Revista Tela Viva 184 - Julho 2008

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 17_#184_jul2008

definicao em alta Internet Portais investem no vídeo para crescer em usuários e publicidade

TV por assinatura prepara seus canais HDTV, apostando na expansão do mercado

Direitos autorais No décimo aniversário da lei, profissionais pedem mudança


w w w. s o n y p ro . c o m . b r

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Sony é uma marca comercial registrada da Sony Corporation. Todos os pesos e medidas não métricas são aproximados. As imagens visualizadas nesse anúncio são simuladas. Fotos, gráficos e ilustrações podem não corresponder a uma representação fiel da realidade. (*) A memória será dada de acordo com o modelo da camcorder adquirida. Promoção válida até agosto/2008 ou enquanto durar o estoque.


Foto: marcelo kahn

(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro Diretor de Marketing

Editor Tela Viva News Redação

Sucursal Brasília Coordenadora de Projetos Especiais Arte

Depar­ta­men­to Comer­cial

Gerente de Marketing e Circulação Administração Gerente de TI Central de Assinaturas

Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski Leonardo Pinto Silva

Mariana Mazza (Repórter) Letícia Cordeiro Carlos Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jar­dim (Pro­du­ção Grá­fi­ca) Geral­do José Noguei­ra (Edi­to­ra­ção Ele­trô­ni­ca) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Roberto Pires (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Iva­ne­ti Longo (Assis­ten­te) Gislaine Gaspar Vilma Pereira (Gerente) Marcelo Pressi 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

Redação E-mail

(11) 3138-4600 telaviva@convergecom.com.br

Publicidade E-mail Impressão

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Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Humberto Costa (Colaborador) Lizandra de Almeida (Colaboradora)

www.telaviva.com.br assine@convergecom.com.br

a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Exclusão digital

Fernando Lauterjung

Internet E-mail

André Mermelstein

(11) 3214-3747 comercial@convergecom.com.br Ipsis Gráfica e Editora S.A.

Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

ma das avaliações repetidas inúmeras vezes em TELA VIVA, por diversos analistas do setor, sobre a implantação da TV digital no Brasil, era de que o público de classe A e B, que tem recursos para comprar os equipamentos, assistiria aos canais HD pelo cabo, e não compraria os receptores digitais terrestres. Isto retardaria os ganhos de escala e a redução do preço dos receptores. De fato, com o custo dos equipamentos ainda altos, não está havendo uma adoção em massa do sistema pela população, pelo menos não no ritmo que os broadcasters pregavam. O anúncio recente, em meados de junho, do primeiro conversor a R$ 200, pela Proview, não muda muito o cenário. Para aproveitar o que a TV digital oferece de melhor, a alta definição, o espectador ainda tem que investir em um display HD, que não custa menos de R$ 2 mil. Muito menos cumpriu-se a previsão de que os assinantes de TV cancelariam suas assinaturas, porque teriam um serviço de qualidade muito melhor na TV aberta digital. Pelo contrário, é a TV a cabo que está entrando no mundo HD (até porque não poderia deixar de fazê-lo, sob pena de ficar mesmo ultrapassada). Como mostra a matéria de capa desta edição, mesmo sem contar ainda com um número grande de assinantes e sem um modelo que pague todas as contas, operadoras e programadoras vêm investindo para se posicionar como provedores de um serviço de vídeo de alta qualidade. Os principais programadores preparam seus canais de séries, esportes e filmes em alta definição para os próximos meses. Isto pode ser ruim para a TV aberta, pois se os chamados “early adopters”, os consumidores dispostos a pagar mais pelas novidades, não compram os settops da TV aberta e os receptores integrados, os preços demorarão mais a cair e a adoção será ainda mais lenta. Uma fonte próxima aos desenvolvedores da TV digital terrestre revelou que a TV aberta não deve ter EPG (guia eletrônico de programação), e, portanto, se o telespectador quiser um DVR (Digital Video Recorder, o gravador digital), este será bem limitado. Ambos são itens cada vez mais presentes entre os assinantes de TV. Numa época em que o espectador quer cada vez mais controle sobre o que assiste, seja na TV, seja na Internet, pode ser um erro, que distanciará ainda mais os que têm condição de pagar por algum serviço premium e os que continuarão excluídos dos benefícios do mundo digital.

capa: Domingos aquino

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Ano17 _184_ jul/08

(índice )

TV por assinatura

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Começa a oferta de canais em HD no Brasil

Scanner

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Figuras

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Internet

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Portais apostam no conteúdo audiovisual 14

( cartas)

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Publicidade

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Anunciantes buscam espaço no conteúdo das emissoras

Troca de conteúdo Achei interessante a iniciativa de aproximação entre as TVs de língua portuguesa, como mostrou a última edição de Tela Viva. As perguntas não saem da minha cabeça: será que vai acontecer mesmo esta troca de conteúdo? Será que uma Globo ou uma Record vão passar algum dia um programa de uma emissora que não tem condições tecnológicas semelhantes às suas? Joaquim Macedo, Londrina (PR) Retorno do investimento Legal saber que o governo está investindo mais em audiovisual. São US$ 250 milhões segundo a reportagem “Dinheiro Novo”. Espero que o público tenha retorno deste dinheiro público com filmes e programas de qualidade. Thalita Alcântara, Fortaleza (CE)

Audiência

Direitos autorais

32

Os dez anos da lei de direitos autorais e as propostas de mudanças na regulamentação

Making of

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Mercado

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Como foi financiado o novo filme de Lourenço Mutarelli

Festival

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Produtores propõem políticas públicas para o audiovisual infanto-juvenil

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Evento

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TV pública e financiamento foram os destaques do Brasil no Sunny Side

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br

Upgrade

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Agenda

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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

telavivanews www.telaviva.com.br 4

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FOTOS: divulgação

( scanner ) Vídeos 3G

“Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n Roll”, da Otto Desenho Animados, um dos longas-metragens disponíveis no Blopix, site para a distribuição de filmes via streaming.

Clicar e assistir A ZeroUm Digital lançou em junho o Blopix (www.blopix.com.br, com titulares originais, em português e sem legenda, e www.blopix.com, site em inglês para títulos originais ou legendados em inglês), um serviço de distribuição via streaming de filmes, curtas e séries. Segundo Guilherme Coelho, sócio da agência, a proposta é abrir um novo espaço de distribuição para os produtores e dar ao espectador acesso a um conteúdo variado. “Temos interesse em construir um catálogo com produções de grandes estúdios e de produtores independentes, inclusive com material antigo produzido por eles”, explica Coelho. Atualmente, no catálogo, constam longas e curtas-metragens como os documentários “Fé”, de Ricardo

Dias e “Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba”, da Superfilmes, e “Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n Roll”, da Otto Desenhos Animados. O pagamento é feito por cartão de crédito ou débito e os preços variam de R$ 2,90 a R$ 6,90. Não há custo para a inclusão de títulos no portal e, por enquanto, metade do valor fica com o produtor e metade com a Blopix, mas, de acordo com Coelho, a idéia é que, futuramente, a remuneração do produtor varie de acordo com o volume de vendas. Como diferencial do serviço, o sócio da ZeroUm Digital destaca a segurança para o produtor e distribuidor: “O sistema é anti-pirataria. Não há downnload de arquivos e, depois da aquisição, o internauta tem trinta dias para iniciar a exibição e três dias para terminar de assistir ao vídeo depois de iniciada a exibição”.

“TNT+Filme” em espanhol O programa brasileiro do canal TNT, o “TNT + Filme”, atração sobre cinema produzida pela Mixer, além de ganhar uma segunda temporada no Brasil, será produzido também para a Argentina e o México. O programa estreou em 1º de julho nos dois países com apresentadores locais e totalmente falado em espanhol. A O apresentador Rafael produção das versões também é da Mixer, com Sarmiento, da versão direção de Kiko Ribeiro e Daniel Augusto. De mexicana do acordo com Luca Paiva de Mello, diretor de “TNT+Filme”. Além de criação e desenvolvimento da produtora, os produzir a 2º temporada do programa brasileiro, apresentadores mexicanos e argentinos gravam no a Mixer fará as versões Brasil. As pautas também são determinadas aqui e mexicana e argentina. customizadas para o México e Argentina por produtores locais, previamente treinados pela equipe da Mixer. “O legal deste projeto é que o formato pode ser levado facilmente a qualquer país, fazendo as devidas adequações culturais. Temos vontade de exportar outros formatos e, já na criação, temos pensado em projetos que, além de adequados à grade do canal para o qual trabalhamos, possam viajar e tenham fôlego”, diz Mello. Na Argentina, a condução do programa ficará a cargo da atriz Ernestina Pais e do jornalista e produtor Axel Kuschevatzky. A versão mexicana terá como apresentadores a também atriz Cecilia Suarez e o especialista Rafael Sarmiento. No Brasil, a segunda temporada do programa, com 26 episódios, estréia em setembro próximo. 6

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A Claro pôs no ar um portal de vídeo para clientes 3G. O serviço está ainda em “soft launch”, ou seja, não houve por enquanto nenhuma campanha para divulgá-lo. O portal funciona através de videochamadas: para acessar, o usuário precisar fazer uma ligação em vídeo para o número *200. Para tanto, é necessário um celular 3G que suporte a função de videochamada. Uma vez dentro do portal, o usuário navega pelas teclas do celular e escolhe o vídeo que deseja assistir. A cobrança é feita por tempo de conexão: R$ 0,89/minuto. Poucas operadoras no mundo lançaram portais de videochamadas até o momento. Dentro da América Móvil, por exemplo, a Claro do Brasil é a primeira a experimentar esse tipo de serviço. “A idéia é agregar valor ao 3G usando a tecnologia de videochamada”, explica a diretora de serviços de valor adicionado e roaming da Claro, Fiamma Zarife. A plataforma foi fornecida pela Ericsson e a aplicação para o portal de vídeo foi desenvolvida pela Compera nTIme. Por enquanto há apenas três canais disponíveis no portal: Videoclipes, Podcasts e Videomaker. Quem fornece conteúdo para o canal de videoclipes é a Universal Music. O canal de podcasts tem conteúdo variado provido por diversos parceiros, como Cineclick e Mundo Canibal. E o canal Videomaker, por fim, utiliza vídeos feitos pelos próprios usuários da Claro. Novos canais serão acrescentados em breve. “Estamos começando a negociar isso”, disse Fiamma.


Ninguém Merece A distribuidora carioca Synapse licenciou à TV Cultura a série “Ninguém Merece”, produzida pela Australian Children TV Foundation. A série centrada na menina de 12 anos Taylor Fry, que vive os desafios da adolescência, estreou no final de junho. A distribuidora também licenciou à TV Cultura dois documentários brasileiros com temática indígena: “Biopiratas” e “Ãgtux”, que foram exibidos no programa “A’Uwe”. Outras sete séries, totalizando 72,5 horas de programação à TV Univesp (TV Universidade Virtual de São Série australiana “Ninguém Merece”, licenciada pela Synapse à TV Cultura Paulo). A programação deve ir ao ar a partir de outubro.

Passaporte para o Brasil A RedeTV! levará para a rede nacional o programa “Passaporte”, produzido pela produtora independente maranhense Milenarte para uma de suas filiadas, a TV São Luís. O programa semanal jornalístico de turismo e cultura que há cinco anos é transmitido para São Luís e outros 38 municípios do Maranhão passará por algumas modificações para entrar em rede nacional: mudará de nome para “Passaporte Mundo” e em vez de 45 minutos terá uma hora de duração. “Também queremos tirar um pouco do caráter de serviços dele e deixá-lo mais documental, introduzindo outros temas, como a ecologia”, explica o diretor da Milenarte Marcos Davi de Carvalho, que com a reportagem “Massacre dos Carajás”, produzida para o programa, ganhou menção honrosa durante a entrega do 21º Troféu Guarnicê de Telereportagem no 31º Festival Guarnicê de Cinema, que aconteceu em São Luís entre os dias 15 e 21 de junho. De acordo com Carvalho, a estréia da atração está prevista para o dia 29 de julho.

“Guarah”, filme da recém-criada empresa de pós-produção e efeitos especiais do Grupo Ink, Ilegal FX, para Guaraná Antártica.

O internauta escolhe o filme

MovieMobz.com é um site de relacionamentos em que usuários podem trocar informações sobre cinema e escolher os filmes que querem ver.

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Entrou no ar na primeira quinzena de junho o MovieMobz.com. Trata-se de um site de relacionamento voltado para os amantes de cinema que permite encontrar e trocar informações, conhecer pessoas e formar comunidades. Mas o mais importante é que o site permite que grupos escolham filmes que desejam ver nas salas de cinema. A escolha pode ser feita a partir de um catálogo disponível no site, que inicialmente terá cerca de 200 títulos, entre independentes, clássicos, filmes de arte, e cinematografias pouco conhecidas. O projeto é do distribuidor Marco Aurélio Marcondes e do fundador da Rain Network Fábio Lima. Segundo Marcondes, as exibições podem ser feitas em qualquer cidade do país onde haja salas de projeção digital. “Com as sessões em mobilização, conseguimos detectar a quantidade de pessoas interessadas a assistir a um filme em determinado lugar, aí apresentamos para os exibidores e vemos o horário em que há disponibilidade”, explica Marcondes. V i v a

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Pós-produção e efeitos especiais O Grupo Ink criou a Ilegal FX, empresa voltada para a pós-produção e efeitos especiais. O foco é o desenvolvimento de trabalhos para as agências de propaganda e empresas que fazem parte do grupo, como a Margarida Flores e Filmes, Colmeia, Academia de Filmes e Ipanema Entertainment. Com equipe formada por aproximadamente 30 profissionais comandados por Francisco Ruiz, a Ilegal FX é uma evolução do departamento de finalização que a Margarida Flores e Filmes criou há um ano e meio. Entre os filmes que levam a assinatura da equipe, estão “Búfalos”, para a S10; “Lagartixa” e “Túnel de Vento”, para Mitsubishi; “Balões”, para a Cerveja Sol; “Transformers”, para a GM; e “Guarah”, para Guaraná Antártica.


( scanner) A química no dia-a-dia Estreou na TV Cultura a campanha “Todo dia com a química”, uma idealização da afiliada Rede Paulista, de Jundiaí, patrocinada por cinco empresas ligadas à Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim). A campanha, com duração prevista de seis meses, é composta por 24 episódios de desenho animado de 30 segundos cada um. Os programetes foram produzidos

objetivo de formação crítica e exercício da cidadania”, explica Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta.

Customização Cristiano Pierobon, diretor presidente da Rede Paulista, conta que o projeto da campanha “Todo dia com a química”, tem sido trabalhado desde 2007. “Na emissora, trabalhamos bastante com os nossos anunciantes, customizando projetos para que eles façam parte também da nossa programação, utilizando incentivos da Lei Rouanet”, diz. No caso desta campanha, Pierobon apresentou uma proposta a uma empresa química da região, que levou o projeto à entidade nacional. “Eles tinham o desejo de fazer uma campanha na televisão e tinham material impresso explicando a química para crianças. Pensamos que seria um material grande Programetes que mostram às crianças como a química para ficar restrito à está presente no dia-a-dia das pessoas foram idealizados veiculação regional, por isso, pela Rede Paulista, afiliada da TV Cultura em Jundiaí, e apresentamos o projeto à patrocinados por cinco empresas do setor químico. TV Cultura”, conta. pelo núcleo de animação da TV A campanha contou com incentivos Rá-Tim-Bum, e vão ao ar no da Lei Rouanet e custou cerca intervalo da programação de R$ 1,3 milhão, rateados entre infanto-juvenil da TV Cultura, cinco empresas do segmento mostrando por meio das químico: Basf, Carbocloro, Clariant, aventuras do garoto Quim, Quattor, Solvay personagem central, como a e Dacarto Benvic. química está presente no dia-a-dia A campanha também tem das pessoas. um hotsite. No endereço “Estamos nos aproximando do www.tododiacomaquimica.com.br, mercado publicitário de maneira estarão disponíveis as animações, diferenciada, buscando atingir nosso jogos e informações sobre química.

Rádio Pipoca, site produzido pela Flamma, terá histórias da mitologia universal adaptadas para o universo infantil.

Mitologia na rede A Flamma lança em agosto o site Rádio Pipoca (www. radiopipoca.com.br), que será abastecido semanalmente com histórias da mitologia universal adaptadas para as crianças. Os vídeos terão entre dois e cinco minutos de duração e estarão disponíveis para download em MP3 para que as crianças possam ouvilas em qualquer lugar. Os desenhos, baseados na técnica de teatro chinês, são de Michel Borges e os textos são de Fábio Yabu, autor da série “Princesas do Mar”. A coordenação é de Camila Targino, gestora de projetos da Flamma. As primeiras quatro narrativas disponíveis para download serão “Aracne”, história grega sobre o mito de Aracne e a origem das aranhas; “Eros e Psiquê”, história grega que relata como Eros conheceu a mortal Psiquê; “As duas irmãs”, história indiana que fala sobre a relação entre o Sol e a Lua; e “A flecha envenenada”, de origem indiana, mostra um jovem soldado que, ao ser atingido por uma flecha, não soube priorizar as ações fundamentais para seu salvamento.

Pólo catarinense de animação Florianópolis (SC) tem um centro para a animação, unindo a indústria tecnológica à audiovisual. Em 2005, o Sapiens Parque, um instituto controlado pelo governo do estado com o apoio da Certi, uma empresa de tecnologia ligada à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), construiu o Sapiens Studio, mas, foi no ano passado, com a chegada da AnimaKing, de Paolo Conti e Arthur Medeiros, que o projeto deslanchou. “Queríamos parceiros que trabalhassem com conceitos de educação e 8

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entretenimento, aí encontramos o pessoal do ‘Minhocas’”, conta Marcelo Guimarães, diretor de ciências, tecnologia e inovação do Sapiens Parque. O longa-metragem “Minhocas”, uma animação stop motion, começa a ser filmado em agosto e teve todo o suporte de engenharia de profissionais de empresas ligadas ao Sapiens Parque. “Queremos ser um pólo de animação, uma incubadora de empresas que trabalhem juntas, desenvolvendo conteúdo audiovisual, softwares e games”, destaca Guimarães.

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MATERIAL NÃO DISPONÍVEL


( scanner) No Oriente

Cenas da animação desenvolvida pela Cinema Animadores para a peça “Yuuki!!! O Pequeno Samurai”.

Animação no teatro

A Cinema Animadores estreou no teatro: produziu um vídeo de 50 minutos de animação 2D que fazem parte da cenografia e contracenam com o protagonista da peça “Yuuki!!! O Pequeno Samurai”, que ficou em cartaz entre os dias 12 de junho e 20 de julho no Centro Cultural Sesi Vila Leopoldina. Segundo a diretora executiva da produtora, Silvia Prado, em junho, também, a Cinema Animadores fechou contratos de licenciamento com a Ri Happy, para o lançamento de um boneco de vinil, e com a Editora Callis, para seis DVDBooks da série “Sapo Xulé”, que deve estrear na TV aberta e fechada em setembro, e produziu uma animação 3D com textura de massinha de 30 segundos para o governo do Pará, como parte da Campanha 7 Bilhões de Árvores. Além disso, a produtora está fazendo alguns filmes sem animação para a publicidade. Em junho, foram quatro comerciais para a Monsanto, um para a Bayer e um para a Pampili.

De TI para Pay-TV A Art IT, empresa tradicional de consultoria em TI está prestando serviço para a TV por assinatura. A companhia adquiriu o CRM Sigma Plenus da Tele Design e fará gestão de assinantes com suporte ao quadriplay. Como um serviço voltado para o mercado de TV por assinatura, a Art IT participará pela primeira vez da ABTA, evento do setor que acontece de 11 a 13 de agosto na capital paulista.

Comunicação de massa

Websérie

A editora FGV lançou o livro “Democracia e regulação dos meios de comunicação de massa”. Organizada por Enrique Saraiva, Paulo Emílio Matos Martins e Octavio Penna Pieranti, a obra traz , em 14 capítulos, análises de acadêmicos, jornalistas, empresários e representantes da administração pública e da sociedade civil sobre temas como novas tecnologias, regulação dos meios de comunicação, normas para a atividade profissional, TV digital e classificação indicativa.

Estreou no primeiro final de semana de julho o websódio criado pela Gnova para a Locaweb. Toda sexta-feira, um novo capítulo da minissérie sobre o dia-a-dia dos profissionais de uma importadora de produtos de beleza, a Zen %, é disponibilizado no site www.oquequeeisso.com.br. Os 16 episódios da minissérie, com duração de três a cinco minutos cada um, não são seqüenciais. Zuza Tupinambá é o idealizador do projeto. A direção é de Rodrigo Meirelles, Nina Crintz e Thiago Dottori. Os diálogos estão sendo escritos por Adriana Falcão, roteirista da série “A Grande Família”.

“Democracia e regulação dos meios de comunicação de massa”, da editora FGV, traz análises sobre temas como regulação dos meios de comunicação, classificação indicativa e TV digital.

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A Record Internacional anunciou a criação de uma central de produção em Hamamatsu, região de maior concentração de brasileiros no Japão. Segundo Aroldo Martins, diretor da Record Internacional, o empreendimento custou à emissora US$ 500 mil. O espaço é alugado, conta com dois estúdios, quatro ilhas de edição e equipamentos HD. Outro US$ 1,2 milhão foi empregado para levar um sinal exclusivo para o Japão. Desde 1º de abril de 2008, a Record está no canal 333 da Sky Perfect TV, serviço por parabólica para todo o Japão, e tem cerca de cinco mil assinantes. “A central de produção não é um investimento muito grande, mas o suficiente para o nosso objetivo de produzir localmente programas de entrevista, entretenimento e passatempo que mostrem como vivem os brasileiros e oriente os imigrantes. A idéia é que, em três meses, estas produções correspondam a uma média de 3 a 4 horas diárias da programação da Record no Japão”, diz. Toda a produção será feita pela equipe da Record no Japão, que conta com cinco profissionais, e pela equipe de São Paulo. Alguns programas serão gravados no bairro paulistano da Liberdade, conhecido reduto da colônia japonesa. Atualmente, 80% da grade de programação da Record no Japão é formada pela mesma programação da emissora que é vista no Brasil; o restante é a programação do canal Record Internacional. Aroldo explica que, além dos programas, a Record Internacional vai promover ações e eventos voltados para a comunidade brasileira no Japão. Presente em mais de 150 países, a Record Internacional já tem centrais de produção em Portugal, Espanha, Inglaterra, Angola, Uganda, Moçambique e Cabo Verde. Com o sinal que é levado para o Japão, o canal tem condições também de distribuir conteúdo na Austrália. “Estamos negociando com a Optus, maior distribuidora australiana, mas ainda não temos data para início das transmissões”, adianta Martins.



Fotos: divulgação

(figuras ) Diretor de cena O gaúcho Zaracla é o novo diretor de cena do núcleo de publicidade da Mixer. Com passagens pela Zeppelin, DM9DDB, DCS e Dez Brasil, o diretor terá a missão de experimentar novas linguagens nos trabalhos produzidos pela produtora.

Diretor O diretor e designer gráfico Denis Kamioka será um dos diretores Ilegal FX, empresa de finalização e pós-produção criada pelo Grupo Ink. Ele conciliará suas atribuições na nova empresa com seus trabalhos internacionais.

Diretor de marketing e afiliadas

Vice-presidente e gerente-geral O uruguaio Felipe De Stefani foi nomeado vicepresidente sênior e gerente-geral dos canais de tendência da Turner Broadcasting System Latin America, o MuchMusic, HTV e Infinito. Baseado na Argentina, o executivo deverá elaborar e implementar estratégias que assegurem a expansão dos canais, sendo responsável pela programação, operações, serviços criativos, novas mídias, marketing e relações públicas. Nos últimos cinco anos, De Stefani trabalhou em Atlanta, EUA, como vice-presidente de marketing, operações on-air e serviços criativos para o Cartoon Network e Boomerang para América Latina.

Unidades de negócio Fernando Andrade e Felipe Figueiredo, diretores de cena da Cine Cinematográfica, assumiram a direção de duas das quatro unidades de negócio independentes que a produtora está criando como parte da reformulação de sua área artística. Os diretores das duas outras unidades ainda não foram escolhidos.

Newton Suzuki (ex-Hallmark Entertainment Network, Net e TVA) é o novo diretor de marketing e afiliadas dos canais por assinatura Bandsports, Terra Viva e Band News, do Grupo Bandei­rantes. Ele está encarregado do marketing dos três canais, relacio­namento com as operadoras e expansão na distribuição dos produtos.

Fernando Andrade, Raul Doria, um dos sócios da Cine Cinematográfica, e Felipe Figueiredo

Atendimento

Sete profissionais

Silvana Canarim (ex-Zero Filmes, Dez Propaganda, Competence e ADVB) é a mais recente contratada da área de atendimento da TGD Filmes.

A Giovanni+Draftfcb contratou e promoveu profissionais para a equipe de Database Marketing da agência em São Paulo. Palloma Quintale Sathler Souza (ex-Lov) é a nova diretora de arte; Lucas Eduardo Cardoso dos Santos (ex-Zompt Digital) é o novo estagiário do departamento e Alexandre Humberto Shulz (ex-Fábrica), o produtor gráfico. Em tecnologia, Camilo Silveira (ex-umStudio) assume como desenvolvedor de Flash e Daniel Schimidt Enricone (exAgência Estado) como programador. Para o atendimento, chegou Amanda Latore Levi (exLimão), como estagiária. Luis Felipe Feresin Ferreira foi promovido de Luis Felipe Ferreira, Lucas Eduardo Cardoso, estagiário para assistente Daniel Enricone, Wagner Sanches, Camilo Silveira, de atendimento na equipe Amanda Levi, Alexandre Shulz de Motorola. Depois de uma passagem pela Y&R, Wagner Rogério Sanches retorna à agência como analista contábil.

Head of art O diretor de arte Victor Hayashida, da Dentsu Latin America, uma joint-venture entre a japonesa Dentsu Inc e a DPZ, foi promovido a Head of Art da Divisão I, dirigida por Adriana Davini. Ele atendará clientes como Toyota, Fast Shop e Sony. Em setembro, Hayashida viaja para o Japão para intercâmbio de tendências, estilos e referências.


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( capa ) Daniele Frederico

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Nos mínimos detalhes Programadoras e operadoras de TV por assinatura preparam-se para encarar o mercado da alta definição, apesar dos altos custos e do mercado ainda pequeno.

O

início das transmissões digitais dos canais abertos nas grandes capitais, com alguns programas e eventos transmitidos em alta definição, tornou-se um incentivo para que as operadoras de TV por assinatura intensificassem seus esforços em torno da programação e da distribuição HD. Com os planos para o lançamento de set-top boxes em alta definição, a TV paga passou a precisar de conteúdo em high definiton, demanda que as programadoras correm para suprir.

Nesta corrida para oferecer conteúdo em alta definição, uma programadora nacional saiu na frente. O canal Globosat HD, lançado juntamente do set-top em alta definição da Net, é o único canal pago disponível em alta definição para os assinantes neste primeiro momento, em que as operadoras se preparam para oferecer outros canais e serviços. Vale lembrar que, em 2006, por ocasião da Copa do Mundo, a TVA lançou um settop HD, que além de exibir os jogos do campeonato em alta definição, também contava com um canal HD, com conteúdos de diferentes produtores, como Discovery e Viacom, mas o produto

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não foi para a frente. O canal da Globosat 100% HD, lançado no final de 2007, serve como vitrine da programadora para os conteúdos em alta definição dos canais SporTV, GNT, Multishow e Telecine. Inicialmente, o canal transmitia seis horas de programação em looping, tempo que aumentou desde o lançamento, conta Pedro Garcia, diretor do Globosat HD. Agora, além das seis horas, são transmitidas as estréias do Telecine Premium, eventos ao vivo, como o Prêmio Multishow, e jogos de futebol ao vivo – como a


24 horas, baseado principalmente no conteúdo de National Geographic. A idéia de ter parte do conteúdo proveniente do canal Fox não está descartada. Segundo o vicepresidente da Fox Latin American Channels no Brasil, Gustavo Leme, uma das opções seria ter 18 horas do canal com conteúdo do National Geographic e outras seis horas com conteúdo do canal Fox. “O fator decisivo para a decisão será a demanda dos clientes”, diz Leme. O canal, programado em Los Angeles, tem previsão de lançamento no País no final de setembro. A escassez de acervo em alta

FOTO: arquivo

“O canal ainda não tem receita. Essa é uma fase de investimento para entrar na nova tecnologia”. Pedro Garcia, do Globosat HD

Band Sports e Band News já contam com produções em HD. O primeiro porque recebe parte do conteúdo do exterior já em alta definição. O segundo porque conta com gravações da agência de notícias Band, que também alimenta o canal aberto do grupo. O jornalismo da Band (canal aberto) prepara-se para captar e transmitir em HD a partir do final das Olimpíadas. Ela conta ainda que na Copa de 2006, quando o canal Band Sports se uniu à TVA e à Gradiente para oferecer os jogos em alta definição, as empresas

lançamento de canais hd passa por questões como custo, falta de espaço em satélite e tamanho do mercado. fizeram um investimento. O esporte, junto dos filmes, é considerado um dos carros-chefes do HD. A programadora, no entanto, não deve lançar um canal baseado no Band Sports em HD para esses jogos olímpicos. “O esporte pode alavancar o HD sim, mas quem vai distribuir em alta definição?”, questiona. Além da dúvida sobre a distribuição, a questão dos direitos sobre a exibição HD também tira o sono daqueles que querem aventurar-se na plataforma. É o caso da Fox Latin American Channels, que está aos poucos renegociando os direitos de suas produções. A programadora prepara no momento um canal 100% HD,

definição e a vontade de oferecer conteúdo diferenciado fez com que a Viacom apostasse suas fichas em conteúdo inédito. A programadora prepara para o final deste ano – ou ainda para o primeiro trimestre de 2009 – o lançamento de um canal 100% HD, com veia musical e uma pitada de conteúdo infantil. Para o vice-presidente sênior de distribuição da MTV Networks Latin America e gerente geral da Viacom Brasil, Álvaro Paes de Barros, oferecer “mais do mesmo”, ou seja, apenas replicar conteúdos já transmitidos em outros canais SD, pode ser frustrante para o usuário. “Mais do que disponibilizar o conteúdo, a questão é programar.

FOTO: marecelo kahn

Eurocopa, que teve seus jogos transmitidos simultaneamente ao SporTV – ou em VT – caso dos jogos dos campeonatos Paulista e Brasileiro. Para as Olimpíadas, que acontecem de 5 a 24 de agosto, o canal estará 100% dedicado às modalidades esportivas, assumindo o nome SporTV HD. Até mesmo os comerciais dos patrocinadores (todos captados em HD) serão transmitidos em alta definição. Reinar sozinho neste mercado, porém, tem seu preço. O canal é oferecido sem custo para a operadora, que também o distribui gratuitamente aos assinantes do serviço HD. “O canal ainda não tem receita. Essa é uma fase de investimento para entrar nessa nova tecnologia”, diz Pedro Garcia. A idéia de um canal como superstation da programadora deve permanecer pelo menos pelos próximos dois anos. “Só vamos mudar essa estrutura se houver um crescimento absurdo em 2009. Do contrário, as mudanças virão em 2010, para a Copa do Mundo”, diz Garcia. Outra programadora nacional que investe na produção e aposta no lançamento de um canal HD é a Newco, que programa os canais Band News, Band Sports e Terraviva. Embora não revele qual será o conteúdo do canal em alta definição, a diretora de desenvolvimento do grupo, Sílvia Jafet, comenta que a programadora deve lançar quatro canais em breve – um deles será apresentado durante a ABTA 2008 – e que um deles será em HD. Disponibilizar esse canal, no entanto, dependerá da demanda por parte das operadoras. “Temos a capacidade, estamos esperando o operador sinalizar”, diz Sílvia. Hoje, segundo ela, os canais

“Ainda é um investimento que não se paga. O espectador não tem a TV HD em casa”. Sílvia Jafet, da Newco

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( capa) Não adianta oferecer o mesmo conteúdo do canal SD para o usuário, que tem expectativas diferentes com o HD”, afirma. Por este motivo, Barros diz que o canal HD da Viacom deve contar com conteúdo exclusivo, que não tenha sido exibido em outros canais da programadora, que opera no Brasil Vh1, Nickelodeon, MTV Hits, MTV Jams e Vh1 Soul. Segundo Barros, a programadora não tem muito conteúdo de acervo em HD, o que também contribui para que o conteúdo a ser levado por este canal seja inédito. A alimentação do canal conta com a colaboração de todos os centros de produção da Viacom no mundo. “Esse canal contará com programas inéditos e premium, para que se torne a primeira janela para nossos conteúdos”, diz Barros. O projeto do canal, programado para toda a América Latina, já está bastante avançado, segundo o executivo. Ele diz ainda que o que tem impulsionado esse avanço é o interesse dos operadores. “O fator determinante para a data de lançamento é o operador”, afirma. FOTO: divulgação

“Não adianta oferecer o mesmo conteúdo do canal SD para o usuário, que tem expectativas diferentes com o HD”. Álvaro Paes de Barros, da Viacom Networks Brasil

HD Max – set-top em alta definição que acumula também a funcionalidade de gravador digital. Segundo o gerente de pay-tv da Net Serviços, Alessandro Maluf, a operadora tem muito interesse em ter canais HD, e não apenas os abertos, já que a oferta de canais é o diferencial da TV paga. Maluf diz que a operadora, que hoje oferece aos assinantes que possuem o set-top apenas o Globosat HD, deve estrear até o final do ano um ou dois canais novos. “O consumidor quer mais conteúdo”, diz. Embora a base de assinantes HD ainda seja pequena – segundo uma fonte do setor, o mercado deve fechar julho com cerca de dez mil assinantes com

de gravador digital. O diretor de estratégia e tecnologia da TVA, Virgílio Amaral, acredita que a realidade hoje é muito diferente daquela encarada pela empresa em 2006. Ele diz que, hoje, a oferta de conteúdo é maior, com os canais abertos produzindo parte de suas grades em HD e com o canal SporTV HD, que estará disponível na operadora junto com o pacote de esportes para as Olimpíadas. O executivo está otimista em relação ao aumento do conteúdo HD disponível ao assinante no ano que vem. “Já está nos planos de todos os programadores lançar HD. No início de 2009, teremos uma maior

para o futuro, operadoras apostam em um modelo baseado na oferta dos canais hd em pacotes. caixa HD – as perspectivas da Net Serviços são otimistas. “Ainda não estamos faturando, mas apostamos no HD. Por mais que não seja uma mina de ouro, acreditamos que o nosso consumidor merece”, diz Maluf. Após a experiência realizada em 2006, a TVA lança na segunda quinzena de julho, o seu set-top HD, que é uma versão mais atualizada do equipamento lançado na época da Copa do Mundo. Enquanto o settop da Net custa R$ 799, o da TVA deve sair por R$ 399, sem a funcionalidade

Distribuir é o negócio Quando o assunto é distribuição, os programadores mostram-se cautelosos. Entre as operadoras, porém, o clima é mais otimista. Com planos para o crescimento da base de assinantes HD e para lançamento do set-top com a nova tecnologia, os operadores apontam para uma intensificação dos esforços para consolidar a nova tecnologia e aumentar o conteúdo distribuído. É o caso da Net, que oferece desde abril deste ano o Net Digital

“No início de 2009, teremos uma maior oferta de conteúdo, não apenas com os canais pagos, mas também com o aumento de horas de transmissão HD nos canais abertos”. Virgílio Amaral, da TVA

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oferta de conteúdo, não apenas com os canais pagos, mas também com o aumento de horas de transmissão HD nos canais abertos”, diz. Em junho de 2007, o presidente da Sky no Brasil, Luiz Eduardo (Bap) Baptista, anunciou que a operadora lançaria os receptores em alta definição no terceiro trimestre de 2008. A operadora não quis se pronunciar sobre o assunto. Alta definição, alto custo Por mais que o otimismo faça parte das conversas, com novos canais, set-tops e assinantes, o caminho do conteúdo HD na TV paga não é feito somente de flores. Problemas como o alto custo

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Ç I N I F E D A A L TA

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( capa) da produção, a falta de espaço em satélite e a falta de mercado consumidor (aquele capaz de consumir o HD em sua integridade, ou seja, com set-top apropriado e aparelho de televisão full HD), fazem com que os programadores encontrem obstáculos na oferta desse conteúdo. Sílvia Jafet calcula que este custo de um canal HD seja cerca de 60% maior que o de um SD. A começar pela produção, que exige equipamentos mais caros e profissionais mais qualificados. “Além da produção, falta acervo de programas em HD. Afinal, a tecnologia é recente”, diz o executivo da Viacom Álvaro Paes de Barros. A programadora aposta em outras praças para viabilizar seus custos de produção. “Por sermos uma companhia global, dividimos os altos custos do canal com vários lugares do mundo”, diz Barros. Quem também aproveita o mercado internacional é a Band, com a venda dos contéudos no exterior. “O que se produz em HD pode ser vendido no exterior, gerando receitas extras”, afirma Sílvia. Barros lembra também que existe um alto custo de satélite e uma restrição física à sua expansão. “Um canal HD ocupa muito espaço no satélite e esse espaço vale ouro”, diz. Por último, mas não menos limitante, está a falta de público disposto a consumir este produto. “Ainda é um investimento que não se paga. O espectador não tem a TV HD em casa”, diz Sílvia.

“Existe mercado para o contéudo HD e obviamente ele será pago”. Alessandro Maluf, da Net Serviços

nos quais os canais em alta definição serão entregues em pacotes, a partir do momento em que a oferta de conteúdo HD aumentar. “Hoje, como a oferta de canais HD é pequena, o assinante não paga nenhum adicional em sua mensalidade. Com o aumento do número de canais, vamos criar pacotes de conteúdo HD, que terão mais atratividade, já que o assinante quer mais variedade de programação em casa”, diz Maluf, que afirma ainda que sai pelo menos cinco vezes mais caro levar até o consumidor um canal HD. O executivo da Net acredita que o assinante estará disposto a pagar para ter conteúdo em alta definição, mesmo com o custo extra do pacote e do set-top. “Existe mercado para o contéudo HD e obviamente ele será pago”, diz. Virgílio Amaral afirma que para que o modelo funcione, é preciso mais do que canais e disposição da operadora. “Os canais HD têm um custo de transmissão e para que o modelo de

Começar do começo Para operações menores e localizadas fora dos grandes centros, o HD na TV paga ainda é uma realidade distante. Segundo a diretora geral da NeoTV, Neusa Risette, a grande maioria das operações ainda não foram digitalizadas, o que significa que a alta definição terá de esperar. “Depois dessa digitalização, os canais de TV aberta precisam chegar à essas localidades, o que pode gerar uma demanda do público”, diz. A alta definição, que requer equipamentos mais caros e banda maior de freqüência, está bem longe da realidade dessas operações. “Agora é o momento de digitalizar”, diz Neusa. Do lado das programadoras, Sílvia Jafet, da Newco, exemplifica essa realidade distante com o canal Terraviva, cuja principal distribuição são as parabólicas. “Se eu decido fazer o canal em HD, o que eu faço com os 16 milhões de assinantes da banda C?”, questiona Sílvia.

Modelo de negócios Altos custos de produção, de satélite, de distribuição. E quem pagará essa conta? Se depender do modelo de negócio no qual os operadores apostam, será, mais uma vez, o assinante. Net e TVA sinalizam para modelos

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negócio faça sentido é necessário ter um consumo mínimo e potencial de crescimento no país”, diz. Do lado dos programadores, a incerteza é ainda maior. Pedro Garcia, da Globosat, diz que não é possível oferecer para sempre canais sem custo para a operadora e para o assinante, como é o caso do Globosat HD. Por outro lado, ele acredita ser difícil repassar o custo para o assinante. “Com o tempo, vai haver uma melhora do produto e teremos de encontrar uma forma de alavancar a receita. De outra forma, o mercado vai ter que absorver o custo”, diz. “O que precisamos agora é encontrar modelos conjuntos com as operadoras”. Transformar canais existentes em canais 100% HD será ainda mais difícil para as programadoras do que o lançamento de canais isolados e feitos em formato de vitrine de todos os canais da programadora. Na Globosat, o lançamento de canais como Telecine, Multishow e SporTV 100% HD não deve acontecer em breve. “Isso vai depender da distribuição e do tamanho do mercado”, diz Garcia. Para Sílvia, da Newco, esse movimento deve sair caro. “Acho que o programador vai ter que engolir o investimento dos canais existentes que se tornarem HD”, diz. Com receita incerta e gasto certo, qual é a vantagem de lançar canais HD, então? Álvaro Paes de Barros acredita que esse não é um investimento a curto prazo, mas uma aposta da programadora. “Na Viacom, estamos encarando isso como uma maratona. Há benefícios no posicionamento da marca e na relação com o consumidor e com o operador”, diz. “Além disso, é preciso acreditar que o número de assinantes não será baixo para sempre”, conclui.



( internet ) Fernando Lauterjung

f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Janela de peso Portais apostam no vídeo para atrair público e publicidade, investindo em conteúdo próprio, licenciamento e agregando parceiros.

O

vídeo estourou na Internet com a popularização da banda larga, cada vez mais larga. Hoje, grandes empresas têm seus serviços de distribuição de vídeo, como Microsoft e Apple, e os portais dedicam cada vez mais espaço a este tipo de conteúdo. TELA VIVA conversou com os principais executivos dos dois maiores portais do Brasil, que apontam a realidade e as tendências do mercado audiovisual dentro da Internet. Na disputa pela audiência, após a compra de séries da TV por assinatura, portais partem para grandes eventos esportivos. Os dados do Ibope para maio apontam 21 milhões de visitantes únicos na Internet brasileira. A medição leva em conta apenas o uso residencial da rede. Destes, cerca de 12 milhões assistem vídeos. Gil Torquato, o diretor corporativo do UOL, aposta que a audiência do portal acompanha a medição. “Arrisco dizer que mais de 50% da audiência do UOL está ligada ao vídeo”, diz. Paulo Castro, diretor geral do Terra, diz que o portal tem 26 milhões de visitantes únicos por mês. Obviamente, está contabilizando não apenas o uso residencial da Internet. Destes, 6 milhões passam pelo Terra TV. A perspectiva é que o número cresça com o principal lançamento para este ano, a compra dos direitos dos jogos olímpicos de Pequim. A forma de agregar conteúdos audiovisuais varia em ambos os portais, que produzem conteúdos próprios e também trabalham com parceiros externos. O UOL trabalha com diversos

Internet as pessoas querem fazer parte, conversar”, diz. Um dos exemplos é o Vídeo Papo, onde as pessoas assistem uma entrevista em vídeo e podem mandar suas perguntas. Contudo, as “marcas” que vêm de fora da Internet parecem fazer sucesso. Os programas do colunista da Folha de São Paulo Zé Simão e do jornalista esportivo Juca Kfouri estão entre os líderes de audiência do portal.

Terra exibirá jogos olímpicos ao vivo e na íntegra.

parceiros, como o VideoLog, Zé Simão, BandNews, MTV, FizTV e Vh1. “Normalmente essas parcerias são feitas através de acordos de divisão de receita publicitária”, explica Torquato. Na produção de conteúdo próprio o portal também pode usar parceiros, como prestadores de serviços. “Temos uma parceria com uma produtora para a cobertura de esportes”, explica. “É uma cobertura complexa. A gente está em quase todos os estados do Brasil”, completa Rodrigo Flores, gerente geral de notícias do UOL. O portal trabalha ainda com conteúdo fechado e aberto. Os eróticos, por exemplo, são pagos, também dentro do modelo de revenue share. BandNews e BandSports são exclusivos para assinantes UOL na transmissão ao vivo, ficando abertos apenas os clipes sob demanda. Para o conteúdo dos canais de TV, Torquato aposta que é necessário um conteúdo diferenciado. “O usuário não quer o mesmo conteúdo da televisão. O uso da Internet é completamente diferente do da televisão. O uso da TV é passivo. Na

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Nova janela Já o Terra, que também conta com conteúdos desenvolvidos especialmente para a Internet, aposta que a mídia pode ser usada como mais uma janela para produtos audiovisuais tradicionais, mas de uma maneira mais completa. O Terra TV conta com conteúdo dos grandes estúdios norte-americanos, com séries como “Lost” e “Desperate Housewives” e conteúdos da Disney. Paulo Castro diz que há um aumento no tempo que o usuário gasta por vídeo. “Antigamente apostávamos que apenas pequenos clipes teriam chances na Internet. Hoje temos conteúdos de mais de uma hora, sempre divididos em capítulos menores”, explica. Segundo ele, as medições mostram que a maioria dos visitantes que assistiram a um destes pequenos capítulos de um episódio de uma série, voltou para terminar de assistir o episódio. “As pessoas estão aprendendo a acompanhar este conteúdo pela tela do computador”, aposta. No caso destas séries, explica Castro, os distribuidores tratam a Internet como se fosse a televisão. “Como exibimos o conteúdo de forma aberta, sem assinatura, nossa janela é paralela à da TV aberta”, explica.


Publicidade Paulo Castro explica que a publicidade na transmissão dos jogos faz parte de um pacote de cobertura do evento, que extrapola o vídeo. O mesmo vale para a publicidade fora do evento esportivo. “25%

FOTO: arquivo

“As olimpíadas criam um novo patamar, trazendo novos usuários para a TV na Internet” Paulo Castro, do Terra

do faturamento do Terra está ‘linkado’ no Terra TV”, afirma. Segundo ele, não quer dizer que um quarto dos patrocinadores aposta no vídeo, mas que a maioria dos pacotes de publicidade abrange também a transmissão de vídeo. O Terra não divulga os valores investidos na compra dos direitos dos jogos olímpicos ou mesmo das séries norte-americanas, Castro diz apenas que é vantajoso, já que o portal opera com lucro. No caso das Olimpíadas, o portal divulga que investirá US$ 7 milhões na cobertura, incluindo os direitos e a produção, sem discriminar os valores. “Se levarmos em conta o faturamento apenas da publicidade exibida no Terra TV, o portal de vídeo não se paga. Mas nós analisamos o todo”, diz, lembrando que os anunciantes compram pacotes para todo o portal e que o vídeo ajuda a manter o internauta por mais tempo no Terra. Gil Torquato, do UOL, diz que, embora 50% da audiência passe pelo vídeo, a receita está longe disto. “Alguns dos nossos portais, como o da MTV, são mais fortes, mas a receita geral de vídeo é ainda pequena”, diz. Ele aposta em um aumento. “A publicidade na Internet está começando a virar uma coisa importante, estamos passando a receita publicitária da TV por assinatura. Ainda tem muito a crescer, mas o anunciante já está aprendendo a usar bem a publicidade na Internet”, afirma. O executivo do portal do Grupo Folha diz que a Internet atinge uma classe privilegiada. “Principalmente em países como o Brasil, você tem toda a classe A na Internet, quase toda a classe B e a classe C entrando, agora pesadamente, até por causa dos

incentivos do governo. É um público qualificado, que tem que ter pelo menos um computador e uma banda larga que no Brasil ainda é cara”. Além disso, “é a única propaganda que permite saber se o público leu ou não seu anúncio”. Oportunidade Se para o portal, que agrega um volume grande de conteúdos, a receita direta não é tão significativa, e para o parceiro? “Está todo o mundo investindo. Mas não são entidades filantrópicas, visam o lucro. Em algum momento, têm que ter retorno”, diz Torquato. Entrar neste mercado tem um custo. “Estou para ver um negócio em que a receita chega antes do custo. Tem a possibilidade de uma nova janela, e agora muito mais pé no chão, após a bolha da Internet”, aposta o executivo do UOL, lembrando que “a Internet é como qualquer outro negócio, exige um business plan”. Ele diz que o UOL está aberto para analisar se o conteúdo que vale a pena. “Se você tiver um conteúdo que atinja um público fiel, há espaço, contanto que dentro de um custo compatível com o tamanho do seu público”. Paulo Castro vai na mesma direção. O executivo diz que o Terra tem interesse em distribuir conteúdo independente, como aconteceu com o longa “3 Efes”. O portal também agrega sites de parceiros e trabalha tanto com licenciamento de conteúdo, como faz com as séries estrangeiras, quanto com divisão de receitas. Mas alerta “a Internet é só mais uma alternativa, só mais uma janela”. Para o executivo, a mídia ainda não é “a solução” para o conteúdo independente. “A produção de conteúdo é cara, é difícil bancar em apenas uma janela”, diz. Uma janela, vale lembrar, que fez estúdios e roteiristas travarem uma batalha nos Estados Unidos, paralisando a indústria por vários meses.

FOTO: marcelo kahn

O portal também conta com conteúdo nacional independente, tendo lançado o longa-metragem “3 Efes”, de Carlos Gerbase, no portal. A maior aposta do Terra, porém, foi anunciada no início de julho: o portal comprou os direitos exclusivos de exibição dos jogos olímpicos de Pequim para toda a América Latina para a Internet e o celular. O portal exibirá os jogos na íntegra, tanto ao vivo quanto sob demanda. O site especial Beijing 2008, que entra no ar no dia 1º agosto, levará os jogos através de 13 canais simultâneos de vídeo, ao vivo e on-demand. “Os canais de TV por assinatura falam em quatro em cinco canais para cobrir os jogos. Para nós, não há limite de espaço, podemos ter 12, 13 ou mais canais”, disse Paulo Castro. No total, segundo o portal, serão mais de 300 horas de transmissão de todas as competições. A cobertura inclui também notícias de bastidores, já que o Terra contará com uma equipe de 200 profissionais trabalhando na cobertura. Destes, 25 estarão da China. O Terra ainda contará com um estúdio de TV em Pequim, com links via satélite para São Paulo, central do Terra TV para América Latina. “As olimpíadas criam um novo patamar, trazendo novos usuários para a TV na Internet”, diz Paulo Castro, apostando que boa parte desses internautas adotará o hábito de assistir vídeos pela Internet definitivamente.

“A publicidade na Internet está começando a virar uma coisa importante, estamos passando a receita publicitária da TV por assinatura .” Gil Torquato, do UOL

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(audiência - TV paga)

De volta ao topo

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Cartoon Network recuperou no mês de maio o primeiro lugar no ranking dos canais com maior alcance diário médio entre o público infanto-juvenil. Durante os primeiros meses de 2008, a posição foi ocupada pelo Disney Channel, que em maio ficou em segundo lugar. Neste mês, o Cartoon Network, que exibiu programas como “Ben 10”, “As Meninas Superpoderosas” e “As Terríveis Aventuras de Billy and Mandy”, apresentou alcance diário médio de 19,81% e tempo médio

diário de audiência de uma hora. Também chama a atenção neste ranking o fato de as cinco primeiras posições serem ocupadas por canais dedicados especificamente ao público infanto-juvenil, situação que não é notada com freqüência. Além do Cartoon Network, aparecem no topo da lista os canais Disney Channel, Discovery Kids, Nickelodeon e Jetix. No total, os canais pagos obtiveram alcance médio diário de 50,78% e tempo médio diário de audiência de duas horas e oito minutos, entre o público de quatro a 17 anos (universo: 1.138.600

indivíduos). O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Distrito Federal. Nessas mesmas localidades, o canal com maior alcance entre o público adulto foi o TNT, que registrou 11,46%, e tempo médio diário de audiência de 27 minutos. Em seguida, aparecem SporTV, Multishow, Globo News e Universal Channel. No total, os canais pagos tiveram, entre o público com 18 anos ou mais, alcance diário médio de 47,51% e tempo médio diário de audiência de uma hora e 56 minutos. Para este levantamento, considerou-se um universo de 5.421.500 indivíduos. Daniele Frederico

“As Terríveis Aventuras de Billy and Mandy”, do Cartoon Network: canal retomou primeiro lugar no ranking de alcance.

Alcance* e Tempo Médio Diário – maio 2008 Total canais pagos TNT SporTV Multishow Globo News Universal Channel Fox Discovery Warner Channel AXN Cartoon Network National Geographic Discovery Kids Telecine Pipoca SporTV 2 GNT Sony HBO ESPN Brasil Telecine Premium Telecine Action

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 47,51 2.575,56 01:56:32 11,46 621,21 00:27:43 10,03 543,85 00:40:20 8,50 461,10 00:17:08 8,15 441,63 00:29:24 7,89 427,89 00:31:09 7,75 420,00 00:21:34 7,64 414,18 00:22:49 7,36 398,92 00:31:30 6,96 377,19 00:28:04 6,60 357,76 00:39:30 5,85 317,14 00:18:23 5,35 289,86 00:46:33 5,33 288,86 00:29:40 5,31 288,11 00:19:25 5,15 279,51 00:15:27 4,75 257,66 00:18:12 4,74 257,20 00:22:51 4,22 228,64 00:20:44 4,20 227,64 00:24:15 3,94 213,35 00:19:02

Total canais pagos Cartoon Network Disney Channel Discovery Kids Nickelodeon Jetix TNT Multishow SporTV Fox Telecine Pipoca Boomerang Discovery Warner Channel SporTV 2 AXN HBO Universal Channel Telecine Premium ESPN Brasil Globo News

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 50,78 578,12 02:08:00 19,81 225,51 01:00:15 12,95 147,47 01:03:48 11,95 136,07 00:52:55 9,92 112,83 00:39:41 9,75 110,99 00:48:54 9,65 109,76 00:25:12 9,01 102,56 00:18:45 8,21 93,53 00:26:26 7,54 85,76 00:18:50 6,89 78,45 00:27:52 6,26 71,33 00:32:04 5,77 65,66 00:23:11 4,31 49,02 00:18:37 4,10 46,73 00:13:51 4,06 46,21 00:21:48 3,68 41,86 00:20:31 3,63 41,29 00:19:03 3,47 39,52 00:18:55 3,43 39,02 00:11:18 3,38 38,43 00:12:27

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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**Universo 1.138.600 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Maio/2008

**Universo 5.421.500 indivíduos

Acima de 18 anos**


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UM CONGRESSO I M P ERDÍVEL “O MERCADO D A INOVAÇÃO”

Programação, tec nologia, mercado O Congress ... o ABTA 2008 As eo

sinatura) tra s zem mais um STA (Seminários de TV a vez os tem p Confira algu as que agita or ns dos painé m is que serão o setor. assunto dur  A TV por ante o even assinatura n to: a liderança da  Programa inovação ção e das multi- : desafios do conteúdo plataformas nacional  O novo p erfil de cons umo do bras  Digitaliza ileiro ção e alta d e fi n iç ão na TV pa  IPTV, FTT ga H, 3G e além : um balanç estratégia d o da as teles  Caminho s par de TV paga a a expansão do merc ado  Video-on -demand e IP TV: quais as  Mercado oportunidad e regulador es? es: um ajuste de sintonia Participaçã o con das maiores firmada dos principais ex e nacionais e mpresas do setor, além ecutivos internaciona de convidad is. os

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Humberto Costa

c a r t a s . t e l a v i v a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Adeus ao“ligue já” Emissoras buscam formatos alternativos aos informeciais e ao break tradicional. Tendência é incorporar as marcas ao conteúdo.

O

chamado “infomercial” tomou conta dos horários menos nobres (e em alguns casos até do prime time) da TV aberta. Os programetes, que em alguns casos duram vários minutos, se mostraram nos últimos anos um substituto atraente ao simples break de 30 segundos, especialmente nas emissoras de menor audiência e nos horários alternativos. Mas algumas estão tentando se livrar deste formato, em favor de modelos que unam boas possibilidades comerciais com programação de melhor qualidade. As TVs acabam muitas vezes prejudicadas pelos programetes, que derrubam a audiência. Mas os anunciantes consideram a medida eficiente. “É uma solução que permite monitorar as ligações, é bom para quem quer resultado mais rápido. Não é estratégia para grandes anunciantes. O infomercial é ainda pouco elaborado, incomoda o telespectador. Mas o fato é que eles continuam anunciando, sinal de que a conta fecha”, analisa Antônio Rosa Neto, superintendente comercial da RedeTV! Para o publicitário, o modelo se tornou tão usual porque o anúncio tradicional está perdendo relevância. Este tipo de comercial é vendido como múltiplo da propaganda de 30 segundos, e não por locação de horário. A Band já não vê com tão bons olhos o negócio e tenta reduzir o espaço ocupado pelos infomerciais. “Há um cuidado maior do que havia antes. De 2007 para 2008 caiu em 50% os espaço destinado a este formato”, afirma Marcelo Mainardi, diretor executivo comercial da Band.

Mas ainda o mantém forte, inclusive em horários de grande audiência. O telejornal policial “Brasil Urgente” é o maior Ibope da casa, na faixa dos sete pontos. O último bloco do programa é precedido por um longuíssimo anúncio de uma rede de clínicas odontológicas. A postura da emissora da família Saad é efeito do investimento crescente nas produções próprias e da política de por fim aos programas alugados. Com a renovação da grade, o canal melhorou a audiência, se fechou um pouco às empresas menores e foi em busca das grandes. ”Cresceu 100% o número de comerciais dos 30 maiores anunciantes do país. Com isso nós reduzimos em 25% o tamanho do break, mas compensamos cobrando um preço maior por cada comercial”, faz as contas Mainardi. O homem das vendas da Band espera que a qualificação do intervalo se alastre também pelas afiliadas, em que a prática de locar espaço para anunciantes ainda é usual. “Naturalmente vai acontecer. Os anunciantes regionais deste formato ‘ligue

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agora’ têm uma estrutura não muito grande de telemarketing. Como acredito que nossa audiência vai aumentar ainda mais, eles terão dificuldade para atender tantas ligações”, completa. A faxina também inclui a redução no número de testemunhais, aquelas intervenções em que o apresentador dá uma paradinha na atração para vender alguma coisa. Quando Olga Bongiovanni apresentava a revista feminina matutina da casa eram 21 ações, número que agora caiu pela metade. No “Atualíssima”, eram oito em uma hora e meia de programa, agora não passam de cinco. “Se a gente não faz isso, penaliza a atração, penaliza o telespectador”, aponta Mainardi. Caminho inverso A grande questão é: as emissoras comerciais precisam vender, mas sem torrar a paciência do telespectador, já treinado para fugir do break. Restaria


então aos anunciantes a possibilidade de migrar do intervalo para a programação. Uma espécie de volta no tempo, mais de 50 anos atrás, quando as novelas americanas eram embaladas em melodramas água com açúcar, feitos na medida para o público feminino. Eram as “soap operas”, uma iniciativa da indústria de produtos de higiene pessoal para vender mais sabonetes. A RedeTV! lança em agosto um programa que segue esse caminho. Foi o anunciante quem procurou a emissora com “Gas Sound” (Guaraná Antarctica Sound). Auto-intitulado o maior concurso de bandas de garagem do país, será uma espécie de reality show apresentado pelo ex-vocalista da “Cidade Negra”, Toni Garrido, e exibido no começo das noites de domingo ao longo de seis meses. A iniciativa envolve eliminatórias em cinco praças (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,

Porto Alegre e Recife). Segundo a emissora, foram mil inscritos em 15 dias só com as chamadas na programação. “Os clientes estão voltando a desenvolver programas. Este será um evento do fabricante de guaraná que permitirá um relacionamento com uma comunidade durante um período. Este tipo de atração

mensalmente o equivalente a dois comerciais na atração global de maior Ibope, numa conta em que não está incluído custos de produção. “Eu não tenho a mesma cobertura, mas posso oferecer freqüência. O problema hoje é ter boa freqüência”, aposta Rosa Neto.

Os programas criados por anunciantes seriam uma alternativa para driblar as cifras astronômicas das líderes de audiência. vai cada vez mais ocupar a grade de programação”, acredita Antônio Rosa Neto. No “Gas Sound” o trabalho foi feito a seis mãos: emissora, anunciante e agência. Os programas criados por anunciantes seriam uma alternativa para driblar as cifras astronômicas das líderes de audiência. Uma única inserção comercial de 30 segundos na novela “A Favorita” da TV Globo custa R$ 330 mil. Para usar este valor como referência, estima-se que o “Gas Sound” vai custar

O conceito de diluir a marca em meio à programação também afeta os chamados comerciais de bancadinha. No “Pânico”, da RedeTV!, o merchadising foi incorporado ao programa de uma forma mais suave, numa espécie de “brincar e vender” que já resultou em 20 ações diferentes. A Band também adotou a estratégia. Nas vinhetas do “CQC”, os apresentadores contracenam num cenário futurista em que ao fundo

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( publicidade) “A tendência é enxugar o break com jeito diferenciado de anunciar, sem atrapalhar a audiência”

FOTO: DIVULGAÇÃO

aparece ora uma marca de refrigerante, ora uma marca de cerveja. No programa “É o Amor”, um quadro é patrocinado por um fabricante de chocolates, a declaração de amor é o pano de fundo para se chegar ao bombom. Mas isso tudo não seria deixar o interesse do anunciante dar o tom dos roteiros? “A gente trabalha assim: tudo que é comercial é bem-vindo, desde que a programação aprove. No ‘Band Folia’, nós já tivemos o repórter Coca-Cola, que inclusive era briefado pelo anunciante”, conta Marcelo Mainardi, afirmando que a interferência do fabricante de refrigerantes não atrapalhou a qualidade do produto, pelo contrário. Qual o futuro do break, então? Tendo o próprio negócio em conta, os executivos das emissoras concorrentes fazem previsões diferentes. “O futuro não é o comercial de 30 segundos. Os formatos alternativos já respondem por 20% da receita de RedeTV!. A previsão é de que em cinco, dez anos, o modelo mais desejado será o da comunicação integrada”, vaticina Antônio Rosa Neto. Mainardi já é mais reticente. Para ele, o comercial em seu modelo padrão ainda será por muito tempo o oxigênio que vai fazer as emissoras respirarem, embora aponte a necessidade de formatos alternativos. “A tendência é enxugar o break com jeito diferenciado de anunciar, sem atrapalhar a audiência”, aponta Marcelo Mainardi, da Band.

Marcelo Mainardi, da Band

requer o direito autoral do formato, que passou a ser imitado por dez em cada dez apresentadores de programas do gênero. Diferentemente dos outros canais, no Shop Tour não é o Ibope que importa, sim, o resultado. “Nós temos um audiência qualificada de um público que ou quer comprar alguma coisa, ou gosta de se manter informado sobre ofertas. Nós já vendemos até Ferrari e helicóptero. É um canal de oportunidade

aí ocorre forte aderência, com fila de 700 pessoas por dia na porta do anunciante”, afirma Amazonas. O Shop Tour não revela o faturamento, mas informa que está tudo dentro do planejado. Considera que todo o mundo é um pouco concorrente, menos os canais e programas de venda direta da TV por assinatura. “A Globo antes não fazia o ‘Saldão da Fiat’, por exemplo. Hoje, todo o mundo faz varejo. Nós que já fomos os maiores anunciantes de veículos, não somos mais. Mudamos o foco, para ser diferente trabalhamos mais com veículos especiais. Nós flutuamos nas grandes oportunidades”, define Amazonas. O executivo acredita que o sucesso entre os mais abastados se deve à credibilidade que Galebe empresta à emissora. A prova disso seria o fato do apresentador

“Os formatos alternativos já respondem por 20% da receita de RedeTV!. A previsão é de que em cinco, dez anos, o modelo mais desejado será o da comunicação integrada”. Antônio Rosa Neto, da Rede TV!

de negócio. Na TV, nós temos 70% dos anúncios de imóveis e 100% do mercado de franquias”, dimensiona Marcos Amazonas, diretor de marketing da emissora. Os informativos do Shop Tour são produzidos pelo próprio canal com 13 equipes, algumas já gravando em HD. Cada empresa tem o negócio dela anunciado no canal seis vezes por dia. Um software analisa minuto a minuto o perfil da audiência e define o melhor horário de exibição. As peças têm em média o dobro do tamanho de um comercial padrão, um minuto. “É maior porque precisa convencer, precisa de mais tempo. Se for o melhor momento para ofertar aquele determinado produto

Shopping eletrônico Se buscar formas subliminares de vender, sem tanto barulho, são um dilema na vida das emissoras tradicionais, no Shop Tour este é um grande negócio. Há dez anos, a emissora, hoje presente em 50 municípios de dez Estados, anuncia e promove ofertas. O jeito de comunicar as ações dos anunciantes foi criado pelo apresentador e dono da emissora, Luiz Galebe, e ainda é motivo de brigas na Justiça. Ele

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frequentemente figurar como garoto propaganda de grandes empresas. Também avalia que pesa o fato de o Shop Tour intermediar o negócio até o fim da venda e seguir o que chama de rigoroso código de ética. “A nossa lista de ‘não’ é grande: não aceitamos produto miraculoso, remédio, emagrecedor, ginástica, cirurgia, casa lotérica, bingo, sorteio, anúncio do tipo ‘antes e depois’, comercial que induza ao erro“, completa. Embora os públicos focados sejam bem diferentes, talvez restem ensina­ men­tos da emissora assumidamente vendedora às outras que buscam vender sem tanto barulho.


MATERIAL NÃO DISPONÍVEL


( direitos autorais)

Ana Carolina Barbosa

a n a c a r o l i n a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

É meu! Lei de direitos autorais completa dez anos e profissionais do audiovisual, julgando-se descontemplados, reivindicam alterações na legislação. Arrecadação na exibição pública e impedimento da cessão dos direitos no contrato são os pontos mais polêmicos.

H

á dez anos, o Brasil fez a última alteração na legislação referente aos direitos autorais. Da consolidação da Lei nº 9610, em 19 de fevereiro de 1998, até os dias atuais, as novas tecnologias trouxeram aos usuários outras formas de consumo de conteúdo, a produção cinematográfica brasileira fortaleceu-se e mais emissoras estão investindo em teledramaturgia. Diante deste cenário, profissionais do audiovisual reivindicam alterações na lei que lhes garantam arrecadação na exibição pública e impeçam a cessão e transferência definitiva dos direitos no ato do contrato com o produtor, o que torna a questão polêmica, uma vez que envolve modelos econômicos já consagrados e outros agentes do audiovisual. “Temos pedido a reformulação da lei para o audiovisual porque acreditamos que só assim conseguiremos arrecadar os direitos sobre o nosso trabalho na exibição pública, assim como os músicos o fazem. É uma luta antiga deles e nós estamos nos mobilizando para garantir o nosso direito também”, diz Ícaro Martins, cineasta e presidente da Associação Paulista de Cineastas (Apaci), entidade, que junto com a Associação Brasileira de Cineastas (Abraci), Autores de Cinema (AC) e Associação de Roteiristas (AR), enviou, no final de 2006, uma carta ao FOTO: ARQUIVO

ministro da Cultura, Gilberto Gil, solicitando as alterações na legislação. Maria Camargo, roteirista e integrante da diretoria da AC, conta que a categoria também tem uma reivindicação específica: o reconhecimento do roteirista como autor da obra cinematográfica ao lado do diretor e do argumentista. “Pela lei atual, apenas o ‘autor do argumento’ é reconhecido. Essa definição é controversa e quase incompreensível”, afirma. Segundo Marcos Alves de Souza, coordenador-geral de direito autoral da Coordenação-Geral de Direito Autoral, órgão ligado à Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, com a reivindicação das associações, foi criado um grupo de trabalho para discutir o assunto. Em reuniões regulares, que acontecem em média a cada dois meses, cada categoria profissional expõe suas questões e, além da arrecadação na exibição, são discutidos temas como prazo de proteção da obra e o papel do produtor, que no texto atual da lei de direitos

autorais não é considerado como co-autor de uma obra audiovisual, diferentemente da legislação anterior, de 1973. “No texto da lei, a arrecadação na exibição só ficou bem amarrada para os músicos. Entendemos que é justa a solicitação dos profissionais e estamos estudando a situação. Queremos que todos tenham o mesmo direito e vamos conversar com toda a cadeia do audiovisual para chegar a um modelo que não prejudique ninguém e nem torne a atividade inviável economicamente”, destaca Souza. Exibição Para Ricardo Leite, proprietário da Rede GNC Cinemas, com salas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), “não existe um modelo que não prejudique ninguém”. “Se tiver que pagar shopping, distribuidoras, governo e mais um monte de direito autoral, prefiro mudar de ramo”, afirma, alegando que já é demais a arrecadação de 2,5% da bilheteria bruta do cinema que o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) faz para os músicos, e que a possibilidade de cobrança para cada autor da obra audiovisual prejudicaria empresas de pequeno e médio porte e o parque exibidor como um todo.

“Temos pedido a reformulação da lei para o audiovisual porque acreditamos que só assim conseguiremos arrecadar os direitos sobre o nosso trabalho na exibição pública, assim como os músicos o fazem”. Ítalo Martins, da Apaci

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Marcos Bitelli, advogado

Leite respalda sua afirmação em uma pesquisa do Boletim Filme B, informativo especializado em números do mercado de cinema, que mostra que das 2120 salas exibidoras em 2007, 63% fazem parte de complexos de até duas salas. “Acho injusto este tipo de cobrança, até porque, no Brasil, os filmes são feitos com dinheiro público. Com tantas taxas, até os exibidores multinacionais desistiriam de investir no País”, opina. A briga entre o Ecad e os exibidores de cinema é antiga. Inclusive, está no Senado o Projeto de Lei nº 523/06, que propõe a extinção do pagamento dos direitos autorais na exibição pública cinematográfica das músicas que fazem parte das trilhas sonoras dos filmes, porque eles já teriam sido acertados no ato do contrato com o produtor. Para Glória Braga, superintendente do Ecad, que participou de um evento sobre os dez anos da Lei de Direitos Autorais promovido pelo Instituto Dannemann Siemsen de

relação ao conteúdo”, destaca Bitelli. “Tudo tem que estar incluído na atividade especulativa porque, no atual modelo, o único que não corre risco com o produto é o músico. Se o filme é um sucesso ou um fracasso, ele fatura do mesmo jeito”. Na opinião de Bitelli, a Lei de Direitos Autorais brasileira, é “monopolista e egoísta”. Calcada na Convenção de Berna (1886), que estabeleceu o reconhecimento do direito do autor entre nações signatárias, ela carrega a idéia de um criador isolado, “o autor escrevendo à pena e à luz de velas”. “Hoje, os tempos são outros. Não se fala mais em obra, mas em conteúdo, que é uma palavra vazia em conteúdo. Temos uma relativização da qualidade e coletivização do produto. A obra audiovisual não é obra de uma pessoa, ela é feita em colaboração”, observa. Em uma linha de raciocínio oposta à de Bitelli, a advogada Ivana

FOTO: ARQUIVO

“É preciso estabelecer um critério de razoabilidade e proporcionalidade em relação ao conteúdo”.

Estudos da Propriedade Intelectual em São Paulo no final de junho, a proposta é “inconstitucional”. “Isso vai contra a Constituição Federal, que confere direito ao autor sobre suas criações. A arrecadação é uma conquista dos músicos, fruto de uma trajetória longa e difícil deles”, diz. O advogado Marcos Bitelli, especialista em direito da comunicação, faz ressalvas em relação à forma de cobrança e arrecadação do Ecad. Na Lei está explícito que os músicos devem receber na exibição pública, mas a cobrança de 2,5% sobre a bilheteria bruta no caso do cinema, por exemplo, é uma determinação do Ecad. De acordo com Glória, a taxação está baseada em um modelo de cobrança internacional adaptado à realidade brasileira. “É preciso estabelecer um critério de razoabilidade e proporcionalidade em

“Se tiver que pagar shopping, distribuidoras, governo e mais um monte de direito autoral, prefiro mudar de ramo”. Ricardo Leite, da Feneec

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( direitos autorais) Crivelli, vice-presidente da Apadi (Associação Paulista de Propriedade Intelectual), diz que usar os termos “coletiva” e “encomendada” é um mecanismo que dilui a autoria de uma obra. Para ela, tirar o produtor da lista de co-autores é um ponto de coerência da lei de 98. “Acredito que deixou a legislação mais humanista, seguindo o princípio de que só o homem pode criar, independente do aporte econômico”, avalia. De acordo com Ivana, é importante que as discussões sobre um eventual novo texto da lei atentem para a questão do contrato, reconhecendo a importância das participações individuais. Esta é uma das principais causas dos roteiristas no debate sobre direitos autorais. FOTO: ARQUIVO

“Como somos a parte mais fraca na relação, somos obrigados a ceder os direitos sob o risco, inclusive, de não receber pelo trabalho já feito porque somos os primeiros a trabalhar, enfrentando a página em branco. ” Marcílio Moraes, da AR

os custos do empreendimento e com os prejuízos no caso de uma produção malsucedida. “O importante é que os profissionais sejam bem remunerados e tenham boas condições de trabalho, o que só acontece quando a produtora tem condições de explorar a obra nas diversas janelas existentes”, ressalta o comunicado. Especialista em direitos autorais, o advogado Rodrigo Köpke Salinas, acredita que com o atual modelo econômico, é difícil fazer uma alteração deste tipo na lei. “A cessão dos direitos do profissional é uma proteção para o produtor, é a primeira coisa que ele tem que fazer”, diz. Para Salinas, a Lei de Direitos Autorais de 98 não precisa de mudanças profundas, mas de alguns aperfeiçoamentos, para detalhar mais os mecanismos de gestão coletiva, por

Cessão dos direitos Segundo Marcílio Moraes, presidente da Associação de Roteiristas (AR), entidade que reúne autores de cinema e de televisão, a categoria quer incluir na lei um item para proibir a cessão integral dos direitos autorais ao produtor na via contratual. “Como somos a parte mais fraca na relação, somos obrigados a ceder os direitos sob o risco, inclusive, de não receber pelo trabalho já feito porque somos os primeiros a trabalhar, enfrentando a página em branco. Os demais profissionais partem do que fizemos. O único meio eficaz de proteger o profissional deste abuso é a inclusão deste item na lei. Produtores e exibidores não vão falir com isso”, justifica Moraes. Para a TV Globo, que manifestou seu posicionamento sobre o assunto por meio da Central Globo de Comunicações, não deve existir na lei nenhuma disposição impedindo a cessão dos direitos autorais do profissional para a empresa produtora, pois é ela quem arca com

encontro promovido pelo Instituto Dannemann Siemsen, expondo a preocupação dos estúdios americanos com as idéias de flexibilização que rondam as discussões sobre reformulação dos direitos autorais no País. “O Brasil está sempre colocado entre o 9º ou 10º lugar no ranking das receitas internacionais para a indústria de cinema americana”, observou, dizendo que o principal temor para os Estados Unidos continua sendo a pirataria. De acordo com Solot, uma das medidas que deve ser incluída em uma eventual modernização da lei é a proteção tecnológica do conteúdo criado por profissionais do audiovisual no mundo digital, visando à proteção quanto ao controle de acessos e às cópias. “É um assunto delicado e polêmico, uma vez que há várias exceções que deverão ser autorizadas

“Talvez, uma alteração na legislação seja o caminho mais fácil, mas acho que a arrecadação dos direitos autorais depende mais da organização dos profissionais do setor para cobrar seus direitos.” Rodrigo Köpke Salinas, advogado

exemplo. “Talvez, uma alteração na legislação seja o caminho mais fácil, mas acho que a arrecadação dos direitos autorais depende mais da organização dos profissionais do setor para cobrar seus direitos. No meu entender, fazendo uma interpretação ampla da lei, eles já têm direitos de arrecadação garantidos”, diz. O advogado atenta para um detalhe: qualquer mudança na lei afetaria sensivelmente o mercado audiovisual não só nacional, mas também o internacional, uma vez que a proteção dos direitos autorais é territorial. Steve Solot, fundador e presidente da Latin America Training Center (LATC), Centro LatinoAmericano de Treinamento e Assessoria do Audiovisual, também esteve no

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como, por exemplo, a utilização para fins pedagógicos. No entanto, é necessário discutir sobre estes assuntos abertamente com público, usuários, criadores de conteúdos e artistas”, conclui. Em dezembro de 2007, o Ministério da Cultura criou o Fórum Nacional de Direitos Autorais para discutir o assunto e subsidiar a formulação da política de direito autoral. Uma nova etapa desta iniciativa está marcada para os dias 30 e 31 de julho, com o seminário “A Defesa do Direito Autoral: Gestão Coletiva e Papel do Estado”, no Rio de Janeiro. O debate está aberto. Propostas, idéias e interesses a serem defendidos não faltarão.



( making of )

Lizandra de Almeida

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Nove meses de gestação

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m 10 de junho estreou no canal por assinatura Fox a série nacional “9mm”, que mostra o cotidiano de um grupo de policiais civis em São Paulo. O projeto começou com quatro episódios, produzidos com recursos da emissora via Artigo 39 da MP 2.228/01. É a primeira minissérie produzida em português pela Fox, com exibição prevista também para os demais países da América Latina. Em sua estréia, o programa registrou o maior índice de audiência das TVs por assinatura, duas vezes e meia maior do que o segundo lugar. O projeto começou a ser preparado com bastante antecedência, e investimentos fortes no desenvolvimento dos personagens e na elaboração dos roteiros. “Sabíamos que não teríamos tantos recursos a ponto de fazer uma produção exuberante, então precisávamos confiar nos atores e no roteiro. Por isso, fizemos um desenho

de produção com uma equipe bem enxuta, mas com atores profissionais para todos os papéis, mesmo os menores, e um cuidado extremo na pesquisa”, conta o produtor Roberto D’Ávila, que participou de todo o processo de criação e desenvolvimento da série. “No Brasil, ainda não temos o know-how de fazer séries, então o principal era desenvolver uma metodologia.” Com uma equipe de criação de verdadeiros fãs do formato, a opção foi a de se enquadrar no gênero de séries policiais de investigação. “Procuramos seguir a sofisticação e as amarrações de diversas histórias, como nas séries policiais americanas. Tudo isso transposto para um contexto brasileiro.” Para garantir a verossimilhança das cenas, a produção optou pelo uso exclusivo de locações. “O que dá realidade para esse tipo de produto são pequenos

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Série nacional da Fox inspirou-se nos seriados americanos

detalhes. Por mais que a pessoa nunca tenha estado em um lugar como aquele, quando olha e tem uma impressão geral, uma gestalt, que é resultado da estética e da composição do ambiente, ela tem essa impressão.” Em estúdio, acredita, teria sido muito mais difícil conseguir essa verossimilhança. “Usamos 50 locações para quatro episódios, em locais muito diferentes, e com pouca intervenção nesses espaços. Mas foi um partido que escolhemos, então adaptamos à produção toda essa idéia da realidade que queríamos mostrar. Em média, tivemos duas locações por dia.” A etapa de pesquisa, desenvolvimento de roteiro e personagens e casting consumiu mais


de nove meses. As filmagens foram pela equipe de artwork da TeleImage. concluídas em cinco semanas. “Captamos uma grande quantidade de “Testamos mais de 800 atores para material de testes, à noite e de dia, em selecionar os cem que têm fala nos ambientes internos e externos, para ter episódios. Não podíamos correr o certeza de que o material que risco de perder o espectador usando produziríamos em campo seria suficiente. um amador, que Procuramos explorar destoasse dos demais.” muito a luz, os recortes, o O figurino, que parece volume, a profundidade muito natural, é de campo.” resultado dessa Todo o material foi pesquisa aprofundada, gravado diretamente em explica Roberto. cartões de memória P2, a “Passamos tanto tempo partir da captação em indo aos lugares, câmeras de alta definição entrevistando as Panasonic HVX 200. As pessoas, que quando imagens foram gravadas começamos a desenhar em 24 quadros por os personagens era segundo progressivo e como se já os depois descarregadas conhecêssemos. Depois diretamente no de uma certa hora, a equipamento de edição. gente já conseguia “Nada passou por fita reconhecer as pessoas até o momento da na rua, pela atitude, correção de cores no pelo jeito de vestir.” telecine”, diz Roberto. Uma vez criada a A construção da trilha O casting testou mais de 800 atores estrutura dramática, a sonora também foi para a série. equipe começou a fundamental para dar o conceber a estética do seriado. efeito dramático a uma história tão forte. “Queríamos que a fotografia e a “Foi tudo muito bem construído em termos direção de arte refletissem a crueza de ruídos e música. O diretor musical Mario da vida desses policiais. São pessoas Manga criou uma ‘cama’ de base, a partir que quase só vêem esse lado da da qual foram acrescentados os efeitos cidade, que não vivem os meios-tons.” criados pelo Luiz Adelmo, que também é fã O trabalho em locações, explica, do formato.” O produtor ainda fez parcerias dificulta o controle da luz, por isso com diversas bandas emergentes. foram feitos muitos estudos e testes “Procuramos bandas novas com a

ficha técnica Produtora Moonshot Pictures Idéia original Carlos Amorim Criação Carlos Amorim, Newton Cannito e Roberto D’Ávila Roteiro (coordenação geral) Newton Cannito Produção Roberto D’Ávila Produção executiva Soraia Lenktaitis Direção e Montagem Michael Ruman Elenco principal Norival Rizzo, Luciano Quirino, Clarissa Kiste, Marcos Cesana e Nicolas Trevijano Direção de arte Antonio de Freitas Casting Cássia Guindo Figurino Iraci de Jesus Direção musical Mário Manga Sound design Luiz Adelmo Telecine e finalização Teleimage Exibição Fox

sonoridade e o estilo da série. A música de abertura é de uma banda do Rio Grande do Norte chamada DuSouto, que mistura uma toada regional com eletrônico, um tipo de drum’n bass. Usamos rap e muito hardcore, de uma banda chamada Envidust.” O sucesso da primeira exibição motivou o canal a re-exibir na seqüência, no mesmo dia e horário, às terças, às 22h. Outros nove episódios já estão encomendados, para formar uma temporada de 13 programas. As filmagens, segundo Roberto, estão previstas para outubro, e a estréia, para o próximo ano.


( mercado) Lizandra de Almeida

FOTOs: DIVULGAÇÃO

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O autor Lourenço Mutarelli no set. Sucesso de “O Cheiro do Ralo” abriu caminho para o novo filme.

O Natimorto

Por conta da temática, longa foi desenhado pensando nos concursos e editais. “Concebemos todo esse projeto tendo em mente que só poderia ser de baixo orçamento”, explica Teixeira. O edital foi adiado duas vezes, mas no final o projeto não foi contemplado. Mesmo assim, o produtor continuou investindo e contratou dois roteiristas para trabalhar na adaptação da história. Teixeira se aproximou do Grupo Ink, e juntos acabaram criando a Ipanema Entertainment para produzir o filme. O projeto estava inscrito nas leis de incentivo à cultura e começou então uma fase de captação de recursos. “Sempre tivemos em mente que precisávamos captar R$ 1 milhão, e que seria difícil, por causa da temática do filme. Mas tudo foi realmente pensado para os concursos e editais existentes. Sabemos que é difícil captar na

Esta matéria faz parte de uma série que Tela Viva publica mensalmente, explicando o desenvolvimento de projetos audiovisuais bem sucedidos, sob o ponto de vista do modelo de negócios e do financiamento.

A

história de produção do longa-metragem “O Natimorto” começou na esteira do sucesso de outro longa-metragem, “O Cheiro do Ralo”, de Heitor Dhalia. Não foi por acaso. Os dois são baseados em obras do escritor Lourenço Mutarelli e foram produzidos por Rodrigo Teixeira. “Fui um dos produtores de ‘O Cheiro do Ralo’ e logo depois comprei os direitos do livro pela minha produtora, a RT Features”, conta. Em seguida, ainda em 2006, contratou o diretor Paulo Machline para dirigir o longa. O projeto foi inscrito no concurso para filmes de baixo orçamento do Ministério da Cultura em 2006.

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iniciativa privada para um filme como esse, mas estamos percebendo que já está se formando uma massa crítica, que os próprios investidores estão entendendo que existem diferentes formas de a empresa associar sua marca a um projeto audiovisual. A experiência de ‘O Cheiro do Ralo’ nos mostrou que é possível fazer filmes com temáticas diferentes, com um certo estranhamento, e que existe público para isso.”


“O Cheiro do Ralo” foi lançado com 20 cópias e fez um público de 195 mil espectadores. O orçamento foi de R$ 330 mil para a produção, mas até chegar às salas consumiu R$ 900 mil. “É uma lenda que o filme foi feito com 300 mil reais”, diz Teixeira. “Esse foi só o valor da parte de produção em si.” Muito mais do que retorno financeiro, o sucesso do filme se comprovou nos prêmios recebidos em festivais, na repercussão na mídia e na própria relação entre cópias e espectadores em sala. “A produção foi coerente com o tema do filme e as distribuidoras são inteligentes o suficiente para dar o tamanho real do projeto”, continua. O projeto de “O Natimorto” começou a deslanchar quando foi contemplado com um prêmio do Governo do Estado de São Paulo. Em seguida, parte dos recursos foi captada. Com isso, a produção executiva começou a fazer o desenho de produção para dar início às filmagens. O próprio autor do livro, Lourenço Mutarelli, foi escalado para o papel principal, ao lado de Simone Spoladore. Para contar a história do agente musical que se apaixona por uma cantora em quem só ele acredita, a produção montou o cenário nos estúdios da Ink, no bairro de Vila Leopoldina, em São Paulo. Fumante inveterado, o Agente transforma as imagens impressas nas carteiras de cigarro, como advertência do Ministério da Saúde, em cartas de um tarô particular. E convida a

O Natimorto

Sinopse

(Brasil, fic, 35mm, 2009) Paulo Machline

Um agente musical lê o futuro de uma cantora lírica sem voz, nas fotografias de advertência Direção dos maços de cigarro, como se fossem cartas Ipanema Entertainment de tarô. Movido pela paixão, ele a traz para Empresa produtora (associação entre o produtor São Paulo a fim de apresentá-la a um Ink) Grupo o e ira Teixe go Rodri importante maestro. Enquanto esperam o dia da audição se conhecem melhor num quarto Lito Mendes da Rocha Direção de fotografia de hotel onde lentamente, entre cafezinhos e Zé Carratu Direção de arte cigarros, são reveladas suas verdadeiras dore e Betty Goffman intenções. Baseado em romance homônimo Elenco Lourenço Mutarelli, Simone Spola de Lourenço Mutarelli. Longa-metragem

cantora a permanecerem no hotel, juntos e distantes das críticas e vaias. Este ano, o projeto também ganhou o edital da Prefeitura de São Paulo, de R$ 500 mil, e então a captação ficou completa. As filmagens começaram em 17 de maio e duraram quatro semanas. “Da compra dos direitos até hoje se passaram dois anos. Acho que, para o cinema brasileiro, é um prazo muito justo. Muitos projetos acabam demorando quatro, cinco anos e depois não têm o retorno esperado. Acho que conseguimos dimensionar tudo no tamanho certo”, avalia Teixeira. Isso também inclui a equipe, que era “quase uma família”, segundo o produtor. O clima intimista ajudou a concentrar esforços, já que a maior parte das cenas se passa no quarto do hotel. As principais seqüências já foram filmadas e, ao mesmo tempo, está começando o processo de montagem.

Nesse meio-tempo, a produtora aguarda a liberação dos recursos da Prefeitura e filma cenas adicionais. “Queremos apresentar um primeiro corte para as distribuidoras até o dia 15 de agosto. Acreditamos que o filme tem potencial para participar de festivais independentes nos Estados Unidos e na Europa e talvez chegar a algum desses mercados.” “O Natimorto”, segundo Teixeira, é um filme cujo principal objetivo é incrementar o currículo da produtora e colher o reconhecimento artístico. “Estamos apostando muito no filme, mas sabemos qual é o seu espaço. O cinema brasileiro está começando a se transformar em indústria, mas ainda está bem no começo. Ainda não conseguimos atingir uma faixa média de público e faltam meios de financiamento pela iniciativa privada, linhas de crédito de bancos privados. Mas aos poucos está amadurecendo.”

Grande parte da história se passa no quarto de hotel construído nos estúdios da Ink.

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Como gente grande Produtores, diretores e distribuidores debatem a produção audiovisual voltada para crianças e propõem políticas públicas para o segmento como estratégia para a formação de público para o conteúdo nacional no futuro.

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FOTOS: Cleide de Oliveira

rianças consomem como gente grande, têm poder de decisão na hora da compra e dominam o controle remoto quando estão em casa. Além disso, crescem, viram adultos e continuam cultivando os hábitos que adquiriram durante a infância. Estabelecendo relação entre estes fatos e a importância estratégica da produção audiovisual nacional voltada ao público jovem na formação de público futuro, os convidados do 4º Encontro Nacional do Cinema Infantil, evento da programação da 7º Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que aconteceu na capital catarinense entre os dias 27 de junho e 13 de julho, debateram o tema “Audiovisual Infantil: Um Mercado Estratégico” e chegaram ao consenso de que é preciso aumentar e diversificar a produção e de que um dos caminhos para isso é reservar uma parte do orçamento destinado ao fomento do audiovisual brasileiro para produções infanto-juvenis. O encontro resultou em uma carta encaminhada à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, também presidente do Conselho Superior de Cinema (CSC), sugerindo uma reserva de 20% ao setor. Como justificativa para a proposta, a carta cita um levantamento feito pelo escritor e cineasta João Batista Melo dos Santos, mostrando que entre 1952 (ano de lançamento de “Sinfonia Ama­

Crianças durante sessão de abertura da 7º Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Participantes encaminharam carta ao Conselho Superior de Cinema propondo a reserva de 20% do orçamento destinado ao fomento do audiovisual nacional ás produções infanto-juvenis.

zônica”, de Anélio Lattini Filho, considerado o primeiro longa-metragem infantil brasileiro) e 2003, foram produzidos 74 longas para este público, número equivalente a 2% de toda cinematografia brasileira de longasmetragens. O texto também menciona o PL 185/8, que está em tramitação no Congresso Nacional e dispõe sobre a exibição obrigatória de filmes de produção independente em escolas públicas do ensino fundamental, o que geraria uma demanda ainda maior por este tipo de conteúdo. O diretor da Globo Filmes, Carlos

“O cinema infantil é estratégico. É formação de público para o futuro. Não dar atenção a isso é dar um tiro no pé”, Carlos Eduardo Rodrigues, da Globo Filmes

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Eduardo Rodrigues, um dos participantes do encontro, falou sobre uma pesquisa da empresa feita nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo para justificar esta necessidade: “Metade desta população nunca foi a uma sala de cinema. É falta de hábito, os pais não costumavam levar. O cinema infantil é estratégico. É formação de público para o futuro. Não dar atenção a isso é dar um tiro no pé”. Rodrigues mencionou ainda dados de um estudo de comportamento do público para enfatizar a falta de investimentos no segmento: entre 2004 e 2007, uma média de 20% do público foi às salas de cinema assistir a filmes infantis e família. “É justo que uma porcentagem proporcional dos US$ 250 milhões que temos hoje direcionado ao audiovisual seja

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Em junho de 2009, seu melhor programa vai passar aqui. A Converge Comunicações e a Revista TELA VIVA agradecem a todos os parceiros, patrocinadores e apoiadores, que foram os maiores responsáveis pelo sucesso de mais uma edição do Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão, o maior e mais importante mercado de conteúdos audiovisuais da América Latina.

Nos vemos em 2009. Até lá.


( festival) FOTOS: Cleide de Oliveira

destinada às obras para o público infantil”, pondera. A advogada e produtora associada Luana de Almeida, representante da Diler & Associados no evento, destacou o potencial deste mercado. “É promissor, a taxa de natalidade no Brasil ainda é alta e não há salas de cinema nos lugares onde há maior concentração de nascimentos. É preciso Mário Sérgio Cardoso, da TV Rá-Tim-Bum, e João Alegria, do Canal Futura: construir pontos de produtores precisam estar atentos não só aos desejos do público infantil, mas também à patrulha dos pais, governo e pedagogos. exibição nestes lugares e produzir filmes que façam as crianças gostarem de cinema”, opina. internacional e a busca atualmente é Para fazer filmes que agradem às por séries em que se privilegie a crianças, a produtora, com 32 filmes no diversidade cultural brasileira. portfólio, 26 deles voltados para o público “Preciso de propostas de séries em infantil, entre títulos da Xuxa e de Renato que as crianças sejam influentes, Aragão, tem feito algumas experiências interprogramas eu produzo para se aproximar do público-alvo e ouvir internamente. O caminho mais fácil o que ele tem a dizer durante a elaboração para a gente é a aquisição, mas de um projeto. “O objetivo é observar a também fazemos o financiamento por realidade e detectar problemas”, explica meio de pitchings, mas como as Diler Trindade, dono da produtora. Um temáticas são abertas, são poucas as grupo de crianças é reunido para discutir propostas infantis que chegam”, diz. a idéia básica do filme. Os próprios Concordando com Alegria nos produtores conduzem a pesquisa, pontos sobre a necessidade de estimulando o grupo a fazer críticas e diversidade cultural na sugestões. O título da animação “Xuxinha programação e a dificuldade de e Guto Contra os Monstros do Espaço”, encontrar boas propostas de série por exemplo, foi criado por crianças para desenvolver, José Araripe, durante uma discussão de grupo. Graças gerente de novos projetos da TV às sugestões dos pequenos, também, o Brasil, afirmou que a programação personagem de Renato Aragão virou para o público infanto-juvenil será cavalariço de um castelo em “O Cavaleiro contemplada no Imagens do Brasil, Didi e a Princesa Lili”, filme originalmente o pacote de editais para a produção intitulado “Didi e a Princesa Lili”. independente que a emissora pública pretende lançar, ainda sem Televisão data definida. “Trabalharemos a Escutar a criança e deixá-la influenciar partir de encomendas, direcionados na linha editorial da programação é uma para certos públicos. Televisão e tendência também na TV, como afirma produtor trabalharão juntos para João Alegria, supervisor artístico do Canal ajustar o conteúdo”, explica, Futura, que tem nove horas diárias de confiante no modelo. programação infantil: “Fiz um estudo Para Mário Sérgio Cardoso, particular da correspondência de um dos coordenador da TV Rá-Tim-Bum, na programas, ‘Mundo da Leitura’. O que televisão o maior problema não é a está expresso é o desejo da criança de escassez de propostas para público interferir no conteúdo”. infantil, mas a complexidade de Segundo Alegria, a maior parte da produzir para este segmento. programação do canal é aquisição “Somos patrulhados o tempo todo

Exemplo sueco Segundo Lennart Ström, produtor sueco e diretor do Festival de Malmö, o Buff FilmFestival, de filmes para a infância e juventude, que participou do encontro Audiovisual Infantil: Um Mercado Estratégico, promovido durante a 7ª Mostra Infantil de Florianópolis, contando sua experiência à frente do festival sueco, é fundamental que o governo entenda a importância de uma produção nacional voltada para o audiovisual infantil. “O Festival vai para a 26ª edição em 2009. No começo, só tínhamos filmes americanos, muito comerciais, e uma de nossas ambições era virar um festival nórdico, mostrar filmes da Escandinávia. Demorou, mas foi uma decisão política do governo apoiar financeiramente o festival. Agora temos um governo de direita, mas durante muito tempo fomos governados pelos socialdemocratas, que perceberam que as crianças tinham que ter acesso a bons filmes culturais”, conta. De acordo com Ström, além do apoio ao festival, outras medidas do governo sueco Lennart Ström, incentivam o diretor do audiovisual Festival de voltado para o Malmö, Suécia, público infantopaís em que juvenil: fundos o apoio do reservados para governo foi este tipo de decisivo para produção, apoio aumento da a distribuidores produção na compra de audiovisual filmes infantis infantil. que não têm apelo comercial e, especificamente na cidade de Malmö, disponibilidade das salas vazias de cinema durante o dia para que as escolas levem os alunos e usem filmes como parte da aula.

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Um evento imperdível qualquer que seja sua freqüência. Vem aí a nova edição do encontro obrigatório para toda a cadeia da indústria de satélites, que se reúne a cada ano no Rio de Janeiro para debater, durante dois dias, os temas cruciais do setor. 8º Congresso Latino-Americano de Satélites. Sintonize este evento e venha. Em debate: s &USµES E ALIANÀAS ESTRAT£GICAS s 4ENDäNCIAS E PERSPECTIVAS s 3OLUÀµES CORPORATIVAS s 0ROJETOS INTERREGIONAIS s -ARCOS REGULAT RIOS s 0ROJETOS $4( s #ONVERGäNCIA s 3ERVIÀOS P¢BLICOS E MAIS

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FOTOS: Cleide de Oliveira

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pelas mães, pelo Ministério Público, pelos pedagogos e pelo governo. Quando trabalhamos com alguma produtora independente, temos que estar muito atentos e interferir no roteiro quando necessário”, ressalta, colocando ainda uma outra responsabilidade de quem se propõe a fazer programa infantil: “Os maiores agentes formadores ainda são os pais, mas as crianças se informam pela televisão e isso é base de troca no colégio”. Atualmente, a TV Rá-Tim-Bum tem seis projetos em parceria com produtoras independentes. Há três anos no ar, o canal da TV paga tem aproximadamente 1,5 milhão de assinantes e um público formado majoritariamente pelas classes A e B. “É importante identificar no projeto potencial para o mercado de licenciamento, por exemplo. Todo mundo sai ganhando, o produtor e a emissora”, observa Cardoso, destacando a animação como o setor que mais cresceu e mais se adequou ao formato de série de televisão.

organização da área de animação. “Estamos trabalhando com a ABCA (Associação Brasileira de Cinema de Animação) para a capacitação executiva do profissional do setor. Eles têm muito talento e podem se organizar em associações como o Brazilian Producers, da Associação Brasileira de Produtores Independente de Televisão (ABPI-TV), ou o Cinema do Brasil para buscar co-produções e exportar”. Segundo Ana Paula, o audiovisual infantil é uma das prioridades da Secretaria do Audiovisual desde 2003, quando lançou o Curta Criança, edital para curtas-metragens voltados para a o público infantil, com seleção anual de 20 projetos e apoio financeiro de R$ 60 mil a cada um deles para o desenvolvimento. Luiza Lins, organizadora de Mostra Infantil de Florianópolis, conta que o Curta Criança aumentou a quantidade e melhorou a qualidade dos filmes inscritos. “Foi uma motivação para a produção infantil”, diz. “Acho que estamos vivendo um momento de virada no segmento. Agora, temos projetos de lei que podem estimular ainda mais a produção, como o PL 29, apoiando a produção independente. Temos que buscar mais incentivos”. Na sétima edição do evento, Luiza assinou um protocolo com a Programadora Brasil, dando à distribuidora do Ministério da Cultura voltada para cineclubes e outras salas de exibição especial acesso aos vídeos inscritos na Mostra a partir deste

Mais filmes Ana Paula Santana, representante da Secretaria do Audiovisual no encontro, afirmou que existem planos para a

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ano. “A procura por material infantil é grande e precisamos aumentar nosso catálogo com estas obras. Esta parceria é importante e eu quero ter acesso a todos os trabalhos, não só aos selecionados, mas também aos inscritos, por causa da diversidade cultural”, destacou Frederico Cardoso, coordenador institucional da Programadora Brasil. Outra iniciativa da Mostra para estimular a produção foi promover um pitching de projetos de longametragem infanto-juvenil, valendo ao vencedor um contrato de distribuição com a Tropicalstorm Enterteinment e a participação no 3º Fórum de Financiamento do Festival de Cinema para Crianças e Jovens de Malmö, o Buff FilmFestival, na Suécia, um encontro com distribuidores e produtores escandinavos que acontece durante o Festival de Malmö (ver box). “O fórum é essencialmente voltado para o mercado norte-europeu, mas buscamos diversidade. Abrimos uma exceção para levar uma produção brasileira e vai ser bom. Eu não conheço bem o cinema brasileiro e estou muito bem impressionada com a qualidade do trabalho que é feito por aqui”, diz Annette Brejner, diretora do Fórum de Financiamento do festival sueco, que, ao lado de Lennart Ström, produtor e diretor do Festival de Malmö, e Helder Dacosta, chefe de aquisição da Tropicalstorm Enterteinment, formaram o júri do pitching. Escolhido entre outros seis projetos, “Eu e Meu Guarda-Chuva”, da Conspiração, é o longa-metragem em desenvolvimento do diretor Toni Vanzolini sobre as aventuras de um garoto na fase de transição da infância para adolescência. Segundo Vanzolini, que fez a apresentação junto com o produtor Luiz Noronha, a produtora já captou metade do orçamento do filme, o suficiente para as filmagens. A meta em Malmö, em março do ano que vem, é buscar fundos para a pósprodução. Ana Carolina Barbosa, de florianópolis


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( evento) André Mermelstein, de La Rochelle

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Nem tão ensolarado Em meio à crise da TV pública francesa, Sunny Side of the Doc destaca o Brasil como novidade no cenário de documentários para a televisão.

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FOTOs: tela viva

cidade de La Rochelle, na costa atlântica da França, recebeu pela terceira vez o mercado de documentários Sunny Side of The Doc, que chegou a sua 19ª edição com um público cerca de 10% inferior ao do ano anterior. Os motivos são vários, passando pela crise americana e pela alta do euro, que torna cara a participação estrangeira em mercados europeus e, claro, encarece a produção européia para o mercado norte-americano. “Crise” foi, inclusive, a palavra usada pela direção do evento no texto de abertura do catálogo. E a materialização deste clima aconteceu durante o evento, quando o presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou suas medidas para reformular o financiamento da televisão pública naquele país. As medidas, cujos pontos principais incluem o fim da publicidade na rede pública e um poder maior do Executivo para indicar os dirigentes da TV estatal, foram recebidas com muita preocupação pelos representantes da TV francesa presentes ao evento. Segundo o presidente, a TV pública passará a ser financiada por taxas cobradas das operadoras de telefonia e internet, e por parte da receita publicitária das redes de TV privadas. “O clima é de muita incerteza, ninguém sabe bem o que vai acontecer e se as novas formas de financiamento propostas vão compensar a perda de receita com a publicidade”, disse a TELA VIVA uma executiva de um dos canais públicos franceses. “Além da perda de receita, há também um aumento de custos, porque teremos que produzir mais

Painel brasileiro: Jaques Bensimon (Sunny Side), Silvio Da-Rin (SAV/MinC), Sergio Sá Leitão (Ancine) e Zoroastro Sant’Anna (TV Brasil). Atenção à TV pública e aos US$ 250 milhões de financiamentos.

conteúdo para cobrir o tempo que era da publicidade”, diz outro executivo. Há porém quem acredite que as mudanças não serão de todo maléficas para a TV, e que uma TV pública sem anúncios é mais condizente com seu papel de independência. Vale um parênteses para lembrar que a TV pública na França (e na Europa em geral), diferentemente das Américas, é muito forte em audiência, disputando de igual para igual ou até com vantagem com a TV comercial. E no caso particular do Sunny Side, a TV pública é a maior “consumidora” de documentários. Expectativa Em meio ao baixo-astral dos representantes da TV francesa, a TV Brasil foi apresentada como a grande novidade do ano. Alheios à crise interna que sacudiu a emissora dias antes, com a saída dos diretores Mario Borgneth e Orlando Senna, os franceses colocaram a emissora pública até no título do painel sobre o Brasil. Apesar da presença do Ministério da Cultura, Ancine, TV Cultura e ABPI-TV, o painel, assistido por aproximadamente 50 pessoas, foi batizado “Opportunities in

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Brazil: the birth of a new public channel: TV Brasil” (“Oportunidades no Brasil: o nascimento de um novo canal público”). O assessor da diretoria da emissora, Zoroastro Sant’Anna, que substituiu Senna no encontro, afirmou que a novidade era a decisão de produzir apenas 20% do material internamente. Mas o que mais despertou interes­ se internacional foi a colocação do diretor da Ancine Sergio Sá Leitão, que falou dos US$ 250 milhões dispo­ níveis para a produção este ano, atra­ vés de diversos mecanismos, inclusive para co-produção internacional. Participaram também Fernando José de Almeida, vice-presidente da TV Cultura, o secretário do Audiovisual, Silvio Da-Rin, e os produtores Fernando Dias e Luiz Antonio Silveira. As produtoras brasileiras compareceram em número reduzido ao evento. Mauricio Dias, da Mixer, apresentou um docudrama (ficção baseada em fatos reais) sobre o roubo à sede do Banco Central em Fortaleza, em 2006. A equipe da


produtora acompanhou por quase três anos o trabalho da polícia federal na investigação do crime. O filme será dirigido por Stephen Hopkins, criador da série “24 Horas”, que hoje mora no Rio de Janeiro. O roteiro será de Braulio Mantovani (“Cidade de Deus”). A Conspiração Filmes fez sua estréia no mercado, representada por Luis Antonio Silveira, ex-Giros. Para o Sunny Side, a produtora trouxe um projeto de documentário sobre o cabelo (“Hair Talk”) e outro sobre a bailarina russa Tatiana Leskova, radicada no Brasil. Também busca co-produção para a série “Zootropolis”, vencedora do pitching Discovery / Forum Brasil deste ano. Também participou da delegação nacional o produtor Marco Altberg, da M. Altberg. Outra produtora em busca de co-produção é a Mamo Filmes, de

Estande brasileiro no evento, montado pela Brazilian TV Producers.

Mara Mourão (“Doutores da Alegria”). Focado em empreendedores sociais, o filme “Wild Minds, Warm Heads” aborda pessoas em todo o mundo que desenvolvem projetos para “mudar o mundo”. Também estrearam em La Rochelle a Trotamundos, produtora de Santa Catarina, que trouxe ao evento um reality show de aventura sobre um grupo de ciclistas que cruza a América Latina de

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Balneário Camboriu (SC) até o Chile, passando pela Cordilheira dos Andes, e a mineira CISup, que levou na mala o projeto “Torre de Santé”, sobre a ocupação por sem-tetos de dois prédios abandonados em uma área nobre de Belo Horizonte, além de uma série sobre gastronomia brasileira e a série infantil “Rua de Retalhos”, selecionada para o pitching de séries do Forum Brasil 2008.

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Fernando Lauterjung

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FOTOS: divulgação

Para o mundo móvel A Miranda apresenta na IBC, que acontece em Amsterdã em setembro, uma placa para processamento de vídeo SD/ HD/3G (definições standard, alta e definição para dispositivos móveis) para o módulo de interface Densité XVP-3901. Com isso, o módulo fica ideal para entrada e saída de conteúdos em uma infra-estrutura de produção. O módulo aceita sinais 3G/HD/SD via BNC ou fibra e permite dar saída nos três formatos, simultaneamente. Os sinais podem ser convertidos de qualquer um para qualquer um dos três formatos, passando também pela sincronização de frames. O XVP-3901 conta com 16 canais de processamento de áudio embutido no vídeo, com quatro entradas e saídas AES. Entre as funções de áudio estão compressão e downmixing de 5.1 para stereo.

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Pequeno, mas em dobro A Broadcast Pix já está distribuindo o novo modelo da família de switchers Slate para produção ao vivo. O Slate 5000, apresentado durante a NAB, em abril, é, segundo o fabricante, o primeiro sistema de produção integrada ao vivo a permitir a funcionalidade de dois M/E (mixagem/efeitos). Com isso, um único operador pode trabalhar com dois M/E em produções HDTV ao vivo, incluindo o sistema de gráficos Inscriber, embutido no switcher; animações; clipes e efeitos; geração de logos; conversão de aspecto de imagem (4:3 ou 16:9); assim como câmeras robóticas e mixers de áudio. Com uma superfície de controle mais larga que a de seus predecessores, o Slate 5000 tem o dobro de botões e controles, permitindo rápido e fácil acesso às funções, incluindo uma área de controles para o M/E adicional.

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Mais velocidade A Media 100 anunciou o lançamento da versão 12.7 de seu sistema de edição. O lançamento oferece integração com o utilitário de transferência da Sony para mídia XDCAM, permitindo transcodificação automática para qualquer formato suportado pelo editor não-linear, incluindo Media 100 HD e ProRes 422, da Apple. Além disso, há uma melhoria na importação de conteúdo HDV, permitindo a transcodificação em sistemas com menor capacidade de processamento. A nova versão já está disponível e é gratuita aos usuários que tenham o contrato Media 100 Platinum Software. Usuários do Media 100 Producer e do Media 100 Producer Suite podem fazer upgrade por US$ 295. wasjhaediopj dwiopqjiwopaj wiopj wqiej wqei jwqeij

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Agosto

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Goiânia, GO. Tel.: (62) 3218-3780. E-mail: icumam@icumam.com.br. Web: www.goianiamostracurtas.com.br

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11 a 13 ABTA 2008, Transamérica Expo Center, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.abta2008.com.br 12ª edição do encontro oficial da indústria de TV por assinatura. Todo o mercado de serviços convergentes reunido em três dias de exposição e congresso.

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14 a 20 IV Festival Latino-Americano de Canoa Quebrada – Curta Canoa, Canoa Quebrada, CE. Tel.: (85) 3231.1624. Web: www.curtacanoa.com.br

Tel.: (54) 3286-6226. E-mail: gcv@gramadosite.com.br. Web: www.gramadocinevideo.com.br

15 a 20 VI Curta Santos. Santos, SP.

São Paulo, SP. Tel.: (11) 3034-5538. Fax: 3815-9474. E-mail: spshort@kinoforum. org. Web: www.kinoforum.org

21 a 1/9 32° Montreal World Film Festival, Montreal, Canadá. Tel: (1-514) 848-3883. E-mail: info@ffm-montreal.org. Web: www.ffm-montreal.org/fr_index.html

Tel: (11) 3024-4499. E-mail: bosco@raizprod.com.br, assuncao@ raizprod.com.br.

27 a 29 Congresso SET e Broadcast & Cable, São Paulo, SP. Tel: (21) 2512-9747. E-mail: set@set.com.br. Web: www.set.com.br

Setembro 4 a 13 33° Toronto International Film Festival, Toronto, Canadá. Tel: (1-416) 967-7371. E-mail: tiffg@tiffg.ca. Web: www.tiff07.ca

Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4580. E-mail: info.mipcom@reedmidem.com. Web: www. mipcom.com

17 a 31 32ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, São Paulo, SP.

Tel.: (13) 3219-2036. Web: www.curtasantos.com

16 e 17 Congresso TV 2.0, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com. br. Web: www.convergecom.com.br

17 a 21 Ottawa International Animation Festival, Ottawa, Canadá. Tel.: (1-613) 232-8769. E-mail: info@animationfestival.ca. Web: ottawa.awn.com

17 a 21 IV Festival Tudo Sobre Mulheres, 24 a 31 3º Festival de Cinema e Meio Ambiente de Guararema, SP.

Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4580. E-mail: info.mipcom@reedmidem.com.Web: www.mipcomjunior.com

13 a 17 Mipcom, Palais des Festivals,

14 a 23 15° Gramado Cine Vídeo e Mercado do Audiovisual, Gramado, RS.

21 a 29 Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo,

11 a 12 Mipcom Junior, Palais des

Chapada dos Guimarães, MT. Tel.: (65) 9221-9503. E-mail: producao@tudosobremulheres.com.br. Web: www.tudosobremulheres.com.br

Outubro

Tel.: (11) 3141-0413. E-mail: info@mostra.org. Web: www.mostra.org

22 a 26 8ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha, Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (21) 2527-1675. E-mail: atendimento@d9producoes.com.br. Web: www.filmesdemontanha.com.br

30 a 9/11 18º Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema 2008, Rio de Janeiro, RJ. Tel: (21) 2553-8918. E-mail: program@curtacinema.com.br, produção@curtacinema.com.br.

31 a 3/11 3º Miradas-Doc, Guía de Isora, Espanha. Tel: (34-64) 7470-722. E-mail: info@ miradasdoc.com. Web: www.miradasdoc.com

1º a 9 XXV Festival de Cine de Bogotá,

NOVEMBRO

Santa Fé de Bogotá, Colômbia. Tel: (571) 341-7562. E-mail: info@bogocine.com. Web: www.bogocine.com

4 a 9 4º Festival Internacional de Televisão, Rio de Janeiro, RJ.

7 a 9 Andina Link 2008, Guatemala.

6 e 7 3º Fiae – Festival Internacional de Animação Erótica, Rio de Janeiro, RJ.

Tel: (21) 2558-8606. E-mail: contato@ietv.org.br. Web: www.ietv.org.br

Tel.: (571) 345-9166. E-mail: sandra@andinalink.com. Web: www.andinalink.com

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