Tela Viva 176 - Outubro 2007

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

play!

POLÍTICA Medida provisória marca o início da TV Brasil

ano 16_#176_out2007

Conteúdo de qualidade chega às novas plataformas de vídeo. Espectador ganha opções de ver o que quer, onde e quando quiser. TELEVISÃO Demanda por satélites deve crescer com HDTV e aumentar preços



Foto: marcelo kahn

(editorial ) André Mermelstein

a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

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Editor Tela Viva News Redação

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Depar­ta­men­to Comer­cial

Gerente de Marketing e Circulação Administração Webmaster Central de Assinaturas

Rubens Glasberg André Mermelstein Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski Leonardo Pinto Silva

C

Fernando Lauterjung Daniele Frederico Humberto Costa (Colaborador) Lizandra de Almeida (Colaboradora) Mariana Mazza (Repórter) Letícia Cordeiro Carlos Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jar­dim (Pro­du­ção Grá­fi­ca) Geral­do José Noguei­ra (Edi­to­ra­ção Ele­trô­ni­ca) Bárbara Cason (Colaboradora) Roberto Pires (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Iva­ne­ti Longo (Assis­ten­te) Gislaine Gaspar Vilma Pereira (Gerente) Gilberto Taques (Assistente Financeiro) Marcelo Pressi 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

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hamou a atenção, no início de outubro, uma declaração na Folha de S.Paulo do autor da recém-estreada novela das 21h da TV Globo, Aguinaldo Silva. O autor atribuía o começo fraco da novela (para os padrões globais) à migração de espectadores não para outros programas, mas para a Internet, ou mais especificamente para o Orkut. Há algum exagero na afirmação, pois a TV concorre também com outras mídias mais populares que a Internet, como o DVD, sobretudo graças à “alternativa” pirata dos filmes de sucesso a R$ 5 no camelô. Além disso, há o “efeito luto”, pelo qual os espectadores demoram a se desligar da novela anterior e “engatar” na próxima trama. Consultado por TELA VIVA, o diretor do Ibope Mídia, Antonio Ricardo Ferreira, afirma que o percentual de TVs ligados na Grande São Paulo não variou muito nos últimos anos. O tempo médio de audiência também não sofreu grandes variações, e não se percebe nenhuma grande tendência de queda ou aumento. Mas de alguma forma a percepção do experiente autor vai no caminho certo. Se ainda é difícil falar em uma migração em massa do público para mídias alternativas, percebe-se que a fragmentação dos veículos é uma realidade presente, em maior ou menor escala dependendo da penetração de recursos como o DVD, os MP4 players, o computador e a banda larga em cada país. E o dia das pessoas continua com 24 horas, de modo que para usar as novas tecnologias, elas têm que deixar de fazer algo, como ver televisão. No Brasil, serão vendidos este ano 10 milhões de computadores. Pela primeira vez, a venda de PCs ultrapassou a de televisores no país, e já são mais de 110 milhões de celulares, que cada vez mais fazem coisas além de falar. O fato é que, atentos a esta tendência, os atores da cadeia de produção e distribuição de conteúdos começam a se movimentar para ocupar seus espaços neste universo, como se vê na matéria de capa desta edição. Os grandes estúdios, preocupados em não ter o mesmo destino das gravadoras de música, apostam na oferta de vídeos online. Os broadcasters criaram portais de vídeo para exibir seus programas na íntegra. Os produtores começam a explorar novos canais de distribuição. Tudo isso porque acreditam que, cedo ou tarde, Aguinaldo terá razão.

ilustração de capa: domingos aquino

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Ano16 _176_ out/07

(índice ) TV 2.0

( cartas)

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Conteúdo de qualidade chega às novas plataformas, mas modelos de negócio ainda estão se definindo

País da TV A matéria "Contagem Regressiva" (publicada na TELA VIVA de setembro) retrata bem a corrida das emissoras para implantar a nova forma de transmissão em alta definição. No Brasil, vale destacar, a transição do sistema analógico para o digital movimenta não apenas os radiodifusores, mas também os telespectadores, que aguardam ansiosos pela novidade.

Scanner

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Figuras

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Mipcom

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Novos serviços agitam mercado de conteúdos

Política

Ana Carla Gonçalves, de São Paulo

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TV Brasil ganha forma, com conselho e diretoria

Referência

Regulamentação

Gostaria de parabenizá-los pelo suplemento de TV digital publicado na edição 175 da TELA VIVA. Eu ainda tinha muitas dúvidas sobre essa transição, por mais que vocês publiquem notícias sobre este assunto todos os dias. Agora tenho onde encontrar as informações consolidadas quando as dúvidas aparecem.

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Projetos de lei podem mudar mercado de TV paga 30

Audiência

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Televisão

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Record estréia seu canal de notícias

Programação

Adriano Dasler, de São Paulo

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Aos dez anos, canal Futura apresenta novidades

Nova janela Na matéria “E você, já comprou a sua passagem?” (publicada na edição de setembro de TELA VIVA), os novos meios de comunicação que chegam ao sistema de transporte de São Paulo ganham espaço. O dia-a-dia da população que invade as plataformas começa a mudar, com aparelhos de TV estão por todos os lados, dentro de trens e ônibus metropolitanos. A dúvida agora é se estas novas mídias abrem uma nova janela para a produção já existente ou se precisam de conteúdos diferenciados, que só cabem nestas mídias.

Making of

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Cinema

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Mecanismos de financiamento na pauta no Festival do Rio 46

Evento

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Demanda por satélites deve aumentar com a chegada da TV digital

Juliana Gonçalves, do Rio de Janeiro

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br

Upgrade

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Agenda

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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

telavivanews www.telaviva.com.br 4

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Simplificando o complexo Monitoramento altamente visual e acessível Miranda oferece uma ampla linha de produtos de monitoramento para televisão com o iControl. Sistemas empacotados e otimizados para monitoramento de transmissão, controle de monitoramento de estações remotas e monitoramento a distância de set-top boxes. Cada sistema oferece uma interface de alta visibilidade, de fácil instalação e manutenção, e fácil de operar. iControl melhora constantemente para que você tenha mais controle o tempo todo.

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( scanner ) Foto: Valério Trabanco/divulgação

São Paulo tem uma nova produtora de publicidade e conteúdo: a Santo Forte Filmes, criada por Marcelo Lepiani (Lepi) e Tatá Clemente. Lepi atua em produção há 25 Valério Trabanco, Tatá Clemente, Elaine anos e tem César, Marcelo Lepiani: integrantes da passagens pela produtora Santo Forte Filmes Cinegrafika, Estúdio Abertura e Estúdios Mega, enquanto Tatá Clemente chega com a experiência de atuação na Biocomm Comunicação e Estudio Abertura. Os primeiros diretores da nova empresa, instalada em uma casa de 280 m², são o fotógrafo Valério Trabanco, que faz a sua estréia em cinema publicitário, e Elaine César, que trabalhou em produtoras como Academia de Filmes, Side Cinema, Gorila e Open Filmes. A Santo Forte Filmes, que contou com investimento inicial de R$ 700 mil, pertence à OMM Comunicação, holding da qual fazem parte a M.Gonçalves Publicidade, a Biocomm Comunicação e o NIC Meios (agência focada no desenvolvimento de formatos de conteúdos audiovisuais).

Dramaturgia nordestina Para entrar em sintonia com a produção audiovisual de Pernambuco e preencher uma lacuna na grade de programação local, a TV Jornal (afiliada do SBT no estado) lança, no dia 23 de outubro, o “Santo por Acaso”, primeira minissérie do Pólo de Teledramaturgia do Nordeste. Pólo de Teledramaturgia do Nordeste. O projeto consiste na produção e exibição mensal, no período de outubro a dezembro de 2007, de três minisséries, cada uma com quatro capítulos, que serão apresentadas de terça a sexta-feira, às 21h30, pelas emissoras do SBT na região Nordeste. As minisséries estão sendo produzidas em alta definição (HDCam), com a parceria da Sony e da Imagenharia, que disponibilizaram os equipamentos. A produção que estréia o projeto é “Santo por Acaso”, de autoria de Valdir Oliveira, com roteiro adaptado de Leo Falcão e Geraldo Motta. A minissérie a ser exibida na seqüência é “Cruzamentos Urbanos”, de Marcelo Pereira e Valdir Oliveira.

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Homenagem em documentário O intelectual, antropólogo, professor, educador, político e escritor Darcy Ribeiro ganhou um documentário sobre a sua vida no ano em que faria 85 anos. “Darcy Ribeiro, o Guerreiro Sonhador”, a ser lançado no dia 26 de outubro, foi dirigido por Fernando Barbosa Lima e co-produzido pela Fundar. A obra faz parte da série “Grandes Brasileiros”, da FBL Criação e Produção, que lançou também “Barbosa Lima Sobrinho, Cidadão do Brasil”, “Tancredo Neves, Mensageiro da Liberdade” e “Ziraldo, o Eterno Menino Maluquinho”. Os próximos a serem produzidos dentro do projeto são “José Sarney, um Nome na História” e “Sérgio Cabral, a Cara do Rio”.

Retrospectiva O grupo Severiano Ribeiro lançou o livro “90 Anos de Cinema”, pela editora Record. Com texto de Toninho Vaz e pesquisa de Vinícius Chiappeta Braga, o livro conta a trajetória do grupo empresarial da indústria cinematográfica brasileira.

Folhetim em HD O dia 1° de outubro marcou o lançamento das novelas produzidas em alta definição no Brasil. A Globo estreou “Duas Caras”, com direção de Wolf Maya, no horário das 21h, enquanto a Band estreou, às 20h15, a novela “Dance Dance Dance”, dirigida por Del Rangel. A novela da Band vai ao ar de segunda a sexta-feira. Com investimento de R$ 22 milhões em produção e mais de US$ 3 milhões em equipamentos, a novela tem apresentado alguns desafios aos produtores e diretor, devido à riqueza de “Dance Dance Dance”: detalhes proporcionada pela alta definição. primeira novela da Band “No HD, a velocidade de produção diminui; em HD. a fotografia é mais densa; e os cenários não são mais 4:3, são 16:9”, diz o diretor Rangel.

Acordo audiovisual Com o objetivo de realizar no mínimo duas co-produções anuais entre Brasil e Galícia, a Ancine e o Consórcio Audiovisual da Galícia firmaram um protocolo de colaboração cinematográfica em outubro. O acordo prevê o compromisso de convocar uma seleção que estabelecerá apoio financeiro a dois projetos cinematográficos conjuntos no valor de R$ 300 mil e 120 mil euros, respectivamente. Um dos projetos terá participação majoritária galega, e outro contará com maioria de capital brasileiro.

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fotos: divulgação

Nova produção


Novo filme A versão restaurada do filme “A Moreninha”, de 1970, já está disponível para compra e locação. A obra dirigida e produzida por Glauco Mirko Laurelli e Cláudio Petraglia foi restaurada e masterizada em alta definição. A coordenação do projeto é da Casablanca Filmes e a restauração da TeleImage. Foram 140 mil frames analisados e tratados individualmente, durante três meses, com o trabalho de 15 pessoas. O longa-metragem estreou em 1972.

Primeira IPTV universitária

“A Moreninha” de 1970 (no alto) e a versão restaurada (acima): 140 mil frames tratados individualmente.

Premiação em todas as mídias foto: tela Viva

A maior atração da MTV, a premiação de música Vídeo Music Brasil (VMB), ganhou em 2007 gravação e transmissão em HD e conteúdo diferenciado no portal MTV Overdrive. O evento, realizado em 27 de setembro, teve conteúdo exclusivo para o portal, com cenas de bastidores e de um karaokê com artistas (foto), que acontece durante festa simultânea no estacionamento do Credicard Hall (onde acontece a premiação). “Nosso objetivo é que o VMB esteja espalhado em todas as mídias”, afirma o diretor de programação da emissora, Zico Góes. A principal atração da emissora também foi transmitida ao vivo pela rádio 107,3.

A USP assumiu o posto de primeira universidade da América Latina a desenvolver a sua IPTV. A rede de transmissão de vídeo que utilizará a infraestrutura da internet, a IPTV USP (www.iptv. usp.br), terá conteúdo produzido pela universidade para o público em geral. “Nosso grande diferencial é que nas universidades fora do país, os sistemas de IPTV são, em sua maioria, fechados. A IPTV USP terá apenas uma parte do conteúdo exclusivo à comunidade da universidade, mas será predominantemente aberta”, afirmou Gil da Costa Marques, da Coordenadoria da Tecnologia da Informação (CTI). A IPTV USP funcionará como uma biblioteca virtual, com vídeos sob-demanda ao vivo e pré-agendados. Em um primeiro momento, serão seis canais: Saúde, Arte e Cultura, Ciências, Humanidades, Tecnologia e IPTV USP (dedicado à vida acadêmica dentro da universidade). Hoje, o arquivo conta com 1206 horas de eventos, 603 horas de produções próprias e 201 horas de aulas gravadas. Sistema O sistema da IPTV USP foi desenvolvido pelo Laboratório de Arquitetura e Rede de Computadores (Larc) da Escola Politécnica. Nessa primeira fase do processo foram investidos R$ 400 mil. Para a segunda fase, o investimento previsto é de R$ 2 milhões, segundo Marques. Essa etapa prevê, além do acesso por aparelhos de televisão, expansão da rede de transmissão, instalação do kit necessário em todos os auditórios da universidade, aumento do número de centros de produção e acesso a um conteúdo mais vasto.

Cinema reciclado A Tetra Pak, empresa que produz sistemas para processamento e embalagens para alimentos, promove em setembro e outubro um projeto para levar a 78 cidades do Sul e Sudeste informações sobre educação ambiental, desenvolvimento sustentável e cultura por meio do cinema. Trata-se do projeto (Re)ciclo, de cinema itinerante, que consiste na exibição de um filme nacional em praça pública (precedido de um vídeo que mostra as ações da empresa na área de meio ambiente) e na apresentação de um filme sobre educação ambiental em duas escolas públicas – municipais e estaduais – das cidades. O filme a ser exibido nas escolas é o média-metragem “Quixote Reciclado”, que ganhou uma adaptação de 15 minutos para a ação. O objetivo é estimular hábitos de preservação do meio ambiente como a coleta seletiva e a reciclagem.

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Apresentação do projeto (Re)ciclo em escola pública: o objetivo é promover educação ambiental pelo cinema.

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( scanner ) fotos: divulgação

Estréia da feia A série “Ugly Betty”, versão norte-americana para a novela latina, “Yo Soy Betty, La Fea”, estréia em 7 de novembro no Sony Entertainment Television. A comédia tornou-se um sucesso nos Estados Unidos, conquistando os prêmios Globo de Ouro (de melhor série de comédia) e Emmy Awards. O texto original colômbiano, da RCN, já foi produzido em vários países, como Espanha, Alemanha e Turquia. No Brasil, foi exibida a versão original, pela Rede TV!, como “Beth, a Feia”.

“Ugly Betty”, versão norte-americana do texto latino estréia no Sony.

Da telinha para os livros

Devidamente certificados Os laboratórios Megacolor e Cinecolor do Brasil receberam o selo de certificação de qualidade do Programa Kodak ImageCare. O selo é entregue a laboratórios que se enquadram nos padrões de qualidade da empresa, partindo dos seguintes critérios de avaliação: processamento de negativos, controle químico do processo e treinamento de pessoal. Atualmente, existem 37 laboratórios cinematográficos, em 22 países, credenciados no Kodak ImageCare Program.

O especialista em telenovelas Mauro Alencar transformou o clássico “Selva de Pedras”, de Janete Clair, em romance. A adaptação dos 243 capítulos da novela será lançada pela Globo Marcas e Editora Globo.

Dez anos de reino animal Em cinco de outubro, o canal Animal Planet celebrou dez anos de existência na América Latina, com a mesma proposta que tinha em seu lançamento: mostrar a vida animal. Lançado em 1996, em Londres, o canal é o resultado de uma associação entre a Discovery Communications e a BBC Worldwide. No Brasil, o Animal Planet chega a 2,5 milhões de lares, totalizando cerca de 14 milhões de domicílios nos mais de 30 países latino-americanos. Segundo o gerente de programação da Discovery Networks Brasil, André Rossi, de 2001 a 2006, no público de 18 a 49 anos, a audiência do canal cresceu 192%. Para a comemoração, o canal estréia, em outubro, programas para incrementar a “As Aventuras de Bindi”: atração grade da segunda-feira, como a nova faz parte do novo bloco de temporada de “No Reino dos Suricatos” e a estréia programação do Animal Planet. dos documentários sobre história natural “Zona de Combate” e “Europa Selvagem”. Em novembro, o canal estréia uma faixa de programação criada especialmente para o público de 8 a 12 anos da América Latina, com programas como “As Aventuras de Bindi”, que tem como apresentadora Bindi Irwin, filha do ambientalista australiano Steve Irwin, o “Caçador de Crocodilos”. Segundo André Rossi, essa faixa etária tem características muito peculiares. “Apostamos muito na audiência e no potencial comercial deste bloco de programação”, diz. O bloco exibirá ainda as novas séries “Duro na Queda”, “A Fazenda Potlach” e “Animal e Radical!” e contará com um pacote gráfico novo, desenvolvido pela própria equipe de criação do canal.

No mar da Austrália A série de animação “Princesas do Mar”, co-produzida pela brasileira Flamma Filmes, a australiana Southern Star e a espanhola Neptuno Films, chegou ao outro lado do oceano. O desenho estreou no Channel 7, da Austrália, e deve passar em breve no canal Kika, da Alemanha. A série, de 52 episódios de 12 minutos, ainda não tem previsão de estréia no Brasil. Os storyboards e a dublagem foram realizados na Austrália, enquanto a trilha sonora e a finalização foram produzidas em Barcelona, na Espanha. O Brasil foi responsável pela criação dos personagens e aprovação dos roteiros. 8

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Painel reuniu publicitários para discutir novas plataformas no ambiente da criação.

O mito da multiplataforma O surgimento das novas plataformas parece não assustar publicitários de algumas das maiores agências do País. Seguros de que as agências tradicionais não perderão terreno para agências segmentadas, como as de Internet, alguns vêem as mudanças da mesma forma como aquelas que aconteceram no passado, quando se achava que novos meios destruiriam os antigos. “O mito do momento é a multiplataforma”, diz Silvio Matos, da agência MatosGrey, durante o painel “Criação Brasileira na Hora da Verdade – As Novas Fórmulas do Processo Criativo num Ambiente Multiplataforma”, realizado durante o , evento do setor publicitário. Ao contrário das agências tradicionais, Pedro Cabral, da Agência Click, especializada em Internet, discorda que a multiplataforma seja apenas um mito. “O hábito do consumidor mudou. Hoje o público está mais fragmentado e ‘multitask’, e isso muda também os hábitos de mídia”, diz. Segundo o presidente da DM9DDB, Sérgio Valente, poucas agências que decidiram segmentar os seus negócios (criando agências focadas apenas em Internet, por exemplo) deram certo, e afirma ainda que a agência deve estar preparada para criar, independente da plataforma. “Acreditamos em trazer para dentro da agência as novas plataformas e usar o nosso pessoal de criação”, disse. “É preciso parar de olhar a plataforma para olhar o produto”. Matos defende a posição das agências tradicionais e completa com uma comparação com as preferências do cliente. “O mito não é ruim, mas convença o Samuel Klein a colocar o produto dele na Internet e tirar da Globo”, provoca. “O modelo tradicional não vai acabar. O que vai haver é uma compensação de mercado, como já aconteceu no passado”, conclui.

A TV Alterosa (afiliada do SBT em Minas Gerais) e a Companhia de Imagens e Sons (Cisup) lançaram uma nova revista eletrônica voltada para o público feminino. O programa diário “Feminina” discute o dia-a-dia da mulher moderna, com matérias sobre moda, decoração veterinária, sexologia, astrologia, artesanato, nutrição e outros. O programa, exibido às 13h25, é o segundo da parceria entre a TV e a Cisup, responsáveis TV Alterosa estréia “Feminina”, produção independente para mulheres. também pelo dominical “Viação Cipó”.

Compras com Globosat Na busca para atingir o consumidor, onde quer que ele esteja, surge no Brasil mais um serviço de mídia indoor. Trata-se de um projeto da CerejaPRN – jointventure entre a empresa de mídia digital Cereja Digital e a Premier Reail Networks, subsidiária da Thomson S.A., rede de mídia digital de varejo – para a veiculação de conteúdo e publicidade em TVs dentro de hipermercados. A rede Carrefour foi a primeira a comprar a idéia. Além de veicular comerciais (que devem ocupar cerca de 50% da grade de programação), o serviço conta com programação da Globosat. A programadora fornece conteúdo de seus canais com edição customizada (pílulas de até 90 segundos) e fica responsável pela comercialização da publicidade. Hipermercados Carrefour terão O conteúdo da Globosat a ser utilizado inclui pílulas rede de mídia indoor com com conteúdo de saúde, beleza, esportes, turismo, conteúdo Globosat. gastronomia e variedades. “Podemos, no futuro, produzir programas especificamente para a mídia”, diz o diretor comercial da Globosat, Fred Müller.

Conteúdo do céu De olho no nicho de mercado evangélico, a Rede Internacional de Televisão (RIT), do missionário RR Soares – também fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus –, lançou, em setembro, sua própria operação de DTH: a Nossa TV. A licença, obtida na Anatel no início deste ano, vale para todo o Brasil, mas inicialmente o serviço será comercializado em São Paulo, na capital e em algumas cidades do litoral e no Rio de Janeiro, na capital e nas cidades de Niterói e São Gonçalo. “Estamos voltados para este nicho evangélico, ainda inédito na TV por assinatura, e apostamos em nosso conteúdo para chegar a 52 mil assinantes nos próximos seis meses”, afirma o superintendente da Nossa TV, Geraldo Carlos dos Santos. Além dos canais evangélicos como o RIT e o RIT Notícias, a Nossa TV conseguiu fechar com os canais Fox, National Geographic e Fox Life; com a Band os canais Terra Viva, Band News e Band Sports; os canais TNT e CNN International, da Turner; os canais Disney e ESPN; e ainda boa parte dos canais da Discovery. Dos canais abertos, a Nossa TV carregará por enquanto apenas a Band. O satélite contratado para o serviço é o Galaxy 28, da Intelsat.

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foto: ALEX SOARES

Feminino independente


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FOTOs: divulgação

Cinema em páginas Com o objetivo de sistematizar e analisar políticas, modelos e estruturas atuais das indústrias cinematográficas, a editora Escrituras lança em 25 de outubro, durante a 31ª Mostra Internacional de Cinema, a coleção “Cinema no Mundo: Indústria, Política e Mercado”. Com organização de Alessandra Meleiro, a coleção está dividida em cinco livros Volume sobre América que mostram as transformações Latina da coleção política, econômica e “Cinema no Mundo”. mercadológica da indústria cinematográfica na África, América Latina, Ásia, Estados Unidos e Europa. Os autores dos artigos distribuídos nos cinco volumes da coleção são acadêmicos da área de estudos de cinema, analistas, pesquisadores e consultores em economia política do cinema como Octavio Getino (da Argentina), Janet Wasko (EUA), Manthia Diawara e Keyan Tomaselli (África), André Lange e Dina Iordanova (Europa), e Shujen Wang (Ásia).

User generated content no iG A partir do conceito criado pela Neogama/BBH “O mundo é de

quem faz”, o iG lançou, em outubro, o SHOWiG, conjunto de programas de variedades produzido a partir de conteúdo enviado pelos internautas. O projeto, concebido pela agência responsável pela conta do portal, tem a parceria da O2 Digital, braço de novas mídias da O2 Filmes, para a edição do material recebido. O conteúdo dos usuários deve estar dentro dos temas previamente estabelecidos pelo site. O SHOWiG levará semanalmente ao ar cinco atrações: “SHOWiG News”, “Diário da Bianca”, “Coisas para Saber”, “Fim de Festa” e “Melhores da Semana”. Os programas terão três minutos de duração, e estarão no ar de segunda a domingo, às 15h, durante cinco semanas. Ao término da programação, o iG, a Neogama/BBH e a O2 Digital selecionarão os quatro melhores conteúdos enviados para cada um dos programas, que serão premiados com um laptop. Além da exibição no site, o projeto prevê ainda um concurso cultural “Curtas SHOWiG”, cujo prêmio para o roteiro vencedor será a produção do curta-metragem pelo cineasta Fernando Meirelles. O evento de premiação dos melhores conteúdos do SHOWiG e do concurso de roteiros está previsto para o dia 28 novembro.

De cara nova O Universal Channel estreou sua nova identidade visual, que inclui mudanças na logomarca, nas vinhetas e nas chamadas. Com o novo projeto gráfico elaborado pela norte-americana NailGun, a programação visual do canal passa de 2D para 3D. O novo layout será adotado em todos os países da América Latina que distribuem o Universal Channel. Além da identidade visual, o canal também anunciou seu reposicionamento e lançou uma nova campanha. Criada pela agência Script, a campanha partiu do novo conceito do canal: “Universal Channel: Instigante”. As chamadas e vinhetas foram produzidas pela Youle Filmes.

Parceria pelo conteúdo

Lançamento da TV Globo Portugal, na Estação do Rossio, em Lisboa.

Globo lusitana A Globo lançou em 1° de outubro o canal TV Globo Portugal, com grade de programação específica para o país. Ele foi lançado no canal 80 do serviço digital da TV Cabo na categoria Premium, assim como o canal de futebol Premiere Futebol Clube. A grade de programação, diferente daquela disponível na TV Globo International, é constituída de programas da TV Globo e dos canais Globosat, como talk-shows, mini-séries, novelas, informação, programas infantis, documentários, esportes, música e humor. O canal, transmitido por satélite e cabo, estará aberto durante o mês de outubro para clientes dos serviços digitais da TV Cabo. De novembro em diante, ele estará apenas no pacote Premium.

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Com o objetivo de tornarem-se mais completas, as produtoras Estação 8 e Gata Cine firmaram uma parceria em setembro. Enquanto a Estação 8 traz sua experiência em trabalhos para publicidade, TV e novas mídias, a Gata Cine chega com dramaturgia – documentários, longas e curtas-metragens. Sandra Jonas, da Estação 8, Rodrigo Tavares, Sandra Jonas e Marcelo passa a contar também com os Galvão: parceiros de produção sócios da Gata Cine Marcelo Galvão e Rodrigo Tavares. Galvão entra em seu time de diretores de publicidade e projetos customizados, e Tavares atua como diretor de arte gráfica. O primeiro trabalho em parceria é um projeto de branded entertainment em formato de docu-drama para a TV.

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(figuras )

Personagem do cinema baiano

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Foto: divulgação

m 1957, o cineasta baiano Roberto Pires pediu autorização para o então governador da Bahia, Antônio Balbino, para rodar algumas cenas no espaço onde o Teatro Castro Alves estava sendo construído. Balbino autorizou, desde que um funcionário da Secretaria de Vias e Obras Públicas, mais especificamente um eletricista, acompanhasse o trabalho. A pessoa designada para acompanhar as filmagens de “Redenção” (1959), um dos marcos iniciais do cinema na Bahia, foi Roque Araújo. Formado eletricista industrial em uma das primeiras turmas do Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai), ele estava locado nas obras do famoso teatro. Eu é que coloquei o primeiro ponto de luz para a construtora Odebrecht começar a obra. Tempos depois, o mesmo diretor filmava “A Grande Feira”, no mesmo espaço. E mais uma vez Roque Araújo foi o eletricista. Pouco depois, o diretor Luiz Paulino se desentendeu com atores de seu filme, que foi assumido pelo então produtor executivo Glauber Rocha. O filme era “Barravento” e o que se seguiu foi o início de uma bela amizade. Comecei como eletricista e terminei como diretor de fotografia, em “A idade da Terra”. Nos filmes dele fiz todas as funções, cheguei até a guardar os talões de cheque e várias coisas secretas de Glauber já estiveram em meu poder. Acho que a única função que não fiz foi a de maquiador. Em 1963, ainda trabalhando na Secretaria de Obras, Araújo foi convidado por Glauber para ir ao Rio, acompanhar a montagem de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Deixei o emprego com um primo e fui. Já tinha participado de várias filmagens, incluindo “Seara vermelha” e o “Pagador de Promessas”, então já conhecia o Luiz Carlos Barreto [diretor de fotografia e produtor]. Quando cheguei ao Rio, ele me

Roque Araújo convidou para morar na casa dele. Morei oito anos na rua 19 de fevereiro, vi todos os seus filhos nascerem. Depois ele abriu a LC Barreto na Rua das Palmeiras e fui morar na produtora, para cuidar do equipamento. Foram 30 anos morando no Rio, com alguns intervalos internacionais. Atuou ao lado de Joel Barcellos no filme “Trópico”, do italiano Gianni Amico, o que lhe rendeu um convite para acompanhar uma equipe da televisão RAI ao interior do Brasil, onde filmaram índios por quase um ano. Durante outro período, viveu na França. Tenho o prazer de ter participado do primeiro filme de vários diretores, como Francisco Ramalho, Bruno Barreto, Walter Lima Jr. Nos créditos de filmes, seu nome ainda aparece como compositor de trilhas sonoras originais. Na década de 1970, a experiência vivida no cinema foi canalizada para a defesa dos direitos dos profissionais de cinema. Ao lado dos atores Otávio Augusto e Francisco Milani, além de vários outros atores e técnicos cinematográficos, fundou o Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Diversões (Sated) do Rio de Janeiro em 1974. Trabalhamos pela regulamentação da profissão de artista e técnicos e finalmente

Comecei como eletricista e terminei como diretor de fotografia, em “A idade da Terra”

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foi assinada a lei 6.533. Na assinatura do documento, constam as assinaturas do ministro do Trabalho Arnaldo Prieto, do presidente Ernesto Geisel, de Grande Otelo e a minha. Em 1981, a Condecine alterou a regulamentação da área de cinema, passando a considerar o setor como indústria. Com isso, a categoria dos técnicos cinematográficos não se encaixava mais no Sated, que pertencia a outro grupo de profissões. Por isso, Araújo encabeçou a fundação da Associação dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica, em 1985, que em 1988 foi transformada em Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica (Stic). Foi uma briga com o Sated, que não queria a separação, mas conseguimos. Enquanto isso, sua atuação em audiovisual continuava, tanto em filmes como em programas para a TV. Em 1993, cansado da vida sindical, decidiu voltar para a Bahia. O diretor da Diretoria de Imagem e Som (Dimas) da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Fundac), José Walter Lima, me convidou para ser coordenador de Cinema e Vídeo, onde estou até hoje. Guardião de todo o material filmado de “A Idade da Terra”, de Glauber Rocha, Roque Araújo compôs o documentário “No Tempo de Glauber”. Originalmente, o filme teria quatro horas e meia. Ele pretendia fazer uma segunda parte, chamada de “Cristo no Terceiro Mundo”. Mas como não conseguiu, me deu o material e me disse que eu poderia vendê-lo, para ganhar algum dinheiro. Nunca fiz isso. Guardei todo o material comigo e depois usei no meu documentário. Longe de pensar em se aposentar, Roque Araújo trabalha em vários projetos. Tenho um documentário chamado “Caminho da Perdição”, sobre reformatórios, e outro sobre os orixás no dia-a-dia. Já filmei grande parte de um trabalho sobre o universo das máscaras, em vários locais do Brasil. Só faltam os índios marajós, da Ilha de Marajó, mas acho que vou acabar assim mesmo... (Lizandra de Almeida)


Profissionais em movimento

Com uma coleção de trabalhos para grandes anunciantes, chega à Bossa Nova Films a diretora Ivy Abujamra. Com passagens pela Film Planet e Republika Filmes, a diretora tem em seu currículo a direção de comerciais para campanhas nacionais e filmagens internacionais, para clientes como Procter & Gamble e Schincariol.

A TVO, mídia digital da Mixer instalada em frotas de ônibus de São Paulo, recebe o reforço de seis novos profissionais. Cíntia Lopes foi contratada como coordenadora de operações, Márcio Duarte como coordenador administrativo e Carolina Assis como assistente comercial. Os profissionais Tomazo Maffei, Alessandra Ayub e Carina Watanabe chegam como executivos de negócios.

Produtora aumenta equipe

A Inutilia Truncat 3D, de Paola Gasparini, ganhou dois novos associados: Lawrence Tan e Allan Nielsen. Com a novidade, a produtora passa a se chamar IT Studio e começa a oferecer, além da animação 3D, o serviço de ilustração em 3D integrada com fotografia. Lawrence Tan é especialista em criação e animação de personagens em 3D. Seus trabalhos vão de vinhetas e aberturas de programas para a TV a filmes para anunciantes como Fiat, Skol, Itaú, Petrobrás e Grendene. Alan Nilsen trabalha como fotógrafo há 15 anos, realizando trabalhos publicitários e editoriais em agências.

Fotos: divulgação

Campanhas globais

Rose Bichara

Elisa Gigli

Cíntia Lopes, Márcio Duarte, Carolina Assis, Tomazo Maffei, Carina Watanabe e Alessandra Ayub.

Novos associados

Staff renovado A Estação 8 contratou duas novas profissionais para a sua equipe. Chegam à produtora a coordenadora de produção Rose Bichara e a gerente comercial Elisa Gigli. Rose começou sua carreira na Station, para depois atuar na Pan Filmes e na Tabasco, onde atendeu as Lojas Americanas. Elisa, que atua na área de comunicação há 18 anos, foi atendimento de agências como JWT, Lew Lara, FCB e Publicis e passou pelas produtoras Espiral Filmes, TV Zero e Made to Create. Antes da Estação 8, a nova gerente atuou como coordenadora de atendimento da produtora Gata Cine.

A Giovanni+DraftFCB recebe novos profissionais em diferentes áreas da agência. No atendimento, passam a integrar o time Bernardo Bouças (ex-Binder), na equipe de Mauro Silveira, para atender Habib’s e Disney; e Luciana Figueiredo (ex-Reciclo Comunicação) no grupo de Geraldo Mosse, responsável pela conta regional da Fiat em Belo Horizonte. A agência também contrata Tulio Paiva para o cargo de diretor de criação digital. Paiva tem passagens pela AgênciaClick, Bullet Promoções e Grottera Comunicação. Tulio Paiva Além de Paiva, a Giovanni+Draftfcb investe na criação com a promoção dos estagiários Guilherme Aché e Tiago Pinho. Guilherme é o novo redator júnior e Tiago o novo diretor de arte júnior. A dupla se reporta a Sidney Araújo e Ricardo John.

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Experiência internacional Romi Azevedo chega para assumir o novo cargo estratégico da Rain: diretora de marketing internacional. A executiva será responsável pelo gerenciamento do portfólio das marcas e o desenvolvimento de parcerias internacionais estratégicas. Sua experiência profissional mais recente foi como vice-presidente da área de marketing e comunicações do Imax Corporation, onde atuou durante quatro anos no gerenciamento da imagem da marca em 38 países. Romi atuou ainda na StarMedia Network, onde desenvolveu programas de marketing para 13 marcas da empresa; na USA Brasil (joint venture entre USA Network e Globosat); e na New Line Cinema e Overseas Filmgroup.

De mudança O diretor de cena da Margarida Flores e Filmes Gustavo Tissot mudou-se da unidade da produtora em Porto Alegre para Curitiba. Na Margarida desde 2006, Tissot chega em Curitiba para desenvolver projetos nacionais e internacionais nas áreas de branded entertainment, filmes publicitários e projetos de cross media. Com dez anos de experiência na direção de filmes publicitários, Tissot tem em seu currículo, entre outros trabalhos, a produção de conteúdo para a creative agency LiveAd.

Novidade na pós-produção Ronaldo Lopes foi contratado como atendimento do departamento de pós -produção da O2 Filmes, comandado por Tamis Lustre. Entre outras produtoras, Lopes tem passagem pela GP2.

Agência contrata

Luciane Nery

Andrea Lang

nova diretora de arte da Y&R. Com experiência nas agências MacBBS/ Fabrica do Site e DPZ, a profissional chega para reforçar a equipe de criação dirigida por Tomas Lorente.

A equipe de atendimento da TBWA\BR

ganhou o reforço de três gerentes: Ana Randal chega à agência para atender a conta da Gafisa, após passagens pela área de prospecção, desenvolvimento de novos clientes e atendimento a clientes em agências de Fortaleza como Portal Verdes Mares, Verve Comunicação e outros. Além de Ana, Aline Pampalon, que já atuava na agência, foi promovida a gerente de atendimento para a marca. Luciane Nery foi promovida a gerente na conta do grupo Alphaville Urbanismo. A equipe do setor imobiliário é comandada pela vicepresidente de atendimento Andrea Lang.

Com a proposta de trazer mais criatividade e

inovação para a Oca Filmes, chega à equipe da produtora o diretor de arte, ilustrador e designer Eduardo Schaal. O profissional, que chega para ocupar a direção de arte, já atuou na Trattoria, onde também era responsável pela direção de arte e computação gráfica, e no estúdio de animação HGN, além de ter dado aulas na Escola Pan-Americana de Arte e na Fábrica de Quadrinhos.

Sob nova coordenação A redatora Valéria Portella chega à Porto Alegre para coordenar a criação da QG Sul. A profissional, ex-Talent, tem em seu currículo trabalhos para clientes como Banco Real, Sony Ericsson, Unilever, Estadão, Net e Alpargatas. Como escritora, Valéria escreveu “Ana Vai e Vem”, em 2006, e “Pais e Filhos Conectados”, a ser lançado na próxima Feira do Livro de Porto Alegre.

Jill Grinda é a nova diretora de distribuição mundial do canal EuroNews. A executiva, que está baseada em Paris, atuou nos últimos dois anos, como diretora regional da Europa e Ásia do canal Al Jazeera English. A diretora também trabalhou no canal CNBC Europe, como diretora regional de distribuição, e no lançamento e distribuição do Bloomberg Television na Ásia. 14

Aline Pampalon

Reforço na área imobiliária

Distribuição internacional

Fernanda Fajardo é a

Ana Randal

Em busca de inovação

Nova diretora de contas A FabraQuinteiro tem uma nova diretora de contas. Com 13 anos de experiência e passagens pela GAD Desing, Talent e CPFL Energia, Ismariane Tafarello Zanetti assume as contas de Nadir Figueiredo, Norsal, Grupo Kallas, Schering-Plough e Hypermarcas.

Fotos: divulgação

( figuras )

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DM9 É DDB

A cidAde em tempo reAl.

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( capa )

André Mermelstein

a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

A TV do usuário Com a evolução das plataformas de distribuição, conteúdos premium ganham espaço nas telas não-tradicionais, e os grandes players entram de cabeça nas novas mídias.

N

o início eram os vídeos curtos, de poucos segundos e com péssima qualidade. Com o tempo, e o aumento no volume e na qualidade das conexões de Internet, este conteúdo foi ganhando corpo, e em 2007, ao que parece, chegou definitivamente a hora do conteúdo de qualidade se “libertar” de suas plataformas convencionais, como a TV aberta, a TV por assinatura e o vídeo. O conteúdo premium (séries de TV, filmes, animações e shows) chegou de vez às novas mídias. No mundo todo vêm surgindo serviços que oferecem conteúdo de qualidade para download ou streaming, em diferentes modelos de negócio, que vão do 100% gratuito para o assinante, bancado por publicidade, como é o caso do mais citado de todos, o Joost, ao modelo pago, similar ao home-video, como fazem o iTunes, Jaman e Unbox (Amazon). Mesmo o YouTube, conhecido pelos conteúdos gerados por usuários, de qualidade duvidosa, vem costurando parcerias para oferecer conteúdo de alto nível. No Brasil, a maioria dos serviços de vídeo, sejam dos portais de Internet ou dos canais de TV, vêm optando pelo modelo gratuito, sem descartar conteúdos pagos no futuro próximo. A exceção é o recém lançado e-onde, que se apresenta como uma locadora virtual. A tabela na página ao lado mostra alguns destes serviços e o modelo que adotam. Além da banda larga, outras plataformas vêm surgindo com alta capacidade de oferta de conteúdo audiovisual. É o caso da IPTV e da terceira geração da telefonia celular

(3G), com lançamento previsto para o final deste ano. Mas o que vem se chamando de TV 2.0 é mais que o vídeo na Internet e em outras plataformas. O conceito está mais ligado às novas possibilidades de experiência do espectador com o conteúdo. São idéias como a não-linearidade (poder assistir aos conteúdos no momento em que quiser, sem depender de uma grade de programação), a multiplicidade de

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plataformas (escolher se quer o conteúdo no PC, na TV, no celular, no iPod etc), e a possibilidade de exploração do “long tail”, os nichos de conteúdos que, até o surgimento das atuais plataformas, não tinham espaço nas grades de programação ou nas prateleiras das videolocadoras, e que emergem hoje como um importante filão. Um exemplo de aplicação 2.0 é o


Novos modelos Estas características trazem impactos a todos os envolvidos na cadeia do audiovisual. Para as emissoras de TV, podem representar uma ameaça ao modelo tradicional, mas também uma forma de explorar seus conteúdos em horários e de formas alternativas, obtendo inclusive novas receitas publicitárias. Para os estúdios, é uma forma de chegar diretamente ao espectador, sem tantos intermediários, e também de aumentar a vida útil de suas

“Na minha posição, tenho que acreditar que estas plataformas serão viáveis em algum momento. Mas hoje nosso olhar é principalmente estratégico”

do serviço trabalha com dezenas de fornecedores de conteúdo, e consegue faturar juntando pequenas receitas de cada um. Para um produtor com poucos títulos, no entanto, o negócio pode acabar “queimando” uma janela de exibição, sem uma remuneração atraente. O pior, revela um distribuidor ouvido por TELA VIVA, é que a própria Ancine não está preparada para este modelo. “Se eu quisesse colocar todo o meu conteúdo à disposição para download, teria que pagar a Condeci­ne Título para cada um deles como se estivesse sendo exibido em uma mídia tradicional. Só o custo disso já inviabilizaria o negócio”, calcula.

FOTO: divulgação

DVR, o gravador de vídeo digital, já conhecido há alguns anos do público norte-americano. Embora use uma plataforma tradicional (a TV por assinatura), o aparelho muda a forma de ver TV, pois cria efeitos de “timeshifting” (ver o programa no horário desejado), permite avançar nos comerciais, pausar a programação ao vivo... Dá, enfim, poder ao usuário. Embora esteja no mercado há alguns anos, o DVR vem tendo uma explosão de uso nos EUA. O número de usuários passou de cerca de 6% da base de assinantes no ano passado para 20% em setembro deste ano. No Brasil, o sistema ainda tem números modestos, sendo comercializado hoje apenas pela Sky, já que a TVA descontinuou sua oferta temporariamente. Outro serviço que roda em cima de uma plataforma convencional, o cabo, é o video-on-demand (VOD). Nos EUA, ainda, o serviço vem tendo forte expansão, com 60% de penetração na base de assinantes digitais em 2006 e grande crescimento de receita (ver Gráficos 1 e 2 na próxima página). Por aqui, a única experiência de VOD fora da Internet é o serviço de IPTV da Brasil Telecom, o Videon (ver matéria em TELA VIVA 175), que oferece, através de um set-top box dedicado, conectado à rede ADSL+, um catálogo de aproximadamente 500 horas de filmes, séries e outros programas. A Oi (Telemar) já anunciou para os próximos meses um serviço similar.

Carlos Sanchez, da Warner Bros

produções, com mais uma janela de exploração. Para os produtores independentes, pode ser uma forma de distribuir seus conteúdos mais flexível e aberta que a tradicional. Finalmente, para os usuários, significam liberdade de escolha e acesso a conteúdos antes não disponíveis. Para que tudo isso se concretize, falta uma disseminação maior da tecnologia (acesso) e, principalmente, definições mais claras dos modelos de negócio. Seguramente a maior parte dos serviços que estão surgindo hoje desaparecerão nos próximos meses, seja por falta de conteúdos atrativos o suficiente para agregar uma massa de usuários, seja por um modelo de negócio que não remunere o conteúdo. No caso da produção independente, o chamado dos provedores de serviço pode soar como um canto de sereia, mas o modelo oferecido nem sempre compensa. Ao contrário das mídias tradicionais, os serviços de video-on-demand não adquirem programação, mas trabalham com o conceito de divisão de receitas (revenue share). Ou seja, a cada real ganho com a exibição de um determinado filme ou programa, uma parte fica com o prestador do serviço e outra parte vai para o produtor. O problema é que o prestador

Excesso No meio de tanta oferta, como garantir um volume de público que atraia anunciantes e gere receitas significativas? O diferencial, acreditam os especialistas ouvidos por TELA VIVA, são a marca forte e o conteúdo de qualidade. O serviço Babelgum (EUA), por exemplo, para atrair a atenção (e espectadores), associou-se ao diretor Spike Lee e promove um prêmio de cinema online, com voto dos internautas e de profissionais de cinema. Já o Joost ganhou fama antes mesmo de ser lançado, por usar uma tecnologia exclusiva de transmissão peer-to-peer e também por ser cria dos inventores do Skype. Outros ainda, derivam de

Serviços de vídeo e seus modelos de negócio Modelo

Pago

Gratuito

Download

iTunes, Jaman, Unbox (Amazon), Vudu, e-onde

Vuze

Streaming

Jalipo, Brasil Telecom (IPTV)

Joost, Babelgum, Terra HD, UOL, Globo.com, Record, Portacurtas, Curta o Curta, MTV Overdrive...

Obs: Alguns destes serviços não estão disponíveis para o Brasil, como o iTunes (para conteúdos pagos) e o Unbox. Outros como o Jaman, veta determinados conteúdos para certas regiões, por questões contratuais de proteção de territórios.

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( capa ) players tradicionais da mídia ou da Internet, como a Amazon e seu serviço Unbox, ou os grandes portais e redes de TV. No Brasil, os principais broadcasters perceberam que é melhor oferecer eles mesmos seus conteúdos, antes que as pessoas os obtivessem em outros lugares. Assim, a exemplo do que acontece com os radiodifusores norte-americanos, Globo, Record, Cultura e outros estão transformando seus sites em verdadeiros portais de vídeo, onde programas inteiros como novelas e jornais podem ser vistos na íntegra, horas após sua exibição na TV. O movimento é mais estratégico que econômico, revela fonte de um importante broadcaster, já que a emissora ainda não obtém receitas importantes com o serviço. Mas os executivos não descartam faturar bem com o serviço (em publicidade) num futuro próximo. O Brasil parece distante de toda esta realidade. Falar em “fragmentação das mídias” em um país no qual uma única emissora detém 60% do share de audiência soa estranho. Mas o acesso ao PC a à Internet vêm crescendo em ritmo forte no país, e certamente as novas gerações dividirão seu tempo (e seus gastos) entre diferentes formas de receber conteúdos. A venda de computadores baterá o recorde de mais de 10 milhões de unidades em 2007, ultrapassando pela primeira vez a venda de televisores (embora a base instalada destes permaneça bem maior), e a Internet vem crescendo rapidamente como mostram os Gráficos 3 e 4, na página 20. Para a pesquisadora do Instituto Nokia de Tecnologia Thais Waisman, responsável pela área batizada de “social urban needs”, o fato das pesquisas apontarem estabilidade no número de TVs ligadas no país não significa muita coisa. “A TV está ligada, mas o que o jovem está fazendo? Pode estar jogando um game, ou navegando na Internet enquanto ouve o noticiário”, diz. Ela

de crianças acessando a Internet, segundo a MídiaClick. E a criança brasileira passa 15h25 mensais conectada, quatro horas a mais que as americanas, um recorde mundial.

Gráfico 1

gastos com vod nos EUA - projeções (em US$ bilhões)

4,3

3,57

2010

2011

2,99

2009

2007

2,5

2008

2,1

1,7

2006

4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0

Fonte: PricewaterhouseCoopers

fonte: PricewaterhouseCoopers explora o conceito de Geração 1,7 contra Geração 5,4, criado pelo publicitário Martin Lindstorm. Enquanto a geração dos pais atuais consegue prestar atenção em 1,7 dispositivos ao mesmo tempo, os mais jovens podem fazer uso de mais de cinco aparelhos simultaneamente. O país, aliás, já tem mais de 1,7 milhão

Gráfico 2

usuários de vod nos eua (% dos assinantes de cabo digital) 60

60 50 40 25

30 20 10 0

2004

2006 Fonte: Leichtman Research Group

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Proteção Para os donos dos conteúdos pagos, um dos principais motivadores atuais da colocação de produções na Internet, mais que os ganhos imediatos com vendas online, é a proteção. “Na minha posição, tenho que acreditar que estas plataformas serão viáveis em algum momento. Mas hoje nosso olhar é principalmente estratégico”, revela Carlos Sanchez, diretor executivo de distribuição digital para a América Latina da Warner Bros. O raciocínio é simples: os consumidores terão acesso aos conteúdos de uma forma ou de outra (pela pirataria ou por vias legais). Melhor, então, que seja legalmente. “Se queremos que o consumidor tenha acesso legítimo ao conteúdo, temos que oferecê-lo. Senão, ele vai para a pirataria”, conta Sanchez. “Tenho que ter o produto no ar, até para justificar, para dizer que ele tem uma opção ao produto ilegal”, completa. Hoje, a Warner distribui seu conteúdo no Brasil pelo e-onde (www.eonde.com.br). Se a idéia é afastar o usuário da pirataria, o serviço dificilmente terá sucesso. Para baixar, por exemplo, o blockbuster “300”, com Rodrigo Santoro, o usuário desembolsará cerca de R$ 45. No dia da pesquisa, o mesmo DVD, em suporte físico, podia ser comprado na Americanas por R$ 29,90. Outros títulos, como “Os Infiltrados” ou “Superhomem, o Retorno” saem por volta de R$ 25. A Warner vem negociando com outros provedores de serviço no Brasil a colocação de seus conteúdos. Os modelos podem variar em cada caso. “Temos conversa tanto para sell-through (venda) quanto streaming on-demand. Nos interessa


“O mercado publicitário está maduro e pede conteúdos de qualidade na Internet”

FOTO: marcelo kahn

trabalhar os dois modelos, como é com o DVD no mundo físico, em que a venda e a locação se complementam”, conta Sanchez. Exclusividade, aliás, é uma palavra ainda não incorporada ao vocabulário da TV 2.0. “Temos apenas alguns pré-requisitos de segurança que os provedores têm que cumprir, mas estamos dispostos a falar com muitos parceiros”. Para a Warner, aliás, quanto mais provedores distribuindo seus conteúdos, melhor. O diferencial, diz Sanchez, será no serviço de cada um, no valor que agregar ao conteúdo. “O iTunes, aqui nos EUA, por exemplo, tem um ótimo sistema de recomendações, baseado nas minhas escolhas anteriores. Isso me estimula a consumir mais”, diz. O executivo, aliás, dá um recado aos brasileiros: “Acho que é o momento das empresas locais

Sandra Pecis, do Terra

investirem nessas plataformas, enquanto os gigantes mundiais como Amazon e iTunes (Apple) não prestam o serviço aqui. Para eles é muito fácil, porque nem precisam de presença física, e podem entrar no mercado a qualquer momento.” Em relação à proteção para o conteúdo, através dos sistemas de DRM (Digital Rights Management), Sanchez critica os que dizem que isso restringe a circulação de produtos. “Hoje tem muito site oferecendo música sem DRM. Mas música é outro mercado, o cara ouve inúmeras vezes. Vídeo não é assim. Para nós, o DRM cria opções, permite modelos de negócio diferentes, de venda, locação.

É como com o DVD, em uma mesma plataforma você dá várias opções ao usuário”, diz o executivo. Quanto ao impacto que as novas plataformas terão na cadeia atual de distribuição, Sanchez se mostra tranqüilo. “Acharam que a TV ia matar o cinema, e não matou. Ainda temos a necessidade da experiência coletiva. Depois veio o VHS, e também não acabou com o cinema. Acho que quando há mais opções, o bolo da indústria cresce como um todo”, afirma Sanchez. Na web Os portais de Internet, com sua vocação natural para atrair grandes massas de audiência, estão apostando nos conteúdos de vídeo para gerar

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( capa ) receitas e criar diferenciais. Para o Terra, 2007 é o ano do grande salto nos serviços de vídeo. O portal aposta no vídeo online há alguns anos, com o Terra TV. “No começo as pessoas estranhavam uma TV na Internet, pois não havia muita banda”, conta Sandra Pecis, diretora de produtos, portal e inovação para a América Latina do Terra. Este ano, foi implantado o projeto de TV 2.0 do portal em todo o mundo. Se o foco anterior era mais no jornalismo e esporte (o que será mantido, com eventos como Copa América e Olimpíadas), este ano o Terra fechou seus primeiros grandes acordos em entretenimento, com estúdios Disney (para seriados como “Lost”), National Geographic, Discovery e Turner. Em setembro, o Terra lançou seu serviço de vídeos on-demand em alta definição. Foi pioneiro no uso do Silverlight, software lançado pela Microsoft para conquistar o mercado de players de vídeo online, hoje liderado pelo Flash. Os efeitos já são sentidos, conta Sandra. O tempo médio de permanência do usuário nos serviços de vídeo subiu de três para dez minutos por sessão apenas este ano. O modelo de negócios adotado pelo portal é o de oferecer o conteúdo gratuitamente, bancado por publici­ dade. “O mercado já está maduro, e pede conteúdo de qualidade para investir na internet”, afirma a execu­ tiva. “Isto não significa que não explo­ ra­remos outros modelos, como o download (pago) de filmes”, acres­ centa. Segundo Sandra, há uma alta receptividade do produto entre os anunciantes, e o serviço de vídeos do terra já tem cotas vendidas. “O anunciante já é familiarizado com a Internet e com a TV. Com o cresci­mento no número de usuários, é uma linguagem na qual ele se sente confor­tá­vel”, completa. O Terra tem 44 mi­lhões de usuários únicos na América Latina e gera 24 milhões de streamings de vídeo ao mês. Só o Terra TV tem 6 milhões de usuários na América Latina.

Gráfico 3

Gráfico 4

domicílios com pc e internet - brasil

penetração da banda larga - brasil

(em %)

40 35 30

37,3

40 35

31,9

30,4

(em % de usuários de Internet)

30

25

25

20 12

15

15

13

10 5 0 2005

32,6

35,6

24,1

20 15 10 5 0

2006 2007 Domicílios com computador Residências com Internet

2005

2006

2007

Fonte: Abinee, IDC, IT Data, e-Bit, GNETT/Ibope/NetRatings, operadoras, ABTA e Teleco.

Dados da MídiaClick corroboram a percepção da executiva. A publicidade na Internet brasileira cresceu 120% nos últimos quatro anos. Embora ainda seja pequena em relação à televisão aberta, já concorre com a TV por assinatura em níveis semelhantes. A nova plataforma de distribuição também traz um novo modelo de negociação do veículo, no caso o portal, com os provedores de conteúdos (estúdios), bem diferente da TV por assinatura. Enquanto nesta o conteúdo é vendido em uma base de assinantes/mês, na Internet é feita uma negociação por período de tempo. É uma cessão de direitos para “exibição”

online por um período determinado. No caso dos downloads pagos, o modelo pode ser o de revenue share, uma divisão da receita entre o veículo e o estúdio. O conteúdo independente terá espaço em um segundo momento. “Estamos atrás de conteúdos, mas compramos para toda a América Latina, então tem que ser algo que sirva a todos. Tem filme colombiano, tem produção do Terra na Espanha... No primeiro momento estamos adquirindo conteúdos de marca, porque serve para todos e atrai mais publicidade”, revela Sandra.

Estúdios renovados A nova onda do vídeo online faz com que os portais invistam também na modernização de sua infra-estrutura tecnológica. O iG promoveu recentemente a reestruturação do seu estúdio, núcleo de pós-produção e a implementação de um sistema de arquivamento digital, para atuar com tecnologia tapeless. O sistema, que teve projeto e implantação feitos pela AD Digital, foi desenhado para suprir o volume de produção e permitir agilidade e segurança aos conteúdos produzidos, tudo em um sistema com capacidade de expansão conforme a demanda. O projeto incluiu a modernização do estúdio com tecnologia Sony, central técnica, switcher e servidor de vídeo iDDR Turbo da Grass Valley. Para produções externas, foi adquirida a estação Anycast, da Sony, que trabalhará em eventos de campo como a SPFW, Morumbi Fashion, Fórmula 1, debates eleitorais etc. Para que as exibições possam ser feitas via web, a AD Digital implantou o encoder Niagara (View Cast). Para o arquivo digital a opção foi o sistema Digital Box.

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( mipcom ) Fernando Lauterjung, de Cannes

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O mundo em uma janela Com discussões sobre mídias emergentes, Mipcom mostra que o velho chavão “o conteúdo é rei” é mais atual que nunca. Novos conceitos de distribuição levam produtores e distribuidores a rever suas estratégias.

A

FOTOS: divulgação

presença brasileira é cada vez mais forte no Mipcom, um dos principais mercados de conteúdo para televisão do mundo, que acontece anualmente em Cannes, França. Nesta edição do evento, que aconteceu no início de outubro, pôde-se notar a afirmação das mídias emergentes e alguns reflexos no mercado de conteúdos. Em um dia dedicado às novas plataformas de distribuição, o Joost foi a grande estrela, cabendo a seu CEO, Mike Volpi, a palestra de abertura do dia. O aplicativo, que, segundo Volpi, já foi baixado por mais de 2 milhões de usuários, chegando a 100 mil downloads em uma única semana, é atualmente a mais difundida plataforma para conteúdo televisivo gratuito na Internet. Para o executivo, existem três tipos de conteúdos que podem fazer parte destas plataformas digitais: os grandes sucessos da televisão aberta ou por assinatura; conteúdos gerados pelo usuário, como acontece com o YouTube; e conteúdos que seriam populares se encontrassem uma plataforma de distribuição que ajudasse os usuários a encontrar estes conteúdos. Seriam, respectivamente, os “head content”, o “true long tail” e o “fat belly”. Segundo Volpi, a estratégia do Joost é ter os “head content” para atrair o público e ajudá-los a encontrar o que eles realmente querem ver: “the fat belly”. Assim como o Joost, todas as plataformas se apresentaram como

Velhos players discutem novas plataformas em Cannes.

soluções para os produtores e distribuidores de conteúdo. Para Gilles BianRosa, do Azureus, que vem difundindo a nova plataforma Vuze, de distribuição de conteúdos, os produtores devem buscar plataformas que ajudem a aumentar o acesso ao usuário e que permitam controle ao conteúdo. “A plataforma precisa ser aberta, contemplando qualquer modelo de negócios: VOD, aluguel ou venda de conteúdo”, finalizou. Falando pelo lado dos provedores de conteúdos, Simon Danker, da BBC Worlwide, diz que as novas plataformas, pelo seu perfil viral, ajudam a atingir um público maior. “Não espero que todo o mundo entre no site da BBC para buscar o conteúdo, por isso estamos no maior número possível de plataformas”, diz. Essa é também a

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aposta do Euronews. O canal de notícias europeu anunciou no evento um novo serviço chamado “No Comment TV”. Trata-se de um canal online que contará com pequenos vídeos jornalísticos sem narração ou qualquer tipo de comentários. Num primeiro momento, o canal estará disponível com exclusividade no YouTube. Após algumas semanas, estará também no site www. nocommenttv.com. A idéia é usar a plataforma do YouTube para trazer público para o serviço. Pelo lado dos produtores, nota-se que buscam uma forma de estar nas novas plataformas e, principalmente, ganhar algum dinheiro com isso. Para muitos, as novas plataformas representam uma maneira de recuperar o mercado perdido para a pirataria. “Temos que dar uma chance às pessoas para que paguem pelo conteúdo online” disse Tom Toumazis, da Disney-ABC. Para isso, segundo o executivo, a Disney está lançando conteúdos em sites ingleses 24 horas após a veiculação na TV norte-americana. Para alguns países, lançam com legenda em apenas quatro dias. A “pergunta de um milhão de dólares” é quando haverá um modelo realmente rentável. “Estamos fazendo diversas experiências com diferentes plataformas, mas não há um modelo de negócios para colocarmos nosso conteúdo mais valioso, como as séries do horário nobre ou os feature films. São produções muito caras”, disse John McMahon, da Sony Pictures. “A TV hoje tem a mesma qualidade do cinema. Há muita coisa acontecendo no background para garantir esta


qualidade”, completou Toumazis, da Disney. A publicidade nas plataformas emergentes também foi abordada no evento. Gilles BianRosa, do Azureus, acredita que a publicidade precisa ser diferenciada nas novas plataformas. “Se o comercial entretém o público, é tratado como conteúdo. Caso contrário, é considerado intrusivo”. Jonathan Sykes, do serviço Tiscali, concorda que o modelo de publicidade não deve ser igual. “Os anunciantes estão desesperados para saber o que funciona e o que não funciona”. Terra tupiniquim O Brasil começa a acordar para esta nova realidade. A distribuidora Elo Audiovisual, que já conta com um canal de filmes e outro de música brasileira no Joost, está buscando conteúdo no Brasil para um novo canal que deve lançar no serviço, dedicado ao universo de moda. A distribuidora de conteúdo representa o conteúdo da BL, produtora de Betty Lago, que fará parte do canal. Outro canal de música latina também deve ser lançado em breve.

ofereceu uma versão com três episódios de 90 minutos, contando apenas a última fase da série, centrada no seringueiro Chico Mendes. A grande novidade foram os documentários sobre a região amazônica, produzidos pela Central Globo de Jornalismo em parceria com a divisão internacional. “Queremos que a Amazônia seja o assunto da cidade durante o evento. A série, juntamente com os subprodutos que a acompanham, vem para fortalecer a marca da Globo e abrir novos mercados”, disse Correa. Também com a idéia de difundir sua marca e ser reconhecida como uma empresa de conteúdo, a Record oferecia em seu estande suas novelas. “Houve uma boa evolução da participação da Record no mercado internacional. Começamos a atuar há três anos, com apenas uma novela. Hoje vendemos oito títulos para 35 países”, diz Delmar Andrade, diretor de assuntos internacionais da Record. Long tail: a expressão da moda abre a possibilidade para aumentar a vida útil dos conteúdos. E é dentro desta filosofia que o SBT passou a ter suas antigas novelas, pré-acordo com a Televisa, representadas no evento. A Sato

Para Mike Volpi, do Joost, grandes sucessos da TV podem ajudar a difundir conteúdos segmentados.

Segundo Sabrina Nudeliman, a Elo está negociando para levar seus canais para outras plataformas semelhantes ao Joost. “A janela está sendo explorada paralelamente à da TV aberta, para que não inviabilize a distribuição do conteúdo em outras janelas mais valiosas”, explica. Com as novas janelas e o conceito de long tail, o velho chavão da mídia “conteúdo é rei” é mais atual que nunca. E a presença brasileira no evento devese muito a isto. A Globo, maior exportadora de conteúdo audiovisual do país, chegou com uma nova postura ao Mipcom. “Queremos deixar de lado a imagem de produtores e distribuidores apenas de novelas”, disse Raphael Correa Netto, diretor da Globo Internacional. Pela primeira vez a emissora do Jardim Botânico levou ao mercado internacional conteúdos exclusivos, criados apenas para os olhos estrangeiros. O estande da Globo no evento em Cannes foi decorado tendo como tema a série “Amazônia”. Além do conteúdo da série original, com 45 episódios de 45 minutos, a Globo

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Co, empresa de Nelson Sato, que vendia conteúdo, principalmente japonês, para a extinta TV Manchete, oferecia no evento títulos como “Os Ossos do Barão”, vendida para a RTP, de Portugal, e “O Direito de Nascer”, vendida para a Venezuela. “As novelas produzidas no Brasil com a Televisa só podem ser representadas no mercado internacional pela própria Televisa”, explica. “Mas estamos negociando para poder vendê-las também, mesmo que sem exclusividade”, completa. Sato prepara ainda a oferta de formatos do SBT, o que deve acontecer a partir do próximo ano.

A Globo teve estande temático para vender a série “Amazônia” e conteúdos exclusivos para o mercado internacional.

FOTOS: Tela Viva

( mipcom)

independente de televisão deve ter, em cerca de um mês, um novo mecanismo de financiamento. Trata-se da linha do Procult que o BNDES já anunciou que deve lançar no futuro e que financiará a contrapartida brasileira em co-produções internacionais, caso o projeto esteja fechado com alguma TV brasileira. Além disso, Dias afirmou que nos próximos eventos a ABPI-TV deve contar com representantes da televisão nas missões internacionais. O produtor referia-se à TV Brasil, que “já garantiu que terá quase duas mil horas de conteúdo por ano”. Trata-se de uma vitória importante para os produtores independentes, que têm dificuldades em conseguir uma televisão brasileira para sua contrapartida em co-produções internacionais. A festa da ABPI-TV contou ainda com representantes da Divisão de Promoção do Audiovisual (DAV) do Departamento de Cultura do Itamaraty. A divisão, criada há poucos meses, deve acompanhar algumas das viagens dos projetos exportadores do audiovisual apoiados pela Apex (Apro, ABPI-TV e Cinema do Brasil), conforme explicou Daniel Castanheira Pitta Costa, da DAV. Segundo ele, a divisão também vem trabalhando junto a embaixadas e consulados brasileiros para preparálas para a divulgação do audiovisual e até para receber eventos dos projetos exportadores do

Independentes Mais uma vez a ABPI-TV, associação dos produtores independentes de televisão, contou com estande no Mipcom (após uma ausência no MipTV, evento similar que acontece no primeiro semestre). Quinze produtoras estiveram presentes com projetos de co-produção e oferecendo conteúdos, prontos e em desenvolvimento, no mercado internacional. Em um coquetel oferecido a parceiros e potenciais parceiros, a associação comemorou sua evolução no mercado internacional. Fernando Dias, presidente da associação, comemorou junto aos convidados o fato de que o setor de produção

Independentes brasileiros abrem espaço no mercado internacional com a ajuda da Apex.

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audiovisual em cada país. Outra boa notícia para os produtores brasileiros foi a vitória da 2D Lab em um pitching de projetos de animação no Mipcom Junior, evento dedicado à programação infantil que antecede o Mipcom. O pitching, segundo André Breitman, da 2D Lab, contou com 200 projetos, dos quais cinco foram selecionados por um júri formado por profissionais de licenciamento. O projeto da 2D Lab foi uma série de animação apresentada no mercado internacional como “My Big Big Friend”, “O Amigaozão” no título em português. A série é co-produzida pela distribuidora canadense Breakthrough. “O pitching gerou massa crítica positiva para o projeto. Já fui contatado por uma TV de Israel e outra do Vietnã”, comemora Breitman. No Brasil, a série, que começa a ser produzida em 2008, já tem contratos com a TV Cultura e com a TVE. A série conta com 52 episódios de 11 minutos e conta a história de três crianças e seus amigos imaginários (um elefante, uma girafa e um canguru). Para André Breitman, trata-se de uma vitória para o Brasil. “Isto é fruto do trabalho brasileiro para buscar o mercado internacional”, diz. E completa: “levou três anos para o Brasil conseguir este tipo de parceria internacional e a tendência que agora ganhe volume”.



Os eventos mais importantes de 2008 têm data marcada. E uma assinatura comum: Converge Comunicações. WORLDWEB EXPOFÓRUM

Telecomunicações. Comunicação e Conteúdo. Tecnologia da Informação.

Fev

As três vertentes da convergência total de produtos e serviços fazem parte do nosso dia-a-dia há mais de 15 anos.

Dia

Brasília, DF. Auditório da Finatec/UnB 7ª edição. Principal encontro sobre tendências políticas e regulatórias do setor de telecomunicações e mídia.

Dias

São Paulo, SP. 2ª edição. Na esteira do sucesso da 1ª. Conferência Web 2.0, realizada em 2007, as implicações e a evolução da internet.

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Programe-se para estar conosco em 2008.

Mar Dias

5e6

Brasília, DF. Hotel Blue Tree 2ª edição. Encontro oficial da Associação Nacional das Operadoras Celulares, incluindo congresso e espaço de exposições.

EVENTO NOVO!

Dia

São Paulo, SP. Um debate pioneiro sobre as transformações na indústria de software e sua forte repercussão no orçamento e contração por parte das empresas.

Dias

São Paulo, SP. Centro de Convenções Frei Caneca 7ª edição. Maior evento latino-americano dedicado ao mercado de serviços de valor adicionado e serviços convergentes para dispositivos móveis.

2

13e14

Dias

3a5

São Paulo, SP. Centro de Convenções Frei Caneca 9ª edição. Maior mercado independente de conteúdos para TV da América Latina. O evento que colocou o Brasil no mapa-múndi da produção audiovisual.

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Abr

4

Dia

São Paulo, SP. 4ª edição. As novidades e diferentes características da prática que mais tem beneficiado empresas que querem competir no mercado global.

Dia

São Paulo, SP. 2ª edição. Uma visão sobre o gerenciamento de arquiteturas de TI, incluindo tendências e benchmarks, com os maiores nomes do mercado.

Dias

São Paulo, SP. 3ª edição. Discussão sobre as novas aplicações baseadas em IP e as alternativas de flexibilidade e aumento de produtividade para as empresas.

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Mai

20

Jun

25e26


Jul Dia

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Todos estes eventos são promovidos pelas revistas

São Paulo, SP. 3ª edição. O mais importante evento nacional sobre a Arquitetura Orientada a Serviços e seu impacto nas empresas.

Ago

Dia

21 Dias São Paulo, SP.

5e6

Seminário de Serviços Gerenciados de TI e Telecom

2ª edição. As novas maneiras de ver TV e de fazer negócios. A atuação dos principais grupos do segmento, o impacto das novas tecnologias e as tendências para as novas mídias, num evento internacional.

Set Dias

9a11

São Paulo, SP. Transamérica Expo Center 15ª edição do encontro oficial da indústria de TV por assinatura. Todo o mercado de triple play em três dias de exposição e congresso com mais de 12 mil participantes.

Dias

2e3

Rio de Janeiro, RJ. 8ª edição. Regulamentação, desafios e perspectivas de mercado no único evento brasileiro sobre a indústria satelital, que atrai participantes de todo o continente.

EVENTO NOVO!

Dia

São Paulo, SP. Um olhar pioneiro sobre as implicações da crescente demanda de empresas pelo gerenciamento externo de sua infra-estrutura de TI e telecom.

Dias

São Paulo, SP. 4ª edição. Dois dias de debates sobre o amplo cenário das soluções, serviços e produtos móveis e seu impacto no aumento de produtividade empresarial.

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Out 21e22

Nov

Dia

25 Dia

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São Paulo, SP. 2ª edição. Os maiores especialistas do setor debatendo a implantação do acesso sem fio no Brasil: o potencial do mercado, as implicações políticas, os desafios tecnológicos, a regulamentação e as novas soluções.

Informações 0800 014 5022 info@convergecom.com.br

São Paulo, SP. 2ª edição. Abordagem aprofundada e perspectivas do segmento que mais recebe investimentos em tecnologia da informação: o das operadoras de telefonia.

Para patrocinar 11 3138.4623 comercial@convergecom.com.br

www.convergecom.com.br

São Paulo, SP. 2ª edição. O grande e cada vez mais emergente afluxo de consumidores e sua repercussão nas empresas num seminário de forte repercussão.


( política) Samuel Possebon

s a m u c a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Saiu a TV Brasil Emissora pública nasce por meio de medida provisória. Diretoria e conselho curador, que são as principais instâncias decisórias da emissora, serão indicados apenas no começo de novembro.

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presidente e diretor geral são indicados pelo presidente da República. Mas se a TV Brasil pertencerá a uma empresa cuja maioria do capital (51%) é da União, se o grosso do orçamento vem de verbas da União e se a holding EBC continuará prestando serviços para o governo, ela é uma estatal? Sim. O que a diferencia é, supostamente, o conselho curador, que tem um caráter mais amplo, com 20 cadeiras, sendo quatro compostas por ministros de Estado, um representante dos funcionários e 15 membros indicados pelo presidente da República, pelo menos na primeira leva. O critério para estes nomes devem obedecer princípios de representação regional, diversidade cultural e pluralidade de experiências profissionais. Até o fechamento desta edição a lista não estava fechada, mas sabe-se que incluiria desde personalidades conhecidas até “cidadãos comuns”. O conselho curador é quem aprova as diretrizes dos trabalhos da diretoria. Também é o conselho quem aprova a linha editorial de produção e programação e se manifesta sobre sua aplicação. E, por fim, o conselho pode imputar de voto de desconfiança em relação aos membros da diretoria, forçando a sua demissão. FOTOS: Agencia Brasil

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oi dada a largada para a implantação da TV Brasil, que pretende ser a primeira rede nacional de TV dedicada à prestação deste serviço em caráter público, nos moldes do que é hoje a BBC no Reino Unido, ou a PBS nos EUA. O processo começou com a edição da Medida Provisória 398, de 10 de outubro de 2007. A MP cria a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), uma espécie de holding estatal que terá sob si a TV Brasil e manterá alguns serviços oficiais de notícias hoje realizados pela Radiobrás. A grande diferença da TV Brasil para outros exemplos de redes públicas/ estatais que se tem hoje no Brasil é, primeiro, seu orçamento, e depois a abrangência que se pretende dar à empreitada. O orçamento é de R$ 350 milhões, que virão do cofre do governo, por meio de dotação orçamentária. É o equivalente a metade do faturamento do SBT ou um pouco mais do que faturam redes como Bandeirantes ou Rede TV, e bem mais do que os R$ 160 milhões da TV Cultura. Mas é muito menos do que o orçamento de uma rede como a BBC, na casa dos R$ 15 bilhões. A TV Brasil espera ainda engordar suas receitas com publicidade institucional, venda de conteúdo e prestação de serviços para o próprio governo. Haverá um conselho de administração, cujos conselheiros serão indicados pelos acionistas. Por enquanto, como só o governo é acionista, é ele quem indica o conselho, que por sua vez indica a diretoria executiva, cujos

Independência A pergunta que mais se faz sobre a TV pública é se ela será independente do governo de plantão, se não será apenas mais um meio de comunicação “chapa-branca”. O ministro da O ministro Franklin Martins: equívoco ao exigir must-carry de todas as plataformas.

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Segundo Tereza Cruvinel, futura presidente, interferência pode ocorrer também na TV comercial.

Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, já disse a TELA VIVA que o risco de interferência é algo que existe em qualquer empresa jornalística. Já a futura presidente da TV Brasil, a jornalista Tereza Cruvinel, lembra, por exemplo, da interferência que pode acontecer em veículos comerciais em função dos interesses dos anunciantes. Além das obrigações constitucionais a que qualquer radiodifusor está sujeito, a TV Brasil tem outros dois preceitos estabelecidos na medida provisória que a cria: atuação de forma autônoma em relação ao governo federal para definir produção, programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão; e ter a participação da sociedade civil no controle da aplicação dos princípios do sistema público de radiodifusão, respeitando-se a pluralidade da sociedade brasileira. Além disso, a TV Brasil está obrigada por lei a oferecer mecanismos para debate público “acerca de temas de relevância nacional e internacional”; “desenvolver a consciência crítica do cidadão”; “fomentar a construção da cidadania, a consolidação da democracia e a participação na sociedade, garantindo o direito à informação do cidadão”; “cooperar com os processos educacionais e de formação do cidadão”; “apoiar processos de inclusão social e socialização da produção de conhecimento”; “buscar excelência em conteúdos e linguagens e desenvolver


Comando Uma das incógnitas sobre a TV pública é qual será o caráter de sua programação, já que, apesar de ser

formada pela fusão entre Acerp (TVE) e Radiobrás, pouco da diretoria da Radiobrás e nada da diretoria da TVE podem ser vistos na atual diretoria da TV Brasil. A presidente será a jornalista Tereza Cruvinel. Como diretor geral, está Orlando Senna. A diretoria administrativa será ocupada por Delcimar Pires, assessor da Presidência, atualmente assessorando o ministro Franklin Martins. O diretor de rede será Mário Borghnet, atualmente assessor especial do MinC; a diretora de jornalismo será a colunista Helena Chagas; e o diretor de programação e conteúdo será Leopoldo Nunes, atual diretor da Ancine. O diretor de serviços e produtos será José Roberto Garcez, atual presidente da Radiobrás. Agora, estão sendo montadas as equipes regionais em Brasília, São Paulo e sobretudo no Rio, onde será a sede da TV. Pelo perfil dos diretores, pode-se deduzir que o jornalismo não será exatamente o que se tem hoje na Radiobrás, e tampouco a produção não-jornalística, de cultura e entretenimento, será exatamente o que faz a TVE hoje. Segundo Tereza Cruvinel, no primeiro momento a emissora combinará sim a programação das redes da Radiobrás e TVE. Até porque a diretoria começa a trabalhar, efetivamente, dia 5 de novembro, quando será instalado o conselho e dadas as

Senna, futuro diretor geral da TV: conteúdo debatido com a sociedade.

FOTO: arquivo

formatos criativos e inovadores”; “direcionar sua produção e programação pelas finalidades educativas, artísticas, culturais, informativas, científicas e promotoras da cidadania, sem com isso retirar seu caráter competitivo na busca do interesse do maior número de ouvintes ou telespectadores”; e “promover parcerias e fomentar a produção audiovisual nacional”. É esse, na prática, o conjunto de princípios que o conselho curador deverá observar. Orlando Senna, secretário do Audiovisual do MinC e futuro diretor geral da emissora pública, diz que a grade e a linha de programação da TV serão previamente discutidas com a sociedade, em consultas cujos mecanismos ainda não estão definidos. Sabe-se, contudo, que na prática uma emissora de TV não tem tempo nem faz parte da dinâmica ficar discutindo programas antes de colocá-los no ar. Tanto é que a própria MP prevê a contratação de pessoal artístico e jornalístico para projetos especiais, sem concurso, justamente para dar a agilidade que uma TV necessita. A resposta mais eficiente é sempre do público, que diz se gostou ou não de uma determinada programação com audiência, o que será uma questão complicada para a TV Brasil, cujo objetivo declarado não é, obviamente, uma audiência massiva. Outro desafio da TV Brasil será seu financiamento. A dotação orçamentária está sempre sujeita a alterações. Por isso, ela também será financiada pela prestação de serviços (ao governo ou a empresas privadas); pela distribuição e venda de conteúdo, modelos de programação, licenciamento de marcas e produtos e outras atividades inerentes à comunicação; por doações; e pela publicidade institucional a título de apoio cultural. Só não é admitida a veiculação de anúncios de produtos e serviços.

diretrizes, de modo que seria impossível criar uma grade nova já para 2 de dezembro, data em que a TV Brasil pretende estar no ar. “Queremos uma programação horizontal, como se faz na maior parte do mundo, menos concentrada e sim baseada em uma teia de produtores”, diz a futura presidente da TV Brasil. No futuro, conteúdos independentes e/ou regionais ocuparão 80% da grade, segundo os planos originais. “A TV comercial tem um papel fundamental na integração nacional, e isso é positivo. No entanto, esse modelo acabou asfixiando as vozes regionais, e é isso que a TV Brasil vai resgatar. Estamos dando um passo adiante, sem demérito do que fazem as redes comerciais”, disse o ministro Franklin Martins no dia em que a MP da TV Brasil foi editada. Estrutura A holding EBC, que controla a TV Brasil começa a sua existência herdando o patrimônio da Radiobrás e da Acerp, associação que controla hoje a TVE do Rio e do Maranhão. Como há um contrato de gestão entre a União e a Acerp, este contrato será repactuado para se adaptar à medida provisória. Aos poucos, a Acerp passará por uma “redução de escopo”, como prefere dizer o governo, com seus funcionários sendo transferidos para a EBC, assim como os acordos de programação existentes. Será um processo demorado e complexo, mas que não significará “passar o facão”, na expressão de Franklin Martins. Ele, contudo, já admitiu a este noticiário que a EBC nascerá inchada, já que existe muita sobreposição de funções entre Radiobrás e Acerp. Em nome da eficiência, diz Martins, podem ser feitos ajustes. Aliás, muitos ajustes ainda devem ser feitos, já que estes foram os primeiros passos da TV Brasil.

Canais obrigatórios A MP que criou a TV Brasil veio acompanhada de uma obrigação para o setor de TV por assinatura: a abertura de dois canais nos line-ups, sendo um para a própria TV Brasil e um para as atividades do Executivo (como NBR ou transmissões oficiais do presidente da República). Só que, para não pecar pela falta, a MP pecou pelo excesso, e exigiu a todas as tecnologias de TV paga o must carry destes dois canais. Incluindo os serviços de MMDS e TVAs (Serviço Especial de TV por Assinatura). Acontece que o MMDS, a não ser que esteja digitalizado, só comporta 31 canais de vídeo, e ficaria sobrecarregado com a nova exigência. E as TVAs só comportam um canal analógico. O ministro Franklin Martins reconhece que houve um equívoco e diz que isso pode ser corrigido na tramitação no Congresso.

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( regulamentação)

Mudanças, só na TV paga Propostas de legislação para o setor de comunicação que tramitam na Câmara dos Deputados podem provocar profundas alterações no mercado de TV por assinatura, mas apenas nesse mercado.

O

que começou o ano como a promessa de um grande debate sobre o marco regulatório da convergência e da distribuição de conteúdo nacional chega ao final do ano como uma discussão mais modesta, restrita ao mercado de TV por assinatura. Mas para o universo da TV paga, o que se tem em perspectiva é uma mudança e tanto, talvez a mais significativa desde a promulgação da Lei do Cabo, em 1995. No princípio, eram quatro projetos de lei na Câmara que seriam consolidados. O primeiro substitutivo, que é o nome técnico ao texto que consolida e altera as propostas, saiu em outubro. Seu autor é o deputado Wellington Fagundes (PR/MT), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos. Até o final do ano, é possível que os projetos ganhem um novo substitutivo, do deputado Jorge Bittar (PT/RJ), que relata o assunto na Comissão de Comunicação. Como os projetos são terminativos, ou seja, não precisam ser votados em plenário, é possível que as duas comissões terminem a análise este ano e em 2008 eles já estejam no Senado. Se os substitutivos virarem lei, a primeira grande mudança será a introdução de um novo serviço de TV por assinatura. Hoje existem os serviços de cabo, MMDS e DTH. O novo serviço pode se chamar Serviço de Comunicação Audiovisual Eletrônica por Assinatura, como propõe Fagundes, ou Serviço de Acesso

Condicionado, como propõe Bittar. Nos dois casos, a idéia é que haja, futuramente, uma unificação dos diferentes instrumentos de outorga de TV por assinatura em torno do novo serviço. Futuramente porque há contratos vigentes que não podem simplesmente ser ignorados, mas à medida em que os contratos vençam, haveria a troca para a nova modalidade. A segunda mudança que parece consensual é o fim da restrição de capital estrangeiro para a operação do serviço de TV paga. Hoje, os operadores de TV a cabo estão submetidos à Lei do Cabo, que exige controle de 51% nas mãos de brasileiros. Tanto os deputados Wellington Fagundes quanto Jorge Bittar acreditam que essa restrição perdeu o sentido, considerando-se que todos os demais serviços de

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telecomunicações e mesmo de TV paga (como DTH e MMDS) não têm limites de capital. Ainda em relação à questão do capital, hoje existe uma limitação a empresas de telecom, que não podem controlar operadoras de TV a cabo. Ainda que a ABTA (associação do setor de TV por assinatura) e os principais operadores de TV por assinatura (notadamente Net e Sky) peçam um período de reserva de mercado para que essa regra mude, tudo indica que a lei que sairá do Congresso (se sair), terá flexibilizado a questão, permitindo a empresas de telefonia a entrada no setor de TV por assinatura incondicionalmente. Pode-se dizer, aliás, que essa é a principal preocupação das teles no momento. Também há consenso entre os deputados sobre a necessidade de revogar a Lei do Cabo, mantendo apenas alguns aspectos dela, notadamente a obrigatoriedade de transporte dos canais de acesso público, como os canais universitários, comunitários, legislativos etc. Isso certamente será obrigatório para o novo serviço de TV por assinatura. Os deputados também parecem concordar em criar uma divisão legal entre as figuras do distribuidor, programador, empacotador e produtor de conteúdos, e uma distinção entre conteúdo nacional e conteúdo estrangeiro. Como exemplo, poderíamos enquadrar empresas como Net Serviços e Telefônica na categoria “distribuidor”, Globosat ou Turner na categoria “programador”, Net Brasil na


Cotas Um dos temas mais polêmicos que circundam as discussões sobre as novas regras de TV paga diz respeito às cotas de conteúdo nacional. A ABTA é contra cotas. A associação de programadores internacionais (ABPTA) também. Os radiodifusores, que não têm, em tese, nada a ver com TV por assinatura, não querem nem ouvir falar em cotas, porque temem que elas sejam estendidas para a TV aberta. Ainda assim, o deputado Jorge Bittar entende que os canais de TV por assinatura devam cumprir cotas de 10% de conteúdo nacional, tanto na montagem da grade de programação quanto na quantidade de horas semanais de

Deputado Wellington Fagundes (PR/MT) quer liberar qualquer empresa para atuar em qualquer ponto da cadeia.

veiculação. Em sua proposta, Bittar sugere que as empresas sejam obrigadas a reservar 10% da sua programação de “teledramaturgia” para produções nacionais. O termo “teledramaturgia” é usado pelo deputado para representar diversos conteúdos além das tradicionais novelas e seriados. Na interpretação do deputado, nessa classificação entraria também a produção cinematográfica, por exemplo. Já para as empacotadoras de canais, Bittar pensa em impor cotas ainda mais severas. Quer que pelo menos 10% dos canais sejam nacionais e que 40% do conteúdo veiculado de forma geral na programação seja nacional. Um grupo de canais será resguardado dos percentuais de veiculação, como os internacionais (CNN, TV5, RAI, entre outros) e os segmentados, como os de esportes, jornalismo e vendas, diz o deputado. Bittar sugere ainda subdivisões para o cumprimento da cota de programação: 17% para teledramaturgia, 6% para conteúdo regional; 17% para produção independente e 7% para conteúdo educativo. Pela simulação apresentada pelo deputado, em uma programação semanal de 126 horas – correspondente ao início da transmissão às 6h e término às 24h –, 50 horas semanais seriam reservadas ao conteúdo nacional, sendo 21 horas na teledramaturgia e 21 horas de produção independente e 7 horas para conteúdo regional mais 7 horas para programas educativos. FOTOS: arquivo

categoria “empacotador” e os produtores de conteúdos em geral como “produtores”. Essa separação é relevante porque significa a possibilidade de estabelecer limites específicos para cada segmento. Por exemplo, liberar a presença de teles e empresas de capital estrangeiro na distribuição, mas não na programação ou na produção. O deputado Wellington Fagundes, em seu projeto, tem uma postura liberalizante, ou seja, qualquer empresa pode participar de qualquer ponto da cadeia. Já o deputado Jorge Bittar quer preservar o mercado de empacotamento e programação de conteúdos a brasileiros. Ele justificou sua decisão pela restrição ao capital e a gestão nacional alegando que é importante reforçar a presença de brasileiros nas decisões da TV por assinatura. “Eu estou transferindo essa responsabilidade para as áreas mais nobres. Eu quero que os brasileiros estejam à frente dessa questão”, argumentou Bittar.

Os dois deputados caminham em linhas semelhantes em relação ao must-carry dos canais abertos e propõem que se mantenha como é hoje, ou seja, que os canais das geradoras locais entrem obrigatoriamente na programação das operadoras de TV paga. E ambos os deputados propõem um período de transição para as novas regras. Fagundes colocou em seu substitutivo 180 dias. Bittar ainda não especificou qual seria o período ideal. Bittar tem ainda uma idéia que deve gerar muita polêmica: a de estabelecer limites à veiculação de publicidade nos canais das TVs por assinatura. Ele sugere uma terceira cota para os empacotadores, exigindo que a publicidade fique limitada a 10% do total de horas do canal, com restrição a 15% para cada hora. No caso dos canais infantis, o teto é mais severo. Apenas metade dos percentuais aplicados à publicidade na programação geral poderá ser exercida nas programações infanto-juvenis. Fomento e unbundling Wellington Fagundes preferiu deixar a questão das cotas para a comissão de comunicação decidir, mas introduziu um mecanismo de fomento à programação. Em seu substitutivo, ele cria também mecanismos de financiamento das emissoras de radiodifusão educativas, das produtoras independentes e dos canais de programação obrigatórios (entre eles, os canais universitários, comunitários e o canal educativocultural). Todos eles poderão ser financiados por recursos do Fistel

Deputado Jorge Bittar (PT/RJ) propõe a preservação do empacotamento e da programação para brasileiros.

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( regulamentação) que forem alocados ao Fundo Nacional de Cultura (FNC). O FNC poderá ter até 10% de algumas arrecadações do Fistel (mas não de todas as receitas), conforme a alteração proposta pelo substitutivo à Lei 11.437/2006. O Fistel é o fundo de fiscalização de telecomunicações. Trata-se de um fundo que entre 2001 e 2006 arrecadou cerca de R$ 15 bilhões e que arrecada algo em torno de R$ 2,5 bilhões ao ano. Ele é composto por taxas, multas e licenciamentos de serviços de telecomunicações. Chama a atenção na tramitação dos projetos que poucos, ou quase nenhum argumento das empresas de TV paga tenha sido incorporado pelos relatores em seus substitutivos. O deputado Jorge Bittar inclusive encampou a tese das teles de que o setor de TV paga precisa de competição e de que esta competição virá com a entrada das empresas de telecomunicações. Da forma como tudo indica que ficarão os substitutivos, eles abrem o mercado de TV por assinatura para a entrada das empresas de telecom, o que está causando descontentamento entre os atuais operadores, que entendem que este é na verdade um movimento de reação das teles contra a competição que os operadores, sobretudo de cabo, representam na banda larga. Esta é a tese defendida por Francisco Valim, presidente da Net Serviços. “Os projetos, pelo que se vê até agora, estão apenas regulando novamente um setor que já é regulado. A Lei do Cabo existe, não tem razão para mudar. Se existe alguma lacuna, é no MMDS e no DTH. As mudanças que estão sendo feitas não têm nada de convergentes ou de concorrenciais. É simplesmente para permitir a entrada das

E a tal Lei Geral de Comunicação? Ainda que os chamados “projetos convergentes” na Câmara tenham se tornado muito mais uma legislação nova para o setor de TV paga, ainda existe, principalmente no Senado, um movimento forte em relação à uma legislação que trate especificamente do conteúdo nacional. Trata-se de uma antiga demanda dos grupos de comunicação nacionais, sobretudo da TV Globo, que buscam preservar a brasileiros o mercado de produção de conteúdos nacionais. Esta demanda se materializa no projeto do senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA), o PLS 280/07. Trata-se de um projeto ainda mais polêmico do que aqueles que tramitam na Câmara, e que já ganharam a oposição de uma série de setores, desde os programadores e estúdios internacionais (obviamente), passando pelas próprias operadoras de TV por assinatura e chegando até a produtores independentes, que temem perder espaço no mercado internacional se o Brasil buscar políticas restritivas. Este projeto, contudo, dificilmente será concluído no ano de 2007. Já a tão falada Lei de Comunicação Social é algo que ainda aparece no radar de possíveis iniciativas do Executivo. André Barbosa, assessor especial da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, garante que o governo quer entrar na discussão sobre convergência. Mas ele diz que será um projeto apenas para o setor de TV paga, como acontece com os projetos que estão na Câmara. Outros interlocutores, contudo, garantem que o Planalto tem planos mais amplos para uma Lei de Comunicação, atualizando inclusive a legislação de radiodifusão. O comentário em Brasília é que o ministro Franklin Martins, da secretaria de comunicação da Presidência da República, teria essa incumbência, agora que a TV pública deixou de ser uma questão política. Perguntado pela nossa reportagem se isso seria verdade, Franklin Martins desmentiu os rumores, mas mostrou gostar da idéia. “Eu não recebi essa incumbência”, disse. “Mas de fato é necessário que se faça uma revisão ampla da legislação de radiodifusão, que é da década de 60”. Também o consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara, diz que não se pode mais adiar a questão e que é fundamental uma atualização na legislação dos radiodifusores. Mas diz que o Minicom está esperando uma definição do Planalto sobre quem vai tocar o projeto.

FOTO: ARQUIVO

teles”. Valim reconhece que as empresas de telecomunicações têm poder de pressão sobre os parlamentares maior do que têm as empresas de cabo. No substitutivo de Fagundes e também no substitutivo que o deputado Jorge Bittar pretende apresentar há ressalvas importantes em relação ao compartilhamento de redes (ou unbundling). Bittar diz que a garantia de acesso às redes é uma forma de impedir a concentração de mercado. Mas pelas primeiras emendas sugeridas ao deputado Wellington Fagundes, fica claro que esse é um tema que será no mínimo controvertido, porque existe uma forte pressão das operadoras de telecom para

“Os projetos, pelo que se vê até agora, estão apenas regulando novamente um setor que já é regulado.” Francisco Valim, da Net

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que esse assunto fique restrito à Lei Geral de Telecomunicações e à regulamentação infra-legal da Anatel. Vale lembrar, contudo, que a própria Lei do Cabo de certa forma estabelece o unbundling, quando coloca os conceitos de rede única e pública e quando exige que o operador tenha uma reserva técnica de pelo menos 30% de sua capacidade para outros operadores. Esse dispositivo da Lei do Cabo nunca foi utilizado, mas está lá. Aliás, essa questão das agências que regularão o mercado de TV por assinatura é complicada. Como tanto a distribuição quanto o conteúdo estão sendo abordados pela legislação em debate no Congresso, existe uma certa confusão sobre quais serão os papéis da Anatel e da Ancine. A definição é aguardada com o fim da tramitação dos substitutivos na Câmara. Samuel Possebon


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(audiência - TV paga) TNT retoma liderança do ranking

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Horizonte e Distrito Federal. Entre o público infanto-juvenil, a liderança ficou novamente com o Cartoon Network, com alcance diário médio de 17,5% e tempo médio diário de audiência de uma hora. Em seguida, aparecem os canais Nickelodeon, Discovery Kids e os líderes do ranking entre adultos, Multishow e TNT. O levantamento, que considera as mesmas praças mencionadas anteriormente, apontou alcance médio total de 48,3% e tempo médio diário de audiência de duas horas e oito minutos, em um universo de 1.026.900 indivíduos, entre quatro e 17 anos. Assim como no ranking do público acima de 18 anos, em agosto o alcance total sofreu uma ligeira queda. Em julho, mês de férias escolares, o alcance médio total dos canais entre o público infantil foi de 50,1%, e o tempo médio de audiência foi duas horas e 35 minutos. (Daniele Frederico)

Foto: divulgação

pós um mês de julho atípico, em que os canais de esportes dominaram o ranking dos canais mais vistos da TV por assinatura, devido às transmissões dos jogos Panamericanos do Rio de Janeiro, o ranking volta à composição semelhante a dos meses passados, apenas com uma ligeira queda no alcance do total dos canais pagos. Em agosto, em um universo de 4.939.200 indivíduos acima de 18 anos, o alcance médio diário foi de 47,7% ou 2,357 milhões de pessoas por dia, e o tempo médio diário de audiência de uma hora e 57 minutos. Em julho, durante os jogos, o alcance foi de 50,2% e tempo médio de duas horas e 13 minutos. O canal de maior alcance do mês de agosto foi o TNT, com 11,9% de alcance médio diário e tempo médio de audiência de 27 minutos. Em segundo lugar, Multishow e Globo

Virgínia Cavendish apresenta o “TNT + Filme”, atração nacional do canal líder do ranking de agosto.

News tiveram 8,9% de alcance, seguidos de SporTV, Discovery Channel e Universal Channel. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo

Alcance e Tempo Médio Diário

Total canais pagos TNT Multishow Globo News SporTV Discovery Universal Channel AXN Fox Warner Channel Telecine Premium Cartoon Network Telecine Pipoca GNT National Geographic Telecine Action Sony HBO Discovery Kids People & Arts SporTV 2

De 4 a 17 anos*

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 47,7 2.357 1:57:40 11,9 590 0:27:47 8,9 441 0:16:10 8,9 441 0:35:29 8,3 407 0:34:49 7,7 379 0:19:29 7,5 369 0:34:36 7,2 358 0:22:47 7,1 348 0:21:55 6,7 333 0:24:54 6,6 324 0:25:14 6,5 323 0:33:08 6,5 323 0:33:01 6,0 294 0:20:23 5,5 270 0:14:22 5,2 256 0:25:28 5,1 253 0:20:15 4,9 244 0:22:41 4,8 236 0:49:13 4,7 233 0:18:44 4,5 224 0:21:13

*Universo 4.939.200 indivíduos

Total canais pagos Cartoon Network Nickelodeon Discovery Kids Multishow TNT Disney Channel Jetix SporTV Telecine Pipoca Boomerang Discovery Fox Telecine Premium ESPN Brasil HBO Warner Channel National Geographic Telecine Action AXN SporTV 2

*Universo 1.026.900 mil indivíduos

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(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 48,3 496 2:08:19 17,5 179 1:00:03 11,9 122 0:47:12 10,2 105 1:05:42 9,2 94 0:27:02 8,3 85 0:25:04 8,1 83 0:57:37 7,4 76 0:42:43 6,4 66 0:31:43 6,1 63 0:28:53 5,8 59 0:41:06 5,2 54 0:17:47 5,2 53 0:21:57 4,5 46 0:26:14 4,3 44 0:24:25 3,8 39 0:19:05 3,8 39 0:15:21 3,7 38 0:12:10 3,6 37 0:22:00 3,6 37 0:19:26 3,5 36 0:17:28

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Fonte: IBOPE Telereport – Tabela Minuto a Minuto – Agosto/2007.

Acima de 18 anos*


Bem-vindo a uma nova realidade sem fios. Os maiores especialistas do setor debatendo e apresentando novas idéias e soluções para a terceira geração da telefonia celular e para as primeiras redes WiMax, cujas operações são iminentes no País. As duas plataformas que movimentarão recursos expressivos em equipamentos, serviços e marketing, e devem promover uma nova revolução nas telecomunicações brasileiras, num evento pioneiro: • Perspectivas para as redes 3G: as licitações, as faixas utilizadas, o serviço para áreas de baixa renda. • A introdução do WiMax e suas possíveis aplicações. • Projetos de inclusão digital em redes sem fio. • Potenciais de redes instaladas de MMDS, satélites e as licitações de 3,5 e 10,5 GHz.

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(televisão)

Humberto Costa

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Jornalismo non-stop Record inaugura canal aberto com notícias 24 horas, para escoar sua produção jornalística e acirrar a concorrência com a Globo.

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hoje com quase mil jornalistas em todo o País. Por falta de espaço, a Record não consegue utilizar todo este material, que é de excelente qualidade”, explica Douglas Tavolaro, diretor de jornalismo da Record. A fome e a vontade de comer foram se juntando. A emissora tinha sobras de conteúdo e bastou olhar para outra emissora do grupo da Igreja Universal, a Rede Mulher, para perceber que já havia como escoar o material. Era possível colocar em pé o primeiro canal de notícias 24 horas na TV aberta. “A Record News tem o espaço e vai usar ainda mais o material, seja nos jornais, Hora News, programas ou nos regionais”, aponta Tavolaro. Regionais são os telejornais temáticos por região, Nordeste, Sudeste e Sul. A toque de caixa, a metamorfose da Rede Mulher foi ganhando contornos. Os transmissores da antiga emissora foram aposentados, novos foram comprados e a potência de transmissão foi ampliada. O canal de notícias nasceu com alcance nacional, com sinal presente na maioria das capitais e cidades de grande porte no interior. Uma política agressiva de afiliações já está em curso, em busca de novos pontos de retransmissão pelo país. Montou-se uma estrutura para reeditar e atualizar o material produzido pela Record, espécie de alimentador de conteúdo mãe do projeto. “Todos os jornalistas da Record fazem versões das reportagens para a Record News. Em São Paulo, são 250 jornalistas exclusivos para o novo canal. Nas praças temos núcleos que editam e produzem para a Record News”, explica Tavolaro. Um quinto do

FOTOS: divulgação

projeto de alcançar a liderança da Record foi turbinado nos últimos anos com investimentos pesados em teledramaturgia e jornalismo. Para acelerar o crescimento, apostou no mesmo binômio que tornou a TV Globo líder incontestável há décadas. Executivos da emissora já disseram que a meta é emparelhar com a líder até 2010. Internamente, uma medida prática traduz bem esse desejo. Há quase dois anos, os monitores que indicam a audiência aferida pelo Ibope em São Paulo eliminaram dados dos outros canais. Nos aparelhos espalhados pela emissora da Barra Funda foram mantidos apenas as colunas da Record ao lado TV Globo. A medida soou aos colaboradores como “vamos mirar minuto a minuto a distância que nos separa do inimigo a ser batido”. O anseio expansionista fez a emissora de Edir Macedo seguir os passos da Globo na década de setenta: injetar dinheiro no jornalismo das praças. A iniciativa deu resultado, incrementou o cardápio dos telejornais da casa, trouxe ganhos de audiência. A figura do repórter de rede, aquele que produz na praça material para ser exibido em cadeia nacional, era uma avis rara e se tornou comum. Aos poucos a rede ganhou vitalidade, estendeu seus tentáculos por todo país, montou escritórios no exterior. Criou-se um problema saudável: como exibir tudo? “A emissora conta

“A emissora conta hoje com quase mil jornalistas no País.” Douglas Tavolaro, diretor de jornalismo

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conteúdo exibido provém das agências internacionais. O diretor de jornalismo gosta de alfinetar a concorrência. “Os outros canais de notícias são apáticos e têm programação insossa. A Record News é um canal vibrante”. Mas na prática, o modelo de produção é bem parecido com o adotado pela Globo News. O que se vê são muitos programas de entrevista gravados em estúdio, para baratear os custos. Os telejornais sobrevivem praticamente sem material exclusivo. A expansão da capacidade de produção de externas é vista com cautela. “A Record News tem à disposição toda a estrutura já utilizada no jornalismo da Record. Se houver aumento da demanda serão adquiridos novos equipamentos de ENG. Atualmente a estrutura é suficiente para manter a produção com qualidade”, explica Reinaldo Gilli, diretor de operações e engenharia. Os editores formam a massa maior de contratados para abastecer o canal. O reaproveitamento das reportagens é a linha mestra do fluxo de trabalho. Para integrar as estruturas foi montado um fluxo de edição nãolinear baseado no sistema Aurora. “O material que acaba de chegar à emissora é armazenado em um servidor e fica disponível em qualquer computador da redação para os editores, repórteres e produtores. Os profissionais da Record e os novos contratados participaram de um rodízio para que todos estivessem capacitados”, detalha Reinaldo Gilli. A tecnologia permite que o editor de texto faça a edição de imagens. Mas a prática adotada foi outra. “Optamos por manter editores de imagem para aumentar a produtividade e, principal­


mente, a qualidade do produto final”, esclarece Douglas Tavolaro. Longas horas Uma das marcas do jornalismo da Record são as coberturas extensas. No desabamento na estação do Metrô em São Paulo que provocou a abertura de uma enorme cratera em janeiro deste ano, a emissora foi a primeira a noticiar o acidente e chegou a ficar 14 horas no ar de forma ininterrupta. Essa predileção por ficar horas e horas debruçado sobre o mesmo assunto, mesmo que ele não traga grandes novidades, trouxe alguns bons resultados. À época, a emissora da Barra Funda chegou a ficar à frente do “Domingão do Faustão” no Ibope. Agora esse direcionamento editorial foi levado a um novo patamar. “A Record News dedicou quatro horas sem breaks comerciais na cobertura da morte do ator Paulo Autran, muito diferente do que fez a Globo News. Para a Record seria difícil fazer isso”, argumenta Tavolaro, sem descartar que é possível imaginar uma cobertura extensa e simultânea nos dois canais. Os plantões, que ocupam largas faixas de programação ou nos chamados breaking news, muitas vezes exigem a utilização urgente de material

“Todo o material é armazenado em servidor e fica disponível em qualquer computador.” Reinaldo Gilli, diretor de engenharia

de arquivo para ilustrar, ou relembrar algum caso relacionado. A Record News também investiu em tecnologia para acesso rápido.“Nós adquirimos o Front Porch, um software para gerenciar o arquivo digital com capacidade para mais de 20 mil horas de gravação. O equipamento é dotado de um system storage da IBM que em questão de segundos encontra as matérias armazenadas no arquivo”, explica Reinaldo Gilli. Resultados A conta não é barata. “O investimento inicial na Record News foi de US$ 7 milhões. O retorno é esperado em dois anos”, afirma o vice-presidente comercial da Record, Walter Zagari, que prevê faturamento de R$ 100 milhões já no primeiro ano de operação. Zagari descarta a idéia de traçar um paralelo comercial entre o novo canal e a Rede Mulher. Não informa números, mas comemora novos contratos fechados. “É só olhar o porte dos anunciantes”. Os resultados de audiência também são festejados. “Está além da expectativa. Em uma semana ultrapassamos todos dos canais UHF em São Paulo. Em alguns momentos empatamos com grandes redes como a

Band, Gazeta, Cultura e Rede TV!”, informa entusiasmado, Douglas Tavolaro. Distribuição Por meio do contrato de parceria, a Rede Record terá o compromisso de fornecer o conteúdo do Record News e a Rede Mulher ficará responsável pela distribuição em seus canais. A transmissão será feita nos canais UHF do grupo e, portanto, estará nas operações de cabo das cidades onde o canal UHF estiver outorgado como geradora, já que pela Lei do Cabo toda operadora é obrigada a levar o sinal das geradoras abertas locais. Porém, a Record não é geradora no UHF de São Paulo, o que não obrigaria a Net, por exemplo, a transmitir o Record News na capital. Conforme noticiou TELA VIVA NEWS quando o canal foi lançado, no dia 18 de setembro, a Net estava em negociação com a emissora, mas segundo uma fonte próxima à Record, o canal provavelmente não será transmitido. A mesma fonte afirma que a Record está em fase de conversas com a Telefônica, que deverá transmitir o novo canal. Segundo Alexandre Raposo, presidente da Record, a emissora não tem como prioridade transmitir via cabo, já que “o mercado de parabólicas abrange 12 milhões de antenas, número bastante significativo”.

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( programação) Daniele Frederico

d a n i e l e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Resultados de uma década Canal Futura completa dez anos em setembro e prepara a sua entrada no mundo digital.

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FOTO: DIVULGAÇÃO

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Canal Futura comemorou dez anos de existência em setembro e ganhou mais do que uma festa. A data marcou a realização de pesquisas, a estréia de novos programas, a criação de uma nova campanha publicitária, a organização de um seminário internacional sobre educação (que aconteceu no começo de outubro), e ainda a entrada da programação no mundo digital. Após dez anos de existência, o Futura ganhou uma avaliação de seu alcance e percepção. Segundo levantamento realizado pelo canal, nestes dez anos, são 83,8 mil horas de programação; 16.926 programas exibidos; e 73 milhões de brasileiros com acesso ao canal, sendo que 33 milhões têm o hábito de assisti-lo (Fonte: pesquisa nacional – Instituto Datafolha/dez 06). Além dos resultados da TV, os executivos orgulham-se de apresentar também resultados referentes às ações realizadas junto a comunidades e instituições sociais com as quais atua. Segundo dados do canal, são 17 estados com atuação presencial, e 12.636 instituições sociais impactadas. Até o momento, foram capacitados 400 mil educadores, com dois milhões de pessoas utilizando a programação nas instituições. Ainda segundo dados do Futura, dos 73 milhões de telespectadores, cerca de 11 milhões são provenientes da transmissão feita em parceria com as TVs universitárias, que somam 17 até o momento (são 11 em operação e seis em implantação). Essas TVs universitárias parceiras retransmitem o Futura, e também fornecem conteúdo local que é exibido nacionalmente.

“Teca na TV”: programa infantil, no ar desde 97, ganha novo elenco e cenário.

Além destes, outros 60 milhões de telespectadores recebem o sinal do canal: pela banda C (42 milhões), TV por assinatura (9 milhões) e TV aberta (13,3 milhões). O canal posiciona-se como um projeto social de comunicação de caráter público, ainda que conte com recursos da iniciativa privada. São seus parceiros mantenedores: Bayer Schering Pharma, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional do Transporte (CNT), canal CNN (da programadora Turner), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Fundação Bradesco, Fundação Itaú Social, Fundação Vale do Rio Doce, Gerdau, Grupo Votorantim, Rede Globo e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Embora tenha financiamento privado, o Futura não é um canal comercial. A rede de parceiros nos traz as ‘causas’ que abordamos”, diz a gerente geral do Futura, Lúcia Araújo. Quanto vale? Além dos números de acesso e de programação, foi realizada em parceria com a Fundação Itaú Cultural, uma avaliação econômica para compreender o valor do canal na vida dos telespectadores.

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O resultado indicou que cada real investido pelos apoiadores do Futura vale R$ 40 na opinião dos telespectadores. A metodologia empregada foi a de disposição a pagar, ou seja, quanto os telespectadores estariam dispostos a pagar ou trocar pelo acesso à sua programação e pela manutenção de suas ações sociais. A avaliação, formatada pela Fundação Itaú Social, Canal Futura, Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade e por pesquisadores da USP e da UFMG e aplicada pelo Instituto Datafolha, apontou que 48% da população acima de 16 anos estaria disposta a contribuir para manter o Futura e suas ações sociais. Entre os entrevistados que já são telespectadores do canal, este índice é de 59%. Para seus telespectadores, o valor do Futura seria de R$ 1,2 bilhão por ano. O Futura e a tecnologia No ano em que completa sua primeira década, o canal dá um passo em direção ao futuro com o projeto Futuratec. Trata-se de um serviço para disponibilizar o conteúdo de sua programação pela Internet. Inicialmente o projeto prevê indexar a programação do canal para então disponibilizá-la por meio da rede de compartilhamento de arquivos Bit Torrent para download gratuito. A idéia é disponibilizar o serviço de forma gratuita e permanente, já que os usuários poderão gravar os programas em um DVD e assistir pela televisão. “O objetivo é complementar o acesso ao canal, chegando a locais onde o sinal não chega”, diz o analista de conteúdo do Canal Futura, Leonardo Machado. O website está sendo desenvolvido com instruções para simplificar o acesso ao


conteúdo. Serão quatro passos: buscar, baixar, gravar e compartilhar. Em um primeiro momento, o serviço estará disponível a professores, parceiros ou pessoas ligadas a instituições (de ensino, de caráter social, entre outras) mediante a um cadastro no site do projeto (www. futuratec.org.br). O Futuratec entra em fase de testes já no final de outubro, e deve estar funcionando no final de novembro. O primeiro programa a ser digitalizado é o “Comunidade Brasil”, um projeto do Futura em parceria com o Sebrae, produzido pela Limite Produções, que trata do mundo da Internet. O segundo a ganhar espaço no projeto é “Geração Futura”, produzido a partir de oficinas realizadas pelo Canal. “Os primeiros programas a serem disponibilizados serão os mais novos. Programas mais antigos serão selecionados de acordo com a possibilidade de uso. Com isso, vamos digitalizar gradualmente o acervo do Futura”, diz Machado. Para um segundo momento, o projeto prevê a inclusão de outras informações nos arquivos para download, como ficha técnica, sinopse, material pedagógico, livros e outros produtos relacionados ao conteúdo. Programação A programação do canal, constituída de 70% de conteúdo realizado em parceria com produtoras independentes, ganha programas comemorativos, uma nova campanha publicitária e a adesão a um projeto para incentivar a discussão da democracia no mundo. Entre as novidades estão dois

programetes exibidos nos intervalos da documentários sobre o tema. programação. Um deles, produzido pela O programa foi exibido pelo Futura Pindorama, mostra pessoas de dez a cem simultaneamente a outros 200 países. anos contando as suas experiências de vida. Além da exibição, as TVs participantes O outro mostra os apresentadores entrevistam personalidades, futura em inclusive brasileiras, com do canal comentando os seus números perguntas sobre voto, respectivos programas. Além dos interprogramas, há terrorismo e democracia. ainda um programa de 20 Essas entrevistas são episódios de 30 minutos cada transformadas em curtaschamado “Retrospectiva 10 metragens, disponíveis Programação 2 horas inéditas/dia Anos”, que mostra um pouco na Internet. Além dos 25 títulos na grade da história do canal e de vídeos, foi montada faixa infantil: 1h20 diária como ele tem abordado os uma casa na Cidade do Alcance temas principais que Cabo, na África do Sul, Cabo e miniparabólicas norteiam a programação onde representantes de Mobilização comunitária (cultura, juventude, meio diversos países convivem 900 escolas, 50 ongs ambiente e outros). durante dois meses e A série infantil “Teca na TV”, discutem o tema. O que está no ar no Futura desde representante do Canal Futura 1997, chega em sua terceira é o estudante Erick versão, com 65 episódios, Menezes. O projeto “Por Programação constituídos de módulos que Democracia?” é 3h30 inéditas/dia independentes. Entre estes, uma iniciativa que 54 títulos na grade o bloco de dramaturgia conta com a faixa infantil: 9h diárias “Aventuras de Teca”, com participação de 40 Alcance três minutos de duração, países e é liderado Cabo, miniparabólicas, banda C, canais UHF e VHF ganha novo cenário, novo pelas empresas BBC elenco e novos personagens. (Reino Unido), DRTV Mobilização comunitária A abertura da série passa a (Dinamarca), YLE 9.820 escolas, 700 ongs ser composta pelos personagens (Finlândia), SABC (África do da dramaturgia em animação. Sul), SBS (Austrália), Arte (França Grande parte da produção é terceirizada e Alemanha) e NHK (Japão). a produtoras como Mixer e Limite “Queremos mudar a confusão que Produções e também a ONGs como o existe hoje na cabeça dos jovens, para Instituto Maniva e a Casa de Animação de que eles não confundam ação política Sabará, responsável por exemplo, pelo com os políticos”, diz Lúcia Araújo. episódio “Abracadabra”, com histórias Para completar, o canal estreou a contadas por um fantoche que ensina às sua nova campanha publicitária, com crianças os cuidados necessários no seu criação da F/Nazca. São três filmes cotidiano. O programa estréia no dia 29 de para a TV, produzidos pela outubro, com exibição programada de Cinegrafika: “Pensamentos”, segunda a sexta. “Verdades” e “Condenados”, que Além dos produtos da casa, o canal podem ser vistos no Futura, na Rede também adere ao projeto mundial “Por que Globo, nos canais Globosat, no site do Democracia”, uma série de dez Futura e no You Tube.

1997

2007

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Na TV por assinatura é assim: um só controle dá acesso a todos os canais.


( making of )

Lizandra de Almeida

l i z a n d r a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

fotos: divulgação

Visão privilegiada

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e perto, a câmera mostra que são pessoas vestidas de preto com detalhes brancos. Do alto, de cima de um prédio de escritórios, os transeuntes parecem fazer um balé diferente. Aos poucos, se unem para formar um carro, o novo Omega 2008. Montam não só o veículo, mas também o chão, e o carro parece se mover. A perspectiva se explica: o conceito do filme, que divulga o modelo de luxo da Chevrolet, é “Poder, só entende quem tem”, e uma locução comenta: “para se apreciar certas coisas, é preciso estar no topo”. “Quando chegamos a essa idéia, vimos que o conceito era forte, mas não tínhamos certeza de que fosse viável. Mas logo que vimos os estudos percebemos que ficaria muito legal”, diz o diretor de criação para General Motors da McCann Erickson, Eric Sulzer. Diferente da maioria dos filmes com efeitos especiais, este precisou da equipe de computação gráfica antes das filmagens – para ajudar na própria decupagem. “Inventamos tudo no 3D e depois filmamos ao vivo”, explica o diretor Ricardo Van Steen. “A equipe da Vetor Zero nos ajudou a bolar a coreografia e os figurinos, que foram desenhados pelo estilista Jun Nakao. Cada roupa, de cada personagem, foi pensada para compor os detalhes do carro”, continua. A pós-produção também foi fundamental para compor a coreografia,

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Filme da Movi&Art para o novo Omega: equipe de computação gráfica entrou em cena antes da filmagem.

já que a cena panorâmica foi filmada em vários trechos. “Precisávamos de cem figurantes e só tínhamos 40. Então a cena foi montada na pós-produção”, diz o diretor. O elenco foi formado por bailarinos de street dance. As cenas foram captadas com camremote, instalada em uma grua de 60 metros de altura. Outra câmera captou detalhes dos dançarinos. A filmagem aconteceu no estacionamento do Centro de Convenções Imigrantes. “Passamos uma semana ensaiando e filmamos tudo em duas horas”, conta o diretor. “Os dias estavam muito ensolarados e não podíamos correr o risco de que houvesse sombra. Senão, cada trecho da imagem teria uma sombra diferente. Então tivemos de fazer rápido e na hora do almoço.” O cenário foi complementado em computação gráfica pela equipe da Vetor Zero, que construiu a empena do edifício que aparece no filme. Com este filme, Van Steen estréia na direção de fotografia. O motivo é sentimental. “As pessoas com quem gosto de trabalhar estão

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virando diretores. Um dos grandes prazeres era compartilhar esses trabalhos com amigos, mas como não estou conseguindo, achei melhor começar a fotografar. E como sou louco por carros, acho que esse projeto veio bem a calhar.” ficha técnica Cliente Chevrolet Produto Omega 2008 Agência McCann Erickson Diretor de criação Adriana Cury, Eric Sulzer, Miguel Genovese, Ricardo Sciammarella Redação Luiz Vicente “Batatinha” Simões, Matheus Tapioca Direção de arte Rodrigo “Gigante” Machado, Maximiliano Chanan, Ítalo Boreggio Produtora Movi&Art Direção e fotografia Ricardo Van Steen Dir. de arte e figurino Jun Nakao Montagem Umberto Martins Pós-produção Vetor Zero Trilha Menina


Tá tudo congelado

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ssim que experimenta a primeira pastilha de Mentos, um rapaz adquire o poder de congelar os outros. Sem querer, ele congela outro cliente da loja onde compra a pastilha. A novidade parece muito conveniente: agora ele usa o poder em seu próprio benefício. A primeira vítima é a namorada, que ele deixa congelada no sofá enquanto sai com os amigos. Depois é a vez de um cachorrinho, que não pára de latir. Então congela o goleiro durante uma partida de futebol e assim marca um gol. E por fim prende um tubarão num cubo de gelo. “Contamos com uma boa decupagem das cenas, mas cada uma exigiu uma técnica diferente para chegarmos ao resultado”, analisa o diretor Rodrigo Pesavento. Na maioria das cenas, o personagem congelado foi caracterizado na hora pela equipe da Utimura Efeitos. “Filmávamos a cena com as pessoas normais e travávamos a câmera na mesma posição. Aí entrava o pessoal dos efeitos e colocava o gel, passava talco no cabelo, e soltava um vapor para parecer a fumacinha do gelo”, explica Rodrigo. Até mesmo o goleiro surpreendido no meio do salto foi filmado ao vivo, suspenso por cabos de aço, devidamente apagados em pós-produção. Também coube à equipe da Tribbo fazer a transição entre as cenas antes e depois dos efeitos, além de acentuá-los quando necessário. “Na cena do cachorrinho, usamos um mock-up e maquiamos. Mas depois achamos que precisávamos de mais gelo, porque o boneco é coberto de pêlos.” O cachorrinho tem um quê de

Frankenstein: seus olhos são do cachorro verdadeiro, aplicados para dar vida ao boneco. Isso porque, em todas as cenas, era preciso brincar com a idéia do congelamento sem que o espectador pudesse supor que o personagem estava morto. “Foi engraçado porque pedimos ao treinador um cachorro que ficasse parado, para parecer congelado. E ele nos trouxe um cachorro tão quieto que não latia. Quando pedimos para ele fazer o cachorro latir, ele disse: ‘Mas não era para trazer um cachorro que congelasse?’” As filmagens aconteceram no inverno e chamaram a atenção da fauna marinha. “A cena do tubarão foi feita em uma praia perto de Porto Alegre. O dia estava tão gelado que de repente vimos um filhote de foca saindo da água. Ele veio, parou e ficou olhando a cena, depois voltou para a água.” Nessa cena, tubarão e cubo de gelo foram criados em 3D. No final, uma menina bate no carro do rapaz e também está mascando Mentos. Quando ele vai reclamar, acaba congelado. E a espertinha sai de fininho, enquanto ele fica paralisado na calçada...

ficha técnica Cliente Perfetti Van Melle Brasil Produto Mentos Agência Neogama/BBH Criação Isabella Paulelli e Márcio Ribas Dir. de criação Alexandre Gama Prod. da agência Xanna D’Aguiar e Karina Jatobá Produtora do filme Zeppelin Direção de cena Rodrigo Pesavento Dir. de fotografia Ralph Strellow Efeitos especiais Utimura Efeitos Montagem Francisco Antunes Pós-produção Tribbo Post Produtora de som Tesis

Na maioria das cenas do comercial da pastilha Mentos os personagens congelados foram caracterizados na hora da filmagem com gel, talco e vapor.

e uma só newsletter dá acesso a todo o mercado.

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(cinema)

Hora das finanças Festival do Rio reuniu investidores, governo e indústria cinematográfica para discutir os modelos de financiamento à produção, distribuição e exibição de filmes.

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da produção cinematográfica. “No Brasil, na França, na Inglaterra e em qualquer outro país, a maioria dos filmes daria prejuízo sem a ajuda dos incentivos”, disse Thierry Peronne, da Investimage e gestor do Funcine da Rio Bravo. Contudo, é preciso “uma reflexão sobre o que o público quer ver e trabalhar para o público”, alertou Peronne. O aumento do incentivo fiscal para investimento em Funcines, que agora é de 100%, parece ter agitado o setor financeiro, trazendo novos investidores para o cinema e o audiovisual. Além do único Funcine em operação, o RB I, da Rio Bravo, novos gestores começam a formar seus fundos. Segundo a chefe do Departamento de Economia da Cultura do BNDES, Luciane Gorgulho, o banco aumentou de R$ 10 milhões para R$ 25 milhões o orçamento destinado a investimento em Funcines. E a tendência é que o valor aumente no próximo ano. Luciane anunciou ainda o investimento de R$ 8 milhões em novo fundo operado pela Lacan em parceria com a distribuidora Downtown. Diferentes fundos, com características diferentes na política de investimento, devem começar a operar ainda este ano. Entre eles destaca-se o da DGF Investimentos. Segundo Eduardo Pamplona, sócio da empresa, o fundo pretende operar investimentos na área de infra-estrutura. “Não pretendemos investir em projetos de filmes ou distribuição. Daremos preferência a investimentos em produtoras, estúdios e

FOTOS: arquivo

s mecanismos de investimento que se colocam como uma alternativa mais alinhada ao desenvolvimento do cinema e do audiovisual como indústria foram debatidos à exaustão no Rio Seminars, evento que faz parte do Festival do Rio e aconteceu no final de setembro, no Rio de Janeiro. O Banco Nacional do Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) e gestores de fundos expuseram estes mecanismos retornáveis. Trata-se de uma nova fase para o cinema nacional, na qual produtores passam a buscar parceiros interessados no retorno financeiro, e não no marketing cultural. Nos debates de corredor, ainda mais acalorados que os debates formais, alguns apontam estes mecanismos, mais especificamente o Procult e os Funcines, como mais uma barreira na corrida de obstáculos para fechar a equação financeira de um projeto audiovisual. Para os que seguem esta visão, será difícil o produtor ser devidamente remunerado pelo seu filme tendo um share menor nas receitas em bilheteria ou venda para outras janelas e territórios. No outro lado do embate estão os que defendem que os projetos devem começar a ser mais “alinhados ao gosto do público”, tendo um compromisso maior com a receita que o filme pode ter. Contudo, ambos acreditam que o subsídio estatal é fundamental para a continuidade

“Terei isonomia para competir com as majors.” Bruno Wainer, da Downtown

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possivelmente em exibição digital”, destaca. A idéia, segundo ele, é captar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões para o fundo. “Queremos lançar um fundo destes por ano, chegando a um capital de R$ 200 milhões em quatro anos”, explica. Luciane Gorgulho voltou a apresentar os programas do BNDES voltados ao audiovisual. O Procult, que tem R$ 175 milhões para investimento em cinema, tem aprovadas até o momento apenas três operações: uma na área de infra-estrutura, no valor de R$ 7 milhões; outra em produção, de R$ 1 milhão; e uma em exibição, de R$ 2 milhões. Outras 20 operações estão em análise. Embora tenha desembolsado uma pequena fatia do valor destinado ao programa, o Departamento de Cultura, segundo Luciane, já trabalha com a hipótese de ter de pedir o aumento da verba total para o Procult. Distribuição A parceria entre Lacan e Downtown Filmes foi a mais comemorada no evento. Em primeiro lugar, porque foi anunciado o investimento do BNDES. Além disso, a parceria entre fundo incentivado e distribuidora independente criará, conforme explica Bruno Wainer, da Downtown, uma alternativa ao Artigo 3º, mecanismo que dá incentivo fiscal para que as majors invistam em co-produção com produtoras brasileiras. “Finalmente terei isonomia para competir com as majors na aquisição de direitos de distribuição”, explica. Wainer diz que pretende atuar distribuindo exclusivamente filmes brasileiros, usando o dinheiro do fundo para comprar o direito de distribuição,


filmes com até 100% de incentivo. “Muitas empresas não gostam deste mecanismo, porque como na maioria dos casos o investimento não apresenta retorno, pode trazer algumas dores de cabeça ao departamento financeiro ou contábil, mesmo com incentivo”, diz uma fonte. Já os Funcines, contando com instituições financeiras como gestores, têm muito mais chances de trazer dividendos. Outra fonte, ligada ao governo federal, lembra que quando a Ancine foi negociada junto ao governo pelo Gedic (Grupo Executivo de Desenvolvimento da Indústria do Cinema), teria se acertado que tanto o Artigo 1º da Lei do Audiovisual quanto o incentivo à produção de longas da Lei Rouanet seriam extintos no final de 2006. “Atendendo a pedidos dos produtores, o Artigo 1º foi mantido e foi criado outro mecanismo para substituir aquele da Lei Rouanet (o Artigo 1ºA), mas a tendência é o fortalecimento dos mecanismos retornáveis”, admite. “Já o Artigo 1ºA deve se fortalecer, sendo usado principalmente pelas

Artigo 1º Uma questão debatida também em corredores é se o Artigo 1º da Lei do Audiovisual, um dos principais mecanismos de incentivo do cinema até hoje, não estaria com seus dias contados. Isto porque, com a possibilidade de investimentos em Funcines com 100% de incentivo, o mecanismo perderia sua atratividade. Vale lembrar, o Artigo 1º permite que se invista na aquisição de cotas dos

Representantes de diversas redes internacionais de televisão participaram do Festival do Rio, apontando a forma de trabalhar com produtoras internacionais e o tipo de conteúdo buscado para a grade dos canais. Além disso, produtores e canais participaram de reuniões individuais. Entre as apresentações estavam as de Ann Rose, do Sundance Channel (EUA); Norm Bole, da Alliance Atlantis (Canadá); e Richard Life, do Channel 4 (Inglaterra). A programação de televisão do festival foi organizada pela ABPI-TV.

FOTO: arquivo

comprando ainda participação nos filmes. Já o fundo passará a receber parte da comissão de distribuição, do retorno no investimento no lançamento dos projetos (P&A) e terá um equity no filme. A Lacan espera captar pelo menos R$ 12 milhões para o início da operação do fundo, contando os R$ 8 milhões do BNDES. O dinheiro deve ser usado nos filmes com maior potencial de mercado que chegam à distribuidora. “Já temos uma carteira de filmes pequenos mesmo sem investir na produção. O fundo servirá para trazer os filmes de maior valor à distribuidora”, explica Wainer. O próprio fundo RB I, da Rio Bravo, investe em distribuição, embora não tenha contrato com uma única distribuidora. O fundo investe no P&A de filmes nacionais. Além disso, é o principal investidor da Vereda Filmes, uma agente de vendas para o mercado internacional que tem entre seus títulos o longa “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, de Cao Hambúrguer, indicado pelo Brasil para concorrer ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira.

Canais internacionais

BNDES aumentou para R$ 25 milhões o orçamento para Funcines, explica Luciane Gorgulho.

empresas estatais”, diz a fonte. Co-produção Também entrou em pauta a co-produção entre países. Elisa Álvares, da britânica Future Films, apontou a importância da co-produção internacional no mercado britânico. Em 2005, foram produzidos 131 longasmetragens, dos quais 73 foram co-produções internacionais. No ano seguinte, dos 134 longas produzidos, 54 contavam com um co-produtor internacional. “A Inglaterra tem dez tratados internacionais de co-produção”, explicou. A co-produção seria uma maneira de poder buscar recursos fora do país e ainda garantir presença do filme em mais territórios. “É possível (aos brasileiros) co-produzir com o Reino Unido, mas apenas filmes que tenham caráter comercial”, garantiu. Ainda no evento, Brasil e Itália assinaram um protocolo de intenção para a criação de um fundo de desenvolvimento de projetos brasileiros em co-produção com a Itália. O documento final será assinado durante o Festival de Cinema de Roma, no final de outubro, e entrará em vigor a partir de 2008. A parceria prevê o desenvolvimento de projetos para a realização de co-produções. A parceria será estabelecida entre a Ancine e o Instituto Luce e a Cinecittá Holding, do governo italiano. Fernando Lauterjung

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( evento) Fernando Paiva, do Rio de Janeiro*

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Alta definição no espaço Redes de TV começam a renegociar contratos com operadoras de satélite em busca de maior capacidade.

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óptica no lugar de satélites, destacou Castro. No Rio de Janeiro, especialmente, a presença de infra-estrutura de fibra óptica em arenas esportivas aumentou sensivelmente este ano em razão dos jogos Pan-americanos. Contudo, o satélite continuará servindo para os links secundários. O executivo acredita que a produção em HDTV no Brasil terá um ritmo mais rápido do que o verificado no exterior até agora. “Isso acontecerá porque estamos começando dez anos depois. O know-how já está estabelecido e os equipamentos estão mais baratos”, explicou. De acordo com Castro, o custo de produção em HDTV hoje em dia está bem próximo ao de SDTV. “Se você construir um estúdio do zero, a diferença de preço é menor que 10%”, afirmou. Outro incentivo para os produtores nacionais começarem a produzir em HDTV é a facilidade de exportar o conteúdo para plataformas variadas. O executivo aproveitou o evento para esclarecer que o conteúdo a ser transmitido no canal móvel da TV digital, também conhecido como 1 SEG, será o mesmo dos canais em alta definição e na TV analógica. “É até mais fácil para as emissoras transmitir o mesmo conteúdo”, explicou. O governo brasileiro estava preocupado com o risco de os radiodifusores transmitirem conteúdos diferentes em 1 SEG porque FOTOs: bira Soares

transmissão em alta definição (HDTV) no Brasil foi um dos temas mais debatidos durante o 7º Congresso Latino-americano de Satélites, realizado nos dias 20 e 21 de setembro no Rio de Janeiro e organizado pelas revistas TELA VIVA, TELETIME e Convergência Latina (Argentina). E não poderia ser diferente, haja vista a promessa de aumento de uso da capacidade satelital em razão do HDTV. As primeiras a renegociarem os contratos com operadoras de satélite serão as emissoras de TV aberta, cuja transmissão em alta definição começa em dezembro. A Globo, uma das maiores clientes de capacidade satelital para TV, ainda está em fase de negociação. É certo, contudo, que a emissora não ampliará de uma vez só sua capacidade alugada. Como a HDTV será adotada aos poucos na grade de programação, a ampliação da capacidade também será feita gradativamente. Segundo o gerente do departamento de projetos de transmissão digital da TV Globo, Paulo Henrique de Castro, conteúdos como novelas e jogos de futebol devem ser os primeiros a adotar a alta definição. Vale lembrar que no caso da transmissão de eventos ao vivo existe uma tendência a aumentar o uso de fibra

“Capacidade satelital crescerá 2,5% ao ano até 2011.” Dolores Martos, da SES New Skies

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Segundo Paulo Henrique de Castro, da Globo, novela e futebol serão os primeiros conteúdos em HD.

alguns modelos de set-top box que serão comercializados no Brasil receberão apenas o sinal 1 SEG - é o caso daquele produzido pelo consórcio formado por Encore, Telavo e Teikon. Castro lembrou, entretanto, que no Japão está se estudando a possibilidade de diversificar o conteúdo transmitido em 1 SEG, adequando-o ao perfil de uso da TV em aparelhos portáteis. “Existe um novo horário nobre para os aparelhos portáteis: é a hora em que as pessoas estão indo e voltando do trabalho. E também a hora do almoço”, afirma o executivo da TV Globo. Embora as emissoras abertas serão as primeiras a transmitir em alta definição, quem vai realmente consumir HDTV é o cliente de TV por assinatura, prevê Luiz Marchezetti, diretor da Sky. A empresa deve adotar HDTV no Brasil no final de 2008. Junto com a transmissão em alta definição virá o uso do padrão MPEG-4. Para Marchezetti, o diferencial das empresas de TV por assinatura no futuro não será mais a programação, ainda que em alta definição, mas, sim, os serviços. “A programação será uma commodity”, afirmou. A grande aposta da companhia é o lançamento no futuro de um DVR (digital video recorder) inteligente, capaz de identificar ao longo do tempo as preferências do seu dono e avisá-lo sobre programas pelos quais ele poderia se interessar em gravar. A Sky


já oferece um modelo de DVR, sob a marca Sky+. A Globosat, por sua vez, pretende lançar em novembro seu primeiro canal em alta definição. “Os demais canais migrarão quando houver massa crítica. Não sabemos quando seremos 100% alta definição. A HDTV está menos difundida no mundo do que se imagina”, avaliou o gerente de operação exibição do departamento de engenharia da Globosat, Marcio Albernaz. Um dos problemas é a incompatibilidade na maioria dos decoders presentes nas casas dos assinantes. “Parte do parque de decoders está em fim de vida útil. Podemos alinhar esta troca à nova tecnologia DVB-S2”, propôs Albernaz. A empresa deverá trabalhar com os operadores para fazer o planejamento da migração. Demanda e oferta As emissoras que anteciparem a negociação para aumento da capacidade satelital podem reduzir o risco de pagar mais caro no futuro. Durante o seminário, foi mencionado que o setor de satélites está vivendo um novo ciclo de crescimento, que deve atingir seu auge entre 2010 e 2011. Com isso, a demanda está crescendo mais que a oferta, para a comemoração das operadoras de satélite, que reclamavam da queda de preços no começo desta década. De 2005 a 2011, a expectativa é de que capacidade satelital crescerá em

média 2,5% ao ano no mundo, enquanto a demanda, no período entre 2007 e 2014, subirá 3% ao ano. Os dados, referentes a diversas pesquisas, foram apresentados pela vicepresidente de vendas para América Latina da SES New Skies, Dolores Martos. No mundo todo, o crescimento maior deve ser na banda Ku, com aumento de demanda de 4,3% ao ano em média até 2014, ante 2,3% da banda C. Entre os principais fatores para esse novo ciclo virtuoso está o aumento de serviços de transmissão de vídeo, especialmente em alta definição, o surgimento de operadoras regionais, principalmente na Ásia, e a falta de infraestrutura terrestre em regiões como África e Índia. O diretor de vendas da Intelsat no Brasil, Rodrigo Campos, destacou que haverá necessidade de uso de satélites para backhaul de redes celulares que se expandirão para regiões de baixa densidade populacional nos próximos anos. Na média, a demanda por capacidade na América Latina crescerá 3,6% ao ano entre 2007 e 2014. Mas se considerada apenas a banda Ku, o aumento será de 6,7%, um dos maiores do mundo. Atualmente, os satélites disponíveis na região estão quase completamente ocupados. Porém, as operadoras reclamam que os preços por transponder no continente continuam baixos, embora venham se recuperando aos poucos. Na Europa, enquanto um transponder é

“Haverá escassez de oferta entre 2010 e 2011. Os preços podem dobrar” Joaquin Restrepo Mejía, do Ministério das Comunicações da Colômbia

vendido, em média, por 4 milhões de euros por ano, na América Latina o preço hoje gira em torno de US$ 1,15 milhão ao ano. O assunto é polêmico. Nem todo o mundo concorda que os preços sejam tão baixos assim. “Europa e América Latina são mercados muito diferentes. Não se pode comparar os preços diretamente”, criticou o diretor do escritório de assuntos internacionais do Ministério das Comunicações da Colômbia, Joaquin Restrepo Mejía. “Haverá escassez de oferta entre 2010 e 2011. Os preços podem dobrar”, alerta Mejía. O governo colombiano está preocupado porque depende de satélites para a realização de projetos sociais, como levar banda larga para escolas no interior do País – algo similar ao Gesac brasileiro. Por sinal, a Colômbia estuda com alguns países vizinhos a possibilidade de lançarem juntos um satélite para atender às suas demandas. “Não queremos competir com as empresas, mas, sim, garantir um recurso e não depender mais das flutuações do mercado”, explicou Mejía. * Colaborou Ivone Santana

Turbulência à vista na banda C A banda C é amplamente utilizada para a transmissão de vídeo no Brasil. Sua baixa freqüência, entre 3,6 mil MHz e 4,2 mil MHz, lhe assegura estabilidade contra as chuvas típicas de países. Mas existe uma discussão internacional que pode determinar o compartilhamento dessa faixa com futuros serviços de telefonia celular, conhecidos como IMT 2000 Advanced – algo que surgirá depois da chamada “terceira geração” (3G). O assunto será levado à votação durante a Conferência Mundial de Radiocomunicações de 2007 (CMR-07), que acontecerá entre 22 de outubro a 16 de novembro, em Genebra, na Suíça. O Brasil, assim como os demais países da América Latina, querem reservar para o IMT 2000 a faixa entre 3,4 mil MHz e 3,6 MHz, que hoje não é utilizada pelas operadoras de satélite do continente. “O IMT é para o futuro, mas a banda C já usamos hoje”, argumentou a gerente geral de satélites e

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serviços globais da Anatel, Sueli Matos de Araújo. O problema é que países europeus e o Japão, onde se usa muito mais banda Ku do que banda C, são a favor de que pelo menos parte da banda C seja compartilhada com telefonia celular. Isso geraria a necessidade de se criar zonas de exclusão com raios que variam de 40 Km a 100 Km, segundo cálculos de diferentes especialistas. Como no Brasil existem muitas estações terrenas, fica bastante complicado o uso de zonas de exclusão. Na Europa, onde não há concentrações tão grandes de estações terrenas, é possível criar tais zonas de exclusão. Seja qual for a decisão da maioria, o Brasil não é obrigado a segui-la. Mas ficar isolado pode significar aumento no custo de produção de equipamentos de telecomunicações para o País, em razão da escala.

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Foto: tela viva

Sony demonstrou em setembro, em um evento para jornalistas em Nova York, sua nova camcorder PMW-EX1. Trata-se do primeiro equipamento das linhas XDCam e CineAlta a usar memória em estado sólido para gravação de vídeo. O equipamento foi anunciado com certo alarde na última NAB, que aconteceu em abril, quando a fabricante apresentou pela primeira vez um mock-up do produto. Pode parecer irônico que a Sony, que entrou no mundo da gravação sem fita usando discos ópticos, lance um equipamento baseado em cartões de memória. O vice-presidente sênior da Sony Broadcast, Alec Shapiro, explica que a fabricante japonesa nunca viu a linha XDCam como uma linha de gravação em discos ópticos. “A linha, para nós, sempre foi de gravação em mídias não-lineares”, explicou. No início da batalha entre Panasonic, que lançou sua linha baseada nos cartões P2, e a Sony, com os discos Blu-ray da linha XDCam, alguns engenheiros

Luiz Padilha, da Sony, aposta na venda de centenas de unidades por mês na América Latina.

Foto: divulgação

Sony sólida

Fabricante japonesa lança sua primeira camcorder com gravação em cartões de memória.

apontaram que o futuro seria o das mídias baseadas em memória em estado sólido, mas que o presente era dos discos ópticos. Isto porque o custo da memória ainda era muito superior ao dos discos ópticos. Hoje ainda há uma diferença de preços grande, mas que pode ser menos significante se as mídias forem usadas apenas como um meio de gravar o conteúdo para posterior armazenamento em servidores ou em sistemas robotizados de discos. O primeiro modelo da Sony a usar a tecnologia de cartões de memória é voltado ao mercado de produtoras, embora deva ser adotada por emissoras de menor tamanho no Brasil e na América Latina. O equipamento, que será lançado em novembro, com preço inferior a US$ 8 mil no mercado norteamericano, conta com lentes integradas e sensores de imagem CMOS, gravando em MPEG-2. Luiz Padilha, diretor de broadcast e produção da Sony para a América Latina, diz que ainda não há um preço fechado para a região, mas aposta na venda de centenas de unidades por mês em todo o bloco. A PMW-EX1 conta com lentes HD da Fujinom com zoom de 14 vezes desenvolvidas especificamente para o equipamento. O ângulo mais aberto

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da lente é de 5,8 mm (equivalente a 31,4 mm em lentes 35 mm). Os três sensores CMOS são de 1/2 polegada com resolução nominal de 1920 x 1080. A gravação, feita no formato MPEG-2 Long GOP tanto em 1080i quanto 720p é feita em cartões ExpressCard, SxS PRO, que trabalham com transferência de dados de até 800 Mbps. Equipada com dois slots SxS, a camcorder pode gravar até 100 minutos de conteúdo HD a 35 Mbps ou 140 minutos a 25 Mbps, usando dois cartões de 16 GB. Por enquanto existem duas versões de cartões, com 8 GB e 16 GB, que custam US$ 500 e US$ 900, respectivamente. A camcorder pode trabalhar em 1080p, 1080i e 720p, com possibilidade de gravação em diferentes frame rates: 59.94i, 50i, 29.97P, 25P e 23.98P nativo. No modo de gravação a 35 Mbps a camcorder suporta as resoluções 1920 x 1080 e 1280 x 720. No modo de gravação a 25 Mbps, é totalmente compatível com os produtos HDV 1080i. Graças a isso, pode ser facilmente integrada a sistemas de edição HDV através da porta IEEE-1394. (Fernando Lauterjung, de Nova York)


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Controle mestre

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Miranda lançou o controle mestre HD/SD Imagestore 750. Baseado em chassi de 1 RU, o equipamento foi desenhado para ambientes multi-canal e oferece mixagem de vídeo e áudio. Quatro camadas de keying podem ser alimentadas por gráficos baseados em templates, combinando vários níveis de animação, imagens still e geração de caracteres. O equipamento pode trabalhar em 720p ou 1080i em 50Hz e 59.94Hz e conta com mixagem A/B por corte ou fade. A mixagem de áudio conta com quatro grupos digitais (16 canais) e oito pares AES para áudio for 5.1. O equipamento pode ser automatizado, controlado por uma porta serial ou ethernet através do protocolo Oxtel. O controle manual é feito pelo controle máster PresStation.

Controle mestre HD/SD em apenas uma unidade de rack.

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