televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 18_#190_jan/fev2009
Avanço da Embratel, Telefônica e Oi na TV via satélite fará crescer a base de assinantes
invasão espacial
INTERNET Web TVs buscam modelos de negócio rentáveis
PROGRAMAÇÃO Emissoras educativas aderem à grade da TV Brasil
www.aja.com
“AJA hace todo el proceso más fácil.”
Keith Collea Co-escritor y Productor, The Gene Generation
Desde captura a conversión, Keith Collea’s línea de post producción completamente confía en AJA y su interior. Con un currículo de trabajo en blockbuster como Alien:Resurrection; Independence Day y Pearl Harbor; el veterano de efectos y post producción ha usado productos de AJA por mucho tiempo. La línea entera de post producción de Collea depende de los productos AJA que incluyen Kona, IoHD y Convertidores. “Yo soy un gran fan de AJA” dice Collea.
• 10-bit, Llena-resolución SD/HD a través de FireWire • Apple ProRes 422 codec a través de la placa; HD720/1080, SD NTSC/PAL • Conversión alta/baja y cruzada a través de la palca y en tiempo real • Conexión vía un solo cable de Firewire a un MacBook Pro o MacPro
I o H D .
B e c a u s e
i t
En su más recenté producción de película; The Gene Genaration, Keith escoge el IoHD como la pieza central de un sistema de proyección movible usando el IoHD, una Apple Intel MacBook Pro y un G-Tech G-DRIVE, fue posible crear un sistema que hiso la proyección de la película a través de un proyector Sony digital cinema sin el uso de alguna reproductora de cinta, el nos explica. “Nos ahorro tiempo y dinero y la calidad del imagen fue mejor que si se hubiera usado cinta. Fue increíble. Encuentre mas información de cómo Keith usa los productos de AJA para mejorar su trabajo, lea los detalles completos en www.aja.com/keith
m a t t e r s .
Foto: arquivo
(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro Diretor de Marketing
Editor Editor Tela Viva News Redação
Coordenadora de Projetos Especiais Arte
Departamento Comercial
Gerente de Marketing e Circulação Administração Gerente de TI Central de Assinaturas
Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski Leonardo Pinto Silva
Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Samuel Possebon (Brasília) Mariana Mazza (Brasília) Letícia Cordeiro Carlos Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jardim (Produção Gráfica) Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Manoel Fernandez (Diretor) Roberto Pires (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Ivaneti Longo (Assistente) Gislaine Gaspar Vilma Pereira (Gerente) Marcelo Pressi 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira
Redação E-mail
(11) 3138-4600 telaviva@convergecom.com.br
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A
Fernando Lauterjung
www.telaviva.com.br assine@convergecom.com.br
a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Nada é grátis
André Mermelstein
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André Mermelstein
(11) 3214-3747 comercial@convergecom.com.br Ipsis Gráfica e Editora S.A.
discussão não é nova, mas ganhou força neste início de ano com a crise dos grandes jornais nos EUA, agravada pela crise financeira global. Qual é o futuro do jornalismo em uma era de informação rápida, onipresente e... gratuita? Pode-se expandir a questão para além do jornalismo. Na era da Internet, com a disseminação da banda larga e do acesso móvel, qualquer conteúdo, seja notícias, música, filmes ou programas de TV, concorre cada vez mais com a ideia de que a informação “quer ser livre”, e que portanto tudo deve ser oferecido gratuitamente. Bem, tenho uma má notícia: nada é grátis. Das duas uma: ou alguém está pagando por este conteúdo, procurando alguma outra forma de remuneração, ou simplesmente o acesso a este conteúdo é ilegal. Nós, como produtores de conteúdo jornalístico, sentimos isso na pele. Nossas notícias, e de outros, que custam muito trabalho e dinheiro para serem apuradas, checadas, redigidas, são copiadas livremente por sites “agregadores”, um eufemismo para piratas, sem falar de outros “espertos” que proliferam pela Internet. Ao leitor e ao anunciante, parece não importar que tenhamos investido durante anos na formação de uma equipe especializada, mantendo sucursais em Brasília e Rio de Janeiro, pagando viagens aos principais eventos internacionais. Uma vez que a notícia é publicada (e ela pode ser lida no nosso site gratuitamente!), ela é “livre” para ser copiada, e quem copia pode até vender publicidade em cima do “serviço” que presta. Parece que ninguém se importa. É evidente que os modelos de negócio em comunicação estão mudando, e todos, desde os jornalistas até os produtores de cinema e televisão, estamos percebendo isso e mudando nós também para tentar entender o que ficará no lugar. As múltiplas plataformas vieram para ficar, e são um fenômeno saudável para a sociedade. Permitem uma disseminação da informação como nunca antes houve, uma revolução comparável à causada pela prensa de Gutenberg. Mas uma coisa os novos modelos têm que preservar: a ética profissional e empresarial e a justa remuneração dos agentes que produzem o conteúdo. Porque o grátis também custa, e esse custo pode acabar sendo alto para todos nós.
Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A
capa: carlos fernandes/gilmar
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(índice )
País do DTH
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Scanner
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Figuras
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Política
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Com teles, TV por satélite deve puxar o crescimento da base de assinantes
Temas legislativos não resolvidos em 2008 voltam à pauta 12
( cartas)
Publicidade
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Mercado defende autorregulamentação para publicidade infantil
Internet
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TVs da web buscam modelo rentável
Publicidade HD Achei frustrante ver na matéria “No break” (Tela Viva 189) que a publicidade não está aproveitando os benefícios da alta definição. Eu mesmo comprei uma TV full HD e um conversor, mas não vejo comerciais do mesmo nível da programação HD. Sou publicitário e acho uma pena não estarmos aproveitando essa revolução digital como deveríamos. Os produtos anunciados poderiam ganhar maior visibilidade e destaque com a imagem em alta definição. João Pedro Martins Souza, São Paulo, SP
Audiência
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Programação
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TV Brasil prepara grade nacional com emissoras estaduais 18
Making of
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Mercado
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Holding encabeçada pela Mixer busca mercado internacional
Case
TVs Públicas Se as TVs públicas podem compartilhar a infra-estrutura de TV digital (Tela Viva 189), porque o governo não fez o mesmo com as TVs comerciais, abrindo também espaço para que novos grupos pudessem explorar o serviço? Alberto Fontenelle, São Paulo, SP
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Ibermedia viabiliza coprodução entre Brasil e Argentina
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Upgrade
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Agenda
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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado
Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br
telavivanews www.telaviva.com.br 4
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Completando este ano uma década de existência, a Visual Produções tem a grande satisfação de disponibilizar aos seus clientes um novo espaço para produções em full HD. Localizada na Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini, conta com mais de 360 metros quadrados distribuídos em salas de reunião, salas para produção e ilhas de edição não linear Full HD. Realiza também diversos trabalhos na produção de vídeos institucionais, comerciais, info-comerciais e programas independentes. Criada com o intuito de fortalecer os trabalhos socioeducacionais da Fundação José de Paiva Netto, a Visual Produções é o exemplo de que Fé, Trabalho e Perseverança são a combinação perfeita para a prestação de serviços com qualidade, que contribuirão para o crescimento de empresas socialmente responsáveis. Contamos com equipamentos para captação de imagem, gravação e edição nos seguintes formatos: XDCAM, XDCAM HD, DVW, DNW, HDV, DV, PVW e UVW, além de equipamentos de áudio e iluminação. Junte-se aos nossos clientes nesta evolução! Estamos localizados no Bom Retiro, Rua Doraci, 90; e no Brooklin, Av. Eng. Luís Carlos Berrini, 1700, 11º andar, São Paulo/SP; e em Brasília/DF, no SGAS 915 Lotes75/76, Aza Sul. Telefones: (11) 3358-6803, 5503-2824 (61) 3346-1357 Fax: (11) 3358-6885 Celular: (11) 7866-4970 ID: 55*82*12313 E-mail: visualproducoes@redemundial.com.br Site: www.fjpn.com.br/visualproducoes
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Copa do Mundo de Rodeios 2008, evento transmitido pelo Canal Rural.
Internacionalmente rural Uma das metas do Canal Rural em 2009 é a ampliação de sua atuação internacional. O canal do grupo RBS projeta realizar a sua primeira transmissão internacional em agosto, no evento Copa do Mundo de Rodeios, que contará com seleções de montaria em touro de vários países. O projeto é da PBR (Professional Bull Riders), com quem o Canal Rural tem uma parceria. “Vamos captar o evento em alta definição e transmitir para o mundo todo”, conta o diretor geral do Canal Rural, Donário Lopes de Almeida. Nos Estados Unidos, o evento será exibido pela NBC e pelo canal a cabo Versus. A PBR é a detentora dos direitos e negocia a transmissão em outros países. O executivo do Canal Rural conta que pretende fazer a captação e a transmissão de outros eventos para o mercado internacional. Para isso, a captação será em HD, mesmo que o sinal brasileiro ainda seja em definição standard. “Estamos nos tornando produtores de conteúdo”, diz o gerente executivo de conteúdo, Júlio Cargnino. O canal ainda deve começar a adaptar seus programas prontos para a venda no mercado internacional. Segundo o diretor, programas sobre técnicas, por exemplo, podem ser interessantes em outros países. “Um programa sobre técnica de cultivo de cana-deaçúcar pode ser interessante para produtores africanos”, exemplifica. A programação do canal, que hoje conta com cinco programas independentes - são 30 no total - também deve ganhar reforços de produções terceirizadas. “Estamos buscando parceiros para diversificar a programação”, conta Cargnino. As receitas publicitárias em 2008 foram 30% superiores em relação ao ano anterior e a projeção de crescimento em 2009 é de 20%.
O SporTV começou o ano com novidades. Em janeiro, estreou o “Pisando na Bola”, programa semanal que comenta cenas do esporte brasileiro e é comandado por sete apresentadores em um cenário que lembra um apartamento; e “Na Cara do Gol”, programa com resumo da rodada do futebol nacional e internacional. Outras atrações passaram por reformulações: o “Redação SporTV”, programa comandado por Marcelo Barreto, que faz um giro diário pelas publicações esportivas, ganhou mais meia hora de duração. O “SporTV News” e o A apresentadora Vanessa Riche no novo “SporTV Tá na Área” ganharam cenário do “SporTV News”. novos cenários.
Nova Endemol A Endemol lançou uma nova empresa no Brasil. A Action Media, produtora local da Endemol para formatos interativos, torna-se Endemol Brasil, produtora 100% Endemol International, que produzirá conteúdo de seu catálogo internacional para o mercado de TV, e outras mídias. A direção geral ficará a cargo de Daniela Busoli, que já passou pela agência Matisse, portal iG, SBT e, mais recentemente, foi responsável pela operação da Action Media. A direção de produção da empresa será de Paula Cavalcanti. A Globo continua tendo prioridade na escolha de formatos, através da Endemol Globo, que continua existindo, mas agora como uma empresa de um cliente só.
Na íntegra Está na web em fase “beta” o portal Mundofox.com, com episódios das principais séries do canal Fox na íntegra. Estão disponíveis episódios das primeiras temporadas de “24 Horas”, “Prison Break”, “Family Guy” e “Tempo Final”. O site, por enquanto, está sendo coordenado pelo escritório da Fox na Argentina e deve ser lançado oficialmente ainda no primeiro semestre de 2009. Segundo a Fox, o conteúdo será disponibilizado na versão final do site antes da exibição na TV aberta. O modelo de negócios é baseado em publicidade, que deverá ser explorada em banners e em vídeos dentro do conteúdo. Além disso, deve haver venda casada Internet/TV por assinatura. Episódios do canal Fox devem ser oferecidos na íntegra na web antes de ir para a TV aberta.
TV digital Minas Gerais ganhou em 2009 dois canais com sinal de alta definição: a Band Minas, que iniciou transmissões em HD em 12 de fevereiro, e a Rede Integração, afiliada da Rede Globo em Uberlândia, começa a transmitir o sinal digital em março, tornandose a segunda emissora fora das capitais a implantar o sinal digital. Foram investidos cerca de R$ 9 milhões em equipamentos e estrutura. A programação será a mesma do sinal analógico, com alguns programas, como jornalísticos e novelas, em alta definição. 6
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FOTOs: divulgação
FOTO: Andy Watson
Pique esportivo
Na Band
Documentário da Canvas 24p Filmes sobre parkour na capital paulista foi selecionado em edital.
Parkour em São Paulo Selecionado no edital Crônicas da Cidade, lançado pela prefeitura de São Paulo em 2008, o documentário “Samparkour”, produzido pela Canvas 24p Filmes, foi tema de reportagem especial no “Fantástico” exibido em 25 de janeiro, em comemoração ao aniversário da cidade. O vídeo completo do curta-metragem, com seis minutos de duração, ficou no site do programa e foi um dos mais vistos naquela semana. O filme, centrado em um praticante de parkour, atividade que tem como princípio o movimento rápido e eficiente no espaço urbano usando as habilidades do corpo, também foi selecionado para o Los Angeles Brazilian Film Festival, evento que acontece em março.
Tri-Hexa Produzido pela Bossa Nova Films e distribuí do pela 20th Century Fox Home Entertainment, chegou ao mercado no final de janeiro o DVD duplo “Tri-Hexa”, uma homenagem à conquista do título de hexacampeão e tricampeão consecutivo do Campeonato Brasileiro pelo São Paulo Futebol Clube no ano passado. As 100 mil cópias do DVD estão em mais de cinco mil pontos de venda como locadoras, varejos e também lojas de material esportivo. Ficou à cargo da distribuidora a campanha de marketing do produto. Esta é a primeira vez que a Fox Home Entertainment se envolve diretamente com um clube de futebol e, de acordo com Dilson Santos, vice-presidente sênior para América Latina da Fox, este é apenas o primeiro de muitos projetos.
DVD duplo sobre as conquistas do São Paulo Futebol Clube teve produção da Bossa Nova Filmes e distribuição da Fox.
A Band prepara para 2009 três projetos em coprodução com produtoras independentes brasileiras. Um dos projetos será de dramaturgia, provavelmente uma minissérie; outro será da área cultural, que deve ter início em junho deste ano e se prolongar até junho de 2010; e um último é uma série de documentários. Segundo o vicepresidente do Grupo Bandeirantes, Marcelo Meira, a Lorena Calábria, Daniel Bork e Patrícia idéia é que se Maldonado terão um matinal de variedades na utilizem recursos dos programação 2009 da emissora paulista artigos 1°A e 3°A da Lei do Audiovisual, este último autoriza canais de TV, aberta ou por assinatura, a investirem 70% do imposto devido sobre a remessa de recursos enviados ao exterior na coprodução de obras audiovisuais brasileiras de produção independente. “Há um grupo de trabalho na emissora, formado por nossos próprios executivos, que estuda este mecanismo, para entendê-lo melhor. Dentro do possível, vamos utilizá-lo para essas produções”, conta Meira. Além desses três projetos, há dois reality shows em coprodução com a argentina Cuatro Cabezas: “E24”, sobre a rotina nas salas de emergência de hospitais públicos; e “A Liga”, com jornalistas incorporando personagens inusitados. Entre as novas atrações estão os reality shows; o programa de variedades de Adriane Galisteu; um programa de debates com Silvia Poppovic; e um novo matinal de variedades. A projeção de crescimento da emissora para 2009 é de 8% em relação a 2008.
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Parceria Em um painel sobre políticas para o audiovisual em 2009, promovido durante o 4º Festival Atibaia Internacional do Audiovisual, no final de janeiro, Silvio Da-Rin, secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, enfatizou a busca de parcerias com TVs para os editais deste ano. “É muito importante estabelecer estas parcerias para a teledifusão, principalmente com a televisão aberta que tem grande penetração”, disse. A EBC entrará como parceira no edital Curta Criança (que substitui o Curta Infanto Juvenil) e no edital de Produção de Documentário Longa-Metragem. Da-Rin não descarta a aproximação de emissoras comerciais. “Sabemos pelas experiências anteriores que é uma negociação difícil, mas vamos buscar este apoio”, observa. De acordo com o secretário, os recursos da SAV em 2009 devem manter-se no mesmo patamar do ano passado, cerca T e l a
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de R$ 20,5 milhões. Ainda assim, haverá um aumento de concursos e número de obras contempladas. Estão previstos para este ano 14 editais, contemplando 279 obras. Além do Curta Criança e do Produção de Documentário LongaMetragem, estão previstos para 2009 os editais de LongaMetragem de Baixo Orçamento, Desenvolvimento de Roteiro, Curta Ficção, Documentário ou Experimental, Filme Tese, Curta para Participantes ou Egressos de Projetos Sociais, AnimaTV, FICTV (teledramaturgia), DocTV CPLP, DocTV Iberoamérica, AnimaSur, BR Games e XPTA.LAB (pesquisa em tecnologia para o audiovisual). Em 2008 foram nove editais que contemplaram 190 obras. Estão abertas até o dia 16 de março as inscrições para seleção de projetos de Longa-Metragem de Baixo Orçamento, Curtas-Metragens dos Gêneros Ficção, Documentário ou Experimental e Desenvolvimento de Roteiros Cinematográficos Inéditos.
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“A Lei e o Crime”, seriado da Record, exigiu investimentos em alta definição.
Série em HD “A Lei e o Crime”, série exibida pela Record no início de janeiro exigiu da emissora alguns investimentos em HD. É o primeiro seriado da emissora produzido em alta definição. A captação foi feita com uma câmera Viper, da Thomson. Segundo a emissora, o programa exigiu adaptações da equipe de produção às novas técnicas de maquiagem e iluminação impostas pela tecnologia. Cada um dos 16 capítulos está orçado em cerca de R$ 500 mil, um investimento 60% maior do que o feito nas novelas, que também são captadas em HD, porém, exibidas em definição padrão. “A Lei e o Crime” está sendo exibida em alta definição. Outros programas já exibidos em HDTV pela emissora são formatos, filmes e programas especiais.
A Sony Pictures superou em mais de 100% as estimativas de venda de Blu-Ray em 2008. De acordo com Wilson Cabral, diretor geral da empresa, foram vendidas 52 mil unidades e o esperado era a venda de 20 mil unidades. A Sony Pictures lançou 104 títulos no mercado brasileiro no ano passado e deverá lançar mais 140 ao longo de 2009.
Da gema Tem produtora nova no mercado carioca: a Pôster Filmes & Idéias. Voltada para publicidade, vídeos institucionais e projetos culturais, a produtora tem como sócios Paulo Henrique de Figueiredo Wanderley (ex-diretor de RTV da Contemporânea), Paulo Neto e Kiko Poggi (ex-sócios da produtora Tá na Lata).
Paulo Neto, Kiko Poggi e Paulo Henrique, sócios da Pôster Filmes & Idéias.
Reality GLS A Capucci Produções, de Sete Lagoas, Minas Gerais, prepara o reality show “Cruzeiro Colorido”, cuja proposta é confinar em um iate de luxo, durante 42 dias, 12 homossexuais (seis homens e seis mulheres). As filmagens serão em setembro de 2009 e a embarcação percorrerá a costa brasileira entre os estados de Espírito Santo e Bahia. A atração, orçada em aproximadamente R$ 3 milhões, será uma coprodução com a produtora italiana Bruno Ventrone, que leva o nome de seu fundador, o criador do formato. Segundo Capucci Júnior, produtor e diretor do programa, “Cruzeiro Colorido” será exibido na TV e na Internet. Há negociação com um canal aberto de abrangência nacional.
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FOTOs: divulgação
FOTO: micjel ângelo
Onda azul
Os diretores Robério Braga e Lô Politi, agora na Zeppelin Filmes.
Mudando de casa Lô Politi e Robério Braga fazem parte do time de diretores da Zeppelin Filmes. Com a produção de, em média, cinco filmes por mês, a produtora espera, com a chegada dos dois diretores, subir de 20% a 30% o volume de trabalho. “Reforçamos a capacidade de gerar mais e melhor”, diz o diretor de atendimento e sócio da Zeppelin, Breno Castro. Os sócios da Zeppelin contam que com a crise, houve uma queda no número de trabalhos que chegaram à produtora em novembro, mas que a situação se regularizou em dezembro. Com a variação cambial, o Brasil também voltou a ser interessante para a realização de produções internacionais. “Estão em fase de orçamento ou aguardando aprovação comerciais para Praga, Portugal, Argentina, Londres, México, Paris e Dubai”, conta o diretor de atendimento. A Zeppelin atua com publicidade e também tem alguns projetos para televisão, como um programa a ser realizado para o canal da Globosat Multishow, que está em fase de desenvolvimento. O projeto é da revista Rolling Stone, e a Zeppelin foi convidada a produzir, segundo Castro. Eles também não descartam fazer parcerias nesta área com a Maria Bonita. Ainda que Lô e Braga tenham ido para a Zeppelin, eles continuam a ser sócios da Maria Bonita, participando de sua gestão e conselho. A produtora passa a ser voltada apenas à Maria Bonita Coisas, divisão de entretenimento, conteúdo e novas mídias. Esta divisão já responde por mais de 50% do faturamento da produtora. “Hoje a Maria Bonita Coisas é totalmente independente da publicidade de 30 segundos”, conta Lô. “E agora vão passar a focar especificamente nesse tipo de produção”.
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Injeção de ânimo
Peruca portuguesa A Ioiô Filmes Etc. produziu seu primeiro clipe internacional, um filme para a banda portuguesa Pluma. A faixa do novo CD do grupo “Brasil Pop Portugal” retrata ironicamente a vida sentimental de uma peruca. A direção do clipe é de Felipe Vellasco.
Pan-Americanos 2015 A Record adquiriu os direitos de transmissão e sublicenciamento nacional e internacional dos Jogos Pan-Americanos de 2015 para todas as mídias. A compra, no valor de R$ 20 milhões, foi negociada com a Organização Desportiva Pan-Americana e finalizada na primeira quinzena de janeiro. Segundo a Record, a emissora comprou os direitos para todos os territórios, com exceção do país sede da competição, ainda não definido. Todas as outras empresas que queiram transmitir os jogos, independente do país de origem, deverão comprar os direitos para as respectivas plataformas da Record. No Brasil, a Record deve negociar os direitos de transmissão para as outras plataformas que não a TV aberta, nos moldes do que fez com as Olimpíadas de 2010 e 2012, que serão exibidas na TV aberta pela Record e transmitidas pela Internet pelo portal Terra e Globosat na TV paga.
FOTO: Marcelo Pereira
Primeiro clipe internacional da Ioiô Filmes Etc. para a banda portuguesa Plima.
Depois do lançamento do Programa Nacional de Desenvolvimento da Animação Brasileira, do Ministério da Cultura, e do Funcine AnimaSP, da TV Cultura em parceria com a Lacan, no ano passado a animação ganha mais um estímulo: o Programa Internacional de Capacitação, do Brazilian TV Producers, programa de exportação resultante da parceria entre a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, Apex Brasil e Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão (ABPI-TV). Produtoras de todo o País podem inscrever seus projetos até o dia 6 de março pelo site www.braziliantvproducers.com. Uma banca examinadora formada por especialistas internacionais avaliará a pertinência dos projetos para o mercado internacional e sua viabilidade. Serão selecionados 25 projetos e seus autores participarão de um workshop entre os dias 4 e 8 de maio com especialistas no mercado internacional como Jacques Bensimon (consultor do BTVP e ex-presidente do National Film Board of Canada), Heather Kenyon (consultora do BTVP e ex-diretora do Cartoon Networks USA) e Tanya Kelen (especialista em distribuição da canadense Breakthrough Films & Television). No segundo semestre de 2009, o foco do Programa Internacional de Capacitação será documentário. Os projetos selecionados participarão de um pitching durante o 10º Forum Brasil, no começo de junho.
Marco Antônio de Araújo (Ministério das Relações Exteriores), Mario Diamante (Ancine), Fernando Dias (ABPI-TV), Silvio Da-Rin (Secretaria do Audiovisual/Minc), Bruno Amado (Apex-Brasil), Jacques Bensinon (consultor BTVP) e Eliana Russi (gerente do BTVP) no lançamento do Programa Internacional de Capacitação do Brazilian TV Producers.
Novos episódios
Série “9mm: São Paulo”, da Fox, ganha mais nove episódios para completar uma temporada.
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A série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot para a Fox, ganhará nove episódios adicionais para completar uma temporada. Em 2008, o canal exibiu os quatro primeiros episódios. A série, com a reprise dos primeiros episódios, vai ao ar a partir do dia 7 de abril, depois das 23h, após a estreia da nova temporada da série “24 horas”. Segundo Kátia Murgel, diretora de programação e produção da Fox Latin America Channels do Brasil, a série foi toda financiada com recursos do artigo 39 da MP 2.228. Consta no site da Ancine que foram liberados R$ 1 milhão para os quatro primeiros episódios e R$ 3,6 milhões para os episódios adicionais. “9mm: São Paulo” deve ir a outros países da América Latina e, de acordo com Kátia, pode ser lançado em outras mídias como DVD. V i v a
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Fotos: divulgação
(figuras ) Atendimento
Reforço
Charles Nobili reforça a equipe de atendimento da Zeppelin. O profissional tem mais de 17 anos de experiência no mercado publicitário, como RTV no escritório carioca da Giovanni+Draftcb. Em São Paulo, foi sócio da Nova Onda, produtora de som.
A Margarida Flores e Filmes contratou Juliana Emeric (ex-Conspiração Filmes e Cinegrafika) para o atendimento. A profissional integra a equipe de Fabiano Beraldo, que assumiu a diretoria do setor.
CBC O cineasta Rosemberg Cariry foi eleito presidente do Congresso Brasileiro de Cinema para o biênio 2009-2010. Fazem parte da nova diretoria executiva Guido Pádua (vice-presidente), Márcio Moraes (diretor institucional), Edina Fujii (diretora financeira), João Batista Rosemberg Cariry Pimentel (diretor de articulação e comunicação), Cícero Aragon (diretor executivo), Magdalena Rodrigues (diretora administrativa) e Antônio Leal (diretor de projetos).
Criação
Eduardo Andrietta
Paulo Alcoforado, diretor de audiovisual da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, e Maurício Hirata, gerente de TV e novas mídias da SAV, deixaram seus cargos. Adilson Ruiz, cineasta e professor de multimeios da Unicamp, e Octávio Pieranti, especialista em regulação de serviços de telecomunicações da Anatel, assumem, respectivamente, os postos de Alcoforado e Hirata, que se transferiu para a Ancine.
Equipe ampliada A Cia. de Cinema amplia o time de diretores com três novas contratações: Tom Stringhini (ex-O2 e Dínamo Filmes), Tato Carvalho e o argentino Enrique Garcia Frank. Tom Enrique Garcia Tato Carvalho, com experiência Stringhini Carvalho Frank em finalização, deve cuidar dos jobs de pós-produção da produtora. A contratação de Frank permite a criação de um braço de produção da Cia. de Cinema na Argentina.
Foto: Ali Karakas/Divulgação
A DM9DDB contratou dois profissionais para a equipe de criação: a diretora Jéssica Richetti (ex-Gas Multiagência, em Florianópolis) e o redator Eduardo Andrietta (ex-AlmapBBDO, Talent, F/Nazca e Y&R).
Secretaria do Audiovisual
Diretor de cena O diretor de cena Gustavo Guimarães é o novo contratado da Dínamo Filmes. O profissional trabalhou por 13 anos no departamento de criação da MTV Brasil.
Porta-voz Ricardo Frota, ex-gerente de comunicação da Record deixou a emissora paulista e foi para a Globo. Frota, que foi responsável pela comunicação agressiva da Record nos últimos anos deve assumir a comunicação da Globo com a imprensa paulistana. Seu cargo será interinamente ocupado pelo supervisor da assessoria de imprensa da emissora paulista, Gilson Pedro.
Festivais
Francisco Cesar Filho
Francisco Cesar Filho, conhecido como Chiquinho, é o novo presidente do Fórum dos Festivais. Fazem parte da diretoria para o biênio 2009-2011 Tetê Mattos (vice-presidente), Rosângela Rocha (secretária-executiva), Zita Carvalhosa, Wolney Oliveira, Maria Abdalla, Antonio Leal (diretores), Aílton Franco, Guilherme Whitaker e Luiza Lins (conselho consultivo/fiscal). 10
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Criativo Com passagens pela DM9DDB, Young&Rubicam, NewcommBates e Leo Burnett, Alexandre Okada chega à McCann Erickson para assumir a vice-presidência de criação, reforçando a equipe comandada por Fernando Mazzarolo. •
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Interatividade
Diretor de cena
Karina Frabetti assume a diretoria de interatividade da Talent, liderando a equipe do Talent Lab, laboratório de inovação e Internet. A profissional vem da colombiana BT/Lowe, onde dirigia a unidade online da agência. Ela também gerenciou projetos de internet na também colombiana WSI, coordenou a equipe de criação e tecnologia da AgênciaClick e atuou no marketing da Brasil Telecom.
O diretor de cena belga Rudolf Mestdagh entra para o time de diretores da produtora Side Cinema. Mestdagh já trabalhou em países como Alemanha, França e Estados Unidos. Agora no Brasil, ele integra a equipe da produtora fundada por Renato Assad.
Foto: Roberto Nemanis/SBT
Globosat Diretoria Tina Pacheco Couto é a nova diretora de elenco do departamento de teledramaturgia do SBT. Escolhida pelo diretor geral do núcleo na emissora, Del Rangel, Tina tem 25 anos de experiência como produtora e diretora de elenco. Manoel Mauger deixou a diretoria de marketing do SBT. A equipe de marketing responde agora ao diretor comercial Henrique Casciato.
Depois de dez anos de Globosat, Rosana Codaro deixou a diretoria executiva da programadora para dedicar-se a projetos pessoais. Com a saída da profissional, foram criadas duas novas diretorias: tecnologia e operações, liderada por Roberto Primo (ex-DirecTV Group e Sky Brasil), e operações, sob o comando de Manuel Belmar (ex-CFO da Infoglobo). Outra diretoria criada Roberto Primo recentemente foi a de novas mídias. Liderada por Gustavo Ramos, exdiretor de marketing e serviços do portal Globo.com, a nova unidade será responsável pelo desenvolvimento de novos projetos de negócio, apoio à distribuição e participação dos conteúdos gerados pela Globosat nas plataformas digitais.
Atendimento
Multishow
Vito Chiarella assumiu a recémcriada vice-presidência de clientes da Sky. Estarão sob sua coordenação as áreas de atendimento, gestão de churn, gestão de base de clientes, comunicação, BI, planejamento e controle e relações de consumo. Chiarella era diretor de atendimento na Sky e já trabalhou na TVA, onde foi responsável por operações e relacionamento com o cliente do segmento residencial.
Guilherme Zattar é o novo diretor do Multishow. Ele ocupa o lugar de Wilson Cunha, que se aposenta. Zattar era diretor executivo de negócios residenciais da Embratel. Estava à frente do serviço de telefonia Livre e participou da elaboração do projeto de DTH da operadora. No lugar dele assume Marcello Miguel, que era diretor executivo da Embratel para a região Sul.
Promoção Jéssica Rodriguez foi promovida a vice-presidente sênior e diretora geral para a América Latina e mercado hispânico nos Estados Unidos da BBC Worldwide Channels. A profissional tem passagens pela Discovery Channel e Landmark Communications e foi contratada pela empresa em 2006. Ela ajudou na mediação da parceria entre a BBC Worldwide e Televisa Networks, além de comandar o lançamento no México dos primeiros canais cuja propriedade integral é da BBC (Cbeebies e Entertainment) e o do primeiro canal hispânico da empresa nos EUA, o Cbeebies. T e l a
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Entrada e saída A Giovanni+Draftfcb contratou Diego Melo (ex-McCann Erickson) como supervisor de atendimento no escritório do Rio de Janeiro. Sidney Araújo, Diego Melo codiretor de criação da Sidney Araújo Giovanni+Draftfcb São Paulo, deixou a agência no final de janeiro. A direção da área agora é de Ricardo John e de Adilson Xavier, presidente e diretor nacional de criação respectivamente. j a n / f e v 2 0 0 9
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( capa ) André Mermelstein
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O país do DTH
Com entrada das teles no segmento, TV por satélite deve puxar o crescimento da base de assinantes no Brasil e aumentar seu share dos próximos anos.
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á algo mais nos céus brasileiros do que as chuvas de verão. O ano de 2009 será marcado como aquele em que o DTH (direct-to-home, ou TV por assinatura via satélite) mudará a cena concorrencial do mercado, com as grandes operadoras de telecomunicações lançando ou reforçando seus serviços. A opção pelo DTH no Brasil explica-se por uma série de fatores. Um deles, talvez o principal, é a legislação que restringe a presença das teles no mercado de TV por assinatura por meios físicos (cabo), em uma regulamentação que para alguns é anacrônica, e para outros, fundamental. Outro é a velocidade de implantação, o “time to market”: lançar um serviço de DTH é muito mais rápido que um de cabo, por exemplo, pois uma vez que o sinal está no satélite, pode ser recebido em praticamente todo o Brasil. Fato é que, enquanto o PL 29, que permitiria a exploração total deste mercado, patina no Congresso, as teles não perderam tempo e colocaram os pés e as mãos no serviço de vídeo, marcando território como provedores de “triple play” (voz, dados e vídeo). A Telefônica entrou no mercado em 2007, comprando as operações de MMDS e parte da operação de cabo da TVA, além da associação com o DTH da DTHi
operadora de TV paga do país. No final de 2008, em 16 de dezembro, foi a vez da Embratel lançar seu Via Embratel. A operadora quer aproveitar algumas de suas vantagens no mercado, como o conhecimento da marca e o fato de ter sua própria operadora de satélites, a Star One, para ir onde nenhuma operadora foi antes: à massa de mais de 90% dos domicílios brasileiros que não assinam qualquer tipo de programação (veja entrevista a seguir). Ou seja, são pelo menos quatro concorrentes de peso em um mercado no qual, desde sua fusão com a DirecTV, a Sky reinava praticamente sozinha.
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(AstralSat), mas lançou também seu próprio serviço de TV por satélite. Para este ano, a Oi, agora unida à Brasil Telecom, promete lançar também seu serviço. Há ainda a Nossa TV, pertencente à RIT, da Igreja Universal da Graça de Deus, e, claro, a Sky, líder do segmento e segunda maior
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“As teles vão brigar entre elas pela faixa de baixa renda.” Agrício Neto, da Sky
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Crescimento Com todo esse investimento, os executivos acreditam que o DTH será o grande “puxador” de assinaturas de TV paga nos próximos anos. E apostam em um forte crescimento do mercado como um todo. “Acredito que o mercado de TV paga deve crescer acima de 15% ao ano, mesmo com a crise. Por ser um produto de custo menor, as pessoas vão manter”, diz Antonio João Filho, diretor-executivo de TV por assinatura da Embratel. Esta também é a percepção da Telefônica, que experimentou um forte crescimento no segundo semestre de 2008. “Não tenho o número exato, mas uma porcentagem significativa dos nossos novos assinantes é de pessoas que nunca tiveram TV por assinatura antes”, conta Leila Loria, diretora
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“A massa crítica para viabilizar um serviço caiu pela metade.”
e programação da operadora. Agrício diz que os novos players não prejudicarão os negócios da Sky. “Eles vão brigar muito entre eles, pela faixa de baixa renda, e também com a Net, que tem produto para este mercado. Agora, mercado existe, pois a classe C já é 50% do país”, diz. E provoca: “Nós somos especialistas em TV, em atendimento individualizado. As teles não têm esse DNA, atendem os clientes por atacado. Vão passar por dificuldades na hora de atender o cliente numa localidade remota, por exemplo”. E completa: “Estamos muito bem preparados para a competição, a empresa está sólida, crescemos 10% em 2008 e este ano está apontando para um bom resultado. Tivemos um janeiro com vendas iguais às de dezembro, quando normalmente este ritmo cai no começo do ano”.
FOTO: arquivo
geral da TVA, que gerencia os negócios de vídeo do grupo espanhol no Brasil. Para Leila, se os operadores investirem realmente, a penetração do serviço pode dobrar em três a cinco anos (atualmente são cerca de 6 milhões de assinantes no país, ou cerca de 9% dos 53 milhões de domicílios brasileiros). Quanto ao DTH, deve crescer duas a três vezes mais que o cabo, opina Antonio João. “Como o Brasil é muito grande e o cabo não consegue se expandir, em dois anos o DTH deve chegar a 50% do mercado”, acredita. Hoje o satélite responde por cerca de 30% das assinaturas. Vale lembrar que há praticamente dez anos a Anatel não abre novas licitações para concessão de TV a cabo no país. Leila (que aliás entrou no mercado através do DTH, na época como diretora da DirecTV), vai na mesma direção: “O DTH pode chegar a mais da metade do share de assinantes. É quem vai alargar a base”, diz. Neste cenário de crescimento, haverá espaço para todos? Leila, da TVA/Telefônica, diz que sim. “Para um DTH se viabilizar, é necessária uma massa crítica de assinantes. Mas esse número caiu pela metade desde a época em que eu estava na DirecTV”, conta. Isso porque, explica, há hoje um modelo de compartilhamento de infraestrutura, que reduz o custo operacional. É o que a Telefônica está fazendo com a Oi: as operadoras dividirão o uplink e os transponders do satélite. “Além disso, o serviço de vídeo já não é visto isoladamente, mas como parte de um pacote maior de serviços. Se antes você precisava, digamos, de um milhão de assinantes para viabilizar, hoje precisa de 500 mil, aproximadamente. Então cabe mais gente no mercado”. “A competição também traz uma coisa positiva”, diz Leila. “Gera um círculo virtuoso, os preços de
Leila Loria, da TVA/Telefônica
conteúdo caem, criam-se alternativas no mercado. Mas só vejo vencedores aqueles que oferecerem os melhores pacotes de multisserviços. Quem apostar no vídeo sozinho não vai se estabelecer”, aponta. Para a Sky, que até pouco mais de um ano atrás dominava sozinha os céus, a entrada das teles no negócio deve mesmo ajudar a aumentar o mercado como um todo. Mas a operadora diz não temer a competição. “Eles estão todos entrando com foco no assinante de baixa renda. Nós lançamos o Sky Pré-pago, para também chegar a este mercado, mas nosso público é mais nas classes A e B, com pacotes acima de R$ 100. Não focamos no preço, mas em produto e qualidade do serviço”, diz Agrício Neto, vice-presidente de marketing
Oi: sem Globosat por enquanto Recém saída do processo de aquisição da Brasil Telecom e em fase de preparação de seu serviço de DTH, a Oi não quis dar entrevista. Mas segundo apurou o PAY-TV News, é praticamente certo que a tele lançará seu serviço ainda neste primeiro trimestre sem os canais Globosat. As duas empresas ainda não haviam, em meados de janeiro, chegado a um acordo quanto ao preço a ser pago pela programação. A estratégia da Oi é “lançar canais pertinentes, mas com uma oferta de preço agressiva”, explica uma fonte que acompanha as negociações. “Dentro desse contexto, não dá para fechar um acordo por enquanto. Mas não é algo definitivo”, explica. Dentre os canais Globosat, o que mais fará falta à Oi será o SporTV, em razão de seus contratos de direito de transmissão de campeonatos de futebol importantes e de forte apelo popular. A Oi planeja, justamente, ter um produto de baixo custo, que seja atraente para quem não tem TV paga
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ou utiliza a banda C do satélite para ter acesso a canais de TV (base hoje estimada em 20 milhões de lares). As conversas da Oi estão bastante adiantadas com as grandes programadoras internacionais, incluindo Turner, Fox, Discovery, Disney e HBO. O pacote básico terá um pouco menos que 30 canais. E o expandido terá um pouco mais que 30. O objetivo é lançar o produto entre março e junho. Operadores e programadores ouvidos no mercado admitem que existe uma disputa: de um lado, as programadoras querem ter a maior distribuição possível, e para isso amarram em suas vendas vários canais. Operadores, por sua vez, querem menores preço e pacotes mais flexíveis, e para isso brigam para o fim dos contratos em que para levar um determinado canal precisam carregar compulsoriamente vários outros, muitas vezes no pacote básico. (da redação do PAY-TV News)
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( capa) Três em um Embora não tenha a vocação natural do cabo para a prestação de serviços múltiplos (voz, dados e vídeo), o DTH não vira as costas para esta modalidade. Pelo contrário, aposta também no “one stop shop” para atrair e manter o cliente, seja através de parcerias com outros provedores ou da aquisição de empresas. No caso da Telefônica, a sinergia é com os serviços de voz e dados da própria tele, pelo menos nas regiões em que atua. “O Trio (empacotamento de serviços da Telefônica) é uma das principais razões do nosso serviço de TV ter deslanchado”, conta Leila Loria. “Este mercado é cada vez mais de pacotes”, conclui. Ela também aponta como fatores importantes para a arrancada recente da Telefônica a qualidade do serviço, tanto técnica, com o aumento no número de transponders, quanto de conteúdo, graças aos canais da Globosat. E, claro, o alinhamento nos preços e a oferta de pacotes mais baratos, a partir de R$ 49,90. No caso das outras teles, como Oi e Embratel, esta sinergia também é evidente. Já a Sky, que não é vinculada a uma operadora de telecom, faz parcerias com elas para oferecer os serviços em pacotes e adquiriu no ano passado a ITSA, tradicional operadora de MMDS (e banda larga) na região central do Brasil. “Com a entrada da Oi no mercado, nossa parceria com eles deve acabar. Mas estamos reforçando a parceria com a TIM e buscando novas”, diz Agrício. Especula-se no mercado que a Sky poderia ser comprada este ano por uma operadora, o que faria sentido dentro de uma estratégia de convergência. Mas há dois problemas para que um negócio deste tipo aconteça, segundo apurou o PAY-TV News. O primeiro é o valor estimado que a Sky, com 1,8 milhão de assinantes no Brasil,
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teria. Comenta-se que nas discussões teria sido colocado um valor próximo ao que alcançou a Brasil Telecom quando foi vendida para a Oi, o que inviabilizaria qualquer entendimento de compra e venda. Outro problema é que
nem o grupo Liberty Media (controlador da Sky) nem o grupo Globo (minoritário na operação de DTH brasileira) teriam urgência ou necessidade de se desfazer do negócio.
Crescer o bolo O diretor-executivo de TV por assinatura da Embratel, Antonio João Filho, falou com exclusividade a Tela Viva em janeiro, cerca de um mês após o lançamento comercial do serviço Via Embratel, e contou como pretende ampliar o mercado em um prazo relativamente curto. Quem são estes parceiros? A rede de instaladores. Nosso objetivo é ter uma capilaridade bem grande, então estamos montando uma rede com 2,5 mil parceiros, principalmente vendedores de parabólicas. Quando houve a fusão da Sky com a DirecTV, havia duas redes de instaladores, e uma delas acabou “sobrando”. Estamos trazendo estas pessoas para nossa rede, para fazerem a venda, instalação e assistência técnica. Devemos ter 90% desta rede montada até abril.
Antonio João Filho
TELA VIVA Como foi o primeiro mês de vendas do novo serviço de DTH da Embratel? A divulgação já começou com tudo, ou ainda estão em “soft launch”? ANTONIO JOÃO A resposta no primeiro mês foi muito boa, acima das nossas expectativas. Estamos com campanhas de TV no ar, com dois comerciais, nos sinais nacionais da RedeTV!, Band e Record, que entra nos breaks das parabólicas de banda C. Para nós isso é bom, porque podemos vender em todo o Brasil. Estamos investindo também em mídia local, através de nossos parceiros.
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O Brasil terá este ano pelo menos cinco operadoras fortes de DTH. A penetração da TV paga no país é menor que 10%, e o DTH responde por apenas 30% disso. Há mercado para todos? Como farão para conquistá-lo? A demanda existe, a população não tem TV paga porque é caro. Nossa estratégia é colocar na base quem não entrava por causa do custo. Nosso custo de entrada é apenas a taxa de instalação, de R$ 49,90. Então o set-top box é totalmente subsidiado? O set-top e também parte da instalação. Como vocês detectaram que o custo era o problema central? Fizemos três “focus groups”, nas periferias de Rio, São Paulo e
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Fortaleza. Os participantes não sabiam quem a gente era. Perguntamos quais eram seus desejos e suas restrições, e o que faria com que se comprometessem com um serviço. E o que descobriram? Que este público quer uma programação que deixe a família unida, porque diferentemente das classes mais altas, não há esse individualismo, as pessoas veem TV juntas. E queria que a conta fosse igual, no mesmo nível de preço, das contas de água e luz. O Brasil tem 22 milhões de parabólicas de banda C, é um mercado de pessoas que adoram TV, que só precisa ser atendido. Como chegaram a este valor de mensalidade? Se fizéssemos o empacotamento de canais “by the book”, como sempre foi feito, seria difícil chegar a estes valores. Falamos com as programadoras e conseguimos uma flexibilização dos pacotes, sem ferir os acordos que já existiam (com outras operadoras). Não queremos tirar assinantes de ninguém, queremos sim abrir um novo mercado. Vocês lançaram o serviço sem os canais HBO, nem mesmo os básicos, como Sony e Warner. Não houve negociação, ou não viram necessidade destes canais? Os canais HBO são importantes e estamos negociando, mas ainda não conseguimos fechar. E os canais abertos, vocês carregam algum? Não temos nenhum canal aberto no line-up. Entendemos que o cliente já é servido, seja pelo ar ou pela banda C. Nosso receptor tem entrada para a banda C, pode integrar o sinal da parabólica. O fato de ter por trás da empresa a Telmex, que também
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tem operações de TV em outros países da América Latina, ajudou na negociação dos canais? Nós trocamos informações com as operações da Telmex sobre fornecedores etc. Mas a negociação de programação é independente, até porque os feeds dos
primeiro mês de vendas, devemos alcançá-lo na metade de 2010. Qual será a relação de vocês com a Net, já que são empresas do mesmo setor que têm um acionista em comum (a Telmex).
“na pesquisa, vimos que as famílias aceitavam pagar uma conta parecida com a de água ou de luz.” Serão parceiros ou concorrentes? Existem sinergias com a Net, mas não no campo operacional. Toda a nossa operação externa é terceirizada. Temos uma relação amistosa, mas não fazemos nada juntos.
canais para o Brasil são exclusivos, são independentes do resto da América Latina. O que influenciou mais na negociação foi o próprio peso da marca Embratel. E com isso qual é a sua projeção para o break-even? Pelo ritmo que observamos neste
Vocês lançaram o serviço já com uma plataforma em MPEG-4. Vale a pena, mesmo com o custo maior dos equipamentos? Estamos em um ponto de virada da tecnologia. Se adotasse o MPEG-2 agora, ficaria com um legado que seria um problema em alguns anos. Hoje os equipamentos MPEG-4 custam cerca de 20% a mais, e este custo está caindo rapidamente. E tem a economia que eu faço de satélite, de 40%. O custo do set-top MPEG-4 deve se igualar ao do MPEG-2 em um ano ou um ano e meio. Estamos começando com um modelo de set-top bem simples, mas para este ano ainda lançaremos versões com DVR (Digital Video Recorder) e HDTV.
Line-up enxuto A estratégia comercial da Embratel para seu serviço de DTH é bastante simples: um pacote verdadeiramente básico, o Essencial, a R$ 59,90/mês, e um pacote mais completo, o Família, a R$ 79,90 mensais. A partir daí, o assinante pode acrescentar outros pacotes avulsos, como o dos canais Telecine (R$ 30 adicionais), além de canais étnicos, eróticos e pacotes payper-view. Os preços valem no plano Via Comodidade (com débito automático e fidelidade de 12 meses). O pacote Essencial conta com 20 canais, enquanto o Família conta com 38 canais. Confira a composição dos pacotes: *Essencial: SporTV, SporTV2, Globonews, GNT, Multishow, Animal Planet, Discovery Channel, Band News, Discovery Kids, Discovery Home & Health, Megapix, Cartoon Network, TNT, Space, Fox, Vh1, FX, NatGeo, Canal Via Embratel, Disney Channel.
Como o serviço se insere na estratégia geral da Embratel? Estão trabalhando ofertas conjuntas com voz e dados? Isso ainda não está no mercado, mas vamos sim trabalhar em ofertas conjuntas com o Livre (telefone fixo da Embratel) e com o 21, dando descontos em DDD para os assinantes. Com banda larga não temos ainda nenhum acordo.
*Família: Band Sports, Speed Channel, Fashion TV Brasil, ESPN, Discovery Travel & Living, ESPN Brasil, People + Arts, Fox Life, Boomerang, Jetix, TCM, Nickelodeon, Playhouse Disney, Nick Jr, Sci Fi, Woohoo, MTV Hits, Hallmark. *Adicional de filmes: Telecine Premium, Telecine Action, Telecine Light, Telecine Pipoca, Telecine Cult.
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( política) Samuel Possebon
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Disco riscado Discussão sobre os temas legislativos do ano que começa fica sob a sombra dos assuntos não resolvidos do ano anterior. A novidade é a Conferência Nacional de Comunicação.
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anos para o setor de TV por assinatura e para o setor audiovisual. O PL 29 abre espaço para que empresas de telecomunicações passem a disputar o mercado de TV a cabo, e também propõe regras que estimulem a produção de conteúdo nacional. Mas a falta de consenso e a complexidade da matéria fizeram com que o PL 29 andasse a passos lentos em 2008 e não fosse votado sequer na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara (CCTCI). “Há a possibilidade de que ele venha a ser votado sim. Mas é preciso lembrar que o PL 29 não será a solução para todos os problemas. Além disso, as ideias que o PL 29 contém estão em um debate maior que a Conferência trará”, disse Pinheiro, ainda presidente da Comissão de Comunicação, durante o seminário. Em março, a comissão deve mudar de presidente e o PL 29/2007 ganhará um novo relator. Até o fechamento desta edição, o partido que despontava como favorito para assumir a CCTCI era o DEM, e o candidato natural é Paulo Bornhausen (DEM/SC). Mas o PMDB, com Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE) também está no páreo. Em uma análise realista, o mais provável é que o foco dos debates em 2009 mude do PL 29/2007 para outros projetos. Os grupos de comunicação, especialmente a Globo, mostram preocupação com a possibilidade de que empresas como a Oi (que tem 100% de capital nacional) avancem sobre o mercado de conteúdo, seja adquirindo direitos, seja pressionando para a abertura
FOTO: Glauber Fernandes
ais uma vez, o ano legislativo começa com a perspectiva nebulosa do que acontecerá com o setor de comunicações. Mas 2009 reserva, para o final do ano (1 a 3 de dezembro), uma novidade: a Conferência Nacional de Comunicação. Trata-se de um encontro em que participam governo, empresas e sociedade civil, com peso institucional suficiente para influir significativamente na definição de políticas públicas setoriais. Trata-se de um antigo pleito dos movimentos de democratização das comunicações e de alguns parlamentares ligados à área, como Walter Pinheiro (PT/BA) e Luiza Erundina (PSB/SP). Não estão muito claras as razões que levaram o governo aceitar uma Conferência Nacional de Comunica– ção justamente agora, com o governo Lula já caminhando para o final. Mas como consolidação de propostas, a experiência pode ser positiva. “A Conferência Nacional de Comunicação é importante para a busca de posições consensuais sobre as políticas de comunicação”, disse o deputado Walter Pinheiro, no seminário Políticas de (Tele) Comunicações, realizado no começo deste mês, em Brasília, promovido pela Converge Comunicações (que edita TELA VIVA) e pelo Centro de Estudos de Direito, Tecnologias e Economia da Comunicação da UnB. A maior dúvida, nesse cenário, é o futuro que terá o PL 29/2007, o projeto de lei mais importante em tramitação nos últimos
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“É preciso lembrar que o PL 29 não será a solução para todos os problemas.” Walter Pinheiro, deputado do PT/BA
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de editais de TV a cabo. Como medida de defesa, a discussão pode passar para o PLS 280/2007 em debate no Senado Federal. Trata-se de proposta do senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA), que basicamente tem as proteções que os grandes grupos de mídia pressionaram para que fossem incluídas no PL 29/2007, mas sem nenhuma contrapartida para as teles. O PLS 280/2007 está parado desde 2007 na gaveta do senador Aloizio Mercadante (PT/SP), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Mas, segundo apurou este noticiário, o projeto pode voltar a andar caso o vácuo deixado pela nãoaprovação do PL 29/2007 incomode os grupos de comunicação. Paralelamente, trava-se uma batalha silenciosa para ver quem terá mais ingerência sobre a Conferência Nacional de Comunicação. Normalmente, a coordenação destas conferências fica à cargo da Presidência da República. O Ministério das Comunicações, como parte interessada, também participa, e o ministro Hélio Costa está chamando para si a responsabilidade para a definição dos temas e controle do formato e da sistemática do encontro. Segundo Marcelo Bechara, consultor jurídico do Minicom, “a proposta é que a pauta de discussão aborde TV, rádio, TV por assinatura, jornais, Internet, telecomunicações e novas tecnologias”. Ou seja, desde já o encontro mostra uma pauta ampla e que deve ir além dos pleitos tradicionais dos movimentos sociais ligados à área de comunicação. Serão realizadas, ao longo de 2009, conferências regionais, que devem servir para focar o leque de temas a serem colocados em discussão.
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SEU MELHOR PROGRAMA PASSA POR AQUI. VEM AÍ A EDIÇÃO COMEMORATIVA DE 10 ANOS DO FORUM BRASIL – MERCADO INTERNACIONAL DE TELEVISÃO, O EVENTO QUE COLOCOU O BRASIL NO MAPA-MÚNDI DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL. VEJA POR QUE VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE PARTICIPAR: s %XCELENTES OPORTUNIDADES DE NEG CIOS E NETWORKING COM PARTICIPANTES DE CERCA DE PA¤SES NA MAIOR VITRINE DO CONTINENTE s %SPAÀOS DE EXPOSIÀâO CUSTOMIZADOS DE ACORDO COM SUA NECESSIDADE PARA EXIBIR SEUS PRODUTOS NUM AMBIENTE TOTALMENTE VOLTADO A NEG CIOS s 0RESENÀA DE GRANDES COMPANHIAS GLOBAIS PROGRAMADORES COMPRADORES COMISSIONING EDITORS COM VALIOSAS INFORMAÀµES PARA QUEM PRODUZ CONTE¢DOS PARA 46 s #ABINES DE SCREENING DE PADRâO MUNDIAL AUTOMATIZADAS 5MA PONTE UNINDO QUEM PRODUZ A QUEM PROCURA TODO TIPO DE CONTE¢DO AUDIOVISUAL s .OMES CHAVE DA IND¢STRIA EXPONDO SUAS ID£IAS E REVELANDO O QUE BUSCAM EM DEBATES PREPARADOS ELA EXPERIENTE EQUIPE JORNAL¤STICA DA REVISTA 4%,! 6)6! s 3ESSµES DE PITCHING PATROCINADAS POR EMPRESAS DE PESO CAPAZES DE AJUDAR A CONCRETIZAR UMA ID£IA A PARTIR DA FASE INICIAL E TORNÖ LA UMA PRODUÀâO DE SUCESSO
3 e 4 de junho de 2009 Transamérica Expo Center São Paulo, SP Forum Brasil. A sua menor distância dos grandes mercados mundiais de conteúdo audiovisual.
VEJA ALGUMAS EMPRESAS QUE PARTICIPARAM DO FORUM EM 2008: s !24% s !5$)/6)35!, 525'5!9 s "!.$%)2!.4%3 s ""# 7/2,$7)$% s "2!:),)!. 46 02/$5#%23 s "2%!+4(2/5'( #!.!$¬ s #!.!$¬ 5-"2%,,! 34!.$ s #!.!, #(),% s #!.!, %.#5%.42/ s #!.!, &5452! s #!.7%34 s #!2!#/, 46 s #!24//. .%47/2+3 s #(5- 46 s #).%-! $/ "2!3), s $)3#/6%29 .%47/2+3
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Mais informações, visite: www.forumbrasil.com.br
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( publicidade ) Ana Carolina Barbosa
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Mamãe, eu quero Alarmado com acontecimentos recentes envolvendo a publicidade infantil, mercado defende fortalecimento da autorregulamentação em detrimento da aprovação de legislação proibitiva.
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infantis com mensagem voltada às crianças. O texto do projeto de lei sugere, entre outras medidas, o banimento de publicidade de produtos ou serviços dirigidos às crianças em qualquer mídia, dos merchandisings durante programas de entretenimento voltados à criança e ao adolescente e da utilização de personagens e apresentadores de programas infantis, inclusive desenhos animados, bonecos e similares nos comerciais. Após cinco meses de intensa tramitação, o PL foi direcionado à Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio e, agora, aguarda a convocação de uma audiência pública. Logo na primeira semana de 2009, a Fundação Padre FOTOs: divulgação
ssunto recorrente na mídia nos últimos meses, a publicidade destinada a promover a venda de produtos infantis também tem sido tema constante na pauta de anunciantes, publicitários, emissoras, organizações não-governamentais e entidades regulatórias. Em pouco tempo, uma sucessão de acontecimentos envolvendo a relação entre criança e consumo mantém o mercado em alerta e fomenta o debate sobre a questão. Em julho do ano passado, foi aprovado na Comissão de Defesa do Consumidor o Projeto de Lei nº 5.921/01, que propõe a proibição de publicidade destinada a promover a venda de produtos
“O receio é que este movimento seja radical, e a história mostra que o radicalismo não é positivo. ” Rafael Davini, da Turner
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Anchieta cumpriu o que já vinha prometendo desde 2008 e eliminou a publicidade de consumo infantil da programação da TV Cultura e da TV Rá Tim Bum, canal pago da FPA. Também em janeiro, houve sinalização de mudança por parte dos anunciantes: a Nestlé, signatária de um compromisso internacional (EU-Pledge) para a indústria alimentícia, anunciou a adoção de regras mais rígidas para a comunicação dirigida ao público infantil, eliminando comerciais e ações de marketing para o target de zero a seis anos, redirecionando a mensagem aos pais, e enfatizando dietas saudáveis quando o público é de mais de seis anos. A questão é polêmica porque carrega aspectos éticos e econômicos ao mesmo tempo, uma vez que o controle rígido da comunicação voltada para este público pode afetar modelos de negócio consagrados. “O receio é que este movimento seja radical, e a história mostra que o radicalismo não é positivo. O banimento é radical”, diz Rafael Davini, vice-presidente de vendas publicitárias e marketing da Turner, programadora do canal infantil Cartoon Network. Segundo o executivo, o canal tem como balizador para a publicidade infantil o artigo 37 do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), que estabelece diretrizes
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FOTO: Roberto Nemanis/SBT
para a comunicação feita às crianças e jovens, proibindo anúncio de apelo imperativo de consumo dirigido diretamente à criança, que provoquem situações de constrangimento aos pais e responsáveis e utilizem pressões psicológica ou violência que sejam capazes de infundir medo, entre outros aspectos. “É uma força de lei sem ser lei. Há caminhos para seguir sem necessidade de banimento. Temos nos apoiado no Conar inclusive para os nossos promos e acatamos todas as decisões dele”, justifica, defendendo o fortalecimento da entidade regulatória em detrimento da aprovação de uma legislação proibitiva. Ele exemplifica com as medidas regulatórias para o segmento de cerveja: “A sociedade começou a se incomodar com o conteúdo dos comerciais de cerveja e surgiram as normas regulatórias do Conar. Hoje, uma marca vigia a outra e denuncia quando algo não está de acordo. É uma conduta mais adulta”. Para Davini, a discussão sobre a publicidade infantil ainda é muito unilateral e tende a apresentar à sociedade os fabricantes, o mercado publicitário e os exibidores dos comercias como vilões. “As empresas de alimentos estão empenhadas em fazer produtos mais saudáveis, com menos sal, livres de gordura trans. Não poderão levar estas novidades às crianças? Elas ficarão sem informação para a negociação e conhecimento das novidades. Isso faz parte da vida. Que tipo de geração estamos querendo criar?”, questiona.
crianças os benefícios dos alimentos e a importância de ter uma alimentação saudável. No ano passado, estreou outra série de vinhetas no canal, “Verdito”, criada em parceria com a Unicef. O personagem que dá nome à atração encoraja as crianças a introduzir hábitos positivos no dia a dia como cuidar da natureza e do meio ambiente, respeitar a diferença entre as pessoas, alimentar-se bem e manter-se ativo. “É uma parceria, mas não existe um acordo comercial”, explica a executiva. Já a FPA busca anunciantes para patrocinar os programetes educativos para o público infantil que devem substituir os comerciais eliminados da programação. Segundo Cícero Feltrin, diretor de marketing da FPA, os anúncios abolidos representavam 20% da publicidade e 2% da receita da fundação. “É importante manter a captação de recursos. Estou bem otimista com esta nova estratégia. Acredito que a tendência é superar os valores arrecadados”, diz. Entre os parceiros para este novo modelo de comunicação com o público infantil da FPA estão a Porto Seguro, o Sesi e a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O departamento de desenvolvimento de novos projetos, associado ao marketing e captação de recursos, procura anunciante para patrocinar um projeto de alimentação saudável. Os programetes dos projetos patrocinados podem ser produzidos pelas equipes da TV Cultura e TV Rá Tim Bum ou por produtores independentes. “Existem empresas muito receptivas aos projetos, que tratam o tema com responsabilidade por uma questão de vocação, não de oportunismo”,
“Eles [anunciantes da indústria de alimentos] estão abrindo mão da velocidade na comunicação e dispondo de mais verba para a mídia, já que anunciarão para targets adultos em horário nobre” Henrique Casciato, do SBT
Davini afirma que a programadora ainda não avaliou os impactos econômicos que as proibições podem causar. Hoje, 35% da receita do Cartoon vem da publicidade e 55% da venda de assinaturas. “É óbvio que vai comprometer os negócios. É uma receita importante para investimentos em programação e também no site, que é extensão do canal. Vamos seguir o que for regulado e temos esperança de haja uma boa negociação para a publicidade”, observa. Fátima Zagari, vice-presidente de vendas publicitárias da Viacom no Brasil, também segue a autorregulamentação. “Nós nos preocupamos com o que oferecemos, temos os nossos critérios e seguimos recomendações do Conar, da Anvisa. Todo mundo está se movimentando, os próprios anunciantes estão mais engajados, buscando uma diretriz ética para todo mundo”, diz Fátima, destacando que no Nickelodeon, canal infanto-juvenil da programadora, há espaço no conteúdo editorial para a conscientização sobre o consumo e sustentabilidade. Novos modelos Entre 2005 e 2006, o Nickelodeon exibiu durante a programação a série de vinhetas “Vitaminix”, cuja proposta era ensinar às
“Cuidados com essa comunicação têm que ser tomados e acredito que temos condições de fazer isso com autorregulamentação, com a fiscalização da sociedade e da concorrência” Duda Hernandez, da McCann Erickson
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( publicidade ) ressalta Feltrin. Emissora comercial, com perfil diferente da TV Cultura, o SBT também tem investido no setor de novos negócios e estudado novos formatos de publicidade e parcerias, como informa o diretor comercial do canal, Henrique Casciato. Atualmente, os programas infantis da emissora (“Bom Dia e Cia.”, “Sábado Animado” e “Domingo Animado”) são abertos para merchandising, licenciamento e patrocínio. Os critérios, segundo Casciato, são baseados em “transparência, resultado e propaganda verdadeira e sadia”. O executivo elogia os cuidados da indústria alimentícia com a comunicação infantil e acredita que não haverá prejuízo para a emissora com esta nova conduta dos anunciantes. “Eles estão abrindo mão da velocidade na comunicação e dispondo de mais verba para a mídia, já que anunciarão para FOTOs: divulgação
“Se um alimento faz mal, um brinquedo pode ferir ou um game estimula maus hábitos, o que deve ser proibida é a produção destes produtos. Proibir apenas sua divulgação é assumir que não há controle sobre o que se produz. Setores sérios podem ser injustamente penalizados” Sérgio Lopes, da Conteúdos Diversos
targets adultos em horário nobre. A indústria de alimentos é uma parte do resultado financeiro dos programas infantis e como o número de breaks é limitado, os espaços certamente serão ocupados por outros segmentos como os calçadistas, vestuário, higiene. Esperamos que tenham o mesmo cuidado com o conteúdo do comercial”. Duda Hernandez, diretor de criação da McCann Erickson, agência que tem a conta de alguns produtos da Nestlé nos segmentos lácteos, cafés e cereais, alguns deles voltados para o público infantil, também acredita que esta nova conduta não trará prejuízos a nenhuma parte, apenas reorientação. Segundo Hernandez, a agência, já bastante criteriosa com a elaboração das campanhas para o público infantil, está pronta para atender a estas novas demandas e trabalhar com novos formatos e anunciantes de outros
segmentos de mercado devem fazer reformulações na maneira de se comunicar com as crianças. “Os temas aparecem à medida que os problemas se agravam. A obesidade infantil é muito discutida e a iniciativa parte da indústria alimentícia, como atitude respeitosa ao consumidor”, destaca o publicitário. Para Hernandez, esta movimentação de autorregulamentação é sinal de maturidade do mercado e suficiente para garantir a ética na publicidade destinada às crianças. “Cuidados com essa comunicação têm que ser tomados e acredito que temos condições de fazer isso com autorregulamentação, com a fiscalização da sociedade e da concorrência. O projeto de lei é restritivo, e tudo que é muito
Contrapontos O Instituto Alana, organização sem fins lucrativos que desenvolve trabalhos relacionados à defesa dos direitos da criança, tem participado dos debates sobre publicidade voltada ao público infantil por meio do Projeto Criança e Consumo, defendendo a aprovação do PL 5.921/01, que propõe restrições à propaganda voltada a promover a venda de produtos para este público e redirecionamento da mensagem publicitária aos pais. “O controle da publicidade pelo poder público sempre será imprescindível”, diz Isabella Henriques, coordenadora do Projeto Criança e Consumo. Segundo ela, o projeto se posiciona a favor de iniciativas como a da Nestlé, que apresentou recentemente novas diretrizes para a comunicação feita ao público infantil, mas faz ressalvas, julgando-as insuficientes assim como a autorregulamentação do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária). “É natural que o mercado reaja e busque alternativas para frear iniciativas mais severas por parte do Estado. É preciso estarmos atentos a esses movimentos. Por exemplo, em 2007, 11 empresas do setor alimentício assinaram um acordo nos EUA restringindo publicidade para crianças. Outro acordo foi assinado na Europa, do qual a Nestlé é signatária. Só agora, no início de 2009, uma dessas empresas anunciou que adotaria as mesmas medidas no Brasil. A maioria apresenta duplo padrão de conduta e estabelece diferenças entre crianças brasileiras, americanas, européias, asiáticas. Os prejuízos da comunicação
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mercadológica dirigida a elas são os mesmos em qualquer lugar do mundo”, esclarece. Para ela, o assunto, embora envolva interesses econômicos, tem que ser tratado pela perspectiva ética acima de tudo e compara a questão às discussões sobre propaganda de cigarro. “Quando se falou na proibição de publicidade de cigarro, o mercado questionou como ficariam as questões financeiras com as novas regras. Mas o fumo era, acima de tudo, um assunto de saúde pública. Hoje não há campanhas de cigarro por aí. Com relação à publicidade dirigida a crianças o princípio é o mesmo, com a grande diferença que ainda há opção de anunciar para os pais. Portanto, o impacto não seria suficiente para abalar a economia. É preciso apenas repensar o foco das campanhas”, opina. Edney Narchi, diretor executivo do Conar, diz que a entidade reconhece a importância da questão. “O PL é horroroso, desconhece as peculiaridades da comunicação e da economia. De qualquer maneira, temos a humildade de reconhecer que se o assunto chega a virar um projeto de lei é porque há setores da sociedade preocupados com o tema”, afirma, acrescentando que o a entidade já atua e deve continuar atuando na fiscalização deste tipo de comercial, tratando o assunto com mais ênfase. “A tendência é uma interpretação mais rigorosa dos dispositivos do artigo 37 agora que o assunto está em alta”.
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restritivo leva à censura. Mas é um tema polêmico, bastante discutido e isso indica que pode virar lei”, opina. Licenciamento Um setor incomodado com a possibilidade de aprovação de transformação do PL 5.921/01 em legislação é o de licenciamento. A Abral (Associação Brasileira de Licenciamento) prepara uma carta para enviar em março aos presidentes da Câmera dos Deputados e do Senado. “O mundo vai voltar a ser branco e preto?”, indaga Sebastião Bonfá, presidente da entidade. “Estamos procurando combater e mostrar que este projeto de lei não tem nenhum sentido. Vamos levantar os impactos econômicos”. Para Bonfá, o banimento de comerciais destinados à promoção de vendas de produto infantil pode prejudicar o setor, já que uma boa parte dos licenciamentos é de personagens criados para o público infanto-juvenil. “Para mim, esta discussão deve dar um passo atrás e questionar os produtos que são anunciados. Se um alimento faz mal, um brinquedo pode ferir ou um game estimula maus hábitos, o que deve ser
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raciocínios, sentimentos e podem usá-los como modelo e comportamento. Porque não se atrelar a produtos que ela possa levar para o seu universo? A comunicação dos produtos só para os pais quebra uma coisa que é o desejo da criança. Existe uma estrutura de comércio que atende à demanda deles. Não é exploração infantil”,observa. Lopes destaca que o licenciamento é um mecanismo importante de geração de receitas para que produtores possam investir em novas produções de qualidade e deve ser
“Todo o mundo está se movimentando, os próprios anunciantes estão mais engajados, buscando uma diretriz ética para todos”. Fátima Zagari, da Viacom
proibida é a produção destes produtos. Proibir apenas sua divulgação é assumir que não há controle sobre o que se produz. Setores sérios podem ser injustamente penalizados”, afirma Sérgio Lopes, sócio-fundador da Conteúdos Diversos, agência cujo foco é o desenvolvimento de negócios para projetos de entretenimento. Sua agência cuidou da arquitetura de negócios do “Sapo Xulé”, série de animação
o setor de licenciamento também prevê prejuízos com o banimento da publicidade infantil. produzida pela Cinema Animadores e exibida pela Rede TV!. A atração tem um boneco de vinil licenciado para a Ri Happy, livros com DVD para a Editora Callis e está desenvolvendo com a Lolypop uma coleção de meias. O plano é fechar 30 licenciamentos ao longo do ano. “A busca é pela mensagem positiva. O desenho fala com a criança e, através dos personagens, elas desenvolvem
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valorizado, especialmente no caso da animação, que vem recebendo incentivos nos últimos tempos, com programas governamentais e criação de um Funcine setorial. “Os investidores do Funcine, por exemplo, querem retorno financeiro. O licenciamento é um caminho. Qualquer máquina de produção precisa fechar a conta”, pondera.
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( internet ) Daniele Frederico
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Navegação em águas incertas Canais com conteúdo audiovisual produzidos especificamente para a Internet pipocam na rede, mesmo sem garantias de sucesso do modelo de negócios.
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televisão sempre teve um quê de glamour. Fazer televisão, por outro lado, vai muito além das aparências: exige dinheiro, talento e, principalmente, oportunidade. Devido a esses impedimentos, muitos profissionais – e amadores – que sempre sonharam em ter um programa de televisão, desistiram de seus objetivos. No entanto, hoje é possível que qualquer pessoa com uma boa ideia (ou, às vezes, nem tão boa) encontre seu espaço em frente às câmeras, mediante preços enxutos ou até mesmo sem custo algum. O que mudou, porém, foi o meio onde esse conteúdo é exibido: a Internet. Com espaço ilimitado, custos relativamente mais baixos, público de todos os tipos e com o recurso de interatividade já embutido, a Internet tornou-se palco do surgimento de diversos canais, ou “TVs online”, como costumam ser chamados, onde pessoas experientes ou amadoras em televisão podem fazer suas tentativas de sucesso. Vale ressaltar que essas TVs na Internet não são retransmissoras de canais de televisão convencionais – embora haja inúmeros sites que disponibilizem o sinal de canais abertos e pagos na rede de forma ilegal – mas sim TVs com conteúdo próprio ou terceirizado, exclusivo do meio. A ampliação da oferta de banda larga e o barateamento do equipamento necessário para produzir conteúdo audiovisual permitiram que qualquer pessoa com conhecimento técnico montasse sua transmissão via Internet, até mesmo do conforto de
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“De Salta Alto”, do WTN: webTV se coloca como provedora de conteúdo multiplataforma e planeja canal de televisão.
sua própria casa. Foi o caso de Fábio Marçal Blanco e Margrid Holschuh, que em 2007 deram início à JustTV. A TV surgiu a partir do trabalho de conclusão de curso de graduação de Blanco. Em seu primeiro ano de existência, foi a casa dele que funcionou como estúdio da TV online. Cerca de um ano e meio depois, o projeto foi comprado pelo site Goorila, e hoje está localizado na mesma sede do site de e-commerce, em São Paulo. Com a compra da fatia majoritária da JustTV, a TV pôde crescer e sair da casa de Blanco: hoje tem dois estúdios, duas câmeras HDV, duas miniDV, uma equipe de sete pessoas, todas com menos de 30 anos (além de profissionais do Goorila, compartilhados com a TV). O conteúdo da JustTV, assim como de outras web TVs, é variado, em formatos vistos comumente nas TVs tradicionais, como o de entrevistas, de longa duração. Segundo Margrid, o formato de entrevistas permite a interação ao vivo com os internautas. “As pessoas querem interagir. O foco principal é mandar perguntas para os entrevistados”, diz Margrid. O mesmo acontece na D+TV, que também prioriza seus programas ao vivo. “As pessoas têm sede de informação”, diz a presidente da
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web TV, Veralúcia Vieira, completando que a sua programação busca levar às pessoas variedade, cultura e “expansão do potencial humano”. O tipo de conteúdo, porém, pode ser diferenciado em relação ao que se vê na TV. Margrid, da JustTV, conta que um dos programas de maior sucesso de sua grade é o “Grito de Carnaval”, que trata apenas de samba e outras peculiaridades do carnaval brasileiro. “O diferencial é que ele trata do carnaval o ano todo, fala sobre a história das escolas de samba, os eventos que acontecem entre o carnaval de um ano e outro e assuntos que não são abordados nas emissoras de TV tradicionais”, diz. Quem também nota o sucesso do conteúdo para nichos é a WTN. O coordenador de mídia e interatividade da web TV, Marcos Ferreira, diz que um dos programas favoritos do público é o “WTN em Cena”, que aborda o mundo do teatro. “Temos tido ótimos resultados com programas como o ‘WTN em Cena’ ou o ‘WTN Saúde’, este último
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com temas específicos da área médica, tratados de forma não popularesca. A divulgação tem sido específica neste meio”, conta Ferreira. Ele diz ainda que não acredita que um programa como o de teatro daria tão certo na TV aberta ou no celular, meios mais massivos. “É preciso observar cada plataforma e atender as suas necessidades”, completa. A conta É curioso comparar os modelos de negócios das TV na Internet. As empresas mais jovens são, no geral, baseadas em um modelo de negócios voltado para o aluguel de horário na grade de programação e publicidade, cujos lucros podem ser divididos com o comprador do espaço ou não. Os valores para o aluguel da grade variam de R$ 700 a R$ 12 mil
Foco no local Assim como as televisões regionais, começam a surgir na Internet as web TVs regionais. Com programas de interesse geral, mas foco em eventos, personalidades e assuntos de interesse locais, surgiu no final de outubro 2008 a TV ABCD, voltada para o público do ABC paulista. A TV, montada com recursos da empresa Cash do Brasil, de call center, marketing e promoções, entre outros negócios, segue o modelo de tantas outras TVs online: é baseada em publicidade, parcerias para a produção e aluguel de espaços na grade, este último, a sua principal fonte de receita.
mensais, para se ter um programa de uma hora semanal nessas TVs, que normalmente fornecem também a equipe e a infraestrutura para a produção. É o caso da JustTV, que aluga sua estrutura e sua
equipe a alunos universitários, associações, ou grupos interessados em colocar seu conteúdo na Internet. “Atualmente temos de seis a sete horas diárias transmitidas ao vivo, e toda a programação está disponível on demand”, diz Margrid. Há também comercialização de publicidade, mas os anunciantes ainda são escassos, como pode ser comprovado ao se acessar qualquer uma dessas TVs. Em alguns casos, o site divide os lucros de publicidade com o parceiro no programa. Em outros, como é o caso da D+TV, o apresentador/produtora pode comercializar publicidade nos 53 minutos comprados sem ter de dividir nada com a TV. O canal do casal de advogados Jeferson Camillo e Veralúcia Vieira, que investiram dinheiro próprio e utilizam um imóvel
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( internet ) herdado da família, também aluga espaços em sua grade. Nascida há dois anos, a TV aluga horários, por preços que variam de R$ 1,3 mil a R$ 2,2 mil, e está se preparando para ir atrás de publicidade. “Vamos continuar alugando espaço, mas quero, no futuro, trabalhar com o modelo da rede Globo, que paga aos seus apresentadores”, idealiza Veralúcia. Uma das exceções entre esses novos canais que estão surgindo no cyberspace é a WTN, que não conta com programação ao vivo (com exceção do canal WTN Fight, que transmite lutas em tempo real) e não tem como fonte principal de renda o aluguel de espaços em sua grade. A Web Television Network nasceu dentro da produtora carioca Publytape, com 30 anos de experiência no mercado de produções audiovisuais, especialmente para a publicidade. O superintendente da produtora, Fernando Athaíde, viu na Internet a possibilidade de realizar o sonho de ter um canal de TV – ou pelo menos dar início ao que seria a sua concretização. Em 2006 criou a WTN, que se baseou, em seu início, na parceria com apresentadores que tinham projetos específicos. A diferença aqui é que esses apresentadores são remunerados à medida que os seus programas são vendidos para outras plataformas ou patrocinados por publicidade. “Estamos abertos se alguém quiser comprar espaço na TV, embora o que tenha funcionado até o momento seja a coprodução”, explica Marcos Ferreira. Hoje a WTN se coloca como provedora de conteúdo multiplataforma. Seus programas, que têm em média oito minutos, podem ser adaptados para formatos menores, com o objetivo de serem comercializáveis em outras mídias. “Apostamos na
Margrid Holschuh e Fábio Blanco, da JustTV: TV online nasceu a partir de um projeto de faculdade.
publicidade e na venda de conteúdo para TV aberta, veículos de mídia indoor, celular, entre outros”, conta o coordenador, lembrando que a WTN já tem contatos iniciados com TVs regionais UHF para a venda de programas. Com essas negociações de conteúdo, Ferreira conta que a WTN consegue manter a sua independência financeira. “A WTN se paga, mas não dá lucros enormes”, confessa. O objetivo final, porém, é ter um canal próprio de televisão, independente da tecnologia usada para a transmissão. Para isso, se preparam para começar a captar e editar em alta definição, mesmo que na rede o conteúdo não seja exibido em HD.
FOTO: divulgação
Lições Como as TVs na Internet são, em sua maioria, acontecimentos recentes, com menos de dois anos de existência, é difícil calcular o sucesso de público e desse modelo de negócios. O que se pode tirar de lição, porém, são os fracassos e as conquistas da primeira TV da Internet brasileira, a AllTV. Nascida em 2002, a AllTV evoluiu de uma TV na Internet para uma empresa de produção e distribuição de conteúdo. O criador e fundador do que viria a se tornar a rede AllTV, Alberto Luchetti, conta
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“Se eu tivesse apenas a publicidade como fonte de receita, estaria estagnado” Alberto Luchetti, da AllTV
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que o caminho para chegar aos sete anos de empresa foi tortuoso. “Erramos muito no começo e acabamos perdendo dinheiro no desenvolvimento do projeto”, diz. Ele acredita que foi em 2005, com a febre da IPTV, que a TV pela Internet começou a ter mais visibilidade. Hoje, para manter a estrutura de três estúdios, dois sets de gravações, três câmeras de estúdio e oito para externas, quase 250 profissionais, e transmitir 24 horas diárias de programação ao vivo, Luchetti conta com outras fontes de receita, além da tradicional publicidade em formato de vídeo. Fundada com recursos de um investidor – que hoje não está mais na sociedade – e com a venda de sete cotas para anunciantes, a TV montou a sua primeira estrutura. Hoje, conta com outros modelos de receita para manter o negócio funcionando. Um deles é o desenvolvimento de TVs corporativas, pela qual recebe por trabalho. “Implanto a TV, coloco para funcionar e dou assistência de no mínimo seis meses”, conta Luchetti. O outro modelo é a transmissão de eventos ao vivo, como por exemplo, os shows da rádio Eldorado no Shopping Anália Franco. E por último, há um serviço de ensino à distância, prestado a universidades. Ao final de 2007, a AllTV tornouse uma rede, configurando uma outra fonte de receita. Hoje, há nove “retransmissoras” diferentes espalhadas para o Brasil, que podem transmitir a programação da sede, e incluir programas regionais em suas grades. Este modelo funciona como uma rede de fastfood: o interessado compra uma franquia AllTV, para o uso da marca e de sua programação. Embora conte com publicidade, foi essa diversificação de serviços prestados pela AllTV a responsável pelo crescimento da empresa. “Se eu tivesse apenas a publicidade como fonte de receita, estaria estagnado. É só porque eu tenho esses modelos que eu consigo investir na TV”, conclui.
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m 2007 e 2006, conquistou uma posição de os mesmos canais prestígio e fechou o ano em ocuparam as segundo lugar, com 9,53% de cinco primeiras alcance diário médio. O canal colocações do ranking dos esportivo da Globosat ficou canais pagos com maior atrás apenas do imbatível TNT, alcance diário médio: TNT, que registrou 12% de alcance Multishow, Globo News, diário médio e 26 minutos de SporTV e Universal tempo médio diário de Channel. Desde 2005, aliás, audiência no ano de 2008. os três primeiros colocados No sentido oposto, quem se mantiveram os mesmos. chamou a atenção por perder Já em 2008, outros canais posições no ranking foi o Globo “Hannah Montana”: um dos conquistaram espaço no News, que terminou 2008 na carros-chefe da programação “top five” de alcance da TV sétima colocação do ranking, do Disney Channel em 2008. paga. O canal Fox, que com 7,75% de alcance diário desde julho de 2007 decidiu dublar a médio. A título de comparação, em 2007 o sua programação, aparece em quarto canal apareceu em terceiro lugar, com 9,4% lugar no ranking, com 8,3% de de alcance diário médio. Vale lembrar que o alcance diário médio no ano de 2008. canal aberto de notícias Record News A posição representa uma verdadeira estreou em setembro de 2007. escalada do canal, que ocupou o nono O ano de 2008 também marcou uma lugar da lista em 2007, e o décimo grande mudança no ranking de alcance dos em 2006. canais pagos entre o público de quatro a 17 Em ano de Jogos Olímpicos, o SporTV anos. Desbancando o veterano Cartoon
Network, o Disney Channel apareceu no topo do ranking em sete meses do ano. Na média de 2008, ele registrou 17,69% de alcance diário médio e uma hora e nove minutos de tempo médio diário de audiência. No total, os canais pagos sofreram uma ligeira queda no alcance diário médio e no tempo médio diário de audiência, em relação a 2007, entre o público adulto. Enquanto em 2007 foram 49,1% e tempo médio diário de audiência de duas horas e seis minutos, em 2008 foram registrados 48,3% e duas horas e um minuto de tempo médio diário de audiência. Os mesmo canais tiveram entre um público infanto juvenil melhor alcance diário médio: 52,51% em 2008, contra 51,2% em 2007. O tempo médio diário de audiência este ano foi de duas horas e 11 minutos. Os canais que foram destaque em 2008 também se sobressaíram nos últimos meses do ano. Novembro foi
Alcance* e Tempo Médio Diário – total 2008 Total canais pagos TNT SporTV Multishow Fox Universal Channel Discovery Globo News AXN Warner Channel Telecine Pipoca Cartoon Network National Geographic Disney Channel Discovery Kids Telecine Premium SporTV 2 GNT Telecine Action Sony HBO
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 48,30 2.612,13 02:01:46 12,00 649,18 00:26:05 9,53 515,33 00:36:37 9,12 493,32 00:18:02 8,30 448,71 00:22:04 8,04 435,08 00:32:14 8,02 433,71 00:20:59 7,75 419,46 00:29:12 7,63 412,58 00:25:46 7,46 403,49 00:26:50 6,67 360,56 00:28:47 6,48 350,06 00:32:09 6,16 333,38 00:16:20 6,04 326,82 00:35:13 5,48 296,19 00:44:31 5,47 295,77 00:22:54 5,32 287,62 00:17:15 5,26 284,32 00:16:46 5,20 280,73 00:22:31 5,15 278,42 00:19:06 4,96 268,43 00:22:07
Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids Jetix Nickelodeon TNT Multishow Fox Telecine Pipoca SporTV Boomerang Discovery Universal Channel Warner Channel AXN Telecine Premium Telecine Action National Geographic ESPN Brasil HBO
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 52,51 605,01 02:11:42 17,69 203,78 01:09:29 16,85 194,54 00:49:46 11,40 131,69 00:55:58 11,25 129,83 00:50:41 10,66 123,10 00:39:44 10,13 116,82 00:24:33 8,57 98,59 00:22:59 7,61 87,83 00:22:02 7,59 87,83 00:29:24 7,17 82,79 00:24:43 5,98 68,88 00:27:49 5,58 64,36 00:17:48 4,63 53,42 00:20:59 4,61 53,08 00:19:32 4,39 50,46 00:15:36 4,27 49,25 00:18:33 4,03 46,57 00:16:42 3,85 44,48 00:13:15 3,75 43,31 00:12:44 3,74 43,14 00:17:40
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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**Universo 1.150.200 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Ano de 2008
**Universo: 5.409.800 indivíduos
Acima de 18 anos**
marcado pela disputa de Disney Channel e Cartoon Network pela preferência de crianças e adolescentes. Os dois canais praticamente empataram em primeiro lugar no ranking dos canais mais vistos pelo público de quatro a 17 anos. No penúltimo mês de 2008, Cartoon
Network e Disney Channel registraram, respectivamente, 17,25% e 17,24% de alcance diário médio. Apesar da ligeira vantagem, o Cartoon registrou 41 minutos de tempo médio diário de audiência, enquanto o Disney marcou 56 minutos. Em dezembro, o canal Fox demonstrou fôlego e subiu mais uma posição em relação
a novembro, ficando em segundo lugar no ranking dos canais pagos, com 11,06% de alcance diário médio. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Distrito Federal. Daniele Frederico
Total canais pagos TNT SporTV Fox Telecine Pipoca Discovery Multishow Warner Channel Globo News AXN Universal Channel Telecine Action Cartoon Network Telecine Premium Discovery Kids National Geographic Disney Channel Sony HBO SporTV 2 ESPN Brasil
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 50,35 2.706,02 02:08:26 12,45 669,34 00:27:50 10,22 549,05 00:35:30 9,49 510,22 00:25:30 8,93 479,87 00:29:33 8,45 453,88 00:21:16 8,41 451,97 00:16:13 8,38 450,13 00:24:58 8,00 429,70 00:32:36 7,92 425,72 00:28:53 7,83 420,98 00:31:59 7,25 389,62 00:26:13 6,84 367,58 00:27:44 6,74 362,46 00:25:19 6,30 338,57 00:49:22 6,12 329,04 00:14:12 5,90 317,19 00:31:19 5,59 300,41 00:14:31 5,55 298,24 00:20:53 5,38 288,96 00:15:40 5,37 288,74 00:22:21
**Universo: 5.374.500 indivíduos
Acima de 18 anos**
Total canais pagos Cartoon Network Disney Channel Nickelodeon Discovery Kids Jetix TNT Telecine Pipoca Fox Mutlishow SporTV Boomerang Discovery Warner Channel Universal Channel Telecine Action Telecine Premium AXN ESPN Brasil Futura HBO
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 56,13 665,48 02:09:30 17,25 204,54 00:41:33 17,24 204,33 00:56:33 14,85 176,07 00:46:46 13,68 162,21 00:55:23 12,10 143,52 00:46:05 10,09 119,58 00:23:12 10,02 118,67 00:35:31 8,47 100,39 00:23:03 8,00 94,88 00:17:20 7,82 92,74 00:22:48 6,26 74,20 00:23:52 5,95 70,50 00:16:48 5,30 62,81 00:22:59 4,98 59,06 00:24:55 4,91 58,14 00:22:12 4,63 54,88 00:18:40 4,34 51,50 00:13:52 4,26 50,45 00:13:35 3,67 43,49 00:21:47 3,61 42,81 00:16:09
**Universo 1.185.600 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Novembro/2008
Alcance* e Tempo Médio Diário – novembro/2008
Total canais pagos TNT Fox Multishow Discovery SporTV Universal Channel AXN Globo News Warner Channel Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids National Geographic Telecine Pipoca Sony GNT Telecine Action SporTV 2 People & Arts HBO
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 50,51 2.721,64 02:12:16 14,91 803,54 00:30:18 11,06 596,29 00:25:48 10,28 553,90 00:17:18 9,59 516,88 00:20:02 9,47 510,05 00:30:40 8,97 483,45 00:30:24 8,56 461,28 00:23:40 8,05 433,98 00:27:08 7,89 424,98 00:24:09 7,79 419,87 00:29:19 7,64 411,44 00:28:56 7,42 399,74 00:59:21 7,07 381,15 00:17:33 7,05 379,80 00:32:09 6,23 335,68 00:16:09 6,08 327,60 00:14:10 5,78 311,63 00:22:58 5,59 301,24 00:15:30 5,51 297,13 00:12:21 5,42 292,16 00:23:29
**Universo: 5.388.800 indivíduos
Acima de 18 anos**
Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids Jetix TNT Nickelodeon Multishow Fox Boomerang Telecine Pipoca SporTV Discovery Universal Channel Warner Channel AXN National Geographic ESPN Brasil Telecine Action People & Arts SporTV 2
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 56,46 661,73 02:37:22 21,48 251,73 01:06:19 20,05 235,10 00:44:54 17,29 202,57 01:11:28 15,68 183,71 00:54:22 14,14 165,57 00:30:21 13,65 160,18 00:39:02 11,10 130,06 00:20:33 10,25 120,00 00:28:14 8,38 98,26 00:31:09 7,98 93,50 00:31:01 7,68 90,00 00:22:20 6,79 79,64 00:17:36 6,06 71,05 00:21:30 5,44 63,78 00:16:07 5,22 61,17 00:16:02 4,85 56,82 00:10:42 4,65 54,53 00:18:33 4,65 54,45 00:16:48 4,34 50,85 00:12:42 4,24 49,71 00:14:59
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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**Universo 1.171.300 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Dezembro/2008
Alcance* e Tempo Médio Diário – dezembro/2008
( programação ) Fernando Lauterjung
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Grade coletiva TV Brasil atrai emissoras locais com a proposta de gestão coletiva da grade e de coprodução.
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Alagoas, diz Garcez. “Também podemos comprar produções internacionais que tenham o perfil da nossa programação infantil”, diz o diretor de rede da TV Brasil. “Mas estamos incentivando projetos das emissoras regionais”, enfatiza. Das oito horas restantes, quatro horas são de programas da própria TV Brasil. São basicamente programas jornalísticos, de debate e opinião.
contando com três programas exibidos pela TV Cultura e outro pelo canal pago da Fundação Padre Anchieta, a TV Rá Tim Bum. “A tendência é que esses programas venham a ser coproduções com a TV Brasil”, diz Achilis. Segundo Garcez, a TV Brasil já tem negociações para “Estamos fechando coproduzir programas com praticamente em diversos estados. todas as educativas Coproduções Não deve haver um ligadas aos governos modelo único de O restante será formado estaduais.” por programas das afiliadas. coprodução. A TV Brasil Sempre coproduzidos pela cofinanciará e exigirá, José Roberto Garcez, da TV Brasil TV Brasil. Segundo Antônio ou pelo incentivará, a Achilis, presidente da Abepec participação de (Associação Brasileira das Emissoras produtora independente local. “Mas Públicas, Educativas e Culturais) e não dá para haver um modelo único. também presidente da Rede Minas, a Há muitas diferenças, inclusive proposta da TV Brasil é tentadora. jurídicas. Em alguns casos, a Segundo ele, é muito difícil para os transferência de recursos é mais estados conseguirem distribuir seus complicada que em outros”, explica. conteúdos pelo país, o que se torna Além disso, “algumas emissoras possível com a rede da TV Brasil. A Rede precisam de mais recursos que Minas é uma das poucas educativas que outras”. A diferença entre as conseguiu “exportar” seu conteúdo, diversas emissoras não é apenas FOTO: divulgação
té o segundo semestre de 2009 deve haver uma mudança significativa na grade de boa parte das emissoras educativas espalhadas pelo país. A expectativa é que a partir do meio do ano a TV Brasil tenha consolidado uma grade nacional e assinado contratos com emissoras afiliadas por quase todo o território. “Estamos fechando com praticamente todas as educativas ligadas aos governos estaduais. Por enquanto, a única exceção é no Rio Grande do Sul”, diz José Roberto Garcez, diretor de redes da TV Brasil. A proposta de criação de uma rede bem menos vertical que as redes comerciais, embora ainda com a presença de uma cabeça, é apenas um dos pontos que atraem emissoras educativas. Além disso, a TV Brasil acena com a possibilidade de injeção de recursos em co-produções, que ganharão projeção nacional. A grade, segundo Garcez, foi formada com a ajuda das emissoras regionais. “A formação da grade envolveu seis meses de discussões com as emissoras”, diz. A grade nacional terá dez horas diárias, sendo que duas horas serão, obrigatoriamente, dedicadas à programação infantil. “Esse tempo mínimo dedicado à programação infantil mostra a importância que as emissoras públicas dão à formação”, diz Garcez. Estas duas horas serão formadas pelos programas “Cocoricó” e “Vila Sésamo”, comprados da TV Cultura para toda a rede, e coproduções com os estados. Por enquanto, estão negociadas coproduções com a Rede Minas, a TV Cultura do Pará e a TVE
Receita perdida A adesão das emissoras educativas à rede da TV Brasil deve tirar recursos da TV Cultura de São Paulo. Desde meados de 2008, a Fundação Padre Anchieta (mantenedora da Cultura) anunciou que não mais subsidiaria a programação para as educativas de outros estados, passando a cobrar pela cessão de direitos. A proposta da TV Cultura foi bem aceita inicialmente pelas emissoras públicas, já que o valor cobrado não ultrapassa 3% de seus orçamentos. Mesmo assim, muitas emissoras estão abandonando os contratos de compra de conteúdo da TV Cultura e se afiliando à TV Brasil. A cessão de direitos de veiculação do conteúdo é uma importante receita para a TV Cultura. Em novembro, o faturamento com o licenciamento de conteúdo para outras emissoras havia chegado a cerca de um terço do que a TV Cultura faturava com publicidade.
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FOTO: arquivo
jurídica e nem do orçamento disponível. “Promoveremos oficinas de formação em Brasília e no Rio de Janeiro para as afiliadas. Em alguns casos, poderemos oferecer cursos rápidos de produção, localmente”, diz Garcez. As quatro horas de conteúdo oriundo das emissoras locais deverão ser preenchidas com programas já em linha, que receberão recursos para ganhar “enfoque nacional”. Além disso, deve haver programas que contam com contribuições de diversos estados. “Incentivamos a coprodução também entre os estados”, explica Garcez. Cronograma Segundo José Roberto Garcez, a grade nacional deve estar implantada até o segundo semestre deste ano. Em novembro, estava fechada a grade para as dez horas diárias de segunda a sexta. Até o final de fevereiro, espera o diretor de rede, deve estar fechada a grade dos fins de semana. Em março, as emissoras devem fechar o modelo de afiliação.
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de um banco de produções no qual as emissoras buscam o que querem para exibir quando quiserem. Os programas deverão ser exibidos simultaneamente à cabeça. “Poderemos até estudar casos pontuais de exibição em outros horários”, diz Garcez. Após a assinatura dos contratos com as afiliadas, devem começar as coproduções com os estados. Por isso há a expectativa que ter a grade efetivamente formada apenas no segundo semestre. A gestão da rede será feita com a ajuda de um comitê de rede, formado pelo conjunto de emissoras afiliadas da TV Brasil. A idéia é que, além do conteúdo das afiliadas que serão levados para grade nacional, outros programas tenham a oportunidade de “viajar”. “Queremos que as emissoras troquem conteúdos entre si”, diz Garcez. Segundo ele, os eventos, principalmente, podem despertar interesse. “A TV Cultura do Pará, por exemplo, fez a cobertura do Fórum Social Mundial”, explica. “A implantação não é em velocidade de cruzeiro, mas a possibilidade de coprodução é interessante para as emissoras públicas”, diz Antônio Achilis, da Abepec.
“A implantação não é em velocidade de cruzeiro, mas a possibilidade de coprodução é interessante para as emissoras públicas” Antônio Achilis, da Abepec
Conforme explica Garcez, a afiliação terá “níveis de adesão”. Algumas emissoras locais podem optar por pegar apenas seis das dez horas da grade nacional, por exemplo. Segundo ele, para as emissoras que, tradicionalmente, têm um volume de produção grande e de boa aceitação, pode ser difícil mudar radicalmente a grade. Contudo, as emissoras que optarem por uma “adesão plena”, ou seja, optarem por exibir todo o conteúdo das dez horas da grade nacional, receberão um tratamento diferenciado da TV Brasil. “Os ‘plenos’ terão prioridade para receber recursos para coprodução ou mesmo para ter acesso às oficinas e cursos”, explica Garcez. A exibição da grade nacional deverá ser, obviamente, simultânea. As emissoras pegarão o sinal diretamente do satélite. O conteúdo da TV Brasil, contudo, ficará disponível para as emissoras mesmo nos horários fora da grade. Mas não se trata
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( making of ) Daniele Frederico
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Roda Viva fotos: divulgação
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ma cidade onde os carros desaparecem e apenas os pneus transitam pelas ruas. Esse é o cenário do comercial produzido pela Conspiração Filmes para o New Civic, a partir do conceito “perto dele, os outros desaparecem”. Os carros fantasmas são mostrados em situações cotidianas, como calibrando os pneus, rodando nas ruas sob o controle de um guarda de trânsito, entre outras. Para isso, a Conspiração teve de trabalhar intensamente não apenas na filmagem, mas também na pósprodução. “A idéia era deixar o filme realista. Para isso, procuramos combinar bem a imagem real e os efeitos na pós-produção”, conta o diretor do filme, Paulo Diehl. Para dar essa impressão, algumas cenas utilizaram pneus reais, enquanto outros foram colocados na pósprodução. E mesmo aqueles que foram feitos em pós são diferentes entre si. “Antes de filmar, produzimos os pneus, com diferentes tipos de roda, espessura, marcações etc”, diz o supervisor de efeitos visuais da Conspiração, Cláudio Peralta. Uma das cenas que mistura real e virtual é a do posto de gasolina, no qual os pneus são calibrados pelo frentista. Aqueles em primeiro plano eram reais, enquanto os de fundo foram adicionados na pós. “Tinha uma proximidade grande da câmera, além de um contato com o frentista. Por isso optamos por usar pneus reais”, diz Peralta. A escolha de situações a serem retratadas, aliás, passou por uma avaliação sobre o contato que existe entre os carros e as pessoas. “Tivemos de mostrar situações em que as pessoas se relacionassem com o carro sem que houvesse muita interferência no veículo. Assim, optamos por mostrar na cena do posto de gasolina o frentista calibrando o pneu, e não abastecendo o carro”, conta Diehl.
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Comercial do New Civic mistura pneus reais e virtuais criados na pós-produção e diferentes entre si.
Para manter o realismo o diretor optou por usar a câmera solta, o que representou mais uma dificuldade para a pós-produção, que tinha de encaixar os pneus em movimento nos planos. “Utilizamos um processo chamado tracking, para captar o movimento da cena real e atribuir a imagem 3D”, explica Peralta. A única cena gravada em ambiente interno, em uma oficina mecânica, também exigiu atenção especial, principalmente por ser o plano que apresentaria o New Civic. A idéia de que o mecânico veria o carro passar em frente à sua porta aberta fez com que a equipe procurasse uma garagem nas redondezas que tivesse saída para a rua, mas ela não foi encontrada. Assim, a cena foi filmada em uma oficina que não tinha garagem com saída para a rua, com a utilização de uma tela azul na
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parede, onde foi aplicada uma outra cena, da passagem do carro novo, sempre cercado pelos pneus que rodam sozinhos. Apesar da dificuldade nas cenas em que os pneus estavam em movimento, uma das cenas mais trabalhosas do comercial foi a última, quando o carro se encontra em um estacionamento. Todo o fundo do estacionamento e o chão tiveram de ser trabalhados em pós-produção. “O estacionamento estava localizado em um lugar feio, com muitos prédios em volta. Construímos um outro fundo para ele, além de fazer retoques em parte do chão”, conta Peralta. Por sinal, o chão de todo o filme foi retocado. “A cor do asfalto variava de uma rua para a outra. Tivemos de fazer uma correção de cor forte para contrastar a rua com os pneus”, diz. Mas não só a pós-produção apresentou desafios para a equipe da Conspiração. A captação das imagens, que aconteceu no centro do Rio de Janeiro, foi realizada em apenas uma diária, durante o final de semana. “Nosso cuidado era para que não aparecessem outros carros na captação, nem mesmo estacionados. Alguns tiveram de ser retirados na pós-produção”, conta o diretor. ficha técnica Cliente Honda Produto New Civic Agência Fischer América Direção de criação Flávio Casarotti, Pedro Cappeletti, Rafael Merel e Marcelo Fedrizzi Direção de arte Rubens Kato Redação Luciana Cardoso Produtora Conspiração Filmes Direção Paulo Diehl Direção de fotografia Rhebling Junior (Rambo) Montagem Jair Peres Pós-Produção Conspiração Digital Computação gráfica Cláudio Peralta Finalização Conspiração Digital Produtora de áudio A9 Audio
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Stop motion virtual
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nquanto alguns buscam a perfeição de uma animação a ponto que não se consiga distinguir o real do imaginário, a agência Neogama BBH queira exatamente o contrário para o novo comercial do portal iG. A idéia era que os personagens do comercial tivessem a aparência de bonecos de papelão – desses que as crianças recortam das caixas de cereal e montam sozinhas. O roteiro mostra a trajetória de um personagem esportista pelas diferentes páginas do portal, dando a idéia que ele foi notícia em cada um desses segmentos. Para dar vida a esses personagens de papel, a Casablanca Animation, responsável pela produção da animação, criou uma espécie de stop motion digital: ao invés de gastar mais para produzir um comercial em stop motion com os bonecos de papelão enviados pela agência, a produtora optou por criar o mesmo efeito digitalmente. “A Casablanca Animation tinha o objetivo de ser o mais simples e rústica possível, simulando uma animação stop motion amadora feita com bonecos de papel”, conta o diretor do filme e coordenador geral do projeto, Ricardo Pimentel. “Junto com a agência, fizemos uma extensa pesquisa para achar estilos de bonecos paper toy. Pelo conceito da campanha, do ‘faça você mesmo’, não poderíamos ter bonecos muito rebuscados e modernos”, explica. A equipe da Casablanca fotografou e escaneou os bonecos de papel para capturar a textura de cada um. A principal dificuldade neste processo de modelar e texturizar digitalmente foi conseguir o resultado orgânico do stop motion, conforme conta o supervisor do projeto Gilmar Moraes. “As dobrinhas, o amassado e outras
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Personagens de papelão foram animados digitalmente. Casablanca buscava efeito similar ao stop motion.
irregularidades do papel foram difíceis de reproduzir”, diz. Para chegar a este efeito, a equipe de desenvolvimento da Casablanca criou uma ferramenta própria, com o objetivo de dar mais realismo à movimentação dos personagens. Para completar, a finalizadora apostou no efeito “camera shake”, ou câmera na mão, característico do stop motion amador. Apesar de toda a tecnologia para imitar a técnica, a Casablanca não resistiu e realizou uma única cena em stop motion de verdade, no momento da assinatura da marca, “O mundo é de quem faz”. O endereço do portal foi impresso em um papel, que foi fisicamente amassado e desenrolado logo abaixo da assinatura.
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ficha técnica Título Agência Cliente Produtora Finalização Direção Estúdio de som Rig e desenvolvimento Luz e elementos Modelagem e texturas Animação
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Jogador Neogama BBH Internet Group do Brasil Mixer Casablanca Ricardo “Rickmax” Pimentel Tesis Danilo Pinheiro, Luiz Garrido “Zu” Wanderson Pereira, Élvio Cavalcante, Gilmar Moraes, Rafael Braga e Marinho P. Silva Rafael Vormittag, Marcelo Pasqua e Tadeu Carielo Ary Monteiro e Sergio Alexandre Minehira
( mercado)
Gente grande Mixer forma holding e busca conquistar o mercado internacional com aquisições e parcerias em países estratégicos.
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
Mixer anunciou no final de janeiro a criação da Etc... Participações, holding controlada pela Pragma Patrimônio (30%), empresa especializada em gestão de patrimônio e sócio-investidor da produtora presidida por João Daniel Tikhomiroff desde setembro de 2008, e pela Mixer (70%). A holding surge abrigando, além da Mixer, a CB Filmes e a Pan Filmes (que trabalham exclusivamente para os clientes Casas Bahia e Pão de Açúcar, respectivamente) e a recémcriada Coffee Produções, focada em filmes promocionais, ou seja, comerciais de orçamento mais baixo voltado para campanhas ocasionais. Para atingir a meta de faturar R$ 400 milhões em cinco anos, a Etc... Participações prepara expansão no mercado internacional. “Estamos conversando com produtoras estrangeiras e prospectando novos negócios em países estratégicos”, conta Tikhomiroff, que acumula as funções de presidente da Mixer e presidente do conselho administrativo da holding, explicando o perfil das empresas que procura no exterior: “Para as aquisições, o foco é nas empresas de conteúdo. Para a publicidade, buscamos possíveis parcerias para full service e production service com o objetivo de incrementar nossa produção internacionalmente”. Segundo Tikhomiroff, do total que a holding espera faturar nos próximos cinco anos, 60% deve vir da área de conteúdo e 40% da publicidade. Somente em 2009, a
João Daniel Tikhomiroff, presidente da Mixer e do conselho adminstrativo da Etc...Participações, prevê crescimento de 30% para a holding em 2009.
Etc...Participações espera um crescimento de 30%. “Até setembro do ano passado, tínhamos uma previsão muito clara de crescimento. Aí estourou a crise mundial, fizemos uma revisão da nossa perspectiva e uma previsão mais realista”, diz. Reforços O presidente da Mixer destaca ainda que a contratação de profissionais com prestígio no mercado pela produtora também faz parte da estratégia de crescimento. Somente em janeiro, chegaram à produtora quatro novos
Carla Affonso e Caique Martins Ferreira assumem funções na Mixer: foco no mercado internacional.
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profissionais. Ciro Silva deixou a Conspiração para assumir a diretoria executiva de publicidade, uma das duas áreas de atuação da Mixer. Fábio Soares também chega da Conspiração para atuar como diretor de filmes publicitários. A outra área, a de conteúdo, está sob a liderança de Carla Affonso, ex-Endemol Globo, que cuidará do desenvolvimento de projetos de programas e séries para a televisão. O produtor executivo carioca Caique Martins Ferreira chegou à Mixer para trabalhar com foco em dramaturgia e production service. A diretoria executiva de longa-metragem, área relacionada a conteúdo, continua sob o comando de Vicente Amorim. “Assim a gente fica com um supertime de profissionais e vamos entrar de forma mais agressiva na TV aberta, TV paga e TV internacional”, observa. A formação da holding implicou mudanças na área de gestão corporativa. Nas palavras de Tikhomiroff, o “modelo de gestão foi aperfeiçoado”. Um conselho administrativo para a Etc... Participações foi criado. Dele, fazem parte além de João Daniel Tikhomiroff, Gil Ribeiro (diretor geral da Mixer), Michel Tikhomiroff (diretor artístico da Mixer), Eduardo Guardiã (Pragma), Maurízio Mauro (Pragma) e Fernando Mesquita (conselheiro convidado). Outra mudança é no setor de auditoria. A Mixer já tinha seus números auditados, mas com a holding o acompanhamento passou a ser permanente e hoje é feito pela Terco Grant Thornton.
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ana carolina barbosa
( case)
A Velha dos Fundos FOTOs: DIVULGAÇÃO
Aprovação no programa Ibermedia viabiliza coprodução entre Brasil e Argentina. Esta matéria faz parte de uma série que Tela Viva publica mensalmente, explicando o desenvolvimento de projetos audiovisuais bem sucedidos, sob o ponto de vista do modelo de negócios e do financiamento.
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o entusiasmo de um diretor argentino com o público brasileiro e do apreço da distribuidora gaúcha Panda Filmes pela produção do país vizinho, foi firmado o acordo de coprodução para o longa-metragem “A Velha dos Fundos” (“La Vieja de Atrás”). A Panda investe há seis anos no lançamento e comercialização no Brasil de filmes latino-americanos, com ênfase nos títulos do cinema independente argentino. Em 2005, a empresa cuidou da distribuição em território nacional de “Buenos Aires 100 km”, coprodução francoargentina, filme de estreia do diretor Pablo Jose Meza. No ano seguinte, o cineasta esteve em Porto Alegre para o Festival de Verão do RS de Cinema Internacional e ficou satisfeito com a receptividade da obra por aqui: foram cinco semanas em cartaz nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre e críticas positivas nos principais veículos de comunicação do País. Meza propôs então uma parceria ao sócio-diretor da Panda, Beto Rodrigues, para seu segundo longa-metragem. “Ele nos enviou o roteiro de ‘A Velha dos Fundos’ e achamos que era bastante consistente. É cinema de arte, um filme para pequenas plateias, mas de alcance internacional”, observa Rodrigues, que assumiu então mais uma coprodução com a Argentina para o portfólio da distribuidora, a primeira
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O argentino Pablo Meza dirige o ator brasileiro Rafael Sieg em “A Velha dos Fundos”, coprodução financiada pela Ancine, INCAA, The Global Film Initiative e Ibermedia.
como coprodutor minoritário. A Panda já trabalhou com produtores argentinos em “Diário de um Novo Mundo” (2005); “Insônia”, em fase de finalização, “REOS”, coprodução com Uruguai e Argentina em fase de pré-produção. “A Velha dos Fundos” narra a história de dois habitantes de um edifício de Buenos Aires: Rosa, uma mulher solitária de 81 anos, e Marcelo, um jovem igualmente solitário que se mudou do campo para a cidade para estudar medicina. A família do rapaz passa por
Para caracterizar a coprodução, a Panda sugeriu algumas mudanças no roteiro para que fossem ampliados os papéis dos dois atores brasileiros no filme, Rafael Sieg e Marina Glezer. “O papel do Rafael foi consideravelmente aumentado e uma cena foi reescrita para ficar clara sua condição de brasileiro morando em Buenos Aires”, conta Rodrigues. O projeto foi inscrito e aprovado no segundo edital de 2007 do
portugal também entrou como coprodutor, mas deixou o projeto porque não conseguiu captar recursos problemas financeiros que a impossibilitam de mantê-lo na cidade. A velha o convida a ir morar com ela sem pedir dinheiro em troca. Tudo o que ela quer é alguém com quem possa conversar todos os dias e que preste atenção às suas histórias.
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Programa Ibermedia, fundo iberoamericano de incentivo à coprodução entre os países membros. “Uma vez aprovado no Ibermedia, a multinacionalidade do filme é reconhecida e a produção está apta a captar recursos nos
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( case) organismos de financiamento de cinema dos países envolvidos”, ressalta o sócio-diretor da Panda. Binacionalidade Rodrigues conta que Portugal também entrou como coprodutor do filme no projeto inscrito no Programa Ibermedia, por meio da produtora Filmes de Fundo, mas deixou o projeto porque não conseguiu captar recursos no ICA (Instituto de Cinema e Audiovisual), instituto de cinema português, e não tinha dinheiro próprio para investir. “Portugal tem pouco dinheiro para o cinema e eles apoiam poucas coproduções internacionais por ano, com prioridade a países com os quais já estão acostumados a trabalhar como Brasil, França e Espanha. ‘A Velha dos Fundos’ é majoritariamente argentino”, justifica. Com a saída de Portugal da coprodução, os direitos patrimoniais da produção foram divididos entre Brasil, que ficou com 34,5%, e Argentina, com 65,5%. Orçado em R$ 1,8 milhão, o filme foi financiado pelo Programa Ibermedia (US$ 70 mil); pelo argentino INCAA (Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales), cujo aporte foi de aproximadamente US$ 300 mil; e pelo The Global Film Initiative, um fundo norte-americano de US$ 10 mil, além da garantia de distribuição nos Estados Unidos, com o qual Meza foi contemplado em 2006 pelo roteiro de “A Velha dos Fundos”. Da parte nacional, a Ancine aprovou o orçamento de R$ 369.500,00 para o filme, com a captação pelos artigos 1º e 1ºA da Lei do Audiovisual mais a contrapartida do coprodutor brasileiro. Toda a pré-produção e produção foram feitas na Argentina, pela produtora de Meza, a portenha Cinematres, e acompanhadas pela produtora delegada da Panda Filmes, Tatiana Sager. As filmagens aconteceram em seis semanas, entre dezembro de 2008 e janeiro
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de 2009, em Buenos Aires, e foram feitas exclusivamente em locações. No elenco, majoritariamente argentino, estão nomes expressivos na cinematografia do país vizinho, como os protagonistas Martin Piroyanski (“XXY” e “Sofa Cama”) e
A Velha dos Fundos tos, HD Longa-metragem de ficção, 95 minu Pablo Jose Meza Direção Natacha Rébora, Pepe Salvia Produção e Beto Rodrigues Cinematres e Panda Filmes
Produtoras
Sinopse: Rosa, uma mulher solitária de 81 anos, e Marcelo, um jovem estudante de medicina igualmente solitário, moram no mesmo edifício. A vida dos dois se cruza quando a família do rapaz passa por dificuldades financeiras que a impedem de mantê-lo na cidade. Rosa o convida para morar em sua casa. Em troca, ela quer conversas diárias e atenção às suas histórias.
Adriana Aizenberg (“Leis de Família” e “O Abraço Partido”). Além dos dois atores brasileiros, há dois profissionais do País na equipe técnica: o diretor musical Sérgio Rojas e o montador Cláudio Fagundes. Parte da pós-produção será feita no Brasil. A montagem, a edição de som e a trilha sonora serão feitas em Porto Alegre.
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O local onde serão feitos os serviços de pós-produção em HD, correção de cor, master e transfer a 35 mm ainda não foi decidido pelas produtoras. Segundo Rodrigues, o projeto foi apresentado também no edital do Fundo Setorial do Audiovisual, na linha de ação A, voltada para a produção cinematográfica de longametragem, na modalidade complementação de recursos para a conclusão de obras cinematográficas. “Pode ser que consigamos mais verbas para a pós-produção. É um recurso que também é bom para fortalecer o nosso potencial como coprodutores”, destaca. Cinema realista A data de estreia do longa ainda não está certa. “Quero inscrevê-lo primeiro em alguns festivais. Isso dá mais prestígio ao filme”, diz o diretor Pablo Meza. A previsão da Panda Filmes é de que a produção entre em cartaz em setembro na Argentina e em novembro no Brasil. Aqui, deve ser exibido em eventos de cinema antes, com estreia no Festival de Cinema de Gramado, que acontece na cidade gaúcha em agosto. A ideia é também passar por outros importantes festivais brasileiros do segundo semestre como o Festival do Rio e a Mostra Internacional de São Paulo. “Queremos colher as críticas no Brasil”, explica Rodrigues, adiantando que a distribuição feita pela Panda Filmes em território nacional deve ser de cinco cópias. Na Argentina, a distribuição será feita pela distribuidora local Pachamama Cine e a distribuição internacional fica a cargo da também argentina Primer Plano Film Group, que atua com foco no mercado externo. “Apostamos nesta produção porque acreditamos que o cinema não é só sucesso de bilheteria. Existe espaço também para filmes de arte, um cinema realista que toca nos sofrimentos e não necessariamente conduz à catarse no final”, conclui Rodrigues.
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ana carolina barbosa
(upgrade )
Fernando Lauterjung
f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Soluções animadas
A FOTOS: divulgação
Linha de DVRs da FFV vai do portátil Elite HD (à esq.) ao Omega HD (abaixo).
Tudo em disco
A
Fast Forward Video (FFV) já anunciou seus lançamentos para a NAB 2009, que acontece em abril, em Las Vegas. A fabricante levará à feira o conceito Superior Workflow Technology (SWiFT). Trata-se de um pacote de DVRs (Digital Video Recorders) formado por equipamentos dedicados a cada fase de uma emissora, da produção à exibição. Fazem parte da linha DVRs para gravação de esportes (localmente), preenchimento de chroma-key, video assist, gravação portátil, slow motion e inserção de animação e de comerciais. Os DVRs suportam formatos padrão na indústria, como QuickTime e JPEG 2000 (J2K). Além disso, trabalham com mídias removíveis e permitem gravação simultaneamente à execução, assim como gravação e execução em loop. Para aquisição, a família conta com o Elite HD, gravador que é fixado na própria câmera e é capaz de trabalhar em compressão J2K para gravar o sinal HD-SDI com até oito canais de áudio embutidos. A gravação é em 100 Mbps. O equipamento usa discos rígidos de 2,5” (bem difundidos, são usados em laptops) e permite realizar hot-swaps (troca do disco com o equipamento em uso). Após a gravação, o disco rígido pode ser conectado a uma ilha através da porta USB, agilizando o processo de transferência do conteúdo. O equipamento high-end da família é o DVR Omega HD, que grava video em SD ou HD, também com compressão J2K a até 100 Mbps. O equipamento permite, simultaneamente, gravar, executar e armazenar múltiplos arquivos em SD e HD e criar clipes de vídeo, loops e playlists usando o painel frontal ou através de um controle externo RS-422. Essas qualidades fazem do equipamento uma solução ideal para inserção de gráficos, preenchimento de chroma-key, inserção de publicidade e replay. A fabricante lança ainda o Mini DVR Pro. Trata-se de um gravador “ultra-compacto” que cabe na palma da mão e pode ser transportado no bolso, gravando em compressão motionJPEG com resolução de 720 x 486. A gravação é feita em cartões de memória em estado sólido CompactFlash e a alimentação é feita por quatro baterias AA. T e l a
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Autodesk anunciou em fevereiro a ampliação de seu portfólio 2D e 3D para Macintosh. Os três novos produtos da linha 2009 são o Autodesk Toxik; o Autodesk Mudbox; e o Autodesk ImageModeler. A versão 2009 do software para modelagem 3D, animação e renderização Maya também está disponível para Mac. O Toxik 2009 é uma solução para composição e criação de efeitos em 2D, trabalhando em resoluções HD, 2K, 4K ou acima. O software permite importar layers do Maya, o que dá um caráter colaborativo para o trabalho de composição. Custando aproximadamente US$ 3,5 mil, o Toxik 2009 estará disponível a partir de março. O Mudbox 2009 é para pintura, texturização e retoques de modelos em 3D. Seu diferencial é que, criado por artistas, não exige muito conhecimento técnico, já que conta com modelagem orgânica 3D com pincel. O software já está disponível desde janeiro, por aproximadamente US$ 745. O ImageModeler 2009 é para modelagem baseada em imagem e fotogrametria (que gera modelos em 3D a partir de fotografias). O software conta com um fluxo de trabalho em três passos e de fácil aprendizado baseado em calibragem, modelagem e texturização. A versão para Macintosh estará disponível a partir de março por cerca de US$ 1 mil.
O Toxik (acima) permite compor em 2D em alta definição. Já o Mudbox torna a pintura e a texturização mais intuitivas.
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( agenda ) FEVEREIRO 17 a 19 Andina Link 2009, Cartagena, Colômbia. Tel.: (571) 482-1717. E-mail: info@andinalink.com. Web: www.andinalink.com
27 a 7/03 49º Festival Internacional de Cine y Televisión de Cartagena de Indias, Cartagena de Indias, Colômbia. Tel.: (575) 660170. Web: www.festicinecartagena.org
MARÇO 12 a 15 2º Los Angeles Brazilian Film Festival, Los Angeles, EUA.
17 a 19 de março 3° World Web Expo Forum, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www. webexpoforum.com.br 3ª edição renovada do mais completo evento sobre web 2.0 no Brasil, em três dias, incluindo feira, seminários, palestras e workshops.
25 a 5/4 É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários,
Tel.: (310) 961-4986. E-mail: info@labrff.com. Web: www.labrff.com
19 a 27 Festival Internacional de Cine de Guadalajara, Guadalajara, México. Tel.: (52 33) 3121-7461. E-mail: info@festivalcinegdl.udg.mx. Web: www.guadalajaracinemafest09.com/es/
25 a 27 Expocanitec, Cidade do México, México. Tel.: (52-55) 5481-8050. Web: www.canitec.org
São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Campinas (SP). Tel.: (11) 3064-7617. E-mail: info@etudoverdade.com.br. Web: www.itsalltrue.com.br
25 a 5/4 11º Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (BAFICI), Buenos Aires, Argentina.
14 de abril 4º Congresso TV 2.0, Ancham, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www. convergecom.com.br As novas formas de ver e fazer televisão, pensadas sob uma nova plataforma de distribuição de conteúdos audiovisuais.
28 e 29 MipDoc, Palais Stephanie, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4580. E-mail: info.miptv@reedmidem.com. Web: www.mipdoc.com
30 a 3/4 MipTV/Milia, Palais des Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 4190-4580. E-mail: info.miptv@reedmidem.com. Web: www.miptv.com
E-mail: info@festivales.gob.ar. Web: www.bafici.gov.ar
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