Revista Tiinside - 96 - Novembro de 2013

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Nuvem vira opção eficaz para integração de sistemas Internet das coisas promete ganhar impulso com IPv6 Ano 9 | nº 96 | novembro de 2013

www.tiinside.com.br

data center movido a software

Visão técnica e estratégica define novo perfil de CIO

Infraestrutura virtualizada e controlada por software desponta como uma das principais tendências para 2014



>editorial

Ano 9 | nº 96 |novembro de 2013 | www.tiinside.com.br Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski

Tempo de novos desafios

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pós dez anos de existência e da publicação de 96 edições ininterruptas, a versão impressa de TI TINSIDE deixa de circular. A partir de agora, a cobertura do setor será feita exclusivamente por meio de nosso portal na internet. Os pilares que sempre sustentaram nossa linha editorial, contudo, que é levar à comunidade de TI informações e análises aprofundadas sobre estratégias de negócios, economia, marketing, finanças, política, infraestrutura e gestão na área de tecnologia, serão mantidos. A decisão de publicar apenas a versão na web é reflexo de uma situação comercial que afeta o mercado de mídia em geral — o interesse dos anunciantes por veículos impressos vem diminuindo na mesma medida em que aumenta a facilidade de difusão de informações por meios digitais. Não é fácil pôr fim a uma revista que, ao longo desses anos, desempenhou um papel extremamente relevante no mercado de tecnologia da informação e contribui para que a Converge Comunicações consolidasse sua tradição em publicações especializadas, em diversos segmentos (telecomunicações, mercado audiovisual, TV e internet), levando informação e conteúdo de qualidade, e com independência, aos leitores. A Converge também realiza uma série de eventos, reconhecidos pela atualidade, isenção e qualificação de palestrantes e da audiência, entre os quais vários promovidos por TI INSIDE, que serão mantidos em 2014.

A boa notícia é que TI INSIDE Online vem conquistando audiência crescente, a qual mais que dobrou neste ano. O portal é hoje referência para quem quer se atualizar e estar sempre informado sobre o mercado de tecnologia, além de ser um dos mais lidos e respeitados por quem toma decisões nas empresas. Além de uma seleção das notícias que movem o setor, fornecida por meio também de uma newsletter, de segunda a sextafeira, nossos leitores têm à disposição canais especiais dedicados a temas como serviços, segurança e internet, cujos boletins são enviados semanalmente, trazendo os acontecimentos e os negócios envolvendo as respectivas áreas. Outro dado animador é que as notícias que chegam diariamente às caixas de correio eletrônico dos desktops dos leitores poderão, em breve, ser acessadas para leitura também em tablets e smartphones, já que o site ganhará uma versão mobile. Apesar da descontinuidade da versão impressa, temos certeza que continuaremos proporcionando aos nossos leitores uma cobertura relevante e de qualidade, como vimos fazendo nesses últimos dez anos. Agradecemos a todos que nos acompanharam ao longo desse tempo e convidamos a continuarem nos seguindo nessa nova etapa. Muito obrigado leitores.

>sumário NEWS

STJ estabelece que é de três anos o tempo para Especialistas defendem a computação em o armazenamento dos registros de usuários em nuvem como a opção mais eficaz é ágil para a provedores de conteúdos na internet integração de sistemas e aplicações O Brasil já é o quarto país com o maior nível de maturidade em TI, com um índice de 53,8%

6 Lei controversa

A Acel questiona no STF dispositivos da lei federal que obriga as empresas de telefonia móvel a fornecer dados cadastrais de clientes

Repórteres Bruna Chieco e Fabiana Rolfini Colaboradores Inaldo Cristoni e Ana Moura Fé Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica) Bárbara Cason (Colaboradora) Departamento Comercial Manoel Fernandez (Diretor) Carla Gois (Gerente de Negócios); e Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Inscrições Gislaine Gaspar Marketing Gisella Gimenez (Gerente) Ana Paula Pascoaletto (Assistente) Gerente Administrativa Claudia Tornelli Zegaib TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.tiinside.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.tiinside@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br

EVENTO

14 Integração na nuvem

5 Mercado mais maduro

Editor Erivelto Tadeu

Claudiney Santos Diretor/editor csantos@convergecom.com.br

GESTÃO

4 Enquanto o marco não vem

Diretor-Editor Claudiney Santos

CARREIRA

24 Mobilidade bem-sucedida

Dispor de uma política de gerenciamento é crucial para o sucesso de um projeto de mobilidade corporativa, segundo especialistas

INTERNET

20 Ajuste no perfil

Diretores de TI precisam cada vez mais buscar o equilíbrio entre visão técnica e estratégica para se adequarem ao novo cenário corporativo, alerta analista do Gartner

30 Tudo conectado

O conceito de internet das coisas projeta um futuro no qual qualquer tipo de objeto, de celulares a eletrodomésticos, estarão interligados, sem interferência humana

INFRAESTRUTURA

10 Data center movido a software

Arquitetura virtualizada é a aposta de fornecedores e provedores de serviços de data center para atender às demandas corporativas Capa: Dabarti CGI/shutterstock.com

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>news À frente do marco civil

A sentença teve como base caso envolvendo uma mensagem discriminatória enviada por usuário do serviço Yahoo Grupos, em um fórum formado por alunos e professores de uma faculdade, contra um grupo de estudantes de baixa renda, beneficiados por bolsas de estudo do Centro Educacional de Formação Superior, em Belo Horizonte. Diante do ocorrido, a instituição ingressou com medida cautelar contra o Yahoo para identificar o responsável pela mensagem.

Do vermelho ao azul

Ameaça de rompimento

Mmaxer/shutterstock.com

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epois de três anos de execução de um plano de recuperação financeira, a HP finalmente voltou a ter a última linha do balanço pintada de azul. A fabricante fechou o ano fiscal de 2013, encerrado em 31 de outubro, com lucro líquido de US$ 5,11 bilhões, revertendo o prejuízo de US$ 12,65 bilhões registrado no exercício fiscal de 2012. A receita, por sua vez, teve queda de 7%, caindo de US$ 120,35 bilhões para US$ 112,3 bilhões na mesma base comparativa. No quarto trimestre fiscal, a companhia apresentou lucro de US$ 1,41 bilhão, contra perda de US$ 6,9 bilhões em igual período do ano fiscal de 2012. Já a receita somou US$ 29,13 bilhões, queda de 3% em relação a US$ 30 bilhões. O grupo de sistemas pessoais foi responsável pela maior fatia da receita, computada em US$ 8,57 bilhões, mas ficou 2% abaixo do registrado no quarto trimestre do ano fiscal passado. O grupo enterprise contabilizou US$ 7,6 bilhões em receita, declínio também de 2%, enquanto o grupo de impressão faturou US$ 6,04 bilhões, cifra 1% menor na mesma base de comparação. A unidade de serviços corporativos, que somou receita de US$ 5,75 bilhões, e a de software, que contabilizou US$ 1,06 bilhão, tiveram recuo de 9%. Por fim, serviços financeiros contabilizaram US$ 912 milhões em receita, declínio de 6% e a unidade de investimentos corporativos gerou US$ 5 milhões, 50% a menos que no quarto trimestre do ano fiscal passado. 4

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Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, ameaça “congelar” acordos cruciais de compartilhamento de dados com os Estados Unidos por conta das denúncias do ex-técnico da CIA, Edward Snowden, de espionagem eletrônica da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana. Conforme declarou Viviane Reding, comissária de Justiça da União Europeia, a um grande jornal britânico, os EUA terão de ajustar suas atividades de vigilância em conformidade com as leis da UE, permitindo a reparação legal nos tribunais dos EUA para os europeus, cujos direitos podem ter sido violados. Segundo ela, empresas europeias devem competir em condições de igualdade com rivais norte-americanas. O bloco econômico europeu também está repensando as negociações em curso sobre a troca de dados com os americanos em um programa de cooperação judiciária e policial. Isso implicará na elaboração de novas regras de proteção de dados em toda a Europa que obriguem as empresas de internet dos EUA, que operam na região, a obter permissão para transferir dados para os EUA. d e

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Vladru/shutterstock.com

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Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu que é de três anos o tempo para o armazenamento dos registros de usuários em provedores de conteúdos na internet. No entendimento dos ministros, esse tipo de fornecimento de dados é comparado à exibição de documentos e devem, portanto, ser preservados por esse prazo — a ser contado da data de cancelamento do serviço — para ajuizamento de ações relacionadas. A decisão se antecipa ao marco civil da internet, que prevê a obrigatoriedade de guarda de dados de brasileiros ou de atividades executadas no país em território nacional. O projeto de lei do Executivo (PL 2.126/11), continuava na pauta do plenário da Câmara dos Deputados até o fim de novembro aguardando votação. Conforme a ministra Nancy Andrighi, relatora do processo, esse tempo se relaciona ao prazo para prescrição das ações de reparação civil, previsto no Código Civil. Ela explicou que o Código Civil dispõe que a empresa é obrigada a guardar documentos relativos à sua atividade enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência relativa aos atos registrados — artigo 1.194. Esse dispositivo deveria ser aplicado analogicamente ao caso.


Custo Mercosul

frank_peters/shutterstock.com

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opção preferencial do Brasil de realizar acordos somente em conjunto com seus parceiros do Mercosul, em detrimento de acordos comerciais com países desenvolvidos, poderá fazer com que o país perca ainda mais espaço em seus mercados exportadores. O alerta foi feito pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que vê a necessidade do país buscar novos acordos comerciais, sob o risco de ficar isolado do comércio internacional. A Abinee se refere particularmente aos produtos eletroeletrônicos, cuja balança comercial deverá fechar o ano com déficit da ordem de US$ 35 bilhões, valor 9% superior ao registrado em 2012, resultado de exportações de cerca de US$ 7 bilhões e importações de aproximadamente US$ 42 bilhões. Em reunião com mais de 80 diretores e executivos de empresas associadas à entidade em Minas Gerais, o presidente da Abinee, Humberto Barbato, observou que, nos últimos 12 anos, foram firmados pelo Brasil apenas três acordos internacionais (Egito, Israel e Autoridade Palestina), enquanto, no mundo, foram negociados 453 acordos, dos quais cerca de 300 notificados na Organização Mundial do Comércio (OMC). “Isso nos permite dizer que, além do chamado custo Brasil, agora temos que suportar um novo custo, o custo Mercosul”, disse Barbato. Para o dirigente, a obrigação do país ter que realizar seus acordos em conjunto com seus parceiros do bloco, que vive uma paralisia no contexto comercial, faz com que a indústria eletroeletrônica fique sem novos mercados para seus manufaturados.

Guerra sem fim

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longa batalha travada nos tribunais mundo afora entre a Apple e a Samsung continua. Agora foi a vez de um júri da corte de San Jose, na Califórnia, determinar que a Samsung pague US$ 290 milhões à Apple por ter infringido cinco patentes da fabricante americana em 13 de seus dispositivos. Apesar da vitória, o valor é menor do que os US$ 380 milhões que a Apple esperava receber. Já a fabricante coreana sustenta que devia apenas pagar US$ 52,7 milhões. Com a nova indenização, as multas impostas à Samsung por violação de patentes da fabricante do iPhone já somam cerca de US$ 930 milhões. No ano passado, o mesmo júri determinou que a fabricante coreana pagasse US$ 1,052 bilhão à empresa americana por ter quebrado patentes em seus smartphones e tablets. Em abril deste ano, a Apple também foi “premiada” com mais US$ 40 milhões em outro caso de patentes envolvendo o smartphone Galaxy S II da Samsung. Em uma declaração ao site de notícias Business Insider, um representante da Apple afirmou que a batalha com a Samsung “sempre foi mais do que patentes e dinheiro, mas sim sobre inovação e o trabalho duro para criar produtos. Somos gratos ao júri por mostrar à Samsung que a cópia tem um preço”. Já a empresa coreana declarou estar decepcionada com a decisão, que se baseia em grande parte em uma patente que o United States Patent and Trademark Office, órgão de patentes dos Estados Unidos, considerou inválida.

Enfim, a maturidade

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Brasil já é o quarto país com o maior nível de maturidade em TI, com um índice de 53,8%, ficando atrás apenas da China, a primeira do ranking com 65,2%, Estados Unidos (61,8%) e África do Sul (60,9%). Considerando somente os países que compõem o chamado BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o terceiro com o melhor índice de desenvolvimento em TI. Os dados são de pesquisa realizada pela EMC, fabricante de sistemas de armazenamento e gerenciamento de informação, em parceria com a Vanson Bourne, empresa de pesquisa de mercado, com 1,6 mil executivos de TI e 1,6 mil tomadores de decisão de negócios em 16 países, de dez setores da indústria considerados estratégicos pela EMC. Considerando o nível de maturidade por segmento, o

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de serviços financeiros lidera mundialmente com índice de 54,1%, seguido por ciências humanas, com 53,9%, TI e tecnologia, em terceiro lugar, com 53,8%, e saúde, na quarta posição, com índice de 51,6%. Comunicação, entretenimento e mídia (49,2%) e consultoria (46,1%) ocupam os últimos lugares do ranking, respectivamente. Nos últimos 12 meses, 61% das empresas questionadas sofreram ao menos uma vez com tempo de inatividade não planejado (37%), falha de segurança (23%) ou perda de dados (29%). Já no Brasil, os percentuais relacionados a tais incidentes aumentam para inatividade imprevista (46%), falha de segurança (27%) e perda de dados (44%), sendo que 78% dos participantes sofreram pelo menos um deles.

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>news Boas perspectivas da NFC-e para 2014

Lei questionada

ayzek/shutterstock.com

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Associação Nacional das Operadoras de Celulares (Acel) questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) dispositivos da Lei federal 12.850/2013 que obriga as empresas de telefonia móvel a fornecer dados cadastrais de clientes, independentemente de autorização judicial. A Acel ajuizou ação direta de inconstitucionalidade (ADI 5063), com pedido de liminar, contra os artigos 15, 17 e 21 da lei, sob o argumento de que a matéria não poderia ser regulamentada por meio de lei ordinária, mas por lei complementar aprovada por quórum qualificado nas duas Casas do Congresso Nacional, conforme prevê a Constituição Federal. A Lei 12.850 define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal. O artigo 15 permite aos delegados e membros do Ministério Público a requisição às 6

comum. Serão necessárias, além da impressora, a aquisição de um certificado digital para emissão dos arquivos e de um programa gerador de NFC-e, além de acesso contínuo a internet para o envio automático da nota fiscal ao governo.

style-photography.de/shutterstock.com

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comércio varejista em geral deverá investir cerca de R$ 1 bilhão no ano que vem para aquisição ou adequação às novas exigências fiscais no país, em decorrência da implantação da nota fiscal eletrônica ao consumidor (NFC-e). A estimativa é da Associação Brasileira de Automação Comercial (Afrac), que usa como base uma pesquisa realizada pelo IHL Group, instituto internacional de pesquisas em varejo e tecnologia. O relatório do IHL aponta que atualmente existem cerca de 2,2 milhões pontos-de-venda formais no Brasil com características que favorecem a adoção da NFC-e ao longo dos próximos anos. O estudo calcula um investimento médio da ordem de R$ 2,5 mil para que um varejista nessas condições seja capaz de aderir à nova tecnologia, o que chegaria à casa de R$ 1 bilhão apenas no primeiro ano, considerando que a adesão dos estados e dos varejistas será gradual. Segundo Paulo Eduardo Guimarães, vice-presidente de marketing e relações internacionais da Afrac, o cálculo inclui, em sua maioria, varejistas que já possuem o emissor de cupom fiscal (ECF) e precisarão trocar a tecnologia. “O Brasil está passando por uma grande transição na forma como repassa as informações fiscais ao governo e isso irá aquecer o mercado de automação comercial”, avalia. Com a NFC-e não será mais necessário o uso de impressora e papel especial, como no ECF, já que a nota fiscal é emitida eletronicamente. O varejista poderá enviar a nota para o e-mail do consumidor ou mandar imprimir em uma impressora

empresas de telefonia de dados cadastrais de pessoas investigadas como qualificação pessoal, filiação e endereço, sem autorização judicial. Já o artigo 17, determina que operadoras de telefonia deixem à disposição dessas autoridades os registros de ligações locais, interurbanas das pessoas investigadas pelo prazo de cinco anos. Em ambos os dispositivos, a associação alega que há violação ao artigo 5º, inciso X, da Constituição, que trata da inviolabilidade do direito à intimidade do indivíduo. Quanto ao artigo

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21, a Acel afirma que a imposição de pena de seis meses a dois anos de reclusão mais multa pela omissão dos dados cadastrais fere o princípio constitucional da proporcionalidade. Para a Acel, a norma, ao permitir que o delegado de polícia e o Ministério Público possam requisitar “quaisquer informações, documentos e dados pertinentes à investigação criminal, sem que haja ponderação judicial que determine esta medida”, afronta o princípio constitucional de proteção à privacidade e ao sigilo das comunicações. Considerando-se a relevância da matéria, o relator da ação, ministro Gilmar Mendes, adotou o rito abreviado previsto no artigo 12 da Lei 9.868/1999 (Lei das ADIs). Dessa forma, a ação será julgada pelo plenário do STF diretamente no mérito, sem prévia análise do pedido de liminar. O relator requisitou informações à Presidência da República e ao Congresso Nacional, a ser prestadas no prazo de dez dias. Em seguida, determinou a remessa dos autos, sucessivamente, ao advogadogeral da União e ao procurador-geral da República, para que se manifestem no prazo de cinco dias. 2 0 1 3



Oleksiy Mark/shutterstock.com

>infraestrutura

INALDO CRISTONI

Data center definido por software Arquitetura virtualizada é uma das grandes apostas de fornecedores e provedores de serviços de data center para atender às demandas corporativas, bem como às exigências de redução de custos com ativos computacionais e de racionalização do consumo de recursos de hardware

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data center tal como o mercado conhece hoje está com os dias contados. O ambiente tecnológico tradicional corporativo deve evoluir para o que os especialistas chamam de data center definido por software (SDDC Software Defined Datacenter), uma nova arquitetura em que toda a 8

infraestrutura é virtualizada e entregue como um serviço, e o controle é inteiramente automatizado por software. Esses especialistas dizem que o SDDC é, na realidade, uma extensão da virtualização, iniciada com os servidores e demais elementos considerados essenciais para o data center, como o armazenamento de dados (storage), a infraestrutura de rede (conectividade) T I   I n s i d e

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e a segurança. Segundo eles, o ambiente configurado para um SDDC — que está alinhado à proposta de computação em nuvem — apresenta elevado grau de automatização do gerenciamento, possibilitando respostas mais rápidas e eficientes às demandas da área de negócio das corporações. E é justamente na agilidade conferida à área de TI para o 2 0 1 3


descompasso com essa tendência. “É esperada uma mudança no paradigma de consumo, por meio do qual surge a oportunidade de se obter, nos novos níveis da infraestrutura, os mesmos ganhos obtidos pela indústria com a virtualização de servidores”, afirma Grazzaneo, que comunga da ideia segundo a qual o conceito de SDDC veio para ficar. Ele ressalta que não existe um data center moderno que não esteja considerando a virtualização em algum momento.

foto: divulgação

atendimento das demandas corporativas que reside uma das vantagens do conceito de SDDC, ao lado da redução de custos com ativos computacionais e da racionalização do consumo de recursos de hardware. Outro aspecto positivo está na flexibilidade proporcionada ao cliente que contrata o serviço de data center, o qual pode alocar mais processamento, storage ou conectividade, de acordo com a demanda. Isto significa que a infraestrutura tecnológica que suporta as operações de negócios pode aumentar ou até mesmo diminuir, dependendo da aplicação. Tudo graças a virtualização e à forma como os pacotes são comercializados no mercado: como um serviço, no qual a contratante paga pelo que efetivamente utiliza. Segundo Rodrigo Grazzaneo, gerente de soluções de virtualização da EMC para a América Latina, a expressão “data center definido por software” foi cunhada pela primeira vez no ano passado, depois que um grupo de empresas, entre as quais a própria EMC e a VMware, mergulharam na tarefa de auxiliar as corporações no esforço de avançar na computação em nuvem. Ele ressalta que o primeiro passo para processar aplicações de forma eficaz na nuvem consiste em substituir o modelo tradicional de gerenciamento da infraestrutura do data center, que em muitos casos ainda é totalmente manual, por um gerenciamento automatizado. E, depois, programar as etapas de gerenciamento das atividades, o que é feito por software. Daí a expressão definido por software, que na verdade é uma arquitetura a qual indica que as funcionalidades dos ativos de TI são definidas por software e não por equipamentos. Como a ideia é automatizar todos os processos e serviços envolvidos na infraestrutura de data center, a expressão foi associada também aos demais elementos do ambiente, de forma que, além do servidor definido por software, existem o storage, a conectividade e a segurança definidos por software. A virtualização mudou a estratégia de aquisição e implantação de um ambiente de servidores, explica Grazzaneo. Antes, cada novo serviço

provisionado equivalia a um novo servidor. Hoje, a abordagem se baseia nos chamados recursos agregados que as aplicações devem consumir no ambiente. Dessa forma, é possível contratar mais ativos de TI conforme a necessidade, para aumentar a carga computacional, por exemplo, evitando desperdícios. O mesmo acontece em relação ao storage e à conectividade quando se

Melhoria do gerenciamento A ênfase dada à automação do gerenciamento se justifica. De acordo com Anderson Germano, gerente de Rodrigo Grazzaneo, sistemas da VMware, a virtualização da EMC de servidores avançou, melhorou o consumo dos recursos computacionais, otimizou a infraestrutura, reduziu custos, mas a despeito de seus benefícios chegou a um ponto que, por si só, já não atendia mais as necessidades dos clientes. O seu ritmo de adoção foi tão forte que havia o risco dos gestores perderem a visibilidade da infraestrutura virtual. Acrescente-se a isso mais um complicador: o fato de

A arquitetura SDDC permite a aplicação de regras de negócio sem que o gestor tenha que se preocupar com o planejamento do storage, da conectividade e do processamento aplica o conceito de “software defined”. “O essencial é que nessa abordagem passamos a concentrar o foco nos recursos para prover serviços agregados e não nos elementos individuais”, enfatiza. Na avaliação do executivo, o conceito de SDDC representa uma grande oportunidade para o fornecedor de serviços de data center, que pode desenvolver ofertas apropriadas a essa nova realidade, ou seja, incorporar ao seu catálogo serviços mais ágeis, no modelo de computação em nuvem. Segundo Grazzaneo, os grandes provedores e gigantes mundiais da internet, como Amazon e Google, foram os precursores do software defined, mas diz que o desafio, agora, é levar o conceito para os data centers corporativos, para que não fiquem em

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“O conceito de SDDC representa uma grande oportunidade para o fornecedor de serviços de data center, que pode incorporar ao seu catálogo serviços mais ágeis, no modelo de computação em nuvem”

o ambiente poder entrar em colapso na mesma velocidade com que uma nova máquina virtual é provisionada para suprir a demanda por mais recursos computacionais, o que exige a compra de mais hardware, reproduzindo assim um movimento cíclico existente antes da virtualização. Havia, portanto, a necessidade de se melhorar os processos de gerenciamento e incorporar os processos periféricos — storage, rede e segurança — ao servidor virtual, o que foi possível com o surgimento do conceito de SDDC. Anderson explica que um aspecto crítico da gestão convencional diz respeito à existência de equipes de gerenciamento específicas para cada um dos elementos do data center, com suas prioridades e demandas individuais, 9


>infraestrutura

“Para quem opera data center e tem que garantir disponibilidade com o menor custo possível de mão de obra, o conceito de SDDC é algo crucial” Nelson Mendonça, da Alog

“A preservação do ambiente legado do usuário é um dos fatores críticos para adoção do conceito de data center definido por software” Juliana Ferreira, da A2F

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em uma única interface de administração”, afirma Nelson Mendonça, diretor da companhia. Segundo ele, o aspecto positivo é que o SDDC permite a aplicação de regras de negócio sem que o gestor tenha que se preocupar com o planejamento independente do storage, da conectividade e do processamento. A sua aplicação exige algumas mudanças no data center, como a integração desses três elementos ao sistema de gerenciamento do provedor de serviço, assim como na maneira de contabilizá-lo. Para Mendonça, o conceito também ajuda na racionalização do espaço físico e torna mais simples o processo de expansão a partir do ambiente de contingência, que é outro foco das de Janeiro. “Para quem opera data atenções das empresas. A seu favor center e tem que garantir conta, ainda, o fato de contribuir disponibilidade com o menor custo para eliminar o receio das empresas possível de mão de obra, o conceito em migrar a infraestrutura de TI para a nuvem pública porque facilita a criação O tráfego global em nuvem deve de uma camada de auditoria e o crescer 35% até 2017, para 5,3 estabelecimento de zettabytes, enquanto no data políticas de segurança. center aumentará três vezes, O executivo da Alog destaca o esforço dos alcançando 7,7 zettabytes fabricantes em unificar os elementos do data center, de SDDC é algo que a gente o que ele denomina como central sempre buscou para integrar única de configuração e planejamento os ambientes de rede, de de recursos. Mas ele chama a armazenamento e de processamento atenção para a necessidade de definição de padrões abertos para evitar que o usuário fique refém de um único fornecedor, como já aconteceu no passado com outras tecnologias. Para Mendonça, existe o risco de o mercado ficar seletivo e dar preferência aos fabricantes que são alinhados ao conceito de SDDC. “A gente já viu isso acontecer no passado”, reitera. A vantagem da padronização é garantir que o usuário não fique refém de um único fornecedor de tecnologia, que é considerado um fator crítico para a área de TI de qualquer empresa, ainda mais quando se trata de um provedor de serviços de data center, que é sempre pressionado pelo cliente a trabalhar com soluções que estão na fronteira tecnológica. Nas suas aquisições recentes, a Alog procurou

fotos: divulgação

que precisam ser conectadas para que seja possível prover recursos adicionais para uma nova máquina virtual provisionada. “Toda a eficiência da virtualização era perdida por conta da ineficiência da gestão do processo como um todo”, explica. Especializada em storage, a EMC dispõe de soluções de armazenamento de dados baseadas em software defined. Em setembro, a empresa apresentou ao mercado a plataforma ViPR, que, segundo Grazzaneo, foi concebida para simplificar e melhorar a eficiência operacional do ambiente com foco em serviço. “Em um data center com várias soluções de storage, que gera complexidade, o ViPR permite que o administrador veja todos os sistemas de armazenamento individuais como recurso. Já em um ambiente tradicional, você precisa de um time de administradores para cada sistema de storage diferente. Essa é uma ideia que já se mostrou ineficiente”, afirma. A VMware tem no seu portfólio uma solução voltada ao conceito de SDDC, chamada VCloud Suite, além da ferramenta de automação e gerenciamento VSphere VCenter Operation. A NetApp, que também atua no segmento de storage, é outra que se preparou para esse novo cenário com o desenvolvimento de interfaces de programação de aplicativos (APIs) que permitem a integração de todos os seus produtos para aplicação no âmbito do novo conceito. Segundo Ariovaldo Almeida, engenheiro de sistemas da companhia, as APIs estão disponíveis há pelo menos dez anos só que, até então, eram utilizadas apenas nas ferramentas de gerência de storage. “O pessoal percebeu que, como a virtualização deu certo para o servidor, pode ser estendida também à rede e ao storage. Então, foram poucas as adaptações que a NetApp fez para disponibilizar as APIS para o ambiente de SDDC”, afirma. Se os fornecedores de soluções de TI estão prontos para o advento do SDDC, o mesmo se pode afirmar em relação aos provedores de serviços de data center, como a Alog, que conta com quatro sites instalados em São Paulo e no Rio

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selecionar fabricantes que naturalmente sejam mais abertos à integração, revela Mendonça. “Já eliminamos alguns fornecedores que não estão comprometidos com esse novo cenário.” Apesar de todos os benefícios do SDDC, o executivo indica alguns aspectos que considera como fatores críticos para a sua adoção. “O pessoal Um deles é o risco de não percebeu que, como aproveitamento do ambiente legado, a virtualização deu obrigando as empresas a investirem certo para o na aquisição de novas soluções de servidor, pode ser TI. Situações nas quais a indústria estendida também acena com uma nova tendência à rede e ao tecnológica que leva o usuário a se storage” desfazer do seu parque já ocorreram Ariovaldo Almeida, no passado. Quanto a isso, da NetApp Mendonça diz que a companhia já sabe que decisão tomar se tiver que escolher entre a adesão ao SDDC e abrir mão do legado. “Vou trabalhar para fazer melhor o que faço hoje com o que já tenho. A compatibilidade com o legado tem que ser garantida pelos fabricantes”, salienta. Fatores críticos para adesão A preservação do ambiente legado do usuário também é apontada como importante pela diretora-executiva a A2F, Juliana Ferreira. O caminho para que a compatibilização seja garantida é a pressão do mercado, o que, na opinião dela, tende a acontecer com o amadurecimento do conceito de SDDC. Outros dois fatores sensíveis, segundo ela, dizem respeito aos links de acesso, que são considerados caros, e às licenças de software. “A maioria dos provedores de serviços de computação em nuvem não oferece licença e as empresas de software vão ter que migrar para o modelo de comercialização de software como serviço”, afirma. Com escritórios em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, a A2F é especializada em projetos de desenvolvimento, integração de aplicativos, sistemas de gestão de dados, virtualização, serviços para data center, consolidação, backup, automatização de processos, controle de acesso e gerenciamento de identidade. A empresa, que tem clientes nos segmentos de saúde, varejo, finanças e telecomunicações, é parceira de vários provedores de 1 2

foto: divulgação

>infraestrutura

serviços de data center e da VMware na oferta de soluções para criação de sistemas de nuvem. Além do que chama de uma curva de investimento mais inteligente, Juliana diz que o conceito de SDDC fornece aos usuários mais informações para gerenciar o ambiente. O tema do gerenciamento do data center ganha mais relevância diante de um relatório recente divulgado pela Cisco, denominado Índice Global de Nuvem, segundo o qual o tráfego global em nuvem deve crescer 35% até 2017, para 5,3 zettabytes,

a grande tendência que surge é o data center oferecido como um serviço, orientado a aplicação enquanto no data center aumentará três vezes no período, alcançando 7,7 zettabytes. Ainda de acordo com o estudo, 17% do tráfego serão alimentados por usuários finais acessando a nuvem para navegar na web e fazer streaming de vídeos. As aplicações de colaboração e o uso de dispositivos conectados que compõem a chamada “internet de todas as coisas”, também contribuirão para a expansão do tráfego. Na avaliação de Carlos Werner, gerente de desenvolvimento de negócios para data center da Cisco, existem dois componentes T I   I n s i d e

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importantes relacionados ao SDDC: a virtualização e a segregação entre infraestrutura física e software. A ideia por traz desse conceito é a de configuração de um ambiente com uma infraestrutura genérica sobre a qual existe uma camada de software que pode ser gerenciada de maneira mais assertiva. Mas o aspecto que não pode ser deixado de lado é a aplicação que opera nesse ambiente, ressalta. “Não se trata apenas de separar o software do hardware, mas de garantir que a aplicação esteja rodando em um ambiente desenhado para ela.” Nesse sentido, acrescenta o executivo, a grande tendência que surge é o datacenter oferecido como um serviço, orientado a aplicação e com automação extremamente agressiva. Se o conceito SDDC tem como aspecto positivo a racionalização dos investimentos em soluções de TI, um dos fatores críticos está associado à segurança, avalia Roberto Trinconi, vicepresidente da unidade Global Managed Service da Unisys. Segundo ele, como a segurança digital é uma perspectiva não muito tangível, muitas empresas estão aguardando cases de sucesso que justifiquem a adoção, apesar de a indústria de TI estar preparada para atender todos os requisitos de segurança e integridade da informação em seus vários níveis. O executivo observa que o advento do data center definido por software requer uma nova forma de abordagem dos provedores de serviço. Não basta simplesmente montar um data center e cobrar por metro quadrado, é preciso otimizar as outras capacidades tecnológicas e planejar como o modelo de negócio vai se adequar às mudanças. “Os provedores de serviços que vão prosperar nos próximos anos serão aqueles que hoje estão adequando a sua operação, a estratégia de mercado e, fundamentalmente, o modelo de negócio à perspectiva tecnológica de desenvolvimento dessas plataformas de infraestrutura, de tecnologias específicas de hardware e aplicações, para transformar tudo isso em serviço”, assinala. 2 0 1 3



Maxx-Studio/shutterstock.com

>gestão

FABIANA ROLFINI

O desafio da integração A computação em nuvem é apontada por especialistas como a opção de integração de sistemas e aplicações mais eficaz e ágil para atender às constantes mudanças nos ambientes de negócios. Mas os custos e a dificuldade para essa integração são barreiras ainda a serem vencidas

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assíncrona (não simultaneamente). “O modelo de relação entre empresas e clientes passou a ser integrado, multicanal. As soluções de TI que atendem esses modelos não podem mais ser isoladas, necessitam estar integradas, trabalhando em sincronia e conectadas. Dessa forma, passa a ser absolutamente fundamental e parte do negócio a adoção de soluções para integrar sistemas”, enfatiza Ricardo Chisman, diretor da Accenture, consultoria de gestão, serviços de tecnologia e outsourcing. Atualmente, existem diferentes tipos de abordagens para integração de sistemas. Uma opção é conectar cada fotos: divulgação

quantidade de aplicações, sistemas e dados nas corporações vem crescendo de forma exponencial nos últimos tempos, tornado os ambientes de TI cada vez mais complexos. Como consequência, aumentam também os desafios da integração de sistemas, tida como a chave para a racionalização e gestão dos processos de negócios. Isso tem levado os CIOs a recorrerem às ferramentas de EAI (do inglês Enterprise Application Integration), que adotam os princípios de arquitetura de sistemas utilizados no processo de integração de aplicações corporativas. Um dos principais benefícios proporcionados por essas ferramentas, apontado por especialistas, é o suporte mais eficaz do ponto de vista da lógica funcional, fazendo com que as estejam mais bem “Com a corporações preparadas para responder às abordagem exigências e às constantes mudanças correta de nos ambientes de negócios. integração, a área Fazem parte de uma arquitetura de TI pode obter EAI: os sistemas que trocarão mais eficiência e informações entre si; o conjunto de agilidade quando dados que serão trafegados pela as unidades de arquitetura; a interface, que é a forma negócio solicitam de enviar e receber dados entre os mudanças nos sistemas e o tipo de comunicação a sistemas” ser utilizada durante a troca de Luís Banhara, da informações entre os sistemas, que Microsoft Brasil pode ser síncrona (em tempo real) ou

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sistema entre si; outra é implantar um Enterprise Service Bus (ESB), que faz a intermediação, via barramento (bus), permitindo a comunicação entre aplicações e ambientes. O ESB não implementa uma arquitetura orientada a serviço (SOA), mas fornece as características para que possa ser executada, possibilitando com isso a operação integrada de tecnologias, bem como o compartilhamento e a reutilização de serviços em ambientes distribuídos, opção mais utilizada nos dias de hoje. O fato é que, com a abordagem correta, a área de TI pode obter mais eficiência e agilidade quando as unidades de negócio solicitam mudanças nos sistemas, além de reduzir a quantidade de interrupções nos sistemas e reduzir custos. “Quanto mais dispersos os ambientes de TI, mais caro será para manter tudo isso, já que é preciso treinar clientes para operar diferentes plataformas”, reforça Luís Banhara, diretor de negócios para clientes corporativos da Microsoft Brasil. Segundo ele, a integração ainda permite realocar profissionais em outras áreas com maior necessidade, tendo em vista que o processo de análise de dados demandará menos pessoas para tal. Cliente da Microsoft há mais de três anos, a Telefônica Vivo, por exemplo, obteve melhorias na gestão de projetos e nos processos de 2 0 1 3


comunicação unificada ao utilizar as ferramentas Microsoft Windows Server 2010, Microsoft EPM 2010 e Microsoft Lync 2013, sendo que esta última possibilitou que o número de usuários atendidos saltasse de 5 mil para 21,3 mil, em uma infraestrutura totalmente replanejada, com possibilidade de expansão para até 30 mil usuários. “Obtivemos ganhos significativos em relação à infraestrutura que deixou de ser física para ser virtual, o que não era 100% suportado na versão anterior da solução. Para o negócio, passamos a ter uma solução convergente que possibilitou aos colaboradores de diferentes domínios internos se comunicarem facilmente”, conta Clinger Lamonica, diretor de projetos e infraestrutura da Telefônica Vivo. Já na parte de gestão de projetos, os ganhos foram maior agilidade, controle e integração dos projetos, melhor visibilidade dos riscos, além de uma gestão de indicadores eficiente para acompanhamento dos resultados dos projetos. Aposta na nuvem À medida que surgem novas tecnologias e tendências, as empresas se deparam com o desafio de lidar com um ambiente de TI híbrido, no qual aplicações e sistemas tradicionais (on-premises) devem ser harmonizados e integrados a aplicações e sistemas baseados na nuvem. Embora tido como uma tendência irreversível, os custos e a dificuldade para essa integração são apontados como um grande desafio por especialistas. Contudo, apesar das dificuldades, fornecedores de soluções defendem que os benefícios superam quaisquer dificuldades iniciais. Eles sustentam que o redesenho de processos simultaneamente à adoção do novo modelo é fundamental para abordar as complexidades que frequentemente aparecem durante a integração de sistemas. Segundo Marcos Cezar Primo, diretor geral da Progress Software no Brasil, a computação em nuvem tem como grande vantagem a agilidade para a empresa fazer uso de determinada aplicação e rapidamente colher os benefícios por esses serviços, diferente do modelo clássico de compra de licenças, que inclui longos processos de implantação de

sistemas. “O modelo na nuvem se contrapõe ao ciclo tradicional mais longo e de muito mais risco, atendendo rapidamente às necessidades de mudanças nos ambientes de negócios”, afirma. Atenta a essa tendência, a Progress faz sua primeira incursão no mercado de cloud computing com o lançamento de sua plataforma na nuvem, batizada de Progress Pacific, a qual visa atender as necessidades dos ambientes de negócios atuais, extremamente dinâmicos, fornecendo desde o modelo on-premises até a nuvem, ou infraestruturas híbridas.

A migração do modelo de integração de sistemas tradicionais para a nuvem impõe uma nova mentalidade aos gestores de TI Fernando Obregon, gerente de engenharia de vendas para a América Latina da Salesforce.com, comenta que, de fato, muitas empresas já percebem que vários componentes de suas arquiteturas são suportados por serviços, aplicativos e plataformas baseados na nuvem e que o preço mais vantajoso deste modelo tem feito com que muitas delas optem por ele para integrar seus sistemas de TI. O executivo observa que outro desafio importante relacionado à integração é a questão da autenticação, haja vista que a experiência do usuário pode ser

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negativa se ele tiver que fazer a autenticação cada vez que acessar um novo sistema. A Salesforce oferece, por exemplo, um recurso adicional à arquitetura de integração dos clientes, “Muitas empresas chamado de Salesforce Identity. “A já percebem que solução nos permite atuar como um vários provedor de identidade para que o componentes de usuário faça apenas uma autenticação e acesse diferentes sistemas conforme suas arquiteturas são suportados necessitar”, explica. por serviços, Conforme pontua Banhara, da aplicativos e Microsoft, o CIO quer gerenciar os plataformas sistemas e aplicações na nuvem da baseados na mesma forma que administra o ambiente de TI na empresa. Para nuvem” ajudá-lo nessa tarefa, segundo ele, a Fernando fabricante de software oferece o Obregon, da Salesforce.com AL System Center, que permite o gerenciamento de ambientes físicos e virtuais de modo integrado, além de monitorar aplicações e fornecer diagnósticos. O uso desta solução foi outra aposta da Telefônica Vivo, que precisava de um software para melhorar a eficiência operacional de seu data center, de forma a eliminar erros humanos e reduzir custos. Os ganhos foram obtidos quando a operadora implantou, em 2011, o Microsoft System Center Configuration Manager (SCCM) para inventário de software. Com ele, a empresa obteve maior controle da infraestrutura de seu data center, automatizou processos, antes feitos manualmente, e otimizou o uso dos ativos de TI. Um aspecto relevante para a empresa que quer migrar seu modelo de integração de sistemas tradicionais para a nuvem, conforme Chisman, da Accenture, diz respeito ao amadurecimento do gestor no sentido de saber projetar e desenvolver um plano de integração em cloud. “Muitos gestores de TI estão acostumados com os softwares já existentes na empresa, mas a migração para a nuvem impõe uma nova mentalidade”, reforça o executivo, lembrando sobre a importância de se estabelecer uma estratégia clara para desenvolver todo o processo, já que, segundo ele, são poucas as empresas que têm claro seu objetivo e sabem como chegar a ele. “Os dados passaram a ser uma entidade e só a tecnologia não responde a questão, é preciso toda uma estratégia. A estrutura dos dados tornou-se tão relevante quanto os próprios sistemas que os acessam”, finaliza Chisman. 1 5


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Maior encontro do setor de TV por assinatura e banda larga da América Latina, é o único evento que congrega os principais operadores de TV por assinatura e banda larga, empresas de telecomunicações, produtores e programadores de conteúdo, empresas de tecnologia e provedores de internet para debater as pautas mais urgentes do setor.

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Mobilidade na alma do negócio. O Forum Mobile+ é o evento que apresenta tendências e projetos de desenvolvedores pensadas para otimizar processos corporativos.

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>carreira BRUNA CHIECO

CIO, o novo estrategista Com orçamentos cada vez mais apertados e enfrentando grande pressão das áreas de negócios, o diretor de tecnologia tem cada vez mais de buscar um equilíbrio entre visão técnica e estratégica, conforme alerta o vice-presidente do Gartner no Brasil, Cassio Dreyfuss, em entrevista exclusiva a TI INSIDE

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a nova era digital. Como os gestores de TI devem lidar com essas mudanças? Cassio Dreyfuss — Esse é o grande problema que vemos hoje. Os líderes de TI no Brasil estão muito voltados à infraestrutura e ao data center, mas pouco aos negócios. Entretanto, a TI executa cada vez menos e gerencia cada vez mais. As empresas estão comprando fora do país e devem fazer a gestão dessas infraestruturas, alinhando os recursos com seus objetivos, coordenando as dinâmicas, etc. O CIO, que durante 40 anos foi supervalorizado no mercado, agora deve olhar para o negócio e dar as costas para tecnologia. Essa mudança é necessária para todos os profissionais de TI, que devem ser agentes da digitalização. Mais do que usar a tecnologia, as empresas vão se digitalizar. Além de usar tecnologia para apoiar os negócios, elas devem criar novos modelos de negócios.

fotos: divulgação

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a década de 1990, o cargo de diretor de tecnologia da informação — ou chief information officer (CIO) — era um dos mais cobiçados entre profissionais de TI. Bons salários, orçamentos milionários e muito, mas muito, poder nas mãos dentro das empresas. Enfim, poucas funções eram tão badaladas quanto a de CIO. Hoje, porém, o cenário é outro. O executivo tem de lidar com orçamentos cada vez mais apertados e, ao mesmo tempo, suportar grande “O problema dos pressão para a entrega de projetos projetos é que das áreas de negócios — estas, na dois terços, em verdade, são hoje as que determinam média, do que se quais, quando e como as demandas gasta com TI devem ser atendidas. Some-se a isso desaparece tudo, a necessidade de se adaptar às ‘embaixo do piso rápidas e profundas transformações falso’” pelas quais passam as tecnologias. Diante desses desafios, é exigido Cassio Dreyfuss, do diretor de tecnologia um equilíbrio do Gartner entre visão técnica e estratégica. Ou seja, as atividades precisam estar alinhadas ao negócio e objetivos da companhia, em vez de a tecnologia em si, já que cada vez menos há uma separação entre TI e negócios. Atualmente, é imprescindível também que o CIO se baseie em pessoas, processos e informações para reconhecer as mudanças de padrões de negócios e responder a isso. Esse novo perfil de CIO é analisado pelo vice-presidente do Gartner no Brasil, Cassio Dreyfuss, em entrevista exclusiva a TI INSIDE. O analista destaca que os gestores de TI têm procurado se adaptar aos novos processos de negócios nas empresas, que agora exigem um perfil muito mais estratégico dos profissionais. Por isso, ressalta ele, as transformações tecnológicas não podem mais ser ignoradas, mesmo que isso custe caro.

Dreyfuss observa que as tecnologias são recentes, o que significa que não existe, ainda, nas varias áreas de TI, um líder que as esteja utilizando em sua totalidade. Nesse sentido, ele vê o período atual como uma nova largada no mercado para os gestores de TI, não só no Brasil, mas no restante do mundo, para a qual eles devem reunir competências e experiências diversas, tais como conhecimentos sobre negócios, finanças, conformidade, além, claro, de tecnologia, para não perderem o papel de liderança dentro das empresas. Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista.

TI INSIDE — A migração de sistemas para a nuvem e a rápida obsolescência do parque tecnológico, em razão do surgimento constante de

TI INSIDE — Com a evolução tecnológica, os processos de negócio nas empresas tiveram de se adaptar para acompanhar T I   I n s i d e

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TI INSIDE — Isso significa que o papel do CIO hoje é outro? Dreyfuss — Nós, brasileiros, somos novidadeiros. Inovação é mais do que uma novidade de mercado, é identificar possibilidades, criar, desenvolver e transformar a maneira como as pessoas veem e fazem negócios. O que mudou para o CIO é que ele não é mais um gestor de tecnologia, e sim de negócios. Ou seja, um gestor que usa tecnologia como ferramenta para essa atividade. Assim, haverá espaço para ele no mercado e, mais importante, haverá uma visão de negócios baseada em tecnologia.

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>carreira inovações, não têm gerado pressão extra sobre os CIOs? Dreyfuss — Eles ainda estão se adaptando. As coisas estão avançando na direção certa, talvez não na velocidade desejada. O que acontece é que a empresa tem, por exemplo, um centro de processamento de dados no qual investiu milhões de reais e não quer jogar isso fora e trocar por nuvem, processamento em rede ou outra tecnologia. Essa mudança leva tempo, mas está acontecendo. Por isso, o executivo de TI deve ser um orquestrador de recursos. TI INSIDE — O aperto orçamentário não coloca também o CIO em posição difícil na hora de decidir entre o melhor e o mais barato? Como enfrentar esse desafio? Dreyfuss — O problema não é só do CIO. A área de TI tem uma visão torta em relação aos gastos. O problema começa porque dois terços, em média, do que se gasta com TI desaparece “embaixo do piso falso”. Ou seja, o que é investido em infraestrutura de hardware e software não dá retorno visível imediato. Para um e-mail funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, há um custo. Este é o tipo de serviço prestado pela área de TI que não é perceptível. A percepção das pessoas de fora é que esses recursos são muito caros e não dão retorno. Esse não é apenas um problema do CIO, mas da empresa. Insistimos muito na ideia de que o CIO e seus profissionais devem demonstrar o valor da TI, mesmo em relação a esses dois terços que vão para baixo do piso falso. O corte no orçamento é um problema de negócio, daí a necessidade de que o CIO se torne também um executivo de negócios. Se a ordem é cortar o orçamento, ele deve saber onde e como isso deve ser feito. TI INSIDE — Os sistemas de segurança e dispositivos móveis se encaixariam no rol de investimentos vistos como sem retorno aparente? Dreyfuss — O problema de segurança é muito sério, principalmente quando o orçamento 2 0

é limitado. Mas sim, esse é outro caso de um investimento com retorno invisível, pois, se a solução de segurança é boa, não acontece nada dentro da empresa. Por isso, o gestor de TI deve apresentar um cenário convincente de que é necessário investir em segurança. Já quanto aos dispositivos móveis, conforme se previa anos atrás, a

ou testando novas tecnologias, ele pode escolher entre seis ferramentas diferentes. Já no Brasil, ele não pode se dar a esse luxo, tem que acertar na primeira escolha. As decisões são mais estratégicas. Por isso, o CIO brasileiro usa a tática do “pula um”: adota um nível de tecnologia, pula o segundo, adota o terceiro e daí por diante, justamente por não dispor de verba suficiente para se manter atualizado. Sob esse aspecto, o profissional no Brasil é muito criativo, pois entrega o serviço mesmo com todas essas restrições, levando em consideração preço e oportunidades. TI INSIDE — Uma queixa comum dos executivos de TI é a dificuldade de se obter mão de obra qualificada. O Brasil ainda está longe de superar esse problema? Dreyfuss — Existem várias iniciativas para aumentar o volume e a qualidade da educação na área de TI, mas nossas projeções indicam que faltarão profissionais. Antes de a situação melhorar, ela ficará muito pior. Os recursos são menores que o crescimento do setor, e a quantidade de pessoas

“Investir em infraestrutura de hardware e software não dá retorno visível imediato. Para um e-mail funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, há um custo. Este é o tipo de serviço prestado pela área de TI que não é perceptível” adesão acontece por meio do usuário. Ele que faz pressão para substituição do parque tecnológico da empresa, pois se não houver mobilidade, o funcionário trabalhará com seu próprio equipamento. O CIO tem a responsabilidade, neste caso, de conciliar a pressão do usuário e das várias comunidades que querem usar essas ferramentas. TI INSIDE — A disparidade de preços da infraestrutura de TI no Brasil frente a outros países não seria outro limitador? O que o CIO deve fazer para convencer o CEO a investir em determinada tecnologia? Dreyfuss — Nos Estados Unidos, se o CIO está substituindo T I   I n s i d e

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não é suficiente para atender a demanda. Diante disso, o CIO deve pensar em duas estratégias: primeiro, decidir no que vai trabalhar e como alinhar o trabalho com o objetivo do negócio. Depois, do lado da oferta, pensar em arquitetura e com quais recursos vai apoiar suas iniciativas. Assim, traçará um plano de capacitação interna, em vez de apenas contratar novos profissionais. Em geral, os níveis mais elevados de especialização de TI são onde falta gente. Segurança, arquitetura... todas essas áreas de ponta. A terceirização é uma das soluções possíveis para o problema de mão de obra no setor. O CIO deveria levar isso em consideração. 2 0 1 3



fotos: izilda França

>evento

da redação

A chave para um bom projeto de

mobilidade corporativa A elaboração de políticas de gerenciamento é parte essencial de uma estratégia de mobilidade corporativa, seja para mitigar riscos, seja para um maior controle sobre como são acessados e manuseados dispositivos e aplicações móveis, alertam especialistas

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mbora um número cada vez maior de empresas venha desenvolvendo projetos de mobilidade, em decorrência do uso crescente de dispositivos e aplicações móveis por funcionários, uma questão que começa a ganhar destaque no ambiente corporativo é até que ponto o trabalho remoto traz eficiência aos empregados. Este foi um dos temas discutidos durante o Fórum Mobile+, realizado em setembro, em São Paulo, evento 2 2

promovido por TI INSIDE, TELETIME E MOBILE TIME e organizado pela Converge Comunicações. Pesquisa feita pela Siemens Enterprise Communications mostra que 79% das empresas possuem colaboradores que trabalham remotamente. Destas, 44% disseram que a fragmentação nas comunicações gera ineficiência e perda da produtividade. “O usuário precisa lidar com várias contas de e-mail, diferentes redes sociais e vários aplicativos de instant messaging”, enumerou Carlos T I   I n s i d e

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Castro, diretor de marketing de produtos da Siemens. A opção para o controle do uso de dispositivos e aplicações móveis dentro das empresas, de forma que não impacte na produtividade dos empregados, segundo o executivo, é lançar mão de ferramentas de gestão. Um exemplo apontado por ele é a solução Ansible, da própria empresa, que deverá ser lançada comercialmente em 2014 e integra o gerenciamento de voz, vídeo, mensagens instantâneas, redes sociais, buscas, ferramentas 2 0 1 3


chamadas do cliente ao contact center são realizadas pelo celular. Ou seja, ele pode utilizar um aplicativo e, no meio da operação, decidir ligar para o SAC. Por isso, as empresas devem integrar dispositivos móveis inteligentes a todo ciclo de contato com o consumidor, pois se não dispuser de uma solução por meio do app, o atendimento de voz deve ser realizado de forma rápida e eficiente”, explica.

fotos: izilda frança

analíticas, entre outros. O gerenciamento de todas as comunicações é feita na nuvem, controlando smartphones, tablets e notebooks. Outra que aposta na sincronia de soluções em dispositivos diferentes é a Microsoft. “O usuário quer uma experiência única em vários dispositivos, é preciso ter soluções mais confortáveis para que ele trabalhe no escritório ou no aeroporto, com interfaces mais próximas e sincronização de conteúdo”, disse Décio Farias, gerente de produtos Windows Phone da Microsoft. “Tudo gira em torno da convergência das tecnologias”, concorda João Moretti, diretor-geral da MobilePeople, fornecedora de soluções móveis corporativas. “O que significa hoje não ter mobilidade corporativa? Perda de lucro, de qualidade de vida e de credibilidade”, sentenciou, ao ressaltar que o uso de plataformas móveis é uma tendência irreversível. De todo modo, especialistas observam que o advento da mobilidade, que transformou smartphones e tablets em novos canais de comunicação com o cliente, que convergem com outros canais já existentes, gerou outro desafio para as empresas, que agora devem saber lidar com a possibilidade do consumidor compartilhar e pesquisar produtos e serviços em tempo real, dando sua opinião em redes sociais, por exemplo. Mas, ao mesmo tempo, o comportamento proativo na relação cliente-empresa pode gerar benefícios — basta a empresa saber usar esses canais a seu favor. O diretor de marketing da Interactive Intelligence, Pedro Silveira, observa que uma boa gestão de relacionamento com o cliente, envolve a integração dos diferentes canais de comunicação com uma base de dados única. Ele cita pesquisa realizada em parceria com a Ovum, a qual indica que, mesmo com a ascensão dos diferentes canais de comunicações, a voz e o atendimento humano ainda são importantes para os clientes, o que torna smartphones e tablets complementares a esse atendimento. Contudo, o uso de aplicativos ou atendimento via web

não pode ser totalmente descartado do atendimento no SAC. O principal desafio para as empresas, segundo Silveira, é unir esses dois ambientes de atendimentos para que, no

Política de gerenciamento O aumento do uso de dispositivos móveis por funcionários fez com que a IBM elaborasse uma política de gerenciamento desses aparelhos, visando a segurança dos dados de acordo com o perfil de tráfego de cada usuário. O gerente de ofertas para workplace services GTS da IBM Brasil, Ricardo Zakaluk, explica que o primeiro passo para ter uma estrutura voltada à mobilidade corporativa é fazer um

“O usuário quer uma experiência única em vários dispositivos, é preciso ter soluções mais confortáveis para que ele trabalhe no escritório ou no aeroporto” Décio Farias, da Microsoft

O advento da mobilidade exige que as empresas saibam lidar com a possibilidade do consumidor pesquisar produtos e serviços em tempo real, dando sua opinião em redes sociais momento da mudança do canal de comunicação, quem estiver por trás do relacionamento com o cliente saiba o motivo do contato e as informações que já foram fornecidas. “Mais de 50% das

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mapeamento para identificar o perfil dos funcionários no que tange tráfego de dados corporativos, acesso a informações críticas da empresa, etc. Com base no levantamento, a companhia constatou que, atualmente, dos mais de 435 mil funcionários que tem espalhados pelo mundo, 50% fazem trabalho remoto. Além disso, são 600 mil laptops e desktops gerenciados pela empresa, sendo 5% de propriedade do funcionário e 100 mil dispositivos móveis gerenciados, sendo 80% de propriedade pessoal. “O grande número de dispositivos móveis e de propriedade pessoal gerou a necessidade de fornecer um gerenciamento a eles”, destacou Zakaluk. Ao definir os perfis dos usuários baseados no consumo de tecnologia, a IBM dividiu sua estratégia em soluções para funcionários cuja mobilidade é opcional, com uma oferta de 2 3

“O grande número de dispositivos móveis e de propriedade pessoal gerou a necessidade de fornecer gerenciamento a eles” Ricardo Zakaluk, da IBM


>evento

Dispor de uma estratégia de gerenciamento de dispositivos e aplicações móveis é essencial para qualquer empresa

foto: divulgação

aplicativos de colaboração essenciais como agenda, e-mail, contatos, conexões etc.; para usuário de mobilidade aprimorada, englobando todas as premissas da opcional mais a sincronia de arquivos, backup, acesso a aplicativos corporativos, entre outros. “Essas estratégias foram nosso foco em 2012”, disse o executivo. Neste ano, ele diz que a IBM está implementando a solução “Mais de 50% para funcionários de mobilidade das chamadas do primária, ou seja, que utilizam 100% cliente ao contact dispositivos móveis para trabalhar. center são Nessa modalidade, o usuário não realizadas pelo adotará mais o laptop, e sim o tablet celular” ou o smartphone. Com o objetivo de oferecer aos Pedro Silveira, Interactive funcionários mais mobilidade e Intelligence acesso a dados corporativos, de qualquer lugar e a qualquer momento, o Bradesco adotou a XenMobile MDM, solução corporativa da Citrix para gestão de dispositivos móveis (MDM, na sigla em inglês) com a qual o usuário pode escolher seu próprio dispositivo e a empresa, implantar sua política de gestão e compliance. Implantada pela Akcela Software, a ferramenta permite a gestão dos dispositivos móveis, tendo como foco a segurança de dados. O diretor da Akcela, Sergio

Fabossi, contou que o desenvolvimento do projeto teve início em janeiro deste ano e está em andamento com a implantação de 15 mil dispositivos. “Já temos capacidade e infraestrutura para 17 mil dispositivos, e a meta é implantar até 35 mil no fim de 2014”, declarou. Oferecida na nuvem ou on premises, a ferramenta adotada pelo Bradesco segue o segundo modelo de contrato e é hospedada em um servidor próprio da instituição financeira,

localizado em São Paulo. “O contrato é contínuo para o fornecimento de licenças e suporte a esse ambiente, com visitas semanais e atendimento diário a qualquer momento. Mas o gerenciamento é o banco que faz, por conta de uma política deles”, explicou Fabossi. O executivo também destacou que, desde a implantação da solução, houve um incremento na segurança de dados nos dispositivos móveis utilizados pelos funcionários do banco, já que agora eles devem usar features que sozinhos talvez não utilizassem, como senha para acesso. “Independente da plataforma que o funcionário utiliza [iOS, Windows, Android], é possível ter informações sobre as aplicações instaladas, nível de sinal e duração de bateria, em tempo real”, detalhou Fabossi. Aplicações de serviços Os especialistas são unânimes em dizer que dispor de uma

Biometria é bem-vista pelos bancos

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Cisco lançou mundialmente em setembro seu Sistema de Convergência de Rede (NCS, na sigla em inglês), plataforma baseada no conceito de redes escaláveis, que atua como uma espécie de tecido que une redes definidas por software (SDN), projetada para facilitar os eventos da chamada “internet de todas as coisas”. Segundo a companhia, a capacidade de programação e virtualização do sistema permite que provedores de serviços de rede acelerem a transição para as arquiteturas SND e NFV (Network Function Vitualization). Além de facilitar o tráfego de rede, os recursos da família NCS permitem aos provedores aproveitar a oportunidade criada por eventos programáveis gerados por dispositivos que devem estar online nos próximos anos. Esse cenário exige que as redes aumentem sua escala não apenas em largura de banda, mas também em funções de computação e controle para gerenciar políticas e respostas às mudanças. A Cisco aponta a escala, a agilidade e a eficiência como os principais benefícios da família NCS, cujos três componentes — NCS 2000, NCS 4000 e NCS 6000 — podem ser gerenciados como um único sistema integrado. O sistema opera em escala de petabits, tem capacidades de virtualização avançadas e quando instalado como parte da plataforma Cisco One Service Provider Architecture pode ajudar na redução em 45% do custo total de propriedade, com consumo de energia 60% menor. O NCS 200 conecta-se com redes de transporte DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing) em taxas acima de 100 Gbps e suporta capacidade de configuração de rede dinâmica com capacidades ROADM (Reconfigurable Optical Add-Dropp Multiplexer) de 96 canais de última geração. O NCS 6000 tem capacidade para transportar 5 Tbps (terabits por segundo) por slot e 102 Pbps (petabits por segundo) por sistemas, para suportar as convergências dos ambientes IP e óticos. Os dois componentes já estão disponíveis no mercado. Já o NCS 4000, que será lançado no primeiro semestre do próximo ano, suporta 400 Gbps por slot e 6,4 terabits por sistema.

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fotos: izilda França

estratégia de gerenciamento de dispositivos e aplicações móveis é essencial para qualquer empresa, seja de que setor for. Os desafios enfrentados pela Receita Federal na adoção da plataforma móvel para os serviços aos cidadãos são uma amostra disso. “Não adianta só transportar o serviço da web para o mobile. Tivemos que repensar se a forma que estamos servindo é a melhor. Segmentamos os aplicativos por público-alvo e nos colocamos sob a ótica do consumidor”, disse José Carlos Fonseca, gerente de projetos de mobilidade da Receita. O órgão optou por trabalhar com apps nativos sempre que o serviço demandar recursos do telefone. Entre os sistemas operacionais, escolheu trabalhar com os dois mais populares entre smartphones: Android e iOS. “Por exemplo: se faço uma consulta de um CNPJ e quero ver aquela empresa no mapa, consigo abrir o endereço no aplicativo de mapas do celular. Se for agendar um pagamento, consigo sincronizar com a minha agenda do celular”, explicou Fonseca. Em outros casos, a melhor solução são sites móveis. “Se é um aplicativo em que há mudanças a cada mês, é melhor ser um webapp”, completou. A Receita vai lançar dois aplicativos móveis de serviços à sociedade neste ano. O primeiro será para a área aduaneira, capaz de acompanhar cargas e ajudar na área de comércio exterior. “Ele vai simular uma importação. Por exemplo, se eu quiser importar vinhos do Chile, coloco o código do vinho e o valor que eu quero importar, e o app vai calcular quanto vai custar essa importação, já convertido para a taxa de câmbio da moeda que eu quiser”, disse Fonseca. “O aplicativo também vai mostrar os tratamentos administrativos necessários para a importação, se ela precisa, por exemplo, de um registro na Anvisa”, completou. O segundo aplicativo a ser lançado ainda está em estudo e não foi divulgado a área em que ele atuará. A previsão é que as duas novidades sejam lançadas entre novembro e dezembro deste ano. Outro setor em que o uso de

dispositivos móveis é crescente é o de saúde. Informações sobre pacientes, que antes eram colocadas no papel, agora são digitalizadas para fácil acesso do médico. Contudo, isso não é o suficiente para melhorar e tornar

devem crescer de US$ 2,9 bilhões, em 2011, para US$ 5,4 bilhões, em 2016. Ainda não há estudos sobre esse mercado no Brasil, mas a tendência é que haja um crescimento da mesma ordem. Apesar disso, do mesmo modo que para o restante do mundo, o uso de dispositivos móveis por si só não ajudará a melhorar a qualidade de vida dos pacientes atendidos em clínicas e hospitais. A avaliação é do gerente de Tecnologia e Inovação da Philips Healthcare, Rafael Patrício. “A usabilidade dos dispositivos é fundamental para melhorar o trabalho”, destaca ele, enfatizando que os recursos se tornam críticos para essa usabilidade. “Quando se tem muita informação sem filtro, não ajuda. A mobilidade sozinha não ajuda nos processos médicos, e sim sua aplicação.” O executivo diz que a Philips oferece uma solução completa e integrada que inclui desde o prontuário eletrônico do paciente até

“A mobilidade sozinha não ajuda nos processos médicos, e sim sua aplicação” Rafael Patrício, da Philips

o uso de dispositivos móveis por si só não ajudará a melhorar a qualidade de vida dos pacientes atendidos em clínicas e hospitais mais ágil o atendimento em hospitais e clínicas médicas. Estudo da IDC aponta que os gastos com tecnologia móvel voltada à área de saúde (mobile health ou m-health) nos Estados Unidos, incluindo software, hardware e serviços de TI,

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equipamentos integrados para monitoramento. “Oferecemos equipamentos com sistemas que conversam entre si. Isso permite ações proativas, por exemplo, para avisar o médico sobre um sinal vital irregular do paciente”, explica. Com mais de 600 clientes no Brasil, entre hospitais e clínicas, as soluções da Philips atendem importantes instituições de saúde como os hospitais Sírio Libanês, Oswaldo Cruz, São Luís e Samaritano. Ainda assim, mesmo que todos os clientes utilizem o sistema de prontuário eletrônico, nem todos adotam o sistema integrado. A resistência, segundo Patrício, é à complexidade da informatização que esses sistemas geram. “Em um sistema muito grande, com informação de prontuário, sinal do paciente, comunicação com farmácias etc., terá uma parametrização muito complexa, e é preciso ter alguém disposto a habilitar isso. Falta o hospital ou a clínica se prepararem para receber isso.” 2 5

“O projeto do Bradesco teve como foco a segurança de dados” Sergio Fabossi, da Akcela Software


>internet Ana Lúcia Moura Fé

O admirável mundo da

internet das coisas

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magine uma pílula com microcâmera e sensores que, depois de ser engolida, envia imagens do sistema digestivo para serem avaliadas em tempo real por um médico, a quilômetros de distância. Pense numa etiqueta inteligente e resistente a “O protocolo mais temperaturas extremas que, implantada importante da num piso de cimento ou no asfalto, avisa internet, que aos motoristas, via aplicativo móvel, se costumava ter como determinada vaga na zona azul de uma clientes apenas cidade está livre ou ocupada, ou se está pessoas e ocorrendo uma enchente no local. Ou processos, agora uma lixeira com sensores que alertam a pode atribuir IP a administração pública, via internet, que geladeira, lâmpada, está cheia. Ou, ainda, um sistema que sapato, etc.” reconhece o rosto de quem entra em uma loja, usa a imagem para localizar o Raul Colcher, da FGV indivíduo no Facebook e, com base nos dados do perfil, envia mensagens via celular enquanto o mesmo encontra-se no estabelecimento. Ao contrário do que muitos imaginam, os recursos descritos acima não estão em um filme de ficção científica. Eles existem e, em diferentes graus de uso e experimentação, demonstram como a tecnologia já consegue dar “vida às coisas”, um aspecto que caracteriza a chamada “internet das coisas” (IoT na sigla em inglês). O conceito não é novo. Foi utilizado pela primeira vez na década de 1990 para se referir à interconectividade que objetos podem estabelecer entre si sem a necessidade de interferência humana. “A internet das coisas não é ficção científica nem tampouco exagero da indústria. É baseada em sólidos avanços tecnológicos e visões de ubiquidade de rede”, declarou, em 2005, a União Internacional das Telecomunicações (UIT). Naquele ano, a entidade já vislumbrava 2 6

fotos: divulgação

Num futuro próximo, o cenário descrito por especialistas prevê que praticamente qualquer tipo de objeto – de carros e celulares a roupas e livros –, equipado com tecnologia de conexão e interligado entre si pela internet, poderá se comunicar, sem interferência humana

em um futuro próximo um cenário em que toda sorte de objetos, de carros e celulares a roupas e livros, estariam equipados com tecnologia de conexão e interligados entre si e a diversos tipos de rede, inclusive à internet. A IoT pressupõe que quaisquer objetos que façam parte do cotidiano das pessoas podem adquirir um endereço IP, assumir identidade própria e, por meio de chips ou sensores, serem capazes de “sentir” o ambiente e comunicar-se via internet ou

Um fabricante de linha branca, que nada tinha a ver com a internet, agora tem de pensar em conexão, nuvem, chips e protocolos T I   I n s i d e

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diretamente uns com os outros. Mas foi preciso que houvesse uma redução nos custos, e não apenas os avanços tecnológicos e o desenvolvimento de protocolos de comunicação móvel — como Wi-Fi, Z-Wave, Bluetooth, ZigBee, códigos QR, NFC, RFID, nuvem, aplicativos de smartphones, GPS, dispositivos miniaturizados ou vestíveis, entre vários outros — para que a adoção do conceito ganhasse impulso. O que se vê agora é uma autêntica enxurrada de novas possibilidades que se abrem e são efetivadas a cada dia, em projetos piloto ou casos efetivos, cobrindo todo tipo de indústria e aplicação. “Caiu uma das principais barreiras técnicas que até bem pouco tempo limitava o número de endereços na internet”, lembra Raul Colcher, professor do curso de tecnologia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro sênior do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE). O especialista refere-se à chegada do novo protocolo IPv6, que multiplicou a capacidade de endereçamento e superou as limitações do IPv4. “O protocolo mais importante da internet, que costumava ter como clientes apenas pessoas e processos, agora pode atribuir IP a geladeira, lâmpada, sapato, etc.”, explica. Os impactos na indústria em geral são múltiplos e difíceis de mensurar, segundo Colcher, e os novos desafios surgem à medida que as experiências tomam forma. “Um fabricante de linha branca, que nada tinha a ver com a internet, agora tem de pensar em conexão, nuvem, chips, protocolos, segurança da informação, aplicativos de controle de estoque dentro da geladeira, etc.”, exemplifica. Outro 2 0 1 3


grande desafio para as empresas diz respeito às questões éticas, de privacidade e segurança. “O Google já sabe mais sobre nós do que nós mesmos, imagine em um universo plenamente conectado, com tecnologias capazes de coletar e fazer correlações a partir de objetos e aparelhos dentro das casas”, reflete o estudioso. Pagamento automático Entre os sistemas que tornam a IoT exequível, talvez o mais conhecido, pela multiplicidade de casos de referência, seja o que usa RFID (identificação por radiofrequência). O padrão permite um número incalculável de aplicações, alguns projetos com características futuristas, como implantação da etiqueta sob a pele humana para propósitos médicos e para acesso a locais restritos e — caso do Baja Beach Club em Barcelona — o uso em associação com sistemas de cartão de crédito, para que o consumidor pegue produtos etiquetados nas prateleiras de um supermercado e saia do estabelecimento com a conta automaticamente paga, sem a necessidade de passar por um caixa. No Brasil, usos mais comuns do RFID envolvem controle de estoques, como fazem grandes redes de varejo como Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour. Mas a tecnologia também é aplicada para rastreamento de leite (a cooperativa Aurora e a Tetra Pak lançaram em 2010 o primeiro leite longa vida com rastreabilidade no mundo) e até para comunicação permanente de sistema com cada instrumento cirúrgico de um

hospital. Neste caso, a etiqueta inteligente é fundida no aço do instrumento para suportar processos de esterilização. Sem possibilidade de se desprender do objeto, a etiqueta reduziu riscos (tornou-se impossível esquecer ou perder o instrumento) e incrementou tanto as cirurgias quanto os processos de controle de um hospital paulistano, segundo a fornecedora nacional Erwin Guth. A área médica, a propósito, é um dos segmentos no Brasil que se destacam quanto ao potencial de se beneficiar da comunicação entre coisas, na visão de especialistas como Sérgio Souza, CEO da TM Data, operadora de M2M (sigla para tecnologias de comunicação máquina a máquina). “Já é realidade o diagnóstico remoto de pacientes com

problemas cardíacos, e um simples smartphone ou medidor ‘vestível’ já pode garantir que um paciente diabético deixe de ir ao hospital”, ilustra o executivo. Por ver M2M e IoT como sinônimos, Souza considera que a internet das coisas se instalou no Brasil há pelo menos dez anos, com a introdução de rede GSM nacional. “A banda era muito baixa, mas as máquinas aproveitaram e muito”, diz ele, lembrando que apareceram os primeiros módulos para “Um simples oferecer comunicação alternativa para smartphone ou os painéis de alarme, que até então só medidor ‘vestível’ usavam linha discada. “Os rastreadores já pode garantir automotivos começaram a proliferar que um paciente com mais qualidade, substituindo os diabético deixe de aparelhos celulares usados e adaptados ir ao hospital” para trabalhar com as tecnologias Sérgio Souza, TDMA e CDMA por equipamentos da TM Data mais robustos com módulos GPRS”, lembra o executivo. Para Souza, os impactos da comunicação entre máquinas são grandes, sobretudo no que se refere a custo e conveniência. “Sensores em rios avisam quando enchentes são iminentes e evitam prejuízos e até mortes quando tempestades de verão atingem o nosso país. Sinalização digital permite divulgar avisos em estradas, notícias em elevadores e locais públicos e até identificar o perfil de consumidores que olham a notícia ou caminham em uma loja”, exemplifica. Para ilustrar o potencial do Brasil na área de M2M e IoT, Souza adianta que a Wyless, fornecedora global de serviços M2M gerenciados e soluções de conectividade empresarial, está entrando

Dimensões do universo conectado Internet das coisas terá base instalada de 212 bilhões de coisas até 2020, segundo a IDC. Já a Cisco calcula que haverá mais de 50 bilhões de coisas conectadas naquele ano Os gastos com tecnologia e serviços de IoT saltarão de US$ 4,8 trilhões, em 2012, para US$ 8,9 trilhões em 2020*

Empresas globais podem obter lucro extra de até US$ 14,4 trilhões ao longo da próxima década aproveitando a internet de todas as coisas**

No Brasil, os ganhos decorrentes de IoE devem atingir cerca de US$ 17,3 bilhões neste ano**

Os setores de Estima-se que serviços em 2012 o total (US$ 158,8 de “coisas” no bilhões) mundo somava e produção 1,5 trilhão, (US$ 103,1 dos quais apenas bilhões) 0,6% estavam obtiveram conectadas** globalmente o maior valor da IoE em 2013**

Em 29 de outubro deste ano, havia 10,7 bilhões de coisas conectadas no mundo**

Neste ano, 80 “coisas” foram conectadas à internet a cada segundo. Em 2020, serão mais de 250 coisas por segundo**

*Dados da IDC **Dados da Cisco

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>internet Coisas e pessoas Todos os grandes players da indústria de tecnologia concordam que a internet das coisas representa impactos e oportunidades sem precedentes para organizações, indivíduos, comunidades e países, e muitos estão empenhados em “O que diferencia promover o conceito e suas ofertas. Na IoT de IoE é que Cisco Systems, por exemplo, as ações esta coloca mais levam em conta não apenas a crescente inteligência na conexão em rede de objetos físicos, mas rede para uma malha mais ampla que a fabricante orquestrar a batizou de “internet de todas as coisas conexão dos (internet of everything, ou IoE). desconectados” Na definição da Cisco, a IoE — Marcelo Ehalt, da auxiliada pelas transições de tecnologia, Cisco Brasil incluindo a IoT, mobilidade, computação em nuvem e big data — coloca em rede pessoas, processos, dados e coisas. “O que diferencia IoT de IoE é que esta coloca mais inteligência na rede para orquestrar a ‘conexão dos desconectados’, envolvendo ligações pessoa a pessoa (P2P), máquina a máquina (M2M) ou máquina a pessoa (M2P)”, explica Marcelo Ehalt, diretor de engenharia da Cisco no Brasil. Pelos cálculos da Cisco, existem cerca de 1,5 trilhão de objetos físicos existente na Terra (veja quadro) que podem um dia fazer parte da internet de todas as coisas, mas apenas 0,6% deles estão conectados. Segundo a fabricante de equipamentos de rede, as melhorias nas operações e no atendimento ao cliente, promovidos pela maior conectividade entre pessoas, processos, dados e coisas, tem potencial para gerar US$ 14,4 trilhões de rentabilidade extra para o setor privado na próxima década, incluindo este ano. No Brasil, a Cisco calcula que os ganhos decorrentes de IoE devem atingir cerca de US$ 17,3 bilhões neste ano. Ehalt explica que a atuação da Cisco nesse cenário envolve oferta de soluções próprias ou em parceria que já beneficiam empresas brasileiras de vários segmentos e em estágios variados. “Temos casos em São Paulo em que, por rede Wi-Fi, monitoramos cadeiras de rodas. Num futuro próximo, poderá haver display na cadeira para comunicação com pessoas próximas”, diz ele. O executivo destaca como principal vitrine de IoE da Cisco o “Boulevard Connected”, em Nice (França). Trata-se da primeira prova de conceito mundial 2 8

No Brasil, usos mais comuns do RFID envolvem controle de estoques, como fazem grandes redes de varejo como Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour

foto: divulgação

no país por meio de compra de participação majoritária na TM Data, criando o grupo Wyless TM Data Brasil.

da internet das coisas aplicada aos transportes de uma cidade inteligente. As ruas da cidade francesa, segundo Ehalt, estão repletas de sensores, inclusive no asfalto, nas lixeiras e nos postes elétricos. Estes, aumentam ou diminuem a quantidade de luz de acordo com a presença de pessoas ou outros fatores situacionais. Para impulsionar o processo de “dar vida às coisas” no Brasil, a Cisco conta com o recém-lançado centro de informações, instalado no Rio de Janeiro como parte de investimento de R$ 1 bilhão nos próximos quatro anos no país. Com o centro, que desenvolve soluções para verticais como cidades inteligentes, saúde, educação e óleo e gás, entre outras, a Cisco espera avançar no desenvolvimento de equipamentos programáveis, com interfaces de programação de aplicativos (APIs) abertas, e na segurança e

inteligência da IoE. Ehalt lembra que a IoE ainda está na etapa inicial de desenvolvimento, mas ressalta que ganharão vantagem empresas que se adaptarem à tendência mais rapidamente, independentemente do porte e da localização. “O que sempre digo aos CIOs é que eles têm de começar a se preocupar hoje com IoE, buscando soluções que se integrem ao legado e provam a flexibilidade necessária para a adoção do conceito”, diz ele. Reinaldo Affonso, diretor de tecnologia da Intel para a América Latina, informa que a contribuição da fabricante para a IoT, no âmbito dos dispositivos inteligentes, resultou na oferta de dois chips específicos, um da família Atom e outro da linha Quark. “O primeiro tem baixo consumo de energia e trabalha a temperaturas pouco amistosas, típicas de ambientes industriais, podendo ser usado na construção de dispositivos que irão captar e filtrar dados, numa primeira barreira de segurança. O segundo, ainda mais econômico, tem implantação simplificada”, explica. O executivo informa que a tecnologia Intel visando IoT — que também abrange sistemas inteligentes e analytics — vem sendo testada em grandes projetos de sistemas de ar-condicionado, que em geral são montados no topo de edifícios.

Recursos gerados pela IoE que serão mais vantajosos para cada setor Empresas do setor de produção Tempo real, análise de dados multidimensionais, colaboração de vídeo integrada e rastreamento remoto de ativos físicos. Empresas de energia Integração dos dados de sensores, capacidade de localizar especialistas e análise preditiva. Varejo Visualização de dados e análise preditiva, BYOD e interação com os clientes usando mídia avançada, pagamentos por celular e monitoramento remoto do cliente. Fonte: Cisco

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>internet Nesses ambientes com grandes variações climáticas por conta do sol e do compressor, o processador deverá sobreviver de 15 a 20 anos enviando ao fabricante ou administrador do prédio todas as informações necessárias para identificar tendências, corrigir potenciais falhas. O dispositivo também permite configuração remota do sistema. “Esses projetos piloto ocorrem lá fora, mas a tecnologia está disponível mundialmente e pode ser usada em uma multiplicidade de aplicações”, diz Affonso. No âmbito dos sistemas inteligentes “A tecnologia Intel visando IoT vem (espécie de gateway que soma e filtra as sendo testada em informações oriundas de dispositivos grandes projetos de inteligentes, e que serão objeto de análise sistemas de para tomada de decisão), a maior ar-condicionado” atuação da Intel ocorre em parceria com as coirmãs Wind River Systems e Reinaldo Affonso, da Intel américa latina McAfee, adquiridas em 2009 e 2010, respectivamente. “Montamos solução de forma que o mercado tenha um padrão aberto que permita escalabilidade e longevidade para trabalhar com sistemas inteligentes, considerando que um dos desafios para esse mercado crescer mais rapidamente é justamente criar um padrão”, diz o diretor. A expectativa de Affonso é que nos próximos três meses fabricantes comecem a anunciar, para 2014, produtos baseados nesses gateways. “Essa tecnologia garante uma comunicação efetiva e segura independentemente de o sinal ser de celular, Wi-Fi, Bluetooth, etc”. Juntamente com a McAfee, a Intel inclui segurança no padrão aberto para barrar instalação de aplicações maliciosas tanto em software quanto em hardware. Já no terreno do analytics, o diretor da Intel destaca o esforço já realizado

pela fabricante para otimização e customização da plataforma para análise de dados de código aberto Hadoop, com vistas a garantir elevado desempenho na análise de grandes volumes de dados. “Nos juntamos a várias indústrias, como bancos, fábricas e empresas de saúde, para começar a desenhar o que seria um modelo de implementação de análise de dados não estruturados para tomadas de decisão. A nossa expectativa é que dentro de seis meses iremos publicar documentos que ajudem essas empresas a adotar modelos de implementação”, informa o especialista.

Denis Semenchenko/shutterstock.com

Uso da internet das coisas

Como consumidores planejam usar dispositivos conectados à internet das coisas

Terão vantagem empresas que se adaptarem à tendência mais rapidamente, independentemente do porte e localização

Inovação disponível Na contramão da ideia de que inovação envolvendo internet das coisas ocorre em grandes empresas para, só

Para melhorar a produtividade no trabalho

65%

Para gerenciar 14% a residência Para melhorar os deslocamentos 12% Para melhorar 9% a saúde

Fonte: IEEE/2013

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então, espalhar-se entre negócios de menor porte, Eric Winck, sócio-fundador da agência digital Alice Wonders, afirma que hoje em dia qualquer empresa tem capacidade de prototipar soluções capazes de alavancar a IoT. “Com plataformas abertas, como o Arduíno (plataforma de prototipagem eletrônica de código aberto que permite a criação de objetos eletrônicos interativos), consegue-se em apenas um dia colocar um objeto conectado à internet, algo que há cinco ou seis anos sequer se cogitava”, diz o Winck. Acostumada a investir alto em criatividade para associar inovação tecnológica à imagem dos seus clientes, a agência tem inúmeros casos em que a tecnologia dá vida a objetos e mistura os mundos real e virtual. Um exemplo é a campanha de PDV interativo para a marca de creme dental Sensodyne, em que o Arduíno permite que consumidores em uma loja interajam com a projeção holográfica de um dentista. Mas o exemplo que Winck elege como o mais próximo da sua ideia de IoT, disponível para qualquer um que se disponha a inovar, é o sistema que dá endereço de e-mail a um elevador. A inovação, testada no prédio onde a agência funciona, permite que o usuário envie e-mail com o título “venha” ao elevador e este, ao chega ao andar, envia ao usuário uma resposta com o título “cheguei”. Para a agência, o principal objetivo de projetos assim é explorar conceitos, discutir possibilidades e compartilhar insights que no futuro podem se tornar uma ação ou experiência. “Recebemos muitos e-mails de pessoas querendo ampliar a aplicação e uma grande marca de elevadores quis contratar o nosso técnico de animação e eletrônica”, diz Winck, que disponibilizou na web tutorial com todos os componentes, vídeo e passo a passo para quem quiser implantar ou aperfeiçoar o projeto. “Porque acreditamos que a internet das coisas passa pelo open source e pela colaboração”, finaliza o especialista. 2 0 1 3


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