Revista TI Inside - 86 - Dezembro de 2012

Page 1

Ano 8 | nº 86 | dezembro de 2012

www.tiinside.com.br

Com aplicativos, mobile payment busca seu espaço Indústria apresenta pcs com Windows 8 Fim de ano: e-commerce sofre novo teste logístico

CIO 2013

Big data, cloud computing e virtualização seguirão firmes no próximo ano, mas cada setor econômico vive seu dilema de TI



>editorial

Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski

Ano 8 | nº 86 |dezembro de 2012 | www.tiinside.com.br

Editor Claudiney Santos

Inovação e mão de obra qualificada nunca é demais

A

cada ano os institutos de pesquisa divulgam as tendências gerais e os desafios que os CIOs terão que enfrentar para desenvolver estratégias, a fim de que a Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) traga valor aos negócios. Obviamente, com o menor custo possível. Para chegar a essa equação, o mantra da inovação transformadora, somado à escassez de mão de obra e a baixa qualificação dos profissionais são dois obstáculos que se apresentam aos gestores em TI nos próximos anos. Eles ainda têm que acompanhar os principais desafios da tecnologia, por exemplo, a crescente demanda de dados (big data) para suportar a explosão da mobilidade e das redes sociais. Caberá a eles prepararem a análise sobre o comportamento do consumidor, atividade que gera grande volume de dados e que, portanto, exige virtualização da infraestrutura e inteligência (business analytics) para transformá-los em informações estratégicas. Quando se fala em custo, definitivamente cloud computing não é mais uma aposta, mas uma realidade. Agora as empresas discutem como implementar o conceito e escolher os

Redação Jackeline Carvalho (Comunicação Interativa)

diferentes modelos propostos pelos fornecedores. Tudo virou “as a service”, software, serviço, infraestrutura e comunicação. Apesar de muito se falar na simplificação da TI, o que se vê na realidade é o aumento da complexidade das soluções, o ritmo acelerado das inovações e novos modelos de negócios, que vão exigir, em 2013, esforços redobrados da atividade de CIO nas empresas. Essa figura, aliás, corre sério risco de extinção. A reportagem sobre o tema Educação em TI nos mostra que o fenômeno não ocorre por falta de interesse das empresas em contratar profissionais mais seniores, mas por decisão dos próprios gestores de TIC. Segundo estudo da FGV, a decisão de encerrar a carreira em TI está sendo tomada cada vez mais cedo, primeiro porque é possível ver no mercado profissionais com idade a partir dos 16 anos; e depois devido a alta pressão à qual os profissionais são submetidos nessa área. Um adeus em busca de qualidade de vida, mas que torna o plano brasileiro de exportação de serviços de TI um sonho cada vez mais distante. Boas festas! Claudiney Santos Diretor/editor csantos@convergecom.com.br

Colaboradores Marcelo Vieira Danielle Mota Mayra Feitosa TI Inside Online Erivelto Tadeu (Editor) Bruna Chieco, Fabiana Rolfini e Gabriela Stripoli (Repórteres) Leandro Sanfelice (Vídeorepórter) Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe (Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Alexandre Barros e Bárbara Cason (Colaboradores) Departamento Comercial Manoel Fernandez (Diretor) Carla Gois (Gerente de Negócios); e Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Circulação Patrícia Brandão Gerente de Inscrições Gislaine Gaspar Marketing Harumi Ishihara (Diretora) Gisella Gimenez (Gerente) Gerente Administrativa Vilma Pereira TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.tiinside.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.tiinside@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br

Instituto Verificador de Circulação

>sumário NEWS

profissionais

4 Fogo de Chão

Churrascaria expande operação apoiada no SAP Business One

MERCADO

20 Windows 8

10 Educação

6 Brazil Foods

Má formação e pressão no trabalho são obstáculos que precisam ser vencidos pelos profissionais

8 BPO

16 Smart Grid

Serviço acelerou processo de integração das empresas Capgemini investe em unidade brasileira para assumir processos de clientes locais

Para fabricantes de PCs, sistema operacional incentiva a consumerização

22 Meios de pagamento

Ecossistema debate o uso de celulares para armazenamento de valores e apresenta alternativas

INFRAESTRUTURA

Fórum Latino Americano discute mudanças, cobra incentivo e apresenta exemplos de aplicação

INTERNET 32 Logística

As estratégicas do comércio eletrônico para atender à demanda do Natal

GESTÃO 24 Capa

CIOs elencam prioridades e as dificuldades esperadas para o próximo ano Capa: jannoon028/shutterstock.com

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

|

T I   I n s i d e

3


SAP Business One apoia expansão da churrascaria Fogo de Chão Sistema de gestão para pequenas empresas controla processos contábeis

A

rede de churrascaria Fogo de Chão implementou o SAP Business One para o gerenciamento das operações no processo de ampliação e no crescimento do número de lojas. A expansão da rede exigia uma comp lexidade nos processos para manter em dia a administração no Brasil e reportar os números aos investidores americanos. Diante da necessidade de uma gestão organizada e de alto desempenho, a rede investiu na solução SAP para aumentar a eficiência da organização e conferir o sucesso do empreendimento. De acordo com o diretor da FDC, Marcelo Macedo, a contabilidade da rede hoje é totalmente confiável, o que significa que os números reportados aos investidores refletem a realidade da companhia. “Nossos números são gerados on-line e, nas primeiras horas do dia, já sabemos como foi o desempenho de todas as casas no dia anterior”, revela. O executivo lembra que, à época da aquisição do SAP Business One, em janeiro de 2009, um dos

maiores problemas da empresa era o fechamento contábil, que levava 15 dias para ser efetuado. Até então, a ferramenta utilizada era de um pequeno fornecedor, que não conseguia atender às várias áreas da empresa, como financeiro, contábil, compras e estoque. “Escolhemos a SAP porque o produto se adequava às leis de conformidade, como a SOX, e porque a empresa nos oferecia a segurança de investir em um produto que teria suporte por muito tempo”, lembra Macedo. Décio Krakauer, CEO da Ramo Sistemas, parceiro SAP responsável pela implementação na rede Fogo de Chão, lembra que o SAP Business One ajudou a atender a algumas necessidades específicas do cliente. “Alguns exemplos foram os processos de compras e fiscal, muito parecidos com os realizados na indústria”, diz Krakauer. Ele lembra que o processo de implantação levou quatro meses, envolvendo uma equipe de cerca de 20 pessoas. “Participaram 15 usuários-chave da FDC, três consultores sêniores da Ramo e dois profissionais da própria SAP”, diz. “O SAP Business One é uma solução bastante escalável, flexível e preparada para para atender às necessidades específicas da rede Fogo de Chão em seu projeto de expansão”, diz Pedro Patrício, diretor comercial para SAP Business One na SAP Brasil.

Quanta Geração adota soluções de planejamento e controle das operações comerciais

A

Quanta Geração, empresa do setor de geração hidrelétrica de energia elétrica, fechou contrato com a Sysphera para implementar soluções de planejamento, integração e controle de suas operações comerciais. A implantação das soluções tem previsão de ser finalizada agora em dezembro. O projeto é vital para a empresa que comercializa energia no Ambiente de Contratação Livre (ACL) ou Mercado Livre, um segmento do setor elétrico brasileiro, no qual se realizam as operações de compra e venda de energia elétrica por meio de contratos bilaterais de diversos tipos. “Nosso principal objetivo é a agilidade na tomada de decisão. Conseguiremos fazer melhores projeções e gestão do nosso portfólio de clientes e monitorar em tempo real o processo de

4

faturamento que estará interligado ao nosso sistema financeiro”, comenta Marcos Rocha, diretor comercial da Quanta Geração. Com as novas soluções, a Quanta Geração terá ainda a organização e documentação dos processos, uma visão gerencial dos dados da empresa com fácil acesso via internet, além de disponibilizar a seus clientes informações customizadas. A empresa também ganhou flexibilidade para adaptação a qualquer nova regra que o governo venha impor ao mercado. “Nossa parceria vem sendo desenvolvida com uma equipe muito dedicada. Com certeza conseguiremos trabalhar com uma solução que se adeque totalmente às nossas necessidades e de muitos agentes do setor”, finaliza Rocha.

T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

Monkik/shutterstock.com

Gregory Gerber/shutterstock.com

>news


PRA MIM, NÃO É SÓ UMA BRAÇADA DECISIVA NOS ÚLTIMOS INSTANTES QUE MUDA TUDO. O QUE MUDA TUDO É A DETERMINAÇÃO PARA IR MAIS LONGE. A mesma coisa que move os melhores atletas do Brasil também move o SEDEX. Não é à toa que a gente sempre se supera para continuar sendo líder no País inteiro.

Ana Marcela, bicampeã mundial de Maratonas Aquáticas

SÓ ANA MARCELA É ANA MARCELA. SÓ SEDEX É SEDEX.


>news baki/shutterstock.com

Brasil Foods terceiriza infraestrutura com IBM Serviço acelerou processo de integração das empresas

A

fusão entre duas grandes marcas brasileiras, Sadia e Perdigão, teve como uma das principais etapas a integração dos sistemas de ambas as empresas. Para realizar essa ação, mantendo as operações em funcionamento, a Brasil Foods (BRF), resultado da fusão, contou com um projeto de outsourcing de infraestrutura da IBM, que elevou o desempenho tecnológico e padronizou o ambiente de TI. A integração foi realizada por etapas e os sistemas de cada área/unidade migrados separadamente, mantendo as operações em funcionamento e sem perdas de informações. Essa unificação também exigiu o alinhamento da infraestrutura tecnológica, de modo a suportar não somente o aumento da operação diante da fusão, mas também o crescimento previsto para os próximos anos. Localizado em Hortolândia (SP), o data center da IBM atende às unidades da BRF no Brasil e nos demais países em que a empresa atua. A estrutura comporta todos os quesitos de segurança, proporcionando maior eficiência na gestão do ambiente. “O processo de integração foi um sucesso. Tivemos baixo impacto em nosso centro de TI e o projeto auxiliou ativamente a transformação da Brasil Foods de maneira ágil. O resultado desta operação atendeu às nossas expectativas”, informa Curt Zimmermann, CIO da BRF. O executivo informa também que a internacionalização da companhia é um desafio para a tecnologia. Com operações na Argentina, Oriente Médio e Europa, a BRF precisava também que a solução implementada permitisse realizar ações unificadas entre todos os países em que está presente. “Hoje, nosso sistema funciona de acordo com as nossas necessidades e nos permite manter um custo competitivo nesses outros mercados”, afirmou o executivo. O serviço prestado para a BRF inclui a supervisão da operação, manutenção e segurança de toda infraestrutura de TI que compreende servidores, sistemas operacionais, storage, dispositivos de rede, software e ERP. Ao mesmo tempo em que a solução melhora a performance das aplicações de negócios, também possibilita maior segurança e redução de custos de gerenciamento. Com os serviços de segurança, as mais de 22 mil contas de e-mails da BRF estão protegidas contra spam, vírus e spyware. “Somos parceiros estratégicos da companhia há seis anos. Conhecemos as necessidades da BRF. Por isso, pudemos apresentar a solução ideal para lidar com as adversidades dessa fusão”, revelou Geraldo Vicente Ferreira, executivo de projetos de outsourcing para as indústrias de varejo e distribuição da IBM Brasil. A terceirização da estrutura de TI permitiu ao cliente direcionar seu tempo e investimento para expandir seu negócio. Além de adequar a tecnologia às suas operações de maneira rápida, o projeto aprimorou o desempenho e a disponibilidade dos sistemas. 6

T I   I n s i d e

Com soluções tecnológicas, SulAmérica oferece comodidade e rapidez aos segurados Companhia conta com Terminais de Auto Atendimento e Cartão Digital de Saúde

C

om o objetivo de aprimorar a qualidade e agilidade em seus serviços, a SulAmérica Seguros, Previdência e Investimentos tem apostado cada vez mais em tecnologia. Um dos recursos criados para facilitar o dia a dia de seus clientes e parceiros foi a instalação Terminais de Auto Atendimento Saúde, os TAT’s, em unidades comerciais da SulAmérica espalhadas pelo País. Entre as funcionalidades dos TAT’s está o recolhimento de recibos para solicitação de reembolso de produtos relacionados à saúde, o que proporciona ao segurado segurança na entrega da documentação, pois os envelopes são lacrados e devidamente identificados. Atualmente já existem mais de 52 TAT’s e esse número vem aumentando gradativamente. A SulAmérica pretende expandir os terminais de atendimento e ampliar os serviços disponibilizados aos usuários. “Apostamos nos TAT’s, pois entendemos sua funcionalidade na operação. É fácil para o cliente e eficiente para a seguradora. A ideia é expandir o leque de serviços oferecidos, agilizando ainda mais o retorno ao cliente”, destaca o diretor de Operações da SulAmérica, Marco Antunes. Outra solução tecnológica desenvolvida pela seguradora foi o aplicativo SulAmérica Saúde para smartphone. Com o objetivo de tornar mais ágil o acesso às informações referentes ao plano de saúde, o aplicativo disponibiliza diversos serviços na palma da mão. Entre eles está a cartão digital de saúde. Além da opção no formato tradicional (em cartão), o segurado pode obter os dados do produto no próprio aplicativo. “Em algumas situações os clientes vão à clínica ou laboratório e ao apresentar o documento de identidade percebem que, ao procurar junto aos diversos cartões que possuem, esqueceram a carteirinha do plano. Como dificilmente as pessoas saem de casa sem o celular, o aplicativo ajuda a não perder a viagem e o tempo, do cliente e dos seus dependentes, pois o aplicativo disponibiliza, em um toque, os cartões de toda a família”, destaca Antunes. O aplicativo da SulAmérica também disponibiliza a consulta a rede de mais de 25 mil prestadores médicos em todo o País. É possível ainda localizar a rede de atendimento no entorno do local em que o segurado está e obter inúmeras informações, tais como o crédito em conta corrente do reembolso, desconto de até 50% em medicamentos em farmácias cadastradas, canais de atendimento e links de acesso aos sites da seguradora. O programa pode ser adquirido gratuitamente nas lojas de aplicativos do IPhone ou Androide.

|

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2



>news Claudiney Santos, de Paris

Capgemini anuncia investimento e consolida operação no Brasil 2,2 milhões de euros serão aportados na expansão da unidade de serviços gerenciados de processos de negócios

A

Capgemini BPO anunciou investimento de 2,2 milhões de euros na expansão do escritório de serviços gerenciados de processos de negócios instalado em Blumenau (SC), e para onde foram transferidos todos os profissionais alocados na unidade de Gaspar, cidade localiza no mesmo estado. O escritório começa operar com 400 funcionários, mas foi projetado para abrigar 1,2 mil pessoas. Uma das razões dessa expansão foi o contrato fechado com a Algar para atender algumas das empresas do grupo. Com esse investimento, o negócio de BPO (terceirização de processos de negócios) da Capgemini irá chegar a 1,1 mil empregados no Brasil. A empresa também “A relevância mantém outra unidade em Campinas, no interior de que a unidade São Paulo, que atende empresas como Unilever, brasileira está Sygenta, Avon e Nokia Siemens, para as quais conquistando no presta serviços de gerenciamento de impostos, grupo gerou finanças, contabilidade, logística e distribuição. novas atribuições “Esperamos chegar a 3 mil funcionários até 2015 locais” e ampliar o leque de serviços, principalmente nas José Luiz Rossi, áreas de compras estratégicas e operacionais e no da Capgemini setor de recursos humanos”, explicou Oliver Pfeil, CFO global da vertical de BPO da companhia, durante coletiva de imprensa realizada em Paris, França, onde fica a sede mundial do grupo. A operação de BPO no Brasil trabalha como uma unidade de negócios independente, e já existia mesmo antes da incorporação da CPM-Braxis. Segundo Pfeil, esse centro se soma a outros 23 que a empresa possui ao redor do mundo e que empregam quase 14 mil profissionais para atender 170 clientes globais. “Os escritórios do Brasil são destinados a atender somente clientes locais, não oferecem serviços offshore [serviços prestados a companhias internacionais], como outras unidades, uma vez que o mercado local tem grande potencial de crescimento”, explicou. O Brasil também se tornará prioridade estratégica para o grupo Capgemini em 2013, que tem investimentos relevantes em países emergentes, como China e Índia. Mundialmente, o conglomerado registrou receita de 9,7 bilhões de euros no ano passado, nos 40 países onde atua com mais de 120 mil funcionários. Deste total, 7% foram provenientes da América Latina, um salto relevante, já que em 2010 representava apenas 2% do total. Neste ano, o percentual deve chegar a 8%, com potencial de crescimento mais expressivo em 2013. José Luiz Rossi, CEO da Capgemini Brasil, explica que esse otimismo está fundamentado em movimentos estratégicos que o grupo realizou recentemente, como adotar a marca global no final de outubro, em substituição à antiga razão social da CPM Braxis, de onde teve origem. Outro fato relevante foi a aquisição de 22% do capital da empresa pela CaixaPar, subsidiária da Caixa Econômica Federal, em junho passado, que assumiu um compromisso de dez anos 8

T I   I n s i d e

|

para torná-la fornecedora prioritária de serviços de TI. “Essa parceria estratégica também promoverá, além de volume e sustentabilidade, oportunidade de desenvolvimento no mercado de TI brasileiro”, enfatizou Rossi. O mercado de serviços financeiros representa cerca de 50% das receitas da Capgemini Brasil, que também tem como sócia o Bradesco. O mercado de telecomunicações representa 20%, governo 10% e o restante em setores diversificados, como varejo e produtos de consumo. Globalmente o setor financeiro responde por cerca de 2 bilhões de euros em vendas, o segundo em importância para o grupo. Do total de 9, 7 bilhões de euros obtidos em 2011, 24,3% vieram do setor público, 20,8% do setor financeiro, 17,7% manufatura, 10,8% utilities, 9,3% de telecom e mídia e os demais setores diversificados. Do ponto de vista de unidade de negócios, a área de serviço de tecnologia representa 41%, outsourcing cerca de 30%, serviços profissionais locais 19% e consultoria, 10%. Gerenciamento remoto A relevância que a unidade brasileira está conquistando no grupo gerou novas atribuições locais. Junto com Índia e Polônia, o Brasil tornou-se um centro de suporte de gerenciamento de infraestrutura global. “Nossa solução de gerenciamento remoto de redes está sendo usada para atender clientes em Londres”, ressalta Rossi. Apesar de ser uma empresa que presta um serviço com forte envolvimento de pessoas, ela está acompanhando as inovações tecnológicas, oferecendo serviços gerenciados baseados na nuvem em parcerias como as que mantém com a SAP, Cisco, EMC/VMware, Microsoft, SalesForce e Oracle. “Vamos atender a demanda junto com os parceiros que têm expertise no mercado”, explica. A Capgemini lançou mundialmente a iniciativa IP Acceleration Program (IP-AP) após adquirir no começo do ano as empresas IBX, Skvader e Prosodie, que tem soluções de software como serviços em meios de pagamento, e-procurement, gerenciamento de chamadas em contact center e smart metering. “Estas soluções já estão disponíveis no Brasil. “No segmento de smart grid, por exemplo, temos uma solução completa para empresas de energia, que vai da geração até o monitoramento e medição, mas aguardamos a aprovação da lei regulamentando o setor para oferecer esse serviço ao mercado”, diz Rossi. “Nosso objetivo é nos tormarmos uma das três maiores empresas de serviços de TI do Brasil nos próximos cinco anos”, diz ele, lembrando que a atual Capgemini foi construída nos últimos cinco anos com a fusão das operações da CPM, Braxis, Spec, Pimentel e Unitech. *O jornalista viajou a Paris a convite da empresa. d e z e m b r o

d e

2 0 1 2



>profissionais Jackeline Carvalho e Danielle Mota

Apagão da mão de obra: um

gargalo a ser vencido

1 0

para um nível mais gerencial, simplesmente abandona a carreira. Um fenômeno batizado de “turn away” e que, diferente do “turn over (troca de uma empresa por outra), registra quando o profissional simplesmente abandona a área onde atua. “Existe uma carência de mão de fotos: divulgação

O

setor de tecnologia da informação emprega, atualmente, 1,3 milhão de profissionais. Até 2020, a estimativa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) é que o segmento precisará de 750 mil novos trabalhadores para alcançar a meta de elevar a participação do PIB para 6,5%. Uma grande oportunidade para os jovens que estão procurando colocações no mercado de trabalho, mas uma preocupação ainda maior para empresas, universidades e o próprio governo, que querem tornar o setor um exportador de serviços. A formação de jovens e a especialização de profissionais são equações de difícil solução quando analisada a radiografia do setor, fortemente marcado pela velocidade de lançamentos e evoluções tecnológicas; alto custo de “Existe uma especialização de profissionais; e carência de mão descompasso entre a formação e a de obra em TI demanda das empresas. Para entender a relação entre as em todos os necessidades do mercado e as aspectos, tanto estratégias de faculdades, na área universidades e o plano do governo operacional, para aumentar a oferta de mão de como na parte obra, a TI Inside ouviu educadores gerencial e e consultores perguntando sobre as estratégica” alternativas planejadas para tirar o Luiz Antonio País desse círculo vicioso. A primeira Jóia, da FGV constatação é ainda mais alarmante. Management Além do déficit de formação, há o déficit de fidelização, ou seja, ao atingir certa senioridade, o profissional de TI, ao invés de saltar

Huntstock.com/shutterstock.com

Déficit de mão de obra no setor de TI pode se agravar nos próximo cinco anos. Primeiro pelo descompasso entre formação e demanda de mercado; e depois porque a alta pressão na rotina do profissional afugenta os mais experientes – fenômeno batizado de turn away

T I   I n s i d e

|

DEZEMBRO

d e

obra em TI em todos os aspectos, tanto na área operacional, como na parte gerencial e estratégica”, constata o professor e coordenador do MBA em TI da FGV Management de São Paulo, Luiz Antonio Jóia. “Na parte gerencial e estratégica isso ocorre porque, de maneira geral, os profissionais de TI saem da área antes de chegar à posição gerencial”, explica. Estudo da FGV indica que, até 2016, faltarão 30 mil profissionais no mercado de trabalho. Os mais experientes simplesmente tendem a abandonar a carreira entre 35 e 45 anos, partindo para outras áreas, após serem vencidos pelo cansaço. “É uma área em que profissional precisa se preparar de forma absurdamente rápida e trabalha sob forte pressão”, complementa o professor. Além disso, tem-se registrado a entrada prematura de profissionais nesse mercado. Jóia diz que, por ser uma ocupação e não uma profissão regulamentada – não há um conselho dos profissionais de TI –, não é incomum deparar-se com 2 0 1 2


programadores a partir dos 16 anos de idade, o que também antecipa a “aposentadoria”. Requisitos A Brasscom enumera, entre os fatores que contribuem para o apagão da mão de obra em TI, o fato de o setor apresentar crescimento histórico superior ao PIB nacional. Em 2011, cresceu 13%, alcançando faturamento de US$ 112 bilhões e, responde por 4,5% do PIB nacional. Além disso, TI está inserida em todos os setores da economia moderna, ajudando a aumentar a competitividade e a produtividade das empresas. A sociedade utiliza tecnologia mais intensamente no cotidiano; e novas tecnologias - como computação em nuvem, redes sociais, dispositivos móveis e segurança da informação demandam profissionais com novas habilidades. “Novas tecnologias surgem a cada dia e algumas com uma velocidade impressionante. É o caso de cloud computing que, em cinco anos, saiu de praticamente zero para hoje ser realidade na maior parte das empresas, especialmente nos Estados Unidos e na Europa”, concorda Celso Poderoso, coordenador do curso de MBA em Arquitetura de Redes e Cloud Computing da FIAP. Outra área destacada por ele é o big data. “Esta vem sendo comentada há pouco mais de dois anos e hoje já apresenta grande necessidade de mão de obra”, comenta Poderoso. E com novas tecnologias, novas profissões e funções também aparecem. É o caso, por exemplo, do CDO (Chief Data Officer) e do Data Scientist profissionais especializados no uso de dados, especialmente aqueles gerados pela avalanche de informação que precisará ser administrada nos próximos anos. Habilidades A pesquisa “O Mercado de Profissionais de TI”, realizada pela Brasscom, apontou que dez cargos em TI concentram 93% das contratações no País e todas elas estão na base da pirâmide. As ocupações com maior demanda são: analista de desenvolvimento de

sistemas; analista de suporte computacional; programador de sistema da informação; técnico em manutenção de equipamentos de informática; help desk; analista de redes e de comunicação de dados; operador de computador; operador de rede de teleprocessamento; analista de sistemas de automação; programador de internet. Como é de se esperar em um mercado em que a procura supera a oferta, os salários sobem. Segundo dados da entidade brasileira, a média salarial inicial de TI é de R$ 1.977,00, considerando o primeiro registro em carteira profissional. Esse número é ainda maior em áreas como análise de desenvolvimento de sistemas, que tem uma média inicial de R$ 2.918,00, valor alto quando

observada a média global das empresas, mas insuficiente para reter “Estão, na mesma os profissionais mais seniores, segundo Poderoso, da FIAP. “É difícil linha de problema, a fuga dos talentos, contratar um profissional o domínio especializado. O próprio mercado vem pagando salários pouco atrativos estrangeiro das tecnologias e a quando comparados com a necessidade de atualização e dificuldade de especialização dos candidatos”, nossas empresas dispara, explicando que não competirem considera os salários ruins, mas internacionalmente pouco competitivos diante do pelos maiores e investimento constante que o melhores projetos profissional precisa fazer em em nível global” formação e atualização. “Custa caro Maurício Pimentel, frequentar MBAs, fazer treinamentos da BandTec etc. E além do custo monetário, há o tempo dedicado à formação”, pondera. De todo modo, as áreas apontadas como tendência em pósgraduação e especialização são Gerenciamento de Projetos, um conhecimento necessário para todas as áreas de atuação; Desenvolvimento de software e as certificações exigidas pelo mercado; no segmento de redes de computadores, é preciso ter conhecimentos sobre cloud computing (computação em nuvem), segurança em cloud computing, virtualização, redes de alto desempenho, etc. “O melhor caminho para um profissional de TI é buscar uma especialização técnica ou uma formação mais executiva, um ‘MBA’, o que depende muito do perfil de cada um”, enfatiza Valdéres Fernandes Pinheiro, professor e reitor da Impacta Tecnologia, responsável pelo curso de sistema de informação e pelo MBA em

CRÉDITO PARA A EDUCAÇÃO

A

Presidente Dilma Rousseff lançou, no início de dezembro, o FIES Empresa, linha de crédito para os empresários investirem na qualificação de seus funcionários e do público externo. O anúncio aconteceu na ocasião da comemoração do 1º ano do Pronatec, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, anunciado em 2011 com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. O FIES Empresa será um importante instrumento para ajustar a demanda das empresas com a qualificação profissional. Na área de Tecnologia da Informação (TI), a modalidade de financiamento possibilitará a qualificação profissional nas novas tendências tecnológicas que estão em expansão, como Computação em Nuvem, Mobilidade, Segurança da Informação, Big Data, Redes Sociais e Tecnologia Verde. Além disso, a oferta de cursos técnicos responderá a um dos principais desafios enfrentados pelo setor de TI, a falta de profissionais qualificados, pois estão mais próximos da demanda das empresas e dos futuros profissionais de TI. “Os cursos técnicos proporcionam um aprendizado mais próximo do emprego e das necessidades do mercado”, afirma Sergio Sgobbi, diretor de Educação e Recursos Humanos da Brasscom.

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

|

T I   I n s i d e

1 1


Alternativas “Há aqui uma demonstração de um ciclo vicioso no Brasil. O mercado carece de investimento em desenvolvimento de tecnologia porque tem poucos profissionais com formação profunda em tecnologias e plataformas mais recentes”, identifica Maurício Pimentel, coordenador geral da BandTec - Faculdade de Tecnologia do Colégio Bandeirantes. Segundo ele, o resultado disso é o retardo dos investimentos na oferta de cursos e oportunidades de formação mais avançadas. “Estão, na mesma linha de

problema, a fuga dos talentos, o domínio estrangeiro das tecnologias e a dificuldade de nossas empresas competirem internacionalmente pelos maiores e melhores projetos em nível global”, pontua. Segundo ele, “apagão da mão de obra” vem se tornando cada vez mais crítico desde o começo desse século, quando o consumo de tecnologia da informação se espalhou entre as pessoas e as famílias. Diferente do que ocorria no passado, quando TI era coisa de empresa, faltam hoje

EVASÃO

O

setor também sofre com 87% de evasão escolar nos cursos superiores de TI, segundo a Brasscom. E as principais razões são: a falta de perfil em tecnologia; as expectativas não realistas com relação aos cursos de TI - o curso vai muito além do interesse por tecnologias; a falta de base matemática na escola regular - o curso envolve matemática avançada; a baixa concorrência de alunos por vaga em cursos de graduação em tecnologia. Como o mercado é demandante, os estudantes são contratados antes mesmo de se formarem.

ações de grande alcance, resultantes da integração de grandes players setoriais como as grandes indústrias, a academia e o governo, alinhados, colaborando e focados no resultado objetivo e concreto. Uma das iniciativas para ampliar o alcance da formação são projetos de EAD (ensino a distância) semelhante ao do Mackenzie, que montou salas de videoconferência. Hoje 20% das disciplinas são dadas a distância e a partir de 2014, o plano da instituição, já credenciada junto ao MEC, é a oferta de cursos completos, de graduação e pós a distância. “Para isso, estamos ampliando bastante a nossa estrutura e contratando equipes de desenvolvimento de conteúdo”, conta o professor Arnaldo Vallim, diretor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

NOTA 10

Características de um bom profissional de TI: n n n n n n n n n n n n

Atenção concentrada Capacidade de análise Concentração visual Criatividade Dons de observação Espírito de pesquisa Memória Meticulosidade Método Organização Percepção espacial Responsabilidade

EMPREGABILIDADE

As ocupações com maior demanda no mercado brasileiro de TI são: n n n n n n n n n n

nalista de desenvolvimento de sistemas A Analista de suporte computacional Programador de sistema da informação Técnico em manutenção de equipamentos de informática Help Desk Analista de redes e de comunicação de dados Operador de computador Operador de rede de teleprocessamento Analista de sistemas de automação Programador de internet 1 2

T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

Air0ne/shutterstock.com

planejamento estratégico de negócios com suporte da TI. Com um corpo docente que alia “O melhor caminho formação acadêmica e profissional, a para um profissional BandTec oferece cursos de graduação de TI é buscar tecnológica em Análise e especialização Desenvolvimento de Sistemas, Banco técnica ou uma de Dados e Redes de formação mais Computadores. Segundo a instituição executiva, um ‘MBA’, de ensino, pós-graduação na área de TI o que depende e computação existe há décadas e já é muito do perfil de bastante madura, mas nos últimos anos cada um” o leque se abriu e surgiram diversas opções de cursos e formação, mas há Valdéres Fernandes Pinheiro, da Impacta um claro domínio daqueles voltados à Tecnologia formação em gestão de TI e gestão de projetos, e bem menos opções que direcionam o aprofundamento da formação técnica de profissionais.

foto: divulgação

>profissionais



>infraestrutura Marcelo Vieira

Smart grid começa a alterar

perfil do setor elétrico

T

homas Alva Edison construiu, em 1879, a primeira lâmpada elétrica comercialmente viável. Com a popularização da tecnologia, alastraram-se pelo mundo grandes redes de distribuição de energia, que passaram a alimentar não só filamentos luminosos, mas também uma infinidade de eletroeletrônicos. Talvez Edison se desapontasse ao descobrir que, mais de 80 anos depois de sua morte, a maneira como é feita a distribuição de energia elétrica evoluiu muito pouco. Segundo especialistas, os sistemas atuais dependem excessivamente de fontes geradoras únicas, com redes suscetíveis a falhas pontuais, porém críticas, e alto índice de furtos e prejuízos nas pontas. A ascensão das tecnologias da informação e telecomunicações (TICs) permitiram novas soluções e tecnologias para que a indústria da energia finalmente pudesse promover uma mudança radical, acrescentando principalmente inteligência às redes. Elas agora evoluem rumo à automatização, com a utilização de dispositivos medidores conectados a redes IP para o monitoramento a 1 4

distância do consumo e dos ativos das concessionárias e geradoras. E essa é só a ponta do iceberg. Segundo um levantamento feito pela CAS Tecnologia, as redes inteligentes, ou smart grids, permitem reduções de consumo de eletricidade na casa de 20%. O Brasil, que dentro de uma década será o terceiro maior mercado de smart grids do mundo (com R$ 36 bilhões), perde 14,7% da energia produzida antes de chegar aos consumidores, incluindo empresas e consumidores finais. O prejuízo ultrapassa R$ 8,1 bilhões anualmente. Debates Para propiciar aos profissionais e autoridades do setor um espaço para debates sobre as novidades tecnológicas e aspectos regulatórios da implementação de redes inteligentes na América Latina, é realizado desde 2008 o Fórum Latino Americano de Smart Grid. Em sua quinta edição, que aconteceu no fim de novembro na capital paulista, foram debatidos principalmente os impactos da transformação tecnológica sobre os negócios das empresas envolvidas no setor de energia. “Estamos tendo muitas mudanças T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

simultâneas de curto prazo”, disse o presidente do Fórum e CEO da ECOee, Cyro Vicente Boccuzzi. “Precisamos definir políticas estáveis para parcerias e para que o movimento de modernização aconteça. Outro desafio é educar os clientes para que entendam as novas tecnologias e como usá-las.” Para Boccuzzi, na América Latina ainda existe espaço para aumentar o consumo de energia – que atualmente é de 150 kWh per capita, enquanto nos EUA está acima de 1 mil kWh e na Europa em torno de 800 kWh. Assim, a região se diferencia do resto do mundo, sendo foco o aumento do consumo e, por consequência, o desenvolvimento econômico e o acesso à renda. “O foco dos governos na América Latina é expandir a oferta, na maioria das vezes com a construção de usinas convencionais de grande porte. O Brasil tem grandes projetos, além de oportunidades para geração de pequena escala”, ponderou o executivo. “São necessárias políticas públicas de longo prazo para modernizar a infraestrutura.” Evolução Mesmo esta necessidade não impediu o rápido progresso e adoção de 2 0 1 2

Dan Collier/shutterstock.com

Fórum Latino Americano discute mudanças, cobra incentivo e dá bons exemplos de aplicação


soluções para redes inteligentes, em um setor cujos aportes em novas ideias costumam ser lentos e muito bem ponderados. Nos últimos 5 anos, vários países passaram a propor diretrizes sobre tecnologias para medidores inteligentes, precificação dinâmica e geração em pequena escala. Boccuzzi criticou duramente a atuação do governo federal e as medidas de redução da tarifa previstos pela MP 579, que trata da renovação dos contratos de concessão. Embora elas sirvam de base para programas de aceleração do crescimento do País, a forma como foi proposta pela presidente Dilma Rousseff “vai reduzir as receitas das empresas, que questionam o ritmo de expansão do sistema. O que então dizer da modernização que deve acompanhar o crescimento? Isso pode trazer impacto nos investimentos e na forma de conduzir os negócios do setor”, questionou. Nesse ponto, as reclamações de concessionárias e produtoras de energia são muito parecidas com as do setor de telecomunicações: ao mesmo tempo em as margens de lucro das companhias são reduzidas, cresce a demanda e a exigência de qualidade, com a cobrança mais enfática dos órgãos reguladores. Nesse sentido, as smart grids surgem como alternativa para tornar o negócio mais rentável do ponto de vista da eficiência operacional e no combate às perdas. Exemplos práticos A CEMIG, um dos mais importantes grupos do segmento de energia do Brasil, aposta em um projeto piloto de smart grid que consiste na instalação de 8 mil medidores inteligentes em Sete Lagoas (MG). Segundo Denys Cruz de Souza, superintendente de desenvolvimento e engenharia de distribuição da empresa, o potencial de fraudes na região é muito pequeno, mas a instalação se justifica pela necessidade de aumentar a eficiência operacional. “Temos 500 mil km de rede de distribuição, 100 mil em áreas urbanas. Cada defeito que ocorre em uma rede deste tamanho exige longas viagens dos eletricistas para simplesmente operar uma chave e voltar”, explica Souza. “A tecnologia vai permitir a localização mais eficiente de falhas. Essa carência razoável em termos de automação precisa ser abordada pelas smart grids.” Para o executivo, embora a

25 mil clientes de alta e média tensão receberão smart meters. A localização em tempo real das equipes de campo, que deve entrar em operação a partir de julho de 2013, é o terceiro projeto. O quarto e último é a instalação de uma rede de telecomunicações que suporte todos os projetos anteriores, baseada em mesh. “Temos uma visão de futuro já esboçada, com vários equipamentos instalados e em operadoração. Os sistemas estão em andamento. O projeto vai transformar a operação da empresa e trará ganhos importantes”, afirmou Bonassaro.

execução de projetos pilotos no Brasil siga um ritmo acelerado, pesquisa e desenvolvimento não são suficientes. Ele defendeu a criação de fontes de financiamento para projetos do tipo e discussões mais amplas com órgãos governamentais. Parceria Outro grande player do setor de energia que trabalha em um projeto piloto de smart grid é a CPFL. A empresa participa de um grupo de empresas do setor coordenado pela IBM, chamado de Global Intelligent Utility Network Coaltiion. As reuniões

Governo Para contrapor as cobranças feitas por membros do setor de energia ao governo, participaram dos debates do Fórum um representante da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e outro do Ministério das Comunicações (MC). Da agência reguladora ouviu-se o compromisso quanto à formulação de programas de transformação tecnológica em energia inteligente, mas não exatamente pelas razões que as concessionárias esperavam ouvir. “Os consumidores não estão satisfeitos com a qualidade do serviço, e a Aneel também não”, disse o assessor da superintendência de regulação dos serviços de distribuição da Agência, Hugo Lamin. “Claro que existem

Projeto piloto de smart grid da Cemig vai instalar 8 mil medidores inteligentes em Sete Lagoas (MG) presenciais e as teleconferências trouxeram “muito conhecimento”, segundo o diretor de engenharia da CPFL, Paulo Ricardo Bombassaro. A partir destes encontros e de estudos feitos pela empresa foram definidos quatro projetos. Eles são desenvolvidos por uma equipe de 60 colaboradores dedicados em tempo integral, com ritmo de implantação acelerado. O primeiro dos quatro projetos diz respeito a eficiência operacional da CPFL, a partir da localização de defeitos na rede com recuperação automática. Serão 5 mil reguladores automáticos instalados até o fim de 2013, segundo Bombassaro. Até o último dia 30 de outubro já eram mais de 3,6 mil. Outro projeto é o de telemedição:

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

|

T I   I n s i d e

empresas com bons indicadores, mas de forma ampla o Brasil precisa se debruçar sobre a qualidade.” O secretário de telecomunicações do MC, Maximiliano Martinhão, foi mais conciliador: destacou que existe uma grande oportunidade de sinergia entre o setor de telecomunicações e o de energia. A ideia é aproveitar a implantação do smart grid para expandir o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), que visa democratizar o acesso a conexões de dados no País. A recíproca também é verdadeira. “Redes inteligentes sem telecomunicações são inviáveis”, disse o secretário. “É necessário estabelecer canais de comunicação entre unidades consumidoras e a rede para que todas as potencialidades possam acontecer.” 1 5

“Modernização das redes deve acompanhar o crescimento do setor” Cyro Boccuzzi, CEO da ECOee


Seu planejamento de eventos para 2013 já está pr Conheça as melhores oportunidades para movime FEVEREIRO

ABRIL

MAIO

JUNHO

Dia 20

Dias 3 e 4

Dias 16 e 17

Dias 04 e 05

ROYAL TULIP BRASÍLIA ALVORADA, BRASÍLIA, DF

CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

7a

12a

O ponto de encontro para quem leva mídia social a sério e quer trocar informações e experiências com profissionais de diversas empresas.

Dia 4

CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

8a

CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

12a

EDIÇÃO

EDIÇÃO

Governo, empresários e especialistas discutem as prioridades do setor de telecomunicações para 2013.

CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

EDIÇÃO

Comunicação e Marketing na palma da sua mão: temas atuais do mercado de conteúdo móvel, como as apps, redes sociais móveis a marketing e conteúdo patrocinado, entre outros.

Dias 21 e 22

UNIQUE PALACE, BRASÍLIA, DF

EDIÇÃO

57a

EDIÇÃO

A evolução da TV e da distribuição de conteúdo para múltiplas plataformas, discutidas por quem está à frente dos mais importantes projetos de novas mídias.

Focado na realização 14a EDIÇÃO de negócios e com público qualificado o evento reúne produtoras e distribuidoras de conteúdo e emissoras de TV para debater temas de interesse nacional e internacional.

Satélites

Dias 24 e 25

AMCHAM, SÃO PAULO, SP

8a

EDIÇÃO

O Painel TELEBRASIL é o principal encontro de lideranças e autoridades da área de telecomunicações, reunidas para discutir os rumos do setor no Brasil.

INFORMAÇÕES SOBRE EVENTOS

(+5511) 3138.4660

info@convergecom.com.br

Seminário que enfoca o desafio do atendimento aos clientes e consumidores no Brasil, ao longo de toda a cadeia de valor envolvida nos serviços de relacionamento.


ronto! entar o seu negócio. AGOSTO

SETEMBRO

OUTUBRO

NOVEMBRO

Dias 06, 07 e 08

Dias 05 e 06

Dia 09

Dia 07

Seminário apresenta novas soluções 1a de TIC para a EDIÇÃO construção civil.

Voltado para o mercado de aplicativos e conteúdos para plataformas de TV 3a conectadas à internet, EDIÇÃO o evento debate como oferecer novas experiências aos usuários de conteúdo online em televisores.

TRANSAMÉRICA EXPO CENTER, SÃO PAULO, SP

ROYAL TULIP RIO DE JANEIRO, RJ

13a

HOTEL PAULISTA PLAZA, SÃO PAULO, SP

HOTEL PAULISTA PLAZA, SÃO PAULO, SP

EDIÇÃO

Maior encontro sobre 21a mídias convergentes na EDIÇÃO América Latina, é o único que congrega, em um mesmo ambiente, os principais operadores de TV por assinatura e banda larga, empresas de telecomunicações, produtores e programadores de conteúdo, empresas de tecnologia e provedores de Internet.

A realidade do mercado de satélites, novas tecnologias e aplicações, no único evento sobre o assunto na América Latina.

Dias 24 e 25

CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

Fórum Saúde Digital Dia 14

HOTEL PAULISTA PLAZA, SÃO PAULO, SP

4a

EDIÇÃO

Fórum

As inovações e propostas 6a desenvolvidas por EDIÇÃO operadoras, agências de propaganda móvel, integradores de valor agregado e soluções empresariais e fabricantes de dispositivos móveis.

Seminário que apresenta uma grade de palestras e discussões relevantes aos investimentos de TI e Telecom na área da saúde.

A Converge Comunicações organiza eventos que atendem todos os setores da indústria de comunicações: TV, Internet, telefonia fixa e móvel, tecnologia da informação e políticas públicas. A agenda da indústria é repassada em feiras, congressos e seminários que congregam formadores de opiniões, com debates ricos em conteúdo e palestrantes de alto nível. Nossa equipe comercial não prevê o futuro, mas sabe oferecer boas oportunidades para alavancar os negócios e os relacionamentos da sua empresa em 2013.

PARA PATROCINAR

(+5511) 3138.4623

comercial@convergecom.com.br

www.convergecom.com.br


>mercado

Marcelo Vieira

Windows 8: será o fim dos

PCs corporativos?

Apesar das dúvidas quanto ao novo sistema operacional da Microsoft, fabricantes acreditam que ele incentiva a consumerização, e enumeram vantagens

E

1 8

no lançamento brasileiro do sistema, grupo que deve superar os 60 membros até o fim do ano, segundo promessa da própria Microsoft. Boa parte deles pensados para o mercado corporativo. Mas será que isto realmente importa? Linha tênue “Com o advento da consumerização, as fronteiras entre dispositivos corporativos e pessoais estão um pouco nebulosas. Muitas vezes atendemos certos perfis de usuários com equipamentos para consumidores finais”, revela Carlos fotos: divulgação

quipamentos mais leves, finos, de bateria mais durável e com design inovador: essa foi a promessa feita pela Microsoft há pouco mais de um mês, quando anunciou seu novo e “revolucionário” sistema operacional, o Windows 8. Na ocasião, a empresa deu grande destaque a notebooks e ultrabooks com recursos até então pouco comuns ao sistema, incluindo telas sensíveis ao toque e destacáveis (ou conversíveis), que se separam do teclado criando um tablet (ou giram em torno do eixo escondendo as teclas, com o mesmo objetivo). Este tipo de device, ao juntar características de PCs e tablets, tenta romper o estigma de que os primeiros são ideais para produzir conteúdo enquanto os últimos são somente para consumir. Além disso, marcar a tela com impressões digitais é um requisito “Com o importante em sistemas pensados para advento da dispositivos touch: caso do Windows 8, consumerização, que assume de vez a posição de fronteiras entre concorrente do Android, do Google, e do dispositivos iOS, da Apple. corporativos e Apesar de incomum, embora não pessoais estão exatamente nova, a proposta de um pouco renovação dos dispositivos com nebulosas” Windows recebeu o aval da maioria dos Carlos Rabello, grandes fabricantes de PCs. Quinze da Dell deles apresentaram mais de 50 modelos

T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

Rabello, o gerente de produtos da Dell Brasil, empresa que incluiu no portfólio linhas de equipamentos com o novo Windows especificamente pensados para empresas. Segundo o executivo, as linhas corporativas Optiplex (desktops) e Latitude (notebooks) são facilmente gerenciadas e padronizadas pelas empresas. Mesmo assim, algumas delas preferem dar aos funcionários, principalmente altos executivos, equipamentos com “design diferenciado”. Aí entram em cena, por exemplo, notebooks e ultrabooks da linha XPS, voltados para usuários finais. “Com políticas de segurança mais amplas, oriundas da inserção de celulares, surgiu a possibilidade de agregar outros produtos à rede corporativa”, explica Fernando Soares, gerente de produtos e novos negócios da HP Brasil. “Cada vez mais veremos uma proximidade entre as características dos computadores corporativos e dos pessoais.” Para Soares, a própria Microsoft tratou de diminuir a distância entre estes dois polos ao reduzir o número de versões do sistema operacional: o Windows 7 tinha seis, metade delas voltadas para o público corporativo, enquanto o Windows 8 vem em três pacotes. “É uma simplificação decorrente da nova realidade”, diz. 2 0 1 2


Outro ponto positivo desta redução no número de versões é a menor complexidade da gestão de ativos e do ambiente de TI das empresas. “Existem pesquisas mostrando que mais da metade da força de trabalho usa mais de um dispositivo, chegando a três por pessoa. Para o usuário, esse movimento foi muito interessante, mas para o administrador de TI é uma grande dor de cabeça”, pondera Rabello, da Dell. Segundo ele, o Windows 8 traz a possibilidade de ter o mesmo ambiente de computação em qualquer tipo de equipamento. Assim, a linha corporativa de notebooks da Dell, chamada Latitude, o tablet Latitude 10 e o notebook híbrido XPS 12 rodam a mesma versão do sistema operacional da Microsoft, que também equipa dispositivos para usuários finais. É claro que nem todo fabricante concorda com essa visão. A brasileira Positivo, por exemplo, tem uma linha corporativa bem definida, a Positivo Master, que possui cerca de 25 configurações, com modelos de entrada avançados, incluindo computadores tudo-em-um (all-in-one), desktops e notebooks e ultrabooks, todos com sistema operacional Windows 8 Pro. Segundo a empresa, os equipamentos desenvolvidos para o mercado corporativo contam com certificações ecológicas, de qualidade e de segurança, para que sejam silenciosos, tenham baixo consumo de energia e alta durabilidade. “A diferenciação entre produtos [corporativos ou não] ainda permanecerá no médio prazo, visto que a consumerização ainda está distante da realidade de algumas empresas brasileiras”, pondera o vice-presidente de produto e procurement da Positivo Informática, Maurício Roorda, que apesar disso vê a convergência acontecendo. Para ele, a computação em nuvem, o alto grau de dependência tecnológica e a crescente velocidade da informação trarão semelhanças entre os produtos, que devem apresentar desempenho, durabilidade, resistência, proteção, segurança e valor agregado ao consumidor, independente da atividade fim. Migração e convencimento Embora boa parte das empresas aposte que o mercado corporativo adote o Windows 8 com a mesma rapidez que os consumidores finais, nem todos são

tão otimistas. O Gartner, por exemplo, prevê que 90% das companhias não implementarão o sistema operacional pelo menos até 2014. Mesmo assim, as empresas apostam no esforço de convencimento enumerando as vantagens do novo OS. Pontos como telas sensíveis ao toque, mobilidade, segurança e a adoção do conceito de aplicativos são considerados importantes. “A empresa pode ter na base instalada, para agradar aos funcionários, diferentes tipos de produtos”, esclarece Carlos Rabello, ao exemplificar que o Windows 8 Pro tem as mesmas funcionalidades de segurança do antigo Windows 7 Enterprise, mas antes era impossível instalar o sistema em tablets, por exemplo, pois ele era muito pesado. Hoje é possível administrar tablets com esse sistema com segurança. “Independente da categoria de

acesso instantâneo aos seus aplicativos, reduzindo o tempo de procura e aumentando sua produtividade.” “Cada vez mais O foco no usuário é outro aspecto veremos uma importante do Windows 8 também no proximidade entre ambiente corporativo, acredita as características Fernando Soares, da HP, segundo o dos computadores qual a Microsoft fez um sistema corporativos e dos operacional mais interativo, que une pessoais” toda a vida virtual sob um único ID de Fernando Soares, usuário, convergindo tablets, PCs e, da HP ainda, máquinas fotográficas, TVs, impressoras etc. “A Microsoft está seguindo um caminho natural e nós, como fabricantes, temos que atender ao que é imposto pelo consumidor. Essas alterações no sistema operacional devem ser refletidas nos aparelhos, adequados ao uso na nova realidade”, pondera. Atualmente, todos os dispositivos com Windows fabricados pela HP no Brasil possuem a versão 8. São cerca de 12 modelos, incluindo ultrabooks, notebooks, desktops e all-in-ones. Estratégia Aproximar-se ao máximo do cliente corporativo com workshops, implementação de boxes e máquinas de teste, além de consultoria para “ensinar” a usar o novo sistema da Microsoft: a Dell adotou uma estratégia forte para diminuir possíveis resistências sobre a nova interface, e tornar a experiência menos traumática. “Temos recebido mais opiniões positivas, da surpresa agradável que foi começar a mexer com esse novo Windows, do que negativas”, assegura Rabello, da Dell. Para Soares, da HP, ainda é muito

Quinze empresas apresentaram mais de 50 modelos de equipamentos baseados em Windows 8, número que deve saltar para 60 em curto prazo equipamento usado, a área de TI continua tendo o mesmo controle e impondo as mesmas políticas de segurança em equipamentos profissionais de gestão. Essa padronização é o grande ‘barato’ do Windows 8.” “O Windows 8 foi reimaginado para o usuário”, defende Roorda, da Positivo. Em tempos de consumerização, no qual as empresas devem se voltar mais para as vontades do usuário, esse ponto conta muito, acredita o executivo. “Ele pode colocar tudo o que for mais importante na tela ‘Iniciar’ e obter

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

|

T I   I n s i d e

cedo para dizer se o consumidor aceita ou rejeita a nova “cara” do Windows, mesmo porque muitos produtos com a versão antiga ainda estão no varejo com preços cada vez mais baixos. É um momento de transição, diz ele, e até o fim do ano calendário de 2012 será difícil fazer uma análise mais precisa. Mesmo assim, os fabricantes estão otimistas. A Positivo também migrou todo o portfólio de PCs para o Windows 8 e, como outras empresas, investe no desenvolvimento de aplicativos para agregar valor às máquinas vendidas com a marca Positivo. 1 9


>mercado Danielle Mota

A disparada do m-payment Com o auxílio da tecnologia e o esforço de alguns players de diferentes segmentos, os meios de pagamentos estão se expandindo, com destaque para o mobile payment

O

assunto foi debatido no evento Pay Tech, realizado no fim de novembro, quando governo, instituições financeiras, empresas de tecnologia e operadoras de telecomunicações debateram propostas – algumas mais iniciais, outras mais maduras – para fazer decolar o mercado de pagamento móvel. A principal dificuldade apontada por eles, por incrível que pareça, é a integração de todos os elos dessa cadeia. Mas há iniciativas isoladas ou compostas por parte dos interessados em fazer decolar os novos serviços, a exemplo da encabeça pela Telefônica | Vivo. A operadora desenhou uma pirâmide demarcando o público não bancarizado, que não possui conta corrente – algo como 40% da população –, na lateral contabilizou os usuários de smartphones e, a partir disso, criou soluções específicas, segundo seu diretor de serviços financeiros, Maurício Romão. A novidade para o público de menos acessibilidade econômica foi lançada recentemente, em um projeto piloto interno que tem parceria com a MasterCard. Tratase, como explica Romão, de uma conta pré-paga que vai funcionar no celular, onde existirá dinheiro eletrônico nos moldes de uma conta corrente simplificada, e aceitará a transferência de dinheiro entre contas. “Se quero pagar a moça que trabalha em casa, e custa 70 reais por dia, é só transferir”, diz. Ainda será possível fazer transações no comércio via celular, saques em dinheiro na rede ATM e pagamentos de contas. “A intenção é atingir esses 40% das pessoas que não têm conta em banco e fazem transação com papel moeda. Esse dinheiro passará a ser eletrônico”, explica Romão. Segundo ele, a questão tecnológica referente aos sistemas desse projeto é 2 0

simples. No entanto, “o difícil é fazer com que o dinheiro entre, o financiamento é apertado, não tem taxa de juros, não tem financiamento”, conta, lembrando que 70% da receita de cartões de crédito vem de juros. “A gente vai viver de tarifa de pagamento por uso, e temos que ser muito eficientes”, diz. Para gerar receita, ou “para que o projeto pare em pé”, Romão explica que a solução precisa ser massificada. O plano é investir aproximadamente dois, ou três anos, “para que lá na frente tenhamos milhões de clientes usando (o produto) e isso gerar resultado”, avalia. Ele explica que um dos motivadores do projeto foi aumentar os serviços oferecidos, por conta da alta competição no setor de telecomunicação. “Hoje, a grande briga das operadoras são as promoções. Quanto mais produto tivermos, mais fidelizado será o cliente”, argumenta. Outro motivador relevante é que a nova solução vai permitir a recarga do próprio celular, por meio dessa conta, o que derruba o custo de distribuição da recarga para a operadora. No caso dos clientes bancarizados,

T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

mas portadores de um celular que não é smartphone, a Vivo fez uma parceria com Pay Pal para fornecer basicamente os mesmos serviços. Já para o público bancarizado que tem smartphone uma outra solução foi importada da Espanha e deve ser lançada em 2013, quando “teremos uma carteira e gostaríamos que todos os cartões viessem para essa carteira.” A carteira mencionada por Romão é eletrônica. Nela o cliente teria todos os seus cartões e escolheria quando e qual utilizar. “Se a gente não fizer assim, alguém vai fazer”, posiciona o executivo. A ideia é que este produto também funcione como um canal de publicidade para os varejistas. O desafio da integração Mas o CEO do Maxipago, Svante Wasterberg, lembra que é difícil mudar o comportamento de milhões de consumidores. Ele acredita que a solução para isso é ter massa crítica em, no mínimo, dois pontos da cadeia: usuários e estabelecimentos. A saída, segundo ele, são os incentivos, para que os dois lados da balança percebam o valor da solução. O gerente executivo de TI para mobile do Grupo Santander, Luiz Henrique Jorge, reforça que o principal obstáculo ao mobile payment é o aculturamento e diz que, inclusive o sistema financeiro ainda está engatinhando na questão. No entanto, ele compara o segmento com o de internet banking que, na fase inicial, enfrentou resistências e só se viabilizou com muito treinamento de equipe e com a comprovação, para o usuário, de que o sistema é seguro. “Estamos na fase de regulação, com equipes sendo montadas, porque é o dinheiro do cliente que está na mesa. Temos que fazer algo seguro, massificado, com 2 0 1 2


A política favorece? Para explicar em que pé está a regulamentação, dois representantes do governo estiveram no evento: o secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão; e o diretor substituto do departamento de serviços e universalização das comunicações do Ministério das Comunicações, Diogo Barcellos Ferreira. Martinhão explicou que a ação do governo em relação ao pagamento móvel partiu do próprio ministro Paulo Bernardo, que se reuniu com representantes do Banco Central e da Anatel para obter propostas sobre a regulamentação desse serviço. “Tem mais celular que energia elétrica, água encanada e até escova de dente. Por que não usar essa ferramenta massificadora para inovar com serviços? Por que não usar como inclusão financeira?”, detalha Martinhão. Duas iniciativas tramitam no Congresso para responder aos questionamentos do ministro. Uma delas, a do senador Walter Pinheiro, é voltada especificamente para a regulação do pagamento móvel. Outra é do Poder Executivo, a proposta do grupo de trabalho constituído por Banco Central, Ministério das Comunicações e Anatel. “Essa é mais ampla, fala de outros pagamentos”, informa Barcelos Ferreira. O tempo de tramitação, no entanto, é desanimador, tendo em vista a necessidade e a vontade do mercado. “Não falta empenho, mas tudo depende de uma série de fatores. Não temos um prazo”, diz. O que deve impor um ritmo mais acelerado ao processo de regulamentação dos pagamentos móveis, segundo Martinhão, é o fato de o serviço ser uma ferramenta de bancarização, permitindo que o cidação tenha onde guardar seu dinheiro. Barcellos Ferreira ainda acrescenta: “as pessoas conseguem enviar dinheiro para parentes distantes que não têm conta no banco, mas tem um celular”. Para Martinhão, a tecnologia por traz do serviço deve respeitar a interoperabilidade entre os modelos. “Não podemos criar ilhas. O foco é a diversidade

foto: arquivo

para a sociedade é ter o maior número possível de opções para se fazer pagamentos. “É difícil uma solução única se adequar a todas as necessidades e circunstâncias”, explica. Glauco Ferreira, diretor de marketing e vendas da TIMWE lembra sobre os impostos incidirão sobre as transações. Segundo ele, essa não será uma solução adequada para a compra de uma “cocacola”, por exemplo, porque corre-se o risco de os impostos serem muito altos. “30% do valor cobrado pelos produtos serão de impostos”, alerta.

de oportunidades, aponta. Ele explica que não deve haver discriminação, como “um pagamento não ser realizado porque aquela operadora não tem acordo com determinada bandeira. Tem que ser um sistema integrado”, enfatiza. Menor custo Para não pesar no bolso do consumidor, o consultor do departamento de operações bancárias e sistemas de pagamento do Banco Central, Mardilson Queiroz, defende que haja competição entre os serviços. Para ele, o desafio do BC é monitorar e acompanhar atividades de empresas alheias ao setor financeiro, mas que cada vez mais começam a compor os elos da cadeia de pagamento. “Precisamos atender a sociedade e o mercado, mantendo os objetivos de eficiência e confiança do Banco Central”, alega. Queiroz ainda salienta que o ideal foto: divulgação

vários bancos, várias operadoras, não temos essa massa, mas estamos no caminho”, coloca. Ele comenta que apesar de haver iniciativas, a consolidação não ocorre na velocidade desejada pelo mercado. E Jorge reitera a importância da segurança. “Para isso, é preciso uma regulamentação”, pondera.

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

|

T I   I n s i d e

A tecnologia está pronta As soluções de pagamento móvel mais avançadas são realizadas partir da tecnologia NFC (Near Field Communication), tecnologia sem fio que permite a comunicação entre objetos. Quanto aos produtos, o techinical account manager da LG Eletronics, Edilberto Jacintho, garante que não há carência. “A tecnologia já está pronta”, reforça Ferreira, da TIMWE. Posicionada entre os fornecedores de soluções, a TIMWE comercializa dois produtos baseados em NFC. Um deles é o NFC Launcher, produto mais voltado para o marketing das empresas. “É simples, qualquer empresa tem oportunidade de inserir tags, gerenciar e ter informação online para seus consumidores”, explica Ferreira. Outro produto é o NFC Loyalty, que possibilita ao consumidor criar um carrinho de compra associado as grandes redes de varejo, que podem fazer promoções por meio de tags. “É um aplicativo simples e traz experiência para o consumidor, faz a diferença”, indica. Segundo ele, falta apenas a disseminação da tecnologia para a população, “que vai querer ter essa tecnologia em mãos e pressionar as grandes marcas para a disponibilidade”, considera. Ferreira ainda comenta que o Brasil tem forte potencial de uso do mobile payment por conta dos grandes eventos esportivos que serão sediados pelo País. “Gente de fora vindo para cá com aparelho forte. Este pode ser o momento ideal para marcas implementarem tecnologias”, explica. Martinhão, no entanto, lembra que a maior base de uso de celular no Brasil é pré pago. “Antes de pensar em tecnologias avançadas, como NFC, é preciso desenvolver modelos de pagamento aptos a esse mercado. Para 2 1

“Antes de pensar em tecnologias avançadas, como NFC, é preciso desenvolver modelos de pagamento aptos a esse mercado. Para promovermos a inclusão temos que vencer essa barreira” Maximiliano Martinhão, do Ministério das Comunicações

Svante Wasterberg, do Maxipago: para desenvolver massa crítica é preciso haver incentivos


jannoon028 / shutterstock.com

>gestão

Danielle Mota

Mobilidade, inteligência e inovação:

as prioridades de 2013

Gestores de TI devem buscar estratégias para suprir a crescente demanda de dados, suportar a mobilidade e renovar arquiteturas de TIC sem gastar muito. Tecnologias já existem, mas má qualificação de mão de obra e os diferentes cenários econômicos de cada segmento empresarial, por vezes, tornam os processos mais lentos 2 2

T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2


fotos: divulgação

T

ratar a crescente quantidade de dados de maneira mais inteligente e dispor de alternativas para gerir a explosão da mobilidade são, segundo os especialistas de TI, algumas das prioridades que os CIOs devem ter grafadas em suas agendas de 2013. De forma geral, será necessário identificar, estudar e implementar tecnologias emergentes, que irão maximizar o diferencial competitivo das empresas, seja em agilidade comercial, mobilidade da força de vendas, flexibilidade da infraestrutura ou maior inteligência de negócios, resume o analista senior da Frost & Sullivan, Fernando Belfort. Esse último item, aliás, é destacado também pelo gerente de Pesquisa da IDC Brasil, Anderson Figueiredo. Segundo ele, é forte a tendência de cada vez mais as empresas alinharem TI à estratégias de negócio. E, como lembra Lucas Toledo, gerente de recrutamento da divisão de TI da empresa de RH, Michael Page no Brasil, : prover informações de maneira simples e em tempo real para a área de negócios é uma contribuição e tanto à satisfação do consumidor. “Se você vai ligar em uma seguradora, quer ser atendido e entendido de imediato. Ninguém quer ligar pela terceira vez para uma empresa e ter que repetir todo o problema antes de ser atendido”, exemplifica. Para Toledo, a prioridade do CIO está ancorada em redução de custos. Inovação também é premissa, lembrada por Belfort, e ter tempo para inovar com o orçamento cada vez mais apertado está entre os desafios dos gestores de TI, que podem esquecer o empurrãozinho financeiro do Papai Noel Mas nem tudo está perdido: segundo Figueiredo, a salvação da lavoura é conhecida pela alcunha de cloud computing. “Não acho que orçamento de TI vai crescer e a ferramenta para superar isso é a cloud”, reforça. No entanto, o diretor de tecnologia da informação do Hospital Israelita Alberto Einstein, Ricardo Santoro atenta para outro fato. “Não é mais uma questão de ter orçamento disponível, o problema vai

estar mais atrelado à arquitetura de TIC que existe na instituição”, pondera, acrescentando que alguns CIOs conseguirão executar mais projetos do que outros, simplesmente porque escolheram e implementaram arquiteturas de TIC melhores. “Muitas empresas precisarão repensar suas arquiteturas ou terão problemas de competitividade”, posiciona. Ferramentas de apoio Para suprir a demanda de agilidade exigida nos dias modernos, em que a quantidade de dados aumenta intensamente, business inteligence, business analytic e big data são as ferramentas defendidas pelos especialistas do setor, cada uma a sua medida e com diferentes níveis de maturidade de implementação no Brasil.

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

|

T I   I n s i d e

De acordo com o CTO da Netshoes, Rodrigo Nasser, a busca por informações tem crescido em nível acelerado e esse é o motivo pelo qual ele acredita que 2013 vai ser marcado por investimentos mais parrudos em ferramentas de BI, uma atividade que, segundo ele, também demanda a contratação profissional capacitado a integrar dados à estratégia da corporação. Outra mudança apontada por Nasser está relacionada à própria atividade do gestor de TI. “Em curtíssimo prazo os CIOs vão se deparar com a necessidade de não se limitar à entrega da ferramenta funcionando, mas ser um consultor interno para a empresa”, comenta. Para ele, uma importante alavanca do BI dentro das corporações é a expansão das redes sociais, fator apontado pelo executivo como altamente relevante para a tomada de decisão. “Essas coisas (redes sociais) estão afetando o trabalho do CIO, e ele terá que se preparar para analisar o comportamento do consumidor", pontua. Uma tarefa que gera grande volume de dados e que, portanto, exige inteligência (business analytics) para transformá-los em informação estratégica. “Se tenho muitos dados de mercado, é preciso separar o joio do trigo em uma velocidade muito grande”, explica, ao dizer que enquanto BI é uma foto da situação, BA é um filme que entende, contextualiza e tenta projetar o futuro. Na visão de Nasser, os CIOs precisam desenhar o fluxo dos dados dentro da corporação e definir de que forma eles vão contribuir para melhorar o desempenho da empresa. “Acho que tem uma sacada bem legal aí, que é entender comportamento do consumidor”, opina, dizendo que big data é a ferramenta que solucionará essa questão. Para Nasser, trazer uma massa de dados para a empresa, administrá-la e mantê-la atualizada “é um grande desafio”. Porém, a contrapartida é o melhor desempenho das vendas e do negócio como um todo, quando modelos de vendas são criados e medidos com base no comportamento do consumidor. Mas, segundo ele, big data ainda segue a passos lentos no Brasil. “Há 2 3

“Por mais que o governo federal e a Brasscom tenham feito um excelente trabalho para justamente baratear tributos, forte demanda e baixa oferta causam inflação nos salários destes executivos” Fernando Belfort, da Frost & Sullivan

“Eu quero trabalhar com a minha máquina na empresa, e mobilidade é uma prioridade absurda para o CIO, porque você vai ter que ter aplicação rodando em ambiente móvel. E isso precisa de segurança” Anderson Figueiredo, da IDC Brasil


>gestão empresas que têm um milhão de seguidores no Facebook e só agora começaram a entender que rede social, além de um canal de comunicação, é um meio para captar comportamento. Estamos no “Então, para momento em que as organizações emprestar dinheiro, vão começar a se questionar sobre agora, você precisa como trabalhar esse fato”, pontua. ter muita certeza, Belfort concorda com a eles estão afirmação, posicionando que big data investindo muito vive hoje no Brasil o mesmo ciclo nessas trilhado por cloud computing em ferramentas de 2010 e em 2011. “CIOs e empresas tomada de de médio porte ainda estão decisão” estudando as tendências, e os Lucas Toledo, fabricantes deste tipo de solução da Michael Page preparam as suas ofertas”, observa. no Brasil Ele ainda ressalta que, em termos de tendência, big data não é uma revolução e sim uma evolução de algumas tecnologias já disponíveis no passado e que agora foram reunidas de forma inteligente e em um cenário onde a quantidade e natureza não estruturada dos dados é monstruosa. Na prática Ferramentas que organizam os dados de maneira inteligente são importantes para todos os segmentos empresariais. Para exemplificar, Santoro, do Hospital Albert Einstein, evidencia a aplicação dessas soluções no segmento da saúde, em que “grande parte da informação está em formato não estruturado” A rotina dos hospitais, segundo ele, que envolvem desde tarefas rotineiras, como a atualização de prontuários de pacientes em papel ou a troca de e-mails para o acompanhamento de pacientes, até o uso de vídeos em telemedicina e treinamentos. “O volume de informações é muito grande, daí a importância de uma abordagem baseada em big data”, pondera. No caso de BI, o executivo acredita que o foco maior estará na criação de modelos analíticos, que devem ser utilizados tanto para acompanhar o desempenho e a efetividade de procedimentos, quanto para segmentar as necessidades de pacientes e prover o atendimento adequado. Especificamente no setor de saúde, Santoro ainda pontua, além de big data e BI, outras três tecnologias consideradas promissoras e de avanços 2 4

atender às demandas das áreas assistenciais e manter a integridade e disponibilidade das informações dos pacientes”, defende. Segundo Figueiredo, da IDC, de fato saúde é o mercado que mais tem registrado crescimento de TI. Nos últimos anos, segundo ele, aconteceram dois movimentos para mudar o quadro antes existente: as empresas de saúde trocaram sistemas próprios por aplicativos de mercado; e muitas delas substituíram o médico que cuidava da área de TI por um profissional especializado. “Chegou um momento que TI é tão importante para um hospital que não dá mais para o doutor tomar conta”, diz, completando que “se o gerente de TI é um médico, nem sempre ele irá valorizar os significativos em 2013: RFID, investimentos feitos em TI”. telemedicina e dispositivos de Outro desafio do setor de saúde, telemetria para monitoração (coleta e segundo Figueiredo, é a consolidação envio de informações) de pacientes das empresas, tendência que se remotos. mantém em plena atividade e gerando a necessidade de integração Por segmento de diferentes sistemas (legado). O Segundo ele, 2013 será um ano mesmo acontece com o setor de de projetos mais complexos no setor educação, que também passa por de saúde, já que esse mercado está fusões e aquisições., algo que exige amadurecendo. “Existem muitos a integração dos legados, de todos processos de consolidação no setor os aplicativos e dos sites. e novos players estão chegando ao Além disso, as universidades mercado. Esses fatores demandarão enfrentam o desafio de gerar uma área de TI mais atuante e melhor conteúdo para alunos e professores. preparada para definir a arquitetura Segundo o analista, os alunos já que suportará os novos negócios”, estão usando dispositivos móveis, explica. mas é necessário, ainda, mais O executivo salienta que a conteúdo, pois a demanda é cada tendência do setor de saúde ainda é vez mais intensa. “As pessoas vão querer ter Consenso geral dos executivos, mais conteúdo disponível independente do segmento, é que e nas diferentes plataformas”, diz. a praticidade gerada pela No caso do varejo, o mobilidade a faz ter ganho analista ressalta que a forte tendência é CRM, considerável em 2013 acelerada, inclusive, pela expansão do e-commerce. “Quase todas as implementar soluções específicas empresas de varejo têm site hoje, e para cada especialidade, sem se vendas via web te leva a ter um CRM preocupar com a integração das que saiba tratar e entender o que informações sobre o paciente. Um você está vendendo. Senão, você grande erro quando se pensa em perde dinheiro”, salienta. O analista melhoria do atendimento. acredita, então, que será necessário Por esse motivo, Santoro tratar comércio eletrônico de maneira pondera que os CIOs terão um papel cada vez mais séria. importante de convencimento das Os pequenos varejistas, no instituições de que a melhor entanto, têm outras necessidades. estratégia é “ter uma arquitetura de TI “Eles precisam começar a ter robusta e flexível, que consiga T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2


bloomua / shutterstock.com

sistemas por força das exigências do governo, a começar pela regulamentação de nota fiscal eletrônica”, pontua. Além disso, ele explora que as pequenas empresas - e aqui não entra apenas varejo - devem migrar muitos serviços para a nuvem. “Eles não vão montar uma equipe de TI, comprar máquinas, nem comprar um data center”, justifica. Cloud computing, no entanto, não será de grande utilidade para as empresas de manufatura que, como aposta Figueiredo, manterão investimentos nos ERPs, os quais, segundo ele, ainda vão demorar para ter alguma solução parruda em nuvem. Já telecomunicações não se apropria do mesmo princípio, porque apresenta um comportamento dos investimentos mais sazonal. “Vai ter investimento, porque tem que fazer muita coisa para a Copa”, explica Figueiredo. Segundo ele, a tecnologia 4G, por exemplo, exigirá gastos . Finanças e governo Toledo, da Michael Page, assegura que o setor financeiro especificamente está passando por “um momento muito interessante”. Para explicar, o executivo separa esse nicho em diferentes vertentes. Inicialmente, ressalta que os grandes bancos de varejo, atualmente, têm sido pressionados pelo governo para reduzir custos. Nesse sentido, “eles assumem a estratégia de tirar a área de TI de dentro do negócio, algo que não chega a ser uma terceirização, mas é um equilíbrio de deixar o que é core dentro de casa e passar a um fornecedor o que for commodity de TI”, explica. No caso dos bancos de investimento internacionais, Toledo conta que também houve grande redução de investimento no Brasil, já que o mercado de IPO, que movimentava muito a economia e gerava resultado para esses bancos, deu uma parada por causa da crise na Europa. Sendo assim, esses bancos estão pagando bônus menores e investindo menos em novos projetos. A redução de investimentos não acontece, porém, com as financeiras, que, ao contrário, intensificaram os

As prioridades em 2013:

> Mobilidade > Business Inteligence > Business Analytics > Big Data > E-commerce > CRM > Mobile Payment > Cloud computing > Redes sociais > RFID > Telemedicina > Dispositivos de telemetria

aportes, porque os mercados de crédito consignado, de crédito ao consumidor e de seguros atravessam um período “muito forte de aceleração, principalmente focada em canais de internet, e-commerce”, avalia Toledo. Ele ainda considera a alta da inadimplência vivenciada pelo mercado financeiro em 2012 como um fato que justifica novos investimentos em TIC. “Para emprestar dinheiro, eles precisam de

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

|

T I   I n s i d e

muita certeza, algo que leva aos investimentos em ferramentas de tomada de decisão”, afirma. Na análise do executivo ainda estão as empresas de meios de pagamento, que estão migrando para o Brasil e trabalhando em tecnologias como mobile payment -, pagamento via celular. “Isso vai ter um ‘boom’ aqui no Brasil”, acredita. Já em governo, a previsão para 2013 é simples: “eles terão que cada vez mostrar a cara na web”, resume Figueiredo. O analista acredita, assim, que esse segmento deve investir em soluções de rede e web, já que o cidadão quer buscar informações em layout e desempenho próximos dos sites de compra. Além disso, Figueiredo aponta também pontua como fato relevante ao setor governamental a profissionalização do gestor de TI, assim como ocorre na área de saúde. Esse movimento, segundo o analista, vem ocorrendo há cerca de três anos, motivado pela necessidade de se consolidar serviços de informática. “Não tem mais como fugir da informática, teu usuário, teu cidadão, quer resolver a vida dele em um toten”, destaca. Mobilidade e consumerização Nesse sentido, consenso geral dos executivos, independente do segmento, é que a praticidade gerada pela mobilidade a faz ter ganho considerável em 2013, já que, como lembra Figueiredo, o uso de dispositivos móveis é uma das tendências que está “explodindo no mundo”. A alternativa traz, como conseqüência, a consumerização. “Eu quero trabalhar com a minha máquina na empresa e mobilidade é uma prioridade absurda para o CIO, porque você vai precisar ter aplicação rodando em ambiente móvel, algo que demanda segurança”, salienta o analista, acrescentando que, será necessário às empresas estudar minimamente o assunto, para que os CIOs saibam a forma com a qual vão desenvolver a mobilidade no futuro. Nasser, por exemplo, acredita que o Brasil tem um pouco de dificuldade para trabalhar a mobilidade, não por falta de vontade, mas por falta de infraestrutura. Ele comenta que por mais que os 2 5

“Muitas empresas precisarão repensar suas arquiteturas de TIC ou terão problemas de competitividade” Ricardo Santoro, do Hospital Israelita Alberto Einstein


>gestão

O desafio da mão de obra

Rodrigo Nasser, Em meio às tendências, uma da Netshoes dificuldade indubitável para os CIOs

colocarem tudo em prática em 2013 será o constante apagão de mão de obra especializada em TI. Os motivos da má qualificação da mão de obra, que desafiam o dia a dia do CIO, estão baseados, segundo Figueiredo, em alguns fatores: baixa qualidade de ensino de muitas universidades; número de instituições de ensino não condizentes com a necessidade; e uma formação mais acadêmica do que voltada ao mercado. “O CIO quer desenvolver o conhecimento dentro das empresas, e sente dificuldade em encontrar pessoas que tenham uma visão um pouco mais genérica”, lembra Nasser, ressaltando que a empresa deve partir do ponto específico em que está o profissional, generalizá-lo e especificá-lo novamente. Seja um profissional com baixa qualificação, como aponta Figueiredo, seja o profissional muito especialista, como indica Nasser, o resultado da problemática da mão de obra em TI, segundo Belfort, é a inflação dos salários, algo que acaba, muitas vezes, impulsionando o mercado de terceirização de tecnologia. De acordo com ele, “por mais que o governo federal e a Brasscom tenham feito um excelente trabalho para justamente baratear tributos, forte demanda e baixa oferta ainda causam a inflação nos salários”, considera. Figueiredo explica, portanto, que as soluções que as empresas estão criando para solucionar esses impasses são contratar um profissional menos experiente e o formar dentro da companhia, focando naquilo que é interessante para a empresa. 2 6

funcionários, ele incentiva projetos desafiadores, “que gerem transformação de processos e uso de novas tecnologias”, diz. O Brasil e o mundo Quanto ao futuro, Figueiredo é otimista. O analista lembra que o Brasil já é o quarto maior País consumidor de receitas de TIC do mundo, atrás apenas de EUA, China e Japão. E em termos de mercado competitivo, levando em consideração a crise econômica na Europa e potencial crise nos Estados Unidos, Belfort avalia que “o Brasil aparece como salvação para grande parte dos provedores globais de tecnologia”. Ele ainda coloca que players globais vão investir fortemente em Santoro aposta na mesma suas subsidiárias brasileiras, “e isto é estratégia: o trabalho com grupos de ótima notícia para CIOs que estão iniciantes, estagiários, ou trainees. É buscando parcerias estratégicas e de um método, segundo ele, de médio e longo prazo com seus provedores longo prazo, mais trabalhoso, porém, tecnológicos”, destaca. mais efetivo. “Normalmente, estas Outro motivo que deve alavancar pessoas se adaptam melhor à cultura o trabalho dos CIOs em 2013 é a da instituição, e permanecem por Copa das Confederações, que, de mais tempo”, explica. Para reter os acordo com Nasser, é usada pela FIFA para Uma dificuldade indubitável para testar a estrutura do País os CIOs colocarem as tendências para a Copa do Mundo, mesmo mecanismo em prática em 2013 será o utilizado pelas empresas do País. constante apagão de mão de “Para as empresas obra especializada em TI de turismo e varejo será um teste, e a tecnologia também vai ser testada nesse período”, aponta. Uma das preocupações, segundo ele, é testar os sistemas de e-commerce, a fim de concluir se vão suportar a demanda. A Netshoes, por exemplo, está trabalhando em conjunto com fornecedores - como Nike, Adidas e Puma - sobre como “oferecer uma experiência de compra bem diferente para o internauta brasileiro”, revela. Por fim, para que o CIO esteja preparado em seu cotidiano de 2013, a dica dada por Belfort é: “leia atentamente a descrição de atividades do seu cargo e perceba sua importância e natureza estratégica”. Dessa forma, ele contextualiza que o CIO do futuro não será responsável por informação e sim por inovação. “O CIO do amanhã será o Chief Inovation Officer”, acredita.

Africa Studio / shutterstock.com

“Em curtíssimo prazo, os CIOs vão se deparar com a necessidade de não só entregar a ferramenta funcionando para a companhia, mas ser um consultor interno”

brasileiros tenham a média de quase dois celulares por pessoa, muitos deles ainda não são smartphones. “Aqueles que são smartphones com acesso a 3G, ainda não é uma rede que permita fazer grandes coisas diferentes no mobile como ocorre nos EUA”, avalia. Mobile, portanto, para ele, já começa a ser uma realidade no Brasil em 2013, “mas ainda com um passo pequeno nas empresas, dada essa questão de infraestrutura”, posiciona.

T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2



Antonio Lemos, especial para a TI Inside

É Natal, a prova de fogo

do e-commerce Período deverá movimentar cerca de R$ 3,25 bilhões, e lojas virtuais apresentam suas estratégias para não decepcionar e-consumidores

2 8

virtuais vêm aumentando e têm como principais motivos a praticidade e rapidez imposta às entregas das mercadorias. Mas o que seria uma saída eficiente a favor do cliente tornase dor de cabeça por conta dos constantes atrasos no prazo de entrega e da falta de planejamento logístico por parte das lojas virtuais. Com isso, crescem as reclamações pela demora na entrega, avaria do produto, extravio, entre outros casos. Certamente, o aumento das vendas online remetem a noites de insônia dos responsáveis pela logística do e-commerce, certo? E quando a mercadoria não chega ao cliente, quais as providências a serem tomadas? “Estruturamos nossa logística e o atendimento para que a

foto: divulgação

O

Natal está perto e a corrida por presentes já começou. Na internet, lojistas se preparam para atender à grande “Estruturamos demanda dessa época, nossa logística e o reforçando sistemas de processamento atendimento para de pedidos, logística e atendimento, além que a demanda de de investir em treinamento profissional e fim de ano não contratação de equipes temporárias. seja um fator De acordo com dados do e-bit, negativo para o organização especializada em negócio” informações sobre e-commerce, o setor Décio Yuiti deverá movimentar neste Natal cerca Sonohara, do de R$ 3,25 bilhões, ou 25% acima das Magazine Luiza vendas feitas em 2011, quando atingiu o valor de R$ 2,6 bilhões, representando 15% da previsão para o ano todo, que é de R$ 22,5 bilhões. Ano após ano, as compras em lojas

T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

Bilan 3D/shutterstock.com

>internet


foto: Walter Craveiro

demanda crescente de fim de ano não seja um fator negativo para o negócio”, responde Décio Yuiti Sonohara, diretor de e-commerce do Magazine Luiza. “Assim como aumenta o tráfego no site, é natural que tenhamos mais demandas para troca de produtos e outras questões relacionadas aos pedidos”, afirma Flávio Dias, vice presidente do Walmart.com.br. “Falhas podem acontecer, ainda mais nos períodos em que o número de pedidos aumenta”, acrescenta o diretor de e-commerce do Magazine Luiza. Segundo o ranking da Fundação Procon-SP, entre as 30 empresas com maiores índices de queixas, três (10%) são do setor de e-commerce. Este ranking é atualizado diariamente e até o fechamento desta reportagem, a empresa B2W – composta pela junção da Americanas.com e do Submarino – ocupava a nona posição, mas entre as mais que recebem reclamações com 2.375, sendo 1.065 casos de questionamento da demora da entrega dos produtos. Já o Magazine Luiza (1.499) e a Nova Pontocom (1.114) aparecem na 16ª e 21ª colocação, respectivamente. Em termos de logística para atrair mais e-consumidores, o Walmart.com. br lançou a campanha publicitária intitulada ‘Cinco Compromissos de Natal’. A ação oferece, entre outras vantagens apresentadas aos clientes, um ano de frete grátis em caso de atraso na entrega. Outros compromissos que a multinacional trará aos seus clientes: menor preço de seus produtos; segurança máxima na hora da compra; variedade de produtos com 100 mil itens; e 23 categorias e troca imediata nos casos de produtos quebrados ou com defeito antes mesmo de receber de volta, ou seja, o cliente solicita a troca e imediatamente a loja virtual enviará um novo, antes mesmo de receber o item danificado. O vice presidente da loja virtual estima que, neste o Natal, as vendas serão 65% superiores ao desempenho de 2011, e para não fazer feio gente aos clientes virtuais, a empresa criou campanha publicitária, com meta de atingir 37 milhões de pessoas, com os seus compromissos orientados à confiança do consumidor. Entre as contrapartidas estão frete grátis por um ano para os clientes que

receberem pedidos fora do prazo. A multinacional também alterou a navegabilidade do site, ampliando os controles internos. O primeiro teste ocorreu no Black Friday, no último dia

vão desde o treinamento de seus profissionais até a tecnologia. “Lançamos em agosto deste ano a troca pelo site, ou seja, o consumidor realiza todo o processo de troca do “Um dos produto pela web sem a necessidade objetivos da de ligar para a Central de campanha que Relacionamento. Isso agiliza o processo acabamos de e aumenta a comodidade do nosso lançar é ajudar o consumidor”, diz Graciele. consumidor a ter Além disso, para este período, a loja mais confiança virtual lançará o novo serviço denominado ‘Entrega Super Expressa’, na plataforma” Flávio Dias, do válido apenas para os clientes da Walmart.com.br cidade de São Paulo e ABC. “Ao finalizar a compra, o cliente dessas regiões poderá optar pelo serviço, mediante taxa, e receber suas compras até às 22h do mesmo dia. “A oferta está disponível de segunda a sábado para compras de produtos até 2 kg e realizadas com cartão de crédito, e funcionará, inclusive, no dia 24 de dezembro em horário a ser definido”, explica a COO.

O e-commerce deve movimentar algo em torno de 25% mais que as vendas feitas em 2011 23 de novembro. “O evento foi um termômetro para o bom resultado esperado para o Natal. A meta para este ano era triplicar as vendas em relação à edição do ano passado e conseguimos vender seis vezes mais”, comenta o executivo. Graciela Tanaka, COO da Netshoes – loja virtual de artigos esportivos -, afirma que as vendas no final do ano dobram em relação aos primeiros meses do ano e, por isso, a empresa foca no uso de pilares estratégicos, que

Alinhada com o pagamento do 13º salário, a Magazine Luiza oferece desconto de 5% nas compras a partir de R$ 179,90 feitas pelo site. Além disso, recentemente, a empresa atualizou o layout do seu portal, que amplia o conceito multicanal, garantindo a receptividade do consumidor por meio do contato mais próximo e linguagem informal. Porém, sobre expectativas de vendas para o período de festas, o diretor de e-commerce da empresa optou por não se pronunciar.

Compras online x Desconfiança do consumidor

A

desconfiança do brasileiro em comprar pela internet continua. Segundo dados do Datafolha, apesar de 72% da população ter acesso à rede, 45% nunca comprou via online. “O cliente de loja física pode ir ao estabelecimento a qualquer momento e efetuar sua compra, enquanto o cliente que opta por fazer suas compras online precisa ter atenção com o prazo de entrega. Acreditamos que os dois perfis não se excluem e a melhor saída para as empresas é oferecer ambos os canais para estar sempre à disposição de seus clientes”, comenta Sonohara. De acordo com Flávio Dias, vice presidente do Walmart.com.br, a campanha “Cinco Compromissos de Natal”, tem como motivo quebrar a desconfiança dos consumidores em relação aos serviços de e-commerce no Brasil. “Um dos objetivos da campanha que acabamos de lançar é esse. Ajudar o consumidor brasileiro a ter mais confiança nessa plataforma. Apenas no evento do Black Friday conquistamos mais de 100 mil novos clientes”, ressalta.

d e z e m b r o

d e

2 0 1 2

|

T I   I n s i d e

2 9


>artigo *Beni Harari

Como celulares e tablets estão influenciando o e-commerce brasileiro O início do processo de decisão de compra de um produto está cada vez mais vinculado ao celular, mas ainda estamos muito longe de conseguir realizar a compra por completo

N

a principal razão para a baixa taxa de conversão de compras pelo celular é o tamanho da tela

os últimos meses, novidades de celulares e tablets não faltaram para o consumidor antenado neste mercado. Desde o tão falado lançamento do Iphone 5, passando pela divulgação da Amazon dos tablets Kindle com HD, até a gigante varejista Toys R Us, com o lançamento de um tablet focado no publico infantil. A ideia deste artigo é analisar os impactos no hábito do consumidor brasileiro com estes novos produtos, que não param de agregar novas funções e entrar cada dia mais no nosso cotidiano. Ao começar pela dúvida que a mídia tem dado a maior atenção. Existe um questionamento muito grande se o e-commerce irá se transformar no m-commerce futuramente (mobile commerce – que significa a compra de produtos ou serviços pelo celular). Se por um lado, o início do processo de decisão de compra de um produto está cada vez mais vinculado ao celular (no Brasil, mais de 20% das buscas do Google já são feitas pelo celular), ainda estamos muito longe de conseguir fazer o processo de compra completo – desde a busca do produto até a conclusão com o pagamento. Nos Estados Unidos, mercado referência desta tecnologia, o m-commmerce representa 5% das vendas pela internet e a projeção para 2013 é que represente 8%. Existe um principal motivo pela baixa taxa de conversão em compras pelo celular: a dificuldade de navegação devido ao tamanho da tela. Mesmo as maiores telas de celulares, com quatro ou até cinco polegadas, ainda causam um desconforto ao usuário. Desconforto que, aliado a percepção de falta de segurança e pela distração que um celular com a possibilidade de realizar muitas tarefas ao mesmo tempo, culminam em um baixo índice de compras. Portanto, os usuários de smartphones ainda terão que aguardar mais algum 3 0

tempo para virar realidade a massificação da compra de seu objeto de desejo através de uma tela que caiba na palma da mão. Vale ressaltar, a não efetivação da compra pelo celular não deve ser interpretada como um canal a ser esquecido. Muito pelo contrário, se o início da decisão de compra está sendo feita pelo celular, vale o esforço redobrado para atingir o consumidor logo neste momento. Outra tendência no uso do celular para a decisão de compras: muitos consumidores estão, ao mesmo tempo, em lojas físicas e nas lojas online dos varejistas (ou concorrentes). Seja para comparar preços, seja para buscar maiores informações ou até para obter críticas dos produtos. Isso significa que, mesmo que a venda não ocorra pelo celular, será um fator decisivo para a compra. Além dos celulares, existe outra tecnologia que chama muito a atenção quando falamos de hábitos de consumo, e por um ótimo motivo. Altas taxas de conversão (que é uma conta simples: quantas pessoas entraram no site versus quantas pessoas compraram). Taxas muito mais altas que os celulares e próximas aos notebooks e desktops – os tablets Motivos não faltam para explicar esta alta adaptação do consumidor ao tablet: T I   I n s i d e

|

d e z e m b r o

d e

mercado em plena expansão (mais de 5 milhões de aparelhos previstos para o Brasil em 2013), maior conforto que as telas de sete e dez polegadas trazem para quem navega e o próprio momento de consumo do produto. Enquanto o celular fica com o consumidor o dia inteiro, o tablet é mais usado no final do dia, muitas vezes na cama ou no sofá, onde o consumidor está tranquilo e dificilmente irá perder a atenção. Logicamente, a propensão para a compra será muito maior. Se você ainda não comprou algo pelo tablet, se prepare, pois este poderá ser o próximo brinquedo para realizar compras ainda nos meses seguintes. Uma terceira mudança no hábito do consumidor é a segmentação da decisão de compra feita em diversas plataformas. Até poucos anos atrás, tínhamos somente duas opções. O consumidor comprava o produto/serviço pela loja física ou pelo computador. Agora, com celulares gerando as informações “primárias”, tablets criando outro tipo de navegação, que notebooks nunca conseguiram criar, devido ao beneficio do toque na tela, os varejistas terão que se desdobrar para criar, ao mesmo tempo, uma estratégia de comunicação para cada canal (lojas físicas, internet para – computador, tablete e celular) e manter uma clara identidade da marca para não sofrerem o mal de uma esquizofrenia digital (cada canal com uma comunicação distinta). Somente como reflexão para um breve futuro. As televisões com possibilidade de realização de compras já são uma realidade e estão começando a trazer números expressivos nos países mais desenvolvidos. Bom para o consumidor, que cada vez terá mais ferramentas para o auxílio na decisão de compras. Ótimo para o varejo que multiplica as formas de estar em contato com seu principal ativo: o cliente. * Beni Harari, 31 anos, trabalhou em Marketing e em Vendas na Sony Ericsson e na Samsung e atualmente é Diretor de Novos Negócios na Allied. 2 0 1 2


O ponto de convergência dos negócios digitais. Social Cloud: social + mobilidade + cloud computing + informação Há 7 anos, o ponto de encontro para quem leva o social business a sério e quer trocar informações e experiências com profissionais de diversas empresas. Inscreva-se 0800 77 15 028 | inscricoes@convergecom.com.br Patrocine 55 11 3138 4623 | comercial@convergecom.com.br www.convergeeventos.com.br

SHARING ECONOMY | SOCIAL BUSINESS | BIG DATA | SOCIAL COMMERCE | SEGURANÇA NAS REDES SOCIAIS RECURSOS HUMANOS | REDES SOCIAIS | MOBILE SOCIAL | SOCIAL CLOUD MARKETING

3 e 4, abril 2013 CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, SÃO PAULO, SP

Compartilhe esta data!



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.