televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 18_#192_abr2009
CONTEÚDO EM DISPUTA Com o aumento da oferta de programas online, operadoras de TV paga brigam para manter sua janela de exibição
PRODUÇÃO Clubes de futebol investem em programas próprios na TV e na web
TECNOLOGIA Emissoras migram parques de finalização para HD
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A Sony estará mais uma vez presente no maior evento do mercado de broadcast mundial, a NAB 2009, a ser realizado entre 20 e 23 de abril, onde apresentará sua gama completa de produtos e de tecnologia para captação e produção em alta definição. São as mais diversas soluções para atender às suas necessidades, desde o mais recente lançamento no formato HDV, com a flexibilidade de gravação em diferentes formatos de mídia, até as câmeras CineAlta F-23/F-35, passando pelo conceituado formato XDCAM HD e pelo sistema de gravação em memória XDCAM EX. Além disso, serão apresentados os novos sistemas de câmeras e switchers em HD de baixo custo, a sofisticada tecnologia de monitores e muito mais.
Sony é uma marca comercial da Sony Corporation.
VISITE NOSSO STAND: Central Hall, C-5, nº c-11001 - Las Vegas Convention Center
Foto: marcelo kahn
(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro Diretor de Marketing
Editor
Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski Leonardo Pinto Silva
Fernando Lauterjung
Redação
Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Samuel Possebon
Coordenadora de Projetos Especiais Arte
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Gerente de Marketing e Circulação Administração Gerente de TI Central de Assinaturas
Carlos Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jardim (Produção Gráfica) Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Manoel Fernandez (Diretor) Roberto Pires (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Ivaneti Longo (Assistente) Gislaine Gaspar Vilma Pereira (Gerente) Marcelo Pressi 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira www.telaviva.com.br assine@convergecom.com.br
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Q
uando o videocassete surgiu, na década de 70, a indústria de conteúdo (estúdios de cinema e emissoras de TV) nos EUA tentou proibir a novidade. A tecnologia representava uma ameaça aos modelos de negócio estabelecidos até então. Havia, à época, basicamente duas janelas de exibição de conteúdos: o cinema e a TV aberta, ou três, se considerarmos a então nascente TV a cabo. O fim da história todos conhecem. O videocassete doméstico se espalhou por todo o mundo e não só não prejudicou como eventualmente acabou salvando a indústria de conteúdos, criando uma nova janela para a exploração dos filmes. Agora, uma nova tecnologia se dissemina e volta a atrair a atenção da indústria. A distribuição online é hoje uma realidade nos EUA, onde serviços em várias modalidades (streaming, download, set-top box) disputam o mercado. Grandes marcas como Hulu (NBC e Fox), Amazon, Blockbuster e Netflix oferecem bibliotecas de filmes e séries, novos e antigos. As operadoras de cabo também vêm mudando sua oferta, agregando o video-on-demand. No Brasil, portais de Internet e os próprios canais oferecem conteúdos através de seus sites. E isso tem gerado um grande ruído na indústria, principalmente por parte dos operadores de cabo e DTH, que se veem “atravessados” por um concorrente que oferece os mesmos conteúdos e, pior, gratuitamente. A realidade é uma só: o conteúdo on-demand veio para ficar. Não tem volta. Ninguém vive mais sem celular ou banda larga, e em alguns anos será igualmente impensável alguém ter em casa apenas uma opção linear de assistir TV. Trata-se agora de conhecer e ajustar-se a esta nova janela que se impõe, e que terá que achar seu lugar no ecossistema do mercado de conteúdos. Os primeiros anos serão duros, com conflitos como os que começam a aparecer. Mas as chamadas “novas mídias” certamente não matarão a televisão ou outras plataformas (exceto, ironicamente, o próprio home video). Serão complementares e terão que conviver, cada um na sua janela, conforme sua vocação.
Letícia Cordeiro
Internet E-mail
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Janelas abertas
André Mermelstein
Editor Tela Viva News
André Mermelstein
(11) 3214-3747 comercial@convergecom.com.br Ipsis Gráfica e Editora S.A.
Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A
capa: carlos fernandes/gilmar
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(índice )
Disputa das janelas Operadoras de TV reclamam da estratégia online de distribuidoras e canais
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Scanner
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Figuras
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TV por assinatura
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Nos EUA, operadores também questionam abertura de conteúdos na web
Evento
( cartas)
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Produtores encontram oportunidades em meio à crise no MipTV
Investimento em Internet A matéria "Movimento convergente" de TELA VIVA (edição 191) mostra que as agências investem em suas áreas voltadas à Internet. Mas quando vão passar a destinar uma fatia maior do bolo publicitário a esta mídia? No Brasil, a participação da Internet no mercado é de apenas 4%. Marco Antônio Queirós, São Paulo
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Audiência
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Produção
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Clubes de futebol apostam em vídeos para atingir torcedor
Para os pequenos É com satisfação que vemos que o investimento dos novos canais infantis também vai para aquisição de conteúdo brasileiro, conforme ilustra a matéria "A hora do recreio". É bom para o mercado, assim como para as crianças. Luís Freitas, Vitória
Making of
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Case
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Baseada em curta-metragem, série recebe aporte da TV Cultura
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Tecnologia
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Emissoras investem em infraestrutura de finalização HD Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br
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Agenda
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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado
telavivanews www.telaviva.com.br 4
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Espertos “Spertinho”, projeto da produtora carioca Moviemento, foi o vencedor da seleção de conteúdo do canal web WTN Kids. A série de O ator Raul Gazola apresenta ao lado do quatro programas, boneco “Spertinho” o programa vencedor direcionada a da seleção de conteúdo do WTN Kids. crianças de sete a 12 anos, é apresentada pelo ator Raul Gazola, que ao lado do boneco “Spertinho”, explora o conhecimento e a curiosidade. A atração deve ser exibida no canal WTN (www.wtn.com.br) a partir de maio.
Cinevídeo grava comercial para Avon na Venezuela.
Loco por ti, América A exemplo de outras produtoras brasileiras que encontraram nas restrições à exibição de comerciais estrangeiros na Venezuela uma oportunidade para o desenvolvimento de trabalhos no país vizinho, a Cinevídeo também começou a atuar neste mercado. A produtora, que tem escritórios em Brasília, São Paulo e Moçambique, gravou dois comerciais para a Avon no país de Hugo Chávez: “Recrutamento”, que será
exibido na Venezuela, e “Rejuvenate”, que vai ao ar na América Central, Brasil, México e Venezuela. Ambos estão em fase de finalização. Além destes comerciais, a produtora recebeu o apoio do governo venezuelano para produzir o “Soy Loco por ti América”, um programa de televisão que pretende incentivar o intercâmbio cultural entre Brasil e Venezuela, mostrando as similaridades musicais existentes entre os dois países.
Mídia digital As agências de comunicação digital uniram-se para defender seus interesses. No final de março, a Associação Brasileira das Agências Digitais (Abradi) passou a representar oito entidades regionais do setor, totalizando cerca de 40 agências associadas. Neste primeiro momento, a Abradi congrega as entidades Apadi (São Paulo), ADBA (Bahia), Agadi (Rio Grande do Sul), Aeti (Pernambuco) e Abradi-RJ (Rio de Janeiro). O modelo foi desenvolvido, segundo o presidente da entidade, Cesar Paz, da AG2 e da Agadi, para atingir a representatividade e não a defesa dos interesses apenas das maiores agências digitais. A Abradi surge com objetivos como coletar e fornecer dados do setor, ser fonte e referência nos processos de concorrência (como licitações públicas), e trabalhar na formação de profissionais. Para se associar, é preciso apenas ter como atividade o desenvolvimento de projetos digitais, sendo ou não parte de uma entidade regional. Além das agências, há empresas colaboradoras da Abradi, como Locaweb, Predicta, UOL Host, Virid e Vignette, atuantes no mercado em nível nacional. Essas colaboradoras podem participar das reuniões e influenciar as decisões, mas não tem poder de voto. Antony Martins (Apadi/TV1) é vice-presidente, Anderson Andrade (Acadi/A2C) é tesoureiro, André Saliba Nazar (Bolt - MG), Sérgio Carvalho (Abradi - RJ/Sirius Interativa), Klaus Hachenburg (Aeti/Casullo Web), Paulo Henrique Ferreira (Apradi/Clickweb), Allessandro Canella (ADBA/BeeWeb), Saulo Medeiros (Amadi/5 Clicks), Marcelo Tripoli Morais (iThink - SP), Matias Feldman (Workroom - RS) são diretores e Alexandre Gibotti é diretor executivo.
super-pacote A Record fechou um contrato de exclusividade com a Marvel Animation. A emissora tem os direitos exclusivos em TV aberta de todas as produções da marca americana. Além do desenho “Wolverine e os X-Men”, que já está sendo exibido desde o começo de fevereiro, há outras séries e desenhos já definidos: “Os Vingadores”, “Pantera Negra” e “Super Hero Squad” (ainda sem título em português), que inclui aventuras dos personagens Capitão América, Surfista Prateado, Homem de Ferro, Wolverine e Hulk. O acordo de quatro anos ainda prevê a exibição de longas de animação. A parceria deve permitir que alguns desses desenhos estreiem ainda em 2009 na programação da Record. A emissora confirmou ainda que a série “A Lei e o Crime” terá uma segunda temporada. O seriado policial ganhará 23 novos episódios que devem estrear em março de 2010. A primeira temporada teve orçamento de mais de R$ 600 mil por episódio.
Cesar Paz, presidente da Abradi, que congrega entidades regionais de agências digitais.
“Wolverine e os X-Men”, atração da Record. Emissora fechou contrato de exclusividade com a Marvel Animation.
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Abrangente
Online
O Canal Brasil, nas palavras de Paulo Mendonça, seu presidente, tem se tornado mais abrangente. A programação anunciada para 2009 reflete este redirecionamento. Este ano, o canal estreia sua primeira série de ficção: “Amorais”, de Fernado Ceylão. São 13 capítulos “Swing”, programa de entrevistas com casais, que devem ir ao ar em julho. Entre é uma das novas atrações do Canal Brasil. as novidades estão também: “Almanaque Anos 70”, uma série de quatro episódios abordando costumes e impactos da década; “MPBambas”, programa de entrevistas; “Vozes da Informação”, conversa com jornalistas abordando a ética profissional; “Pelas Tabelas”, encontro de jovens músicos brasileiros; “Swing”, entrevistas com casais, e os interprogramas “Celebridades Anônimas”, com personalidades anônimas do País e “Camarim”, em que Gracindo Jr. acompanha artistas em sua preparação antes de entrar em cena.
FOTO: luciano piva
Nova Grade A TV Cultura apresentou no final de março sua nova grade de programação. A grande novidade é uma participação mais abrangente da produção independente com documentários, um reality show, séries, minisséries e programas infantis. Entre os programas “EcoPrático”, da Selva Filmes, é uma das produções desenvolvidos com independentes que estreia na TV Cultura em 2009. parceiros independentes está a série de 13 episódios “Tudo O Que É Sólido Pode Derreter”, da Ioiô Filmes, que traça um paralelo moderno entre a vida de uma adolescente e os livros que está lendo. Outro programa independente, produzido pela Selva Filmes, com criação da Dedoverde e Planetária, é o “EcoPrático”, que propõe remodelar residências e mudar o comportamento de seus moradores para deixá-los mais corretos do ponto de vista ambiental. Na área documental, chega o “Janela Brasil”, que terá documentários produzidos por cineastas e videomakers como Ugo Giorgetti, Evaldo Mocarzel e Tadeu Jungle. A série é composta por 13 documentários selecionados no concurso de telefilmes Brasil Invisível, realizado pela TV Cultura em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e o SESCTV. No segmento infantil, a TV Cultura anuncia mais uma temporada da série “Cocoricó”, que deve estrear em julho no canal pago da Fundação Padre Anchieta, o Rá Tim Bum, e em outubro na TV Cultura. O presidente da Fundação Padre Anchieta, Paulo Markun, adiantou que o canal vem negociando com um grande grupo internacional de produção a compra de um pacote de conteúdo. Contudo, não falou qual era o grupo, dizendo apenas que o acordo deve ser anunciado em breve. Outra novidade é que a TV Cultura lançou seu novo portal, com diversas ferramentas para que o espectador interaja com a programação.
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A novela venezuelana “Isa TKM” estreou no dia 6 de abril no canal por assinatura Nickelodeon com forte suporte online: um hotsite com jogos, vídeos, descrição dos personagens, dos capítulos, música e ringtones com as canções do programa. A estreia não foi online como aconteceu com outras atrações do canal, mas os episódios também serão disponibilizados na Internet depois da TV paga. “Também podemos negociar a exibição da novela nos grandes portais”, conta Juliana Gatti, diretora de novas mídias da Viacom, programadora do canal. De acordo com Juliana, por ser uma novela musical, os produtos de “Isa TKM” têm bastante potencial para o mobile. “Estaremos em todas as operadoras. Na América Latina, a novela foi um sucesso, respondendo por 83% das nossas vendas online para mobile”, diz. “Isa TKM” estreou no Nickelodeon com apoio na Internet.
Multimídia O portal da BBC Brasil passou por reformulações, dando mais destaque ao conteúdo multimídia e à interatividade, com novos fóruns, debates e blogs. Segundo Rogério Simões, diretor da BBC Brasil, a capacidade de oferta de vídeo Novo site da BBC Brasil dobrou na nova versão do destaca interatividade e conteúdo de áudio e vídeo. portal. Cresce também a produção nacional. Logo após seu lançamento, ainda em fase experimental, o site estreou uma série de reportagens sobre a língua portuguesa produzida pela equipe brasileira da BBC. No final de março, estreou outra série de reportagens especiais produzidas pela BBC Brasil: “BRICS 2020 - O futuro do Brasil, Rússia, Índia e China”. “Não existe uma periodicidade para a produção destes especiais, mas queremos oferecer mais conteúdo multimídia em português e produzir regionalmente entrevistas e reportagens que proporcionem uma experiência diferenciada para o internauta, não cobertura factual, que já é oferecida com competência pela imprensa brasileira”, explica Simões. “BRICS 2020” tem material em vídeo, áudio e texto que, simultaneamente à estreia no novo portal, esteve disponível também nos parceiros da BBC Brasil, entre eles, a Rede Bandeirantes, que exibiu as reportagens em vídeo.
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Guia prático
Karina Amabile, Fernando Andrade e Fernando Menocci: sócios da Spray Filmes.
Recém-nascida Fernando Andrade (ex-Cine), Fernando Menocci e Karina Amabile (ex-Cine, Sentimental, Margarida e Pródigo) inauguraram a Spray Filmes, produtora com sede em São Paulo, voltada para projetos na área de publicidade e entretenimento. Para reforçar esta última área, a Spray trouxe para o seu time o roteirista Blake Synder, que assinou o filme “Cheque em Branco” para a Disney e que tem em seu currículo textos para Steven Spielberg. A produtora prepara o lançamento do seu site. Na nova plataforma, as agências e clientes poderão acompanhar todo o processo da produção do comercial e pessoas comuns terão a oportunidade de se cadastrar em um banco de casting da produtora para futuramente serem convocadas para gravações.
Duas décadas Comemorando vinte anos de existência, a produtora de áudio Play it Again anunciou sua entrada no mercado de conteúdo, através do braço Play RK 30 Filmes e Sons. Com isso, a empresa passa também a se dedicar à consultoria, criação e produção para rádio e novas mídias, cinema, documentários, CDs e games. Segundo Tula Minassian, um dos fundadores e hoje quem está à frente da Play, a produtora já vem desenvolvendo esses trabalhos, embora o núcleo ainda não estivesse formalmente criado. Entre os trabalhos já realizados estão trilhas para curtas, criação e produção para a CBN e a Mitsubishi FM, criação para campanhas online e para games. “Hoje eu dedico apenas de 20% a 30% do meu tempo à propaganda”, diz Minassian, destacando que a área ainda é e deve
continuar sendo o carro-chefe da produtora. Segundo Minassian, 2008 foi o melhor ano da produtora, que apresentou crescimento de 28,6% em relação ao ano anterior. No primeiro bimestre do ano de 2009, a Play it Again cresceu 9,3% em relação ao mesmo período de 2008. “Há demanda no mercado para crescer muito em 2009”, aposta. O ano passado marcou também a chegada da produtora em Curitiba, com a Play it Again Sul, inaugurada no início do ano. “Consegui entrar no mercado sem perder dinheiro”, diz. Entre os clientes locais estão Banco do Brasil, RPC (afiliada local da Globo), HSBC e Positivo. “Vamos gastar um pouco mais para ‘dar um gás’ em Curtitiba”, afirma Minassian.
A LATC (Latin American Training Center), em parceria com o grupo espanhol Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Audiovisuais (Egeda), lançou o livro “Incentivos Fiscais para a Produção e a Co-Produção Livro lançado pela LATC em parceria com o grupo Audiovisual espanhol descreve na Iberomecanismos para América, a produção audiovisual Canadá e em 11 países. Estados Unidos”. Escrito por especialistas de 11 países, o livro conta com prólogo do presidente da Ancine, Manoel Rangel. Cada capítulo, escrito no idioma do autor, oferece uma descrição dos mecanismos de incentivos fiscais e de financiamento, os benefícios disponíveis para a produção e a coprodução de conteúdo audiovisual no país correspondente, e regras aplicáveis aos investidores estrangeiros. Os países que têm seus mecanismos de coprodução destrinchados são Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, México, Porto Rico, Portugal, EUA e Venezuela, sendo que o Programa Ibermedia, de estímulo à coprodução de filmes para cinema e televisão entre países ibero-americanos, tem um capítulo específico.
40 anos “Uma história da TV Cultura”, escrito por Jorge da Cunha Lima e publicado pela Imprensa Oficial do Estado, foi lançado em comemoração aos quarenta anos da Fundação Padre Anchieta com o propósito de ser uma referência sobre a história da emissora. Tendo como eixo a programação da TV Cultura ao longo destes anos, a publicação percorre três grandes períodos: a “pré-história” da FPA, a ditadura e a redemocratização. Livro escrito por Jorge da Cunha Lima e publicado pela Imprensa Oficial do Estado aborda a história da TV Cultura.
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Escola animada A série de animação para crianças em e APTN. Além desses, “Escola...” conta idade pré-escolar “Escola Pra Cachorro”, com distribuição da Delphis para outros uma coprodução Brasil-Canadá, ganhou mercados que não América Latina, e um novo parceiro: o canal Nickelodeon. patrocínio das marcas Toddynho, Com produção da Mixer em parceria com Pedigree, CSN e BNDES. a canadense Cité-Amerique, a série agora Vale lembrar que “Escola pra conta com o canal pago como coprodutor Cachorro”, com orçamento total de cerca e exibidor da atração. Segundo o vicede R$ 5,5 milhões, foi o primeiro projeto a presidente de criação da Nickelodeon, ser contemplado com recursos nãoJimmy Leroy, essa é a primeira série reembolsáveis do BNDES. Estreando o regular de animação que o Nickelodeon mecanismo de recursos nãocoproduz no Brasil, com a utilização de reembolsáveis, o projeto conta com cerca Animação da Mixer com a canadense Cité- de R$ 2 milhões de recursos provenientes recursos do artigo 39. “Escola Pra Amerique será exibida pelo Nickelodeon. do BNDES, sendo R$ 1,2 milhões do Cachorro” está programada para ser exibida pelo canal em agosto no Brasil e em outubro Procult e R$ 893 mil não reembolsáveis, para toda a América Latina. provenientes do artigo 1°A. A segunda janela no Brasil será a TV Cultura, Na produção, além de colaborar no roteiro, o Brasil é coprodutora do projeto. No Canadá, há quatro canais responsável pela animação, realizada pelo estúdio Lightstar. exibidores da série: TVO, Radio Canadá, Knowledge Network A trilha sonora é do grupo Palavra Cantada.
Leitura de táxi
Comunicação de massa O Grupo de Pesquisa em Mídia e Esfera Pública da Universidade Federal de Minas Gerais, sob coordenação da pesquisadora Rousiley Maia, lançou o livro “Mídia e Deliberação” pela Editora FGV. A obra cobre uma ampla gama de temáticas, envolvendo questões de identidade, lutas por reconhecimento social, conflitos acerca da “Mídia e Deliberação” aborda implantação de novas normas legais o potencial da mídia na e reivindicações para que sustentação e renovação da representantes políticos prestem democracia. contas de seus atos e discursos. A proposta dos autores é contestar a ideia de que a mídia é prejudicial à política e à sociedade. O objetivo é construir um entendimento mais complexo e crítico sobre o potencial da comunicação de massa na sustentação e renovação da democracia.
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A Cinema Animadores produziu uma campanha institucional para divulgar a Revista Imprensa e o portal da publicação para veiculação no sistema InTaxi, mídia digital indoor. A produtora traduziu para motion design o projeto gráfico da revista. A animação realista simula um passeio virtual pelas páginas da revista e pelas páginas e portal do veículo. Por meio da tecnologia RSS, o Portal Imprensa disponibiliza seu conteúdo para os passageiros, que podem escolher o “assunto” com opções feitas por ele através de envio de SMS a Produtora traduziu para motion partir de seu design o projeto gráfico da revista. aparelho celular.
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( scanner) A produtora carioca Pindorama Filmes vendeu para o “Fantástico”, da Rede Globo, uma série de seis episódios de aproximadamente sete minutos cada sobre os impactos do aquecimento global no Brasil. Em estilo documental, trazendo entrevistas com O ator Marco Palmeiras apresenta a série “Vozes do especialistas no Clima”, que a Pindorama Filmes vendeu ao assunto, “Vozes do “Fantástico” da Rede Globo. Clima” foi totalmente gravada em HD em São Paulo, Ceará, Amazonas, Brasília, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Orçada em R$ 350 mil e custeada com recursos próprios da produtora, a série estreou em 22 de março. A série teve divulgação nos cinemas, com exibição de teasers de um minuto em salas parceiras do Circuito Digital, empresa de projeção de propaganda nas salas de cinema. “Queremos que muitas pessoas tenham contato com a série e fizemos esta parceria com o Circuito Digital. Pensamos que os minutos que antecedem a sessão de cinema, quando a pessoa está atenta, é um bom momento para apresentá-la”, diz Gian Carlo Bellotti, diretor de “Vozes do Clima”.
FOTOs: divulgação
De olho no clima
Home video na blogosfera A rede de locadoras 100% Vídeo lançou novo portal com destaque ao Blog 100% Vídeo (www.100video.com.br/blog), que promete mais de 30 atualizações diárias com notícias de as notícias mais quentes sobre cinema, DVD e blu-ray no Brasil e no mundo. Também traz novidades sobre futuros lançamentos, premiações, festivais, games, status de produções inéditas, trailers, cartazes, seriados de TV, bilheterias mundiais, curtas-metragens e fofocas de Hollywood. Com o novo Blog, a 100% Vídeo quer atingir a média de um milhão de acessos/mês. O novo “Portal 100% Vídeo” também valoriza muito a comunicação de cada unidade da rede com seu público. Agora, cada loja dispõe de um mini-site exclusivo, onde clientes podem acessar todo o acervo de filmes da videolocadora mais próxima da região onde mora, além de fazer pré-cadastro para tornar-se associado.
Pílulas animadas O canal Cartoon Network comprou os direitos de exibição do longa-metragem “As Aventuras de Gui & Estopa”, de produção e direção de Mariana Caltabiano. Atualmente, o longa está sendo exibido dentro Projeto Escola, do Cinemark, em oito cidades. Na sequência, deve estrear no canal infantil. O filme, que mostra como se faz animação através de dois personagens que criam 26 curtas animados, foi produzido pensando em diversas mídias. Além da exibição do longa, o Cartoon poderá exibir os 26 curtas que o compõem, explica Mariana, que também é produtora do portal infantil do iG. Caberá ao Cartoon ainda a negociação desses curtas para a plataforma móvel. Na Internet, o conteúdo irá para o site do Cartoon e para o iGuinho. Durante a produção, o portal recebeu games com os personagens do longa, o que também serviu como argumento para captação de recursos. O filme foi financiado pela Brasil Telecom, através do Artigo 1º da Lei do Audiovisual. Além do longa de animação, a Cartoon comprou, no mesmo pacote, outras duas atrações. São documentários que misturam personagens animados: “Bichos do Brasil” e “Gui e Estopa no Fundo do Mar”. “Os dois também poderão ser exibidos em forma de longas ou de pílulas de quatro minutos”, diz a diretora. Cada um dos documentários pode virar 13 pílulas.
Novo portal da 100% Vídeo destaca blog.
O Cartoon Network comprou o longa de animação nacional “As Aventuras de Gui & Estopa”.
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“AJA hace todo el proceso más fácil.”
Keith Collea Co-escritor y Productor, The Gene Generation
Desde captura a conversión, Keith Collea’s línea de post producción completamente confía en AJA y su interior. Con un currículo de trabajo en blockbuster como Alien:Resurrection; Independence Day y Pearl Harbor; el veterano de efectos y post producción ha usado productos de AJA por mucho tiempo. La línea entera de post producción de Collea depende de los productos AJA que incluyen Kona, IoHD y Convertidores. “Yo soy un gran fan de AJA” dice Collea.
• 10-bit, Llena-resolución SD/HD a través de FireWire • Apple ProRes 422 codec a través de la placa; HD720/1080, SD NTSC/PAL • Conversión alta/baja y cruzada a través de la palca y en tiempo real • Conexión vía un solo cable de Firewire a un MacBook Pro o MacPro
I o H D .
B e c a u s e
i t
En su más recenté producción de película; The Gene Genaration, Keith escoge el IoHD como la pieza central de un sistema de proyección movible usando el IoHD, una Apple Intel MacBook Pro y un G-Tech G-DRIVE, fue posible crear un sistema que hiso la proyección de la película a través de un proyector Sony digital cinema sin el uso de alguna reproductora de cinta, el nos explica. “Nos ahorro tiempo y dinero y la calidad del imagen fue mejor que si se hubiera usado cinta. Fue increíble. Encuentre mas información de cómo Keith usa los productos de AJA para mejorar su trabajo, lea los detalles completos en www.aja.com/keith
m a t t e r s .
( figuras) Fotos: divulgação
Publicidade
ABCA
No processo de reestruturação de sua área de publicidade, a Mixer contratou o selo de diretores 300ml. A área ainda ganhou um reforço em atendimento com a chegada de Maya Montenegro (ex-Dínamo).
Marta Machado, da gaúcha Otto Desenhos Animados, é a nova presidente da Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA). Fazem parte da diretoria para a gestão 2009-2011: Tânia Anaya (diretora institucional), Arnaldo Galvão (diretor Marta Machado comercial), Sérgio Nesteriuk (diretor de educação), Luciana Druzina (diretora de eventos), Paulo Luna (diretor financeiro) e Rodrigo Alves (diretor de comunicação).
Atendimento A Ultrassom reestruturou sua área de atendimento com a contratação de dois novos profissionais. Aninha Apolinário (ex-DM9DDB, JWT Aninha Apolinário e Luciano Mathias e África) assume a diretoria de atendimento; Luciano Mathias (ex-Voz do Brasil) assume a área de atendimento de projetos especiais.
Criação Digital O diretor de criação Paulo Sanna, que está á frente do núcleo digital da McCann Erickson desde fevereiro de 2008, passa a coordenar também os projetos de criação digital para a América Latina.
Chefe de operações Pierluigi Gazzolo foi promovido de presidente da MTV Networks Latinoamérica a COO da MTV Internacional. Ele substitui Alex Ferrari, que assume como COO do Grupo de Música e da marca MTV Networks nos Estados Unidos.
Tecnologia Bruno Masconi (ex-F/Nazca) chega à Cherry Plus, agência interativa, como diretor de tecnologia. Ele será reponsável pelo gerenciamento de projetos voltados a novas plataformas e promocionais interativo da agência.
Marcelo Apovian
Mídia
Marcelo Apovian é o novo sócio da Zulu Filmes, ao lado de Hugo Prata e Moa Ramalho. Vindo da Michael Page International, empresa internacional de headhunter, Marcelo assume também o cargo de produtor executivo, trabalhando com os núcleos de atendimento, novos negócios e relacionamento.
A NBS contratou o publicitário Alessandro Visconde como diretor de mídia nacional. O profissional já atuou como diretor de mídia na Almap/BBDO e Leo Burnett e tem passagens pela DPZ, Young & Rubicam e McCann Erickson.
Arte
Foto: Jorge Rosemberg
Pierluigi Gazzolo
Sócio
Diretor de contas
Benjamin Yung (ex-DM9DDB) é o novo head of arts do escritório paulistano da Giovanni+Draftfcb. Ele fará dupla de criação com Ricardo John. Ricardo Zanella Benjamin Yung
Ricardo John
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O diretor de conta Ricardo Zanella é o novo reforço da DM9DDB para sua equipe de atendimento. Ex-Santa Clara Nitro, Giovanni e Y&R, Zanella assume o atendimento das contas J&J, Intel e Lipton, e responderá a diretoria geral comandada por André Silveira
WWW.OI.COM.BR/LIBERDADE
LUTE PELA SUA LIBERDADE. EXIJA O DESBLOQUEIO GRATUITO DE APARELHOS.
Vá a sua operadora e não aceite desculpas. Exija o desbloqueio gratuito. Esse é um direito seu. Se você pagou pelo aparelho, é você quem deve escolher que chip vai usar, não a operadora. Em respeito a você, a Oi só vende aparelhos não bloqueados. E você fica na Oi porque gosta, não porque é obrigado. Liberdade assim, só na Oi. Consulte as regras contratuais de sua operadora. Em SP até a operadora que entrou na Justiça é obrigada a desbloquear após 12 meses de contrato.
( capa ) Daniele Frederico*
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Cabo de guerra
Operadoras de TV por assinatura e portais discutem a presença do conteúdo dos canais pagos na Internet, enquanto programadoras buscam adequar sua oferta online sem ferir seus principais parceiros.
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ão é de hoje que as programadoras de canais pagos veem seus conteúdos distribuídos ilegalmente na Internet, de forma cada vez mais “profissionalizada”, com sites que oferecem séries, filmes, documentários e reality shows sem comerciais, legendados e, o mais importante, sob demanda. Também não é recente a pressão que esses canais e detentores de conteúdo sofrem para ofertar legalmente seus conteúdos a esses usuários da rede. Aparentemente, canais e grandes estúdios começaram a tratar o assunto de maneira mais agressiva, disponibilizando suas produções para streaming em seus próprios sites – no caso dos canais – ou negociando os direitos para exibição via Internet para portais de conteúdo – no caso dos estúdios e seus braços de distribuição. Recentemente, esse movimento chamou a atenção dos operadores de TV paga, que passaram a manifestar insatisfação em relação a essa forma de distribuição gratuita do conteúdo pelo qual pagam. A primeira dessas manifestações foi do presidente da Net Serviços, José Felix, em entrevista à revista TELETIME, edição de março. Na ocasião, Felix disse não gostar de ver na Internet, completamente “livre”, a programação pela qual a operadora paga. “Manifestamos isso de forma reiterada e formal para as programadoras. No entanto, essa é uma perda de
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“Se o modelo deles (portais) é publicidade, então eles deveriam se posicionar junto à janela de TV aberta”
que respeita os direitos autorais e os direitos dos usuários”, diz, em resposta à acusação das operadoras. Ele lembra ainda que quando um usuário perde o episódio na TV, pode deixar de acompanhar a série. Neste sentido, segundo Castro, o “catch up” contribuiria para aumentar a audiência daquela mesma série na TV. “Se o usuário perdeu um episódio da série na TV, ele vai buscar esse conteúdo na web, legal ou ilegalmente, e nós damos a opção dele assistir isso de forma legal. Mas ele não vai deixar de ver na TV por causa disso. Se o episódio estiver passando, ele vai preferir ver na TV”, afirmou Castro. Os modelos praticados pelos portais são os mesmos da TV aberta, ou seja, o conteúdo é oferecido gratuitamente ao usuário, sustentado pela publicidade. Para Felix, assim como para operadores dos EUA (leia matéria a seguir), o modelo de negócios ainda é um problema na Internet. “É muito simples do meu ponto de vista, tanto é que não houve nenhum boom de fornecimento de conteúdo por parte das programadoras. Há uns dois ou três anos, quando a Disney lançou conteúdos na Internet nos EUA, houve um bate-boca, mas ninguém descobriu um modelo”, disse Felix. No entanto, segundo Castro, a publicidade nos vídeos hoje já sustenta o negócio, no caso do Terra TV, canal de vídeos do portal. A modalidade condenada pelas operadoras, o “catch up”, é justamente o que se destaca dentro da oferta de vídeos. Embora não tenha números específicos desse modelo, é possível perceber que as séries fazem grande sucesso no Terra: de
Luis Eduardo Baptista, da Sky
players de Internet, de acordo com o executivo, têm “furado essa fila”, e se colocado ao lado da TV paga. “Se o modelo deles é publicidade, então eles deveriam se posicionar junto à janela de TV aberta”. Baptista vai ainda mais longe e afirma que esse tipo de oferta de conteúdo é ilegal, por parte dos portais. “Nosso entendimento é que isso é ilegal e assimétrico”, diz. Para a Sky, a gratuidade do serviço de TV pela Internet coloca os operadores de TV por assinatura em uma flagrante desvantagem econômica, na medida em que competir com um concorrente que disponibiliza o seu produto a custo zero representa uma concorrência desleal. Ele lembra ainda que o impasse está no modelo de “catch-up”, e não no de material de acervo. “Não tem problema nenhum o conteúdo estar na Internet depois que já caminhou nessa cadeia”, afirma. Do outro lado da mesa, estão os portais, como Terra e UOL, que oferecem conteúdos de TV via Internet, entre eles animações, noticiários, programas de moda e séries como “Lost”, “Grey’s Anatomy” e “Desperate Housewives”, estas últimas oferecidas no questionado modelo de “catch up”. Para o diretor geral do Terra no Brasil, Paulo Castro, ao falar em “ilegalidade”, o que se está tentando é colocar em um mesmo lugar conteúdo legal – comprado do produtor – e a pirataria. “Nós oferecemos uma solução legal, legítima e FOTO: marcelo kahn
valor para todos os lados. O programador tem consciência de que isso tem um limite. Essas séries do Terra são todas passadas e repassadas em janela completamente diferente. Não tem modelo de negócios para as programadoras factível nessa estratégia, porque se eles tiram valor do ganha-pão deles, há um problema”, afirmou. O limite ao qual Felix se refere ainda não parece ter sido definido. A partir das discussões em volta do tema, porém, é possível identificar onde está o ponto de discórdia: a janela. A TV paga, que até então era precedida pelo cinema e pelo home vídeo, e seguida pela TV aberta, agora tem de enfrentar a Internet, com conteúdo legal e ilegal, buscando espaços entre essas exibições. O modelo mais criticado pelos operadores – e também por alguns programadores, como se verá em seguida – é o de “catch up”, ou seja, aquele que o episódio de uma série, por exemplo, está disponível na Internet, seja no site do próprio canal ou em um portal, dias, horas ou apenas minutos após a sua exibição na TV paga. Normalmente, esse episódio tem um tempo determinado para ficar no site e depois disso é retirado. É esse modelo que o presidente da Sky, Luis Eduardo Baptista, critica. Ele faz coro com seu principal concorrente no serviço de TV por assinatura, rebatendo a oferta desses conteúdos na Internet com uma janela muito próxima à da TV paga. Segundo Baptista, existe uma cadeia de valor que começa no cinema, passa para o home-video, depois para o pay-per-view, para os canais pagos de conteúdo premium, para os canais básicos da TV paga e então vai para a TV aberta. Os
“Nós oferecemos uma solução legal, legítima e que respeita os direitos autorais e os direitos dos usuários” Paulo Castro, do Terra
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janeiro a março, por “Nós pagamos por esses exemplo, foram conteúdos, remuneramos registrados 2.234.151 o produtor. Mas, se eu streamings do seriado ofereço o conteúdo de “Lost”. graça para o usuário, o O modelo de problema é meu” negócios dos portais Gil Torquato, do UOL também é defendido pelo diretor corporativo e de relações os episódios na íntegra de institucionais do UOL, programas de televisão. Gil Torquato. “Nós Vale lembrar, contudo, pagamos por esses que a despeito da discussão conteúdos, sobre que janelas os remuneramos o produtor. Mas, se conteúdos devem ocupar, o fato de os eu ofereço o conteúdo de graça portais terem acervos cada vez maiores para o usuário, o problema é meu. de conteúdos tipicamente de TV paga (e Esse é o meu modelo de negócios”, os quatro maiores portais brasileiros, afirma. Baptista, da Sky, responde UOL, Terra, Globo.com e iG têm esse à afirmação de Torquato com uma tipo de conteúdo disponível) significa sugestão. “Se esse é seu modelo, que a TV por assinatura deixou de ser o então vá para o fim da fila”. único canal para conteúdos Para Torquato, a briga dos segmentados. Há, portanto, uma operadores deve ser com as dispersão potencial da audiência por janelas anteriores, como o cinema parte dos usuários, que terão acesso ao ou o home video, para tentar mesmo tipo de entretenimento na TV ou diminuir o tempo entre a exibição no computador. nessas telas e na TV paga. “Quanto mais simultâneo, melhor”, diz. Ele afirma ainda que a A corrida da definição presença deste conteúdo na Enquanto a TV paga investe em suas Internet é inevitável, e questiona o ofertas de alta definição, o Terra descontentamento dos operadores também corre atrás da melhoria da em relação a essa questão. “Eles imagem oferecida em seu canal de acharam que iam ter o monopólio vídeos. Uma nova versão do Terra TV foi lançada no dia 7 de abril, como parte do da distribuição do conteúdo no projeto Átomo. Entre outras novidades, Brasil?”, pergunta. o lançamento mostrou uma nova A verdade é que nessa interface, melhorias na navegabilidade e a briga de gigantes há primeira temporada questões paralelas que de três novas séries: estão longe de serem “Ugly Betty”, esclarecidas: uma delas é “Brothers and Sisters” e “Jake Long, o fato de operadoras como o Dragão Ocidental”. a Net oferecerem serviço A grande mudança, de banda larga – a porém, deve chegar operadora é a segunda “Ugly Betty”: nova atração do Terra TV. aos poucos. Paulo Castro conta que a maior neste tipo de serviço ideia é que o Terra TV High Definition, no Brasil – e se beneficiarem de hoje em versão beta, esteja integrado conteúdos em vídeo para atrair os ao Terra TV e que, aos poucos, os usuários, já que esse tipo parece conteúdos disponíveis no canal de vídeos, entre eles os episódios de ser o favorito dos espectadores. A séries de TV como “Lost” e “Grey’s pesquisa da Accenture “Television Anatomy”, possam ser assistidos em in Transition”, de 2008, apontou definição mais alta ou mais baixa, de que a preferência dos acordo com a escolha do usuário. consumidores no computador são
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Tudo pelo conteúdo No meio do cabo de guerra pelo conteúdo premium estão as programadoras, que nem sempre têm controle sobre aquilo que vai para a Internet – uma vez que esse conteúdo muitas vezes pertence aos estúdios e são por eles negociados diretamente. No entanto, são essas programadoras que têm sofrido as pressões por parte dos operadores, uma vez que sua relação com eles é mais próxima – e nem sempre inteiramente amistosa. Baptista, da Sky, diz que as programadoras têm sido pressionadas por serem o elo mais próximo da cadeia às operadoras, e também por serem co-responsáveis pelo conteúdo, mesmo que o problema esteja, segundo o executivo, no topo da cadeia, ou seja, nos estúdios. Além disso, as limitações impostas pelas programadoras aos operadores fizeram com que estes últimos se sentissem à vontade para dirigir suas reclamações a elas. Além de negociarem seus canais empacotados, as programadoras exigem das operadoras garantias de que o conteúdo estará protegido. “Eu não posso, por exemplo, colocar uma saída na minha caixa, pois a programadora exige garantias que esse conteúdo não será pirateado”, diz Baptista. Ele lembra que há conteúdo presente nos canais que a operadora também não gostaria de carregar. “Eu não gostaria de assistir a infomerciais no domingo de manhã, mas sou obrigado a carregar isso, já que eu não posso levar apenas o conteúdo premium”, diz o executivo. Ele usa uma analogia para explicar: “Ao comprar uma caixa de bombons, um consumidor tem que levar aquilo que gosta e aquilo que não gosta. Com a TV por assinatura é assim também: eu preferia só oferecer o ‘bombom mais gostoso’, mas o modelo não me permite. No
entanto, o cara de Internet colocou uma barraquinha do meu lado e está oferecendo só o bombom mais gostoso e de graça”, compara. Ele ainda provoca os programadores, lembrando que os operadores licenciam conteúdo dos canais por pacote e não por programação isolada. “Se o conteúdo mais premium vai ser negociado com a Internet, vamos deixar o assinante da TV paga comprar só aquilo que ele quer”, sugere. E espeta: “quanto tempo vamos bancar um negócio quando tem alguém oferecendo de graça? Talvez eu não esteja mais disposto a pagar o mesmo que eu pagava antes”, diz. Para Baptista, o que falta é repensar a estrutura de vendas das distribuidoras, já que hoje há pessoas diferentes para vender para mídias diferentes. “Essa segmentação de vendas não está sendo bem coordenada”, opina. Paulo Castro reitera que os conteúdos exibidos no Terra são todos comprados dos estúdios. “Quem cria o conteúdo deve escolher como ele quer ser remunerado”, defende. Segundo o executivo, os produtores de conteúdo optaram por enxergar o movimento dos usuários em
direção a um comportamento mais convergente e lembra que a ausência de meios legais para que este usuário tenha acesso ao conteúdo estimula a pirataria. “Os produtores veem que se não encontrarem uma forma de distribuir o conteúdo gratuitamente, vão perder essa batalha”, completa.
pena de ter o canal movido para números mais altos no line-up (o que em geral diminui a audiência). O canal não confirma a informação. O Warner Channel também contava com “catch up” online das séries “Gossip Girl”, “Terminator”
modelo criticado pelos operadores é o de “catch up”,que faz sucesso nos portais. no primeiro trimestre,“lost”teve mais de 2 milhões de streamings no terra. As pressões sofridas pelas programadoras têm sido fortes a ponto de algumas iniciativas de disponibilizar o conteúdo na rede serem abortadas. Segundo fontes do mercado, é o caso do canal Sony, que até março deste ano oferecia capítulos de suas principais séries no modelo “catch up” no site do próprio canal, mas optou por tirar os episódios na íntegra de seu site. O motivo para que o canal repensasse sua estratégia em relação à distribuição de vídeos online – que estava sendo largamente anunciada durante a programação do canal – teria sido justamente a reação dos operadores. O que se especula é que o canal teria sido “ameaçado” por uma operadora para que retirasse o “catch up” do site, sob a
e “Supernatural” em seu site. O vice-presidente de branded services do Warner Channel, Andres Biernat, conta que este foi um piloto desenvolvido durante o ano de 2008 para gerar conteúdo de estudo para projetos futuros. “Durante o ano de 2009, estaremos desenvolvendo estratégias de ‘online catch up’ para negociá-las com nossos provedores de conteúdos. É possível que desenvolvamos pilotos adicionais”, diz o executivo, lembrando que o canal procura sempre adquirir os direitos online das séries e dos filmes que licencia para a transmissão na TV. Ele não condena o modelo de
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“É preciso encontrar um meio-termo que não desrespeite a relação com o distribuidor tradicional e que atenda às exigências da audiência”
“catch up” e acredita que ele pode ser útil também para os operadores. “Acreditamos que enquanto houver a compra do conteúdo e/ou uma promoção da sua transmissão pela Warner Channel, qualquer veiculação secundária dos ‘catch up episodes’ é muito boa. Por um lado, essa distribuição precisa estar no modelo de negócios e na avaliação de retorno de investimento publicitário e, por outro, na preservação das cláusulas dos contratos de distribuição de pay TV existentes”, afirma. “A veiculação dos ‘online catch up’ ajuda tanto o canal como o operador, direta ou indiretamente. Muitas vezes o próprio operador pode acompanhar a ação e adquirir vantagens diretas de marketing”. A questão é tão delicada que os
Álvaro Paes de Barros, da MTV Networks Latin America
montado. “No momento em que você disponibiliza conteúdo de televisão paga na Internet com uma janela de uma hora, na minha opinião, você transforma a Internet em mídia concorrente à sua, e não complementar”, diz Barros. Para o executivo, porém, isso não significa que não se deva utilizar a janela de Internet. Ele lembra que a programadora já fez algumas estréias de programas em seu site banda larga, e que foi uma experiência positiva. “É preciso encontrar um meio-termo que não desrespeite a relação com o distribuidor tradicional e que atenda às exigências da audiência”, diz o diretor, lembrando que apenas 4% das receitas da Viacom são provenientes das novas mídias. O diretor de vendas da HBO para o Brasil, Humberto Anderson,
canais como sony e warner não contam mais com “catch up” em seus sites. suas principais séries, porém, estão disponíveis em portais. principais distribuidores e programadores de conteúdos que têm sido alvo da disputa – como os estúdios Disney, o Mundo Fox.com e outros – sequer quiseram se pronunciar sobre o assunto. Enquanto algumas programadoras que já tiveram a experiência de disponibilizar seu conteúdo online, ou que têm material disponível em portais, não têm se manifestado, outros programadores manifestam apoio às operadoras. Para o diretor geral da Viacom Brasil e VP de distribuição da MTV Networks Latin America, Álvaro Paes de Barros, utilizar as novas mídias ao mesmo tempo em que se tenta manter as relações tradicionais, é um quebra-cabeça difícil de ser
compartilha a opinião de Barros. Ele diz que a HBO tem os direitos para suas séries, mas que o conteúdo só está disponível na TV por assinatura. “No caso do conteúdo premium, a distribuição gratuita via Internet mina o valor do negócio”, explica o executivo responsável pelos canais HBO e Cinemax. No caso dos canais premium da HBO, a Internet deve ser usada como ferramenta promocional, sem acabar com o propósito da assinatura. “Podemos oferecer um episódio de uma série de 13 capítulos, assim as pessoas podem ver a qualidade do conteúdo e assinar a TV paga”, disse. Vale lembrar que a HBO usou essa estratégia no lançamento da série brasileira “Alice”, ao disponibilizar o primeiro episódio também pela Internet. Barros, da Viacom, conta que o MTV Hits, canal de clipes musicais da Viacom, é um bom exemplo de como utilizar a Internet sem “enfurecer” o operador de TV paga. “Temos um acordo com o UOL sobre o vspot, o player do canal VH1. Disponibilizamos clipes musicais, que são a base do canal MTV Hits. No entanto, acredito que esse modelo respeita as experiências diferentes de ver vídeos”, diz. “Normalmente, quem vê videoclipes pelo computador está trabalhando, por exemplo”. Para o diretor de novas mídias e TI da ESPN, José Papa Neto, é possível aprimorar a relação com os operadores, já que hoje os maiores têm bases de banda larga relevantes. “Como provedores de conteúdo, podemos adicionar valor à distribuição física de Internet, oferecida pelos operadores”, conclui. *Colaborou Samuel Possebon
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TV 2.0 vs.TV 1.0
Operadores de cabo, programadores, estúdios e grupos de mídia só discutiam uma coisa na NCTA Cable 2009: qual o futuro da TV por assinatura no momento em que os conteúdos começam a migrar para a Internet.
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peradores de TV por assinatura no Brasil, tão preocupados com a questão da distribuição de conteúdos dos canais pagos por portais de Internet podem dizer que estão na crista dos debates conceituais sobre convergência. Hoje, nenhum tema é mais relevante para operadores de cabo nos EUA do que esse. Nem mesmo a crise financeira que assola o país do consumo. Esse foi o tema da NCTA Cable 2009, maior evento de TV por assinatura dos EUA, realizado no começo de abril em Washington. Observar a discussão norteamericana tem suas vantagens. Como lá programadores e operadores têm pesos equivalentes do ponto de vista econômico, todo o mundo diz o que pensa. Nesse ambiente, a Cable 2009 permitiu uma visão clara dos diferentes lados dessa polêmica. Do lado dos operadores de TV paga, a preocupação surge porque eles entendem que existe uma grande perda de valor para o seu produto quando conteúdos ficam disponíveis na Internet de graça. Ainda que isso possa impulsionar a venda de banda larga, o desconforto e o risco são grandes. Mike Fries, presidente da MSO Liberty Global, que atua em dezenas de países (exceto nos EUA), deu uma boa definição para o momento atual. “O que temos é uma questão a ser resolvida, mas ainda não é um problema”. A Time Warner está tentando convencer o mercado da viabilidade de um novo modelo de oferta de conteúdos em múltiplas plataformas, especialmente internet. A idéia do
Cable 2009: distribuição digital gerou mais debates que a crise econômica.
grupo, basicamente, é tornar canais e programas específicos disponíveis em qualquer plataforma, desde que o usuário pague por esse conteúdo em alguma outra plataforma, contou Jeffrey Bewkes, presidente da Time Warner Inc. Ressalte-se que a Time Warner Inc. e a Time Warner Cable (unidade de distribuição) estão se separando. A proposta da Time Warner Cable, chamada de TV Everywhere, consiste em criar um modelo de distribuição de conteúdos online por meio de autenticação. Se o usuário assina aquele conteúdo em alguma plataforma, se o usuário tem aquele determinado canal por meio da TV a cabo (ou outra plataforma), então ele seria autenticado e teria acesso ao mesmo conteúdo pela Internet. É um modelo que tem a simpatia de muitos programadores e dos operadores, mas que envolve uma complexidade técnica e a necessidade de integração entre diferentes operadores e plataformas. Sem falar na dificuldade de conciliar os interesses de venda de
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publicidade. Tanto é assim que a Time Warner só tem o projeto pronto para a HBO, que não comercializa os intervalos. Glenn Britt, CEO da Time Warner Cable, adicionou mais algumas variáveis à questão. “A Internet em geral e a nossa rede especificamente não têm capacidade de fazer unicast de conteúdos online para todos os usuários. Para isso, teríamos que fazer muitos investimentos”, disse, referindo-se à transmissão de Internet em streamings individuais. Mas a maior crítica dos modelos de distribuição de conteúdos pela Internet partiu de Rupert Murdoch, presidente da News Corp., gigante do setor de mídia que controla a maior operadora de TV paga do reino Unido (a BSkyB), os canais Fox, os estúdios Fox, o site MySpace, a TV aberta Fox e centenas de títulos de jornais em todo o mundo. “Só quem está ganhando dinheiro com isso são os
sites de busca”, disse, referindo-se aos conteúdos colocados gratuitamente na internet. Ainda do ponto de vista dos operadores, alguns preferem colocar panos quentes na situação, ou olhar o cenário com um pouco mais de realismo. Brian Rogers, presidente da Comcast, a maior operadora de cabo norte-americana, com cerca de 25 milhões de assinantes, a distribuição de conteúdos online é uma realidade a ser enfrentada. “Acho que o vídeo online não é inimigo, mas aliado. Ele impulsiona a nossa venda de banda larga como nunca e ajuda os nossos parceiros programadores a encontrar novas oportunidades de receita”, disse, diplomático. Mas para os operadores, a dúvida continua: mais conteúdo online significa menos interesse pelo conteúdo dos canais pagos? Ainda não há uma resposta clara. “O que está acontecendo com essa realidade do vídeo online pode mudar as coisas. Nós temos que dar ao usuário a chance de ter acesso ao conteúdo. São tipos diferentes de serviço. O modelo do online não é o mesmo do cabo. Agora, essa demanda mostra que precisamos entregar o nosso conteúdo on-demand também”, afirmou Roberts. “É preciso encontrar um modelo justo, amigável e que adicione e não destrua valor para nenhuma das partes”, concluiu. Programadores Do ponto de vista dos programadores e canais de TV por assinatura, existe a percepção de que não é possível deixar os operadores na mão. É mais ou menos a visão que se pode ver entre os programadores que atuam no Brasil (ver matéria de capa desta edição). Como existe uma relação histórica entre canais e operadoras e a principal fonte de receita destes canais ainda é o que eles recebem das empresas de distribuição, priorizar a Internet seria, no mínimo, desleal. No entanto, os programadores sabem que existe uma demanda grande e crescente dos
usuários para ter acesso aos conteúdos via outras plataformas, e o risco de pirataria é preocupante. Além disso, novas plataformas podem representar, para os canais pagos, novas fontes de receita. O presidente e CEO da Discovery, David Zaslav, foi categórico: “temos o conteúdo, temos que ganhar dinheiro e temos que investir para fazer mais conteúdo. Isso move a indústria de cabo. Nós não ignoramos que as pessoas estão buscando conteúdos em outras plataformas. A
Networks, programadora responsável por canais de lifestyle como o HGTV e FoodNetwork, sintetiza a questão do ponto de vista dos programadores: “há duas reações exageradas que um programador pode ter diante da realidade da distribuição online. Uma é colocar todo o conteúdo dele, de graça, na Internet. E a outra é não colocar nada”. Vale lembrar que em 2008, Fox e NBC se uniram para lançar o serviço
time warner propõe modelo em que o usuário possa ver o conteúdo em todas as mídias mediante uma autenticação. discussão está colocada, mas a verdade é que não temos modelo. Nós, por exemplo, temos 20 minutos de comerciais na TV por hora no modelo tradicional. Como é que podemos passar para a Internet, onde não dá para colocar um comercial de mais de 30 segundos por show?”. Bonnie Hammer, presidente da divisão de TV paga da NBC Universal, diz que o modelo do cabo foi até hoje o melhor para os programadores, mas a realidade digital impõe a busca de alternativas. Ela lembrou ainda que existe um novo desafio a ser vencido, que é o fato de que os melhores conteúdos (hoje reservados à TV paga) serem justamente os que têm o maior potencial de receita publicitária. “Se quisermos ganhar dinheiro com publicidade na mídia online, teremos que oferecer esse conteúdo”. A questão, então, é quem, no final das contas, pagará pela produção do conteúdo original premium, pondera Rich Battista, presidente da divisão de TV paga da Fox. John Lansing, presidente da Scripps
Hulu, de distribuição de conteúdos pela Internet de forma gratuita, apenas com publicidade. O modelo, até aqui, tem se mostrado um sucesso, registrando receitas superiores às do YouTube. Em entrevista a TELA VIVA, Rich Battista, da Fox Cable Networks, disse que a estratégia do Hulu representou uma aposta acertada da empresa e que certamente a possibilidade de ter acesso aos conteúdos da Fox de forma gratuita na Internet, com publicidade, está ajudando a coibir downloads ilegais e outras formas de pirataria. Estúdios O lado mais complicado de ser analisado quando o assunto são os conteúdos de TV por assinatura na Internet, é o dos estúdios produtores dos conteúdos. Muitas vezes, como é o caso da Disney, estes grupos atuam também no setor de TV aberta, além de manterem seus braços de programação de TV paga e até, em alguns casos, de operação. Vale lembrar que foram justamente os estúdios os primeiros que, fazendo parte da cadeia tradicional do
Murdoch (dir.): só os sites de busca estão ganhando com os conteúdos online.
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( tv por assinatura) Da esquerda para a direita a partir do apresentador: Rupert Murdoch, Chairman & CEO da News Corporation; Jeffrey Bewkes, Chairman & CEO da Time Warner, Inc.; Philippe Dauman, President & CEO da Viacom, Inc. e Michael Fries, President & CEO da Liberty Global, Inc.
audiovisual, começaram a subverter o modelo estabelecido. O maior ícone deste movimento talvez seja a investida da Disney realizada há exatos três anos, no mesmo evento de operadores de cabo dos EUA. Naquela ocasião, Anne Sweeney, a presidente da rede de TV aberta do grupo, a ABC, anunciava que colocaria, de maneira aberta e irrestrita, os principais programas da emissora na Internet. Este ano, Bob Iger, CEO da Disney, veio ao evento e, em palestra solo, analisou a relação entre operadores de cabo e programadores. “Nossa programação não existiria se não fosse o cabo. Durante os últimos dez anos, essa indústria investiu muito. Nunca o nosso conteúdo esteve disponível a
tantas pessoas, com alta qualidade e tecnologia”. Em seguida, subiu o tom: “uma tecnologia sempre disputa espaço com a outra, mas nenhuma dessas disputas parou a vontade dos usuários. Não se pode parar o caminho da tecnologia”. E mais adiante, pontuou a posição do grupo Disney em relação à realidade dos conteúdos online: “Quem decide é a vontade do consumidor. E o que ele está dizendo é que ele ama mídia, quer acesso fácil, quer navegação simples e quer mobilidade. Quando colocamos nosso conteúdo na web, fizemos isso para manter o crescimento e importância de nosso conteúdo, ampliar nossas opções de receita, e buscar novos modelos. Acreditamos que foi uma importante forma de combater a pirataria. Temos que desafiar o status quo”.
São justamente as emissoras de TV aberta que, nos EUA, têm sido mais flexíveis ao colocar seus conteúdos na internet. Há duas razões para isso: a primeira é que nos EUA, como os programas de horário nobre são, em geral, séries, a perda de um episódio em uma semana representa, para os broadcasters, um risco de perda da audiência daquele telespectador na semana seguinte. Ao contrário do cabo, a possibilidade de reprise na TV aberta é bem mais limitada. A Internet ajuda, então, os telespectadores a recuperarem episódios perdidos. É o chamado modelo “catch up”. Outra razão que fez com que os broadcasters dos EUA fossem para a Internet é que o modelo de publicidade adotado na TV aberta pode ser replicado na web com algu ma facilidade. E, por fim, as emisso ras de TV aberta decidiram colocar seus programas na Internet para não perderem audiência para a pirataria. No caso dos canais pagos, o modelo é mais complicado. Primeiro, porque os operadores de cabo estão pagando por aquele conteúdo. Depois, porque operadores e programadores vendem publicidade separadamente. E, por fim, porque o valor da TV paga está justamente no fato de ter conteúdos exclusivos.
Interatividade se aproxima da publicidade Há muitos anos se fala sobre os potenciais da interatividade. Soluções geniais sobre como permitir que o telespectador compre o vestido da mocinha da novela, ou sobre como um comercial de carro poderia levar ao site da concessionária, são invariavelmente levantados como exemplos das maravilhas que um dia virão. Esse é um tema que há quase uma década vai e volta nos debates sobre televisão. Mas agora parece ter surgido uma novidade, pelo menos nos EUA. Trata-se de uma iniciativa concreta dos maiores operadores de cabo daquele país para desenvolver uma plataforma de publicidade interativa que permita às empresas de TV paga reproduzir o que o Google e outros sites estão oferecendo no mundo da Internet: uma publicidade personalizada, segmentada, barata, direcionada e que interaja com o usuário. O sucesso ou fracasso de mais essa tentativa de dar vida à interatividade na TV depende do projeto Canoe, hoje uma joint venture formada por Time Warner Cable, Comcast, Cox, Charter, Cablevision e Bright House e com investimentos de US$ 150 milhões. O primeiro passo do projeto foi dado durante a NCTA Cable 2009 com o lançamento do primeiro conjunto de especificações técnicas para o desenvolvimento destas aplicações
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interativas. Segundo Steve Burke, COO da Comcast, o projeto será uma realidade porque tem apoio de todos os operadores e programadores. “As pessoas acharam que a banda larga demorou para decolar, que o telefone demorou para começar, e o mesmo acontece aqui com o projeto Canoe e com a publicidade interativa. O difícil é começar. Mas esse é definitivamente o próximo grande negócio para a Comcast e para toda a indústria. E em dois ou três anos isso estará consolidado”. A idéia dos operadores de cabo é simples no conceito: acumular dados sobre o comportamento dos telespectadores, analisar estas informações e oferecer aos anunciantes possibilidades de publicidade direcionada e interativa. A complexidade está na execução. É, em essência, um projeto de interatividade, segmentação e database marketing, que pretende pegar verbas do mercado de marketing direto e dos portais de Internet, como Google, que estão justamente acumulando informações sobre hábitos das pessoas para converter isso em valor publicitário. Os operadores de cabo têm 40 milhões de usuários de banda larga e mais de 65 milhões de telespectadores, e acham que podem entrar no jogo, revertendo as perdas de receita para a publicidade na Internet.
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Mercado em alerta FOTOS: divulgação
MipTV vê retração de quase 20% em número de participantes, mas alguns produtores encontram boas oportunidades em meio à crise.
As empresas não deixaram de ir ao mercado, mas mandaram delegações menores.
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crise global deu as caras no segundo grande evento do ano para o mercado internacional de programação. Em janeiro, a Natpe, em Las Vegas, já sentiu o impacto, com seus corredores vazios. Tanto que, segundo informações nãooficiais, o evento não terá nem mesmo a feira no ano que vem, apenas suítes em hoteis. Agora foi a vez do MipTV, maior evento do setor, junto com o Mipcom, sua versão no segundo semestre. Oficialmente, a queda de público foi de 14%, mas frequentadores assíduos apostavam em uma redução de 20% ou mais. Muitos estandes estavam vazios, ou ocupados por cadeiras para descanso ou pontos de Internet. As opiniões sobre os efeitos da
crise entre vários executivos ouvidos por TELA VIVA são diversas. O tom em geral foi otimista, ao menos para aqueles que comercializam produtos acabados (“latas”). Um executivo afirmou que a crise pode ser uma boa oportunidade para as vendas internacionais, porque as emissoras tenderiam a produzir menos localmente. Um comentário geral era de que, mesmo com menos visitantes, a feira estava boa para negócios, pois só foi quem realmente tinha interesse em comprar ou vender. Três executivos de aquisição de grandes grupos de mídia (um brasileiro, um europeu e
“O mercado (de vídeo online) vai crescer, e as receitas virão” Patrick Walker, do YouTube
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um latino-americano) ouvidos por este noticiário afirmaram que seus orçamentos de aquisição para este ano não foram muito afetados. “Tivemos que cortar 10%, mas em custos administrativos, não em aquisições”, disse o diretor de um importante canal francês. O que sim afirmaram é que as compras estão, como era de se esperar, mais criteriosas. Há também, segundo o relato de alguns vendedores e distribuidores, uma grande pressão por preço. Ou seja, os canais estão gastando igual, mas querem levar mais pelo seu dinheiro. As emissoras brasileiras presentes diretamente ou através de representantes no MipTV, se por um lado mantinham certo otimismo em relação às vendas, estavam segurando as compras. A Globo, por exemplo, enviou apenas sua equipe de vendas internacionais, mas não a equipe de aquisições. A Record levou a Cannes o diretor de aquisições Paulo Calil e o superintendente da emissora, Honorilton Gonçalves, para prospectar o mercado. Por parte da TV pública, apenas a TV Brasil enviou seu diretor internacional, José Zimmerman. As demais redes não enviaram executivos. Um distribuidor que busca programas para várias emissoras disse a este noticiário que muitas delas suspenderam ou reduziram suas compras internacionais, ou deixaram de vir ao
MipTV para concentrarem esforços (e recursos) em outros eventos, como o LA Screenings, em maio, onde se apresenta a programação nova dos grandes estúdios americanos. Além da Globo e da Record, a ABPI-TV, através do programa Brazilian TV Producers, teve seu estande na feira. Participam do estande a Mixer, Mamo Filmes, Prodigo, Touareg, IoIô Filmes, Total, TV Pinguim e Elo. Um dado interessante foi ver a participação de produções brasileiras, notadamente as séries de animação, em estandes de distribuidoras internacionais. Alguns produtores julgam também que a crise pode gerar um bom momento para o Brasil no cenário internacional, pois, além da desvalorização do real (que barateia a produção por aqui), os novos fundos e mecanismos de incentivo do setor são atraentes para quem busca coproduções internacionais. Mesmo com esse aparente otimismo, as notícias são de que a crise econômica pegou em cheio grupos de mídia, principalmente dos países ricos. Na França, hoje, a maior vítima é a France Televisions, a rede de canais públicos. A situação já estava ruim desde janeiro, quando, por decisão do governo Sarkozy, foi cortada toda a publicidade dos canais. Agora, o governo decidiu fundir as mais de quarenta empresas de rádio e TV que formavam o grupo em uma única entidade. O maior receio dos executivos da TV francesa agora é uma onda de demissões por conta da fusão. No Canadá, as TVs públicas de língua inglesa e francesa (CBC e RadioCanada) também vêm sofrendo. Só a CBC anunciou cortes de mais de mil funcionários. Também a rede
privada CTV está apanhando. A rede, composta por um canal aberto de distribuição nacional e mais de 30 canais pagos, pagou um alto volume de dinheiro pela Olimpíadas de Inverno de Vancouver, após uma disputa com a CBC e antes da crise financeira. Listada em bolsa, a empresa viu seu valor de mercado se diluir, e as receitas de publicidade desaparecerem. Agora ficou com a conta dos Jogos para pagar. Multiplataformas Nos paineis de debates, o tema predominante foi, como nas últimas edições, a distribuição de conteúdos em múltiplas plataformas, como a Internet e o celular. O discurso, no geral, vem sendo o de que o conteúdo online, que até há pouco era visto como “ameaçador” para o business de televisão, pode na verdade ser usado para impulsionar a audiência de TV. E que a questão da “monetização”, ou seja, da geração de receitas com vídeos online, é questão de tempo. “Nossa experiência vem sendo de que os conteúdos online podem reacender o interesse por conteúdos antigos, por exemplo”, disse Patrick Walker, diretor de parcerias de vídeo do YouTube. “Precisamos (a indústria) esclarecer melhor a questão dos direitos. Mas recomendo aos produtores paciência, pois o mercado vai crescer e as receitas virão”, disse. Para o diretor de desenvolvimento da MSN, Joe Michaels, o que falta para o vídeo online virar uma realidade no mundo dos negócios é uma ação que quebre paradigmas. “Falta uma agência que chegue e coloque 50% do seu budget em novas mídias, que faça uma aposta”, diz. Assim, acredita, o mercado se revolucionaria e passaria a outro patamar de receitas.
Estande da Globo no MipTV.
Presença ampliada A Globo, como as demais emissoras, vem sentindo os efeitos da crise no mercado internacional de programação. A expectativa da emissora é manter em 2009 os resultados de 2008, sem perdas, mas também sem crescimento. Em 2008 as vendas internacionais haviam crescido 39% em relação ao ano anterior. Ainda assim, a Globo comemora alguns feitos durante esta edição do MipTV. As produções da TV chegaram a 138 países, um recorde para a emissora dentro de um mesmo ano. Uma novela, “Da Cor do Pecado”, bateu o recorde para uma produção individual: foi vendida para mais de cem países. O diretor de vendas internacionais da Globo, Raphael Corrêa Netto, explica que um dos motivos da expansão das vendas é a criação de novos “outlets”, nos mercado internacionais. “Até alguns anos atrás, praticamente só vendíamos para a TV aberta. Agora há muitos novos canais digitais, canais a cabo, então aumenta a demanda por produções em geral”, disse. No MipTV, como já havia feito na Natpe, a emissora tentava se mostrar ao mercado como provedora de conteúdos variados, e não só telenovelas. Chegou mesmo a patrocinar os crachás do MipDOC, evento de documentários que antecede o MipTV. Alguns produtos, como o seriado cômico “Os Normais”, já chegaram a ser vendidos a alguns países. Mas tentativas como o GloboDoc continuam empacadas. A Globo deve a partir de agora reformular o produto, deixando-o mais adequado ao mercado de documentários.
“Falta chegar uma agência e colocar 50% do budget em novas mídias” Joe Michaels, da MSN
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(audiência - TV paga)
Samba e bola no pé Foto: photostogo.com
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evereiro não é apenas o mês do Carnaval. Em 2009, no mês mais curto do ano, outra paixão nacional ganhou destaque na TV paga: o futebol. O canal SporTV, que em fevereiro estreou a Copa do Brasil e a fase de grupos da Taça Libertadores da América, além de exibir os jogos dos campeonatos Paulista e Italiano e amistosos da seleção brasileira, subiu para a terceira posição do ranking dos canais com melhor alcance da TV paga. O canal registrou 8,66% de alcance diário médio e 34 minutos de tempo médio diário de audiência entre o público adulto. Em primeiro lugar, o canal TNT obteve 12,05% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 27 minutos, seguido de Multishow, SporTV, Globo News e Fox. No total, os canais pagos
tiveram entre o público com 18 anos ou mais alcance diário médio de 48,81% e tempo médio diário de audiência de duas horas e oito minutos, em um universo de 6.446.300 indivíduos.
O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal e, desde janeiro, Florianópolis e Campinas. Em fevereiro houve também um aumento no alcance dos canais pagos entre o público de quatro a 17 anos. O alcance diário médio foi de 53,35%, contra 49,88% registrado em janeiro, mês de férias escolares. O tempo médio diário de audiência foi de duas horas e 26 minutos, em um universo de 1.394.600 indivíduos. O destaque do segundo mês do ano ficou para o Cartoon Network, que registrou 19,52% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de uma hora. Completaram o ranking Disney Channel, Discovery Kids, Nickelodeon e Jetix. Daniele Frederico
Total canais pagos TNT Multishow SporTV Globo News Fox Universal Channel Discovery Warner Channel AXN Cartoon Network Telecine Pipoca Telecine Premium National Geographic Discovery Kids Disney Channel Telecine Action GNT ESPN Brasil SporTV 2 Sony
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 48,81 3.146,37 02:08:57 12,05 776,46 00:27:48 10,77 694,17 00:20:05 8,66 558,39 00:34:16 8,26 532,80 00:27:34 8,22 529,75 00:23:29 8,15 525,36 00:33:45 7,82 504,23 00:19:49 7,69 495,69 00:25:21 7,23 465,95 00:25:12 6,53 421,02 00:33:35 6,48 417,66 00:28:05 6,37 410,25 00:24:26 6,20 399,36 00:16:40 6,02 388,01 00:48:54 5,86 377,77 00:27:51 5,78 372,35 00:21:37 5,17 333,58 00:14:02 5,14 331,69 00:22:16 5,13 330,78 00:17:01 5,00 322,02 00:15:35
**Universo: 6.446.300 indivíduos
Acima de 18 anos**
Total canais pagos Cartoon Network Disney Channel Discovery Kids Nickelodeon Jetix TNT Multishow Fox Telecine Pipoca Boomerang SporTV Discovery Universal Channel Warner Channel Telecine Premium Telecine Action AXN HBO ESPN Brasil Animal Planet
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 53,35 743,73 02:26:42 19,52 272,16 01:00:58 17,39 242,39 01:00:47 14,82 206,70 01:09:33 11,73 163,50 00:43:37 11,29 157,29 00:44:39 10,22 142,60 00:20:13 9,58 133,48 00:25:57 8,75 122,02 00:22:53 7,18 100,16 00:26:58 6,88 95,88 00:41:59 6,00 83,75 00:19:44 5,36 74,74 00:13:47 5,25 73,22 00:17:47 5,05 70,44 00:17:29 5,04 70,29 00:18:09 4,79 66,81 00:16:03 4,29 59,83 00:12:15 4,15 57,93 00:15:02 4,04 56,32 00:12:57 3,83 53,41 00:12:59
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Fevereiro/2009 **Universo 1.394.600 indivíduos
Alcance* e Tempo Médio Diário – feverEIRO 2009
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( produção) Ana Carolina Barbosa
a n a c a r o l i n a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Com a bola toda Clubes de futebol investem em produção audiovisual própria para oferecer conteúdo exclusivo ao torcedor e gerar receitas.
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ara explicar em linhas gerais o trabalho de produção na TimãoTV (www.timaotv.com.br), o cinegrafista, apresentador e editor Fabrício Dér Fortes, recorre a uma comparação: “Temos que ser o Big Brother do Corinthians”. Guardadas as proporções, a descrição faz sentido, pois as televisões dos times de futebol têm ganhado destaque no mix de comunicação dos clubes justamente porque, diferente dos meios tradicionais, que têm limitações de tempo, espaço e suposto compromisso com a imparcialidade, elas surgiram para dar à equipe destaque absoluto e proporcionar deleite aos torcedores com conteúdo e imagens exclusivos. Em 2007, a DB4, empresa carioca especializada na criação de web TVs e transmissões ao vivo pela Internet, entrou para o ramo do futebol, apresentando ao Corinthians e ao Flamengo propostas para a criação de web TVs. “O torcedor nunca teve acesso aos bastidores de um clube de futebol. Esse era um conteúdo muito rico que nunca tinha sido explorado. Apresentamos o projeto aos clubes para gerarmos novas receitas”, conta Diogo Boni, diretor executivo da DB4. Assim surgiram a FlaTV e a TimãoTV. Em ambos os casos, a maior parte do conteúdo é fechado, restrito à assinatura. Segundo Boni, além de se responsabilizar pela produção e pela parte técnica, a DB4 tem mídia para atrair assinantes para as web TVs e se encarrega da captação de
“Conversa Tricolor”, da Grêmio TV, programa gravado em estúdio construído no Estádio Olímpico.
patrocinadores no mercado. Toda a receita gerada com assinatura e publicidade é dividida na proporção de 70% para a DB4 e 30% para o clube. Sem revelar o número de assinantes de cada uma das TVs, Boni afirma que a empresa tem novos planos na área do futebol: prepara a estreia da web TV do Bahia, prevista para maio; negocia a entrada das TVs em um grande portal da Internet brasileira, o que amplia a mídia de divulgação e infraestrutura para suportar mais usuários; e inicia a implantação de conteúdo para celular nos times. Meio de campo Enquanto a área administrativa prospecta novos negócios, a produção busca maneiras criativas de entregar conteúdo exclusivo e chamar a atenção do torcedor. No caso da TimãoTV, além de Fortes, outros quatro profissionais
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trabalham em uma sala na sede do clube paulista para produzir no mínimo três novos vídeos de aproximadamente cinco minutos por dia. Embora cubram assuntos referentes a outros esportes dentro do clube, o carro-chefe da programação é o time de futebol. Diariamente, a equipe cobre os dois treinos e a coletiva de imprensa, que na TimãoTV vai ao ar na íntegra. Nos dias de jogos, entram reportagens pré e pós-jogo além de melhores momentos. Quando o jogo é fora de São Paulo, entram também matérias sobre as viagens da equipe. “A intenção é mostrar para o corintiano tudo o que ele não consegue ver na televisão tradicional: o vestiário, a comemoração, a reza antes do jogo, o aquecimento, os treinos fechados,
forma, o clube tem condições de traçar um perfil do público e saber que tipo de conteúdo está agradando mais ao torcedor. Segundo Mendes, são mais de 30 mil cadastrados, de 69 países, e uma média de 3,5 mil acessos diários. A maior parte do público é do sexo masculino (92,3%) e tem entre 21 e 30 anos. A equipe da TV Cruzeiro é enxuta: um repórter e um cinegrafista cujos materiais de trabalho são câmera e laptop. “A mobilidade deles é muito interessante. Eles fazem os bastidores dos jogos, viajam com a equipe e disponibilizam os vídeos poucos minutos após a captação”, observa Mendes. Com mais tempo de estrada na produção televisiva, com a TV Galo (www.tvgalo.com.br) no ar desde janeiro de 2007, o Atlético Mineiro leva a programação da web TV também para o Canal 14, espaço institucional da Net Belo Horizonte, desde setembro de 2008. São dois programas diários de 10 minutos e algumas inserções ao longo do dia. O gerente de multimídia do Atlético Mineiro, Emmerson Maurílio, conta que o clube busca patrocínio e prepara a construção de dois estúdios, pois tem projetos para desenvolver também um programa de 30 minutos voltado para a televisão.
Flávia Prates, produtora executiva do “Vitória na TV”: busca de patrocínios mais consistentes para acompanhar a equipe nos jogos fora da Bahia.
FOTOS: divulgação
a concentração. Queremos também levar a informação para a TimãoTV antes dos outros veículos”, conta Fortes, exemplificando com a apresentação do jogador Ronaldo ao Corinthians, no final do ano passado. “Tivemos o suporte do pessoal do Rio de Janeiro para fazer a transmissão ao vivo para que o torcedor pudesse ver em primeira mão”. Completam a programação matérias históricas, entrevistas com jogadores ou com personalidades corintianas e as reportagens de “Maloko - o Repórter da Fiel”, personagem criado pelo repórter Fernando Ruiz, que dá um tom de humor à programação. De acordo com Fortes, além dos vídeos de acesso aberto, a equipe criou um canal para a TimãoTV no YouTube com vídeos antigos, para que o torcedor conheça melhor o que pode encontrar no conteúdo fechado. Os arquirrivais Atlético Mineiro e Cruzeiro também têm suas web TVs, que surgiram com o mesmo propósito da FlaTV e da TimaoTV: mostrar o que os veículos de comunicação geralmente descartam. A diferença é que ambas disponibilizam o material gratuitamente. Nasceram bancadas pelos clubes e buscam patrocínio e publicidade para o crescimento. A TV Cruzeiro (www.cruzeiro.com.br) foi criada no segundo semestre de 2008 sem anunciantes ou patrocinadores. “Queríamos apresentar o que é a TV Cruzeiro ao mercado. Agora, nosso departamento de marketing pode criar uma tabela para as possibilidades de anúncio e buscar anunciantes”, diz Guilherme Mendes, diretor de comunicação do clube. Para ter acesso ao conteúdo da TV Cruzeiro, o internauta precisa fazer um cadastro gratuito. Dessa
exclusividade no www. tvinter.tv. O portal, criado em homenagem ao centenário do clube gaúcho, reunirá também os vídeos produzidos diariamente sobre a equipe, a rádio Inter e transmissões ao vivo dos jogos da equipe. “Estamos pensando em um modelo para os jogos que não pudermos transmitir por causa dos direitos. Vamos fazer matérias pré e pós jogo. Durante a partida, é provável que usemos a narração da rádio e captemos imagens da torcida, como acontece na televisão argentina”, explica Rogério Amaral, coordenador da TV Internacional. Segundo Amaral, o portal ainda hospedará a RBK Web TV, produzida pela Reebok, fornecedora de material esportivo para o clube, e deve ter reportagens com acesso restrito aos sócios do clube. “A meta do clube é aumentar o número de sócios-torcedores. Queremos oferecer algum privilégio ao sócio do Internacional. Entendemos que ampliar nossa oferta de vídeos é uma oportunidade de divulgação e comercialização. Teremos vários formatos para apresentar aos anunciantes como patrocínio das transmissões ao vivo, inserção de textos durante as partidas e banners”, destaca Amaral. O Grêmio também teve o “Tribuna Tricolor” exibido na Ulbra TV e agora pretende concentrar toda a sua produção na Grêmio TV (www.gremiotv.net) da web. “Todo o conteúdo é aberto para que o
Bola na rede Na contramão, o Internacional e o Grêmio querem focar mais nas produções de suas web TVs. Entre maio de 2007 e fevereiro de 2009, o Internacional manteve um programa semanal, o “TV Inter”, em TV aberta na região metropolitana de Porto Alegre (primeiro na TV Ulbra, depois na Rede Vida). Ainda em abril, o programa semanal deve ser transmitido com
“O torcedor nunca teve acesso aos bastidores de um clube de futebol. Esse era um conteúdo muito rico que nunca tinha sido explorado. Apresentamos o projeto aos clubes para gerarmos novas receitas.” Diogo Boni, da DB4 Produções
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torcedor apaixonado tenha acesso onde ele estiver. Optamos por essa forma porque já vivemos em um País muito tributado e o brasileiro ainda não está acostumada com TV na Internet”, justifica Haroldo Santos, diretor de comunicação do clube gaúcho. Além da cobertura dos bastidores do clube, treinos, viagens, noticiário diário e comentários pré-jogo, a equipe de comunicação do clube desenvolve a programação segmentada para o torcedor do Grêmio. Há, por exemplo, os semanais “Tricontando”, programa de debates para as mulheres gremistas, e “Grêmio Teen”, para os jovens torcedores. Para a produção destes programas, o clube construiu um estúdio dentro do Estádio Olímpico. “É muito caro ter um canal de televisão, é um
Making of de “Fiel”, da G7 Cinema: torcedores corintianos contam a queda do time para a série B em 2007 e a ascensão à primeira divisão no ano seguinte.
Na telona A G7 Cinema, distribuidora e exibidora do interior do Paraná, entrou para a área de produção em 2006, com “Inacreditável: a Batalha dos Aflitos”, um longa-metragem sobre a ascensão do Grêmio à série A do Campeonato Brasileiro. O ponto de partida do documentário, que foi para as salas de cinema, é o jogo de 25 de novembro de 2005, em que o time gaúcho enfrentou o pernambucano Náutico no estádio dos Aflitos, em Pernambuco, e venceu o adversário com sete jogadores em campo. “Foi meio sem querer, queria produzir alguns filmes para programar minhas salas. Esta experiência de produção me deixou muito atraído. Me dei conta de que havia um filão especial no futebol”, conta Gustavo Ioschpe, presidente da G7 Cinema. Com o filme do Grêmio, o conterrâneo Internacional mostrou interesse em produzir um vídeo sobre a vitória no Mundial de Clubes de 2006. Assim surgiu “Gigante Como o Inter Conquistou o Mundo”. Este ano, a produtora lança “Fiel”, que conta do ponto de vista do torcedor a história da queda do Corinthians para a série B em 2007 e volta à série A em 2008; “Soberano - Seis Vezes São Paulo”, em que torcedores contam as histórias dos seis títulos conquistados pelo São Paulo Futebol Clube; e um filme sobre o centenário do Internacional. Segundo Ioschpe, todos estes filmes são feitos por equipe artística torcedora, para garantir a experiência emocional e fazer com que o torcedor consiga reviver aqueles momentos abordados nas produções. A produtora, explica Ioschpe, costuma procurar os clubes com proposta de trabalho e financia as produções com recursos próprios. As receitas para a G7 são geradas com a distribuição e exibição.
de camisa e fornecedores de material esportivo”, conta Santos. TV do coração Patrocínio é fundamental para que uma TV relacionada a time de futebol consiga dar novos passos e diversificar a sua programação, como conta Flávia Prates, produtora executiva da Flávia Filmes, responsável pela produção do “Vitória na TV”, programa semanal de meia hora de duração, produzido pela produtora independente para o time baiano e transmitido em sinal aberto na capital baiana às segundas e quintas-feiras, às 21h30, na TV Salvador, afiliada da Globo. “Não é fácil este segmento no Nordeste. Temos dificuldade para
internacional e grêmio já tiveram programas na tv aberta e agora preferem investir na web. sonho distante por enquanto, mas com a estrutura que tenho, há condições de criar uma segunda webTV para o sóciotorcedor, com conteúdo diferenciado”, destaca Santos. Para produzir a Grêmio TV, o clube conta com a parceria da Hot Media, para suporte tecnológico das transmissões online, e da PGM, produtora responsável pela captação de imagens. De acordo com Santos, a Grêmio TV tem hoje 13 patrocinadores, empresas que licenciam a marca do clube. Da receita gerada, 40% fica com o clube e cada uma das parceiras leva 30%. “Este ano queremos continuar cobrindo todo o Campeonato Brasileiro, mais agilidade para os nossos programas e dar um pulo comercial. Queremos conquistar umas quatro ou cinco marcas fortes. Focamos nos licenciados em um primeiro momento, agora vamos partir para as propostas aos patrocinadores O torcedor do Náutico Kléber Medeiros propôs ao clube a criação de uma web TV e teve apoio para estruturá-la.
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buscar patrocínio nacional”. O programa surgiu quando Flávia produziu um especial de comemoração da ascensão do Vitória à primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2007 para outro programa independente que produz: o “Rota 07”, de esportes radicais. “Montamos um piloto e apresentamos ao Carlos Falcão, presidente do clube na época. Ganhamos apoio imediato da diretoria para fazer o programa”, conta a produtora e também torcedora fanática. O “Vitória na TV” estreou em abril do ano passado na TV Itapoan, afiliada da Record. Ia ao ar aos domingos às 9h. Foi para a TV Salvador em horário nobre e hoje é também veiculado no site do clube (www. canalecvitoria.com.br). O programa traz entrevistas com personalidades do futebol, perfil de jogadores, clipe com os melhores
TV Galo: programação no cabo e na web.
momentos da semana, rodada de gols com comentários, bloco de esporte e saúde, uma parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, seção “Bate Coração”, para comentários de torcedores e “Sou Mais Vitória”, para o sócio-torcedor, a única seção bancada pelo clube. “Para o Vitória, o programa é um veículo de comunicação para o fortalecimento de marca, não uma fonte de receita. Busco os patrocinadores para viabilizar e aprimorar o programa”, diz a produtora, explicando que a busca por patrocínios consistentes significa também poder acompanhar a equipe nos jogos do Campeonato Brasileiro a serem realizados fora da Bahia e diversificar a programação. O clube pernambucano Náutico
Equipe da TV Cruzeiro no Mercado de Sucre, Bolívia, durante a cobertura de um jogo da Libertadores: vídeos de bastidores conquistam torcedores ao mostrar o que os meios tradicionais descartam da programação.
também criou recentemente sua TV na Internet. A TV Timbu (www.tvtimbu.com. br) foi ao ar em janeiro de 2009, idealizada por Kléber Medeiros, diretor da KM2 Produções, empresa de marketing promocional que faz os jornais distribuídos nos jogos do time. “Apresentamos a proposta ao clube. Eles toparam. Compraram equipamentos e ajudam a bancar a TV e a gente desenvolve o conteúdo. Agora queremos buscar anunciantes”, diz Medeiros. Com uma equipe de um cinegrafista, dois
repórteres, um editor, o conteúdo que a empresa produz é oferecido gratuitamente no site, mediante cadastro. “Em um segundo momento, queremos produzir conteúdo exclusivo para o sóciotorcedor, como um benefício a mais”, diz. Enquanto os patrocínios não vêm e as cifras não recheiam a conta, Medeiros se contenta com o prazer de encher a boca para dizer que faz a TV de seu time do coração.
( making of ) Daniele Frederico
d a n i e l e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
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azer uma peça artística com um roteiro fixo e engessado é difícil. Realizar uma obra sem roteiro pré-concebido, com total liberdade para criar em cima de alguns elementos, é um verdadeiro desafio. Foi isso o que sentiu a diretora Geórgia GuerraPeixe, da BossaNovaFilms, quando foi convidada para participar do projeto Mitsubishi Motorsports, com um vídeo que faria parte da exposição de imagens da marca. O tema do projeto eram os quatro elementos da natureza: fogo, terra, água e ar, aliados à tecnologia Mitsubishi. A partir disso, a diretora desenvolveu um ensaio no qual o homem mostra a sua relação com esses elementos da natureza, inspirada em três palavras: soma, improvisação e tempo; sem, no entanto, mostrar carros ou outros elementos que pudessem remeter ao veículo. Com sua equipe, formada por seis pessoas, a diretora chegou à conclusão que queria trabalhar a soma dos elementos com o homem. Junto à coreógrafa Thelma Bonavita, Geórgia desenvolveu um trabalho intuitivo e intimista, como ela mesma o define. “Esse grupo trabalha com expressão corporal e reage aos elementos de maneira improvisada”, conta. Depois do elemento “soma”, ela partiu para o improviso, captando todo o vídeo em apenas 21 horas. “O que eu sabia era que queria começar com o elemento ar e terminar com a terra”, diz. No início do vídeo, uma mulher se dirige à câmera, em busca do ar, até sumir. Durante o comercial, homens e mulheres interagem com fogo, água e vento. Ao final, uma mulher gira o corpo e cai lentamente sobre a terra. Tudo acontece em frente a um fundo preto, para destacar os corpos. Para dar a idéia de improviso, os movimentos surgiram espontaneamente, guiados apenas pelo
fotos: divulgação
Ao som do improviso
Vídeo-arte foi todo captado em mil quadros, o que exigiu cinco vezes mais luz do que uma filmagem normal.
som. Para garantir a espontaneidade, o maestro foi levado para dentro do estúdio, de onde conduzia os sons de acordo com aquilo que a diretora orientava. “O maestro pré-produziu algumas músicas, mas compôs tudo na hora, com os instrumentos que levou para o estúdio”, conta Geórgia, que também utilizou a música para guiar o seu trabalho. “A direção foi muito pelo som. Acho que ele conduz melhor as emoções”. Além do improviso, o tempo é o grande diferencial do vídeo. Para mostrar em detalhes os movimentos dos dançarinos, cerca de 90% das cenas foram captadas em mil quadros. “A câmera mil quadros mostra músculos, pele, detalhes do corpo. Acredito que consegui provocar um novo olhar”, diz a diretora. Os elementos utilizados (água, fogo, ar e terra) estavam presentes fisicamente na produção. Para a cena da água, foi utilizada uma piscina. Para a do fogo, um técnico especialista foi chamado para a produção. Em uma das cenas, em que o rosto de um dos atores é mostrado atrás de uma chuva de faíscas, o fogo não apenas era verdadeiro, como estava tão próximo ao rosto do ator que acabou por
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queimá-lo levemente. Nesta cena, também a iluminação era natural, proporcionada pelo fogo. “O desafio foi que a câmera mil quadros ‘rouba’ a luz. O Scalante teve de abrir todo o diafragma”, conta a diretora. O diretor de fotografia Scalante explica que para rodar a mil quadros é preciso cinco vezes mais luz do que para uma filmagem normal. “Foram utilizadas cerca de 180 lâmpadas de 650 Watts, além de quatro fresnéis de 20 mil Watts como contraluz, em um cenário de mais ou menos 30 m²”, diz o diretor. Apesar do perigo em trabalhar com o fogo, a cena de maior dificuldade para a diretora foi aquela em que as pessoas sofrem com a intensidade do vento em seus corpos. “Não tínhamos vento suficiente para simular essa sensação, e essas pessoas que trabalharam no filme não são atores. Essa cena acabou por exigir uma certa interpretação por parte deles, e direção da minha parte”. Apesar de ser um trabalho realizado na base do improviso, Geórgia ressalta que o resultado depende muito das experiências individuais dos envolvidos. “Sabíamos onde estávamos. A peça é reflexiva e crítica”, diz. O vídeo está disponível no endereço www.mitsubishimotors.com. br/livromotorsports/ ficha técnica Título Direção Direção de fotografia Assistente de direção Direção de arte Montagem Motion graphics Música Coord. de produção Direção de produção Produtora
Elementos, soma, improvisação, tempo Geórgia Guerra-Peixe Scalante Tiago Soban Valdy Lopes Jn Geórgia Guerra-Peixe e Rodrigo Sobreiro Giuliano Saade Dino Vicente Sandra Othon Sergio Othon BossaNovaFilms
Chuva colorida
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xpressar uma alegria contagiante sem parecer bobo. Esse era o objetivo da agência Almap/BBDO no terceiro filme da campanha “Acredite na Beleza”, do Boticário. Para dar continuidade ao trabalho que vinha sendo desenvolvido na campanha, a Produtora Associados, responsável pelos dois primeiros filmes do conceito, “Repressão” e “Prédio”, buscou encontrar uma estrutura narrativa cinematográfica equivalente àquela usada nos filmes anteriores, levando em consideração que se trata de uma marca de beleza. Para contar esse roteiro, o diretor Pedro Becker usou pós-produção, centenas de figurantes, chuva artificial e uma verdadeira maratona logística. A trama tem início com gotas de chuva atingindo o rosto e os objetos dos personagens. É a partir desse estopim que as pessoas passam a distribuir guarda-chuvas coloridos e a enfeitar a cidade, espalhando alegria e beleza em um cenário cinza e urbano. A cidade escolhida para a produção foi Montevidéu. Em dois dias e meio, tempo que duraram as filmagens, ruas e avenidas foram fechadas, com autorizações emitidas com grande antecedência. “Precisávamos ter controle total sobre o trânsito de pessoas e carros”, conta Becker. O desafio foi trabalhar com um grande número de atores: havia de 150 a 200 figurantes por dia, além do elenco principal, escolhido de acordo com a mensagem a ser passada pelo conceito. “O casting foi escolhido levando em conta que trabalhávamos com uma marca de beleza. Buscávamos mulheres que fossem bonitas e, ao mesmo tempo, interessantes e críveis; mulheres dispostas a correr na chuva e trabalhar muito, com leveza no ‘acting’ e simpatia”, explica o diretor. Estar disposta a correr na chuva foi
3D, a chuva foi feita das duas maneiras: em pós e fisicamente. “Tivemos dois guindastes com sistemas montados de chuva. Para que ela seja crível, a água precisa cair de um ponto suficientemente alto, dependendo do ângulo de câmera”, conta Becker. Parte da chuva foi feita em pós. “Filmamos ‘plates’ da ação com chuva e sem chuva para fazermos depois a composição final”, diz o diretor. A pós trabalhou ainda para fazer a multiplicação das pessoas, uma vez que em partes do comercial – em especial ao final – há uma verdadeira multidão se encontrando no cruzamento de quatro ruas. “Nas cenas finais tivemos que filmar por partes, de maneira a encher os diferentes espaços em quadro com a quantidade de extras disponíveis, filmando com chuva e sem chuva para termos mais controle na pós-produção”. Talvez uma das cenas mais complexas tenha sido a aérea, que mostra a cidade sendo tomada pelos guarda-chuvas. “Passamos por um trabalho de rotoscopia onde apagamos todos os carros e pessoas que existiam na cena. Depois fizemos uma composição com os guardas chuva em cima da cena. Quando ficou perfeito, acertamos a luz e, por último, colocamos a chuva sobre tudo isso, medindo assim a quantidade ideal para a cena”. ficha técnica Título Anunciante Produto Direção de criação Criação Produtora Direção Fotografia Trilha / locutor Montador / editor Finalização
Comercial do Boticário, filmado em Montevidéu, teve chuva produzida com ajuda de dois guindastes e da pós-produção.
requisito para quem quisesse trabalhar em um comercial que não adicionou chuva apenas na pós-produção. Embora o céu nublado tenha sido recriado em pós, a partir de imagens de arquivo e elementos
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Guarda-chuva O Boticário Institucional Marcello Serpa, Dulcidio Caldeira, Luiz Sanches Danilo Boer, Tales Bahu Produtora Associados Pedro Becker Fernando Oliveira Hilton Raw Pedro Becker Produtora Associados / Casablanca
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Tudo o que é sólido pode derreter Curta-metragem dá origem a série adolescente para a TV Cultura, primeiro trabalho de televisão da Ioiô Filmes. FOTOS: Divulgação
Esta matéria faz parte de uma série que Tela Viva publica mensalmente, explicando o desenvolvimento de projetos audiovisuais bem sucedidos, sob o ponto de vista do modelo de negócios e do financiamento.
Q
uando inscreveu o projeto do curtametragem “Tudo O Que É Sólido Pode Derreter” no Cultura Inglesa Festival de 2004, o diretor Rafael Gomes, da Ioiô Filmes, não imaginava que, cinco anos mais tarde, ele viraria uma minissérie de 13 episódios com 25 minutos cada, apresentada como carro-chefe da programação 2009 da TV Cultura. O projeto original, sobre uma adolescente que vive aventuras baseadas nos livros de língua inglesa que estava lendo, foi selecionado no festival promovido pela rede de escolas de inglês e ganhou recursos para o desenvolvimento. Em maio de 2005, o filme estava pronto e seguiu para o circuito de festivais. Levou o prêmio de melhor roteiro no Cultura Inglesa Festival daquele ano e melhor direção no Florianópolis Audiovisual Mercosul FAM 2006, além de ter sido selecionado para o 52º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Oberhausen – Kids and Youth Competition, na Alemanha. “Percebi nas exibições em festivais e escolas que os jovens gostavam muito, identificavam-se com a personagem e tinham vontade de saber o que aconteceria com ela. Até eu fiquei curioso: o que aconteceria com ela? Achei que a história era muito
Cada um dos três episódios aborda uma obra da literatura de língua portuguesa.
propícia à continuação”, conta Gomes. A ideia do diretor foi desenvolver uma série em que cada episódio envolvesse uma obra da literatura de língua portuguesa para que pudesse entrar na grade de alguma emissora educativa. A TV Cultura foi procurada ainda em 2005. “A Fundação Padre Anchieta ainda tinha outra diretoria, eles gostaram do projeto, mas as negociações não fluíram”, explica Gomes. Dois anos mais tarde, o diretor, já com novos projetos, entre eles, o curtametragem “Tapa na Pantera”, sucesso do YouTube, participou de um jantar com a nova diretoria da TV Cultura e comentou com diretor do núcleo de cultura e arte, Helio Goldsztejn, sobre “Tudo O Que É Sólido Pode Derreter”. “Marcamos uma reunião. Eles viram o curta e se apaixonaram de imediato. Seis meses
depois, em maio de 2008, já estávamos trabalhando na série”, comemora o diretor. Ele acredita que o fato de ser um programa de dramaturgia voltado para o público adolescente, um perfil que não aparecia na programação da emissora desde “Confissões de Adolescentes” (1994), foi um aspecto que chamou a atenção da TV Cultura. “Trabalhamos com literatura, mas de forma lúdica e divertida, explorando os acontecimentos da adolescência, sem ranço pedagógico”, destaca Gomes. Concreto A TV Cultura fez um contrato de coprodução com a Ioiô Filmes. A emissora pagou aproximadamente
temática adolescente chamou a atenção da emissora, que pagou R$ 1,1 milhão pela coprodução. 34
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20 e 21 de maio de 2009
Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo, SP
PRO M O ÇÃ O
REALI ZAÇÃO
( case) Uma escola estadual em Moema, zona sul da capital paulista, foi a principal locação. “Trabalhamos com baixo orçamento e fizemos a realidade se adaptar a ele. Em um dos episódios, o roteirista pediu duas cenas na praia, mas não tínhamos condições de deslocar a equipe, então filmamos em um clube. A locação que era a casa da protagonista também tem um quarto que virou nove cenários diferentes”, conta o diretor. Para Gomes, um dos processos mais trabalhosos foi o da gravação da vinheta de abertura, em que a atriz folheia um livro. “Fizemos várias vezes porque tudo tinha que ser cronometrado. A cada página que ela abre aparece um personagem e eles tinham um tempo certo para a realização”, conta o diretor. As animações inseridas na vinheta de abertura também foram feitas na Ioiô Filmes. Captada em HDV, a série foi finalizada na TeleImage.
FOTOs: luciano piva
FOTO: Divulgação
R$ 1,1 milhão à produtora, que ficou encarregada de toda a produção. A emissora tem a exclusividade do programa por algum tempo, podendo explorar comercialmente a obra neste período. Na semana anterior à estreia, que aconteceu na sextafeira, 10 de abril, às 19h30, a Cultura divulgou que a primeira cota de patrocínio do programa havia sido vendida à Cultura Inglesa. No total, são quatro cotas de R$ 750 mil. “Eles bancaram o projeto e queriam a fita pronta. Eles aprovavam as obras abordadas e o roteiro, mas a produção foi 100% independente. Foi um processo tranquilo”, conta Gomes, explicando que foram escolhidas obras de domínio público, porque o pagamento dos direitos autorais seria inviável no orçamento, que contemplassem todas as escolas literárias e estivessem na leitura obrigatória dos principais vestibulares do País. “O Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente; “Sermões”, ensaios de Padre Antônio Vieira, “Os Lusíadas”, de Luiz Vaz de Camões; “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias; “Senhora”, de José de Alencar; “Macário”, de Álvares de Azevedo; “Dom Casmurro”, de Machado de Assis; “Ismália”, poema de Alphonsus de Guimaraens; e “Quadrilha”, poema de Carlos Drummond de Andrade são as obras que compõem os 13 episódios. No total, foram três meses de preparação do roteiro. Para concretizar o primeiro projeto de televisão da Ioiô Filmes, outros profissionais se envolveram no trabalho. Além de Gomes, assinam os roteiros Mariana Bastos, Marco Dutra e René Guerra. Esmir Filho, parceiro de Gomes em “Tapa na Pantera”, codirigiu a série. As gravações foram feitas em São Paulo, em três meses e meio, entre julho e outubro de 2008, uma média de uma semana por episódio.
Tudo O Que É Sólido Pode Derreter Série - 13 episódios de 25 minutos Público-alvo Direção
12 a 18 anos Rafael Gomes e Esmir Filho Ioiô Filmes
Produtora
Sinopse: A protagonista Thereza está no primeiro ano do ensino médio. É uma garota esperta, inteligente, articulada e dona de uma imaginação muito rica. Na série, vive experiências divertidas e amadurece em sua relação consigo mesma, com sua família, seus amigos e com os livros que lê.
Possível Segundo Gomes, tanto a emissora quanto a Ioiô Filmes têm interesse em realizar uma segunda temporada de “Tudo O Que É Sólido Pode Derreter”. “Os episódios têm começo, meio e fim, podem ser vistos independentemente como em um seriado. Podemos trabalhar com novas obras em uma nova temporada”, afirma o diretor, destacando que ainda não há nada definido em relação a novos episódios. Por enquanto, a única iniciativa nesta direção foi a inscrição para o desdobramento da série no edital do Fundo Setorial do Audiovisual, linha de ação B, voltada para a produção independente de obras audiovisuais para a televisão. A TV Cultura, cumprindo requisito para obtenção dos recursos do FSA nesta modalidade, assinou contrato de intenção de compra do projeto, assumindo o compromisso de comprar a primeira licença de exploração da obra caso ela seja aprovada no fundo. ana carolina barbosa
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JUNE 23 >26, 2009 SUNNY SIDE OF THE DOC 20TH ANNIVERSARY
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2009 FORUMS
The New Co-Producers Cross Media Fact-based Fiction Educational Markets The Next 20 Years
At Sunny Side, 23 - 26 June 2009, come and meet the new decision makers and the most original voices, for a preview of the documentaries of tomorrow.
( tecnologia)
Fernando Lauterjung
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Fim da transição Radiodifusores começam a investir pesado em finalização em alta definição, da teledramaturgia ao jornalismo. Trata-se do último grande desafio para ter uma grade 100% HD.
P
assado o desafio de aprender a trabalhar com câmeras em alta definição, novas técnicas de iluminação e maquiagem, cenário e figurinos aperfeiçoados, emissoras investem na finalização para garantir uma bela imagem nos televisores já preparados para o HD. A ideia, pelo menos nas cabeças de rede, é ter capacidade para produzir apenas em alta definição, e cada uma escolhe por onde começar. “A transição (para o HD) seguirá uma estratégia de grade e de atualização tecnológica do parque de equipamentos da Globo”, diz Carlos Brito Nogueira, assessor de planejamento e projetos de engenharia da emissora. Segundo ele, “a produção em HD exige a atualização de grande parte dos equipamentos, mas é importante destacar que há anos alguns fabricantes não têm vendido mais equipamentos profissionais sem a capacidade para a alta definição. A migração para HD se iniciou antes mesmo da TV digital ter entrado no ar”. O diretor de engenharia da Band, Rubens Ortiz, concorda: “É uma realidade de mercado. Quase não se acha mais câmera em SD”. Assim como a Globo, a Record também investe conforme a demanda. O que muda é o imediatismo da transição. A emissora da Barra Funda ainda não finaliza suas novelas em alta definição.“Queremos ter um link do RecNov com o centro exibidor de FOTOS: Divulgação/Eduardo Laviola
São Paulo, por fibra óptica. Quando o link estiver pronto, vamos começar finalizar as novelas em HD”, diz José Marcelo Amaral, diretor de tecnologia da emissora. Por enquanto, o investimento é em experiências. “Montamos um núcleo de estudos no (complexo para produção de telenovelas) RecNov, para maquiagem, iluminação etc.” Como aprendizado, a série “A Lei e o Crime” já é em HD. "Estamos montando uma estrutura enorme RecNov. Já são oito estúdios e teremos mais quatro", diz. "Todo o parque tecnológico de produção do complexo já
“É uma realidade de mercado. Quase não se acha mais câmera em SD.” Rubens Ortiz, da Band
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está preparado. Agora temos que investir em finalização", diz. 100% Os canais da TV Bandeirantes devem ter sua produção 100% em alta definição em um futuro bem próximo. Segundo Rubens Ortiz, o projeto de troca do parque técnico está quase completo. Segundo ele, antes do meio do ano “as operações serão 100% HD e tapeless”. O engenheiro diz que boa parte do que é produzido atualmente é em alta definição. O investimento, explica, vale para a infraestrutura de todos os canais do grupo, incluindo o Terraviva e os canais de TV por assinatura. Segundo Ortiz, o conteúdo destes canais não é finalizado em HD porque ainda há indefinição em relação ao modelo de negócios. “Tecnicamente,
FOTO: Divulagação/Antonio Chahestian
é indiferente”, explica. Ortiz diz que “entretenimento e dramaturgia usam poucos efeitos”. No entanto, esses efeitos são mais precisos. Nessa área, a Band adotou o uso de pré-edição no Easy Cut, passando posteriormente para o Final Cut. "Para gerar efeitos, usamos o Backdraft, da Autodesk. O Smoke só é usado nos efeitos mais sofisticados", diz. Já na Globo a alta definição deve cobrir, em um primeiro momento, apenas os horários de pico de audiência. “Todo o investimento feito pela TV Globo em equipamentos broadcast tem sido compatível com HD. A migração para HD tem sido natural e dentro de pouco tempo esperamos ter o nosso horário nobre totalmente finalizado em HDTV”, diz
“O parque de produção já está preparado. Agora temos que investir em finalização.” José Marcelo Amaral, da Record
Carlos Brito Nogueira. “Hoje temos produtos HD em todas as áreas: jornalismo (‘Globo Repórter’ e quadros do ‘Fantástico’), dramaturgia (‘Caminho das Índias’, ‘A Grande Família’, ‘Maysa’ e ‘Capitu’), esportes (futebol e grandes eventos esportivos), shows (Carnaval, ‘Criança Esperança’ e outros) e promos dos programas em HD também são feitas em alta definição”. Jornalismo Para o jornalismo, o investimento na finalização acompanha o investimento no extermínio das fitas no fluxo de trabalho. Na Globo, o investimento começou em um dos canais por assinatura. “A tecnologia
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tapeless já está em uso na TV Globo há alguns anos no nosso canal de notícias, a Globonews, e já realizamos grandes eventos utilizando a tecnologia como no Pan e nas últimas Olimpíadas. Desde o último ano iniciamos a troca de nossas ilhas do jornalismo do Rio e SP. E estaremos em breve lançando um sistema completo para atender a nossa área de esportes no Rio”, diz Brito Nogueira. Segundo Rubens Ortiz, 95% do investimento da Band em finalização está em um sistema montado para o jornalismo, que permitirá o fim da fita, com trabalho apenas em rede. Nesse caso, a edição é feita através do Ardendo Easy Cut, em baixa definição, nas ilhas usadas pelos repórteres. “A edição em HD é gerada automati camente no servidor de vídeo”, explica Ortiz. “No dia-a-dia, após esta edição, uma edição mais precisa pode ser feita no Final Cut Pro”.
( upgrade )
Fernando Lauterjung
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É devagar, é devagar...
A
Orad reforça sua oferta de soluções para cobertura esportiva com o lançamento, durante a NAB, que acontece na segunda quinzena de abril, em Las Vegas, do servidor de vídeo multicanal PlayMaker. Trabalhando com resoluções SD e HD, o servidor foi desenvolvido especificamente para produção de esportes ao vivo, permitindo fazer replay em slow motion sincronizado, além de contar com diversas ferramentas de edição. Uma interface touch screen garante operação simples dos controles e gerencia playlists e clipes. A qualidade da imagem é garantida pelo codec JPEG 2000, que, além de contar com uma boa relação qualidade/compressão, é menos suscetível a erros, se comparado a codecs como M-JPEG ou I-frame MPEG. Com um RAID de seis discos, o servidor tem capacidade de mais de 60 horas em HD (a 100 Mbps) e de mais de 120 horas em SD (a 50 Mbps). O PlayMaker oferece ainda oito canais de áudio (quatro canais em estéreo). Servidor de vídeo multicanal PlayMaker trabalha em SD e HD e faz slow motion.
FOTOS: divulgação
União de forças
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uas empresas se juntaram para oferecer uma solução para aquisição de jornalismo e para streaming. A Streambox e a Matrox anunciaram parceria para unir o dispositivo MX02 SDI com o software de codificação Streambox ACT-L3, permitindo fazer a captura e o streaming de vídeo SDI para laptops Mac OS. O encoder permite que repórteres capturem, editem e façam o stream de matérias (de vídeo em alta qualidade ou em versões para web). Até agora, para fazer isso, o repórter só poderia alimentar os laptops com vídeo digital através da porta FireWire. A porta SDI, prometem os fabricantes, dará mais qualidade à produção de notícias em externas O software Streambox ACT-L3 será vendido em conjunto com os dispositivos MX02, da Matrox, por enquanto apenas para plataforma Mac. Contudo, o desenvolvedor promete drivers para Windows para um futuro próximo.
Matrox e Streambox oferecem solução para jornalismo.
De um formato para outro
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ovo membro da linha conversores de frame rate em alta definição FRC, da For-A, o FRC-8000 ganha destaque no estande da fabricante na NAB este ano. Segundo a For-A, o produto foi desenvolvido em resposta a uma demanda dos clientes, que pediam novas ferramentas e melhorias na interface, em relação aos modelos predecessores FRC-7000 e FRC-3000. Usando uma tecnologia proprietária de compensação de movimento por vetores, o equipamento converte diversos frame rates, analisando o movimento de pixels para prever para qual lugar da tela eles se moverão. Enquanto os modelos anteriores convertem entre 1080/59.94i e 1080/50i, ou 720/59.94p e 720/50p HD, o FRC8000 converte entre os formatos HD-SDI
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(incluindo 1080/60i, 1080/59.94i, 1080/50i, 720/60p, 720/59.94p e 720/50p), assim como 525/60 NTSC e 625/50 PAL SD SDI. Assim como acontecia com o modelo FRC-7000, a inclusão da placa opcional FRC-70PSFC, expande as capacidades de conversão para 1080/30p, 1080/30PsF, 1080/29.97PsF, 1080/25p, 1080/25PsF, 1080/24p, 1080/24PsF, 1080/23.98p, e 1080/23.98PsF. O FRC-8000 oferece ainda suporte opcional a dois canais Dolby E. O equipamento detecta automaticamente cortes no vídeos, bom como o movimento de vídeo sobre a imagem principal.
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Conversor de frame rate da For-A muda após demanda de usuários.
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Blu-ray para pequenos
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já difundido software de edição de vídeo Edius, da Grass Valley, ganha uma nova versão, intitulada Neo 2. A solução conta com uma coletânea de ferramentas mais vasta para a produção de discos Blu-ray em alta definição, tornando-a, segundo a fabricante, ideal para profissionais independentes e pequenas empresas. A nova versão compartilha das ferramentas e funcionalidades disponíveis no EDIUS 5.1, podendo lidar com projetos SD e HD com facilidade. Entre as funcionalidades estão uma interface flexível, edição em tempo real e conversão de diferentes aspectos de tela (4:3 e 16:9), além de conversão de diferentes frame rates (60i, 50i, e 24p). O pacote Neo 2 traz ainda ferramentas de edição não-linear comuns à família EDIUS, como multi-trilha, edição com mixagem de diferentes formatos HD/ SD, chroma keying, títulos e autoração de DVD. A nova versão do Neo também apresenta, pela primeira vez, a tecnologia GPUfx, que permite que usuários “vitaminem” o processo de renderização com placas de vídeo compatíveis; permite trabalhar com efeitos 2D e 3D; conta com mais predefinições de menus de DVD; e permite dar saída em AVCHD H.264/Blu-ray. Entre os formatos de edição estão AVCHD, HDV, DV, Windows Media e QuickTime, além do novo Canopus HQ Codec.
Com controles externos, DVR da FFV ganha operação mais elaborada.
Compacto completo
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erá apresentado pela Fast Forward Video (FFV) na NAB um novo conjunto de possibilidades para o recém-lançado DVR Elite HD, que funciona acoplado à câmera. Baseado no codec JPEG 2000 para gravação do sinal de vídeo HD-SDI, o Elite HD agora pode ser controlado remotamente através da porta RS422, o que dá ao equipamento um perfil de DVR de gravação e reprodução independente, podendo funcionar não apenas montado à câmera. Entre os controles RS422, os operadores podem optar por qualquer modelo padrão, como os da Buf Technology, da Hi-Tech Systems ou da DNF. Com isso, o DVR ganha funcionalidades que vão além do “executar, parar, adiantar e voltar”, para modos mais elaborados de operação como slow motion, controle de velocidade, execução em reverso. Além disso, através de controles externos, os operadores podem criar playlists e usar o equipamento como um dispositivo de playout em situações como video assist, esportes ou eventos ao vivo. Outra novidade é que o Elite HD agora conta com transcodificação J2K que permite agilizar a transferência para sistemas de edição não-linear. O equipamento conta com entrada de sinal HD-SDI com até oito canais de áudio embutido, gravando em discos SATA de 2,5” ou memória SSD.
Exibidor 3 em 1
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Omneon anunciou o lançamento do MediaDeck GX, uma solução para playout que combina servidor, geração de gráficos e processamento avançado de áudio, tudo controlado pelo sistema de automação adotado pelo canal. A solução junta três componentes essenciais para canais de TV: uma plataforma de transmissão, um módulo de controle mestre que permite exibir logos, e um software de gráficos baseado em templates. O MediaDeck GX permite exibir imagens still ou animações enquanto mixa e dá saída a locuções e promos. Além disso, o controle mestre de inserção de logos permite usar efeitos como “envelopamento”, fades e outras transições.
Omneon lança solução para playout com servidor, gráficos e processamento de áudio.
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( agenda ) ABRIL 18 a 23 NAB 2008, Las Vegas Convention Center, Las Vegas, EUA. Tel.: (1-202) 595-2052. E-mail: register@nab.org. Web: www.nabshow.com
24 a 26 2º Festival de Filmes Curtíssimos, Brasília, DF. Tel.: (61) 3244-0411. E-mail: secretaria@filmescurtissimos.com.br. Web: www.filmescurtissimos.com.br
Tel: (81) 3461-2765. Web: www.cine-pe.com.br
Tel.: (416) 203-2155. E-mail: info@hotdocs.ca. Web: www.hotdocs.ca
MAIO
7 a 10 Banff World Television Festival, Banff, Canadá. Tel: (1-403) 678-1216. E-mail: info@achillesmedia.com. Web: www.bwtvf.com
JULHO 1 a 31 20º Marseille International Documentary Festival,
2 a 5 Rose D’Or, Lucerne, Suíça.
13 a 19 32º Festival Guarnicê de Cinema, São Luís, Maranhão.
Tel.: (41-41) 242-0907. E-mail: info@rosedor.ch. Web: www.rosedor.com
Tel.: (98) 3231-2887. E-mail: contato@festivalguarnice.com.br. Web: www.festivalguarnice.com.br
5 a 8 Fiap 2009 – Festival Iberoamericano de la Publicidad,
15 a 28 Cinesul 2009 - 16º Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo,
Buenos Aires, Argentina. Tel.: (54-11) 4311-2242. E-mail: fiap@fiap.com.ar. Web: www.fiaponline.net
Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (21) 3826-2490. E-mail: festivalcinesul@gmail.com. Web: http://www.cinesul.com.br/site_2009/inscricao.html
14 a 22 L.A. Screenings, Los Angeles,
16 a 21 11º FICA - Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, Cidade de
Califórnia, EUA. Tel.: (818) 889-9188. E-mail: nlloyd_ceo@yahoo.com. Web: www.lascreenings.us
13 a 24 Festival de Cannes, Palais des
Convention Center, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.forumbrasiltv.com.br 10ª edição do evento que inseriu o Brasil no mapa-múndi da produção audiovisual aproximando produtores, distribuidores e broadcasters. Destaque para o segundo Encontro de TVs de Língua Portuguesa e para o encontro de TVs do Mercosul e Associados
Transamérica Expo Center, São Paulo, SP. Tel: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.telavivamovel.com.br Maior encontro sobre conteúdos para celular e entretenimento móvel na América Latina. Destaque para o prêmio Tela Viva Móvel.
27 a 2/5 Cine PE – Festival do Audiovisual, Recife, PE.
30 a 10/5 Hot Docs Canadian International Documentary Festival, Toronto, Canadá.
3 a 5 de junho 8° Tela Viva Móvel, Frei Caneca
20 e 21 de maio 10º Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão,
Goiás, Goiás. Tel.: (62) 3225-3436. E-mail: prodnacional@fica.art.br. Web: www.fica.art.br
Marseille, França. Tel.: (33-04) 9504-4490. Web: http://fidmarseille.org
6 a 11 Curta-se: Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe, Acaraju, SE. Tel.: (79) 3246-6265. E-mail: operacional@curtase.org.br. Web: www.curtase.org.br
10 a 26 Anima Mundi 2009 - 17º Festival Internacional de Animação do Brasil, Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). Tel.: (21) 2543-8860. E-mail: info@animamundi.com.br. Web: www.animamundi.com.br
22 a 28 16° Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, Cuiabá, Mato Grosso.
Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 5359-6100. E-mail: festival@festival-cannes.fr. Web: www.festival-cannes.org
Cannes, França. Tel: (44-20) 7239-3400. Web: www.canneslions.com
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1 a 7 Femina 2009 - Festival Internacional do Cinema Feminino,
La Rochelle, França. Tel.: (33-1) 7735-5300. E-mail: contact@sunnysideofthedoc.com. Web: www.sunnysideofthedoc.com
Fortaleza, Ceará. Tel.: (85) 3264-3877. Web: www.cineceara.com.br
26 a 12/7 8ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, Florianópolis, Santa
11 a 13 ABTA 2009, Transamérica Expo
Rio de Janeiro, RJ. E-mail: contato@feminafest.com.br. Web: www.feminafest.com.br
5 a 12 13º FAM 2009 - Florianópolis Audiovisual Mercosul, Florianópolis, Santa Catarina. Tel.: (48) 3222-2776. Web: www.panvision.com.br
21 a 27 Cannes Lions, Palais de Festivals,
Tel.: (65) 3621-5331. Web: www.cinemaevideocuiaba.org
28 a 4/8 19º Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema,
Catarina. Tel.: (48) 3235-5996. E-mail: produção@mostradecinemainfantil.com.br. Web: www.mostradecinemainfantil.com.br 42
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AGOSTO Center, São Paulo, SP. Tel: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.abta09.com.br
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INCLUINDO ESTE ANO: Encontro de Televisões do Mercosul e Associados, reunindo broadcasters de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, além de países convidados da América Central e México.
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