, devendo se integrar a processos de outras empresas. Colaboração “O CIO com atitude tem que começar a pensar que vai colaborar com seus pares em outras empresas, para que juntos possam criar uma rede de processos de negócios e levar as
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suas respectivas empresas ao sucesso, ao valor de negócio. E aí aparece outra palavra chave: a colaboração”, explica, dizendo que inclusive o Gartner vem investindo intensamente no desenvolvimento de metodologias de colaboração em todas as áreas. “A conexão estabelece esse cenário da rede de processos de negócios, que é onde vamos trabalhar no futuro, e isso não acontece se não houver liderança”, resume, acrescentando que o objetivo deve ser o estabelecimento de um cenário em torno do qual as pessoas serão aglutinadas e um caminho estabelecido para dar direção e orientar processos. “Estabelecer como nós vamos chegar lá”, detalha. “Foco, conexão e liderança correspondem exatamente a como desenhamos a nossa estratégia, em qual ambiente executamos essa estratégia e como vamos trabalhar para chegar ao objetivo”, resume. Déficit de mão de obra Em termos de oportunidades de emprego, essas dicas ressaltadas por Dreyfuss teriam grandes chances de serem aplicadas, já que, segundo Peter Sondergaard, vice-presidente sênior do Gartner, até 2015, serão criados 4,4 milhões de empregos globalmente no setor de TI para, principalmente, dar suporte ao Big Data. No caso da América Latina, as vagas estarão principalmente nas organizações governamentais e grandes empresas. No entanto, Dreyfuss alerta que “os trabalhos vão ser criados porque há necessidade, mas não esperamos que sejam (totalmente) preenchidos”, informa. A principal dificuldade encontrada é a falta de mão de obra especializada. “Não há uma quantidade de talentos suficientes na indústria de Big Data. Nossos sistemas de educação pública e privada são falhos. Desta forma, apenas um terço dos cargos de TI serão preenchidos. Os especialistas de dados serão uma commodity escassa e valiosa”, alerta. Por conta disso, o executivo acredita na necessidade de acelerar o nível de conhecimento dentro das organizações. “Empresas estão, por exemplo, criando relações específicas com instituições de ensino para ter novos fluxos de habilidades dessa nova economia”, explica Dreyfuss. Mas Feinberg faz uma observação contundente sobre esse método:
não são coerentes”, avalia, acrescentando a falta de integração no programa TI Maior.
“Quando você treina as pessoas internamente, precisa encontrar formas de segurar esses funcionários na sua empresa, pois eles são valiosos”, salienta. Na América Latina, Dreyfuss afirma que o primeiro País a se preocupar com formação de mão de obra em TI foi o México, que criou iniciativas para se desenvolver como um país de serviços. Na sequência, ele coloca o Chile, explicando que aquele país se concentrou não só em TI, mas em processos de negócios. “Não há tantos profissionais de TI, portanto, desenvolveram outros profissionais em outras áreas (para auxiliar as funções de TI)”. Seguindo esse mesmo modelo, estão a Colômbia e o Peru. “O Brasil não fez nada disso. Nem mesmo instituições como a Brasscom fizeram diferença. Os avanços são poucos e
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E o futuro? Ainda com as deficiências de mão de obra, Dreyfuss dá dicas sobre como melhor aproveitar o setor. O executivo observa que novas tecnologias, implementadas de forma inteligente, desafiam o modelo de gestão, mas é necessário engajar os profissionais. Segundo ele, apenas 29% dos empregados estão engajados. “É preciso envolver os outros 71% em um jogo”, acredita, explicando que o oposto da palavra jogo é “depressão”. Para Dreyfuss, “seres humanos são construídos para jogar e no trabalho não devemos ser sérios”. Portanto, ele acredita que transformar os desafios corporativos em jogos, a fim de motivar os funcionários, é a grande promessa para o futuro. “Difícil, mas importante”, julga. O analista ainda valoriza a atuação do cliente. “Os CIOs já reconhecem que focar na experiência do cliente traz resultados”, comenta, acrescentando que a experiência do cliente é cada vez mais digital. Nesse sentido, ele afirma que a TI precisa de relacionamentos colaborativos com marketing. “Antes, TI era domínio dos tecnologistas apenas, mas as restrições estão se rompendo”, comenta. O Gartner perguntou a alguns CIOs, ainda esse ano, qual seria a função deles no futuro, e mais de um terço acha que eles devem ter responsabilidades em outras áreas de negócio fora de TI. A partir dessa constatação, Dreyfuss aponta que a área de TI está se descaracterizando, porque está se espalhando. “Demanda e oferta entendem e discutem TI. Mas nessa crise de identidade da área, como o organograma de TI vai se organizar no futuro?”, indaga. Ele responde que 800 analistas sabem que vai ocorrer uma transformação. Por outro lado, são 800 opiniões diferentes sobre o que exatamente acontecerá. “Na minha visão, a área de TI são pessoas com diferentes perfis que se juntam dinamicamente e colaborativamente para resolver problemas. Quais são as tecnologias usadas para isso? Algumas, mas o ponto de valor é essa união”, pontua. 2 1
“Quando você treina as pessoas internamente, precisa encontrar formas de segurar esses funcionários na sua empresa, pois eles são valiosos” Donald Feinberg, vice-presidente e analista do Gartner
“Não há uma quantidade de talentos suficientes na indústria de Big Data. Nossos sistemas de educação pública e privada são falhos. Desta forma, apenas um terço dos cargos de TI serão preenchidos. Os especialistas de dados serão uma commodity escassa e valiosa” Peter Sondergaard, vice-presidente sênior do Gartner
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>serviço
Jackeline Carvalho e Danielle Mota
A convergência
dos serviços Ofertas isoladas perdem força no mercado corporativo frente à demanda por pacotes integrados e gerenciados de serviços de TI e telecom. Há, inclusive, modelos de negócios que privilegiam a gestão composta de terceiros, com entrega e cobrança de resultados 2 2
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mercado de serviços gerenciados de TI existe há mais de 10 anos, porém, neste último quinquênio tem sido mais disputado não só por tradicionais provedores, mas também pelas operadoras de telecomunicações. Isso porque, a evolução constante de novas tecnologias, a convergência de voz, vídeo e dados e o crescimento expressivo dos serviços baseados em IP, têm aumentado a dependência das empresas em relação a infraestrutura de TI. E mesmo as grandes organizações têm dificuldade de bancar o custo de manutenção da crescente complexidade das redes e dos equipamentos necessários para se manterem tecnologicamente atualizadas. Assim, mais e mais organizações têm terceirizado a gestão e o monitoramento de toda ou de parte de suas operações de TI com provedores especializados em serviços gerenciados. Um movimento que lhes permite dedicar esforços ao negócio, sabendo que sistemas e funcionalidades estão sob a responsabilidade de especialistas. Uma das razões para o crescimento dos serviços gerenciados é o domínio dos provedores sobre aspectos tanto de TI quanto de telecomunicações. “Uma solução de processamento de dados na nuvem dificulta a separação do que é TI e do que é Telecom. Então, naturalmente, muitos dos nossos projetos começaram a avançar cada vez mais dentro do escopo de TI”, diz Paulo Scrideli, diretor de pré-vendas e parcerias da Telefônica|Vivo. “Nossos clientes, que são grandes corporações e empresas públicas de grande porte, nos exigem cada vez mais uma atuação como integrador, como alguém que está atuando fim a fim”, reconhece. O portfólio da Telefônica|Vivo, segundo Scrideli, é divido em quatro grandes pilares: os serviços tradicionais de voz; conectividade; a oferta de TI; e a oferta de mobilidade. “Justamente por atuar com grandes empresas, não trabalhamos com ofertas padronizadas”, afirma o executivo. Como exemplo dessa customização, a operadora anunciou
recentemente um grande contrato com o Grupo Pão de Açúcar, para o qual irá instalar e gerenciar a rede de comunicação de voz e dados na matriz e nas 626 lojas. Trata-se de um outsourcing total da rede corporativa do Grupo, que inclui gestão proativa, plataforma de call center, sistema de tarifação e gestão de contas, manutenção e suporte com técnicos no site do cliente e toda a plataforma de voz e dados. O projeto “varejo do futuro”, do Pão de Açúcar, visa aprimorar a experiência de compra do consumidor nas lojas, através de interação digital, promover maior agilidade na comunicação e a colaboração entre funcionários a longa distância. Para isso, o varejista está implantando uma grande rede IP e conta com a Telefônica |Vivo como
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parceiro estratégico desse upgrade tecnológico. A nova infraestrutura está sendo implementada na sede da empresa e deve ser concluída até o final de 2013 em todas as lojas de Pão de Açúcar, Extra (hiper, super e minimercado) e Assaí no Brasil. Será algo estratégico para dar suporte a novas aplicações, como videoconferência, quiosques multimídia, treinamento a distância, aplicativos para o consumidor utilizar nas lojas através de seu celular, algo que melhora e simplifica sua experiência de compra. Outros serviços como quiosques multimídia e treinamento a distância também poderão ser oferecidos a partir da rede IP, como reuniões virtuais para promover maior colaboração e integração entre os 150 mil funcionários do Grupo, espalhados em cerca de 700 locais diferentes no País. Único interlocutor Segundo especialistas, as operadoras de telecomunicações, como a Telefônica|Vivo, têm papel importante na mudança da oferta de serviços, tendo em vista a experiência acumulada do outro lado do balcão, quando foram obrigadas a se inovar para fazer frente à queda de receita com a cesta convencional de serviços. Além disso, executivos ligados a essas empresas argumentam que os próprios clientes corporativos querem, agora, tratar com apenas um interlocutor, que domine tecnologias e as tendências em cada vertical da indústria, para serem mais produtivos e lucrativos. Os mais críticos, no entanto, ratificam que as operadoras estão mesmo em busca da receita perdida quando focam serviços convergentes, em especial, a oferta gerenciada. Algo que Raimondo Zizza, diretor de TI da TIM Brasil, nega: “não existe uma concentração das operadoras em serviços gerenciados. Esse mercado convergente apresenta uma tendência de crescimento sobretudo no Brasil, e algumas operadoras de telecomunicações perceberam esta tendência como oportunidade de fonte de receita através de um novo segmento. É claro que a estabilização e, em alguns casos, a diminuição da receita de voz gera uma pressão natural na busca por novas 2 3
Yuri Rezende Menck, da Level 3 Brasil: os clientes contratantes de serviços gerenciados têm como vantagem a qualidade dos profissionais envolvidos e o preço
Camila Kamimura, da Locaweb: a computação em nuvem possibilitou o acesso a uma enorme capacidade computacional, a um preço acessível e adequado para a realidade da maioria das empresas brasileiras
>serviço explosão do consumo dos recursos de ti e aceleração dos lançamentos de novas tecnologias, juntamente com o novo comportamento do usuário final, levam empresas a contratar serviços gerenciados para ganhar eficiência
oportunidades”, salienta. Além das novas tecnologias e da mudança de hábito do usuário final, outro fator que contribui para a expansão do mercado de serviços gerenciados é o aumento do volume de dados/informações, algo que vem forçando as empresas a recorrerem a terceiros em busca de fôlego, e expande a demanda por soluções baseadas em nuvem e aquelas dedicadas a atender essas demandas de maneira mais econômica – a infraestrutura como serviço, ou IaaS no jargão da TI. Pressão Mas nem mesmo todo o atrativo tecnológico e a voracidade por inovação superam a necessidade das empresas vencerem a pressão dos custos, quando se analisam as razões que conduzem as empresas para os serviços gerenciados. Yuri Rezende Menck, gerente de marketing estratégico e comunicações da Level 3 Brasil, pontua que os clientes têm como vantagens a qualidade dos profissionais envolvidos e o preço. “Nem sempre fazer dentro de casa é necessariamente mais barato e, em muitos casos, é possível optar pelo serviço sob demanda”, pontua.
FOCO EM SEGURANÇA
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Alexandre martinez, da etek: empresa latinoamericana lançou oferta de serviços gerenciados de segurança no brasil
administração de dispositivo e testes de vulnerabilidade e penetração, além de consultoria especializada, o NISS fortalece a parceria formada pelas duas empresas para atuar no mercado brasileiro com uma oferta completa em produtos e serviços de segurança. Dentro do pacote NISS, o cliente tem sua infraestrutura de segurança monitorada ativamente 24h por dia, 7 dias por semana. O serviço é prestado de forma remota por profissionais treinados, dedicados e certificados pela Etek NovaRed. Além do monitoramento, o fornecedor faz toda a gestão do parque de segurança, com revisão contínua da eficiência e disponibilidade dos equipamentos.
Etek NovaRed - joint venture formada em 2012 pela provedora de soluções integradas de segurança da ETEK International e pela NovaRed, multinacional especializada em soluções personalizadas e de TI e internet – acaba de disponibilizar ao mercado brasileiro o Etek NovaRed Integrated Security Service (NISS), pacote de serviços gerenciados de segurança, que já vem sendo utilizado em países como Chile, Colômbia e Argentina. A expectativa da empresa é que o novo serviço responda por 40% da receita da Etek NovaRed no país já em 2013. Composto de monitoração,
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A Embraer, por exemplo, acaba de renovar o contrato para fornecimento do parque de impressões com a Xerox. Agora ampliado, o acordo permitirá à fabricante atuar também na impressão de projetos de engenharia, algo fora do escopo anterior. Globalmente, uma referência recente nos contratos de serviço é o acordo estabelecido entre a HP e a Rolls-Royce, que renovou o contrato de serviços de gerenciamento de todo o seu ecossistema de tecnologia da informação. A empresa especializada no fornecimento de serviços e energia para transporte terrestre, marítimo ou aéreo manterá a HP como parte essencial do seu ambiente de TI, já que a fabricante hospeda os aplicativos em seus data centers de última geração. A HP irá, também, gerenciar servidores remotos e o armazenamento da Rolls-Royce no Brasil, Canadá, França, Alemanha e Noruega. “É vital que nossos produtos, serviços e pessoas tenham o apoio de uma TI de qualidade e internacional”, afirmou Simon Ricketts, CIO da Rolls-Royce, em comunicado. “O novo contrato com a HP apoia nossas prioridades de negócios atuais e futuras”. Serão fornecidas instalações de data center em todo o mundo a fim de gerenciar os aplicativos e a infraestrutura utilizada pela RollsRoyce. Também estão no contrato os serviços de manutenção e suporte para os aplicativos de engenharia, manufatura, atendimento ao cliente e outros aplicativos de gerenciamento. Toque nacional Particularmente no Brasil, alguns fatores acentuaram as ofertas gerenciadas nos últimos anos, entre eles a migração para o modelo cloud. O conceito viabilizou o surgimento de uma nova proposta de computação, que viabiliza a oferta de infraestrutura como serviço (conhecido como 2 0 1 2
infrastructure as a service ou IaaS), eliminando a necessidade de investimento na compra de equipamentos, gastos com a manutenção e atualização de hardware e software, sem falar dos riscos envolvidos nesta operação preocupações de empreendedores e gestores de TI no momento da escolha das soluções e fornecedores. “As principais teles querem se firmar como provedoras de serviços de TI para o mercado corporativo, mas as propostas são muito similares: usar sua estrutura/equipe para prover o serviço”, diz Zizza. Assim como aconteceu em voz, com a criação dos planos Infinity e Liberty, a operadora entrou no segmento de cloud computing fechando alianças com duas grandes empresas de TI, a DualTec e a Ativas, para as quais vai delegar toda a responsabilidade do serviço. “Com isso, damos o crédito a quem - de fato - entende do serviço e suporta essa estratégia com a oferta de banda larga - sem perder o foco da sua origem: voz e dados”, explica o executivo. Camila Kamimura, gerente de marketing de produtos IaaS&PaaS da Locaweb, defende que a computação em nuvem possibilitou o acesso a uma enorme capacidade computacional, a um preço acessível e adequado para a realidade da maioria das empresas brasileiras, já que oferece elasticidade para aumentar e diminuir a capacidade da infraestrutura na medida da necessidade e flexibilidade para abrigar qualquer tipo de projeto (de sites e e-commerce à sistemas de gestão, como ERPs, CRMs, etc). Além da já conhecida e consolidada oferta de IaaS, onde o cliente tem autonomia para administrar seus servidores e compor sua infraestrutura de acordo com os requisitos técnicos ou do negócio, a Locaweb tem investido no desenvolvimento de serviços gerenciados em plataforma como serviço (PaaS). Neste contexto, a empresa passa a cuidar da manutenção, atualização e gestão dos servidores (sendo responsável pela atualização de sistema operacional, configuração das ferramentas de segurança, monitoração da infraestrutura, gestão de backup, etc), para que o cliente
possa focar em seus projetos. Além disso, os servidores gerenciados também oferecem frameworks de programação Java e Ruby on Rails, para proporcionar mais flexibilidade aos ambientes de programação e dar produtividade para usuários. Um dos diferenciais oferecidos pela empresa, segundo Camila, é o gerenciamento de infraestrutura exclusiva em nuvem ou híbrida,
compondo o ambiente de TI com cloud e servidores dedicados. Mesmo crescente, a oferta de serviços gerenciados enfrenta alguns desafios. O primeiro deles, na visão de Ronaldo Motta, diretor de marketing do corporativo da Oi, é a integração, ou seja, conseguir colocar uma camada de gerenciamento em todos os serviços. “Queremos que todo produto que a gente lança saia com gerenciamento”, diz. O segundo obstáculo, na visão do executivo, é a falta de mão de obra qualificada; e por fim, enfrenta-se o desafio dos processos não padronizados. As operadoras, diz Motta, estão aprendendo a caminhar neste universo, mas, particularmente a Oi, se estruturou para ser um grande e competitivo player. “Em um cenário em que as empresas estão cada vez mais dependentes da tecnologia para serem competitivas, uma gerência bem feita dos serviços em TI é essencial para que as organizações alinhem suas infraestruturas de hardware e software aos seus objetivos de negócio. Porém, fazer esse gerenciamento não é tarefa simples. Demanda clareza de foco, além de uma abordagem sistemática e disciplinada”, finaliza Zizza, da TIM.
MULTISERVIÇO
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Everis lançou uma solução de integração de múltiplos serviços de TI para empresas no Brasil. Ela garante a qualidade e integração operacional dos serviços prestados por diferentes fornecedores em uma empresa, bem como alcançar os benefícios e economias esperadas do outsourcing de TI. O novo serviço atende às necessidades das empresas de fornecerem processos e especialistas para a integração de todos os seus serviços de TI, entregando resultados de negócio. A Everis atua com equipes próprias em cada cliente, com uma metodologia baseada em planejamento, execução, verificação e atuação. “Nosso papel consiste em profissionalizar serviços que, atualmente, são executados internamente. Este serviço é inovador, pois estrutura e centraliza tarefas que eram realizadas de modo secundário na empresa, além de obter benefícios que, anteriormente, estavam ‘escondidos’, devido ao foco na
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operação”, diz Nelson Wilson, sócio da área de Outsourcing da Everis. O serviço pode ser exemplificado por diversos indicadores de aprimoramento, tais como, a melhora na operação do help desk, com a criação de matrizes e a redefinição do modelo de instruções operacionais; a padronização e geração de relatórios de quadros de controle operacional; unificação do fluxo e modelo da informação que se conecta entre os fornecedores e o próprio cliente e a melhora no SLA (acordo de nível de serviço) global de atendimento entre os diferentes fornecedores, entre outros aspectos. “A chave é olhar o processo horizontalmente e não setor a setor. Nos projetos realizados nos últimos anos pela Everis, as melhorias obtidas superaram uma economia de 30% em determinadas áreas de TIC, especialmente naquelas de serviços de suporte a usuários e infraestruturas, nas quais o potencial de racionalização de recursos é alto”, afirma Wilson. 2 5
“Oferta de serviços gerenciados enfrenta três desafios: integração, falta de mão de obra e os processos não padronizados” Ronaldo Motta, da Oi
>serviço Marcelo Vieira
O Brasil e o dilema
da grandeza em TI
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utubro de 2012 foi um mês importante para o setor de tecnologia da informação no Brasil. A Witsa (World Information Technology and Services Alliance) anunciou que Brasília será sede, em 2016, de um dos maiores eventos do setor, o Congresso Mundial de TI. São esperados representantes de mais de 80 países e público superior a 3 mil pessoas. Mais do que a oportunidade de atrair grandes empresas globais – e com elas milhões de dólares em investimentos –, a escolha da capital federal demonstra o ganho de importância do País no cenário mundial de TI. Também em outubro, mas algumas semanas antes do anúncio da Witsa, a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) promoveu, em São Paulo, em parceria com a renomada revista britânica The Economist, a terceira edição do Brasscom Global IT Forum. Executivos nacionais e internacionais, líderes de governos, analistas de mercado e formadores de opinião se reuniram para avaliar oportunidades e desafios para que o País se torne um dos três maiores expoentes globais em tecnologia da informação. Um estudo realizado pela Brasscom e apresentado no fórum, intitulado “TIC 2022: TIC como motor de desenvolvimento para o Brasil”, constatou que hoje o País é o quinto maior mercado do mundo para tecnologias da informação e comunicações, com US$ 212,5 bilhões em receitas. Se considerado separadamente apenas o setor de TI, o País ocupa a sétima posição global, com US$ 112,5 bilhões; isolando apenas a área de telecomunicações o cenário é ainda melhor: quarta posição, US$ 100 bilhões. 2 6
alp33/shutterstock.com
País atrai investimentos e atenção internacionais e lança programas de incentivo para o setor, mas ainda tem muitos desafios pela frente
“Temos uma oportunidade para que o Brasil consolide sua importância global em TIC”, disse durante o evento o presidente do conselho da Brasscom, Laércio Constantino. “O governo entendeu o papel do setor no desenvolvimento econômico e começa a formular políticas para ampliar o uso das
médio anual, enquanto a Europa, por exemplo, não passará de 1%. “Espera-se que as tecnologias da informação e comunicações desempenhem um papel crescente na economia e na sociedade, ajudando a democratizar inovações como a computação em nuvem e a consumerização, e O Brasil é o quinto maior mercado criando novos modelos de negócio”, ponderou o do mundo para tecnologias da sócio-diretor da informação e comunicações, com consultoria McKinsey, Paulo Fernandes. US$ 212,5 bilhões em receitas “Quanto melhor em TIC, tecnologias. A colaboração entre governo mais competitivo é o país, pois a e iniciativa privada deve impulsionar o tecnologia se combina com outros mercado nos próximos anos.” setores econômicos.” Mesmo com os números da indústria global de TIC crescendo a taxas Obstáculos consistentes de 4,3% ao ano pelo menos Para os especialistas reunidos pela até 2016, segundo a IDC, o Brasil estará Brasscom e pela The Economist, o Brasil inserido em um cenário ainda mais não só pode fazer uso mais intenso de TIC positivo. A América Latina acumulará, no para impulsionar seu desenvolvimento mesmo período, 9% de crescimento como também passar a exportador de T I I n s i d e
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Segunda opinião Mesmo com tantos problemas, o setor está otimista, afirma o presidente da Associação das Empresas Brasileiras de TI (Assespro), Luís Mário Luchetta. “Com o governo mostrando que o setor é estratégico e prometendo um plano específico, é um momento positivo”, disse, se referindo, entre outras iniciativas, ao Programa TI Maior. Lançado em agosto pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para estimular o desenvolvimento e a certificação de softwares no Brasil, o plano prevê investimentos de R$ 500 milhões até 2015. “É um erro brigarmos em preço de mão de obra com outros países do mercado internacional”, diz Luchetta. “O Brasil tem condições de competir, mas estamos no momento entendendo que o caminho não é a prestação de serviço, e
fotos: divulgação
soluções e serviços, papel que desempenha ainda muito timidamente. Mas os desafios são muitos. “Há muito a fazer e pouco tempo”, disse o presidente da Brasscom, Antonio Gil, sobre a emergência de medidas que estimulem o setor. Mas as críticas mais enfáticas vieram dos potenciais investidores estrangeiros, justamente os que a associação brasileira quer atrair. O presidente e CEO do ITI (Information Technology Industry Council - entidade norte-americana que representa as maiores companhias de TIC do mundo), Dean Garfield, deixou bem claro que, mesmo sendo um país de oportunidades, o Brasil também é cheio de desafios. “As empresas interessadas em investir no Brasil têm um cenário a considerar que não é muito favorável. Vivemos em um ambiente muito volátil, é fácil procurar outro lugar mais adequado”, disse em tom de ameaça o executivo, citando como empecilhos os altos impostos, o “ambiente regulatório inseguro”, a falta de mão de obra qualificada e de infraestrutura – incluindo telecomunicações, portos, estradas e energia elétrica barata, entre outros. Para Cássio Dreyfuss, vice-presidente de pesquisas do Gartner, o Brasil corre o risco de não conseguir competir no mercado global de serviços e soluções de TI. “Os preços são muito altos”, disse. “O crescimento do mercado é acelerado, mas ainda assim há incapacidade de atender a própria demanda interna, e os CIOs precisam começar a pensar em serviços offshore.”
sim produtos de software. Seremos cada vez mais indispensáveis do que já somos nos serviços muito especializados.” Além da falta de mão de obra qualificada – que mesmo de baixa qualidade tem custos bastante elevados –, a alta do preço do dólar e a inflação interna fizeram os preços dos produtos brasileiros de TI quadruplicarem nos últimos dez anos, explica o executivo da Assesspro. “Não podemos ser competitivos frente aos demais países que fazem outsourcing internacional, por exemplo. O que consegue viabilidade são os serviços altamente especializados, e o modelo de certificação do produto de software nacional com o qual o governo vem acenando pode ser a salvação para a competição externa”, acredita Luchetta.
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Soluções e políticas Além do programa TI Maior do governo federal, outras iniciativas consideradas chave podem alavancar o setor, segundo avaliação da Brasscom. A primeira delas é o Ciência Sem Fronteiras, que ataca principalmente o problema da mão de obra qualificada, levando estudantes para estudar no exterior. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) também se volta para a questão da formação. Do ponto de vista de incentivo à demanda, a Brasscom aposta que a aceleração dos investimentos governamentais em programas com o Plano Nacional de Banda Larga, além dos grandes eventos, incluindo Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016 e tantos outros que o Brasil sediará nesse ínterim, deixarão um legado importante para a expansão e criarão bases para o desenvolvimento futuro. “Vemos cinco princípios de governança para alcançar a visão exposta no Brasil TIC 2022”, disse Gil durante o evento da Brasscom. “A coordenação e a interação constante entre os players mais relevantes do setor, a viabilização dos programas de incentivo já existentes, com transparência e clareza para assegurar os resultados pretendidos, além de independência para a continuidade dos esforços e acesso aos escalões mais altos do governo e da indústria para facilitar a tomada de decisões.” Os BRICs, grupo de países em desenvolvimento que emergem como novas potências econômicas globais, têm iniciativas importantes em TIC. O governo chinês, por exemplo, inclui a tecnologia da informação e comunicação como elemento chave de crescimento. Há planos para expandir o uso de tecnologias em áreas rurais com foco em educação e saúde, além de projetos de cloud computing, smart grids, smart cards, internet das coisas, entre outras iniciativas. Para o Antonio Gil, o País já é uma grande referência em serviços, soluções e produtos de TIC, com cases internacionalmente reconhecidos. O setor financeiro, por exemplo, foi responsável por 66 bilhões de transações bancárias em 2011, ano em que investiu sozinho US$ 10 bilhões em tecnologia. O próprio governo, com o sistema eleitoral totalmente informatizado, entre outras iniciativas de governo eletrônico, serve de bom exemplo. “O Brasil é o mercado do presente e do futuro”, defendeu Gil. 2 7
“Há muito que fazer e pouco tempo” Antonio Gil, da Brasscom
“É um erro brigarmos com outros países em preço de mão de obra” Luís Mário, da Assespro
>infraestrutura
O “tudo em um”
da TI corporativa Ofertas integradas de servidores, storage, switch e software simplificam gerenciamento e viram tendência serem pensadas de acordo com a aplicação do cliente. Um ambiente Oracle, por exemplo, precisa de uma configuração distinta de um ambiente SAP ou VMware. Assim, cada uma das 11 ofertas da família Compute Unified Platform (UCP) da HDS é desenvolvida em laboratórios, de modo que a arquitetura previamente testada garanta um pacote balanceado e otimizado para a aplicação específica (ou aplicações). “Em janeiro teremos mais sete ofertas, chegando a 18 no total. Mas ao longo do tempo serão lançadas mais configurações”, explica Vilela. “Cada vez mais as empresas buscam soluções que atendam suas necessidades e deixem a equipe interna de TI dedicada a administrar e fotos: divulgação
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anha a guerra quem domina todo o campo de batalha. Com isso em mente, os grandes players do mercado de infraestrutura e gestão de tecnologia apostam cada vez mais nas ofertas de plataformas do tipo “tudo em um”. Elas incluem servidores, sistemas de armazenamento, rede e software, entre outros elementos, de modo a simplificar a implantação, operação e gestão da infraestrutura. Elas apostam, sobretudo, em um mercado aquecido e de soluções cuja complexidade dos equipamentos tende a torná-los quase impenetráveis. A Hitachi Data Systems (HDS), por exemplo, subsidiária da japonesa Hitachi, e que é normalmente associada ao segmento de storage, anunciou recentemente um portfólio de soluções de infraestrutura que combina os principais elementos de infraestrutura de TI em pacotes integrados, projetados de acordo com o trabalho de missão crítica “As empresas de cada empresa. buscam soluções “Há cerca de cinco anos a HDS que deixem a passou a trazer para o portfólio de equipe interna infraestrutura convergente servidores de TI dedicada a fabricados pelo Grupo. Nossa oferta é garantir que o realmente nova, mas veio evoluindo ao negócio ande” longo dos últimos anos”, explica o CTO e André Vilela, diretor de soluções e produtos da da Hitachi empresa para a América Latina, André Cury Vilela.
Interoperabilidade Outro fabricante que aposta fortemente na interoperabilidade é Hewlett-Packard. A política da empresa é fornecer soluções que obedeçam a padrões de mercado, dispensando qualquer iniciativa
Necessidades Segundo o executivo, o grande trunfo da HDS é o fato de as soluções 2 8
garantir que o negócio ande.” Assim, uma das grandes vantagens das soluções “tudo em um” é que elas são desenvolvidas por um conjunto de especialistas dificilmente encontrados em departamentos de TI. Além disso, com as ferramentas de gestão previamente integradas ao sistema (e às aplicações), a complexidade do gerenciamento cai muito. Ganha-se também em custo ao evitar o comum superdimensionamento, quando o responsável pela aquisição dos equipamentos, na dúvida, compra uma infraestrutura maior que a necessária. Afinal, nem sempre ter capacidade ociosa significa ganhos diretos em eficiência. Um último ponto defendido como primordial pela HDS é a flexibilidade da infraestrutura. “O grande diferencial da família UCP é a flexibilidade que ela dá aos clientes, que podem integrar diferentes soluções de infraestrutura e ter um gerenciamento verdadeiramente unificado”, garante Vilela. “Nossa intenção, como provedores, não é definir o que é melhor para o cliente. Vamos respeitar a direção que ele quiser seguir. Nossa oferta é flexível, e até os servidores que não sejam nossos são admitidos.”
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proprietária, que “prenda o cliente a determinado fornecedor, caso ele queira expandir a infraestrutura”, explica Antonio Couto, estrategista de cloud computing da HP no Brasil. “É importante dar essa opção ao cliente. Esse é um ponto forte das nossas soluções, ou seja, permitir um crescimento modular, com ferramentas de orquestração que conseguem conversar com os componentes e trazer agilidade no provisionamento dos serviços.” Atualmente a HP possui um portfólio completo de hardware para infraestrutura, incluindo servidores para missão crítica, em padrão de mercado (x86) e Itanium (arquitetura EPIC); storages de tamanhos e aplicações variadas; e networking - switches wireless, de borda, topo de hack, grandes servidores core etc. Tudo encaixado sob uma visão de convergência, que fornece visibilidade de todos os elementos em um pool de recursos tratados unificadamente. Essa estrutura serve de base para as soluções de nuvem da empresa. Esse tipo de solução não só se adéqua a necessidade específica de cada cliente como também traz benefícios em termos de custo, que ao final cai drasticamente graças ao gerenciamento unificado dos produtos. “Ter um portfólio completo é uma tendência do setor”, pondera Couto. “Cada vez mais as grandes empresas tentam endereçar de forma completa as necessidades dos clientes. A grande diferença está em quão não proprietária é a arquitetura. É um grande diferencial
dar liberdade para que o cliente consiga trabalhar com equipamentos de várias fabricantes.” Sistema puro Claro que a interoperabilidade não é um fator fundamental para todos os fabricantes. A visão da IBM é ter sistemas fechados, mas que combinem a longa experiência da empresa em implantação de infraestrutura com a dos próprios desenvolvedores de aplicações. A linha de produtos resultante desta visão, chamada de Pure Systems, levou três anos para ser desenvolvida e consumiu US$ 2 bilhões. A ideia é combinar as vantagens das formas de comercialização mais comuns no mercado: sistemas tunados, appliances e cloud computing. “Sentamos com os fornecedores – entre eles SAP, Totvs, CPqD, entre muitos outros - e criamos padrões de conhecimento”, explica o executivo de vendas de hardware da IBM Brasil, Aníbal Strianese. “A instalação da funcionalidade para rodas essas aplicações, ao invés de exigir configuração física, é comprada em uma loja virtual, parecida com a App Store, no qual o cliente baixa o padrão e faz o deployment na console de gerenciamento. A implementação é feita em minutos.” A infraestrutura totalmente aberta permite, assim, rodar qualquer aplicação. Outra vantagem, segundo o executivo, é a entrega de um sistema inteiramente desenvolvido pela própria IBM, sem necessidade de montagem,
anibal Strianese da IBM: empresa investiu três anos e US$ 2 bilhões no desenvolvimento do Pure Systems
bastando ao cliente “ligar o cabo na tomada”. Além disso, diversos sensores instalados nas máquinas permitem adaptações dinâmicas à mudança de ambiente, o que aumenta a disponibilidade. O console gráfico que gerencia o sistema se comunica com todos os componentes de hardware e software em um painel de controle único. Dentro a família Pure Systems, vários diferentes equipamentos estão sendo lançados, de acordo com as necessidades dos clientes. A Pure Flex, por exemplo, promete unificar ilhas computacionais, rondando diferentes hypervisors e sistemas operacionais isolados, em uma central única de gerenciamento. Outras soluções da empresa prometem atender a necessidades ainda mais específicas.
AGENTES DE SAÚDE CONECTADOS
“Nossas soluções permitem um crescimento modular, com ferramentas de orquestração que conseguem conversar com os componentes e trazer agilidade ao provisionamento dos serviços”
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Bionexo, especializada em negócios eletrônicos hospitalares e com atuação na América Latina e Europa, precisava de um banco de dados robusto que desse suporte ao crescimento dos negócios da empresa - que conecta mais de 30 mil agentes de saúde. A empresa promove negócios e o relacionamento entre instituições e fornecedores, que compram e vendem eletronicamente medicamentos, materiais médicos, equipamentos e suprimentos na área da saúde. Para suprir a demanda, a Bionexo adquiriu o Oracle Database Appliance, sistema de software, servidores, armazenamento e rede integrado para aplicativos OLTP e Data Warehouse. É uma solução que promete implementação simples, além de manutenção e suporte de soluções de alta disponibilidade do banco de dados. A solução é direcionada às empresas em crescimento. Com a adoção, a empresa espera um ganho de performance acima de 30% em relação à solução utilizada anteriormente. “Um dos grandes diferenciais apresentados foi o ajuste criado entre o hardware, sistema operacional e o banco de dados, havendo pouca necessidade de configurações posteriores”, pondera o CIO da Bionexo Brasil, Cláudio Giulliano Alves da Costa. “Para nossa realidade, foi também importante a flexibilidade mostrada em relação à aquisição das licenças em função da necessidade de uso e não sobre todo o recurso de hardware disponível.”
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Antonio Couto, da HP Brasil
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>internet Jackeline Carvalho Sashkin/shutterstock.com
A moda sobre
quatro rodas Novos automóveis incluem, entre dispositivos, ao menos uma porta USB como padrão para a conexão de celulares, e já há ensaios para reconhecimento de voz e outras facilidades que aumentam a integração entre o motorista e sua máquina
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o meio virtual, igualmente explica o fato de 40% dos ingressos terem sido vendidos através da internet. Outro sinal da mudança de hábito do motorista e necessidade de conexão dos veículos: um estudo feito pela Ford na Europa mostrou que, em média, 48% dos motoristas entrevistados na Alemanha, Espanha, França, GrãBretanha, Itália e Vendida como diferencial nos Rússia admitiram carros de médio para grande checar seus textos porte, a conectividade sobre quatro ao volante. Na Itália, esse índice foi de rodas tem tudo para se tornar 61%, comparado padrão nos próximos anos com 55% na Rússia, 49% na França e Alemanha, 40% na Espanha e 33% situou muito acima dos recentes salões na Grã-Bretanha. No total, 5.500 de Paris (26.760) e Frankfurt (3.275). No motoristas foram entrevistados. twitter, o número de seguidores foi de O objetivo foi avaliar a extensão 11.461 e pelo aplicativo instagram, desse hábito, que é comum em todo registrou-se 618 apreciadores. A o mundo e contribui para o aumento familiaridade do visitante do Salão com de acidentes, para avançar nas soluções oferecidas pelo sistema Ford Sync de conectividade com o celular no automóvel. internet móvel de alta velocidade ainda se confunde com internet sem fio. Um sinal de que o acesso à internet é mais do que esperado pelos consumidores de automóveis no Brasil foi o desempenho do próprio Salão do Automóvel na rede. Nesta edição, mais de 166 mil fãs curtiram a página do Salão no facebook, acesso que se
foto: divulgação
27º Salão Internacional do Automóvel em São Paulo, encerrado em 04 de novembro, não apenas evidenciou a potência do setor no Brasil perante o mercado mundial, como apresentou ao atuais e futuros motoristas uma conectividade que pode ser traduzida em facilidade e segurança para quem dirige. Item de série em praticamente todos os modelos apresentados no evento, a porta USB, que nas versões mais sofisticadas começa a se multiplicar, faz a conexão com telefones celulares e tocadores de música. Alguns modelos também trazem sistemas de localização de série e já estão preparados para outras facilidades, como o acesso à internet, assim que for possível a conexão ao serviço de dados móveis realmente em movimento. Hoje
Na linha Prime, a Fiat evidencia as vantagens da aplicação Social-Drive 3 0
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Tendência ou realidade? Mas a Ford não esteve sozinha neste item. A Citroen traduz sua visão de conectividade no sistema Myway, instalado nos modelos DS 4 e DS 5. A GM vem aperfeiçoando o sistema My Link, e a Fiat ressalta o sistema Conective. O Ford Sync pode transformar mensagens de texto em voz e também permite ao motorista enviar uma resposta, selecionada dentro de
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uma lista de opções. “Os smartphones se tornaram rapidamente uma parte essencial na rotina de muitas pessoas”, diz Christof Kellerwessel, engenheiro-chefe de Engenharia de Sistemas Elétricos e Eletrônicos da Ford. “Mas, como as mensagens de texto podem distrair os motoristas, é óbvio o benefício de um sistema capaz de transformar em voz as mensagens de texto dos smartphones.” O recurso de leitura de texto do Sync, desenvolvido pela Microsoft, acessa mensagens por comando de voz, usando a conexão bluetooth de smartphones compatíveis. O sistema também permite ao motorista enviar um texto de resposta a partir de uma lista predeterminada e manter-se conectado sem desviar a atenção da pista. As respostas incluem frases como: “Eu te amo”, “Envie instruções” e “Te vejo em 10 minutos”. A Ford promete ampliar a compatibilidade do Sync a uma crescente linha de smartphones, beneficiando-se do padrão Message Access Profile (MAP) para conexão bluetooth entre dispositivos. O sistema Myway, da Citroen, integra funções bluetooth, rádio, GPS e conectividade com o celular. Nos dois modelos, dotados de completas estações multimídia, também é possível ter bem à mão, no volante, todo o controle de som, piloto automático, acesso ao celular e a plataforma de navegação do GPS e Marcos Cardellini, coordenador de marketing de produto e mercado da empresa, considera que o conforto decorrente da tecnologia permite que o “carro abrace seus ocupantes”. Lançamento Com o sistema My Link, presente no recém-lançado Ônix, a GM oferece ao motorista a possibilidade de transferência automática de informações por bluetooth (agenda, chamadas do celular, músicas, fotos, filmes baixados do pen-drive entre outras facilidades). A bordo da nova TrailBlazer, o conforto orquestrado pela conectividade dá aos passageiros o controle de quatro pontos de ar condicionado, com um simples toque no teto. O Fiat Conective está presente no modelo Pálio, Idea, Gran Siena e o Novo Uno. Mas é na linha Prime (veículos como o Linea, Bravo, Punto)
passarela da conectividade Alguns sistemas embarcados nos novos modelos: Ford SYNC Conectividade com o celular e outros dispositivos por meio de portas USB Citroen Myway Integra funções bluetooth, rádio, GPS, conectividade com o celular GM My Link Transferência automática de informações por bluetooth Fiat Conective Com o aplicativo Social-Drive, o sistema, além do acesso a celular, seleciona redes sociais. Tudo transmitido por comando sonoro
que as vantagens do Social-Drive ficam mais evidente. O sistema seleciona redes sociais e as
informação que o motorista quer trocar com suas comunidades de relacionamento, tudo transmitido por comando sonoro. Associado a isso, a ferramenta Blue Me torna ainda mais amigável a conectividade, com captação de informações do celular, leitura de imagens e funcionalidades regidas por voz. Um super sedã de luxo da Mercedes, o E500 conta com todos os recursos de navegação de web em seu interior, comandos móveis das posições dos bancos e angulação dos retrovisores, além de GPS de série. A montadora incluiu o sistema Comand no superesportivo SL M3. Vendida como diferencial nos carros de médio para grande porte, a conectividade sobre quatro rodas tem tudo para se tornar padrão nos próximos anos. Um avanço motivado não só pela estratégia de diferenciação das montadoras mas, principalmente, pela constante e crescente demanda de o usuário ter acesso ininterrupto à rede, para se conectar a sistemas de navegação, integração com telefone celular – item de segurança daqui a algum tempo – e acesso às redes sociais. No Brasil, a tendência ainda é novidade, mas a contar pelo comportamento do motorista europeu e observando a fácil aceitação do brasileiro às novas tecnologias, o avanço não vai tardar. Como garantia, basta observarmos que o sistema da Ford está presente em mais de 4 milhões de veículos da montadora nos Estados Unidos e a expectativa é que, até 2015, outros 3,5 milhões de veículos novos na Europa tenham o sistema que, no Brasil, é oferecido nos modelos Fusion, Edge e New Fiesta.
O SENHOR DOS AUTOMÓVEIS
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o completar 52 anos, o Salão do Automóvel apresentou, em 12 dias de exposição, 500 modelos (10% a mais do que em 2010) de 49 diferentes marcas (7% superior à edição anterior do evento), no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Na esteira da conjuntura favorável, montadoras que hoje colocam modelos para rodar no País pela via da importação, anunciaram a decisão de
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construir fábricas nos próximos dois a três anos. Entre algumas das que anunciaram os aportes estão: Hyundai (US$ 600 milhões); BMW (US$ 264 milhões); Volkswagen (US$ 742,8 milhões, em duas fábricas); Honda (US$ 100 milhões); Renault (US$ 500 milhões para ampliar em 45% a produção) e o consórcio que representa as asiáticas Ssangyong, Changan e Haima (US$ 300 milhões). 3 1
New Fiesta Hatch 2012 – Sync – aciona busca de músicas armazenadas no celular
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Apagão da mão de obra atinge
comércio eletrônico Mercado novo e aquecido sofre com falta de profissionais qualificados. Empresas apostam em iniciativas internas para suprir demanda
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preparado, recém-saído da faculdade, e que tenha esse perfil.” A dificuldade das lojas virtuais em encontrar mão de obra pode ser vista em números. Segundo a pesquisa da Ecommerce School, 63% das lojas entrevistadas contrataram profissionais nos últimos seis meses, mas, desse total, 79% consideraram que os candidatos não possuíam as habilidades necessárias. Para Salvador, isso se deve à imaturidade do mercado, uma vez que o foto: divulgação
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ão só de crescimento acelerado é feito o comércio eletrônico brasileiro. Por trás dos R$ 10,2 bilhões de faturamento alcançados no primeiro semestre de 2012 – segundo dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara-e.net) e do e-bit – está uma série de problemas que incluem, entre outros, uma grande dificuldade das empresas em preencher com qualidade o elevado número de novos postos de trabalho. Segundo uma pesquisa da feita em 2011 pela Ecommerce School sobre o mercado de trabalho neste setor, até 2014 serão gerados 34 mil empregos diretos e 50 mil indiretos no País. “O e-commerce Entre estes postos estão diretores, e assistentes de e-commerce, precisa de gerentes e também analistas de métricas, profissionais fotógrafos, designers, especialistas em multidisciplinares” marketing digital e, claro, Maurício programadores e gerentes de Salvador, tecnologia, entre muitos outros. da ABComm “O que acontece é que o e-commerce precisa de profissionais multidisciplinares”, explica o presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Maurício Salvador. “Isso piora ainda mais o quadro, pois as empresas não conseguem achar alguém
varejo só passou a realmente ver o comércio eletrônico como oportunidade de negócio nos últimos cinco anos. “Então a concorrência se tornou mais acirrada, as micro e pequenas conseguiram crescer, assim como os grandes, que precisaram contratar em velocidade ainda maior”, pondera o executivo do setor. Joris Teeuwen, diretor de operações da Eletrônica Santana varejista paulistano com forte atuação no ambiente virtual - concorda. Para ele, o e-commerce é um pouco vítima do próprio sucesso, pois absorveu todos os profissionais do mercado em uma velocidade tão grande que faculdades e iniciativas de treinamento não foram capazes de suprir a demanda. “A modalidade do e-commerce requer um profissional particular, que tenha conhecimento não só em tecnologia, mas também em venda. Esse é um perfil bastante raro”, pondera o executivo. Solução caseira O que boa parte das empresas têm feito para lidar com o problema é forjar os profissionais “dentro de casa”, o que inclui não só formação prática, mas também cursos internos de qualificação. Essa autonomia, no entanto, traz
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Marcelo Vieira
percalços, pois os profissionais “feitos em casa” carecem, segundo Salvador, de um embasamento teórico que lhes dê visão estratégica da cadeia e dos processos do negócio. Isso acaba gerando gargalos de natureza gerencial, “Conseguimos além do risco quase constante de perder nos antecipar o funcionário para outras empresas que e entender o paguem mais. “E cria um clima que vinha empresarial difícil. Os concorrentes estão pela frente” captando e ligam diretamente na mesa do funcionário para oferecer maiores Luciana Machado, da salários. Por isso meninos de 25 anos Netshoes estão pedindo valores absurdos para ficar”, exemplifica Teeuwen. Mas há quem considere que a estratégia de buscar funcionários na concorrência perdeu a eficácia. É o caso do coordenador geral da BandTec, Mauricio Pimentel, segundo o qual a escassez de mão de obra especializada é tanta que “mesmo a solução dada nos últimos cinco ou seis anos, que era ‘roubar’ o profissional de outra empresa, não tem dado resultado. Não tem mais de quem tirar”, exclama. Além da questão da escassez, o mercado se inflacionou. Para os especialistas, os profissionais seniores perceberam a valorização súbita de suas competências e, claro, passaram a pedir mais. O peso da competição fica ainda maior para os pequenos e médios varejistas, obrigados a contratar pessoal mais barato e com pouca ou nenhuma experiência, impactando na qualidade dos serviços. “Como membro da ABComm recebo reclamações dos dois lados”, diz o diretor da instituição e coordenador do curso de MBA em e-commerce da Faculdade Impacta, Felipe Morais. “Os profissionais dizem que as companhias estão pagando pouco. O e-commerce no Brasil tem muito mercado, muito para acontecer, mas as empresas de médio e pequeno porte estão com um pouco de medo de investir.” Formação Outro fator fundamental para entender a falta de mão de obra no setor varejista eletrônico é o descompasso entre a demanda e a capacidade de formar novos profissionais por parte das instituições de ensino. Para Maurício Salvador, da ABComm, as escolas ainda olham para esse gargalo com timidez, com “um ou outro curso de extensão e pósgraduação, mas na grade curricular mesmo, para formação técnica e 3 4
foto: Walter Craveiro
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graduação, ainda não estão se mexendo. Mas é questão de tempo”. A Associação tomou a iniciativa de credenciar escolas que tenham curso de formação em e-commerce. O selo tem como principal objetivo nivelar as instituições e servir de referência para profissionais interessados. A organização aposta também na realização de eventos, principalmente fora das capitais, em polos industriais especializados, como o moveleiro ou têxtil, onde micro e pequenos empreendedores precisam de
itens e tendo faturado, em 2011, cerca de R$ 700 milhões, o Netshoes é atualmente um dos grandes nomes do e-commerce brasileiro. Entre janeiro de 2010 e outubro deste ano, a empresa aumentou em seis vezes o número de funcionários, passando de 250 para 1,8 mil. A varejista apostou em programas de formação que não só deram resultado como evoluíram para uma universidade corporativa, a ser lançada em 2013. “Conseguimos nos antecipar e entender o que vinha pela frente, considerando o crescimento da empresa e da economia brasileira, que estava nos levando para uma falta de mão de obra”, conta Luciana Machado, gerente de recursos humanos da Netshoes. “Começamos em janeiro de 2010, preparando gestores e líderes através de um projeto chamado ‘Formação Netshoes’, inicialmente tímido, mas com a ideia de formar especialistas em e-commerce.” Um ano depois, o projeto se tornou uma escola de negócios para preparar os futuros executivos da empresa para assumir mais responsabilidades e equipes maiores. A universidade corporativa – que funciona em estado embrionário – é a próxima etapa deste processo. “A expectativa para a universidade
Carência de mão de obra é tamanha que lojas de e-commerce contratam mesmo considerando inadequada a formação do profissional maior informação. As instituições de ensino, por sua vez, mesmo que a ritmo lento, tentam fazer sua parte. A Faculdade Impacta, por exemplo, inaugura em 2013 um MBA em e-commerce. O corpo docente será, segundo Felipe Morais, formado 100% por profissionais com experiência no mercado. A expectativa é formar cerca de 90 alunos por ano. Universidade corporativa Essa abordagem mais próxima das empresas, e distante da academia, é defendida também pelo coordenador da BandTec, Mauricio Pimentel – instituição que oferece um curso de extensão em BI e negócios eletrônicos. “Estamos atirando cada um para um lado. Na BandTec temos tentado nos aproximar das empresas e propor um compartilhamento do esforço para acelerar a formação”, diz. Com um portfólio de mais de 30 mil T I I n s i d e
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corporativa é transformar estes líderes, que hoje cuidam dos negócios regionalmente, em outros que pensem de forma mais global”, explica Luciana. “Só tivemos ganhos, em todos os âmbitos, em relação às pessoas e à satisfação delas. Nossa pesquisa de clima de 2011 destacou que 87% dos funcionários se enxergam trabalhando na Netshoes daqui a dois anos com salários maiores.” Em 2011, a empresa ofereceu 42,7 mil horas de treinamento aos seus funcionários. Entre janeiro e outubro deste ano já foram 117 mil horas. A cada ano a Netshoes aumenta em 10 vezes o valor em desenvolvimento interno na Netshoes. Nada mal para uma empresa que pretende faturar, em 2012, R$ 1 bilhão no Brasil, Argentina e México. “O fato de termos conseguido passar por esse cenário de dificuldades sem problemas de mão de obra é nosso maior resultado”, comemora Luciana. 2 0 1 2
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