televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 17_#187_out2008
TV e mídias emergentes disputam a nova geração de espectadores
para onde vai
a audiência? Internet Canais abertos investem em distribuição de conteúdo online
Animação Ministério da Cultura cria política de desenvolvimento para o setor
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Sony é uma marca registrada da Sony Corporation. Todos os pesos e as medidas não-métricas são aproximados. As imagens visualizadas neste anúncio são simuladas. Fotos, gráficos e ilustrações podem não corresponder a uma representação fiel da realidade. Produtos vendidos separadamente.
Foto: arquivo
(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro Diretor de Marketing
Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski Leonardo Pinto Silva
Rubens Glasberg
g l a s b e r g @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Por enquanto, tudo igual
D
uas matérias desta edição da Tela Viva contribuem de maneira relevante para a informação dos que se preocupam com a mudança do perfil do consumidor de mídia eletrônica no mundo e particularmente no Brasil. São várias as questões que se colocam. As principais são:
Editor Tela Viva News Redação
Sucursal Brasília Coordenadora de Projetos Especiais Arte
Departamento Comercial
Gerente de Marketing e Circulação Administração Gerente de TI Central de Assinaturas
Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Humberto Costa (Colaborador) Lizandra de Almeida (Colaboradora) Mariana Mazza (Repórter) Letícia Cordeiro Carlos Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jardim (Produção Gráfica) Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Roberto Pires (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Ivaneti Longo (Assistente) Gislaine Gaspar Vilma Pereira (Gerente) Marcelo Pressi 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira
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• O que muda na audiência da tradicional TV aberta brasileira, liderada há cerca de quatro décadas pela Globo? • O crescimento da base de TV paga, do número de computadores residenciais e da banda larga não abalou o tradicional hábito de ver TV? • E, por fim, que mudanças ocorreram no market share da TV aberta com a crescente concorrência que a Globo sofre da parte da Record e outras emissoras com seus crescentes investimentos em telenovelas e jornalismo?
Fernando Lauterjung
(11) 3214-3747 comercial@convergecom.com.br Ipsis Gráfica e Editora S.A.
Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A
Ao contrário do que pode imaginar quem segue apenas o senso comum, a multiplicação do consumo de mídias eletrônicas em diferentes plataformas coincidiu com o aumento do tempo dedicado pelo brasileiro a assistir televisão aberta. É o que mostra nossa reportagem de capa, na página 16, que também não constata até agora nenhuma alteração radical na divisão do bolo publicitário, fonte principal de sobrevivência dessa modalidade de TV, apesar do aumento da competição por audiência. No caso particular da Internet e da banda larga, as TVs tradicionais vêm procurando até usá-las como mídia complementar conforme mostra reportagem na página 20. É óbvio que em algum momento no futuro o cenário será bem diferente. Os movimentos nesse sentido não faltam. E talvez o mais importante seja o fato de que o mercado publicitário como um todo apenas cresce e encolhe seguindo os indicadores do crescimento econômico medido pelo PIB, enquanto as verbas de comunicação no-media já representam bem mais da metade das verbas totais. E nesse quadro as mídias eletrônicas emergentes já têm papel relevante que tende a ser ainda maior. O que se pode aparentemente concluir é que não existe por enquanto nenhuma iminência de catástrofe para a TV aberta brasileira. Ela continua (para o bem ou para o mal) a ser o que sempre foi: a principal fonte de entretenimento e informação dos brasileiros. Mas terá que encontrar ao longo do tempo um novo modelo de negócios que lhe permita conviver e ampliar seu faturamento com as novas mídias eletrônicas. Assim como a indústria cinematográfica acabou estabelecendo seu modelo para sair das salas de exibição e entrar na TV aberta, TV por assinatura, vídeo locadoras e agora também nos computadores e celulares, a televisão também terá de seguir novos caminhos.
capa: editoria de arte/converge
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(índice )
Hábito
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Como se comporta o espectador das mídias eletrônicas
Scanner Figuras Internet
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( cartas)
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6 14 20
TVs apostam em vídeos e interatividade online
Radiodifusão
Cinema Gostei da pesquisa sobre a freqüência do brasileiro ao cinema. Também é boa a reflexão acerca do cinema nacional. Concordo que os filmes, na maioria das vezes, têm características bem autorais e pouco comerciais. Isso não é ruim, mas fica muito difícil mesmo tirar as pessoas de casa. Mariana Giacomo, Belo Horizonte (MG)
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Canais alugam espaço para pastores eletrônicos
Audiência Mipcom
28 30
Crise pode favorecer produtos prontos
Making of Animação
TV digital Concordo com o ministro: a TV brasileira não está vendendo a TV digital. Contudo, também não vejo os fabricantes anunciando receptores. Amauri Pimentel, São Carlos (SP)
32 34
Setor ganha programa nacional de desenvolvimento
Case
Locação Do jeito que as coisas andam, o mercado de aluguel de vídeos vai desaparecer. Talvez o Blu-ray se popularize dentro de algum tempo, com a queda do preço, mas fica difícil imaginar que o mercado sobreviva até que isso aconteça. Vamos esperar que o preço dos players caia a ponto de se tornar tão popular quanto o DVD! Cláudio Soares, São Paulo (SP)
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Seriado policial ganha espaço na Globo
Satélites
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Setor ainda espera demanda por HDTV
Upgrade Agenda
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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado
Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br
telavivanews www.telaviva.com.br 4
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Repense a qualidade de múltiplas imagens Simplesmente coloque o Kaleido-X para trabalhar e ele irá redefinir a qualidade da imagem em multi-viewers. Usando uma tecnologia única de escalonamento, ele apresenta imagens mais detalhadas e com cores mais precisas, independente do tamanho da imagem. Os operadores poderão explorar este poder com inúmeros lay-outs, em diversas salas de visualização, permitindo que eles escolham a configuração ideal para monitoração. A melhor forma de monitoração, sem limitações. É tempo de repensar o que é possível.
Rethink what’s possible
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Vera Holtz e Mônica Martelli, de “Dilemas de Irene”, vencedor do pitching do GNT.
Programas locais O canal GNT estréia duas atrações nacionais em sua grade no mês de novembro. “Dilemas de Irene”, uma co-produção com a Youle Produções, foi um dos projetos vencedores do pitching 2007 do canal. Com 13 capítulos, a série de ficção fala sobre os dilemas cotidianos que as mulheres enfrentam. O programa, protagonizado pela atriz Mônica Martelli, conta com a participação de grande elenco, como Vera Holtz, Marcos Caruso, Fernando Alves Pinto, entre outros. A estréia está marcada para o dia 21 de novembro. O segundo programa nacional é o “Comida.Org”. Trata-se de um projeto nascido e produzido pelo GNT, com direção de Jorge Espírito Santo, gerente artístico e de conteúdo do canal. Com estréia no dia 14, a nova série de quatro episódios apresenta jovens chefs, que terão o desafio de preparar receitas usando somente produtos orgânicos. O resultado será experimentado em uma refeição às escuras por parte do casting do canal.
O UOL lançou no início de outubro seu projeto de TV 2.0, com acesso gratuito e irrestrito, tecnologia flash, que permite a visualização do conteúdo pela maioria dos navegadores e sistemas operacionais, e nova interface. O público ganha mais espaço no novo projeto, não só com a possibilidade de fazer comentários sobre a programação, mas também de publicar a sua produção. Outros parceiros, além dos que já estavam na antiga TV UOL, como Band News, BandSports e Fashion TV, oferecem pacotes de conteúdo para a nova plataforma. Folha de S.Paulo (com produção de vídeos), MTV, Nickelodeon, Discovery, Cartoon Network e National Geographic entrarão aos poucos na programação. Lançado o projeto, a equipe de publicidade do UOL parte para a fase de apresentações e propostas ao mercado publicitário. O formato ofertado é um pacote com vinheta de cinco segundos
TV 2.0 do portal UOL: tecnologia flash, nova interface e novos conteúdos.
antes do vídeo, banner e comercial de 30 segundos no final, todos clicáveis com direcionamento à página do anunciante. A idéia é, a partir do próximo ano, ter quatro cotas de patrocínio no conteúdo editorial, com um investimento mensal de R$ 200 mil por cota.
Balzaquiana A Diesel, marca italiana de jeans, completou 30 anos e promoveu no dia 11 de outubro festas em 17 cidades ao redor do mundo com transmissões em tempo real pela Internet no site www.dieselxxx.com. A transmissão da festa de São Paulo foi feita pela Canvas 24p Filmes, que produziu vinhetas e cobriu o evento com dez câmeras e uma equipe formada por 40 profissionais. FOTO: juan pablo rinaldi
FOTOS: divulgação
TV online
Escalada O programa “Adrenalina”, atração de esportes radicais produzida pela gaúcha Clip Produtora em parceria com a TV Unisinos, estreou no município de São Leopoldo (RS) em 2003 e, aos poucos, extrapolou as fronteiras regionais. Já em 2004, o programa era transmitido em Porto Alegre. Dois anos mais tarde, chegou à rede nacional pelo Canal Futura e, em 2007, ganhou exibição no exterior pela Globo TV International. A terceira temporada estreou em outubro em 86 países.
Cena do programa “Adrenalina” gravada na Argentina. A atração está em 86 países pela Globo TV International.
A dona da bola A Record já negociou os direitos dos jogos Olímpicos de Inverno de 2010 e dos jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Na Internet, os eventos serão transmitidos pelo portal Terra e, na TV paga, pela Globosat, embora o contrato com a programadora ainda não estivesse assinado até o fechamento desta edição. Os valores envolvidos ainda são sigilosos. Uma fonte disse a TELA VIVA, contudo, que o valor pago pelo Terra e pela Globosat “quase cobre o valor que a emissora pagou pelos direitos” (estima-se que tenham sido cerca de US$ 30 milhões). Segundo a fonte, “o valor de uma das cinco cotas de publicidade que será vendida bancará o restante, incluindo o custo de envio de equipe e de produção”. As quatro cotas restantes seriam lucro. 6
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Mas que chulé!
Caipirinha de Tequila
A série de animação “Sapo Xulé” estreou na Rede TV! com transmissão em full high definition no início de outubro já com produtos licenciados (bonecos de vinil e DVD-books) e presença na telefonia móvel, com o vídeo “Dança do Sapo Xulé” e wall papers disponíveis para download na Claro,Vivo, Tim, Oi e BrT. Em novembro, a animação participa do Talento Brasil, em Madrid, evento promovido pela Apex com o objetivo de divulgar os setores de produção de TV, cinema, publicidade, música e editorial. A série da Cinema Animadores foi criada pelo ilustrador e roteirista Paulo José, que atualmente trabalha em parceria com a TLC Filmes no projeto do longa-metragem “O Indiozinho sem Nome” e no piloto da série para a televisão “Doiditos”.
A Record e a Televisa formalizaram em outubro a já anunciada parceria para produção de conteúdo. Pelo acordo, as emissoras dividirão custos e receitas das produções, inclusive para vendas no mercado internacional. Conforme explicou o presidente da Record, Alexandre Raposo, o acordo não se restringirá à produção de telenovelas. Em um primeiro momento, será produzida a novela “Rebelde”, seguida de “Betty, a Feia”. As atrações serão exibidas no horário das 19 horas. Contudo, em curto prazo, os dois grupos de comunicação pretendem produzir minisséries e, segundo Raposo, produções com a Record Entretenimento, podendo ser filmes e telefilmes. A emissora paulista está investindo na ampliação de infra-estrutura técnica para a teledramaturgia com a construção de quatro novos estúdios e uma central de pósprodução no complexo carioca Recnov. Ainda segundo o presidente da Record, a emissora continua a produzir textos locais, que inclusive poderão ser adaptados pela Televisa. “Estamos na fase de pré-produção do texto de ‘Escrava Isaura’”, disse o vice-presidente corporativo da Televisa, Jose Antonio “Pepe” Bastón. A venda dos produtos no mercado internacional poderá ser feita pelas duas empresas.
“Sapo Xulé” estréia na TV com produtos licenciados e presença na telefonia móvel.
Primeiro ano
A empresa vencedora, a Subway Link, de São Paulo, produzirá a série “Que negócio é esse?” de 12 episódios de 30 minutos cada. Na seleção, o canal delimitou que o custo máximo de cada episódio deveria ser de R$ 25 mil. Segundo Maria Tereza, o objetivo do pitching era destravar a questão da lei de incentivo para a produção de programas.
Em outubro, o canal do grupo Abril dedicado ao universo corporativo, a TV Ideal, completa um ano. Com programação voltada para “a carreira e o bem viver”, o canal chega ao primeiro aniversário com cerca de 80% da programação feita internamente e 18 programas na grade. Mês de festa Considerando toda a Para comemorar, o Roberto Civita em “Eu Fiz Assim”: equipe envolvida são programa estréia na TV Ideal canal estréia no mês de cerca de 70 pessoas como parte das comemorações trabalhando para de um ano do canal. aniversário novos programas. Entre eles, fazer o canal 24 horas estão as séries “Mundo que tem de três a Ideal”, “Eu Fiz Assim”, “100 quatro horas de programação Maneiras” e “Join Us”, esta última é inédita por dia. a primeira produção internacional A TV Ideal está presente da TV Ideal, gravada na Califórnia. O atualmente nas operações da TVA canal exibe também as séries e da Telefônica, mas a idéia é co-produzidas “Marcas que expandir a base de assinantes. Amamos”, “Dá um Tempo” e “Entre “Nossa prioridade é crescer em Formigas e Gafanhotos”. A primeira distribuição”, conta a diretora de realizada com a Produtora Abril e as produção e programação do canal, outras com a Impacto. Maria Tereza Gomes. Além da programação do canal, o Na programação, além dos Ideal conta agora com um novo site. programas da casa, há aquisições – Com novo design, blogs dos especialmente da BBC e Granada – apresentadores, busca, maior e ainda produções independentes. interatividade e melhor qualidade de Neste quesito, o destaque foi para o vídeo, o destaque fica para o lançamento de um pitching, em mediacenter, onde é possível julho deste ano, para a inscrição de encontrar versões editadas dos projetos para uma série de televisão sobre o tema “As maiores inovações programas, e textos e programetes complementares ao conteúdo. das empresas brasileiras”.
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Outras parcerias Ainda em outubro, a emissora mexicana fez acordo com as distribuidoras e produtoras independentes argentinas Cris Morena Group e RGB Entertainment para produzir e comercializar roteiros e produções de ficção no mercado internacional pelos próximos três anos. As primeiras produções serão as séries “Casi Ángeles” e “B&B”. Durante o Mipcom em Cannes, a Televisa anunciou também um acordo com o grupo espanhol Imagina para a produção local, na Espanha, de formatos da rede mexicana. O primeiro programa a ser produzido é “B&B”. A novidade para a Internet foi o lançamento de dois sites, um dedicado aos esportes (televisadeportes.com) e outro com conteúdos de televisão (tvolucion.com). O site TVolucion trará a programação atual da Televisa, que poderá ser vista on-demand, além de séries e filmes clássicos mexicanos. Terá também duas produções originais, feitas especialmente para a web: “Colinas” e “La Doble Vida”. •
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( scanner) FOTO: daniele frederico/tela viva
Foco em esportes A Endemol investe em programação esportiva com o lançamento da divisão global Endemol Sport. A idéia é produzir e distribuir conteúdo esportivo, como cobertura de eventos ao vivo e programação esportiva voltada ao entretenimento. A nova unidade do grupo será dirigida pelos ex-executivos da IMG Sports Media Lawrence Duffy e Gregg Oldfield, que assumem seus cargos em 1° de janeiro de 2009. Com o objetivo de explorar o esporte como entretenimento de diferentes formas, a estratégia da Endemol inclui também o desenvolvimento e o gerenciamento de canais de esporte na TV e em plataformas de mídia digital. Ben Harper e Vanessa da Mata no VMB 2008: evento cresceu 20% em relação a 2007.
FOTOS: divulgação
“Mothern” em HD
Pedro Amorim, diretor de “Mothern”, com o elenco infantil. Programa será o primeiro do GNT a ser totalmente captado em alta definição.
A terceira temporada de “Mothern”, produzida pela Mixer, com estréia prevista para 30 de outubro no GNT, será o primeiro programa do canal totalmente captado em HD. Antes, somente eventos como “15 Anos do Mahattan Conexion” ou a cobertura da “São Paulo Fashion Week” haviam sido captados no formato. Segundo o diretor da atração, Pedro Amorim, esta foi uma proposta da produtora. “É uma tendência para os canais oferecer programação em alta definição. Para mim também é uma oportunidade de aprender a trabalhar com este formato, pois ao mesmo tempo em que se ganha qualidade e nitidez de imagem, há uma série de cuidados com direção de arte e maquiagem”, explica o diretor. A terceira temporada tem 13 episódios de 22 minutos cada e a trama terá mais participação do elenco infantil.
Impacto em três dimensões No Brasil desde maio deste ano, a Impacta 3D Media propõe a instalação de telas LCD Diretores da 3D para exibição de comerciais em Impact Media: anúncios em 3D em 3D que podem ser visualizados lugares de grande sem a necessidade de óculos fluxo de pessoas especiais em lugares onde haja grande fluxo de pessoas. A empresa tem atualmente 20 telas em São Paulo e estima ter 300 telas espalhadas entre a capital paulista, Rio de Janeiro e Curitiba até meados de 2009. Segundo Michael Kronenberg, CEO da empresa, a 3D Impact Media não produz conteúdo, apenas faz a conversão de 2D para o 3D do material que recebe das agências de publicidade e busca anunciantes para os parceiros, estabelecimentos onde são instaladas as telas como o Centro de Eventos e Negócios de São Paulo (Cenesp) e a rede de academias Competition. Lojas Marisas e Rede Transamérica estão testando a mídia. “Não há custo para instalação da tela e a vantagem para o parceiro é que ele pode fazer da mídia um canal de comunicação interna, com 15% a 20% do espaço reservado para campanhas institucionais. Buscamos anunciantes que tenham interesse em trabalhar com o público que freqüenta aquele estabelecimento e repassamos parte da verba do anunciante aos nossos clientes”, diz Kronenberg, destacando que para o anunciante o benefício é chamar a atenção do público com um comercial em 3D.
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Festa musical A 14ª edição do Video Music Brasil (VMB), premiação de música da MTV Brasil que aconteceu no dia 2 de outubro, teve um crescimento de cerca de 20% em receita em relação à edição do ano passado. Segundo o gerente nacional de publicidade da emissora, Roberto Severo, o VMB é o evento mais “assediado” do canal, seguido do “Verão MTV” e do “MTV Rock Gol”. “O VMB representa entre 15% e 20% do faturamento anual da emissora”, diz. Para a edição 2008 foram vendidas seis cotas de patrocínio, com valor de tabela de R$ 5.234.687,00 cada, para Nova Schin Cerveja, Schin Refrigerante, Oi, Nokia, Fiat e Adams. Além destas, a MTV comercializou nove cotas de participação, com valor de tabela de R$ 208.620,00 cada, para Listerine, Banco Itaú, Uol, Mc Donalds, Sadia, Senac, Bic, Buscofen e Honda. Na audiência o programa também teve resultados satisfatórios para a emissora. O ápice foi entre o público de 12 a 17 anos, das classes A e B. Segundo dados do Ibope Media Workstation fornecidos pelo canal, a MTV ficou 66 minutos na liderança neste target. A audiência também acompanhou a atração online. Em 2008, ano em que a atração voltou a ser transmitida na íntegra e ao vivo pela Internet, o site da MTV atingiu, no dia 2, mais de 100 mil visitantes únicos e cerca de 623 mil visualizações de página (informações fornecidas pelo canal, com dados da Omniture.com).
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Transmissão digital A RPC TV Paranaense, afiliada da Globo no Paraná, começa a transmitir digitalmente seu sinal no final de outubro em Curitiba. Com isso, a capital paranaense será a primeira do Sul a ter transmissões de TV digital aberta. A TV Câmara e a TV Assembléia, na cidade de São Paulo, começaram suas transmissões digitais também em outubro. A transmissão experimental será através do canal 61, com as programações 24 horas dos dois canais disponíveis na TV por assinatura. Em caráter experimental, a transmissão não atinge ainda toda a cidade de São Paulo, mas marca o início dos testes para definição da cobertura e da qualidade do sinal de cada TV legislativa. Os testes serão realizados pela equipe do Instituto Mackenzie. Ainda este ano, devem começar os testes do sinal do Canal Universitário de São Paulo.
ESPN no iPhone A ESPN lançou uma versão compacta do portal ESPN360 para o iPhone, desenvolvida pela Supportcomm. Ao acessar o m.espn.com.br/360, o usuário encontra vídeos selecionados como destaques do dia. Segundo José Papa Neto, diretor de novos negócios da ESPN Brasil, serão disponibilizados uma média de seis novos vídeos por dia, com um a três minutos de duração cada um, editados especialmente para a plataforma. “A ESPN aposta no conceito multimídia e quer levar o esporte onde quer que o espectador esteja, independentemente da plataforma”, diz Neto, exemplificando com outras iniciativas da empresa nessa linha, como a rádio ESPN, o portal wap e a mobile TV, em parceria com a Oi. “O celular é muito importante neste cenário e o conteúdo para iPhone é o primeiro passo para uma estratégia mais ampla de um lançamento global, até o final do ano, de um portal multidevice, com todas as atrações da web disponíveis para qualquer aparelho celular, de qualquer operadora”, adianta. 10
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Terra de maravilhas Mais atrações resultantes de co-produções entre programadora e produção independente estrearam em setembro: “Alice”, produzida pela Gullane Filmes, com direção geral de Karim Aïnouz e Sérgio Machado, e Cena de “Alice”, série co-produzida pela HBO e bancada com recursos provenientes pela Gullane Filmes. Programadora tem mais do artigo 39, é a terceira série cinco projetos de produção original em desenvolvimento no Brasil. original da HBO produzida no país, mas a primeira que estréia com uma temporada completa de 13 episódios já filmados. Além desta, a área de produções originais da HBO trabalha em outros projetos locais. Segundo Luis Peraza, vice-presidente sênior de produções originais e aquisições da HBO Latin America, existem outros cinco projetos “Soluções para o Trânsito”, documentário em desenvolvimento no Brasil, em produzido pela Mixer para o Discovery Channel. Programadora tem diferentes cidades. “O nosso plano para mais sete atrações realizadas localmente o futuro é ter quatro séries originais para ir ao ar entre 2008 e 2009. por ano provenientes da América Latina”, disse o executivo. As outras séries produzidas no Brasil, “Mandrake”, da Conspiração Filmes, e “Filhos do Carnaval”, da O2, começaram as suas carreiras internacionais. Discovery O documentário “Soluções Para o Trânsito”, produzido pela Mixer para o Discovery Channel, será exibido em todos os países da América Latina e no Discovery en Español, canal da programadora voltado para a comunidade hispânica que vive nos Estados Unidos. Segundo Carla Ponte, diretora de produção da Discovery, além do documentário, a programadora tem outras sete atrações realizadas em parceria com outras quatro produtoras independentes para ir ao ar entre 2008 e 2009, entre eles, “Zootrópolis”, projeto da Conspiração vencedor do pitching promovido pela programadora no 9º Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão. Ainda em outubro (dia 28, às 22h), irá ao ar no People & Arts o episódio especial “Rio Ink” com produção da CaradeCão Filmes. É a versão nacional do formato “Ink”, reality show sobre tatuadores. Fox Em novembro estréia no National Geographic uma produção nacional da Canal Azul, com direção de Lawrence Wahba: o documentário “De Volta a Bikini”, sobre o local onde foram realizados testes nucleares entre os anos de 1946 e 1958 pelos norte-americanos.
Afiliada
Elenco da Record participa da comemoração de 30 anos da TV Cidade de Fortaleza.
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A TV Cidade de Fortaleza comemorou 30 anos com a renovação do contrato de afiliação com a Record. O acordo, com duração de sete anos, foi assinado por Alexandre Raposo, presidente da Record, e Miguel Dias, presidente da TV Cidade.
FOTOS: divulgação
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5 de Fevereiro de 2009 Auditório da Finatec - Brasília, DF
Antecipando tendências. Discutindo modelos. Falando com quem decide. O principal encontro sobre as tendências políticas e regulatórias do setor de telecomunicações e mídia. Uma promoção conjunta das revistas TELETIME, TELA VIVA e do Centro de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias das Comunicações (CCom), da Universidade de Brasília, Políticas de (Tele)comunicações chega à sua 8ª edição como o seminário de referência para autoridades, acadêmicos, consultores, advogados e presidentes de operadoras de telecom, broadcasters, canais e programadores de conteúdo, fornecedores e analistas.
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ORGANIZAÇÃO E VENDAS
FOTOS: divulgação
( scanner) “Coração Vagabundo”, documentário sobre Caetano Veloso, é o primeiro projeto de cinema da Cine.
“Dança da Vida”, da Zapata Filmes, inaugura a rede de distribuição de documentários formada por países da América Latina e Espanha.
Distribuição de documentário Nova em cinema
O documentarista Juan Zapata, da produtora gaúcha Zapata Filmes, organizou uma rede ainda sem nome para a distribuição de documentários da qual fazem parte realizadores da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Uruguai, Colômbia, Equador, Nicarágua e Espanha. Segundo Zapata, a rede foi consolidada em meados de setembro durante o Docmeeting, em Buenos Aires. O objetivo é estimular os realizadores participantes a buscar circuitos em seus países para a exibição de filmes do gênero produzidos em todos os países participantes. O documentário que inaugurou a rede de distribuição foi “Dança da Vida”, da Zapata Filmes, sobre sexualidade na terceira idade, que estreou em 3 de outubro, simultaneamente em cinemas do Brasil, Uruguai, Colômbia, Chile, México e Equador. “Queremos trabalhar com outras janelas também. A exibição do filme também foi negociada com Canal Brasil, TVCom (canal local do Rio Grande do Sul) e portal Terra, além de vendas em DVD”, diz Zapata, acrescentando que mesmo trabalhando com outras janelas, uma das iniciativas da rede será promover uma campanha para aumentar o público de documentários no cinema, pois a média na América Latina é de 15 espectadores por sessão. “Quero ter sempre um documentário produzido em um dos países integrantes no circuito de exibição. Estamos fazendo a lista para o primeiro ano da rede de distribuição e depois de ‘Dança da Vida’, trabalharemos com outro documentário, entre o final de novembro e começo de dezembro”, conta o documentarista. Na lista, já estão os documentários argentinos “Tocando en el Silencio” e “M”, e o costariquenho “Querido Camilo”.
Conhecida pela atuação na área publicitária, a produtora Cine começou a desenvolver produções cinematográficas. A primeira delas, o longa-metragem “Coração Vagabundo”, documentário co-produzido pela Natasha Filmes que mostra as viagens internacionais de Caetano Veloso durante o lançamento do álbum “A Foreign Sound”, participa de festivais. Já esteve no É Tudo Verdade, Festival Internacional de Roma e In Edit Festival, em Barcelona. Segundo Raul Dória, sócio da Cine, a produtora tem outros projetos fora da publicidade: dois longas e uma minissérie em produção, um curta em finalização e uma parceria com a Digital 21 e a Maurício de Souza Produções para o longa-metragem em 3D do personagem Horácio. O filme deve ser lançado em 2010 pela Columbia Tristar Buena Vista. De acordo com Dória, a produtora tem procurado desenvolver projetos fora da publicidade também para agregar aos serviços prestados pela empresa e permitir que diretores e profissionais exercitem a criatividade, corram riscos e assumam novas linguagens.
Filme Fiel
Andréia Pasquini
Torcedores corintianos poderão participar da construção do documentário “Fiel”, dirigido por Andréia Pasquini, com roteiro de Marcelo Rubens Paiva e Serginho Groisman. Pelo site www.filmefiel. com.br, o internauta poderá enviar depoimentos, contar histórias e enviar vídeos sobre a paixão pelo time. Os autores das melhores histórias aparecerão no documentário e os melhores vídeos serão selecionados para a produção. O torcedor pode ainda participar da escolha do pôster e da capa do futuro DVD votando em uma das cinco opções criadas pela agência W/ Brasil disponível no site. Com produção da G7 Cinema, o filme deve ser lançado entre fevereiro e março de 2009.
Serginho
Marcelo Rubens Paiva
Diretora e roteiristas do documentário sobre o time paulista: torcedores podem participar do filme enviando histórias e vídeos pela Internet.
Canais no YouTube A Discovery Communications anunciou uma parceria com o YouTube para a estréia de nove canais na plataforma online, que contarão com clipes do conteúdo exibido nos canais Discovery. O acordo contempla, a princípio, conteúdo da Discovery dos Estados Unidos, mas, segundo comunicado oficial, serão lançados canais locais no YouTube, com conteúdo de diversas regiões, entre elas a América Latina.
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Nova diretoria
Desenvolvimento de projetos
A Associação Brasileira de Produtoras de Fonogramas Publicitários (Aprosom) elegeu Dimi Kireeff novo diretor presidente da entidade. Compõem a chapa de Kireeff: Nando Chagas (diretor vice-presidente), Zézinho Mutarelli (diretor primeiro secretário), Sérgio Villaça (diretor Dimi Kireeff segundo secretário), Chantal Marmor (diretor primeiro tesoureiro), José Eduardo (diretor segundo tesoureiro), Kito Siqueira (diretor conselho fiscal I), Vlademir da Silva (diretor conselho fiscal II), João Baptista (diretor conselho fiscal III), Maurício Tagliari (diretor primeiro suplente) e Thomas Roth (diretor segundo suplente).
Criativo O diretor de arte Ricardo Big Passos (ex-Fisher América) entra para a equipe criativa da DM9DDB. Ele fará dupla com o redator Antero Neto.
O publicitário chileno Rodrigo Briceño foi contratado para o núcleo de desenvolvimento de projetos da Mixer. Ele será responsável pela criação de novas séries para a televisão.
Estratégias A BossaNovaFilms contratou Adriana Sâmara (ex-Grupo Ink, Lintas NY e McCannErickson) para atuar com Eduardo Tibiriçá, sócio e produtor executivo, no desenvolvimento de Adriana Sâmara Lara Arellano estratégias de negócios e relacionamento com o mercado. Como estratégia para ampliar a atuação internacional, a produtora passou a representar com exclusividade no Brasil os diretores estrangeiros Nicolas Kasakoff, Riki Saul, Christian Lyngbye, Lara Arellano e Maria Jordá.
Ricardo Big Passos
Diretor de arte O diretor de arte Fábio Baraldi integra a equipe da Africa. O profissional tem passagens pela NeogamaBBH, Leo Burnett, JWT e Force Advertising, de Chicago.
Atendimento Paula Saraiva é a nova diretora de atendimento da Nuclear. Ela chega á produtora de Oscar Rodrigues Alves e Alexandre Cruz para comandar a equipe que conta com Tize Novaes e Tati Ohara.
Edição Juliana Henriques foi contratada como editora pela Hotel Filmes. A profissional já foi chefe de pesquisa na Dínamo Filmes e pesquisadora da Cine.
Novidades A Giovanni+Draftfcb contratou Amadeu Aguiar Júnior como Chief Financial Officer (CFO) e profissionais para as áreas de produção, produção gráfica e mídia, no escritório carioca. Rodrigo Dorfman (ex-CGCOM e NBS) é o novo diretor criativo da agência. Christian Passos (ex-Arte Express) integra o departamento de produção gráfica e Erick Vianna foi contratado na mídia para atender às contas da Kraft, Rio Sul e ESPM. Amadeu Aguiar Júnior 14
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Das agências para a pós-produção A Ilegal FX, empresa de pós-produção e efeitos especiais do Grupo INK, tem mais um diretor: Marcelo Pressoto. O profissional tem experiência como motion graphic designer e passagens pelas agências F/Nazca, Talent, MPM, McCann-Erickson e Publicis.
Reforços A Maria Bonita Coisas, divisão de conteúdo, entretenimento e novas mídias da produtora Maria Bonita Filmes, amplia a equipe com a contratação de cinco profissionais. Caco Souza (ex-Salamandra Rodrigo Luchini, Christiane Calil, André e Black Maria) chega Gustavo, Caco Souza e Anna di Giacomo para dirigir filmes publicitários em HD. Rodrigo Luchini (ex-DM9DDB) assume como diretor de arte e motion designer. André Gustavo e Anna di Giacomo reforçam o atendimento de publicidade. Christiane Calil (ex-Grupo TV1 e Lâmpada) é a nova gestora de projetos de conteúdo e entretenimento. V i v a
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Dias 17 a 19 de Fevereiro de 2009
Centro de Convenções Frei Caneca | São Paulo, SP
O evento mais completo da internet brasileira. VEM AÍ O WEB EXPO FORUM. A NOVA EDIÇÃO DO EVENTO QUE ESTABELECEU UM NOVO PATAMAR NO USO DA INTERNET NO BRASIL. TRÊS DIAS DE ENCONTRO INCLUINDO FEIRA, SEMINÁRIOS, PALESTRAS E WORKSHOPS. PARTICIPE. E AMPLIE AS FRONTEIRAS DA SUA WEB.
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Apoio
Promoção abranet Associação Brasileira de Provedores Internet
Realização
( capa ) Fernando Lauterjung
f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Atenção dividida
Disputa dos canais abertos, aumento da base de TV por assinatura, computadores e banda larga provocam mudança no perfil do consumidor de mídia eletrônica no Brasil.
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ma chuva de números de audiência aparece na mídia diariamente. Parte da estratégia de marketing na guerra entre os canais de TV aberta, os números divulgados não ajudam a chegar a uma conclusão sobre o hábito de consumo de televisão. Quedas e picos pontuais de audiência mostram apenas que os controles remotos dos telespectadores funcionam, mas não como são explorados em longo prazo. TELA VIVA conversou com dirigentes de emissoras de televisão, TV por assinatura e portais e reuniu
pesquisas de comportamento e consumo de mídias eletrônicas, buscando levantar para onde, efetivamente, vai a audiência brasileira. Trata-se de um esforço para apontar não os vencedores da disputa no dia a dia, mas como se comporta o novo telespectador e como as mídias serão assimiladas e consumidas no futuro. A primeira conclusão: há uma mudança no hábito do consumidor de mídia, e sobre isso não restam dúvidas. Segunda conclusão: a televisão aberta e generalista mantém uma vantagem enorme sobre qualquer outra mídia, já que é a que tem maior penetração e conseguiu consolidar o hábito de ver TV ao longo de mais de meio século. Contudo, o público
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está aprendendo a mudar de canal e a buscar conteúdo, seja entretenimento ou informação, em outras fontes e dispositivos. E esta é a terceira conclusão a que se chega ao olhar conjuntamente para os muitos dados disponíveis. Segundo dados da pesquisa Accenture “Televison in Transition”, três em cada dez entrevistados assistem algum conteúdo em dispositivos alternativos, como PCs e celulares, a cada semana. A pesquisa foi feita com 7 mil entrevistados em oito países: França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, México e Brasil. O estudo da Accenture mostra que a TV linear não está morrendo, mas que o consumo não-linear de mídia está crescendo e despertando o interesse do consumidor. A mudança, aponta a Accenture, é liderada por consumidores de menos de 35 anos de idade, especialmente os com menos de 25 anos. Além de ser o grupo que se mostra mais insatisfeito com as opções da televisão, são os que se mostram mais dispostos a ver conteúdo em dispositivos alternativos, e que tendem a preferir o conteúdo sob demanda. O estudo mostra que, quanto mais novo é o consumidor, mais está insatisfeito com a TV ao vivo e mais propenso a assimilar o conteúdo por outros dispositivos (ver gráfico "Nível de satisfação com a TV linear por idade"). A pesquisa mostra ainda que as pessoas não estão mais escolhendo os canais de sua preferência, mas sim os conteúdos de que mais gostam. E estes conteúdos são buscados em vários canais, em múltiplas plataformas de distribuição. No Brasil, o país da TV aberta, a reviravolta no consumo das mídias eletrônicas levou ao aumento do tempo dedicado a assistir televisão. Conforme dados do Ibope Telereport PNT (das 6h00 às 24h00), de sete anos para cá, o brasileiro tem passado quase 30 minutos a mais por
dia em frente à televisão. Em 2001, o tempo médio dedicado à TV era de 4h15. De janeiro a junho de 2008, o tempo médio foi de 4h42 (veja gráfico "Consumo médio anual de TV aberta"). Os telespectadores não abandonaram, portanto, a mídia mais tradicional. Mas isso não diminui o impacto nas mudanças nos hábitos do brasileiro. Pelo contrário, a audiência na TV brasileira passa por um momento muito peculiar. Com os investimentos da Record em telenovelas, pela primeira vez a Globo enfrenta um adversário capaz não apenas de abalar sua supremacia com picos pontuais de audiência, mas de forçar uma queda contínua de audiência e de share. Além disso, há um segundo “canal” que vem crescendo em taxas constantes no Ibope. É o que o instituo chama de outros aparelhos e cujo share no tempo diário médio de exposição (Ibope Media Workstation - Painel Nacional de TV) saltou de 2,73, em 2005, para 6,45 em 2008 (em uma prévia até o mês de setembro). A categoria é composta, além do DVD, por video games, VCRs, DVRs, media centers etc. A própria pirataria da mídia DVD é apontada como um dos motivos para o crescimento deste concorrente dos canais de TV. Mas um outro inimigo é o que mais impacta na audiência da Globo. Em 2005, a Record começou a investir na produção de telenovelas, com a compra de um complexo de estúdios batizado RecNov, no Rio de Janeiro. Mirando o segundo lugar, tradicionalmente do SBT, a Record conseguiu abalar a Globo também, embora esta ainda mantenha audiência média superior à do SBT e da Record somadas. Conforme mostra o Ibope Media Report, o share da Record na audiência nacional cresceu de 7,8% em 2004, quando ainda não produzia novelas, para 14,8% em 2007, quase alcançando a participação de 15,3% do SBT. Mas quem apresentou a maior queda neste período não foi a emissora de Silvio Santos. O share
nível de satisfação com a tv linear por idade
90%
Gostaria de assistir conteúdo em um PC
80% 70% 60%
Gostaria de assistir conteúdo em um dispositivo móvel
50% 40% 30%
Contente com a TV atual
20% 10%
25 anos
25-34
35-44
45-54
55+
Fonte: accenture-television in transition
consumo médio DIÁRIO de tv aberta
Fonte: Ibope Telereport PNT - das 06h-24h
da Globo neste período caiu de 55,7% para 45,5%. No horário nobre, tanto a subida da Record quanto a queda da Globo são ainda mais acentuadas (veja tabela "Share nacional domiciliar"). Segundo fontes da Globo, a queda não é tão grave quando se analisa um período mais longo, já que em 2004 todas as novelas da emissora apresentaram audiências muito altas. Realmente, trata-se do melhor ano da Globo, que vinha em crescimento, chegando 56%. Contudo, não há como ignorar que a queda começou quando chegou um concorrente em telenovelas. E os investimentos da
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concorrência no formato que sempre foi especialidade da Globo continuam. A Record anunciou recentemente investimentos para ampliar o complexo RecNov. Além das telenovelas, a Record, assim como a Band, embora em menor escala, vem investindo fortemente em jornalismo, visando a conquista não apenas da audiência, mas de credibilidade, e, em conseqüência, participação maior no bolo publicitário. Se o investimento no ganho de audiência e credibilidade não surte efeito rapidamente é, para
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( capa) fontes da Record, porque o mercado publicitário precisa de tempo, já que a estratégia de compra de mídia é definida para períodos longos. Para a Globo, mudar a direção dos investimentos é muito mais complicado do que pensam os concorrentes. Para a emissora do Jardim Botânico, a medição por faixas horárias é um parâmetro usado apenas pelas TVs. Para o mercado publicitário, o mais importante seria o target, e a Globo alega ter 26 ou 27 das 30 maiores audiências em cada target. Aí está, segundo a Globo, o motivo de a emissora ter 50% da audiência e 75% do bolo publicitário. A divisão do bolo mudaria apenas se a Globo passasse a ter metade ou menos dos programas de maior audiência por perfil de público. A exceção, admite a emissora, está apenas no público infantil, dominado pelo SBT.
Share nacional domiciliar (em%) Média noite (18h00/00h00) Globo SBT Record Band RedeTV!
2004 63,1 16,1 7 4,4 2,5
2005 58,6 16,8 9,8 4,8 2,9
2007 53,9 11,9 15,5 5,3 2,9
Fonte: Ibope Media Workstation
tempo médio de audiência caiu dez minutos entre 2006 e 2007, para pouco menos de 2h10. O alcance (porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária) também caiu de 56% em 2006 para 49% em 2007. São quedas preocupantes para o setor. As discussões sobre os motivos são acaloradas. Nem mesmo o Ibope conseguiu precisar o que levou à queda da audiência na TV por assinatura. O instituto de pesquisas mede a audiência de todos os televisores das TV paga residências monitoradas dentro da base. No Congresso ABTA, realizado em Com a digitalização das redes de cabo, as agosto deste ano, programadores TVs que recebiam o sinal diretamente na apontaram queda na audiência dos TV, sem uso de set-top boxes, deixaram canais pagos a partir de setembro de de exibir os canais pagos. Portanto, 2006. Entre as causas apontadas apenas um dos televisores da casa estavam a digitalização das redes, continuou com o serviço pago. Para a que inibiu a pirataria de pontos maioria dos programadores, a audiência extras, e a Internet. O fato é que o deve crescer nos próximos anos, com a oferta dos pontos adicionais por parte dos operadores. tempo médio diário de exposição O outro lado tem defensores de peso. A Abril encabeça o grupo dos que apostam na Internet como a competidora que vem tirando o público da TV por assinatura. Para o grupo de mídia, a queda é acentuada demais para ser causada apenas pelo cancelamento dos pontos adicionais. Seria como se parte dos moradores da casa ignorasse que uma das TVs ainda recebe o sinal por assinatura, principalmente se for levado em conta que nem todos os moradores compartilham os mesmos horários para assistir televisão. Para a Abril, o problema da TV por
Fontes: Ibope/Telereport - Painel Pay-TV 6 mercados - Indivíduos com pay-TV - 24 horas Ibope/Netratings - Total Internautas - incluindo aplicativos de interneT O Ibope/Netratings considera o tempo médio no mês. Esta é uma projeção do tempo diário.
2006 59 13 12,2 5 2,5
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assinatura é o conteúdo, em sua maioria estrangeiro e, na visão do grupo, sem afinidade com o público brasileiro. Contudo, este não é o único argumento para a teoria de que a Internet afeta a TV por assinatura. Vale destacar que as operadoras de TV vêm conquistando novos assinantes, tanto para o serviço de TV quanto de banda larga. Esta nova base poderia ser parte da razão da perda de audiência. Isto porque estes assinantes novos trariam consigo os hábitos de consumo de conteúdo da TV aberta e teriam agora dois novos serviços disputando sua atenção (veja gráfico "Tempo médio diário de exposição"). O Ibope apontou à ABTA outros fatores, todos não-conclusivos: a queda de audiência pode ser atribuída à popularização dos DVDs, tempo perdido no trânsito ou aumento de permanência no trabalho. É evidente que estes fatores afetam também a TV aberta, o que explica os esforços para ter um padrão de TV digital que contemplasse a mobilidade. A pesquisa internacional da Accenture, que aponta o alto percentual de entrevistados que assistem a algum conteúdo em dispositivos alternativos, como PCs e celulares, e que inclui o Brasil, também funciona como argumento para os que concordam com o ponto de vista da Abril. Não-linear Nos Estados Unidos, este desejo por consumir o que quiser e quando quiser tem se refletido no uso de DVRs. Larry Gerbrandt, consultor da
Media Valuation Partners, apresentou no Congresso TV 2.0, realizado em setembro por TELA VIVA, uma pesquisa da Nielsen que aponta que o americano médio gasta 5h50 no mês assistindo à televisão fora da grade. Comparando maio de 2007 com o mesmo mês em 2008, houve um aumento de 56% no tempo gasto pelos americanos assistindo televisão através de DVRs, programação on demand e outras formas não lineares. No Brasil a penetração do DVR não é expressiva, o que pode explicar porque o usuário está buscando mais conteúdo na Internet. Por aqui, o PC é o dispositivo mais difundido e cada vez mais acessível e conectado. Segundo Gerbrandt, o mercado de vídeo online deve ser o meio de crescimento mais rápido em 2009. Os vídeos online proporcionaram receitas globais (publicidade e acordos de licenciamento) em 2007 de US$ 1,65 bilhão, diz. A projeção é que este número chegue a US$ 9,96 bilhões em 2012. A apresentação do consultor da Media Valuation Partners aponta que o tipo de conteúdo mais assistido na Internet via streaming é o conteúdo gerado pelo usuário, que representa 49%. Outros 9% são de televisão broadcast, 1% de conteúdo de cinema e 41% de outros (notícias, música, tutoriais etc). Segundo Alex Banks,
gerente para a América Latina da empresa de pesquisas Comscore, também no Congresso TV 2.0, dos 37 países elencados, o Brasil fica em 14º em média de visitas a sites multimídia e em 32º em tempo de permanência nestes sites. Contudo, é o sétimo na lista dos que mais acessam o YouTube. Segundo Banks, o volume de visitantes únicos ao portal de vídeo do Google no Brasil cresceu aproximadamente 55% em um ano, saltando de 5,8 milhões de acessos em junho de 2007, para 9,1 milhões em junho de 2008. A Globo.com (que tem o forte reforço do conteúdo da TV Globo), no mesmo período, cresceu, segundo Banks,
americano pode se repetir no Brasil com a difusão da banda larga. Mas quem apostar que o sucesso do vídeo online por aqui será maior, tem poucas chances de errar. O executivo da Comscore apresentou dados da NBC sobre a exibição dos jogos olímpicos em seu portal de vídeo na Internet. O portal teve cerca de 1,5 milhão de streamings diários, ou, 28,5 milhões de streamings no período de 19 dias. No Brasil, onde a banda larga ainda tem baixa penetração, o número foi igual. As Olimpíadas transmitidas pelo Terra tiveram 28,5
A globo admite que a sua estratégia com novas mídias passa por manter a audiência na tv. 35%, chegando a 5,9 milhões de acessos em junho de 2008. No mês de julho deste ano, bateu 8,3 milhões de acessos únicos. A Globo admite que a sua estratégia com novas mídias passa por manter a audiência na TV tradicional. Ou seja, é uma estratégia de preservação de público. Banks apresentou um balanço da audiência dos sites no mercado norteamericano, apostando que o mesmo deve se repetir no Brasil com o crescimento da banda larga. O executivo apontou que 20% dos internautas são heavy users do vídeo, enquanto 30% é médio e metade faz pouco uso do vídeo online. Banks aposta que o cenário norte-
milhões de vídeos assistidos por mais de 15 milhões de pessoas, mais que o dobro dos 6 milhões que costumavam passar pelo Terra TV antes dos jogos olímpicos. O pico de audiência foi durante as duas horas do jogo de futebol Brasil e Argentina, que teve 1,2 milhão de vídeos vistos. Ainda antes dos jogos, Paulo Castro, diretor geral do Terra no país, disse a TELA VIVA que o investimento se justificava não apenas com o retorno obtido com a venda de patrocínio na cobertura do evento. O portal esperava que o evento esportivo trouxesse para o Terra TV um novo
( internet)
Daniele Frederico
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Não pode vencê-la? Junte-se a ela! TVs abertas repensam suas estratégias online e preparam projetos mais agressivos para a distribuição de conteúdo em vídeo na Internet.
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FOTOs: DIVULGAÇÃO
m agosto, a rede americana NBC deu um valioso exemplo no uso da Internet por uma TV aberta, ao adquirir os direitos também para outras mídias e disponibilizar parte do conteúdo dos jogos Olímpicos aos usuários da rede. Segundo uma pesquisa da própria NBC, apresentada por Larry Gerbrandt, da Media Valuation Partners, durante o Congresso TV 2.0, promovido pela TELA VIVA, 50% dos espectadores online das Olimpíadas na NBC disseram que usaram a Internet para alcançar (ou “catch up”) os esportes que haviam perdido. Outros 40% queriam assistir novamente alguma coisa que tinham assistido primeiro na televisão. E apenas 2% usaram apenas a Internet como meio para acompanhar as Olimpíadas. Esses resultados desmistificam o uso da Internet em substituição à televisão, já que, no período, a média diária de espectadores no prime time foi de 27,5 milhões. Na Internet, foram cerca de 1,5 milhão de streamings diários. Ainda que seja uma realidade diferente da brasileira, esses resultados – e as experiências das redes americanas em exibir episódios de seus seriados online logo após a estréia na televisão – mostram que a Internet não precisa ser, necessariamente, a vilã na guerra de mídias: é possível tirar proveito de suas características para alavancar a audiência dos
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programas televisivos e interagir de forma mais próxima ao espectador. No Brasil, as TVs abertas já estão fazendo as suas apostas. Seja com conteúdo idêntico àquele exibido na televisão, seja com conteúdos desenvolvidos especialmente para a mídia, seja com modelos de negócios baseados em publicidade, seja com conteúdo pago, as emissoras têm reformulado as suas páginas de Internet para oferecer mais vídeos e maior interação com os consumidores daquela que é uma das mais tradicionais e inabaláveis mídias brasileiras.
“Quem assiste aos programas na Internet são as pessoas que perderam o mesmo programa na TV.” Walter Ceneviva, da Band
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A Globo tem feito isso há algum tempo. No portal Globo.com há vídeos de todos os gêneros da programação, atualizados de acordo com a grade diária da TV. Para ver os programas na íntegra – capítulos inteiros de uma novela, por exemplo – é preciso ser assinante do portal. “A internet é uma excelente ferramenta para extensão de conteúdo. O telespectador se identifica com um determinado programa na TV e busca uma maior interação com este conteúdo no site”, conta Eduardo Becker, diretor comercial do Globo.com. Com uma estratégia consolidada, o próximo passo são conteúdos feitos exclusivamente para a Internet. “Cada vez mais teremos desdobramentos on-line de acordo com cada perfil de programa e profundidade que cada tema demanda. Um personagem, por exemplo, pode ter sua trama paralela no site e não necessariamente na TV”, diz. “Participação do internauta (conteúdo colaborativo) e conteúdo exclusivo do site são cada vez mais explorados”, afirma o diretor do Globo.com. Ainda que a Internet seja uma mídia muito diferente da televisão em diferentes aspectos, o modelo de negócio para viabilizá-la ainda é calcado em modelos tradicionais. Emissoras como a Globo, que investem em conteúdo em vídeo na Internet, têm apostado no modelo baseado em publicidade para gerar receita para seus sites. No caso da Record, que há cerca de um ano lançou o portal de vídeos “Mundo Record” (www.mundorecord. com.br), o conteúdo é gratuito e não
“Queremos chamar a audiência para a TV aberta e também ter uma maior interação com programas que estão no ar.”
também conteúdo produzido exclusivamente para essa mídia. O vicepresidente da Band, Walter Ceneviva não acredita, porém, que o público esteja disposto a assistir vídeos dos programas em tamanho integral. “Há um problema de tecnologia e de hábito do espectador”, diz, mas não descarta a possibilidade de ter programas inteiros disponíveis na Internet. O modelo de negócios a ser seguido pela Band ainda não está definido, mas deve ser baseado em publicidade e ter conteúdos pagos. “A força da televisão no mercado publicitário é enorme. As receitas dos sites são ínfimas de comparadas às da TV”, diz Ceneviva. Os conteúdos pagos seriam aqueles provenientes do canais pagos da Band – são eles: Band News, Band Sports, Terraviva e SexPrivé Brasileirinhas – e o conteúdo produzido exclusivamente para a Internet. Assim como na Record, a aposta para a Internet é no público da televisão. “Quem assiste aos programas na Internet são as pessoas que perderam o mesmo programa na TV”, diz o VP da Band. O conceito de conteúdo complementar ao da televisão também é adotado pela TV Gazeta, emissora paulista que pensa a reestruturação de seu site para a inclusão de mais funcionalidades em vídeo e interação. Segundo a superintendente de programação da TV Gazeta, Marinês Rodrigues, o site ainda não está modernizado, mas a emissora estuda como torná-lo mais atrativo. Em termos de vídeo, o que o site da Gazeta oferece hoje são vídeos das notícias e também alguns interprogramas de utilidade pública, separados por temas no site. Ela conta que não há uma área específica para trabalhar a Internet na emissora. “Estamos utilizando a Internet como ferramenta, principalmente, para dar cada vez FOTO: antonio chahestian
há qualquer tipo de publicidade. No entanto, essa situação deve mudar em breve, com criação de uma unidade de negócios para a Internet, que deve ficar responsável pela criação, pelo armazenamento e pela negociação dos espaços publicitários. “Hoje os programas são exibidos sem merchandising ou intervalos”, diz o gerente nacional de comunicação da Record, Ricardo Frota. “Neste primeiro ano procuramos focar nossos esforços na tecnologia de captura e entrega do vídeo”, conta. Ele confirma que, a partir do momento que a unidade esteja constituída, o modelo passará a ser baseado em publicidade. Além da comercialização de espaços, haverá uma reformulação do portal, para que ele seja mais amigável e interativo. “Queremos chamar a audiência para a TV aberta e também ter uma maior interação com programas que estão no ar”, diz Frota. O “Mundo Record” conta hoje com vídeos da programação da emissora, que vão desde jornalismo – com material incluído logo após a exibição na televisão – até as novelas, disponíveis na íntegra após cerca de 25 horas da sua exibição pela TV. No caso de programas mais longos, como as novelas e os programas de entretenimento, os capítulos são separados em pílulas menores, mas o conteúdo é exibido na íntegra, com exceção de formatos, como “O Aprendiz”, ou de séries dos estúdios americanos, para os quais a emissora não detém os direitos para a exibição pela Internet. Na maré contrária ao que dizem os especialistas em Internet, que pregam que apenas vídeos de curta duração têm sucesso online, a Record apresenta números que mostram o sucesso do conteúdo exibido na íntegra. “Registramos cerca de uma hora e 20 minutos de permanência média no site”, conta Frota.
Ricardo Frota, da Record
Segundo o gerente, as novelas são o conteúdo mais visto do portal, que tem uma média de visualizações na faixa de dois a três milhões de vídeos por mês, segundo a emissora. “Em número de horas assistidas, a primeira atração é a novela ‘Os Mutantes’, seguida do programa ‘Hoje em Dia’, da novela ‘Chamas da Vida’ e do ‘Jornal da Record’, totalizando uma média de 88 mil vídeos visualizados diariamente”, conta. Segundo Frota, o vídeo só é contado quando termina, ou seja, somente são contabilizados os vídeos assistidos do começo ao fim. Para 2009, a emissora planeja ainda a inclusão de vídeos de bastidores dos programas da casa, com produção de sua área de comunicação. Além disso, aquilo que já está disponível hoje, ou seja, o que é mostrado pela televisão, também continuará no portal, mas com uma nova dinâmica, talvez com textos informativos e outras funcionalidades. “A idéia é fragmentar ainda mais os programas, desta vez por quadros, não por blocos. Dessa forma teremos vídeos mais curtos”, diz Frota. “Além disso, teremos uma campanha na televisão para incentivar os espectadores a acessarem o portal”, conta. Quem também reformula sua estratégia para a Internet é a Band, que trabalha em um novo portal exclusivo de vídeos, o Mais Band (www.maisband.com.br). Neste primeiro momento, o grupo tem apostado em pílulas da programação, disponíveis nos sites institucional e dos programas. A idéia com o Mais Band é trabalhar com vídeos da programação e
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“Há uma demanda, principalmente do público jovem, por outro formato de televisão.” Ricardo Mucci, da TV Cultura
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5ª EDIÇÃO As novidades e tendências da prática
que mais tem beneficiado empresas na competição de mercado, com ênfase para BPO.
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de serviços de TI, abordando a arquitetura orientada a serviços e seu impacto nas empresas.
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1ª EDIÇÃO Evolução do evento de Software como Serviço (SaaS), incluindo tendências, modelos e soluções de software para gestão de negócios.
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4ª EDIÇÃO Feira e congresso com conteúdo ampliado, Software!nnovation. 17ª EDIÇÃO Há 17 anos, o encontro obrigatório abordando também as novas soluções de CRM e inteligência de negócios.
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4ª EDIÇÃO As novas formas de ver e de fazer televisão, pensadas sob uma nova plataforma de distribuição de conteúdos audiovisuais.
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nova realidade da banda larga sem fios e seu impacto nos lares e escritórios brasileiros.
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perspectivas no único encontro da indústria de satélites do continente.
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( internet ) “Estamos utilizando a Internet para dar cada vez mais voz ao nosso público.”
FOTO: divulgação
mais voz ao nosso público”, diz Marinês. “Queremos um visual mais atrativo, mais sedutor”. No que concerne ao modelo de negócios, ela diz que hoje a fase é a de repensar o modelo, já que não há comercialização específica para o site – há apenas banners do patrocinador da casa de comércio eletrônico, a Best Shop TV, mas não há um departamento comercial focado exclusivamente em Internet. Uma das possibilidades, segundo Marinês, é a oferta de uma venda combinada, crossmedia, com a televisão. A possibilidade de comercialização também é estudada pelo SBT, emissora que estreou um novo site com vídeos da programação em 15 de setembro deste ano. Com alguns programas disponíveis na íntegra – como “Roda Roda” e “Nada Além da Verdade” – o novo site tem como diferencial vídeos mais longos da programação, com duração de até
Marinês Rodrigues, da TV Gazeta
equipe conta com nove profissionais. Educativa Não só as TVs abertas comerciais estão repensando suas estratégias para a Internet. A TV Cultura, por meio de seu Núcleo de Novas Mídias, prepara o lançamento de dois projetos ousados para o mundo digital. O primeiro, que já teve seus primeiros testes realizados em outubro deste ano, é a prestação de serviços para a transmissão de eventos via Internet. A primeira transmissão ao vivo foi a da assinatura do Projeto Univesp, iniciativa que prevê, inclusive, o lançamento de um canal da Fundação Padre Anchieta em 2009, voltado à educação à distância. O segundo projeto é o de um canal transmitido via Internet que foi denominado IPTV Cultura, provavelmente para o início do ano que vem. Trata-se de um canal com conteúdo ao vivo e on-demand da TV
além das tvs comerciais, canais públicos e educativos também desenvolvem suas estratégias na internet. a tv cultura prepara projetos ousados para 2009. uma hora. Antes, os vídeos disponíveis não passavam de dois minutos. Neste momento, a emissora realiza um estudo para verificar se o site deve ou não ter comercialização de espaços publicitários. Sob o comando da líder de projetos especiais do SBT, Renata Abravanel, e da gerente de comunicação da emissora, Maísa Alves, o novo site deve sofrer outras mudanças em 2009. Além de aumentar o tempo dos vídeos disponíveis, faz parte dos planos do SBT agilizar o processo de publicação dos vídeos, para que eles estejam disponíveis logo após a exibição dos programas na TV, e contratar mais pessoas – hoje a
Cultura, inteiramente transmitido via Internet. A emissora já vem testando esse projeto, com a transmissão, ao vivo, da gravação de programas como o “Roda Viva”. A idéia é transmitir as gravações ao vivo pela Internet e deixar trechos desse conteúdo disponíveis para streaming on-demand. “Há uma demanda, principalmente do público jovem, por outro formato de televisão. Assim, pretendemos adaptar o canal de TV para este novo público, baseados em interatividade”, diz o diretor do Núcleo de Novas Mídias da FPA, Ricardo Mucci. Mucci conta ainda que a matriz do IPTV é replicável a outros casos, para a realização de canais para outras instituições, caso haja interesse. Neste primeiro momento, a estrutura utilizada para a cobertura desses eventos é a
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da TV Cultura, mas o Núcleo já recebe investimento da fundação para a compra de equipamentos próprios. “Estamos adquirindo equipamento de porte diferenciado para a Internet. Devemos ter uma unidade de produção externa padrão web, ou seja, com menos pessoas, sinal de satélite, microondas, enfim, como uma unidade de TV, mas mais compacta”, conta Mucci, diretor do núcleo que conta com cerca de 20 pessoas. Ele conta que o investimento é bem menor do que fazer a mesma coisa na televisão. A idéia é que o canal online seja lançado no Campus Party, que acontece entre os dias 19 e 25 de janeiro de 2009, em São Paulo. A estratégia online passa também por uma melhoria na gestão dos sites dos programas. Cada atração ficará responsável pela atualização – inclusive de vídeos – de suas próprias páginas. Para isso, a FPA aposta na instalação de um Content Management System, que está sendo construído em Linux. “O grande diferencial é ter muito vídeo. Além disso, um dos objetivos é trazer esse conteúdo interativo para dentro do canal”, diz Mucci, que exemplifica com a experiência realizada no último Dia das Crianças, na qual as crianças puderam interagir, via Internet, com o programa “Cambalhota”. Todo o conteúdo será oferecido gratuitamente no IPTV Cultura e a Fundação estuda a possibilidade de comercialização crossmedia dos espaços, com exceção dos programas infantis, que não terão publicidade. O diretor conta que, mesmo nos programas voltados ao público adulto, não haverá comerciais de venda de produtos. “O que pode haver é uma publicidade institucional, com a criação, por exemplo, de um jogo de uma determinada marca que possa agregar valor ao programa”, diz Mucci. “Estamos buscando uma forma de oferecer aos patrocinadores uma maneira mais inteligente de estar na web. Queremos dar um estímulo à publicidade, não apenas exibir um comercial”, conclui.
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( radiodifusão) Humberto Costa
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Aluga-se uma TV A locação de amplos espaços de programação nas emissoras é uma prática que foi turbinada nos últimos tempos, um negócio impulsionado pelo apetite dos pastores eletrônicos em massificar a mensagem religiosa deles. FOTO: divulgação
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canal 21 é desde setembro a emissora com a mais extensa programação evangélica da TV aberta. O que se vê por ali agora é a transmissão intermitente dos cultos da Igreja Mundial do Poder de Deus. São vinte e duas horas de mensagens religiosas, nas outras duas horas, jornalismo e enlatados. Esta foi a segunda mudança radical que a rede sofreu. É só recapitular o histórico do canal para notar uma incrível crise de identidade. Criado em 1996, surgiu com um jornalismo alternativo fortemente ligado a São Paulo. Teve programação própria por dez anos até passar pela primeira grande mutação em 2006, quando mudou o nome para PlayTV, e passou a ter a maior parte da grade produzida pela GameTV, produtora de Fábio Luiz da Silva, filho do presidente Lula, especializada em programas de videogames. A proposta de fazer frente à MTV durou cinco anos e fez água. Saiu a programação jovem e entrou o desfile de pastores. O novo contrato também tem duração prevista de cinco anos e cifras resguardadas por uma providencial cláusula de confidencialidade. “Na primeira fase nós queremos divulgar o trabalho da igreja. Nós tínhamos outras opções, mas no 21 encontramos a melhor relação custo/benefício”, calcula Ronaldo Didini, pastor da Igreja Mundial. Didini é o diretor de conteúdo da emissora. É uma figura conhecida na telinha. Ancorou no início dos anos 90 o “25ª Hora” na Record, período
O pastor Ronaldo Didini comanda o conteúdo da Igreja Mundial do Poder de Deus que ocupa 22 horas da programação do Canal 21.
em que a igreja de Edir Macedo esteve às voltas com uma das maiores polêmicas religiosas do país, quando o bispo Von Helder chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida num programa da emissora. Esteve fora do Brasil por dez anos. Trabalhou na Europa na implantação de templos da Igreja Internacional da Graça de Deus de R.R Soares, que também é um locatário de TV - ocupa uma hora do horário nobre da Band com programação religiosa. Atualmente, o ex- pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, além de diretor artístico e de programação da emissora também comanda um programa diário de debates de uma hora e meia de duração no início da madrugada, o “Hora Brasil” em que são discutidos temas nãoreligiosos. No dia em que entrevistamos Didini o tema era o novo acordo
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ortográfico. “É um ‘25ª Hora’ melhorado. É o mesmo formato do programa, só que mais maduro, até o diretor é o mesmo dos tempos de Record. Ali eu trago os pastores da Igreja Mundial para dialogar com a classe média, para mostrar o que eles pensam fora da religião. Discutimos temas de interesse da família que foram esquecidos”, conceitua. Fora o “Hora Brasil”, as atrações do canal estão praticamente limitadas aos cultos, boa parte deles capitaneados pelo denominado apóstolo Valdemiro Santiago de Oliveira, líder máximo e fundador da Igreja Mundial. Mas a idéia é diversificar e dar nova roupagem ao conteúdo religioso em seis horas diárias da programação. “Eu estou contratando o palhaço Atchim para ensinar o evangelho para a criançada e estamos estudando um programa de bandas Gospel. Queria também um humorístico saudável e um programa de esportes”, revela Didini. Para fazer o milagre da multiplicação de atrações a estrutura está sendo preparada. O suporte técnico será dado pela produtora NDC de Celso Russomano. O desejo é colocar a nova grade no ar até o final do ano. “Nós teremos três estúdios, dois pequenos e um gigantesco. O maior estúdio evangélico do país vai ser inaugurado em novembro num galpão de 700 metros quadrados no bairro da Barra Funda, em São Paulo. O ‘Cidade Mundial’ será um complexo de cenários em que o apóstolo Valdemiro vai poder interagir e caminhar bastante, como ele gosta”. O apetite expansionista é
indisfarçável. A pregação da Igreja Mundial é transmitida pelo 21 para todo o Brasil por parabólica, em UHF para São Paulo e Salvador, e em VHF para Ribeirão Preto, no interior paulista. Em onze anos de vida, a IMPD é considerada uma das denonimações evangélicas de maior crescimento, tem 600 templos espalhados pelo país e “um número incalculável de adeptos”. Didini conta que foi o forte laço com o apóstolo Valdemiro, com quem conviveu desde a juventude, e a proposta de evangelização da Mundial que o motivaram a voltar ao Brasil. “As outras vão muito para o lado da Teologia da Prosperidade. A nossa é baseada no cristianismo primitivo. Eu não preciso de Deus para ter casa, ter carro, eu preciso de valores espirituais. Nós não temos templos bonitos, por exemplo. É uma igreja de doutrina ultra-ortodoxa, e isso é muito bom”, sentencia o pastor. Um dos fortes apelos é a promessa de realização de milagres. “Você vai ao culto e vai ver paralítico que levanta e sai andando, casos de cura da Aids. Tudo isso tem documentação médica, está tudo comprovado”, desafia Didini. Viés publicitário Apesar da crítica contundente aos evangélicos que valorizam as maravilhas do dinheiro, o novo canal 21 não quer se fechar ao mercado publicitário. Os intervalos comerciais serão comercializados de acordo com a grade e os programas religiosos terão ações de merchandising. “Tenho conversado com publicitários, eles acreditam que pode ter um efeito muito bom, por exemplo, uma inserção das ‘Casas Bahia’. Acredito que vai dar um bom retorno se souber encaixar no momento certo”, avalia Didini. Com praticamente um canal inteiro alugado nas mãos, a Igreja Mundial pensa numa emissora própria? “Nossa missão é pregar o evangelho em massa. Se caminhar para uma TV própria, será bem-
vinda”, afirma. A comparação com o caminho percorrido pela Record é inevitável, ainda mais no caso de Didini que orgulha-se de ter sido pioneiro na emissora da Barra Funda ao lado do bispo Edir Macedo. “Eu cheguei lá com o Macedo em 90. Era tudo muito velho, tudo em U-Matic. Não tinha programação, eram aqueles filmes de bang-bang velhos demais, tudo cor-de-rosa. E, curiosamente, foi o seu João Saad, da Band, que tirou o
hora diária de grade alugada, e a Assembléia de Deus. Esta última já tinha o programa “Vitória em Cristo” apresentado aos sábados pelo pastor Silas Malafaia e agora detém toda o espaço da madrugada, de segunda a sexta das duas às sete da manhã e das quatro às sete, sábados e domingos. A Assembléia de Deus é uma pentecostal fundada há quase cem
programação da igreja mundial ganhará nova grade até o final do ano. a melhoria na estrutura inclui um novo estúdio de 700 m2 em são paulo. executivo José Roberto Maluf de lá e pagou o salário dele durante uns seis meses para ensinar a gente como tocar uma emissora de TV”. A divergência com Macedo se deu progressivamente, quando a emissora foi ganhando cara de TV comercial. “A igreja virou opção secundária, por isso resolvi sair. A Record perdeu a essência”.
anos no Pará e que acredita ter 18 milhões de seguidores espalhados pelo país. Curiosamente, a igreja, que é uma das que mais tem programação alugada, já condenou o que agora parece ser um objeto de desejo. Na 22º Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, foram estabelecidos chamados “sadios princípios” para modos e costumes. Por votação unânime dos delegados presentes foram proibidos, por exemplo, cabelos compridos para homens, minissaias para mulheres. E um alerta foi feito para os perigos da TV. Informa o documento. “Uso de aparelho de televisão – convido abster-se, tendo em vista a má qualidade da maioria dos seus programas; abstenção essa que justifica, inclusive, por conduzir a eventuais problemas de saúde”. A Rede TV é outra emissora que entregou boa parte da grade ao Senhor. De segunda a sexta, são mais de seis horas diárias de programas evangélicos, inclusive em horárioschave de disputa de audiência. Das 13h às 14h, a Igreja Universal do Reino de Deus é a dona do pedaço. Das 17h05 às 18h05, é a vez da Igreja da Graça de R.R. Soares. Nos finais de semana, a presença é ainda mais marcante. Aos sábados, praticamente toda grade matinal é preenchida por seis igrejas diferentes: Presbiteriana, do Evangelho Quadrangular, Assembléia de Deus, Bola de Neve, Internacional da Graça e Pentecostal.
Culto no ar As emissoras não gostam de falar e as igrejas contemplam o mesmo silêncio, mas o loteamento da grade para evangélicos se transformou num importante reforço de caixa. No Grupo Bandeirantes, além do 21 entregue nas mãos da Igreja Mundial do Poder de Deus, duas outras igrejas têm espaço importante. A Igreja Internacional da Graça de Deus, que desembolsa estimados R$ 2 milhões por mês por uma
Ex-TV de aluguel O Canal Brasileiro da Informação, CBI, emissora da família Di Gênio, é daqueles que tinham tudo para ter seguido o caminho da salvação das contas pela salvação das almas. De cara foi locado para a TV Jovem Pan, depois foi Shop Tour. Mas foi numa grade composta de programas de televendas, videoclipes e uma faixa jovem que a Mix TV encontrou a feição atual e parece ter desistido de ser uma TV de aluguel. Todos os programas são feitos na própria emissora. Uma solução bem parecida com a encontrada pela TV Gazeta, que já foi campeã do loteamento, e hoje tem um faturamento crescente graças a uma grade recheada por muitos programas de vendas.
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(audiência - TV paga)
SporTV no topo do pódio
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propaganda eleitoral gratuita, o que tradicionalmente leva os espectadores para os canais pagos. Entre o público de quatro a 17 anos, o primeiro lugar do ranking dos canais mais vistos foi o Disney Channel, com 18,21% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de uma hora e cinco minutos. Em seguida, aparecem Cartoon Network, Discovery Kids, Jetix e SporTV. Os canais obtiveram junto ao público infanto-juvenil alcance diário médio de 56,53% e tempo médio diário de audiência de duas horas e 15 minutos. Para este ranking, utilizou-se um universo de 1.164.700 indivíduos. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Distrito Federal.
Foto: divulgação
omo de costume, em mês de competição esportiva, os canais de esportes ganham destaque no ranking dos canais com maior alcance diário médio da TV por assinatura entre o público acima de 18 anos. Em agosto deste ano, com a transmissão dos Jogos Olímpicos de Pequim, o canal SporTV ganhou destaque em relação aos demais, desbancando o tradicional líder do ranking, TNT. O SporTV “principal” – durante as Olimpíadas, a Globosat disponibilizou cinco canais da rede – teve 14,81% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 41 minutos. Em seguida, aparecem os canais TNT, Multishow, Fox, SporTV 2. Mesmo com a transmissão dos jogos também pelas TVs abertas, os canais por assinatura registraram
Equipe SporTV: transmissão das Olimpíadas leva canal ao primeiro lugar no ranking.
um aumento no alcance total dos canais, de 46,26% em julho, para 51,58% em agosto, obtendo tempo médio diário de audiência de duas horas e 11 minutos (para este levantamento, considerou-se um universo de 5.395.400 indivíduos). Vale lembrar que, em 19 de agosto, as emissoras abertas começaram a exibir a
Daniele Frederico
Alcance* e Tempo Médio Diário – agosto 2008 Total canais pagos SporTV TNT Multishow Fox SporTV 2 SporTV 3 Telecine Pipoca Universal Channel Globo News Discovery AXN Warner Channel Telecine Action Cartoon Network Telecine Premium ESPN Brasil Discovery Kids National Geographic ESPN Disney Channel
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 51,58 2.782,55 02:11:25 14,81 799,26 00:41:18 13,16 709,72 00:25:08 9,66 521,11 00:17:36 9,24 498,40 00:22:43 9,20 496,21 00:23:19 9,16 494,36 00:15:46 8,66 467,16 00:27:31 8,53 460,30 00:28:23 8,44 455,26 00:23:36 8,21 442,86 00:17:02 8,17 440,86 00:26:17 7,83 422,32 00:22:01 7,23 389,80 00:20:50 7,12 384,30 00:27:28 7,08 382,01 00:23:02 6,98 376,61 00:27:06 6,76 364,50 00:50:33 6,64 358,39 00:16:32 6,34 341,89 00:19:18 5,94 320,26 00:29:27
Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids Jetix SporTV TNT Nickelodeon Telecine Pipoca Multishow Fox SporTV 3 SporTV 2 Boomerang Discovery Telecine Action Universal Channel Telecine Premium ESPN Brasil Warner Channel AXN
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 56,53 658,62 02:15:14 18,21 212,24 01:05:18 18,06 210,48 00:49:48 13,41 156,35 00:58:54 12,40 144,56 00:44:25 11,95 139,15 00:26:50 11,79 137,46 00:23:49 11,58 135,08 00:37:25 10,67 124,54 00:27:17 9,04 105,48 00:23:13 8,53 99,42 00:20:01 7,63 88,73 00:14:46 6,69 77,89 00:19:56 6,33 73,70 00:23:46 6,26 73,07 00:15:04 6,17 72,01 00:17:04 5,98 69,69 00:22:28 5,80 67,71 00:20:37 5,64 65,76 00:13:58 5,01 58,46 00:14:32 4,70 54,72 00:13:02
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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**Universo 1.164.700 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Agosto/2008
**Universo 5.395.400 indivíduos
Acima de 18 anos**
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EXPOSITORES DA EDIÇÃO 2008
R E S E R VA S : 1 1 3 1 3 8 4 6 2 3 | c o m e r c i a l @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
( mipcom )
André Mermelstein, de Cannes
a n d r é @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Sem crise? No auge de uma crise econômica, profissionais da indústria audiovisual que circularam no Mipcom, em Cannes, dão a entender que o setor ainda não foi fortemente abalado. No entanto, já se sente no mercado pressão por preços mais baixos. quanto) a crise financeira global afetará o mercado internacional de conteúdos. Algumas teses, no entanto, estão sendo mais amplamente aceitas. A primeira é de que a crise deve favorecer o mercado de produtos acabados (“enlatados”), em detrimento de produções originais, por serem relativamente mais baratos e disponíveis. A outra é de que haverá, e isso já se sente neste mercado, pressão por preços mais baixos. “As empresas estão dizendo que cortarão o equivalente às suas perdas com publicidade, e, em alguns casos, isso chega a 30%”, disse um executivo experiente do mercado. Novela Dentro deste contexto, produtos como a novela podem se beneficiar. “A novela não é um produto barato, mas é flexível”, explica Guilherme Bokel, diretor de produção internacional da TV Globo. “A trama pode ser encurtada ou estendida, pode-se reeditar com mais ou menos personagens. E é um produto que tem uma certa garantia de sucesso. Então em um momento destes, é uma boa oportunidade”, disse. Uma oportunidade de negócio que a emissora está avaliando envolve o gênero novela: a TV Globo estuda a possibilidade de co-produção com a mexicana TV Azteca, nos moldes do acordo que fechou com a Telemundo (EUA) este ano.“Enviamos vários textos ao México, mas devemos fazer alguma coisa mais antiga do
“Até agora o ano tem sido bom. Mas ainda não dá para saber como será o ano que vem.” Raphael Corrêa, da Globo
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Manoel Carlos, como ‘Baila Comigo’, ou Gilberto Braga, como ‘Dancing Days’”, conta Bokel. Enquanto isso, a produção de “O Clone” com a Telemundo avança dentro do prazo. Já foram adaptados 120 capítulos, e o primeiro tratamento do texto todo deve estar pronto em dezembro. No fim do ano, a Globo fará um workshop no Brasil com as equipes do Brasil, Colômbia e EUA. As gravações começam em fevereiro e a novela deve ir ao ar no final de abril. As gravações serão todas feitas na Colômbia. Com os cenários marroquinos feitos em CG. Apesar do sucesso na venda de novelas, a emissora investe na diversificação. Para a Natpe (janeiro), a Globo prepara o lançamento de novos gêneros em sua oferta internacional, além das novas séries como “Maysa”, “Som e Fúria” e a segunda temporada de “A Diarista”. “Podemos lançar até produtos que não estejam na grade da emissora no Brasil”, adianta o diretor de produção internacional, Guilherme Bokel. A TV Brasil também tem co-produção internacional em vista, com a Coréia do Sul. A emissora fechou acordo com a KBI (Korea Broadcast Institute), órgão de fomento do governo coreano, que financiará a produção de quatro documentários sobre o Brasil. Outra empresa brasileira que anunciou negócios internacionais em Cannes foi a produtora Cinevídeo, que FOTO: marcelo kahn
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eunidos em Cannes para o Mipcom, tradicional mercado de conteúdos audiovisuais que, este ano, aconteceu entre os dias 13 e 17 de outubro, período em que a economia mundial lastimava os reflexos da crise financeira desencadeada nos Estados Unidos, profissionais do setor não se diziam tão temerosos quanto aos rumos de seus negócios. “Nós produzimos o escape para as tensões, oferecemos uma diversão de boa qualidade e barata. Então devemos superar este momento bem. Estou extremamente otimista”, afirmou Philippe Daumann, CEO da Viacom. Otimismo e serenidade não eram características exclusivas de Daumman. David Zaslav, CEO da Discovery acredita na forte presença internacional da empresa para amenizar os efeitos da crise. Um terço das receitas do grupo hoje vêm de fora dos EUA. Também ajuda, segundo ele, o fato de que mais de 50% das receitas são geradas pelas assinaturas, e não pela publicidade, que deve ser o setor mais afetado. A Globo também diz que não sentiu ainda os efeitos da crise em suas vendas internacionais. “Até agora o ano tem sido muito bom, estamos dentro do que planejamos. Mas ainda não dá para saber como será o ano que vem”, diz Raphael Corrêa, diretor de vendas internacionais da emissora. Outras opiniões colhidas por TELA VIVA durante o evento mostram que ainda não há um consenso a respeito de como (e
prepara uma série de ficção de 15 episódios, com o título provisório de “Jogo da Vida”, totalmente produzida em Moçambique. A produção, financiada pela Embaixada dos EUA em Moçambique, terá temática jovem e tratará de assuntos como gravidez precoce, prostituição e AIDS. A Cinevídeo montou uma produtora no país em parceria com a Soico, grupo que opera a TV aberta comercial moçambicana. A previsão de estréia é em janeiro de 2009. Momento animado Com algumas séries prontas, total ou parcialmente, e outras em fase avançada de pré-produção, a animação brasileira chegou a um momento promissor neste Mipcom, após alguns anos de apresentação de projetos, busca por co-produtores, distribuidores e exibidores. O evento contou com um coquetel de lançamento da série “Peixonauta” (“Fishtronaut”, no título em inglês), da TV Pingüim. A série é distribuída nos países de fala francesa pela Millimage e internacionalmente pela canadense Breakthrough. O desenho já tem exibição garantida a partir de 2009 no canal Discovery Kids em toda a América Latina. Outra co-produção com o Canadá é a série “Amigãozão” (“My Big, Big Friend”), que há um mês recebeu o sinal verde do canal canadense Treehouse (que exibe a programação da Nickelodeon naquele país). “É um canal importante e muito rigoroso nas escolhas. Quando seleciona uma série isso dá uma chancela que facilita a distribuição posterior”, conta o produtor André Breitman, da 2D Lab. A produção tem início no final de janeiro de 2009. O custo total da série é de US$ 5,85 milhões, sendo que para a parte brasileira (50%),
Breitman contou com financiamento de US$ 2 milhões do BNDES, via Procult. A série “Doggy Daycare”, da Mixer, outra produção Brasil-Canadá, já tem 12 scripts aprovados, elaborados por sete roteiristas. Segundo Tiago Melo, já teve início o treinamento com os 40 animadores que farão a série, produzida na Lightstar. A distribuição internacional será da Delphis Films. Os 26 episódios de 11 minutos terão custo total estimado de US$ 3,1 milhões, e a série deve estrear em setembro de 2009.
usuário pode ver a série no computador quase que imediata mente após sua exibição na TV por assinatura. Os conteúdos ficarão disponíveis no site por sete dias. O formato incluirá as novas temporadas de séries como “Lost”, “Desperate Housewives”, “Grey’s Anatomy” e “Scrubs”. A Viacom também faz fortes investimentos em Internet. O Grupo tem 340 sites, tendo criado cem deles apenas nos últimos meses.
Terra exibirá novas séries da Disney, gratuitamente, logo após exibição na TV paga. Também presente ao Mipcom, o produtor Sérgio Martinelli levou o catálogo da sua nova distribuidora, a Pizza Toons, composto por produções próprias e de outras produtoras. Martinelli apresentou ao mercado pela primeira vez a série “Pinguinics”, totalmente pronta. São animações curtas, já exibidas no Brasil pela TVO (Rede de monitores espalhados em ônibus) e pela RedeTV!.
“Estamos em uma época em que o usuário quer escolher o que vai ver, quando e onde vai ver, então damos a ele este poder”, destaca Philippe Dauman, CEO da Viacom. Mas ele lembra também que a TV ainda é a mídia dominante, e será por muito tempo. “A maioria das pessoas que busca vídeo na internet procura os programas de TV que perdeu. E agora, com a alta definição, a TV é uma experiência ainda mais rica. O digital não vai substituir a TV. Vai aprofundar o envolvimento do usuário com o conteúdo da TV”.
Internet O portal Terra anunciou durante do Mipcom a aquisição de novas séries da Disney para oferta gratuita aos internautas via streaming. O portal está adotando o formato “catch-up TV”, ou seja, o
A TV não morre Luis Fernandez, presidente da RTVE, a TV pública espanhola, fez uma defesa da televisão frente às outras mídias. “Estou otimista. Todos dizem que a TV está morta, mas eu discordo radicalmente”, disse. “Nunca houve um melhor momento para se fazer programação, principalmente para o serviço público. Na RTVE estamos trabalhando com todas as mídias e percebemos que isso só aumenta a audiência”. Ele exemplifica com a transmissão recente das Olimpíadas no país, que teve dois milhões de visitas online, e ainda assim bateu recordes de audiência.
Série "Amigãozão" será exibida pelo canal canadense Treehouse.
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Um mergulho no chocolate
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nova fórmula do chocolate Lacta promete derreter muito mais na boca. Para representar essa novidade, a agência propôs uma fusão entre o chocolate e o vestido usado pela protagonista. A mulher dá uma parada em seu dia e abre uma barra de chocolate. Ao mordê-lo, começa a ser envolvida pelas sensações do chocolate e a saia de seu vestido marrom vai se transformando em chocolate derretido. O trabalho exigiu um grande esforço de pós-produção, para a criação da textura do chocolate derretido em computação gráfica e a composição de imagens ao vivo e virtuais. “Trouxemos o diretor de fotografia Stephan Czapsky para trabalhar no filme. Ele tem outros comerciais de chocolate em seu rolo, mas também trabalhou com o diretor Tim Burton em vários filmes, como Edward Mãos de Tesoura e Batman”, explica o diretor Fabio Soares. A atriz foi filmada em uma locação em São Paulo, usando um vestido preparado para os efeitos. “Filmamos uma diária com a atriz e outra só com o chocolate, para estudar os movimentos com o Victor Lopes, especialista em efeitos especiais com alimentos”, continua. As imagens do chocolate foram captadas com uma câmera Weisscam, em uma velocidade de 500 quadros por segundo, para registrar exatamente o movimento do chocolate. As imagens da atriz e a textura do chocolate filmadas foram trabalhadas pela equipe de modelagem e composição da Tribbo Post, especialmente para que a fusão entre o tecido da roupa e o chocolate derretido ficasse
imperceptível. No auge do filme, a câmera sobe para mostrar a atriz totalmente envolvida pelo chocolate. Essa cena foi produzida em estúdio, com uma traquitana que movia o tecido do vestido e muito vento. A cena toda foi captada em fundo de recorte. “Usamos um tecido brilhante que praticamente já dava a sensação que queríamos, mas depois foi feito um acabamento de pós-produção.” A grande dificuldade do filme para a equipe da Tribbo, explica André Pulcino, é que as duas texturas necessárias são difíceis de produzir em computação gráfica. “Tanto a simulação de tecido quanto a de um líquido viscoso são complicadas”, afirma.
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Pós-produção cria textura de chocolate derretido em computação gráfica para comercial da Lacta.
ficha técnica Cliente Kraft Foods Produto Chocolate Lacta Agência Ogilvy Brasil Direção de criação Rubens Filho Direção de arte Marcelo Vaccari Redator Ricardo Ribeiro Produtora Conspiração Filmes Direção Fabio Soares Produção executiva Ciro César Direção de fotografia Stephan Czapsky Direção de arte Fred Pinto Montagem Ivan Kanter Goldman Pós-produção Tribbo Post Trilha Tentáculo (maestro Fabio Góes)
Viagens aéreas para todos
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s imagens de um desenho animado antigo, em preto e branco, sonorizadas com um chorinho bem brasileiro destoam do colorido tradicional do intervalo. Na tela, uma lagarta enfrenta as agruras do transporte público em uma grande cidade, até que descobre o telefone da companhia aérea Gol e se transforma em borboleta. Logo, é seguida por muitas outras lagartas que também descobrem a facilidade de voar. “Essa campanha institucional procura mostrar como a Gol conseguiu democratizar o acesso às viagens aéreas. “Partimos de uma pesquisa que mostrou que muitas pessoas viajaram pela primeira vez com a Gol. Assim, veio a idéia de usar a lagarta, que se transforma em borboleta, para mostrar que todo mundo pode voar”, explica Renato Fernandez, da equipe de criação do filme. A estética totalmente retrô do filme realmente chama a atenção. A inspiração veio dos desenhos do barco a vapor Steamboat Willy, no qual o personagem Mickey Mouse fez sua estréia, no início dos anos 1930. “Usamos essa referência em termos de estética e do timing da animação, que era feita em loop e parecia que os personagens estavam dançando”, conta o diretor Nando Cohen. Inicialmente, explica Fernandez, a lagarta seria produzida em 2D e quando se transformasse em borboleta, a estética passaria a ser 3D. “Sugerimos reinterpretar esse estilo de 2D, mas produzindo em 3D”, completa o diretor. Todo o cenário foi construído em 3D a partir de referências fotográficas dos centros de São Paulo e do Rio de Janeiro, tanto em termos de modelagem como de texturização. Na construção dos personagens, as
expressões, a forma de atuação e até as interferências sobre a imagem foram inspiradas nesse tipo de animação retrô. “Existe um filtro chamado old film que é aplicado para dar essa cara de filme antigo, como se o negativo estivesse riscado. E tem um outro chamado flicking que faz a imagem piscar e oscilar. Hoje não é tão difícil dar essa cara de antigamente para um filme...”, revela Cohen. O desenvolvimento dos personagens partiu de 30 opções diferentes de lagarta. “Mas todos os envolvidos escolheram a mesma, então foi fácil de decidir.” Em relação às cores, havia um receio de que as imagens em preto e branco ficassem muito pobres, mas com o contraste das borboletas em laranja, o problema ficou resolvido. Para Nando Cohen, a trilha de chorinho foi muito inspirada e deu o acabamento que faltava. “Na versão inicial que apresentamos, usamos como trilha um trecho da ópera Guilherme Tell, de Rossini. Mas quando o diretor Marcelo Serpa assistiu, sugeriu que usássemos uma música brasileira para valorizar o fato de a companhia ser brasileira”, diz Renato Fernandez.
Construção de cenários em 3D e estética retrô no filme institucional produzido para a Gol.
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ficha técnica Cliente Gol Linhas Aéreas Produto Institucional Diretor de Criação Marcello Serpa, Cássio Zanatta Criação Renato Fernandez, Marcus Kawamura, Gustavo Sarkis, Eduardo Andrietta Produtora Vetor Zero Direção Nando Cohen Animação 3D Guilherme Rizzo e Alexandre Eschenbach Pós-produção Equipe Vetor Zero Trilha Estúdio Tesis
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( animação) Ana Carolina Barbosa, de Gramado
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Programas desenhados Com crescente expressividade na produção audiovisual brasileira, setor ganha política nacional de desenvolvimento e aguarda aprovação de um Funcine.
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FOTO: divulgação
3º Granimado, festival de animação que aconteceu em Gramado (RS) entre os dias 9 e 12 de outubro, foi palco de lançamentos e anúncios que animadores, produtores e broadcasters presentes no evento consideraram “um divisor de águas” para o setor. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, esteve na cidade para a divulgação do Programa Nacional de Desenvolvimento da Animação, um conjunto de políticas públicas para a área, sob a coordenação da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. “A animação tem dimensão importante no audiovisual, além de ser uma das áreas mais rentáveis. Envolve muitos profissionais e tem que desenvolver linguagem própria para se firmar como indústria. O Estado precisa apoiar”, justificou, destacando seu envolvimento na elaboração do programa ainda antes de assumir a pasta. A primeira medida efetiva deste pacote de políticas públicas é o lançamento, ainda em outubro de 2008, dos editais para o AnimaTV, de séries de animação para a televisão. Nos mesmos moldes do DocTV, que incentiva a produção de documentários, o programa receberá propostas de séries direcionadas ao público de seis a 14 anos. Serão realizadas oito oficinas em diferentes regiões do país para que interessados em participar do programa desenvolvam seus projetos e os formatem para a inscrição. A iniciativa tem o apoio da Empresa Brasil de Comunicação -
Cena de “Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”, da Start Anima, que será lançado em janeiro de 2009. Segundo a produtora executiva, Juliana Ribas, trajetória do primeiro longa, “O Grilo Feliz”, abriu caminhos para co-produção e contrato de distribuição com a Fox.
FOTOs: flávia de quadros/divulgação
TV Brasil, Fundação Padre Anchieta TV Cultura, Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec) e Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA). Na primeira etapa, serão selecionados 18 projetos que ganharão um contrato de co-produção no valor de R$ 110 mil para a realização de um episódio-piloto de 11 minutos e o desenvolvimento de um projeto completo de série de animação, com mais 12 episódios. Os 18 episódios-piloto serão exibidos pelas TVs públicas. Um estudo O ministro da Cultura, Juca Ferreira, anuncia o programa AnimaTV para a produção de séries de animação para a televisão.
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qualitativo e quantitativo, coordenado pela Cultura Data, instituto de pesquisa da TV Cultura, irá avaliar a receptividade do público. Os autores dos 18 projetos participarão da Oficina para o Desenvolvimento de Projetos AnimaTV. Dois deles serão selecionados e ganharão um contrato de R$ 950 mil para a produção dos outros 12 episódios. A série completa deve ser exibida na rede pública de televisão em dezembro de 2010. O investimento total no programa está estimado em R$ 20 milhões e, assim como o DocTV, o AnimaTV deve, futuramente, ganhar uma versão internacional com o AnimaSul, voltado para animadores do Mercosul. Também está prevista a criação de um programa de fomento a séries de animação adulta.
Segundo Silvio Da-Rin, secretário do Audiovisual, o próximo passo para o programa é a realização de uma pesquisa sobre o setor. “Ainda estamos definindo o escopo e escolhendo a instituição que nos auxiliará nesta tarefa. É urgente porque a partir dos dados obtidos podemos definir melhor as diretrizes do programa e viabilizar modelos de negócio”, disse. Também está prevista no pacote de políticas públicas a formação de clusters de animação, projeto de desenvolvimento que agrega investimentos públicos, iniciativa privada e universidades. A capacitação dos profissionais do setor, mencionada por produtores como um dos pontos mais críticos para o desenvolvimento da área, está inserida no programa não só com as oficinas do AnimaTV, mas também na criação de um projeto de capacitação à distância, o AnimaEdu. Além disso, pretende-se renovar a parceria com o National Film Board (NFB), do Canadá, para intercâmbio de profissionais, e estabelecer parcerias entre o Centro Técnico Audiovisual (CTAv) e a ABCA. Outros programas em desenvolvimento na Secretaria do Audiovisual devem também contemplar a animação, como explicou Da-Rin. Entre eles o XPTA. Lab, para o desenvolvimento de jogos eletrônicos, mídias móveis e novas tecnologias; e o Banco de Conteúdo, cuja proposta é disponibilizar ao público, por download ou streaming, pela Internet ou celulares, obras nacionais feitas com recursos públicos. Segundo o secretário, o projeto orçado em R$ 30 milhões ainda está sendo analisado, pois envolve, além de questões tecnológicas, aspectos jurídicos para a licença de obras já produzidas e elaboração de novos contratos que contemplem esta janela de exibição. O Brasil na Prateleira, voltado para o mercado de home vídeo, com subsídios para distribuidores e compradores de DVD e auxílio na confecção de materiais, como
independentes e emissoras interessadas em preencher a grade de programação com mais animação. “Programas de animação têm altos custos, precisamos de dinheiro para fazer”, observa Wagner la Bella, coordenador de documentários e produção independente da TV Cultura. Segundo ele, só com venda de mídia é difícil viabilizar um projeto. Por isso, mesmo com os incentivos vindos do programa governamental e do Funcine, é importante que a emissora fique atenta a outros caminhos, como possibilidades de geração de novas receitas da atração, com licenciamento, e diluição dos custos de produção, com co-produções feitas com outros canais. “Não temos problemas em co-produzir com outras emissoras, respeitando as exigências de veiculação. É bom poder trabalhar em conjunto com a TV Rá Tim Bum”, ressalta.
“Programas de animação têm altos custos, precisamos de dinheiro para fazer.” Wagner la Bella, da TV Cultura
displays, que possam tornar o filme nacional mais atraente para o espectador, incluirá animação. Recursos O programa deve ser financiado com recursos do governo federal vindos do Fundo Setorial do Audiovisual, Lei Rouanet, Programa Mais Cultura, Programa de Desenvolvimento da Economia da Cultura (Prodec) e mecanismos de financiamento do BNDES. Além dos investimentos do governo, a animação deve ganhar uma nova fonte de recursos. Conforme anunciado por Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, a TV Cultura entrou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com pedido para a formação de um Funcine setorial de animação no valor de R$ 50 milhões. A instituição financeira responsável pelo projeto é a Lacan, que também participa
a TV Cultura entrou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com pedido para a formação de um Funcine setorial de animação no valor de R$ 50 milhões. de outro Funcine setorial, o Lacan/ Downtown, na área de distribuição. Segundo Markun, o Funcine será voltado para séries de animação direcionadas ao público de sete a 14 anos e o BNDES está disposto a entrar com 70% dos recursos. “Ainda dependemos da aprovação do pedido que fizemos à CVM. Vamos torcer para melhorar esta crise financeira”, diz. Este Funcine setorial deve dedicar no mínimo 25% de seus recursos a co-produções entre Brasil e Canadá, de acordo com Fernanda Whitaker, do Consulado Geral do Canadá. "O Consulado vai funcionar como facilitador. A TV Cultura e a Lacan reconheceram os benefícios desta parceria, pois a co-produção vai ajudar a colocar estas produções em outros países", explica Fernanda. Para os representantes de televisão, todas estas iniciativas tendem a fortalecer as relações entre produtoras
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José Araripe, gerente de projetos especiais da TV Brasil, diz que a aquisição é, atualmente, o modelo de negócio mais fácil para a entrada de atrações da produção independente na emissora. “Queremos ser identificados como o canal da animação brasileira e trabalhar com projetos de várias regiões do País. A animação para adultos também é um desafio”, afirma, acrescentando que a emissora está desenvolvendo um mecanismo para a aquisição via pitching além dos editais para programação sob encomenda Imagens do Brasil. Segundo Mário Sérgio Cardoso, coordenador da TV Rá Tim Bum, produtores independentes com bons projetos devem apresentá-los ao canal e o ideal é que a emissora conheça o trabalho ainda na fase do roteiro, pois é mais fácil fazer as adaptações, já
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( evento) que os programas passam por avaliação de psicólogos e pedagogos. “Gostaria de receber mais projetos do Nordeste, Norte e Centro Oeste. Preciso de séries com episódios de oito, sete, 12 minutos. É importante que o produtor conheça o canal e o público. Pesquisas indicam, por exemplo, que crianças de seis a oito anos ficam no máximo até 12 minutos prestando atenção a uma mesma história”, alerta Cardoso.
“Ainda temos que aprender a fazer filmes e conhecer melhor o mercado de distribuição para que nossas produções tenham mais êxito e não ficar chorando porque os americanos conseguem distribuição das majors e ocupam as salas.” Otto Guerra, da Otto Desenhos Animados
Longas-metragens Diretores de longas-metragens de animação também vêem nos incentivos do governo, principalmente nas propostas de capacitação profissional, uma possibilidade de aumentar quantitativa e qualitativamente a produção cinematográfica nacional de animação, representada atualmente por 19 filmes. “Ainda temos que aprender a fazer filmes e conhecer melhor o mercado de distribuição para que nossas produções tenham mais êxito, e não ficar chorando porque os americanos conseguem distribuição das majors e ocupam as salas”, afirma Otto Guerra, da gaúcha Otto Desenhos Animados. Seu primeiro filme, “Rock & Hudson” (1994), distribuído com apenas uma cópia pela Pandora fez menos de dois mil espectadores. “Woodstock- Sexo, Orégano e Rock ‘n’ Roll” (2006), distribuído pela Downtown com 15 cópias fez 55 mil espectadores. O próximo longa, “Fuga
em Ré Menor Para Kraunus e Pletskaya”, em fase de produção, ainda não tem distribuidora, mas, diferentemente dos outros dois filmes, conta com um sales agent para buscar co-produção internacional e distribuição. Paulo Munhoz, da Tecnokena, de Curitiba, também diz ter aprendido algumas lições com o lançamento de seu primeiro longa. “Brichos” foi distribuído pela Panda Filmes e lançado em fevereiro de 2007 e teve 15 mil espectadores pagantes nas salas de cinema. Para a continuação que prepara, Munhoz pretende dedicar-se mais às questões de lançamento e material de divulgação, pois ele acredita que o pouco cuidado com estes fatores prejudicaram o desempenho do primeiro filme. “Agora quero avaliar com mais cuidado as produções, se vale a pena ir para o cinema ou se, de repente, é melhor ficar em outras janelas”, pondera. O longa-metragem que tem pronto, “Bellowars” (2007), estreou no AnimaMundi, festival de animação que aconteceu em agosto no Rio de Janeiro e em São Paulo. O filme está no portfólio da
Carreira Internacional Uma das premissas do Programa Nacional de Desenvolvimento da Animação é a inserção da animação brasileira no mercado internacional. Para isso, a Secretaria do Audiovisual conta com o apoio dos programas Cinema do Brasil e Brazilian TV Producers, ambos voltados para a exportação do audiovisual nacional, com foco em cinema e televisão respectivamente. Mesmo antes do lançamento das políticas públicas, o Brazilian TV Producers já desenvolvia programas específicos para
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animação, participando de eventos internacionais da área e trazendo profissionais internacionais do setor para consultoria a produtores brasileiros e participação em eventos nacionais como o Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão e Festival do Rio. Segundo Teresa de Almeida Prado, responsável pela distribuição e desenvolvimento de projetos no Brazilian TV Producers, há doze projetos em co-produção internacional, entre eles “Peixonauta”, da TV Pingüim.
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PizzaToons, distribuidora especializada em animação dos produtores Sérgio Martinelli e Luciana Druzina, oficialmente lançada no festival, com o objetivo de identificar os mercados potenciais para as animações, incluindo novas plataformas e mídia out of home, e dar suporte aos animadores para levar suas produções a feiras e festivais. “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”, da Start Anima, de Walbercy Ribas, continuação de “O Grilo Feliz” (2001), estréia em janeiro de 2009 no cinema, com co-produção e distribuição da Fox Films. Segundo Juliana Ribas, produtora executiva, a trajetória do “O Grilo Feliz”, primeiro longa-metragem de animação da produtora, abriu caminhos para a parceria com uma major. Em 2001, o filme financiado por Ribas, que levou 20 anos desenvolvendo a animação, foi lançado de forma independente, por um grupo de exibidores, com 40 cópias. Todo o material de divulgação do filme foi desenvolvido dentro da produtora e o filme manteve-se em cartaz durante seis meses. Ganhou versão em DVD e exibição na televisão pela Globo ao entrar em um pacote da Fox vendido para a emissora. O filme ainda seguiu carreira internacional, com venda para a rede mexicana Televisa e um agente internacional que já vendeu o filme aos mercados de Portugal, China, Índia, Estados Unidos, Hungria e República Tcheca. “No primeiro filme, chegamos a buscar as majors. Elas gostavam da idéia, mas não queriam apostar em um filme de animação brasileiro”, conta Juliana. “Agora estão surgindo mais longas neste formato e acredito que temos que trabalhar com orientação para a criação, desenvolvendo boas histórias e boas produções, pois assim ganhamos a confiança de produtores e espaço no mercado”.
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Força-Tarefa Seriado independente sobre trabalho da polícia será exibido na Globo. FOTOs: masi torres/DIVULGAÇÃO
Esta matéria faz parte de uma série que Tela Viva publica mensalmente, explicando o desenvolvimento de projetos audiovisuais bem sucedidos, sob o ponto de vista do modelo de negócios e do financiamento.
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inda sem data de estréia fechada, mas com 13 episódios prontos para ir ao ar pela Rede Globo, o seriado “Força-Tarefa” promete mostrar o outro lado da polícia, acompanhando casos reais do início até sua solução. O seriado faz parte de uma série de ações envolvendo temas policiais, reunidas no Projeto 190, da produtora paulistana Medialand, que está se especializando no desenvolvimento de formatos de reality shows e outros produtos audiovisuais que possam derivar deles. Cada episódio do seriado mostra dois casos policiais, do início até o final, em episódios de 30 minutos com um intervalo comercial. Para documentar mais de 50 casos policiais, a produtora arregimentou uma equipe de 30 pessoas que trabalhou 24 horas, sete dias por semana, acompanhando equipes policiais de São Paulo das polícias civil, militar, científica e do corpo de bombeiros. Com isso, dois tipos de histórias acontecem: uma em que todo o processo de investigação é acompanhado dia a dia até o desfecho do caso, e outra em que a equipe vai atrás de um chamado de emergência. A produtora executiva Carla Albuquerque, idealizadora do programa e fundadora da produtora, explica que “Força-Tarefa” não é um produto jornalístico, mas de
"Força-Tarefa": seriado faz parte do projeto
entretenimento. “A idéia não é divulgar os crimes, mas mostrar como funciona a polícia. Os crimes são pano de fundo, tanto que os rostos dos criminosos não são mostrados. Mas os policiais sim, são totalmente identificados, e alguns deles inclusive são os narradores das histórias”, explica. A emissora designou um apresentador para os programas, mas não há repórteres. Manutenção dos direitos O projeto começou há dois anos e a produtora investiu recursos próprios na criação do piloto. O trabalho envolveu também todo o processo de convencimento dos policiais que, segundo Carla, “são desconfiados por natureza”. Pronto o piloto, Carla procurou a Central Globo de Produções para mostrá-lo. “Oferecemos o programa e eles consideraram adequado. Não foi uma encomenda, como já aconteceu com outras produtoras independentes. No nosso caso, os programas foram comprados e a Globo hoje tem a primeira opção em todos os projetos que formos desenvolver daqui para frente. Mas os direitos autorais são todos nossos, a produção foi toda nossa. Os episódios só
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foram trabalhados na Globo em termos de vinheta e acabamento gráfico”, explica a produtora. Os episódios cobrem a diversidade de ações da polícia. Existe um caso, por exemplo, de crime eletrônico, investigado por uma delegacia especializada em crimes praticados via Internet. “São policiais treinados, que entendem tudo do assunto.” A princípio, todos foram gravados em São Paulo, mas a idéia é cobrir todo o Brasil em próximas temporadas. “Nesta primeira temporada, vamos vender um universo mais amplo, até para entender quais são as histórias que mais agradam ao público, se são as que têm mais ação ou as de investigação.” A idéia do programa surgiu em função dos anos em que Carla viveu nos Estados Unidos. Depois de vários anos trabalhando como coordenadora de produção da área de dramaturgia da Rede Globo, ela se mudou para Nova York acompanhando o marido, que foi aprovado em uma pósgraduação. Lá, aproveitou para também cursar pós-graduação em Negócios da Televisão, com ênfase em
broadcasting. No curso, conheceu vários profissionais do meio e se associou à Academy of Television Arts & Science. Pouco depois, foi convidada para trabalhar na Viacom, uma das maiores redes internacionais de televisão, ligada ao grupo Time Warner. Na Viacom, foi responsável pelo lançamento do canal TVLand, com programação totalmente composta de produções antigas, e pela implantação de diversos canais MTV em todo o mundo. “Recebia alguma coisa entre 30 e 35 novos programas independentes por semana e tinha muita coisa boa”, diz Carla. Quando decidiu voltar para que a filha pudesse crescer ao lado da família, Carla foi estimulada por um chefe, que lhe disse que no Brasil ela teria muito mais oportunidades. “Ele me disse que o mercado lá estava saturado e que aqui tudo ainda estava por fazer.” Gerar e manter a audiência Ao voltar, decidiu criar a produtora e trouxe na bagagem anos de experiência em produção e de programas assistidos. “A grande força da programação hoje está nesse tipo de programa que mostra a vida real. Nos Estados Unidos existem muitos programas sobre a atuação da polícia, de uma forma positiva. Isso ajuda muito a aumentar a segurança, por dois motivos. Primeiro, deixa de disseminar o medo e ajuda as pessoas a confiarem mais na polícia. Encontramos pessoas extremamente profissionais e vimos que as coisas funcionam, mas aqui os policiais só aparecem na televisão quando mudam de lado, quando são criminosos. Com o programa, também temos a intenção de ajudar a mudar essa imagem. E, em segundo lugar, grande parte dos crimes são ações de oportunidade. Não estamos falando aqui de crime organizado, mas do pequeno criminoso, que acha que vai escapar impune. O crime organizado é muito grave e tem de ser atacado, mas nós estamos falando do crime comum, que pode ser
produção independente. Nesse caso, nenhuma lei de incentivo foi utilizada. “As produtoras precisam investir em seus pilotos e pensar em novos formatos. O mercado esteve fechado por muito tempo e não tinha espaço para linguagens diferentes, mas hoje existe mercado sim. As produtoras precisam estar atentas para gerar audiência e fidelizar a audiência, com ações específicas para reunir os fãs em comunidades. Esse é um trabalho multiplataforma, que as emissoras daqui não fazem. Hoje as pessoas compram produtos, elas querem ter um boné, uma caneta, querem trocar informações pela Internet.” Se o momento é de crise, acredita Carla, mais um motivo para as produtoras investirem em programas inovadores. “Em tempos de crise as pessoas ficam mais em casa e assistem mais TV. E ficam torcendo para ter alguma coisa interessante para assistir.” A produtora precisa, porém, descobrir sua vocação e estabelecer um foco. “Muitas produtoras atiram para todos os lados, com uma equipe aqui e outra ali, mas não investem em nada. Tem que existir um fundo de caixa para criar pilotos, contratar equipes.” No caso da Medialand, antes de emplacar o seriado a produtora atuava principalmente em produções internacionais de documentários e programas educativos, como a série “Fronteiras da Terra” e o documentário “Sob o Véu do Conflito” (exibido na edição 2008 do Festival É Tudo Verdade). Além do seriado “Força-Tarefa”, dois curtas-metragens também foram criados dentro do Projeto 190. “O Negociador da Vida” está inscrito no Festival de Sundance e, segundo Carla, sua exibição está sendo negociada para distribuição pela Amazon.com. O outro curta, “Ball’Proof” mistura os bastidores do futebol com os da polícia e já está selecionado para o Festival de Nova York.
Força-Tarefa Série para televisão, 30 minutos, HD Carla Albuquerque, Dácio Nitrini
Direção
Carla Albuquerque
Produção
Medialand
Produtora
Sinopse: O reality show acompanha a rotina de trabalho de policiais militares, civis e técnicos na investigação de crimes e no atendimento a emergências.
coibido se a população denunciar mais e se conseguirmos mudar essa imagem de impunidade existente no país.” Carla conta que a produção da série fez com que todos se desarmassem. “Foi muito interessante ver como as pessoas ficam gratas só de saber que a polícia está cuidando do seu caso. Porque aparentemente a polícia é uma instituição que cuida de todos, mas ela atende um caso de cada vez. Já trabalhei muito com ficção, mas hoje acho que não tem nada mais estimulante do que reality. As histórias reais são muito mais interessantes.” Segundo a produtora, o interesse da Rede Globo pelo seriado demonstra que a televisão aberta tem espaço para a
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( satélites )
Fernando Paiva, do Rio de Janeiro
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HDTV: popularização a partir de 2010 Durante 8º Congresso Latino-americano de Satélites, operadoras reclamam de interferências de Wimax sobre banda C.
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pela sua cabeça transmitir em alta definição via satélite para os milhões de domicílios que assistem à emissora através de antenas parabólicas em banda C. Aliás, a empresa acredita que o uso de TV digital terrestre em HDTV reduzirá gradativamente a utilização das parabólicas no País. “É algo de longo prazo. Precisamos ter paciência. Vai levar de cinco a dez anos”, disse Bittencourt. Para a Globo, isso será importante para reforçar seu modelo comercial, que obtém receita a partir da venda de espaço publicitário regional. Entre as operadoras de TV por assinatura, a Sky promete lançar seus primeiros canais 24 horas em HDTV no primeiro semestre de 2009 no Brasil. A Net Serviços, por sua vez, já transmite o canal Globosat HD e promete adicionar de cinco a dez novos canais em alta definição em 2009. “A preferência é por canais que sejam 24 horas HDTV”, explicou o diretor de produtos e serviços da Net, Marcio Carvalho. As duas operadoras divergem quanto à transmissão em alta definição dos canais de TV aberta. Enquanto a NET está decidida a transmitir em HDTV os canais abertos, a Sky manterá a transmissão deles em SDTV, haja vista o enorme custo que isso teria no aluguel de capacidade satelital.
FOTO: arquivo
s operadoras de satélites continuam a sonhar com o tão esperado aumento de demanda em razão da transmissão de TV em alta definição (HDTV). Em vez do excesso de otimismo apresentado no passado, agora elas trabalham com os pés no chão e sabem que a demanda não crescerá de maneira explosiva. A nova projeção é de que a HDTV ganhe força na América Latina a partir de 2010. O assunto foi discutido no Congresso Latinoamericano de Satélites deste ano, realizado nos dias 2 e 3 de outubro, no Rio de Janeiro, organizado pela Converge Comunicações. No Brasil, a transmissão em HDTV ganha corpo aos poucos. A TV Globo, desde junho deste ano, tem dois sinais de satélites operando simultaneamente na transmissão de jogos de futebol: um para SDTV (standard definition) e outro para HDTV. “Conforme migramos para HDTV, a demanda por satélites irá aumentar. Mas teremos que negociar esses custos, para que o projeto seja economicamente viável”, alertou Fernando Bittencourt, diretor de engenharia da TV Globo. A emissora foi uma das pioneiras na produção em HDTV. “Dentro de dois ou três anos, já haverá produção regional em HDTV”, previu o executivo. Por outro lado, a Globo deixou claro que não passa
Interferência com Wimax Como em todas as suas edições anteriores, o congresso de satélites serviu também para as operadoras discutirem os problemas que
“Dentro de dois ou três anos, já haverá produção regional em HDTV.” Fernando Bittencourt, da Globo
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mais as afligem. Este ano, chamou a atenção um problema novo: a interferência das redes Wimax sobre as antenas parabólicas de banda C. Carlos Antonio Coelho, diretor técnico do Grupo Bandeirantes, disse que é cada vez maior o número de telespectadores descontentes com a queda do sinal em suas antenas parabólicas. O Wimax realiza sua transmissão na freqüência de 3400 MHz a 3600 MHz. A banda C opera um pouco acima disso, de 3625 MHz a 4200 MHz. O problema é que a potência usada pelos equipamentos de Wimax é tão alta que satura os receptores de banda C que estejam próximos. A solução, segundo o presidente da Star One, Gustavo Silbert, será a instalação de filtros nas antenas de banda C. Banda Ka A banda Ka, que já contabiliza experiências de sucesso nos EUA para transmissão de banda larga dificilmente será trazida para o Brasil. A Star One apresentou no evento um estudo feito em cidades brasileiras que mostra que a alta densidade de chuvas no País tornaria o serviço instável. “A banda Ka poderia ser voltada para serviços de Internet não críticos e para distribuição de sinais de TV regionais”, afirmou Lincoln Oliveira, diretor de engenharia e vicepresidente da Star One. “Contar com satélites híbridos em banda C e Ku continua a ser uma solução mais segura e atrativa para a região”, disse o executivo.
(upgrade ) Linha ampliada
D
ois novos equipamentos da linha HDV foram disponibilizados no Brasil pela Sony: a nova camcorder compacta HVR-Z5N, e a unidade de gravação em memória HVR-MRC1K. A camcorder conta com o novo sistema de lente G fixa, recursos de gravação progressiva nativa e maior sensibilidade para ambientes com pouca luz. Já a unidade de gravação em memória permite gravar em cartões CompactFlash, não apenas para a nova camcorder, mas para todas as atuais câmeras HDV profissionais da fabricante. Segundo a Sony, a HVR-Z5N foi concebida especialmente para a nova unidade de gravação, oferecendo uma conexão direta à parte traseira da camcorder e eliminando a necessidade de cabos. A unidade sincroniza automaticamente com a ação de gravação da camcorder e um conector do tipo sapata envia e recebe sinais HDV/DVCAM/DV e fornece energia para a unidade. Para outros equipamentos HDV profissional e DVCAM, a HVR-MRC1K é fornecida com um suporte de montagem para instalar a unidade na sapata da camcorder. Nestes casos a transferência dos dados se dá pela porta IEEE 1394. A nova camcorder usa três sensores CMOS de 1/3 de polegada. Com layout de pixels rotacionado em 45 graus, os sensores oferecem uma
d um
Camcorder HVR-Z5N e unidade de gravação HVR-MRC1K: câmera concebida para conexão com nova unidade gravadora.
s
e
área de superfície de pixels suficiente e ao mesmo tempo mantém alta resolução. Os sensores usam ainda a tecnologia proprietária Exmor de conversão analógico-digital e uma dupla eliminação de ruído. Segundo a fabricante, a integração das duas novas tecnologias permite que a nova camcorder tenha um desempenho significativamente melhor em ambientes de pouca luz. A lente G fixa conta com uma grandeangular de 29.5 mm e zoom óptico de 20x, assim como três filtros ND (1/4, 1/16, 1/64) e anéis independentes de foco, zoom e íris. A camcorder oferece ainda gravação progressiva nativa 1080/24p, permitindo alternar entre gravação HDV/DVCAM e DV (1080/60i, 525/60i). Pode ainda converter
material do formato HD para SD, e enviar esses sinais de saída de vídeo por meio de sua interface IEEE 1394 e outros conectores de saída SD. Também tem uma saída HDMI. A visualização das imagens é feita pelos visores XtraFine LCD e XtraFine EVF, ambos de alta resolução e alto contraste. Fernando Lauterjung
Duas fontes
A
s placas de captura da linha DeckLink, da Blackmagic Design, agora permitem rodar dois aplicativos Softron MovieRecorder em uma única estação MacProT, permitindo, portanto, a captura de duas fontes de vídeo simultaneamente. Com isso, é possível duplicar a capacidade de ingestão de material sem precisar aumentar o número de estações. O investimento se resume, então, à compra das placas de captura. Segundo a BlackMagic, a possibilidade é exclusiva das placas DeckLink. As placas podem ser usadas em infra-estruturas de vários tamanhos, de finalizadoras a broadcasters. A família é composta por nove modelos, podendo capturar material 2K, HD e NTSC/PAL, e equipadas com portas de vídeo SDI, componente analógica e HDMI; e áudio AES, SPDIF e analógico XLR.
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( agenda ) OUTUBRO
6 a 9 2º Festival de Cinema Brasileiro de Toronto, Toronto, Canadá.
30 a 9/11 18º Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema 2008, Rio de Janeiro, RJ.
Tel: (11) 3722-0840. E-mail: festival@puente.com.br. Web: www.brazilianfilmfestivalcanada.com
Tel: (21) 2553-8918. E-mail: program@curtacinema.com.br, produção@curtacinema.com.br.
6 a 16 Mar del Plata Film Festival, Mar del
31 a 3/11 3º Miradas-Doc, Guía de Isora, Espanha. Tel: (34-64) 7470-722. E-mail: info@miradasdoc.com. Web: www.miradasdoc.com
3 a 4 Chile Media Show, Santiago, Chile.
Tel: (56 32) 2269-239. E-mail: festival.cine@munivina.cl
7 a 13 Amazonas Film Festival - 5º Mundial do Filme de Aventura, Manaus,
Web: www.nextmediaevents.com. E-mail:list@nextmediaevents.com
E-mail: info@grupoisos.net. Web: www.chilemediashow.net
10 a 15 Cine Amazônia – 6º Festival de Cinema e Vídeo Ambiental, Porto Velho, RO.
4 a 9 4º Festival Internacional de Televisão, Rio de Janeiro, RJ.
Tel: (69) 3225-9739. E-mail: contato@festcineamazonia.com.br. Web: www.cineamazonia.com
Tel: (21) 2558-8606. E-mail: contato@ietv.org.br. Web: www.ietv.org.br
12 a 16 IV Festival Tudo Sobre Mulheres,
6 e 7 3º Fiae – Festival Internacional de Animação Erótica, Rio de Janeiro, RJ.
Chapada dos Guimarães, MT. Tel.: (65) 9221-9503. E-mail: producao@tudosobremulheres.com.br. Web: www.tudosobremulheres.com.br
Tel: (21) 9131-8705. E-mail: contato@fiae.com.br. Web: www.fiae.com.br
12 a 23 16º Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual, São Paulo,
Para ler
as notícias mais relevantes
16 a 22 20º Festival de Cine de Vinã del Mar, Viña del Mar, Chile.
Plata, Argentina. Tel: (5411) 4383-5115. E-mail: info@mardelplatafilmfestival.com. Web: www.mardelplatafilmfest.com
AM. Tel.: (92) 3232-7797. Web: www.amazonasfilmfestival.com.br
NOVEMBRO
SP; Rio de Janeiro, RJ; Brasília, DF. Tel: (11) 3562-2100. E-mail: mixfest@uol.com.br. Web: www.mixbrasil.org.br
Ter acesso Saber hoje às análises mais precisas
das tendências em convergência digital
18 e 19 NextMedia, Toronto, Canadá.
18 a 25 Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Brasília, DF. Tel.: (61) 3325-7777/6215. E-mail: festbrasilia@sc.df.gov.br. Web: www.sc.df.gov.br
20 a 30 21º International Documentary Film Festival Amsterdam, Amsterdã, Holanda. Tel: (31 20) 6273-329. E-mail: info@idfa.nl. Web: www.idfa.nl
22 a 02/12 39º International Film Festival of India, Goa, Índia. Tel: (91 11) 2649-9371. E-mail: dir.dff@nic.in. Web: www.iffi.gov.in
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