Revista Tela Viva 193 - Maio 2009

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 18_#193_mai2009

o dinheiro encolheu

Produção publicitária cai entre 15% e 20% no primeiro trimestre, com a retração dos anunciantes institucionais. Novas mídias e conteúdo ainda não cobrem o buraco na receita. NAB 2009 Com TV digital, Brasil se destaca em Las Vegas

PRODUÇÃO Produtoras saem do país para explorar mercado latino


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Foto: marcelo kahn

(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro Diretor de Marketing

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Carlos Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jar­dim (Pro­du­ção Grá­fi­ca) Geral­do José Noguei­ra (Edi­to­ra­ção Ele­trô­ni­ca) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Manoel Fernandez (Diretor) Roberto Pires (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Iva­ne­ti Longo (Assis­ten­te) Gislaine Gaspar Vilma Pereira (Gerente) Marcelo Pressi 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira www.telaviva.com.br assine@convergecom.com.br

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Indústria renovada

André Mermelstein

Editor Tela Viva News

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Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

TV por assinatura passa por uma espécie de renascimento no Brasil. Após alguns anos crescendo em “banho-maria”, a indústria ganhou novo fôlego e promete, mesmo com a retração econômica geral, apresentar bons resultados em 2009. No cabo, quem vem puxando a mudança é principalmente (mas não apenas) a banda larga, ou melhor, o triple play, a oferta conjugada de voz, dados e TV. As principais operadoras, Net Serviços e TVA/ Telefônica, vêm lançando acessos com bandas cada vez maiores. A Net, com o DOCSIS 3.0, oferece, ainda em áreas restritas, velocidades de 30 Mbps ou até 60 Mbps, acrescidas de um experimento de VOD em alta definição. A Telefônica aposta no acesso por fibra óptica, e pode oferecer acessos de 50 Mbps ou até mais. São serviços ainda muito prematuros, mas que certamente evoluirão rápido, dada a demanda por banda larga no país. Mas é no DTH que está a grande promessa de crescimento das assinaturas de TV. A Embratel, que lançou seu serviço no final de 2008, foca seus pacotes na classe C. A Oi está prestes a lançar seu serviço, após conseguir, finalmente, fechar seus pacotes junto às principais programadoras. Foi uma negociação dura, que envolveu uma promessa da operadora de apresentar um crescimento rápido e consistente da base de assinantes nos primeiros meses. Finalmente a Sky, maior operadora de DTH e segunda maior de TV por assinatura no país, segue a estratégia de sua matriz norte-americana, a DirecTV: jogar todas as fichas na qualidade do serviço de TV, uma vez que, ao contrário dos demais, não conta com uma rede terrestre para oferecer serviços de dados, telefone ou celular. A operadora lançou em abril seu novo set-top box, com DVR avançado e pacote de dez canais HD. É pouco, comparado aos mais de cem canais da DirecTV, mas é um bom começo, até que se forme um público. Claro que há muitos obstáculos no caminho, como um possível (mas cada vez mais improvável) agravamento da crise, ou, sobretudo, uma interferência irresponsável das autoridades. A questão do ponto-extra, como se vê em matéria desta edição, é um exemplo de como a Anatel pode atrapalhar este desenvolvimento. Da agência espera-se e cobra-se que normatize e fiscalize o setor, sempre em favor do consumidor, da competição e da boa prestação dos serviços. Esta decisão, do ponto-extra, em nada beneficia o usuário ou a indústria. A agência poderia ter se concentrado em outras ações que, estas sim, beneficiariam a todos, como a abertura de novos editais de cabo, há tanto aguardados, ou a certificação dos equipamentos de WiMax, que já poderiam estar sendo usados para ajudar na disseminação do acesso pelo Brasil. Esperamos que daqui para a frente esta seja a visão dos nossos reguladores.

capa: editoria de arte/converge

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(índice ) Publicidade em baixa 16

( cartas)

Comerciais perdem espaço nas produtoras. Conteúdo e novas mídias ainda não substituem modelo tradicional

Retificação A fotografia publicada na seção Scanner da edição de março (TELA VIVA 191) não é do deputado Paulo Henrique Lustosa, mas de Paulo Lustosa, pai do parlamentar. A fotografia correta de Lustosa é a que segue abaixo.

Scanner Figuras Produção

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Produtoras brasileiras montam bases em países latino-americanos

Evento

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10º Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão atrai público internacional

Mercado

Capa Impressionante a reportagem “Cabo de Guerra” da última Tela Viva. Óbvio que cada um vai defender o seu negócio, mas agora que o consumidor está acostumado com a oferta em várias janelas, o jeito é encontrar um modelo equilibrado que não penalize o espectador. Um grande desafio. José Carlos Santana, Campinas, São Paulo

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Como pitchings ajudaram produtoras a buscar contatos, desenvolvimento e coproduções

NAB 2009

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Brasileiros são destaque no principal evento internacional

Entrevista

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Presidente da Abert abre pauta política da associação para 2009

TV por assinatura

Produção Acho que os times de futebol encontraram um bom negócio com a produção audiovisual. Aparentemente esta iniciativa ainda é um pouco deficitária, mas acredito que se os clubes souberem posicionar esta ferramenta de comunicação terão sucesso. É um negócio interessante para anunciantes e patrocinadores porque é o tipo de coisa que as pessoas consomem por paixão e não por necessidade. Felipe Carrasco, Juiz de Fora, Minas Gerais

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Em decisão polêmica, Anatel proíbe cobrança de ponto extra

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Audiência Capacitação

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MinC e ABPI-TV capacitam animadores para competir no mercado internacional

Case

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Making Tecnologia

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Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br

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HD vira commodity na NAB 2009

Upgrade Agenda

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Coprodução Brasil/Canadá se viabiliza buscando múltiplas fontes de financiamento

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( scanner ) A TV no cinema

"Loki-Arnaldo Baptista", primeiro longa-metragem produzido integralmente pelo Canal Brasil, estreia em junho no cinema.

FOTO:s divulgação

O longa-metragem "Loki - Arnaldo Baptista", primeiro longa-metragem integralmente produzido pelo Canal Brasil, estreia em 19 de junho nas salas de cinema de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e Santos. Como explica Camila Roque, coordenadora de marketing do Canal Brasil, o documentário chega ao cinema para atender aos pedidos do público que acompanhou a exibição da produção em festivais. Em 2008, a cinebiografia sobre o músico que criou Os Mutantes levou o prêmio do júri popular de melhor documentário no Festival do Rio e na Mostra I nternacional de São Paulo. Com direção de Paulo Henrique Fontanelle, "Loki - Arnaldo Baptista" era para ser apenas um programa de 30 minutos para o "Retratos Brasileiros", programa do Canal Brasil sobre personalidades do cenário artístico do País, mas a produção da atração julgou o material muito rico e apostou que renderia um longa-metragem. A distribuição é feita pelo próprio Canal Brasil. "Queríamos atender a este público e tivemos que aprender a fazer distribuição para o cinema, uma atividade diferente do nosso negócio. A sorte é que temos muitas permutas para uma mídia de divulgação forte", diz Camila. O filme deve estrear no Canal Brasil em setembro, mês de aniversário do canal.

Film Comissions

As explicações sobre a Com a demissão de Leopoldo demissão de Leopoldo Nunes são Nunes da TV Brasil, não há na contraditórias. A TV Brasil diz que direção da emissora nenhum Nunes foi informado que seria representante do grupo original do demitido no dia 13 de abril, Ministério da Cultura. Segundo quando teria pedido uma licença Nunes, a demissão se deu após a de 15 dias para encontrar uma publicação de uma entrevista que nova posição. Ele alega ter concedeu à Revista Fórum. Na assinado atos administrativos até o entrevista, o então diretor de dia 23 de abril e que programação e estava em viagem de conteúdo da TV trabalho até o dia Brasil fazia críticas 26, tendo sido abertas à gestão de notificado pelo Tereza Cruvinel, ministro da acusando-a de, por Comunicação Social, falta de vontade Franklin Martins, no política, não ter dado dia 27. Em meio ao continuidade aos mal estar causado Programas Especiais junto a produtores de Fomento que independentes e estariam prontos cineastas pela para serem lançados demissão de Nunes, em parceria com a Leopoldo Nunes, ex-diretor a TV Brasil anunciou Ancine. Através de programação e conteúdo até o fim de junho o desses programas, da TV Brasil: demissão marcada lançamento de cinco seriam investidos em por contradições. ou seis editais para a produção seleção e contratação de programas independente R$ 300 milhões. e conteúdos junto aos produtores Parte da equipe de Nunes também independentes. Os concursos se foi afastada. Ele disse ao TELA darão através de pitchings. A VIVA NEWS que há vários meses a norma completa está disponível presidente da EBC vem forçando a no site www.tvbrasil.org.br e sua demissão. "Minha fritura foi no site www.ebc.com.br. uma coisa lenta", afirmou.

A Aliança Brasileira de Film Commissions (Abrafic) lançou em parceria com a Apex-Brasil, o "Manual de Exportação de Locações e Serviços Audiovisuais Brasileiros". Trata-se de uma cartilha com os procedimentos legais para filmagem em território nacional, que pode ser acessada por qualquer produtor de cinema ou TV que tiver interesse em produzir no Brasil. O manual está disponível em versão eletrônica para download em português, inglês e espanhol, nos sites da Abrafic e do Ministério das Relações Exteriores. Há ainda versões impressas, que serão distribuídas para entidades brasileiras do audiovisual com projetos de exportação, órgãos do governo federal, e em postos do Brasil no exterior.

FOTO: arquivo

Fritura

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Cartilha lançada pela Abrafic em parceria com a Apex detalha os procedimentos legais para filmagem em território nacional.

Lances em HD A Globosat irá produzir e transmitir em alta definição pelo menos um jogo de futebol do Campeonato Brasileiro por rodada durante a temporada de 2009. A transmissão HD estará disponível, em princípio, no canal GlobosatHD, que agrega, hoje, conteúdos em alta definição dos outros canais da programadora.

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Sky HD A Sky anunciou no final de abril seu novo set-top box e o pacote de canais em alta definição. Os canais HD da Sky são: Discovery Theater HD, Fox/NatGeo HD, MGM HD, TNT HD, Voom HD, HBO, HBO HD, o erótico SexZone HD, ESPN HD e Space HD. Os dois últimos foram criados especialmente para o Brasil. A Sky montou uma estratégia agressiva para o novo serviço. Quem assinar os pacotes HD ganhará o settop box, que é também um DVR com funcionalidades avançadas, de graça, além de dois pontos adicionais em standard definition. Os pacotes incluem também o novo Sky Prime 24 Horas, serviço de assistência técnica.O pacote Sky HDTV Digital Plus terá 133 canais SD e oito canais HD por R$ 229,90 mensais. O pacote Sky HDTV Max Plus trará 143 canais SD e dez canais HD (os oito do pacote anterior e mais os dois canais da HBO), por R$ 253,90.

A projeção da operadora é de conquistar 300 mil clientes para o serviço HD até o final deste ano, sendo um terço destes de novos assinantes. Ao todo, o lançamento do serviço recebeu investimentos da ordem de R$ 150 Diretoria da Sky apresenta novo set-top box e pacote de canais em alta definição. milhões, incluindo o programas periódicos, como séries. O subsídio dos set-tops. Cada caixa custa DVR reconhece os episódios novos da para a Sky em torno de US$ 300. série programada, e não grava as reprises, apenas os episódios que o DVR usuário ainda não viu. Futuramente, a Fabricada em Manaus pela Pace, a Sky pretende alocar uma parte do disco, nova caixa da Sky é um DVR com 500 Gb cerca de 100 Gb, para um serviço de de disco, capaz de gravar 500 horas de push video-on-demand. Outra novidade programação SD ou 100 horas de do DVR da Sky é a possibilidade de programas HD e tem saídas de áudio programação remota, via web ou óptico, HDMI e vídeo componente. O celular. O usuário pode, de qualquer software permite buscas no Guia de lugar, enviar ordens para a gravação de Programação (EPG) por nome de filme, programas. O DVR recebe os comandos nome de ator, palavra-chave etc. Tem pelo satélite e faz a gravação. também funções para a gravação de

Sessões 30 Minutos no Forum Brasil. Quem procura aquela sua produção vai estar aqui. E você? Pitchings, cabines de screenings automatizadas, espaço de exposição, seminários, o melhor networking e tudo que um evento de padrão internacional oferece bem aqui no Brasil, a seu alcance.

3 a 5 de junho de 2009 Transamérica Expo Center, São Paulo, SP Mais informações, acesse www.forumbrasiltv.com.br


( scanner) TV nas mãos O serviço de TV no celular da Oi, batizado de Oi TV Móvel, foi lançado no início de maio em São Paulo. Até então, estava disponível apenas nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Para incentivar os consumidores paulistas a degustarem o produto, o Oi TV Móvel está sendo oferecido gratuitamente até o dia 30 de junho para quem aderir ao plano Oi Dados 3G, de banda larga móvel. Aproveitando a expansão dos serviços de TV móvel, a WTN - Web and Television Network disponibilizou parte da sua programação em versões reduzidas de cinco minutos para web e celular pela Minha TV, TV em streaming da Claro. A cada semana, três episódios dos programas "Byte WTN", "Cine WTN", "WTN Kids", "WTN Humor", "WTN Celebridades" e "WTN Games" poderão ser vistos pelos assinantes Claro. WTN já possui conteúdo para downloads há mais de um ano nas principais operadoras do país. As negociações com as TVs móveis da Vivo, TIM e Oi estão em andamento.

FOTOs: divulgação

"Cine WTN", programa do canal web, está disponível em versão reduzida na Minha TV, da Claro.

Novidades da Globo

programas que saem em DVD no Brasil ganhem uma versão também para o A Globo falou sobre sua estratégia mercado internacional. para 2009 no início de abril, quando "Em 2008, Globo cresceu 13% em recebeu a imprensa para apresentar sua relação a 2007. Para este ano, que o nova grade de programação. Um dos mercado publicitário deve crescer de 7% destaques é a série de produção a 8%, nossas receitas devem ficar em independente "Som & Fúria", da O2 torno de 8% de crescimento", projeta Filmes, com direção de Fernando Florisbal. No entanto, esse crescimento Meirelles. Com a chegada de deve ser nominal. Para ele, as despesas mecanismos como o devem crescer acima de Artigo 3°A, a parceria 8%. A batalha seria para "Som & Fúria", produzida pela O2 com produtoras manter esse custo. Sobre a Filmes, estreia na Globo em 2009. independentes deve se audiência, ele disse que a tornar mais frequente, meta é chegar ao patamar segundo o diretor geral atingido de 1997 a 2007, da Globo, Octávio quando a Globo manteve Florisbal. Outra aposta uma média de audiência da emissora para este de 22 pontos. "Em 2008, ano é a televisão fora nossa média caiu para 19 do lar. Um dos projetos pontos. Nossa proposta é é o de oferecer os voltar aos 22. Acredito que telejornais da emissora este ano vamos evoluir de forma customizada para 20 ou 21 pontos", diz para o celular. A Globo o diretor geral. estuda também ter seu conteúdo distribuído TV digital por empresas de Segundo o diretor de mídia indoor. engenharia, Fernando Bittencourt, o Na área internacional, a Globo sinal digital da Globo deve cobrir 50% da realizará sua segunda coprodução, desta população até o início da Copa do vez com a mexicana TV Azteca para a Mundo, em 2010. Trata-se, segundo ele, produção e exibição de uma telenovela de um poderoso alavancador de venda da emissora carioca para o público de receptores em alta definição. Também mexicano e norte-americano. Há ainda apostando nisso, declarou que ao final projetos para a distribuição de DVDs dos deste ano todos os jogos de futebol serão programas da emissora. A idéia é que os transmitidos em HD. 8

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Oi ao DTH Conforme apurou o Pay-TV News, depois de rodadas duríssimas de negociação, finalmente a Oi conseguiu fechar a contratação de programação junto aos principais fornecedores internacionais para dar início a sua operação de DTH. Existem alguns acertos finais, mas preço e empacotamento, que eram os pontos mais críticos, já estão fechados. Com isso, a expectativa de mercado é que a operação esteja no ar em pouco mais de um mês. Fontes que acompanharam as conversas, afirmam que os preços estão agressivamente baixos, para que o pacote de entrada seja realmente barato. E, mais importante, há uma grande quantidade de canais no pacote inicial. A compensação dada aos programadores para que aceitassem essas condições foram cláusulas de desempenho, que se não forem cumpridas em um determinado período forçarão a renegociação dos valores para cima. Operação A Oi assinou formalmente o contrato com a Telefônica e a decisão de operar utilizando a plataforma da tele espanhola no Peru está mantida. A questão da vulnerabilidade do sinal no DTH, ao que tudo indica, não é mais um problema. A Nagra (provedora do sistema de acesso condicional) já está com duas criptografias simultâneas, sendo que a utilizada pela Oi é a Nagra 142 (a mesma da Embratel), que nunca foi quebrada e para a qual não há caixas piratas no mercado. A fornecedora de settop box deve ser a Echostar e a rede de distribuição está praticamente montada. Outra aposta da Oi é no bundle de uma programação de menor custo com serviço de banda larga e voz da operadora fixa. A estratégia comercial é guardada a sete chaves, mas tudo indica que essa será a grande aposta da operadora.


Tendências

Operador de rede

O canal Fashion TV, da Turner, estreia em 20 de maio às 22h30 uma nova produção nacional. Trata-se de "Fashion Splash". Com produção da Selva Filmes o programa que mostra tendências como a cultura black, o mod psicodélico, a discoteque e o militarismo. A série de 13 episódios de 26 minutos cada foi totalmente viabilizada com recursos provenientes do Artigo 39 da MP 2.228/01. Além de entrevistas e depoimentos, "Fashion Splash" conta com um quadro de stop motion, o "Do it Yourself", no qual três personagens vestem looks ligados ao tema. O programa, dirigido por Bia Guedes, é o quinto projeto nacional do Fashion TV com uso de recursos do Artigo 39 em menos de um ano.

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) iniciou consulta pública para colher sugestões para o desenvolvimento do projeto técnico de implantação do operador da rede pública de TV digital. A criação do operador será feita por meio de Parceria Público Privada (PPP), com a realização de uma concorrência pública internacional. É dada preferência aos projetos com uso de equipamentos nacionais. Mais informações no site www.ebc.com.br.

Irmão de tecnologia

"Fashion Splash" é o quinto projeto nacional do Fashion TV com uso de recursos do Artigo 39.

O governo peruano decidiu adotar o padrão de TV digital nipo-brasileiro, o SBTVD. A decisão foi anunciada pelo ministro de Transportes e Comunicações do Peru, Enrique Cornejo, depois de um período de avaliação que envolveu todos os outros padrões. Agora, segundo a imprensa peruana, será iniciada a adaptação do SBTVD ao mercado local, mas não há detalhes sobre os ajustes que serão necessários. Pesou em favor do SBTVD a possibilidade de transmissão móvel e gratuita.

A América Latina nunca esteve tão próxima. Para falar a verdade, o resto do mundo também não. Venha exibir seus projetos, trocar informações e fechar negócios com distribuidores, compradores, comissioning editors, produtores de grandes companhias de mais de 40 países no Forum Brasil – Mercado Internacional de Televisão.

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( scanner) FOTOs: divulgação

ParPerfeito A novela "Caras e Bocas" estreou na Globo com um aliado na Internet para promover a trama: o portal de relacionamentos carasebocas. parperfeito.com.br, desenvolvido pelo ParPerfeito. O site de relacionamento é um dos principais produtos do francês Grupo Meetic na América Latina. A ideia da parceria surgiu porque a temática da novela é direcionada a encontros. A personagem Simone, interpretada pela atriz Ingrid Guimarães, procura parceiros em sites de relacionamentos.

"Louca Família", sitcom coproduzida pela Record e pela Casablanca.

Coproduções A Record afirmou que utilizará recursos obtidos com o Art. 3ºA da Lei do Audiovisual para coproduzir com a Casablanca a sitcom "Louca Família", com Tom Cavalcanti. A produtora independente terá participação nas receitas da produção, como vendas internacionais e DVDs. O investimento da Casablanca na série será através de serviços, como a captação (que será feita nos estúdios da emissora, mas com equipamentos e pessoal da produtora) e a pós-produção. A série, de 22 episódios, é totalmente produzida em high definition. Foram lançadas quatro cotas de patrocínio de R$ 4,4 milhões cada (valor bruto), e mais uma cota para as praças. Embora a emissora já tenha aberto a conta para recolher os recursos do Art.

3º A, não consta na Ancine a aprovação para "Louca Família". A Casablanca também trabalha em outra coprodução, com a estatal chinesa CCTV (China Central Television). "Futebol, Paixão e Samba", uma mistura de documentário e ficção, está em pré-produção e será rodada no Brasil (80%) e na China (20%). "Temos os direitos de distribuição e vamos desenvolver também uma novela de 120 capítulos com a mesma temática, aproveitando a Copa do Mundo. Assim, podemos oferecer o trabalho sob medida para clientes do mundo inteiro", conta Arlette Siaretta, presidente da Casablanca. A distribuição está a cargo da VIP 2000 e o job ganhou o nome de Casablanca VIP 8 88, com a repetição do número oito, que, na China, significa sorte.

Globo promove novela das sete na Internet em parceria com site de relacionamento.

Documentários

"Garimpo do Bom Presente", um dos documentários que integram a série de 55 produções que o DocTV estreia em junho.

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O DocTV, programa que promove a produção e teledifusão de documentários nas TVs públicas, estreia em junho uma série de 55 novos documentários. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os documentários vão ao ar pela TV Cultura e TV Brasil, respectivamente, e serão também veiculados nas grades de programação das TVs e circuitos alternativos de exibição das instituições públicas participantes do programa em rede nacional. Ao todo serão 55 semanas de documentários inéditos, alcançando um ano de programação feita em parceria com a produção independente de todos os estados brasileiros. A série deste ano tem como característica a presença de documentaristas experientes, como Glauber Paiva Filho (CE), Pedro Urano e José Jofilly (RJ), Gustavo Spolidoro (RS), Tata Amaral (SP), além de jovens promessas no mercado de documentários brasileiro, como Luiza Fagá (SP), de apenas 21 anos. O programa já ganhou versões nos países ibero-americanos e chega em 2009 aos cinco continentes através do DocTV CPLP (de países de língua portuguesa).

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União A Martinelli Films e a Lava Films se associaram ao Studio Cor & Imagem para oferecer serviços em animação. A Studio Cor & Imagem, dos produtores Jarbas e Rosana Valim, surgiu em 2005 para atender ao mercado editorial e publicitário produzindo animações, histórias em Sergio Martinelli, da Martinelli Films uniu-se a Lava Films e ao quadrinho e livros Studio Cor & Imagem para oferecer ilustrados. A Martinelli serviços em animação. Films e a Lava Films são especializadas em animação 2D e 3D, respectivamente. "A ideia também é oferecer terceirização de serviços de animação, como acontece na Índia e na China, para que produtores possam desenvolver seus projetos no nosso estúdio. Estamos conversando com produtores nacionais e prospectando clientes no mercado internacional", explica Sergio Martinelli, da Martinelli Filmes. O estúdio fica em São Paulo.

Copa 2010 O grupo ESPN adquiriu os direitos para transmissão no Brasil da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Além de transmitir os 64 jogos da competição ao vivo, a cobertura do evento contará com conteúdos para Internet e celular. O grupo adquiriu os direitos para transmissão em três canais, mas, até o momento, é certo que serão utilizados apenas os canais ESPN e ESPN Brasil. Um terceiro canal está em negociação com as operadoras. O grupo já começou a comercializar pacotes comerciais para a cobertura do evento. São seis cotas master e cada uma dará ao patrocinador mais de 12 mil inserções em TV, 27 milhões inserções na Internet e 50 mil inserções em

No Forum Brasil todo o mundo fala sua língua. Literalmente. O evento que inseriu o Brasil no mapa-múndi da produção audiovisual realiza novamente este ano o Encontro das TVs de Língua Portuguesa*, reunindo participantes de Portugal, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Timor Leste e, é claro, as principais redes do Brasil. *A participação neste dia requer inscrição separada.

3 a 5 de junho de 2009 Transamérica Expo Center, São Paulo, SP Mais informações, acesse www.forumbrasiltv.com.br

conteúdos para celular de junho de 2009 a julho de 2010. O pacote inclui, nos canais de TV, a transmissão das eliminatórias sul-americanas, europeias, africanas e da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf) para a Copa; amistosos internacionais; o sorteio em dezembro que definirá as oito chaves da competição; e a Copa Africana de Nações. Além de uma sub home no site da ESPN, e ações com os espectadores, a partir de agosto, estará disponível também o "Minuto Copa", com vídeos de um minuto de duração que o usuário poderá baixar gratuitamente em seu celular ou assistir em duas exibições diárias durante a programação da ESPN Brasil.


3 A 5 DE JUNHO DE 2009

TRANSAMÉRICA EXPO CENTER, SÃO PAULO, SP

Se você também só pensa em TV, venha para cá. Venha exibir seus projetos, trocar informações e fechar negócios com distribuidores, compradores, comissioning editors, produtores de grandes companhias de mais de 40 países no Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão. E MAIS:

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Pitchings de documentários, séries e animação. d Cartoon N o pela P Sessões “30 Minutos Com”: respeitados nomes da indústria revelando rêmio de etwork US$ 20 m il. o passo a passo para viabilizar sua produção. Presença de nomes de destaque de grandes empresas de mais de 40 países, da China aos EUA, da Jordânia ao Timor Leste. Encontro de TVs de Língua Portuguesa* e de Televisões do Mercosul e Associados, reunindo emissoras todo o mundo. Cabines de screening 100% automatizadas, unindo quem produz a quem procura conteúdo audiovisual. Espaço de exposição, amplas possibilidades de networking e seminários preparados pela especializada equipe da revista TELA VIVA. Novo local, com mais possibilidade de exposição e melhores opções de acomodação. *Este evento requer inscrição separada.

Edição comemorativa dos 10 anos do evento. Últimos dias para você participar. Inscreva-se já ligando grátis para 0800 77 15 028 ou pelo site www.forumbrasiltv.com.br


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REALIZAÇÃO


( figuras) Fotos: divulgação

Sênior

Vice-presidente

Fernando Medin, vice-presidente e gerente geral da Discovery Networks Latin America/US Hispanic, divisão da Discovery Communications, foi promovido a vice-presidente sênior e diretor-geral da Discovery Networks no Brasil.

Diretor A Dínamo Filmes, produtora de filmes publicitários do grupo Dínamo, contratou o diretor de cena Guga Sander. O profissional tem experiência em programas de TV e filmes publicitários.

Juan Carlos Acosta, chief financial officer (CFO) da MTV Networks América Latina, foi promovido a vice-presidente sênior da companhia, acumulando os dois cargos. Na nova função, o executivo irá supervisionar as coproduções das marcas MTV América Latina, Vh1, Nickelodeon e Nick Jr., e liderar as relações com estúdios, produtores e patrocinadores corporativos. Além disso, como vice presidente sênior e CFO, Acosta continuará responsável por todas as áreas financeiras da empresa.

Interativos

Unidade gaúcha A Margarida Flores e Filmes, produtora do Grupo Ink, anuncia Gabriel Horn como seu novo diretor em Porto Alegre. Há seis anos no mercado publicitário, Horn também dirige videoclipes e se dedica a projetos de ficção.

Quinteto

A Giovanni+Draftfcb contratou cinco novos profissionais para as áreas de criação, produção, RTV e atendimento. Na produção, Tina Castro (ex-Lew Lara e Publicis) é a nova art buyer. Miriam Audi (exMatosGrey) assume como revisora. Nilton Bonini Nilton Bonini, Miriam Audi, Pedro Henrique Pinto, Gilberto Barros, Tina Castro e Raphael Enes (ex-África) chega como executivo de contas da equipe de Gafisa. Gilberto Barros (ex-DM9DDB) é o novo diretor de arte. RTV ganha dois reforços: Raphael Enes (ex-Fliperama) é o novo montador e Pedro Henrique Pinto, ex-estagiário, foi promovido a assistente de montagem.

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A agência interativa F.biz fez três contratações recentemente. Daniel Cabral chega para exercer o cargo de gerente de planejamento do núcleo de varejo. Adriana Marcus Vinícius Freitas, Adriana Ferreira da Silva Ferreira da Silva e Daniel Cabral (ex-Agência Click) gerenciará a área de Business Inteligence, e Marcus Vínicius Freitas (ex-JWT, Lowe, Lumina e Talent) assume como diretor de planejamento.

Trio Um trio de profissionais chega à produtora Fazenda. Marina Leite (ex-Z+, Y&R e WG) é a nova responsável pela área de atendimento. Richard Piccoli (ex-Cia. de Cinema, Mixer, Bossa Nova, Maria Bonita e Open) assume a coordenação de produção. Samantha Mendes (ex-DM9DDB) passa a atuar como assistente de produção.

Richard Picolli, Marina Leite e Samantha Mendes.

Planejamento Com passagens pela Lowe, Y&R, NeogamaBBH, Giovanni+Draftfcb, BrandThinkTank e pela Unilever, Marcello Magalhães chega à Ogilvy& Mather como diretor-geral de planejamento para o Brasil.

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Gestoras A TV1 Vídeo, agência de audiovisual do Grupo TV1, anuncia a contratação de três gestoras: Marília Genari (ex-Academia Filmes) assume o posto de gestora de clientes; Lea Marcondes (ex-Anhembi Marília Genari, Lea Marcondes e Maria Turismo e Eventos) é a Fernanda Braggio nova responsável pela gestão de novos negócios e Maria Fernanda Braggio (ex-MTV) chega para coordenar o núcleo de criação da agência.

Comercial A RPC-TV, afiliada da Rede Globo no Paraná e integrante da Rede Paranaense de Comunicação, tem novo diretor comercial: Fernando Carlos Gonzáles Martos. O executivo tem passagens pela área comercial da Rede Transamérica, Rede Antena 1, Sistema Globo de Rádio, Rádio Cidade FM e Rede Bahia de Comunicação.

Produtor Musical Francisco Castelhano Júnior (ex-S de Samba) é o novo produtor musical da Comando S Áudio.

Dupla A dupla João Dornelas e Pedro Pereira, depois de uma passagem pela Santo Forte Filmes, chegam à Sentimental Filme para reforçar o time de diretores da produtora.

Atendimento A McCann Erikson contratou dois vices-presidentes de atendimento. Saulo Sanchez (ex-JWT, Almap e Borghiehr/ Lowe) é o novo VP de atendimento para as contas de General Motors, HP e HBO. Andrea Sanches chega à McCann Erickson como VP de atendimento para as contas Nestlé, Santander, TIM São Paulo, Auditório Ibirapuera, Care e Dorina Nowill.

Marketing

João Dornelas, Pedro Pereira, Maurício Guimarães e Marcelo Altschuler

O mexicano Manuel Cuan, diretor da Turner no México, foi promovido a vice-presidente de marketing e serviços criativos para os canais de tendência da programadora (Infinito, Fashion TV, MuchMusic e HTV). De Buenos Aires, Cuan coordenará toda a estratégia de marketing, atividades promocionais e atividades de relações públicas. Ele dirigirá ainda toda a rede de agências terceirizadas de suporte à área de marketing na América Latina.


( capa ) Daniele Frederico

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Sinal amarelo Retração econômica atinge os comerciais de 30 segundos, principal ganha-pão de muitas produtoras. Para a maioria, conteúdo e novas mídias ainda não substituem modelo tradicional.

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lguns números sobre a queda no número de produções publicitárias registradas na Ancine têm assustado o mercado de produção brasileiro nos últimos meses. A Agência Nacional do Cinema, embora não confirme os números catastróficos comentados pelo mercado, comunica que houve uma queda de 17% no número de produções publicitárias – filmes de 30 segundos – cadastradas no primeiro trimestre de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 12.422 no primeiro trimestre de 2009, contra 15.029 no mesmo período do ano passado. Uma queda também foi registrada de 2007 para 2008, quando o número de obras publicitárias que recolheram Condecine foi de 15.317 para 9.073. Em 2009, porém, o motivo para uma diminuição no volume de produções parece estar mais claro do que em anos anteriores: a crise financeira global que teve início em novembro e tem gerado reverberações por todo o mundo. O mercado de produção não tem passado por ela incólume, apesar de esta gerar diferentes reações nas diferentes produtoras. E, ao mesmo tempo para algumas empresas, o mês de abril seguiu a tendência do trimestre anterior e não foi muito promissor. Paulo Schmidt, do Grupo Ink, conta que no caso da Margarida Flores e Filmes a queda no primeiro trimestre foi de cerca de 15% no volume de produções. Schmidt demonstra preocupação com a queda no volume de produções publicitárias, uma vez que estas representam 94% do faturamento do grupo todo. “Abril

não foi tão bom quando achávamos que seria”, conta Schmidt. Ele conta ainda que o problema não está apenas na redução de pedidos, mas também na inadimplência e no prazo de recebimento. Na Zeppelin, a história não é muito diferente. Segundo o diretor de atendimento

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e sócio da produtora, Breno Castro, o começo do ano foi bom, apesar de todo o mercado ter sentido a crise. “Atravessamos o verão de 2009 com um volume significativo de trabalho, pois havia muitos projetos em andamento ou recém-aprovados de


FOTOS: ARQUIVO

2008”, afirma o diretor, que diz ter entrado com nove filmes aprovados em janeiro. No atual momento, porém, sente-se uma retração maior no volume de orçamentos. “Pelo volume de orçamentos e realizações é possível dizer que tivemos uma queda de 30% em abril, em relação ao mesmo mês em 2008”, diz. “Comecei a sentir isso em março, quando essa queda deve ter sido de aproximadamente 20%”. A queda na publicidade de 30 segundos chega a ser, até certo ponto, incoerente com o movimento do mercado. As TVs, especialmente as abertas, não têm registrado queda em seu faturamento publicitário e, embora as expectativas de crescimento tenham sido reajustadas ao período de crise, não existe retração aparente na mídia. Para Schmidt, o que acontece é uma continuação na venda de mídia, com os breaks cheios, porém preenchidos mais com publicidade de varejo, com ofertas e promoções, do que comerciais institucionais, de construção de marca. “As versões oriundas de um filme principal de varejo não têm um registro adicional na Ancine. Talvez isso traduza um pouco a queda”. Entre os anunciantes que continuam a produzir, sem aparente retração de verba, estão empresas do setor de automóveis, telefonia, bebidas e serviços. Em outros casos, como o da Mixer, a crise não foi sentida da mesma forma devido a mudanças estruturais planejadas para o começo do ano. Em setembro, com a entrada de sócios investidores, a Mixer recebeu uma injeção de capital, fazendo com que a empresa estivesse preparada para o efeito que a crise geraria em seguida.

Com queda de 15% no volume de produções publicitárias no primeiro trimestre, o Grupo Ink, presidido por Paulo Schmidt, aposta em trabalhos para web e produções para a televisão.

bons resultados no período apontado como de crise. “A Coffee superou a meta de receita em 40% todos os meses”, orgulha-se. Façam suas apostas Em um período em que o principal fator responsável pelas receitas das empresas está em aparente retração, as grandes produtoras, aquelas que contam com áreas voltadas para outras produções que não a publicitária de 30 segundos, voltam seus esforços para esses braços não tão atingidos pelo corte das verbas dos anunciantes. As apostas do grupo Ink para este ano estão especialmente focadas em duas frentes: crescimento de volume dos trabalhos para a web, tanto de propaganda quanto de conteúdo, e nas produções para a televisão. “Parece que este ano, com o empenho do governo em questões como PL 29, artigo 3ªA e mudança na Lei Rouanet, deve-se abrir um espaço maior para a produção independente no segundo semestre do ano”, diz Schmidt. A alternativa, porém, só serviria para aqueles que estão preparados para atuar nessas novas frentes, o que não é o caso da maioria das produtoras. “As ações do governo vão permitir que as produtoras ultrapassem esse momento difícil”, diz Schmidt. Na Mixer, a meta de crescimento para a área de conteúdo é tão agressiva quanto a meta estabelecida para a área de publicidade: 35%. “Além de publicidade e conteúdo, apostamos no mercado internacional e em production service”, diz Tikhomiroff. Quem de fato apostou na área de conteúdo, mesmo antes do período de crise, foi a Maria Bonita Filmes, que passou de uma produtora de publicidade que tinha um braço de entretenimento, conteúdo e outras mídias, a Maria Bonita Coisas, para ser exclusivamente uma produtora dessas outras “coisas”. Os diretores Lô Politi e Robério Braga, apesar de ainda permanecerem como sócios da

Segundo o presidente da empresa, João Daniel Tikhomiroff, o período de baixa já era esperado devido a uma reformulação na área de publicidade da empresa. “Contratamos novos diretores, profissionais de produção e atendimento. Houve uma mudança na atitude com o mercado”, diz, lembrando que devido a essas mudanças, a meta de crescimento não foi mudada. “Os meses mais fracos no mercado coincidiram com o que esperávamos por causa da nossa mudança de atitude”, conta, lembrando que essa reformulação incluiu, além das contratações, a mudança de comando da área publicitária, que ficou a cargo do diretor executivo de publicidade Ciro César, enquanto a área de conteúdo foi assumida por Carla Affonso; e também uma mudança de posicionamento, incluindo outros tipos de trabalho e outras agências. “Houve uma coincidência entre esse período de crise e um gap de atuação dos novos profissionais e dos novos trabalhos que prevíamos. Por estarmos esperando isso, não sentimos esse declínio”. Para a Mixer, inclusive, o mês de abril já mostrou ser positivo. Segundo Tikhomiroff, os efeitos da reformulação da área publicitária já estão sendo sentidos. A meta de crescimento para a área publicitária é de 35%. Ele conta ainda que as outras empresas da holding Etc..., como CB Filmes (que faz publicidade exclusivamente para as Casas Bahia), Pan Filmes (produções para o grupo Pão de Açúcar) e Coffee Produções (com custos mais adequados e prazos mais curtos) tiveram

“Pelo volume de orçamentos e realizações é possível dizer que tivemos uma queda de 30% em abril, em relação ao mesmo mês em 2008.” Breno Castro, da Zeppelin

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( capa) produtora, agora fazem parte do time de diretores da Zeppelin, deixando a Maria Bonita Filmes a cargo de Coy Freitas, profissional do setor de eventos e conteúdo, que assumiu recentemente a direção geral da produtora. Segundo Braga, em 2008 a Maria Bonita Filmes já tinha quase 50% de suas receitas provenientes do conteúdo. “É como um filho que você fica sustentando durante algum tempo, mas em algum momento ele precisa sair de casa e se sustentar sozinho”, compara Braga. Ao tomar essa decisão, os profissionais que trabalhavam exclusivamente com a publicidade deixaram a Maria Bonita. Ele conta ainda que embora existam produtoras que façam tanto publicidade quanto conteúdo, o objetivo, no caso da Maria Bonita, era manter apenas um foco. “Hoje a produtora só tem pessoas que trabalham com conteúdo. Não quero ter gente que faça o conteúdo apenas como um ‘bico’”, explica, lembrando que apesar desse foco, a produtora continua a atender clientes fiéis, que desejam continuar a trabalhar com a Maria Bonita. O foco na área de conteúdo também levou os diretores a buscar por uma pessoa com o novo perfil da empresa para assumir a sua direção geral. Coy Freitas começou a conversar com os sócios no início do ano, justamente no período em que os dois diretores de publicidade haviam migrado para a Zeppelin e que a crise mostrava seus sinais no mercado de produção. “Tínhamos um saldo de projetos em realização, mas já prevíamos um período de estagnação, até por causa dessa reestruturação”, conta Freitas. “É preciso considerar ainda que projetos de conteúdo têm um tempo de maturação maior, o timing é outro. Assim, neste

“Ao se retraírem, alguns anunciantes abrem espaço para que outros ocupem seus lugares.” João Daniel Tikhomiroff, da Mixer

primeiro trimestre, já estávamos com o freio de mão puxado”, conta o novo sócio. Força motora Ainda que algumas produtoras tenham focado seus esforços em outros trabalhos que não o filme publicitário de 30 segundos, as ações existentes no âmbito das novas mídias e do conteúdo ainda não são suficientes para levantar um mercado abatido com a crise e a queda no volume de produções publicitárias. Para Castro, além de uma queda de volume de produções, tem havido ainda uma disputa mais acirrada por conquista de orçamentos. “É um momento de rever budgets, além de ser criativo, pensar em usar outras bitolas, apresentar um novo estilo”, diz o diretor de atendimento da Zeppelin. Ele lembra também que a produção de conteúdo e novas mídias ainda apresenta resultados muito pequenos para as produtoras. “Existe um falso

implantação dela está muito lenta”, diz Schmidt, lembrando que apenas 6% do faturamento do grupo Ink é proveniente de outras fontes que não o comercial de 30 segundos – programas de TV, cinema, Internet e outros. Ele lembra, porém, que a área digital da empresa, representada pela empresa Colmeia, deve chegar a 100% de aumento em seu faturamento. Para o grupo todo, a perspectiva é manter o mesmo resultado obtido no ano anterior. “A primeira coisa que os anunciantes seguram é investimento em constru­ ção de marca. Acredito, porém, que após o período de instabilidade, no segundo semestre, eles retornarão”. O retorno dos investimentos em 30 segundos é o que o todos esperam para o próximo semestre, já que é dele que depende a maioria das produtoras para gerar outros negócios que não o publicitário. Para Tikhomiroff, existem dois tipos de empresário: o “medroso”, que corta

as ações existentes no âmbito das novas mídias e do conteúdo ainda não são suficientes para levantar um mercado abatido com a crise. discurso com relação a novas mídias e produção de conteúdo. As produções para novas mídias, por exemplo, exigem equipamentos e equipes menos sofisticados e têm valores de venda muito pequenos. Uma produtora de primeiro time precisa trabalhar nessas frentes, mas com o objetivo de atualização, já que os resultados são muito pequenos nesse universo”, opina. A chegada da TV digital, que criou uma expectativa de produções diferenciadas e interativas, além da ampliação das possibilidades de veiculação, também deixou a desejar quando o assunto é trabalho para as produtoras. “Começamos a ver alguns pedidos de branded content chegando, mas são poucos. Esperávamos que teria mais com a TV digital, mas a

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todos os custos e investe a curto prazo, e o que aproveita a crise para crescer, ocupando o espaço que ficou disponível por aqueles que tiveram medo. “Ao se retraírem, alguns anunciantes abrem espaço para que outros ocupem seus lugares”, diz. Ele lembra que a Mixer deve se beneficiar pelos investimentos recebidos à época da entrada de um investidor, que permitirão à produtora crescer e atingir um mercado mais sofisticado. “Há produtoras que, por diferentes motivos, que vão desde o financeiro até a falta de posicionamen­to claro, vão sofrer mais na crise. Assim como o caso dos anunciantes, essa é a chance de produtoras mais preparadas ocuparem este espaço”, conclui.



( produção )

Ana Carolina Barbosa

a n a c a r o l i n a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Pan-América Produtoras brasileiras investem em bases latino-americanas. Objetivo, além de oferecer opções de menores custos, é atender à demanda do mercado publicitário nacional e internacional por campanhas de linguagem mais universal e prospectar novos negócios.

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a primeira quinzena de abril, o Grupo Ink anunciou a abertura de um escritório em Buenos Aires, dando início a um projeto de expansão rumo aos países latino-americanos. Uma empreitada a qual outras produtoras brasileiras já aderiram a fim de conquistar novos mercados. “Já temos cinco escritórios no Brasil e não podemos ficar restritos ao mercado brasileiro. A Argentina tem

uma fatia importante de produções de campanhas publicitárias pensadas para a América Latina. A publicidade é o objetivo em um primeiro momento: queremos dividir este bolo com eles. Apesar de sermos brasileiros e defendermos o nosso mercado, vamos nos juntar a eles e participar do bolo”, diz Paulo Schmidt, presidente do Grupo Ink. Segundo Schmidt, a Argentina foi escolhida para sediar a base latina do Grupo Ink por causa da tradição do país no audiovisual, que se reflete no bom desempenho em festivais de cinema e publicidade. Outro fator que pesou na escolha é a experiência dos profissionais argentinos com o mercado internacional. “Quando passaram pela crise econômica, os argentinos se voltaram para o mercado internacional. Estão alguns anos na nossa frente. Quando lançamos a Film Brazil na Apro, eles faziam isso há muito tempo”, observa, referindo-se ao programa da Associação Brasileira de Produtoras Audiovisual com o apoio da ApexBrasil para promover internacionalmente a produção publicitária no País. O grupo já filmou no país vizinho com suporte de produtoras locais, mas a abertura de uma base própria lá é fundamental para o plano de expansão, que inclui

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também o intercâmbio de profissionais. “Precisamos vivenciar o mercado local, conhecer a estrutura, quem são os diretores que têm esta linguagem, de filmes que tenham a cara de toda América Latina”, justifica. Schmidt destaca que não é apenas o menor custo que leva as agências de publicidade a escolher a Argentina para rodar um filme publicitário. “O custo é um diferencial, mas nem sempre é tão significativo. Tem as adaptações, nacionalização, Condecine, talvez saia entre 20% e 15% mais barato. Acontece que a criação de muitas campanhas pensadas para a América Latina é feita no Brasil e as agências olham para o cast de diretores das produtoras buscando o melhor perfil”, destaca o presidente do Grupo Ink. O Grupo Ink faz quatro orçamentos para desenvolver trabalhos no escritório latino. Embora ainda seja muito cedo para fazer projeções sobre a nova unidade, que será comandada pelo argentino Fernando Laratro (ex-produtor “in house” da Unilever Latin America), Schmidt acredita que ela facilitará a conquista de novos trabalhos em publicidade e para as outras empresas do grupo: Colmeia (publicidade, conteúdo e entretenimento digital), Ilegal FX (finalização, pós-produção e efeitos de peças audiovisuais), Academia de Filmes (concepção e produção de entretenimento audiovisual) e Base7 Projetos Culturais (concepção, planejamento e gestão de projetos culturais). “Acho que em novas mídias, podemos buscar

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FOTO: divulgação

trabalhos. A Colmeia é líder no mercado brasileiro e acho que na América Latina não há concorrente à altura. Em entretenimento, queremos buscar coproduções, incluindo roteiristas argentinos nos projetos, pensando em histórias mais universais”, ressalta Schmidt.

Veterana A FilmPlanet, com quase 20 anos no mercado audiovisual brasileiro, fez há 15 anos o mesmo caminho do Grupo Ink e aterrisou em solo argentino. De acordo com a diretora Flávia Moraes, o mercado argentino, já na época bastante promissor, tinha câmbio favorável, além de possuir boas locações e um parque de equipamento e tecnologia muito avançado, em alguns casos melhor que o do Brasil. A prestigiada cinematografia do país vizinho e a competência dos profissionais locais também foram fatores de atração. Pouco depois da chegada da FilmPlanet ao país vizinho, a crise na Argentina a transformou também em um polo de produção internacional. Segundo Flávia, 2010 e 2011 devem ser anos mais promissores para a base portenha. A atual crise

O argentino Fernando Laratro coordenará a unidade portenha do Grupo Ink. Ingresso no mercado latino tem como primeiro objetivo realizar trabalhos de publicidade.

econômica mundial e a situação da Argentina hoje desestimularam momentaneamente as intenções de expansão da produtora, que não planeja abrir unidades em outros países da América Latina. O foco é fortalecer os mercados onde já atua: São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Los Angeles e no Chile, onde tem uma representação. Outra produtora que tem enfatizado o trabalho no mercado latinoamericano, não com bases próprias,

internacionais. No segundo trimestre de 2008, passamos a comunicar aos clientes nacionais esta possibilidade, formalizar nossa operação internacional, nos apresentamos de maneira mais completa e atrativa. Percebemos que era uma necessidade cada vez mais frequente apresentar ao mercado nacional também a possibilidade de filmar em outros países, com diferentes locações e diferentes custos. Acreditamos que será cada vez mais solicitado, como resultado da situação de câmbio entre dólar e real”, explica a mexicana Irma Palma, sócia e produtora executiva da BossaNovaFilms, destacando que, na mesma época, a produtora

a filmplanet está no mercado argentino há 15 anos. campo favorável, boas locações e qualidade do parque tecnológico foram fatores de atração. mas com suporte de produtoras parceiras no Chile, Uruguai, Argentina, Venezuela e México é a BossaNovaFilms. “O Brasil é o país mais caro para a produção audiovisual na América Latina. Desde o surgimento da BossaNova, em 2005, oferecemos outros países da região como opção para os projetos de clientes

também organizou sua operação financeira internacional para poder competir de igual para igual com as produtoras locais. “Ano passado participamos de uma concorrência com produtoras mexicanas e ganhamos um projeto para a linha Activia, da Danone”, comemora. Para os trabalhos da operação

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( produção)

“CQC” e “E24”, dois programas da argentina Cuatro Cabezas para a Band. Produtora aposta no bom momento para a produção independente no Brasil e expande unidade paulistana.

Cabezas fez o caminho inverso: chegou no deste mercado”. final de 2007 ao Brasil para trabalhar com Em pouco tempo, a produtora fez projetos de televisão. Com sede em Buenos progresso no Brasil. Além do “CQC”, Aires e bases em Santiago, Roma, Madrid que estreou em 2008, a Cuatro e Lisboa, a produtora se instalou na capital Cabezas produz mais dois programa paulista para coproduzir com a Band o com a Band, os realities “E24”, já no humorístico “CQC”. Segundo Diego ar, e “A Liga”, que a emissora Barredo, gerente de conteúdo da Cuatro apresentou como novidade para a Cabezas Brasil, era necessário abrir uma programação de 2009. Há ainda unidade no País porque a questão projetos para o cabo, não é apenas reproduzir um “Haverá espectro no para o TNT e The formato, mas adaptá-lo à cultura cabo pax não.” History Channel. Com Virgílio do Amaral, da TVA local. Para isso, a vivência neste uma média de 60 mercado era fundamental. “A funcionários, a réplica não funciona, cada cultura tem um produtora se mudou recentemente jeito. Ensinamos o formato e aprendemos da base na Barra Funda para uma a adaptação. Este conhecimento é uma maior no Pacaembu, em São Paulo. das coisas que mais fascina neste “Não temos pressa, estamos trabalho”, explica. conhecendo o mercado, mas Para Barredo, o mercado brasileiro percebemos que tivemos uma boa está em um bom momento para a evolução em pouco mais de um produção independente. “Os canais ano”, observa o gerente de pedem novas ideias e os produtores conteúdo, destacando que este independentes entregam conteúdo período foi importante também para inovador, são mais ágeis”, justifica. estreitar o relacionamento com “Muitos programas que são produzidos produtoras brasileiras, como a em espanhol para a América Latina Mixer e a Casablanca. Empolgado ganham uma versão em com o mercado português especialmente para brasileiro e com o nível Caminho inverso o Brasil. Isso mostra a força dos profissionais que A argentina Eyeworks - Cuatro encontrou por aqui, Barredo não descarta a “Percebemos que era uma necessidade cada vez mais frequente possibilidade de apresentar ao mercado nacional também a possibilidade de desenvolver outros filmar em outros países, com diferentes locações e diferentes trabalhos, além dos de custos. Acreditamos que será cada vez mais solicitado, como televisão, na unidade resultado da situação de câmbio entre dólar e real”. brasileira. “No Brasil Irma Palma, da BossaNovaFilms tudo é possível”, afirma.

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internacional, a BossaNovaFilms usa equipe brasileira e local, dependendo do projeto, e usa a infraestrutura das produtoras parceiras, responsabilizando-se integralmente pelas produções. “Esta operação não é só para publicidade. Também prospectamos constantemente projetos na área de entretenimento. Hoje em dia as coisas se misturam. Há peças que são mistura de publicidade e entretenimento”, ressalta. De acordo com Irma, há um grande volume de orçamentos feitos para clientes do mercado interno e externo para filmar em países da América Latina, mas muitos estão em stand by. “No ano passado, as respostas eram mais objetivas. Hoje, de uma forma geral, as coisas ficam mais suspensas”, observa. Para ela, as iniciativas da BossaNovaFilms no mercado internacional tendem a trazer bons frutos. “Nossa rede é grande, somos bastante solicitados. Até as coisas voltarem aos trilhos, vamos mostrando a nossa capacidade de trabalhar em qualquer país”, diz.

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( evento)

Bem na foto

Décima edição do Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão atrai público internacional com possibilidades de coprodução e aquisições.

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m meio à crise que vem afetando produtores e emissoras de TV nos países europeus e norte-america­ nos, o Brasil e a América Latina como um todo aparecem quase como uma ilha de tranquilidade. Não que as economias locais não sejam afetadas, mas a mistura de um mercado interno forte com programas públicos de incentivo à produção torna­ram o país atraente para quem busca oportunidades novas de geração de conteúdo. É nesse clima que TELA VIVA promove, de 3 a 5 de junho em São Paulo, o 10º Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão. O evento, que já se tornou um ponto de encontro tradicional entre produtores, distribuido­ res e exibidores, ganha casa nova nesta edição comemorativa: o Transamérica Expo Center. Ganha também uma expansão inédita de seu espectro de público, com uma participação mais forte de emissoras latino-americanas. Pitchings No Brasil, mecanismos como o novo Artigo 3A e o já bastante utilizado Artigo 39, além de outras ferramentas de in­­cen­ tivo e fomento, são o combustível para uma série de atividades que acon­tecem antes, durante e depois do Forum Brasil. O Cartoon Network, por exemplo, escolheu o Forum para fazer seu primeiro pitching no país, em busca de um projeto para produzir, usando recursos do Artigo 39.

O canal está recebendo propostas de séries, não apenas de animação mas também de live action (com atores), voltadas a crianças de 7 a 11 anos. Serão selecionados cinco projetos, que se apresentarão ao vivo ao final do Forum Brasil. O vencedor leva do Cartoon um prêmio de desenvolvimento no valor de US$ 20 mil, independentemente da produção ser ou não financiada posteriormente pelo canal. O mais provável, como aconteceu nos eventos anteriores, é que não apenas o ven­ cedor mas também os demais participantes, pela visibilidade que o evento traz, acabem sendo efetivamente produzidos e exibidos pelos canais. Além do pitching do Cartoon, o Forum terá pitchings de séries de TV e de documentários. O júri do pitching de documentários contará com uma presença especial: a pro­dutora norte-americana Andrea Meditch, ganhadora do Oscar 2009 de melhor documentário por “O Equilibrista” (“Man in Wires”). Ela também fará um workshop especial sobre como apresentar

um projeto de documentário às televisões internacionais. Latinos O Forum Brasil recebe este ano um número grande de emissoras de TV da América Latina, vindos da Argentina, Uruguai, Chile, Venezuela, Equador e México. Uma novidade é a participação de uma operadora de cabo, a VTR do Chile, que tem um serviço já bastante avançado de video-on-demand (VOD) e vem pela primeira vez ao Brasil em busca de conteúdos para seu catálogo. Durante o evento, um bloco será dedicado ao Encontro das TVs do Merco­ sul e Associados, com participação de emissoras públicas e privadas do bloco, discutindo temas como cooperação, coprodução e formatos de programação. O momento é oportuno para este tipo de debate, visto que começa a haver uma aproximação entre emissoras do continente, como mostram as parcerias entre a Globo e a Telemundo e agora com a TV Azteca (México) e entre a Record e a Televisa, anunciada no ano passado. O Forum Brasil deste ano incorpora também, pela segunda vez, o Encontro das TVs de Língua Portuguesa. Foi deste encontro, no ano passado, que nasceu o DocTV CPLP, atualmente em fase de implantação, e também uma aproximação do Brasil com comunidades distantes como a do Timor Leste, que assinou diversos acordos durante o evento de 2008.

10º FORUM BRASIL Mercado Internacional de Televisão Quando: 3 e 4 de junho (Forum), 5 de junho (Encontro das TVs de Língua Portuguesa) Onde: Transamérica Expo Center, São Paulo (Forum) e Blue Tree Morumbi (Encontro) Atividades: seminário internacional, pitchings de séries, animação e documen­tários, cabines de screening, espaço para networking. Informações: www.forumbrasiltv.com.br

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Da redação

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( mercado)

Plataforma de lançamento

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ampliação do projeto e possíveis coproduções. Ainda no ano passado, o produtor Luís Antônio Silveira levou o projeto ao Sunny Side of the Doc, evento de documentários que acontece em La Rochelle, na França, e fez os primeiros contratos com coprodutores canadenses, franceses e japoneses, que devem produzir um documentário sobre a mesma temática em uma grande cidade de seus países. Na edição de 2009 do Sunny Side of the Doc, que acontece em junho, os contratos devem ser assinados e “Zootropolis” será uma série de documentários. “O projeto cresceu muito após o pitching”, observa Silveira. Atualmente a atração está em fase de roteirização no Brasil, França e Canadá e, além da Discovery, há um canal francês e um canal canadense interessados na exibição. Mesmo quem não saiu vencedor do pitching considera a exposição importante principalmente se o objetivo é ampliar a rede de contatos. A Mutante Filmes disputou o prêmio da Discovery. Não levou a melhor, mas conseguiu mostrar a potenciais parceiros o projeto “Amazon Diamond”, um documentário sobre o massacre de

FOTO: ARQUIVO

epois da defesa acalorada dos projetos diante de uma banca composta por conceituados e criteriosos profissionais do audiovisual e uma plateia igualmente qualificada, chega a hora de assimilar as críticas e sugestões e tentar tirar as ideias do papel. Desde 2006, o Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão, evento organizado pela Converge Comunicações em São Paulo, inclui pitchings em sua programação para proporcionar aos produtores brasileiros a experiência de expor seus projetos a importantes players nacionais e internacionais. TELA VIVA contatou alguns produtores que vivenciaram esta situação para saber os rumos que tomaram seus projetos. Pela primeira vez em 2008, o pitching de documentários foi apoiado por uma programadora. A Discovery tornou a disputa ainda mais competitiva ao colocar em jogo um prêmio de US$ 20 mil para o desenvolvimento do projeto vencedor. A Conspiração elaborou uma proposta especialmente para o pitching, levando em consideração a linha editorial da Discovery, e saiu vencedora. “Zootropolis”, cuja premissa é abordar as grandes metrópoles do ponto de vista dos animais urbanos, foi apresentado como um documentário a ser produzido no Rio de Janeiro, mas a ideia pode ser aplicada a outras cidades, dando margem à

Luís Antônio Silveira, da Conspiração, venceu o pitching da Discovery no ano passado.“Zootropolis” terá coprodução com Canadá, França e Japão.

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Contatos, desenvolvimento, coproduções e redirecionamento para novas mídias: produtores contam o que aconteceu com projetos que apresentaram nos pitchings do Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão.

A curitibana Abelhudos Produtora de Conteúdo de Entretenimento Infantil busca maneiras alternativas de viabilizar a animação infantil “Abelhudos”.

garimpeiros que aconteceu em 2004 na jazida de diamantes da reserva indígena Cinta-Larga, no Amazonas. “O evento abriu as portas para contatos, principalmente os internacionais. Conhecemos a Sarah Jane Flynn, da Canwest, Canadá, que tem um projeto parecido chamado ‘Diamond Roads’, gravado na Serra Leoa. Fizemos contato no Forum e conversamos algumas vezes depois por telefone”, conta o roteirista Tiago Ornaghi. A mineira CaradeCãoFilmes também seguiu em contato com TV Cultura, Viacom e TV Brasil na busca de uma coprodução para o musical educativo infantil “Rua de Retalhos”,


apresentado no pitching de séries de televisão do ano passado. “O pitching funcionou como uma grande vitrine e um grande laboratório para o projeto. Ganhamos vários elogios, sugestões, cartões e até um júri popular que surgiu no calor do momento. Foi uma experiência muito motivadora e esclarecedora sobre os próximos passos para uma coprodução bem sucedida”, afirma o diretor Thiago Glomer. Glomer explica que na época do pitching, a produtora já tinha a ideia, mas o projeto ainda não estava formatado. Para a apresentação, a CaradeCão tinha um promo de três minutos. De acordo com o diretor, devido ao interesse que o projeto despertou, a produtora montou um animatic com mais de 300 desenhos e 11 minutos de canções para ilustrar a ideia de como seria um episódio da série, planejada no formato de 13 episódios de 11 minutos. Novas Mídias No caso da carioca Intervalo Produções, a participação no pitching de animação de 2007 fortaleceu um contato e garantiu uma coprodução e a estreia de atração infantil baseada no anime japonês “Dogmons” na Internet, no WTN - Web & Television Network.

O musical infantil “Rua de Retalhos”, da CaradeCão, despertou o interesse da TV Cultura, TV Brasil e da Viacom.

Em 2008, a animação estreou no WTN Kids, canal criado pela web TV para o público infantil. “Chegar na televisão é complicado. Tivemos a oportunidade de começar na web TV e é mais fácil irmos para outras mídias com o projeto acontecendo”, observa Levi Luz, diretor cinematográfico da Intervalo Produções.

Internet uma boa janela para “Absoluta”, programa jornalístico voltado para a mulher moderna na fase da gravidez que foi apresentado no pitching de séries de televisão em 2008. “O júri nos questionou e disse que não havia nada de inovador no projeto. Deixei ele parado por um

programas que visavam inicialmente a televisão como janela de exibição foram reformulados para as novas mídias. O programa, inicialmente elaborado no formato de 13 episódios de 26 minutos, foi modificado para atender à linguagem da Internet. Na coprodução com a WTN, a duração dos episódios caiu para cinco minutos. Segundo Luz, o projeto de televisão ainda não foi descartado pela produtora. Outra carioca, a Publytape, que criou o canal WTN, também encontrou na

tempo e me arrependi. Estreamos na web no dia 25 de março deste ano e foi um sucesso, os índices de audiência superaram as nossas expectativas e nunca tivemos tanta mídia espontânea”, afirma Cristina Félix, diretora executiva de produção. “Existem quadros sobre grávidas em programas femininos ou reportagens pontuais, mas um programa inteiro

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( mercado) “Absoluta”, da Publytape, estreou na webTV WTN.

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para a mulher nesta fase não existia”. Com apresentação de Joana Prado, grávida do terceiro filho, o programa é semanal e tem duração de dez minutos. De acordo com Cristina ir para a televisão não é uma obsessão e a produtora planeja lançar a série em DVD. Já a atração “Os Buchas”, da Vitória Produções, do Rio de Janeiro, vencedor do pitching de séries do Forum Brasil de 2007, entrou para o mundo multiplataforma com a vitória no pitching promovido pela Oi no ano passado. A produtora já tem contrato com a Oi e deve produzir a comédia romântica para a televisão, Internet e celular. “Este é o grande desafio agora: conciliar as histórias e brincadeiras. A gente tem que fazer com que o conteúdo seja interessante em todas as mídias”, destaca o diretor Pedro Antonio. Para ele, que está negociando os formatos de “Os Buchas” com a Oi, este é um bom momento para a produção de conteúdo. “Hoje em dia, você tem muitas oportunidades. Há espaço no mercado quando você confia na qualidade do conteúdo que está oferecendo, mas tem que ter muita persistência e disciplina”, sugere ele.

outras estratégias para produzir a série e o longa-metragem. “A gente tem tentado colocar a atração no máximo de mídia possível”. A primeira experiência aconteceu no ano passado, quando a Cinema Animadores produziu em HD seis episódios de dois minutos e meio para a faixa infantil da Rede TV!. Em novembro de 2008, a produtora participou do projeto Talento Brasil, uma ação promovida pela Apex na Espanha com o objetivo de estimular a internacionalização das empresas brasileiras ligadas ao entretenimento. Os episódios de “Sapo Xulé” foram dublados em espanhol e chamaram a atenção dos players locais. A atração que foi exibida na Rede TV! está em negociação com La Central Digital, uma empresa espanhola de distribuição de

Uma pitada de ânimo Para Silvia Prado, produtora da Cinema Animadores, que venceu o pitching de 2006 com a animação infantil “Sapo Xulé”, de autoria de Paulo José, o período após o Forum tem sido um constante aprendizado para a produtora, sobretudo no que diz respeito ao mercado internacional. “O pitching foi muito interessante como experimentação. A gente recebeu uma carta de interesse da FRV, do Canadá, para coproduzir, mas eles não conseguiram parceiros. Naquele ano, não me preocupei mais com o mercado internacional. Fiz duas viagens para fora do país e não levei o ‘Sapo Xulé’”, conta Silvia, enfatizando que adotou

Cartoon promove pitching este ano O Cartoon Network fará pela primeira vez no Brasil um pitching para selecionar uma série. O canal dará um prêmio de US$ 20 mil à produção vencedora, a título de verba de desenvolvimento.O pitching faz parte da programação do Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão, promovido por TELA VIVA nos dias 3 a 5 de junho em São Paulo. Podem se inscrever produtoras brasileiras de qualquer região. O pitching não é apenas para séries de animação. O canal busca também séries de live action voltadas a seu público-alvo, crianças de 7 a 11 anos. O regulamento e a ficha de inscrição podem ser encontrados no site www.forumbrasiltv.com.br . O prazo final de entrega de projetos é 18 de maio.

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conteúdo pela Internet. O lançamento de “Sapo Xulé” no Brasil foi acompanhado por uma empresa de arquitetura de negócios, a Conteúdo Diversos, que traçou uma forte estratégia de licenciamento para engrossar as receitas da produção. A meta é licenciar 30 produtos até o fim de 2009. “Isso gera receita, mas para produzir a série completa precisaremos de um parceiro para financiar”, conclui Silvia. Vencedora junto com a Cinema Animadores do pitching de 2006, a Glaz Entretenimento está desenvolvendo o episódio-piloto da série “Historietas Assombradas para Crianças Mal Educadas” com recursos do AnimaTV, parte do Programa Nacional de Desenvolvimento da Animação que a Secretaria do Audivisual do Ministério da Cultura lançou no final do ano passado para fomentar a produção independente de animação para o público de seis a 14 anos para exibição na TV pública. Caso passe pela segunda etapa do processo, a atração pode ganhar o financiamento de uma temporada completa. Para o produtor Paulo Boccato, o projeto tem chances de deslanchar agora. “Com o Fundo Setorial do Audiovisual as coisas estão começando a acontecer”, aposta. Uma coprodução internacional também está nos planos da produtora. “Os Abelhudos”, da curitibana Abelhudos Produtora de Conteúdo de Entretenimento Infantil, projeto vencedor do pitching de animação de 2007, também se inscreveu no Anima TV, mas não passou pela primeira etapa. “Participamos das oficinas promovidas pelo Anima TV, o que deu um upgrade enorme no projeto, mas agora estamos trabalhando para tentar produzir por conta própria. Percebemos que os canais querem o produto pronto”, explica o diretor comercial Enio Barcelos. A produtora


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de conteúdo de entretenimento infantil desenvolve também trabalhos para veículos impressos, mas as receitas geradas são insuficientes para o financiamento da série de 13 episódios de 11 minutos cada, que devem ser produzidos em parceria com a produtora catarinense Belli. “Temos que buscar caminhos alternativos para viabilizar”, diz Barcelos. Descontemplado pelas atuais políticas públicas para animação, que têm se concentrado no segmento infantil, o vencedor do pitching de animação do ano passado, “Manedy”, da Digital 21, voltado para o público adulto, não espera verbas de editais. “É muito difícil inscrevê-lo em um edital, pelo público a que se direciona e pelas características do projeto”, conta Debora Garcia, atendimento da produtora. “Acreditamos que é um nicho a ser explorado: animação para jovens adultos, com a pegada de humor politicamente incorreto”. “Manedy”, uma série de 26 capítulos de sete minutos cada um, começou a ser produzido internamente. Um episódio está em finalização e a produtora continua buscando coprodução. “Ainda estamos em fase de captação. Estamos estudando a possibilidade de fechar coprodução com parceiros latino-americanos. Queremos desenvolver os personagens da

Ibermedia, de incentivo à coprodução entre países ibero-americanos, e do Programa de Fomento ao Cinema Paulista, da Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo. Segundo a produtora Assunção Hernandez, no final do ano passado, o filme levou o prêmio do júri e o prêmio aquisição do Canal Brasil no Festival Sem editais que contemplem a animação adulta, a Digital 21 de Brasília. quer coprodução para “Manedy”. Outro documentário América do Sul e essas produtoras apresentado pela Raiz Produções em poderiam contribuir bastante com o pitchings do Forum Brasil, o roteiro”, diz Debora, destacando que o “Armadilha Alemã”, sobre mulheres ideal para a viabilização da série seria a brasileiras que se casam com coprodução com algum canal. alemães, foi desenvolvido com Com “Manedy”, a Digital 21 ganhou, no recursos próprios da produtora. O final do ano passado, a Mostra de Pilotos documentário, coproduzido com a do Festival Internacional de TV 2008, Alemanha, recebeu aporte de uma evento promovido pelo Instituto de Estudos TV pública local, a SWR, que se da Televisão (IETV), do Rio de Janeiro, e encarregou das filmagens feitas na levará a atração para o New York Europa. “Queremos ainda dar uma Television Festival 2009, em setembro. mexida para deixar o olhar mais brasileiro e buscar finalização. Para Com as próprias pernas este documentário, não pensamos no “Margem do lixo”, da Raiz Produções, cinema como janela de exibição, mas documentário sobre coleta seletiva do lixo na televisão e no DVD”, diz Assunção. e reciclagem em São Paulo, vencedor do “Homens de Açúcar”, projeto da pitching de 2007, também está passando Pródigo apresentado no pitching da pelo circuito de festivais antes de estrear Discovery do ano passado, e “Glenn”, nos cinemas. A produção, que teve uma animação selecionada para o pitching participação técnica portuguesa, foi de animação de 2007, estão em fase viabilizada com apoio do Programa de captação e desenvolvimento.


(nab 2009) Fernando Lauterjung, de Las Vegas

f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Brasil sob os holofotes Radiodifusão nacional é destaque na principal feira do setor no mundo. Além de disposição para investir em tecnologia, brasileiros demonstram padrão de TV digital.

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enos povoada que o de costume, pode-se dizer que, em 2009, a NAB foi um evento especial para os brasileiros. O evento, promovido pela principal associação de radiodifusores norte-americanos, aconteceu entre os dias 20 e 23 de abril, em Las Vegas, recebendo 83 mil visitantes, em torno de 80% do que recebeu no ano anterior. As baixas foram principalmente entre norteamericanos, por conta da crise que assola os Estados Unidos. Brasileiros no evento, calcula-se, foram 1,1 mil, também um número menor que no ano anterior, quando Las Vegas recebeu 1,4 mil brasileiros para a o evento dos radiodifusores. No entanto, a queda na participação não tirou o brilho desta que é, tradicionalmente, a maior delegação estrangeira no evento. Produtoras e radiodifusores tupiniquins foram ao evento com o intuito de investir na aquisição de nova tecnologia, o que garantiu tratamento VIP nos estandes da feira. O fato é que, embora o switch-off do sinal analógico tenha sido adiado nos Estados Unidos, não há mais nenhum grande investimento a ser feito por parte dos radiodifusores locais em infra-estrutura, pelo menos não em produção. A alta definição já é praticamente padrão na produção, mesmo para as emissoras que ainda não digitalizaram a transmissão. “Cinco mil radiodifusores ainda não contam com transmissores ATSC”, diz o diretor de marketing da mineira Linear, Carlos Fructuoso. A empresa expunha seus transmissores no evento tentando pegar parte deste mercado, o último investimento de

NAB recebeu 83 mil visitantes, 1,1 mil brasileiros.

parte da radiodifusão norte-americana para se tornar 100% digital. Enquanto isso, o Brasil ainda engatinha na digitalização de seus sinais. Mesmo as grandes cabeças de rede ainda precisam fazer investimentos em alta definição. Recentemente, em apresentação à imprensa, o diretor de engenharia da Globo, Fernando Bittencourt, afirmou que embora já conte com uma unidade móvel totalmente HD, prepara um segundo caminhão equipado com câmeras e toda a estrutura em alta definição. Esta é, aliás, uma das principais demandas dos radiodifusores para 2009, segundo fornecedores ouvidos por TELA VIVA. Além das cabeças de rede, algumas afiliadas já começam a orçar equipamentos para suas novas unidades móveis, mesmo entre aquelas que sequer digitalizaram seus sinais. Além disso, a TV por assinatura também começa a demandar serviços de produção em alta definição, com o aumento da base de assinantes HD e da demanda por captação de jogos em alta definição. Com isso, prestadores de serviço também começam a se preparar. Um fornecedor arrisca que pelo menos 15 unidades móveis em alta

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definição devem ser montadas no Brasil em 2009. Além disso, há um enorme investimento a ser feito na própria digitalização dos sinais em todo o país. A TV Cultura, por exemplo, buscava no evento transmissores para concretizar seu projeto de digitalizar o sinal de seis de suas retransmissoras no interior no estado de São Paulo. No total, a emissora tem 210 retransmissoras no estado, e digitalizar tudo pode ser mais complicado. A princípio, a emissora vem trabalhando com a idéia de investir em equipamentos que permitam fazer o switch-off do analógico no momento que iniciar as transmissões digitais, para que o investimento em transmissores não seja tão alto. O fim de 2008, mesmo com a crise, não foi ruim para fornecedores, que conseguiram bater suas metas para o ano. Três grandes vendas feitas no final de 2008 foram anunciadas na feira. A Grass Valley anunciou a venda de uma dúzia de estações Aurora Edit HD e oito


switchers Kayak HD para a Record. A Sony também anunciou uma venda grande para a Record: 60 camcorders HDC-700, que devem ser usadas no jornalismo da emissora. Ainda no final de 2008, a Sony venceu o edital da TV Brasil, fechando um contrato que envolve a venda de 100 câmeras, sendo 60 delas camcorders HDC-700. No entanto, todos os fabricantes e agregadores ouvidos por TELA VIVA concordam que o mercado fez uma pausa por conta da crise. Vários projetos que estavam sendo orçados acabaram hibernando. Um fornecedor diz que o problemas não é a falta da recursos, mas a indefinição no câmbio. “Com o câmbio estabilizando, o mercado deve voltar a tocar os projetos que estão em ‘stand by’”, diz, lembrando que, “tem bastante brasileiro pedindo informações nos estandes”.

Orgulho Além da disposição em investir, algo mais estava transparente entre os brasileiros, pelo menos entre radiodifusores: a certeza de ter feito a escolha certa no padrão de TV digital. O início da adoção do padrão na América

David Rehr, presidente da NAB, mostrou que sua aposta para trazer novas receitas às emissoras de TV e garantir a presença de seus sinais em mais lugares é em uma tecnologia classificada por ele como “revolucionária”: a transmissão de

imagem do sbtvd no exterior é boa, alavancando adoções na américa latina. o peru já adotou. Latina era apenas um dos argumentos. O mais importante era a aposta dos Estados Unidos na transmissão de TV aberta para dispositivos móveis, uma das principais demandas do setor quando se discutia como seria a TV digital no Brasil. Contudo, embora a imagem internacional do padrão nipo-brasileiro esteja boa, ainda há o que ser discutido em território nacional. A possibilidade ou não de fazer multiprogramação parece ser algo que já está solucionado apenas na opinião da Abert (leia matéria na pág. 32) e ainda deve gerar muita polêmica.

sinal móvel de TV digital. Segundo Rehr, a “novidade” deve trazer uma receita adicional de cerca de US$ 2 bilhões aos radiodifusores até 2012. Mais de cinquenta estações já estão transmitindo sinal para dispositivos móveis, embora ainda não haja oferta expressiva de receptores capazes de trabalhar com a tecnologia, que foi incorporada ao padrão norteamericano ATSC apenas recentemente. Ao fazer isso, o ATSC ainda tinha esperanças de

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( nab 2009) emissoras comerciais, contando que a legislação local permita.

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conseguir que o Brasil utilizasse sua tecnologia de TV digital. Rehr disse que a associação vem negociando com os fabricantes de laptops a inclusão de receptores de TV digital móvel nos dispositivos. Daniel Pimentel Slaviero, presidente da Abert, comemorou o discurso do presidente da NAB. “Isso mostra que nossa decisão foi acertada”, diz. “Queremos, no futuro, achar uma solução para o conteúdo móvel, que não precisa ser o mesmo do canal principal”, disse, apontando, pela primeira vez, uma posição fechada da associação em relação à multiprogramação. A Abert se coloca contra a multiprogramação, afirmando que o momento não é propício para que se discuta o tema. A rigor, vale explicar, o conteúdo móvel teria de ser o mesmo transmitido para os dispositivos fixos, caso contrário, a emissora estaria fazendo multiprogramação. Mas várias emissoras de TV, inclusive a Globo, já divulgaram planos de transmitir conteúdos diferenciados utilizando o sinal móvel. Por isso é necessário encontrar uma solução para o conteúdo destinado aos dispositivos móveis. As declarações de Slaviero causaram polêmica no setor. A Abril respondeu as declarações do presidente da Abert se colocando a favor da multiprogramação e desautorizando a associação a falar pela radiodifusão. Vale lembrar, a Abra, associação encabeçada pelo Grupo Bandeirantes e pela RedeTV!, também se colocou de forma contrária à Abert. Outro motivo de orgulho entre os radiodifusores era a eminência da adoção do padrão brasileiro na América do Sul. Paralelamente ao evento, o ministro Hélio Costa foi à Argentina e ao Chile “vender” o SBTVD. Na Argentina, a adoção era tida como certa, porém apenas após as eleições internas. Durante o evento, foi anunciado que o governo peruano decidiu adotar o SBTVD. Pesou em favor do

Para Rehr, da NAB, transmissões para móveis devem gerar US$ 2 bi para o setor até 2012.

padrão a possibilidade de transmissão móvel e gratuita. Tentando justamente convencer os países da Améria do Sul, foi apresentado no evento o modelo de operação terceirizada que será adotado pela radiodifusão pública no Brasil. A apresentação, feita por Delorgel Kaiser, gerente executivo de expansão e TV digital da TV Brasil, acabou atraindo, no entanto, outro público. Segundo ele, a operadora francesa TDF, que atua ainda na Finlândia e na Hungria, e a Abertis Telecom, maior operadora de radiodifusão da Espanha, se manifestaram, pedindo mais informações sobre o Brasil e demonstrando interesse em prestar o serviço terceirizado. No Brasil, houve ainda sondagens concretas da Marubeni, NGB e Screen Service, para a participação na PPP que escolherá o operador de rede de TV digital para a TV pública. Segundo Kaiser, o modelo não pode ser adotado pela radiodifusão comercial no Brasil. Mas nada impede que outros países adotem o modelo mesmo para as

Espaço brasileiro Pela segunda vez, o Brasil teve um estande guarda-chuva para expositores nacionais em Las Vegas. O espaço do Brasil, que este ano estava melhor localizado, próximo à maioria dos expositores de equipamentos de transmissão, contou com 15 empresas, além do Fórum SBTVD. Estavam representadas a Ativa Soluções, EITV, Ideal Antenas, Inatel, JWSat, Lavid, Linear, Mopa, Screen Service, STB, Tecsys, Teletronix, TQTVD, TransTel e TSDA.

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Rádio No evento, declarações do Ministério das Comunicações apontaram que devem ser apresentadas em breve novidades em relação ao rádio digital. Marcelo Bechara, consultor jurídico do Minicom, explica que a metodologia usada na TV digital deve ser aplicada também na escolha de um padrão de rádio digital. Deve entrar em consulta pública uma minuta de decreto listando as demandas brasileiras para a tecnologia a ser adotada. Após a definição das demandas, os detentores dos padrões serão convidados a apresentar suas propostas, não apenas tecnológicas. Após analisar as propostas, destaca Bechara, não há a obrigação de decidir pela adoção de um dos padrões. Segundo ele, o governo pode, por exemplo, pedir para a academia participar ou ainda optar por esperar o amadurecimento das tecnologias e dos modelos de negócio. O anúncio da consulta pública deve acontecer no Congresso da Abert, em maio. David Rehr, presidente da NAB, falou em seu discurso de abertura sobre o rádio no país. Segundo ele, o rádio era apontado como uma mídia do passado. Hoje, comemora, os fabrican­ tes de automóveis incorpora­ram o rádio digital na maioria dos modelos existentes. Além disso, Veri­zon, AT&T e T-Mobile contam com receptores FM nos celulares vendidos aos seus assinantes. “E estamos traba­lhando para trazer a Apple a bordo”, disse. O Minicom não compartilha das declarações do presidente da NAB. Bechara disse a TELA VIVA que procurou receptores de rádio digital nas lojas norte-americanas e não encontrou. “Se você aluga um carro, vem rádio por satélite, não rádio aberto digital”, diz, apontando que o padrão norte-americano, o iBiquity, não é o preferido pelo governo brasileiro.


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( entrevista)

Momento de revisão O presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero, expõe as pautas que a radiodifusão levará ao congresso da associação e à Conferência Nacional de Comunicações.

TELA VIVA - Quais temas terão destaque no Congresso Brasileiro da Radiodifusão, que acontece este mês em Brasília? Daniel p. Slaviero - É o 25º congresso, uma marca importante para o principal encontro de rádio e televisão, com mais de 1,2 mil profissionais e empresários do setor. Na agenda, o primeiro assunto é a Conferência Nacional das Comunicações (CNC). Queremos discutir no congresso quais são os pontos e as posições do setor e colocar o radiodifusor a par dessas posições, principalmente porque haverá, é importante ressaltar, conferências municipais, estaduais e regionais antes de ser realizada a nacional, em dezembro, em Brasília. Entendemos que a CNC deve ter um bom debate. É um ambiente bom para tratarmos da comunicação social, mas temos que fazê-la olhando para frente. No futuro, parte relevante da comunicação social vai passar pela Internet. Portanto, banda larga e serviços de telecomunica­ções têm que ser tratados na pauta geral. Também é uma oportunidade para discutir algumas coisas que tomaram caminho não muito correto, como é o caso das rádios comunitárias, que têm se desviado de sua finalidade.

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Em segundo, é importante para nós a liberdade de expressão. Vamos tratar isso sob dois aspectos. O primeiro é o fato de o Supremo Tribunal Federal ter revogado a Lei de Imprensa, um resquício da ditadura militar que foi sepultado definitivamente. Quais são as consequências disso e quais são os próximos passos? A Abert defende, juntamente com a ANJ e com a Aner, que o Congresso precisa abordar os direitos individuais que se contrapõem à liberdade de expressão, basicamente o direito de resposta e a indenização por dano moral. Outro foco dentro da liberdade de expressão é a liberdade de expressão comercial. Sabe-se muito bem que há inúmeros projetos de lei que visam restringir a publicidade: a publicidade infantil, de alimentos, de medicamentos e assim por diante. Temos hoje o Conar, que, bem ou mal, faz 31 anos que é referência de auto-regulação. Defende­mos a manutenção dessa auto-regula­ção. Ressaltando que a liberdade de expressão é condição essencial para democracia. O terceiro ponto é o avanço tecnológico, como a implantação da TV digital, a definição da interatividade. A expectativa é que até agosto haja receptores compatíveis com o Ginga. Vamos ainda apresentar os testes do rádio digital, feitos pela Abert, o Instituto Mackenzie, a Anatel e o Ministério das Comunicações. FOTO: MARCELO Kahn

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presidente da Abert, Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão, Daniel Pimentel Slaviero, aponta nesta entrevista os principais temas para o setor que devem ser discutidos este ano e levados pela organização à Conferên­cia Nacional de Comunicações, em de­zembro. Na pauta estão multiprogra­ma­ção, PL 29 e implantação da TV digital.

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Por último, vamos ter um painel legislativo que abordará os quatro principais temas para a radiodifusão que estão sendo discutidos em projetos de lei: o PL 29; a flexibilização da “Voz do Brasil”; o ressarcimento fiscal para as emissoras optantes pelo simples, que não podem abater as veiculações dos horários políticos e eleitorais; e os diversos PLs que tratam das rádios comunitárias, em especial a proposta do governo, que é a descriminalização das rádios comunitárias. O PL 29 abre o mercado de TV a cabo para novos players, ao mesmo tempo em que cria cotas de conteúdo nacional. Qual é a posição da Abert sobre esses temas? O PL 29 trata muito pouco da radiodifusão, é uma parte marginal do projeto. Ele trata, principalmente, da TV por assinatura. Em relação ao conteúdo nacional, voltado ao mercado nacional, defendemos, e isso já está nas últimas versões, que seja feito por brasileiros. Outro ponto é o modelo federativo. Queremos que todos os operadores tenham a obrigação de carregar as emissoras locais de radiodifusão. A posição da Abert no PL 29 se restringe a estas duas questões. Daniel Pimentel Slaviero


Estando equacionados estes pontos, estamos satisfeitos. A questão das cotas ou da entrada das teles neste mercado não está no escopo da Abert. As empresas de radiodifusão que tenham interesse nesta área defendem seus interesses individualmente. E a multiprogramação? A posição da Abert, tornada pública pela primeira vez na NAB, em abril, tem causado divergência no setor. Esse também é um tema para a CFC? O governo anunciou que não haverá tema tabu. Pensamos da mesma forma. Entendemos que é prematuro conversar sobre esta questão. Por quê? Porque o sistema está em implantação. Temos que levar a TV digital a todo o Brasil. Precisa haver uma massa maior de telespectadores para que o governo possa se manifestar. A Abert defende que quem queira fazer em caráter experimental, que faça sua solicitação para que o Ministério (das Comunicações) delibere sobre o assunto. Mas para haver uma posição final do governo, a implantação precisa avançar e estar mais madura. Independentemente disso, continuamos contrários à multiprogramação e achamos que isso deve ser avaliado mais lá na frente. Hoje, defendemos que há o compromisso da radiodifusão na utilização dos 6 MHz e é preciso vencer a questão legal, porque como está hoje, há margem para interpretação para os dois lados. A nossa interpretação é que a multiprogramação depende de um diploma legal, visto que a concessão autorizada pelo Congresso não previa isso. Passada a discussão legal, precisa ser discutida a questão mercadológica. O mercado publicitário ainda é elástico, mas não tanto assim. Aqui em São Paulo são 21 geradoras, com multiprogramação seriam 84. Será que tem mercado pra tudo isso? Mas proibir porque não há modelo

multiprogramação não impede também que o móvel tenha um conteúdo diferente? É por isso que defendemos que, mais lá na frente, o conteúdo para 1-Seg seja discutido e reavaliado. Ninguém vai assistir a um filme no celular ou numa TV portátil. E não quer dizer, necessa­ ria­mente, que haja uma nova progra­ ma­ção, mas apenas uma variação sobre a programação atual. Precisamos reava­ liar a multiprogramação porque um dos principais pontos da TV digital, que é a mobilidade, precisa ter um reajuste.

Evento O 25º Congresso Brasileiro da Radiodifusão, promovido pela Abert, acontece entre os dias 19 e 21 de maio, em Brasília. Com o tema central “Radiodifusão: Compromisso com o Brasil”, o evento abordará alguns dos principais assuntos do momento para o setor. Estão convidados o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para a solenidade de abertura, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para uma exposição sobre o momento do Brasil e suas perspectivas, e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, que irá traçar o panorama das comunicações digitais no Brasil. O programa prevê ainda sete conferências, oito painéis temáticos e quatro legislativos, com a participação de especialistas, empresários e parlamentares. O programa completo e outras informações estão no site www.abert.org.br/25/.

A Abert prepara um censo da indústria de TV. Já foi divulgado um sobre o rádio. O que se espera dessa pesquisa? Estamos finalizando o da TV. Vamos falar disso no Congresso da Abert. Já temos todas as respostas e a FGV (Fundação Getúlio Vargas, contratada para fazer o censo) está consolidando os dados. Já apresentamos o do rádio e alguns dados “mais macros” da radiodi­ fusão. Por exemplo: a radiodifusão (abordando rádio e a TV) contribui com 0,49% do PIB brasileiro. Para se ter uma dimensão de quanto isso significa: o setor automobilístico agrega 1,6% e o vestuário 0,61% do PIB. A radiodifusão emprega, de forma direta e indireta, 347 mil pessoas no Brasil.

de negócios não inviabiliza a criação de novos modelos? Não caberia a cada radiodifusor encontrar o seu modelo de exploração comercial, desde que de acordo com a regulamentação? Por isso que o assunto deve ficar por último. Na cesta de discussão é preciso ter uma avaliação do que o mercado suporta. Hoje não dizem que uma das principais preocupações é com a qualidade do conteúdo? Os movimentos sociais dizem que está caindo muito a qualidade da programação, não a qualidade técnica, mas do conteúdo. Se multiplicarmos por quatro, não vai piorar?

Como a crise afeta o setor? Qual é o impacto? A crise afeta de maneira distinta os diversos setores da economia. O reflexo da crise na radiodifusão no primeiro trimestre não foi ruim. Tivemos até um leve crescimento. Isso mostra como é importante o veículo de comunicação de massa na estratégia publicitária dos anunciantes. Em períodos de crise há uma concentração de verba nos veículos que apresentam maior alcance, dão maior resultado e maior impacto. Salvo algumas regiões do país, onde a indústria exportadora tem muita participação na economia local, você tem uma queda no mercado publicitária. Mas no todo, o resultado é positivo. Vamos abordar no Congresso da

O momento de implantação não seria o mais adequado para experimentar diferentes modelos de negócios? Para quem quiser experimentar, o Ministério das Comunicações tem dito que vai liberar. Vai liberar para a TV Cultura, e disse que o faria para a Abril. Mas a posição definitiva depende de um avanço na implantação e de um diploma legal. Isso leva a outra questão, que é a mobilidade. É consenso no setor que o conteúdo do 1-Seg não precisa e não deve ser o mesmo do canal principal, para receptores fixos. O argumento de que não há regulamentação que autoriza a

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( entrevista ) FOTO: MARCELO Kahn

Abert o conteúdo. A maneira como a radiodifusão aborda a crise para a população. Sem deixar de dar os fatos ruins, muitos veículos têm mostrado constantemente na sua programação setores e casos de empresas que têm conseguindo ver oportunidade na crise e que têm crescido na crise. Os investimentos na TV digital devem ser mantidos mesmo com a crise? A crise, até agora, não afetou a implantação da TV digital. Não vai atrasar o cronograma de implantação da TV digital. Por dois motivos. Primeiro, as decisões foram tomadas com bastante antecedência. Comprar um transmissor leva de quatro a cinco meses. Se encomendarmos hoje, mesmo da Linear, que fica em Minas Gerais, um transmissor digital de alta potência, vai demorar cinco meses para recebermos. O segundo motivo é que o setor tem prazos definidos pelo Ministério das Comunicações.

“A crise, até agora, não afetou a implantação da TV digital. Não vai atrasar o cronograma.”

Estas decisões foram tomadas antes da crise. E quem tem que decidir agora? Só vai afetar a implantação se a crise se prolongar. Não estamos vendo nenhum projeto sendo parado. O que está sendo reavaliado é o entusiasmo na compra de equipamentos para produção em alta definição. Muitos projetos estão em stand by. Mas os projetos de transmissão continuam.

entre 25 e 30, no Congresso da Abert. Estão sendo capitaneados pela Associação Internacional de Radiodifusão. O Minicom deve fazer um encontro específico com esses radiodifusores para apresentar o sistema digital. Nossa expectativa é que a Argentina logo anunciará a adoção do padrão. O Chile e a Venezuela estão muito próximos de adotar. Isso dá um caráter internacional ao sistema. Não fica fechado. Amplia o mercado dos receptores, aumentando a escala e levando à queda de custos. Nos países da América, só México e Canadá acompanharam os EUA com o ATSC. Outros países da América Central também devem acompanhar. O DVB foi apenas para Colômbia e Uruguai. Mas o Uruguai, dizem radiodifusores locais, pode rever a decisão. Hoje, o sistema brasileiro está na frente na implantação na América do Sul.

O Peru anunciou recentemente a adoção do padrão nipo-brasileiro. Estamos tentando vender o padrão ainda na Argentina e no Chile. Como isso impacta na radiodifusão brasileira? Teremos uma delegação de radiodifusores da América do Sul,

E o rádio digital? A Abert defende o iBiquity, mas há uma relutância no governo... Não há nenhum sistema no mundo altamente consolidado. O sistema europeu (DRM) está ainda em uma fase bem inicial. O sistema americano, apesar de já estar em mais de 1,8 mil emissoras de rádio, ainda

Mas os prazos não são tão apertados. Mas está todo mundo adiantando. Uma cidade como Uberlândia (MG), que poderia estar funcionando apenas em 2011, vai entrar em 2009.

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está em fase inicial, já que são mais de 11 mil rádios. Nossa demanda é que o padrão permita fazer digital no mesmo canal, sem realocação e sem mexer no espectro, como foi feito com a TV digital. Além disso, os testes, que serão apontados no Congresso da Abert, apontam que o FM vai muito bem (com o iBiquity), mas que o AM tem algumas dificuldades, principalmente na questão da robustez do sinal. O AM hoje é o que mais precisa do rádio digital. Com o analógico, há áreas em São Paulo onde é impossível sintonizar. Nossa expectativa é que o Minicom faça uma consulta pública, dizendo quais são as características técnicas que ele quer, já eliminando padrões que não atuem na mesma banda e na mesma frequência. Que a consulta pública abra a possibilidade para que os detentores dos padrões façam as suas propostas técnicas e de royalties para toda a cadeia e como podem agregar a academia brasileira. Eles têm que dar espaço para que a universidade brasileira possa agregar e ajudar desenvolver o padrão. O Minicom já anunciou que espera lançar um edital exatamente neste moldes, baseado no que foi feito na escolha do padrão de TV digital. Há, então, uma sinergia entre Abert e Minicom neste sentido? Sim. Não dá para imaginar que isso seja resolvido em curtíssimo prazo. A tecnologia avança, os americanos estão trabalhando para reforçar a robustez do AM. O que não dá é para o rádio ficar analógico em um mundo digital. É preciso ter pelo menos uma agenda. Pode ser que consigam. Colocaram até mobilidade no ATSC. Não é o fim do mundo. No resumo da ópera, o rádio digital vai sair, mas não na velocidade que muitos radiodifusores esperavam. Fernando Lauterjung



( tv por assinatura ) Samuel Possebon

s a m u c a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Fora do ponto Anatel decide que operadores de TV paga não podem cobrar pelo ponto-extra, apesar de pareceres técnicos e jurídicos da própria agência em sentido contrário.

O

setor de TV por assinatura já passou por muitos em­bates regulatórios com a Anatel. Da mesma forma, a Anatel já foi rigorosa com as empresas de TV paga em várias questões. E em temas delicados, como a interpretação da Lei do Cabo sobre a entrada das teles, unifi­cação das regras para banda larga ou mesmo a exclusividade de programa­ção, a agência optou pela neutralidade. Mas nunca um assunto tão pouco crítico ganhou tanta repercussão, exigiu tantas horas de debates e, por fim, foi decidido de maneira tão surpreendente. No começo de abril a Anatel decidiu que as empresas de TV por assinatura não podem mais cobrar por este serviço, prática comum em qualquer lugar do mundo. A partir de agora, as opera­ doras precisarão instalar conexões adicionais autônomas (ou seja, com as mesmas funcionalidades do ponto principal) em quantos cômodos o usuá­ rio pedir. Podem cobrar pelas despesas de instalação, mas não podem ter isso como um serviço de receita recorrente. O problema não foi a decisão da agên­ cia em si, mas a forma como ela veio: de maneira contrária a todos os argu­ mentos técnicos e econômicos apresen­ tados. E as consequências da decisão, que além de gerarem impactos econômicos significativos, levarão as operadoras a incluí­rem o custo de ponto-extra em seus pacotes. Além disso, a deci­são da Anatel é um grande risco ao mercado de IPTV e pratica– mente acaba com a possibi­lidade de que operadores ofereçam o serviço de redes inteligentes aos seus assinantes. Para a ABTA a situação é ilegal do co­me­ço ao fim. A ABTA cita pelo menos 13 manifestações oficiais, seja das áreas técni­cas da Anatel, seja da área

jurídica da Ana­tel, votos de conselheiros, manifes–tações do Conselho Consultivo da agência e da Secreta­ria de Acompanhamento Eco–nômico do Ministério da Fazenda colecio–nadas desde 2005, quando a polêmica começou. Quem primeiro disse que ponto-extra não poderia ser cobrado foi o Ministério Público de Minas Gerais, em setembro de 2005. Naquela ocasião, o procurador José Antônio Baeta de Melo Cançado, em nota técnica, dizia que a cobrança seria irregular. Esta manifestação fez o Procon de Minas Gerais multar a Net em R$ 1,5 milhão em fevereiro de 2006 pela cobrança do ponto. Aquele foi o estopim pa­ra uma série de manifestações dúbias por parte da Anatel e interpretações atravessa­das por parte do

é tão confusa que permite a co­brança pela instalação do serviço e pelo equipamento, mas não explica o que acontecerá com os assinantes que hoje têm ponto-extra e que nunca pagaram pela instalação ou equipamen­tos, mas que vêm pagando um adicional na fatura ao longo de vários anos. Da mesma forma, o presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg, de­cla­ rou, ao anunciar as novas regras, que a cobrança de um aluguel pelo set-top seria permitida, mas que as operadoras teriam que ser “criativas” para encontrar formas de fazê-lo, já que a regulamentação não autoriza expres­sa­ mente esta prática e exige a gratuidade. Também existe apreensão em

ponto-extra representa até 20% da receita de algumas operadoras. ANATEL RECOMENDA "CRIAtividade" mercado que geraram uma longa e confusa disputa regulatória sobre o tema. A decisão da Anatel é um problema para as operadoras de TV a cabo por razões óbvias. O ponto-extra representa, hoje, entre 5% e 20% das receitas de uma operação, de­pendendo do caso. Em seu recurso contra a decisão da Anatel, a ABTA basicamente argumenta com três pontos: a agência mu­dou as regras do setor de TV por assinatura sem enviá-las para a con­sulta do Conselho de Comunicação So­cial, como exige a Lei do Cabo. Além disso, contou um voto de um conse­lheiro (Pedro Jaime Ziller) que não estava mais no colegiado da agência e que, quando proferiu seus votos, não havia tido acesso a todas as manifes­tações técnicas e jurídicas fornecidas posteriormente. E, por fim, a ABTA diz que não existe, em nenhum dos votos favoráveis à cobrança do pontoextra, fundamentação jurídica ou técnica que justifique a intervenção em uma atividade essencialmente privada. A manifestação da Anatel, por outro lado,

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relação a operadores de telecomunica­ ções que já oferecem ou esperam ofere­ cer serviços de TV paga por meio de fibra ou IPTV. Por uma razão simples: para estas tecnologias, a quantidade de banda necessária para prover o serviço aumenta proporcionalmente em relação ao número de pontos existentes na residência, derrubando o entendimento da maioria do conselho diretor da agência de que ponto-extra não tem custos recorrentes que justifiquem a cobrança. Outra conseqüência: a oferta de redes domésticas inteligentes, com conexão wi-fi, DVR escravo, câmeras de segurança e telemetria de equipamentos. São tecnologias que já existem e começam a ser ofertadas como serviços de valor adicionado por operadores de cabo e telecomunicações, mas que requerem pagamento continuado pelo serviço. Na regra atual da Anatel, isso não pode ser feito.


www.aja.com

“AJA hace todo el proceso más fácil.”

Keith Collea Co-escritor y Productor, The Gene Generation

Desde captura a conversión, Keith Collea’s línea de post producción completamente confía en AJA y su interior. Con un currículo de trabajo en blockbuster como Alien:Resurrection; Independence Day y Pearl Harbor; el veterano de efectos y post producción ha usado productos de AJA por mucho tiempo. La línea entera de post producción de Collea depende de los productos AJA que incluyen Kona, IoHD y Convertidores. “Yo soy un gran fan de AJA” dice Collea.

• 10-bit, Llena-resolución SD/HD a través de FireWire • Apple ProRes 422 codec a través de la placa; HD720/1080, SD NTSC/PAL • Conversión alta/baja y cruzada a través de la palca y en tiempo real • Conexión vía un solo cable de Firewire a un MacBook Pro o MacPro

I o H D .

B e c a u s e

i t

En su más recenté producción de película; The Gene Genaration, Keith escoge el IoHD como la pieza central de un sistema de proyección movible usando el IoHD, una Apple Intel MacBook Pro y un G-Tech G-DRIVE, fue posible crear un sistema que hiso la proyección de la película a través de un proyector Sony digital cinema sin el uso de alguna reproductora de cinta, el nos explica. “Nos ahorro tiempo y dinero y la calidad del imagen fue mejor que si se hubiera usado cinta. Fue increíble. Encuentre mas información de cómo Keith usa los productos de AJA para mejorar su trabajo, lea los detalles completos en www.aja.com/keith

m a t t e r s .


(audiência - TV paga)

Universal chega ao top 5 Foto: divulgação

E

ntre os canais de filmes e séries da TV paga, Fox e Universal têm brigado pelo quinto lugar na lista dos canais com melhor alcance entre o público adulto. Em março, o Universal Channel levou a melhor: ficou com a quinta colocação ao registrar 8,39% de alcance diário médio e 32 minutos de tempo médio diário de audiência. Em fevereiro, o posto havia sido ocupado pela Fox, que em março ficou em sexto lugar, logo após o canal da Globosat. Nesse mês, o Universal Channel exibiu episódios inéditos de “Law and Order”, “Psych”, “Greek”, “Monk”, “Law and Order – Special Victims Unit” e “House”, série que teve seu 100° episódio exibido no período. No total, os canais pagos tiveram 50,58% de alcance diário médio e duas horas e sete minutos de tempo

100° episódio de “House” foi exibido em março pelo Universal Channel

médio diário de audiência (universo: 6.458.900 indivíduos). No primeiro lugar do ranking ficou o TNT, com alcance diário médio de 11,59% e tempo médio diário de audiência de 25 minutos,

seguido de perto pelo Multishow – com 11,16% de alcance diário médio –, SporTV e Globo News. Entre as crianças, o canal com melhor alcance em março foi o Cartoon Network, com 18,09% de alcance diário médio e 55 minutos de tempo médio diário de audiência. O ranking segue com Disney Channel, Discovery Kids, Nickelodeon e TNT. No total, os canais pagos tiveram alcance diário médio de 53,12% e tempo médio diário de audiência de duas horas e 15 minutos, entre o público de quatro a 17 anos (universo: 1.382.000 indivíduos). O levantamento do Ibope Mídia considera oito praças: Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Daniele Frederico

Alcance* e Tempo Médio Diário – março 2009 Total canais pagos TNT Multishow SporTV Globo News Universal Channel Fox Telecine Pipoca Warner Channel Discovery Telecine Premium AXN Telecine Action Discovery Kids Cartoon Network National Geographic GNT SporTV 2 ESPN Brasil Disney Channel Sony

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 50,58 3.266,63 02:07:17 11,59 748,54 00:25:02 11,16 720,72 00:19:54 9,85 636,14 00:34:39 8,79 567,76 00:27:43 8,39 541,97 00:32:33 8,22 530,83 00:22:12 7,90 510,60 00:30:20 7,85 506,93 00:25:17 7,58 489,52 00:18:38 7,23 467,08 00:23:17 6,91 446,22 00:24:35 6,67 430,89 00:22:41 6,27 404,96 00:56:06 6,20 400,26 00:29:58 6,13 396,20 00:15:00 5,77 373,01 00:14:54 5,71 368,98 00:20:13 5,65 364,86 00:22:11 5,35 345,37 00:25:03 5,04 325,36 00:21:38

Total canais pagos Cartoon Network Disney Channel Discovery Kids Nickelodeon TNT Jetix Multishow Telecine Pipoca Fox SporTV Boomerang Telecine Premium Telecine Action Discovery Universal Channel Warner Channel ESPN Brasil AXN SporTV 2 ESPN

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 53,12 734,13 02:15:57 18,09 250,03 00:55:06 16,08 222,17 00:51:33 14,39 198,90 01:08:34 10,93 151,08 00:43:16 10,22 141,29 00:25:20 8,78 121,38 00:39:55 8,71 120,26 00:24:04 8,14 112,38 00:29:02 7,76 107,27 00:21:30 6,61 91,38 00:20:21 6,04 83,41 00:41:01 5,55 76,74 00:21:34 5,31 73,40 00:19:23 5,16 71,25 00:16:43 4,67 64,58 00:21:46 4,49 62,05 00:17:26 4,19 57,96 00:17:35 3,88 53,60 00:11:59 3,83 52,94 00:10:52 3,53 48,82 00:08:59

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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**Universo 1.382.000 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto – Março/2009

**Universo: 6.458.900 indivíduos

Acima de 18 anos**


MAS A GENTE TEM CERTEZA QUE ELAS VÃO ESTAR AQUI.

Agradecemos aos parceiros, fornecedores e patrocinadores e a você pelo sucesso da 8º Tela Viva Móvel e convidamos a todos para juntarem-se a nós na próxima edição do evento, em maio de 2010. Tela Viva Móvel. O maior e mais importante encontro latino-americano de conteúdos e aplicativos para celular. E mais: Prêmio Tela Viva Móvel 2010, uma iniciativa pioneira de fomento e desenvolvimento deste mercado. Mais detalhes em breve. w w w. t e l a v i v a m o v e l . c o m . b r


( capacitação )

Preparar para a briga

E

m um esforço para preparar melhor as produtoras brasileiras para competir no mercado mundial, o MinC desenvolveu em parceria com a ABPI-TV o PIC, Programa Internacional de Capacitação. Trata-se de um programa de seleção de projetos, que passam por uma clínica de treinamento e capacitação com consultores internacionais. Para 2009, serão executados dois PICs, um de animação, no primeiro semestre (em andamento) e um de documentários, no segundo semestre. Na semana de 4 a 8 de maio, os 25 produtores selecionados, vindos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Pará encontraram-se para cinco dias de treinamento intensivo com os consultores internacionais. A etapa final do processo será um pitching com os cinco melhores projetos, durante o Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão, promovido por TELA VIVA de 3 a 5 de junho. Na ocasião, os produtores defenderão seus projetos para uma banca formada por Cartoon Network, Discovery, TV Rá-TimBum, Nickelodeon e MTV. A animação foi o segmento escolhido porque é onde a produção independente brasileira vem conseguindo abrir mais portas no cenário internacional. Há hoje 12 séries animadas em produção ou préprodução em parceria com produtoras, distribuidores e canais internacionais. Concorrência Segundo o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Silvio Da-Rin, na abertura do evento, os programas partiram de um pedido do presidente Lula a todos os ministérios para que se criassem medidas anticíclicas, para

FOTO: Jorge Rosenberg / divulgação

Programa do MinC e ABPI-TV capacita animadores brasileiros para competir no difícil mercado internacional de coproduções. No segundo semestre será a vez dos documentários. mercado o que não foi feito pela regulamentação”, disse. O consultor internacional do programa Brazilian TV Producers, da ABPI-TV, o canadense Jacques Bensimon, afirmou ter ficado espantado com Painel do PIC, em São Paulo: (da esq. para a dir.) Emmanuèle Petry, Josh a qualidade e a Selig, Madeleine Lévesque, Tanya Kelen, Heather Kenyon, Cathy Chilco, criatividade dos mais Martha Machado (ABCA) e Kiko Mistrorigo (ABPI-TV). de 60 projetos apresentados. Mas combater a retração econômica mundial. Ele lembrou que o mercado internacional é conta que o projeto de incentivo à animação muito fechado e competitivo. foi um dos que mais empolgou a Presidência. “Ninguém lá fora está esperando o A estratégia do governo, segundo ele, é Brasil entrar para competir. Esta é uma criar um “choque de oferta”, que faça com competição entre países, não entre que essa animação nacional, depois do empresas, e os EUA dominam 85% do mercado internacional, acabe chegando mercado”, lembrou Bensimon. Ele conta também à TV brasileira. “Faremos pelo que outros países também investiram milhões para levar seus produtos ao mercado, como China, Cingapura e Filipinas. “Para dar certo, o país precisa Confira os 25 projetos apoiar”, disse. selecionados pelo PIC Os consultores internacionais “The adventures of Lua and Kaloo” 4.2 Produtora concordaram com ele quanto à “ Captain Constantine and the 44Toons qualidade dos projetos. “Mas precisam Salty Pudding Island” “The Mongrel” Academia de Filmes ser mais bem trabalhados, bem apre“Why it does not work?” AGente QUE FEZ produções sentados”, lembrou Heather Kenyon, “ABCDroids!” Animassauro ex-diretora do Cartoon. Emmanuelle “The Corner” BAT Produções “Ivy and Friends” Cacomotion Petry, da Millimages (França) criticou os “Qui Qui Biscuit” Cadux projetos que tentam copiar os desenhos “X-Heart” Cartunaria Desenhos internacionais, e ressaltou a importância “The Pororoca Gang” Central de Produção “Zica’s Misadventures” Cinema Animadores da originalidade. “Trunk Train” Copa Studio A criatividade foi o ponto mais “Hackerteen” DayDreamLab enfatizado pelos consultores. Mas Kiko “Just 4 You” Destiny International “Mambo Jungle” Editora Faglianostra Mistrorigo, da TV Pinguim, que “The Babel Building” Jah Comunicação conseguiu emplacar seu “Peixonauta” “Coffin Joe” Labo Cine Digital após muitos anos de tentativas, “Moby Dick” Lightstar Studios “Sub-D Spaceship” Maria Bonita Filmes lembrou que “os broadcasters sempre “Jorel’s brother” Mirabolica pedem criatividade, mas têm medo de “Haunted Tales for Wicked Kids” Neoplastique arriscar e recuam quando aparece “Ipsis & Litteris The Neurons” Nset Produções “Eu-Gene” Rocambole Produções alguma coisa realmente diferente do “Find Me” Sumatra VFX que eles já conhecem”. “Magnitka”

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André Mermelstein


11 A 13 DE AGOSTO DE 2009 | TRANSAMÉRICA EXPO CENTER, SĂƒO PAULO, SP

(Ă– ANOS O EVENTO L¤DER DE AUDIäNCIA CONFIRA OS DESTAQUES DA NOSSA GRADE: s 0¢BLICO de mais de 11 mil pessoas na 16ÂŞ edição, em 2008. s 3UCESSO DE CR¤TICA com a avaliação positiva de participantes, debatedores e expositores. s / MELHOR NETWORKING, as melhores oportunidades, a presença dos maiores players. s ! MAIOR VITRINE DO CONTINENTE, com repercussĂŁo muito alĂŠm da imprensa especializada. s 3EMINĂ–RIOS E CONGRESSOS com temas relevantes, que antecipam os rumos do mercado. s / ESTADO DA ARTE EM EQUIPAMENTOS e tecnologias no grande evento da inovação no Brasil.

&AĂ€A COMO ESTAS EMPRESAS E RESERVE JĂ– O SEU ESPAĂ€O s !,#!4%, ,5#%.4 s !'2/-)8 s !52/2! s !.4%.! s !.4%.!3 AQUĂ RIO s !24)4 s !52/2! s "!.$ s #!.!)3 !"2), s #)!.%4 s #/.!8 s #/.6%.)%.4 s $)3#/6%29 s %-"2!4%, s %2)#33/. s %30. $)3.%9 s &/8 s ',/"/3!4 s ("/ s (/-%#!34 s ).4%+

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PUBLICAÇÕES OFICIAIS


( case)

Escola pra Cachorro Teia de investimentos viabiliza animação coproduzida por Brasil e Canadá. FOTOS: Divulgação

Esta matéria faz parte de uma série que Tela Viva publica mensalmente, explicando o desenvolvimento de projetos audiovisuais bem sucedidos, sob o ponto de vista do modelo de negócios e do financiamento.

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ma série de animação sobre uma escola frequentada por cachorros. A ideia, que à primeira vista pode parecer simples, envolveu uma complicada teia de investimentos, que resultaram em um projeto cheio de ineditismos e pioneirismos. Tratase de “Escola pra Cachorro”, animação da Mixer, coproduzida com a canadense Cité-Amérique. Embora ainda esteja em fase de produção, a série já fez história por se tratar de uma das primeiras animações coproduzidas entre Brasil e Canadá, além de ser o primeiro projeto a ter utilizado o mecanismo de recursos não-reembolsáveis do BNDES. Para completar a lista de pioneirismos, “Escola pra Cachorro” também foi a primeira animação brasileira regular a ser coproduzida pelo canal Nickelodeon. Essa série de marcos não se concretizou do dia para a noite. O projeto de “Escola pra Cachorro” surgiu no início de 2007, quando a roteirista Cathy Moss, da série “Harry e o Balde de Dinossauros” sugeriu o argumento para a Mixer. A produtora brasileira, por sua vez, estava em busca de um projeto para coprodução internacional. No mesmo ano em que fechou um acordo com a roteirista para a cessão dos direitos, a Mixer fechou um acordo de coprodução com a Cité-Amérique, pelo qual ficou definido que a produtora brasileira teria 52% do

Para recuperar o dinheiro emprestado do BNDES e encontrar o lucro da produção, as produtoras apostam na distribuição internacional.

projeto e a produtora canadense 48%, porcentagem válida tanto para os direitos patrimoniais quanto para a responsabilidade de captação de recursos. “Estávamos tentando entender o mercado internacional, e o Canadá nos pareceu um parceiro natural”, conta o produtor executivo Tiago Mello. Os recursos para a produção, segundo Mello, foram totalmente captados antes do início da produção. “Os parceiros realmente acreditaram no projeto”, diz. Ele lembra ainda que as diferenças nas formas brasileira e canadense de captar recursos dificultaram o processo. “É preciso enviar uma série de documentos para os bancos e fundos canadenses, para comprovar a nossa existência. Eles são menos maleáveis nesse quesito”, afirma. Ao final de 2007, o projeto foi aprovado para captação de recursos via leis de incentivo no Brasil. O primeiro parceiro a entrar no projeto, via artigo 1°A, foi o Toddynho, linha de produtos achocolatados. Em 2008, a lista foi engrossada com CSN, BNDES, Pedigree e TV Cultura. Esta última, porém, entrou no projeto com recursos próprios, não-incentivados. O canal será a

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segunda janela de exibição da série. No caso do BNDES, a série estreou o mecanismo de recursos não reembolsáveis da instituição: foram aplicados no projeto, de orçamento total de R$ 5,5 milhões, cerca de R$ 2 milhões de recursos provenientes do banco estatal, sendo R$ 1,2 milhão do Procult e R$ 893 mil não reembolsáveis, provenientes do artigo 1°A. Depois de captar grande parte do orçamento, foi a vez de fechar a exibição com um canal de TV paga, o Nickelodeon. A Viacom utilizou recursos do Artigo 39 para fazer uma pré-compra da série, configurando assim a primeira coprodução de uma série de animação regular pelo canal no país. Da mesma forma que a TV Cultura, o Nick participa dos processos de aprovação dos roteiros junto às produtoras. Assim como os canais no Brasil, os canais parceiros no Canadá também podem opinar e, em alguns casos, vetar aquilo que será exibido. São quatro emissoras canadenses: A TVO,


algo bem brasileiro, mas sem ser muito óbvio. Por isso tem muito choro na trilha”, conta Mello. Essas diferenças culturais são apenas alguns dos obstáculos a serem enfrentados em uma coprodução internacional. Mello conta que, apesar da experiência dos parceiros canadenses, não se pode deixar que eles “tomem conta” de tudo. “É um exercício de negociação diário”, desabafa. A produção, que teve início em janeiro, deve terminar em junho próximo. “A partir do meio do ano começamos a costurar outros negócios”, diz o produtor.

FOTOs: Divulgação

de Ontário; a Radio Canadá, do lado francês do Canadá; e as TVs de menor porte Knowledge Network, de British Columbia; e APTN, de Ontario. Vale ressaltar que, no Canadá, para que um projeto tenha acesso aos recursos disponíveis nos bancos e nos fundos das TVs, é preciso que ele tenha uma carta de acordo com algum canal, no intuito de garantir que a produção de fato sairá do papel. Segundo Mello, a maior parte dos recursos da parte canadense vem dos canais. Assim, além de haver uma compreensão entre as produtoras, é preciso que os parceiros exibidores também aprovem cada um dos capítulos. Esse processo de aprovação de roteiros e episódios na íntegra, aliás, é uma das partes mais estressantes do processo de coprodução, segundo Mello. Cada etapa da produção conta com a aprovação dos principais parceiros. “Primeiro, a Cathy, roteirista, enviava as sinopses para mim e para o produtor da Cité-Amérique, Greg Dummet. Depois, enviávamos para os canais de lá, e por último para os brasileiros. E isso acontece para cada uma das partes da produção: sinopse, escaleta, roteiros e animatic. Por isso, cada episódio demora cerca de três semanas para ficar pronto”, diz, lembrando que os 26 episódios não se encontram necessariamente na mesma fase de produção. A produção é feita nos estúdios da brasileira Lightstar, em Santos (SP). Ele conta que alguns episódios tiveram de ser completamente readaptados, para atender às necessidades e especificidades culturais de ambos os países. “Há alguns temas que nós não entendemos e outros que eles não entendem, como um dos episódios que teria um cachorro de rua abandonado. Para eles não fazia sentido, pois, uma vez que os cachorros representam crianças, eles não compreendiam a ideia de uma criança morar na rua”, conta o produtor. Algo semelhante aconteceu com um episódio que envolvia o

Retorno Para recuperar o dinheiro emprestado do BNDES e encontrar o lucro da produção, as produtoras apostam na distribuição internacional. Além dos recursos da TV Cultura (que não utilizou recursos incentivados), a Delphis, distribuidora do mesmo grupo de mídia do qual faz parte a CitéAmérique, levará a série para o mercado internacional. Em março passado, a distribuidora já exibia o cartaz da série em seu stand no MipTV. Segundo Mello, porém, a estratégia era apenas apresentar o produto neste evento, para focar as vendas no MipJunior, evento que antecede o Mipcom, principal feira de conteúdo audiovisual, em outubro. Até lá, a série já terá sido testada pelas TVs que entraram como coprodutoras do projeto: a estreia no Nickelodeon acontece em agosto para o Brasil e possivelmente em outubro para o resto da América Latina. Segundo Mello, a janela para exibição na TV aberta é de aproximadamente oito meses, com a estreia na TV Cultura provavelmente em 2010. O passo seguinte, quando os personagens já forem conhecidos das crianças, é lançar produtos licenciados. “A ideia é ter isso fechado em agosto, mas para que funcione, a série precisa estar no ar há um certo tempo”, conclui o produtor.

Escola pra Cachorro Série - 26 episódios de 11 minutos 4 a 7 anos

Público-alvo

Stefan Leblanc

Direção

Marcelo de Moura

Codireção Produtoras

Cité-Amérique, Mixer e Lightstar

Sinopse: Com foco na diversidade, “Escola Pra Cachorro” conta a história de cachorrinhos que vão para a escola todos os dias. É ali onde eles brincam, aprendem uns sobre os outros, sobre o mundo e também se divertem com muitas aventuras. Em meio às descobertas, os alunos passam a entender a importância de respeitar e aceitar as diferenças.

carnaval: a produtora brasileira abriu mão de ter os cachorros tocando instrumentos nitidamente brasileiros, e os substituiu por objetos reciclados. “Dessa forma, fomos além da música e trouxemos para o episódio a questão ambiental, da reciclagem. Sem contar que as crianças não saberiam tocar esses instrumentos”, diz. A dublagem, que no Brasil ficou por conta da Álamo, ganhou um toque especial com a mistura de atores adultos e mirins para as vozes dos cachorros. A trilha sonora, válida para todos os territórios, é do grupo Palavra Cantada. “Queríamos

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( making of ) Daniele Frederico

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De virada

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“Não teria o volume necessário para mostrar a animação de perfil”, conta o diretor. “Por outro lado, achamos que usar 3D seria um exagero”. O tom de nostalgia típico de filmes que mostram a cidade se deu pelo uso de uma lente Angenieux antiga. “A câmera 16 mm que usamos é nova, mas contamos com duas lentes diferentes: uma moderna e outra antiga, a Angenieux, para dar esse ar mais ‘sujo’, mais granulado. Caso tivéssemos problemas com esse filme na pós, tínhamos as duas impressões, ou seja, tínhamos um outro filmado da forma mais ‘limpa’ para substituílo”, conta o diretor. Houve ainda um cuidado para que a animação não brigasse com as cenas da cidade. Os desenhos, feitos pela Tribbo Post, foram baseados no traço de uma desenhista coreana, mas com a utilização de tons pastéis, para que não interferisse no resto das cenas. O equilíbrio entre as cenas reais e as animações contou com uma ajuda da telecinagem. “Descromatizamos e tiramos um pouco de contrate, para que a composição estética do filme não brigasse com a animação”, conclui o diretor.

fotos: divulgação

razo muito curto e cinco animações para encaixar nas cenas. A solução: levar os finalizadores para o set. Assim aconteceu a produção do comercial produzido pela Cia de Cinema para a Virada Cultural, evento que promove apresentações artísticas em pontos públicos da cidade de São Paulo durante 24 horas, com início no dia 2 de maio, às 18h, e término no dia 3, às 18h. Com criação da Lua Branca Propaganda, o comercial tinha o objetivo de mostrar um olhar diferente sobre a cidade. Para isso, seriam mostradas situações cotidianas, de pessoas caminhando por São Paulo, enquanto animações surgiam nelas, representando diferentes expressões artísticas, como circo, teatro, música e cinema. “Quisemos dar um toque lúdico. Entre todos os personagens, porém, o menininho é o único que entende o que está acontecendo”, diz o diretor do comercial Tom Stringhini, lembrando que esse menino é o que segura na mão do avô e sorri ao perceber a animação que surge no topo de sua cabeça. Para chegar ao objetivo de um olhar diferenciado, foram captadas cinco cenas, cada uma em um ponto marcante da cidade. Entre as locações escolhidas, quatro são parte do roteiro do Virada Cultural: Teatro Municipal, Vale do Anhangabau, Estação da Luz e Viaduto do Chá, este último apenas como pano de fundo para a passagem de um dos ícones de São Paulo: o trólebus. Há ainda uma das cenas filmada no Largo São Francisco, que não é parte do circuito do evento. Para encaixar as animações no caminhar dos atores, dois profissionais da Tribbo Post foram levados para o set. O fato das imagens terem sido feitas com a câmera em

ficha técnica

Finalizadores acompanharam as filmagens indicando como as imagens deveriam ser captadas para a inserção de animação.

movimento dificultaria a inserção das animações, por isso as dicas dos profissionais da pós foram essenciais. “Perderíamos muito tempo ‘trackeando’ as cenas, e nosso prazo era curto”, conta o diretor. Foram os profissionais da Tribbo que indicaram, por exemplo, que as pessoas não deveriam ser mostradas de perfil, uma vez que a animação é 2D.

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Agência Lua Branca Propaganda S/A Cliente Secretaria Municipal de Comunicação de São Paulo Produto Virada Cultural Título “Virada 2009” Dir. de criação Rodrigo Gonzalez Criação Caio Grafietti e Marcelo Diniz Produtora Cia de Cinema Direção Tom Stringhini Dir. de fotografia Carlos Zalasik Direção de arte Marcos Carvalheiro Coord. geral Giba Rodrigues Montagem Arthur Brito Finalização Tribbo Post / Sandra Castro Produtora de som Estudio Angels


Ana Carolina Barbosa

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Invasão real

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azer um grande evento se concretizar em um espaço público, transmitindo a ideia de que a televisão está invadindo a realidade em um filme protagonizado pela modelo Gisele Bündchen. Este foi o briefing que o diretor Nando Olival, da O2 Filmes, recebeu da Giovanni+Draftfcb, agência responsável pela campanha de divulgação do Sky HDTV, pacotes com canais em alta definição recentemente lançados pela operadora de TV por assinatura. “O conceito era bem claro. Tínhamos que decidir onde filmaríamos e que eventos caberiam em um filme de dois minutos”, conta Olival. A equipe decidiu que um aeroporto (não revelado, para manter o “mistério” do filme) seria o local mais adequado para filmar com a top, que comandaria os acontecimentos sentada em um sofá vermelho com um controle remoto na mão. Ao apertar os botões do controle, como quem troca de canais, Gisele leva para o saguão do aeroporto, lotado de figurantes/passageiros, um time de futebol americano, um tufão, soldados, casais com trajes vitorianos, lutadores chineses, zumbis e, por fim, um táxi amarelo como os de Nova Iorque. Olival explica que, como o objetivo era captar um grande evento e os acontecimentos deveriam ser uma surpresa para Gisele e para os figurantes, que reagiriam espontaneamente ao que viriam, tudo foi filmado em uma sequência, daí a importância do trabalho de préprodução e produção. Em aproximadamente um mês, a equipe teve que cuidar de todos os detalhes, como procurar pessoas que jogam futebol americano no Brasil. Times de Jundiaí, interior de São Paulo, foram escalados para a tarefa. Os movimentos da luta chinesa, com os artistas suspensos por um fio, a coreografia do baile vitoriano, assim

Trabalho de pré-produção e produção garantiram o sucesso do evento. Comercial foi rodado de uma só vez.

como figurino e maquiagem, foram previamente testados e ensaiados. Testes com o material usado para reproduzir a neve que cai dentro do saguão no final do comercial foram feitos para que a mistura de espuma e papel chegasse a uma consistência ideal. “Fizemos alguns ensaios antes para cada um dos eventos, para marcar o local por onde entrariam, o que fariam e por onde sairiam”, diz o diretor. No local das filmagens havia seis câmeras HD RED escondidas para captar imagens em alta definição. Um cameraman, infiltrado entre os figurantes, também carregava uma câmera em uma mala para fazer imagens do evento. Segundo Olival, uma única recomendação foi dada a Gisele no dia da filmagem: que se sentasse no sofá e apertasse um botão do controle toda vez que o diretor pedisse pelo ponto de ouvido. O resto aconteceu naturalmente. “Uma das nossas maiores preocupações era o momento do tufão. Um vento forte entraria pelo saguão, trazendo folhas e gravetos. Se, de repente, alguma coisa entrasse no olho da Gisele e tivéssemos que parar a gravação e repetir a cena, estaria tudo arruinado. Não teríamos mais as reações espontâneas e a sensação de surpresa. Outras coisas que acontecessem, como alguém cair ou uma criança chorar, seria normal, não sairia do script”, observa Olival. Sem nenhum objeto estranho nos olhos

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de Gisele, o comercial foi rodado de uma só vez. O filme já estava praticamente pronto, sem grande trabalho para a pós-produção. “Queríamos preservar o estilo documental, nem em definição de cores mexemos muito”, afirma o diretor. De acordo com Olival, apenas em uma das cenas a pós-produção precisou contribuir para aumentar a quantidade de neve que a modelo contempla, antes de partir num táxi amarelo, encerrando o comercial.

ficha técnica Agência Cliente Produto Título Direção de criação Produtora Direção Dir. de fotografia Direção de arte Montagem Som Pós-produção

Giovanni+Draftfcb Sky Sky HDTV “Invasão” Adilson Xavier e Ricardo John O2 Filmes Nando Olival Adrian Teijido Fred Pinto Déo Teixeira e Lívia Serpa Tentáculo O2 Filmes


( tecnologia )

HD para todos os bolsos NAB 2009 mostra que alta definição virou commodity e cabe em todos os bolsos. Aparentemente longe da realidade, 3D ganhou destaque no evento.

ainda não é capaz de trabalhar com transmissão em 3 Gb/s. A empresa anunciou que estuda a tecnologia para trabalhar com bandas maiores, mas que a situação demanda cautela na introdução de soluções que podem encarecer produtos. A Sony, ainda tendo lançamentos mais sofisticados, também levou ao evento produtos adequados aos bolsos mais vazios, como um monitor da linha Luma com 15 polegadas custando menos de US$ 1,5 mil, e a nova versão da Anycast Station. A estação portátil de produção agora pode ser comprada sem módulos pré-instalados. Com isso, é possível montar o equipamento conforme as necessidades do usuário, mantendo o custo mais baixo. A Panasonic, além reduzir significativamente o preço dos cartões de gravação P2, com o lançamento de uma nova linha, com capacidades iguais à dos modelos da linha já existente, mas com menor vida útil. Além disso, a fabricante japonesa aumentou a linha de câmeras profissionais AVCCAM com o lançamento de um modelo mais compacto, a AG-HMC40. Com resolução full HD e 10,6 megapixel para captura

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conomia é a palavra que resume a feira da NAB 2009, que aconteceu em Las Vegas entre os dias 20 e 23. Entre os lançamentos, equipamentos e soluções mais adequados à restrição de verbas para investimento em infraestrutura. Mesmo nas sessões do congresso voltadas à tecnologia, um dos temas principais era como produzir com baixo custo. Em parte, trata-se de um sinal da crise econômica que assola, principalmente, os Estados Unidos. Mas é ainda o resultado de uma transformação que começou há cerca de 10 anos: os equipamentos de produção estão mais acessíveis, com soluções para aquisição de imagens, edição e pósprodução de baixíssimo custo. A alta definição fica cada vez mais acessível, na medida em que os produtos SD perdem de vez seu lugar no mercado. “HD está virando commodity”, disse o vicepresidente sênior da Grass Valley, Jeff Rosica, a uma platéia de jornalistas ao explicar porque seu lançamento na área de câmeras era, justamente, uma versão mais simples de modelos já consagrados. Os fabricantes precisam preencher uma lacuna na faixa de preços com o fim dos equipamentos SD. A opção é perder mercado para equipamentos HDV e em outras tecnologias baratas ou lançar uma câmera broadcast HD de custo mais baixo. A fabricante apresentou uma nova família de switchers que, apesar de contar com diversos recursos avançados,

Com resolução full HD, nova câmera da Panasonic grava em cartões SD, usados no mercado consumer.

de imagens still, o modelo grava em cartões SD, usados no mercado de câmeras fotográficas consumer, em MPEG-4 AVC/H.264. Ausência sentida No entanto, dois fornecedores de soluções consagradas pelo baixo custo não se apresentaram na feira este ano: Apple e Red. Enquanto a Avid volta atrás e marca presença com um dos maiores estandes do evento, apresentando seu novo logotipo, a ausência da Apple por dois anos seguidos estranha o setor. Em 2007, vale lembrar, a empresa lançou o Final Cut Server, uma solução para jornalismo em emissoras de TV que trabalha em conjunto com o editor Final Cut Pro. Era uma solução de baixíssimo


custo, baseada inteiramente em infraestrutura do mercado de tecnologia de informação e, apostava-se, seria tão revolucionária quanto o próprio Final Cut Pro, editor linear que hoje conta com o maior número de profissionais aptos a trabalhar com ele. O lançamento de 2007 para gerenciamento do conteúdo e workflow automatizado para pósprodução e radiodifusão colocava a Apple como uma concorrente de empresas como a Avid. Quem investiu na solução se viu com um mico na mão, sem atualizações periódicas. Especulava-se no evento se o Final Cut Pro seria vendido para uma concorrente. O Final Cut Server já é tratado no meio como uma solução descontinuada, mesmo sem nenhuma palavra oficial da Apple sobre o tema. A ausência da Apple acabou valorizando a presença da Autodesk e da Adobe no evento. Estes fornecedores, assim como fazia a Apple, fazem workshops em seus estandes. Este ano, apesar da queda na presença no evento, conseguiram juntar “multidões” maiores nas demonstrações de suas soluções. Já a Red, que ainda não conseguiu encontrar um workflow satisfatório para os pesados arquivos gerados por suas câmeras, que trabalham sem compressão e com resolução de cinema digital, acabou aparecendo, timidamente, nos estandes de parceiros, como fabricantes de acessórios de câmeras ou de soluções para gravação de vídeo. Em 2008, o estande da fabricante tinha longas filas. Para ver protótipos e mockups de

abrem e fecham cada uma das lentes alternadamente. Também na edição e na pósprodução, começam a surgir soluções aptas a trabalhar com o 3D. A Vizrt, por exemplo, demonstrou no evento tecnologia para criação de efeitos holográficos. Na prática, a solução apresentada permite que entrevistas à distância pareçam que são feitas cara a cara. A solução já foi testada pela CNN, que usou o efeito na cobertura das eleições presidenciais americanas. A produção em 3D ainda é complicada, sendo que todo o cuidado pode não ser suficiente para evitar dor de cabeça (literalmente) nos telespectadores. Contudo, um uso simples foi demonstrado nos painéis dedicados ao 3D no evento, a criação de grafismos. Com isso, embora seja difícil captar uma partida de futebol em 3D, é possível colocar chamadas de patrocínio usando a nova tecnologia. Apesar da dificuldade na produção e na inexistência de receptores no mercado nacional, a TV brasileira pode ser pioneira em testes com 3D. Pelo menos essa á a intenção da TV Cultura, de São Paulo. Em conversa com TELA VIVA na NAB, o presidente da Fundação Padre Anchieta, Paulo Markun, disse que “queremos fazer transmissões experimentais em 3D”. Segundo ele, a emissora buscou soluções de produção no evento. “Todos ficam entusiasmados com a possibilidade, porque é uma chance de fazer algo que só existe em protótipos”, disse. A inexistência de receptores aptos para 3D no mercado é contornável, diz Markun. “Vamos fazer como Chateaubriand quando inaugurou a TV no Brasil”, explica, lembrando que nos primórdios da TV tupiniquim, televisores foram colocados em praça pública. No início, estes eram os únicos receptores. Esse tipo de experiência “é função da TV pública”, diz.

Segundo Jeff Rosica, da Grass Valley, HD está virando commodity.

câmeras, as pessoas esperavam até 40 minutos. 3D Outro tema teve igual ou maior destaque no evento. No entanto, não está tão próximo da realidade quanto a produção HD em baixo custo. Trata-se da produção em 3D, principalmente para TV. Estranhamente, todo o hype em torno da tecnologia não foi suficiente para que algum fabricante anunciasse a produção de câmeras preparadas para o 3D. Apenas protótipos ou modelos criados por locadoras e prestadores de serviço de câmera foram demonstrados, sempre montados a partir da união de duas câmeras de modelos tradicionais. Nos Estados Unidos, destacam-se neste mercado a Pace, até então especializada apenas em captação de imagens submarinas, e a 3ality, responsável pela captação das imagens de show do U2 que vem sendo exibidas em salas de cinema 3D. Mesmo assim, modelos de monitores 3D profissionais, assim como televisores para o mercado consumer, foram apresentados no evento. A tecnologia usada para dar o efeito 3D vai de óculos de acetato vermelho e azul, óculos com lentes polarizadoras e óculos eletrônicos que, sincronizados com o televisor,

Customizável, versão mais recente do Anycast Station vem apenas com os recursos desejados.

Fernando Lauterjung

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( upgrade )

ESPECIAL

NAB 2009

Fernando Lauterjung

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FOTOS: divulgação

Nova família

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om vários dos recursos das linhas Kalypso e Kayak, foi apresentada pela primeira vez na NAB 2009, que aconteceu em abril, em Las Vegas, a futura geração de switchers HD da Grass, a Kayenne. Entre as novidades de software e de hardware estão seis keyers por M/E e 20 canais de efeitos. Em um único frame, é possível ter até 96 entradas e 48 saídas. Na configuração mais avançada, com 4,5 M/E, o switcher conta com 30 keyers. O painel de controle do equipamento também é novo. Modular, os painéis podem ser substituídos rapidamente, sem afetar a exibição do conteúdo que está sendo produzindo. Os botões do controle também são customizáveis. Todos são retroiluminados por LEDs RGB. Graças a isso, é possível customizar as cores de cada botão, individualmente. Também é possível gravar Na configuração mais avançada, com 4,5 M/E, o switcher conta com 30 keyers. o nome e exibir um texto em cada botão, com o nome do efeito, fonte ou função. O menu do switcher é controlado por uma tela sensível a toque de 15 polegadas, com resolução 1280 x 768. Configurações podem ser mais rapidamente acessadas através do “favoritos” ou do “history”, assim como em um browser da web. Além disso, nenhum submenu tem mais de dois níveis, o que facilita a navegação entre as diferentes funções. Outra novidade importante é que o equipamento permite converter entre diversos formatos sem que nenhum M/E seja perdido, usando as opções MatchDef e SetDef. Com as opções FlexiKey e DoubleTake, é possível trabalhar com múltiplos feeds, de diferentes formatos. Imagens still, bem como clipes, podem ser armazenadas em uma memória interna, com capacidade para até um minuto de conteúdo HD. Além disso, é possível armazenar e buscar rapidamente clipes e still em um disco rígido externo. A nova linha da Grass Valley deve estar disponível ainda no primeiro semestre de 2009.

Fluxo melhorado

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fluxo de trabalho baseado nos cartões de gravação em memória estado sólido da Panasonic ficou mais simples. A empresa lançou na NAB 2009, em abril, o AJ-HRW10 P2 Rapid Writer, uma ferramenta portátil que simplifica o acesso ao conteúdo nos cartões P2, ao mesmo tempo em que incorpora o suporte ao espelhamento do conteúdo. Com dois slots para discos rígidos removíveis de 3,5 polegadas e cinco slots para cartões P2, o equipamento pode, automaticamente, transferir o conteúdo de até cinco cartões. Além disso, com apenas um comando, é possível copiar o conteúdo para os dois discos rígidos, o que garante que mesmo membros da equipe pouco experientes possam fazer o backup do conteúdo gravado. O AJ-HRW10 conta com uma tela LCD de 5 polegadas sensível a toque, o que torna a operação intuitiva e permite visualizar o conteúdo nos discos ou nos cartões. O

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Ferramenta transfere conteúdo de cartões P2 para discos rígidos.

visualizador exibe os arquivos com miniaturas do conteúdo, para tornar a busca mais rápida. O equipamento suporta os formatos DVCPRO HD, DVCPRO50, DVCPRO e DV. Uma porta G-bit Ethernet permite transferir ou copiar conteúdo rapidamente em uma infra-estrutura baseada em rede TI. Alimentado por uma fonte 12V DC, o gravador pode ser ainda operado por baterias, com um módulo opcional de alimentação. O equipamento está disponível, com preço sugerido de cerca de US$ 10 mil FOB, sendo que os discos rígidos são vendidos separadamente.

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Da fita ao óptico

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Sony anunciou na NAB, em abril, um equipamento para satisfazer os que acham pouco prático usar câmeras de cinema digital com módulos de gravação separados. A nova SRW-9000 HDCAM SR é primeira a ter gravação HDCAM embutida, o que faz dela uma câmera mais amigável ao steady-cam. Com gravação em 24P, o equipamento foi criado para cinema, além de TV e publicidade, quando precisam de um “look and feel” de cinema. A resolução full HD (1920 x 1080) é obtida através de CCDs de 2/3 de polegada. O equipamento trabalha nos formatos de gravação 4:2:2 10-bit a 1080/23,98P, 24P, 25P, 29,97P e 1080/50i/59,94i, além de 4:2:2 a 1080/50P/59,94P. Com a adição de placas opcionais, a câmera pode ganhar saídas HD-SDI e uma entrada auxiliar para equipamentos externos de áudio. Outra placa permite capturar com velocidades variáveis, de um a 60 quadros por segundo. A placa HKSR-9003 permite trabalhar com processamento de cor 4:4:4. O equipamento deve estar disponível apenas em dezembro e ainda não tem preço definido. Discos ópticos Outra novidade apresentada pela Sony é o aumento da família XDCam HD 4:2:2, de produtos com gravação em discos ópticos com a câmera CineAlta PDW-F800 e o deck PDW-F1600. Os novos produtos são baseados no codec MPEG HD422, com gravação nativa em 23,98P com 1080 linhas, mas podendo operar em outros formatos, como MPEG IMX, DVCAM e 4:2:0 HD. Com os equipamentos é possível gravar aproximadamente 95 minutos de conteúdo HD 50 Mb/s em um único disco dual-layer de 50GB.

PDW-F800: frame rate variável.

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O equipamento pode ser usado para edição linear, como um VTR convencional.

Entre as novidades que a camcorder PDW-F800 traz à família de produtos está a possibilidade de gravação com frame rate variável, para slow ou quick motion. Trata-se de um feature importante para diretores de fotografia que queiram usar a variação na velocidade para dar um look único a suas produções ou ainda para quem desejar criar efeitos especiais. Além de gravar em velocidades variáveis, é possível visualizar os vídeos nas velocidades gravadas diretamente na câmera, permitindo que eventuais correções nos efeitos possam ser feitas imediatamente, enquanto a equipe ainda está na locação. A gravação de áudio é em quatro canais 24-bit. A camcorder usa três CCDs Power HAD FX de 2/3 de polegada. Uma função permite inverter a imagem, o que torna possível usar adaptadores para lentes de cinema. Um zoom digital de 2x permite dobrar o tamanho de um objeto no quadro, sem perda de definição. O equipamento também tem obturador lento, permite dobrar o tamanho do conteúdo na tela, para facilitar o ajuste de foco, e conta com tela LCD de 3,5 polegadas. Já o gravador PDW-F1600 conta com transferência por porta Gigabit Ethernet, o que permite transferir facilmente o conteúdo gravado nos discos para uma rede TI, além de permitir pré-visualizar as imagens usando um browser de web. Suporta oito canais de áudio 24-bit. Dois slots para discos ópticos garantem agilidade à transferência de arquivos. Uma tela de 4,3 polegadas e alto falantes internos permitem visualizar o conteúdo mesmo quando o equipamento é operado fora de uma rede. A alimentação pode ser por baterias. Por fim, o equipamento pode ser usado para edição linear, como um VTR convencional. A expectativa é que os dois modelos da linha óptica estejam no mercado em junho.

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( agenda ) 3 a 5 de junho 10º Forum Brasil - Mercado Internacional de Televisão,

20 e 21 de maio 8° Tela Viva Móvel, Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.telavivamovel.com.br Maior encontro sobre conteúdos para celular e entretenimento móvel na América Latina. Destaque para o prêmio Tela Viva Móvel.

Transamérica Expo Center, São Paulo, SP. Tel: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.forumbrasiltv.com.br 10ª edição do evento que inseriu o Brasil no mapa-múndi da produção audiovisual aproximando produtores, distribuidores e broadcasters. Destaque para o segundo Encontro de TVs de Língua Portuguesa, que acontece no dia 5 no Blue Tree Morumbi.

MAIO 14 a 22 L.A. Screenings, Los Angeles, Califórnia, EUA. Tel.: (818) 889-9188. E-mail: nlloyd_ceo@yahoo.com. Web: www.lascreenings.us

13 a 24 Festival de Cannes, Palais des Festivals, Cannes, França. Tel.: (33-1) 5359-6100. E-mail: festival@festival-cannes.fr. Web: www.festival-cannes.org

JUNHO 1 a 7 Femina 2009 - Festival Internacional do Cinema Feminino, Rio de Janeiro, RJ. E-mail: contato@feminafest.com.br. Web: www.feminafest.com.br

5 a 12 13º FAM 2009 - Florianópolis Audiovisual Mercosul, Florianópolis, Santa Catarina. Tel.: (48) 3222-2776. Web: www.panvision.com.br

7 a 10 Banff World Television Festival, Banff, Canadá. Tel: (1-403) 678-1216. E-mail: info@achillesmedia.com. Web: www.bwtvf.com

13 a 19 32º Festival Guarnicê de Cinema, São Luís, Maranhão. Tel.: (98) 3231-2887. E-mail: contato@festivalguarnice.com.br. Web: www.festivalguarnice.com.br

15 a 28 Cinesul 2009 - 16º Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo, Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (21) 3826-2490. E-mail: festivalcinesul@gmail.com. Web: http://www.cinesul.com.br/ site_2009/inscricao.html

16 a 19 Discop East 09 - Multiplataform Content Business in Central, Eastern

11 a 13 de agosto ABTA 2009, Transamérica Expo Center, São Paulo, SP. Tel: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.abta09.com.br Encontro da TV por assinatura e novas plataformas de distribuição no maior evento do gênero na América Latina.

9 a 16 2º Festival Paulínia de Cinema, Paulínia, SP. Tel.: (19) 3874-5700. Web: www.pauliniamagiadocinema.com.br

Europe and Eursaia, Budapeste, Hungria. Tel.: (33-1) 4229-3224. Web: www.discop.com

10 a 26 Anima Mundi 2009 - 17º Festival Internacional de Animação do Brasil, Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo

16 a 21 11º FICA - Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental,

(SP). Tel.: (21) 2543-8860. E-mail: info@animamundi.com.br. Web: www.animamundi.com.br

Cidade de Goiás, Goiás. Tel.: (62) 3225-3436. E-mail: prodnacional@fica.art.br. Web: www.fica.art.br

22 a 28 16° Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, Cuiabá, Mato Grosso.

21 a 27 Cannes Lions, Palais de Festivals, Cannes, França. Tel: (44-20) 7239-3400. Web: www.canneslions.com

Tel.: (65) 3621-5331. Web: www.cinemaevideocuiaba.org

28 a 4/8 19º Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema,

23 a 26 Sunny Side of the Doc, La Rochelle, França. Tel.: (33-1) 7735-5300. E-mail: contact@sunnysideofthedoc.com. Web: www. sunnysideofthedoc.com

Fortaleza, Ceará. Tel.: (85) 3264-3877. Web: www.cineceara.com.br

26 a 12/7 8ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, Florianópolis, Santa

9 a 15 37º Festival de Cinema de Gramado, Gramado, RS.

Catarina. Tel.: (48) 3235-5996. E-mail: produção@mostradecinemainfantil.com.br. Web: www.mostradecinemainfantil.com.br

JULHO 1 a 31 20º Marseille International Documentary Festival, Marseille, França. Tel.: (33-04) 9504-4490. Web: http://fidmarseille.org

6 a 11 Curta-se: Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe, Acaraju, SE. Tel.: (79) 3246-6265. E-mail: operacional@curtase.org.br. Web: www.curtase.org.br 50

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AGOSTO E-mail: festival@festivaldegramado.net. Web: www.festivaldegramado.net.

20 a 28 Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3034-5538. Fax: 3815-9474. E-mail: spshort@kinoforum.org. Web: www.kinoforum.org

26 a 28 18º Broadcast & Cable, Centro de Exposições Imigrantes, São Paulo (SP). Tel.: (21) 3974-2000. Web: www.set.com.br e www.broadcastcable.com.br

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